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Permanente em Saúde no
Estado de Pernambuco:
Formação que se constrói em rede
Conselho Editorial
Juliana Siqueira Santos | Célia Maria Borges da Silva Santana | Dara Andrade Felipe | Carlos
Nobre da Silva e Filho
Revisão português
Lourdes Bernadete Ostapiuk
Impressão
Gráfica e Editora Cromos Ltda
454 p.; 24 cm
ISBN: 978-65-80064-03-8
CDU 614.25
Juliana Siqueira Santos
Dara Andrade Felipe
(Organizadores)
Experiências em Educação
Permanente em Saúde no
Estado de Pernambuco:
Formação que se constrói em rede
Recife
Pernambuco. Governo do Estado. Secretaria de Sáude
2019
SUS Entrelaçado
em nós
Faca afiada corta fios
Mãos afinadas emendam
Laços que não desemendam
Resistem anos a fio
Alinhando os desafios
Assim não seremos sós
Nem ficam pontos sem nós
Unindo as pontas partidas
Com fios redes são tecidas
Rede é confiança entre nós
O SUS somos todos nós
Em esperas e esperanças
Lances de laços e lanças
Entre lenços e lençóis
Nunca estaremos sós
A luta é nosso compasso
Circulando nos espaços
Além de quatro paredes
Quando atuamos em redes
Dos nós fazemos os laços
Domício Sá
Sumário
(clique nos títulos para seguir os links)
Apresentação 12
Tecendo os caminhos da implantação da política
de educação permanente em saúde no estado de
Pernambuco 16
Formação de profissionais para o SUS: contexto
em Pernambuco 35
ESPPE: interiorizando a formação de sanitaristas
em Pernambuco 55
Seção Temática I
Educação Permanente em Saúde e a Gestão de
Serviços e Programas de Saúde 64
Desafios para a implantação da política de
educação permanente nas regiões de saúde de
Pernambuco: o caso da V Regional 65
Seção Temática II
Educação permanente em saúde e a política
de saúde mental 132
Seção Temática V
Educação permanente em saúde e a vigilância
em saúde 358
Inovações no processo de trabalho em
vigilância da Tuberculose: interfaces entre
informação e educação 359
Nesse contexto, os estados ganham força para exercer seu papel de ordenar
a formação de profissionais para a saúde e incrementar o desenvolvimento
científico e tecnológico de acordo com especificidades regionais, consideran-
do a capacidade instalada de ações de educação e o desenvolvimento para
o trabalho.
Fonte: Autoras.
A implantação das CIES estadual e regionais foi incluída como meta no Pla-
no Estadual de Educação Permanente em Saúde 2008-2009, desenvolvido
por meio de encontros, oficinas regionais e da metodologia do apoio insti-
tucional para dar suporte ao processo de regionalização e elaboração dos
planos regionais de educação permanente em saúde. Além disso, o Plano
previa várias ações que visavam ao fortalecimento da Escola de Governo
em Saúde Pública de Pernambuco, nos aspectos de estrutura e capacidade
pedagógica (PERNAMBUCO, 2008). A expectativa era de que, com as CIES
regionais, Pernambuco avançasse no mapeamento das demandas de edu-
cação permanente em saúde por intermédio dos planos de ações regionais,
rompendo com a tradição de se organizarem planos de capacitação pontuais
(PERNAMBUCO, 2008).
Em 2017, após quase seis anos sem definição de recursos para a política,
o Ministério da Saúde, por meio do Departamento de Gestão da Educação
em Saúde, deu início ao processo de revisão da Política Nacional de Educa-
ção Permanente em Saúde (PNEPS). Teve como um dos objetivos, estabele-
cer estratégias para atualizar a Portaria GM/MS Nº 1996, do ano de 2007,
mediante a realização de oficinas de trabalho por região do país (BRASIL,
2017a).
Apesar dos grandes desafios que ainda existem para a consolidação dessa
Política no âmbito nacional, um estudo recente, que analisa a implantação
da Política de Educação Permanente em Saúde, aponta avanços, tais como a
existência de CIES estadual e/ou regionais em 88% dos estados, a existência
de setor específico de educação permanente em saúde na estrutura de 74%
das secretarias estaduais e o Plano Estadual de Educação Permanente em
Saúde em 88% destas. Na mesma pesquisa, 92,6% dos gestores consideram
que as CIES são estratégicas e destacam a importância da participação das
instâncias gestoras (CIB) na definição de prioridades de educação perma-
nente em saúde. Em relação à esfera federal, o estudo destacou seu papel
no financiamento da PNEPS, referida como a mais importante contribuição
desse órgão (FRANÇA et al., 2017).
Com o fim dos repasses fundo a fundo e o financiamento por meio de proje-
tos, que desconsiderou as estruturas da própria PNEPS, houve um retrocesso
na Política Nacional de Educação Permanente, reduzindo a autonomia dos
gestores estaduais e municipais na apresentação das suas prioridades (FRAN-
ÇA et al., 2017).
Os desafios são imensos e, diante desse contexto, cabe a cada ator envolvido
na política de educação permanente em saúde se fazer presente e atuante
em seus espaços como sujeitos críticos, buscando, através da educação, a
transformação da realidade e a redução das desigualdades. Assim, necessita-
mos buscar aliados para viabilizar uma política que seja capaz de reconhecer
a formação social de cada local, de reconhecer o passado e de servir à con-
solidação do Sistema Único de Saúde.
Fonte: os autores.
Entre 2010 e 2018, as áreas com maior expansão foram aquelas com ca-
rência histórica de profissionais para atuação no SUS, em Pernambuco,
destacando-se Medicina de Família e Comunidade, Clínica Médica, Aneste-
siologia, Psiquiatria, Cardiologia, Ortopedia e Traumatologia e Obstetrícia e
Ginecologia (Gráfico 2).
Em 2018, tem-se 604 vagas de acesso direto na Residência Médica para 650
egressos da graduação em Medicina, modificando a relação observada nos
dois anos anteriores (2016 e 2017) (Gráfico 3). Faz-se necessário, dessa for-
ma, dar continuidade à política de indução à expansão das Residências Mé-
dicas no estado, com maior participação do Ministério da Saúde, inclusive
com aporte de recursos financeiros, especialmente nas áreas básicas (Clínica
Médica, Cirurgia Geral, Pediatria, Obstetrícia e Ginecologia, Medicina Geral
de Família e Comunidade).
Gráfico 3. Número de egressos das Escolas Médicas e de vagas de residência de acesso direto em Pernam-
buco, 2010-2019.
Considerações Finais
A Política de Educação Permanente em Saúde pressupõe a consolidação de
espaços democráticos de diálogo e construção coletiva e que valorize e res-
peite as especificidades locorregionais. Considerando o contexto atual, de re-
dução dos investimentos no Sistema Único de Saúde, de ameaças à garantia
do direito à saúde e do acesso às ações e serviços, Pernambuco se posiciona
em defesa da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde na in-
tegralidade de seus elementos conceituais e operacionais, pela garantia da
autonomia para efetivação da regionalização (PERNAMBUCO, 2017).
Referências
ALESSIO, M.M; SOUSA, M.F. Regulação da formação de especialistas:
inter-relações com o Programa Mais Médicos. Physis: Revista de Saúde
Coletiva [online], v. 26, n. 2, 2016.
MOURÃO, J.J. al. Programa Mais Médicos e suas contribuições para a saúde
no Brasil: revisão integrativa. Revista Panamericana de Salud Pública
[online], v. 42, 2018.
Introdução
O Sistema Único de Saúde (SUS) é fruto da luta dos movimentos sociais para
viabilizar o acesso da população à saúde como um direito, de forma univer-
sal, buscando a promoção da equidade e ampliando os níveis de saúde e
de qualidade de vida de todos, independentemente de raça/cor, condição
econômica, orientação sexual, dentre outros indicadores sociais.
Devido a essa missão social mais ampla, o SUS ultrapassa, em muito, a mera
atuação frente à eliminação de adoecimento e morte, compondo, assim, o
escopo de um modelo de sociedade democrática, justa e inclusiva. Portanto,
para a efetivação e manutenção do SUS é indispensável que os profissionais
que nele atuam, além das competências técnicas específicas, sejam capazes
de atuar como agentes transformadores dos modos clássicos de conceber o
processo saúde/doença e, consequentemente, das práticas de cuidado.
Podemos destacar, ainda, que no segundo ano do curso ocorrem dois mo-
mentos essenciais. O primeiro momento se refere aos já citados Ciclos Te-
máticos, que promovem a articulação ensino-serviço ao integrar saberes e
práticas com processos de educação permanente para os profissionais da
regional, incluída a comunidade local. O segundo, refere-se às atividades
do eixo ético-humanístico, que, de forma transversal ao programa, busca
estimular os profissionais residentes a articular cultura, saúde e território,
percebendo-se enquanto sujeitos inseridos em um contexto, de forma a de-
senvolver com responsividade sua trajetória profissional e pessoal.
Considerações Finais
Foram muitos os desafios enfrentados pela ESPPE para transformar em reali-
dade o projeto de oferta de um Programa de Residência regionalizado e que
pudesse alcançar profissionais de saúde em regiões do Estado com pouco ou
nenhum acesso à formação em nível de pós-graduação, bem como garantir
a fixação de profissionais qualificados em municípios mais periféricos do
estado.
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Residência multiprofissional em saúde:
experiências, avanços e desafios. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2006.
Educação Permanente em
Saúde, a Gestão de Servi-
ços e Programas
de Saúde.
Introdução
Em 2003, a criação da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na
Saúde (SGTES), pelo Ministério da Saúde (MS), marcou a valorização da
educação na área da saúde. A SGTES assumiu a responsabilidade de formu-
lar políticas públicas orientadoras da gestão, formação e qualificação dos
trabalhadores e da regulação profissional da área no Brasil (BRASIL, 2004).
Resultados e Discussão
Política de Educação Permanente na V Regional
de Pernambuco
Em Pernambuco, a estruturação da Política Estadual de Educação Perma-
nente em Saúde (PEEPS) foi proposta em 2008. Com os incentivos do MS,
iniciou-se a constituição das CIES.
Autores como Davini (1995) atribuem aos cursos de curta duração a condi-
ção de Educação Continuada (EC), aspecto que, na análise de Ribeiro et al.
(2004), reforça a fragmentação do cuidado, das equipes e do processo de
trabalho.
Tabela 1 – Recursos financeiros da Secretaria Estadual de Saúde por linha de ação do Plano Estadual de
Saúde e por origem dos recursos, nos anos de 2008 a 2016.
Aspectos como: baixa capacidade de gastos por parte dos estados; recursos
carimbados, com pouca flexibilidade de utilização; limites impostos pela Lei
nº 8.666, além dos questionamentos do Tribunal de Contas; entre outros,
são limitações apontadas para o uso dos recursos da PNEPS (FRANÇA et al.,
2017b).
Considerações finais
A Educação Permanente na V Regional apresentou avanços, notadamente,
no que concerne ao processo de organização e desenvolvimento coletivo,
com ampla participação dos atores, que culminou com a elaboração do PA-
REPS, com proposição de ações à luz do conceito de EPS, como as Resi-
dências Multiprofissionais em Saúde. Entretanto, é preciso dar atenção aos
desafios encontrados para superar alguns limites, quais sejam:
Introdução
O Atendimento Pré-Hospitalar (APH) corresponde a qualquer serviço pres-
tado fora do ambiente hospitalar. Ele pode ser oferecido em unidades fixas,
por meio de unidades básicas de saúde, ambulatórios e unidades não hos-
pitalares de atendimento às urgências ou através do pré-hospitalar móvel,
que é um serviço vinculado a uma central de regulação médica, composto
por equipes e frotas de veículos compatíveis com as necessidades de saúde
de cada população (BRASIL, 2002).
