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A ética deontológica de Kant

Kant apoia uma teoria deontológica que se baseia nas intenções e na ideia do
dever, ou seja, que para uma ação ser moralmente correta depende da
intenção do agente como por exemplo:
- dar dinheiro a um mendigo porque quer parecer boa pessoa para os outros,
isso não é uma ação moral pois está a utilizar o mendigo como um meio para
as intenções do agente.
- agora um exemplo de uma ação moralmente correta é dar dinheiro ao
mendigo sem qualquer outro tipo de intenções apenas cumpria o seu dever.

-A boa vontade

Na ética de kant a boa vontade é agir puramente pelo dever e a única coisa
que tem valor intrínseco (boa em todas e quaisquer condições ou
circunstâncias) e incondicional a boa vontade tambem é a unica coisa
absolutamente boa.
-Imperativo categórico e hipotético

O imperativo categórico é uma ordem ou obrigação absoluta e incondicional,


imposta pela razão e que representa o nosso dever
Exemplo: Estudo porque é o meu dever enquanto estudante.

O imperativo hipotético é um mandamento condicional do tipo “se...então” e


exprime a necessidade de fazer algo como condição para atingir um
determinado objetivo.
Exemplo: Estudo para ter sucesso.

-Fórmula da lei universal

A fórmula da lei universal consiste em que apenas devemos agir se essa ação
pode se tornar uma lei universal ou seja uma ação que gostaríamos que
fizessem a nós.
Exemplo: fazer uma promessa sem a intenção de a cumprir, Isso não é uma
ação universal pois não gostaríamos que fizessem a mesma coisa connosco.
- Mas agora fazer uma promessa com a intenção de cumprir já é uma
ação universal pois já é algo que gostaríamos que acontecesse connosco.
-Fórmula da humanidade

A fórmula da humanidade consiste em usar os outros como um fim e nunca


como um meio

Exemplo: uma pessoa mentir a alguém com o objetivo de conseguir algo da


mesma, isso nunca cumpriria a fórmula da humanidade pois estaria a usar
alguém para obter alguma coisa no fim.

-Autonomia da vontade

Segundo Immanuel Kant, a autonomia é o fundamento de toda a moralidade


das ações humanas. A autonomia consiste na apresentação da razão para si
mesma de uma lei moral que é válida para a vontade de todos os seres
racionais.

-Heteronomia da vontade

A vontade é heterónoma quando não se autodetermina e não controla os seus


desejos e sentimentos, deixando-se conduzir por eles, ou seja, quando se
suporta em imperativos hipotéticos.
-Críticas à ética de Kant

1- A ética de Kant é acusada de ser demasiado fria e racional ao ignorar os


sentimento/emoções que, muitas vezes, estão na base das nossas ações
2- A ética de Kant desvaloriza as consequências da ação
3- A ética de Kant nem sempre permite resolver conflitos entre deveres
morais, uma vez que é uma ética demasiado formal
4- Problemas na fórmula da lei universal

-A ética utilitarista de Mill

Stuart Mill acredita numa ética utilitarista que depende muito das
consequências das ações independentemente das intenções. Para determinar
a moralidade de uma ação é aquela que resulta numa maior felicidade geral
independentemente das intenções do agente.

Utilitarismo: Uma ação é moralmente correta se as consequências que dela


decorrem promoverem a felicidade geral
Consequencialíssimo: Uma ação é correta ou incorreta dependendo
exclusivamente dos seus resultados ou consequências.

Hedonismo: Felicidade enquanto prazer e ausência de dor.


É melhor se Sócrates insatisfeito do que um Sócrates satisfeito esta frase de
Mill que dizer que Sócrates satisfeito não terá mais a fome do conhecimento
sendo que esta completamente satisfeito, mas um Sócrates insatisfeito iria
estar sempre a procura de mais conhecimento.
-Princípio da imparcialidade

O princípio da imparcialidade basicamente explica que uma ação é boa se


promover a felicidade para o maior número de pessoas.

