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O MUSEU DA BEIRA DA LINHA DO COQUE (PE) COMO CONTRAPÚBLICO

Grupo de Trabalho 11 (1ª opção)

Grupo de Trabalho 05 (2ª opção)

Resumo:

O Museu da Beira da Linha do Coque é uma iniciativa comunitária, de articulação e difusão de


memórias. Criado em 2013, pelo Ponto de Cultura Espaço Livre do Coque, tem como objetivo
desmistificar os estereótipos sobre o bairro recifense, que figura entre os mais violentos, nas narrativas
e no imaginário da cidade. Estigma herdado ao longo de anos de exclusão e de políticas sociais no
local e que serviu de critério para entrada do Programa Pontos de Memória do Instituto Brasileiro de
Museus (IBRAM) no bairro. Nos interessa, com esta comunicação, analisar como as dissidências no
processo de criação do Museu do Mangue do Coque deu origem ao seu contrapúblico (FRASER,
1992; WARNER, 2016) – o Museu da Beira da Linha do Coque.

Palavras-chave: Museu; Pontos de Memória; Contrapúblicos;


As disputas do memória no bairro do Coque (Recife – PE)

De perto a cor é outra


Se enxerga inteiro
O defeito aparece
É bem diferente
Nada é como se quer
Nada (NAÇÃO ZUMBI, 2014).

No âmbito da ficção o filme Narradores de Javé (CAFFÉ, 2004) tem como enredo a
escrita da história de uma pequena cidade fictícia, que será submersa pelas águas de uma
represa, sem a notificação prévia, ou mesmo indenização dos seus habitantes, pois estes não
possuem documentos que comprovem seu direito às terras. Inconformados, descobrem que o
local poderia ser preservado se tivesse um patrimônio histórico de valor comprovado e
documentado.
Esta solução mobiliza os moradores na invenção de narrativas que insiram a cidade na
história. O projeto terá como primeiro obstáculo o analfabetismo dos habitantes, restando ao
único homem letrado de Javé, o carteiro Antônio Biá, a missão desta escrita. O filme se
sucede com a busca desses sujeitos por conciliar a urgência por uma história plausível e
relevante sobre a cidade e a vontade de cada pessoa por inserir seu nome na história a ser
contada.

Através de suas metáforas, o filme nos faz pensar sobre as negociações entre
memórias de sujeitos, memórias de grupos e também sobre memórias de sujeitos como
memórias de grupos. Neste sentido, cabe retomamos as contribuições de Maurice Halbwachs
(1990), para quem a memória é sempre uma construção social, erigida no presente, em
referência ao grupo social, pessoas, lugares, objetos e outros signos de nossa experiência,
jamais apenas uma faculdade individual, elucidando ainda que a construção de memórias é
sempre intencional.
No embate entre produções de memórias individuais e coletivas, não são poucas as
relações entre os moradores da fictícia Javé e alguns dos diferentes grupos de habitantes do
bairro do Coque1. Nas disputas cotidianas pela cidade, pela vida, por moradia e pelo direito a
outras representações, o bairro popularmente conhecido como o mais violento e um dos mais
pobres do Recife2 foi reconhecido em 2009 pelo Programa Pontos de Memória 3 do Instituto
Brasileiro de Museus (IBRAM), não por critérios de herança cultural, ancestralidade ou
relevância para a história da cidade, mas por figurar entre os menores Índices de
Desenvolvimento Humano do Município (IDH-M), conforme metodologia deste programa.