Metodologia
Esse relato foi desenvolvido no Núcleo de Educação Permanente (NEP) do
SAMU Metropolitano do Recife, vinculado à Secretária Municipal de Saúde
do Recife. A capacitação ocorreu com profissionais técnicos de enferma-
gem e condutores da I Macrorregião de Saúde no período de 2016 a 2017.
Foi realizada uma descrição e análise quantitativa e transversal do total de
profissionais treinados (GIL, 2010; MARCONDES et al., 2010). O NEP, em
Recife, é composto por um médico, duas enfermeiras e três socorristas, que
realizam o planejamento das atividades anuais e metas em acordo com a
gestão do SAMU, a formatação do curso, a elaboração de estratégias e ma-
teriais didáticos, além do controle da execução e análise, quando possível,
da eficácia e efetividade das ações.
Turma 01 02 03 Total
Número de municípios 09 07 07 23
Número de profissionais 23 25 24 72
Ainda não foi realizado nenhum estudo para avaliar a mudança de com-
portamento ou melhoria na qualidade da assistência após a realização dos
treinamentos, assim como não criamos contrapartida, até o momento, para
avaliar a atuação dos multiplicadores em sua cidade. Embora tenhamos essa
intenção, um aumento do número de condicionantes (por exemplo, ser um
profissional com desenvoltura para multiplicação) amplia o absenteísmo,
fazendo-nos ter bastante cuidado com suas implementações. O NEP tem a
intenção de dar continuidade ao curso em atendimento pré-hospitalar, até
que a maioria do nosso público-alvo tenha sido contemplado em frequência
constante para novos entrantes. Isso tornará o curso uma política de educa-
ção continuada para todo SAMU metropolitano.
Figura 1. Mapa da Macrorregião I com o número de profissionais treinados no NEP do SAMU Metropolitano
do Recife 2016/2018.
Conclusão
O NEP do SAMU Metropolitano do Recife vem realizando, desde 2006, di-
versas formas de intervenções educativas para seus funcionários, colabora-
dores e comunidade. Destacamos os treinamentos e sensibilizações realiza-
das para os profissionais que atuam no Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência – SAMU Metropolitano.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria ministerial, nº 2048, de 05
de novembro de 2002. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2002. Dis-
ponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2002/
prt2048_05_11_2002.html> Acesso em: 08 mar. 2018.
Introdução
O Sistema Único de Saúde (SUS) operou uma reforma democrática do Estado
desde a promulgação da Constituição Federal de 1988, o que foi sustentável
tanto por ter conseguido manter uma coalizão reformadora orgânica e atu-
ante, como por fazer o processo avançar com base na legislação existente,
conhecido como “o desafio de fazer cumprir a lei” (FLEURY, 2009).
A Constituição Federal aponta, em seu artigo 200, inciso III, que compete
ao SUS, além de outras atribuições, “ordenar a formação de recursos huma-
nos na área de Saúde”. Já a Lei Federal nº 8.080, de 1990, define, em seu
artigo 27, que a política de recursos humanos na área da saúde será de res-
ponsabilidade compartilhada entre as três esferas de governo, objetivando
“organizar um sistema de formação de recursos humanos em todos os níveis
de ensino, inclusive de pós-graduação, e elaborar programas de permanente
aperfeiçoamento de pessoal” (BRASIL, 1988; BRASIL,1990).
Apesar de diversas iniciativas ao longo dos anos, somente em 2003 foi cria-
da uma estrutura no âmbito do Ministério da Saúde com poder de decisão
Percurso metodológico
Trata-se de um relato de experiência vivenciada pela equipe gestora da Se-
cretaria Municipal de Saúde de Jaboatão dos Guararapes/PE (SMS-JG) e uma
residente em Saúde Coletiva do Instituto de Medicina Integral Professor Fer-
nando Figueira (IMIP) que se encontrava desenvolvendo suas atividades prá-
ticas na Gestão Municipal de Saúde, sob a preceptoria dessa equipe.
Em vista dessa movimentação inicial, foi criada uma nova gerência na es-
trutura organizacional do município: a Gerência de Gestão do Trabalho e da
Educação na Saúde, além da alteração da Superintendência da Gestão do
SUS que incorporou esse nome e atribuição ao seu bojo.
Figura 1 - Organograma institucional da Secretaria Municipal de Saúde, Jaboatão dos Guararapes, 2017.
Foram oferecidas sete vagas para Enfermagem sete vagas para Cirurgião Den-
tista, sete vagas para Nutrição, sete vagas para Psicologia, duas vagas para
Fisioterapia, duas vagas para Terapia Ocupacional, duas vagas para Serviço
Social, duas vagas para Educação Física, duas vagas para Fonoaudiologia e
duas vagas para Farmácia.
A partir dos registros internos e do relato oral dos residentes, foi possível
sistematizar o histórico de implantação do Programa de Residência que pode
ser organizado em três momentos:
CURSOS N° DE ALUNOS
Enfermagem 498
Odontologia 159
Medicina 281
Outros cursos 93
Total 1031
Fonte: Documentos internos da Secretaria Municipal de Saúde do Jaboatão dos Guararapes, 2017.
Considerações finais
A institucionalização de uma política abrange não apenas a publicação de
normas e portarias, mas deve-se principalmente, ao envolvimento dos diver-
sos atores na construção dos processos, o que aponta para uma mudança de
cultura institucional ao longo do tempo.
Referências
AGUIAR, Adriana Cavalcanti de (Org.). Preceptoria em programas de
residência: ensino, pesquisa e gestão. Rio de Janeiro: CEPESC/IMS/UERJ,
2017. p. 11-31.
Introdução
As teleconsultorias para filas de espera da regulação em saúde no Recife
têm se consolidado como uma potente estratégia de educação permanen-
te. Através da construção de redes de colaboração entre profissionais da
Atenção Básica e especializada, mediadas pelas Tecnologias da Informação e
Comunicação (TICs), a teleconsultoria proporciona um processo de formação
significativo para os trabalhadores de saúde e, consequentemente, incentiva
a equidade no acesso a consultas e exames para os usuários do SUS.
O planejamento das ações é iniciado com a seleção das filas de espera para
oferta dos serviços de teleconsultoria pela equipe da Regulação em Saúde
com a identificação dos serviços que estão com demanda acima da oferta
disponível. Em seguida, define-se as áreas prioritárias a partir das dimensões
das filas de espera de consultas na atenção especializada e de exames diag-
nósticos. A decisão por trabalhar uma fila de espera não se dá exclusivamen-
Resultados e Discussão
Entre maio de 2015 e março de 2018 foram realizadas 1.955 teleconsul-
torias, dessas, 1.029 (52,6%) apenas nos últimos doze meses (abril/17 a
março/18). Evidencia-se, assim, um crescimento acelerado da produção as-
sociada à consolidação e expansão recente da oferta dos serviços.
Considerações finais
A construção de conhecimento de maneira colaborativa com colegas espe-
cialistas, sobre o manejo de problemas que costumava encaminhar para re-
ferência, permite ao profissional solicitante uma mudança de sua prática
assistencial, além da construção de vínculos em uma rede de apoio entre
profissionais da Atenção Básica e da especializada e uma melhor assistên-
cia para o usuário dos serviços de saúde. O fortalecimento dos laços entre
profissionais do cuidado em diferentes unidades da RAS (Rede de Atenção à
Saúde), no intuito de trazer racionalidade para o acesso, traduz os princípios
norteadores da integralidade e equidade.
Referências
BENNETT, N. L. et al. Family physicians’ information seeking behaviors: A
survey comparison with other specialties. BMC medical informatics and
decision making, v. 5, n. 1, 2005.
Todos esses fatores citados conduziram a uma grande preocupação pela co-
ordenação do NEPS, com relação à qualidade da formação de estudantes/
estagiários de nível médio, de graduação e pós-graduação e com a qualifica-
ção dos profissionais de saúde da Instituição, principalmente por se tratar de
um hospital certificado como Hospital de Ensino, pelo Ministério da Saúde
e da Educação, desde 2006.
Tal estratégia foi utilizada para atingir o objetivo geral de ampliar o processo
de treinamento e desenvolvimento dos profissionais de saúde na Instituição,
visando mudança de comportamento e atitude, bem como aquisição de no-
vas habilidades e qualificação da preceptoria para profissionais residentes e
estudantes, funcionando de modo integrado ao NEPS.
Para definir a EP, considera-se uma dupla abordagem: como prática de ensi-
no e aprendizagem, a EP significa conhecimento no campo de vivências da
realidade do trabalho, focando problemas e experiências dos protagonistas
envolvidos, os quais produzem conhecimentos que geram mudança; e como
política de educação de saúde, a EP contribui para o fortalecimento e desen-
volvimento do SUS (CECCIM; FERLA, 2009. p.162).
• Olhar favorável ao movimento que tem início com o uso de uma me-
todologia crítico-reflexiva e a prática pedagógica da problematização.
• Valorização profissional.
• Estabelecimento de indicadores:
• Fortalecimento do NEPS.
Considerações Finais
São grandes os desafios para incorporar a educação permanente na rotina
do serviço e empoderar o trabalhador para que ele possa ter uma análise
crítica dos processos de trabalho, melhorando sua competência. A partir de
então, torná-lo capaz de transformar essa realidade, possibilitando: emergir
espaços de roda de discussão e reflexão de sua prática, transformando o
cotidiano em um lugar aberto a revisão permanente; abrir os serviços como
lugares de produção de subjetividade; tomar as relações como lugar de pro-
blematização e melhorar o atendimento ao usuário do SUS (CECCIM, 2005;
CECCIM et al., 2004).
Introdução
A Educação Permanente em Saúde (EPS) é uma proposta para a formação
que busca valorizar o saber e o fazer, colaborando para mudanças e melhoria
na qualidade da assistência ao paciente tanto enquanto transcorre o proces-
so como após o seu término (MICAS, 2014; FIGUEIREDO et al. 2017). Nesse
sentido, a importância da EPS se consolida como componente da gestão e
da institucionalização dessa prática no cotidiano dos serviços, contribuindo
para aquisição de novas habilidades de forma dinâmica, (LEMOS, 2016;
FIGUEIREDO et al., 2017) que podem ser compartilhadas com a equipe,
tendo em vista os conteúdos, instrumentos e recursos embasados nas orien-
tações das políticas das ações prestadas em dado tempo e lugar (COSTA et
al., 2015).
Desse modo, este estudo teve como objetivo relatar a experiência de capa-
citar a equipe de enfermagem em UNE, com ênfase na qualidade do treina-
mento técnico-científico, a fim de desenvolver competências específicas na
assistência ao recém-nascido de risco.
Relato da Experiência
O estudo se desenvolveu durante o treinamento em serviço dos profissionais
de enfermagem (técnicos e enfermeiros), nas Unidades Neonatal 1 e 2 do
Hospital Barão de Lucena (HBL), situado em Recife, Pernambuco, durante o
período de abril/2016 a abril/2017.
Até 2009, a Unidade Neonatal do HBL contava com 33 leitos (oito para
Terapia Intensiva, quinze para Cuidados Intensivos e dez para o Método
Canguru) e se destinava a receber apenas pacientes nascidos na instituição.
Para atender à demanda de neonatal procedente de outra instituição, no ano
de 2010, o serviço foi ampliado com a inauguração da Unidade de Terapia
Intensiva Neonatal Externa, composta por dez leitos. Com o objetivo de
integrar e qualificar os profissionais recém-contratados, a EPS da Instituição
promoveu a I Jornada Perinatal do HBL, ampliando as discussões dos proces-
sos de trabalho, em busca da excelência assistencial.
Sob essa ótica, o plano de treinamento foi construído em oito etapas, dis-
postas a seguir:
Considerações finais
Essa experiência, utilizando a metodologia ativa, contribuiu para a partici-
pação e integração entre os profissionais novatos e veteranos. Os resultados
das avaliações sugerem que o objetivo do treinamento foi atingido parcial-
mente, em particular, no que concerne ao desempenho psicomotor do nível
médio para realização de procedimentos de enfermagem mais complexos.
