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Luciano Rodrigues Ornelas de Lima

Comportamento de Ligações com Placa de


Extremidade em Estruturas de Aço
Submetidas a Momento Fletor e Força
Axial
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 9916423/CA

Tese de Doutorado

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação do


Departamento de Engenharia Civil da PUC-Rio como
parte dos requisitos parciais para obtenção do título
de Doutor em Ciências da Engenharia Civil da PUC-
Rio. Concentração: Estruturas.

Orientadores: Sebastião A. L. de Andrade


Pedro C. G. da S. Vellasco
Luís A. P. Simões da Silva

Rio de Janeiro
Julho de 2003
Luciano Rodrigues Ornelas de Lima

Comportamento de Ligações com Placa de


Extremidade em Estruturas de Aço
Submetidas a Momento Fletor e Força
Axial

Tese de Doutorado

Tese apresentada como requisito parcial para


obtenção do título de Doutor em Ciências da
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 9916423/CA

Engenharia Civil - Estruturas - pelo Programa de Pós-


graduação do Departamento de Engenharia Civil do
Centro Técnico Científico da PUC-Rio. Aprovada pela
Comissão Examinadora abaixo assinada

Prof. Sebastião A. L. de Andrade


Orientador
Departamento de Engenharia Civil – PUC-Rio
Prof. Pedro C. G. da S. Vellasco
Co-orientador
Departamento de Estruturas e Fundações – UERJ
Prof. Luís A. P. Simões da Silva
Co-orientador
Departamento de Engenharia Civil – FCTUC - Portugal
Prof. José Luis de França Freire
Departamento de Engenharia Mecânica – PUC-Rio
Prof. Giuseppe Barbosa Guimarães
Departamento de Engenharia Civil – PUC-Rio
Prof. José Guilherme Santos da Silva
Departamento de Engenharia Mecânica – UERJ
Prof. Eduardo de Miranda Batista
COPPE – UFRJ
Prof. Gilson Queiroz
Faculdade de Engenharia - UFMG

Rio de Janeiro, 24 de julho de 2003.


Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total
ou parcial deste trabalho sem autorização da universidade,
do autor e do orientador.

Luciano Rodrigues Ornelas de Lima

Graduou-se em Engenharia Civil, ênfase em Estruturas, pela


UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro em 1996.
Obteve o título de Mestre em Ciências pela PUC-Rio –
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro em 1999.
Possui vários trabalhos publicados em atas de conferências
e revistas internacionais na área de Ligações Estruturais em
Aço.
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Ficha Catalográfica

Lima, Luciano Rodrigues Ornelas de

Comportamento de ligações com placa de extremidade


em estruturas de aço submetidas a momento fletor e força
axial / Luciano Rodrigues Ornelas de Lima; orientadores:
Sebastião A. L. de Andrade, Pedro C. G. da S. Vellasco,
Luis A. P. Simões da Silva. – Rio de Janeiro : PUC,
Departamento de Engenharia Civil 2003.

v, 269 f. : il. ; 30 cm

Tese (doutorado) – Pontifícia Universidade Católica do


Rio de Janeiro, Departamento de Engenharia Civil.

Inclui referências bibliográficas, índice e anexos.

1. Engenharia civil – Teses. 2. Ligações viga-coluna. 3.


Ligações semi-rígidas. 4. Análise experimental. 5. Modelos
mecânicos. 6. Método das componentes. 7. Resistência à
flexão. 8. Resistência a esforço axial. I. Andrade, Sebastião
Arthur Lopes de. II. Vellasco, Pedro Colmar Gonçalves da
Silva. III. Silva, Luis A. P. Simões da. IV. Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro. Departamento de
Engenharia Civil. V. Título.

CDD: 624
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A Deus, por ter iluminado meu caminho


ao longo de todos estes anos, aos meus
pais, Luismar e Sueli, e aos meus irmãos,
Daniele e Marcos, pelo carinho e
incentivo ao meu trabalho.
Agradecimentos

Aos meus orientadores brasileiros, Prof. Sebastião Andrade e Prof. Pedro


Vellasco por toda a ajuda e amizade fortalecida durante a realização deste
trabalho e por possibilitarem a minha participação em congressos nacionais e
internacionais.
Ao meu orientador português, Prof. Luís Simões da Silva por ter possibilitado a
realização de toda a parte experimental da tese no Laboratório de Mecânica
Estrutural do Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Coimbra,
pela orientação sempre oportuna, pela receptividade desde minha chegada a
Portugal e pela ajuda na participação em congressos internacionais.
A Lúcia, pelo amor, pelo carinho e pela compreensão nos momentos em que
estive ausente e aos seus pais, Sr. Carlos Rodrigues e D. Lúcia Maria além de
seu irmão, Carlos Frederico, pelo incentivo durante todos estes anos.
Aos amigos Luís Costa Neves e Teresa Cordeiro, meus “irmãos portugueses”,
pela amizade, pela ajuda e, principalmente, pela ótima companhia. E também
aos pais destes amigos pelo acolhimento durante a estadia em Portugal.
Ao Prof. Luís Cruz Simões, coordenador do Laboratório de Estruturas da
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Universidade de Coimbra pela disponibilidade dos funcionários para a realização


dos ensaios.
Aos funcionários do Laboratório de Estruturas, Sr. David, Sr. Paulo e Sr.
Olegário e ao funcionário do Laboratório de Mecânica Estrutural, Sr. Luís pelo
ótimo convívio e pela ajuda na realização dos ensaios.
Ao estimado amigo, Luís Borges, pela amizade e por ter desenvolvido o
programa “NASCon” que em muito facilitou a realização deste trabalho.
Aos amigos portugueses da Universidade de Coimbra, Rui Simões, Sandra
Jordão, Fernando T. Gomes, Pedro Simão, Aldina Santiago, Ana Girão, Andreia
Pereira, Eduardo Júlio, Paulo Ferndandes, João Catarino e Isabel Cristina por
toda a motivação no desenvolvimento do trabalho.
Aos amigos da Casa da Sagrada Família, Tozé Valério, Sandrine, Odile, Paulo,
Tozé, D. Manoela, D. Edite e demais amigos por terem ajudado a superar a
saudade de casa.
A todos os demais funcionários da Universidade de Coimbra e aos funcionários
da PUC-Rio pela colaboração e pelo ótimo convívio durante a realização deste
trabalho.
Aos colegas de curso da PUC-Rio e aos membros do grupo de estudos de
Comportamento e Projeto de Estruturas de Aço da mesma instituição.
Ao CNPq pela bolsa no Brasil, à CAPES pela bolsa durante o período passado
em Portugal e à PUC-Rio pelo auxílio concedido na elaboração deste trabalho.
E finalmente, a cidade de Coimbra, que com todo seu encanto, marca para
sempre, a vida daqueles que por lá passam.
Resumo

Lima, Luciano Rodrigues Ornelas de; Andrade, Sebastião Arthur Lopes de


(Orientador). Comportamento de Ligações com Placa de Extremidade
em Estruturas de Aço Submetidas a Momento Fletor e Força Axial. Rio
de Janeiro, 2003. 269p. Tese de Doutorado – Departamento de
Engenharia Civil, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

Tradicionalmente, o projeto de pórticos em estruturas de aço assume que


as ligações viga-coluna são rígidas ou flexíveis. As ligações rígidas, onde não
ocorre nenhuma rotação entre os membros conectados, transferem não só
momento fletor, mas também força cortante e força normal. Por outro lado, as
ligações flexíveis são caracterizadas pela liberdade de rotação entre os
membros conectados impedindo a transmissão de momento fletor.
Desconsiderando-se estes fatos, sabe-se que a grande maioria das
ligações não possuem este comportamento idealizado. De fato, a maioria das
ligações transfere algum momento fletor com um nível de rotação associado.
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Estas ligações são chamadas semi-rígidas e seu dimensionamento deve ser


executado de acordo com este comportamento estrutural real.
Porém, algumas ligações viga-coluna estão sujeitas a uma combinação
de momento fletor e esforço axial. O nível de esforço axial pode ser significativo,
principalmente em ligações de pórticos metálicos com vigas inclinadas, em
pórticos não-contraventados ou em pórticos com pavimentos incompletos. As
normas atuais de dimensionamento de ligações estruturais em aço não
consideram a presença de esforço axial (tração e/ou compressão) nas ligações.
Uma limitação empírica de 5% da resistência plástica da viga é a única condição
imposta no Eurocode 3. O objetivo deste trabalho é descrever alguns resultados
experimentais e numéricos para estender a filosofia do método das componentes
para ligações com ações combinadas de momento fletor e esforço axial. Para se
cumprir este objetivo, quinze ensaios foram realizados e um modelo mecânico é
apresentado para ser usado na avaliação das propriedades da ligação:
resistência à flexão, rigidez inicial e capacidade de rotação.

Palavras-chave
Ligações Viga-Coluna; Ligações Semi-Rígidas; Análise Experimental;
Modelos Mecânicos; Método das Componentes; Normas Européias; Resistência
à Flexão; Resistência a Esforço Axial.
Abstract

Lima, Luciano Rodrigues Ornelas de; Andrade, Sebastião Arthur Lopes de


(Advisor). Behaviour of Structural Steel Endplate Joints Subjected to
Bending Moment and Axial Force. Rio de Janeiro, 2003. 269p. DSc.
Thesis – Departamento de Engenharia Civil, Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro.

Traditionally, the steel portal frame design assumes that beam-to-column


joints are rigid or pinned. Rigid joints, where no relative rotations occur between
the connected members, transfer not only substantial bending moments, but also
shear and axial forces. On the other extreme, pinned joints, are characterised by
almost free rotation movement between the connected elements that prevents
the transmission of bending moments.
Despite these facts, it is largely recognised that the great majority of joints
does not exhibit such idealised behaviour. In fact, many joints transfer some
bending moments associated with rotations. These joints are called semi-rigid,
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and their design should be performed according to their real structural behaviour.
However, some steel beam-to-column joints are often subjected to a
combination of bending and axial forces. The level of axial forces in the joint may
be significant, typical of pitched-roof portal frames, sway frames or frames with
incomplete floors. Current standard for steel joints do not take into account the
presence of axial forces (tension and/or compression) in the joints. A single
empirical limitation of 5% of the beam’s plastic axial capacity is the only enforced
provision in Annex J of Eurocode 3. The objective of the present work is to
describe some experimental and numerical results to extend the philosophy of
the component method to deal with the combined action of bending and axial
forces. To fulfil this objective a set of sixteen specimens were performed and a
mechanical model was developed to be used in the evaluation of the joint
properties: bending moment resistance, initial stiffness and rotation capacity.

Key-words
Beam-to-Column Joints; Semi-Rigid Joints; Experimental Analysis;
Mechanical Models; Component Method; European Codes; Bending Resistance;
Axial Force Resistance.
Sumário

Lista de Figuras ...............................................................................................................13

Lista de Tabelas...............................................................................................................19

Lista de Símbolos............................................................................................................ 20

Lista de Abreviaturas...................................................................................................... 23

1 Introdução .......................................................................................................25

1.1 Motivação ................................................................................................................... 25

1.2 Evolução Histórica das Ligações Semi-Rígidas .................................................... 29

1.3 Objetivos e Metodologia........................................................................................... 31

1.4 Escopo........................................................................................................................ 31
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2 Ligações Viga x Coluna .................................................................................33

2.1 Introdução .................................................................................................................. 33

2.2 Descrição do Método das Componentes................................................................ 36

2.2.1 Resistência à Flexão de uma Ligação ................................................................. 39


2.2.2 Rigidez Inicial de uma Ligação ............................................................................ 39
2.3 Dimensionamento das Componentes..................................................................... 41

2.3.1 Componente 1 – Alma da coluna ao corte........................................................... 41


2.3.2 Componente 2 – Alma da coluna à compressão ................................................. 43
2.3.3 Componente 3 – Alma da coluna à tração........................................................... 45
2.3.4 Componente 4 – Mesa da coluna à flexão........................................................... 46
2.3.5 Componente 5 – Placa de extremidade à flexão ................................................. 49
2.3.6 Componente 7 – Mesa da viga à compressão..................................................... 52
2.3.7 Componente 8 – Alma da viga à tração............................................................... 52
2.3.8 Componente 10 – Parafusos à tração ................................................................. 53
2.4 Combinação entre Esforço Axial e Momento Fletor.............................................. 53

2.4.1 Pesquisas de Laurent Finet [10] .......................................................................... 54


2.4.2 Pesquisas de J. P. Jaspart [6].............................................................................. 55
2.4.3 Pesquisas de Frederic Cerfontaine [11]............................................................... 55
2.4.3.1 Diagrama de Interação.................................................................................. 55
2.4.4 Pesquisas de Luís Silva e Ana Coelho [12] ......................................................... 59
2.4.5 Pesquisas de Frantisek Wald [14,15]................................................................... 61
2.4.5.1 Modelo de Cálculo Proposto ......................................................................... 62

3 Descrição dos Ensaios Experimentais.........................................................67

3.1 Introdução .................................................................................................................. 67

3.2 Justificativa dos Ensaios Experimentais................................................................ 67

3.3 Cálculo das Ligações................................................................................................ 70

3.4 Caracterização dos Ensaios..................................................................................... 72

3.4.1 Preparação dos Ensaios e dos Sistemas de Aplicação de Carga....................... 72


3.4.1.1 Sistema para aplicação de esforço axial de compressão............................. 75
3.4.1.2 Sistema para aplicação de esforço axial de tração ...................................... 78
3.4.2 Instrumentação, Aquisição de Dados e Planos de Carga dos Ensaios............... 80
3.4.3 Propriedades Mecânicas e Geométricas ............................................................. 84

4 Avaliação dos Resultados Experimentais – Ensaios de Ligações com


Placa de Extremidade Ajustada (FE) ...............................................................87
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4.1 Introdução .................................................................................................................. 87

4.2 Verificações Preliminares......................................................................................... 87

4.3 Análise de Resultados .............................................................................................. 89

4.3.1 Avaliação das Curvas Momento versus Rotação ................................................ 89


4.3.2 Comportamento da alma da coluna em cisalhamento (1) ................................... 94
4.3.3 Comportamento da alma da coluna à compressão (2)........................................ 97
4.3.4 Comportamento da alma da coluna à tração (3) ............................................... 100
4.3.5 Comportamento da mesa da coluna à flexão (4)............................................... 103
4.3.6 Comportamento da placa de extremidade à flexão (5)...................................... 105
4.3.7 Comportamento da mesa da viga à compressão (7)......................................... 109
4.3.8 Comportamento da alma da viga à tração (8).................................................... 113
4.3.9 Comportamento dos parafusos à tração (10) .................................................... 115
4.3.10 Comportamento da mesa da viga à tração ...................................................... 120
4.3.11 Considerações Finais Sobre os Ensaios FE.................................................... 122

5 Avaliação dos Resultados Experimentais – Ensaios de Ligações com


Placa de Extremidade Estendida (EE) ...........................................................125

5.1 Introdução ................................................................................................................ 125

5.2 Análise de Resultados ............................................................................................ 125

5.2.1 Avaliação das Curvas Momento versus Rotação .............................................. 125


5.2.2 Comportamento da alma da coluna em cisalhamento (1) ................................. 130

265263
5.2.3 Comportamento da alma da coluna à compressão (2)...................................... 133
5.2.4 Comportamento da alma da coluna à tração (3) ............................................... 135
5.2.5 Comportamento da mesa da coluna à flexão (4)............................................... 138
5.2.6 Comportamento da placa de extremidade à flexão (5)...................................... 140
5.2.7 Comportamento da mesa da viga à compressão (7)......................................... 148
5.2.8 Comportamento da alma da viga à tração (8).................................................... 152
5.2.9 Comportamento dos parafusos à tração (10) .................................................... 155
5.2.10 Considerações Finais dos Ensaios EE ............................................................ 160

6 Modelo Mecânico Proposto .........................................................................162

6.1 Introdução ................................................................................................................ 162

6.2 Caracterização do Modelo de Molas ..................................................................... 164

6.3 Descrição dos “Softwares” Avaliados.................................................................. 168

6.4 Análise de Resultados – Ligação com Placa de Extremidade Ajustada ........... 170

6.4.1 Componentes com comportamento elasto-plástico perfeito.............................. 170


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6.4.2 Comportamento elasto-plástico com rigidez pós-limite ..................................... 174


6.5 Análise dos Resultados – Ligação com Placa de Extremidade Estendida....... 176

6.5.1 Comportamento elasto-plástico perfeito para as componentes......................... 176


6.5.2 Comportamento elasto-plástico com rigidez pós-limite ..................................... 184
6.6 Comparação com o Modelo Proposto por Cerfontaine [11] ............................... 185

7 Considerações Finais...................................................................................188

7.1 Introdução ................................................................................................................ 188

7.2 Conclusões .............................................................................................................. 190

7.3 Sugestões para Trabalhos Futuros....................................................................... 194

Referências Bibliográficas..............................................................................196

Anexo A Modelo Proposto por Cerfontaine [11]...........................................204

A.1 Caracterização do diagrama de interação ........................................................... 204

A.2 Comportamento elástico da ligação..................................................................... 212

A.3 Estado de deslocamentos na ruína dúctil............................................................ 217

A.4 Curvas de comportamento da ligação – M x ϕ e N x ∆ ....................................... 218

A.5 Painel de alma da coluna sujeito ao corte ........................................................... 220

265263
A.6 Resistência do painel de alma............................................................................... 221

A.7 Comportamento elástico do painel de alma da coluna em cisalhamento........ 223

A.8 Curvas da Ligação.................................................................................................. 224

Anexo B Exemplo de Aplicação do Modelo de Cerfontaine........................226

B.1 Propriedades Mecânicas e Geométricas da Ligação.......................................... 226

B.2 Resistência Individual das Componentes............................................................ 226

B.2.1. Alma da coluna ao corte ................................................................................... 226


B.2.2. Demais componentes ....................................................................................... 227
B.2.3. Cálculo de FiRd+ e FiRd- ...................................................................................... 227
B.2.4. Obtenção do diagrama de interação ................................................................ 229
B.2.5. Determinação de um ponto específico do diagrama ........................................ 232
B.2.6. Supondo uma excentricidade conhecida (e = 1000 mm) ................................. 232
B.2.7. Comportamento elástico da ligação ................................................................. 233
B.2.8. Cálculo da rigidez inicial para o ponto em estudo (e = 1000 mm) ................... 236
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B.2.9. Cálculo dos esforços elásticos na ligação ........................................................ 238


B.2.10. Deslocamentos na ruína dúctil ....................................................................... 239
B.2.11. Cálculo de ϕi,k (∆1 = ∆1Rd+)............................................................................... 239
B.2.12. Cálculo de ∆i,k ................................................................................................. 240
B.2.13. Cálculo de ∆i (∆i = ∆ + hi . ϕ).............................................................................. 240
B.2.14. Cálculo das variáveis adicionais para a obtenção das curvas M x φ e N x ∆ .... 241
B.3 Avaliação do painel de alma da coluna ao cisalhamento .................................. 242

B.3.1. Resistência do Painel de Alma ao cisalhamento.............................................. 242


B.3.2. Comportamento elástico do painel de alma ..................................................... 243
B.3.3. Curva do painel de alma ao corte..................................................................... 243
B.3.4. Curva final da ligação ....................................................................................... 245

Anexo C Detalhamento das Peças Utilizadas no Programa Experimental 246

Anexo D Dimensionamento da Ligação com Placa de Extremidade


Estendida..........................................................................................................253

D.1 Informações Gerais ................................................................................................ 253

D.2 Cálculo das Componentes..................................................................................... 255

D.2.1. Alma da coluna ao corte ................................................................................... 255


D.2.2. Alma da coluna à compressão ......................................................................... 255
D.2.3. Mesa da coluna à flexão................................................................................... 256

265263
D.2.4. Alma da coluna à tração ................................................................................... 258
D.2.5. Placa de extremidade à flexão ......................................................................... 259
D.2.6. Parafusos à tração............................................................................................ 262
D.2.7. Mesa da viga à compressão............................................................................. 262
D.2.8. Alma da viga à tração ....................................................................................... 262
D.3 Associação das componentes (molas) em série e em paralelo ........................ 262

D.3.1. Resistência ....................................................................................................... 262


D.3.2. Rigidez Inicial.................................................................................................... 263
D.4 Curva Momento Versus Rotação .......................................................................... 264

Anexo E Controle Dimensional dos Ensaios ................................................265

E.1 Apresentação das Dimensões Utilizadas............................................................. 265

E.2 Valores Medidos ..................................................................................................... 266


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Lista de Figuras

Figura 1.1 – Classificação das ligações de acordo com sua rigidez ................................ 26
Figura 1.2 – Distribuição elástica de momentos fletores num pórtico simples ................. 27
Figura 1.3 – Ligação de um pórtico de galpões com vigas inclinadas.............................. 28
Figura 2.1 – Propriedades para dimensionamento de uma ligação [8,9] ......................... 34
Figura 2.2 – Classificação das ligações de acordo com a rigidez inicial [8,9] .................. 35
Figura 2.3 – Componentes de uma ligação com placa de extremidade, [38]................... 38
Figura 2.4 – Modelo mecânico - ligação com placa de extremidade estendida ............... 38
Figura 2.5 – Procedimento para cálculo da rigidez rotacional .......................................... 39
Figura 2.6 – Centro de compressão e braço de alavanca z ............................................. 41
Figura 2.7 – Tensões normais e cisalhantes na zona comprimida da alma da coluna .... 43
Figura 2.8 – Propriedades geométricas da componente alma da coluna em compressão
................................................................................................................................... 43
Figura 2.9 – Modos de ruptura de um T-stub aparafusado .............................................. 46
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Figura 2.10 – Definição de parâmetros geométricos – componente 4 ............................. 47


Figura 2.11 – Modelos de linhas de ruptura para grupos de linhas de parafusos............ 47
Figura 2.12 – Definição de parâmetros geométricos – componente 5 ............................. 50
Figura 2.13 – Curvas para obtenção do coeficiente α (Eurocode 3) ................................ 51
Figura 2.14 – Modelo mecânico proposto por Finet [10] .................................................. 54
Figura 2.15 – Diagrama de interação de uma ligação com placa de extremidade
estendida ................................................................................................................... 56
Figura 2.16 – Interação entre três linhas de parafusos e definição de FjRd ...................... 58
Figura 2.17 – Ligação viga-coluna soldada com respectivo modelo de molas [12] ......... 59
Figura 2.18 – Caracterização do comportamento das componentes [12] ........................ 60
Figura 2.19 – Curva momento versus rotação – modelo e experimental ......................... 60
Figura 2.20 – Curvas momento versus rotação com esforço axial de compressão ......... 60
Figura 2.21 – Ensaios realizados por Wald [14] ............................................................... 61
Figura 2.22 – Configuração dos ensaios realizados por Wald [14] .................................. 61
Figura 2.23 – Curva de comparação entre tipos de carregamentos................................. 62
Figura 2.24 – Consideração sobre a área efetiva das mesas comprimidas, Wald [14].... 63
Figura 2.25 – Modelo mecânico da placa de extremidade, Wald [14] .............................. 64
Figura 2.26 – Curvas momento versus rotação – ensaios SN, Wald [14] ........................ 66
Figura 3.1 – Dimensões dos perfis laminados IPE240, HEB240 e HEB200 .................... 68
Figura 3.2 – Detalhe do parafuso M20 cl. 10.9 ................................................................. 68
Figura 3.3 – Detalhe das ligações utilizadas nos ensaios ................................................ 69
Figura 3.4 – Ligações com placa de extremidade (ambas as séries)............................... 70
Figura 3.5 – Pórtico de aplicação de carga....................................................................... 73
Figura 3.6 – Reforços introduzidos no pórtico de reação ................................................. 74

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Figura 3.7 – Preparação e concretagem da sapata de reação......................................... 74
Figura 3.8 – Sistema de aplicação de esforço axial de compressão................................ 76
Figura 3.9 – Macacos hidráulicos e célula de carga central ............................................. 76
Figura 3.10 – Variação da carga aplicada em cada um dos cabos de protensão............ 77
Figura 3.11 – Correção da carga aplicada em cada um dos cabos de protensão ........... 78
Figura 3.12 – Sistema de aplicação de esforço axial de tração ....................................... 79
Figura 3.13 – Componentes para os ensaios com esforço axial de tração...................... 79
Figura 3.14 – Peça para aplicação do esforço axial [57] .................................................. 80
Figura 3.15 – Instrumentação dos parafusos.................................................................... 81
Figura 3.16 – Posicionamento de extensômetros e rosetas – Ensaios FE ...................... 82
Figura 3.17 – Posicionamento de extensômetros e rosetas – Ensaios EE ...................... 82
Figura 3.18 – Aplicação da protensão nos parafusos....................................................... 82
Figura 3.19 – Transdutores de deslocamentos e sistema de aquisição de dados........... 83
Figura 3.20 – Ciclos de carga utilizados nos ensaios ....................................................... 83
Figura 3.21 – Ensaios de tração de corpos-de-prova dos perfis e parafusos .................. 84
Figura 3.22 – Posição dos corpos-de-prova das placas de extremidade......................... 86
Figura 3.23 – Medição de espessuras .............................................................................. 86
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Figura 4.1 – Verificação da aplicação de esforço axial de compressão ........................... 88


Figura 4.2 – Curvas momento versus rotação .................................................................. 89
Figura 4.3 – Deformações ocorridas nos ensaios FE ....................................................... 90
Figura 4.4 – Curvas momento versus rotação com respectivas descargas ..................... 91
Figura 4.5 – Curva de interação M versus N .................................................................... 92
Figura 4.6 – Controle do esforço axial aplicado nos ensaios ........................................... 93
Figura 4.7 – Curvas momento versus rotação – ensaios FE5 e FE7 ............................... 94
Figura 4.8 – Curvas M x ε (roseta B – canal 8)................................................................. 94
Figura 4.9 – Direção principal φ1 (roseta B) ...................................................................... 95
Figura 4.10 – Tensões principais σ1 e σ2 (roseta B) ......................................................... 96
Figura 4.11 – Tensões de Von Mises σVM (roseta B)........................................................ 96
Figura 4.12 – Curvas M x ε (extensômetro 11) ................................................................. 97
Figura 4.13 – Curvas M x ε da alma da coluna à compressão (roseta C - canal 14) ....... 98
Figura 4.14 - Direção principal φ1 (roseta C)..................................................................... 98
Figura 4.15 – Tensões principais σ1 e σ2 (roseta C) ......................................................... 99
Figura 4.16 - Tensão de Von Mises σVM (roseta C) .......................................................... 99
Figura 4.17 – Curvas M x ε (roseta A - canal 5).............................................................. 100
Figura 4.18 – Curvas M x ε (extensômetro 6) ................................................................. 101
Figura 4.19 - Direção principal φ1 (roseta A) ................................................................... 101
Figura 4.20 – Tensões principais σ1 e σ2 (roseta A) ....................................................... 102
Figura 4.21 - Tensão de Von Mises σVM (roseta A) ........................................................ 102
Figura 4.22 – Deformação da mesa da coluna submetida à flexão................................ 103

265263
Figura 4.23 – Curvas M x ε (extensômetro 10) ............................................................... 104
Figura 4.24 – Curvas M x δ (transdutor 45) .................................................................... 104
Figura 4.25 – Deformações da placa de extremidade à flexão – Ensaios FE................ 106
Figura 4.26 – Curvas M x ε (extensômetro 23) ............................................................... 107
Figura 4.27 – Curvas M x ε (extensômetro 24) ............................................................... 108
Figura 4.28 – Curvas M x δ (transdutor 44) .................................................................... 108
Figura 4.29 – Curvas M x ε (extensômetro 29) ............................................................... 109
Figura 4.30 – Curvas M x ε (extensômetro 30) ............................................................... 110
Figura 4.31 – Curvas M x ε (extensômetro 31) ............................................................... 110
Figura 4.32 – Curvas M x ε (extensômetro 32) ............................................................... 111
Figura 4.33 – Curvas M x ε (média dos extensômetros 29 a 32) ................................... 111
Figura 4.34 – Comparação de deformações – mesa da viga à compressão ................. 112
Figura 4.35 – Curvas M x ε (extensômetro 22) ............................................................... 113
Figura 4.36 – Curvas M x ε (roseta E - canal 27)............................................................ 114
Figura 4.37 – Curvas M x ε (extensômetro 28) ............................................................... 114
Figura 4.38 – Curvas M x ε (roseta E - canal 25)............................................................ 115
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Figura 4.39 – Considerações sobre o efeito de alavanca............................................... 116


Figura 4.40 – Curvas M x ε e M x σ - Ensaio FE1 .......................................................... 116
Figura 4.41 – Curvas M x φ e F x φ - Ensaio FE1 ........................................................... 117
Figura 4.42 – Curvas M x ε e M x σ - Ensaio FE3 .......................................................... 117
Figura 4.43 – Curvas M x φ e F x δ - Ensaio FE3 ........................................................... 118
Figura 4.44 – Curvas M x ε e M x σ - Ensaio FE9 .......................................................... 118
Figura 4.45 – Curvas M x φ e F x δ - Ensaio FE9 ........................................................... 119
Figura 4.46 – Curvas M x ε (extensômetros 35 e 36 – ensaios FE1, FE3 e FE9).......... 119
Figura 4.47 – Curvas M x ε (extensômetro 20) ............................................................... 120
Figura 4.48 – Curvas M x ε (extensômetro 21) ............................................................... 121
Figura 4.49 – Curvas M x ε (média dos extensômetros 20 e 21) ................................... 121
Figura 4.50 – Seqüências de escoamento das componentes para cada ensaio ........... 123
Figura 4.51 – Método para identificação do escoamento das componentes ................. 124
Figura 5.1 – Curvas momento versus rotação ................................................................ 126
Figura 5.2 – Deformações ocorridas nos ensaios FE ..................................................... 126
Figura 5.3 – Curvas momento versus rotação com respectivas descargas ................... 128
Figura 5.4 – Curva de interação M versus N .................................................................. 129
Figura 5.5 – Controle do esforço axial aplicado nos ensaios ......................................... 129
Figura 5.6 – Curvas M x ε (roseta B – canal 8)............................................................... 131
Figura 5.7 – Direção principal φ1 (roseta B) .................................................................... 131
Figura 5.8 – Tensões principais σ1 e σ2 (roseta B) ......................................................... 132
Figura 5.9 – Tensões de Von Mises σVM (roseta B)........................................................ 132
Figura 5.10 – Curvas M x ε (extensômetro 11) ............................................................... 133

265263
Figura 5.11 – Curvas M x ε da alma da coluna à compressão (roseta C - canal 14) ..... 134
Figura 5.12 – Tensões principais σ1 e σ2 (roseta C) ....................................................... 134
Figura 5.13 - Tensão de Von Mises σVM (roseta C) ........................................................ 135
Figura 5.14 – Curvas M x ε (roseta A - canal 2).............................................................. 135
Figura 5.15 – Curvas M x ε (roseta A - canal 5).............................................................. 136
Figura 5.16 – Curvas M x ε (extensômetro 6) ................................................................. 136
Figura 5.17 - Direção principal φ1 (roseta A) ................................................................... 137
Figura 5.18 – Tensões principais σ1 e σ2 (roseta A) ....................................................... 137
Figura 5.19 - Tensão de Von Mises σVM (roseta A) ........................................................ 138
Figura 5.20 – Deformação da mesa da coluna submetida à flexão................................ 139
Figura 5.21 – Curvas M x ε (extensômetro 10) ............................................................... 139
Figura 5.22 – Curvas M x δ (transdutor 45) .................................................................... 140
Figura 5.23 – Deformações da placa de extremidade à flexão – Ensaios EE................ 142
Figura 5.24 – Curvas M x ε (extensômetro 23) ............................................................... 142
Figura 5.25 – Curvas M x ε (extensômetro 24) ............................................................... 143
Figura 5.26 – Curvas M x ε (roseta D - canal 15) ........................................................... 144
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Figura 5.27 – Curvas M x ε (roseta D - canal 17) ........................................................... 145


Figura 5.28 – Tensões principais σ1 (roseta D)............................................................... 145
Figura 5.29 – Tensões principais σ2 (roseta A)............................................................... 146
Figura 5.30 - Direção principal φ1 (roseta A) – Ensaio EE1 ............................................ 146
Figura 5.31 - Tensão de Von Mises σVM (roseta A) ........................................................ 147
Figura 5.32 – Curvas M x δ (transdutor 44) .................................................................... 147
Figura 5.33 – Curvas M x ε (extensômetro 29) ............................................................... 148
Figura 5.34 – Curvas M x ε (extensômetro 30) ............................................................... 149
Figura 5.35 – Curvas M x ε (extensômetro 31) ............................................................... 149
Figura 5.36 – Curvas M x ε (extensômetro 32) ............................................................... 150
Figura 5.37 – Curvas M x ε (média extensômetros 29 a 32) .......................................... 150
Figura 5.38 – Comparação de deformações – mesa da viga à compressão ................. 151
Figura 5.39 – Instabilidade ocorrida na alma da viga – Ensaios EE3 e EE4.................. 152
Figura 5.40 – Curvas M x ε (extensômetro 22) ............................................................... 153
Figura 5.41 – Curvas M x ε (roseta E - canal 25)............................................................ 153
Figura 5.42 – Curvas M x ε (roseta E - canal 27)............................................................ 154
Figura 5.43 – Curvas M x ε (extensômetro 28) ............................................................... 154
Figura 5.44 – Curvas M x ε e M x σ - Ensaio EE1 .......................................................... 155
Figura 5.45 – Curvas M x φ e F x φ - Ensaio EE1 ........................................................... 156
Figura 5.46 – Verificação do efeito de alavanca – Ensaio EE1 ...................................... 156
Figura 5.47 – Efeito do esforço de alavanca – Ensaios EE4 e EE7 ............................... 157
Figura 5.48 – Curvas M x ε e M x σ - Ensaio EE4 .......................................................... 158

265263
Figura 5.49 – Curvas M x φ e F x δ - Ensaio EE4 ........................................................... 159
Figura 5.50 – Curvas M x ε e M x σ - Ensaio EE7 .......................................................... 159
Figura 5.51 – Curvas M x φ e F x δ - Ensaio EE7 ........................................................... 160
Figura 5.52 – Seqüências de escoamento das componentes para cada ensaio ........... 161
Figura 6.1 – Diferentes leis constitutivas de componentes............................................. 163
Figura 6.2 – Modelo de molas para ligações com placa de extremidade ajustada ........ 164
Figura 6.3 – Modelo de molas para ligações com placa de extremidade estendida ...... 165
Figura 6.4 – Leis constitutivas para molas em tração e compressão ............................. 166
Figura 6.5 – Rigidez inicial a ser usada na análise global elástica [8,9]......................... 167
Figura 6.6 – Aproximação bi-linear da curva momento versus rotação [8,9] ................. 167
Figura 6.7 – Tela de resultados - NASCon [58-60] ......................................................... 169
Figura 6.8 – Pré-processador - NASCon [58-60] ............................................................ 169
Figura 6.9 – Comparação entre LUSAS [57] e NASCON [58-60]................................... 169
Figura 6.10 – Curvas momento fletor versus rotação – Ensaios FE .............................. 170
Figura 6.11 – Comparação de curvas momento versus rotação (kp=0) – Ensaios FE... 171
Figura 6.12 – Curva de interação momento fletor versus esforço axial.......................... 174
Figura 6.13 – Comparação de curvas momento versus rotação – kp ≠ 0....................... 175
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Figura 6.14 – Curva momento fletor versus rotação adotada......................................... 177


Figura 6.15 – Curvas momento fletor versus rotação – Ensaios EE .............................. 177
Figura 6.16 – Comparação de curvas momento versus rotação (kp=0) – Ensaios EE... 178
Figura 6.17 – Transmissão do esforço de compressão na ligação ................................ 179
Figura 6.18 – Comparações de curvas momento versus rotação – Ensaio EE ............. 180
Figura 6.19 – Seqüência de escoamento de componentes (kp=0) – Ensaios EE .......... 181
Figura 6.20 – Obtenção de Mj,Rd a partir da curva momento versus rotação ................. 183
Figura 6.21 – Curva de interação momento fletor versus esforço axial.......................... 183
Figura 6.22 – Comparação de curvas momento versus rotação – kp ≠ 0....................... 185
Figura 6.23 – Comparação de curvas momento versus – série FE................................ 186
Figura 6.24 – Comparação de curvas momento versus – série EE ............................... 186

Figura A.1 – Diagrama de interação - ligação com placa de extremidade estendida .... 205
Figura A.2 - Interação entre três linhas de parafusos e definição de FjRd....................... 207
Figura A.3 – Considerações sobre efeitos de grupos entre linhas de parafusos ........... 215
Figura A.4 – Curvas de comportamento da ligação (M x ϕ e N x ∆)............................... 219
Figura A.5 – Variação do esforço de cisalhamento no painel de alma da coluna .......... 221
Figura C.1 – Viga para suporte do atuador hidráulico .................................................... 246
Figura C.2 – Viga de travamento da sapata de reação .................................................. 247
Figura C.3 – Peça de ligação da viga do atuador hidráulico com o pórtico de reação... 248
Figura C.4 – Peça de ligação da viga do atuador hidráulico com o pórtico de reação... 248
Figura C.5 – Peça de ligação da rótula inferior com a placa de base das colunas ........ 249
Figura C.6 – Peça de ligação do pórtico de reação com a rótula superior..................... 249

265263
Figura C.7 – Peça de ligação da placa de topo da coluna com a rótula superior .......... 250
Figura C.8 – Detalhe do desviador dos cabos de protensão.......................................... 250
Figura C.9 – Peça para aplicação do esforço axial de compressão - I........................... 251
Figura C.10 – Peça para aplicação do esforço axial de compressão - II........................ 251
Figura C.11 – Guia dos cabos de protensão .................................................................. 252
Figura C.12 – Detalhe da coluna e da viga dos ensaios ................................................ 252
Figura E.1 - Dimensões utilizadas para a caracterização geométrica dos perfis ........... 265
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265263
Lista de Tabelas

Tabela 2.1 – Coeficiente de modificação de rigidez η [8,9] .............................................. 34


Tabela 2.2 – Valores aproximados para o parâmetro de transformação β....................... 42
Tabela 2.3 – Parâmetro de redução ω .............................................................................. 45
Tabela 2.4 – Comprimentos efetivos de um T-stub, componente 4 ................................. 48
Tabela 2.5 – Comprimentos efetivos de um T-stub, componente 5 ................................. 50
Tabela 3.1 – Dimensionamento das componentes – Ensaios FE .................................... 71
Tabela 3.2 – Dimensionamento das componentes – Ensaios EE .................................... 71
Tabela 3.3 – Descrição dos carregamentos aplicados nos ensaios................................. 72
Tabela 3.4 – Propriedades mecânicas dos materiais ....................................................... 85
Tabela 4.1 – Verificação da aplicação de esforço axial de tração.................................... 88
Tabela 4.2 – Valores experimentais para Mj,Rd e Sj,ini ....................................................... 90
Tabela 4.3 – Tensões principais - roseta A para M = 50kN.m (em MPa)....................... 102
Tabela 4.4 – Deslocamentos da placa de extremidade (em mm) .................................. 109
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Tabela 5.1 – Valores experimentais para Mj,Rd e Sj,ini ..................................................... 127


Tabela 5.2 – Comparação de deformações – canais 11 e 14 (em µε) ........................... 133
Tabela 5.3 – Comparação de deslocamentos – canal 44 (em mm) ............................... 148
Tabela 6.1 – Coeficientes de rigidez das componentes dos ensaios da série FE ......... 172
Tabela 6.2 – Comparação entre Mj,Rd e Sj,ini – numérico e experimental........................ 172
Tabela 6.3 – Valores calibrados para rigidez pós-limite kp ............................................. 176
Tabela 6.4 – Coeficientes de rigidez das componentes dos ensaios da série EE ......... 181
Tabela 6.5 – Comparação entre Mj,Rd e Sj,ini – numérico e experimental........................ 182
Tabela 6.6 – Valores calibrados para rigidez pós-limite kp ............................................. 184

Tabela A.1 - Comportamento das componentes ............................................................ 213


Tabela E.1 – Propriedades geométricas – placa de extremidade e viga (Ensaios FE).. 266
Tabela E.2 – Propriedades geométricas – coluna (Ensaios FE) .................................... 267
Tabela E.3 – Propriedades geométricas – placa de extremidade e viga (Ensaios EE) . 268
Tabela E.4 – Propriedades geométricas – coluna (Ensaios EE) .................................... 269

265263
Lista de Símbolos

A área total da seção transversal do perfil da coluna


A0 área do parafuso
Avc área de corte da alma da coluna
b eff ,c,wc largura efetiva da alma da coluna à compressão

b eff ,t,wb largura efetiva da alma da coluna à tração


b tff largura da mesa da coluna

B t,Rd resistência de um parafuso à tração


E módulo de elasticidade
fub tensão última do parafuso
fy tensão de escoamento do material
fy,wc tensão de escoamento da alma da coluna
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fy,fc tensão de escoamento da mesa da coluna


FT,1,Rd resistência do t-stub à flexão – modo 1

FT,2,Rd resistência do t-stub à flexão – modo 2


FT,3,Rd resistência do t-stub à flexão – modo 3
Fi.Rd resistência de cada linha de parafusos em tração
Fc,wc,Rd resistência da alma da coluna à compressão
Ft,wc,Rd resistência da alma da coluna à tração

Fc,fb,Rd resistência da mesa da viga à compressão


Ft,wb,Rd resistência da alma da viga à tração
Ft,Rd resistência de um parafuso à tração
hi distância da linha de parafusos ao centro de compressão
hr distância entre a linha de parafusos i ao centro de compressão
k1 coeficiente de rigidez da alma da coluna ao corte – componente 1
k2 coeficiente de rigidez da alma da coluna à compressão – componente 2
k3 coeficiente de rigidez da alma da coluna à tração – componente 3
k4 coeficiente de rigidez da alma da coluna à flexão – componente 4
k5 coeficiente de rigidez da placa de extremidade à flexão – componente 5
k7 coeficiente de rigidez da mesa da viga à compressão– componente 7
k8 coeficiente de rigidez da alma da viga à tração – componente 8

265263
k10 coeficiente de rigidez de um parafuso à tração
k eq rigidez equivalente das molas associadas em paralelo
keff,r rigidez efetiva das molas associadas em série
ki,r valor de rigidez de cada uma das componentes
k wc fator de correção
leff ,1 largura efetiva do t-stub – modo 1
l eff ,cp formas circulares
l eff ,nc formas não-circulares
l eff ,2 largura efetiva do t-stub – modo 2
Lb espessura de material a ser apertada pelos parafusos
Mj,Rd momento resistente
Mpl,1,Rd momento resistente do t-stub à flexão – modo 1

Mpl,2,Rd momento resistente do t-stub à flexão – modo 2

Mc,Rd
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momento resistente da seção transversal


nb número de linhas de parafusos em tração
nc número de componentes ativas em cada linha de parafusos
r raio de concordância
Sj,ini rigidez inicial rotacional
comprimento obtido pela dispersão à 45º através da placa de
sp
extremidade
tfc espessura da mesa da coluna
tfb espessura da mesa da viga
tf espessura da mesa do t-stub
tp espessura da placa de extremidade
tw espessura da alma da viga
twc espessura da alma da coluna
Vwp,Rd resistência da alma da coluna ao corte

Wpl módulo plástico da seção transversal


zeq braço de alavanca
β parâmetro de transformação
φCd capacidade de rotação
γ M0 coeficiente de resistência
γM1 coeficiente de segurança

265263
γ M2 coeficiente de resistência
λ1 e λ 2 coeficientes

λp esbeltez da placa de extremidade

η coeficiente de modificação de rigidez


ρ o fator de redução devido à flambagem da placa
σ com,Ed máxima tensão longitudinal de compressão

ω fator de redução
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Lista de Abreviaturas

PUC-Rio Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Eurocode European Committee for Standardisation

ECCS European Convention for Constructional Steelwork

DEC Departamento de Engenharia Civil

FCTUC Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de


Coimbra
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265263
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“Contemple o mundo com novo frescor, com os olhos


de um principiante. Saber que você não sabe e estar
disposto a admitir isso sem desculpas nem
acanhamento é ser fonte de verdade e preparar o
terreno para aprender e progredir em qualquer
atividade.”

Epicteto, A Arte de Viver


1
Introdução

1.1
Motivação

As ligações estruturais desempenham um papel fundamental no


comportamento global das estruturas de aço. Baseando-se em uma tentativa de
se entender o comportamento real de uma ligação e sua influência na resistência
global dos pórticos de edificações em aço, muitos trabalhos de pesquisa têm
sido desenvolvidos. Com o entendimento do comportamento real das ligações,
torna-se possível o desenvolvimento de novas recomendações de projeto para
se avaliar as propriedades mecânicas das ligações e, conseqüentemente, os
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procedimentos de projeto de estruturas de edifícios que considerem esta


hipótese [1-7].
A principal motivação destes trabalhos de pesquisa tem caráter científico
mas sempre buscando estruturas mais econômicas resultantes de um projeto
mais coerente das ligações, bem como a melhoria dos processos de fabricação
com respectiva redução dos custos de execução.
Atualmente, sabe-se que o comportamento real das ligações encontra-se
entre duas situações extremas, ou seja, rígidas ou flexíveis.
Avaliando-se o momento fletor e a rotação associada da ligação
apresentada na Figura 1.1, percebe-se que uma ligação é classificada como
rígida quando os membros ligados por ela sofrem a mesma rotação, Figura
1.1(a). Desta forma, as ligações estão submetidas a uma rotação global de corpo
rígido que é a rotação absoluta do nó comumente utilizada na análise estrutural.
O outro extremo considera que a viga se comporta como simplesmente
apoiada e a ligação é denominada flexível, Figura 1.1(b).
Para casos intermediários, o momento transmitido será resultante da
rotação relativa entre a viga e a coluna. A ligação é denominada, então, semi-
rígida, Figura 1.1(c).
Na análise global de uma estrutura, quando se utilizam ligações semi-
rígidas ao invés de ligações rígidas ou flexíveis, modificam-se não apenas os
26

deslocamentos ocorridos nesta estrutura, mas também, a distribuição e a


magnitude das forças internas por toda a estrutura.

(a) rígida (b) flexível (c) semi-rígida


Figura 1.1 – Classificação das ligações de acordo com sua rigidez

O dimensionamento de pórticos utilizando-se o conceito de ligações


rígidas faz com que o momento máximo positivo atuante nas vigas do pórtico
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seja maior do que o calculado. Esta diferença, que também gera um alívio de
solicitação nas colunas, pode levar ao colapso da estrutura em casos extremos
ou, pelo menos, ao desconhecimento da segurança envolvida no projeto destas
peças. Isto ocorre porque o momento de engastamento perfeito existente na viga
não é totalmente absorvido pela ligação.
Por outro lado, se o dimensionamento for executado utilizando os
conceitos de ligações flexíveis, as colunas estarão, na realidade, sujeitas à flexo-
compressão. Se por um lado, as vigas estão superdimensionadas, um colapso
das colunas, ou melhor, vigas-colunas, poderá ocorrer, e mais uma vez, a
segurança estrutural será desconhecida. Como exemplo, na Figura 1.2 são
apresentados dois diagramas de momento fletor de um pórtico engastado,
submetido a um carregamento uniformemente distribuído, onde as ligações viga-
coluna são consideradas flexíveis ou semi-rígidas.
Em uma primeira análise, a utilização de ligações semi-rígidas em
pórticos indeslocáveis mostra que os esforços na viga tornam-se menores. Ao
refinar-se esta análise, pode-se também diminuir os tirantes utilizados no
contraventamento do pórtico. No caso de ligações semi-rígidas em pórticos
deslocáveis, estas contribuem com uma parcela da rigidez necessária a
estabilidade lateral do mesmo, de forma mais econômica. Esta economia é
advinda do fato de que na grande maioria dos casos, as ligações semi-rígidas
27

são mais leves e envolvem menos componentes como soldas e parafusos


quando comparadas com a solução rígida tradicional.

(a) ligações flexíveis (b) ligações semi-rígidas


Figura 1.2 – Distribuição elástica de momentos fletores num pórtico simples
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Uma análise da estabilidade de pórticos com ligações semi-rígidas exige


uma modelagem adequada e precisa desta ligação. A curva momento versus
rotação destas ligações apresenta um comportamento não-linear que pode ser
avaliado através do Método dos Estados Limites. Na avaliação destes pórticos, a
flexibilidade da ligação e os efeitos de segunda ordem estão intrinsecamente
relacionados.
As ligações representam uma parcela pouco significativa do peso total da
estrutura, porém, possuem preços de fabricação e montagem elevados.
Avaliando-se estes fatores, soluções que considerem a economia representada
pelo uso de ligações semi-rígidas, merecem uma análise mais refinada.
Uma das razões para esta economia provém do fato de que as ligações
rígidas aparafusadas são caras e difíceis de serem montadas quando
comparadas com a solução semi-rígida. Por outro lado, as ligações flexíveis não
consideram uma parcela significativa de resistência que, ao ser considerada,
pode minimizar o custo global da estrutura.
Algumas normas de projeto e dimensionamento de estruturas de aço
atuais consideram que as ligações possuem um comportamento semi-rígido,
como por exemplo, o Eurocode 3 (Anexo J) [8] e sua última atualização,
Eurocode 3, parte 1.8 (versão “stage 49 draft”) [9]. Estas normas, porém,
somente consideram ligações submetidas ao corte e/ou ao momento fletor. A
primeira regulamentação citada [8] não considerava a presença de esforço axial
(tração/compressão) nas ligações, impondo apenas uma limitação empírica de
28

10% da resistência plástica da viga como esforço axial máximo para o qual, os
procedimentos disponíveis se mantêm aplicáveis. Vale ressaltar que não existe
nenhum fundamento teórico para justificar este limite de 10%. Todavia, na última
versão de revisão da norma divulgada até a data de entrega deste trabalho [9],
este limite foi reduzido para 5% em função dos diversos trabalhos publicados
oriundos desta tese além de outros resultados publicados por diversos autores
conforme será comentado posteriormente. Esta limitação será o principal objeto
de estudo deste trabalho cujos objetivos serão apresentados em um item a
seguir, neste capítulo. Existem alguns tipos de estruturas onde a presença do
esforço axial deve ser avaliada, tais como:

• pórticos de estruturas submetidos a carregamentos horizontais


(terremotos ou cargas de vento), especialmente em estruturas não-
contraventadas;
• Pórticos irregulares submetidos à cargas gravitacionais ou horizontais,
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especialmente em pavimentos incompletos;


• Ligações de pórticos de galpões onde a inclinação das vigas gera
esforços axiais significantes nas ligações, ver Figura 1.3.

