Você está na página 1de 5

1

Aspectos de Comunicação da Norma IEC 61850


E. C. Gurjão, U. A Carmo, Member, IEEE, B. A. Souza, Senior Member, IEEE

Neste trabalho é feito um apanhado de alguns aspectos de


Resumo – Neste artigo são apresentados os aspectos do modelo como essa troca de informações universal é realizada sob o
de dados, linguagem de configuração e da comunicação, em ponto de vista de redes de comunicação. Para tanto, é descrita
termos de pilhas de protocolos e tipos de mensagens, entre a pilha de protocolos utilizada. Também é mostrado como as
equipamentos de automação da proteção de subestações de
diversas mensagens previstas são manipuladas nessa pilha de
energia elétrica que seguem a norma IEC 61850. É mostrada a
pilha de protocolos utilizada nessa norma e como é feita a troca de protocolos, segundo essa norma.
mensagens nessa pilha. O trabalho está dividido da seguinte forma, na Seção II é
feita uma descrição da norma IEC 61850. Na Seção III são
Palavras Chaves – IEC 61850, automação, subestação, apresentadas a pilha de protocolos e as mensagens trocadas na
protocolos, modelo de dados, Nó Lógico. comunicação e como elas são manipuladas nas camadas do
protocolo. Na seção IV é apresentado o modelo de dados que
I. INTRODUÇÃO representa os atributos e funções dos dispositivos físicos de
uma subestação do sistema elétrico. A seção V descreve a

O s sistemas atuais de automação de subestações de energia


elétrica normalmente consistem de equipamentos de
diferentes fabricantes e de diferentes gerações. A
arquitetura da linguagem de configuração ECL e sua
composição de arquivos. Finalmente na Seção IV são feitas as
conclusões e algumas perspectivas de oportunidades que essa
comunicação entre esses equipamentos é difícil, pois a maior norma fornece.
parte deles usa protocolos específicos, o que leva ao uso de um
equipamento para conversão entre os protocolos específicos II. A NORMA IEC 61850
(gateway) ou a imposição de usar equipamentos com o mesmo
protocolo de comunicação, o que possivelmente implica no
uso de equipamentos de um mesmo fabricante [1]. Para possibilitar a comunicação entre dois sistemas
No começo dos anos 90 o projeto Utility Communications normalmente utiliza-se um conjunto de regras que define o
Architecture (UCA) começou a ser desenvolvido nos Estados tipo das mensagens e ordem que elas devem ser trocadas. Esse
Unidos no EPRI (Electric Power Reserch Insitute) com o conjunto de regras é conhecido como um protocolo [3].
objetivo de desenvolver uma estrutura de comunicação em Quando a comunicação exige um grande número de protocolos
tempo real comum a todas as empresas. Em 1995, três grupos esses são agrupados em funcionalidades formando uma
de trabalho do Comitê Técnico TC57 da IEC (International camada e o conjunto de camadas forma uma pilha de
Electrotechnical Comision) foram estabelecidos para preparar protocolos [3], [4].
um padrão para comunicação de sistemas em subestações. A O objetivo principal de um protocolo (ou uma pilha de
parte do trabalho americano foi chamada de UCA 2.0. protocolos) é fazer com que sistemas (ou equipamentos)
Reconhecendo que estavam tentando atingir o mesmo mesmo que tenham arquiteturas internas distintas falem a
objetivo, EPRI e UCA decidiram unir esforços para obter um mesma “língua” e assim consigam trocas informações e se
padrão que seja internacionalmente aceito [1], esse padrão é entenderem [3]. Porém, se não houver um consenso que defina
conhecido com IEC 61850 Redes de Comunicação e Sistemas regas básicas que os protocolos de uma determinada aplicação
em Subestações (do inglês, IEC 61850 Communication devam seguir (modelo de referência), é possível que soluções
Networks and Systems in Substation) [2].
proprietárias sejam propostas, ou seja, cada fabricante pode
Apesar de ainda estar em desenvolvimento, a norma IEC
definir um protocolo específico para os seus produtos e isso
61850 define dentre outras coisas o modelo de dados e a pilha
pode impedir a comunicação com equipamentos de outros
de protocolos para a comunicação entre equipamentos e tem
fabricantes.
despertado interesse das empresas, pois pode solucionar o
O fato acima descrito ocorreu quando do surgimento das
problema da comunicação entre equipamentos de diferentes
primeiras redes de computadores e foi resolvido pela adoção
fabricantes e gerações.
dos modelos OSI/ISO [4] e do TCP/IP [3]. Sendo esse último
um melhor exemplo, pois resultou na Internet.
E. C. Gurjão e B A. Souza são professores da Universidade Federal de
O problema da profusão de protocolos proprietários
Campina Grande, R. Aprígio Veloso, 882. Campina Grande, PB, Brasil. também ocorre nas subestações de energia elétrica.
U. A. do Carmo é engenheiro da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco Atualmente cada fabricante utiliza o seu protocolo, o que
– Chesf , Recife, PE, Brasil. (e-mails: {ecandeia, benemar}@ee.ufcg.edu.br,
dificulta a interligação entre equipamentos de fabricantes
acarmo@chesf.gov.br).
distintos. Essa interligação pode ser feita utilizando
2

