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1

Deus é o Poeta por excelência, Seu Santo Espírito


capacitou os autores dos livros sapienciais do Antigo
Testamento a escreverem de modo poético. É a poesia
bíblica a expressão da vida divina do amor. O presente
livro é uma coletânea de poesias, o foco é engrandecer a
Deus e dar a Ele toda a glória devida. O segundo motivo
pelo qual ele foi escrito, é dar ao leitor um punhado de
trigo espiritual, para que o coração seja nutrido para ter
uma comunhão mais intima com Deus e com as
verdades do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.

2
(Sensibilidade Profunda)

Penetra na profundidade do silencio


Até sentir o chão da existência
Lá onde germinam os mistérios das virtudes
As sementes de teu completo ser
Chão onde as raízes mergulham
No espaço mais intimo e interior
Desde a torrente onde Deus Flui o eterno
O imago homo que transcende ao principio
De lá nasce o ser para as alturas celestiais
Na expressão visível do que podemos ser agora

3
Silencio

As arvores frutificam em silencio


As rosas desabrocham também
A alma que cultiva as virtudes
Não se ensoberbece com o ruído do orgulho
Permanece intacta
Na profundidade silenciosa
Do seu caráter piedoso

4
Emanação

Do que do ser emana ao tempo


Constrói os degraus da esperança
Ou se de si mesmo se ufana
Percorrendo os caminhos medonhos
Do egoísmo desacertado
Apenas a ruptura da alma ao passeio
Aos vales inúteis do viver sem sentido
Causando dentro de si a própria ruína

5
(Entardecer)

Desperto nas tardes trêmulas


Como chamas vivas de uma vela finda
Brilho que se projeta no mergulho
Fulgor celeste atrás das montanhas
A noite é o novo paradigma sem cores
Primavera rubra de meus amores
O manto da noite é a núpcias do luto
Árvores tropicais em seus tumultos
A face esculpida de um universo pleno
Mistérios carpidos nas chagas escuras
Meus olhos estão abertos para essas frações
Repouso da alma minha em estações
O tempo fabuloso de minhas visões da tarde

6
Vida:
Encerras no teu leito viscoso
Tantas alegrias e aflições
Mas a primavera do tempo nos ensina
Que a roseira doa as rosas nos espinhos
Assim também o verdadeiro homem
Deve aprender a sorrir e a chorar.

7
Amor:
Encerra-se no teu solo sagrado
Os mais profundos mistérios da vida
Pois ferindo o teu chão
Para semear nosso coração em ti
Colhemos de forma inexorável
O sofrimento

8
Esperança:
Em ti temos refugio perene
Das tuas torrentes bebemos resiliencia
Pois o futuro é a conquista
Daqueles que nunca se deixaram esmorecer
Mas insistem no cultivo da coragem

9
Na Terra da Equidade

Refaz o pensamento da justiça


A verdade anda cambaleando pelo mundo
Muitos falam em igualdade
Mas o que significa isso?
Igualdade é todos terem os mesmos direitos,
deveres e oportunidades
É, porém fato irrefutável que em
seguida
Após a competência de uns
E a incompetência dos demais
Todos serão diferentes uns dos outros

10
Semeadura

Fato:
Aquele que semeia o medo
Durante todo o percurso do presente
Não pode colhera coragem
Para viver o amanhã

11
Linha do Horizonte

Limites:
As estrelas brilham em silencio noturno
Os aromas da noite são inebriantes
Insetos carregam cântaros de canções
Almas adormecem
No leito das folhas e das palhas do inverno
A sega de sonhos chegou
Na praia ouço a revolução das ondas
Pois como não pude tocar a estrela polar
Toco no berço da areia
As outras estrelas
Adormecidas pelas canções dos ventos.

12
Campos Silvestres

Entre tulipas e flores agrárias

Nos campos minados de perfumes sonolentos

Transborda o cálice do coração

Em aromas inebriantes de puro amor

Quais anjos que tocam harpas

Emancipados das canções celestes

Nos recantos mais distantes das maravilhas

Ali meu coração se exalta

Flutua meus sorrisos de devoções

No puro olhar ao ver estrelas de cristais

A constância dos brilhos desse eterno fluir

Ali minha alma descansa mais amparada

Nos sempiternos braços do Senhor

13
Padecimento

Ninguém sofre com a sabedoria

Nela forma-se uma coluna

Qual sustento de um potente farol

Que ilumina as partes mais sombrias

Das tempestades da vida

Tal é o contrario: a ignorância

Pois o peso da insensatez

Faz naufragar a pobre alma

Nas profundezas de todas as incertezas

14
A Noite:
Filha de todos temporais adormecidos
Tumulo onde jaz a fosforescência
Ciência escondida de sombras passivas
Desterro de pesadelos fracassados
Em ti encontro o império de meus medos
Palhas de todos os jardins amortecidos
Daltônico é o vislumbra de teus montes

15
Saudade:
Torrente penetrante que sufoca
Coração em rachaduras
A chama do longínquo ao toque do afeto
Transpiração de mil ânsias
Lembranças flutuantes suspensas no ser
Fonte que borbulha sem saciedade
Fronteiras do desespero humano
Torturas e temporais internos
Desalentos de desamparos floridos
Calvário de ostras
A saudade é:
Perolas incrustadas na coroa do amor

16
As dores do Sofrimento:
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Os pêsames quais árduas desventuras
Sopram furiosas angustias
Dentro de um coração dilacerado
Mares bravios de frios soberbos
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A confraria do desastre dolorido
Que se arrasta na marcha sangrenta
Como exércitos invasores
Dentro do coração agonizante
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Fogo que crepita e acende emoções
Rubros horizontes cintilados
Quando se ouve o “vinde a mim”
E atende-se de pronto, o sacro chamado
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17
Santuário do Silencio

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Amai o caminho do silêncio
A reclusão e a solitude
A via sacra da reflexão
Lugar ermo onde floresce a inspiração
Onde germina o afeto generoso

Amai a ausência dos ruídos
Uma mente que pensa descansando
Um coração que mergulha no amor
Num mergulho na pureza que esclarece
No chão onde virtudes desabrocham

Amai o lugar secreto da presença divina
Nos recônditos do ambiente silencioso
Na matriz profunda da força espiritual
Onde se forja a vida de intimidade com Deus
Amai a fecundidade do silêncio piedoso

