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Ética, Relações humanas no trabalho e Cidadania

(Rodrigo Henrique Ferreira)

I – Ética

 Ética x Moral x Direito

ÉTICA

A ética é uma característica inerente a toda ação humana e, por esta razão, é um
elemento vital na produção da realidade social. Todo homem possui um senso ético,
uma espécie de "consciência moral", estando constantemente avaliando e julgando suas
ações para saber se são boas ou más, certas ou erradas, justas ou injustas.

Existem sempre comportamentos humanos classificáveis sob a ótica do certo e errado,


do bem e do mal. Embora relacionadas com o agir individual, essas classificações
sempre têm relação com as matrizes culturais que prevalecem em determinadas
sociedades e contextos históricos.

A ética está relacionada à opção, ao desejo de realizar a vida, mantendo com os outros,
relações justas e aceitáveis. Via de regra está fundamentada nas idéias de bem e virtude,
enquanto valores perseguidos por todo ser humano e cujo alcance se traduz numa
existência plena e feliz.

MORAL

Define-se Moral como um conjunto de normas, princípios, preceitos, costumes, valores


que norteiam o comportamento do indivíduo no seu grupo social. Moral e ética não
devem ser confundidos: enquanto a moral é normativa, a ética é teórica, e buscando
explicar e justificar os costumes de uma determinada sociedade, bem como fornecer
subsídios para a solução de seus dilemas mais comuns. Porém, deve-se deixar claro que
etimologicamente "ética" e "moral" são expressões sinônimas, sendo a primeira de
origem grega, enquanto a segunda é sua tradução para o latim. A moral estabelece regras
que são assumidas pela pessoa, como uma forma de garantir o seu bem-viver. A moral
independe de fronteiras geográficas e garante uma identidade entre pessoas que sequer
se conhecem, mas utilizam este mesmo referencial moral comum.

DIREITO

A ética também não deve ser confundida com a lei (Direito), embora com certa
freqüência a lei tenha como base princípios éticos. Ao contrário do que ocorre com a lei,
nenhum indivíduo pode ser compelido, pelo Estado ou por outros indivíduos, a cumprir
as normas éticas, nem sofrer qualquer sanção pela desobediência a estas; por outro lado,
a lei pode ser omissa quanto a questões abrangidas no escopo da ética. O direito busca
estabelecer o regramento de uma sociedade delimitada pelas fronteiras do Estado. As
leis têm uma base territorial. Alguns autores afirmam que o Direito é um subconjunto da
moral. Esta perspectiva pode gerar a conclusão de que toda lei é moralmente aceitável.

Modernamente, a maioria das profissões tem o seu próprio código de ética profissional,
que é um conjunto de normas de cumprimento obrigatório, derivadas da ética,
frequentemente incorporadas à lei pública. Nesses casos, os princípios éticos passam a
ter força de lei; note-se que, mesmo nos casos em que esses códigos não estão
incorporados à lei, seu estudo tem alta probabilidade de exercer influência, por
exemplo, em julgamentos nos quais se discutam fatos relativos à conduta profissional.
Ademais, o seu não cumprimento pode resultar em sanções executadas pela sociedade
profissional, como censura pública e suspensão temporária ou definitiva do direito de
exercer a profissão.

A Ética torna-se, portanto o estudo do que é bom ou mau, correto e incorreto, justo e
injusto, adequado ou inadequado. Um dos objetivos da Ética é a busca de justificativas
para as regras propostas pela moral e pelo direito.

 Ética Profissional

Conceituação: O que é Ética Profissional?

É extremamente importante saber diferenciar a Ética da Moral e do Direito. Estas três


áreas de conhecimento se distinguem, porém têm grandes vínculos e até mesmo
sobreposições.

Tanto a Moral como o Direito baseiam-se em regras que visam estabelecer uma certa
previsibilidade para as ações humanas. Ambas, porém, se diferenciam.

A Moral estabelece regras que são assumidas pela pessoa, como uma forma de garantir
o seu bem-viver. A Moral independe das fronteiras geográficas e garante uma identidade
entre pessoas que sequer se conhecem, mas utilizam este mesmo referencial moral
comum.

O Direito busca estabelecer o regramento de uma sociedade delimitada pelas fronteiras


do Estado. As leis têm uma base territorial, elas valem apenas para aquela área
geográfica onde uma determinada população ou seus delegados vivem. Alguns autores
afirmam que o Direito é um sub-conjunto da Moral. Esta perspectiva pode gerar a
conclusão de que toda a lei é moralmente aceitável. Inúmeras situações demonstram a
existência de conflitos entre a Moral e o Direito. A desobediência civil ocorre quando
argumentos morais impedem que uma pessoa acate uma determinada lei. Este é um
exemplo de que a Moral e o Direito, apesar de referirem-se a uma mesma sociedade,
podem ter perspectivas discordantes.

A Ética é o estudo geral do que é bom ou mau, correto ou incorreto, justo ou injusto,
adequado ou inadequado. Um dos objetivos da Ética é a busca de justificativas para as
regras propostas pela Moral e pelo Direito. Ela é diferente de ambos - Moral e Direito -
pois não estabelece regras. Esta reflexão sobre a ação humana é que caracteriza a Ética.

Ética Profissional: Quando se inicia esta reflexão?

Esta reflexão sobre as ações realizadas no exercício de uma profissão deve iniciar bem
antes da prática profissional.

A fase da escolha profissional, ainda durante a adolescência muitas vezes, já deve ser
permeada por esta reflexão. A escolha por uma profissão é optativa, mas ao escolhê-la, o
conjunto de deveres profissionais passa a ser obrigatório. Geralmente, quando você é
jovem, escolhe sua carreira sem conhecer o conjunto de deveres que está prestes ao
assumir tornando-se parte daquela categoria que escolheu.

Toda a fase de formação profissional, o aprendizado das competências e habilidades


referentes à prática específica numa determinada área, deve incluir a reflexão, desde
antes do início dos estágios práticos. Ao completar a formação em nível superior, a
pessoa faz um juramento, que significa sua adesão e comprometimento com a categoria
profissional onde formalmente ingressa. Isto caracteriza o aspecto moral da chamada
Ética Profissional, esta adesão voluntária a um conjunto de regras estabelecidas como
sendo as mais adequadas para o seu exercício.

Mas pode ser que você precise começar a trabalhar antes de estudar ou paralelamente
aos estudos, e inicia uma atividade profissional sem completar os estudos ou em área
que nunca estudou, aprendendo na prática. Isto não exime você da responsabilidade
assumida ao iniciar esta atividade! O fato de uma pessoa trabalhar numa área que não
escolheu livremente, o fato de “pegar o que apareceu” como emprego por precisar
trabalhar, o fato de exercer atividade remunerada onde não pretende seguir carreira, não
isenta da responsabilidade de pertencer, mesmo que temporariamente, a uma classe, e há
deveres a cumprir.

Um jovem que, por exemplo, exerce a atividade de auxiliar de almoxarifado durante o


dia e, à noite, faz curso de programador de computadores, certamente estará pensando
sobre seu futuro em outra profissão, mas deve sempre refletir sobre sua prática atual.

Ética Profissional: Como é esta reflexão?

Algumas perguntas podem guiar a reflexão, até ela tornar-se um hábito incorporado ao
dia-a-dia.

Tomando-se o exemplo anterior, esta pessoa pode se perguntar sobre os deveres


assumidos ao aceitar o trabalho como auxiliar de almoxarifado, como está cumprindo
suas responsabilidades, o que esperam dela na atividade, o que ela deve fazer, e como
deve fazer, mesmo quando não há outra pessoa olhando ou conferindo.

Pode perguntar a si mesmo: Estou sendo bom profissional? Estou agindo


adequadamente? Realizo corretamente minha atividade?
É fundamental ter sempre em mente que há uma série de atitudes que não estão
descritas nos códigos de todas as profissões, mas que são comuns a todas as atividades
que uma pessoa pode exercer.

Atitudes de generosidade e cooperação no trabalho em equipe, mesmo quando a


atividade é exercida solitariamente em uma sala, ela faz parte de um conjunto maior de
atividades que dependem do bom desempenho desta.

Uma postura pró-ativa, ou seja, não ficar restrito apenas às tarefas que foram dadas a
você, mas contribuir para o engrandecimento do trabalho, mesmo que ele seja
temporário.

Se sua tarefa é varrer ruas, você pode se contentar em varrer ruas e juntar o lixo, mas
você pode também tirar o lixo que você vê que está prestes a cair na rua, podendo
futuramente entupir uma saída de escoamento e causando uma acumulação de água
quando chover. Você pode atender num balcão de informações respondendo
estritamente o que lhe foi perguntado, de forma fria, e estará cumprindo seu dever, mas
se você mostrar-se mais disponível, talvez sorrir, ser agradável, a maioria das pessoas
que você atende também serão assim com você, e seu dia será muito melhor.

Muitas oportunidades de trabalho surgem onde menos se espera, desde que você esteja
aberto e receptivo, e que você se preocupe em ser um pouco melhor a cada dia, seja qual
for sua atividade profissional. E, se não surgir, outro trabalho, certamente sua vida será
mais feliz, gostando do que você faz e sem perder, nunca, a dimensão de que é preciso
sempre continuar melhorando, aprendendo, experimentando novas soluções, criando
novas formas de exercer as atividades, aberto a mudanças, nem que seja mudar, às
vezes, pequenos detalhes, mas que podem fazer uma grande diferença na sua realização
profissional e pessoal. Isto tudo pode acontecer com a reflexão incorporada a seu viver.

