WIDENERLIBRARY

|
HX JGMU A
U →

;i I

HARVARD
COLLEGE
L I B R A RY
 1
z = √≠ √ = ± -- ~~ ！ ！！ ！！！ --

GAZETA DE LISBOA. —=>exxessee…=
SABBADO, 1 DE JANEIRO.
|-
*##
• |-
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
ITALIA.
Napoles, 25 de Novembro.
_ Desejando o nosso Augusto Soberano o Senhor D.
Fernando II cicatrizar as profundas feridas que afligem
a nossa fazenda publica, e provar que está prompto a
fazer todo o sacrificio que redunde em utilidade dos seus
povos, teve a singular magnanimidade de renunciar por
hum Real Decreto de 9 de Novembro a beneficio do
Estado, 1808 Ducados da sua assignação annual; sem
que para esta consideravel reducção se detivesse o seu
Real animo, nem pelas consideraveis e indispensaveis
despezas da sua Real Casa, nem pelas muitas dividas
que ficão a cargo da mesma, e que S. M. com a sua
costumada religiosidade quer que se paguem com a
maior promptidão possivel, e conforme o permittir a
sabia economia que nella mandou estabelecer.
Por outro Real Decreto da mesma data declara S.
M., que para contribuir para o fomento da agricultura
e gados, que tantas vantagens promettem aos seus Es
tados, se abrão os Coutos de Persano, Venafro, Mon
dragone, Calvi e Volla; e que se entreguem aos seus
donos as terras que para este fim se lhes arrendárão;
dispôe outro sim, que continuem a guardar, como até
o presente, as terras do Real Patrimonio, para que
ninguem alli penetre debaixo do pretexto de caçar, e
muito menos que em nada se prejudiquem os arvoredos.
Des de os primeiros dias deste mez se ouvia nas im
mediações do Vesuvio hum rumor que parecia proceder
do interior do vulcão; depois se virão sahir columnas
de fumo que se elevavão sobre o cume do monte; logo
se notou que arrojava chammas, e em fim se abrio hu
ma nova boca, que de quando em quando lança em
guande distancia pedras e materia betuminosa. Ainda
n㺠arroja lava; mas o extraordinario estrondo que se
nota nas entranhas da terra tem atemorizado os habi
tantes das immediações, tanto mais por isso que hontem
começárão a secar-se os poços das casas, ultimo signal
que indica a proximidade de huma irrupção, e que he
, precizo fugir daquelles arredores para evitar a morte.
• FRANÇA: (D. de Napoles.)
po
París, 7 de Dezembro.
Noticias d'Argel em data de 23 de Novembro.
O Tenente General Commandante em Chefe das tro
fat-7, *- …)
/
|- • • • Q
* * * 1+ 1
"merº q
1 .
Asso 1831. | " |
|-
+==
pas diante d'Argel se apressa a communicar-lhes a se
guinte partecipação e Ordem do Dia:
» Acampamento sobre o Atlas, pelas 10 horas da noute
de 21 de Novembro.
» Depois de obstinado conflicto que durou quatro ho
ras, o corpo expedicionario do Exercito Africano for
çou a passagem do Atlas. Só com a noute terminou o
combate. Estou agora na distancia de quatro leguas de
Medeah. A'manhã de madrugada tratarei de castigar
severamente algumas tribus que tomárão parte na defe
za do Atlas, e farei por chegar a Medeah de tarde,
ou voltarei a Argel depois de mostrar a estes barbaros
tudo quanto o Exercito he capaz de fazer contra elles. »
Ordem do Dia.
º Soldados. Os fogos do vosso acampamento, que º
nas alturas do Atlas parece confundirem-se neste mo
mento com a luz das estrellas, annuncião a Africa a
victoria que alcançastes sobre fanaticos e ferozes ad
versarios, e a qualidade de povos que os acompanhão.
» Combatestes como gigantes, e a victoria he vossa.
» Sois soldados da raça dos valentes, e verdadeiros
rivaes dos da revolução e do Imperio.
» Recebei o testemunho da satisfação, estima e affe
cto do vosso General em Chefe,
» Clausel.»
(M. Post.)
*:** Idem, 12.
Na sessão do dia 8, na Camara dos Pares continuou
a discussão do projecto de lei sobre os periodicos, que
se suspendeo por haverem entrado na Camara os Mi
nistros do Interior e da Guerra. Apresentou o ultimo
outro projecto sobre o alistamento de 80% homens, ado
ptado pela Camara dos Deputados, com cujo motivo
disse, entre outras cousas, o seguinte:
» Senhores: a lei que apresentamos ao vosso exame,
a lei de sabedoria e previsão, preencherá o seu objecto
se nos conservar o primeiro de todos os bens, a paz, á
cuja sombra podem crescer e fructificar as liberdades pu
blicas. Conservamos a mais firme esperança de que es
ta se ha de manter. A França continúa a receber das
Potencias da Europa asseguranças mais amigaveis. Não
obstante á vista dos armamentos que se estão fazendo
no Norte da Europa, e dos acontecimentos que vão
occorrendo, não devemos permanecer passivos; longe º
porém de vermos nisto motivos de temor, devemos ti
rar saudaveis advertencias. (Escutai! Escutai !)
» Tem-se dado ordens para fortificar varios pontos
principaes; París e Lyão forão o objecto desta atten
ção provocada pelas mesmas populações das mais im
*
 [2]
portantes Cidades. Porém repetimos, Senhores, só de vida humana, diz hum profundo filosofo Inglez, pro
veis ver nestas disposições o viyº desejo que o Governo gredisse sempre com invariavel uniformidade, nunca se
do Rei tem de nãá omittit medida alguma que reclamem notaria a sua aproximação ao fim do seu gyro. Se hu
a honra e a segurança do paiz, -ao mesmo tempo que ma bora fosse similhante a outra hora, se o curso do
a necessidade de manter aquella boa harmonia tão apre sol não indicasse que o dia vai declinando, se a mudan
ciada por todos, e que tanto influe na prosperidade dos ça das estações não desse a conhecer a fuga do anno,
Imperios. (Monitor.) se as diferentes partes do tempo não tivessem variado
colorído, nunca se perceberia o seu termo, ou succes
Não pretendemos, diz o Patriota, erigir-nos em pro são, e viverião os homens sem se lembrarem do passa
fetas, ou em novos ºdexinhadores, perguntar.é sorte, do, e indiferentes a respeito do futuro, sem a inclina
nem pronunciar sobre os nossos futuros destinos. Só ção, e talvez sem a faculdade de calcular as épocas da
vida, ou de comparar
queremos lançar nossas vistas alguns, passos adiante de provavelmente os dias já decorridos com os que
ainda restão. •• • • •

nós, e preencher para com os nossos coneidadãos bu

ma obrigação que a nossa consciencia nos impõe como , Sabiamente pois determinou o Supremo Author do
sagrada ; diremos neste caso, que em toda a parte universo, que o continuado movimento de toda a na
abundão causas de descontentamento, e, que segundo o tureza a cada instante lembrasse aos mortaes o lapso
demonstrou hum dos nossos colaboradores todas as clas da sua existencia, e o valor della. Poucos são os ho
ses da sociedade se resentem de huma incommodidade mens que se podem considerar verdadeiros economis
desconhecida antes da nossa immortal e inemoravel re tas da riqueza que possuem; porém muito mais escas
volução. Só o credito publico, destruido como já está, so he o numero dos que sabem economisar o tempo,
prova esta verdade de hum modo incontestavel.. mais precioso ainda do que a riqueza, porque he possi
* .

Este descontentamento poderá ainda augmentar-se; o vel recuperar esta, aquelle não. Alguns se queixão de
projecto da lei eleitoral, segundo se deve propôr, será sêr demasiado circumscripto o circulo da vida; e no
regeitado pela Camara como incomprehensivel; ao pro entanto parecem animados pela convicção de que ella
cesso dos Mmm…" poderão dar delongas, e quererá nunca ha de acabar; que nunca se desvanecerá o seu
acaso o povo sofrellas? Os rumores de guerra não vem prestigio; que o vigor da mocidade, a robustez da sau
finalmente augmentar a efervescencia geral, agitar to de, os affagos da prospera fortuna sempre hão de espa
dos os animos, e transtornar a cabeça de todos ! Cui lhar no quadro da existencia as mais brilhantes côres.
dado! A nossa tranquillidade apparente poderia muito . Mas o tempo, correndo veloz, em breve faz desappare
bem ser precursora da tempestade; temamos ador cer a illusão enganadora que lisonjeara a imaginação
mecer reclinados sobre escolhos. do homem, e a final o convence de que ha só bum meio
** *
• + • (Gazeta de França.),
de conseguir com que o tempo não decorra em vão, e
- • - que he perdido para sempre aquelle que se não empre
*

O Diario do Commercio de Lyão refere o seguinte: ga na pratica da virtude, Feliz o homem, que nesta
» Falla-se de fortificar esta Cidade de modo que seja mesma reflexão pode encontrar motivos de sauves con
hum importante ponto de defeza no caso de invasão solações; que não tem razão d'exclamar diem perdidi,
estrangeira, e até se assegura que já chegára o Enge e que pode contar as acções virtuosas que praticára pelo
nheiro encarregado de dirigir as obras.») (Idem.) numero de dias que tem vivido sobre a terra.
Estas reflexões, sempre obvias e opportunas, pa
* Noticias de Argel, de 22 de Novembro. rece terem hoje mais appropriada applicação ; po
rém não são as unicas que nos devem occupar. Ou
. O Consul Inglez não deixa de olhar, segundo pare tras ha que impellem todos os seres intelligentes a ele
ce, com certa emulação para os melhoramentos feitos var neste dia ao Throno do Omnipotente a expres
ou projectados pelo General Clausel. A pezar disto o são do mais profundo reconhecimento e adoração á
Agente Inglez declarou, que quer fixar a sua residencia vista dos relevantes beneficios, que a cada momento
nesta Cidade qualquer que seja a sua futura sorte; tan espalha com dadivosa mão sobre todos os mortaes; e
to assim que tenciona comprar extensos terrenos e cul se os mais favorecidos pela sua celestial bondade são os
tivallos" segundo os acertados e sabios methodos do que lhe devem com maior razão prestar o tributo da
paiz. • •

gratidão; se a abundancia, a salubridade, a compara

Os habitantes da Regencia começão a apreciar os tiva benignidade dos elementos, a paz, domestica, a
efeitos da boa fé e da sabia administração do Conde concordia civil, são os mais preciosos penhores da pro
Clausel. Não se póde formar idéa exacta da mudança, tecção visivel da Providencia para com os homens, que
que se observa neste paiz. Francezes e naturaes, todos. nação sobre a face da terra lhe he mais devedora, e lhe
tomão parte na gloria, que deve resultar inteiramente deve ser mais grata, do que a Nação Portugueza? Não
para o Chefe da expedição. Praças, Fortalezas, humº he nosso intento, nem no-lo permittiria tão breve es
Theatro, a quinta experimental, cujos resultados serão paço, particularizar os numerosos e incomparaveis bens
immensos, eis-aqui o que em tão pouco tempo se lhe que esta Nação, tão digna do illustre nome de Fidelis
deve; e em breve lhe deveremos a derrota do fanfarrão sima, tem gozado e continúa a gozar debaixo do suave
dc Titeria, e* #a: ; França huma das mais formosas
lonias. .
Co
. .
e paternal Governo do nosso Legitito o Rei, empenhado
•

sempre na felicidade dos Seus leaes Vassallos; esses bene

*;

- Vão-se pôr á nossa disposição quatro barcos de va ficios estão gravados na memoria e no coração de todos,
pôr: "dous se destinarão para este porto, e outros dous porém não he possivel deixar de conhecer que são marai
para Toulon, a fim de facilitarem por este meio a nossa festa recompensa dos Religiosos e fieis sentimentos que
correspondencia com a França. Esta medida he da animão e adornão a Nação Portuguesa. Longe das poli
maior importancia, e nos podemos felicitar a este res tiças tormentas que tem enlutado outros paizes, ella per
peito. (Mensageiro das Camaras.) manece illeza; remota espectadora e não victima dos box
rores que o furor revolucionario tem causado aos povos;
2 &
*-*$$*--* •
* - **
•
* *
+ +
-,
vº *\, • |-
ella contiuúa a dar brilhante prova ao mundo de que os
destinos deste Reino são permanentes e inabalaveis, por
Lisboa, 1 de Janciro. , &º avós nos deixárão como preciosa berança, de amor á
que se conserva fiel aos heroicos exemplos, que nossos

- Nada e be tão capaz de nos fazer apreciar o valor do: Religião e ao Throno Augusto do Nosso Legitimo Rei
tempº como a velocidade do seu cursº: se a rodada. Nunca he, nem póde ser duvidosa a sºrte dos povºs
 • [3 ]
quando se funda em tão seguros alicerces, ou se acha Portuguezes fieis: de ElRei amantes,
afiançada por tão sagrados penhores. Nestes se funda a Que Altar e Throno amais sempre constantes,
nossa firme convicção de que a Nação Portugueza con Ouvi minha voz, que hoje annuncia
tinuará a gozar os preciosos beneficios que desfructou Dos dias deste Reino o melhor Dia.
no anno preterito, e he com ardentes desejos pela diu O Senhor DOM MIGUEL, O GRANDE, O JUSTO,
turna prolongação desses mesmos bens, que diriginos Que ampara os bons, da
e aos máos enche de susto
aos nossos leitores cordeal congratulação no começo do O Grão Restaurador nossa gloria, •

IlOVO BIlIHO• O Heroe entre os Heroes da Lusa Historia;

«—º §§ s—º Que ao de revoluções monstro manhoso .…
Não bastou que huma vez victorioso |-

(Artigo communicado.) Calcasse aos Reaes Pés o Collo altivo,

Foi precizo, que ao monstro redivivo
Entre as povoações deste Reino, que devidamente so Outra vez esmagasse as insolentes
lemnizárão o Fausto Anniversario Natalicio de Sua Ma-º Venenósas cabeças renascentes: |-

estade ElRei Nosso Senhor, occupa distincto lugar a Hum Rei em fim de Deos claro Instrumento,
illa de Penella, cujos leaes habitantes manifestárão Que como Anjo baixou do Firmamento,
no mesmo feliz Anniversario os briosos e louvaveis sen Para que em nossos tempos verifique
timentos de que no precedente havião dado tão brilhan As promessas que out’ora ouvio Ourique;
te prova. Tendo o mesmo Festejo sido dirigido pelo mui De tão Alto Senhor, Rei tão Ingente,
digno Juiz de Fora da mesma Villa, Pedro de Sousa Do que os Reis todos Rei mais excellente;
:Pinto de Barros Cachapuz, que fez toda a despeza do Do Anjo Protector dos Portuguezes,
mesmo festejo á sua propria custa, injusto fora deixar Que nos Salvou e Salvará Inil vezes,
de publicarmos hum tão relevante testemunho da sua He de Seu Natal Dia venturoso,
lealdade. Que as festas annuncio pressuroso. - -