Isso indica a importância de continuidade do treinamento. Para além dis-
so, essa atividade poderá se constituir em um estímulo aos profissionais de
enfermagem, potencializando a efetivação de práticas congruentes com os
padrões de qualidade dos cuidados de enfermagem neonatal.
Educação Permanente em
Saúde e a Política de
Saúde Mental
Algo, portanto, que nos remete a uma crítica ao modo como a ciência tradi-
cional, de base cartesiana, insiste em se organizar e se impor como verdade
absoluta sobre as demais formas de compreensão e de vivenciar o mundo.
No campo da Saúde Mental, essa forma de compreender ciência desconsi-
dera o fato de que o cuidar em liberdade as pessoas que apresentam sofri-
mento psíquico, inclusive os decorrentes do uso de drogas, trouxe questões
outras que o saber psiquiátrico, construído a partir do hospital/manicômio,
jamais ousou pautar. Isso porque tais questões só foram passíveis de ser for-
muladas a partir do que Lancetti (2010, p. 120) denominou de “relação de
altíssima complexidade”, as quais se estabelecem a partir do contato entre
pessoas, nos “territórios existenciais”1 de quem sofre e, portanto, demanda
atos de cuidados, muitas vezes, por parte de profissionais de saúde.
Portanto, são essas relações complexas que se esperam que sejam estabele-
cidas/reconhecidas na construção dos projetos terapêuticos singulares e da
linha de cuidado vivenciada na Estratégia de Saúde da Família (ESF), nos
1. Gilles Deleuze e Félix Guattari segundo Lancetti (2010) foram os primeiros a pensar e lançar o conceito de
territórios existenciais e nós, aqui estamos tomando esse conceito como um antídoto dos conceitos tradicio-
nais produzidos a partir do sujeito inerte da ciência médica tradicional (ONGARO, 1996).
Dessa forma, devemos estar atentos para o fato de que pensar em proces-
sos de formação em saúde mental demanda peculiaridades nas abordagens
para cada um dos atores envolvidos no campo, ou seja, usuários, familiares,
trabalhadores, gestores e sociedade em geral. No entanto, devido à neces-
sidade de um recorte no contexto desse artigo, tivemos que fazer algumas
opções para seguir em frente.
E nosso recorte nesse espaço diz respeito à formação das equipes de saúde
mental e, nesse sentido, um elemento essencial diz respeito à necessidade da
superação de processos formativos que foquem em conteúdos, lembrando
que os conteúdos produzidos em larga escala e reconhecidos como científi-
cos, são essencialmente os mesmos se pretende superar no campo da saúde
mental de caráter antimanicomial e antiproibicionista.
A autora aponta, ainda, a Portaria nº 3.088/2011 que definiu como uma das
diretrizes da RAPS, a promoção de estratégias de educação permanente vol-
tadas aos seus trabalhadores, bem como, estabeleceu como um de seus ob-
jetivos, garantir a promoção de mecanismos de formação profissional para o
campo da saúde mental.
Essas e outras questões continuam a nos desafiar e, por esse motivo, opta-
mos por registrar algumas experiências de caráter nacional que considera-
mos ousadas, no sentido de sair do lugar comum dos processos formativos e
proporcionar o registro da possibilidade inventiva de novos processos de for-
mação dos profissionais de saúde na sua lida cotidiana do cuidado em saúde
mental de caráter antimanicomial e antiproibicionista. Ressaltamos que tais
experiênciais foram frutos de investimentos governamentais, anteriores ao
golpe parlamentar e midiático, do qual nos referimos anteriormente, ter
ocorrido em nosso país. E, por esse motivo, sua visibilidade nesse momento
representa uma necessidade estratégica do nosso campo, para que não es-
queçamos nossas práticas militantes e, por isso mesmo, potencializadora de
cuidado em liberdade.
Ninguém se inseriu numa rede ou recebeu uns aos outros sem que tenham
deixado e/ou levado algo, pois ao conviver com o outro, no cotidiano do ato
de cuidado, muitas questões foram surgindo e as trocas de saber-fazer foram
realizadas. E nessa troca, quando se via, já estavam em curso uma avaliação
ou autoavaliação, um projeto de intervenção a ser compartilhado. E, assim,
a energia que às vezes se esgotava na rotina do cotidiano, ia se renovando.
E a sustentabilidade do projeto? Ah, os acordos entre equipes e gestões; a
construção de planos de educação permanente, na tentativa de garantir, mas
não tínhamos garantias, apenas apostas.
Referências
AMARANTE, Paulo. Algumas observações críticas sobre a formação em
saúde mental. In: LOBOSQUE, Ana Marta. (org.). Caderno Saúde Mental.
Seminário Saúde Mental: os desafios da formação. v. 3. p. 95-105. Belo
Horizonte: ESP-MG. 2010.
Introdução
A formação permanente em preceptoria no Sistema Único de Saúde - (SUS)
tem corroborado para trazer qualidade e transformar os espaços de ensi-
no-aprendizado de preceptores e residentes. O Curso de Especialização em
Preceptoria do SUS do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Liba-
nês-IEP/HSL tem viabilizado espaços de integração entre teorias e práticas
com eixo educacional voltado para o currículo integrado, baseado em com-
petências nas áreas de saúde propondo o desenvolvimento de capacidades
para intervenção e transformação da realidade (LIMA, 2017).
Fundamentação Teórica
No contexto do SUS, um instrumento fundamental é a educação permanen-
te por se tratar de um subsídio capaz de produzir transformações vigorosas
no cenário da saúde dentro dos processos de trabalho.
Percurso Metodológico
Inicialmente, na primeira etapa da construção do Projeto de Intervenção
,foram identificadas as seguintes problemáticas: Incipiência de Educação
Permanente quanto à preceptoria em saúde mental no Centro de Atenção
Considerações Finais
O Projeto de Intervenção foi uma iniciativa que representou um avanço para
conseguir conciliar objetivos diferentes e comuns entre serviço e academia,
para a formação em preceptoria, como também refletir no coletivo a impor-
tância de uma preceptoria qualificada e integrada junto à academia.
BENTES A, Leite AJM, Montenegro APDR, Paiva Junior BR, Medeiros SFC,
Gomes JMA et al. Preceptor de residência médica: funções, competên-
cias e desafios. A contribuição de quem valoriza porque percebe a impor-
tância: nós mesmos! Cad. ABEM. 2013; 9:32-8. [Links]
Introdução
O Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil tem papel fundamental na reo-
rientação dos processos e modos de trabalho em saúde, sendo capaz de pro-
vocar importantes reflexões de ensino e de aprendizagem. Nesse contexto,
Assim, este trabalho trata de um relato de experiência, que tem como objeti-
vo narrar as oficinas desenvolvidas, na perspectiva da educação permanente
em saúde, no intuito de aproximar os profissionais dos serviços de saúde
mental com os instrumentos de registros, na produção de indicadores para
a consolidação da RAPS, na VIII Região de Saúde do estado de Pernambuco.
Metodologia
Este trabalho trata de um relato de experiência das Oficinas de Monitora-
mento e Avaliação em Saúde Mental, realizadas nos CAPS dos municípios
da VIII GERES, tendo como abordagem a metodologia ativa. Esse método
se baseia na participação dos profissionais de saúde, por meio da troca de
experiência que relaciona a sua realidade territorial, a partir da temática
discutida. De acordo com Berbel (2011), a metodologia ativa tem como ob-
jetivo inovar o processo de aprender, utilizando-se de experiências reais ou
simuladas, a fim de solucionar desafios advindos das atividades cotidianas
da prática profissional em contextos diferentes.
Resultados
Segundo Merhy (2005), as tecnologias de produção de cuidado estão im-
bricadas com a prática micropolítica e pedagógica. O desafio das oficinas de
monitoramento e avaliação, implementadas nos municípios, foi a desburo-
cratização do preenchimento das fichas e formulários pelos profissionais da
equipe. Isso era considerado muitas vezes, apenas como um mero registro de
informação da produtividade para contabilizar no relatório mensal.
Foi verificado na oficina, que o ato do registro era apenas um processo bu-
rocrático da equipe, para informar a produtividade do CAPS, desvinculado
de sentido com a sua prática. Várias inconformidades foram encontradas,
tais como: erros nos preenchimentos das fichas de procedimentos, falta de
compreensão das diretrizes de cuidado em saúde mental e erros nas etapas
de exportação para alimentação no SIA-SUS.
Foto 01: Oficina no CAPS II de Petrolina Foto 02: Oficina no CAPS I de Lagoa Grande
Referências
BERBEL, Neusi A. N. As metodologias ativas e a promoção da autono-
mia de estudantes. Ano 2011. Disponível em: <http://www.proiac.uff.
br/sites/default/files/documentos/berbel_2011.pdf>. Acesso em: 23 mar.
2018.
Introdução
A reforma psiquiátrica brasileira se constituiu como um processo político e
social que envolveu inúmeros atores, instituições e forças de diferentes ori-
gens; alcançou os mais diversos territórios, nos âmbitos do governo federal,
estadual e municipal, nos centros de formação, nos serviços de saúde, nas
associações de pessoas com transtornos mentais e seus familiares, nos movi-
mentos sociais, dentre outros. A reforma pode ser explicada como uma gama
de transformações, de práticas, de saberes, de valores culturais e sociais, que
acontecem nos cotidianos institucionais, no avanço da inter-relação dos ser-
viços e das relações interpessoais do processo de matriciamento, esse mar-
cado por novos fazeres, impasses, conflitos e novas perspectivas (BRASIL,
2005, p. 06).
A ESF é composta por Equipes de Saúde da Família (SF) que têm como res-
ponsabilidade o acompanhamento de uma população referenciada e deli-
mitada em uma área. Os grupos atuam por meio de ações que promovem a
saúde, a prevenção, a recuperação e a reabilitação de doenças e de agravos
mais frequentes. Tal estratégia tem como pressuposto básico a organização
do trabalho através da territorialização (PEREIRA; BARCELLOS, 2006, p. 48).
A experiência
A experiência de matriciamento ocorreu junto às três equipes da USF Vila
do SESI, localizada no Distrito Sanitário VIII, no município de Recife, com a
participação da maioria dos integrantes da Equipe de SF, técnico e médico de
referência do CAPS David Capistrano e profissionais do Núcleo de Atenção
à Saúde da Família (NASF). As ações tiveram início em outubro de 2010 e
ocorrem até os dias atuais. Esta vivência consistiu na aplicação de ferramenta
técnico-pedagógica, o apoio matricial, e foi realizada a partir de reuniões
Desafios enfrentados
Algumas questões podem ser vistas como desafios no processo de matricia-
mento. Uma delas é a não participação de toda equipe nos momentos de
discussão, na experiência citada. A ausência de profissionais médicos nesse
espaço é comum, o que acaba por retomar uma lógica tradicional pautada
em encaminhamentos ao CAPS de todas as demandas em saúde mental,
quando o cuidado poderia se dar na própria atenção básica, ou mesmo em
outro ponto de atenção da rede de saúde.
Considerações finais
O matriciamento é um importante recurso técnico-pedagógico, capaz de
promover ações compartilhadas de educação permanente e retaguarda es-
pecializada para equipes da Atenção Básica em Saúde, contribuindo para a
construção de um cuidado interdisciplinar e intersetorial. No entanto, exis-
tem alguns entraves na consolidação desse dispositivo. Assim, a dificuldade
de romper os modelos centrados no encaminhamento a serviços especiali-
zados revela uma necessidade de investimento na educação permanente e
em ações matriciais na reorientação das práticas em saúde mental em prol
do cuidado no território.
Referências
ALMEIDA FILHO, N. Higher education and health care in Brazil. Lancet
2011; v.377, p.1898-1900.