E isto é parte do que se chama empregabilidade: a capacidade que você pode ter de ser
um profissional que qualquer patrão desejaria ter entre seus empregados, um
colaborador. Isto é ser um profissional eticamente bom.

Ética Profissional e relações sociais:

O varredor de rua que se preocupa em limpar o canal de escoamento de água da chuva,


o auxiliar de almoxarifado que verifica se não há umidade no local destinado para
colocar caixas de alimentos, o médico cirurgião que confere as suturas nos tecidos
internos antes de completar a cirurgia, a atendente do asilo que se preocupa com a
limpeza de uma senhora idosa após ir ao banheiro, o contador que impede uma fraude
ou desfalque, ou que não maquia o balanço de uma empresa, o engenheiro que utiliza o
material mais indicado para a construção de uma ponte, todos estão agindo de forma
eticamente correta em suas profissões, ao fazerem o que não é visto, ao fazerem aquilo
que, alguém descobrindo, não saberá quem fez, mas que estão preocupados, mais do
que com os deveres profissionais, com as PESSOAS.

As leis de cada profissão são elaboradas com o objetivo de proteger os profissionais, a


categoria como um todo e as pessoas que dependem daquele profissional, mas há muitos
aspectos não previstos especificamente e que fazem parte do comprometimento do
profissional em ser eticamente correto, aquele que, independente de receber elogios, faz
A COISA CERTA.

Ética Profissional e atividade voluntária:

Outro conceito interessante de examinar é o de Profissional, como aquele que é


regularmente remunerado pelo trabalho que executa ou atividade que exerce, em
oposição a Amador. Nesta conceituação, se diria que aquele que exerce atividade
voluntária não seria profissional, e esta é uma conceituação polêmica.

Em realidade, Voluntário é aquele que se dispõe, por opção, a exercer a prática


Profissional não-remunerada, seja com fins assistenciais, ou prestação de serviços em
beneficência, por um período determinado ou não.

Aqui, é fundamental observar que só é eticamente adequado, o profissional que age, na


atividade voluntária, com todo o comprometimento que teria no mesmo exercício
profissional se este fosse remunerado.

Seja esta atividade voluntária na mesma profissão da atividade remunerada ou em outra


área. Por exemplo: Um engenheiro que faz a atividade voluntária de dar aulas de
matemática. Ele deve agir, ao dar estas aulas, como se esta fosse sua atividade mais
importante. É isto que aquelas crianças cheias de dúvidas em matemática esperam dele!

Se a atividade é voluntária, foi sua opção realizá-la. Então, é eticamente adequado que
você a realize da mesma forma como faz tudo que é importante em sua vida.

Ética Profissional: Pontos para sua reflexão:

É imprescindível estar sempre bem informado, acompanhando não apenas as mudanças


nos conhecimentos técnicos da sua área profissional, mas também nos aspectos legais e
normativos. Vá e busque o conhecimento. Muitos processos ético-disciplinares nos
conselhos profissionais acontecem por desconhecimento, negligência.

Competência técnica, aprimoramento constante, respeito às pessoas, confidencialidade,


privacidade, tolerância, flexibilidade, fidelidade, envolvimento, afetividade, correção de
conduta, boas maneiras, relações genuínas com as pessoas, responsabilidade,
corresponder à confiança que é depositada em você...

Comportamento eticamente adequado e sucesso continuado são indissociáveis!


II – Relações Humanas no Trabalho

Relações Humanas no trabalho

As relações humanas ocorrem em decorrência do processo de interação. Em


situações de trabalho, compartilhadas por duas ou mais pessoas, há atividades a
serem executadas, bem como interações e sentimentos recomendados: comunicação,
cooperação, respeito, amizade.

Competência interpessoal

 Competência interpessoal é habilidade de lidar eficazmente com outras pessoas


de forma adequada às necessidades de cada uma e à exigência da situação.

Envolve desenvolver:

 Autopercepção e autoconhecimento : Autopercepção envolve identificar e


analisar crenças, atitudes, sentimentos e valores pessoais. Autoconhecimento só
pode ser obtido com a ajuda dos outros, por meio de informações, opiniões a
meu respeito.
 Flexibilidade perceptiva e comportamental : Procurar ver vários ângulos ou
aspectos da mesma situação e atuar de forma diferenciada, não-rotineira,
experimentando novas condutas percebidas como alternativas de ação.
“PERCEBER O QUE PODE ESTAR ACONTECENDO EM NOSSO REDOR”.
Desenvolver a capacidade de colocar-se no quadro lógico de referência de outro
membro do grupo e, portanto, compreender seus pensamentos, sentimentos ou
comportamentos.

 Feedback : É uma comunicação a uma pessoa ou grupo no sentido de fornecer-


lhes informação sobre como sua atuação está afetando outras pessoas. Ajuda o
indivíduo ou grupo a melhorar o seu desempenho.

Para que o processo de feedback seja útil, ele precisa ser:

1. Descritivo (relato de um evento) ao invés de avaliativo, não julgar


2. Específico ao invés de geral, ex.: “Nesta reunião você não ouviu a opinião dos
demais”
3. Compatível com as necessidades de ambos: comunicador e receptor
4. Dirigidos para comportamentos possíveis de mudança
5. Solicitado ao invés de imposto
6. Oportuno: mais próximo possível do comportamento em questão
7. Esclarecido: receptor pode repetir o feedback para ver se corresponde ao que
comunicador quis dizer
 Por que é difícil receber feedback? É difícil aceitar nossas ineficiências e ainda mais
admiti-las para os outros, publicamente.
 Por que é difícil dar feedback? Podemos temer a reação dos outros; Por temer que
feedback seja mal interpretado.

 Como superar as dificuldades? Estabelecer uma relação de confiança; Reconhecer


que o feedback é um processo de exame conjunto; Aprender a ouvir feedback sem
reações ou conotações emocionais intensas; Aprender a dar feedback sem reações ou
conotações emocionais intensas.

Comunicação não eficaz:

 1. Falta de Atenção:
 2. Preconceitos:
 3. Negativismo:
 4. Ataques Pessoais:
 5. Falar demasiadamente ou tecnicamente:
 6. Parcialidade:
 7. Impaciência/Desrespeito:
 8. Falta de humor:
 9. Questões polêmicas:
 10. Postura:

Lidando com o público

Lidar com publico requer de quem pretende estabelecer essa comunicação uma
percepção de qual publico será o seu alvo e o quanto o assunto a ser abordado é de
interesse desse grupo. Como muitas de nossas habilidades essa também requer
treinamento e vontade. Saber como se postar diante de um público que espera a
transmissão de alguma mensagem vinda de você é um fato que ajudará
substancialmente no processo de comunicação. Há um fato que é incontestável: a
comunicação eficaz é símbolo de poder e autoridade. Cada vez mais em nosso mundo
globalizado, a busca da excelência nas comunicações é um desafio para quem pretende
atingir um alto nível de profissionalismo.

Comunicação e Libertação

Quanto ao aspecto individual, comunicar-se bem é uma forma de libertação.


Quando falamos, temos a oportunidade de arrancar as máscaras e deixarmos
transparecer quem realmente somos, liberando outras formas de expressão que
permaneciam em estado latente. Esse processo ajuda a dar vazão ao lado criativo,
deixando emergir um eu mais autêntico e profundo. Nós somos do tamanho da
comunicação que conseguimos estabelecer no meio em que atuamos. Ter a coragem
para se comunicar é estar disponível ao contato social. Se quisermos, cada ato
comunicativo pode nos fazer despertar do sono, do limbo, da inércia, incitando-nos às
ações mais produtivas.

Quando nos comunicamos bem, realizamos uma viagem em direção à essência


secreta do coração e da mente do outro, e nos tornamos companheiros/ cúmplices nessa
travessia ! Para isso, não basta falar bem, utilizando corretamente as regras gramaticais.
Há necessidade de muito mais ! É preciso mobilizar nossos recursos internos e externos
para facilitar a arte do diálogo, que não é um simples despejar de palavras, é ir ao
encontro, é abster-se de julgamentos precipitados, dando chances para a troca
democrática de idéias, propiciando um clima de confiança e bem estar, utilizando a
empatia na busca do processo de sinergia.

Além disso, é necessário buscar feedback quanto a nossa atuação. Só


conseguimos construir relações verdadeiras a partir do momento em que enxergamos
com maior propriedade quem somos nós e qual o impacto que causamos nos vários
grupos sociais. Ter consciência dessa imagem social faz parte da ação corajosa de quem
busca uma comunicação plena.

Comportamento Humano

1 - Comportamento Operante e Respondente

Antes de se começar a análise dos princípios, é preciso distinguir entre dois tipos de
comportamento: o Respondente e o operante.

O comportamento Respondente (reflexo) inclui todas as respostas dos seres humanos


e de muitos organismos, que são pôr modificações especiais de estímulos do ambiente.

Manifesta-se sempre que as pupilas se contraem ou dilatam, em resposta a modificações


na iluminação do ambiente; sempre que uma lufada de ar frio arrepia a ele; sempre que
se estremece em conseqüência de um susto; e em muitas outras maneiras.

O comportamento operante (voluntário) abrange uma quantidade maior de atividades


humanas - desde o espernear e balbuciar do bebê de colo até as mais complicadas
habilidades e poder de raciocínio do adulto. Incluí todos os movimentos de um
organismo dos quais se possa dizer, em algum momento, tem um efeito sobre ou fazem
algo ao mundo em redor. O comportamento operante opera sobre o mundo. Quando se
apanha o lápis, quando se faz sinal para que o ônibus pare ou nele se sobe, quando se
fala ao subordinado - em todos estes, e em milhares de outros atos da vida cotidiana,
está-se exemplificando o comportamento operante.

