Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Dissertação de Mestrado
Rio de Janeiro
Novembro de 2013
Alena Vitková Calheiros
Ficha Catalográfica
Dissertação (mestrado)–Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro,
Departamento de Engenharia Civil, 2013.
Inclui bibliografia
CDD: 624
A Deus pela vida, pela oportunidade e por ter conseguido chegar até aqui com
sucesso, vencendo todas as dificuldades.
Aos meus pais, Luiz Augusto e Alena, e irmão, Alex, por todo apoio, dedicação,
amor e incentivo durante todos os passos da minha vida. Devo tudo isso a vocês.
A professora Michéle Dal Tóe Casagrande pela orientação do meu trabalho, por
todo o conhecimento transmitido e por apoiar integralmente na realização deste
trabalho, sempre disposta a ensinar e tirar dúvidas.
A todos meus amigos da PUC-Rio, aos amigos da sala 607B, aos amigos que fiz
ao longo do mestrado e em especial a Camyla Oliveira e Daniel Gomes da Costa,
por fazerem do meu Mestrado um momento especial.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
À CAPES e à PUC-Rio, pelos auxílios concedidos, sem os quais este trabalho não
poderia ter sido realizado.
Resumo
Calheiros, Alena Vitková; Casagrande, Michéle Dal Toé. Análise do
comportamento de Solos Reforçados com Poliestireno Expandido.
Rio de Janeiro, 2013. 103 p. Dissertação de Mestrado. Departamento de
Engenharia Civil, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Palavras-chave
Solos reforçados; poliestireno expandido; ensaio triaxial; ensaio de
cisalhamento direto.
Abstract
Calheiros, Alena Vitková; Casagrande, Michéle Dal Toé (Advisor).
Analysis of the Behavior of Reinforced Soil with Expanded
Polystyrene. Rio de Janeiro, 2013. 103 p. MSc. Dissertation.
Departamento de Engenharia Civil, Pontifícia Universidade Católica do
Rio de Janeiro.
compacted within the maximum dry density and optimum moisture content with
expanded polystyrene beads ratios of 0%, 0.25%, 0.50%, 0.75% and 1% by dry
weight of soil. CID triaxial tests on sand samples were made to a relative density
of 50% and 10% of moisture content, with EPS beads ratios of 0%, 0.50% and
0.75% by dry weight of soil. The direct shear tests with bentonite were made with
EPS beads ratios of 0%, 0.50% and 0.75% by dry weight of soil. The results
showed that the kind of soil, the EPS content and level of confining stress level
influence positively on the final mechanical behavior of the composites with
respect to strength parameters, but there is no well-defined pattern of behavior to
examine each factor independently. Therefore, the use of EPS beads in
geotechnical works, contribute to lower consumption of natural material and the
consequent reduction in transport costs and volume of mobilized material.
Keywords
Reinforced soils; expanded polystyrene; triaxial tests; direct shear tests.
Sumário
1 Introdução 17
1.1. Relevância e Justificativa da Pesquisa 17
1.2. Objetivos 18
1.3. Organização do Trabalho 18
2 Revisão Bibliográfica 20
2.1. Poliestireno Expandido (EPS) 20
2.1.1. Aspectos Gerais do EPS 20
2.1.2. Características de Mercado do EPS 22
2.1.3. EPS e seu Impacto ao Meio Ambiente 25
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
3 Programa Experimental 33
3.1. Materiais utilizados na pesquisa 33
3.1.1. Solo Argiloso 33
3.1.2. Solo Arenoso 37
3.1.3. Bentonita 38
3.1.4. Poliestireno Expandido (EPS) 39
3.1.5. Água 40
3.1.6. Mistura Solo-EPS 40
3.2. Métodos e Procedimentos de Ensaio 41
3.2.1. Ensaios de Caracterização Física 42
3.2.2. Ensaios de Caracterização Mecânica 46
4 Resultados e Análises 58
4.1. Ensaios de Caracterização Física 58
4.1.1. Solo Argiloso 58
4.1.2. Solo Arenoso 59
4.1.3. Bentonita 61
4.2. Ensaios de Caracterização Mecânica 62
4.2.1. Solo Argiloso 62
4.2.2. Solo Arenoso 79
4.2.3. Bentonita 88
5 Considerações Finais 98
5.1. Conclusões 98
5.2. Sugestões para pesquisas futuras 100
Figura 2.1 - Produção Mundial de EPS em 2000: 2,95 milhões de toneladas. ..... 23
Figura 2.2 - Distribuição do EPS por segmento no mundo em 2000. ................... 23
Figura 2.3 - Transformação de EPS no Brasil em 2000, principais municípios.... 24
Figura 2.4 - Curvas de compactação das misturas de areia com diferentes teores de
PS na densidade de EPS de 0,16 kN/mᶟ.z .............................................................. 30
Figura 2.5 - Curva de expansão livre do solo com Índice de Plasticidade de 38% e
com diferentes teores de EPS. ............................................................................... 31
Figura 2.6 - Efeito da adição de pérolas de EPS na contração volumétrica. ......... 31
Figura 2.7 - Efeito da adição de pérolas de EPS na contração volumétrica. ......... 32
Figura 3.1 - Localização do Campo Experimental II PUC-Rio (Soares, 2005). ... 34
Figura 3.2 - Solo coluvionar utilizado. .................................................................. 35
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
e das misturas.........................................................................................................87
Figura 4.29 - Curvas da tensão desviadora e deslocamento vertical versus
deformação axial para a bentonita em ensaio de cisalhamento direto. ................. 89
