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Graduação UIS da qualidade de mapas

Introdução
Durante o XV Congresso Internacional de Espeleologia, em Kerrville (EUA), o grupo de trabalho
"Topografia e Mapeamento", da Comissão de Informática da UIS, discutiu os sistemas de graduação de
mapeamento britânico (BCRA) e australiano (ASF), o uso destes, suas limitações e possíveis melhorias
para uso internacional pela UIS.

A grande maioria dos presentes concordou que o uso de um sistema de graduação no mapeamento
espeleológico é necessário para informar ao usuário sobre a exactidão esperada do mapa. Após uma
animada discussão, foi verificado que o sistema de graduação padrão da ASF se aproxima muito das
expectativas do grupo e que este poderia ser complementado para o uso pela UIS. As tabelas a seguir
apresentam a graduação, a exactidão de detalhes, informações adicionais, e uma explicação que auxilia o
entendimento do significado das tabelas.

Uso
A notação acordada é "UIS4 4-2-BC", para uma topografia de grau 4, detalhes do mapa 2, e qualificações
adicionais B e C. O número de versão (v1) foi adicionado para controlo de versões futuras.

A graduação actual não é válida para topografia subaquática, pois as técnicas, materiais e dificuldades
podem variar bastante. Se uma indicação deve ser dada, deve-se colocar "Equivalente à graduação UISv1
4-2-BC".

As faixas de graduação da UIS não devem ser especificadas no mapa.

Se a poligonal da cavidade foi mapeada com o uso de teodolito, e as passagens laterais no grau 4, a
graduação a ser indicada é aquela que, na maioria das vezes, indica a exactidão das passagens dadas.
(JAMAIS a única conexão de dois mapas de alta qualidade!)

Na maioria das vezes, será a graduação menor. Se porções laterais insignificantes da cavidade foram
mapeadas num grau inferior, a graduação maior pode ser usada.

Tenha sempre em mente que estas graduações são para indicar precisão e detalhe, e, embora o grau 5
deva ser alcançado para uma topografia de alta qualidade, este não é exigido.

Especialmente para grandes cavidades, detalhes referentes à forma de compilação do mapa devem
constar num texto descritivo, onde possíveis desvios da graduação geral também podem ser explicados.

Técnicas para minimizar erros de fecho de poligonais, técnicas utilizadas para medição e outros detalhes
adicionais podem ser facilmente adicionados na descrição escrita.
4.3 Graduação de topografias
Precisão Grau de
Grau Descrição exactidao
distância bussola clinómetro esperado

-1 Nenhum mapa disponível -


O Não graduado -
1 Esboço de memória, sem escala -
Mapa compilado de anotações, esboços e estimativas
2 -
feitas na caverna. Nenhum instrumento utilizado.
Direções medidas com bússola, distâncias medidas
3 por corda passos ou dimensões corporais Desníveis 0,5 m 5` 10 %
significativos estimados.
Topografia com bússola e fita métrica, usando bases
fixas escolhidas deliberadamente. Desníveis
4 medidospor clinómetro ou pelos componentes 0,1 m 2º 2º 5%
horizontal e vertical.
Topografia feita com bússola e fita métrica. Direções e
inclinações por instrumentos calibrados, distâncias por
5 fita métrica de fibra de vidro ou metálica, ou por 0,05 m 1º 1º 2%
taqueometria.
Topografia ou triangulação usando instrumentos
calibrados, montados em tripés, para direção e
6 inclinação. Distância por fita métnca montados em O 02 m 0,25° 0,25° 1%
tripés, para direção e inclinação calibrada,
taquiometria precisa ou DistoX
Topografia feita com teodolito ou métodos
X comparáveis. vanável vanável

Graduação dos detalhes do mapa

O Não graduado
1 Esboço de memória. Sem escala, mas com indicação aproximada das proporções.
2 Detalhes de anotações, esboço e estimativas de direções e dimensões feitas na cavidade.
3 Detalhes de desenhos feitos na cavidade. O desenho não precisa estar em escala e as dimensões das
passagens podem ser estimadas. Detalhes significativos devem ser desenhados com pormenor suficiente.
4 Detalhes dos desenhos feitos na cavidade e em escala, baseados nas medidas de detalhes significativos
com respeito aos pontos de topografia, normalmente no mínimo de grau 4. Todos os pormenores de
interesse espeleológico devem ser mostrados com detalhe suficiente, de forma que o erro seja
imperceptível em função da escala do mapa. Dimensões das passagens medidas.

Sufixos de qualificação

A Nada foi feito para obter uma certeza adicional sobre o detalhe.
-

B Poligonais (loops) estão fechadas e ajustadas.


-

C A topografia é baseada em instrumentos e pessoas que foram verificados e corrigidos para os efeitos
-

de possíveis anomalias.
D A topografia é verificada e corrigida através de métodos electromagnéticos.
-

E Os dados da topografia não foram transcritos manualmente, mas transferidos por meios electrónicos.
-

F As entradas foram medidas com precisão.


