Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INTRODUÇÃO
No Brasil, é nítido que a população começa a dar sinais de envelhecimento, até poucos
anos atrás, o país lutava contra a mortalidade infantil, e hoje a expectativa de vida do
brasileiro aumenta a cada ano, estudos mostram que essa parte da população ultrapassará
barreira dos cem anos de vida.
A preocupação com a estabilidade na velhice, e a instabilidade na atual Previdência
Social mantida pelo governo, faz com que os brasileiros se preocupem ainda mais com a sua
saúde financeira para o final de suas vidas.
A atual Previdência Social tem como objetivo básico dar condições mínimas de
subsistência aos trabalhadores de todos os níveis, porém a Previdência Social vem passando
por um profundo desequilíbrio, hoje os trabalhadores ativos custeiam o benefício pago aos
trabalhadores inativos, mas com a informalidade no mercado de trabalho as contribuições
diminuíram de forma significante, ocasionando rombos em seus cofres.
A Previdência Privada surgiu em função da necessidade de os indivíduos manterem o
mesmo padrão de vida, no momento da aposentadoria. As empresas que oferecem estes
planos são regulamentadas por leis e órgãos competentes, o Conselho Nacional de Seguros
Privados (CNSP) e a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).
Esta pesquisa tem como tema a Previdência Privada no Brasil e como objetivo principal
mostrar que a mesma tem se tornado uma boa opção, seja para manter o mesmo padrão de
vida no momento da aposentadoria ou como forma de investimento a longo prazo, tem como
objetivos específicos descrever as principais características entre os planos mais
comercializados no mercado sendo eles o VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres) e o
PGBL (Plano Gerador de Benefícios Livres) para escolha do melhor plano a ser adquirido; as
vantagens existentes ao adquirir um plano de previdência complementar, analisar os
incentivos fiscais oferecidos pelo governo, a segurança estabelecida por leis para proteção do
consumidor, dos recursos e do recebimento do benefício.
A resposta sobre o porquê é interessante investir em previdência privada, será obtida ao
final deste trabalho.
Esta monografia desenvolve-se nas seguintes seções:
Seção 1 A Previdência Social;
Seção 2 A Segurança Legislativa;
Seção 3 A Previdência Privada no Brasil; e
Seção 4 Método.
14
SEÇÃO 1 A PREVIDÊNCIA SOCIAL
Hoje, além da seguridade social, que visa contribuir com o mínimo para a subsistência
dos inativos dentro de suas condições econômicas, contamos com instituições de previdência
privada, que oferecem benefícios para aqueles que pretendem manter seus padrões quando da
inatividade de suas atividades.
1.2 Os Beneficiários
1.2.1 Empregados
São trabalhadores com carteira assinada, mas que prestam serviços esporadicamente a
empregadores. O recolhimento das contribuições independe do empregador, ficando a cargo
16
dos empregados a responsabilidade do pagamento. Dentro desta categoria podemos citar os
domésticos, os jardineiros, governantas, entre outros.
São considerados trabalhadores avulsos os que exercem atividade urbana ou rural sem
vínculo empregatício e prestam serviços a diversas empresas. Geralmente são contratados
através de sindicatos e cooperativas. Enquadram-se nesta categoria os ensacadores de café,
arrumadores, trabalhador rural entre outros.
São indivíduos que se associam em prol de uma determinada tarefa, mas que não
buscam atividades com fins lucrativos, mas sim para subsídio próprio.
1
PREVIDÊNCIA SOCIAL; Previdência prepara sistema para Segurados Especiais - disponível em
http://www.previdenciasocial.gov.br/arquivos/office/3_090225-141926-551.pdf - acesso em 03/11/2009.
17
São aqueles que com idade igual ou superior a 16 anos que não possuem rendimentos e
que por opção própria começam a contribuir, independem de atividade remunerada, para que
possam no futuro contar com tempo a mais de contribuição no momento de sua aposentadoria.