-Críticas à ética de Mill

1- Argumento da máquina de experiências: A tese é a de que se


experiências prazerosas são a única coisa boa, os demais aspetos da
realidade não são relevantes para o nosso bem-estar, de maneira que
uma máquina capaz de produzir apenas experiências boas, sem a
consciência de que são simulações, seria preferível a própria realidade.
2- O utilitarismo pode conduzir a consequências moralmente inaceitáveis.
3- A ética utilitarista é demasiado exigente: será que podemos ser felizes
se estivermos constantemente a sacrificar os nossos projetos em prol da
felicidade da maioria.
4- A impossibilidade de estarmos constantemente a calcular as
consequências das nossas ações.

-Como organizar uma sociedade justa?


-John Rawls

Liberal igualitário: as liberdades básicas do indivíduo não podem ser


sacrificadas em nome de princípios distributivos, mas concede que,
sendo o indivíduo racional e razoável, estará aberto à cooperação
com os outros.
Defensor do contratualismo: os princípios que regem a
sociedade resultam de um contrato ou acordo (hipotético ou
real) estabelecido entre as partes interessadas.

Justiça com equidade


•posição original

Situação hipotética inicial, uma experiência mental em que


nenhum indivíduo é favorecido em relação a qualquer outro.

•véu de ignorância

Cobertos pelo véu de ignorância os sujeitos:


•desconhecem a sua situação de classe ou estatuto social;
•desconhecem os seus talentos naturais, como a inteligência, força e
outras qualidades;
•desconhecem a situação política e económica da sua sociedade;
•desconhecem o nível de civilização e cultura que a sociedade
conseguiu alcançar.
•regra maximin

Neste caso em relação a regra maximin escolheríamos a sociedade 2 porque o


que é pior na sociedade 1 e 3 é respetivamente 2 e 3 enquanto na 2 é 5 e a
regra maximin consiste em escolher o melhor dos piores.
Contudo, a existência de uma lotaria social (condições sociais de
nascimento) e de uma lotaria natural (os talentos/aptidões naturais de
cada um) pode condicionar a igualdade na atribuição dos direitos e
deveres básicos.

Necessidade de um segundo princípio da justiça que se subdivide em


duas partes:
•princípio da igualdade de oportunidades
•E princípio da diferença

«As desigualdades económicas e sociais devem ser distribuídas por


forma a que, simultaneamente:
A – Princípio da diferença
redundem nos maiores benefícios possíveis para os menos
beneficiados,
B – Princípio da igualdade de oportunidades
sejam a consequência do exercício de cargos e funções abertos a
todos em circunstâncias de igualdade equitativa de oportunidades.»

Crítica libertarista de Robert Nozick

•A interferência do Estado na utilização dos seus bens é uma violação


do direito de propriedade.
•O indivíduo é o titular legítimo dos bens que adquire legalmente.

Exemplo: Ronaldo ganha digamos que 1 milhão por mês e o estado


retira digamos 50% desse dinheiro Nozick considera q o estado fez
isso mal e que pode até ser considerado escravatura já que esta a
retirar o dinheiro que outros ganharam com o seu esforço no
trabalho.
Para Nozick:
•O Estado Mínimo é como um vigilante que promove a segurança dos
cidadãos e as liberdades políticas, mas não interfere na vida
económica.
•O Estado Mínimo é o único poder político legítimo, e cada indivíduo é
titular absoluto do que ganha e adquire.
•A justiça social é incompatível com a redistribuição da riqueza.

-Crítica comunitarista de Sandel

O Bem Comum é aquilo em nome do qual se avaliam as


preferências individuais, e é no seio da vida comunitária que o
indivíduo constrói a sua identidade e que faz as suas escolhas.

Rejeição do véu de ignorância de Rawls:


Um acordo é justo quando é bom. O conceito de bom é anterior ao
conceito de justo e não pode ser dado pelas preferências individuais
dos seres desarreigados de uma comunidade concreta. Assim sendo, a
opção pelo véu de ignorância levar-nos-ia a fazer escolhas amorais,
transformando-nos em seres irreais, sem laços morais.

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