2.1 - Condicionamento Respondente

Um dia, Chico ligou calmamente a máquina em que trabalhava há alguns anos, no meio
do trabalho, fez um movimento em falso e a máquina prendeu sua mão, causando forte
dor. Deste dia em diante, Chico começava a suar quando apenas ouvia o barulho da
máquina.

Este é um exemplo de aprendizagem que ilustra o "reflexo condicionado". Este


principio poderá ser enunciado como se segue: se um estímulo neutro (barulho da
máquina antes de Chico machucar-se) for pareado um certo número de vezes a um
estímulo produzido (a dor do machucado), aquele estímulo previamente neutro irá
evocar a mesma espécie de resposta.
2.2 - Condicionamento Operante

Comecemos a apresentar este principio com um exemplo: João está lidando com uma
pesada máquina de cortar, que, para funcionar, possui um botão de proteção. João tem
de apertar o botão com uma das mãos e receber o produto cortado com a outra. A
finalidade do botão mencionado é proteger a mão do trabalhador para que, num ato de
distração, ele não a coloque na máquina. Um dia, João colocou um palito que mantinha
o botão abaixado e verificou que, em vez de produzir 100 quebra-cabeças numa tarde,
conseguiu apresentar 150 a seu chefe, que o elogiou muito. Deste dia em diante era vez
mais freqüente observar João trabalhando com o palito no botão e a mão desprotegida.

Este caso ilustra um poderoso principio do comportamento, o qual Thorndike


denominou LEI do EFEITO. Em essência, esta lei enuncia que "um ato pode ser
alterado na sua força pelas suas conseqüências". O ato, no nosso exemplo, foi o de
colocar o palito no botão de segurança; o reforçamento deste ato foi observado no
aumento da freqüência de seu aparecimento e a conseqüência do ato foi o aumento na
produção e a aprovação do chefe.

Falamos, então, na “aprendizagem pôr efeito".

3 - Reforços Positivo e Negativo

O elogio do chefe não é, obviamente, o único tipo de estímulo reforçador que pode ser
usado para condicionar uma resposta operante tal como colocar o palito no botão que
protege a mão do trabalhador. Na verdade, é apenas um dos membros de uma família
dos reforçadores: os reforçadores positivos. Estes estímulos, quando apresentados,
fortalecem o comportamento que os precede.

Assim como há reforços positivos, há reforços negativos, que podem ser usados para
condicionar o comportamento operante. Alguns estímulos fortalecem a resposta quando
são removidos. Pode-se então, dizer que o estímulo reforçador negativo fortalece a
resposta que o remove.

O que acabou de ser relatado nos mostra que o comportamento, embora complexo,
possui certas bases ou leis que o determinam.

4 - Comportamento Humano x Personalidade x Ética

Chegamos a conclusão, portanto, que independente dos traços de personalidade que


carregamos, que nada mais são que nossas características acumuladas pela nossa
formação genética associada ao meio ambiente que nos rodeia, nós enquanto seres que
convivemos em grupo, devemos nortear nosso comportamento dentro dos princípios
éticos que a sociedade nos impõe. Isso facilita a convivência harmônica seja nas
relações familiares, de trabalho, de lazer, etc. A busca pelo convívio ideal, passa
necessariamente pelas regras morais e de direito que são totalmente fundadas em
princípios éticos que trazemos conosco.
Ou seja, independentemente de sermos calmos, nervosos, ansiosos, explosivos, etc.,
temos que ter em mente sempre que o convívio em sociedade é pautado no respeito
mutuo, e esse espírito de aceitação recíproca nada mais é do que a Ética se manifestando
nas nossas relações do dia a dia.

Aprendizagem

O processo de aprendizagem pode ser definido de forma sintética como o modo


como os seres adquirem novos conhecimentos, desenvolvem competências e mudam o
comportamento. Dentro da nossa nova ótica de mundo, no qual as informações circulam
o mundo numa velocidade estonteante, é fundamental que o processo de aprendizagem
seja incessante, constante e muito valorizado. O Conhecimento torna-se cada vez mais,
a chave para o sucesso, profissional e pessoal.
Possuem diversos tipos:
Físico:
. Aprendem mais tocando e manipulando objetos
. Se sentem melhor aprendendo em movimento
. Tem boa coordenação motora e habilidade física
. Se ficarem parados por longos períodos não pensam direito

Intrapessoal:
. Rendem mais trabalhando sozinhos
. São persistentes e tentam várias alternativas para resolver problemas
. Tem um raciocínio lógico muito apurado e são reflexivos

Interpessoal:
. Rendem mais trabalhando em grupos
. Gostam de ajudar, ouvir e dar opiniões. Adoram viver rodeados de gente
. São organizadores natos de eventos e festas

Linguístico ou Verbal:
. Adoram ler e contar histórias
. Tem uma excelente memória e capacidade de organizar tramas literárias
. Tem boa fluência verbal e facilidade para se expressar

- Aprendizagem nas Empresas; Expectativas

O funcionário ganha cada vez mais ênfase no cenário empresarial. De simples


executor de tarefas passou a cliente interno, demonstrando assim sua importância na
sobrevivência das organizações. Novos estudos e técnicas surgem, demonstrando a
importância desse elemento. Cada vez mais as organizações percebem o valor de
seus funcionários, denominando-os colaboradores. É uma grandiosa mudança de
paradigmas. O que antes era descartável, agora passou a ser determinante.
Descobriu-se que o homem, enquanto funcionário, pode pensar. Mais do que isso se
descobriu que ele pode gerar conhecimento. Nesse contexto, surge o termo
aprendizagem organizacional, que pode ser definida como “a aquisição de
conhecimentos, habilidades, valores, convicções e atitudes que acentuem a
manutenção, o crescimento e o desenvolvimento da organização”.

Motivação – Teoria de Maslow

Maslow cita o comportamento motivacional, que é explicado pelas necessidades


humanas. Entende-se que a motivação é o resultado dos estímulos que agem com força
sobre os indivíduos, levando-os a ação. Para que haja ação ou reação é preciso que um
estímulo seja implementado, seja decorrente de coisa externa ou proveniente do próprio
organismo. Esta teoria nos dá idéia de um ciclo, o Ciclo Motivacional.
Quando o ciclo motivacional não se realiza, sobrevém a frustração do indivíduo que
poderá assumir várias atitudes:
a. Comportamento ilógico ou sem normalidade;
b. Agressividade por não poder dar vazão à insatisfação contida;
c. Nervosismo, insônia, distúrbios circulatórios/digestivos;
d. Falta de interesse pelas tarefas ou objetivos;
e. Passividade, moral baixo, má vontade, pessimismo, resistência às modificações,
insegurança, não colaboração, etc.
Quando a necessidade não é satisfeita e não sobrevindo as situações anteriormente
mencionadas, não significa que o indivíduo permanecerá eternamente frustrado. De
alguma maneira, segundo Maslow, a necessidade será transferida ou compensada. Daí
percebe-se que a motivação é um estado cíclico e constante na vida pessoal.
A teoria de Maslow é conhecida como uma das mais importantes teorias de motivação.
Para ele, as necessidades dos seres humanos obedecem a uma hierarquia, ou seja, uma
escala de valores a serem transpostos. Isto significa que no momento em que o
indivíduo realiza uma necessidade, surge outra em seu lugar, exigindo sempre que as
pessoas busquem meios para satisfazê-la. Poucas ou nenhuma pessoa procurará
reconhecimento pessoal e status se suas necessidades básicas estiverem insatisfeitas.
Maslow apresentou uma teoria da motivação, segundo a qual as necessidades humanas
estão organizadas e dispostas em níveis, numa hierarquia de importância e de influência,
numa pirâmide, em cuja base estão as necessidades mais baixas (necessidades
fisiológicas) e no topo, as necessidades mais elevadas (as necessidades de auto
realização)

De acordo com Maslow, as necessidades fisiológicas constituem a sobrevivência do


indivíduo e a preservação da espécie: alimentação, sono, repouso, abrigo, etc. As
necessidades de segurança constituem a busca de proteção contra a ameaça ou privação,
a fuga e o perigo. As necessidades sociais incluem a necessidade de associação, de
participação, de aceitação por parte dos companheiros, de troca de amizade, de afeto e
amor. A necessidade de estima envolvem a auto apreciação, a autoconfiança, a
necessidade de aprovação social e de respeito, de status, prestígio e consideração, além
de desejo de força e de adequação, de confiança perante o mundo, independência e
autonomia. As necessidades de auto realização são as mais elevadas, de cada pessoa
realizar o seu próprio potencial e de auto desenvolver-se continuamente.
A importância de todo esse processo no dia a dia das atividades é fundamental, em
quaisquer dos campos de atuação da vida. É crucial para a pessoa mantermos
desafiados, satisfeitos e motivados para levarmos adiante todo e qualquer projeto que
nos propomos.

