Você está na página 1de 167

Olga Cecilia Carvajal García

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

Modelagem sísmica em arenitos:


efeito da dispersão da velocidade
e do tipo de fluido

TESE DE DOUTORADO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL


Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil

Rio de Janeiro
Maio de 2008
Olga Cecilia Carvajal García

MODELAGEM SÍSMICA EM ARENITOS:


EFEITO DA DISPERSÃO DA VELOCIDADE
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

E DO TIPO DE FLUIDO

Tese de Doutorado

Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação


em Engenharia Civil da PUC-Rio como requisito
parcial para obtenção do título de Doutor em
Engenharia Civil.

Orientador: Sérgio Augusto Barreto da Fontoura

Rio de Janeiro
Maio de 2008
Olga Cecilia Carvajal García

Modelagem Sísmica em Arenitos: Efeito da


Dispersão da Velocidade e do Tipo de Fluido
Tese apresentada como requisito parcial para obtenção
do título de Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Civil da PUC-Rio. Aprovada pela Comissão
Examinadora abaixo assinada.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

Prof. Sérgio Augusto Barreto da Fontoura


Orientador
Departamento de Engenharia Civil – PUC-Rio

Prof. Raul Rosas e Silva


Departamento de Engenharia Civil – PUC-Rio

Dr. Marco Antonio Cetale Santos


Departamento de Engenharia Elétrica – PUC-Rio

Dr. Carlos Rodríguez Suárez


PETROBRÁS

Dra. Cleide Jeane R. Bacelar


Fundação GORCEIX / CENPES / PETROBRÁS

Prof. José Eugênio Leal


Coordenador Setorial do Centro
Técnico Científico – PUC-Rio

Rio de Janeiro, 7 de Maio de 2008


Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou
parcial do trabalho sem autorização da universidade, do autor
e do orientador.

Olga Cecília Carvajal García


Graduou-se em Engenharia Civil na UIS (Universidade
Industrial de Santander - Colômbia) em 2000. Defendeu sua
dissertação de Mestrado em Engenharia Civil (Geotecnia) na
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)
em 2003.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

Ficha Catalográfica

García, Olga C. Carvajal

Modelagem sísmica em arenitos: efeito da dispersão da


velocidade e do tipo de fluido / Olga C. Carvajal Garcia;
orientador: Sérgio Augusto B. da Fontoura. – Rio de Janeiro:
PUC, Departamento de Engenharia Civil, 2008.

167 f.: il. ; 29,7 cm

Tese (doutorado) – Pontifícia Universidade Católica do


Rio de Janeiro, Departamento de Engenharia Civil.

Inclui referências bibliográficas.

1. Engenharia Civil – Teses. 2. Modelagem sísmica. 3.


Simulação de reservatórios. 4. Substituição de fluidos. 5.
Fluxo local. 6. Upscaling. 7. Física de rochas. I. Fontoura,
Sérgio Augusto B. da. II. Pontifícia Universidade Católica do
Rio de Janeiro. Departamento de Engenharia Civil. III. Título.
CDD : 624
Agradecimentos

À ANP e à PUC-Rio pelo apoio financeiro concedido durante o meu doutorado.

Agradeço imensamente ao professor Sérgio A. B. da Fontoura pela oportunidade


de desenvolvimento, pela sua amizade, confiança e respeito profissional
depositados na minha pessoa. Obrigada pela estrutura oferecida através do GTEP,
cujo apoio foi essencial.

A todos os professores e funcionários do Departamento de Engenharia Civil pelos


ensinamentos transmitidos.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

Aos colegas e amigos do GTEP. Agradeço especialmente à Nelly e ao Julio pela


sua amizade e companheirismo.

Agradeço ao Vladimir e ao Fredy Artola pelas discussões sobre física de rochas e


pela motivação para a execução deste trabalho. Agradeço especialmente ao Carlos
Claudino, pela sua amizade, otimismo e importante contribuição neste trabalho.

Agradeço ao Julio pelos momentos compartilhados. Agradeço aos amigos


Carolina e Fredy Angarita pelo apoio no começo deste caminho. Agradeço
áqueles que de uma ou outra forma estiveram comigo, de perto ou de longe, nestes
anos todos no Brazil.

Agradeço aos meus pais, Rafael e Cecilia, por tudo o que eles investiram na
minha vida. Agradeço especialmente à minha mãe, e às minhas irmãs, Claudia e
Sandra, por todo amor e confiança que a distância tornou ainda mais fortes.

Agradeço muito a Deus por todos os momentos que constituíram a minha


experiência de vida aqui, e por me brindar a força para conseguir este propósito.
Resumo
García, Olga C. Carvajal; Fontoura, S. A. B. Modelagem sísmica em
arenitos: efeito da dispersão da velocidade e do tipo de fluido. Rio de
Janeiro, 2008. 167p. Tese de Doutorado – Departamento de Engenharia
Civil, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

O conhecimento do que acontece no reservatório em produção a partir de


variações temporais dos atributos sísmicos devido aos processos dinâmicos vem
atingindo um valor crescente na indústria do petróleo, especialmente em arenitos.
Este processo possui vários desafios, focados em grande parte a desvendar a
superposição dos diferentes efeitos provocados pelas mudanças do reservatório
nos dados sísmicos. As propriedades sísmicas são afetadas de maneira complexa
por vários fatores, sendo a saturação um dos mais importantes, principalmente em
rochas porosas como o arenito. Esta propriedade influencia no módulo elástico da
rocha e sua resposta sísmica e, ao mesmo tempo, introduz dispersão da velocidade
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

(variação da velocidade com a freqüência). A transição de fluido efetivo


(distribuição homogênea e menores velocidades) para fluido com distribuição
heterogênea (e maiores velocidades) estabelece um mecanismo de dispersão
presente para freqüências sísmicas in situ, especialmente no arenito. O método
mais utilizado para aplicar a técnica de substituição de fluidos se baseia na teoria
de Gassmann (1951), que considera o meio poroso estático (estado de isostress),
onde o fluido não é afetado pela perturbação da onda. No entanto, pesquisas
mostram que as velocidades acústicas em rochas saturadas de fluido dependem da
freqüência, do tipo de fluido e sua distribuição no meio poroso, viscosidade e
outras propriedades que tornam as ondas dispersivas. Neste trabalho são
realizadas simulações de fluxo de reservatórios, transformações de física de
rochas, upscaling e modelagem sísmica em cenários de injeção de gás com o
objetivo de esclarecer a importância de levar em conta a dispersão da velocidade
na análise time-lapse. Para isso, são analisados para cada modelo mapas de
saturação, velocidade, impedância e sismogramas sintéticos (seções de contraste)
calculados com as teorias de substituição Gassmann (1951) e Mavko & Jizba
(1991). Os resultados mostram que a resposta sísmica pode ter um incremento de
até 15% quando a dispersão devida ao fluxo local é considerada. Porosidade e
tortuosidade são parâmetros essenciais que influenciam de maneira diferente na
resposta sísmica.
Palavras-chave
Modelagem sísmica; simulação de reservatórios; substituição de fluidos;
fluxo local; upscaling; física de rochas.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA
Abstract
García, Olga C. Carvajal; Fontoura, S. A. B. Sandstone seismic modeling:
effects of velocity dispersion and fluid type. Rio de Janeiro, 2008, 167p.
D.Sc. Thesis. Civil Engineering Departament, Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro.

The evaluation of reservoir dynamics during production through time-lapse


interpretation has reached a substantial importance in the petroleum industry,
mainly in sandstones. This evaluation presents many challenges, mainly
concerned to unmask the overlapping of different effects in seismic data due to
reservoir changes. Several factors affect seismic properties and saturation is one
of the most important. This property influences the rock bulk modulus and
seismic response and also causes a velocity dependence on the frequency. This
phenomenon is known as velocity dispersion. Furthermore, the transition from
effective homogeneous fluid to heterogeneous saturation represents a dispersion
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

mechanism that appears for seismic frequencies in situ in sandstones. The most
commonly method used to perform the fluid substitution technique is based in
Gassmann theory (1951). This approach considers a static porous media (isostress
condition), where fluid is not affected by wave propagation. However, it is well
known that acoustic velocities in fluid saturated rocks depends on frequency,
according to fluid type and distribution on porous media, viscosity, and others
properties that become waves dispersive. In this work reservoir flow-simulation,
rock physics transformations, upscaling and seismic modeling were performed in
gas injection scenarios. Synthetic seismograms and some contrast sections were
generated using Gassmann (1951) and Mavko & Jizba (1991) substitution
theories. The goal is to clarify the relevance of considering velocity dispersion on
time-lapse seismic analyzing possible differences in the seismic parameters.
Results show that seismic response could increase in 15% when squirt flow
dispersion is considered. Porosity and tortuosity are essential parameters to
analyze seismic response.

Keywords
Seismic modeling; reservoir simulation; fluid substitution; squirt flow;
upscaling; rock physics.
Sumário

1 Introdução 24
1.1. Descrição do Problema 24
1.2. Motivação 25
1.3. Objetivo 26
1.4. Descrição 27

2 Fundamentos Teóricos 29
2.1. Sísmica Time-Lapse 29
2.2. Efeitos da Saturação na Velocidade 33
2.2.1. Efeito do Fluido 33
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

2.2.2. Efeito da Freqüência 38


2.3. Distribuição de Fluido e Resposta Sísmica 47
2.3.1. Modelo de Saturação Uniforme 50
2.3.2. Modelo de Saturação Heterogênea (Patchy) 52
2.4. Simulação de Fluxo e Modelagem Sísmica: Problema de Escala 54

3 Influência da Distribuição do Fluido na Variação da Velocidade


Compressional (Vp) 59
3.1. Introdução 59
3.2. A Escala como Fator de Dispersão da Velocidade 60
3.3. Efeito da Temperatura 61
3.4. Efeito da Pressão 66
3.5. Porosidade e Dispersão da Velocidade 68
3.6. Conclusão 71

4 Simulação de Fluxo em Reservatório Sintético 72


4.1. Modelo de Reservatório 73
4.1.1. Propriedades da Rocha 75
4.1.2. Propriedades dos Fluidos 75
4.1.3. Esquema de Injeção 78
4.2. Resultados 79
4.2.1. Seções de Saturação 79
4.2.2. Seções de Pressão 82

5 Modelagem Sísmica no Tempo 85


5.1. Campos de Velocidade e Impedância Acústica 85
5.1.1. Modelos de Física de Rochas 86
5.1.2. Características do Modelo 88
5.1.3. Cálculo da Velocidade Compressional e Impedância Acústica 91
5.2. Seções Sísmicas 107

6 Conclusões e Sugestões 120


6.1. Conclusões 120
6.2. Sugestões 121
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

7 Referências Bibliográficas 123

APÊNDICE A Programas Utilizados 128


A.1 UTCHEM 128
A.2 TESSERAL 129
A.3 HYDRO_GEN 130

APÊNDICE B Rotinas MATLAB: Modelos de Saturação Homogêneo e


Heterogêneo 131
B.1 Arenito Beaver – Efeito da Escala 131
B.2 Chert Monterrey – Efeito da Temperatura 133
B.2.1 Óleo Leve 133
B.2.2 Óleo Pesado 136
B.2.3 Óleo Leve versus Pesado 140
B.3 Areia Limpa - Efeito da Pressão 147
B.4 Areia Limpa e Areia Argilosa - Efeito da Porosidade 150
B.5 Arenito Fontainebleu 154
APÊNDICE C Código MATLAB: Upscaling da Saturação Limite
Homogêneo e Patchy Cálculo de Vp e Impedância Acústica 159
C.1. Método de Gassmann: Vp para escala fina e grossa 159
C.2. Método de Mavko & Jizba: Vp para escala fina e grossa 163
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA
Lista de figuras

Figura 2.1 – Princípio físico do monitoramento sísmico


(Calvert, 2005a). 29
Figura 2.2 – Exemplo de levantamento base, monitor e a diferença
(Calvert, 2005b). 31
Figura 2.3 – Variação da impedância com porosidade
(Lumley & Behrens, 1998). 32
Figura 2.4 – Valores de Ko obtidos com as equações de Voigt,
Reuss e Hill (Smith, 2003). 37
Figura 2.5 – Esquema do fluxo de Biot decorrente da propagação
da onda através do meio poroso (modificado de Akbar, 1993). 39
Figura 2.6 – Dispersão da velocidade compressional de Biot em 122
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

amostras de arenito (Wang & Nur, 1992). 42


Figura 2.7 – Esquema do fluxo local (squirt-flow) decorrente da
propagação da onda através do meio poroso
(modificado de Akbar, 1993). 43
Figura 2.8 – Atenuação sísmica como função da
freqüência x viscosidade para diferentes pressões efetivas
e saturações (Jones, 1986). 44
Figura 2.9 – Freqüência característica no modelo de fluxo local
(Wang, 2000). 45
Figura 2.10 – Variação do módulo bulk da rocha saturada (ΔKrel)
segundo as fissuras presentes no meio e a razão de achatamento,
α (Endres & Knight, 1997). 47
Figura 2.11 – Variação de Vp em função da saturação para uma rocha
submetida a ensaio de embebição e drenagem (Cadoret, 1993). 48
Figura 2.12 – Dependência da escala de difusão crítica da freqüência
e da permeabilidade para uma rocha saturada de óleo com η = 5 cp. 49
Figura 2.13 – Esquema mostrando a saturação atrás da frente
de injeção segundo o modelo de distribuição de fluido uniforme
(Packwood, 1997). 51
Figura 2.14 – Esquerda: Esquema representando a rocha com
saturação heterogênea ou patchy. Direita: detalhe de cada
heterogeneidade (Akbar et al, 2001). 53
Figura 2.15 – Esquema mostrando a saturação atrás da frente de
injeção segundo o modelo de distribuição de fluido heterogênea
(Packwood, 1997). 53
Figura 2.16 – Esquema da metodologia proposta por Sengupta (2000). 55
Figura 2.17 – Injeção de água: velocidade vs. saturação de água para
diferentes saturações de óleo irredutível; a) Sor = 20%, b) Sor = 30%,
c) Sor = 0 (Sengupta, 2000). 56
Figura 3.1 – Variação de Vp em função de Sg para os modelos
homogêneo e patchy em arenito Beaver saturado com água e
gás para 20 ºC. 60
Figura 3.2 – Rocha Monterey saturada com óleo 50 oAPI e gás para
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

25 ºC e 125 ºC. (a) Comparação entre os modelos homogêneo e


patchy, (b) Diferença em porcentagem. 62
o
Figura 3.3 – Rocha Monterey saturada com óleo 50 API e gás para
25 ºC e 125 ºC. (a) Comparação entre os modelos homogêneo e
patchy, (b) Diferença em porcentagem. 63
Figura 3.4 – Rocha Monterey saturada com óleo de 10 oAPI e gás
para 25 ºC e 125 ºC. (a) Comparação entre os modelos homogêneo
e patchy, (b) Diferença em porcentagem. 64
Figura 3.5 – Comparação entre os modelos na rocha Monterey (125 ºC)
saturada com diferentes tipos de óleo e gás para 125 ºC. 65
Figura 3.6 – Influência do tipo de fluido e da temperatura na
heterogeneidade da saturação. 66
Figura 3.7 – Saturação de mistura água-gás em areia limpa para
Pp = 10 MPa e Pp = 30 MPa, e σ’=10 MPa. (a) Modelo homogêneo
versus patchy, (b) diferença em porcentagem. 67
Figura 3.8 – Comparação entre os modelos aplicados em areia limpa
(φ=36%) e areia argilosa (φ=024%). (a) Modelo homogêneo versus
patchy, (b) diferença em porcentagem. 69
Figura 3.9 – Modelo homogêneo versus patchy em arenito Fontainebleu
saturado com óleo e gás para 5 MPa de tensão efetiva. 70
Figura 4.1 – Modelo de simulação de fluxo 2D. 74
Figura 4.2 – Modelo de permeabilidade log-normal com DP=0,63,
Lx = 4, Ly = 0,5. 75
Figura 4.3 – Módulo bulk do gás em função da temperatura e da
pressão (Batzle & Wang, 1992). 76
Figura 4.4 – Módulo bulk do óleo em função da temperatura e da
pressão (Batzle & Wang, 1992). 77
Figura 4.5 – Seções de saturação de gás para o cenário de injeção
de gás leve em reservatório saturado com óleo de 25 oAPI. De cima
para baixo: 100, 500 e 1000 dias. 80
Figura 4.6 – Seções de saturação de gás para o cenário de injeção
de gás pesado em reservatório saturado com óleo de 25 oAPI.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

De cima para baixo: 100, 500 e 1000 dias. 81


Figura 4.7 – Seções de saturação de gás para o cenário de injeção de
gás leve em reservatório saturado com óleo de 20 oAPI. De cima para
baixo: 100, 500 e 1000 dias. 81
Figura 4.8 – Seções de saturação de gás para o cenário de injeção de
gás pesado em reservatório saturado com óleo de 20 oAPI. De cima
para baixo: 100, 500 e 1000 dias. 82
Figura 4.9 – Seções de pressão do reservatório para caso de injeção
de gás leve em reservatório saturado com óleo de 25 oAPI. De cima
para baixo: 100, 500 e 1000 dias. 83
Figura 4.10 – Seções de pressão do reservatório para caso de injeção
de gás pesado em reservatório saturado com óleo 25 oAPI. De cima
para baixo: 100, 500 e 1000 dias. 83
Figura 4.11 – Seções de pressão do reservatório para caso de injeção
de gás leve em reservatório saturado com óleo de 20 oAPI. De cima
para baixo: 100, 500 e 1000 dias. 84
Figura 4.12 – Seções de pressão do reservatório para caso de injeção
de gás pesado em reservatório saturado com óleo 20 oAPI. De cima
para baixo: 100, 500 e 1000 dias. 84
Figura 5.1 – Escala sísmica versus escala de simulação de fluxo. 88
Figura 5.2 – Mapas de saturação de gás para o cenário de injeção
de gás leve em reservatório saturado com óleo de 25 oAPI. De cima
para baixo: 100, 500 e 1000 dias. 89
Figura 5.3 – Seções de saturação de gás para o cenário de injeção de
gás pesado em reservatório saturado com óleo de 25 oAPI. De cima
para baixo: 100, 500 e 1000 dias. 90
Figura 5.4 – Seções de saturação de gás para o cenário de injeção de
gás leve em reservatório saturado com óleo de 20 oAPI. De cima para
baixo: 100, 500 e 1000 dias. 90
Figura 5.5 – Seções de saturação de gás para o cenário de injeção de
gás pesado em reservatório saturado com óleo de 20 oAPI. De cima
para baixo: 100, 500 e 1000 dias. 91
Figura 5.6 – Variação de V phomogêneo , V ppatchy e V pupsc (Gassmann) com a
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

saturação de gás para 500 dias, para o cenário de injeção de gás


leve em reservatório saturado com óleo de 25 oAPI para (a) φ =21%,
e (b) φ =30%. 93
Figura 5.7 – Variação de V phomogêneo , V ppatchy e V pupsc (Gassmann) com a
saturação de gás para 500 dias, para o cenário de injeção de gás
pesado em reservatório saturado com óleo de 25 oAPI para (a) φ =21%, e
b) φ =30%. 94
Figura 5.8 – V pupsc obtida através do modelo de M&J para 500 dias,
no cenário de injeção de gás leve em reservatório saturado com
óleo de 25 oAPI. 95
Figura 5.9 – Comparação entre V pupsc de Gassmann e V pupsc de M&J para
φ =30%, para o cenário de injeção de gás pesado em reservatório
saturado com óleo de 20 oAPI. 96
Figura 5.10 – Exemplo de meio poroso (a) com baixa tortuosidade,
(b) alta tortuosidade. 97
Figura 5.11 – Campos de velocidade compressional, Vp, obtidos usando
Gassmann para injeção de gás leve em reservatório saturado com
óleo de 25 oAPI, φ =30%. 98
Figura 5.12 – Campos de Vp obtidos com o modelo de M&J para
injeção de gás leve em reservatório saturado com óleo de 25 oAPI,
φ =30%, a=3. 98
Figura 5.13 – Campos de Vp obtidos com o modelo de Gassmann para
injeção de gás pesado em reservatório saturado com óleo de 25 oAPI,
φ=30%. 99
Figura 5.14 – Campos de Vp obtidos com o modelo de M&J para
injeção de gás pesado em reservatório saturado com óleo de
25 oAPI, φ =30%, a=3. 99
Figura 5.15 – Campos de Vp obtidos através do modelo de Gassmann
para injeção de gás leve em reservatório saturado com óleo de 20 oAPI,
φ =30%. 100
Figura 5.16 – Campos de Vp obtidos através do modelo de M&J para
injeção de gás leve em reservatório saturado com óleo de 20 oAPI,
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

φ =30%, a=3. 100


Figura 5.17 – Campos de Vp obtidos através do modelo de Gassmann
para injeção de gás pesado em reservatório saturado com óleo de 20
o
API, φ=30%. 101
Figura 5.18 – Campos de Vp obtidos através do modelo de M&J para
injeção de gás pesado em reservatório saturado com óleo de 20 oAPI,
φ =30%, a=3. 101
Figura 5.19 – Mapas de mudança de impedância acústica obtidos
através do modelo de Gassmann para injeção de gás leve em
reservatório saturado com óleo de 25 oAPI, φ=30%. 102
Figura 5.20 – Mapas de mudança de impedância acústica obtidos
através do modelo de M&J para injeção de gás leve em reservatório
saturado com óleo de 25 oAPI, φ=30%, a=3. 103
Figura 5.21 – Mapas de mudança de impedância acústica obtidos
através do modelo de Gassmann. Injeção de gás pesado em
reservatório saturado com óleo de 25 oAPI, φ=30%. 104
Figura 5.22 – Mapas de mudança de impedância acústica obtidos
através do modelo de M&J, injeção de gás pesado em reservatório
saturado com óleo de 25 oAPI, φ=30%, a=3. 105
Figura 5.23 – Mapas de mudança de impedância acústica obtidos
através do modelo de Gassmann para injeção de gás leve em
reservatório saturado com óleo 20 oAPI, φ=30%. 105
Figura 5.24 – Mapas de mudança de impedância acústica obtidos
através do modelo de M&J para injeção de gás leve em reservatório
saturado com óleo 20 oAPI, φ=30%, a=3. 106
Figura 5.25 – Mapas de mudança de impedância acústica obtidos
através do modelo de Gassmann. Injeção de gás pesado em
reservatório saturado com óleo de 20 oAPI, φ=30%. 106
Figura 5.26 – Mapas de mudança de impedância acústica obtidos
através do modelo de M&J, injeção de gás pesado em reservatório
saturado com óleo de 20 oAPI, φ=30%, a=3. 107
Figura 5.27 – Esquema da modelagem e cálculo da diferença. 108
Figura 5.28 – Geometria de aquisição utilizada na modelagem
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

sísmica. 108
Figura 5.29 – Exemplo de sismograma para a) t = 0 e b) t = 500 dias. 109
Figura 5.30 – Exemplo da seção sísmica da diferença mostrando
a frente de injeção no reservatório. 110
Figura 5.31 – Efeito time-lapse: injeção de gás leve em cenário com
óleo de 25 oAPI, φ=30% e tortuosidade (a) igual a 2, 2,5 e 3. 111
Figura 5.32 – Efeito time-lapse: injeção de gás leve em cenário com
óleo de 25 oAPI, φ=21% e tortuosidade (a) igual a 2, 2,5 e 3.. 112
Figura 5.33 – Efeito time-lapse: injeção de gás pesado em cenário
com óleo de 25 oAPI, φ=30% e tortuosidade (a) igual a 2, 2,5 e 3.. 113
Figura 5.34 – Efeito time-lapse: injeção de gás pesado em cenário
com óleo de 25 oAPI, φ=21% e tortuosidade (a) igual a 2, 2,5 e 3.. 114
Figura 5.35 – Efeito time-lapse: injeção de gás leve em cenário
com óleo de 20 oAPI, φ=30% e tortuosidade (a) igual a 2, 2,5 e 3. 115
Figura 5.36 – Efeito time-lapse: injeção de gás leve em cenário
com óleo de 20 oAPI, φ=21% e tortuosidade (a) igual a 2, 2,5 e 3. 116
Figura 5.37 – Efeito time-lapse: injeção de gás pesado em cenário
com óleo de 20 oAPI, φ=30% e tortuosidade (a) igual a 2, 2,5 e 3. 117
Figura 5.38 – Efeito time-lapse: injeção de gás pesado em cenário
com óleo de 20 oAPI, φ=21% e tortuosidade (a) igual a 2, 2,5 e 3. 118
Figura 5.39 – Efeito time-lapse: injeção de gás leve em cenário
com óleo de 25 oAPI, φ=30% e tortuosidade (a) igual a 2, 2,5 e 3
para t = 1000 dias. 119
Figura A.1 – Interface UTCHEM. 129
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA
Lista de tabelas

Tabela 3.1 – Propriedades das rochas utilizadas 59


Tabela 3.2 – Variação dos parâmetros Kóleo, KsatO, ρBsatO e seu
efeito em Vp. 71
Tabela 4.1 – Propriedades dos gases injetados no reservatório. 77
Tabela 4.2 – Propriedades do óleo no reservatório. 78
Tabela 4.3 – Cenários de injeção de gás simulados. 79
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA
Lista de símbolos

a Tortuosidade (adimensional)

c Volume de argila (%)

DP Coeficiente de Dykstra-Parsons (adimensional)

D Difusividade hidráulica (m2/s)

Dp Fator de pressão (adimensional)

fc Freqüência crítica (Hz)

fn Fração volumétrica do constituinte mineral

I Impedância acústica (ohm)

k Permeabilidade absoluta da rocha (mD)


PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

Kd Módulo bulk da rocha seca (MPa)

Kdnr Módulo bulk da matriz não relaxada (MPa)

Kfl Módulo bulk do fluido (MPa)

Kg Módulo bulk do gás (MPa)

Khet Módulo bulk da rocha saturada com fluido distribuído de forma


heterogênea (MPa)

Kn Módulo bulk do constituinte mineral

Knsat Módulo bulk da rocha saturada com a mistura de fluido,


modificado pela Sor (MPa)

Ko Módulo bulk do mineral (MPa)

Koleo Módulo bulk do óleo (MPa)

Kor Módulo bulk da rocha saturada, modificado pela Sor (MPa)

Ksat Módulo bulk da rocha saturada com o novo fluido (MPa)

Ksat0 Módulo bulk da rocha saturada com o fluido inicial (MPa)

KsatO Módulo bulk da rocha saturada com óleo (MPa)


Kw Módulo bulk da água (MPa)

Lc Escala de difusão crítica (m)

Lx Correlação espacial na direção x (adimensional)

Ly Correlação espacial na direção y (adimensional)

M Razão de mobilidade (adimensional)

Pp Pressão de poros (MPa)

S nupsc Saturação das diferentes fases na escala sísmica (%)

Sor Saturação de óleo residual (%)

Sw Saturação de água (%)

Vp Velocidade compressional (m/s)

V phomogêneo Velocidade compressional calculada com o modelo de saturação


PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

homogênea (m/s)

V ppatchy Velocidade compressional calculada com o modelo de saturação


heterogênea (m/s)

V pupsc Velocidade compressional na escala sísmica (m/s)

Vp0 Velocidade compressional da rocha saturada com fluido inicial


(m/s)

Vs Velocidade cisalhante (m/s)

Vs0 Velocidade cisalhante da rocha saturada com fluido inicial (m/s)

α Razão de achatamento dos poros (adimensional)

ΔI Variação da impedância acústica (%)

ΔKrel Variação do módulo bulk da rocha saturada segundo as fissuras


presentes no meio (MPa)

φ Porosidade (%)

φequivK Porosidade compressível ou “compliante”associada à variação do


módulo bulk com a pressão (%)
φequivμ Porosidade compressível ou “compliante”associada à variação do
módulo cisalhante com a pressão (%)

φsoft Porosidade compressível ou “compliante” (%)

ρo Densidade do grão da matriz rochosa (g/cm3)

ρΒ Densidade da rocha saturada com o novo fluido (g/cm3)

ρΒo Densidade da rocha saturada com o fluido inicial (g/cm3)

ρfl Densidade do fluido (g/cm3)

ρ upsc
fl Densidade do fluido na escala sísmica (g/cm3)

η Viscosidade do fluido (Pa.s)

μ Módulo cisalhante (MPa)

μnr Módulo cisalhante da matriz não relaxada (MPa)


PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

“...Y uno aprende a construir todos sus caminos en el hoy, porque el terreno
de mañana es demasiado inseguro para planes... y los futuros tienen una
forma de caerse en la mitad.

Y después de un tiempo uno aprende que si es demasiado, hasta el calor


del sol quema. Así que uno planta su propio jardín y decora su propia
alma, en lugar de esperar a que alguien le traiga flores.

Y uno aprende que realmente puede aguantar, que uno realmente es fuerte,
que uno realmente vale, y uno aprende y aprende... y con cada día uno
aprende...”

Jorge Luis Borges


1
Introdução

1.1.
Descrição do Problema

A interpretação sísmica time-lapse é o processo de vincular diferenças


observadas entre levantamentos sísmicos repetidos com mudanças nas saturações
do fluido, pressão e temperatura no reservatório. Vários desafios precisam ser
vencidos nessa tarefa. Em princípio, entender de que maneira os atributos
sísmicos são afetados por fatores como pressão, temperatura, saturação, tipo de
fluido, porosidade e razão de achatamento, entre outros, se torna fundamental.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

Pesquisas focadas ao esclarecimento da sensibilidade da resposta sísmica a cada


um destes parâmetros mostram que a saturação é um dos fatores mais importantes,
especialmente em arenitos, pois influencia o módulo elástico da rocha e sua
resposta sísmica e também gera uma dependência da velocidade com relação à
freqüência utilizada. Além disso, existe uma sensibilidade das ondas sísmicas com
relação à distribuição espacial da saturação. A transição de fluido efetivo
(distribuição homogênea e menores velocidades) para fluido com distribuição
heterogênea (e maiores velocidades) pode introduzir incertezas na interpretação
dos atributos sísmicos para detecção de hidrocarbonetos.
A modelagem dos efeitos da composição mineral, da porosidade e do fluido
na velocidade sísmica pode ser feita através de uma combinação de relações
empíricas e formulações teóricas. Dessa maneira, a física de rochas tem um papel
essencial na modelagem sísmica, pois estabelece a conexão entre as propriedades
da rocha e do fluido do reservatório com os dados sísmicos. Em 1951, Gassmann
deduziu equações que relacionam velocidades da onda elástica num meio poroso
saturado com as propriedades da rocha porosa e do fluido, onde a freqüência não
interfere na velocidade de propagação da onda. No entanto, a amplitude da onda
sofre uma redução quando atravessa a rocha e sua velocidade varia segundo a
freqüência de propagação. Essa dependência entre as velocidades sísmicas e a
freqüência de propagação da onda é conhecida como dispersão. A dispersão pode
Capítulo 1 - Introdução 25

ser favorecida pelos deslocamentos da fase sólida com relação à fase fluida, que
constituem os mecanismos conhecidos como fluxo de Biot (1956a, 1956b) e de
fluxo local (Mavko & Nur, 1979). Apesar da ocorrência desse fenômeno, a
equação de Gassmann é aplicada amplamente na técnica de substituição de
fluidos, o que poderia estar conduzindo a resultados desvinculados da realidade.
Outro elemento importante é a simulação de fluxo de reservatórios. A
simulação de fluxo pode trabalhar de maneira combinada com a interpretação
sísmica para fazer interpretações mais realistas, pois a modelagem sísmica pode
ser validada através da comparação com os conceitos da engenharia de
reservatórios. No entanto, uma apropriada conexão entre mudanças sísmicas e
mudanças de fluido e pressão sempre requer a estimativa destas últimas numa
escala pequena o suficiente para permitir capturar os detalhes da heterogeneidade
do reservatório e a distribuição espacial da saturação. Isso infelizmente não é
possível, visto que, entre outros motivos, a simulação de um modelo nessa escala
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

de resolução é proibida pelos enormes custos computacionais. Por isso, existe a


necessidade de contar com estratégias consistentes de transferência de escala para
garantir o uso das equações da física de rochas e da engenharia de reservatórios de
forma integrada. Daí a motivação para desenvolver técnicas de transferência de
escala para processar simulações mais realistas em tempo razoável.

1.2.
Motivação

A avaliação da dinâmica do reservatório através da interpretação sísmica no


tempo tem adquirido uma importância relevante na indústria do petróleo (Albright
et al, 1994; Lumley, 2001; Hirshe, 2006). A grande aceitação do emprego desta
técnica é evidenciada pelo crescente número de publicações nas principais
conferências e revistas científicas da área de geofísica que testemunham o sucesso
da aplicação dessa tecnologia. Atualmente, a sísmica ao longo do tempo é
utilizada com grande sucesso ao redor do mundo em campos de petróleo
importantes, principalmente no Mar do Norte (Gullfaks, Gannet, Alba, Nelson).
No processo para conduzir pesquisas da sísmica para monitoramento de
reservatórios o estudo de viabilidade para sísmica 4D é um passo essencial
(Lumley et al, 1997). O alvo principal é estimar se é possível “imagear” os efeitos
Capítulo 1 - Introdução 26

da injeção e/ou produção esperados e definir o projeto time-lapse através do


levantamento sísmico. Para isso, é necessário modelar e quantificar diferentes
cenários de saturação, pressão e temperatura, o que é possível através da técnica
de substituição de fluidos, que requer um modelo de física de rochas que
represente as condições do cenário em estudo. Dessa maneira, resulta importante
compreender até onde a equação de Gassmann pode ser livremente aplicada em
cenários que favorecem a ocorrência de dispersão da velocidade devido ao
mecanismo de fluxo de Biot e o mecanismo de fluxo local.
Para uma interpretação quantitativa da sísmica time-lapse, gerar modelos
numa escala apropriada é um passo essencial na simulação de um cenário de
produção, pois esta deve ser realizada para uma escala (pequena o suficiente) que
permita manter a validade das equações da física de rochas. Além disso, a
integração apropriada da simulação de fluxo e a modelagem sísmica é uma das
questões fundamentais a resolver no estudo de viabilidade para monitoramento
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

sísmico time-lapse. Devido ao enorme impacto da sísmica time-lapse no


desenvolvimento de projetos para exploração de campos de hidrocarboneto,
surgiu a motivação por implementar uma metodologia que tornasse possível a
comparação entre modelos com e sem dispersão de forma quantitativa. Para
conseguir esse propósito, dita metodologia deve envolver simulação de fluxo em
reservatórios, transformações de física de rochas, transferência de escala e
modelagem sísmica,

1.3.
Objetivo

Avaliar e comparar as respostas sísmicas obtidas através da implementação


de duas teorias de substituição de fluidos. Este trabalho propõe esclarecer a
importância de levar em conta a dispersão da velocidade pela influência do fluido
no estudo de viabilidade time-lapse em rochas arenito. A análise será conduzida
para descobrir qual o impacto, e os eventuais erros, de realizar a substituição de
fluidos sem considerar o fluido como agente dispersor da velocidade.
De modo a cumprir esse objetivo serão feitas simulações de fluxo em escala
pequena para diferentes cenários de injeção de gás. O upscaling dos dados obtidos
para diferentes tempos será utilizado para conseguir uma integração apropriada
Capítulo 1 - Introdução 27

entre simulação de fluxo e modelagem sísmica. Posteriormente, serão obtidas as


velocidades através da técnica de substituição de fluidos e construídos os
sismogramas sintéticos correspondentes à modelagem sísmica de incidência
normal. Para conseguir observar o deslocamento do fluido será calculada a
diferença entre os sismogramas obtidos para os levantamentos monitores
(500 dias e 1000 dias) e o sismograma obtido para o levantamento base, antes da
produção (t = 0). Essa metodologia toda será integrada através de um código
criado no MATLAB®.