Figura 4.30 - Curvas da tensão desviadora e deslocamento vertical versus
deformação axial para a mistura B99,50/EPS0,50 em ensaio de cisalhamento
direto.............................................................................................................. ........ 90
Figura 4.31 - Curvas da tensão desviadora e deslocamento vertical versus
deformação axial para a mistura B99,25/EPS0,75 em ensaio de cisalhamento
direto. ..................................................................................................................... 91
Figura 4.32 - Curvas da tensão cisalhante e deslocamento vertical versus
deslocamento horizontal das amostras B100 e B99,50/EPS0,50 em ensaios de
cisalhamento direto. ............................................................................................... 92
Figura 4.33 - Curvas da tensão cisalhante e deslocamento vertical versus
deslocamento horizontal das amostras B100 e B99,25/EPS0,75 em ensaios de
cisalhamento direto. ............................................................................................... 93
Figura 4.34 - Envoltória de resistência da bentonita. ............................................ 95
Figura 4.35 - Envoltória de resistência da mistura B99,50/EPS0,50. ................... 95
Figura 4.36 - Envoltória de resistência da mistura B99,25/EPS0,75. ................... 96
Lista de Tabelas
solo-EPS. ............................................................................................................... 97
Lista de Abreviaturas
Cc Coeficiente de curvatura
D10 Diâmetro efetivo
D50 Diâmetro médio
tf Tempo mínimo de ruptura
L Altura do corpo de prova
ν Velocidade de cisalhamento
‘ Relativo a tensões efetivas
” Polegadas
# Número
s Deformação axial
v Deformação volumétrica
Tensão de cisalhamento
1, 3 Tensões principais, maior e menor
σ’c Tensão de confinamento efetiva
σv Tensão desviadora
Su Resistência não Drenada
Ø’ Ângulo de atrito
c’ Coesão
p’ (σ’1 + σ’3)/2 (Tensão efetiva média normal)
q (σ’1 – σ’3) /2 (Tensão de Desvio)
H Altura final do corpo de prova.
hi Altura inicial do corpo de prova.
% Porcentagem
ml Mililitro
mm Milímetro
cm Centímetros
m Metro
t Tonelada
t/ano Tonelada por ano
mm/min Milímetro por minuto
min Minuto
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
g Grama
g/cm3 Grama por centímetro cúbico
kg Quilograma
kg/m3 Quilograma por metro cúbico
kgf/m2 Quilograma força por metro quadrado
kN Quilo Newton
kPa Quilo Pascal
°C Graus centígrados
1
Introdução
1.1.
Relevância e Justificativa da Pesquisa
A adequada destinação final dos resíduos sólidos urbanos, entre eles o poliestireno
expandido (EPS), constitui um dos maiores problemas da sociedade moderna, já que a
composição desses resíduos se modificou muito ao longo dos últimos anos e a geração
de lixo tem crescido consideravelmente. A tecnologia e o crescimento populacional
apresentam um intenso avanço que, associado ao atual modelo econômico, faz ampliar o
consumo de recursos naturais acarretando um aumento, na mesma proporção, do
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
volume de resíduos.
Assuntos relacionados à gestão de resíduos vêm assumindo destaque na
organização da sociedade e em vários setores são observadas mudanças ou adaptações
nos padrões comportamentais. Na esfera pública, prefeituras são obrigadas a elaborar
planos de gerenciamento integrado de resíduos bem como legislações e políticas
relacionadas a essa temática são implementadas; e a iniciativa privada é obrigada a
recolher os resíduos provenientes de seus produtos. Quando manipulados de forma
inadequada, os resíduos podem causar uma série de impactos ambientais, desde o local
onde são gerados até sua disposição final. Fica evidente que a maneira como se trata o
“lixo” em uma sociedade não é a causa de um problema ambiental, e, sim, o reflexo de
um modelo comportamental indevido.
Dessa maneira, a presente pesquisa visa conhecer a viabilidade do emprego de
pérolas de EPS como material de reforço em obras de terra, através de ensaios
experimentais de laboratório. O uso deste resíduo como material alternativo pode
contribuir para a minimização de passivos ambientais, agregar valor ao resíduo e evitar
problemas ambientais, tais como poluição do ar e o assoreamento de rios e lagos,
eliminando problemas atuais de disposição de resíduos em lixões e aterros sanitários.
Uma vez que ele é considerado com um dos vilões do lixo por ocupar muito espaço nos
aterros sanitários, dificultar a compactação do aterro e prejudicar a degradação dos
materiais presentes.
18
1.2.
Objetivos
1.3.
Organização do Trabalho
2.1.
Poliestireno Expandido (EPS)
2.1.1.
Aspectos Gerais do EPS
diâmetro, podendo ser ampliadas até 50 vezes, quando em uma câmara hermeticamente
fechada e aquecida, aplicando-se o vácuo.
O EPS é um termoplástico derivado do petróleo. Constitui-se de um polímero do
hidrocarboneto estireno (poliestireno) que é expandido usando-se o gás pentano (outro
hidrocarboneto). Sendo assim, quimicamente o EPS é formado só de dois elementos, o
carbono e o hidrogênio. A pérola de EPS é composta de 98% de ar e 2% de matéria-
prima (em massa).
