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Sobre o futuro
O que podemos esperar do futuro? Para Hegel esta
não é uma questão filosófica, uma vez que a Filosofia, quando
não quer se degenerar num mero “dever ser”, trata apenas
do que é o caso, ou seja, do real, como um dado que nos é
legado pelo tempo histórico. Esse modo como Hegel, no
interior do seu sistema, recebe a tradição do realismo
político, terá grande influência sobre Marx e sobre seu
“silêncio sobre o futuro” da revolução. Marx mostra grande
desprezo e ironia aos que se aventuram a dizer como “deve
ser” a sociedade futura, os chamando de “cozinheiros do
futuro”, e seus programas de “receitas” para este futuro
meramente imaginado.
Seguindo a intuição hegeliana4 ele irá procurar na
“Economia Política” a anatomia da sociedade civil burguesa
e por uma reconstrução crítica de suas categorias irá
procurar mostrar como a revolução, agora a comunista, está
posta como possibilidade, pelo próprio movimento do tempo
que criou e generalizou mundialmente o capitalismo. A
revolução para Marx não é um telos, no sentido exterior e
filosófico, ela é uma decorrência e possibilidade real do
regime de acumulação capitalista que conjuga forças sociais
de produção (socializa o trabalho), mas que tem como
resultado a apropriação privada dos resultados do trabalho
social. O socialismo radicalizaria esta tendência e a uniria à
socialização dos meios de produção e dos resultados do
trabalho social.
A concepção de Marx é a de que a estrutura e
funcionamento atual da sociedade devem dar ao movimento
revolucionário os instrumentos de que necessita em sua
tarefa, não podendo “a revolução de uma época ser cantada
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