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RESPOSTAS ÉTICA

ÉTICA
O que é a ética?
A ética serve para “ajudar aqui e agora, neste sarilho em que estou metido, a decidir da
melhor maneira”. A verdadeira definição de ética é a busca da felicidade (nas minhas
circunstâncias). A Ética pretende em cada momento orientar esse mesmo momento para o fim
último da nossa vida, colocar em cada decisão que fazemos a razão suprema da nossa existência,
colocar sempre a pergunta: “Qual é a coisa certa a fazer nesta situação em que estou envolvido”.

O que é a clivagem existencial?


A clivagem existencial é viver na dualidade do “eu privado”, virtuoso, caridoso e
consciente, e a do “eu público”, no emprego e na vida pública, onde se faz aquilo que se tem que
fazer, tendo em conta que, aquilo lá fora é uma selva.
Assim a clivagem existencial apresenta-nos o dilema entre sucesso e virtude, o conflito
entre bens de eficiência (ter êxito económico e social) e os bens de excelência (ter uma vida plena
e equilibrada). Uma vez que, nos dias de hoje, muitos acreditam que é preciso escolher entre ser
ético, justo e bom e ser, portanto, feliz, com o sucesso, existindo então a clivagem fundamental
entre: “bens de eficiência” (associado ao sucesso produtivo, êxito económico e social) e “bens de
excelência” (busca de uma vida plena, equilibrada e com sentido por outro). Sendo que, tendo em
conta estes pressupostos, então existe uma incompatibilidade básica entre a ética empresarial e o
sucesso nos negócios, neste sentido, ser ético é ser mau gestor e ser injusto é mais lucrativo.

“Aquilo lá fora é uma selva”


“O mundo dos negócios é uma selva” é a justificação mais comummente utilizada pelo
ser humano para justificar as suas ações reprováveis, o mesmo normalmente defende-se ao
garantir que até é boa pessoa, mas dado que o mundo “lá fora” é tão duro e difícil, o mesmo não
consegue atuar da forma como queria, vendo-se obrigado a tomar determinadas ações. É então a
maldade no mundo que “obriga” esta clivagem existencial,” que nos apresenta então o conflito
entre bens de eficiência (ter êxito económico e social) e os bens de excelência (ter uma vida plena
e equilibrada). Contudo se felicidade for oposta à virtude existe uma clara incompatibilidade entre
a ética empresarial e o sucesso nos negócios, pelo que ser ético seria ser mau gestor e ser injusto
significaria ser mais lucrativo.
No entanto é necessário ter em conta que o problema ético não é o que acontece na selva,
mas sim o que devo fazer na selva. Assim apesar de lá fora o mundo até puder ser “uma selva”,
não é essa a questão ética. Ou seja, justificar a ação pelo seu contexto não é uma pergunta moral.
A pergunta moral aqui deve ser “já que lá fora é uma selva, o que podemos fazer acerca disso?”.
Uma vez que constatar que o mundo é uma selva seria uma simples constatação da realidade, um
mero observar da circunstância. Pelo que, decidir a atuação com base nos “nossos critérios” e
tendo em conta as circunstâncias é o que define se a pessoa é ética (ou não). Esta tomada de
decisões pode ser influenciada pelos “nossos critérios” que poderão ser esses: benefícios pessoais
(interesses) ou por compromissos morais (valores e relações). É importante para isto ter ainda em
atenção, que cada “selva” não tem regras próprias e que o “eu” público não difere do privado.
Dado que, no mundo dos negócios, se não agirmos consoante os nossos valores,
acabamos por justificar as nossas ações consoante as circunstâncias em que estamos inseridos
(“Quando não vivemos como pensamos, acabamos por pensar como vivemos”). Sendo que se
começamos a amolecer e a desculpar a nossa consciência podemos num contexto empresarial
deixar de distinguir o bem do mal.
Assim, e dado que o mundo é muitas vezes uma selva, há duas maneiras que nos podemos
comportar e que nos permitem sobreviver: podemos comportar-nos como um animal selvagem,
cedendo à selva e tornando-nos mais predadores que os próprios predadores não olhando aos
meios para atingir os fins (sucesso); ou podemos humanizar a selva, adotando uma atitude de
civilização da selva.
Decisão sob pressão:
Não subestimar a intuição de se estar perante um dilema ético, pedir tempo para pensar, descobrir
rapidamente uma empresa que tenha uma política definida aplicável à situação, pedir conselho a
superiores, usar o teste da primeira páginal do jornal.

Dilema ético:
Os dilemas éticos são uma realidade diária na empresa. A maioria das pessoas enfrenta
dilemas em algum momento da sua carreira profissional, quer com maior ou menor frequência.
A emoção pode parecer trivial no mundo árduo dos negócios, mas é uma questão séria. Para a
maioria não é fácil escolher a opção mais inteligente ao encarar um dilema, e é natural sentir
insegurança, principalmente quando envolve emoções e quando apelam ao nosso lado mais
humano. Diria então que os dilemas éticos são situações que não são pretas nem brancas, mas sim
cinzentas, uma vez que resolvê-los exige tomar decisões quando as leis, os regulamentos, os
estatutos ou as verdades absolutas não oferecem saída. Os dilemas éticos incluem frases como “e
o que aconteceria se...”, “talvez...”, “por um lado, deveríamos..., mas por outro se o fi zermos...,
mas mesmo assim eu não..., eles poderiam...”.
Assim e como anteriormente explicado, as decisões das empresas são difíceis, complexas
e exigentes, assim a mudança que a moral gera não tem a ver como os termos das escolhas, mas
sim com a seleção e avaliação dos custos e benefícios que são considerados na mesma. O valor
moral da atividade empresarial depende da finalidade com que se desempenha essa atividade.
Existem: casos maus por defeito, casos bons e casos maus por excesso. Entre estas situações,
existem as chamadas, zonas cinzentas, e é aí que o problema ético reside, pelo que podemos então
concluir que é nas áreas dúbias onde uma coisa parece boa, mas inclui elementos maus de outro
ponto de vista, que se encontra o problema. Pelo que, o ambiente da empresa, as circunstâncias,
incentivos, etc… influenciam essa decisão.

Como ser éticos numa decisão de um problema ético?


A diferença entre uma decisão comum e uma decisão ética está no papel principal que os
valores e os julgamentos desempenham nas decisões éticas. Assim para que resolvermos uma
decisão de forma ética, é necessário querer ser ético e operacionalizar essa vontade, colocando o
problema como ele é (colocar a decisão no seu real contexto), analisando aspetos legítimos e
tendo cuidado com a subjetividade, não ignorando ou menosprezando elementos relevantes,
decidindo com um critério alinhado, com base em instrumentos éticos, mas ao mesmo tempo
seguindo a consciência e os nossos próprios valores.
Existem então inúmeros Instrumentos Éticos, que não substituem, contudo, a consciência
e não são suficientes para resolver as questões éticas, sendo eles a Lei (Quadro legal da sociedade,
que determina as grandes linhas morais. É um guia orientador das ações) os Códigos de conduta
(que esclarecem dilemas particulares, específicos de empresas. Assombram grupos particulares),
os consultores éticos (Especializados, podemos contar o sucedido) e os Balanços e relatórios.
Assim estes instrumentos à partida idênticos de utilização para a tomada de uma decisão
ética, podem e levam muitas vezes à tomada de decisões éticas distintas em situações similares,
sendo o mesmo devido ao desenvolvimento cognitivo do que é moral e de alguns outros fatores,
entre eles os valores pessoais, as diferenças culturais, a cultura da empresa, a estrutura da
organização, a oportunidade, os terceiros interessados e as pressões geradas pela realização de
atividades em um ambiente competitivo.

“Ser ético é bom para o negócio?”

A ética empresarial está voltada ao comportamento ético e transparente, entre a empresa


e todas as suas partes interessadas (clientes, colaboradores, fornecedores, sociedade, acionistas,
etc). Assim, da mesma forma que a ética em si estabelece as leis que determinam a conduta moral
da vida pessoal e coletiva, a ética empresarial determina a conduta moral de uma empresa,
permitindo à mesma adotar uma posição estável e sólida no mercado.
A ética é boa para os negócios na medida em que nos permite evitar escândalos,
originando “bom marketing”, transmitindo uma boa imagem tanto para os colaboradores (que
irão perceber e adequar-se às normas e condutas praticadas na organização) quanto para os
clientes/mercado que vão ficar com a ideia da empresa como “boa” e “confiável”, permitindo
assim alcançar melhores resultados e estabelecer boas relações com clientes, de forma a também
realizar um comércio justo, evitando custos de natureza jurídica.
Assim considero que uma das grandes vantagens da ética empresarial é que é reconhecida
e valorizada pelo cliente, permitindo que se estabeleça uma relação de confiança entre a empresa
e cliente, fazendo com que o mesmo se fidelize à empresa.

“Que critérios devem ser utilizados?”

Os critérios que devem ser tidos em conta quando se toma uma decisão são: emotivistas
(seguir a consciência) e prescrivistas (existência de uma lei, objetiva e extrema).
Assim é importante seguir a regra de ouro, que apela à consciência. Santo Inácio de Loiola
fez algumas reflexões nas quais nos apresentou que não podemos mudar o problema, mas sim as
circunstâncias, pelo que devemos tratar os outros da mesma forma que gostávamos de ser tratados,
agindo sempre em conformidade com o que eu quereria que fizesse uma pessoa que não conheço
de lado nenhum ou o que quereria ter feito se estivesse à hora da morte. Relativamente à regra da
primeira página do jornal (“Depois que os meus funcionários obedecem a todas as regras, eu
quero que você se pergunte se eles estão dispostos a ver seus actos publicados na primeira página
do jornal no dia seguinte, e que o mesmo possa ser lido para sua esposa, filhos e amigos”), a
mesma regra diz-nos então que se a pessoa não sentir vergonha do seu acto não terá qualquer
problema em que o mesmo seja exposto.
É então necessário que se crie um processo, uma vez que, sem a existência de processo
para responder ao problema, todos irão reagir instintivamente e fazer o que caberá à sua
consciência, recorrendo ao emotivismo, que é nada mais que uma expressão de preferências de
aprovação. Neste sentido as pessoas farão apenas o que é melhor para si e não o que é melhor
para o grupo, tal como acontece na “Parábola do Sadhu”, em que a dada altura era necessário que
existisse um processo para que as pessoas se sentissem guiadas e acompanhadas, e que existisse
também apoio do grupo.
Contudo e embora todos tenham dado alguma ajuda (os neo-zelandeses carregaram o
sadhu às costas, o mc coy verificou o pulso e sugeriu o tratamento, o Stephen e os suiçoes
agasalharam-no com roupas, os japoneses deram-lhe água e comida e os sherpas levaram-no para
uma pedra onde batia o sol), essa ajuda simplesmente não foi suficiente, uma vez que ninguém
assumiu inteiramente a responsabilidade pelo Sadhu.

