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FACULDADE DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA

LICENCIATURA EM ENGENHARIA QUÍMICA

ÉTICA E CIDADANIA PROFISSIONAL

Teorias éticas: Deontologismo de Kant e Consequencialismo

Discentes: Docentes:

Boaventura, Ébe da Silva Prof .o Baltazar Transval

Mandlate, Daniela Lucília

Timoteo, Stela Rosalina Jacinto

Maputo, Dezembro de 2021


Índice
Introdução..................................................................................................................................................3
Teorias ética: Deontologismo de Kant e Consequencialismo.................................................................4
Deontologismo de Kant.........................................................................................................................4
Consequencialismo................................................................................................................................7
A relação com a disciplina e o curso.........................................................................................................8
O nosso entendimento com o tema tratado............................................................................................11
Conclusão.................................................................................................................................................12
Referências bibliográficas.......................................................................................................................13
I. Introdução
As teorias éticas nascem e desenvolvem-se em diferentes sociedades como resposta aos
problemas resultantes das relações entre os homens.

O presente trabalho surge no âmbito da disciplina de Étical Profissional e Cidadania, onde


iremos abodar duas das principais teorias éticas: Deontologismos e Kant e Consequencialimos.
Onde iremos trazer fundamentos teoricos sobre o tema e a relação com o curso de Engenharia
Química (Estatudo da Engenharia Química.
Está dividido em 3 capítulos, explorando o que se diz respeito tendo em conta o tema em causa, a
relação com a disciplina e o curso, e por fim o entendimento do tema na visão do grupo.

A ética é um ramo da filosofia moral com origem na obra de Aristóteles, Epiteto e outros
pensadores da Grécia antiga que se preocupavam com a natureza da bondade. Os modernos
filósofos da moral dão continuidade ao trabalho desses pensadores para compreender como nós
sabemos o que é certo e o que é errado, como a “correção” e a “bondade” devem ser definidas, e
se estas são características intrínsecas aos actos e objectivos ou se os conceitos são produto da
nossa própria intuição.

II. Metodologia
 A metodologia usada foi pesquisa bibliográfica, enriquecida com pesquisa na internet.
1. Teorias ética: Deontologismo de Kant e Consequencialismo
As teorias éticas nascem e desenvolvem-se em diferentes sociedades como resposta aos
problemas resultantes das relações entre os homens. Os contextos históricos são pois elementos
muito importantes para se perceber as condições que estiveram na origem de certas
problemáticas morais que ainda hoje permanecem actuais.

1.1. Deontologismo de Kant

Um dos principais teóricos do Iluminismo alemão que argumentou que podemos discernir as leis
morais da mesma forma como percebemos as leis da natureza, Kant propôs um sistema
complexo que detalhou os deveres que temos como agentes morais. No centro do sistema de
Kant está a afirmação de que a nossa capacidade humana de raciocínio nos permite saber quais
sejam esses deveres e que a liberdade nos permite agir de acordo com eles.

O deontologismo da ética katiana reside no facto desta defenfer que o valor moral de uma acção
reside em si mesma e não nas suas consequências. Ou seja, Kant não admite que se cumpra o
dever em virtude das desejáveis consequências que daí possam resultar. O cumprimento do dever
é o único motivo em que acção se baseia. É uma ética centrada na noção do Dever.

Para esclarecer esta noção do “agir por dever” Kant distingue entre acções em conformidade com
o dever e acções por dever.

 As acções em conformidade com o dever: nao sao accoes contrarias ao dever. No


entanto, nessas accoes, para cumprir o dever, precisamos de razoes suplementares, mais
importante do dever e’ o nosso interresse pessoal.
 As acções por dever: são acções em que o cumprimento do dever é um fim em si
mesmo, isto é, cumprir o dever pelo dever. A vontade que decide agir por dever é a
vontade para à qual agir oportunamente é o único motivo na base da sua decisão. Essas
acções dispensam razões suplementares e não agem “com segundas intenções”.

A QUESTÃO E’ COMO CUMPRIR DE FORMA MORALMENTE CORRECTA O


DEVER?
A resposta para está questão está numa lei presente, segundo KANT, na consciência de todos os
seres racionais. Essa lei diz nos de forma geral que devemoss em qualquer circunstância cumprir
o dever pelo dever.

A lei moral, segundo Kant, diz-nos como cumprir esses deveres, qual forma correcta de-os
cumprir.

Imperativos categoricos e hipoteticos

Devemos ter reparado que a lei moral exige um respeito absoluto pelo dever e que se apresenta
sob a forma de imperativos (DEVES).