18
Temor de Uma Alma Aflita
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Pelos pormenores do caminho, prossigo (lamento)
Pródigo nos desvios vagos (noturnos)
Nas penumbras da noite (cansada)
Jardins lamentáveis do ego (pedidos)
Canções tristonhas de fim de tarde
A escalada dos sonhos pelos degraus
Da palavra que se liberta (dos gritos)
Voz interna em murmúrios blindados
Refúgio nas sombras das tamareiras
Broqueis de gelo e laços náufragos
As súplicas do coração enfermo de amor
Que esta dor revive a própria vida
Na candura das provas famintas
O fogo sacia a fome da purificação dos cristais
E a fé brilha na escuridão (das aflições)
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19
(Astros Noturnos)
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Sinfônica noite cósmica aos ouvidos
Grito além do todo infinito dentro de mim
Espaço amplo dos olhos que contemplo agudo
Vias conspiratórias de meus modos medos
As lápides não encerram o acaso racional
As estruturas da causalidade no meu recinto
Torres de canforas do azul polar alumiam
Os Refúgios de meus sonhos solitários
Do outro lado da montanha há um paraíso
Vestidos de núpcias e névoas em mistérios
Os maiores enigmas se encerram no tempo
E o maior de todos é o mistério do amor
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20
Primavera Ferida
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Estações de chuva e a primavera ferida
No charco espinhos e a roseira florida
Chagas dos espinhos e pétalas de amor
O triste cantarolar do nobre beija-flor
Diademas de auroras e plácidos jardins
Campinas e tapetes de relva abundante
Aromas e perfumes de cada instante
Chão agrário e o céu púrpuro carmesim
Temporais de lírios e trovões de cores
Tardes benditas em sóis de auréolas
Rios e praias de areias madrepérolas
Que tristeza de vastas petúnias sazonais
Que chorem os cravos ainda bem mais
Pois a tristeza vem vestida de brilho dourado
Nessa estação de ruídos e vendavais
Que a pele de caju tece as teias astrais
Nesse franco caminho colhido em celeiros
Foge nostalgia, pois a alegria chegou primeiro

21
Lagrimas:

Pois o amanhã escoa nas lágrimas da vida


Embora os sentimentos rasgados na saga da dor
São janelas que se abrem para a beleza
Ruas de quartzo que conduzem ao luar
O amanhã será de um rigor de prantos
As lâmpadas estarão cativas á escuridão?
Os mortais apenas olham e marcham
Somente aqueles que fecundam esperança
Serão capazes de ver raiar um novo dia
Pelo brilho irradiado da gota do orvalho
Que se rendeu completamente a luz do sol
Assim as lágrimas são orvalhos da alma sensível

22
Tempestades

Não importa as intensas tempestades

Elas chegam com nuvens escuras

Arremessam a alma de um lado a outro

Trazem consigo a penumbra e o medo

Sopram como a sinfonia do temor

Arrastam canções tristes de pavor

Com o farfalhar das folhas e quebra de caniços

Mas quem se importa com isso?

No fundo do coração brilha a esperança

Num libelo de fortaleza e confiança

Pois quando desencadeia os furacões

A presença de Deus é uma firmeza

Como o farol na rocha inabalável

Envolta em ondas tenebrosas

Não sucederá o romper dos fundamentos

Pois na tempestade sombria

O Senhor será o nosso eterno sustento

23
Perene Amor

(Não há cupidos)

Há (culpados) por semearem o ódio

: Amor não é uma flecha:

(imaginaria)

Nem mesmo reações químicas

Não é um (mito)

Amor é realidade

Que se enraíza no ímpeto

Da austeridade

Um brado fora da calamidade

Ouça meu (grito)

É virtude sacra no solo da paciência

Doçura que verte dos favos da resiliência

O amor é uma semente virtuosa

Germina no coração que se fertiliza

Na sabedoria e na maturidade

O amor é um fruto que nasce

Dentro de quem aprendeu a viver

24
O Ciclo da Transcendência

Desperta minha alma: um novo dia

O coração entra no portal da ternura

Aroma de cerejas frescor de lenturas

Quais aljofres e sopros cítricos

Alfazema nos prados cana cidreira e âmbar

Seiva, chuvas, perfume e o néctar

Oh! Sacro é o novo dia de rosas coloridas

Amor e mais doçura, o pulsar da vida

Pétalas de flores e asas de borboletas

A dança régia das singelas borboletas

Da brandura pura e as geadas invernais

Onde o alento emana a ciência paz

O címbalo sonoro da estrela mais polar

Espelhos da alma adormecidos no luar

O som da revolução, a terra em rotação

O sulco no ímpeto do bater do coração

Hortênsias cravos e pepinos silvestres

Sombras soltas da essência dos ciprestes

O tom do anil e azul celestial a cinzelar

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(As coisas mais profundas da existência

Germinam no coração daqueles que aprendem

sobre o amor)

26
𝓟𝓮𝓻𝓮𝓷𝓷𝓲𝓼 𝓒𝓸𝓷𝓼𝓸𝓵𝓪𝓽𝓲𝓸𝓷𝓲𝓼

Há um átrio atemporal

Um trono aberto, Espaço sigiloso

Outra via acesa, não esta:

Cáucaso ou mar morto

Sombrios nevoeiros de mares

Masmorras oceânicas

Trilhas de montanhas íngremes

Há um arroio seco

Sepulcro de primaveras canforadas

Sobrados de cristais reflorestados

Fotossíntese

Consueto das jornadas em espasmos

Glorias das manhãs

No denodo das folhas amareladas

Desprendidas da historia

Paginas cansada do além

Onde repousam meus pensamentos

Depois de chorarem longe de mim

27
Trágicos consolos

(Outra via redentora e não esta...)

Pois ninguém encontra descanso perene

Se não for às promessas de Cristo

28
N͜͡o͜͡it͜͡ ͜͡e͜͡s͜͡ T͜͡e͜͡rm
͜͡ ͜͡i͜͡n͜͡a͜͡i͜͡s͜͡

A noite fértil fecunda as sombras

Lamentos póstumos da escuridão

Conceição da noite adentro

Aromas de alfazemas sonâmbulas

Choro risonho nos estábulo de palhas

Cenáculo de estrelas cintilantes

Infausto refugio de horrores

Jazigo frio de todas as cores

A noite fértil germina o frio

Penado espaço de desfigurações

Caverna intima de centelhas cinza

Útero dinâmico do doce orvalho

O império do medo mais medonho

Sou peregrino nesse país estranho

O sombrio vento ímpeto soprando

A face hibrida de um réu noturno

Perpetuando os becos de todas as calamidades

A noite rompe as estruturas arcaicas

29
Ressurreição de uma tarde antiga

Quais brasas imortais de uma alva estelar

Cálice da penumbra madrugada bela

Encantos iluminados dos celeiros trigais

A revelação paradisíaca das montanhas

Aurora da majestade das glorias celestiais

O triunfo da luz sobre o espartano breu

Amanheceu...

30
F̶o̶r̶t̶al̶ ̶ez̶ ̶a̶ Es̶pe
̶ ̶r̶an
̶ ç
̶ a̶

Há alegria no cheiro da noite

Resiliencia no caminho da provação

As aflições ferem os pés da alma

Mas os olhos ficam atentos ao infinito

Os pirilampos brilham no caminho noturno

Os lírios desabrocham em vales pantanosos

Na terra baldia crescem as flores silvestres

No homem santo a paciência

Pois espera em Deus contra rodas as duvidas

Não devemos jamais perder a esperança

Por mais longe que pareça a linha do horizonte

Há sempre terra firme do outro lado

31
Amparo

Se a só eu mesmo

Me encontro foragido á cruz

Espreita tais medos

Na vastidão da temida agonia

Jaz a porta da alma

Olhos sóbrios e assustados

Olhando lertago a fantasia

Contemplo a ascensão da ilusão

As tentações germinam

Com todas as forças

No monturo extenso e fértil

Chão do velho homem

Livra-me Senhor!