ÉTICA EMPRESARIAL- Para a próxima reunião de quadros o seu chefe pede-lhe ajuda na
preparação de intervenção de fundo com o tema “há certas coisas que esta empresa nunca
fará”

Na elaboração da intervenção, que visa relembrar aos membros da administração da empresa dos
princípios da mesma, iria começar pelas linhas mais gerais da ética empresarial, ou seja, aquelas
que estão legisladas na lei. Sabemos que existem práticas antiéticas, mas que são lícitas, pelo que
estas são mais complexas de analisar, sendo conhecidas por “zonas cinzentas”, no entanto,
existem também casos que são maus (por defeito ou por excesso) e casos que são bons. Partindo
da lei, sabemos que esta é o que determina as grandes linhas morais da sociedade, ou seja, eu
começaria a intervenção por realçar as práticas que a empresa nunca fará pois apesar de serem
más num nível ético, são ainda ílicitas, ou seja, estão reguladas legalmente, pelo que a empresa
deve evitar estas práticas.
Após abordar os casos maus, nos quais a empresa nunca se deve envolver, devemos partir para a
elaboração de um Código de conduta, baseado na deontologia ética dessa mesma atividade, de
modo a esclarecer dilemas particulares, específicos da empresa, podendo assim orientar as ações.
E aqui tentar dar a conhecer e incentivar para práticas corretas tanto a nível de questões de
trabalho, como de produção, como situações em contratos,etc.
Por fim, e por sabermos que as situações não são todas objetivamente boas ou más a nível ético,
teremos de abordar as “zonas cinzentas”, os casos mais complexos, em que irão requerer maior
esforço e exigência para o seguimento dos princípios éticos. Diria aos administradores da empresa
como devem abordar e atuar, quando se virem num dilema ético em que a resposta não é tão
obvia. Em primeiro lugar, estes devem querer ser éticos, sendo a força de vontade e a natureza
humana o que terá mais peso nas decisões a tomar, operacionalizando assim a sua atividade a
ações para essa vontade, devem ainda para melhor compreensão da situação, colocar a decisão no
seu verdadeiro contexto, analisando os aspetos legítimos e objetivos e medindo as consequências
(não só para nós como para todos os afetados com as mesmas) e apenas aí tomar uma decisão.

“Para a próxima assembleia geral de acionistas, o seu administrador pede-lhe que prepare uma
página de apoio para a intervenção dele. O único tema que lhe deu é “esta empresa pensa que
o sucesso é sempre ético”

Na minha opinião, e com base nos conteúdos estudados durante o semestre na cadeira de Ética e
Responsabilidade Social, penso que o tema si, (“esta empresa pensa que o sucesso é sempre
ético”) está errado.
Note-se que, sabemos que ser ético é bom para o negócio, e que podemos ter lucro e sucesso ao
orientar a actividade da empresa pelos princípios éticos. No entanto, o contrário não se verifica,
e na atualidade, tal como estudámos, existe a mentalidade e ideologia de que existe uma clivagem
essencial, ou seja, pensa-se atualmente que existe um dilema entre o sucesso e a virtude. Muitos
acreditam que é preciso escolher entre ser ético, justo e bom e ser feliz e com sucesso. Apesar de
esta corrente de opinião não ser a realidade, (não é verdade que existe uma incompatibilidade
básica entre a ética empresarial e o sucesso nos negócios), também não é verdade que o sucesso
é sempre ético.
O sucesso e o lucro em si são algo neutro, a actividade empresaria voltada para o lucro não é em
si mesma, ética ou antiética. O valor moral do lucro e do sucesso vai depender do modo como
este lucro é obtido e utilizado.
Se fosse eu a preparar esta apresentação para os acionistas, apesar de reconhecer que o sucesso
pode ser atingido por vias anti-éticas, iria defender que o que é pretendido, e que enquanto
funcionário da empresa, defendo que a mesma deve orientar as suas práticas e toda e qualquer
atividade empresarial de acordo com os princípios éticos, não visando apenas o lucro (ainda que
o mesmo seja em princípio, o core da actividade), mas também os interesses de todos os
stakeholders.

Egoísmo ético
O egoísmo ético é a visão de que cada um de nós deve perseguir nosso próprio interesse,
e ninguém tem a obrigação de promover os interesses de qualquer outra pessoa. É, portanto, uma
teoria normativa ou prescritiva: preocupa-se com como devemos nos comportar.

Ética das virtudes


Para entender a ética temos, portanto, de entender o que torna alguém uma pessoa
virtuosa, e Aristóteles, com olhar aguçado para os pormenores, dedica muito tempo a discutir
virtudes particulares como a coragem, o autodomínio, a generosidade e a veracidade. Apesar desta
forma de pensar sobre a ética estar estreitamente identificada com Aristóteles, não foi exclusiva
dele. Sócrates, Platão e muitos outros pensadores antigos abordaram a ética perguntando: “Que
traços de caráter tornam alguém uma boa pessoa?”.
A Éticas das virtudes centra-se, não tanto nos princípios ou consequências da ação, nem
sequer na própria ação, mas no agente, a pessoa que realiza a ação, à luz das circunstâncias e de
todas as suas ações. Pode dizer-se que o foco é o carácter da pessoa ou, alternativamente, aqueles
traços de carácter expressos nestas ações, as suas virtudes.
Qual é a moral dos nossos dias?
Hoje em dia vemos predominante uma posição de supremo relativismo e indefinição:
“Você é livre, escolha, quero dizer, invente. Nenhuma moral geral pode indicar-lhe o que fazer”.
É fácil notar que nos nosso dia-a-dia, os nosso debates éticos (normalmente em torno de
temas como aborto, homossexualidade, religião, educação, limites da liberdade…) desenrolam-
se em geral com três elementos fundamentais: primeiramente, todas as pessoas se colocam (ou
tentam) em posições racionais e objetivas, sendo que cada pessoa procura ter opiniões
fundamentadas, procurando todos à partida, ser imparciais nos seus juízos. De seguida é
importante ter em conta que existe sempre um vasto leque de atitudes ideológicas (com opiniões
as mais diferentes possíveis), que são válidas e incomensuráveis entre si (não se pode comparar
qual vale mais), desde que cada um deduza de forma coerente e lógica as suas conclusões. Por
último nestes debates ético, existe sempre a Conclusão que acaba sempre por ser a ausência de
uma mesma “conclusão”. Uma vez que, todos estes debates tendem a acabar com a mesma
conclusão “tu ficas na tua, eu fico na minha”, uma vez que se constata este relativismo, dado que
não é possível chegar a uma conclusão única, uma vez que, não podemos impor certos
comportamentos ou mesmo os nossos valores às outras pessoas e a nossa opinião em nada vale
mais do que a do outro. Sendo assim este relativismo a fraqueza da sociedade de hoje em dia.

No entanto, claro que não é possível viver numa sociedade onde cada um fica na sua. O
mais forte vai sempre dominar. O mais forte é quem controla a televisão, jornais, propaganda.

TRABALHO:

“O código da ética em vigor na sua empresa exige-lhe que comunique ao superior um erro
grave cometido por um seu subordinado. Se o fizer, esse trabalhador certamente será despedido
com terríveis consequências na sua vida pessoal (um filho está muito doente e os tratamentos
são caros, aliámos foi essa pressão que gerou a distração que por sua vez levou ao erro). A sua
opinião é que este caso foi pontual, as consequências não serão notadas fora das suas relações
imediatas. O que devo fazer?”

Enquanto trabalhadora de uma determinada empresa, devo atuar com zelo e adequado
espírito de cooperação e responsabilidade, informando e esclarecendo de forma respeitosa, clara
e simples os intervenientes no assunto, preservando assim os valores de transparência na empresa.
É importante ainda ter em conta que, enquanto trabalhadora de uma determinada empresa devo
agir de forma responsável e competente, dedicada e crítica, empenhando-me na valorização
profissional e exercendo a minha atividade diária com um comportamento íntegro e de elevado
profissionalismo.
Assim para o caso em questão é necessário ter em conta que, em termos de conduta, os
trabalhadores, procedendo de acordo com critérios de razoabilidade e prudência, devem informar
o superior hierárquico sempre que tomem conhecimento ou tiverem suspeitas fundadas da
ocorrência de atividades de abuso de informação privilegiada, fraude ou corrupção em geral.
Sendo importante ter em conta que o trabalhador que comunicar ou impedir a realização de
atividades ilícitas, não poderá ser, por esse facto, prejudicado a qualquer título.
Pelo que, embora a história do meu subordinado pudesse apelar ao meu lado mais
emocional e humano (dada as condições da sua vida pessoal), a ação do mesmo não deixa de ser
um erro considerado “grave”, que embora depois nos seja dito que há partida as “consequências
não serão notadas fora das suas relações imediatas”, não será certo que a mesma ação tome assim
tão reduzidas proporções. É importante ainda ter em conta que, se por algum motivo a situação
tiver consequências mais devastadoras, o meu silêncio poderá ser compreendo como eu ter
compactuado com o erro em questão, sendo que em último caso poderei mesmo ser sempre
acusada como “cúmplice” de um crime.
Assim mais do que ter atitudes éticas é preciso também conseguir denunciar qualquer tipo
de comportamento que vá contra o padrão ético.
O seu chefe sabendo que fez a cadeira de ética na católica, pede-lhe um pequeno
relatório/consulta sobre a conduta que a empresa deve ter perante o problema da
contratação de pessoas portadoras de deficiência, indicando atitudes corretas, problemas
que se devem colocar e dificuldades de várias naturezas a acautelar