No processo produtivo do EPS, inicialmente ocorre a expansão do poliestireno por
um pré-expansor através de aquecimento por contato com vapor de água, resultando um
granulado de partículas de EPS constituídas por pequenas células fechadas, que são
armazenadas para estabilização. Ao longo deste processo, o espaço dentro das células é
preenchido pelo ar circundante. O gás expansor incorporado na matéria-prima é o
pentano, conforme mencionado anteriormente. É importante lembrar que não se usa
nenhum tipo de CFC como agente expansor na produção de EPS e o gás pentano é
inofensivo ao meio ambiente por degradar-se fotoquimicamente (pela ação dos raios
solares) muito rapidamente.
Além do poliestireno expandido, existem outros tipos de poliestireno. Um
exemplo é o poliestreno extrudido (XPS), que é também uma espuma rígida de
poliestireno, mas diferencia-se do EPS por ser obtida por um processo de extrusão em
contínuo e por empregar outros gases expansores. Assim como já foi mencionado, o
21
EPS se expande com gás pentano, não sendo impactante ao meio ambiente, porém o
XPS é expandido com o gás CFC, o maior agressor da camada de ozônio.
O EPS apresenta muitas vantagens, as principais características são destacadas a
seguir.
2.1.2.
Características de mercado do EPS
de São Paulo/SP foi o maior transformador apresentando 13.333 t/ano, seguido pelo
município de Joinville/SC, com 8.600 t/ano, que se destaca no Brasil como um dos
maiores pólos de transformação de EPS.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
2.1.3.
O EPS e seu Impacto ao Meio Ambiente
classe 2 (não perigosos). Os resíduos classe 2 dividem-se em classe 2A, que são os
reativos, e classe 2B, que são os não reativos. O processo de classificação tem como
base a origem dos resíduos e a sua constituição química. Quando não pode ser realizada
a classificação do resíduo através da identificação da origem e sua comparação com as
tabelas da referida norma, faz-se necessária a realização de análises químicas dos
extratos lixiviados e extrato solubilizado do resíduo, segundo as normas NBR 10.005 e
NBR 10.006, respectivamente. Os resíduos de EPS são classificados como classe 2B.
(Chagas, Berreta-Hurrado & Gouvêa, 2011).
2.2.
Solos Reforçados
geogrelhas, geocélulas e geomantas. Dentre estes, os mais utilizados para o reforço são
o geotêxtil tecido e não tecido, geocomposto para drenagem, geogrelha e geocélula.
2.3.
Ensaios Experimentais com Uso de EPS
Figura 2.4 - Curvas de compactação das misturas de areia com diferentes teores de EPS na
densidade de EPS de 0,16 kN/mᶟ.
Fonte: (Abdelrahman, 2013).
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
um teste com a mistura SB16 indicando que mesmo após duas semanas, as amostras
podem ainda inchar muito embora a uma taxa inferior.
Figura 2.5 - Curva de expansão livre do solo com Índice de Plasticidade de 38% e com
diferentes teores de EPS.
Fonte: Nattatmadja (2009).
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
A Figura 2.6 mostra que a adição de EPS nas argilas artificiais pode reduzir a
contração volumétrica por até 50% dependendo a porcentagem da pérolas de EPS
presente.
3.1.
Materiais utilizados na pesquisa
3.1.1.
Solo Argiloso
Segundo o perfil morfológico feito por Daylac (1994) apresentado na Figura 3.3,
o solo utilizado está situado na camada superior do perfil, conformada por colúvio. No
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
Quantidade /
Fração do solo Mineral
observações
grãos arestados
de coloração
Quartzo
Pedregulho transparente a
leitosos
Granada alterada alguns fragmentos
Quartzo grãos arestados
Granda muito correspondem a
alterada aproximadamente
Areia
Agregados 5% da amostra
Ferruginosos total
Magnetita pequenos traços
Quartzo presença
Silte Caulinita presença
Goetita presença
presença
Caulinita
Argila marcante
Goetita alguns traços
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
Este solo coluvionar foi utilizado também por Szeliga (2011), Ramírez (2012),
Quispe (2013), entre outros, realizando-se ensaios de caracterização física no
Laboratório de Geotecnia e Meio Ambiente da PUC-Rio. Os resultados são
apresentados no item 4.1.1.
3.1.2.
Solo Arenoso
3.1.3.
Bentonita
3.1.4.
Poliestireno Expandido (EPS)
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
3.1.5.
Água
3.1.6.
Mistura Solo-EPS
Para cada solo foram preparadas misturas com diferentes teores de EPS, com o
objetivo de determinar o teor ótimo para a inserção deste material como reforço. As
misturas utilizadas com o solo argiloso foram 0,25%, 0,50%, 0,75% e 1,0% de pérolas
de EPS, calculados em relação ao peso seco do solo. No caso do solo arenoso e da
bentonita foram preparadas duas misturas com 0,50% e 0,75% de pérolas de EPS, em
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
Na Tabela 3.2 são apresentadas as siglas utilizadas para identificar cada tipo de
solo e as misturas.
3.2.