Além de narradores, os habitantes das duas espacialidades – Javé e Coque – estão


literalmente e simbolicamente às margens (margem do rio, margem da linha férrea, margem
da sociedade). Fato que os levam – diante de uma contexto de diversidade restrita e de um
regime de patrimonialização que comumente preza pela herança, pelo reconhecimento de um
passado comum, e que é geralmente pautado pela valorização do valor de ancianidade,
1
Bairro que se desenvolveu nas margens da Ilha de Joana Bezerra, região central da cidade, sendo cortado pela
Avenida Agamenon Magalhães (ponto estratégico, pela conexão com o Centro, o bairro litorâneo de Boa
Viagem e o munícipio de Olinda. E pela vizinhança com os polos médicos, hoteleiro, comercial e turístico.
Razão pela qual enfrenta constantes processos de gentrificação e especulação imobiliária, agravadas desde 2011,
com o advento do projeto Novo Recife.
2
O Coque é demarcado pelo município como Zona Especial de Interesse Social (ZEIS). Conceito que surgiu no
Recife, na década de 1980, para nomear áreas demarcadas no território da cidade, que de acordo com a lei
municipal, são áreas de assentamentos habitacionais de população de baixa renda, surgidos espontaneamente,
existentes, consolidados ou propostos pelo Poder Público, onde haja possibilidade de urbanização e
regularização fundiária. Conforme: http://www.recife.pe.gov.br/pr/leis/luos/soloZEIS.html Acesso em: 01 de
agosto de 2017.
3
O Programa Pontos de Memória foi criado em 2009 pelo Ministério da Cultura do Brasil (MinC) em parceria
com a Organização dos Estados Ibero–Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI). Como uma das
ações da Política Nacional de Museus, surgiu com o pressuposto de “atender os diferentes grupos sociais do
Brasil que não tiveram a oportunidade de narrar e expor suas próprias histórias, memórias e patrimônios nos
museus” (PROGRAMA PONTOS DE MEMÓRIA). Tendo como objetivo favorecer a construção de uma
política pública que garanta o direito à memória, passou a atender diferentes comunidades, em todas as regiões
do Brasil, a partir do critério de vulnerabilidade social em contextos urbanos. O projeto foi, a princípio, realizado
em parceria com o Ministério da Justiça do Brasil por meio do Programa Nacional de Segurança Pública com
Cidadania (Pronasci). (INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS E ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS
IBERO-AMERICANOS; PROGRAMA PONTOS DE MEMÓRIA).
tradição e conservação – à busca pela comprovação de que o local onde habitam possui
história e que essa história é importante para a cidade. Sendo assim, recorrem à produção de
memórias, que lhes possibilitem existir.

A entrada do Programa Pontos de Memória no bairro do Coque se deu pelo fomento à


criação do Museu Mangue do Coque em 2009, a partir da articulação e formalização de um
Ponto de Memória homônimo. Seguindo a metodologia e os objetivos do programa 4, as
lideranças locais foram capacitadas para o desenvolvimento do projeto de museu que teria
como escopo sistematizar e difundir as memórias deste bairro. Aspirando, a partir da criação
de um museu, impulsionar processos de desenvolvimento local 5. Porém, mesmo afirmando
prezar pela escuta, participação e protagonismo comunitários, a metodologia dos Pontos de
Memórias não se mostrou eficiente para mediar os diferentes anseios e acolher os dissensos e
diferenças de projetos, gerando “novos conflitos” (SANTANA, 2016) em torno das
narrativas, formas e conteúdos que comporiam o museu a ser criado.

Se conforme Chaumier (2014, p. 275) os museus têm por função unir o corpo social
através da comunidade reunida em torno de tesouros em comum. Tendo como base território e
coleção, e mesmo quando rompem com sua versão tradicional, seus discursos demandam a
afirmação de conjuntos de objetos, práticas, afetos e/ou saberes destinados à coesão social. É
neste sentido que indagamos: como pensar um museu a partir de grupos que dividem o
mesmo espaço, sem impor ou forjar uma ideia homogênea de comunidade?