Segundo a lei nº4/2019, as grandes empresas devem admitir trabalhadores com


deficiência, em número não inferior a 2 % do pessoal ao seu serviço, desde que as mesmas possam
exercer, sem limitações funcionais, a atividade a que se candidatam ou, apresentando limitações
funcionais, essas sejam superáveis através da adequação ou adaptação do posto de trabalho e ou
produtos de apoio.
É necessário ter em conta que, será necessário apresentar uma certificação de deficiência,
bem como determinar o grau de incapacidade para efeitos da aplicação da lei, de modo a que,
posteriormente, o processo de recrutamento e seleção dos candidatos com deficiência seja
adequado, podendo, a pedido dos interessados, haver lugar a provas de avaliação adaptadas. Em
caso de contratação de trabalhadores cujas limitações funcionais impliquem a necessidade de
adequação ou adaptação do posto de trabalho e ou produtos de apoio, deverá ser revisto um
programa para a indicação e prestação do apoio técnico necessário.
Ao longo dos anos tem vindo a crescer a ideia de que a inclusão de deficientes é uma
questão de ética, cidadania e redução da desigualdade social. Uma vez que, promover a
diversidade é garantir a igualdade de oportunidade para que as pessoas possam desenvolver os
seus potenciais. Assim, pessoas com deficiência não deixam de ser pessoas, pelo que como tal
devem ter acesso aos bens mais comuns da sociedade: educação, saúde, trabalho, remuneração
digna, entre outros.
Para a questão da inclusão no mercado de trabalho, é necessário garantir as condições de
interação da pessoa com deficiência com os outros funcionários da empresa, logo, não é apenas
contratar, mas oferecer condições para que possam desenvolver as suas competências, atender
aos requistos da empresa e cumprir os critérios de desempenho previamente estabelecidos.
Contratar então uma pessoa com deficiência, atribui alguns benefícios à empresa. Para lá
de ter a capacidade de influenciar as ações das pessoas diretamente a si ligadas (funcionários)
bem como à sociedade, pela transmissão do exemplo de como devemos incluir o “outro” na
sociedade (mesmo que ele apresente deficiências), a empresa tem ainda outro grande motivo para
investir em políticas inclusivas: o ganho de imagem. Outro ganho que considero importante é no
ambiente de trabalho, uma vez que quando uma equipa recebe uma pessoa com algum tipo de
deficiência, tende a reforçar o trabalho em equipa, de modo a integrar o trabalhador. A questão
da produtividade, será também uma mais valia, desde que as pessoas com deficiência estejam
inseridas em funções que possam ter um bom desempenho.

“Que razões deve ter uma pessoa para querer trabalhar numa empresa?”

Podem existir diversos critérios, que poderão variar de pessoa para pessoa, uns podem
querer ir para uma empresa por questões financeiras, outras por reputação, mas devemos
relembrar-nos que o sítio de trabalho é um local onde iremos passar grande parte dos nossos dias
e que por esse motivo deve ser um local onde nos sintamos bem. A chamada “felicidade no
trabalho”, criar um ambiente que leve os trabalhadores a quererem trabalhar e a estarem
motivados para tal.
Como é que pode um chefe transmitir esta motivação?
Em primeiro lugar há que dar o exemplo, destaco aqui a história de Alexandre, que
quando o seu exército estava a caminhar e com sede, quando lhe é dado água o mesmo deita-a
para o chão. Este ato que parece à primeira vista insignificante, ou com pouca dimensão, foi
motivo de festejo par os soldados e foi como se “todos tivessem bebido água”, uma vez que se
viram todos no mesmo nível, não estando ninguém acima de ninguém, nem Alexandre. Assim
não se tratou da dimensão do ato, porque de facto ninguém ficou saciado com a água, tratou-se
do gesto e de como estão todos na mesma linha.
Contudo, não é só necessário que os colaboradores sejam felizes, mas que a empresa
também o seja
Essa felicidade pode-se refletir em resultados, nomeadamente lucros. Não podendo esses
lucros, contudo ser atingidos a qualquer custo, uma vez que os meios interessam para a
maximização do fim, embora não haja, contudo, reprovação em querer ter lucros (“se o ganho
que é o fim do comércio, não implica em si qualquer elemento honesto ou necessário não implica
também qualquer coisa de mau ou contrário à virtude(...), assim o negócio torna-se liíito”, dado
que tanto o ganho empresaria como as empresas são neutros, estando o valor moral do lucro
apenas depende de como ele é usado e conseguido. Toda a atividade humana pode ser
transformada numa selva, contudo a mesma depende da atividade de quem a conduz. É importante
com isto ter ainda em atenção que se por acaso forem estabelecidos limites à dedicação tida pela
empresa, estes limites devem ser determinados pela ética. Assim uma posição antiética face ao
lucro seria dizer que: “As empresas têm de ter lucro e fingir que não vêm o que se passa à sua
volta”.

ÉTICA NO TRABALHO: A definição de características do “candidato ideal” é uma forma de


discriminar pessoas no processo de seleção?

Uma empresa tem o direito de se recusar a contratar determinados tipos de pessoas (função da
idade, religião, status familiar, etnia, filiação política, ...)?

Será ético recusar pessoas em função do género?

Discriminar uma pessoa significa negar-lhe algum direito com base num critério injusto.
Num processo de seleção, discriminação é a decisão que um selecionador toma sobre um
candidato a um emprego não com base na sua qualificação ou desempenho, mas em razão de
qualquer outra característica.
De maneira geral, podemos considerar que a seleção de pessoas não é nada mais do que
a escolha do melhor ou dos melhores candidatos para preencher uma determinada posição numa
empresa. Assim todos os processos de seleção envolvem uma previsão, com base na identificação
das qualificações dos candidatos, em que a empresa prevê como é que seria o desempenho dos
candidatos na função para a qual a se estão a candidatar. Assim, quando falamos no “melhor
candidato” referimo-nos aquele que provavelmente apresentará, caso contratado o melhor
desempenho, dentro de todos os candidatos.
No mercado do trabalho, em situações em que existe excesso de oferta de mão-de-obra
(como em crises económicas), muitas empresas estabelecem pré-requisitos ou exigem
competências que o candidato não utilizará no cargo, de modo a reduzir o número de candidatos
no processo de seleção, ou como meio de contratar candidatos com qualificações superiores ao
necessário (tendo trabalhadores com mais competências a “preços” inferiores).
A ampliação injusta dos pré-requisitos para o exercício constitui uma forma de
discriminação. Assim, solicitar um nível de qualificação mais alto do que aquele que a função
requer, ou exigir que o candidato tenha feito cursos não relacionados com o seu futuro cargo,
constituem atos discriminatórios e imorais.
Outro aspeto que é importante ter em atenção é que os candidatos podem ver os pré-
requisitos exigidos e serem induzidos em erro, ao acreditarem que o trabalho para o qual estão a
concorrer exigirá deles uma coisa que na realidade não vai existir, uma vez que não lhes é
apresentado pela empresa que as qualificações por eles pedidas não serão utilizadas no dia a dia.
É importante ainda ter em conta que o “perfil ideal” do trabalhador não pode conter
exigências relativas a características não profissionais como: idade, sexo, boa aparência, sempre
que as mesmas forem usadas para restringir ou limitar as oportunidades dos candidatos ao cargo
à priori ( Segundo o Artigo 24º do Código do Trabalho: “O trabalhador ou candidato a emprego
tem direito a igualdade de oportunidades e de tratamento no que se refere ao acesso ao emprego
não podendo ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de
qualquer dever em razão, nomeadamente, de ascendência, idade, sexo, orientação sexual,
identidade de género, estado civil, situação familiar, situação económica, instrução, origem ou
condição social, património genético, capacidade de trabalho reduzida, deficiência, doença
crónica, nacionalidade, origem étnica ou raça, território de origem, língua, religião, convicções
políticas ou ideológicas e filiação sindical”).
Pelo que se definirmos Justiça como o ato de dar a cada um o que é seu, então será justo
o processo de seleção que, indicar o melhor candidato, sendo que a “desclassificação” de um
candidato em função de características diferentes das suas qualificações representará de imediato
um ato de discriminação que, portanto, será considerado ilegal.

O seu diretor de pessoal vem dizer-lhe que, segundo reputados especialistas internacionais em
gestão de pessoal, a empresa, para manter a competitividade, deve despedir todos os anos os
trabalhadores que esteja nos 5% inferiores da ordenação de eficácia, feita a partir das
classificações dadas pelos respetivos diretores. Só assim se cria pressão competitiva em toda a
empresa. Que lhe responde?

Começar-lhe-ia por dizer que uma empresa é, antes de mais nada, um conjunto de
pessoas. O problema ético que costuma ser gerado nas questões de pessoal é naturalmente,
relacionado com a motivação e envolvimento dos trabalhadores. Esta sugestão do diretor de
pessoal pretende incentivar e motivar os trabalhadores, já que é comum encontrar trabalhadores
que são pagos mas que pouco fazem/são pouco produtivos. No entanto, apesar de concordar e
defender que se devem elaborar internamente incentivos para motivar a produtividade dos
trabalhadores, não concordo com a sugestão do diretor de pessoal. O respeito mútuo é essencial
para uma boa relação de trabalho, garantindo eficácia e justiça. A estrutura na empresa deve ser
equilibrada, maiores níveis de justiça estão comprovados gerar maior eficiência, produtividade e
propensão para inovar processos organizacionais e atividades. Deve existir um clima de confiança
e segurança na empresa. A sugestão do diretor de pessoal, é a de promover a eficiência dos
trabalhadores através do medo, o que poderia não criar o ambiente de trabalho mais favorável, já
que os trabalhadores estariam a competir entre si para não serem despedidos. Apesar de modo
pouco ético, esta decisão até poderia aumentar o lucro e o sucesso na empresa, mas já estaríamos
a entrar num lucro com valor antiético, dado o modo como este estaria a ser obtido. Existem
vários outros mecanismos e técnicas para incentivar os trabalhadores, que não necessitam de criar
um ambiente hostil na empresa. Toda a atividade humana pode ser transformada numa selva, e
esta decisão do diretor de pessoal, iria incentivar e promover a criação dessa mesma selva, no
contexto empresarial dessa empresa. Apesar do valor moral negativo com o qual a selva está
conotado depender da atividade de quem a conduz, sabemos que a selva incentiva frequentemente
a comportamentos pouco éticos, pelo que deve ser evitada e não promovida.

