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MINISTÉRIO DA SAÚDE

Secretaria de Vigilância em Saúde

PLANO DE PREPARAÇÃO BRASILEIRO PARA O


ENFRENTAMENTO DE UMA PANDEMIA DE INFLUENZA

Série B. Textos Básicos de Saúde

Brasília – DF
2005
© 2005 Ministério da Saúde.
Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e
que não seja para venda ou qualquer fim comercial.
A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada na íntegra na Biblioteca Virtual do Ministério
da Saúde: http://www.saude.gov.br/bvs

Série B. Textos Básicos de Saúde

Tiragem: 1.ª edição – 2005 – 350 exemplare

Elaboração, distribuição e informações:


MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Vigilância em Saúde
Esplanada dos Ministérios, Bloco G,
Edifício Sede, 1º andar
CEP: 70058-900, Brasília – DF
E-mail: svs@saude.gov.br
Home page: www.saude.gov.br/svs

Impresso no Brasil / Printed in Brazil

Ficha Catalográfica
___________________________________________________________________________________________________
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.
Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza / Ministério da Saúde, Secretaria de
Vigilância em Saúde – Brasília: Ministério da Saúde, 2005.
224 p. – (Série B. Textos Básicos de Saúde)

ISBN 85-334-1022-0

1. Influenza. 2. Influenza/prevenção e controle. 3. Saúde pública. I. Título. II. Série.

NLM WC 515
__________________________________________________________________________________________________
Catalogação na fonte – Editora MS

2 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Sumário
Apresentação 05

Introdução 07

Preâmbulo 09

CAPÍTULO 1 13
1.1 Influenza: Aspectos Epidemiológicos e o Risco de uma Nova Pandemia 13
1.2 Estimativa do Impacto de uma Pandemia de Influenza no Brasil 16

CAPÍTULO 2
Pandemia de Influenza e suas Fases 19

CAPÍTULO 3
Estrutura Atual da Vigilância, da Atenção à Saúde e da Informação e
Comunicação em Saúde no Brasil 23

3.1 A Vigilância da Influenza no Brasil 23


3.1.1 A Rede de Laboratórios de Vírus Influenza no Brasil 25
3.1.2 Situação Epidemiológica da Influenza no Brasil 26
3.1.3 A Vigilância Frente uma Pandemia de Influenza no Brasil 27

3.2 Rede de Assistência - A Atuação da Atenção Básica de Saúde 30


3.2.1 Atividades Desenvolvidas pelos Profissionais na Equipe de Saúde da Família 32
3.2.2 Atuação da Equipe de Atenção Básica Frente à Pandemia de Influenza 33

3.3 Rede de Assistência - A Atenção Especializada no Brasil 34


3.3.1 A Estrutura da Rede Hospitalar 34
3.3.2 A Organização e o Controle de Infecção nos Serviços de Saúde 39

3.4 A Aquisição, Comercialização, Distribuição e o Uso de Vacina e Antivirais


Contra a Influenza no Brasil 41
3.4.1 A Vacina Contra Influenza 41
3.4.2 O Uso de Antivirais para a Profilaxia e Tratamento da Influenza 48

3.5 A Vigilância em Portos, Aeroportos e Fronteiras no Brasil 49

CAPÍTULO 4
Período Interpandêmico 51

CAPÍTULO 5
Período de Alerta Pandêmico 59

CAPÍTULO 6
Período Pandêmico 71

CAPÍTULO 7
Período Pós-Pandêmico 77

CAPÍTULO 8
Legislação para uma Pandemia de Influenza 79

Anexos 81

3 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


4 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
APRESENTAÇÃO

Fatos recentes vêm alertando o mundo para a ameaça de ocorrência de uma nova
pandemia de gripe, tornando-se urgente que a sociedade se prepare para o seu
enfrentamento.
Neste momento, o Ministério da Saúde traz a público uma primeira versão, de
divulgação ampliada, do Plano de Preparação Brasileiro para uma Pandemia de
Influenza. Sua elaboração, coordenada pela Secretaria de Vigilância em Saúde, contou
com a contribuição dos diferentes setores do Ministério – Secretaria de Atenção à Saúde,
Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, ANVISA, FIOCRUZ, além da
participação de outros setores governamentais e não-governamentais.
Esta versão do Plano representa um primeiro passo de uma jornada muito mais
ampla. A preparação para um evento com a magnitude que pode vir a ter uma Pandemia
de Influenza exige o envolvimento e a participação de todos os setores organizados da
sociedade, dentro e fora do Governo. O Plano nacional traz diretrizes gerais, que se
tornarão concretas na medida em que forem incorporadas em cada estado e município do
País. O Ministério da Saúde desempenhará um papel de coordenador e permanente
estimulador para que todas as medidas sejam adequadamente implantadas.
Trata-se de um enorme desafio colocado diante de nós: buscar a melhor forma de
organizar o País para confrontar uma situação que torcemos para que não ocorra, mas
que estaremos absolutamente preparados para responder, mitigando seus efeitos sobre a
saúde, a economia e a qualidade de vida da nossa população.

Brasília, novembro de 2005.

José Saraiva Felipe


Ministro da Saúde

5 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


6 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
INTRODUÇÃO

Pandemias de influenza já causaram graves danos à humanidade. No século


passado, ocorreram três pandemias que causaram impacto importante na
morbimortalidade, afetando principalmente crianças e adultos jovens e, no caso da
chamada “Gripe Espanhola”, provocando situações de desordem social.
Atualmente há uma preocupação global com a possibilidade de surgimento de um
novo subtipo pandêmico do vírus influenza. Não é possível prever exatamente quando
acontecerá a próxima pandemia e nem a completa extensão dos danos e conseqüências
à saúde pública mundial. Ainda que os avanços tecnológicos praticamente eliminem a
possibilidade de repetição da situação dramática vivida na Gripe Espanhola, uma nova
pandemia constitui-se em uma ameaça que poderá impactar gravemente os sistemas de
saúde, além de provocar sérias conseqüências sociais e econômicas. Frente a esse fato,
os países reunidos na Assembléia Mundial da Saúde de 2003 aprovaram uma resolução
incentivando que todos elaborassem planos de preparação que pudessem fazer frente a
uma nova pandemia de influenza.
O presente plano de preparação brasileiro para responder a uma pandemia de
influenza foi elaborado por um grupo técnico especialmente constituído para esse fim,
tendo como base as discussões acumuladas até o momento no âmbito do Comitê
Brasileiro de Preparação do Plano de Contingência para uma Pandemia de Influenza
[Portaria N° 36, de 22/12/03, publicada em 23/12/03], as orientações da Organização
Mundial da Saúde, a bibliografia disponível sobre a situação epidemiológica atual da
influenza e a consulta a planos de contingência de outros países. Contou com a
participação de um conjunto amplo de especialistas em várias áreas do setor saúde e
aborda as principais questões e medidas que devem ser adotadas, em cada cenário
epidemiológico, nas áreas de vigilância; laboratório; atenção à saúde, básica e
especializada; controle de infecção hospitalar; uso de vacinas e antivirais; legislação
vigente; vigilância de portos, aeroportos e fronteiras; comunicação, entre outras.
O objetivo principal do Plano é orientar as ações e atividades necessárias para
impedir, ou, no mínimo, retardar a introdução da cepa pandêmica no Brasil e minimizar o
impacto na saúde da população. A experiência brasileira na organização de grandes
ações de saúde pública, como as campanhas nacionais de vacinação que, pioneiramente,
instituímos em 1980; o aprendizado no enfrentamento de epidemias como as de dengue;
7 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
a capacidade que já temos de responder rapidamente às doenças emergentes com
equipes bem treinadas de epidemiologistas; a rede de laboratórios e unidades sentinelas
que já se encontra em funcionamento monitorando o comportamento do vírus da gripe; e
a capacidade nacional de produzir vacinas e medicamentos constituem-se em fatores
positivos que contribuirão para que nosso País responda de maneira adequada a mais
esse desafio.

Jarbas Barbosa da Silva Júnior


Secretário de Vigilância em Saúde

8 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


PREÂMBULO

A influenza ou gripe é uma infecção viral aguda do sistema respiratório, de


distribuição global e elevada transmissibilidade (Brasil, 2002). Os vírus influenza são
subdivididos nos tipos A, B e C, de acordo com perfis antigênicos característicos. Por
serem altamente transmissíveis e mutáveis, os vírus da influenza, principalmente os vírus
influenza A, costumam causar surtos, epidemias e mesmo pandemias, podendo
proporcionar elevada morbidade e mortalidade.
As pandemias de gripe podem ter conseqüências graves para a saúde pública e
para a economia. Não há estimativas mundiais precisas sobre o número de casos e óbitos
relacionados à influenza. Contudo, pandemias parecem ocorrer a cada 10 ou 20 anos
(cinco pandemias foram registradas desde 1889) e epidemias e surtos regionais podem
ocorrer em intervalos que variam de um a três anos. A maior pandemia já registrada
ocorreu entre os anos de 1918 e 1919, a chamada “Gripe Espanhola” (devido à morte de
um membro da família real espanhola e à grande quantidade de informação dada pelos
meios de comunicação desse país), com estimativa da ocorrência entre 20 a 40 milhões
de óbitos no mundo (Malhotra & Krilov, 2000; Comunidade Européia, 2004).
Uma pandemia de gripe pode ser descrita como um evento epidemiológico
caracterizado pela circulação mundial de um novo subtipo de um vírus influenza ao qual a
população apresenta pouca ou nenhuma imunidade; ou de um vírus que cause morbidade
e mortalidade que excedem significativamente as taxas médias registradas nos países em
surtos e epidemias sazonais e que tenha abrangência mundial. Considerando que os
surtos de gripe ocorrem regularmente, é extremamente importante ter a capacidade de
avaliar se tais surtos podem atingir proporções epidêmicas graves e converter-se em
pandemias. Assim, é fundamental apropriar-se de um sistema de vigilância
epidemiológica capaz de fornecer alertas precisos e oportunos.
A ameaça de uma pandemia, com suas repercussões sociais, econômicas e de
ordem pública, obriga os países a estar em alerta e a desenvolver planos de Preparação
que indiquem como atuar em situações de emergência.
Nos últimos três anos, o Brasil vem desenvolvendo algumas atividades
direcionadas a melhorar o conhecimento sobre a situação epidemiológica relacionada à
influenza e a capacidade de resposta frente a situações emergenciais. Destaca-se aqui a
realização, em conjunto com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (IBAMA) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

9 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


(MAPA) , de pesquisa de vírus influenza em aves migratórias, quando foi identificado vírus
de influenza aviária de baixa patogenicidade; o estudo, em parceria com a Organização
Pan-Americana de Saúde (OPAS), sobre a sazonalidade da circulação dos vírus influenza
em uma região tipicamente tropical do país; estudos ecológicos sobre internações por
influenza e causas associadas; a designação de um comitê técnico para discutir o plano
de Preparação; o desenvolvimento de um estudo de cenários para uma pandemia de
influenza no Brasil e a organização de um Seminário Internacional para a troca de
experiências com países que estão mais avançados no seu processo de preparação para
uma pandemia.

Objetivos do Plano de Preparação Brasileiro para uma Pandemia de Influenza

O objetivo geral do Plano de Preparação Brasileiro para uma Pandemia de


Influenza é impedir a entrada no Brasil e minimizar os efeitos da disseminação de uma
cepa pandêmica em território nacional sobre a morbimortalidade e suas repercussões na
economia e no funcionamento dos serviços essenciais do país.
Entre os objetivos específicos do Plano de Preparação Brasileiro para uma
Pandemia de Influenza são:
- Retardar a disseminação de uma cepa pandêmica entre a população brasileira;
- Reduzir a morbidade, principalmente das formas graves da doença, e mortalidade por
influenza;
- Fortalecer a infra-estrutura do país para lidar com situações de emergência
epidemiológica em doenças de transmissão respiratória: vigilância epidemiológica,
diagnóstico laboratorial, assistência, vacinação e comunicação;
- Identificar grupos prioritários para quimioprofilaxia e vacinação, de acordo com
distintos níveis de progressão da pandemia e da disponibilidade de drogas e vacinas.
Algumas estratégias foram traçadas para alcançar os objetivos definidos:
- Desenvolver mecanismos efetivos de cooperação e articulação técnica entre as
vigilâncias da influenza humana e animal;
- Desenvolver estratégias de comunicação e informação;
- Desenvolver os mecanismos jurídicos e político-gerenciais necessários para apoiar o
processo de tomada de decisão em situação de emergência epidemiológica;
- Desenvolver mecanismos de cooperação internacional;
- Desenvolver mecanismos de cooperação com centros de produção de conhecimento
científico e tecnológico para estudar aspectos particulares das intervenções propostas
10 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
(eficácia e efetividade de uma nova vacina, resistência aos antivirais, efetividade do
uso de antivirais em situação pandêmica, eventos adversos, etc.);
- Implementar mecanismos de articulação intra e intersetorial.
Vale ressaltar, ainda, a necessidade de esforços coordenados das três esferas
governamentais e as não-governamentais no planejamento e execução do Plano para
que os objetivos sejam plenamente alcançados. Como todo plano, não pode ser estático
devendo ser aperfeiçoado de acordo com as necessidades operacionais, com a
incorporação de novas tecnologias e com as mudanças no cenário epidemiológico.

Antecedentes do Plano de Preparação Brasileiro para uma Pandemia de Influenza

No final do ano de 2003, a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério


da Saúde (MS) constituiu um comitê técnico para a elaboração do Plano de Preparação
Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza, formalizada pela Portaria
N° 36, de 22/12/03, publicada em 23/12/03.
O comitê fez duas reuniões (maio de 2004 e fevereiro de 2005) e adotou como
metodologia a discussão e elaboração de propostas em cinco grupos: Vigilância e
Laboratório, Vacinação, Informação e Comunicação, Assistência à saúde e Rede de
assistência e controle de infecção.
Visando agilizar e concluir o plano de Preparação, foi formado um Grupo de
Trabalho em agosto de 2005, composto por técnicos do Departamento de Vigilância
Epidemiológica (Imunização, Laboratório e Vigilância), Assessoria Jurídica e
Comunicação da SVS/MS; do Departamento de Atenção Especializada (alta e média
complexidade) e do Departamento de Atenção Básica da Secretaria de Atenção à Saúde
(SAS); da Diretoria de Defesa Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA); da Gerência Geral de Tecnologia em Serviço de Saúde da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA); e da Diretoria de Assistência
Farmacêutica da Secretaria de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE) para
efetivamente elaborar o referido Plano de Preparação.

11 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Estrutura do Plano de Preparação Brasileiro para uma Pandemia de Influenza

A estrutura do Plano ressalta as responsabilidades e atividades que devem ser


desenvolvidas por cada esfera de governo e instituições não-governamentais envolvidas.
O Plano consiste de oito capítulos contemplando informações sobre:
− Capítulo 1: Epidemiologia da influenza, com informações sobre a doença, a estrutura e
os tipos de vírus influenza;
− Capítulo 2: Pandemia de influenza e suas fases;
− Capítulo 3: Atual estrutura brasileira de vigilância à saúde, de laboratórios públicos e
da rede de atenção à saúde;
− Capítulo 4: Período Interpandêmico - atividades desenvolvidas para assegurar a
contenção de uma inevitável pandemia. A coordenação das diversas atividades em
fase pré-pandêmica, como a vacinação, a organização da vigilância, laboratórios e dos
serviços de saúde, entre outros;
− Capítulo 5: Período de Alerta Pandêmico - atividades que incluem preparação do
plano atual, treinamento, divisão de responsabilidades durante uma pandemia,
exercícios de simulação para testar o plano, comunicação e outras interfaces;
− Capítulo 6: Período Pandêmico - etapas em que as atividades são direcionadas para
controlar a pandemia e minimizar seus efeitos diretos, como morbidade e mortalidade,
incluindo informações sobre uso de vacinas e antivirais (profilaxia e tratamento), e
seus efeitos indiretos, como desordem social. O foco desse capítulo é apontar uma
série de atividades que deverão ser desenvolvidas, muitas vezes, de forma simultânea
e coordenada, para produzir uma resposta efetiva;
− Capítulo 7: Período Pós-Pandêmico - atividades que serão iniciadas após as ondas
pandêmicas, inclusive envolvendo a organização de atividades do pós-evento,
tentando inclusive recuperar os danos causados. Alguns exemplos de atividades
desse capítulo: reestruturação da rede de serviços de saúde, desativando os serviços
alternativos criados para a pandemia e aproveitando outros que serão úteis para a
manutenção do cuidado à saúde; e reorganização de atividades para o enfrentamento
de uma nova pandemia.
− Capítulo 8: Organização das três esferas governamentais para a publicação,
divulgação e aplicação de legislação para ações compulsórias relacionadas à
contenção da entrada e da expansão da pandemia no país, tais como: declaração de
situação de pandemia, prioridades de uso de quarentena, antivirais e vacina, entre
outros.
12 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
CAPÍTULO 1

1.1. Influenza: aspectos epidemiológicos e o risco de uma nova pandemia


A influenza ou gripe é uma infecção viral aguda do sistema respiratório com
distribuição global e elevada transmissibilidade (Brasil, 2002). A doença é causada pelo
vírus influenza, que contém um genoma de RNA de fita simples, segmentado. O vírus da
influenza é transmitido de forma direta (principalmente pela geração de gotículas quando
uma pessoa infectada tosse, espirra ou fala, mas também pelo ar, através da inalação de
pequenas partículas residuais) ou por contato indireto, através de fômites (Brasil, 2002).
A influenza tem alta taxa de ataque, disseminando-se rapidamente em ambientes
fechados; as crianças menores de dois anos, os idosos e os indivíduos de qualquer idade
com determinadas doenças crônicas ou imunossupressoras são os grupos populacionais
de maior risco para as complicações da doença, principalmente as infecções bacterianas
secundárias. Dentre os fatores predisponentes à infecção respiratória aguda em crianças,
o estado nutricional, o baixo peso ao nascer e o número de pessoas por domicílio são
expressivos determinantes, além de outros, como aglomeração, nível de escolaridade da
família, ausência ou aleitamento materno inadequado, poluição e inalação passiva de
fumo (Nicholson, et al, 1998; Cox, et al, 1999; MAalhotra, 2000).
Os vírus influenza, de acordo com perfis antigênicos característicos, são
subdivididos em três tipos: A, B e C. Os vírus influenza A possuem uma ampla faixa de
hospedeiros naturais além do homem e podem causar epidemias e pandemias, com taxas
elevadas de morbidade e mortalidade. Os vírus influenza B só tem sido descritos em
seres humanos e estão associados a surtos esporádicos, embora também possam
provocar doença grave e sejam responsáveis por excesso de mortalidade em idosos,
assim como os vírus A. Os vírus influenza C, muito diferente dos vírus A e B em sua
estrutura, embora tenham sido detectados em humanos e suínos, não parecem ter
importância na patogenia da gripe.
Do ponto de vista biológico, uma das explicações para a emergência de cepas
epidêmicas ou pandêmicas remete para as características do genoma viral de RNA
segmentado dos vírus influenza e da existência de múltiplos reservatórios do vírus
influenza A na natureza, o que favorece a ocorrência de recombinações entre amostras
humanas e animais com a emergência de subtipos pandêmicos de Influenza A (H1N1,
H2N2, H3N2- durante o século passado). Outra característica importante ligada ao
genoma viral de RNA é a ocorrência de mutações pontuais durante o processo de
13 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
replicação do genoma dos vírus A e B, promovendo a formação de novas cepas (também
chamadas novas variantes). Nos vírus Influenza A estas variações menores ocorrem
dentro de um mesmo subtipo, sendo que os subtipos são determinados por duas
glicoproteínas localizadas na superfície do envelope viral, a hemaglutinina (H) e a
neuraminidase (N). Até o momento, já foram identificadas 16 glicoproteínas H e 9
glicoproteínas N em animais. No homem, até o momento, as amostras que provocaram
epidemias e pandemias foram sempre dos subtipos contendo H1, H2 e H3 e N1 e N2. Se
essas novas variantes apresentam alguma identidade antigênica com a variante anterior,
ou seja, resultam de um processo de evolução dentro de um mesmo subtipo, chama-se
de alterações drift – impulso antigênico (Stambouliam et. al., 2000). No entanto, distintos
subtipos infectam diferentemente aves e mamíferos e dependendo das condições
ambientais e das alterações drift, subtipos específicos de aves podem infectar mamíferos.
Quando isso ocorre, existe a probabilidade de dois ou mais subtipos infectarem
simultaneamente um mesmo hospedeiro ou reservatório. Com isso, pode ocorrer a troca
de genes entre diferentes subtipos, fenômeno conhecido como rearranjo ou alterações
shift – deslocamento antigênico. Esses novos subtipos formados são potencialmente
pandêmicos, pois há pouca identidade antigênica entre subtipos com diferenças
expressivas nas hemaglutinina e neuraminidase, tornando toda a população humana
susceptível a esse novo subtipo (Malhotra & Krilov, 2000; Freitas, et al., 2005).
Até 1997 acreditava-se que haveria necessariamente um rearranjo ou alteração
shift em suínos para um vírus influenza aviário se adaptasse à replicação em humanos e
causasse doença. Naquele ano, em Hong Kong, foi documentada pela primeira vez a
transmissão direta do vírus influenza aviário de alta patogenicidade (H5N1) da ave para
humanos, o que significa que o papel de “misturador de genes” até então atribuído
apenas aos suínos também pode vir a ser desempenhado pelo homem. Episódios de
transmissão direta ave/homem da cepa H5N1 têm se repetido em alguns países do
Sudeste Asiático desde o fim do ano de 2003, onde a população, por aspectos culturais e
comerciais, tem uma grande interação com aves e suínos. Existem evidências de
transmissão inter-humana desta cepa em alguns grupos familiares, o que aumenta o risco
da emergência de uma nova cepa pandêmica não só via intercâmbio genético com cepas
humanas, mas também por meio de um fenômeno conhecido como mutação adaptativa,
que resulta da passagem sucessiva de uma cepa aviária no organismo humano, através
de distintos grupos, adquirindo estabilidade biológica suficiente para uma transmissão
sustentada entre seres humanos.

14 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


As evidências históricas sugerem que pandemias ocorrem três a quatro vezes por
século. No último século ocorreram três pandemias de influenza ("Gripe Espanhola "em
1918-19; "Gripe Asiática" em 1957-58 e a "Gripe de Hong Kong" em 1968-69), sendo que
o intervalo entre elas foi de 11 a 44 anos (Stamboulian, 2000). O pior cenário, o da Gripe
Espanhola de 1918-19, provocou em torno de 20 a 40 milhões de óbitos no mundo. Em
todas as últimas três pandemias, identificou-se um aumento da taxa de mortalidade entre
pessoas com menos de 60 anos de idade; em 1918-19, por exemplo, a maior taxa de
mortalidade ocorreu em adultos na faixa etária de 20 a 40 anos de idade (Canadian Plan,
2004).
Do ponto de vista epidemiológico, as epidemias e pandemias de influenza estão
associadas às modificações na estrutura da sociedade que favorecem a disseminação de
uma nova cepa, em contextos ecológicos, sociais e espaciais concretos. Assim, deve ser
lembrado que o contexto histórico e o estágio do conhecimento científico em que as
últimas pandemias ocorreram foram bastante distintos: a Gripe Espanhola aconteceu no
fim da Primeira Guerra Mundial, num momento em que as tecnologias disponíveis em
relação à prevenção e ao controle de doenças infecciosas ainda eram muito limitadas (por
exemplo, a síntese da penicilina e a descoberta do vírus influenza só ocorreram cerca de
10 anos após o fim daquela pandemia); por outro lado, as pandemias de 1957 e de 1968
tiveram um impacto muito maior na morbidade do que na mortalidade.
As evidências geradas pela análise dessas pandemias e o conhecimento
epidemiológico atual permitem elencar os seguintes fatores que devem ser considerados
na análise da emergência de uma nova pandemia de influenza:
– O surgimento de uma nova cepa do vírus influenza A, por meio de um processo de
troca genética entre cepas de espécies diferentes ou de mutação adaptativa;
– A eficiência da transmissão do agente infeccioso;
– A patogenicidade e a virulência da nova cepa;
– A existência de grandes contingentes de população com pouca ou nenhuma
imunidade a esta nova cepa;
– As taxas de contato efetivo, ou seja, a probabilidade que um indivíduo infectado
efetivamente transmita a doença a um susceptível;
– A base técnico-científica da sociedade e a democratização do acesso aos avanços;
– A capacidade de resposta rápida das autoridades de saúde pública.
No cenário atual há um grande risco da emergência de uma nova pandemia de
influenza, que pode produzir um impacto importante na morbimortalidade, na segurança
pública e na economia dos países afetados. Uma das possibilidades é o surgimento de
15 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
um vírus pandêmico oriundo da Ásia que poderia chegar às Américas em torno de três
meses, com potencial de disseminação neste Continente.

1.2. Estimativa do Impacto de uma Pandemia de Influenza no Brasil

Os resultados preliminares do estudo de cenários pandêmicos de Influenza no


Brasil que está em andamento, utilizando-se um modelo estático, indicam um impacto
negativo importante na demanda aos serviços de saúde. Usando-se como modelo taxas
de ataque entre 20 e 33% num período de 5 a 8 semanas, significaria a ocorrência de 37
milhões a 61 milhões de casos. Estimando-se 13% da população como pertencente ao
grupo de maior risco para as complicações da doença e que, destes, 30% venham a
requerer alguma intervenção médica, teríamos 5 milhões de casos complicados apenas
entre indivíduos de alto risco. Dentre os doentes que não pertencem a nenhum grupo de
risco, esperam-se 13 milhões de casos complicados, o que totaliza 18 milhões de
pessoas requerendo atendimento para complicações em todo o Brasil (assumindo-se um
cenário intermediário, com taxa de ataque de 25%).
Considerando-se somente o conjunto das capitais brasileiras, o número de casos
esperados na faixa etária mais afetada (15 a 59 anos) varia de 4,5 milhões a 10 milhões
de doentes, sendo que, destes, espera-se de 500 mil a 2,5 milhões com algum tipo de
complicação. Ainda de acordo com este modelo, o número total de leitos requeridos no
pico da epidemia para esta faixa etária, para as 27 capitais, seria de 1.000 a 200 mil.
Esta análise preliminar indica ainda que, se houvesse indicação e disponibilidade
de antivirais para o tratamento de todos os doentes, a taxa de hospitalização seria
reduzida em 40%.
Os modelos estáticos têm a vantagem de serem de fácil compreensão e rápida
execução, mas sofrem de diversas restrições:
– não são capazes de descrever a dinâmica da doença no tempo, e conseqüentemente
predizer taxas de infecção. Na verdade, a taxa de infecção é definida a priori;
– não há representação dos processos no tempo. Conseqüentemente, esses modelos
não podem ser utilizados para comparar estratégias que tenham um componente
temporal explícito;
– não incorporam as não linearidades inerentes do processo e do efeito das estratégias
de controle. Por exemplo, estratégias terapêuticas e profiláticas causam um efeito de
imunidade de rebanho que não é captado pelo modelo estático, que apenas considera
os efeitos diretos;
16 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
– não incorporam características epidemiológicas e biológicas da doença e,
conseqüentemente, não permitem a atualização frente ao avanço do conhecimentos.
Isto é, a adequação do modelo só poderá ser verificada a posteriori, quando a
pandemia já tiver passado e a taxa de ataque tiver sido calculada.

Em resumo, dadas as várias incertezas que permeiam uma pandemia de influenza,


nenhum modelo pode ser considerado completamente preditivo e nenhum método de
controle pode ser identificado como ótimo a priori (Ferguson, 2003). O que se pode obter,
a partir de modelos matemáticos, é identificar um pequeno conjunto de estratégias
eficazes que cubram diversos cenários possíveis, junto com alguns indicadores que
ajudem na identificação de qual cenário está sendo considerado.

17 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


18 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
CAPÍTULO 2

Pandemia de influenza e suas fases

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define uma pandemia de influenza em


diferentes períodos e fases, que abordam a influenza humana e animal como risco em
saúde pública. Esta abordagem comum facilitará a articulação, a padronização e a
transparência da comunicação e dos esforços no planejamento e resposta frente a uma
pandemia de influenza no Brasil e nos diferentes países.
A OMS define os seguintes períodos e fases a serem observadas no planejamento
das respostas a uma pandemia de influenza (Quadro 1).

Quadro 1. Períodos e fases de uma pandemia de influenza, de acordo com a Organização Mundial da
Saúde
Período Fases Definição da OMS Recomendações
Não há detecção de novos subtipos de vírus influenza
Fortalecer os preparativos para
em humanos.
uma pandemia de influenza em
Fase 11 Presença de um subtipo viral que já causou infecção em
escala mundial, regional e
humanos no passado em reservatórios animais não-
nacional.
Interpandêmico humanos e baixo risco de infecção humana.
Aumento do risco de transmissão para seres humanos Reduzir ao mínimo o risco de
do novo subtipo viral que circula em animais referido na transmissão nos seres humanos,
Fase 21 Fase 1. detectar e notificar rapidamente a
transmissão, quando ocorrer.
Rápida caracterização do subtipo
Detecção de um ou mais casos de infecção humana com
viral e detecção, notificação e
Fase 32 o novo subtipo viral, sem transmissão inter-humana ou,
resposta oportuna aos casos
se existente, limitada a contatos íntimos (casos raros).
adicionais.
Conter o novo vírus nos focos ou
Detecção de conglomerados de transmissão inter- retardar sua propagação a fim de
2 humana com poucos casos e geograficamente ganhar tempo para agilizar as
Alerta pandêmico Fase 4 localizados, o que indica que o vírus ainda não adquiriu medidas de preparação, entre
boa adaptabilidade aos seres humanos. elas a preparação da vacina
contendo a cepa pandêmica.
Detecção de conglomerados de transmissão inter- Conter ou retardar a propagação,
humana ainda geograficamente limitados, porém a fim de evitar uma pandemia e
Fase 52 atingindo um maior número de pessoas, indicando que o ganhar tempo para agilizar as
vírus está se adaptando melhor aos seres humanos medidas de respostas
(risco pandêmico considerável). antipandêmicas
Pandemia: transmissão ampliada e sustentada na Reduzir as repercussões da
Pandêmico Fase 6 população em geral. pandemia.

Pós-Pandêmico Fase 7 Retorna ao Período Interpandêmico. Período Interpandêmico.

1
A diferença entre as Fases 1 e 2 tem como base o risco de infecção ou adoecimento em humanos oriunda das cepas que circulam
nos animais. Para essa avaliação consideram-se, de acordo com o conhecimento científico vigente, os fatores: patogenicidade da cepa
nos animais e nos humanos, presença de infecção em animais domésticos e ou somente na fauna silvestre, se é um vírus enzoótico ou
epizoótico, se está localizado ou generalizado geograficamente, entre outros critérios.
2
A distinção entre as Fases 3, 4 e 5 tem como base a avaliação de risco de pandemia. Para essa avaliação consideram-se, de acordo
com o conhecimento científico vigente, os fatores: taxa de transmissão, localização geográfica e propagação, gravidade da doença,
presença de genes provenientes de cepas humanas (quando o vírus é proveniente de cepa animal) e outros critérios científicos.

.
19 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
Como pode ser observada, esta divisão em fases é baseada na avaliação do risco
de propagação da doença em diferentes situações. Assim, os continentes e países do
mundo poderão encontrar-se em distintas fases pandêmicas, com a expectativa de
mudança entre elas a cada momento, seja avançando ou retrocedendo na escala de
risco, dependendo da efetividade das ações de vigilância e controle adotadas em cada
momento.
Tomando-se por referência esta classificação da OMS, a literatura referente a
pandemias anteriores, os Planos de Preparação do Canadá, Estados Unidos da América
e da Inglaterra e a análise da situação epidemiológica mundial atual, propõe-se a adoção
de níveis de alerta internamente para o Brasil (Quadro 2). Ressalta-se que a premissa
para a definição desses níveis de alerta é que o surgimento de uma nova cepa pandêmica
e sua adaptação em seres humanos dar-se-á nos países asiáticos e posteriormente será
disseminada nos demais continentes. A partir do momento em que for comprovada a
eficiência de transmissão de uma nova cepa pandêmica estima-se que o tempo de
entrada da mesma no Brasil varie de poucos dias a no máximo três meses,
principalmente em função da velocidade dos meios de transporte e do processo de
globalização. Vale ressaltar que os níveis de alerta devem ser considerados como
flexíveis e mutáveis de acordo com o cenário pandêmico vigente.
Abaixo, para fins de planejamento e resposta, apresentam-se os níveis de alerta
para o Brasil.

20 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Quadro 2. Níveis de Alerta no Brasil, de acordo com diferentes períodos e fases pandêmicos.
Períodos Fases Níveis de Alerta no Brasil Recomendações
3 Não há detecção de novos subtipos de vírus Manter as atividades de rotina da vigilância,
Fase 1 influenza em humanos no Brasil e no Mundo. prevenção e controle da influenza.
Não há detecção de novos subtipos de vírus Iniciar o processo de preparação ou de
influenza em humanos no Brasil. revisão do Plano de Preparação; adequar
Interpandêmico Presença de um subtipo viral que já causou as estratégias da vigilância da influenza
Fase 23 infecção em humanos no passado em animal; fortalecer e aperfeiçoar a vigilância
reservatórios animais não-humanos e baixo risco epidemiológica da influenza em escala
de infecção humana. nacional.
Acelerar o processo de preparação ou de
revisão do Plano; manter o sistema de
Detecta-se um ou vários casos de infecção
vigilância em alerta para a detecção,
Fase 34 humana com um novo subtipo viral em algum
notificação e investigação oportunas de
país estrangeiro de outro Continente.
formas graves de doença respiratória em
pessoas oriundas da região afetada.
Concluir a elaboração do Plano; manter o
sistema de vigilância em alerta para a
detecção, notificação e investigação
Detecta-se conglomerados de transmissão inter-
oportunas de formas graves de doença
humana com poucos casos em algum país
4 respiratória em pessoas procedentes da
Fase 4 estrangeiro de outro Continente.
região afetada em áreas estratégicas
(grandes centros urbanos, portos e
aeroportos internacionais, entre outros);
planejar e realizar a simulação das ações
emergenciais previstas no Plano.
Alerta pandêmico Disparar nível de alerta no país: detecção,
notificação e investigação oportunas de
Detecta-se conglomerados de transmissão inter-
formas graves de doença respiratória em
humana com maior número de casos em algum
pessoas procedentes da região afetada em
Fase 54 país de outro Continente e/ou detecção da cepa
áreas estratégicas (grandes centros
pandêmica em algum país das Américas
urbanos, portos e aeroportos internacionais
(exceto Brasil).
e em outros pontos de ingressos de
estrangeiros no país).
Disparar nível de alerta máximo no país:
detecção, notificação e investigação
precoces de casos suspeitos em qualquer
ponto do território nacional; adotar medidas
Fase 64 Detecção da cepa pandêmica no Brasil.
de bloqueio de transmissão do caso
primário e casos secundários; avaliar a
necessidade de suspender as atividades de
caráter coletivo, etc.
Epidemia no Brasil devido à disseminação da Minimizar a morbidade, a mortalidade e o
Pandêmico Fase 7 cepa pandêmica. impacto econômico e social.
Concluir as análises do impacto na
morbimortalidade e econômico-social.
Cepa pandêmica do vírus influenza deixa de
Reorganizar a estrutura da rede
Pós-Pandêmico Fase 8 circular; morbidade e mortalidade retornam aos
assistencial, entre outros. Retorna-se às
níveis endêmicos.
recomendações da Fase 1 do período
Interpandêmico.

Os capítulos 4, 5, 6 e 7 apresentam as ações e as atividades específicas para cada


nível de alerta pandêmico no Brasil.

3
A diferença entre as Fases 1 e 2 tem como base o risco de infecção ou adoecimento de
humanos com cepas que circulam nos animais. Para essa avaliação consideram-se, de acordo
com o conhecimento científico vigente, os seguintes fatores: patogenicidade da cepa nos animais
e nos humanos, presença de infecção em animais domésticos e ou somente na fauna silvestre, se
é um vírus enzoótico ou epizoótico, se está ou não geograficamente localizado, entre outros
critérios.
4
A distinção entre as Fases 3, 4 e 5 tem como base a avaliação de risco de pandemia. Para essa
avaliação consideram-se, de acordo com o conhecimento científico existente, os seguintes
fatores: taxa de transmissão, localização geográfica e propagação, gravidade da doença,
presença de genes provenientes de cepas humanas (quando o vírus é proveniente de cepa
animal) e outros critérios científicos. A distinção entre as Fases 5 e 6 baseia-se na avaliação do
risco de introdução e disseminação iminentes da cepa pandêmica no país.

21 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


.
22 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
CAPÍTULO 3

Estrutura atual da Vigilância, da Atenção à Saúde e da Informação e Comunicação


em Saúde no Brasil

3.1. A Vigilância da Influenza no Brasil


O Ministério da Saúde iniciou no ano 2000 a implantação de um Sistema de
Vigilância da Influenza em âmbito nacional, cujos objetivos são monitorizar as cepas dos
vírus da influenza que circulam nas regiões brasileiras, responder a situações inusitadas,
avaliar o impacto da vacinação contra a doença, acompanhar a tendência da morbidade e
da mortalidade associadas à doença e produzir e disseminar informações
epidemiológicas.

Utiliza-se uma estratégia de vigilância sentinela, baseada numa rede de unidades


de saúde (atenção básica e pronto-atendimentos) e de laboratórios de diagnóstico.
Considera-se como pré-requisito para a implantação de uma unidade sentinela a
existência de infra-estrutura e organização gerencial na unidade, a localização próxima ao
laboratório de referência, o atendimento de demanda espontânea de indivíduos de
diferentes faixas etárias, a existência de um laboratório de referência estadual ou
municipal com capacidade para realizar o diagnóstico de vírus respiratórios, além do
interesse das equipes de vigilância e do laboratório e anuência dos gestores locais.

As unidades sentinelas têm como responsabilidade a coleta e o envio de


espécimes clínicos, obtidos de uma amostra intencional de pacientes que procuram
atendimento clínico, ao laboratório de referência para processamento e análise e informar
semanalmente a proporção de casos de síndrome gripal em relação ao total de
atendimentos clínicos ocorridos na unidade, distribuídos por faixa etária. A definição de
síndrome gripal adotada no Brasil é: indivíduo com doença respiratória aguda (com
duração máxima de cinco dias), apresentando febre (ainda que referida) e tosse ou dor de
garganta, na ausência de outros diagnósticos. Se a organização do sistema de
informação da unidade sentinela permite, em vez da definição acima, podem ser
computados diretamente os seguintes diagnósticos de infecção respiratória aguda do trato
superior: J00, J02.9, J03.9, J04.0, J04.1, J04.2, J06, J10, J11.

O sistema de informação da vigilância de influenza, chamado SIVEP_GRIPE, tem


estrutura on-line, permitindo disponibilizar dados e informações simultaneamente para
23 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
toda a rede de vigilância.

O Sistema de Vigilância da Influenza prevê também a detecção, a notificação, a


investigação e o controle de surtos, independente da rede sentinela, em consonância com
as normas atuais sobre a notificação de doenças transmissíveis no país. Prevê também a
análise rotineira de dados ecológicos sobre as internações e óbitos por influenza e causas
associadas, o que possibilita a observação do padrão de ocorrência da gripe em regiões
com aspectos climáticos distintos.

Atualmente, o Sistema de Vigilância da Influenza compreende 46 unidades


sentinelas, a maioria delas localizada nas capitais de 21 estados das cinco regiões
brasileiras (Figura 1), 18 laboratórios estaduais, dois laboratórios de referência regional e
um laboratório de referência nacional. Prevê-se que até o final do ano 2006 este Sistema
esteja funcionando em pelo menos todas as capitais brasileiras.

Figura 1. A Vigilância Epidemiológica da Influenza, Brasil, 2000 a 2005

Vigilância Epidemiológica da Influenza. Brasil, 2005

▪ Implantado
(2 a 4 unidades sentinela/UF)
AL (Maceió)

▪ AM (Manaus)
BA (Salvador)
▪ ▪ CE (Fortaleza)
▪ DF (Brasília)

▪▪ ES (Vitória)
▪ ▪
GO (Goiânia)
MG (Belo Horizonte e Três Pontas)
MS (Campo Grande)

▪ ▪ ▪
PA (Belém)
PE (Recife)
PR (Curitiba)

▪ ▪ RJ (Rio de Janeiro)
RN (Natal)
RR (Boa Vista)
▪ RS (Porto Alegre, Caxias do Sul, Uruguaiana)
SC (Florianópolis)
▪ SP (São Paulo)
▪ TO (Palmas)
SE (Aracajú)
PB (João Pessoa)

Aumento do n° de unidades sentinelas Em Implantação


▪ Laboratório de Referência Estadual
Laboratório de Referência Regional MT (Cuiabá)
Laboratório de Referência Nacional
Não Implantado

24 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


3.1.1. A Rede de Laboratórios de Vírus Influenza no Brasil

O monitoramento da gripe é uma atividade em escala mundial e atualmente


mobiliza uma rede de 112 laboratórios em 83 países coordenados por centros de
referência mundial vinculados à Organização Mundial da Saúde (OMS): Instituto de
Pesquisas Médicas do Reino Unido, em Londres (Inglaterra); Centro de Controle de
Doenças (CDC), em Atlanta (Estados Unidos); CSL Limited em Victoria (Austrália) e
Instituto Nacional de Doenças Infecciosas em Tóquio (Japão).

No Brasil estão credenciados pela OMS como Centros de Referência para


Influenza as seguintes instituições: o Instituto Evandro Chagas (IEC/SVS/MS), o Instituto
Adolfo Lutz (IAL/SP) e o Instituto Oswaldo Cruz (FIOCRUZ/MS). Na organização interna
da rede de laboratórios do país, os dois primeiros estão classificados como de Referência
Regional e o último como de Referência Nacional.

Com a implantação do Sistema de Vigilância para Influenza no país, a rede de


laboratórios foi sendo, paulatinamente, ampliada, de acordo com a expansão do próprio
Sistema. Foi então criado um nível estadual na rede de laboratórios, subordinados aos
Centros de Referência Regionais e Nacional (Quadro 3).

Quadro 3. Relação da abrangência dos Laboratórios de Referência para Vigilância


da Influenza (situação em 25.08.2005)

Laboratório de referência Estados referenciados

Fundação Oswaldo Cruz BA, ES, MG, PR, RJ, RS e SC

Instituto Adolfo Lutz DF, GO, MS, SP e TO

Instituto Evandro Chagas AL, AM, CE, PA, PB, PE, RN, RR e SE

Os vírus influenza apresentam diversidade antigênica e genômica a cada ano.


Portanto as análises laboratoriais são de grande importância para monitorar o tipo de
cepa circulante em nosso país possibilitando uma melhor análise para indicação de cepas
vacinais e detecção de possíveis cepas pandêmicas. O sucesso da detecção viral
depende, primariamente, das condições da amostra clínica, ou seja, coleta,
armazenamento e transporte.

O teste de imunofluorescência indireta é realizado no nível estadual, através de um


kit comercial composto por um painel de anticorpos monoclonais que permite a detecção
de vírus influenza tipos A e B, sincicial respiratório, adenovírus e parainfluenza tipos 1, 2 e

25 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


3. Este é um teste considerado relativamente rápido, podendo obter o resultado poucas
horas após a coleta do material clínico.

A detecção do vírus influenza por isolamento em culturas celulares ou ovos


embrionados constitui-se no método padrão ouro para pesquisa dos vírus influenza. O
método recomendado para a identificação dos subtipos de influenza é o teste de inibição
da hemaglutinação (HI), que permite classificação de acordo com as variações
antigênicas presentes em cada amostra viral. Para esta análise, utiliza-se um painel de
antígenos e soros específicos para as variantes virais circulantes, fornecidos pela OMS. A
detecção por isolamento viral e HI é realizada nos três laboratórios de referência e
amostras representativas dos vírus identificados pertencentes a cada subtipo são
enviadas ao CDC/Atlanta para confirmação e análise com um painel ampliado de
antígenos e soros imunes.

A utilização de métodos moleculares ampliou o campo de conhecimento do vírus


influenza e têm permitido acompanhar a mutação destes vírus na natureza. O
seqüenciamento dos nucleotídeos dos genes do vírus influenza, principalmente do gene
H, seguido por uma análise filogenética, permite o monitoramento das variações
genéticas que podem ocorrer anualmente, agrupar cepas semelhantes, identificar cepas
mutantes e auxiliar na compreensão da virulência. Estas técnicas estão sendo utilizadas
pelos laboratórios de referência e permitem uma melhor comparação das cepas
circulantes com as cepas vacinais.

O diagnóstico sorológico da influenza (detecção de anticorpos contra o vírus) é


disponível e pode ser empregado na avaliação da resposta imune pós-vacinal e em
estudos soro-epidemiológicos retrospectivos. Não há indicação deste teste sorológico
para o diagnóstico de casos agudos.

3.1.2. Situação epidemiológica da Influenza no Brasil

No período de 2000 a 2005, a proporção de atendimentos por síndrome gripal nas


unidades sentinelas variou de 5 a 25% por semana epidemiológica, reflexo da
incorporação de novas unidades ao Sistema de Vigilância, de aspectos particulares da
organização dos serviços em cada uma dessas unidades sentinelas e de modificações
reais no perfil epidemiológico sazonal da influenza. Os principais vírus respiratórios
identificados neste período foram Influenza A, Vírus Respiratório Sincicial, Adenovírus,
Parainfluenza 1 e Influenza B. Dentre os tipos de vírus influenza detectados, a maior

26 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


prevalência foi de cepas A/H3N2 e Influenza B, semelhante ao padrão internacional de
circulação. A caracterização antigênica completa dessas cepas evidenciou que todos os
subtipos virais fizeram parte direta ou indiretamente da composição das vacinas utilizadas
no Hemisfério Sul.

No período de 2002 a 2005, foram detectados e investigados 19 surtos de


influenza em comunidades fechadas (aldeia indígena, empresas, presídio, asilo e escola)
em algumas unidades federadas e cinco surtos comunitários, sendo que o de maior
proporção ocorreu em cidades do extremo oeste de Santa Catarina. Nos surtos em
comunidades fechadas investigados, a taxa média de ataque de síndrome gripal foi de
22,4%, variando de 3,5% em um abatedouro de aves com adoecimento de adultos jovens
a 48% em um asilo. Neste local, os residentes tinham uma média de idade de 81 anos
(intervalo de 46 a 97 anos) e os profissionais de saúde 38,5 anos (intervalo de 19 a 68
anos). Nos surtos comunitários, identificou-se uma média de 25% de atendimentos por
síndrome gripal nos municípios afetados (variando de 21 a 29,6%). As principais cepas de
influenza identificadas nesses surtos foram Influenza B/Hong Kong; A/Tocantins (H3N2);
A/Fujian (H3N2); A/Korea (H3N2) e B/Yamanshi e B/Jiangsu.

3.1.3. A Vigilância frente a uma Pandemia de Influenza no Brasil


Em linhas gerais, o papel estratégico a ser desempenhado pela vigilância nos
distintos períodos e fases propostos pela OMS contempla a contínua melhoria da
qualidade do Sistema de Vigilância da Influenza no período interpandêmico, o
monitoramento e análise dos cenários epidemiológicos, incluindo as situações inusitadas;
a detecção e a investigação precoce de casos para o direcionamento das medidas de
controle e da avaliação da efetividade das medidas implementadas, em conjunto com as
demais áreas envolvidas. Destaca-se aqui a articulação técnica com o Centro de
Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) da SVS/MS.

O CIEVS está se estruturando para agir frente às emergências de relevância


nacional relacionadas à saúde, bem como apoiar as áreas técnicas nos processos de
vigilância epidemiológica. A idéia principal é otimizar a comunicação entre os técnicos do
Ministério, equipes de investigação de campo, autoridades e outras instituições
envolvidas. O CIEVS irá dispor de uma central de notificação por telefone (0800 704
0393), com funcionamento durante 24 horas por dia. Outras fontes de informação
utilizadas são o “Clipping” com recorte das principais notícias publicadas na mídia, ou
notificadas pelo e-mail: notifica@saude.gov.br ou pela própria área técnica da SVS. O

27 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


técnico responsável pelo atendimento selecionará os principais fatos e encaminhará à
Unidade de Respostas Rápidas às Emergências Epidemiológicas (URR) as classificadas
como de relevância nacional. A URR entrará em contato com técnicos e autoridades
locais para a troca de informações e avaliação da necessidade de apoio do MS nas
investigações e ações de controle. Este sistema irá possibilitar atualizações mais rápidas
à imprensa sobre a investigação, visando a divulgação à população. Assim, o CIEVS
agiliza a comunicação entre as esferas envolvidas (técnicos estaduais, federais,
municipais, laboratórios), tornando mais eficiente as medidas de prevenção e controle em
surtos ou epidemias.