Figura 1.3 – Ligação de um pórtico de galpões com vigas inclinadas

Com o objetivo de investigar este tipo de solicitação em ligações viga-


coluna, alguns autores têm proposto modelos para o dimensionamento destas
ligações sujeitas a momento fletor e esforço axial. Todavia, as propostas iniciais
não foram devidamente validadas ou calibradas com resultados experimentais.
Dentre estes trabalhos, pode-se citar, Jaspart [6], Finet [10], Cerfontaine [11] e
Silva & Coelho [12].
29

Somente Wald [14,15] realizou alguns ensaios experimentais em


laboratório para ligações viga-coluna com placa de extremidade estendida e
ligações de emendas de vigas submetidas a momento fletor e esforço axial de
compressão. Os resultados obtidos nestes ensaios estão sendo utilizados na
calibração do modelo proposto pelo mesmo autor. Estes trabalhos serão
abordados com mais ênfase no capítulo seguinte desta tese.

1.2
Evolução Histórica das Ligações Semi-Rígidas

Um resumo do estado da arte de ligações estruturais em aço foi realizado


por Chan and Chui [17] onde são citados diversos trabalhos efetuados nesta
área. Desde os primeiros estudos que avaliaram a rigidez rotacional de ligações
viga-coluna com rebites efetuados por Wilson e Moore em 1917 [18], centenas
de ensaios têm sido realizados na tentativa de se investigar o real
comportamento das ligações viga-coluna.
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Anteriormente a 1950, ligações soldadas e rebitadas com cantoneiras


foram testadas por Young e Jackson em 1934 [19] e por Rathbun em 1936 [20].
Um pouco mais tarde, Bell et al [21] realizou alguns ensaios com o mesmo tipo
de ligações mas com parafusos de alta resistência.
Subseqüentemente, o comportamento de ligações com placa de
extremidade soldada verticalmente à mesa da coluna (“header plate”) foi
investigado através de dezesseis ensaios realizados por Sommer em 1969 [22].
Este mesmo autor realizou quatro ensaios de ligações aparafusadas com
cantoneiras.
Ligações com placa de extremidade estendida e/ou ajustada à altura da
viga começaram a ser utilizadas por volta de 1960, sendo projetadas para
transferir predominantemente momentos fletores da viga para a coluna. Estes
tipos de ligações começaram a ser estudados na década de setenta. Dentre os
diversos ensaios documentados na literatura, pode-se citar os realizados por
Ostrander [23], Bailey [24] e Surtees & Mann [25], todos em 1970, por Agerskov
em 1976 [26], além dos ensaios de Packer & Morris em 1977 [27] e Johnson &
Walpole em 1981 [28]. Todos estes autores procuraram avaliar a influência da
utilização de enrijecedores na coluna de ligações com placa de extremidade.
Mas foi a partir de meados da década de oitenta que muitos
pesquisadores realizaram ensaios de ligações semi-rígidas conforme revisão
bibliográfica realizada por Mesquita [29] que cita um banco de dados onde estes
30

ensaios estão catalogados, denominado SERICON II [13,30]. Neste banco de


dados são citados diversos autores conforme apresentado a seguir.
Jaspart et al. [5,13,30] realizou em 1987, treze ensaios com três tipos
básicos de ligações identificadas como sendo da série 101 considerando
ligações com placa de extremidade estendida, ligações com cantoneiras de alma
e ligações com cantoneiras de apoio.
Os dezesseis ensaios da série 102 foram realizados por Brozetti em 1980
[13,30] que abordou ligações com placa de extremidade ajustada e estendida.
Zoetemeijer [13,30], em 1981, foi o responsável pela realização dos sete ensaios
que compõem a série 104 e também abordou ligações com placa de
extremidade ajustada.
Mas foi na Universidade de Innsbruck, Áustria, onde foi realizada a maior
parte dos ensaios catalogados neste banco de dados. Em 1985, Klein [13,30]
realizou os vinte e cinco ensaios da série 105, todos com ligações soldadas onde
foram considerados nós externos e internos. Este tipo de ligação também foi
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objeto de estudo de outros dois autores, Braun em 1987 [13,30] e Ellmerer em


1988 [13,30], que ensaiaram respectivamente, quinze ensaios da série 106 e
quatro da série 107. Sabe-se que a série 108 foi composta por quarenta e cinco
ensaios realizados por Lener em 1988 [13,30], mas apesar de serem
apresentados os resultados destes ensaios, nenhuma consideração sobre a
tipologia das ligações foi mencionada. Ainda na mesma instituição, em 1987,
Humer [13,30] realizou os seis ensaios da série 109 de ligações com placa de
extremidade de nós internos com enrijecedores na mesa da coluna. Com relação
à série 103, são apresentados cinqüenta e seis ensaios de ligações mistas com
as mais variadas tipologias realizados por diversos autores.
Azizinamini [31,32] realizou dezoito ensaios de ligações viga-coluna com
cantoneiras de alma, de apoio e de topo submetidas a carregamento estático.
A partir da década de noventa, alguns ensaios de ligações metálicas
começaram a ser efetuados por pesquisadores brasileiros. Alguns dos principais
trabalhos encontrados na literatura serão citados a seguir.
Queiroz [33] realizou, em 1994, em Innsbruck, uma série de ensaios de
ligações soldadas no âmbito de sua tese de doutorado.
Carvalho [34], em 1997, realizou três ensaios de ligações com
cantoneiras de alma, cantoneiras de topo e apoio no eixo de maior inércia da
coluna. Lima [35,36], em 1998, seguindo a mesma metodologia utilizada por
Carvalho, também realizou três ensaios com o mesmo tipo de ligação mas
efetuadas segundo o eixo de menor inércia da coluna.
31

Em 1998, Ribeiro [37] realizou uma série de 35 ensaios de ligações com


placa de extremidade onde procurou avaliar a influência da espessura da placa e
o diâmetro dos parafusos no comportamento das ligações semi-rígidas.

1.3
Objetivos e Metodologia

O objetivo deste trabalho consiste em avaliar o comportamento estrutural


de ligações viga-coluna com placa de extremidade submetidas a momento fletor
e esforço axial de tração ou compressão na tentativa de se averiguar a limitação
empírica de 5% imposta pelo Eurocode 3 [8-9].
A metodologia utilizada nesta avaliação consistiu da realização de quinze
ensaios em laboratório, sendo oito de ligações com placa de extremidade
ajustada e os demais, com placa de extremidade estendida.
Numa segunda etapa, propõe-se um modelo mecânico elasto-plástico
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calibrado através dos resultados experimentais e baseado nas recomendações


de projeto apresentadas no Eurocode 3 [8-9].

1.4
Escopo

O presente capítulo apresentou a motivação para o desenvolvimento


deste trabalho, um breve resumo do estado da arte para as ligações semi-
rígidas, especificou os principais objetivos deste trabalho além de apresentar
uma pequena descrição do conteúdo de cada capítulo conforme pode ser
observado a seguir.
No capítulo dois são apresentadas algumas considerações sobre
ligações viga-coluna e uma descrição detalhada do método das componentes
por se tratar do procedimento mais completo para o projeto de ligações
estruturais em aço. Ainda neste mesmo capítulo, são apresentados alguns dos
principais trabalhos que avaliam a influência do esforço axial nas ligações e,
conseqüentemente, seu comportamento global.
No capítulo três são descritos os ensaios experimentais realizados no
Laboratório de Mecânica Estrutural do Departamento de Engenharia Civil da
Universidade de Coimbra, Portugal. A caracterização mecânica e geométrica das
peças utilizadas nos ensaios e o modelo estrutural adotado são apresentados,
32

além do dimensionamento das ligações segundo recomendações do Eurocode 3


[8-9].
No capítulo quatro são apresentados os resultados experimentais obtidos
para as ligações com placa de extremidade ajustada através de curvas momento
versus rotação (M x φ), momento versus deformação (M x ε), momento versus
tensão (M x σ) e momento versus deslocamento (M x ∆) para as diversas
componentes presentes na ligação em estudo.
O capítulo cinco consiste da análise dos resultados experimentais de
ligações com placa de extremidade estendida utilizando-se a mesma
metodologia mencionada acima.
No capítulo seis, apresenta-se uma descrição do modelo mecânico
proposto e ainda, algumas comparações com os resultados experimentais.
Também são apresentadas algumas comparações com um outro modelo
existente na literatura.
Finalmente no capítulo sete, são tecidas as considerações finais com as
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principais conclusões obtidas além de algumas propostas para trabalhos futuros.


2
Ligações Viga x Coluna

2.1
Introdução

As ligações estruturais em aço, conforme mencionado no capítulo


anterior, são usualmente projetadas como rígidas ou simplesmente flexíveis. A
primeira hipótese implica que não ocorra nenhuma rotação entre os membros
conectados, ou seja, em qualquer ligação viga-coluna, a distribuição de
momentos fletores ocorre de acordo com a rigidez a flexão destes membros. De
forma recíproca, ao considerar que as ligações são flexíveis, admite-se que a
rotação relativa na extremidade da viga é livre, isto é, o momento fletor na
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extremidade da viga é zero. Entretanto, sabe-se que todas as ligações, apesar


de serem classificadas como rígidas, permitem uma certa deformação por flexão.
Já as ligações consideradas flexíveis, possuem um certo grau de restrição desta
rotação [38].
A caracterização da resistência destas ligações é representada,
basicamente, pela curva momento versus rotação das mesmas, que é um dos
dados mais importantes para o projeto e análise de pórticos semi-rígidos.
Todavia, nesta análise, é necessário que as ligações sejam modeladas com
bastante precisão sendo extremamente importante conhecer-se o seu real
comportamento.
A melhor forma de se obter o real comportamento destas ligações é
através de ensaios experimentais realizados em laboratório. Entretanto, o
elevado custo destes ensaios e a dificuldade de medição dos resultados
experimentais, faz com que esta não seja uma técnica adotada correntemente
na prática, limitando-se muitas vezes a propósitos de investigação. Por outro
lado, é através destes ensaios que se torna possível calibrar os diversos
modelos existentes para avaliação do comportamento da ligação a partir das
suas propriedades mecânicas e geométricas.
Na análise estrutural, uma ligação pode ser representada por uma mola
rotacional que faz a ligação entre as linhas médias dos membros que chegam
34

em um nó da estrutura conforme é apresentado na Figura 2.1 (a) e (b). O projeto


de uma ligação deve definir três propriedades básicas:

• momento resistente, Mj,Rd;


• rigidez inicial rotacional, Sj,ini;
• capacidade de rotação, φCd.

(a) (b) (c)


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Figura 2.1 – Propriedades para dimensionamento de uma ligação [8,9]

O nível de sofisticação na modelagem do comportamento das ligações


viga-coluna depende do tipo de análise estrutural global a ser executada. A
curva momento versus rotação de uma ligação, usada na análise global de uma
estrutura, pode ser simplificada adotando-se uma curva aproximada adequada,
incluindo as aproximações lineares (por exemplo, bi-linear ou tri-linear), desde
que esta esteja abaixo da curva real da ligação.
Dentre os tipos de análise a serem realizados em uma estrutura, pode-se
citar: análise global elástica, análise global rígido-plástica e análise global elasto-
plástica. Para uma análise global elástica, as ligações devem ser classificadas
de acordo com sua rigidez inicial rotacional, Sj,ini. Neste tipo de análise, a rigidez
rotacional pode ser simplificada por Sj,ini / η, onde η pode ser obtido na Tabela
2.1.

Tabela 2.1 – Coeficiente de modificação de rigidez η [8,9]

Ligações Outros tipos


Tipo de ligação
Viga-Coluna de ligações
Soldadas 2 3
Placa de Extremidade
2 3
Aparafusada
Cantoneiras Aparafusadas 2 3,5
Placas de base - 3
35

Sendo assim, para se classificar as ligações de acordo com a rigidez


inicial das mesmas, deve-se observar os limites apresentados na Figura 2.2.

k bEIb
Zona 1: rígidas se S j,ini ≥
Lb
onde
kb = 8 para pórticos indeslocáveis cujo
contraventamento reduz os
deslocamentos horizontais no
mínimo em 80%
kb = 25 para outros pórticos desde que
kb/kc ≥ 0,1

Zona 2: semi-rígidas

0,5EIb
Zona 3: flexíveis se S j,ini ≤
Lb
onde

kb é o valor mínimo de Ib/Lb para todas as


vigas do último pavimento da edificação
kc é o valor mínimo de Ic/Lc para todas as
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colunas neste pavimento


Ib é o momento de inércia da viga
Ic é o momento de inércia da coluna
Lb é o vão da viga (centro a centro das colunas)
Lc é o comprimento da coluna no pavimento
1)
Para pórticos onde kb/kc < 0,1, as ligações devem ser classificadas como semi-rígidas.

Figura 2.2 – Classificação das ligações de acordo com a rigidez inicial [8,9]

Para uma análise global rígido-plástica, as ligações devem ser


classificadas de acordo com sua resistência ao momento fletor. Já para uma
análise elasto-plástica, as ligações devem ser classificadas tanto pela rigidez
rotacional quanto pela resistência ao momento fletor. Estes tipos de análise
serão abordados novamente no capítulo seis que trata do modelo mecânico
proposto.
Os métodos para predição do comportamento de ligações viga-coluna
podem ser divididos em cinco diferentes categorias: modelos empíricos, modelos
analíticos, modelos mecânicos, modelos de elementos finitos e ensaios
experimentais. Dentre os métodos citados acima, os modelos mecânicos são os
mais utilizados atualmente.
Os modelos mecânicos, geralmente conhecidos como modelos de molas,
são baseados na simulação da ligação através da utilização de um conjunto de
componentes rígidos e flexíveis. A não-linearidade destes elementos é obtida por
36

meio de leis constitutivas inelásticas adotadas para cada um dos elementos de


mola.
A primeira diferença entre os modelos analíticos e mecânicos é que, nos
modelos analíticos, as componentes da ligação são caracterizadas através de
sua rigidez e resistência derivadas de conceitos básicos da análise estrutural
elástica e estados limites, respectivamente. Por outro lado, os modelos
mecânicos também utilizam valores de rigidez e resistência para a
caracterização das ligações obtidas através de relações empíricas.
A segunda, e provavelmente, mais importante diferença é que, nos
modelos analíticos, a atenção é focada na predição da rigidez e do momento
resistente da ligação enquanto que nos modelos mecânicos, pretende-se obter
também a curva momento versus rotação da ligação.
Os modelos mecânicos têm sido desenvolvidos nos últimos vinte anos por
vários pesquisadores, tais como Wales e Rossow [39], Chmielowiec and Richard
[40], Tschemmernegg e Humer [41,42], Silva e Coelho [43], Silva et al. [44] e
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finalmente, Jaspart [45]. Estes modelos mecânicos são apropriados para se


caracterizar a ligação desde que se tenha conhecimento das leis constitutivas de
cada mola. Estas leis podem ser obtidas através de ensaios experimentais ou
por meios analíticos.
O primeiro passo para o desenvolvimento de um modelo mecânico de uma
ligação viga-coluna é a identificação das componentes presentes na mesma.
Estas representam as trajetórias de deformação existentes e os possíveis modos
de ruptura da ligação. A componente referente às soldas é muito limitada no que
diz respeito às deformações exibindo então, um modo de ruptura frágil. Por esta
razão, as soldas não contribuem para a rigidez rotacional da ligação e sua
ruptura deve ser absolutamente evitada, não sendo portanto, considerada como
uma componente da ligação. Apenas sua resistência deve ser verificada. A
seguir, apresenta-se o Método das Componentes por se tratar do modelo
mecânico mais completo e utilizado no dimensionamento de ligações estruturais
em aço presente no Eurocode 3 [8-9].

2.2
Descrição do Método das Componentes

A obtenção da curva momento versus rotação de ligações viga-coluna de


acordo com o Método das Componentes proposto pelo Eurocode 3 [8-9] requer a
realização dos seguintes passos:
37

• identificação das componentes ativas da ligação viga-coluna a ser


analisada;
• obtenção das curvas força versus deslocamento de cada uma destas
componentes;
• associação das componentes em série e em paralelo para obtenção da
curva momento versus rotação da ligação.

Até o presente momento, apenas três tipos de ligações viga-coluna são


consideradas neste regulamento, ou seja, ligações completamente soldadas,
ligações com placa de extremidade e finalmente, ligações com cantoneiras de
topo e de apoio. Todavia, a aproximação feita por este método é suficientemente
geral e permite que qualquer ligação viga-coluna seja decomposta em várias
componentes relevantes ao seu dimensionamento. Adicionalmente, diferentes
níveis de refinamento podem ser adotados na análise do comportamento da
curva força versus deslocamento de cada componente. Como um exemplo,
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qualquer fenômeno significativo que afete o comportamento da componente até


a ruptura, tal como protensão dos parafusos, encruamento e efeitos de
membrana, podem ser incluídos. Esta consideração leva a modelos sofisticados
que podem ser usados para fins científicos ou para se obter curvas momento
versus rotação não-lineares para serem utilizadas em métodos avançados da
análise estrutural.
Neste trabalho, serão abordados dois tipos de ligações aparafusadas. O
primeiro com placa de extremidade ajustada à altura da viga e o segundo com
placa de extremidade estendida, isto é, caracterizada pela presença de pelo
menos uma linha de parafusos fora da região compreendida entre as mesas da
viga. A apresentação do método será efetuada baseada nas ligações com placa
de extremidade estendida tendo em vista que, as ligações com placa de
extremidade ajustada, representam uma simplificação da primeira.
Na Figura 2.3 pode-se facilmente identificar quais são as componentes
presentes numa ligação com placa de extremidade estendida diferenciadas por
estarem na zona tracionada ou na zona comprimida. Estas componentes são
descritas abaixo onde o número entre parêntesis corresponde a identificação da
componente de acordo com a nomenclatura presente no Eurocode 3 [8-9].
Algumas destas componentes são dependentes do número de linhas de
parafusos na zona tracionada e da posição de cada linha de parafusos. Neste
caso: mesa da coluna à flexão, placa de extremidade à flexão, parafusos à
tração, alma da coluna à tração e mesa da viga à tração. A contribuição destas
38

componentes tem que ser avaliada considerando-se o comportamento de cada


linha de parafusos individualmente, ou seja, independente de outras linhas de
parafusos, e também como parte de um grupo, isto é, considerando a possível
interação com outras linhas de parafusos.

(1) alma da coluna ao corte

(2) alma da coluna em compressão

(3) alma da coluna à tração

(4) mesa da coluna à flexão

(5) placa de extremidade à flexão

(7) mesa da viga em compressão

(8) alma da viga à tração


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(10) parafusos à tração

Figura 2.3 – Componentes de uma ligação com placa de extremidade, [38]

Com referência à ligação em estudo, o modelo mecânico adotado é


apresentado na Figura 2.4 onde as componentes que influenciam tanto a
resistência à flexão da ligação como também a rigidez à rotação, são
representadas por meio de molas elasto-plásticas.

F
FRd

k

HEB 240

(3) (4) (5) (10)

(3) (4) (5) (8) (10)

(3) (4) (5) (8) (10)


IPE 240 Ø M
(1) (2) (7)

Figura 2.4 – Modelo mecânico - ligação com placa de extremidade estendida


39

2.2.1
Resistência à Flexão de uma Ligação

A resistência à flexão da ligação será dada pela eq. 2.1,

nb
M j.Rd = ∑ h i Fi.Rd ( 2.1 )
i =1

onde Fi.Rd é a resistência de cada linha de parafusos em tração; nb é o número


de linhas de parafusos da zona tracionada e hi é a distância da linha de
parafusos ao centro de compressão adotado, ou seja, a linha média da mesa
comprimida da viga.
No processo de cálculo da resistência de cada uma das linhas de
parafusos em tração, a primeira linha a ser considerada deverá ser aquela que
estiver mais distante do centro de compressão da ligação.
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2.2.2
Rigidez Inicial de uma Ligação

Com referência ao cálculo da rigidez inicial rotacional da ligação, o


processo de cálculo proposto pelo Eurocode 3 é representado na Figura 2.5
onde pode-se observar que a resistência total da ligação é obtida combinando-se
os valores de rigidez de cada uma das componentes, associadas em série e
posteriormente, em paralelo.

(3) (4) (5) (10) (keff,1)

(keff,2)

(3) (4) (5) (8) (10)

(1) (2)
(3) (4) (5) (8) (10) (keff,3)

(1) (2) (7)

(1) (2) (keq )

Figura 2.5 – Procedimento para cálculo da rigidez rotacional


40

A rigidez da componente mesa da viga em compressão (k7) não é


considerada no cálculo da rigidez inicial da ligação pois tem seu valor adotado
igual a infinito.
O primeiro passo é calcular para cada linha de parafusos em tração, a
rigidez efetiva das molas associadas em série, keff,r, dada pela eq. 2.2,

1
k eff ,r = nc
1 ( 2.2 )
∑k
i =1 i,r

onde nc é o número de componentes ativas em cada linha de parafusos e ki,r é o


valor de rigidez de cada uma das componentes.

Feito isto, torna-se necessário calcular a rigidez equivalente total das


várias linhas de parafusos em tração, associadas em paralelo, através da eq.
2.3,
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nb

∑ k eff ,i hi ( 2.3 )
i=1
k eq =
z eq

onde hr é a distância entre a linha de parafusos i ao centro de compressão e zeq


é o braço de alavanca equivalente dado pela eq. 2.4.

nb

∑ k eff ,i hi2
i=1
z eq = nb ( 2.4 )
∑ k eff ,i hi
i=1

Finalmente, a rigidez inicial rotacional Sj,ini será calculada pela eq. 2.5,

E z2
S j,ini =
 1 1 1  ( 2.5 )
µ + + 
 k 1 k 2 k eq 
 

onde E é o módulo de elasticidade do aço, k1 e k2 são os valores calculados para


a rigidez das componentes 1 e 2, respectivamente, z é o braço de alavanca a ser
41

considerado (ver Figura 2.6) e µ é uma razão entre rijezas (Sj,ini / Sj) obtido
através da eq. 2.6.

se M j,Sd ≤ 2 M j,Rd → µ = 1


 3
 2,7
  1,5M j,Sd  ( 2.6 )
se 2 M j,Rd < M j,Sd ≤ M j,Rd → µ =  
 3  M j,Rd 
 

Figura 2.6 – Centro de compressão e braço de alavanca z


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A seguir, apresenta-se a formulação necessária para o cálculo da


resistência e da rigidez de cada uma das componentes ativas em uma ligação
com placa de extremidade estendida.

2.3
Dimensionamento das Componentes

De acordo com o Eurocode 3, a formulação apresentada a seguir


somente se aplica se o esforço axial nos membros que compõem a ligação for
inferior a 5% da resistência plástica dos mesmos. Considera-se também, que a
alma da coluna não possui enrijecedores.

2.3.1
Componente 1 – Alma da coluna ao corte

O dimensionamento desta componente somente será válido se

d / t w ≤ 69ε onde ε = 235 / f y . A resistência ao corte da alma do pilar será dada

pela eq. 2.7,


42

0,9 f y,wc A vc
Vwp,Rd = ( 2.7 )
3 γ M0

onde fy,wc é a tensão limite de escoamento da alma da coluna; γM0 é o coeficiente


de resistência referente a resistência da seção transversal tomado igual a 1,0 e
Avc é a área de corte da alma da coluna, eq. 2.8.

A vc = A - 2 b fc t fc + ( t wc + 2 rc ) t fc ( 2.8 )

onde A é a área total da seção transversal do perfil da coluna; b fc é a largura da

mesa da coluna; t wc é a espessura da alma da coluna; rc é o raio de

concordância e t fc é a espessura da mesa.

O coeficiente de rigidez do painel de alma da coluna, não enrijecido,


submetido ao corte é dado pela eq. 2.9,
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0,38 A vc
k1 = ( 2.9 )
βz

onde A vc foi definida acima; β é um parâmetro de transformação de acordo com

o tipo de ligação, que pode ser obtido na Tabela 2.2 e z é a altura da alma
submetida ao cisalhamento descontando-se as mesas e os raios de
concordância.

Tabela 2.2 – Valores aproximados para o parâmetro de transformação β

Tipo de
Tipo de ligação β
carregamento

Mb1,Sd β ≈1

Mb1,Sd = Mb 2,Sd β=0


Mb1,Sd / Mb 2,Sd > 0 β ≈1
Mb1,Sd / Mb 2,Sd < 0 β≈2

Mb1,Sd + Mb 2,Sd = 0 β≈2


43

2.3.2
Componente 2 – Alma da coluna à compressão

A alma da coluna está sujeita a forças concentradas transmitidas pela


mesa da viga. Estas forças produzem tensões normais horizontais que
interagem com as tensões cisalhantes na zona do painel e com as tensões
normais verticais devido à carga axial e ao momento fletor atuantes na
extremidade da coluna, Figura 2.7.

σv
rc

τ
V
M σ0
σ0

τ
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beff

σv

Figura 2.7 – Tensões normais e cisalhantes na zona comprimida da alma da coluna

Conseqüentemente, a resistência do painel de alma da coluna submetido


à compressão depende não apenas da força que é distribuída, através da placa
de extremidade e da mesa da coluna, pela mesa comprimida da viga, mas
também, pela interação entre as tensões localizadas. Sendo assim, a resistência
do painel de alma da coluna sujeito à compressão será obtida através da eq.
2.10 e devem ser observadas as propriedades geométricas apresentadas na
Figura 2.8.

Figura 2.8 – Propriedades geométricas da componente alma da coluna em


compressão
44

ω k wc b eff,c,wc t wc f y,wc ω k wc ρ b eff,c,wc t wc f y,wc


Fc,wc,Rd = ⇔ Fc,wc,Rd ≤ ( 2.10 )
γ M0 γ M1

onde ω é um fator de redução que leva em consideração os possíveis efeitos de


interação com o corte no painel da alma da coluna e cujos valores são
apresentados na Tabela 2.3, t wc é a espessura da alma da coluna, f y,wc é a

tensão de escoamento da alma da coluna, γ M1 é um coeficiente de segurança

correspondente a flambagem da placa, adotado igual a 1,1 e b eff ,c,wc a largura

efetiva da alma da coluna à compressão obtida pela eq. 2.11, considerando-se


uma ligação com placa de extremidade aparafusada cuja coluna é constituída
por um perfil laminado.

b eff ,c,wc = t fb + 2 2 a b + 5 (t fc + rc ) + s p ( 2.11 )


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onde sp é o comprimento obtido pela dispersão à 45º através da placa de

extremidade (no mínimo igual a t p e no máximo igual a 2 t p ) e ρ é o fator de

redução devido à flambagem da placa, eq. 2.12,

se λ p ≤ 0,72 ρ = 1,0

(λ p - 0,2) ( 2.12 )
se λ p > 0,72 ρ= 2
λp

onde λ p é a esbeltez da placa dada pela eq. 2.13,

b eff,c,wc d wc f y,wc
λ p = 0,932 ( 2.13 )
E t 2wc

onde d wc = h c - 2 (t fc + rc ) para perfis laminados; k wc é um fator de correção que


deve ser utilizado sempre que a máxima tensão longitudinal de compressão na
alma, devido ao esforço axial ou momento fletor, exceda 0,7 f y,wc (adjacente ao

raio de concordância para perfis laminados, eq. 2.14 1,

Geralmente, o fator de redução k wc é igual a 1 e nenhuma redução é necessária. Este fator pode
1

ser omitido em cálculos preliminares quando a tensão longitudinal não é conhecida para ser
verificado posteriormente.
45

se σ com,Ed ≤ 0,7 f y,wc k wc = 1,0

σ com,Ed ( 2.14 )
se σ com,Ed > 0,7 f y,wc k wc = 1,7 -
f y,wc

onde σ com,Ed é máxima tensão longitudinal de compressão.

Tabela 2.3 – Parâmetro de redução ω

Parâmetro de transformação β Parâmetro de redução ω


0 ≤ β ≤ 0,5 ω =1
0,5 < β < 1 ω = ω1 + 2 (1 - β) (1 - ω1 )
β =1 ω = ω1
1< β < 2 ω = ω1 + 2 (β - 1) (ω 2 - ω1 )
β=2 ω = ω2
1 1
ω1 = ω2 =
2 2
 b eff,c,wc t wc   b eff,c,wc t wc 
1 + 1,3   1 + 5,2  
 A vc   A vc 

onde A vc e β conforme definições anteriores.


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A eq. 2.15, apresenta o coeficiente de rigidez para a componente alma da


coluna, não enrijecida, submetida à compressão.

0,7 b eff,c,wc t wc
k2 = ( 2.15 )
dc

2.3.3
Componente 3 – Alma da coluna à tração

Considerando-se a zona tracionada do painel de alma da coluna onde a


força concentrada devido à mesa tracionada da viga é aplicada, a distribuição de
tensões locais é similar ao caso da componente anterior. Portanto, de forma
recíproca, a resistência da alma da coluna submetida à tração pode ser
calculada com a eq. 2.16,

ω b eff,t,wc t wc f y,wc
Ft,wc ,Rd = ( 2.16 )
γ M0

onde b eff ,t,wc é a largura efetiva da alma da coluna à tração e deve ser igual ao
46

comprimento efetivo do T-stub, representando a mesa da coluna, descrito a


seguir no §2.3.4 e obtido na Tabela 2.4 e ω é obtido na Tabela 2.3 substituindo-
se b eff ,c,wc por b eff ,t,wc .

O coeficiente de rigidez para a componente alma da coluna, não


enrijecida, submetida à tração é obtido através da eq. 2.17,

0,7 b eff,t,wc t wc
k3 = ( 2.17 )
dc

2.3.4
Componente 4 – Mesa da coluna à flexão

O comportamento da componente mesa da coluna sujeita à flexão pode


ser avaliado de forma equivalente ao de um “T-stub” aparafusado. A resistência
axial deste “T-stub” aparafusado pode ser calculada considerando-se três
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diferentes tipos de mecanismos, ou seja, modos 1, 2 e 3 respectivamente, Figura


2.9.
No caso de perfis cujas mesas têm espessura reduzida, ocorre o
completo escoamento desta mesa sem que ocorra a ruptura dos parafusos
(modo 1). Neste caso, o mecanismo de colapso é caracterizado pela formação
de quatro rótulas plásticas, duas localizadas no eixo dos parafusos devido ao
momento fletor provocado pelas forças de alavanca e as outras duas,
localizadas no início do raio de concordância do perfil, na ligação entre a alma e
a mesa do “T-stub”. Neste caso, para cada linha de parafusos, calcula-se a força
usando-se a eq. 2.18. Alguns dos parâmetros geométricos necessários são
apresentados na Figura 2.10.
F1,u F2,u F3,u

Q Q Q Q

F1,u + Q Bu Bu Bu Bu
2

Mu Mu

n m m n m m

Figura 2.9 – Modos de ruptura de um T-stub aparafusado


47

4 Mpl,1,Rd
FT,1,Rd = ( 2.18 )
m

onde Mpl,1,Rd é obtido através da eq. 2.19 e m é definido na Figura 2.10,

0,25 leff,1 t 2fc f y,fc


Mpl,1,Rd = ( 2.19 )
γ M0

onde l eff ,1 obtido na Tabela 2.4; t fc é a espessura da mesa do T-stub e f y,fc é a

tensão de escoamento da mesa da coluna.

p
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Figura 2.10 – Definição de parâmetros geométricos – componente 4

As expressões para cálculo da largura efetiva consideram as diferentes


posições de formação das rótulas plásticas. Em particular, no caso do colapso
ser caracterizado pelo modo 1, a largura efetiva é dada pelo valor mínimo entre o
calculado para formas circulares e para outras formas. Reciprocamente, para o
modo 2, a largura efetiva correspondente às formas não circulares deve ser
adotada. Na Tabela 2.4, as expressões para cálculo destes comprimentos
efetivos, para ambos os casos (formas circulares e outras formas) são
apresentadas, de acordo com a posição de cada linha de parafusos. Os
parâmetros geométricos definidos na Figura 2.10 devem ser considerados.

linha individual como parte de um grupo grupo completo


Figura 2.11 – Modelos de linhas de ruptura para grupos de linhas de parafusos
48

Quando uma ligação possuir mais do que uma linha de parafusos em


tração, três casos possíveis devem ser avaliados, Figura 2.11. No primeiro caso,
as linhas de ruptura desenvolvem-se separadamente para cada linha de
parafusos. No segundo, quando somente algumas linhas de parafusos
constituem um grupo. E no terceiro, o grupo de parafusos formado por todas as
linhas de parafusos em tração. Para cada linha de parafusos, deve-se considerar
sua contribuição individual e em grupo.

Tabela 2.4 – Comprimentos efetivos de um T-stub, componente 4

Localização da Linha de parafusos considerada individualmente


Formas circulares Outras formas
linha de parafusos l eff ,cp l eff ,nc
Linha interna 2πm 4m + 1,25 e
O menor de O menor de
Linha externa 2πm 4m + 1,25 e
 
πm + 2e 1 2m + 0,625 e + e1
Modo 1 l eff ,1 = l eff ,nc mas l eff ,1 ≤ l eff ,cp
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Modo 2 l eff ,2 = l eff ,nc


Linha de parafusos considerada como parte de um
Localização da grupo de linhas de parafusos
linha de parafusos Formas circulares Outras formas
l eff ,cp l eff ,nc
Linha interna 2p p
O menor de O menor de
Linha externa πm + p 2m + 0,625 e + 0,5p
 
2e 1 + p e1 + 0,5p
Modo 1 ∑ l eff ,1 = ∑ l eff ,nc mas ∑ l eff ,1 ≤ ∑ l eff ,cp
Modo 2 ∑ l eff ,2 = ∑ l eff ,nc

Para o modo 2, o colapso ocorre pela formação de duas rótulas plásticas


localizadas nas seções correspondentes à ligação entre a mesa e a alma do T-
stub e pela ruptura dos parafusos. Neste caso, as forças do efeito de alavanca
tornam-se maiores provocando um aumento nas forças existentes nos parafusos
que podem ocasionar a ruptura dos mesmos antes que as mesas atinjam
completamente o escoamento nas seções correspondentes aos eixos dos
parafusos. Logo, a eq. 2.20 deve ser utilizada.

2 Mpl,2,Rd + n∑ B t,Rd
FT,2,Rd = ( 2.20 )
m+n
onde Mpl,2,Rd é obtido através da eq. 2.21, m e n (igual a emín) são definidos na
49

Figura 2.10 e B t,Rd é a resistência a tração de um parafuso individualmente (a

ser definida posteriormente).

0,25 l eff,2 t 2f f y
Mpl,2,Rd = ( 2.21 )
γ M0

onde l eff ,2 é obtido na Tabela 2.4.

Entretanto, para perfis onde a espessura da mesa é ainda maior, o modo


3 pode provocar o colapso, ou seja, ruptura dos parafusos. Neste caso, a
resistência à tração dos parafusos irá controlar o dimensionamento, eq. 2.22.

FT,3,Rd =∑ B t,Rd ( 2.22 )

A parcela de rigidez referente a esta componente é dada pela eq. 2.23.


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0,9 l eff t 3fc


k4 = ( 2.23 )
m3
onde leff é o menor comprimento efetivo (tomado individualmente ou como parte
de um grupo) para a linha de parafusos a ser avaliada apresentado na Tabela
2.4 e m é definido na Figura 2.10.

2.3.5
Componente 5 – Placa de extremidade à flexão

Conforme apresentado anteriormente, esta componente também pode


ser avaliada considerando-se a formulação do “T-Stub” aparafusado. Sendo
assim, os valores de resistência são calculados com as mesmas expressões da
componente anterior, obedecendo-se os mesmos critérios. Porém, devem ser
observadas as definições geométricas apresentadas na Figura 2.12. Nesta
figura, pode-se perceber também que os grupos de linhas de parafusos de cada
lado da placa de extremidade são tratados como “T-Stubs” equivalentes
separados. Em placas de extremidade estendidas, a linha de parafusos
localizada na parte estendida também deverá ser tratada como um “T-Stub”
equivalente separado. A resistência e os modos de ruptura também devem ser
determinados separadamente, para cada um dos T-stubs.
50

Figura 2.12 – Definição de parâmetros geométricos – componente 5

Tabela 2.5 – Comprimentos efetivos de um T-stub, componente 5


Linha de parafusos considerada individualmente
Localização da linha de Formas circulares Outras formas
parafusos l eff ,cp l eff ,nc
O menor de O menor de
4m x + 1,25e x
Linha acima da mesa 2πm x 
 e + 2m x + 0,625e x
tracionada da viga πm x + 2e 
πm + w 0,5b p
 x 0,5 w + 2m + 0,625e
 x x
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Primeira linha abaixo da


2πm αm
mesa tracionada da viga
Outra linha intermediária 2πm 4m + 1,25e
Linha na extremidade 2πm 4m + 1,25e
Modo 1 l eff ,1 = l eff ,nc mas l eff ,1 ≤ l eff ,cp

Modo 2 l eff ,2 = l eff ,nc


Linha de parafusos considerada como parte de
Localização da linha de um grupo
parafusos Formas circulares Outras formas
l eff ,cp l eff ,nc
Linha acima da mesa
- -
tracionada da viga
Primeira linha abaixo da
πm + p 0,5p + αm – (2m + 0,625e)
mesa tracionada da viga
Outra linha intermediária 2p p
Linha na extremidade πm + p 2m + 0,625e + 0,5p
Modo 1 ∑ l eff ,1 = ∑ l eff ,nc mas ∑ l eff ,1 ≤ ∑ l eff ,cp
Modo 2 ∑ l eff ,2 = ∑ l eff ,nc

onde α é obtido com o auxílio das curvas apresentadas na Figura 2.13.

Os comprimentos efetivos serão calculados conforme as expressões


apresentadas na Tabela 2.5. Torna-se necessária também a definição de dois
coeficientes, λ1 e λ2, equações 2.24 e 2.25, respectivamente. Nestas duas
equações, os parâmetros e, m1 e m2 são mostrados na Figura 2.13.
51

m1
λ1 = ( 2.24 )
m1 + e
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m2
λ2 = ( 2.25 )
m1 + e

Figura 2.13 – Curvas para obtenção do coeficiente α (Eurocode 3)

Através da eq. 2.26, obtém-se a parcela de rigidez referente à


componente placa de extremidade submetida à flexão.

0,9 l eff t p3
k5 = ( 2.26 )
m3

onde l eff é o menor comprimento efetivo (tomado individualmente ou como parte


de um grupo) para a linha de parafusos a ser avaliada apresentado na Tabela
2.5 e m é definido na Figura 2.12.
52

2.3.6
Componente 7 – Mesa da viga à compressão

O modelo mecânico apresentado na Figura 2.4 é direcionado para a


obtenção da curva momento versus rotação de uma ligação viga-coluna. De fato,
a componente mesa da viga à compressão atua como sendo uma limitação da
resistência da ligação viga-coluna, não podendo ser maior que a resistência de
projeto da viga. Isto significa que a máxima resistência da mesa da viga à
compressão será dada pela eq. 2.27.

Mc,Rd
Fc,fb,Rd = ( 2.27 )
(h − t fb )

onde Mc,Rd é o momento resistente da seção transversal, calculado utilizando-se

a eq. 2.28; h é a altura total da viga e t fb é a espessura da mesa da viga.


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Wpl f y
M c,Rd = ( 2.28 )
γ M0

onde Wpl é o módulo plástico da seção; f y é a tensão de escoamento e γ M0 é

um coeficiente de resistência .

Para as componentes mesa da viga à compressão (7) e alma da viga à


tração (8), o valor da rigidez deve ser tomado igual a infinito, ou seja, considera-
se que estas componentes possuem um comportamento rígido-plástico. Sendo
assim, não é necessário considerar estas duas componentes no cálculo da
rigidez global rotacional da ligação.

2.3.7
Componente 8 – Alma da viga à tração

A resistência desta componente é determinada com base nas


considerações feitas para a componente alma da coluna à tração. Logo,
levando-se em conta as propriedades geométricas e mecânicas da viga, a
eq. 2.29 deve ser adotada. A largura efetiva b eff ,t,wb da alma da viga à tração
53

deve ser igual ao comprimento efetivo do “T-stub” calculado para a componente


placa de extremidade à flexão.

b eff ,t,wb t wb f y,wb


Ft,wb,Rd = ( 2.29 )
γ M0

onde twb e fy,wb são, respectivamente, a espessura e a tensão limite de


escoamento da alma da viga.

2.3.8
Componente 10 – Parafusos à tração

A resistência de um parafuso à tração é dada pela eq. 2.30,

0,6 fub A 0
Ft,Rd = ( 2.30 )
γ M2
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onde fub é a tensão última do parafuso; A 0 é a área da seção do parafuso e

γ M2 é um coeficiente de resistência tomado igual a 1,25.

Finalmente, pela eq. 2.31, obtém-se a parcela de rigidez da componente


referente aos parafusos em tração.

1,6 A 0
k 10 = ( 2.31 )
Lb

onde Lb é tomado igual a espessura das chapas a serem ligadas mais as


arruelas e metade da espessura da cabeça e da porca do parafuso.

2.4
Combinação entre Esforço Axial e Momento Fletor

De acordo com a formulação apresentada acima, pode-se verificar que


nas ligações onde existe esforço axial de tração ou compressão atuando
juntamente com o momento fletor, as componentes tendem a ter seu
comportamento individual afetado, modificando assim, o comportamento global
54

desta ligação. Isto ocorre porque o esforço axial pode provocar um alívio em
determinadas componentes ou aumentar a carga de outras.
A seguir, são apresentados alguns trabalhos realizados nesta área,
porém, sem comparação com resultados obtidos experimentalmente.

2.4.1
Pesquisas de Laurent Finet [10]

F. Laurent desenvolveu um software para dimensionamento de ligações


sujeitas à esforços axiais e momento fletor, baseado em um modelo mecânico
representado na Figura 2.14. Neste trabalho, foram respeitadas as seguintes
condições:
• cada uma das componentes é representada por uma mola
unidirecional obedecendo-se as regras propostas pelo Eurocode
3;
• o comportamento das componentes é não-linear a fim de se
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caracterizar a curva momento versus rotação real das ligações;


• as forças internas atuantes na ligação são equilibradas com as
forças externas;
• a resistência de uma determinada componente não pode ser
ultrapassada;
• a capacidade última de deformação de uma dada componente
não pode ser atingida.

Figura 2.14 – Modelo mecânico proposto por Finet [10]

Porém, neste trabalho, não foi apresentada nenhuma aplicação do


modelo proposto, limitando-se a tecer alguns comentários sobre como
caracterizar melhor o comportamento global das ligações através do modelo
mecânico.
55

2.4.2
Pesquisas de J. P. Jaspart [6]

Jaspart, em sua tese de “agregação”, ampliou o campo de utilização do


software desenvolvido inicialmente por Finet, para ligações com várias linhas de
parafusos em tração, levando-se em consideração o efeito de grupo entre estas
diversas linhas de parafusos. Este efeito é extremamente complexo tendo em
vista que, nos modelos mecânicos propostos, estas componentes são
consideradas desacopladas.

2.4.3
Pesquisas de Frederic Cerfontaine [11]

F. Cerfontaine desenvolveu um modelo analítico baseado no método das


componentes onde isolou a componente do painel de alma da coluna submetido
ao cisalhamento. Este modelo será melhor detalhado no Anexo A por se tratar
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do único existente até o presente momento que caracteriza o comportamento


global das ligações submetidas a momento fletor e esforço axial. Aqui neste
parágrafo, serão apresentados apenas alguns comentários sobre este modelo. E
para um melhor entendimento deste, apresenta-se no Anexo B, um exemplo
completo para uma ligação com placa de extremidade estendida com cinco
linhas de parafusos.

2.4.3.1
Diagrama de Interação

Inicialmente, um diagrama de interação – momento fletor versus esforço


axial – de uma ligação aparafusada é proposto. Este diagrama define uma curva
dentro da qual deve estar o par momento fletor – esforço axial aplicado à ligação
de forma que esta não atinja a ruína. Obviamente que, se este par estiver fora da
região delimitada por esta curva, a ligação não pode resistir aos esforços
aplicados. A Figura 2.15 apresenta um exemplo de um diagrama de interação
para uma ligação aparafusada com placa de extremidade estendida com cinco
linhas de parafusos onde os sentidos indicados para o momento fletor e o
esforço axial na ligação são considerados positivos.
Esta curva de interação pode ser definida analiticamente para qualquer
ligação aparafusada, sendo caracterizada por N linhas de parafusos e duas
56

linhas em compressão (uma superior, na direção da mesa superior da viga e


outra inferior) resultando em n = N + 2 linhas no total. As linhas de parafusos só
podem trabalhar em tração, ou seja, a resistência das mesmas deve ser sempre
maior ou igual a zero. De forma análoga, o esforço nas linhas em compressão
deve ser menor ou igual a zero.

2100 N (kN)

1
2=sup 1400 7

700 6=inf
3 5 M (kN.m)
0
N 4
-600 -400 -200 0 200 400 600 4 800
5
-700 3
M
6=inf 2=sup
-1400
7
1
-2100

-2800
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Figura 2.15 – Diagrama de interação de uma ligação com placa de extremidade


estendida

Neste modelo, assume-se que todas as linhas e, conseqüentemente,


todas as componentes possuem ductilidade infinita. Como apenas o
comportamento na ruína é colocado em evidência aqui e considerando-se a
hipótese de comportamento dúctil, uma análise perfeitamente plástica da
ligação, baseada na aplicação do teorema estático [10] pode ser considerada, ou
seja, deve-se encontrar uma distribuição de esforços internos que esteja em
equilíbrio com os esforços externos, satisfazendo-se os critérios de ruína.
A determinação da resistência, a partir do teorema estático, implica que a
distribuição dos esforços encontrados na ruína satisfaça as equações de
equilíbrio. Para uma ligação submetida a momento fletor M e esforço axial N,
tem-se,

n n
M= ∑ hi . Fi e N = ∑ Fi ( 2.32 )
i=1 i=1

onde Fi representa a resistência da linha i e hi é o braço de alavanca desta linha.


O ponto cujo braço de alavanca é nulo é o ponto onde aplicam-se os esforços M
e N.
57

O momento fletor e o esforço axial são relacionados entre si através de


uma excentricidade dada por:

M
e= ( 2.33 )
N

Torna-se necessário então, estabelecer os critérios de resistência para as


diferentes linhas de uma ligação, seguindo as recomendações propostas pelo
Eurocode 3.
Conforme apresentado anteriormente, para se definir a rigidez de uma
linha de parafusos, por exemplo, é importante conhecer o coeficiente de rigidez e
o limite elástico das diferentes componentes consideradas no nível de cada
linha. Logo, uma linha será representada por uma série de molas que
representam cada uma das componentes, sendo a resistência desta igual a
resistência da componente mais fraca desta linha. Vale ressaltar também que
devem ser considerados os efeitos de grupo entre duas linhas de parafusos
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Rd
[m,p] fornecendo um valor de resistência de grupo Fmp . Portanto, torna-se

interessante descrever os critérios de resistência que os esforços devem


satisfazer, para todas as componentes:

p
∑ Fi ≤ Fmp
Rd α
m = 1, ..., p e p = m, m + 1, ..., n ( 2.34 )
i =m

Rd α
onde Fmp é a resistência de grupo incluindo as linhas m a p para a componente
Rd α
α. Nos casos onde m é igual a p, Fmp nada mais é do que a resistência

individual da linha m para a componente α.

Este critério pode ser escrito para cada uma das componentes α e pode-
Rd α
se perceber então que, esta componente α, para a qual Fmp é mínima é que vai
Rd
definir a resistência de grupo [m,p], sendo denominada Fmp . Esta situação é

representada na Figura 2.16 para uma ligação com três linhas de parafusos
numerados de 1 a 3. Esta representação omite as linhas em compressão
(superior e inferior) pois estas não interagem com as linhas em tração, não
intervindo na definição dos grupos.
58

F2
F1 + F2 = F12Rd
Rd
F22
Rd
F2 = F22
Rd l
F2 + F3 = F23 (F)Nmáx+
F1 + F2 + F3 = F13Rd
F1 = F11Rd

F1
l
(F)Nmáx-
F11Rd
F3 = F33Rd
F33Rd

F3

Figura 2.16 – Interação entre três linhas de parafusos e definição de FjRd

Na verdade, o gráfico apresentado pode representar a interação entre


três linhas de parafusos quaisquer numeradas r, s e t para uma ligação com n
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linhas. De fato, esta representação dos esforços nas três linhas é uma
representação gráfica de um “hiperplano” particular definido pela eq. abaixo,

Fi = α i para ∀i i ≠ r, s, t ( 2.35 )

Partindo das equações de equilíbrio e dos critérios de ruína, aos quais as


linhas consideradas devem satisfazer, a aplicação passo a passo do teorema
estático fornece o teorema apresentado a seguir:

“O critério de interação entre o momento fletor (M) e o esforço axial (N)


na ruína é descrito por um conjunto de 2 n segmentos de reta paralelos 2 a 2,
cuja inclinação é sucessivamente o braço de alavanca (hk) das n linhas e, ao
longo destes segmentos, a força (Fk) varia entre 0 e a máxima resistência da
linha, definindo-se assim, dois pontos do segmento.”

Conforme mencionado anteriormente, é apresentado no Anexo A uma


descrição completa deste modelo.
59

2.4.4
Pesquisas de Luís Silva e Ana Coelho [12]

Silva e Coelho propuseram um modelo equivalente onde cada mola não-


linear foi substituída por duas molas elásticas equivalentes utilizando-se uma
formulação de energia e uma análise de estabilidade pós-limite. Este modelo
analítico foi aplicado a uma ligação soldada extraída do banco de dados
SERICON II (Klein 105.010) [13] apresentada na Figura 2.17.
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Figura 2.17 – Ligação viga-coluna soldada com respectivo modelo de molas [12]

Seguindo as recomendações existentes no Eurocode 3 [8-9], a ligação foi


caracterizada através do modelo mecânico acima cujas molas têm o
comportamento bi-linear apresentado e, posteriormente, substituído por um
modelo elástico equivalente com quatro graus de liberdade conforme
apresentado na Figura 2.18:

• q1 = φ = rotação total da ligação;


• q2 = rotação das barras rígidas de comprimento Lc (mola comprimida);
• q3 = rotação das barras rígidas de comprimento Lt (mola tracionada);
• L1 = ponto de aplicação do esforço axial.