“O objetivo da empresa não é simplesmente o lucro, mas sim a própria existência da empresa
como comunidade de homens que, de diverso modo, procuram a satisfação das suas
necessidades fundamentais e constituem um grupo especial ao serviço de toda a sociedade. O
lucro é um regulador da vida da empresa, mas não é o único, a ele se deve associar a
consideração de outros fatores humanos e morais que, a longo prazo são igualmente essenciais
para a vida da empresa” – (esta resposta ta muito fraca)

Apesar de notarmos e sabermos que a actividade empresarial da empresa é, geralmente, visada


para a obtenção do lucro também sabemos que existem limites nos meios que podem levar a este
fim. As questões de trabalho são fulcrais para a saúde da empresa e poderão criar grandes
disparidades tanto a nível ético da empresa como a nível de resultados. Sabemos que ser ético é
bom para o negócio, pelo que procurar apenas o sucesso sem olhar para os meios ou ter
preocupação com os fatores humanos e morais da empresa, vai também contra a responsabilidade
social da empresa. A chamada “felicidade no trabalho” é fulcral para a instituição da empresa,
deve-se criar um ambiente que leve os trabalhadores a quererem trabalhar e a estarem motivados
para tal. Para a melhor vivência ética e saúde da empresa, não se pode apenas visar o lucro e o
sucesso dos acionistas, devendo também ter em conta todos aqueles que são afetados pela empresa
(stakeholders), identificando os direitos e deveres de cada um, quais as melhores práticas a ter em
relação com cada um e quais os compromissos de cada um e para com cada um.
É importante com isto ter ainda em atenção que se por acaso forem estabelecidos limites à
dedicação tida pela empresa, estes limites devem ser determinados pela ética. Assim uma posição
antiética face ao lucro seria dizer que: “As empresas têm de ter lucro e fingir que não vêm o que
se passa à sua volta”.

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Decreto-Lei nº370/93, de 29 de Outubro com as alterações introduzidas pelo Decreto Lei


nº140/98 de 16 de Maio

Artigo 1.o Aplicação de preços ou de condições de venda discriminatórios:


É proibido a um agente económico praticar em relação a outro agente económico preços ou
condições de venda discriminatórios relativamente a prestações equivalentes

Artigo 2.o Tabelas de preços e condições de venda


Os produtores, fabricantes, importadores, distribuidores, embaladores e grossistas de bens e os
prestadores de serviços são obrigados a possuir tabelas de preços com as correspondentes
condições de venda e facultá-las, quando solicitados, a qualquer revendedor ou utilizador.

Artigo 3.o Venda com prejuízo


É proibido oferecer para venda ou vender um bem a um agente económico ou a um consumidor
por um preço inferior ao seu preço de compra efectivo, acrescido dos impostos aplicáveis a essa
venda e, se for caso disso, dos encargos relacionados com o transporte.

Artigo 4.o Recusa de venda de bens ou de prestação de serviços


É proibido a um agente económico recusar a venda de bens ou a prestação de serviços a outro
agente económico, segundo os usos normais da respectiva actividade.

LEI PORTUGUESA DA CONCORRÊNCIA (ARTIGOS):

Lei no 19/2012 de 8 de Maio

Artigo 11o Abuso de posição dominante (não exaustivo)


É proibida a exploração abusiva, por uma ou mais empresas, de umaposição dominante no
mercado nacional ou numa parte substancial deste, tendo por objecto ou como efeito impedir,
falsear ou restringir a concorrência.

Artigo 12o Abuso de dependência económica (não exaustivo)


É proibida, na medida em que seja susceptível de afectar o funcionamento do mercado ou a
estrutura da concorrência, a exploração abusiva, por uma ou mais empresas, do estado de
dependência económica em que se encontre relativamente a elas qualquer empresa fornecedora
ou cliente, por não dispor de alternativa equivalente.

Artigo 36o Notificação prévia

As operações de concentração de empresas estão sujeitas a notificação prévia quando


preencham uma das seguintes condições:
a) Em consequência da sua realização se adquira, crie ou reforce uma quota igual ou
superior a 50 % no mercado nacional de determinado bem ou serviço, ou numa parte substancial
deste;
b) Em consequência da sua realização se adquira, crie ou reforce uma quota igual ou
superior a 30 % e inferior a 50 % no mercado nacional de determinado bem ou serviço, ou numa
parte substancial deste, desde que o volume de negócios realizado individualmente em Portugal,
no último exercício, por pelo menos duas das empresas que participam na operação de
concentração seja superior a cinco milhões de euros (...);
c) O conjunto das empresas que participam na concentração tenha realizado em Portugal,
no último exercício, um volume de negócios superior a 100 milhões de euros, (...) desde que o
volume de negócios realizado individualmente em Portugal por pelo menos duas dessas empresas
seja superior a cinco milhões de euros.

Qual o preço justo que deve colocar num determinado produto?

Numa situação de concorrência perfeita o preço justo é o preço de equilíbrio. Nestas


condições nem o vendedor nem o comprador têm influência sobre o preço.
Este preço que corresponde ao equilíbrio de mercado, resulta da concorrência entre a
quantidade de procurados que é igual à quantidade de bens produzidos. A concorrência obvia
abusos de poder, conduz ao preço justo.
Contudo as empresas procuram um preço acima do preço de concorrência perfeita, por
esta razão oferecem produtos diferenciados. O comprador decide se está disposto a pagar a
diferença. Produtos inovadores podem ser mais caros no início, quando a concorrência não é tão
agressiva.

Vender produtos de baixa qualidade:

É de salientar que qualidade não é um critério ético, mas sim técnico. Ou seja, desde que
devidamente indicado e que seja totalmente transparente em relação ao tipo de qualidade do
produto, não me parece que haja algum tipo de problema em problemas de baixa qualidade.
Existem então produtos que são conhecidos pela população e tem baixa qualidade e não é por isso
que é imoral serem vendidos. Aliás muitas vezes vemos produtos simples satisfazerem os
interesses dos consumidores tão bem ou melhor que outros mais sofisticados (ex: caneta BIC vs
Montblanc).
Desde que o consumidor esteja ciente da qualidade que compra e que o preço
corresponde a essa mesma qualidade, não há problema. Assim, cada empresa deve determinar
onde se encontra no mercado, a função que desempenha e as necessidades que satisfaz. Sendo
que, uma vez estabelecidas estas características do produto, a mesma deve atuar com
transparência e honestidade sobre os seus produtos.

Switch selling:
Quando se anuncia um produto que não está disponível para venda (há apenas uma
quantidade reduzida, ou ficou indisponível), e depois os consumidores são levados a pensar que
esgotou e, persuadidos pelos vendedores, compram outro produto que afirmam ser
“semelhante”. Até pode ser legal, mas o facto de ser legal só aumenta a responsabilidade ética.

PREÇOS DIFERENTES: É Diretor Comercial de uma empresa e um subordinado seu


telefona-lhe a dizer que recebeu uma encomenda volumosa de um milionário árabe.
Pergunta-lhe:
-Uma vez que o cliente pode pagar, não se deve subir o preço habitual? Ele nem sequer
sentirá a diferença…
O que lhe responde?
O consumidor é, neste caso um milionário árabe, e pela mesma razão o subordinado
sugere que seja cobrado ao mesmo, um preço acima do preço fixado, já que o consumidor não irá
notar na diferença.
Estudámos durante o semestre que o lucro e a atividade empresarial em si, têm valor
moral neutro, ou seja, não são uma prática anti-ética, no entanto, dependendo do modo como o
lucro foi atingido e os valores morais postos em causa na atividade empresarial podemos
facilmente encontrar-nos numa prática antiética.
O subordinado está a sugerir discriminar o preço a este milionário árabe, sem qualquer
motivo legítimo, já que este, por ter muito dinheiro não notaria a diferença. Por estarmos a
discriminar este cliente, sem qualquer motivo legítimo estaríamos a criar uma atividade
empresarial conotada com um valor moral objetivamente negativo. Note-se que esta mesma
prática de discriminação de preços atinge uma linha moral definida até em legislações, e, portanto,
para além de não ser eticamente correta, esta ação seria até ilícita. Por esse modo, iria responder
ao meu subordinado que não se fizesse esta discriminação no preço.
Sabemos que práticas discriminatórias a nível de preços sem motivo aparente não são
permitidas, sem justificação pertinente. Querer vender a um cliente um certo produto por um
preço mais elevado daquele que se venderia a outros clientes é uma prática de políticas de preços
não ética, e sem qualquer valor moral (nem pode ser classificada como área cinzenta, já que a
mesma ação empresarial, por ser objetivamente moralmente incorreta até se encontra regulada
legalmente).
Se seguíssemos a sugestão do subordinado, estaríamos a colocar o milionário numa
situação de injustiça e de desvantagem em relação a outros compradores do mesmo produto e na
mesma situação, já que o milionário estaria a adquirir o mesmo produto, mas a um preço superior
ao verdadeiro preço de mercado do mesmo.
Apesar de o aumento de preço não ter qualquer impacto a nível monetário para o
milionário árabe, a nível ético não seria razoável subir o preço habitual pois para que a situação
decorra dentro dos princípios éticos, todos os compradores devem estar sujeitos às mesmas
condições de compra (o que envolve logicamente a aplicação do mesmo preço).
Ao aplicar um preço diferente ao milionário árabe, estaríamos a colocá-lo numa situação
de desvantagem e injustiça em relação aos demais compradores, dado que o mesmo estaria a
adquirir o mesmo produto, mas a um preço mais alto do que o habitual preço de mercado.
Primeiramente é importante ter em conta que os produtores, fabricantes, importadores,
distribuidores, embaladores e grossistas de bens e os prestadores de serviços são obrigados a
possuir tabelas de preços com as correspondentes condições de venda e facultá-las, quando
solicitados, a qualquer revendedor ou utilizador (segundo o Artigo 2º do Decreto-Lei nº370/93 de
29 de Outubro), pelo que o preço de venda praticado pela empresa teria de estar já previamente
definido e apresentado nas tabelas de preços, sendo que a qualquer momento o milionário árabe
poderia facultar estas tabelas e perceber que estava a ser enganado.
De seguida temos ainda que ter em conta o Artigo 1º do Decreto-Lei nº370/93 de 29 de
Outubro, que nos explica que esta mesma ação não estaria de acordo com os princípios éticos,
uma vez que o subordinado quer aplicar ao milionário um preço diferente do habitual e sabemos
que, segundo o mesmo artigo, é proibido a um agente económico praticar em relação a outro
agente económico preços ou condições de venda discriminatórias relativamente a prestações
equivalentes.

