Você está na página 1de 4

Ética e Educação

Conceitos Importantes
3. Introdução à Ética Normativa
Raciocínio consequencialista: Devemos fazer sempre aquilo que tenha as melhores
consequências.
Raciocínio deontológico: Há coisas que não podemos intencionalmente fazer,
mesmo que tenham as melhores consequências, isto é, há certas restrições na
promoção do bem.

4. Consequencialismo: utilitarismo
Princípio da Maior Felicidade: Uma ação é moralmente correta se, e só se, tendo
em conta as alternativas, for aquelas que resulta numa maior felicidade geral. Caso
contrário, a ação é moralmente errada.
Um ato ser certo ou errado depende de um único fator: a sua contribuição para a
felicidade. (consequencialismo)
Conceito de felicidade: prazer. (hedonismo – a felicidade ou bem-estar de um
indivíduo consiste unicamente no prazer e na ausência de dor ou sofrimento, em
termos qualitativos)

6. Deontologismo: Ética de Kant


Teoria ética de Kant: Uma ação é moralmente correta se, e só se, não infringe as
regras morais corretas, que são aquelas que passam no teste do imperativo
categórico. Assim, as regras morais corretas são: aquelas que podemos querer que
sejam adotadas universalmente (fórmula da lei universal) e aquelas que nos levam a
tratar as pessoas como fins, e não como meros meios (fórmula do fim em si).

Formulação do imperativo
categórico: Kant formula o imperativo categórico de diversas formas para

1
determinar quais são os nossos deveres. As formulações centrais são as seguintes: (1)
a fórmula da lei universal e (2) a fórmula do fim em si. Ainda que nos pareçam muito
diferentes, para Kant são apenas maneiras distintas de exprimir a mesma ideia.
Fórmula da lei universal: Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao
mesmo tempo querer que ela se torne lei universal.
Fórmula do fim em si: Age de tal maneira que uses a tua humanidade, tanto na tua
pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre e simultaneamente como fim e
nunca simplesmente como meio.

8. Ética das virtudes: exemplarismo


Ética das virtudes: Em vez de se dar ênfase às consequências das ações, ou aos
deveres e regras, nesta teoria dá-se ênfase às virtudes ou ao caráter moral.
Eudaimonismo: Uma virtude é uma característica que contribui ou é um constituinte
da eudaimonia.
Exemplarismo: Uma virtude é um traço que admirámos num exemplar moral.

10. Outras teorias éticas


Ética utilitarista de Mill: Uma ação é moralmente correta se, e só se, promove as
melhores consequências. As melhores consequências são aquelas em que a felicidade
é maximizada.
Ética deontológica de Kant: Uma ação é moralmente correta se, e só se, não
infringe regras morais corretas. As regras morais corretas são aquelas que passam no
teste do imperativo categórico.
Ética das virtudes: Uma ação é moralmente correta se, e só se, for o que um agente
virtuoso faria nas circunstâncias. Um agente virtuoso é aquele que age
virtuosamente, ou seja, aquele que possui e exerce as virtudes. Uma virtude é um
traço de caráter que um ser humano precisa para florescer ou viver bem (como
eudaimonia).
Utilitarismo dos Atos (Stuart Mill): Uma ação é moralmente correta se, e só se,
tendo em conta as alternativas, for aquela que resulta numa maior felicidade geral.
Utilitarismo das Regras (John Harsaanyi): Uma ação é moralmente correta se, e
só se, não infringe as regras morais corretas. As regras morais corretas são aquelas
que, se fossem adotadas por todas ou quase todas as pessoas, mais contribuiriam para
a felicidade geral.

2
Deontologia prima facie (David Ross): Um dever prima facie é um dever para o
qual temos sempre uma razão moral, mas tal razão é suscetível de ser suplantada por
outras razões morais em alguma circunstância possível. Ross apresenta uma lista dos
nossos deveres mais gerais, tais como: fidelidade, reparação, gratidão, justiça,
desenvolvimento pessoal, não maleficência, beneficência.

11. Código Ético e Deontológico para a profissão docente


Princípio de não maleficência (Strike e Soltis): De forma a assegurar que as
decisões dos professores não sejam tomadas de forma arbitrária. Por exemplo, um
professor que não lê cuidadosamente os trabalhos/testes ao classificar, ou que atribui
notas por razões não relacionadas com a aprendizagem, viola a regra.
Princípio da autonomia (Strike e Soltis): De forma a assegurar a liberdade
intelectual do professor e encorajar a autonomia dos estudantes. Isto é feito
salvaguardando a independência de pensamento e ação, e proporcionando o acesso a
diferentes pontos de vista sem supressão ou distorção deliberada.
Princípio da equidade (Strike e Soltis): De forma a assegurar um tratamento igual
ou equitativo dos estudantes. É um princípio de não discriminação e de não excluir
ninguém, por exemplo, com base no género, etnia, religião, etc.
Princípio de “não causar danos” (Green et al.): Visa proteger os direitos dos
estudantes que são afetados pela avaliação. Inclui valores como a confidencialidade,
o dever de fornecer uma orientação escrita sobre como as notas são calculadas, e o
dever de servir as necessidades dos estudantes e tratá-los com respeito.
Princípio de “evitar a poluição da pontuação” (Green et al.): Os resultados dos
testes devem representar o conhecimento real dos alunos e não ser “poluídos” por
fatores irrelevantes, como preferência inconsciente por determinados alunos
(problema de preconceito) ou retaliação por problemas comportamentais (práticas de
classificação).

12. Liberdade intelectual


Argumento consequencialista (Mill): Ao preservar a liberdade individual e tolerar a
diversidade, uma sociedade maximizaria a felicidade. Um mercado livre de ideias
aumentará a probabilidade alcançar o melhor resultado, nomeadamente o
aparecimento da verdade e a eliminação do erro.

3
Argumento da infalibilidade (Mill): Quem silencia outra pessoa porque acredita
que a opinião do outro é falsa, assume a infalibilidade. Mas não somos infalíveis,
dado que somos propensos a errar sobre todos os tipos de crenças. Além disso, o
conhecimento humano só progride quando as pessoas reconhecem que podem estar
erradas mesmo em questões que lhes parecem certas.
Argumento do dogma morto (Mill): As nossas crenças não devem ser ortodoxias
repetidas ou dogmas mortos. Pelo contrário, para estarmos justificados nas nossas
crenças temos de ser capazes de responder aos contra-argumentos e estar abertos ao
escrutínio público. E mesmo quando não há oponente, pode-se fazer o papel de
“advogado do diabo”.

Você também pode gostar