Introdução
A necessidade de mudança de paradigma nas práticas em Saúde Mental
no Brasil é iminente. A Reforma Psiquiátrica, iniciada no país na década de
1970, buscou promover a reestruturação dos modelos de atenção e gestão
nas práticas de saúde, em prol da saúde coletiva e do protagonismo dos
trabalhadores e usuários em todo o processo de cuidado. Desse modo, em
consonância com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS),
priorizou a superação da violência asilar e a quebra do modelo hospitalocên-
trico (MACEDO et al., 2017).
Percurso Metodológico
Este relato de experiência apresenta uma intervenção baseada na metodo-
logia de pesquisa-ação, fundamentalmente participativa, que se posiciona
enquanto instrumento de investigação e ação, facilitando a aproximação de
soluções para transformação de representações e práticas, por meio da in-
teração entre o pesquisador e atores sociais implicados (TOLEDO & JACOBI,
2013).
A etapa 2 foi composta por duas Oficinas Temáticas, formatadas a partir dos
entraves apontados na etapa 1, realizadas em dezembro de 2017, tendo
como público-alvo os profissionais que compõem a equipe multiprofissional
da Emergência Adulto, porém aberta aos demais profissionais da Instituição
e da RAPS.
Oficina 2
A Oficina 2 (figura 2), facilitada por uma médica de família e uma psicó-
loga, abordou temáticas como cuidado integral, humanização, estigma e
sofrimento psíquico. Intitulada de “Integralidade na Assistência em Saúde
Mental”, a ação contou com a presença de 30 profissionais, dentre eles as-
sistentes sociais, psicólogos, enfermeiros e residentes.
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Cadastro
Nacional de Estabelecimentos de Saúde [Internet] - Data SUS. Brasília:
2017. Disponível em <http://cnes2.datasus.gov.br/Mod_Ind_Tipo_Leito.
asp?VEstado=26&VMun=260600&VComp=201704>. Acesso em 03 jun
2017.
LEITE, Loiva dos S.; ROCHA, Kátia B.; SANTOS, Leliane M. dos. A tessitura
dos encontros da rede de atenção psicossocial. Trab. educ. saúde, Rio
de Janeiro, p.1-18, 2017. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S1981-77462017005005109&lng=en&nrm
=iso>. Acesso em 15 jan. 2018.
LIMA, Telma C.S. de; MIOTO, Regina C.T.; PRÁ, Keli R.D. A documentação
no cotidiano da intervenção dos assistentes sociais: algumas considerações
acerca do diário de campo. Revista Textos & Contextos. Porto Alegre, v.6
n.1, p.93-104, jan/jun. 2007.
WERNECK, Marcos A.F.; FARIA, Horácio P. de; CAMPOS, Kátia F.C. Proto-
colos de cuidado à saúde e de organização do serviço. Universidade
Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2009.
Formação de Profissionais
para o SUS em
Pernambuco
Assim, as políticas propostas nos últimos anos, além de buscar maior apro-
ximação entre os sistemas de saúde e educação, colocam o desafio de pre-
encher essas “cordas” que aproximam com os preceitos do Sistema Único de
Saúde. Como colocado por Feuerwerker (2014), o desafio do desenvolvi-
mento do compromisso político na produção de subjetividades.
Alguns dos programas propostos para mudança nas formações dos profis-
sionais para a saúde (PRÓ- SAÚDE, PET- SAÚDE, por exemplo), instituíram a
necessidade de planejamentos e pactuações integradas entre gestores, pro-
fissionais e instituições de ensino a partir das necessidades de saúde identifi-
cadas localmente. Contudo, embora tenham avançado na cooperação entre
as instituições de saúde e de ensino, pouco conseguiram instituir processos
de pactuações de maior sustentabilidade ao longo do tempo.
Referências
ALBUQUERQUE, V. S. et al. A Integração Ensino-serviço no Contexto dos
Processos de Mudança na Formação Superior dos Profissionais da Saúde.
Revista Brasileira de Educação Médica, v. 3, n. 32, p. 356-362, 2008.
Introdução
Antes da reforma sanitária no Brasil, já se discutia a necessidade de mudança
no modelo assistencial e, também, na formação do profissional da saúde, o
qual apresentava uma lacuna entre a formação profissional e as necessidades
do Sistema Único de Saúde (SUS). Apesar das reformas ocorridas no sistema
de saúde brasileiro, observou-se que, na formação e no desenvolvimento
dos profissionais de saúde, inclusive na enfermagem, havia a permanência
de um modelo hegemônico de atenção à saúde, médico-centralizado, enfa-
tizado em ações curativistas e hospitalocêntricas, com abordagens pedagó-
gicas verticalizadas, dificultando a inserção de novos modelos de educação
(KOERICH, et al., 2016, p. 39).
Tendo em vista o que o SUS e o que suas Políticas de Saúde dispõem, são
de responsabilidade das escolas da área da saúde desenvolverem o conhe-
cimento sobre a importância da educação permanente, dentro dos níveis de
complexidade que compõem o sistema de saúde brasileiro, a fim de pro-
porcionar aos educandos uma visão ampla e diferenciada no enfrentamento
de situações-problema, voltadas à saúde. Segundo PEIXOTO et al. (2013,
p. 325), a educação é um processo permanente que busca alternativas e
soluções para os problemas de saúde reais, vivenciados pelas pessoas e co-
munidade em seu contexto social.
Metodologia
Trata-se de um relato de experiência sobre a disciplina de Práticas de Educa-
ção Permanente, no Departamento de Enfermagem do Centro de Ciências da
Saúde (CCS), da Universidade Federal de Pernambuco, Recife. Este estudo
contou com a participação de 63 alunos que cursaram a disciplina no perío-
do de março a novembro de 2017.
Estrutura da disciplina
A disciplina é componente curricular da grade do curso de graduação em En-
fermagem e é ofertada aos alunos que cursam o 4.º período de Enfermagem
e segue um cronograma estruturado, o qual segue plano pedagógico teóri-
co-prático, norteando-se por um método de construção do conhecimento,
através de aulas expositivas, exercício escolar, seminários, palestras com pro-
fissionais da área, discussão de textos disponíveis na literatura e construção
de uma intervenção a ser aplicada em enfermarias do Hospital das Clínicas,
Composição da disciplina
Outro ponto que merece destaque sobre a disciplina em questão é a atenção
da docente em trazer perspectivas que favoreçam a diferenciação, por parte
dos acadêmicos, entre Educação Continuada (EC) e Educação Permanen-
te (EP), tendo em vista que a Política Nacional de Educação Permanente,
até então, não tinha sido abordada em outros componentes curriculares do
curso. Assim, contou com o auxílio de materiais de leitura e explanação
em mídia digital, além da contextualização com a realidade da prática dos
discentes.
Desenvolvimento da disciplina
A disciplina é composta por dois monitores e um docente coordenador. Pos-
sui uma carga horária de 60 horas, correspondendo a 15 aulas com duração
de duas horas-aula, dividida em três módulos descritos a seguir.
Assim é necessário que outras áreas da saúde, como também outras escolas
de enfermagem, abracem o SUS e suas políticas, em especial, as de Educação
Permanente, e trabalhem de forma multiprofissional, com o objetivo de tra-
zer benefícios para o dia a dia de trabalho na Instituição, visto que se notou
um processo defasado, sem participação total de todas as áreas da saúde. É
válido salientar que a Educação Permanente é disposta para todos e o pri-
meiro passo para o alcance de sua eficácia é garantir conhecimento para essa
totalidade que constitui os serviços assistenciais em saúde.
Diante disso, ficou evidente que o enfermeiro assume papel muito importan-
te nessa construção, além de relatos de profissionais da área, corroborando
com o que está disposto na literatura. Entretanto, ficou evidenciada a neces-
sidade de produção de mais textos com a temática abordada, visto que, na
busca literária para a produção do material, os autores sentiram dificuldade
em encontrar artigos científicos atualizados sobre o assunto.
Por fim, a realização de uma Intervenção no final da disciplina foi muito pro-
dutiva para os estudantes, pois proporcionou maturidade e reflexão sobre o
trabalho da equipe de enfermagem e de como aplicar as ações de Educação
Permanente. Também se demonstrou proveitosa para os profissionais que
tiveram a oportunidade de identificar aspectos que antes não lhes pareciam
ter relevância e com o conhecimento em relação à PNEPS puderam incor-
porá-los no seu cotidiano, trazendo aspectos diferenciados para a prática
profissional.
PEIXOTO, Leticia S.; GONÇALVES, Ludimila C.; COSTA, Tiago D.; MELO,
Claudia Mara T.; DANTAS, Ana Carla C; ANTUNES, Elaine C. Educação per-
manente, continuada e em serviço: desvendando seus conceitos. Enferme-
ría. Global. Revista Electrónica Trimestral, v. 29, 2013.
Introdução
Na última década, novos modelos de formação para a saúde vêm sendo
construídos no Brasil, os quais envolvem as Diretrizes Curriculares Nacionais
(DCN). Busca-se um novo modelo de formação profissional, para atuação
na área da saúde, que esteja relacionado com o modelo de atenção vigente.
Merece destaque, entre as DCN, um novo paradigma de educação voltado
para uma formação permanente, contida nas diretrizes de todos os cursos da
área (MOREIRA, DIAS, 2015).
Resultados
No período estudado, foram atendidas 2.214 vítimas de acidentes de trân-
sito. A tabela 1 apresenta as características desses atendimentos. Predomi-
naram os indivíduos do sexo masculino (n=1.657; 74.84%), na faixa etária
de 19 a 29 anos (n=799; 36,09%). A distribuição dos atendimentos por
turno e dia da semana, evidenciou a ocorrência no horário das 18h às 24h
(n=657; 29,67%) e no domingo (n=333; 15,05%). A UPA foi a unidade de
atendimento da rede de urgências com maior frequência de atendimentos
(n=978; 44,17%). As motocicletas (n=1.599; 72,22%) ocuparam o pri-
meiro lugar entre os acidentes de trânsito. A colisão (n=1.023; 46,23%) foi
o principal tipo de acidente. A maioria das vítimas evoluiu com alta (n=871;
39,34%).
Variáveis n %
Sexo(a)
Masculino 1.657 74,84
Feminino 473 21,36
Faixa etária (em anos)(b)
0-9 45 2,19
9-19 250m 12,16
19-29 799 38,86
29-39 539 26,22
39-49 239 11,62
49+ 184 8,95
Turno do acidente(c)
0 - 6h 213 9,62
6 - 12h 521 23,53
Pinto et al. (2013) relataram em seu estudo que a maior parte dos estudan-
tes considerou que os objetivos propostos para o PET-Saúde foram alcança-
dos, destacando o trabalho interdisciplinar e a formação do profissional nas
áreas de pesquisa, ensino e extensão. A revisão integrativa, que avaliou o
impacto do PET-Saúde na formação profissional, concluiu que o programa
possibilita a integração ensino-serviço-comunidade e propicia um preparo
profissional voltado para as necessidades do SUS (MIRA et al., 2016).
Conclusão
O PET-Saúde constitui uma estratégia inovadora de formação profissional,
que estimula a articulação entre as atividades de ensino, pesquisa e extensão
com a inserção nos serviços de saúde. Além disso, possibilita o exercício do
trabalho em equipe, formação de profissionais críticos e reflexivos, com-
prometidos com os princípios e diretrizes do SUS e com as necessidades de
saúde da população.
Percebe-se que a Universidade tem sido uma instituição de ensino que uti-
liza o método de transmissão de conhecimento, basicamente, de maneira
verticalizada, negligenciando o processo de ensino-aprendizagem e a
interação do educador- educando (BESSEN et al., 2007).
Fonte: O autor.
Desde o final de 2011, quando foi relançado o projeto, até 2014, o estado
de Pernambuco realizou quatro edições do VER-SUS com esta perspectiva.
