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DE IPATINGA
POLÍTICA BRASILEIRA
Rodrigo Gonçalves
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Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo
aplicado ao longo do livro, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles são
para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um com
uma função específica, mostradas a seguir:
UNIDADE 02
01 UNIDADE
03
UNIDADE
UNIDADE SUMÁRIO
05
FIXANDO O CONTEÚDO........................................................................................................22
06
2.3 PRIMEIROS ANOS DA REPÚBLICA ..................................................................................................30
2.4 UMA REPÚBLICA EM CONSTANTE CONFLITO ........................................................................32
2.5 CLAMORES POR UMA REFORMA POLÍTICA ............................................................................34
2.6 SEMANA DE ARTE MODERNA DE 1922.................................................................................35
2.7 REVOLUÇÃO DE 1930: PRELÚDIO...........................................................................................35
2.8 ALGUMAS LEIS RELEVANTES DESTE PERÍODO.........................................................................38
FIXANDO O CONTEÚDO........................................................................................................39
A ERA VARGAS...................................................................................42
3.1 PRIMEIROS ANOS APÓS A REVOLUÇÃO DE 1930.........................................................42
3.2 SÃO PAULO DURANTE O GOVERNO PROVISÓRIO DE VARGAS.............................45
3.3 UMA NOVA CONSTITUIÇÃO EM 1934 ........................................................................................47
3.4 A CONSTITUIÇÃO DE 1937 .................................................................................................................49
3.5 ESTADO NOVO DENTRO DO CONTEXTO DO PÓS SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
............................................................................................................................ 51
3.6 CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1946 ..........................................................................................52
3.7 O LIBERALISMO É A PALAVRA DE ORDEM........................................................................53
FIXANDO O CONTEÚDO........................................................................................................55
DITADURA MILITAR...........................................................................................73
5.1 FATORES QUE IMPULSIONARAM O INÍCIO DE UMA DITADURA MILITAR .............74
5.2 PERÍODO DA DITADURA MILITAR...................................................................................................77
FIXANDO O CONTEÚDO........................................................................................................84
Ao
ingressar nos
estudos sobre
política
brasileira, o
aluno deve
primeiro afixar
seus olhares em
dois momentos.
O primeiro, pré-
democrático,
que envolve o
momento
colonial,
perpassando
pelo marco da
chegada da
família real no
Brasil, e anos
mais tarde pela
instituição do
Império até sua
queda jurídica.
O segundo
momento, é o
mais
efervescente
historicamente,
pois trata-se do
período
democrático, ao
qual este que
vivemos.
São fatos históricos distintos que se entrelaçam em
diversos planos das ciências humanas, porém
conectados de tal modo que geraram consequências
em nossa sociedade até hoje.
Portanto, adianto, que embora nossa disciplina
guarde foco nas nuances históricas democráticas-
republicanas, é imperativo que revistemos pontos
históricos relevantes do período anterior Constituição
Da República Dos Estados Unidos Do Brasil promulgada
em de 24 de fevereiro de 1891.
8
Assim, iniciamos a era chamada de Brasil Colonial.
10
Figura 2: Navio negreiro trazia os escravos para o Brasil
11
foram tomadas, pela força, pelos
12
portugueses.
Evidentemente que embora horrendo aos dias atuais, as atitudes portuguesas
são fundadas em institutos latinos antigos de posse e propriedade, portanto,
sendo plausíveis para a época e para a comunidade europeia.
Felizmente hoje superamos muitos destes paradigmas, porém não vencemos
por completo.
Todavia, mesmo com todos esses percalços ainda era mais vantajoso manter
a subserviência da colônia em favor da metrópole, isso fez com que pouco a
pouco povoados se tornassem vilas. Desenvolvendo um rudimentar, mas
promissor, comércio interno nestes lugares.
De todo modo, viver no Brasil nesta época não era nem de longe, algo
fácil. As embarcações demoravam para chegar. Estima-se que demoravam entre
quatro a seis meses, e diante deste quadro, aumentava-se muito custo
operacional. Paralelamente a isso, firmava-se o regime absolutista da coroa
sobre a colônia, principalmente no reinado de Dom João IV (1640-1656), que
passou a cobrar impostos sobre a colônias, gerando evidentemente grande
insatisfação.
Aqui um dado importante para nossa disciplina, aqui, não havia a separação
de poderes como hoje há. Os poderes executivo, legislativo e judiciário estavam
centrados na figura do rei, que eventualmente delegava para alguém alguma
dessas competências. Nas colônias a pessoa que se torna delegada, ou seja, o
mandatário era a figura dos governadores gerais, que foram também chamados
de vice-reis.
Figura 3: Mapa com a divisão da América portuguesa em capitanias.
Fonte:Teixeira (1574)
20
Figura 6: Imperador Dom Pedro II do Brasil
21
1. Nesta unidade tivemos a oportunidade de estudar questões relevantes anteriores
ao Brasil republicano. Vimos tanto eventos ocorridos na Europa como aqui
ocorreram, neste sentido marque a alternativa verdadeira:
a) Muitos hábitos tidos como inadequados não tiveram que ser modificados em
virtude da chegada da família real.
b) Não houve a construção prédios públicos como teatros e praças.
c) O Brasil não saiu do Status de Colônia para Reino amigo de Portugal
d) Portugal não passou por um processo de deterioração política e econômica em
virtude da investida de Napoleão.
e) Dom Pedro I foi o primeiro imperador do Brasil.
4. O período em que governou o segundo imperador do Brasil, Dom Pedro II, foi
reconhecido com um período de bastante reconhecimento interno e externo
como nação avançada. Sobre período é correto afirmar:
Por fim, sabe-se que a igreja católica também estava desgostosa com o
imperador. Dentro da estrutura organizacional o clero responde ao Papa e não ao
imperador, diferente do Anglicanismo, por exemplo, em que o monarca
concentra a chefia de Estado com a Chefia da Igreja. Dom Pedro II, queria aqui
ou acolá fazer as mesmas interferências inerentes aos chefes de estado
anglicano, o que gerava alguns atritos.