Determinou o mesmo digno Juiz que se solemnizas De ElRei Nosso Senhor chegão os Annos, •

sem os tres dias, da vespera, Anniversario, e seguinte: Exultai! Exultai! ó Luzitanos! |- +

a madrugada do primeiro foi annunciada pela Salva Foi recitada esta composição com breves intervallos,
Real de vinte e hum tiros de morteiros; no Dia An entoando a Fama na sua conclusão tres Vivas a ElRei
niversario se celebrou huma grande festa de Igreja, Nosso Senhor, aos quaes correspondeo todo o povo pe
com Missa cantada, Sermão (recitado pelo Reverendo netrado do mais justo enthusiasmo e prazer; leaes de
Padre Joaquim Antonio Gomes, em que patenteou com monstrações , que erão acompanhadas pelo toque do
eloquencia os Inauferiveis Direitos de Sua Magestade Hymno, e pelo brilhante fogo d'artificio que subia aos
ElRei Nosso Senhor, ) e Te Deum; seguio-se a Pro ares. Tendo chegado o Carro Triunfal á Praça da mes
cissão do Santissimo Sacramento, para o que se obteve ma Villa, e postada a tropa na circumferencia, appare
licença do Excellentissimo Senhor Bispo Conde: sahin-. cêrão no centro tres Ordens magnificas de dansa, huma
do a Procissão da Igreja de Santa Eufemia, acompa de Velhos, outra de Mancebos, e a terceira de Meninos,
nhada por toda a Camara, se recolheo á Igreja de S. que na habilidade do seu desempenho se fizerão acredo
AMiguel, onde se entoou hum solemne Te Deum; aca res de bem merecido elogio. A praça oferecia a mais
bado este acto se dirigio toda a Camara a hum arco linda perspectiva: as janellas das habitações se achavão
triunfal que se achava construido com a mais regular guarnecidas com bellos damascos e occupadas pelo bello
arquitectura á porta do Juiz de Fora, ficando no lu sexo: era tão numeroso o povo que alli se achava api
gar mais eminente do mesmo Arco a Real Efigie de nhado, assim como em todos os pontos das suas imme
ElRei Nosso Senhor, e debaixo desta se achava a legen diações, que de fora do Destricto, e especialmente da
da seguinte: - Louzã, não concorrerião a estes Reaes Festejos menos,
O Lusos adoras com fé mais pura de quatro mil pessoas. Pode dizer-se que em cada pon
ElRei, Melhor dos Reis, nossa ventura. to da Villa tinhão seus briosos moradores levantado hum
No lado direito do Arco se lia a seguinte: padrão de sua acrisolada fidelidade, pois era copioso o
MIGUEL PRIMEIRO cm tudo a Fama canta, numero de arcos triunfaes que havião erigido, rivalisan
É a Lusa Gloria aos astros alevanta. do mutuamente na delicadeza e ornato da sua con
No esquerdo se achava a seguinte: • •
strucção. { -

MIGUEL AUGUSTO, E GRANDE, E EXCEL Em todos os tres dias foi copioso o fogo de artificio
LENTE, • • •

que se lançou ao ar; e nas tres noutes houve em toda

He Rei, e he a Salvação da Lusa Gente. a Villa luzida e espontanea illuminação. Nas mesmas,
Desfilando a tropa de Milicias e Caçadores do largo noutes houve hum brilhante baile na casa do mui digno
da Igreja de S. Miguel para a porta do Juiz de Fora, Juiz de Fora da mesma Villa, a que assistírão as pes-,
alli na presença da Real Efigie, se derão pela mesma soas mais distinctas dos seus moradores. •

tropa tres descargas, no fim das quaes se levantá As demonstrações de leal regozijo, e não interrompi-,
rão os Vivas a ElRei Nosso Senhor. Acabado este acto da cordialidade e harmonia, que distinguirão estes Fes
foi convidada toda a Camara, Clero, e Nobreza, para tejos, oferecem hum testemunho relevante dos briosos
jantarem com o Juiz de Fora, o que devidamente se efe e fieis sentimentos que animão os habitantes de Penella, º
etuou. E terminado o auto banquete se dirigio toda a Ca sempre solicitos em merecerem o illustre conceito de
mara, Clero, e Nobreza ao dito Arco Triunfal, donde leaes amantes da Religião e da Realeza.. , , , !
- i , • - |-

baixando a Real Efigie levada por dous mancebos ri

cainente vestidos com o trage de Anjos, tocando varios
musicos e Hymno, e marchando em seguimento as *——*§§ 4–*
tropas, foi colocada em hum Carro Triunfal ador
nado de ricas tapeçarias, a fim de ser conduzida pela Pela Administração Geral dos Correios se faz publico, ,
mesma Villa. Postada a tropa de hum e outro lado do que, para levar a maior perfeição o importante esta
Carro se poz a Comitiva a eaminho, precedende hum - beleeimento da Postá Diaria, e poder-se desempenhar
mancebo que representava a Fama, ricamente vestido e o serviço della com a devida exactidão, fazendo que
montado em hum cavallo bem ajaezado: o mesmo man todas as pessoas recebão logo as Cartas com a maior
cebo levava em huma mão a tuba, e na outra a seguin commodidade em suas casas, e nunca lhes fiquem retar
te poetica composição do mesmo Juiz de Fora: dadas de hum para outro dia, ou ainda mais, he indis
 [4]
pensavel que as mesmas Cartas tragão indicação da mo 3003000 rs. tirando Provizão, pulso livre; todo o Me
rada daquellas pessoas a quem são dirigidas. dico que se julgar em circumstancias de o merecer apre
Recommenda-se pois a todas as pessoas, principalmen sentará dentro de hum mez perante a Camara respecti
te as que tiverem mais activa, e interessante correspon va seus requerimentos instruidos com os competentes
dencia, participarem áquellas com quem se correspon documentos.
dem, a rua, e numero da sua morada, assim como, no Perdeo-se huma ordem de cobre, no dia de hontem,
caso de mudança, as devem igualmente avizar logo; datada no dia vinte e nove do corrente, com o N.°200, e
pois que, não trazendo as Cartas similhante indicação, assignada por Abraham H"heelhouse, o que se previne
acontece facilmente remetterem-se a diverso destricto, para que pessoa alguma não possa fazer uso della.
em quanto seus donos talvez as procurem na lista, ou D. Maria de Jezus da Gama arrematou na praça
hirem para a lista, quando as esperem pela Posta; e publica dos leilões desta Cidade, huma propriedade de
por qualquer destas maneiras se retarda a entrega, sem casas, sita na rua larga de S. Roque, N.° 25 a 27, e
que possa attribuir-se a máo serviço do Correio o trans para a rua das Gaveas, N.° 69 a 62, por Execução,
torno, e prejuizo, que resultar dessa demora, a qual que Antonio Ferreira moveo na Correição do Civel da
já mais acontecerá trazendo todas as Cartas declaração Cidade, Escrivão Joaquim da Silva Cordeiro, contra
exacta do local onde se devem entregar. João José Xavier Corrêa de Amorim Pacheco, como
herdeiro de sua mãi D. Gertrudes Claudia Rita Cor
*—*§§ «—» réa de Amorim Pacheco, cujo producto se acha no De
posito publico, como consta da receita fol. 2, do li
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 31 de Dezembro. vro 131 da Repartição da Corte, e do original conhe
cimento, que está junto nos autos da sobredita Execu
Embarcações avistadas. ção; e para que isto chegue á noticia de todas as pes
7 h. 25 m. 1 Bergantim, 1 Escuna , e 1 Galeota sem soas, que possão ter direito ao mesmo producto, faz a
bandeira a Oeste do Cabo da Roca: a Escuna, e arrematante este annuncio, a fim de não allegarem
a Galeota navegão para o Sul. 1 Galera sem ban ignorancia em tempo algum, e saberem que o referido
,
# a Oeste do Cabo do Espichel; navega para
o Sul.
producto existe no Deposito.
Quem pretender comprar hum orgão que se vende
10 h. 1 Chalupa sem bandeira ao Norte do Cabo da , por preço mui modico, pode fallar com Francisco Ma
Roca. noel Ferreira, organeiro, morador defronte da Igreja
10 h. 56 m. 1 Escuna sem bandeira ao Norte do Cabo dos Inglezinhos, ao Bairro Alto, N.° 30, e por seus
da Roca. certificados mostrará ser capaz de tomar conta de qual
1 h. 12 m. 1 Brigue Escuna sem bandeira ao Sul do quer obra pertencente á mesma arte. -

Cabo da Roca. Quem tiver feito alguma transacção sobre huma pro
- Embarcações entradas em S. Julião. priedade de casas, sitas na rua dos Retrozeiros com
12 h. 19 m. 1 Bergantim, e 1. Escuna Inglezes. frente para a rua dos Capateiros, N.° 118, e quem qui
2h. 5 m. 1 Escuna Hespanhola. zer dinheiro sobre predios a cinco por cento, dirija-se
á travessa de S. Francisco de Paula, N.° 32, por de
traz dos Cardaes de Jezus, até ás 10 horas.
• Publicações Litterarias. Estabeleceo-se hum armazem junto da Igreja do Lo
Sahºo á luz hum novo Periodico Moral e Politico in reto, N.° 15 A, pertencente á fabrica de massas esta
titulado — A Contra-mina — A. Fr. Fortunato de S. belecida no largo de S. Nicoláo, N.° 28, no qual se
Boaventura: está á venda o 1.° e 2.° N.° a 30 rs. cada vendem por grosso e miudo massas amarellas de todas
hum, em Lisboa, Belém, e Coimbra nas lojas do BS # a 60 rs. o arratel, massas brancas ordi
COStu IIlê» narias a 70 rs. o arratel, massas brancas finas a 100 rs.
Annuncios. o arratel; pevide, estrellinha, pontete, arroz, assim
Em casa do Desembargador Superintendente da De como lentilha , cuzcuz, semola fina , aletria fina, e
cima do Termo, á Cruz do Taboado N.° 9, se recebe á macarrão de Natal, a 120 rs. o arratel, e se continuão a
boca do Cofre a Decima do 2.° Semestre de 1830, das vender por estes mesmos preços na fabrica.
Freguezias do Campo Grande, Lumiar, Carnide, Odi Terça feira 4, pelas onze horas, na travessa de San
ta Justa, N.° 37, 1.° andar, se vende a quem mais
vellas, Povoa, Friellas, Loures, Unhos, Appellação,
Camarate, Charneca, e Ameixoeira, nas Quintas e der a propriedade de casas , sita na rua do Arco do
Sabbados de manhã, desde o dia 6 até o ultimo de Limoeiro, N.° 4 a 6, que tem lojas, sobre-lojas, pri
Janeiro de 1831. meiro andar e agoas furtadas, livre e desembaraçada.
Em caza do Ouvidor da Alfandega, na rua direita Faz publico José Antonio Rasteiro, morador dentro
da Graça, N.° 32, se cobra a Decima da Freguezia do pateo do Palacio do Excellentissimo Conde de S.
de Nossa Senhora do Soçorro, do 2.° semestre de 1830, Miguel, que alli mesmo tem seges de aluguer, parelhas
estando o Cofre aberto ás Terças, e Sabbados de cada de machos, e cavallos para alugar, e vender; e caval
semana, des de as 9 horas da manhã até ás 2 da tarde, gaduras para conducção para as Provincias da Beira e
pelo espaço de hum mez contado do dia da abertura, Trás-os-Montes, tanto para cargas, como encommendas.
sendo o primeiro dia 4 de Janeiro de 1831.
… Acha-se vago o segundo partido de Cirurgião na Vil
la de Thomar, com o ordenado annual de 60,3000 rs., Estiva.
pagos pelas sizas: quem o pretender deve apresentar á Preços do Pão e Azeite para a semana que principia
Camara da mesma Villa, o seu requerimento documen de 3 a 9 de Janeiro de 1831:
tado em fórma, até ao dia 24 de Janeiro de 1831. Pão de arratel na fòrma da Lei - - a 47 réis
Faz-se publico, que se acha vago o partido de Me - Em metal - - - - - - - - - a 40 réis.
dico # de Arganil, que he de 200$000 rs., e Canada de Azeite - - - - - - a 250 réis
+ +
=====

LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.


GAZETA DE LISBOA.
—=>xp{->$@${{<<9ax<=-
SEGUNDA FEIRA, 3 DE JANEIRO.
PARTE NÃO OFFICIAL.
*
- NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
ALLEMANHA.
Francfort, 30 de Novembro. •
•
O Gabinete de S. Petersburgo fez circular entre, os
seus diplomaticos residentes nas Cortes Allemãs huma
Nota pela qual os authoriza para que declarem ás res
ectivas Cortes onde se achão, que as ordens dadas pe
o Imperador Nicoláo relativas a reunir nas fronteiras
da Russia diferentes corpos do Exercito não encobrião. cações, de modo que ha passagem para huma Náo de
objecto hostil contra nenhuma Potencia Européa; po
rém que S. M. I. havia tido por indispensavel fazer es
te armamento a fim de assegurar a paz e oppor-se á
propagação dos principios revolucionarios adoptados e
Protegidos em alguns paizes, porque segundo assegura
S. M. I. nas mesmas ordens, está em perfeita harmo
nia com os seus Augustos Aliados; e accrescenta, que
ainda no caso em que os Exercitos Russianos passem
as fronteiras, só seria em consequencia de hum Conve
nio ajustado entre as mesmas Potencias, e unicamente
com a intenção de conservar a paz, assim como o sys
tema Européo, pelo qual se estabelecêrão os direitos de
todos os Estados.
Os diplomaticos Austriacos tambem recebêrão outra discussão a respeito da Regencia. O Lord Chanceller
Nota quasi similhante á da Russia; porém com a dif pronunciou hum discurso em que tratou com summa
ferença de que a Austria se declara muito mais forte
mente contra os principios revolucionarios, que ameação
os direitos de todas as Potencias. Notou-se tambem hu
ma similhança muito grande entre estas notas diploma
ticas, e o discurso do Rei de Inglaterra na abertura do
Parlamento; donde se deduz que as tres Cortes estavão
conformes em seguir o mesmo politico procedimento.
Isto he o que talvez quererão dizer as notas circuladas
quando fallão de perfeita harmonia entre as Potencias
aliadas. Porém tendo-se decididamente concordado
nestas medidas antes da mudança do Ministerio Inglez,
he provavel que este grande successo tenha alguma in
fluencia nas ulteriores resoluções das Cortes de Vienna
e Petersburgo. (Gazeta de França.)
FRANÇA.
París, 14 de Dezembro.
A Divisão do Exercito Russiano mais proxima a
* * *
ANNo 1834).
-
/arsovia he a que commanda o General Geismar, eu
jo Quartel General se acha em Kowno. Julga-se que
chega a 803 homens a força que tem esta Divisão, por
que devia consideravelmente augmentar-se depois da
guerra da Turquia. (L'Avenir.)
As ultimas noticias do Egypto são de 31 de Outu
bro; segundo essas noticias reina a maior actividade
nas obras, que Mehemet Alli emprehendeo para melho
rar aquelle porto, e aformosear a Cidade. Abunda o
numerario, porém faltão operarios intelligentes para os
diversos ramos em que alli se trabalha. A principal at
tenção do Vice-Rei se dirige á Marinha; limpou-se o
porto, e em alguns pontos se extrahio com máquinas
de vapor o muito lodo que tolhia a entrada das embar
tres baterias. Tambem se cuida em formar hum bom
Exercito, pois o plano do Vice-Rei he estender o seu
dominio, pôr hum freio ás rapinas que se comettem em
seus Estados, e fortificar e guarnecer certos pontos pa
ra fazer respeitar o territorio.
(Mensageiro.)
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 8 de Dezembro.
Fundos publicos. Tres por 100 consolidados 83 4.
Na Camara dos Pares houve no dia 6 huma renhida
profundidade e destreza esta questão: No caso que no
falecimento do Rei ficasse a Rainha viuva grávida,
dever-se-ha obediencia á criatura que ainda estiver por
nascer! Depois da terceira leitura ficou approvado o
Bill.
Na Camara dos Communs não houve cousa interes
sante: lêrão-se varias representações relativas a reformas
no systema eleitoral, reducção de contribuições etc.
Muitos Oradores expressárão os seus desejos de que o
Governo observe a mais rigorosa economia e faça quan
to poder para aliviar a sorte do povo.
Na sessão do dia 7 annunciou o Chanceller do Ex
chequer á Camara dos Communs, que na Quinta feira
proporia # se tomassem"em consideração as reformas
que se podem fazer nos ordenados das pessoas que tem
empregos da Coroa, e são ao mesmo tempo Membros
do Parlamento. A Camara applaudio a proposta do
Chanceller.
Annunciamos com magoa que as noticias que se rece
 [ 6]
bèrão de Manchester são pouco satisfactorias. Em mui Era assim que os destinos da Hespanha se decidião em
tos moinhos se suspendem os trabalhos em consequencia hum Club de hum punhado de apóstatas em Londres ;
das commoções dos jornaleiros. e assim tambem se formou o extenso plano de confis
---- — —(Gazeta de Madrid.) cação, para especialmente recompensar os que acudis
se n ao estandarte da revolta.
. Basta que as pessoas que se achão mais inclinadas a
Renexões publicadas no Morning Post sobre a contemplar a natureza humana no seu mais favoravel
frustrada empreza dos rebeldes Hespanhoes. - aspecto , examinem estes planos e declarações feitas
pelos refugiados Hespanhoes em hum paiz estrangeiro;
Para que ninguem me accuse d'injusto rigor ou con basta que se recordem da verdadeira situação dos par
ceba duvidas a respeito do proposto plano de seducção, º tidos e da mesma Hespanha, na época em que se fize
• • •-" ] . • * • + +

