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INTRODUÇÃO

No Brasil, é nítido que a população começa a dar sinais de envelhecimento, até poucos
anos atrás, o país lutava contra a mortalidade infantil, e hoje a expectativa de vida do
brasileiro aumenta a cada ano, estudos mostram que essa parte da população ultrapassará
barreira dos cem anos de vida.
A preocupação com a estabilidade na velhice, e a instabilidade na atual Previdência
Social mantida pelo governo, faz com que os brasileiros se preocupem ainda mais com a sua
saúde financeira para o final de suas vidas.
A atual Previdência Social tem como objetivo básico dar condições mínimas de
subsistência aos trabalhadores de todos os níveis, porém a Previdência Social vem passando
por um profundo desequilíbrio, hoje os trabalhadores ativos custeiam o benefício pago aos
trabalhadores inativos, mas com a informalidade no mercado de trabalho as contribuições
diminuíram de forma significante, ocasionando rombos em seus cofres.
A Previdência Privada surgiu em função da necessidade de os indivíduos manterem o
mesmo padrão de vida, no momento da aposentadoria. As empresas que oferecem estes
planos são regulamentadas por leis e órgãos competentes, o Conselho Nacional de Seguros
Privados (CNSP) e a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).
Esta pesquisa tem como tema a Previdência Privada no Brasil e como objetivo principal
mostrar que a mesma tem se tornado uma boa opção, seja para manter o mesmo padrão de
vida no momento da aposentadoria ou como forma de investimento a longo prazo, tem como
objetivos específicos descrever as principais características entre os planos mais
comercializados no mercado sendo eles o VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres) e o
PGBL (Plano Gerador de Benefícios Livres) para escolha do melhor plano a ser adquirido; as
vantagens existentes ao adquirir um plano de previdência complementar, analisar os
incentivos fiscais oferecidos pelo governo, a segurança estabelecida por leis para proteção do
consumidor, dos recursos e do recebimento do benefício.
A resposta sobre o porquê é interessante investir em previdência privada, será obtida ao
final deste trabalho.
Esta monografia desenvolve-se nas seguintes seções:
Seção 1 A Previdência Social;
Seção 2 A Segurança Legislativa;
Seção 3 A Previdência Privada no Brasil; e
Seção 4 Método.
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SEÇÃO 1 A PREVIDÊNCIA SOCIAL

Foi criada no Brasil, na década de 40, e mantida no mesmo sistema de repartição


simples, na qual os trabalhadores ativos custeiam o benefício pago aos trabalhadores inativos.
Sobre o surgimento da Previdência Social, Gonçales (1998, p. 22) “Na constituição
Federal de 1824, ainda dentro do Império, a Previdência Social foi vislumbrada como um
regime de mutualidade.”
O mesmo conceito ainda é mantido nos dias atuais, onde os trabalhadores contribuem
para a manutenção daqueles que por motivos maiores não exercem nenhuma atividade, mas
como veremos mais adiante, não cabe somente ao indivíduo, mas a sociedade como um todo.
A Previdência Social tem como objetivo básico dar condições mínimas de subsistência
aos trabalhadores de todos os níveis, porém com a ocorrência de rombos em seus cofres e o
constante crescimento demográfico, tecnológico e científico, os benefícios pagos não atingem
as expectativas dos trabalhadores nos dias atuais.
Qualquer indivíduo independente de onde vive, experimenta a angústia da incerteza
quando da inatividade de suas atividades, por isso que a instituição da segurança social é
universal. Os governos juntamente com as empresas só podem oferecer apoio dentro de suas
possibilidades econômicas, oferecendo aos indivíduos que não podem mais exercer atividade,
somente o necessário para satisfazer as condições mínimas de vida.
Segundo Gonçales (1998, p. 35):

A Previdência Social tem como objetivo o acesso aos meios indispensáveis


de manutenção, por motivo de incapacidade, desemprego involuntário, idade
avançada, tempo de serviço, encargos familiares, reclusão e morte. É vista
como um sistema de seguro social (público), através do qual são distribuídos
direito àqueles que contribuem.

Hoje, além da seguridade social, que visa contribuir com o mínimo para a subsistência
dos inativos dentro de suas condições econômicas, contamos com instituições de previdência
privada, que oferecem benefícios para aqueles que pretendem manter seus padrões quando da
inatividade de suas atividades.

1.1 História da Previdência Social

Com a Revolução Industrial seguida da Mercantilista, acontece um marco nas questões


sociais, quando grande parte da sociedade, em busca de condições melhores de vida,
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abandonam seus trabalhos no campo para se aventurar na cidade em busca de novos
empregos.
Durante esta transição, a sociedade vivenciou condições sub-humanas, pois os
trabalhadores foram obrigados a largar seus lares e suas atividades agrícolas para ingressarem
nas atividades industriais, destruindo todas as expectativas na melhora de suas vidas.
Diante deste caos, a própria sociedade se viu obrigada a assumir um compromisso com
os que necessitavam de condições mínimas para sobreviver. Perante esta posição e cobrança,
o Estado se viu obrigado a também se preocupar e se impor em relação às questões sociais,
surgindo então o conceito de que a responsabilidade de oferecer bem-estar aos necessitados
caberia ao Estado, as empresas e aos indivíduos.
“O que a filosofia social trouxe, além da conscientização das massas sobre a necessidade
de organização, foi a conscientização do próprio homem sobre o seu papel no processo sócio-
econômico da comunidade a que pertence.” (PÓVOAS, 2007, p. 39).
Este pensamento de que toda a sociedade era responsável por subsidiar os desprovidos,
permeou por muitos anos e serviu de base para os atuais sistemas previdenciários.

1.2 Os Beneficiários

É considerado beneficiário todo e qualquer cidadão que contribua para a Previdência


Social e seus dependentes. Podemos classificá-los em empregados, empregados domésticos,
trabalhadores avulsos, contribuintes individuais, segurados especiais e os contribuintes
facultativos, sendo excluídos os servidores civis ou militares da União.

1.2.1 Empregados

Nesta categoria, encontramos os trabalhadores que prestam serviços de forma contínua


às empresas, são contratados com carteira assinada e são considerados segurados obrigatórios,
pois as suas contribuições são recolhidas pelo empregador no ato do recebimento de seu
salário contratual.

1.2.2 Empregados Domésticos

São trabalhadores com carteira assinada, mas que prestam serviços esporadicamente a
empregadores. O recolhimento das contribuições independe do empregador, ficando a cargo
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dos empregados a responsabilidade do pagamento. Dentro desta categoria podemos citar os
domésticos, os jardineiros, governantas, entre outros.

1.2.3 Trabalhadores Avulsos

São considerados trabalhadores avulsos os que exercem atividade urbana ou rural sem
vínculo empregatício e prestam serviços a diversas empresas. Geralmente são contratados
através de sindicatos e cooperativas. Enquadram-se nesta categoria os ensacadores de café,
arrumadores, trabalhador rural entre outros.

1.2.4 Contribuintes Individuais

São os trabalhadores que possuem renda, mas não se enquadram na qualidade de


empregado, pois em maior caso oferecem seus préstimos sem nenhum vínculo empregatício.
Dentro deste grupo podemos considerar os trabalhadores autônomos que trabalham por
conta própria, como os empresários, os ambulantes e feirantes, o recolhimento acaba não
sendo obrigatório.

1.2.5 Segurados Especiais

São considerados especiais os trabalhadores que exercem individualmente ou em regime


familiar atividades rurais e pescadores artesanais.
A Previdência Social define os segurados especiais:

São considerados segurados especiais os trabalhadores rurais que produzem


em regime de economia familiar, sem utilização de mão-de-obra assalariada
permanente. Fazem parte do grupo econômico cônjuges, companheiros e
filhos maiores de 16 anos que trabalham com a família em atividade rural.1

São indivíduos que se associam em prol de uma determinada tarefa, mas que não
buscam atividades com fins lucrativos, mas sim para subsídio próprio.

1
PREVIDÊNCIA SOCIAL; Previdência prepara sistema para Segurados Especiais - disponível em
http://www.previdenciasocial.gov.br/arquivos/office/3_090225-141926-551.pdf - acesso em 03/11/2009.
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1.2.6 Segurados Facultativos

São aqueles que com idade igual ou superior a 16 anos que não possuem rendimentos e
que por opção própria começam a contribuir, independem de atividade remunerada, para que
possam no futuro contar com tempo a mais de contribuição no momento de sua aposentadoria.
Podemos encaixar neste grupo os estudantes e donas de casa.

1.2.7 Dependentes

São considerados dependentes dos segurados as pessoas que se caracterizarem pela


dependência econômica do contribuinte, não havendo a necessidade de dependência total.

A dependência econômica, para se delinear a condição de dependente


previdenciário, como já visto, não necessita ser total. Basta que
preponderantemente a pessoa dependa do recurso do segurado para sua
sobrevivência. (GONÇALES, 1998, p. 49).

Podemos considerar como dependentes: o cônjuge do segurado, os filhos com limite de


idade de 21 anos, pais e irmãos também com limite máximo de 21 anos de idade, mesmo que
estes também exerçam atividade remunerada.

1.3 Os Benefícios

O benefício previdenciário é dado mediante a incapacidade do trabalhador de exercer


suas atividades e conseqüentemente aos seus dependentes.
Tem direito ao benefício todo indivíduo que contribua com a Previdência Social, não
somente ficando a cargo dos empregados, mas também aos empregadores e ainda ao Estado a
contribuição.
“Na Constituição Federal de 1934, o legislador estabeleceu a Previdência Social
custeada pela União, empregados e empregadores. Objetivava-se o amparo à velhice,
invalidez, maternidade, acidentes do trabalho e morte.” (GONÇALES, 1998, p. 22)
Os benefícios são definidos por lei com o objetivo de prestar assistência ao cidadão, seja
qual for o motivo de sua inatividade. Contam com uma pensão mínima que não pode ser
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inferior ao valor do salário mínimo estabelecido e uma máxima que poderá ser calculada
dependendo da modalidade de aposentadoria.
Podem ser dadas na forma de concessão do salário benefício para aposentadoria por
idade, por tempo de serviço, por invalidez e aposentadoria especial.