-

Notas adicionais
Grau 1: Apenas para propósitos de cadastro: Significa que o mapa da cavidade ainda não foi desenhado.
-

Grau O: Apenas para propósito de cadastro. Se uma topografia não é graduada, a qualidade não pode ser
assegurada. Isto é frequentemente válido para mapas históricos ou antigos.
Grau 3: Um clinómetro Silva ou comparável, meios relativamente simples sem leituras precisas qualificam
para o grau 3. Mapeamento com medições de cabeça a cabeça dos topógrafos são qualificadas como grau
3. Medidas com topofil em geral qualificam para grau 3 ou 4.

Grau 4: Medidas com topofil podem qualificar para o grau 4 se as visadas da topografia não forem muito
longas e se a atenção especial for tomada para a leitura correta de todos os dados. Distanciómetro laser
pode ser utilizado para graus 4 e 5. Para se atingir o grau 4, estações fixas e re-encontráveis devem ser
feitas. Elas não precisam estar necessariamente nas paredes; pontos feitos com aparelhos montados em
tripés com uma distância definida acima do piso também são aceitas.

Grau 5: DistoX, DUSI ou instrumentos similares devidamente calibrados atingem o grau 5. Se a medida de
distância for calibrada, o conjunto atinge grau 6. Se não estiverem calibrados, devem ser graduados como
grau1! Topofil utilizado para poços verticais pode atingir o grau 5 se as coordenadas da topografia forem
calculadas (coordenadas xyz, não podem ser coordenadas polares desenhadas com escala e transferidor
ou protractor).

Grau X: Os modelos de teodolito e outros equipamentos similares podem variar, assim como as técnicas
de medição. No entanto, todas as topografias de grau X devem incluir, no texto descritivo da cavidade, a
descrição das técnicas e instrumentos utilizados, bem como uma estimativa da provável precisão da
topografia. Detalhe do mapa de grau 4: A diferença principal entre os graus de detalhe 3 e 4 é que, para se
obter o grau 4, o desenho deve ser feito em escala dentro da cavidade, seja por cálculo/plotagem das
distâncias no papel, ou por desenhos em saídas de computadores de topografias prévias.

Sufixo C: O sufixo C designa que bússola, clinómetro e equipe que utilizará estes instrumentos foram
verificados para evitar anomalias. Anomalias magnéticas nas bússolas, anomalias de inclinação no
clinómetro e anomalias de visão entre as pessoas são relativamente comuns. Para se alcançar o grau 5,
todos os instrumentos devem ter sido calibrados. Grau 5 e sufixo C é, portanto, redundante. Veja
http://www.sghbern.ch/hrh.html (dique em Eichungsanlage) para a descrição de um possível processo de
calibração.

Sufixo D: Utilizado para informar que posições chave de passagens foram localizadas por métodos
eletromagnéticos (ou outros), de forma a definir a posição absoluta da topografia com respeito à superfície.

Sufixo E: Designa dados transferidos electronicamente dos instrumentos (DistoX, etc.), eliminando
possíveis erros de transcrição.

Sufixo F: O sufixo F será usado tanto em mapas que representam cavidades diferentes (para indicar que
as entradas foram medidas precisamente) ou em mapas de cavidades que contenham dados XYZ
absolutos em uma grelha. Não havendo informação adicional no texto descritivo, é assumido que a técnica
de medição utilizada para localizar as entradas foram feitas no mínimo de acordo com a graduação que foi
utilizada na cavidade. Determinação da entrada da cavidade a partir de mapas qualifica para os graus 1 a
3 (para mapas de alta qualidade), topografia de superfície para os graus 3 a 6 e leituras de GPS de grau 3
a X, dependendo do instrumento e métodos utilizados, disponibilidade de satélites, etc. Para alcançar o
sufixo F, a posição da entrada da cavidade deve ser determinada por uma topografia de superfície de, pelo
menos, grau 4, ou por uma boa leitura de GPS ou meios comparáveis.

Erros das medições


Em qualquer medição, existe sempre um erro, chamado erro aleatório, que é função da precisão do
método de medida. Ao medir-se o deslocamento entre dois pontos, a bússola gera erros na direcção
transversal (tanto menores quanto maior a inclinação), a fita métrica gera erros na direcção longitudinal e o
clinómetro gera erros de profundidade com os aparelhos e metodologia descrita, o erro aleatório da
localização é da ordem de 2% em cada direcção do espaço.

Por outro lado, todos os aparelhos são sujeitos a erros sistemáticos: a fita métrica estica, a bússola pode
não ter a direcção perfeitamente centrada, etc.. Daí a necessidade de os calibrar, isto é, comparar os
resultados das medições com valores conhecidos. Esta precaução permite reduzir ou eliminar os erros
sistemáticos, através da aplicação de factores de correcção dos valores medidos para os valores reais.

Qualquer problema adicional, como aparelhos em mau estado, deficiente manuseamento, leitura em
posição incorrecta, enganos no registo ou outros, pode gerar erros muito maiores, pelo que há que ter o
máximo cuidado com estes factores.

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