Pois no teu recanto perene

Meu coração medroso

Encontra perpetuo refugio

32
Crisântemo

Acalma-te coração

O jardim da vida tem

Muitos espinhos

O rigor invernal

Enrijecem a chuva do caminho

A noite é fria e sem aconchego

A perfeita primavera milenar

Ainda está para chegar

O amor ilumina

Todos os mistérios da vida

O amor alumia todos os becos

Da nossa existência

A força da vida está na coragem

De amar sem medo

33
Ego Babel

---

Entrei no templo das vaidades

Altares erguidos ao ego

Incenso aceso ao orgulho

Ouvi os cânticos extáticos

Louvores que elevam o humanismo

(Im)pio sacrifício secular

Catástrofe da profanação interior

Vi todas as multidões do mundo

Prostradas ao ídolo da vontade

Flagelos na alma com prazeres do pecado

Sorvendo o cálice babilônico

Enchendo a medida da iniqüidade

O vale da decisão

Ouvi também o tenaz brado altissonante:

(Sai dela povo meu!)

34
Pedaços

A vida é luta desesperada

É batalha acirrada

É feita de corajosos e covardes

De dor, amargura e perseverança

A Arte da vida é vivenciar a paciência

Com tenaz calma

Otimismo e ousadia

Moldar em nós a resiliência

Mesmo que os opostos

Lutem contra nossas metas

Arremessa contra nós pesos e laçadas

Onde deixa a alma despedaçada

Mas ao quebrar a esperança de um corajoso

Ele com coragem juntará os fragmentos,

Ele fará dos pedaços, ainda com mais perfeição

Muitas outras esperanças

35
Transfiguração da Dor

Olhai para o vitupério da cruz

Morte transfigurante

Ânsias devastadoras do madeiro

A vergonha horripilante

O Cordeiro silencioso nela

Triste cena do Calvário agonizante

Suspirou as sombras mais medonhas

Tais vestidos cobriram o espetáculo

Erguendo o átomo de todas as condenações

O peso esmagador de minhas impiedades

Transpassando o intimo do coração puro

Os olhos da plebe no orbe ébrio

Debochava do Verbo nesse antro

Era minha toda essa vil destruição

Caminho orco de minhas devassidões

Olhai para a cena bárbara de crueldade

Pois na madeira de odor mortífero

Suportou o justo pelos injustos

O Justo era Cristo e o injusto era eu

36
SULCO DE ESPERANÇA

Oh! Ouça grandes lamentos saem do mundo

Lamurias que devastam as emoções

Vastidões de dores que desfiam o destino

Na calada das sombras e pesares do ermo

A tristeza é parte da vida normal

Ensaios de corais de vultos assombrados

Precisamos de luz e flores iluminadas

Para combater as ondas frias de ais polares

Cava, pois no profundo da vossa tristeza

Semeando lá dentro fervorosas orações

Para que germine durante todo o tempo

Flores perfumadas de divinas consolações

37
EGO ACESSO NEGADO
---
Não eu
Mas tu somente Senhor
No centro de meu pensamento
Meu coração dentro de Ti
O pulsar de minha existência em ti
Meu mover somente em ti

Não eu
Mas somente tu Senhor
Não minha razão, mas teus conselhos
Não meu ego, mas tu somente
Em todo o meu imaginar e desejar
No meu querer e no meu ser

Não eu
Somente e exclusivamente tu
A receber, glória, honra e aplausos
Tu na direção da minha vida
Na força da minha quietude
Nos braços da tua plenitude

Não eu
Mas tu somente, Senhor
Motivo de minha alegria
Cetro de minha confiança
Cobertura de meu coração
Luz da minha santíssima fé

Não eu
Mas tu somente, Senhor
A parecer mais e mais
No meu caráter e na minha vida
Enquanto eu, e somente eu
Desapareça mais e mais
Para que sejas o Senhor completo,
Da minha vida...

38
Nova Criação para a Nova Criatura

Fluem as águas dos ribeiros plasma das nuvens

Épica viagem do mar ao firmamento estelar

Torrentes refrescantes do cimo de Hermon

Ruídos de cristais de gelo (garimpo de geadas)

O som lacrimejante das chuvas perfumadas

Folhas umedecidas na relva campestre e dunas

A selva é abrigo das nevoas fosforescentes

Que irriga as colinas, vales e montes de palha

Pulsar que vigora a matriz das fontes oceânicas

Azul celeste e todos os esplendores dourados

A alma é a vida que orquestra a contemplação

A sinfonia que esculpe nos olhos o belo

Todas as coisas que emergem da criação

Enaltece a fé na consumação do propósito

Fomos criados para contemplar o belo e sonhar

Consolando o gemido da criação

Anunciando ao coração a mais singela calma

Pois haverá novos céus e nova terra

39
Livre Pensador (?)

---

(Penso) que sou livre

Vôo rasante (imaturo infante)

Emoções pulsáveis e constantes

Infinito pródigo agora vejo

Ah! (Peso) o pêsame pensar

Triste é o fragmento do (mundo)

Meu livre pensar é ferrolhos

Grilhões

Tentáculos de aço que me aprisionam;

Minhas opiniões

Que liberdade me tira do catre,

Das trevas hediondas á pura luz?

O pensamento levado

Cativo a Cristo Jesus

40
CAMINHOS E ESTRELAS

Há no céu muitas estrelas


Mas só a luz do sol ilumina o meu caminho

Há muitos caminhos no mundo


Mas só um que conduz ao meu lar

Há muitas flores nas montanhas


Mas o perfume, sinto a que desabrocha no meu jardim

Os mapas apontam para todos os lugares


Mas o caminho seguro é o bom conselho

A vida é feita de muitas escolhas


Mas a mais importante escolha é ter fé em Deus.

(Clavio J. Jacinto)

41
Vendavais do norte

Os ventos lacrimejam chuvas e as torrentes descem pelos


caminhos abertos.

No dia chuvoso os cumes dos montes tornam-se o chão das


nuvens e a ressurreição do ultimo dia é ofício dos ossos.

Jaz a beira da estrada a lama ofegante que reflete a lâmpada do


dia

E entre os campos de cereais, as flores silvestres desabrocham


após a tempestade de verão

Como a arte da primavera é providenciar a multiplicação das


cores, assim também o amor faz a vida pulsar mais forte

42
Transfiguração

Emancipam-se os aromas dos pomares

Libertam-se os perfumes da quinta

A noite se incendeia em amanhecer

Da fenda da rocha flui águas cristalinas

As chuvas repousam suaves nos mananciais

A consciência integra as coisas maravilhosas

Todo nosso ser cobre-se do manto da inspiração

Quando percebemos o lado misterioso

De todos os acontecimentos normais

Tornam-se todos os dias no curso do tempo

em momentos nobres, importantes e especiais

43
Ventania

O vento é um discurso harmônico

As folhas da figueira são as línguas

Quando o vento quer falar suave

Usa as pétalas das flores do campo

Quando quer dar lisonjas á brevidade humana

Sopra e as palhas farfalham

Se o vento quiser bradar contra o medo

Empurra as hélices das nuvens torrenciais

Quando deseja despertar a rasa humanidade

De seus afazeres superficiais

Reúne lampejos e trovões

E o vento nos fala através das tempestades

44
Infância de Meus Pesares

Ancorado no cais distantes da vida

Entre jardins e sonhos de infância

Escondido nos lírios e alfazemas de verão

Plácidas colinas de meus segredos

Robustos tenores das vozes medo

Antigas tumbas de meus sorrisos

Poentes luminosos de meus brinquedos

A face dourada de bonecos de chumbo

Caracóis de pétalas e moedas antigas

Louças coloridas que se quebram

Das faias e murtas tais orquestras

Dos alamos e salgueiros meus refúgios

Como anjo da alva em cristal de almíscar

Entre pedaços de pães e o açúcar

Adormece a nostálgica saudade

Quem me dera fosse como o açafrão

Em mil sois girando em torno e ferro

Diria ao mundo entre gritos e berros

Que as janelas e as portas se abrem agora

45
Para entrar triunfante o Rei da glória

Por onde andaria eu

Caminhos

Se não fosse iluminado o meu caminho?