1.3.1 Aposentadoria por Idade

Trata-se de benefício pago mensalmente de forma contínua ao beneficiário, que com


idade pré-estabelecida e havendo também a diferenciação entre homem, mulher e
trabalhadores rurais requeiram seus direitos junto à Previdência Social
Conforme a Previdência Social:

Têm direito ao benefício os trabalhadores urbanos do sexo masculino a partir


dos 65 anos e do sexo feminino a partir dos 60 anos de idade. Os
trabalhadores rurais podem pedir aposentadoria por idade com cinco anos a
menos: a partir dos 60 anos, homens, e a partir dos 55 anos, mulheres.2

Nesta categoria deverão ser respeitadas as exigências em relação à idade, colocadas pela
Previdência Social.

1.3.2 Aposentadoria por Tempo de Serviço

Também conhecida por tempo de contribuição, o benefício pode ser requerido total ou
parcialmente, atingindo ou não as contribuições exigidas, cabendo ao segurado a
responsabilidade de decidir sobre a necessidade que melhor o atenderá.
Tem direito ao benefício, homem e mulher com contribuição mínima de 35 e 30 anos
respectivamente, devendo ser acompanhado de idade mínima 53 anos homem e 48 anos de
idade mulher para que o salário benefício seja integral.

1.3.3 Aposentadoria por Invalidez

2
MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL - disponível em
http://www1.previdencia.gov.br/pg_secundarias/duvidas_frequentes_01.asp - acesso em 05/09/2009.
19
Trabalhadores considerados incapazes de exercer atividade, seja por motivo de doença
ou acidente, receberão o benefício contínuo mensal ou pelo período em que permanecer
afastado das atividades, desde que comprovado por perícia técnica.

1.3.4 Aposentadoria Especial

Trabalhadores que tenham exercido atividades em condições prejudiciais à saúde, com


alto nível de insalubridade, frequentes ou não, expostos à agentes nocivos químicos, físicos ou
biológicos após comprovação receberão o benefício.

1.4 Custeio

Os benefícios que são pagos aos segurados quando da sua aposentadoria são custeados
pela sociedade em geral.
A Previdência Social é mantida pelas contribuições da sociedade, do Estado, dos
empregadores e trabalhadores, sendo eles contribuintes obrigatórios.
“O custeio da Seguridade Social, da qual a Previdência Social é parte, é financiado por
toda sociedade. Por isso que o Estado através do Poder Executivo destina parcela do seu
orçamento para tal finalidade.” (GONÇALES, 1998, p. 70).
O custeio da Previdência Social parte do princípio da mutualidade, da colaboração de
todos para manterem as questões sociais, mas cabe ao Estado arcar com as diferenças nas
arrecadações para a distribuição dos benefícios.

1.4.1 Contribuição da União

A União é responsável por cobrir eventuais falhas financeiras para a seguridade social,
quando do pagamento dos benefícios aos segurados da Previdência Social. A arrecadação é
feita pelos contribuintes e empregadores, mas caso haja déficit nas arrecadações, a
responsabilidade é da União, o que também contribuiu para a crise que a Previdência Social
vive hoje.
20
1.4.2 Contribuição do Empregador

Fica a cargo da empresa o recolhimento da contribuição paga pelo empregado


contratado e além desta responsabilidade o empregador contribui com um percentual de
acordo com a folha de pagamento da empresa, sendo este determinado pela Previdência
Social.

1.4.3 Contribuição do Empregado

A contribuição do segurado empregado é calculada sobre alíquota vigente sobre o


salário contribuição que geralmente é o mesmo que o contratual.
“A contribuição do empregado, inclusive o doméstico, e a do trabalhador avulso é
calculado mediante aplicação de alíquota sobre seu salário de contribuição mensal.”
(GONÇALES, 1998, p. 70).
As contribuições do empregado e do empregador são feitas mediante alíquota vigente
conforme mostra a tabela abaixo.

Autônomos
INSS – MÊS DE COMPETÊNCIA – DEZEMBRO/2007
Base Alíquota % A pagar
De R$ 380,00 até R$ 2.894,28 20 De R$ 76,00 até R$ 578,86

Trabalhador Assalariado e Empregado Doméstico


Salário de Contribuição Alíquota %
Até R$ 868,29 7,65
De R$ 868,30 até R$ 1.140,00 8,65
De R$ 1.140,01 até R$1.447,14 9,00
De R$ 1.447,15 até R$ 2.894,28 11,00
Empregador 12,00
Fonte: Departamento de Treinamento Banco Bradesco S/A – Bradesco Vida e Previdência

Tabela 1 Contribuição por faixa salarial e contribuintes

A tabela apresentada mostra a alíquota referente às contribuições recolhidas pelo


empregado e empregador de acordo com o salário contratual.
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1.5 A Crise Previdenciária

A crise que se dá na Previdência Social é decorrente do visível envelhecimento da


população, da informalidade no mercado de trabalho e de aspectos morais onde podemos
destacar atos fraudulentos e os déficits que acontecem na Previdência Social.

O déficit da Previdência Social no mês de agosto somou R$ 5,19 bilhões,


valor corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC),
segundo dados divulgados nesta quarta-feira pela Previdência Social. O
déficit é resultado de uma arrecadação líquida de R$ 14,40 bilhões e de
despesas com pagamentos de benefícios de R$ 19,59 bilhões3.

As diferenças nos cofres da Previdência Social são um dos fatores que contribuem para
atual crise vivenciada.
A previdência também segue a filosofia de que os trabalhadores ativos custeiam os
trabalhadores inativos, mas o trabalho informal não gera receita para a Previdência Social,
provocando grande instabilidade.
A população começa a percorrer um novo caminho em busca de melhores condições
quando da sua aposentadoria, recorrendo às instituições de previdência privada para que
possam contar com um benefício e manter seus padrões de vida na aposentadoria.
Diante desta grande necessidade que a população tem de se preocupar com o futuro, o
Estado a fim de regulamentar as entidades de previdência privada, garantir a seguranças
daqueles que as procuram e preservar os recursos acumulados, elaboraram leis para estes fins,
a seção a seguir tem o objetivo de dispor sobre a segurança legislativa sobre as partes
interessadas em comercializar e adquirir planos previdenciários.

3
“Rombo” da Previdência cresce R$ 5,19 bilhões em Agosto - disponível em
http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2009/09/23/previdencia+registra+deficit+de+r+519+bi+em+agosto+8
602949.html - acesso em 23/09/2009.
22
SEÇÃO 2 A SEGURANÇA LEGISLATIVA

O Brasil ainda é um país que não possui um sistema previdenciário privado sólido. Em
parte, possui estruturas adequadas ao fim socioeconômico que em termos de legalidade deve
suprir a defasagem do sistema de segurança social.
Segundo Weintraub (2002, p. 6), “Os planos previdenciários privados tem por ponto
principal permitir uma continuidade no padrão de vida da pessoa, numa fase madura da vida,
complementando uma aposentadoria oficial.”
A principal finalidade de um plano de previdência complementar é a de justamente
garantir o conforto de um indivíduo ao final de sua atividade.
Até 1977, não havia determinações legais quanto às empresas de previdência privada,
que garantisse os deveres e a segurança do contratante de um plano.
A lei foi criada para garantir os direitos absolutos dos participantes de acordo com o
plano que melhor o atenda.

A realidade que, em termos de veículos operacionais, existia quando da


promulgação da Lei 6.435, era um quadro mutualista tradicional formado
pelos montepios, um certo numero de fundações instituídas por empresas
estatal e um numero indeterminado de esquemas previdenciários criados
pelas empresas sem outra garantia que não fosse a sua expressão nos
respectivos balaços, denominados “fundos contábeis”, expressão sem duvida
inconsistente, na medida que tais fundos não passavam de meras provisões
sem qualquer especificação material, e sem garantirem quaisquer direitos.
(PÓVOAS, 2007, p. 145)

Antes da institucionalização da Lei 6.435 de 15 de julho de 1977 que dispõe sobre a


caracterização das entidades de previdência privada, não havia garantias reais que
defendessem os direitos e os benefícios daqueles que adquiriam um plano, as empresas
ofertavam seus planos com base em informações primárias.
O advento da previdência privada se deu com a institucionalização da Lei complementar
nº 109, de maio de 2001.

2.1 Lei complementar nº 109, de 29 de maio de 2001

A lei complementar nº 109 de maio de 2001 foi promulgada para remodelar a


previdência privada, garantindo maior transparência e flexibilidade aos planos de benefício.
Dispõe sobre a introdução, as entidades abertas que é o foco deste trabalho, as entidades
fechadas, a fiscalização e a intervenção, regulamentando cada uma independentemente da
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outra. Logo em seu art. 1º podemos observar a principal característica de um plano de
previdência privada.

“Art. 1º O regime de previdência privada, de caráter complementar e


organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência
social, é facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o
benefício, nos termos do caput do art. 202 da Constituição Federal,
observado o disposto nesta Lei Complementar.4

Este primeiro artigo garante àqueles que de forma facultativa optem por um plano de
previdência complementar tenha os seus benefícios garantidos.