Métodos e Procedimentos de Ensaio
No caso do EPS não foi feita a caracterização física, pois o EPS é considerado
inerte. Assim, foi feita a caracterização física apenas dos solos.
43
A densidade real dos grãos do solo argiloso e arenoso foi determinada utilizando o
material que passou na peneira #40 (0,425 mm), segundo a norma NBR 6508/1984 da
ABNT.
Do material passante da peneira #40 seco em estufa a 105 °C foi utilizado
aproximadamente 100 gramas de solo argiloso e 120 gramas de solo arenoso.
Posteriormente foram colocados 25 gramas, no caso do solo argiloso, e 30 gramas, no
caso do solo arenoso, em quatro picnômetros de 250 ml e se cobriu o material dentro
dos picnômetros com água destilada. Em seguida procedeu-se à extração do ar contido
entre as partículas, utilizando uma bomba de vácuo. Esse procedimento é realizado
durante 15 minutos, aproximadamente, que é o tempo que demora extrair todo o ar em
forma de bolhas. No passo seguinte os quatro picnômetros foram cheios com água
destilada e pesados.
Para determinar a densidade real dos grãos da bentonita a partir do método usado
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
para os dois solos descritos anteriormente foi difícil, uma vez que este material
apresenta granulometria muito fina. Sendo assim, a água adicionada aos picnômetros
para a realização do ensaio não conseguia penetrar e molhar todo o solo contido nos
mesmos (25g). Em função disso, formava-se uma camada de solo seco aderida às
paredes no fundo dos picnômetros, além da formação de grumos do material. Além de
ser um material de granulometria fina, a bentonita sódica é altamente expansiva,
causando problemas como formação de camada de solo seco no fundo dos picnômetros,
formação de grumos, inchamento excessivo e perda de material durante a aplicação do
vácuo, o que tornou impraticável o ensaio com uma massa de solo de 25g. Várias
tentativas foram feitas e adotou-se para este trabalho o seguinte procedimento
complementar:
Utilização de uma massa de solo de 10g;
Adição e homogeneização do solo aos poucos dentro do picnômetro já tarado
com uma determinada quantidade de água. Dessa maneira foi possível molhar
todo o solo e evitou-se a formação da camada de solo seco aderida ao fundo do
picnômetro;
Dispersão do material já dentro dos picnômetros, durante 30 minutos, através de
um aparelho de ultra-som para evitar a perda de material e conseguir uma
dispersão mais efetiva (Figura 3.8 a);
44
(a) (b)
Figura 3.8 - (a) Procedimento de dispersão em aparelho de ultra-som e (b) Bomba a vácuo.
Limites de Atterberg
Análise Granulométrica
3.2.1
Ensaios de Caracterização Mecânica
molde, o que ocorre devido à utilização de um anel complementar, que garante a altura
total necessária. Este excesso é removido no final do ensaio, acertando-se o volume de
solo em relação à altura do molde.
Concluído o processo de compactação, o cilindro é pesado juntamente com o solo.
Com o peso total do corpo de prova e o volume do cilindro, é possível calcular seu peso
específico úmido. Através da retirada de três amostras do interior do corpo de prova (em
sua parte média), determina-se sua umidade média após secagem em estufa. Calcula-se,
então, o peso específico seco do material.
Terminado todo o procedimento, um novo corpo de prova é preparado com uma
quantidade maior de água, aumentando-se a umidade da mistura em aproximadamente
2%. Assim, realiza-se uma nova compactação e obtém-se dessa forma um novo par de
valores de umidade (w) e peso específico seco (d).
Com todos os pontos obtidos, plota-se um gráfico de peso específico seco versus
umidade, tendo-se então a curva de compactação. Os valores de wótm e dmáx obtidos
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
correspondem ao ponto máximo das curvas e foram utilizados para moldagem dos
corpos de prova utilizados nos ensaios triaxiais CID. O procedimento completo foi
repetido cinco vezes para cada mistura, a fim de se obter cinco pares de valores, sendo
ao menos dois no ramo seco e dois no ramo úmido da curva de compactação.
Equipamento utilizado
canais da empresa alemã HBM e pelo software CatmanEasy (Ramirez, 2012) (Figura
3.11).
Com esses equipamentos mencionados foi possível realizar e monitorar, em
tempo real, todas as etapas do ensaio.
49
(a) (b)
Figura 3.11 - (a) Software CatmanEasy; (b) Sistema de aquisição de dados (Ramirez,
2012).
50
Para a confecção dos corpos de prova do solo argiloso puro e das misturas solo-
EPS, inicialmente compactou-se um corpo cilíndrico na energia Proctor Normal,
utilizando a umidade ótima e peso específico seco máximo obtido para o solo e para
cada mistura (Figura 3.12).
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
A confecção dos corpos de prova do solo arenoso puro e das misturas solo-EPS
foi feita por compactação diretamente num molde cilíndrico tripartido. Esta
compactação foi realizada manualmente em oito camadas. Para a areia pura e misturas,
a umidade e peso específico seco adotados foram de 10% e 1,63 g/cm3,
respectivamente. Estes valores correspondem a uma densidade relativa de 50% e índice
de vazios de 0,63. A Figura 3.15 ilustra as etapas da montagem dos corpos de prova.
