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Módulo: Aplicar os procedimentos de Ética do

profissional de Contabilidade

RA1: Ética e a sua importância


para o profissional de
Contabilidade
7/11/2022
Ética como ciência normativa
• A ética normativa é uma área da filosofia que procura definir o que é uma
ação certa e uma ação errada, o que diferencia uma ação boa de uma
má. O debate sobre essas questões está presente na filosofia pelo menos
desde Sócrates e os Sofistas e por isso, ao longo desses mais de dois mil
anos, várias teorias alternativas foram elaboradas como uma tentativa de
respostas.
• A ética normativa também se diferencia de outras abordagens sobre ética
presentes na filosofia, como a ética prática e a metaética. A primeira é
uma espécie de filosofia aplicada, que discute questões polêmicas como
o aborto, a eutanásia, o melhoramento genético, o direito dos animais etc.
A segunda, questiona a natureza dos juízos morais, se são objetivos ou
subjetivos, se estão limitados à cultura no qual surgiram ou se7/11/2022
podem ser
universais.
• A ética normativa perguntaria, de modo geral, o que é
uma ação correta. Não apenas no caso específico do
uso de animais para alimentação, mas o que é correto
em si.
• A metaética, por outro lado, colocaria em questão o
que significa dizer que uma ação qualquer é “correta”,
se esse tipo de avaliação é objetiva ou subjetiva,
universal ou particular.
• A ética prática, por fim, discutiria, a partir de alguma
teoria elaborada pela ética normativa, se é correto ou
não comer animais e porquê. 7/11/2022
Teorias na ética normativa
1. Ética da virtude
• Iniciada por Aristóteles, essa abordagem procura ver a ação
humana como um tudo e questiona o que é um bom caráter ou
uma vida virtuosa. O conceito central, para avaliar se uma
ação é correta ou não, é o a noção de virtude.
2. Deontologia
• Conhecida como ética do dever, esse grupo de teorias
argumenta que os seres humanos possuem certos direitos
básicos e que agir corretamente é respeitar esses direitos.
Geralmente esses direitos são vistos como absolutos e não
devem ser desrespeitados mesmo que isso gere
consequências benéficas ou prejudiciais para um grande
número de pessoas. 7/11/2022
3. Consequencialismo
• O consequencialismo é uma abordagem na ética normativa que
acredita que a correção de uma ação é determinada apenas pelas
suas consequências, nada mais importa. Se esses consequências
forem boas, a ação é correta; ao contrário, se forem ruins, é
incorreta.
Exemplos de ética descritiva
• É errado matar pessoas só porque elas te deixam com raiva.
• Devemos lutar para libertar os escravos quando necessário, mesmo
quando isso for ilegal.
• A dor é intrinsecamente ruim - não devemos causar dor sem um
bom motivo para isso. 7/11/2022
Ética como prática
• A expressão “Ética aplicada” não sugere apenas que a
ética prática estaria dependente da ética normativa.
Sugere também que a ética normativa seria independente
da ética prática.
• Isto quer dizer que a correcção de uma teoria normativa
não tem a ver com a solução que apresenta para um
problema de ética prática. No entanto, pensar desta
maneira é hoje visto como implausível.
• Com efeito, se tal solução é contra-intuitiva ou
empiricamente duvidosa, a teoria normativa é sujeita a
correcções ou simplesmente abandonada. 7/11/2022
A ética prática e a necessidade de uma
teoria normativa
• Qualquer pessoa já reflectiu sobre as suas escolhas e acções, e também
sobre as escolhas e acções dos outros.
• Quando essa pessoa, em vez de se limitar à repetição acéfala das razões
que lhe foram transmitidas, pergunta se sabe realmente por que razão fez
tais afirmações, manifesta a necessidade de avaliar criticamente as suas
crenças morais.
• Discutir o problema particular do aborto não se limita a uma discussão
prática. Para justificar uma certa opção perante o aborto é necessário
reflectir sobre o estatuto moral do feto. Esta reflexão implica que se
identifique um princípio normativo geral, que mais não é do que um critério
moral relevante para decidir nos mais variados casos, e não só7/11/2022
no caso do
aborto.
• O mesmo acontece quando se discute o problema da justiça económica,
ou qualquer outro problema de ética prática. Saber se uma distribuição
igualitária do rendimento é a melhor solução para o problema implica,