2.1.1 Transparência

A comercialização de planos de previdência complementar deve ser enquadrada nos


respectivos regulamentos segundo normas aprovadas pelo seu órgão normativo e regulador,
estando de acordo com as exigências estabelecidas em lei, conforme segue abaixo:

Art. 7º Os planos de benefícios atenderão a padrões mínimos fixados pelo


órgão regulador e fiscalizador, com o objetivo de assegurar transparência,
solvência, liquidez e equilíbrio econômico-financeiro e atuarial.
Parágrafo único. O órgão regulador e fiscalizador normatizará planos de
benefícios nas modalidades de benefício definido, contribuição definida e
contribuição variável, bem como outras formas de planos de benefícios que
reflitam a evolução técnica e possibilitem flexibilidade ao regime de
previdência complementar.
Art.10. Deverão constar dos regulamentos dos planos de benefícios, das
propostas de inscrição e dos certificados de participantes condições
mínimas a serem fixadas pelo órgão regulador e fiscalizador.
§ 1º A todo pretendente será disponibilizado e a todo participante entregue,
quando de sua inscrição no plano de benefícios:
I - certificado onde estarão indicados os requisitos que regulam a admissão
e a manutenção da qualidade de participante, bem como os requisitos de
elegibilidade e forma de cálculo dos benefícios;
II - cópia do regulamento atualizado do plano de benefícios e material
explicativo que descreva, em linguagem simples e precisa, as características
do plano;
III - cópia do contrato, no caso de plano coletivo de que trata o inciso II do
art. 26 desta Lei Complementar; e
IV - outros documentos que vierem a ser especificados pelo órgão regulador
e fiscalizador.
§ 2º Na divulgação dos planos de benefícios, não poderão ser incluídas
informações diferentes das que figurem nos documentos referidos neste
artigo.5

4
DATAPREV - Lei Complementar nº 109, de 29 de maio de 2001, disponível em
http://www3.dataprev.gov.br/SISLEX/paginas/43/2001/109.htm - acesso em 26/10/2009.
5
Id.: ibid
24

A fim de proteger ambas as partes, proponente e contratante, devem constar no


regulamento dos planos, nas propostas de aquisição e nos certificados dos participantes,
períodos de carência, normas de cálculo dos benefícios, sistema de revisão dos valores das
contribuições e dos benefícios, normas para resgate e informações que o respectivo órgão
normativo julgue necessário para maior esclarecimento dos participantes.

2.1.2 Segurança

Após a entrada da lei complementar nº 109 de maio de 200l, os usuários dos planos de
previdência complementar obtiveram uma maior proteção.
A lei complementar em seu artigo 3º mostra a ação do Estado perante aos planos
previdenciários, com o objetivo de assegurar aos contratantes acesso as informações
pertinentes aos seus respectivos planos.

Art. 3º A ação do Estado será exercida com o objetivo de:


I - formular a política de previdência complementar;
II - disciplinar, coordenar e supervisionar as atividades reguladas por esta
Lei Complementar, compatibilizando-as com as políticas previdenciária e de
desenvolvimento social e econômico-financeiro;
III - determinar padrões mínimos de segurança econômico-financeira e
atuarial, com fins específicos de preservar a liquidez, a solvência e o
equilíbrio dos planos de benefícios, isoladamente, e de cada entidade de
previdência complementar, no conjunto de suas atividades;
IV - assegurar aos participantes e assistidos o pleno acesso às informações
relativas à gestão de seus respectivos planos de benefícios;
V - fiscalizar as entidades de previdência complementar, suas operações e
aplicar penalidades; e
VI - proteger os interesses dos participantes e assistidos dos planos de
benefícios.6

Cabe ao Estado fiscalizar, regulamentar e coordenar as entidades de previdência


complementar e proteger os seus beneficiários, através de órgãos normativos e executivos,
órgãos que serão detalhados mais adiante.

6
DATAPREV - Lei Complementar nº 109, de 29 de maio de 2001, disponível em
http://www3.dataprev.gov.br/SISLEX/paginas/43/2001/109.htm - acesso em 26/10/2009.
25
2.1.3 Fiscalização

A fiscalização tem por objetivo averiguar a funcionalidade das entidades e a veracidade


das informações que são repassadas aos usuários.

Art. 41. No desempenho das atividades de fiscalização das entidades de


previdência complementar, os servidores do órgão regulador e fiscalizador
terão livre acesso às respectivas entidades, delas podendo requisitar e
apreender livros, notas técnicas e quaisquer documentos, caracterizando-se
embaraço à fiscalização, sujeito às penalidades previstas em lei, qualquer
dificuldade oposta à consecução desse objetivo.
§ 1º O órgão regulador e fiscalizador das entidades fechadas poderá solicitar
dos patrocinadores e instituidores informações relativas aos aspectos
específicos que digam respeito aos compromissos assumidos frente aos
respectivos planos de benefícios.
§ 2º A fiscalização a cargo do Estado não exime os patrocinadores e os
instituidores da responsabilidade pela supervisão sistemática das atividades
das suas respectivas entidades fechadas.
§ 3º As pessoas físicas ou jurídicas submetidas ao regime desta Lei
Complementar ficam obrigadas a prestar quaisquer informações ou
esclarecimentos solicitados pelo órgão regulador e fiscalizador.
§ 4º O disposto neste artigo aplica-se, sem prejuízo da competência das
autoridades fiscais, relativamente ao pleno exercício das atividades de
fiscalização tributária.7

A fiscalização das entidades de previdência complementar fica a cargo dos órgãos


competentes que terão livre acesso às entidades, cabendo-lhes caso necessário aplicação de
penalidades às prestadoras do serviço.

2.1.4 Intervenção

A fim de assegurar o direito dos participantes assistidos, a intervenção é regulamentada


por lei conforme disposto na lei complementar nº 109 em seu artigo 44º:
Art. 44. Para resguardar os direitos dos participantes e assistidos poderá ser
decretada a intervenção na entidade de previdência complementar, desde que
se verifique, isolada ou cumulativamente:
I - irregularidade ou insuficiência na constituição das reservas técnicas,
provisões e fundos, ou na sua cobertura por ativos garantidores;
II - aplicação dos recursos das reservas técnicas, provisões e fundos de forma
inadequada ou em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos
competentes;
III - descumprimento de disposições estatutárias ou de obrigações previstas
nos regulamentos dos planos de benefícios, convênios de adesão ou

7
DATAPREV - Lei Complementar nº 109, de 29 de maio de 2001, disponível em
http://www3.dataprev.gov.br/SISLEX/paginas/43/2001/109.htm - acesso em 26/10/2009.
26
contratos dos planos coletivos de que trata o inciso II do art. 26 desta Lei
Complementar;
IV - situação econômico-financeira insuficiente à preservação da liquidez e
solvência de cada um dos planos de benefícios e da entidade no conjunto de
suas atividades;
V - situação atuarial desequilibrada;
VI - outras anormalidades definidas em regulamento.8

Quando constatado qualquer irregularidade na operacionalidade da entidade fica a cargo


dos órgãos competentes a intervenção junto às operadoras de planos de previdência
complementar, conferindo-lhes amplos poderes na administração, representação e liquidação.

2.1.5 Responsabilidade dos Administradores e Gestores

Conforme disposto no artigo 57 da lei complementar os administradores e gestores dos


planos de previdência complementar serão responsabilizados e até mesmo sofrerão punição,
quando houver danos ou prejuízos causados aos usuários e às entidades de previdência
privada.

Art. 57. Os créditos das entidades de previdência complementar, em caso de


liquidação ou falência de patrocinadores, terão privilégio especial sobre a
massa, respeitado o privilégio dos créditos trabalhistas e tributários.
Parágrafo único. Os administradores dos respectivos patrocinadores serão
responsabilizados pelos danos ou prejuízos causados às entidades de
previdência complementar, especialmente pela falta de aporte das
contribuições a que estavam obrigados, observado o disposto no parágrafo
único do art. 63 desta Lei Complementar. 9

A responsabilidade de eventuais acontecimentos dentro das entidades é de inteira


responsabilidade dos administradores e gestores dos planos oferecidos no mercado, nos dando
uma segurança ainda maior quanto a confiabilidade na aquisição de um plano de previdência
complementar.

8
DATAPREV - Lei Complementar nº 109, de 29 de maio de 2001, disponível em
http://www3.dataprev.gov.br/SISLEX/paginas/43/2001/109.htm - acesso em 26/10/2009.
9
Id.: ibid
27
2.2 Órgãos Normativos e Executivos

Com a criação das leis, as entidades de previdência privada passaram a ser fiscalizadas
por órgãos, visando a operacionalidade e fundamentos destas empresas.

As estruturas dos planos a serem veiculadas pelas entidades de previdência


complementar variam de um para o outro, pois cada plano apresenta
especificidades, mas em sua totalidade são aprovados pela Superintendência
de Seguros Privados – SUSEP, na qualidade de executora da política traçada
pelo Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP, conforme art. 36,
alínea c, do Decreto-lei n. 73/66. (ARRUDA, 2004, p. 68)

Os órgãos normativos são responsáveis pela definição de normas, diretrizes,


organização, funcionamento, fiscalização, autorização de constituição e funcionamento de
entidades.

2.2.1 Conselho nacional de Seguros Privados - CNSP

O Conselho Nacional de Seguros Privados tem como função fixar as diretrizes e normas
da política a ser seguida pelas entidades de previdência privada. Regula a constituição,
organização, funcionamento e fiscalização das mesmas, bem como aplicar as penalidades
cabíveis. Prescreve os critérios de constituição de reservas técnicas especiais.
Conforme informações do Ministério da Fazenda, as atribuições deste órgão são:

• Fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados;


• Regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos
que exercem atividades subordinadas ao Sistema Nacional de Seguros
Privados, bem como a aplicação das penalidades previstas;
• Fixar as características gerais dos contratos de seguros, previdência
privada aberta e capitalização;
• Estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro;
• Prescrever os critérios de constituição das Sociedades Seguradoras, de
Previdência Privada Aberta e de Capitalização, com fixação dos limites
legais e técnicos das respectivas operações;
• Disciplinar a corretagem do mercado e a profissão de corretor. 10

Cabe a CNSP nortear estas entidades, quanto às diretrizes e normas a serem seguidas
em seu funcionamento.