52
3 - As juntas são
vedadas por uma fita
4 - Uma mangueira é
cinza. É vedado também
1 - A membrana é instalada para conectar
2 - O molde tripartido é dois dos três furos de
colocada na base onde o tripartido a bomba a
colocado sendo as três acesso ao interior do
os o-rings são fim de exercer sucção à
partes unidas por uma molde. Os o-rings são
inseridos para segura- membrana e colar esta
abraçadeira metálica. colocados na parte
la. contra as paredes do
superior do molde
tripartido.
tripartido e a membrana é
ajustada por cima.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
6 - Coloca-se o papel
5 - Um papel filtro é 7 - Todos os elementos
filtro, a pedra porosa e o
colocado sobre a pedra que são utilizados para
cap na parte superior 8 - A câmara triaxial é
porosa da base e o moldar o corpo de prova
do corpo de prova. Em colocada e ocorre o
material vai sendo é desmontado e a
seguida, ajusta-se a enchimento da câmara
adicionado aos poucos, membrana é acomodada
membrana ao redor do com água destilada .
compactando ao todo cobrindo os o-rings da
cap e esta é fixada
oito camadas. parte inferior.
através dos o-rings.
Equação 1
onde:
Δu: excesso de poropressão gerado,
Δσc: acréscimo de tensão confinante aplicado.
Equação 2
onde:
ν: velocidade máxima de cisalhamento em mm/min,
L: altura do corpo de prova em mm,
εf: deformação axial estimada na ruptura em %,
tf: tempo mínimo de ruptura em minutos.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
O valor de tf para este tipo de ensaio triaxial (CID – sem drenagem radial) é de 8,5
vezes o valor de t100. Contudo, Head (1986) propõe um valor mínimo para tf de 120 min.
O objetivo de definir uma velocidade suficientemente lenta para a aplicação da
compressão axial é permitir a total drenagem da água do corpo de prova sem gerar
excesso de poropressão.
Todos os valores obtidos de tf para os corpos de prova de solo argiloso, de areia e
das misturas, foram menores que 120 minutos. Portanto, adotou-se tf = 120 minutos.
Assim, definiu-se que a ruptura ocorreria para uma deformação axial de 5% e dessa
maneira a velocidade máxima (ν) calculada foi a mesma para todos os ensaios (0,033
mm/min), sendo a velocidade adotada igual a 0,030 mm/min.
Com a velocidade de cisalhamento definida, o passo seguinte era a colocar um par
de engrenagens na prensa, que define a velocidade desejada. Para os cálculos foi
adotado 18% de deformação axial como deformação máxima no caso do solo argiloso e
17% no caso do solo arenoso.
Para os ensaios triaxiais, as variantes de tensão q (tensão de desvio) e p’ (tensão
efetiva média normal) foram calculados com as formulações de Lambe. Para os
parâmetros de resistência do solo utilizou-se os valores da envoltória de resistência (α’)
e da coesão (a’) obtida no espaço p’:q para calcular os parâmetros de resistência no
55
espaço Mohr Coulomb (φ’ – c’). As formulações de Lambe e os parâmetros que são
apresentados nos gráficos dos resultados definem-se como:
Equação 3
Equação 4
Equação 5
Equação 6
4.1.
Ensaios de Caracterização Física
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
4.1.1.
Solo Argiloso
A caracterização física do solo argiloso utilizado no presente estudo foi obtida por
Ramírez (2012), que utilizou este em sua pesquisa.
Análise Granulométrica
Limites de Atterberg
4.1.2.
Solo Arenoso
Índices Físicos
Este material caracteriza-se por ser uma areia média, limpa e mal-graduada.
Durante a caracterização do material não se observou a presença de matéria orgânica.
Os índices físicos do material são apresentados na Tabela 4.1.
60
Análise Granulométrica
4.1.3.
Bentonita
Análise Granulométrica
Limites de Atterberg
4.2.
Ensaios de Caracterização Mecânica
4.2.1.
Solo Argiloso
1,70
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
1,60
Massa Específica seca (g/cm3)
1,50
1,40
1,30
1,20
1,10
1,00
10 15 20 25 30 35
Umidade (%)
S100 S99,75/EPS0,25 S99,50/EPS0,50 S99,25/EPS0,75 S99/EPS1
Tabela 4.2 - Resultados dos ensaios de compactação Proctor Normal para o solo
argiloso e misturas.
