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Ética trágica e psicanálise: articulações entre clínica, filosofia e tragédia

Danilo Augusto Santos Melo


Gabriel Crespo Soares Elias

O presente trabalho se propõe a fazer uma articulação entre a clínica psicanalítica com a
filosofia nietzschiana, de modo a pensar em uma ética trágica para a psicanálise. Para
isto, iremos percorrer alguns conceitos fundamentais da clínica psicanalítica, mais
precisamente na teoria freudiana, a fim de mostrar como existem alguns aspectos do
estilo trágico presentes no pensamento freudiano, tais como a noção de desamparo, a
copresença entre a dor e a alegria e o conflito entre vida e morte como agentes da vida
psíquica; articularemos à teoria freudiana outros aspectos do trágico que, apesar de não
terem sido pensados pelo seu criador, entendemos como sendo importantes para uma
prática clínica que reconheça no sujeito a geração de potência e possibilite a travessia da
negatividade à positividade, da passividade à atividade, da tristeza à alegria, cumprindo
desse modo o seu propósito terapêutico. Este trabalho possui como referencial a
metodologia qualitativa de revisão de bibliografia, consistindo em contribuição teórica
para se pensar o problema da ética na clínica da psicanálise a partir de revisão
sistemática de textos psicanalíticos e filosóficos. Observamos que não utilizamos
estudos de casos clínicos, nos limitamos apenas ao trabalho da interpretação e uso de
fontes bibliográficas sobre a clínica psicanalítica. Nosso objetivo consiste em apresentar
como a articulação entre a filosofia de Nietzsche e o pensamento de Freud pode oferecer
pistas para uma ética clínica que reconheça a condição trágica da existência humana e a
potência mesmo nas experiências de sofrimento psíquico e como a articulação entre
filosofia, tragédia e clínica pode ser uma experiência de potência.

Palavras-chave: clínica psicanalítica; ética; tragédia; Freud; Nietzsche.

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