e desmoralisação, que ed disse ser intenção dos refu-º. _rão essas declarações; basta em fim que por hum só
giados adoptar, peço licença para chamar a attenção momento se lembrem dos males que a execução desses
do leitor a duas proclamações por elles preparadas em - planos teria causado, e então perguntarei não são es
Londres, a fim d'acompanharem o Manifesto a que tan tas maquinações de homens malévolos, embusteiros,
tas vezes se tem alludido, tendo as mesmas certas lacu ambiciosos, e cegos! Pode acaso qualquer fórma de
nas para se preencherem no Campo da liberdade, logo Governo ser vantajosa ou estavel, que se funda na inco
que lá chegassem. A primeira he assignada por José herencia moral, na deserção, na perfidia, no roubo,
Maria Torijos, e João Palarea, e dirigida a todos os na divisão dos interesses, em huma palavra, em cri
individuos do Exercito Hespanhol; a outra tem unica mes que minão os alicerces da ventura humana! Podia =

mente a assignatura de Francisco Valdez. Ambas são
impressas em Londres, e no recente ataque sobre as
fronteiras Hespanholas se levárão atravez dessas fronteiras
sacas recheadas destes papeis a fim d'excitar a popu
lação. • -
qualquer causa ter bom exito com aliados como estes,
fosse qualquer que fosse o objecto della, ou por muito
populares que fossem os seus cabeças ! Se se tivessem
posto em execução estes mesmos planos, não se teria

a Hespanha tornado em huma vasta scena de anarquia |

A primeira he huma breve exhortação, no estylo do
Manifesto em que os seus authores começão declarando,
que pegão em armas segundo os desejos da absoluta
maioria de todos os Hespanhoes; asserção gratuita, e
huma das muitas falsidades em que se fundava a empre
za; passando depois a ennumerar as principaes occor
rencias em que se distinguio o Exercito Hespanhol pelo
seu denodo durante a guerra da independencia, isto he,
pela sua lealdade, o seu odio para com hum jugo es
tranho, e a sua adhesão á causa da Legitimidade. De
pois deste chamamento insidiosamente convidavão os
Oficiaes e soldados para se reunirem ás fileiras dos in
vasores logo que se arvorassem as suas bandeiras; e no
caso de se recusarem a isso lhes dizião, que teri㺠dege
nerado do illustre sangue dos seus avós etc. A deserção
cra por consequencia hum dos principaes recursos em
que elles confiavão, mesmo com o sacrificio dos louros
que havião ganhado a admiração da Europa; e huma
vez que nisto houvessem alcançado o exito que tinhão
em vista, affoutamente esperavão que as outras classes
abandonassem os deveres das leis e da equidade, cuja
rigorosa observância constitue o unico vinculo da ven
tura social, e da boa ordem publica.
A outra Proclamação he ainda mais notavel. Em
nome do Governo provisorio então constituido em Lon
dres, promettia aos Hespanhoes que se levantassem para
se lhes reunir: 1.° Hum cargo publico adaptado á sua
capacidade etc.; 2.° Todos os que pegassem em armas
erão declarados benemeritos da patria, e ficarião isentos
de pagamento da decima etc.; 3." A nação tomaria de
baixo do seu filantropico amparo as viuvas, màis, e or
fãos dos que perecessem; e se lhes concederião pensões;
4." Aos militares que servissem no Exercito constitucio
nal se abonaria por inteiro o tempo do serviço: 5.° To
dos poderião sahir do mesmo serviço logo que se hou
vesse estabelecido aquella nova ordem de cousas, bem
e de ruina, desde huma até á outra extremidade! Sen
do a vingança a ordem do dia, não se teria a nação
inundado com o sangue dos seus povos, barbaramen
te sacrificados na luta, ou publicamente suppliciados
para rematarem o triunfo alcançado !
Qual será pois a nossa conclusão quando soubermos
que os rebeldes Hespanhoes, recentenente nossos hos
pedes e authores destes projectos, e destas proclamagºes,
quando chegárão a França, achando suas forças infe
riores á empreza que tentavão, longe de descoroçoarem
ou se desenganarem, mas antes arrastados pela torren
te revolucionaria, envolvendo outros no mesmo crime
commum, chegárão com efeito a recrutar na Capital
da França, e pela esperança do roubo e da recompeu
sa, assalariados bandos de aventureiros e furiosos de
todas as nações, em auxilio dos seus proprios esforços!
Chegando á frente dos Pyrineos com esta multidão de
variadas côres, se imaginárão em certa especie de Pan
demonio, ou Palacio infernal, onde se eunem os espiri
tos das trevas para tramar e fazer o mal. Como as con
vulsões da natureza são produzidas nas regiões monta
nhosas onde o furor da tempestade he mais vivamente
sentido, dalli esperavão os enfurecidos agitadores guiar
a revolucionaria tempestade sobre as pacificas aldêas
que se achavão espalhadas nas faldas dos Pyrineos; es
peravão vibrar dalli o fluido electrico que devia incen
diar a sua malfadada patria, cegamente esperando não
encontrar opposição alguma a seus designios; tal era
mesmo a fraude ou a loucura dos corifêos, que assegu
ravão a seus sequazes que o povo atemorizado. se lhes
reuniria ou fugiria diante delles; que elles mesmos se
rião saudados na qualidade de libertadores, e que o seu
progresso não seria mais do que huma marcha triun
fante desde as fronteiras até á Capital!
Segundo já tive occasião de notar antes, estes rebel
des de todo desconhecião o paiz de que ha tanto ha #

entendido, depois de haverem remedindo a propria n.i- vião sahido. Não se lembravão que os povos cuja tran
seria; e em 6.° lugar todo aquelle que arrastasse apoz. quillidade procuravão perturbar, ainda se não havião
de si huma força armada conservaria o commando del esquecido das occorrencias que havião tão singularmen *

la, e teria a graduação de Segundo Tenente se levasse te caracterizado todos os esforços anteriores do mesmo
40 homens; de Tenente se levasse 60: de Capitão se partido para conseguir o poder. Parecia não terem em
levasse 100; de Tenente Coronel se levasse 500; e de vista, que o diferente aspecto que assumem as contendas,
Coronel se levasse f000 homens. |-
civís, muito especialmente em huma nação em que to
+

Taes erão os incentivos oferecidos para a perpetração das as classes tomão extraordinario interesse nos succes
da traição, por homens que pouco antes tinhão tido o " sos que vão occorrendo, como succedeó na Hespanha
descaramento de proclamar, que pegarão em armas se des de o começo da Revolução, já havia dado bem a
gundo os desejos da grande maioria dos Hespanhoes. conhecer as inclinações e sentimentos de cada hum;
 ..…….

. [7]
tendo por este ou por aquelle modo sido já comprovado que se eleva em massas elevadas: hum navio póde fa
o valor, talentos, ou fidelidade da maior porte dos cilmente evitallas por isso que se avistão em distancia;
actores nos differentes dramas. -

porém muitas vezes se introduz entre o outro, e reu

Quando pois apparecêrão os invasores nas fronteiras, nindo-se faz a embarcação em pedaços.
não ignoravão os Hespanhoes seus nomes, caracter, e As montanhas de gêlo se achão muitas vezes encor
vistas; por consequência não podião ser surprehendidos; poradas com a terra, pedras e plantas conduzidas da
e dahi resultou que logo no principio se prouunciou to costa pelas aguas. Nestas se achão tambem não só ter
talmente destituida de esperança a causa dos Refugia ra porém ninhos, com ovos de passaros, na distancia
dos por aquellas pessoas que tinhão algum conhecimen de muitas leguas da terra. Estas montanhas geralmen
to della, sendo tambem notorio que contra essa causa se te se encontrão na primavera depois de tempestade mui
pronunciára o sentir da nação inteira. Além do que os violenta, fluctuando para o mar alto, onde á primeira
Hespanhoes bem sabião que valor devião dar a protes vista assombrão os navegantes, mas depois se despeda
tos e declarações," assignados por varios dos seus Che ção pelo continuado bater das ondas, ou se desconge
fes, tendo constantemente diante dos olhos iguaes ten lão levadas para as regiões mais calídas do sul.
tativas feitas anteriormente por Valdez em Tarifa em Hum corpo de gêlo muitas vezes se eleva acima dos
1824, de que já fizemos menção; por Iglesías, na mes rochêdos. Não se descongela no cume mas na baze; e
ma época em Marbella; e em Janeiro { 1825 por Ba tambem rebenta em diferentes fendas por onde escoa a
zan perto de Guardamar na costa de Alicante. Os ho agua descongelada. Por este meio se torna a final tão
mens pacificos e satisfeitos virão desta sorte os estran fraco, que sobrecarregado com o seu enorme pezo, se
geiros que hião baixar dos Pyrinéos como gente abys dissolve e cahe com terrivel estrondo do alto dos rochê
mada em triplicados crimes, com occulto veneno em dos. Quando succede que hum destes corpos de gêlo es
seu coração, levando comsigo os horrores da intestina tá imminente sobre hum precipicio na costa, se abys
discordia. Fossem quaes fossem suas ostensivas promes ma com hum estrondo similhante ao do trovão, produ
sas, até os humildes camponezes dos mais solitarios val zindo tal agitação no mar, que he capaz de fazer soço
les se achavão convencidos de que homens que vinhão brar hum barco em consideravel distancia, segundo o
com armas na mão, e papeis incendiarios nas algibeiras, #…………dº muitos infelizes pescadores da Green
em vez de desfazerem aggravos, e de serem amantes da landia. - -

boa ordem, huma vez conseguida a entrada serião os

promotores da anarquia, o flagello dos fracos, os des *—º §§ «—»
truidores das suas maiores esperanças e os quebrantado
res de todas as leis. Todas as classes da sociedade bel Lisboa, 2 de Janeiro,
lamente se lembravão de que quando o mesmo partido
antes tivera o poder, governara com sceptro vacillante, (Artigos communicados.)
e segundo já anteriormente mostrei, apenas conservara
o seu posto por meio de incessantes lutas. A data era Em 19 de Dezembro proximo passado foi ElRei Nos:
demasiado recente para se riscar da sua lembrança, de so Senhor servido conceder ao Padre José Alvares Car
que durante aquelles dias de calamidade publica não valhal, natural de Gonties, licença para poder trazer
havia dignidade isenta da oscillação; que a incerteza e pendente a Sua Real Efigie em Medalha de ouro.
a mudança erão a condição da existencia des de o So
berano até o subdito; que então os homens destinctos ElRei Nosso Senhor foi servido demittir, por assim
e influentes se abysmárão na solidão, ao passo que in oDiogo
requerer , o Cadete
de Almeida de Cavallaria N.° 7, "Victorino
da Camera: •

dividuos cujos nomes apenas se conhecião, occupavão

todos os cargos publicos, e gozavão a graça popular.
(M. Post.)
Ilhas de gélo fluctuantes sobre
• - * * *
o Oceano. -
Se olharmos para a carta do globo acharemos, que
as aguas occupão tres vezes maior espaço do que a ter
ra. Ainda que as aguas do Oceano se espalhem em to
dos os pontos do universo sem interrupção, com tudo
os geógrafos as tem distinguido por diferentes nomes,
como o Atlantico, Septemtrional, Meridional, Pacifi
co, e Indiana. |-
Nos climas temperados nunca se congela o mar, mas
as regiões polares se achão obstruidas com montanhas
de gêlo, que as tornão impenetraveis. Estas Ilhas enor
mes são de diferentes magnitudes; huma vezes elevan
do-se mil pés acima da superficie do mar, e outras es
palhando-se em corpos planos de mais de duzentas le
guas de comprimento, e muitas vezes com a largura
de sessenta a outenta! Geralmente se achão divididas,
estas massas de gêlo por pequeno espaço, seguindo-se
tão de perto que de hum passo" se póde atravessar de
huma para Outra, * * *. -- * * * * * * * *• , --
•
destino se o seu desvelo por vós não tivesse começado.
|-
*—*§§ 4–*
•
* Deveres do homem para com os authores
* ** dos seus dias.
Se o homem possue na terra quem verdadeiramente
se interesse pela sua ventura, e a quem se ache ligado
por vinculos de indissoluvel gratidão, são os authores da
sua propria existenela.
No entanto não reflectem muitos filhos, cujo procedi
* * mento he reprehensivel, nas penas que causão, nem sa
bem quanta magoa sentem por seu respeito aquelles que
lhes derão o ser. Sem reflexão encetão a estrada do vi
cio, e só euidão no proprio divertimento. Porém ao
mancebo engolfado nos prazeres diremos: º Parai, e
considerai hum pouco o estado de vossos infelizes pais.
Não julgueis demasiado o concederdes a reflexão de hum
momento áquelles que de vós nunca se esquecem. Lem
brai-vos do que por vós fizerão; lembrai-vos de tudo —
de tudo não podeis; ah ! bem desditoso fôra o vosso

muito antes que vos podesseis lembrar ou possuir conhe

Ha duas sortes de gêlo fluctuante naquelles mares: os cimento dos perigos que no proprio berço vos cercavão.
gelo plano, e o montanhoso; hum formado de agua do º Agora tão orgulhoso, e inexoravel, então apenas po
mar, o outro de agua dóce. O gêlo plano he inteira dieis implorar com vossas lagrimas, e elles se commo
mente composto de agua do mar; e quando se dissolve º vião; seu coração se dilncerava com vossos gemidos;
facilmente se distingue do gêlo formado de agua dôce, acudião ás vossas precisões muito antes que formasseis
pela brancura e falta de transparencia. Este gêlo he idéa da vossa propria necessidade ou de seu carinho;
muito mais terrivel para os navegantes do que aquelle vestirão-vos quando não conhecieis a vossa nudez; não
 [8 ]
podieis pedir pão, e já elles vos alimentavão. E des de
então (pois impossivel fora ennumerar todos os seus be
neficios, assim como o he riscallos totalmente da lem Publicação Litteraria. . . -
brança, ) tem sido o seu principal empenho, estudo e "O Novo Janeiro do presente anno de 1831, º Obra mui
occupação o contribuirem para o vosso adiantamento e to critica, e divertida, de José Daniel Rodrigues da
ventura. Lembrai-vos outrosim, e essa recordação he :Costa: vende-se nas lojas do costume, e em Belém on
importante, de que tudo quanto fazem por vosso bem de se vende a Gazeta. Preço 80 réis. |- |- }
Annuncios.
he filho de desinteressado amor. Os outros amigos, pe •