entre outras coisas, ter um critério moral geral que permita saber que
importância moral tem a igualdade.
• Isto quer dizer que a ética prática está comprometida com teorias éticas
de nível mais elevado.
• Essas teorias éticas estabelecem princípios normativos gerais. É com
base nestes princípios que, em última instância, são justificadas decisões
práticas.
• Esta necessidade de teoria tenta primariamente evitar três erros comuns
nas deliberações práticas.
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Três erros comuns nas deliberações
práticas que uma teoria normativa pode
tentar evitar
• Usar princípios éticos inconsistentes é o primeiro erro comum que
uma boa teoria ética tenta evitar. A consistência é um requisito da
moralidade.
• Se alguém defende, ao mesmo tempo, que a liberdade de
expressão implica tolerar o erro e que deverá haver uma comissão
do Estado que “purifique” a informação jornalística de erros e
imprecisões, essa pessoa não está a ser consistente. Por essa
razão, a posição que defende terá de ser rejeitada, ou então
substancialmente alterada.
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• O segundo erro a evitar consiste na adopção de uma teoria ética
incorrecta. A moralidade não exige apenas consistência. Uma teoria ética
correcta é também uma das suas condições necessárias. Sem uma teoria
ética correcta não é possível captar as propriedades morais relevantes
das acções. Deste modo, a capacidade de formular juízos morais sólidos
fica seriamente comprometida. Ter princípios normativos correctos é ter
critérios que determinam o que é moralmente relevante.
• Um terceiro erro comum consiste em aplicar mal uma teoria consistente e
boa. Isto acontece porque não se está suficientemente informado acerca
das alternativas possíveis; ou porque não se está suficientemente atento
aos interesses e necessidades dos envolvidos na acção; ou porque não
se está suficientemente motivado para suportar as complicações que o
juízo moral apropriado acarreta; ou porque não se tem as competências
pessoais e verbais para aplicar adequadamente a teoria.
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O que uma teoria normativa não pode
tentar evitar
• Apesar de útil, uma boa teoria normativa não tem, nem pode ter, o
papel de evitar o desacordo. Diferentes pessoas podem ter razões
sólidas para defender diferentes teorias normativas. Isto conduz a
um desacordo nos critérios para determinar o que é moralmente
relevante nas acções.
• Pode ainda haver desacordo porque, apesar de defenderem as
mesmas teorias, diferentes pessoas interpretam ou aplicam de
maneira diferente os seus critérios morais. Nada tem de estranho
ou duvidoso que duas pessoas igualmente decentes e racionais,
ainda que partilhem a mesma teoria normativa, cheguem a
conclusões diferentes sobre as características morais 7/11/2022
de uma
acção.
O mapa da ética prática
1. A emergência de subdisciplinas dentro da ética prática
• É, pelo menos, francamente difícil encontrar alguém que domine
todo o campo da ética prática. Em geral, aqueles que trabalham em
ética prática são especialistas numa das suas subdisciplinas. A
emergência destas especialidades é um sinal claro de maturidade
profissional.
• A proliferação de especialidades comporta riscos. Um deles, talvez
o mais sério, é o de pensar que um problema de ética ambiental
pode ser satisfatoriamente resolvido ignorando a sua relação com
problemas de áreas diferentes. Este risco é contraditório com o
reconhecimento de que não há uma distinção rígida entre os três
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níveis de reflexão ética.
Grandes áreas da ética prática
A maturidade profissional de uma disciplina também se manifesta numa
organização cuidadosa das suas áreas de reflexão. Esta organização
depende de razões epistémicas e didácticas, como se verá facilmente. Em
todo o caso, não está isenta de alguma arbitrariedade. Assim, as grandes
áreas de reflexão e seus temas são as seguintes:
• Vida e morte (eutanásia, aborto, animais, pena de morte e guerra);
• Vida pessoal (família e tecnologia reprodutiva, sexualidade, amor e
virtudes);
• Liberdade e igualdade (liberdade de expressão e religião, privacidade,
multiculturalismo, paternalismo legal, justiça económica, justiça
intergeracional, punição, discriminação sexual e de género, discriminação