1- Deves ser honesto porque a honestidade compensa.


2- Deves ser honesto!
Em 1 apresenta-se uma regra (deves ser honesto) e a razão pela qual deve ser seguida. O
cumprimento da regra esta associado a uma condição. “se queres ser compensado deves ser
honesto”. Trata-se de um Imperativo hipotético. Diz-nos que só no caso de querermos ser
compesados devemos ser honesto. O cumprimento do dever subordina-se a uma condição e, por
isso, cumprindo o dever, estamos, contudo, a faze-lo por interrese.

Em 2 apresenta-se uma regra cujo o cumprimento não depende de um interesse que assim
queiramos satisfazer. Diz-nos que devemos ser honestos poque esse é o nosso dever e não porque
é do nosso interessse. A esta regra incondicional que exige o cumprimento do dever sem
qualquer outro motivo a não ser o respeito pelo dever da Kant o nome de Imperativo
categórico. Este imperativo exige que ultrapassemos os nossos interesses e ajamos de forma
desinteressada.

Accoes e Valores morais.

Agir moralmente é agir por dever, agir por respeito absoluto por uma lei- A lei moral. A lei
moral nao prescreve que se realize este ou aquele fim., nao prescreve os meios a utilizar para a
realizacao de uma finalidade. Para avaliar moralmente uma acção – para saber se é moralmente
correcta ou incorrecta – devemos dar especial atenção ao motivo do agente.

Formulações do Imperativo Categórico ou Lei Moral


Kant apresentou várias formúlas do imperativo categórico - o critério ético fundamnetal para
distinguir acções com valor moral de acções que não cumprem, em virtude das suas maximas,
tais requisitos.

1. A formúla da Lei Universal

“Age apenas segundo uma máxima tal que possas querer ao mesmo tempo que se torne lei
universal”

O nosso dever moral básico consiste apenas as acções que todos os outros possam ter como
modelo.

2. Formúla da Humanidade

“Age de tal maneira que uses a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de
outrem, sempre e simultâneamente como fim e nunca apenas como meio”.

Segundo esta formúla, cada ser humano é um fim em si e não um simples meio. Por isso, será
moralmente errado instrumentalizar um ser humano, usa-lo como simples meio para alcançar um
objectivo.

QUAL É A FUNÇÃO DESTAS FORMÚLAS E PARA QUE SERVEM?

Para sabermos, em cada circunstância da vida, se a acção que queremos práticar está, ou não de
acordo com a moral, temos de perguntar se aquilo que nos propômos a fazer poderia servir de
modelo para todos os outros e se não os transforma em simples meios de serviço dos nossos
interesses.

Por exemplo: se mentir não serve de modelo para os outros e os reduz a meios que usamos para
satisfazer o nosso egoísmo, então não temos o direito de abrir uma excepção apenas para nós.

Análise da primeira formúla

Ex.: A eva precisava de dinheiro. Pediu algum dinheiro emprestado ao Rui com a promessa de
lhe devolver. No entanto, já tinha a intenção de não lhe devolver o dinheiro.

Podera esta maxima ser universalizada?

Análise da segunda formúla


É evidente que a Eva está a tratar o Rui como um meio para resolver um problema e não como
alguém que merece respeito e consideração. Pensa unicamente em utiliza-lo para resolver uma
situação financeira grave sem ter qualquer consideração pelos interesses próprios de quem se
dispõe a ajuda-la. Viola-se assim a primeira e também a segunda formula..

Conclusão das análises das formulas

Para Kant, a pessoa tem de ser tratada sempre como um fim em si mesma e nunca somente como
um meio, porque é o único ser de entre as várias espécies de seres vivos que pode agir
moralmente. Se não existissem os seres humanos, não poderia haver bondade moral no mundo e,
nesse sentido, o valor da pessoa é absoluto. Assim, a forrmúla da humanidade também conhecida
por formula do respeito pelas pessoas exprime a obrigação básica da tica Katiana.

1.2. Consequencialismo

Considera-se a ética de Mill como consequencialista pelo facto de que ela defende que o valor
moral de uma acção depende das suas consequências. Ou por outra, Consequencialismo é uma
teoria ética que estabelece que acções são avaliadas como moralmente correctas ou incorrectas
em virtude das suas consequências.

Consequencias e Intenções

A acção é avalidade pelas suas consequencias e o motivo ou a inteção não são decisivos porque
se referem ao carácter do agente e não à acção em si mesma.

