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1.

1- De acordo com a ética utilitarista de Mill, quando calculamos as


consequências dos nossos atos não temos de dar prioridade a pessoas que nos
são mais próximas. Pelo contrário temos obrigação de não lhes dar prioridade.
O princípio da utilidade declara que devemos agir, de forma a maximizar a
felicidade. No entanto, no cálculo da felicidade deve-se ser imparcial, ou seja, a
felicidade de uma pessoa próxima é tão relevante quanto a de qualquer outra
pessoa afetada pela nossa ação.

1.2- A exigência feita no texto é uma das objeções à teoria ética de Mill. Neste
caso à um excesso de exigência, pois impor ao agente que seja imparcial na
consideração da sua felicidade e na de outras pessoas é errado e muito difícil
de cumprir.

2.1- As ações por dever são ações que realizamos porque reconhecemos que
estão corretas, ou seja, a ação é exclusivamente motivada pelo dever. Estas
ações têm valor moral e são merecedoras de respeito e estima. O comerciante
teria agido por dever se fosse motivado a fixar esse preço apenas pelo dever
de ser honesto.
As ações em conformidade com o dever são ações de acordo com o dever, mas
que são motivadas por inclinações como o interesse próprio. Por isso estas
ações não têm valor moral. O comerciante teria agido em conformidade com
o dever se, ao fixar o preço igual para todos, fosse motivado pelo seu interesse
em manter os clientes.

2.2- A verdade é autónoma quando se autodetermina, ou seja, quando não


depende de nada exterior ou de inclinações, mas apenas da razão.
Quando temos boa vontade, ou seja, quando o nosso querer é determinado
apenas pela razão e obedecemos ao imperativo categórico, segundo Kant,
revelamos uma vontade autónoma, passando assim a ação a ser livre e a ter
valor moral.

3- Na minha opinião mentir não é moralmente aceitável e existem valores


morais absolutos e incondicionais, validos para todos.
Dizer a verdade é um princípio moral objetivo, independente da situação, dos
desejos particulares do agente e das consequências possíveis da sua aplicação.
Mesmo em circunstâncias extremas, o dever moral não deve ser posto em
causa, pois o dever da verdade é o fundamento de muitos outros deveres.
Estes deixariam de fazer sentido se a mentira fosse moralmente admissível.
Voltemos ao exemplo apresentado no texto: seria adequado mentir para salvar
uma vida? Apesar de contraintuitivo, defendo que seria errado mentir, mesmo
nessa situação. Não podemos transformar a ação de mentir em uma lei
universal, porque se isso acontece as pessoas deixariam de dar importância ao
que outras pessoas dizem.
Assim, devemos dizer a verdade ao assassino, pois não é possível prever se as
consequências da mentira serão, de facto, boas como desejaríamos. Pois por
mais bem-intencionada que seja a mentira, nada nos garante que
conseguiremos alcançar os efeitos desejados.

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