Massa Específica
Material/Mistura Umidade ótima (%) Seca Máxima
(g/cm3)
S100 26,2 1,58
700
S100
600
500
400
σv (kPa)
300
200
100
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
εa (%)
50 kPa 150 kPa 300 kPa
2
S100
1
0
εv (%)
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
-1
-2
-3
-4
εa (%)
50 kPa 150 kPa 300 kPa
700
S99,75/EPS0,25
600
500
σv (kPa)
400
300
200
100
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
εa (%)
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
2
S99,75/EPS0,25
1
0
εv (%)
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
-1
-2
-3
-4
εa (%)
50 kPa 150 kPa 300 kPa
700
S99,50/EPS0,50
600
500
σv (kPa)
400
300
200
100
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
εa (%)
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
2
S99,50/EPS0,50
1
0
εv (%)
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
-1
-2
-3
-4
εa (%)
50kPa 150 kPa 300 kPa
700
S99,25/EPS0,75
600
500
400
σv (kPa)
300
200
100
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
εa (%)
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
2
S99,25/EPS0,75
1
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
εv (%)
-1
-2
-3
-4
εa (%)
50 kPa 150 kPa 300 kPa
700
S99/EPS1
600
500
σv (kPa)
400
300
200
100
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
εa (%)
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
2
S99/EPS1
1
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
εv (%)
-1
-2
-3
-4
εa (%)
50 kPa 150 kPa 300 kPa
700
600
500
σv (kPa)
400
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
300
200
100
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
εa (%)
S100 50 kPa S100 150 kPa S100 300 kPa
S99,75/EPS0,25 50 kPa S99,75/EPS0,25 150 kPa S99,75/EPS0,25 300 kPa
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
εv (%)
-1
-2
-3
-4
εa (%)
S100 50 kPa S100 150 kPa S100 300 kPa
S99,75/EPS0,25 50 kPa S99,75/EPS0,25 150 kPa S99,75/EPS0,25 300 kPa
Nota-se que para a tensão confinante de 50 kPa, o corpo de prova de solo puro
(S100) apresenta o comportamento semelhante ao da mistura S99,75/EPS0,25, porém o
solo puro possui maior resistência ao cisalhamento para deformações axiais similares.
O mesmo comportamento é observado para as tensões confinantes efetivas de 150
e 300 kPa, porém observa-se que à medida que a tensão confinante aumenta, a diferença
entre os valores das resistências do solo puro e da mistura fica maior. Assim, para a
mistura de S99,75/EPS0,25, conclui-se que tensões confinantes efetivas mais baixas
apresentam os valores de resistência mais próximo ao solo puro.
Com relação à variação de volume do corpo de prova de solo puro, na tensão de
50 kPa, nota-se uma compressão inicial seguida de uma expansão em 8 mm de
deformação axial, enquanto que no caso da mistura S99,75/EPS0,25, a expansão foi
retardada em relação ao solo puro. Para tensões maiores, observa-se que após a
compressão os corpos de prova tendem a uma estabilização. Na tensão de 150 kPa, os
corpos de prova S100 e S99,75/EPS0,25 apresentaram maior compressão, onde a
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
700
600
500
σv (kPa)
400
300
200
100
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
εa (%)
S100 50 kPa S100 150 kPa S100 300 kPa
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
0
εv (%)
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
-1
-2
-3
εa (%)
S100 50 kPa S100 150 kPa S100 300 kPa
S99,50/EPS0,50 50 kPa S99,50/EPS0,50 150 kPa S99,50/EPS0,50 300 kPa
700
600
σv (kPa) 500
400
300
200
100
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
εa (%)
S100 50 kPa S100 150 kPa S100 300 kPa
S99,25/EPS0,75 50 kPa S99,25/EPS0,75 150 kPa S99,25/EPS0,75 300 kPa
2
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
εv (%)
-1
-2
-3
-4
εa (%)
S100 50 kPa S100 150 kPa S100 300 kPa
S99,25/EPS0,75 50 kPa S99,25/EPS0,75 150 kPa S99,25/EPS0,75 300 kPa
axiais, porém a resistência de pico da mistura ocorre para uma deformação axial maior.
Esse mesmo comportamento foi observado para a tensão confinante de 150 kPa.
Com relação à variação de volume dos corpos de prova, a mistura
S99,25/EPS0,75 apresenta comportamento similar ao das outras misturas citadas
anteriormente, porém nesse caso a mistura S99,25/EPS0,75 na tensão de 300 kPa
apresenta maior compressão, diferente do que ocorreu nos casos anteriores.
Na Figura 4.13 estão apresentadas as curvas da tensão desviadora e variação
volumétrica versus deformação axial para as amostras de solo argiloso (S100) e mistura
S99/EPS1.
700
600
500
σv (kPa)
400
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
300
200
100
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
εa (%)
S100 50 kPa S100 150 kPa S100 300 kPa
S99/EPS1 50 kPa S99/EPS1 150 kPa S99/EPS1 300 kPa
0
εv (%)
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
-1
-2
-3
εa (%)
S100 50 kPa S100 150 kPa S100 300 kPa
S99/EPS1 50 kPa S99/EPS1 150 kPa S99/EPS1 300 kPa
grandes deformações, as quais não foi possível alcançar nos ensaios triaxiais realizados,
pode ser que a resistência da mistura solo-EPS ultrapasse a do solo puro.
Nas Figuras 4.14, 4.15, 4.16, 4.17 e 4.18 estão ilustradas, respectivamente, as
envoltórias e parâmetros de resistência ao cisalhamento do solo argiloso e das misturas
S99,75/EPS0,25, S99,50/EPS0,50, S99,25/EPS0,75 e S99/EPS1. Na Figura 4.19 é
apresentado um comparativo das envoltórias do solo puro e das quatro misturas. As
envoltórias estão plotadas no espaço p’:q.
