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2. Segundo Kant, uma ação pode ter boas consequências e não ter valor moral. Porquê?
As consequências de uma ação não têm qualquer relevância para determinar o valor moral dessa
ação, quer essas consequências sejam boas ou más, uma vez que o valor moral de uma ação é
determinado pela intenção do agente. Uma ação com valor moral pode ter boas consequências
mas não são as boas consequências que a tornam moralmente valiosa.
6. Kant distingue ações feitas por dever e ações em conformidade com o dever. O que são
ações conformes ao dever?
Ações conformes ao dever são ações que têm como única motivação o cumprimento do dever,
mas um interesse pessoal. São ações que cumprem o dever com a intenção de evitar uma má
consequência – perder dinheiro, reputação – ou porque daí resulta uma boa consequência – a
satisfação de um interesse. O comerciante que pratica preços justos para criar boa reputação e
aumentar a clientela, cumpre o dever por interesse mas não cumpre o dever por dever.
7. Uma ação pode ser conforme ao dever e não ser por dever. Justifique.
O que determina se uma ação é realizada por dever ou em conformidade ao dever é a sua
intenção. Duas ações podem ter as mesmas consequências, mas só a que é realizada com a
intenção de cumprir o dever pelo dever é uma ação por dever.
9. Por que razão distingue Kant entre ações por dever e ações em conformidade com o
dever?
A razão de ser ou o objetivo da distinção é duplo:
1. Defender que o valor moral das ações depende unicamente da intenção com que são
praticadas.
2. Mostrar que duas ações podem ter consequências igualmente boas e uma delas não ter valor
moral.
11. Por que razão, Segundo Kant, a lei moral tem um caráter formal?
Porque me diz a forma como é correto cumprir o dever. Não é uma regra concreta como «Não
matarás!» mas um princípio geral que deve ser seguido quando cumpro essas regras concretas
que proíbem o roubo, o assassinato, a mentira, etc. Pense em normas morais como «Não deves
mentir»; «Não deves matar»; «Não deves roubar». A lei moral, segundo Kant, diz-nos como
cumprir esses deveres, qual a forma correta de os cumprir. Assim sendo, é uma lei puramente
racional e puramente formal.
12. Por que razão, segundo Kant, a lei moral tem a forma de um imperativo categórico?
A lei moral exige respeito absoluto pelo dever, pelo cumprimento de certas normas como não
matar, não roubar e não mentir. A palavra imperativo designa dever, ordem, obrigação. A palavra
categórico significa absoluto, incondicional.
Assim, respeitar a lei moral ou o que ela ordena é uma obrigação absoluta.
O que a lei moral ordena – cumprir o dever por puro e simples respeito pelo dever – é, para Kant,
uma exigência que tem a forma de um imperativo categórico.
Ordena que uma ação boa seja realizada pelo seu valor intrínseco, que seja querida por ser boa
em si e não por causa dos seus efeitos ou consequências. O cumprimento de deveres como não
roubar ou não mentir é uma obrigação absoluta.
14. Por que razão o cumprimento do dever é uma obrigação absoluta ou categórica?
Se cumprir o dever dependesse dos nossos interesses ou sentimentos, teríamos a obrigação, por
exemplo, de cumprir a palavra dada apenas em certas condições, mas não sempre. Esta
obrigação dependeria, digamos, do desejo de ficarmos bem vistos aos olhos de Deus ou aos
olhos dos outros, do desejo de agradar a alguém, etc. Se agradar a Deus ou aos outros deixasse
de nos preocupar, a obrigação de cumprir a palavra dada simplesmente desapareceria. Ora, não é
isso que deve acontecer, segundo Kant. Continuamos a ter o dever de cumprir a palavra dada
quer isso nos agrade quer não.
22. Como é que a fórmula da lei universal determina se uma máxima expressa um dever
moral?
A primeira formulação do imperativo categórico determina se uma máxima expressa um dever
moral verificando se ela é universalizável, isto é, se é possível que todos ajam segundo essa
máxima. Se for possível universalizar a máxima, ela expressa um dever moral. Se não for
possível, não expressa.
25. Qual é o principal objetivo de Kant ao apresentar estas duas formulações do imperativo
categórico, sobretudo a segunda fórmula?
Kant pretende mostrar que a sua ética é uma ética do respeito absoluto pelos direitos da pessoa
humana e não simplesmente uma ética do dever.
Para Kant, a pessoa tem de ser tratada sempre como um fim em si mesma e nunca somente
como um meio, porque é o único ser de entre as várias espécies de seres vivos que pode agir
moralmente. Se não existissem os seres humanos, não poderia haver bondade moral no mundo e,
nesse sentido, o valor da pessoa é absoluto.
Assim, a fórmula da humanidade, também conhecida por fórmula do respeito pelas pessoas,
exprime a obrigação moral básica da ética kantiana.
Como pessoa o ser humano tem direitos que, em circunstância alguma podem ser violados ou
infringidos. A ética kantiana parece a ética de um fanático do dever mas mais do que isso é a ética
dos direitos da pessoa humana.