10
MINISTÉRIO DA FAZENDA - Conselho Nacional de Seguros Privados - disponível em
http://www.fazenda.gov.br/portugues/orgaos/cnsp/cnspatri.asp -acesso em 26/10/2009.
28
2.2.2 Superintendência de Seguros Privados - SUSEP

A Superintendência de Seguros Privados é um órgão executivo do CNSP que atua na


fiscalização de entidades de previdência privada. Tem a função de processar os pedidos de
autorização para a constituição, funcionamento, fusão, incorporação, agrupamento,
transferência de controle, opinar sobre tais pedidos e encaminhá-los ao Ministério, fiscalizar a
execução das normas gerais de contabilidade, atuária e estatística, além de autorizar a
movimentação e liberação de bens e valores obrigatoriamente inscritos em garantia de capital
das reservas técnicas e dos fundos especiais das Entidades Abertas.
Suas atribuições conforme o Ministério da Fazenda são:

1. Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das


Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência
Privada Aberta e Resseguradores, na qualidade de executora da política
traçada pelo CNSP;
2. Atuar no sentido de proteger a captação de poupança popular que se
efetua através das operações de seguro, previdência privada aberta, de
capitalização e resseguro;
3. Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mercados
supervisionados;
4. Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos
operacionais a eles vinculados, com vistas à maior eficiência do Sistema
Nacional de Seguros Privados e do Sistema Nacional de Capitalização;
5. Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição, assegurando
sua expansão e o funcionamento das entidades que neles operem;
6. Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado;
7. Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades, em
especial os efetuados em bens garantidores de provisões técnicas;
8. Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer as
atividades que por este forem delegadas;
9. Prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP. 11

A SUSEP tem como objetivo fiscalizar o funcionamento das entidades e o cumprimento


das normas estabelecidas pelo CNSP.

2.2.3 Conselho Monetário Nacional - CMN

O Conselho Monetário Nacional é um dos órgãos que constituem o Sistema Financeiro


Nacional e tem atuado como órgão normativo do sistema previdenciário complementar, pois

11
MINISTÉRIO DA FAZENDA - Conselho Nacional de Seguros Privados - disponível em
http://www.fazenda.gov.br/portugues/orgaos/cnsp/cnspatri.asp -acesso em 26/10/2009.
29
cabe a ele as resoluções que as entidades devem seguir em relação ao investimento das
reservas técnicas, sem a interferência dos outros órgãos normativos e executivos.
Segundo Fortuna (2008, p. 19):

O CMN é a entidade superior do sistema financeiro, sendo de sua


competência:
- Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da
economia nacional e seu processo de desenvolvimento;
- Regular o valor interno da moeda, prevenindo ou corrigindo os surtos
inflacionários ou deflacionários de origem interne ou externa;
- Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos
do País;
- Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras públicas ou
privadas, de forma a garantir condições favoráveis ao desenvolvimento
equilibrado da economia nacional;
- Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos
financeiros, de forma a tornar mais eficiente o sistema de pagamento e
mobilização de recursos;
- Zelar pela liquidez e pela solvência das instituições financeiras;
- Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da
dívida publica interna e externa; e
- Estabelecer a meta de inflação.

Fica claro nesta disposição que cabe ao CMN zelar pela liquidez e solvência das
entidades e orientação quanto à aplicação dos recursos acumulados.
Com a segurança oferecida pelas leis e os órgãos existentes, a previdência privada
torna-se uma ótima opção tanto para uma aposentadoria estável quanto para investimentos a
longo prazo. Na próxima seção iniciaremos um estudo mais detalhado sobre a previdência
privada no Brasil.
30
SEÇÃO 3 PREVIDÊNCIA PRIVADA NO BRASIL

A previdência privada no Brasil surge da necessidade dos indivíduos ao final de suas


atividades manterem seus padrões de vida.
A atual crise que vive a Previdência Social no país, os altos índices de desemprego, os
trabalhos informais e o envelhecimento da população são fatores que levam as pessoas a
buscarem alternativas para garantia de um futuro melhor.

Os planos de previdência privada começaram a ganhar destaque


principalmente a partir da década de 1990 no Brasil. Isso porque, desde
então, o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), responsável pela
administração da previdência publica, começava a adotar políticas para
reduzir o pagamento de benefícios em função do crescente déficit desse
sistema. Em outras palavras, os valores pagos a aposentados e pensionistas
eram superiores aos arrecadados dos trabalhadores em idade ativa. (SOUSA,
2008, p. 137)

É clara a necessidade de buscar outros meios para a tranquilidade na velhice, já que o


sistema público mostra-se falho.
O gráfico a seguir ilustra a defasagem existente no benefício oferecido pela Previdência
Social em relação ao salário recebido pelo indivíduo ao final de suas atividades.

Fonte: Bradesco Vida e Previdência disponível em http://www.bradescoprevidencia.com.br - acesso em 27/10/2009.

Gráfico 1 Aposentadoria x Salário

Analisando o gráfico observa-se que o benefício pago pela Previdência Social pode
chegar a aproximadamente 80% menos que o salário pago aos trabalhadores, sendo
impossível manter os mesmos padrões na aposentadoria.
31
A previdência complementar engloba as ações dos interessados em poupar
para fins de eventualidade e para a velhice, uma vez que a previdência social
não permite o pagamento de benefício de igual valor ao da ultima
remuneração do segurado, pois tal regime há a previsão do limite máximo
para a percepção dos benefícios previdenciários. (ARRUDA, 2004, p. 53)

A preocupação com os benefícios oferecidos pela previdência oficial é elevada, pois os


pagamentos são inferiores aos salários recebidos quando ainda se tem atividade remunerada.
Um dos fatores que também favorecem a aquisição de um plano de previdência privada
é o envelhecimento da população, quando até poucos anos atrás o país lutava contra a
mortalidade infantil.
Como mostram as pesquisas realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, o IBGE, as taxas de crescimento da população e a fecundidade do país, vêm
apresentando expressivos declínios. A taxa de crescimento da população diminuiu de 3,04%
ao ano, no período de 1955-1960 para 1,05% ao ano em 2008 e poderá alcançar -0,291% em
2050. Estas pesquisas apresentam ainda índices em relação à expectativa média de vida dos
brasileiros, que em 1940 mal atingiam os 50 anos de idade, mas os avanços na medicina e
melhorias nas condições gerais de vida da população refletiram diretamente para elevar esta
média. A barreira dos 70 anos de vida foi rompida no ano 2000, passando em 2008 para 72,78
anos, podendo alcançar em 2050 81,29 anos.
Com estes dados estatísticos, fica claro que a população esta envelhecendo, levando-a a
se preocupar em manter um padrão de vida estável, com condições mínimas de vida, quando
da inatividade de suas atividades.
O sistema de previdência privada foi introduzido no Brasil em 1835 com o 1º Montepio,
que se tratava de uma instituição de socorros mútuos, porem não eram fiscalizadas e
regulamentadas, causando muitos prejuízos aos contribuintes.
Em primeira instância foram criados fundos previdenciários voltados para trabalhadores
de algumas empresas, incentivando a formação de entidades de previdência privada mesmo
que legalmente não fossem reconhecidas.
Visando proteger os interesses dos participantes dos planos de benefício, e que nenhum
sistema pode funcionar sem garantia e segurança o governo regulamentou a previdência
privada com a lei 6.435 de julho de 1977, como mostrado na seção anterior.
A previdência privada além de ser uma fonte de estabilidade na velhice vem atraindo
investidores, pois oferece segurança, administração, rentabilidade dos fundos e o auxilio fiscal
oferecido pelo governo, tornando-os bastante atrativos para quem deseja investir a longo
prazo.
32
3.1 Características de Previdência Privada

Com a regulamentação das entidades de previdência privada dentro das relações


jurídicas, as empresas foram classificadas de acordo com a relação mantida entre entidade e
participantes dos planos. Ambas possuem a mesma finalidade, que é a de oferecer benefícios
em forma de pecúlios e rendas semelhantes aos oferecidos pela Previdência Social.
As empresas foram classificadas em Entidades Fechadas de Previdência Privada – EFPP
e Entidades de Abertas de Previdência Privada – EAPP, que são objeto deste estudo.

Fonte: Departamento de Treinamento Banco Bradesco S/A – Bradesco Vida e Previdência

Quadro 1 Classificação das entidades

O quadro mostra de forma simplificada a distinção entre as entidades, onde será


colocado de forma mais detalhada a seguir.

3.1.1 Entidades Fechadas de Previdência Privada – EFPP

São patrocinadas por uma empresa, sendo que só os funcionários terão acesso aos
planos de benefícios. Tem como finalidade complementação da renda paga pelo sistema de
previdência oficial.
Segundo Arruda (2004, p. 56), “As entidades fechadas são aquelas criadas sem
finalidades lucrativas, no âmbito de empresas, voltadas aos seus trabalhadores e organizadas
sob forma de sociedades civis ou fundações.”
Diferente das entidades abertas que visam fins lucrativos, as entidades fechadas são
organizadas de forma a beneficiarem somente seus trabalhadores, pois cabe a patrocinadora,
33
no caso a empresa contratante, o pagamento da contribuição total ou parcial para o
recebimento do benefício ao final do plano.