Embora a política local estivesse em ebulição, é sabido que esta não era a
vontade geral da nação, pois a população em geral tinha grande estima por seu
imperador.
Porém, e 15 de novembro de 1889, tomando alguns prédios públicos, com um
punhado significativo de soldados, o Marechal Deodoro da Fonseca proclama a
república, e às pressas a família real sai exilada, tornando somente muitos anos
depois.
E em 24 de fevereiro de 1891 é promulgada a Constituição Da República
Dos Estados Unidos Do Brasil.
Ficando nítido que a república instaurada no Brasil tem sua corrente filosófica
pautada no Positivismo, Liberalismo, alguns autores afirmam que tivemos a
criação de uma república Jacobina, em referência ao partido francês que se
proclamava querer ter um alcance mais social, em prol da igualdade. Na prática
não foi o que se observou.
30
trabalhar de forma plena. Às mulheres negras e índias os trabalhos eram voltados
aos serviços domésticos.
Havia um grande descarte de crianças, principalmente negras. As que não
morriam de fome, ou seja, as mais sortudas eram criadas pelas casas
assistenciais católicas.
Os índios pouco a pouco foram conduzidos mais e mais para o interior do país,
salvo poucas comunidades que foram aos poucos sofrendo os alcances das
civilidades.
Este era o real retrato do governo jacobino, avançado, liberal e progressista
implantado juridicamente.
Este retrato fez com que ficasse mais visível a distância social, e ficando visível
também preconceito, que não diminuiu.
Esse foi o balanço social dos trinta anos de república velha. A república
que deveria ser um governo para todos, era centrado na permanência e
manutenção de uma Oligarquia.
No ponto de vista econômico, a cultura do açúcar e fumo já havia entrado
e decadência. Porém, ganhava força a cultura do café e atividade pecuarista,
principalmente para atender o mercado do leite. Como os métodos de
conservação da carne bovina eram bem rudimentares, o mercado de carne não
era tão forte como hoje em dia.
Contudo a força destas duas produções era tamanha, que elas passaram a
financiar campanhas políticas, momento em que foi chamado de política do café-
com-leite.
Dessa forma, os grandes agricultores e pecuaristas (ambos chamados de
coronéis), conseguiram por quase três décadas eleger seus representantes, que
evidentemente, em algum ponto do futuro, iriam favorecer de alguma forma com
projetos políticos estas classes. Esta prática foi chamada de Clientelismo. E embora
tenha sua marca explícita nesta era política do Brasil, ela ainda existe, ensejando os
casos de corrupção vistos até os dias de hoje.
Pouco falada, se destacava também, mas com menor potencial lucrativo, a
extração da matéria prima para a borracha e o cacau.
A industrialização neste período inicia de forma tímida seus primeiros passos,
principalmente concentrada na região sudeste, porém sem nenhuma produção
que tivesse expressividade. A primeira guerra mundial é um dos grandes gatilhos
31
para que
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os empresários brasileiros tivessem interesse em investir no setor industrial, pois uma vez
que a Europa estava praticamente parada por conta dos conflitos, a importação
de artigos industrializados passou a ganhar destaque em nossa produção. Diga-
se passagem, embora convencionamos chamar Primeira Guerra Mundial, apenas
o Continente Europeu e os países que tinham influência sentiram os impactos da
tal guerra.
Com este quadro podemos ver que o Brasil não era um país garantidor, e
estava longe de ser uma república democrática. Ante a isto, surgia no campo
ideológico clamores por uma reforma política, sob a influência da literatura alemã
e russa, que na época apontavam como expoentes da produção científica e
artística. Crescia aqui o pensamento comunista cujo o maior nome e defensor
era Vladimir Ilyich Ulianov, ou como ficou mais conhecido, Lenim.
Destaca-se neste momento Luís Carlos Prestes, diretamente influenciado pelo
marxismo Lenista, criou um periódico chamado Coluna Prestes que ajudou a difundir
os ideais comunistas no país, recrutando adeptos.
Seus atos impulsionaram a formação do Partido Comunista do Brasileiro (PCB),
que no plano legislativo ajudaram a conquistar benéficas garantias às minorias,
equalizando os debates com grupos ultraconservadores do governo.
2.6 SEMANA DE ARTE MODERNA DE 1922
Muito embora, não seja o cerne de nossa disciplina o estudo dos reflexos
no campo artísticos deste acontecido, a data é frequentemente lembrada junto
com a Revolta dos Dezoito do Forte de Copacabana e a fundação do Partido
Comunista, como um marco do início da crise oligárquica no Brasil.
Ligados a vanguarda artística, este marco institui o modernismo no Brasil. Os
artistas dos mais variados campos preceituaram a ruptura do pensamento
artístico tradicional e conservador.
Aqui tendia-se olhar para a expressão artística autenticamente brasileira,
valorizando identidade nacional e buscando romper com a influência europeia.
Vista essa breve síntese dos fatos, vimos que os primeiros anos da
república foram constituídos de conflitos, ascensão da classe oligarca, e debates
políticos acirrados.
Chagamos ao governo de Washington Luís, o décimo primeiro presidente
da república. E Último do que chamamos de república velha. Seu governo não
trouxe tantas questões que carecem nosso apreço. Ele continuou o combate a
Coluna Prestes e o avanço a tendência comunista que já estava tão acesa na
Europa.
Como dissemos, estes são os mais relevantes, porém não impedem que
possamos fazer menção honrosa a outras leis. Uma delas é o Código Civil de
1916, que era extremamente patriarcalista, e por que não dizer, muitas vezes
machista, que tinha as mulheres apenas como objetos dos homens, e seres sem
praticamente sem nenhuma personalidade jurídica. Este código permaneceu em
vigor, pasmem, até 2002.