4
Conhecimento e valorização da memória local; Fortalecimento das tradições locais, da identidade e dos laços de
pertencimento; Valorização do potencial local, impulso ao turismo e à economia local; Desenvolvimento
sustentável das localidades; Melhoria da qualidade de vida, com redução da pobreza e da violência.
(ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS IBERO-AMERICANOS)

5
Tais objetivos podem ser lidos e problematizados a partir das análises sobre a emergência da “ideologia do
desenvolvimento” (YÚDICE, 2013), vigente desde o início da década de 1970, com o advento da ideia de
“cultura como recurso” (YÚDICE, 2013) e elemento catalisador do desenvolvimento humano. Segundo Lima
(2014), esta perspectiva se tornou majoritária no campo dos museus, contribuindo significativamente na
determinação dos rumos das políticas para o setor no Brasil.
Ao dialogar com Halbwachs, mas indo além de suas perspectivas, Michel Pollack
(1989) amplia os debates sobre memória, compreendendo-a como resultante de disputas
sociais e culturais sobre os significados do passado. Para este autor, as “batalhas pela
memória”, são empreendidas através de lutas simbólicas contra o silenciamento, por
visibilidade e pela instituição de versões do passado. É neste sentido que ele reflete sobre a
coexistência de discursos oficiais, com outras narrativas e entendimentos sobre os fatos
transcorridos. Por esta perspectiva, as memórias que não aspiram [ou não logram] tornar-se
parte do discurso oficial passam a ser transmitidas e preservadas em circuitos privados, ou
seja, através de redes de sociabilidade afetivas, como amigos, vizinhos, famílias, pequenos
grupos, associações e partidos políticos.

Se apoiando em dispositivos da cultura brega, da estética camelô, nas redes sociais e


na implementação de um ponto de memória pirata, o Museu da Beira da Linha do Coque
surgiu em 2013, por iniciativa do Ponto de Cultura Espaço Livre do Coque. Esse museu,
conforme Santana (2016, p.26), é fruto das “divergências” de parte dos moradores com as
propostas e as metodologias do IBRAM, no processo de implementação do Museu do
Mangue do Coque – projeto que dividiu os lideres locais e se desdobrou na criação de dois
museus, empenhados na disputa pela “história do Coque”. O primeiro museu, porém, foi
criado com o respaldo das políticas públicas oficiais, o segundo por sua vez, acionou as
mesmas nomeclaturas, metódos e tendências presentes nesta política, mas se construiu contra
(portanto sem legitimação) a política do IBRAM.

Os criadores do Museu da Beira da Linha do Coque o definiram como um museu


audiovisual itinerante. Seu acervo – inventado juntamente com o museu – é composto por
vídeos e entrevistas coletadas entre moradores, que foram transformados em contadores de
histórias, com o objetivo de desmistificar os estereótipos herdados ao longo de anos de
exclusão e ausências no local. Sobretudo o de bairro violento. Segundo informações do
website:
a comunidade é discriminada e explorada por pesquisadores, jornalistas,
ongs e políticos que se aproveitam da miséria dos moradores sem que eles
possam participar dos benefícios de seus trabalhos. A marginalização e falta
de oportunidades se torna estigma numa história que tem sido registrada
somente por quem olha o Coque de fora, representando - o sempre pela via
da miséria e da violência, não nos vendo em outros lugares que não os de
ameaças ou de vítimas. (MUSEU DA BEIRA DA LINHA DO COQUE,
grifo nosso)

Neste sentido, os articuladores desta iniciativa vêm criando uma coleção de


entrevistas, denominada Cadastro dos Contadores e Contadoras de Histórias do Coque, um
inventário/arquivo de pessoas, que antes de disputar identidades ou passados comuns, visa
afirmar sua permanência no bairro e na cidade, através da reescrita da história do lugar e de
seus cotidianos pela eliminação de porta-vozes ou intermediários.