Assim, de acordo com as recomendações correspondentes a cada nível de alerta


explicitado no Quadro 2, podem ser listadas as seguintes ações ou atividades
estratégicas de vigilância epidemiológica:

Fase 1:

- Acompanhar, avaliar e aperfeiçoar o Sistema de Vigilância da Influenza;

- Monitorizar a situação epidemiológica;

- Avaliar a efetividade da vacinação anual com as cepas epidêmicas;

- Detectar, investigar e controlar surtos de influenza em que ocorram formas graves da


doença;

- Produzir e disseminar informação epidemiológica.

Fase 2:

- Aprimorar a articulação técnica com os órgãos encarregados da vigilância da influenza


animal;

- Aprimorar o acompanhamento da situação epidemiológica da influenza no cenário


internacional e nacional;

- Produzir e disseminar informação epidemiológica.

Fase 3:

- Estabelecer fluxo de notificação e investigação de casos graves de doença respiratória


em indivíduos provenientes das áreas afetadas, aprimorando a articulação técnica
entre a vigilância de portos, aeroportos e fronteiras, a vigilância hospitalar e as CCIH
(inclui a vigilância de pneumonias);

- Promover estudos epidemiológicos para o desenho de cenários pandêmicos;


28 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
- Desenvolver proposta de adequação do Sistema de Vigilância da Influenza para o
enfrentamento de surtos por uma cepa pandêmica: desenhar sistemas especiais de
informação e de organização de serviços e desenvolver/atualizar módulo de
capacitação emergencial para profissionais da rede de vigilância;

- Produzir e disseminar informação epidemiológica.

Fase 4:

- Aprimorar os mecanismos de detecção precoce de casos graves de doença


respiratória em indivíduos provenientes das áreas afetadas, principalmente em
grandes centros urbanos;

- Avaliar as ações da Fase 3, identificar os pontos críticos e corrigi-los;

- Estruturar e capacitar uma equipe especializada para deslocamento rápido e


investigação adequada de casos;

- Promover o desenvolvimento de protocolos de avaliação de efetividade das ações de


caráter individual e/ou coletivo propostas, bem como do uso de tecnologias
específicas;

- Concluir a análise de cenários pandêmicos;

- Produzir e disseminar informação epidemiológica.

Fase 5:

a) Detecção de casos em países que não fazem fronteira com o Brasil

- Atualizar o cenário pandêmico e adequar o Plano se necessário;

- Desenvolver atividades de vigilância ativa para a detecção precoce de casos graves


de doença respiratória em indivíduos provenientes das áreas afetadas, principalmente
em grandes centros urbanos e em outros pontos de ingresso de estrangeiros no país;

- Coordenar a capacitação emergencial da VE do país, priorizando as áreas


estratégicas (região de fronteira e grandes aglomerados populacionais);

- Produzir e disseminar informação epidemiológica.

b) Se forem detectados casos em país de fronteira

- Acionar a Defesa Civil;

29 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


- Desenvolver atividades de vigilância ativa para a detecção precoce de casos graves
de doença respiratória em qualquer ponto do território nacional, principalmente em
grandes centros urbanos e em outros pontos de ingresso de estrangeiros no país;

- Executar, em conjunto com a ANVISA, sistema especial de vigilância para portos,


aeroportos e fronteiras;

- Produzir e disseminar informação epidemiológica.

Fase 6:

- Direcionar as atividades de bloqueio de transmissão;

- Acionar a Defesa Civil;

- Com base na análise da situação, direcionar e acompanhar as demais medidas de


prevenção e controle;

- Produzir e disseminar informação epidemiológica.

Fase 7:

- Operar sistema simplificado de vigilância;

- Monitorizar a situação para redirecionar as ações, se necessário;

- Detectar o surgimento de nova onda pandêmica;

- Monitorizar, em conjunto com DAF/SCTIES e a ANVISA, a utilização de


antimicrobianos e antivirais, no que se refere à resistência e às reações adversas, com
o intuito de direcionar o manejo clínico e tratamento adequado;

- Produzir e disseminar informação epidemiológica.

Fase 8:

- Readequar o sistema de vigilância epidemiológica da influenza ao novo cenário;

- Avaliar o impacto da pandemia na morbimortalidade;

- Produzir e disseminar informação epidemiológica.

Os capítulos 4, 5, 6 e 7 apresentam as ações e as atividades específicas para cada


nível de alerta pandêmico no Brasil.

30 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


3.2. Rede de Assistência - A Atuação da Atenção Básica de Saúde

Atenção básica consiste em um conjunto de ações, de caráter individual ou


coletivo, situadas no primeiro nível de atenção dos sistemas de saúde, voltadas para a
promoção da saúde, prevenção de agravos, tratamento e reabilitação. Essas ações não
se limitam àqueles procedimentos incluídos no Grupo de Assistência Básica da tabela do
SIA/SUS, quando da implantação do Piso da Atenção Básica. A ampliação desse conceito
se torna necessária para avançar na direção de um sistema de saúde centrado na
qualidade de vida das pessoas e de seu meio ambiente.
A organização da Atenção Básica, com base na Lei nº 8080, tem como fundamento
os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), dentre eles a definição da Saúde como
direito fundamental do ser humano, cabendo ao Estado prover as condições
indispensáveis ao seu pleno exercício, por meio de políticas econômicas e sociais que
visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de
condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e serviços para a
promoção, proteção e recuperação da saúde individual e coletiva.
Atualmente, a Atenção Básica no Brasil compreende dois modelos: um tradicional,
onde as unidades de saúde são compostas por médico clínico-geral, pediatra,
ginecologista e enfermeiros e auxiliares de enfermagem, não contando com a presença
do Agente Comunitário de Saúde, e um outro modelo, denominado de Estratégia de
Saúde da Família (ESF), que é composto por uma equipe multiprofissional (médico,
enfermeiro, auxiliar de enfermagem e de quatro a seis agentes comunitários), que dispõe
de recursos que poderão ser utilizados para identificação precoce de áreas de risco e
casos suspeitos de doenças infecciosas e agravos em suas áreas de abrangência. A
cobertura populacional da ESF ainda é limitada, particularmente em grandes centros
urbanos. Atualmente, existem 23.097 equipes cadastradas e em funcionamento, com
200.193 agentes comunitários dando cobertura a uma população de 74.523.803
habitantes (que corresponde a aproximadamente 42% da população brasileira), além de
33.623 auxiliares de enfermagem, 31.307 enfermeiros e 31.403 médicos (ver Quadros 4
e 5).

É importante ressaltar que, em situação de pandemia, os dois modelos terão que


trabalhar como um só modelo, com todos os profissionais trabalhando de forma
organizada de acordo com um protocolo pré-definido.

31 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Quadro 4. Número de profissionais envolvidos na Estratégia de Saúde da Família e da
Atenção Básica, Brasil

Nº Profissionais Nº Profissionais
Tipo de Profissional
ESF Atenção Básica
Agente Comunitário de Saúde 219.019 Não possui
Auxiliar de enfermagem 33.623 327.297
Enfermeiro 39.576 65.920
Médico clínico-geral 31.403 80.384
Médico fisiatra Não possui 750
Fisioterapeuta Não possui 18.655
Médico Pneumologista Não possui 3.707
Médico Infectologista Não possui 2.938

Quadro 5. Número de estabelecimentos da Atenção Básica de Saúde, Brasil, mês/ano

Tipo de Estabelecimento Nº Estabelecimentos


Posto de Saúde 11.398
Centro de Saúde ou Unidade Básica 25.429
Unidade Mista 778
Hospital Geral 1.406

3.2.1. Atividades desenvolvidas pelos profissionais na equipe de Saúde da Família


Agente Comunitário de Saúde: Este profissional é o elo entre a população e a equipe de
saúde e tem entre suas funções:

- Realizar o mapeamento e o cadastramento de todas as famílias de sua área, que


deverá ser atualizado permanentemente, durante a visita domiciliar;
- Identificar indivíduos e familiares em situação de risco, bem como a sua área de risco
e identificação de parceiros e recursos em suas áreas que poderão ser
potencializados pela equipe;
- Orientar a população quanto ao uso correto do serviço de saúde e desenvolver ações
de educação e vigilância em saúde com ênfase na promoção da saúde e na
prevenção de doenças.
Auxiliar de enfermagem:

- Realizar procedimentos de enfermagem dentro de suas atribuições técnicas e legais,


nos diferentes ambientes, como Unidades de Saúde da Família (USF) e domicílio,
dentro do planejamento traçado pela equipe;
32 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
- Realizar a busca ativa dos casos de doenças sob vigilância e ações de educação em
saúde para grupos de risco;
- Preparar o paciente para consulta médica e de enfermagem.
Enfermeiro(a):

- Realizar consulta de enfermagem e cuidados diretos de enfermagem nas urgências e


emergências;
- Planejar, gerenciar, coordenar, executar, avaliar as USF, bem como supervisionar e
coordenar ações de capacitação dos agentes comunitários e auxiliares de
enfermagem, com vistas ao desempenho de suas funções;
- Executar ações de assistência integral em todos as fases da vida, com ações de
vigilância sanitária e epidemiológica. Também realizar ações de saúde nos diferentes
ambientes.
Médico(a):
- Realizar consulta clínica ao usuário e realizar procedimentos tanto na unidade de
saúde quanto no domicílio, se necessário, executando ações de assistência integral
em todos os ciclos da vida;
- Realizar o pronto-atendimento nas urgências e emergências, encaminhando a
serviços de maior complexidade quando necessário e garantindo a continuidade de
tratamento na USF;
- Verificar e atestar óbitos.

3.2.2. Atuação da equipe de atenção básica frente à Pandemia de Influenza

- Conhecer as áreas e a realidade das famílias pelas quais são responsáveis,


identificando os problemas mais comuns aos quais aquela população está exposta;
- Elaborar com a comunidade planos para o enfrentamento de problemas de saúde e
fatores que colocam em risco a saúde, segundo diretrizes do Plano Nacional;
- Executar, de acordo com a qualificação de cada profissional, os procedimentos de
vigilância à saúde e vigilância epidemiológica;
- Prestar assistência integral à população adscrita, respondendo a demanda de forma
contínua e racionalizada;
- Promover ações intersetoriais e parcerias com organizações formais e informais
existentes na comunidade para o enfrentamento conjunto de problemas identificados;

33 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


- Participar intensamente na elaboração e execução de campanhas de vacinas,
capacitando profissionais e mantendo-os informados quanto à doença, dose da
vacina, esquema vacinal, contra-indicações, etc.
- Atuar na disseminação de informações, orientando o público sobre os riscos de
contágio e as formas de evitá-lo;
- Avaliar as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e USF, do risco de transmissão e da
necessidade de isolamento em casos suspeitos, realizando a busca ativa dos
contatos, a fim de orientar e administrar medidas profiláticas aos contatos;
- Articular com outras áreas de saúde pública, como vigilância epidemiológica e
sanitária, mantendo sempre a equipe informada sobre qual a situação atual;
- Identificar os locais de risco em suas áreas de abrangência, como escolas, creches,
asilos e outros.

3.3. Rede de Assistência - A Atenção Especializada no Brasil

3.3.1. A Estrutura da Rede Hospitalar

Atualmente a rede de assistência à saúde no Brasil dispõe de 466.863 leitos, sendo


que 381.050 leitos (81,6% do total) são destinados ao SUS. Quanto à classificação dos
referidos leitos SUS, 104.888 (27,5%) são leitos cirúrgicos, 255.038 (67%) são leitos
clínicos e 21.124 (5,5%) são leitos complementares, que englobam 1.852 leitos de terapia
intensiva pediátrica, 3.003 leitos de terapia intensiva neonatal, 8.248 leitos de terapia
intensiva para adultos, além de 4.696 leitos de unidades intermediárias e 3.325 leitos de
isolamento. Esses últimos representam 40,3% do total de leitos de isolamento do país.
(Quadro 6).
Dadas as características atuais de rede hospitalar brasileira, percebe-se uma
concentração de estabelecimentos de atenção à saúde, e conseqüentemente de leitos,
nas áreas de maior concentração tecnológica, notadamente a região sudeste.
Especificamente nessa região temos 82,7% do total de leitos SUS existentes (154.939),
sendo 50,20% (6.578) dos leitos SUS de UTI do Brasil e 37,95% (1.262) dos leitos SUS
de isolamento.

34 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Quadro 6 – Leitos SUS existentes por região – Brasil 2005
Regiões Número de Leitos

UTI Pediátrico Totais


UTI Neonatal Totais

UTI Pediátrico SUS

Totais Isolamento
UTI Neonatal SUS

UTI Adulto Totais


Cirúgicos Totais

UTI Adulto SUS


Cirúrgicos SUS
Clinicos Totais

Clínicos SUS

Totais UCI*

UCI* SUS
Norte 18846 15706 8646 6391 130 100 443 311 114 95 260 217 360
Nordeste 86331 76352 40161 32342 706 438 2422 1423 416 317 1416 1164 966

Centro- 24569 18863 13079 9289 398 224 989 594 312 232 312 246 286
Oeste
Sul 52771 40662 22946 15667 787 620 2497 1788 477 383 783 624 728
Sudeste 107095 103455 61452 41199 2583 1621 6535 4132 2067 825 3301 2445 1679
Total 289612 255038 146284 104888 4604 3003 12886 8248 3386 1852 6072 4696 4019

*Unidade de Cuidados Intermediários

Quanto à adequação dos leitos de isolamento para responder a uma situação


pandêmica, não há informações disponíveis nos bancos de dados do Ministério da Saúde.
O Quadro 7 mostra os serviços apontados por seus respectivos gestores como sendo
centros de referência para o atendimento dos pacientes com suspeita/diagnóstico de
Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). No entanto, não há informações objetivas
sobre a infra-estrutura instalada atualmente nestes estabelecimentos.
Encontra-se em consulta pública a nova política de atenção ao paciente crítico, a
qual prevê a regulamentação das unidades de cuidados intermediários em geral. A longo
prazo, a implementação dessa nova política prevê a reestruturação das unidades que
provêm a atenção aos pacientes críticos em geral, através do aumento da oferta de leitos
disponíveis e de sua adequação em termos de infra-estrutura física e de equipamentos.

Quadro 7 – Hospitais apontados por seus gestores locais como Centros de Referência para
o atendimento de casos suspeitos/confirmados de Síndrome Respiratória Aguda Grave.

UF HOSPITAL
AC Hospital Geral de Clínicas de Rio Branco
AL Hospital Escola Hélvio Auto
AM FMT-Hospital de Medicina Tropical
AP Centro de Doenças Transmissíveis do Hospital de Especialidades
BA Hospital Octávio Mangabeira
CE Hospital de Doenças Infecciosas São José
DF HRAN (Hospital Regional da Asa Norte)
ES Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes/IESP

35 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


GO Hospital Anuar Auad (Hospital de Doenças Tropicais/SES-GO)
MA Hospital Tarquinio Lopes Filho
MG Hospital de Pronto-Socorro de Venda Nova
MG Associação de Assistência Est. e Pesquisa de Uberlândia
MS Santa Casa de Campo Grande
MT Hospital Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá
PA Hospital Universitário João de Barros Barreto
PB Hospital Universitário Lauro Wanderley (Cidade Universitária)
PE Hospital Universitário Oswaldo Cruz
PI Instituto de Doenças Tropicais Natan Portela
Hospital Ministro Costa Cavalcanti
PR Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná
Hospital de Clínicas – UFPR
Hospital Univ. Clementino F. Filho – UFRJ
RJ
Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião
RN Hospital Giselda Trigueiro
RO Hospital Cemetron
RR Hospital Rubens de Souza Bento
RS Hospital Nossa Senhora da Conceição (Rua Francisco Frein)
SC Hospital Nereu Ramos
SE Hospital João Alves Filho
Hospital Servidor Público Estadual
Hospital São Paulo/Universidade Federal de São Paulo
SP
Instituto de Infectologia Emilio Ribas
Hospital de Clínicas da UNICAMP
TO Hospital Comunitário de Palmas

Quanto à Política Nacional de Atenção às Urgências - regida pelas Portarias GM nº


2.048/03, nº 1.863/03, nº 1.864/03 nº 2.072/03 – em especial ao Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência, existem 94 serviços implementados/em fase de implementação, com
727 equipes de suporte básico de vida e 190 equipes de suporte avançado de vida.
Nessa fase, já estão sendo atendidos 598 municípios, com uma cobertura de 82.188.798
habitantes. Observa-se também uma concentração de serviços na região sudeste, a qual
detém 42,5% (310) das equipes de suporte básico instaladas e 43% (82) das de suporte
avançado (Quadro 8). É importante lembrar que a implementação dos SAMU pressupõe

36 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


a efetiva regulação das referências e contra-referências nos atendimentos de urgências e
não unicamente o transporte de pacientes às unidades prestadores de assistência à
população.

37 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Quadro 8 - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (implantados e em implantação)
Região Unidade Suporte Unidade Suporte Nº Municípios População
Básico Avançado Atendidos
Centro-Oeste 89 25 128 8.019.437
Nordeste 195 49 167 19.574.520
Norte 67 16 49 5.8000.819
Sudeste 310 82 134 38.699.206
Sul 66 18 120 10.094.816
Total 727 190 598 82.188.798
Fonte: Coordenação Geral de Urgência e Emergência/DAE/SAS 19/08/05

Quanto às ações a serem desencadeadas em uma pandemia, os protocolos


técnicos devem ser norteadores das linhas de atenção à saúde fornecendo as diretrizes
para a organização racional da rede de assistência à saúde. Dessa forma, deverão ser
definidas as diversas competências no que diz respeito às intervenções necessárias
dentre os diferentes níveis de atenção, a saber: Atenção Básica, Média Complexidade e
Alta Complexidade.

Cabe aos gestores locais, dentro de suas responsabilidades, viabilizar a


aplicabilidade dos protocolos previamente definidos, diagnosticar as necessidades de
investimento na saúde local, bem como garantir os fluxos de atendimento, com plano para
referência e contra-referência, para os usuários acometidos. Sendo assim, a participação
e sensibilização das instâncias gestoras municipais e estaduais (prevendo-se aí a
pactuação com o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde e o Conselho
Nacional de Secretários Estaduais de Saúde) é ponto de destaque para impulsionar o
componente executivo do Plano de Preparação para a Pandemia de Influenza no Brasil.

No que diz respeito ao financiamento dentro de uma situação emergencial, há que


se definir a fonte dos recursos, bem como a forma de repasse aos prestadores. Os
investimentos em despesas capitais devem ser efetuados sob o modelo de Celebração de
Contratos e Convênios com o Ministério da Saúde, maneira mais eficiente de assegurar o
acompanhamento dos investimentos realizados. Já, para despesas correntes, pode haver
a possibilidade de realizar repasses Fundo a Fundo (Fundo de Ações Estratégicas e
Compensações – FAEC, por exemplo).

38 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Cabe ressaltar que quaisquer ações de Atenção à Saúde devem pautar-se pelos
princípios que regem o Sistema Único de Saúde, notadamente a Descentralização da
Gestão, pois cada esfera de governo dispõe de responsabilidades específicas.

3.3.2. A Organização e o Controle de Infecção nos Serviços de Saúde


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), por meio da Gerência de
Investigação e Prevenção das Infecções e dos Eventos Adversos (GIPEA), coordena o
Programa Nacional de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH), cujas atividades foram
delineadas pela Lei nº 9.431, de 6 de janeiro de 1997. Esta lei dispõe sobre a
obrigatoriedade dos hospitais manterem um Programa de Infecção Hospitalar e criarem
uma Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) (Anexos 9 e 10).

As diretrizes e normas que viabilizaram o planejamento do Programa foram


definidas pela Portaria GM nº 2.616, de 12 de maio de 1998. De acordo com esta
Portaria, as Comissões de Controle de Infecção Hospitalar devem ser compostas por
membros consultores e executores, sendo esses últimos representantes do Serviço de
Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) e responsáveis pela operacionalização das ações
programadas do controle de infecção hospitalar.

Nos níveis municipal e estadual, as Comissões Municipais e Estaduais de Controle


de Infecção Hospitalar são responsáveis por coordenar as atividades de controle e
prevenção, em sintonia com as diretrizes nacionais.

Nos serviços de saúde, as CCIH coordenam as ações de vigilância epidemiológica


das infecções hospitalares, supervisionam normas e rotinas técnico-operacionais
relacionadas à prevenção e controle das infecções, capacitam o quadro de funcionários e
profissionais da instituição, desenvolvem ações para o uso racional de antimicrobianos,
germicidas e materiais médico-hospitalares e realizam investigação epidemiológica de
casos e surtos, implementando medidas imediatas de controle, dentre outras atividades.

Recente estudo realizado pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de


São Paulo, em convênio com a ANVISA, foi desenvolvido com o objetivo de avaliar a
organização do controle de infecções hospitalares, mediante resposta de questionário por
gestores municipais e estaduais de saúde e por dirigentes dos hospitais brasileiros. Em
todas as unidades da federação (26 Estados e DF), as CCIH estão formadas e em
funcionamento, inseridas em diferentes órgãos, a saber: Vigilância Sanitária, Vigilância
Epidemiológica e Atenção à Saúde, exceto nos Estados do Amapá, Acre, Roraima e
39 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
Santa Catarina. Dos 1.009 municípios (17,9%) que responderam o questionário, todos
afirmaram a adoção de ações de controle de infecções pela gestão municipal de saúde, a
partir da publicação da Portaria 2.616/98.
Em relação aos serviços de saúde, a incorporação de ações de prevenção e
controle de infecções hospitalares ocorreu de forma heterogênea entre os hospitais
estudados, sendo as ações mais freqüentes a nomeação de técnicos para a composição
das CCIH (76% dos hospitais) e o monitoramento das internações hospitalares (77%).
Ações mais complexas foram menos presentes nas respostas, como por exemplo,
desenvolvimento de programas de controle de infecções (49%), treinamentos específicos
em controle de infecções (44%) e adoção de medidas de contenção de surtos (33%).
Apenas 8% dos hospitais pesquisados indicaram a utilização dos critérios diagnósticos
para infecções hospitalares do National Nosocomial Infections Surveillance System –
Centers for Disease Control and Prevention (NNISS/CDC) (Horan TC, 2004), adotados
oficialmente no Brasil desde 1995 e validados em diversos países. Constatou-se que em
grande parte dos hospitais brasileiros não há laboratórios de microbiologia, sendo
encontrado somente em 46,29% do Nordeste, 45,45% do Norte, 41,64% do Centro-Oeste,
26,28% do Sul e 24,62% do Sudeste.
Com este estudo foi possível observar que o sistema de saúde não conseguiu
incorporar as ações de prevenção e controle das internações hospitalares de forma
homogênea, dentro do modelo das Comissões e de um programa específico para este
fim. Grande número de hospitais não possui CCIH estruturada, em funcionamento e
capaz de atuar na investigação e prevenção das infecções hospitalares.
A ANVISA tem desenvolvido diversas ações com o intuito de garantir a qualidade
da atenção à saúde, no que se refere à investigação e controle das infecções
hospitalares: revisão do modelo atual de prevenção de infecções hospitalares, em
parceria com gestores estaduais e municipais de saúde, prestadores, sociedade
organizada e usuários; incentivo a atuação de Estados e municípios na descentralização
das ações de controle de infecção; adequação do monitoramento de infecções
relacionadas à atenção à saúde, com indicadores padronizados e ajustados à
necessidade local; incentivo a reestruturação dos laboratórios de microbiologia, com
ênfase na padronização de técnicas de identificação de microrganismos e de
determinação da sensibilidade; direcionamento das políticas de financiamento da atenção
à saúde, vinculadas à adoção de medidas de controle e prevenção de riscos em serviços
de saúde.

40 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Estas ações estão integradas em diversos projetos desenvolvidos pela GIPEA, tais
como o SINAIS (Sistema Nacional de Informação para o Controle de Infecções em
Serviços de Saúde), a Rede RM (Rede de Monitoramento e Controle da Resistência
Microbiana em Serviços de Saúde), a RENISS (Rede Nacional para Investigação de
Surtos e Eventos Adversos em Serviços de Saúde), bem como vários cursos e eventos
para capacitação de profissionais de saúde no controle e na prevenção das infecções e
eventos adversos.
O SINAIS é um sistema de informação desenvolvido para facilitar e agilizar o
acompanhamento de indicadores de infecção hospitalar, permitindo total flexibilidade na
montagem do programa de monitoramento e utilizando os critérios desenvolvidos pelo
CDC (Center for Disease Control) e preconizados pelo Ministério da Saúde. O
acompanhamento é feito em tempo real pelos serviços de saúde, que alimentam um
banco de dados nacional acessível a municípios, estados e Governo Federal, dentro da
respectiva abrangência de atuação.
A Rede RM é um projeto em parceria com a OPAS e a CGLAB/SVS com o objetivo de
reduzir a disseminação microbiana em serviços de saúde no país, por meio do
conhecimento do perfil de resistência dos microrganismos patogênicos e da adoção de
medidas de prevenção e controle. A rede está em constante aprimoramento, englobando
inicialmente os hospitais-sentinela e os LACEN.
A RENISS está em funcionamento desde 2004 e tem como objetivo preparar e manter
uma equipe multidisciplinar capaz de enfrentar situações de crise relacionadas a surtos e
eventos adversos em serviços de saúde, atuando em rede nacional, com apoio mútuo
entre as três esferas de governo. A capacitação envolve profissionais que integram a
ANVISA e os Centros Estaduais de Vigilância Sanitária, tais como médicos, enfermeiros,
farmacêuticos, odontólogos, epidemiologistas, nutricionistas, administradores, estatísticos,
engenheiros e arquitetos.

3.4. A aquisição, comercialização, distribuição e uso de vacina e antivirais contra a


Influenza no Brasil

3.4.1. A vacina contra a Influenza


O contínuo impacto causado pela infecção com o vírus influenza, tanto em
indivíduos de maior risco como na população geral, vem motivando o desenvolvimento de
novas vacinas. Dentre elas, destaque-se o desenvolvimento de vacina de vírus
atenuados, de vacinas inativadas contendo adjuvantes e vacinas produzidas em culturas
de células em vez de ovos embrionados de galinha. É importante também considerar as

41 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


estratégias de vacinação que garantam o acesso dos principais grupos alvos (mais
susceptíveis), baseado nas recomendações da OMS.

No Brasil utilizam-se atualmente vacinas inativadas contra a influenza, que diferem


quanto aos componentes da partícula viral presentes na vacina (Murphy, 1996). Esses
componentes dividem-se em três tipos (Kibourne, 1994), a saber:

– Vacina de vírus inteiros, composta pela partícula viral inteira, inclusive lipídeos da
membrana celular da célula do hospedeiro. Apresenta elevada imunogenicidade e é
mais reatogênica; não está indicada para crianças menores de 12 anos de idade,
devido à freqüência de reações febris.

– Vacina fracionada ou “split”, fragmentada pela exposição a detergentes e purificada de


forma a conter os antígenos de superfície do vírus e algumas nucleoproteínas virais;

– Vacina subunitária, que contém apenas as proteínas de superfície hemaglutinina e


neuraminidase.

De modo geral, as vacinas do tipo “split” e as vacinas subunitária induzem resposta


sorológica semelhante e são menos reatogênicas, sendo seu uso aprovado para crianças
menores de 8 anos de idade. No Brasil é utilizada a vacina de vírus contra influenza
inativados, fracionados e purificados (Quadro 1).

42 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Quadro 1 - Eventos adversos pós-vacinação contra influenza

Eventos Descrição Tempo decorrente Freqüência Conduta Observação


adversos Aplicação/Eventos

Eventos locais Dor local 1 – 2 dias após 10 – 64% dos Notificar e investigar Não contra
eritema a vacinação durante vacinados abscesso quente e indica doses
enduração 48 horas reações locais subseqüentes
muito extensas Eventos locais
com limitações graves deve
de movimento. ser avaliado
Administrar
analgésicos,
se necessário
Eventos Febre 6-12 horas após - Tratamento Não há contra
sistêmicos Mialgias a vacinação Sintomático indicação formal
Cefaléia durante 48 horas Afastar diagnóstico para doses
Sintomas “flu”-like Diferencias subseqüentes.
leves
Reações Urticárias, sibilos, Menos de 2 horas - Tratamento rápido Contra-indicação
anafiláticas Laringoespasmo, e após a aplicação da e adequado (ver formal para
lábio, hipotenção avacina Manual EAPV) doses subsequentes
choque
Síndrome de Polirradiculoneurite 7 – 21 dias até 6 - Notificar e investigar Avaliar
Guillain-Barré inflamatória semanas após a acompanhamento risco-benefício
(SGB) com lesão de vacinação especializado revacinação
desmielinização,
parestesias e
deficit motor
ascendente
de intensidade
variável
Fonte: CGPNI/DEVEP/SVS/MS

O esquema de vacinação com a vacina inativada difere quanto ao número de


doses e o volume a ser administrado, tendo como base a imunogenicidade e a
reatogenicidade da vacina de acordo com a faixa etária. Em crianças menores de oito
anos de idade, a resposta imunológica à vacina é inferior quando comparada à do adulto.
Assim, recomenda-se, o esquema de imunização com duas doses para crianças desta
faixa etária, com intervalo mínimo de um mês entre as doses (Farhat, 2000) (Quadro 2).

Quadro 2- Esquema de administração da vacina contra influenza

Idade Dose (ml) Nº de Doses

6 – 35 meses 0,25 1–2*

3 – 8 anos 0,50 1–2*

≥ 9 anos e adultos 0,50 1

Fonte: CGPNI/DEVEP/SVS (modificada do Farhat, 2000)

(*) Devem ser aplicadas duas doses com intervalo de quatro a seis semanas em crianças menores de nove
anos, quando receberem a vacina pela primeira vez.

43 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


A vacina inativada contra influenza é recomendada, desde 1940, como o principal
meio para prevenção da influenza e suas principais complicações, como a pneumonia
bacteriana secundária, a pneumonia viral primária, a exacerbação de doenças crônicas de
base (pneumopatias e cardiopatias, doenças renais, hipertensão, diabetes e
imunodeficiências) e o óbito. (Fong, 2003).

As mudanças antigênicas constantes dos vírus influenza circulantes requerem


alterações anuais na composição da vacina, de acordo com o padrão de circulação viral
detectado através do Sistema de Vigilância Global da Influenza, coordenado pela OMS,
que define anualmente a composição das vacinas para os Hemisférios Sul e Norte. Após
este processo a vacina entra em fase de produção industrial. Atualmente os vírus das
vacinas inativadas são produzidos em ovos embrionados de galinha e são necessários de
quatro a seis meses para a produção de doses em número suficiente para a demanda
mundial. Existem, no entanto, técnicas de recombinação genética do vírus influenza para
a produção de vacinas, que permitem o encurtamento daquele período.

Indicações da vacina contra Influenza no Brasil

O Brasil exerce uma política pública utilizando a estratégia de campanhas


nacionais de vacinação de indivíduos com 60 anos e mais desde 2000, sendo que em
1999 a população vacinada foi estabelecida na faixa etária de 65 anos e mais. Desde sua
implantação, as coberturas vacinais nas campanhas superaram a meta de 70% em todos
os anos e o percentual de cobertura vacinal adequada vem aumentando em todos os
municípios brasileiros de 88,43% para 95,42%. No ano de 2005, a campanha de
vacinação alcançou cobertura de 84% dos 10,6 milhões de indivíduos com 60 anos e
mais.

A vacina está disponível nos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais


(CRIE), para outros grupos considerados de maior risco para as complicações da doença
em decorrência de uma patologia de base: cardiopatias, nefropatia, diabetes mellitus
insulinodependente, cirrose hepática, hemoglobinopatias, portadores de DPOC,
imunocomprometidos ou portadores de HIV, pacientes transplantados e familiares que
estejam em contato com os pacientes anteriormente mencionados. A vacina também está
disponível para população indígena, presidiários e profissionais que trabalham em
presídios e profissionais de saúde.

De acordo com Barros & cols., “Ainda não há estudos conclusivos sobre o impacto
da estratégia de vacinação contra a influenza no Brasil. Dados preliminares de um estudo
44 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
realizado para avaliar a eficácia da vacinação, utilizando como indicador a carga de
*
morbidade por causas atribuídas à influenza (influenza, pneumonia e bronquite) apontam
algumas diferenças entre as regiões brasileiras: comparando-se o número de internações
por causas atribuídas à influenza na população acima de 65 anos de idade, entre os anos
1998 e 2000, observou-se uma redução de 15,4% de internações na região sul e um
aumento de 6,8% na região norte. O uso da análise de regressão para dados mensais de
hospitalização por seis anos indica tendências heterogêneas, que podem estar
associadas com as diferenças na sazonalidade da circulação do vírus entre regiões que
apresentam diferenças climáticas marcantes. Nas regiões Sul e Sudeste as estações são
bem definidas e com clima temperado, enquanto na região Norte (onde localiza-se a bacia
Amazônica) o clima é o tropical, sendo quente e úmido durante todo o ano. Os resultados
deste estudo têm demandado uma discussão mais aprofundada sobre a necessidade e a
viabilidade da adaptação da estratégia de vacinação contra a influenza atualmente
realizada no país, em decorrência das variações sazonais apontadas acima” (Barros e
cols, 2004).

Produção da vacina contra Influenza

A maior capacidade de produção de vacinas para influenza está concentrada na


Austrália, Canadá, França, Alemanha, Japão, Reino Unido, Europa e Estados Unidos
(juntos produziram e distribuíram 262 milhões de doses de vacina em 2003
correspondendo a 95% da vacina contra gripe do mundo neste ano), mas com o advento
de uma pandemia será necessária uma ampliação da produção desta vacina (David,
2005).

No Brasil, como estratégia para garantir a auto-suficiência na produção de


imunobiológicos, foi criado o Programa de Auto-Suficiência Nacional em Imunobiológicos
em 1986 (PASNI) pelo Ministério da Saúde, com investimentos de aproximadamente 150
milhões de dólares na modernização das instalações e equipamentos dos laboratórios
públicos produtores de soros e vacinas. Recursos financeiros para ampliação da
capacidade de produção nacional da vacina contra influenza vêm sendo investidos desde
1999, com ênfase na logística e na transferência de tecnologia para o Instituto Butantã
(SP). Foram investidos R$ 34 milhões pelo MS para a aquisição de equipamentos e cerca
de R$ 20 milhões pelo Estado de São Paulo para a construção da planta de produção.
Todo esse esforço objetiva a auto-suficiência nacional em 2008.

45 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


O Instituto Butantã está concluindo o ensaio clínico da vacina com hidróxido de
alumínio, que permite preparar vacinas com maior quantidade de antígeno, aumentando a
capacidade de produção com a mesma planta física. Os resultados em animais estão
prontos e os dados clínicos estarão concluídos no início do ano de 2006. O Brasil será
pioneiro na utilização desta técnica, que foi recomendada por outras pesquisas.

Desenvolvimento da vacina pandêmica no Brasil

Para a produção de vacinas foram estabelecidos mecanismos de distribuição de


estirpes sementes através de centros internacionais de referência da gripe estabelecidos
pela OMS. As estirpes adequadas para semente têm de ter uma estrutura antigênica
adequada, bom desenvolvimento em cultura e ausência de perigo de contaminação para
o pessoal que as manipula. Por outro lado, o grande número de embriões de galinha
necessário constitui uma dificuldade prática. Estão também em estudo medidas para
acelerar os procedimentos de autorização de produção de uma vacina contra a cepa
pandêmica.

Ressalta-se que a vigilância epidemiológica é a base para a determinação da


composição da vacina contra a influenza e que os agentes antivirais devem ser
considerados como auxiliares ao uso da vacina (De Jong et al., 2000).

O Ministério da Saúde, em conjunto com o Instituto Butantã, está se preparando


para a produção da vacina contra a cepa pandêmica. Foram repassados, até o momento,
R$ 3,1 milhões para acelerar a preparação de uma instalação emergencial, que estará
pronta para fabricação já no início do próximo ano, uma vez que a nova fábrica de vacinas
que está sendo construída com recursos do MS e do Governo Estadual de São Paulo só
ficará pronta no final de 2006. Tão logo os problemas tecnológicos ainda existentes para a
produção de uma vacina contra uma cepa de alta patogenicidade do vírus influenza sejam
superados, a OMS já está informada da capacidade brasileira para produzir esta vacina
no país. Ressalte-se que a produção mundial de vacinas contra uma pandemia de
influenza depende de qual será efetivamente a cepa pandêmica (lembra-se aqui que a
H5N1 é uma cepa aviária que, excepcionalmente, tem causado infecções em humanos e
que mesmo que esta venha a adquirir condições biológicas para uma transmissão
ampliada na população humana, poderá ter características que impliquem em ajustes na
formulação de uma vacina).

46 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


A Estrutura do Programa de Imunizações no Brasil

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) da Secretaria de Vigilância em


Saúde/Ministério da Saúde tem como objetivo contribuir na prevenção e no controle de
doenças imunopreveníveis de relevância epidemiológica no País.

O PNI conta com 25 mil postos públicos de vacinação em todo o País, sendo que
em campanhas realizadas anualmente este número chega até 130 mil postos e 38
Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIEs), nas 27 unidades
federadas. São distribuídas aproximadamente 245 milhões de doses de produtos
imunobiológicos anualmente. As ações do Programa utilizam recursos para o
suprimento de insumos (vacinas, soros e demais produtos imunobiológicos), para a
suficiência na produção de vacinas e para a ampliação da rede de frio.

O armazenamento dos imunobiológicos utilizados pelo PNI nas 27 Unidades


federadas é feito por uma rede de frio, na qual vêm sendo investidos desde 1995 recursos
para construção, adequação e aquisição de equipamentos, visando favorecer uma
logística mais resolutiva de distribuição das vacinas desde os grandes centros urbanos às
regiões de mais difícil acesso (Anexo 7).

Para promover uma melhor qualidade da informação da gestão dos


imunobiológicos no país, o PNI conta com os seguintes sistemas de informação: SI-CRIE,
SI-API, SI-EDI e SI-EAPV. Sendo seus objetivos:

− SI-CRIE: registra as doses aplicadas das vacinas utilizadas nos CRIE, inclusive contra
influenza. Contém dados de identificação, motivo da indicação, doença de base, doses
aplicadas e eventos adversos ocorridos;

− SI–API: registra as doses aplicadas de todas as vacinas, inclusive a vacina contra


influenza, nas salas de vacinação da rede em boletim diário por estabelecimento de
saúde, nas faixas etárias de menor de 1 ano, 1 a 2 anos, 3 a 8 anos, 9 a 12 anos, 13 a
19 anos, 20 a 59 anos, 60 anos e mais.

− SI–EDI: controla a movimentação de imunobiológicos em todo o país, informando os


quantitativos de doses das vacinas adquiridas, distribuídas aos municípios, além de
apresentar consolidado por tipo de perda física (ex: validade vencida, alteração de
temperatura, etc.).

47 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


− SI–EAPV: consolida as notificações de eventos adversos pós-vacinação
temporalmente associados à administração das vacinas. Está implantado nas
Secretarias Estaduais de Saúde que são responsáveis pela entrada de dados de todos
os municípios.

3.4.2. O Uso de Antivirais para a Profilaxia e Tratamento da Influenza

Para a maioria das doenças virais não existe nenhum tratamento específico.
Entretanto, no caso da influenza, já existem algumas medicações disponíveis, com
eficácia tanto para o tratamento quanto para a profilaxia da doença, cujo uso adquire um
papel estratégico nas fases iniciais da influenza pandêmica, havendo evidências de que
não interfira na eficácia das vacinas inativadas contra a influenza.

Existem dois tipos de medicamentos antivirais disponíveis hoje e que exercem seu
papel na prevenção e no tratamento da infecção da influenza:
– Amantadina e Rimantadina, que atuam como os inibidores de canais de íons M2;
Interferem no ciclo reprodutivo da influenza A, mas não são eficazes contra a influenza
B.
– Zanamivir e Oseltamivir, que atuam inibindo a replicação dos vírus influenza A e B,
classificados como inibidores de neuraminidase.
A Amantadina e Rimantadina têm 70/90% de eficácia na prevenção da infecção por
influenza A. Como terapêutica, quando administradas dentro de dois dias desde o início
da doença, são capazes de reduzir a duração de doença não complicada devido à
infecção por influenza A em aproximadamente um dia, mas ainda não se mostraram
capazes de reduzir a gravidade da doença. Ambas induzem a emergência de cepas virais
resistentes, em particular a Amantadina quando usada para tratamento de casos.
O Zanamivir e Oseltamivir, quando administrados dentro de dois dias desde o início
da doença, são capazes de reduzir a duração das doenças menos graves de influenza A
e B em aproximadamente um dia. Dados atuais sugerem que o desenvolvimento da
resistência durante o tratamento da influenza é menor com o uso de inibidores de
neuraminidase do que com inibidores de canais de íons M2. Estudos recentes sugerem
que ambos os inibidores de neuraminidase são similares na eficácia contra doenças de
influenza confirmadas em laboratório (Anexo 8). Estudos in vitro demonstram que estas
duas substâncias, embora inibindo o sitio ativo da enzima neuraminidase, atuam em
locais diferentes neste sítio e a mutação que induz a resistência a uma das drogas não
afeta a sensibilidade à outra e vice-versa. Apenas uma mutação afeta a sensibilidade a

48 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


ambas as drogas simultaneamente e esta mutação parece influenciar na replicação do
vírus mutante tornando-o menos agressivo.

Os inibidores de neuraminidase têm o custo mais elevado que os inibidores de


canais de íons M2, no entanto os inibidores de canal iônico induzem a mutações muito
rapidamente não sendo promissores para tratamento ou profilaxia em epidemias ou
pandemias. Tendo em vista os resultados demonstrados em situações de surtos, bem
como sua forma de apresentação, o Oseltamivir tem sido a droga de escolha da maioria
dos países que desenvolveram seus planos de preparação para a pandemia, sendo esta
a opção brasileira.
O Ministério da Saúde está adquirindo junto à empresa produtora a quantidade de
medicamento suficiente para 9.250.000 tratamentos. Iniciou-se também a discussão
acerca da possibilidade do licenciamento voluntário para a produção nacional pelos
laboratórios oficiais, na ocorrência da pandemia.

3.5. A Vigilância em Portos, Aeroportos e Fronteiras no Brasil

As ações de vigilância sanitária, epidemiológica e controle de vetores nas áreas de


portos, aeroportos, fronteiras e recintos alfandegados são de competência da ANVISA e
foram estabelecidas pela Lei nº 9.782 de 26 de janeiro de 1999, publicada no Diário
Oficial da União de 27 de janeiro de 1999. Essas atividades visam proteger e promover a
saúde da população, buscando a garantia da segurança sanitária de produtos e serviços
nos terminais de passageiros e cargas, entrepostos, estações aduaneiras, meios e vias
de transporte aéreos, marítimos, fluviais, lacustres e terrestres do país.
A intensificação das ações sanitárias em atendimento ao Plano de Preparação para
evitar a introdução e expansão de doenças transmissíveis será de acordo com a
legislação específica (Resoluções ANVISA RDC 02 de 08 de janeiro de 2003, RDC 217
de 21 de novembro de 2001, RDC 306 de 07 de dezembro de 2004) em consonância com
o Regulamento Sanitário Internacional e outros acordos subscritos pelo Brasil.
Conforme a Portaria ANVISA nº 406, de 14 de outubro de 2005, publicada no
Diário Oficial da União nº 199, de 17 de outubro de 2005, Seção 1, página 43, a Gerência
Geral de Portos, Aeroportos e Fronteiras e Recintos Alfandegados está estruturada com
cinco gerências (1. Infra-estrutura, Meios de Transporte e Controle de Vetores; 2.
Orientação e Controle Sanitário de Viajantes; 3. Projetos Especiais; 4. Inspeção de
Produtos e Autorização de Empresas; 5. Planejamento, Avaliação e Acompanhamento),

49 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


27 Coordenações Estaduais – CVSPAF, que são unidades gestoras, com agilidade
administrativa para ações locais, 108 Postos de Controle e Fiscalização e 57 Salas de
Vacinas. Os Postos estão localizados nos principais pontos de entrada e saída do país,
envolvendo 1.300 trabalhadores em equipes multiprofissionais. A Agência Nacional de
Vigilância Sanitária - ANVISA é parte do Sistema Único de Saúde e coordena o Sistema
Nacional de Vigilância Sanitária.
Para a adoção das medidas de controle sanitário nas áreas de Portos, Aeroportos,
Fronteiras e Recintos Alfandegados foram definidas cinco linhas de ação para avaliação,
tomada de decisão, acompanhamento e implementação de medidas sanitárias de forma
diferenciada, considerando os períodos interpandêmico, de alerta pandêmico e pós-
pandêmico e suas fases de evolução:
1. Informação e comunicação.
2. Capacitação de profissionais.
3. Controle sanitário de viajantes.
4. Controle sanitário de infra-estrutura, meios de transporte, mercadorias.
5. Organização e preparo.
Outras informações estão contidas no Anexos 12.

50 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


CAPÍTULO 4

Período Interpandêmico
Neste capítulo, priorizam-se as atividades de rotina relacionadas à prevenção,
vigilância e o controle da influenza, e da execução de algumas atividades essenciais para
a preparação para o enfrentamento de uma pandemia de influenza, em particular no que
se refere ao planejamento da infra-estrutura necessária para os períodos seguintes. Este
planejamento inclui a projeção do número de leitos necessários, incluindo leitos de
Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e de isolamento, para os diferentes períodos da
pandemia; a listagem de serviços de referência para as fases iniciais; a previsão de
serviços alternativos que possam ser utilizados; o cálculo de quantidade e custo de
equipamentos de proteção individual (EPI) e material para limpeza, desinfecção e
esterilização de artigos e ambientes, dentre outros.
As atividades serão distribuídas por fases e descritas em componentes, como
vigilância, laboratório, rede de assistência básica e hospitalar, uso de vacinas e antivirais
e comunicação.
Fase 1
As recomendações para este nível são manter as atividades de rotina da vigilância,
prevenção e controle da influenza.
Vigilância Humana
− Manter a vigilância da influenza de rotina e ampliá-la com o intuito de dar maior
cobertura nacional.
− Avaliar periodicamente a vigilância da influenza no Brasil, buscando aprimorar a
vigilância nos municípios e estados.
− Monitorizar a situação epidemiológica da influenza consolidando dados obtidos a partir
da vigilância sentinela e analisar quanto à distribuição das cepas circulantes segundo
tempo, pessoa e lugar.
− Detectar e investigar surtos em comunidades fechadas e/ou com a notificação de
casos graves, juntamente com as secretarias municipais e estaduais de saúde, de
acordo com o protocolo de investigação de surto proposto no Anexo 11.
− Aprimorar a interface técnica com a vigilância da influenza animal, para a notificação
da morte de aves em local que esteja ocorrendo surto de influenza em humanos, bem
como para a notificação desses surtos em locais de criação de aves e suínos.
− Colaborar com os inquéritos de influenza em aves migratórias, juntamente com o
MAPA e IBAMA.
51 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
− Aprimorar a análise de dados de internação hospitalar e mortalidade por influenza e
causas atribuíveis.
− Avaliar o impacto da vacinação contra influenza em parceria com a coordenação geral
do Programa Nacional de Imunizações.
− Aprofundar estudos sobre a sazonalidade da circulação dos vírus influenza em
distintas regiões brasileiras.
− Avaliar a efetividade do uso de antivirais em situações de surtos de comunidades
fechadas.
− Ampliar a divulgação de informações epidemiológicas de influenza, morbidade e
mortalidade associadas, por meio do site do Ministério da Saúde, associações de
classe; artigos e boletins epidemiológicos, eventos científicos, entre outros.
− Monitorizar a situação epidemiológica mundial.
− Contribuir para a vigilância mundial da influenza.

Laboratório
- Assessoria/supervisão em Estados à rede de laboratórios nacionais que integram o
sistema de vigilância epidemiológica da influenza.
- Capacitação para os técnicos de bancada que fazem o diagnóstico de Influenza nos
Estados.
- Apoio ao treinamento de coleta de amostras realizado pelos LACEN para os
profissionais de saúde das unidades sentinelas que tenham problemas na qualidade
das amostras coletadas.
- Descentralização da técnica de cultivo celular para o Estado do RS.
- Implantação do diagnóstico da Influenza (IFI) no laboratório de fronteira de
Uruguaiana/RS.
- Garantir (disponibilizar aquisição de insumos, kits e equipamentos) a manutenção das
atividades de diagnóstico laboratorial da influenza nos Estados.