SUBORNO: Um amigo telefona-lhe com uma situação que considera muito séria: ele é o
responsável da empresa FORUM, que tem que decidir sobre um concurso para aquisição de
material que a empresa FORUM lançou ao mercado.
Uma das empresas concorrentes (potencial fornecedor) A PREVARICADORA abordou-o com
uma importante oferta de “luvas”, durante o prazo estabelecido pela FORUM para as empresas
responderem ao concurso.
Ele recusou, mas agora, ao comparar as propostas apresentadas, descobre que a dessa empresa
A PREVARICADORA é claramente a melhor. Mas tem medo de adjudicar a compra â A
PREVARICADORA, por temer a acusação de corrupção.
Que recomendaria a esse amigo?
Tendo em conta os requisitos da ética comercial estabelecidos, nenhum fornecedor deve
oferecer, prometer, dar, solicitar, concordar, aceitar ou receber quaisquer tipos de pagamentos,
presentes, patrocínios, doações, ou benefícios impróprios, diretos ou indiretos, para obter ou reter
uma vantagem pessoal ou comercial de ou para qualquer agente público, funcionário ou
representante de uma empresa pública ou privada. Sendo que sempre que o mesmo acontecer e
for considerado com um interesse financeiro controlador ou duvidoso é necessário reportar de
imediato a situação.
No caso em questão, encontramo-nos numa situação em que uma das empresas
concorrentes (potencial fornecedor), aborda o responsável da empresa FORUM (que tem que
decidir sobre o concurso) com uma oferta de "luvas". Esta oferta que na minha opinião é logo à
partida duvidosa, uma vez que a mesma fora sem qualquer objetivo de receber em troca uma
retribuição monetária e sem qualquer tipo de contrato pré-existente em vigor que exigisse tal
oferta. Pelo que na minha opinião o meu amigo devia reportar de imediato a situação, dado que
se trata de uma situação de tentativa de suborno, uma vez que foi feito com o objetivo de obter
uma vantagem (ou compensação não devida).
Uma vez que subornos e comissões, quer efetuados direta ou indiretamente, são
estritamente proibidos segundo o Código de Conduta e Ética Profissional, o meu amigo fez bem
em recusar tal oferta de luvas, uma vez que ao recusar a oferta, se excluem quaisquer
possibilidades de a FÓRUM estar associada a uma situação de corrupção.
Assim, a empresa FÓRUM apresenta-se a meu ver fora de qualquer possível associação
a um crime dado que não compactuou com o mesmo por recusar de imediato tal suborno. Contudo
acredito que a proposta devia ser imediatamente retirada de concurso bem como reportada a
situação, pois embora a mesma até pudesse ser a opção economicamente mais favorável em
comparação com as outras propostas em concurso, a tentativa de suborno por parte da
PREVARICADORA revelou que a mesma não segue os princípios éticos e legais que devem ser
adotados numa empresa.
É importante ainda destacar, o impacto que a notícia do vencedor do concurso ser uma
empresa que tentou incorrer em atos de suborno, podia ter na reputação e imagem da FÓRUM.
Oferecer e aceitar um suborno são ambos moralmente incorretos. Aqueles que recebem
o suborno ou praticam extorsão atuam contra a justiça, e aqueles que oferecem os subornos
causam injustiça. Assim aceitar um suborno pode ser compreendido como um ato de deslealdade
para com a empresa (ou sociedade).

CÓPIA E FALSIFICAÇÕES:
Prejudicam a empresa original e a sua imagem, pois diminuem a sua credibilidade e estão
a apropriar-se, ilicitamente, de propriedade intelectual alheia. Ao copiar um produto, além de
enganar o cliente (criando uma relação desonesta), pode-se ainda estar a criar uma depreciação
da imagem da empresa original, devido à cópia deficiente. É ainda importante ter em conta que
estas cópias e falsificações, para além de serem uma prática claramente ilegal, distorcem a
concorrência, pois alguém que compra um Rolex falso, acaba por deixar de comprar um Swatch
que é mais acessível.
É necessário nesta situação ainda entender que existem diferentes níveis de
desonestidade, ou seja, comprar um Rolex falsificado numa ourivesaria a umas centenas de euros
é pior do que o comprar na feira, é uma situação de um crime sério de burla. No entanto, mesmo
que o consumidor necessite de tomar as devidas precauções contra as falsificações, nada
desculpabiliza o vendedor.
Certos produtos geram questões éticas mais graves, como é o caso da falsificação de
medicação, travões, alimentação devido às potenciais consequências que podem ter.
Depois existem ainda questões cuja determinação da culpabilização legal é bastante
complexa, mas que numa perspetiva ética a questão é simples. Por exemplo, variedades de
produtos cujas embalagens sejam semelhantes à dos rivais

Um dia descobre na sua empresa que um grupo de empregados montou um sistema de utilizar
os computadores da companhia para fazer download ilegal de filmes para entregar ao centro
social do bairro-de-lata vizinho. As sessões são muito populares entre as crianças pobres e a
população está muito agradecia à sua empresa. O que faz?

Esta situação descrita, é um bom exemplo de uma situação cujo valor ético e moral é bastante
complexo e de difícil análise. Note-se que aqui, esta ação tem um valor moral bom, mas no
entanto, a sua actividade tem como base uma prática ilícita. Sabemos que surge uma questão ética
por estarmos a utilizar a propriedade da empresa para uma prática de cópias e falsificações, ou
seja, este grupo de empregados está, em nome da empresa, a apropriar-se ilicitamente de
propriedade intelectual alheia. Este tipo de ações distorce a concorrência, ao baixar um filme
ilegalmente não estou a remunerar os produtores do mesmo, mesmo estando a “consumi-lo”. No
entanto, vemos também que objetivo com que esta ação está a ser tomada tem objetivamente um
valor moral bom.
Ao aperceber-me desta situação, naturalmente e por estar regulado legalmente, não posso
simplesmente “fechar os olhos” ao que está a acontecer, já que esta ação está a decorrer em nome
da empresa e com a propriedade da empresa. No entanto, poderia tentar arranjar uma solução não
ilícita, e que promovesse que os meus trabalhadores continuassem a ajudar as crianças do bairro
social. Dependendo do tamanho da empresa e do seu Capital Próprio, muito provavelmente teria
meios financeiros para poder comprar os filmes, legalmente e oficialmente oferecendo assim para
as crianças, ainda que não seja necessário a empresa entrar em “social-washing”, já que a mesma
ação já estaria a acontecer pelos colaboradores da empresa, não havendo necessidade de
publicitar. Caso não fosse possível a ajuda direta da empresa às crianças, poder-se-ia desenvolver
algum outro mecanismo ou dinamismo que possibilitasse a ajuda às crianças.

CONCORRÊNCIA:

“Numa entrevista, o jornalista pede-lhe que descreva os “golpes baixos” que a sua empresa
sofreu, por parte de concorrentes, na luta pela quota de mercado. Como deve usar esta
oportunidade mediática, que lhe dá grande vantagem face a esses mesmos concorrentes?”

Apesar de sabermos que a concorrência em si é algo desejável para todos os mercados, já que a
mesma fornece incentivos para a estimulação de criatividade, dinamismo e engenho, sabemos que
por vezes, nas circunstâncias da competição podemos encontrar-nos perante algumas questões
morais.
Nesta situação descrita existe a oportunidade de mediaticamente, rebaixar e expor os meus
concorrentes, pelo que me encontro perante uma questão moral. Neste contexto eu teria duas
opções, ou constatava a minha opinião sobre as ações incorretas dos meus concorrentes, podendo
assim denegrir a imagem dos mesmos pela opinião pública, podendo assim aumentar a minha
quota de mercado e ganhar vantagem face aos mesmos, ou poderia não difamar os meus
concorrentes, realçando que dado os meus valores e princípios não teria nada a acrescentar ao
assunto, podendo apenas dizer que a minha atividade empresarial e o mérito da mesma, devem
ser causados pela eficiência e dinamismo, não por “golpes baixos” (pois não existe nenhuma
clivagem entre o “eu” empresarial e o “eu” privado), ou seja, eu não iria distorcer o mercado ou
entrar em concorrências desleais, mesmo que seja para “pagar na mesma moeda”. As atitudes
éticas, especialmente aquelas nas “zonas cinzentas”, pela sua complexidade podem ser difíceis de
analisar, no entanto, alguns mecanismos tais como a “regra de ouro”, poderão ser boas formas de
chegar a uma atitude com um valor moral ético, pois tal como não gostaria que os meus
concorrentes me difamassem publicamente, então não vou eu fazer o mesmo.