racial, acção afirmativa, deficiência e responsabilidade empresarial);
• Justiça e relações internacionais (imigração, autonomia nacional, justiça
económica internacional, ambiente e fome). 7/11/2022
Problemas de ética prática
Como sabemos, as grandes áreas de reflexão da ética prática estão
sujeitas a opções moralmente relevantes. Saber qual é a melhor
opção levanta problemas específicos. Estes problemas são
considerados canónicos. Nenhuma antologia de ética prática
respeitada os ignora. Iremos agora formular alguns desses
problemas.
Eutanásia: Devem as pessoas, especialmente aquelas que sofrem
terrivelmente de doenças terminais, ter o poder de pôr termo às suas
vidas? No caso de terem, será que podem apressar as suas mortes
apenas através da recusa de tratamento médico, ou também através
de medidas activas? No caso de poderem tomar medidas activas,
será que podem pedir a assistência de outros? A quem podem pedir
assistência: Ao marido ou mulher? A amigos íntimos? A médicos?
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• Aborto: Será o aborto moralmente correcto? Ainda que seja
moralmente incorrecto, será que é moralmente permissível?
Será que o direito de abortar pode apoiar-se no direito da mãe
à autonomia, ou em outro direito que possa ter? Qual o
estatuto moral do feto? Haverá uma diferença moral entre
abortos precoces e tardios? Deverá existir o direito legal de
abortar mesmo que a análise ética mostre que o aborto é
moralmente problemático?
• Animais: Têm os animais não-humanos estatuto moral
substancial ou completo? Se sim, porquê? Se não, porque
não? São os animais não-humanos suficientemente
semelhantes a nós para merecerem ter estatuto moral? Se
sim, em que grau deverão ter esse estatuto? Ou são os
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animais não-humanos suficientemente diferentes de nós para
os podemos tratar como quisermos?
• Aborto: Será o aborto moralmente correcto? Ainda que seja
moralmente incorrecto, será que é moralmente permissível? Será
que o direito de abortar pode apoiar-se no direito da mãe à
autonomia, ou em outro direito que possa ter? Qual o estatuto
moral do feto? Haverá uma diferença moral entre abortos
precoces e tardios? Deverá existir o direito legal de abortar
mesmo que a análise ética mostre que o aborto é moralmente
problemático?
• Animais: Têm os animais não-humanos estatuto moral
substancial ou completo? Se sim, porquê? Se não, porque não?
São os animais não-humanos suficientemente semelhantes a nós
para merecerem ter estatuto moral? Se sim, em que grau
deverão ter esse estatuto? Ou são os animais não-humanos
suficientemente diferentes de nós para os podemos tratar como
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quisermos?
• Família e tecnologia reprodutiva: O que devem as crianças crescidas aos seus
pais? Têm os pais obrigações especiais em relação aos seus filhos? Ou, dito de
outro modo, têm os pais obrigações em relação aos seus filhos que não têm em
relação a outras crianças, ou às crianças em geral? Será a mãe de aluguer parte da
família? Será que o aluguer, especialmente se é contratual ou comercial, trata os
bebés como bens, negando desse modo alguns valores da relação pai-filho?
Constituiria uma só pessoa e a sua descendência clonada uma família? Admitindo
que os pais não querem ter mais filhos, o que deve ser feito com os óvulos
fertilizados excedentes? Será o embrião excedente o equivalente moral a sangue ou
cabelo? Ou terá o estatuto moral de uma pessoa? Haverá alguma diferença moral
entre o embrião que reside num recipiente de laboratório e o embrião que reside
num útero? Que implicações morais tem a transformação da reprodução numa
indústria genética? Que estatuto moral e que identidade tem um embrião
geneticamente produzido? Dado que a engenharia genética levanta a possibilidade
de uma modificação contínua do material biológico a partir de várias fontes, quando
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é que se pode dizer que um novo organismo passa a existir? Que estatuto moral
tem esse organismo?
• Sexualidade: Será que duas pessoas devem ter sexo apenas se têm
amor uma pela outra? Ou será que o sexo diz respeito a dar e receber
certos tipos de prazer, e nada mais? É a homossexualidade moral? O
facto de a homossexualidade não ser natural terá alguma influência no
seu valor moral?