Assistência

Atenção Básica
- Conhecimento da área e a realidade das famílias adscritas, identificando os problemas
mais comuns aos quais aquela população está exposta e os principais grupos de risco.
52 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
- Executar, de acordo com a qualificação de cada profissional, os procedimentos
básicos de vigilância epidemiológica e sanitária, de acordo com a realidade
epidemiológica da sua área (notificação e investigação de casos, bloqueios de
transmissão de doenças infecciosas com vacinas e/ou quimioprofiláticos, etc.).
- Mapeamento das escolas, creches, asilos e outras unidades de interesse em suas
áreas de abrangência.
- Capacitação/atualização técnica periódica em relação à situação epidemiológica,
manejo e vigilância de infecções respiratórias agudas.
- Participar das campanhas anuais de vacinação da influenza.
- Implementar processo de avaliação da Atenção Básica e de sua adequação ao perfil
epidemiológico a nível local.
- Promover ações intersetoriais e parcerias com organizações formais e informais
existentes na comunidade para o enfrentamento conjunto de problemas identificados.

Rede de Assistência – Controle de Infecção Hospitalar


- Capacitar/atualizar profissionais de saúde quanto às normas de controle de infecção
em serviços de saúde, utilização de EPI, limpeza, desinfecção e esterilização de
artigos médicos e ambientes (Anexo 4).
- Organizar uma reserva nacional de EPI e métodos diagnósticos para uma rápida
distribuição nos serviços de saúde, se necessário.
- Avaliar a morbidade e mortalidade por influenza (cepas atuais) para calcular as
necessidades adicionais nos serviços (número de leitos, EPI, serviços alternativos,
etc.) e de profissionais de saúde durante uma pandemia.
- Identificar os estabelecimentos de saúde que atendam às exigências de organização,
infra-estrutura e isolamento que irão compor a rede de serviços de referência para
atendimento de pacientes com suspeita de infecção pela nova cepa de influenza
(Anexo 9 e 10).

Imunização
– Implementar estratégias, em parceria com os programas de DST/AIDS, Saúde no
Sistema Penitenciário/DAPE/SAS, DESAI/FUNASA, Sociedades Científicas e
Comissão de Mobilização, para aumentar a cobertura vacinal em indivíduos
pertencentes aos grupos de risco já definidos.
– Desenvolver estratégias para obter estimativas do quantitativo de populações
especiais a serem vacinadas.
53 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
– Implementar a divulgação das indicações dos imunobiológicos especiais existentes e o
endereço dos CRIE junto às Associações de Classe; Conselhos de Classe e
Organizações Não Governamentais (ONGs), utilizando materiais informativos como
volantes, folder, cartazes, cartilhas, etc.
– Realizar encontros para discutir os eventos adversos pós-vacinação com
representantes de laboratórios produtores nacionais, ANVISA, sociedades científicas,
MPU.
– Investigar e acompanhar eventos adversos temporalmente associados à vacina contra
influenza.
– Levantar o quantitativo atual de recursos humanos envolvidos nas ações de
vacinação.
– Recomendar o uso da vacina trivalente entre os profissionais sob maior risco de
exposição à influenza (Profissionais de Saúde).
– Fortalecer a ação de capacitação ou atualização de recursos humanos em sistema de
informação do Programa Nacional de Imunizações, sala de vacina e rede de frio nos
estados brasileiros.
– Investir recursos financeiros pelo Ministério da Saúde para a construção do prédio e
aquisição de equipamentos para a produção da vacina no Instituto Butantã (previsão
de conclusão em março de 2006).
– Garantir fornecimento de ovos embrionados para a produção de vacinas, por meio do
contato com associações de produtores e elaborar, juntamente com os demais órgãos
afins, as normas técnicas para produção nacional de ovos livres de microorganismos
(em andamento).
– Garantir pelo menos 6 a 8 fornecedores de ovos embrionados livres de micro
organismos (necessidade progressiva até o número total de 220 mil ovos por dia por
25 dias, dentro de 5 anos).
– Participar de reuniões internacionais, já agendadas (setembro e outubro de 2005) para
discutir a produção da vacina contra influenza pandêmica.
– Investir na construção e ou adequação da Rede de Frio no território Nacional, e na
aquisição de equipamentos para favorecer uma logística mais resolutiva de
distribuição das vacinas com segurança no país.
– Definir fluxo de distribuição de vacinas do produtor Instituto Butantã para os estados e
municípios, otimizando o tempo de chegada de vacinas aos locais de uso e
capacidade de armazenamento.

54 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


– Fazer levantamento da capacidade atual de armazenamento de vacinas em câmaras
frias nos estados e da necessidade de adequação das Centrais de Rede de Frio.
– Levantar junto aos Coordenadores Estaduais de Imunizações a capacidade instalada
e a necessidade de caixas termoconservantes, gelo e termômetros, avaliando a
responsabilidade de aquisição.
– Avaliar o custo e benefício de uso da fita térmica (3M) ou termômetro digital nas caixas
térmicas para o monitoramento de temperatura no transporte de vacinas.
– Registrar dados e gerar informações utilizando o SI-PNI.
– Disponibilizar informações do SICRIE para avaliação da população vacinada contra
influenza, identificando motivo da indicação, diagnóstico de base, faixa etária e sexo.
– Disponibilizar dados de doses aplicadas contra influenza nas ações de campanha e
em situações especiais, por sala de vacina, município, regional e estado.
– Implementar o registro diferenciado das doses da vacina contra influenza nos CRIES,
com atualizações constantes dos técnicos de saúde e usuários do sistema de
informação.
– Fortalecer a utilização do boletim diário padronizado de doses aplicadas contra
influenza para registro no SI-API.

Vigilância de Portos, Aeroportos e Fronteiras


As ações da Vigilância de Portos, Aeroportos e Fronteiras estão descritas no Anexo 12.

Vigilância Animal
Este componente está desenvolvido no “Plano de Preparação contra Influenza Aviária” do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Informação, Comunicação e Mobilização Social


Ação: mobilização para a vigilância de casos
Sensibilização dos públicos que viajam para as regiões do Sudeste Asiático de onde se
suspeita deve surgir a cepa pandêmica
- avicultores
- importadores/exportadores
- esportistas
- companhias aéreas e marítimas
Outras ações relativas a este componente estão sendo desenvolvidas por grupo técnico
temático

55 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Fase 2
Recomenda-se neste nível, iniciar o processo de preparação ou de revisão do
Plano de Preparação; adequar as estratégias da vigilância da influenza animal; fortalecer
e aperfeiçoar a vigilância epidemiológica da influenza em escala nacional.

Vigilância da influenza humana


- Manter, avaliar e aprimorar as ações da Fase 1.
− Ampliar a divulgação de informações epidemiológicas de influenza, morbidade e
mortalidade associadas, por meio do site do Ministério da Saúde, associações de
classe, artigos e boletins epidemiológicos, eventos científicos, entre outros.
− Avaliar, em conjunto com os órgãos de meio ambiente e o MAPA, o risco de
disseminação via rota de aves migratórias.
− Iniciar o processo de elaboração ou de revisão do Plano de Preparação.

Laboratório
- Manter, avaliar e aprimorar as ações da Fase 1.
- Criar e manter intercâmbio com outros centros laboratoriais internacionais para a
Influenza, especialmente os existentes nas Américas.
- Análise da situação dos laboratórios dos Estados: CE, MG, MS e AM, visando a
implantação da técnica de Cultivo Celular nestes locais.
- Identificar quais os LACEN poderiam realizar técnicas de biologia molecular, com
intuito de auxiliar os trabalhos dos Laboratórios de Referência.
- Aprimorar e garantir condições para a realização das técnicas de biologia molecular
nos laboratórios de referência.
- Implementar reuniões entre laboratórios de Influenza humana e animal (MAPA) para
discutir e definir ações conjuntas de diagnóstico laboratorial do vírus Influenza.

Assistência

Atenção Básica
- Manter, avaliar e aprimorar as ações da Fase 1.

Rede de Assistência – Controle de Infecção Hospitalar


56 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
- Manter, avaliar e aprimorar as ações da Fase 1.

Imunização
- Manter, avaliar e aprimorar as ações da Fase 1.
– Ampliar a cobertura vacinal em grupos de risco.
– Apoiar tecnicamente aos estados na preparação dos planos nacionais de prontidão
para pandemia, incluindo diretrizes sobre a logística existente a necessidade de
operação emergencial para a execução de estratégias e a estimativa de demanda
para vacinas em diversos cenários pandêmicos.
– Dar continuidade e assegurar a capacitação e ou atualização dos profissionais de
saúde envolvidos nas ações de imunizações.
– Otimizar o processo de coleta de líquido alantóide e o processo de purificação do ovo
embrionado a fim de conseguir produzir duas doses de vacina por ovo.
– Realizar Curso de Manejo de Equipamento de Refrigeração à Energia Solar para Nível
Médio (40 horas).
– Realizar supervisão na Rede de Frio dos estados do PI, PE, MA, AP, ES, GO, RN e
SP;

Vigilância de Portos, Aeroportos e Fronteiras


As ações da Vigilância de Portos, Aeroportos e Fronteiras estão descritas no Anexo 12.

Vigilância Animal
Este componente está desenvolvido no “Plano de Preparação contra Influenza Aviária” do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Informação, Comunicação e Mobilização Social

Ação:
- Alerta em aeroportos, portos e fronteiras.
- Divulgação das precauções que os viajantes devem ter e como agir em caso de
sintomas.
- Intensificação das ações do nível 1.
Outras ações relativas a este componente estão sendo desenvolvidas por grupo técnico
temático.

57 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


58 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
CAPÍTULO 5

Período de Alerta Pandêmico


Neste capítulo, priorizam-se as atividades que devem ser desenvolvidas no período
de alerta pandêmico, que consiste em ações e atividades essenciais na preparação do
plano atual, treinamento, divisão de responsabilidades durante uma pandemia, exercícios
de simulação para testar o plano, comunicação e outras interfaces.
É necessária a estruturação de hospitais de referência para detecção precoce,
tratamento e medidas de isolamento, além do treinamento dos profissionais de saúde que
atuam na rede básica quanto ao fluxo de referência e ao estabelecimento precoce de
medidas de controle de infecção e isolamento. Medidas de controle de infecção nos
serviços de saúde devem ser precocemente difundidas a fim de prevenir a transmissão
em ambiente hospitalar para outros pacientes ou para profissionais de saúde. Os
profissionais de saúde devem ser treinados precocemente quanto ao diagnóstico clínico,
coleta de amostras para a confirmação laboratorial, tratamento adequado dos pacientes
suspeitos e para a utilização correta de equipamentos de proteção individual (EPI),
processamento de artigos hospitalares e limpeza e desinfecção de ambientes (Anexo 4).

Fase 3
Recomenda-se neste nível acelerar o processo de preparação ou de revisão do
Plano, manter o sistema de vigilância em alerta para a detecção, notificação e
investigação oportunas de formas graves de doença respiratória em pessoas oriundas da
região afetada.

Vigilância da influenza humana


− Intensificar as ações da Fase 2.
− Divulgar, em parcerias com o MAPA e a ANVISA, alerta aos viajantes que se dirigem
ou que retornam de áreas afetadas.
− Acelerar o processo de preparação ou de revisão do Plano.
− Manter o sistema de vigilância em alerta para a detecção, notificação e investigação
oportunas de formas graves de doença respiratória em pessoas oriundas da região
afetada pela cepa pandêmica, aprimorando a articulação entre a vigilância de portos,
aeroportos e fronteiras, a vigilância hospitalar e as CCIH (Anexo 11).
− Elaborar e adotar definição de caso de acordo com recomendações da OMS.

59 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


− Implementar o processo de acompanhamento e avaliação da vigilância da influenza no
Brasil, incluindo a emergência de variantes resistentes aos antivirais em uso no país
ou de variantes antigênicas que escapem aos anticorpos induzidos pela vacina
preparada a partir da cepa pandêmica.
− Aprimorar a análise de dados de internação hospitalar e mortalidade por influenza e
causas atribuíveis.

Laboratório
- Elaborar protocolos para a identificação da nova cepa no Brasil.
- Aprimorar a capacitação, no IAL, dos técnicos dos Estados: CE, MG, MS e AM na
técnica de cultivo celular.
- Levantar a situação de biossegurança nos LACENs.
- Programar treinamento para os LACENs, com laboratório nível 2 e 3, capacitando-os
para a detecção da cepa pandêmica.
- Avaliar, em conjunto com a ANVISA, a agilização dos meios para viabilizar, em tempo
hábil, a entrada de reativos e insumos laboratoriais doados pela OMS ou outros países
para a caracterização antigênica e genética das cepas detectadas no Brasil.
- Articulação com o Laboratório de Cultivo Celular/IAL para que forneçam células
(MDcK) para os laboratórios capacitados na técnica de cultivo celular da rede de
vigilância da Influenza, no período da pandemia.
- Criar intercâmbio de informações técnicas entre laboratórios de Influenza humana e
animal (MAPA), especialmente na América do Sul e que fazem fronteiras com o Brasil.
- Assegurar o suprimento de kits diagnóstico rápido para os Portos e Aeroportos que
atendem passageiros de viagens internacionais.
- Elaborar manual de biossegurança para a manipulação e transporte da cepa
pandêmica e disponibilizar para toda a rede de vigilância da Influenza do Brasil.

Assistência

Atenção Básica
- Manter e aprimorar as ações da fase anterior.

Rede de Assistência – Controle de Infecção Hospitalar


- Manter e aprimorar as ações da fase anterior.

- A ANVISA deverá avaliar, em conjunto com as vigilâncias sanitárias (VISA) estaduais e

60 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


municipais, a adequação dos hospitais de referência para Síndrome Respiratória Aguda
Grave (SRAG) (Portaria nº 737/GM, de 17 de junho de 2003) conforme Anexos 4, a fim
de fundamentar a definição de uma listagem de hospitais de referência para infecção por
nova cepa de influenza. Os hospitais de referência para SRAG que se adequarem às
recomendações serão mantidos nesta nova listagem. Poderão ser incluídos novos
hospitais de acordo com a adequação do serviço e a demanda regional.

- Difundir lista de hospitais de referência, juntamente com a SVS/MS para que os


pacientes com suspeita de influenza pandêmica procedentes de países afetados sejam
encaminhados para detecção precoce, tratamento e medidas de isolamento.
- Treinar profissionais de saúde que atuam na rede básica, bem como profissionais que
atuem em áreas de portos, aeroportos e fronteiras quanto ao fluxo de referência e ao
estabelecimento precoce de medidas de controle de infecção e isolamento.
- Treinar profissionais de saúde quanto ao diagnóstico e tratamento adequado e quanto à
utilização correta de EPI, processamento de artigos hospitalares e limpeza e desinfecção
de ambientes; Anexos 2, 3 e 8.
- A ANVISA deverá treinar os profissionais das VISA estaduais para que os mesmos se
tornem multiplicadores de informação nas VISA municipais e nos serviços de saúde
(públicos e privados) quanto ao controle de infecção nos serviços de saúde (medidas de
precaução e isolamento, processamento de artigos médicos, limpeza e desinfecção de
superfícies, tratamento de resíduos, processamento de roupas e infra-estrutura física) e
recomendações para hospitais de referência. As VISA deverão utilizar material de
divulgação como folders, cartazes e manuais, de acordo com este documento e
recomendações da ANVISA e do Ministério da Saúde.

Imunização
– Manter e aprimorar as atividades da fase anterior.
– Desenvolver tecnologia para a produção de vacinas para os vírus circulantes,
assegurando linha de produção de vírus semente e reagentes de potência de vacina
trivalente.
– Produzir vacinas contra influenza no Instituto Butantã (Proposta de atingir a auto-
suficiência até 2008).
– Avaliar junto a ANVISA a necessidade de estudos clínicos para registro da vacina de
produção nacional (prova de equivalência e efetividade) quando o produto estiver em
fases 2 e 3.
– Registrar a vacina no Brasil através de requerimentos junto à ANVISA.
61 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
– Registrar a vacina contra influenza de produção pelo Instituto Butantã na OMS.
– Avaliar se o fluxo de distribuição direto do Instituto Butantã para a Região Sul e
Sudeste otimizaria o tempo de distribuição.
– Atender às áreas de difícil acesso com geladeiras mantidas à energia solar.
– Estabelecer estratégias e normas de armazenamento para as áreas de difícil acesso.

Vigilância de Portos, Aeroportos e Fronteiras


As ações da Vigilância de Portos, Aeroportos e Fronteiras estão descritas no Anexo 12.

Vigilância Animal
Este componente está desenvolvido no “Plano de Preparação contra Influenza Aviária” do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Informação, Comunicação e Mobilização Social


As ações relativas a este componente estão sendo desenvolvidas por grupo técnico
temático.

Fase 4

Recomenda-se neste nível a conclusão da elaboração ou da revisão do Plano de


acordo com o cenário epidemiológico mundial; manter o sistema de vigilância em alerta
para a detecção, notificação e investigação oportunas de surtos e de formas graves de
doença respiratória em pessoas oriundas da região afetada em áreas estratégicas
(grandes centros urbanos, portos e aeroportos internacionais, entre outros); planejar e
realizar a simulação das ações emergenciais previstas no Plano.

Vigilância da influenza humana


− Manter, avaliar e aprimorar as ações da fase anterior.
− Obter e divulgar o máximo de informações clínica e epidemiológica sobre os casos e
seus contatos na região afetada.
− Concluir a elaboração ou revisão do Plano de acordo com o cenário epidemiológico
mundial.
− Organizar atividades de vigilância envolvendo ANVISA, CCIH e vigilância hospitalar
inicialmente em capitais com maior afluxo de pessoas provenientes de áreas afetadas
bem como outros pontos de entrada de estrangeiros no país.

62 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


− Manter o sistema de vigilância em alerta para a detecção, notificação e investigação
oportunas de surtos e de formas graves de doença respiratória em pessoas oriundas
da região afetada em áreas estratégicas (grandes centros urbanos, portos e
aeroportos internacionais, entre outros) (Anexo 11).
− Aprimorar protocolo para investigação de casos suspeitos em viajantes.
− Desenvolver/atualizar módulo de capacitação emergencial para profissionais da rede
de vigilância.
− Planejar e realizar a simulação das ações emergenciais previstas no Plano e atualizar
o mesmo se necessário.
− Elaborar proposta e material para treinamento emergencial para equipes de vigilância
epidemiológica.
− Definir as formas de articulação com o CIEVS.

Laboratório
- Manter, avaliar e aprimorar as atividades da fase anterior.
- Agilizar o fornecimento de kits e insumos para os laboratórios.
- Assegurar o suprimento de ovos embrionados para a replicação viral nos laboratórios
de referência.
- Análise da situação dos laboratórios de fronteiras para possível implantação da
vigilância laboratorial e epidemiológica da Influenza nos locais: Oiapoque/AP,
Tabatinga/AM, Foz do Iguaçu/PR, Guajará-Mirim/RO e Pacaraima/RR.
- Elaborar e proporcionar o treinamento de novos técnicos de laboratório agregados ao
trabalho, capacitando-os para o diagnóstico de Influenza (IFI).

Assistência

Atenção Básica
- Manter, avaliar e aprimorar as atividades da fase anterior.

Rede de Assistência – Controle de Infecção Hospitalar


- Manter, avaliar e aprimorar as ações da fase anterior.
- Atualizar as medidas de controle de infecção se necessário.

63 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


- Reavaliar a capacidade de assistência (número de leitos, isolamentos, etc.) e se
necessário, definir estratégias alternativas para isolamento e tratamento dos
pacientes.

Imunização
– Manter, avaliar e aprimorar as atividades da fase anterior.
– Avaliar e discutir a necessidade de eventual de expansão da área física da planta de
produção (área de incubação), capacidade em cerca de 25 a 30 milhões de doses,
após a otimização do processo produtivo com rentabilidade ótima. Para responder a
necessidade de doses em uma pandemia deve-se avaliar a identificação do vírus
circulante e rentabilidade no processo produtivo.
– Garantir fundos de reserva financeira para a realização de estudos rápidos de eficácia
e segurança de uma nova vacina pandêmica sobre os grupos alvo.
- Definir grupos antecipadamente para a vacinação com a vacina pandêmica
monovalente.

Vigilância de Portos, Aeroportos e Fronteiras


As ações da Vigilância de Portos, Aeroportos e Fronteiras estão descritas no Anexo 12.

Vigilância Animal
Este componente está desenvolvido no “Plano de Preparação contra Influenza Aviária” do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Informação, Comunicação e Mobilização Social


As ações relativas a este componente estão sendo desenvolvidas por grupo técnico
temático.

Fase 5

Nesta fase, considerada como intermediária entre a disseminação de uma cepa


pandêmica a nível mundial (incluindo países de fronteira) e sua detecção no país,
recomenda-se disparar nível de alerta máximo no país para a detecção, a notificação e a
investigação precoce de casos graves e de casos suspeitos oriundos das áreas afetadas,
em pontos estratégicos do território nacional.

64 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Vigilância da influenza humana
− Acionar os mecanismos previstos no CIEVS.
− Aumentar a sensibilidade do sistema de vigilância epidemiológica.
− Montar e fazer capacitação específica para grupo de especialistas que auxiliarão na
investigação de casos suspeitos em qualquer ponto do território nacional (inclui
técnicos da vigilância de doenças de transmissão respiratória, egressos e atuais
treinandos do EpiSus, pneumologistas e infectologistas).
− Implementar, em conjunto com a ANVISA, plano emergencial de vigilância em portos,
aeroportos e fronteiras.
− Intensificar os mecanismos de produção e disseminação de informações
epidemiológicas.

Laboratório
- Identificar laboratórios municipais, de Universidades Federais e Estaduais e da rede
privada que poderão ser integrados como colaboradores na rede de vigilância da
Influenza, realizando a técnica de IFI.
- Elaborar orientações aos profissionais de laboratório sobre a utilização correta e
necessária de EPI durante a pandemia.
- Assegurar o fornecimento de EPI para todos os profissionais de laboratório envolvidos
com a análise de amostras da cepa pandêmica.
- Capacitar alguns LACEN nas técnicas de biologia molecular, para que estes auxiliem
os laboratórios de referências, durante a pandemia.
- Capacitar os laboratórios da rede municipal, das Universidades e rede privada que
estejam aptos para realizar o diagnóstico da Influenza (IFI).
- Assegurar agilização do recebimento e envio de insumos para os laboratórios de
referência nos estados (LACEN e Universidades Federais) e Laboratórios de
referências regionais e nacional.
- Intensificar o intercâmbio com a OMS e outros laboratórios internacionais para
obtenção de painel com a cepa pandêmica.

65 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Imunização
– Manter, avaliar e aperfeiçoar as ações da fase anterior, com ênfase na produção e/ou
aquisição de vacinas contra a cepa pandêmica.
– Reunir com os técnicos da CGPNI para criar indicadores que favoreçam a avaliação
das estratégias de vacinação durante a pandemia, a fim de garantir ajustes das
mesmas se necessárias, compreendendo distribuição, armazenamento e serviços.

Assistência

Atenção Básica
- Manter, avaliar e implementar as ações da fase anterior.
- Atuar na disseminação de informações, orientando o público sobre os riscos de
transmissão e as formas de evitá-la.

Atenção Hospitalar - Controle de Infecção Hospitalar


- Manter, avaliar e aprimorar as medidas do período anterior.
- Reavaliar, por meio das VISA estaduais e municipais, a adequação dos hospitais de
referência quanto à sua organização, infra-estrutura e medidas de controle de
infecção.
- Avaliar a capacidade dos serviços de saúde quanto ao número de leitos e isolamentos.
- Capacitar os profissionais de saúde e gestores para detecção de novos casos e
controle de infecção em serviços de saúde. (Anexo 4).
- Verificar a execução dos procedimentos de controle da infecção para evitar a
transmissão intra-hospitalar. (Anexo 4).

Imunização
– Intensificar o processo de preparação para a vacinação, quando a vacina contra a
cepa pandêmica estiver disponível: preparar boletins de registro de doses para
situações de surtos ou epidemias para a vacina contra influenza e estabelecer formas
de fluxo de informação; realizar reuniões com a equipe do DATASUS para discutir e
adequar os SI – PNI para o registro de dados e fluxo de informação sobre vacinação
contra influenza para outras faixas etárias; realizar treinamento para o Grupo de Apoio
do SIPNI, Coordenadores Estaduais de Imunizações e Supervisores; definir
instrumento de coleta de dados que possibilite a análise durante a pandemia (SI-PNI),
para garantir a confiabilidade dos dados dos sistemas de informação do PNI.
66 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
Vigilância de Portos, Aeroportos e Fronteiras
As ações da Vigilância de Portos, Aeroportos e Fronteiras estão descritas no Anexo 12.

Vigilância Animal
Este componente está desenvolvido no “Plano de Preparação contra Influenza Aviária” do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Informação, Comunicação e Mobilização Social


As ações relativas a este componente estão sendo desenvolvidas por grupo técnico
temático.

Fase 6
Esta fase contempla exclusivamente a detecção da cepa pandêmica em território
nacional. Recomenda-se neste nível, disparar nível de alerta máximo no país para a
detecção, a notificação e a investigação precoces de casos suspeitos em qualquer ponto
do território nacional.

Vigilância da influenza humana


− Manter e aprimorar as ações do período anterior.
− Rever e ampliar a divulgação do protocolo para investigação de casos suspeitos.
− Aprimorar a vigilância para identificar e investigar surtos e/ou aglomerados de casos
graves.
− Divulgar o alerta para empresas e escolas avaliarem absenteísmo e notificarem as
secretarias municipais, estaduais e nível federal.
− Divulgar amplamente informações sobre quais os procedimentos que devem ser
adotados frente a um caso suspeito de infecção por um novo subtipo viral.
− Adotar medidas de bloqueio de transmissão do caso primário e casos secundários.
− Acionar a Defesa Civil Nacional para a avaliação conjunta da necessidade de
suspender as atividades de caráter coletivo.

Laboratório
- Manter e intensificar as ações do período anterior.

67 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Defesa Civil
As ações relativas a este componente estão sendo desenvolvidas por grupo técnico
temático.

Assistência

Atenção Básica
- Reforçar junto aos profissionais as normas de manejo emergencial de doenças de
transmissão respiratória e sobre a realização de triagem na demanda aos
ambulatórios para a referência de casos realmente graves (Anexo 8).
- Atuar na disseminação de informações, orientando o público sobre os riscos de
contágio e as formas de evitá-lo.
- Manter avaliação constante em unidades de risco em suas áreas de abrangência,
como escolas, creches, asilos e outros.
- Auxiliar as outras instâncias no monitoramento do padrão clinico-epidemiológico.
- Atuar em intervenções não farmacológicas.

Rede de Assistência – Controle de Infecção Hospitalar


- Manter e aperfeiçoar as ações da fase anterior, por meio da avaliação da capacitação
dos profissionais de saúde e da resposta dos hospitais de referência aos casos de
influenza suspeita ou confirmada.
- Reavaliar suprimento de EPI e equipamentos necessários para assistência aos
pacientes, garantindo a aplicação das medidas de precaução e isolamento.
- Ampliar capacitação dos profissionais de saúde para todos os serviços de saúde
disponíveis, com ênfase no controle de infecção. (Anexo 4).
- Avaliar e orientar, através das VISA estaduais e municipais, os outros serviços de
saúde públicos e privados (além dos hospitais de referência) quanto à sua
organização, infra-estrutura e medidas de controle de infecção, a fim de prepará-los
para receber, se necessário, pacientes com influenza suspeita ou confirmada.

Imunização
– Manter, aperfeiçoar e intensificar as ações da fase anterior.

68 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Vigilância de Portos, Aeroportos e Fronteiras
As ações da Vigilância de Portos, Aeroportos e Fronteiras estão descritas no Anexo 12.

Vigilância Animal
Este componente está desenvolvido no “Plano de Preparação contra Influenza Aviária” do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Informação, Comunicação e Mobilização Social

- Anúncio da situação com alerta de onda epidêmica no país.


- Veiculação de anúncios e matérias com avaliações das ações tomadas nas fases
anteriores e alerta para nova onda.
- Divulgação das medidas de contenção.
- Intensificação das ações dos níveis anteriores.

Outras ações relativas a este componente estão sendo desenvolvidas por grupo técnico
temático.

69 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


70 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
CAPÍTULO 6

Período Pandêmico

Neste capítulo, priorizam-se as atividades que devem ser desenvolvidas no período


pandêmico, que consiste em ações e atividades essenciais para controlar a pandemia e
minimizar seus efeitos diretos, como morbidade e mortalidade, incluindo informações
sobre uso de vacinas e antivirais (profilaxia e tratamento), e seus efeitos indiretos, como
desordem social. No período pandêmico, todos os serviços de saúde, desde a rede
básica até os hospitais de alta complexidade, devem estar preparados para receber e
tratar adequadamente pacientes infectados. É necessário prever ainda inclusão de
serviços alternativos para o acolhimento e tratamento de pacientes, caso haja a saturação
da capacidade dos serviços atualmente disponíveis, bem como o treinamento de
voluntários para suprir a demanda de recursos humanos.
O foco deste capítulo é envolver uma série de atividades que deverão ser
desenvolvidas, muitas vezes, de forma simultânea e harmoniosamente para responder a
uma pandemia.
As atividades serão descritas em componentes, como vigilância, laboratório, rede
de assistência básica e hospitalar, uso de vacinas e antivirais e comunicação.

Fase 7
Esta fase corresponde a disseminação da epidemia em território nacional, quando
as ações devem ser voltadas para minimizar a morbidade, a mortalidade e o impacto
econômico e social.

Vigilância da influenza humana


− Ampliar a divulgação do protocolo de manejo clínico, profilaxia e tratamento com
antivirais para grupos específicos.
− Implementar sistema simplificado de vigilância epidemiológica para monitorizar o curso
da pandemia por meio de notificação diária de casos por município, estado e região,
de acordo com grupos etários (Anexo 11).
− Divulgar informações para a população em geral e para profissionais de saúde.
− Colaborar com as organizações internacionais e países fronteiriços.
- Implementar, em conjunto com a ANVISA e DAF, protocolos de avaliação de
sensibilidade e resistência aos antivirais em uso e emergência de variantes
71 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
antigênicas que escapem aos anticorpos produzidos em resposta a vacina elaborada
com a cepa pandêmica.

Laboratório
- Tornar ágil o fornecimento de reagentes e insumos para todas as instâncias da rede
de vigilância da influenza (unidades sentinelas, LACEN e LRN) em todos os Estados
do Brasil, preferencialmente os mais afetados.
- Implantação do teste rápido (Screening) para o diagnóstico da nova cepa do vírus
Influenza, nos primeiros casos suspeitos, nas diferentes regiões do país, onde ocorrer
grande número de suspeitos.
- Coletar todas as amostras dos primeiros casos suspeitos de Influenza, em todos os
Estados do Brasil.
- Em situações especiais e para confirmar a circulação de nova cepa no Brasil, coletar
espécimes como soro, lavado bronco-alveolar e tecido pulmonar (inclusive "pos -
mortem").
- Após a comprovação da cepa pandêmica no Brasil, coletar amostras de casos muito
graves para confirmar a análise genômica em relação a mutações, etc.
- Uma vez comprovada a circulação da cepa pandêmica no país, promover apenas a
coleta de amostragens nas regiões onde o vírus se manifestar, objetivando o
monitoramento da circulação da cepa viral no Brasil.
- Coletar amostras após o uso de antiviral para análise do comportamento da nova
cepa (resistência ou não) ao tratamento. A mesma conduta pode ser adotada para
avaliar a eficácia da cepa vacinal pandêmica utilizada e a possível emergência de
variantes que escapem aos anticorpos induzidos pela vacina.

Defesa Civil
As ações relativas a este componente estão sendo desenvolvidas por grupo técnico
temático.

Assistência

Atenção Básica
- Reforçar junto aos profissionais as normas de manejo emergencial de doenças de
transmissão respiratória e sobre a realização de triagem na demanda aos
ambulatórios para a referência de casos realmente graves; (Anexo 8).
72 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
- Atuar na disseminação de informações, orientando o público sobre os riscos de
contágio e as formas de evitá-lo.
- Manter avaliação constante em unidades de risco em suas áreas de abrangência,
como escolas, creches, asilos e outros.
- Auxiliar as outras instâncias no monitoramento do padrão clinico- epidemiológico.
- Atuar em intervenções não farmacológicas.
- Atuar na execução da campanha de vacinação tão logo as vacinas estejam
disponíveis.
- Reestruturar os serviços de saúde para que tenham condições de atender à demanda,
providenciando a reposição de materiais e medicamentos para que possam dar
atendimento de qualidade a usuários que necessitarem, mantendo sempre a equipe
bem informada quanto aos protocolos de tratamento e encaminhamento (Anexo 8).

Rede de Assistência – Controle de Infecção Hospitalar


- Reavaliar a capacidade de atendimento do sistema de saúde quanto às medidas de
precaução e isolamento. É possível que não haja número suficiente de leitos de
isolamento com pressão negativa. Neste contexto, utilizar quartos privativos para o
atendimento dos casos; e na insuficiência destes, considerar isolamento por coorte,(ou
seja, separar os pacientes por tipo de doença/agente etiológico (Anexo 4).
- No período pandêmico, ocorre transmissão acentuada e contínua na população em
geral, de modo que todos os serviços de saúde devem estar preparados para receber
pacientes com suspeita de influenza, utilizando adequadamente as medidas de
precaução apresentadas no Anexo 4.
- Reforçar treinamento de profissionais direcionado a todos os serviços de saúde.
- Avaliar a repercussão nacional quanto à capacidade dos serviços de saúde (número de
leitos, isolamentos, etc.), profissionais de saúde e uso de serviços alternativos.
- Aplicar em sua totalidade as ações de emergência para os serviços de saúde em
todos os níveis: apoio adicional de trabalhadores e voluntários, prover apoio médico e
extra-médico para as pessoas enfermas em serviços alternativos e prover apoio social
e psicológico aos profissionais de saúde, pacientes e comunidade.

Imunização (após a disponibilidade de vacina contra a cepa pandêmica)

Em função da disponibilidade de vacinas, talvez seja necessário a seleção de grupos


populacionais prioritários para a vacinação. Dentre eles, pode-se considerar: trabalhadores da
73 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
saúde, trabalhadores das forças armadas, da defesa civil, trabalhadores dos transportes (portos
rodoviários, aeroportuários, fronteira), trabalhadores de minas e energia, da limpeza urbana,
responsáveis pelo abastecimento de água, de telecomunicações, insumo alimentícios, ou seja, os
que compõe os serviços essenciais, autoridades nacionais, portadores de condições clínicas de
risco (doenças crônicas, imunodeficiências e outros).
Se a cepa circulante for H5, H6, H7 ou H9, o risco é igual de toda população em
relação à gravidade da doença, pois nunca foram detectados vírus com estas
hemaglutininas causando epidemias em humanos. Neste caso, priorizar os trabalhadores
de serviços essenciais para que o país possa continuar funcionando.
– Estabelecer negociações e acordos para a compra de concentrados ou produto
acabado já iniciado com subtipo pandêmico, para envase no Brasil (dependendo da
disponibilidade).
– Criar estratégias e normas de armazenamento, distribuição e administração da vacina
pandêmica tendo como base as referências sobre a vacina já existentes.
– Investigar e acompanhar os eventos adversos temporalmente associados à vacinação.
– Avaliar a necessidade de extensão da vacinação para os contatos diretos dos casos
detectados e disponibilidade de vacinas para a operacionalização da mesma.
– Avaliar continuamente o quantitativo de recursos humanos e a necessidade de
ampliação para o desenvolvimento das ações de imunizações.
– Criar mecanismos efetivos para a mobilização de recursos humanos, capaz de dar
respostas rápidas em vacinação (cartilhas, volantes informativos).
– Fortalecer parcerias com PSF, ANVISA, associação de aposentados na área de
profissionais de saúde, para posterior recrutamento de recursos humanos para a
vacinação do grupo alvo.
– Proceder capacitações rápidas sobre conservação de imunobiológicos e vacinação
contra influenza para os recursos humanos recrutados para as ações de imunizações.
– Elaboração de documento técnico para a vacinação na pandemia e realizar a
capacitação dos profissionais para a vacinação.
– Estabelecer cooperação técnica junto aos países fronteiriços afetados para aplicação de
estratégias e respostas rápidas.
– Monitorizar a cobertura vacinal e realizar estimativa de efetividade vacinal.
– Definir estratégias de avaliação da vacinação, garantindo o ajustamento se necessário.
– Considerar a ampliação da capacidade de produção e distribuição, dependendo da
capacidade existente de purificação que possa otimizar a produção, e buscar acordos e
negociação para utilizar a capacidade instalada de Biomanguinhos.
74 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
– Garantir a distribuição de vacinas pandêmicas para as localidades de difícil acesso, que
não tenha rede de frio.

Vigilância de Portos, Aeroportos e Fronteiras


As ações da Vigilância de Portos, Aeroportos e Fronteiras estão descritas no Anexo 12.

Vigilância Animal
Este componente está desenvolvido no “Plano de Preparação contra Influenza Aviária” do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Informação, Comunicação e Mobilização Social

Ação:
- Divulgação da situação nacional.
- Divulgação dos critérios de vacinação e de uso dos antivirais.
- Intensificação das ações dos níveis anteriores.
As ações relativas a este componente estão sendo desenvolvidas por grupo técnico
temático.

75 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


76 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
CAPÍTULO 7

Período Pós-Pandêmico
Neste capítulo, serão priorizadas atividades que devem ser desenvolvidas no
período pós-pandêmico, que consiste em ações e atividades que envolvem o retorno das
atividades ao nível endêmico anterior e a organização de atividades para recuperar os
danos causados. Alguns exemplos de atividades deste capítulo: reestruturação da rede
de serviços de saúde, desativando os serviços alternativos criados para a pandemia e
aproveitando outros que serão úteis para a manutenção do cuidado à saúde e
reorganização de atividades até que surja nova fase pandêmica.

Vigilância de Portos, Aeroportos e Fronteiras


As ações da Vigilância de Portos, Aeroportos e Fronteiras estão descritas no Anexo 12.

Vigilância Animal
Este componente está desenvolvido no “Plano de Preparação contra Influenza Aviária” do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Informação, Comunicação e Mobilização Social


As ações relativas a este componente estão sendo desenvolvidas por grupo técnico
temático.

77 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


78 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
CAPÍTULO 8

Legislação para uma pandemia de influenza

Foi instituído um Grupo de trabalho para revisão da legislação sanitárias e


identificação de necessidade de regulamentação para uma situação de pandemia. Este
grupo é coordenado pelo Centro de Pesquisa em Direito Sanitário da Universidade de
São Paulo.
Dentre os tópicos que serão contemplados para esta revisão, destacam-se: a
declaração de emergência de saúde pública, a detecção e comunicação do evento, a
investigação do evento, a adoção de medidas de prevenção e controle, principalmente
que abordam o uso de antivirais, uso de vacinas, fornecimento de insumos, atendimento
ambulatorial e hospitalar, isolamento, quarentena, coleta de amostras, transporte de
amostras e insumos, contenção, portos, aeroportos e fronteiras, meios de transporte,
viagens nacionais e internacionais, eventos com aglomeração de pessoas, procedimentos
de sepultamento, entre outros.

79 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


80 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
ANEXOS

81 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Anexo 1
Aspectos Clínicos da Influenza

A influenza ou gripe é uma infecção viral aguda do trato respiratório, com


distribuição global e elevada transmissibilidade. Apresenta-se com início abrupto de febre,
mialgia e tosse seca e, em geral, tem evolução autolimitada, de poucos dias. Sua
importância deve-se ao seu caráter epidêmico, alta morbidade com elevadas taxas de
hospitalização em idosos ou pacientes portadores de doenças debilitantes crônicas. Os
primeiros sintomas costumam se manifestar 24 horas depois do contato e, normalmente,
a pessoa apresenta febre (>38ºC), dor de cabeça (cefaléia), dor nos músculos (mialgia),
calafrios, prostração (fraqueza), tosse seca, dor de garganta, espirros e coriza (secreção
nasal). Pode apresentar ainda pele quente e úmida, olhos hiperemiados (avermelhados) e
lacrimejantes. A febre é o sintoma mais importante e dura em torno de três dias. Os
sintomas sistêmicos são muito intensos nos primeiros dias da doença. Com a sua
progressão, os sintomas respiratórios tornam-se mais evidentes e mantém-se em geral
por 3 a 4 dias, após o desaparecimento da febre. É comum a queixa de garganta seca,
rouquidão, e sensação de queimação retro-esternal ao tossir. O quadro clínico em adultos
sadios pode variar de intensidade. Nas crianças, a temperatura pode atingir níveis mais
altos, sendo comum o aumento dos linfonodos cervicais (gânglios no pescoço), quadros
de bronquite ou bronquiolite, além de sintomas gastrointestinais. Os idosos quase sempre
apresentam-se febris, às vezes sem outros sintomas, mas, em geral, a temperatura não
atinge níveis tão altos.

Agente etiológico
A gripe é causada pelo vírus influenza, que são vírus RNA de hélice única da
família Ortomixiviridae e estão subdivididos em três tipos antigenicamente distintos: A, B e
C.
Os vírus influenza A são classificados de acordo com duas proteínas de superfície
(Hemaglutinina e Neuraminidase); podem sofrer alterações em sua estrutura, propiciando
o surgimento de novas cepas, contribuindo para a ocorrência de epidemias e pandemias
de gripe. O vírus do tipo A é mais susceptível a variações antigênicas, contribuindo,
assim, para a existência de diversos subtipos, sendo então responsável pela ocorrência
da maioria das epidemias de gripe. Os vírus influenza B, sofrem menos variações
antigênicas e, por isso, estão associados com epidemias mais localizadas. Os vírus

82 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


influenza C são antigenicamente estáveis, provocam doença subclínica e não ocasionam
epidemias, sendo assim, merecem menos destaque em saúde pública.
Os vírus do tipo B ocorrem exclusivamente em humanos, os do tipo C em humanos
e suínos, enquanto os do tipo A em humanos, suínos, cavalos, mamíferos marinhos e em
aves.

Modo de transmissão
O vírus da influenza é transmitido de pessoa a pessoa principalmente por grandes
gotículas geradas quando uma pessoa infectada tosse, espirra ou fala. Na transmissão
por gotícula, o indivíduo infectado produz gotículas grandes que contêm o vírus (>5 µm).
Estas partículas não permanecem suspensas no ar, mas atravessam uma distância
pequena (geralmente 1 metro ou menos) e se depositam diretamente na conjuntiva ou
nas mucosas nasal ou oral de uma pessoa susceptível. Desta forma, este tipo de
transmissão requer contato próximo de pessoa a pessoa. O vírus da influenza também
pode ser transmitido pelo contato direto, que ocorre quando a pele contaminada com
secreções respiratórias contendo o vírus faz contato direto com a pele de outra pessoa
(como através do beijo ou aperto de mãos) seguido do contato e inoculação de conjuntiva
ou mucosa nasal ou oral. É possível ainda que ocorra transmissão por contato indireto,
que ocorre quando uma pessoa susceptível toca um ambiente ou objeto contaminado
com o vírus e a seguir toca e inocula sua conjuntiva ou mucosa nasal ou oral. A
importância da via aérea na transmissão da influenza é incerta. Ela ocorre quando
pequenas partículas residuais de gotículas evaporadas (< 5 µm) ou partículas de poeira
contendo vírus permanecem suspensas no ar durante longos períodos de tempo. Estas
pequenas partículas podem ser trazidas em correntes de ar e ser inaladas por uma
pessoa susceptível em um mesmo ambiente ou a uma longa distância do paciente fonte.
Desta forma, a transmissão por via aérea não requer contato próximo de pessoa a
pessoa. A sobrevida do vírus da influenza, fora do organismo, é em média 24 a 48 horas
em superfícies duras e não porosas, 8 a 12 horas em roupas, papéis e tecidos, e 5
minutos nas mãos. (Canadian Plan e Infection Control Guidance: Pandemic Influenza
Response – Inglaterra). Apesar da transmissão inter-humana ser a mais comum, já foi
documentada a transmissão direta do vírus de aves e suínos para o homem.

Período de incubação
O período de incubação em geral é de 1 a 4 dias.

83 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Período de transmissibilidade
Um indivíduo infectado pode transmitir o vírus no período compreendido entre 2
dias antes do início dos sintomas, até 5 dias após os mesmos. Usualmente os primeiros 3
a 5 dias após o início dos sintomas para adultos e acima de 7 dias para crianças jovens.
(Plano do Canadá). A transmissibilidade pode aumentar de acordo com a gravidade da
doença e a elevação de temperatura. O período de transmissibilidade pode ser encurtado
em pacientes submetidos a terapia antiviral e aumentado em crianças e
imunossuprimidos. Como aproximadamente 50% das infecções por influenza são
assintomáticas, indivíduos infectados podem transmitir o vírus mesmo na ausência de
sintomas. (Infection Control Guidance: Pandemic Influenza Response – Inglaterra).
Complicações
As complicações são mais comuns em idosos e indivíduos debilitados. As
situações de risco incluem doença crônica pulmonar (Asma e Doença Pulmonar
Obstrutiva Crônica - DPOC), cardiopatias (Insuficiência Cardíaca Crônica), doença
metabólica crônica (Diabetes, por exemplo), imunodeficiência ou imunodepressão,
gravidez, doença crônica renal e hemoglobinopatias. As complicações pulmonares mais
comuns são as pneumonias bacterianas secundárias, sendo mais freqüentes as
provocadas pelos seguintes agentes: Streptococcus pneumoniae, Staphylococcus e
Haemophillus influenzae. Nos imunocomprometidos, o quadro clínico é geralmente mais
arrastado e muitas vezes mais grave. Gestantes com quadro de influenza no segundo ou
terceiro trimestres da gravidez estão mais propensas à internação hospitalar. Dentre as
complicações não pulmonares em crianças destaca-se a Síndrome de Reye, que também
está associada aos quadros de varicela. Esta síndrome caracteriza-se por encefalopatia e
degeneração gordurosa do fígado, após o uso do Ácido Acetil Salicílico, na vigência de
um destes quadros virais. Recomenda-se, portanto, que não sejam utilizados
medicamentos que contenham esta substância em sua composição para o tratamento
sintomático de Síndrome Gripal ou Varicela em crianças. Outras complicações incluem
Miosite, Miocardite, Pericardite, Síndrome do Choque Tóxico, Síndrome de Guillain-Barré
e, mais raramente, Encefalite e Mielite Transversa.

Diagnóstico laboratorial
Os procedimentos apropriados de coleta, transporte, processamento e
armazenamento de espécimes clínicos são de fundamental importância no diagnóstico da
infecção viral. O espécime preferencial para o diagnóstico laboratorial é a secreção de
nasofaringe (SNF) obtida por meio de aspirado de nasofaringe com auxílio de um coletor
84 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
descartável ou através de swab combinado (um oral e dois nasais). Estas amostras
devem ser coletadas preferencialmente até o quinto dia do início dos sintomas e
transportadas em gelo reciclável até o laboratório para o devido processamento, e não
podem ser congeladas. O diagnóstico de influenza é realizado por meio das técnicas de
imunofluorescência (IF) indireta e/ou pelo isolamento do agente em cultivos celulares ou
ovos embrionados (considerado método padrão). A caracterização antigênica e genética
do vírus é realizada pelo teste de inibição da hemaglutinação (IH) e técnicas de biologia
molecular, respectivamente.

Diagnóstico diferencial
No diagnóstico diferencial da influenza deve ser considerado um grande número de
infecções respiratórias agudas de etiologia viral. Dentre essas, destacam-se as
provocadas pelo Vírus Respiratório Sincicial (VRS) e pelo Adenovírus. Na infecção por
influenza, os sintomas sistêmicos são mais intensos que nas outras síndromes. Em
muitos casos, porém, o diagnóstico diferencial apenas pela clínica pode se tornar difícil.

85 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Anexo 2
Manual de Normas e Procedimentos para o Diagnóstico da Influenza

Nos últimos anos se tem sistematizado novas e simples técnicas laboratoriais que
permitem demonstrar a presença de antígenos virais diretamente em secreções
respiratórias. Estes métodos de diagnóstico apresentam certas vantagens ao considerar
que:

a) permitem a rápida identificação da virose (poucas horas após a coleta do espécime


para exame) induzindo o estabelecimento de medidas preventivas contra a
disseminação do agente;

b) a confirmação da etiologia viral pode evitar a administração desnecessária de


antibióticos.