Vale ressaltar que as duas molas da região em compressão são


substituídas por uma única mola utilizando a equação para associação de molas
em série apresentada anteriormente.
60

Figura 2.18 – Caracterização do comportamento das componentes [12]

A única comparação com resultado experimental realizada foi a curva


momento versus rotação para a ligação submetida apenas a momento fletor que
pode ser observada na Figura 2.22 apresentando resultados satisfatórios.

100
Momento Fletor (kN.m)

80
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60

40

20 Experimental
Numérico
0
0 50 100 150 200
Rotação (mrad)

Figura 2.19 – Curva momento versus rotação – modelo e experimental

Finalmente, são apresentadas as curvas momento versus rotação para


três níveis diferentes de esforço axial de compressão aplicado, iguais a 5, 10 e
20% da resistência plástica da viga, respectivamente - Figura 2.23.
120

100
Momento Fletor (kN.m)

80

60
Numérico (N = 0)

40 Numérico (N = 5% Npl)

Numérico (N = 10% Npl)


20
Numérico (N = 20% Npl)
0
0 10 20 30 40 50 60
Rotação (mrad)

Figura 2.20 – Curvas momento versus rotação com esforço axial de compressão
61

2.4.5
Pesquisas de Frantisek Wald [14,15]

Finalmente, Wald realizou alguns ensaios de ligações viga-coluna e


ligações de emendas de vigas submetidas a esforços axiais de compressão e
momento fletor. Na Figura 2.21, são apresentados os modos de ruína para cada
tipo de ensaio. Pode-se perceber que para os ensaios de ligações viga-coluna
com placa de extremidade, a ruptura ocorreu pela compressão da alma da
coluna. Já para os ensaios de emendas de vigas, a ruptura ocorreu pela
compressão da mesa da viga. A configuração dos ensaios com o sistema de
aplicação de carga pode ser observado na Figura 2.22.
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(a) placa de extremidade estendida (b) emenda de vigas

Figura 2.21 – Ensaios realizados por Wald [14]

(a) placa de extremidade estendida (SN1000) (b) emenda de vigas (NN1000)

Figura 2.22 – Configuração dos ensaios realizados por Wald [14]


62

É importante ressaltar que se deve distinguir entre carregamento


proporcional e não-proporcional. Para o primeiro caso, a rigidez inicial é menor
do que para o segundo. Isto ocorre devido a presença do esforço axial máximo
que solicita a ligação desde o início do ensaio mantendo a placa de extremidade
em contato com a mesa da coluna, mesmo para valores baixos de momento
fletor onde apenas as componentes em compressão contribuem para a
deformação da ligação. Um exemplo desta diferença pode ser observada na
Figura 2.23.

M N
carregamento
não-proporcional
MRd
carregamento
carregamento
não-proporcional
proporcional
trecho não-linear
da curva
plastificação da
componente mais fraca
parafusos em tração carregamento
proporcional
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ambas as mesa da viga


em compressão
φ M

Figura 2.23 – Curva de comparação entre tipos de carregamentos

2.4.5.1
Modelo de Cálculo Proposto

O modelo proposto para avaliação da resistência a flexão e a rigidez


inicial da ligação leva em consideração a área das mesas da viga,
negligenciando-se a parcela da alma da viga. Assume-se que as forças de
compressão, Fc.b.Rd e Fctl.Rd, atuam no centro de compressão situado na linha
média da mesa comprimida da viga e a força de tração, Ft.Rd, na linha de
parafusos, Figura 2.24(a). No caso de existir duas ou mais linhas de parafusos, a
resistência da zona tracionada é obtida através da força resultante destas linhas
de parafusos, Figura 2.24(b). Para efeitos de simplificação, este modelo
considera apenas o caso de carregamento proporcional.
Utilizando-se as equações de equilíbrio e observando-se a figura anterior,
obtém-se as equações para o cálculo das forças de compressão e de tração,
lembrando ainda que, a excentricidade e = MSd / NSd ≤ -zc.
63

MSd NSd . z c
+ ≤ Ft ( 2.36 )
z z

MSd NSd . z t
− ≤ −Fc ( 2.37 )
z z

centro da zona tracionada

Centro da zona comprimida

eixo neutro

(a)
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(b)

Figura 2.24 – Consideração sobre a área efetiva das mesas comprimidas, Wald [14]

Como e = MSd / NSd = MRd / NRd que é igual a uma constante para
carregamentos proporcionais, as duas equações anteriores podem ser reescritas
e, assim, tem-se a equação para o momento fletor resistente da ligação,
apresentada a seguir.

 
 F . z Fc . z 
MRd = mínimo  t ;  ( 2.38 )
 z c + 1 1 − z t.l 
 e e 
64

Quando a excentricidade é maior do que o braço de alavanca da força de


compressão, não há força de tração nas linhas de parafusos mas, ambas as
partes da ligação encontram-se em compressão. Neste caso, a equação anterior
precisa ser reescrita.

 
 − Fc.t . z − Fc.b . z 
MRd = mínimo  ;  ( 2.39 )
 z c.b + 1 z c.t − 1 
 e e 

A rigidez rotacional da ligação é baseada na deformação das


componentes conforme discutido nas seções anteriores. A deformação elástica
das componentes em tração e em compressão, ver Figura 2.25, pode ser
expressa como,

MSd NSd . z c
+
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M + NSd . z c ( 2.40 )
δ t.l = z z = Sd
E.kt E. z.kt

MSd N Sd . z t

M − NSd . z t ( 2.41 )
δ c.r = z z = Sd
E . k c.r kc

Figura 2.25 – Modelo mecânico da placa de extremidade, Wald [14]

E a rotação da ligação também é calculada considerando-se a


deformação das componentes, eq. 2.42.
65

δ t + δc 1  MSd + NSd . z c MSd − NSd . z t 


φ= =  +  ( 2.42 )
z E . z2  kt kc 

E para a rigidez inicial da ligação, tem-se,

MSd E . z2 e E z2
S j,ini = . =
MSd + NSd . e 0  1 1  e + e0 1 ( 2.43 )
 +  ∑k
 kc kt 

onde a excentricidade e0 é dada pela equação a seguir.

zc . k c − zt . k t
e0 = ( 2.44 )
kc + kt

A parte não-linear da curva momento versus rotação pode ser modelada


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introduzindo-se um fator de forma µ, que depende da razão γ que relaciona a


forças atuantes na ligação.

µ = (1,5 γ )
2,7
≥1 ( 2.45 )

Assumindo-se que os braços de alavanca zt e zc das forças de tração e


compressão, respectivamente, são iguais a h/2, ou seja, metade da altura da
viga considerada na ligação, o fator γ pode ser definido como:

MSd + 0,5 . h . NSd


γ= ( 2.46 )
MRd + 0,5 . h . NRd

Substituindo o valor da excentricidade e, pode-se simplificar a equação


anterior.

h
e+
γ= 2
 MRd  ( 2.47 )
h
  . e +
 MSd  2
66

Finalmente, usado-se o fator µ descrito anteriormente, pode-se obter a


curva momento versus rotação da ligação submetida a carregamento
proporcional através da seguinte equação,

e E . z2
Sj =
e + e0 1 ( 2.48 )
µ∑
k

A Figura 2.26 apresenta as curvas momento versus rotação para os dois


ensaios de ligações viga-coluna com placa de extremidade. Nestes ensaios SN,
o número caracteriza a excentricidade aplicada entre M e N. Não se apresenta
aqui a comparação entre os resultados experimentais e o modelo proposto tendo
em vista que as curvas apresentadas abaixo, obtidas no referido artigo [14] que
serviu de referência para esta análise e as existentes na página do autor na
internet [16], são diferentes das apresentadas.
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25

20
Momento Fletor (kN.m)

15

10

5
Ensaio SN1000
Ensaio SN1500
0
0 10 20 30 40 50 60
Rotação (mrad)

Figura 2.26 – Curvas momento versus rotação – ensaios SN, Wald [14]

Neste capítulo foram apresentadas algumas considerações sobre


ligações viga-coluna, além do Método das Componentes utilizado nos códigos
europeus para dimensionamento de ligações em estruturas de aço. Uma
descrição dos trabalhos existentes na área de ligações viga-coluna submetidas a
momento fletor e esforço axial também foi efetuada. O próximo capítulo conterá
a descrição dos ensaios experimentais realizados.
3
Descrição dos Ensaios Experimentais

3.1
Introdução

A melhor forma de se obter o comportamento real das ligações


estruturais em aço é através de ensaios experimentais realizados em laboratório.
Com estes ensaios, torna-se possível calibrar os diversos modelos existentes
para determinação do momento resistente, da rigidez inicial e de sua capacidade
de rotação, a partir das propriedades mecânicas e geométricas destas ligações.
Todavia, o planejamento dos ensaios a serem realizados deve ser feito
de forma bastante criteriosa para que se consiga extrair todas as informações
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necessárias para a avaliação do fenômeno em questão.


No caso do presente trabalho, tornava-se necessária a avaliação das
diversas componentes presentes nas ligações para os diversos tipos de
carregamentos efetuados.
Foram escolhidos dois tipos de ligações viga-coluna: o primeiro com
placa de extremidade ajustada à altura da viga e o segundo, com placa de
extremidade estendida, ou seja, com pelo menos uma linha de parafusos fora da
região compreendida pelas mesas da viga. Três tipos de carregamentos foram
efetuados: inicialmente, somente momento fletor seguido de momento fletor e
esforço axial de compressão e, finalmente, momento fletor com esforço axial de
tração.

3.2
Justificativa dos Ensaios Experimentais

A escolha dos perfis usados nos ensaios seguiu critérios que serão
descritos a seguir. A viga adotada deveria ser tal que a sua resistência plástica
não fosse muito grande tendo em vista que o esforço axial aplicado era um
percentual deste valor e limitado pela capacidade dos equipamentos existentes
no laboratório onde foram realizados os ensaios. Por outro lado, esta viga
deveria ter altura suficiente para vencer um vão coerente com os utilizados em
68

edifícios de aço, da ordem de 6,0m [4]. Após alguns estudos preliminares,


adotou-se um IPE240 para as vigas, fabricado a partir de um aço S275, ou seja,
com tensão nominal de escoamento igual a 275MPa e tensão nominal de ruptura
igual a 430MPa.
Para a coluna, era necessário escolher-se um perfil que tivesse suficiente
resistência ao momento fletor provocado pelo esforço axial imposto. Uma outra
condicionante era que as componentes referentes a coluna, não atingissem o
escoamento antes das demais. Considerando-se estas informações, após
algumas análises iniciais, adotou-se um HEB240 para a coluna, fabricado a
partir do mesmo aço da viga. Ambos os perfis são laminados e detalhados na
Figura 3.1 onde se apresenta também um perfil HEB200 utilizado para
travamento da sapata de reação conforme será descrito na seção 3.4.1 .

HEB240 IPE240 HEB200


240
120
9.8
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17 200
R15 15
R21
R18
240 164 10 206 240 6.2 220.4
200 134 170
9

17
9.8 15

Figura 3.1 – Dimensões dos perfis laminados IPE240, HEB240 e HEB200

Adotou-se uma placa de extremidade com espessura de 15mm produzida


com o mesmo tipo de aço da viga e da coluna. A ligação da viga com a placa de
extremidade foi efetuada com solda de entalhe com espessura aw = 8mm. Os
parafusos eram M20 (d = 19,05mm), cl. 10.9 (fu = 1000MPa) com rosca completa
cujas dimensões nominais são apresentadas na Figura 3.2.

12.5 7.5
33.5

20

60

Figura 3.2 – Detalhe do parafuso M20 cl. 10.9


69

Na Figura 3.3(a) apresenta-se a ligação adotada na primeira série de


ensaios, denominados FE (“flush endplate”). Já na Figura 3.3(b), pode-se
observar a ligação com placa de extremidade estendida utilizada na segunda
série de ensaios, denominados EE (“extended endplate”). O Anexo C apresenta
maiores detalhes das ligações e demais peças utilizadas nos ensaios.

72 96 72

12

54
54
M20 cl10.9

= 15 mm
IPE240 240

264

264
156

156
tp
54

54
HEB240

32 96 32
12
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160

(a) ligação com placa de extremidade ajustada (série FE)

72 96 72
30
62
32

74
74

M20 cl10.9
= 15 mm
314

314

IPE240
240
156

156
tp
54

54
HEB240

32 96 32
12

160

(b) ligação com placa de extremidade estendida (série EE)

Figura 3.3 – Detalhe das ligações utilizadas nos ensaios


70

(a) placa de extremidade ajustada (b) placa de extremidade estendida

Figura 3.4 – Ligações com placa de extremidade (ambas as séries)


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3.3
Cálculo das Ligações

Um dimensionamento prévio das ligações submetidas apenas a momento


fletor, segundo as recomendações de projeto do Eurocode 3, foi realizado
utilizando-se valores nominais para as propriedades mecânicas e geométricas
das ligações e utilizando-se coeficientes de resistência iguais a 1,0.
Na Tabela 3.1 são apresentados os valores individuais de resistência e
de rigidez de cada componente para as ligações com placa de extremidade
ajustada. Vale ressaltar que, para garantir o equilíbrio interno das forças
atuantes na ligação, as componentes em compressão aparecem em todas as
linhas de parafusos em tração. Pode-se perceber que a componente que
controla o dimensionamento na zona tracionada é a placa de extremidade à
flexão (5) e na zona comprimida, a mesa da viga em compressão (7). O Anexo D
apresenta o dimensionamento detalhado da ligação com placa de extremidade
estendida utilizando-se os valores nominais para os aços utilizados na fabricação
dos perfis.
71

Tabela 3.1 – Dimensionamento das componentes – Ensaios FE

Componente FRd (kN) k / E (mm)


componentes na (1) alma da coluna ao corte 475,0 7,52
região em (2) alma da coluna à compressão 506,3 10,13
compressão (7) mesa da viga à compressão 438,4 ∞
(1) alma da coluna ao corte 475,0 7,52
(2) alma da coluna à compressão 506,3 10,13
(7) mesa da viga à compressão 438,4 ∞
linha 1
(3) alma da coluna à tração 394,2 7,03
(4) mesa da coluna à flexão 375,5 38,22
(h = 193,1 mm)
(5) placa de extremidade à flexão 305,7 13,35
(8) alma da viga à tração 365,5 ∞
(10) parafusos à tração 441,0 7,76
(1) alma da coluna ao corte 169,2 7,52
(2) alma da coluna à compressão 200,5 10,13
(7) mesa da viga à compressão 132,7 ∞
linha 2
(3) alma da coluna à tração 310,8 7,03
(4) mesa da coluna à flexão 375,5 38,22
(h = 37,1 mm)
(5) placa de extremidade à flexão 293,3 13,35
(8) alma da viga à tração 365,5 ∞
(10) parafusos à tração 441,0 7,76
Mj.Rd = 305,7 x 0,193 + 132,7 x 0,037 = 63,96 kN.m
Sj,ini = 11772,2 kN.m/rad e Sj,ini/η = 5886,1 kN.m/rad
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Tabela 3.2 – Dimensionamento das componentes – Ensaios EE


Componente FRd (kN) k / E (mm)
componentes na (1) alma da coluna ao corte 475,0 5,68
região em (2) alma da coluna à compressão 506,3 10,13
compressão (7) mesa da viga à compressão 438,4 ∞
(1) alma da coluna ao corte 475,0 5,68
(2) alma da coluna à compressão 506,3 10,13
linha 1 (7) mesa da viga à compressão 438,4 ∞
(3) alma da coluna à tração 394,2 5,74
(h = 267,1 mm) (4) mesa da coluna à flexão 375,5 31,21
(5) placa de extremidade à flexão 215,7 18,99
(10) parafusos à tração 441,0 7,76
(1) alma da coluna ao corte 259,3 5,68
(2) alma da coluna à compressão 290,6 10,13
(7) mesa da viga à compressão 222,7 ∞
linha 2
(3) alma da coluna à tração 327,8 4,91
(4) mesa da coluna à flexão 375,5 26,70
(h = 193,1 mm)
(5) placa de extremidade à flexão 305,7 13,35
(8) alma da viga à tração 365,5 ∞
(10) parafusos à tração 441,0 7,76
(1) alma da coluna ao corte 5,68
(2) alma da coluna à compressão 10,13
(7) mesa da viga à compressão ∞
linha 3
(3) alma da coluna à tração 7,03
(4) mesa da coluna à flexão 38,22
(h = 37,1 mm)
(5) placa de extremidade à flexão 11,42
(8) alma da viga à tração ∞
(10) parafusos à tração 7,76
Mj.Rd = 215,7 x 0,267 + 222,7 x 0, 193 = 100,6 kN.m
Sj,ini = 22740,4 kN.m/rad e Sj,ini/η = 11370,2 kN.m/rad
72

Na Tabela 3.2 encontram-se os valores individuais das componentes da


ligação com placa de extremidade estendida. Para a terceira linha de parafusos,
não foi calculado o valor de sua contribuição na resistência global da ligação
porque, segundo o Eurocode 3, se a altura de uma linha de parafusos em tração
for inferior a 40% da altura da linha de parafusos mais afastada, esta pode ser
desprezada no dimensionamento. Da mesma forma, para esta ligação, as
componentes críticas são a placa de extremidade à flexão (zona tracionada) e a
mesa da viga em compressão (zona em compressão). A Tabela 3.3 apresenta
um sumário dos ensaios realizados com os respectivos carregamentos aplicados
onde o esforço axial representa uma percentagem da resistência plástica da viga
à força normal (1084 kN).

Tabela 3.3 – Descrição dos carregamentos aplicados nos ensaios

Ensaios FE Ensaios EE
Esforço Axial Esforço Axial
ID ID
(%Npl da viga) (kN) (%Npl da viga) (kN)
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FE1(teste) - - EE1 - -
FE1 - - EE2 - 10% -137,0
FE3 - 4% -52,7 EE3 - 20% -259,6
FE4 - 8% -105,6 EE4 - 27% -363,0
FE5 - 20% -265,0 EE5 - 15% -195,4
FE6 - 27% -345,0 EE6 + 10% +130,6
FE7 - 20% -265,0 EE7 + 20% +257,1
FE8 + 10% +130,6
FE9 + 20% +264,9

3.4
Caracterização dos Ensaios

3.4.1
Preparação dos Ensaios e dos Sistemas de Aplicação de Carga

Os ensaios realizados no Laboratório de Mecânica Estrutural da


Universidade de Coimbra tentaram reproduzir ligações reais conforme
comentado anteriormente. A coluna foi considerada bi-rotulada e a viga em
balanço. O pórtico de aplicação de carga utilizado é apresentado na Figura 3.5
onde pode-se observar as duas rótulas localizadas em ambas as extremidades
da coluna.
73

As colunas deste pórtico de aplicação de carga eram constituídas por


perfis HEB300, mesmo perfil utilizado na viga do pórtico composta por dois
perfis. Utilizou-se um perfil HEB500 como viga de suporte do atuador hidráulico
ligada à parede de reação através de uma ligação com placa de extremidade
estendida com 30cm de espessura e oito barras rosqueadas, tipo DYWIDAG. A
ligação desta viga com o pórtico de reação foi feita através da peça mostrada
abaixo.

ligação da viga de
suporte do atuador
hidráulico com o pórtico
de reação
HEB500
300 300

218.3

300 HEB300
104

300 HEB300

rótula superior HEB500


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3700

4007.3

HEM100
3085 (desviadores)

470 1450
1800

rótula inferior
HEB300

HEB300

HEB200
sapata de reação

Figura 3.5 – Pórtico de aplicação de carga

Alguns enrijecedores constituídos por barras rosqueadas foram


introduzidos no pórtico de reação com o intuito de evitar que, deformações
sofridas por este, pudessem esconder possíveis erros na avaliação dos ensaios
experimentais. Estes enrijecedores podem ser visualizados na Figura 3.6.
Uma sapata em concreto armado foi construída para garantir o
nivelamento da estrutura a ser ensaiada devido a irregularidades existentes no
piso do laboratório, Figura 3.7, além de servir de base para fixação das barras
rosqueadas utilizadas nas ligações das peças de apoio ao ensaio tais como
desviadores e travamentos. Também se pode observar o gabarito usado para
74

garantir o posicionamento destas barras rosqueadas. Esta sapata também serviu


para transmitir o esforço axial aplicado na ligação para a parede de reação
através de um perfil HEB200 (Figura 3.1) aparafusado à parede por quatro
barras rosqueadas iguais as utilizadas para a ligação da viga de suporte do
atuador hidráulico.
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(a) enrijecedores nas mesas da viga do (b) travamento lateral da viga do


pórtico pórtico
Figura 3.6 – Reforços introduzidos no pórtico de reação

HEB200
(a) confecção da armadura (b) forma e gabarito

(c) concretagem (d) sapata concluída


Figura 3.7 – Preparação e concretagem da sapata de reação
75

Para a aplicação do momento fletor, utilizou-se um atuador hidráulico


DARTEC com capacidade de 600kN e curso de 100mm, Figura 3.8.

3.4.1.1
Sistema para aplicação de esforço axial de compressão

Algumas hipóteses diferentes da adotada foram analisadas antes de se


optar pelo sistema de aplicação de esforço axial de compressão utilizado.
Inicialmente, estudou-se a possibilidade de se utilizar um sistema semelhante ao
adotado por Wald [14] mas como neste sistema, o esforço axial aplicado crescia
simultaneamente ao momento fletor, descartou-se esta possibilidade tendo em
vista que se desejava aplicar todo o esforço axial na ligação e antes do momento
fletor.
Uma nova alternativa foi estudada onde o esforço axial seria aplicado por
um atuador hidráulico posicionado entre a extremidade da viga e a parede de
reação – neste caso a ligação estaria de frente para a parede de reação - mas a
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dificuldade de manter este atuador paralelo a viga durante a realização do


ensaio fez com que esta hipótese também fosse descartada.
Finalmente, optou-se pelo sistema de aplicação de esforço axial de
compressão apresentado na Figura 3.8, ressaltando-se que este sistema é
inédito, sem referência na literatura. Este sistema foi composto por um macaco
hidráulico, Figura 3.9(a), posicionado na parte posterior da parede de reação que
traciona quatro cabos de protensão com diâmetro φ = 15,2mm. A transmissão
deste esforço para a ligação foi feita através de uma célula de carga localizada
dentro de uma peça aparafusada à extremidade da viga, Figura 3.9(b). Outras
quatro células de carga, uma para cada cabo de protensão, foram utilizadas com
a finalidade de se verificar o esforço aplicado em cada um dos mesmos. Utilizou-
se também, um desviador composto por um perfil HEM100 para garantir que os
cabos acompanhassem a inclinação da viga mantendo o esforço axial aplicado
sempre no eixo da viga, durante todo o ensaio.
Nos primeiros ensaios, FE3 a FE5, apenas as células-de-carga tinham
sido instaladas nos cabos de protensão e percebeu-se que, para níveis elevados
de deslocamentos na extremidade da viga, a força nos cabos superiores (cabos
1 e 2) começava a aumentar, diminuindo a força atuante nos cabos inferiores
(cabos 3 e 4). Todavia, como a transmissão do esforço axial era feita por uma
célula de carga central (5), não ocorreu variação deste esforço ao longo do
ensaio, Figura 3.10.
76

rótula superior
macaco
hidráulico
central
posicionado
atuador
na parte
hidráulico
traseira da
parede de
reação
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desviador

rótula
inferior

macaco hidráulico e célula de carga


para cada cabo de protensão

Figura 3.8 – Sistema de aplicação de esforço axial de compressão

(b) célula de carga central e macacos


(a) macaco hidráulico atrás da parede
utilizados para correção do esforço axial
Figura 3.9 – Macacos hidráulicos e célula de carga central
77

-300

-250 (5)

y = -0.0277x - 264.95
Esforço Axial (kN)

-200
1 2
força total aplicada medida
-150 5
pela célula central
3 4
-100 (1) e (2)

-50
(3) e (4)

0
0 20 40 60 80 100
Momento (kN.m)

Figura 3.10 – Variação da carga aplicada em cada um dos cabos de protensão


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Para solucionar este problema, foi colocado um macaco hidráulico em


cada cabo com a finalidade de se manter a força constante nos mesmos,
interligando-os ao mesmo circuito hidráulico. No entanto, como a compensação
da força aplicada nestes macacos era feita de forma manual, optou-se por ligar
todo o sistema hidráulico a uma bomba injetora equipada com uma eletro-válvula
que fazia a distribuição automática do óleo entre os quatro macacos. Esta eletro-
válvula permitia a calibração prévia do esforço axial aplicado não sendo mais
necessária a compensação manual efetuada nos primeiros ensaios. O resultado
obtido pode ser observado na Figura 3.11 onde se percebe que a força nos
cabos ficou praticamente constante durante todo o ensaio.
Com a finalidade de se comprovar esta análise, um outro ensaio,
denominado FE7 foi realizado, repetindo-se o carregamento axial aplicado no
ensaio FE5 e as curvas momento versus rotação se mostraram semelhantes,
descartando-se a necessidade de se efetuar a correção do momento aplicado na
ligação. Estas curvas serão apresentadas na Figura 4.7 no capítulo quatro.
78

-400

-350 (5)

-300 y = 0.0079x - 344.58


Esforço Axial (kN)

-250

-200

-150

-100
(1), (2), (3) e (4)
-50

0
0 20 40 60 80 100
Momento (kN.m)

Figura 3.11 – Correção da carga aplicada em cada um dos cabos de protensão


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3.4.1.2 Sistema para aplicação de esforço axial de tração

Para a concepção do sistema de aplicação de esforço axial de tração,


Figura 3.12, foram utilizados quatro macacos hidráulicos, interligados entre si,
posicionados entre um perfil tubular e uma peça aparafusada à extremidade da
viga.
Neste caso, também foi utilizado o sistema com a eletro-válvula para
compensação automática da força em cada macaco hidráulico. Ao se aplicar a
carga nestes macacos, deslocava-se a peça colocada na extremidade da viga,
fazendo com que um esforço axial de tração fosse transmitido para a ligação.
Na Figura 3.13(a) pode-se observar este sistema onde os perfis tubulares
tinham uma de suas extremidades rotuladas para garantir que a força aplicada
fosse sempre paralela ao eixo da viga.
Um outro perfil tubular foi utilizado como travamento deste sistema junto
à parede de reação. Já na Figura 3.13(b), apresenta-se a compensação
efetuada pelos macacos hidráulicos mantendo constante o esforço axial aplicado
à ligação.
79

perfis
tubulares

Travamento
do sistema
de aplicação
de esforço
axial de
tração
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rótulas

macacos e
células de
carga

Figura 3.12 – Sistema de aplicação de esforço axial de tração

(a) perfis tubulares rotulados em uma das (b) compensação da pressão nos
extremidades macacos hidráulicos

Figura 3.13 – Componentes para os ensaios com esforço axial de tração


80

A peça colocada na extremidade da viga para transmitir o esforço axial


para a ligação teve seu dimensionamento realizado com o auxílio do programa
de elemento finitos LUSAS [57] para garantir que nenhum dos componentes
utilizados no sistema de aplicação de carga pudesse interferir nos resultados dos
ensaios, Figura 3.14.
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Figura 3.14 – Peça para aplicação do esforço axial [57]

3.4.2
Instrumentação, Aquisição de Dados e Planos de Carga dos Ensaios

A medição das deformações ocorridas nos ensaios foi efetuada com a


utilização de extensômetros elétricos lineares (FLK6-11-TML), rosetas a 45º
(FRA5-11-TML) e extensômetros para parafusos (BTM6-C-TML). O processo de
instalação dos extensômetros dos parafusos, consistiu das etapas descritas a
seguir e podem ser observadas na Figura 3.15:

• Furação dos parafusos com uma broca de diâmetro igual a 3mm e


profundidade superior a 36mm,
• Feito isto, o próximo passo consistia da limpeza interna do furo
para evitar que as impurezas existentes prejudicassem a
aderência da cola a ser utilizada,
• A preparação da cola era realizada na proporção de uma (1)
quantidade da substância A para cada dez (10) da substância B,
81

• A seguir, injetava-se esta cola no orifício feito no parafuso e


introduzia-se o extensômetro;
• Finalmente, aquece-se o parafuso a uma temperatura de 140ºC
durante duas horas e aguarda-se mais dez horas em temperatura
ambiente até que o parafuso esteja pronto para ser utilizado.

(a) furação (b) preparação da cola


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(c) injeção da cola (d) colocação (e) parafuso instrumentado

Figura 3.15 – Instrumentação dos parafusos

O posicionamento destes extensômetros para as ligações com placa de


extremidade ajustada pode ser observado na Figura 3.16. Já a Figura 3.17
apresenta a configuração utilizada para o controle das deformações medidas nos
ensaios com placa de extremidade estendida. Entretanto, os extensômetros e
rosetas utilizados na alma dos perfis foram colocados em apenas um dos lados.
Vale ressaltar que se aplicou uma protensão nos parafusos da ordem de
150N.m com o auxílio de um torquímetro conforme pode ser observado na
Figura 3.18.
Foram utilizados transdutores de deslocamentos para a medição dos
deslocamentos necessários para calibração de algumas componentes conforme
apresentado na Figura 3.19. O registro destas medições foi feito através de um
sistema de aquisição de dados DATA LOGGER TDS602-TML.
82

25

18 19 18/19 4 3 A
20 21 20/21 5

37
6
23 24
22 B36 22
B35 10
10

78
23/24 25 8 7 B

20
26
25, 26

267
& 27 27
E 9

78
IPE240
B37 28 B38
28 11
29/30 13 12 C

37
29 30

31/32 14
31 32
HEB240
28 32 32 28

Figura 3.16 – Posicionamento de extensômetros e rosetas – Ensaios FE


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16
D 15, 16 & 17 25

B33 15 B34 2
18
17 19 18/19
10
4 3 A
20 21 20/21 5

37
6
23 24
22 B36 22
B35
10

78
23/24
25, 26
26
25 8 7
B

267
& 27 27
E 9
78

IPE240
B37 28 B38
28 11
29 30 29/30 13 12 C
37

31/32 14
31 32
HEB240
28 32 32 28

Figura 3.17 – Posicionamento de extensômetros e rosetas – Ensaios EE

Figura 3.18 – Aplicação da protensão nos parafusos


83

60
CH46

CH43

CH44 CH47
CH45

230.2
IPE240 CH41 CH42

HEB240
CH48

CH39 CH40

80
160
CH49
500
1000

60
Figura 3.19 – Transdutores de deslocamentos e sistema de aquisição de dados

Estes transdutores de deslocamentos foram utilizados para medição da


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rotação da ligação sendo obtida pela diferença entre a rotação da viga e a


rotação do painel de alma da coluna submetido a cisalhamento. A rotação da
viga obtida através dos transdutores nº 39 a 42 e a rotação do painel de alma da
coluna através dos transdutores 47 e 48. Vale ressaltar que estes transdutores
foram fixados a uma estrutura totalmente independente da estrutura que foi
testada.
Para os ensaios da primeira série, ligações com placa de extremidade
ajustada, foram efetuadas duas descargas: a primeira para uma carga de 25kN
e, a segunda, para uma rotação de 15mrad conforme apresentado na Figura
3.20.
140

120

100
M (kN.m)

80

60

40
Ensaios EE
20
Ensaios FE
0
0 20 40 60 80 100
φ (mrad)

Figura 3.20 – Ciclos de carga utilizados nos ensaios

Na primeira parte do ensaio foi usado controle de força, passando a


controle de deslocamentos na parte subseqüente do mesmo. Nos ensaios da
84

segunda série, ligações com placa de extremidade estendida, também se


efetuaram duas descargas: a primeira para uma carga de 100kN e, a segunda,
para uma rotação de 50mrad.

3.4.3
Propriedades Mecânicas e Geométricas

Com a finalidade de se obter as propriedades mecânicas reais dos


materiais utilizados nos ensaios, testes de corpos-de-prova à tração foram
efetuados além de ensaios de parafusos à tração - Figura 3.21. Os resultados
obtidos, para ambas as séries de ensaios, são apresentados na Tabela 3.4.
Estes ensaios foram executados de acordo com as especificações existentes
nos códigos europeus para controle de materiais, [46-48].
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(a) ensaio de tração (b) estricção do corpo de (c) rompimento do parafuso


prova por tração
Figura 3.21 – Ensaios de tração de corpos-de-prova dos perfis e parafusos

Ao se observar os valores obtidos, nota-se que os mesmos apresentaram


uma tensão de escoamento bastante superior a nominal, enquanto que a tensão
de ruptura encontrou-se dentro de limites mais coerentes, exceto para os corpos-
de-prova das placas de extremidade. Algumas considerações devem ser feitas
para um melhor esclarecimento do ocorrido.
Todos os corpos-de-prova foram extraídos de pedaços dos perfis já
ensaiados tendo em vista que a empresa que fabricou a estrutura a ser ensaiada
não enviou sobras de material. Entretanto, tentou-se extrair os corpos-de-prova
de partes dos perfis que não tivessem sido muito solicitadas. Porém, para as
placas de extremidade, os corpos-de-prova foram extraídos conforme
apresentado na Figura 3.22, o que provavelmente pode ter acarretado um
85

acréscimo na tensão de escoamento devido às deformações elevadas sofridas


por esta placa [49].
Uma outra hipótese para a diferença encontrada pode estar relacionada
com a velocidade utilizada nos ensaios. Mesmo que a escolha da velocidade
tenha sido feita de acordo com as especificações de norma, a máquina utilizada
podia não estar com a sua calibração realizada de forma correta.

Tabela 3.4 – Propriedades mecânicas dos materiais


Corpo de Prova fy (MPa) fu (MPa) E (MPa)
nominal 275 430 210000
VIGA – IPE240
ALMA 1 366,45 460,36 201483
ALMA 2 358,93 454,70 202836
ALMA 3 371,86 449,32 211839
ALMA 4 380,25 455,99 201544
ALMA 5 375,79 459,49 211308
ALMA 6 379,12 461,98 210128
ALMA 7 342,72 453,40 190443
ALMA 8 332,32 438,76 200127
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MÉDIA 363.43 454.25 203714


MESA 1 365,83 444,52 215739
MESA 2 331,62 448,30 213809
MESA 3 340,75 448,77 212497
MESA 4 346,42 450,50 216924
MESA 5 355,40 458,90 221813
MESA 6 349,22 455,88 213589
MESA 7 312,13 443,81 214147
MESA 8 319,73 435,20 213257
MÉDIA 340.14 448.24 215222
COLUNA – IPE240
EE1_ALMA_1 392,63 491,82 205667
EE1_ALMA_2 399,38 495,29 204567
FE1_ALMA_1 340,16 454,39 218456
FE1_ALMA_2 355,92 467,69 199055
MÉDIA 372.02 477.30 206936
EE1_MESA_1 344,92 410,06 232937
EE1_MESA_2 350,09 472,93 210434
FE1_MESA_1 337,94 450,53 222665
FE1_MESA_2 338,84 461,63 217132
MÉDIA 342.95 448.79 220792
PLACA DE EXTREMIDADE – t = 15 mm
placa 1 - FE1 365,39 504,45 198936
placa 2 - FE1 374,75 514,44 -
placa 1 - EE1 380,91 497,81 199648
placa 2 - EE1 356,71 497,08 202161
MÉDIA 369,44 503,45 200248
PARAFUSOS – M20
nominal 900 1000 210000
parafuso 1 914,00 980,00 -
parafuso 2 931,00 1009,00 -
parafuso 3 974,00 1067,00 -
MÉDIA 939,67 1018,67 -
86

O controle dimensional dos ensaios foi realizado com a ajuda de um


aparelho de ultra-som para medição de espessuras - Figura 3.23 - e de um
paquímetro para medição de distâncias. Os valores obtidos são apresentados
nas tabelas existentes no Anexo E onde as dimensões medidas podem ser
observadas na Figura E.1 presente no mesmo anexo.

Figura 3.22 – Posição dos corpos-de-prova das placas de extremidade


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Figura 3.23 – Medição de espessuras

Neste capítulo foram apresentadas algumas considerações sobre a


realização dos ensaios experimentais, obtenção das características mecânicas e
geométricas dos ensaios, além da instrumentação dos mesmos. No capítulo
seguinte, apresentar-se-á a análise dos resultados obtidos nos ensaios de
ligações com placa de extremidade ajustada – série FE.
4
Avaliação dos Resultados Experimentais – Ensaios de
Ligações com Placa de Extremidade Ajustada (FE)

4.1
Introdução

Neste capítulo apresenta-se a análise dos resultados dos ensaios de


ligações com placa de extremidade ajustada – série FE - descritos no capítulo
três. Apresentam-se as características relevantes das ligações observadas nos
ensaios através de curvas momento versus rotação, momento versus
deslocamento, momento versus deformações e, finalmente, momento versus
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tensões. As tensões foram calculadas utilizando-se a lei de Hooke, tendo sua


validade limitada ao regime elástico [50]. Nos gráficos onde uma das grandezas
representativas seja a tensão, apresenta-se o limite de validade do seu cálculo,
obtido dos ensaios uniaxiais de tração. A convenção de sinais utilizada considera
que as tensões são positivas quando de tração e os momentos fletores positivos
na ligação provocam tração na mesa superior da viga. Da mesma forma, as
rotações das ligações são consideradas positivas quando provocadas por um
momento positivo, ou seja, com deslocamentos de cima para baixo na
extremidade da viga. Os detalhes das ligações são apresentados no capítulo
três, §3.2.

4.2
Verificações Preliminares

Antes da realização de ensaios com aplicação de esforço axial, foi


necessário calibrar o sistema de aplicação de carga. Para os ensaios com
esforço axial de compressão, a verificação foi efetuada comparando-se os
valores obtidos através da célula de carga central, das células localizadas nos
cabos de protensão e dos extensômetros localizados nas mesas da viga. Esta
comparação pode ser observada na Figura 4.1.
Para os ensaios com esforço axial de tração, a verificação foi realizada
através da comparação entre a força medida nas células de carga individuais e
88

nos parafusos, obtidas com os extensômetros elétricos. Os valores obtidos são


apresentados na Tabela 4.1.

-300

soma das células nos cabos de protensão


-250 extensômetros nas mesas da viga
célula de carga central
-200
Esforço axial (kN)

18 19
-150 20 21

-100

-50
29 30

31 32
0
-25 -20 -15 -10 -5 0
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Deslocamento (mm)

Figura 4.1 – Verificação da aplicação de esforço axial de compressão

Tabela 4.1 – Verificação da aplicação de esforço axial de tração


Parafuso ID 33 34 35 36 37 38
deformação - protensão (µε) 360 683 574 481 386 916
deformação - esforço axial (µε) 1 64 108 196 378 430
deformação total (µε) 361 747 682 677 764 1346
força por linha de parafusos (kN) 66,32 81,34 126,29
força total - parafusos (kN) 257,0
força total - células de carga (kN) 274,0

Observando-se os dados apresentados, verifica-se que ambos os


sistemas de aplicação de esforço axial funcionaram adequadamente. Sendo
assim, passa-se à análise dos resultados dos ensaios propriamente ditos.
89

4.3
Análise de Resultados

4.3.1
Avaliação das Curvas Momento versus Rotação

As curvas momento versus rotação dos oito ensaios com placa de


extremidade ajustada são apresentadas na Figura 4.1 onde pode-se observar
que, mesmo para um nível de esforço axial de compressão, equivalente a 20%
da resistência plástica da viga, o momento resistente ainda é superior ao
previsto pelo Eurocode 3. Isto deve-se ao fato de que as componentes da zona
comprimida, mesmo tendo um acréscimo de força aplicada, não atingem seus
valores limites de resistência e, conseqüentemente, as componentes em tração
são aliviadas pelo esforço axial de compressão. Vale ressaltar que a rotação
medida foi a rotação do nó como um todo, obtida pelos transdutores de
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deslocamento localizados na viga.


100

90

80
Momento Fletor (kN.m)

70
FE1 (somente M)
60
FE3 (N = - 4% Npl)
50 FE4 (N = - 8% Npl)
FE5 (N = - 20% Npl)
40
FE6 (N = - 27% Npl)
30 FE7 (N = - 20% Npl)

20 FE8 (N = + 10% Npl)


FE9 (N = + 20% Npl)
10
EUROCODE 3
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Rotação (mrad)

Figura 4.2 – Curvas momento versus rotação

Apresenta-se na Figura 4.3(a) uma vista global da estrutura deformada


para o ensaio FE7 (-20% Npl) e na Figura 4.3(b), um detalhe da ligação,
propriamente dita, correspondente ao ensaio FE4 (-8% Npl) onde pode-se notar
claramente que devido ao nível de esforço axial baixo, a mesa inferior da viga
90

não sofre deformações muito significativas. Por outro lado, a flexão da placa de
extremidade pode ser observada, sendo esta, a componente que controla a
ruína da ligação.

(a) vista geral da estrutura do ensaio deformada (b) detalhe da ligação deformada
Figura 4.3 – Deformações ocorridas nos ensaios FE
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A Tabela 4.2 apresenta os valores obtidos para a resistência ao momento


fletor e rigidez inicial da ligação para todos os ensaios da série FE. Os valores da
rigidez inicial foram obtidos pela inclinação da curva momento versus rotação na
segunda descarga conforme pode ser observado na Figura 4.4 [52]. Adotou-se
este procedimento tendo em vista que na parte inicial da curva, alguns ajustes
podem ocorrer na ligação e invalidar a obtenção da rigidez inicial.

Tabela 4.2 – Valores experimentais para Mj,Rd e Sj,ini

Ensaio N (kN) Mj,Rd (kN.m) Mj,Rd / Mj,Rd FE1 Sj,ini (kN.m/rad)


FE1 (somente M) - 72,2 1,00 8564
FE3 (- 4% Npl) -52,7 77,2 1,07 9713
FE4 (- 8% Npl) -105,6 74,7 1,03 11262
FE5 (- 20% Npl) -265,0 80,5 1,11 10763
FE6 (- 27% Npl) -345,0 72,3 1,00 9379
FE7 (- 20% Npl) -265,0 80,7 1,12 7326
FE8 (+ 10% Npl) 130,6 61,7 0,85 7185
FE9 (+ 20% Npl) 264,9 51,3 0,71 5315
91

Os valores teóricos calculados de acordo com o Eurocode 3 utilizando as


propriedades mecânicas reais dos materiais, tomando os coeficientes de
resistência iguais a 1,0 e desconsiderando a presença do esforço axial, foram
respectivamente de, Mj.Rd = 73,05 kN.m e Sj,ini = 11831,4 kN.m/rad.

100 100
y = 9.7125x - 28.452
y = 8.5636x - 13.836
Momento Fletor (kN.m)

Momento Fletor (kN.m)


80 80

60 60

40 40

20 20
FE1 (somente M) FE3 (N = - 4% Npl)
0 0
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100
Rotação (mrad) Rotação (mrad)
(a) (b)
100 100
y = 11.262x - 68.805 y = 10.763x - 69.71
Momento Fletor (kN.m)

Momento Fletor (kN.m)


80 80

60 60

40 40

20 20
FE4 (N = - 8% Npl) FE5 (N = - 20% Npl)
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0 0
0 20 40 60 80 0 20 40 60 80
Rotação (mrad) Rotação (mrad)
(c) (d)
100 100
y = 9.3789x - 32.191 y = 7.3259x - 16.756
Momento Fletor (kN.m)
Momento Fletor (kN.m)

80 80

60 60

40 40

20 FE6 (N = - 27% Npl) 20 FE7 (N = - 20% Npl)


0 0
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80
Rotação (mrad) Rotação (mrad)

(e) (f)
100 100
y = 7.1855x - 37.448
Momento Fletor (kN.m)

Momento Fletor (kN.m)

80 80 y = 5.3156x - 29.155

60 60

40 40

20 FE8 (N = + 10% Npl) 20 FE9 (N = + 20% Npl)


0 0
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100
Rotação (mrad) Rotação (mrad)
(g) (h)

Figura 4.4 – Curvas momento versus rotação com respectivas descargas

Analisando os valores obtidos, verifica-se que o valor obtido para a


resistência ao momento fletor do ensaio FE1 está de acordo com o previsto pelo
Eurocode 3. Os ensaios que apresentaram maior momento resistente foram o
FE5 e FE7, respectivamente com um ganho de aproximadamente 11,3% em
relação ao ensaio FE1. No ensaio FE6, mesmo com um esforço axial elevado,
92

ainda obteve-se uma resistência ao momento também superior ao ensaio FE1.


Por outro lado, para os dois ensaios onde aplicou-se esforço axial de tração, FE8
e FE9, a perda de resistência ao momento fletor foi da ordem de 15,0% e 29,0%,
respectivamente.
No que diz respeito à rigidez inicial dos ensaios, os valores não variaram
muito entre os ensaios, exceto para o ensaio FE9 que apresentou uma rigidez
inicial 38% menor do que no ensaio FE1 devido a influência do elevado esforço
axial de tração.
Após a obtenção destes valores, torna-se possível traçar a curva de
interação momento versus esforço axial apresentada na Figura 4.5. Nesta curva,
nota-se claramente que o valor obtido através do Eurocode 3 é bastante
conservador para ensaios com esforço axial de compressão e, um tanto quanto,
contra a segurança, para ensaios com esforço axial de tração.

90
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Momento Fletor (kN.m)

80.7
77.2
80
72.3 80.5 72.2 EC3
70 74.7
61.7
60
51.3
50
compressão tração
40
-30 -20 -10 0 10 20 30
Esforço Axial (% Npl viga)

Figura 4.5 – Curva de interação M versus N

Na Figura 4.6 são apresentadas as curvas momento versus esforço axial


para todos os ensaios com placa de extremidade ajustada juntamente com a
identificação dos cabos. Observando-se as curvas apresentadas nesta figura e
lembrando-se dos comentários feitos no capítulo anterior a respeito da
compensação da força aplicada em cada um dos cabos, verifica-se que a
solução adotada apresentou resultados satisfatórios.
Além disso, os efeitos provocados pela diferença de força nos cabos nos
ensaios iniciais não foram significativos no comportamento global da curva
momento versus rotação dos mesmos como pode ser comprovado comparando-
se as curvas obtidas para os ensaios FE5 e FE7 - Figura 4.7.
93

-60 -140
(5)
-50 -120 (5)
Esforço Axial (kN)

Esforço Axial (kN)


y = 0.0005x - 52.679 -100
-40
-80 y = -0.0033x - 105.19
-30
-60
(1) e (2) (1) e (2)
-20
-40
-10 (3) e (4) -20 (3) e (4)

0 0
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100
Momento (kN) Momento (kN)

(a) FE3 (b) FE4

-300 -400
(5)
(5)
-250

Esforço Axial (kN)


Esforço Axial (kN)

y = -0.0277x - 264.95 -300 y = 0.0079x - 344.58


-200

-150 -200
(1) e (2)

-100
-100
(3) e (4)
-50 (1), (2), (3) e (4)

0 0
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100
Momento (kN.m) Momento (kN.m)

(c) FE5 (d) FE6


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-300 -160
(5)
-140 (somatório)
-250
Esforço Axial (kN)
Esforço Axial (kN)

y = -0.0178x - 257.38 -120 y = -0.0345x - 128.32


-200
-100
-150 -80
-60
-100
-40
-50 (1), (2), (3) e (4) (1), (2), (3) e (4)
-20
0 0
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100
Momento (kN.m) Momento (kN.m)

(e) FE7 (f) FE8

-300

-250 (somatório) 1 2
Esforço Axial (kN)

y = -0.0496x - 250.03
-200

-150
5
-100

-50 (1), (2), (3) e (4)

0 3 4
0 20 40 60 80 100
Momento (kN.m)

(f) FE9 (g) referência dos cabos

Figura 4.6 – Controle do esforço axial aplicado nos ensaios

A seguir, apresenta-se a análise das componentes mais relevantes para


os ensaios das ligações com placa de extremidade ajustada através dos
extensômetros e transdutores de deslocamentos utilizados na instrumentação
dos mesmos.
94

100

Momento Fletor (kN.m)


80

60

40

FE5 (N = - 20% Npl)


20
FE7 (N = - 20% Npl)

0
0 20 40 60 80 100
Rotação (mrad)

Figura 4.7 – Curvas momento versus rotação – ensaios FE5 e FE7

4.3.2
Comportamento da alma da coluna em cisalhamento (1)

Por se tratar de uma ligação de um nó de extremidade do pórtico de uma


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estrutura, grandes deformações são esperadas para a componente alma da


coluna em cisalhamento.

100

80
Momento Fletor (kN.m)

FE1 (somente M)
60
FE3 (N = - 4% Npl)
FE4 (N = - 8% Npl)
40 FE5 (N = - 20% Npl)
FE6 (N = - 27% Npl)
ε45º
FE7 (N = - 20% Npl)
20
FE8 (N = + 10% Npl)
FE9 (N = + 20% Npl)
0
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000
Deformação (µε)

Figura 4.8 – Curvas M x ε (roseta B – canal 8)

Conforme pode ser observado na Figura 4.8, esta componente atingiu o


escoamento nos ensaios FE1, FE3, FE4 e FE5. Nos ensaios, FE7, FE8 e FE9
não se verificou o escoamento desta componente, porém, deformações bastante
95

elevadas ainda foram observadas. Estas curvas foram obtidas através da roseta
colocada no centro do painel de alma da coluna onde utilizou-se o canal a 45º
[53]. Vale ressaltar que os canais 7 e 9 correspondem às leituras a 0º e 90º,
respectivamente. Nestes gráficos não são apresentados os dados relativos ao
ensaio FE6, tendo em vista a perda do canal a 45º desta roseta.
Através desta roseta pode-se avaliar o estado de tensão neste ponto,
calculando-se as tensões principais, σ1 e σ2, a direção principal, φ1 e ainda, a
tensão de comparação de Von Mises, σVM.
Analisando-se a Figura 4.9, constata-se que a direção principal neste
ponto variou entre 40º e 45º, comprovando-se que a análise da componente em
questão pode ser realizada conforme apresentado anteriormente. Vale ressaltar
que a presença do esforço axial de tração ou de compressão, não influenciou
significativamente a direção deste ângulo.
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100

FE1 (somente M)
80
FE3 (N = - 4% Npl)
Momento Fletor (kN.m)

FE4 (N = - 8% Npl)

60 FE5 (N = - 20% Npl)


8 7
FE6 (N = - 27% Npl)
9
FE7 (N = - 20% Npl)
40
FE8 (N = + 10% Npl)
FE9 (N = + 20% Npl)
HEB240
20

0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
φ1 (graus)

Figura 4.9 – Direção principal φ1 (roseta B)

Todavia, as pequenas diferenças ocorridas, podem ter sido provocadas


pela dificuldade de se posicionar esta roseta num ângulo exato de 45º. Para
complementar a análise desta componente, apresentam-se as tensões principais
na Figura 4.10 que comprovam a simetria das tensões principais provocada pelo
estado de cisalhamento puro caracterizado pela direção principal φ1 = 45º.
96

100

80
Momento Fletor (kN.m)

FE1 (somente M)
FE4 (N = - 8% Npl) 60
FE5 (N = - 20% Npl)
FE6 (N = - 27% Npl)
40
FE7 (N = - 20% Npl)
FE8 (N = + 10% Npl)
FE9 (N = + 20% Npl)
20
FE3 (N = - 4% Npl)
σ2 σ1
0
-1000 -800 -600 -400 -200 0 200 400 600 800 1000
Tensões Principais (MPa)

Figura 4.10 – Tensões principais σ1 e σ2 (roseta B)


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Finalmente, as tensões equivalentes de Von Mises são apresentadas na


Figura 4.11 onde as linhas tracejadas representam o limite de validade deste
cálculo, conforme comentado na introdução deste capítulo. Por este critério de
ruína, também se percebe que a componente atingiu a tensão equivalente de
Von Mises em todos ensaios.