Trabalho e Aprendizado em Grupo

Uma crescente parte do trabalho das empresas e instituições não é mais realizada
individualmente, com uma pessoa trabalhando sozinha até completar as tarefas. O
trabalho é cada vez mais realizado colaborativamente. Esta tendência se deve
parcialmente ao aumento de complexidade das tarefas, e aos novos paradigmas de
trabalho, que envolvem diversas pessoas trabalhando em conjunto nas diversas fases de
elaboração de um produto ou desenvolvimento de um projeto.
Desenvolver e melhorar habilidades individuais para o uso do conhecimento, aceitar
responsabilidades pelo aprendizado individual e do grupo, e desenvolver a capacidade
de refletir são algumas das vantagens que podem ser auferidas pelo trabalho em grupo.
Algumas desvantagens do trabalho em grupo são o aumento do nível de ruído na
comunicação e a resistência de alguns participantes em assumir um papel mais ativo.
“Aprendizado colaborativo é uma situação em que duas ou mais pessoas aprendem
ou tentam aprender algo juntas.”

- Colaboração

Trabalhando colaborativamente, pelo menos potencialmente, podem-se produzir


melhores resultados do que se os membros do grupo atuassem individualmente.
Colaborando, os membros do grupo têm retorno para identificar precocemente
inconsistências e falhas em seu raciocínio e, juntos, podem buscar idéias, informações e
referências para auxiliar na resolução dos problemas. O grupo também tem mais
capacidade de gerar alternativas, levantar as vantagens e desvantagens de cada uma,
selecionar as viáveis e tomar decisões.
Apesar de suas vantagens, trabalhar colaborativamente demanda um esforço adicional
para a coordenação dos membros de um grupo. Sem coordenação, boa parte dos
esforços de comunicação não será aproveitada na cooperação, isto é, para que o grupo
possa operar em conjunto de forma satisfatória, é necessário que os compromissos
assumidos nas conversações entre os participantes sejam realizados durante a
cooperação. A coordenação deve evitar conflitos interpessoais que possam prejudicar o
grupo.

- Comunicação

Durante a comunicação as pessoas almejam construir um entendimento comum e


compartilhar idéias, discutir, negociar e tomar decisões. Os participantes de uma equipe
de trabalho devem se comunicar para conseguir realizar tarefas interdependentes,
parcialmente descritas ou que necessitem de negociação. Para haver entendimento e a
comunicação cumprir seu objetivo, é necessário o conhecimento de todos sobre a
utilização das mídias de transmissão e de recebimento dos dados, bem como a
participação ativa do receptor, que deve estar atento às informações transmitidas e aos
elementos utilizados, para que seja viabilizado o canal de percepção. Todos os
envolvidos na comunicação devem estar cientes das estruturas de linguagem e
expressões utilizadas. Ao contrário de algumas situações onde o importante é saber
apenas se o receptor recebeu uma mensagem, na colaboração é importante assegurar-se
do entendimento da mesma.

- Coordenação

Trabalho colaborativo foi definido por Karl Marx como “múltiplos indivíduos
trabalhando juntos de maneira planejada no mesmo processo de produção ou em
processos de produção diferentes, mas conectados”. No âmago desta definição está a
noção de planejamento, garantindo que o trabalho coletivo seja resultante do conjunto
de tarefas individuais.
A coordenação envolve tanto a pré-articulação das atividades, que corresponde às ações
necessárias para preparar a colaboração, normalmente concluídas antes do trabalho
colaborativo se iniciar, e o gerenciamento do aspecto dinâmico da colaboração,
renegociada de maneira quase contínua ao longo de todo o tempo. Apesar da
interdependência normalmente positiva entre as tarefas na colaboração (um participante
desejando que o trabalho do outro seja bem sucedido), ela nem sempre é harmoniosa.
Sem coordenação, há o risco de os participantes se envolverem em tarefas conflitantes
ou repetitivas.

Liderança

"Liderança" é um tema que vem sendo discutido desde os mais remotos tempos pelo
homem. Ser líder, formar líderes parece ser um desafio constante do homem e das
organizações. Existem diversas definições de liderança, mas todas elas giram em torno
das mesmas considerações, LIDERANÇA é a arte de obter resultados desejados,
acordados e esperados através de colaboradores engajados no projeto inicial. Ou
seja, o verdadeiro líder não é aquele que se julga maior ou melhor do que os outros, é
simplesmente aquele que consegue coordenar trabalhos que tem que ser desenvolvidos
em conjunto, tendo controle de todo o processo, desde a escolha de seus colaboradores
até a divisão e cumprimento de tarefas.

Seguem abaixo algumas características essenciais de um líder:

DISPOSIÇÃO PARA TENTAR O QUE NÃO FOI TENTADO ANTES

Nenhum empregado deseja ser guiado por um administrador a quem falte coragem e
autoconfiança. É o estilo de liderança positiva aquele eu ousa nas tarefas e se vale de
oportunidade não tentadas anteriormente. Um Gerente de Vendas bem sucedido irá às
ruas e venderá junto com seus vendedores quando o mercado está difícil ou quando o
pessoal de vendas encontrar-se sob extrema pressão. Tal gerente sabe que se arrisca a
tornar-se impopular. Contudo, ao liderar pelo exemplo, manterá a motivação da equipe.

AUTO MOTIVAÇÃO

O Gerente que não consegue se automotivar não tem a menor chance de ser capaz de
motivar os outros.

UMA PERCEPÇÃO AGUDA DO QUE É JUSTO

Esta é uma grande qualidade de um líder eficaz e a fim de ter o respeito da equipe, o
gerente deve ser sensível ao que é direito e justo. O estilo de liderança segundo o qual
todos são tratados de forma justa e igual sempre cria uma sensação de segurança. Isso é
extremamente construtivo e um grande fator de nivelamento.
PLANOS DEFINIDOS

O líder motivado sempre tem objetivos claros e definidos e planejou a realização de


seus objetivos. Ele planeja o trabalho e depois trabalha o seu plano coma participação
de seus subordinados.

PERSEVERANÇA NAS DECISÕES

O gerente que vacila no processo decisório mostra que não está certo de si mesmo, ao
passo que um líder eficaz decide depois de ter feito suficientes considerações
preliminares sobre o problema. Ele considera mesmo a possibilidade de a decisão que
está sendo tomada ser errada.
Muitas pessoas que tomam decisões erram algumas vezes. Entretanto, isto não diminui
o respeito que os seguidores têm por elas. Sejamos realistas: um gerente pode tomar
decisões certas, mas um líder eficaz decide e mostra sua convicção e crença na decisão
ao manter-se fiel a ela, sabendo, no entanto, reconhecer quando erra. Assim, seu pessoal
tem força para sustentar aquela decisão junto com o gerente.

O HÁBITO DE FAZER MAIS DO QUE AQUILO PELO QUAL SE É


PAGO

Um dos ônus da liderança é a disposição para fazer mais do que é exigido do pessoal. O
gerente que chega antes dos empregados e que deixa o serviço depois deles é um
exemplo deste atributo de liderança.

UMA PERSONALIDADE POSITIVA

As pessoas respeitam tal qualidade. Ela inspira confiança e também constrói e mantém
uma equipe com entusiasmo.

EMPATIA

O líder de sucesso deve possuir a capacidade de colocar-se no lugar de seu pessoal, de


ser capaz de ver o mundo pelo lado das outras pessoas. Ele não precisa concordar com
essa visão, mas deve ser capaz de entender como as pessoas se sentem e compreender
seus pontos de vista.

DOMÍNIO DOS DETALHES

O líder bem sucedido entende e executa cada detalhe do seu trabalho e, é evidente,
dispõe de conhecimento e habilidade para dominar as responsabilidades inerentes à sua
posição.

DISPOSIÇÃO PARA ASSUMIR PLENA RESPONSABILIDADE

Outro ônus da liderança é assumir responsabilidade pelos erros de seus seguidores. Caso
um subalterno cometa um erro, talvez por incompetência, o líder deve considerar que
foi ele quem falhou. Se o líder tentar mudar a direção dessa responsabilidade, não
continuará liderando e dará insegurança a seus seguidores. O clichê do líder é: "A
responsabilidade é minha".
DUPLICAÇÃO

O líder de sucesso está sempre procurando maneiras de espelhar suas habilidades em


outras pessoas. Dessa forma ele faz os outros evoluírem e é capaz de "estar em muitos
lugares diferentes ao mesmo tempo". Talvez este seja um dos maiores atributos de um
líder: ser capaz de desenvolver outros lideres. Pode-se julgar um líder pelo número de
pessoas em que ele refletiu os seus talentos e fez evoluir.

UMA PROFUNDA CRENÇA EM SEUS PRINCÍPIOS

A expressão "A menos que batalhemos por alguma causa, nos deixaremos levar por
qualquer causa" resume bem a importância de ter-se uma causa pela qual valha a pena
viver e trabalhar. Nada cuja aquisição tenha valor é muito fácil. O líder de sucesso tem a
determinação de atingir objetivos não importando os obstáculos que surjam pelo
caminho. Ele acredita no que está fazendo com a determinação de batalhar por sua
realização.

III – Cidadania

Para compreender devidamente a questão da cidadania no Brasil, é necessário estar


advertido para determinados conceitos que têm íntima relação com o assunto.

CONSTITUIÇÃO: O QUE É?

A Constituição é a lei maior de um Estado, superior a todas as outras leis.

a) a idéia de Estado;

b) a idéia de lei maior de um Estado.

Comecemos pela idéia de Estado.

O Estado é uma associação de mulheres e homens que vivem num território


próprio, politicamente organizado sob um governo soberano. Três são, pois, os
elementos que constituem o Estado: território, população e governo soberano.

1-O território ou solo é o pedaço de chão no qual o Estado se organiza.


2-A população ou povo é o conteúdo humano do Estado, é o conjunto de pessoas
que vivem nele.
Quando um povo tem um mesmo passado histórico e um certo conjunto de
interesses e aspirações comuns, sobretudo o desejo de tornar-se independente ou de
manter-se independente, diz-se que é uma Nação.