Acção com boas consequências

 Acção cujos resultados contribuem para um aumento da felicidade (bem-estar) ou


diminuição da infelicidade do maior número possível de pessoas por ela afectadas.
 Acção subordinada ao princípio de utilidade

Acção com más consequências

 Acção cujos resultados não contribuem para o aumento da felicidade (bem-estar) ou


diminuição da infelicidade do maior número possível de pessoas por ela afectadas
 Acção egoísta em que a felicidades do maior número não é tida em conta ou em que só o
meu bem-estar ou satisfação e procurado.
 Utilitarismo: Um tipo específico de consequencialismo é o utilitarismo, que diz que
as acções são correctas na medida que tendem a promover a maior felicidadeglobal e
incorrectas na medida em que tendem a gerar o contrário. Ou seja, o correcto consiste
em maximizar o bom.

Para o utilitarismo qualquer sacríficio individual que não aumente a quantidade total de
felicidade é inútil.

 Consequencialismo negativo ou de actos: O consequencialismo negativo é uma


versão das teorias éticas do consequencialismo. Assim como outras versões do
consequencialismo, o consequencialismo negativo sustenta que actos morais bons ou
ruins dependem apenas do valor dos resultados. Ou seja, para versões negativas e
outras do consequencialismo, perguntas como "o que devo fazer?" e "que tipo de
pessoa eu deveria ser?" são respondidas apenas com base nas consequências. O
consequencialismo negativo difere de outras versões do consequencialismo, dando
maior peso em deliberações morais ao que é ruim (por exemplo, sofrimento ou
injustiça) do que ao que é bom (por exemplo, felicidade ou justiça).

Objecções

Os críticos do consequencialismo de actos alegam que a teoria é demasiada permissiva: permite


actos que intuitivamente são errados, como matar ou torturar inocentes se isso resultar em
melhores consequências. Alegam também que a teoria é demasiada exigente: obriga-nos a
sacrificar os nossos recursos, projectos e compromissos pessoais sempre que fazê-lo resulte num
estado de coisas mais valioso, quando muitas vezes é permissível nao fazer tudo o que esta ao
nosso alcance para maximizar o bem.

 Jamie Mayerfeld defende um forte dever de aliviar o sofrimento. Ele diz que "o
sofrimento é mais ruim do que a felicidade é boa" e que "a bem-aventurança de muitas
pessoas, não importa quantas, não pode justificar que permitamos a tortura de uma pessoa
por toda a vida".

2. A relação com a disciplina e o curso

Em todas as profissões existem particularidades no modo de agir e pensar. Porém, o sentido que
cada coletivo atribui a essas peculiaridades no cotidiano laboral é singular. Ao considerar
aspectos psicológicos e de relacionamento, considera-se relevante identificar o perfil e valores
éticos comuns às pessoas, de forma a compreender as suas ações perante a sociedade e no
ambiente corporativo.
Partindo destas considerações, a ética profissional pode ser entendida como o estudo da conduta
humana no exercício de uma profissão, seus ideais, motivos e causas. Inicialmente é importante
destacar que a expressão “ética profissional” fere uma discussão de uma ética de perspectiva
igualitária porque atribuí para um grupo de pessoas, membros de um grupo profissional, uma
ética especial em detrimento dos demais membros da sociedade (TAVARES, 1998). Para tratar
da ética profissional é necessário fazer referência à “deontologia”. Isso porque, deontologia é um
termo mais apropriado para a discussão em torno da conduta profissional, compreendendo-a
como um esforço para obter-se uma uniformização da ação dos membros de uma categoria
profissional. Uniformização não no sentido de igualar as ações, mas sim, de orientar, prescrever,
controlar a conduta dos membros da profissão visando construir uma identidade e por meio
desta, tornar-se respeitado e conhecido pelos demais membros da sociedade.

Abaixo ilustramos o que diz o Código da Ética profissional dos Engenheiros Químicos:

 Engenheiros zelarão pela segurança, saúde e bem-estar do público durante a execução de


suas tarefas profissionais.
 Engenheiros farão serviços apenas nas áreas de sua competência.
 Engenheiros farão declarações públicas somente de maneira objetiva e confiável.
 Engenheiros agirão em assuntos profissionais para cada cliente como agentes fiéis e
confiáveis, e evitarão conflitos de interesse.
 Engenheiros construirão sua reputação profissional com o mérito de seus serviços e não
competirão de forma injusta com outros.
 Engenheiros agirão de tal maneira a manter e desenvolver a honra, integridade e
dignidade da profissão.
 Engenheiros continuarão seu desenvolvimento profissional durante sua carreira e
disponibilizarão oportunidades para o desenvolvimento profissional dos engenheiros sob
sua supervisão.