100

80
Momento Fletor (kN.m)

60 FE1 (somente M)
FE3 (N = - 4% Npl)
FE4 (N = - 8% Npl)
40 FE5 (N = - 20% Npl)
FE6 (N = - 27% Npl)
FE7 (N = - 20% Npl)
20
FE8 (N = + 10% Npl)
FE9 (N = + 20% Npl)

0
0 500 1000 1500 2000
σVM (MPa)

Figura 4.11 – Tensões de Von Mises σVM (roseta B)


97

4.3.3
Comportamento da alma da coluna à compressão (2)

Relativamente à região da alma da coluna submetida à compressão,


utiliza-se o extensômetro número 11 e a roseta C correspondente aos canais 12,
13 e 14, respectivamente.
Comparando-se a Figura 4.12 e a Figura 4.13, pode-se perceber que as
deformações ocorridas na zona comprimida do painel de alma da coluna são
maiores na direção da mesa inferior da viga verificadas pelo extensômetro 11,
comprovando-se o ângulo de dispersão da força de compressão transmitida ao
painel de alma conforme apresentado na Figura 2.7 no capítulo 2.

100

80
Momento Fletor (kN.m)
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FE1 (somente M)

FE3 (N = - 4% Npl)
60
11
FE4 (N = - 8% Npl)

FE5 (N = - 20% Npl)


HEB240 40
FE6 (N = - 27% Npl)

FE7 (N = - 20% Npl)

FE8 (N = + 10% Npl)


20
FE9 (N = + 20% Npl)

0
-1200 -1000 -800 -600 -400 -200 0 200 400
Deformação (µε)

Figura 4.12 – Curvas M x ε (extensômetro 11)

As direções principais obtidas através da roseta C variaram basicamente


entre 20º e 30º respectivamente, Figura 4.14. Entretanto, para os ensaios FE6 e
FE7, o valor deste ângulo não se apresentou constante ao longo do ensaio.
Como era de se esperar, as tensões principais σ2 de compressão
atingiram valores maiores, em valor absoluto, que as tensões principais σ1 de
tração, Figura 4.15.
Através da observação da Figura 4.16 onde são apresentadas as curvas
momento versus tensões de Von Mises, conclui-se que esta componente não
atingiu o escoamento em nenhum dos ensaios. Este resultado era esperado
tendo em vista que esta componente tem um valor de resistência bastante
98

superior (657,7 kN) quando comparada com os valores das demais


componentes da região comprimida da ligação, ou seja, alma da coluna em
cisalhamento (642,6 kN) e mesa da viga à compressão (542,2 kN) - componente
crítica.

100
FE1 (somente M)

FE3 (N = - 4% Npl)
80
Momento Fletor (kN.m)

FE4 (N = - 8% Npl)

FE5 (N = - 20% Npl)

FE6 (N = - 27% Npl)


60
FE7 (N = - 20% Npl)

FE8 (N = + 10% Npl)


40
FE9 (N = + 20% Npl)

13 12
14 20
HEB240

0
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-1750 -1250 -750 -250 250 750


Deformação (µε)

Figura 4.13 – Curvas M x ε da alma da coluna à compressão (roseta C - canal 14)

100
FE1 (somente M)

FE3 (N = - 4% Npl)
80
FE4 (N = - 8% Npl)
Momento Fletor (kN.m)

FE5 (N = - 20% Npl)


60
FE6 (N = - 27% Npl)

FE7 (N = - 20% Npl)


40
FE8 (N = + 10% Npl)

FE9 (N = + 20% Npl)

20

0
-40 -30 -20 -10 0 10 20 30 40 50
φ1 (graus)

Figura 4.14 - Direção principal φ1 (roseta C)


99

100
FE1 (somente M)

FE3 (N = - 4% Npl)
80
FE4 (N = - 8% Npl)
Momento Fletor (kN.m)

FE5 (N = - 20% Npl)

FE6 (N = - 27% Npl) 60


FE7 (N = - 20% Npl)

FE8 (N = + 10% Npl)


40
FE9 (N = + 20% Npl)

20

σ2 σ1
0
-500 -400 -300 -200 -100 0 100 200 300 400 500
Tensões Principais (MPa)

Figura 4.15 – Tensões principais σ1 e σ2 (roseta C)


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100

80
Momento Fletor (kN.m)

FE1 (somente M)
60
FE3 (N = - 4% Npl)
FE4 (N = - 8% Npl)
40 FE5 (N = - 20% Npl)
FE6 (N = - 27% Npl)
FE7 (N = - 20% Npl)
20
FE8 (N = + 10% Npl)
FE9 (N = + 20% Npl)
0
0 50 100 150 200 250 300 350 400
σVM (MPa)

Figura 4.16 - Tensão de Von Mises σVM (roseta C)


100

4.3.4
Comportamento da alma da coluna à tração (3)

Para a região da alma da coluna submetida à tração, utiliza-se a roseta A


correspondente aos canais 3, 4 e 5 e o extensômetro número 6,
respectivamente.
Ao contrário da zona comprimida da ligação, na zona tracionada, as
deformações medidas pelo canal horizontal da roseta C e pelo extensômetro 6
são praticamente iguais conforme observado na comparação efetuada entre a
Figura 4.17 e a Figura 4.18.
Com relação a direção principal obtida através da roseta C, Para os
ensaios com esforço axial de compressão, foram obtidas direções negativas em
torno de –20º. Todavia, para os ensaios com esforço axial de tração, os valores
obtidos indicaram uma direção principal positiva de aproximadamente 15º – ver
Figura 4.19.
Observando-se a Figura 4.20 percebe-se que a tensão principal σ1 é de
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tração, como era de se esperar, mas para o ensaio FE6 onde aplicou-se o maior
esforço axial de compressão, constatou-se uma progressão bastante rápida das
deformações de tração. Na Tabela 4.3 são apresentados os valores das tensões
principais para um nível de momento fletor aplicado igual a 50kN.m.

4 3 100
5

80
Momento Fletor (kN.m)

FE1 (somente M)
60
FE3 (N = - 4% Npl)
FE4 (N = - 8% Npl)
HEB240
FE5 (N = - 20% Npl) 40
FE6 (N = - 27% Npl)
FE7 (N = - 20% Npl)
FE8 (N = + 10% Npl)
20

FE9 (N = + 20% Npl)

0
-250 0 250 500 750 1000 1250 1500
Deformação (µε)

Figura 4.17 – Curvas M x ε (roseta A - canal 5)


101

100

6
80
Momento Fletor (kN.m)

FE1 (somente M) 60
FE3 (N = - 4% Npl)
HEB240 FE4 (N = - 8% Npl)
40
FE6 (N = - 27% Npl)

FE7 (N = - 20% Npl)


20
FE8 (N = + 10% Npl)

FE9 (N = + 20% Npl)

0
-250 0 250 500 750 1000 1250 1500
Deformação (µε)

Figura 4.18 – Curvas M x ε (extensômetro 6)


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100

FE1 (somente M)
80
FE3 (N = - 4% Npl)
Momento Fletor (kN.m)

FE4 (N = - 8% Npl)

FE5 (N = - 20% Npl) 60

FE6 (N = - 27% Npl)

FE7 (N = - 20% Npl) 40


FE8 (N = + 10% Npl)

FE9 (N = + 20% Npl)


20

0
-60 -40 -20 0 20 40 60
φ1 (graus)

Figura 4.19 - Direção principal φ1 (roseta A)

Finalmente, analisando-se a Figura 4.21 e comparando-se as tensões


equivalentes de Von Mises obtidas para esta componente, percebe-se que
somente para o ensaio FE6, esta componente atingiu o escoamento. Todavia,
isto não deveria ter ocorrido tendo em vista que neste ensaio, aplicou-se o maior
esforço axial de compressão, o que deveria aliviar esta componente.
102

100
FE1 (somente M)

FE3 (N = - 4% Npl)
80
FE4 (N = - 8% Npl)
Momento Fletor (kN.m)

FE5 (N = - 20% Npl)


60
FE6 (N = - 27% Npl)

FE7 (N = - 20% Npl)


40
FE8 (N = + 10% Npl)

FE9 (N = + 20% Npl)


20

σ2 σ1
0
-400 -300 -200 -100 0 100 200 300 400 500 600
Tensões Principais (MPa)

Figura 4.20 – Tensões principais σ1 e σ2 (roseta A)


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Tabela 4.3 – Tensões principais - roseta A para M = 50kN.m (em MPa)

Ensaio FE1 FE3 FE4 FE5 FE6 FE7 FE8 FE9


σ1 (MPa) 79,5 132,7 39,8 81,9 158,2 111,7 108,0 177,0
σ2 (MPa) -24,3 -8,2 -8,6 -13,8 -17,1 -45,2 6,4 25,2

100

80 FE1 (somente M)
Momento Fletor (kN.m)

FE3 (N = - 4% Npl)
60 FE4 (N = - 8% Npl)

FE5 (N = - 20% Npl)


40 FE6 (N = - 27% Npl)

FE7 (N = - 20% Npl)


20
FE8 (N = + 10% Npl)

FE9 (N = + 20% Npl)


0
0 100 200 300 400 500 600
σVM (MPa)

Figura 4.21 - Tensão de Von Mises σVM (roseta A)


103

4.3.5
Comportamento da mesa da coluna à flexão (4)

O comportamento da componente mesa da coluna à flexão foi avaliado


através do transdutor de deslocamento número 45 cuja base estava presa a uma
estrutura de apoio independente da estrutura que estava a ser testada e do
extensômetro 10 localizado logo abaixo da linha superior de parafusos – ver
Figura 4.22(a) - não sendo suficiente para uma análise mais profunda desta
componente, até porque, esta não era a mais relevante no dimensionamento das
ligações estudadas.
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(a) (b)
Figura 4.22 – Deformação da mesa da coluna submetida à flexão

Nas curvas momento versus deformação apresentadas na Figura 4.23


pode-se observar que, para todos os ensaios FE, a componente mesa da coluna
à flexão apresentou deformações elevadas segundo o mecanismo de ruptura
tipo 1 de um T-stub, ou seja, completo escoamento da mesa. Este tipo de
mecanismo foi descrito anteriormente e a configuração deformada da mesa da
coluna pode ser observada na Figura 4.22(b).
Novamente, nos ensaios onde se aplicou esforço axial de tração,
percebe-se que esta componente atinge o escoamento para níveis inferiores de
carregamento quando comparados com os ensaios com esforço axial de
compressão.
104

Os deslocamentos medidos para esta componente são apresentados na


Figura 4.24 onde nota-se que as curvas apresentaram o mesmo comportamento,
independente do nível de esforço axial aplicado. Vale ressaltar que o transdutor
utilizado no ensaio FE6 apresentou problemas de leitura ocasionando a perda
dos dados.

100

80
Momento Fletor (kN.m)

FE1 (somente M)
60
FE3 (N = - 4% Npl)
FE4 (N = - 8% Npl)

10
FE5 (N = - 20% Npl) 40
FE6 (N = - 27% Npl)
FE7 (N = - 20% Npl)
20
FE8 (N = + 10% Npl)
FE9 (N = + 20% Npl)
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0
-200 300 800 1300 1800 2300 2800 3300 3800 4300 4800
Deformação (µε)

Figura 4.23 – Curvas M x ε (extensômetro 10)

100
FE1 (somente M)
FE3 (N = - 4% Npl)
80
Momento Fletor (kN.m)

FE4 (N = - 8% Npl)
FE5 (N = - 20% Npl)
60
FE6 (N = - 27% Npl)
FE7 (N = - 20% Npl)
FE8 (N = + 10% Npl) 40
FE9 (N = + 20% Npl)

20

0
-15 -10 -5 0 5 10 15 20
Deslocamento (mm)

Figura 4.24 – Curvas M x δ (transdutor 45)


105

4.3.6
Comportamento da placa de extremidade à flexão (5)

Para os ensaios com placa de extremidade ajustada, a componente placa


de extremidade à flexão foi avaliada através dos extensômetros 23 e 24 e do
transdutor de deslocamentos 44.
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(a) Ensaio FE6 (N = - 27% Npl) (b) Ensaio FE9 (N = + 20% Npl)
106

(c) vista frontal – FE9 (d) “charneiras” plásticas


Figura 4.25 – Deformações da placa de extremidade à flexão – Ensaios FE

Avaliando-se as configurações deformadas dos ensaios FE6 e FE9,


apresentadas na Figura 4.25, onde aplicou-se, respectivamente, o máximo
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esforço axial de compressão e o máximo esforço axial de tração, nota-se a


diferença de comportamento desta componente. No ensaio FE6 percebe-se que
a placa de extremidade à flexão foi menos solicitada, porém, a mesa da viga em
compressão apresenta-se totalmente plastificada. E no ensaio FE9, acontece o
contrário, completa plastificação da placa de extremidade e menor solicitação da
mesa da viga em compressão. Também se pode observar a placa de
extremidade do ensaio FE9 após a desmontagem do mesmo com a
representação das “charneiras” plásticas desenvolvidas.
Na Figura 4.26 e Figura 4.27, respectivamente, nota-se novamente, como
o esforço axial (tração/compressão) pode afetar o comportamento da
componente crítica da ligação ensaiada. Nos ensaios com esforço axial de
compressão, o escoamento somente é atingido em níveis mais elevados de
carregamento. Por outro lado, nos ensaios onde aplicou-se esforço axial de
tração, este escoamento foi atingido em níveis inferiores de carregamento.
107

120

100
Momento Fletor (kN.m)

FE1 (somente M)
80 FE3 (N = - 4% Npl)
FE4 (N = - 8% Npl)
60 23
FE5 (N = - 20% Npl)
FE6 (N = - 27% Npl)
40
FE7 (N = - 20% Npl)
FE8 (N = + 10% Npl)
20
FE9 (N = + 20% Npl)

0
-70000 -60000 -50000 -40000 -30000 -20000 -10000 0
Deformação (µε)

Figura 4.26 – Curvas M x ε (extensômetro 23)


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De acordo com as recomendações de projeto do Eurocode 3, a


resistência da componente placa de extremidade à flexão é igual a 289,8kN
(valor obtido com a resistência à tração real do material). Nos gráficos
apresentados na Figura 4.26 e Figura 4.27, esta componente atinge o
escoamento no ensaio FE1, para um nível de momento de aproximadamente
60kN.m. Para este nível de momento, a força de tração nos parafusos
superiores, calculadas através das deformações nos extensômetros colocados
nestes parafusos2, é igual a 264,4kN mostrando uma boa concordância entre os
resultados. No entanto, para o ensaio FE6, o escoamento da componente foi
atingido para um nível superior de momento fletor, devido a presença do esforço
axial de compressão.

2
A análise da componente referente aos parafusos submetidos à tração será apresentada numa
seção posterior deste capítulo.
108

120

100
Momento Fletor (kN.m)

FE1 (somente M)
80
FE3 (N = - 4% Npl)
FE4 (N = - 8% Npl)
60 24
FE5 (N = - 20% Npl)
FE6 (N = - 27% Npl)
40
FE7 (N = - 20% Npl)

20 FE8 (N = + 10% Npl)


FE9 (N = + 20% Npl)
0
-80000 -70000 -60000 -50000 -40000 -30000 -20000 -10000 0
Deformação (µε)

Figura 4.27 – Curvas M x ε (extensômetro 24)


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100
FE1 (somente M)

FE3 (N = - 4% Npl)
80
Momento Fletor (kN.m)

FE4 (N = - 8% Npl)

FE5 (N = - 20% Npl)


60 FE6 (N = - 27% Npl)

FE7 (N = - 20% Npl)

40 FE8 (N = + 10% Npl)

FE9 (N = + 20% Npl)

20

0
-25 -20 -15 -10 -5 0 5 10
Deslocamento (mm)

Figura 4.28 – Curvas M x δ (transdutor 44)

Na Figura 4.28 são apresentadas as curvas momento versus


deslocamento obtidas através do transdutor de deslocamentos número 44 onde
nota-se a evolução das curvas dos diversos ensaios. Na Tabela 4.4 são
sumarizados os valores destes deslocamentos medidos no instante em que se
aplicou o esforço axial e depois, para um nível de momento fletor aplicado igual
a 60kN.m. Percebe-se novamente, como o esforço axial influencia o
comportamento inicial da componente placa de extremidade à flexão.
109

Tabela 4.4 – Deslocamentos da placa de extremidade (em mm)

Ensaio FE1 FE3 FE4 FE5 FE6 FE7 FE8 FE9


δM=0 kN.m (mm) -4,5 -0,5 -3,9 -2,74 -0,3 1,0 -8,6 -14,2
δM=60 kN.m (mm) 0 2,0 1,0 1,7 1,8 2,0 -4,2 -7,0

4.3.7
Comportamento da mesa da viga à compressão (7)

Na tentativa de se avaliar o comportamento da mesa da viga submetida à


compressão, utilizar-se-á os extensômetros 29 a 32. Analisando-se as curvas
apresentadas a seguir, percebe-se claramente que a mesa da viga em
compressão também atinge o escoamento em todos os ensaios.
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100

80
Momento Fletor (kN.m)

FE1 (somente M)
FE3 (N = - 4% Npl) 60
FE4 (N = - 8% Npl)
FE5 (N = - 20% Npl)
40
FE6 (N = - 27% Npl)
FE7 (N = - 20% Npl)
FE8 (N = + 10% Npl) 20
FE9 (N = + 20% Npl) 29

0
-25000 -20000 -15000 -10000 -5000 0 5000
Deformação (µε)

Figura 4.29 – Curvas M x ε (extensômetro 29)


110

100

80
Momento Fletor (kN.m)

FE1 (somente M)
FE3 (N = - 4% Npl) 60
FE4 (N = - 8% Npl)
FE5 (N = - 20% Npl)
40
FE6 (N = - 27% Npl)
FE7 (N = - 20% Npl)
20
FE8 (N = + 10% Npl)
FE9 (N = + 20% Npl) 30

0
-25000 -20000 -15000 -10000 -5000 0 5000
Deformação (µε)

Figura 4.30 – Curvas M x ε (extensômetro 30)


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Todavia, as diferenças verificadas entre extensômetros posicionados


simetricamente na mesa inferior da viga podem ter sido provocadas por
imperfeições iniciais verificadas no controle dimensional das mesmas, ou ainda,
por alguma excentricidade existente na aplicação do esforço axial ou do
momento fletor.

100

80
Momento Fletor (kN.m)

FE1 (somente M)
FE3 (N = - 4% Npl) 60
FE4 (N = - 8% Npl)
FE5 (N = - 20% Npl) 40
FE6 (N = - 27% Npl)
FE7 (N = - 20% Npl)
20
FE8 (N = + 10% Npl)
FE9 (N = + 20% Npl) 31
0
-70000 -60000 -50000 -40000 -30000 -20000 -10000 0 10000
Deformação (µε)

Figura 4.31 – Curvas M x ε (extensômetro 31)


111

100

80
Momento Fletor (kN.m)

FE1 (somente M)
FE3 (N = - 4% Npl) 60
FE4 (N = - 8% Npl)
FE5 (N = - 20% Npl) 40
FE6 (N = - 27% Npl)
FE7 (N = - 20% Npl)
20
FE8 (N = + 10% Npl)
FE9 (N = + 20% Npl) 32
0
-50000 -40000 -30000 -20000 -10000 0 10000
Deformação (µε)

Figura 4.32 – Curvas M x ε (extensômetro 32)


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100

80
Momento Fletor (kN.m)

FE1 (somente M)
FE3 (N = - 4% Npl) 60
FE4 (N = - 8% Npl)
FE5 (N = - 20% Npl) 40
FE6 (N = - 27% Npl)
FE7 (N = - 20% Npl)
20
FE8 (N = + 10% Npl)
FE9 (N = + 20% Npl) 32
0
-35000 -30000 -25000 -20000 -15000 -10000 -5000 0 5000
Deformação (µε)

Figura 4.33 – Curvas M x ε (média dos extensômetros 29 a 32)

Na Figura 4.34 pode-se observar as deformações ocorridas na mesa da


viga submetida à compressão para os ensaios com placa de extremidade
ajustada.
De acordo com o Eurocode 3, a resistência da mesa da viga em
compressão é igual a 542,2kN. Calculado-se a média das deformações - Figura
4.33 - medidas na mesa inferior da viga do ensaio FE1, obtém-se algo em torno
112

de 2300µε equivalente a uma força de, aproximadamente, 570kN, maior do que


os 542,2kN mencionados acima. Isto deve-se basicamente ao encruamento do
aço ou a diferenças obtidas nos ensaios de tração de corpos-de-prova dos
materiais.

(a) Ensaio FE1 (apenas momento) (b) FE5 (N = - 20% Npl)


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(c) Ensaio FE6 (N = - 27% Npl) (d) FE7 (N = - 20% Npl)

(e) Ensaio FE8 (N = + 10% Npl) (f) FE9 (N = + 20% Npl)


Figura 4.34 – Comparação de deformações – mesa da viga à compressão

Mais uma vez, nota-se a influência do esforço axial na modificação dos


limites de deformação ocorridos. No ensaio FE1, onde apenas aplicou-se
momento fletor, esta componente atinge o escoamento para um nível de
113

carregamento superior quando comparado com os ensaios com esforço axial de


compressão.

4.3.8
Comportamento da alma da viga à tração (8)

A avaliação da componente alma da viga à tração será efetuada através


dos extensômetros lineares 22 e 28, além da roseta E com os canais 25, 26 e
27, respectivamente.
Na Figura 4.35 apresentam-se as curvas obtidas com o extensômetro 22
posicionada na direção da linha superior de parafusos evidenciando o
escoamento desta componente para todos os ensaios. Entretanto os valores
obtidos para o ensaio FE8 mostram que ocorreu algum problema com este
extensômetro devido os baixos valores encontrados na medição, principalmente,
quando comparados com o ensaio FE9.
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100

80
Momento Fletor (kN.m)

FE1 (somente M)
60 FE3 (N = - 4% Npl)
FE4 (N = - 8% Npl)
22
FE5 (N = - 20% Npl)
40
FE6 (N = - 27% Npl)
FE7 (N = - 20% Npl)
20 FE8 (N = + 10% Npl)
IPE240
FE9 (N = + 20% Npl)

0
0 10000 20000 30000 40000 50000
Deformação (µε)

Figura 4.35 – Curvas M x ε (extensômetro 22)

Observando-se a Figura 4.36 e a Figura 4.37, respectivamente, conclui-se


que a posição da linha neutra deve estar acima da linha de parafusos inferior
para os ensaios com esforço axial de compressão e abaixo desta, para os
ensaios com esforço axial de tração.
114

100

80
Momento Fletor (kN.m)

FE1 (somente M)

60 FE3 (N = - 4% Npl)

FE4 (N = - 8% Npl)

FE5 (N = - 20% Npl)


40 26
25
FE6 (N = - 27% Npl)
27
FE7 (N = - 20% Npl)
20
IPE240 FE8 (N = + 10% Npl)

FE9 (N = + 20% Npl)


0
0 5000 10000 15000 20000 25000 30000
Deformação (µε)

Figura 4.36 – Curvas M x ε (roseta E - canal 27)


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100

80
Momento Fletor (kN.m)

FE1 (somente M)
FE3 (N = - 4% Npl) 60
FE4 (N = - 8% Npl)
FE5 (N = - 20% Npl)
40
FE6 (N = - 27% Npl)
FE7 (N = - 20% Npl)
FE8 (N = + 10% Npl)
20
28

FE9 (N = + 20% Npl)


IPE240
0
-25000 -20000 -15000 -10000 -5000 0 5000 10000
Deformação (µε)

Figura 4.37 – Curvas M x ε (extensômetro 28)

A Figura 4.38 apresenta as deformações medidas através do canal 25 da


roseta E que representam a transmissão do esforço cisalhante atuante na
ligação ao longo da alma da viga, proveniente da carga aplicada pelo atuador
hidráulico. Pode-se perceber que o esforço axial aplicado nos ensaios não
influencia a resistência ao cisalhamento da ligação, tendo em vista que em todos
115

os ensaios, o escoamento começa a ocorrer para um mesmo nível de momento


fletor aplicado, algo em torno de 75 kN.m.

100

80
Momento Fletor (kN.m)

FE1 (somente M)
FE3 (N = - 4% Npl)
60
FE4 (N = - 8% Npl)
FE5 (N = - 20% Npl) 26
25
40
FE6 (N = - 27% Npl) 27

FE7 (N = - 20% Npl)


20
FE8 (N = + 10% Npl) IPE240
FE9 (N = + 20% Npl)
0
-10000 -8000 -6000 -4000 -2000 0
Deformação (µε)
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Figura 4.38 – Curvas M x ε (roseta E - canal 25)

4.3.9
Comportamento dos parafusos à tração (10)

Conforme dito anteriormente, em todos os parafusos, aplicou-se uma


protensão da ordem de 150N.m, correspondendo a uma extensão medida nos
parafusos entre 500 e 800µε, respectivamente, equivalente a tensões que
variam entre 100 e 170MPa calculadas através da Lei de Hooke.
A partir da medição das deformações medidas nestes parafusos, pode-se
determinar, respectivamente, a força em cada parafuso e ainda, em cada linha
de parafusos.
Estes dados, em princípio, permitem traçar as curvas momento versus
rotação da ligação multiplicando-se as forças aplicadas nos parafusos por seus
respectivos braços de alavanca, considerando-se que o centro de compressão
está posicionado na linha média da mesa inferior da viga. Inicialmente, as curvas
momento versus deformação foram traçadas, sem se considerar a protensão nos
parafusos. Todavia, percebeu-se que esta protensão inicial influenciava a
progressão da curva obtida, tornando-se necessário considerar as deformações
provocadas por este efeito na análise.
116

Vale ressaltar que o efeito de alavanca não é pronunciado em ensaios


com placa de extremidade ajustada tendo em vista que somente metade do “T-
stub” é considerado conforme pode ser observado na Figura 4.39. Todavia, no
próximo capítulo, onde se apresentam os resultados dos ensaios com placa de
extremidade estendida, é mostrado que este efeito influencia consideravelmente
a força aplicada nos parafusos submetidos à tração.

500

450

400
Força nos Parafusos (kN)

350

300

250

200

150

100
Força nos 2 parafusos superiores
50 Força na mesa superior da viga
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0
0 100 200 300 400 500
Força Aplicada pelo Atuador - M / d (kN)

Figura 4.39 – Considerações sobre o efeito de alavanca

100 100

80 80
Momento Fletor (kN.m)
Momento Fletor (kN.m)

60 60

40 SG35 40 SG35
B35 B36 SG36
SG36
SG37
SG37
20 20
B37 B38
SG38
SG38

0 0
0 2000 4000 6000 8000 0 500 1000 1500 2000
Deformação (µε) Tensão (MPa)

Figura 4.40 – Curvas M x ε e M x σ - Ensaio FE1

Para não alongar muito a discussão desta componente, apresentam-se as


curvas obtidas nos ensaios FE1, FE3 e FE9, caracterizando respectivamente,
117

um ensaio apenas com momento fletor, um outro com esforço axial de


compressão e finalmente, um com esforço axial de tração, ver Figura 4.40 a
Figura 4.45.

100 400
F35+F36
350
F37+F38
80
300
Momento Fletor (kN.m)

60 250

Força (kN)
200
40 M x R (células)
150
M x R (parafusos com
protensão)
100
20
M x R (parafusos sem
protensão)
50

0
0
0 25 50 75 100
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 9916423/CA

0 50 100
Rotação (mrad)
Rotação (mrad)

Figura 4.41 – Curvas M x φ e F x φ - Ensaio FE1

100 100

80 80
Momento Fletor (kN.m)
Momento Fletor (kN.m)

60 60

40 B35 B36
SG35 40 SG35
SG36
SG36
B37 B38 SG37
SG37
20 20
SG38
SG38

0 0
0 5000 10000 15000 0 1000 2000 3000
Deformação (µε) Tensão (MPa)

Figura 4.42 – Curvas M x ε e M x σ - Ensaio FE3

Entretanto, apesar de se fazer a leitura da deformação no momento do


aperto de cada parafuso, as condições de aperto reais no ensaio eram variáveis,
118

tendo em vista que imediatamente antes do início do ensaio, o ajuste de todas


as peças e o aperto das células de carga provocaram variações na tensão
aplicada nos parafusos.

100 600
F35+F36

500 F37+F38
80
Momento Fletor (kN.m)

400
60

Força (kN)
300

40 M x R (células)

200
M x R (parafusos com
protensão)
20
M x R (parafusos sem 100
protensão)

0 0
0 25 50 75 100
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0 20 40 60 80
Rotação (mrad) Rotação (mrad)

Figura 4.43 – Curvas M x φ e F x δ - Ensaio FE3

100 100

B35 B36
80 80
Momento Fletor (kN.m)
Momento Fletor (kN.m)

B37 B38

60 60

SG35
40 40 SG35
SG36
SG36
SG37
SG37
20 SG38 20
SG38

0 0
-2000 0 2000 4000 6000 8000 10000 0 500 1000 1500 2000
Deformação (µε) Tensão (MPa)

Figura 4.44 – Curvas M x ε e M x σ - Ensaio FE9

Comparando-se as curvas momento versus deformação dos parafusos


situados na linha superior da ligação para os três ensaios em questão, FE1, FE3
119

e FE9, respectivamente, nota-se, mais uma vez, a influência do esforço axial no


comportamento das componentes presentes na ligação, ver Figura 4.46.
Portanto, para o ensaio FE9, cujo esforço axial de tração correspondia a 20% da
resistência plástica da viga, as deformações medidas são bastante superiores
quando comparadas com os outros dois ensaios. Todavia, a curva momento
versus rotação deste ensaio, obtida através dos extensômetros dos parafusos,
apresentou-se um pouco diferente da obtida através das células de carga.

500
100
F35+F36
450
F37+F38

80 400

350
Momento Fletor (kN.m)

60 300
Força (kN)

250
M x R (células)
40 200
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M x R (parafusos com
protensão)
150

20 M x R (parafusos sem 100


protensão)

50

0 0
0 25 50 75 100 0 20 40 60 80
Rotação (mrad) Deslocamento (mm)

Figura 4.45 – Curvas M x φ e F x δ - Ensaio FE9

100

80
Momento Fletor (kN.m)

60
FE1 - SG35

FE1 - SG36
40
FE3 - SG35

FE3 - SG36
20 FE9 - SG35

FE9 - SG36
0
-2000 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000
Deformação (µε)

Figura 4.46 – Curvas M x ε (extensômetros 35 e 36 – ensaios FE1, FE3 e FE9)


120

4.3.10
Comportamento da mesa da viga à tração

Apesar desta componente não ser considerada no cálculo das


propriedades mecânicas de uma ligação através do Eurocode 3, apresenta-se a
seguir a sua análise para, mais uma vez, mostrar a influência do esforço axial no
comportamento global da ligação.
Para esta análise, foram utilizados quatro extensômetros lineares
posicionados simetricamente na mesa superior da viga. Todavia, os resultados
obtidos para os canais 18 e 19 apresentaram incoerência e assim, somente
apresentam-se os dados correspondente aos canais 20 e 21.
Observando-se a Figura 4.47 e a Figura 4.48 percebe-se que a
componente da mesa da viga tracionada apresenta um ganho de resistência em
alguns ensaios, FE1, FE4, FE8 e FE9, provavelmente devido ao encruamento do
aço. Além disso, percebe-se o alívio da componente nos ensaios com esforço
axial de compressão mais elevado, ou seja, nos ensaios FE5, FE6 e FE7.
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100

80
Momento Fletor (kN.m)

FE1 (somente M)

60 FE3 (N = - 4% Npl)
20 FE4 (N = - 8% Npl)
FE5 (N = - 20% Npl)
40
FE6 (N = - 27% Npl)
FE7 (N = - 20% Npl)
20
FE8 (N = + 10% Npl)
FE9 (N = + 20% Npl)
0
-2000 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000
Deformação (µε)

Figura 4.47 – Curvas M x ε (extensômetro 20)

A Figura 4.51 apresenta a média obtida pelas leituras das deformações


medidas pelos extensômetros 20 e 21 e na Figura 4.49 as curvas obtidas através
da média destes dois extensômetros.
Após a apresentação da análise das componentes mais relevantes para
os ensaios com placa de extremidade ajustada, serão abordados mais alguns
121

comentários no que diz respeito a força aplicada em cada uma das componentes
e comparadas com os valores calculados através do Eurocode 3 para avaliação
do respectivo escoamento das mesmas.

100

80
Momento Fletor (kN.m)

FE1 (somente M)
60 FE3 (N = - 4% Npl)
21
FE4 (N = - 8% Npl)

40 FE5 (N = - 20% Npl)


FE6 (N = - 27% Npl)
FE7 (N = - 20% Npl)
20
FE8 (N = + 10% Npl)
FE9 (N = + 20% Npl)
0
-2000 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000
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Deformação (µε)

Figura 4.48 – Curvas M x ε (extensômetro 21)

100

80
Momento Fletor (kN.m)

FE1 (somente M)
60 FE3 (N = - 4% Npl)
FE4 (N = - 8% Npl)
FE5 (N = - 20% Npl)
40
FE6 (N = - 27% Npl)
FE7 (N = - 20% Npl)
20
FE8 (N = + 10% Npl)
FE9 (N = + 20% Npl)
0
-2000 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000
Deformação (µε)

Figura 4.49 – Curvas M x ε (média dos extensômetros 20 e 21)


122

4.3.11
Considerações Finais Sobre os Ensaios FE

Após efetuar-se a análise individual de todas as componentes, pode-se


então, analisar a seqüência de escoamento destas componentes para cada um
dos ensaios com placa de extremidade ajustada, Figura 4.50. Porém, os
resultados apresentados a seguir tem como objetivo, apenas ilustrar a ordem
com que cada uma das componentes começa a atingir o escoamento, tendo em
vista que, o ponto específico onde ocorre este fenômeno, é aproximado,
conforme apresentado na Figura 4.51.
Ao analisar-se estas curvas, comprova-se que, de acordo com o nível de
esforço axial aplicado, seja de compressão ou de tração, tem-se uma maior
solicitação das componentes na zona comprimida ou tracionada. Por exemplo,
para a componente placa de extremidade à flexão que é a componente crítica da
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zona em tração, o escoamento é atingido para um nível de momento


aproximadamente igual a 55kN.m para o ensaio FE1 (somente momento fletor).
Para os ensaios onde foi aplicado esforço axial de compressão, FE3 a
FE7, o escoamento desta componente é retardado conforme pode ser
observado nas curvas (b) a (f). Entretanto, nos dois ensaios onde se aplicou
esforço axial de tração, ou seja, os ensaios FE8 e FE9, esta componente atingiu
o escoamento aos 49kN.m e 38kN.m, respectivamente.
Por outro lado, a componente referente à mesa da viga em compressão –
componente crítica da zona em compressão - tem seu escoamento atingido em
níveis inferiores de momento fletor quando comparados com o ensaio FE1.
Neste ensaio, o escoamento foi atingido aos 60kN.m. Para o ensaio FE6 (maior
nível de esforço axial de compressão) atingiu-se o escoamento aos 28kN.m e
para o ensaio FE9 (maior nível de esforço axial de tração) aos 71kN.m.
As observações apresentadas até o presente momento servirão de base
para a calibração das componentes caracterizadas pelos elementos de mola
utilizados no modelo mecânico que será discutido em um capítulo a seguir desta
tese.
123

100 100

80 80

Momento (kN.m)
Momento (kN.m)

60 60

40 40

20 20
FE1 (somente M) FE3 (N = - 4% Npl)
0 0
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80
Rotação (mrad) Rotação (mrad)

(a) (b)
100 120

80 100
Momento (kN.m)

Momento (kN.m)
80
60
60
40
40
20 FE4 (N = - 8% Npl) 20 FE5 (N = - 20% Npl)
0 0
0 20 40 60 80 0 20 40 60 80
Rotação (mrad) Rotação (mrad)

(c) (d)
100 100
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80 80
Momento (kN.m)

Momento (kN.m)

60 60

40 40

20 FE6 (N = - 27% Npl) 20 FE7 (N = - 20% Npl)

0 0
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80
Rotação (mrad) Rotação (mrad)

(e) (f)
100 100

80 80
Momento (kN.m)

Momento (kN.m)

60 60

40 40

20 20
FE8 (N = + 10% Npl) FE9 (N = + 20% Npl)
0 0
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100
Rotação (mrad) Rotação (mrad)

(g) (h)

Experimental Placa de extremidade à flexão (5)


Mesa da viga à compressão (7) Parafusos à tração (10)
Mesa da coluna à flexão (4) Alma da viga à tração (8)
Alma da coluna ao cisalhamento (1) Alma da coluna à tração (3)

Figura 4.50 – Seqüências de escoamento das componentes para cada ensaio


124

100
Momento Fletor (kN.m)
80

60
na curva M x φ, encontra-
se a rotação correspon-
40 obtenção do momento para o dente
qual a componente atinge o
20 escoamento

0
0 1000 2000 3000 4000
Deformação (µε)

Figura 4.51 – Método para identificação do escoamento das componentes

Neste capítulo foram apresentados os resultados obtidos na análise dos


ensaios com placa de extremidade ajustada – série FE. No próximo capítulo
apresentar-se-ão os resultados obtidos na análise dos ensaios com placa de
extremidade estendida – série EE.
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5
Avaliação dos Resultados Experimentais – Ensaios de
Ligações com Placa de Extremidade Estendida (EE)

5.1
Introdução

Neste capítulo apresenta-se a análise dos resultados dos ensaios com


placa de extremidade estendida – série EE. Para tal, será utilizada a mesma
metodologia apresentada no capítulo quatro considerando-se as curvas
momento versus rotação, momento versus deslocamento, momento versus
deformações e, finalmente, momento versus tensões. Para detalhes das
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ligações, ver capítulo três, §3.2.

5.2
Análise de Resultados

5.2.1
Avaliação das Curvas Momento versus Rotação

As curvas momento versus rotação dos sete ensaios com placa de


extremidade estendida são apresentadas na Figura 5.1 onde pode-se observar
que, mesmo para um nível de esforço axial de compressão, equivalente a 15%
da resistência plástica da viga, o momento resistente ainda é superior ao obtido
no ensaio apenas com aplicação de momento fletor. Por outro lado, nos dois
ensaios onde se aplicou esforço axial de tração, ensaios EE6 e EE7, nota-se
claramente a perda de resistência ao momento fletor. Analisando-se a parte
inicial da curva momento versus rotação destes ensaios, nota-se uma perda de
rigidez, não comprovada pela análise da descarga efetuada e apresentada mais
adiante [51].
Apresenta-se na Figura 5.2(a) uma vista global da estrutura deformada
para o ensaio EE7 (+ 20% Npl) e na Figura 5.2 (b), um detalhe da ligação,
126

propriamente dita, correspondente ao mesmo ensaio onde pode-se perceber


claramente que, devido ao nível de esforço axial de tração ser elevado, as
componentes da zona tracionada sofrem deformações bastante significativas.
Por outro lado, a região da ligação submetida a esforços de compressão, tem
níveis mais baixos de deformações.

160

140
Momento Fletor (kN.m)

120 EE1 (somente M)

100 EE2 (N = - 10% Npl)

EE5 (N = - 15% Npl)


80
EE3 (N = - 20% Npl)
60 EE4 (N = - 27% Npl)

40 EE6 (N = + 10% Npl)

EE7 (N = + 20% Npl)


20
EUROCODE 3
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0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Rotação (mrad)

Figura 5.1 – Curvas momento versus rotação

(a) vista geral da estrutura do ensaio deformada (b) detalhe da ligação deformada
Figura 5.2 – Deformações ocorridas nos ensaios FE

A Tabela 5.1 apresenta os valores obtidos para a resistência ao momento


fletor e rigidez inicial da ligação para todos os ensaios da série EE. Os valores
da rigidez inicial foram obtidos pela inclinação da curva momento versus rotação
127

na segunda descarga conforme pode ser observado na Figura 5.3 [52]. Adotou-
se este procedimento tendo em vista que na parte inicial da curva, alguns ajustes
podem ocorrer na ligação e invalidar a obtenção da rigidez inicial.
Os valores teóricos calculados de acordo com o Eurocode 3 utilizando-se
as propriedades mecânicas reais dos materiais, tomando-se os coeficientes de
segurança iguais a 1,0 e desconsiderando-se a presença do esforço axial, foram
respectivamente de, Mj.Rd = 125,0kN.m e Sj,ini = 22849,8kN.m/rad.

Tabela 5.1 – Valores experimentais para Mj,Rd e Sj,ini

Ensaio N (kN) Mj,Rd (kN.m) Mj,Rd / Mj,Rd EE1 Sj,ini (kN.m/rad)


EE1 (apenas M) - 118,7 1,00 26933
EE2 (- 10% Npl) -135,94 125,4 1,06 14923
EE5 (- 15% Npl) -193,3 118,1 0,99 12077
EE3 (- 20% Npl) -259,2 113,2 0,95 11260
EE4 (- 27% Npl) -363,5 111,9 0,94 12032
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EE6 (+ 10% Npl) 127,2 111,5 0,94 10275


EE7 (+ 20% Npl) 257,9 101,0 0,85 10611

Analisando-se os valores obtidos, verifica-se que o valor de resistência ao


momento fletor do ensaio EE1 é inferior ao previsto pelo Eurocode 3, algo em
torno de 5%. Esta diferença pode ter sido provocada pela diminuição no braço
de alavanca das forças conforme será comentado no capítulo seis quando da
comparação dos resultados experimentais com os resultados obtidos através do
modelo mecânico proposto. O ensaio que apresentou maior momento resistente
foi o EE2 com um ganho de 6% em relação ao ensaio EE1. No ensaio EE4,
apesar do esforço axial de compressão elevado, ainda obteve-se uma
resistência ao momento superior ao ensaio EE1. Entretanto, a perda de
resistência à flexão foi mais significativa no ensaio EE8 onde se aplicou um
esforço axial de tração correspondente a 20% de Npl. Esta perda foi da ordem de
15%.
A rigidez inicial dos ensaios variou significativamente, principalmente
comparando-se o ensaio EE1 com os demais. Nota-se que a presença do
esforço axial afeta diretamente a rigidez inicial das ligações devido a modificação
da rotação do painel de alma da coluna submetido ao cisalhamento. Desta
forma, torna-se necessário propor um modelo que considere o esforço axial no
cálculo da rigidez inicial das ligações submetidas a momento fletor e esforço
axial.
128

160 160
y = 26.933x - 42.300 y = 14.923x - 47.840
Momento Fletor (kN.m)

Momento Fletor (kN.m)


120 120

80 80

40
40 EE1 (somente M) EE2 (N = - 10% Npl)
0
0
0 20 40 60 80 100
0 20 40 60 80 100
Rotação (mrad) Rotação (mrad)

(a) (b)
160 160
y = 11.260x - 45.327 y = 12.032x - 63.597

Momento Fletor (kN.m)


Momento Fletor (kN.m)

120 120

80 80

40 40
EE3 (N = - 20% Npl) EE4 (N = - 27% Npl)
0 0
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80
Rotação (mrad) Rotação (mrad)
(c) (d)
160 160
y = 12.077x - 52.687 y = 10.275x - 67.992
Momento Fletor (kN.m)
Momento Fletor (kN.m)

120 120
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80 80

40 40
EE5 (N = - 15% Npl) EE6 (N = + 10% Npl)
0 0
0 20 40 60 80 0 20 40 60 80 100
Rotação (mrad) Rotação (mrad)
(e) (f)
160
y = 10.611x - 120.836
Momento Fletor (kN.m)

120

80

40
EE7 (N = + 20% Npl)
0
0 20 40 60 80 100
Rotation (mrad)

(g)

Figura 5.3 – Curvas momento versus rotação com respectivas descargas

Após a obtenção destes valores, torna-se possível traçar a curva de


interação momento versus esforço axial apresentada na Figura 5.4. Nesta curva,
percebe-se que o valor obtido através do Eurocode 3, considerando-se apenas
momento fletor aplicado, é um pouco superior aos valores obtidos
experimentalmente, para todos os ensaios. Maiores comentários a respeito
destas diferenças serão apresentados no capítulo seis tendo sido provocadas,
provavelmente, pelo maior braço de alavanca considerado no Eurocode 3.
129

140

EC3
Momento Fletor (kN.m)
130 125.4

7
8.
120

11
118.5
113.2 111.5
110
106

100 101

90

80
-40 -30 -20 -10 0 10 20 30
Esforço Axial (% Npl da viga)

Figura 5.4 – Curva de interação M versus N

0 0
células 1 a 4 células 1 a 4
Esforço Axial (kN)
Esforço Axial (kN)

-40 -80
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-80 -160

-120 -240

y = 0.0103x - 135.94 y = -0.0512x - 259.16


-160 -320
0 40 80 120 160 0 40 80 120 160
Momento (kN.m) Momento (kN.m)
(a) EE2 (b) EE3
0 0
células 1 a 4 células 1 a 4
-80
Esforço Axial (kN)
Esforço Axial (kN)

-80
-160

-240
-160
-320 y = 0.0056x - 363.47
y = -0.0223x - 193.29
-400 -240
0 40 80 120 160 0 40 80 120 160
Momento (kN.m) Momento (kN.m)
(c) EE4 (d) EE5
0 0
células 1 a 4 células 1 a 4
-40
Esforço Axial (kN)
Esforço Axial (kN)

-40 -80
-120
-80 -160
-200
-120 -240
-280 y = 0.0095x - 257.86
y = -0.0445x - 127.23
-160 -320
0 40 80 120 160 0 40 80 120 160
Momento (kN.m) Momento (kN.m)
(e) EE6 (f) EE7

Figura 5.5 – Controle do esforço axial aplicado nos ensaios


130

Na Figura 5.5 são apresentadas as curvas momento versus esforço axial


para todos os ensaios com placa de extremidade estendida juntamente com a
identificação dos cabos. Vale ressaltar que, para os ensaios desta série, a
compensação da força aplicada em cada um dos cabos de protensão foi feita de
forma automática pelo sistema conectado a eletro-válvula conforme descrito no
capítulo com a descrição dos ensaios experimentais realizados.
A seguir, utiliza-se a mesma metodologia do capítulo anterior para a
apresentação da análise das componentes mais relevantes para os ensaios das
ligações com placa de extremidade estendida.

5.2.2
Comportamento da alma da coluna em cisalhamento (1)

Por se tratar de uma ligação de um nó externo de uma estrutura, grandes


deformações são esperadas para a componente alma da coluna em
cisalhamento. Conforme pode ser observado na Figura 5.6, esta componente
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atingiu o escoamento em todos ensaios. Estas curvas foram obtidas através da


roseta colocada no centro do painel de alma da coluna onde utilizou-se o canal a
45º [53]. Vale ressaltar que os canais 7 e 9 correspondem às leituras a 0º e 90º,
respectivamente.
Para o ensaio EE1, o escoamento verifica-se para um momento fletor
aplicado igual 98kN.m, sendo o nível mais baixo onde esta componente atingiu o
escoamento. Todavia, o nível mais alto foi verificado no ensaio EE2 aos
134kN.m de momento fletor aplicado, justamente o que teve maior resistência à
flexão. Isto ocorreu porque, o esforço axial aplicado neste ensaio alivia as
componentes da zona tracionada sem afetar muito as componentes da zona
comprimida fazendo com que o binário das forças provocadas pelo momento
fletor ficasse maior do que nos demais ensaios, provocando uma maior
solicitação desta componente.
131

160

140
Momento Fletor (kN.m)

120
EE1 (somente M)
100
EE2 (N = - 10% Npl)
80 EE3 (N = - 20% Npl)

60 EE4 (N = - 27% Npl)

EE5 (N = - 15% Npl)


40
EE6 (N = + 10% Npl)
20 EE7 (N = + 20% Npl)

0
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000 18000
Deformação (µε)

Figura 5.6 – Curvas M x ε (roseta B – canal 8)

Analisando-se a Figura 5.7, constata-se que a direção principal neste


ponto variou entre 40º e 45º, da mesma forma como foi verificado no capítulo
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anterior na análise dos ensaios com placa de extremidade ajustada. Todavia, o


escoamento desta componente foi atingido em diferentes níveis de momento
fletor aplicado mostrando que a presença do esforço axial de tração ou
compressão, afeta o comportamento dessa componente.

160

140
Momento Fletor (kN.m)

120
EE1 (somente M)
100 EE2 (N = - 10% Npl)

80 EE5 (N = - 15% Npl)


8 7
EE3 (N = - 20% Npl) 9
60
EE4 (N = - 27% Npl)
40
EE6 (N = + 10% Npl)

20 EE7 (N = + 20% Npl) HEB240

0
0 10 20 30 40 50
φ1 (graus)

Figura 5.7 – Direção principal φ1 (roseta B)


132

160

140
Momento Fletor (kN.m)

120
EE1 (somente M)

100 EE2 (N = - 10% Npl)

EE5 (N = - 15% Npl)


80
EE3 (N = - 20% Npl)
60
EE4 (N = - 27% Npl)

40 EE6 (N = + 10% Npl)

EE7 (N = + 20% Npl)


20
σ2 (MPa) σ1 (MPa)
0
-1500 -1000 -500 0 500 1000 1500
Tensões Principais (MPa)

Figura 5.8 – Tensões principais σ1 e σ2 (roseta B)


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Conforme observado na análise desta componente nos ensaios da


primeira série, também nota-se a simetria das tensões principais apresentadas
na Figura 5.8. E através da Figura 5.9, onde são apresentadas as curvas
momento versus tensões de Von Mises, também comprova-se o escoamento da
componente em todos os ensaios da segunda série.