O Ponto de Cultura Espaço Livre do Coque, articulador da iniciativa, não é


formalmente um ponto de cultura, pois não possui certificação do Ministério da Cultura.
Sendo assim, o uso do termo ponto de cultura é uma livre apropriação dos seus integrantes e
certamente se relaciona com a posição que o movimento ocupa na comunidade. Mas a
ausência de certificação o torna desqualificado para participar de alguns processos públicos de
fomento – ao menos como museu. O que nos faz refletir que não basta que as comunidades ou
grupos tenham aderência ao discurso do desejo de memória. É preciso responder às normas,
dominar léxicos e saber ler as nuances tanto das oportunidades de financiamento, como de
outros dispositivos de reconhecimento das práticas museológicas e patrimoniais. É neste
sentido que, o discurso da diversidade é por vezes restrito e não se mostra poroso aquilo que
não é organizado segundo os critérios de um campo disciplinar e político.
Um ponto de cultura pirata e o sentido de contrapúblico no caso do Museu da
Beira da Linha do Coque

O discurso público pode ter grande urgência e um


significado íntimo. No entanto, sabemos que ele foi
dirigido não exatamente pra nós, mas para o
desconhecido que erámos até o momento em que
passamos a ser destinatário dele. (WANER, 2016, p.7)

A esfera pública tal qual proposta por Habermas – como um “espaço” onde a
participação política se dá por intermédio da fala; uma arena institucionalizada de interações
discursivas distinta do Estado e que possibilita a produção e a circulação de discursos livres
que podem, inclusive, ser críticos ao Estado – é analisada por Nancy Fraser (1992). A autora
pondera que o conceito, conforme formulado pelo filósofo, vislumbra um espaço aberto e
acessível para todos, afirmando ainda que a interação discursiva inerente à essa proposta de
esfera pública é marcada por protocolos de estilo definidos por diferenças de status social, por
barreiras informais que persistem e que mesmo quando todos estão formal e legalmente aptos
a participar do debate, a participação política de grupos minoritários não está garantida.

Por sua vez, os grupos minoritários podem não encontrar os meios necessários para
expressar suas idéias e demandas nos meios deliberativos, fazendo com que a opinião dos
grupos dominantes prevaleça de modo a parecer universal. Algo que ocorre devido à
existência de uma única esfera pública, que se pretende acessível a todos os grupos,
desconsiderando suas condições sociais. Neste sentido, os membros de grupos minoritários
são impelidos a constituir espaços alternativos de deliberação, arenas discursivas onde seja
possível inventar e circular contradiscursos.

Tais espaços foram nomeados por Fraser (1992) de “contrapúblicos subalternos”, uma
vez que permitiriam aos grupos formularem interpretações dos assuntos públicos levando em
consideração suas identidades, interesses, necessidades. Porém, conforme a autora, não é por
emergir de grupos minoritários que

as esferas públicas subalternas sejam sempre virtuosas. Algumas delas são


explicitamente antidemocráticas e anti-igualitárias, e mesmo aquelas com
intenções democráticas e igualitárias eventualmente praticam seus próprios
modos de exclusão informal e marginalização (1992, p. 124) 6.

Desdobrando e em diálogo com o pensamento da autora, Michael Warner (2016)


afirma, ao tratar das diferenças e da produção de “públicos” e “contrapúblicos”, que o sentido
de público não se refere a um grupo de pessoas compartilhando um mesmo tempo e espaço,
muito menos a um tipo de totalidade social. Segundo o autor, aquilo a que se pertence, quando
se pertece a um público, não configura nenhuma comunidade ou grupo social em sentido
estrito. Um discurso público, quando proferido, não se dirige a identidade concreta dos
destinatários, mas à sua identificação ou desidentificação com aquilo a que o discurso se
dirige. É pensando nisso, que Simon Sheikh (2009, p.80) nos convida a perceber a
importância de ressaltar neste autor

a noção de público como sendo constituído, por um lado, pela participação e


pela presença, e por outro pela articulação e pela imaginação. Em outras
palavras, o público é uma tentativa imaginária com efeitos reais: um público
espectador, um grupo, um adversário, um simpatizante ou uma comunidade,
são capazes de imaginar e serem imaginados através de um modo de
endereçamento específico.

