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RECENSÃO BIBLIOGRÁFICA
Esta obra, cujas edições francesas são anteriores ao Concílio, representa diversos estudos do
autor, reunidos depois num só volume. O 1º estudo se destinava a uma obra ecumênica e data de
1937 e a intenção do autor era dar, aos cristãos separados, uma visão de conjunto do Mistério da
Igreja, ficando o mais perto possível das fontes reveladas. O 2º estudo é de 1939 e nele se destacam
as linhas mais características da concepção tomista do Mistério da Igreja. O 3º estudo, de 1937,
apresenta o essencial do Corpo Místico de Cristo. O 4º estudo, também de 1937, trata de o Espírito
Santo e o corpo apostólico. A ogra toda é uma profunda reflexão sobre o Mistério da Igreja, muito
útil para entender as linhas teológicas que mais tarde o Concílio Vaticano II adotou na Constituição
LUMEN GENTIUM e noutros documentos conciliares.
A Igreja, que é um mistério, se torna um paradoxo. Diz o autor: “hoje mesmo, e malgrado as
condições novas de um mundo que tende a uniformizar-se, quanta distância, às vezes quão grande
abismo – sem mesmo falar das separações provenientes das rupturas – entre as comunidades cristãs
das diversas regiões, em sua mentalidade, em sua maneira de considerar e viver a fé”. Mas o
mistério, que é a Igreja, antes de tudo é um fato vivido, mais do que o objeto de um conceito claro.
O autor, com profundidade e equilíbrio, em sete capítulos, segue as linhas do Concílio sobre a
Igreja, especialmente as que traçaram as constituições LUMEN GENTIUM, DEI VERBUM e
GAUDIUM ET SPES. Mostra ainda que no Concílio desabrocharam muitas das sementes lançadas
pelos Padres da Igreja.
O autor em primeiro lugar pesquisa as fontes escriturística que nos fazem entender a
hierarquia como serviço. Depois examina a realização histórica desde a Igreja dos mártires até
nossos dias. Procura determinar ainda a concepção cristã de autoridade. Faz também um breve
estudo histórico sobre os títulos e as honras na Igreja.
Quando se pensa numa revisão interna da Igreja para que ela possa melhor realizar sua
missão, a leitura desta obra abre perspectivas para esta revisão.
A IGREJA DO VATICANO II
obra coletiva dirigida por Frei Guilherme Baraúna, o.f.m.
Editora Vozes, Petrópolis, 1965
Nesta obra Frei Baraúna reuniu estudos de autores especializados sobre cada um dos grandes
temas da constituição dogmática LUMEN GENTIUM. Se esta constituição nos apresenta um
aprofundamento da consciência que a Igreja tem de si mesma, os estudos reunidos em A IGREJA
DO VATICANO II constituem um farto material para se entender as dimensões desta consciência
atualizada do que é a Igreja de Cristo.
Frei Baraúna e mais 25 especialistas trabalharam na preparação desta obra. O livro contém
três partes, distintas mas coligadas. A 1ª parte apresenta os “Pressupostos históricos e teológicos da
Constituição”, com 5 artigos preliminares julgados necessários à compreensão do texto da
“Gaudium et Spes”, sendo autores: Marco G. McGrath, Alceu Amoroso Lima, Giuseppe Alberigo,
Stanislas Lyonnet, Jean Marie R. Tillard. Na 2ª parte - “temas e ideias centrais da constituição” -
colaboraram Joseph Folliet, Philippe Delhaye, Wilhelm Weber e Anton Rauscher, Peter Smulders,
M. D. Chenu, Victor L. Heylen, Charles Moeller, Theodoor Mulder e José Arthur Rios, Raniero la
Valle, Henri de Riedmatten e Ramón Sugranyes de Franch. A 3ª parte - “dimensão e implicações
ecumênicas da costituição” - oferece estudos de Olivier Rousseau, Lukas Vischer, Jean Corbon,
Olivier Clément, Roger Schutz e Mas Thurian. Na conclusão e apêndice surgem os nomes de
Bernhard Haring e de P. E. Charbonneau.
Como não basta ler os documentos do Concílio para nos julgarmos conhecedores do seu
conteúdo em todas as dimensões, a presente obra se torna excelente par ao conhecimento da
“Gaudium et Spes”.
Esta obra, após uma reflexão de D. Helder Câmara sobre “perspectivas de novas estrutura da
Igreja; EPISCOPADO E COLEGIALIDADE, de autoria de L. Beauduin; QUESTÕES À VOLTA
DO PRIMADO, de J. Groot; OS LEGADOS PONTIFÍCIOS, de P. Huizing; Os BISPOS E
AMISSÃO UNIVERSAL, de R. Hoffman; NOTAS ECLESIOLÓGICAS AO ESQUEMA SOBRE
OS BISPOS, de J. Ratzinger; CONFERÊNCIAS EPISCOPAIS, de J. Hamer; PARA UMA
TEOLOGIA DA PARÓQUIA, de K. Rahner; RENOVAÇÃO E ADAPTAÇÃO DA VIDA
RELIGIOSA, de P. Optatus; AS LÍNGUAS VERNÁCULAS NA LITURGIA, de J. H. Schmidt.
A IGREJA E O MUNDO
François Houtart, tradução de
Celso Ibson de Sylos, coleção Sociologia e Pastoral,
CERIS, nº 2, 2ª edição,
Editora Vozes, Petrópolis
O autor faz uma séria e leal reflexão sobre as estruturas eclesiásticas. Parte de uma vista de
conjunto sobre a vida da Igreja, dos fatos, mais particularmente dos dados bíblicos, destacando
princípios, momentos e leis do desenvolvimento das estruturas eclesiásticas. Procura discernir entre
o essencial e o acidental, o permanente e o transitório, dissociando o que é válido, porque traduz o
Evangelho na linguagem e na vida dos homens, daquilo que não passa de um compromisso com
uma época, uma cultura, com uma classe, com preconceitos de um grupo. Esta revisão, na mente do
autor, procede das próprias exigências do Evangelho.