Podemos encaixar neste grupo os estudantes e donas de casa.
1.2.7 Dependentes
1.3 Os Benefícios
Nesta categoria deverão ser respeitadas as exigências em relação à idade, colocadas pela
Previdência Social.
Também conhecida por tempo de contribuição, o benefício pode ser requerido total ou
parcialmente, atingindo ou não as contribuições exigidas, cabendo ao segurado a
responsabilidade de decidir sobre a necessidade que melhor o atenderá.
Tem direito ao benefício, homem e mulher com contribuição mínima de 35 e 30 anos
respectivamente, devendo ser acompanhado de idade mínima 53 anos homem e 48 anos de
idade mulher para que o salário benefício seja integral.
2
MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL - disponível em
http://www1.previdencia.gov.br/pg_secundarias/duvidas_frequentes_01.asp - acesso em 05/09/2009.
19
Trabalhadores considerados incapazes de exercer atividade, seja por motivo de doença
ou acidente, receberão o benefício contínuo mensal ou pelo período em que permanecer
afastado das atividades, desde que comprovado por perícia técnica.
1.4 Custeio
Os benefícios que são pagos aos segurados quando da sua aposentadoria são custeados
pela sociedade em geral.
A Previdência Social é mantida pelas contribuições da sociedade, do Estado, dos
empregadores e trabalhadores, sendo eles contribuintes obrigatórios.
“O custeio da Seguridade Social, da qual a Previdência Social é parte, é financiado por
toda sociedade. Por isso que o Estado através do Poder Executivo destina parcela do seu
orçamento para tal finalidade.” (GONÇALES, 1998, p. 70).
O custeio da Previdência Social parte do princípio da mutualidade, da colaboração de
todos para manterem as questões sociais, mas cabe ao Estado arcar com as diferenças nas
arrecadações para a distribuição dos benefícios.
A União é responsável por cobrir eventuais falhas financeiras para a seguridade social,
quando do pagamento dos benefícios aos segurados da Previdência Social. A arrecadação é
feita pelos contribuintes e empregadores, mas caso haja déficit nas arrecadações, a
responsabilidade é da União, o que também contribuiu para a crise que a Previdência Social
vive hoje.
20
1.4.2 Contribuição do Empregador
Autônomos
INSS – MÊS DE COMPETÊNCIA – DEZEMBRO/2007
Base Alíquota % A pagar
De R$ 380,00 até R$ 2.894,28 20 De R$ 76,00 até R$ 578,86
As diferenças nos cofres da Previdência Social são um dos fatores que contribuem para
atual crise vivenciada.
A previdência também segue a filosofia de que os trabalhadores ativos custeiam os
trabalhadores inativos, mas o trabalho informal não gera receita para a Previdência Social,
provocando grande instabilidade.
A população começa a percorrer um novo caminho em busca de melhores condições
quando da sua aposentadoria, recorrendo às instituições de previdência privada para que
possam contar com um benefício e manter seus padrões de vida na aposentadoria.
Diante desta grande necessidade que a população tem de se preocupar com o futuro, o
Estado a fim de regulamentar as entidades de previdência privada, garantir a seguranças
daqueles que as procuram e preservar os recursos acumulados, elaboraram leis para estes fins,
a seção a seguir tem o objetivo de dispor sobre a segurança legislativa sobre as partes
interessadas em comercializar e adquirir planos previdenciários.
3
“Rombo” da Previdência cresce R$ 5,19 bilhões em Agosto - disponível em
http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2009/09/23/previdencia+registra+deficit+de+r+519+bi+em+agosto+8
602949.html - acesso em 23/09/2009.
22
SEÇÃO 2 A SEGURANÇA LEGISLATIVA
O Brasil ainda é um país que não possui um sistema previdenciário privado sólido. Em
parte, possui estruturas adequadas ao fim socioeconômico que em termos de legalidade deve
suprir a defasagem do sistema de segurança social.