CORRUPÇÃO:
Define-se como Corrupção o aproveitamento de uma posição pública, delegada ou
representativa, para benefícios privados, assim a mesma é a prática de qualquer ato ou a sua
omissão, seja lícito ou ilícito, em detrimento de um recebimento ou a promessa de uma qualquer
compensação que não seja devida, em benefício do próprio ou de terceiros. Ex: Leis ou
regulamentos alterados por favor, subsídios a amigos, escolher negócios que beneficiam alguém
em particular, etc., até a gorjetas extra (arrumador). É importante com isto ter então em conta que
ações que caracterizam um dado ato como corrupto, não são necessariamente ilícitas, muitas
vezes as ações até são lícitas, mas possuem um outro objetivo, ou seja, o objetivo de beneficiar a
parte que faz estas ações, criando situações de desigualdade.
A corrupção cria então relações falsas, gera atos escondidos e sem transparência, e por
essa razão, “a corrupção cria mais corrupção” (espiral), uma vez que podemos ainda entender que
a mesma desencoraja práticas honestas pela flagrante injustiça dado que “premeia” os maus
comportamentos, assim poderia dizer que o pior na corrupção é a “normalidade”
A mesma pode ter a forma de: ação ou omissão, prática de ato lícito ou ilícito,
contrapartida ou vantagem indevida, em benefício do próprio ou do terceiro, tendo nós exemplos
claros de Corrupção nos nossos dias como: tráfico de Influências, Ofertas e Suborno, Abuso de
Poder, Peculato e a Concussão.

COMO RESOLVER PROBLEMAS ÉTICOS NA EMPRESA:


Reger sempre pelo princípio da transparência, utilizando-o como critério moral da opinião
pública.
Se confrontados com uma situação complicada devemos:
1. Confirmar se a ação encaixa na política da empresa;
2. Consultar superiores e conselheiros;
3. Seguir a consciência;
O problema está nas zonas cinzentas, em que é duvidoso.
O código de ética é o melhor guia;

PUBLICIDADE COMPARATIVA:

A publicidade comparativa não tem nenhum problema por si só se for dada informação real, fiável
e se for respeitada a integridade do indivíduo. A diretiva da EU impõe então 3 condições
fundamentais: disponibilizar informação fiável (isto é, verdadeira), disponibilizar informação que
não confunda o consumidor e não deve ser ofensiva. Assim segundo o Artigo 16º do Decreto-Lei
n.o 330/90 de 23 de Outubro, é proibida a publicidade que utilize comparações que não se apoiem
em características essenciais, afins e objectivamente demonstráveis dos bens ou serviços ou que
os contraponha com outros não similares ou desconhecidos.

PUBLICIDADE DEGRADANTE: Como definimos a fronteira entre ofensivo e não ofensivo?

Existem categorias de produtos com características particulares para os quais a lei portuguesa
pode ser tomada como referência ao definir cuidados especiais na publicidade: produtos para
crianças, bebidas alcoólicas, tabaco, tratamentos e medicamente, publicidade em
estabelecimentos de ensino, jogos de fortuna/azar, produtos e serviços milagrosos. Existem
outras categorias especiais de produtos cuja publicidade levanta debates éticos controversos e
onde não é feita referência na legislação portuguesa: pornografia, armas (apenas proibidos na
publicidade a menores.

PUBLICIDADE TABACO: É ético que a publicidade ao tabaco seja permitida uma vez que
prejudica a saúde pública?

A aplicação de leis de Saúde Pública na área das determinantes da saúde relacionadas


com os estilos de vida e comportamentos, onde se incluem as lutas contra o consumo nocivo de
álcool e contra o tabagismo, necessita de ser analisada e discutida tendo em consideração a
complexidade muito própria desta realidade.
Assim e como nos é possível identificar, nestas áreas, as atividades de lobby da indústria
bem como dos agentes de distribuição e de venda, denotam a existência de interesses concorrentes
com os das políticas de Saúde Pública, interferindo nos resultados desta e impedindo a sua
efetividade.
Sabemos que apesar do consumo de álcool e danos a ele associados bem como o consumo
de tabaco e os riscos da exposição ao fumo deste estarem plenamente documentados e testados,
no que diz respeito ao risco para a saúde individual e coletiva, as políticas públicas preconizadas
estão ainda longe de serem efetivas para debelar estas práticas, pelo que todas as discussões em
torno do problema de uma ideal conceção da lei nos parecem essenciais para se poder começar a
atingir os resultados pretendidos em Saúde Pública e não apenas os resultados possíveis face aos
interesses em jogo.
Assim são proibidas, sem prejuízo do disposto em legislação especial, todas as formas de
publicidade ao tabaco através de suportes sob a jurisdição do Estado Português.
A publicidade a bebidas alcoólicas, independentemente do suporte utilizado para a sua
difusão, só é consentida quando a mesma não se dirija especificamente a menores e, em particular,
não os apresente a consumir tais bebidas, não encoraje consumos excessivos, não menospreze os
não consumidores, não sugira sucesso, êxito social ou especiais aptidões por efeito do consumo,
não sugira a existência, nas bebidas alcoólicas, de propriedades terapêuticas ou de efeitos
estimulantes ou sedativos, não associe o consumo dessas bebidas ao exercício físico ou à
condução de veículos e não sublinhe o teor de álcool das bebidas como qualidade positiva.

HISTÓRIA

Relativismo:
O Relativismo é uma corrente de pensamento que questiona as verdades universais do
homem, tornando o conhecimento subjetivo. O ato de relativizar é levar em consideração questões
cognitivas, morais e culturais sobre o que se considera verdade. Ou seja, o meio que se vive é
determinante para construir essas conceções. A relativização é a desconstrução das verdades pré-
determinadas, buscando o ponto de vista do outro. Assim, aquele que relativiza suas opiniões é
aquele que acredita que existam outros tipos de verdade, de perspetivas para as mesmas coisas, e
que não há necessariamente um certo ou errado.
Não podemos impor certos comportamentos ou mesmo os nossos valores às outras
pessoas, “tu ficas na tua e eu na minha” (cada um faz o que acha melhor com base nas
circunstâncias específicas), contudo podemos educar e deixar cada um tomar as suas decisões, de
modo a aprender com os próprios erros a distinguir os valores a adotar e o certo e errado.

Perspetiva de Homero
“O homem é definido pela sua função social”, e, portanto, é bom se cumprir bem a sua
função. Com Homero iniciou-se a unificação de princípios. As pessoas são responsáveis por fazer
aquilo que a sua função determina, existindo uma forte pertença à comunidade. Não há pessoas
abstratas boas e há princípios básicos a respeitar nestas sociedades: não matar, não roubar, não
mentir. (sendo estes valores universais). É importante ainda ter em conta que as questões
avaliativas das virtudes são questões de facto.
Juízos morais que se fazem são sempre relacionados com a função da pessoa na
sociedade. São sempre relacionados com o desempenho da função social de cada pessoa. Uma
vez que, o papel social definia a própria pessoa. Cada um era o que fazia para a sua aldeia. Dado
que, para Homero uma pessoa era boa se cumprisse com o que a sua função social lhe pedia para
cumprir. Não há uma pessoa boa abstrata, mas um bom guerreiro, um bom músico, um bom
carpinteiro (…). Assim a virtude dependia então da função específica de cada um, e constitui a
excelência nessa dada atividade. Pelo que em suma, podemos dizer que o homem é definido pela
sua função social, sendo uma boa pessoa se cumprir com a sua função.
• O homem é definido pela sua função social
• Uma pessoa é boa se cumprir a sua função
• As questões avaliativas são questões de facto
• Princípios básicos
O que acontece na ausência de um sistema social bem definido?
Arbitrariedade, onde o sucesso baseia-se em convencer os outros, bem como divergências
dos valores comunitários dado que os mesmos são difíceis de manter porque não há uma base
comum, dado que as pessoas não pensam da mesma maneira.
Por essa razão as pessoas relacionam-se com quem conhecem bem ou isolam-se.
(Relativismo e Individualismo).
Os princípios básicos (Não matar, não roubar e não mentir) da
sociedade foram criados, para que as pessoas partilhassem os mesmos valores essenciais, mesmo
que existam divergências de valores.

Sofistas:
O critério é o sucesso pessoal na cidade Estado. O sucesso advém da capacidade de
convencer os outros (através da argumentação e retórica). Para os sofistas o mais importante é ter
os argumentos corretos, o que leva assim ao sucesso. Para se ser bom cidadão deve-se
impressionar a assembleia através do uso da retórica. Clivagem entre a felicidade e virtude, sendo
a virtude o funcionar bem.
• Clivagem entre felicidade e virtude
• O sucesso é o critério do bem
• A virtude é funcionar bem
• A técnica ensina-se para obter sucesso social
• Relativismo

Sócrates (“inimigo” dos sofistas):


Afirmava que a virtude é ensinável (é o conhecimento). Contrariamente aos sofistas que
diziam que a virtude vinha dos argumentos. Assim, ninguém erra voluntariamente só por falta de
conhecimento. Recusa a retórica. O maior dos males é cometer injustiça e retórica pode-nos
persuadir a ser injustos. O seu objetivo era estimular a busca do conhecimento. Modelo platónico,
onde a virtude está no conhecimento.
• Faz as perguntas da moral (“Só sei que nada sei”)
• O maior dos males é cometer a injustiça
• A virtude é ensinável
• A virtude é conhecimento
• Ninguém erra voluntariamente, só por falta de conhecimento

Platão (alegoria da caverna):


A alegoria começa com algumas pessoas no interior de uma caverna, acorrentadas no
pescoço e nos pés desde a infância. Elas não conseguem ver a saída da caverna, apenas sombras
de figuras humanas que estão do lado de fora. Como essas pessoas vivem na caverna desde que
nasceram, acham então que as sombras são a única coisa que existe e nada sabem sobre o que
está fora da caverna. Porém, a certa altura, um dos habitantes da caverna livra-se das correntes e
sai da caverna, vendo a luz do sol e o mundo, percebendo que as sombras da caverna são apenas
uma distorção do verdadeiro mundo. Ao aperceber-se disto, volta à caverna e conta o que viu,
ninguém acredita nele e dizem que tudo o que existe são sombras, acabando por o matar. A
caverna é uma alegoria ao modo que os homens permanecem antes da filosofia, tal como sua
subida ao mundo superior. O homem comum, prisioneiro de hábitos, preconceitos, costumes e
práticas é um homem que está apenas na caverna e apenas observa a realidade de maneira parcial,
limitada, incompleta e distorcida, como sombras.
Assim, o mundo das sombras é uma visão distorcida do princípio ético. (Ex: quando digo
que uma pessoa é boa pessoa, fico com uma visão e ideia distorcidas do que é a realidade pois
baseio-me no que vi), sendo que, enquanto humanos temos uma visão dos princípios éticos
(sombras) não vemos tudo, tendo assim uma ancoragem extrema aos nossos princípios: os guias
éticos estão ancorados ao mundo exterior.
Platão aceitava que o bem e a virtude estavam ligados à felicidade e ao sucesso. Mas que
isto apenas podia funcionar numa sociedade ideal, que é longe da sociedade em que vivia.
Assim existiam dois mundos da realidade: o mundo das ideias (onde existem os conceitos
perfeitos e o mundo das sombras (onde vivemos, onde se manifestam imagens distorcidas das
perfeições das formas). Platão introduziu a forma suprema, a forma do Bem como uma entidade
transcendente.
• Os dois mundos
• Os predicados éticos nas formas
• A forma suprema é a Bem

