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Ética empresarial
A ética empresarial é a aplicação de princípios éticos às decisões que tomamos no local
de trabalho/ empresa/ organizações. A ética empresarial excede a lei (nem sempre a lei é
ética, e, portanto, excede a lei porque não existe uma coincidência entre toda a lei e a
ética) e a Responsabilidade Social Corporativa* (a ética empresarial nem sempre coincide
com a responsabilidade social corporativa, algumas empresas dizem ter, e não por
questões ética, mas sim por oportunismo).
Na ética empresarial há uma tendência cada vez maior para
que uma empresa conjugue lucro, lei e ética, geralmente a
coincidência dos 3 é muito pequena, mas a ética
empresarial preocupa-se com esta conjugação e também:
• Promover comportamentos éticos.
• Resolver conflitos entre os valores pessoais e os valores
organizacionais (estar numa empresa e o chefe diz para
vender produto x, excelente, mas eu sei que aquilo não é
verdade, logo há um conflito entre os meus valores
pessoais e os valores organizacionais).
Nas empresas, de acordo com Warren Buffen, em geral, procuramos três características
numa pessoa: inteligência, energia e integridade. Mas se a última não existir, não vale
sequer a pena preocuparmo-nos com a primeira.
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1. Decisão ética O que é o bem? O que é o Justo? (a resposta é diferente com base
em diferentes teorias, ou seja, às vezes o bem é o justo e outra vezes não são
sinónimos).
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2. TEORIAS ÉTICAS
O que é um dilema ético?
Um dilema ético surge quando não existe uma opção totalmente certa, por isso é que as
teorias éticas permitem uma orientação na tomada de decisões éticas. Sem
fundamentação. Bem nem sempre é igual ao justo. Para algumas teorias bem= justo e
para outras não. Quando tomar uma decisão eu tenho de dizer o que é o bem e o que é o
justo. Se eu sou psicóloga eu posso agir de acordo com o meu código deontológico. Eu
posso combinar respostas durante determinada situação.
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subornar as pessoas para ajudar pessoas na Rússia, a ideia do utilitarismo do ato, eu avalio
a situação com base no ato isolado. Neste caso é justo) e utilitarismo da regra (há regras
definidas e não posso atravessar essas regras mesmo que para a maximização da
utilidade).
Dito isto, o que se critica mais no utilitarismo? Como é que meço as utilidades? É difícil
medir a distribuição e a intensidade em medir a felicidade, e temos de perceber que nem
sempre a utilidade é a mesma e a teoria ignora a motivação das pessoas para determinada
ação e foca-se apenas nas consequências que a mesma traz.
Egoísmo Ético
Por outro lado, o egoísmo ético também é uma teoria consequencialista, mas que parte
de um pressuposto que é a ideia de que todos nós prosseguimos os nossos próprios fins
porque somos tendencialmente egoístas. Esta teoria diz que o bem geral é alcançado com
base nos interesses individuais. Daí que seja uma teoria consequencialista, porque
procura o bem geral, apesar de baseada em interesses individuais. Assim, esta teoria
defende a liberdade de cada pessoa prosseguir exclusivamente os seus interesses
confiando que, desta forma, o bem geral é igualmente alcançado.
O fundamento ético das responsabilidades sociais das organizações como o cerne da
discussão entre egoísmo ético e doutrina utilitarista o egoísmo ético não determina a
totalidade dos comportamentos empresariais e organizacionais.
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Num ponto de vista de ética empresarial, no utilitarismo estou preocupada com todos os
stakeholders, enquanto no egoísmo ético apenas me preocupo com os shareholders.
Ética Kantiana/Deontológica
É completamente diferente das teorias consequencialistas. Há uma desvalorização das
consequências dos atos, ou seja, aquilo que eu vou oferecer são as regras universais e o
dever como categoria moral (eu não mentir; eu não matar; eu não subornar). É necessário
ver as razões que levam às ações (se eu fizer voluntariado porque “fica bem” no currículo,
a minha ação não é boa). Existem princípios e regras universais e as razões que subjazem à
minha ação não sejam egoístas.
“Ser ético dá bons resultados” é um ponto de vista oposta à ética Kantiana, por as razões
que levam à minha ação, são egoístas.
Existem 2 princípios importantes, que podem ser traduzidos em pilares desta teoria. O
imperativo categórico diz aquilo que deve ser feito sem qualquer exceção (teoria menos
flexível). Este imperativo categórico implica 2 princípios: A ideia é a universalidade
(princípio da universalidade: as máximas que comandam a ação devem ser aplicadas a
toda a gente); e o querer (eu faço as coisas pelo meu livre-arbítrio; não sou obrigada) e o
princípio da responsabilidade. Existe também o imperativo hipotético (não é um dever
moral), é um meio para alcançar qualquer coisa (quero ser uma boa profissional, portanto
preciso de estudar. Estudar é um meio para atingir um fim, mesmo que ser boa
profissional não um princípio moral.