Entre as técnicas de diagnóstico rápido atualmente disponíveis a Imunofluorescência


Indireta – IFI vem sendo demonstrada como a mais indicada para a investigação da
etiologia viral em casos de Infecção Respiratória Aguda – IRA. Comparada com outros
procedimentos padrões é também considerada o método mais adequado para
laboratórios de pequeno porte.

Neste manual, são apresentadas indicações práticas para utilização de um kit


comercial (CHEMICON) voltado ao diagnóstico laboratorial de vírus respiratórios por
imunofluorescência.

Método

A imunofluorescência (Fig. 1) envolve o uso de um anticorpo monoclonal que


unido especificamente a um antígeno – vírus – que se quer, pesquisar resulta na
formação de um complexo antígeno-anticorpo. Posteriormente, a este complexo é
adicionado uma antiimunoglobulina marcada com um corante – isotiocianato de
fluoresceína – A positividade da reação é revelada pela presença de células fluorescentes
quando observada em um microscópio fluorescente.

Coleta do Espécime Clínico

O sucesso do diagnóstico depende fundamentalmente da qualidade do espécime


clínico coletado, seu adequado transporte e as condições de armazenamento antes do
processamento no laboratório. A eficácia do método também é influenciada pela

86 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


especificidade dos reagentes utilizados e pela experiência técnica do profissional
responsável pelo exame.

As amostras clínicas preferencialmente requeridas para o diagnóstico de infecções


viral no trato respiratório superior são: Aspirado de Nasofaringe – ANF – ou swabs
combinado (nasal/oral), obtido até três dias do início do aparecimento dos sintomas – fase
aguda da doença. Seja qual for a natureza do espécime a sua obtenção deve ser
realizada observando-se as normas de biossegurança (uso de luvas, máscara e jaleco
descartáveis).

Materiais necessários:

a) bomba de aspiração portátil High volume vacuum pressure pump# XX56 000.00
MILLIPORE;

b) coletor plástico descartável de secreções (volume de 20cc) acoplado com sonda


(número 6 1/2) e com controle de vácuo Argyle (Sherwood-Medical) Cat. # 8888-
157386;

c) equipo de Soro para administração parenteral;

d) meio de transporte viral*;

e) sonda plástica uretral n º 6 estéril;

f) swabs (15 cm) descartáveis, estéreis, acondicionados individualmente para coleta de


espécimes clínicos. Polyester fiber-tipped applicator. Falcon Cat. # 2069;

g) tubos (17x119mm) descartáveis de polipropileno transparentes (15 ml) com tampa de rosca.
Corning.

– Aspirado de Nasofaringe (ANF)

A coleta de ANF é um processo indolor podendo apenas provocar lacrimejamento


reflexo. Coletores de muco plásticos descartáveis (Fig. 2) ou equipo de soro acoplado a
uma sonda (Fig. 3) são preferencialmente recomendados para a obtenção do espécime.
A sonda preconizada é a uretral n° 6 com apenas um orifício na ponta. O calibre da sonda
é variável segundo o fabricante, devendo ser dada preferência à de maior flexibilidade. A
*
Solução de meio de preservação e transporte para espécimes clínicos.
Preconiza-se a utilização de solução de Hanks, meio de cultivo de células ou caldo triptose fosfato
suplementada com proteína, para estabilização viral, tais como soro albumina bovina fração V, gelatina ou
glicerol em uma concentração final de 0,5-1% em. A adição antibiótico (1.600 U/ml de penicilina e 800 ug/ml de
streptomicina) e antifúngicos (10Ug/ml de fungizona) é recomendada para evitar a proliferação de bactérias e
fungos. Na falta de meio de transporte adequado PBS ph 7.2 pode ser excepcionalmente utilizado acrescido de
proteína, antibióticos, antifúngicos.
87 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
aspiração pode ser realizada com bomba aspiradora portátil, ou vácuo de parede do
hospital; não utilizar uma pressão de vácuo muito forte.

Durante a coleta, a sonda é inserida através da narina até atingir a região da


nasofaringe quando então o vácuo é aplicado aspirando à secreção para o interior do
coletor ou equipo (Fig. 4). O vácuo deve ser colocado após a sonda localizar-se na
nasofaringe, uma vez que se no momento da introdução da sonda houver o vácuo,
poderá ocorrer lesão da mucosa. Este procedimento deve ser realizado em ambas as
narinas, mantendo movimentação da sonda para evitar que haja pressão diretamente
sobre a mucosa provocando sangramento. Alternar a coleta nas duas fossas nasais até
obter um volume suficiente, aproximadamente 1 ml, de ANF. A quantidade de secreção a
ser colhida dependerá da etiologia da IRA, fase evolutiva do quadro clínico e do grau de
hidratação do paciente. Pacientes febris apresentam secreção espessa. Após
nebulização com soro fisiológico a secreção é mais fluida e abundante.
Conseqüentemente, mais fácil de ser obtida. Não insistir se a coleta não alcançar o
volume desejado (± 1ml) pois poderá ocasionar lesão da mucosa.

Uma vez coletado ANF deverá ser encaminhado ao laboratório individualizado


em saco plástico, lacrado e identificado adequadamente, contendo o nome do
paciente; a natureza do espécime; a data de coleta; e a ficha clínica do paciente.

O transporte do espécime ao laboratório deverá ser realizado no mesmo dia da


coleta em caixa de isopor com gelo. Excepcionalmente o aspirado poderá ser
estocado e preservado a 4 0 C – não congelar – por período não superior a 24 horas.

Figura 4. Aspirado de Nasofaringe

88 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


- Swab oral/nasal combinados.

Proceder à coleta (Fig.5) de três Swabs (um da Orofaringe e dois outros, um


de cada narina). Em seguida, inserir os S em um mesmo frasco contendo três
mililitros de meio de transporte, fechar e identificar adequadamente o frasco. A
conservação e o transporte dos Swabs seguem as recomendações preconizadas
para o ANF.

Figura 5. Swab Combinado

Swab Nasal Swab Orofaringe

Processamento laboratorial dos espécimes clínicos

Antes do processamento, avaliar se o espécime foi adequadamente coletado e


transportado para evitar a geração de falsos resultados.

Materiais necessários:

a) acetona PA (C3H6O);
b) garrafa de nitrogênio líquido com capacidade de 5 litros;
c) kit de diagnóstico Respiratory Panel 1 viral screening & identification kit. CHEMICON
Cat. # 3105;

d) lâmina para microscopia de imunofluorescência (26mm x 76mm) extrafina, delimitada com


10 círculos, lapidada e com uma extremidade fosca, perfecta;

e) pipetas descartáveis plásticas de transferência tipo "Pasteur", comprimento de 15 cm,


graduadas e com capacidade total de 7 ml;

f) solução salina tamponada (PBS) pH 7.2Taylor Wharton Cryogenics;

g) tubos (12,7x76,5mm) estéreis de polypropileno, volume de 4 ml, com tampa rosqueada,


base chata para transporte e congelamento de espécimes (cryo tubes). Corning;
89 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
h) tubos(17x119mm) descartáveis de polipropileno transparentes, cônicos (15 ml), com
tampa de rosca. Falcon Cat. # 2097.

A partir do Aspirado de Nasofaringe

a) Com uma pipeta de transferência descartável ou “Pasteur” transferir o ANF do coletor


ou equipo para um tubo cônico (17x119mm), previamente identificado.

b) Adicionar 3 ml de meio de transporte (ver especificação). Com auxílio da pipeta realizar


pipetações sucessivas para homogeneizar a mistura e liberar as células epiteliais do
muco.

c) Centrifugar a 1.000 rpm por 10 minutos.

d) Transferir o sobrenadante para um tubo (cryo tube), previamente identificado, e estocar


em garrafa de nitrogênio líquido ou freezer – 70 0C para posterior tentativa de cultivo do
vírus.

e) Suspender o sedimento celular em 3-5 ml de PBS e centrifugar novamente a 1000 rpm


por 5-10 minutos.

f) Desprezar o sobrenadante e novamente suspender o sedimento celular em PBS.


Dependendo da quantidade de células obtidas, adicionar uma quantidade de PBS
suficiente para obtenção de uma suspensão opalescente.

g) Limpar a lâmina com acetona e identificá-la com o nome ou número de registro do


paciente.

h) Adicionar uma gota (15 a 20 ul) da suspensão celular em áreas (círculos) previamente
definidas da lâmina. Preparar duas lâminas de cada espécime, uma com 2 e outra com
8 círculos. Dependendo da quantidade da suspensão obtida, recomenda-se preparar lâminas
adicional para análises complementares.

i) Secar a lâmina com secador de cabelo (ar frio), ventilador doméstico ou dentro de uma
cabine de fluxo laminar.

j) Imergir a lâmina por 10 minutos em acetona gelada para fixar a preparação.

k) Após a fixação e secagem, a lâmina pode ser conservada na geladeira (4°C) por até 72
horas antes de seu processamento em teste de IFI. Alternativamente, as lâminas
podem ser estocadas a –20° C por vários meses ou em freezer –70° C por período
superior a um ano.

90 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


A partir do Swabs oral/nasal combinados

a) Agitar o tubo contendo os Swabs em um agitador tipo "vortex”.

b) Com movimentos rotatórios pressionar o Swabs na parede do tubo para escorrer o


fluido nele retido. Desprezar os Swabs e centrifugar a suspensão por 10 minutos a
1000 rpm.

c) Seguir os procedimentos descritos nas alíneas de “d” a “j”.

Teste de imunofluorescência indireta

Seguir as instruções contidas no Kit de Diagnóstico Respiratory Panel 1 Viral


Screening & Identification Kit (Fig. 6).

Materiais necessários:

a) água destilada (200 ml);

b) kit de diagnóstico Respiratory Panel 1 Viral Screening & Identification Kit. CHEMICON
Cat. # 3105;

c) lamínulas 24 x 60 mm. Corning, Cat. # 583331;

d) microscópio de imunofluorescência;

e) solução salina tamponada (PBS) pH 7.2.

Procedimento

a) remover o Kit de diagnóstico da geladeira para se adequar à temperatura ambiente;

b) retirar a lâmina (contendo a suspensão celular fixada) da geladeira ou freezer - 70° C e


deixar secar a temperatura ambiente;

c) colocar a lâmina em uma câmara úmida (caixa plástica tendo fundo revestido com
papel toalha umedecido);

d) adicionar uma gota (15 a 20 μl) dos diferentes anticorpos monoclonais (screening,
adenovirus, influenza A, influenza B, parainfluenza 1, parainfluenza 2, parainfluenza 3, vírus
respiratório sincicial e normal mouse antibody) em distintos círculos da lâmina;

e) incubar a 37° C por 30 minutos para que a reação antígeno-anticorpo ocorra;

f) realizar 3 lavagens (por imersão) da lâmina em PBS, com duração de 5 minutos cada;

g) posicionar a lâmina verticalmente, sobre uma folha de papel-toalha, para escorrer* o


excesso de PBS;

*
Após a adição dos monoclonais, em nenhuma etapa do teste a lâmina deve ser seca.
91 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
h) adicionar uma gota do conjugado (anti-mouse IgG / isotiocianato de fluoresceína) sobre
cada círculo da lâmina;

i) incubar a lâmina na câmara úmida a 37° C por 30 minutos;

j) realizar nova série de 3 lavagens sucessivas em PBS, com duração de 5 minutos cada;

k) imergir rapidamente a lâmina em água destilada;

l) repetir a etapa (g);

m) adicionar uma gota do fluído de montagem sobre o centro da lâmina;

n) posicionar, cuidadosamente, uma lamínula sobre a lâmina evitando a formação de


bolhas de ar entre as duas superfícies;

o) Examinar ao microscópio de imunofluorescência com objetiva 40x e ocular 10x.

92 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Fig. 1 – Adição da suspensão à lâmina.
Fig. 2 – Secagem da lâmina.
Fig. 3 – Fixação em acetona a 4º por 10 minutos.
Fig. 4 – Adição do anticorpo monoclonal.
Fig. 5 - Incubação em câmara úmida a 37º C por 30 minutos.
Fig. 6 - Lavagem, 3 vezes, por imersão, durante 5 minutos.
Fig. 7 - Adição do conjugado fluorescente sobre as preparações.
Fig. 8 - Incubação em câmara úmida a 37º C por 30 minutos.
Fig.9 - Lavagem, 3 vezes, por imersão, durante 5 minutos em PBS.
Fig 10 – Imersão rápida da lâmina em água destilada.
Fig 11 – Montagem da lâmina

Interpretação dos resultados

A lâmina deve exibir no mínimo três células por campo para ser adequada à
detecção. Um número insuficiente de células pode levar a resultados falso-negativos.

A fluorescência é reconhecida como uma coloração verde-maçã intensa sempre


localizada no interior da célula. O padrão de coloração é freqüentemente granular, porém
grandes inclusões podem estar homogeneamente coradas. Qualquer coloração
extracelular ou fragmentos de células mostrando fluorescência devem ser considerados
como inespecíficos. Três ou mais células intactas mostrando um padrão específico de
fluorescência pode ser aceito como uma reação positiva.

Padrões de positividade para vírus respiratórios são descritos abaixo:

Vírus ou grupo de Padrão de fluorescência


vírus

Influenza A fluorescência pode estar


presente somente no núcleo ou
no citoplasma ou em ambos.
Parainfluenza A fluorescência é citoplasmática
com aspecto de grânulos finos.
VRS A fluorescência é inteiramente
citoplasmática. Corpúsculos de
inclusão e partículas finas fluores-
centes podem estar presentes.
Adenovírus A fluorescência por adenovírus é
variável, geralmente consistindo em
uma fluorescência nuclear e
citoplasmática.

93 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


O padrão de negatividade é evidenciado pela ausência de fluorescência específica e
o predomínio de uma coloração avermelhada nas células devido à presença do azul de
Evans no conjugado.

Limitações

Como referido anteriormente, a qualidade do espécime clínico é de extrema


importância para o sucesso da execução do teste. As células epiteliais infectadas com
vírus são extremamente lábeis e, portanto, facilmente danificadas pelo manuseio
inapropriado ou demora no seu processamento. Também é de extrema importância que
amostras clinicas a serem submetidas à técnica de IFI sejam imediatamente refrigeradas
após a coleta e mantidas nesta temperatura até o seu processamento. A centrifugação do
espécime não deve ser superior a 1000 rpm, sob o risco de ocasionar lesão às células a
serem examinadas.

O número de células infectado, que podem ser obtidas por aspiração ou Swabs,
decresce durante o curso da infecção. Portanto, os espécimes devem ser obtidos o mais
cedo possível após o início dos sintomas, preferencialmente nos primeiros 3 dias da
doença.

Controle de Qualidade

Lâminas com células infectadas e não infectadas estão incluídas em cada kit para
serem utilizadas como controle apropriado do monoclonal e conjugado utilizados. É
recomendado que o laboratório mantenha lâminas de pacientes estocadas a – 700 C para
posterior controle de qualidade dos reagentes e dos procedimentos utilizados.

94 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Anexo 3
Recomendações para condutas de laboratórios e normas de biossegurança

Orientações gerais de biossegurança na abordagem de pacientes suspeitos ou


confirmados e na manipulação de espécimes clínicos procedentes desses casos.

Cuidados para pacientes suspeitos de Influenza


Os pacientes caracterizados como casos suspeitos deverão usar máscara N95 até
que seja excluída a possibilidade de estar infectado com o vírus influenza.
A higienização das mãos é a medida mais importante na prevenção da disseminação
de infecções, inclusive as de transmissão respiratória.
A higienização das mãos, com água e sabão ou com aplicação de solução anti-séptica
de base alcoólica, deve preceder a utilização das luvas.
A lavagem das mãos dever ser realizada, como descrito no item anterior, sempre
após a retirada das luvas.

Manejo de amostras biológicas


Em todos os pacientes com suspeita de influenza deverão ser colhidas amostras
de secreção de Nasofaringe, conforme descrito no Manual de Normas e procedimento no
diagnóstico laboratorial por imunofluorescência indireta (a ser publicado), da
CGLAB/SVS/MS.
Não sendo possível a obtenção da amostra de ANF, poderão ser coletadas
amostras por Swabs nasal/oral combinados. Estes deverão ser colocados imediatamente
em meio de transporte viral caldo triptose fosfato ou em solução de PBS pH 7,4. Os tubos
contendo os Swabs deverão ser mantidos refrigerados a 4º C até o recebimento destes
no laboratório. Estas amostras terão que ser encaminhadas ao laboratório no mesmo dia
para serem processadas.
Quando forem detectados os primeiros casos suspeitos de estarem infectados com
a cepa pandêmica, recomenda-se que sejam coletadas as amostras de ANF ou Swabs e,
simultaneamente, amostras de soros pareados (3 ml), com intervalo de 15 dias entre a 1ª
e 2ª amostras, dentro dos 5 (cinco) primeiros dias com os sintomas. Se o paciente estiver
com mais de 10 dias com sintomas, apenas uma coleta de 3 ml será suficiente. Manter
os soros refrigerados a 4º C ou congelados a –20º C até seu recebimento no laboratório.
Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para o profissional de saúde que fará as
coletas:

95 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


– Avental/capote descartável, impermeável, com mangas compridas, punho de malha ou
elástico e abertura posterior (gramatura 50g/m2).
– Luvas de látex descartáveis, de uso único, não estéreis (luvas de procedimento não
cirúrgicos). Usar duas luvas em cada mão e descartá-las logo após o uso, conforme as
normas de segurança.
– Máscara de proteção facial, tipo respirador, para partículas, sem manutenção, com
eficácia mínima na filtração de 95% de partículas de até 0,3μ (Máscara N95, N99,
N100, PFF2 ou PFF3). Poderão ser utilizadas máscaras com válvula especial para
facilitar a respiração.
– Gorro.
– Óculos.
– Lavar as mãos antes e após a coleta, conforme descrito no Anexo 4.
EPI para o profissional de laboratório que irá manusear as amostras:
Todas as recomendações citadas no item anterior são também pertinentes para este item.
Recomenda-se o uso contínuo, no mínimo, de cabine de contenção biológica classe 2
para o manuseio das amostras dos pacientes com suspeita de influenza no
laboratório.
Todo o material de proteção individual deverá ser acondicionado apropriadamente e
recomenda-se não reutilizar os EPI.
Obs: É imprescindível a higienização do alojamento e da equipe de trabalho, conforme
recomendação no Anexo 4.
Descontaminação
Protege o responsável pela coleta da amostra, o paciente, o pessoal do transporte do
material, o pessoal do laboratório e a comunidade.
Do material utilizado para coleta e diagnóstico
A descontaminação do material utilizado deverá ser realizado.
Descarte do espécime clínico utilizado para o diagnóstico
O descarte do espécime clínico deverá, antes de desprezado, receber o seguinte
tratamento.
Recomenda-se ainda a desinfecção química da superfície de trabalho com hipoclorito de
sódio.

96 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Anexo 4
Controle de Infecção em Serviços de Saúde

Nos períodos de alerta pandêmico, várias medidas de controle de infecção devem


ser implementadas nos serviços de saúde para reduzir ao máximo a transmissão
hospitalar da infecção por influenza. Estas medidas devem ser aplicadas em associação a
programas de vacinação e protocolos de uso de profilaxia antiviral para os profissionais
de saúde, para que a prevenção da transmissão nosocomial da influenza seja otimizada.
O controle de infecção envolve questões referentes à aplicação de medidas de precaução
e isolamento, ao processamento de artigos médicos, à limpeza e desinfecção de
superfícies, ao processamento de roupas, ao tratamento de resíduos e à infra-estrutura
física das unidades de isolamento, que foram adaptadas para o cenário de uma pandemia
de influenza:

I – Medidas de Precaução e Isolamento


O vírus da influenza é transmitido principalmente por gotículas respiratórias.
Medidas de precaução padrão e precauções para gotícula são recomendadas na
assistência a pacientes infectados com cepas de influenza que conhecidamente infectam
o homem. No entanto, devido à incerteza a respeito das formas através das quais uma
nova cepa será transmitida entre humanos, medidas adicionais devem ser aplicadas por
profissionais de saúde na assistência de pacientes com suspeita ou confirmação de
influenza por uma nova cepa. Esse raciocínio se aplica, por exemplo, à influenza aviária
se considerarmos que:
− O risco de doença severa e alta mortalidade causados por um vírus da influenza
aviária de alta patogenicidade pode ser significativamente maior do que na infecção
por vírus da influenza humana.
− Cada infecção humana representa uma importante oportunidade para o vírus de
influenza aviária se adaptar ao homem e aumentar sua transmissibilidade entre
humanos.
− Mesmo sendo rara, a transmissão humano-humano da influenza aviária pode estar
associada com uma possível emergência de cepa pandêmica.
Esta avaliação nos permite associar às medidas já descritas, a indicação de
medidas de precaução de contato e isolamento respiratório. Os EPI descritos nos itens B,
C e D devem ser utilizados pelos profissionais de saúde na entrada de unidades de
isolamento.
97 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
A) Higienização das mãos
− Os profissionais de saúde, pacientes e visitantes devem ser devidamente instruídos e
monitorados quanto à importância da higienização das mãos.
− A higienização das mãos deve ser realizada através da lavagem das mãos com água
e sabão, seguida do uso de álcool a 70%. A lavagem das mãos com água e sabão é
essencial quando as mãos estão visivelmente sujas ou contaminadas com sangue ou
outros fluidos corporais (Schurmann W, 1983; MMWR, 2002).
− A higienização das mãos deve ser realizada:
• antes e após o contato direto com pacientes com influenza, seus pertences e
ambiente próximo, bem como na entrada e na saída de áreas com pacientes
infectados;
• imediatamente após retirar as luvas;
• imediatamente após contato com sangue, fluidos corpóreos, secreções,
excreções e/ou objetos contaminados, independentemente se o mesmo tiver
ocorrido com ou sem o uso de luvas (neste último caso, quando se tratar de um
contato inadvertido);
• entre procedimentos em um mesmo paciente, para prevenir a transmissão
cruzada entre diferentes sítios corporais;
• em qualquer outra situação onde seja indicada a higienização das mãos para
evitar a transmissão da influenza para outros pacientes ou ambientes.
– Etapas para lavagem das mãos
• retirar jóias (anéis, pulseiras, relógio), uma vez que nestes objetos acumulam-
se bactérias não removidas com a lavagem das mãos;
• abrir a torneira com a mão dominante sem encostar na pia, para não
contaminar a roupa, quando não houver pedal;
• molhar as mãos;
• aplicar de 3 a 5 ml (ou conforme recomendação do fabricante) de sabão líquido
nas mãos;
• ensaboar as mãos, formando espuma, friccionando-as por 15 a 30 segundos,
atingindo todas as suas faces (palma, dorso, espaços interdigitais, articulações,
unhas e extremidades dos dedos);

98 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


• enxaguar, deixando a água penetrar nas unhas e espaços interdigitais (mão em
forma de concha). Retirar toda a espuma e os resíduos de sabão, sem deixar
respingar água na roupa e no piso;
• secar as mãos com papel-toalha descartável (duas folhas). Se a torneira for
manual, usar o mesmo papel-toalha para fechá-la;
• desprezar o papel-toalha em lixeira apropriada (Hinrichsen, 2004).

– Etapas para utilização do álcool a 70%


• aplicar álcool a 70% na palma de uma das mãos;
• seguir as recomendações do fabricante quanto ao volume de álcool a 70% a ser
utilizado;
• esfregar as mãos com álcool a 70%, cobrindo todas as faces das mãos e
dedos, até que as mãos estejam secas.

B) Medidas de higiene
Pacientes, profissionais de saúde e visitantes devem ser orientados a minimizar o risco de
transmissão da doença através de medidas de higiene, utilizando lenço descartável
para higiene nasal, cobrindo nariz e boca quando espirrar ou tossir e mantendo as
mãos longe de mucosas de olhos e nariz.

C) Equipamento de Proteção Individual


1) Luvas
• As luvas devem ser utilizadas na assistência a pacientes com influenza suspeita ou
confirmada para evitar o contato das mãos do profissional com sangue, fluidos
corporais, secreções, excreções e mucosas e com isso reduzir o risco de transmissão
do vírus da influenza de pacientes infectados para o profissional e de paciente para
paciente através das mãos do profissional.
• Colocar luvas antes de tocar em mucosas ou pele não íntegra.
• Trocar as luvas entre procedimentos em um mesmo paciente após contato com
material que possa conter grande concentração de microorganismos.
• Retirar as luvas imediatamente após o seu uso, antes de tocar em artigos e superfícies
não contaminados e antes de se encaminhar para assistência de outro paciente.
• Proceder a higienização das mãos imediatamente após a retirada das luvas, para
evitar a transferência de microorganismos para outros pacientes ou ambientes.

99 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


• Profissionais com feridas abertas nas mãos devem obrigatoriamente utilizar luvas na
assistência direta aos pacientes.
• A higienização das mãos é imprescindível, mesmo quando luvas são utilizadas.
• As luvas não devem ser reprocessadas para reutilização.

2) Máscaras, Proteção para os olhos, Protetor de face e gorro


• O profissional de saúde deve utilizar máscara de proteção respiratória, tipo respirador,
para partículas, sem manutenção, com eficácia mínima na filtração de 95% de
partículas de até 0,3μ (máscaras N95, N 99, N100, PFF2 ou PFF3), quando:
o entrar em quarto com paciente com diagnóstico ou suspeita de influenza;
o estiver trabalhando a distância inferior a um metro do paciente com diagnóstico ou
suspeita de influenza;
o atuar em procedimentos com risco de geração de aerossol. Exemplos: entubação,
aspiração nasofaríngea, cuidados em traqueostomia, fisioterapia respiratória,
broncoscopia, autópsia envolvendo tecido pulmonar e coleta de espécime clínico
para diagnóstico etiológico da influenza. Quando possível, procedimentos com
geração de aerossol devem ser realizados apenas em áreas restritas, sem a
presença de outros pacientes;
o Nas duas últimas situações, deverá ser utilizada proteção para os olhos.
• A máscara e proteção para olhos (ou protetores de face) devem ser utilizados para
prevenir exposição do profissional a respingo de sangue, secreções corporais e
excreções.
• O gorro deve ser utilizado em situações de risco de geração de aerossol.

D) Capote/avental
• Capote de mangas compridas deve ser utilizado na assistência a pacientes com
influenza suspeita ou confirmada, para proteger a pele e evitar sujar a roupa durante
procedimentos onde é possível a geração de respingos de sangue, fluidos corpóreos,
secreções e excreções.
• Profissionais de saúde devem se certificar que eventuais lesões de pele em braços
estejam cobertas com roupa seca.
• Escolher capote apropriado para a atividade e quantidade de fluido possivelmente
envolvida.
• Remover o capote sujo tão logo quanto possível e proceder a higienização das mãos
para evitar transferência de microorganismos para outros pacientes.
100 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
Quem deve utilizar EPI:
1) todos os profissionais de saúde que prestam assistência ao paciente (ex: médicos,
enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, fisioterapeutas, equipe de radiologia);
2) toda a equipe de suporte, incluindo pessoal de limpeza;
3) todos os profissionais de laboratório, durante a manipulação de amostra de
paciente com influenza suspeita ou confirmada;
4) todos os profissionais do Centro de Material e Esterilização (CME), durante
manipulação de artigos provenientes de paciente com influenza suspeita ou confirmada;
5) familiares e visitantes.

E) Isolamento
No período de alerta pandêmico:
• os hospitais de referência devem ser utilizados para o encaminhamento de pacientes
com sintomas respiratórios compatíveis com influenza procedentes de países
afetados;
• estes hospitais devem estar organizados e equipados para oferecer quartos privativos
com pressão negativa, conforme parte VI deste anexo. Os pacientes com suspeita de
influenza devem ficar em isolamento respiratório até que seja descartado o diagnóstico
de influenza ou até o término do período de transmissibilidade.
(http://www.wpro.who.int/health_topics/avian_influenza/publications.htm;
http://dtr2001.saude.gov.br/svs/epi/sars/arquivos/orient_engenharia.doc )

No período pandêmico é possível que muitos hospitais encontrem dificuldades logísticas e


limitações físicas para receber um grande número de pacientes com suspeita de
influenza.
• se não existem quartos privativos disponíveis em número suficiente, considerar
isolamento por coorte (ou seja, separar os pacientes por tipo de doença/agente
etiológico);
• quando existe um grande número de pacientes infectados, deve ser definida área
específica do hospital para isolamento de influenza. Esta área deve, se possível:
o Conter recepção/internação do paciente separada do restante do hospital.
o Conter entrada e saídas separadas do restante do hospital.
o Ser restrita à passagem de outros pacientes, visitantes ou profissionais que
estejam trabalhando em outros locais do hospital. (NÃO: deve ser restrita à
101 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
passagem de pacientes, visitantes ou profissionais da área de pacientes
infectados!).
o Ser previamente avaliada pelo setor de engenharia do hospital para excluir a
possibilidade do sistema de ventilação hospitalar lançar ar de áreas de isolamento
para outras áreas do hospital;
o Ter sua entrada sinalizada com alerta para área de isolamento de influenza e as
medidas necessárias para entrada na mesma;
• os profissionais de saúde que atuam na assistência direta de pacientes devem ser
organizados na forma de escala para trabalhar em áreas de isolamento de influenza
ou em áreas que recebam pacientes com outros tipos de patologia, não podendo
circular de uma área para outra;

OBS: Tempo de duração das medidas de precaução e isolamento respiratório:


• Pacientes > 12 anos de idade: as medidas de precaução e isolamento devem ser
adotadas desde a admissão (incluindo o transporte para o serviço de referência) e
continuadas até 7 dias após a resolução da febre.
• Pacientes < 12 anos de idade: as medidas de precaução e isolamento devem ser
adotadas desde a admissão (incluindo o transporte para o serviço de referência) e
continuadas até 21 dias* após a resolução da doença. Quando isso não for possível, a
família deve ser orientada quanto à higiene pessoal e medidas de controle de infecção
(exemplos: higienização das mãos e uso de mascara por criança que ainda esteja
tossindo). (http://www.wpro.who.int/health_topics/avian_influenza/publications.htm)

* O vírus da influenza pode ser transmitido por até 21 dias no caso de crianças jovens
(Douglas, 1975 In: E.D. Kilbourne)

F) Transporte de Pacientes
− Evitar o transporte de pacientes com suspeita ou confirmação de influenza. Se a saída
do paciente de seu quarto se faz necessária, utilizar máscara também no paciente;
− Os profissionais envolvidos no transporte devem utilizar EPI adequado e adotar as
medidas de precaução, conforme abordado nos itens A a E;
− Quando ocorrer contato do paciente com superfícies, elas devem ser limpas após a
realização do transporte. Por exemplo, se o paciente foi transportado em ambulância,
suas partes internas devem ser limpas, utilizando desinfetante como álcool a 70%.

102 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


G) Outras Medidas
− Pacientes, profissionais de saúde e visitantes devem ser orientados a minimizar o
risco de transmissão da doença através de medidas de higiene, utilizando lenço
descartável para higiene nasal, cobrindo nariz e boca quando espirrar ou tossir e
mantendo as mãos longe de mucosas de olhos e nariz.
− Suspender internações eletivas (cirúrgicas e clínicas).
− Restringir cirurgias cardíacas e pulmonares.
− Restringir a entrada de visitantes com doença respiratória aguda.
− Restringir a atuação de profissionais da saúde com doença respiratória aguda.

II - Processamento de Artigos Médicos

Os artigos são produtos para a saúde e compreendem objetos, equipamentos,


instrumentos, utensílios (comadres, papagaios, etc.), acessórios e outros. Os artigos
podem ser classificados, de acordo com o risco de transmissão de infecção, como
críticos, semi-críticos e não críticos e o seu processamento será definido, conforme a sua
classificação, suas características e a recomendação do fabricante.
Os artigos destinados à penetração através da pele e mucosas adjacentes, nos
tecidos subepiteliais e no sistema vascular, bem como todos os que estejam diretamente
conectados a este sistema, são chamados de ARTIGOS CRÍTICOS. Estes requerem
esterilização para satisfazer os objetivos a que se propõem.
Os artigos destinados ao contato com a pele não-íntegra ou com mucosas íntegras
são chamados de ARTIGOS SEMI-CRITICOS e requerem desinfecção de alto nível, ou
esterilização, para ter garantida a qualidade do múltiplo uso destes.
Os artigos destinados ao contato com a pele íntegra do paciente são chamados de
ARTIGOS NAO-CRITICOS e requerem limpeza ou desinfecção de baixo ou médio níveis,
dependendo do uso a que se destinam ou do último uso realizado.
Sempre que possível, equipamentos de cuidados ao paciente com influenza, devem ser
de uso exclusivo do mesmo, como no caso de estetoscópios, esfignomanômetros e
termômetros. Estes equipamentos devem ser limpos e desinfetados antes de serem
utilizados em outros pacientes. O profissional de saúde deve assegurar que nenhum
equipamento ou artigo seja utilizado em outro paciente antes que tenha sido limpo e
reprocessado apropriadamente. Também deve assegurar que as superfícies tenham sido
adequadamente limpas e desinfetadas antes de liberar o ambiente para a utilização por
outro paciente.
103 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
Artigos utilizados em pacientes com influenza, incluindo aqueles com presença de
sangue, fluidos corporais, secreções e excreções devem ser recolhidos e transportados
adequadamente, de forma a prevenir contaminação de pele, mucosas e roupas e a
transferência de microorganismos para outros pacientes ou ambientes. Da mesma forma,
artigos de uso único devem ser descartados adequadamente.
(http://www.cdc.gov/ncidod/hip/ISOLAT/Isolat.htm ).
O manuseio de artigos e superfícies requer a utilização de EPI/EPC (Ainda não
havia referência a EPC no texto) (luvas, capote, avental, máscaras, botas, gorro, óculos
de proteção e outros) adequados à natureza do risco ao qual o pessoal hospitalar e de
limpeza se expõe.
Apresentamos, a seguir, dados de concentração virucida mínima contra o vírus da
influenza A. É importante ressaltar que não existem estudos que permitam utilizar estes
resultados para predizer com acurácia a susceptibilidade de novas cepas a estes
produtos. A presença de conteúdo protéico pode ainda dificultar a inativação do vírus da
influenza (Block, Seymour S. Disinfection, 2001). (Quadro 1).

Quadro 1. Concentração virucida mínima de produtos após 10 minutos de contato em


temperatura ambiente contra o vírus da influenza A.
Produto Concentração mínima
Metanol 30%
Etanol 30%
Isopropanol 30%
Butanol 10%
Hipoclorito de Sódio 200ppm
Iodóforo 75ppm
Glutaraldeído 0,02%

* Os dados relativos aos álcoois se referem ao vírus da influenza A2.(Adaptado de Klein


M, DeForest A, 1983; e Klein M, DeForest A 1963).

Em relação à susceptibilidade a germicidas, o vírus da influenza é classificado no


grupo A que apresenta sensibilidade aos seguintes produtos após exposição de 10
minutos a temperatura de 20 a 25o C: halogênios, aldeídos, quaternários de amônio,
fenólicos, álcoois, peróxido de hidrogênio (H2O2), proteases e detergentes. (Block,
Seymour S., 2001).
104 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
Os passos seqüenciais no processamento de artigos devem ser: a limpeza,
desinfecção e/ou esterilização e estocagem, segundo o objetivo de uso do artigo.

Limpeza
A limpeza é o processo que visa a remoção de sujidade visível (orgânicos e
inorgânicos) e, por conseguinte, a retirada de grande parte da carga microbiana. Trata-se
de etapa essencial e indispensável para o reprocessamento de todos os artigos médico-
hospitalares.
A limpeza mecânica poderá ser feita pelos seguintes métodos, de acordo com as
características dos artigos:
− executada por meio de fricção com escovas e uso de soluções de limpeza;
− desenvolvida por meio de equipamentos, tais como: lavadora ultra-sônica, lavadora
esterilizadora e desinfetadora, lavadora termodesinfetadora e lavadora de descarga.
Os passos do processo de limpeza são: agrupar por tipo de artigo; imergir ou
embeber em solução; limpar; enxaguar em água potável; enxaguar em água deionizada
ou desmineralizada; e secar.
Para a execução da limpeza podem ser utilizados limpadores enzimáticos,
detergentes e desincrostantes (SOBECC 2005).

Desinfecção
Desinfecção é o processo de eliminação ou destruição de microrganismos
(patogênicos ou não), na forma vegetativa e presentes nos artigos e objetos inanimados,
mediante a aplicação de agentes físicos ou químicos chamados de saneantes (Brasil,
2001).
Para a desinfecção de artigos e equipamentos suspeitos de contaminação por
influenza, recomenda-se:
− desinfecção de alto nível: destrói todas as bactérias vegetativas, micobactérias,
fungos, vírus e parte dos esporos. É indicada para artigos como lâminas de
laringoscópio, equipamento de terapia respiratória, anestesia e endoscópio de fibra
flexível. Os agentes mais comumente usados são o glutaraldeído e o ácido paracético,
além do processo de pasteurização;
− desinfecção de nível intermediário: destrói todas as bactérias vegetativas, o bacilo da
tuberculose, a maioria dos fungos e vírus lipídicos. Não destrói esporos e tem ação
média contra vírus não-lipídicos. É indicada para desinfecção de artigos não críticos e

105 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


superfícies. Os compostos mais utilizados são formulações contendo cloro, os
iodóforos, os fenólicos e álcoois.

A desinfecção pode ser realizada pelos seguintes métodos


− processo físico: compreende a exposição a agentes físicos como temperatura,
pressão e radiação eletromagnética, calor úmido, ou, preferencialmente, sistemas
mecânicos automáticos, com pressão de jatos d’água à temperatura entre 60o C e 90o
C, durante 15 minutos, a exemplo das máquinas lavadoras sanitizadoras,
esterilizadoras, de alta pressão, termo desinfetadoras e similares (Brasil, 1994);
− processo químico: compreende a utilização de produtos químicos, cujas substâncias
ativas preconizados pela Portaria nº 15, de 23 de agosto de 1988, do Ministério da
Saúde (Brasil, 1988), são as seguintes: aldeídos (formaldeído e glutaraldeído),
fenólicos, quaternário de amônio, compostos orgânicos liberadores de cloro ativo,
compostos inorgânicos liberadores de cloro ativo (hipoclorito de sódio), álcoois e
peróxidos.

Esterilização
A esterilização é o processo capaz de eliminar todas as formas de vida microbiana,
incluindo os esporos bacterianos. Um artigo é considerado estéril quando a probabilidade
de sobrevivência dos microorganismos que o contaminam é menor do que 1:1.000.000.
(Graziano; Silva; Bianchi, 2000).
A esterilização pode ser realizada pelos seguintes métodos:
− processo físico: vapor saturado sob pressão (ex.: autoclave); esterilização por calor
seco (ex.: estufa); ou esterilização por cobalto 60;
− processo físico-químico: esterilização por vapor de baixa temperatura e formaldeído
gasoso (VBTF); por óxido de etileno (ETO) ou por plasma de peróxido de hidrogênio;
− processo químico: por ácido peracético ou por glutaraldeído.

III - Limpeza e Desinfecção de Superfícies


As superfícies fixas (pisos, paredes, tetos, portas e maçanetas, mobiliários,
equipamentos e demais instalações) representam risco significativo de transmissão da
influenza no ambiente hospitalar. Existem ambientes, superfícies e mobiliários que podem
constituir risco de contaminação para pacientes, pessoal hospitalar e visitantes, devido à
presença de secreção de vias respiratórias procedente de paciente com influenza

106 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


suspeita ou confirmada. Esses locais necessitam de sofrer desinfecção antes da limpeza.

Limpeza
A limpeza nas áreas de isolamento para influenza deve ser concorrente, imediata e
terminal.
− Limpeza concorrente que é executada diariamente e inclui todas as superfícies
horizontais (pisos, equipamentos e mobiliários), banheiros e pias, freezer,
refrigeradores etc., utilizando detergente antimicrobiano e, na ausência deste,
detergente comum, apropriado à natureza e ao uso dessas superfícies. O
procedimento deve ser efetuado, principalmente em locais que são mais tocados ou
estão próximos ao leito do paciente, uma vez que apresentam maior possibilidade de
apresentarem gotículas.
− Limpeza terminal deve ser realizada em casos de alta, óbito e transferência de
pacientes. Trata-se de uma limpeza mais restrita à unidade do paciente e aos itens por
ele utilizados: cama, colchão, poltrona, cadeira, criado-mudo, etc.
− Limpeza imediata é indicada quando há contaminação do ambiente e equipamentos
pela presença de matéria orgânica e deve ser realizada, imediatamente, após ser
acometida pela sujidade.

Desinfecção
A desinfecção da superfície e ambiente contaminados deverá será feita da seguinte
forma:
− com uso de luvas, retirar o excesso da carga contaminante em papel absorvente;
− desprezar o papel em saco plástico de lixo;
− aplicar, sobre a área atingida, desinfetante indicado e deixar o tempo recomendado
pelo fabricante;
− remover o desinfetante com pano úmido;
− proceder a limpeza com água e sabão no restante da superfície.
O vírus da influenza é inativado pelo álcool a 70% e por cloro, desta forma a
limpeza de superfícies com detergente neutro seguido de uma solução desinfetante é
recomendada. (http://www.wpro.who.int/health_topics/avian_influenza/publications.htm )

107 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


1) Álcoois
− Tipos: O álcool etílico tem maior atividade germicida, menor custo e toxicidade que o
isopropílico. O álcool isopropílico tem ação seletiva para vírus, é mais tóxico e com
menor poder germicida que o etílico.
− Indicações de uso: desinfecção de nível intermediário ou médio de artigos e
superfícies: com tempo de exposição de 10 minutos (3 aplicações)*, a concentração
de 77% volume-volume, que corresponde a 70% em peso.
− Os artigos e superfícies que podem ser submetidos são: ampolas e vidros;
termômetros retal e oral; estetoscópios; otoscópios (cabos e lâminas sem lâmpadas);
superfícies externas de equipamentos metálicos; partes metálicas de incubadoras;
macas, camas, colchões e mesas de exames; pratos de balança; equipamentos
metálicos de cozinha, lactário, bebedouros e áreas de alimentação; bancadas; artigos
metálicos (espéculos, material odontológico).
*As aplicações devem ser feitas da seguinte forma: friccionar álcool 70%, esperar secar e
repetir três vezes a aplicação.
− Recomendações de uso:
o quando preparado pela farmácia do hospital, deve existir técnica de preparo
escrita e ser efetuado controle de qualidade;
o se adquirido pronto para uso, a farmácia deve assegurar-se da qualidade do
produto;
o imergir ou friccionar o produto na superfície do artigo, deixar secar sozinho e
repetir 3 vezes o procedimento, até completar o tempo de ação;
o pode ser usado na desinfecção concorrente (entre cirurgias, entre exames,
após o uso do colchão, de troca de fraldas, etc.);
o é contra-indicado o uso em acrílico, enrijece borrachas, tubos plásticos e pode
danificar o cimento das lentes de equipamento.

2) Hipoclorito de Sódio
− Indicações de uso: desinfecção de nível médio de artigos e superfícies;
− Tempo de exposição para:
− Desinfecção de superfícies:
o da unidade de diálise, hemodiálise, banco de sangue, laboratórios e qualquer
superfície contaminada = 10 minutos, com 1% de cloro ativo ( 10:000 ppm);

108 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


o desinfecção de lactários, cozinhas, depósitos de água, bebedouros, material de
inaloterapia e oxigenoterapia não-metálicos = 60 minutos, em 0,02% de cloro
ativo (200 ppm).
− Recomendações de uso:
o o uso deste produto é limitado pela presença de matéria orgânica, capacidade
corrosiva e descolorante;
o quando preparado pela farmácia do hospital, deve possuir técnica de preparo
descrita e ser efetuado controle de qualidade da matéria-prima e da solução;
o quando adquirido externamente, deve estar assegurada a qualidade do produto;
o os artigos submetidos até a concentração de 0,02% não necessitam de
enxágüe;
o as soluções devem ser estocadas em lugares fechados, frescos, escuros
(frascos opacos);
o não utilizar em metais e mármore, pela ação corrosiva.

109 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Métodos e Produtos para Processamento de Artigos Hospitalares

AUTOCLAVE

ESTUFA

GLUTARALDEÍDO

ETO

CLORO

ÁLCOOL

HIDROGÊNIO
PERÓXIDO DE
PLASMA DE
PERACÉTICO
ÁCIDO
MÉTODOS DE
ARTIGOS
PROCESSAMENTO

Metais sem fio de corte, ESTERILIZAÇÃO X X X X


sem motor e instrumental DESINFECÇÃO X (*1)
Metais com fio de corte ESTERILIZAÇÃO X X X X
(tesouras) DESINFECÇÃO X (*1)
Artigos à base de silicone ESTERILIZAÇÃO X X (*2) X X
ou teflon DESINFECÇÃO X (*1,2) X (*3) X
(*3)
Artigos à base de PVC, ESTERILIZAÇÃO X X X
nylon e plásticos DESINFECÇÃO X (*1,2) X (*3) X X
(termossensíveis) (*3)

Artigos à base de látex ESTERILIZAÇÃO X X


DESINFECÇÃO X (*3) X
(*3)
Artigos à base de ESTERILIZAÇÃO X X X
borracha (*1,2,4)
DESINFECÇÃO X (*3)
Artigos à base de acrílico ESTERLIZAÇÃO X X X
DESINFECÇÃO X (*1) X (*3)
Água ESTERILIZAÇÃO X
Óleos e pós ESTERILIZAÇÃO X
Mamadeiras e bicos ESTERILIZAÇÃO X
DESINFECÇÃO X (*1) X (*3)
Endoscópios ESTERILIZAÇÃO X X X
(*5
)
DESINFECÇÃO X (*1,2)
Vidros ESTERILIZAÇÃO X X X
DESINFECÇÃO X (*3) X
(*3)
FONTE: Adaptado do Brasil. Ministério da Saúde. Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar. Processamento de Artigos e
Superfícies em Estabelecimentos de Saúde – 2. ed. Brasília, 1994.
(*1) Desinfecção de alto nível.
(*2) Precisa ser bem enxaguado.
(*3) Nível intermediário.
(*4) Retém odor.
(*5) Observar as orientações do fabricante. Alguns fabricantes não recomendam esterilização em autoclave devido a risco de dano ao
equipamento.

110 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


IV – Processamento de Roupas
A lavanderia hospitalar é um dos setores de apoio às atividades assistenciais, e
tem como função primordial o reprocessamento da roupa e sua distribuição em perfeitas
condições de higiene e conservação em quantidade adequada a todas as unidades do
hospital (Brasil - Manual de lavanderia hospitalar).
A lavanderia é considerada como um setor importante no controle e prevenção de
infecções hospitalares, fato este que justifica a importância de um planejamento
adequado, independentemente de sua dimensão e capacidade, a fim de se alcançarem o
mesmo rigor e controle que as demais unidades hospitalares (Oliveira AC. infecções
hospitalares).
O controle das infecções relacionadas com o processamento da roupa hospitalar
depende de uma adequada operacionalização que abrange todo o circuito da roupa,
passando pela coleta da roupa suja nas unidades assistenciais até a sua redistribuição
após o devido processamento.

A contaminação da roupa hospitalar depende basicamente da quantidade de sua


sujidade e da proveniência desta sujidade. Roupas sujas de fezes, secreções purulentas,
urina, sangue, secreções vaginais, uretrais, gástricas e outras secreções e excreções
corporais apresentarão uma maior quantidade de microrganismos do que roupas com
sujidade não proveniente de pacientes, como alimentos, líquidos diversos, poeira, etc.
Quanto maior a quantidade da sujidade, também obviamente maior será a
quantidade de microrganismos presentes na roupa suja. (Konkewicz).
De acordo com a RDC 50 de 21 de fevereiro de 2002, a lavanderia hospitalar deve
possuir uma área limpa e uma área suja, divididas por meio de uma parede e contar com
máquina de lavar de porta dupla ou barreira, onde a roupa é inserida pela porta da
máquina situada do lado da área suja, e após lavada, retirada através da porta situada na
área limpa.
A área suja é considerada uma das áreas mais críticas do serviço de saúde pelo maior
risco de transmissão de infecções em decorrência das atividades desenvolvidas, podendo
gerar processos infecciosos nos seus funcionários. O manuseio de roupas hospitalares
contaminadas pode produzir aerossolização de microorganismos e contaminação de
roupas limpas.
Na área suja são realizados os procedimentos de recepção, classificação,
pesagem e lavagem da roupa suja. Por ser um ambiente altamente contaminado a RDC
111 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
50 de 21 de fevereiro de 2002 preconiza que essa área necessita de requisitos
arquitetônicos próprios como banheiro, exaustão mecanizada com pressão negativa, local
para recebimento de sacos de roupa por carros, tubulhão ou monta-cargas, espaço para
carga de máquina de lavar, ponto de água para lavagem do ambiente, pisos e paredes
laváveis, interfone ou similar e visores.
Na área limpa é realizado o processo de centrifugação, calandragem, secagem e
armazenamento da roupa.
A fim de se prevenir a infecção hospitalar e também a disseminação do vírus da
influenza, para os profissionais envolvidos na assistência, bem como do pessoal que
trabalha na lavanderia e pacientes devem ser adotadas medidas de controle em todas as
fases do processamento de roupa hospitalar.