Segundo Weintraub (2002, p. 6), “Os planos previdenciários privados tem por ponto
principal permitir uma continuidade no padrão de vida da pessoa, numa fase madura da vida,
complementando uma aposentadoria oficial.”
A principal finalidade de um plano de previdência complementar é a de justamente
garantir o conforto de um indivíduo ao final de sua atividade.
Até 1977, não havia determinações legais quanto às empresas de previdência privada,
que garantisse os deveres e a segurança do contratante de um plano.
A lei foi criada para garantir os direitos absolutos dos participantes de acordo com o
plano que melhor o atenda.
Este primeiro artigo garante àqueles que de forma facultativa optem por um plano de
previdência complementar tenha os seus benefícios garantidos.
2.1.1 Transparência
4
DATAPREV - Lei Complementar nº 109, de 29 de maio de 2001, disponível em
http://www3.dataprev.gov.br/SISLEX/paginas/43/2001/109.htm - acesso em 26/10/2009.
5
Id.: ibid
24
2.1.2 Segurança
Após a entrada da lei complementar nº 109 de maio de 200l, os usuários dos planos de
previdência complementar obtiveram uma maior proteção.
A lei complementar em seu artigo 3º mostra a ação do Estado perante aos planos
previdenciários, com o objetivo de assegurar aos contratantes acesso as informações
pertinentes aos seus respectivos planos.
6
DATAPREV - Lei Complementar nº 109, de 29 de maio de 2001, disponível em
http://www3.dataprev.gov.br/SISLEX/paginas/43/2001/109.htm - acesso em 26/10/2009.
25
2.1.3 Fiscalização
2.1.4 Intervenção
7
DATAPREV - Lei Complementar nº 109, de 29 de maio de 2001, disponível em
http://www3.dataprev.gov.br/SISLEX/paginas/43/2001/109.htm - acesso em 26/10/2009.
26
contratos dos planos coletivos de que trata o inciso II do art. 26 desta Lei
Complementar;
IV - situação econômico-financeira insuficiente à preservação da liquidez e
solvência de cada um dos planos de benefícios e da entidade no conjunto de
suas atividades;
V - situação atuarial desequilibrada;
VI - outras anormalidades definidas em regulamento.8
8
DATAPREV - Lei Complementar nº 109, de 29 de maio de 2001, disponível em
http://www3.dataprev.gov.br/SISLEX/paginas/43/2001/109.htm - acesso em 26/10/2009.
9
Id.: ibid
27
2.2 Órgãos Normativos e Executivos
Com a criação das leis, as entidades de previdência privada passaram a ser fiscalizadas
por órgãos, visando a operacionalidade e fundamentos destas empresas.
O Conselho Nacional de Seguros Privados tem como função fixar as diretrizes e normas
da política a ser seguida pelas entidades de previdência privada. Regula a constituição,
organização, funcionamento e fiscalização das mesmas, bem como aplicar as penalidades
cabíveis. Prescreve os critérios de constituição de reservas técnicas especiais.
Conforme informações do Ministério da Fazenda, as atribuições deste órgão são:
Cabe a CNSP nortear estas entidades, quanto às diretrizes e normas a serem seguidas
em seu funcionamento.
10
MINISTÉRIO DA FAZENDA - Conselho Nacional de Seguros Privados - disponível em
http://www.fazenda.gov.br/portugues/orgaos/cnsp/cnspatri.asp -acesso em 26/10/2009.
28
2.2.2 Superintendência de Seguros Privados - SUSEP
11
MINISTÉRIO DA FAZENDA - Conselho Nacional de Seguros Privados - disponível em
http://www.fazenda.gov.br/portugues/orgaos/cnsp/cnspatri.asp -acesso em 26/10/2009.
29
cabe a ele as resoluções que as entidades devem seguir em relação ao investimento das
reservas técnicas, sem a interferência dos outros órgãos normativos e executivos.