la maior parte, esperão que se lhes retribuão as suas fi Pagamentos de Decima e Novos Impostos do anno
nezas, e se lhes paguem com usura os seus beneficios. de 1830: — Freguezia de S. Sebastião da Pedreira, em
Porém vossos pais não tem vistas de similhante nature casa do Desembargador José Freire Gameiro, na rua
za; não procurão o seu mas sim o vosso interesse. O seu dos Navegantes, N.° 56, nos dias Quartas e Sextas
amor he verdadeiro e he sem exemplo. Não levão em feiras, das dez horas da manhã á huma da tarde, des
vista vantagens que recaião sobre si mesmos. Se conse de 7 do corrente mez, até 9 de Fevereiro proximo.—
guem a ventura do proprio filho, alcanção a plena frui Freguezias de Santa Izabel e S. Mamede, em casa
ção dos seus desejos. Não tem a sua ambição mais ele do $". Joaquim Carreira Barreiros de Carvalho,
vado fim. Seja seu filho feliz e seus pais o são tambem. na rua direita de S. Sebastião, N.° 140, nos dias Ter
E não devereis por ventura fazer alguma cousa, não ças feiras e Sabbados, das dez horas da manhã á hu
digo a bem de vós mesmo, mas a bem de vossos pro ma da tarde, des de 8 do corrente, até 12 de Feverei
genitores! Se he muito pedir-vos que sejais justo, pru ro proximo, — Freguezias de Santos o Velho e Nossa
dente, virtuoso e feliz por vosso proprio respeito, ao Senhora da Lapa, em casa do Doutor Antonio Pinto
menos sêde-o por sua causa. Huma vida sóbria, recta, Coelho Soares de Moura, no largo do Poço Novo, N.°
e até accrescentarei, religiosa, além das bençãos que 23, nos dias Segundas e Quintas feiras, das dez horas
vai attrahir sobre vós, será hum manancial d'inesgota da manhã á huma da tarde, des de 10 do corrente até
vel satisfação para vossos caducos pais, e espalhará em 10 de Fevereiro proximo.
sua alma torrentes de consolação. E qual se pode con Posto que se annuncie vago o partido de Medicina
siderar mais feliz: o filho que constitue as delicias de da Corporação Maritima da Villa de Cezimbra, com
seu Pai, ou hum Pai abençoado na posse de hum tal tudo o não está, por quanto o Medico partidista tem
filho! Feliz, mil vezes feliz, o filho, que tem hum co requerimentos feitos que ainda se não decidírão sobre a
ração capaz de receber tão virtuosas impressões, que nullidade da vagancia do dito partido; e elle Medico
pode encontrar a propria felicidade retribuindo as ben está exercendo as suas funcções com satisfação daquel
çãos de seus progenitores. E ditoso Pai cujos dias se les habitantes; o que se faz publico para intelligencia
prolongárão não (como demasiadas vezes succede), dos Medicos pretendentes.
para sentir a successiva perda de todas as consolações O armazem de muzica e instrumentos que se achava
da vida, cahindo a final na velhice e no desamparo; estabelecido na rua das Portas de Santa Catharina,
mas sim para gozar hum novo prazer, que se não pode * (vulgo Chiado), N.° 29, mudou-se, e se acha hoje no
encontrar entre os prazeres da mocidade, e só reserva vamente fornecido, na rua Augusta, N.° 145, 1.° andar.
do para os seus avançados annos; colhendo o fructo de a Avisa-se ao publico, que ninguem contracte com D.
todos os seus cuidados e desvélo, na obediencia, affe Anacleta Francisca Xavier Lisboa sobre os bens que fi
cto, e ventura de seu filho; então no proprio rosto res cárão por obitos de José Luiz Marques, e # Pºde
Plandece a satisfação que lhe penetra a alma; a enfer José Pedro Marques, porque todos esses bens se achão
midade da velhice perde os seus rigores; não sente os litígiosos no Juizo do Civel da Corte, Escrivães Joa
males da vida; encara com serenidade a approximação #" José Ferreira Bastos, e João Candido da Costa
do final termo da sua existencia; vive honrado na me ampos. .
moria e na pessoa de seu filho, parte de si mesmo, e Quem tiver propriedades rusticas ou urbanas (que se
ainda muito mais cara; e cheio de contentamento e jão desembaraçadas), e as queira vender, pode dirigir
alegria, desce á morada onde vão dar todos os viventes.» se a Diogo Roberto Higgs, rua dos Fanqueiros, “N.
(Ogden.) 131, 2.° andar; que debaixo da boa fé, e com as suas
$ *§§ «—* costumadas diligencias em beneficio dos interessados,
espera desempenhar á satisfação dos mesmos, os nego
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 1 de Janeiro. cios que lhe confiarem.
. Na rua dos Algibebes, N.° 5, se continúa a vender
• Embarcações avistadas. vinho muito bom a 50 rs. a garrafa; e igualmente vi
8 h. 53 m. 1 Curveta de Guerra Portugueza , Infanta nho muito simples a 960 rs. o almude.
D. Izabel, e I Escuna Ingleza a Oeste do Cabo a Terça feira 4 do corrente mez de Janeiro , ao meio
do Espichel. dia, se ha de vender em hasta publica, por conta e ris
Embarcações entradas em Belém. co de quem pertencer, e no estado em que se acha, o
3 h. 1 Curveta de Guerra Portugueza, Infanta D. Iza casco do Brigue Inglez Emulation, forrado e cavilhado
bel, do bloqueio da Ilha Terceira, 65 dias : vem de cobre, encalhado no temporal do dia 29 do mez pas
arribada por causa do tempo. sado, junto ao cáes de Santarém, salvo os mantimentos
1 Brigue Escuna Portuguez, Correio de S. Miguel, da ou aquelles objectos que se possão achar dentro do mes
Ilha de S. Miguel, 18 dias, mala, 2 passageiros II]") CaSCO,

prezos sentenceados. Terça feira 4, pelas onze horas, na travessa de San

• Embarcação entrada em S. Julião.
12 h. 20 m. 1 Escuna Ingleza,
• Embarcação sahida de Belém.
10 h. 21 m. 1 Chalupa Ingleza para Falmouth.
ta Justa, N.° 37, 1.° andar, se vende a quem mais der
a propriedade de casas, sita na rua do Arco do Limoei
ro, N.° 4 a 6, que tem lojas, sobre-lôjas, primeiro an
dar, e aguas furtadas, livre e desembaraçada.
.*
=
•••

LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.

 AZETA DE LISBOA.
—=> eexse ####9G<<=-

TERÇA FEIRA, 4 DE JANEIRO.

xo6 =>$3<>@C3##8ex=
"QEFA

PARTE NÃO OFFICIAL. fundados em Londres, a maior parte dos quaes, como
judiciosamente observa o Duque de Levis, tem a invo
cação dos Santos, e recorda memorias religiosas. Nel
les se faz o serviço divino com a maior regularidade, e
NOTICIAS ESTRANGEIRAS, com a pompa que permitte a liturgia. Nas casas de ar
rependidos e convertidos, que neste paiz estão separa
RUSSIA. das das de reclusão e de correcção, se reune a instruc
ção religiosa á moral. Conheceo-se que he mister con
S. Petersburgo, 26 de Novembro. vencer o entendimento e com mover o coração, sendo a
razão por si só mui debil para combater as paixões,
Pela resolução do Conselho do Imperio, approvada huma vez que se não apoie com os auxilios da Reli
por S. M. I. a 6 de Agosto de 1828, se abrírão por gião.
dez annos ao commercio exterior os portos de Kant O Governo não contribue com nenhuns fundos para
chatka; em consequencia do que no dia 1 de Junho ul as casas de beneficencia, as quaes se sustentão com do
timo chegou ao porto dos Santos Apostolos S. Pedro nativos, com o producto dos bens que lhes derão seus
e S. Paulo hum vaso Anglo Americano chamado Sul bemfeitores, e com os recursos que sabem encontrar as
tão, procedente de Boston, com farinha, vinhos, li reuniões caritativas de homens zelosos, que se associão
quores, tintas, sal, tabaco, pannos d'algodão da Ame entre si para levar ao fim obras tão gratas a Deos, e
rica e da China, sedas Chinezas, louça e varias outras tão uteis á sociedade. No prodigioso numero destes es
mercadorias. Este vaso que he o primeiro que chega tabelecimentos, fundados pela maior parte ha sessenta
depois da annunciada permissão, devia sahir daquele annos, e que diariamente se multiplicão, os ha primei
porto nos fins do mesmo mez de Junho. ro para alivio da infancia desamparada; segundo, da
velhice cansada; e terceiro, das enfermidades corpo
Graças á Divina Providencia e á activa solicitude reas e mentaes. Ha sociedades benevolas, fundadas so
do Governo se tem conservado até agora esta Capital bre as maximas da Religião e da moral, que se occu
dos horrores do contagio da colera morbus. Não obs pão em soccorrer a humanidade nas suas doenças, e em
tante tem-se tomado todas as medidas de precaução; a ajudar a supportar os males que a cercão.
em todos bairros da Cidade se tem estabelecido lazare Na Casa d'Expostos, fundada em 1739 pela carida
tos provisorios, aos quaes se tem destinado Medicos de de hum Oficial de Marinha, auxiliado pelo Parla
acreditados; e com a approvação de S. M. o Impera mento , e sustentada com os donativos, e com as es
dor consignou a Municipalidade a quantia de cincoen molas que todos os Domingos se recebem dos que vão
ta mil rublos para estabelecer hum lazareto, cujo desti
á Igreja ao Oficio Divino, que se faz com grande ap
no será só para os jornaleiros etc, suas viuvas e filhos,
parato e com musica, se mantem, se crião, e educão
no qual se a promptarão por ora 100 camas, a que se mais de 400 mininos, que se destinão ao serviço da Ma
deverão accrescentar outras tantas. •

rinha, e aos trabalhos da agricultura.

, A Cidade de Moscow perdeo no dia 9, em conse Nesta casa não se admitte nenhuma criança cuja mãí
*" de huma grave enfermidade o seu respeitavel antes do parto não tenha declarado e provado perante
ommandante, o Tenente General Verenvkine, que con os directores, que absolutamente não pode criar seu fi
tava a idade de 66 annos. Este General havia servido lho. Este asylo he bem governado; o alimento sadio e
a Russia com honra e zelo durante o Reinado de qua abundante; o trabalho he paternal, e as raparigas sem
tro Monarcas, que o havião honrado com signaes da pre encontrão acommodação nas casas dos lavradores,
sua elevada estimação. o que he prova da sua boa educação. Quando se casão
com o beneplacito dos Directores, recebem hum peque
GRÃ-BRETANHA, no dote de cincoenta patacas.
Hospicio de Christo. Fundou-se no tempo de Henri
Londres, 11 de Dezembro. que VIII, á custa dos moradores da Cidade de Lon
dres, e dos auxilios de pessoas caritativas para criar
Estabelecimentos caritativos de Londres, certo numero de mininos pobres. Goza de hum rendi
mento de 4.000,000 de reales. Sustenta mais de mil.mi
A compaixão, a piedade, e o amor da patria forão ninos, e além da instrucção religiosa se lhes dá a con
a origem dos numerosos estabelecimentos de caridade petente nas Mathematicas, e na arte de navegar.