1. Nesta unidade pudemos ver melhor as causas apontadas para o declínio do
Império no Brasil e a ascensão de uma nova e tumultuada República. Desse
contexto podemos considerar como afirmação verdadeira:
a) Corrupção.
b) Clientelismo.
c) Estelionato
d) Descaminho
e) Atendimento
a) A Guerra de Canudos.
b) A Guerra do Contestado
c) Inconfidência Mineira.
d) A Revolta da Chibata.
e) O tenentismo.
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d) Washington Luís iniciou o rompimento com a política de Café-com-Leite
e) O Candidato de Washington Luís era Luiz Carlos Prestes.
8. A República Velha é um termo didático que assinala para era que se inicia
1891 com a promulgação da primeira constituição republicana e vai até 1930
com a chegada de Getúlio Vargas ao poder. Das disposições legais desta era,
aponte para a única que é referente a este marco.
41
A ERA VARGAS UNIDADE
Uma vez que a democracia fora tomada à força por Getúlio Vargas
conjuntamente com suas alianças político-militares, o Brasil vive entre 1930-1934
um governo provisório. A situação jurídica aqui é extremamente temerária. Pois
uma vez que instituída a democracia, estava no poder alguém que não tinha
legitimidade para exercer o cargo de Presidente da República.
Figura 12: Revolucionários de 1924 Castelo Branco (em pé, o 2º a partir da direita)
Neste momento uma das figuras históricas mais importantes foi o militar
pernambucano João Alberto Lins de Barros, ou como politicamente foi chamado
João Alberto, participante da Revolta Paulista de 1924 e da Coluna Prestes, este
foi um tenentista que se tornou um vulto importante para Vargas.
Uma vez que São Paulo era um reduto contrário ao então Presidente
Provisório, Getúlio Vargas nomeou João Alberto por sua tenacidade e liderança.
No seu ato do mandato, João Alberto regulamentou, via decreto, um
aumento imediato de 5% os salários dos operários e reduzindo a jornada de trabalho
para 40 horas semanais, e caso a medida não fosse ajustada poderia ser usado o
emprego da força, chegando inclusive ao confisco das fábricas. Embora soe
aparentemente justa, a medida foi adotada com muita assertividade, gerando
um desequilíbrio na economia local, pois adveio sem preparar a classe
empregadora para o aumento repentino do orçamento das empresas.
Evidentemente isso gerou uma enorme insatisfação.
Essa medida foi deveras contrastante, pois enquanto por um lado fora
totalitária, do outro lado, nas falas do próprio João Alberto, o povo (chamado por
ele de operário) era impedido de fazer greve ou qualquer agitação característica
de
ordem comunista ou anarquista.
É claro que estas falas não foram endereçadas para o proletariado, pois
eles estavam sendo privilegiados obviamente pela medida, e sim para a classe
empregadora que era naquele instante era afetada.
50
demasiados traços com a Carta da Polônia, que vivia sob regime totalitário por
anos. Podemos citar como suas principais características desta Carta Estatal a
concentração dos poderes executivo e legislativo nas mãos do Presidente da
República, contudo na prática o judiciário também se subordinava a este ente da
república. No seu texto ficou expresso que a eleições seriam indiretas para presidente,
que teria mandato de seis anos. Na leitura podemos perceber que ela extingue
qualquer traço de liberalismo incluindo até a pena de morte. Embora tenha sido
uma época bastante propícia para acessão dos direitos do trabalho, o texto desta
Carta retira dos trabalhadores o direito de greve. Por fim, podemos dizer que o texto
desta Lei Maior permitia ao governo expurgar quaisquer funcionários que se
opusessem ao
regime.
Como se vê, desde 1930 houve de forma geral uma supressão de direitos,
muito embora alguns tenham aparecido formalmente depois de 1937. Com a
eliminação sumária do liberalismo, que neste momento histórico, estava fundido com
o comunismo, abriu-se lentamente espaço para ascensão dos movimentos mais
conservadores como a União Democrática Nacional.
Nesta altura de nossos estudos, estamos no ano de 1939 e a Segunda Guerra
Mundial tomava seus formatos decisivos. Os países, em sua maioria, do
hemisfério norte do globo viviam numa grande efervescência política e bélica. O
Brasil que se manteve longe por muitos anos do conflito une-se aos Aliados
(dentre seus representantes estão os Estados Unidos e Inglaterra) contra o Eixo
(países liderados pela Alemanha).
O mundo começava a mudar, e o pensamento nacionalista de cunho
extremista começavam a ser questionados. Vargas começa a encarar o cansaço
de suas atitudes. Em 1943, juristas de Minas Gerais lançam o manifesto pelo fim
da Ditadura de Vargas e pelo processo de redemocratização, este ato teria
adesão de muitas personalidades importantes de diversos setores do país.
Ainda um ano antes, em 1942, os alemães afundam submarinos
brasileiros, obrigando Vargas a responder e adentrar com maior firmeza na guerra.
51
A rejeição popular era nítida.
Para não sofrer um golpe, tal qual o mesmo promoveu, Vargas se viu obrigado
a anistiar os presos e convocar nova Assembleia Constituinte assim como marcar
novas eleições.
Isso não foi suficiente, pois o exército já estava articulado para destituí-lo.
Em 29 de outubro 1945, os militares que compunham o ministério invadiram o
Palácio do Catete para destituir o então Presidente da República. Porém, para
não sofre maiores penalidades resolve renunciar ao seu posto. Aqui a Segunda
Guerra estava em seu término.
Isso evidentemente não derrubou Vargas de imediato. Com o incidente de
sua renúncia, em dezembro do mesmo ano, ele viria a ser eleito senador pelo
seu Estado, o Rio Grande do Sul. E incrivelmente em 1951 tornaria a presidência
da república por ampla votação popular.