O comportamento ético é uma imposição profissional que, se transgredido, o profissional


ficará sujeito a responder por processos nas esferas cível e criminal.
Exemplos de choques entre Engenheiros Quimicos e codigos eticos

Brad é engenheiro de produção de uma empresa de motos. Parte de seu trabalho inclui a inspeção
de motos quebradas e a elaboração dos planos de projeto para reparo. Um dia, Brad recebe
instruções de seu supervisor para consertar uma moto cujos cabos de freio quebraram. Quando
Brad inspeciona a moto, ele percebe que os cabos foram quebrados porque foram feitos de um
material de baixa qualidade. Ele suspeita que essa moto tenha sido projetada sob medida e que o
cliente simplesmente não sabia quais materiais seriam mais adequados para os cabos de freio.
Portanto, quando Brad elabora seus planos de projeto para o reparo da moto, ele incorpora um
material mais durável para os cabos. Quando Brad vai consertar a moto, ele descobre que o
cliente solicitou especificamente que a moto fosse reparada, mas nenhuma alteração estética
deve ser feita. O design de Brad para a moto mudará a aparência da moto, mas também a tornará
mais durável. Quando Brad vai ao gerente e pergunta o que fazer, o gerente diz que “o cliente
está sempre certo” e que ele deve consertar a moto conforme solicitado pelo cliente. Brad sabe
que poderia consertar a moto de acordo com os desejos do cliente, mas, se o fizer, a moto
quebrará novamente em alguns meses, talvez perigosamente. No entanto, se ele implementar
suas melhorias de design, ele corre o risco de contrariar seu gerente e os desejos do cliente. O
que Brad deve priorizar? A segurança do cliente ou os desejos do cliente?

3. O nosso entendimento com o tema tratado


Kant achava que a igualdade básica entre os homens era fundamental para o desenvolvimento de
uma ética universal. Kant precisava chegar a uma moral igual para todos, uma moral racional, a
única possível para todo e qualquer ser racional. Sua filosofia se volta sempre, em primeiro
lugar, para o homem, e se chama filosofia transcendental porque busca encontrar no homem as
condições de possibilidade do conhecimento verdadeiro e do agir livre. No centro das questões
éticas, aparece o dever, ou obrigação moral. Se a moral é

a racionalidade do sujeito, a vontade verdadeiramente boa deve agir sempre conforme o dever e
por respeito ao dever, porque é dever, eis o único motivo válido da ação moral. Para Kant, os
conteúdos éticos nunca são dados do exterior. "Age de tal maneira que possas ao mesmo tempo
querer que a máxima da tua vontade se torne lei universal".
III. Conclusão

A partir deste trabalho foi possível inferir que as questões éticas podem ser analisadas de
diferentes perspectivas, para decidir se uma ação particular é adequada ou inadequada. Adeptos
das diferentes teorias éticas podem discordar em suas avaliações de uma dada ação, mas todos
estariam se comportando eticamente, segundo seus próprios valores e crenças.
A teoria ética nasce da necessidade de justificar racionalmente as condutas morais, diante da
própria consciência e diante dos demais. Por ser a teoria um complexo integrado de princípios
éticos, coerentes e fundamentais, o conhecimento das teorias éticas é essencial para reflexão,
especialmente quando parece impossível cumprir todas as exigências de moralidade.
Em suma, a teoria utilitarista visa ao maior bem para o maior número de pessoas, enfatizando
que devem ser tomadas decisões que resultem na maior utilidade social e a teoria ética
consequencialista, segundo a qual a obrigação moral é promover imparcialmente o bem-estar faz
uma comparação de custos e benefícios no tocante às partes afetadas. Por outro lado, a teoria
Kantiana propõe que o conceito ético seja extraído do fato de que cada um deve se comportar de
acordo com os princípios universais, conhecido como o princípio é imperativo porque se
apresenta como uma obrigação.
IV. Referências bibliográficas
 Audi, R. (2004). The good in the right: A theory of intuition and intrinsic value.
Princeton, NJ: Princeton University Press.
 Benhabib, S. (1992). Situating the self: Gender, community and postmodernism in
contemporary ethics. London: Routledge.
 A. R. Oliveira, 2012. Ética profissional. Belém: Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia.
 https://pt.wikipedia.org/wiki/Consequencialismo_negativo
 MOREIRA, J. M., REGO, A. Ordem dos engenheiros : em busca de novas
responsabilidades. Disponível em: <http://www.eticaed.org/Artigo.pdf>. Acesso em: 15
nov. 2021.

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