3-O terceiro elemento do Estado é o governo soberano ou soberania.


Diz-se que um governo é soberano quando possui personalidade internacional e
quando dispõe do poder máximo dentro de seu território.

A segunda idéia de nossa definição é a de lei maior. A Constituição é a lei maior


de um Estado. Isto significa dizer que ela é superior a todas as outras leis. Todas as leis
têm de conformar-se com a Constituição.

FINALIDADES DA CONSTITUIÇÃO: QUAIS SÃO?

As Constituições modernas costumam ter as seguintes finalidades:

a) organizar o Estado;
b) limitar os poderes do Estado em face das pessoas e dos grupos intermediários;
c) definir as diretrizes da vida econômica e social.

CIDADANIA

A cidadania pode ser definida como sendo o exercício pleno dos direitos e
deveres das pessoas, num contexto onde os mesmos direitos e deveres são garantidos e
respeitados. Cidadania se dá, enfim, com a plena materialização dos preceitos
constitucionais.
Cidadania é um conjunto de direitos e liberdades políticas, sociais e econômicas
já estabelecidos ou não pela legislação.
Exercício da cidadania: É a forma de fazer valer os direitos garantidos. Exigir a
observância dos direitos e zelar para que não sejam desrespeitados.

Cidadão: Detentor da cidadania

Quais são os direitos mais importantes? Estão todos previstos na Constituição


Federal.
1- Direito a vida
2- Direito a educação
3- Direito a saúde
4- Direito ao lazer
5- Direito a um meio ambiente equilibrado
6- Direitos políticos: É o poder de intervenção dos cidadãos ativos no governo
de seu país. Quais são?
a) Direito de votar para escolher os seus representantes
b) Direito de ser votado
c) Iniciativa popular de lei: abaixo assinado entregue na Câmara dos
Deputados com assinatura de pelo menos 1% do eleitorado nacional
distribuído pelo menos por 05 estados, com não menos de 03 décimos
por cento dos eleitores de cada um deles;
d) Ação Popular: o meio processual a que tem direito qualquer cidadão
que deseje questionar judicialmente a validade de atos que considera
lesivos ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
e) Organização e participação em partidos políticos

HISTÓRIA DA CIDADANIA NO BRASIL

Para entendermos o desenvolvimento da cidadania no Brasil devemos ter em


mente 03 pontos importantes:
01- A cidadania não foi construída de forma linear: a formulação e o
desenvolvimento dos direitos civis, políticos, sociais, econômicos e culturais, no Brasil
e no resto do mundo, seguiram um processo marcado por avanços e retrocessos.Assim,
ao mesmo tempo em que certos direitos estavam sendo discutidos e garantidos em
algum lugar do planeta, em outro país ou continente estavam sendo violados ou nem
estavam em discussão
02- A construção da cidadania está toda ligada ao interesses das “velhas”
oligarquias: Não houve uma revolução com as forças populares, como a Revolução
Francesa. Isto leva a uma exclusão das classes subalternas na discussão da cidadania,
impedindo o desenvolvimento das relações mais democráticas.
03- Herança patrimonialista, elitista, escravocrata e autoritária: Conserva o poder
político das elites tradicionais; dispensa a sociedade civil de um maior protagonismo.

Brasil de 1500 a 1822,

País de economia baseada na monocultura, no latifúndio e no escravismo, cuja


população era majoritariamente analfabeta. As garantias dos direitos civis e políticos
praticamente inexistiam para a imensa maioria do povo brasileiro.
Na segunda metade desse período, entre 1780 e 1800, na França, nos Estados
Unidos e na Inglaterra já se discutiam e eram implementados os direitos civis e políticos
dos cidadãos.
Nesse período colonial, os direitos civis e políticos eram privilégios de uma
minoria.

A “Independência”

A proclamação da independência em 1822 inaugura a era dos direitos políticos


na sociedade brasileira, mas se caracteriza pelo caráter conciliatório e de negociação
entre a elite nacional, a coroa portuguesa e a Inglaterra. A solução monárquica e
conservadora estava garantida, e a Constituição de 1824 regulou os direitos políticos
dos cidadãos e definiu quem teria direito de votar e ser votado. Os homens com renda
mínima de 100 mil réis e maiores de 25 anos poderiam votar. As mulheres não votavam,
os escravos não eram considerados cidadãos.
A escravidão foi o grande empecilho para o desenvolvimento dos direitos civis
no Brasil, pois negava a condição de humanidade para as pessoas consideradas escravas.
Fomos o último país cristão e ocidental a abolir a escravidão.
Em 1888, quando a elite brasileira descobriu que a escravidão impedia a
integração do país nos mercados internacionais, além de bloquear o desenvolvimento
das classes sociais e do mercado de trabalho, ela finalmente foi abolida. O argumento de
que a escravidão feria o direito inalienável da liberdade individual raramente foi usado
como justificativa pelos líderes abolicionistas.

Revolução de 1930

A partir da urbanização, da industrialização e do surgimento de uma pequena


classe operária, principalmente nos centros urbanos do Rio de Janeiro e São Paulo,
alguns direitos básicos como a organização sindical, as manifestações e reivindicações
públicas e as greves apareceram no cenário nacional. O surgimento dessa classe
operária disparou, além dessas reivindicações, uma luta por uma legislação trabalhista e
por direitos sociais como aposentadoria, seguro contra acidente de trabalho, férias e
repouso semanal. Em 1930, verifica-se um avanço dos direitos sociais com a criação do
ministério do trabalho e com uma ampla legislação trabalhista e previdenciária,
culminando com a CLT - Consolidação das Leis de Trabalho - em 1943.

1964
A partir de 1964, por conta da ditadura militar, a maioria dos direitos civis e políticos
foram restringidos pela violência. Desde 1964 estava o Brasil sob o regime da
ditadura militar, e desde 1967 (particularmente subjugado às alterações decorrentes
dos Atos Institucionais) sob uma Carta Magna imposta pelo governo. Após anos com
a vida autoritária e ditatorial determinando as diretrizes da nação, e com os direitos
políticos completamente restritos, em meados da década de 80, surgia no Brasil um
movimento pela abertura dos direitos políticos, anistia dos acusados de conspiração e
comunismo que se encontravam exilados fora do país.
O sistema de exceção, em que as garantias individuais e sociais eram diminuídas (ou
mesmo ignoradas), e cuja finalidade era garantir os interesses da ditadura
(internalizado em conceitos como segurança nacional, restrição das garantias
fundamentais, etc.) fez crescer, durante o processo de abertura política, o anseio por
dotar o Brasil de uma nova Constituição, defensora dos valores democráticos. Anseio
este que se tornou necessidade após o fim da ditadura militar e a redemocratização
do Brasil, a partir de 1985.

A Constituição de 1988
Saindo de um período de 20 anos de regime autoritário, na segunda metade da
década de 1980 o país reconstruiu o seu marco legal constitucional. Em 1986, foram
eleitos deputados e senadores com uma atribuição dupla: a de exercer seus mandatos
parlamentares por 4 anos e a de promover a elaboração da nova Constituição. Era o
chamado Congresso Constituinte. O processo foi oficialmente iniciado em 1987, com
a aprovação do regimento da Constituição, que foi chamada de Constituição Cidadã,
por ser a primeira vez que setores populares participaram da construção do texto da
Lei.
Independentemente das controvérsias de cunho político, a Constituição Federal
de 1988 assegurou diversas garantias constitucionais, com o objetivo de dar maior
efetividade aos direitos fundamentais, e permitindo a participação do Poder Judiciário
sempre que houver lesão ou ameaça de lesão a direitos.
Para demonstrar a mudança que estava havendo no sistema governamental
brasileiro, que saíra de um regime autoritário recentemente, a Carta Magna de 1988
qualificou como crimes inafiançáveis a tortura e as ações armadas contra o estado
democrático e a ordem constitucional, criando assim dispositivos constitucionais para
bloquear golpes de quaisquer natureza.
Com a nova constituição, o direito maior de um cidadão que vive em uma
democracia foi conquistado: foi determinada a eleição direta para os cargos de
Presidente da República, Governador de Estado (e do Distrito Federal), Prefeito,
Deputado (Federal, Estadual e Distrital), Senador e Vereador. A nova Constituição
também previu uma maior responsabilidade fiscal. Ela ainda ampliou os poderes do
Congresso Nacional, tornando o Brasil um país mais democrático.[carece de fontes]

Constituição Federal 1988 – Artigo 5°

Os direitos humanos fundamentais podem ser definidos como: conjunto


institucionalizado de direitos e garantias do ser humano que tem por finalidade básica o
respeito a sua dignidade, por meio de sua proteção contra o arbítrio do poder estatal e o
estabelecimento de condições mínimas de vida e desenvolvimento da personalidade
humana. Esses direitos apresentam diversas características, tais quais: historicidade
(são criados em um contexto histórico e, posteriormente, quando colocados na
Constituição, se tornam Direitos Fundamentais); imprescritibilidade (não prescrevem,
ou seja, não se perdem com o passar do tempo); irrenunciabilidade (não podem ser
renunciados de forma alguma), universalidade (são dirigidos ao ser Humano em geral,
não podendo ficar restrito a um grupo, categoria ou classe de pessoas); efetividade e
concorrência (podem ser exercidos vários Direitos Fundamentais ao mesmo tempo).
Torna-se importante dizer que o Direito Fundamental não é uma criação
legislativa, mas sim criação de todo um contexto histórico cultural da sociedade! Ele
apenas está previsto no texto da nossa Lei Maior.

TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:

(Cada um de nós tem o direito de viver, de ser livre, de ter sua casa, de ser respeitado
como pessoa, de não ter medo, de não ser pisado por causa de seu sexo, de sua cor, de
sua idade, de seu trabalho, da cidade donde veio, da situação em que está, ou por
causa de qualquer outra coisa. Qualquer ser humano é nosso companheiro porque tem
os mesmos direitos que nós temos.)

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta


Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de
lei;

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre


exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de
culto e a suas liturgias;
(a liberdade para pensar o que é certo e errado e para acreditar em Deus é sagrada

e não pode ser mexida por ninguém; a lei protege as igrejas, as festas religiosas e as

pessoas que celebram sua fé;)

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,


assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação;
(ninguém pode penetrar na vida íntima e particular de um outro, nem manchar a honra
e a imagem dele; se alguém fizer assim, o outro receberá dinheiro pelo prejuízo que
sofreu na sua economia ou no conceito que a comunidade tem dele;)
1XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
1(só se pode entrar na casa de uma pessoa com consentimento dela; sem o
consentimento, se pode entrar durante o dia com ordem do juiz; mas em caso de
crime que está sendo cometido, em caso de desastre ou para prestar socorro, não é
preciso consentimento para se entrar a qualquer hora na casa de alguém;)

XXII - é garantido o direito de propriedade;

(cada um de nós tem o direito de ter coisas, de usá-las, de aproveitá-las e de fazer com
elas o que bem entender;)

XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;

(o Poder do Governo, para acabar com os abusos do comércio e da indústria, deverá


fazer um Código para a defesa do cidadão que compra alguma coisa ou paga por um
serviço;)

XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação
legal;

1(só existe crime ou castigo quando a lei, antes de acontecer o fato, diz que isto é crime
e qual é o castigo;)
2

LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
(qualquer pessoa só será processada e julgada pela autoridade que tem poder, de acordo
com a lei, para processar e dar sentença naquele caso;)

CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS

Art. 6o São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a


segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição.(Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 26, de 2000)

(O presente artigo não afirma que cabe ao Estado prover todos direitos acima apontados,
na verdade o que se esperava do Estado quando a redação deste artigo foi feita, era que
o mesmo fornecesse condições para que cada individuo que vivesse sob a sua égide
tivesse o subsidio mínimo para conseguir suprir suas necessidades básicas em todos os
aspectos acima. O nosso Sistema político, porem, com sua leis complementares vazias e
ineficazes e seus operadores corruptos torna o serviço estatal de diminuir as
desigualdades sociais ainda mais difícil).

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:

I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos
termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros
direitos;

(Tal previsão tenta manter o respeito mutuo na relação empregado-empregador


evitando desmandos e abusos. Observa-se que a indenização e os outros direitos, só
serão garantidos para a demissão arbitraria.)

II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

III - fundo de garantia do tempo de serviço;

(O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), criado em 1966 e atualmente


regulado pela Lei nº 8.036, é um conjunto de recursos financeiros administrados pelo
Estado brasileiro com a finalidade principal de amparar os trabalhadores em algumas
hipóteses de encerramento da relação de emprego, sendo também destinado a
investimentos em habitação, saneamento e infra-estrutura. A principal fonte de
recursos do FGTS são os depósitos mensais dos empregadores nas contas vinculadas
dos trabalhadores, abertas na Caixa Econômica Federal.)

IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas


necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação,
saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos
que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da
aposentadoria;

X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;

(O salário do trabalhador pelo seu caráter de subsistência merece proteção legal,


tornando crime a retenção do mesmo, exceto em casos de decisões judiciais
normalmente relacionadas com pensão alimentícia.)

XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda


nos termos da lei;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e
quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante
acordo ou convenção coletiva de trabalho; (vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943)

XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que
o salário normal;

XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de


cento e vinte dias;

(hoje já em alguns lugares, como Itabira, a licença já foi ampliada para 180 dias, ou
seja, 06 meses.Tenta-se com essa medida dar mais tempo às mães para passar com seus
filhos recém nascidos melhorando assim a sua criação e aumentando o convívio entre
mãe e filho num momento tão importante para ambos)

XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos,


nos termos da lei;

XXIV - aposentadoria;

CLT garante direitos dos trabalhadores. Conheça os principais

O trabalhador brasileiro tem seus direitos garantidos pelos 922 artigos da CLT
(Consolidação das Leis de Trabalho). O documento estabelece normas individuais e
coletivas de trabalho.
Os profissionais com contratos de trabalho por tempo indeterminado, regidos pela CLT,
têm alguns direitos comuns, como:

- Carteira assinada: a Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) deve ser


devolvida ao funcionário em até 48 horas do primeiro dia de trabalho, com dados do
empregador, valor do salário definido na contratação, data de admissão e cargo ocupado
(artigo 29).
O empregador tem direito de estabelecer contrato de experiência de até 90 dias (artigo
445), que pode ser dividido em dois períodos de 45 dias. Essa informação deve ser
expressa em Anotações Gerais.

- Vale-transporte: é concedido ao trabalhador, com desconto de até 6% do salário bruto


(lei nº 7418, de 16/12/1985 e decreto nº 95.247, de 17/11/1987).

- Férias: todo trabalhador tem direito a 30 dias corridos de férias após 12 meses de
trabalho, desde que não tenha mais do que cinco faltas não justificadas (artigo 130).
Cabe ao empregador decidir a data de saída do funcionário para as férias, desde que 12
meses antes do período de descanso (artigos 134 e 136).
De acordo com o artigo 143 da CLT, o trabalhador pode converter 1/3 do salário em
abono pecuniário (venda de 10 dias das férias).
O pagamento das férias e do abono, se solicitado, deve ser feito dois dias antes do início
do período.

- Faltas: o artigo 473 da CLT determina que o trabalhador pode faltar ao serviço sem
desconto de salário em casos de:
- falecimento do cônjuge, pai, mãe, filhos, irmão ou pessoa que viva sob sua
dependência econômica (quando declarada na CTPS) – até dois dias consecutivos;
- casamento – até três dias consecutivos;
- licença-paternidade – até cinco dias consecutivos;
- doação voluntária de sangue, devidamente comprovada – 1 dia por ano.

Há ainda outras situações em que a falta é permitida por lei, como para alistamento
militar, recrutamento para trabalho em eleição, provas de vestibular etc.

- Adicional noturno: a pessoa que trabalha entre 22h de um dia e 5h do outro tem
direito à remuneração superior à de quem trabalha no período diurno (artigo 73). O
valor do acréscimo varia conforme acordo ou convenção coletiva de cada categoria. O
pagamento da hora noturna é feito a cada 52 minutos e 30 segundos.

- 13º salário: o pagamento do 13º salário é feito em duas parcelas, com base na
remuneração mensal. A primeira, até 30 de novembro e a segunda, até 20 de dezembro.
A lei também permite que o trabalhador receba o 13º salário com as férias, mas ele deve
fazer a solicitação à empresa sempre em janeiro.

- FGTS: o empregador deve recolher 8% do salário bruto do funcionário para o Fundo


de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). O Fundo é depositado em contas vinculadas
na Caixa Econômica Federal. Em caso de demissão ou de aposentadoria, o trabalhador
pode sacar o valor depositado.

Outros benefícios, como alimentação, assistência médica e odontológica variam de


acordo com o que foi definido na contratação ou conforme acordo coletivo da categoria

Principais direitos do trabalhador – Ao Sair da Empresa

Veja quais são as verbas que você tem direito.

Quando o empregado pede demissão:


Na rescisão do contrato de trabalho, por prazo indeterminado, promovida pelo
empregado, sem justa causa (pedido de demissão), os respectivos direitos variam
conforme o tempo de serviço.

a) Empregado com menos de um ano no emprego:

 saldo de salários;
 13º salário;
 depósito ao FGTS relativo ao mês da rescisão e mês anterior, se for o caso; e
 férias proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional.

b) Empregado com mais de um ano no emprego:

 saldo de salários;
 13º salário;
 férias vencidas acrescidas de 1/3 constitucional (se ainda não as tiver gozado);
 férias proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional; e
 depósito ao FGTS relativo ao mês da rescisão e mês anterior, se for o caso.
O empregado que pedir demissão deve cumprir o aviso prévio ou sofrer o desconto do
valor correspondente.

Quando o empregado é demitido:

Na rescisão do contrato de trabalho por prazo indeterminado, por iniciativa do


empregador e sem justa causa, o empregado terá direito a:

a) Empregado com menos de um ano de serviço:

 saldo de salários;
 aviso prévio;
 13º salário;
 férias proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional;
 depósito ao FGTS relativo ao mês da rescisão e mês anterior;
 depósito de importância igual a 40% do total dos depósitos de FGTS que estiver
na conta vinculada, acrescidos de juros e atualização monetária;
 saque do FGTS.

b) Empregado com mais de 1 ano de serviço:

 saldo de salários;
 aviso prévio;
 13º salário;
 férias proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional;
 férias vencidas acrescidas de 1/3 constitucional (se ainda não tirou férias);
 depósitos do FGTS inclusive o referente à quitação e ao mês anterior;
 40% dos depósitos de FGTS, acrescidos de juros e atualização monetária;
 saque do FGTS.

