Para gostar de

literatura

Objetivo:
Despertar a necessidade do texto literário, partindo da
experiência que temos com outros textos.
 Conteúdos abordados nesta
lição:
Os sistemas de arte e distração;
Como gostar de literatura;
Romance
Gostar de literatura é algo que pode ser aprendido.
Vamos fazer algumas atividades que possibilitarão ver o texto literário como
obra que visa perpetuar a essência humana, emocionando os leitores atuais e
os das próximas gerações.
Discussão
Qual é a diferença entre um texto literário e um não literário?
Ler um texto literário é fácil? Por quê?
Quais os assuntos mais interessantes?
Vamos ouvir a canção:
A LUA QUE EU TE DEI
 A Lua Que Eu Te Dei
Posso te falar dos sonhos Pra brilhar
Das flores Por onde você for
Ivete Sangalo De como a cidade mudou Me queira bem
Posso te falar do medo Durma bem
Do meu desejo, do meu amor... Meu Amor...
Posso falar da tarde que cai Eu posso falar
E aos poucos deixa ver Da tarde que cai
No céu a Lua E aos poucos deixa ver
Que um dia eu te dei... No céu a Lua
Que um dia eu te dei...
Gosto de fechar os olhos
Fugir no tempo Pra brilhar
De me perder Por onde você for
Posso até perder a hora Me queira bem
Mas sei Durma bem
Que já passou das seis... Meu amor...
Sei que não há no mundo Durma bem
Quem possa te dizer Me queira bem
Que não é tua Meu Amor...
A Lua que eu te dei...
A Lua que eu te dei! (3x)
 Luar de verão
O que vês, trovador? - Eu vejo a lua
Que sem lavar a face ali passeia;
No azul do firmamento inda é mais
pálida
Que em cinzas do fogão uma
candeia.
O que vês, trovador? - No esguio
tronco
Vejo erguer-se o chinó de uma
nogueira...
além se encontra a luz sobre um
rochedo
Tão liso como um pau de cabeleira.
Nas praias lisas a maré enchente
S'espraia cintilante d'ardentia...
Em vez de aromas as doiradas
ondas
Respiram efluviosa maresia!
 
O que vês, trovador? - No céu
formoso
Ao sopro dos favônios feiticeiros
Eu vejo - e tremo de paixão ao vê-las
As nuvens a dormir, como carneiros.
E vejo além, na sombra do horizonte,
Como viúva moça envolta em luto,
Brilhando em nuvem negra estrela viva
Como na treva a ponta de um charuto.
 
Teu romantismo bebo, ó minha lua,
A teus raios divinos me abandono,
Torno-me vaporoso... e só de ver-te
Eu sinto os lábios meus se abrirem de sono.

Álvares de Azevedo – Luar de verão.

Como as pessoas veem a lua? O que ela representa?
O que se pode esperar de um texto literário que tenha a
lua como tema? Explique.
Dicionário de símbolos:
“A Lua é um símbolo dos ritmos biológicos (...) do tempo que
passa, o tempo vivo, do qual ela é medida, por suas fases
sucessivas e regulares (...) A Lua é um símbolo do conhecimento
indireto, discursivo, progressivo, frio. A Lua, astro das noites,
evoca metaforicamente a beleza e também a luz na imensidade
tenebrosa”.
Nos dois textos apresentados, a lua faz parte de um quadro
maior da natureza noturna, dominando sobre ela, lançando-lhe
luz. Impossível de se alcançar, ela simboliza o amor romântico,
verdadeira luz sobre a imensidade escura. Mas o amor não é
um conhecimento para todos: pertence aos poetas (trovadores e
amantes).
Na letra da música, ela simboliza também a conquista desse
amor romântico: ela é tratada como objeto que pertence aos
amantes.

No poema, a lua é confidente à qual o poeta se abandona em

busca de tornar-se “vaporoso” e mergulhar no mundo dos
sonhos.

A arte permite que nos reconheçamos como parte de uma

humanidade que constrói sua identidade ao longo do tempo,
procurando a eternidade. A diversão busca o prazer imediato,
o aqui e agora, “desestressar” como dizem muitos.

Isso significa que a diversão tem uma proposta diferente da

obra de arte. Por exemplo, a música caipira paulista, que deu
origem à música sertaneja, porém nessa passagem ela não
foi transformada seguindo um processo histórico e cultural,
mas para atender a gostos de mercado e ter maior vendagem.
Definição de trovador:
Diz-se de qualquer poeta que promove a partir de canto ou
declamação obras próprias ou alheias.
Levando em conta essa definição, considere o verso a seguir:
“O que vês, trovador? – Eu vejo a lua”.
Que diferença faria para o sentido do poema se o “eu poético”
tivesse usado como vocativo o termo ser humano?
“O que vês, ser humano? – Eu vejo a lua”.
O poema, ao referir-se ao poeta, constitui-se de modo
metapoético, ou seja, um poema que fala não apenas da
relação do ser humano com a lua, mas, de modo especial, da
relação do poeta, inclusive o autor, com o astro.
A arte é reconhecida quando contém em livros, pinturas,
estátuas e música compreensão e testemunho do passado
de nações, reinados e impérios, vilas e tribos, enfim, o
registro da história da humanidade.
O critério para definir o que é arte e cultura é julgar se esses
objetos permanecerão imortais. Somente aquilo que durará
para sempre pode-se pretender que seja um objeto de
cultura.
O que acontece nas cenas de uma novela onde as
personagens anunciam um determinado produto. Tudo o
que fazem está relacionado ao produto oferecido. Ou seja,
textos artísticos são transformados em novelas ou filmes
com a única preocupação de conseguir audiência ou
aumentar a venda de ingressos, no caso do cinema.

Então, vamos ver o que é

Intertextualidade Temática?
Vamos fazer uso do livro didático?
Procurem dois textos.
Um deve ser texto literário e o outro, um texto para
distração.