conversores de protocolos (gateways), mas esses III. MODELO DE DADOS


equipamentos têm um atraso inerente e para sistemas em
tempo real, como é o caso da proteção de uma subestação, A norma do protocolo IEC-61850 define e padroniza o
atrasos na troca de mensagens podem gerar atuações indevidas modelo dos dados que representam os atributos e funções dos
provocando distúrbios no fornecimento de energia elétrica. dispositivos físicos de uma subestação ou usina do sistema
Na busca em obter um padrão único de comunicação entre elétrico. Este modelo é voltado para a orientação a objeto –
equipamentos numa subestação de energia elétrica alguns OO e utiliza todos os conceitos associados a este tipo de
esforços forma iniciados. Uma dessas iniciativas são estrutura de dados. Formado por uma hierarquia de
protocolos como IEC-870-5-101/104 que fazem a componentes de hardware e software. O dispositivo eletrônico
comunicação entre centro de controle e subestações, outra inteligente - IED é formado por um hardware e por um
iniciativa foi o protocolo IEC-870-5-103 projetado conjunto de funções residentes que caracterizam o seu
especificamente para comunicação dos dispositivos de comportamento. As funções utilizam classes de dados e as
proteção. Este protocolo utiliza o modelo de mestre-escravo, respectivas instâncias de dados. Um conjunto de funções ou
apresentando a restrição de um pequeno número de funções e sub-funções interna do IED que trocam informações formam
de modelo de dados padronizado [5]. Como já foi citado, o um Nó Lógico – NL. Um conjunto de NL forma um
projeto UCA e os grupos de trabalho do IEC iniciaram esses dispositivo lógico – DL. O dispositivo lógico está residente no
esforços e em seguida se uniram para obter um padrão único o dispositivo físico (IED). A Figura 2 ilustra a estrutura
IEC 61850 “Redes de Comunicação em Sistemas e hierárquica do modelo de dados interno ao dispositivo físico.
Subestações” (do inglês, IEC 61850 Communication Networks Os nós lógicos contem uma lista de dados baseado em sua
and Systems in Substation) [2]. funcionalidade com os respectivos atributos. Os dados têm
Esse padrão está definido em uma norma que define o uma semântica bem definida dentro do contexto de sistema de
modelo de dados e a pilha de protocolos que possibilita a troca automatização de subestação [7]. O nó lógico que representa a
desses dados e tem como premissas básicas a função de um disjunto é denominado XCBR. Um dos dados
interoperabilidade para permitir a troca de informações entre associados ao nó lógico XCBR é POS (posição) que é
equipamentos de fabricantes distintos, a possibilidade de diferente de um simples ponto de estado do disjunto. POS tem
configurações de funções com as necessidades dos usuários e vários atributos que são categorizados como:
que ela seja “a prova de futuro” possibilitando a utilização dos • Controle (estado, medidas/valores medidos e
progressos nas tecnologias de comunicação e nas necessidades configuração),
dos usuários [2]. • Substituição,
A norma está dividida em 10 partes, conforme representado • Configuração, descrição e extensão.
na Figura 1, sendo que cada uma das partes consiste em um
documento que define as características que uma determinada
implementação deve ter para estar em conformidade com a
norma.