3.1.2 Entidades Abertas de Previdência Privada – EAPP

São empresas de iniciativa privada que colocam seus planos no mercado, os quais
podem ser adquiridos pelo público e empresas em geral. Tem como finalidade complementar
os benefícios concedidos pela Previdência Social.
Póvoas (2007, p. 310) sobre as entidades abertas, “No conceito da entidade aberta
sobressai a sua característica de permitir e desejar a inscrição, em seus planos previdenciários,
de qualquer pessoa que, encontrando-se dentro das exigências dos respectivos regulamentos, o
queiram fazer.”
Esta é a principal característica das empresas abertas, a aquisição e contribuição
voluntária por parte do contratante.
Ambas têm como obrigação reservas técnicas, de acordo com o órgão normativo para
que haja na época do pagamento do benefício a atualização dos valores a serem recebidos.

3.2 Administração dos fundos de Previdência

Os planos previdenciários são elaborados segundo as necessidades daqueles que


procuram estas entidades previdenciárias. Fundamentam-se na necessidade de suprir as
coberturas por eles oferecidas dentro das exigências dos órgãos normativos e executivos.
Em grande parte recorrem à ciência atuarial, que são conjunto de técnicas que analisam
os riscos e as expectativas com base na matemática estatística e na matemática financeira. São
baseados na realização dos riscos que envolvem os indivíduos.
Gitman (2004, p. 184) define risco como, “Em termos formais a palavra risco é usada
como sinônimo de incerteza e refere-se a variabilidade dos retornos associados a um ativo.”
Os riscos considerados para elaboração dos planos são a incerteza de sobrevivência e
acontecimentos que possam vir a interferir ao decorrer do plano.
Estas estruturas previdenciárias ainda não abrangem as reais aspirações de segurança,
pois oferecem coberturas semelhantes as da Previdência Social, acatando ainda certas
restrições impostas pelo órgão que as fiscalizam.
34
Dessa forma, em questões de benefício, as entidades de previdência privada ainda são
defasadas em relação aos riscos existentes e o número de benefícios que poderiam ser
oferecidos.
Os planos oferecidos no mercado atualmente são planos de aposentadoria por tempo de
contribuição, por invalidez, pensão a esposa ou companheiro, pensão aos filhos, dependentes
e de pecúlio.
Os planos devem em si satisfazer as necessidades dos indivíduos devendo se adequar a
estas necessidades individuais, o que em grande parte determina o custeio do plano contratado
e os direitos por eles oferecidos. Isto acaba definindo se os planos são atraentes, pois as bases
técnicas utilizadas são as mesmas e dependendo da necessidade as contribuições são
diferenciadas.
As características de cada plano devem constar em seu regulamento e no contrato
efetuado, assinado por ambas as partes. Conforme estudado na seção anterior estas
características gerais são exigidas por leis, para que não haja insatisfação pelo contratante. Os
planos são estabelecidos com a ajuda de bases expostas pelos órgãos para que sua elaboração
siga padrões específicos.

3.2.1 Bases Técnicas

Visualizadas as necessidades e como acontecerá a cobertura dos custos, inicia-se a


elaboração dos planos conforme as bases técnicas normatizadas pelas condições dispostas
pelo CNSP. Devem acontecer através de tábuas biométricas, taxa de juros atuarial, do
carregamento, dos regimes financeiros, e o limite máximo de responsabilidade.
Resumidamente são itens a serem consideradas na elaboração dos planos, dentro das
condições impostas pelos órgãos competentes.

3.2.2 Tábuas Biométricas

São tábuas que relacionam eventos que possam vir a ocorrer em relação á
sobrevivência, invalidez ou morte, com base no comportamento das pessoas. Estas tábuas
variam, pois cada país ou região possui estrutura de vida diferenciada, os que não possuem
uma tábua biométrica própria utilizam-se de tábuas que se aproximem de suas realidades.
35
A elaboração dos planos não cabe somente os fenômenos em relação a morte, doença e
acidentes, outros diversos fatores também são considerados.

3.2.3 Regimes Financeiros

Na Previdência Social o Estado é responsável pela administração, com o cargo de


cumprir com suas obrigações quanto ao pagamento dos benefícios, assim acontece nas
entidades de previdência privada.

No caso de uma entidade de previdência privada, depois de ter estruturado


um plano previdenciário, isto é, ter considerado as necessidades
previdenciárias de uma população que achou de interesse satisfazer, ter
definido os benefícios que as satisfarão, as condições em que concederá, etc.,
ela terá de definir o custo de tal plano e, mais do que isso, ela terá de definir
a forma de conseguir os recursos indispensáveis para o suportar. (PÓVOAS,
2007, p. 173)

As entidades de previdência complementar devem definir o custo do plano para que


consigam os recursos necessários para cumprir com suas obrigações ao final do plano, como
coloca Póvoas na citação acima.
Os cálculos são realizados pelos atuários, de acordo com as normas estabelecidas, e que
de acordo com o critério estabelecido pelo plano consigam os recursos exigidos.

3.2.4 Reservas Técnicas

Os regimes financeiros têm como objetivo definir as contribuições necessárias para


manter os planos e quando ocorrer o pagamento dos benefícios tenham os recursos
necessários para tal finalidade, mas para isto as entidades necessitam investir suas reservas
técnicas. A necessidade de reservas é ditada pelos órgãos que regulamentam a previdência
privada no Brasil.
As reservas técnicas são dividas em comprometidas, que são as responsabilidades atuais
de benefícios pagos por aqueles que optam por planos de aposentadoria com recebimento
mensal em forma de renda e as não comprometidas, que são as contribuições acumuladas no
período e serão utilizadas futuramente ao final do plano.
36
Esta divisão das reservas técnicas facilita a aplicação dos recursos obedecendo às
normas de preservação da liquidez para as variáveis que possam acontecer ao decorrer dos
planos.

3.2.5 Taxa de Juros

A taxa de juros é uma das bases técnicas utilizadas para elaboração dos planos, sendo
definida pela CNSP, ela ajudará no cálculo das contribuições, sendo que quanto maior ela for
menor será a contribuição e se ela for menor o valor da contribuição será maior.
Conforme disposto na resolução CNSP nº 117 de 2004, seção I art. 9º “A taxa de juros,
para fins de remuneração, deverá respeitar o limite fixado pela SUSEP, observando o máximo
de 6% (seis por cento) ao ano ou sua equivalente efetiva mensal.”
A taxa máxima de 6% ao ano, colocada pela SUSEP orientará as entidades na
elaboração dos seus planos, dentro desta limitação cada entidade cobrará a que for mais
atrativa para o cliente não se esquecendo de outras determinantes.

3.2.6 Carregamento

A taxa de carregamento é um percentual cobrado para a gestão e comercialização dos


planos de previdência privada adicionado ao valor da contribuição, pode variar de acordo com
o plano adquirido.
Para as empresas que oferecem planos de previdência complementar o carregamento é
muito importante, mas também deve-se adequar aos limites estabelecidos pelos órgãos
normativos.
Pode-se considerar o carregamento outra base técnica utilizada para elaboração dos
planos previdenciários. É destinado às despesas administrativas que envolvem elaboração de
contratos, por exemplo, comissões de corretagem que são direcionadas aos agentes de venda e
as despesas de colocação dos planos que é a propaganda e a comercialização no mercado dos
planos.
À medida que as entidades se aperfeiçoam em questões de administração, esta taxa de
carregamento pode ser diminuída. Quanto às despesas de colocação do plano é a concorrência
que dita os elevados graus desta despesa.
37
Existem ainda as taxas de administração que são cobradas pelo gerenciamento do capital
a ser investido, assim como existe a cobrança em fundos normais.

3.2.7 Limite de Responsabilidade

Trata-se da responsabilidade máxima assumida pela entidade de previdência


complementar, o que será assumido em cada benefício que será pago futuramente. É uma base
técnica, pois as entidades devem considerar o pagamento do benefício ao final do plano. Estes
limites são dispostos pela CNSP.
O que dá estabilidade a esses planos são os benefícios subscritos na aquisição pelo
contratante e fica a cargo da entidade a responsabilidade de cumprir com suas obrigações,
dada as circunstâncias do recebimento do benefício.

3.2.8 Correção Monetária

A lei estabelece que os benefícios e as contribuições devem ser atualizados nas


condições colocadas pelo órgão normativo, que também dita as regras quanto à periodicidade
das atualizações.
As entidades devem garantir um rendimento mínimo que deve levar em conta a correção
monetária mais os juros.

3.2.9 Nota Técnica

Independente do contrato previdenciário, a nota técnica é o documento onde constam


todas as especificidades de um plano contratado, sendo exigida pelos órgãos que fiscalizam as
entidades de previdência complementar.
A nota técnica pode ser elaborada de acordo com as necessidades de cada plano e pode
conter:

[...] caracterização das pessoas que poderão ser inscritas no plano no que
respeita à idade mínima e máxima, sexo, condição de empregado, etc., isto é,
todas aquelas qualificações a que o participante terá de corresponder; a
descrição e especificação dos benefícios que o plano proporciona aos
inscritos, as carências e outras condições que têm que ser verificadas para
38
que o beneficiário adquira o direito aos benefícios e que devem ser descritas
com o maior rigor e clareza, as condições em que os participantes têm direito
aos saldamento dos benefícios. (PÓVOAS, 2007, p. 216)

Todas as informações e condições para aquisição de um plano de previdência


complementar devem estar contidos na nota técnica.

3.3 O Contrato Previdenciário

O contrato previdenciário é a formalização de inscrição de um indivíduo num plano de


benefícios. Neste contrato são descritas as vontades e obrigações da entidade e do contratante
na aquisição de um plano de previdência complementar.
Wald (2000, p. 647) descreve o contrato previdenciário como:

É o contrato pelo qual uma pessoa denominada participante se obriga a pagar


contribuições periódicas a uma entidade de previdência privada, aberta ou
fechada, que, por sua vez, se compromete a conceder benefícios
previdenciários ao próprio participante ou aos seus beneficiários, na medida
em que forem sendo cumpridas as condições estabelecidas no regulamento
do plano de benefícios aprovado pelo órgão publico competente.

