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FUNDAMENTAÇÃO DA METAFÍSICA DOS COSTUMES – KANT

De acordo com a definição de Kant, uma metafisica do uso prático da razão pura, ou seja,
uma «metafisica da liberdade». Do ponto de vista da filosofia crítica, os “costumes” não são
entendidos de um jeito institucionalista, mas como atuação do princípio da liberdade.
Uma metafísica dos costumes é indispensável, pois os costumes encontram-se suscetíveis à
corrupção. Não basta que uma lei moral venha nos dizer o que é moralmente bom ou ruim, mas
que traga em si uma necessidade absoluta dos homens, que a faça ser respeitada por si
mesma.

Capítulo Primeiro: Transição do conhecimento vulgar da razão ao conhecimento filosófico.


Não há nada que seja sempre bom em qualquer situação, a não ser uma boa vontade, e que
esta não seja boa pela utilidade que tem, mas sim que seja boa por si mesma. A razão não
deve nos dirigir na satisfação de nossas necessidades, mas deve criar uma vontade boa em
si mesma, sendo por isso, absolutamente necessária.
Para sabermos se uma vontade é moralmente boa, devemos nos perguntar se desejamos
que essa máxima se converta em lei universal, caso contrário é reprovável. É reprovável não
por não atender às vontades de alguém ou por fazer mal a alguém, mas por não poder ser
generalizada. Diante dessa vontade de se satisfazer e da lei moral, cria-se uma dialética
natural entre as partes que discute as leis morais do dever.

Capítulo Segundo: Transição da filosofia moral popular à metafísica Transição da filosofia


moral popular à metafísica dos costumes Apesar de o homem agir impulsionado pelo dever,
sempre resta a dúvida se não existem realmente interferências das inclinações, das
vontades pessoais. Por esse motivo ao longo da história sempre se colocou em dúvida a
existência de qualquer ação que fosse guiada pelo dever, mas mesmo assim – durante o
passar dos tempos – o conceito de moral não foi colocado em dúvida, digna de conceber a
ideia de dever e débil para cumpri-la e empregando a razão para administrar as inclinações.
É impossível determinar com certeza um caso em que o dever tenha sido a única causa
impulsora de uma ação, pois se tratando de valores morais, não importam as ações, mas
sim seus princípios que não se encontram aparentes, mas escondidos no profundo do ser.
Observando-se as ações humanas, deparamo-nos continuamente com interferências dos
interesses pessoais. Para impedir que venhamos perder completamente a fé em nossas
convicções do dever, devemos ter em mente que não importa que nunca tenha havido uma
única ação de acordo com o dever, mas importa que a razão – anteriormente a toda e
qualquer experiência – ordena o que se deve fazer. Nenhuma experiência empírica é capaz
de nos dar semelhante lei evidente, pois todo exemplo de ação moral é julgado
primeiramente pela noção a priori de moralidade. Não há dúvida se é ou não bom alcançar
esses conceitos completamente livres de empirismos; na época presente podem ser
necessários. Uma filosofia pratica popular é admissível quando fundamentada
primeiramente nos conceitos da razão pura. Não sendo nesse caso, torna-se uma mescla de
más observações e princípios ruins, sem que ninguém se pergunte se a fonte para os
princípios deve ser de origem empírica ou racional. É demonstrável então que os conceitos
morais devem derivar única e exclusivamente da razão pura. A vontade geral prefere uma
filosofia prática popular a um conhecimento racional puro. Mas deve-se primeiro alicerçar
tal teoria na metafísica e só então procura-se a popularidade. Mas a metafísica dos
costumes não é só o meio onde ocorre todo o conhecimento teórico, devido ao fato de que
a representação pura do dever sobre o coração humano uma reação tão mais forte que
todas as teorias empíricas se tornam soberana. Por outro lado, uma teoria moral misturada
a conclusões empíricas não consegue conduzir a uma boa vontade, ou conduz ao mal.
Conclui-se que todos os conceitos morais têm sua base e origem completamente a priori, na
razão pura. A aspiração que é guiada pela razão denomina-se razão prática. Mas se a ação é
determinada por outros fatores além da razão, é denominada contingente. Se for
determinada apenas pela razão, é constrição. Os imperativos são meios de se exprimir a
relação entre as leis e as imperfeições da vontade guiada pela lei. O imperativo hipotético
ocorre quando ação é boa somente como meio para se chegar a um determinado fim. É
imperativo categórico se a ação é representada como boa por si mesma. Não se pode saber
como as coisas são realmente, ou em si; somente posso saber como as coisas se apresentam
a mim. Por isso não é aceitável que o homem pretenda conhecer-se a si mesmo tal como é,
pois o conhecimento que possui de si deriva apenas do mundo empírico, sendo então digno
de desconfiança. O ser humano possui uma parte racional e outra empírica.

