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1 (REMOTO)
DRE: 118081079
1.Introdução
Para Maquiavel, o príncipe deveria reunir um conjunto de qualidades para que pudesse
ter sucesso em seu reinado e unificasse a sua nação diante das adversidades. Essas qualidades
vinham desde a forma como o cargo era conseguido, se através da hereditariedade,
conquistados através das próprias armas, das armas alheias, por atos criminosos ou por apoio
popular. O autor então, discorre que o príncipe precisa-se fazer da fortuna e da virtude para
conseguir um reinado, menos nos por atos criminosos que falaremos adiante. Então,
virtuosidade seria uma das características do príncipe ideal, Maquiavel acaba recorrendo ao
mundo das ideias para normatizar como deveria ser o príncipe e através do empirismo, com os
acontecimentos históricos que o antecederam em outros principados, reforça essas qualidades.
Já no caso do conquistado por atos criminosos, Maquiavel diz que o príncipe deveria ter a
ponderação como uma de suas características ideias, pois aquele que chegasse ao poder
usurpando de outro não poderia utilizar de forma desenfreada a agressividade, mas apenas a
necessária para manter o controle.
Depois de conseguir o reino, o príncipe então teria que governá-lo e para isso uma
série de outras qualidade do “príncipe ideal” são destacadas por Maquiavel. Logo, as
qualidades, que além da virtude, p príncipe precisaria seriam a parcimônia, o temor dos seus
súditos quando não pudesse ser amado, saber usar o mal quando fosse necessário e evitar o
ódio e o desprezo. Desse modo, príncipe se manteria no poder, utilizando principalmente da
parcimônia para saber se portar diante as adversidades de se governar uma nação. Logo,
mesmo que não quisesse, Maquiavel recorre ao mundo das ideias para a formação do príncipe
ideal. Dizer isso não é a mesma coisa que dizer que o autor negligencia o mundo dos sentidos,
mas por meio desta “migração” entre os dois mundos ele chega ao conhecimento do ideal de
governante.
Hobbes, por outro lado, acreditava que o estado de natureza do homem era o estado de
barbárie. O homem então, a fim de defender o seu direito natural a vida, não se limitaria a
atitudes éticas e morais e viveria em guerra com os outros. Sendo assim, é necessária a
presença do Estado para garantir o direito à vida do homem e este renunciaria a suas
liberdades para ter seu direito garantido e assim atingiria a felicidade.
Nós podemos dizer então que o estado de natureza do homem, é de alguma maneira, a
caverna de Platão em que o ser humano não vive de maneira limitada tendo uma visão
distorcida do que seria viver em sociedade. Desse modo o Sol é o Estado, que consegue por
meu de sua luz, livrar o homem do estado de natureza e trazer-lhe paz e segurança. Por fim, o
mecanismo que tiraria o homem dessas amarras seria o contrato social, em que o homem abre
mão de suas liberdades e entrega ao Estado, que de forma absoluta, a responsabilidade de lhe
garantir o direito natural a vida.
4. Aristóteles e Hobbes
Aristóteles tem como um dos seus princípios que o homem é um animal político, que
por sua vez, procuraria se organizar dessa forma. Sendo assim, o filósofo tem como objetivo
investigar as formas de governo e as instituições que são capazes de propiciar ao homem uma
vida feliz como cidadão. Deste modo, ele diz que os indivíduos não são iguais entre si,
existem aqueles que nascem para obedecer e aqueles que nascem para governar. Essa divisão
e a consequente diversidade dos homens, em características e funções, formam a cidade. Por
isso, os indivíduos não bastam de si mesmos, os membros da cidade precisam um dos outros
para que consigam viver em harmonia.
Para Hobbes então, como já foi dito, o Estado também era o que garantiria o bem estar
da sociedade. Isso porque, para ele, a natureza do homem não era de cooperação, mas de
rivalidade entre a sociedade. Porém, poderíamos dizer que ao renunciar a sua liberdade,
através do contrato social, o homem não seria também um ser naturalmente político? E que a
presença do Estado, seja na mão de um representante ou um grupo, não seria também o
pensamento aristotélico de que existe a diferença entre os indivíduos e uns seriam para
comandar enquanto outros comandados? De certa forma sim, para as duas perguntas.
Primeiramente podemos dizer que o homem em seu estado de natureza não está
satisfeito, então ele buscaria a satisfação de alguma forma. No caso hobbesiano, essa
satisfação seria atingida por meio do contrato social, poque aí o seu direito a vida seria
resguardado pelo Estado. Então o homem, além de naturalmente mal, seria também
naturalmente um perseguidor de uma organização política, pois tem a vontade de sair do
estado de natureza e por meio das ideias de Hobbes, essa saída é com a existência do Estado.
5.Conclusão
Desse modo, espero ter de alguma forma apresentado as ideias desses quatro autores e
o que vai além de suas diferenças. Os contratualistas, por mais que fossem distintos as ideias
de política de Platão e Aristóteles, não deixaram de usar alguns de seus pensamentos para a
criação de suas ideias que foram apresentadas em “O Príncipe” e “O Leviatã”. O mundo das
ideias, o mito da caverna e a forma de organização social aristotélica, ainda são muito
presentes nas ideias de vários autores mesmo que inconscientemente. Levando em
consideração o fato de que esses dois fazem parte da base do pensamento filosófico, não é de
espantar que suas ideias perdurem até hoje. Portanto, nesse breve trabalho, pude dar a minha
opinião acerca do que liga esses dois pensadores gregos, aos contratualistas Maquiavel e
Hobbes.
Bibliografia