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Os juízos de valor podem ser de diversa ordem: A)Juízos morais (avaliam qualquer ação a
partir de uma perspetiva ética, ou seja, segundo os princípios que estabelecem uma distinção
entre o BEM e o MAL. É a partir dos juízos morais que atribuímos conteúdos éticos aos
acontecimentos e às ações;
RELATIVISMO MORAL- defende que os juízos morais têm valor de verdade, contudo referem-
se apenas a cada sociedade. Logo, não existe um critério único de verdade pois cada sociedade
tem o seu código moral (Os juízos morais não têm uma natureza universal nem objetiva, pois
esses juízos dependem da sociedade e do que ela julga como moralmente correto ou
incorreto. Se a sociedade considerar a pena de morte um ato moralmente reprovável,
podemos encarar a condenação da pena de morte como um juízo moral verdadeiro, ou seja,
dizemos que apena de morte é errada, porque a sociedade assim o entende. No entanto isso
só é aplicável dentro dessa sociedade, ou seja, não podemos afirmar que a pena de morte é
objetivamente imoral. Se as sociedades são diferentes, pois têm valores, crenças e tradições
diferentes não é possível determinar se uma tem um código moral mais correto do que a
outra).
SUBJETIVISMO MORAL- defende que os juízos morais têm valor de verdade, contudo referem-
se apenas ao individuo, aca pessoa. A sua verdade depende do estado psicológico de cada
sujeito; (cada um de nós tem o seu código moral, e por isso, os juízos por si formulados são
verdadeiros, dado que vão ao encontro das suas crenças, valores e sentimentos. Cada pessoa
julga as ações em função do seu código moral. Deste modo é normal que outra pessoa julgue
de outro modo a mesma ação. Cada sujeito dá valor moral à ação ed portanto nenhum juízo
moral é objetivamente verdadeiro ou falso, dado não haver nenhum critério que o permita
concluir)
OBJETIVIDADE MORAL-defende que os juízos morais têm valor de verdade objetivo e universal,
dado que o princípio que determina o que é moralmente correto é independente dos
contextos e, por isso, aplicável de igual modo a todos (pressupõe um caráter absoluto dos
juízos morais- o facto de existirem concordâncias globais em certos temas, p ex, como o
direito À vida ou à condenação por roubo, por homicídio, revela a existência dessa
objetividade. Deste modo, dá a todos nós a possibilidade de rejeição situações dessa natureza,
considerando-as como inaceitáveis e imorais, pois vão contra os princípios gerais de qualquer
sociedade ou cultura)
ÉTICA
MORAL
A validade ou não validade moral das ações humanas foi avaliada diferentemente ao longo dos
tempos pelos vários pensadores:
Kant
Immanuel Kant (1724-1804) – célebre filósofo alemão, um dos mais importantes filósofos da
época moderna europeia. Escreveu a Crítica da razão Pura (sobre Gnoseologia), a Crítica da
Razão Prática (sobre ética) e a Crítica da Faculdade de Julgar (sobre estética).
O ponto de partida da sua ética é a preocupação com a justificação e origem dos princípios do
agir moral;
E qual deveria ser a verdadeira finalidade da vontade? Tornar- se uma vontade boa.
• E o que é uma vontade boa? É uma vontade que, em todas as circunstâncias, decida
e escolha de forma absoluta e incondicional, isto é, que só respeite as exigências da
razão prática e o que ela ordena (personalidade).
• Mas a vontade humana nem sempre age assim, dado que o ser humano é corpo e
espírito, razão e sentidos. É preciso fortalecer a vontade para que ela só escolha o que
deve, o que é próprio da natureza humana – obedecer ao que a razão prática ordena,
isto é, respeitar o dever e não procurar a satisfação dos interesses, dos impulsos
sensíveis, etc.
• A moral de Kant é assim uma moral da intenção, já que o critério mais importante
para classificar uma ação é a intenção por parte do indivíduo de cumprir o que a sua
razão lhe ordena, sem se preocupar com as consequências que para a sua felicidade
pode ter a realização de uma ação por dever.
Com base em que lei é que a nossa razão prática orienta as nossas ações?
• Não nos impõe uma lista de comportamentos proibidos, tipo os ‘dez mandamentos’.
Ela não nos apresenta um conjunto de normas a respeitar. Dá-nos apenas uma
orientação que devemos cumprir de forma incondicional e independentemente de
circunstâncias de tempo, lugar ou cultura.
• Esta orientação chama-se Lei Moral ou Imperativo Categórico e formulou-o da
seguinte forma:
• “Age apenas segundo uma máxima tal que possas, ao mesmo tempo, querer que ela
se torne uma lei universal”
STUART MILL
Filósofo e economista inglês (1806-1873), a sua obra foi considerável, sobretudo nos domínios
da lógica e da filosofia prática.
A teoria do Utilitarismo foi fundada por Jeremy Benthan e depois também defendida por John
Stuart Mill.