Unidade de internação - coleta e transporte


− Após a retirada do leito do paciente, a roupa precisa ser imediatamente colocada em
saco plástico, onde deve permanecer até a sua chegada à lavanderia. A roupa deve
ser ensacada no local onde foi utilizada (CDC).
− Na retirada da roupa não deve haver agitação, nem separação e recomenda-se
transportar a roupa dobrada ou enrolada a partir da área de maior sujidade.
− Os sacos plásticos utilizados para a coleta das roupas são de uso único, e estes
devem apresentar uma qualidade suficiente para suportar o peso da roupa, inclusive
se esta estiver molhada ou úmida, prevenindo o vazamento de líquidos.
− Os sacos deverão ser fechados de forma a impedir a sua abertura durante o
transporte; deve-se ter cuidado para que não exceda sua capacidade.
− A coleta deve ser realizada em horário preestabelecido e a roupa suja deve
permanecer o menor tempo possível na unidade.
− Para a operação de coleta, o servidor deverá estar adequadamente paramentado com
luvas de cano longo de borracha, óculos, máscara e avental impermeável. (Oliveira
AC. infecções hospitalares).
− O percurso e o elevador usados na remoção dos sacos de roupa suja não devem ser
utilizados simultaneamente por carro de roupa limpa ou de comida, ou seja, deve-se
evitar o cruzamento de fluxo.
− Os carros utilizados para transporte de roupa suja devem ser exclusivos e fechados
garantindo a segurança para o funcionário e ambiente, além disso, devem estar
nitidamente identificados com o nome da unidade e a data da coleta.

112 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


− Os carros de transporte de roupa suja devem ter identificação para diferenciá-los dos
carros usados para o transporte de roupa limpa, a fim de se evitar uma troca acidental.
− Todos os locais e carros usados no processamento devem ser diariamente lavados e
desinfetados com produtos germicidas

Área suja - recepção


− As roupas provenientes das enfermarias de isolamento para pacientes com influenza
suspeita ou confirmada não devem ser separadas ou pesadas, sendo colocadas
diretamente na máquina de lavagem. Este procedimento evita o manuseio de roupas
que possam conter secreções contaminadas. (Torres e Lisboa).
− Os funcionários responsáveis pela recepção da roupa suja devem utilizar EPI
adequado, a fim de se proteger do contato com a roupa suja, ou seja, avental
impermeável, luvas de borracha, gorro, botas de borracha, máscaras e óculos de
proteção.
− Os funcionários responsáveis pela recepção da roupa suja devem ser exclusivos para
essa área.

Área suja - lavagem


O processo de lavagem da roupa consiste na eliminação da sujeira fixada na
roupa, deixando-a com aspecto e cheiro agradáveis, nível bacteriológico reduzido ao
mínimo e confortável para o uso. Reduz em média até 99% o risco de contaminação
biológica da roupa, através da ação mecânica da água, temperatura, alteração de PH, e
química dos alvejantes e amaciantes (Fernandes). Os princípios associados ao processo
de lavagem são de ordem física (mecânica, temperatura e tempo) e de ordem química
(detergência, alvejamento, amaciamento e desinfecção).
Não existe um único processo de lavagem para toda a roupa do hospital, o ciclo a
ser empregado depende do grau de sujidade, do tipo de tecido da roupa, assim como do
tipo de equipamento da lavanderia e dos produtos utilizados.

Área limpa
A finalidade dessa área é o processamento de roupa limpa até que ela seja
entregue ao setor de origem.
− Não devem existir correntes de ar entre as áreas suja e limpa.
− Esta área deve ter local para armazenamento da roupa processada, ou seja, armários
específicos para esse fim.
113 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
− É fundamental que os funcionários desta área não entrem em contato com os outros
que estão trabalhando na área suja.
− Os funcionários da área limpa devem usar uniformes específicos para esta área.
− Os cuidados que os funcionários devem ter, incluem a freqüente lavagem das mãos,
principalmente ao manipularem a roupa na calandra, na dobradura e na guarda
(Fernandes 2000).
− Devolver a roupa para reprocessamento em quaisquer dúvidas quanto a sua
aparência e limpeza, ao cair no chão, etc.
− Os funcionários que tiverem lesões de pele, diarréia ou infecções respiratórias deverão
ser afastados do serviço até completa melhora. (Fernandes, 2000).
− As roupas que necessitaram de conserto deverão ser lavadas novamente antes do
uso.
− A roupa limpa deve ser transportada de forma a evitar a recontaminação, através de
carro vedado, não permitindo entrada de poeira durante o transporte.

Outras medidas
− O pessoal do serviço de lavanderia deve usar uniformes lavados na própria lavanderia.
− Uma das medidas de controle da transmissão da influenza na área do processamento
de roupa é o conhecimento, pelo pessoal, da relação existente entre a roupa, os
microrganismos e a doença.
− Apesar de que as maiores evidências relacionam os riscos de transmissão de
infecções para os funcionários através do contato da pele com as roupas
contaminadas (Konkewicz), as outras formas de transmissão não podem ser
negligenciadas, como a transmissão pelo ar ou pelo espirro de secreções em mucosas
(olhos, boca, etc.), daí a importância de máscaras e óculos de proteção.
− A freqüente lavagem de mãos pelo pessoal que manuseia roupa suja também é
essencial para a prevenção das infecções (Konkewicz).
− Após a execução do processamento de roupa na área suja, o local deve ser lavado e
desinfetado.
− Os trabalhadores, ao término do trabalho, não deverão sair do local sem tomar banho
de chuveiro e trocar de roupa. (Oliveira AC- Infecções hospitalares).
− Na unidade de internação, durante o armazenamento, deve-se evitar a
recontaminação da roupa limpa, isolando-a dos locais da roupa suja.

114 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


− O local para estoque da roupa limpa deve estar protegido de intensa circulação de ar,
em salas limpas e fechadas. Os armários para estoque da roupa limpa devem ser
fechados, não permitindo entrada de poeira e insetos.

V - Tratamento de Resíduos
− Segundo a RDC, nº 306, de 07 de dezembro de 2004, que dispõe sobre o
Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde
(disponível em http://e-legis.bvs.br/leisref/public/home.php), em caso de pandemia por
nova cepa de influenza, resíduos provenientes (da atenção) da assistência a pacientes
com infecção suspeita ou confirmada devem ser enquadrados na categoria A1. Esta
categoria engloba, entre outros tipos de resíduos, aqueles resultantes da atenção à
saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação biológica
por agentes Classe de Risco 4, microrganismos com relevância epidemiológica e risco
de disseminação ou causador de doença emergente que se torne
epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja
desconhecido. Devem ser submetidos a tratamento antes da disposição final.
− Segundo esta legislação, o resíduo procedente da atenção a pacientes com influenza
suspeita ou confirmada (nova cepa) deve ser tratado de acordo com as seguintes
determinações:
1) A manipulação em ambiente laboratorial de pesquisa, ensino ou assistência deve
seguir as orientações contidas na publicação do Ministério da Saúde - Diretrizes Gerais
para o Trabalho em Contenção com Material Biológico.
2) Devem ser acondicionados em saco vermelho, que devem ser substituídos quando
atingirem 2/3 de sua capacidade ou pelo menos 1 vez a cada 24 horas.
3) Sobre o acondicionamento:
− Consiste no ato de embalar os resíduos segregados, em sacos ou recipientes que
evitem vazamentos e resistam às ações de punctura e ruptura. A capacidade dos
recipientes de acondicionamento deve ser compatível com a geração diária de
cada tipo de resíduo.
− Os resíduos sólidos devem ser acondicionados em saco constituído de material
resistente a ruptura e vazamento, impermeável, baseado na NBR 9191/2000 da
ABNT, respeitados os limites de peso de cada saco, sendo proibido o seu
esvaziamento ou reaproveitamento.

115 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


− Os sacos devem estar contidos em recipientes de material lavável, resistente à
punctura, ruptura e vazamento, com tampa provida de sistema de abertura sem
contato manual, com cantos arredondados e ser resistente ao tombamento.
− Os resíduos líquidos devem ser acondicionados em recipientes constituídos de
material compatível com o líquido armazenado, resistentes, rígidos e estanques,
com tampa rosqueada e vedante.
4) Sobre a identificação:
− Consiste no conjunto de medidas que permite o reconhecimento dos resíduos
contidos nos sacos e recipientes, fornecendo informações ao correto manejo dos
resíduos gerados nos serviços de saúde (RSS).
− A identificação deve estar aposta nos sacos de acondicionamento, nos recipientes
de coleta interna e externa, nos recipientes de transporte interno e externo, e nos
locais de armazenamento, em local de fácil visualização, de forma indelével,
utilizando-se símbolos, cores e frases, atendendo aos parâmetros referenciados na
norma NBR 7.500 da ABNT, além de outras exigências relacionadas à identificação
de conteúdo e ao risco específico de cada grupo de resíduos.
− A identificação dos sacos de armazenamento e dos recipientes de transporte
poderá ser feita por adesivos, desde que seja garantida a resistência destes aos
processos normais de manuseio dos sacos e recipientes.
− O Grupo A é identificado pelo símbolo de substância infectante constante na NBR-
7500 da ABNT, com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos.

5) Devem ser submetidos a tratamento utilizando-se processo físico ou outros


processos que vierem a ser validados para a obtenção de redução ou eliminação da
carga microbiana, em equipamento compatível com Nível III de Inativação Microbiana:
Nível III de Inativação Microbiana: inativação de bactérias vegetativas, fungos, vírus
lipofílicos e hidrofílicos, parasitas e micobactérias com redução igual ou maior que
6Log10, e inativação de esporos do B. stearothermophilus ou de esporos do B. subtilis
com redução igual ou maior que 4Log10.

6) Após o tratamento, devem ser acondicionados da seguinte forma:


a) Se não houver descaracterização física das estruturas, devem ser acondicionados em
saco branco leitoso (conforme descrito no item 3), que deve ser substituído quando
atingirem 2/3 de sua capacidade ou pelo menos 1 vez a cada 24 horas e identificado
conforme item 4.
116 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
b) Quando houver descaracterização física das estruturas, podem ser acondicionados
como resíduos do Grupo D. Neste caso:
− Devem ser acondicionados de acordo com as orientações dos serviços locais de
limpeza urbana, utilizando-se sacos impermeáveis, contidos em recipientes.
− Devem ser identificados da seguinte forma:
− Para os resíduos do Grupo D, destinados à reciclagem ou reutilização, a
identificação deve ser feita nos recipientes e nos abrigos de guarda de recipientes,
usando código de cores e suas correspondentes nomeações, baseadas na
Resolução CONAMA nº. 275/2001, e símbolos de tipo de material reciclável:
I - azul - PAPÉIS
II- amarelo - METAIS
III - verde - VIDROS
IV - vermelho - PLÁSTICOS
V - marrom - RESÍDUOS ORGÂNICOS
− Para os demais resíduos do Grupo D deve ser utilizada a cor cinza nos recipientes.
− Caso não exista processo de segregação para reciclagem, não existe exigência
para a padronização de cor destes recipientes.
− São admissíveis outras formas de segregação, acondicionamento e identificação
dos recipientes destes resíduos para fins de reciclagem, de acordo com as
características específicas das rotinas de cada serviço, devendo estar
contempladas no Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde
(PGRSS).

− Profissionais de limpeza devem utilizar EPI adequado e adotar medidas de


precaução e isolamento, conforme orientado nos itens A a E.
− Um recipiente único é usualmente adequado, desde que o resíduo possa ser
colocado no recipiente sem contaminação da face externa. Se isso não for
possível, a utilização de dois recipientes é necessária.
− Resíduos líquidos como urina e fezes podem ser adequadamente descartados pelo
sistema de esgoto, se o local possuir um sistema de esgoto adequado.

VI - Orientações sobre Infra-Estrutura Física das Unidades de Isolamento

Considerando o mesmo raciocínio para adoção de medidas de precaução e


isolamento, a incerteza quanto às possíveis formas de transmissão de uma nova cepa de
117 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
influenza entre humanos, faz-se prudente a indicação da utilização de unidades de
isolamento respiratório para os casos suspeitos da infecção. Abaixo são apresentadas
orientações gerais para implantação do sistema de circulação de ar e para o projeto físico
das unidades de isolamento. Muitas destas orientações foram retiradas da “Nota Técnica
– Ações de Engenharia em Saúde Pública para o atendimento de casos de Síndrome
Respiratória Aguda Grave – SRAG”, documento elaborado pela SVS/MS e FUNASA na
época da ameaça de entrada da SRAG no Brasil. Estas orientações estão de acordo com
as regulamentações da ANVISA.

A) Orientações Gerais para Implantação do Sistema de Circulação de Ar nas


Unidades de Isolamento.
Em virtude do risco de alta transmissibilidade de uma nova cepa de influenza,
particularmente em ambiente hospitalar, sempre que possível, é recomendado que as
unidades de isolamento sejam dotadas de um sistema de circulação que impeça que o ar
contaminado seja disseminado em outros ambientes, como também no meio externo.
A solução discutida para esta circulação é a utilização de sistema de exaustão,
ocasionando um gradiente de pressão negativa, no ambiente.
Para que se consiga manter uma pressão negativa dentro da unidade de
isolamento, é necessário que seja instalado um sistema que faça uma troca do ar em
intervalos constantes. Isto é feito através da implantação de um sistema de exaustão,
dotado de 3 estágios de filtragem { G3 + F7 + A3 (HEPA-High Efficiency Particulate Air) },
que permite captar o contaminante no local onde é gerado e lançá-lo no meio externo,
após filtragem com altas eficiências.
Para que este processo seja eficiente, é imprescindível que na unidade de
isolamento (seja no quarto propriamente dito ou no seu banheiro privativo), as janelas e
aberturas para o meio externo sejam vedadas, evitando que o ar contaminado propague-
se no meio externo sem a necessária filtragem.

Exaustão
Para o controle da qualidade do ar interior foi adotado conceito de eficácia
comprovada, com filtro tipo HEPA na exaustão do ar da unidade de isolamento. O sistema
de exaustão deve ser adequadamente dimensionado, por profissional especializado, de
modo a prover, no mínimo, 12 trocas de ar por hora, e em conformidade com a NBR
7256: 2005 da ABNT. O fluxo de ar somente é permitido da área “limpa” para a área
“suja”. Para tanto, o equipamento deverá ser preferencialmente instalado em posição
118 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
contrária à porta de acesso ao isolamento, de modo que se consiga manter o fluxo de ar
partindo do acesso atravessando o quarto, acesso do banheiro, para em seguida ser
filtrado (G3 + F7 + A3) e exaurido.
O ar exaurido não poderá retornar a outros ambientes do hospital, sendo
necessário que após filtragem adequada, seja expelido ao meio externo. Caso as
unidades estejam implantadas em pavimentos térreos, este ar não poderá ser lançado em
áreas com fluxo de pessoas, tais como: pátios, calçadas e outras áreas públicas,
estabelecendo-se a distância mínima de 80m de tomadas de ar para sistemas de
ventilação e/ou climatização. Havendo a necessidade de instalação de dutos de ar, estes
deverão ser unidos por meio de juntas flangeadas, à prova de vazamentos. As dobras,
conexões e acessórios dos dutos também deverão ser estanques.
O equipamento de exaustão deve ser, preferencialmente, fixado na alvenaria,
evitando sua instalação em esquadrias ou outras superfícies passíveis de vibração. A
vibração e o nível de ruído gerado não devem exceder 35dB, o que pode gerar incômodo
ao paciente. O sistema deverá observar os níveis de ruídos estabelecidos pela NBR
7256:2005 da ABNT.

Filtragem
A instalação de filtros HEPA no sistema de exaustão tem por finalidade eliminar
contaminantes biológicos do ar exaurido. A vida útil deste filtro varia conforme as
características do ar filtrado. A inspeção deve ser realizada, periodicamente, através de
processos específicos. O filtro deverá ser substituído sempre que a pressão diferencial do
fluxo de ar que o atravessa atinja 45mmca ou após 18 meses de uso, ainda que a
pressão diferencial seja inferior a 45mmca.
A troca destes filtros exige procedimentos especiais, por se tratar de um meio
altamente contaminado, classificado como resíduo do grupo A1, segundo a Resolução
RDC nº 306, ANVISA – Ministério da Saúde, 2004. Neste processo, o funcionário
responsável deverá estar devidamente paramentado, utilizando os EPI específicos, tais
como: máscara N95, óculos, luvas e capote. O filtro deverá ser retirado lacrado e
colocado em embalagem apropriada, sendo posteriormente remetido para o processo de
inativação microbiana nível III, dentro da unidade.
Outro método mais seguro para realização deste procedimento é a utilização de
filtro já envolto em camada plástica, isolando-o hermeticamente do meio ambiente. Este
sistema é conhecido como “bag-in bag-out”.

119 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Manutenção
O serviço de saúde deverá dispor de técnicos treinados especificamente para a
manutenção dos sistemas de climatização dos quartos de isolamento, observando-se os
critérios da Portaria do Ministério da Saúde GM/MS nº 3.523, de 28/08/98.

Estes técnicos deverão ser orientados a respeito dos riscos potenciais provenientes
do manuseio dos equipamentos e materiais destas unidades de isolamento e alertados
para a necessidade de uso adequado de EPI.

Controle de Temperatura
O controle de temperatura poderá ser adotado suplementarmente, a depender das
condições climáticas do local do serviço de saúde, visando garantir condições mínimas de
conforto ao paciente e corpo funcional da unidade. O insuflamento do ar-condicionado no
ambiente deve ser projetado de modo a não interferir no fluxo de ar desejado. Não é
recomendável a instalação de “aparelhos de janela” e os do tipo “air split”, uma vez que
estes aparelhos não possuem a capacidade de filtrar o ar adequadamente, sendo
passíveis de acúmulo de contaminantes em seu interior.
É essencial também que não haja recirculação do ar ambiente, a não ser que o
condicionador de ar atenda exclusivamente ao quarto de isolamento e que o ar de retorno
para esse condicionador passe por filtragem HEPA. Neste caso, o insuflamento e retorno
devem obrigatoriamente ser feitos por meio de dutos estanques.
No caso de sistema central de ar-condicionado, o ar proveniente das unidades de
isolamento não poderá, em qualquer hipótese, retornar ao sistema, devendo este ser
completamente exaurido para o ambiente, após filtragem HEPA.
Este sistema deve considerar a carga térmica gerada no processo de exaustão e
troca de ar (12 trocas por hora), e as características ambientais locais.

Gerador de Energia Elétrica


Considerando a contaminação do ambiente de isolamento, a vedação das janelas e
a utilização do sistema de exaustão mecânica, é recomendável a interligação com o
gerador de energia de emergência, com capacidade compatível com a demanda, a ser
acionado, automaticamente, quando da interrupção do fornecimento normal de energia
elétrica.

120 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


B) Orientações Gerais no Projeto Físico das Unidades de Isolamento
As unidades de isolamento devem prever barreiras físicas, que restrinjam o acesso
de pessoas não autorizadas. A implantação de uma antecâmara, com área mínima de
1,80 m2, é recomendável para que esta premissa seja alcançada. Esta antecâmara deve
servir como local para paramentação dos profissionais envolvidos na assistência ao
paciente, devendo ser previsto mobiliário para guarda de EPI e roupa limpa, depósito de
roupa suja e lavatório com torneira acionada sem contato manual, quando do fechamento
da água.
O quarto de isolamento, conforme estabelecido na RDC 50, deverá apresentar área
mínima de 10m2, com um banheiro privativo, composto por lavatório, chuveiro e vaso
sanitário, para uso exclusivo do paciente. Deve ser previsto lavatório, com torneira
acionada sem contato manual, quando do fechamento da água, dentro do quarto, próximo
à saída, para uso dos profissionais de saúde envolvidos no acompanhamento do
paciente. A lavagem das mãos deve ser realizada antes da saída do quarto, onde é
necessário se prever um recipiente para descarte das luvas.
É recomendável que seja locado apenas um leito em cada quarto.

Acessos
A restrição de acesso a este ambiente faz surgir a necessidade de instalação de
uma antecâmara. Por se tratar de um ambiente contaminado, é recomendável que seja
previsto um sistema de intertravamento das portas, um equipamento eletrônico que
impossibilita a abertura da porta da antecâmara e do quarto de isolamento ao mesmo
tempo, onde uma só é aberta quando a outra está fechada, evitando assim uma possível
contaminação nos ambientes próximos.
Outra solução é a instalação de molas nas portas, processo que fecharia a porta da
antecâmara, antes de ser aberta a do quarto. A segunda opção, estaria condicionada à
uma rígida definição de procedimentos a serem adotados pelo estabelecimento.
É recomendável a instalação de visores nas portas da ante câmara e do quarto,
com a finalidade de garantir maior controle nestes ambientes e facilitar o
acompanhamento do paciente, reduzindo o número de entradas no quarto de isolamento.
Na porta que dá acesso ao quarto de isolamento é recomendável a instalação de
grelhas, de modo a facilitar o processo de exaustão neste ambiente.

121 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Esquadrias
Considerando a exigência do sistema de exaustão, as janelas e aberturas para o
meio externo devem estar vedadas, com selante não retrátil, evitando que o ar
contaminado se propague no meio externo sem ter passado pelo sistema de filtragem
especial.

Layout do Ambiente
O controle do fluxo de ar é o principal sistema das unidades de isolamento. Em
virtude deste fato, os leitos devem ser dispostos de forma que o fluxo de ar seja filtrado e
exaurido rapidamente após contato com o paciente. Este cuidado fará com que haja uma
diminuição de agentes contaminantes dentro do quarto de isolamento.
É recomendável que o leito seja disposto de forma longitudinal, tendo em um
extremo a porta de acesso ao quarto e em outro a grelha do sistema de exaustão,
atendendo as seguintes distâncias mínimas: cabeceira = inexistente; pé do leito = 1,20 m;
laterais = 1,00 m.
É importante salientar, que o atendimento a estes pacientes deve ser realizado de
forma que o profissional de saúde, não esteja posicionado entre o leito e a grelha do
sistema de exaustão, o que levaria a um contato com o fluxo de ar contaminado.

Revestimentos, Pisos e Tetos


Os materiais de revestimento de paredes, pisos e tetos devem ser resistentes à
lavagem e ao uso dos desinfetantes preconizados pela FUNASA. Os requisitos de
limpeza destas superfícies devem seguir as normas preconizadas no manual.
Processamento de Artigos e Superfície em Estabelecimentos de Saúde 2a edição,
Ministério da Saúde/Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar. Brasília-DF, 1994,
ou que venha a substituí-lo.

122 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Anexo 5
Eficácia da vacina contra Influenza

Em adultos saudáveis, a detecção de anticorpos protetores se dá entre uma e duas


semanas após a vacinação. O pico máximo de anticorpos ocorre após 4 a 6 semanas.
Para que se obtenha maior êxito com o uso da vacina, se faz necessário realizar a
vacinação no período que antecede a maior circulação viral provocando a coincidência
entre o pico máximo da resposta imunológica (formação de anticorpos) e o pico máximo
da circulação do vírus influenza (inverno). É importante observar que a vacina não previne
a doença em 100% dos indivíduos vacinados (ou seja, alguns vacinados contrairão a
influenza, mesmo tendo sido vacinados). E muitos indivíduos podem contrair a doença por
outras cepas e outros vírus respiratórios podendo passar uma falsa impressão de que a
vacina não deu resposta. No entanto, a maior importância da vacina está em poder
reduzir o risco das sérias complicações advindas da influenza, como as pneumonias e,
principalmente, os óbitos. Esta, portanto, se constitui no maior objetivo da vacinação para
a população idosa (Brasil, 2005).
A proteção proporcionada pela vacina encontra-se entre 67% a 92% das pessoas
saudáveis com idade menor que 65 anos, dependendo da semelhança entre as cepas
contidas na vacina e o vírus selvagem circulante. A efetividade da vacina contra influenza
depende principalmente da idade e imunocompetência do receptor da vacina. A maioria
das crianças e adultos jovens vacinados desenvolvem altos títulos pós vacinação de
anticorpos inibidores da hemaglutinação (La Montagne, 1983 e Oxford, 1979). Mesmo
quando eventualmente a vacina não apresente proteção máxima na prevenção, fato que
tem sido observado entre idosos institucionalizados, vários estudos demonstram seu
impacto na redução de freqüência do número de complicações, hospitalizações e óbitos.
Alguns estudos também têm demonstrado que a vacinação de crianças resulta
na diminuição da incidência de otite média, bem como do consumo de antibióticos
(Clements, 1995 e Heikkinen, 1991). Com o surgimento de novos estudos demonstrando
os benefícios da vacinação universal, a imunização em crianças sadias de baixa idade
vem aumentando progressivamente e alguns países vem utilizando mais a vacina
(Izurieta, 2000, CDC, 1997 e Mclntosh, 2000). No entanto, hoje ela só está licenciada
para crianças acima de seis meses. Em idosos e portadores de doenças crônicas,
normalmente há uma menor indução dos níveis de anticorpos. Porém, ainda assim a
vacina oferece proteção importante frente a complicações (entre 30% e 70%) (Neuzil,
2000 e Murphy, 1996). Em indivíduos institucionalizados, a proteção contra
123 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
hospitalização e pneumonia situa-se entre 50% e 60% (Nichol, 1998), sendo maior frente
à ocorrência de óbitos (80%) (Toniolo Neto, 2001).

Anexo 6

Composição da vacina contra influenza no Brasil, 1999 a 2005

1999 A/Sydney/5/97 (H3N2)


A/Beijing/262/95 (H1N1)
B/Beijing/184/93

2000 A/sydney/5/97 (H3N2)


A/New Caledonia/20/99 (H1N1)
B/Beijing/184/93

2001 A/Moscow/10/99 (H3N2)


A/New Caledonia/20/99 (H1N1)
B/Sischuan/379/99

2002 A/Panamá/2007/99-Resvir-17 (H3N2)


A/New Caledonia/20/99-IVR-116 (H1N1)
B/johannesburg/5/99

2003 A/Moscow/10/99 (H3N2)


A/New Caledonia/20/99 (H1N1) - like
B/Hong Kong/330/2001 - like

2004 A/New Caledonia/20/99 (H1N1) - like


A/Fujian/411/2002 9H3N2) - like
B/Hong Kong/330/2001 - like

2005 A/New Caledonia/20/99 (H1N1)


A/Wellington/2004 (H3N2)
B/Shangahai/361/2002

Fonte: CGPNI/DEVEP/SVS/MS

124 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Anexo 7

Câmaras Frias para Armazenamento de Imunobiológicos do PNI (Atualizada em 08/09/2005)

2
3 1 Número de doses
Capacidade (m )
Concluída Observação
Localização Temperatura
Câmara Câmara Temperatura (-)
(+)
positiva negativa
Sem previsão e construção
1 AC - - Não 67.011 48.686 das câmaras acondicionam
em geladeiras.
Construção das câmaras
2 AL 15,2 Não possui 2005 333.000 165.157
concluída
Construção em andamento,
previsão de inauguração até
3 AP 7,2 Não possui Não 56.806 39.567
Dez de 2005. Usam
contêiner
Câmara antiga concluída.
4 AM - - Não 315.163 225.074
Câmara nova dez de 2006.
5 BA - - 1999 1.257.558 723.508 -
Câmara em teste.
6 CE 16,8 8,8 2005 599.267 344.298 Inauguração prevista para
dez de 2005.
Câmara concluída e
7 DF 11,2 Não possui 2003 168.492 125.608
funcionando
Câmara em teste. Previsão
8 ES 10,4 Não possui Sim 252.759 168.417
para dez de 2005.
Falta licitação para
construção da câmara.
9 GO 16,0 8,0 Não 509.168 333.083
Previsão até julho de 2006.
Usam contêiner
Construção em andamento,
10 MA 15,2 6,4 Não 438.890 362.333 usam contêiner. Previsão até
julho de 2006.
11 MG 36,8 16,0 2005 1.550.644 979.810 Concluída
12 MS 10,0 Não possui 2003 212.758 115.337 Concluída
13 MT 10,7 Não possui 2005 271.478 174.947 Concluída e em atividade
14 PA - - 2001 691.728 275.059 Concluída
15 PB - - 1996 259.946 170.739 Concluída
Construção em andamento
15 PE 14,3 5,0 Não 758.890 461.282
p/ dez /2005
Em licitação, previsão
16 PI 10,0 Não possui Não 233.458 147.833
jul/2006 usam contêiner
17 PR - - 1997 644.616 632.230 Concluída
Conclusão dez/2006, usam
18 RJ - - Não 1.007.448 532.200
câmara pequena
Construção em andamento
19 RN 7,9 Não possui Não 200.529 127.292
conclusão dez/2006
Conclusão dez/2006, usam
20 RO - - Não 166.791 104.016
contêiner
Construção em andamento
21 RR 6,5 Não possui Não 97.166 78.268
conclusão jul/2006
Const. para julho 2006,
22 RS - - Não 687.351 466.813
usam câmara pequena
Licitação em andamento,
23 SC 16,4 7,1 Não 269.037 273.782 usam contêiner conclusão
jul/2006
24 SE 8,6 Não possui 2003 159.372 109.954 Concluída
Construção em andamento
25 SP município - - Não - -
p/ jul 2006
26 SP estado 23,6 9,3 2003 2.842.904 1.705.570 Concluída
27 TO - - 2001 137.802 115.643 Concluída
28 CENADI 4.250 2.335 1996/1999 161.610.400 82.500.00 Concluída
(1) Nas UFs onde não constam os volumes das câmaras significa dizer que: ainda não foram feitos estudos de capacidade pelo MS ou
a UF construiu as câmaras por conta própria.
(2) Número de doses dos imunobiológicos distribuídos às respectivas UFs durante o ano de 2004.
125 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
Tabela - X DISTRIBUIÇÃO DE GELADEIRAS A ENERGIA SOLAR EM ÁREAS DE DIFÍCIL ACESSO E SEM ENERGIA ELETRICA CONVENCIONAL. BRASIL 2005 A 2008

Nº de Nº de Nº de % de Quantidade Quantidade Quantidade Quantidade Quantidade


UF
Municípios Localidades Localidades Localidades geladeira geladeira 2005 (Ano geladeira 2006 (Ano geladeira 2007 (Ano geladeira 2008 (Ano
AC 10 14 8 57 8 2 1 2 3
AM 32 67 36 54 36 4 6 11 15
AP 3 3 2 67 2 1 0 0 1
MA 7 7 4 57 4 1 1 1 1
MT 7 9 5 56 5 1 1 1 2
PA 11 17 9 53 9 2 2 2 3
RO 9 11 6 55 6 1 1 2 2
RR 8 19 10 53 10 1 2 3 4
TOTAL 87 147 80 54 80 13 14 22 31
TOTAL (R$) R$ 1.401.840,00 R$227.800,00 R$247.233,00 R$388.607,00 R$536.543,00
TOTAL (R$)
Fonte:

Valor unitário médio do equipamento: R$ 17.523,00


Valor unitário médio do equipamento: R$ 17.523,01
Valor médio para capacitação (2 treinandos/estado)

1. Acrescentar valores
2. Definir "áreas de difícil acesso"
3. Ressaltar a necessidade das geladeiras para estas áreas
4. Informar quando em área indígenas
5. Acrescentar valores para treinamento em refrigeração fotovoltaica
6. Acrescentar valores para publicação do manual de manutenção das GFV.
7. Acrescentar dados populacionais (,faixa etária, indígena e não indígena)
8. Informar a fonte dos recursos
9. Informar distâncias entre a localidade e a capital
10.

Para efeito das ações de vacinação, foi considerado como definição para “localidades de difícil acesso”
aquelas onde se verifica pelo menos uma das seguintes realidades:
1. O deslocamento até essas áreas não é possível por meio de rodovia ou outras vias terrestres,
tendo-se que se fazer uso de embarcações ou percorrer longos trechos a pé.
2. O deslocamento somente é possível por via aérea.
3. Dentro do mesmo estado, o deslocamento até essas áreas leva, em média, 7 horas ou mais.
A escolha destas áreas também levou em conta a dificuldade de comunicação, além do fato de que, para
estes locais, dentro dos próximos 4 (quatro) anos, não se está prevista a chegada de energia elétrica
convencional.

126 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Anexo 8
Manejo Clínico de Pacientes com Infecção por Vírus Influenza

A recente disseminação de cepas de influenza aviária altamente patogênica tem


colocado a comunidade científica em alerta para uma possível e provável chegada da
pandemia da influenza. Vale lembrar alguns cenários que nos possibilitem pensar, tomar
os cuidados de atendimento necessário para qualquer doença desconhecida, avaliar o
diagnóstico diferencial e melhor conduzir a situação diante de um possível caso de
influenza aviária transmitida para o homem.
Somente o vírus da influenza A esteve até hoje associado a pandemias, embora
nos períodos interpandêmicos as epidemias possam ser atribuídas aos vírus A e B.
Até o momento não existe evidência de transmissão eficiente do vírus aviário
de um ser humano para outro ser humano.

Infecção humana por Influenza (não H5 N1)


A gripe ou influenza é uma doença respiratória aguda, contagiosa causada pelos
vírus do tipo Influenza. É transmitida de pessoa para pessoa por meio da inalação de
gotículas da tosse e do espirro, por contato, e eventualmente até tocando algum objeto
com vírus e depois tocando a boca ou o nariz, por auto-inoculação no trato respiratório
superior ou mucosa da conjuntiva. A transmissibilidade pode ocorrer antes mesmo do
indivíduo apresentar os primeiros sintomas, até cerca de 7 dias de doença.
Na maioria das vezes a infecção é benigna e auto limitada, porém em idosos e em
crianças muito novas, e na presença de fatores de risco associados e comorbidades, o
quadro pode evoluir de forma grave.

Apresentação clínica: O espectro clínico do vírus da Influenza é amplo e varia desde


infecção assintomática até infecção letal. Em geral os sintomas surgem subitamente, após
1 a 4 dias de incubação (com média de 2 dias ), e caracteriza-se por:

• Estado febril agudo (tax ≥ 38°C), que pode durar até 7 dias, calafrios,
cefaléia, prostração, tosse, odinofagia, congestão nasal e coriza, mialgia,
artralgia.
• diarréia e vômitos podem ocorrer, mas são mais freqüentes em crianças.
A evolução da infecção por influenza não pandêmica tem curso usualmente
benigno com desaparecimento da febre em média em 3 dias podendo se estender até
127 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
uma semana. Por sua vez, os sintomas respiratórios associados podem persistir por 1 a 2
semanas, e até 6 semanas em pacientes imunodeprimidos. Eventualmente a febre pode
ter evolução bifásica, mas nestes casos a etiologia bacteriana secundária deve ser
afastada.

As complicações mais comuns são:

• sinusite
• infecção no ouvido
• pneumonia viral ou causada por bactérias
• desidratação
• piora das doenças crônicas do tipo insuficiência cardíaca, asma ou diabetes
• pneumonia primária por influenza, que ocorre predominantemente em pessoas
com doenças cardiovasculares (especialmente doença reumática com estenose
mitral) ou em mulheres grávidas

As manifestações da pneumonia viral são: febre de progressão rápida, tosse,


dispnéia, hipoxemia e cianose. A ausculta pulmonar e a radiografia de tórax revelam
comprometimento bilateral consistente com edema de pulmão, mas sem consolidação.
Não há achados patognomônicos. Esses pacientes têm uma evolução ruim que
independe da utilização de antibióticos. As análises dos gases sanguíneos mostram
hipoxemia progressiva e, apesar do suporte ventilatório artificial a letalidade é alta. Os
achados de autópsia mostram traqueíte, bronquite, pneumonia hemorrágica difusa, a
presença de membrana hialina nos ductos e alvéolos e pobreza de células inflamatórias
intra-alveolares. Uma forma mais branda de pneumonia viral é observada em lactentes e
é usualmente causada por outros vírus respiratórios como vírus sincicial e parainfluenza.

As Infecções Bacterianas são as complicações mais comuns da infecção por


Influenza e são comuns em crianças e em idosos, principalmente em indivíduos
portadores de comorbidades ou que possuem fatores de risco. As bactérias mais
freqüentemente envolvidas, sobretudo em pneumonias secundárias são o Streptococcus
pneumoniae, o Haemophilus influenzae, o Staphylococcus aureus, embora tenha sido
observado o aumento da ocorrencia de Mycoplasma e Chlamydia na etiologia de
pneumonias em lactentes. A conduta frente à pneumonia bacteriana secundária está
detalhada no Anexo 8. A.

128 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Diagnóstico laboratorial
O diagnóstico laboratorial da Influenza consiste na detecção de vírus respiratórios
por Imunofluorescência direta, pesquisada nos espécimes respiratórios, pela técnica de
PCR ou pela inoculação em culturas celulares (Anexo 2).

Diagnóstico diferencial
Várias doenças podem causar sintomas parecidos incluindo o resfriado comum,
causado por outros tipos de vírus.
Os vírus são responsáveis por aproximadamente 8% das pneumonias
comprovadas radiologicamente em adultos hospitalizados e por cerca de 49% em
crianças hospitalizadas. Como somente poucos pacientes com sintomas de doença viral
são radiografados, isto contribui para subestimar a verdadeira incidência de pneumonia
viral. O surgimento da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (SIDA) e o aumento do
número de pacientes submetidos a transplantes, ambos sujeitos a infecções oportunistas
virais, têm enfatizado o importante papel que as viroses ocupam entre as doenças
respiratórias.
As síndromes respiratórias agudas de origem viral têm como principais agentes os
vírus: influenza A e B; sincicial respiratório; adenovirus e parainfluenza tipos 1 e 2. No
Quadro 1 descrevemos os principais agentes e as síndromes clínicas nas quais eles
estão mais freqüentemente implicados.

Quadro 1 – Infecções respiratórias virais e síndromes clínicas

Síndrome Agentes Quadro clínico

Rinovírus,
Rinite viral Adenovírus,Coronavírus, Cefaléia, congestão nasal,
(resfriado comum) Influenza, Parainfluenza, mal-estar, dor no corpo,
VSR febre baixa ou não
Rinovírus,Influenza, Dor localizada no
Faringite Coronavírus e VSR Orofaringe
Influenza, Adenovírus, Febre, tosse seca
Laringo Traqueobronquite Parainfluenza, VSR persistente e rouquidão
Influenza, Adenovírus, Sintomas sistêmicos como:
Pneumonia Parainfluenza, VSR, febre, mal estar, tosse seca
Sarampo, Varicela e associados a alterações na
Hantavírus ausculta pulmonar e no
exame radiológico do tórax

129 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Outros agentes podem desencadear quadros respiratórios, os quais entram no
diagnóstico diferencial das viroses respiratórias. O Quadro 2 mostra de forma resumida
as principais características destes agentes.

Quadro 2 - Principais características das pneumonias atípicas.

Agente Epidemiologia Quadro Outras Testes


clínico alterações específicos
respiratório

Mycoplasma –10-35% das –miringite –raramente –cultura (10 dias)


pneumoniae pneumonias bolhosa pode causar –sorologia –
em pacientes – faringite hemólise aumento de 4 x ou
de ambulatório. – bronquite imuno-induzida > no título de
–Atinge jovens – pneumonia –hepatite anticorpos
e idosos. –eritema fixadores de
–Mais multiforme complemento,
freqüente em –SIHAD entre a fase aguda
grupamentos –miocardite e a convalescença
–Incubação de –meningite Inespecíficos:
14 a 21 dias. asséptica –pesquisa de
– 2%requer –mielite aglutininas frias
hospitalização –S.Guillain- –fator reumatóide
Barré –falso positivo
para Lues

Chlamydia
C.trachomatis –Incubação de –pneumonia – –cultura de cels
7-14 dias econjuntivite esplenomegali Maccoy
em recém- a –IF c/ anticorpo
C.psittacci nascidos –bradicardia marcado
–S. tóxica –sorologia∗
–ornitose, com –PCR
C.pneumoniae –12%das pneumonia
(extra-celular) pneumonias
–5% das –faringite –calafrios
bronquites –sinusite –diarréia
agudas –tonsilite –delírios
–pneumonia

Coxiella burnetti –ocorre em –febre Q –endocardite –sorologia


Parasita intra- área rural –síndrome “flu” –miocardite
celular cujo –pneumonia –pericardite
reservatório
natural são
roedores
130 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
Legionella –cultura BYCE
(Gram neg. 40 –encontrada –hipoxemia –endocardite –sorologia
espécies) em água de – pericardite –
L. pneumophila, nebulizadores, –doença dos – pancreatite Iimunofluorescênci
sorogrupos 1 a toalhas Legionários = –abscesso a direta no escarro
4 quentes e pneumonia cutâneo e tecido
L. bozemanii outras – rabdomiólise (sens.>75%)
L. micdadei –Pode ser –pneumonia de – alterações do –Ag urinário pode
oportunista Pittsburg SNC ser + p/ semanas
Inespecíficos:
–leucocitose
–proteinúria
– ALT, AST,
LDH(>700U/ml)
–Na<130

Nos pacientes HIV positivos, infecções por Mycobacterium tuberculosis,


Pneumocistis cariini, Paracoccidioides brasiliensis, Histoplasma capsulatum e
Citomegalovírus podem ocorrer como primeira manifestação de doença, portanto, essas
infecções também devem estar incluídas nos diagnósticos diferenciais.

Tratamento Antiviral

Duas classes de medicamentos, os inibidores dos canais de íon M2 (Amantadina e


Rimantadina) e os inibidores de neuraminidase (Zanamivir e Oseltamivir) estão
atualmente disponíveis para a prevenção e tratamento da influenza. Os inibidores dos
canais de íon M2 agem inibindo a atividade da proteína M2, necessária para a liberação
do material genético viral dentro das células. Estes medicamentos reduzem a incubação
do vírus e diminuem a duração da doença em aproximadamente um dia se administrados
dentro de 48 horas desde o início da doença. No entanto a redução de complicações, ou
a elaboração de maiores resultados para pacientes hospitalizados ainda não é possível.
A intolerância ou um desenvolvimento rápido de resistência à Amantadina e
Rimantadina são as maiores limitações ao uso destes agentes. A resistência é a conseqüência de
um único ponto de mutação no gene M2 que termina completamente a ligação do medicamento
sem afetar a transmissão para contatos suscetíveis. Tem uma meia-vida relativamente longa e
como a Amantadina depende da função renal de excreção, são necessários ajustes nas dosagens
e supervisão nos casos de insuficiência renal.
Os Inibidores de Neuraminidase (NI), por outro lado, inibem a Molécula de
Neuraminidase (NA), indispensável para a liberação de vírus recém formados das células

131 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


infectadas. Inibidores de Neuraminidase são ativos contra a influenza humana A ( todas
as 9 moléculas NA) e vírus B, e também contra vírus aviário.
Dois medicamentos deste grupo são de uso aprovado para o tratamento de
infecções de Influenza: Zanamivir, o que é aplicado através de aerossol e Oseltamivir,
administrado via oral. O Zanamivir possui uma meia-vida de plasma curta, mas pode ser
encontrado na árvore traqueobrônquica mais de 24 horas após a inalação de uma única
dose. Deve ser utilizado com cuidado pelos pacientes com problemas respiratórios (asma
ou Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) por causa da possibilidade de espasmos
brônquicos, um efeito colateral grave mas não muito freqüente. O Oseltamivir, por outro
lado, requer a redução na dosagem para pacientes com baixo clearance de creatinina)
(<30 mL/min). Intolerância gastrointestinal (que dura geralmente menos de um dia) ocorre
em 5 a 15% dos pacientes tratados com Oseltamivir, mas raramente (<2%) causa a
interrupção do uso do medicamento.
Os Inibidores de Neuraminidase reduzem a duração da doença em
aproximadamente um dia, quando usado dentro de 48 horas desde o início da doença. Apesar de
não existirem estudos que datem a demonstração de melhoras após hospitalizações ou taxas
reduzidas de mortalidade após o tratamento com IN de pacientes com influenza, houve uma
queda no uso de antibióticos para problemas respiratórios e menor ocorrência problemas
secundários como uma bronquite clinicamente diagnosticada e sinusite. Os Inibidores de
Neuraminidase foram aprovados para uso clínico recentemente, portanto, ainda são necessários
maiores estudos para confirmar a segurança e o efeito na prevenção e no tratamento de influenza
em indivíduos de alto risco.
Os Inibidores de Neuraminidase mostraram eficácia para a profilaxia de pós-
exposição e para o tratamento das infecções de influenza.

Profilaxia e Tratamento com Medicamentos Antivirais


O Oseltamivir (Tamiflu®) é a droga preconizada pelo Brasil para tratamento e
profilaxia dos contatos com casos confirmados de Influenza.

Esquema terapêutico para tratamento


A dose recomendada para adultos é de 75 mg, 2 x ao dia, durante 5 dias. Em
crianças a dose é calculada com base no peso corporal, conforme tabela a seguir.

132 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Dose de Oseltamivir em Crianças

Peso/kg Doses recomendadas para 5 dias


15 kg 30 mg 2 x ao dia
15 a 23 kg 45 mg 2 x ao dia
23 a 40 kg 60 mg 2 x ao dia
40 kg 75 mg 2 x ao dia

Esquema terapêutico para profilaxia


• Adultos – dose de 75 mg 1 x ao dia, durante 10 dias.
• Crianças – vide dose abaixo relacionada. O esquema de profilaxia consiste na
metade da dose diária para tratamento, durante 10 dias.
Peso/kg Doses recomendadas para 10 dias
15 kg 30 mg 1 x ao dia
15 a 23 kg 45 mg 1 x ao dia
23 a 40 kg 60 mg 1 x ao dia
40 kg 75 mg 1 x ao dia

Infecção humana por cepa pandêmica

Partindo-se do pressuposto que uma cepa pandêmica seja nova para a população
humana admite-se que o espectro clínico no caso de uma epidemia dessa magnitude
seja grave, resultando em formas mais graves da doença.

Apesar da maior gravidade da doença nos extremos etários (< 5 anos e > 65 anos)
e do maior risco de pneumonia em fumantes e em portadores de doença pulmonar ou
cardiovascular, os óbitos relacionados às pandemias (1918-H1N1; 1957-H2N2; 1968-
H3N2) não tiveram até hoje a mesma distribuição de faixa etária ou condição
subjacente.

Na situação atual, a freqüência de infecção humana ainda não foi determinada e a


evolução para óbito tem ocorrido de 33% a 70% dos casos documentados
virologicamente, percentual que tem variado de acordo com o país onde ocorreu a
doença. As infecções humanas por influenza A do tipo H5N1 descritas em Hong Kong
em 1997, quando 6 de 18 pacientes hospitalizados morreram, cursaram com alta
incidência de sintomas gastro-intestinais em adultos e alta taxa de complicação
pulmonar, renal, hepática e hematológica em condições de risco associadas.

133 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


No último relato de caso, ocorrido na Tailândia, na Província de Kanchanaburi em
outubro (21/10/2005), um homem de 48 anos apresentou os sintomas em 13/10, foi
hospitalizado em 17/10 e veio a falecer em dois dias após. Acredita-se que este caso
tenha ocorrido por estreito contato com aves doentes abatidas. O filho do camponês
também adoeceu, teve confirmação diagnóstica laboratorial e evoluiu satisfatoriamente.
Desde o começo do surto na Ásia, na Tailândia, 18 pessoas já adoeceram por
influenza aviária e 13 (72,2%) morreram.

Para a influenza A aviária (H5N1), as evidências são consistentes com a


transmissão das aves para o homem, possivelmente no meio ambiente do homem e
limitada, sem transmissão sistemática de homem para homem, até o momento.