A razão guia os princípios metafísicos

O agir moral, para Kant, é cumprir o dever por cumprir, o final não importa, ou seja, o dever pelo
dever.

Quando não se cumpre o dever: você se torna imoral (mal)

Quando se cumpre o dever pelo dever: você se torna moral (bom)

Ação contrária à lei

Ação conforme à lei (cumprir o dever): interesse próprio; inclinação imediata – por dever

Kant x Aristóteles: para Kant, não precisa ter uma educação para conhecer o dever. O que você
precisa é ter acesso à razão.

Imperativo categórico:

Razão Prática → aquela que incide sobre o fazer, sobre a ação


Razão Pura → a razão que não é afetada pelos sentidos, um conhecimento comum a todos,
inato, que Kant chamou de a priori.

É no dever, no cumprimento, na obediência total ao dever, que o homem é livre.


O dever é o imperativo, e o imperativo, aquilo do qual não posso me esquivar é obedecer. A
lei manda, impera a obediência.
Para Kant, não se quer atingir o bem. O Bem é a vontade de agir bem.
Para Kant, é a VONTADE, que move a ação pelo (simples) DEVER de obedecer a LEI.
MÁXIMA: cumprir com o dever se, e somente se, a ação for aplicável a todos, sem exceção
➔ MÁXIMA: é o princípio subjetivo da ação e tem de se distinguir do princípio objetivo,
quer dizer, da lei prática.
Imperativo Categórico: Kant introduz o conceito central do "imperativo categórico", uma
regra moral fundamental que deve ser seguida independentemente das circunstâncias. A
ideia geral é agir de acordo com princípios que possam ser universalmente aplicados, uma
lei universal.
Boa Vontade: Kant argumenta que a única coisa intrinsecamente boa é uma "boa vontade".
Uma ação só é moralmente válida se for realizada por dever, motivada pela obrigação de
seguir princípios morais, e não por desejos pessoais ou consequências esperadas.
A Universalização da Máxima: Kant propõe que uma ação só é moralmente aceitável se sua
máxima (a razão pela qual a ação é realizada) pode ser universalizada sem contradição.
A lei mora não pode variar, ela não procura outro fim. É o imperativo categórico
O método aplicado pelo Kant é o dedutivo, utiliza o raciocínio lógico para chegar a
conclusões mais particulares, a partir de princípios e preposições gerais.
A ética de Kant é a priori.
Lei universal (as condições do imperativo categórico), uma busca da liberdade.
Entender o homem através da lei própria (lei de um ser racional), independente do homem.

Fundamento dentro da própria lei, a possibilidade se encontra no dever de obedecer a lei


(por isso o imperativo obedecer). Essa obediência que fundamenta a ética, sem ela não
existe ética.
Uma lei universal, que não possui conteúdo de cultura ou algo do tipo, ela toca todos os
seres cognoscitivos, racionais.
A razão pura independe da experiência, ela existe mesmo sem o homem.
A obediência à lei tem que ser “por si”, a priori (em si). O conhecimento se dar por si só, ele
vem racionalmente, abstração.
A lei não pode mudar, pois ela vale para todos.
Não há um bem a ser buscado, se não na própria vontade de obedecer a lei.
Para Kant, a fonte do conhecimento não vem do conhecimento do objeto, mas a fonte do
conhecimento se dá no sujeito. Então ele pode começar na experiência, mas precisa
ultrapassá-la, porque não pode derivar da experiência.

Ética formal, não busca um fim. O bem é a vontade de agir bem. É o ato em si, não o
resultado.
Para Kant, nem é a ação que importa, é a vontade que move.
O dever: cumprir a máxima (cumprir o dever, se e somente se, a ação for aplicada a todos,
sem exceção.
A liberdade é o acesso à razão: eu cumpro o dever por uma livre e espontânea vontade
(autonomia).
A lei moral não pode variar, pois a razão não muda, ela não procura outro fim. É o
imperativo categórico que cria e se dirige a mim, mas deve valer para todos.
Eu acesso à razão por meios de mecanismos para elaborar (legislar) uma lei geral.

A razão guia o dever.


A lei da razão é indiferente do mundo físico, invariável, imutável (ex: 2+2 sempre serão 4
não importa o contexto).
O dever está dentro do sujeito, é a razão. A lei não é externa.

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