Aristóteles

Aristóteles não acreditava em dualidades, portanto tudo o que nós fazemos é por um bem,
sendo esse bem a felicidade e podendo o mesmo ser alcançado pela prática da virtude.
Um silogismo é um termo filosófico com o qual Aristóteles designou a conclusão
deduzida de premissas, a argumentação lógica perfeita. É um argumento dedutivo constituído de
três proposições declarativas que se conectam de tal modo que, a partir das duas primeiras, é
possível deduzir uma conclusão.
O silogismo é o argumento que, segundo Aristóteles, possui três características: é
mediado, dedutivo e necessário. O silogismo é mediado, pois não é apreendido imediatamente da
perceção, mas deve usar o raciocínio para compreender o real. É dedutivo porque parte da verdade
de premissas universais para se chegar a outras premissas. E é necessário, porque estabelece uma
cadeia causal entre as premissas.
• Bem, o fim das ações
• A felicidade é a finalidade
• Uma vida boa é gasta em busca da vida boa
• As virtudes são o justo do meio

Estoicismo:

A teoria do Estoicismo diz que nós vivemos numa rede de causa e efeito, “Logos”, que é a forma
racional pela qual o universo foi estruturado. Assi, nós não temos o controlo de como e quais os
eventos que nos afetam, mas temos por outro lado, o total controlo sobre como é que nós lidamos
com cada evento. A Virtude ou se tem ou não se tem. Não há um meio termo. A virtude é a
conformidade com a lei cósmica (consentir), isto é, é igual para todos. Sendo que o vício é recusar
essa lei. O último propósito é a apatia/ataraxia, (renunciar às paixões). Privilegia a virtude em
detrimento da felicidade
• A virtude ou se tem ou não se tem (é tudo ou nada). Não há um meio termo.
• A virtude é a conformidade com a lei cósmica (consentir), isto é, é igual para
todos.
• O vício é recusar essa lei, isto é, o desejo é contra a razão.
• O último propósito é a apatia/ataraxia, (renunciar às paixões)
• Privilegia a virtude em detrimento da felicidade

Epicurismo:

O epicurismo é o sistema filosófico que prega a procura dos prazeres moderados para atingir um
estado de tranquilidade e de libertação do medo, com a ausência de sofrimento corporal pelo
conhecimento do funcionamento do mundo e da limitação dos desejos. Já quando os desejos são
exacerbados podem ser fonte de perturbações constantes, dificultando o encontro da felicidade
que é manter a saúde do corpo e a serenidade do espírito.
Assim, a moral é a busca do prazer, evitar a dor. Sendo o propósito último a tranquilidade. A
finalidade da filosofia de Epicuro não era teórica, mas bastante prática. Buscava sobretudo
encontrar o sossego necessário para uma vida feliz e aprazível, na qual os temores perante o
destino, os deuses ou a morte estavam definitivamente eliminados.
• Os Deus não se interessam pelo homem
• A moral é a busca do prazer, evitar a dor
• O propósito último é a tranquilidade
• Evitar a dor é melhor do que ter prazer
• Privilegia a felicidade face à virtude

Cristianismo:

O cristianismo não é uma filosofia, mas sim uma fé, uma religião que implica uma ética.
Na sua base está: a criação, o pecado e a redenção. Criação à imagem de Deus, boa na sua natureza
– condição da natureza humana. Trouxe a caridade e o perdão. Sendo que o Homem recusou Deus
e através do “pecado original” destruiu a sua bondade natural. Assim a interação entre os
elementos previamente citados explica o paradoxo da realidade visível, onde os aspetos
maravilhosos e terríveis conseguem existir em paralelo.
Jesus Cristo, nasceu como homem para nos libertar da prisão do pecado. Foi condenado
à morte e crucificado, mas ressuscitou dos mortos, abrindo-nos assim o Caminho da Salvação,
esse caminho constitui a Igreja, criada pessoalmente por Cristo, que é a sua presença no mundo.
Existiu também uma ação de perdão, contrária a Aristóteles, que não tem esta visão de
perdão como virtude, pois considerava o perdão injusto uma vez que elimina o castigo.
Assim o aspeto mais revolucionário é a novidade da caridade e do perdão. Para
Aristóteles, um homem bom e um homem mau não podem ser amigos, mas para um cristão como
todos vivemos sob o pecado original, todos nos devemos amar em Cristo. Se todos formos salvos
por Jesus todos somos necessitados de misericórdia divina. O perdão pressupõe que o ofensor
aceita o veredicto da lei e as práticas da justiça.
O segundo elemento novo é a introdução do elemento dinâmico, a visão cristã é
eminentemente histórica, numa linha que vai da Criação à vida eterna, passando pela Redenção
de Cristo. O Cristo vê a sua vida como uma viagem a caminho do céu.
Finalmente, os cristãos consideram a Igreja como uma comunidade de santidade atual,
santidade essa mais na graça infusa de Deus do que nos méritos dos fiéis. Mas, de qualquer
maneira, a vida concreta da Igreja já é uma participação imperfeita na vida plena que só atingirá
o céu. Então, o cristianismo não nasceu como uma filosofia, mas como uma revelação direta de
Deus, que estabeleceu a Igreja.
• Criação à imagem de Deus
• O pecado orignal
• A redenção de Cristo
• As novidades da caridade e do perdão
• A vida como uma demanda
• Igreja: comunidade de santidade atual:
o Santo Agostinho
o São Tomás de Aquino

São Tomás de Aquino:


Na sua ética, S. Tomás de Aquino parte do princípio da existência de Deus, porque nenhuma
ética é possível sem uma metafísica qualquer, partindo da lógica sustentada da liberdade do ser
humano, o livre arbítrio. O ser humano é livre, pelo que Deus não lhe tirou também essa liberdade,
deste modo o universo não elimina nem diminui a liberdade do Homem. Assim o ser humano
conhece a lei de Deus.
Em toda a ética de S. Tomás de Aquino está presente o direito natural, existindo uma lei
eterna, uma lei que governa todo o universo e que existe na lógica do surgimento desse universo.
O ser humano conhece a lei natural. A lei natural que existe no Homem é um reflexo (ou uma
“participação”) dessa lei eterna que rege o universo.
A lei natural tem três características fundamentais:
A inclinação para o bem natural.
A inclinação especial para determinados atos.
A inclinação para o Bem segundo a natureza racional.
Em suma podemos dizer qud a lei natural funciona como um princípio para ação e para
justificação moral, sendo compreendida como um conjunto de princípios morais que conduzem à
ação e que fornecem razões para a justificação da mesma.
Lei natural" é a "participação" humana na "lei eterna" descoberta pela razão e baseada nos
"princípios primeiros": "...este é o primeiro preceito da lei, que o bem deve ser feito e promovido
e o mal, evitado. Deste modo, o bem das coisas participa de Deus.

Os novos valores (fim de um ciclo):


→ O indivíduo: Deixamos de apenas fazer sentido como parte de uma comunidade (perde-se o
vínculo comunitário).
Antes: a identidade pessoal definia-se pela comunitária.
Agora: as comunidades são a soma dos indivíduos.
→ A Liberdade: Ser livre significa bastar-se a si mesmo. Ter sucesso é ter êxito económico e
social.
→ A ciência: Deixamos de ser fascinados pelo divino e passamos a fascinar-nos pela razão.

Reforma (Martinho Lutero):

A Reforma Protestante foi um movimento reformista cristão do século XVI liderado


por Martinho Lutero, simbolizado pela publicação de suas 95 Teses, que realçavam a sua revolta
contra os abusos do clero, evoluindo para uma proposta de reforma no catolicismo romano a partir
da mudança em diversos pontos da doutrina da Igreja Católica Romana, com base no que Lutero
entendia como um retorno às escrituras sagradas.
Lutero começa por querer corrigir abusos, mas tem como pressuposto o facto de o ser
humano ser corrompido. Põe a Ética como um manual de instruções. Ética desligada de Deus e
da Salvação (corte horizontal) clivagem essencial: salvação (felicidade e fé) vs virtude. O pecado
justifica-se pela fé em Cristo.