Hospicio da Cartuca. Foi fundado por hum particu
lar com o objecto, primeiro de soccorrer 80 anciãos po
bres, militares ou mercadores, a quem se dá vestuario,
fogo para se aquecerem, roupa, e hum guineo cada
mez; segundo, de facilitar a educação de 44 rapazes,
a quem se dá mui esmerada instrucção. O mesmo esta
belecimento sustenta de mais a mais 29 mancebos nos
seus estudos nas Universidades d'Oxford e Cambridge.
Hospicio de Rayne. Nelle se educão 40 mininas, a
quem se dá hum dote de cem libras esterlinas, quando
acabão a sua educação. •
O Asylo. Fundado em 1755 para receber mininas or
fãs e desamparadas, da idade dº? a 14 annos. São pos
tas em casas morigeradas, onde servem na qualidade
de criadas cinco annos. Concluidos estes, cuida o Asylo
de lhes dar estabelecimento. Esta casa tão util se man
tém com donativos voluntarios.
Hospicio da Magdalena. Fundou-se em 1758. He
hum asylo para o arrependimento, e para a fraque
za, que seduzida chora os seus extravíos. Nelle se aco
lhem e recebem consolação muitas infelizes victimas das
suas paixões, ou quasi sempre da infame perfidia. Per
manecem nelle até que asseguradas nos principios da
virtudo pelas lições da Religião e da moral, e fortale
cidas pela boa ordem e pelo trabalho, podem tornar
a emprehender com menos risco o caminho da vida.
- Não ha objecto mais digno do que o deste estabele
cimento, cujos resultados tem coroado as esperanças
dos seus promotores. Mais das duas terças partes das
desgraçadas que nelle tem entrado se tem reconciliado
com as suas familias, ou se tem dedicado a servir em
easas honradas. Muitas se tem casado; e o apreço pu
blico tem sido a recompensa do melhoramento dos seus
costumes. •
- Em quanto permanecem nesta casa estão divididas
por classes sem communicação entre si. A mais interes
sante e a mais numerosa he a das raparigas enganadas
debaixo da palavra de casamento, a quem abandonárão
seus seductores. Como ordinariamente se achão aban
donadas por seus pais, ou lhes impede o pejo que vol
tem aos seus braços, só lhes resta o partido do suicidio
ou da prostituição: dous extremos que se previnem por
meio deste ilospicio. • desvalidos; os principaes são:
Perguntão-se-lhes as circumstancias da sua desgraça
Sem acrimonia, manifestando-se que se acredita na sin
ceridade do seu arrependimento, e se lhes assegura,
que jámais se lhes ha de lançar em rosto o passado. Os
Ministros da Religião estão encarregados de as aconse
lhar e exhortar, mas sem as excerbar nem humilhar.
Todos os dias as exhortão. Fallão-lhes da clemencia de
Deos a quem representão como seu pai, que se compraz
em recuperar seus filhos extraviados. As mulheres en
carregadas do manejo da casa, cheias de doçura e de
firmeza lhes ensinão a ganhar á custa do proprio traba
lho, o precizo para se sustentarem com independencia.
Não ha annos designados para a sua residencia. Se
os pais ou parentes condescendem em acolher aquellas
infelizes, a casa as entrega, esmerando-se os Directores
em realizar a reconciliação. Quando se não póde con
seguir esta, permanecem até que haja segurança de que
não tornarão a reincidir nas suas passadas desordens.
Diz Mr. Levis que muito conviria que se espalhas
se esta producção caritativa dos Inglezes á Europa,
onde se tem copiado tantas modas Inglezas ridiculas e
insignificantes,
Sociedade filantropica. Occupa-se na prosperidade das
crianças a quem a fraqueza e os delictos de seus pais
destinão á carreira do vicio e da miseria, a saber as
dos delinquentes e meretrizes. Procura-se corrigir os
máos habitos que tem recebido, e se dedicão a algum
oficio. Tem esta sociedade chegado a sustentar com
voluntarios donativos 480 mininos.
[ 10 ]
Sociedade para melhorar a sorte dos que limpão as
chaminés. He digna de compaixão a sorte dos infelizes
que se occupão neste oficio, que os enche de achaques,
e os degrada, dando-lhes mesquinha existencia. Reuní
rão-se varios homens sensiveis para tratar do nelhora
mento da sua sorte, e conseguírão promover a invenção
de huma maquina com a qual se faz o mesmo serviço
que executão estes desgraçados.
Seria illimitada esta relação se descrevessemos todos
os estabelecimentos de caridade consagrados ao soccor
ro da infancia. Basta saber que além dos geraes que
deixamos referidos, os ha consagrados ao allivio dos
mininos desamparados de cada classe e de cada seita, e
até das respectivas nações.
?
Noticia das principaes associações encarregadas de tão
precioso objecto.
1." A que cuida de educar em algum oficio os filhos
dos ministros pobres da Igreja Protestante.
2.° Do soccorro dos orfãos, e viuvas, mãis e irmãs de
Oficiaes. • • - |-
3.° Dos filhos e viuvas dos musicos pobres.
4.° Dos orfãos dos Methodistas.
5." De dar ensino ás filhas dos soldados.
6." Dos filhos pobres de Gales.
7.° D'ensinar os filhos dos refugiados Francezes.
8.° D'ensinar a arte nautica aos meninos desampa
rados.
9." Densinar a fazer cordas e cestos a 24 meninos
cegos.
Calcula-se que nas escólas porroquiaes, e em todas
as casas de beneficencia, se dá instrucção gratuita a
14,000 mininos.
Soccorros á velhice. Hospicio de Chelsea: He este
hum sumptuoso edificio com hum jardim, onde vivem
e se sustentão com muita commodidade 500 soldados
anciãos. Este numero era proporcionado á força mili
tar, que tinha a Inglaterra quando se estabeleceo; mas
hoje em dia soccorre a 10,000 fóra do Hospicio com
hum guinéo por mez. +
Ha 107 estabelecimentos para o allivio dos anciãos
+
1.° Sociedade para os Francezes refugiados em con
sequencia do Edicto de Nantes.
2." Para os de Gales. |-
3.” Para soccorrer anciãos Mestres de primeiras letras.
4." Para soccorrer os actores anciãos. -
5.” Para os anciãos das outras classes.
Hospital de enfermos. O de S. Bartholomeu, e de
S. Thomás são destinados ao curativo de enfermos e
feridos. Os doentes não necessitão recommendação pa
ra ser alli admittidos, e são bem tratados. O seu nume
ro costuma passar de 600.
O de Guy. Foi fundado por hum impressor deste
I]OIT) e,
O de S. Jorge. He tão vasto e detanta concorrencia,
que em 50 annos tem recebido no seu recinto 173,217
enfermos.
Os de Londres , Westminster, e Middlesear estão
encarregados do curativo de toda a qualidade de doen
ças. |-
O da Misericardia e de Locke. Para o mal venéreo.
O de S. Pancracio. Para as bexigas.
Ha hum hospital para curar os marinheiros que adoe
cem ou se inhabilitão na marinha mercante.
Ha hum hospital para as hernes, e outro só para as
febres.
Huma associação chamada a Samaritana, cuida na
convalescença dos enfermos, e outra com o titulo de
Hamana se occupa em restituir a vida aos afogados e
•
asfyxiados. No espaço de 29 annos tem recebido os
 [11 ]
sens soccorros com feliz exito mais de 3,000 pessoas.
No grande numero de hospitaes de mulheres grávidas se
distingue o de Bayswater, consagrado ás mulheres dos
soldados e marinheiros. Nelle não só são tratadas com
esmero, mas até se crião seus filhos pelo espaço de
dous annos. Ha duas associações, que socorrem as mu
lheres grávidas pobres em suas casas com parteiras.
Os Hospicios de Belem e S. Lucas recebem os loucos
que alli são tratados com cuidado e esmero, empregan
de os meios moraes e a doçura. As bazes do tratamen
to são a boa ordem, a regularidade, a justiça e a fir
meza. Ha corredores bem ventilados onde se achão os
apozentos situados para a parte do norte, porque o ca
lor he nocivo aos doentes. Ha salas onde se reunem os
que não estão furiosos e os enfermos, e salas onde se
juntão os que costumão ter accessos de frenezim de tem
pos a tempos. Não ha grades nem correntes de ferro
para os enfrear, mas huma especie de jaqueta que sem
os molestar nem lhes tolher o uso das pernas e dos bra
ços, até certo ponto lhes impede o fazerem damno. Jan
tão juntos porque se tem notado, que a incommunica
ção augmenta a intensidade do mal, ao passo que a so
ciedade os distrahe das suas manías.
O referido nos descobre que os sentimentos da huma
nidade compassiva formão a baze do Governo destas
casas na Inglaterra; por quanto ainda que seria mais
facil fechar os loucos, carregallos de ferros etc. como
se fossem feras, para evitar o cuidado de os vigiar; co
Ino a experiencia mostra que por esse meio se aggrava
e se faz incuravel a doença, se adoptou este regime nos
estabelecimentos erigidos para o allivio e não para tor
mento dos desgraçados.
Diversas associações caritativas.
1. Para pagar as dividas dos que gemem prezos por
não podellas satisfazer. * *
fermidade, e se lhes faz hum enterro decente á sua mor
te; são corporações muito uteis.
Os gremios dos oficios empregão parte dos seus fun
dos no soccorro dos pobres da sua classe.
(D. Mercantil — Semanario.)
Audi alteram partem. Todos os periodicos tem tra
tado largamente a respeito da escravidão dos negros nas
Colonias Britannicas das Indias Occidentaes; . e como
varias pessoas tem sido illudidas a este respeito por fal
sas representações, desejamos que formen o seu proprio
juizo sobre a materia; por isso que tem a bella occasião
que para esse fim lhes oferece a publicação de huma
obra mui judiciosa intitulada: Quatro annos nas Indias
Occidentaes. O author residio alli até 1829, e as suas ob
servações são apresentadas com tão manifesta sinceridade
e desinteresse, que não podem deixar de convencer o
leitor da sua verdade. O quadro que traça da miseria
dos escravos, provoca o riso no maior gráo, e as anec
dotas que refere a respeito delles são novas e interessan
tes. Provavelmente ha de haver milhares dos nossos pro
prios compatriotas, que de bom grado trocarião a sua
sorte pela de qualquer daquelles maltratados escravos.
O Indicador de Calais contém o seguinte:
» Annuncião de Copenhague que huma expedição que
deo á véla daquelle porto no mez de Maio ultimo,
conseguio chegar á costa oriental da Greenlandia, onde
alguns colonos da Noruega se estabelecôrão ha varios
seculos; e em cuja Colonia não havia sido possivel pe
netrar em consequencia do gêlo. A expedição alli achou
os descendentes dos primeiros Colonos, que ainda pro
fessão o Christianismo, que para aquellas partes havião
levado seus avós; o seu idioma he o dos Noruegueses
do seculo decimo. » \ (Morning Post.)
* *
… * ', -

II. Para melhorar a sorte dos pobres. 1.° Vigia os —••-$ *# . . . . …

Hospicios parroquiaes, e trata do modo de os melhora».

2. Trata das associações benévolas de que logo fallare … . . , !
mos. 3.° Da construcção de choupanas para os que re . . Lisboa, 3 de Janeiro.
º
cebem dos ricos alguns terrenos para os cultivar. 4."
Trata dos moinhos communs. 5.º Das boticas communs. " " . " (Artigos communicados.) - 4.

6. Da instrucção dos mancebos que se dedicão ás ar

tes, 7.° Das cadêas, 8.° Das cozinhas economicas com ElRei Nosso Senhor o Senhor Dom Miguel Primei
muns, 9.° Dos fogões communs. E 10.° Se occupa nos ro, foi Servido conceder ao Capitão de Milícias Ma
meios de diminuir a mendicidade. noel Antonio Rodrigues, do Lugar de Gouvinhas, o po
III. As boticas caritativas onde se dão remedios aos der usar da Sua Real Efigie, sendo-lhe concedida em
pobres, e ha Medicos e Cirurgiões para o tratamento lº de Fevereiro de 1829, em o Palacio da Bemposta.
delles.
enfermos Nas 18 anno.
cada que ha em Londres se soccorrem 50,000 •

ElRei Nosso Senhor, (que Deos guarde) tendo nomea

IV. Associação para propagar as verdades Christãs do para Prégar na Sua Real Presença, em o 1.° dia de
fundada em 1699. Idem para propagar o Evangelho nos Janeiro , e na Real Capella do Paço de Queluz, ao
paizes estrangeiros, em 1701. Idem para propagar as Padre Mestre Doutor Fr. João de S. Boaventura, Mon
verdades Christãs entre os pobres, distribuindo-lhes Hi ge Benedictino, Censor, e Prégador Regio; o dito Ora
vros, em 1715. Idem para evitar os delictos e perseguir dor, no fim da Oração, beijou a Real Mão de Sua Ma
em juizo. os caloteiros etc., em 1767. Idem para des gestade em nome da Prioreza do Convento das Religio
tribuir Biblias aos soldados e marinheiros, em 1780. sas Dominicas de Nossa Senhora da Graça da Villa de
Idem para sustentar escolas no Domingo ; em 1685. Abrantes, assim como de todas as suas Religiosas, e Se
Idem contra os vicios e a immoralidade, em 1787. Idem nhoras Seculares alli recolhidas : ás quaes todas ElRei
# soccorrer os Clerigos Protestantes pobres, em 1793. Nosso Senhor Se dignou conceder o uso da Medalha
dem para enviar Missionarios pelo mundo, em 1793. de ouro com a Sua Real Efigie.
Idem para instruir os negros na Religião, em 1795.
Idem para mandar Missionarios á Africa , em 1800. ElRei Nosso Senhor, attendendo ao que Lhe foi re
Idem para proteger as raparigas que vem do campº pa presentado, no 1.° de Janeiro, no Real Palacio de
ra Londres contra os perigos da capital, em 1801. Idem Queluz, foi Servido conceder a D. Marianna Augusta
para corrigir o vicio, em 1802. de Mello Faro e Lucena, Fidalga da Sua Real Casa,
Associações benévolas. Constão de homens que se oc moradora no lugar de S. João de Fontoura, Comarca
cupão em oficios mecanicos, jornaleiros e criados que de Lamego, o uso das Medalhas de ouro com as Reaes
periodicamente se reunem e põem em hum deposito com Efígies do Senhor D. João VI, e de Sua Augusta Es
mum certa quantidade semanal que entregão dos seus posa, a Imperatriz Rainha, a Senhora D. Carlota Joa
salarios. Com este dinheiro os soccorrem no caso de en quina, saudosos Pais do mesmo Augusto Soberano.
 [ 12 ]
REAL JUNTA Do CoMMERc1o.
Edital.
Com Avizo da Secretaria de Estado dos Negocios
Estrangeiros, de 22 de Dezembro do anno proximo
passado, baixou á Real Junta do Commercio, Agri
cultura, Fabricas e Navegação destes Reinos e seus
Dominios, o Mappa que á mesma Secretaria de Esta
do dirigio o Consul Geral da Nação Portugueza em
Stockolmo, com Oficio de 13 de Novembro anteceden
te, comparando os Direitos da Alfandega indicados nas
Pautas de 1826 e 1831, sobre os generos exportados
dos portos deste Reino para os de Suecia, o qual con
tém o seguinte:
Mappa #### dos Direitos da Alfandega percebi
dos nas Pautas de 1826 e 1831, nos varios generos
importados dos Portos do Reino de Portugal nos do
Reino de Suecia. •
Pauta dos generos de 1826. Direitos pagos em
rirdaler Banco de Suecia.
Alcaçuz, por arratel, 2 shellings e 6 rst. Amendoas,
por arratel, 4 shellings. Assucar mascavado, por arra
tel, 10 rst. Azeite, por canada de 3 garrafas, 12 shel
lings. Cacáo, por arratel, 6 shellings. Café, por arra
tel, 6 shellings. Canella , por arratel, 16 shellings.
Chá, por arratel, 24 shellings. Fio de Algodão, por
arratel, 20 shellings. Passas, por arratel, 2 shellings.
Pimenta, por arratel, 6 shellings. Rom, por canada
de 3 garrafas, 1 rixdaler. Sal, por barril, 32 shellings.
Pauta dos generos de 1831. Direitos pagos em
rixalaler Banco de Suecia.
Alcaçuz, por arratel, 2 shellings. Amendoas, por
arratel, 3 shellings. Assucar mascavado, por arratel,
1 shellings e 6 rst. Azeite, por canada de 3 garrafas,
16 shellings. Cacáo, por arratel, 3 shellings. &# por
arratel, 3 shellings. Canella, por arratel, 8 shellings.
Chá, por arratel, 8 shellings. fº de Algodão, por ar
ratel, 12 shellings. Passas, por arratel, 1 shellings 6
rst. Pimenta, pºr arratel, 3 shellings. Rom, por ca
nada de 3 garr. &s, 32 shellings. Sal, por barril, 36
shellings. •
E para constar o referido se afixa o presente. Lis
boa, 3 de Janeiro de 1831.= (Assignado) José Accur
sio das Neves.
Edital.
- Com Aviso da Secretaria d'Estado dos Negocios Es
trangeiros de 23 de Dezembro de 1830, baixou á Real
Junta do Commercio, Agricultura, Fabricas, e Nave
gação destes Reinos e seus Dominios, a Copia de hum
Oficio, que em 9 do sobredito mez e anno dirigio á
amesma Secretaria de Estado o Consul Geral da Nação
Portugueza em Gibraltar, partecipando haver declara
do o Capitão L. Cardillio do Brigue Polaca Siciliano
Colombo, chegado áquelle porto em 6 do referido mez,
procedente do Rio de Janeiro, que no dia 26 de Ou
tubro, na latitude Norte 3 gráos e 7 minutos, e longi
LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA.
tude Oeste 29 gráos e 20 minutos, fôra abordado pelo
Brigue de Sua Magestade Britannica Falcon ; sendo
então informado que elle e mais huma Fragata #
tinhão aprezado perto da Ilha da Ascenção huma Taº
gata Pirata, armada com 50 peças, e tripulada com
300 homens, dos quaes perdeo huma terça parte na ac
ção; e as Embarcações aprezadoras 22 homens; e que
o mesmo Brigue Falcon tinha a seu bordo o Capitão
Pirata e mais duas pessoas daquella Embarcação, com
as quaes se destinava ás Bermudas, e havia poucos dias
tinha sahido da Ilha da Ascenção. O que a mesma Real
Junta manda fazer publico pelo presente. Lisboa, 3
de Janeiro de 1831. = (Assignado) José Accurcio das
Neves.
-
«—*§§ * #
Telégrafo.—Serviço da Barra.—2 de Janeiro.
Esta noute sahírão 1 Paquete Inglez, e 2 Escunas dito
para Londres.
Embarcações avistadas.
11 h. 10 m. 1 Galera, e 1 Bergantim sem bandeira a
Oeste do Cabo da Roca: navegão para o Norte
Idem 3.
Não ha novidade.
• Publicações Litterarias.
Sahio á luz, O Amigo dos Portuguezes N.° 2, a 60 rs.
Annuncio.
Arrendão-se as Commendas de S. Salvador das var
geas de Arouca, e de S. Pedro de Coruxe de Aguiar
da Beira, no Bispado de Lamego ; e a de Santa Leo
cadia de Moreiras, no destricto de Chaves; e a de S.
Francisco da Ponte de Sor, na Provedoria de Thomar:
quem as quizer arrendar, dirija-se a Antonio Viçoso de
Mello, no Rocio N.° 95 , e isto até ao dia 20 do cor
rente mez, cujos arrendamentos são a principiar nes
te a hDO.
Quem quizer arrendar ou aforar dous prazos, porciº
ma da Igreja de Valada, hum de 15 stins, em huu re
go, e consta de horta, vinha, e terra de pão: outro de
21stins, 15 em hum rego, 6 em outro, e consta de ter
ras de pão, póde dirigir-se ao Prior do Convento de S.
Domingos da Villa de Santarem.
A fabrica de pão luxo de todas as qualidades Italia
no, e Francez, que esteve estabelecida na calçada da
Estrella, com loja na calçada dos Paulistas, e ultima
mente na rua de S. Bento, mudou-se para a rua nova
do Almada N.° 77.
Angelo Supardo, com casa de cambio na rua direita S
do Arsenal N.° 15, faz sciente que se muda para N."
44 na mesma rua.
A Ribeira velha N.° 11, se vendem arenques de fu
S
mo de superior qualidade, chegados recentemente de
Hollanda. -
Terça feira 4, pelas onze horas, na travessa de San
ta Justa, N.° 37, 1.° andar, se vende a quem mais
der a propriedade de casas, sita na rua do Arco do
Limoeiro, N.° 4, a 6, que tem lojas, sobre-lojas, pri
meiro andar e agoas furtadas, livre e desembaraçada.
N. B. Na data da Gazeta precedente em vez de 1830
leia-se 1831.
|-
 NUM. 4.
GazETA DE LISBOA ><>{->#@$1<<<9ax<=-
QUARTA FEIRA, 5 DE JANEIRO.
+
PARTE OFFICIAL.
MINISTERIo Dos NEGocios DA GUERRA.
Em Resoluções de 22 de Dezembro de 1830, toma
das sobre Consultas do Conselho de Guerra, Foi Sua
Magestade Servido Promover os Individuos abaixo men
cionados aos Postos de Ordenanças seguintes:
A Capitão Mór das Ordenanças do Destricto de Co
ruche, Honorio Maximo Nunes de Aguiar, Capitão
das mesmas Ordenanças.
A Capitão da 13." Companhia das Ordenanças de
Evora, Vicente Godinho Ningello, Alferes da mesma
Companhia.
Confirmado no Posto de Capitão da 3.° Companhia
das Ordenanças de Monção, Manoel Ignacio Marinho
Falcão de Castro.
Reformado no Posto de Sargento Mór das Ordenan
ças com as suas Honras e Privilegios, Francisco José
Vieira Gomes, Capitão da 9.° Companhia das Orde
nanças de Braga.
Reformado no Posto de Sargento Mór das Ordenan
fas com as suas Honras e Privilegios, José Ferreira
Mourão, Capitão das Ordenanças dos Quatro Con
selhos.
Demitido por Decreto de 23 de Dezembro de 1830
do Posto de diºMór das Ordenanças de Abrantes,
João Marques Ferreira Annes.
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
DUAS SICILIAS.
Napoles, 6 de Dezembro.
O cadaver do Senhor Dom Francisco I, de gloriosa
memoria, foi trasladado na manhã do dia 15 de Novem
bro do seu quarto para a sala chamada do Vice Rei, com o
ceremonial do costumé;"e"Eõñocado pelos “Gentis-ho
mens e Mordomos de semana debaixo de hum Throno
magnifico disposto para esse fim; verificado isto, o Ex
Sºlentissimo Senhor Gravina, Arcebispo de Melitene e
Capelão Mór do Paço, cantou hum responso, e se re
ANNO 1831.
tirou o acompanhamento; ficando para velar a comiti
va e as Guardas segundo nestes casos he costume. Na mes
ma sala estavão preparados quatro altares, nos quaes
durante os dias 15 e 16 se celebrou o Santo Sacrificio
da Missa em sufragio da alma do Real falecido, can
tando tambem os responsos as quatro Ordens religiosas
de Mendicantes.
Foi numeroso o concurso de todas as classes, e de
todas as povoações circumvizinhas, que durante estes dias
acudio ao Real Palacio e ás suas immediações para tri
butar a ultima homenagem aos despojos mortaes do seu
amado Monarca. Os desgraçados, sobre tudo, recorda
vão com summo sentimento aquelles momentos em que
acompanhado pela sua Augusta Esposa lhes prodigali
zava ás mãos cheias os seus beneficios, e com paternal
amor, e suaves palavras os consolava em suas penas;
sentimentos profundos, que retratados em huma infini
dade de semblantes expressão mais do que todos os elo
gios, e são mais gloriosos do que toda a pompa fu
nebre.
No dia 17 a Real comitiva, o Clero da Collegiada,
e o da Cathedral, conduzírão o Real cadaver á Igre
ja de Santa Clara. A innumeravel multidão que oc
cupava a grande rua de Toledo só se pode compa
rar com a que assistio ao funeral do Sr. D. Fernan
do I, de gloriosa memoria. A tropa que cobria o
caminho estava disposta de modo, que deixando espa
ço suficiente para o transito do funebre acompanha
mento, permittia livre passagem para o povo, quasi
todo vestido de luto.
Abrião a marcha quatro Esquadrões de Cavallaria,
e seis peças de bater; seguião as Guardas e acompa
nhamento, e depois o Real cadaver em hum carro ma
gnifico puchado por outo cavallos, cercado de 24 Pa
gens, dos Moços da Estribeira, do Capitão, Tenente,
e Archeiros das Reaes Guardas do Corpo, dos seus Aju
dantes, dos Generaes etc., fechando a marcha 18 Bata
lhões de Infanteria, 6 peças de Artilheria, e os Coches
da Casa Real.
Ao sahir do Palacio o carro funebre, as baterias da
Cidade e os vasos de guerra, que até então disparavão
hum tiro de peça cada meia hora, o executárão de dous
em dous minutos até que chegou á Igreja: nella estava
reparada huma sumptuosa eça (obra, assim como o
hrono e o ornato funebre da sala do Palacio, do Ca
valheiro Nicolini, arquitecto de S. M.) e os assentos
competentes para o acompanhamento. Ao chegar o
Real cadaver á porta do Templo se fez o reconheci
mento na fórma do estilo perante as pessoas a quem
competia executallo; e concluido foi colocado do mes
mo modo na eça, ficando para velar o Clero, comiti
va, e Guarda competente.

