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fragmento:
DA CAPACIDADE POL�TICA DAS CLASSES OPER�RIAS - Pierre-Joseph Proudhon
H�, portanto, aqui, como em toda parte, um triplo abuso a destruir, abuso que teria
h� muito tempo desaparecido sem a estupidez de nossos inescrupulosos homens de
neg�cios e a cumplicidade de nossos governos:
Assim, o que distingue as reformas mutualistas � que elas s�o, ao mesmo tempo, de
direito estrito e elevada sociabilidade: elas consistem em suprimir os tributos de
todos os g�neros sobre os trabalhadores, sob pretextos e meios que ser�o um dia
previstos pelas constitui��es, e imput�veis aos governos .
Mois�s foi o primeiro a dizer aos judeus: n�o cobrar�s juros de teu irm�o, t�o
somente do estrangeiro. Seu objetivo era, sobretudo, evitar a confus�o e a
aliena��o das heran�as amea�adas em seu tempo, como no nosso, pela hipoteca. Foi
com este mesmo intento que ele havia ordenado o perd�o das d�vidas a cada per�odo
de cinquenta anos. Jesus aparece, por sua vez, pregando a fraternidade universal,
sem distin��o entre judeu e gentio, e generalizando a lei de Mois�s: emprestar�s a
teu irm�o, israelita ou estrangeiro, sem interesse. O autor do Evangelho fechava,
assim, a era do ego�smo, a era das nacionalidades, e abria o per�odo do amor, a era
da humanidade. Sem d�vida ele desenvolvia com mais energia do que fora feito antes
dele o c�lebre princ�pio: Fazei aos outros como a v�s pr�prios; mas jamais lhe veio
ao esp�rito organizar economicamente a mutualidade, fundar bancos de cr�dito
rec�proco, tampouco impor a quem quer que fosse o empr�stimo de suas poupan�as, sem
indeniza��o e com o risco de perder tudo. A proposi��o enunciada por ele � relativa
�s comunidades crist�s: ora, sabemos que estas comunidades n�o duraram. Neste
momento, damos um passo a mais: sem retornar � comunidade e � caridade evang�licas,
afirmamos a mutualidade econ�mica, na qual, sem impor sacrif�cio a ningu�m, obtemos
todas as coisas ao justo pre�o do trabalho; e, por esta ideia t�o simples, podemos
dizer de n�s pr�prios o que os judeus do tempo de Jesus diziam dele: eles n�o o
compreenderam, Et sui eum non comprehenderunt .
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