Mobilizamos aqui esses autores como possibilidade de leitura da criação do Museu da


Beira da Linha do Coque como um episódio no qual se dá a emergência de um
“contrapúblico”, nos interessa, por sua vez, ao invés de focar nas dissidências entre os dois
grupos de moradores, olhar como, na medida que afirmo que o projeto Pontos de Memória,
6
I do not suggest that subaltern counterpublics are always necessarily virtuous. Some of them are explicitly
antidemocratic and antiegalitarian, and even those with democratic and egalitarian intentions are not always
above practicing their own modes of informal exclusion and marginalization. (Tradução nossa)
como política e discurso públicos, imagina e se endereça para destinatários desconhecidos,
imaginando-os e conformando-os a partir desses endereçamentos, é possível afirmar que os
articuladores do Museu da Beira da Linha do Coque (aqui apresentado como exemplo da
cisão com o ideal homogêneo de comunidade), atuam neste processo como destinatários “não
captado” (WARNER, 2016, p. 5) da política pública. Primeiro, por renegar um dos principais
pressupostos do programa: a ênfase nos índices de pobreza e violência. Sendo do interesse do
grupo dissidente, apresentar um Coque estranho às representações recorrentes na mídia –
culturalmente rico, ativo, resistente. Abrigo de trabalhadores, de artistas, de cidadãos;
segundo, refutar a metodologia do programa: que do ponto de vista do grupo, não promovia o
protagonismo dos moradores, ali submetidos aos interesses do Estado e ao modus operandis
dos seus técnicos.

Lembrando as ressalvas de Fraser, não se trata ainda de analisar o caráter virtuoso ou


anti-democrático desta ruptura, no que diz respeito às disputas internas que mobilizaram tal
dissidência. Interessa, porém, neste momento afirmar esse projeto como “contrapúblico” do
Estado e sua impossibilidade de acolher e mediar os diferentes projetos de Coque, na esfera
pública aberta pelo fomento ao desejo de memória. Atuação que gera, na medida que
reconhece apenas uma das iniciativas, não só a marginalização do dissenso, como sua sanção,
na forma de dificuldades aos meios e recursos disponibilizados pela política pública.

É neste sentido que, mais do que aspirar aos traços formais e oficiais da ideia de
museu, o que está em questão no Museu da Beira da Linha do Coque é a perseguição do “[...]
rastro da possibilidade de um cruzamento de subjetividades individuais em um compartilhado
empreendimento de patrimonialização, de fabricação das memórias coletivas” (BARRETO,
2014, p. 15). O que torna este museu, com suas estratégias de apropriação de saberes, fazeres
e procedimentos, uma demonstração de que existe uma diversidade que não está pronta para
ser catalogada, pois é criada e experimentada cotidianamente, nas negociações pelos lugares.
Experiência que insinua ainda que ao piratear o termo ponto de cultura, ao se afirmar
como museu, ao recorrer a novas e antigas estratégias de financiamento de projetos, ao expor
através de práticas ligadas ao imaginário do camelô e ao improvisar um conjunto de
entrevistas, os protagonistas deste projeto fundam uma museologia que mesmo na sua
informalidade, possibilita que pessoas e coletividades – ancestrais ou temporárias – se
utilizem e refaçam a noção de museu e de patrimônio cultural não para se perpetuar, mas
como licença para existir. Práticas que podem tanto reafirmar o caráter legitimador dos
museus, como indicar o acionamento de munição nas negociações por representação e
diversidade. Mas, que sobretudo, são índice da extrema dificuldade de alguns agentes por
operar a gramática disciplinadora e normativa das políticas culturais no âmbito dos museus e
dos patrimônios, por não corresponderem à critérios essencialistas (YÚDICE, 2016, p.13). O
que torna evidente, no âmbito dos museus, as lacunas, os limites e as restrições na garantia de
diversidade cultural.
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