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TAREFA 5

TEMAS

Moralidade e obediência à lei moral.


A Regra de Ouro

CONCEITOS CHAVE

Agir conforme ao dever / Agir por dever


Inclinações
Egoísmo
Regra de ouro

O objetivo desta tarefa é mostrar que, para Kant, uma ação que cumpre a lei
moral não tem necessariamente valor moral. Tradicionalmente as ações eram,
de um ponto de vista moral, classificadas como imorais ou morais. Kant altera a
tradição e classifica-as como imorais, legais e morais.
Na segunda parte pretende-se que fiquem a conhecer a Regra de Ouro ainda
que não tenham que a relacionar, para já, com a ética kantiana.

Ler no Manual 2.1 pp107-108

1. Uma ação é imoral quando vai contra a lei. Roubar, matar, mentir são
casos típicos de ações imorais (agir contra o dever).

2. Uma ação é legal mas sem valor moral (agir conforme ao dever) se
cumpre a lei mas a sua realização é determinada pelas consequências
que dela resultam.

Kant entende que as inclinações e o egoísmo são responsáveis por este tipo
de ações. Na Fundamentação da Metafísica dos Costumes Kant apresenta um
exemplo para cada caso.

EGOÍSMO
“É na verdade conforme ao dever que o merceeiro não suba os preços ao
comprador inexperiente, e quando o movimento do negócio é grande, o
comerciante esperto também não faz semelhante coisa, mas mantém um preço
fixo geral para toda a gente, de forma que uma criança pode comprar em sua
casa tão bem como qualquer outra pessoa. É-se, pois servido honradamente;
mas isto ainda não é bastante para acreditar que o comerciante tenha assim
procedido por dever e princípios de honradez; o seu interesse assim o exigia;
mas não é de aceitar que ele além disso tenha tido uma inclinação imediata
para os seus fregueses, de maneira a não fazer, por amor deles, preço mais
vantajoso a um do que outro. A ação não foi, portanto, praticada nem por dever
nem por inclinação imediata, mas somente com intenção egoísta.”

KANT, F. M. C.

Responda

2.1 Por que razão a ação do merceeiro/comerciante não é imoral nem tem
valor moral?
2.2 Como agiria o merceeiro se a sua ação se devesse às suas inclinações
[por amor deles]?

INCLINAÇÃO
O exemplo já é nosso conhecido

“Ser caritativo quando se pode sê-lo é um dever, e há além disso muitas almas
de disposição tão compassiva que, mesmo sem nenhum outro motivo de
vaidade ou interesse, acham íntimo prazer em espalhar alegria à sua volta e
podem alegrar com o contentamento dos outros, enquanto este é obra sua. Eu
afirmo porém que neste caso uma tal ação, por conforme ao dever, por amável
que ela seja, não tem contudo nenhum verdadeiro valor moral, mas vai
emparelhar com outras inclinações, por exemplo o amor das honras que,
quando por feliz acaso topa aquilo que efetivamente é de interesse geral e
conforme ao dever, é consequentemente honroso e merece louvor e estímulo,
mas não estima; pois à sua máxima falta o conteúdo moral que manda que tais
ações se pratiquem, não por inclinação, mas por dever.”

KANT, F. M. C.
Reparem que o caridoso não espera receber nada em troca daqueles que
ajuda (caso contrário seria egoísta) mas espera para si uma sensação de bem-
estar.

3. Uma ação tem valor moral se a lei é cumprida mas sem pensar nas
consequências, apenas por respeito à lei (agir por dever).

O exemplo que Kant fornece também já é nosso conhecido, é o exemplo do


infeliz, alguém que já não espera nada em troca por ajudar os outros, nem
sequer o prazer que lhe poderia proporcionar a satisfação das suas
inclinações, já que estas foram apagadas pela infelicidade

“Admitindo pois que o ânimo desse filantropo estivesse velado pelo


desgosto pessoal que apaga toda compaixão pela sorte alheia, e que ele
continuasse a ter a possibilidade de fazer bem aos desgraçados, mas que a
desgraça alheia o não tocava porque estava bastante ocupado com a sua
própria; se agora, que nenhuma inclinação o estimula já, ele se arrancasse
a esta mortal insensibilidade e praticasse a ação sem qualquer inclinação,
simplesmente por dever, só então é que ela teria o seu autêntico valor
moral”

KANT, F. M. C.

O problema com as ações por dever é que nunca saberemos exatamente se a


nossa ação foi plenamente desinteressada. Não é uma crítica à teoria de Kant
mas algo que Kant considera inevitável.

Veja o seguinte vídeo. É normal que não perceba tudo mas é uma boa
introdução à ética kantiana e às próximas tarefas.

https://youtu.be/dtJKzLO_0OE

A REGRA DE OURO

Se viram o vídeo com atenção perceberam que Kant pretende criar uma moral
universal.

Ora de todos os princípios morais a Regra de Ouro parece ser aquela que se
encontra mais difundida. Consulte a Wikipédia e pense no que poderá tal regra
ter a ver com Kant.

Ética da reciprocidade – Wikipédia, a enciclopédia livre

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