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Ciclo do ferro
Na mucosa intestinal
O duodeno e o jejuno proximal são os locais de absorção de ferro a partir dos
enterócitos
Em pessoa normal o ferro alimentar é absorvido em 10-30%, e em estado ferropênico
pode chegar até 50%, mas não ultrapassando esse valor.
Esse percentual sofre influência de algumas variáveis:
1. Tipo de alimento que contém ferro;
2. Outros alimentos que pode inibir ou estimular a absorção do ferro;
3. Necessidade do organismo
No plasma
Quando ganha a corrente sanguínea, o ferro se distribui à diversos tecidos do corpo,
especialmente o fígado e a medula óssea, onde chega aos precursores eritroide que
tem grande numero de receptores de transferrina em sua membrana.
Praticamente todo ferro no plasma é ligado à transferrina, que tem a capacidade de
captar e transportar duas (2) moléculas de ferro.
Na medula óssea
Quando a transferrina atinge os receptores dos eritroblastos da medula óssea, o ferro
é absorvido e a transferrina é liberada novamente para o plasma para continuar
exercendo sua função.
O ferro incorporado pelas células medulares tem 2 destinos básicos:
1. Ser armazenado pela ferritina no interior das próprias células medulares. Assim, a
medula óssea funciona como local de armazenamento de ferro.
2. Ser captado pelas mitocôndrias e introduzido numa protoporfirina, para formar o
heme e se tornar parte de uma molécula de hemoglobina que circula junto com
hemácias por 120 dias.
No baço
Quando as hemácias se tornam senis elas são fagocitadas por macrófagos nos
sinusoides do baço. Os fagócitos rompem as moléculas de hemoglobina globina e
heme.
O heme sofre ação da heme-oxigenase da origem ao ferro e biliverdina.
O ferro reciclado dentro dos macrófagos esplênicos tem 2 destinos básicos
1. Ser estocado pela ferritina dos próprios macrófagos;
2. Ser liberado no plasma, se ligando à transferrina e sendo novamente captada
pelos eritroblastos. Aqui a Hepcidina novamente volta a atuar e inibir a liberação
do ferro dos macrófagos para transferrina plasmática.
Sangramento crônico
É a principal causa de anemia ferropriva.
Em vigência de sangramento, seja de qualquer origem, a medula óssea necessita cada
vez mais de ferro para a síntese de hemoglobina, e dependendo da perda, os estoques
de ferro podem se esgotar.
10 ml de sangue contém cerca de 5 mg de ferro.
Já o sangramento agudo nem sempre causa anemia ferropriva. Isso porque em
hemorragia aguda, mesmo volumosa, se o sangramento for estancado a perda de
hemácias será compensada por aumento na produção de reticulócitos e isso requer
mobilização de ferro. Mas nessas situações, o ferro pode ser requisitado dos
compartimentos armazenadores (mucosa intestinal, macrófagos do baço e medula) e
o paicente não evolui com ferropenia.
- Exceção à essa regra é os pacientes que previamente já não tinha um estoque
insuficiente de ferro.
Gestação
Hipermenorreia
Vermes
Em Crianças
A AF é de longe a principal causa de anemia em crianças, e em alguns locais pode ser
encontrada em taxas de 50%.
A criança que nasceu a termo e com peso ideal, têm reservas suficiente de ferro para
garantir suas necessidades nos 6 primeirosmeses de idade.
O aleitamento materno exclusivo é recomendado até essa idade, e apesar de
apresentar pouca quantidade de ferro disponível, a sua absorção é muito boa (50%),
enquanto que o leite de vaca é ruim (10%).
Em prematuros e crianças com baixo peso aos nascer (PIG) tudo muda, e essas
crianças tem um menor estoque de ferro, além de que tem uma velocidade de
crescimento maior da massa hemoglobínica no primeiro ano de vida. Assim,
necessitam de um aporte maior de ferro se comparados aos atermos e com peso ideal
ao nascimento (2 mg/kg/dia X 1 mg/kg/dia). Por isso a maior chance em desenvolver
AF.