Fig. 2 – Modelo de dados embutido no dispositivo físico

O atributo de dado Pos.ctlVal representa um controle e


pode ser um comando de abertura ou fechamento. O Pos.stVal
representa a posição real do disjunto podendo assumir os
seguintes estados: transição, aberto, fechado ou defeito.
A norma IEC-61850 padronizou um conjunto de treze
grupos de nós lógicos que tem como finalidade agrupar
funções afins do tipo proteção, controle e automação de
Fig. 1 – Arquitetura da norma IEC 61850. subestações e usinas. Podemos citar como exemplo os grupos
de funções de proteção, de medição e de monitoramento
O modelo de dados é orientado a objetos e os dados são dentre outros. Em cada grupo de nós lógicos existem classes
trocados entre funções e sub-funções que estão nos de nós lógicos associada. Por exemplo, no grupo de funções de
dispositivos inteligentes eletrônicos (IED, do inglês Intelligent proteção existem vinte e sete classes e o total de classes
Eletronic Devices). Na próxima seção são apresentados a pilha associadas a todos os grupos é de 86. A classe de nó lógico
de protocolos a as mensagens trocadas entre os IEDs.
3

atingiu o número de 377 Classes de Dados. A Tabela 1 ilustra


as Classes de Dados normalizadas para um Nó Lógico.

TABELA 1
CLASSES DE DADOS DO IEC-61850

Classe de Dados Quantidade


A - Corrente fase terra
Informação do Sistema 13 fase 1, 2, 3.
Informação do dispositivo Amps – Corrente
11 trifásica;
físico
Ang – Ângulo entre
Medição 66 tensão e corrente.
Valores medidos 14 Anln – Entrada analógica
para I/O genérico;
Dados controláveis 36 ChAnVal – matriz de
Informações do estado 85 canais analógicos e
Configuração 130 valores atuais ;
CircA – medida da Fig. 3 – Arquitetura do sistema de configuração que utiliza
Total 355 corrente de circulação em
transformadores
linguagem SCL
paralelos;
..................................Etc.
…………………….. A linguagem SCL utiliza vários arquivos para realizar a
descrição formal dos modelos. O arquivo System Specificatio
IV. LINGUAGEM DE CONFIGURAÇÃO
Description – SSD descreve o diagrama unifilar, as funções
alocadas a este diagrama e dados que eventualmente serão
A norma IEC-61850 parte 06, define uma linguagem de suportados por esta descrição. A capacidade de cada IED é
descrição formal de configuração para os sistemas de descrita no arquivo IED Capability Description – ICD. A
automação de subestação - AS. Esta linguagem conhecida Figura 3 ilustra a arquitetura de um sistema de configuração
como Substation Configuratio Languagem – SCL é baseada
utilizando a linguagem SCL. Nesta figura temos uma estação
em eXtender Markaup Language (XML) [5] e tem como
de engenharia rodando o aplicativo de gerenciamento de
objetivo principal padronizar os atributos de configuração de
configuração, o configurado do sistema que baseado no
maneira a permitir configurações de IED´s com maior
segurança e confiabilidade. A linguagem é composta pelos arquivo SSD realiza as operações necessária para configurar o
arquivos descrição de configuração de IED (ICD), descrição sistema, o configurador de IED que utiliza o arquivo ICD para
de configuração de sistema (SCD) e Especificação do sistema configurar os IEDS. O aplicativo de gerenciamento de
(SSD). Estes arquivos contem os dados da subestação, das configuração transfere através do gateway os arquivos
relações dos equipamentos de manobras, da funcionalidade contendo a configuração para os IED.
dos IEDs e de todos os serviços de comunicação. Os arquivos
são utilizados para a troca de informações de configuração V. PILHA DE PROTOCOLOS E TIPOS DE MENSAGENS PREVISTOS
entre ferramentas de fabricantes diferentes. A linguagem de PELA NORMA
configuração em seu escopo completo descreve os seguintes
modelos [6]: A pilha de protocolos está representada na Figura 4 e é
composta de um serviço que gera mensagens e das camadas de
• Estrutura do sistema de potencia primário: transporte, rede e enlace. Pode-se observar que somente a
descreve como os equipamentos estão conectados camada de enlace é comum a todas as mensagens e utiliza o
e quais as funções que serão utilizadas; protocolo Ethernet com prioridade. As mensagens que não tem
• Sistema de comunicações: Como os IEDs serão restrição de tempo, aqui denominadas comunicação cliente-
conectados nas redes e nas sub-redes e quais os servidor, utilizam toda a pilha de protocolos enquanto as
pontos de acesso de comunicação; demais, que precisam tem restrições quanto a atrasos, são
• O nível de aplicação das comunicações: como os mapeadas diretamente na camada de enlace.
dados serão agrupados para serem enviados, As mensagens são classificadas em classes desempenho
como os IEDs disparam o envio dos dados e quais como está apresentado na Tabela 2.
os serviços escolhidos; Por utilizarem todas as pilhas do protocolo, as mensagens
• A configuração de cada dispositivo lógico, os nós cliente-servidor têm um atraso inserido pelo processamento em
lógicos com as suas classes e tipos pertencentes a cada camada, e por esse motivo devem estar necessariamente
cada dispositivo lógico. relacionadas a serviços com restrições críticas de tempo como,
• As definições de tipo para cada instância de nó por exemplo, sincronização, leitura e escrita de atributos e
lógico. transferência de arquivos.
• O relacionamento entre cada instancia de nó
lógico com o IED hospedeiro.
4