Esta descrição de contrato deixa claro que tanto a entidade quanto o contratante
possuem obrigações a serem cumpridas ao decorrer e ao final do plano.
Temos como partes integrantes do contrato, o participante e a entidade que comercializa
os planos previdenciários.
O participante é uma pessoa física interessada em adquirir um plano de benefício, o
contrato manifesta sua vontade em adquirir um plano, que obedecendo às determinações
constantes no regulamento do plano arquem com a responsabilidade do pagamento das
contribuições.
A entidade é a outra parte do contrato, uma pessoa jurídica que permite o ingresso do
interessado em adquirir um plano de benefício dentro das condições dispostas em seus
regulamentos. São responsáveis pela administração dos recursos acumulados, pela elaboração
dos planos e do contrato de acordo com as exigências dos órgãos competentes e pelo
pagamento de suas obrigações adquiridas.
Sobre a relação dos participantes e a entidade:

O participante não tem a liberdade contratual para discutir os termos dos


planos previdenciários oferecidos pelas entidades de previdência privada. O
39
participante tem duas opções: ou recusa e deixa de contratar ou aceita o
contrato e adere as condições previamente elaboradas pela entidade de
previdência, com autorização obrigatória do Poder Público. (ARRUDA,
2004, p. 157)

Fica claro nesta citação de Arruda a relação existente entre as partes: um coloca as
condições e a outra manifesta ou não sua vontade em adquirir o plano.

3.4 Os Planos de Previdência Privada

As entidades de previdência privada administram os recursos acumulados da


arrecadação de contribuições e aplicam em investimentos com características de longo prazo,
de acordo com os regulamentos impostos pelo CMN.
Segundo Cerbasi (2008, p. 225):

Assim como os fundos, Planos de Previdência Privada também não devem


ser confundidos como simples alternativas de investimento. Eles são, na
verdade, um pacote de serviços e soluções que utilizam os investimentos
como parte do pacote. Além do serviço de gestão de investimentos que você
encontra nos fundos em troca de uma taxa de administração, os planos de
previdência oferecem um amplo serviço de planejamento financeiro e
tributário, em troca do pagamento de uma segunda taxa, conhecida como
taxa de carregamento.

Ao contratar um plano de previdência complementar, o indivíduo estará adquirindo um


serviço que definirá os melhores fundos de investimento de acordo com o perfil do
contratante. Os fundos de previdência privada fazem suas aplicações a longo prazo, em
fundos de renda fixa e renda variável, estes são fundos específicos para esta finalidade, dando
maior segurança aos investidores.
Os planos mais comercializados no mercado atual são: Plano Gerador de Benefícios
Livres – PGBL e o Vida Gerador de Benefícios Livres – VGBL.
A seguir iniciaremos um estudo sobre os benefícios e as vantagens de se adquirir um
plano de previdência privada, seja como forma de garantia para um futuro melhor ou como
forma de investimento a longo prazo, bem como as principais características dos planos.
40
PGBL VGBL

É um plano de Previdência Um plano com possibilidade de


Complementar que permite a O que é acumulação de recursos para o
acumulação de recursos e a futuro, os quais podem ser
contratação de rendas para resgatados na forma de renda
recebimento a partir de uma mensal ou pagamento único a
data escolhida pelo participante. partir de uma data escolhida
pelo participante.

Mais atraente para quem Para quem é isento, declara


declara Imposto de Renda Para quem é mais indicado Imposto de Renda simplificado
completo, podendo aproveitar ou tem previdência
do abatimento da Renda Bruta complementar e/ou já abate o
anual na fase de contribuição. limite máximo de 12% da
Renda Bruta anual.

Abatimento das contribuições Durante o período de


no Imposto de Renda (até o Tratamento Fiscal acumulação, os recursos
limite de 12% da Renda Bruta aplicados estão isentos de
anual) durante o período de tributação sobre os
acumulação. Sobre os valores rendimentos. Somente no
de resgate e rendas haverá a momento do recebimento de
incidência de tributação renda ou resgate haverá a
conforme alíquota da tabela do incidência de Imposto de
Imposto de Renda Pessoa Física Renda, apenas sobre os
em vigor. rendimentos

- Participação em 100% da Possibilidades de contribuições


rentabilidade líquida obtida na adicionais a qualquer momento.
gestão do Fundo de
Investimento em Cotas de Participação em 100% da
Fundos de Investimento rentabilidade líquida obtida na
Especialmente Constituídos - gestão do Fundo de
FICs. Investimento em Cotas de
- Possibilidade de resgates a Fundos de Investimento
partir de 60 dias da Especialmente Constituídos -
contribuição. FICs.
- O cliente pode gerenciar seu
plano, fazendo contribuições Principais vantagens Possibilidade de resgates a
adicionais ou mudando a partir de 60 dias da primeira
composição do fundo de contribuição
investimento.
- A rentabilidade do fundo pode Em caso de falecimento do
ser acompanhada pelos jornais. participante, o saldo acumulado
- Em caso de falecimento do no VGBL poderá ser resgatado
participante, o saldo acumulado pelos beneficiários.
no PGBL será devolvido aos
beneficiários indicados. Quatro opções de fundos de
- Quatro opções de fundos de investimento, desde o mais
investimento, desde o mais conservador até o mais
conservador até o mais dinâmico.
dinâmico.
41

Mensal (a partir de R$ 150,00) Tipos de Contribuição Mensal (a partir de R$ 50,00)


Única (a partir de R$ 5.000,00) Única (a partir de R$ 1.000,00)

Opções de Benefícios
- Renda Vitalícia - Renda Vitalícia
- Renda Temporária - Renda Temporária
- Renda Vitalícia com prazo - Renda Vitalícia com prazo
mínimo garantido mínimo garantido
- Renda Vitalícia ao - Renda Vitalícia ao
beneficiário indicado beneficiário indicado
- Renda Vitalícia Reversível ao - Renda Vitalícia Reversível ao
Cônjuge com continuidade aos Cônjuge com continuidade aos
menores menores
- Renda Certa - Renda Certa

Fonte: Bradesco Vida e Previdência disponível em http://www.bradescoprevidencia.com.br - acesso em 27/10/2009

Quadro 2 Características dos Planos PGBL e VGBL

O quadro mostra a comparação e as principais características entre o PGBL e o VGBL,


sendo que serão tratadas detalhadamente de forma independente ao decorrer deste trabalho.

3.4.1 Plano Gerador de Benefícios Livres – PGBL

O PGBL não possui garantia mínima de rendimento, mas os órgãos competentes


determinam que as entidades garantam os benefícios gerados de acordo com as reservas
acumuladas de cada participante, havendo rendimentos gerados pelas aplicações serão
repassados diretamente ao participante.

Criado em dezembro de 1997, esse plano corresponde a um fundo de


investimento comum, com a diferença de incluir fase de concessão de
benefícios de aposentadoria. O PGBL, em contrapartida, não oferece
garantia de rentabilidade mínima aos participantes, mas repassa
integralmente os ganhos da carteira de investimentos aos poupadores.
(SOUSA, 2008, p. 140)

O PGBL como definido por Sousa não possui rendimentos garantidos, mas a obrigação
pelo pagamento do benefício é da entidade conforme as normas de regulamentação.
Este plano oferece três modalidades de aplicação dos recursos de acordo com o perfil de
risco assumido pelo participante, sendo elas, o plano Soberano onde as aplicações são feitas
100% em títulos de renda fixa emitidos pelo Governo Federal, sendo considerado de baixo
risco. O plano Renda Fixa que aplicam os recursos em títulos de renda fixa que podem ser
emitidos pelo Governo Federal e títulos de empresas privadas, O risco se torna um pouco
42
mais elevado, mas ainda é considerado de baixo risco. O plano Composto onde as aplicações
são feitas em títulos de renda fixa e até 49% do valor aplicado em renda variável, que envolve
um risco bastante elevado, mas também com ganhos superiores.
De acordo com a modalidade escolhida, o participante poderá obter rentabilidade,
mesmo que não seja garantida.
Segundo Fortuna (2008, p. 554), “A rentabilidade do PGBL vai depender do plano
escolhido, da capacidade do administrador e das tendências da economia do País, ficando
assim, difícil prever o valor do benefício futuro.”
Como em qualquer outro investimento, a modalidade ajuda a prever seus ganhos, mas
depende de outras variáveis que envolvem o mercado financeiro.
Outra característica importante do PGBL é a flexibilidade nas contribuições, que não
precisam ser necessariamente mensais e de valores definidos, podendo permanecer períodos
sem contribuir, retomando o pagamento quando achar conveniente.

3.4.2 Vida Gerador de Benefícios Livres – VGBL

O VGBL é semelhante ao PGBL, tendo como diferencial o seguro de vida que pode ser
contratado junto com plano de previdência complementar.
Assim como no PGBL a rentabilidade não é garantida, mas caso aconteça será repassado
ao investidor, que pode optar pelas três modalidades de investimentos: Soberano, Renda Fixa
e Composto, assim como no PGBL. O que os difere é o tratamento fiscal a que são
submetidos, e que será tratado a seguir.