1.4.
Descrição

O Capítulo 2 explora o papel da saturação e sua distribuição na velocidade


da onda sísmica. Os fluidos afetam as propriedades acústicas, pois influenciam no
módulo elástico da rocha e sua resposta sísmica, e por outro, lado introduzem
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

dispersão da velocidade (variação da velocidade com a freqüência de propagação


da onda). São apresentados modelos de substituição considerando distribuição
homogênea e heterogênea da saturação. Além disso, os fenômenos de fluxo
provocados pela perturbação da onda, fluxo local e de Biot são introduzidos como
elementos de dispersão, além da heterogeneidade na distribuição da saturação no
meio.
Os fundamentos teóricos importantes para estudos de viabilidade para
sísmica time-lapse relacionados com simulação de reservatórios e modelagem
sísmica também estão contidos no Capítulo 2. É feita uma descrição de cada
processo e sua importância na análise time-lapse. Além disso, a escala de
simulação de fluxo e a importância da transferência de escala são definidas como
elementos básicos para o objetivo deste trabalho.
No Capítulo 3 é explorado o comportamento da velocidade em função do
tipo de fluido e sua distribuição para escalas menores que o comprimento de onda
sísmico ou que a célula usada na simulação fluxo. Para isso, são utilizados os
modelos de distribuição de fluido efetivo uniforme e heterogêneo apresentados no
Capítulo 2. Os resultados obtidos mostram que, para o mesmo valor de saturação,
distribuições heterogêneas de fluido multifásico apresentam maiores valores de
velocidade compressional com relação a distribuições uniformes de fluido. A
Capítulo 1 - Introdução 28

análise é realizada para diferentes tipos de rocha e fluido com o intuito de avaliar
a sensibilidade de cada modelo a parâmetros do reservatório tais como
temperatura, pressão, porosidade e parâmetros elásticos da rocha. É discutida a
relevância da consideração de cada modelo na modelagem da resposta sísmica
para cenários de injeção de água e injeção de gás.
Os detalhes da simulação de fluxo na escala pequena são apresentados no
Capítulo 4. O estudo de viabilidade apresentado dentro do contexto deste trabalho
abrange a análise das mudanças da distribuição da saturação mediante o
desenvolvimento de simulações de reservatórios em cenários de injeção de gás.
São definidos os parâmetros da rocha e dos fluidos e os esquemas de injeção
adotados. Também são mostrados os mapas de saturação e pressão para os
diferentes cenários após 100, 500 e 1000 dias do início da injeção.
No Capítulo 5 é feita a integração da simulação de reservatórios com a
sísmica time-lapse, através da física de rochas, da transferência de escala
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

(upscaling) e da modelagem. São analisados resultados de velocidade obtidos


segundo a teoria de Gassmann (1951) e também segundo o modelo proposto por
Mavko & Jizba (1991). Mapas de velocidade compressional e impedância acústica
para os diferentes cenários simulados segundo cada modelo de física de rochas
são construídos para contribuir com as análises. As seções sísmicas num tempo
qualquer são calculadas subtraindo a seção sísmica para o tempo inicial (antes de
começar a produção), com o intuito de se conseguir detectar a dinâmica do fluido
no reservatório.
No Capítulo 6, com base nos resultados obtidos, são apresentadas as
conclusões e sugestões para futuros trabalhos.
Por fim, no Apêndice A são apresentadas algumas características dos
programas utilizados (UT-Chem, Tesseral, Hydro_Gen). No Apêndice B se
encontram as rotinas desenvolvidas em MATLAB utilizadas no Capítulo 3 e no
Apêndice C as implementações feitas para fazer a integração da simulação de
fluxo com a modelagem sísmica segundo os fundamentos teóricos explicados no
Capítulo 2.
2
Fundamentos Teóricos

2.1.
Sísmica Time-Lapse

O monitoramento do reservatório através da sísmica time-lapse (também


conhecida como sísmica 4D) é o processo de adquirir e analisar vários
levantamentos sísmicos, realizados no mesmo local e em tempos diferentes. Esta
tecnologia tem como objetivo imagear o comportamento do fluido no reservatório
durante a produção para poder maximizar o valor econômico em termos de
redução de custos, aumento de produção, aumento na recuperação das reservas e
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

melhoria no gerenciamento da segurança da produção.

Levantamento 1 Levantamento 2

ρ1V1 ρ2V2

Produção
t

=δ t

δΑ
Figura 2.1 – Princípio físico do monitoramento sísmico (Calvert, 2005a).

O conhecimento do comportamento dos reservatórios através do


levantamento 4D é possível porque geralmente à medida que as pressões e
saturações mudam no reservatório, as propriedades sísmicas de reflexão
acompanham esse comportamento. O princípio físico do monitoramento 4D
aparece ilustrado na Figura 2.1 para um cenário de injeção de fluido. A amplitude
e o tempo de trânsito variam (porque as velocidades compressional, Vp, e
cisalhante, Vs, e a impedância, I, variam) à medida que os hidrocarbonetos são
Capítulo 2 - Fundamentos Teóricos 30

substituídos pelo fluido injetado e a pressão no reservatório muda (Calvert,


2005a).
A nomenclatura 4D provém da variável tempo, ou seja, a sísmica time-lapse
consiste em levantamentos sísmicos 3D realizados em diferentes estágios da vida
produtora do campo de hidrocarboneto. O levantamento base 3D, normalmente
executado durante a fase de delineação ou de desenvolvimento do campo
produtor, é utilizado como referência para posteriores levantamentos 3D efetuados
em intervalos de tempo definidos em função da curva de produção ou depleção do
campo de petróleo. Um único levantamento sísmico 3D contém informações tanto
da geologia estática quanto das propriedades dinâmicas do fluido, mas as
contribuições da rocha e o fluido acopladas são difíceis de separar. Em dois ou
mais levantamentos 4D podem ser construídas imagens onde são subtraídos
elementos que não variam com o tempo, como litologia, porosidade (no caso de
reservatórios sem problemas de compactação ou subsidência), volume de argila,
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

por exemplo, para gerar imagens das mudanças do fluxo de fluido. A Figura 2.2
mostra um exemplo da diferença calculada entre imagens sísmicas pertencentes a
tempos diferentes. A simples comparação entre os sismogramas referidos ao
levantamento base (1990) e ao levantamento monitor (1998) não é suficiente para
evidenciar as mudanças decorrentes da injeção. Entretanto, a subtração desses
dois sismogramas (diferença) mostra claramente as variações de amplitude depois
de oito anos de exploração do campo. Neste caso, a sísmica no tempo permite
melhorar as estratégias para explorar o campo de petróleo a partir da eficiência
observada nos processos de injeção de fluido adotados.
Capítulo 2 - Fundamentos Teóricos 31

Base (1990)

Diferença

Monitor (1998)

Figura 2.2 – Exemplo de levantamento base, monitor e a diferença (Calvert, 2005b).

A Figura 2.3 mostra um exemplo da variação da impedância acústica da


PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

rocha, ΔI, da rocha com a porosidade, φ, à medida que a saturação passa de uma
condição de saturação total de óleo para saturação total de água, como
conseqüência da passagem da frente de injeção de água. Segundo a figura, rochas
de alta porosidade mostram uma maior variação de impedância que rochas de
baixa porosidade, indicando que o monitoramento sísmico 4D de cenários de
injeção de água são mais prováveis de ser bem sucedidos quanto mais poroso o
meio. Em geral, as rochas reservatório devem apresentar como mínimo uma
mudança de 4% na impedância durante a produção, levando em conta os efeitos
de pressão, temperatura e saturação, para ser consideradas aptas para
monitoramento (Lumley & Behrens, 1998).
Capítulo 2 - Fundamentos Teóricos 32

20

16

12 Mudança facilmente detectável


ΔI(%)

8
Mudança detectável

4
Mudança pouco detectável

0
0,15 0,20 0,25 0,30 0,35
φ (%)

Figura 2.3 – Variação da impedância com porosidade (Lumley & Behrens, 1998).

Os estudos de viabilidade para sísmica time-lapse são essenciais para o


PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

planejamento de projetos de monitoramento de sísmica 4D. Esses estudos


abrangem a modelagem dos efeitos da produção na resposta sísmica de um
reservatório de óleo ou gás. Vários autores já empenharam esforços na
identificação de estratégias para quantificação da viabilidade da sísmica
time-lapse, com o propósito de facilitar a análise do risco envolvido nesse tipo de
levantamentos.
Segundo Lumley & Behrens (1998), os elementos chaves para o sucesso de
um projeto 4D são: viabilidade (Lumley et al, 1997), aquisição, processamento e
interpretação. A viabilidade envolve repetibilidade e detectabilidade. A
repetibilidade é a medida da similaridade da aquisição sísmica entre dois ou mais
levantamentos, de maneira que as diferenças entre imagens time-lapse sejam
conseqüência da injeção e produção do reservatório e não devido a diferenças na
aquisição ou no processamento. A detectabilidade é a habilidade para perceber
alterações na resposta sísmica devido a mudanças na pressão, saturação e
temperatura durante a injeção e produção. A escolha do modelo de física de
rochas apropriado é um passo fundamental para avaliar a detectibilidade no
reservatório (Behrens et al, 2002).
A física de rochas é uma ferramenta fundamental na quantificação das
variações nos parâmetros do reservatório para um estudo de monitoramento
sísmico. As mudanças decorrentes do processo de recuperação de hidrocarbonetos
Capítulo 2 - Fundamentos Teóricos 33

podem alterar o módulo e a densidade da rocha saturada. Através da física de


rochas é possível fazer previsões das velocidades Vp e Vs a partir de parâmetros
que caracterizam a matriz da rocha, o arcabouço, a fase fluida e a porosidade.
Apesar desses parâmetros estarem sujeitos, de maneira geral, a incertezas de
diversas origens, é desejável contar com um conhecimento confiável e preciso
deles para se conseguir fazer previsões realistas.

2.2.
Efeitos da Saturação na Velocidade

A dependência da velocidade e da impedância com relação aos fluidos do


reservatório tem sido demonstrada através de medições de campo e laboratório e
abordagens teóricas (Gassmann, 1951; Biot, 1956a, 1956b; Murphy, 1982;
Winkler, 1986; Wang & Nur, 1990; Eastwood et al, 1994; Wang, 2000). Os
líquidos afetam as propriedades acústicas principalmente de duas maneiras:
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

mudam o módulo elástico da rocha e sua resposta sísmica, e por outro lado
introduzem dispersão da velocidade, isto é, variação da velocidade com a
freqüência (Sengupta, 2000; Batzle et al, 2001). Neste contexto, resulta essencial
considerar dois importantes fenômenos produzidos pela presença do fluido na
rocha: o efeito da presença do fluido e o efeito da freqüência.

2.2.1.
Efeito do Fluido

Em geral, os estudos de modelagem para o monitoramento sísmico 4D são


baseados no processo sintético de substituição de fluidos, com o qual são
quantificados e modelados os diferentes cenários de injeção e produção. Essa
modelagem das mudanças decorrentes da substituição de um fluido por outro
requer que os efeitos do fluido inicial sejam extraídos antes de modelar o cenário
com o fluido que toma lugar. Na prática, os módulos bulk (K) e cisalhante (μ) e a
densidade do arcabouço são calculados para a situação onde a rocha é drenada do
seu fluido inicial. Uma vez que as propriedades do esqueleto são determinadas, a
rocha é saturada com um novo fluido, e um novo módulo bulk e densidade
efetivos são calculados (Smith et al, 2003).
Capítulo 2 - Fundamentos Teóricos 34

A equação:

ρ B 0 = ρo (1 − φ ) + ρ flφ (2.1)

descreve a relação entre densidade do fluido efetivo (ρfl), porosidade (φ) e


densidade do grão da matriz rochosa (ρo) com a densidade da rocha saturada com
o fluido inicial (ρΒo). A densidade do fluido efetivo é uma simples média
volumétrica das densidades das fases, também chamada de média de Voigt:

n
ρ fl = ∑ Si ρi (2.2)
i =1

O módulo bulk de uma rocha isotrópica pode ser relacionado com a


velocidade e a densidade através da seguinte equação:
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

4
K sat 0 = ρ B 0 (V p 0 2 − Vs 0 2 ) (2.3)
3

onde Ksat0 é o módulo bulk da rocha saturada com o fluido inicial, ρB0, Vpo e Vso
são a densidade, a velocidade compressional e a velocidade cisalhante,
respectivamente, da rocha saturada de fluido inicial.
O módulo cisalhante (μ) pode ser obtido usando a seguinte relação:

μ = ρ B 0Vs 0 2 (2.4)

O método mais utilizado para aplicação da técnica de substituição de fluidos


para freqüências sísmicas se baseia na teoria de Gassmann (1951). A equação de
Gassmann relaciona o módulo bulk da rocha saturada com o fluido inicial (Ksat0)
com sua porosidade (φ), o módulo bulk do esqueleto (Kd) e da matriz do mineral
(Ko), e o módulo bulk do fluido que preenche o espaço poroso inicialmente (Kfl1)
da seguinte maneira:
Capítulo 2 - Fundamentos Teóricos 35

K sat 0 Kd K fl1
= + (2.5)
K o − K sat 0 K o − K d φ ( K o − K fl1 )

O módulo bulk do esqueleto (Kd) é obtido através da relação:

4 2
K d = ρ d (V p 0 − Vs 0 )
2
(2.6)
3

onde ρd é a densidade da rocha seca e Vp0 e Vs0 são as velocidades medidas em


laboratório com a rocha seca.
A formulação de Gassmann mostra que o módulo bulk da rocha saturada é
sensível à composição do fluido que preenche os poros, enquanto que o módulo
cisalhante não é afetado pelo fluido, ou seja, μsat=μdry. Assim, o módulo
cisalhante não varia durante o processo de substituição de fluidos. Então, o
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

módulo bulk da rocha saturada com o novo fluido, Ksat, pode ser estimado através
da seguinte relação:

K sat K sat 0 K fl1 K fl 2


= − + (2.7)
K o − K sat K o − K sat 0 φ ( K o − K fl1 ) φ ( K o − K fl 2 )

onde Kfl2 se refere o módulo bulk do novo fluido. Substituindo Ksat, μ e ρB


(densidade da rocha saturada com o novo fluido) na Eq. (2.8) e Eq. (2.9) é
possível fazer a previsão das velocidades Vp e Vs para a rocha saturada com o novo
fluido:

4
K sat + μ
Vp = 3 (2.8)
ρB

μ
Vs = (2.9)
ρB
Capítulo 2 - Fundamentos Teóricos 36

A teoria de Gassmann se baseia em várias suposições. Ela assume um


comprimento de onda infinito (freqüência de onda zero), perfeita conectividade
entre poros e fluido com viscosidade zero. Isto quer dizer que uma onda sísmica
se propagando na rocha produz um excesso na pressão de poros que pode ser
ignorado, pois o fluido tem liberdade e tempo suficiente para fluir no espaço
poroso, eliminando qualquer gradiente de pressão. Esta hipótese pode ser uma boa
consideração para freqüências sísmicas, para areias e arenitos limpos não
consolidados sob altas pressões efetivas (Wang, 2000). No entanto, resultados
poucos confiáveis poderiam ser obtidos para rochas de baixa porosidade, arenitos
sujos ou carbonatos (Smith et al, 2003), já que essas situações favorecem a
existência de diversos tipos de poros e/ou baixa conectividade entre eles.
Também, para rochas com poros com baixa razão de achatamento e/ou rochas
saturadas com fluidos muito viscosos, as velocidades medidas para freqüências
sísmicas (até 200 Hz) podem sofrer dispersão, devido à dificuldade para o fluido
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

se deslocar no meio poroso (Wang, 2000).


Gassmann também assume a rocha como sendo isotrópica, com módulos
bulk e cisalhante dos constituintes minerais constantes e saturação total com um
único fluido. Apesar das rochas raramente obedecerem estas suposições, na
grande maioria de estudos de sísmica time-lapse (e no foco deste trabalho), o
processo de substituição de fluidos é realizado assumindo que a simetria elástica
que melhor caracteriza um reservatório é a isotrópica (para rochas não fraturadas).
Por outro lado, as rochas são compostas de diferentes tipos de minerais, o que
obviamente resultará em um módulo elástico não uniforme. Para satisfazer esta
condição, o módulo bulk do mineral (Ko) pode ser calculado através da aplicação
da média aritmética ou limite superior (KVoigt) proposto por Voigt (1928), a média
harmônica ou limite inferior (KReuss) apresentada por Reuss (1929) ou
alternativamente usando a média de Hashin & Shtrikman (1963). Uma forma
aceitável de calcular o módulo efetivo do mineral é usando a média aritmética de
Voigt e Reuss chamada de média Voigt-Reuss-Hill (Hill, 1952;
Wang & Nur, 1992). Para o caso de dois componentes minerais, essas médias
podem ser expressas como:
Capítulo 2 - Fundamentos Teóricos 37

KVoigt = ( f1 K1 + f 2 K 2 ) (2.10)

−1
⎛ f f ⎞
K Reuss =⎜ 1 + 2 ⎟ (2.11)
⎝ K1 K 2 ⎠

K Hill =
1
2
( Kvoigt + K Reuss ) (2.12)

onde f1 e f2 são as frações volumétricas, e K1 e K2 os módulos bulk dos dois


constituintes minerais (Fig. 2.4).

40

100% Quartzo (Ko= 37 GPa)


Módulo bulk da mistura (GPa)

35
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

30
Vo
igt

Hi l
25 l
Re
us
s
20

100% Argila (Ko= 15 GPa)


15
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
% Argila saturada

Figura 2.4 – Valores de Ko obtidos com as equações de Voigt, Reuss e Hill (Smith,
2003).

Em geral, os dados contendo informação sobre as propriedades elásticas de


rochas reservatório provêm de perfis de poço. Se os valores de velocidade e
densidade forem obtidos a partir de medições feitas em amostras secas sob
condições controladas de umidade, o módulo bulk Ksat0 representará o
comportamento do esqueleto da rocha. Se forem calculados a partir de dados de
perfil de poço, então o módulo bulk Ksat0 corresponderá à rocha saturada com o
fluido in situ. Neste caso, o valor de Ksat estimado é para uma rocha contendo uma
mistura de fluidos e não um único fluido como assumido por Gassmann.
Capítulo 2 - Fundamentos Teóricos 38

Cabe ressaltar que a variação de Vs depende unicamente das mudanças da


densidade da rocha saturada. Também, segundo a Eq. (2.8), Vp é função da
densidade e do módulo bulk da rocha saturada, então o incremento no valor de Ksat
aumentará o valor de Vp, enquanto que o incremento de ρB o diminuirá.
Entretanto, é possível obter velocidades Vp1<Vp2 para Ksat1>Ksat2 se a mudança na
densidade da rocha saturada é grande quando comparada com a mudança de Ksat,
como será demonstrado no Capítulo 3.

2.2.2.
Efeito da Freqüência

O estudo da dispersão da velocidade em rochas é muito importante, embora


pouco explorado. Hoje em dia é bem aceito que o comportamento das velocidades
acústicas em rochas saturadas com líquido varia com a freqüência, em virtude de
evidências encontradas em comparações entre medições feitas em laboratório,
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

com dados de perfis e velocidades da formação.


Nos levantamentos sísmicos, os espectros de freqüência da onda propagada
estão na faixa dos 10 aos 200 Hz; em perfilagem de poços cobre a faixa de
centenas de hertz até aproximadamente 100 KHz, enquanto que, em laboratório,
ondas de freqüências ultra-sônicas (0,1 até vários MHz) são geralmente usadas.
Portanto, com o fim de aplicar dados de velocidade de laboratório e de perfis na
interpretação sísmica e de perfis, torna-se necessário conhecer quantitativamente
os valores de dispersão das velocidades.
A variação da velocidade em função da freqüência utilizada na medição é
conhecida como dispersão. Ela acontece porque para freqüências finitas existe um
movimento relativo entre a matriz sólida da rocha e o líquido nos poros que faz
com que as ondas se tornem dispersivas. Esse movimento relativo é função da
saturação, da viscosidade do fluido, da conectividade e formato dos poros, entre
outros, sendo provocado pelo comprimento de onda finito e o contraste entre o
módulo bulk da matriz rochosa e o fluido (Wang, 2001).
A propagação da onda através do meio poroso dá origem a duas
componentes principais de deslocamento relativas às fases sólida e líquida: a
componente devido ao fluxo de Biot e a componente devido ao fluxo local
(squirt-flow). A primeira acontece quando ambas as fases (sólida e fluida) se
Capítulo 2 - Fundamentos Teóricos 39

movimentam na mesma direção (Fig. 2.5). Quando uma onda acústica passa
através do meio poroso saturado, o fluido se movimenta devido à pressão
diferencial gerada pela passagem da onda. Para baixas freqüências, o líquido fica
preso no esqueleto, de maneira que não existe movimento relativo entre o líquido
nos poros e a matriz da rocha. Para altas freqüências, o efeito da inércia produz
um retardamento no movimento do líquido com relação à fase sólida. Nesse caso,
existe um movimento relativo entre o líquido e o esqueleto que determina maiores
velocidades. Este tipo de fluxo é conhecido como mecanismo de Biot ou de fluxo
macroscópico, já que pode ser expresso através de parâmetros macroscópicos
como constantes de poroelasticidade, porosidade, permeabilidade e propriedades
do fluido. A teoria de Biot (1956a, 1956b; 1962) é a única que trata velocidades
sísmicas e atenuação envolvendo características mensuráveis da rocha.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

Sentido do
deslocamento da
fase fluida

Sentido do deslocamento da
fase sólida

Figura 2.5 – Esquema do fluxo de Biot decorrente da propagação da onda através do


meio poroso (modificado de Akbar, 1993).

O mecanismo de dispersão está caracterizado pela freqüência crítica fc, que


estabelece a freqüência para a qual a absorção e dispersão são máximas. Na teoria
de Biot ela está dada por:

φη
fc = (2.13)
2πρ fl k

onde φ é a porosidade, η e ρfl são a viscosidade e a densidade do fluido,


respectivamente, e k é a permeabilidade absoluta da rocha.
Capítulo 2 - Fundamentos Teóricos 40

Segundo a teoria de Biot, quando a freqüência tende a infinito, a velocidade


da onda compressional Vp pode ser escrita como:

1
⎛ ⎞
⎜ A + ⎡⎣ A − 4 B ( PR − Q ) ⎤⎦
1 2
2 2 2

V p∞ =⎜ ⎟
(2.14)
⎜ 2B ⎟
⎝ ⎠

onde:

A = P ρ 22 + R ρ11 − 2Q ρ12 (2.15)

B = ρ 22 ρ11 − ρ12 2 (2.16)

(1 − φ ) [1 − φ − K d / K o ] K o + φ K d ( K o / K fl ) 4
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

P= + μ (2.17)
D 3

φ 2 Ko
R= (2.18)
D

Q=
(1 − φ − K d / K o ) φ K o (2.19)
D

D = 1 − φ − K d / K o + φ ( K o / K fl ) (2.20)

ρ11 = ρ d − (1 − a ) φρ fl (2.21)

ρ 22 = aφρ fl (2.22)

ρ12 = (1 − a ) φρ fl (2.23)

a é chamado de fator de tortuosidade, parâmetro adimensional que depende da


geometria do poro do meio poroso. Para poros em forma de tubos paralelos a é
Capítulo 2 - Fundamentos Teóricos 41

igual a um, enquanto que para arenitos em geral a tortuosidade varia de dois a três
(Wang & Nur, 1990).
Apesar da teoria de Biot demonstrar que a propagação da onda elástica
através de um meio poroso saturado de fluido é dissipativa e dispersiva, esta
geralmente subestima a magnitude da energia de dissipação e a dispersão da
velocidade (Han, 1986; Wang, 1988). A formulação de Biot funciona bem na
previsão de velocidades de rochas saturadas, exceto quando a freqüência é muito
alta e/ou quando o fluido é muito viscoso. Para esse tipo de fluido e faixa de
freqüência, a velocidade medida é maior que a calculada com a equação de Biot
(Wang & Nur, 1992; Vasquez, 2000).
Através da Figura 2.6 pode-se observar que na teoria de Biot a velocidade
compressional é pouco influenciada pela freqüência. Os dados de laboratório
provêm de diversas fontes, incluindo Han et al. (1986), Wang et al. (1991),
Strandenes & Blangy (1991). Essa figura mostra a dispersão da Vp de Biot para
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

121 amostras de arenito, a qual é definida como sendo a diferença entre as


velocidades calculadas com a equação de Gassmann (VG) e com a equação de Biot
no limite de alta freqüência (VB):

VB − VG
Dispersão de Biot = (2.24)
VG

A dispersão da velocidade de Biot é menor que 1% para todas as rochas


consideradas e aumenta com o incremento da porosidade. Porosidade alta
geralmente está associada com alta permeabilidade e, portanto, o movimento
relativo entre o fluido e a matriz da rocha é maior quanto maior a porosidade;
como resultado, a dispersão de Biot é maior. Para arenitos típicos, esta teoria
prevê uma dispersão da velocidade de no máximo 2% (Wang & Nur, 1990). Por
esse motivo, são utilizadas as equações de Biot para baixas freqüências (Equação
de Gassmann) para o cálculo de velocidades compressionais, já que as equações
de Biot para altas e baixas freqüências são assumidas como similares.
Consequentemente, conclui-se que o mecanismo de Biot não é suficiente para
representar o fenômeno de dispersão da velocidade.
Capítulo 2 - Fundamentos Teóricos 42

Saturado de água
Pressão efetiva = 40 MPa
Dispersão Vp de Biot (%)

 com conteúdo de argila > 0.15

Figura 2.6 – Dispersão da velocidade compressional de Biot em 122 amostras de arenito


(Wang & Nur, 1992).

A parcela de dispersão não considerada por Biot pode ser explicada através
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

do mecanismo de fluxo local. Este mecanismo, que corresponde à segunda


componente de deslocamento relativa às fases sólida e fluida, acontece quando a
fase fluida se movimenta perpendicularmente com relação à fase sólida (Fig. 2.7).
Este tipo de fluxo deve-se à heterogeneidade no espaço poroso das rochas, ou seja,
regiões muito compressíveis em contraste com outras bem rígidas. Esta não
uniformidade na rigidez pode acarretar a expulsão de fluido para fora dos contatos
de grão em poros vizinhos ou entre fissuras adjacentes com diferentes orientações
em relação à onda de deformação que se propaga pela rocha. Segundo a teoria do
fluxo local (Mavko & Nur, 1979), se uma rocha contém somente poros
arredondados, a compressibilidade da rocha é aproximadamente igual em
qualquer direção no espaço poroso, então não haverá fluxo de fluido induzido pela
onda quando a rocha está totalmente saturada, portanto, não haverá dispersão pelo
fluxo local.
Capítulo 2 - Fundamentos Teóricos 43

Sentido do
deslocamento da
fase fluida

Sentido do deslocamento da
fase sólida

Figura 2.7 – Esquema do fluxo local (squirt-flow) decorrente da propagação da onda


através do meio poroso (modificado de Akbar, 1993).

No trabalho desenvolvido por Jones (1986) são apresentados resultados de


laboratório que mostram a ocorrência de um pico de atenuação da onda elástica se
propagando no meio poroso saturado de fluido, o qual geralmente ocorre no
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

intervalo onde o produto da freqüência e a viscosidade está entre 1 e 10 Hz.Pa.s


(Fig. 2.8). Então, para fη = 1 Hz.Pa.s, para uma rocha saturada com água
(η = 1 mPa.s), o pico de atenuação acontecerá para fc = 1 KHz. Isso significa que,
para a freqüência utilizada na perfilagem de poços, as velocidades obtidas estarão
na alta freqüência e consequentemente não representariam as velocidades na
freqüência sísmica. Por outro lado, para o caso de uma rocha saturada de óleo
viscoso (η = 1 Pa.s), o pico de atenuação será para fc = 1 Hz e, portanto, as
velocidades estarão na faixa de alta freqüência mesmo para freqüências sísmicas.
Em outras palavras: as velocidades medidas em laboratório para freqüências ultra-
sônicas em rochas saturadas de óleo pesado representam aquelas na freqüência
sísmica, já que as velocidades para freqüência sísmica e ultra-sônica estão na
mesma faixa de freqüência segundo a teoria de fluxo local (Dvorkin et al, 1995;
Wang, 2000).
Vários modelos de fluxo local propostos predizem um pico entre 1 e
10 Hz.Pa.s e, de modo geral, a freqüência crítica (onde acontece o pico de
atenuação e inflexão da curva de velocidade) desses modelos é dada por:

K oα 3
fc = (2.25)
η
Capítulo 2 - Fundamentos Teóricos 44

α é a razão de achatamento dos poros, Ko o módulo bulk do mineral e η a


viscosidade do fluido. Cabe ressaltar que enquanto na teoria de Biot a freqüência
característica é diretamente proporcional à viscosidade, nos modelos de fluxo
local, fc é inversamente proporcional. Isto se deve ao tipo de fluxo considerado.
No mecanismo de squirt-flow, quanto mais viscoso o fluido, mais difícil resulta
expulsá-lo das micro-fissuras, ou seja, a rocha se torna aparentemente mais rígida
para freqüências relativamente menores, apresentando velocidades maiores.
Por outro lado, a variação da viscosidade do fluido dos poros com a
temperatura pode afetar também as velocidades. Para baixas temperaturas a
viscosidade é alta e o fluido não pode fluir facilmente, então o fluido se encontra
“preso” no estado não relaxado (de alta freqüência, alta velocidade) do
mecanismo de fluxo local. Com o aumento da temperatura, a viscosidade diminui,
o fluido flui mais facilmente e a velocidade decresce enquanto mudando para o
estado relaxado. Este efeito é especialmente acentuado quando a rocha é saturada
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

com hidrocarbonetos viscosos.

σ ’ = 0.2 MPa
1.0 σ’ = 2 MPa
σ’ = 10 MPa
Atenuação Normalizada (1/Q)

σ’ = 20 MPa
0.8

0.6

0.4

0.2

0.2 0.4 1 2 4 10

Freqüência x Viscosidade Dinâmica (Hz.Pa.s)


Figura 2.8 – Atenuação sísmica como função da freqüência x viscosidade para diferentes
pressões efetivas e saturações (Jones, 1986).
Capítulo 2 - Fundamentos Teóricos 45

Wang (2000) realizou uma ampla comparação entre os resultados obtidos


com a equação de Gassmann e dados de laboratório. No seu trabalho, demonstrou
que para rochas com poros com baixa conectividade, fissuras ou fraturas, as
velocidades medidas para freqüências sísmicas podem se aproximar mais das
obtidas no laboratório do que dos valores calculados utilizando Gassmann. Para
essas rochas, a dispersão pode acontecer de maneira importante para baixas
freqüências, especialmente quando essas rochas estão saturadas com um fluido de
alta viscosidade, de maneira que a freqüência sísmica e a de laboratório estão na
mesma faixa de “alta” freqüência. A Figura 2.9 mostra curvas de dispersão para
rochas saturadas com água, óleo leve e óleo pesado. Em geral, pode-se assumir
uma propagação de baixa freqüência se a freqüência da onda f é bem menor do
que a freqüência característica fc. De igual maneira, uma propagação de alta
freqüência acontecerá se a freqüência f é muito maior do que fc.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

Baixa Alta
freqüência freqüência

Água

Óleo pesado
Velocidade

Óleo

fc,op fc,o fc,w


Freqüência

Figura 2.9 – Freqüência característica no modelo de fluxo local (Wang, 2000).

Os modelos de fluxo local podem ser do tipo macroscópico ou


microscópico. Os modelos macroscópicos não precisam de uma descrição da
geometria na escala de poro, como, por exemplo, a razão de achatamento, a qual é
difícil de medir e definir (Chapman et al, 2002). Mavko & Nur (1979) se
encontram entre os primeiros autores a investigar o fluxo localizado microscópico
como um mecanismo de dispersão. Seu modelo se baseia numa distribuição de
fraturas ou poros parcialmente saturados, assumindo-se que o líquido é segregado
em gotas dentro de cada poro e flui à medida que o poro se deforma. Nesse
Capítulo 2 - Fundamentos Teóricos 46

modelo, assim como em outras aproximações do tipo microscópico, é utilizada


uma geometria de poros e distribuições de fluidos particulares que aumentam a
complexidade do problema.
Murphy (1985) e Winkler (1986) exploram o conceito de velocidade
relaxada e não relaxada. Murphy mostra que medições de velocidade a
freqüências da ordem de um KHz são bem descritas com as equações de
Gassmann, enquanto medidas ultra-sônicas são mais adequadamente descritas por
um modelo com poros preenchidos por fluido não relaxado. Winkler (1986)
observa que as medidas de velocidades ultra-sônicas em rochas saturadas sempre
excedem o limite de baixas freqüências de maneira consistente com a dispersão
causada pelo mecanismo de fluxo localizado.
Mavko & Jizba (1991) propõem uma correção a ser aplicada nos módulos
elásticos para o cálculo de velocidades a partir das equações de Biot, com a
vantagem (que a teoria de Biot apresenta) de independer da microgeometria dos
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

poros. Na verdade incluem-se os detalhes da geometria do espaço poroso na


dependência da porosidade com a pressão. Os resultados desse trabalho mostram
uma concordância muito boa com dados medidos a velocidades ultra-sônicas.
Vasquez (2000) discute no seu trabalho os resultados experimentais obtidos
sob a luz da teoria de Biot e do modelo de fluxo localizado de Mavko & Jizba
(1991). Embora as previsões de Biot para as velocidades das rochas saturadas
apresentem resultados satisfatórios em alguns casos, as previsões de M&J
fornecem melhores resultados, sendo assim mais indicadas no caso de fluidos
mais viscosos como o óleo a baixas pressões. Vasquez (2000) e M&J assumem a
tortuosidade como um parâmetro de impacto secundário sobre as estimativas da
velocidade em função da pressão.
No trabalho realizado por Endres & Knight (1997) foram apresentados
resultados do cálculo da dispersão devido ao fluxo local para diferentes
geometrias do espaço poroso. No exemplo mostrado na Figura 2.10 pode-se
observar que no caso mais simples, onde a porosidade se compõe de poros
esféricos (c(α) = 0), o módulo bulk induz pressões idênticas para cada poro
(ΔKrel = 0). Isso significa que não existem gradientes de pressão no fluido que
induzam o fluxo e, portanto, o módulo bulk obtido não leva embutida a
componente de dispersão. De igual maneira acontece quando o meio contém
Capítulo 2 - Fundamentos Teóricos 47

somente fissuras de formato idêntico (c(α) = 1). Por outro lado, quando o espaço
poroso contém fissuras e poros (0 < c(α) < 1) existe fluxo de fluido. Através do
modelo proposto conclui-se que a mudança na comunicação da pressão do fluido
influencia muito no módulo elástico de uma rocha porosa, a qual produziria uma
grande dispersão da velocidade da onda elástica. Usando modelos propostos por
Cheng (1978) para arenito e granito mostra-se que o módulo elástico do meio
poroso pode variar muito em função da comunicação da pressão. A formulação
proposta por Endres & Knight (1997) é valida para diferentes distribuições de
inclusões com razão de achatamento entre zero e um. No entanto, mesmo para o
caso mais simples, onde o meio poroso está composto de poros esféricos, o
modelo tem um grau muito alto de complexidade (Chapman et al, 2002).

α=0.003
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

α=0.01
ΔKrel

α=0.03

α=0.1

Fração de Fissuras, c(α)

Figura 2.10 – Variação do módulo bulk da rocha saturada (ΔKrel) segundo as fissuras
presentes no meio e a razão de achatamento, α (Endres & Knight, 1997).