Segundo Fortuna (2008, p. 19):
Fica claro nesta disposição que cabe ao CMN zelar pela liquidez e solvência das
entidades e orientação quanto à aplicação dos recursos acumulados.
Com a segurança oferecida pelas leis e os órgãos existentes, a previdência privada
torna-se uma ótima opção tanto para uma aposentadoria estável quanto para investimentos a
longo prazo. Na próxima seção iniciaremos um estudo mais detalhado sobre a previdência
privada no Brasil.
30
SEÇÃO 3 PREVIDÊNCIA PRIVADA NO BRASIL
Analisando o gráfico observa-se que o benefício pago pela Previdência Social pode
chegar a aproximadamente 80% menos que o salário pago aos trabalhadores, sendo
impossível manter os mesmos padrões na aposentadoria.
31
A previdência complementar engloba as ações dos interessados em poupar
para fins de eventualidade e para a velhice, uma vez que a previdência social
não permite o pagamento de benefício de igual valor ao da ultima
remuneração do segurado, pois tal regime há a previsão do limite máximo
para a percepção dos benefícios previdenciários. (ARRUDA, 2004, p. 53)
São patrocinadas por uma empresa, sendo que só os funcionários terão acesso aos
planos de benefícios. Tem como finalidade complementação da renda paga pelo sistema de
previdência oficial.
Segundo Arruda (2004, p. 56), “As entidades fechadas são aquelas criadas sem
finalidades lucrativas, no âmbito de empresas, voltadas aos seus trabalhadores e organizadas
sob forma de sociedades civis ou fundações.”
Diferente das entidades abertas que visam fins lucrativos, as entidades fechadas são
organizadas de forma a beneficiarem somente seus trabalhadores, pois cabe a patrocinadora,
33
no caso a empresa contratante, o pagamento da contribuição total ou parcial para o
recebimento do benefício ao final do plano.
São empresas de iniciativa privada que colocam seus planos no mercado, os quais
podem ser adquiridos pelo público e empresas em geral. Tem como finalidade complementar
os benefícios concedidos pela Previdência Social.
Póvoas (2007, p. 310) sobre as entidades abertas, “No conceito da entidade aberta
sobressai a sua característica de permitir e desejar a inscrição, em seus planos previdenciários,
de qualquer pessoa que, encontrando-se dentro das exigências dos respectivos regulamentos, o
queiram fazer.”
Esta é a principal característica das empresas abertas, a aquisição e contribuição
voluntária por parte do contratante.
Ambas têm como obrigação reservas técnicas, de acordo com o órgão normativo para
que haja na época do pagamento do benefício a atualização dos valores a serem recebidos.
São tábuas que relacionam eventos que possam vir a ocorrer em relação á
sobrevivência, invalidez ou morte, com base no comportamento das pessoas. Estas tábuas
variam, pois cada país ou região possui estrutura de vida diferenciada, os que não possuem
uma tábua biométrica própria utilizam-se de tábuas que se aproximem de suas realidades.
35
A elaboração dos planos não cabe somente os fenômenos em relação a morte, doença e
acidentes, outros diversos fatores também são considerados.
A taxa de juros é uma das bases técnicas utilizadas para elaboração dos planos, sendo
definida pela CNSP, ela ajudará no cálculo das contribuições, sendo que quanto maior ela for
menor será a contribuição e se ela for menor o valor da contribuição será maior.
Conforme disposto na resolução CNSP nº 117 de 2004, seção I art. 9º “A taxa de juros,
para fins de remuneração, deverá respeitar o limite fixado pela SUSEP, observando o máximo
de 6% (seis por cento) ao ano ou sua equivalente efetiva mensal.”
A taxa máxima de 6% ao ano, colocada pela SUSEP orientará as entidades na
elaboração dos seus planos, dentro desta limitação cada entidade cobrará a que for mais
atrativa para o cliente não se esquecendo de outras determinantes.