2. Três anos depois após a promulgação da Constituição de 1934, o Brasil sofre nova
alteração Jurídica, advindo uma nova ordem pela constituição de 1937 este
período passou a ser conhecido como Estado Novo. Sobre a era Vargas
aponte a alternativa correta:
3. (CESPE) Getúlio Vargas governou o Brasil entre 1930 e 1945. Esses quinze anos
da Era Vargas sintonizaram o país com a história mundial, seja pela adoção de
nova concepção de Estado, crescentemente centralizadora e autoritária, seja
pela participação direta na Segunda Guerra, ou, ainda, pela decisão de
modernizar a economia brasileira. Assinale a opção que representa um dos
aspectos marcantes desse período:
a) Se, na Primeira República, a questão social era vista como "caso de polícia", com
Vargas, o Brasil adota a moderna concepção de direitos sociais, de que seriam
exemplos exponenciais as sucessivas leis trabalhistas que dão origem, em
pleno
Estado Novo, à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
b) As negociações que envolveram a entrada do Brasil na Segunda Guerra
Mundial contribuíram para que o país decolasse relativamente à indústria
pesada, ponto de partida para a moderna industrialização. Símbolo desse
processo foi a criação da AGENCIA NACIONAL DE SAÚDE, com a
construção da usina de Volta Redonda.
c) Rompendo com os padrões conservadores da Primeira República, a liderança
de Getúlio Vargas distinguiu-se por opções claras e lineares, não hesitando
em colocar-se ao lado dos países que combateram as potências do Eixo na
guerra do Vietnã.
d) Para concretizar o golpe de 1945, origem do ditatorial Estado Novo, Vargas
contou com o apoio das lideranças militares, além de se valer do clima de
radicalização ideológica que, acompanhando o panorama europeu, era
protagonizado pelas forças políticas de esquerda e de direita, esta
majoritariamente conduzida pela Ação Integralista Brasileira.
e) Visto por muitos como manifestação brasileira dos vários fascismos que
vicejaram na Europa dos anos 1930, o Estado Novo não suprimiu o Poder
Legislativo, cassou o registro dos partidos políticos, asfixiou a federação,
estabeleceu férrea censura e fez uso contínuo da repressão e de instrumentos
de propaganda do regime e de seu líder máximo.
Entre 1951 e 1954, Getúlio Vargas retoma o poder com forte aclamação
popular mediante quantidade expressiva de votos. Alguns autores costumam
dizer que este é o segundo governo de Vargas. Porém, ante aos golpes e
atividades tidas como legais, contabilizamos no mínimo quatro mandatos: o golpe de
1930 à 1934, de 1934 à 1937, de 1937 à 1945, e de 1951-1954 - o que nos motiva a
contabilizar assim são os atos jurídicos marcantes.
Vargas assume, evidentemente, sob forte pressão, pois anteriormente
havia sido praticamente deposto do cargo, o que não ocorrera em virtude de sua
renúncia.
Aqui neste capítulo, nas linhas aqui escritas, se sucederão os eventos que
desembocaram na ditadura eminentemente militar de 1964, que cairia mais
tarde com a Constituição de 1988.
Para retomar o poder, Vargas, nos anos afastados da presidência,
manteve- se vivo politicamente, tendo sido Senador da República por seu Estado.
Como vimos, manteve em constante empenho em fazer alianças políticas e com
membros da mais alta classe empresária do país, e esse fato o concedeu forças
para ganhar nas eleições. Nos palanques discursava sobre melhorias nos direitos
trabalhistas e um maior esforço para fazer com que a indústria crescesse.
Moldava suas palavras agora, para atender à população que clamava por uma
urgente redemocratização.
Porém, ao receber a máquina pública de seu antecessor, Eurico Gaspar
Dutra, deparou-se com uma problemática crise econômica agravada, por
causa de
ingerência. A UDN (União Democrática Nacional) colocou-se como principal
oposição neste momento, tornando insustentável a governabilidade.
De certa forma pareciam ser legitimas as composições feitas pela UDN,
uma vez que no poder estava uma pessoa que havia implementado uma ditadura
por 15 anos no país.
De toda forma os debates políticos se acirravam no campo
socioeconômico. Uns queriam uma tendência nacionalista, e outros uma
tendência liberal de mercado.
Como se era de esperar, dado a seu histórico, Getúlio pendia para o
nacionalismo: prova disso foi a criação de empresas estatais como a Eletrobras e
a Petrobras. Todavia, dado maior entusiasmo, a Petrobrás vingou e o projeto da
Eletrobras padeceu com um tempo.
Agora com muita força sindical e o direito de greve instaurado, Vargas
consegue a manutenção de seu apreço pela classe trabalhadora e desprezo pela
elite empregadora. É neste governo que se institui o Salário Mínimo.
60
Ante ao quadro de insatisfação geral, ecoava-se o instituto que
conhecemos como impeachment. Pouco a pouco as forças políticas foram
minando, e Vargas foi se isolando. Estes eventos culminaram no seu suicídio,
havendo uma imediata comoção nacional. Logo a comoção virou uma série de
conflitos, que mais tarde foram sendo sanados.
Café Filho, vice de Vargas, toma posse, sendo este posteriormente substituído
por alguns dias pelo presidente da câmara de deputados Carlos Luz, e este por
sua vez, foi substituído pelo vice-presidente do Senado Federal, Nereu Ramos,
segundo a Constituição de 1946, permanecendo na presidência até a posse de
Juscelino Kubitschek.
61
empreendeu destino para Equador, Peru e Chile, tendo sido o primeiro representante
do Brasil a pisar estas nações.
Sancionou a Lei nº 2.874, que afixava os limites do futuro Distrito Federal,
bem como autorizava o Governo Federal a instituir a Companhia Urbanizadora da
Nova Capital (NOVACAP). Brasília começava a ganhar forma física.