160

140
Momento Fletor (kN.m)

120
EE1 (somente M)
100
EE2 (N = - 10% Npl)

80 EE5 (N = - 15% Npl)

60 EE3 (N = - 20% Npl)

EE4 (N = - 27% Npl)


40
EE6 (N = + 10% Npl)
20
EE7 (N = + 20% Npl)

0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
σVM (MPa)

Figura 5.9 – Tensões de Von Mises σVM (roseta B)


133

5.2.3
Comportamento da alma da coluna à compressão (2)

Para a análise da componente alma da coluna submetida à compressão,


utiliza-se a roseta C correspondente aos canais 12, 13 e 14 além do
extensômetro número 11, respectivamente.
Comparando-se a Figura 5.10 e a Figura 5.11, pode-se perceber que as
deformações ocorridas na zona comprimida do painel de alma da coluna são
maiores na direção da mesa inferior da viga verificadas pelo extensômetro 14. A
Tabela 5.2 apresenta uma comparação das deformações medidas através dos
canais 11 e 14 para um nível de momento fletor aplicado da ordem de 100 kN.m.

Tabela 5.2 – Comparação de deformações – canais 11 e 14 (em µε)

Ensaio EE1 EE2 EE3 EE4 EE5 EE6 EE7


ε11 (µε) -819 -933 -1060 -1068 -819 -691 -401
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ε14 (µε) -1018 -1087 -1143 -1145 -957 -868 -630

Observando-se a Figura 5.12, nota-se que as tensões principais σ2 de


compressão atingiram valores maiores, em valor absoluto, que as tensões
principais σ1 de tração.

160

140
Momento Fletor (kN.m)

120

100 EE1 (somente M)

80 EE2 (N = - 10% Npl)

EE3 (N = - 20% Npl)


60
EE4 (N = - 27% Npl)
40 EE5 (N = - 15% Npl) 11
13 12
EE6 (N = + 10% Npl) 14
20
EE7 (N = + 20% Npl)
HEB240
0
-3000 -2500 -2000 -1500 -1000 -500 0 500
Deformação (µε)

Figura 5.10 – Curvas M x ε (extensômetro 11)


134

160

140
Momento Fletor (kN.m)

120

100 EE1 (somente M)

80 EE2 (N = - 10% Npl)

EE5 (N = - 15% Npl)


60
EE3 (N = - 20% Npl)

40 EE4 (N = - 27% Npl)

EE6 (N = + 10% Npl)


20
EE7 (N = + 20% Npl)
0
-3000 -2500 -2000 -1500 -1000 -500 0 500
Deformação (µε)

Figura 5.11 – Curvas M x ε da alma da coluna à compressão (roseta C - canal 14)

Através da observação da Figura 5.13 onde são apresentadas as curvas


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momento versus tensões de Von Mises, conclui-se que esta componente atingiu
a tensão equivalente ao limite de escoamento em todos os ensaios.
Diferentemente dos ensaios com placa de extremidade ajustada, isto ocorreu
porque a força a ser transmitida na região comprimida da ligação era maior
devido a presença de mais uma linha de parafusos nas ligações desta série.

160
EE1 (somente M)
140
EE2 (N = - 10% Npl)
Momento Fletor (kN.m)

120
EE5 (N = - 15% Npl)

100 EE3 (N = - 20% Npl)

80 EE4 (N = - 27% Npl)

EE6 (N = + 10% Npl)


60
EE7 (N = + 20% Npl)
40

20
σ2 (MPa) σ1 (MPa)
0
-1000 -800 -600 -400 -200 0 200 400 600
Tensões Principais (MPa)

Figura 5.12 – Tensões principais σ1 e σ2 (roseta C)


135

160

140
Momento Fletor (kN.m)

120
EE1 (somente M)
100
EE2 (N = - 10% Npl)
80 EE5 (N = - 15% Npl)

60 EE3 (N = - 20% Npl)

EE4 (N = - 27% Npl)


40
EE6 (N = + 10% Npl)
20
EE7 (N = + 20% Npl)
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800
σVM (MPa)

Figura 5.13 - Tensão de Von Mises σVM (roseta C)


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5.2.4
Comportamento da alma da coluna à tração (3)

Para a região da alma da coluna submetida à tração, utilizam-se os


extensômetros lineares - canais 2 e 6 - além da roseta A correspondente aos
canais 3, 4 e 5, respectivamente.

160

140
Momento Fletor (kN.m)

120

100
EE1 (somente M)
2
4 3
80 EE2 (N = - 10% Npl)
5
6 EE3 (N = - 20% Npl)
60
EE4 (N = - 27% Npl)

40 EE5 (N = - 15% Npl)


EE6 (N = + 10% Npl)
20 14
HEB240 EE7 (N = + 20% Npl)
0
-500 500 1500 2500 3500 4500 5500 6500
Deformação (µε)

Figura 5.14 – Curvas M x ε (roseta A - canal 2)


136

160

140
Momento Fletor (kN.m)

120

100 EE1 (somente M)

EE2 (N = - 10% Npl)


80
EE3 (N = - 20% Npl)
60 EE4 (N = - 27% Npl)

EE5 (N = - 15% Npl)


40
EE6 (N = + 10% Npl)
20
EE7 (N = + 20% Npl)

0
-500 500 1500 2500 3500 4500 5500 6500
Deformação (µε)

Figura 5.15 – Curvas M x ε (roseta A - canal 5)


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Ao contrário da zona comprimida da ligação, na zona tracionada, as


deformações medidas pelo extensômetro 2, pelo canal horizontal da roseta C e
pelo extensômetro 6 são praticamente iguais conforme observado na
comparação efetuada da Figura 5.14 a Figura 5.16. Com relação a direção
principal obtida através da roseta C, os valores não apresentam a mesma
tendência para cada um dos ensaios desta série conforme pode ser observado
na Figura 5.17.

160

140
Momento Fletor (kN.m)

120

100 EE1 (somente M)

EE2 (N = - 10% Npl)


80
EE3 (N = - 20% Npl)
60 EE4 (N = - 27% Npl)

40 EE5 (N = - 15% Npl)

EE6 (N = + 10% Npl)


20
EE7 (N = + 20% Npl)
0
-500 500 1500 2500 3500 4500 5500 6500
Deformação (µε)

Figura 5.16 – Curvas M x ε (extensômetro 6)


137

160

140 EE1 (somente M)


Momento Fletor (kN.m)

EE2 (N = - 10% Npl)


120
EE5 (N = - 15% Npl)
100
EE3 (N = - 20% Npl)
80
EE4 (N = - 27% Npl)

60 EE6 (N = + 10% Npl)

40 EE7 (N = + 20% Npl)

20

0
-50 -40 -30 -20 -10 0 10 20 30
φ1 (graus)

Figura 5.17 - Direção principal φ1 (roseta A)


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Observando-se a Figura 5.18 percebe-se que a tensão principal σ1 é de


tração, como era de se esperar. Entretanto, no ensaio EE7, onde aplicou-se o
maior esforço axial de tração, foram obtidos valores positivos também para a
tensão principal σ2.

160

140
Momento Fletor (kN.m)

120
EE1 (somente M)

EE2 (N = - 10% Npl) 100


EE5 (N = - 15% Npl)
80
EE3 (N = - 20% Npl)
60
EE4 (N = - 27% Npl)

EE6 (N = + 10% Npl) 40


EE7 (N = + 20% Npl)
20
σ2 (MPa) σ1 (MPa)
0
-1000 -500 0 500 1000 1500
Tensões Principais (MPa)

Figura 5.18 – Tensões principais σ1 e σ2 (roseta A)


138

160

140
Momento Fletor (kN.m)

120 EE1 (somente M)

100 EE2 (N = - 10% Npl)

80 EE5 (N = - 15% Npl)

EE3 (N = - 20% Npl)


60
EE4 (N = - 27% Npl)
40
EE6 (N = + 10% Npl)
20
EE7 (N = + 20% Npl)
0
0 500 1000 1500 2000
σVM (MPa)

Figura 5.19 - Tensão de Von Mises σVM (roseta A)

Finalmente, analisando-se a Figura 5.19 e comparando-se as tensões de


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Von Mises obtidas para esta componente, percebe-se que somente para os
ensaios com esforço axial de compressão, esta componente atingiu o
escoamento.

5.2.5
Comportamento da mesa da coluna à flexão (4)

O comportamento da componente mesa da coluna à flexão foi avaliado


através do transdutor de deslocamento número 45 e do extensômetro 10
localizado entre as duas linhas superiores de parafusos conforme apresentado
na Figura 5.20(a) onde também pode-se observar a configuração deformada da
mesa da coluna. Já a Figura 5.20(b) apresenta um detalhe da mesa da coluna
antes do início das deformações plásticas.
Nas curvas momento versus deformação apresentadas na Figura 5.21
pode-se observar que, para os ensaios onde aplicou-se esforço axial de tração,
a componente mesa da coluna à flexão apresentou deformações de tração,
acontecendo o inverso nos ensaios com esforço axial de compressão.
Diferentemente dos ensaios com placa de extremidade ajustada, nesta série,
devido a presença de duas linhas de parafusos com dois parafusos cada, a
139

componente placa de extremidade à flexão atinge claramente o escoamento


somente no ensaio EE7 devido ao elevado esforço axial de tração aplicado.
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(a) (b)
Figura 5.20 – Deformação da mesa da coluna submetida à flexão

Os deslocamentos medidos para esta componente são apresentados na


Figura 5.22 onde nota-se que as curvas apresentaram o mesmo comportamento,
tendo apenas a perda da linearidade da curva para diferentes níveis de momento
fletor aplicado. Nota-se que nos dois ensaios com esforço axial de tração, EE6 e
EE7, esta perda de linearidade ocorre aos 80kN.m e 100kN.m, respectivamente.

160

140
Momento Fletor (kN.m)

120

EE1 (somente M) 100


EE2 (N = - 10% Npl)
80
EE3 (N = - 20% Npl)

EE4 (N = - 27% Npl) 60


EE5 (N = - 15% Npl) 40
EE6 (N = + 10% Npl)
20
EE7 (N = + 20% Npl)
0
-2000 -1000 0 1000 2000 3000 4000
Deformação (µε)

Figura 5.21 – Curvas M x ε (extensômetro 10)


140

160

140
Momento Fletor (kN.m)

120

EE1 (somente M) 100


EE2 (N = - 10% Npl)
80
EE3 (N = - 20% Npl)

EE4 (N = - 27% Npl)


60

EE5 (N = - 15% Npl) 40


EE6 (N = + 10% Npl)
20
EE7 (N = + 20% Npl)
0
-15 -10 -5 0 5 10 15 20 25
Deslocamento (mm)

Figura 5.22 – Curvas M x δ (transdutor 45)


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5.2.6
Comportamento da placa de extremidade à flexão (5)

Para os ensaios com placa de extremidade ajustada, a componente placa


de extremidade à flexão foi avaliada através dos extensômetros lineares 23 e 24,
da roseta D correspondente aos canais 15, 16 e 17 além do transdutor de
deslocamentos 44.
Avaliando-se as configurações deformadas dos ensaios EE4 e EE7,
apresentadas na Figura 5.23, onde aplicou-se, respectivamente, o máximo
esforço axial de compressão e o máximo esforço axial de tração, percebe-se a
diferença entre as deformações ocorridas para esta componente. No ensaio EE4
nota-se que a placa de extremidade à flexão praticamente não sofreu
deformações. Por outro lado, no ensaio EE7 observa-se que, devido ao esforço
axial de tração, a placa de extremidade apresentou deformações plásticas que
também podem ser observadas nas fotos obtidas após a desmontagem do
ensaio. Todavia, as “charneiras” plásticas desenvolvidas não foram facilmente
observadas.
141
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(a) Ensaio EE4 (N = - 27% Npl) (b) Ensaio EE7 (N = + 20% Npl)
142

(c) vista global – EE7 (d) detalhe da zona tracionada


Figura 5.23 – Deformações da placa de extremidade à flexão – Ensaios EE

Através da análise da Figura 5.24 e da Figura 5.25 onde são apresentadas


as curvas obtidas com os extensômetros número 23 e 24, respectivamente,
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observa-se novamente, como o esforço axial de tração ou de compressão, pode


afetar o comportamento da componente crítica da ligação ensaiada. Nos ensaios
com esforço axial de compressão, o escoamento é menos visível quando
comparado com os ensaios onde se aplicou esforço axial de tração. Nestes
ensaios, o escoamento foi atingido em níveis inferiores de carregamento quando
comparados com o ensaio EE1 onde se aplicou somente momento fletor.

160

140
Momento Fletor (kN.m)

120

EE1 (somente M) 100


EE2 (N = - 10% Npl)
80
EE5 (N = - 15% Npl) 23

EE3 (N = - 20% Npl) 60


EE4 (N = - 27% Npl)
40
EE6 (N = + 10% Npl)
20
EE7 (N = + 20% Npl)

0
-12000 -10000 -8000 -6000 -4000 -2000 0 2000
Deformação (µε)

Figura 5.24 – Curvas M x ε (extensômetro 23)


143

160

140
Momento Fletor (kN.m)

120

EE1 (somente M) 100


EE2 (N = - 10% Npl)
80
EE3 (N = - 20% Npl)
24

EE4 (N = - 27% Npl)


60

EE5 (N = - 15% Npl) 40


EE6 (N = + 10% Npl)
20
EE7 (N = + 20% Npl)
0
-10000 -8000 -6000 -4000 -2000 0 2000
Deformação (µε)

Figura 5.25 – Curvas M x ε (extensômetro 24)


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Dentro da mesma filosofia realizada na análise desta componente


apresentada no capítulo anterior, a resistência desta componente é igual a
289,8kN para a primeira linha de parafusos e 339,3kN para a segunda linha de
parafusos (valores obtidos com a resistência à tração real do material). Nos
gráficos apresentados na Figura 5.26 e Figura 5.27, esta componente atinge o
escoamento no ensaio EE1, para um nível de momento fletor aplicado de
aproximadamente 65kN.m. Para este nível de momento, a força de tração nos
parafusos da linha superior, calculada através das deformações nos
extensômetros colocados nestes parafusos3, canais 33 e 34, é igual a 181,0kN.
Já para os parafusos da segunda linha à tração, canais 35 e 36, a força obtida é
igual a 214,4kN. Na análise desta componente, a diferenciação entre o ponto de
escoamento da mesma na direção da primeira e segunda linhas de parafusos
torna-se difícil devido ao posicionamento dos extensômetros.
Apresenta-se na Figura 5.26 as curvas momento versus deformação
obtidas através do canal perpendicular da roseta D. Nestas, percebe-se
claramente o ponto que caracteriza o escoamento da componente para cada um
dos ensaios e a mudança de sentido da curva provocada pelo efeito de Poisson.

3
A análise da componente referente aos parafusos submetidos à tração será apresentada no
§5.2.9 deste capítulo.
144

160

140
Momento Fletor (kN.m)

120
EE1 (somente M) 16
100 15
EE2 (N = - 10% Npl) 17

80 EE3 (N = - 20% Npl)

60 EE4 (N = - 27% Npl)

EE5 (N = - 15% Npl)


40
EE6 (N = + 10% Npl)
20
EE7 (N = + 20% Npl)

0
-2500 -2000 -1500 -1000 -500 0 500 1000
Deformação (µε)

Figura 5.26 – Curvas M x ε (roseta D - canal 15)


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Na Figura 5.27 estão presentes as curvas obtidas através do canal


horizontal da mesma roseta. A seguir, apresenta-se a análise das tensões
principais obtidas através da roseta mencionada anteriormente.
Na Figura 5.28 apresentam-se as tensões principais σ1 obtidas através da
roseta D, lembrando-se mais uma vez que o canal 15 corresponde a leitura a 0º,
o 16 a 45º e o 17 a 90º, respectivamente. Comparando-se estas tensões com as
tensões σ2, apresentadas na Figura 5.29, nota-se que as tensões na direção 2
são bem menores do que as da direção 1, indicando que as deformações nesta
região da placa de extremidade são basicamente, na direção vertical. Isto se
confirma na Figura 5.31 que apresenta a evolução da direção principal φ1 ao
longo do ensaio EE1 onde aplicou-se somente momentos fletor.
145

160

140
Momento Fletor (kN.m)

120
EE1 (somente M)
100
EE2 (N = - 10% Npl)
80 EE3 (N = - 20% Npl)

60 EE4 (N = - 27% Npl)

EE5 (N = - 15% Npl)


40
EE6 (N = + 10% Npl)
20
EE7 (N = + 20% Npl)

0
-500 1500 3500 5500 7500 9500
Deformação (µε)

Figura 5.27 – Curvas M x ε (roseta D - canal 17)


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160

140
Momento Fletor (kN.m)

120
EE1 (somente M)
100 EE2 (N = - 10% Npl)

80 EE5 (N = - 15% Npl)

EE3 (N = - 20% Npl)


60
EE4 (N = - 27% Npl)
40
EE6 (N = + 10% Npl)
20 EE7 (N = + 20% Npl)

0
-100 100 300 500 700 900
σ1 (MPa)

Figura 5.28 – Tensões principais σ1 (roseta D)


146

160

140 EE1 (somente M)


Momento Fletor (kN.m)

120 EE2 (N = - 10% Npl)

EE5 (N = - 15% Npl)


100
EE3 (N = - 20% Npl)
80
EE4 (N = - 27% Npl)
60
EE6 (N = + 10% Npl)

40 EE7 (N = + 20% Npl)

20

0
-600 -400 -200 0 200 400 600
σ2 (MPa)

Figura 5.29 – Tensões principais σ2 (roseta A)


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Ao se avaliar as curvas apresentadas na Figura 5.31 correspondentes as


tensões de Von Mises, obtidas para a componente em questão, conclui-se que
por este critério de ruptura, em todos os ensaios, o escoamento da componente
foi verificado.

140

120
Momento Fletor (kN.m)

100

80

60

40

20

0
-45 -30 -15 0 15 30 45
φ1 (graus)

Figura 5.30 - Direção principal φ1 (roseta A) – Ensaio EE1


147

160

140

120
Momento Fletor (kN.m)

EE1 (somente M)
100
EE2 (N = - 10% Npl)
80
EE5 (N = - 15% Npl)

60 EE3 (N = - 20% Npl)

EE4 (N = - 27% Npl)


40
EE6 (N = + 10% Npl)
20
EE7 (N = + 20% Npl)
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
σVM (MPa)

Figura 5.31 - Tensão de Von Mises σVM (roseta A)


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Na Figura 5.32 são apresentadas as curvas momento versus


deslocamento obtidas através do transdutor de deslocamentos número 44 onde
nota-se um comportamento semelhante em todos os ensaios, variando apenas o
deslocamento inicial provocado pelo esforço axial aplicado antes do início da
aplicação do momento fletor. A Tabela 5.3 apresenta os deslocamentos medidos
correspondentes a um momento fletor igual a 100kN.m.

160

140
Momento Fletor (kN.m)

120

100 EE1 (somente M)

EE2 (N = - 10% Npl)


80
EE5 (N = - 15% Npl)
60
EE3 (N = - 20% Npl)

40 EE4 (N = - 27% Npl)

EE6 (N = + 10% Npl)


20
EE7 (N = + 20% Npl)
0
-30 -20 -10 0 10 20
Deslocamento (mm)

Figura 5.32 – Curvas M x δ (transdutor 44)


148

Tabela 5.3 – Comparação de deslocamentos – canal 44 (em mm)

Ensaio EE1 EE2 EE5 EE3 EE4 EE6 EE7


δM=0kN (mm) 0 3,8 5,5 6,8 9,5 -3,3 -7,5
δM=100 kN (mm) -0,9 2,3 4,5 5,8 8,7 -6,0 -9,9

5.2.7
Comportamento da mesa da viga à compressão (7)

Seguindo a mesma metodologia apresentada até o momento, o


comportamento da mesa da viga submetida à compressão para os ensaios da
série EE será avaliado através dos extensômetros 29 a 32. Analisando-se curvas
apresentadas a seguir, percebe-se claramente que a mesa da viga em
compressão também atinge o escoamento em todos os ensaios. Todavia, para
os ensaios com esforço axial de compressão, constatou-se este escoamento em
níveis inferiores de carregamento quando comparados com os ensaios onde se
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aplicou esforço axial de tração.


De acordo com o Eurocode 3, a resistência da mesa da viga em
compressão é igual a 542,2kN. Calculando-se a média das deformações
medidas na mesa inferior da viga do ensaio EE1 – ver Figura 5.37, obtém-se
algo em torno de 2100µε equivalente a uma força de, aproximadamente, 520kN,
menor do que os 542,2kN mencionados acima. Isto pode ter sido causado por
diferenças encontradas na tensão de escoamento do material obtidas nos
ensaios de tração realizados.

160

140
Momento Fletor (kN.m)

120

100 EE1 (somente M)

EE2 (N = - 10% Npl)


80
EE5 (N = - 15% Npl)
60 EE3 (N = - 20% Npl)

40 EE4 (N = - 27% Npl)

EE6 (N = + 10% Npl)


20 29
EE7 (N = + 20% Npl)
0
-60000 -50000 -40000 -30000 -20000 -10000 0 10000
Deformação (µε)

Figura 5.33 – Curvas M x ε (extensômetro 29)


149

160

140
Momento Fletor (kN.m)

120

100 EE1 (somente M)

EE2 (N = - 10% Npl)


80
EE3 (N = - 20% Npl)
60 EE4 (N = - 27% Npl)

40 EE5 (N = - 15% Npl)

EE6 (N = + 10% Npl)


20
EE7 (N = + 20% Npl) 30

0
-60000 -50000 -40000 -30000 -20000 -10000 0 10000
Deformação (µε)

Figura 5.34 – Curvas M x ε (extensômetro 30)


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Nas curvas mencionadas, pode-se observar também o momento em que


ocorre a flambagem local da mesa inferior da viga para os ensaios com esforço
axial de compressão representada pela mudança da direção da curva momento
versus deformação.

160

140
Momento Fletor (kN.m)

120

100 EE1 (somente M)

EE2 (N = - 10% Npl)


80
EE3 (N = - 20% Npl)
60
EE4 (N = - 27% Npl)

40 EE5 (N = - 15% Npl)

EE6 (N = + 10% Npl)


20
EE7 (N = + 20% Npl) 31

0
-60000 -50000 -40000 -30000 -20000 -10000 0 10000
Deformação (µε)

Figura 5.35 – Curvas M x ε (extensômetro 31)


150

160

140
Momento Fletor (kN.m)

120

100 EE1 (somente M)

EE2 (N = - 10% Npl)


80
EE3 (N = - 20% Npl)
60 EE4 (N = - 27% Npl)

40 EE5 (N = - 15% Npl)

EE6 (N = + 10% Npl)


20
EE7 (N = + 20% Npl) 32

0
-60000 -50000 -40000 -30000 -20000 -10000 0 10000
Deformação (µε)

Figura 5.36 – Curvas M x ε (extensômetro 32)


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160

140
Momento Fletor (kN.m)

120

100 EE1 (somente M)

EE2 (N = - 10% Npl)


80
EE3 (N = - 20% Npl)
60 EE4 (N = - 27% Npl)

40 EE5 (N = - 15% Npl)

EE6 (N = + 10% Npl)


20
EE7 (N = + 20% Npl)
0
-35000 -30000 -25000 -20000 -15000 -10000 -5000 0 5000
Deformação (µε)

Figura 5.37 – Curvas M x ε (média extensômetros 29 a 32)

Na Figura 5.38 pode-se comparar as deformações ocorridas na mesa


inferior da viga observando-se a flambagem local da mesma para alguns dos
ensaios. Observa-se novamente que, o esforço axial de tração aplicado nos
ensaios EE6 e EE7, respectivamente, reduz significativamente as deformações
ocorridas na mesa inferior da viga.
151

(a) Ensaio EE2 (N = - 10% Npl) (b) Ensaio EE3 (N = - 20% Npl)
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(c) Ensaio EE4 (N = - 27% Npl) (d) Ensaio EE5 (N = - 15% Npl)

(e) EE6 (N = + 10% Npl) (g) Ensaio EE7 (N = + 20% Npl)

Figura 5.38 – Comparação de deformações – mesa da viga à compressão

A Figura 5.39 ilustra a instabilidade ocorrida na alma da viga dos ensaios


EE3 e EE4 provocada pela flambagem local da mesa inferior da viga dos
mesmos devido ao elevado esforço axial de compressão igual a -20% e -27%,
respectivamente.
152

Figura 5.39 – Instabilidade ocorrida na alma da viga – Ensaios EE3 e EE4


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5.2.8
Comportamento da alma da viga à tração (8)

Para se avaliar esta componente, utilizam-se os extensômetros lineares


22 e 28, além da roseta E dos canais 25, 26 e 27, respectivamente.
Na Figura 5.40 apresentam-se as curvas, obtidas com o extensômetro 22
posicionado na direção da segunda linha de parafusos, que evidenciam o
escoamento desta componente para todos os ensaios. Vale ressaltar que as
deformações ocorridas nos ensaios com esforço axial de compressão foram
bastante inferiores quando comparadas com as obtidas nos ensaios com esforço
de tração, principalmente o ensaio EE7.
Através da observação da Figura 5.41, nota-se a transmissão do esforço
de cisalhamento ao longo da alma proveniente da carga aplicada através do
atuador hidráulico.
Observando-se as curvas provenientes do canal 27 da roseta E, percebe-
se que na direção da linha média da viga, as deformações são de compressão
para os ensaios com maior esforço axial de compressão aplicado, EE3 e EE4.
Para os outros dois ensaios, EE2 e EE3, a partir de um determinado ponto, as
deformações de compressão mudam de sinal, passando a ser de tração. Isto
ocorreu porque a partir do ponto mencionado, o esforço de tração proveniente do
momento fletor aplicado, supera a parcela de esforço axial de compressão
153

atuante nesta região. Por outro lado, como era de se esperar, para os ensaios
com esforço axial de tração ou somente momento fletor, EE6, EE7 e EE1, as
deformações observadas, neste ponto, foram sempre de tração.

160

140
Momento Fletor (kN.m)

120

EE1 (somente M) 100


EE2 (N = - 10% Npl)
80
EE3 (N = - 20% Npl)
22
EE4 (N = - 27% Npl) 60

EE5 (N = - 15% Npl) 40


EE6 (N = + 10% Npl)
IPE240 20
EE7 (N = + 20% Npl)
0
-2000 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000
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Deformação (µε)

Figura 5.40 – Curvas M x ε (extensômetro 22)

160

140

120
Momento Fletor (kN.m)

100
EE1 (somente M)

EE2 (N = - 10% Npl) 80


EE3 (N = - 20% Npl)

EE4 (N = - 27% Npl) 26


25 60
27
EE5 (N = - 15% Npl)
40
EE6 (N = + 10% Npl)
IPE240
EE7 (N = + 20% Npl) 20

0
-5000 -4000 -3000 -2000 -1000 0 1000
Deformação (µε)

Figura 5.41 – Curvas M x ε (roseta E - canal 25)


154

Observando-se a Figura 5.42 e a Figura 5.43, respectivamente, conclui-se


que a posição da linha neutra deve estar acima da linha de parafusos inferior
para os ensaios com esforço axial de compressão e abaixo desta, para os
ensaios com esforço axial de tração e somente com momento fletor aplicado.

160

140
Momento Fletor (kN.m)

120

EE1 (somente M) 100


EE2 (N = - 10% Npl)
80
EE3 (N = - 20% Npl)

EE4 (N = - 27% Npl) 60


EE5 (N = - 15% Npl) 27 40
EE6 (N = + 10% Npl)
20
EE7 (N = + 20% Npl)

0
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-20000 -15000 -10000 -5000 0 5000


Deformação (µε)

Figura 5.42 – Curvas M x ε (roseta E - canal 27)

160

140
Momento Fletor (kN.m)

120

EE1 (somente M) 100


EE2 (N = - 10% Npl)
80
EE3 (N = - 20% Npl)
60
EE4 (N = - 27% Npl)

EE5 (N = - 15% Npl) 40


EE6 (N = + 10% Npl) 28
IPE240 20
EE7 (N = + 20% Npl)
0
-25000 -20000 -15000 -10000 -5000 0 5000
Deformação (µε)

Figura 5.43 – Curvas M x ε (extensômetro 28)


155

5.2.9
Comportamento dos parafusos à tração (10)

Seguindo-se a mesma metodologia apresentada no capítulo anterior,


apresenta-se a seguir, as curvas momento versus deformação sem
consideração da protensão nos parafusos, momento versus tensão
considerando-se essa protensão, momento versus rotação e finalmente, força
versus rotação, para os ensaios EE1, EE4 e EE7, correspondendo
respectivamente a um ensaio somente com momento fletor, um com o máximo
esforço axial de compressão aplicado e um terceiro, com o máximo esforço axial
de tração.
Para o ensaio EE1, percebe-se que as deformações medidas durante o
ensaio, para os parafusos da linha inferior, foram sempre de compressão mas
não suficientes para vencer a protensão aplicada aos mesmos conforme verifica-
se nas curvas momento versus tensão apresentadas na Figura 5.44.
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160 160

140 140

120 120
Momento Fletor (kN.m)

Momento Fletor (kN.m)

100 100

80 80

60 SG33 60 SG33
SG34 SG34
40 SG35 40 SG35
SG36 SG36
20 SG37 20 SG37
SG38 SG38
0 0
-2000 0 2000 4000 6000 8000 0 500 1000 1500 2000
Deformação (µε) Tensão (MPa)

Figura 5.44 – Curvas M x ε e M x σ - Ensaio EE1

Para o cálculo do momento fletor aplicado através da força medida em


cada um dos parafusos, considera-se que o centro de compressão da ligação
esteja posicionado na direção da linha média da mesa inferior da viga. As
diferenças encontradas nas curvas apresentadas na Figura 5.45 são provocadas
pelo efeito de alavanca existente na região da ligação submetida à tração.
156

Observando-se a Figura 5.46, percebe-se claramente este efeito, onde


apresenta-se uma comparação entra a força aplicada através do atuador
hidráulico e a força medida com o auxílio dos extensômetros colocados nos
parafusos e na mesa superior da viga.

160 800
F33+F34
140 700 F35+F36
F37+F38

120 600
Momento Fletor (kN.m)

100 500

Força (kN)
80 400

60 300
M x R (células)
40 200
M x R (parafusos com
protensão)
20 M x R (parafusos sem 100
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protensão)
0 0
0 25 50 75 100 0 25 50 75 100
Rotação (mrad) Rotação (mrad)

Figura 5.45 – Curvas M x φ e F x φ - Ensaio EE1

Q
Bu
600

500 F2,u
Força nos Parafusos (kN)

400
Bu

300 Q

200 F33

100 F34
Força nos 4 parafusos superiores
Força na mesa superior da viga
0
0 100 200 300 400 500 600
Força Aplicada pelo Atuador - M / d (kN)
F35
F36

Figura 5.46 – Verificação do efeito de alavanca – Ensaio EE1


157

Em uma ligação onde a placa de extremidade fosse mais espessa, ou


seja, mais rígida, as deformações por flexão da mesa do “T-Stub” considerado,
ou seja, da placa de extremidade, seriam muito pequenas quando comparadas
com as deformações nos parafusos. Neste caso, as forças de alavanca
praticamente não existem e os parafusos estão submetidos, simplesmente, a
tração. Na Figura 5.46 ilustra-se este comportamento através da linha tracejada
em vermelho, [54]. O comportamento ideal - linha tracejada em azul – representa
a igualdade entre a força aplicada através do atuador hidráulico – linha cheia
magenta – e a força medida nos parafusos.
Para o caso da ligação em estudo, as deformações por flexão induzem as
forças de alavanca Q apresentadas na Figura 5.46 que provocam um acréscimo
na força aplicada aos parafusos representada pela linha cheia em azul.
Inicialmente, a força de tração proveniente da mesa da viga reduz a pressão de
contato entre a placa de extremidade e a mesa da coluna até o instante que
ocorre a separação entre as mesmas, e começa a se desenvolver a força Q,
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distribuída ao longo do trecho compreendido entre a linha de parafusos e a


extremidade da placa.

400 700
EE4 EE7
300 600
Força nos Parafusos (kN)

Força nos Parafusos (kN)

200 500

100 400

0 300

-100 200

-200 Força nos 4 parafusos superiores 100 Força nos 4 parafusos superiores

Força na mesa superior da viga Força na mesa superior da viga


-300 0
0 100 200 300 400 500 600 0 100 200 300 400 500 600
Força Aplicada pelo Atuador - M / d (kN) Força Aplicada pelo Atuador - M / d (kN)

Figura 5.47 – Efeito do esforço de alavanca – Ensaios EE4 e EE7

Este efeito de alavanca pode ser observado nos gráficos da Figura 5.47
apresentada acima. No ensaio EE4 onde se aplicou o maior esforço axial de
compressão, a separação prematura da placa de extremidade com a mesa da
coluna não se verifica, fazendo com que o efeito de amplificação da força nos
parafusos praticamente não se verifique. Este comportamento é semelhante ao
caso de uma placa de extremidade bastante rígida, conforme descrito
158

anteriormente. Já no ensaio EE7 – máximo esforço axial de tração – não se


verifica a compensação da força de protensão aplicada aos parafusos como nos
casos anteriores. Além disso, percebe-se que a força obtida através das
deformações medidas na mesa da viga, atinge o valor correspondente ao
escoamento, deixando de ser linear.

160 160

140 140

120
Momento Fletor (kN.m)

Momento Fletor (kN.m)


120

100 100

80 80
SG33 SG33
60 60
SG34 SG34
SG35 SG35
40 40
SG36 SG36
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SG37 20 SG37
20
SG38 SG38
0 0
-2000 0 2000 4000 0 500 1000
Deformação (µε) Tensão (MPa)

Figura 5.48 – Curvas M x ε e M x σ - Ensaio EE4

Nas curvas referentes ao ensaio EE4 cujo esforço axial aplicado foi de
-27% da resistência plástica da viga, verifica-se que os parafusos não atingiram
o limite de escoamento pois a força aplicada aos mesmos foi minorada pelo
esforço axial, ver Figura 5.48.
Nas curvas momento versus tensão apresentadas na Figura 5.48, nota-
se também que as deformações medidas no parafuso número 34 foram bastante
diferentes das medidas no parafuso 33 e isto provocou a diferença nas curvas
momento versus rotação apresentadas na Figura 5.49. Todavia, a rigidez inicial
obtida no momento das descargas, apresentou uma boa concordância entre as
duas curvas momento versus rotação.
Para o ensaio EE7, verifica-se uma maior semelhança entre as
deformações medidas simetricamente para os parafusos da zona tracionada da
ligação sendo observada a plastificação dos parafusos situados na segunda
linha de parafusos - Figura 5.50. Esta plastificação faz com que a Lei de Hooke
159

não possa mais ser utilizada, provocando a divergência entre as curvas


momento versus rotação apresentadas na Figura 5.51.

160 400
F33+F34
140 350 F35+F36
F37+F38
120 300
Momento Fletor (kN.m)

100 250

Força (kN)
80 200

60 150
M x R (células)

40 M x R (parafusos
100
com protensão)
20 M x R (parafusos 50
sem protensão)
0 0
0 25 50 75 100 0 50 100
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Rotação (mrad) Rotação (mrad)

Figura 5.49 – Curvas M x φ e F x δ - Ensaio EE4

160 160

140 140
Momento Fletor (kN.m)

120 120
Momento Fletor (kN.m)

100 100

80 80
SG33 SG33
60 60
SG34 SG34
SG35 SG35
40 40
SG36 SG36
20 SG37 SG37
20
SG38
SG38
0 0
-2000 2000 6000 10000 0 500 1000 1500 2000
Deformação (µε) Tensão (MPa)

Figura 5.50 – Curvas M x ε e M x σ - Ensaio EE7


160

160 800
F33+F34
140 700 F35+F36
F37+F38
120 600
Momento Fletor (kN.m)

100 500

Força (kN)
80 400
M x R (células)
60 300
M x R (parafusos
40 200
com protensão)

20 M x R (parafusos 100
sem protensão)
0 0
0 25 50 75 100 0 50 100
Rotação (mrad) Rotação (mrad)

Figura 5.51 – Curvas M x φ e F x δ - Ensaio EE7


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5.2.10 Considerações Finais dos Ensaios EE

Seguindo a mesma metodologia utilizada no capítulo anterior, apresenta-


se na Figura 5.52, a seqüência de escoamento das diversas componentes para
cada um dos ensaios com placa de extremidade estendida. Ao analisar-se estas
curvas, percebe-se que a presença de esforço axial, seja de compressão ou de
tração, afeta o comportamento das componentes mas de forma menos explícita
do que nos ensaios com placa de extremidade ajustada. Por exemplo, para a
componente placa de extremidade à flexão, que é a componente crítica da zona
em tração, o escoamento é atingido para um nível de momento
aproximadamente igual a 65kN.m para o ensaio EE1 (somente momento fletor).
Para os ensaios onde foi aplicado esforço axial de compressão, EE2 a
EE5, o escoamento desta componente é retardado conforme pode ser
observado nas curvas (b) a (e). Entretanto, nos dois ensaios onde se aplicou
esforço axial de tração, ou seja, os ensaios EE6 e EE7, esta componente atingiu
o escoamento aos 45kN.m e 40kN.m, respectivamente.
Por outro lado, a componente referente à mesa da viga em compressão –
componente crítica da zona em compressão – atinge o escoamento em níveis
inferiores de momento fletor quando comparados com o ensaio EE1. Neste
ensaio, o escoamento foi atingido aos 92kN.m. Para o ensaio EE4 (maior nível
161

de esforço axial de compressão) atingiu-se o escoamento aos 40kN.m e para o


ensaio EE7 (maior nível de esforço axial de tração) aos 102kN.m.
As observações apresentadas até o presente momento servirão de base
para a calibração das componentes caracterizadas pelos elementos de mola
utilizados no modelo mecânico que será discutido no próximo capítulo desta
tese.

160 160
Momento (kN.m)

120 120

Momento (kN.m)
80 80

40 40
EE1 (somente M) EE2 (N = - 10% Npl)
0 0
0 10 20 30 40 50 60 0 20 40 60 80 100
Rotação (mrad) Rotação (mrad)

(a) (b)
160 160

120 120
Momento (kN.m)

Momento (kN.m)
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80 80

40 40
EE5 (N = - 15% Npl) EE3 (N = - 20% Npl)
0 0
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100
Rotação (mrad) Rotação (mrad)

(c) (d)
160 160

120 120
Momento (kN.m)

Momento (kN.m)

80 80

40 40
EE4 (N = - 27% Npl) EE6 (N = + 10% Npl)

0 0
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100
Rotação (mrad) Rotação (mrad)

(e) (f)
160

120
Momento (kN.m)

80

40
EE7 (N = + 20% Npl)
0
0 20 40 60 80 100
Rotação (mrad)

(g)

Experimental Placa de extremidade à flexão (5)


Mesa da viga à compressão (7) Parafusos à tração (10)
Mesa da coluna à flexão (4) Alma da viga à tração (8)
Alma da coluna ao cisalhamento (1) Alma da coluna à tração (3)

Figura 5.52 – Seqüências de escoamento das componentes para cada ensaio


6
Modelo Mecânico Proposto

6.1
Introdução

Conforme comentado no capítulo dois, os modelos mecânicos,


geralmente conhecidos como modelos de molas, são baseados na simulação de
uma ligação através da utilização de um conjunto de componentes rígidos e
flexíveis que procuram representar todos os elementos que compõem a ligação.
A não-linearidade destes elementos é obtida por meio de leis constitutivas
inelásticas adotadas para os elementos de mola. Estes modelos mecânicos são
apropriados para caracterizar a ligação desde que se tenha um conhecimento
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prévio das leis constitutivas de cada uma destas molas. Estas leis podem ser
obtidas através de ensaios experimentais ou por meios analíticos.
Todavia, a informação existente na literatura a respeito do
comportamento individual de cada uma das componentes apresentadas no
Eurocode 3 [8,9] é muito limitada, principalmente quando se refere ao
comportamento pós-limite das mesmas.
A capacidade de deformação plástica antes da ruína, chamada
ductilidade, é uma propriedade importante do aço estrutural. Através desta
propriedade, garante-se que a parte da estrutura mais solicitada se deformará
suficientemente, após o início do escoamento, possibilitando que outras partes
absorvam incrementos de carregamento. Este fenômeno é chamado de
redistribuição de esforços e ocorre não só isoladamente numa peça, mas
também, na estrutura como um todo.
Silva et al. [55] propôs a utilização de modelos mecânicos considerando
que as componentes presentes numa ligação com placa de extremidade
dividem-se em três classes distintas de acordo com sua ductilidade:
componentes com ductilidade significativa, componentes com ductilidade
limitada e componentes com ruptura frágil.
As componentes que possuem ductilidade significativa são classificadas
assim por apresentarem um diagrama força versus deslocamento como
mostrado na Figura 6.1(a). Neste diagrama nota-se que a curva possui uma
163

rigidez inicial elástica (Ke) correspondente a um deslocamento (∆e). A partir de


um determinado ponto, a curva passa a ter a inclinação referente a rigidez pós-
limite (Kp) caracterizada pelo aumento dos deslocamentos com respectivo
aumento de carga e perda de rigidez. O deslocamento na ruptura destas
componentes é considerado elevado fazendo com que a razão (∆e/∆f) seja
praticamente nula. Dentre as componentes consideradas em uma ligação viga-
coluna com placa de extremidade típica que apresentam este comportamento,
pode-se citar: alma da coluna submetida ao cisalhamento (1) - desde que não
ocorra flambagem local, mesa da coluna em flexão (4), placa de extremidade à
flexão (5) e alma da viga à tração (8). Todavia, deve-se enfatizar que o Eurocode
3 [8,9] considera que esta última componente tem seu comportamento
caracterizado como rígido-plástico[38], ou seja, sua rigidez inicial (Ke) é infinita.

F F F

Kp
F F F
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Rd Rd Kp Rd

Ke ∆ Ke ∆ Ke ∆
∆e ∆e ∆e

(a) (b) (c)


Figura 6.1 – Diferentes leis constitutivas de componentes

Quanto às componentes que possuem ductilidade limitada, pode-se citar:


alma da coluna à compressão (2), alma da coluna à tração (3) e mesa da viga
em compressão (7). Estas apresentam um diagrama força versus deslocamento
como o mostrado na Figura 6.1(b) onde se verifica que após atingir a sua
resistência, os deslocamentos aumentam sem que ocorra o acréscimo da força
aplicada e a partir de um determinado ponto, começam a perder resistência.
Kuhlmann [56] realizou alguns ensaios onde procurou avaliar o comportamento
da componente alma da coluna à compressão que comprovam este tipo de
comportamento. Todavia, verificou-se através dos resultados experimentais
deste trabalho que a componente mesa da viga em compressão (7) pode
apresentar um comportamento dúctil , devendo ser classificada como tal. Isto
ocorre porque nestes casos, a mesa da viga pertence à classe 1, podendo atingir
o momento plástico da viga e possibilitando a redistribuição do momento fletor
atuante na mesma.
164

As componentes que têm uma ruptura frágil são associadas a


componente dos parafusos à tração (10) e às soldas cujo comportamento é
apresentado na Figura 6.1(c). Entretanto, a componente referente às soldas não
é considerada no cálculo da rigidez rotacional da ligação no Eurocode 3 [8,9] que
sugere apenas que a sua resistência deva ser suficiente para resistir aos efeitos
de um momento fletor igual ao momento de plastificação da viga ou γ vezes o
momento resistente da ligação Mj,Rd onde γ é igual a 1,4 e 1,7 para estruturas
indeslocáveis e deslocáveis, respectivamente.

6.2
Caracterização do Modelo de Molas

O primeiro passo para o desenvolvimento de um modelo mecânico de


uma ligação viga-coluna é a identificação das componentes presentes na ligação
que representam as trajetórias de esforços/deformação existentes e os possíveis
modos de colapso da ligação.
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Sendo assim, apresenta-se na Figura 6.2, o modelo de molas referente


às ligações da primeira série, ou seja, ligações com placa de extremidade
ajustada submetidas a momento fletor e esforço axial de tração ou compressão.
Para este modelo, as componentes referentes à zona em compressão da ligação
(1), (2) e (7) são adicionadas às linhas em tração. Isto porque no momento em
que se aplica o esforço axial de compressão, a zona em tração estará sujeita,
inicialmente, a esforço axial de compressão e este esforço não poderá provocar
o escoamento de nenhuma destas componentes. De forma análoga, na região
em compressão da ligação deve-se adicionar as componentes em tração (3), (4),
(5), (8) e (10) para caracterizar os ensaios com esforço axial de tração.

(3,1) (4,1) (5,1) (8) (10) (1) (2) (7)

(3,2) (4,2) (5,2) (8) (10) (1*) (2*) (7*)


IPE 240 Ø M
HEB 240

(1) (2) (7) (3,1) (4,1) (8) (5,1) (10)

Figura 6.2 – Modelo de molas para ligações com placa de extremidade ajustada
165

Deve-se ressaltar que as componentes em compressão presentes na


linha de parafusos inferior, ou seja, (1*), (2*) e (7*), devem ter sua rigidez
reduzida tendo em vista que o esforço de compressão na região inferior da
ligação será transmitido, basicamente, através da mesa inferior da viga através
das componentes (1), (2) e (7), respectivamente. Este modelo de molas,
conforme apresentado acima, somente será válido quando o momento atuante
na ligação tiver o sentido apresentado na Figura 6.2. Quando o momento
aplicado for em sentido contrário, o modelo deve ser invertido, pois caso
contrário, a simetria da ligação não mais existiria. No entanto, o modelo pode ser
simplificado, ou seja, desconsidera-se a presença da segunda linha de parafusos
tendo em vista que, devido ao pequeno braço de alavanca, sua contribuição para
a resistência ao momento fletor da ligação ser mínima conforme verificado
experimentalmente, fazendo com que o dimensionamento esteja a favor da
segurança.
De forma análoga, obtém-se o modelo de molas para as ligações com
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placa de extremidade estendida, Figura 6.3. Neste caso, as componentes da


terceira linha de parafusos não são consideradas devido a simplificação proposta
no Eurocode 3, §6.2.1.3(6) [8,9] que ignora a resistência de linhas de parafusos
em tração cujo braço de alavanca seja inferior a 40% do braço de alavanca da
linha mais afastada do centro de compressão. Vale observar que esta
simplificação modifica a rigidez inicial da ligação conforme será verificado em
uma seção a seguir. Este modelo também pressupõe que as componentes em
compressão adicionadas às duas linhas de parafusos superiores, ou seja, (1*),
(2*) e (7*), devem ter o valor de sua rigidez elástica dividida por dois. Isto é feito
de forma que metade do esforço axial aplicado à ligação que é transmitido pela
mesa superior da viga, seja redistribuído pelas duas linhas de parafusos.
HEB 240

(3,1) (4,1) (5,1) (10) (1*) (2*) (7*)

(3,2) (4,2) (5,2) (8,2) (10) (1*) (2*) (7*)

(3,3) (4,3 (5,3) (8,3) (10) (1) (2) (7) N


IPE 240 Ø M
(1) (2) (7) (3,1) (4,1) (5,1) (8,1) (10)

Figura 6.3 – Modelo de molas para ligações com placa de extremidade estendida
166

As molas representativas de componentes em tração não devem possuir


nenhuma resistência à compressão na sua lei constitutiva. De forma recíproca,
as molas em compressão não podem ter resistência à tração. Ambos os
comportamentos podem ser observados na Figura 6.4.

F F

Kp
F
Rd

Ke ∆ ∆e ∆
∆e Ke

F
Rd
Kp

(a) componentes em tração (b) componentes em compressão


Figura 6.4 – Leis constitutivas para molas em tração e compressão
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Algumas considerações sobre as leis constitutivas adotadas devem ser


mencionadas de acordo com o tipo de análise a ser efetuado para as ligações
em estudo, segundo recomendações do Eurocode 3. Neste regulamento são
propostos três tipos de análises diferentes:

• análise global elástica;


• análise global rígido-plástica;
• análise global elasto-plástica.

No primeiro caso, as ligações são classificadas de acordo com sua


rigidez inicial cujo valor é obtido através da eq. 2.5 apresentada no §2.2.2 do
capítulo dois. Todavia, como simplificação, pode-se adotar o procedimento
descrito a seguir:

a) enquanto o momento aplicado na ligação, Mj,Sd não exceder 2/3 Mj,Rd,


a rigidez inicial da ligação Sj,ini deve ser usada - Figura 6.5(a);
b) quando o momento aplicado na ligação, Mj,Sd ultrapassar 2/3 Mj,Rd, a
rigidez inicial da ligação adotada deve ser Sj,ini / η - Figura 6.5(b);
167

c) alternativamente, permite-se adotar o valor de Sj,ini/η para a rigidez


inicial da ligação na análise global elástica, para todos os valores de
momento fletor Mj,Sd conforme apresentado na Figura 6.5(c).

M M M
M j,Rd M j,Rd M j,Rd

2/3 M j,Rd 2/3 M j,Rd

M j,Sd M j,Sd M j,Sd

S j,ini φ S j,ini / η φ S j,ini / η φ

Mj,Sd ≤ 2/3 Mj,Rd 2/3 Mj,Rd ≤ Mj,Sd ≤ Mj,Rd


(a) (b) (c)
Figura 6.5 – Rigidez inicial a ser usada na análise global elástica [8,9]

Na análise global rígido-plástica, as ligações são classificadas de acordo


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com sua resistência, ou seja, ligações com resistência parcial ou completa.


Neste tipo de análise, nenhuma consideração sobre a rigidez inicial a ser
adotada é exigida.
Finalmente, quando se utiliza a análise global elasto-plástica, as ligações
são classificadas de acordo com a rigidez inicial e a resistência. Neste tipo de
análise, a curva momento versus rotação é simplificada adotando-se a
representação bi-linear apresentada na Figura 6.6 onde o valor de η dado no
capítulo dois é igual a 2 para ligações aparafusadas com placa de extremidade.

M j,Rd

S j,ini / η φ

Figura 6.6 – Aproximação bi-linear da curva momento versus rotação [8,9]

Portanto, para que se possa efetuar a análise pretendida neste trabalho,


ou seja, uma análise global elasto-plástica, deve-se considerar:
168

a) em uma primeira análise, considera-se o valor da rigidez elástica


individual das componentes dividido por 2 para que se possa obter a
rigidez inicial da ligação Sj,ini/η caracterizando um comportamento
elasto-plástico perfeito, ou seja, a rigidez pós-limite das componentes
é nula;
b) em seguida, considera-se o valor global de rigidez elástica das
componentes com uma respectiva rigidez pós-limite diferente de zero
conforme apresentado anteriormente na Figura 6.4.