Recentemente, muitos pacientes relataram história de contato direto com aves


domésticas de formas variadas: roubando e preparando aves doentes, abatendo aves
com as mãos, brincando com aves infectadas assintomáticas (principalmente patos) e
consumindo sangue de pato e carne mal cozida. A transmissão para felinos tem sido
observada na Tailândia, pela prática de alimentar estes animais de zoológicos (tigres e
leopardos), com frangos vivos infectados. Na transmissão de homem para homem do
vírus H5N1, até o momento evidenciou-se que:

• A transmissão tem sido sugerida em grupamentos familiares, e em um caso houve


aparente transmissão da mãe para a criança.
• Contato íntimo (sem definição) sem precaução. Mas, nenhum caso de transmissão
por aerossol foi identificado.
• Profissionais de saúde expostos – estudos sorológicos indicam que a transmissão
não foi eficiente. Houve apenas um caso grave em uma enfermeira exposta a um
paciente infectado no Vietnã.
• Parece não haver infecção assintomática entre os contatos.
Outros modos de transmissão são possíveis, mas não documentados como a
ingestão de água contaminada durante a natação e inoculação direta na conjuntiva de
pessoas expostas à água; mãos contaminadas com fômites e subseqüente auto-
inoculaçâo; o uso de água não tratada contendo fezes de aves contaminadas,
utilizadas como fertilizantes.

134 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Apresentação clínica: O quadro clínico em humanos consiste nos achados clínicos de
pacientes hospitalizados.

ƒ O período de incubação da influenza aviária é mais longo do que o período


conhecido para outros tipos de influenza e varia de 2 a 8 dias. Nos casos de
ambiente doméstico, o período variou de 2 a 5 dias, mas o limite tem sido de
8 a 17 dias.
ƒ Manifestações iniciais são: febre alta (>38°C) e doença tipo influenza
acompanhada de sintomas do trato respiratório inferior.
ƒ A conjuntivite é rara.
ƒ Diarréia aquosa, vômitos, dor abdominal, dor pleurítica e sangramento do
nariz e gengiva têm sido descritos no curso inicial da doença. A diarréia
pode preceder as manifestações respiratórias em uma semana.
ƒ Há um relato de dois pacientes com doença encefalopática e diarréia, sem
sintomas respiratórios.

Curso Clínico e Complicações

ƒ Dispnéia surge em média 5 dias após o início dos sintomas (variando de 1 a 16


dias). A evolução para insuficiência respiratória aguda (IRA) é comum e tem sido
associada a infiltrado pulmonar com aparência de vidro fosco, difuso e bilateral,
evoluindo em média 6 dias (variando de 4 a 13 dias) após os sintomas iniciais.
ƒ Pneumonia constatada clinicamente é comum em praticamente todos os pacientes.
ƒ Em geral, as alterações radiológicas surgem em média, 7 dias após o início dos
sintomas (variou de 3 a 17 dias). As alterações radiológicas incluem: infiltrado
pulmonar localizado multifocal ou difuso; infiltrado intersticial e consolidação lobular
ou segmentar com broncograma aéreo. O derrame pleural é incomum. Parece que
todas estas alterações devem-se a infecção viral apenas, observadas no momento
da internação.
ƒ Falência de múltiplos órgãos com sinais de insuficiência renal e comprometimento
cardíaco (dilatação e taquiarritmias supraventriculares) tem sido comum.
ƒ Outras complicações são: pneumonia associada ao ventilador, hemorragia
pulmonar, pneumotórax, pancitopenia, síndrome de Reye e sepsis sem bacteremia
documentada.
ƒ A mortalidade em pacientes hospitalizados é elevada, com maior número de
mortes em recém-nascidos e crianças mais jovens, alcançando 89% nos menores

135 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


de 15 anos, na Tailândia. O óbito ocorreu em média, 9 a 10 dias dos sintomas
iniciais (variando de 6 a 30 dias), a maioria por IRA.

Achados laboratoriais: leucopenia com linfocitopenia, trombocitopenia de leve a


moderada, e aumento de transaminases de leve a moderada são comuns. Pode
ocorrer ainda hiperglicemia e aumento de creatinina. Na Tailândia, um aumentado risco
de morte foi associado ao achado de leucopenia com linfocitopenia e, trombocitopenia,
no momento da admissão.

O tratamento com IN só é eficaz se administrado dentro de 48h após o início dos


sintomas. Desta forma previne 50% das hospitalizações, e reduz os sintomas em
média em 1.5 dias.

Atendimento ao caso suspeito de influenza aviária

Caso possível de influenza aviária (será adaptado na medida em que a OMS


redefinir o cenário epidemiológico)
ƒ História de contato com aves ou pássaros domésticos (visitado fazenda, casas
com criação doméstica de aves ou mercado livre com venda de aves).
e/ou
ƒ História de viagem recente a países com circulação de influenza aviária.
Associado a:
ƒ Febre > 38°C
ƒ acompanhado de pelo menos um sintoma respiratório:
tosse, sintoma nasal (coriza, prurido ou congestão nasal), odinofagia, prostração e
dispnéia;
ƒ acompanhado de pelo menos um sintoma sistêmico:
mialgia, calafrios, sudorese,mal-estar, fadiga ou cefaléia;
ƒ teste para influenza A ( H5N1) deve ser considerado e coletado de acordo com as
normas descritas no capítulo de biossegurança.

Caso provável
ƒ pacientes hospitalizados com pneumonia confirmada radiograficamente associada
à síndrome de angústia respiratória do adulto;

136 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


ou
ƒ a presença de outra doença respiratória grave para a qual não se consiga
estabelecer outro diagnóstico;
e
ƒ história de viagem recente, dentro de 10 dias do início dos sintomas da doença,
para um país com documentada infecção por influenza aviária em aves domésticas
ou em humanos.

Nestes casos deverá ser realizado o teste rápido para avaliar se há infecção pelo
vírus H5N1, coletado de acordo com as normas descritas no Anexo 2.

Independentemente do local onde esteja sendo realizado o primeiro atendimento,


deve-se tomar as medidas de proteção e, a seguir, definir a conduta clínica.

Atenção ao Paciente com Infecção por Influenza

Possibilidades:

1. Paciente com infecção respiratória sugestiva de infecção viral que não seja
suspeito de infecção por influenza aviária, e não necessite de hospitalização
por apresentar quadro clínico estável:
ƒ Providenciar a coleta de material respiratório para ser enviado a um dos postos da
rede sentinela.
ƒ Uso de medicação sintomática. Evitar o uso de ácido acetilsalisílico.
ƒ Notificar ao Serviço de Vigilância Epidemiológica do Hospital de Referência da
região.

2. Paciente com infecção respiratória sugestiva de infecção viral, que necessite


de hospitalização por apresentar complicações clínicas da infecção viral ou
por descompensação de comorbidade:
ƒ Providenciar a coleta de material respiratório para ser enviado a um dos postos da
rede sentinela.
ƒ Se possível, manter o paciente em isolamento respiratório, até o desaparecimento
dos sintomas.
ƒ Uso de medicação sintomática. Evitar o uso de ácido acetilsalisílico.

137 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


ƒ Caso haja suspeita de co-infecção com germes atípicos ou infecção bacteriana,
seguir as recomendações de diagnóstico e tratamento descritas no Anexo 8 A.
ƒ Notificar ao Serviço de Vigilância Epidemiológica do Hospital de Referência.

3. Paciente com infecção respiratória sugestiva de infecção viral com critérios


clínicos de suspeição de influenza aviária, estável, sem necessidade de
internação:
ƒ O profissional de saúde deve se paramentar com EPI adequado (luva, gorro,
máscara e óculos), conforme as especificações na parte de biossegurança.
ƒ O profissional de saúde deve levar o paciente para ser examinado em uma sala
sem outros pacientes.
ƒ Providenciar a coleta de secreção respiratória para ser enviada a um dos postos da
rede sentinela ou através de contato, diretamente para os laboratórios de
referência, conforme esquema de coleta e armazenamento.
ƒ Realizar o teste rápido de detecção de influenza em secreções respiratórias.
ƒ Se possível, manter em isolamento domiciliar até desaparecimento dos sintomas e
resultado dos exames.
ƒ Uso de medicação sintomática. Evitar o uso de ácido acetilsalicílico.
ƒ Deverá ser feito uso de Oseltamivir nos pacientes com menos de 48h de sintomas.
As cápsulas com, 75 mg de Fosfato de Oseltamivir devem ser administradas duas
vezes ao dia, durante 5 dias.
ƒ Notificar à Vigilância Epidemiológica.

4. Paciente com infecção respiratória sugestiva de infecção viral com critérios


clínicos de suspeição de influenza aviária, estável, com necessidade de
internação:
ƒ O profissional de saúde deve se paramentar com EPI adequado (luva, gorro,
máscara e óculos), conforme as especificações na parte de biossegurança,
encaminhar o paciente para sala de isolamento.
ƒ Internar em quarto isolado, quando possível, com filtro hepa e pressão negativa.
ƒ Providenciar a coleta de secreção respiratória para ser enviada a um dos postos da
rede sentinela ou através de contato, diretamente para os laboratórios de
referência para teste rápido de detecção de influenza, conforme esquema de coleta
e armazenamento de amostras Anexo 2.

138 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


ƒ Deverá ser iniciado o uso de Oseltamivir nos pacientes com menos de 48h de
sintomas. As cápsulas com 75 mg de Fosfato de Oseltamivir devem ser
administradas duas vezes ao dia, durante 5 dias.
ƒ Notificar à Vigilância Epidemiológica.

O manejo clínico das várias possibilidades de infecção/doença,


independentemente do local de atendimento, estão sumarizados no fluxograma
abaixo.

139 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


MANEJO CLÍNICO DO PACIENTE COM SUSPEITA DE INFLUENZA

(Consultório, Ambulatório, Hospitais, Emergência)

Paciente com quadro clínico suspeito de


Influenza

Avaliação clínica inicial em


Área de isolamento Respiratório

Sem sinais de gravidade


Com sinais de gravidade
(Hipotensão, taquipnéia, confusão mental,
PO2<60mmHg ou Sat O2<90%)

Observar em área reservada de


Internação Hospitalar
Isolamento Respiratório e Contato Uso de antiviral.

Paciente estável, sem Paciente estável, com


comorbidade*: comorbidade:
• Teste diagnóstico rápido • Teste diagnóstico rápido
• Quarentena domiciliar e • Quarentena domiciliar e
• Uso de antiviral se sintomatologia • Uso de antiviral se sintomatologia
iniciada em 48 horas. (Oseltamivir iniciada em 48 horas. (Oseltamivir
75mg, 2 vezes/dia) durante 5 dias. 75mg, 2 vezes/dia) durante 5 dias.
• Reavaliação em 48 horas

Estabilidade clínica: Instabilidade clínica:


• Tratamento Ambulatorial
• Internação Hospitalar

* Comorbidades: Idade > 60 anos; Gravidez. Diabetes Mellitus. Doença crônica pulmonar (DPOC, asma; fibrose cística).
Doença cárdio-vascular (insuficiência cardíaca congestiva). Doença hepática. Insuficiência renal crônica. Imunossupressão
(uso de drogas; HIV; transplantados). Portadores de doenças hematológicas. Uso crônico de ácido acetilsalicílico.

140 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Em condições ideais, exames de sangue e radiografia de tórax devem ser
realizados antes da admissão do paciente em Unidade Hospitalar para complementação
da investigação de complicação.

Diagnóstico diferencial
Várias doenças podem causar sintomas parecidos, incluindo o resfriado comum,
causados por outros tipos de vírus.
Pela incerteza até o momento de como, quando e onde será detectado o primeiro
caso que desencadeará a pandemia da influenza, se faz necessário que os diagnósticos
diferenciais mais comuns sejam investigados clínica e laboratorialmente sempre
procurando identificar o agente etiológico. Daí a importância do conhecimento acerca da
circulação viral na região, no momento em se investiga uma possível infecção respiratória
de origem viral.

Anexo 8. A

Protocolo de Manejo Clínico das Infecções Secundárias por Influenza

Na suspeita de pneumonia secundária a identificação do agente etiológico é


de importância fundamental, e para isso os pacientes devem ser submetidos aos
seguintes procedimentos diagnósticos:

• Paciente ambulatorial
Radiografia de tórax, hemograma completo com VHS e sempre que possível
hemocultura (2 amostras com intervalo de 30 minutos).

• Paciente hospitalizado
- Radiografia de tórax, hemograma completo com VHS, hemoculturas, 2 amostras de 20
ml cada, devendo cada frasco ser inoculado com 10 ml (crianças abaixo de 12 anos,
usa-se metade do volume), de preferência no Bactec. Caso não haja disponibilidade do
frasco para Bactec, avaliar com a Bacteriologia a possibilidade de 1 amostra de
hemocultura ser processada por lise-centrifugação e inoculação em meio não-seletivo,
recomendado para Legionella sp (BCYEa) à base de levedura-carvão ativado.

- Cultivo semiquantitativo de lavado bronco-alveolar (≥105) em casos graves ou quando a


progressão da pneumonia é maior do que os riscos envolvidos no exame.

141 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


- Na presença de derrame pleural de >10 mm de espessura no decúbito lateral, deve-se
proceder à toracocentese, e o líquido deve ser encaminhado para exames direto e
cultura para fungos, bactérias e micobactérias, assim como deve ser avaliada
celularidade global e específica, glicose, LDH e pH.

Quando indicados outros exames laboratoriais devem ser realizados, sobretudo os


de suporte e monitoramento evolutivo, e os para esclarecimento do diagnóstico
etiológico.

Tratamento da pneumonia bacteriana


A conduta terapêutica será norteada pelos achados clínicos, com base nos
consensos de associações médicas nacionais e internacionais diversas, elaborados a
partir de estudos regionais, já que não dispomos de um consenso recente para tratamento
das pneumonias em crianças (Quadro 3 e 4); para adultos, a conduta terapêutica deverá
seguir as Diretrizes para Pneumonias Adquiridas na comunidade em Adultos
Imunocompetentes, da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, de 2004.
(Quadro 5)

142 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Quadro 3. Antibioticoterapia empírica para crianças com PAC
Faixa Etária Pacientes Ambulatoriais Pacientes graves internados
Penicilina G cristalina ou Ampicilina
+ Amicacina ou Gentamicina EV.
Neonatos –
Internar sempre Considerar adição de Cefotaxime.
menores de 28
Associar Vancomicina se houver
dias de vida
suspeita de S. aureus

Penicilina G cristalina ou
Afebril: internar e considerar
Penicilina G cristalina +
a possibilidade de quadro
Cloranfenicol ou
viral
Claritro/Azitro/Eritromicina EV
1 mês a 3 meses

Ceftriaxona/Cefuroxima/Cefotaxima
EV. Considerar associação com
Febril: internar sempre
Oxacilina EV.
3 meses a 5 anos* Amoxicilina VO ou Penicilina G cristalina ou Ampicilina
ou
Amoxicilina/Clavulanato
Ceftriaxona/Cefuroxima/Cefotaxima
Alergia a Amoxicilina: EV. Considerar associação de
Claritromicina/Eritromicina EV.
Claritromicina/Azitromicina
Considerar o uso de Cloranfenicol EV
*Pacientes que requeiram internação e que não apresentem quadro grave, iniciar Penicilina G
cristalina ou Ampicilina EV.

Quadro 4 . Indicação terapêutica em caso de agente etiológico conhecido

Microorganismo Especificidade Antimicrobiano


Sensível a Penicilina G (IV,IM),
penicilina Penicilina V (Oral)
Amoxicilina
Streptococcus
pneumoniae Resistente à Penicilina G 200.000U/kg ou Ampicilina
penicilina 200 mg/Kg
ou Cefalosporina de 3ª geração, ou
Clindamicina

Beta lactamase Amoxicilina, Ampicilina (IV), Claritromicina*,


negativa Azitromicina*

Haemofhilus influenzae
Beta lactamase Cefalosporina de 2ª geração,
positiva Cefalosporina de 3ª geração, Amoxicilina/ácido
clavulânico,
Claritromicina*, Azitromicina* e TMP/SMX

Sensível à Cloxacilina, Cefalosporina de 1ª geração,


meticilina Clindamicina
Staphilococcus aureus
Resistente a Vancomicina, Linezulid e (usa Clindamicina ou
meticilina TMP/SMX se sensível)
Nota: quando os organismos são isolados por culturas,a terapia antibiótica definitiva será orientada pelo teste
de sensibilidade e pela disponibilidade de antibióticos específicos.
*Macrolídeos somente deverão ser utilizados em caso de hipersensibilidade à penicilina.

143 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Quadro 5. Tratamento empírico em PAC para adultos imunocompetentes
Local de tratamento Recomendação terapêutica

Paciente ambulatorial Macrolídeo: azitromicina 500 mg VO 1x/dia – 5 dias*, ou


Previamente sadio claritromicina 500 mg VO 12/12 h 7-10 dias, ou telitromicina
Sem terapia prévia 800 mg VO 1x, 5 dias*

Antibioticoterapia recente ou doenças Levofloxacino 500 mg VO 1x/dia 7 dias, ou gatifloxacino 400


associadas (DPOC, DM, ICC, neoplasia) mg VO 1x/dia 7 dias, moxifloxacino 400 mg VO 1x/dia 7 dias

Betalactâmico + macrolídeo:cefuroxima 500 mg VO 2x/dia +


Contra-indicação para Fluoroquinolona macrolídeo ou amoxacilina 500 mg VO 8/8h + macrolídeo

Betalactâmico + inibidor da betalactamase (ex: amoxicilina-


Suspeita de aspiração clavulanato 1g VO 12/12h) ou clindamicina 600 mg VO 6/6h

Betalactâmico ou fluoroquinolona respiratória


Influenza + superinfecção bacteriana

Paciente internado Fluoroquinolona respiratória:


Enfermaria Levofloxacino 500 mg VO 1x/dia 7 dias, ou gatifloxacino 400
Sem terapia prévia mg VO1x/dia 7 dias, ou moxifloxacino 400 mg VO 1x/dia 7
dias OU
Betalactâmico + macrolídeo:
ceftriaxona 2g IV/dia + claritromicina 500 mg IV 12/12h ou
+ Azitromicina 500 mg IV 1x/dia

Antibióticoterapia recente Semelhante, a depender da terapia prévia

UTI – Sem risco de P. aeruginosa Betalactamico + macrolídeo ou fluoroquinolona:


ceftriaxona 2gIV/dia + claritromicina ou + levofloxacino 500
mg/dia ou gatifloxacino 400 mg IV 1x/dia ou moxifloxacino
400 mg IV 1x/dia
Agente antipseudomonas + ciprofloxacina ou agente
UTI – Com risco de P. aeruginosa antipseudomonas + aminoglicosídeo + fluoroquinolona ou
macrolídeo: ceftazidima 1-2g IV 8/8 h, ou cefepime 2g IV
12/12h ou piperacilina-tazobactan 4,5g IV 8/8h, ou
imipenem 500 mg IV 6/6h, ou meropenem 1g IV
6/6h+ciprofloxacina 400 mg IV 12/12h + claritromicina 500
mg IV 12/12h ou ceftazidima 1-2g IV 8/8h, ou cefepime 2g
IV 12/12h ou piperacilina-tazobactam 4,5g IV 8/8h, ou
imipenem 500 mg IV 6/6h, ou meropenem 1g IV 6/6h + **
amicacina 500 mg IV 2x+ levofloxacino 500 mg 1x/dia
* Na presença de resposta evidente

144 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


A seguir acrescentamos algumas recomendações para otimização do uso de
antimicrobianos nas infecções das vias aéreas.

Considerações e Recomendações Específicas para Tratamento das Infecções do


Trato Respiratório

1. O tratamento das infecções respiratórias altas ou de bronquites agudas com


antimicrobianos é quase sempre inadequado porque a grande maioria destas
síndromes tem uma causa não bacteriana.
2. A troca da via parenteral para a via oral pode ser realizada com segurança quando
a contagem de leucócitos volta ao normal, há 2 medidas de temperatura <37,5° C
no intervalo de 16 horas; há melhora da tosse e da dispnéia.
3. A amoxicilina e as quinolonas respiratórias têm uma disponibilidade oral que
equivale ao tratamento parenteral, devendo ser evitados quando há hipotensão
arterial ou choque e a presença de náuseas associada a vômitos.
4. O uso prévio de antibioticoterapia é fator de risco para colonização por
Streptococcus pneumoniae resistente à penicilina, aumentando o risco de infecção
por multirresistente de 2 a 9 vezes.
5. A administração de antimicrobianos para o tratamento da pneumonia comunitária
aguda (PCA), nas primeiras 4 horas da admissão hospitalar, está associada a uma
redução da mortalidade e a um menor tempo de internação.
6. As diferenças entre os consensos de pneumonia adquirida na comunidade
baseiam-se na variabilidade da resistência dos Streptococcus pneumoniae e na
valorização dos microrganismos atípicos, cuja incidência é bastante variável (10 a
40%).
7. No Brasil e Rio de Janeiro, mais especificamente, a resistência total do
Streptococcus pneumoniae às penicilinas gira em torno de 4%.
8. Aplicando-se o novo critério da NCCLS (2003), com MIC de 4 μg/ml, a taxa de
resistência do Streptococcus pneumoniae é reduzida substancialmente, chegando
a níveis ainda menos expressivos para o tratamento de pneumonia.
9. Os antimicrobianos de largo espectro como os inibidores de beta-lactamase não
são mais efetivos do que os de espectro mais reduzido como as penicilinas ou
macrolídeos no tratamento das infecções respiratórias.
10. A associação SMX + TMP deve ser evitada no tratamento das infecções
pneumocócicas porque a incidência de resistência ao quimioterápico ultrapassa
35% no nosso meio.
145 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
11. As concentrações de penicilina no pulmão são suficientes para vencer a resistência
parcial do Streptococcus pneumoniae às penicilinas.
12. A ciprofloxacina deve ser evitada no tratamento das infecções comunitárias em
geral pelo seu potencial de indução de resistência, e para que seja poupada para o
tratamento das infecções hospitalares.
13. A ciprofloxacina não deve ser usada no tratamento das infecções respiratórias pela
sua menor potência antipneumocócica.
14. Os macrolídeos como a azitromicina e a claritromicina atingem concentrações
bactericidas no pulmão mesmo sendo classificados como bacteriostáticos.
15. No tratamento de pneumonias freqüentemente associa-se um macrolídeo
bacteriostático a um beta-lactâmico bactericida, sem evidências de antagonismo
entre elas.
16. A associação de beta-lactâmicos e quinolonas para tratamento de PCA deve ser
evitada pela ausência de respaldo científico e pelo risco de seleção de mutantes
com fenótipo multirresistente.
17. As quinolonas de última geração (levofloxacino e gatifloxacino) e cetolídeos
(telitromicina) devem ser reservados para situações de alto risco de resistência
(Streptococcus pneumoniae resistente aos beta-lactâmicos e macrolídeos).
18. No Brasil não há vantagens claras para a cobertura inicial de microrganismos
atípicos, especialmente quando analisadas as formas mais leves de pneumonia
aguda, tratadas a nível ambulatorial.
19. Considerar outras justificativas quando não ocorre melhora da pneumonia após o
início da antibioticoterapia, antes de levantar a possibilidade de resistência
microbiológica:
• Reavaliar o diagnóstico de pneumonia. Colagenoses p. ex. comumente
apresentam comprometimento pulmonar que se confunde com pneumonia.
• Reavaliar a possibilidade de outro patógeno responsável como o M.
tuberculosis, o Pneumocystis ou fungos.
• Reavaliar a possibilidade de obstrução brônquica por neoplasia ou
seqüestro de um segmento pulmonar.
• Investigar a possibilidade de coleção purulenta à distância (empiema,
endocardite, abcesso cerebral, abcesso esplênico, osteomielite).
• Considerar a possibilidade de febre associada ao uso de antimicrobianos.

146 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Anexo 9
Recomendações para Hospitais de Referência no Atendimento de Pacientes com
Suspeita de Infecção por Nova Cepa de Influenza

Durante o período de alerta pandêmico, o sistema de saúde deve estar


preparado para receber casos suspeitos de influenza. Estes hospitais serão definidos em
conjunto pelo Ministério da Saúde, Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, de
acordo com sua estrutura, organização e localização geográfica. Esses hospitais, quando
possível, devem atender aos requisitos apresentados a seguir para garantir a qualidade na
assistência e na capacidade de isolamento dos casos:
1) Comissão de Controle de Infecção Hospitalar presente e atuante conforme exigências
da Portaria 2616, de 12 de maio de 1998, que dispõe sobre Controle de Infecção
Hospitalar (disponível em http://e-legis.bvs.br/leisref/public/home.php).
2) Médico infectologista de referência.
3) Médico pneumologista de referência.
4) Quartos de isolamento respiratório com pressão negativa, com projeto físico aprovado
pela VISA local e conforme Anexo 4 – parte VI.
5) Leitos de UTI com isolamento respiratório conforme especificações do item 4.
6) Escala de funcionários para o atendimento de pacientes em isolamento de influenza.
O hospital deverá estabelecer uma equipe composta de médicos, enfermeiros,
auxiliares de enfermagem, profissionais do serviço de higiene e limpeza, do serviço de
nutrição e lavanderia, dentre outros, que será responsável pelo atendimento exclusivo dos
pacientes em isolamento. Essa equipe deve receber treinamento específico.
Os funcionários do serviço devem ter conhecimento de que o mesmo é um
hospital de referência para influenza, a fim de evitar erros de informações e garantir a
agilidade no recebimento de pacientes infectados.
7) Laboratório de microbiologia, com técnicos habilitados a coletar e preparar transporte de
amostras clínicas para diagnóstico de influenza, conforme:
− Anexo 3 deste Plano.
− Manual de Microbiologia Clínica para o Controle de Infecção em Serviços de
Saúde, disponível em
http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/microbiologia.htm.
8) CME, conforme especificações contidas:
− na RDC 50, de 21 de fevereiro de 2002, que dispôs sobre o Regulamento
Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos

147 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde (disponível em http://e-
legis.bvs.br/leisref/public/home.php).
− no manual de Processamento de Artigos e Superfícies em Estabelecimentos de
Saúde do MS.
− no Anexo 4 – parte II.
9) Lavanderia conforme especificações contidas:
− na RDC 50, de 21 de fevereiro de 2002, que dispôs sobre o Regulamento
Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos
físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde (disponível em http://e-
legis.bvs.br/leisref/public/home.php).
− no Manual de Lavanderia Hospitalar do MS.
− no Anexo 4 – parte IV.
10) Farmácia hospitalar, com profissional técnico responsável e conforme especificações
contidas:
− no Decreto n. 79094, de 05 de janeiro de 1977, que regulamente a Lei n. 6.360,
de 23 de setembro de 1976, que submete o sistema de vigilância sanitária os
medicamentos, insumos farmacêuticos, drogas, correlatos, cosméticos, produtos
de higiene, saneantes e outros (disponível em http://e-
legis.bvs.br/leisref/public/home.php).
11) Planejamento de suprimento de EPI, material médico-hospitalar e equipamentos.
12) Possuir programa de gerenciamento de resíduos sólidos de saúde conforme RDC n°
306 de 07 de dezembro de 2004.
13) Estabelecer, por escrito, e manter em local acessível a todos os profissionais,
orientações, rotinas e procedimentos exclusivos para área de isolamento, abrangendo:
medidas de isolamento, uso de EPI, normas e orientações para pacientes e familiares,
horários para limpeza e desinfecção do ambiente, recolhimento dos resíduos e roupas do
setor, procedimento para transferência e encaminhamento de pacientes, etc.

148 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Anexo 10
Hospitais de Referência – Período de alerta pandêmico

A listagem dos hospitais de referência para casos suspeitos no período de alerta


pandêmica será concluída após inspeção.

Anexo 11

Protocolo de Investigação de Surto e Casos Graves de Síndrome Gripal e de Caso


suspeito e confirmado de influenza humana causada por um novo subtipo

1. Introdução
As ações de prevenção, vigilância e controle da Influenza constituem-se hoje em
um dos grandes desafios para a saúde pública mundial, seja por seu impacto na
morbimortalidade em determinados grupos de risco, seja pela possibilidade da
emergência e disseminação de uma pandemia de influenza.
Nos últimos três anos as Secretarias Estaduais de Saúde (SES) e Secretarias
Municipais de Saúde (SMS) identificaram uma série de surtos de influenza, comunitários e
em instituições fechadas, demandando atividades específicas de investigação
epidemiológica. A Coordenação de Vigilância de Doenças de Transmissão Respiratória e
Imunopreveníveis (COVER/SVS/MS) tem estimulado a notificação e investigação desses
surtos, com o objetivo principal de aprimorar o conhecimento da expressão
epidemiológica da doença no país e o manejo de situações inusitadas que requeiram
medidas específicas de prevenção e controle.
Frente à iminência da eclosão de uma pandemia por influenza, faz-se necessário
padronizar e intensificar as ações de vigilância epidemiológica de síndrome gripal a fim de
tornar o sistema de vigilância o mais oportuno possível. Os dados coletados devem
caracterizar a população exposta e identificar as cepas em circulação, especialmente a
pandêmica H5N1. Além disso, esses dados são importantes para subsidiar a tomada de
decisões referentes a tratamento, medicamentos, vacinas, trabalhadores de saúde,
equipamentos de proteção individual, dentre outras estratégias para o enfrentamento da
possível pandemia. Sendo assim, este anexo visa padronizar condutas, instrumentos e
fluxos, bem como auxiliar as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde na
investigação de surtos e casos graves de influenza/síndrome gripal em qualquer período e
149 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
fases do plano de Preparação para o enfrentamento de uma pandemia de influenza.
Como é extremamente difícil caracterizar o quadro de influenza somente pela clínica, será
utilizado o termo síndrome gripal e, quando possível, dependendo da fase da pandemia,
uma abordagem sindrômica para a investigação de casos.

2. Protocolo de Investigação de Surto de Síndrome Gripal


Toda suspeita da ocorrência surto de Síndrome Gripal em comunidades
fechadas com a identificação de casos graves (pneumonia com insuficiência
respiratória importante) deve ser notificada e investigada. Além disso, todo caso
suspeito e confirmado de influenza humana causada por um novo subtipo deve ser
notificado e investigado imediatamente.
Síndrome gripal caracteriza-se por um conjunto de sinais e sintomas respiratórios,
de origem infecciosa ou não, decorrente do comprometimento das vias aéreas superiores
e/ou inferiores. Para estabelecer o diagnóstico, muitas vezes, é possível somente pela
análise laboratorial, buscando o agente etiológico para implementar o tratamento e as
medidas de controle adequadas (Anexo 2). A síndrome gripal pode se apresentar como:
• Influenza (FLU) ou gripe: é uma infecção viral aguda do sistema respiratório, causada
pelo vírus influenza, de distribuição global e elevada transmissibilidade (Brasil, 2002).
Clinicamente, a doença inicia-se com a instalação abrupta de febre alta, em geral
acima de 38oC, seguida de mialgia, dor de garganta, prostração, dor de cabeça e
tosse seca. A febre é o sintoma mais importante e dura em torno de três dias. Com a
sua progressão, os sintomas respiratórios tornam-se mais evidentes e mantêm-se em
geral por três a quatro dias após o desaparecimento da febre.
• Resfriado: caracteriza-se pela presença de sintomas relacionados ao
comprometimento das vias aéreas superiores, como congestão nasal, rinorréia, tosse,
rouquidão, febre variável. Podem estar presentes outros sintomas, tais como, mal-
estar, mialgia, cefaléia. O quadro geralmente é brando, de evolução benigna (2 a 4
dias), mas podem ocorrer complicações como otites, sinusites e bronquites, e quadros
graves, de acordo com o agente etiológico em questão. Tem como principal agente
causal os Rhinovírus (mais de 100 sorotipos), embora também seja comumente
causado pelo vírus Parainfluenza, Coronavírus, Vírus Sincicial Respiratório,
Adenovírus, Enterovírus.
• Outros agentes infecciosos – alguns agentes- Clamydia pneumoniae e Mycoplasma
pneumoniae, Streptococcus sp. podem acarretar sintomas respiratórios que simulam o
quadro de resfriado, porém menos freqüentes.
150 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
• Agravos não infecciosos – uma série de condições apresentam os principais
sintomas de resfriado (tosse, congestão nasal, rinorréia, rouquidão e dor de garganta),
a saber: a rinite alérgica (mais comum); a polipose nasal, a rinite atrófica, as
alterações do septo nasal e a presença de corpo estranho em cavidade nasal.

3. Investigação de Surto
Surto é a ocorrência de uma doença com uma freqüência não usual e/ou
inesperada. Dependendo da situação epidemiológica, um surto pode ser caracterizado
por um único caso (ex.: Síndrome Respiratória Aguda Grave, poliomielite, sarampo) ou
centenas de casos (ex.: síndrome gripal, doenças diarréicas, meningites, etc.).
A identificação inicial da ocorrência de um surto de síndrome gripal geralmente é
feita por profissionais de saúde que observam um aumento do número de atendimentos
nas suas unidades de saúde. O próprio grupo afetado pode perceber o aumento do
número de casos da doença e demandar alguma intervenção das autoridades de saúde.
A imprensa também tem um papel importante para alertar os gestores do sistema de
saúde quanto a um possível surto. Cabe à vigilância analisar a situação e confirmar ou
descartar a existência do mesmo. Para isso, algumas estratégias de análise retrospectiva
ou de monitoramento do comportamento dessas doenças devem ser desenvolvidas (ver
mais adiante).

3.1. Objetivos da investigação de surto e de casos graves de síndrome gripal


Recomenda-se então a investigação de surtos e casos graves de síndrome gripal
e de caso suspeito e confirmado de influenza humana causada por um novo subtipo,
pelas secretarias municipais e estaduais de saúde (SMS/SES), se necessário com apoio
do nível federal (SVS/MS), com os seguintes objetivos:
3.1.1 Objetivo Geral
• Captar oportunamente casos de uma possível cepa pandêmica no País.
3.1.2 Objetivos específicos
• Avaliar a magnitude do surto (surto, epidemia, pandemia);
• Caracterizar casos graves;
• Identificar o agente etiológico e, no caso de influenza, caracterizar a cepa;
• Descrever o surto quanto às suas características de pessoa, tempo e lugar, avaliando
o seu impacto na morbidade e na mortalidade;
• Identificar e monitorar os grupos de maior risco para as complicações e óbitos pela
doença, bem como garantir tratamento a esses grupos;
151 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
• Sugerir hipóteses sobre os possíveis fatores de risco associados ao adoecimento e à
gravidade;
• Adotar as medidas de prevenção e controle mais indicadas para a situação.

Nas situações de suspeita de surto comunitário, a principal forma de confirmar ou


descartar a suspeita é através da obtenção de uma série histórica de internações por
doenças respiratórias agudas (quanto mais anos, mais evidente ficará, o ideal é de cinco
a dez anos), analisadas mês a mês ou quinzena a quinzena, permitindo comparar se a
distribuição dos casos atuais é diferente do que seria esperado. Lembrar de considerar
nesta análise se houve mudanças importantes no perfil da oferta de leitos no município
em questão no período analisado. Se não há dados locais para comparação, pode-se
utilizar taxas de municípios e/ou estados vizinhos e ainda dados de literatura.

3. 2. Etapas da Investigação de Surto


As etapas gerais da investigação de um surto são:
3.2.1 Notificar o surto;
3.2.2 Realizar busca ativa de casos;
3.2.3 Coletar dados clínicos e epidemiológicos, utilizando-se um instrumento
padronizado para esta coleta;
3.2.4 Processar e analisar os dados;
3.2.5 Adotar as medidas de prevenção e controle indicadas, de acordo com a situação;
3.2.6 Produzir e disseminar informação para técnicos, gestores e para a população.

Observe que estas etapas podem ser simultâneas em muitos momentos. Por
exemplo, a produção e disseminação de informação, através de técnicas adequadas de
comunicação, são atividades que são desenvolvidas desde o início do processo de
investigação. Do mesmo modo, medidas de prevenção e controle podem ser tomadas
imediatamente, mesmo que de forma provisória, se existem evidências com alguma
consistência sobre as possíveis causas do surto.
A seguir, o “Roteiro de Investigação de Síndrome Gripal”, que representa as
principais etapas a serem seguidas em uma investigação de surto de síndrome gripal.

152 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Roteiro de Investigação de Surto de Síndrome Gripal
Surto de Síndrome Gripal
Priorizar surtos em comunidades fechadas e de casos graves
(Pneumonia com insuficiência respiratória importante)

Notificação Imediata

SMS/SES
SINAN - Módulo de surto
e
COVER
E-mail: gripe@saude.gov.br
Telefone: (61) 3315.2729/3520

Investigação imediata
Medidas de Prevenção e Controle

Clínico-epidemiológica Coleta de Amostra

Busca Ativa de Casos Secreção de


Nasofaringe2
(até 5 dias do início dos sintomas)
Coleta de dados1 Aspirado de Nasofaringe
ou
Swab Combinado
Análise dos dados

Atualização/Relatório Estados com Outros


Vigilância de Influenza3 Estados

Laboratório de Referência Contato


SINAN COVER para Influenza do Estado CGLAB

Encerramento CGLAB L.R.


Legenda:
1 Ficha de coleta de dados – Anexo A
2 Ficha de coleta de amostra – Anexo B
3 Anexo C
SINAN: Sistema de Informação de Agravos de Notificação
COVER: Coord. Vig. Doenças de Transmissão respiratória e Imunopreveníveis
CGLAB: Coord. Geral de Laboratório de Saúde Pública
L.R.: Laboratório de Referência

153 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


3.2.1 Notificar surtos e casos graves
Diante da suspeita de síndrome gripal em comunidades fechadas e/ou de casos
graves e de caso suspeito e confirmado de influenza humana causada por um novo
subtipo, a notificação do mesmo deve ser realizada à Secretaria Municipal de Saúde
(SMS) e Secretaria de Estado da Saúde (SES). Recomenda-se a notificação ao SINAN
(Sistema de Informação de Agravos de Notificação) no módulo de surto. O Estado deverá
notificar a Coordenação de Vigilância de Doenças de Transmissão Respiratória e
Imunopreveníveis (COVER), do Ministério da Saúde, pelo e-mail: gripe@saude.gov.br e
telefones: (61) 3315-2729 e 3315-3520, e para o Centro de Informações Estratégicas em
Vigilância em Saúde (CIEVS): 0800 704 0393 e e-mail: notifica@saude.gov.br.

3.2.2 Busca ativa de casos


Esta etapa é essencial para caracterizar a extensão e a gravidade do problema,
permitindo a avaliação da magnitude do surto. A partir da identificação das características
clínicas e epidemiológicas dos casos conhecidos, realizar busca ativa de casos de acordo
com a definição de caso (descrita abaixo), captando o maior número de possíveis casos
(casos realmente existentes e os novos que poderão surgir).

3.2.2.1 Definições de caso


A definição de caso consiste na instituição de um conjunto de critérios com o
objetivo de estabelecer se um determinado indivíduo deve ser classificado como caso,
com referência ao agravo de interesse sob investigação. A definição de caso deve ser
simples e de fácil aplicação; ser aplicada a todas as pessoas investigadas; fazer
referência a lugar, tempo e pessoa e incluir critérios clínicos, laboratoriais e
epidemiológicos.
Para efeito da vigilância da influenza (Brasil, 2002), caso suspeito de síndrome
gripal pode ser definido de duas maneiras:
1° - indivíduo com doença aguda (com duração máxima de cinco dias),
apresentando febre (ainda que referida) acompanhada de tosse ou dor de garganta, na
ausência de outros diagnósticos.
2° - diagnóstico médico cujo código da Classificação Internacional de Doenças
(CID) seja: J00 (todos) Nasofaringite aguda (resfriado comum); J02.9 Faringite Aguda não
especificada; J03.9 Amigdalite aguda não especificada; J04.0 Laringite aguda; J04.1
Traqueíte aguda; J04.2 Laringotraqueíte aguda; J06 (todos) Infecção aguda das vias
154 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
aéreas superiores e não especificadas; J10 (todos) Influenza devido a vírus influenza
identificado e J11 (todos) Influenza devido a vírus influenza não identificado.

Definição de caso grave de síndrome gripal


Definição de caso grave de síndrome gripal é toda pessoa que apresente a
definição de síndrome gripal com quadro clínico compatível de pneumonia com
insuficiência respiratória importante.

Definição de caso suspeito e confirmado de influenza humana causada por um


novo subtipo
De acordo com o cenário pandêmico, quando for documentada a transmissão da
cepa pandêmica pessoa a pessoa, será divulgado pela OMS a nova definição de caso
suspeito e confirmado de influenza humana causada por um novo subtipo, de acordo com
o Regulamento Sanitário Internacional (2005). A partir desta definição de caso suspeito, a
notificação se dará mediante a detecção de cada caso e será desencadeada a
investigação deste. Esta notificação é imediata, de acordo com a Portaria ° 33, de 14 de
julho de 2005.

A busca ativa pode ser obtida por meio de entrevistas com os profissionais de
saúde e/ou através de consulta a prontuários médicos e registros de atendimentos
ambulatoriais e de internação, registros de mortalidade, entre outros. Dependendo da
extensão e das características do surto, epidemia ou pandemia pode-se realizar busca
ativa em unidades de ensino, creches, asilos, hospitais e pontos de fronteiras designados
de alta concentração e movimentação.
Para padronizar as informações coletadas na busca ativa recomenda-se a
utilização de um formulário específico disponível no Anexo 11.A. Em situação pandêmica
utilizar para a coleta de dados a planilha do Anexo 11.B.

3.2.3 Coleta de dados clínicos e epidemiológicos


Concluída a busca ativa de casos, deve-se aprofundar a investigação
epidemiológica, para uma caracterização mais completa dos
casos/surto/epidemia/pandemia. Dependendo da extensão e das características do
mesmo, este aprofundamento pode se dar através da coleta de dados de todos os casos
identificados na busca ativa ou em uma amostra que os represente.

155 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Identificar o surto em pessoa, tempo e lugar, tentando responder as perguntas:
Quem foi afetado? (pessoa), Quando foram afetados? (tempo) e Onde foram afetados?
(lugar) e assim descrever o surto.
A utilização de um instrumento padronizado contribui para a melhor identificação
dos casos. Assim, sugere-se preencher completamente a Ficha de Investigação de Surto
de Síndrome Gripal (Anexo 11.C), contendo as seguintes variáveis:
– demográficas (idade, sexo, endereço, ocupação, etc.);
– sinais e sintomas;
– informação acerca de vacinação prévia contra influenza e antipenumocócica;
– participação em festas, shows (aglomerado);
– viagem recente (em torno de um a dois meses);
– contato com pessoas que adoeceram com sintomas semelhantes;
– presença de doenças crônicas (diabetes, cardiopatas, renais crônicos, hipertensos,
pneumopatas, etc.) e doenças imunossupressoras (AIDS, Lupus, etc.);
– uso de medicamentos ou drogas;
– presença de alergia;
– necessidade de hospitalização;
– história de exposição a aves e suínos, principalmente criadouros de aves e relato
de aves ou suínos doentes ou mortos;
– Outras variáveis poderão ser acrescentadas, de acordo com a característica do
surto.
Na investigação de casos graves, dar especial atenção aos dados clínicos e
epidemiológicos como: existência de doenças de base, deslocamento para regiões
afetadas, contato com animais, etc.
É importante identificar quando o surto teve início, o período de duração e a data
provável de exposição dos casos, através da construção da curva epidêmica. Pode ser
usado um gráfico tipo histograma, apresentando os casos por data do início dos sintomas.
A curva epidêmica possibilita identificar a magnitude do surto, a tendência temporal e os
intervalos de tempo entre exposição e adoecimento, indicando períodos de incubação e
de transmissibilidade conhecidos ou suspeitados.

3.2.4 Identificação do agente etiológico


É fundamental efetuar a coleta de amostras clínicas para análise laboratorial
(amostra de secreção de nasofaringe e sangue). A amostra de escolha para o diagnóstico
de vírus respiratórios é a secreção nasofaríngea, coletada pela técnica de aspirado de
156 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
nasofaringe ou swab combinado (dois swab nasais e um da orofaringe), de acordo com o
Anexo 2.
Para a coleta da amostra, prioriza-se o caso suspeito que esteja em fase aguda da
doença, ou seja, no máximo cinco dias do início dos sintomas, preferencialmente três
dias.
Em surtos, podem ser coletadas até 20 amostras, priorizando os pacientes com
menos dias do início dos sintomas e, em casos graves de síndrome gripal, coletar de
todos os pacientes (a depender do número de casos suspeitos). Se houver a necessidade
de ultrapassar o limite de 20 amostras, discutir com técnicos da COVER e a CGLAB.
A amostra deve ser encaminhada, juntamente com a ficha de encaminhamento da
amostra (Anexo 11.D) ao laboratório de referência da influenza no estado imediatamente
após a coleta. Caso não esteja implantada a Vigilância da influenza no estado onde está
ocorrendo o surto, a VE deverá comunicar imediatamente ao Ministério da Saúde
(COVER e CGLAB/SVS e DSAI/FUNASA [se aldeia indígena]) a fim de viabilizar a coleta,
transporte e análise laboratorial das amostras.
Adicionalmente, efetuar a coleta de duas amostras de sangue para sorologia,
sendo uma na fase aguda e outra na fase convalescente (15 dias após o início dos
sintomas). Uma vez obtido o soro, estes devem ser congelados a –20°C e encaminhados
ao LACEN, onde serão submetidos à análise de outros possíveis agentes etiológicos.
As orientações específicas para coleta, acondicionamento, transporte e análises
dessas amostras encontram-se no Anexo 2.
Seja qual for a natureza da amostra, a sua obtenção deve ser realizada utilizando-
se os equipamentos de proteção individual: máscara (tipo N95), óculos de proteção, luvas
de procedimentos (látex descartáveis, não estéreis) avental/capote descartável (com
mangas compridas, punho em malha ou elástico e abertura posterior e, gorro
descartável), observando-se também as medidas de biossegurança do Anexo 3.

3.2.5 Processamento e análise de dados


Os dados coletados devem ser inseridos e analisados em um programa estatístico
de uso local. Para a análise das informações relativas ao local de residência e ao local
provável de exposição, podem ser utilizados mapas ou planta arquitetônica, exemplo:
surtos em comunidades fechadas. A distribuição espacial dos casos ajuda a entender os
possíveis caminhos da transmissão do agente infeccioso, identificando situações
particulares e possibilitando o cálculo das taxas de ataque específicas por área e/ou faixa
etária, dependendo da situação.
157 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
A taxa de ataque é um caso particular de aplicação da taxa de incidência, quando
se dispõe exatamente do total de expostos a um determinado evento, servindo para
identificar os grupos populacionais de maior risco, de acordo com a fórmula:

Taxa de ataque (%) = n° de pessoas doentes em determinado período e local X 100


n° total de pessoas expostas no mesmo período e local

Estudos complementares podem ser necessários, tais como estudos ambientais,


experimentais, entre outros.
Existem várias possibilidades de abordagem metodológica para a realização
de uma investigação de surto, que dependem das características deste. Porém,
como regra geral, o desenho de estudo que se propõe é o de um estudo descritivo
do tipo ecológico (análise das internações e óbitos, por exemplo) combinado com o
estudo de casos. Caso haja necessidade, também podem ser realizados estudos
epidemiológicos analíticos, como caso-controle e coorte, para responder a questões não
esclarecidas durante a investigação. O desenho deste estudo vai depender de que outras
questões necessitarão ser elucidadas e da disponibilidade de recursos humanos e
financeiros.

3.2.6 Implementar medidas de prevenção e controle


Podem ser direcionadas medidas de prevenção e controle frente ao agente, fonte
ou reservatório específico, para a interrupção da exposição ou transmissão e também
para diminuir a susceptibilidade do hospedeiro.

Instrumentos disponíveis para controle em situação de surto de síndrome gripal


3.2.6.1 Medidas gerais de saúde pública:
a) População em geral:
o higiene das mãos com água e sabão (depois de tossir ou espirrar; depois de
usar o banheiro, antes de comer, antes de tocar os olhos, boca e nariz);
o evitar tocar os olhos, nariz ou boca após contato com superfícies;
o usar lenço de papel descartável;
o proteger com lenços a boca e nariz ao tossir ou espirrar, para evitar
disseminação de aerossóis;

158 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


o orientar para que o doente evite sair de casa enquanto estiver em período de
transmissão da doença (2 dias antes até 5 cinco dias após o início dos
sintomas);
o evitar entrar em contato com outras pessoas suscetíveis. Caso não seja
possível, usar máscaras cirúrgicas;
o evitar aglomerações e ambientes fechados (deve-se manter os ambientes
ventilados);
o restrição do ambiente de trabalho para evitar disseminação;
o hábitos saudáveis, como alimentação balanceada, ingestão de líquidos e
atividade física.
b) Cuidados no manejo de crianças em creches:
o encorajar cuidadores e crianças a lavarem as mãos e os brinquedos com água
e sabão quando estiverem visivelmente sujas;
o encorajar os cuidadores a lavarem as mãos após contato com secreções nasais
e orais das crianças, principalmente quando a criança está com suspeita de
síndrome gripal;
o orientar os cuidadores a observarem se há crianças com tosse, febre e dor de
garganta, principalmente quando há notificação de surto de síndrome gripal na
cidade; os cuidadores devem notificar os pais quando a criança apresentar os
sintomas citados acima;
o evitar o contato da criança doente com as outras. Recomenda-se que a criança
doente fique em casa, a fim de evitar transmissão da doença;
o orientar os cuidadores e responsáveis pela creche que notifiquem a secretaria
de saúde municipal caso observem um aumento do número de crianças
doentes com síndrome gripal ou com absenteísmo pela mesma causa.

