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2ªparte- Leonor

Filosofia Kantiana

Contudo, Kant admite que a vontade humana não é perfeita e que esta sofre
influencias que por vezes nem controlamos. Mas o que será isto da vontade humana?
A vontade humana é uma faculdade do espírito humano que tem a capacidade de
contrariar a força do sensível e de determinar a nossa ação de acordo com o
imperativo moral. Isto é, a força de vontade é superior à força dos nossos desejos e
das nossas inclinações sensíveis, como por exemplo, uma pessoa que quer emagrecer,
através da sua força de vontade, é capaz de contrariar os seus desejos de ingerir certos
alimentos não tão saudáveis e de não fazer exercício físico.

No entanto, Kant considera que apenas uma vontade santa, ou seja, uma boa vontade
realiza ações morais, transformando o agente num sujeito moral. Assim, para que uma
ação seja considerada pura, válida e moralmente correta, é necessário que a intenção
por detrás da ação seja racional, seguida pela razão. Então, temos que a validade
moral de uma ação deriva do motivo que a origina.

Deste modo, Kant diferenciou três diferentes tipos de ações

As ações contra o dever, ações destituídas de qualquer valor moral que não cumprem
as regras ou normas morais e que surgem por inclinação sensível. Encontramo-nos, por
isso, no campo da imoralidade e da ilegalidade.

 Exemplo: Uma rapariga que mata o ex-namorado por ciúmes de outra rapariga.

Em segundo lugar, as ações conforme o dever, que cumprem as regras ou normas


morais, mas que ocorrem derivadas de interesses pessoais para vantagem própria,
logo não têm qualquer valor moral uma vez que não passam de um meio para atingir
um fim. Assim, encontram-se no campo da legalidade apesar do sensível se sobrepor á
racionalidade.

 Exemplo: Um rapaz que ajuda um amigo apenas para impressionar a rapariga


de que gosta.

Por último, considera ainda as ações por puro respeito ao dever, que não só cumprem
as regras e normas morais como também ocorrem por total respeito pela lei moral,
resultante, assim, de uma exigência puramente racional. Estas são, por isto, um fim em
si mesmas e representam para Kant as únicas ações dotadas de moralidade.

 Exemplo: Um rapaz que ajuda o seu amigo porque é o seu dever.

Adicionalmente, podemos, então, retirar que, segundo a moral kantiana, um Homem


só age por bem se agir por dever, respeitando a lei moral e não por submissão às
consequências ou ao fim a atingir, ou seja, que o dever é o ponto-chave para a
justificação da moralidade.
É por isto que é comum que se afirme que a ética de Kant é deontológica, pois o dever
desempenha um papel fundamental na sua ética.

 Frisar que deontológica vem de deontos que deu origem à palavra dever.

Deste modo, Kant defende que todo o ser humano dotado de razão e liberdade, sem
que seja influenciado, reconhece com deve agir. Porém, agir por dever exige um
conhecimento das regras e normas concretas a que se deve obedecer.

Como por exemplo, todos sabemos que roubar é um crime punível. No entanto, para
Kant, não roubar apenas por medo de ir para a prisão não é uma ação pura pois tem
um motivo que não é racional e com origem no dever, mas sim no sensível (medo), isto
é, o cumprimento das regras só por si não faz com que uma ação seja moralmente
aceitável. Deste modo é importante realçar que Moralidade se distingue de
Legalidade. Se a moralidade caracteriza as ações realizadas coerentemente por dever,
a legalidade caracteriza as que são conformes ao dever, mas que podem muito bem
ter sido realizadas com fins egoístas ou por motivos menos válidos. É por isto que Kant
dá tanta importância à pureza das intenções, porque estas ditam o valor de uma ação.

Adicionalmente, Kant não pretende apontar um conjunto de regras para as situações


concretas de cada indivíduo, mas sim encontrar um fundamento universal para todas
as normas e regras morais, ou seja, trata-se de encontrar uma base segundo a qual
todo o ser humano deve agir.

Então, se só a razão pode ser a origem de uma intenção pura, é nela que devemos
procurar o fundamento ou fórmula que nos indicará o como agir corretamente. Mas
qual é a forma segundo a qual devemos todos agir? Kant dá-lhe o nome de imperativo
categórico.

Um imperativo é um princípio ou mandamento que ordena determinada ação, porém,


Kant diferencia o imperativo moral do condicional. Destacam-se então dois
imperativos:

O imperativo Hipotético, do tipo condicional, que se foca na resolução de situações


concretas, ordenando que se cumpra certa ação de forma a atingir certo fim. “Se
queres a), então faz b)” e o imperativo Categórico, do tipo moral e defendido por Kant,
que se foca na forma universalmente correta de se agir, sem que se sejam impostas
condições.

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