• Amor: É o amor uma resposta ao valor da pessoa amada ou uma
atribuição de valor à pessoa amada? Deverá o amor ser encarado como
uma preocupação com o bem-estar da pessoa amada? Ou é uma atitude
emocional que não implica necessariamente qualquer preocupação com
o bem-estar da pessoa amada? É o amor genuíno um testemunho
epistémico fiável que conduz ao conhecimento do outro e ao
autoconhecimento? Ou é o amor genuíno uma forma de engano e auto-
engano que engrandece as virtudes de cada um e suaviza os defeitos?
Qual é a metafísica do amor? Estará o amor apenas ligado às
características da pessoa amada? Se está, será que é insubstituível? Ou
será que, apesar de ter tido origem nas características da pessoa amada,
é essa pessoa, e não as suas características, que é amada? E, nesse
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caso, será que é insubstituível?
• Liberdade de expressão e religião: Deverá ser-nos moral e legalmente permitido
dizer o que quisermos sempre que quisermos? Ou deverá haver limites morais e legais
para o que podemos dizer publicamente? Será legítimo restringir a liberdade de
expressão apenas quando essa liberdade claramente causa dano a outros? Se sim,
quando é que a liberdade de expressão causa dano a outros? Poderá a liberdade de
expressão ser violada com base em considerações de utilidade social? É a liberdade
de expressão uma função na balança de custos e benefícios? Será que o mesmo
acontece com a liberdade de religião? Deverá a liberdade de religião ser encarada
como uma liberdade básica independente que merece protecção especial? Ou deverá
antes ser encarada como uma forma de liberdade de consciência tal como muitas
doutrinas seculares?
• Privacidade: Terão as várias formas de privacidade um valor positivo? Que grau de
protecção perante o Estado deverão ter as várias formas de privacidade? Poderá a
distinção público-privado promover o silêncio sobre a violência que ocorre dentro de
portas? Poderá essa distinção diminuir, ou mesmo anular, a responsabilidade colectiva
do Estado em relação a cidadãos indefesos? Em que grau as novas tecnologias
invadem as várias formas de privacidade? Em que grau a privacidade deve ser
protegida dos abusos que as novas tecnologias tornaram possiveis? O que fazer
quando a privacidade entra em conflito com a saúde pública, a segurança, a liberdade
de imprensa e a protecção contra o terrorismo? 7/11/2022
• Fome: Teremos a obrigação de fazer mais do que não causar dano a
estrangeiros? Deveremos alimentar as crianças que passam fome no Ruanda ou
promover o desenvolvimento económico do Senegal? Se sim, quanto deveremos
nós ajudar, e em que circunstâncias?
• Justiça económica internacional: Qual é a extensão das nossas obrigações
morais? Que força têm essas obrigações? Serão as nossas obrigações em
relação a estrangeiros tão fortes como em relação a cidadãos do nosso país?
Teremos tanto a obrigação de impedir o dano como de não causar dano
directamente? Será a distinção acto/omissão moralmente relevante?
• Discriminação sexual e de género: O que é o “sexismo”? Até que ponto o
“sexismo” está difundido? Que formas assume o “sexismo”? Como deveriam
relacionar-se pessoas de diferentes géneros? Como deverá ser promovida a
igualdade de género? Através da afirmação das semelhanças das mulheres em
relação aos homens? Através da reivindicação das diferenças em relação aos
homens? Através da libertação completa em relação aos homens? Ou através da
eliminação das disparidades, não só entre homens e mulheres, mas também entre
mulheres ricas e mulheres pobres, mulheres brancas e mulheres que pertencem a
minorias, mulheres jovens e velhas, heterossexuais e lésbicas, e por aí fora?
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Deontologia
• Deontologia é um conceito que deriva da língua grega. O termo é usado
para designar uma classe de tratado ou disciplina que se centra na
análise dos deveres e dos valores regidos pela moral.
A deontologia abrange princípios políticos, lógicos e jurídicos. Abaixo uma
explicação sobre cada um deles:
1. O princípio lógico compreende um conjunto de ações com o objetivo de
descobrir a verdade sobre algo, por exemplo. Esse tipo de princípio é
amplamente utilizado nas tomadas de decisões nas empresas, podendo,
através disso, ser necessário, até mesmo, decidir pela saída de um
profissional;