Perdido na eloqüência de meus pesares

Em terra de desastres, calva em cimo ermo

Sem flores, sem néctar só sombras

Sem urgência e sem sarças ardentes

Estaria possuído de cegueira volúvel

Maculada pelo lacrimejar de ilusões

Por onde andaria eu

Se meu caminho fosse só entranhas de trevas?

No cume dos meus concílios íntimos

Transfiguraria as visões da nova terra?

Eu me aconchego na areia úmida de estrelas

Nos túmulos de basalto e relva seca

Como se a palha fosse chão da alma descalça

Caos aleatório no vulto humano

Andaria eu se não fosse iluminado o meu caminho

46
Numa senda apenas de vagos pendulo do vácuo?

Em profundos abismos de filamentos etéreos, estaria

Se Tua luz meu Senhor não alumiasse minhas trevas

Nesse escuro ego naufrago, não teria Salvação

47
Fonte das Perolas

Derramo meus prantos de severas decepções


Pra encher a medida do mar de minhas amarguras
Assim naufrago até o fundo de minhas feridas
No âmago solido de meus sofrimentos

Ergo-me solitário na coragem

Para sair de lá de baixo das tormentas emocionais


Com o coração cheio de lindas perolas...

48
Jardim

Quando amamos a Deus de todo o nosso coração,


as mais duras aflições jamais enfraquecem a nossa
confiança nEle.

Das dores da vida germinam a dependência na


providência
Deus torna-se nossa esperança
NEle confiamos nas sombras das aflições

É na fraqueza que choramos


Preces devotas de afeto forte
A semente da humildade
Frutifica dentro de um coração regenerado

A humildade é como a mais bela flor do jardim


que reconhece ser apenas uma flor e não o próprio jardim

49
Noite Intermitente

Dos monturos noturnos sobe


Das entranhas escuras sai
Cintilantes nos ecos dos lírios
Por entre Campinas e faxinais
Arroios e campos de altitudes
Solo plácido de meus conselhos
Refúgio metafísico de meus sonhos
Na nuance de teus subúrbios
Oh minha saudosa noite
Liberto-me da,
Alforria de meus pesares
Pois em luzes abrem-se portais
Entradas para a grande história
A minha vida em alma grita
Deixa entrar o rei da Glória
Quem é este rei da Glória?
O que na cruz em sangue puro
Escreveu a minha história

50
Alva Vespertina

Sonharei alem das fronteiras:

(Do Hemisfério sul ás colunas do norte)

A estrela polar nas alturas horizonte

Os olhos lapidam a formosura celeste

A luz brilha dentro de mim

Após as ventanias do infinito

Adulto adentro da noite escura

(Sem medo) sem temor

Por trás das montanhas de estrelas da infância

As trevas jazem estrelas de brinquedo

Mas dentro do coração uma de verdade

A da alva nunca se apagou no coração

51
(Flores e Espinhos)

(I)
Ao longo da jornada encontramos
Flores e espinhos
Os espinhos deixam profundas cicatrizes
As flores a doçura dos seus frutos

(II)
E ainda mais: os espinhos ferem nossos pés e mãos
Mas as flores nos consolam com bálsamos perfumados
Há nelas o esplendor de imaculada beleza

(III)
Ao longo do percurso encontramos
Tantos espinhos e muitas flores
As flores nos convidam a sorrir
Os espinhos rasgam arroios de lagrimas

(IV)
E ainda mais: as flores tecem nossas canções e poesias
Os espinhos infligem agonias e chagas
Mas seguimos, sorrindo ou chorando, com muita
coragem.

52
Martelo e Cravos

Transpasso a vida que emerge o recinto

Nas lembranças em ecos altissonantes

Meu ser caído nas praias do passado

Ao som de harpas sonoras de Tubalcaim

Iludido entre as faias e os ciprestes mortos

Terra de ninguém nesses ermos e charcos

A vida transpassada nas dores adâmicas

Ferrolhos e cravos que cravam na alma de aço

Tão fria quanto o alento polar

Ainda a mim mesmo a névoa transpasso

Meus transtornos de um (imago) sem face

Como as rugas de um Adão antigo

As frotas de embarcações desiludidas

Resquícios do naufrágio de uma queda

Mas ao Golgota ouço o gemido “Deus meu”

Era Cristo clamando em meu lugar

Quando ainda era mudo inerte nesse jazigo

(Meu mundo)

53
(Abrigo)

(1)
Dos campos de batalhas saltei fugindo
Desertando o império tenebroso das trevas
Em chagas abertas e tantas dores
Ensangüentado e em fobia de horrores

(2)
Quais trágicas espadas esfomeadas
Que despedaçavam minha pobre alma
E eu sem mais uma só ânsia de calma
Arrastei-me por uma empoeirada estrada

(3)
E clamando em latejantes sofrimentos
Em trapos e num caustica sede mortal
De longe um esperançoso avistamento
Um porto seguro a luz celeste de um fanal

(4)
Aquele Ser se aproximando me chamava
Em gestos de abraços pra mim acenando
E nas minhas feridas, tantas chagas abertas
Com Seu precioso azeite ia untando

(5)
Por suas puras mãos então me levantou
Ainda que tremulo, tão sujo e envergonhado

54
Mas com a misericórdia ainda me abraçou
E me pós seguro e firme ao Seu lado

(6)
E da graça bendita me deu terna consolação
Com Suas vestes santas me ofereceu abrigo
E me disse o caminho apontando a direção
"Vai após mim e serei sempre Salvador e amigo"

55
CAMINHANDO

Vou caminhando avante á vida


Peregrinando no caminho estreito
Entre as chagas de Cristo minhas feridas
Prosseguindo solitário partindo
Deixando gemidos de um coração partido

Vou caminhando por essa senda escura


Pés firmes seguindo a glória do evangelho
Nos vales mais escuros sem temores
Ainda que o mundo grite fantasias de horrores
Resolvi tomar minha cruz e seguir

Há uma cidade depois das montanhas


Uma rio puro de águas santas e mananciais
As flores ali são de belezas celestiais
A paz que reina é de elevada plenitude
As mãos do Senhor serão o nosso consolo

Vou caminhando pelos espinhos


Tantos há pelo caminho da vida
Espinho soltos da coroa de Cristo
Porque estou caminhando
Por onde Ele passou

56
(...AGONIZANDO...)