Entre 6-24 meses é o período mais propenso à AF, e isso ocorre por 3 motivos:
1. Pico de crescimento da criança;
2. Esgotamento dos estoques do nascimento;
3. Desmame sem suplemento de ferro e sem fórmulas ou alimentos enriquecidos.
Em crianças a perda sanguínea crônica também pode contribuir para a AF em crianças.
- O uso do leite de vacapode causar enteroproctocolite por alergia ao leite em 30%
dos casos com sangue oculto nas fezes.
- Ancilostomíase ou tricocefalíasesão comuns entre 2-5 anos de idade.
- Outras causas podem ser afecções gastrointestinais e/ou urinárias.
Manifestações clínicas
A maioria dos pacientes em estado ferropênicotemaparição de sintomas, porém é
possível pacientes assintomáticos com depleção acentuada de ferro.
Em crianças
Quando Hb: 7-8 g/dl os sintomas são de palidez e perversão do apetite.
Quando a Hb: <5 há irritabilidade, anorexia, sopro sistólico e letargia. Além de poder
causar déficits cognitivos e motores.
A AF tem efeito no crescimento e desenvolvimento cerebral, sendo que as
repercussões deletérias podem se tornar presentes por décadas, mesmo após
tratamento precoce. Isso ocorre especialmente em crianças pouco estimuladas e/ou
de baixo nível socioeconômico.
A AF pode:
1. Predispor às cáries dentárias;
2. Menor discriminação e identificação de odores;
3. Alteração da imunidade inata,
4. Alteração do paladar e apetite;
5. Resposta alterada ao estresse metabólico e desenvolvimento audiovisual;
6. Deficit cognitivo maior.
Durante a gestação, a anemia associa-se à desfechos desfavoráveis, especialmente no
1º e 2º trimestres, como:
1. Desfechos obstétricos desfavoráveis;
2. Prematuridade;
3. PIG;
4. Aumento da mortalidade perinatal e neonatal.
5. No período pós-parto, associa-se à redução da qualidade de vida da mãe e
aumento nos níveis de depressão, o que pode implicar diretamente no cuidado
com o RN e seu desenvolvimento, desfavorecendo o AM.
6. Anemia na gestante influência nos valores de Hb do lactente até aos 6 meses de
vida.
Exames laboratoriais
Como a AF é comum em todas idades, é a mais prevalente e ainda pode se associar
com outros tipos de anemia, todo paciente anêmico deve ser solicitado a cinética do
ferro.
Os dados do hemograma e esfregaço periférico são importantes, mas o dx é fechado
pelo laboratório do ferro(ferro sérico, TIBC e ferritina sérica). Em casos de dúvida,
pode lançar mão do aspirado de medula óssea (mielograma) corado pelo azul de
Prússia.
Como toda anemia, o Hm, Hb e o Ht estão baixos.
Inicialmente é uma anemia normocítica e normocrômica(VCM e CHCM normais),
porém com o agravamento da anemia, torna-se microcítica (VCM baixo) e
hipocrômica(CHCM baixo). A hipocromia costuma se instalar depois da microcitose.
- Como a AF associa-se com a anemia megaloblástica (AM), o VCM pode ir de
microcítico até macrocítico, a depender de qual carência é mais grave.
O RDW, índice de anisocitose está aumentado.
- RDW muito elevado e VCM normal, é muito sugestivo da associação entre AF e AM
É comum plaquetas(trombocitose) e leucócitos estarem aumentados.
Alguns conceitos são importantes nessa etapa:
1. Todo ferro sérico está ligado à transferrina;
2. A transferrina é um conjunto de moléculas com sítios ligados ao ferro e sítios
livres.
O ferro sérico dosado representa o ferro ligado à transferrina, e assim representa os
sítios ligados de transferrina.
- Deve ser interpretado junto com o TIBC e ferritina.
- Geralmente está < 30 mg/dl na AF. Eleva-se rapidamente com a reposição oral e
parenteral.