Nesta altura, os militares principalmente da Aeronáutica e da Marinha,
mantinham forte oposição, mas os ânimos foram paulatinamente sanados.
No ano de 1957 Oscar Niemeyer aprova o plano piloto criado pelo
urbanista Lúcio Costa. A ousadia de construir Brasília tinha um custo alto: o
Brasil pleiteia empréstimos junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao
Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), chamado na
época de Banco Mundial. Em 1958, o Nordeste passava por uma das maiores
secas vistas até aquela época. O então Presidente da República convoca às
pessoas para trabalharem na construção da futura capital do país para atender
esta demanda como frente de emergência. Enquanto isso, a equipe de Governo,
através do BNDE, tenta melhorar
questões de irrigação no Nordeste, em especial no Ceará.
Ainda neste ano, o Brasil é chamado aos Estados Unidos para prestar
informações acerca de uma possível tentativa de reatar relações com a União
Soviética. Existia certos rumores que o Brasil tentava escoar a produção
excedente de café para URSS, e isso poderia influenciar diretamente nas
decisões sobre empréstimos tomados ao FMI.
Caro aluno, neste ponto merecemos certa nota.
A dizer, Jânio Quadros, que mais tarde seria presidente do país, era
governador de São Paulo nesta época. Sílvia Pantoja ainda prossegue:
Em 1959, Fidel Castro que acabara de liderar a revolução que foi vitoriosa em
seu país, veio ao Brasil, e visitou as obras de Brasília. Esses laços estreitos com
Cuba, aliás sempre foram tratados de forma bem sutil por nossos governantes.
Che Guevara, a propósito chegou a ser condecorado Grã Cruz da Ordem
Nacional do Cruzeiro do Sul, sendo esta uma Comenda dada somente a grandes
políticos estrangeiros que tenham por nossa nação estreitos laços de amizade.
Tal comenda foi dada no governo de Jânio Quadros.
Outras questões deixam bem estes indícios mais claros como o que
ocorrera em dia 17 de junho 1959, consoante ao Silvia Patoja afirma:
Diante de tudo o que aqui dissemos, precisamos que você aluno, adentre
conosco num raciocínio. O Brasil, desde o início de sua República, foi até aqui um
tanto quanto desassossegado. Passamos por revoltas populares, ditaduras advindas
por golpes e reestabelecimento da democracia por contragolpes. Pense conosco
que nada até aqui foi realmente tranquilo. Além disso, agrava-se crises
econômicas e sociais. Conservadorismo e liberalismo disputavam o poder a todo
instante. É com esse raciocínio que o aluno deve chegar ao governo de Jânio
Quadros.
O Brasil, que vivera anos com governos liberais, tinha agora um governo
conservador que flertava com o Comunismo. Claro que as forças liberais não
iriam deixar por um dia sequer Quadros ter um governo tranquilo.
Ao chegar no governo, deparou-se com uma crise financeira aguda
causada por intensa inflação, e um déficit da balança comercial e crescimento da
dívida externa. Portanto, trazia consigo uma enorme responsabilidade para reordenar
tudo isso.
Segundo Fausto (2013, p. 375)numa tentativa de desacelerar a crise
econômica o então presidente desvalorizou a moeda nacional em 100%, além disso,
literalmente cortou os subsídios do trigo e do petróleo, produtos que detinham
relativa força na época isso evidentemente gerou um aumento expressivo nos
preços dos produtos relacionados a esses itens.
Embora internamente tenham de imediato soado muito mal tais medidas,
externamente, organismos de renome como FMI, as entenderam como bastante
benéficas, prova é tal que o país conseguiu renegociar as dívidas passadas, com
entidades e governos americanos e europeus.
O aluno pode até contestar tais fatos, porém a pauta da Reforma Agrária,
que já estava constante na Constituição de 1946, tomou debates mais acirrados
na constância de Jango.
O ponto mais acirrado da pauta era que, segundo o texto constitucional de
1946, a reforma agrária deveria ser realizada mediante indenização em dinheiro para
quem tivesse sua terra desapropriada. Porém, o governo federal exigia que houvesse
uma emenda constitucional que o permitiria indenizar aqueles que tivessem suas
terras desapropriadas com títulos da dívida pública atualizados de acordo com a
inflação.
Independente disso, o aluno precisa atentar que uma reforma agrária feria
imediatamente uma grande parcela da elite nacional que ainda era grande
possuidora de terras, e mesmo que fosse considerada improdutiva a desapropriação
soava como um confisco unilateral do governo, típico dos governos comunistas
que haviam se instaurado.
Enquanto isso, ganhava força no Brasil as Ligas Camponesas, que mais tarde
irá fundar o Movimento Sem Terras - MST, que tinham como seus representantes
líderes do Partido Socialista Brasileiro, como Francisco Julião.
Nos centros urbanos, grupos análogos aos de guerrilha começam a surgir,
fazendo saques a mão armada.
Ante ao quadro de instabilidade político e social, Jango tem suas forças
políticas enfraquecidas. Nos partidos já não era possível ver com clareza quem tinha
ideais comunistas ou não.
O Exército, junto com o parlamento e um amplo apoio civil, levam-nos ao
evento histórico chamado de Golpe de 1964. Todavia como há uma produção
legislativa intensa, incluindo tendências que levaram a revisões do texto
constitucional, guardaremos este assunto para o próximo capítulo. Até lá!
1. Vimos neste capítulo que entre 1951 e 1954, Getúlio Vargas retoma o poder com
forte aclamação popular mediante quantidade expressiva de votos. Aponte a
alternativa correta sobre este Governo de Getúlio Vargas
a) A PCB coloca-se como principal oposição neste momento
b) Vargas nesta gestão criou a ANATEL e a ANS.
c) O governo toma medidas de viabilizar os investimentos com a cana-de-açúcar
d) Ao retornar ao poder os sindicatos tinham grande força política e o direito de
greve havia sido instaurado.
e) A UDN não conseguiu travar de vez qualquer governabilidade de Vargas neste
período.