76
400
S100
c = 25,0 kPa
300 ϕ = 29,1⁰
q (kPa)
200
100
0
0 100 200 300 400 500 600 700
p (kPa)
50 kPa 150 kPa 300 kPa
400
S99,75/EPS0,25
c = 30,0 kPa
300 ϕ = 25,5⁰
q (kPa)
200
100
0
0 100 200 300 400 500 600 700
p (kPa)
50 kPa 150 kPa 300 kPa
400
S99,50/EPS0,50
c = 40,0 kPa
300 ϕ = 25,0⁰
q (kPa)
200
100
0
0 100 200 300 400 500 600 700
p (kPa)
50 kPa 150 kPa 300 kPa
400
S99,25/EPS0,75
c = 35,0 kPa
300 ϕ = 26,6⁰
q (kPa)
200
100
0
0 100 200 300 400 500 600 700
p (kPa)
50 kPa 150 kPa 300 kPa
400
S99/EPS1
c = 20,0 kPa
ϕ = 29,9⁰
300
q (kPa)
200
100
0
0 100 200 300 400 500 600 700
p (kPa)
50 kPa 150 kPa 300 kPa
Tabela 4.3 - Resumo do ângulo de atrito e coesão do solo argiloso e de cada mistura
solo-EPS.
S100 25 29,1
S99,75/EPS0,25 30 25,5
S99,50/EPS0,50 40 25,0
S99,25/EPS0,75 35 26,6
S99/EPS1 20 29,9
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
A partir dos resultados obtidos, observa-se que a inserção das pérolas de EPS ao
solo argiloso gera um aumento na coesão até uma porcentagem de 0,50% de EPS
enquanto que o valor do ângulo de atrito diminui até essa porcentagem. Em teores
maiores de pérolas de EPS, como nas misturas com 0,75% e 1%, nota-se que o valor da
coesão decresce, uma vez que o valor do ângulo de atrito aumenta.
Assim, pode-se concluir a partir da tabela 4.3 que a adição das pérolas de EPS ao
solo argiloso acarretou em melhora no comportamento do solo nas 4 misturas
realizadas, uma vez que um dos parâmetros de resistência sempre aumenta com a adição
do EPS
4.2.2.
Solo Arenoso
1000
A100
900
800
700
σv (kPa)
600
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
500
400
300
200
100
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
εa (%)
50 kPa 150 kPa 300 kPa
5
A100
4
3
εv (%)
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
-1
εa (%)
50 kPa 150 kPa 300 kPa
1000
A99,50/EPS0,50
900
800
700
600
σv (kPa)
500
400
300
200
100
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
εa (%)
50 kPa 150 kPa 300 kPa
3
A99,50/EPS0,50
2
2
εv (%)
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
-1
εa (%)
50 kPa 150 kPa 300 kPa
1000
900 A99,25/EPS0,75
800
700
σv (kPa)
600
500
400
300
200
100
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
εa (%)
50kPa 150 kPa 300 kPa
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
5
A99,25/EPS0,75
4
3
εv (%)
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
-1
εa (%)
50kPa 150 kPa 300 kPa
1000
900
800
700
600
σv (kPa)
500
400
300
200
100
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
εa (%)
A100 50kPa A100 150kPa A100 300kPa
A99,50/EPS0,50 50kPa A99,50/EPS0,50 150kPa A99,50/EPS0,50 300kPa
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
3
εv(%)
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
-1
εa (%)
A100 50kPa A100 150kPa A100 300kPa
A99,50/EPS0,50 50kPa A99,50/EPS0,50 150kPa A99,50/EPS0,50 300kPa
1000
900
800
700
600
σv (kPa)
500
400
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
300
200
100
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
εa (%)
A100 50kPa A100 150kPa A100 300kPa
A99,25/EPS0,75 50kPa A99,25/EPS0,75 150kPa A99,25/EPS0,75 300kPa
3
εv (%)
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
-1
εa (%)
A100 50kPa A100 150kPa A100 300kPa
A99,25/EPS0,75 50kPa A99,25/EPS0,75 150kPa A99,25/EPS0,75 300kPa
600
A100
500 c = 0 kPa
φ = 37,9⁰
400
q (kPa)
300
200
100
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800
p (kPa)
50 kPa 150 kPa 300 kPa
Figura 4.25 - Envoltória e parâmetros de resistência ao cisalhamento
do solo arenoso A100.
86
600
A99,50/EPS0,50
500 c = 14 kPa
φ =36,7⁰
400
q (kPa)
300
200
100
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800
p (kPa)
50 kPa 150 kPa 300 kPa
600
A99,25/EPS0,75
500 c = 17 kPa
φ =35,4⁰
400
q (kPa)
300
200
100
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800
p (kPa)
50 kPa 150 kPa 300 kPa
Figura 4.27 - Envoltória e parâmetros de resistência ao cisalhamento
da mistura A99,25/EPS0,75.
87
Tabela 4.4 - Resumo ângulo de atrito e coesão do solo arenoso e de cada mistura solo-
EPS.
A100 0 37,9
A99,50/EPS0,50 14 36,7
A99,25/EPS0,75 17 35,4
A partir dos resultados obtidos, nota-se que a inserção das pérolas de EPS ao solo
arenoso gera um aumento na coesão (aparente) nas misturas A99,50/EPS0,50 e
A99,25/EPS0,75 enquanto que o valor do ângulo de atrito diminui nessas duas misturas.
88
4.2.3.
Bentonita
40
B100
35
1,5
B100
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
0,5
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16
-0,5
Deslocamento Horizontal (mm)
50 kPa 100 kPa 300 kPa
40
B99,50/EPS0,50
35
1,5
B99,50/EPS0,50
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
0,5
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16
-0,5
Deslocamento horizontal (mm)
50 kPa 100 kPa 300 kPa
Figura 4.30 - Curvas da tensão desviadora e deslocamento vertical versus deformação axial
para a mistura B99,50/EPS0,50 em ensaio de cisalhamento direto.