• O ser humano é totalmente corrompido


• Sola fides pode salvar
• A ética desligada de Deus e da salvação (corte horizontal)

Contrato social: O Absolutismo (Nicolau Maquiavel):

A condição humana é dominada por duas forças: a positiva (dominar os outros) e a negativa (medo
da morte). Nicolau Maquiavel apresenta então características pessimistas na sua ideia, dado que
para ele todas as pessoas são naturalmente corrompidas. A pessoa deve atuar para promover para
si própria o maior saldo positivo entre bons resultados e maus resultados, sendo esta a abordagem
para a motivação humana. Sendo que na falta de um legislador divino ou de leis naturais, o
contrato social é uma forma de justificar a origem das regras humanas e sendo que se não existir
um bem supremo e fim último, devemos seguir as Leis da Natureza. Assim devemos procurar a
paz, se possível, contentar-nos com certa liberdade e criar acordos.
• Fins da vida social: obter e manter o poder (as regras morais são meios para esse
fim)
• Todos os homens são corruptos (podem quebrar promessas)
• O bem avalia-se pelo sucesso
• Separação da moral privada da moral publica (corte vertical)

Contrato social (Hobbes):


Para Hobbes, os homens precisavam de um Estado forte, pois a ausência de um poder
superior resultava na guerra. O ser humano, que é egoísta, submetia-se então a um poder maior,
para que pudesse viver em paz e também ter condição de prosperar. O Estado, por sua parte, terá
o dever de evitar conflitos entre os seres humanos, zelar pela segurança e preservar a propriedade
privada.
• Desejo de dominar
• A pessoa deve atuar para promover para si própria o maior saldo positivo entre
bons resultados e maus resultados_ a única abordagem ética normativa que faz
justiça às realidades da motivação humana
• Não há um bem supremo e fim último
o Buscar a paz, se possível
o Contentar-se com a liberdade possível
o Criar acordos
• A moral tem como objetivo a colaboração social, Estado é o primeiro contrato,
governo é um mal necessário

Contrato social (Rosseu):


O Rosseau tinha uma concessão completamente diferente da de Hobbes. Rosseau era um
otimista e não pessimista. Ele dizia que o homem é bom por natureza, mas quem corrompe o
homem são os padrões da sociedade, sendo que o homem tem de minimizar o prejuízo que tem
sobre as pessoas. O contrato social justifica essas instituições. O adão e eva, eram bons, mas foi
a corrupção que os levou a cometer o erro. Deste modo, é nos então compreendido que, por causa
do pecado natural nós temos uma tendência para cometer o mal, partindo, contudo, do pressuposto
que não poríamos o nosso interesse próprio a frente dos outros (pouco provável).
O Estado corrompe o homem então o homem tem de minimizar o prejuízo que tem sobre as
pessoas. Assim aparece a Declaração universal dos direitos humanos, um contrato que obriga os
signatários, sendo baseado nas vontades designatórias de cada nação. Quem quer, assina.
• Bem salvagem, corrompido pela sociedade
• O contrato social justifica essas instituições

Contratualismo (John Rawls) – Véu da Ignorância


É uma espécie de contrato baseado na ignorância da posição que vamos ficar da realidade, “o
véu da ignorância”. Requer equidade na atribuição de direitos e deveres básicos. O véu da
ignorância é uma posição de partida em que não sabemos qual a nossa posição perante o
esquema das coisas a serem decididas ou contratadas. O véu separa-me da realidade e vejo as
relações com as pessoas numa forma conceitual independentemente da situação que venha a
ter. Estou distanciado, ainda não sei a minha posição social futura, por isso, quero que haja
equidade e boas condições para todas, visto que posso vir a fazer parte de uma das pobres ou
das ricas. É um contrato que é justo porque não sabemos as regras. Estou de acordo que as
regras sejam que haja subsídio de desemprego mesmo que nunca precise.

• A sociedade deve ter igualdade de oportunidades, não significa igualdade de


desfecho.
• Temos que criar regras que nos pareçam justas. E a decisão deve ser guiada por
princípios com que todos e qualquer um possam concordar (na primeira aula com o
comboio se não quereria que me empurrassem, então não devia empurrar o senhor
obeso).
• As normas da sociedade encontram o seu suporte ético na justiça e não na
maximização da utilidade.
• O contratualismo é uma das abordagens deontológica porque é aquilo que deve ser
feito.
• Decisão guiada por princípios com que todos e qualquer um poderiam concordar
• Véu da ignorância, uma posição de partida em que não sabemos qual a nossa posição
perante o esquema das coisas a serem decididas ou contratadas
• Requer equidade na atribuição de direitos e deveres básicos
• As normas da sociedade encontram o seu suporte ético na justiça e não na
maximização da utilidade

Iluminismo (David Hume)


Os julgamentos morais são liderados pela simpatia e utilidade, isto é, tenho um sentido de
humanidade com o cidadão ao meu lado de modo a querer que estas relações tenham o melhor
resultado possível. (não confundir com ser simpático). e não na razão pois esta é escrava das
paixões.
Estou a assistir (estou distanciado) e, por simpatia, isto é, o que considero ser o melhor de forma
intuitiva, estabeleço quais são as regras. Estou distanciado da situação a julgar e avaliar qual é a
melhor forma de decidir os desfechos das pessoas. Não me afeta. No entanto tomo a decisão
relativamente às regras. Isto porque se deixasse isso ao critério de outros, o que iria acontecer,
seria difícil que pensassem da mesma maneira que eu e, portanto, o que iria acontecer é que o
mais delinquente, o com maior poder de persuasão ou a pessoa que queria chatear mais os outros,
iria ganhar a opinião. Ou então ninguém.
Empirismo, fazer ciência moral

• Julgamentos da moral não são julgamentos da razão, pois a razão é escrava das paixões
• Julgamentos morais baseiam-se na «simpatia», observação de fora
• Moral Vs prudência
• Regras em função da estabilidade e da propriedade
• Virtude é a disposição para respeitar a lei e o princípio moral

Iluminismo (Immanuel Kant)


• Tem uma visão extremamente deontológica, isto é, depende da vontade de cumprir
e não do cumprimento efetivo.
• Kant afirmava que a moral é racional, é uma “razão pura”, igual para todos e que
é governada a priori pelas categorias;
• A verdade é um imperativo categórico, pois independentemente das consequências,
devemos dizer a verdade.
• Não depende do cumprimento efectivo mas sim da vontade de cumprir
• Há uma visão de universalização.
• Se eu não vir os outros como um meio para eu avançar nos meus objetivos e respeitar
o critério da lei universal então passo no teste do imperativo categórico.
Dualismo de Immanuel Kant
A pessoa só deve actuar/decidir como se a máxima da sua conduta/decisão fosse erigida em «lei
universal»
• A pessoa deve actuar de modo a tratar a humanidade, no próprio ou no outro, sempre como um
fim e nunca só como um meio.
• Motivos subjacentes a regras que satisfaçam esses dois critérios são «categóricos» («Imperativo
Categórico»)
• Intuições, inclinações ou condutas baseadas nas melhores práticas não são critérios suficientes
do que é certo ou errado
• A harmonização da ideia de autenticidade pessoal e de justiça comunitária consiste na
capacidade de ser universalmente legislativo desde que pessoalmente submetido à mesma regra

Porque falhou o Iluminismo?


→ Contrato social de Hume: “O que me faz cumprir este contrato se a única base da moral são
os meus compromissos?”.
→ Sentimento moral;
→ Razão pura: existirá?
→ O homem é utilitário, radicalmente livre e autónomo, a lei moral é para o controlar

Consequências: Surgimento do utilitarismo:


Utilitarismo (Jeremy Bentham John Stuart Mill)
• O interesse próprio tem de ser guiado para se conseguir o interesse público;
• Critério moral: dor e prazer.
• O fim é o bem-estar público (as ações devem promover resultados positivos para a
• Mill: gradação entre prazeres (prazeres superiores dependem de capacidades
exclusivamente humanas, os outros são partilhados com outros animal)
• O sentimento fundamental subjacente à perspetiva moral: a benevolência, ou seja,
vontade de fazer o bem: o fim é o bem-estar público.
• Os princípios morais convencionais (não mentir, não roubar, cumprir as promessas, etc.)
têm a sua validade baseada na sua tendência de maximizar a utilidade no longo prazo
• A pessoa deve atuar para promover o maior saldo positivo de resultados para a mais vasta
comunidade afetada pelas suas ações.

A Evolução Alemã:
Arthur Schopenhauer
• O universo não tem sentido e o indivíduo não tem valor;
• O mundo é a expressão da luta cega da vontade;
• A vida é cega, cruel e sem sentido
• Vácuo moral: Deus morreu
• Vivemos para lá do bem e do mal, o ideal é o Super-Homem
• O ser humano é vontade inalterável

Existencialismo (Jean Paul Sartre)


• O que é imoral é aquilo que nos faz autênticos. Isto leva a um problema, que é o facto de
não se estabelecer qualquer critério do mal.
• Eu sou verdadeiramente autêntico quando quero. Isto também leva a um problema, que
o facto de permitir o fanatismo. Por exemplo, as pessoas que são mártires acham
genuinamente que estão a fazer o bem.
• A chave para a moralidade não são os resultados, mas a pureza dos motivos.
• O árbitro final do que é certo ou errado é o livre arbítrio da pessoa implicada na ação ou
decisão.

George Moore (1873-1958)


• Cada pessoa sabe intuitivamente distinguir o bem do mal – O bem é uma propriedade
simples e indefinível
• O que é bom é o que produz a melhor alternativa

William Ross (1877-1971), William Frankena (1908-94)


• Obrigações Prima Facie
• Dever absoluto de uma acção ou conduta em circunstâncias particulares
• Possibilidade de conflito entre deveres básicos em situações concretas
• Adequado ao senso comum, conflitos resolvidos pela intuição

7 princípios básicos: (Ross)


• Fidelidade
• Reparação
• Gratidão
• Justiça
• Beneficiência
• Auto-desenvolvimento
• Não fazer mal ao outro

2 princípios básicos: (Frankena)


• Utilidade
• Justiça na perspectiva contratualista

Vontade divina:
• A vontade de Deus é o critério para decidir o certo e o errado, independentemente de
recompensas e punições.
• Expressa pena natureza ou pela revelação
• Inclui elementos teológicos e deontológicos
o Para além das fontes de intuição e do agapismo, esta abordagem tem uma fonte
espiritual
• Fé e razão
o Deus não quereria algo que não fosse bom e certo
• Tem subjacente atributos de natureza divina
o Benevolência, justiça e misericórdia

BEM: Uma forma de vida em que os nossos desejos e disposições são formados para reconhecer
certos bens
TU DEVES: prescritivismo (conjunto das doutrinas éticas que formula ou prescreve conceitos
e regras morais)
DESEJO: As ações produzem o que queremos, tudo são meios para esse fim

Princípio fiduciário:
• Princípio fiduciário
• Princípio da propriedade
• Princípio da confiança
• Princípio da transparência
• Princípio da dignidade
• Princípio da justiça
• Princípio da cidadania
• Princípio da sensibilidade

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