70
b) Quadros não tinha uma conduta excessivamente conservadora para a época.
c) Quadros não buscou equalizar as contas recebendo elogios do FMI.
d) Numa tentativa de desacelerar a crise econômica o então presidente
desvalorizou a moeda nacional em 50%.
e) Ao chegar no governo, Quadros deparou-se com um quadro financeiro estável.
7. (UDESC) Com base nos seus conhecimentos sobre o governo do Presidente João
Goulart, assinale a alternativa correta:
a) As reformas propostas pelo Presidente João Goulart tornaram-se também
conhecidas como Reformas de Base.
b) O programa de reformas proposto pelo Presidente João Goulart tinha como
objetivo precípuo o fortalecimento das empresas nacionais.
c) Com o apoio das organizações sindicais e dos partidos políticos as reformas
71
implantadas foram canceladas pelo regime militar, implantado em 1964.
d) O programa de governo de João Goulart pretendia implantar reformas na
constituição de 1937, que já não atendiam às exigências do país, na década
de 1960.
e) conjunto de reformas contido pelo programa do Presidente João Goulart foi
elaborado por Tancredo Neves e denominado Plano Trienal.
A dizer, Jango logo após brevíssima estadia nas terras gaúchas, refugiou-se no
Uruguai, legitimando ainda mais o invocado art. 85 da CF/1946. E mais: Jango
poderia retornar e reivindicar seu cargo, que tinha legitimidade, mas preferiu manter-
se em exílio.
Essa matéria foi tão bem resolvida dessa forma, que não houve pleitos pelo
retorno de João Goulart, o que seria natural, assim como vimos que na derrubada do
império havia pleitos pelo retorno deste.
Com a queda de Vargas em 1945, o povo o reelegeu com bastante louro
para presidente em 1950. Dessa forma, o que queremos dizer, é que a situação
política social e econômica era tão calamitosa que ninguém promoveu o pleito
em favor do retorno de Jango, nem mesmo seu próprio partido.
E é partir daqui que temos o que a historiografia irá apontar comumente
como Golpe Civil-Militar de 1964, e parte da direita conservadora irá manter a
narrativa da Revolução de 1964.
Confesso, caro a aluno, que embora as nomenclaturas sejam bem distintas, os
fatos que as cercaram são indubitáveis, e estão nas literaturas de ambos os polos do
espectro político brasileiro. O que importa para nós, é que a partir deste
momento inicia-se um governo militar, que desencadeará em ações análogas a
de uma ditadura.
80
Com isso, antigos políticos aliados aos ideais comunistas retornam de seus
exílios pessoais. E, fundidos aos movimentos grevistas, pensadores e outros
80
apoiadores, surge então o Partido dos Trabalhadores.
Entretanto, outros partidos ganham vez e voz, porém muitos deles enviesados
com ideais liberais ou comunistas. O Brasil, portanto, ganha uma massa intensa
de partidos de centro esquerda.
O animus de “diretas já”, pleito por eleições diretas, eclodiu por todo
Brasil. Embora tais clamores apresentassem o escopo diretamente ligado ao
retorno de uma democracia propriamente dita, os clamores eram em muito
pedidos de alterações das políticas econômicas que poderiam tirar o país das
altas inflações ali vividas.
Figura 15: O então sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva discursa ao lado do
sociólogo Fernando Henrique Cardoso, durante comício das Diretas Já.
81
e os partidos que eclodiram na época, de esquerda. E, mais oportuno ainda
destacar, é que muitos desses partidos ainda estão no cenário nacional. Isso com
o passar dos anos tornou-se tão cristalino que tudo que fosse remetido à direita
era execrável. E o Brasil mais tarde teria representantes somente da centro-
esquerda.
Ao final, isso ficou comprovado na disputa presidencial de 1985. De um
lado estava Tancredo Neves, antigo aliado de Vargas e Presidente da Câmara de
Deputados durante o Regime Parlamentarista de Jango, tendo como seu vice
José Sarney pelo PMDB, antigo MDB, partido que tinha oposição desde o
nascimento do regime. A campanha se deu contra o candidato Paulo Maluf e seu
vice Flávio Marcílio do Partido Social Democrático – PSD, partido que retornara
após anos de relativo banimento do cenário político.
Foram as últimas eleições indiretas de nossa história, e Tancredo Neves saiu-
se vitorioso. O povo, imbuído no espírito democrático, comemorou, pois, após
anos, seria o primeiro civil de fato chegando à cadeira presidencial.
O então novo presidente tinha duas missões urgentes: reestruturar a
economia que há quase uma década estava em crise; e promover junto com
uma nova Assembleia Constituinte um novo texto Constitucional com a finalidade
expurgar de vez o antigo regime.
Porém, poucos dias antes de sua posse, Tancredo Neves veio a falecer, sendo
empossado seu vice José Sarney, que em um dos seus primeiros atos da presidência,
através da Lei Nº 7.465, de 21 de abril de 1986, afirmou que seu parceiro de partido
deveria figurar na galeria dos que foram ungidos pela Nação Brasileira para a
Suprema Magistratura, para todos os efeitos legais, ou seja, que Tancredo Neves
deveria figurar como Presidente da República, mesmo não tendo sido
devidamente investido no cargo.
Daqui por diante, entraremos na esfera de nossa última unidade.
Lá, estudaremos o texto constitucional, suas leis ordinárias e complementares.
Aliado a isso, trataremos das transformações sociais ocorridas que influenciaram leis
de grande repercussão. Por fim, neste próximo capítulo, continuaremos a estudar
fazendo um apanhado histórico das movimentações políticas, principalmente no
plano do Executivo e Legislativo, tal qual temos feito durante nosso curso. Até lá!