3.2.6.2 Medidas específicas em situação epidêmica de influenza:


− Pessoas com apresentações graves da infecção ou suas complicações (pneumonia
viral primária ou bacteriana, por exemplo), recomenda-se:
o atendimento em regime de urgência. Ver relação de hospitais de referência;
o adotar precauções contra transmissão do vírus influenza por aerossóis;
o instituir restrição de visitas, principalmente no período de transmissibilidade da
doença (2 dias antes até 5 cinco dias após o início dos sintomas);
o colocar máscaras no paciente, se possível, quando o mesmo for transportado;
o instituir medidas de biossegurança para profissionais de saúde;
159 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
ƒ usar luvas quando em contato com secreções;
ƒ lavar as mãos antes e após contato com pacientes. Essa prática, quando
realizada adequadamente, parece ser suficiente para impedir a
transmissão do vírus influenza por contato;
ƒ usar aventais e máscaras cirúrgicas quando entrar no quarto do paciente
ou quando for manipular suas secreções.
− Redução da exposição de pré-escolares e escolares, dependendo da magnitude e
extensão do surto. Considerando as crianças como responsáveis pela transmissão
ampliada da influenza na comunidade, a suspensão temporária das atividades
coletivas desse grupo etário pode reduzir a transmissão da doença. Assim, as escolas
que identificarem alunos faltosos com diagnóstico de síndrome gripal, cujas taxas de
absenteísmo forem >20%, recomenda-se o fechamento da escola por 2 a 4 dias.
− Cuidados adicionais com gestantes (2° e 3° trimestres) e bebês, para evitar infecções
secundárias (pneumonia), e parturientes, para evitar transmitir a doença para o bebê:
o gestante:
ƒ buscar o serviço de saúde caso apresente sintomas de síndrome gripal;
ƒ na internação para o trabalho de parto, priorizar o isolamento se a
mesma estiver com diagnóstico de influenza.
o parturiente:
ƒ após o nascimento do bebê, se a mãe estiver doente, usar máscara e
lavar bem as mãos com água e sabão antes de amamentar e após
manipular suas secreções; estas medidas devem ser seguidas até sete
dias após o início dos sintomas da mãe;
ƒ a parturiente deve evitar tossir ou espirrar próximo ao bebê.
o bebê:
ƒ priorizar o isolamento em berçários;
ƒ os profissionais e mães devem lavar bem as mãos e outros utensílios
(mamadeiras, termômetros, etc.);
Suspensão de atividades coletivas e eventos que concentrem um grande número de
pessoas, como shows, festas populares, etc.

3.2.6.3 Medidas específicas em caso de surtos de influenza em comunidades fechadas


(asilos, creches, presídios, escolas, etc.)
o após anuência do DEVEP/SVS/MS, com o intuito de reduzir o potencial de
transmissão da doença, vacinar a população exposta e profissionais da
160 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
instituição, e outros envolvidos no surto, desde que haja compatibilidade
antigênica entre a cepa identificada e a vacina disponível; recomenda-se
também atualizar, se necessário, a caderneta de vacinação do idoso com esta
vacina antipneumocócica 23-valente, para assegurar proteção para a principal
complicação da influenza;
o uso de antivirais para quimioprofilaxia em grupos de risco específicos (em
desenvolvimento o protocolo de uso de antivirais em surtos de comunidades
fechadas).

3.2.6.4 Medidas específicas no caso de suspeita ou confirmação de surto por cepa


pandêmica
Adotar as medidas anteriores mais o isolamento, se possível em quarto com
pressão negativa. Mais informações no Anexo 4.
Além dessas recomendações, outras medidas de controle e prevenção poderão ser
adotadas, de acordo com a gravidade, extensão geográfica e magnitude da pandemia.

3.2.7. Produzir e disseminar informações


Este item abrange vários tipos de informação, com distintas estratégias de
comunicação. Os procedimentos de informação e comunicação em saúde incluem
atividades voltadas para públicos específicos (população em geral, segmentos específicos
da sociedade, profissionais de saúde, gestores, etc.). Pressupõem, portanto, a utilização
de diferentes linguagens e mídias e devem ser desenvolvidos no transcorrer de toda a
investigação. A informação é dinâmica e deve ser divulgada durante toda a investigação.
As principais formas para disseminar informações são:
a) relatório técnico direcionado aos profissionais de saúde, com a síntese do problema,
metodologia utilizada na investigação, principais achados e recomendações. A
documentação da investigação pode subsidiar o esclarecimento futuro de novas
investigações de problemas semelhantes, além de poder contribuir com o
aperfeiçoamento do conhecimento acumulado sobre a transmissão da doença,
compartilhamento de experiências e para uso legal.
Sugere-se como roteiro geral para este relatório técnico:
− Título e Autores: título com informação sobre o agravo em questão, local (ex.:
município, UF) e tempo (ex.: julho, 2005) e a equipe de investigação com a
identificação das instituições representadas;

161 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


− Introdução/Antecedente: indica o problema, os dados de base do agravo na localidade
da ocorrência do surto, descreve os antecedentes da investigação: quando e quem
notificou o(s) primeiro(s) caso(s) do surto;
− Objetivo da investigação: o propósito da investigação, como, por exemplo: descrever o
surto, identificar e caracterizar a etiologia, recomendar medidas de prevenção e
controle entre outros;
− Método: descreve como foi conduzida a investigação. Ex.: tipo de estudo (descritivo,
coorte, caso-controle) tamanho e seleção da amostra, instrumento e coleta de dados,
variáveis utilizadas, técnicas estatísticas empregadas, métodos e equipamentos
utilizados para a coleta e análise de amostras laboratoriais;
− Resultado: demonstra os achados da investigação. Ex.: Descrição dos dados
consolidados do surto (caracterização clínica dos casos, mediana de idade, taxa de
ataque/ incidência por faixa etária resultados laboratoriais, etc.);
− Considerações/Conclusão: realça os achados importantes do estudo, conclusões
pertinentes, implicações ou aplicações, inclui comentários sobre as limitações da
investigação;
− Recomendações: medidas de prevenção e controle que foram adotadas e outras
recomendações pertinentes, tais como vigilância prospectiva, outros estudos, etc..
− Anexo: tabelas, gráficos e ilustrações, instrumentos utilizados para a coleta de dados.
b) utilização de folder e/ou cartaz nas creches, escolas, presídios, asilos, hospitais, etc.;
com o intuito de orientar as pessoas a buscarem atendimento médico caso apresentem os
sintomas de síndrome gripal e tenham cuidados básicos de higiene;
c) relatório técnico direcionado aos gestores do sistema de saúde, com a síntese do
problema, dos achados e das recomendações, com ênfase nos riscos associados ao seu
não equacionamento de forma adequada.

162 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Anexo 11.A

163 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Anexo 11.B

164 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Anexo 11.C

165 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


166 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
Anexo 11.D

167 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


168 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
Anexo 12

Agência Nacional
de Vigilância Sanitária

PLANO DE PREPARAÇÃO DO BRASIL


PARA UMA PANDEMIA DE INFLUENZA

AÇÕES DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA EM PORTOS, AEROPORTOS E FRONTEIRAS


Preliminar

169 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


www.anvisa.gov.br
Brasília, outubro de 2005.

Agência Nacional
de Vigilância Sanitária

Diretor-Presidente

Dirceu Raposo de Mello

DIRETORES

Cláudio Maierovitch P. Henriques

Franklin Rubinstein

Vitor Hugo Costa Travassos da Rosa

GERENTE-GERAL DE PORTOS, AEROPORTOS E FRONTEIRAS

Paulo Ricardo Santos Nunes

170 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO
ESTRUTURA EXISTENTE
2. MEDIDAS A SEREM ADOTADAS EM PORTOS, AEROPORTOS E FRONTEIRAS -
PAF
3. PERÍODO INTERPANDÊMICO (FASES 1 E 2) E DE ALERTA PANDÊMICO (FASE
3)
3.1 INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
3.2 CAPACITAÇÃO DE PROFISSIONAIS
3.3 CONTROLE SANITÁRIO DE VIAJANTES
3.4 CONTROLE SANITÁRIO DE INFRA-ESTRUTURA, MEIOS DE TRANSPORTES E
MERCADORIAS
3.4.1 INFRA-ESTRUTURA E MEIOS DE TRANSPORTE
3.4.1.1 PROCEDIMENTOS A SEREM ADOTADOS PARA RESÍDUOS INFECTANTES E
MATERIAIS UTILIZADOS NA LIMPEZA, DESINFECÇÃO, DESCONTAMINAÇÃO
3.4.1.1.1 ACONDICIONAMENTO DE RESÍDUOS INFECTANTES
3.4.1.1.2. TRATAMENTO DE RESÍDUOS INFECTANTES
3.4.1.1.3 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
3.4.2 MERCADORIAS
3.5 ORGANIZAÇÃO E PREPARO
4. PERÍODO DE ALERTA PANDÊMICO (FASE 4)
4.1 INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
4.2 CAPACITAÇÃO DE PROFISSIONAIS
4.3 CONTROLE SANITÁRIO DE VIAJANTES
4.4 CONTROLE SANITÁRIO DE INFRA-ESTRUTURA, MEIOS DE TRANSPORTES E
MERCADORIAS
4.5 ORGANIZAÇÃO E PREPARO
5. PERÍODO DE ALERTA PANDÊMICO (FASES 5 E 6)
6. PERÍODO PANDÊMICO (FASE 7)
7. PERÍODO PÓS-PANDÊMICO (FASE 8)
8. GLOSSÁRIO
9. ANEXOS

ÍNDICE DE TABELAS

TABELA
1 NÍVEIS DE ALERTA DO BRASIL NOS DIFERENTES PERÍODOS E
FASES PANDÊMICOS

ÍNDICE DOS ANEXOS

ANEXO
A MODELO DE CADASTRO DO VIAJANTE (EM AVALIAÇÃO)
B RELAÇÃO DOS ENDEREÇOS DAS COORDENAÇÕES DE VIGILÂNCIA
SANITÁRIA DE PORTOS, AEROPORTOS, FRONTEIRAS E RECINTOS
ALFANDEGADOS
171 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
C RELAÇÃO DAS SALAS DE VACINA EM PORTOS, AEROPORTOS,
FRONTEIRAS E RECINTOS ALFANDEGADOS
D PLANO DE LIMPEZA E DESINFECÇÃO DE MEIOS DE TRANSPORTES E
INFRA-ESTRUTURA EM ÁREA DE PAF
E RDC 306/2005 – INSTITUI GRUPO DE TRABALHO SOBRE
CONTROLE SANITÁRIO RELATIVO À PREVENÇÃO DO RISCO DE
INFLUENZA
F FLUXOS DE PROCEDIMENTOS DE ROTINA NA DETECÇÃO DE
ANORMALIDADES CLÍNICAS EM VIAJANTES A BORDO DE MEIOS DE
TRANSPORTE

172 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


1. Introdução

As ações de vigilância sanitária, epidemiológica e controle de vetores nas áreas de


portos, aeroportos, fronteiras e recintos alfandegados são de competência da Anvisa e
foram estabelecidas pela Lei 9.782 de 26 de janeiro de 1999, publicada no Diário Oficial
da União de 27 de janeiro de 1999. Essas atividades visam proteger e promover a saúde
da população, buscando a garantia da segurança sanitária de produtos e serviços nos
terminais de passageiros e cargas, entrepostos, estações aduaneiras, meios e vias de
transportes aéreos, marítimos, fluviais, lacustres e terrestres do país.
A intensificação das ações sanitárias em atendimento ao Plano de Preparação para
evitar a introdução e expansão de doenças transmissíveis será de acordo com a
legislação específica (Resoluções Anvisa RDC 02 de 08 de janeiro de 2003, RDC 217 de
21 de novembro de 2001, RDC 306 de 07 de dezembro de 2004) em consonância com o
Regulamento Sanitário Internacional e outros acordos subscritos pelo Brasil.

ESTRUTURA EXISTENTE
Conforme a Portaria Anvisa Nº. 406 de 14 de outubro de 2005, publicada no Diário
Oficial da União Nº. 199 de 17 de outubro de 2005, Seção 1, página 43, a Gerência Geral
de Portos, Aeroportos e Fronteiras e Recintos Alfandegados está estruturada com cinco
gerências (1.Infra-estrutura, Meios de Transporte e Controle de Vetores; 2.Orientação e
Controle Sanitário de Viajantes; 3.Projetos Especiais; 4.Inspeção de Produtos e
Autorização de Empresas; 5.Planejamento, Avaliação e Acompanhamento), 27
Coordenações Estaduais – CVSPAF (Anexo B), que são unidades gestoras, com
agilidade administrativa para ações locais, 108 Postos de Controle e Fiscalização e 57
Salas de Vacinas (Anexo C). Os Postos estão localizados nos principais pontos de
entrada e saída do país, envolvendo 1.300 trabalhadores em equipes multiprofissionais. A
Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa – é parte do Sistema Único de Saúde e
coordena o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária.

2. Medidas a serem Adotadas em Portos, Aeroportos e Fronteiras - PAF

As medidas de vigilância sanitária a serem executadas nas áreas de portos,


aeroportos e fronteiras seguirão a orientação do Comitê Técnico de Influenza com
recomendações direcionadas para a pandemia de influenza em períodos e fases de
acordo com o risco em saúde pública, obedecendo aos níveis de alerta do Brasil.

173 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


TABELA 1 – NÍVEIS DE ALERTA DO BRASIL NOS DIFERENTES PERÍODOS E FASES PANDÊMICOS

Período da Fase da
Níveis de Alerta no Brasil Recomendações
Pandemia Pandemia
Não há detecção de novos Fortalecer a preparação do
Fase 15 subtipos de vírus influenza em país para o enfrentamento de
humanos no Brasil e no Mundo. uma pandemia.
Não há detecção de novos
subtipos de vírus influenza em Aumentar a sensibilidade para
Interpandêmico
humanos no Brasil. a detecção e notificação
Fase 23 Mas há um subtipo viral que circula oportunas da possível
nos animais em alguma região do circulação do subtipo viral nas
Mundo e que representa risco Unidades Federadas.
considerável para humanos.
Manter a alta sensibilidade
para a detecção e notificação
Detecta-se um ou vários casos de oportunas da possível
infecção humana com um novo circulação do subtipo viral em
Fase 36
subtipo viral no Mundo (Fora do áreas estratégicas (grandes
Brasil). centros urbanos, cidades com
aeroportos, entre outros) do
país.
Alertar para a detecção e
Detecta-se um ou vários notificação precoce de casos
conglomerados pequenos com suspeitos em todos os
Alerta transmissão limitada de pessoa a municípios das Unidades
Fase 44
pandêmico pessoa no Mundo Federadas do Brasil. Iniciar a
(Fora do Brasil). preparação de vacinas
contendo a cepa pandêmica e
outras medidas de prevenção.
Manter alerta para detecção e
notificação precoce de casos
Detecta-se um ou vários suspeitos em todos os
conglomerados grandes no Mundo. municípios das Unidades
Fase 54
Identificação da cepa pandêmica Federadas do Brasil. Adotar
no Brasil. medidas de bloqueio de
transmissão do caso primário e
casos secundários.
Minimizar a morbidade, a
Epidemia no Brasil com a
Pandêmico Fase 6 mortalidade e o impacto
circulação da cepa pandêmica.
econômico e social.
Concluir as análises do impacto
na morbimortalidade e
Circulação do vírus influenza, sua
econômico-social. Reorganizar
Pós- morbidade e mortalidade retornam
Fase 7 a estrutura da rede
Pandêmico ao normal no Brasil. Período
assistencial, entre outros.
Interpandêmico.
Recomendação do Período
Interpandêmico.
5
A diferença entre as Fases 1 e 2 tem como base o risco de infecção ou adoecimento em humanos oriunda das cepas que circulam
nos animais. Para essa avaliação consideram-se, de acordo com o conhecimento científico vigente, os fatores: patogenicidade da cepa
nos animais e nos humanos, presença de infecção em animais domésticos e ou somente na fauna silvestre, se é um vírus enzoótico ou
epizoótico, se está localizado ou generalizado geograficamente, ou outros critérios.
6
A distinção entre as Fases 3, 4 e 5 tem como base a avaliação de risco de pandemia. Para essa avaliação consideram-se, de acordo
com o conhecimento científico vigente, os fatores: taxa de transmissão, localização geográfica e propagação, gravidade da doença,
presença de genes provenientes de cepas humanas (quando o vírus é proveniente de cepa animal) e outros critérios científicos.

174 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Para a adoção das medidas de controle sanitário nas áreas de Portos, Aeroportos,
Fronteiras e Recintos Alfandegados, foram definidas cinco linhas de ação para avaliação,
tomada de decisão, acompanhamento e implementação de medidas sanitárias de forma
diferenciada, considerando os períodos interpandêmico, de alerta pandêmico e pós-
pandêmico e suas fases de evolução:
1. Informação e comunicação
2. Capacitação de profissionais
3. Controle sanitário de viajantes
4. Controle sanitário de infra-estrutura, meios de transportes, mercadorias
5. Organização e preparo

3. PERÍODO INTERPANDÊMICO (FASES 1 E 2) E DE ALERTA PANDÊMICO (FASE 3)

3.1 INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Informar aos viajantes, tripulantes e comunidades das áreas aeroportuárias,


portuárias e de fronteiras e de recintos alfandegados sobre as áreas geográficas com
ocorrência de focos de influenza aviária, casos humanos, as perspectivas de uma
pandemia, assim como medidas de promoção, prevenção e controle, com destaque para:
ƒ Agências de viagem, companhias de transporte, salas de espera de embarque e
desembarque de passageiros.
ƒ Orientações técnicas aos postos e as CVSPAF.
Além dessas medidas, haverá a atualização permanente da página da Anvisa,
disponível a comunidade na rede mundial de computadores (www.anvisa.gov.br).
Informar e alertar os viajantes sobre os cuidados básicos de prevenção,
principalmente aqueles que têm como destino regiões com ocorrência de casos da
influenza aviária de alta patogenicidade:
¾ Evitar o contato com granjas, criações de aves ou mercados de animais vivos.
¾ Evitar aglomerações humanas desnecessárias.
¾ Lavar as mãos freqüentemente.
¾ Evitar viagens não essenciais a áreas sabidamente afetadas.
¾ Relatar à tripulação qualquer anormalidade clínica evidenciada durante a viagem.
¾ Procurar assistência médica aos primeiros sintomas compatíveis com influenza
depois de viagens para áreas afetadas.

. Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


175
Prazo de implantação: imediato.

3.2 CAPACITAÇÃO DE PROFISSIONAIS

A capacitação será realizada por meio de atividades educativas como seminários,


palestras, oficinas com material educativo escrito ou eletrônico aos trabalhadores da
Anvisa e os que exercem atividades em ambulatório médico, administradoras, empresas
prestadoras de serviço, profissionais de outros órgãos de fiscalização e controle. A
biossegurança será tema prioritário com abordagem do uso e descarte correto de
Equipamentos de Proteção Individual - EPI, produtos apropriados e metodologia de
aplicação para limpeza e desinfecção de meios de transportes e ambientes.
Prazo de implantação: imediato.

3.3 CONTROLE SANITÁRIO DE VIAJANTES


Priorizar as atividades de controle sanitário de viajantes para a detecção precoce
de casos e redução da transmissão, observando fluxos de procedimento para
anormalidades clínicas a bordo de meios de transportes (Anexo F).
Definir estratégia de rastreabilidade do viajante.
Considerar tripulantes, e comunidade de PAF como grupo de risco ocupacional
prioritário para a vacinação anual contra influenza (vacina de cepa não pandêmica).
(aguardar definição)
Prazo de implantação: imediato.

3.4 CONTROLE SANITÁRIO DE INFRA-ESTRUTURA, MEIOS DE TRANSPORTES E MERCADORIAS

3.4.1 Infra-Estrutura e Meios de Transporte


Intensificar as atividades de controle sanitário de infra-estrutura, meios de
transporte, existentes na rotina com destaque para:
¾ Orientação e vigilância dos serviços prestados nas áreas de PAF quanto à limpeza
e desinfecção de superfícies de meios de transporte e de ambientes.
¾ Orientação e vigilância quanto ao destino e tratamento de resíduos sólidos. Os
resíduos dos meios de transportes procedentes de área de circulação de vírus da
influenza aviária de alta patogenicidade ou com anormalidade clínica a bordo
deverão ser considerados como de Classe “A1” ou potencialmente infectantes.

176 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


¾ Orientação e vigilância dos planos de manutenção, operação e controle de
ambientes climatizados.
Limpeza e desinfecção de meios de transporte com carga viva em conjunto com o
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Identificar em conjunto com o MAPA pontos de fragilidade de fiscalização, frente ao
risco de entrada de influenza aviária através de cargas de animais vivos e de produtos
derivados de animais ou por resíduos deles gerados em PAF.
Na detecção de anormalidade clínica compatível com Influenza em meio de
transporte procedente de área de risco:
¾ Realizar a limpeza, desinfecção e descontaminação dos meios de transportes,
utilizando os EPIs indicados, de acordo com o preconizado a seguir (Anexo D).

Limpeza
ƒ Retirar os resíduos Classe A1 e descartar adequadamente;
ƒ Friccionar pano e ou escova embebida com água e detergente nas superfícies,
retirando os resíduos deixados após a operação;
ƒ Enxaguar com água limpa e/ou pano úmido;
ƒ Secar com pano limpo;
ƒ Promover o descarte dos panos utilizados na operação.

Desinfecção
ƒ Após a limpeza da superfície, aplicar o desinfetante (álcool 70% e/ou hipoclorito a 1%)
e aguardar 10 minutos;
Obs.: o álcool pode provocar ressecamento de plásticos e borrachas e opacificação
de acrílicos e o hipoclorito é corrosivo para metais e inativado em presença de matéria
orgânica.
ƒ Enxaguar repetidas vezes com água limpa;
ƒ Secar com pano limpo;
ƒ Descartar os panos utilizados na operação.

Descontaminação
ƒ A ser realizada quando houver a presença de fluidos orgânicos e não for possível a
realização de limpeza prévia;
ƒ Aplicar solução desinfetante (álcool 70% e ou hipoclorito a 1%) e aguardar 10 minutos;
ƒ Proceder desinfecção.
177 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
3.4.1.1 PROCEDIMENTOS A SEREM ADOTADOS PARA RESÍDUOS INFECTANTES E MATERIAIS
UTILIZADOS NA LIMPEZA, DESINFECÇÃO, DESCONTAMINAÇÃO
O vírus da influenza de alta patogenicidade é considerado microorganismo de
relevância epidemiológica e risco de disseminação, portanto deverá ser considerado de
Risco 4, segundo a Resolução Anvisa RDC 306/04, e deverá ser submetido a tratamento
antes da disposição final.

3.4.1.1.1 ACONDICIONAMENTO DE RESÍDUOS INFECTANTES


O acondicionamento deverá ser em saco plástico vermelho, de material resistente
à ruptura e vazamento, impermeável, baseado na NBR 9191/2000, respeitados os limites
de peso de cada saco, sendo proibido o seu esvaziamento ou reaproveitamento. Os
sacos devem ser substituídos quando atingirem 2/3 de sua capacidade ou pelo menos 1
vez a cada 24 horas e identificados pelo símbolo de substância infectante constante na
NBR-7500 da ABNT, com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos.

3.4.1.1.2 TRATAMENTO DE RESÍDUOS INFECTANTES


O tratamento deverá ser realizado utilizando-se processo físico ou outros
processos que vierem a ser validados para a obtenção de redução ou eliminação da
carga microbiana, por exemplo: incineração, autoclavagem, hidrólise alcalina, microondas.
Após o tratamento, devem ser acondicionados da seguinte forma: se não houver
descaracterização física das estruturas, devem ser acondicionados em saco branco
leitoso, que devem ser substituídos quando atingirem 2/3 de sua capacidade ou pelo
menos 1 vez a cada 24 horas e identificados pelo símbolo de substância infectante
constante na NBR-7500 da ABNT, com rótulos de fundo branco, desenho e contornos
pretos.
Havendo descaracterização física das estruturas, podem ser considerados como
resíduos do Grupo D. Neste caso, devem ser acondicionados de acordo com as
orientações dos serviços locais de limpeza urbana, utilizando-se sacos impermeáveis,
contidos em recipientes.

3.4.1.1.3 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL


Os operadores envolvidos nos procedimentos acima descritos, bem como os
profissionais envolvidos na inspeção sanitária ou no atendimento ao viajante com
anormalidade clínica e os profissionais de manutenção de sistemas de climatização,
178 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
deverão fazer uso de equipamentos de proteção individual: luva nitrílica com punho de 46
cm, avental descartável com mangas compridas, punho em malha e gramatura 50, bota
de borracha e/ou sapatilhas descartáveis, máscara facial com proteção tipo respirador
semifacial, sem manutenção, com válvula de exalação (N95, N99 e N100), óculos de
proteção ou protetor facial em acrílico incolor. As luvas, óculos e as botas de borracha
poderão ser reaproveitados desde que descontaminados por Hipoclorito de Sódio a 1%
com tempo de contato não inferior a 10 minutos.
Obs.: no caso dos profissionais envolvidos na inspeção sanitária ou no atendimento
ao viajante com anormalidade clínica, deverão utilizar calçados comuns com sapatilhas
descartáveis (pro - pé).

3.4.2 MERCADORIAS
Priorizar as inspeções físicas de matérias-primas, subprodutos e produtos não
industrializados de origem animal relacionados ao mecanismo de transmissão do vírus,
principalmente aves, procedentes de áreas de ocorrência de casos de influenza aviária e
com casos humanos.
Proibir as doações internacionais de produtos para saúde usados procedentes de
países com ocorrência de casos de influenza aviária e com casos humanos.
Identificar pontos de entrada no território nacional, para fins de exercício fiscal, em
mercadorias originárias de áreas de ocorrência de casos de influenza aviária e com casos
humanos.
Prazo: de 1 a 4 meses.

3.5 ORGANIZAÇÃO E PREPARO


ƒ Instituição, pela Diretoria Colegiada da Anvisa, pela Resolução-RDC 306, de 14 de
outubro de 2005, de Grupo de Trabalho permanente para planejar, formular e
implementar o controle sanitário relativo à prevenção do risco da Influenza
Humana, bem como o acompanhamento, avaliação e adequação de medidas
sanitárias para minimizar o risco da Pandemia de Influenza no Brasil (Anexo E).
ƒ Elaboração de material informativo diverso como informes e notas técnicas,
folhetos, cartazes, vídeos, entre outros, com abrangência de todas as áreas de
atuação da Anvisa.
Prazo: imediato.

179 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


4. PERÍODO DE ALERTA PANDÊMICO (FASE 4)

Intensificar as medidas de controle sanitário nas fases anteriores.

4.1 INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Intensificar a informação aos viajantes, tripulantes e comunidades das áreas


aeroportuárias, portuárias e de fronteiras e de recintos alfandegados sobre as áreas
internacionais com ocorrência de focos de influenza aviária, casos inter-humanos, as
perspectivas de uma pandemia, assim como medidas gerais de cuidado e prevenção.
Utilização de avisos sonoros e vídeos em meios de transportes, terminais de
passageiros. Distribuição de material informativo (cartazes, folhetos).
Prazo de implantação: imediato a partir do alerta do Comitê de Influenza.

4.2 CAPACITAÇÃO DE PROFISSIONAIS


Avaliar, reforçar e complementar o conteúdo da capacitação anteriormente
realizada entre aos trabalhadores da Anvisa e os que exercem atividades em ambulatório
médico, administradoras, empresas prestadoras de serviço, profissionais de outros órgãos
de fiscalização e controle sobre a situação epidemiológica da influenza aviária, sua
evolução e as medidas e cuidados necessários para minimizar seus efeitos, de acordo
com o Plano de Preparação da Pandemia da Influenza.

4.3 CONTROLE SANITÁRIO DE VIAJANTES


Intensificar as atividades de controle sanitário de viajantes para a detecção precoce
de casos e redução da transmissão.
Reforçar a comunicação para o viajante que sai e que entra no Brasil quanto a:
¾ Cuidados preventivos e medidas de higiene;
¾ Evitar aglomerações humanas desnecessárias;
¾ Lavar mãos freqüentemente;
¾ Evitar o contato com granjas, criações de aves ou mercados de animais vivos em
regiões com surtos de influenza aviária de alta patogenicidad;
¾ Evitar viagens não essenciais a áreas sabidamente afetadas;
¾ Relatar à tripulação qualquer anormalidade clínica evidenciada durante a viagem;
¾ Procurar assistência médica aos primeiros sintomas compatíveis com influenza
depois de viagens para áreas afetadas;
¾ Estimular a identificação de casos suspeitos pelos tripulantes.
180 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
Realizar teste de diagnóstico rápido para influenza na triagem em PAF (aguardar
decisão).
Considerar os trabalhadores da Anvisa e os que exercem atividades em
ambulatório médico, administradoras, empresas prestadoras de serviço, profissionais de
outros órgãos de fiscalização e controle como grupo de risco ocupacional prioritário para a
vacinação contra influenza (vacina da cepa pandêmica).
Considerar os trabalhadores da Anvisa e os que exercem atividades em
ambulatório médico, administradoras, empresas prestadoras de serviço, profissionais de
outros órgãos de fiscalização e controle como grupo de risco ocupacional prioritário e para
o uso de antivirais.
Intensificar a vigilância sindrômica para influenza nos ambulatórios médicos
instalados nas áreas aeroportuária, portuária e de fronteira.
Adotar o uso de máscara N95, N99 e N100 para o viajante com anormalidade
clínica compatível com Influenza durante permanência no meio de transporte,
deslocamento, isolamento.
Restringir deslocamentos (trânsito internacional e nacional).
Restringir portas de entrada para vôos internacionais procedentes de área de
ocorrência de casos.
Obs: aguardar definição de caso suspeito e de comunicante e as medidas
gerais de isolamento (hospitalar ou residencial).
Prazo de implantação: imediato a partir do alerta do Comitê de Influenza.

4.4 CONTROLE SANITÁRIO DE INFRA-ESTRUTURA, MEIOS DE TRANSPORTES E MERCADORIAS


Intensificar as atividades de controle sanitário de infra-estrutura, meios de
transportes e mercadorias descritos para as fases anteriores.
¾ Manter fluxos de informação, avaliar e atualizar procedimentos sempre que
necessário;
¾ Realizar simulações de situações de alerta visando ao aperfeiçoamento da
resposta dos trabalhadores de PAF, secretarias estaduais e municipais de saúde;
¾ Avaliar:
- a indicação da supressão de revistas e jornais a bordo
- do uso de fones de ouvido descartáveis
- o uso de mantas e travesseiros

181 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


4.5 ORGANIZAÇÃO E PREPARO
ƒ Intensificar as reuniões do grupo de trabalho interno da Anvisa para
acompanhamento, avaliação e adequação de medidas sanitárias.

5. PERÍODO DE ALERTA PANDÊMICO (FASES 5 E 6)

Avaliar e reforçar as medidas de controle sanitário adotadas na Fase 4.

¾ Intensificar os fluxos de informação, avaliar e atualizar procedimentos;


¾ Realizar simulações de situações de alerta visando ao aperfeiçoamento da
resposta dos trabalhadores de PAF, secretarias estaduais e municipais;
¾ RESTRINGIR DESLOCAMENTO:
- em caso de doença
- para áreas de risco no território nacional
- para países com casos confirmados

6. PERÍODO PANDÊMICO (FASE 7)

Reforçar medidas das fases anteriores.

7. PERÍODO PÓS-PANDÊMICO (FASE 8)

Avaliar o impacto, reorganizar o serviço no que couber e retornar a Fase 1.

182 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


8. GLOSSÁRIO

AERONAVE: é todo aparelho manobrável em vôo, que possa sustentar-se e circular no


espaço aéreo, mediante reações aerodinâmicas, apto a transportar pessoas e ou cargas.

AEROPORTO: aeródromo público, dotado de instalações e facilidades para apoio às


operações de aeronaves, embarque e desembarque de viajantes e/ou cargas.

ÁREA AFETADA: lugar geográfico a respeito do qual a OMS recomendou


especificamente medidas sanitárias de acordo com o Regulamento Sanitário Internacional
(2005).

AUTORIDADE SANITÁRIA: autoridade que tem diretamente a seu cargo, em sua


demarcação territorial, a aplicação das medidas sanitárias apropriadas, de acordo com as
Leis e Regulamentos vigentes no território nacional, em tratados e em outros atos
internacionais dos quais o Brasil é signatário.

BAGAGEM: conjunto de bens de viajantes que, pela quantidade e freqüência, não revele
destino comercial.

CERTIFICADO INTERNACIONAL DE VACINAÇÃO VÁLIDO: é aquele que foi expedido


em conformidade com as regras e o modelo definido no Regulamento Sanitário
Internacional.

CONTAMINAÇÃO: ato ou o momento em que uma pessoa ou um objeto se converte em


veículo mecânico de disseminação de um determinado agente patogênico.

DESCONTAMINAÇÃO: é o processo de eliminação total ou parcial da carga microbiana


de artigos e superfícies, tornando-os aptos para o manuseio seguro.

DESINFECÇÃO: destruição de agentes infecciosos que se encontram fora do corpo, por


meio de exposição direta a agentes químicos ou físicos.

DOENÇA: toda enfermidade ou estado clínico, não importando sua origem ou


procedência, que represente ou possa representar um risco para o ser humano.

DOENÇA DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA: aquela cuja comunicação é obrigatória à


autoridade sanitária, definida por ato legal do Ministério da Saúde.

EMERGÊNCIA EM SAÚDE PÚBLICA DE INTERESSE INTERNACIONAL: evento


extraordinário que, de acordo com o Regulamento Sanitário Internacional - 2005: (a)

183 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Constitui um risco para saúde pública de outros Países pela propagação internacional de
uma doença e (b) Exige uma resposta internacional coordenada.

INFECÇÃO: entrada e desenvolvimento ou multiplicação de um agente infeccioso no


corpo de uma pessoa ou animal que pode constituir um risco para a saúde pública.

INSPEÇÃO SANITÁRIA: investigação no local da existência ou não de fatores de risco


sanitário, que poderão produzir agravo à saúde individual ou coletiva, incluindo a
verificação de documentos.

LIVRE PRÁTICA: autorização a ser emitida pelo Órgão de Vigilância Sanitária Federal
competente, para que uma embarcação, procedente ou não do exterior, atraque ou inicie
as operações de embarque ou desembarque de cargas e viajantes.

MEDIDA SANITÁRIA: todo procedimento aplicado para prevenir a propagação de


doenças ou contaminação; uma medida sanitária não compreende medidas de polícia ou
de segurança de estado.

MOVIMENTAÇÃO DE MERCADORIAS SOB VIGILÂNCIA SANITÁRIA: são as práticas


de embarque, desembarque, transbordo, transporte e armazenagem de mercadorias
importadas em pátios, edificações e demais instalações de terminais aquaviários, portos
organizados, aeroportos e recintos alfandegados.

NOTIFICAÇÃO: comunicação oficial da ocorrência de determinado evento à autoridade


competente.

PASSAGEM DE FRONTEIRA TERRESTRE: ponto de entrada terrestre de um País,


incluindo os utilizados por veículos de transportes e trens.

PONTO DE ENTRADA: passagem para entrada ou saída internacionais de viajantes,


bagagens, cargas, contêineres, meios de transporte, mercadorias e remessas postais.

PORTO DE CONTROLE SANITÁRIO: Porto Organizado, Terminal Aquaviário, Terminal


de Uso Privativo, Terminal Retroportuário, Terminal Alfandegado e Terminal de Carga,
estratégicos do ponto de vista epidemiológico e geográfico, localizados no território
nacional, sujeitos à vigilância sanitária.

REMESSA POSTAL INTERNACIONAL: é a mercadoria sob vigilância sanitária


transportada por meio de encomenda internacional pela Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos – ECT.

184 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


RISCO PARA SAÚDE PÚBLICA: possibilidade de ocorrência de um evento que pode
afetar de forma adversa a saúde das populações humanas, com ênfase na disseminação
internacional ou que possa representar um risco grave e um perigo direto.

TRIPULANTE: toda pessoa que está em serviço de aeronave, durante o percurso de uma
viagem comercial ou militar.

VIAJANTE: passageiro, tripulante, profissional não tripulante e clandestino em viagem em


um meio de transporte ou o próprio pedestre.

VIGILÂNCIA SANITÁRIA: conjunto de medidas que tem como objetivo elaborar e


controlar a aplicação e fiscalização do cumprimento de normas e padrões de interesse
sanitário.

185 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


9. ANEXOS

ANEXO I
CADASTRO DO VIAJANTE
FRENTE

Agência Nacional de Vigilância Sanitária

Data / Date: _____ / _____ / ______


(dia / mês / ano) (Day / Month / Year)

CADASTRO DE VIAJANTE
• Identificação Pessoal / Personal Identification

_______________________ _________________________ ________________ ___________________


NOME COMPLETO / FULL NAME Nº DO DOCUMENTO / DOCUMENT Nº TIPO DOC./DOC. TYPE PAÍS/ISSUING COUNTRY

• Local de estada nos próximos 10 dias / Location where you can be found in next 10 days

________________________________________________________________ ______________________
ENDEREÇO COMPLETO / FULL ADDRESS CIDADE / CITY

____________________ __________________________ _______ __________________________


ESTADO / STATE PAÍS / COUNTRY DDI/DDD TELEFONE / PHONE NUMBER

• Sintomas observados nas últimas 48 horas / syntoms presented in the last 48 hours

Sintoma/ Syntoms Há quantos dias/ How many days?


Diarréia / Diarrhea _______Dias /days
Vômito / Vomit _______Dias /days
Febre / Fever _______Dias /days
Dor de cabeça / Headache _______Dias /days
Ictericia / Icteria _______Dias /days
Alterações respiratórias / Breathing alterations _______Dias /days
eritema / erythema _______Dias /days
Ausência de sintomas / No symptons _______Dias /days

• Autoridade Sanitária / Health Authority Autorização de desembarque: Sim Não


IDENTIFICAÇÃO

Meio de transporte: Aeronave Embarcação Rodoviário Ferroviário

Origem: __________________ País / UF: ____________ Duração da viajem: ______ horas ou ______dias

Nº assento/ cabine: ________ Mudou de assento/cabine durante a viajem? Se sim, para qual? ___________

Identificação: ________________________ Nome ou Prefixo: ____________________________________

Empresa Responsável: ____________________________________________________________________

Intercorrências observadas a bordo: Água Alimentos Coleta de águas residuais


Coleta de resíduos sólidos Refrigeração ou sistema de ar condicionado
Suspeita clínica: ______________ Nº de suspeitos da mesma doença: ___________

186 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Anexo A

Cadastro do Viajante
Verso

LISTA DE COMUNICANTES
LIST OF CONTACTS

NOME / NAME ENDEREÇO / ADDRESS FONE / PHONE (DDI/DDD)

Observações / Observations

187 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


ANEXO B – RELAÇÃO DOS ENDEREÇOS DAS COORDENAÇÕES DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA DE
PORTOS, AEROPORTOS, FRONTEIRAS E RECINTOS ALFANDEGADOS (CVSPAF)

Gerência Geral de Portos, Aeroportos, Fronteiras e Recintos Alfandegados


Gerente Geral: Paulo Ricardo Santos Nunes / Substituto: Afonso Infurna Júnior
End.: SEPN 511 - Bloco “A” Ed. Bittar II - 3º andar - Asa Norte
CEP: 70.750.541 - Brasília - DF
Tel.: (61) 3448-6344/6227/6222 - Fax: (61) 3448-6221
e-mail: ggpaf@anvisa .gov.br

CVSPAF - AC
Coordenador: Dionísio Paiva Ximenes / Substituta: Graci Medeiros Lopes
End.: Rua José de Melo, 86 - Centro
CEP: 69.908-330 - Rio Branco - AC
Tel.: (68) 3224-5330 - Fax: (68) 3224-4114
e-mail: cvspaf.ac@anvisa.gov.br

CVSPAF - AL
Coordenadora: Maria Nazaré Alves da Silva / Substituta: Maria dos Santos Soares
End.: Rua do Comércio, 25, Ed. Palmares, 12º andar - Centro
CEP: 57020904 - Maceió - AL
Tel.: (82) 38802-3581 - Fax: (82) 3223-6977
e-mail: cvspaf.al@anvisa.gov.br

CVSPAF - AP
Coordenador: Raimundo Brito do Amaral / Substituto: Carlos Alberto Nascimento Barbosa
End.: Rua Leopoldo Machado, 1614 - Centro
Cep: 68.906-430 - Macapá - AP
Telefones: (96) 3223-6341 - Fax: (96) 3223-6397 - 223-4537
e-mail: cvspaf.ap@anvisa.gov.br

CVSPAF - AM
Coordenadora: Antonia Riseuda Brasil de Oliveira / Substituto: Mario Marcos Belém
Pereira
End.: Av. Eduardo Ribeiro, 520, Ed. Manaus Shopping Center 16º andar s/1601 a 1605 -
Centro
CEP: 69.010-001 - Manaus - AM
Tel: (92) 3622-3031/3032/3033 - Fax: (92) 3622-3753
e-mail: cvspaf.am@anvisa.gov.br

CVSPAF - BA
Coordenadora: Eliane Cristina de Santana Fiais / Substituta: Rívia Mary de Barros
End.: Rua do Tesouro, 21/23 - 8° andar, Ed. Ministério da Saúde - Centro
CEP: 40.020-050 - Salvador - BA
Tel: (71) 3266-3359/9447 - Fax: (71) 3266-6232
e-mail: cvspaf.ba@anvisa.gov.br

188 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


CVSPAF - CE
Coordenador: Roberto Cesar de Vasconcelos / Substituta: Milca Costa Adegas
End.: R. do Rosário, 283, 4º andar, sala 413 - Centro
CEP: 60.055-090 - Fortaleza - CE
Tel.: (85) 3452-6013 - Fax (85) 3452-6010
e-mail: cvspaf.ce@anvisa.gov.br

CVSPAF - DF
Coordenador: José Lima Dias / Substituta: Márcia Helena da Silva
End.: Aeroporto Internacional de Brasília, Lago Sul
CEP: 71.608-900 - Brasília - DF
Tel.: (61) 3365-3120/1438 – 3364-9220 - Fax: (61) 3365-1438/3120
e-mail: cvspaf.df@anvisa.gov.br

CVSPAF - ES
Coordenador: José Alberto de Andrade Reis / Substituta: Maria Aparecida Moreira
End.: Rua José Alexandre Buaiz, 190, salas 1703 a 1711 - Praia do Canto
CEP: 29.055-630 - Vitória - ES
Tel.: (27) 3314-4087 - Fax: (27) 3314-4075
e-mail: cvspaf.es@anvisa.gov.br

CVSPAF - GO
Coordenadora: Maria Marta Ferreira / Substituto: José Luiz Camargo
End.: Rua 82, 179 – 14º andar - Setor Sul
CEP: 74.083-010 - Goiânia - GO
Tel.: (62) 3521-4301 - Fax: (62) 3521-4308
e-mail:cvspaf.go@anvisa.gov.br

CVSPAF - MA
Coordenador: Ary Henriques Costa / Substituto: José Reginaldo Siqueira Mendes
End.: Av. Alexandre Moura, 182, 2° andar - Centro
CEP: 65.025-470 - São Luís - MA
Tel.: (98) 3231-1089 - Fax: (98) 3221-4382
e-mail:cvspaf.ma@anvisa.gov.br

CVSPAF - MT
Coordenadora: Lucila Spadoni Paes de Barros / Substituta: Constança Amorim da Silva
Oliveira
End.: Av. Getulio Vargas, 553, 15º andar, sala 1503 - Ed. Sede INSS
CEP:78.045-740 - Cuiabá - MT
Tel.: (65) 3219202 - 6245671 - Fax: (65) 3219202
e-mail: cvspaf.mt@anvisa.gov.br

CVSPAF - MS
Coordenadora: Elizabeth Gonçalves /Substituto: Euler Magno do Amaral Cersózimo
End.: Rua Dom Aquino, 1789, Ed. Cruz de Malta, 2º andar - Centro
CEP: 79.002-184 - Campo Grande - MS
Tel.: (67) 3325 4380 - Fax: (67) 3321-4347/8838
e-mail: cvspaf.ms@anvisa.gov.br

189 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


CVSPAF - MG
Coordenador: Paulo Woyames Pinto Filho / Substituta: Lígia Soares B. Leite
End.: Av. Getúlio Vargas, 447 – 11º andar - Bairro Funcionários
CEP:30.112-021 - Belo Horizonte - MG
Tel.: (31) 3227-9886 - Fax: (31) 3227-9653
e-mail:cvspaf.mg@anvisa.gov.br

CVSPAF - PA
Coordenador: Antônio Nazareno Gomes Salgado / Substituto: João Luiz Moura da Cunha
End.: Rua Senador Manoel Barata, 869, 3º andar, salas - 301 a 305 - Centro
CEP:66.010-140 - Belém - PA
Tel.: (91) 32232068/32125161/32126649/3212-0485 - Fax: (91) 32225800/ 32247462
e-mail:cvspaf.pa@anvisa.gov.br

CVSPAF – PB
Coordenadora: Rosângela de Queiroz Barreto / Substituta: Marta Regina Macena Gomes
End.: Rua Princesa Isabel, 252 - Centro
CEP:58014240 - João Pessoa - PB
Tel.: (83) 3241-7727/1530 - Fax: (83) 3241-5573
e-mail:cvspaf.pb@anvisa.gov.br

CVSPAF - PR
Coordenadora: Clara Kiyomi Kioshima / Substituta:Carmem Isabel de Paula Guimarães
End.: Rua Cândido Lopes, 208, sala 209 a 213 - 2º andar - Centro
CEP:80020-060 - Curitiba - PR
Tel.: (41) 3304-1150/1153 - Fax: (41) 3322-1569
e-mail:cvspaf.pr@anvisa.gov.br

CVSPAF - PE
Coordenadora: Vera Regina Paula Baroni /Substituta: Lígia Araújo Nunes
End.: Av. Conselheiro Rosa e Silva, 1489 - Aflitos
CEP: 52.050-020 - Recife - PE
Tel.: (81) 3426-8603/8705 – 3427-8385 - Fax: (81) 34268659
e-mail: cvspaf.pe@anvisa.gov.br

CVSPAF - PI
Coordenadora: Maria de Jesus Paz / Substituta: Rosário de Fátima L. Martins
End.: Av. João XXIII, 1317 - Jóquei Clube
CEP: 64049010 - Teresina - PI
Tel.: (86) 223-7975 - 321-2417 / Fax: (86) 223-9211
e-mail:cvspaf.pi@anvisa.gov.br

CVSPAF - RJ
Coordenador: Respondendo - Afonso Infurna Júnior
End.: Rua México, 128 - 1ª sobreloja, sala 16 - Centro
CEP: 20.031-142 - Rio de Janeiro - RJ
Tel.: (21) 2240-8191 - Fax: (21) 32408438
e-mail: cvspaf.rj@anvisa.gov.br

190 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


CVSPAF - RN
Coordenadora: Márcia de Oliveira Torres / Substituto: Helder Soares de Souza
End.: Av. Alexandrino de Alencar, 1402, sala 6 - Tirol
CEP: 59.015-350 - Natal - RN
Tel.: (84) 3232-0500/201 5888 - Fax: (84) 3232-0506
e-mail: cvspaf.rn@anvisa.gov.br

CVSPAF - RS
Coordenadora: Mauda Valdeci Vess Rocha / Substituto: Ivar Crescêncio
End.: Av. Borges de Medeiros, 536, 10º andar, sala 1008 - Centro
CEP: 90.020-022 - Porto Alegre - RS
Tel.: (51) 3228-8371 - Fax: (51) 3211-08 24
e-mail:cvspaf.rs@anvisa.gov.br

CVSPAF - RO
Coordenador: Manoel Amaro de Sousa Filho / Substituta: Sonia Maria dos Santos Q. Lima
e Silva
End.: Rua Portugal, 2373 - IPASE Novo
CEP: 78.903-380 - Porto Velho - RO
Tel.: (69) 3217-2300/217-2301 - Fax: (69) 3217-2322
e-mail: cvspaf.ro@anvisa.gov.br

CVSPAF - RR
Coordenador: Respondendo - Estevão Cláudio dos Santos / Substituto:
End.: Av. Ville Roy, 292, Ed. Latiffe Salomão, 2º andar - Centro
CEP:69.301-001 - Boa Vista - RR
Tel.: (95) 36239425/7557 - 6243648 - Fax: (95) 36239425
e-mail: cvspaf.rr@anvisa.gov.br

CVSPAF - SC
Coordenador: Telesmagno Neves Teles / Substituta: Eliane Jacques Lippel da Silva
End.: Praça Pereira Oliveira, 35 - Centro
CEP: 88.010-540 - Florianópolis - SC
Tel.: (48) 32220570 - Fax: (48) 32242644
e-mail: cvspaf.sc@anvisa.gov.br

CVSPAF - SP
Coordenadora: Maria Lúcia Nogueira Godoy Amed / Substituta: Sueli Aparecida de Souza
Kurihara
End.: Av. São João, 313, do 19º ao 21º andar - Centro
CEP: 01.035-000 - São Paulo - SP
Tel.: (11) 3352-3007/3004 /3051 - Fax: (11) 3352-3042
e-mail:cvspaf.sp@anvisa.gov.br

191 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


CVSPAF - SE
Coordenadora: Respondendo: Genildes de Carvalho Ribeiro
End.: Av. Dr. Carlos Firpo, 147, Ed. Sede do INSS, 14º andar - Centro
CEP: 49.010-250 - Aracaju - SE
Tel.: (79) 3211-9883/214-0859 - Fax: (79) 3214-4597
e-mail: cvspaf.se@anvisa.gov.br

CVSPAF - TO
Coordenador: Antônio Carlos M. Cirilo / Substituta: Josélia Viana Coutinho
End.: Av. JK Quadra ACSV-SE 12, lote 1 - sala 1/ 1º andar - Centro
CEP: 77.123-250 - Palmas - TO
Tel.: (63) 3215 7096 - Fax: (63) 32121166
e-mail: cvspaf.to@anvisa.gov.br

ANEXO C – RELAÇÃO DAS SALAS DE VACINA EM PORTOS, AEROPORTOS, FRONTEIRAS E


RECINTOS ALFANDEGADOS.