estrutura fixa de dados enquanto as mensagens GOOSE


transportam estruturas de dados configuráveis.
As mensagens GOOSE contêm informações que permitem
ao receptor conhecer que um status foi modificado e o instante
em que ele foi modificado.
Os valores amostrados, como corrente e tensão do
transformador, são enviados nas mensagens SV que requerem
atenção a restrições de tempo, pois o conjunto de valores
amostrados será usado no receptor para “reconstruir” o valor
original da grandeza medida.

C. Mecanismo de envio de mensagens


Mapear as mensagens com restrições críticas de tempo
diretamente na camada de enlace resolve o problema do atraso
Fig. 4 – Representação da Pilha de Protocolos IEC 61850
inserido pelas demais camadas no envio das mensagens, porém
retira a confiabilidade que seria garantida por meios de
TABELA 2 estabelecimento de seções e confirmações de recepção pelas
TIPOS DE MENSAGENS E CLASSES DE DESEMPENHO camadas que não foram utilizadas. Para garantir a
confiabilidade são inseridos outros mecanismos de
Tipo Classe retransmissão, descritos a seguir.
1 Mensagens rápidas Antes de apresentar o mecanismo de envio vale salientar
1A Trip que todos os serviços de envio de dados são feitos de forma
2 Velocidade média espontânea, ou seja, sem a necessidade de serem solicitados
3 Baixa velocidade por outro equipamento. Para definir o que deve ser
4 Dados em rajada (raw data) transmitido, um conjunto de dados relacionados a todas as
5 Transferência de arquivos mensagens (cliente-servidor, GOOSE ou SV) e um evento que
6 Sincronização de tempo define o início da transmissão é definido em bloco de controle.
Uma mesma mensagem GOOSE é enviada continuamente a
As mensagens com restrições críticas a atraso, como cada Tmax = 1024ms. Quando um evento ocorre uma nova
bloqueios, são denominados de transferência de objetos mensagem é gerada e o período de envio diminuiu para Tmin =
genéricos de eventos do sistema (GOOSE, do inglês generic 2ms, em seguida esse período e é incrementado até que o
object oriented system events) (tipos 1 e 1A) como e Tmax seja atingido ou que outro evento ocorra, gerando uma
transferência de valores amostrados – SV (sampled (analog) nova mensagem, conforme está ilustrado na Figura 5. Observe
values) (tipo 4). Essas mensagens além de não utilizam todas que caso um não ocorra novos eventos uma mensagem é
as camadas da pilha de protocolos têm prioridade mais alta. repetida em períodos de tamanho Tmax.

A. Mensagens Cliente-Servidor
São definidos três tipos de mensagens cliente-servidor:
Sincronização de tempo (tipo 6), Serviços ACSI (Abstract
Communication Service Interface) (tipos 2, 3 e 5) e Eventos
genéricos do status da subestação - GSSE (Generic Substation
Staus Event) (tipos 1 e 1A).
As mensagens ACSI provêem uma interface abstrata de Fig. 5 – Repetição de Mensagens GOOSE.
comunicação entre um cliente e um servidor remoto e para
distribuição de eventos entre uma aplicação em um
No caso das mensagens por valores amostrados
equipamento e aplicações remotas em outros equipamentos.
considera-se que a perda de algumas delas possa ser
Apesar dos IEDs poderem ter um relógio interno, para
garantir a sincronização entre os IEDs mensagens de recuperada pelos algoritmos que rodam nas funções de
sincronização de tempo são envidas pela rede. Essas recepção. Portanto não há mecanismos de reconhecimento ou
mensagens utilizam o protocolo SNTP (Simple Network Time envio contínuo para esse tipo de mensagem.
Protocol) [4]. D. Topologia da rede de comunicação de dados
B. Mensagens GOOSE e valores amostrados Em um sistema de automatização de subestações
As mensagens GSSE e GOOSE pertencem à classe de normalmente existem duas redes de suporte à comunicação de
mensagens GSE (Generic Substation Event) sendo que as dados. Uma rede ao nível de subestação e outra ao nível de
primeiras transportam informações de status e são dos tipos 1 e processo. Um dos elementos básicos na composição desta
1A, como as mensagens GOOSE, mas só suportam uma rede é a switch. Esse tipo de componente introduz retardo na
5