6.3
Descrição dos “Softwares” Avaliados

Inicialmente, utilizou-se um programa de elementos finitos, LUSAS, [57].


Todavia, neste programa, não se permite atribuir a uma mola, um
comportamento com valores de rigidez diferentes para tração e compressão.
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Entretanto, como era necessário caracterizar uma mola com comportamentos


diferenciados para compressão e tração, adotou-se uma solução com duas
molas em paralelo, sendo uma com comportamento de tração e outra com
comportamento de compressão.
Esta hipótese tornava o processamento lento e isto motivou a utilização
do programa NASCon, [58-60], desenvolvido no Departamento de Engenharia
Civil da Universidade de Coimbra, Portugal, pelo engenheiro Luís Borges em sua
dissertação de mestrado. Como este programa foi desenvolvido especificamente
para a análise de ligações através de modelos mecânicos, o tempo necessário
para o processamento dos modelos tornou-se bastante reduzido quando
comparado com o programa anterior. Na Figura 6.7 apresenta-se a tela principal
do programa onde várias opções de carregamento podem ser utilizadas, tais
como, controle de força (F), controle de deslocamentos (D) ou controle através
do trabalho externo (W).
Este programa também possui um pré-processador para geração do
modelo de molas utilizado nas ligações onde pode-se atribuir qualquer tipo de
comportamento para cada uma das molas consideradas, Figura 6.8.
Com a finalidade de se comparar e validar os resultados obtidos neste
último programa, um exemplo da ligação foi testado em ambos os aplicativos. O
resultado obtido, apresentado na Figura 6.9, foi satisfatório tendo em vista a
coincidência das curvas.
169

Figura 6.7 – Tela de resultados - NASCon [58-60]


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Figura 6.8 – Pré-processador - NASCon [58-60]

100

90

80
Momento Fletor (kN.m)

70

60

50

40

30
LUSAS
20

10 SCO

0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Rotação (mrad)

Figura 6.9 – Comparação entre LUSAS [57] e NASCON [58-60]


170

6.4
Análise de Resultados – Ligação com Placa de Extremidade Ajustada

6.4.1 Componentes com comportamento elasto-plástico perfeito

Conforme comentado anteriormente, nesta primeira análise, considera-se


apenas a linha de parafusos superior e que as molas tem um comportamento bi-

linear com uma rigidez elástica K e = k e x E ( 2


) , ou seja, equivalente a metade
da calculada através do Eurocode 3, e nenhuma rigidez pós-limite. O uso deste
modelo objetiva representar a curva momento versus rotação mostrada na
Figura 6.6 com o maior grau de precisão possível. Os resultados obtidos são
apresentados na Figura 6.10 através das curvas momento versus rotação para
os oito ensaios de ligações com placa de extremidade ajustada.
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100
90 FE1 - N = 0 (EC3)

80 FE3 - N = -52,7kN
Momento Fletor (kN.m)

70 FE4 - N = -105,2kN

60
FE5 - N = -265,0kN
50
FE6 - N = -345,0kN
40
FE7 - N = -257,0kN
30
20 FE7 - N = +128,0kN

10 Sj,ini/η FE9 - N = +250,0kN

0
0 20 40 60 80 100
Rotação (mrad)

Figura 6.10 – Curvas momento fletor versus rotação – Ensaios FE

Na Figura 6.11 efetua-se uma comparação entre os resultados


provenientes do modelo de molas com os experimentais para os oito casos
testados experimentalmente.
Através destas curvas, nota-se que a simplificação do modelo, utilizando
apenas uma linha de parafusos em tração, prejudica a boa concordância entre a
curva experimental e a numérica nos ensaios com esforço axial de tração mas,
como comentado anteriormente, ao adotar esta simplificação, gera-se um limite
inferior para o problema estudado fornecendo valores a favor da segurança.
171

100 100
Momento Fletor (kN.m)

Momento Fletor (kN.m)


80 80

60 60

40 40

Experimental Experimental
20 20
Modelo Modelo
0 0
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80
Rotação (mrad) Rotação (mrad)

(a) FE1 – N = 0 (b) FE3 – N = -52,7kN (-4% Npl)


100 100
Momento Fletor (kN.m)

Momento Fletor (kN.m)


80 80

60 60

40 40 Experimental - FE5
Experimental
Experimental - FE7
20 Modelo 20
Modelo
0 0
0 20 40 60 80 0 20 40 60 80
Rotação (mrad) Rotação (mrad)

(c) FE4 – N = -105,6kN (-8 % Npl) (d) FE5 & FE7 – N = -260,0kN (-20 % Npl)
100 100
Momento Fletor (kN.m)

Momento Fletor (kN.m)

80 80
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60 60

40 40
Experimental Experimental
20 Modelo 20 Modelo

0 0
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100
Rotação (mrad) Rotação (mrad)

(e) FE6 – N = -345,0kN (-27 % Npl) (f) FE8 – N = +130,6kN (-10 % Npl)
100
Momento Fletor (kN.m)

80

60

40
Experimental
20
Modelo 1
0
0 20 40 60 80 100
Rotação (mrad)

(g) FE9 – N = +265,0kN (+20 % Npl)


Figura 6.11 – Comparação de curvas momento versus rotação (kp=0) – Ensaios FE

Os valores de rigidez elástica de cada uma das componentes são


sumarizados na Tabela 6.1. Já a Tabela 6.2 apresenta os valores de momento
fletor e rigidez inicial para cada um dos ensaios, obtidos numericamente e
através dos ensaios experimentais. As componentes representadas nesta tabela
são caracterizadas por dois números onde o primeiro representa a componente
propriamente dita e o segundo, a linha a qual esta componente pertence.
172

Tabela 6.1 – Coeficientes de rigidez das componentes dos ensaios da série FE


FRd ke Ke Ke/2
Componente
(kN) (mm) (kN/mm) (kN/mm)
(1) -642,56 7,52 1579292 789646
(C)
(2) -690,67 10,40 2183852 1091926
Compressão
(7) -542,27 ∞ 100000000 50000000
(3,1) 533,28 7,03 1475552 737776
(T1) (4,1) 408,34 40,47 8499353 4249677
Tração 1 (5,1) 339,31 14,13 2968123 1484062
h = 193,1mm (8,1) 483,05 ∞ 100000000 50000000
(10) 441,00 7,76 1630099 815050

Tabela 6.2 – Comparação entre Mj,Rd e Sj,ini – numérico e experimental


Mj,Rd (kN.m) Sj,ini (kN.m/rad)
Ensaio
ensaio modelo erro (%) ensaio modelo erro (%)
FE1 72,2 65,2 -10,74 8564 5725 -49,59
FE3 77,2 70,6 -9,35 9713 5796 -67,58
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FE4 74,7 75,4 0,93 11262 5859 -92,22


FE5 80,5 78,9 -2,03 10763 6059 -77,64
FE6 72,3 71,4 -1,26 9379 6219 -50,81
FE7 80,7 79,5 -1,51 7326 6046 -21,17
FE8 61,7 53,1 -16,20 7185 5506 -30,49
FE9 51,3 41,3 -24,21 5315 5206 -2,09

Com a simplificação efetuada no modelo, deve-se reavaliar seus efeitos


na rigidez inicial da ligação. Considerando-se todas as linhas de parafusos, tem-
se que a rigidez inicial Sj,ini/η é igual a 5965kN.m/rad, conforme se verifica a
seguir, utilizando-se as equações apresentadas no capítulo dois.

1 1
k eff ,r = ⇒ k eff ,1 = k eff ,2 = = 2,734mm
nc
1 1 1 1 1 ( 6.1 )
∑k + + +
7,03 40,47 14,30 7,76
i=1 i,r

nb
∑ k eff ,i h i2 2,734 . (193,1) 2 + 2,734 . (37,1) 2
i =1
z eq = = = 167,96mm ( 6.2 )
nb
2,734 . (193,1) + 2,734 . (37,1)
∑ k eff ,i h i
i=1
173

nb
∑ k eff ,i h i 2,734 . (193,1) + 2,734 . (37,1)
i=1 ( 6.3 )
k eq = = = 3,74mm
z eq 167,96

E z2 210000 . (167,96) 2
S j,ini = = = 11929kN.m / rad
 1 1 1   1 1 1  ( 6.4 )
µ + +   + + 
 k 1 k 2 k eq   7,52 10,40 3,74 
 

S j,ini 11929
= = 5965kN.m / rad ( 6.5 )
η 2

Quando se considera apenas a linha superior em tração e a linha em


compressão, tem-se uma nova rigidez inicial Sj,ini/η igual a 6013kN.m/rad.

1 1
k eff ,r = ⇒ k eff ,1 = = 2,734mm
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 9916423/CA

nc
1 1 1 1 1 ( 6.6 )
∑k + + +
7,03 40,47 14,30 7,76
i=1 i,r

nb
∑ k eff ,i h i2 2,734 . (193,1) 2
i=1
z eq = h1 = nb
= = 193,1mm ( 6.7 )
2,734 . (193,1)
∑ k eff ,i h i
i=1

k eq = k eff ,1 = 2,374mm ( 6.8 )

E z2 210000 . (193,1) 2
S j,ini = = = 12027kN.m / rad
 1 1 1   1 1 1  ( 6.9 )
µ + +   + + 
 k 1 k 2 k eq   7,52 10,40 2,37 
 

S j,ini 12027
= = 6013kN.m / rad ( 6.10 )
η 2

Com isso, verificou-se que o valor encontrado acima quando comparado


com o obtido para o ensaio FE1, apresentado na Tabela 6.2, fornece um
dimensionamento a favor da segurança.
174

Finalmente, de posse destes resultados, torna-se possível traçar a curva


de interação momento fletor versus esforço axial apresentada abaixo onde o
domínio de aplicação de acordo com o Eurocode 3, correspondente a limitação
de 5% da resistência plástica da viga, está representado pelas linhas verticais.
Nota-se que o modelo proposto, mesmo após as simplificações, apresenta
resultados coerentes quando comparados com os ensaios, sempre a favor da
segurança.

100
75
Momento Fletor (kN.m)

50
25 Modelo
Experimental
0
Limite EC3
-25
-50
-75
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-100
-1500 -1000 -500 0 500 1000
Esforço Axial (kN)

Figura 6.12 – Curva de interação momento fletor versus esforço axial

6.4.2 Comportamento elasto-plástico com rigidez pós-limite

Nesta segunda análise, considera-se que as componentes possuem uma


rigidez pós-limite diferente de zero e o comportamento das componentes é
considerado bi-linear, ou seja, a rigidez elástica permanece constante até atingir
a resistência da componente, quando então, passa a ter a inclinação referente à
rigidez pós-limite. Vale lembrar que, nesta análise, a rigidez elástica das
componentes corresponde ao valor integral obtido através do Eurocode 3.
Apresentam-se na Figura 6.13, as curvas momento versus rotação,
obtidas através do modelo de molas e sua comparação com os ensaios
experimentais onde a seqüência de escoamento das componentes para cada um
dos ensaios é evidenciada.
175

100 100
Momento Fletor (kN.m) (7)

Momento Fletor (kN.m)


80 (7) 80
(5,1) (4,1)
(5,1) (4,1)
60 60

40 40

Experimental Experimental
20 20
Modelo Modelo
0 0
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80
Rotação (mrad) Rotação (mrad)

(a) FE1 – N = 0 (b) FE3 – N = -52,7kN (4% Npl)


100 100
(7)
Momento Fletor (kN.m)

Momento Fletor (kN.m)


80 (5,1) (4,1) 80
(7) (5,1)
60 60

40 40 Experimental - FE5
Experimental
Experimental - FE7
20 Modelo 20
Modelo
0 0
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100
Rotação (mrad) Rotação (mrad)

(c) FE4 – N = -105,6kN (8 % Npl) (d) FE5 & FE7 – N = -260,0kN (20 % Npl)
100 100
Momento Fletor (kN.m)

Momento Fletor (kN.m)

80 80 (7)
(5,1)
(7)
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60 60 (5,1) (4,1)

40 40
Experimental Experimental
20 Modelo 20 Modelo

0 0
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100
Rotação (mrad) Rotação (mrad)

(e) FE6 – N = -345,0kN (27 % Npl) (f) FE8 – N = +130,6kN (10 % Npl)
100
Momento Fletor (kN.m)

80

60 (4,1)
(7)
(5,1) (5,2)
40
Experimental
20 Modelo 1

0
0 20 40 60 80 100
Rotação (mrad)

(g) FE9 – N = +265kN (20 % Npl)


Figura 6.13 – Comparação de curvas momento versus rotação – kp ≠ 0

A partir destas curvas obtidas, nota-se que ao considerar que as


componentes tem uma rigidez pós-limite, as curvas obtidas através do modelo
de molas apresentam uma melhor concordância com os resultados obtidos
experimentalmente.
Todavia, nem todas as componentes atingiram o valor correspondente ao
escoamento, fazendo com que apenas algumas componentes tivessem sua
rigidez pós-limite calibrada. Sendo assim, apresentam-se na Tabela 6.3, os
176

valores de kp (como percentual de ke) das componentes utilizadas na obtenção


das curvas apresentadas na Figura 6.13.
Algumas considerações com relação a componente mesa da viga em
compressão (7) precisam ser citadas. Esta componente teve seu comportamento
considerado inicialmente como rígido-plástico conforme comentado
anteriormente. Isto ocorre pois se considera que esta componente, assim como
a alma da viga à tração (8) possuem rigidez elástica infinita. Entretanto, a partir
da adoção do modelo elasto-plástico, a componente da mesa da viga em
compressão deve ter uma rigidez pós-limite calibrada neste caso, não como
percentual da rigidez elástica pois seria infinita, mas sim, com um valor suficiente
para ajustar a curva momento versus rotação.
Este efeito pode ser observado com maior evidência, na comparação da
curva referente aos ensaios FE5 a FE7 onde se notou que esta componente é a
primeira a atingir o escoamento.
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Tabela 6.3 – Valores calibrados para rigidez pós-limite kp


ke Ke kp/ke Kp
Componente
(mm) (kN/mm) (%) (kN/mm)
C (7) ∞ 1,0E+08 - 2000
(4,1) 40,47 8499353 0,200 17000
T (5,1) 14,13 2968123 0,280 8310
(5,2) 14,13 2968123 0,280 8310

6.5
Análise dos Resultados – Ligação com Placa de Extremidade
Estendida

6.5.1 Comportamento elasto-plástico perfeito para as componentes

Seguindo a mesma metodologia apresentada para os ensaios de ligações


com placa de extremidade ajustada, a primeira análise a ser apresentada
consiste da reprodução do comportamento bi-linear proposto pelo Eurocode 3.
Todavia, ao considerar duas linhas de parafusos em tração, tem-se um
comportamento tri-linear para a curva momento versus rotação tendo em vista
que esta curva somente atinge o ponto referente ao início do patamar horizontal,
no instante em que a segunda componente de uma outra linha atinge o
177

escoamento, desde que a primeira a atingir o escoamento não seja uma


componente em compressão (caso representado pela linha traço – ponto na
mesma figura). Portanto, as duas hipóteses apresentadas na Figura 6.14
poderiam ser utilizadas sendo a representação bi-linear (linha tracejada) a
proposta pelo Eurocode 3 e a tri-linear (linha cheia), mais precisa. Sendo assim,
por coerência, adotou-se a representação tri-linear. Os resultados obtidos nesta
primeira análise são apresentados na Figura 6.15 através das curvas momento
versus rotação para os sete ensaios de ligações com placa de extremidade
estendida e na Figura 6.16 efetua-se a comparação individual entre os
resultados provenientes do modelo de molas e os dos ensaios.

160
escoamento da 2ª
140 componente

120
Momento Fletor (kN.m)

100 bi-linear

80 tri-linear
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bi-linear
60

40
escoamento da 1ª
componente (tração)
20 Sj,ini/η
0
0 20 40 60 80 100
Rotação (mrad)

Figura 6.14 – Curva momento fletor versus rotação adotada

160

140 EE1 - N = 0

120 EE2 - N = -130,7kN


Momento Fletor (kN.m)

100 EE5 - N = -195,4kN

80 EE3 - N = -260,0kN

60 EE4 - N = -363,0kN

40 EE6 - N = 130,6kN

20 EE7 - N = 257,1kN

0
0 20 40 60 80 100
Rotação (mrad)

Figura 6.15 – Curvas momento fletor versus rotação – Ensaios EE


178

160 160
Momento Fletor (kN.m) 140 140

Momento Fletor (kN.m)


120 120
100 100
80 80
60 60
Experimental
40 Experimental 40
Modelo
20 Modelo 20
0 0
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100
Rotação (mrad) Rotação (mrad)

(a) EE1 – N = 0 (b) EE2 – N = -137,0kN (10% Npl)


160 160
140 140
Momento Fletor (kN.m)

Momento Fletor (kN.m)


120 120
100 100
80 80
60 60
Experimental Experimental
40 40
Modelo Modelo
20 20
0 0
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100
Rotação (mrad) Rotação (mrad)

(c) EE5 – N = -195,4kN (15% Npl) (d) EE3 – N = -260,0kN (20% Npl)
160 160
140 140
Momento Fletor (kN.m)

Momento Fletor (kN.m)

120 120
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100 100
80 80
60 Experimental 60
Experimental
40 40
Modelo Modelo
20 20
0 0
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100
Rotação (mrad) Rotação (mrad)

(e) EE4 – N = -363,0kN (27% Npl) (f) EE6 – N = +130,6kN (10% Npl)
160
Momento Fletor (kN.m)

140
120
100
80
60
Experimental
40
Modelo
20
0
0 20 40 60 80 100
Rotação (mrad)

(g) EE7 – N = +257,1kN (20% Npl)


Figura 6.16 – Comparação de curvas momento versus rotação (kp=0) – Ensaios EE

Nota-se que os resultados obtidos através do modelo de molas proposto


representaram um limite inferior para a curva experimental exceto para o ensaio
EE1 apenas com momento fletor. Todavia, uma análise mais detalhada das
curvas dos ensaios EE1 e EE2 mostra uma diferença do modelo em relação aos
resultados experimentais. Este fato ocorreu pois, de acordo com os ensaios
realizados, a resistência ao momento fletor do ensaio EE2 onde se aplicou um
esforço axial de compressão correspondente a 10% da resistência plástica da
viga, deveria ser maior do que a obtida no ensaio EE1 (somente momento fletor).
179

No ensaio EE1, verificou-se que a ligação atinge o nível de momento


fletor equivalente ao calculado através do Eurocode 3 com uma rotação
associada bastante elevada, algo em torno de 50mrad, mostrando que caso o
dimensionamento fosse feito desta forma, valores contra a segurança seriam
obtidos.
Isto se deve entre outros motivos, ao fato de que no Eurocode 3, admite-
se que o centro de compressão encontra-se na linha média da mesa inferior da
viga, gerando um braço de alavanca superior ao verificado experimentalmente.
Owens [54] propõe que o eixo neutro de ligações viga-coluna com placa
de extremidade estendida, onde não se utiliza enrijecedor na alma da coluna,
encontra-se a 1/6 da altura da viga em relação a mesa inferior. Isto deve-se ao
fato de que o esforço de compressão não é transmitido apenas através da mesa
inferior da viga – Figura 6.17(a) – mas também, através de parte da alma da viga
– Figura 6.17(b).
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227
153
Fc
Fc 35

(a) (b)

Figura 6.17 – Transmissão do esforço de compressão na ligação

Com isso, os novos braços de alavanca para as duas linhas superiores


de parafusos passam a ser h1 = 227,3mm e h2 = 153,1mm. Com estes novos
valores, tem-se uma resistência ao momento fletor igual a 104,5kN.m contra os
126.3kN.m obtidos anteriormente. Ambas as curvas podem ser comparadas na
Figura 6.18. Comparando-se o novo valor obtido para a resistência ao momento
fletor com o obtido experimentalmente, 118,7kN.m, nota-se uma melhor
concordância entre os resultados, ou seja, a favor da segurança.
180

160

Momento Fletor (kN.m)


140
120
100
80
Experimental
60
40 Modelo (h original)

20 Modelo (h reduzido)

0
0 20 40 60 80 100
Rotação (mrad)

Figura 6.18 – Comparações de curvas momento versus rotação – Ensaio EE

Entretanto, a seqüência de escoamento das componentes observada nos


resultados obtidos através do modelo de molas apresentou-se de forma coerente
conforme pode ser verificado na Figura 6.19. A primeira componente a atingir o
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escoamento nos ensaios EE1 e EE2 foi a placa de extremidade à flexão (5,1)
para um nível de momento fletor igual a 98,1kN.m e 109,7kN, respectivamente.
Isto demonstra que a presença do esforço axial de compressão equivalente a
10% da resistência plástica da viga no ensaio EE2 retarda o escoamento da
primeira componente. A menor resistência ao momento fletor obtida no ensaio
EE2 deve-se ao fato de que o escoamento da segunda componente, ou seja,
mesa da viga em compressão (7), ocorreu imediatamente após ao escoamento
da primeira componente para um nível de momento fletor aplicado da ordem de
115,5 kN contra os 126,2kN.m do ensaio EE1.
Para os ensaios EE3, EE4 e EE5, verificou-se que a primeira
componente a atingir o escoamento foi a mesa da viga em compressão. Esta
componente além de controlar o dimensionamento da zona em compressão da
ligação, representa também, uma limitação da resistência da zona em tração
devido ao equilíbrio do sistema. Por este motivo, considerando um
comportamento elasto-plástico perfeito para as componentes, quando o
escoamento se verifica através de uma componente em compressão, este nível
de momento fletor corresponde a resistência ao momento fletor da ligação.
Nestes ensaios, devido ao esforço axial de compressão e ao fato de que a mesa
da viga pertence à classe 1 permitindo uma redistribuição dos esforços, observa-
se um ganho de resistência que também pode ser provocado pelo encruamento
do aço naquela região.
181

140 M M
1ª 2ª
(kN.m) (kN.m)
Momento Fletor (kN.m)
120
100 EE1 (5,1) 98,1 (7) 126,2

80
EE2 (5,1) 109,7 (7) 115,5
60
40 EE5 (7) 109,9 -
20
EE3 (7) 102,0 -
0
EE4 EE3 EE5 EE2 EE1 EE6 EE7
EE4 (7) 89,3 -
Esforço Axial (kN)

(5,1) - Placa de extremidade à flexão EE6 (5,1) 87,2 (5.2) 128,1


(7) - Mesa da viga em compressão
(5,2) - Placa de extremidade à flexão EE7 (5,1) 76,7 (5.2) 113,4

Figura 6.19 – Seqüência de escoamento de componentes (kp=0) – Ensaios EE

Já para os ensaios com esforço axial de tração, EE6 e EE7, verificou-se


que o modelo de molas fornece valores de rigidez inicial superiores aos obtidos
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experimentalmente mas em termos de momento fletor, os resultados se


mostraram razoáveis.
Apresenta-se na Tabela 6.4 os valores utilizados para a rigidez de cada
uma das componentes, bem como suas resistências calculadas de acordo com
as recomendações do Eurocode 3 com coeficientes de resistência tomados
iguais a 1,0 e valores reais para a tensão de escoamento dos materiais.

Tabela 6.4 – Coeficientes de rigidez das componentes dos ensaios da série EE


FRd ke Ke Ke/2
Componente
(kN) (mm) (kN/mm) (kN/mm)
(1) -642,52 5,75 1206490 603245
(C)
(2) -653,11 10,13 2128160 1064080
Compressão
(7) -542,21 ∞ 100000000 50000000
(3,1) 533,24 5,74 1204683 602341
Primeira linha
(4,1) 408,32 33,04 6939113 3469557
em tração
(5,1) 289,77 20,11 4222138 2111069
(h = 267,1mm)
(10) 441,00 7,76 1630099 815050
(3,2) 4,91 7,03 1030793 515396
Segunda linha (4,2) 28,27 40,47 5937485 2968743
em tração (5,2) 26,85 14,13 5637909 2818955
(h = 193,1mm) (8) 542,21 ∞ 100000000 50000000
(10) 441,00 7,76 1630099 815050
182

A Tabela 6.5 ilustra as divergências encontradas entre os resultados


obtidos numericamente e os resultados experimentais. Neste instante, vale
ressaltar que a obtenção da resistência a flexão dos ensaios foi obtida de acordo
com o apresentado na Figura 6.20. Uma das formas de avaliar a resistência a
flexão através da curva momento versus rotação de um ensaio experimental é
através do encontro de duas retas que, representam respectivamente, a
inclinação da parte elástica e da parte plástica da curva momento versus rotação
experimental. Porém, a escolha de qual trecho deve ser utilizado para
representar a parte plástica da curva faz com que a inclinação desta reta varie
significativamente e influencie consideravelmente o valor experimental da
resistência a flexão. Sendo assim, adotou-se um valor de comparação obtido
para uma rotação de aproximadamente 20mrad para que se pudesse comparar
os ensaios executados.

Tabela 6.5 – Comparação entre Mj,Rd e Sj,ini – numérico e experimental


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Mj,Rd (kN.m) – φ = 20mrad Sj,ini (kN.m/rad)


Ensaio 4
teste modelo erro (%) teste modelo erro (%)
EE1 118,7 120,2 16,13 26933 10983 -145,22
EE2 125,4 115,5 2,94 14923 10670 -39,86
EE5 118,1 109,9 -0,72 12077 10467 -15,38
EE3 113,2 102,0 -3,68 11260 10049 -12,05
EE4 111,9 89,3 -16,85 12032 9748 -23,43
EE6 111,5 97,1 2,21 10275 12888 20,27
EE7 101,0 86,1 1,29 10611 13349 20,51

Com os resultados obtidos até o presente momento, torna-se possível


traçar as curvas de interação momento fletor versus esforço axial, apresentadas
na Figura 6.21, considerando os braços de alavanca originais e apenas
momento fletor que traciona a mesa superior da viga. Os valores de momento
fletor foram obtidos, respectivamente, para níveis de rotação iguais a 15, 20, 25
e 50mrad, sendo o nível de 20mrad adotado para comparação como comentado
anteriormente. São apresentadas duas curvas de interação obtidas através do

4
Para o caso em que a primeira componente a atingir o escoamento pertença a zona em tração,
adota-se o valor de momento fletor no instante em que a segunda componente atinja o
escoamento. Já para o caso em que a primeira componente a atingir o escoamento pertença à
zona em compressão, considera-se este nível de momento fletor como sendo a resistência à
flexão da ligação.
183

modelo de molas sendo a primeira para um nível de rotação da ordem de


20mrad (termo de comparação com os resultados experimentais) e a segunda
correspondente ao momento último obtido.

160
y = 22.057x + 7.020
y = 0.1857x + 117.27
Momento Fletor (kN.m)

120

80

40

0
0 20 40 60 80 100
Rotação (mrad)

Figura 6.20 – Obtenção de Mj,Rd a partir da curva momento versus rotação


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150
EE5
140
EE4 EE2 EE6
130 EE7
Momento Fletor (kN.m)

120
110 EE1
100
EE3
90
80
70
60
50
-600 -400 -200 0 200 400 600 800
Esforço Axial (kN)

Modelo de molas - M último Modelo de molas - 20mrad Experimental - 15 mrad


Experimetal - 20 mrad Experimental - 25 mrad Experimental - 50 mrad

Figura 6.21 – Curva de interação momento fletor versus esforço axial

Conforme pode-se observar, a curva de interação obtida através do


modelo proposto para um nível de rotação de 20mrad foi capaz de identificar a
perda de resistência à flexão para ensaios com esforço axial de tração, EE6 e
EE7. Por outro lado, apesar de fornecer valores consistentes para os ensaios
com esforço axial de compressão, ou seja, dentro de limites aceitáveis, também
não foi possível reproduzir através do modelo, um ganho de resistência para
184

níveis com pouco esforço axial, ou seja, ensaios EE2, EE3 e EE5. Observa-se
também que, para o ensaio EE4, os valores obtidos experimentalmente podem
indicar alguma inconsistência tendo em vista que devido ao nível elevado de
esforço axial de compressão, esperava-se uma resistência ao momento fletor
inferior aos demais ensaios com esforço axial de compressão.

6.5.2 Comportamento elasto-plástico com rigidez pós-limite

Neste parágrafo, apresenta-se a análise dos resultados obtidos através do


modelo proposto para as ligações com placa de extremidade estendida
considerando-se que as componentes possuem uma lei constitutiva elasto-
plástica com uma rigidez pós-limite diferente de zero. Tendo em vista a grande
diferença encontrada entre a rigidez inicial teórica e a experimental, optou-se por
utilizar a rigidez inicial elástica das componentes dividida por 2 e a partir destes
valores, calibrar-se a rigidez pós-limite das componentes necessárias. As curvas
individuais de cada um dos ensaios são apresentadas na Figura 6.22.
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Do mesmo modo como foi verificado na primeira análise das ligações com
placa de extremidade estendida onde adotou-se kp=0, os resultados obtidos para
o ensaio EE1 apresentaram-se bastante diferentes do experimental. Para os
ensaios com esforço axial de compressão, a concordância entre as curvas foi
mais satisfatória mas para os ensaios com esforço axial de tração, a curva do
ensaio EE7 ajustou-se melhor do que para o ensaio EE6.
Na Tabela 6.6 são apresentados os valores da rigidez pós-limite (kp)
calibrados para as componentes necessárias.

Tabela 6.6 – Valores calibrados para rigidez pós-limite kp


ke Ke kp/ke Kp
Componente
(mm) (kN/mm) (%) (kN/mm)
(1) 5,68 596122 0,9000 5365
C (2) 10,4 1064080 0,0400 426
(7) ∞ 1,0E+08 0,0004 20000
(5,1) 21,11 2968123 0,0200 422
T
(5,2) 14,13 1484061 0,3500 5194
185

160 160
Momento Fletor (kN.m) 140 (7) (1) 140 (7)

Momento Fletor (kN.m)


(5,2)
(2)
120 120 (1)
(5,1)
100 100 (5,1)
80 80
60 60
Experimental
40 Experimental 40
Modelo
20 Modelo 20
0 0
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100
Rotação (mrad) Rotação (mrad)

(a) EE1 – N = 0 (b) EE2 – N = -137,0kN (10% Npl)


160 160
140 (1) 140 (2)
(5,1)
Momento Fletor (kN.m)

Momento Fletor (kN.m)


(2) (5,1)
120 120
(7) (1)
100 (7) 100
80 80
60 60
Experimental Experimental
40 40
Modelo Modelo
20 20
0 0
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100
Rotação (mrad) Rotação (mrad)

(c) EE5 – N = -195,4kN (15% Npl) (d) EE3 – N = -260,0kN (20% Npl)
160 160
140 140 (5,2) (7)
Momento Fletor (kN.m)
Momento Fletor (kN.m)
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120 (5,1) 120


(1) (2) (5,1)
100 (7) 100
80 80
60 Experimental 60
Experimental
40 40
Modelo Modelo
20 20
0 0
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100
Rotação (mrad) Rotação (mrad)

(e) EE4 – N = -363,0kN (27% Npl) (f) EE6 – N = +130,6kN (10% Npl)
160
(5,2)
Momento Fletor (kN.m)

140
120 (7)
100
80
(5,1)
60
Experimental
40
Modelo
20
0
0 20 40 60 80 100
Rotação (mrad)

(g) EE7 – N = +257,1kN (20% Npl)

Figura 6.22 – Comparação de curvas momento versus rotação – kp ≠ 0

6.6
Comparação com o Modelo Proposto por Cerfontaine [11]

Conforme comentado no capítulo dois, o modelo proposto por


Cerfontaine [11] baseado nos princípios de dimensionamento recomendados
pelo Eurocode 3 fornece a curva de interação momento fletor versus esforço
186

axial para ligações viga-coluna submetidas a momento fletor e esforço axial.


Desta forma, apresentam-se a seguir, os diagramas de interação para as duas
configurações de ligações utilizadas neste trabalho.

100
75
Momento Fletor (kN.m)

50
25
0
-25
-50
-75
-100
-1500 -1000 -500 0 500 1000
Esforço Axial (kN)
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Modelo - Lima Modelo - Cerfontaine Experimental

Figura 6.23 – Comparação de curvas momento versus – série FE

150
limite para esforço
axial de tração

100
Momento Fletor (kN.m)

50

-50

-100
-1500 -1000 -500 0 500 1000
Esforço Axial (kN)

Modelo Lima - M último Modelo Lima - 20mrad


Experimetal - 20 mrad Modelo de Cerfontaine

Figura 6.24 – Comparação de curvas momento versus – série EE

Comparando-se os resultados obtidos, para os ensaios da primeira série,


ou seja, ligações com placa de extremidade ajustada, o modelo proposto neste
187

trabalho apresentou resultados mais coerentes, até porque, considerou-se


apenas uma linha de parafusos em tração. Ambas as curvas são semelhantes
por se basearem no mesmo princípio proposto pelo Eurocode 3.
Já para os ensaios da segunda série, existe uma divergência entre os
modelos tendo em vista que para esforço axial de tração, tem-se o limite
referente ao escoamento da componente mais fraca desta zona, ou seja, a placa
de extremidade à flexão cujo valor é de 289,8kN. Ao se aplicar um esforço de
tração igual a 576,0kN, tem-se que a força na linha inferior corresponde ao
escoamento da componente referida acima.
O modelo proposto por Cerfontaine que considera o momento último da
ligação não apresentou uma boa coerência com os resultados experimentais,
principalmente para esforços axiais de tração.
Neste capítulo foi apresentado o modelo mecânico proposto neste
trabalho e no capítulo seguinte, apresentar-se-ão as considerações finais com as
principais conclusões deste trabalho além sugestões para trabalhos futuros.
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7
Considerações Finais

7.1
Introdução

A utilização de ligações semi-rígidas tem se mostrado de grande


importância no projeto de estruturas de aço possibilitando uma maior redução
nos custos de fabricação e montagem.
Na tentativa de se avaliar o real comportamento destas ligações, diversos
trabalhos têm sido desenvolvidos nesta área. Muitos ensaios em laboratório
foram realizados e possibilitaram a calibração dos modelos existentes.
Este trabalho baseou-se no Eurocode 3 [8-9] – Norma Européia para
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Projeto de Estruturas de Aço – por se tratar, no momento, da única norma que


considera o comportamento semi-rígido das ligações em estruturas de aço.
Desta forma, comenta-se a seguir, os procedimentos adotados na realização
deste trabalho.
Primeiramente, uma nova metodologia de dimensionamento de ligações
semi-rígidas proposta pelo Eurocode 3 [8-9] foi apresentada onde as ligações
são avaliadas através de modelos mecânicos. Estes modelos mecânicos,
geralmente conhecidos como modelos de molas, são baseados na simulação da
ligação através da utilização de um conjunto de componentes rígidos e flexíveis.
O comportamento não-linear de cada uma desta componentes é obtido por meio
de leis constitutivas inelásticas adotadas para os elementos de mola.
Esta metodologia de cálculo das ligações não considera a presença de
esforço axial (tração/compressão) nas mesmas, impondo apenas uma limitação
empírica de 5% da resistência plástica da viga como esforço axial máximo para o
qual, os procedimentos disponíveis se mantém aplicáveis. Vale ressaltar que não
existe nenhum fundamento para justificar este limite empírico de 10%. Vale
lembrar que existem alguns tipos de estruturas onde o esforço axial proveniente
das vigas é superior a este limite de 10% da resistência plástica dos membros,
não havendo nenhuma recomendação de como deve ser feito seu
dimensionamento.
Baseando-se nesta limitação encontrada no Eurocode 3, o principal
189

objetivo deste trabalho foi avaliar o comportamento de ligações viga-coluna em


estruturas de aço submetidas a momento fletor e esforço axial de tração ou
compressão fora deste limite empírico de 5%.
Sendo assim, foram escolhidos dois tipos de ligações viga-coluna com
placa de extremidade. Na primeira série foram realizados oito ensaios de
ligações com placa de extremidade ajustada e na segunda série, sete ensaios de
ligações com placa de extremidade estendida.
A concepção estrutural dos ensaios bem como os sistemas de aplicação
de esforço axial utilizados, seja de compressão ou de tração, são inéditos, sem
qualquer referência na literatura.
O sistema de aplicação de esforço axial de compressão foi composto por
um macaco hidráulico posicionado posterior da parede de reação que ao
tracionar os quatro cabos de protensão, transmitia um esforço de compressão à
ligação através de uma peça colocada na extremidade da viga. A aferição da
carga aplicada era feita através de uma célula de carga central, posicionada
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entre a extremidade da viga e a peça mencionada anteriormente. Para garantir


que a carga aplicada em cada um dos cabos de protensão permanecesse
constante, utilizou-se também, uma célula de carga em cada um destes cabos.
Um dos problemas verificados na aplicação do esforço axial de
compressão foi que, para níveis elevados de momento fletor aplicado, a carga
nos cabos superiores começava a aumentar e diminuía nos cabos inferiores.
Porém, esta diferença não provocava alterações no esforço axial aplicado à
ligação tendo em vista que a transmissão deste era feita através da célula de
carga central conforme citado acima. Para solucionar este problema, a solução
adotada consistiu em utilizar um macaco hidráulico em cada um dos cabos de
protensão, ligados ao mesmo circuito hidráulico, de forma a manter constante a
pressão nestes cabos e, conseqüentemente, a carga em cada um deles. Por fim,
utilizou-se uma eletro-válvula conectada a este sistema hidráulico possibilitando
ajustes ainda mais precisos.
De forma a manter o esforço axial aplicado sempre paralelo a viga,
utilizou-se um desviador composto por um perfil H, posicionado paralelamente a
coluna do ensaio e na mesma direção do ponto de rotação da ligação, por onde
passavam os cabos de protensão, mantendo-os sempre paralelos ao eixo da
viga.
Para os ensaios com esforço axial de tração, utilizou-se o conceito de
inversão de carga ou “gaiola”, ou seja, quatro macacos hidráulicos, interligados
entre si, posicionados entre a peça colocada na extremidade da viga e um perfil
190

tubular ligado ao desviador. Ao se aplicar a carga nestes macacos, deslocava-se


a peça colocada na extremidade da viga, fazendo com que um esforço de tração
fosse transmitido à ligação.
Os perfis tubulares mencionados acima foram considerados rotulados na
ligação com o desviador de forma a garantir, novamente, que o esforço axial
aplicado permanecesse paralelo ao eixo da viga.

7.2
Conclusões

A análise dos resultados obtidos nos ensaios da primeira série, ou seja,


ligações com placa de extremidade ajustada, permitiu algumas conclusões
importantes conforme descrito a seguir:
• o valor da resistência ao momento fletor (63,96kN.m/rad) obtida
através do Eurocode 3, para o ensaio FE1 onde se aplicou apenas
momento fletor, apresentou um valor coerente quando comparado
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com o obtido experimentalmente (67,8kN.m/rad), estando o


dimensionamento a favor da segurança;
• já a rigidez inicial deste mesmo ensaio igual a 11929kN.m/rad
representou praticamente o dobro do valor obtido
experimentalmente. Entretanto, utilizando-se a simplificação proposta
na norma utilizada, tem-se um novo valor de rigidez,
Sj,ini/η=5965kN.m/rad, mais coerente com o valor encontrado
experimentalmente, 5785kN.m/rad. Vale lembrar que o valor da
rigidez inicial obtido experimentalmente foi calculado no trecho de
descarga da curva momento versus rotação;
• a presença de esforço axial de tração ou de compressão não
influenciou significativamente a rigidez inicial dos outros ensaios
cujos valores variaram em torno de 6000 kN.m/rad, com a exceção
do ensaio FE6 onde se aplicou o maior nível de esforço axial de
compressão correspondente a 27% da resistência plástica da viga
que apresentou um valor de rigidez 26,4% superior ao ensaio FE1;
• com relação a resistência à flexão das ligações, nos ensaios com
esforço axial de compressão, até o nível utilizado, ou seja, 27% da
resistência plástica da viga, os valores obtidos ainda foram
superiores ao ensaio FE1 com um ganho de resistência de até 13%.
Isto mostra que a limitação de 5% imposta pelo Eurocode 3 deve ser
191

reavaliada. Entretanto, nos ensaios com esforço axial de tração, logo


no primeiro ensaio, FE8, verificou-se uma perda de resistência à
flexão da ordem de 13% enquanto que para o ensaio FE9, a perda
foi ainda maior, ou seja, 26%.
• no que diz respeito ao comportamento individual das componentes
presentes neste tipo de ligação, também se verificou que o esforço
axial influencia de forma significativa o comportamento das mesmas
conforme os resultados apresentados no capítulo quatro;
• nos ensaios da primeira série não se verificou o efeito de alavanca
na flexão da placa de extremidade tendo em vista que somente
metade do “T-stub” é considerado;
• e finalmente, a análise da seqüência de escoamento das diversas
componentes mostrou como o esforço axial pode modificar o
comportamento da ligação, principalmente no que diz respeito a
resistência ao momento fletor. Para os ensaios com esforço axial de
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compressão, o atraso no escoamento das componentes da zona


tracionada da ligação, principalmente a componente placa de
extremidade à flexão (5), que é a componente crítica desta região,
faz com que a ligação atinja níveis mais elevados de momento fletor
aplicado até o nível em que a componente crítica da zona
comprimida, ou seja, mesa da viga em compressão (7), comece a
controlar a resistência da ligação.
Para os ensaios das ligações com placa de extremidade estendida, as
principais conclusões obtidas foram:
• avaliando-se os resultados do primeiro ensaio desta série, EE1, onde
se aplicou apenas momento fletor, o valor de resistência ao momento
fletor obtido experimentalmente, 118,7kN.m foi cerca de 5% inferior
ao previsto pelo Eurocode 3, 125,0kN.m. Neste ensaio verificou-se
que a ligação somente atingiu este nível do momento fletor com uma
rotação associada da ordem de 68mrad, ou seja, com uma
deformação excessiva mostrando que o dimensionamento efetuado
encontra-se contra a segurança. A provável causa para esta
diferença pode estar relacionada com a posição do centro de
compressão da ligação. De acordo com o Eurocode 3, considera-se
que o centro de compressão está localizado na linha média da mesa
inferior da viga mas experimentalmente, e de acordo com Owens
[54], considera-se que o eixo neutro está posicionado até 1/6 da
192

altura da viga acima da mesa inferior. Com esta redução nos braços-
de-alavanca das linhas de parafusos consideradas no
dimensionamento, reduz-se a resistência à flexão para 104,5kN.m,
sendo este valor mais coerente com o obtido experimentalmente;
• conforme descrito anteriormente nas conclusões referentes aos
ensaios da primeira série, os valores de rigidez inicial obtidos
experimentalmente para os ensaios da segunda série foram
inferiores aos previstos pelo Eurocode 3, exceto para o ensaio EE1.
Isto mostra que a rotação do painel de alma da coluna é bastante
influenciada pela presença do esforço axial na ligação fazendo com
que a rotação da ligação e, conseqüentemente, a rigidez inicial da
mesma, seja afetada por este esforço axial;
• a presença do esforço axial nos ensaios de ligações com placa de
extremidade estendida modificou a resposta da ligação no que diz
respeito à resistência à flexão das mesmas mas de forma menos
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significativa que nos ensaios da série anterior. O ensaio que


apresentou maior momento resistente, 125,4kN.m, foi o EE2 para um
nível de esforço axial de compressão equivalente a 10% da
resistência plástica da viga. Todavia, para níveis mais elevados de
esforço axial de compressão, a resistência ao momento fletor obtida
foi inferior devido ao escoamento antecipado da componente mesa
da viga em compressão;
• mais uma vez verificou-se a influência do esforço axial no
comportamento individual das diversas componentes presentes nas
ligações da segunda série;
• contrariamente ao verificado nos ensaios da primeira série, o efeito
de alavanca na parte superior da ligação, ou seja, região submetida à
tração devido a presença do “T-stub” foi extremamente significativo.
Este efeito foi melhor observado nos ensaios com esforço axial de
compressão.
• A evolução do escoamento das diversas componentes presentes
neste tipo de ligação demonstrou mais uma vez que a aplicação de
esforço axial modificou o comportamento individual destas
componentes, afetando então, a resposta da ligação em termos de
resistência à flexão.
Com o intuito de se variar os parâmetros importantes no
dimensionamento destas ligações, um modelo mecânico que considera ligações
193

submetidas a esforços axiais foi proposto baseando-se no modelo existente no


Eurocode 3.
Os resultados obtidos com o modelo mecânico foram satisfatórios para os
ensaios da primeira série. Entretanto, para os ensaios da segunda série, o
modelo ainda merece um maior refinamento apesar de ter conseguido reproduzir
a curva momento versus rotação de quase totalidade dos ensaios.
Uma outra comparação foi feita com um modelo existente na literatura
proposto por Cerfontaine [11], apresentando maior coerência, com o modelo
proposto neste trabalho, para os ensaios da primeira série. Para a segunda
série, a diferença maior ocorreu no limite imposto pelo esforço de tração aplicado
correspondente ao escoamento da componente mais fraca inserida na zona em
compressão da ligação, conforme comentado no §6.6 do capítulo 6.
O limite de 5% da resistência plástica da viga, como esforço axial máximo
permitido, para que a formulação proposta no Eurocode 3 [8,9] possa ser
utilizada, pode fornecer valores contra a segurança, principalmente em ligações
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viga-coluna com placa de extremidade ajustada. Como não se faz distinção entre
tração ou compressão para este esforço axial, no caso de ligações submetidas a
momento fletor e esforço axial de tração correspondente aos 10% de Npl, o valor
da resistência à flexão obtido experimentalmente, representa uma perda de 17%
quando comparado com o valor do ensaio somente com aplicação de momento
fletor. Por outro lado, ao utilizar a regulamentação proposta para ligações com
momento fletor e esforço axial de compressão, obtém-se ligações super-
dimensionadas, ou seja, com resistência à flexão cerca de 7% maior do que a
dimensionada. Adicionalmente, caso sejam utilizados os coeficientes de
segurança propostos, a diferença torna-se ainda maior.
Por outro lado, para ligações com placa de extremidade estendida, a
perda de resistência à flexão para ensaios com esforço axial de tração
equivalente a 10% de Npl, foi inferior ao valor obtido nos ensaios com placa de
extremidade ajustada, ou seja, 5% contra os 17% obtidos anteriormente. Isto
ocorreu devido à presença de mais uma linha de parafusos na zona em tração
da ligação. Já para os ensaios com esforço axial de compressão, mesmo com
valores elevados, da ordem de 27% de Npl, o valor de resistência obtido é um
pouco inferior ao ensaio com momento fletor apenas, ou seja, a formulação
proposta no Eurocode 3 [8, 9] poderia ser utilizada para este caso.
194

7.3
Sugestões para Trabalhos Futuros

Uma das principais dificuldades encontradas na análise dos resultados


experimentais foi conseguir extrair o real comportamento de cada uma das
componentes envolvidas numa ligação.
Portanto, torna-se viável realizar uma análise através do método dos
elementos finitos que permita uma avaliação mais profunda destas componentes
da ligação e, finalmente, uma calibração final do modelo de molas bi-
dimensional.
Uma melhor avaliação da formulação utilizada na caracterização das
diversas componentes faz-se necessário, principalmente no que diz respeito ao
comportamento da placa de extremidade à flexão devido as simplificações
efetuadas no dimensionamento da mesma. Faella e Piluso propõem
modificações na avaliação desta componente, principalmente no cálculo da
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rigidez inicial de linhas de parafusos situadas abaixo da mesa superior da viga


além de considerações sobre aplicação ou não de protensão nos parafusos.
A componente mesa da viga à compressão também deve ser melhor
avaliada tendo em vista o seu comportamento dúctil conforme verificado nos
ensaios experimentais. Neste caso, dever-se-ia considerar um comportamento
elasto-plástico e não rígido-plástico conforme adotado neste trabalho.
Outro aspecto bastante relevante no dimensionamento de ligações viga-
coluna sem a utilização de enrijecedores na alma da coluna diz respeito a
posição do centro de compressão. Evidentemente que ao se utilizar coeficientes
de resistência, minora-se a resistência à flexão mas dependendo do tipo de
ligação, estes coeficientes podem não ser suficientes.
Outros tipos de ligações, como por exemplo, utilizando-se mísulas e
perfis diferentes dos utilizados neste trabalho também devem ser objeto de
estudo pois com isso, ter-se-ia uma gama maior de resultados para estudo mais
aprofundado do comportamento individual das componentes.
De posse de mais resultados, torna-se possível a realização de uma
análise paramétrica identificando o efeito de cada uma das componentes e a
influência de uma dada componente no comportamento da outra. A partir disso,
deve-se propor uma nova formulação de dimensionamento a ser inserida no
Eurocode 3 [8, 9].
Finalmente, ensaios cíclicos com análise da capacidade de dissipação de
energia e capacidade de rotação de ligações submetidas a momento fletor e
195

esforço axial também devem ser avaliados, além de ligações semi-rígidas


mistas.
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Referências Bibliográficas

1 LIMA, L. R. O. Avaliação de Ligações Viga-Coluna em Estruturas de


Aço Submetidas a Flexão no Eixo de Menor Inércia. 1999. 189f.
Dissertação de Mestrado - Departamento de Engenharia Civil, PUC-Rio, Rio
de Janeiro, 1999.

2 FERREIRA, L. T. S. Sistemas Construtivos Semi-rígidos Mistos para


Edificações, 2000. 300f. Tese de Doutorado - Departamento de Engenharia
Civil, PUC-Rio, Rio de Janeiro, 2000.

3 CARVALHO, L. C. V. de. Avaliação de Ligações Semi-Rígidas


Aparafusadas em Estruturas de Aço, 1997. 208 f. Dissertação de
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 9916423/CA

Mestrado - Departamento de Engenharia Civil, PUC-Rio, Rio de Janeiro,


1997.

4 SIMÕES, R. D. Comportamento de Ligações Mistas Viga-Pilar Sob


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Anexo A
Modelo Proposto por Cerfontaine [11]

F. Cerfontaine desenvolveu um modelo analítico baseado no método das


componentes onde isolou a componente do painel de alma da coluna submetido
ao cisalhamento. Trata-se do único modelo existente até o presente momento
que caracteriza o comportamento global das ligações submetidas a momento
fletor e esforço axial. Todavia, como segue a metodologia apresentada no
Eurocode 3, ainda necessita ser reavaliado.