3.4.3 Incentivo Fiscal

A grande diferenciação entre o PGBL e o VGBL é o tratamento fiscal que eles recebem,
pois ambos possuem incentivo fiscal oferecido pelo governo.
Conforme informações retiradas da apostila Bradesco Vida e Previdência “De acordo
com a lei 9252 de 15 de dezembro de 1997 e a Lei 11.053, as contribuições feitas aos Planos
de Previdência Privada destinadas a custear benefícios complementares assemelhados aos da
Previdência Social, são dedutíveis da base de cálculo do IRPF.”
O incentivo fiscal é regulamentado por lei, o que torna a previdência privada muito
atrativa para investidores.
43
No PGBL existe a possibilidade de dedução no IR tendo como limite máximo 12%, no
resgate total ou em forma de renda o IR incidirá sobre o valor total acumulado dependendo do
regime escolhido. Uma das vantagens do PGBL é esta dedução no IR no período de
acumulação dos recursos e a desvantagem é o pagamento de IR sobre o valor total a ser
resgatado.
No VGBL não é possível este abatimento na declaração anual e o IR será cobrado sobre
os ganhos adquiridos durante a fase de acumulação. A desvantagem é o não abatimento na
declaração, mas se torna bastante atrativo, pois o imposto será cobrado apenas sobre o
rendimento. Ambos possuem os mesmos regimes para pagamento do IR, devendo ser
escolhido de acordo com as necessidades de cada cliente.
As duas opções quanto ao pagamento do Imposto de Renda são:
- Regime de Tributação Regressivo: Indicado para quem pretende manter o plano a longo
prazo, pois a alíquota é decrescente: quanto maior o tempo aplicado menor será a alíquota
para cálculo do IR.
A tabela abaixo mostra o tempo de acumulação e a alíquota que será cobrada de acordo
com o prazo aplicado.

Prazo de Acumulação Alíquota de I.R. Regressivo


Até 2 anos 35%
2 anos até 4 anos 30%
4 anos até 6 anos 25%
6 anos até 8 anos 20%
8 anos até 10 anos 15%
Acima de 10 anos 10%
Fonte: Departamento de Treinamento Banco Bradesco S/A – Bradesco Vida e Previdência

Tabela 2 Regime de Tributação Regressivo

É visível para aqueles que pretendem investir a longo prazo, o regressivo é o mais
indicado pois, pode chegar até 10%.
- Regime de Tributação Progressivo: Durante o acumulo de recursos não serão cobrados
impostos e de acordo com o plano, seguirá a tabela de Imposto de Renda da Receita Federal
utilizada para a declaração de renda de 2009:
44
Base de cálculo mensal em R$ Alíquota % Parcela a deduzir do imposto em R$
Até 1.372,81 - -
De 1.372,82 até 2.743,25 15,0 205,92
Acima de 2.743,25 27,5 548,82
Fonte: Receita Federal - disponível em http://www.receita.fazenda.gov.br/aliquotas/ContribFont.htm - acesso em 06/11/2009.

Tabela 3 Tabela Progressiva para o cálculo mensal do Imposto de Renda de Pessoa


Física para o exercício de 2009, ano-calendário de 2008.

Este regime é indicado para aqueles que precisam de dedução no IR. Apesar da retenção
acontecer no momento do resgate ela não é definitiva, podendo ser deduzida até o valor total.
Se os rendimentos com os devidos abatimentos estiverem de acordo com a faixa de isenção o
indivíduo não terá impostos a recolher.
A grande diferenciação dos planos VGBL e PGBL é o tratamento fiscal que recebem de
acordo com estes benefícios oferecidos pelo governo.

O PGBL é ideal para quem possui renda tributável, contribui à previdência


oficial e declara o imposto de renda no modelo completo. Assim, ao investir
um PGBL, tem-se restituído o IR retido na fonte pelo empregador sobre o
valor da aplicação. Como tributação a do PGBL ocorre no resgate sobre o
valor cheio, o imposto é apenas postergado e não isento.
Já o VGBL é para quem declara IR no modelo simplificado, já contribui com
o teto recomendado de 12% de renda num PGBL, não possui rendimento
tributável na declaração anual ou é isenta. (CHIEH, 2008)

O cliente poderá optar pelo melhor plano que atenda às suas expectativas e necessidades
quanto à aquisição de um plano de previdência privada.

3.4.4 Benefícios, Resgate e Portabilidade

O benefício é o valor pago pela entidade ao participante ou ao beneficiário em forma de


renda, pensão ou pecúlio, o que os diferencia é somente a forma de pagamento.
A Bradesco Vida e Previdência define os benefícios em:

• Renda: é uma quantia mensal que um participante recebe, após ter


contribuído por um período de tempo estabelecido previamente.
• Pensão: é uma quantia mensal que será paga ao beneficiário
(esposa, filhos etc.) de um participante falecido, como por exemplo,
a pensão recebida por uma viúva.
Pensão é paga ao beneficiário do cliente que falece e a renda é paga
para o próprio cliente, em vida.
45
• Pecúlio: é uma quantia única paga ao(s) beneficiários (esposa,
filhos, pais etc.) de um participante falecido (assemelha-se a um
seguro de vida).

A renda poder ser contratada na aquisição do plano em cinco modalidades: Renda


Vitalícia, Renda Temporária, Renda Vitalícia com prazo mínimo garantido, Renda Vitalícia
Reversível ao Beneficiário Indicado e Renda Vitalícia Reversível ao cônjuge com
continuidade aos menores.
A Bradesco Vida e Previdência explica cada uma delas como:

• Renda Vitalícia: Consiste em uma renda paga ao participante que se


cessa somente com o seu falecimento.
• Renda Temporária: É o benefício representado por uma série de
pagamentos mensais ao participante ou ao(s) beneficiário(s), que tem
prazo de recebimento determinado.
• Renda Vitalícia com Prazo Mínimo Garantido: É um tipo de renda
vitalícia escolhido pelo participante, onde o mesmo estipula um prazo
mínimo de recebimento. Neste caso, se o participante vier a falecer antes
de se completar este prazo mínimo, a entidade de previdência se
compromete a disponibilizar a renda à favor do(s) beneficiário(s)
indicado(s), até que termine este prazo mínimo.
• Renda Vitalícia Reversível ao Beneficiário Indicado: Consiste em
uma renda paga vitaliciamente ao participante a partir da data de
concessão do benefício escolhida. Ocorrendo o falecimento do
participante, durante a percepção dessa renda, o percentual do seu valor
estabelecido na Proposta de Inscrição será revertido vitaliciamente ao
beneficiário indicado.
• Renda Vitalícia Reversível ao cônjuge com continuidade aos
menores: Consiste em uma renda mensal vitalícia paga ao participante -
assistido, reversível ao cônjuge ou companheira(o) e, na falta deste,
reversível temporariamente ao(s) menor(es) até que completem a idade
de 24 anos, conforme o percentual de reversão estabelecido.

A renda pode ocorrer dentro destas cinco modalidades de acordo com o estabelecido na
aquisição do plano. Os benefícios são semelhantes aos oferecidos pela Previdência Social e
não há distinção entre os mesmos.
Segundo Arruda (2004, p. 128) “O benefício a ser recebido pelo participante ou pelo
beneficiário é o pagamento em dinheiro efetuado pela entidade em contraprestação às
contribuições feitas para custeio do plano contratado por ocasião do evento gerador.”
O benefício é o valor acumulado, corrigido monetariamente, que é pago ao final do
plano, ou devido a evento ocorrido na ocasião. Os benefícios são definidos de duas maneiras:
os benefícios de risco e os de prazo programado. No modelo Benefício de Risco Programado
o evento gerador pode ocorrer a qualquer momento, podendo ser a morte e a invalidez.
46
Arruda (2004, p. 141) define o risco previdenciário como “O risco que enseja o contrato
previdenciário deve ser possível, futuro, incerto, independentemente da vontade das partes
contratantes e causador de prejuízo econômico.”
O risco previdenciário é algo incerto que pode ocorrer a qualquer momento, devendo ser
previsto pela entidade no custeio do plano sendo estabelecido em bases estatísticas. Os
benefícios são tratados nos planos como pecúlio por morte ou invalidez e pensão por morte ou
invalidez.
Já no Benefício de Prazo Programado os benefícios que são pagos no evento gerador de data
certa e prevista no contrato do plano, sendo a sobrevivência do contratante o evento gerador
do benefício.
Ambos os benefícios possuem a mesma finalidade que é a de suprir as necessidades dos
indivíduos, independente do evento gerador.

3.4.4.1 Resgate

Outro item que deve ser tratado é o resgate, que pode ocorrer total ou parcialmente.
O resgate total é caracterizado como desistência do plano, portanto não deve ser
considerado benefício e sim opção de saída: quanto maior o tempo de permanência, maior
será o valor do resgate.
Deve-se observar a carência imposta pela entidade que geralmente pode ocorrer após 60
dias ou 24 meses, de acordo com o estabelecido no regulamento do plano. Há também
cobrança a título de saída, o que pode variar de acordo com o estabelecido pela entidade.
Os resgates parciais poderão ser realizados após 60 dias do anterior, devendo este
acontecer somente em caso de necessidade pois, o objetivo do plano é acumular recursos.
O IR é outro fator de suma importância, a arrecadação ocorrerá no momento do resgate
de acordo com o estabelecido na contratação do plano, podendo acarretar prejuízos se
acontecerem fora do planejado.