No dia 18 se celebrou na mesma Igreja de Santa Cla-. O Monitor de hontem publica huma circumstancia
ra a Solemne Missa de Requiem, composta pelo Ca da partecipação dirigida ao Ministro da Guerra pelo
valheiro Sarmenta, praticando-se tambem as ceremonias General Commandante em Chefe do Exercito d'Africa,
do costume em similhantes funeraes. * -
Des de as 8 da manhã concorrêrão as Ordens Reli
giosas mendicantes a cantar os responsos. Pelas 10,
reunido o Corpo Diplomatico, os Ministros d'Estado,
Empregados da Casa Real, e todas as mais Authorida
des Ecclesiasticas, Civís, e Militares, occupárão todos
os assentos que segundo #""" lhes estavão pre
parados, º principiou a Missa, que celebrou o Excel
lentissimo Senhor Gravina, oficiando o Clero da Cathe
dral, e huma orquestra composta de 40 vozes e 200 ins
trumentos. Acabado o Santo Sacrifício, o Presbitero
Cavalleiro D. Angelo A. Scotti pronunciou a oração
funebre, em que fez o devido elogio ao Monarca falle
cido, publicando as eminentes virtudes que nele res
#### Logo depois os Prelados Rosini, Rosi,
'Antoni e Porta, aproximando-se successivamente á
éça com o Clero Palatino, cantárão os responsos pro
prios da Augusta ceremonia.
No entanto se dispunha burna meza coberta de veludo
Preto agaloado de ouro, e os Gentis-Homens da Camara
e Mordomos de Semana, acompanhados pelos Pagens
com tochas accezas, baixando da eça o caixão que con
tinha o Real cadaver, o colocárão sobre aquella, e na
presença do Clero, Real comitiva, Padre Guardião
de Santa Clara, Rei d'armas, Harautos, Camara de
Napoles e outras Authoridades se fez o solemne reco
nhecimento e entrega do Real cadaver, que acompa
nhado pelo Padre Guardião e Communidade de Santa
Clara, Gentis-Homens etc. foi depositado na Capella
do Real Pantheon. •
Desde o principio da Missa tinhão tornado a dispa
rar de dous em dous ninutos as baterias da Cidade e
os vasos de guerra; e todos, com quatro Batalhões da
Guarda Real que estavão formados em batalha na rua
de Monte Olivete derão as tres descargas do estylo,
Terminando o funeral passou o Corpo Diplomatico
ao Real Sitio de Portici a cumprimentar o novo Sobe
rano, executando-o em nome de todos o Nuncio de S,
Santidade em bum discurso análogo ás circumstancias,
e ao qual S. M. teve a bondade de responder com a
sua natural affabilidade.
Logo depois S. M. acompanhado por seus Augustos
Irmãos e ",
recebeo a homenagem de todos os em
pregados da sua Real Casa, dos Ministros, e Conse
}heiros de Estado, e mais Authoridades; com este mo
tivo e segundo o costume, o Principe de la Scaletta,
Capitão das Guardas Reaes da Real Pessoa, ajoelhan
do perante S. M., e em signal de haver terminado o
seu serviço junto do falecido Soberano poz em suas
Reaes Mãos o bastão do mando da sua Companhia, e
S. M. se dignou entregallo ao Duque de S. Kalentino,
authorizando-o por este modo para desempenhar igual
destino junto da Sua Real Pessoa.
- (Diario das Duas Sicilias,)
FRANÇA.
Paris, 15 de Dezembro.
Lord Granville, novo Embaixador de França, che
gará a esta Capital a 22 do corrente: parece que Lord
Stuart permanecerá aqui algum tempo, pois arrendou
huma casa por seis mezes. (Quotidiana.)
*
•
A 13 do corrente se abrio o Conclave. As cartas de
Roma, que são de 2 deste mez, annuncião que nos Es
rados da Igreja, e no Reino de Napoles, reina a maior
tranquillidade. (Mensageiro.)
F……… de Berlim que a 5 do corrente sahíra, da
quella Capital para Petersburgo o General Diebitsch, º
[14]
em data d'Argel 3 do corrente, de que extrahimos o
mais essencial, e he o seguinte:
"Senhor Marechal. Pela minha partecipação de 15
de Novembro ultimo, vos manifestei a intenção que ti
nha de me dirigir com parte das minhas tropas para
Belideah e cahir sobre Medeah, com o fim de desfazer
as reuniões que neste ponto formava o Bey de Titeria,
de o atacar e "#### Para executar este pro
jecto formei buma Divisão d'expedição com hum bata
lhão de cada Regimento, os Cassadores d'Africa, hum
destacamento do Batalhão dos Zuares, 12 peças d'ar
tilheria volante, e duas Companhias de sapadores, com
cuja força formei tres Brigadas, que puz respectivamen
te ás ordens dos Generaes Achard, Monck, d'Uzer, e
Hurel; a artilheria debaixo do commando do Tenente
Coronel Admirault, e todas as tropas que consistião em
outo mil homens de todas as armas ás ordens do Tenen
te General Boyer; e tendo deixado Argel bem prote
gida com 13 batalhões ás ordens dos Generaes Loverdo,
Cassau, Damremont e Daulion, se poz a expedição em
movimento a 17 de Novembro; seguio o caminho de
Belideah e chegou a acampar-se no meio da planicie de
Metidja na distancia de 7 leguas d'Argel.
No dia 18 pelo meio dia se poz a tropa em movimen
to, e marchou sem encontrar obstaculo algum até hu
ma legua de Belideah, em cujo ponto devisámos huma
linha de Arabes a cavallo artnados com espingardas,
que occupavão a extensão de mais de meia legua, e
cuja direita se achava apoiada no Atlas, e a esquerda
no caminho que vai de Belideah a Colcah. •
Immediatamente enviei hum interprete ao seu encon
tro para que averiguasse as suas disposições e objecto;
e lhe pedírão que não entrassem na Cidade as tropas
Francezas, e que se detivessem estas em certa distancia
dos seus muros. •
Porém sem fazer caso de tão estravagante proposta,
mandei ao General Boyer, que fosse com a sua #:
da cercar a Cidade pela nossa direita, e atacalla pelo
ponto que se acha entre os caminhos de Coleah e de
Medeah, ao passo que a Brigada do General Uzer mar.- -
-
chava sobre a Cidade pelo caminho de Argel, e tendo
ordenado ao General Hurel que continuasse a escoltar
o trem etc. Executou-se este movimento com muita ra
pidez, apezar dos muitos obstaculos que apresentava o
terreno e o fogo que nos fazia o inimigo des de os mui
tos jardins que ha ao redor da Cidade, de modo que as
duas Brigadas entrárão em Belideah quasi ao mesmo.
tempo e por diferentes pontos. •
No mesmo instante se colocárão postos de guarda
dentro da Cidade e ás suas portas; mas as tropas se
acampárão
el. nos jardins cobrindo os caminhos de Ar
•
8 A Brigada do General Achard teve nesta acção dous
homens mortos, e 16 feridos. A perda dos Arabes e
dos habitantes de Belideah se póde avaliar em 40 mor
tos, e cem feridos.
No dia 19 permaneci em Belideah para castigar as
tribus, que havião obrigado os habitantes da Cidade a
oppor-se á nossa entrada ali. Designou-se-me a tribu
de Beni-Salah, que occupava a montanha immediata,
por ser a que havia tomado maior parre na defeza, e
immediatamente ordenei, que os Batalhões marchassem
a recorrer aquellas partes, destruissem as plantações,
e sementeiras, e ateassem fogo nas choupanas que en
contrassem, com o objecto de obrigar a mesma tribu
a abandonar aquellas posições donde fazião fogo á Ca
vallaria quando hia dar de beber aos cavallos, assim cº
mo sobre os postos indefensos da Cidade. Apenas se exe
qutárão estas ordens, vierão apresentar-se o Mufti, e,
alguns dos principas habitantes, que havião fugidº.»
 [ 15 ]
Tambem se espingardeárão alguns rebeldes, que se
apanhárão com as armas e carregados de munições. . .
A noute se apresentárão no Quartel General muitas
familias, que se havião retirado para os montes, ás
quaesprotestado
rem se permittio entrada
a sua na Cidade depois de have
fidelidade. - •
No dia 20 depois de haver ordenado, que ficassem
em Belideah dous Batalhões com duas peças de arti
lheria ás ordens do Coronel Bulhieres para assegurar as
communicações com Argel, e proporcionar viveres e
forragens para a tropa, se poz em movimento o resto
da Divisão dirigindo-se para Medeah, deixando á sua
esquerda as alturas que }^{ aquellas planiçies. Ao
meio dia chagámos á Quinta do Agá, situada na fal
da da montanha, e em frente de hum desfiladeiro por
onde se sobe ao cume do Atlas. Nesta quinta, que pe
la sua posição não podia ser surprehendida, deixei hum
Batalhão, quatro peças de artilheria, e a bagagem mais
avultada.
Ao amanhecer do dia 21 nos pozemos a caminho, e
antes de emprehender o movimento expediaOrdem do dia,
em que depois de advertir aos soldados que bião atra
vessar a primeira cordilheira do Atlas, colocar a ban
deira Franceza no interior d'Africa, e abrir o caminho
á civilisação, ao commercio e á industria, lhes recom
mendava a boa ordem, e disciplina que até então ha
vião observado, e que respeitassem as pacificas povoa
ções que se submettessem. •
Logo depois começámos a marcha, e quando chegá
mos á maior elevação das montanhas mandei fazer alto
á tropa, e depois de a haver formado em batalha, dan
do a frente para a França, fiz celebrar a nossa passa
gem pelo Atlas com huma salva de 26 peças, a que os
soldados correspondêrão com os gritos de Viva a Fran
ça! Viva o Rei dos Francezes !
Continuámos depois o nosso caminho, e depois de
hora e meia de marcha distinguimos grande numero de
Turcos dispostos a defender º passagem. Logo julguei
que o Bey de Titeria havia disposto as suas tropas para
impedir que nos adiantassemos, pois parecia haver na
esquerda do cume de Tenia 1200 a 1500 homens; á sua
direita quasi igual numero, e duas peças d'artilheria de
cada lado do desfiladeiro que serve de passagem; o res
to das suas tropas estava formado por escalões na gar
ganta, diante da posição principal, e occupando todos
os pontos mais principaes e favoraveis á defeza até a
distancia de cinco quartos de legua. Todas as alturas
da esquerda e direita se achavão tambem cobertas de
Arabes. •
A nossa vanguarda teve immediatamente que susten
tar hum fogo vivissimo; logo que pude averiguar por
mim mesmo a força e posições do inimigo, mandei ao
General Bayer, que destacasse o Batalhão do Regimen
to 14 de linha sobre o cume da montanha que, se ele
vava sobre a nossa esquerda huns 700 a 800 pés, cujo
movimento executou o Batalhão com huma constancia
e valor admiravel; mas apenas havia começado a subi
da, hum pelotão do inimigo, que se achave embuscado
na distancia de meio tiro d'espingarda , fez contra
ele huma terrivel descarga. A vista do que mandou o
General Achard ás últimas Companhias que se apode
rassem da posição que occupavão os Turcos, o que
executárão com incrível rapidez, passandº muitos á es: do pelos Kabilas, se retirou para casa de hum_Mara
pada. Pouco depois chegou o Batalhão do 37, ao qual
se deo ordem d'atacar de frente aos Turcos, que defen
dião outra importante posição, a cuja operação devião
auxiliar as duas Companhias do 14 que tinhão ficado
na outra posição. Ao mesmo tempo se destacárão pela
esquerda dous Batalhões para que afastassem os Be
duinos armados que se achavão em pequena distancia,
e ameaçavão atacar pela retaguarda o primeiro Bata
lhão da Brigada do General Achard; e para dar lugar
a que se executassem estes movimentos encarreguei ás
tropas que permanecião no caminho, que moderassem
a sua marcha. As Companhias do 14, e o Batalhão do
37 se deixárão levar pelo ardor que os animava, e ao
toque de acometter que soava, pela esquerda e sobre a
altura da montanha se arrojárão com tanto impeto nas
$#* do inimigo, que, em hum instante se apoderárão
G || a S.
Em fim, depois de ter q, valor dos nossos soldados, su
perado, incriveis obstaculos, conseguírão apoderar-se de
todas as posições que os Turcos occupavão, de modo
que antes de se pôr o sol eramos senhores de todas, e
fluctuava a bandeira nacional sobre aquellas alturas,
}, ha tantos seculos não tinhão sido vistas pelos
xercitos pertencentes a nações civilizadas.
O Bey de Titeria por si mesmo commandou as tro
pas cujo numero subia a 6 ou 7,5 homens. Em todas
estas acções só tivemos 20 homens mortos e 97 feridos.
Ainda que o desfiladeiro denominado Tenia, de que
nossas tropas se apoderárão, tenha huma elevação con
sideravel, no entanto se acha dominado de huma e ou
tra parte por montanhas cujo cume se perde nas nu
vens : mas apezar dos obstaculos quasi insuperaveis
que se apresentárão, todas forão occupadas pelos nos
sos soldados, que naquella noute se acampárão naquel