A.1
Caracterização do diagrama de interação

Inicialmente, um diagrama de interação – momento fletor versus esforço


axial – de uma ligação aparafusada é proposto. Este diagrama define uma curva
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dentro da qual deve estar o par momento fletor – esforço axial aplicado à ligação
de forma que esta não atinja a ruína. Obviamente que, se este par estiver fora da
região delimitada por esta curva, a ligação não pode resistir aos esforços
aplicados. A Figura A.1 apresenta um exemplo de um diagrama de interação
para uma ligação aparafusada com placa de extremidade estendida com cinco
linhas de parafusos onde os sentidos indicados para o momento fletor e o
esforço axial na ligação são considerados positivos.
Esta curva de interação pode ser definida analiticamente para qualquer
ligação aparafusada, sendo caracterizada por N linhas de parafusos e duas
linhas em compressão (uma superior, na direção da mesa superior da viga e
outra inferior) resultando em n = N + 2 linhas no total. As linhas de parafusos só
podem trabalhar em tração, ou seja, a resistência das mesmas deve ser sempre
maior ou igual a zero. De forma análoga, o esforço nas linhas em compressão
deve ser menor ou igual a zero.
Neste modelo, assume-se que todas as linhas e, conseqüentemente,
todas as componentes possuem ductilidade infinita. Como apenas o
comportamento na ruína é colocado em evidência aqui e considerando-se a
hipótese de comportamento dúctil, uma análise perfeitamente plástica da
ligação, baseada na aplicação do teorema estático [10] pode ser considerada, ou
seja, deve-se encontrar uma distribuição de esforços internos que esteja em
equilíbrio com os esforços externos, satisfazendo-se os critérios de ruína.
205

2100 N (kN)

1
2=sup 1400 7

700 6=inf
3 5 M (kN.m)
0
N 4
-600 -400 -200 0 200 400 600 4 800
5
-700 3
M
6=inf
-1400 2=sup
7
1
-2100

-2800

Figura A.1 – Diagrama de interação - ligação com placa de extremidade estendida

A determinação da resistência, a partir do teorema estático, implica que a


distribuição dos esforços encontrados na ruína satisfaça as equações de
equilíbrio. Para uma ligação submetida a momento fletor M e esforço axial N,
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tem-se,

n n
M = ∑ hi . Fi e N = ∑ Fi ( A.1 )
i=1 i=1

onde Fi representa a resistência da linha i e hi é o braço de alavanca desta linha.


O ponto cujo braço de alavanca é nulo é o ponto onde aplicam-se os esforços M
e N.
O momento fletor e o esforço axial são relacionados entre si através de
uma excentricidade dada por:

M
e= ( A.2 )
N

Torna-se necessário então, estabelecer os critérios de resistência para as


diferentes linhas de uma ligação, seguindo as recomendações propostas pelo
Eurocode 3.
Conforme apresentado anteriormente, para se definir a rigidez de uma
linha de parafusos, por exemplo, é importante conhecer o coeficiente de rigidez e
o limite elástico das diferentes componentes consideradas ao nível de cada
linha. Logo, uma linha será representada por uma série de molas que
206

representam cada uma das componentes, sendo a resistência desta igual a


resistência da componente mais fraca desta linha. Vale ressaltar também que
devem ser considerados os efeitos de grupo entre duas linhas de parafusos
Rd
[m,p] fornecendo um valor de resistência de grupo Fmp . Portanto, torna-se

interessante descrever os critérios de resistência que os esforços devem


satisfazer, para todas as componentes:

p
∑ Fi ≤ Fmp
Rd α
m = 1, ..., p e p = m, m + 1, ..., n ( A.3 )
i =m

Rd α
onde Fmp é a resistência de grupo incluindo as linhas m a p para a componente
Rd α
α. Nos casos onde m é igual a p, Fmp nada mais é do que a resistência

individual da linha m para a componente α.


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Este critério pode ser escrito para cada uma das componentes α e pode-
Rd α
se perceber então que, esta componente α, para a qual Fmp é mínima é que vai
Rd
definir a resistência de grupo [m,p], sendo denominada Fmp . Esta situação é

representada na Figura A.2 para uma ligação com três linhas de parafusos
numerados de 1 a 3. Esta representação omite as linhas em compressão
(superior e inferior) pois estas não interagem com as linhas em tração, não
intervindo na definição dos grupos.
Na verdade, o gráfico apresentado pode representar a interação entre
três linhas de parafusos quaisquer numeradas r, s e t para uma ligação com n
linhas. De fato, esta representação dos esforços nas três linhas é uma
representação gráfica de um “hiperplano” particular definido pela eq. abaixo,

Fi = α i para ∀i i ≠ r, s, t ( A.4 )
207

F2
F1 + F2 = F12Rd
Rd
F22
Rd
F2 = F22
Rd l
F2 + F3 = F23 (F)Nmáx+
F1 + F2 + F3 = F13Rd
F1 = F11Rd

F1
l
(F)Nmáx-
F11Rd
F3 = F33Rd
F33Rd

F3

Figura A.2- Interação entre três linhas de parafusos e definição de FjRd

Partindo das equações de equilíbrio e dos critérios de ruína, aos quais as


linhas consideradas devem satisfazer, a aplicação passo a passo do teorema
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estático fornece o teorema apresentado a seguir:

“O critério de interação entre o momento fletor (M) e o esforço axial (N)


na ruína é descrito por um conjunto de 2 n segmentos de reta paralelos 2 a 2,
cuja inclinação é sucessivamente o braço de alavanca (hk) das n linhas e, ao
longo destes segmentos, a força (Fk) varia entre 0 e a máxima resistência da
linha, definindo-se assim, dois pontos do segmento.”

As equações a seguir traduzem este critério:

n
M = h k . N + ∑ (h i − h k ) . Fic k = 1,2, ..., n ( A.5 )
i =1

sendo
Fic = máx ( FiRd+ ,0 ) se i<k
( A.6 )
Fic = mín( FiRd+ ,0 ) se i>k

Fic = mín( FiRd− ,0 ) se i<k


( A.7 )
Fic = máx ( FiRd− ,0 ) se i>k

com
208

 
 Rd m 
FiRd+ = mín Fim − ∑ Fj , m = i, ..., n 
Rd−
i>k
 j=i+1 
 ≠ sup,inf 
( A.8 )
 
 Rd i−1 
FiRd+ = mín Fmi − ∑ Fj , m = 1, ..., i 
Rd+
i<k
 j=m 
 i≠ sup,inf 

Percebe-se então que a resistência das linhas (FiRd+ e FiRd-) é definida


diferentemente de acordo com i que pode ser inferior (FiRd+) ou superior (FiRd-) a
k. Este procedimento é apresentado na Figura A.2 onde os pontos pretos
representam as etapas sucessivas para determinação de FjRd+, e os pontos
brancos, FjRd-.

Através das considerações feitas até o presente momento, pode-se obter


os pontos notáveis do diagrama de interação. O ponto correspondente ao
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esforço axial máximo será dado por:

MN = h sup . Fsup Rd Rd


+ h inf . Finf

mín

 ( A.9 )
 Rd Rd
Nmín = Fsup + Finf

A partir do ponto de esforço axial mínimo, a zona de momento positivo do


diagrama de interação pode ser obtida. O momento máximo é então calculado,
iniciando-se pela primeira linha através da eq. A.5. A partir deste ponto, define-
se sucessivamente, todos os segmentos que constituem o critério de ruína.
Quando o esforço da linha k varia de seu valor mínimo (0 para as linhas de
parafusos e a resistência das linhas comprimidas) até seu valor máximo, o
momento varia de acordo com a equação a seguir:

M = M [ Fk = mín( 0, FkRd ) ] + h k .[ Fk − mín( 0, FkRd )] ( A.10 )

O momento cresce até o ponto em que o braço de alavanca do esforço


indeterminado muda de sinal, ou seja, quando k = l tal que h1>0 e hl+1<0. Quando
k aumenta muito, o momento diminui e o esforço axial aumenta para atingir seu
valor máximo:
209

n
Nmáx = ∑ Fic ( A.11 )
i=1

n
MN máx = ∑ hi . Fic ( A.12 )
i=1

  
  Rd i−1 
Fic = máx 0, mín Fmi − ∑ Fj , m = 1, 2, ..., i 
Rd+
( A.13 )
  j =m 
  ≠ sup,inf 

Partindo-se do ponto do diagrama de interação caracterizado pelo


esforço normal mínimo, n segmentos de reta de inclinação igual,
sucessivamente, ao maior braço de alavanca (h1) até o menor (hn) completam
esta parte do diagrama.
Novamente, partindo-se do ponto de esforço axial mínimo, calculam-se
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todos os esforços nas linhas, iniciando-se pela nésima linha de valor mínimo até a
máxima Fkc = max (FkRd-,0), obtendo-se a zona de momento mínimo bem como o
momento mínimo quando, novamente, o braço de alavanca muda de sinal, ou
seja, k = l. Quando k diminui muito, o momento aumenta e o esforço axial
também aumenta até atingir seu valor máximo:

n
Nmáx = ∑ Fic ( A.14 )
i=1

n
MN máx = ∑ hi . Fic ( A.15 )
i=1

  
  Rd m 
Fic = máx 0, mín Fim − ∑ Fj , m = i, i + 1, ..., n 
Rd+
( A.16 )
  j=i+1 
  ≠ sup,inf 

Duas expressões caracterizam o esforço normal máximo. Sabe-se que


este é único e que as equações não fornecem valores iguais: toda resistência de
grupo [p,q] determinada na definição de FiRd-, será igual a resistência obtida no
momento em que se definiu FiRd+, sendo dada pela soma dos esforços
resistentes idênticos, que é um esforço normal máximo igual mas
210

correspondente a uma distribuição de esforços diferentes e de momentos


fletores diferentes também.
Esta situação aparece claramente na Figura A.2 onde todos os pontos
pertencentes à superfície denominada pela equação (F1 + F2 + F3 = F13Rd)
correspondem a um esforço normal máximo mas a momentos fletores diferentes
→ →
e os pontos (F )Nmáx + e (F )Nmáx − correspondem a uma distribuição de esforços
dada pelas equações A.11 a A.16.
No diagrama de interação, o eixo de momento corresponde a uma
excentricidade nula e o eixo de esforço axial a uma excentricidade infinita
(positiva ou negativa). Neste momento, é interessante definir a obtenção de um
ponto qualquer neste diagrama de interação de maneira comum a todos os
gráficos de interação, de forma que um mesmo valor de referência definido,
possa ser comparado em diagramas de interação diferentes.
Todo ponto do diagrama de interação é caracterizado por seu ângulo
(inclinação definida entre 0º e 360º) em relação ao eixo de esforço axial nulo,
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escolhido de forma que corresponda a uma excentricidade de referência eu, um


ângulo de 45º.

Mmáx e 
eu = , α eu = 45º ⇒ α = arctg u  ( A.17 )
Nmáx  e 

Definido o ângulo α, tem-se um ponto comum a qualquer diagrama de


interação. Por exemplo, se a soma dos esforços FiRd+ das linhas com braço de
alavanca positivo for próxima de FinfRd , o momento máximo corresponderá a um
esforço axial próximo de zero:

l
∑ FiRd+ Rd
≈ Finf , hl > 0 e hl+1 < 0 ⇒ Nmáx ≈ 0 ( A.18 )
i=1
i≠ sup

e então, o momento máximo corresponderá a um ângulo α bastante pequeno,


conforme pode ser verificado a seguir.
211

NM máx = ±10% . Nmáx ⇒


Mmáx eu
e M máx = ± = ±10 e u = ± e u = ± ⇒ ( A.19 )
0,1Nmáx tg( α M máx )
α M máx = ± 5,7º

Apesar da facilidade de se determinar o diagrama de interação, às vezes,


deseja-se obter apenas um ponto deste diagrama correspondente a uma
excentricidade qualquer. Para isso, basta saber os sinais do momento fletor e do
esforço axial aplicados à ligação. Até porque, o conhecimento do diagrama de
interação completo não fornece diretamente um ponto qualquer desejado, sendo
necessário fazer uma interpolação para se conhecer o par (MRd,NRd) procurado.
Partindo-se de um ponto conhecido (Mk,Nk) do diagrama correspondente
a uma excentricidade ek e a um esforço Fk0 (diferente de Fkc) de uma linha
indeterminada k, as excentricidades dos pontos adjacentes no diagrama podem
facilmente fornecer uma função de variação ∆Fk para as equações de equilíbrio.
A variação de esforço necessário para obter uma excentricidade e a partir do
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ponto caracterizado pela excentricidade ek é então obtida:

ek − e
∆Fk = −Nk
hk − e ( A.20 )
Fk = Fk 0 + ∆Fk ∈ [ 0, FkRd ]

A segunda linha da equação acima mostra que o esforço numa linha k


deve estar dentro de limites aceitáveis, ou seja, entre zero e sua própria
resistência (positiva ou negativa, FkRd+ ou FkRd-). Quando o ponto (Mk,Nk)
caracteriza um ponto angular ou característico do diagrama de interação, a força
pode variar em duas linhas e determinar uma excentricidade e de acordo com a
eq. A.20 para cada uma dessas linhas.
Com o auxílio desta equação e dos sinais dos esforços conhecidos,
pode-se obter a resistência correspondente a uma excentricidade qualquer sem
precisar traçar o diagrama de interação completo. Portanto, através destas
informações, o quadrante5 do diagrama de interação no qual o ponto procurado
se encontra é obtido:

5
o quadrante I será aquele em que M e N > 0, o quadrante II onde M > 0 e N < 0 e assim
sucessivamente
212

• de maneira geral, para os quadrantes I e II, calculam-se os valores de


FRd+ e para os quadrantes III e IV, calculam-se FRd-;
• então, os dois pontos notáveis do diagrama, próximos do quadrante
são determinados, sendo, por exemplo para o quadrante I, os pontos
correspondentes a Mmáx e Nmáx;
• os ângulos α correspondentes a Mmáx, Nmáx e ao ponto procurado são
calculados;
• o ponto procurado é então localizado em relação aos dois pontos
notáveis;
• o ponto procurado é determinado a partir do ponto notável mais
próximo aplicando-se a eq. A.20 uma ou mais vezes utilizando-se os k
crescentes ou decrescentes segundo o ângulo α que pode ser maior
ou menor do que o ângulo correspondente ao ponto de partida.

A.2
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Comportamento elástico da ligação

Conforme dito anteriormente, para o traçado do diagrama de interação,


supõe-se que as componentes tenham bastante ductilidade. As informações
sobre a resistência última das componentes são obtidas independentemente da
combinação de momento fletor e esforço axial a que está submetida a ligação.
Porém, não se conhece ainda, a rigidez inicial da ligação nem o comportamento
elástico provocado por esta combinação de cargas.
Para se obter estas características, é necessário conhecer o
comportamento elástico de cada componente presente em cada linha a ser
considerada. A caracterização do comportamento elástico de uma componente α
é obtido com as equações apresentadas abaixo.

Fi < Fiel α → Fi = K iα,ini . ∆αi


  F el α 
2,7
 ( A.21 )
Fi el α
< Fi < FiRd α → Fi = K iα . ∆αi = K iiα,ini . i 

.∆αi
  Fi  
 

onde Fiel α , K iα,ini e ∆αi representam para a componente α da linha i, seu limite

elástico, sua rigidez inicial e seu deslocamento, respectivamente. A Tabela A.1


213

apresenta o comportamento a ser considerado para as diversas componentes


presentes em uma ligação aparafusada de acordo com Cerfontaine [11].

Tabela A.1 - Comportamento das componentes

Componente Limite elástico Rigidez Inicial Ductilidade


Rd
1 (CWS) 2/3 F sim sim
Rd
2 (CWC) 2/3 F sim sim
3 (CWT) 2/3 FRd sim sim
4 (CFB) 2/3 FRd ou FRd sim sim / não
5 (EPB) 2/3 FRd ou FRd sim sim / não
7 (BFC) FRd - não
Rd
8 (BWT) F - sim
Rd
10 (BT) F sim não

A resistência das componentes 4 e 5 é caracterizada por 3 modos de


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ruptura, conforme descrito no §2.3.4 e §2.3.5 . Quando a resistência ocorre pelos


modos 1 ou 2 e esta é superior a 95% da resistência da linha de parafusos em
tração, as componentes não apresentam ductilidade, sendo o limite elástico
definido como 2/3 desta resistência. Quando a ruína ocorre pelo modo 3, ou
seja, ruptura dos parafusos, o limite elástico é igual ao valor de resistência da
componente sem ductilidade. Para os outros casos, as componentes
apresentam ductilidade e um limite elástico igual a 2/3 da resistência da
componente.
Conforme apresentado no §2.2, conhecendo-se o comportamento das
componentes presentes em uma linha, pode-se efetuar a associação destas em
série. Algumas equações adicionais são apresentadas a seguir.

1
K i,ini =
1 ( A.22 )
∑ Kα
α i,ini

Fiel = mín( Fiel α ) ( A.23 )

Fiel
∆eli = ( A.24 )
K i,ini
214

,i = mín( Fi )
Rd α
FiRd ( A.25 )

FiRd Fi,Rd Fi,Rd


∆Rd
i =∑ ,i
= ∑ i
+ ∑ i

α k iα α  F el α 
ψ
α k i,αini ( A.26 )
FiiRd >Fiel α k i,αini  i Rd  FiiRd ≤Fiel α
F 
 i,i 

Uma vez aplicadas as equações anteriores, as equações para linha i,


podem ser escritas da seguinte forma:

Fi ≤ Fiel → Fi = K i,ini . ∆ i
θi
 Fiel  ( A.27 )
el
Fi < Fi ≤ FiRd → Fi = K i . ∆ i = K i,ini  
 F  ∆i
 i 

 FiRd ,i

ln Rd 
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 K i,ini . ∆ i 

θi = ( A.28 )
 Fiel 
ln Rd 

F
 i 

A investigação de uma solução dúctil para o problema de resistência


conduz à definição destas resistências considerando-se os efeitos de grupo
conforme apresentado nas equações A.5 a A.8. Todavia, estas equações de
resistência são diferentes para as zonas de momento máximo e mínimo.
Na Figura A.3(a) apresentam-se as resistências para uma ligação com
duas linhas de parafusos e na Figura A.3(b), uma curva de comportamento da
primeira linha de parafusos quando os fenômenos de grupo são considerados.
Quando a zona de momento máximo é definida, a influência dos grupos não
afeta a lei de comportamento da primeira linha de parafusos, sendo F1,1Rd+ igual
a F1,1Rd. Por outro lado, na zona de momento mínimo, F1Rd- é igual a
(F1,2Rd+ - F2,2Rd ) e inferior a F1,1Rd fazendo com que a lei constitutiva desta linha
transforme-se num patamar horizontal. E o deslocamento correspondente a esta
resistência será igual a ∆1Rd- definido pela eq. A.26 onde F1 é igual a F1Rd-, sendo
este, o caso mais geral.
215

F2 F1
Rd
F2 = F22

F1 + F2 = F12Rd F1Rd+
Rd Rd-
F22 = F22
F1Rd-

F2Rd+ F1el-
F1 + F2 < F12Rd F1 = F11Rd

F1 < F11Rd
Rd
F2 < F22

F1 ∆
F1Rd- F11Rd = F1Rd+ ∆ 1el ∆ 1Rd- ∆ 1Rd = ∆1Rd+
Rd+ Rd
(a) Definição de F j eF j (b) leis de comportamento das
componentes
Figura A.3 – Considerações sobre efeitos de grupos entre linhas de parafusos

Considerando-se a hipótese da seção indeformada da ligação, existe


uma relação linear entre os deslocamentos da linha i e um deslocamento de
referência ∆ a ser definido. Este, será escolhido convencionalmente, como sendo
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o deslocamento correspondente ao braço de alavanca nulo (h∆ = 0). O


deslocamento da linha i (∆i) será dado em função da rotação (ϕ) da seção da
ligação de acordo com:

∆ i = ∆ + hi .ϕ ( A.29 )

O deslocamento (∆) define de maneira unívoca o estado de


deslocamentos da ligação, sendo interessante introduzir a noção de ponto de
deslocamento nulo (∆0) e o braço de alavanca correspondente (h0). Conhecendo-
se este ponto para um determinado estado de deslocamentos, as linhas que são
modificadas e as que ainda não foram definidas, conclui-se que este ponto
constitui uma mudança no sinal dos deslocamentos das linhas:


∆ 0 = 0 = ∆ + h 0 .ϕ ⇒ h 0 = −
ϕ ( A.30 )
∆ i = (h i − h 0 ) . ϕ ∀i

Para o cálculo da rigidez inicial utiliza-se:

• as equações que caracterizam a parte elástica do comportamento de


cada linha, equações A.27 e A.28;
216

• a relação linear que descreve os deslocamentos de cada linha A.29;


• a equações de equilíbrio dadas pela eq. 2.32 apresentadas no capítulo
dois desta tese;
• a definição de excentricidade 2.33 e o ponto de deslocamento nulo
A.30 no domínio elástico, h0el.

Com isso, obtém-se duas equações diferentes, uma para caracterizar a


rigidez inicial normal KNel e a outra para a rigidez inicial de flexão KMel da ligação:

N
el
K Nel =   =
∑ K i,ini ( h0el − hi ) = ∑ K i,ini . hi ( h0el − hi ) ( A.31 )
∆ h 0el e . h 0el

el

∑ K i,ini . hi (hi − h0el ) = e . ∑ K i,ini . (hi − h0el )


el M
KM =   = ( A.32 )
φ
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A partir da última equação apresentada, pode-se obter a equação para a


excentricidade em função de h0el.

e=
∑ K i,ini . hi ( hi − h0el ) ( A.33 )
∑ K i,ini .( hi − h0el )

h 0el =
∑ K i,ini . hi (hi − e ) ( A.34 )
∑ K i,ini . (hi − e )

E ainda a relação entre normal KNel e KMel :

el
KM = − e . h 0el . K Nel ( A.35 )

Quando uma linha atinge seu limite elástico, a distribuição de esforços


elásticos nesta corresponde a um esforço axial Nel e momento fletor Mel
elásticos, bem como um deslocamento ∆el e uma rotação ϕel elásticos. Sendo
assim, o momento elástico é definido pela eq. A.36, o deslocamento pela eq.
A.37 e a rotação pela por A.38.
217

 Fjel 
Mel = K Mel . mín ∀ j, F ≠ 0 ( A.36 )
 ( h j − h 0el ) . K j,ini  j
 

Nel
∆el = ( A.37 )
K Nel

Mel − ∆el
ϕ el = = el ( A.38 )
K Mel h0

A.3
Estado de deslocamentos na ruína dúctil

Três modos de ruína podem ocorrer em uma ligação, sendo o primeiro


caracterizado por uma força excessiva de tração em uma das linhas de
parafusos. Como segunda hipótese, uma força excessiva de compressão pode
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afetar as componentes comprimidas sem descarregar a força aplicada aos


parafusos e finalmente, uma descarga nas linhas de parafusos depois de
atingida a resistência da linha comprimida.
O estudo destes diferentes modos de ruína possibilita expressar o estado
de deslocamentos da ligação na ruína de acordo com as equações apresentadas
a seguir.

  ∆i − ∆k 
 ϕ = ϕi,k = máx  
Rd

  hi − hk 
zona +  ( A.39 )
Rd+
i = 1,2,..., k − 1, inf → ∆ i = ∆ i
k + 1 → ∆i = 0

  ∆ − ∆k 
 ϕRd = ϕ i,k = mín i 
  hi − hk 
zona −  ( A.40 )

i = k + 1, k + 2,..., n, sup → ∆ i = ∆Rd
i
k − 1 → ∆i =0

∆Rd = ∆i ,k = ∆k − hk . ϕ i,k ( A.41 )


218

onde ∆k é o deslocamento da linha k para uma força Fk que é determinada com o


auxílio da eq. A.27.

Como no estudo do comportamento elástico da ligação, é interessante


obter-se a posição do ponto de deslocamento nulo na ruína dúctil:

∆Rd
hRd
0 = − ( A.42 )
ϕRd

Da mesma forma, podem ser obtidas as rijezas secantes na ruína:

MRd
K Rd
M = − ( A.43 )
ϕRd

NRd
K Rd
N = ( A.44 )
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∆Rd

A.4
Curvas de comportamento da ligação – M x ϕ e N x ∆

De acordo com o descrito nos parágrafos anteriores, pode-se determinar


as propriedades estruturais que caracterizam as curvas M x ϕ e N x ∆ para
qualquer ligação viga-coluna submetida a momento fletor e esforço axial, dentre
outras. Estas curvas são apresentadas na Figura A.4. Todavia, mais alguns
parâmetros devem ser obtidos para o traçado das mesmas e são apresentados a
seguir.

 MRd   K Rd 
ln el Rd  ln M 
 K M .ϕ   K el 
ψM =   =  elM  ( A.45 )
λ  el
λ 
ln Rd  ln Rd 
λ  λ 
   
219

 NRd   Rd 
ln el Rd  ln K N 
 K N .∆   el 
ψN =   =  KN 
( A.46 )
 λel   λel 
ln Rd  ln Rd 
λ  λ 
   

λel Mel Nel


= = ( A.47 )
λRd MRd NRd

M [kN.m] N [kN]

M Rd N Rd

M el N el
K el
M
/ K Rd
M
K el
N
/ K Rd
N
K el
M
K el
M
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ϕ [rad] ∆ [rad]
el Rd el Rd
ϕ ϕ ∆ ∆

Figura A.4 – Curvas de comportamento da ligação (M x ϕ e N x ∆)

A posição do ponto de deslocamento nulo h0 não é obtida no domínio


elástico mas sim, na ruína dúctil. Entretanto, a evolução de h0 pode ser descrita
pelas equações abaixo:

ψM −ψN

λel 
h0 = h 0el  
 ( A.48 )
 λ 

 hRd 
ln 0el 
h0
ψ M − ψ N =  el  ( A.49 )
λ 
ln Rd 
λ 
 
220

A.5
Painel de alma da coluna sujeito ao corte

Algumas considerações importantes precisam ser citadas:

• em uma ligação, a divisão de esforços na coluna e na viga é


simplificado; a alma transmite somente cisalhamento e os esforços de
flexão e esforços axiais/normais são concentrados na parte superior e
inferior e não distribuídos transversalmente;
• Estes esforços variam linearmente ao longo do painel de alma.

Ao considerar-se então, o painel de alma da coluna sujeito a


cisalhamento, tem-se por equilíbrio:

Mb + d . Nb
V= ( A.50 )
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onde Mb e Nb representam o momento fletor e o esforço axial da viga ao nível do


painel de alma da coluna e d é a distância entre os pontos onde estes esforços
são definidos e o limite inferior do painel de alma e, finalmente, z é o braço de
alavanca destes esforços.

O limite inferior do painel de alma será o centro de compressão no caso


de cisalhamento positivo ou o centro de tração no caso de cisalhamento
negativo. Desde que a ligação esteja sujeita preferencialmente à flexão, z é a
distância entre o centro de compressão e o centro de tração:

n n
∑ hi . Fi ∑ hi . Fi
i=1 i=1
+ − Fi >0 Fi <0
z = h eq − h eq = n
− n ( A.51 )
∑ Fi ∑ Fi
i=1 i=1
Fi >0 Fi <0

A partir do modelo mecânico apresentado na Figura 2.14, nota-se que o


cisalhamento do painel de alma é a resultante dos esforços de tração das linhas
de parafusos no caso de cisalhamento positivo ou a força de compressão na
linha superior para o caso de cisalhamento negativo.
221

Vale ressaltar que, no cisalhamento, a posição do painel de alma em


cisalhamento depende da distribuição dos esforços na ligação. Então, para a
ligação viga-coluna apresentada na Figura A.5(a), enquanto os esforços na
ligação estão distribuídos de forma elástica a partir do banzo superior da viga, o
braço de alavanca correspondente é igual a altura da viga subtraída da
espessura da mesa da mesma. Quando as linhas de parafusos superiores
encontram-se plastificadas, o braço de alavanca diminui. O aumento do
cisalhamento na alma da coluna é maior do que o aumento dos esforços
aplicados, Figura A.5(b).

T T
M M

z
z
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C C

Figura A.5 – Variação do esforço de cisalhamento no painel de alma da coluna

A.6
Resistência do painel de alma

Utilizando-se a definição de excentricidade e a eq. A.50, pode-se


expressar o momento fletor e o esforço axial em função do cisalhamento atuante
na ligação:

e
M= .z.V ( A.52 )
e+d

1
N= .z.V ( A.53 )
e+d

Pode parecer simples a obtenção do momento fletor MγRd e do esforço


axial NγRd, para os quais, o painel de alma atinge sua resistência VRd em
substituição a V obtido através das equações anteriores. Entretanto, nestas
equações, não se conhece o braço de alavanca z quando o momento resistente
222

é atingido. O valor de z é definido pela distribuição dos esforços entre o fim do


domínio elástico e o ponto onde a ligação atinge seu momento último. Para se
obter z, evitando-se um estudo numérico da ligação, torna-se necessário adotar
uma hipótese que considere a plastificação progressiva das linhas de parafusos.
Sendo assim, tem-se,

M
z= ψz
 Melϕ   Melϕ  ( A.54 )
 . 
 z el  M 
  

onde

 MRd
ϕ .z
el

ln el Rd 
 Mϕ .z 
ψz =  
( A.55 )
 Melϕ 
ln Rd 
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 Mϕ 
 

onde zel é o valor de z quando a ligação ainda está em regime elástico.

Com isso, pode-se obter uma expressão para o momento resistido pela
alma da coluna ao cisalhamento:

e e
. z el . V Rd < Mϕel ⇒ MRd
γ = . z el . V Rd ( A.56 )
e+d e+d

−1
e  e 1  ψz
. z el . V Rd > Mϕel ⇒ MRd  . z el . V Rd . el  . Melϕ ( A.57 )
γ =
e+d  
e+d Mϕ 

onde Mϕel representa o momento elástico da ligação (definido anteriormente


como Mel) diferenciando-o do momento elástico resistido pelo painel de alma Mγel
que será definido a seguir.
223

A.7
Comportamento elástico do painel de alma da coluna em
cisalhamento

Através da eq. A.50 e da relação τ = G . γ, pode-se obter as rijezas


iniciais da ligação referentes ao momento fletor e ao esforço axial
correspondentes ao cisalhamento do painel de alma da coluna:

el
el M e . z el . G . A w
KM =  
γ = ( A.58 )
γ
 γ (e + d)

el
N 1
K Nelγ =   = . z el . G . A w ( A.59 )

 γ ( e + d ) . d
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onde Aw representa a área da coluna resistente ao cisalhamento que pode ser


obtida pela equação apresentada no §2.3.1 no capítulo dois que trata da
componente alma do pilar ao cisalhamento.

A relação entre as rijezas pode ser obtida pela equação a seguir.

el
KM γ
= e . d . K Nelγ ( A.60 )

O momento de flexão Mγel para o qual o painel de alma atinge seu limite
elástico (adotado igual a 2/3 de sua resistência) dependerá do momento elástico
da ligação Mϕel e o braço de alavanca terá um valor diferente, de acordo com o
domínio elástico da ligação utilizando-se as equações abaixo.

e e
. z el . V el < Mϕel ⇒ Melγ = . z el . V el ( A.61 )
e+d e+d

−1
e  e 1  ψz
. z el . V el > Mϕel ⇒ Melγ =  . z el . V el . el  . Melϕ ( A.62 )
e+d e+d Mϕ 
 

Entretanto, algumas considerações sobre Mγel devem ser mencionadas.


Este valor corresponde ao cisalhamento elástico do painel de alma e não
224

necessariamente, ao fim do domínio linear deste painel. Considerando-se que a


ligação, primeiro atinge seu limite elástico correspondente ao momento Mϕel, a
definição do braço de alavanca é modificada e a rigidez inicial definida pela eq.
A.58 não é mais válida.
el
Além do deslocamento γ Mγ correspondente a Melγ , torna-se necessário
el
introduzir um novo deslocamento γ Mϕ relacionado com Melϕ e que pode definir o

fim do domínio de utilização da rigidez inicial. Então,

Melϕ
Melϕ < Melγ ⇒ γ Mel = el ( A.63 )
ϕ
KM el
,z = z el
γ

el
Melγ
KM el el = ( A.64 )
γ ,z = z γ
γ Mel
γ
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el
Nelγ KM ,z = z el
K Nel ,z=zel = = γ γ
( A.65 )
γ γ
d . γ Mel e.d
γ

A.8
Curvas da Ligação

Dispondo-se de todos os elementos descritos anteriormente, torna-se


possível a obtenção das curvas M x γ e N x ∆γ do painel de alma da coluna
sujeito ao cisalhamento. Porém, deve-se definir o parâmetro ψ:

 MRd el
γ .γ 
  NRd el
γ .∆ γ 


ln el Rd 
ln el Rd
 M .γ   
ψ Mγ = 
λ  =  Nλ .∆ γ  = ψ
Nγ ( A.66 )
 Melγ   Nelγ 

ln Rd  
ln Rd 
 Mγ   Nγ 
   

E ainda, as relações entre a curva M x γ e N x ∆γ podem ser obtidas:

M = e .N ( A.67 )
225

∆γ
γ= ( A.68 )
d

K Mγ = −e . d . K Nγ ( A.69 )

ψ Mγ = ψ Nγ ( A.70 )

E após obter-se estas curvas do painel de alma, pode-se, finalmente,


traçar a curva global de toda a ligação através da adição das coordenadas ou
pela definição das características globais para a parte não-linear (a segunda
parte da curva não é igual) afim de obter o mesmo tipo de formulação proposto
no Eurocode 3. O primeiro método consiste da separação dos dois elementos da
ligação enquanto que o segundo faz uma previsão do comportamento global da
ligação. Sendo assim, as características globais da ligação serão dadas por:
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el 1
KM ϕ =
1 1 ( A.71 )
el
+ el
K M K Mγ

Melφ = mínimo ( Melϕ ;Melγ ) ( A.72 )

el
Melφ
φ = ( A.73 )
K Mel
φ

φ = mínimo ( Mϕ ;M γ
MRd )
Rd Rd
( A.74 )

φRd = ϕMRd + γ MRd = ( A.75 )


φ φ

 MRd el
φ .φ 


ln el Rd
 Mφ .φ 
ψ Mφ =  
( A.76 )
 Mφ 
el
ln Rd 
 Mφ 
 
Anexo B
Exemplo de Aplicação do Modelo de Cerfontaine

B.1 Propriedades Mecânicas e Geométricas da Ligação

af = 14 mm
300
80 140 80

60
1

120
140
2 300
3
379.253

309.144

120
aw = 8 mm 600
239.253

4
119.253

780
300

240
120.747 IPE600 S355
240.747

5 α = 20º
309.144
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120
M24 HR 8.8
6 100

HEB400 300x780x20 S355 HEB400


S355 S355

• Módulo de Elasticidade Æ E = 200000 MPa


E
• Módulo de Cisalhamento Æ G = = 80770 MPa
2(1 + ν )
• Coeficiente de Poisson Æ ν = 0.30
• n = 5 (linhas de parafusos) + 2 (linhas em compressão) = 7

B.2 Resistência Individual das Componentes

B.2.1. Alma da coluna ao corte

• Vwp,Rd = 1174 kN
• Aν = 6998 mm2
• Kν−γ = 565223 kN/rad
• γel = 0,00138 rad
• γRd = 4,5 . γel = 0,00138 rad
227

B.2.2. Demais componentes

1,1 2,2 3,3 4,4 5,5 6,6 7,7 1,3 1,4 1,5 1,6
BWT 1603 1326 1326 1603
EPB 329 407 388 388 407
CFB 407 407 407 407 407 813 1200 1627 2033
CWT 1002 1002 1002 1002 1002 1320 1499 1704 1772
BFC 1833 1833
CWC 1011 1011
BT 407 407 407 407 407
3,4 3,5 3,6 4,5 4,6 5,6
BWT 2068 2997 3755 2256 3012 2083
EPB 705 1044 1363 728 1046 706
CFB 813 1220 1627 813 1220 813
CWT 1283 1603 1692 1474 1603 1283
BFC
CWC
BT
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i hi (mm) F(i,i) Rd F(i-1,i) Rd F(i-2,i) Rd F(i-3,i) Rd F(i-4,i) Rd F(i-4,i) Rd


1 379.255 329
2 = sup 309.145 1011
3 239.255 407 813
4 119.255 388 705 1200
5 -120.745 388 728 1044 1627
6 -240.745 407 706 1046 1363 1772
7 = inf -309.145 1011

B.2.3. Cálculo de FiRd+ e FiRd-

F1 Rd+ = F11 Rd = 329 kN

F2 Rd+ = F22 Rd = 1011 kN

F3 Rd+ = mínimo F33 Rd = 407 kN


Rd Rd+
F13 - F1 813 - 329 = 484 kN
=

F4 Rd+ = mínimo F44 Rd = 388 kN


F14 Rd - F1 Rd+ - F3 Rd+ =
1200 - 329 - 407 = 464 kN
F34 Rd - F3 Rd+ =
705 - 407 = 298 kN
228

F5 Rd+ = mínimo F55 Rd = 388 kN


F15 Rd - F1 Rd+ - F3 Rd+ - F4
Rd+
=
1627 - 329 - 407 - 298 = 593

F35 Rd - F3 Rd+ - F4 Rd+ =


1044 - 407 - 298 = 339 kN

F45 Rd - F4 Rd+ =
728 - 298 = 430 kN

F6 Rd+ = mínimo F66 Rd = 407 kN


Rd Rd+
F16 - F1 - F3 Rd+ - F4 Rd+ - F5 Rd+
=
1772 - 329 - 407 - 298 - 339
= 399
Rd
F36 - F3 Rd+ - F4 Rd+ - F5
Rd+
=
1363 - 407 - 298 - 339 = 319

F46 Rd - F4 Rd+ - F5 Rd+ =


1046 - 298 - 339 = 409 kN
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F56 Rd - F5 Rd+ =
706 - 339 = 367 kN

F7 Rd+ = F77 Rd = 1011 kN

F7 Rd- = F77 Rd = 1011 kN

F6 Rd- = F66 Rd = 407 kN

F5 Rd- = mínimo F55 Rd = 388 kN


Rd Rd-
F56 - F6 = 706 - 407 = 299 kN

F4 Rd- = mínimo F44 Rd = 388 kN


Rd Rd-
F46 - F5 - F6 Rd- =
1046 - 299 - 407 = 340 kN
F45 Rd - F5 Rd- =
728 - 299 = 429 kN

F3 Rd- = mínimo F33 Rd = 407 kN


Rd Rd-
F36 - F4 - F5 Rd- - F6 Rd- =
1363 - 340 - 299 - 407 = 317

F35 Rd - F4 Rd- - F5 Rd- =


1044 - 340 - 299 = 405 kN

F34 Rd - F4 Rd- =
705 - 340 = 365 kN
229

F2 Rd- = F22 Rd = 1011 kN

F1 Rd- = F11 Rd = 329 kN

i h (mm) Fi Rd+ (kN) Fi Rd- (kN)


1 379.26 329 329
2 309.15 1011 1011
3 239.26 407 317
4 119.26 298 340
5 -120.75 339 299
6 -240.75 319 407
7 -309.15 1011 1011

B.2.4. Obtenção do diagrama de interação


• (2 n + 1) = ( 2 . 7) + 1 = 15 pontos
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Nmín + = FsupRd + FinfRd = -2022


Nmín + = -1011 -1011 =
Nmín + = -2022 kN

MN mín + = hsup * FsupRd + hinf * FinfRd =


MN mín + = 0.30915 * 1011 + -0.30915 * 1011 =
+
MN mín = 0.00 kN

N1 + = Nmín+ + F1Rd+ = -2022.00 + 329.00 =


+
N1 = -1693.00 kN

N2 + = N1+ + F2Rd+ = -1693.00 + 1011 =


+
N2 = -682.00 kN

N3 + = N2+ + F3Rd+ = -682.00 + 407 =


+
N3 = -275.00 kN

N4 + = N3+ + F4Rd+ = -275.00 + 298 =


+
N4 = 23.00 kN

N5 + = N4+ + F5Rd+ = 23.00 + 339 =


+
N5 = 362.00 kN

N6 + = N5+ + F4Rd+ = 362.00 + 319 =


N6 + = 681.00 kN

N7 + = N6+ + F5Rd+ = 681.00 + 1011 =


+
N7 = 1692.00 kN
230

M1 + = MN mín+ + h1 * F1Rd+ = 0.00 + 0.379255 * 329.00 =


M1 + = 124.77 kN.m

M2 + = M1+ + h2 * F2Rd+ = 124.77 + 0.309145 * 1011.00 =


+
M2 = 437.32 kN.m

M3 + = M2+ + h3 * F3Rd+ = 437.32 + 0.239255 * 407.00 =


+
M3 = 534.70 kN.m

M4 + = M3+ + h4 * F4Rd+ = 534.70 + 0.119255 * 298.00 =


+
M4 = 570.24 kN.m

M5 + = M4+ + h5 * F5Rd+ = 570.24 + -0.12075 * 339.00 =


+
M5 = 529.30 kN.m

M6 + = M5+ + h6 * F6Rd+ = 529.30 + -0.24075 * 319.00 =


+
M6 = 452.51 kN.m

M7 + = M6+ + h7 * F7Rd+ = 452.51 + -0.30915 * 1011.00 =


+
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M7 = 139.96 kN.m

Nmín - = FsupRd + FinfRd = -2022


Nmín - = -1011 -1011 =
Nmín - = -2022 kN

MN mín - = hsup * FsupRd + hinf * FinfRd =


MN mín - = 0.30915 * 1011 + -0.30915 * 1011 =
-
MN mín = 0.00 kN

N7 - = Nmín- + F7Rd- = -2022.00 + 1011.00 =


-
N7 = -1011.00 kN

N6 - = N7- + F6Rd- = -1011.00 + 407 =


-
N6 = -604.00 kN

N5 - = N6- + F5Rd- = -604.00 + 299 =


N5 - = -305.00 kN

N4 - = N5- + F4Rd- = -305.00 + 340 =


-
N4 = 35.00 kN

N3 - = N4- + F3Rd- = 35.00 + 317 =


-
N3 = 352.00 kN

N2 - = N3+ + F2Rd+ = 352.00 + 1011 =


N2 - = 1363.00 kN

N1 - = N2+ + F1Rd+ = 1363.00 + 329 =


231

N1 - = 1692.00 kN

M7 - = MN mín+ + h7 * F7Rd- = 0.00 + -0.30915 * 1011.00 =


-
M7 = -312.55 kN.m

M6 - = M7- + h6 * F6Rd- = -312.55 + -0.24075 * 407.00 =


-
M6 = -410.53 kN.m

M5 - = M6- + h5 * F5Rd- = -410.53 + -0.12075 * 299.00 =


-
M5 = -446.63 kN.m

M4 - = M5- + h4 * F4Rd- = -446.63 + 0.119255 * 340.00 =


M4 - = -406.08 kN.m

M3 - = M4- + h3 * F3Rd- = -406.08 + 0.239255 * 317.00 =


-
M3 = -330.24 kN.m

M2 - = M3- + h2 * F2Rd- = -330.24 + 0.309145 * 1011.00 =


-
M2 = -17.70 kN.m

M1 - = M2- + h1 * F1Rd- =
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-17.70 + 0.379255 * 329.00 =


-
M1 = 107.08 kN.m

i Mi+ (kN.m) Ni+(kN.m) i Mi- (kN.m) Ni- (kN.m)


0 0.0 -2022 0 0.0 -2022
1 124.8 -1693 7 -312.5 -1011
2 437.3 -682 6 -410.5 -604
3 534.7 -275 5 -446.6 -305
4 570.2 23 4 -406.1 35
5 529.3 362 3 -330.2 352
6 452.5 681 2 -17.7 1363
7 140.0 1692 1 107.1 1692

2100 N (kN)

1400

700
M (kN.m)
0
-600 -400 -200 0 200 400 600 800
-700

-1400

-2100

-2800
232

B.2.5. Determinação de um ponto específico do diagrama

eu = Mmáx / Nmáx = 570.24 kN.m = 0.337 m = 337 mm


1692 kN

Mmáx = 570.24 kN.m

NM máx = 23 kN

α M máx = arctg [eu / (Mmáx/Nmáx)] = arctg [ 337.02 ]= 0.78 º


570235.265
23

Nmáx = 1692 kN
MN máx = 140 kN.m

α M máx = arctg [eu / (Mmáx/Nmáx)] = arctg [ 337.02 ]= 76.21 º


139959
1692
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B.2.6. Supondo uma excentricidade conhecida (e = 1000 mm)

M = 10 kN.m
N = 10 kN
e = 1000 mm

α e = arctg [eu / e] = arctg [ 337.02 ] = 18.62 º


1000

αMmáx < αe < 45o quadrant "k"

ponto conhecido "k" [ 570.24 23 ] l= 4


k= 5
ek = 570.24 *E10 = 24792.8 mm
23

∆Fk = - Nk * [(ek - e) / (hk - e)] = -23 * 24792.8 - 1000


-120.745 - 1000

∆Fk = 488.28 kN > FkRd = 339 kN

k= 6

ek = 570.24 *E3 + ( -120.745 ) * 339 = 1462.2 mm


23 + 339

Nk = 23 + 339 = 362 kN
233

∆Fk = - Nk * [(ek - e) / (hk - e)] = -362 * 1462.2 - 1000


-240.745 - 1000

∆Fk = 134.84 kN < FkRd = 319 kN

Então, o ponto procurado é:

Ne = 362 + 134.84 = 497 kN


Me = 529.30 E3 + ( -240.745 ) * 134.84 = 497 kN.m

Ne = 497 kN
Me = 497 kN.m

B.2.7. Comportamento elástico da ligação

Componente Limite Elástico Componente Limite Elástico


Rd
BWT F CWT 2/3 FRd
EPB 2/3 FRd ou FRd BFC FRd
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BT FRd CWC 2/3 FRd


CFB 2/3 FRd ou FRd S 2/3 FRd

BWT EPB BT CFB CWT BFC CWC Fi,iRd


F1el α 219 407 407 668 329
k1α 13.87 9.26 33.06 6.45
F2el α 1833 674 1011
k2α -11.40
F3el α 1603 407 407 407 668 407
k3α 9.25 9.26 21.10 4.12
F4el α 1326 259 407 407 668 388
k4α 5.50 9.26 29.27 5.71
F5el α 1326 259 407 407 668 388
k5α 5.50 9.26 29.27 5.71
F6el α 1603 407 407 407 668 407
k6α 9.37 9.26 31.44 6.13
F7el α 1833 674.00 1011
k7α -11.40

K1,ini = 210 = 574.75 kN/mm


1 + 1 + 1 + 1
13.87 9.26 33.06 6.45
234

K2,ini = 210 * ( -11.40 ) = -2394 kN/mm

K3,ini = 210 = 414.85 kN/mm


1 + 1 + 1 + 1
9.25 9.26 21.10 4.12

K4,ini = 210 = 420.75 kN/mm


1 + 1 + 1 + 1
5.50 9.26 29.27 5.71

K5,ini = 210 = 420.75 kN/mm


1 + 1 + 1 + 1
5.50 9.26 29.27 5.71

K6,ini = 210 = 512.63 kN/mm


1 + 1 + 1 + 1
9.37 9.26 31.44 6.13

K7,ini = 210 * ( -11.40 ) = -2394 kN/mm


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∆1Rd = 329 + 329 + 329 + 329 1 = ∆1


Rd
= 0.797 mm
13.87 219.332.7 9.26 33.06 6.45 E
329

∆2Rd = 1011 1 = -1.262 mm


-11.40 674.00 2.7 E
1011

∆3Rd = 407 + 407 + 407 + 407 1 = ∆3Rd = 0.981 mm


9.25 9.26 21.10 4.12 E

∆4Rd = 388 + 388 + 388 + 388 1 = ∆4Rd = 1.590 mm


5.50 258.67 2.7 9.26 29.27 5.71 E
388

∆5Rd = 388 + 388 + 388 + 388 1 = ∆5


Rd
= 1.590 mm
5.50 258.67 2.7 9.26 29.27 5.71 E
388

∆6Rd = 407 + 407 + 407 + 407 1 =


9.37 9.26 31.44 6.13 E

∆6Rd = 0.794 mm

∆7Rd = ∆2Rd = -1.262 mm


235

θ 1 = ln [ 329.00 /( 574.75 * 0.797 ) ] / ln ( 219 ) =


329
θ 1 = 0.816

θ 2 = ln [ 1011.00 /( -2394.00 * -1.262 ) ] / ln ( 674 ) =


1011
θ 2 = 2.700

θ 3 = ln [ 407.00 /( 414.85 * 0.981 ) ] / ln ( 406 ) =


407
θ 3 = 0.000

θ 4 = ln [ 388.00 /( 420.75 * 1.590 ) ] / ln ( 259 ) =


388
θ 4 = 1.344

θ 5 = ln [ 388.00 /( 420.75 * 1.590 ) ] / ln ( 259 ) =


388
θ 5 = 1.344
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θ 6 = ln [ 407.00 /( 512.63 * 0.794 ) ] / ln ( 406 ) =


407
θ 6 = 0.000

θ 7 = ln [ 1011.00 /( -2394.00 * -1.262 ) ] / ln 674 ) =


(
1011
θ 7 = 2.700

i Fiel Ki,ini ∆iel Fi,iRd ∆iRd θi


1 219 574.75 0.382 329 0.797 0.816
2 674 -2394.00 -0.282 1011 -1.262 2.700
3 407 414.85 0.981 407 0.981 0.000
4 259 420.75 0.615 388 1.590 1.344
5 259 420.75 0.615 388 1.590 1.344
6 407 512.63 0.794 407 0.794 0.000
7 674 -2394.00 -0.282 1011 -1.262 2.700
kN kN/mm mm kN mm

Alguns deslocamentos ∆iRd+ e ∆iRd- precisam ser recalculados correspondentes


aos esforços FiRd+ e FiRd-.
236

∆4Rd+ = 298 + 298 + 298 + 298 1 =


5.50 259 2.7 9.26 29.27 5.71 E
298

∆4Rd+ = 0.828 mm

∆5Rd+ = 339 + 339 + 339 + 339 1 =


5.50 259 2.7 9.26 29.27 5.71 E
339

∆5Rd+ = 1.121 mm

∆6Rd+ = 319 + 319 + 319 + 319 1 = 0.622 mm


9.37 9.26 31.44 6.13 E

∆3Rd- = 317 + 317 + 317 + 317 1 = 0.764 mm


9.25 9.26 21.10 4.12 E

∆4Rd- = 340 + 340 + 340 + 340 1 =


5.50 259 2.7 9.26 29.27 5.71 E
340
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∆4Rd- = 1.130 mm

∆5Rd- = 299 + 299 + 299 + 299 1 =


5.50 259 2.7 9.26 29.27 5.71 E
299

∆5Rd- = 0.835 mm

∆6Rd- = 407.00 + 407 + 407 + 407 1 = 0.794 mm


9.37 9.26 31.44 6.13 E

∆iRd+ (kN) ∆iRd- (kN)


0.797 0.797
-1.262 -1.262
0.981 0.764
0.828 1.130
1.121 0.835
0.622 0.794
-1.262 -1.262

B.2.8. Cálculo da rigidez inicial para o ponto em estudo (e = 1000 mm)

O ponto considerado está na região de momento positivo e h0el = 0.