Teve a participação de 284 viventes e 1749 inscritos, constituindo um espaço
de trocas extremamente rico à formação profissional para o SUS.
Quadro1 - Descrição das cidades -sedes do VER-SUS, por data e dias de vivências segundo edição do VER-
-SUS-PE
Fonte: O autor.
1º 327 20 06 10
2º 368 100 18 20
3º 519 90 18 10
4º 535 74 12 03
Fonte: O autor
Fonte: O autor.
Esses eixos são os estruturadores do projeto, tendo em vista que as visitas aos
serviços de saúde são posteriores à discussão teórica; assim, os participan-
tes constroem coletivamente o conceito da saúde como um processo e não
como algo finalístico.
O eixo Opressões traz um dia de místicas, com vários poemas, músicas e tex-
tos para debate sobre a opressão em nossa sociedade e como combatê-la.
Tem o foco na LGBTfobia, machismo, racismo. Na última edição do VER-SUS,
foram feitas visitas a centros religiosos de matriz africana para dialogar com
as místicas do eixo.
Papel Social dos Graduandos é um eixo em que são debatidos a função social
da universidade, dos estudantes, da produção do conhecimento, do tripé
acadêmico e da educação permanente, incentivando os estudantes a vivenciar
outros espaços na construção do conhecimento, com os movimentos sociais,
com pesquisas e extensões universitárias que dialoguem com a realidade das
pessoas e com o SUS.
Referências
ALBUQUERQUE, P. C. C. et al. EVSUS Recife. Estagio de vivencia no SUS
em Recife. Projeto piloto elaborado com a participação dos residentes de
saúde coletiva do CPqAM, Carlos Nobre, Edvânia do Vale, Lidiane Lacerda,
Luigi Santos, Mº Clara Freitas e Pedro Albuquerque. Recife, 2011.
ILHA das Flores. Produção de Jorge Furtado. Porto Alegre: Casa de Cinema
de Porto Alegre, 1989. 1 DVD (13 min).
SICKO. Produzido por Michael Moore. New York: 2007. 1 DVD (2h).
Introdução
Historicamente, a formação em Saúde Coletiva se deu com a oferta de dis-
ciplinas nos cursos da Saúde e em pós-graduação. Embora efetivada em
países europeus e no continente norte-americano, discussões sobre graduar
profissionais em Saúde Coletiva tiveram início há pouco mais de 20 anos, no
Brasil (BOSI, PAIM, 2009).
Em todos os casos, para ser exitoso, exige-se diálogo permanente com ges-
tores e trabalhadores da saúde nos níveis municipal, estadual e federal, po-
tencializando a mudança dos modelos de gestão e atenção à saúde e deli-
neando um perfil profissional condizente com as necessidades de saúde da
população (ELIAS, 2003).
A relação academia (ensino) com a prática (serviço) é condição sine qua non
para o desenvolvimento do curso. Assim, alguns pressupostos paradigmáti-
cos foram definidos precipuamente: da Saúde como Direito do Cidadão e
Dever do Estado; da Determinação Social da Saúde; da Doença e do Cuida-
do; da Promoção da Saúde; da Prevenção das Doenças e Agravos à Saúde;
da Participação Social e do Território Sanitário (PERNAMBUCO, 2016).
COMPONENTE CENÁRIO DA
OBJETIVOS
CURRICULAR APRENDIZAGEM
Considerações finais
A experiência de integração ensino-serviço no âmbito do CGSC/UPE se mate-
rializa por meio das atividades em diferentes serviços de saúde gerenciados
pelos três entes federativos. Isso se configura como diferencial do curso em
relação a outros do país, favorecendo formação de profissionais com com-
petências, habilidades e atitudes desejáveis às necessidades do sistema de
saúde. Ao mesmo tempo, configura-se como desafio no que diz respeito às
relações efetivadas entre a academia e os serviços de natureza administrativa
e gerencial tão diversificada.
Introdução
O avanço contínuo da empregabilidade no setor saúde exige dos governos
a criação de políticas e equipamentos, visando à formação de trabalhadores
em saúde. No entanto, a adequação da oferta de vagas e cursos se encontra
comprometida em relação às necessidades da sociedade e do trabalhador.
Concomitante à ampliação do número de vagas em cursos de graduação em
saúde, observa-se uma expansão dos programas de Residência na Medici-
na, em Área Profissional da Saúde e Multiprofissional, como processos de
Educação Permanente em Saúde (EPS). A EPS pode ser compreendida como
um processo que impulsiona o trabalhador, através da problematização, a
perceber, pensar e agir a partir da sua interpretação da vivência cotidiana no
serviço, visando a uma “dissolução de identidades e à reconfiguração de no-
A EPS pode ser representada pelo diálogo produtivo entre saúde e educação,
baseado no quadrilátero da formação que integra ensino, atenção, gestão
e controle social. No ensino, incorpora a educação formal, educação em
serviço, educação continuada; no trabalho, envolve a gestão setorial, prática
profissional e serviço (Silva, Duarte, 2015, p. 104)
Botti e Rego (2008, p. 364) evidenciam que o preceptor deve ter a capaci-
dade de integrar os conceitos e valores da academia e do trabalho, ajudan-
do o profissional residente a desenvolver estratégias para resolver os pro-
blemas cotidianos da atenção à saúde, inclusive, avaliando o desempenho
do profissional submetido ao processo de qualificação. Essas peculiaridades
identificadas no exercício diário do preceptor exige que o mesmo apresente
ou desenvolva, como pré-requisitos, não apenas conhecimento e habilidade
em desempenhar procedimentos clínicos, mas também uma competência
pedagógica.
Metodologia
O Curso de Formação Didático-Pedagógica para Preceptores foi planejado
pela COREMU/UFPE em parceria com a Pró-Reitoria para Assuntos de Pes-
quisa e Pós-Graduação (PROPESQ) da UFPE e a Secretaria Estadual de Saúde
de Pernambuco.
O curso foi constituido em três módulos, sendo o primeiro com carga horária
de 10 horas e dividido em dois encontros presenciais de 5 horas, visando
sensibilizar os preceptores sobre o papel da residência no SUS e, também,
Resultados
A tabela 1 mostra o perfil dos preceptores inscritos no curso de formação.
Observa-se que a distribuição dos preceptores, de acordo com os programas,
apresentou-se de forma homogênea. A maioria dos preceptores apresenta
titulação de especialista e mestre, tempo de experiência menor que cinco
anos e sem formação em preceptoria prévia. A maior parte dos preceptores
relataram conhecer o Projeto Político Pedagógico (PPP) do programa ao qual
pertence.
Tabela 1: Perfil dos preceptores inscritos nos cursos de formação didático-pedagógico, 2015-2017.
Tabela 2: Autoavaliação dos participantes, segundo instrumento de avaliação usado ao término dos cursos
de formação, 2015-2017.
Variáveis I Curso II Curso III Curso
n*(%) n*(%) n*(%)
Quanto à participação
Ótima 5 (22,7) 8 (29,6) 3 (21,4)
Boa 13 (59,1) 18 (66,7) 10 (71,4)
Regular 4 (18,2) 1 (3,7) 1 (7,1)
Leu textos sugeridos
Sim 12 (54,5) 16 (59,3) 10 (71,4)
Não 10 (45,5) 11 (40,7) 4 (28,6)
Fez atividades propostas
Sim 20 (90,9) 27 (100) 14 (100)
Não 2( 9,1) - -
Conseguiu implementar os
conhecimentos na prática
Sim 17 (77,3) 25 (92,6) 12 (85,7)
Não 5 (22,7) 2 (7,4) 2 (14,3)
Avalia formato do curso
Ótima 10 (45,5) 11 (40,7) 3 (21,4)
Boa 12 (54,5) 15 (55,6) 11 (78,6)
Discussão
O perfil observado entre os preceptores inscritos no curso mostra que se trata
de um grupo que não participa de eventos de qualificação no processo de
trabalho cotidiano, o que evidencia a necessidade de entender as possíveis
dificuldades na EPS dos ambientes de trabalho no qual estejam inseridos.
São em boa parte especialistas ou mestres, o que permite a abordagem de
conteúdos de maior complexidade nos cursos ofertados. Os profissionais que
se dispõem a desenvolver a atividade de preceptor vislumbram nisso uma
condição de ampliação do conhecimento e inserção nas discussões acadêmi-
cas, que podem vir a melhorar seu desempenho profissional.
A EPS pode ser vista como uma proposta de ação estratégica que contribui
para a mudança dos processos formativos, das práticas pedagógicas e de
saúde. Tendo como pressuposto que, para além da transferência do conhe-
Conclusão
Os cursos de formação para preceptores proporcionaram momentos crítico-
-reflexivos para os profissionais, promovendo um redirecionamento através
da tríade “saber”, "saber-fazer" e “saber agir” dos trabalhadores quanto às
práticas profissionais e melhoria na qualidade da formação dos residentes e,
com isso, uma melhoria na qualidade da assistência à saúde no estado de
Pernambuco.
No entanto, sabe-se que o ideal seria que essa condição de interesse pela
preceptoria fosse mais disseminada entre os pares, a partir da especificidade
do trabalho em saúde no SUS, que tem o compromisso de formar os profis-
sionais. Para tanto, uma política de educação permanente mais enfática se
faz necessária, inclusive, com uma estrutura de incentivos ao processo de for-
mação tanto por parte das instituições formadoras, quanto das instituições
executoras nos programas de residência.
Referências
ARRUDA, Marina Patrício et al. Educação Permanente: Uma Estratégia Me-
todológica para os Professores da Saúde. Revista brasileira de educação
médica. V.32, n.4, p.518–524. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.
br/scielo.php?pid=S0100-55022008000400015&script=sci_abstract&tln-
g=pt/>. Acesso em 7 de jul. 2018.
CAMPOS, Kátia Ferreira Costa; SENA, Roseni Rosângela de; SILVA, Kênia
Lara. Educação permanente nos serviços de saúde. Escola Anna Nery,
v.21, n.4.p.1-10. 2017. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S14148145201 7000400801&lng=en&nr-
m=iso&tlng=pt/>. Acesso em 9 de julho de 2018.
RIBEIRO, Kátia Regina Barros; PRADO, Marta Lenise do.A prática educativa
dos preceptores nas residências em saúde: um estudo de reflexão. Revista
Gaúcha de Enfermagem, v.34, n.4, p.161-165. 2013. Disponível em:
<http://seer.ufrgs.br/index. php /RevistaGauchadeEnfermagem/article/
view/43731/>. Acesso em 7 de julho de 2018.
Introdução
O artigo 200, inciso III, da Constituição Federal de 1988, atribui ao Sistema
Único de Saúde (SUS) a competência de ordenar a formação na área da saú-
de (BRASIL, 1988). Em concordância com a Carta Magna, essa competência
é enfatizada na Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8080/1990). Nesses termos,
o SUS passa a atuar como uma escola, a partir do escopo ampliado de atri-
buições do sistema de saúde brasileiro, que inclui questões da educação na
saúde (BRASIL, 1990). Diante desse marco, estimula-se o desenvolvimento
de competências de profissionais da saúde desde a gênese do SUS.
Desde 2010, Recife, capital do Estado, tem corroborado com essa tendência,
assumindo seu papel constitucional, a partir da sua Rede de Atenção e de
Gestão do SUS, por meio da oferta de Programas de Residência em Saúde.
Tais Programas integram a Política Municipal de Gestão do Trabalho e Educa-
ção na Saúde e se vinculam à diretriz institucional de transformar a Secretaria
de Saúde do Recife (SESAU-Recife) em um polo de referência em formação,
apoio à pesquisa e produção de conhecimentos para estudantes, profissio-
nais e pesquisadores no/do/para o SUS, tendo como importantes parceiros
a SES/PE (Secretaria Estadual de Saúde do Pernambuco) e os Ministérios da
Saúde e da Educação.