3.2.6 Carregamento
[...] caracterização das pessoas que poderão ser inscritas no plano no que
respeita à idade mínima e máxima, sexo, condição de empregado, etc., isto é,
todas aquelas qualificações a que o participante terá de corresponder; a
descrição e especificação dos benefícios que o plano proporciona aos
inscritos, as carências e outras condições que têm que ser verificadas para
38
que o beneficiário adquira o direito aos benefícios e que devem ser descritas
com o maior rigor e clareza, as condições em que os participantes têm direito
aos saldamento dos benefícios. (PÓVOAS, 2007, p. 216)
Esta descrição de contrato deixa claro que tanto a entidade quanto o contratante
possuem obrigações a serem cumpridas ao decorrer e ao final do plano.
Temos como partes integrantes do contrato, o participante e a entidade que comercializa
os planos previdenciários.
O participante é uma pessoa física interessada em adquirir um plano de benefício, o
contrato manifesta sua vontade em adquirir um plano, que obedecendo às determinações
constantes no regulamento do plano arquem com a responsabilidade do pagamento das
contribuições.
A entidade é a outra parte do contrato, uma pessoa jurídica que permite o ingresso do
interessado em adquirir um plano de benefício dentro das condições dispostas em seus
regulamentos. São responsáveis pela administração dos recursos acumulados, pela elaboração
dos planos e do contrato de acordo com as exigências dos órgãos competentes e pelo
pagamento de suas obrigações adquiridas.
Sobre a relação dos participantes e a entidade:
Fica claro nesta citação de Arruda a relação existente entre as partes: um coloca as
condições e a outra manifesta ou não sua vontade em adquirir o plano.
Opções de Benefícios
- Renda Vitalícia - Renda Vitalícia
- Renda Temporária - Renda Temporária
- Renda Vitalícia com prazo - Renda Vitalícia com prazo
mínimo garantido mínimo garantido
- Renda Vitalícia ao - Renda Vitalícia ao
beneficiário indicado beneficiário indicado
- Renda Vitalícia Reversível ao - Renda Vitalícia Reversível ao
Cônjuge com continuidade aos Cônjuge com continuidade aos
menores menores
- Renda Certa - Renda Certa
O PGBL como definido por Sousa não possui rendimentos garantidos, mas a obrigação
pelo pagamento do benefício é da entidade conforme as normas de regulamentação.
Este plano oferece três modalidades de aplicação dos recursos de acordo com o perfil de
risco assumido pelo participante, sendo elas, o plano Soberano onde as aplicações são feitas
100% em títulos de renda fixa emitidos pelo Governo Federal, sendo considerado de baixo
risco. O plano Renda Fixa que aplicam os recursos em títulos de renda fixa que podem ser
emitidos pelo Governo Federal e títulos de empresas privadas, O risco se torna um pouco
42
mais elevado, mas ainda é considerado de baixo risco. O plano Composto onde as aplicações
são feitas em títulos de renda fixa e até 49% do valor aplicado em renda variável, que envolve
um risco bastante elevado, mas também com ganhos superiores.
De acordo com a modalidade escolhida, o participante poderá obter rentabilidade,
mesmo que não seja garantida.
Segundo Fortuna (2008, p. 554), “A rentabilidade do PGBL vai depender do plano
escolhido, da capacidade do administrador e das tendências da economia do País, ficando
assim, difícil prever o valor do benefício futuro.”
Como em qualquer outro investimento, a modalidade ajuda a prever seus ganhos, mas
depende de outras variáveis que envolvem o mercado financeiro.
Outra característica importante do PGBL é a flexibilidade nas contribuições, que não
precisam ser necessariamente mensais e de valores definidos, podendo permanecer períodos
sem contribuir, retomando o pagamento quando achar conveniente.
O VGBL é semelhante ao PGBL, tendo como diferencial o seguro de vida que pode ser
contratado junto com plano de previdência complementar.