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a) Há também o princípio jurídico que visa oferecer igualdade de tratamento
para ambas as partes envolvidas. Sendo que aqui há também o que se
conhece por deontologia jurídica que trata dos direitos e deveres de quem
lida com o Direito;
b) Por fim, temos o princípio político que busca o equilíbrio na sociedade ao
fazer a garantia social dos direitos. Nesse meio, no Brasil, tem-se os
princípios epistemológicos na Constituição Federal brasileira, o princípio da
lealdade processual e também o princípio do duplo grau de jurisdição.
• É importante destacar que a deontologia analisa os deveres internos do
indivíduo; isto é, aquilo que deve fazer ou evitar consoante lhe dita a sua
consciência. Os valores compartidos e aceites pela ética estão
compilados pelos códigos deontológicos.

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Existem distintos códigos deontológicos, onde suas diretrizes variam de
acordo com a empresa ou categoria profissional, mas esses códigos são
baseados nas grandes declarações universais. Os códigos deontológicos
adaptam aos costumes, hábitos e culturas de cada país, bem como de cada
categoria profissional, como já fora dito.
Retomando o conceito de liberdade de expressão, que nos dá o direito de
emitir as nossas opiniões, vejamos os dois níveis qualitativos que se podem
distinguir:
• a função de informar acerca de um sucesso real, que comunique uma
mensagem certa e de interesse para o resto das pessoas. É necessário
fazer finca-pé na importância na veracidade da mensagem, já que é a
propriedade que pode invalidar a sua natureza informativa;
• * a função de opinar, que tem tanta importância como a anterior, pois
ambas se complementam e se enriquecem mutuamente, sendo a opinião
uma consequência natural e necessária da informação. 7/11/2022
Importância da ética para o profissional de
Contabilidade
• A ética na Contabilidade diz respeito aos elementos que orientam a conduta dos
profissionais e instituições da área, com o objetivo de atender às expectativas de
comportamento correto. Isso passa não só pelo respeito às normas legais, mas,
principalmente, pela adoção de um conteúdo moral mínimo, como boa-fé,
lealdade, honestidade e transparência.
• Um dos papeis da ética na Contabilidade é orientar a conduta dos profissionais, a
longo prazo, de modo satisfatório para todas as partes interessadas. Para isso, são
fixados princípios e regras de comportamentos, que servem de modelo para as
atividades.