2.3.
Distribuição de Fluido e Resposta Sísmica

A velocidade da onda elástica atravessando uma rocha pode ser fortemente


afetada pela história de saturação da rocha e, conseqüentemente, pela distribuição
do fluido (Knight et al, 1995). Estudos de laboratório (Cadoret, 1993;
Knight & Nolen-Hoeksema, 1990; Knight et al, 1998) e de caráter teórico
(Sengupta & Mavko, 2003; Knight, 1995; Packwood & Mavko, 1995) realizados
em arenitos têm comprovado tal afirmação.
No trabalho desenvolvido por Cadoret (1993) foram feitas medições em
amostras submetidas a ensaios de embebição e drenagem (Fig. 2.11). Imagens
Capítulo 2 - Fundamentos Teóricos 48

obtidas com tomografia e raios X mostraram que durante a embebição os fluidos


na rocha ficavam misturados uniformemente, enquanto que na drenagem os
fluidos estavam misturados de maneira não uniforme. Dados de velocidade
coletados durante o processo de embebição apresentaram concordância com os
obtidos no modelo de fluido efetivo. Na drenagem, as velocidades observadas
foram maiores a partir de determinado valor de saturação, demonstrando que o
modelo de fluido efetivo não é adequado quando as fases do fluido estão
misturadas para escalas superiores ao comprimento de difusão característica (ou
escala de difusão crítica).

Embebição
Drenagem
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

Vp (m/s)

Gassmann

Sw

Figura 2.11 – Variação de Vp em função da saturação para uma rocha submetida a


ensaio de embebição e drenagem (Cadoret, 1993).

Quando a escala das heterogeneidades da saturação no reservatório é bem


menor que o comprimento de onda sísmica (λ), não é possível identificá-las de
maneira individual, mas elas influenciam na resposta sísmica. Estas
heterogeneidades em escalas de resolução menores que a escala sísmica podem
ser divididas em saturação uniforme ou heterogênea, em função da escala de
difusão crítica do meio poroso (Mavko & Mukerji, 1998; Akbar et al, 1994). A
propagação da onda para uma determinada freqüência sísmica fc gera uma pressão
de poros heterogênea devido à variação espacial da saturação. Essa pressão de
poros terá tempo suficiente para relaxar e atingir o estado de isostress local para
escalas menores que a escala de difusão crítica Lc, dada por:
Capítulo 2 - Fundamentos Teóricos 49

D
Lc ≈ (2.26)
fc

onde D é a difusividade hidráulica, a qual está relacionada com a permeabilidade


(k), a viscosidade (η), e o módulo bulk do fluido (Kfl), como:

k * K fl
D= (2.27)
η

Dessa forma, misturas de água, óleo e gás em regiões menores que Lc terão
um equilíbrio da pressão de poros induzida pela onda e um comportamento de
baixa freqüência. Por outro lado, o modelo heterogêneo será válido quando a
combinação das propriedades do fluido e a rocha resultam em uma freqüência
característica menor que a freqüência sísmica (Packwood, 1997). Assim, para o
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

caso de uma heterogeneidade de um metro em uma rocha com k = 3 darcy,


saturada com fluido de viscosidade 1 cp e módulo bulk 2,2 GPa, fc é
aproximadamente 7 Hz. Ou seja, para freqüências sísmicas que ultrapassam 7 Hz,
o meio se comportará como heterogêneo. A Figura 2.12 mostra como a escala de
difusão crítica depende da freqüência e da permeabilidade para uma rocha
saturada com óleo com η = 5 cp.

10

9 f =10 Hz
f =20 Hz
8
f =30 Hz
7 f =50 Hz

6 f =70 Hz
f =100 Hz
Lc (m)

0
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
k (mD)

Figura 2.12 – Dependência da escala de difusão crítica da freqüência e da


permeabilidade para uma rocha saturada de óleo com η = 5 cp.
Capítulo 2 - Fundamentos Teóricos 50

Devido ao fato de que no reservatório existem vários tipos de fluido


ocupando o espaço poroso, torna-se necessário estimar a densidade efetiva do
fluido (ρfl) e seu respectivo módulo bulk (Kfl). A obtenção destes parâmetros não
depende somente do valor da saturação, mas também da sua distribuição no
espaço poroso (Mavko & Mukerji, 1998). Por esse motivo, o valor de Kfl não pode
ser calculado de maneira única, já que não é possível conhecer o padrão de
saturação do meio poroso.
Nos itens seguintes é feita uma descrição dos modelos de distribuição de
saturação homogênea e heterogênea utilizados no processo de substituição de
fluidos.

2.3.1.
Modelo de Saturação Uniforme

Grande parte dos problemas associados com detecção de hidrocarbonetos


PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

tem a ver com a obtenção das velocidades de rochas saturadas com fases de fluido
misturadas no meio poroso. A modelagem deste cenário geralmente é feita
substituindo o conjunto de fases por um único “fluido efetivo” nas equações de
Gassmann.
O modelo de fluido efetivo assume que as diferentes fases do fluido (óleo,
gás e água) estão uniformemente misturadas para a menor escala dentro do espaço
poroso. As “micro heterogeneidades” são tão pequenas, que os incrementos da
pressão de poros induzidos pela onda são os mesmos para as fases presentes. Isso
permite substituir as fases por um fluido equivalente ou efetivo, cujo módulo bulk
é calculado através da média de Reuss, também conhecida como equação de
Domenico:

−1
⎛ n S ⎞
K fl = ⎜⎜ ∑ i ⎟⎟ (2.28)
⎝ i =1 K i ⎠

onde Kfl é o módulo bulk da mistura de fluido, Ki e Si são o módulo bulk e a


saturação de cada fase, respectivamente.
Capítulo 2 - Fundamentos Teóricos 51

A Figura 2.13 mostra uma representação deste modelo, onde um fluido


injetado se espalha uniformemente através do espaço poroso, resultando num
fluido efetivo atrás da frente de saturação diferente do fluido in situ.

Fluido efetivo

ão
injeç Óleo in situ
e de
t
Fr en

Figura 2.13 – Esquema mostrando a saturação atrás da frente de injeção segundo o


PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

modelo de distribuição de fluido uniforme (Packwood, 1997).

Para um sistema simples, composto por duas fases (água e óleo), a equação
seria:

−1
⎛S 1 − So ⎞
K fl = ⎜⎜ w + ⎟⎟ (2.29)
⎝ Kw Ko ⎠

onde Kw é o módulo bulk da água, Ko é o módulo bulk do óleo, e Sw e So as


respectivas saturações. Com este valor calculado de Kfl e os módulos bulk do
mineral (Ko) e do esqueleto (Kd), e a porosidade (φ) na equação de Gassmann
(Eq. 2.5) é feita a estimativa do módulo bulk da rocha saturada.
Um dos aspectos mais críticos no processo de substituição de fluidos é a
necessidade do conhecimento dos padrões de saturação. As relações mencionadas
acima são baseadas na idéia de que a saturação é homogênea. As variações
estimadas nas respostas sísmicas devido à dinâmica do reservatório, mediante esta
hipótese (saturação homogênea) pode ser muito diferente dos valores estimados
quando o padrão de saturação é heterogêneo. Por esse motivo, o desconhecimento
Capítulo 2 - Fundamentos Teóricos 52

do padrão de saturação introduz incertezas na previsão de diversos atributos


sísmicos (Mavko & Mukerji, 1998).

2.3.2.
Modelo de Saturação Heterogênea (Patchy)

Em geral, o padrão de saturação, em cenários dinâmicos, tende a afastar-se


do padrão homogêneo (Smith et al, 2003). Isso pode ser verificado através de um
experimento de simulação de fluxo num meio poroso em uma escala adequada,
onde é gerada uma configuração de saturação heterogênea mesmo quando o
arcabouço é homogêneo. Domenico (1976) foi um dos primeiros a sugerir que
uma distribuição heterogênea de fases podia resultar em diferenças nas
velocidades da onda.
A saturação heterogênea pode ser causada por variações espaciais da
permeabilidade, molhabilidade, viscosidade, volume de argila, entre outros.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

Saturações variando espacialmente causam gradientes de pressão de poros


induzidos pela onda, que por sua vez geram dispersão da velocidade (Akbar et al,
1994; Knight et al, 1995). Essa variação nas escalas de saturação pode introduzir
incertezas na interpretação dos atributos sísmicos para detecção de
hidrocarbonetos, como será apresentado no Capítulo 3.
No modelo heterogêneo, a rocha seca é considerada homogênea e a
heterogeneidade existe somente na distribuição dos fluidos (Fig. 2.14). Este
modelo poderia representar, por exemplo, uma região já varrida num processo de
recuperação secundária. As heterogeneidades são consideradas pequenas quando
comparadas com o comprimento de onda sísmica, mas grandes o suficiente para
impedir que os incrementos na pressão de poros não conseguem equilibrar durante
o período sísmico. Dentro de cada heterogeneidade existe um único fluido ou uma
mistura multifásica que atua localmente como um fluido efetivo (Fig. 2.15).
Então, o meio efetivo é uma mistura da rocha reservatório com diferentes estados
de saturação. Os módulos bulk do fluido efetivo e da rocha saturada para cada
heterogeneidade são calculados com a Eq. (2.28) e Eq. (2.5) respectivamente. O
módulo bulk efetivo do meio contendo as diversas heterogeneidades “não
relaxadas” é obtido através da relação proposta por Hill (1963):
Capítulo 2 - Fundamentos Teóricos 53

−1
⎛ ⎞
⎜ n S ⎟
K ef = ⎜∑ i ⎟ − 4μ (2.30)
⎜ i =1 4 ⎟ 3
⎜ K sati + μ ⎟
⎝ 3 ⎠

onde n é o número de heterogeneidades com diferentes fluidos, Si é a saturação de


cada heterogeneidade e Ksati é o módulo bulk da rocha saturada calculado com a
Eq. (2.5). O módulo bulk efetivo do meio (Kef) independe da forma da
heterogeneidade.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

Figura 2.14 – Esquerda: Esquema representando a rocha com saturação heterogênea


ou patchy. Direita: detalhe de cada heterogeneidade (Akbar et al, 2001).

Óleo in situ
ão
injeç
e de
t
Fr en

Figura 2.15 – Esquema mostrando a saturação atrás da frente de injeção segundo o


modelo de distribuição de fluido heterogênea (Packwood, 1997).
Capítulo 2 - Fundamentos Teóricos 54

2.4.
Simulação de Fluxo e Modelagem Sísmica: Problema de Escala

A integração apropriada entre a simulação de fluxo e a modelagem sísmica é


uma das questões fundamentais a resolver no monitoramento sísmico time-lapse,
pois a consistência entre estes dois processos contribui para a elucidação da
superposição dos diferentes efeitos provocados pelas mudanças do reservatório
nos dados sísmicos.
Um elemento muito importante, levando em conta o papel da simulação de
fluxo no monitoramento sísmico do reservatório, é a resolução da malha de
simulação (Sengupta & Mavko, 2003; Sengupta et al, 2003). A simulação de
reservatórios tradicional faz referência a malhas com tamanhos de bloco da ordem
de 100 m x 100 m de área e em torno de 5 m na vertical. A escolha da resolução
da malha não é muito flexível quando o modelo do reservatório é criado, sendo
determinada em função das fontes de dados disponíveis para caracterização do
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

reservatório (análise de amostras, perfilagem de poços, sísmica, entre outros). Por


outro lado, a capacidade computacional geralmente limita o número de blocos da
malha na etapa de simulação de fluxo.
Para capturar os detalhes da heterogeneidade do reservatório e a distribuição
espacial da saturação é sempre melhor trabalhar com uma malha tão fina quanto
possível. Uma apropriada conversão de mudanças de fluido para mudanças
sísmicas requer a estimativa dessas mudanças de fluido para escalas menores.
Apesar das ferramentas atuais para caracterização de reservatórios poderem gerar
modelos de reservatórios muito finos com milhões de células, ainda continua o
desafio de efetuar simulações de fluxo usando este tipo de malha fina.
O assunto das escalas de resolução tem sido objeto de estudo intensivo na
engenharia de reservatórios e geofísica (Sengupta & Mavko, 2003), devido ao
enorme interesse por conseguir conciliar tempo computacional e o logro de altos
níveis de resolução e exatidão da solução. Isso tem motivado o desenvolvimento
de várias técnicas de transferência de escala para executar simulações mais
realistas em tempo razoável.
No estudo realizado por Sengupta (2000) foi apresentada uma estratégia
para reduzir as incertezas nas escalas de saturação através de simulações de fluxo
para escala fina. Estas demonstraram a influência das escalas de saturação na
Capítulo 2 - Fundamentos Teóricos 55

resposta da velocidade e a importância do conhecimento da engenharia de


reservatórios para definir o modelo de substituição de fluidos da física de rochas.
A metodologia proposta por Sengupta (2000) combina simulação de fluxo
com modelos de saturação uniforme e heterogênea. Em primeiro lugar, são
realizadas simulações de fluxo para um modelo de reservatório discretizado numa
escala fina, bem menor do que a resolução comumente usada na simulação de
fluxo (Fig.2.16a), dada pela escala de difusão crítica Lc. Esse comprimento Lc
garante que qualquer heterogeneidade na saturação menor que essa escala poderá
ser modelada usando a média de Reuss de isostress (Eq. 2.27).

a) Modelo do reservatório b) Perfil de saturação


Passo 1:
Simulação de
fluxo
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

Célula típica Discretização Gassmann


da simulação ~Lc Passo 2:
de fluxo

d) Velocidades c) Velocidades
Passo
3: Hill

Sfl, Vp

Figura 2.16 – Esquema da metodologia proposta por Sengupta (2000).

As saturações obtidas na malha fina (Fig.2.16b) são utilizadas para calcular


as velocidades sísmicas através do modelo de substituição de Gassmann
considerando um fluido efetivo como mostrado na Figura 2.16c. Depois disso, é
feita uma transferência de escala das velocidades obtidas na escala fina para a
escala de resolução sísmica, de 50 m x 20 m (Fig.2.16d), através da média de Hill
(Eq. 2.29). Então, cada nova célula da malha sísmica tem um valor de saturação
de fluido média, que corresponde a uma média volumétrica das saturações na
escala fina, e uma velocidade sísmica, que seria a média de Hill das velocidades
na malha fina. Este esquema de substituição é denominado substituição de
Reuss-Gassmann-Hill.
Capítulo 2 - Fundamentos Teóricos 56

3300

c) 1-Sor

3250

3200 ea
ên
Vp (m/s)

og
ter
o he
a çã
3150 tur
Sa
Saturação
homogênea
3100
b) 1-Sor

a) 1-Sor
3050
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Sw

Figura 2.17 – Injeção de água: velocidade vs. saturação de água para diferentes
saturações de óleo irredutível; a) Sor = 20%, b) Sor = 30%, c) Sor = 0 (Sengupta, 2000).
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

A Figura 2.17 ilustra de que maneira o conhecimento dos parâmetros da


simulação de fluxo podem reduzir a incerteza na interpretação da resposta sísmica
das saturações do fluido. Os triângulos correspondem à velocidade calculada sem
levar em conta a saturação irredutível de óleo (Sor). Esses pontos aparecem entre
os limites superior (heterogêneo) e inferior (homogêneo), que definem todas as
escalas possíveis de distribuição de fluido entre os extremos de saturação de 100%
água e 100% óleo. Por outro lado, simulações de fluxo efetuadas com valores de
permeabilidade relativa mais realistas fornecem os valores representados por
círculos e cruzes na Figura 2.17. Eles representam a envoltória mais estreita das
distribuições de fluido possíveis entre os limites de 100% óleo e 70% água para o
caso de Sor = 30%, e 100% óleo e 80% água para o caso de Sor = 20%.
O módulo bulk da rocha saturada, modificado pela saturação de óleo
residual, pode ser calculado através das seguintes equações:

⎡ Kd K fl1 ⎤
⎢ + ⎥
⎢⎣ K o − K d φ ( K o − K fl1 ) ⎥⎦
K or = K o (2.31)
⎡ Kd K fl1 ⎤
⎢1 + + ⎥
⎣⎢ K o − K d φ ( K o − K fl1 ) ⎦⎥
Capítulo 2 - Fundamentos Teóricos 57

⎡ Kd K fl2 ⎤
⎢ + ⎥
⎢⎣ K o − K d φ ( K o − K fl2 ) ⎥⎦
K nsat = Ko (2.32)
⎡ Kd K fl2 ⎤
⎢1 + + ⎥
⎣⎢ K o − K d φ ( K o − K fl2 ) ⎦⎥

onde Kfl1 é o módulo bulk do óleo e Kfl2 se refere ao módulo bulk da mistura na
escala fina de óleo e gás (ou óleo e água) para a saturação de óleo residual, sendo
dado por:

−1
⎡ S 1 − S or ⎤
K fl 2 = ⎢ or + ⎥ (2.33)
⎢⎣ K oleo K ( w ou g ) ⎥⎦

O novo limite superior heterogêneo pode ser calculado usando a média de


PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

Hill:

1 S fl1 S fl2
= + (2.34)
K het + 43 μ K nsat + 43 μ K or + 43 μ

onde:

Sg
S fl1 = (2.35)
1 − Sor

So − Sor
S fl2 = (2.36)
1 − Sor

Finalmente, a velocidade compressional pode ser calculada:

K het + 43 μ
V phet = (2.37)
ρB

onde ρB é a densidade da rocha saturada, Khet é o módulo bulk da rocha saturada


com fluido distribuído de forma heterogênea e μ é módulo cisalhante da rocha.
Capítulo 2 - Fundamentos Teóricos 58

O modelo de substituição explicado é aplicado para vários cenários de


produção com diferentes propriedades de fluido e rocha. Os resultados obtidos
mostram que para a maior parte dos cenários de injeção de água realizados, seguir
todos os passos (Fig. 2.13a até 2.13d) fornece o mesmo resultado que ir do
primeiro passo direto para o último. Isso significa que as equações de
Domenico-Gassmann podem ser aplicadas para modelagem e interpretação
sísmica desses cenários. Por outro lado, o estudo mostra que pode ser esperado
um comportamento heterogêneo para escala sísmica quando gás é injetado no
reservatório. Nesse cenário, as forças gravitacionais predominam, induzindo à
formação de capa de gás e causando saturação heterogênea para escalas de campo.
Assim, o uso das tradicionais equações de Domenico-Gassmann pode levar a uma
interpretação errada da resposta sísmica.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA
3
Influência da Distribuição do Fluido na Variação da
Velocidade Compressional (Vp)

3.1.
Introdução

Com base nos modelos de saturação homogêneo e heterogêneo (patchy), é


realizada uma análise do efeito que a distribuição do fluido pode ter na resposta
sísmica da rocha para diversos estados de saturação. Para isso, são comparadas as
curvas de velocidade obtidas para diversos tipos de material (Tabela 3.1) saturado
com misturas distintas de fluidos (óleo e água, água e gás, óleo e gás) e submetido
a diferentes condições de pressão e temperatura. As propriedades dos fluidos em
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

função da temperatura e da pressão foram calculadas através das relações


apresentadas por Batzle & Wang (1992), as quais representam boas aproximações
e são amplamente utilizadas na literatura. As rotinas desenvolvidas para esse
propósito se encontram no Apêndice B. A rocha foi assumida como sendo um
meio efetivo onde as variações na saturação acontecem para escalas menores que
o comprimento de onda sísmico. Além disso, as heterogeneidades da saturação
são devidas somente ao fluido, pois a rocha seca é considerada homogênea e
isotrópica com o propósito de demonstrar que a distribuição do fluido por si só,
pode afetar as velocidades sísmicas. Cada heterogeneidade está composta por um
único fluido, o que estabelece o limite superior heterogêneo máximo.

Tabela 3.1 – Propriedades das rochas utilizadas

Porosidade Densidade Módulo Bulk Módulo Cisalhante


Amostra
φ (%) ρd (g/cm3) Kd (GPa) μ (GPa)

Arenito Beaver 64 2,47 16,08 20,8


Areia limpa (10 MPa) 37 1,67 8,4 1,0
Areia limpa (15 MPa) 36 1,69 8,6 1,5
Areia Argilosa 24 2,01 13 1,2
Arenito Fontainebleu 15 2,24 18,07 19,07
Monterey (25 ºC) 15 2,26 7,56 8,26
Monterey (125 ºC) 15 2,04 6,26 7,65
Capítulo 3 - Influência da Distribuição do Fluido na Variação da Velocidade 60
Compressional (Vp)

3.2.
A Escala como Fator de Dispersão da Velocidade

A Figura 3.1 corresponde à velocidade obtida para o arenito Beaver para


5 MPa de tensão efetiva, σ’, (Han, 1986; Han & Batzle, 2004) e saturado com
misturas de água sem salinidade e gás. O gás tem gravidade especifica de 0,6 para
15,6 ºC e 0,1 MPa (gás leve). As curvas mostram a dependência da velocidade
compressional, Vp, da saturação do fluido e da escala de saturação. A curva
inferior corresponde ao modelo de saturação uniforme e se refere a uma mistura
na escala muito fina das fases do fluido de poros. A curva superior é conhecida
como modelo de saturação heterogênea ou patchy, e se refere a escalas de
saturação maiores. As duas curvas representam os casos limite e, dependendo da
distribuição da saturação, a velocidade pode estar em qualquer ponto entre elas.

4.65
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

4.6

4.55

Flu
4.5 ido
V (Km/s)

He
ter
og
ên
p

4.45 eo
( Pa
tch
y)
4.4

4.35 e
ou Uniform
mogêneo
Fluido Ho
4.3
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
S gas

Figura 3.1 – Variação de Vp em função de Sg para os modelos homogêneo e patchy em


arenito Beaver saturado com água e gás para 20 ºC.

Pode ser observar que a rocha saturada com água tem uma velocidade maior
que a saturada com gás. O incremento na saturação de gás, Sg, de zero até 100%
resulta em uma queda abrupta de Vp no modelo uniforme. Contrariamente, no
modelo patchy essa queda não aparece e Vp decresce linearmente com o
incremento de Sg. Este comportamento pode ser visto também no caso da rocha
saturada com óleo e gás (Fig. 3.2). Para outras situações de distribuição de fluido
Capítulo 3 - Influência da Distribuição do Fluido na Variação da Velocidade 61
Compressional (Vp)

heterogênea como, por exemplo, a mistura de água e gás numa determinada


heterogeneidade, a curva resultante estará dentro das curvas homogênea e
heterogênea. Portanto, existem inúmeras possibilidades de curvas de velocidade
como conseqüência da variação da saturação dentro de cada heterogeneidade no
meio poroso.
Como já mencionado, a dispersão entre os modelos homogêneo e patchy
tem sua origem na escala da distribuição do fluido. No modelo de distribuição
uniforme os incrementos de pressão de poros conseguem se equilibrar durante um
período sísmico. Ao contrário, no modelo heterogêneo, os fluidos estão
distribuídos de maneira tal que o excesso de pressão de poros não consegue ser
dissipado, o que acarreta uma maior resposta de velocidade.

3.3.
Efeito da Temperatura
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

A Figura 3.2a mostra o efeito da temperatura na velocidade compressional


Vp na rocha da formação Monterey para uma pressão de poros, Pp, de 10 MPa e
pressão efetiva de 15 MPa. A rocha Monterey é um chert dolomítico com
porosidade de 15% que provém de uma formação produtora de óleo (Wang,
1981). Pode-se observar no modelo patchy que quanto maior a saturação de óleo,
maior a velocidade da rocha. O máximo decréscimo na velocidade devido ao
aumento da temperatura corresponde a 100% de saturação de óleo (So). A curva
que representa a distribuição homogênea (VpH) mostra que para saturações de gás
maiores que 20% existe uma pequena variação de Vp (< 40 m/s). Isso dificultaria a
determinação da saturação de fluido se for usada somente a velocidade para sua
obtenção. Por outro lado, as velocidades calculadas com o modelo heterogêneo
(VpP) mostram um decréscimo linear com a saturação de gás. A diferença em
porcentagem entre o modelo homogêneo e patchy para cada temperatura aparece
ilustrada na Figura 3.2b. Para o caso da maior temperatura, a máxima diferença
está em torno de 4%, enquanto que essa diferença quase duplica seu valor para
25 ºC (quando So ≈ 90%). Claramente, resulta importante considerar a ocorrência
de dispersão da velocidade para as condições de temperatura no reservatório.
Capítulo 3 - Influência da Distribuição do Fluido na Variação da Velocidade 62
Compressional (Vp)

3.2
Vp H 25C
3.15 Vp P 25C
Vp H 125C
3.1
Vp P 125C

3.05
V (Km/s)

3
p

2.95

2.9

2.85

2.8
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Sg

0
25C
125C
1

2
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

3
Diferença (%)

7
(b)
8
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Sg

Figura 3.2 – Rocha Monterey saturada com óleo 50 oAPI e gás para 25 ºC e 125 ºC. (a)
Comparação entre os modelos homogêneo e patchy, (b) Diferença em porcentagem.

Com o aumento da temperatura acontecem mudanças tanto no fluido quanto


no esqueleto da rocha. A Figura 3.3a mostra os resultados obtidos nos modelos
homogêneo e heterogêneo levando em consideração o efeito da temperatura na
rocha e no fluido. As velocidades foram obtidas aplicando-se os modelos de
distribuição na rocha Monterey para 125 ºC, 15 MPa de tensão efetiva e 10 MPa
de pressão de poros (Wang, 1981). A Tabela 3.1 apresenta os valores de módulo
bulk (Kd) e módulo cisalhante (µd) da rocha seca para as duas temperaturas.
Devido ao amolecimento da matriz da rocha e à expansão térmica desta, esses
parâmetros elásticos têm seus valores reduzidos, o que acarreta a diminuição das
Capítulo 3 - Influência da Distribuição do Fluido na Variação da Velocidade 63
Compressional (Vp)

velocidades. A comparação entre a Figura 3.3a e a Figura 3.2a mostra que ambos
os modelos (homogêneo e patchy) apresentam uma sensibilidade da velocidade
compressional (Vp) com a saturação de gás (Sg) quando existe variação da
temperatura do esqueleto e do fluido de 25 ºC para 125 ºC. Isso demonstra a
relevância da consideração da mudança das propriedades da rocha com a
temperatura. A Figura 3.3b mostra que a diferença em porcentagem entre o
modelo homogêneo e patchy para cada cenário é similar à situação onde somente
os fluidos são afetados pela temperatura.

3.2
VpH 25C
3.15 VpP 25C
VpH 125C
3.1
VpP 125C

3.05
Vp (Km/s)
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

2.95

2.9

2.85

2.8
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Sg
0
25C
125C
1

3
Diferença (%)

7
(b)
8
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Sg

Figura 3.3 – Rocha Monterey saturada com óleo 50 oAPI e gás para 25 ºC e 125 ºC.
(a) Comparação entre os modelos homogêneo e patchy, (b) Diferença em porcentagem.
Capítulo 3 - Influência da Distribuição do Fluido na Variação da Velocidade 64
Compressional (Vp)

3.5
VpH 25C
3.4 VpP 25C
VpH 125C
3.3
VpP 125C

3.2
V (Km/s)

3.1
p

2.9

2.8

2.7
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Sg

0
25C
125C
2
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

6
Diferença (%)

10

12

14
(b)
16
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Sg

Figura 3.4 – Rocha Monterey saturada com óleo de 10 oAPI e gás para 25 ºC e 125 ºC.
(a) Comparação entre os modelos homogêneo e patchy, (b) Diferença em porcentagem.

A velocidade e seu comportamento segundo as mudanças de temperatura


dependem muito do tipo de fluido que preenche os poros da rocha. O efeito da
saturação de óleo pesado no chert Monterey aparece ilustrado na Figura 3.4a. A
curva que representa a distribuição homogênea mostra que a saturação tem um
efeito importante em Vp somente na região próxima da saturação total de óleo. A
diferença entre as velocidades para So = 80% e So = 90% praticamente não existe,
enquanto que a diferença entre as velocidades para valores de So entre 95% e
100% está em torno de 350 m/s (125 ºC) e 550 m/s (25 ºC). Ao contrário, as
Capítulo 3 - Influência da Distribuição do Fluido na Variação da Velocidade 65
Compressional (Vp)

velocidades no modelo heterogêneo diminuem linearmente com o aumento da


saturação de gás. Comparando as Figuras 3.3 e 3.4 pode se observar que quanto
maior a gravidade API do óleo, maior a janela compreendida pelo limite
homogêneo e patchy e, portanto, maior a incerteza na estimativa de Vp devido à
distribuição da saturação. Para Sg = 5%, a máxima diferença de velocidade para o
óleo de 10 oAPI é de 14% para 125 ºC (Fig. 3.4b), que corresponde a quase o
dobro da dispersão obtida para o caso do óleo de 50 ºAPI (Fig. 3.3b).
A Figura 3.5 mostra uma comparação entre as velocidades obtidas para
óleos de diferente gravidade API. Pode-se observar que o modelo homogêneo é
pouco sensível à variação das propriedades do fluido, enquanto que, à medida que
aumenta a saturação de óleo, as velocidades calculadas com o modelo
heterogêneo se mostram mais diferenciadas segundo o tipo de óleo utilizado.
Quanto maior a gravidade API do óleo, maior a resposta de velocidade quando
utilizado o modelo de saturação heterogênea. Isso mostra que estudos de
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

viabilidade levando em conta variação de temperatura e propriedades do fluido


devem considerar o modelo de distribuição heterogênea da saturação. Espera-se
que a velocidade de propagação da onda varie em função dos fluidos presentes no
reservatório e sua distribuição, como explicado no Capítulo 2.

3.05
VpH 10 API
3 VpP 10 API
VpH 30 API
2.95
VpP 30 API
VpH 50 API
2.9
VpP 50 API
V (Km/s)

2.85
p

2.8

2.75

2.7

2.65
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Sg

Figura 3.5 – Comparação entre os modelos na rocha Monterey (125 ºC) saturada com
diferentes tipos de óleo e gás para 125 ºC.
Capítulo 3 - Influência da Distribuição do Fluido na Variação da Velocidade 66
Compressional (Vp)

A Figura 3.6 apresenta a diferença de velocidade entre as curvas de


velocidade heterogênea para 25 ºC e 125 ºC (Vp25 - Vp125) para a mesma gravidade
API. Pode se observar que a variação da temperatura influencia mais na
distribuição do fluido no óleo de 10 ºAPI, pois para o mesmo incremento de
temperatura, a saturação com óleo pesado adquiriu um comportamento mais
patchy à medida que So se aproxima do 100% de saturação de óleo.

480
10 API
460 50 API

440

420
(m/s)

400
125
- Vp

380
25
Vp

360
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

340

320

300
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Sg

Figura 3.6 – Influência do tipo de fluido e da temperatura na heterogeneidade da


saturação.

3.4.
Efeito da Pressão

Para estudar o efeito da pressão de poros foram aplicados os modelos de


distribuição para uma areia limpa (Yin, 1993), assumindo tensão efetiva
constante. As propriedades deste material aparecem na Tabela 3.1. A Figura 3.7a
mostra as velocidades obtidas para 25 ºC e pressão de poros de 10 MPa e 30 MPa
num sistema saturado com água e gás. No caso da curva de velocidade para
distribuição uniforme do fluido, o aumento da pressão de poros resulta na redução
da taxa de variação de Vp com a saturação para Sg < 10%, sendo que a máxima
mudança na velocidade (125 m/s) acontece para Sg = 4%. Na rocha totalmente
saturada com água existe uma influência muito pequena do aumento da pressão na
variação da velocidade (20 m/s, menos que 0,6%). Opostamente, os resultados
Capítulo 3 - Influência da Distribuição do Fluido na Variação da Velocidade 67
Compressional (Vp)

obtidos para o modelo heterogêneo mostram uma reduzida sensibilidade da


velocidade ao incremento da pressão de poros. A máxima mudança de Vp (20 m/s)
acontece para 100% de saturação de água.

2.6
VpH 30 MPa
2.55 VpP 30 MPa
VpH 10 MPa
VpP 10 MPa
2.5

2.45
V (Km/s)

2.4
p

2.35

2.3

2.25
(a)
2.2
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1


Sg

0
30 MPa
10 MPa
2

4
Diferença (%)

10

(b)
12
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Sg

Figura 3.7 – Saturação de mistura água-gás em areia limpa para Pp = 10 MPa e Pp = 30


MPa, e σ’=10 MPa. (a) Modelo homogêneo versus patchy, (b) diferença em
porcentagem.

A Figura 3.7b mostra que a dispersão devido à distribuição do fluido é


maior para Pp = 10 MPa. Para essa pressão de poros, a máxima diferença
corresponde a uma saturação de gás de 8%. Além disso, pode-se observar que o
Capítulo 3 - Influência da Distribuição do Fluido na Variação da Velocidade 68
Compressional (Vp)

aumento de Pp desloca para a direita esse mínimo (Sg= 16%), ou seja, a pressão de
poros influencia o valor de saturação de fluido na qual existe o máximo
comportamento dispersivo.

3.5.
Porosidade e Dispersão da Velocidade

A Figura 3.8 ilustra o efeito da saturação em uma areia limpa com alta
porosidade (36%) e uma areia argilosa de porosidade menor (24%) saturadas com
uma mistura água-gás e com pressão de poros de 10 MPa e 15 MPa de pressão
efetiva. As propriedades desses materiais, obtidas do trabalho realizado por Yin
(1993), aparecem listadas na Tabela 3.1.
Pode-se observar na Figura 3.8a que o aumento da porosidade acarreta a
diminuição da velocidade e torna maior a dispersão entre VpP e VpH. Quando um
líquido (água no caso) preenche totalmente o espaço poroso de uma rocha ou
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

areia, sempre ocorre um incremento das velocidades compressionais, já que a


substituição de gás por líquido eleva o valor do módulo bulk do material. No
entanto, a saturação com líquido também incrementa a densidade bulk que, pelo
contrário, reduz a velocidade da onda compressional. Quanto maior a porosidade
da rocha, mais sua densidade bulk irá aumentar com a saturação com líquido.
Portanto, quando a porosidade da rocha é alta, o efeito da saturação com líquido
na velocidade Vp é menor devido ao incremento da densidade bulk. Além do
aumento da densidade, também as propriedades do líquido, estrutura do poro e
molhabilidade da rocha, e possíveis reações entre o fluido dos poros e o
arcabouço, contribuem para tornar mais significativo o efeito da saturação do
fluido na velocidade compressional Vp.
Capítulo 3 - Influência da Distribuição do Fluido na Variação da Velocidade 69
Compressional (Vp)

2.9

2.8

2.7

2.6
V (Km/s)
p

2.5

2.4
VpH phi = 0.24
VpP phi = 0.24
2.3 VpH phi = 0.36
(a) VpP phi = 0.36
2.2
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Sg

0
phi = 0.24
phi = 0.36
2
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

4
Diferença (%)

10

(b)
12
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Sg

Figura 3.8 – Comparação entre os modelos aplicados em areia limpa (φ=36%) e areia
argilosa (φ=024%). (a) Modelo homogêneo versus patchy, (b) diferença em porcentagem.