LOCAIS SALAS DE
UF ENDEREÇO TELEFONE
VACINAÇÃO ANVISA

POSTO AEROPORTUÁRIO
DE RIO BRANCO SALA
DESEMBARQUE Estrada do Bujari - km 19, BR
AEROPORTO INTERNAC. 367 - CEP: 69.914-020 - Rio
AC
RIO BRANCO Branco/AC (68) 32111068
Avenida Internacional, 596 -
POSTO DE FRONTEIRA Sapel - CEP: 69.934-000 -
DE EPITACIOLÂNDIA Epitaciolândia/AC (68) 35463186
Rua Paralela, BR 104 km 91 -
Aeroporto Zumbi dos Palmares -
POSTO AEROPORTUÁRIO Tabuleiro do Pinto - CEP: (82)88023584/
DE MACÉIO 67.110-000 - Rio Largo/AL 32144094
AL
Rua Sá e Albuquerque, s/nº -
Prédio da Administração do
POSTO PORTUÁRIO DE Porto de Maceió - Jaraguá - (82)88023582/
MACÉIO CEP: 57.025-180 - Maceió/AL 33273301
POSTO AEROPORTUÁRIO Av. Santos Dumont, 1350
AM EDUARDO GOMES Tarumã - 1º subsolo - CEP:
(PAPEG) 69.049-600 - Manaus/AM (92) 3652-1498
Sala de vacinação - Rua
Marquês de Santa Cruz
Estação Hidroviária Porto de
POSTO PORTUÁRIO DE Manaus - Centro - CEP: 69.005-
MANAUS 370 Manaus/AM (92) 3232-4940

192 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


POSTO PORTUÁRIO,
AEROPORTUÁRIO E Av. Eduardo Colelho, 10 -
FRONTEIRAS DE Portobrás - CEP: 69.400-000 -
TABATINGA Tabatinga/AM (92) 34122359
POSTO PORTUÁRIO,
AEROPORTUÁRIO E
FRONTEIRAS DE Avenida da Amizade s/nº
TABATINGA (POSTO DE Fronteira com Letícia /Colômbia -
FRONTEIRA) - Trailer CEP: 69.400-000 - Tabatinga/AM (92) 34124614
Av. Hildemar Maia s/nº - Santa
POSTO AEROPORTUÁRIO Rita - CEP: 68.904-490
DE MACAPÁ Macapá/AP (96) 32224623
AP TRAILLER DA ORLA
FLUVIAL DA FRONTEIRA Av. Joaquim Caetano da Silva
DO MUNÍCIPIO DO s/nº - Centro - CEP: 68.980-000
OIAPOQUE/AP Oiapoque/AP (96) 5212310
Praça Gago Coutinho s/nº - São
POSTO AEROPORTUÁRIO Cristóvão - CEP: 41.510-250 (71) 33773138/
DE SALVADOR Salvador/BA 32041235
BA
Avenida da França, s/nº -
POSTO PORTUÁRIO DE Comércio - CEP: 40.010-000
SALVADOR Salvador/BA. (71) 32410276
Rua do Rosário, 283, 4º andar
SEDE DA Sala 413 - Centro - CEP:
COORDENAÇÃO 60.055-090 - Fortaleza/CE (85) 34526013
Esplanada do Pecém, s/n Bloco
"A” Sala 06 – Bloco das
Instituições Federais -
Secretarias Federais - CEP:
POSTO PORTUÁRIO DE 62.674-000 - Distrito de
CE
PECÉM Pecém/CE (85) 33151961
POSTO AEROPORTUÁRIO
DE FORTALEZA Av. Senador Carlos Jereissatti,
(Aeroporto Internacional 3000 - Serrinha - CEP:
Pinto Martins) 60.741-900 - Fortaleza/CE (85) 34526031
Praça Amigos da Marinha, s/nº
POSTO PORTUÁRIO DE Mucuripe - CEP: 60.182-640
FORTALEZA (Mucuripe) Fortaleza/CE (85) 34526581
Esplanada dos Ministérios
Anexo Bloco "G", Serviço Médico
(Posto Médico do Ministério da
POSTO DE VACINAÇÃO Saúde térreo/anexo Ala B
DO MINISTÉRIO DA Consultório 4) - CEP: 71.608-900
SAÚDE Brasília/DF. (61) 33152671
DF Aeroporto Internacional de
Brasília, Desembarque
Internacional - Lago Sul
POSTO AEROPORTUÁRIO Área de desembarque de
DE BRASÍLIA - SALA DE passageiros, ao lado da sala do
VACINA DO AEROPORTO Juizado de Menores - CEP:
DE BRASÍLIA 71.608-900 - Brasília/DF (61) 33659228
193 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
Av. Fernando Ferrari, s/nº -
ES POSTO AEROPORTUARIO Goiabeiras (Aeroporto de Vitória)
DE VITÓRIA CEP: 29.075-052 - Vitória/ES (27) 30836471
POSTO AEROPORTUÁRIO Praça Capitão Frazão, 913 Setor
GO DE GOIÂNIA (Santa Santa Genoveva (62) 35214402/
Genoveva) CEP: 74.672-410 - Goiânia/GO 35214401
Av. dos Portugueses, S/Nº -
POSTO PORTUÁRIO DE Porto de Itaqui - Itaqui - CEP:
ITAQUI 65.085-370 - São Luís/MA (98) 3222-4662
MA Av. dos Libanêses, nº 3.503
Aeroporto Cunha Machado
POSTO AEROPORTUÁRIO Tirirical - CEP: 65.056-480 - São
DE SÃO LUÍS Luís/MA (98) 3245-8185
POSTO AEROPORTUÁRIO
- AEROPORTO
INTERNACIONAL Mezanino - Sala 37 - Aeroporto
TANCREDO Internacional Tancredo Neves
MG
NEVES/PACONFINS/AITN CEP: 33.421-000 - Confins/MG (31) 36892008
Praça Bagatelli, s/nº - Aeroporto
POSTO AEROPORTUÁRIO - CEP: 31.272-970 - Belo
DA PAMPULHA Horizonte/MG (31) 34902060
POSTO PORTUÁRIO,
AEROPORTUÁRIO E DE
FRONTEIRA DE Rua Ladário, 788 - Centro
CORUMBÁ (SEDE). CEP: 79302030 (67) 32313331

MS POSTO DE FRONTEIRA - Posto ESDRA, Rodovia Ramão


Trailler. Gomes s/n - Corumbá/MS
Avenida Duque de Caxias, s/nº -
Aeroporto Internacional Campo
POSTO AEROPORTUÁRIO Grande - CEP: 79.101-901 -
DE CAMPO GRANDE Campo Grande/MS. (67) 33634061
Avenida Governador João Ponce
POSTO AEROPORTUÁRIO de Arruda s/nº - Jardim
DE CUIABÁ - MARECHAL Aeroporto - CEP: 78.110-971 -
RONDON Várzea Grande/MT (65) 36824611
POSTO PORTUÁRIO
AEROPORTUÁRIO E DE Avenida Sete de Setembro, 445 (65)
FRONTEIRA DE CÁCERES Centro - CEP: 78.200-000 32239846/3223
(POSTO PORTUÁRIO) Cáceres/MT. 9875
POSTO PORTUÁRIO
MT AEROPORTUÁRIO E DE
FRONTEIRA DE CÁCERES
(POSTO DE FRONTEIRA Destacamento Militar de Corixa -
DE CÁCERES) CEP: 78.200-000 – Corixa /MT (65)3623-97-57
POSTO DE VACINAÇÃO Rua Frei Ambrósio s/nº saguão
NA RODOVIÁRIA DE do terminal rodoviário - CEP:
CÁCERES 78.200-000 - Cáceres/MT não tem
POSTO DE FRONTEIRA Destacamento Militar do Exército
DE CÁCERES E PORTO Santa Rita - CEP: 78.240-000
ESPERIDIÃO Porto Esperidião/MT (65) 4007623
194 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
Rua Senador Manoel Barata, (91)
869, 3º andar, salas 301 a 305 - 32232068/3212
SEDE DA Centro - CEP: 66.010-140 5161/32126649/
COORDENAÇÃO Belém/PA 32120485
PA
Avenida Júlio César s/nº,
Aeroporto Internacional Val-de- (91)
POSTO AEROPORTUÁRIO Cans - CEP: 66115970 - 32570055/3257
BELÉM Belém/PA 8352
Praça Comunidade Luso
Brasileira, 70 Bairro do Recife,
POSTO PORTUÁRIO DO próximo ao Forte do Brum - CEP: (81) 32246789
RECIFE 50.030-280 - Recife/PE ou 32246987
Praça Ministro Salgado Filho s/nº
- Imbiribeira Aeroporto dos
PE
POSTO AEROPORTUÁRIO Guararapes ao lado da sala de (81) 34644150/
DE RECIFE - imprensa - CEP: 51.210-010 - 34621305 ou
GUARARAPES Recife/PE 33411085
Rodovia PE 60 km 10 -
POSTO PORTUÁRIO DE Engenho Massangana - CEP: (81) 35271289
SUAPE 55.590-000 - Ipojuca/PE ou 35271046
Av. Centenário, s/nº - Bairro
PI POSTO AEROPORTUÁRIO Aeroporto - CEP: 64.006-970
DE TERESINA Teresina/PI (86) 32216696
Rua Cândido Lopes, 208 Sala (41)
SEDE DA 209 - 2º andar - Centro - CEP: 33041150/3304
COORDENAÇÃO 80.020-060 - Curitiba/PR 1153
PR POSTO AEROPORTUÁRIO
DE CURITIBA - Av. Rocha Pombo, s/nº -
AEROPORTO AFONSO Aeroporto - CEP: 83.010-620 -
PENA São José dos Pinhais/PR (41) 33811281
Rua México, 128, - Térreo - (21) 2240-
SEDE DA
Centro - CEP: 20.031-142 - Rio 8191/2240-
COORDENAÇÃO
de Janeiro/RJ 8533/2240-8728
Av. Vinte de Janeiro s/nº - Ilha do
POSTO AEROPORTUÁRIO Vacina (21)
RJ Governador TPS1 setor verde
DO GALEÃO RJ (UAC e 3398-4575 UAC
Sala 1004 - CEP: 21.941-970
SALA DE VACINA) 3398-3040
Rio de Janeiro/RJ
POSTO PORTUÁRIO DE Estrada da Madeira, km 18 s/nº - (21) 2688-9254
SEPETIBA CEP: 23854410 - Ituguaí/RJ. / 9303
Av. Alexandrina de Alencar, nº: (84)
SEDE DA 1402, sala 006 - Tirol - CEP: 32320500/3201
COORDENAÇÃO 59015350 - Natal/RN 5888
Av. Torquato Tapajós, km 08 -
Aeroporto Internacional Augusto (84)
RN
POSTO AEROPORTUÁRIO Severo - CEP: 59150000 - 36431794/3644
DE NATAL Parnamirim/RN 1218
Av. Eng. Hildebrando de Góis,
POSTO PORTUÁRIO DE 173 - Ribeira - CEP: 59.010-700
NATAL Natal/RN (84) 32320521

195 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


POSTO PORTUÁRIO,
AEROPORTUÁRIO E DE
FRONTEIRA DE GUAJARÁ Travessa Nicolau Jorge, 538
MIRIM (POSTO Triângulo - CEP: 78.957-000
PORTUÁRIO) Guajará Mirim/RO (69) 5417215
RO
POSTO PORTUÁRIO,
AEROPORTUÁRIO E DE
FRONTEIRA DE GUAJARÁ Travessa Nicolau Jorge, 538
MIRIM (POSTO DE Triângulo - CEP: 78.957-000
FRONTEIRA PORTUÁRIO) Guajará Mirim/RO (69)35417208
Av. Panamericana s/nº (95)
POSTO DE FRONTEIRA Centro - CEP: 69.345-000 35921473/3592
DE PACARAIMA Pacaraima/RR 1576
Av. Presidente Tancredo Neves,
RR POSTO PORTUÁRIO DE s/nº - Centro - CEP: 69380000
FRONTEIRA DE BONFIM Bonfim/RR (95) 35521250
POSTO AEROPORTUÁRIO Praça Santos Dumont, 3110
DE BOA VISTA - Santos Santos Dumont
Dumont CEP: 69.304-000 - Roraima/RR (95) 36239297
Av. Severo Dulius, 90010
POSTO AEROPORTUÁRIO São João - Edifício (Garagem do (51)
DE PORTO ALEGRE - Aeroporto) - CEP: 90.200-310 33582459/3326
RS Aeroporto Salgado Filho Porto Alegre/RS 1598
POSTO AEROPORTUÁRIO BR 290, Km 718, Box 13
DE FRONTEIRA DE CEP: 97.500-970
URUGUAIANA (EADI) Uruguaiana/RS (55)34133385

SC POSTO PORTUÁRIO DE Av. Presidente Vargas s/nº


IMBITUBA CEP: 88.780-000 - Imbituba/SC (47) 32550846

POSTO AEROPORTUÁRIO
SE DE ARACAJU Av. Senador Julio César Leite,
s/n - Aeroporto
CEP: 49.037-570 - Aracaju/SE (79) 3243-3998
Av. Washington Luiz s/nº Ala
POSTO AEROPORTUÁRIO Norte (provisório) Bairro Jardim
DE CONGONHAS - SALA Aeroporto (11) 5090-9228/
DE VACINA CEP: 46.26-911 - São Paulo/SP 5093-6308
Rua Jamil João Zarif s/nº TPS 2
ASA - D - Térreo- Aeroporto
SP POSTO AEROPORTUÁRIO Internacional de Guarulhos (11) 6445-2308/
DE GUARULHOS CEP: 71.41-970 - São Paulo/SP 6445-3557
POSTO AEROPORTUÁRIO Rodovia Santos Dumont km 66
DE VIRACOPOS CEP: 13.055-970 - Campinas/SP (19) 3725-5411
Rua Frei Gaspar, 22 Conj. 11 e
POSTO PORTUÁRIO DE 12
SANTOS CEP: 11.010-091 - Santos/SP (13) 3219-4586

196 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


ANEXO D - PLANO DE LIMPEZA E DESINFECÇÃO DE MEIOS DE TRANSPORTES E INFRA-ESTRUTURA EM
ÁREA DE PAF (FONTE: RDC-ANVISA 02/03)

MÉTODOS PARA APLICAÇÃO DE PRODUTOS SANEANTES DOMISSANITÁRIOS


PROCEDIMENTO PRODUTO SANEANTE A SER USADO *
MÉTODO

MÉTODO I Limpeza DETERGENTES


retirar os resíduos e descartar
adequadamente; DESINCRUSTANTES

friccionar pano e/ou escova embebida


com água e detergente nas superfícies,
retirando os resíduos deixados após
operação;
enxaguar com água limpa e ou pano
úmido;
secar com pano limpo;
promover o descarte dos panos
utilizados na operação, acondicionando-
os em recipientes ou sacos plásticos
que devem estar de acordo com as
normas regulamentares pertinentes.

MÉTODO II Desinfecção QUATERNÁRIO DE AMÔNIA


limpeza da área contaminada;
HIPOCLORITO DE SÓDIO
aplicar sobre a área atingida o
desinfetante indicado em toda a HIPOCLORITO DE CÁLCIO
superfície;
aguardar tempo de ação conforme
indicação do fabricante, que deve estar
de acordo com normas regulamentares;
enxaguar, utilizando outro pano,
repetidas vezes, com água limpa;
secar com pano limpo;
promover o descarte dos panos
utilizados na operação, acondicionando-
os em recipientes ou sacos plásticos
que devem estar de acordo com as
normas regulamentares pertinentes.

MÉTODO Descontaminação HIPOCLORITO DE SÓDIO


III Situações em que são constatadas
contaminações por sangue, fezes, HIPOCLORITO DE CÁLCIO
urina, vômitos ou outros fluidos COMPOSTOS ORGÂNICOS
orgânicos, quando não for possível a
LIBERADORES DE CLORO
retirada prévia do excesso desses
ATIVO
resíduos:

197 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


aplicar a solução desinfetante sobre a
área contaminada;
deixar em contato por tempo
estabelecido, conforme indicação do
fabricante, que deve estar de acordo
com as normas regulamentares
pertinentes;
proceder à desinfecção.

MÉTODO Descontaminação CAL VIRGEM - preparo da


IV Situações com suspeita de solução (volume de 100 litros de
contaminação por agentes biológicos de dejetos): colocar 2 kg de cal
alto risco: virgem para atender volume
interditar, isolar a área suspeita e indicado
aguardar a liberação do local pela GLUTARALDEÍDO (para
autoridade sanitária em exercício no descontaminação)
aeroporto; recolher o material suspeito;
acondicionar o material suspeito em PARAFORMALDEÍDO (para
sacos plásticos duplos e segregar em descontaminação)
área específica; aplicar a solução
desinfetante sobre a área contaminada;
deixar em contato por tempo
estabelecido conforme indicação do
fabricante, que deve estar de acordo
com as normas regulamentares
pertinentes; remover o produto e
resíduos existentes; proceder à
desinfecção; descartar panos,
equipamentos e EPI que não possam
ser desinfetados com segurança.

* Outros princípios ativos não relacionados nesses grupos poderão ser utilizados nos
procedimentos de limpeza, desinfecção e descontaminação, desde que aprovados pela
autoridade sanitária competente, considerando as finalidades e instruções de uso
indicadas pelo fabricante.
DISPOSIÇÕES GERAIS
1. Usar EPI em todas as etapas de operacionalização do PLD. Após o uso, os operadores
deverão promover a limpeza e desinfecção dos EPI.
2. Os produtos utilizados nos procedimentos de limpeza, desinfecção e descontaminação
deverão estar em conformidade com a legislação sanitária pertinente.
3. Os panos utilizados nos procedimentos de limpeza e desinfecção (MÉTODOS I e II)
poderão ser descartáveis ou a critério da empresa interessada, após suas utilizações,
poderão ser acondicionados em sacos plásticos e encaminhados para limpeza e
desinfecção para posterior utilização.
4. Os equipamentos de limpeza (vassouras, escovas, rodos, etc.) deverão sofrer
desinfecção com soluções indicadas no MÉTODO I, após cada jornada de trabalho. No
caso de utilização em descontaminação, desinfecção ou limpeza de áreas contaminadas

198 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


por microorganismos de importância epidemiológica e ou sangue, secreções ou
excreções, ao término dos procedimentos operacionais, esses equipamentos deverão
sofrer limpeza e desinfecção imediata.
5. Quando do fracionamento, os produtos deverão ser identificados e acondicionados de
acordo com a natureza e características do produto original.
6. As embalagens de formulações à base de hipoclorito de sódio deverão ser opacas,
estar vedadas e protegidas de fontes de luz e calor.
7. Sempre que a autoridade sanitária encontrar materiais suspeitos de ser um meio de
contaminação, deverá proceder ao isolamento da área, utilizar EPI e adotar as medidas
sanitárias específicas.
8. Os procedimentos descritos no PLD, a serem realizados após cada jornada de
trabalho, deverão considerar o período de oito horas de atividade.

PROCEDIMENTOS DE LIMPEZA EM AEROPORTOS E AERONAVES POR ÁREAS DE ATUAÇÃO


QUADRO I - AERONAVE

Superfícies Métodos Freqüência

Porta-artigos, espelho, portas, Limpeza (Método I) Escalas de vôo


fechaduras, paredes,
interruptores, torneira, bancada, Desinfecção (Método II) Destino final
pia, vaso (assentos e laterais),
piso e depósito de resíduos
sólidos

Em caso de contaminação por Cobrir os locais atingidos Durante o vôo


sangue, fezes, vômito, urina e com papel-toalha
outros fluidos orgânicos
Permitir o acesso apenas
ao viajante com urgência
de uso, após orientação
sobre o risco sanitário

Descontaminação (Método 1º estacionamento da


III) aeronave

QUADRO II - AERONAVE

Superfícies Métodos Freqüência

Fornos, armários, bancadas, Limpeza (Método I) Escalas de vôo


painéis, pias, portas,
compartimentos, carrinhos, Desincrustação Sempre que necessário ou
paredes, telefones, cortinas, a critério da autoridade
assentos da tripulação, depósito sanitária

199 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


de resíduos sólidos Desinfecção (Método II) Sempre que necessário ou
de acordo com as
necessidades, e a critério
da autoridade sanitária

Em caso de contaminação por Isolar a área afetada e Durante o vôo


agente biológico em superfícies cobrir os locais atingidos
ou equipamentos
Descontaminação (Método 1º estacionamento da
III) aeronave

QUADRO III - AERONAVE

Superfícies Método Freqüência

Mesas e braços de poltronas Limpeza (Método I) Escalas de vôo

Desinfecção (Método II) De acordo com a


necessidade ou a critério da
autoridade sanitária

Janelas, acessórios, máscara de Limpeza (Método I) De acordo com a


demonstração, paredes e porta necessidade ou a critério da
bagagem autoridade sanitária

Desinfecção (Método II) Pernoite

Assentos, poltronas, bolsas, Limpeza (Método I) De acordo com a


pisos (carpetes e outros), necessidade ou a critério da
cinzeiros autoridade sanitária

Grades de ventilação Limpeza (Método I) Pernoite

Em caso de contaminação por Cobrir os locais atingidos Durante o vôo


sangue, fezes, vômito, urina e com papel-toalha
outros fluidos orgânicos
Descontaminação (Método 1º estacionamento da
III) aeronave

QUADRO IV - AERONAVE

Superfícies Métodos Freqüência

Paredes, portas, estruturas e Limpeza (Método I) De acordo com a


pisos. necessidade

Em caso de contaminação por Descontaminação (Método 1º estacionamento da


agentes biológicos, em III) aeronave
superfícies ou cargas.

QUADRO V - Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo

Superfícies Métodos Freqüência

200 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Estruturas internas dos Desinfecção - aplicar a A cada trimestre, de acordo
reservatórios e dutos técnica recomendada pelo com a necessidade ou
fabricante da aeronave quando da ocorrência a
bordo de caso suspeito de
doença de veiculação
hídrica

QUADRO VI - Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo

Superfícies Métodos Freqüência

Estruturas internas dos Limpeza (Método I) A cada 90 dias, ou em caso


reservatórios e tubulações Desinfecção (Método II) de suspeita de
Aplicar a técnica contaminação, ou após
recomendada pelo avaliação dos índices
fabricante do veículo. químicos e microbiológicos
Nota: em caso de
utilização de solução
desinfetante com residual
de cloro de 200 ppm. o
tempo de contato é de 10
minutos
QUADRO VII - Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo

Superfícies Métodos Freqüência

Prateleira, paredes, pisos, Limpeza (Método I) Rotineira e de acordo com


estruturas do interior do veículo e a necessidade ou a
outros equipamentos critério da autoridade
relacionados com o transporte de sanitária
alimentos
Desinfecção (Método II) Após cada jornada de
trabalho ou de acordo com
a necessidade

Em caso de contaminação por Descontaminação (Método De acordo com a


agente biológicos, em superfícies II) necessidade
ou equipamentos

QUADRO VIII - Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo

Superfícies Métodos Freqüência

Estruturas de mangote, Limpeza e desinfecção Após cada jornada de


tubulações, esteios, tanque e trabalho, de acordo com a
pneus do veículo necessidade ou derrame
sobre o veículo.

Tratamento Alternativo Quando for constatada


(tratamento do material falha operacional em uma
existente no tanque das etapas do processo de
coletor de dejetos e águas tratamento de dejeto e
201 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza
residuárias) águas residuárias
Desinfecção - aplicar
Técnica: acrescentar ao
tanque do veículo produto
desinfetante; recolher
dejetos e águas
residuárias; fechar a
válvula; promover
manobras de modo a
homogeneizar a mistura

QUADRO IX - Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo

Superfícies Métodos Freqüência

Áreas do pátio e local de Descontaminação (Método Em caso de derrames


drenagem III)

QUADRO X - EDIFICAÇÃO

Superfícies Métodos Freqüência

Pisos, tetos, janelas, portas, pias, Limpeza (Método I) Rotineira e de acordo com
torneiras, espelhos, luminárias, a necessidade ou a
paredes, assentos, área de critério da autoridade
circulação, embarque, sanitária
desembarque e salas VIP

Vasos, mictórios, ralos e depósito Limpeza (Método I)


de resíduos sólidos dos sanitários
Desinfecção (Método II)

Pisos, tetos, janelas, portas, pias, Limpeza (Método I)


torneiras, espelhos, luminárias,
paredes, assentos, (berçário, posto Desinfecção (Método II)
médico e estabelecimentos afins)

Em caso de contaminação por Descontaminação (Método De acordo com a


agente biológico, em superfícies III) necessidade
ou equipamentos

QUADRO XI - EDIFICAÇÃO

Superfícies Métodos Freqüência

Pias, torneiras, bancadas e Limpeza (Método I) Ao término de cada jornada


laterais e equipamentos fixos de trabalho ou de acordo
Desinfecção (Método II) com a necessidade

Armários, prateleiras, fogão, Limpeza (Método I) Rotineira e de acordo com


geladeira, freezer, portas, a necessidade ou a critério
paredes

202 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


e janelas da autoridade sanitária

Depósitos de alimentos Limpeza (Método I) Antes do abastecimento ou


(despensas e câmaras frias) de acordo com a
necessidade ou a critério
da autoridade sanitária

Panelas, utensílios, pratos e Limpeza (Método I) Rotineira e de acordo com


talheres a necessidade ou a critério
Desinfecção (Método II) da autoridade sanitária
Grelhas, fritadeiras, chapas e
interior do forno Limpeza (Método I)

Em caso de contaminação por Descontaminação (Método De acordo com a


agentes biológicos, em III) necessidade
superfícies ou equipamentos

QUADRO XII EDIFICAÇÃO

Superfícies Métodos Freqüência

Mesas, cadeiras e bandeja Limpeza (Método I) Rotineira e de acordo com


a necessidade ou a critério
Máquinas e equipamentos Limpeza (Método I)
da autoridade sanitária
expositores para venda de Desinfecção (Método II)
bebidas e alimentos

Em caso de contaminação por Descontaminação (Método


agente biológico, em superfícies III)
ou equipamentos

QUADRO XIII - AERONAVE E ÁREA AEROPORTUÁRIA

Superfícies Métodos Freqüência

Áreas da cabine de comando e Descontaminação e Em casos de ocorrência


passageiros, galley, porão de limpeza (Método IV)
carga e áreas aeroportuárias

Equipamento de Proteção Individual para Procedimentos de Descontaminação por Suspeita


de Exposição ao Agente Biológico de Alto Risco

Áreas de Atuação Equipamentos

Aeronave e área Recolhimento de material suspeito


aeroportuária Máscara de proteção; tipo respirador semifacial, sem
manutenção, com válvula de exalação
Especificações: N 95 para TBC (1860 S e 1860)
Óculos de proteção ou protetor facial em acrílico incolor
Luva nitrílica com punho de 46 cm

203 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Avental descartável, mangas compridas, punho em malha,
gramatura 50
Sapatilhas descartáveis
Em caso de ampla contaminação ambiental por suspensão ou
formação de aerossol a partir do material suspeito
Macacão emborrachado ou de PVC, com capuz e elástico,
reutilizável ou descartável
Luva de látex e luva de borracha nitrílica
Botas de borracha
Respirador facial inteiro, tipo série 6800

204 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL PARA PROCEDIMENTOS DE LIMPEZA E DESINFECÇÃO
EQUIPAMENTO ÁREA DE ATUAÇÃO
INTERIOR DE AERONAVE ÁREA DE PARQUEAMENTO EDIFICAÇÕES ÁREA EXTERNA
LIMPEZA - DESINFECÇÃO- SANITÁRIOS ESGOTAMENTO RESÍDUOS ÁREA DE ÁREA DE SANITÁRIOS ETAR CENTRAL DE LAGOA DE
Galley, Galley, cabine de DEJETOS E SÓLIDOS CIRCULAÇÃO PREPARO DE PÚBLICOS RESÍDUOS ESTABILIZAÇÃO
cabine de comando e ÁGUAS DE PESSOAS ALIMENTOS SÓLIDOS
comando e passageiro RESIDUÁRIAS
passageiro
Luva nitrílica com X X X X X
punho de 33 cm
Luva nitrílica com X X X X X
punho de 46 cm
Máscara facial X X X
com proteção
contra odores
Máscara com filtro X X
e protetor facial (incinerador)
para gases
orgânicos
Protetor facial X
transparente no
tamanho de 8
polegadas
Bota de borracha X X X X
Avental X X X X X
impermeável de
Tyvec ou
semelhante
Avental X X X X
impermeável
PVC/Borracha
Calçado X X X X X X
impermeável

O gorro é um equipamento de proteção coletiva (EPC) recomendado para os procedimentos de limpeza e desinfecção nas áreas de preparo e manipulação de alimentos.

205 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza

ANEXO E – INSTITUIÇÃO DE GRUPO DE TRABALHO PELA DIRETORIA COLEGIADA DA ANVISA

RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA - RDC Nº. 306, DE 14 DE OUTUBRO DE 2005


(Publicada no Boletim de Serviço nº 42, em 17/10/2005 – páginas 9 e 10).

Institui Grupo de Trabalho (GT) com o objetivo de planejar, formular e implementar o controle
sanitário relativo à prevenção do risco da Influenza Humana.

O Diretor-Presidente Substituto da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso da


atribuição que lhe confere o inciso IV do artigo 13 do Regulamento da ANVISA, aprovado pelo
Decreto nº 3.029, de 16 de abril de 1999,

Adota, ad referendum, a seguinte Resolução da Diretoria Colegiada e determina a sua


publicação:

Art. 1º Instituir Grupo de Trabalho (GT) com o objetivo de planejar, formular e implementar o
controle sanitário relativo à prevenção do risco da Influenza Humana.

Art. 2º Designar, para compor o grupo de trabalho de que trata o artigo anterior, as áreas
internas da ANVISA a seguir relacionadas, com seu respectivo número de representantes.

02 representantes do Núcleo de Assessoramento Estratégico – NAEST


04 representantes da Gerência Geral de Portos, Aeroportos e Fronteiras – GGPA
01 representante da Assessoria de Relações Institucionais – ASREL
01 representante da Gerencia Geral do Conhecimento – GGCON
01 representante do Núcleo de Assessoramento em Comunicação Social e Institucional –
COMIN
03 representantes da Gerência Geral de Medicamentos – GGMED
02 representantes da Gerência Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde – GGTES
02 representantes da Gerência Geral de Tecnologia em Produtos para a Saúde – GGTPS
01 representante da Gerência Geral de Laboratórios Analíticos em Saúde – GGLAS
02 representantes da Gerência Geral de Relações Internacionais – GGREL
01 representante da Gerência Geral de Saneantes – GGSAN
01 representante da Gerência Geral de Alimentos – GGALI
01 representante do Gabinete do Diretor-Presidente – GADIP
01 representante da Gerência Geral de Inspeção e Controle de Insumos, Medicamentos e
Produtos – GGIMP
01 representante da Gerência Geral de Gestão Administrativa e Financeira – GGGAF
01 representante da Procuradoria – PROCR

§ 1º As atividades do GT serão coordenadas pelo NAEST e pela GGPAF.

§ 2º Cada área indicada no Caput deste artigo designará seus representantes, informando ao
NAEST no prazo de dois dias úteis a partir da data da publicação desta RDC.

Art. 3º Conferir ao GT as seguintes atribuições:


I – Estudar o contexto sanitário internacional da Influenza Humana.
II – Avaliar as medidas sanitárias adotadas em nível internacional.

206 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza

III – Propor medidas sanitárias, em nível nacional, para prevenção do risco da Influenza
Humana.
IV – Elaborar pareceres técnicos para subsidiar decisões da Diretoria Colegiada (DICOL).
V – Implementar as medidas sanitárias propostas e aprovadas pelo Plano Nacional de
Preparação da Influenza Humana.

Art. 4º Caberá ao GT ora criado apresentar as propostas técnicas à consideração da DICOL.


Art. 5º O GT poderá solicitar, quando necessário, a colaboração de técnicos especializados
no tema.

Art 6º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.


FRANKLIN RUBINSTEIN

207 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza

ANEXO F – FLUXOS DE PROCEDIMENTOS DE ROTINA NA DETECÇÃO DE ANORMALIDADES CLÍNICAS


EM VIAJANTES A BORDO DE MEIOS DE TRANSPORTE

ANORMALIDADES EM VEÍCULO TERRESTRE

COMUNICAÇÃO DE ANORMALIDADE CLÍNICA


PELA EMPRESA DE TRANSPORTE TERRESTRE

POSTO DE CONTROLE SANITÁRIO

SES AVALIÇÃO SANITÁRIA


SEM DADOS P/
CONSIDERAR: PROCEDÊNCIA DO VEÍCULO, SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGIA
SMS ORIGEM SINAIS E SINTOMAS
AVALIAÇÃO
CVSPAF

EVENTO DE INTERESSE
P/ SAÚDE PÚBLICA

NÃO SIM

ESTACIONA ESTACIONA EM
EM LOCAL NORMAL ÁREA RESERVADA

INSPEÇÃO SANITÁRIA
DO MEIO DE TRANSPORTE

EVENTO DE INTERESSE P/ SAÚDE


PÚBLICA – EMISSÃO DE RELATÓRIO P/
CADASTRO E LIBERAÇÃO REMOVE VIAJANTE P/ ÁREA CVSPAF
COM ORIENTAÇÃO P/ PROCURAR RESERVADA P/
ASSISTÊNCIA MÉDICA CASO CADASTRO E TRIAGEM
CONTATOS NOTIFICA A VE
APRESENTE ALGUM SINTOMA DE
INTERESSE

LIBERA VIAJANTE ENCAMINHA VIAJANTE P/


ASSISTÊNCIA MÉDICA EM LOCAL
INDICADO PELA A VE

FECHAMENTO DO CASO

208 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza

ANORMALIDADES CLÍNICAS EM AERONAVES

COMUNICAÇÃO DE ANORMALIDADE CLÍNICA


PELA CIA AÉREA/TORRE DE COMANDO

SUPERVISOR DA INFRAERO
ADM. AEROPORTO

POSTO DE CONTROLE
SANITÁRIO

SES AVALIAÇÃO SANITÁRIA SEM DADOS


CONSIDERAR: PROCEDÊNCIA DA AERONAVE P/ AVALIAÇÃO
SMS SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGIA
CVSPAF ORIGEM SINAIS E SINTOMAS

EVENTO DE INTERESSE
P/ SAÚDE PÚBLICA

NÃO SIM

PÁTIO ÁREA REMOTA

INSPEÇÃO SANITÁRIA SERVIÇO MÉDICO DO AEROPORTO


DO MEIO DE TRANSPORTE AVALIAÇÃO MÉDICA

SEM SERVIÇO MÉDICO

FECHAMENTO DO CASO ASSISTÊNCIA MÉDICA PAF – CADASTRA E


EM LOCAL INDICADO ENTREVISTA VIAJANTE
PELA VE COM ANORMALIDADE
CLÍNICA

CONTATOS

CASO DE INTERESSE CADASTRA E LIBERA OS


P/ SAÚDE LIBERA DEMAIS VIAJANTES (CONTATOS)
EMISSÃO DE RELATÓRIO A CRITÉRIO DA AUTORIDADE
P/ CVSPAF SANITÁRIA

NOTIFICA A VE

209 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza

ANORMALIDADES CLÍNICAS EM EMBARCAÇÕES

COMUNICAÇÃO DE ANORMALIDADE
PELO REPRESENTANTE LEGAL

EMBARCAÇÕES EMBARCAÇÕES
COM LP VÁLIDO SEM LP VÁLIDO

ANÁLISE DOCUMENTAL P/AVALIAÇÃO DOS


FATORES DE RÍSCO E DEFINÇÃO DA
LP A SER CONCEDIDO

ANÁLISE DOCUMENTAL E
AVALIAÇÃO SANITÁRIA
SOBRE EVENTO DE LP A BORDO, E LP VIA RÁDIO COM
INTERESSE PARA SAÚDE FUNDEADOURO OU INSPEÇÃO SANITÁRIA
PÚBLICA LOCAL DESIGNADO A BORDO

INSPEÇÃO SANITÁRIA INSPEÇÃO


EM FUNDEIO OU SANITÁRIA
LOCAL DESIGNADO ATRACADO

INSPEÇÃO SANITÁRIA
PREENCHER CADASTRO DE VIAJANTE
EMITIR AUTORIZAÇÃO PARA DESEMBARQUE
DE DOENTE

•NOTIFICAÇÃO A VE
•AÇÕES INTEGRADAS COM A VE
•ASSISTÊNCIA MÉDICA EM
LOCAL INDICADO PELA VE

LIBERA N CASO SUSPEITO DE DEMAIS VIAJANTES


EMBARCAÇÃO ENTERESSE EM PERMANECEM A BORDO
SAÚDE PÚBLICA SOB VIGILÂNCIA

•ENCAMINHA O RESULTADO PARA POSTO-PAF


•O VIAJANTE PERMANCE EM TRATAMENTO NOVOS CASOS N LIBERA
•CASO A EMBARCAÇÃO NÃO OFEREÇA RÍSCO SUSPEITOS EMBARCAÇÃO
PARA SAÚDE PÚBLICA – LIBERA EMBARCAÇÃO

210 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza

Abreviações

ANF Aspirado de nasofaringe


ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CCIH Comissão de Controle de Infecção Hospitalar
CGDT Coordenação Geral de Doenças Transmissíveis
CGLAB Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública
CGPNI Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações
CRIE Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais
CID Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à
Saúde
CIEVS Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde
CONASS Conselho Nacional de Secretários de Saúde
COVER Coordenação de Doenças de Transmissão Respiratória e Imunopreveníveis
DAB Departamento de Atenção Básica
DAE Departamento de Atenção Especializada
DAF Diretoria de Assistência Farmacêutica
DEVEP Departamento de Vigilância Epidemiológica
DSA Departamento de Sanidade Avícola
EPI Equipamento de Proteção Individual
EPISUS Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada ao Sistema Único de
Saúde
ESF Estratégia de Saúde da Família
FIOCRUZ Fundação Oswaldo Cruz
GGTES Gerência Geral de Tecnologia em Serviço de Saúde
IAL Instituto Adolfo Lutz
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
IEC Instituto Evandro Chagas
IFI Imunofluorescência indireta
IgG Imunoglobulinas Anticorpos da classe G
IgM Imunoglobulinas Anticorpos da classe M
IOC Instituto Oswaldo Cruz
IPEC Instituto de Pesquisa Evandro Chagas

211 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza

IRA Infecção respiratória aguda


LACEN Laboratório Central de Saúde Pública
LRN Laboratório de Referência Nacional
LRR Laboratório(s) de Referência Regional(is)
GGPAF Gerência Geral de Portos, Aeroportos e Fronteiras
GIPEA Gerência de Investigação e Prevenção das Infecções e dos Eventos Adversos
GTDER Gerência Técnica de Doenças Emergentes e Reemergentes
MPU Ministério Público da União
NUCOM Núcleo de Comunicação
RPM Rotações por minuto
SAS Secretaria de Atenção à Saúde
SCTIE Secretaria de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégicos
SES Secretaria Estadual de Saúde
SI-API Sistema de Informação do Programa de Imunizações
SI–CRIE Sistema de Informação dos Centros de Referência para Imunobiológicos
Especiais
SI-EAPV Sistema de Informação de Eventos Adversos pós Vacinação
SI–EDI Sistema de Informação de Estoque e Distribuição de Imunobiológicos
SGB Síndrome de Guillain Barré
SCIH Serviço de Controle de Infecção Hospitalar
SMS Secretaria Municipal de Saúde
SST Solução Salina Tamponada
SUS Sistema Único de Saúde
SVS Secretaria de Vigilância em Saúde
MDCK Madin Darby Canine Kidney (linhagem celular para o cultivo do vírus da
influenza)
MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
MS Ministério da Saúde
OMS Organização Mundial da Saúde
OPAS Organização Pan-Americana da Saúde
PAISSV Programa de Avaliação do Instrumento de Supervisão de Sala de Vacina
PBS Solução de Tampão de Fosfato
PCIH Programa Nacional de Controle de Infecção Hospitalar

212 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza

PROCC Programa de Computação Científica


PROJU/MS Procuradoria da Justiça/Ministério da Saúde
UBS Unidade Básica de Saúde
USF Unidade de Saúde da Família
UTI Unidade de Terapia Intensiva
VISA Vigilância Sanitária Estadual
VRS Vírus respiratório sincicial

213 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza

Comitê Técnico - Plano de Preparação para uma Pandemia de Influenza

Coordenação do Comitê – DEVEP/SVS/MS - Expedito Luna*

ANVISA
GGPAF Dirciara Souza Cramer de Garcia *
GGTES Leandro Queiroz Santi*

MAPA
DAS Marcelo de Andrade Mota*

MS
FIOCRUZ
– Bio-Manguinhos Jussara P. Nascimento*
– PROCC Claudia T. Codeço*
– Far-Manguinhos Fernanda Barbosa Lima*
– IOC Marilda M. Siqueira*
– IPEC Marli Jane Costa*
SAS
– DAB Daisy Maria Coelho Mendonça *
Tânia Cristina Walzberg
Deurides Navega
– DAE Fabíola Scancetti Tavares*
Elaine Lopez
SCTIE
– DAF Ricardo Antônio Barcelos *
SVS
– C. Ref. Prof. Helio Fraga Hisbello da Silva Campos*
– CGDT Eduardo Hage Carmo
Fernando Ribeiro Barros*
Luciane Zappelini Daufenbach
– CGLAB Heloiza Helena C. Bastos
– CGPNI Sirlene de Fátima Pereira
Laura Dina B.B.S.Arruda
– GTDER Vera Gattas
– IEC Wyller Alencar de Mello*
– NUCOM Andre Falcão do Rêgo Barros*
Lúcio Costa Ribeiro

SES/SP
– IAL Terezinha Maria de Paiva*
– Instituto Butantan Hisako Gondo Higashi*

Sociedade Brasileira de Infectologia - Luiz Jacinto da Silva*

Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia - Ricardo Luiz de Melo Martins*

Sociedade Brasileira de Virologia - Eurico Arruda*

214 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza

OPAS Cristiana Toscano*

* Membros Oficiais do Comitê

Grupo de Trabalho
Elaboração do Plano de Preparação para uma Pandemia de Influenza

Coordenação do Grupo de Trabalho – CGDT - Luciane Zappelini Daufenbach

ANVISA
GGTES Cíntia Faiçal Parenti
CGPAF Dirciara Souza Cramer de Garcia

MAPA
DAS Marcelo de Andrade Mota

MS
SAS
– DAB Tania Cristina Walzberg
Wagner Rubens Bressanim

– DAE Fabíola Scancetti Tavares


Roberta Maria L. Costa

SCTIE
– DAF Marisete Dalenogare

SVS
– CGDT Eduardo Hage Carmo
Fernando Ribeiro Barros
Gisele de Cássia Barra Araújo

– CGLAB José Alexandre Menezes Silva


Heloiza Helena C. Bastos

– CGPNI Laura Dina B.B.S.Arruda


Sirlene de Fátima Pereira

– NUCOM Andre Falcão do Rêgo Barros


Lúcio Costa Ribeiro

– Assessoria Jurídica Maria Guida Carvalho de Moraes


Maura Beatriz Drago Dornelles

Secretaria Nacional da Defesa Civil


Lélio Bringel Calheiros

215 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza

Colaboradores
ANVISA
GGTES
– GIPEA Adélia Aparecida Marçal dos Santos
Leandro Queiroz Santi
Suzie Marie Teixeira Gomes
– GINFS Regina Maria Gonçalves Barcellos
Adjane Balbino de Amorim
– GTOSS Maria Angela de Avelar Nogueira
Maria Dolores Santos da Purificação

MS
SVS
CGPNI Carmen Silvera
Eudemberg Pinheiro da Silva
Luiza de Marilac Meireles Barbosa
José Evoide de Moura Junior
Sâmia Samad

CGDT Maria Adelaide Millington


Márcio Dênis Medeiros Mascarenhas
Rui Rafael Durlacher

216 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza

Referências Bibliográficas

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Anexo 1
− Brasil, 2002. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Guia de Vigilância
Epidemiológica. 5ª ed., vol. II, p. 495, Brasília-D.F., 2002

218 Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza


Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza

Anexo 2
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− MCDONALD, JC, QUENNEC, P. Utility of respiratory virus panel containing a monoclonal
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− ______ Viral respiratory diseases. Geneva, 1980 ( World Health Organization. Technical
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− BALLEW, HC, LYERLA, HC, FORRESTER, FT. Laboratory methods for diagnosing
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Anexo 4
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− BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n.º 50, de 21 de
fevereiro de 2002. Regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e
avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Diário Oficial [da
República Federativa do Brasil], Brasília, mar. 2002.
− BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 33, de 25 de
fevereiro de 2003. Regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de
saúde. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, fev. 2003.
− BRASIL. Boletim de Pneumologia Sanitária. Centro de Referência Professor Hélio Fraga.
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− BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 3.523/GM, de 28 de agosto de 1998.
Regulamento técnico contendo medidas básicas referentes aos procedimentos de
verificação visual do estado de limpeza, remoção de sujidades por métodos físicos e
manutenção do estado de integridade e eficiência dos componentes dos sistemas de
climatização, para garantir a qualidade do ar de interiores e prevenção de riscos à saúde
aos ocupantes de ambientes climatizados. Diário Oficial [da República Federativa do
Brasil], Brasília, set.1998.
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– Beneson, Abram S. Organizacion Panamericana de la Salud. Manual para el control de las
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Leitura Recomendada

Cada capítulo desse documento contém a bibliografia específica, entretanto recomenda-se a


leitura de:
− A Framework for an Australian Influenza Pandemic Plan. Technical Report nº. 4,
− Australia, 1999.
− Canadian Pandemic Influenza Plan. Canada, 2004.
− UK Health Departament. UK Influenza Pandemic Contingency Plan. March 2005.
− World Health Organization. Influenza Pandemic Preparedness Plan. WHO, Geneva, 1999.
− World Health Organization. Lineamentos para la Preparación de un Plan Subregional de
Países del Cono Sur para una Pandemia de Influenza. WHO, Santiago/Chile, 2002.
− World Health Organization. Plan Mundial de la OMS de Preparación para una Pandemia
de Influenza. WHO, Geneva, 2005.

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