Responsabilidade Social
As transformações sócio-econômicas dos últimos 20 anos têm afetado profundamente o
comportamento de empresas até então acostumadas à pura e exclusiva maximização do
lucro. Se por um lado o setor privado tem cada vez mais lugar de destaque na criação de
riqueza; por outro lado, é bem sabido que com grande poder, vem grande
responsabilidade. Em função da capacidade criativa já existente, e dos recursos
financeiros e humanos já disponíveis, empresas têm uma intrínseca responsabilidade
social.

A idéia de responsabilidade social incorporada aos negócios é. portanto, relativamente


recente. Com o surgimento de novas demandas e maior pressão por transparência nos
negócios, empresas se vêem forçadas a adotar uma postura mais responsável em suas
ações.

Infelizmente, muitos ainda confundem o conceito com filantropia, mas as razões por
trás desse paradigma não interessam somente ao bem estar social, mas também
envolvem melhor performance nos negócios e, conseqüentemente, maior lucratividade.
A busca da responsabilidade social corporativa tem, grosso modo, as seguintes
características:

 É plural. Empresas não devem satisfações apenas aos seus acionistas. Muito
pelo contrário. O mercado deve agora prestar contas aos funcionários, à mídia,
ao governo, ao setor não-governamental e ambiental e, por fim, às comunidades
com que opera. Empresas só têm a ganhar na inclusão de novos parceiros sociais
em seus processos decisórios. Um diálogo mais participativo não apenas
representa uma mudança de comportamento da empresa, mas também significa
maior legitimidade social.

 É distributiva. A responsabilidade social nos negócios é um conceito que se


aplica a toda a cadeia produtiva. Não somente o produto final deve ser avaliado
por fatores ambientais ou sociais, mas o conceito é de interesse comum e,
portanto, deve ser difundido ao longo de todo e qualquer processo produtivo.
Assim como consumidores, empresas também são responsáveis por seus
fornecedores e devem fazer valer seus códigos de ética aos produtos e serviços
usados ao longo de seus processos produtivos.

 É sustentável. Responsabilidade social anda de mãos dadas com o conceito de


desenvolvimento sustentável. Uma atitude responsável em relação ao ambiente e
à sociedade, não só garante a não escassez de recursos, mas também amplia o
conceito a uma escala mais ampla. O desenvolvimento sustentável não só se
refere ao ambiente, mas por via do fortalecimento de parcerias duráveis,
promove a imagem da empresa como um todo e por fim leva ao crescimento
orientado. Uma postura sustentável é por natureza preventiva e possibilita a
prevenção de riscos futuros, como impactos ambientais ou processos judiciais.
 É transparente. A globalização traz consigo demandas por transparência. Não
mais nos bastam mais os livros contábeis. Empresas são gradualmente obrigadas
a divulgar sua performance social e ambiental, os impactos de suas atividades e
as medidas tomadas para prevenção ou compensação de acidentes. Nesse
sentido, empresas serão obrigadas a publicar relatórios anuais, onde sua
performance é aferida nas mais diferentes modalidades possíveis. Muitas
empresas já o fazem em caráter voluntário, mas muitos prevêem que relatórios
sócio-ambientais serão compulsórios num futuro próximo.

Muito do debate sobre a responsabilidade social empresarial já foi desenvolvido mundo


afora, mas o Brasil tem dado passos largos no sentido da profissionalização do setor e
da busca por estratégias de inclusão social através do setor privado.

EMPRESA CIDADÃ

As empresas são organismos vivos e, ao longo do tempo acabam


incorporando mudanças e procedimentos para se adaptar às novas realidades e garantir
a sobrevivência.De alguns anos para cá, têm-se notado em ritmo promissor uma
crescente consciência de que a empresa pode e deve assumir dentro da sociedade um
papel mais amplo, transcendente ao de sua vocação básica de geradora de riquezas. E a
resposta a essa crescente demanda da sociedade pode estar associada não só a motivos
de obrigação social, mas também a sugestões de natureza estratégica.

A receita para a empresa se distinguir na renhida batalha do mercado


globalizado continua a conter os ingredientes clássicos: qualidade total, reengenharia,
relação custo-benefício, compromisso com o cliente, etc.. Entretanto será mais
"palatável" a empresa que incorporar uma boa dose de cumplicidade com seu entorno,
evidenciada num programa de atuação comunitária.

Empresas em diferentes estágios

Entretanto, convivem no setor empresarial diferentes concepções de empresa e


consequentemente diferentes práticas, que acabam por refletir claramente na sua
imagem e nos resultados que produzem.

Didaticamente podemos distinguir três estágios principais, embora na prática, se


aplique a melhor idéia de um "continuum" ao longo do qual cada uma se insere.No
patamar mais baixo, há o que chamamos negócio, onde o centro de interesse é o
investidor e o lema implícito pode ser assim resumido: "o lucro a qualquer custo".
Outros protagonistas que necessariamente se relacionam com o negócio , como clientes,
funcionários, fornecedores, etc., são entendidos e "usados" simplesmente como meios
de aumentar os lucros.Não é a toa que a cineasta Tizuka Yamasaki disse que a maneira
mais fácil de caracterizar um vilão, num filme, é encarná-lo no papel de um empresário.

Num estágio acima, podemos conceituar a empresa, como um ente


intrinsecamente social, por ser formada de grupos de pessoas, numa relação de
interdependência com ela, chamados "stakeholders" ou grupos de interesse. Dentro de
um critério lógico, não de importância são esses os principais "grupos de interesse":
clientes, funcionários, fornecedores, governo, sociedade (comunidade) e os próprios
acionistas. Como veremos, a posição dos acionistas em último lugar não é um gesto de
humildade antes uma atitude estratégica, ou, segundo Phil Carrol da Shell Oil,
"precisamos aprender como vai a empresa como um sistema vivo e a vê-la como um
sistema dentro do contexto de sistemas maiores dos quais é parte. Somente depois
nossa visão incluirá, de modo confiável, o retorno para os acionistas, um ambiente
produtivo para os empregados e uma visão social para a empresa como um todo".

Prova cabal do caráter social das empresas é que quanto elas quebram
fraudulentamente ou por gestão deficiente (disso temos exemplos recentes e chocantes
no país) acabam por traumatizar todos aqueles parceiros.

De outro lado, uma gestão eficaz que busca atender as expectativas desses
grupos, tende a fortalecer a organização. Para Stephen R. Covey, "nas empresas, novos
líderes desafiarão a premissa de que a "satisfação total do cliente" representa a principal
ética da prestação de serviços. Eles caminharão rumo a satisfação total dos grupos de
interesse, cuidando para que todos participem do sucesso da operação e tomando
decisões que beneficiem todos os grupos".José Mindlin, empresário, chega mesmo a
afirmar que "a empresa não é um fim em si mesma, e sim um instrumento de
desenvolvimento social".

A natureza da relação entre a empresa e seus interlocutores vai depender muito


das políticas, valores, cultura e sobretudo da visão estratégica que prevalecem centro da
organização, no atendimento a essas expectativas. Assim, há desde as empresas que
tratam seus parceiros de modo relativo, limitando-se a resolver conflitos, até aquelas
que buscam estrategicamente otimizar as relações com todos, definindo claramente
políticas e linhas de ação em relação a cada um deles.

Consequentemente, toda empresa é um negócio, mas nem todo negócio é uma


empresa.

Empresa Cidadã

Neste estágio, a empresa passa a adquirir uma característica inédita.


Opcionalmente pode agir através da criação de uma fundação ou instituto, contribuindo
de maneira transformadora para a elevação do meio social em que se insere. Assume
compromisso e define políticas em relação a cada um de seus parceiros. Cultiva e
pratica livremente um conjunto de valores, muitas vezes explicitados num código de
ética, que formata consensualmente a cultura interna, funcionando como referências de
ação para todos os seus dirigentes, nas relações com os seus parceiros.

Esta posição, longe de ser estática, tem um caráter dinâmico e para Richard
Beckhard, "o maior desafio será conduzir e gerenciar com eficácia as relações entre a
missão ou o propósito da organização, suas interações e parcerias com outras
instituições e outros setores, e a declaração aberta de seus valores."

A empresa-cidadã opera sob uma concepção estratégica e um compromisso


ético, resultando na satisfação das expectativas e respeito aos direitos dos parceiros.
Com esse procedimento, acaba por criar uma cadeia de eficácia, e o lucro nada mais é
do que o prêmio da eficácia.
Empresa-cidadã e sociedade

A empresa-cidadã se desenvolve imersa na sociedade onde busca seus clientes,


funcionários, fornecedores e outros insumos necessários para sua operação. Ela não se
atem apenas aos resultados financeiros expressos pelo balanço, mas inovo com a
formulação de um balanço social, onde avalia sua contribuição à sociedade.
As empresas podem relacionar-se com a sociedade assumindo diferentes posturas:
algumas adotam uma atitude predatória, explorada, em relação ao bem comum, por ex.
prejudicando pessoas, poluindo o meio ambiente, etc.; outras assumem uma posição de
neutralidade, considerando que lhes bastam recolherem seus impostos, remetendo ao
governo a responsabilidade pela eliminação das mazelas sociais; a empresa-cidadã, no
outro extremo, adota posição pró-ativa de querer contribuir para encaminhar soluções
para os problemas sociais.

