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TEMAS
CONCEITOS CHAVE
Inclinações / Moralidade
Liberdade / Autonomia
Iluminismo
Questões
1. Faça o inventário das coisas que, segundo Kant, são boas, mas com
limitação porque podem originar ações erradas.
Por que razão não são bons sem limitação. Porque, por exemplo, se um
assassino os possuir isso ainda o torna mais perigoso. Consideramos mesmo
mais detestável o criminoso que os possui. A própria felicidade para ser
reconhecida como boa tem que ser merecida. Consideramos detestável a
felicidade daqueles que a conseguiram à custa dos outros.
A vontade que é levada a agir apenas em obediência à lei moral sem pensar
nas consequências (como a riqueza, a honra, o prazer, a felicidade …)
Por exemplo: se ajudar uma velhinha a atravessar a rua porque há muita gente
a ver e vou ficar bem visto, a minha ação não foi determinada pela boa vontade
mas pela honra; se ajudar a velhinha porque sou uma pessoa boa e fico
contente em ajudar, a minha ação também não foi determinada pela boa
vontade mas pelo prazer; se ajudar a velhinha simplesmente porque é o meu
dever, aí sim, é a boa vontade que determina a ação porque a minha vontade
nada mais pesou que a lei moral – “deves ajudar quem necessita se o puderes
fazer”.
Ler no Manual 2.6 pp.113-114
1. Moralidade e temperamento
a) Que ela tem uma natureza bondosa e que é de esperar que as suas
ações estejam de acordo com a lei moral?
Ou, simplesmente,
b) Que as suas ações estão de acordo com a lei moral?
A resposta de Kant está no texto que se apresenta a seguir e que devem ler
com atenção.
Ser caritativo quando se pode sê-lo é um dever, e há além disso
muitas almas de disposição tão compassiva que, mesmo sem
nenhum outro motivo de vaidade ou interesse, acham íntimo
prazer em espalhar alegria à sua volta e podem alegrar com o
contentamento dos outros, enquanto este é obra sua. Eu afirmo
porém que neste caso uma tal ação, por conforme ao dever, por
amável que ela seja, não tem contudo nenhum verdadeiro valor
moral, mas vai emparelhar com outras inclinações, por exemplo
o amor das honras que, quando por feliz acaso topa aquilo que
efetivamente é de interesse geral e conforme ao dever, é
consequentemente honroso e merece louvor e estímulo, mas
não estima; pois à sua máxima falta o conteúdo moral que
manda que tais ações se pratiquem, não por inclinação, mas por
dever. Admitindo pois que o ânimo desse filantropo estivesse
velado pelo desgosto pessoal que apaga toda compaixão pela
sorte alheia, e que ele continuasse a ter a possibilidade de fazer
bem aos desgraçados, mas que a desgraça alheia o não tocava
porque estava bastante ocupado com a sua própria; se agora,
que nenhuma inclinação o estimula já, ele se arrancasse a esta
mortal insensibilidade e praticasse a ação sem qualquer
inclinação, simplesmente por dever, só então é que ela teria o
seu autêntico valor moral. Mais ainda: - Se a natureza tivesse
posto no coração deste ou daquele homem pouca simpatia, se
ele (homem honrado de resto) fosse por temperamento frio e
indiferente às dores dos outros por ser ele mesmo dotado
especialmente de paciência e capacidade de resistência às suas
próprias dores e por isso pressupusesse e exigisse as mesmas
qualidades dos outros; se a natureza não tivesse feito de um tal
homem (que em boa verdade não seria o seu pior produto)
propriamente um filantropo, - não poderia ele encontrar
Então Kant pensa que deveria escolher ser uma pessoa naturalmente bondosa
(um filantropo)?
2. Liberdade e Autonomia
A liberdade não é uma certeza, algo que se sabe que existe, mas uma crença
sem a qual não podemos conceber a moralidade.
Consciente disto, Kant coloca a questão, o que é ser livre?
Ser livre não é viver sem lei. Ser livre é viver em obediência à lei. Mas não a
qualquer lei. Somente à lei que cada um cria para si próprio. Kant afirma que
liberdade nada mais é que AUTONOMIA (propriedade de um ser racional que
cria para si próprio a lei (legislador) e a ela se submete (súbdito)). Não somos
livres quando somo apenas súbditos, quando a lei que nos determina não tem
origem em nós (seres racinais).