Para o caso da areia com argilosa, a diferença entre as velocidades


calculadas com o modelo homogêneo e patchy é de 7% (Figura 3.8b), enquanto
que essa diferença ultrapassa 10% para areia limpa (maior porosidade), quando a
saturação de água está em torno de 92%. Para esse valor de Sw, a consideração do
efeito da saturação heterogênea pode ter um efeito potencial na análise da resposta
sísmica.
Capítulo 3 - Influência da Distribuição do Fluido na Variação da Velocidade 70
Compressional (Vp)

4.42

4.4

4.38

4.36
V (Km/s)
p

4.34 VpP 3 MPa 25


VpH 3 MPa 25
4.32 VpP 3 MPa 125
VpH 3 MPa 125
4.3 VpP 10 MPa 125
VpH 10 MPa 125
4.28
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Sg

Figura 3.9 – Modelo homogêneo versus patchy em arenito Fontainebleu saturado com
óleo e gás para 5 MPa de tensão efetiva.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

No exemplo da Figura 3.9 é apresentada uma comparação entre os modelos


de saturação no arenito Fontainebleu (Han, 1986; Han & Batzle, 2004), variando a
temperatura (25 ºC e 125 ºC), a pressão de poros (3 MPa e 10 MPa) e
considerando 5 MPa de pressão efetiva. O comportamento das curvas homogênea
e heterogênea com a temperatura e a pressão para cada saturação obedece à
análise já apresentada nos anteriores exemplos. A curva de distribuição
heterogênea para 25 ºC e Pp = 3 MPa se apresenta quase horizontal, mostrando
uma sensibilidade quase nula da velocidade com a variação da saturação.
Contrariamente ao esperado, para as diferentes situações propostas, a rocha
totalmente saturada com óleo tem uma velocidade menor que a rocha totalmente
saturada com gás, para os dois modelos. Particularmente, o aumento da
temperatura resulta em um decréscimo de 55% no módulo bulk do óleo e um
decréscimo de 5,6% no módulo bulk da rocha saturada com óleo, KsatO. Apesar de
KsatO ser maior que o módulo bulk da rocha saturada com gás, a densidade da
rocha saturada com óleo é ainda maior, resultando numa velocidade menor
(Tabela 3.2). É importante analisar as informações utilizadas para aplicar a
equação de Gassmann e os resultados obtidos, com o intuito de realizar previsões
mais realistas da resposta de velocidade.
Capítulo 3 - Influência da Distribuição do Fluido na Variação da Velocidade 71
Compressional (Vp)

Tabela 3.2 – Variação dos parâmetros Kóleo, KsatO, ρBsatO e seu efeito em Vp.

T (ºC) Kóleo (GPa) KsatO (GPa) ρBsatO (g/cm3) Vp (Km/s)

25 1,31 20,23 2,3605 4,398


125 0,60 19,102 2,3528 4,3504
Decréscimo 54,8 5,6 0,33 1,01

3.6.
Conclusão

Segundo as situações anteriormente propostas (tipos de rocha e fluido,


condições de pressão e temperatura), pode-se concluir que identificar o padrão de
saturação é fundamental no processo de substituição de fluidos. A natureza da
distribuição dos hidrocarbonetos no reservatório afeta as propriedades elásticas da
rocha e a estimativa das reservas recuperáveis. Particularmente, em cenários de
recuperação secundária, o grau de heterogeneidade depende do tipo de fluido de
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

injeção, permeabilidade relativa, molhabilidade e razão de mobilidade, entre


outros. A avaliação do impacto desses parâmetros demonstra a necessidade de
incluir, nas estratégias de previsão das variações esperadas nos atributos sísmicos,
os efeitos dos padrões de saturação nos estudos de viabilidade de execução de
sísmica time-lapse.
4
Simulação de Fluxo em Reservatório Sintético

Um aspecto importante da simulação de reservatórios associado ao estudo


de viabilidade de sísmica time-lapse é que o objetivo é criar cenários de produção
para os quais seja possível determinar seções confiáveis de propriedades no
modelo e não o ajuste histórico de produção, que é a tarefa tradicional da
simulação. Aqui o alvo é reproduzir os detalhes dos mapas de propriedades
dinâmicas que representam a escala fina.
A simulação de reservatórios é uma das principais áreas dentro da
engenharia de reservatório, onde são aplicados conceitos e técnicas de modelagem
matemática para analisar o comportamento de reservatórios. Peça fundamental no
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

desenvolvimento desse trabalho, a simulação é uma tentativa de reproduzir as


condições dinâmicas no reservatório e uma ferramenta essencial na geração de
informações sintéticas de pressão, saturação e atributos sísmicos.
O estudo de viabilidade apresentado dentro do contexto deste trabalho
abrange a análise das mudanças da distribuição da saturação mediante o
desenvolvimento de simulações de reservatórios em cenários de injeção de gás.
Para isso, foi feita uma simplificação do problema ao desconsiderar a variação da
pressão nas análises realizadas. Como apresentado neste capítulo, essa
aproximação foi feita ao considerar que as mudanças de pressão decorrentes da
injeção/produção permanecem dentro de uma faixa de variação que permite
ignorar o efeito deste parâmetro na análise time-lapse. Isso também se torna
válido pelo fato do modelo de saturação heterogênea, utilizado no cálculo da
velocidade, apresentar pouca sensibilidade à variação da pressão.
O simulador de reservatórios utilizado é o UT-CHEM® da Universidade de
Texas (Apêndice A), amplamente utilizado em análises que envolvem simulações
na escala fina (Gharbi et al., 1997; Chang et al., 1999). O método de diferenças
finitas utilizado pelo simulador reduz a dispersão numérica quando são resolvidas
as equações de balanço e o método iterativo, usado no cálculo da equação de
Capítulo 4 - Simulação de Fluxo em Reservatório Sintético 73

pressão é altamente recomendado para simulações em malha fina com um grande


número de blocos.

4.1.
Modelo de Reservatório

O reservatório encontra-se 1264 m abaixo da superfície, com pressão inicial


de 1774 psi e temperatura média de 60 oC. O meio de porosidade constante está
saturado de óleo, com valores de saturação irredutível de água (Swc) de 20% e
saturação residual de óleo (Sor) de 15%.
Dentro da tarefa de integrar informação de simulação de reservatórios na
análise, a maior dificuldade é imposta pela física de rochas no que diz respeito à
definição da escala de difusão crítica (Lc). Como apresentado no Capítulo 2, para
a faixa de freqüências sísmicas entre 10 e 100 Hz, Lc não ultrapassa os 10 m
(Fig. 2.12). Particularmente, para a freqüência predominante que será a utilizada
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

no levantamento sísmico (50 Hz), o valor de Lc está em torno de 2 m para


permeabilidades ao redor de 400 mD. Isso significa que modelos contendo células
de tamanho menor que 2 m devem ser utilizados. Portanto, para garantir a validez
das equações da física de rochas, são estudados modelos de alta resolução, com
células de dimensão 1,25 m x 1,25 m x 1 m. Entretanto, essa escala é bem menor
do que convencionalmente utilizado na simulação de reservatórios. Atendendo
essa condição, a simulação dos cenários de produção fica limitada a configurações
simples de poços e a dimensões modestas do modelo numérico.
Para tornar possível a simulação em tempos razoáveis, seções 2D são
projetadas. No modelo, existem dois poços, um injetor e um produtor. O intervalo
de completação dos poços é especificado pelos blocos ativos na entrada e na
saída. A Figura 4.1 ilustra o modelo de reservatório proposto, que consiste em um
meio que não sofre deformações permanentes, com dimensões de
300 m x 80 m x 1 m. A malha de simulação contém 240 blocos na direção
horizontal, 80 na direção vertical e um bloco na direção perpendicular ao plano da
figura.
Capítulo 4 - Simulação de Fluxo em Reservatório Sintético 74

injetor produtor
Escala fina de
80 m simulação Lc x Lc

300 m

Figura 4.1 – Modelo de simulação de fluxo 2D.

As simulações de fluxo são executadas utilizando um modelo de


permeabilidade log-normal como dado de entrada, gerado através de simulações
estocásticas realizadas com o HYDRO_GEN® (Apêndice A3). Os campos de
permeabilidade são descritos estatisticamente por duas medidas de
heterogeneidade: o coeficiente de Dykstra−Parsons e a correlação espacial
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

adimensional. O grau de heterogeneidade ou coeficiente de Dykstra−Parsons (DP)


pode ser calculado da seguinte maneira:

k0,5 − k0,341
DP = (4.1)
k0,5

onde k0,5 é a mediana da permeabilidade e k0,341 é o desvio padrão abaixo da


mediana. Se DP = 0, as permeabilidades no reservatório são iguais e o meio é
homogêneo. Conforme DP aumenta, as permeabilidades vão se afastando da
média, e o meio vai se tornando heterogêneo. Reservatórios típicos têm um DP
entre 0,6 e 0,8. Por outro lado, a correlação espacial adimensional na direção x
(Lx) e na direção y (Ly) determina a relação entre permeabilidades vizinhas e varia
segundo a direção. Para o cenário onde Lx tende ao infinito, o campo de
permeabilidade é homogêneo nessa direção. Se Lx=Ly= 0 o campo de
permeabilidade é aleatório. O modelo de permeabilidade adotado no presente
trabalho tem uma distribuição log-normal com média 400 mD, DP = 0,63 e
correlação Lx = 4, Ly = 0,5 (Fig. 4.2).
Capítulo 4 - Simulação de Fluxo em Reservatório Sintético 75

k (mD)
0 4100

20 3100

40 2100

60 1100

80 100
0 50 100 150 200 250 300

Figura 4.2 – Modelo de permeabilidade log-normal com DP=0,63, Lx = 4, Ly = 0,5.

4.1.1.
Propriedades da Rocha

O módulo bulk da rocha seca, Kd, é um parâmetro de entrada da simulação


que deve ser estimado de forma consistente com as propriedades do reservatório.
Han & Batzle (2004) formularam uma relação empírica para estimar valores
confiáveis de Kd em termos da porosidade e da matriz mineral:
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

K d = (1 − D pφ ) 2 K o (4.2)

onde Dp é um fator que depende do tipo da rocha e das condições de pressão. Para
rochas reservatório compostas por arenitos limpos, como neste trabalho, e sob
condições de pressão em torno de 40 MPa, Dp é igual a 1,52. Embora a pressão
influencie na determinação do fator Dp e do modelo de reservatório não estar sob
pressão de 40 MPa, se assume que esse valor de Dp não representa um erro
significativo, pois a pressão do reservatório tem pouca variação em cada célula da
malha durante o processo de injeção. Além disso, o interesse deste trabalho se
concentra em observar as seções sísmicas da diferença, nas quais as propriedades
da rocha reservatório são subtraídas. O módulo bulk da matriz mineral, Ko, é de
36,6 GPa, a densidade do grão, ρo, é de 2,65 g/cm3 e, portanto, Kd é de 10,8 GPa
para uma porosidade de 0,30 e de 16,9 GPa para uma porosidade de 0,21.

4.1.2.
Propriedades dos Fluidos

O simulador considera também como dado de entrada as propriedades


físicas dos fluidos que preenchem os poros do reservatório (água, óleo e gás). Para
Capítulo 4 - Simulação de Fluxo em Reservatório Sintético 76

se obter os módulos compressionais e as densidades de cada fase, utilizam-se as


equações de Batzle & Wang (1992), que modelam essas propriedades em função
da temperatura, pressão de poros e características relativas às suas composições
químicas. Acredita-se que as propriedades dos fluidos calculadas segundo
Batzle & Wang (1992) representem boas aproximações, conforme já testado por
Vasquez & Dillon (1993).
As propriedades do gás têm sido amplamente estudadas através da teoria
cinética dos gases e da termodinâmica. O gás pode ser caracterizado em termos de
sua gravidade especıfica G, que dá uma estimativa da sua composição, definida
como a razão entre a densidade do gás e a densidade do ar a 15,6 oC e 1 atm de
pressão. Para gases com composição próxima ao do metano (CH4), G assume o
valor de 0,56; para gases mais pesados 1,8. Neste trabalho, é utilizado gás leve
(G = 0,6) e pesado (G = 1,2) para o esquema de injeção de fluido no reservatório.
As propriedades destes fluidos aparecem listadas na Tabela 4.1. A Figura 4.3
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

mostra o comportamento do módulo bulk do gás em função da temperatura e da


pressão.
Kgás (MPa)

Temperatura (oC)

Figura 4.3 – Módulo bulk do gás em função da temperatura e da pressão (Batzle &
Wang, 1992).
Capítulo 4 - Simulação de Fluxo em Reservatório Sintético 77

Tabela 4.1 – Propriedades dos gases injetados no reservatório.

Módulo Bulk Densidade Viscosidade


Gás
Kgas (GPa) ρgas (g/cm3) ηgas (cp)

Leve 0,02 0,08 0,32


Pesado 0,136 0,476 0,86

O óleo pode se apresentar como um líquido leve ou pesado. Os óleos


pesados apresentam densidade e viscosidade bastante elevadas. São produtos da
degradação do petróleo na rocha reservatório e mostram uma pequena ou
nenhuma mobilidade nas condições de superfície. Os óleos mais leves são menos
densos podendo agregar gases em algumas situações, o que modifica as suas
propriedades. A existência de um tipo ou de outro depende de fatores como
número de carbonos em sua composição, pressão e temperatura. A Figura 4.4
mostra o comportamento do módulo bulk do óleo em função da temperatura e da
pressão. A fim de estabelecer as condições que favorecem a dispersão da
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

velocidade devido ao mecanismo de fluxo local, cenários de óleo com viscosidade


elevada foram simulados. As propriedades destes fluidos aparecem listadas na
Tabela 4.2.
Kóleo (MPa)

Temperatura (oC)

Figura 4.4 – Módulo bulk do óleo em função da temperatura e da pressão (Batzle &
Wang, 1992).
Capítulo 4 - Simulação de Fluxo em Reservatório Sintético 78

Tabela 4.2 – Propriedades do óleo no reservatório.

Óleo Módulo Bulk Densidade Viscosidade


(oAPI) Koleo (GPa) ρoleo (g/cm3) ηoleo (cp)

25 1,6 0,90 13
20 1,7 0,933 35

A água é um dos fluidos mais comuns nas rochas reservatório, isso porque a
maioria das rochas reservatório têm caráter water-wet. Essa água pode apresentar
certa concentração de sais dissolvidos, que é expressa em termos de salinidade.
Nas simulações foram adotadas as seguintes propriedades para a água de
formação: salinidade de 150.000 ppm: módulo bulk, Kw, de 3,235, densidade, ρw,
de 0,475, e viscosidade, ηw, de 0,5.

4.1.3.
Esquema de Injeção
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

Para o propósito deste trabalho o fluido escolhido para realizar o processo


de recuperação de óleo é o gás, devido a que suas propriedades e as propriedades
do óleo adotado favorecem o contraste de impedância. Dessa maneira, a injeção
de gás diminui a impedância acústica da rocha reservatório, tornando possível
perceber o avanço da frente de gás na seção sísmica sintética.
No esquema de injeção, o poço injetor é controlado pela taxa de injeção de
fluidos e o poço produtor é controlado pela pressão de fundo. O poço injetor
satura o reservatório com uma taxa constante de 150 ft3/dia para o cenário com
óleo de 25 oAPI, e de 80 ft3/dia para o reservatório saturado com óleo de 20 oAPI.
A redução da taxa de injeção com o aumento da gravidade API do óleo foi
necessária para não gerar gradientes de pressão elevados. A pressão no fundo dos
poços produtores é de 1740 psi.
O tempo de simulação é de 1000 dias para os diferentes cenários e os
principais dados de saída da simulação de fluxo são as Seções de saturação e de
pressão. Estas mapas contêm informações sobre a direção preferencial dos fluidos
e é a partir deles que é feita a modelagem sísmica do reservatório. Os cenários
simulados aparecem resumidos na Tabela 4.3.
Capítulo 4 - Simulação de Fluxo em Reservatório Sintético 79

Tabela 4.3 – Cenários de injeção de gás simulados.


Óleo Tipo de Taxa de Injeção Pressão de Fundo Tempo
Cenário o Gás
( API) (ft3/dia) (psi) (dias)

1 25 Leve 150 1740 1000


2 25 Pesado 150 1740 1000
3 20 Leve 80 1740 1000
4 20 Pesado 80 1740 1000

4.2.
Resultados

4.2.1.
Seções de Saturação

As Figuras 4.5 a 4.8 mostram o padrão de saturação de gás para os quatro


cenários simulados. Observa-se que o gás tende a ocupar primeiramente a parte
superior do reservatório devido às forças gravitacionais, criando zonas de baixa
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

drenagem, principalmente na parte mais baixa do reservatório. Este


comportamento do gás deve reforçar a amplitude sísmica no topo do reservatório.
Por outro lado, a frente de fluxo de gás avança de forma não homogênea. Essa
heterogeneidade é acentuada pelo aumento da razão de mobilidade:

krD
λD η D
M= = (4.3)
λd krd
ηd

onde λD é a mobilidade do fluido deslocante (gás, no caso), que é a relação entre a


permeabilidade relativa do fluido deslocante, krD, e sua viscosidade, ηD. λd é a
mobilidade do fluido deslocado (óleo), relação entre a permeabilidade relativa do
fluido deslocado, krd, e sua viscosidade, ηd. Observa-se que quanto maior for a
razão de mobilidades menor será a eficiência de deslocamento de óleo, uma vez
que, devido à sua maior mobilidade, o gás tenderá a criar caminhos preferenciais
entre o poço injetor e o produtor. Comparando as Figuras 4.5 e 4.6 observa-se que
a injeção de gás pesado resulta numa frente de avanço mais uniforme, que desloca
de maneira mais eficiente o óleo in situ. No entanto, o aumento da viscosidade do
Capítulo 4 - Simulação de Fluxo em Reservatório Sintético 80

óleo favorece o avanço instável da frente de injeção, como mostrado na Figura 4.7
e Figura 4.8.

Sg
0
0.5
20
0.4

40 0.3
0.2
60
0.1

80 0
0 50 100 150 200 240
Sg
0
0.5
20
0.4

40 0.3
0.2
60
0.1
80 0
0 50 100 150 200 240
Sg
0
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

0.5
20
0.4

40 0.3
0.2
60
0.1
80 5 0 1 0 0 1 5 0 2 0 0 0
0 50 100 150 200 240

Figura 4.5 – Seções de saturação de gás para o cenário de injeção de gás leve em
reservatório saturado com óleo de 25 oAPI. De cima para baixo: 100, 500 e 1000 dias.
Capítulo 4 - Simulação de Fluxo em Reservatório Sintético 81

Sg
0
0.5
20
0.4

40 0.3
0.2
60
0.1

80 0
0 50 100 150 200 240
Sg
0
0.5
20
0.4

40 0.3
0.2
60
0.1
80 0 1 0 0 1 0 2 0 0 0
0 50 100 150 200 240
Sg
0
0.5
20
0.4

40 0.3
0.2
60
0.1
80 0
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

5 0 1 0 0 1 5 0 2 0 0
0 50 100 150 200 240

Figura 4.6 – Seções de saturação de gás para o cenário de injeção de gás pesado em
reservatório saturado com óleo de 25 oAPI. De cima para baixo: 100, 500 e 1000 dias.

Sg
0
0.5
20
0.4

40 0.3
0.2
60
0.1

80 0
0 50 100 150 200 240
Sg
0
0.5
20
0.4

40 0.3
0.2
60
0.1
80 5 0 1 0 0 1 5 0 2 0 0
0
0 50 100 150 200 240
Sg
0
0.5
20
0.4

40 0.3
0.2
60
0.1
80 5 0 1 0 0 1 5 0 2 0 0 0
0 50 100 150 200 240

Figura 4.7 – Seções de saturação de gás para o cenário de injeção de gás leve em
reservatório saturado com óleo de 20 oAPI. De cima para baixo: 100, 500 e 1000 dias.
Capítulo 4 - Simulação de Fluxo em Reservatório Sintético 82

Sg
0 0

0.5
0
20
0.4
0

40 0
0.3

0
0.2
60
0 0.1

80 0
0 50 100 150 200 240
Sg
0
0.5
20
0.4

40 0.3
0.2
60
0.1
80 0
0 50 100 150 200 240
Sg
0
0.5
20
0.4

40 0.3
0.2
60
0.1
80
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

0
0 50 100 150 200 240

Figura 4.8 – Seções de saturação de gás para o cenário de injeção de gás pesado em
reservatório saturado com óleo de 20 oAPI. De cima para baixo: 100, 500 e 1000 dias.

4.2.2.
Seções de Pressão

As Figuras 4.9 a 4.12 mostram o campo de pressão do reservatório dos


quatro cenários simulados. A injeção de gás induz o aumento da pressão no
reservatório, que é máxima ao redor do poço injetor e mínima perto do poço
produtor. Como ilustrado, esse padrão de pressão tende a uniformizar e equilibrar
com o tempo. De maneira geral, para o tempo t = 500 dias, a máxima pressão
atingida para os diferentes cenários não ultrapassa 2300 psi, o que se traduz em
um acréscimo da pressão de 474 psi (3,2 MPa). Por esse motivo, assumiu-se que a
variação das pressões não apresenta um efeito significativo na resposta sísmica,
optando-se pela não inclusão do parâmetro pressão no cálculo da velocidade. Essa
simplificação do problema também foi adotada devido a que o modelo de
saturação heterogênea, utilizado no cálculo da velocidade, apresentar pouca
sensibilidade à variação da pressão.
Capítulo 4 - Simulação de Fluxo em Reservatório Sintético 83

20
Pressão (psi)
40 2500

60 2400

80
0 50 100 150 200 240 2300
0

2200
20

40 2100

60 2000

80
0 50 100 150 200 240 1900
0

1800
20

40 1700

60
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

80
0 50 100 150 200 240

Figura 4.9 – Seções de pressão do reservatório para caso de injeção de gás leve em
reservatório saturado com óleo de 25 oAPI. De cima para baixo: 100, 500 e 1000 dias.

20
Pressão (psi)
40 2500

60 2400

80
0 50 100 150 200 240 2300
0
2200
20

40 2100

60 2000

80
0 50 100 150 200 240 1900
0

1800
20

40 1700

60

80
0 50 100 150 200 240

Figura 4.10 – Seções de pressão do reservatório para caso de injeção de gás pesado
em reservatório saturado com óleo 25 oAPI. De cima para baixo: 100, 500 e 1000 dias.
Capítulo 4 - Simulação de Fluxo em Reservatório Sintético 84

20
Pressão (psi)
40 2700

2600
60

80 2500
0 50 100 150 200 240
0 2400

20 2300

40 2200

60 2100

80 2000
0 50 100 150 200 240
0 1900

20 1800

40 1700

60

80
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

0 50 100 150 200 240

Figura 4.11 – Seções de pressão do reservatório para caso de injeção de gás leve em
reservatório saturado com óleo de 20 oAPI. De cima para baixo: 100, 500 e 1000 dias.

20
Pressão (psi)

40 2700

2600
60

80 2500
0 50 100 150 200 240
0 2400

20 2300

40 2200

60 2100

80 2000
0 50 100 150 200 240
0 1900

20 1800

40 1700

60

80
0 50 100 150 200 240

Figura 4.12 – Seções de pressão do reservatório para caso de injeção de gás pesado
em reservatório saturado com óleo 20 oAPI. De cima para baixo: 100, 500 e 1000 dias.
5
Modelagem Sísmica no Tempo

Do ponto de vista do engenheiro de reservatório, a sísmica 4D é mais uma


fonte de dados para o gerenciamento do campo. Tradicionalmente, o engenheiro
trabalha com os dados de produção e de pressão dos poços, por meio de
simuladores matemáticos de fluxo. A sísmica 4D oferece uma medida física para
o entendimento do modelo de movimentação dos fluidos e sua localização
espacial dentro do reservatório porque, além das informações pontuais na
vizinhança dos poços, se tem também informações entre poços.
Neste ponto do trabalho, é feita uma integração da simulação de
reservatórios com a sísmica time-lapse, através da física de rochas e da
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

modelagem sísmica. Busca-se descrever a resposta do reservatório em termos de


parâmetros sísmicos como velocidade compressional, Vp, e impedância acústica, I,
e utilizar essas informações na construção dos sismogramas. O objetivo é
investigar as possíveis diferenças entre a resposta sísmica obtida através do
modelo de física de rochas proposto por Gassmann (1951) e o modelo de fluxo
local apresentado por Mavko & Jizba em 1991 (M&J). As rotinas desenvolvidas
para esse propósito se encontram no Apêndice C.

5.1.
Campos de Velocidade e Impedância Acústica

A partir dos dados obtidos na simulação de fluxo, é realizada uma análise de


física de rochas para transformar a resposta do simulador em distribuições de
velocidade, densidade e impedância dentro do reservatório. O esquema adotado
para fazer a estimativa dos campos de velocidade compressional e impedância
acústica foi aplicado de acordo com os itens a seguir.
Capítulo 5 - Modelagem Sísmica no Tempo 86

5.1.1.
Modelos de Física de Rochas

Existem diversos modelos para representar o comportamento do meio


perturbado pela passagem da onda. Dentro do contexto deste trabalho, os modelos
a serem aplicados são: o modelo de isostress de Gassmann e o modelo “não
relaxado” de Mavko & Jizba (M&J). Depois de uma extensa revisão dos modelos
existentes na literatura, concluiu-se que este último obedece à condição de
compatibilidade com a teoria de Gassmann para baixas freqüências. Isso quer
dizer que o modelo de M&J para baixas freqüências fornece os mesmos resultados
obtidos com a equação de Gassmann. Além disso, em função dos parâmetros
envolvidos, a formulação proposta por M&J viabiliza o cálculo dos módulos
elásticos dispersivos necessários para obter resultados da mudança da velocidade
devida à ocorrência de fluxo de Biot e fluxo local.
Segundo M&J uma aproximação confiável para o módulo bulk da matriz
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

não relaxada é:

1 ⎛ 1 ⎞ ⎛ 1 1 ⎞
=⎜ ⎟ + ⎜⎜ − ⎟⎟ φsoft ( P) (5.1)
K dnr ( P) ⎝ K d ⎠altas ⎝ K fl K o ⎠
pressões

onde P é a pressão. O termo φsoft(P) representa a porosidade “compressível”, a


qual se refere aos poros menos rígidos e contatos entre grãos que se fecham com o
aumento da pressão e são responsáveis pelos efeitos de fluxo localizado. Então, o
módulo não relaxado é igual ao da matriz sob altas pressões mais uma parcela de
incompressibilidade extra, devida à reposição de uma quantidade de sólidos (igual
à porosidade soft) no lugar do fluido. Não obstante, como φsoft(P) nem sempre é
medido em laboratório, uma simplificação é feita ignorando o segundo termo da
direita. No presente trabalho a seguinte aproximação foi feita devido a que se
contava com dados de porosidade soft:

1 ⎛ 1 ⎞
=⎜ ⎟ (5.2)
K dnr ( P) ⎝ K d ⎠ altas pressões
Capítulo 5 - Modelagem Sísmica no Tempo 87

Jizba (1991) propõe e comprova em laboratório um método para estimar o


módulo Kdnr para altas pressões, que consiste de uma análise de regressão dos
efeitos da porosidade e volume de argila na velocidade. O predomínio de
porosidade pouco compressível no arenito torna possível a estimativa das
velocidades da rocha seca e saturada para altas pressões a partir de medições de
velocidade e porosidade feitas para pressões menores. Kdnr pode ser obtido através
das seguintes relações:

1 1 1
= = (5.3)
K dnr K d 34 − 79φequivK

c
φequivK = φ + (5.4)
2.4
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

onde c se refere ao volume de argila em porcentagem.


A dispersão no módulo de cisalhamento relaciona-se à dispersão sofrida
pelo módulo bulk segundo:

1 1 4⎛ 1 1 ⎞
− ≈ ⎜ − ⎟ (5.5)
μ μnr 15 ⎝ K d K dnr ( P) ⎠

Então:

1 1 4⎛ 1 1 ⎞
= + ⎜ − ⎟ (5.6)
μnr 36 − 92φequivμ 15 ⎜⎝ 34 − 79φequivK K d ⎟⎠

c
φequivμ = φ + (5.7)
2.2

Para obter as velocidades incluindo o efeito de fluxo localizado devem-se


substituir Kd e µ pelos valores calculados de Kdnr e µnr, respectivamente, nas
equações de Biot.
Capítulo 5 - Modelagem Sísmica no Tempo 88

5.1.2.
Características do Modelo

i) Propriedades da Rocha. Os parâmetros da rocha aplicados nas equações de


física de rochas são os já utilizados para simulação de fluxo (Capítulo 4.1.1). O
módulo bulk da matriz mineral (Ko) é de 36,6 GPa, a densidade do grão (ρo) é de
2,65 g/cm3 e, portanto, Kd é de 10,8 GPa para uma porosidade (φ) de 30% e
Kd = 16,9 GPa para φ = 21%. O módulo de cisalhamento (μ) é de 2,2 GPa.

ii) Propriedades do Fluido e Upscaling da Saturação. Como mencionado no


Capítulo 2, levar os dados obtidos na simulação de fluxo para escala sísmica é
fundamental para realizar a modelagem sísmica. Os resultados de saturação para a
escala pequena (Lc x Lc) devem ser representados na escala sísmica de modo a
serem transformados em valores de impedância. Por esse motivo é realizado o
upscaling da saturação, de maneira que para cada unidade de discretização
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

sísmica seja calculado um valor de saturação dado pela média volumétrica dos
valores de saturação obtidos no esquema de simulação na escala pequena
(Figura 5.1).

injetor produtor
Escala sísmica Escala fina de
(50 m x 20 m) simulação Lc x Lc
80 m

300 m

Figura 5.1 – Escala sísmica versus escala de simulação de fluxo.

A saturação de cada fase (gás, óleo e água) é levada para a escala sísmica
fazendo-se o seguinte cálculo volumétrico:

∑ (ΔxΔyΔz ) φ S i ni
S upsc
= i
(5.8)
∑ (ΔxΔyΔz) φ
n
i
i
Capítulo 5 - Modelagem Sísmica no Tempo 89

onde i é o número de células de simulação, n a fase, e ∆x, ∆y, ∆z são as dimensões


de cada célula ou bloco da malha de simulação. O índice upsc indica a quantidade
efetiva ou média.
As Figuras 5.2 a 5.5 mostram os mapas de saturação, na escala sísmica, para
os cenários de injeção de gás apresentados no Capítulo 4 (Tabela 4.3). O
upscaling do modelo na escala fina resulta em um modelo de 24 células, seis na
horizontal e quatro na vertical, de dimensões 50 m x 20 m. Todos os mapas
obtidos para essa nova escala ilustram o avanço da frente de injeção de gás no
reservatório para 100, 500 e 1000 dias. Observa-se que, como conseqüência do
processo de upscaling, existe uma perda de informação com relação à localização
da frente de injeção. Dessa maneira, quanto mais uniforme for o avanço da frente
de gás, maior a confiabilidade nas seções de saturação de gás obtidas com o
processo de upscaling. Por outro lado, nota-se que para cada tempo, a frente de
injeção conserva o padrão de saturação de cada modelo na escala fina.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

Sg

1 0.5

0.4
2
0.3
3 0.2

0.1
4
0
1 2 3 4 5 6
Sg

1 0.5

0.4
2
0.3
3 0.2

0.1
4
1 2 3 6
0
1 2 3 4 5 6
Sg

1 0.5

0.4
2
0.3
3 0.2

0.1
4
0
1 2 3 4 5 6

Figura 5.2 – Mapas de saturação de gás para o cenário de injeção de gás leve em
reservatório saturado com óleo de 25 oAPI. De cima para baixo: 100, 500 e 1000 dias.
Capítulo 5 - Modelagem Sísmica no Tempo 90

Sg

1 0.5

0.4
2
0.3
3 0.2

0.1
4
1 2 3 4 5 6 0
1 2 3 4 5 6
Sg

1 0.5

0.4
2
0.3
3 0.2

0.1
4
1 2 3 4 5 6 0
1 2 3 4 5 6
Sg

1 0.5

0.4
2
0.3
3 0.2

0.1
4
0
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

1 2 3 4 5 6

Figura 5.3 – Seções de saturação de gás para o cenário de injeção de gás pesado em
reservatório saturado com óleo de 25 oAPI. De cima para baixo: 100, 500 e 1000 dias.

Sg

1 0.5

0.4
2
0.3
3 0.2

0.1
4
0
1 2 3 4 5 6
Sg

1 0.5

0.4
2
0.3
3 0.2

0.1
4
0
1 2 3 4 5 6
Sg

1 0.5

0.4
2
0.3
3 0.2

0.1
4
1 2 3 4 6
0
1 2 3 4 5 6

Figura 5.4 – Seções de saturação de gás para o cenário de injeção de gás leve em
reservatório saturado com óleo de 20 oAPI. De cima para baixo: 100, 500 e 1000 dias.
Capítulo 5 - Modelagem Sísmica no Tempo 91

Sg

1 0.5

0.4
2
0.3
3 0.2

0.1
4
0
1 2 3 4 5 6
Sg

1 0.5

0.4
2
0.3
3 0.2

0.1
4
0
1 2 3 4 5 6
Sg

1 0.5

0.4
2
0.3
3 0.2

0.1
4
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

0
1 2 3 4 5 6

Figura 5.5 – Seções de saturação de gás para o cenário de injeção de gás pesado em
reservatório saturado com óleo de 20 oAPI. De cima para baixo: 100, 500 e 1000 dias.

Depois de realizar o upscaling das saturações, são calculadas as densidades


para cada célula a partir da média de Voigt:

n
ρ upsc
fl = ∑ Snupsc ρ n (5.9)
i =1

Os parâmetros de densidade e módulo bulk para as diferentes fases são os já


apresentados na Tabela 4.1, para o gás, e na Tabela 4.2, para o óleo. De igual
maneira, as propriedades da água são as utilizadas na simulação de fluxo
(Capítulo 4.1.2).

5.1.3.
Cálculo da Velocidade Compressional e Impedância Acústica

Utilizando os valores de saturação e densidade obtidos para escala sísmica,


são calculadas as velocidades mediante o esquema de substituição de
Reuss−Gassmann−Hill, proposto por Sengupta & Mavko (2003). Primeiramente,
Capítulo 5 - Modelagem Sísmica no Tempo 92

calcula-se o módulo bulk da mistura óleo e gás na escala fina para a saturação de
óleo residual, Kfl2 (Eq. 2.32). Com Kfl1 (módulo bulk do óleo) na Eq. 2.30 e
substituindo Kfl2 na Eq. 2.31 obtém-se o módulo bulk da rocha saturada com
fluido distribuído de maneira heterogênea e modificado pela saturação com óleo
residual. Finalmente, o campo de velocidade compressional, Vp, para cada célula
da malha é obtido através da Eq. 2.36. A impedância acústica é calculada através
da equação:

I = ρ BV p (5.10)

i) Saturação de Gás. Nesta seção é feita uma análise do comportamento da


velocidade compressional para cada modelo, Gassmann e M&J, segundo a
saturação de gás. A Figura 5.6 mostra a variação da velocidade compressional na
escala sísmica ( V pupsc ) calculada através do modelo de Gassmann, conforme o óleo
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

in situ é substituído pelo gás. A curva inferior corresponde ao modelo de


saturação homogênea ou uniforme e se refere a uma mistura de fluidos na escala
de poros das fases do fluido dos poros. A curva superior é obtida usando o modelo
de saturação heterogênea ou patchy, e se refere a escalas maiores de saturação.
Essas duas curvas representam os limites dentro dos quais a velocidade poderia se
encontrar. Ao comparar a Figura 5.6a com a Figura 5.6b pode-se observar que o
aumento da porosidade se traduz em uma redução da sensibilidade de Vp à
variação de saturação de gás, Sg. Quanto maior a porosidade, maior o peso do
parâmetro ρB no cálculo de Vp (Eq. 2.36), e portanto, menor a velocidade. Esse
comportamento é observado para os diferentes cenários modelados, o que
indicaria que rochas com altos valores de porosidade mostram menor
sensibilidade da velocidade compressional à substituição de fluido.
Capítulo 5 - Modelagem Sísmica no Tempo 93

2650

¼ Vp patchy
2600 | Vp upscaled
¼ Vp homogênea
2550

2500
Vp (m/s)

2450

2400

2350
(a)
2300
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Sg
2650

2600

2550
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

2500
Vp (m/s)

2450
¼ Vp patchy
| Vp upscaled
2400 ¼ Vp homogênea

2350

(b)
2300
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Sg

Figura 5.6 – Variação de V phomogêneo , V ppatchy e V pupsc (Gassmann) com a saturação de


gás para 500 dias, para o cenário de injeção de gás leve em reservatório saturado com
óleo de 25 oAPI para (a) φ =21%, e (b) φ =30%.