Então, as linhas 1, 3 e 4 estão em tração (hi > 0) e a linha 7 está em compressão
(h7 < 0 = h0el).
237

Hipótese 1: h0el = 0

ΣKi,ini = 574.75 + 414.85 + 420.75 + 2394.00 =


(K1,ini) (K3,ini) (K4,ini) (K7,ini)

ΣKi,ini = 3804.3 kN/mm

ΣKi,ini * hi = 574.75 * 379.26 +


414.85 * 239.26 +
420.75 * 119.26 +
2394.00 * -309.15 = -372685 kN

ΣKi,ini * hi2 = 574.75 * 379.26 ^2 +


2
414.85 * 239.26 ^ +
420.75 * 119.26 ^2 +
2394.00 * -309.15 ^2 = 3.41E+08 kN.mm

eel = 341195779 = -915.51 mm


-372685.3
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Hipótese 2: h0el = h5 = -120.75 mm

ΣKi,ini = 3804.35 + 420.75 = 4225.1 kN/mm


(Ki,ini) (K5,ini)

ΣKi,ini * hi = -372685.3 + 420.75 * -120.75 =

ΣKi,ini * hi = -423489 kN

ΣKi,ini * hi2 = 3.412E+08 + 420.75 * -120.75 ^2 =

ΣKi,ini * hi2 = 3.47E+08 kN

eel = 347330082 - -423489 * -120.75 = 3417.48 mm


-423489.1 - 4225.1 * -120.75

Hipótese 3: h0el = h6 = -240.75 mm

ΣKi,ini = 4225.10 + 512.63 = 4737.7 kN/mm


(Ki,ini) (K5,ini)

ΣKi,ini * hi = -423489.1 + 512.63 * -240.75 =

ΣKi,ini * hi = -546902 kN

ΣKi,ini * hi2 = 3.473E+08 + 512.63 * -240.75 ^2 =


238

ΣKi,ini * hi2 = 3.77E+08 kN

eel = 377041061 - -546902 * -240.75 = 413.31 mm


-546901.8 - 4737.7 * -240.75

Finalmente,

h0el = 3.47E+08 - -423489 * 1000 = -165.8 mm


-423489 - 4225.1 * 1000

KNel = 4225.1 * -165.82 - -423489.1048 = 1671 kN/mm


-165.82

KMel = 347330082 - -423489 * -165.82 = 277108046.3 kN.mm

B.2.9. Cálculo dos esforços elásticos na ligação

j Fjel hj Kj,ini
1 219.33 379.3 574.8
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3 407.00 239.3 414.8


4 258.67 119.3 420.8
5 258.67 -120.7 420.8
7 -674.00 -309.1 2394.0

Mel = mínimo [ 277108046 * 219 ] = 194.0 kN.m


( 379.3 - -165.82 ) * 574.8

Mel = mínimo [ 277108046 * 407 ] = 671.2 kN.m


( 239.3 - -165.82 ) * 414.8

Mel = mínimo [ 277108046 * 259 ] = 597.6 kN.m


( 119.3 - -165.82 ) * 420.8

Mel = mínimo [ 277108046 * 259 ] = 3779.6 kN.m


( -120.7 - -165.82 ) * 420.8

Mel = mínimo [ 277108046 * -674 ] = 544.3 kN.m


( -309.1 - -165.82 ) * 2394.0

Mel = 194.0 kN.m

Após a obtenção deste momento, o esforço provocado pelo mesmo em


cada linha de parafusos pode ser determinado.
239

F1el = 194.0 *[ 379.26 - -165.82 ] * 574.8 = 219.3 kN


277108046

F3el = 194.0 *[ 239.26 - -165.82 ] * 414.8 = 117.6 kN


277108046

F4el = 194.0 *[ 119.26 - -165.82 ] * 420.8 = 84.0 kN


277108046

F5el = 194.0 *[ -120.75 - -165.82 ] * 420.8 = 13.3 kN


277108046

F7el = 194.0 *[ -309.15 - -165.82 ] * 2394.0 = -240.2 kN


277108046

Linha Mel = 194.0 kN.m MRd = 496.8 kN.m


1 219.3 329.00 329.00
2 0.0 0.00 0.00
3 117.6 407.00 407.00
4 84.0 298.00 298.00
5 13.3 339.00 339.00
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6 0.0 134.84 134.84 (k = 6) -> ∆Fk


7 -240.2 -1011.00 -1011.00

B.2.10. Deslocamentos na ruína dúctil

A quinta linha é a linha “k” que caracteriza a distribuição dos esforços na


ruptura do ponto considerado cujo deslocamento pode ser então, obtido:

∆k = Fk = 134.84 = 0.263 mm
Kk 512.63

B.2.11. Cálculo de ϕi,k (∆1 = ∆1Rd+)

ϕ1,6 = ∆1 - ∆6 = 0.797 - 0.263 = 0.000861 rad


h1 - h 6 379.26 - -240.75

ϕ3,6 = ∆3 - ∆6 = 0.981 - 0.263 = 0.001496 rad


h3 - h 6 239.26 - -240.75

ϕ4,6 = ∆4 - ∆6 = 0.828 - 0.263 = 0.001570 rad


h4 - h 6 119.26 - -240.75

ϕ5,6 = ∆5 - ∆6 = 1.121 - 0.263 = 0.007153 rad


h5 - h 6 -120.75 - -240.75
240

ϕ7,6 = ∆7 - ∆6 = -1.262 - 0.263 = 0.022296 rad


h7 - h 6 -309.15 - -240.75

B.2.12. Cálculo de ∆i,k

∆1,6 = ∆6 - h6.ϕ1,6 = 0.263 - -240.75 * 0.00086 = 0.4704 mm


∆3,6 = ∆6 - h6.ϕ3,6 = 0.263 - -240.75 * 0.00150 = 0.6232 mm
∆4,6 = ∆6 - h6.ϕ4,6 = 0.263 - -240.75 * 0.00157 = 0.6411 mm
∆5,6 = ∆6 - h6.ϕ5,6 = 0.263 - -240.75 * 0.00715 = 1.9851 mm
∆7,6 = ∆6 - h6.ϕ7,6 = 0.263 - -240.75 * 0.02230 = 5.6308 mm

B.2.13. Cálculo de ∆i (∆i = ∆ + hi . ϕ)

∆1 = ∆ + h1.ϕ = 5.631 + 379.26 * 0.02230 = 14.087 mm


∆2 = ∆ + h2.ϕ = 5.631 + 309.15 * 0.02230 = 12.524 mm
∆3 = ∆ + h3.ϕ = 5.631 + 239.26 * 0.02230 = 10.965 mm
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∆4 = ∆ + h4.ϕ = 5.631 + 119.26 * 0.02230 = 8.290 mm


∆5 = ∆ + h5.ϕ = 5.631 + -120.75 * 0.02230 = 2.939 mm
∆6 = ∆ + h6.ϕ = 5.631 + -240.75 * 0.02230 = 0.263 mm
∆7 = ∆ + h6.ϕ = 5.631 + -309.15 * 0.02230 = -1.262 mm

hi (mm) Fi (kN) ϕi,k (kN) ∆i,k (mm) ∆i (mm)


1 379.255 329 0.000861 0.4704 14.087
2 309.145 0 12.524
3 239.255 407 0.001496 0.6232 10.965
4 119.255 298 0.001570 0.6411 8.290
5 -120.745 339 0.007153 1.9851 2.939
6 -240.745 135 0.263
7 -309.145 -1011 0.022296 5.6308 -1.262

KMel = 277108046 = 277108.05 = 12.44


Rd
KM 496.84 22283.4
0.0223

MRd [kN.m] 496.84


Rd
φ [rad] 0.02230
KMel [kN.m] 277108
Mel [kN.m] 194.0
NRd [kN] 496.84
∆Rd [mm] 5.631
KNel [kN/mm] 1671
Nel [kN] 194.0
241

B.2.14. Cálculo das variáveis adicionais para a obtenção das curvas M x φ e


Nx∆

ϕel = Mel = −∆el = 194.0 = 0.00070 rad


KMel h0el 277108.05

∆el = Nel = 194.0 = 0.1161 mm


KNel 1671.16

ψM= ln [MRd/(KMel . ϕRd)]


ln(λel / λRd)
ψM= ln [ 496.84 / (277108 * 0.022) ] / ln ( 194.01 ) =
496.84
ψ M = 2.68

ψN= ln [NRd/(KNel . ∆Rd)]


ln(λel / λRd)
ψN= ln [ 496.84 / (1671*5.631) ] / ln ( 194.01 ) =
496.84
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ψ N = 3.13

600

500

400
M (kN.m)

300

200

100

0
0 0.01 0.02 0.03 0.04 0.05

ϕ (rad)

600

500

400
N (kN)

300

200

100

0
0 2 4 6 8 10 12
Rd
∆ (mm)
242

B.3 Avaliação do painel de alma da coluna ao cisalhamento

B.3.1. Resistência do Painel de Alma ao cisalhamento

zel = 194 E3 - ( -240.2 )*( -309.145 ) + 309.145 = 584.9 mm


194.0 - ( -240.2 )

zRd = 329 * 379.255 + 407 * 239.255 +


329 + 407

+ 298 * 119.255 + 339 * -120.745 +


298 + 339

+ 135 * -240.745 - -1011 * -309.145 = 431.37 mm


135 -1011

ln ( 497 * 584.90 )
ψz = 194 * 431.37 = 1.244845 = -1.324
ln ( 194 ) -0.94037
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496.84

 e el Rd e
 e + d . z .V < Mϕel ⇒ MγRd = . z el . V Rd eq.1
e+d
 −1
   ψz
 e . z el . V Rd > M el ⇒ M Rd =  e . z el . V Rd . 1  . Mϕel eq.2
e + d ϕ γ e +d 
 Mϕel 

1 * 0.58490 * 1174 =
1 + 0.309145

524.52 kN > Mϕel


-1
-1.32
MγRd = 1 0.58490 * 1174 * 1 * 194
1 + 0.309145 194

MγRd = 411.2 kN < MϕRd = 496.84 kN

411.26
=> zγRd = -1.32 = 458.6 mm
194.0 * 194.0
584.9 411.26
243

B.3.2. Comportamento elástico do painel de alma

KMγel = 1 * 0.5849 * 80769 * 6998 =


1 + 0.309145

KMγel = 252531 kN.m/ra


d

KNγel = 0.58490 * 80769 * 6998 = 816867.6 kN/m.rad


( 1 + 0.309145 ) * 0.309145
= 816.8676 kN/mm.rad

 e el el el el e el el
 e + d . z . V < Mϕ ⇒ Mγ = e + d . z . V eq.1
 −1
   ψz
 e . z el . V el > M el ⇒ M el =  e . z el . V el . 1  . Mϕel eq.2
e + d ϕ γ e +d 
 Mϕel 

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e
. z el . V el = 349.68 kN > Mϕel ( a eq. 2 deve ser utilizada)
e+d

(Vel = 2/3 VRd)

-1
-1.32
Mγel = 1 0.58490 * 782.7 * 1 * 194
1 + 0.309145 194.0

Mγel = 302.76 kN > Mϕel = 194 kN

302.76
=> zγRd = -1.32 = 506.41 mm
194.0 * 194.0
584.9 302.76

Neste caso, o comportamento elástico do painel de alma ao corte não


controla o dimensionamento da ligação.

B.3.3. Curva do painel de alma ao corte

el
el N  1
KN =  = . z el . G . Aw
γ
 ∆ γ (e + d ) .d
244

el
el M  e . z el . G . Aw
KM =   =
γ
 γ γ (e + d )

el el
KM = e . d . KN
γ γ

194.0 = 0.00077 rad


γ M el = 25253
ϕ
0.54

302.76
γ M el = 0.5064 * 5.7E+08 = 0.000001385 rad
γ
1.309145

el
KM = 302.76 = 218642931 kN.m
γ , z = zγel 0.0000014

el
KN = 218642931 = 707.25 kN/mm
γ , z = zγel 309.1450

ln ( 411 * 0.00138 )
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ψ M el = 303 * 0.00623 =
γ
ln ( 302.76 )
411.26

-1.19778 = 3.91
ψ M el =
γ
-0.30629

450

400
350

300
Mγ (kN)

250

200
150

100
50

0
0 0.001 0.002 0.003 0.004 0.005 0.006 0.007

γ (rad)
245

B.3.4. Curva final da ligação

KMφel = 1 = 132125 kN.m/rad


1 + 1
277108 252531

Mφel = mínimo ( 194.01 302.76 ) = 194.01 kN.m

φel = 194.01 = 0.00147 rad


132125

MφRd = mínimo ( 496.84 411.26 ) = 411.26 kN.m

411.26 + 0.00623 = 0.0173 rad


φ Rd = ϕ M Rd + γ M Rd =
φ φ
^2.67
277108 * 194.01
411.26

ln ( 411.26 * 0.0014684 )
ψ Mφ = 194.01 * 0.0172635 = 2.28
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ln ( 194.01 )
411.26

450

400

350

300
M γ (kN)

250

200

150

100

50

0
0.000 0.005 0.010 0.015 0.020

γ (rad)
246

Anexo C
Detalhamento das Peças Utilizadas no Programa
Experimental

A seguir são apresentados os detalhamentos que foram enviados à


fábrica de estruturas metálicas responsável pela fabricação dos elementos que
constituíram os ensaios realizados.
CORTE AA

30
70

ver detalhe abaixo


350
1000 x 350 x 30
160

85 180 85
422

200
a = 15
12

a=6

B B
840

500
452

a = 15

a = 15
12

a=6
300
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160

452

25 142.5 142.5 25
15
12

50
10
452
840

20
30

80
12
452

4140
160

12
Ø26 M24 8.8

452

CORTE BB REFORÇOS
12

135
70 160 70 Ø26 M24 8.8
35 100
28
452

35

14.5
444

444
500

374
1940

12

7
35

R2
452

300
28

obs.: todas as soldas indicadas para


12

o enrijecedor da viga tem a = 6 mm


458

HEB500 29
30

100 200 200 400 100

1000

Figura C.1 – Viga para suporte do atuador hidráulico


247

CORTE AA

350
85 180 85

200
6
200

200
6
B B
200
50 a=6

90
75 200 75
25

6
490 x 350 x 20
200

conectores "C"
6

com espessura de 6 mm 50

80

20
projeção do fim da sapata
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2930

CORTE BB
2306

obs.: todas as soldas indicadas para


o reforço da viga e para os
conectores tem a = 5 mm
20

110 200 180


490

Figura C.2 – Viga de travamento da sapata de reação


248

20
placa 500 x 300 x 20

500
a=6

20
70 160 70
placa 425 x 300 x 20 placa 425 x 300 x 20
Ø26 M24 8.8

70
144 12 144

300
160
70
80 160 185 75 160 75 145 160 120

425 310 425

obs.: todas as soldas indicadas tem a = 6 mm

Figura C.3 – Peça de ligação da viga do atuador hidráulico com o pórtico de reação
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330
75 30 120 30 75
25

15 45 35 34
Ø35 ajustado p/
cavilha indicada
40

Ø22 barra
rosqueada 20 mm
170

120
90

R51
.5
40

25

40 250 40
15 62.5 51.5
129

Detalhe da cavilha

300
62.5 51.5

129

Ø
35

obs.: todas as soldaduras indicadas tem a = 8 mm

Figura C.4 – Peça de ligação da viga do atuador hidráulico com o pórtico de reação
249

CORTE AA
500 Ø26 M24 cl. 10.9
110 140 140 110 69 45
30

90
190

96
B B

500
120

128
R51.5

Ø35.5 p/ cavilha
fabricada em projeto
anterior (planta B1)

96
190

90
190.5 30 59 30 190.5
72.5 41.5
30
144

CORTE BB
obs. 1: todas as soldas
indicadas tem a = 10 mm
51.5 62.5 30
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119

Figura C.5 – Peça de ligação da rótula inferior com a placa de base das colunas

CORTE AA
440
60 320 60 138 45
30

96.6 86.4
70
81

1.5
R5
35.5
300
138

160

B B
81

70

140.5 30 99 30 140.5 70 17.5


17.5
105
Ø30 M24 cl. 10.9

CORTE BB
30
44

obs. 1: todas as soldas


indicadas tem a = 10 mm
183

105
34

Figura C.6 – Peça de ligação do pórtico de reação com a rótula superior


250

440
CORTE AA
50 170 170 50 65 118
30

40
131

R5 Ø35.5 p/ cavilha

96
1. apresentada abaixo
5

35.5
400
138

128
B B
45 138

96
131

40
99 30 182 30 99

Ø26 M24 cl. 10.9

Pormenor da cavilha

300
CORTE BB

Ø
35
183
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30

Figura C.7 – Peça de ligação da placa de topo da coluna com a rótula superior
60 60
140

Detalhe do furo
200

20

Ø20 cabo pré-esforço 15


1520
1180
HEM100

15

200
tp = 15 mm
50
240
340

50

a = 10 mm
50 100 50

Ø22 barra roscada 20 mm

Figura C.8 – Detalhe do desviador dos cabos de protensão


251

a = 8 mm
30 80 272 96 272 80

20
50

100
UPN100

400
260

200
UPN100

UPN100

100
50
20

800

Ø22 M20 cl. 10.9


Ø20 cabo de pré-esforço 15 mm
Pormenor do reforço
9 63 9
5 5
30 9
39

91

100
30
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100
Figura C.9 – Peça para aplicação do esforço axial de compressão - I

solda de entalhe Ø24


30 105 640 105
20
50

160
160

UPN100
100

200
380

520

solda de entalhe Ø24


100
UPN100

a = 8 mm
160

160
50

UPN100
20

850

placa com 10 mm de espessura


soldada com filete (a = 6) ao longo do
Ø20 cabo de pré-esforço 15 mm
comprimento e entalhe nos pontos
indicados

Pormenor do reforço
100

9 63 9
5 5
30 9
39

30

91
10

200
100

solda de entalhe Ø24

Figura C.10– Peça para aplicação do esforço axial de compressão - II


252

20 80 230 180 230 80

100
100

400

200
200

100
100

800

Ø20 cabo de pré-esforço 15 mm

furo conforme detalhe abaixo

50
20

80

Figura C.11 – Guia dos cabos de protensão


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948

1185
15 980 10 195
37

65 10 10 65
2200

156

IPE240
1022

HEB240

Figura C.12 – Detalhe da coluna e da viga dos ensaios


Anexo D
Dimensionamento da Ligação com Placa de Extremidade
Estendida

D.1
Informações Gerais

72 96 72

30
62

74
74

M20 cl10.9

= 15 mm
314

314
IPE240
240
156

156
tp
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54

54
HEB240

32 96 32
12

160

Viga: IPE 240

Altura (hb)...............................: 240.00 mm


Largura (bfb).............................: 120.00 mm
Espessura da mesa (tfb)...................: 9.80 mm
Espessura da alma (twb)...................: 6.20 mm
Raio de curvatura (rb)....................: 15.00 mm
Inércia (Ib)..............................: 3890.00 cm4
Área (Ab).................................: 39.10 cm2
(Wpl).....................................: 3670.00 cm3
Comprimento da viga ligada ao pilar (Lb)..: 6000.00 mm
Inclinação da viga........................: 0o

Pilar: HE 240 B

Altura (hc)...............................: 240 mm


Largura (bfc).............................: 240 mm
Espessura da mesa (tfc)...................: 17 mm
Espessura da alma (twc)...................: 10 mm
Raio de curvatura (rc)....................: 21 mm
Inércia (Ic)..............................: 11260 cm4
Área (Ac).................................: 106 cm2
254

Placa de extremidade:
(mm)
Largura da placa..........................: 160.00
Altura da placa...........................: 316.00
Espessura da placa........................: 15.00
Distância vertical entre a mesa da viga
e a extremidade da placa de extremidade...: 64.00
Distância vertical entre a 1a linha de
parafusos e a extremidade da
placa
de extremidade............................: 32.00
Distância vertical entre linhas
de parafusos 1 e 2........................: 74.00
Distância vertical entre linhas
de parafusos 2 e 3........................: 156.00
Distância horizontal entre parafusos......: 96.00
Distância horizontal entre
parafusos
e a extremidade da placa de extremidade...: 32.00
Distância vertical entre banzo inferior da
viga e a extremidade da placa.............: 12.00
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Parafusos:

Diâmetro do parafuso......................: 20.00 mm


Área do parafuso (As = 0,8 * Ab)..........: 245.00 mm2
Diâmetro da arruela do 35.03 mm
parafuso...........:
Diâmetro da porca.........................: 20.00 mm
Diâmetro dos furos........................: 22.00 mm
Espessura da cabeça do parafuso...........: 13.00 mm
Espessura da porca........................: 16.00 mm
Espessura total de anilhas por parafusos..: 4.00 mm
Comprimento do parafuso...................: 50.50 mm

Soldas:

Espessura da solda da mesa da viga (af)...: 8.00 mm


Espessura da solda da alma da viga (aw)...: 8.00 mm

Coeficientes de Segurança:

Gama M0.(resistência da seção classe 1, 2 ou 3)..: 1.00


Gama M1.(resistência do membro a flambagem.......: 1.00
Gama Mb.(resistência de ligações aparafusadas....: 1.00
Gama Mw.(resistência de ligações soldadas........: 1.00

Propriedades Mecânicas dos Materiais:


Aço S275 → fy = 275MPa e fu = 430MPa
Parafusos cl. 10.9 → fy = 900MPa e fu = 1000MPa
255

D.2
Cálculo das Componentes

D.2.1.
Alma da coluna ao corte

Área de corte do pilar


Avc = Ac - 2*bc*tfc+(twc+2*rc)*tfc: Avc = 3324 mm2
Coeficiente Beta: BETA = 1.00
Resistência plástica do painel de alma do
pilar (0,90*fywc*Avc)/(raiz(3)*Gama M0): VwpRd = 474.98 kN
Resistência (VwpRd / BETA): FwpRd = 474.98 kN
Coeficiente de Rigidez
z = distância entre o centro de tração e
a linha média da mesa da viga em compressão z = 230.10 mm
k1 = (0,38*Avc)/(BETA*z): k1 = 5.49 mm

D.2.2.
Alma da coluna à compressão
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Largura efetiva
beff,c,wc = tfb + 2*raiz(2)*ap + 5(tfc+s) + sp: beff = 237.43 mm
tfb = 9.80 mm
ap = 8.00 mm beff1 = 252.43 mm
tfc = 17.00 mm beff2 = 237.43 mm
s = rc= 21.00 mm
sp = 21.21 mm
Esbeltez da placa de extremidade
λp = 0,932*(RAIZ((beff*dwc*fywc)/(E*twc2)): λp = 0.67
dwc = hc - 2(tfc+rc) = 164.00 mm
fywc = 275.00 N/mm2 ou MPa
E = 210000.00 N/mm2 ou MPa
twc = 10.00 mm
Coeficiente de redução para flambagem da placa: ρ = 1.00
se λp <= 0,673........: ρ = 1,0
se λp > 0,673.........: ρ = (λp-0,22)/λp2
Coeficiente de interação de esforços: ω = ω1 = 0.78
ω1 = 1/(RAIZ(1+1,3*(beff*twc/Avc)^2))
Resistência FcwcRd= 506.27 kN
FcwcRd = (ω*beff*twc*fywc)/Gama M0 <=
(ω*ρ*beff*twc*fywc)/Gama M1
Coeficiente de Rigidez (J.4.2)(2)
dwc = altura da coluna sem as mesas: dwc = 164.00 mm
k2 = (0,7*beff*twc)/(dwc): k2 = 10.13 mm
256

D.2.3.
Mesa da coluna à flexão

e = distância horizontal entre o parafuso e a borda da


72.00 mm
coluna =
emin = distância horizontal entre o parafuso e a borda
32.00 mm
da placa =
m = distância entre o parafuso e o início do raio de
26.20 mm
curvatura =
n = min( emin ; 1,25m) = 32.00 mm
ew = dw / 4 = 8.76 mm
p = 74.00 mm

Comprimento efetivo do T-stub equivalente

Parafusos tomados individualmente

Formas circulares:
2 Pi m: leff,1= 164.62 mm
Formas não-circulares:
4 m + 1,25 e: leff,2= 194.80 mm
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Primeira linha de parafusos


Formas circulares: leffcp= 164.62 mm
Formas não-circulares: leffnc= 194.80 mm
l = 164.62 mm

Segunda linha de parafusos


Formas circulares: leffcp= 164.62 mm
Formas não-circulares: leffnc= 194.80 mm
l = 164.62 mm

Parafusos tomados como grupo

Grupo entre as linhas de parafusos números 1 e 2:


Formas circulares:
Pi m + p: l = 156.31 mm
leffcp= 312.62 mm
Formas não-circulares:
2m + 0,625e + 0,5p: l = 134.40 mm
leffnc= 268.80 mm

leff,1= 268.80 mm

Resistência

Resistência de dimensionamento de 1: BtRd = 220.50 kN


BtRd = (0,9 * fub * As) / Gama Mb
257

Parafusos tomados individualmente

a) Linha de parafusos número 1

Modo de ruptura no T-stub equivalente


Resistência plástica de dimensionamento do T-stub
Para escoamento completo da mesa
Mpl1Rd = 0,25 Σleff,1 tf^2 fy / Gama M0: Mpl1Rd = 3270.78 N.m
Para ruptura dos paraf. C/ escoamento da mesa
Mpl2Rd = 0,25 Σleff,2 tf^2 fy / Gama M0: Mpl2Rd = 3870.43 N.m

Modo 1 (escoamento completo da mesa): F1Rd = 499.36 kN


F1Rd = 4 * Mpl1Rd / m
Modo 2 (ruptura dos paraf. c/ esc. da F2Rd = 375.48 kN
mesa):
F2Rd = (2Mpl2Rd + nΣBtRd) / (m + n)
Modo 3 (ruptura dos parafusos): F3Rd = 441.00 kN
F3Rd = ΣBtRd

Resistência: FtRd(1)= 375.48 kN

b) Linha de parafusos número 2


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Modo de ruptura no T-stub equivalente


Resistência plástica de dimensionamento do T-stub
Para escoamento completo da mesa
Mpl1Rd = 0,25 Σleff,1 tf^2 fy / Gama M0: Mpl1Rd= 3270.78 N.m
Para ruptura dos paraf. C/ escoamento da mesa
Mpl2Rd = 0,25 Σleff,2 tf^2 fy / Gama M0: Mpl2Rd= 3870.43 N.m

Modo 1 (escoamento completo da mesa): F1Rd = 499.36 kN


F1Rd = 4 * Mpl1Rd / m
Modo 2 (ruptura dos paraf. c/ esc. da F2Rd = 375.48 kN
mesa):
F2Rd = (2Mpl2Rd + nΣBtRd) / (m + n)
Modo 3 (ruptura dos parafusos): F3Rd = 441.00 kN
F3Rd = ΣBtRd

Resistência: FtRd(2)= 375.48 kN

Parafusos tomados como grupo

a) Grupo entre linhas de parafusos 1 e 2

Modo de ruptura no T-stub equivalente


Resistência plástica de dimensionamento do T-stub
Para escoamento completo da mesa
Mpl1Rd = 0,25 Σleff,1 tf^2 fy / Gama M0: Mpl1Rd = 5340.72 N.m
Para ruptura dos paraf. C/ escoamento da mesa
Mpl2Rd = 0,25 Σleff,2 tf^2 fy / Gama M0: Mpl2Rd = 5340.72 N.m

Modo 1 (escoamento completo da mesa): F1Rd = 815.38 kN


F1Rd = 4 * Mpl1Rd / m
Modo 2 (ruptura dos paraf. c/ esc. da F2Rd = 668.48 kN
mesa):
258

F2Rd = (2Mpl2Rd + nΣBtRd) / (m + n)


Modo 3 (ruptura dos parafusos): F3Rd = 882.00 kN
F3Rd = ΣBtRd

Resistência: FtRd(1,2)= 668.48 kN

Rigidez

a) Comprimento efetivo do T-stub equivalente


Linhas de parafusos tomadas individualmente ou como parte de um grupo

Linha de parafusos número 1 ("End bolt row"):leff = 134.40 mm


(1) 2Pi m = 164.62 mm
4 m + 1,25 e = 194.80 mm
(1 - 2) Pi * m + p = 156.31 mm c/ p = 74.00 mm
2m+0,625e+0,5p= 134.40 mm
(1 - 3) Pi * m + p = 197.31 mm c/ p = 115.00 mm
2m+0,625e+0,5p= 154.90 mm

Linha de parafusos número 2 ("Inner bolt row"): leff= 115.00 mm


(2) 2Pi m = 164.62 mm
4 m + 1,25 e = 194.80 mm
(2-3-1) 2 p = 230.00 mm c/ p = 115.00 mm
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p = 115.00

Linha de parafusos número 3 ("End bolt row"): leff = 164.62 mm


2Pi m = 164.62 mm
4 m + 1,25 e = 194.80 mm
(leff é o menor comprimento efetivo para parafusos tomados
individualmente ou em grupo)

a) Coeficiente de Rigidez

Linha de parafusos número 1: k4(1) = 31.21 mm


Linha de parafusos número 2: k4(2) = 26.70 mm
Linha de parafusos número 3: k4(3) = 38.22 mm
(k4 = 0,85*beff*tfc^3/m^3)

D.2.4.
Alma da coluna à tração

Resistência

Linha de parafusos número 1:


Coeficiente de interação de esforço (Tabela J.5): ω1 = 0.87
ω1 = 1/(RAIZ(1+1,3*(beff*twc/Avc)^2))
Resistência: Ft,wc,Rd = 394.20 kN
Ft,wc,Rd = (w*beff,t,wc*twc*fy,wc)/Gama M0)

Linha de parafusos número 2:


Coeficiente de interação de esforço (Tabela J.5): ω1 = 0.87
ω1 = 1/(RAIZ(1+1,3*(beff*twc/Avc)^2))
Resistência: Ft,wc,Rd = 394.20 kN
259

Grupo entre linhas de parafusos números 1 e 2:


Coeficiente de interação de esforço: ω1 = 0.74
ω1 = 1/(RAIZ(1+1,3*(beff*twc/Avc)^2))
Resistência: Ft,wc,Rd = 534.45 kN

Rigidez

Linha de parafusos número 1: k3(1) = 5.74 mm


(k3 = 0,7*beff,t,wc*twc/dwc)
Linha de parafusos número 2: k3(2) = 4.91 mm
Linha de parafusos número 3: k3(3) = 7.03 mm

D.2.5.
Placa de extremidade à flexão

Parâmetros Geométricos
e = distância horizontal entre o parafuso e a borda da placa
e = 32.00 mm
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m = distância entre o parafuso e o início do raio de curvatura


m = 35.85 mm
ex = distância vertical entre o parafuso e a extremidade da placa
ex = 32.00 mm
mx = distância vertical entre o parafuso e a mesa da viga
mx = 22.95 mm
w = distância horizontal entre parafusos
w = 96.00 mm
Linha de parafusos 2 (abaixo da mesa sup. da viga)
m1 = 35.85 mm
m2 = 23.05 mm
Determinação do coeficiente alpha
λ1 = m1 / (m1 + e) λ1 = 0.53 alpha = 5.98 (ÁBACO)
λ2 = m2 / (m2 + λ2 = 0.34
e)

Linha de parafusos 3 (acima da mesa inf. da viga).......:


m1 = 35.85 mm
m2 = 23.05 mm
Determinação do coeficiente alpha
λ1 = 0.53 alpha = 5.98 (ÁBACO)
λ2 = 0.34

Comprimento efetivo do T-stub equivalente (Tabela J.8)

Parafusos tomados individualmente

Linha de parafusos número 1 (influência do banzo superior da viga):


Formas circulares:
2 Pi mx: leff = 144.19 mm
Pi mx + w: leff = 168.10 mm
Pi mx + 2e: leff = 136.10 mm
260

Formas não-circulares:
4 mx + 1,25 ex: leff = 131.80 mm
e + 2 mx + 0,625 ex: leff = 97.90 mm
0,5 bp: leff = 80.00 mm
0,5 w + 2 mx +0,625 ex: leff = 113.90 mm

Comprimento efetivo
Formas circulares: leff = 136.10 mm
Formas não-circulares: leff = 80.00 mm

Linha de parafusos número 2 (influência do banzo superior da viga):


Formas circulares:
2 Pi m1: leff = 225.25 mm
Formas não-circulares:
Alpha m1: leff = 214.38 mm

Linha de parafusos número 3 (influência do banzo inferior da viga):


Formas circulares:
2 Pi m1: leff = 225.25 mm
Formas não-circulares:
Alpha m1: leff = 214.38 mm

Parafusos tomados em grupo


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Grupo entre linhas n.o 2 e 3


Formas Circulares (mm): 537.25 (Pi m + p)*2
Outras formas 370.38
(mm):

Resistência

Parafusos tomados individualmente

a) Linha de parafusos número 1

Modo de ruptura no T-stub equivalente (J.3.2.1)


Resistência plástica de dimensionamento do T-stub (J.7)
Para escoamento completo da mesa
Mpl1Rd = 0,25 Σleff,1 tf^2 fy / Gama M0: Mpl1Rd= 1237.50 N.m
Para ruptura dos paraf. C/ escoamento da mesa
Mpl2Rd = 0,25 Σleff,2 tf^2 fy / Gama M0: Mpl2Rd= 1237.50 N.m

Modo 1 (escoamento completo da mesa): F1Rd = 215.70 kN


F1Rd = 4 * Mpl1Rd / mx
Modo 2 (ruptura dos paraf. c/ esc. da mesa): F2Rd = 301.86 kN
F2Rd = (2Mpl2Rd + nΣBtRd) / (m + n)
Modo 3 (ruptura dos parafusos): F3Rd = 441.00 kN
F3Rd = ΣBtRd

Resistência: FtepRd(1)= 215.70 kN


261

b) Linha de parafusos número 2

Modo de ruptura no T-stub equivalente


Resistência plástica de dimensionamento do T-stub
Para escoamento completo da mesa
Mpl1Rd = 0,25 Σleff,1 tf^2 fy / Gama M0: Mpl1Rd= 3316.15 N.m
Para ruptura dos paraf. C/ escoamento da mesa
Mpl2Rd = 0,25 Σleff,2 tf^2 fy / Gama M0: Mpl2Rd= 3316.15 N.m

Modo 1 (escoamento completo da mesa): F1Rd = 370.01 kN


F1Rd = 4 * Mpl1Rd / m
Modo 2 (ruptura dos paraf. c/ esc. da mesa): F2Rd = 305.74 kN
F2Rd = (2Mpl2Rd + nΣBtRd) / (m)
Modo 3 (ruptura dos parafusos): F3Rd = 441.00 kN
F3Rd = ΣBtRd

Resistência: FtepRd(2)= 305.74 kN

Rigidez

a) Comprimento efetivo do T-stub equivalente


Linhas de parafusos tomadas individualmente ou como parte de um grupo
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Linha de parafusos número 1 ("End bolt row"):


leff = 80.00 mm

Linha de parafusos número 2: leff = 214.38 mm


(2) 2Pi m = 225.25 mm
α m = 214.38 mm

(2-3-1) 2(Pim + p)+2p = 685.25 mm c/ p = 115.00 mm


p+ αm = 329.38

Linha de parafusos número 3 leff = 183.40 mm


("End bolt row"):
2Pi m = 225.25 mm
4 m + 1,25 e = 183.40 mm

(leff é o menor comprimento efetivo para parafusos


tomados individualmente ou em grupo)

a) Coeficiente de Rigidez

Linha de parafusos número 1: k5(1) = 18.99 mm


Linha de parafusos número 2: k5(2) = 13.35 mm
Linha de parafusos número 3: k5(3) = 11.42 mm
(k5 = 0,85*leff*tp^3/m^3)
262

D.2.6.
Parafusos à tração

Comprimento do parafuso: Lb = 50.50 mm


Resistência.: BtRd = 220.50 kN
Coeficiente de rigidez: k10 = 7.76 mm
(k10 = 1,6*As/Lb)

D.2.7.
Mesa da viga à compressão

Resist. à flexão da seção transv. da viga: McRd = 100.93 kN.m


(McRd = Wpl*fy/Gama M0)
Resistência: FcfbRd= 438.42 kN
FcfbRd = McRd /(h - tfb)

D.2.8.
Alma da viga à tração
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Largura efetiva iguais a da placa de extremidade

Linha de parafusos n.o 2

FtwbRd(i)=beff,twb*twb*fywb/Gama M0 = 365.51 kN

D.3
Associação das componentes (molas) em série e em paralelo

D.3.1.
Resistência

Linha de parafusos número 1

Alma da coluna ao corte (1): 475.0 kN


Alma da coluna à compressão (2): 506.3 kN
Mesa da coluna à flexão (4): 375.5 kN
Tração da alma da coluna (3): 394.2 kN
Flexão da placa de extremidade (5): 215.7 kN
Parafusos à tração (10): 441.0 kN
Mesa da viga à compressão (7): 438.4 kN

Frd(1): 215.7 kN
263

Linha de parafusos número 2

a) parafusos tomados individualmente

Alma da coluna ao corte (1): 259.3 kN


Alma da coluna à compressão (2): 290.6 kN
Mesa da coluna à flexão (4): 375.5 kN
Tração da alma da coluna (3): 394.2 kN
Flexão da placa de extremidade (5): 305.7 kN
Parafusos à tração (10): 441.0 kN
Mesa da viga à compressão (7): 222.7 kN
Alma da viga à tração (8): 365.5 kN

b) parafusos tomados como grupo

Mesa da coluna à flexão (4): 452.8 kN


Tração da alma da coluna (3): 327.8 kN

Frd(2): 222.7 kN

Sumário
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Frd(1): 215.7 kN
Frd(2): 222.7 kN
Frd(3): 0.00 kN

Braço de alavanca 1 - z1: 267.10 mm


Braço de alavanca 2 - z2: 193.10 mm
Braço de alavanca 3 - z3: 37.10 mm

Resistência à flexão: MRd = 100.62 kN.m


(MRd = Frd(1)*z1+Frd(2)*z2)
Resistência à flexão elástica: Me = 67.08 kN.m
(Me = (2/3)*MRd)

D.3.2.
Rigidez Inicial

Determinação do coeficiente de rigidez equivalente 40.89

Alma do pilar ao corte............(k1): 5.68 mm


Alma do pilar à compressão........(k2): 10.13 mm
Alma do pilar à tração..........(k3,1): 5.74 mm
(k3,2): 4.91 mm
(k3,3): 7.03 mm
Banzo do pilar em flexão........(k4,1): 31.21 mm
(k4,2): 26.70 mm
(k4,3): 38.22 mm
Placa de extremidade à flexão...(k5,1): 18.99 mm
(k5,2): 13.35 mm
264

(k5,3): 11.42 mm
Parafusos à tração...............(k10): 7.76 mm

Rigidez efetiva - linha de parafusos 1: 2.58 mm


Rigidez efetiva - linha de parafusos 2: 2.25 mm
Rigidez efetiva - linha de parafusos 3: 2.60 mm
zeqq..................................: 222.57 mm

keq (duas linhas em tração)...........: 5.48 mm

Sj,ini................................: 22740.4 kN.m/rad


11370.2 kN.m/rad

D.4
Curva Momento Versus Rotação

120

100
momento fletor (kN.m)

80
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60

40

20

0
0 10 20 30 40 50 60
rotação (mrad)
Anexo E
Controle Dimensional dos Ensaios

E.1
Apresentação das Dimensões Utilizadas

a b c

j k
wbf
d1 d2 tfb1
l m tp
d3 d4
d e f
hp
tw
n o dh
g h i

d5 d6
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p q
bp tfb2

(a) dimensões da placa de extremidade e da viga

a b c

wcf
tfb1
d1 d2
j k
d3 d4
d e f
dh twc

l m
g h i
tfb2
d5 d6

(b) dimensões da coluna

Figura E.1 - Dimensões utilizadas para a caracterização geométrica dos perfis


266

E.2
Valores Medidos

Tabela E.1 – Propriedades geométricas – placa de extremidade e viga (Ensaios FE)

Ensaio d e f g h i l
nominal 21.00 74.00 21.00 21.00 74.00 21.00 43.00
FE3 19.03 73.87 20.54 18.97 74.25 19.74 41.29
FE4 21.57 72.47 18.61 21.78 73.43 18.65 43.05
FE5 20.50 73.69 20.87 22.70 73.15 20.96 42.89
FE1 21.05 73.60 16.00 22.05 73.60 15.95 44.50
FE6 14.86 74.16 23.15 15.55 74.58 22.67 40.87
FE7 17.80 74.17 20.86 17.84 73.98 20.95 44.13
FE8 23.70 73.84 17.48 22.52 73.85 18.36 43.46
FE9 18.77 73.32 19.85 18.03 73.10 20.34 51.06
Ensaio m n o p q d1 d2
nominal 43.00 134.00 134.00 43.00 43.00 22.00 22.00
FE3 40.52 133.72 134.06 42.95 43.74 21.95 22.03
FE4 42.67 133.81 133.08 43.94 43.45 22.14 22.17
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 9916423/CA

FE5 43.85 133.64 133.72 41.64 42.12 21.81 22.05


FE1 43.70 133.71 133.76 40.70 40.20 22.10 22.15
FE6 40.55 133.74 134.16 43.78 44.85 21.75 21.71
FE7 44.38 133.73 133.80 41.04 40.88 21.87 21.88
FE8 43.61 133.45 134.10 37.14 38.15 21.80 22.01
FE9 51.01 132.71 132.58 40.00 40.12 22.94 22.89
Ensaio d3 d4 bp hp tp tfb1 tfb2
nominal 22.00 22.00 160.00 264.00 15.00 9.80 9.80
FE3 22.03 22.11 158.01 263.86 15.52 10.18 9.56
FE4 21.65 21.87 157.14 264.22 15.18 9.46 9.75
FE5 21.94 22.25 156.58 262.46 15.24 9.33 9.84
FE1 22.15 22.15 154.90 261.96 15.35 8.91 9.42
FE6 21.72 21.83 155.63 263.46 15.52 9.50 9.49
FE7 21.91 21.94 157.52 263.73 15.55 9.36 9.69
FE8 21.86 21.84 159.49 258.27 15.16 9.65 8.93
FE9 23.06 23.01 158.40 262.57 15.55 10.14 9.31
Ensaio tw wbf dh
nominal 6.20 120.00 240.00
FE3 6.90 121.54 241.06
FE4 6.90 122.08 241.05
FE5 6.90 120.87 241.23
FE1 6.90 121.05 242.36
FE6 6.70 121.56 242.10
FE7 7.00 121.45 242.77
FE8 6.90 121.83 242.53
FE9 7.50 120.83 243.22
267

Tabela E.2 – Propriedades geométricas – coluna (Ensaios FE)

Ensaio d e f g h i l
nominal 61.00 74.00 61.00 61.00 74.00 61.00 134.00
FE3 61.74 73.47 62.00 61.05 73.95 61.86 134.15
FE4 61.55 73.68 61.84 62.04 73.54 62.15 133.96
FE5 61.05 73.66 62.03 60.93 72.61 62.44 134.09
FE1 60.15 73.30 59.95 59.70 72.95 59.80 133.83
FE6 61.06 73.74 60.34 61.20 73.76 60.45 133.69
FE7 61.57 73.72 61.77 61.18 74.07 61.50 133.43
FE8 60.89 73.76 61.81 60.60 73.88 62.56 133.74
FE9 62.05 73.42 61.20 61.59 74.26 61.14 134.44
Ensaio m d1 d2 d3 d4 tfb1 tfb2
nominal 134.00 22.00 22.00 22.00 22.00 17.00 17.00
FE3 133.83 21.95 22.12 21.52 22.20 16.57 16.48
FE4 133.74 22.66 22.58 22.54 22.52 16.41 16.33
FE5 134.15 22.03 22.15 21.91 21.84 16.57 16.86
FE1 133.69 22.60 22.40 22.60 22.15 15.44 15.10
FE6 133.43 22.14 21.95 22.06 21.87 15.52 15.35
FE7 133.17 22.06 22.12 22.24 21.96 16.38 16.49
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 9916423/CA

FE8 133.75 21.81 21.52 21.78 21.95 16.56 16.58


FE9 134.61 22.16 22.20 22.03 22.06 15.88 15.94
Ensaio tw wcf dh
nominal 10.00 240.00 240.00
FE3 10.46 241.37 240.95
FE4 10.82 239.68 240.32
FE5 10.12 240.30 240.52
FE1 10.25 241.05 241.67
FE6 10.33 240.71 240.39
FE7 10.12 241.40 240.33
FE8 10.06 240.61 240.10
FE9 10.24 241.28 239.72
268

Tabela E.3 – Propriedades geométricas – placa de extremidade e viga (Ensaios EE)

Ensaio a b c d e f g
nominal 21.00 74.00 21.00 21.00 74.00 21.00 21.00
EE1 18.53 72.55 20.32 18.27 72.53 20.44 17.76
EE5 21.24 72.27 18.15 21.35 72.38 18.34 21.11
EE3 19.47 73.71 19.52 19.93 73.09 19.27 20.37
EE4 22.59 73.34 17.12 22.26 73.32 16.24 22.58
EE2 18.79 74.55 19.68 19.46 73.48 19.49 19.78
EE7 20.37 73.63 17.21 20.52 73.61 17.89 20.00
EE6 18.27 73.21 20.81 18.01 74.28 20.33 17.22
Ensaio h i j k l m n
nominal 74.00 21.00 21.00 21.00 52.00 52.00 134.00
EE1 72.43 20.76 22.67 22.54 50.02 50.40 132.08
EE5 73.35 19.25 22.12 22.51 50.37 50.43 132.27
EE3 72.70 19.15 22.12 22.33 51.22 51.53 132.80
EE4 73.58 16.35 22.61 21.93 51.14 51.04 133.23
EE2 73.54 19.12 22.08 21.77 51.37 51.18 132.78
EE7 73.58 18.56 21.18 22.64 51.02 51.30 133.20
EE6 73.51 20.39 21.99 22.78 51.07 51.12 132.55
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 9916423/CA

Ensaio o p q d1 d2 d3 d4
nominal 134.00 43.00 43.00 22.00 22.00 22.00 22.00
EE1 132.10 40.08 40.08 23.48 23.46 23.57 23.64
EE5 132.36 40.54 40.36 23.59 23.57 23.59 23.74
EE3 132.33 39.74 40.41 22.76 22.62 22.70 22.69
EE4 132.76 40.23 40.29 22.66 22.58 22.54 22.52
EE2 132.73 40.11 40.05 22.06 22.65 22.44 22.57
EE7 133.15 40.76 40.21 22.78 22.85 22.84 22.81
EE6 133.33 39.85 39.29 22.80 22.21 22.69 21.96
Ensaio d5 d6 bp hp tp tfb1 tfb2
nominal 22.00 22.00 160.00 316.00 15.00 9.80 9.80
EE1 23.67 23.71 158.34 315.93 15.57 9.19 9.45
EE5 22.80 23.01 159.17 315.98 15.51 9.60 9.48
EE3 22.78 22.82 157.24 314.73 15.48 9.11 9.29
EE4 22.91 22.89 154.54 314.01 15.77 9.95 9.41
EE2 22.69 22.77 158.58 313.72 15.65 10.21 9.45
EE7 22.85 22.76 158.88 315.72 15.54 9.98 9.36
EE6 22.93 22.70 157.72 313.39 15.54 9.33 9.06
Ensaio tw wbf dh
nominal 6.20 120.00 240.00
EE1 7.30 120.96 241.84
EE5 7.60 120.55 242.06
EE3 7.50 120.68 242.29
EE4 7.90 121.26 242.49
EE2 7.60 121.20 243.82
EE7 7.20 120.84 242.41
EE6 7.30 120.39 243.01
269

Tabela E.4 – Propriedades geométricas – coluna (Ensaios EE)

Ensaio a b c d e f g
nominal 61.00 74.00 61.00 61.00 74.00 61.00 61.00
EE1 61.62 73.65 61.12 61.34 74.00 60.93 61.62
EE5 62.20 73.93 60.93 62.46 73.60 60.90 62.75
EE3 62.38 73.36 61.82 61.32 74.15 61.03 61.92
EE4 62.63 73.71 60.93 62.96 73.95 61.37 61.66
EE2 61.98 73.72 61.19 62.06 73.86 61.68 63.20
EE7 61.70 73.58 61.34 61.92 74.08 61.00 62.44
EE6 61.69 73.68 60.75 62.73 73.89 60.78 61.99
Ensaio h i j k l m d1
nominal 74.00 61.00 5.00 52.00 134.00 134.00 22.00
EE1 73.79 61.48 51.85 51.44 134.34 133.57 22.12
EE5 73.94 60.48 52.01 51.94 133.80 134.14 22.20
EE3 73.64 61.46 51.78 52.43 133.77 134.04 22.07
EE4 73.84 60.90 51.98 51.89 133.94 133.85 22.20
EE2 73.70 61.19 51.98 52.06 133.69 134.38 22.00
EE7 74.40 61.33 51.68 52.27 134.24 133.85 22.07
EE6 73.68 60.50 52.07 52.02 134.20 134.02 22.00
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 9916423/CA

Ensaio d2 d3 d4 d5 d6 tfb1 tfb2


nominal 22.00 22.00 22.00 22.00 22.00 17.00 17.00
EE1 22.10 22.05 22.06 22.05 22.14 16.13 16.12
EE5 22.12 22.04 22.09 22.15 22.08 15.85 16.00
EE3 22.20 22.10 22.10 22.08 22.12 15.91 15.90
EE4 22.07 22.06 21.90 22.20 22.11 16.00 15.98
EE2 21.96 22.11 22.15 22.03 22.13 15.74 15.95
EE7 22.10 21.98 22.19 21.87 22.13 15.94 16.07
EE6 22.14 22.11 22.10 22.02 22.12 15.93 16.70
Ensaio twc wcf dh
nominal 10.00 240.00 240.00
EE1 10.23 240.64 241.65
EE5 9.90 241.83 240.00
EE3 9.60 240.96 239.78
EE4 9.70 240.89 239.53
EE2 9.70 240.90 240.73
EE7 9.80 240.82 239.28
EE6 9.90 240.92 241.72

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