O TIBC é o somatório de todos os sítios de ligação da transferrina.
- É uma representação indireta de transferrina sérica, então seu valor varia de acordo
o valor de transferrina.
-Em indivíduos normais, apenas 1/3 dos locais de ligação de ferro da transferrina estão
ocupados (30-40%).
- Em AF, em resposta à carência de ferro, o fígado aumenta a produção de
transferrina, e assim ocorre aumento do TIBC, ficando > 360 e quase sempre > 400.
A dosagem de ferritina séricaé o teste indicado para documentar a deficiência de
ferro.
- É o primeiro parâmetro a se alterar na AF. Isso porque, os níveis de ferritina
representam o estoque de ferro.
-Níveis abaixo de 15ug/L são típicos de AF, enquanto que > 60 praticamente exclui AF.
Em crianças < 5 anos os valores significativos são abaixo de 12 ug/L
- Quando associada à AM, fica entre 20-60ng/ml.
- A reposição de Ferro atrapalha a interpretação dos valores de ferritina, por isso o
ideal é suspende-lo (quando oral 1 semana, se parenteral só 1 mês para resultado
fidedigno)para realizar a dosagem de ferritina.
- Porém, deve-se tomar cuidado na interpretação dos valores de ferritina, porque
doenças hepáticas, infecções e processo inflamatórios podem influenciar o seu valor.
O índice de produção reticulocitáriaé normal, já que é uma anemia hipoproliferativa.
A saturação de transferrina (Fe/TIBC) representa a porcentagem de receptores de
ferro em todas as moléculas de transferrina.
- O normal éentre 30-40%, e na AF está < 15%.
Na hematoscopiapodemos ter:
- A poiquilocitose, que são hemácias em forma de charutos e micrócitos bizarros, é um
achado de anemia grave.
- A AF é a que mais se relaciona com o achado de anisopoiquilocitose.
A contagem de reticulócitos se correlaciona com eritropoiese.
Tratamento
A terapia dietética não tem valor algum quando empregada na correção de AF
porconta da baixa biodisponibilidade de ferro nos alimentos.
A dose recomendada de Sulfato Ferroso é de 300 mg 3-4X ao dia, o que corresponde a
60 mg de ferro elementar para o adulto.
- Para crianças o recomendado é 3 – 5 mg/kg/dia por no mínimo 8 semanas.
- A suplementação deve ser continuada por 2 – 6 meses após correção da anemia, a
fim de repor os estoques de ferro, ou então até a obtenção de ferritina sérica maior
que 15 ug/dl.
Tem que ter cautela quanto a dosagem dos sais de ferro, já que eles em excesso
podem gerar radicais livres, pode ser tóxico ao metabolismo.
Deve ser feito longe das refeições, recomendando-se em jejum, 1h antes de dormir, 1h
antes da refeição, já que o sulfato ferroso sofre influencia dos componentes dietéticos.
A absorção é melhor quando o estomago está vazio e de preferencia associado à
vitamina C ou suco de laranja.
Apesar de eficaz, a adesão ao tratamento não é muito boa por conta dos efeitos
adversos (35-55%) e incluem náuseas, vômitos, gosto metálico, pirose, dispepsia,
plenitude ou desconforto abdominal, diarreia e obstipação.
Os sais férricos e aminoquelatospodem ser usados com melhor adesãopor ter um
padrão de absorção mais lento e controlado fisiologicamente, além de não sofrer
alterações com a dieta, o que permite ser administrado junto com a alimentação. Além
disso, tem menos incidência de efeitos colaterais. Esses efeitos tendem a diminuir
quando administrados próximo ou junto com alimentação, e essa é o único caso em
que se deve administrar o suplemento de ferro junto com a comida.
A suplementação via parenteralsó é feita em casos excepcionais, como:
1. Hospitalização por anemia grave sem resposta à reposição oral;
2. Necessidade de reposição de ferro por perdas sanguíneas;
3. Intolerância às preparações orais;
4. Doenças inflamatórias intestinais;
5. Quimioterapia,
6. Dialise;
7. Cirurgias gástricas acometendo o intestino delgado.
- A via mais utilizada é a IV, mas a IM pode ser utilizada também.