Através das Figuras 5.6 e 5.7 pode-se analisar a influência do tipo de fluido
injetado na resposta da velocidade. As Figuras 5.6a e 5.7a, por exemplo,
apresentam cenários de igual porosidade (φ = 0,21) e fluido in situ, mas com
propriedades de gás de injeção diferentes. Observa-se que a velocidade varia de
maneira mais significativa conforme aumenta Sg para o caso de injeção de gás
pesado (Fig. 5.7a). Além disso, para esse caso, Vp se aproxima mais do
comportamento heterogêneo no início do processo de injeção de gás. Isso pode ser
explicado com base nas seções de saturação de gás tanto na escala fina (Fig. 4.5 e
Capítulo 5 - Modelagem Sísmica no Tempo 94

Fig. 4.6) quanto na escala sísmica (Fig. 5.2 e Fig. 5.3). Observa-se que para o
cenário onde está sendo injetado gás pesado, a frente se desloca mais
uniformemente criando duas regiões bem definidas, uniformes e de saturações
contrastantes a cada lado da frente. Saturações variando espacialmente, como
nesse caso, favorecem a dispersão da velocidade e a aproximação da nova curva
de velocidade ao comportamento heterogêneo.

2650

2600 ¼ Vp patchy
| Vp upscaled
¼ Vp homogênea
2550

2500
Vp (m/s)

2450
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

2400

2350

(a)
2300
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Sg

2650

2600 ¼ Vp patchy
| Vp upscaled
¼ Vp homogênea
2550

2500
Vp

2450

2400

2350

(b)
2300
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Sg

Figura 5.7 – Variação de V phomogêneo , V ppatchy e V pupsc (Gassmann) com a saturação de


gás para 500 dias, para o cenário de injeção de gás pesado em reservatório saturado
com óleo de 25 oAPI para (a) φ =21%, e b) φ =30%.
Capítulo 5 - Modelagem Sísmica no Tempo 95

Na teoria proposta por M&J, além da porosidade, φ, a tortuosidade (a)


determina também o comportamento da velocidade compressional como ilustrado
na Figura 5.8. Segundo a figura, ao contrário do obtido ao aplicar o modelo de
Gassmann, o aumento da porosidade diminui Vp. Isso se deve a que quanto maior
a porosidade, maior volume poroso pode ser ocupado pelo fluido, o que representa
uma queda na resistência da rocha e, portanto, uma diminuição da velocidade.
Além disso, o valor da porosidade influencia notoriamente na resposta de
velocidade quando considerado o mecanismo de fluxo local, pois porosidades
entre 15% e 30% determinam uma ampla faixa de variação da velocidade que vai
desde 2600 m/s até 3400 m/s. Também na Figura 5.8 observa-se que as curvas
obtidas para várias tortuosidades e uma mesma porosidade ficam mais próximas
quanto menor a porosidade. Isso demonstra que o aumento da porosidade
determina uma maior sensibilidade de Vp à tortuosidade. Esse comportamento é
observado para os diferentes cenários modelados, o que poderia significar que a
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

dificuldade que o fluido tem para se deslocar no espaço poroso pode resultar
relevante na estimativa de Vp para rochas com alta porosidade como o arenito.

3400
φ = 0.15
3300

3200

3100
φ = 0.21

3000
Vp (m/s)

2900

2800

2700 φ = 0.30

2600 +a=3
| a = 2.5
2500
▫a=2
2400
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Sg

Figura 5.8 – V pupsc obtida através do modelo de M&J para 500 dias, no cenário de
injeção de gás leve em reservatório saturado com óleo de 25 oAPI.

Uma questão interessante no que tem a ver com a tortuosidade é o aumento


da velocidade compressional com a injeção de gás. A curva que corresponde a
Capítulo 5 - Modelagem Sísmica no Tempo 96

uma porosidade de 30% e tortuosidade igual a três mostra uma queda da


velocidade com o aumento de Sg, que seria o resultado esperado como
conseqüência da substituição do óleo pelo gás. No entanto, à medida que a
tortuosidade diminui, esse comportamento se transforma em um aumento da
velocidade com Sg. Assim, a velocidade obtida através do modelo de M&J pode
aumentar ou diminuir com a injeção de gás dependendo do valor da tortuosidade.
Isso deve ser analisado com o objetivo de obter aplicações realistas, já que baixas
velocidades não seriam um indicador de presença de gás para certos valores de
tortuosidade.
A Figura 5.9 mostra uma comparação entre os resultados obtidos com
Gassmann e com M&J para uma porosidade de 30% e diferentes tortuosidades,
depois de 500 dias de injeção de gás. Nota-se a diferença na resposta de
velocidade com os dois modelos e a faixa de variação de Vp para cada saturação
de gás, sendo esta variação máxima (ΔVp ≈ 350 m/s) para a situação onde o meio
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

poroso está saturado com 50% de gás.

2850
Mavko & Jizba a = 3
2800

2750 Mavko & Jizba a = 2.5

2700
Mavko & Jizba a = 2
Vp (m/s)

2650
¼ Vp patchy
2600 | Vp upscaled
¼ Vp homogênea
2550

2500 Gassmann

2450
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Sg

Figura 5.9 – Comparação entre V pupsc de Gassmann e V pupsc de M&J para φ =30%, para o
cenário de injeção de gás pesado em reservatório saturado com óleo de 20 oAPI.

Para todos os modelos analisados, o aumento da tortuosidade resulta no


aumento da velocidade compressional. A dificuldade para o fluido se deslocar no
meio poroso como conseqüência da tortuosidade (Fig. 5.10a) gera uma tensão
Capítulo 5 - Modelagem Sísmica no Tempo 97

(ΔP1) que resulta na dispersão de Vp. O processo de deslocamento de fluido num


meio de tortuosidade maior (Fig. 5.10b) acarreta o incremento dessa tensão
(ΔP2 > ΔP1), que por sua vez aumenta a dispersão e, portanto, a velocidade.

ΔP2

ΔP1
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

(a) (b)

Figura 5.10 – Exemplo de meio poroso (a) com baixa tortuosidade, (b) alta tortuosidade.

ii) Campos de Velocidade e Impedância Acústica. O efeito da saturação na


velocidade compressional, Vp, para os quatro cenários simulados (Tabela 4.3)
aparece ilustrado nas Figuras 5.11 a 5.18, para uma porosidade de 30% e
tortuosidade igual a três (para M&J). Os campos de velocidade para cada tempo
mostram que a substituição de óleo pelo gás produz uma queda da velocidade de
acordo com a distribuição da saturação. Além disso, novamente pode se observar
que, com relação ao modelo de Gassmann, o modelo de M&J fornece valores
maiores de Vp para cada célula da malha.
Os mapas de velocidade confirmam que os resultados baseados no modelo
de Gassmann apresentam uma variação da Vp com a saturação que depende do
tipo de gás injetado. Depois de 1000 dias, a injeção de gás pesado produz uma
queda da velocidade de até 120 m/s (Fig. 5.13 e Fig. 5.17), enquanto que com o
gás leve a velocidade no reservatório tem uma variação máxima de 12 m/s
(Fig. 5.11 e Fig. 5.15). Entretanto, esse comportamento diferenciado não aparece
na resposta de velocidade calculada com o modelo de M&J, como pode ser
observado comparando a Figura 5.12 com a Figura 5.14, e a Figura 5.16 com
Figura 5.18.
Capítulo 5 - Modelagem Sísmica no Tempo 98

Vp (m/s)

100 dias
2
2500
1
2

2 2 2496
2

3 2492
2

2
4
2 2488
1
1 2
2 3
3
44 5
5 6
6
p( )
2500
2

1 500 dias
2

2 2496
2

3 2492
2

2
4
2488
2
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6

2
2500
1 1000 dias
2

2 2496
2

3 2 2492
2
4
2 2488
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6

Figura 5.11 – Campos de velocidade compressional, Vp, obtidos usando Gassmann para
injeção de gás leve em reservatório saturado com óleo de 25 oAPI, φ =30%.

Vp (m/s)

1 100 dias 2775

2 2765

3
2755

4
2745
1 2 3 4 5 6 p( )

1 500 dias 2775

2 2765

3
2755

4
1 2 3 4 5 6
2745
1 2 3 4 5 6 p( )

1 1000 dias 2775

2 2765

3
2755

4
2745
1 2 3 4 5 6

Figura 5.12 – Campos de Vp obtidos com o modelo de M&J para injeção de gás leve em
reservatório saturado com óleo de 25 oAPI, φ =30%, a=3.
Capítulo 5 - Modelagem Sísmica no Tempo 99

Vp (m/s)

1 100 dias 2600

2 2560

3
2520

4
2480
1 2 3 4 5 6

1 500 dias 2600

2 2560

3 2520

4
2480
1 2 3 4 5 6

1 1000 dias 2600

2 2560

3
2520

4
2480
1 2 3 4 5 6
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

Figura 5.13 – Campos de Vp obtidos com o modelo de Gassmann para injeção de gás
pesado em reservatório saturado com óleo de 25 oAPI, φ=30%.

Vp (m/s)
2832
1 100 dias

2826
2

3 2820

4
2814
1 2 3 4 5 6
2832
1 500 dias

2826
2

3 2820

4
2814
1 2 3 4 5 6
2832
1 1000 dias

2826
2

3 2820

4
2814
1 2 3 4 5 6

Figura 5.14 – Campos de Vp obtidos com o modelo de M&J para injeção de gás pesado
em reservatório saturado com óleo de 25 oAPI, φ =30%, a=3.
Capítulo 5 - Modelagem Sísmica no Tempo 100

Vp (m/s)
2500
1 100 dias

2496
2

3 2492

4
2488
1 2 3 4 5 6
2500
1 500 dias

2496
2

3 2492

4
2488
1 2 3 4 5 6
2500
1 1000 dias

2496
2

3 2492

4
2488
1
1 2
2 3
3
44 5
5 6
6
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

Figura 5.15 – Campos de Vp obtidos através do modelo de Gassmann para injeção de


gás leve em reservatório saturado com óleo de 20 oAPI, φ =30%.

Vp (m/s)

1 100 dias 2780

2 2770

3
2760

4
1 2 3 4 5 6
2750
1 2 3 4 5 6 p( )

1 500 dias 2780

2 2770

3
2760

4
2750
1 2 3 4 5 6

1 1000 dias 2780

2 2770

3
2760

4
2750
1 2 3 4 5 6

Figura 5.16 – Campos de Vp obtidos através do modelo de M&J para injeção de gás leve
em reservatório saturado com óleo de 20 oAPI, φ =30%, a=3.
Capítulo 5 - Modelagem Sísmica no Tempo 101

Vp (m/s)
2620
1 100 dias

2580
2

3 2540

4
2500
1 2 3 4 5 6 p( )
2620
1 500 dias

2580
2

3 2540

4
2500
1 2 3 4 5 6
2620
1 1000 dias

2580
2

3 2540

4
2500
1 2 3 4 5 6
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

Figura 5.17 – Campos de Vp obtidos através do modelo de Gassmann para injeção de


gás pesado em reservatório saturado com óleo de 20 oAPI, φ=30%.

Vp (m/s)
2690
1 100 dias

2680
2

3 2670

4
2660
1 2 3 4 5 6
2690
1 500 dias

2680
2

3 2670

4
2660
1 2 3 4 5 6
2690
1 1000 dias

2680
2

3 2670

4
2660
1 2 3 4 5 6

Figura 5.18 – Campos de Vp obtidos através do modelo de M&J para injeção de gás
pesado em reservatório saturado com óleo de 20 oAPI, φ =30%, a=3.
Capítulo 5 - Modelagem Sísmica no Tempo 102

As Figuras 5.19 a 5.26 apresentam alguns exemplos da mudança na


impedância (Eq. 5.11), mapeada a partir das simulações para 100, 500 e 1000 dias
de produção comparadas com o estado inicial do reservatório antes da injeção-
produção. Os campos de impedância são obtidos utilizando os modelos de
Gassmann e M&J, e correspondem aos mesmos cenários calculados para os
campos de velocidade anteriormente apresentados (φ = 30%, a = 3).

I t − I t0
ΔI = * 100 (5.11)
I t0

Δ I (%)

1 100 dias 6 6
5
2 4 4
3
3
2 2
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

4 1

1 2 3 4 5 6
( )

1 500 dias 6
5
2 4
3
3
2

4 1
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6

1 1000 dias 6
5
2
4
3
3
2
4 1

1 2 3 4 5 6

Figura 5.19 – Mapas de mudança de impedância acústica obtidos através do modelo de


Gassmann para injeção de gás leve em reservatório saturado com óleo de 25 oAPI,
φ=30%.
Capítulo 5 - Modelagem Sísmica no Tempo 103

As variações nos mapas de mudança de impedância acústica obedecem à


distribuição da saturação, à densidade do fluido que satura o espaço poroso e à sua
velocidade, daí a semelhança entre os mapas de Vp e os mapas de ΔI para cada
cenário. Pode-se observar nos mapas de ΔI plotados para cada tempo que a
injeção de gás causa o decréscimo da impedância acústica no reservatório e,
portanto, perto do poço injetor onde a saturação de gás é máxima corresponde à
máxima variação de impedância acústica.

Δ I (%)

1 100 dias 6
5
2 4
3
3
2
4 1

1 2 3 4 5 6

1 500 dias 6
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

5
2 4
3
3
2

4 1
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6

1 1000 dias 6
5
2
4
3
3
2
4 1
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6

Figura 5.20 – Mapas de mudança de impedância acústica obtidos através do modelo de


M&J para injeção de gás leve em reservatório saturado com óleo de 25 oAPI, φ=30%,
a=3.

Para os cenários onde está sendo injetado gás pesado, a mudança na


impedância durante a produção depende do modelo de física de rochas utilizado
no cálculo. No reservatório saturado inicialmente com óleo de 25 oAPI (Fig. 5.21
e Fig. 5.22), a máxima variação na impedância acústica obtida com o modelo de
Gassmann (ΔImax = 8%) é o dobro da variação na impedância calculada com M&J
(ΔImax = 4%). Isso se deve à sensibilidade de cada modelo à mudança da saturação
de gás, como já explicado na Figura 5.9. A Vp de M&J é maior que a Vp de
Capítulo 5 - Modelagem Sísmica no Tempo 104

Gassmann, mas a primeira é pouco afetada pela injeção de gás ao longo do tempo.
De igual maneira, para o cenário com óleo 20 oAPI (Fig. 5.25 e Fig. 5.26), ΔImax é
de 8% quando utilizado o modelo de Gassmann, e ΔImax é de 2,5% através do
modelo de M&J. Esse último resultado pode representar dificuldade da análise
sísmica, já que na prática para conseguir uma reflexão sísmica importante, deve
existir uma mudança de pelo menos 4% na impedância acústica durante a
produção (Lumley & Behrens, 1998)..

Δ I (%)
8
1 100 dias 7
6
2 5
4
3 3
2
4 1

1 2 3 4 5 6
8
1 500 dias 7
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

6
2 5
4
3 3
2
4 1

1 2 3 4 5 6
8
1 1000 dias 7
6
2 5
4
3 3
2
4 1

1 2 3 4 5 6

Figura 5.21 – Mapas de mudança de impedância acústica obtidos através do modelo de


Gassmann. Injeção de gás pesado em reservatório saturado com óleo de 25 oAPI,
φ=30%.
Capítulo 5 - Modelagem Sísmica no Tempo 105

Δ I (%)
4
1 100 dias 3.5
3
2 2.5
2
3 1.5
1
4 0.5

1 2 3 4 5 6
4
1 500 dias 3.5
3
2 2.5
2
3 1.5
1
4 0.5

1 2 3 4 5 6
4
1 1000 dias 3.5
3
2 2.5
2
3 1.5
1
4 0.5
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

1 2 3 4 6
1 2 3 4 5 6

Figura 5.22 – Mapas de mudança de impedância acústica obtidos através do modelo de


M&J, injeção de gás pesado em reservatório saturado com óleo de 25 oAPI, φ=30%, a=3.

Δ I (%)
6
1 100 dias
5

2 4
3
3 2

4 1

1 2 3 4 5 6
6
1 500 dias 5

4
2
3
3 2

4 1

1 2 3 4 5 6

6
1 1000 dias
5

4
2
3
3 2

1
4

1 2 3 4 5 6

Figura 5.23 – Mapas de mudança de impedância acústica obtidos através do modelo de


Gassmann para injeção de gás leve em reservatório saturado com óleo 20 oAPI, φ=30%.
Capítulo 5 - Modelagem Sísmica no Tempo 106

Δ I (%)
7
1 100 dias
6
5
2
4
3
3
2
4 1
0
1 2 3 4 5 6
7
1 500 dias 6
5
2
4
3
3
2
4 1
0
1 2 3 4 5 6
7
1 1000 dias 6
5
2 4
3
3
2

4 1
0
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6

Figura 5.24 – Mapas de mudança de impedância acústica obtidos através do modelo de


M&J para injeção de gás leve em reservatório saturado com óleo 20 oAPI, φ=30%, a=3.

Δ I (%)
8
1 100 dias
6
2
4
4

3
2
4
0
1 2 3 4 5 6
8
1 500 dias
6
2
4
3
2
4
0
1 2 3 4 5 6
8
1 1000 dias
6
2
4
3
2
4
0
1 2 3 4 5 6

Figura 5.25 – Mapas de mudança de impedância acústica obtidos através de Gassmann.


Injeção de gás pesado em reservatório saturado com óleo de 20 oAPI, φ=30%.
Capítulo 5 - Modelagem Sísmica no Tempo 107

Δ I (%)
2.5
1 100 dias
2

2 1.5

1
3
0.5
4
0
1 2 3 4 5 6
2.5
1 500 dias
2

2 1.5

1
3
0.5
4
1 2 3 4 5 6 0
1 2 3 4 5 6
2.5
1 1000 dias
2

2 1.5

1
3
0.5
4
0
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

1 2 3 4 5 6

Figura 5.26 – Mapas de mudança de impedância acústica obtidos através do modelo de


M&J, injeção de gás pesado em reservatório saturado com óleo de 20 oAPI, φ=30%, a=3.

5.2.
Seções Sísmicas

A Figura 5.27 mostra de maneira esquemática os passos para realizar a


modelagem sísmica. A partir das distribuições de velocidade e densidade no
reservatório obtidas com os dados provenientes da simulação de fluxo e as
transformações de física de rochas aplicadas, são simulados levantamentos
sísmicos de superfície mediante o programa Tesseral® (Apêndice A2), para três
tempos de produção diferentes (antes da produção, 500 dias e 1000 dias).
Capítulo 5 - Modelagem Sísmica no Tempo 108

Modelo do Reservatório

Distribuição espaço-
Resposta sísmica
temporal da saturação
sintética (base)
e pressão (t=1)

Diferença
Simulação de fluxo

Atualização do modelo Resposta sísmica


do reservatório (t=2) sintética (monitor)

Figura 5.27 – Esquema da modelagem e cálculo da diferença.

Visto que as diferentes interfaces do modelo são horizontais e a geometria é


relativamente simples, optou-se por gerar os sismogramas fazendo levantamentos
de incidência normal às interfaces, utilizando uma wavelet com espectro de
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

freqüência dominante de 50 Hz. A Figura 5.28 mostra o cenário modelado e a


distribuição de fontes e receptores na superfície.

Fontes e Receptores

Água

Folhelho 1

Reservatório

Folhelho 2

Figura 5.28 – Geometria de aquisição utilizada na modelagem sísmica.

Para gerar o sismograma, devem ser consideradas as propriedades das


rochas que selam o reservatório. A rocha que sela o topo do reservatório é
Capítulo 5 - Modelagem Sísmica no Tempo 109

folhelho de densidade 2,3 g/cm3 e velocidade 3100 m/s. Na base, o folhelho


apresenta densidade de 2,45 g/cm3 e velocidade de 3600 m/s. A Figura 5.29
apresenta um exemplo dos sismogramas obtidos para t = 0 e t = 500 dias. Assume-
se que quando a onda passa de uma região de maior velocidade para uma de
menor velocidade são registradas amplitudes negativas; caso contrário (menor
velocidade para maior velocidade) as amplitudes serão positivas. Como as
impedâncias das rochas selantes são maiores do que as do reservatório esperam-se
amplitudes negativas no topo do reservatório e amplitudes positivas na base. A
convenção adotada mostra amplitudes negativas em azul e positivas em vermelho.
A injeção de gás no reservatório contribui reforçando a amplitude, positiva
ou negativa, em valor absoluto (Figura 5.29b). Isso acontece porque o gás diminui
o valor da impedância, favorecendo o contraste de impedâncias entre as camadas
selantes e o reservatório. No entanto, a presença de gás não pode ser visualizada
entre o topo e a base do reservatório nesse sismograma. Isso torna indispensável o
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

cálculo da seção sísmica de diferença, ou seção diferença, para conseguir destacar


a presença do fluido no reservatório.

0.37 0.37

0.38 0.38

0.39 0.39

0.40 0.40

0.41 0.41

0.42 0.42

0.43 0.43

0.44 0.44
0 50 100 150 200 250 300 0 50 100 150 200 250 300

(a) (b)

Figura 5.29 – Exemplo de sismograma para a) t = 0 e b) t = 500 dias.

As imagens da diferença, calculadas subtraindo do sismograma para um


tempo qualquer o sismograma para o tempo t = 0, mostram que na maioria dos
casos a dinâmica do fluido é visível sismicamente. A visualização da diferença
entre monitor e base é obtida a partir do programa desenvolvido por
Claudino (2007). As imagens são plotadas tendo no eixo horizontal distância (m)
Capítulo 5 - Modelagem Sísmica no Tempo 110

e na vertical tempo (s). A Figura 5.30 apresenta um exemplo de seção de


diferença mostrando a presença do fluido no reservatório.

(s) 0.37

0.38

Amplitude negativa
0.39

0.40
Interface selante-reservatório

Presença de fluido
0.41 Reservatório

0.42
Interface reservatório-selante

0.43
Amplitude positiva
0.44
0 50 100 150 200 250 300 (m)

Figura 5.30 – Exemplo da seção sísmica da diferença mostrando a frente de injeção no


reservatório.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

As Figuras 5.31 a 5.38 contêm os sismogramas obtidos após 500 dias de


injeção para os diferentes cenários simulados. De maneira geral, observa-se que os
sismogramas calculados através de Gassmann não se mostram em fase com os
obtidos usando o modelo de M&J, isto é, camadas selantes e fluido aparecem
registrados em frações de segundo diferentes. Isso acontece porque no modelo de
Gassmann a onda demora mais para atravessar o meio (velocidades menores), de
maneira que os eventos são registrados num tempo ligeiramente maior.
A Figura 5.31 corresponde ao caso de injeção de gás leve em cenário com
óleo 25 oAPI para φ = 30% e diferentes tortuosidades. Pode-se observar que a
variação da tortuosidade, a, se traduz em uma mudança da amplitude. O valor de a
determina a presença, ou não, da interface reservatório-selante (base do
reservatório) e interfere na resposta devido à presença do fluido. Para esse
cenário, a seção sísmica calculada com M&J a = 3 é a que mais se aproxima da
obtida com Gassmann. Isso pode ser explicado através da Figura 5.9, onde é
ilustrado o comportamento da velocidade segundo a saturação de gás para
Gassmann e M&J. Apesar de Gassmann e M&J a = 3 serem diferentes
quantitativamente, qualitativamente existe semelhança, pois o incremento da
saturação de gás resulta na queda de Vp. Consequentemente os mapas de
Capítulo 5 - Modelagem Sísmica no Tempo 111

velocidade (Fig. 5.11 e Fig. 5.12) e impedância (Fig. 5.19 e Fig. 5.20) se
assemelham e, portanto, a resposta sísmica. Isso também acontece para as seções
de diferença calculadas com a = 2 e a = 2,5, as quais apresentaram semelhança
entre si. As seções obtidas para M&J a = 2 e a = 2.5 da Figura 5.31 mostram que
na base do reservatório, próxima a região do poço produtor, não registra variação
das propriedades sísmicas através da seção de diferença. Esse resultado
acompanha o comportamento mostrado no mapa de saturação para 500 dias (Fig.
5.2) onde se observa que a frente de injeção varreu metade do reservatório.

0.37 0.37

0.38 0.38

0.39 0.39

0.40 0.40

0.41 0.41
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

0.42 0.42

0.43 0.43

0.44 0.44
0 50 100 150 200 250 300 0 50 100 150 200 250 300

Gassmann Mavko & Jizba a=2

0.37 0.37

0.38 0.38

0.39 0.39

0.40 0.40

0.41 0.41

0.42 0.42

0.43 0.43

0.44 0.44
0 50 100 150 200 250 300 0 50 100 150 200 250 300

Mavko & Jizba a=3 Mavko & Jizba a=2,5

Figura 5.31 – Efeito time-lapse: injeção de gás leve em cenário com óleo de 25 oAPI,
φ=30% e tortuosidade (a) igual a 2, 2,5 e 3.

As seções de diferença obtidas para o mesmo cenário anterior, mas


mudando a porosidade para φ = 21%, aparecem na Figura 5.32. A diminuição da
porosidade de 30% para 21% não afeta às seções de diferença de maneira notória,
Capítulo 5 - Modelagem Sísmica no Tempo 112

sendo os resultados similares aos mostradas na Figura 5.31. Novamente, a


tortuosidade interfere na amplitude e o modelo que mais se assemelha com
Gassmann é M&J a = 3. Também, a seção de diferença calculada com M&J a = 2
não registra variação das propriedades sísmicas na base do reservatório, perto do
poço produtor, de forma semelhante à seção calculada com M&J a = 2,5.

0.37 0.37

0.38 0.38

0.39 0.39

0.40 0.40

0.41 0.41

0.42 0.42

0.43 0.43
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

0.44 0.44
0 50 100 150 200 250 300 0 50 100 150 200 250 300
Mavko & Jizba a=2
Gassmann

0.37 0.37

0.38 0.38

0.39 0.39

0.40 0.40

0.41 0.41

0.42 0.42

0.43 0.43

0.44 0.44
0 50 100 150 200 250 300 0 50 100 150 200 250 300

Mavko & Jizba a=3 Mavko & Jizba a=2,5

Figura 5.32 – Efeito time-lapse: injeção de gás leve em cenário com óleo de 25 oAPI,
φ=21% e tortuosidade (a) igual a 2, 2,5 e 3..

A Figura 5.33 corresponde ao cenário de injeção de gás pesado em


reservatório saturado com óleo 25 oAPI e φ = 30%. Os resultados obtidos com
Gassmann e M&J a = 3 indicam que houve mudanças das propriedades sísmicas
onde a frente de gás ainda não chegou (ver mapa de saturação para 500 dias,
Figura 5.3). Entretanto, as seções de diferença para M&J a = 2 e M&J a = 2,5
refletem sim a dinâmica do fluido, pois mostra que a frente de injeção avançou até
Capítulo 5 - Modelagem Sísmica no Tempo 113

a metade do reservatório, o que pode ser observado no mapa de saturação para


este cenário.

0.37 0.37

0.38 0.38

0.39 0.39

0.40 0.40

0.41 0.41

0.42 0.42

0.43 0.43

0.44 0.44
0 50 100 150 200 250 300 0 50 100 150 200 250 300

Gassmann Mavko & Jizba a=2

0.37 0.37
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

0.38 0.38

0.39 0.39

0.40 0.40

0.41 0.41

0.42 0.42

0.43 0.43

0.44 0.44
0 50 100 150 200 250 300 0 50 100 150 200 250 300

Mavko & Jizba a=3 Mavko & Jizba a=2.5


Figura 5.33 – Efeito time-lapse: injeção de gás pesado em cenário com óleo de 25 oAPI,
φ=30% e tortuosidade (a) igual a 2, 2,5 e 3..

As seções de diferença obtidas para o mesmo cenário anterior (gás pesado


em cenário com óleo de 25 oAPI), mas com porosidade φ = 21%, aparecem na
Figura 5.34. Segundo essa figura, as seções de diferença calculadas para todos os
modelos permitem enxergar o avanço da frente de gás. A porosidade adotada é
alta o suficiente para visualizar o fluido na seção da diferença sem interferir no
acoplamento dos sismogramas (t = 0 e t = 500 dias). A melhoria dos resultados se
deve também ao tipo de fluido injetado (gás pesado) que faz com que a amplitude
sísmica tenha uma alteração importante com a substituição de fluido, mas sem
impactar negativamente no ajuste dos sismogramas. Diferentemente do gás leve, o
Capítulo 5 - Modelagem Sísmica no Tempo 114

gás pesado tem propriedades que se aproximam mais às do óleo in situ, que faz
com que a amplitude sísmica sofra uma mudança menor com a substituição de
fluido. Então, como os sismogramas para t = 0 e t = 500 dias se assemelham mais,
a subtração destes para criar a seção de diferença tem menos chance de apresentar
resíduos que possam ser mal interpretados como eventos.

0.37 0.37

0.38 0.38

0.39 0.39

0.40 0.40

0.41 0.41

0.42 0.42

0.43 0.43
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

0.44 0.44
0 50 100 150 200 250 300 0 50 100 150 200 250 300

Gassmann Mavko & Jizba a=2

0.37 0.37

0.38 0.38

0.39 0.39

0.40 0.40

0.41 0.41

0.42 0.42

0.43 0.43

0.44 0.44
0 50 100 150 200 250 300 0 50 100 150 200 250 300

Mavko & Jizba a=3 Mavko & Jizba a=2,5


Figura 5.34 – Efeito time-lapse: injeção de gás pesado em cenário com óleo de 25 oAPI,
φ=21% e tortuosidade (a) igual a 2, 2,5 e 3..

As Figuras 5.35 e 5.36 mostram claramente a frente de injeção de gás leve


em reservatório saturado com óleo 20 oAPI para φ = 30% e φ = 21%,
respectivamente. Como nos cenários anteriormente analisados, nota-se que a
seção de diferença calculada com Gassmann se assemelha com a obtida para
M&J a = 3 e de novo registra variação das propriedades sísmicas na base do
reservatório, onde a frente de gás não chegou ainda. Também para esses cenários,
Capítulo 5 - Modelagem Sísmica no Tempo 115

a porosidade não influencia na variação das propriedades sísmicas como tempo e


as seções da diferença calculadas com M&J a = 2 e M&J a = 2,5 não registram
variação das propriedades sísmicas na base do reservatório, perto do poço
produtor, como seria esperado segundo os mapas de saturação (Fig. 5.4).

0.37 0.37

0.38 0.38

0.39 0.39

0.40 0.40

0.41 0.41

0.42 0.42

0.43 0.43

0.44 0.44
0 50 100 150 200 250 300 0 50 100 150 200 250 300
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

Gassmann Mavko & Jizba a=2

0.37
0.37
Mavko & Jizba a=2,5
0.38
0.38

0.39
0.39

0.40
0.40

0.41
0.41

0.42
0.42

0.43
0.43

0.44
0.44
0 50 100 150 200 250 300
0 50 100 150 200 250 300
Mavko & Jizba a=3
Figura 5.35 – Efeito time-lapse: injeção de gás leve em cenário com óleo de 20 oAPI,
φ=30% e tortuosidade (a) igual a 2, 2,5 e 3.
Capítulo 5 - Modelagem Sísmica no Tempo 116

0.37 0.37

0.38 0.38

0.39 0.39

0.40 0.40

0.41 0.41

0.42 0.42

0.43 0.43

0.44 0.44
0 50 100 150 200 250 300 0 50 100 150 200 250 300

Gassmann Mavko & Jizba a=2

0.37 0.37

0.38 0.38

0.39 0.39

0.40 0.40
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

0.41 0.41

0.42 0.42

0.43 0.43

0.44 0.44
0 50 100 150 200 250 300 0 50 100 150 200 250 300

Mavko & Jizba a=3 Mavko & Jizba a=2,5


Figura 5.36 – Efeito time-lapse: injeção de gás leve em cenário com óleo de 20 oAPI,
φ=21% e tortuosidade (a) igual a 2, 2,5 e 3.

Nos sismogramas referentes ao cenário de injeção de gás pesado em


reservatório com óleo de 20 oAPI para φ = 30% e φ = 21% (Fig. 5.37 e Fig. 5.38),
o avanço da frente de gás aparece claramente, apesar da variação da impedância
com o tempo ser menor que 3% (Figura 5.26). Para esses cenários, a porosidade e
o tipo de fluido influenciam no sinal registrado como explicado para os cenários
anteriores. A injeção de gás mais pesado (Fig. 5.38) melhora a qualidade dos
resultados fornecendo seções de alta confiabilidade, pois as imagens obtidas com
Gassmann e M&J para as diferentes tortuosidades mostram a posição esperada da
frente de injeção para 500 dias.
Em geral, nos cenários modelados, pode-se observar que a modelagem com
M&J para tortuosidade de 2,5 sempre fornece seções de diferença precisas
(perfeita justaposição), independendo da porosidade e do tipo de fluido injetado.
Capítulo 5 - Modelagem Sísmica no Tempo 117

0.37 0.37

0.38 0.38

0.39 0.39

0.40 0.40

0.41 0.41

0.42 0.42

0.43 0.43

0.44 0.44
0 50 100 150 200 250 300 0 50 100 150 200 250 300

Gassmann Mavko & Jizba a=2

0.37 0.37

0.38 0.38

0.39 0.39

0.40 0.40

0.41
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

0.41

0.42 0.42

0.43 0.43

0.44 0.44
0 50 100 150 200 250 300 0 50 100 150 200 250 300

Mavko & Jizba a=3 Mavko & Jizba a=2,5


Figura 5.37 – Efeito time-lapse: injeção de gás pesado em cenário com óleo de 20 oAPI,
φ=30% e tortuosidade (a) igual a 2, 2,5 e 3.
Capítulo 5 - Modelagem Sísmica no Tempo 118

0.37 0.37

0.38 0.38

0.39 0.39

0.40 0.40

0.41 0.41

0.42 0.42

0.43 0.43

0.44 0.44
0 50 100 150 200 250 300 0 50 100 150 200 250 300

Gassmann Mavko & Jizba a=2

0.37 0.37

0.38 0.38

0.39 0.39

0.40 0.40
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

0.41 0.41

0.42 0.42

0.43 0.43

0.44 0.44
0 50 100 150 200 250 300 0 50 100 150 200 250 300

Mavko & Jizba a=3 Mavko & Jizba a=2,5


Figura 5.38 – Efeito time-lapse: injeção de gás pesado em cenário com óleo de 20 oAPI,
φ=21% e tortuosidade (a) igual a 2, 2,5 e 3.

Os resultados obtidos para 1000 dias conduziram a análises semelhantes às


realizadas para 500 dias. A maneira de exemplo apresenta-se a Figura 5.39, que
mostra o avanço da frente de injeção de gás leve em cenário com óleo de 25 oAPI
e φ = 30%.
Capítulo 5 - Modelagem Sísmica no Tempo 119

0.37 0.37

0.38 0.38

0.39 0.39

0.40 0.40

0.41 0.41

0.42 0.42

0.43 0.43

0.44 0.44
0 50 100 150 200 250 300 0 50 100 150 200 250 300

Gassmann Mavko & Jizba a=2

0.37 0.37

0.38 0.38

0.39 0.39

0.40 0.40
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

0.41 0.41

0.42 0.42

0.43 0.43

0.44 0.44
0 50 100 150 200 250 300 0 50 100 150 200 250 300

Mavko & Jizba a=3 Mavko & Jizba a=2,5


Figura 5.39 – Efeito time-lapse: injeção de gás leve em cenário com óleo de 25 oAPI,
φ=30% e tortuosidade (a) igual a 2, 2,5 e 3 para t = 1000 dias.
6
Conclusões e Sugestões

6.1.
Conclusões

Foi proposta uma metodologia de trabalho através da qual foi realizado um


estudo de viabilidade para verificar os efeitos da dispersão na análise time-lapse.
Essa metodologia, que inclui simulação de reservatórios, upscaling,
transformações de física de rochas e modelagem sísmica, foi integrada através de
um código criado no MATLAB®, permitiu a construção de sismogramas e seções
de contraste que mostraram o avanço da frente de fluido de acordo com os mapas
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

obtidos da simulação de fluxo.