Os primeiros efeitos, como frutos colhidos, podem ser vistos desde o próprio
processo de criação dos projetos pedagógicos que orientam a formação pro-
fissional pretendida, considerando as suas especificidades mediante as cate-
gorias profissionais que neles se inserem. Observou-se, desde o início, em
cada um deles, uma preocupação em ofertar uma formação que garantisse
o alinhamento da excelência técnica com o sucesso da prática e o subsídio
teórico com a permanente construção reflexiva, tendo as necessidades de
saúde da população recifense como horizonte ético à atuação dos profissio-
nais formandos.
Considerações finais
O SUS ainda é jovem e, por isso, sujeito a construções e ajustes. A prepa-
ração de profissionais para atuar nesse sistema é um dos pontos que ainda
requerem transformação, com a necessidade premente de uma formação de
qualidade para aqueles que nele ingressam.
É justo afirmar que Recife vem realizando seu dever de casa de maneira
coerente, ao defender os Programas de Residência como estratégia indutora
de processos de EPS e, em paralelo, a SESAU vem investindo nos profissionais
Referências
BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da
Educação na Saúde. Política Nacional de Educação Permanente
em Saúde. 2009a. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/docu-
ments/33856/396770/Política+Nacional+de+Educação+Permanen-
te+em+Saúde/c92db117-e170-45e7-9984-8a7cdb111faa>. Acesso em:
10 jul. 2018.
Introdução
No Brasil, especificamente em sua Constituição Federal, a saúde é descrita
como um direito de todos e dever do Estado, de acesso universal e igualitá-
rio, com vista à integralidade da assistência para toda a população (BRASIL,
1988). Trinta anos se passaram, a legislação foi tornando-se mais robusta,
porém, ainda, se apresenta como um grande desafio de efetivação para a
gestão pública do país.
Referências
BRASIL. Senado Federal. Constituição da República Federativa do
Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988. 140p. Disponível em <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituição.htm>. Acesso em: 20 de
janeiro de 2018.
Introdução
O desafio de mudança da formação profissional em saúde aparece como
pauta prioritária do Movimento Estudantil (ME) da área da saúde desde sua
gestação. Entre os anos 80, 90 e início dos anos 2000, desenhou-se um pro-
jeto de mudanças dessa formação para o ME. Nesse período, formulou-se
o perfil profissional desejado, caracterizado como aquele relacionado às ne-
cessidades de saúde da população e do Sistema Único de Saúde (SUS), com
prioridade para uma profunda integração nesse (PINTO; GARCIA Jr., 2017).
Percurso metodológico
Estudo descritivo, utilizando o método de pesquisa documental (PD) e pes-
quisa bibliográfica como produção de evidências. Segundo Calado e Ferreira
(2004), a PD pode ser dividida nas etapas de coleta documental e análise do
conteúdo. Observando tais etapas sob a perspectiva do tipo de abordagem
adotada, vê-se que a PD congregou a utilização de métodos mistos, sen-
do a primeira etapa qualitativa e a segunda, quanti-qualitativa. A primeira
etapa teve como metodologia a reunião de documentos de domínio das
Comissões Organizadoras (C.O), recorrendo-se também à fonte secundária,
através das bases de dados de participantes do VER-SUS em Pernambuco,
de responsabilidade da Secretaria Executiva da Coordenação Nacional do
Projeto VER-SUS/Brasil, de encargo da Rede Unida. A segunda etapa da PD
correspondeu à análise de conteúdo dos dados, dividida nas fases de redu-
ção de dados; apresentação e conclusões (MILES; HUBERMAN, 1984 apud
CALADO; FERRREIRA, 2004). Obteve-se aprovação do Comitê de Ética e
Pesquisa da Fiocruz-PE sob o nº: 51079215.7.0000.5190.
Resultados alcançados
No período de 2012 a 2016, foram realizadas dez edições de VER-SUS, em Pernam-
buco, registrando 26 vivências e um seminário, organizados por quatro C.O distintas.
As vivências ocorreram num processo de imersão teórica, prática e vivencial, dentro
do sistema de saúde dos territórios de abrangência, visando estimular a formação
de trabalhadores comprometidos eticamente com o SUS, que se entendam como
agentes políticos capazes de promover transformações na sociedade (FERLA; RAMOS;
LEAL, 2013).
A RMR sediou 1/3 das vivências, mas, a participação das demais mesorregiões revela
o esforço em descentralização do eixo metropolitano, visando aproximar os futuros
profissionais das diferentes formas de organização do sistema de saúde em dinâmicas
sociais distintas, conforme pretensão do VER-SUS/Brasil na retomada nacional (FERLA
et al., 2013a).
2 As Geres são unidades administrativas da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, responsáveis por
um grupamento de municípios, com a finalidade de garantir a gestão do sistema estadual de saúde. Surgiram
em 2009, através da regionalização da saúde, que reorganizou as regiões de saúde, de modo a subsidiar a
organização da saúde de forma regionalizada, solidária, hierarquizada e resolutiva. Atualmente, Pernambuco
é organizado em quatro macrorregiões, 12 regiões e 11 microrregiões de saúde (PERNAMBUCO, 2011).
Tal como afirmam Ferla et al. (2013b), além de impactar a formação pro-
fissional, o VER-SUS é capaz de qualificar os processos organizativos do tra-
balho em saúde, oportunizando, também, a reflexão e reformulação das
práticas de trabalhadores a partir deste encontro. O VER-SUS é fruto da EPS e
atua em consonância com sua fundamentação e seus processos de formação.
Referências
BRASIL. Associação Brasileira Rede Unida. Projeto VER-SUS/BRASIL.
2016.
BURILLE, Andreia, et. al. Do VER-SUS: do que é, do que foi e do que ficou.
Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saú-
de, Rio de Janeiro, v. 7, n. 4, 13 p., 2013. 13p.
PINTO, Hêider A.; GARCIA Jr., Carlos Alberto. Uma análise do desafio de
mudança da formação em saúde e do VERSUS na perspectiva do movi-
mento estudantil. In: SILVA FILHO, Cláudio Claudino; GARCIA Jr., Carlos
Alberto; KOVALESKI, Douglas Francisco (Orgs.). VER-SUS Santa Catarina:
itinerários (trans)formadores em saúde. Tubarão: Copiart, 2017.
Educação Permanente
em Saúde e o Processo
de Trabalho na Atenção
Primária à Saúde
Este capítulo tem por objetivo promover uma discussão no sentido de apon-
tar as interseções, desafios e possibilidades entre a Educação Permanente
em Saúde e a Atenção Básica. Os apontamentos aqui descritos são frutos das
experiências das autoras, durante processo de implantação e implementação
das políticas de Atenção Básica e de Educação Permanente em Saúde, assim
como o envolvimento nos campos do ensino, da pesquisa, do serviço, da
gestão. Tomaremos como ponto de partida a institucionalização do Sistema
Único de Saúde (SUS), pontuando alguns fatos importantes que promove-
ram mudanças nas duas políticas em discussão.
Assim, no início dos anos 2000, acentua-se a crescente valorização dos pro-
cessos de Educação Permanente em suas dimensões pedagógicas e organi-
zacionais. Nesse período, os Polos de Educação Permanente em Saúde são
considerados dispositivos de negociação e pactuação entre atores locorre-
gionais, na definição de necessidade e problemas de natureza pedagógica
do processo de trabalho. Além disso, as estratégias de intervenção passam a
ser o eixo central da Política de Desenvolvimento de Recursos Humanos em
Saúde (BRASIL, 2005).
Esta concepção de formar ‘no trabalho, pelo trabalho e para o trabalho’, res-
ponde à necessidade de formação dos profissionais que já estavam na rede
de serviço da atenção básica, cujo perfil não se adequava às exigências para
a conversão das novas práticas gerenciais e assistenciais, reforçando a neces-
Desta forma a vida que se expressa nos territórios, embora sejam vistas de
perto, não são contempladas na condução do processo de trabalho das equi-
pes.
Potencialidades
Os estudos e a prática nos apontam que, quando de fato as ações de educa-
ção permanente em saúde são desenvolvidas a partir da problematização do
processo de trabalho, os resultados são bastante significativos, possibilitando
o aprimoramento do processo de análise da realidade social e trazendo ele-
mentos para a tomada de decisão, bem como aumentando a resolubilidade
do processo de trabalho e, sobretudo, o prazer em ver resultados positivos
do seu trabalho.
Introdução
A Atenção Básica (AB) é definida por um conjunto de ações de saúde, no
âmbito individual e coletivo, com objetivo de desenvolver uma atenção in-
tegral que impacte na situação de saúde e autonomia das pessoas e nos de-
terminantes e condicionantes de saúde das coletividades (BRASIL, 2017, p.
68). Com o intuito de reorganizar a prática da Atenção Básica, foi concebida
a Estratégia Saúde da Família (ESF), levando a saúde para mais perto das fa-
mílias e, com isso, melhorar a qualidade de vida da população, substituindo,
então, o modelo tradicional de uma atenção à saúde centrada na assistência
curativista, hospitalar e superespecializada (ALMEIDA et al., 2007, p. 156).
Desse modo, essas oficinas aqui compartilhadas, têm como objetivo prin-
cipal: contribuir para a maior compreensão das eqSF sobre a atuação do
Nasf-AB; compreender as especificidades e atribuições das eqSF previstas
na legislação do SUS; discutir aspectos conceituais e operacionais da inter-
disciplinaridade, da atuação multiprofissional e sua importância no trabalho
das equipes; reconhecer as ferramentas que devem orientar o processo de
trabalho e a organização dos serviços no SUS; e identificar as ferramentas
tecnológicas e atuação do Nasf-AB.
Embora o nosso público-alvo para a realização das EPS sejam todos os pro-
fissionais das eqSF, apoiadas pela equipe Nasf-AB 1, neste relato apresenta-
remos a experiência de uma eqSF, pertencente a UBS Camará, por ter sido
a primeira equipe a receber a proposta, ainda no mês de setembro, do ano
de 2017.
As oficinas aconteceram em seis etapas, uma a cada mês e, tendo como eixo
principal o Processo de Trabalho na AB, visando discussões sobre a concep-
ção ampliada de saúde, o trabalho multiprofissional na AB, as diretrizes,
princípios e ferramentas norteadoras do processo de trabalho, além das fer-
ramentas de atuação do Nasf-AB na ESF.
Finalizamos essa experiência com a oficina 6 que tem como tema: “As ferra-
mentas tecnológicas do trabalho no Nasf-AB”. Vivenciamos a dinâmica
que estimula a amorosidade para com os colegas de equipe, intitulada “Ame
o próximo como a si mesmo”. Logo após, dividimos os participantes em três
grupos com diferentes casos clínicos para que pudessem pensar estratégias
de resolutividade. Partimos dessa atividade com o propósito de realizamos
uma roda de conversa sobre o matriciamento. Para isso, utilizamos a sim-
bologia da árvore: as raízes como os profissionais da eqSF; a terra como
território adstrito dessa UBS; o caule como a sustentação (onde o Nasf-AB
está inserido e serve como apoio à eqSF e como ponte à rede intra e inter-
setorial, que também compõe esse tronco); e as folhas, flores e frutos são
metáforas para o usuário e sua corresponsabilização no cuidado, além da
visão ampliada de saúde, ou seja, a copa da árvore é o lugar da moradia
Outro ponto importante a ser discutido é o fato de que a EPS tem propor-
cionado maior criticidade por parte dos profissionais, acerca do seu processo
de trabalho. Ao estarem munidos de informações, respaldados por leis, por
autores importantes da saúde pública, há maior potencial de empodera-
mento e enfrentamento. Por exemplo, ao discutirem as atribuições de cada
profissional, foi possível entender o que cabe a si e o que cabe ao outro,
de modo a contribuir com a garantia de que os envolvidos cumpram seus
papéis a favor do SUS, por meio de uma “regulagem” coletiva. Há maior
conhecimento sobre as ferramentas do processo de trabalho e, a partir disso,
maior possibilidade de ampliação das atividades ofertadas.