- Alguns dias após a infusão não é raro o aparecimento de febre baixa, exantemas,
artralgias, o que não se relaciona com anafilaxia e não obriga a interrupção do
tratamento.
Prevenção
As orientações que visam a prevenção da AF são:
1. Estimulo ao acesso universal à alimentação adequada;
2. Aleitamento materno exclusivo até aos 6 meses e de forma complementar até os
2 anos.
3. Contraindicação do uso de leite de vaca antes dos 12 meses e de forma limitada
(até 500 ml/dia) após os 12 meses.
Há algumas medidas tomadas pelo governo que visa a prevenção da anemia:
1. O NutriSus que oferta sachês com 15 micronutrientes em pó para acréscimo às
preparações da criança na rotina escolar.
2. Fortificação da água potável com ferro.
3. Fortificação das farinhas de trigo e milho com fumarato ferroso e sulfato ferroso
(4 a 9 mg para cada 100g de farinha.
Ainda há a prevenção com a suplementação de ferro.
A suplementação para gestantes
gestantesé recomendada em 40 mg/dia de ferro elementar
elemen
para mulheres não anêmicas
anêmicas, e de 60 mg/dia para mulheres anêmicas,
anêmicas por no mínimo
60 dias.
As ações no tocante à ampliação da rede de saneamento básico e higiene pessoal,
pessoal
controle de doenças infecciosas e parasitárias
parasitárias, assistencia à saúde reprodutiva dad
mulher, estimulo ao acompanhamento nutricional pré pré-natal, cuidados perinatais e
pós-natal,
natal, são todas medidas que auxiliaram na prevenção da AF.
Etiologia e patogênese
Quando o aumento da tireoide ocorre na ausência de nódulos e de hipertireoidismo
hipertireoidismo,
é designado como bócio difuso atóxico
atóxico.
- Pode ser denominado também de bócio simples, pela ausência de nódulo.
nódulo
- Ou de bócio colóide por conta da presença de folículos uniformes cheio de coloide.
coloide
Mundialmente o bócio é causado pela deficiência de iodo, e quando afeta mais de 5%
de uma determinada população, recebe o nome de bócio endêmico. Essa é a
principal causa, especialmente em regiões montanhosas, de solo antigo, longe do
oceano e que já foram muito lixiviadas pelas chuvas, que carreiam o iodo do solo para
o oceano, em que o governo não adotou politicas de enriquecimento do sal.
- Em regiões não endêmicas ocorre o bócio esporádico simples e a causa costuma ser
desconhecida. É mais comum em mulheres jovens e comumente eutireoideo.
- Quando ocorre em adolescentes é chamado de bócio juvenil.
Nas regiões com ingestão suplementada de iodo, a causa mais comum de é a
Tireoiditede Hashimoto, que também é a principal causa de Hipotireoidismo.
EM geral, é mais comum emmulheres, provavelmente pela maior prevalência de
doenças autoimunes e da maior demanda de iodo associada à gravidez.
Nas áreas com deficiência de iodo, o aumento de volume da tireoide reflete um
esforço compensatório em tentar captar mais iodo e produzir hormônios em
quantidades suficientes, quando a síntese se mostra prejudicada.
Em alguns casos o TSH está normal ou ligeiramente aumentado, o que significa dizer
que pode ter outras vias que ativam o crescimento glandular, ou então uma maior
sensibilidade ao TSH.
- O iodeto pode atuar na vasculatura e afetar o crescimento por meio de substancias
vasoativas, como as endotelinas e o óxido nítrico.
O bócio endêmico também pode ser causado por exposição aos bociogênicos
ambientais, como a raiz de mandioca que contém um tiocianato; vegetais da família
cruciferae (vegetais crucíferos, como couve-de-bruxelas, repolho e couve-flor); e leite
de regiões em que os bociogênicos estão presentes na grama.