Para as situações propostas (tipos de rocha e fluido, condições de pressão e
temperatura), concluiu-se que identificar o padrão de saturação é fundamental no
processo de substituição de fluidos. A natureza da distribuição dos
hidrocarbonetos no reservatório afeta a estimativa das reservas recuperáveis e as
propriedades elásticas da rocha. Particularmente, em cenários de recuperação
secundária, o grau de heterogeneidade depende do tipo de fluido de injeção,
permeabilidade relativa, molhabilidade e razão de mobilidade, entre outros. A
avaliação do impacto desses parâmetros demonstra a necessidade de incluir, nas
estratégias de previsão das variações esperadas nos atributos sísmicos, os efeitos
dos padrões de saturação nos estudos de viabilidade de execução de sísmica time-
lapse.
Para os casos modelados, concluiu-se que levar em conta a dispersão da
velocidade influencia na análise time-lapse. Isso foi observado a partir das
diferenças encontradas nas seções sísmicas calculadas com o modelo de
Gassmann, que não considera a dispersão da velocidade compressional, e as
obtidas com o modelo de Mavko & Jizba, que leva em conta a dispersão da
velocidade devido à perturbação da onda. Além disso, o efeito da dispersão de Vp
foi evidente na análise do comportamento da velocidade compressional com a
saturação de gás. Também, a análise do comportamento da velocidade
Capítulo 6 - Conclusões e Sugestões 121

compressional segundo a distribuição do fluido realizada com o modelo de


Gassmann indica que rochas com altos valores de porosidade apresentam menor
sensibilidade da velocidade compressional à substituição de fluido.
A tortuosidade influencia muito na resposta sísmica quando é levada em
conta a distribuição do fluido no meio poroso. De fato, a tortuosidade determina o
comportamento da velocidade segundo o tipo de fluido e sua distribuição no meio
poroso. Seções de contraste calculadas com tortuosidade de 2 e 2,5 fornecem
resultados mais precisos, independendo da porosidade e do tipo de fluido injetado.
No entanto, valores de tortuosidade entre 2 e 2,5 indicam comportamentos pouco
realistas no que tem a ver com a variação da Vp com a saturação de gás. Isso
sugere que realizar estudos time-lapse envolvendo distribuição do fluido é
essencial para conseguir resultados mais confiáveis.
No estudo realizado observou-se que a resposta sísmica varia, entre outros,
segundo o tipo de fluido injetado. Por esse motivo, infere-se que através da análise
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

do efeito da substituição com diversos fluidos na resposta sísmica poderiam se


conseguir informações adicionais sobre o fluido do reservatório.
Conseqüentemente, análises time-lapse viabilizariam a estimativa das
propriedades do fluido in situ a partir do conhecimento das propriedades do fluido
que está sendo injetado.

6.2.
Sugestões

O presente trabalho foi realizado considerando um caso ideal onde não


existem limitações de qualidade do dado. Uma sugestão seria fazer um estudo que
inclua ruído para se esclarecer até onde as diferenças encontradas são mascaradas
por baixa qualidade do sinal. Na prática, quando a aquisição é feita, o sinal
contém ruído de diversas origens que poderia mascarar as diferenças entre os
modelos.
Uma proposta interessante seria fazer a análise apresentada neste trabalho
para reservatórios de espessura menor com o objetivo de verificar de que maneira
a dispersão se apresenta nas modelagens sísmicas para estes cenários.
Outra sugestão seria fazer a análise levando e conta o efeito da pressão do
reservatório na velocidade compressional para torná-la mais realista e para
Capítulo 6 - Conclusões e Sugestões 122

verificar até onde a simplificação desse parâmetro feita neste trabalho estaria
conduzindo a erros na modelagem sísmica.
A metodologia proposta poderia ser aplicada para observar o efeito que teria
determinado parâmetro ou fenômeno na modelagem sísmica time-lapse. Um
exemplo disso seria o cenário de um reservatório com compressibilidade alta,
onde o efeito geomecânico é relevante de se analisar.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA
7
Referências Bibliográficas

AKBAR, N., Seismic Signatures of Reservoir Transport Properties and Pore


Fluid Distribution, tese de doutorado, Departamento de Geofísica, Universidade
de Stanford, 1993.

AKBAR, N.; DVORKIN, J.; AND NUR, A., Seismic Signatures of Reservoir
Transport Properties and Pore Fluid Distribution, Geophysics, vol. 58, p. 20-
29, 1994.

ALBRIGHT, J.; CASSELS, B.; DANGERFIELD, J.; DEFLANDRE, J. P.;


JOHNSTAD, S.; WINTERS, R.; Seismic Surveillance for Monitoring
Reservoir Changes, Oilfield Review, p. 4-14, 1994.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

BATZLE, M.; WANG, Z., Seismic Properties of Pore Fluids, Geophysics, Vol.
57, p. 1396–1408, 1992.

BATZLE, M., HAN, D. H., CASTAGNA, J. P., Fluids and Frequency


Dependent Seismic Velocity of Rocks, The Leading Edge, Vol. 20, p. 168-171,
2001.

BEHRENS, R.; CONDON, P.; HAWORTH, W.; BERGERON, M.; WANG, Z.,
Seismic Monitoring of Water Influx at Bay Marchand, The Practical Use of
4D in an Imperfect World, SPE Reservoir Evaluation an Engineering, p. 410-
420, AAPG Annual Meeting, 2002.

BIOT, M. A., Theory of Propagation of Elastic Waves in a Fluid Saturated


Porous Solid I. Low-Frequency Range, Journal of the acoustical society of
America, vol. 28, p.168-178, 1956a.

BIOT, M. A., Theory of Propagation of Elastic Waves in a Fluid Saturated


Porous Solid I. Higher-Frequency Range, Journal of the acoustical society of
America, vol. 28, p.179-191, 1956b.

BIOT, M. A., Mechanics of Deformation and Acoustic Propagation in Porous


Media, Journal of applied physics, vol. 23, p.1482-1498, 1962.

BROWN, P. J., DEY-SAKAR, S., BATZLE, M., TANG, E., MCMECHAN, G.,
STEENSMA, G., PEETERS, M., Biot Slow Wave Laboratory Detection and
Seismic Response, EAGE/SEG Research Workshop, Pau, France, 2001.

CADORET, T., Effet de la Saturation Eau/Gaz sur les Propri´ et es


Acoustiques des Roches, tese de doutorado, Universidade de Paris, 1993 . Apud
Sengupta & Mavko, 2003; Knight et al, 1995, 1998; Mavko & Mukerji, 1998.
124

CALVERT, R., Insights and Methods for 4D Reservoir Monitoring and


Characterization, Distinguished Instructor Short Course, SEG-EAGE, 2005a.

CALVERT, R., 4D Technology: Where Are We, and Where Are We Going?
Geophysical Prospecting, Blackwell Synergy, 2005b.

CHANG, Y. C.; MANI, V.; MOHANTY, K. K., Effect of Wettability on Scale-


Up of Multiphase Flow from Core-Scale to Reservoir Fine-Grid Scale,
R. Schatzinger & J. Jordan, Reservoir Characterization-Recent Advances, AAPG,
p. 305-318, 1999.

CHAPMAN, M.; ZATSEPIN, S. V.; CRAMPIN, S., Derivation of a


Microstructural Poroelastic Model, Geophysical Journal International, 151,
427-451.

CLAUDINO, C., Modelagem Sísmica Time-lapse com Base em Dados de


Simulação de Fluxo em Reservatórios, tese de mestrado, Departamento de
Geofísica, Universidade Federal da Bahia, 2007.

DVORKIN, J.; MAVKO, G.; NUR, N., Squirt Flow in Fully Saturated Rocks,
Geophysics, Vol. 60, p. 97–107, 1995.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

DOMENICO, S., Effect of Brine-Gas Mixture on Velocity in an Un-


Consolidated Sand Reservoir, Geophysics, Vol. 41, p. 882–894, 1976.

DVORKIN, J; MAVKO, G.; NUR, A., Squirt Flow in Fully Saturated Rocks,
Geophysics, Vol. 60, p. 97–107, 1995.

EASTWOOD, J.; LEBEL, P., DILAY, A.; BLAKESLEE, S., Estimates of


Velocity Dispersion Between Seismic and Ultrasonic Frequencies, Geophysics,
Vol. 51, Assunto 1, p.183-189, 1986.

GHARBI, R. B., PETERS, E. J.; ELKAMEL, A.; AFZAL, N., The Effect of
Heterogeneity on the Performance of EOR Processes with Horizontal Wells,
SPE 38320, 1997.

GASSMANN, F., Uber Die Elastizitat Poroser Medien (Elasticity of Porous


Media). Vierteljahrsschrift der Naturforschenden Gesellschaft 96, p. 1–23, 1951.
Versão da tradução: Janeiro 9, 1998.

GOSELIN, O. R.; MENEZES, O. R., From Logs Scale to Reservoir Scale:


Upscaling of the Petroelastic Model, SPE Europec/EAGE Annual Conference
and Exhibition, Vienna, Austria, 2006.

HAN, D. H., Effects of Porosity and Clay Content on Acoustic Properties of


Sandstones and Unconsolidated Sediments, tese de doutorado, Departamento de
Geofísica, Universidade de Stanford, 1986.

HAN, D. H., NUR A., Effects of Porosity and Clay Content on Wave Velocity
of Sandstones, Geophysics, Vol. 51, p. 2093-2107, 1986,
125

HAN, D. H.; BATZLE, M. L., Gassmann’s Equation and Fluid-Saturation


Effects on Seismic Velocities, Geophysics, Vol. 69, Assunto 2, p. 398-405, 2004.

HASHIN, Z., AND SHTRIKMAN, S., A Variational approach to the elastic


behavior of multiphase materials: J. Mech. Phys. Solids, vol. 11, p. 127–140,
1962. Apud Smith, 2003.

HILL, R., Elastic Properties of Reinforced Solids: Some Theoretical


Principles, J. Mech. Phys. Solids, vol. 11, p. 357–372, 1963. Apud Packwood &
Mavko, 1995.

HIRSHE, K.; A Personal Perspective on the Past, Prsent and Future of Time-
Lapse Seismic Monitoring, CSEG Recorder Special Edition, p. 137-139, 2006.

JIZBA, D. L., Mechanical and Acoustical Properties of Sandstones and


Shales, tese de doutorado, Departamento de Geofísica, Universidade de Stanford,
1991.

JONES, T. D., Pore Fluids and Frequency-Dependent Wave Propagation,


Geophysics, vol. 51, p.1939-1953, 1986.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

KNIGHT, R.; NOLEN-HOEKSEMA, A Laboratory Study of the Dependence


of Elastic Wave Velocities on Pore Scale Fluid Distribution, Geophysical
Research Letters (American Geophysical Union), Vol. 17, Assunto 10, 1990.
Apud Knight, R., 1995.

KNIGHT, R.; DVORKIN, J.; NUR, A., Seismic Signatures of Partial


Saturation, Expanded Abstracts with Authors’ Biographies, SEG, International
Exposition & 65 annual meeting, p. 870-873, 1995.

KNIGHT, R.; DVORKIN, J.; NUR, A., Acoustic Signatures of Partial


Saturation, Geophysics, vol. 63, assunto 1, p. 132-138, 1998.

LUMLEY, D. E.; BEHRENS, R. A.; AND WANG, Z., Assessing the technical
risk of a 4-D seismic project, The Leading Edge, vol. 16, p. 1287–1291, 1997.

LUMLEY, D. E.; BEHRENS, R. A., Practical Issues of 4D Seismic Reservoir


Monitoring: What an Engineer Needs to Know, SPE Reservoir Evaluation &
Engineering, 1998.

LUMLEY, D. E.; Time-Lapse Seismic Reservoir Monitoring, Geophysics, vol.


66, p.50-53, 2001.

MAVKO, G.; NUR, A., Wave Attenuation in Partially Saturated Rocks,


Geophysics, vol. 44, p.161-179, 1979.

MAVKO, G.; JIZBA, D., Estimating Grain-Scale Fluid Effects on Velocity


Dispersion in Rocks, Geophysics, vol. 56, p.1940-1949, 1991.
126

MAVKO, G.; MUKERJI, T. Bounds on Low-Frequency Seismic Velocities in


Partially Saturated Rocks, Geophysics, vol. 63, p. 918–924, 1998.

MURPHY, F. WILLIAM III, Effects of Partial Water Saturation on


Attenuation in Massilon Sandstone and Vycor Porous Glass, The Journal of
the Acoustical Society of America, vol. 71, Assunto 6, p.1458-1468, 1982.

MURPHY, F. WILLIAM III, Sonic and Ultrasonic Velocities: Theory Versus


Experiment, Geophysical Research Letters, vol. 12, p.85-88, 1985. Apud

REUSS, A., Berechnung der Fliesgrenzen von Mischkristallen. Zeitschrift für


Angewandte, Mathematik und Mechanik, vol. 9, p. 49–58, 1929. Apud Pacwood,

PACKWOOD, J. L., Rock Physics for Hydrocarbon Recovery Monitoring,


tese de doutorado, Departamento de Geofísica, Universidade de Stanford,
Califórnia, 1997.

PACKWOOD, J. L.; MAVKO, G, Seismic Signatures of Multiphase Reservoir


Fluid Distributions: Application of Reservoir Monitoring, Expanded Abstracts
with Authors’ Biographies, SEG, International Exposition & 65 annual meeting,
p. 910-913, 1995.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

SENGUPTA, M, Integrating Rock Physics and Flow Simulation to Reduce


Uncertainties in Seismic Reservoir Monitoring, tese de doutorado,
Departamento de Geofísica, Universidade de Stanford, Califórnia, 2000.

SENGUPTA, M.; MAVKO, G., Impact of Flow-Simulation Parameters on


Saturation Scales and Seismic Velocity, Geophysics, vol. 68, p.1267-1280,
2003.

SENGUPTA, M.; MAVKO, G.; MUKERJI, T., Quantifying Subresolution


Saturation Scales from Time-Lapse Seismic Data: A Reservoir Monitoring
Case Study, Geophysics, vol. 68, p.803-814, 2003.

SMITH, T. M.; SONDERGELD, C. H.; RAI, C. S., Gassmann Fluid


Substitution: A Tutorial, Geophysics, vol. 68, p.430-440, 2003.

STRANDENES, S., BLANGY, J. P., Ultrasonic velocity measurements in Troll


sandstones - Standford Rock Physics Proj., Vol. 47, A1-A54, 1991.

VASQUEZ, G. F.; DILLON, L. D., Módulos Adiabáticos e Isotérmicos de


Óleos Brutos, 3º Congresso Internacional da Sociedade Brasileira de Geofísica,
Rio de Janeiro, 1993.

VASQUEZ, G. F., Comportamento Viscoelástico do Arenito Namorado e suas


Relações com Atributos Faciológicos, dissertação de mestrado, Departamento de
Engenharia de Petróleo, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2000.
127

WANG, Z., Wave Velocities in Hydrocarbons and Hydrocarbons Saturated


Rocks – With Applications to EOR Monitoring, tese de doutorado,
Departamento de Geofísica, Universidade de Stanford, Califórnia, 1988.

WANG, Z.; HIRSCHE, W. K.; SEDGWICK, G., Seismic Monitoring of Water


Floods? - A Petrophysical Study, Geophysics, vol. 56, p. 1614-1623, 1991.

WANG, Z., The Gassmann Equation Revisited: Comparing Laboratory Data


with Gassmann’s Predictions: Geophysics reprint series, Seismic and Acoustic
Velocities of Reservoir Rocks, Vol.3, 2000.

WANG, Z., Fundamentals of Rock Physics, Geophysics, Vol. 66, Assunto 2,


p. 398-412, 2001.

WANG, Z. & NUR, A., Dispersion Analysis of Acoustic Velocities in Rocks,


Journal of the Acoustical Society of America, Vol. 87, p. 2384-2395, 1990.

WANG, Z. & NUR, A., Elastic Wave Velocities in Porous Media: A


Theoretical Recipe. Wang, Z. and Nur, A. and Levin, F.K. Seismic and Acoustic
Velocities in Reservoir Rocks, vol. 2, SEG Geophysics reprint series, 10, 1992.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

WINKLER, K. W., Estimates of Velocity Dispersion Between Seismic and


Ultrasonic Frequencies, Geophysics, Vol. 51, Assunto 1, p.183-189, 1986.

YIN, H., Acoustic Velocity and Attenuation of Rocks: Isotropy, Intrinsic


Anisotropy, and Stress-Induced Anisotropy, tese de doutorado, Departamento
de Geofísica, Universidade de Stanford, Califórnia, 1993.
APÊNDICE A
Programas Utilizados

A.1
UTCHEM

O UTCHEM é desenvolvido pelo Center for Petroleum and Geosystems


Engineering - The University of Texas at Austin. Trata-se de um simulador de
fluxo capaz de simular o comportamento de múltiplas fases (água, óleo, gás e
microemulsão), transformações físicas e químicas, e propriedades de meios
porosos. O UT-CHEM é um simulador de fluxo 3D cujo esquema de solução é do
tipo IMPES (solução implícita da pressão e explicita em saturação). O método
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

iterativo de gradiente conugado, usado no cálculo da equação de pressão, é


altamente recomendado para simulações em malha fina com um grande número
de blocos.
O simulador modela o fluxo de fluido de diversas fases, e pode ter múltiplos
componentes como água, óleo, gás, surfactante, gel, entre outros. Capilaridade e
efeitos gravitacionais podem ser modelados pelo UT-CHEM. O simulador tem
sido utilizado desde 1978 até o presente na indústria do petróleo, e tem sido
submetido a testes rigorosos que demonstram sua capacidade.
O UTCHEM tem uma interface amigável (Fig. A.1) para introduzir dados
da malha, propriedades do reservatório, propriedades físicas e detalhes do modelo
de injeção utilizados. As modificações também podem ser editadas diretamente no
arquivo .TXT. Os mapas com os resultados da simulação podem ser construídos
através do SURFER® ou o MATLAB®.
Apêndice 129

Figura A.1 – Interface UTCHEM.


PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

A.2
TESSERAL

O programa TESSERAL é um simulador de diferenças finitas que permite a


modelagem de campos sísmicos e acústicos. No seu esquema metodológico, a
propagação das ondas é calculada como uma distribuição de tensões e
deslocamentos locais e instantâneos que mudam com relação ao tempo em toda a
seção. Este método é diferente ao do traçamento de raios, onde cada raio é
calculado como uma seqüência de pontos que progridem com o tempo e seguem a
direção normal à frente de onda, sendo que, o cálculo para cada parte do raio se
faz separadamente.
O TESSERAL permite as seguintes operações:
ƒ Construir modelos de densidade/velocidade a partir de seções geológicas e
posterior modelagem.
ƒ Calcular sismogramas sintéticos e series de tiros para modelagem de
incidência vertical (propagação vertical da energia sísmica)
ƒ Modelar os efeitos da onda no meio heterogêneo.
ƒ Modelar os efeitos da onda 2D em situações geológicas reais.
ƒ Incluir os efeitos da onda de cisalhamento e onda convertida.
Apêndice 130

ƒ Considerar anisotropia.
ƒ Modelar absorção da energia sísmica pelo meio.
ƒ Visualização dos resultados da modelagem.

A.3
HYDRO_GEN

O HYDRO_GEN é um código computacional criado para gerar um atributo


distribuído z(x), onde x denota a coordenada espacial, a qual é modelada como
uma função do espaço aleatória (RSF, Random Space Function), Z(x), com uma
função de covariância atribuída. Na última versão, o código gera duas RSF com
seis tipos de correlação espacial: 1) função de covariância discreta; 2) função de
covariância exponencial; 3) função de covariância Gaussiana; 4) função de
covariância de Wittle isotrópica; 5) função de covariância de Mizell isotrópica
(tipo B), (Mizell et al., 1982); 6) Fractal. No trabalho foi utilizada a função de
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

covariância Gaussiana. Os arquivos de entrada devem ser compilados usando


Fortran 77.
Existem dois fatores essenciais para levar em conta antes da escolha de um
modelo estocástico: a sua capacidade para reproduzir momentos espaciais
prescritos e o tempo computacional associado, o qual é proporcional às dimensões
do campo simulado. Bellin & Rubin (1996) desenvolveram o código
HYDRO_GEN (1996) e demonstraram que esse dois objetivos tem sido
amplamente respeitados.
O código pode ser encontrado no endereço:
http://www.ing.unitn.it/~bellin/frames/hydrogen.php
APÊNDICE B
Rotinas MATLAB: Modelos de Saturação Homogêneo e
Heterogêneo

Nesta seção são apresentadas as rotinas desenvolvidas no MATLAB® para


fazer as análises da variação da velocidade compressional segundo a saturação de
gás, para os modelos de saturação heterogêneo e homogêneo mostradas no
Capítulo 3. Através destas implementações foram obtidas a janelas.de incerteza,
definida pelo limite superior ou heterogêneo e o inferior ou homogêneo, para os
diferentes cenários propostos.

B.1
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

Arenito Beaver – Efeito da Escala

%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
%   CALCULO DA VELOCIDADE VP EM FUNÇAO DA SATURAÇAO DE GAS                 
%   INJEÇAO DE GAS ARENITO BEAVER                                              
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
c = 0; 
Kw = 2.25;    % modulo Bulk da agua 
Kg = 0.0015;    % modulo Bulk do gas   
rho_w = 1;    % densidade da agua 
rho_gas = 0.09;    % densidade do gas  
  
API = 15; 
rho_oleo = 141.5/(131.5 + API); 
phi = 0.0636; %ok 
G = 20.8; % modulo cisalh da rocha seca para 5Mpa(GPa 
Kd = 16.08;   % modulo Bulk da rocha seca para 5Mpa(GPa)  
Ko = 35;   % modulo Bulk do mineral  
  
 rhog = 2.466;   % densidade do grao  
 rhod = rhog*(1 ‐ phi)    % densidade da rocha seca  
  
 Koleo = Kw; 
rho_oleo = rho_w; 
  
 % VARIANDO A SATURACAO DA AGUA DE 0 A 1 
  
j=1; 
Apêndice 132

 for i=0:0.01:1 , 
  
Sgas(j) = i; 
  
% DENSIDADE DO FLUIDO (AGUA E GAS) 
rhofl(j) = Sgas(j)*rho_gas + (1‐Sgas(j))*rho_oleo; 
  
% DENSIDADE DA ROCHA SATURADA 
rhoBsat(j) = rhofl(j)*phi + rhog*(1 ‐ phi); 
  
% MODULO BULK DO FLUIDO(AGUA E GAS) 
KflH(j) = (Sgas(j)*(Kg^(‐1)) + (1‐Sgas(j))*(Koleo^(‐1)))^(‐1); 
  
% MODULO BULK DO FLUIDO(AGUA E GAS) 
Kfl = KflH(j); 
  
% MODULO BULK DA ROCHA SATURADA (EQUACAO DE GASSMAN) 
Ksat(j) = Kd + (((1‐(Kd/Ko))^2)/(phi/Kfl + (1‐phi)/Ko ‐ Kd/(Ko^2))); 
  
% CALCULO DE VP e VS 
  
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

vpsat2H(j) = ((Ksat(j) + (4/3)*G)/rhoBsat(j))^(1/2); 
 
 CURVA SUPERIOR: PATCHY SATURATION  %%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
 % MODULO BULK DA ROCHA TOTALMENTE SATURADA DE GAS DE MODULO 
KG 
  
Kfl1 = Kg; 
  
K1 = Ko*(phi*Kd ‐ (1+phi)*Kfl1*Kd/Ko + Kfl1)/((1‐phi)*Kfl1 + phi*Ko ‐ Kfl1*Kd/Ko); 
  
% MODULO BULK DA ROCHA TOTALMENTE SATURADA DE AGUA  
  
Kfl2 = Koleo; 
  
K2 = Ko*( phi*Kd ‐ (1+phi)*Kfl2*Kd/Ko +Kfl2)/((1‐phi)*Kfl2 + phi*Ko ‐ Kfl2*Kd/Ko); 
  
% CALCULO DE VP e VS 
  
vpsat2P(j) = (((Sgas(j)*((K1 + (4/3)*G)^(‐1)) + (1‐Sgas(j))*((K2 + (4/3)*G)^(‐1)))^(‐
1))/rhoBsat(j))^(1/2); 
 
j=j+1; 
end 
  
GRAFICO %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
set(0,ʹDefaultAxesXgridʹ,ʹonʹ); 
set(0,ʹDefaultAxesXgridʹ,ʹonʹ); 
set(0,ʹDefaultAxesXgridʹ,ʹonʹ); 
Apêndice 133

 figure(1),plot(Sgas,vpsat2H,ʹr:ʹ,Sgas,vpsat2P,ʹb‐ʹ) 
legend(ʹVp_Hʹ,ʹVp_Pʹ); 
xlabel(ʹS_g_a_sʹ); 
ylabel(ʹV_p (Km/s)ʹ); 

B.2
Chert Monterrey – Efeito da Temperatura

B.2.1
Óleo Leve

%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
%   CALCULO DA VELOCIDADE VP EM FUNÇAO DA SATURAÇAO DE GAS          
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
clear all  
 
% Propriedades dos fluidos PAPER BATZLE Pp=10 MPa 
% SUBINDICE W SE REFERE A OLEO!!! 
  
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

% PARA 25 C 
  
rho_gas1 = 0.09;    % densidade do gas 
Kg1 = 0.02;    % modulo Bulk do gas  (GPa) 
  
rho_w1 = 0.78;    % densidade do óleo 
Kw1 = 1.272;    % MODULO BULK do óleo (GPa) 
  
% PARA 125 C 
  
rho_gas2 = 0.06;    % densidade do gas  
Kg2 = 0.02;    % modulo Bulk do gas  (GPa) 
  
Kw2 = 0.7;   % MODULO BULK do óleo (GPa) 
rho_w2 = 0.72;    % densidade do óleo 
   
% PARAMETROS SEGUNDO TESE WANG MONTERREY PARA EFETIVA 15 MPA 
% PARA 25 C 
  
phi1 = 0.15; % 
G1 = 8.26; % varia bastante com a temperatura 
Kd1 = 7.56;   % modulo Bulk da rocha seca (GPa) varia pouco com a temperatura 
Ko = 37;   % MODULO BULK do mineral  
%rhog = 2.65;   % densidade do grao  
rhod1 = 2.04;     % densidade da rocha seca  
  
rhog1 = 2.4; 
  
Apêndice 134

% CONSIDERANDO SOMENTE VARIAÇÃO DAS PROPR DOS FLUIDOS: 
 
phi2 = phi1; % 
G2 = G1; %  
Kd2 = Kd1;   % modulo Bulk da rocha seca (GPa)   
rhod2 = rhod1;     % densidade da rocha seca  
  
rhog2 = rhog1; 
  
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
% MODELO 1  
% T = 25 
 
CURVA INFERIOR: HOMOGENEOUS SATURATION  %%%%%%%%%%%%%%%% 
  
% VARIANDO A SATURACAO DA AGUA DE 0 A 1 
  
j=1; 
  
for i=0:0.02:1 , 
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

  
Sgas(j) = i; 
  
% DENSIDADE DO FLUIDO (AGUA E GAS) 
rhofl1(j) = Sgas(j)*rho_gas1 + (1‐Sgas(j))*rho_w1; 
  
% MODULO BULK DO FLUIDO(AGUA E GAS) 
KflH1(j) = (Sgas(j)*(Kg1^(‐1)) + (1‐Sgas(j))*(Kw1^(‐1)))^(‐1); 
  
% DENSIDADE DA ROCHA SATURADA 
rhoBsat1(j) = rhofl1(j)*phi1 + rhog1*(1 ‐ phi1); 
  
% MODULO BULK DO FLUIDO(AGUA E GAS) 
Kfluido1 = KflH1(j); 
  
% MODULO BULK DA ROCHA SATURADA (EQUACAO DE GASSMAN) 
Ksat1(j) = Kd1 + (((1‐(Kd1/Ko))^2)/(phi1/Kfluido1 + (1‐phi1)/Ko ‐ Kd1/(Ko^2))); 
  
% CALCULO DE VP e VS 
  
vpsat2H1(j) = ((Ksat1(j) + (4/3)*G1)/rhoBsat1(j))^(1/2); 
   
 CURVA SUPERIOR: PATCHY SATURATION %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
 % MODULO BULK DA ROCHA TOTALMENTE SATURADA DE GAS DE MODULO 
KG 
  
Kfl1 = Kg1; 
Apêndice 135

K1 = Ko*(phi1*Kd1 ‐ (1+phi1)*Kfl1*Kd1/Ko + Kfl1)/((1‐phi1)*Kfl1 + phi1*Ko ‐ 
Kfl1*Kd1/Ko); 
  
% MODULO BULK DA ROCHA TOTALMENTE SATURADA DE AGUA  
Kfl2 = Kw1; 
  
K2 = Ko*( phi1*Kd1 ‐ (1+phi1)*Kfl2*Kd1/Ko +Kfl2)/((1‐phi1)*Kfl2 + phi1*Ko ‐ 
Kfl2*Kd1/Ko); 
  
% CALCULO DE VP  
  
vpsat2P1(j) = (((Sgas(j)*((K1 + (4/3)*G1)^(‐1)) + (1‐Sgas(j))*((K2 + (4/3)*G1)^(‐1)))^(‐
1))/rhoBsat1(j))^(1/2); 
 
 %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
% MODELO 2 
% t = 125 
 
CURVA INFERIOR: HOMOGENEOUS SATURATION %%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

% DENSIDADE DO FLUIDO (AGUA E GAS) 
rhofl2(j) = Sgas(j)*rho_gas2 + (1‐Sgas(j))*rho_w2; 
  
% MODULO BULK DO FLUIDO(AGUA E GAS) 
KflH2(j) = (Sgas(j)*(Kg2^(‐1)) + (1‐Sgas(j))*(Kw2^(‐1)))^(‐1); 
  
% DENSIDADE DA ROCHA SATURADA  AQUI ERROR EM RHOFL!!! 
rhoBsat2(j) = rhofl2(j)*phi2 + rhog2*(1 ‐ phi2); 
  
% MODULO BULK DO FLUIDO(AGUA E GAS) 
Kfluido2 = KflH2(j); 
  
% MODULO BULK DA ROCHA SATURADA (EQUACAO DE GASSMAN) 
Ksat2(j) = Kd2 + (((1‐(Kd2/Ko))^2)/(phi2/Kfluido2 + (1‐phi2)/Ko ‐ Kd2/(Ko^2))); 
  
% CALCULO DE VP e VS 
  
vpsat2H2(j) = ((Ksat2(j) + (4/3)*G2)/rhoBsat2(j))^(1/2); 
 
CURVA SUPERIOR: PATCHY SATURATION %%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
% MODULO BULK DA ROCHA TOTALMENTE SATURADA DE GAS DE MODULO 
KG 
  
Kfl11 = Kg2; 
  
K11 = Ko*(phi2*Kd2 ‐ (1+phi2)*Kfl11*Kd2/Ko + Kfl11)/((1‐phi2)*Kfl11 + phi2*Ko ‐ 
Kfl11*Kd2/Ko); 
Apêndice 136

 % MODULO BULK DA ROCHA TOTALMENTE SATURADA DE AGUA  
  
Kfl22 = Kw2; 
 K22 = Ko*( phi2*Kd2 ‐ (1+phi2)*Kfl22*Kd2/Ko + Kfl22)/((1‐phi2)*Kfl22 + phi2*Ko ‐ 
Kfl22*Kd2/Ko); 
  
% CALCULO DE VP e VS 
  
vpsat2P2(j) = (((Sgas(j)*((K11 + (4/3)*G2)^(‐1)) + (1‐Sgas(j))*((K22 + (4/3)*G2)^(‐1)))^(‐
1))/rhoBsat2(j))^(1/2); 
 
 %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
%  DIFERENÇA ENTRE Vp PATCHY E HOMOGENEA PARA CADA PRESSAO 
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
c = max(vpsat2P1); 
vp30(j) = ((vpsat2P1(j) ‐ vpsat2H1(j))*100)/c; 
  
d = max(vpsat2P2); 
vp10(j) = ((vpsat2P2(j) ‐ vpsat2H2(j))*100)/d; 
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

   
j=j+1; 
end 
  
 GRAFICO %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
   
figure(1),plot(Sgas,vpsat2H1,ʹb^:ʹ,Sgas,vpsat2P1,ʹb^‐
ʹ,Sgas,vpsat2H2,ʹro:ʹ,Sgas,vpsat2P2,ʹro‐ʹ) 
legend(ʹVp_H 25Cʹ,ʹVp_P 25Cʹ,ʹVp_H 125Cʹ,ʹVp_P 125Cʹ); 
xlabel(ʹS_gʹ); 
ylabel(ʹV_p (Km/s)ʹ); 
  
figure(3),plot(Sgas,vp30,ʹb^:ʹ,Sgas,vp10,ʹr:oʹ) 
legend(ʹ25Cʹ,ʹ125Cʹ); 
xlabel(ʹS_gʹ); 
ylabel(ʹDiferença (%)ʹ); 
  

B.2.2
Óleo Pesado

%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
%   CALCULO DA VELOCIDADE VP EM FUNÇAO DA SATURAÇAO DE GAS          
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
clear all  
   
% Propriedades dos fluidos PAPER BATZLE Pp=10 MPa para oleo pesado 
Apêndice 137

% SUBINDICE W SE REFERE A OLEO!!! 
  