rede que, dependendo da topologia, torna-se critico, VII. REFERÊNCIAS


principalmente para as mensagens GOOSE e de valores
amostrados. Os projetistas de sistema de automatização de [1] F. Hohlbaum, L. Hossenlopp and G. Wing. Concecpt and First
subestação devem levar em consideração este retardo de Implementation of IEC 61850. Cigré Brasil Comitê de Estudos B5.
Disponível em http://sage.cepel.br/ceb5/artigos_bienal_2004.htm
tempo para definição da topologia da rede e dos requisitos da
switch. [2] IEC 61850 Communication Networks and Systems in Substations
Considere uma subestação de transmissão de médio porte http://www.61850.com/ Visitado em 02 de maio de 2006.
com vinte bays, conforme ilustrado na Figura 6, e um switch
[3] K. W. Ross e J. F. Kurose, "Redes de Computadores e a Internet: Uma
com os requisitos necessários para atender a norma IEC- Nova Abordagem". Pearson do Brasil, 3a Edição, 2005.
61850. Isto é, um switch com um retardo na ordem de 5ms.
Suponha que esteja em uso uma rede em anel e que houve uma [4] A. S. Tanenebaum. Redes de Computadores. Campus, 4a Edição, 2003.
falha de disjuntor no bay i central da subestação, portanto a [5] Brand, Klaus-Peter. How to Use IEC 61850 in Protection and
mensagem GOOSE de falha de disjuntor levará 50 ms, Automation. Electra-Cigre, October 2005.
aproximadamente dois ciclos, para atingir o bay mais distante
[6] IEC, part 6: Configuration Description Language for Communication in
isto sem se considerar o atraso devido ao tempo de transmi- Electrical Substation related to IEDs, First edition 2004-03.
ssão e decorrente a congestionamento de mensagens.
[7] IEC, part 7-1: Basic communication structure for substation and feed
equipments- principle and models, First edition 2003-7.
∆T=50ms

VIII. BIOGRAFIAS
E. C. Gurjão nasceu em Campina Grande, PB em fevereiro de 1974. Doutor
em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Campina Grande
(UFCG), atualmente é professor dessa instituição e tem trabalho na área de
Telecomunicações em especial com Redes de Comunicação e Teoria da
Informação.

U. A. Carmo, Mestre em Ciência da Computação pela Universidade Federal


bay i bay 20 de Pernambuco (UFPE), Engenheiro Eletricista pela Universidade Federal de
bay 1
Pernambuco (UFPE), atualmente é engenheiro da CHESF, instituição que
tem trabalhado na área automação dos processos de supervisão e controle do
Fig. 6 – Retardo das mensagens GOOSE e SV provocado pelo sistema de energia elétrica.
switch.
B. A. Souza, (M’02–SM’05) é Engenheiro Eletricista, Mestre e Doutor em
Engenharia Elétrica, títulos que recebeu da Universidade Federal da Paraíba,
Observa-se que no projeto de sistemas de automatização de Campina Grande, em 1977, 1981 e 1995 respectivamente. Atualmente é
subestação utilizando a norma IEC 61850 se faz necessário professor da Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande.
uma análise e negociação dos tempos envolvidos nas Suas áreas de interesse são métodos de otimização e técnicas de inteligência
artificial aplicados a sistemas de potência. Transitórios eletromagnéticos,
mensagens GOOSE e SV e os tempos de disparo das qualidade da energia, planejamento e operação de sistemas de distribuição e,
proteções. Esta análise dos tempos serve de insumo para a mais recentemente, automação de sistemas de energia elétrica.
definição da topologia e quantitativos de redes e sub-redes
tanto ao nível de processo como ao nível de subestação.

VI. CONCLUSÕES

Neste artigo foi realizada uma revisão do modelo de dados,


da linguagem de descrição formal SCL e dos protocolos e das
mensagens trocadas entre equipamentos que obedecem à
norma IEC 61850, e assim poderem realizar troca de
informações mesmo que sejam de fabricantes distintos.
Dependendo do dado a ser enviado, um tipo de mensagem é
utilizado e, mensagens com restrições a atrasos não utilizam
todas as camadas do protocolo e para garantir confiabilidade
têm um mecanismo especial de retransmissão.

Você também pode gostar