les mesmos pontos. .
Na dita noute lhes dirigi antes que se entregassem ao
descanço, huma proclamação, em que ponderando-lhes
o valor e a intrepidez com que havião combatido, lhes
manifestei a minha satisfação, apreço e affecto.
No dia 22, devendo aproveitar-me das vantagens con
seguidas no dia antes, baixei daquellas alturas, dei
xando encarregada a guarda daquella importante posi
ção ao General Monck, onde tambem ficou parte da
equipagem e dos feridos.
Depois de duas horas de marcha distinguimos huns
1,500 Arabes; a maior parte a cavallo. A nossa caval
iria sustentada por duas Companhias d'Infanteria se
dispunha para os acometter, mas logo que o notárão
deitárão a correr; antes de anoutecer chegamos ás por
tas de Medeah, cujos principaes habitantes sahírão ao
nosso encontro, e as tropas se acampárão fóra da Ci
dade, que se acha situada vantajosamente, e cercada
de hum muro.
No dia 23 me entretive em installar o novo Bey que
nomiei antes de sahir d'Argel; e os dous dias seguintes
os empreguei em reconhecer os estabelecimentos da Ci
dade e suas immediações; por este reconhecimento co
nheci sêr indispensavel pôr huma guarnição a que des
tinei dous batalhões de Francezes e hum destacamento
de Zuares, tudo ás ordens do General Morion, a quem
encarreguei formasse quatro batalhões de Milicias, pois
se podia calcular a população de Medeah em humas
123 almas. Seus habitantes são doceis, afaveis e hos
pitaleiros, a ponto que me inspirárão confiança; tanto
assim, que lhes deixei as suas armas e depois lhes pas
sei revista, medidas que antes de voltar a Argel tí
ve occasião de me lisonjear de haver tomado.
Havia tempo que as tribus circumvizinhas de Medeal.
me havião promettido impedir o Bey de Titeria de se
retirar ás montanhas e que se me apoderasse da Cida
de cahiria este Chefe infallivelmente em meu poder.
Com efeito depois da sua derrota, vendo-se já ameaça
buto, situada na distancia de quatro leguas de Medeah;
porém não se julgando seguro ainda naquelle asylo, me
avisou que desejava entregar-se prizioneiro, o que ac
ceitei, e tendo chegado nessa noute, lhe permitti que
trouxesse comsigo suas mulheres e mais familia.
No dia 26 tornou a passar o desfiladeiro de Tenia a
Divisão expedicionaria, levando o Bey com a sua fa
milia e 200 Turcos desarmados e foi pernoutar na Quin
ta do Agá. Alli sube que os Arabes tinhão hido atacar
com forças consideraveis a Cidade de Belideah , que
 [ 16 ]
havião conseguido apoderar-se de alguns bairros e ruas;
porém que o Coronel Ruihieres os atacara pela reta
guarda, fazendo-lhes cruel mortandade; nesta desgra
çada acção perdemos 19 soldados que morrêrão, e 2
"Oficiaes e 47 feridos, entre elles 7 Oficiaes.
Na noute do dia 27 chegámos a Belideah, cujas ruas
encontrei cheias de cadaveres. •
No dia 28 continuei a minha marcha para Argel, e
nessa marcha não deixárão os Arabes de inquietar a
nossa retaguarda; a final se retirárão depois de lhes ha
ver dado alguns tiros de artilheria.
No dia 29 entrárão em seus acantonamentos as Bri
gadas dos Generaes Monck, de Uzer, e Hurel, ás or
dens de Boyer; e tendo destinado a Brigada d'Achard
para reconhecer as avenidas da margem direita do Ma
zafran, que atravessão as planicies de Mitidja, de cujo
terreno nenhum conhecimento possuiamos, e depois de
haver recorrido todas aquellas montanhas , sobre as
quaes se acha edificada a Cidade, entrei em Argel.
Em quanto marchava e combatia o Exercito os Ofi
ciaes do Estado Maior e os Engenheiros geógrafos que
compunhão a Brigada topografica, formavão o itinera
rio e levantavão os planos debaixo da direcção do Com
mandante Filhon, e fazião observações geodésicas; pois
a expedição de Medeah não só tinha hum objecto mili
tar, mas tambem o de reconhecer o paiz que hiamos
atra VeS$a T. •
Os resultados desta expedição vem a ser immensos.
As armas Francezas vingárão o attentado comettido
contra ellas no primeiro reconhecimento que fez Mr.
de Bourmont.
Cahio em nosso poder o Bey de Titeria, que servia
para reunir todos os descontentes.
Atravessámos o Atlas, cousa que até agora se consi
derava impossivel. •
Senhoreámos a capital do territorio de Titeria, onde
se poz huma guarnição.
E finalmente se demonstrou ás tribus rebeldes o que
contra ellas podem nossas armas; tudo pois dá motivo
para crer, que convencidos da nullidade dos seus esfor
ços não tardarão em sujeitar-se; não obstante, não de
vemos contar inteiramente com as palavras dos Arabes
porque logo se esquecem das suas promessas huma vez
que as considerão contrarias aos seus interesses, ou á
sua Religião, excepto se os obrigarem pela força ao seu
cumprimento.
Conclue esta dilatada partecipação recommendando
os soldados e Oficiaes que se fizerão dignos de recom
pensa. (Gazeta de Madrid.)
O elefante Djeck, que durante hum anno foi as de
ficias de Paris, pereceo em seu transito da Europa
para os Estados Unidos. Foi precizo lançallo ao mar
em cuja operação encalhou o navio, salvando-se uni
camente a carga e a tripulação. (Quotidiana.)
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 13 de Dezembro.
#O Chanceller do Exchequer pedio na Camara dos
Communs que se apresentasse á Camara hum mappa da
população de todas as Cidades e povoações da Ingla
terra que nomeião Deputados; e outro da de todas as
Cidades e povoações que tendo mais de 103 almas não
nomeião Deputados. Iguaes mappas pedio das Cidades
• LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
povoações da Escossia, incluindo nellas as de 83 al
e-
mas que nomeião Deputados.
HESPANHA.
Cadiz, 27 de Dezembro.
Efeitos da paz continental na Historia natural.
Mr. Cuvier apresentou á Academia das Sciencias de
Paris hum Relatorio sobre o estado em que se encon
tra o estudo da Historia natural, e os adiantamentos
que tem feito nella os conhecimentos des de a paz ma
ritima que desfructa a Europa: delle resulta:
Que Lynnéo só fal
lou de - - - - - 8,000 plantas conhecidas.
Decandole chegou
a descrever - - - 40,000
Dentro de poucos
annos passárão
de - - - - - - - 50,000
Bufon só conheceo 300 quadrupedes.
Desmareti descreve 700 e não está completo o numero.
Lacepede só conhe
ceo - - - - - - - 1,500 peixes.
E no Gabinete do
Rei ha - - - - - 2,500
No mesmo se mos
trão - - - - - - 25,000 especies d'insectos,
(D. Mercantil.)
Lisboa, 4 de Janeiro.
Telégrafo. — Serviço da Barra.—4 de Janeiro.
Embarcação avistada.
1 h. 39 m. 1 Bergantim sem bandeira a Oeste do Cabo
da Roca.
Publicações Litterarias.
Sahio á luz O Farol Realista N.° 3, preço 40 réis.
Annuncios.
Annuncia-se ao publico, que as casas que Angela Ma
ria do Resgate, viuva de Joaquim da Costa, possue na
Praça d'Alegria, se achão hypothecadas á satisfação do
legado vitalicio de 43800 réis mensaes a favor de D.
Maria Benedicta do Carmo, Religiosa no Convento de
Santa Anna, achando-se a mesma credora das mezadas
que decorrem des de Março de 1828 em diante, o que
se faz público para constar a qualquer pessoa, que as S
queira comprar para ficar responsavel ao referido.
Quem quizer comprar huma botica nesta Cidade, di
rija-se á rua dos Algibebes N.° 35 , e alli se dirá onde S
está situada.
No dia 12 do corrente mez de Janeiro, na casa da
Praça do Commercio, às horas do meio dia, se ha de
proceder na arrematação de huma courela de vinha e
olival, no sitio do Choilo, avaliada em 93000 réis, fo
reira em alqueire e meio de azeite , e hum pinhal no
mesmo sitio, avaliado em 23400 réis, tudo no termo
da Villa de Azeitão , pertencente á massa fallida da
viuva de João Francisco de Figueiredo , a que ha de
presidir o Dezembargador Juiz dos Fallidos. *
… • •
 NUM. 5.
GAZETA ID E LISBOA.
QUINTA FEIRA, 6 DE JANEIRO.
+
•
PARTE OFFICIAL.
Repartição da Reforma Geral dos Estudos.
Pela Junta da Directoria Geral dos Estudos se hão
de prover por concurso de 60 dias, que começará em 7
de Janeiro proximo seguinte, as Cadeiras de Primeiras
Letras das Villas de Santarém e Torres Novas, na Pro
vedoria de Santarém; e a da mesma disciplina da Villa
de Campo Maior, na Provedoria de Elvas, cada huma
com o ordenado annual de 903000 réis. Os que preten
derem ser nellas providos se habilitarão com Folhas cor
ridas, declaração determinada na Lei de 20 de Junho
de 1823, Certidão de idade, e Attestação do proprio
Paroco sobre vida e costumes e reconhecidas, e em fór
ma legal; e no tempo acima designado concorrerão a
Exame perante a mesma Junta, ou perante os Prove
dores respectivos. Coimbra, na Secretaria da sobredita
Junta, 20 de Dezembro de 1830. — O Oficial Maior
José de Carvalho Ferreira das Neves.
R E A L E R A R I o.
No dia 10 do corrente mez se ha de arrematar no
Real Erario o rendimento do Donativo dos 4 por cento
do Pescado Secco desta Cidade, com as condições que
serão presentes no acto da arrematação.
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
HESPANHA,
Corunha, 8 de Dezembro.
O Capitão Daniel Mowbray do Bergantim Inglez
Courier, que sahio de Buenos-Ayres a 10 de Agosto,
diz que lera nos papeis publicos daquella Cidade, que
por via de Lima se havia recebido noticia de que hum
Bergantim Ingles que se aproximou á Ilha da Mái de
Dcos, na Costa da Patagonia, notara que fazião signal
da terra com fogos, e mandara o seu bote para averi
guar o motivo. Voltando a gente deste para bordo dis
ANNo 1831.
|-
se, que vira 300 a 400 homens brancos, com barba
comprida, e trage mui roto, e que fallavão Hespanhol,
mas que temendo que se apinhassem no bote, se retira
ra para dar noticia do successo. O Capitão do Bergan
tim não tendo viveres para recolher aquella gente, re
solveo continuar a sua derrota para Lima, onde dada
esta noticia se fretou hum Bergantim Inglez com vive
res suficientes, e deo á véla para ir recolher aquelles
naufragos, que se suppõe serem de huma Fragata de
guerra de Buenos-Ayres, ou da Náo S. Telmo.
(D. Mercantil é
Zaragoza, 10 de Dezembro.
O Capitão General d'Aragão, D. Braz de Fournas
aos Voluntarios Realistas de 2aragoza.
Voluntarios Realistas: Contrariado nos meus desejos,
tenho-me visto privado até o presente do gosto de vos
reunir em parada; mas tenho podido observar o vosso
bom porte, vosso irreprehensivel procedimento, a dis
ciplina e subordinação que vos distinguem, e as virtu
des que vos adornão, e esta revista acaba de confirmar
as minhas observações.
Voluntarios Realistas: Com prazer e com orgulho me
vejo no meio de vós. Sois filhos dos que se illustrárão
na memoravel defeza desta heroica Cidade, e conheceis
as sagradas obrigações que vos impõe tão nobre origem.
As armas que ElRei N. S. se dignou confiar em vossas
mãos, as tendes dignamente empregado até agora con
servando em todo o seu esplendor a nossa Santa Reli
gião, sustentando com vigor a suprema authoridade do
nosso amado Rei, conservando a tranquillidade publi
ca, e com a vossa respeitavel attitude comprimindo to
do e qualquer espirito que se manifestasse contrario á
obediencia devida ás leis. Instituição admiravel, que
tem completamente correspondido á sabia previsão, e
ás Reaes intenções de S. M. !
Nunca mais do que hoje se tem feito patente a sua
utilidade. Os eternos inimigos de Deos, do Rei e da
Patria, assomárão ao cume desses montes para nos pro
vocar; a lealdade Hespanhola lhes deo a resposta, e os
temos visto fugir precipitadamente evitando o escarmen
to que os hia alcançar.
Mas se ainda obstinados não desistirem de seus per
versos designios, Voluntarios Realistas, preparai-vos para
a luta; submissão aos vossos dignos Chefes, á sua voz,
aos seus preceitos, prestai-vos com boa vontade e ar
dor á instrucção que he tão necessario adquirir se che
gasse o dia em que tivessemos que acudir de novo ás
armas: então reuniremos nossos esforços; estas mesmas
ruinas, as augustas sombras que nos cercão, nos ensi
 [18]
não o nosso dever; e o vosso General ancião, que na tranquillidade. Em huma e outra se augmentão as for
quella época de gloriosa, memoria, tambem teve a hon ças militares. • •