Assim como no PGBL a rentabilidade não é garantida, mas caso aconteça será repassado
ao investidor, que pode optar pelas três modalidades de investimentos: Soberano, Renda Fixa
e Composto, assim como no PGBL. O que os difere é o tratamento fiscal a que são
submetidos, e que será tratado a seguir.
A grande diferenciação entre o PGBL e o VGBL é o tratamento fiscal que eles recebem,
pois ambos possuem incentivo fiscal oferecido pelo governo.
Conforme informações retiradas da apostila Bradesco Vida e Previdência “De acordo
com a lei 9252 de 15 de dezembro de 1997 e a Lei 11.053, as contribuições feitas aos Planos
de Previdência Privada destinadas a custear benefícios complementares assemelhados aos da
Previdência Social, são dedutíveis da base de cálculo do IRPF.”
O incentivo fiscal é regulamentado por lei, o que torna a previdência privada muito
atrativa para investidores.
43
No PGBL existe a possibilidade de dedução no IR tendo como limite máximo 12%, no
resgate total ou em forma de renda o IR incidirá sobre o valor total acumulado dependendo do
regime escolhido. Uma das vantagens do PGBL é esta dedução no IR no período de
acumulação dos recursos e a desvantagem é o pagamento de IR sobre o valor total a ser
resgatado.
No VGBL não é possível este abatimento na declaração anual e o IR será cobrado sobre
os ganhos adquiridos durante a fase de acumulação. A desvantagem é o não abatimento na
declaração, mas se torna bastante atrativo, pois o imposto será cobrado apenas sobre o
rendimento. Ambos possuem os mesmos regimes para pagamento do IR, devendo ser
escolhido de acordo com as necessidades de cada cliente.
As duas opções quanto ao pagamento do Imposto de Renda são:
- Regime de Tributação Regressivo: Indicado para quem pretende manter o plano a longo
prazo, pois a alíquota é decrescente: quanto maior o tempo aplicado menor será a alíquota
para cálculo do IR.
A tabela abaixo mostra o tempo de acumulação e a alíquota que será cobrada de acordo
com o prazo aplicado.
É visível para aqueles que pretendem investir a longo prazo, o regressivo é o mais
indicado pois, pode chegar até 10%.
- Regime de Tributação Progressivo: Durante o acumulo de recursos não serão cobrados
impostos e de acordo com o plano, seguirá a tabela de Imposto de Renda da Receita Federal
utilizada para a declaração de renda de 2009:
44
Base de cálculo mensal em R$ Alíquota % Parcela a deduzir do imposto em R$
Até 1.372,81 - -
De 1.372,82 até 2.743,25 15,0 205,92
Acima de 2.743,25 27,5 548,82
Fonte: Receita Federal - disponível em http://www.receita.fazenda.gov.br/aliquotas/ContribFont.htm - acesso em 06/11/2009.
Este regime é indicado para aqueles que precisam de dedução no IR. Apesar da retenção
acontecer no momento do resgate ela não é definitiva, podendo ser deduzida até o valor total.
Se os rendimentos com os devidos abatimentos estiverem de acordo com a faixa de isenção o
indivíduo não terá impostos a recolher.
A grande diferenciação dos planos VGBL e PGBL é o tratamento fiscal que recebem de
acordo com estes benefícios oferecidos pelo governo.
O cliente poderá optar pelo melhor plano que atenda às suas expectativas e necessidades
quanto à aquisição de um plano de previdência privada.
A renda pode ocorrer dentro destas cinco modalidades de acordo com o estabelecido na
aquisição do plano. Os benefícios são semelhantes aos oferecidos pela Previdência Social e
não há distinção entre os mesmos.
Segundo Arruda (2004, p. 128) “O benefício a ser recebido pelo participante ou pelo
beneficiário é o pagamento em dinheiro efetuado pela entidade em contraprestação às
contribuições feitas para custeio do plano contratado por ocasião do evento gerador.”