Outro pilar, o segundo, desta teoria, é o princípio prático supremo, respeita a dignidade
humana, que diz que não devemos usar outros seres humanos como meios para atingir
um fim (foi a base da declaração universal dos direitos do homem, 1948).
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Virtude traço de caráter que temos e é bom de se ter. Não é inata. As pessoas
precisam de aprender (disposições que eu treino, ex: posso treinar uma organização
para a corrupção).
Critério ético a conduta ética é reflexo do desenvolvimento de virtudes morais que
constituem um bom caráter e que contribuem para uma “vida boa” (felicidade) e daí a
felicidade é alcançada pelos atos virtuosos
Na prática, para as empresas, vamos aplicar as virtudes aristotélicas, a 2 níveis:
Ética do Cuidar
A ética do cuidar vai-se focar na relação interpessoal, desvalorizando as regras universais e
vai cuidar, portanto critica as conceções racionais porque a sua abordagem é mais
focalizada nas virtudes. Ética muito ligada às profissões que cuidam (enfermeiros,
psicólogos, etc.), onde se enfatiza a relação interpessoal e se desvaloriza a regra impessoal
e anónima.
Espaços de cooperação são comuns na ética do cuidar.
As Teorias da Justiça
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É importante analisar o que é o bem e o que é o justo Estas teorias abordam a forma
como são atribuídos direitos e deveres na sociedade e como devem ser distribuídos os
benefícios e os encargos entre os cidadãos.
Procuram definir um critério do que é socialmente justo, na medida em que o bem nem
sempre é igual ao justo.
Existem 2 teorias da justiça: Teoria da justiça como equidade (associada a J. Rawls) e Teoria
libertariana (Nozick)
Teoria da justiça como equidade (J. Rawls)
Surgiu como alternativa aos princípios utilitaristas porque os utilitaristas não se
preocupam como a utilidade é distribuída. Enquanto para os utilitaristas bem=justo, para
Rawls temos de definir o que é justo para definir o bem, onde este defende um critério de
justiça prévio ao conceito de bem, enquanto os utilitaristas definem o conceito de bem
previa e independentemente do conceito de justo (justo é o que maximiza o bem), onde a
visão utilitarista da justiça não se preocupa com a forma como a utilidade é distribuída
entre os indivíduos nem com a forma como eles a distribuem no tempo. Aceitando a
pluralidade dos sujeitos, Rawls procura definir princípios de justiça que regulem a vida em
sociedades compostas por indivíduos com diversas conceções de bem
Princípios de justiça social
Primeiro princípio: Associado à liberdade, na medida em que cada pessoa deve ter um
direito igual ao mais amplo sistema de liberdades básicas iguais que seja compatível
com um sistema semelhante de liberdades para todos Há liberdades básicas
(liberdade política, expressão e reunião, direito à integridade pessoal, direito à
propriedade privada e direito à proteção face à detenção e proibição) para construir
sociedades justas. Estes são os alicerces para uma sociedade justa.
Segundo princípio: baseado em 2 componentes principais: que dizem que devo
distribuir benefícios para aqueles que são menos beneficiados e a igualdade equitativa
de oportunidades, querendo isto dizer que as desigualdades económicas e sociais
devem ser distribuídas de modo a que, simultaneamente redundem nos maiores
benefícios possíveis para os menos beneficiados; e sejam a consequência do exercício
de cargos e funções abertos a todos em circunstâncias de igualdade equitativa de
oportunidades.
Uma sociedade justa é a que cumpre estes 2 princípios, ou seja, a sociedade justa é aquela
que é constituída por instituições justas que evitam a discriminação arbitrária na
atribuição dos direitos e deveres básicos.
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Existem 4 Abordagens:
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A teoria dos stakeholders (Edward Freeman) : A Empresa deve criar valor Social e
Financeiro para os seus stakeholders, nomeadamente as partes interessadas diretamente
envolvidas/implicadas na atividade da empresa (acionistas, clientes, fornecedores,
colaboradores); os “vigilantes”(ONG’s, associações, grupos de pressão, poderes públicos) e
os “observadores” (media e grande público), e, daí, a necessidade dos gestores
equilibrarem interesses dos seus vários stakeholders na medida em que estes afetam e
podem ser afetados pela empresa.