3.4.4.2 Portabilidade

A portabilidade é o direito adquirido pelo contratante de transferir total ou parcialmente


as reservas acumuladas entre empresas de previdência privada existentes no mercado.
47
Para a realização desta transferência é considerada a carência estabelecido pela entidade,
não existindo a possibilidade de transferência dos recursos antes deste prazo.
Neste processo não há incidência de tributação, mas existe a cobrança da taxa de saída
do plano. A Resolução CNSP 125, de 2005 em sua seção II dispõe sobre a portabilidade:

Art. 61. Durante o período de diferimento, e na forma regulada pela SUSEP,


será permitido ao participante portar os recursos da provisão matemática de
benefícios a conceder.
Art. 62. A EAPC receptora dos recursos não poderá cobrar carregamento
sobre o montante portado.
Art. 63. Fica facultado à SUSEP fixar o critério de cobrança e o limite
percentual para apuração do encargo de saída, que poderá ser aplicado pela
EAPC cedente sobre os valores portados, para fazer face ao custo decorrente
dessa operação.
Art. 64. Ressalvado o disposto nos artigos 38 e 63 desta Resolução, não será
permitida à EAPC cedente de recursos a cobrança de quaisquer despesas,
salvo as relativas às tarifas bancárias necessárias à portabilidade.
Art. 65. Os recursos financeiros serão movimentados diretamente entre as
EAPC, ficando vedado seu trânsito, sob qualquer forma, pelo participante ou
pela pessoa jurídica instituidora/averbadora.
Art. 66. Deverá ser observada regulação complementar ao disposto nesta
Seção, em especial quanto:
I - à forma de cálculo e de efetivação da portabilidade;
II - ao período de carência, a partir da data da contratação, para efetivação de
pedido de portabilidade;
III - ao prazo entre pedidos de portabilidade de um mesmo participante; e
IV - aos procedimentos para efetivação da portabilidade.12

A resolução deixa claro quanto à funcionalidade da portabilidade em questões de


carência, cobrança de taxas e deveres das empresas.

3.5 Mais do que uma simples Aposentadoria

A previdência privada vem crescendo de forma significativa, pois além de oferecer o


complemento à aposentadoria se torna uma forma simples e segura de investir.
As aplicações em previdência privada aumentaram no decorrer dos anos, apesar de ser
um campo do mercado financeiro pouco explorado, mas com grandes perspectivas de
crescimento.
O gráfico a seguir mostra a evolução da arrecadação mensal ocorrida em 2008 até
agosto de 2009:

12
Resolução CNSP Nº 125, de 2005, disponível em http://www.susep.gov.br/textos/resol125.pdf - acesso em
07/11/2009
48

Fonte: FENAPREVI - disponível em http://www.fenaseg.org.br - acesso em 07/11/2009.

Gráfico 2 Arrecadação Mensal - Planos de Caráter Previdenciário

A previdência privada pode ser muito mais explorada, e é crescente o numero de


pessoas que a procuram.
Os fundos de previdência privada tornam-se uma opção para diversificação de
investimentos. Com as taxas de juros reduzidas e a economia fiscal oferecida fica claro para o
investidor que se trata de uma ótima opção de investimento a longo prazo.
A conscientização da população em questão ao bem-estar futuro esta se tornando cada
vez mais nítida para aqueles que virão a depender de uma aposentadoria pública, enaltece os
investidores que buscam rentabilidade, segurança e vantagens tornando a previdência privada
uma excelente opção para enriquecimento.
Diante do que foi apresentado até o momento fica claro que as vantagens existentes em
adquirir um plano de previdência privada são grandes e a perspectiva é que este campo cresça
cada vez mais.
49
SEÇÃO 4 MÉTODO

Nesta seção será apresentado um breve relato sobre os métodos de pesquisa que podem
ser utilizados para elaboração de trabalhos acadêmicos.

4.1.1 Pesquisa Exploratória

A pesquisa exploratória tem como objetivo uma proximidade maior com a problemática
apresentada, a fim de torná-la mais clara e com base neste modelo de pesquisa construir
hipóteses sobre o assunto. A maioria das pesquisas assumem forma de pesquisa bibliográfica
ou de estudo de caso.

4.1.2. Pesquisa Descritiva

A pesquisa descritiva tem por objetivo a descrição de determinado assunto ou


fenômeno. Algumas pesquisas descritivas não visam somente identificar a relação entre as
variáveis do tema apresentado, mas determinar os aspectos desta relação, aproximando-a da
pesquisa explicativa, assim como se aproximam das pesquisas exploratórias, pois trazem uma
nova visão sobre o problema.

4.1.3. Pesquisa Explicativa

As pesquisas explicativas têm como objetivo identificar fatores que contribuam para a
ocorrência de determinados fenômenos, se aproximando da realidade do problema
apresentado, explicam a razão e o porquê dos acontecimentos.

4.2. Procedimentos Técnicos

As pesquisas podem ser baseadas em pesquisa bibliográfica, documental, pesquisa de


levantamento, estudo de campo e estudo de caso.
50

4.2.1. Pesquisa Bibliográfica

A pesquisa bibliográfica se utiliza de materiais elaborados por outros autores, podendo-


se utilizar livros e artigos científicos.

4.2.2. Pesquisa Documental

A pesquisa documental se aproxima da bibliográfica, sendo a diferença entre elas a fonte


de materiais utilizados. A pesquisa bibliográfica utiliza material de diversos autores sobre o
assunto e a pesquisa documental utiliza materiais que não possuem um tratamento analítico.

4.2.3. Pesquisa de Levantamento

As pesquisas deste tipo velem-se da abordagem direta ás pessoas para obtenção de


informações que deseja conhecer. É baseada na coleta de informações de um determinado
grupo para a elaboração das conclusões sobre a problemática.

4.2.4. Pesquisa de Estudo de Campo

Nas pesquisas de estudo de campo se tem maior profundidade sobre a elaboração das
conclusões, pois ela é desenvolvida sob o olhar direto do pesquisador às atividades do grupo
estudado, obtendo-se uma maior experiência em relação ao estudo.

4.2.5 Pesquisa de Estudo de Caso

A pesquisa de estudo de caso se vale de um estudo amplo e detalhado de um fenômeno


sobre o tema apresentado. Visa a constituição de hipóteses e resoluções sobre o problema.
51
4.3. Métodos de pesquisa empregados nesta monografia

A monografia apresentada foi concluída com base na pesquisa descritiva, pois o


principal objetivo é mostrar as características do fenômeno de crescimento da Previdência
Privada no Brasil, a pesquisa descritiva é de fundamental importância na elaboração desta
monografia, pois através dela foi adquirido conhecimento mais aprofundado sobre o assunto.
Como procedimento técnico foi empregada a pesquisa bibliográfica, sendo utilizados
livros de referência para a obtenção de informações conceituais sobre os aspectos
apresentados, assim como publicações periódicas, revistas e jornais para o fechamento do
tema.
A pesquisa bibliográfica iniciou-se com a elaboração do Anteprojeto, onde foram
identificados o tema, a problemática e os objetivos desta pesquisa, iniciando a redação da
monografia.
52
CONCLUSÃO

A conscientização da população sobre a importância de garantir uma velhice segura e


confortável está fazendo da Previdência Privada uma alternativa atraente. As questões
demográficas junto com a crise que a Previdência Social vivencia hoje fazem destas entidades
uma forte opção no mercado.
Os planos de previdência privada tem se tornado interessante, pois o objetivo principal é
a complementação da aposentadoria paga pela previdência pública no Brasil, tornando-se
também uma ótima opção para diversificação de investimentos, pois oferecem rentabilidade,
segurança e vantagens.
Os planos mais comercializados atualmente são o VGBL e o PGBL. Ambos buscam a
acumulação de recursos para aplicação em fundos direcionados à previdência, para que sejam
gerados os recursos necessários e oferecer aos participantes benefícios que podem ser
estendidos a cônjuges e filhos de acordo com o evento gerador que pode ser a morte ou
invalidez. Os benefícios podem ocorrer em forma de renda que é o valor pago mensalmente
ao participante, pensão que é o valor pago ao beneficiário indicado no contrato e pecúlio que é
a opção de recebimento do benefício de uma única vez.
Os recursos captados nos planos são aplicados de acordo com a modalidade escolhida
pelo investidor, sendo elas: Plano Soberano onde as aplicações ocorrem 100% em títulos de
renda fixa emitidos pelo Governo Federal; Renda Fixa onde os recursos podem ser aplicados
em títulos emitidos pelo Governo Federal e títulos de empresas privadas; e o Plano Composto
que onde até 49% dos recursos pode ser aplicado em renda variável e o restante em renda
fixa, sendo que esta última apresenta um risco mais elevado que as outras modalidades.
O grande diferencial dos planos é o tratamento fiscal que recebem. No PGBL existe a
possibilidade de dedução no limite máximo de 12%, sendo cobrado ao final do plano IR sobre
o valor total acumulado. É indicado para aqueles que possuem renda tributável.
No VGBL não é possível abatimento na declaração anual do imposto de renda, mas
torna-se atrativo, pois o IR é cobrado somente sobres os ganhos, dependendo do regime de
tributação escolhido pelo participante a alíquota do IR pode chegar a 10%.
O Regime de tributação Regressivo mantém o parâmetro de tempo e diminuição da
alíquota a ser cobrada: quanto maior o tempo do recurso aplicado menor será a alíquota a ser
paga. O Regime de Tributação Progressivo seguirá a tabela de Imposto da Receita Federal que
é baseada nos recursos que o indivíduo acumula durante o período.
Além do incentivo fiscal a segurança é uma das questões que tornam a previdência
privada atraente, pois garantem a proteção ao consumidor, aos recursos e ao recebimento do
53
benefício. Regulamentada por leis que dispõem sobre as funcionalidades e diretrizes que as
entidades de previdência complementar devem seguir, os órgãos nomeados pelo governo são
a SUSEP e o CNSP que normatizam e fiscalizam estas entidades.
Diante do que foi apresentado nesta pesquisa é nítida a importância de se investir em
previdência privada no Brasil pois, a mesma garante uma velhice tranqüila, com o mesmo
conforto e padrão desfrutados durante suas atividades, já que a Previdencia Social é falha.
Mostra-se uma ótima opção de diversificação de investimentos a longo prazo,
oferecendo segurança, rentabilidade e vantagens.
54
REFERÊNCIAS

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ULTIMO SEGUNDO ECONÔMIA - “Rombo” da Previdência cresce R$ 5,19 bilhões em


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