O benefício é o valor acumulado, corrigido monetariamente, que é pago ao final do
plano, ou devido a evento ocorrido na ocasião. Os benefícios são definidos de duas maneiras:
os benefícios de risco e os de prazo programado. No modelo Benefício de Risco Programado
o evento gerador pode ocorrer a qualquer momento, podendo ser a morte e a invalidez.
46
Arruda (2004, p. 141) define o risco previdenciário como “O risco que enseja o contrato
previdenciário deve ser possível, futuro, incerto, independentemente da vontade das partes
contratantes e causador de prejuízo econômico.”
O risco previdenciário é algo incerto que pode ocorrer a qualquer momento, devendo ser
previsto pela entidade no custeio do plano sendo estabelecido em bases estatísticas. Os
benefícios são tratados nos planos como pecúlio por morte ou invalidez e pensão por morte ou
invalidez.
Já no Benefício de Prazo Programado os benefícios que são pagos no evento gerador de data
certa e prevista no contrato do plano, sendo a sobrevivência do contratante o evento gerador
do benefício.
Ambos os benefícios possuem a mesma finalidade que é a de suprir as necessidades dos
indivíduos, independente do evento gerador.
3.4.4.1 Resgate
Outro item que deve ser tratado é o resgate, que pode ocorrer total ou parcialmente.
O resgate total é caracterizado como desistência do plano, portanto não deve ser
considerado benefício e sim opção de saída: quanto maior o tempo de permanência, maior
será o valor do resgate.
Deve-se observar a carência imposta pela entidade que geralmente pode ocorrer após 60
dias ou 24 meses, de acordo com o estabelecido no regulamento do plano. Há também
cobrança a título de saída, o que pode variar de acordo com o estabelecido pela entidade.
Os resgates parciais poderão ser realizados após 60 dias do anterior, devendo este
acontecer somente em caso de necessidade pois, o objetivo do plano é acumular recursos.
O IR é outro fator de suma importância, a arrecadação ocorrerá no momento do resgate
de acordo com o estabelecido na contratação do plano, podendo acarretar prejuízos se
acontecerem fora do planejado.
3.4.4.2 Portabilidade
12
Resolução CNSP Nº 125, de 2005, disponível em http://www.susep.gov.br/textos/resol125.pdf - acesso em
07/11/2009
48
Nesta seção será apresentado um breve relato sobre os métodos de pesquisa que podem
ser utilizados para elaboração de trabalhos acadêmicos.
A pesquisa exploratória tem como objetivo uma proximidade maior com a problemática
apresentada, a fim de torná-la mais clara e com base neste modelo de pesquisa construir
hipóteses sobre o assunto. A maioria das pesquisas assumem forma de pesquisa bibliográfica
ou de estudo de caso.
As pesquisas explicativas têm como objetivo identificar fatores que contribuam para a
ocorrência de determinados fenômenos, se aproximando da realidade do problema
apresentado, explicam a razão e o porquê dos acontecimentos.
Nas pesquisas de estudo de campo se tem maior profundidade sobre a elaboração das
conclusões, pois ela é desenvolvida sob o olhar direto do pesquisador às atividades do grupo
estudado, obtendo-se uma maior experiência em relação ao estudo.
CHIEH, Liao Yu. Previdência Privada, muito mais do que aposentadoria. São Paulo:
Jornal Valor Econômico, p. 13, 27/11/2008.
GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
GITMAN, Lawrence Jeffrey. Princípios da Administração Financeira. 10ª ed. São Paulo:
Addison Wesley, 2004.
55
GONÇALES, Odonel Urbano. Manual de Direito Previdenciário. 5ª Ed. São Paulo: Atlas,
1998.
IBGE - Projeção da População do Brasil por sexo e idade 1980-2050 Revisão 2008 -
disponível em
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/projecao_da_populacao/2008/projecao.pd
f - acesso em 08/09/2009.
OLIVEIRA, Aristeu de. Manual Prático da Seguridade Social. 3ª Ed. São Paulo: Atlas,
1993.
WALD, Arnold. Obrigações e Contratos. 14ª Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000.