Segundo a Teoria dos Stakeholders, a empresa eticamente responsável será uma empresa
que não se limita a cumprir os normativos legais, mas que se comporta de acordo com o
que vários stakeholders esperam dela.
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Este modelo parte do pressuposto que nem todas as organizações passam por todos
as etapas, mas se essa organização tiver vários departamentos e/ou divisões, podem
coexistir diversas etapas de desenvolvimento moral.
É importante ressalvar que são poucas as empresas que abandonam a etapa 1 e uma
organização pode iniciar-se em qualquer das etapas;
O Processo pode não ser contínuo, ou seja, é possível queimar etapas;
Processo pode ser regressivo;
Não existe uma dimensão temporal para cada etapa;
Processo dinâmico, pelo que duas organizações podem estar na mesma etapa, mas
uma estar mais avançada do que outra.
Etapas
1) Etapa 1 – organização amoral: sucesso a qualquer custo; produtividade e lucro são
os valores dominantes; poder e autoridade; empregados como mero fator de
produção.
2) Etapa 2 – Organização legalista: a importância da letra da lei; lei = Justiça, logo o
que é legal é justo; lucro como valor dominante
3) Etapa 3 – Organização recetiva: incluem valores para além da produtividade e
legalidade; inclusão de deveres sociais e obrigações, mas por interesse; código de
ética começa a assumir importância, mas para orientação interna; começam a
consciencializar a importância dos empregados e da comunidade onde se
encontram inseridos
4) Etapa 4 – Organização ética emergente: balanço entre lucro e ética;
reconhecimento da existência de um contrato social entre os negócios e a
sociedade. os líderes desejam realizar “o que é correto”; código de ética passa a ter
componentes de orientação externa, isto é, contempla os diversos stakeholders //
manuais, declarações dos líderes, provedores de ética, meios de denúncia, etc.
5) Etapa 5 – Organização ética: equilíbrio entre lucro e ética; análise swot é utilizada
para antecipar problemas e analisar alternativas; a importância de aplicar códigos
de ética; recompensar, treinar, demitir, refletindo uma cultura ética integrada no
quotidiano da empresa
O que distingue a etapa 4 da etapa 5?
Na etapa 4 os valores éticos ainda não estão totalmente integrados na cultura
organizacional, o que se criaram foram mecanismos para orientar comportamentos éticos;
Na etapa 5 a componente ética na cultura organizacional já é tão forte que ao indivíduo já
não se colocam dilemas na escolha da ação correta.
Modelo II
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Fatores que influenciam a eficácia dos códigos de ética tom negativo (para além do
positivo); legibilidade (por exemplo, extensão); relevância; realismo; apoio da gestão de
topo; formação; reforço; atuação quotidiana de acordo com os ditames do código;
requisitos sobre a obrigatoriedade de comunicar as violações; canal de denúncias;
publicitação das violações e execução/cumprimento.
O gestor de RH é responsável pelo clima ético das organizações, devendo criar uma ideia
partilhada do que é justo.
A) Norma SA8000
Norma SA8000, lançada pela Social Accountability International, é uma norma
incontornável para o gestor de RH, porque vai garantir alguns pressupostos éticos que é
garantir:
• Sistema para melhorar o desempenho social das empresas: garantir que as empresas
apresentam condições de trabalho eticamente aceitáveis;
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Em teoria, esta certificação garante que os bens e serviços da empresa foram produzidos
ao longo da cadeia de produção de acordo com um conjunto de valores éticos e
socialmente aceitáveis.
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• Como selecionar:
– Critérios utilizados para a seleção dos candidatos: Os critérios utilizados para a
seleção dos candidatos deverão ter apenas a ver com as competências
necessárias para o desempenho da função, independentemente do género,
raça/etnia, deficiência, idade, crença e outros temas específicos, tais como a
orientação sexual. Nas entrevistas deve-se avaliar a adequação da pessoa ao
emprego em questão e focar-se nas capacidades individuais do candidato.
– Utilizar política de discriminação positiva: Como política de discriminação
positiva, poder-se-á facilitar o acesso de candidatos de grupos minoritários à
fase de pré-seleção e tentar incluir candidatos no grupo dos candidatos finais,
desde que detenha as competências necessárias para o desempenho da
função.
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Teorias dos direitos Estas teorias desviam a atenção de conceitos como valores,
obrigações, deveres e passam a focar-se nos direitos - direitos de propriedade, direito ao
trabalho, direito à greve, direito de privacidade
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• Explique que a solicitação (direta ou indireta) deve ser feita por escrito e precisa ser
relatada ao seu Departamento.
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