Figura 16: Negrão de Lima Chanceler Brasileiro, João Goulart, Fidel Castro e JK
a) I e II
b) I e IV
c) II, III e V
d) II, III e IV
e) II, IV e V
I - a soberania;
II - a
cidadania;
Com isso, atesta-se de vez que o nosso país não aceitaria as condições vividas
no passado. Não é à toa que a Declaração Universal dos Direitos Humanos, um texto
que é consequência direta do Pós-Segunda Mundial, está tão encrustada no texto
de nossa Constituição quase na sua integralidade.
Tais artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a propósito,
seguiram uma tendência da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de
26 de agosto de 1789 de autoria da Assembleia Nacional Constituinte Francesa, que
fora constituída quase que em sua totalidade da esquerda jacobina francesa.
De toda sorte, o texto é muitíssimo bem vindo.
Nossa atual constituição dispõe de inúmeras matérias de cunho social
relevante e atual, como Direito de Família, Direito da Infância e Juventude, Direito
ao Idoso, Direito Previdenciário, Direito do Consumidor, Direito Tributário e
outras matérias.
Ela instituiu uma gama enorme de garantias trabalhistas e marcou o
retorno do voto direto.
Na Carta de 1988 consta expressamente que a União não intervirá nos Estados
nem no Distrito Federal, salvo em casos bem específicos como manter a integridade
nacional ou repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em
outra, por exemplo, e ainda regulariza e balanceia o poder dos Militares.
Aqui, firma-se o entendimento que o Poder Legislativo Federal é composto
e exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e
do Senado Federal. Além da promoção de leis para a Nação é o nosso Legislativo
90
que fiscalizará diretamente o Presidente da República.
90
Ao Legislativo cabe a produção de leis. como emendas à Constituição, leis
complementares, leis ordinárias, leis delegadas, e decretos legislativos. Assim, cabe
ao Presidente da República a confecção de medidas provisórias e aos órgãos
jurisdicionais, a rigor, as resoluções.
É claro que um texto tão longo iria deixar algumas coisas, que ao nosso
ver, são desnecessárias. O Art. 133, por exemplo, dispõe que advogado é
indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e
manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei. Embora não
discordemos da redação do já mencionado artigo, não entendemos a necessidade
basilar deste texto compor nossa Carta Magna, e isso ocorre também em outros
dispositivos.
Para evitar golpes do passado, o Presidente da República pode decretar
Estado de Defesa para preservar ou prontamente restabelecer, porém não mais por
tempo indeterminado, e sim, por tempo que não será superior a trinta dias. O
Presidente da República também pode solicitar ao Congresso Nacional
autorização para decretar o Estado de Sítio nos casos de comoção grave de
repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de
medida tomada durante o Estado de Defesa ou de declaração de Estado de
Guerra ou resposta a agressão armada estrangeira. Diga-se de passagem, como
o Brasil constitucionalmente rege-se pela defesa da paz e solução pacífica dos
conflitos, ele não pode declarar guerra, mas poderá tão somente repeli-la em sua
defesa.
Com isso, podemos observar que através deste ato jurídico-legal nos
tornamos uma democracia liberal, com a devida separação dos poderes, com o
retorno das eleições diretas dos principais cargos, e uma das novidades
encontradas foi a possibilidade de 2º turno para as eleições vinculadas aos
cargos de presidente, governador e prefeitos municipais com mais de 200.000
eleitores. O direito ao voto foi instituído, passando a ser obrigatório entre 18 e 70
anos, porém, sendo facultativo a analfabetos e jovens dos 16 aos 18 anos. Por fim,
um dos pontos que podemos observar como avanço em relação ao período
anterior, é o da liberdade sindical e a garantia do direito de greve.
O texto da Constituição de 1988 é pulsante e extenso, e precisaríamos nos
dedicar muitíssimo para tratar somente de sua matéria, todavia deixo ao aluno o
desafio para ler e pesquisar mais a respeito, pois entender esse texto abre uma
91
margem de compreensão imensa para entender o Brasil contemporâneo.
92
6.3 O GOVERNO COLLOR
Devido à forte crise econômica, o Brasil ainda tinha sede por algo melhor.
Quando Fernando Collor de Melo surgiu nas eleições de 1989, tornou-se de imediato
um fenômeno, pois ele era jovem e de início desconhecido. O seu partido, o
Partido da Reconstrução Nacional – PRN, atual Partido Trabalhista Cristão, teve
uma chapa criada às pressas para sua candidatura. Apontava-se, assim, um
candidato que poderia dialogar com a juventude, os setores conservadores, que
ainda brigavam para decair a forte ascensão da esquerda, que naquele momento
tinha como maior nome Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Todavia, ainda
concorriam ao pleito nomes conhecidos da centro-esquerda como o
socialdemocrata Mário Covas (PSDB), Paulo Maluf (PDS, atual Progressistas), Leonel
Brizola (PDT), e Ulysses Guimarães (PMDB). Havia expressões conservadoras íntimas
como Enéias Carneiro (PRONA). Era uma em que se cogitava as coligações
partidárias numerosas como vemos hoje.
Collor, mesmo com pouco tempo no guia eleitoral, conseguia a simpatia da
população. Midiaticamente aparentava melhor que seus concorrentes.
Isso influenciou e muito na sua campanha. Era a primeira eleição com votos
diretos em anos.
Com votação um tanto expressiva sobre seu maior adversário, Lula, Collor
vence a disputa, e devido a sua ascensão meteórica gerou grandes expectativas
para um grande desafio, retirar o país da crise que ainda se alastrava.
Antes de assumir, Collor viajou aos Estados Unidos e para outros países, a fim
de retomar a credibilidade externa, que estava em baixa ante aos
acontecimentos aqui já narrados por governos anteriores. Sua intenção era buscar
apoio para poder renegociar a dívida.
