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A ética deontológica de

Immanuel Kant

I. Kant
ESEN
10ºANO
(1724-1804)
2019/2020
(1724 – 1804)
Para começar...

Suponha-se que uma criança entra numa padaria para comprar


um pão. A padeira apercebe-se de que pode enganar a criança
no troco, mas está preocupada que os outros clientes possam
dar-se conta desse embuste e que os possa perder. Por isso, ela
decide dar à criança o troco justo.

1. Será a conduta da padeira moralmente correta?


2. Será que fazer a coisa certa por causa do medo das
consequências é uma ação moralmente correta?
• A ética de Kant é deontológica (absolutista):

O que agir corretamente é agir com a intenção de cumprir o


dever por dever.

carateriza a • As consequências não contam na determinação do seu


valor moral.
ética • Pode ser também denominada de “Ética da intenção”
deontológica porque:
o valor moral das ações provém das intenções com que
são praticadas.
(intenção) Para saber o valor moral de uma ação tenho de saber a
intenção com que foi praticada.
Kantiana?
• Lê as páginas 106 e 107, do manual.
Perguntar pelo fundamento da moral é procurar saber
duas coisas:
1. Qual é o bem último? Ou seja, que coisa valorizamos
PROBLEMA: por si mesma? [Teoria do Bem/Valor]

Qual é o 2. O que faz uma ação ser correta? Ou seja, qual é o


fundamento critério da ação correta? [Teoria da Correção/Obrigação]

da moral? Os problemas (1) e (2) estão relacionados. Isto porque é


natural pensar que as ações corretas promovem o bem, e
as incorretas promovem o mal.
1. Qual é o bem último? A boa vontade (=intenção
pura)

Resposta
2. Qual é o critério da ação correta? O Imperativo
deontológica categórico (=obrigação absoluta, isto é, cumprir o
dever por puro respeito pelo dever)
Segundo Kant, praticar uma ação (ajudar um amigo) só tem
valor moral se tiver sido feita em nome do dever. Importa o
O que é uma motivo/intenção do agente.

ação moral?
Também conhecido por intenção pura (o querer em si
mesmo), também dito a profunda determinação da
vontade(=razão) ou pura consciência do dever.
É a vontade do agente guiada exclusivamente
O que é a boa pela sua intenção em cumprir o dever por dever,
e não movida por inclinações ou interesses.
vontade?
Quem tem uma boa vontade faz aquilo que deve
fazer, aquilo que é moralmente correto, pelas
razões corretas.
T1. “Neste mundo, e até fora dele, nada é possível pensar que
possa ser considerado como bom sem limitação a não ser uma só
coisa: uma boa vontade. (...) A boa vontade parece constituir
condição indispensável do próprio facto de sermos dignos de
felicidade. (...). A boa vontade não é boa por aquilo que promove
ou realiza, pela aptidão para alcançar qualquer finalidade
proposta, mas tão-somente pelo querer, isto é, em si mesma”.

Kant, Fundamentação da Metafísica dos Costumes, pp. 21-23.

• O que podemos sublinhar nesta passagem?


É algo que tem valor intrínseco (quando uma
ação é um fim em si mesmo).

É a única coisa que tem valor incondicional


(ou seja, é boa em todas e quaisquer
condições ou circunstâncias).

Boa vontade Todas as outras coisas valiosas, como a


coragem e inteligência, não têm valor
é: incondicional. Isto porque tais coisas podem
ser usadas para o mal: uma pessoa pode usar
a sua inteligência e coragem para prejudicar e
explorar os outros.

Só a boa vontade não pode ser usada para o


mal.
• Lê a página 113, 114 e 116
É a vontade do agente guiada exclusivamente pela
sua intenção em cumprir o dever por dever, e não
movida por inclinações ou interesses.

Quem tem uma boa vontade faz aquilo que deve


fazer, aquilo que é moralmente correto, pelas razões
O que é exatamente corretas.
uma boa vontade? Kant esclarece essa ideia ao distinguir:
(1) Ações contrárias ao dever.
(2) Ações meramente conformes ao dever.
(3) Ações realizadas por dever.
• Lê as páginas 107 e 108, do manual.
Kant distingue três tipos de ações:
(1) Ações contrárias ao dever: são as ações que, em geral,
desrespeitam absolutamente o que é moralmente devido
(matar, roubar, difamar, etc.)
(2) Ações meramente conformes ao dever: são ações que,
Tipos de embora estejam de acordo com aquilo que devemos fazer,
não são motivadas pelo sentido do dever, mas sim por
interesses ou inclinações (não difamar por receio das
ações consequências, etc.)
(3) Ações realizadas por dever: são ações que cumprem o
segundo Kant dever por puro e simples respeito pelo dever – apenas para
cumprir a obrigação moral (não difamar porque não devo
difamar, etc.)
Para Kant, só tem valor moral as ações realizadas por
dever.
• Lê página 108 do manual
Na razão... Quando agimos por dever estamos a agir
racionalmente. Ou seja, agir por dever implica fazer aquilo que é
correto tendo como único motivo ou intenção obedecer à lei
moral que a razão impõe.

Pelo contrário, quando agimos por outros motivos (inclinações)


estamos a agir em função de desejos não racionais. (Desejos esses
Mas, no que se que tiram todo o valor moral às nossas ações).

baseiam as ações Mas, por que motivo os nossos deveres morais resultam da
razão?
realizadas por Toda a moral baseia-se num princípio racional fundamental.
dever? Racional – porque todos o reconhecemos como verdadeiro a
priori, usando unicamente a razão.
Fundamental – porque é dele que derivam todos os nossos
deveres morais específicos.
E, qual é esse princípio racional fundamental? É o imperativo
categórico.
É uma norma ou regra que nos diz de forma muito
geral, o seguinte: “Deves em qualquer circunstância
cumprir o dever pelo dever.”

O que é a lei O cumprimento do dever é uma ordem incondicional,


não depende de condições ou de interesses.
moral?
Ex: Devemos ser honestos porque esse é o nosso dever.

• Lê as páginas 108 e 109, do manual.


1. Obrigação absoluta ou incondicional. Trata-
COMO SE se de uma obrigação que vale por si
mesma, independentemente dos nossos
CARACTERIZA O interesses, desejos ou inclinações.

IMPERATIVO 2. Obrigação Universal que se aplica a todos


CATEGÓRICO? de igual modo.

Ex: Deves dizer sempre a verdade porque esse


é o teu dever.
COMO SE 1. Obrigação condicional ou relativa.
Dependente do que com o cumprimento da
CARACTERIZA O obrigação posso obter.

IMPERATIVO 1. Obrigação particular porque depende dos


interesses, desejos e objetivos que cada um
HIPOTÉTICO? de nós pretende alcançar, ou satisfazer.

Ex: Se quiseres ser elogiado, deves dizer a


verdade.
TAREFA A REALIZAR NO
CADERNO
Página 111 – Atividade 1

ATENÇÃO:
SÓ SERÁ SOLICITADA NA AULA SÍNCRONA
SEGUINTE, ORALMENTE

Bom Trabalho!;-)
https://www.youtube.com/watch?v=aDiew72txz4

vídeo
• Uma lição sobre a mentira, aula de M. Sandel

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