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• O contabilista é obrigado a guardar sigilo das informações obtidas
pelo exercício da profissão, desde que a atividade seja lícita. Trata-se
de uma responsabilidade protegida pelo Código de Processo Civil:
• Art. 388. A parte não é obrigada a depor sobre factos:
• (…) II – a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar
sigilo;
1. Dever de honestidade
• O trabalho não pode ser desempenhado com o intuito de obter
vantagens indevidas, como facilitar o cometimento de fraudes,
omitir informações que deveriam constar dos documentos, burlar
procedimentos legais etc.
7/11/2022
• Dever de transparência
O dever de honestidade conduz à necessidade de transparência na
relação entre contador e cliente. Com efeito, o profissional tem de
prestar contas sobre suas atividades ao contratante e esclarecer os
documentos elaborados.
Nesse sentido, vale ressaltar duas proibições previstas no Codigo Civil:
• XI – recusar-se a prestar contas de quantias que lhe forem,
comprovadamente, confiadas;
• XII – reter abusivamente livros, papéis ou documentos,
comprovadamente confiados à sua guarda;

7/11/2022
• Dever de independência e dignidade profissional
Por ter o conhecimento técnico, os pareceres e as atividades do
contabilista devem prezar pela independência, ou seja, o profissional
não pode abrir mão de sua convicção por influência de interesses de
clientes e empregadores.
No entanto, isso não significa um fechamento para o debate, mas um
dever de se proteger contra motivações equivocadas. Por exemplo,
mesmo que o balanço patrimonial favorável possa trazer benefícios para
a empresa, o contabilista jamais poderá retratar algo incompatível com a
realidade a fim de favorecer o cliente.

7/11/2022
• Dever de lealdade profissional
Embora exista livre concorrência, os contadores devem atuar dentro dos
limites da lealdade ao buscar um cliente. Não por acaso, o Codigo Civil
proíbe a veiculação de anúncios que diminuem os colegas, o uso de
agenciadores com participação nos honorários, a assinatura de documentos
elaborados por terceiro sem a sua a orientação, supervisão e fiscalização.
• Dever de zelo e diligência
O profissional é contratado para desempenhar um serviço especializado para
o contratante, que, muitas vezes, conta com os documentos produzidos para
atender às exigências legais e comerciais.

7/11/2022
Benefícios de uma conduta ética
1. Construir uma imagem positiva

• A visão que os terceiros têm do profissional é um fator determinante


para a aquisição de boas colocações no mercado, quer seja como
contratado de uma empresa, quer seja como autônomo.
• Logo, a imagem positiva e uma carreira sólida, construídas a partir de
um comportamento ético, são fundamentais para despertar o interesse
de pessoas que valorizam esses atributos e estão dispostas a pagar por
eles.

7/11/2022
3. Aumentar a confiança do cliente
• A confiança entre cliente e contador é um aspecto
fundamental, porque o profissional da área lida com dinheiro,
bens, direitos e obrigações.
• Não à toa, a ética exerce um papel relevante na construção
dos pilares dessa relação porque as pessoas tomam o
histórico como indício de comportamento futuro.
• Por exemplo, quem nunca cometeu uma falta desperta mais
confiança do que quem vive metido em problemas.

7/11/2022
4. Manter a saúde em dia
• As condutas irregulares, ainda que cobertas, geram uma série de
consequências imprevistas. Essas submetem o profissional a níveis de
pressão e stresses superiores ao que decorre naturalmente do trabalho,
o que pode se traduzir em problemas de saúde.
5. Evitar punições
• As condutas irregulares não são apenas indesejadas pela legislação,
mas punidas com severidade, a fim de inibir práticas futuras. De fato,
as consequências podem abranger da perda do registro à prisão do
profissional, como ocorre nos casos de falsidade ideológica de
documentos.

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Código de Ética e Deontológico profissional da
Ordem dos Contabilistas e Auditores de
Moçambique (CDOCAM)
Ver:
• RESOLUÇÃO N.º 5/GB/2014 - CÓDIGO DE ÉTICA E
DEONTOLOGIA PROFISSIONA

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Actividade prática 1
• Diferencie ética da deontologia.
• Diferencie a ética como ciência normativa e ética como prática.
• Explica o significado de deontologia
• Identifica a importância da ética para o profissional de
Contabilidade
• Identifica os principiais assuntos tratados no Código de Ética e
Deontológico profissional da Ordem dos Contabilistas e
Auditores de Moçambique (CDOCAM)
7/11/2022
FIM
Por Pedro Josse Miguel, Msc
Maputo, Julho de 2022

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