Uma outra causa de bócio atóxico, porém bem rara, é a presença de defeitos
hereditários na síntese de hormônios tireoidianos.
As provas de função tireoidiana devem ser realizadas em todos pacientes com bócio
para excluir uma tireoxicose ou hipotireoidismos
hipotireoidismos.
- TSH baixo indica bócio tóxico e hi
hipertireoidismo primário.
- TSH elevado e T4L normal ou reduzidoindica um bócio atóxico hipotireóideo que é
tipico da disormonogê
disormonogênese e da Tireoidite de Hashimoto.
- TSH normal geralmente é associado ao bócio endêmico ((deficiencia
deficiencia de iodo)
iodo e bócio
esporádico.
A captação de iodo radioativo está aumenta aumentada na deficiencia de iodo e
disomornogênese. Mas está reduzida na tireoidite de Hashimoto. Mas a cintilografia
não é, em geral, necessária.
Os baixos níveis urinários de iodo (<50 ug/L) confirmam o diagnostico de deficiencia
de iodo.
A USG não é comumente indicada na avaliação de bócio difuso, exceto quando um
nódulo é palpável ao exame físico.
Tratamento
O tto visa reduzir o bócio com intuito estético e/ou para previnir ou tratar
fenômenos compressivos
compressivos.
A terapia de escolha é a supressão do TSH com levotiroxina. Inicia-se
se na dose de 100
ug/dia para jovens e 50 ug/dia em idosos. Tem o objetivo de manter um TSH normal-
normal
baixo e impedir o efeito estimulante do TSH.
A regressão é mais comum em jo jovens do que idoso, por conta do grau de fibrose
instaldo, e ocorre em cerca de 33-6 meses após incio do tratamento.
A cirurgia não é indicada em todos casos, sendo realizada quando:
1. Bócio muito grande
grande;
2. Casos refratários À terapia supressiva
supressiva;
3. Quando há sintomas compressivos
compressivos;
4. A cirurgia deve ser seguida pela reposição com LLevotiroxina para manter o TSH
no nivel inferior de refer
referência, e assim impeder um novo crescimento do bócio.
bócio
Objetivo 4 – Politica de Iodação do sal
A Política Nacional de Alimentação e Nutrição que regulamenta isso, e o sal foi o
alimento selecionado pelo MS para suplementar iodo à população.
Isso ocorre porque os seres humanos necessitam de iodo durante toda vida, e o nosso
corpo não tem a capacidade de estocar iodo.
O sal foi o alimento escolhido porque é ingerido em baixas quantidades diárias, e o
iodo não afeta sua aparencia e nem seu sabor, sem contar que as tecnicas de iodação
do sal são simples e de baixo custo.
O sal para ser adequado para o consumo humano ele deve conter teor igual ou
superior a 15 mg até o limite máximo de 45 mg de iodo por Kg de sal. Esse teor foi
estabelecido na Resolução da Diretoria Colegiada em abril de 2013.
O limite superior existe porque o excesso de iodo pode causar hipertireoidismo clínico
e subclínico e a tireoidite de Hashimoto em população geneticamente suscetível à
autoimunidade.
O iodo é suplementado porque é utilizado na sintese de hormonios tireoidianos.
Essa medida foi discutida em 1940, porém só foi efetivada em meados de 1970.
Epidemiologia
Estima-se que 15% dos nascidos em países de baixa e média renda tenham < 2.500 g,
sendo esse valor ainda maior na Ásia e África.
Estima-se que 16% das crianças abaixo de 5 anos sejam desnutridas.
Porém, está havendo uma queda global nos índices de desnutrição, especialmente na
Ásia (40 16%). Entretanto, na África essas cifras ainda permanecem em cerca de
36%.
No Brasil, os desnutridos tem 2 origens: (1) Os miseráveis que não tem recurso para
alimentação; (2) e os que embora tenham recurso, não o fazem por não terem
envolvimento e capacidade pessoal histórica e básica para suprir os seus filhos.