Se em ti transbordam prantos, oceano de amarguras


O aço cortante de sentimentos e o naufrágio no
desespero
O peso sufocante de todas as terríveis agonias
A alma se arrasta em gemidos pelos vales escuros da
incompreensão
Respiras as nevoas das mais densas tristezas
O coração mergulha nas calamidades, fontes de todos
os “ais”
Ergue-te, respira um momento de amor
Procures por uma perola de gratidão feita na dor alheia
Lembra-te que outros sofrem com coragem
Há na matriz divina da graça mais consoladora
Aquela mensagem que Deus sofre com cada ser humano
Que na cruz em brado de puro desespero
Abriram-se os braços de Cristo e o chamado dEle é
“vem”
A quem ELE chama senão a ti
Pois na entrega de todo o ser ao Salvador
As chuvas torrenciais de todas as tuas lagrimas
Irão fecundar com poder, as sementes de todas as
alegrias
Basta confiar com paciência, pois dessa germinação
Crendo pois no evangelho ainda com amarguras
Comerás de todos os frutos doces a abundantes
Que as promessas de Deus oferecem

57
Aos que com longanimidade e fé em Cristo
Suportam todas as aflições dessa vida.

58
Angustia é Fé

Se choras como os mantos do mar morto

Aconchega-te nas nuvens do deserto

As pontas dos cinzéis se afiam

O coração duro de Corídon e Safira

O carbono sob pressão forma o diamante

Penetra as estrelas nas profundezas da noite

Para brilhar no firmamento

Na angustia acende a fé

Como o farol da noite a Torre da Donzela

Brilhe a presença divina no vale da sombra

No teu coração

Ainda nos lamaçais seja firme

Como as Figueiras de Bengala

Pois da escuridão das lagrimas congeladas

As sementes do amor resistem

Para florescer na primavera de todas as bênçãos

59
Ágape

O amor tudo suporta (Diz as escrituras)

Suportando os defeitos e as falhas alheias

Torna-se puro o coração que procede

Agindo conforme Deus quer

Torna-se perfeito olhando para Cristo

O amor alimenta todas as virtudes

Não precisamos correr atrás da vida

Ela é dada por Cristo mediante a cruz

Se o amor ilumina nosso caminho

Ele também passa a brilhar nos outros

Da nossa própria existência germina

A doçura da misericórdia divina

Porque o amor é o verdadeiro milagre

Que cada homem precisa experimentar

60
Homo: imerecivel

Todo homem em Adão

Encontra dentro de si (caminhos)

O gérmen da crença de que:

Seja merecedor de um paraíso.

Inútil é,

Tentar convencer a maioria deles

De que não são merecedores de nada

Nem Gozo nem júbilos.

Tristeza e alegria podem ser colhidas

Em um só lugar: a vida

Porem a dignidade e o caráter elevado

É uma escolha de poucos, mesmo com tristezas.

Escolher a justiça de Cristo é

Uma atitude mais rara ainda

É o Senhor quem dá todas as coisas

Por uma providencia que reflete absolutamente

A essência da graça e da misericórdia dEle

61
Resgate

Mergulho na vida sofredora

No mais profundo do chão

Das aflições mais humanas

Mergulho para buscar perolas

Há uma valiosa que encontro:

É aquela que pelo brilho da dor

Reflete a nulidade das vaidades terrenas

E a outra é diamante de sangue

Gotas de maravilhas da redenção

Que relevam que pela dor de Cristo

O falido pecador é resgatado por remissão

Eis a obra do Senhor

Fazer do perdido um salvo

Sem ser merecedor

62
Saga dos Perdidos

Volta alma perdida

Sem Deus e sem vida

Estrela incandescente

clandestina

Que se apaga

Perdidas entre luzeiros mortos

Volta ao Jardim de torrentes

Tu que profanas o tumulo de Abel

Volta da saga insana

Do elo perdido dos ossos

Volta pra Cristo o Caminho

Pois sem Ele és prodiga alma

Sai do porão do navio de Jonas

Volta da senda do Hades

E mergulha sóbrio no chamado do Verbo

Vem para o alento divino

Sai do cárcere e retorna das trevas á luz

Pelo caminho que Cristo sagrou na cruz

63
Ressurreição

A cruz de madeira e os cravos

As trevas e as chagas profundas

P mar sanguíneo derramado

O ermo maldito recebe a pureza

O pulsar ofegante a as moscas

O trepidar da carne e o absinto da posca

A escuridão tangível e zombarias

O abraço medonho da morte fria

A ruptura da cortina do santuário

as pedras fendidas da dor do calvário

O tumulto dos ossos dos santos

Maria e João em amargos prantos

Apóstolos fugidios e amedrontados

O respirar ofegante de tal libação

Mortífero golpe que transpassa a alma

Mas depois de três dias a ressurreição

64
DERRAMADO

És refugio de minha alma mui grande esperança

Tu és meu amado, meu coração É tua morada

O cântico que desabrocha em minha alma redimida

Faz-me viver o momento esperando dia e noite por ti

No caminho desse amor. Prossigo te amando

Deus meu, que em sagradas paginas se revela

Em Verbo vivo misericórdia e benevolência

Tua providencia e redenção, minha alma anela

És refugio seguro que tanto me consola

Meu amado, que me amando, me faz mais ser

O cântico da mais pura devoção que se eleva

Eu te espero mais e mais, és a vida que me faz viver

Quando enfim, ao me amar-me fez amado

Porque me amando, também meu amado és

Por não ter na terra, onde mais ficar prostrado

Minha alma se derrama completamente aos teus pés

65
Passos Nobres

Aquele que ergue a sua vida


Pelos degraus da dignidade
Contempla o rosto puro da justiça
E não teme viver

Aquele que ergue sua existência


Pelos degraus da doce humildade
Saberá contemplar o belo
E será galardoado pela inspiração
De viver.

Mas, todavia, aquele que também


Ergue o seu ser
Pelos degraus do amor sincero
Contemplará a alvura da vida
e descansará nos segredos
Da mais terna felicidade

66
Chão da Minha Alma
I
Transbordante é o frio orvalho mais doce
Entre os lírios brancos de meus choros
Como torrentes de bálsamos aromáticos
Mais fértil que absinto de tempestades errantes
II
As borboletas flutuantes suspensas em mim
O néctar nesse admirável mundo novo
Fraudes de uma distopia que encanta cegos
Eu sou testemunha dessas sentinelas estelares
III
Eu grito ao vento que fere o hibisco
Minha voz empoeirada desse submundo
Naufrágios abissais de todas as minhas angustias
Portais caídos de todos meus desesperos
IV
Mas os braços eternos da misericórdia
Colhem os coágulos acentuado de meus clamores
As dores fragmentadas dos meus lamentos
Semeando elas na fecundidade do amor divino

67
(VIDA DEPOIS DA CRUZ)

