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Escola Secundária de Cascais

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Sede: Escola Secundária de Cascais
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A necessidade de uma fundamentação da moral – éticas consequencialistas e éticas


deontológicas

 Introdução

A ética ou filosofia moral é a área da filosofia que se dedica aos problemas relacionados com o modo como
devemos viver (o tipo de pessoas que devemos ser, o tipo de coisas com que nos devemos preocupar, o tipo
de coisas que devemos fazer). Dá-se o nome de ética normativa ao ramo da ética que lida diretamente com
o problema da fundamentação da moral. Este problema pode ser formulado nos seguintes termos: Qual é o
fundamento da moralidade? Ou, dito de outra forma, o que é que torna uma ação moralmente correta
ou errada?

Uma parte importante da ética normativa consiste na busca de um procedimento que nos permita classificar
os nossos atos como permissíveis – atos que podemos realizar – ou impermissíveis – atos que não podemos
fazer, isto é, que são proibidos. Neste seguimento, a ética normativa consiste na busca de um procedimento
que nos permita determinar o que é certo ou errado fazer. Assim, compete à ética normativa
desenvolver, comparar e avaliar as diferentes teorias da obrigação. No que respeita a estas teorias,
estudaremos as teorias éticas consequencialistas e as teorias éticas deontológicas.

 Éticas consequencialistas

As éticas consequencialistas consideram que devemos seguir apenas um princípio ético fundamental:
o Devemos fazer sempre aquilo que tiver as melhores consequências

De acordo com este princípio, o estatuto moral das nossas ações não depende das intenções que o agente
possa ter ao agir desta ou daquela maneira, mas sim daquilo que resulta da sua ação.
Assim sendo, numa ética consequencialista, as consequências relevantes para a avaliação moral são
perspetivadas de um ponto de vista imparcial, ou seja, quando estamos a avaliar as consequências de uma
dada ação devemos dar a mesma importância à forma como cada um dos envolvidos – incluindo nós
próprios – será afetado pela mesma. Em certas circunstâncias isso pode exigir que se façam grandes
sacrifícios em prol do bem coletivo, independentemente de esses sacrifícios recaírem sobre nós ou sobre os
outros. Digamos que para um consequencialista o que importa é que a história do universo corra tão bem
quanto possível, independentemente de quem pratica as ações e sobre quem recaem as consequências.

 Éticas deontológicas
As éticas deontológicas abrem espaço para princípios éticos que especificam o tipo de ato em causa,
apelando ao seu caráter intencional. Isto significa que, para os deontologistas, há coisas que não podemos
intencionalmente fazer, mesmo que tenham as melhores consequências imagináveis, ou seja, há certas
restrições na promoção do bem que devem ser sempre tidas em conta quando pretendemos agir
corretamente.
Assim sendo, as éticas deontológicas consideram que existem restrições centradas no agente à promoção do
bem, isto é, consideram que há coisas que eu não posso fazer mesmo que fazê-lo trouxesse as melhores
consequências possíveis de um ponto de vista imparcial. A ideia subjacente é a de que eu sou responsável
pelo meu comportamento de uma forma que não sou responsável pelo comportamento dos outros.

Fonte: Resumos de Filosofia 10ºano, Domingos Faria e Luís Veríssimo.

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