Considerações Finais
A experiência de realização de EPS na UBS de Camará, bem como nas de-
mais UBS, tem sido tão fecunda, devido ao belo histórico do município de
Camaragibe em relação à AB. Estão presentes nesta vivência, Agentes Comu-
nitários de Saúde que, em sua maioria, participaram da implantação da ESF
(quando ainda chamava-se Programa de Agentes Comunitários de Saúde –
PACS) e que tem uma trajetória de diversos processos de EPS e demonstram
uma grande experiência e conhecimento, importantes para as práticas de
promoção à saúde na AB. As oficinas tem reavivado nessas trabalhadoras
algo que estava adormecido. O fato de que essa categoria tem vínculo traba-
lhista mais consolidado do que o restante das categorias dos trabalhadores
em saúde no município também contribui para a continuidade do cuidado
aos usuários, já que há pouca rotatividade.
Introdução
Os primeiros casos de Febre Zika no Brasil ocorreram em maio de 2015, ini-
cialmente nos estados do Nordeste (BRASIL, 2016a). Algo, que parecia ser
apenas mais um vírus circulante no país, trouxe consequências neurológicas
e teratogênicas graves, como a epidemia da Síndrome Congênita relacionada
ao Zika Vírus (SCZKV). Frente a esse cenário, a SCZKV foi considerada como
emergência em saúde pública, de importância nacional, em novembro de
2015 e, internacional, em fevereiro de 2016 (OLIVEIRA, COSTA VASCON-
CELOS, 2016).
Relato de Experiência
No 1º semestre de 2016, profissionais da Fisioterapia, vinculados à Aten-
ção Básica (AB) de Recife, um dos municípios brasileiros mais acometidos
pela SCZKV, inquietados pelas dificuldades enfrentadas na assistência a essas
O projeto foi registrado como uma ação extensionista na IES, obtendo ver-
ba orçamentária limitada para sua execução. Em paralelo, buscou-se apoio
financeiro com o Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional
- CREFITO-1, que já estava investindo em um Grupo de Trabalho da Fisiote-
rapia e da Terapia Ocupacional na SCZKV.
Discussão
Atualmente, num cenário de grandes transformações sociais, culturais, epi-
demiológicas, políticas e financeiras, novos desafios e oportunidades são
descortinados para a sociedade, cabendo à população identificá-los, para
que sirvam como diretriz que orienta a agenda de governos e a atuação
de movimentos sociais, partidos políticos e organizações públicas e priva-
das, inclusive instituições de educação superior e centros de pesquisa. Isso
aconteceu no final de 2015, com a epidemia das arboviroses no Brasil, re-
conhecendo o Zika Vírus como um agente agressor à saúde das pessoas, em
especial crianças nascidas com SCZKV (BRASIL, 2017).
Referências
ACIOLI, Sonia. A prática educativa como expressão do cuidado em Saúde
Pública. Rev. Bras. Enferm., v.61, n.1, p.117-121. 2008.
BISPO, Emanuella P.F.; TAVARES, Carlos H.F.; TOMAZ, Jerzuí M.T. Interdisci-
plinaridade no ensino em saúde: o olhar do preceptor na Saúde da Família.
Interface - Comunic., Saúde, Educ., v.18, n.49, p.337-350. 2014.
Introdução
Dentre as inúmeras estratégias utilizadas para efetivação dos princípios do
Sistema Único de Saúde (SUS), a Atenção Básica (AB) brasileira tem sido
apresentada como uma das mais potentes para a consolidação do acesso
universal, o fortalecimento de uma rede integral e equânime, além do incen-
tivo à participação popular na gestão dos serviços de saúde.
O curso foi realizado com carga horária total de 40 horas, sendo 32h presen-
ciais e 8h com atividades de dispersão. A turma de trabalhadores-educandos
foi formada por 40 profissionais, sendo 18 enfermeiras das equipes de Saú-
de da Família, 17 trabalhadores das equipes do Nasf e 5 técnicos envolvidos
na gestão da Atenção Básica do município. No desenvolvimento do curso,
participaram como equipe pedagógica, 2 docentes do curso de graduação
em Saúde Coletiva e 10 graduandos (extensionistas) em Saúde Coletiva, que
atuaram como apoiadores e relatores das atividades desenvolvidas no curso.
Durante esse debate, emergiram vários conflitos nos grupos e plenária, quan-
do estavam socializando as discussões. No intuito de identificar as causas dos
problemas ou de justificar alguma fragilidade, os profissionais demonstra-
ram o quanto as equipes ainda precisavam investir na sua própria integração
e no desenvolvimento de ações colaborativas.
Focando o debate nas ações que o Nasf pode realizar, o grupo foi estimulado
a refletir e propor metas prioritárias para análise da adequação do processo
de trabalho na perspectiva do apoio matricial, bem como a inclusão do estu-
do dessas metas em reuniões de equipe, a fim de proporcionar movimentos
de autoanálise, educação permanente e mudança do fazer cotidiano desses
trabalhadores.
Por fim, acreditamos que processos de formação como esse tem potenciali-
dade de promover a produção do conhecimento e disparar movimentos de
qualificação do processo de trabalho desenvolvido na Atenção Básica e, ao
mesmo tempo, ampliar a comunicação e integração entre as equipes, por
meio da aprendizagem coletiva, do pensamento crítico-reflexivo e do com-
partilhamento de saberes e experiências.
Introdução
Não é novidade o reconhecimento que se tem sobre a forte influência que a
formação e o trabalho em saúde levam do raciocínio científico, dos saberes
anatomofisiológicos e do campo de práticas hospitalares. O modo de pro-
duzir “saúde” está centrado na doença, no profissional médico, nas tecnolo-
gias duras e leve-duras e no serviço hospitalar. (BEDRIKOW; CAMPOS, 2014;
MERHY; FRANCO, 2009).
Somado à criação dos Nasf-AB como mais uma estratégia para o desafio
de reconfiguração das práticas de saúde, o Ministério da Saúde lançou, em
2007, as diretrizes para implementação da Política Nacional de Educação
Permanente. Educação Permanente, aqui, diferentemente do conceito de
Educação Continuada, refere-se a uma forma de construção do conhecimen-
to por meio de relações horizontais e a partir das inquietações advindas do
cotidiano do trabalho, pondo-os em análise para que seja possível transfor-
mar uma dada realidade.
Na primeira etapa, realizou-se um longo debate, por equipe, acerca dos pro-
blemas existentes no cotidiano do trabalho. Os resultados foram registrados
em cartolina e apresentados para o grande grupo. Foi o principal momento
de discussão sobre as perguntas disparadoras. A partir das ponderações rea-
lizadas e discutidas, realizou-se a segunda etapa: o levantamento e prioriza-
ção dos principais problemas vivenciados pelas equipes.
Resultados da oficina
A oficina contribuiu para a identificação de problemas prioritários de cada
equipe, assim como o (re)conhecimento do seu processo de trabalho, na me-
dida em que se organizou com base na horizontalidade e na troca de saberes
entre os grupos e entre os membros de cada equipe. Foi possível observar
que existem aspectos singulares de cada equipe Nasf-AB no seu processo
de trabalho e elementos comuns a todas as equipes, que irão subsidiar a
coordenação do Nasf-AB para uma melhor condução da gestão do trabalho.
Referências
BEDRIKOW, R.; CAMPOS, G.W.S. História da Clínica e a atenção básica:
o desafio da ampliação. São Paulo: Hucitec, 2014.
Introdução
A Estratégia de Saúde da Família visa à reorganização da Atenção Básica
(AB) pelo cadastramento e acompanhamento da população no território de
abrangência e pelo trabalho em equipe multidisciplinar (NASCIMENTO et
al, 2013, p.514; ALENCAR et al., 2014, p.354). Com objetivo de ampliar a
resolutividade e abrangência da sua atuação, o Ministério da Saúde criou o
Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB) (BRASIL,
2017, p.71).
Por ser relativamente recente na AB, as equipes Nasf (eNasf) podem enfren-
tar dificuldades em esclarecer suas ferramentas de trabalho e pactuar ações
junto às eSF. Além disso, a diversidade de profissionais que compõem a
eNasf gera dúvidas quanto às ações de campo e núcleo profissional para as
equipes matriciadas. Partindo desse contexto e considerando a importância
da EPS como fortalecedora das ações na AB, o presente estudo objetiva re-
latar a experiência de organização do processo de trabalho do Nasf, a partir
de um fluxograma desenvolvido como fruto das vivências de uma eNasf da
cidade do Recife.
Caminho metodológico
Na perspectiva do papel de construção do conhecimento e do aprimora-
mento das práticas que a sistematização de experiências exerce e consideran-
do seu caráter objetivador dos momentos do processo vivido e resgatador
das aprendizagens realizadas (HOLLIDAY, 2006, p. 67), o presente estudo
consiste num relato de experiência descritivo e retrospectivo.
Como resultado, o Nasf acaba realizando atividades típicas das áreas profis-
sionais, na tentativa de suprir a demanda por atendimentos especializados e
às expectativas da eSF (CORREIA, GOULART, FURTADO, 2017, P. 354). Pen-
sar nas estratégias utilizadas e formas de estruturação do trabalho, a partir
da prática vivenciada, tornou-se urgente para (re)construir o processo de ar-
ticulação da eNasf, em questão junto às eSF, na perspectiva de fortalecer seu
processo de trabalho por meio das ferramentas tecnológicas disponíveis, na
lógica da pactuação do apoio e tendo como diretriz o fazer compartilhado,
comprometido e engajado.
O apoiador matricial possui perfil distinto dos trabalhadores das eSF: através
do seu núcleo de conhecimento, incorpora recursos, contribuindo com inter-
venções que aumentam a capacidade da equipe e permitem a continuidade
do cuidado. Portanto, a comunicação e a coordenação da prática compar-
tilhada entre os trabalhadores, a compreensão dos papéis profissionais e a
pactuação entre aqueles são fundamentais para o processo de trabalho e
cuidado em saúde (ANDRADE, FALCÃO, 2017, p. 39).
Uma boa parceria entre eSF e eNasf é importante para que os trabalhos
previstos ocorram, colocando em evidência a importância da qualidade das
relações profissionais (CORREIA, GOULART, FURTADO, 2017, p. 355). Tudo
o que foi colocado poderá melhorar o processo de trabalho, refletindo numa
prática mais homogênea, fortalecida e compartilhada.
Considerações finais
O registro dessa experiência contribuiu para a reflexão sobre o trabalho no
Nasf, entendendo que o mesmo parte de diferentes modos de fazer, estrutu-
rados por um conjunto de demandas identificadas no cotidiano. É entendi-
do, também, que a utilização das ferramentas tecnológicas para o trabalho
em saúde acontece como fruto dessa dinamicidade; a sistematização da or-
ganização do processo de trabalho articulado junto às eSF fortalece o traba-
lho em equipe e melhora o entendimento do AM.
Referências
ALENCAR, Monyk N. et al. Avaliação do enfoque familiar e orientação para
a comunidade na Estratégia Saúde da Família. Revista Ciência & saúde
coletiva, Rio de Janeiro, v.19, n.2, p.353-364. 2014.
FITTIPALDI, Ana Lúcia M.; ROMANO Valéria F.; BARROS, Denise C. Nas
entrelinhas do olhar: Apoio Matricial e os profissionais da Estratégia Saúde
da Família. Revista Saúde em Debate, v.39, n.104, p.76-87. 2015.
