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TAREFA 3

TEMAS

O problema da fundamentação da moralidade da ação humana.


A ética deontológica de Kant.
A boa vontade.

CONCEITOS CHAVE

Moral / Ética
Éticas deontológicas / Éticas consequencialistas
Boa vontade

O objetivo desta tarefa é, em primeiro lugar, esclarecer que o problema da


fundamentação da moralidade tem sido assunto para duas perspetivas distintas: a das
éticas deontológicas e a das éticas consequencialistas. Em segundo lugar pretende-se
que compreendam o pressuposto básico da ética deontológica de Kant.

Em primeiro lugar, qual a diferença entre moral e ética?

A distinção é importante porque estamos a estudar Ética, não Moral.

https://youtu.be/9SQUqZWKUwM

ou “What's the difference between morality and ethics?”


Mas este vídeo está em inglês! Pois está, com sotaque sul-africano e
legendado. Se houver alguma palavra que não conhecem, parem o vídeo e vão
ao dicionário – o Google Tradutor serve.

1. Intenções ou consequências?

Devem ler a introdução ao assunto feita no Manual pp 105 a107.

Reflitam sobre a decisão do Presidente Harry Truman: se consideram que a sua


decisão foi correta, estão a defender a perspetiva consequencialista; se consideram
que a sua decisão não foi correta porque a bomba atómica não distingue inocentes de
não inocentes, estão a defender a perspetiva deontológica.
Éticas deontológicas – uma ação é boa se cumpre o dever
independentemente das consequências que venham a acontecer. (é o caso da
ética de Immanuel Kant)

Ex: Se alguém salva uma pessoa que se está a afogar apenas porque é o seu dever,
então a sua ação é boa. Porquê? Porque a intenção é fazer o que é correto. Na
verdade a consequência não interesse quando se avalia a moralidade da ação. O que
importa é a intenção.

Éticas consequencialistas (ou teleológicas) – uma ação é boa se as suas


consequências forem as desejadas. (é o caso da ética de John Stuart Mill)

Ex: Se alguém salva uma pessoa que se está a afogar porque espera receber uma
recompensa, então a sua ação é boa. Porquê? Porque a salvou. A intenção não
interessa mas sim a consequência.

Na verdade, as duas éticas conduzem frequentemente a respostas muito diferentes


para os nossos problemas morais, mas nem sempre. A esse respeito devem ver um
artigo do professor Domingos Faria. A questão que aqui se coloca é profundamente
atual e é a seguinte: imaginem um médico com um só ventilador e três infetados por
Covid a necessitarem urgentemente dele. Só um pode ser salvo. Qual?

www.publico.pt › dilema-etico-gerado-covid19-1909773

ou “youtube éticas deontológicas e éticas consequencialistas”

2. O ponto de partida da ética deontológica de Kant

Num livro em que Kant determina as bases da sua Ética (a que chama Metafísica dos
Costumes) e a que deu o título de “Fundamentação da Metafísica dos Costumes” Kant
começa por questionar o que poderemos considerar como fundamento para julgar a
moralidade das nossas ações (se são boas ou não).

Kant pensa que deve ser algo bom sem limitação, isto é, nunca poderá justificar uma
ação que consideremos errada.

Leia o texto e responda às questões.

Neste mundo e até também fora dele, nada é possível pensar que possa ser
considerado como bom sem limitação a não ser uma só coisa: uma Boa
Vontade. Discernimento, argúcia de espírito, capacidade de julgar e como quer
que possam chamar-se os demais talentos do espírito, ou ainda coragem,
decisão, constância de propósito, como qualidades do temperamento, são sem
dúvida a muitos respeitos coisas boas a desejáveis; mas também podem
tornar-se extremamente más e prejudiciais se a Vontade, que haja de fazer uso
destes dons naturais e cuja constituição particular por isso se chama carácter
não for Boa.

O mesmo acontece com os dons da fortuna. Poder, riqueza, honra, mesmo a


saúde e todo o bem-estar e contentamento com a sua sorte, sob o nome de
felicidade dão ânimo que muitas vezes por isso mesmo desanda em soberba,
se não existir também a boa vontade que corrija a sua influência sobre a alma
e juntamente todo o princípio de agir e lhe dê utilidade geral; isto sem
mencionar o facto de que um espectador razoável e imparcial, em face da
prosperidade ininterrupta duma pessoa a quem não adorna nenhum traço
duma pura e boa vontade, nunca poderá sentir satisfação, e assim a Boa
Vontade parece constituir a condição indispensável do próprio facto de sermos
dignos da felicidade. 
(...)
A boa vontade não é boa por aquilo que promove ou realiza, pela aptidão para
alcançar qualquer finalidade proposta, mas tão-somente pelo querer, isto é, em
si mesma, e, considerada em si mesma, deve ser avaliada em grau muito mais
alto do que tudo o que por se intermédio possa ser alcançado em proveito de
qualquer inclinação, ou mesmo, se quiser, da soma de todas as inclinações. 

Kant, Fundamentação da Metafísica dos Costumes, Trad. Paulo Quintela

Questões

1. Faça o inventário das coisas que, segundo Kant, são boas, mas com
limitação porque podem originar ações erradas.
2. O que entendeu por boa vontade?

Existe no youtube uma boa explicação mas como está em Inglês o


visionamento é facultativo. Podem ativar as legendas automáticas em Inglês.

https://youtu.be/c_a00tW61I0

Bom trabalho

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