% PARA 25 C 
 rho_gas1 = 0.09;    % densidade do gas 
Kg1 = 0.01; %0.02;    % modulo Bulk do gas  (GPa) 
  
rho_w1 = 1;    % densidade do óleo 
Kw1 = 2.55;    % MODULO BULK do óleo (GPa) 
  
% PARA 125 C 
  
rho_gas2 = 0.06;    % densidade do gas  
Kg2 = 0.01; %0.02;    % modulo Bulk do gas  (GPa) 
  
Kw2 = 1.4;   % MODULO BULK do óleo (GPa) 
rho_w2 = 0.925;    % densidade do óleo 
   
% PARAMETROS SEGUNDO TESE WANG MONTERREY PARA EFETIVA 15 MPA 
% PARA 25 C 
  
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

phi1 = 0.15; % 
G1 = 8.26; % varia bastante com a temperatura 
Kd1 = 7.56;   % modulo Bulk da rocha seca (GPa) varia pouco com a temperatura 
Ko = 37;   % MODULO BULK do mineral  
%rhog = 2.65;   % densidade do grao  
rhod1 = 2.04;     % densidade da rocha seca  
  
rhog1 = 2.4; 
  
% PARAMETROS SEGUNDO TESE WANG MONTERREY DOLOMITA  PARA 
EFETIVA 15 MPA 
% PARA 125 C 
  
phi2 = 0.15; % 
G2 = 7.65; %  
Kd2 = 6.26;   % modulo Bulk da rocha seca (GPa)   
rhod2 = 2.26;     % densidade da rocha seca  
  
rhog2 = 2.65; 
  
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
% MODELO 1  
% T = 25 
 
CURVA INFERIOR: HOMOGENEOUS SATURATION %%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
% VARIANDO A SATURACAO DA AGUA DE 0 A 1 
  
Apêndice 138

j=1; 
  
for i=0:0.02:1 , 
 Sgas(j) = i; 
  
% DENSIDADE DO FLUIDO (AGUA E GAS) 
rhofl1(j) = Sgas(j)*rho_gas1 + (1‐Sgas(j))*rho_w1; 
  
% MODULO BULK DO FLUIDO(AGUA E GAS) 
KflH1(j) = (Sgas(j)*(Kg1^(‐1)) + (1‐Sgas(j))*(Kw1^(‐1)))^(‐1); 
  
% DENSIDADE DA ROCHA SATURADA 
rhoBsat1(j) = rhofl1(j)*phi1 + rhog1*(1 ‐ phi1); 
  
% MODULO BULK DO FLUIDO(AGUA E GAS) 
Kfluido1 = KflH1(j); 
  
% MODULO BULK DA ROCHA SATURADA (EQUACAO DE GASSMAN) 
Ksat1(j) = Kd1 + (((1‐(Kd1/Ko))^2)/(phi1/Kfluido1 + (1‐phi1)/Ko ‐ Kd1/(Ko^2))); 
  
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

% CALCULO DE VP e VS 
  
vpsat2H1(j) = ((Ksat1(j) + (4/3)*G1)/rhoBsat1(j))^(1/2); 
 
CURVA SUPERIOR: PATCHY SATURATION %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
 % MODULO BULK DA ROCHA TOTALMENTE SATURADA DE GAS DE MODULO 
KG 
  
Kfl1 = Kg1; 
  
K1 = Ko*(phi1*Kd1 ‐ (1+phi1)*Kfl1*Kd1/Ko + Kfl1)/((1‐phi1)*Kfl1 + phi1*Ko ‐ 
Kfl1*Kd1/Ko); 
  
% MODULO BULK DA ROCHA TOTALMENTE SATURADA DE AGUA  
  
Kfl2 = Kw1; 
  
K2 = Ko*( phi1*Kd1 ‐ (1+phi1)*Kfl2*Kd1/Ko +Kfl2)/((1‐phi1)*Kfl2 + phi1*Ko ‐ 
Kfl2*Kd1/Ko); 
  
% CALCULO DE VP  
  
vpsat2P1(j) = (((Sgas(j)*((K1 + (4/3)*G1)^(‐1)) + (1‐Sgas(j))*((K2 + (4/3)*G1)^(‐1)))^(‐
1))/rhoBsat1(j))^(1/2); 
Apêndice 139

%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
% MODELO 2
% t = 125

CURVA INFERIOR: HOMOGENEOUS SATURATION %%%%%%%%%%%%%%%%%

% DENSIDADE DO FLUIDO (AGUA E GAS)


rhofl2(j) = Sgas(j)*rho_gas2 + (1-Sgas(j))*rho_w2;

% MODULO BULK DO FLUIDO(AGUA E GAS)


KflH2(j) = (Sgas(j)*(Kg2^(-1)) + (1-Sgas(j))*(Kw2^(-1)))^(-1);

% DENSIDADE DA ROCHA SATURADA AQUI ERROR EM RHOFL!!!


rhoBsat2(j) = rhofl2(j)*phi2 + rhog2*(1 - phi2);

% MODULO BULK DO FLUIDO(AGUA E GAS)


Kfluido2 = KflH2(j);

% MODULO BULK DA ROCHA SATURADA (EQUACAO DE GASSMAN)


Ksat2(j) = Kd2 + (((1-(Kd2/Ko))^2)/(phi2/Kfluido2 + (1-phi2)/Ko - Kd2/(Ko^2)));

% CALCULO DE VP e VS

vpsat2H2(j) = ((Ksat2(j) + (4/3)*G2)/rhoBsat2(j))^(1/2);


PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

CURVA SUPERIOR: PATCHY SATURATION %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%

% MODULO BULK DA ROCHA TOTALMENTE SATURADA DE GAS DE MODULO KG

Kfl11 = Kg2;

K11 = Ko*(phi2*Kd2 - (1+phi2)*Kfl11*Kd2/Ko + Kfl11)/((1-phi2)*Kfl11 + phi2*Ko -


Kfl11*Kd2/Ko);

% MODULO BULK DA ROCHA TOTALMENTE SATURADA DE AGUA

Kfl22 = Kw2;

K22 = Ko*( phi2*Kd2 - (1+phi2)*Kfl22*Kd2/Ko + Kfl22)/((1-phi2)*Kfl22 + phi2*Ko -


Kfl22*Kd2/Ko);

% CALCULO DE VP e VS

vpsat2P2(j) = (((Sgas(j)*((K11 + (4/3)*G2)^(-1)) + (1-Sgas(j))*((K22 + (4/3)*G2)^(-1)))^(-


1))/rhoBsat2(j))^(1/2);

 %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
%  DIFERENÇA ENTRE Vp PATCHY E HOMOGENEA PARA CADA PRESSAO 
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
c = max(vpsat2P1); 
vp30(j) = ((vpsat2P1(j) ‐ vpsat2H1(j))*100)/c; 
  
d = max(vpsat2P2); 
Apêndice 140

vp10(j) = ((vpsat2P2(j) ‐ vpsat2H2(j))*100)/d; 
  
 j=j+1; 
end 
  
GRAFICO %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
figure(1),plot(Sgas,vpsat2H1,ʹb^:ʹ,Sgas,vpsat2P1,ʹb^‐
ʹ,Sgas,vpsat2H2,ʹro:ʹ,Sgas,vpsat2P2,ʹro‐ʹ) 
legend(ʹVp_H 25Cʹ,ʹVp_P 25Cʹ,ʹVp_H 125Cʹ,ʹVp_P 125Cʹ); 
xlabel(ʹS_gʹ); 
ylabel(ʹV_p (Km/s)ʹ); 
  
figure(3),plot(Sgas,vp30,ʹb^:ʹ,Sgas,vp10,ʹr:oʹ) 
legend(ʹ25Cʹ,ʹ125Cʹ); 
xlabel(ʹS_gʹ); 
ylabel(ʹDiferença (%)ʹ); 
  

B.2.3
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

Óleo Leve versus Pesado

%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
%   CALCULO DA VELOCIDADE VP EM FUNÇAO DA SATURAÇAO DE GAS          
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
clear all  
  
% Propriedades dos fluidos PAPER BATZLE 
% SUBINDICE W SE REFERE A OLEO!!! 
  
%‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 
% FLUIDOS PARA 10 MPa 
%‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 
  
% GÁS LEVE PARA 125 C PP=10 MPA 
  
rho_gas1 = 0.06;    % densidade do gas  
rho_gas3 = rho_gas1;    % densidade do gas  
  
Kg1 = 0.02;    % modulo Bulk do gas  (GPa) 
Kg3 = Kg1;    % modulo Bulk do gas  (GPa) 
  
% GÁS LEVE PARA 25 C PP=10 MPA 
  
rho_gas2 = 0.09;    % densidade do gas 
rho_gas4 = rho_gas2;    % densidade do gas  
  
Kg2 = 0.02;    % modulo Bulk do gas  (GPa) 
Kg4 = Kg2;    % modulo Bulk do gas  (GPa) 
Apêndice 141

% OLEO 10 API PARA 125 C PP=10 MPA 
  
Kw1 = 1.4;   % MODULO BULK do óleo (GPa) 
rho_w1 = 0.925;    % densidade do óleo 
  
% OLEO 10 API PARA 25 C PP=10 MPA 
  
Kw2 = 2.55;   % MODULO BULK do óleo (GPa) 
rho_w2 = 1;    % densidade do óleo 
  
% OLEO 50 API PARA 125 C PP=10 MPA 
  
Kw3 = 0.7;   % MODULO BULK do óleo (GPa) 
rho_w3 = 0.72;    % densidade do óleo 
  
% OLEO 50 API PARA 25 C PP=10 MPA 
  
Kw4 = 1.272;    % MODULO BULK do óleo (GPa) 
rho_w4 = 0.78;    % densidade do óleo 
    
% PARAMETROS SEGUNDO TESE WANG MONTERREY DOLOMITA PARA 
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

EFETIVA 15 MPA 
% PARA 125 C 
  
phi1 = 0.15; % 
phi3 = phi1; % 
  
G1 = 7.65; %  
G3 = G1; %  
  
Kd1 = 6.26;   % modulo Bulk da rocha seca (GPa)  
Kd3 = Kd1;   % modulo Bulk da rocha seca (GPa)   
  
rhod1 = 2.26;     % densidade da rocha seca  
rhod3 = rhod1;     % densidade da rocha seca  
  
rhog1 = 2.65; 
rhog3 = rhog1; 
  
Ko = 37;   % MODULO BULK do mineral 
  
% PARAMETROS SEGUNDO TESE WANG MONTERREY PARA EFETIVA 15 MPA 
% PARA 25 C 
  
phi2 = 0.15; % 
phi4 = phi2; % 
  
G2 = 8.26; % varia bastante com a temperatura 
G4 = G2; % varia bastante com a temperatura 
  
Kd2 = 7.56;   % modulo Bulk da rocha seca (GPa) varia pouco com a temperatura 
Apêndice 142

Kd4 = Kd2;   % modulo Bulk da rocha seca (GPa) varia pouco com a temperatura 
  
rhod2 = 2.04;     % densidade da rocha seca  
rhod4 = rhod2;     % densidade da rocha seca  
  
rhog2 = 2.4; 
rhog4 = rhog2; 

% CONSIDERANDO SOMENTE VARIAÇÃO DAS PROPR DOS FLUIDOS: 
  
% G2 = G1; %  
% G3 = G1; %  
% Kd2 = Kd1;   % modulo Bulk da rocha seca (GPa)   
% Kd3 = Kd1;   % modulo Bulk da rocha seca (GPa)   
% rhod2 = rhod1;     % densidade da rocha seca  
% rhod3 = rhod1;     % densidade da rocha seca  
% rhog2 = rhog1; 
% rhog3 = rhog1; 
  
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
% MODELO 1  
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

% oleo 10 API 125C 
 
CURVA INFERIOR: HOMOGENEOUS SATURATION %%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
% Kg1 = Kw1; 
% rho_gas1 = rho_w1; 
  
% VARIANDO A SATURACAO DA AGUA DE 0 A 1 
  
j=1; 
  
for i=0:0.02:1 , 
  
Sgas(j) = i; 
  
% DENSIDADE DO FLUIDO (AGUA E GAS) 
rhofl1(j) = Sgas(j)*rho_gas1 + (1‐Sgas(j))*rho_w1; 
  
% MODULO BULK DO FLUIDO(AGUA E GAS) 
KflH1(j) = (Sgas(j)*(Kg1^(‐1)) + (1‐Sgas(j))*(Kw1^(‐1)))^(‐1); 
  
% DENSIDADE DA ROCHA SATURADA 
rhoBsat1(j) = rhofl1(j)*phi1 + rhog1*(1 ‐ phi1); 
  
% MODULO BULK DO FLUIDO(AGUA E GAS) 
Kfluido1 = KflH1(j); 
  
 
Apêndice 143

% MODULO BULK DA ROCHA SATURADA (EQUACAO DE GASSMAN) 
Ksat1(j) = Kd1 + (((1‐(Kd1/Ko))^2)/(phi1/Kfluido1 + (1‐phi1)/Ko ‐ Kd1/(Ko^2))); 
  
% CALCULO DE VP e VS 
  
vpsat2H1(j) = ((Ksat1(j) + (4/3)*G1)/rhoBsat1(j))^(1/2); 
 
CURVA SUPERIOR: PATCHY SATURATION %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
   
% MODULO BULK DA ROCHA TOTALMENTE SATURADA DE GAS DE MODULO 
KG 
  
Kfl1 = Kg1; 
  
K1 = Ko*(phi1*Kd1 ‐ (1+phi1)*Kfl1*Kd1/Ko + Kfl1)/((1‐phi1)*Kfl1 + phi1*Ko ‐ 
Kfl1*Kd1/Ko); 
  
% MODULO BULK DA ROCHA TOTALMENTE SATURADA DE AGUA  
  
Kfl2 = Kw1; 
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

  
K2 = Ko*( phi1*Kd1 ‐ (1+phi1)*Kfl2*Kd1/Ko +Kfl2)/((1‐phi1)*Kfl2 + phi1*Ko ‐ 
Kfl2*Kd1/Ko); 
  
% CALCULO DE VP  
  
vpsat2P1(j) = (((Sgas(j)*((K1 + (4/3)*G1)^(‐1)) + (1‐Sgas(j))*((K2 + (4/3)*G1)^(‐1)))^(‐
1))/rhoBsat1(j))^(1/2); 
 
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
% MODELO 2  
% OLEO 10 API 25C 
 
CURVA INFERIOR: HOMOGENEOUS SATURATION %%%%%%%%%%%%%%%% 
  
% DENSIDADE DO FLUIDO (AGUA E GAS) 
rhofl2(j) = Sgas(j)*rho_gas2 + (1‐Sgas(j))*rho_w2; 
  
% MODULO BULK DO FLUIDO(AGUA E GAS) 
KflH2(j) = (Sgas(j)*(Kg2^(‐1)) + (1‐Sgas(j))*(Kw2^(‐1)))^(‐1); 
  
% DENSIDADE DA ROCHA SATURADA 
rhoBsat2(j) = rhofl2(j)*phi2 + rhog2*(1 ‐ phi2); 
  
% MODULO BULK DO FLUIDO(AGUA E GAS) 
Kfluido2 = KflH2(j); 
  
% MODULO BULK DA ROCHA SATURADA (EQUACAO DE GASSMAN) 
Apêndice 144

Ksat2(j) = Kd2 + (((1‐(Kd2/Ko))^2)/(phi2/Kfluido2 + (1‐phi2)/Ko ‐ Kd2/(Ko^2))); 
  
% CALCULO DE VP e VS 
  
vpsat2H2(j) = ((Ksat2(j) + (4/3)*G2)/rhoBsat2(j))^(1/2); 
 
CURVA SUPERIOR: PATCHY SATURATION %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
% MODULO BULK DA ROCHA TOTALMENTE SATURADA DE GAS DE MODULO 
KG 
  
Kfl11 = Kg1; 
  
K11 = Ko*(phi2*Kd2 ‐ (1+phi1)*Kfl11*Kd2/Ko + Kfl11)/((1‐phi2)*Kfl11 + phi2*Ko ‐ 
Kfl11*Kd2/Ko); 
  
% MODULO BULK DA ROCHA TOTALMENTE SATURADA DE AGUA  
  
Kfl22 = Kw2; 
  
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

K22 = Ko*( phi2*Kd2 ‐ (1+phi2)*Kfl22*Kd2/Ko +Kfl22)/((1‐phi2)*Kfl22 + phi2*Ko ‐ 
Kfl22*Kd2/Ko); 
  
% CALCULO DE VP  
  
vpsat2P2(j) = (((Sgas(j)*((K11 + (4/3)*G2)^(‐1)) + (1‐Sgas(j))*((K22 + (4/3)*G2)^(‐1)))^(‐
1))/rhoBsat2(j))^(1/2); 
 
 %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
% MODELO 3 
% oleo 50 API 125C 
 
CURVA INFERIOR: HOMOGENEOUS SATURATION %%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
% DENSIDADE DO FLUIDO (AGUA E GAS) 
rhofl3(j) = Sgas(j)*rho_gas3 + (1‐Sgas(j))*rho_w3; 
  
% MODULO BULK DO FLUIDO(AGUA E GAS) 
KflH3(j) = (Sgas(j)*(Kg3^(‐1)) + (1‐Sgas(j))*(Kw3^(‐1)))^(‐1); 
  
% DENSIDADE DA ROCHA SATURADA   
rhoBsat3(j) = rhofl3(j)*phi3 + rhog3*(1 ‐ phi3); 
  
% MODULO BULK DO FLUIDO(AGUA E GAS) 
Kfluido3 = KflH3(j); 
  
% MODULO BULK DA ROCHA SATURADA (EQUACAO DE GASSMAN) 
Ksat3(j) = Kd3 + (((1‐(Kd3/Ko))^2)/(phi3/Kfluido3 + (1‐phi3)/Ko ‐ Kd3/(Ko^2))); 
  
Apêndice 145

% CALCULO DE VP e VS 
  
vpsat2H3(j) = ((Ksat3(j) + (4/3)*G3)/rhoBsat3(j))^(1/2); 
 
CURVA SUPERIOR: PATCHY SATURATION 
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
% MODULO BULK DA ROCHA TOTALMENTE SATURADA DE GAS DE MODULO 
KG 
  
Kfl111 = Kg2; 
  
K111 = Ko*(phi3*Kd3 ‐ (1+phi3)*Kfl111*Kd3/Ko + Kfl111)/((1‐phi3)*Kfl111 + phi3*Ko ‐ 
Kfl111*Kd3/Ko); 
  
% MODULO BULK DA ROCHA TOTALMENTE SATURADA DE AGUA  
  
Kfl222 = Kw3; 
  
K222 = Ko*( phi3*Kd3 ‐ (1+phi3)*Kfl222*Kd3/Ko + Kfl222)/((1‐phi3)*Kfl222 + phi3*Ko ‐ 
Kfl222*Kd3/Ko); 
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

  
% CALCULO DE VP e VS 
  
vpsat2P3(j) = (((Sgas(j)*((K111 + (4/3)*G3)^(‐1)) + (1‐Sgas(j))*((K222 + (4/3)*G3)^(‐1)))^(‐
1))/rhoBsat3(j))^(1/2); 
 
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
% MODELO 4 
% OLEO 50 API 25C 
 
CURVA INFERIOR: HOMOGENEOUS SATURATION %%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
% DENSIDADE DO FLUIDO (AGUA E GAS) 
rhofl4(j) = Sgas(j)*rho_gas4 + (1‐Sgas(j))*rho_w4; 
 % MODULO BULK DO FLUIDO(AGUA E GAS) 
KflH4(j) = (Sgas(j)*(Kg4^(‐1)) + (1‐Sgas(j))*(Kw4^(‐1)))^(‐1); 
  
% DENSIDADE DA ROCHA SATURADA   
rhoBsat4(j) = rhofl4(j)*phi4 + rhog4*(1 ‐ phi4); 
  
% MODULO BULK DO FLUIDO(AGUA E GAS) 
Kfluido4 = KflH4(j); 
  
% MODULO BULK DA ROCHA SATURADA (EQUACAO DE GASSMAN) 
Ksat4(j) = Kd4 + (((1‐(Kd4/Ko))^2)/(phi4/Kfluido4 + (1‐phi4)/Ko ‐ Kd4/(Ko^2))); 
  
% CALCULO DE VP e VS 
  
vpsat2H4(j) = ((Ksat4(j) + (4/3)*G4)/rhoBsat4(j))^(1/2); 
 
Apêndice 146

CURVA SUPERIOR: PATCHY SATURATION %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
% MODULO BULK DA ROCHA TOTALMENTE SATURADA DE GAS DE MODULO 
KG 
  
Kfl1111 = Kg4; 
  
K1111 = Ko*(phi4*Kd4 ‐ (1+phi4)*Kfl1111*Kd4/Ko + Kfl1111)/((1‐phi4)*Kfl1111 + phi4*Ko 
‐ Kfl1111*Kd4/Ko); 
  
% MODULO BULK DA ROCHA TOTALMENTE SATURADA DE AGUA  
  
Kfl2222 = Kw4; 
  
K2222 = Ko*( phi4*Kd4 ‐ (1+phi4)*Kfl2222*Kd4/Ko + Kfl2222)/((1‐phi4)*Kfl2222 + phi4*Ko 
‐ Kfl2222*Kd4/Ko); 
  
% CALCULO DE VP e VS 
  
vpsat2P4(j) = (((Sgas(j)*((K1111 + (4/3)*G4)^(‐1)) + (1‐Sgas(j))*((K2222 + (4/3)*G4)^(‐1)))^(‐
1))/rhoBsat4(j))^(1/2); 
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

 
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
%  DIFERENÇA ENTRE Vp PATCHYs 25 e 125 C PARA cada API 
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
b = max(vpsat2P2); 
Dvp10(j) = (vpsat2P2(j) ‐ vpsat2P1(j))*1000;  %*100)/b; 
  
c = max(vpsat2P4); 
Dvp50(j) = (vpsat2P4(j) ‐ vpsat2P3(j))*1000; % *100)/c; 
j=j+1; 
end 
  
GRAFICO %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
figure(1),plot(Sgas,vpsat2P1,ʹb‐ʹ,Sgas,vpsat2P2,ʹv‐ʹ,Sgas,vpsat2P3,ʹR‐ʹ,Sgas,vpsat2P4,ʹY‐
ʹ,Sgas,vpsat2H1,ʹb‐ʹ,Sgas,vpsat2H2,ʹv‐ʹ,Sgas,vpsat2H3,ʹR‐ʹ,Sgas,vpsat2H4,ʹY‐ʹ) 
legend(ʹVp_P 10 API 125ʹ,ʹVp_P 10 API 25ʹ,ʹVp_P 50 API 125ʹ,ʹVp_P 50 API 25ʹ,ʹVp_H 10 
API 125ʹ,ʹVp_H 10 API 25ʹ,ʹVp_H 50 API 125ʹ,ʹVp_H 50 API 25ʹ); 
xlabel(ʹS_gʹ); 
ylabel(ʹV_p (Km/s)ʹ); 
  
figure(3),plot(Sgas,Dvp10,ʹr:oʹ,Sgas,Dvp50,ʹb:^ʹ) 
legend(ʹ10 APIʹ,ʹ50 APIʹ); 
xlabel(ʹS_gʹ); 
ylabel(ʹVp_2_5 ‐ Vp_1_2_5 (m/s)ʹ); 
 
Apêndice 147

B.3
Areia Limpa - Efeito da Pressão

%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
%   CALCULO DA VELOCIDADE VP EM FUNÇAO DA SATURAÇAO DE GAS          
%   SISTEMA AGUA‐GAS 
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
clear all  
   
% PROPRIEDADES DOS FLUIDOS PAPER BATZLE!! 
  
Kg2 = 0.025;    % modulo Bulk do gas   
rho_gas2 = 0.01;    % densidade do gas  
Kg1 = 0.1;    % modulo Bulk do gas   
rho_gas1 = 0.23;    % densidade do gas 
  
Kw2 = 2.25;   % MODULO BULK da agua (não salgada) 
rho_w2 = 1;    % densidade da agua 
Kw1 = 2.37;    % MODULO BULK da agua 
rho_w1 = 1;    % densidade da agua ppm = 0  
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

  
% PARAMETROS SEGUNDO TESE YIN AREIA 30 MPA 
  
phi1 = 0.34; % 
G1 = 2.2; %  
Kd1 = 9.2;   % modulo Bulk da rocha seca (GPa)   
Ko = 36.6;   % MODULO BULK do mineral  
rhog = 2.65;   % densidade do grao  
rhod1 = rhog*(1 ‐ phi1);     % densidade da rocha seca  
  
% PARAMETROS SEGUNDO TESE YIN AREIA 10 MPA 
  
phi2 = 0.36; % 
G2 = 1; %  
Kd2 = 8.4;   % modulo Bulk da rocha seca (GPa)   
rhod2 = rhog*(1 ‐ phi2);     % densidade da rocha seca  
  
% PARAMETROS SEGUNDO TESE YIN AREIA 22 MPA 
  
% Kw2 = 2.15;    % MODULO BULK da agua 
% rho_w2 = 1;    % densidade da agua 
% %rho_oleo2 = 0.75;    % densidade do oleo 
% %Koleo2 = 1.42; %0.85;       % MODULO BULK do oleo 
% phi2 = 0.36; % 
% G2 = 2.0; %  
% Kd2 = 8.4;   % modulo Bulk da rocha seca (GPa)   
% rhod2 = rhog*(1 ‐ phi2);     % densidade da rocha seca  
 
 
 
Apêndice 148

%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
% MODELO 1  
% 30 MPa 
 
CURVA INFERIOR: HOMOGENEOUS SATURATION %%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
% VARIANDO A SATURACAO DA AGUA DE 0 A 1 
  
j=1; 
  
for i=0:0.01:1 , 
  
Sgas(j) = i; 
  
% DENSIDADE DO FLUIDO (AGUA E GAS) 
rhofl1(j) = Sgas(j)*rho_gas1 + (1‐Sgas(j))*rho_w1; 
  
% MODULO BULK DO FLUIDO(AGUA E GAS) 
KflH1(j) = (Sgas(j)*(Kg1^(‐1)) + (1‐Sgas(j))*(Kw1^(‐1)))^(‐1); 
  
% DENSIDADE DA ROCHA SATURADA 
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

rhoBsat1(j) = rhofl1(j)*phi1 + rhog*(1 ‐ phi1); 
  
% MODULO BULK DO FLUIDO(AGUA E GAS) 
Kfluido1 = KflH1(j); 
  
% MODULO BULK DA ROCHA SATURADA (EQUACAO DE GASSMAN) 
Ksat1(j) = Kd1 + (((1‐(Kd1/Ko))^2)/(phi1/Kfluido1 + (1‐phi1)/Ko ‐ Kd1/(Ko^2))); 
  
% CALCULO DE VP e VS 
  
vpsat2H1(j) = ((Ksat1(j) + (4/3)*G1)/rhoBsat1(j))^(1/2); 
 
CURVA SUPERIOR: PATCHY SATURATION %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
% MODULO BULK DA ROCHA TOTALMENTE SATURADA DE GAS DE MODULO 
KG 
  
Kfl1 = Kg1; 
  
K1 = Ko*(phi1*Kd1 ‐ (1+phi1)*Kfl1*Kd1/Ko + Kfl1)/((1‐phi1)*Kfl1 + phi1*Ko ‐ 
Kfl1*Kd1/Ko); 
  
% MODULO BULK DA ROCHA TOTALMENTE SATURADA DE AGUA  
  
Kfl2 = Kw1; 
  
K2 = Ko*( phi1*Kd1 ‐ (1+phi1)*Kfl2*Kd1/Ko +Kfl2)/((1‐phi1)*Kfl2 + phi1*Ko ‐ 
Kfl2*Kd1/Ko); 
  
 
Apêndice 149

% CALCULO DE VP  
  
vpsat2P1(j) = (((Sgas(j)*((K1 + (4/3)*G1)^(‐1)) + (1‐Sgas(j))*((K2 + (4/3)*G1)^(‐1)))^(‐
1))/rhoBsat1(j))^(1/2); 
 
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
% MODELO 2 
% 10 MPA 
 
CURVA INFERIOR: HOMOGENEOUS SATURATION %%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
% DENSIDADE DO FLUIDO (AGUA E GAS) 
rhofl2(j) = Sgas(j)*rho_gas2 + (1‐Sgas(j))*rho_w2; 
  
% MODULO BULK DO FLUIDO(AGUA E GAS) 
KflH2(j) = (Sgas(j)*(Kg2^(‐1)) + (1‐Sgas(j))*(Kw2^(‐1)))^(‐1); 
  
% DENSIDADE DA ROCHA SATURADA  AQUI ERROR EM RHOFL!!! 
rhoBsat2(j) = rhofl2(j)*phi2 + rhog*(1 ‐ phi2); 
  
% MODULO BULK DO FLUIDO(AGUA E GAS) 
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

Kfluido2 = KflH2(j); 
  
% MODULO BULK DA ROCHA SATURADA (EQUACAO DE GASSMAN) 
Ksat2(j) = Kd2 + (((1‐(Kd2/Ko))^2)/(phi2/Kfluido2 + (1‐phi2)/Ko ‐ Kd2/(Ko^2))); 
  
% CALCULO DE VP e VS 
  
vpsat2H2(j) = ((Ksat2(j) + (4/3)*G2)/rhoBsat2(j))^(1/2); 
   
CURVA SUPERIOR: PATCHY SATURATION %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
% MODULO BULK DA ROCHA TOTALMENTE SATURADA DE GAS DE MODULO 
KG 
  
Kfl11 = Kg2; 
  
K11 = Ko*(phi2*Kd2 ‐ (1+phi2)*Kfl11*Kd2/Ko + Kfl11)/((1‐phi2)*Kfl11 + phi2*Ko ‐ 
Kfl11*Kd2/Ko); 
  
% MODULO BULK DA ROCHA TOTALMENTE SATURADA DE AGUA  
  
Kfl22 = Kw2; 
  
K22 = Ko*( phi2*Kd2 ‐ (1+phi2)*Kfl22*Kd2/Ko + Kfl22)/((1‐phi2)*Kfl22 + phi2*Ko ‐ 
Kfl22*Kd2/Ko); 
  
% CALCULO DE VP e VS 
  
vpsat2P2(j) = (((Sgas(j)*((K11 + (4/3)*G2)^(‐1)) + (1‐Sgas(j))*((K22 + (4/3)*G2)^(‐1)))^(‐
1))/rhoBsat2(j))^(1/2); 
Apêndice 150

%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
%  DIFERENÇA ENTRE Vp PATCHY E HOMOGENEA PARA CADA PRESSAO 
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
c = max(vpsat2P1); 
vp30(j) = ((vpsat2P1(j) ‐ vpsat2H1(j))*100)/c; 
  
d = max(vpsat2P2); 
vp10(j) = ((vpsat2P2(j) ‐ vpsat2H2(j))*100)/d; 
 
j=j+1; 
end 
 
GRAFICO %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
% ter grid nos graficos por padrao 
set(0,ʹDefaultAxesXgridʹ,ʹonʹ); 
set(0,ʹDefaultAxesXgridʹ,ʹonʹ); 
set(0,ʹDefaultAxesXgridʹ,ʹonʹ); 
  
figure(1),plot(Sgas,vpsat2H1,ʹr:ʹ,Sgas,vpsat2P1,ʹb‐ʹ,Sgas,vpsat2H2,ʹr:ʹ,Sgas,vpsat2P2,ʹv‐ʹ) 
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

legend(ʹVp_H 30 MPaʹ,ʹVp_P 30 MPaʹ,ʹVp_H 10 MPaʹ,ʹVp_P 10 MPaʹ); 
xlabel(ʹS_gʹ); 
ylabel(ʹV_p (Km/s)ʹ); 
  
figure(3),plot(Sgas,vp30,ʹr:ʹ,Sgas,vp10,ʹv‐ʹ) 
legend(ʹ30 MPaʹ,ʹ10 MPaʹ); 
xlabel(ʹS_gʹ); 
ylabel(ʹDiferença (%)ʹ); 
  
 
B.4
Areia Limpa e Areia Argilosa - Efeito da Porosidade

%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
%   CALCULO DA VELOCIDADE VP EM FUNÇAO DA SATURAÇAO DE GAS          
%   SISTEMA AGUA‐GAS 
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
clear all  
  
% PROPRIEDADES DOS FLUIDOS PAPER BATZLE!! FLUIDOS PARA 10 MPA 
  
Kg2 = 0.02;    % modulo Bulk do gas   
rho_gas2 = 0.09;    % densidade do gas  
Kg1 = Kg2; 
rho_gas1 = rho_gas2; 
  
Kw2 = 2.25;   % MODULO BULK da agua (não salgada) 
Kw1 = Kw2; 
rho_w2 = 1.1;    % densidade da agua 
Apêndice 151

rho_w1 = rho_w2; 
  
% PROPRIEDADES DOS FLUIDOS PAPER BATZLE!! FLUIDOS PARA 30 MPA 
  
% Kg1 = 0.1;    % modulo Bulk do gas   
% Kg2 = Kg1; 
% rho_gas1 = 0.23;    % densidade do gas 
% rho_gas2 = rho_gas1; 
% Kw1 = 2.37;    % MODULO BULK da agua 
% Kw2 = Kw1;  
% rho_w1 = 1;    % densidade da agua ppm = 0  
% rho_w2 = rho_w1; 
  
 
 
% PARAMETROS SEGUNDO TESE YIN AREIA PARA 30 MPA 
  
% phi1 = 0.34; % 
% G1 = 2.2; %  
% Kd1 = 9.2;   % modulo Bulk da rocha seca (GPa)   
% Ko = 36.6;   % MODULO BULK do mineral  
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

% rhod1 = rhog*(1 ‐ phi1);     % densidade da rocha seca  
  
rhog = 2.65;   % densidade do grao  
  
% PARAMETROS SEGUNDO TESE YIN AREIA PARA 15 MPA (POROSIDADES ALTA) 
  
Ko2 = 36.6;   % modulo Bulk do mineral  
phi2 = 0.36; % 
G2 = 1.5; % 1.6; % 
Kd2 = 8.7;   % modulo Bulk da rocha seca (GPa)   
rhod2 = rhog*(1 ‐ phi2)     % densidade da rocha seca  
  
% PARAMETROS SEGUNDO TESE YIN AREIA‐ARGILOSA C20%PARA 15 MPA 
(POROSIDADES BAIXA) 
  
Ko1 = 32;   % MODULO BULK do mineral  
phi1 = 0.24; % 
G1 = 1.2; %  
Kd1 = 13;   % modulo Bulk da rocha seca (GPa)   
rhod1 = rhog*(1 ‐ phi1)     % densidade da rocha seca  
  
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
% MODELO 1  
% porosidade baixa 
 
CURVA INFERIOR: HOMOGENEOUS SATURATION %%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
% VARIANDO A SATURACAO DA AGUA DE 0 A 1 
  
j=1; 
Apêndice 152

  
for i=0:0.02:1 , 
  
Sgas(j) = i; 
  
% DENSIDADE DO FLUIDO (AGUA E GAS) 
rhofl1(j) = Sgas(j)*rho_gas1 + (1‐Sgas(j))*rho_w1; 
  
% MODULO BULK DO FLUIDO(AGUA E GAS) 
KflH1(j) = (Sgas(j)*(Kg1^(‐1)) + (1‐Sgas(j))*(Kw1^(‐1)))^(‐1); 
  
% DENSIDADE DA ROCHA SATURADA 
rhoBsat1(j) = rhofl1(j)*phi1 + rhog*(1 ‐ phi1); 
 
 % MODULO BULK DO FLUIDO(AGUA E GAS) 
Kfluido1 = KflH1(j); 
  
% MODULO BULK DA ROCHA SATURADA (EQUACAO DE GASSMAN) 
Ksat1(j) = Kd1 + (((1‐(Kd1/Ko1))^2)/(phi1/Kfluido1 + (1‐phi1)/Ko1 ‐ Kd1/(Ko1^2))); 
  
 
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

% CALCULO DE VP e VS 
  
vpsat2H1(j) = ((Ksat1(j) + (4/3)*G1)/rhoBsat1(j))^(1/2); 
 
CURVA SUPERIOR: PATCHY SATURATION %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
 
% MODULO BULK DA ROCHA TOTALMENTE SATURADA DE GAS DE MODULO 
KG 
  
Kfl1 = Kg1; 
  
K1 = Ko1*(phi1*Kd1 ‐ (1+phi1)*Kfl1*Kd1/Ko1 + Kfl1)/((1‐phi1)*Kfl1 + phi1*Ko1 ‐ 
Kfl1*Kd1/Ko1); 
  
% MODULO BULK DA ROCHA TOTALMENTE SATURADA DE AGUA  
  
Kfl2 = Kw1; 
  
K2 = Ko1*( phi1*Kd1 ‐ (1+phi1)*Kfl2*Kd1/Ko1 +Kfl2)/((1‐phi1)*Kfl2 + phi1*Ko1 ‐ 
Kfl2*Kd1/Ko1); 
  
% CALCULO DE VP  
  
vpsat2P1(j) = (((Sgas(j)*((K1 + (4/3)*G1)^(‐1)) + (1‐Sgas(j))*((K2 + (4/3)*G1)^(‐1)))^(‐
1))/rhoBsat1(j))^(1/2); 
 
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
% MODELO 2 
%  POROSIDADE ALTA 
 
Apêndice 153

CURVA INFERIOR: HOMOGENEOUS SATURATION %%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
% DENSIDADE DO FLUIDO (AGUA E GAS) 
rhofl2(j) = Sgas(j)*rho_gas2 + (1‐Sgas(j))*rho_w2; 
  
% MODULO BULK DO FLUIDO(AGUA E GAS) 
KflH2(j) = (Sgas(j)*(Kg2^(‐1)) + (1‐Sgas(j))*(Kw2^(‐1)))^(‐1); 
  
% DENSIDADE DA ROCHA SATURADA  AQUI ERROR EM RHOFL!!! 
rhoBsat2(j) = rhofl2(j)*phi2 + rhog*(1 ‐ phi2); 
  
% MODULO BULK DO FLUIDO(AGUA E GAS) 
Kfluido2 = KflH2(j); 
  