Há uma maior prevalência da DEP no 2º ano de vida, já que no 1º ano o aleitamento
protege as crianças. E com o desmame precoce e sem uma transição alimentar
adequada, se torna mais fácil à instalação da DEP.
Além disso, as condições higiênicas e sanitárias têm um importante valor na DEP, já
que as infeções e parasitoses, especialmente as que cursam com diarreia, causam
uma maior demanda metabólica e diminui o apetite por conta das dores abdominais e
febre.
Consequências da DEP
É uma das principais causas de morbimortalidadenas crianças abaixo de 5 anos, que
é o período de maior vulnerabilidade (maior taxa de crescimentomaior demanda
energética) e pela perda da imunidade passiva ao longo do primeiro ano.
A consequência mais imediata é a morte precoce, que aumenta de acordo ao grau de
desnutrição.
Além disso, pode ser causa indireta de mortalidade, ao aumentar a gravidade de
infecções intercorrentes (diarreias, sarampo, pneumonias).
Além disso, há as consequências crônicas, como perda do desempenho
neuropsicomotor, perda da capacidade cognitiva e desempenho acadêmico-laborativo
e as doenças crônicas da vida adulta.
Kwashiorkor
Nesse caso, embora possa ter ingestão calórica adequada, observa-se deficiência de
proteína.
Apesar de teor calórico ser adequado, a deficiência de proteínas de alto valor
biológicoimpede a adaptação do organismo à desnutrição. Por isso a instalação é
rápida.
O termo significa doença do primeiro filho, quando o segundo nasce. Isso ocorria por
pensar que o leite da mãe grávida do segundo filho, poderia envenenar o primeiro
filho. Por isso é mais comum no 2º e 3º anos de vida.
O peso e a estatura estão menores do que os adequados para idade.
A criança está consumida, o que pode ser observado nos músculos dos membros
superiores e inferiores. Porém isso pode ser mascarado pelo edema (importante e
principal manifestação clínica).
- O edema pode afetar qualquer parte do corpo, mas em crianças que deambulam, é
mais frequente se iniciar nos pés e depois subir em direção as pernas, podendo
acometer mãos e face posteriormente.
- Em meninos, pode ser notado edema em bolsa escrotal.
As alterações mentais/comportamentaisestão invariavelmente presentes. Assim a
criança se apresentaatípica, hipoativa, anorética e desinteressada pelos fatos ao seu
redor (não sorri, está irritada, sem apetite).
A criança tem tecido subcutâneo, diferente do marasmo. O grau de gordura dá uma
ideia do grau de deficiência calórica.
A pele da face está despigmentada, e desenvolve dermatoses de atrito em áreas
como períneo, região inguinal.
- Podem surgir áreas hiperpigmentadas que descamam, gerando dermatoses em
escamas (pele pálida e facilmente infectável).
Os cabelos têm alteração de cor (discromias) e de textura, além de estarem
quebradiços.
- Os cabelos pretos podem se tornar avermelhados, e podem ter o sinal da
bandeiraque consiste na alteração segmentar da cor dos cabelos, o que traduz
períodos de melhor e pior nutrição.
As fezes podem está liquefeitas, com sangue e alimentos não digeridos.
Anemia está presenta na maioria dos casos (deficiência de ferro e ácido fólico,
deficiência proteica para síntese de eritrócitos, parasitoses intestinais, infecções
frequentes).
Hipoalbuminemia e redução da proteína sérica total tem relação com intensidade do
edema.
Geralmente, as crianças com essa síndrome têm hepatomegalia (esteatose).
Noma
É a ulceração crônica necrosante da gengiva e bochechas.
Geralmente está associada à desnutrição grave e doença infecciosa debilitante.
Ocorre uma infecção polimicrobianacom Fusobacteriumnecropharume Prevotela
intermedia.
Os principais sinais e sintomas são a lesão desfigurante na gengiva e bochecha, odor
desagradável, febre, anemia, leucocitose e outros achados d desnutrição grave.