Educação Permanente em
Saúde e a Vigilância
em Saúde
Introdução
A tuberculose continua sendo um dos principais problemas de Saúde Pública
no Brasil e no mundo. Segundo dados divulgados pela Organização Mundial
da Saúde (OMS), no ano de 2015, a doença atingiu 10,4 milhões de pessoas
ao redor do mundo, já no ano de 2014, verificou-se que 1,5 milhões de
pessoas morreram devido à doença (BRASIL, 2017). No período de 2016,
a maioria dos casos notificados da doença ocorreu na região do sudeste da
Ásia (45%), seguida da região africana (25%) e do oeste do Pacífico (17%),
já em menores proporções, encontram-se as regiões do Mediterrâneo orien-
tal (3%), Europa (3%) e Américas (3%) (WHO, 2017).
No que diz respeito à situação desse agravo no Brasil, verifica-se que 69 mil
pessoas adoeceram com tuberculose, em 2015, nesse mesmo ano, 4,5 mil
pessoas faleceram devido à mesma. Os estados que detêm a maior preva-
lência de mortalidade são os do Rio de Janeiro, com 5 mortes por cem mil
habitantes, seguido por Pernambuco, com 4,5 por cem mil habitantes (BRA-
SIL, 2017). Dados divulgados pelo Ministério da Saúde colocam Recife como
a capital do Brasil com o maior coeficiente de mortalidade, perfazendo um
total de 6,5 por cem mil habitantes (BRASIL, 2015).
Outro fator crucial, no que diz respeito ao controle desse agravo, está rela-
cionado aos aspectos da educação em saúde e do acesso à informação por
parte da população. Os entraves são diversos e incluem desde fatores ligados
aos usuários, como baixa escolaridade e acesso aos meios de comunicação,
como dificuldades operacionais, adequação de espaços físicos e escassez de
materiais educativos (MAIA et al., 2017; TRIGUEIRO et al., 2009; FREITAS
et al., 2015).
Nota-se que o trabalho vivo em saúde diz respeito ao trabalho dos pro-
fissionais, no momento em que é desenvolvido, ou seja, é medido pelo
contato entre esses e a realidade dos serviços, modelando o cuidado em
saúde (Merhy, Franco, 2006). No contexto desse relato, verifica-se que a
realidade vislumbrada culminou com a necessidade de discutir novas formas
de intervenção, exigindo dos profissionais envolvidos pensar, em alternativas
criativas que pudessem impactar de maneira positiva nesse cenário.
Considerações finais
De acordo com Paulo Freire (1996, p.21), “ensinar não é transferir conheci-
mento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção”.
Nesse processo, tem papel fundamental, a realidade na qual as pessoas es-
tão inseridas.
Referências
BRASIL. Indicadores prioritários para o monitoramento do Plano Nacional
pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública no Brasil. Bole-
tim Epidemiológico. v.48, n. 8, p. 1-11, 2017.
FERLA, Alcindo Antônio; CECCIM, Ricardo Burg; ALBA, Rafael Dall. Infor-
mação, educação e trabalho em saúde: para além de evidências, inteligên-
cia coletiva. RECIIS – R. Eletr. de Com. Inf. Inov. Saúde, Rio de Janeiro,
v.6, n.2, Sup., ago. 2012.
Introdução
No final de 2015 e início de 2016, o Brasil foi surpreendido por uma epi-
demia de crianças nascidas com um perímetro cefálico abaixo do normal.
Posteriormente, foi identificado que esta alteração era causada pelo vírus da
Zika. Logo, foi observado que não se tratava apenas da microcefalia, mas
sim de um conjunto de sinais e sintomas, que afetavam tais recém-nascidos,
e foi chamada de Síndrome Congênita do Zika Vírus (SCZV) (BRASIL, 2016,
p. 46).
Figura 3: Entrega dos adequadores posturais de papelão às crianças com a Síndrome Congênita do Zika Vírus,
confeccionados por fisioterapeutas, após capacitação promovida pelo CREFITO-1.
Figura 4: Linha do tempo para representação gráfica das ações realizadas pelo GT de Fisioterapia.
Fonte: elaborada pelos autores.
Referências
BARBOSA, Mircele G. et al. Saberes e Práticas da Educação Permanente
em Saúde no Cotidiano da Estratégia Saúde da Família: uma Metassíntese.
Investigação Qualitativa em Saúde, v.2, p.1276-1285. 2016.
Introdução
Historicamente a Vigilância em Saúde está relacionada ao mecanismo de
vigiar o processo de saúde/doença da população, visando impedir ou redu-
zir a disseminação de doenças e agravos relacionados à saúde. A vigilância
reconhece a diversidade do território e modo de vida dos seus habitantes,
contemplando as necessidades de saúde e o perfil epidemiológico, seguindo
as condições e estilos de vida, e considera a promoção da saúde, a preven-
ção de riscos, doenças e outros agravos, bem como a atenção curativa e
reabilitadora.
Metodologia
Os relatos de experiências são considerados metodologias de observação
sistemática da realidade; as mesmas não se propõem a testar hipóteses, mas
sim a estabelecer relações entre a realidade e as bases teóricas pertinentes
(ARAÚJO et. al., 2015).
A escolha por levar a discussão para a base territorial, por meio das Rodadas
da Vigilância Epidemiológica, deu-se na perspectiva de articular a teoria, sobre
a problemática da hanseníase, com a prática do cuidado, ofertada pelas
equipes da Atenção Primária. Tal escolha se justifica a partir da concepção
freireana de que teoria sem prática é conversa fiada e prática sem teoria se
resume a ativismo (FREIRE, 2012).
I 6 42 3
II 6 56 3
III 4 37 3
IV 1 7 1
V 5 31 3
VI 5 70 5
VII 1 8 1
TOTAL 28 251 19
Fonte: elaborado pelas autoras.
Ao longo das discussões, foi possível construir com as equipes novas estra-
tégias de busca ativa de casos novos e apresentar novo instrumento de tra-
balho para fortalecer o trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS),
com vistas a aumentar a captação de casos novos. Ver instrumento em Anexo 1.
Há muitos anos que a hanseníase passa por uma condição de difícil acei-
tação pela população: o estigma da doença. A sociedade, os amigos e, até
mesmo a família, ainda possuem um preconceito sobre esse agravo de saú-
de, dificultando a aceitação ao tratamento por parte do paciente, o qual
necessita dessa rede de apoio que o auxilie na superação desses estigmas
(BAIALARDI, 2007).
Neste sentido, foi de grande valor a realização das rodas de conversa com
a comunidade, nos mutirões de busca ativa de casos novos. Essas rodas,
foram realizadas com as comunidades da área de cobertura das unidades
que realizaram os mutirões de busca ativa de casos novos e abandonos de
tratamento. As rodas de conversa aconteceram na sala de espera, momento
em que os pacientes aguardavam o atendimento clínico da equipe.
Considerações finais
Foi de grande relevância a articulação da Vigilância em Saúde e a Atenção
Primária para o planejamento e programação das ações, além da contribui-
ção no acompanhamento e avaliação das ações para o enfrentamento à han-
seníase e na organização do processo de trabalho, contribuindo para o maior
envolvimento da população nas atividades desenvolvidas na comunidade.
DUARTE CMR, PEDROSO MM, BEELLIDO JG, MOREIRA RS, VIACANA F. Re-
gionalização e desenvolvimento humano: uma proposta de tipologia
de Regiões de Saúde no Brasil. Cad Saúde Pública 2015; 31:1163-74.
Introdução
O cenário produtivo em Pernambuco vem se complexificando, especialmen-
te na última década, com a coexistência entre atividades produtivas histori-
camente importantes e atividades industriais recentes. O estado possui uma
economia diversa, observando-se a existência de Arranjos Produtivos Locais
(APLs) e complexos industriais distribuídos, principalmente, na sub-região
do Sertão (polo de fruticultura irrigada e produção de gesso) (ITEP, 2017).
Método
A concepção pedagógica utilizada para o desenvolvimento e execução do
curso foi baseada em uma perspectiva histórico-crítica (SAVIANI, 2008) e
usou de técnicas de problematização (VILLARDI; CYRINO; BERBEL, 2015).
Resultados e Discussão
No segundo semestre de 2017, foi realizada uma turma do curso, sendo ma-
triculados 20 profissionais de saúde da região do sertão de Pernambuco. Os
módulos presenciais ocorreram no Campi da Universidade de Pernambuco
(UPE), localizado no município de Petrolina-PE. O público-alvo principal do
curso foram as equipes dos Cerest regionais. Além deles, também participa-
ram profissionais da Vigilância em Saúde dos municípios, referências técnicas
em saúde do trabalhador das Regiões de Saúde, membros das Comissões
Intersetoriais de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (Cistt) e outras
instituições que possuam interface com a saúde do trabalhador, como por
exemplo, o Movimento Sindical.
Assim, aqui a Educação Permanente não pode servir como uma estratégia
para encobrir aspectos da precarização do trabalho ou servir como lógica
de gerenciamento dos/as trabalhadores/as, desconsiderando suas relações
e condições de trabalho, conforme argumenta Lemos (2016). A precariza-
ção é frequentemente observada na Rede Nacional de Atenção Integral à
Saúde do Trabalhador (Renast) em Pernambuco com equipes formadas, em
sua maioria, por profissionais com Contrato por Tempo Determinado, nos
atrasos de salários e nas condições de trabalho ruins. Minayo-Gomez (2013)
coloca que esse processo de precarização é um problema nacional.
Conclusões
A metodologia e a concepção pedagógica utilizada proporcionaram a reali-
zação de ações concretas nos serviços do SUS. O curso teve como objetivo
articular teoria e prática, não se atendo somente a momentos de discussão
teórica presencial, mas também exigindo a realização de atividades práticas
de acordo com a realidade concreta da região. A articulação entre teoria e
prática nos serviços atende aos preceitos da Política Nacional de Educação
Permanente em Saúde (BRASIL, 2004).
1. Relação capital-trabalho;
1º 2. Mudanças no mundo do trabalho contemporâneo;
Inter-relação Saúde- 3. Território e sua relação com o processo trabalho-saúde-do-
-Ambiente-Trabalho ença.
2º 1. Mapa de Risco;
Ferramentas para aná- 2. Fluxograma de atividades;
lise e caracterização de 3. Inventários;
II ambientes de trabalho 4. Relatório de VISAT.
Referências
ALBUQUERQUE, G. S. C.; SILVA, M. J. S. Sobre a saúde, os determinantes
da saúde e a determinação social da saúde. Saúde em Debate, Rio de
Janeiro, v. 38, n. 103, p. 953-965, dez. 2014.
CRISTINE BONFIM
Sanitarista. Mestre em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz. Douto-
ra em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz. Pesquisadora Titular da
Fundação Joaquim Nabuco – Ministério da Educação. Docente do Programa
de Pós-graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Pernambu-
co. Pesquisadora colaboradora do Laboratório de Doenças Transmissíveis do
Instituto Aggeu Magalhães da Fundação Oswaldo Cruz. Atuou como técnica
na Secretaria de Saúde do Recife, na área de Vigilância Epidemiológica e
Vigilância do Óbito Infantil. Membro do Comitê Estadual de Prevenção e
Redução da Mortalidade Infantil e Fetal.
DOMÍCIO AURÉLIO DE SÁ
domicio_sa@yahoo.com.br
Docente-Pesquisador da Fiocruz - PE, com experiência em Saúde Coletiva,
com ênfase em informação em saúde, planejamento e gestão. Possui gradu-
ação em Medicina Veterinária pela UFRPE e pós-graduação em Residência
Multiprofissional em Saúde
ITAMAR LAGES
Enfermeiro. Sanitarista. Mestre em Saúde Coletiva.
Para o processo de avaliação dos trabalhos inscritos neste livro, foram rece-
bidos 49 relatos de experiências, os quais passaram por minuciosa avaliação
por pares duplo-cega, com leitura de, no mínimo, 3 avaliadores-colaborado-
res e posterior leitura e aprovação/validação do Conselho Editorial.