% MODULO BULK DA ROCHA SATURADA (EQUACAO DE GASSMAN) 
Ksat2(j) = Kd2 + (((1‐(Kd2/Ko2))^2)/(phi2/Kfluido2 + (1‐phi2)/Ko2 ‐ Kd2/(Ko2^2))); 
  
% CALCULO DE VP e VS 
  
vpsat2H2(j) = ((Ksat2(j) + (4/3)*G2)/rhoBsat2(j))^(1/2); 
 
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

CURVA SUPERIOR: PATCHY SATURATION %%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
% MODULO BULK DA ROCHA TOTALMENTE SATURADA DE GAS DE MODULO 
KG 
  
Kfl11 = Kg2; 
  
K11 = Ko2*(phi2*Kd2 ‐ (1+phi2)*Kfl11*Kd2/Ko2 + Kfl11)/((1‐phi2)*Kfl11 + phi2*Ko2 ‐ 
Kfl11*Kd2/Ko2); 
  
% MODULO BULK DA ROCHA TOTALMENTE SATURADA DE AGUA  
  
Kfl22 = Kw2; 
  
K22 = Ko2*( phi2*Kd2 ‐ (1+phi2)*Kfl22*Kd2/Ko2 + Kfl22)/((1‐phi2)*Kfl22 + phi2*Ko2 ‐ 
Kfl22*Kd2/Ko2); 
  
% CALCULO DE VP e VS 
  
vpsat2P2(j) = (((Sgas(j)*((K11 + (4/3)*G2)^(‐1)) + (1‐Sgas(j))*((K22 + (4/3)*G2)^(‐1)))^(‐
1))/rhoBsat2(j))^(1/2); 
 
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
%  DIFERENÇA ENTRE Vp PATCHY E HOMOGENEA PARA CADA PRESSAO 
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
c = max(vpsat2P1); 
vp_phi_baixo(j) = ((vpsat2P1(j) ‐ vpsat2H1(j))*100)/c; 
  
d = max(vpsat2P2); 
Apêndice 154

vp_phi_alto(j) = ((vpsat2P2(j) ‐ vpsat2H2(j))*100)/d; 
  
j=j+1; 
end 
  
GRAFICO %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
% ter grid nos graficos por padrao 
set(0,ʹDefaultAxesXgridʹ,ʹofʹ); 
set(0,ʹDefaultAxesXgridʹ,ʹofʹ); 
set(0,ʹDefaultAxesXgridʹ,ʹofʹ); 
  
figure(1),plot(Sgas,vpsat2H1,ʹb^:ʹ,Sgas,vpsat2P1,ʹb^‐
ʹ,Sgas,vpsat2H2,ʹro:ʹ,Sgas,vpsat2P2,ʹro‐ʹ) 
legend(ʹVp_H phi = 0.24ʹ,ʹVp_P phi = 0.24ʹ,ʹVp_H phi = 0.36ʹ,ʹVp_P phi = 0.36ʹ); 
xlabel(ʹS_gʹ); 
ylabel(ʹV_p (Km/s)ʹ); 
  
 figure(3),plot(Sgas,vp_phi_baixo,ʹb^:ʹ,Sgas,vp_phi_alto,ʹr:oʹ) 
legend(ʹphi = 0.24ʹ,ʹphi = 0.36ʹ); 
xlabel(ʹS_gʹ); 
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

ylabel(ʹDiferença (%)ʹ); 
  
 
B.5
Arenito Fontainebleu

%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
%   CALCULO DA VELOCIDADE VP EM FUNÇAO DA SATURAÇAO DE GAS                   
%   INJEÇAO DE GAS    
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
% Propriedades dos fluidos PAPER BATZLE: INDICE ʺWʺ SE REFERE A OLEO  
% PARAMETROS FLUIDO SUBMETIDO A 3 MPA 25OC 
  
Kg1 = 0.007;    % modulo Bulk do gas   
rho_gas1 = 0.03;    % densidade do gas 
  
Kw1 = 1.31;   % MODULO BULK do oleo  1.6 
rho_w1 = 0.77;    % densidade do oleo 
  
%  PP=3 MPA PARA 125 C 
  
Kg2 = 0.007;    % modulo Bulk do gas  (GPa) 
rho_gas2 = 0.02;    % densidade do gas  
  
Kw2 = 0.6;   % MODULO BULK do óleo (GPa) 
rho_w2 = 0.72;    % densidade do óleo 
  
 
 
Apêndice 155

%  PP=10 MPA PARA 125 C 
  
rho_gas3 = 0.06;    % densidade do gas  
Kg3 = 0.02;    % modulo Bulk do gas  (GPa) 
  
Kw3 = 0.7;   % MODULO BULK do óleo (GPa) 
rho_w3 = 0.72;    % densidade do óleo 
  
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
% ST. FONTAINEBLEU SANDSTONE: (PACKWOOD TESE) 
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
phi = 0.154; %ok 
G = 19.07; % modulo cisalh da rocha seca para 5Mpa(GPa 
Kd = 18.07;   % modulo Bulk da rocha seca para 5Mpa(GPa)  
Ko = 38;   % modulo Bulk do mineral  
rhog = 2.65; 
rhod = rhog*(1 ‐ phi);    % densidade da rocha seca  
 
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
% MODELO 1  
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

 
CURVA INFERIOR: HOMOGENEOUS SATURATION %%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
% VARIANDO A SATURACAO DA AGUA DE 0 A 1 
  
j=1; 
  
for i=0:0.02:1 , 
  
Sgas(j) = i; 
  
% DENSIDADE DO FLUIDO (AGUA E GAS) 
rhofl1(j) = Sgas(j)*rho_gas1 + (1‐Sgas(j))*rho_w1; 
  
% MODULO BULK DO FLUIDO(AGUA E GAS) 
KflH1(j) = (Sgas(j)*(Kg1^(‐1)) + (1‐Sgas(j))*(Kw1^(‐1)))^(‐1); 
  
% DENSIDADE DA ROCHA SATURADA 
rhoBsat1(j) = rhofl1(j)*phi + rhog*(1 ‐ phi) 
  
% MODULO BULK DO FLUIDO(AGUA E GAS) 
Kfluido1 = KflH1(j); 
  
% MODULO BULK DA ROCHA SATURADA (EQUACAO DE GASSMAN) 
Ksat1(j) = Kd + (((1‐(Kd/Ko))^2)/(phi/Kfluido1 + (1‐phi)/Ko ‐ Kd/(Ko^2))) 
  
% CALCULO DE VP e VS 
  
vpsat2H1(j) = ((Ksat1(j) + (4/3)*G)/rhoBsat1(j))^(1/2); 
 
Apêndice 156

 
CURVA SUPERIOR: PATCHY SATURATION %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
% MODULO BULK DA ROCHA TOTALMENTE SATURADA DE GAS DE MODULO 
KG 
  
Kfl1 = Kg1; 
  
K1 = Ko*(phi*Kd ‐ (1+phi)*Kfl1*Kd/Ko + Kfl1)/((1‐phi)*Kfl1 + phi*Ko ‐ Kfl1*Kd/Ko); 
  
% MODULO BULK DA ROCHA TOTALMENTE SATURADA DE AGUA  
  
Kfl2 = Kw1; 
  
K2 = Ko*( phi*Kd ‐ (1+phi)*Kfl2*Kd/Ko +Kfl2)/((1‐phi)*Kfl2 + phi*Ko ‐ Kfl2*Kd/Ko); 
  
% CALCULO DE VP  
  
vpsat2P1(j) = (((Sgas(j)*((K1 + (4/3)*G)^(‐1)) + (1‐Sgas(j))*((K2 + (4/3)*G)^(‐1)))^(‐
1))/rhoBsat1(j))^(1/2); 
 
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
% MODELO 2  
 
CURVA INFERIOR: HOMOGENEOUS SATURATION %%%%%%%%%%%%%%%%% 
   
% DENSIDADE DO FLUIDO (AGUA E GAS) 
rhofl2(j) = Sgas(j)*rho_gas2 + (1‐Sgas(j))*rho_w2; 
  
% MODULO BULK DO FLUIDO(AGUA E GAS) 
KflH2(j) = (Sgas(j)*(Kg1^(‐1)) + (1‐Sgas(j))*(Kw2^(‐1)))^(‐1); 
 
 % DENSIDADE DA ROCHA SATURADA 
rhoBsat2(j) = rhofl2(j)*phi + rhog*(1 ‐ phi) 
  
% MODULO BULK DO FLUIDO(AGUA E GAS) 
Kfluido2 = KflH2(j); 
  
% MODULO BULK DA ROCHA SATURADA (EQUACAO DE GASSMAN) 
Ksat2(j) = Kd + (((1‐(Kd/Ko))^2)/(phi/Kfluido2 + (1‐phi)/Ko ‐ Kd/(Ko^2))) 
  
% CALCULO DE VP e VS 
  
vpsat2H2(j) = ((Ksat2(j) + (4/3)*G)/rhoBsat2(j))^(1/2); 
 
  
CURVA SUPERIOR: PATCHY SATURATION %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
 % MODULO BULK DA ROCHA TOTALMENTE SATURADA DE GAS DE MODULO 
KG 
  
Apêndice 157

Kfl11 = Kg1; 
  
K11 = Ko*(phi*Kd ‐ (1+phi)*Kfl11*Kd/Ko + Kfl11)/((1‐phi)*Kfl11 + phi*Ko ‐ Kfl11*Kd/Ko); 
  
% MODULO BULK DA ROCHA TOTALMENTE SATURADA DE AGUA  
  
Kfl22 = Kw2; 
  
K22 = Ko*( phi*Kd ‐ (1+phi)*Kfl22*Kd/Ko +Kfl22)/((1‐phi)*Kfl22 + phi*Ko ‐ Kfl22*Kd/Ko); 
  
% CALCULO DE VP  
  
vpsat2P2(j) = (((Sgas(j)*((K11 + (4/3)*G)^(‐1)) + (1‐Sgas(j))*((K22 + (4/3)*G)^(‐1)))^(‐
1))/rhoBsat2(j))^(1/2); 
 
 %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
% MODELO 3 
 
CURVA INFERIOR: HOMOGENEOUS SATURATION %%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
% DENSIDADE DO FLUIDO (AGUA E GAS) 
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

rhofl3(j) = Sgas(j)*rho_gas3 + (1‐Sgas(j))*rho_w3; 
  
% MODULO BULK DO FLUIDO(AGUA E GAS) 
KflH3(j) = (Sgas(j)*(Kg3^(‐1)) + (1‐Sgas(j))*(Kw3^(‐1)))^(‐1); 
  
% DENSIDADE DA ROCHA SATURADA   
rhoBsat3(j) = rhofl3(j)*phi + rhog*(1 ‐ phi); 
  
% MODULO BULK DO FLUIDO(AGUA E GAS) 
Kfluido3 = KflH3(j); 
  
% MODULO BULK DA ROCHA SATURADA (EQUACAO DE GASSMAN) 
Ksat3(j) = Kd + (((1‐(Kd/Ko))^2)/(phi/Kfluido3 + (1‐phi)/Ko ‐ Kd/(Ko^2))); 
  
 
% CALCULO DE VP e VS 
  
vpsat2H3(j) = ((Ksat3(j) + (4/3)*G)/rhoBsat3(j))^(1/2); 
   
CURVA SUPERIOR: PATCHY SATURATION %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
% MODULO BULK DA ROCHA TOTALMENTE SATURADA DE GAS DE MODULO 
KG 
  
Kfl111 = Kg2; 
  
K111 = Ko*(phi*Kd ‐ (1+phi)*Kfl111*Kd/Ko + Kfl111)/((1‐phi)*Kfl111 + phi*Ko ‐ 
Kfl111*Kd/Ko); 
  
 
Apêndice 158

% MODULO BULK DA ROCHA TOTALMENTE SATURADA DE AGUA  
  
Kfl222 = Kw3; 
 K222 = Ko*( phi*Kd ‐ (1+phi)*Kfl222*Kd/Ko + Kfl222)/((1‐phi)*Kfl222 + phi*Ko ‐ 
Kfl222*Kd/Ko); 
  
% CALCULO DE VP e VS 
  
vpsat2P3(j) = (((Sgas(j)*((K111 + (4/3)*G)^(‐1)) + (1‐Sgas(j))*((K222 + (4/3)*G)^(‐1)))^(‐
1))/rhoBsat3(j))^(1/2); 
   
j=j+1; 
end 
   
GRAFICO %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
   
figure(1),plot(Sgas,vpsat2P1,ʹb^‐ʹ,Sgas,vpsat2H1,ʹb^:ʹ,Sgas,vpsat2P2,ʹro‐
ʹ,Sgas,vpsat2H2,ʹro:ʹ,Sgas,vpsat2P3,ʹv‐ʹ,Sgas,vpsat2H3,ʹv:ʹ) 
legend(ʹVp_P 3 MPa 25ʹ,ʹVp_H 3 MPa 25ʹ,ʹVp_P 3 MPa 125ʹ,ʹVp_H 3 MPa 125ʹ,ʹVp_P 10 
MPa 125ʹ,ʹVp_H 10 MPa 125ʹ); 
xlabel(ʹS_gʹ); 
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

ylabel(ʹV_p (Km/s)ʹ); 
APÊNDICE C
Código MATLAB:
Upscaling da Saturação
Limite Homogêneo e Patchy
Cálculo de Vp e Impedância Acústica

Nesta seção são apresentadas as rotinas desenvolvidas no MATLAB para


fazer a ligação entre simulação de fluxo e modelagem sísmica. São calculados os
limites homogêneo e heterogêneo da velocidade compressional segundo a
saturação de gás. Além disso, o upscaling das saturações e velocidades é feito
para escala sísmica e a partir desses valores é calculada a impedância acústica e a
variação desta com o tempo. Os modelos utilizados para o cálculo da velocidade
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

compressional são o proposto por Gassmann (1951) e o apresentado por


Mavko & Jizba (1911). Essas implementações são utilizadas nas análises
realizadas no Capítulo 4 e Capítulo 5.

C.1.
Método de Gassmann: Vp para escala fina e grossa

clear 
  
DECLARACAO DE VARIAVEIS %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
 
numerocamadas=80; 
colunamodelo=240; 
saturacaoaguaresidual=0.20; 
saturacaooleoresidual=0.15; 
saturacaogasresidual=0.02; 
linhasfase=24; 
nfases=4 
intervalocamadasSat=numerocamadas*(linhasfase+1); 
intervalodiasSat=1+nfases*intervalocamadasSat; 
Sar=saturacaoaguaresidual; 
Sor=saturacaooleoresidual; 
Sgr=saturacaogasresidual; 
TempReserv=60;                         
phi=0.3; 
 
  
Apêndice 160

CARREGANDO ARQUIVOS COM OS DADOS %%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
 
 [DADOSSAT1]=xlsread(ʹ...implementações\Gassmann\sim009_t=0.xlsʹ); 
linhaMatrizSat1=size(DADOSSAT1,1); 
colunaMatrizSat1=size(DADOSSAT1,2); 
[DADOSSAT2]=xlsread(ʹ...implementações\Gassmann\sim009_t=500.xlsʹ); 
linhaMatrizSat2=size(DADOSSAT2,1); 
colunaMatrizSat2=size(DADOSSAT2,2); 
p1=linhaMatrizSat1/intervalodiasSat; 
p2=linhaMatrizSat2/intervalodiasSat; 
  
OBTENCAO DOS MAPAS DE SATURACAO GAS %%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
 
a=1; 
b=(intervalocamadasSat*3)+3; 
for n=1:p1; 
    k=b; 
    for m=1:numerocamadas; 
        for i=k:k+linhasfase‐1; 
            for j=1:colunaMatrizSat1; 
                SAT(m,a,n)= DADOSSAT1(i,j); 
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

                a = a+1; 
            end 
        end 
        k=i+2; 
        a=1; 
    end 
    b=b+intervalodiasSat; 
end 
  
a=1; 
b=(intervalocamadasSat*3)+3; 
for n=(p1+1):p1+p2; 
    k=b; 
    for m=1:numerocamadas; 
        for i=k:k+linhasfase‐1; 
            for j=1:colunaMatrizSat2; 
                SAT(m,a,n)= DADOSSAT2(i,j); 
                a = a+1; 
            end 
        end 
        k=i+2; 
        a=1; 
    end 
    b=b+intervalodiasSat; 
end 
  
UPSCALING %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
celulalinhaup=20;                            
celulacolunaup=40;                           
colunaup=fix(size(SAT,2)/celulacolunaup); 
Apêndice 161

linhaup=size(SAT,1)/celulalinhaup; 
for k=1:size(SAT,3); 
    for i=1:linhaup; 
        for j=1:colunaup; 
            UPSCALSAT(i,j,k)=sum(sum(SAT(1+celulalinhaup*(i‐
1):celulalinhaup*i,1+celulacolunaup*(j‐
1):celulacolunaup*j,k)))/(celulacolunaup*celulalinhaup); 
        end 
    end 
end 
  
DEFINICAO DE PARAMETROS %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
% 1 psi/ft = 2.306 g/cm3         
% 1 psi = 6894.79 Pa 
% 1 psi = 14.5 Bar 
% 1 psi = 70.3 g/cm2  
% 1 ft  = 30,48 cm  
% 1 libra = 453.6 g 
% 1 libra/ft3 = 0.016g/cm3; 
  
densg = 2.650;                              % densidade do quartzo (g/cm3) 
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

K0=36.6;                                    % modulo Bulk do quartzo(GPa) 
Kd=9.2;                                     % MODULO BULK da rocha seca(GPa) 
G=2.2;                                      % modulo de Shear da rocha(GPa) 
Kgas=0.04;                                  % MODULO BULK do gas(GPa) 
Koleo=1.15;                                 % MODULO BULK do oleo(GPa) 
Kagua=2.25;                                 % MODULO BULK da agua(GPa)  
densagua=1;                                 % densidade da agua(g/cm3) 
densoleo=0.848;                             % densidade do oleo(g/cm3)         
densgas=0.0375;                            % densidade do gas(g/cm3) 
  
CALCULO DE VELOCIDADE %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
% MODULO BULK da rocha totalmente saturada de agua 
K1 =  Kd + (((1‐(Kd/K0))^2)/(phi/Kagua + (1‐phi)/K0 ‐ Kd/(K0^2)));  
  
% MODULO BULK da rocha totalmente saturada de oleo 
K2 = Kd + (((1‐(Kd/K0))^2)/(phi/Koleo + (1‐phi)/K0 ‐ Kd/(K0^2)));  
  
% MODULO BULK da rocha totalmente saturada de gas 
K3 = Kd + (((1‐(Kd/K0))^2)/(phi/Kgas + (1‐phi)/K0 ‐ Kd/(K0^2)));  
  
j=1; 
% variando a saturacao da gas de 0 a 1  
for i=0:0.01:1; 
    Sw(j) = i;  
  
        % densidade do fluido (agua, oleo e gas 60C) 
        densfl(j) = Sw(j)*densgas + (1‐Sw(j))*densoleo; 
     
        % densidade da rocha saturada 
Apêndice 162

        densrochasat(j) = densfl(j)*phi +  densg*(1‐phi);  
  
Saturacao Homogenea %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
    % MODULO BULK do fluido(agua e oleo) 
    Kfl(j) = (Sw(j)*(Kgas^(‐1)) + (1‐Sw(j))*(Koleo^(‐1)))^(‐1);  
  
    % MODULO BULK da rocha saturada  
    KsatH(j) = Kd + (((1‐(Kd/K0))^2)/(phi/Kfl(j) + (1‐phi)/K0 ‐ Kd/(K0^2)));  
  
    % calculo de VP e VS 
    vpsatH(j) = ((KsatH(j) + (4/3)*G)/densrochasat(j))^(1/2)*1000; 
    vssatH(j) = (G/densrochasat(j))^(1/2)*1000; 
  
Patchy saturation %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
 
    KsatP(j) = (Sw(j)*((K3 + (4/3)*G)^(‐1)) + (1‐Sw(j))*((K2 +(4/3)*G)^(‐1)))^(‐1) ‐ (4/3)*G; 
  
    % calculo de VP e VS 
    vpsatP(j) = ((KsatP(j) + (4/3)*G)/densrochasat(j))^(1/2)*1000;  
    vssatP(j) = (G/densrochasat(j))^(1/2)*1000; 
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

    j=j+1; 
end 
  
Patchy Modificado %%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
 
for k=1:size(SAT,3); 
    for i=1:linhaup; 
        for j=1:colunaup; 
            So=1‐UPSCALSAT(i,j,k);     
            densfl = UPSCALSAT(i,j,k)*densgas+(So‐Sar)*densoleo+Sar*densagua; 
            densrochasat2(i,j,k) = densfl*phi +  densg*(1‐phi); 
  
            Kf1 = ((1‐Sor‐Sgr)/Kagua + Sor/Koleo + Sgr/Kgas)^(‐1); 
            Kf2 = (Sar/Kagua + (1‐Sar‐Sgr)/Koleo + Sgr/Kgas)^(‐1);         
            Kf3 = (Sar/Kagua + Sor/Koleo + (1‐Sor‐Sar)/Kgas)^(‐1); 
            Kar = K0*(Kd/(K0‐Kd) + Kfl/(phi*(K0‐Kf1)))/(1 + Kd/(K0‐Kd) + Kfl/(phi*(K0‐Kf1)));  
            Kor = K0*(Kd/(K0‐Kd) + Kf2/(phi*(K0‐Kf2)))/(1 + Kd/(K0‐Kd) + Kf2/(phi*(K0‐Kf2)));  
            Kgr = K0*(Kd/(K0‐Kd) + Kf3/(phi*(K0‐Kf3)))/(1 + Kd/(K0‐Kd) + Kf3/(phi*(K0‐Kf3)));  
            Sf3(i,j,k) = (UPSCALSAT(i,j,k)‐Sgr)/(1‐Sar‐Sor‐Sgr); 
            Sf2(i,j,k) = (So‐Sor‐Sar)/(1‐Sar‐Sor‐Sgr); 
  
            Kmp(i,j,k) = (Sf3(i,j,k)/(Kgr + 4*G/3) + Sf2(i,j,k)/(Kor + 4*G/3))^(‐1) ‐ 4*G/3 ; 
  
            %% VP, VS, IMPEDANCIA e DENSIDADE   
            UPSCALVP(i,j,k) = ((Kmp(i,j,k) + (4/3)*G)/densrochasat2(i,j,k))^(1/2)*1000; 
            UPSCALVS(i,j,k) = (G/densrochasat2(i,j,k))^(1/2)*1000; 
            UPSCALIMPED(i,j,k)=UPSCALVP(i,j,k)*densrochasat2(i,j,k)*1000000; 
         end 
    end 
end 
Apêndice 163

 VP=UPSCALVP; 
VS=UPSCALVS; 
IMPED=UPSCALIMPED; 
DENS=densrochasat2;CONSTRUCAO DOS GRAFICOS  
 
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
x1=0:1.25:1.25*(linhasfase*10‐1); 
z1=0:1:1*(numerocamadas‐1); 
x2=0:50:50*(colunaup‐1); 
z2=0:20:20*(linhaup‐1); 
  
    for t=2:5:11; 
        figure(t),plot(UPSCALSAT(:,:,t),UPSCALVP(:,:,t),ʹroʹ,Sw,vpsatH,ʹg*ʹ,Sw,vpsatP,ʹb*ʹ), 
hold on; 
    end 
 
C.2.
Método de Mavko & Jizba: Vp para escala fina e grossa

clear 
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

  
DECLARACAO DE VARIAVEIS %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
 
numerocamadas=80; 
%linhamodelo=270; 
colunamodelo=240; 
saturacaoaguaresidual=0.20; 
saturacaooleoresidual=0.15; 
saturacaogasresidual=0.02; 
linhasfase=24; 
nfases=4;                                
intervalocamadasSat=numerocamadas*(linhasfase+1); 
intervalodiasSat=1+nfases*intervalocamadasSat; 
Sar=saturacaoaguaresidual; 
Sor=saturacaooleoresidual; 
Sgr=saturacaogasresidual; 
TempReserv=60;                           
phi=0.3; 
aa=2.5;   
c=0;    
 
CARREGANDO ARQUIVOS COM OS DADOS %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
 
 [DADOSSAT1]=xlsread(ʹ...implementações\Gassmann\sim009_t=0.xlsʹ); 
linhaMatrizSat1=size(DADOSSAT1,1); 
colunaMatrizSat1=size(DADOSSAT1,2); 
[DADOSSAT2]=xlsread(ʹ...implementações\Gassmann\sim009_t=500.xlsʹ); 
linhaMatrizSat2=size(DADOSSAT2,1); 
colunaMatrizSat2=size(DADOSSAT2,2); 
p1=linhaMatrizSat1/intervalodiasSat; 
Apêndice 164

p2=linhaMatrizSat2/intervalodiasSat; 
  
OBTENCAO DOS MAPAS DE SATURACAO GAS %%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
 
a=1; 
b=(intervalocamadasSat*3)+3; 
for n=1:p1; 
    k=b; 
    for m=1:numerocamadas; 
        for i=k:k+linhasfase‐1; 
            for j=1:colunaMatrizSat1; 
                SAT(m,a,n)= DADOSSAT1(i,j); 
                a = a+1; 
            end 
        end 
        k=i+2; 
        a=1; 
    end 
    b=b+intervalodiasSat; 
end 
  
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

a=1; 
b=(intervalocamadasSat*3)+3; 
for n=(p1+1):p1+p2; 
    k=b; 
    for m=1:numerocamadas; 
        for i=k:k+linhasfase‐1; 
            for j=1:colunaMatrizSat2; 
                SAT(m,a,n)= DADOSSAT2(i,j); 
                a = a+1; 
            end 
        end 
        k=i+2; 
        a=1; 
    end 
    b=b+intervalodiasSat; 
end 
   
UPSCALING %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
 
celulalinhaup=20;                            
celulacolunaup=40;                           
colunaup=fix(size(SAT,2)/celulacolunaup); 
linhaup=size(SAT,1)/celulalinhaup; 
for k=1:size(SAT,3); 
    for i=1:linhaup; 
        for j=1:colunaup; 
            UPSCALSAT(i,j,k)=sum(sum(SAT(1+celulalinhaup*(i‐
1):celulalinhaup*i,1+celulacolunaup*(j‐
1):celulacolunaup*j,k)))/(celulacolunaup*celulalinhaup); 
        end 
Apêndice 165

    end 
end 
  
DEFINICAO DE PARAMETROS %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
 
% 1 psi/ft = 2.306 g/cm3         
% 1 psi = 6894.79 Pa 
% 1 psi = 14.5 Bar 
% 1 psi = 70.3 g/cm2  
% 1 ft  = 30,48 cm  
% 1 libra = 453.6 g 
% 1 libra/ft3 = 0.016g/cm3; 
  
densg = 2.650;                              % densidade do quartzo (g/cm3) 
K0=36.6;                                    % modulo Bulk do quartzo(GPa) 
Kd=9.2;                                     % MODULO BULK da rocha seca(GPa) 
G=2.2;                                      % modulo de Shear da rocha(GPa) 
Kgas=0.04;                                  % MODULO BULK do gas(GPa) 
Koleo=1.15;                                 % MODULO BULK do oleo(GPa) 
Kagua=2.25;                                 % MODULO BULK da agua(GPa)  
densagua=1;                                 % densidade da agua(g/cm3) 
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

densoleo=0.848;                             % densidade do oleo(g/cm3)         
densgas=0.0375;                            % densidade do gas(g/cm3) 
  
CALCULO DE VELOCIDADE %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
% MODULO BULK da rocha totalmente saturada de agua 
K1 =  Kd + (((1‐(Kd/K0))^2)/(phi/Kagua + (1‐phi)/K0 ‐ Kd/(K0^2)));  
  
% MODULO BULK da rocha totalmente saturada de oleo 
K2 = Kd + (((1‐(Kd/K0))^2)/(phi/Koleo + (1‐phi)/K0 ‐ Kd/(K0^2)));  
  
% MODULO BULK da rocha totalmente saturada de gas 
K3 = Kd + (((1‐(Kd/K0))^2)/(phi/Kgas + (1‐phi)/K0 ‐ Kd/(K0^2)));  
  
j=1; 
% variando a saturacao da gas de 0 a 1  
for i=0:0.01:1; 
    Sw(j) = i;  
  
        % densidade do fluido (agua, oleo e gas 60C) 
        densfl(j) = Sw(j)*densgas + (1‐Sw(j))*densoleo; 
     
        % densidade da rocha saturada 
        densrochasat(j) = densfl(j)*phi +  densg*(1‐phi);  
         
Saturacao Homogenea %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
    % MODULO BULK do fluido(agua e oleo) 
    Kfl(j) = (Sw(j)*(Kgas^(‐1)) + (1‐Sw(j))*(Koleo^(‐1)))^(‐1);  
  
Apêndice 166

    % MODULO BULK da rocha saturada  
    KsatH(j) = Kd + (((1‐(Kd/K0))^2)/(phi/Kfl(j) + (1‐phi)/K0 ‐ Kd/(K0^2)));  
  
    % calculo de VP e VS 
    vpsatH(j) = ((KsatH(j) + (4/3)*G)/densrochasat(j))^(1/2)*1000; 
    vssatH(j) = (G/densrochasat(j))^(1/2)*1000; 
  
Patchy saturation %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
 
    KsatP(j) = (Sw(j)*((K3 + (4/3)*G)^(‐1)) + (1‐Sw(j))*((K2 +(4/3)*G)^(‐1)))^(‐1) ‐ (4/3)*G; 
  
    % calculo de VP e VS 
    vpsatP(j) = ((KsatP(j) + (4/3)*G)/densrochasat(j))^(1/2)*1000;  
    vssatP(j) = (G/densrochasat(j))^(1/2)*1000; 
    j=j+1; 
end 
  
 EQUAÇÕES DE JIZBA PRA CALCULO DOS MODULOS NAO RELAXADOS %%%%%  
  
Kdnr = 34 ‐ 79*(phi + c/2.4);     
  
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

Gnr = (1/G ‐ 4/15*(1/Kdnr ‐ 1/Kd))^‐1; 
  
Kdj = Kdnr; 
Gj = Gnr; 
 
Patchy Modificado %%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
 
for k=1:size(SAT,3); 
    for i=1:linhaup; 
        for j=1:colunaup; 
            So=1‐UPSCALSAT(i,j,k);     
            densfl = UPSCALSAT(i,j,k)*densgas+(So‐Sar)*densoleo+Sar*densagua; 
            densrochasat2(i,j,k) = densfl*phi +  densg*(1‐phi); 
  
            Kf2 = (Sar/Kagua + (1‐Sar‐Sgr)/Koleo + Sgr/Kgas)^(‐1);         
            Kf3 = (Sar/Kagua + Sor/Koleo + (1‐Sor‐Sar)/Kgas)^(‐1); 
            Kor = K0*(Kdj/(K0‐Kdj) + Kf2/(phi*(K0‐Kf2)))/(1 + Kdj/(K0‐Kdj) + Kf2/(phi*(K0‐
Kf2)));  
            Kgr = K0*(Kdj/(K0‐Kdj) + Kf3/(phi*(K0‐Kf3)))/(1 + Kdj/(K0‐Kdj) + Kf3/(phi*(K0‐
Kf3)));  
            Sf3(i,j,k) = (UPSCALSAT(i,j,k)‐Sgr)/(1‐Sar‐Sor‐Sgr); 
            Sf2(i,j,k) = (So‐Sor‐Sar)/(1‐Sar‐Sor‐Sgr); 
                          
 EQUAÇÕES PRA CALCULO da velocidade %%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
                 
                % OR 
                 rho11_or(i,j,k) = densrochasat2(i,j,k);  % matriz 4x6x11 
                rho22_or = aa*phi*densfl; % upscaled 
                rho12_or = (1‐aa)*phi*densfl;   % upscaled 
                D1 = 1 ‐ phi ‐ Kdj/K0 + phi*(K0/Kf2); 
Apêndice 167

                Q1 = phi*(Kor ‐ Kdj)*(1 ‐ phi ‐ Kdj/K0)/(1 ‐ Kdj/K0)^2;   % Ksat = Kor 
                R1 = phi^2*(Kor ‐ Kdj)/(1 ‐ Kdj/K0)^2; 
                P1 = (Kor ‐ Kdj)*((1‐phi)*(1 ‐ phi ‐ Kdj/K0) + phi*Kdj/Kf2)/(1 ‐ Kdj/K0)^2 + 4/3*Gj;    
                B1(i,j,k) = rho11_or(i,j,k)*rho22_or ‐ rho12_or^2; 
                A1(i,j,k) = P1*rho22_or + R1*rho11_or(i,j,k) ‐ 2*Q1*rho12_or; 
  
                Vp_biot_or(i,j,k) = sqrt((A1(i,j,k) + sqrt((A1(i,j,k))^2 ‐ 4*B1(i,j,k)*(P1*R1 ‐ 
Q1^2)))/(2*B1(i,j,k))); 
                Vs_biot_or(i,j,k) = sqrt(Gj/(rho11_or(i,j,k) ‐ rho12_or^2/rho22_or)); 
                 
                % GR 
                rho11_gr(i,j,k) = densrochasat2(i,j,k);  % matriz 4x6x11 
                rho22_gr = aa*phi*densfl; % upscaled 
                rho12_gr = (1‐aa)*phi*densfl;   % upscaled 
                 D2 = 1 ‐ phi ‐ Kdj/K0 + phi*(K0/Kf3); 
                Q2 = phi*(Kgr ‐ Kdj)*(1 ‐ phi ‐ Kdj/K0)/(1 ‐ Kdj/K0)^2;    
                R2 = phi^2*(Kgr ‐ Kdj)/(1 ‐ Kdj/K0)^2; 
                P2 = (Kgr ‐ Kdj)*((1‐phi)*(1 ‐ phi ‐ Kdj/K0) + phi*Kdj/Kf3)/(1 ‐ Kdj/K0)^2 + 4/3*Gj;    
                B2 = rho11_gr*rho22_gr ‐ rho12_gr^2; 
                A2 = P2*rho22_gr + R2*rho11_gr ‐ 2*Q2*rho12_gr; 
  

                Vp_biot_gr(i,j,k) = sqrt((A2(i,j,k) + sqrt((A2(i,j,k))^2 ‐ 4*B2(i,j,k)*(P2*R2 ‐ 
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321282/CA

Q2^2)))/(2*B2(i,j,k))); 
                Vs_biot_gr(i,j,k) = sqrt(Gj/(rho11_gr(i,j,k) ‐ rho12_gr^2/rho22_gr)); 
                 
                UPSCALVP(i,j,k) = (Vp_biot_or(i,j,k)+ Vp_biot_gr(i,j,k))/2*1000; 
                UPSCALVS(i,j,k) = (Vs_biot_or(i,j,k) + Vs_biot_gr(i,j,k))/2*1000; 
                 
                Kmp(i,j,k) = (UPSCALVP(i,j,k))^2*densrochasat2(i,j,k)/1000000 ‐ (4/3)*Gj; 
  
            %% VP, VS, IMPEDANCIA e DENSIDADE   
            UPSCALIMPED(i,j,k)=UPSCALVP(i,j,k)*densrochasat2(i,j,k)*1000000; 
         end 
    end 
end 
  
VP=UPSCALVP; 
VS=UPSCALVS; 
IMPED=UPSCALIMPED; 
DENS=densrochasat2; 
 
CONSTRUCAO DOS GRAFICOS %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 
  
% Eixo dos graficos 
x1=0:1.25:1.25*(linhasfase*10‐1); 
z1=0:1:1*(numerocamadas‐1); 
x2=0:50:50*(colunaup‐1); 
z2=0:20:20*(linhaup‐1); 
     for t=2:5:11;        
figure(t),plot(UPSCALSAT(:,:,t),UPSCALVP(:,:,t),ʹroʹ,Sw,vpsatH,ʹg*ʹ,Sw,vpsatP,ʹb*ʹ), hold 
on; 
end

Você também pode gostar