As dores de meus pesares


Estavam sobre Seus ombros
A vergonha de minhas infâmias
Insultaram Sua santa face
A violência sinistra de minhas iniqüidades
Feriram Seu corpo
Meus castigos
Atormentaram Sua alma
Ele tomou todas as minhas trevas
Doou de toda Sua graça e luz
E, por fim na morte terrivel
Deu toda a Sua própria vida
Na obra consumada e perfeita da cruz

68
PRIMAVERA DO AMANHECER
I
Haveria eu em vão adormecido?
Nessas noites floridas de estrelas suspensas
Jardins portáteis de meus sorrisos neutros
Amortecido em meus fracos olhos sedentos
II
Olhando para tão longe nas chamas da aurora
Quando erguiam e mais distante ardiam
Enquanto sonhava com o paraíso de Milton.
Fogo e luz dos montes úmidos reluziam
III.
As demandas de cânticos de rouxinóis
Que das montanhas o frescor emanava
Sinfonias magistrais de hinos sacros
Que entrando em mim mais transbordava
IV
As cordas dessas nuvens me prendiam
Que desprendidos da noite fulguravam
Frente ao sol contraste e luz que emanava
Raios lindos as luzes transbordavam
V
Acorda minha alma! Desperta nesse esplendor
Caiu a noite e sangra as sombras passageiras
O novo desabrocha desde a ponta dos espinhos
E a alvorada toma o tom de rosa inteira.
(Clavio J. Jacinto)

69
Pranto e Silencio

Ergue a alma o pranto solitário

Almeja encontrar a alva infinita

Em solitude chora e sela amarguras

Buscado a fonte a fluir eternidade

Caminha e se arrasta na rotina temporária

Nas caladas das sombras geme aspirações

Nos subúrbios de campinas brada

Nos vassalos calafrios da pele

Na vontade que a impele

A busca pelo ouro sofisticado

Transparente como as ruas da polis santa

Nos portões perolados dos muros

Que em pranto e tão vivido desgosto

A vida sem Deus nesse desterro frio

Porém sacras mãos limpam do sangrento rosto

70
As lagrimas mais devastadoras

E na união com Cristo o Santo Salvador

O encontro da expressão da vida plena e verdadeira

71
Céu arado

O céu chora com as nuvens feridas

Para consolar a terra rasgada pelo arado

Que acolheu a semente do doce fruto

É quando um ferido consola outro ferido

Que a esperança se fortalece

Em um mundo cheio de aflições.

72
Bom Combate

Se és bom soldado de Cristo

Sofre as aflições

Suporta a dor

Pois também as pedras preciosas

Sofrem a lapidação

As dores ainda que tão agudas

São as mãos

Rudes mas benditas que tecem

A pérola no choro do mar

Não tema as aflições permissivas

Pois as jóias da Coroa da vida são polidas

Enquanto choras e cantas

Quando ainda és peregrino sobre a terra

73
Temporais

Se choras perdido e vago

Vagando por brechas abertas

Barro quebrado vitrais de orvalho

Caustico e ofegante vazio

Nas varandas e quintas nostálgicas

Nos rumores que espraiam dores

Relâmpagos recalcados de fogo

Tempestuosos temporais

As tempestades da vida passam por nós...

Porém nunca devemos permitir que elas

Carreguem-nos.

Quando a nossa vida

Fica perdida em um meio

De labirinto de aflições

A saída é olhar para o alto

É olhar para Cristo

74
Torrentes

Bebe da fonte da esperança mais pura


Sacia-te nos mananciais da verdadeira fé
Se a incredulidade de oferecer estranhas sombras
Retribua com toda a força da convicção
A luz da glória do bendito evangelho

75
Flagelo

Um eco na carne santa


Um rasgo na alma pura
A dor que dilacera o corpo
O vil terror dos meus pecados

Um açoite que devora a doçura


Uma trincheira aberta no coração
A agonia das feridas abertas
A Fome de meus pecados vorazes

Um atrito na face inocente


O acido de todas as tribulações
A matriz de todas pérfidas aflições
Meus indignos pecados

O flagrum rasga os lamentos


Gemidos afogados num oceano
As mãos eram dos carrascos
Mas o crime eram os meus pecados

76
Cálice

No cálice de meus "ais" vi negruras

De meus pérfidos pecados, que agonia!

Gotas do fel de minhas iniqüidades

Farpas de meus impulsos e rebeldias

No cálice tão imerso em atrocidades

Na obscura seiva de tantos calafrios

Meu medo e incertezas e tormentas

Nas garras de minhas ilusões vazias

Lá estava, passo a passo, carregando

Em tristes fontes do mais real terror

A cruz mortal e meus letais pecados

Nos ombros esfacelados, o meu Salvador

77
Vida dolorosa

Na via dolorosa, que era meu caminho

Nessa senda terrível de meus desesperos

Lá, estava Ele, por mim, insultos, injuriado

Eu leproso pecador, por essas pisaduras

Fui sarado...

Há azeite nos campos

Escorre a luz pelas beiradas da tarde

Nascem todas as estrelas na polidez da imensidão

Como os pingos da chuva de verão

Um oceano de surpresas se expande todos os dias

E quem enxerga com gratidão

Consegue ver bem todas essas coisas

78
A Jóia Sublime Celeste

Inicio:

1-
DEUS é tão eternamente infinito, que
Seu amor alcança a mais distante alma
Amargurada

2-
DEUS é tão sublime em misericórdia
Que é capaz de transportar para dentro
Do próprio coração
A amargura de todo o homem
Desesperado

:Fim

79
Luminária

Acendo (na mente) a luz

Um manto aceso na alma

Lâmpada cintilante (na vida)

Luminar sublime que (acalma)

No centro (O cetro) da lâmpada

Bolha leve de luminescência

Aragem branda e incandescente

No coração (brasas) fosforescência

Um fogo cintila (na mente)

Um oceano ferve na intimidade

Um mundo novo resplandecente

Alma (fleuma) alva amenidade

80
Firmeza

O mar lança suas ondas, os grãos de areia são movidos pela


força das águas. Mas as montanhas, elas continuam
irremovíveis no firmamento, imóveis entre a terra e o céu.

Assim é o homem cujo coração é nutrido pela esperança da fé


em um DEUS que mantém em eterno estado de firmeza o seu
trono no céu, quando todas as coisas parecem desabar na terra

81
O Clamor

Ouvi vós todos religiosos sociais

Estai atentos aos tempos difíceis

No monturo se encontra a dignidade

O amor no pântano da indiferença

Ouvi vós todos os espirituais

As rédeas do pecado estão soltas

O abismo abriu a sua grande boca

Os ferrolhos de aços estão mais fortes

Ouvi vós todos os homens de boa vontade

Não sei se há algum entre nós

Pois a escuridão devasta o mundo

E o silencio da plebe se perpetua

Ouvi a voz da ultima profecia

Porque precisamos com urgência de homens

Que sigam firmes os passos de Cristo

E não os tropeços dos mortais do mundo.

82
Fonte das Perolas

...Derramo meus prantos de severas decepções


Pra encher a medida do mar de minhas amarguras
Assim naufrago até o fundo de minhas feridas
No âmago solido de meus sofrimentos
Para sair de lá de baixo das tormentas emocionais
Com o coração cheio de lindas perolas...

