Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
EPILETICO NA EMERGENCIA
O tecido nervoso nada mais é do que um sistema eletroquímico, que possui uma capacidade
inerente de gerar em condições patológicas uma atividade elétrica anormal que, quando ocorre
de maneira sustentada, pode manifestar-se como uma crise epiletica.
As crises epileticas podem ser causadas por: distúrbios hidroeletrolíticos, lesões neurológicas
agudas e efeito de medicamentos. Em muitos casos há um desencadeante identificado e
retirando este fator é improvável que a crise ocorra novamente. Mas alguns indivíduos tem
crises espontâneas recorrentes, sendo chamados de epiléticos.
ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA
Deve-se sempre perguntar sobre sialorreia, cianose, liberação de esfíncter vesical e anal. O
familiar ou pessoa que presenciou deve ser interrogado também, no sentido de buscar qualquer
detalhe do evento, o que pode ser essencial no diagnostico diferencial.
Perguntar ao paciente sobre sintomas e sinais ao inicio do quadro, antes da perda de consiencia,
pois podem indicar algumas lesões focais (parestesias, alterações visuais, olfatórias, auditivas e
gustatórias, deja vu, despersonalização e desrealização).
Um quadro comum no DE é um paciente que deu entrada pois teve uma crise tonico-clonica
generalizada. Esses pacientes chegam no período pós-ictal, confusos e sonolentos. Quando
acordam não se lembram do ocorrido mas queixam-se de fortes dores no corpo e de cefaleia. É
importante lembrar que perda de consciência e movimentos anormais não são necessariamente
crise epileticas. Esses eventos podem ser confundidos inicialmente com crises epiléticas mas
sinais e sintomas podem diferencia-las, como:
OBS: se o paciente for epilético ver se ele esta tomando corretamente a medicação
O paciente deve ser mantido em observação ate que sejam afastadas as causas listadas acima.
DIAGNOSTICO DIFERENCIAL
Sincope
Crise epiletica de origem psicogênica
Ataques de pânico
Distúrbios de sono
Migranea
É importante checar e buscar causas secundarias de crises epileticas pelo simples fato de que o
tratamento da causa de base é essencial para o sucesso da crise, com menor probabilidade de
sequelas.
MANUSEIO INICIAL
No DE é essencial que a conduta medica seja guiada por um processo diagnostico estruturado,
visando a intervenção terapêutica eficaz.
OBS: pedir exame de quantificação serica de antiepileticos para pacientes com esse diagnostico
TC e RM são uteis quando uma patologia neurológica é uma possível causa do quadro. Coleta
de liqour deve ser feita na suspeita de meningite, encefalite.
Agentes antiepileticos são poucos eficazes quando a causa da crise é metabólica, nesses casos o
melhor tto é a correção da causa base. Assim, não se inicia tto com agentes antiepileticos nessa
situação.
OBS: Benzodiazepinicos não devem ser administrados se a crise já tiver cessado e o paciente
estiver no período pos-ictal, pois pode aumentar a depressão do SNC, prolongando o período de
recuperação. Eles não são agentes eficazes para a prevenção de recorrência de crises. Eles
devem ser reservados para casos em que se caracterize estado de mal epilético, em crises com
duração >= 5 min.
O agente mais empregado é a FENITOINA por não ser sedativa e passível de administração
endovenosa em dose de ataque, assim com rápido inicio de ação. Manutenção da droga durante
toda a fase aguda e até a 12 semana.
Pacientes em crise única na emergencia, ou seja, estável, com exame clinico e neurológico
normal, sem nenhuma causa de crise provocada, não apresentará recorrência de crise. Portanto,
a indicação de antiepileticos NÃO está indicada na maioria dos casos.
Sua utilização neste cenário é restrita àqueles em que há alto risco de recorrência. Deste modo,
deve ser feita uma estratificação de risco de recorrência de crises, para isso são necessários os
resultados de dois exames:
Neuroimagem: RM ou TC
Eletroencefalograma
Caso ambos os exames sejam normais, o risco de recorrência é de 30%. Quando ambos são
anormais o risco é de 70%.
A decisão de iniciar tto com medicação epiletica deve ser feita discutindo com o paciente,
ponderando risco de recorrência e o impacto de uma nova crise em sua vida.
Pacientes em crise única sem etiologia esclarecida não devem receber alta ate que se tenham
dados completos da investigação que de subsideos para decidir sobre a introdução ou não de
medicação antiepiletica.
Avaliar questão de aderência ao tto (a dosagem de níveis séricos de antiepileticos é útil neste
caso). Reduções na dosagem ou troca de medicação também devem ser consideradas. Investigar
também drogas que reduzem o limiar convulsivo que foram adicionadas recentemente. Apesar
de o paciente ter epilepsia, não se pode desconsiderar o fato de que pode ter havido um trauma,
infecções ou alterações eletrolíticas e metabólicas.
Se for constatada irregularidade da tomada de agentes antiepileticos, devem ser dadas as doses
perdidas. Em pacientes que tomam corretamente, um aumento na dose pode ser necessário.
Deve-se sempre explorar o tto em monoterapia, ajustando a dose do agente ate a máxima dose
tolerada, sem eventos adversos.
Estado epilético
O estado epilético clássico convulsivo é definido como >=2 crises sem a completa recuperação
da consciência entre elas ou uma crise com >30 min. Sabe-se que crises com 5-10 min tem
baixa probabilidade de cessarem espontaneamente. Estudos demostraram que crises não
controladas predispõe o cérebro a crises de ainda mais difícil controle. Por isso do ponto de
vista operacional, crises com >5 min são consideradas e tratadas como estado epilético.
Infecções SNC
TCE
Sangramento SNC
Complicações de lesões estruturais no SNC
Intoxicações agudas
Hipóxia ou anoxia
Graves distúrbios metabólicos
Soma de vários fatores
o Idade avançada, distúrbios eletrolitocos, historia previa de epilepsia
Em pacientes com historia previa de epilepsia, algumas etiologias são mais frequentes, como
suspensão ou retirada abrupta de agentes, mudança no esquema medicamentoso, TCE. Deve-se
sempre estar atento para o diagnostico de crises epileticas de origem psicogênica.
TRATAMENTO
Pacientes em estado epilético refratário devem ser transferidos a UTI o mais rápido possível e
com acompanhamento de neurologista. A monitorização continua de eletro deve ser feita para
diagnostica estado epilético subclinico.
Investigacao de crise epiletica
Historia, exame físico, exame neurológico ou fundo de olho sugerem alguma causa?
SIM
Exemplos: NÃO
Primeira crise da vida,
Febre, rigidez de nuca e Coleta de exames paciente saudável, nenhuma
confusão:coleta de liqour laboratoriais causa de crise
Trauma SNC:TC TC com contraste
Tentativa de suicídios: Coleta liqour
dosagem de toxicos TODOS NORMAIS
eletroencefalograma TC/RM, sódio sérico, teste
gravidez
TODOS NORMAIS
Tratar conforme a causa Crise única: segmento
ambulatorial