• À luz deste princípio a ação moralmente correta é, geralmente, a ação que tem como
consequência tornar o mais felizes possível o maior número possível de pessoas. Não é
negada a importância das várias normas morais (“Sê honesto”, Sê fiel às tuas
promessas”, “Não mates”). Em que circunstâncias se impõe o apelo ao princípio
supremo da moralidade? No caso de dilemas morais, isto é, quando duas normas
morais a que damos valor entram em conflito e é preciso saber qual das duas preferir.
Fundamentação amoral
• O valor moral das ações está nas suas consequências e nos seus efeitos práticos;
• O Bem é aquilo que trouxer maior felicidade global (ao maior número de pessoas);
• O princípio da utilidade é o fundamento último da moralidade em casos de dilemas
morais;
• A finalidade suprema da ação, isto é, o bem supremo, é a felicidade (busca de prazer e
ausência de dor);
•Americano- (1921-2002) ;publicou em 1971 a sua principal obra, Teoria da Justiça. Rawls
conciliou dois conceitos dificilmente compatíveis ou mesmo incompatíveis: a liberdade
individual e a justiça social (igualdade).
• A conceção de justiça de Rawls revela uma nítida influência das teorias contratualistas do
século XVIII. Como concebe Rawls o pacto ou contrato social? Como um pacto cuio obietivo é
estabelecer uma sociedade essencialmente justa e livre.
• O contrato social é um pacto originário entre indivíduos iguais e livres que escolhem
instituições e normas que promovam a igualdade entre todos.
Como escolher princípios de justiça que promovam a igualdade entre todos se, dada a
condição socioeconómica, cada um de nós tende a escolher princípios em função da sua
situação pessoal, isto é, em função do seu interesse? Rawls afirma que tal pacto se deve fazer
com base na total imparcialidade, isto é, deve ser ratificado por indivíduos que não sejam
movidos por qualquer interesse egoísta, ou seja, os futuros membros do contrato originário
devem escolher as instituições e as normas sem ter em conta os seus interesses, capacidades e
planos de vida. [21:03, 23/05/2023] maraaa: •Rawls fala da "posição original" para melhor
descrever o contrato social: esta é uma situação imaginária de total imparcialidade em que
pessoas racionais, livres e iguais criam uma sociedade regida por princípios de justiça. Para que
tal imparcialidade se verifique essas pessoas devem estar cobertas por um "véu de ignorância"
(qual será a sua profissão, a sua origem social, se serão ricos ou pobres, intelectualmente
dotados ou não, etc.). Qual a vantagem desta situação hipotética? Segundo Rawls, ignorando
tudo acerca da sua situação social. cada indivíduo considerará como possível que no futuro lhe
corresponda a posição social menos favorável e perante tal possibilidade cada um dos
contratantes deseiará muito razoavelmente organizar uma sociedade que se caracterize pela
equidade e imparcialidade na distribuição dos direitos e deveres e pela liberdade e igualdade
real de oportunidades.
• Trata-se assim de construir uma sociedade livre mas o mais igualitária possível, que anule as
eventuais diferenças que surgirão entre os diversos seres humanos.
outro, visa garantir as liberdades básicas: direito de voto, de ocupar um posto público, de
reunião, de expressão, de propriedade pessoal, etc.
Este
princípio tem prioridade em relação ao "princípio da diferença" porque não se deve limitar a
igualdade de oportunidades em proveito da melhoria das condições de vida de cada um.
• Em suma, na sociedade justa, segundo Rawls, o único tipo de desigualdade que pode e deve
ser tolerado é o que reverte em favor dos menos favorecidos (a desigualdade só é admissivel
se fomentar a igualdade)
(É dado o exemplo de uma corrida de atletismo de 400 metros barreiras em que as posições
de saida dos atletas são diferentes. Tal acontece para compensar as desigualdades geradas
pela forma da pista, tornando possível a igualdade de condições de saída).
. É importante o respeito pela lei porque nenhuma sociedade subsistiria sem a obediência às
leis aprovadas (estaria condenada à anarquia ou a constantes abusos de poder quer de Estado
quer dos indivíduos).
• Contudo, nem sempre o que é legal é legítimo, ou seja, justo e conforme ao que exige a
consciência moral. (Por exemplo, durante o regime do Apartheid na África do Sul, a lei proibia,
entre outras coisas, que os negros vivessem nos bairros dos brancos e frequentassem as
mesmas escolas, havendo nos jardins bancos para negros e bancos para brancos). Nestes
sistemas legais nem sempre o que é legal
• As leis podem ser injustas e repressivas e pode verificar-se um desacordo entre a legalidade
vigente e os ditames da consciência moral dos indivíduos. Estes não reconhecem legitimidade
a uma determinada lei porque não a consideram em conformidade com valores morais
fundamentais e a legitimidade ou não das leis define-se em função dos valores que estão na
sua base. Nestas situações em que o ordenamento jurídico (Direito é injusto, justifica-se
desobediência civil, a luta pelos direitos civis. A desobediência civil é o movimento (de
maiorias ou minorias) contra a iniustica legal.