83
Valores Eternos

Devemos chover lagrimas


Por dentro e por fora
Até transbordar compaixão
Irrigar todas as esperanças dentro de nós
Devemos chorar todas as torrentes
Lavar todas as vidraças das janelas
Lá dentro do nosso coração
Para que possamos ver:
A vida em profundidade da importância
Que existe no valor de cada
Momento...

84
Frustrações e Desamparos

Dificuldades afrontam nossa paz

Angustias rasgam nossa alma

Ansiedades invadem nosso coração

A vida é cheia de confrontos

O mar do desespero brada bravio

Tempestades e ventos raivosos

Gritos Sulfurosos da dor

Arados de aço no sulco do medo

Nos sertões murcham os lírios

Os atritos do ártico polar das lagrimas

Lampejos definhados dos assombros

Vale da sombra da morte

Atroz rumor infesta mais o perigo

Mas em tudo há perene conforto

Pois tu Senhor estás comigo

85
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Perene vislumbre do estado eterno

Onde a realidade é a consumação total

Vida perpetua e olhos em perolas

Formados nos sofrimentos da antiga vida

Reflexos da glória no êxtase santo

Quando a nós piedade a luz celestial

Dos ribeiros de risos que fluem mais puros

Santos salmos que nutrem o sacro amor

O açafrão de outono nos vales tranqüilos

As perpétuas matizes de sóis diamantes

Que orquestram canções em tais sinfonias

O infinito divino que regenera a alma

E que o céu numinoso transparece cristais

Como mármore dourado em luz de tarde

Fincada no vindouro mundo da essência

Vida eterna que da cruz cruel germinou

86
Noite

Fugi de um mundo inóspito


Cheio de clamores e dores
Uma abundancia redundante
Da maré de náuseas e maremotos
Choros que transbordam a vida
Artesãos de ais viciantes
Sulfúricos cálices de ânsias
Uma tapeçaria rústica de lamentos
Cerâmicas quebradas em tinturaria
As pausas do desespero da respiração
Tudo envolto na verdade perene
O gemido antigo da criação

Choram as estrelas da noite


Suas lagrimas se condensam na madrugada
Nas sombras de antiquários
No limiar das folhas do carvalho
O orvalho.

87
Expectativa

Cravados no peito

Essa espada de esperança

Que não mata, mas fustiga

A alma ao sofrimento e suplícios

É que nesse cortejo de tantos feridos

Grita a sombra em busca de refugio

O hálito liberto da vida

Que a crueldade mais impõe

Mas das cavidades dessas chagas

Ressonância de um clamor épico

Como das dores que formam

O coagulo das pedras preciosas

O homem moribundo de amores

Como farol da noite inteira

Como a terra que das fontes flui

As flores e os perfumes da primavera

A revolta das chuvas nesses temporais

Depois da partida dos ventos torrenciais

Um arco de cores sustenta as montanhas

E o brilho do sol depois dos vendavais

88
Áureo Sangue

A vida régia não se dissolve,


O sangue de Cristo coagulado,
Verte redenção propicia e eficaz,
A terra não devorou os glóbulos vermelhos
A historia da salvação tingida de todos infinitos,
Como o manto áureo da misericórdia divina
Vestindo a nós homens nus envergonhados,
Quando, pois enfim soar a ultima trombeta,
Haverá, pois corpos intactos e glorificados,
Depois de sermos com ELE, transformados

89
Dureza de Coração

Não quero ser alma de mármore

Apeteço o obvio entre frios polares

Nesses dias árticos de confusão

Rastejam as sombras no cálice

De meu rígido coração.

Arvores e cimos de concretos

O circulo insondável das pedras

A noite polida no cárcere

Sombrio é o inverno do medo

O pobre espírito enrijecido e duro

O futuro.

Os pingos e o til minúsculo

Das nuvens paradisíacas dos temporais

Dentro de mim batimento o cardíaco

O sol de grandezas tão opaco

Das hordas de chuvas densas e lacrimais

Que tanto me favorece

Mas meu coração ríspido não amolece.

90
Sarom

No vale florido de minha existência

A igreja floresce rosa de Sarom

Com flores fortalezas

Confrontam a rigidez do inverno

Aqui no vale da minha vida

Entre os pedregais da Arábia

Um cálice supremo do vinho da vida

A rocha lá no deserto, tão ferida

Desse cálice minha alma tanto bebe

Saciedade e volição

Amplia o pulsar do coração

A redenção em gotas douradas

A supremacia da voz que brilha agora

Manhã estrela que brota da aurora

91
Exilio

Percorrendo a existência

Encontrei uma criança chorando

Mas dei lhe brinquedos e doces

E ela partiu sorrindo

Percorrendo a existência

Encontrei um mendigo faminto

Dei-lhe pão

E ele partiu saciado

Percorrendo a existência

Encontrei um moço tristonho

Dei-lhe um pouco de alegria

E partiu feliz

Mas

Percorrendo o inicio da jornada

Encontrei uma cruz

E nela descobri que Cristo

Fez maior beneficio por mim.

92
Flores do Campo

Olhei para os lírios do campo

Campinas cobertas de lavanda

O seio de Abraão na terra

Rosas nupciais e a erva cidreira

Melissa e grãos de cereais

Revestidos da majestade da providencia

A divina providencia

A chuva se acalma

Irrigou a nêspera e as laranjas

Fertilizou o limoeiro

O céu bem próximo a terra

Hálito de anjos puros

A Formosura das flores do éden

O paraíso bem quisto

As riquezas insondáveis de Cristo

93
Borboletas

Vejam o vôo das borboletas


Além da terra e da canela estriada
Flutuam de encontro às flores
Fogem das ribanceiras
Pousam no alcaçuz e nas flores imaculadas
Entre trincheiras arroios e flancos
No perfume do gengibre branco
Beijam o néctar doce
Penetram na majestade do silêncio
Ninguém conhece a voz das borboletas
A não ser Deus
Elas falam pela beleza e brevidade
Profundidade e fragilidade
São siderais nas florestas
Cósmicas nos campos
Fenomenais no deserto florido
Cativas de um inocente sorriso
Tingem também elas a glória do paraíso

94
Praias

Uma vez mais passeio na areia molhada


Entre a fé a vespertina tarde dourada
O reverso reflexo da manhã ensolarada
A brisa soprando nos pinheiros e faias
As ondas sinuosas da imensa praia
É minha alma que busca o lume
Aroma dos mares salgados intenso perfume
Meu coração a Deus se derrama
Foge das catástrofes quebradiças da noite
Vêm as marés pungentes em açoites
Mas de joelhos ao céu estendo a mão
Chega a minha noite em escuridão
Nascem os ventos que bramam tantos perigos
Mas no vale da sombra da morte
Tu estás comigo

95
O Mar

Espelho celestial em vossas ondas

Em teu leito a luz repousa

Reina em ti o doce império

A linha do horizonte

Fronteiras épicas da nobre esperança

As montanhas tingem verde distante

Assim também é meu coração

Areias marcadas por cicatrizes

Seladas no chão batido do coração

Solo fértil e áureo jardim

Saudosa lembrança do céu

Na imagem austera e imperiosa

Do templo na alma escrito assim:

Cristo vive em mimCéu

A noite esparsa canta o silencio

Molúria na relva dos campos

O frescor do norte boreal

Hésperus e a estrela do sul

96
Brilham tais jóias no céu escuro

Diamantes da coroa da criação

O cheiro da noite acalma a alma

Inebriantes perfumes do aljofre

O mar de cima em orquestras luminárias

A lua madrepérola chora reflexos

E os abalos sísmicos da carpintaria

Provocam o despertar do coração

Eu me acordo tão calmo

Na primavera dos sonhos.