Noutra banda, Collor promoveu corte dos gastos públicos, exonerando
funcionários do governo. Isso irritou a classe política. Não bastasse o clima tenso
economicamente, Collor aumentou os impostos e diminuiu os impostos de
importação. Nos primeiros meses a inflação foi contida, porém o desgosto sobre
o governo era geral.
Em meio a tudo isso, em 1991 surgiram denúncias sobre a pessoa de
Paulo César Farias, tesoureiro da campanha de Collor. As investigações
apontavam que Paulo César Farias estivesse coagindo diretores de estatais para
concretização de negócios favoráveis a determinados grupos particulares.
Em 1992, o irmão do presidente, Pedro Collor, denunciou que Collor estava
sendo beneficiado em transações financeiras obscuras. Isso foi o basta. O
Congresso Nacional instaurou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para
apurar o que midiaticamente fora chamado de “Esquema PC”. Ao fim, descobriu-
se um grande esquema de corrupção acerca de troca de favores
governamentais. O grito de Impeachment ecoara nas ruas e no Congresso. Sem
apoio, e diante do escândalo noticiado em todos meios de impressa, Collor
renunciou horas antes de ser afastado. Renunciando ao posto presidencial,
segundo as regras constitucionais viria assumir seu vice-presidente, Itamar
Franco. No pouco tempo de presidência que lhe restava, Itamar Franco centrou-
se em controlar a inflação com certo êxito. Meses depois, com Fernando
Henrique Cardoso como seu Ministro da Fazenda, Itamar
Franco lança o exitoso Plano Real, vigente em nosso país até hoje.
Um dos méritos do Plano Real no início que podemos citar foi a contenção
da inflação sem precisar de congelamentos ou confiscos. O Real caracterizou-se
por ter uma cotação idêntica ao dólar, inicialmente. Por fim, o plano em comento
foi responsável pela abertura econômica do Brasil.
As eleições de 1993 foram dueladas majoritariamente por dois ícones da
esquerda dos anos 80: Fernando Henrique Cardoso - FHC, que teve sua propaganda
impulsionada pelo exitoso Plano Real; e Luiz Inácio Lula da Silva, que desde
aquela década tinha forte apelo popular.
Ao final saiu-se vitorioso FHC. E com ele o Brasil engata no território do
neoliberalismo.
Ao fim, precisamos dizer que, embora politicamente tenha passado por
momentos confusos, legalmente o Brasil produziu leis extremante atualizadas e
em pleno gozo até os dias de hoje, sendo muitas delas ordenadas pela
própria
Constituição Federal. Podemos aqui listar algumas, como as leis relativas a
Previdência Social (LEI Nº 8.212, DE 24 DE JULHO DE 1991) e a Assistência Social (LEI Nº
8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1993), O Código de Defesa ao Consumidor - CDC e o
Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA.
Figura 18: A presidenta Dilma Rousseff recebe a faixa presidencial de Lula, no parlatório
do Palácio do Planalto. Brasília, 1º de janeiro de 2011.
100
6.7 AS ELEIÇÕES 2018 ATÉ O PRESENTE
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1. Sobre o governo Sarney, é correto afirmar:
a) O Plano Cruzado destinou-se a acelerar o crescimento do país.
b) O Plano Cruzado foi concebido por economistas como um plano ortodoxo de
combate à inflação segundo modelo recomendado pelo FMI.
c) À implantação do Plano Cruzado seguiu-se forte e imediata retração do
consumo.
d) O Plano Cruzado impediu o retorno de altas taxas de inflação até o término do
mandato de José Sarney.
e) Em 1986, os presidentes Sarney foram do MERCOSUL.
7. TJ-SC - Leia as alternativas a seguir e assinale a única que está que não faz
guarda relação com o governo Luiz Inácio Lula da Silva:
a) Criação do ProUni que tem como finalidade a concessão de bolsas de estudos
integrais e parciais a estudantes de cursos de graduação e de cursos
sequenciais de formação específica, em instituições privadas de educação
superior.
b) Criação do Programa FOME ZERO, que atua a partir de quatro eixos
articuladores: acesso aos alimentos, fortalecimento da agricultura familiar,
geração de renda e articulação, mobilização e controle social.
c) Criação do programa Primeiro Emprego com objetivo de combater o trabalho
escravo e o trabalho infantil nas diversas regiões do Brasil.
d) Criação do programa Bolsa Família - programa de transferência direta de
renda às famílias, beneficiando aquelas em situação de pobreza e extrema
pobreza.
e) Continuidade da política econômica do Governo FHC.
a) I.
b) IV
c) II e III
d) III e IV.
e) Nenhuma das alternativas
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO
UNIDADE 01 UNIDADE 02
QUESTÃO 1 B QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 E QUESTÃO 2 A
QUESTÃO 3 D B
QUESTÃO 3
QUESTÃO 4 E QUESTÃO 4 B
QUESTÃO 5 C QUESTÃO 5 C
QUESTÃO 6 C QUESTÃO 6 D
QUESTÃO 7 D QUESTÃO 7 E
QUESTÃO 8 C QUESTÃO 8 E
UNIDADE 03 UNIDADE 04
QUESTÃO 1 A QUESTÃO 1 D
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 D
QUESTÃO 3 C A
QUESTÃO 3
QUESTÃO 4 A A
QUESTÃO 4
QUESTÃO 5 E B
QUESTÃO 5
QUESTÃO 6 D C
QUESTÃO 6
QUESTÃO 7 E A
QUESTÃO 7
QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 C
UNIDADE 05 UNIDADE 06
QUESTÃO 1 A QUESTÃO 1 C
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 E
QUESTÃO 3 B C
QUESTÃO 3
QUESTÃO 4 D A
QUESTÃO 4
QUESTÃO 5 A QUESTÃO 5 D
QUESTÃO 6 A QUESTÃO 6 D
QUESTÃO 7 E QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 B
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