40
B99,25/EPS0,75
35
1,5
B99,25/EPS0,75
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
0,5
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16
-0,5
Deslocamento horizontal (mm)
Figura 4.31 - Curvas da tensão desviadora e deslocamento vertical versus deformação axial
para a mistura B99,25/EPS0,75 em ensaio de cisalhamento direto.
40
35
1,5
Deslocamento Vertical (mm)
1
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
0,5
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16
-0,5
Deslocamento horizontal (mm)
B100 50kPa B100 100kPa B100 300kPa
B0,50/EPS0,50 50 kPa B0,50/EPS0,50 100 kPa B0,50/EPS0,50 300 kPa
que para uma mesma deformação a mistura bentonia-EPS atingiu uma tensão cisalhante
maior do que a bentonita pura.
No gráfico do deslocamento vertical versus deslocamento horizontal, nota-se uma
compressão inicial seguida de uma expansão que tende a se estabilizar em todos os
corpos de prova, com exceção da mistura B99,50/EPS0,50, na tensão de 300 kPa. Além
disso, nota-se que nos corpos de prova com a presença de EPS, nas tensões de 150 e 300
kPa, expandem mais, mostrando a influência do EPS na bentonita.
Na Figura 4.33 estão apresentadas as curvas da tensão cisalhante e deslocamento
vertical versus deslocamento horizontal obtidas a partir do ensaio de cisalhamento
direto para as amostras de bentonita B100 e mistura B99,25/EPS0,75, nas tensões de 50,
100 e 300 kPa.
40
35
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
30
25
20
15
10
5
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Deslocamento horizontal (mm)
B100 50kPa B100 100kPa B100 300kPa
B99,25/EPS0,75 50 kPa B99,25/EPS0,75 100 kPa B99,25/EPS0,75 300 kPa
94
1,5
0,5
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16
-0,5
Deslocamento horizontal (mm)
B100 50kPa B100 100kPa B100 300kPa
B99,25/EPS0,75 50 kPa B99,25/EPS0,75 100 kPa B99,25/EPS0,75 300 kPa
40
B100
35 c=16,4 kPa
Tensão Cisalhante (kPa)
30 φ=3,03°
25
20
15
10 B100
c=12,4 kPa
5
φ=0,55°
0
0 50 100 150 200 250 300 350
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
40
B99,50/EPS0,50
35
c=17,7 kPa
30 φ=2,80°
Tensão Cisalhante (kPa)
25
20
15
10 B99,50/EPS0,50
5 c=11,9 kPa
φ=0,95°
0
0 50 100 150 200 250 300 350
Tensão Normal (kPa)
Resistência Máxima Resistência Residual
40
B99,25/EPS0,75
35
c=16,7 kPa
φ=3,38°
Tabela 4.5 - Resumo ângulo de atrito e coesão da bentonita e de cada mistura solo-EPS.
A partir dos resultados obtidos, observa-se que a adição das pérolas de EPS à
bentonita, em relação a resistência máxima, gera um aumento na coesão da mistura
B99,50/EPS0,50 e uma redução no ângulo de atrito em relação a bentonita pura,
enquanto que na mistura B99,25/EPS0,75 tanto a coesão quanto o ângulo de atrito
aumentam em relação aos valores da bentonita isenta de material.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
5.1.
Conclusões
A partir dos resultados apresentados e das análises realizadas foi possível chegar
às conclusões abordadas neste capítulo final.
A adição de pérolas de EPS aos três tipos de solo, coluvionar argiloso, arenoso e
bentonita, mostraram o comportamento distinto de cada solo à inserção do EPS. Assim,
o desenvolvimento de um novo material geotécnico com a utilização deste resíduo tem
seu início nesta pesquisa, já que foi observada uma melhoria das propriedades
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
apesar do resultado para o solo puro ter sido melhor, existe um certo
paralelismo nas curvas com EPS, que não apresentam pico, e sim um
aumento progressivo de resistência. Assim, como o equipamento triaxial
atingiu somente 17% de deformação, não ficou evidente o comportamento
da mistura solo-EPS para grandes deformações, então há possibilidade da
resistência da mistura ultrapassar a do solo puro;
Para os compósitos de solo arenoso, a inserção de pérolas de EPS é mais
efetiva para tensões de confinamento de aproximadamente 150kPa;
Para os compósitos de bentonita, a inserção de pérolas de EPS é mais
efetiva para tensões de confinamento elevadas, a partir de 100 kPa já se
observa melhora. Essa melhora continua sendo observada para tensões de
300 kPa;
Em relação à resistência máxima dos ensaios de cisalhamento direto com a
bentonita, a adição das pérolas de EPS gerou um aumento na coesão da
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA
5.2
COSTA, Y. D.; FRANCO, K. B.; SANTOS JR, O. F. Shear strength behaviour of tire
derived aggregate – lateritic soil mixture. 2011. Pan-Am CGS Geotecnhical
Conference, 2011.
103
HEAD, K. H. Manual of Soil Laboratory Testing: Effective Stress Test. Wiley, 2da
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1121849/CA