97
Pássaros

Pássaros voam pelos céus

Flutuam suaves como plumas de outono

Desprendem-se dos grilhões da terra

Tecem a tapeçaria das constelações

Elevam-se como os Filhos das alturas

Assim as asas do coração se abrem

Quando contemplam a Santa profecia

Num olhar fixo além das nuvens cirrostratus

Entre o cheiro dos cravos e citronela

É o ultimo verão das alvas puras

O tocar do élan da ultima trombeta

O tempo de regozijar chegou

Cristo retornando triunfante nos ares

Depois de preparar tantos outros

Benditos celestiais lugares.

98
Adâmico

Sou filho adâmico de tempestades

Nasci em sopros de temporais

No meio de bravas chuvas torrenciais

Aprendi a resistir furacões

A enfrentar as maiores turbulências

A sobreviver ao caos do mundo

Sou filho adâmico de abalos sísmicos

Nasci nos maremotos existenciais

No meio de trovões caminhei

Na Rocha firmei meus fundamentos

Sobrevivente da redenção

Não naufrago da queda.

99
Montanhas

Olho ao longe a serra

Selva de relvas do telhado celeste

Montanhas

Minha alma apetece o cume

Campos de altitude

Flores alpinas

Edelveis e genciana

Éolo suave no rosto interior

Colheitas de um crepúsculo antigo

Alvor saturado de cores

O prisma em meus olhos

Visão beatifica do além

Sementes da colheita da fé

A bendita esperança

Nova Jerusalém

100
Pão da Vida

No sulco ferido da terra das dores

Mergulhou os gemidos do Redentor

Vida em profundidade de morte

Hálito em pungente agonia

Nas trincheiras rasgadas do mundo

O sangue imaculado é agente

Da remissão a eterna semente

Germinação de verdadeira esperança

Gólgota: em teu semblante sombrio

Agonizou o Verbo em tristezas

Para suportar todas as nossas vilezas

Para nos ofertar perene redenção

No seio da terra tenebrosa e calcinada

Cristo sepultado em dormição

Despertou em força acerada o Senhor

101
Frutificando pra sempre bendita salvação

102
Quando o Amor é Ferido

Ferido o amor exala a vida

Se são profundas as chagas das ofensas

Libera perdão

Como o sândalo moído liberta doce arômata

O sulco cravado pelo arado de aço

Na terra que agoniza germina as flores agrestes

Ferido o amor é como a pedra bruta

Que no cinzel torna-se arte

O barro cru amassado vira vaso nas mãos do oleiro

O amor ferido é como ostra

Na agressiva dor do sofrimento produz a perola

O casulo é um insulto larvar

Na pressão da vergonha vira borboleta

No tardar da noite fria a madrugada doa ao mundo

A estrela da manhã

O amor é a revolução da vida ferida no centro da essência

Frutifica as mais nobres virtudes

Para fortalecer o espírito humano

103
Relva

Na aragem liberta dos campos

O juntar de folhas no chão

Ervas rasteiras cálices de clorofila

Lírios e rosas camponesas

Há relvas nas campinas

A librina fria das manhãs outonais

Cálices de doçura de cerejas

A torrente da frutose tropical

Há um rio que flui do Trono

Uma torrente refrescante

Que ressuscita a alma abatida

Uma voz sacra que diz:

“Quem quiser beba de graça

Da água da vida”

104
A Cruz

O peso da cruz

Mas não somente o madeiro

Mas dos meus pecados

De minha condenação inteira

Mergulhou Ele os meus pecados

No oceano cheio de Seu sangue

Sepultou a minha segunda morte

Na Sua morte régia

Redentora e libertadora

Selada está à remissão

Consumada e perfeita

Uma vez por todas e para sempre

Pelo selo da Sua ressurreição

105
Anseio

Um dia sonhei em viver

Como a larva sonhou em voar

E sonhando pintei um caminho

Onde o coração pudesse andar

Em sonhos dourados de rosas singelas

Imaginário concreto e sem abstrações

Como arco-íris tingindo aquarelas

De brisas aromatizando as estações

Sonhei mesmo rastejando no chão

Em beijar o jasmim, o pêssego e a violeta

Sonhei no jardim e na quinta silvestre

Sou talvez homem ou borboleta

Sonhando tão alto dentro do coração

Ouvi no alento do meu ser

O Reino vindouro anelo bem quisto

E antes de tudo o retorno de Cristo

106
Sonhos de Fogo

Tu que repousa no arco das flores

Que adormece na Iris dos próprios olhos

O sono maduro de duma hipérbole vaga

Na sensatez sonâmbula da amargura

Tu que vai moroso entre jardins

Foge de um inverno ébrio cheio de calafrios

Pegastes o fio da meda de fogos fátuos

Soprando as chamas de falsos pavios

O verdadeiro pentecostes é um clarão

Que acende as virtudes e outros frutos sagrados

Que libera a luz da sobriedade em alentos

Que define o profundo discernimento

É evidente que por mais intensa

Que seja a luz

Nossa alma não resplandece de verdade

Se o coração permanece fechado para os fatos

107
Areias do tempo

O tempo é a praia que marcamos a vida

Traços eloqüentes de nossas decisões

A ilustração monumental de nossas obras

O registro sinfônico da ordem ativa

O universo é testemunha de nossa eloqüência

O resplendor do ato corajoso e puro

Na semente da esperança da sacra ternura

Que imprime a piedade na vastidão da conduta

O que fazemos ou deixamos de fazer

Ficará para sempre como passos e ausências

Nas areias do percurso de nossa peregrinação

108
Tarde Silenciosa

Na tarde vespertina do outono silencioso

Longe das multidões que orbitam o caos

Encontro um raro e inaudito cântico

Longe das rosas desamparadas de inverno

Na tarde vespertina do fim de dia

No regato de um ribeiro de frescor

Nas margens delicadas da lagoa fria

O encontro tétrico de risonhos sossegos

A tranqüilidade é uma luz

Que ilumina todos os caminhos

Da nossa prudência.

109
Esperança Ultima

Não cai a esperança

Do santuário do coração

Quando ela está fincada

No chão eterno das promessas

Do Evangelho

Os olhos que contemplam Cristo

Autor e consumador da fé

Podem enxergar a luz

Da eterna aurora vindoura

O lugar infinito e dourado

É o Salvador Bendito que foi preparar

E breve Ele virá nos buscar...

110
O autor: Clavio J. Jacinto é casado com Elenice
dos Santos Jacinto, autor de vários livros e
livretos abordando temas teológicos filosóficos
e espiritualidade.

Todos os livros e livretos são distribuídos de


forma absolutamente gratuita, tudo de graça,
sem qualquer interesse em lucros. Se tiver
interesse em receber mais material em formato
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