Central de recursos

Dentro da sociedade, o setor empresarial, sem dúvida, é o detentor do maior


acervo de recursos potencialmente mobilizáveis.A empresa-cidadã foi a que tomou a
decisão de mobilizá-los, transformando-se numa verdadeira central de recursos à
disposição da sociedade. Segundo Jan Wieegerinck, empresário, "a missão básica da
empresa é a de tornar viável o uso de recursos disponíveis". A riqueza dessa central
inclui: informações (o recurso mais precioso na atualidade) técnicas de
gerenciamento, cultura de resultados, senso de prioridade, recursos materiais e
financeiros e sobretudo RECUSOS HUMANOS VOLUNTÁRIOS, que possibilitam a
mobilização de todos os outros recursos. Resumindo, a empresa-cidadã possui
compromisso ético, talentos, tempo e recursos. Resumindo, a empresa-cidadã possui
compromisso ético, talentos, tempo e recursos materiais, fatores estratégicos no
desenvolvimento do bem comum.

A linha divisória entre o comercial e o social

Vale aqui distinguir alguns conceitos, para não se misturarem na ação social
da empresa. Ela, enquanto agente do segundo setor ou mercado, utiliza-se naturalmente
de práticas comerciais como marketing, promoção, publicidade que são meios que
lhe permitem aumentar suas vendas e fixar sua imagem. Os custos dessas atividades
obviamente são incorporados ao preço dos produtos ou serviços prestados, que são
pagos pelo cliente. São, portanto, essencialmente mecanismos comerciais com
objetivos econômicos.

Enquanto que os recursos mobilizados para as causas sociais, a serviço do bem


comum (área de atuação do chamado terceiro setor) devem proceder da livre
determinação do acionista, de seu compromisso com a sociedade e não devem compor
os custos dos produtos. Possuem, portanto objetivos sociais e devem, por lógica,
utilizar-se de instrumentos sociais.

O código de Ética do Gife, Grupo de Institutos, Fundações e Empresas, assinala:


"As práticas de desenvolvimento social são de natureza e distinta e não devem ser
confundidas nem usadas como ferramentas de comercialização de bens tangíveis e
intangíveis (fins lucrativos) por parte da empresa mantenedora, como são, por
exemplo, marketing, promoção de vendas ou patrocínio, nem devem ser confundidas
com políticas e procedimentos de recursos humanos, que objetivam o
desenvolvimento e o bem estar da própria força de trabalho, portanto, no interesse da
empresa".

Essas distinções fornecem critérios que permitem avaliar a real motivação


certas iniciativas empresariais no campo social, onde por falha do criticismo sobre esses
conceitos, gera-se campanhas ou projetos híbridos, que podem ser batizados de
"marqueteiros". Parte-se de uma boa causa, selecionada por seu apelo sobre as pessoas.
Porém seu mecanismo indisfarçadamente comercial chega a resvalar para uma espécie
de chantagem emocional. Por lógica, essa prática estaria significando o uso do social,
do bem comum com objetivos econômicos, de interesse particular, justamente na
contramão que define a Missão do Gife: "Melhorar e difundir conceitos e práticas do
uso de recursos privados em benefício do bem comum".

Advogo a distinção desses conceitos e práticas, não meramente por razões


morais, o que também pesa, mas sobretudo por inspiração estratégica. A razão é muito
simples. Quando uma campanha ou mensagem comercial se insinua num contexto de
pura solidariedade, a porção crítica da população a percebe como um estranho no
ninho, com produção de efeitos colaterais indesejáveis, como possíveis sentimentos de
rejeição, realimentando o pré-conceito de que todo o empresário (o vilão dos filmes) só
pensa em ganhar dinheiro, até quando se dispõe a doá-lo. Na esteira dessa confusão de
conceitos e práticas, as causas sociais tendem a se transformar em um "atraente
mercado". Já ouvi cunhada a expressão :marketing social como subdivisão de um
curriculum de Marketing, para designar essa "nova fronteira de negócios".

Mas, afinal, as empresas devem agir, na área social, de modo absolutamente


desinteressado? Não é justo que elas esperem algum retorno de sua ação filantrópica,
quando até os santos faziam o bem em troca do céu?

Ganhos com a prática da cidadania empresarial

Um programa transparente, independente e ético, formulado cem sintonia com


alguma prioridade social, gera subprodutos e acaba por trazer à empresa promotora
ganhos substantivos que podem assim ser resumidos:

 Valor agregado à imagem da empresa: Valor agregado aqui significa a


atitude favorável que a sociedade atribui a uma organização, como reconhecimento por
sua atuação na comunidade. Atitude é o mesmo que predisposição e possui uma forte
conotação afetiva, emocional, o que, segundo os especialistas em pesquisa
motivacional, constitui a base que influencia comportamentos de fidelidade a produtos
e marcas. E segundo Al Ries, a batalha do marketing não é travada no ambiente feérico
de um "shopping center", mas em um local pequeno, escuro e úmido: o cérebro
humano. Aqui reside seguramente o maior benefício que a empresa-cidadã pode auferir
de seu programa de desenvolvimento social. Isso acontece porque a empresa
transcendeu o interesse apenas pelo seu consumidor para entrar em sintonia com as
necessidades da própria sociedade.

 Nova frente de motivação e escola de liderança para os funcionários.


Mais do que suposição, a experiência e o testemunho de voluntários asseguram que a
atuação no terceiro setor tem aberto um campo para o crescimento pessoal e
criatividade muito mais rico que o permitido pelo quase engessamento do "job
description". Estimuladas em seu papel de cidadãos e engajadas em programas
consistentes, as pessoas apresentam um rendimento pessoal surpreendente, com
reflexos favoráveis para outros papéis, como o profissional, familiar e pessoal. O
terceiro setor deverá representar um fértil celeiro de lideranças, tanto para a iniciativa
privada, quanto para a esfera governamental, como pensa Charles Handy.

 Consciência coletiva interna de estar participando do encaminhamento


de soluções de causas sociais, com reflexos na consolidação de valores de solidariedade
e aproximação da hierarquia, raiz natural do espírito de equipe.

 Mobilização de recursos disponíveis da empresa, sem necessariamente


implicar em custos adicionais

Parceria com as organizações sociais

A sociedade civil se organiza principalmente através de instituições ou


entidades sem fins lucrativos, cujo objetivo é a transformação do ser humano,
segundo Peter Drucker.

Escolas, creches, hospitais, escoteiros, grupos de proteção ao meio ambiente,


todos se agrupam por áreas temáticas em promoção humana, meio ambiente, cultura,
saúde, educação. Entretanto, apesar de perseguirem objetivos específicos e lidarem com
públicos-alvo próprios, possuem um denominador comum: o próprio. As chamadas
ONGs, formais ou informais, podem ser vistas como verdadeiras organizações sociais,
semelhantes às empresas pois detêm muitos de seus componentes: clientes,
gerenciamento, recursos materiais, financeiros, técnicos e humanos.

Cada um desses componentes pode ser apreciado estrategicamente em relação a


sua contribuição para o alcance dos objetivos, e nem todos tem o mesmo impacto nos
resultados da entidade. Assim, em uma escola, o nível da direção, dos recursos
humanos e técnicos sem dúvida alguma influi muito mais na qualidade da educação
prestada, do que as condições materiais, apesar de serem também necessárias.

Tem havido muita distorção quanto a prioridades tanto na esfera particular


quanto na pública. Pelas carências de um país em desenvolvimento mas principalmente
em função da maior visibilidade, há uma hipertrofia na demanda de recursos materiais:
construção, equipamentos, hardware, sobre os intangíveis como informações,
capacitação, gerenciamento. Saint Exupery, no entanto dizia que "muitas vezes o
essencial é invisível". O que se espera na vivência empresarial é uma contribuição para
um diagnóstico e busca de um consenso sobre prioridades estratégicas. Isto requer dos
parceiros uma verdadeira reengenharia de percepções e linhas de ação. Mas para se
chegar a discutir e definir prioridades, mudanças devem ocorrer na própria natureza das
relações entre as partes.

Relação assistencialista versus parceria

A relação entre benfeitor e beneficiário, quer sejam pessoas físicas ou jurídicas,


tem, ao longo da história, assumido um caráter paternalista, assistencialista: os dois
lados pouco se conhecem; o primeiro doa ao segundo algo, definido por ele mesmo,
sem qualquer referência às prioridades do outro. A relação daí decorrente pouco traz de
benefício permanente ao parceiro, mantendo-o em dependência crônica, quando não a
manipulação intencional de um sobre o outro.

De outro lado, uma vez estabelecidos os conceitos de empresa-cidadã, como


uma central de recursos e a organização social com suas diferentes necessidades,
abrem-se um enorme cardápio de possibilidades de intercâmbio. Há espaço para todas
as contribuições, desde uma simples ajuda pontual até uma contribuição mais profunda
e transformadora.

A oscilação entre esses dois pólos vai depender muito das pessoas envolvidas
em ambos os lados. Seu grau de compreensão da organização como um todo, suas
habilidades e conhecimentos, sua abertura a mudanças. Daí a necessidade constante de
os voluntários e os dirigentes se capacitarem para encaminhar as ações para um plano
mais profundo de mudanças. E a melhor maneira de crescer é na ação refletida,
avaliada e replanejada em conjunto. Uma diretora de escola pública, no Morro do
Papagaio, em Belo Horizonte, Vera Pinho, conclamou em um seminário: "os
empresários acham que só precisamos de dinheiro; nós precisamos de capacitação
profissional e envolvimento da empresa num apadrinhamento que nos permita voar
mais alto. O respaldo de todos é fundamental para criarmos projetos mais ousados".
De quantas Veras Pinho o Brasil precisa e de quantas empresas com sensibilidade
para entender e atender seu apelo!
A atuação da empresa-cidadã amplia e completa seu papel de agente econômico e a
transforma em agente social por disponibilizar, adaptando os mesmos recursos usados
no seu negócio, para transformar a sociedade e desenvolver o sentido do bem comum.

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