ra de combater em Gerona, outro theatro de igual va
lor e lealdade, o vosso Generat que se vos apresenta
menos na qualidade de Chefe do que na de pai, se fe
licitará em se achar á vossa frente — ditoso serei se os
meus ultimos dias forem novos dias de gloria para vós!
Fica a Religião! Viva o Rei! Vivão os Voluntarios
Realistas !
… Madrid, 22 de Dezembro.
Em Varsovia se esperava, que fogo se apresentaria
pessoalmente o Imperador e Rei no meio dos habitantes
daquella Cidade. Isto dizem huns; e outros assegurão
que por mais esforço que se faça para organizar tropas,
todo o mundo conhece a impossibilidade de resistir hum
momento ás Imperiaes. Os Generaes das tropas Pola
cas que voltárão a Varsovia, por disposição de Cons
tantino, derão a sua demissão.

…Assegurão os periodicos de París, que na noute de Idem, 1.° de Janeirº. *

29 de R#o ultimo rebentára em Varsovia huma

insurreição contra as tropas Russianas. O movimento ElRei N. S., a nossa amada Rainha, e a Augusta
foi, segundo parece, sustentado por parte das tropas Infanta, continuão sem novidade em sua importante
Polacas; e o resultado foi a aggregação de alguns mem saude, e igualmente SS. A.A. R.R. os Serenissimos Se
bros aos do legitimo Governo da Polonia. Os novos nhores Infantes.
Chefes ainda não desconhecem a soberana authoridade (Parte Official da Gazeta de Madrid.)
do Imperador Nicoláo; porém pedem que S. M. I. não
conserve naquelle Reino guarnições Russianas. A insur FRANÇA.
reição ainda não havia passado do recinto da Capital;
vinte mil Prussianos já marcharão sobre o Grã-Ducado París, 23 de Dezembro.
de Posen para a conter.
- O Grã-Duque Constantino, depois de haver defendi No Diario de Puy de Dome se lê o seguinte artigo:
do valorosamente a boa ordem em Varsovia, se retirou » Assegura-se como certo que devem chegar a Clermont
para tomar posição militar no outro lado do Vistula de hum momento a outro, 600 refugiados Hespanhoes,
com as tropas Russianas e com as Polacas que perma e que lhes está preparado o alojamento; parece que
necêrão fieis. Alli se eonservava esperando a reunião se distribuirão entre Clermont, Montferrand, e S. An
das numerosas forças Imperiaes que occupavão a Po dré. Diz-se que estes Hespanhoes são os que devião ir
lonia oriental, e se esperava que em breve voltaria so para Burges. Ignora-se qual ser possa a causa que obri
bre Varsovia com poder irresistivel para os sublevados. gasse a mudar-lhes o destino.» (Estrella.)
Os periodistas dão muitas particularidades sobre as
circumstancias do combate e numero de mortos; po — Por circular de 30 de Novembro ultimo, encarre
rém nós nos absternos por ora de as reproduzir por que gou aos R. R. Bispos o Ministro dos Negocios Eccle
recentes experiencias nos mostrão, que a exageração siasticos a execução do Breve dado em París a 9 de
augmenta
por hum. em taes casos pelo menos na razão de vinte.
• •
Abril de 1802, relativo ás festividades suprimidas, que
desde o anno de 1814 se tinhão multiplicado e repro
O pretexto do primeiro movimento insurreccional foi duzido.
a Colera morbus, que se disse trazião á Polonia as tro As festas que segundo a concordata se conservão,
pas que vinhão da Russia; mas o que realmente podia além dos Domingos, são a Natividade, a Ascenção,
animar os Chefes dos conjurados he o mesmo amor á a Assumpção, e a de Todos os Santos: nenhuma outra
independencia religiosa e politica que suscitou as an deve annunciar-se nos Sermões, nem interromper o tra
tigas revoluções do Reino, particularinente a do anno balho dos operarios. As festas dos Santos Padroeiros,
1794. He sabido que quasi toda a Polonia se compõe e outras similhantes trasladar-se-hão, como até aqui,
de Catholicos, e que os Russianos são Gregos seisma para o Domingo immediato seguinte, fazendo-se enten
ticos. der ao Clero das Parroquias a observancia deste artigo
O laço tricolor que se apresentou manhosamente no da Concordata. (Ralem.)
principio da insurreição, tirou-se depois como pouco a
proposito para animar a massa do povo. — As tropas Russianas que já terão chegado á Lithua
nia, Volhinia, e Podolia, ou que estão a ponto de o veri
O interior da Peninsula, a sua costa, e fronteiras ficar, sobem a huns 1603 homens, distribuidos assim:
continuão em perfeito socego, e segurança. A Junta o Corpo d'Exercito da Lithuania, ao mando do Gene
revolucionaria formada pelos emigrados em Perpinhão ral Rosen, cujo Quartel General se acha em Biahis
foi dissolvida; e os seus membros, incluindo Beltrão lock, consta de 363, incluindo neste numero a Divisão
de Liz, marchárão para Burges assim como todos os de Hussares acantonada nas visinhanças de Kouno. Este
mais revolucionarios que se achavão na fronteira. Ao Corpo não tem se não outra Divisão de Cavallaria,
dissolver-se a Junta fizerão os membros della hum pro composta de quatro Regimentos de Lanceiros, comman
testo contra o Governo Frances, por que os obrigava dados pelo General JKlodeck. O General, Pahlen 1.",
á internação. Mina continua a estar enfermo em Bordéos. que manda 403 homens, acha-se já em Vilna com al
guns Regimentos, e o resto do seu Exercito o segue
Idem, 31. muito de perto. Seu irmão, commandando outro Exer
cito de igual força, deve já ter chegado ao Governo
A Quotidiana diz que as cartas de S. Petersburgo de de Minsk. O Corpo do Exercíto do General Roth, que
4 de Dezembro, chegadas a 21 a huma Embaixada em vem da Moldavia, chegou já a Podolia. -

París, assegurão que o Imperador Nicoláo, ao saber
da insurreição de Varsovia, desenvolvêra toda a firme
za que o caracteriza, dando ordens para que entrem
simultaneamente no territorio Polonez tres Exercitos de
90 a 1003 homens cada hum.
Não se duvidava em Petersburgo do resultado da in
surreição; nem ella se havia estendido mais. A Polonia
Austriaca e Prussiana continuão a estar na mais perfeita
— Lê-se no Nacional o seguinte: º Diz-se que o Ern
baixador da Russia tinha recebido noticias, pelas quaes
se annuncia estar o Imperador Nicoláo dispondo-se pa
ra marchar com todas as suas forças sobre Polonia; que
tinha intenção de arrazar Varsovia, de dizimar a po
pulação Polaca, de a transportar para o interior da
Russia, e de colonisar a Polonia com Moscovitas e
Allemáes.
 [19]
. Estamºs Persuadidos, accrescenta o Periodico, que
não tendo cousa alguma de nacional a insurreição de
Karsovia será facil sufocalla; mas estamos longe de
dar credito a quanto se diz sobre as intenções sinistras
que se attribuem, contra toda a razão, ao Imperador
da Russia.»
— As cartas de Berlim de 13 do corrente annuncião,
que o Exercito Prussiano, bastante consideravel, hia
reunir-se nas fronteiras da Polonia; este Exercito será
commandado pelo Marechal Gneisneau. O General
Casewitz, com mandante da Escóla dos Cadetes de Ber
fim, foi nomeado Chefe do Estado Maior.
(Quotidiana.)
— Parece que os piratas outra vez se deixão ver
I] O {""### des de que algumas causas contri
buirão a desanimar os Cruzeiros. Com efeito, em huma
•arta de Navarino, datada a 10 de Novembro, se diz
o seguinte;
"Actio-me detido neste porto por mêdo dos piratas
Gregos, e esperando escolta para poder continuar a
minha viagem. . Em varios pontos do Archipelago
tem-se apresentado diversos vasos suspeitosos. Assegu
fa-se que alguns do commercio tem sido roubados, e
degoladas varias tripulações, á vista das Embarcações
de guerra. Há cinco dias foi perseguido hum vaso mer
eante Surdo, até debaixo da artilheria de Modon.»
(Ralem.)
- Tambem se lê no Constitucional o seguinte:
"Parece que se confirma a Nota entregue pelo En
carregado de Negocios da Russia, Mr. de Severino,
aº Cantáo Director de Lausania. Nella se annuncia a
sensação que tinhão causado ao Imperador os movimentos
revºlucionarios verificados em huma grande parte da
Europa; ao mesmo tempo declara que, de accordo
eºm os seus Aliados, estava S. M. I. inteiramente re
sºlvidº a sufocallos, e a manter os artigos do Congres
sº de Vienna, e da paz de Paris.»
•—» $$ *-*
Lisboa, 5 de Janeiro.
A Gazeta de Madrid de 31 de Dezembro ultimo pu
blica o seguinte:
"Chegárão periodicos de Paris, que alcanção até o
dia 24.
" No dia 22 se havia pronunciado, segundo a Quoti
diana, a sentença dos ex-Ministros nos termos seguin
tes. De 156 votantes 128 condemnárão o Principe de
Polignac á deportação; e os outros a prizão perpetua
exceptuando 4, que votárão pela pena capital. Mr. de
Peyronnet foi destinado a prizão perpetua por 87 votos
contra 68 que pronunciárão a deportação, e huma pri
zão limitada: 138 eondemnárão Mr. Chantelauze a pri
zão perpetua, 14 a deportação, e 4 a detenção limita
da. Guernon Ranville teve 140 votos pela Prizão Per
petma, e 16 pela deportação. •
» As desordens que esta sentença havia produzido em
Paris, tinhão acalmado muito. Vião-se em algumas
ruas varios grupos de gente, mas estavão inermes. O
Governo e a Guarda nacional trabalhavão por assegu
rar a tranquilidade e se espera que o consigão. .
* O General Clausel que julgando aterradas astribus
de Arabes, havia deixado em Medeah só dous batalhões
e algumas companhias, teve que mandar a toda a Pres
sa de Argel cinco Regimentos para soccorrer as tropas
que ficárão naquella Cidade. • artistas e escriptores mais conspicuos pelos talentos e
» A emigração Hespanhola continúa nos depºsitºs dº
interior; os chefes della que se achavão em París são ravel numero ao mesmo tempo. Alguns seculos tem sof
desprezados até pelos seus antigos protectores; e o seu frido notavel escassez delles; ao passo que em outras
banqueiro, Calvo de Rozas, fugio para Inglaterra com
todas as apolices do emprestimo que havião feito, pre
gando a todos este logro.
» Toda a Peninsula se acha em perfeito repouso e
segurança.»
+*#
$$ #*******
Parallelo entre os Antigos e os Modernos.
Seja qual for a superioridade que os antigos tenhão
tido relativamente ao engenho, com tudo nas artes em
que o progresso natural das sciencias tem podido pro
duzir consideraveis resultados, os modernos não tem
deixado de possuir algumas vantagens.
Na Filosofia Natural, Astronomia, Quimica, e outras
sciencias que dependem do amplo conhecimento e obser
vação dos factos, tem os filosofos modernos tido indu
bitavel superioridade sobre os antigos. Inclino-me a
julgar que em assumptos de simples raciocinio ha mais
exactidão entre os primeiros do que algumas vezes
se notou entre os segundos, talvez em consequencia de
mais vasta communicação litteraria, que tem aperfei
çoado as faculdades do homem, e augmentado a sua
penetração.
Mesmo em alguns estudos relativos ao bom gosto e
á culta litteratura devemos confessar, que o adianta
mento da sociedade nos tem dado algumas vantagens.
Na Historia, por exemplo, ha certamente maiores co
nhecimentos politicos entre as diferentes nações Euro
péas agora do que antigamente havia na Grecia e em
Roma. O mundo se acha mais largamente patenteado
á vista dos homens do que nos antigos tempos; o com
mercio tem tido maior ampliação; em maior numero
de paizes tem a civilisação espalhado os seus raios; a com
municação pela posta se tem estabelecido em toda a
parte; as mutuas relações se tem tornado mais faceis,
e por consequencia mais facil a acquisição do conheci
mento dos factos. Todas estas vantagens são importam
tes para os historiadores, de que de algum modo se
tem aproveitado.
Nas especies mais complexas da poesia, talvez tenha
mos ganhado alguma cousa relativamente á regularida
de e á exactidão. Nas producções dramaticas, possuin
do a vantagem dos antigos modellos, temos alcançado
algum aperfeiçoamento na variedade de caracteres, no
manejo do enredo, na attenção á probabilidade e ao
decoro. •
Estes parece serem os principaes pontos de superiori
dade que podemos allegar sobre os antigos. Porém não
se estendem tão longe quanto á primeira vista se pode
ria presumir; por isso que se pode dizer, que se a idade
mais avançada do mundo produz maior sciencia e maior
aperfeiçoamento, no entanto ás suas primeiras épocas
pertence mais vigor, mais fogo, e mais enthusiasmo no
engenho. Esta com efeito parece formar a diferença
caracteristica entre os antigos Poetas, Oradores, e His
toriadores comparados com os modernos. Entre os an
tigos encontramos mais elevadas concepções e maior
simplicidade; entre os modernos mais arte e exactidão
Mas apezar de este ser em geral o ponto de distinc
ção entre os antigos e os modernos, no entanto, se de
ve entender que esta como todas as observações em ge
ral tem alguma excepção, por quanto a respeito de fo
go poetico e de original engenho, Milton e Shakspeare
não são inferiores aos poetas de seculo algum.
— He hum fenomeno singular, que muitas vezes tem
occupado as reflexões de homens indagadores, que os
pelo engenho, tem geralmente apparecido em conside
 [ 20 ]
epocas parece que a natureza se tem esforçado com mais
do que ordinario empenho, e que os produzira com pro
fusa fertilidade. • •
Tem-se apontado varias razões disto. São obvias al
gumas das causas moraes; como por exemplo, circum
stancias favoraveis de Governo, e de costumes; a pro
tecção de homens grandes, e a emulação excitada entre
os homens de talento.
Mas como se tem presumido serem estas causas não ade
quadas ao efeito, tambem se tem apontado causas fisicas;
e alguns escriptores reunírão muitas observações sobre a
influencia que se pode presumir que o ar, o clima, e
outros objecto naturaes tem no engenho. Mas sejão
quaes forem essas causas, he certo, que tem havido
épocas, ou seculos do mundo, mais assignalados do que
outros quaesquer pela extraordinaria producção do en
genho.
Os sabios tem marcado quatro destes felizes seculos.
O primeiro he o Seculo Grego, que teve principio per
to do tempo da guerra do Peloponeso, e chegou até o
Reinado d'Alexandre Magno; nessa época florecêrão:
JBerodoto, Thucidides, *#
Socrates, Platão,
Aristoteles, Demosthenes, Esquines, Lysias, Aristo
fanes, Menandro, Anacreonte, Theócrito, Lysippo,
Apelles, Fidias, e Praxiteles. - •
O segundo he o seculo Romano, ou, como geral
mente se denomina, o Seculo de Augusto, incluido nos
dias de Julio Cesar e Augusto: apresentando Catullo,
Lucrecio, Terencio, Virgilio, Horacio, Tibullo, Pro
percio, Ovidio, Faedro, Caesar, Cicero, Livio, Sallus
tio, Varrão, e Vitruvio.
O terceiro seculo he o do renascimento das letras nos
Pontificados de Julio II e Leo X, em que flore
cêrão Ariosto, Tasso, Sannazario, Vida, Machiavello,
Guicciardini, Davila, Erasmo, Paulo Jovio, Miguel
Angelo, Rafael, Ticiano, Aldo, e Estefani.
O quarto abrange o seculo de Luiz XIV, e da Rai
nha Anna, em que florecêrão em França, Corneille,
Racine, Moliere , la Fontaine, Bossuet, Fenelon,
Bourdaloue, Fontenelle, Massillon, Pascal, la Bruye
re, e Bayle; e na Inglaterra Dryden, Pope, Addis
son, Prior, Swift, Parnel, Arbuthnot, Congreve,
Otway, Young, Rowe, Atterbury, Shaftesbury, Bo
lingbroke, Tillotson, Temple, Boyle, Loke, Newton,
e Clarke.
A posteridade sem duvida caracterizará outros secu
los de sciencia; e poderemos esperar que o nosso seja
merecedor dessa distincção ! (Blair.)
*#
*§§ «—»
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 5 de Janeiro.
Embarcações avistadas.
11 h. 35 m. 1 Galera sem bandeira . e 2 Escunas dito
a Oeste do Cabo da Roca: a Galera he Portugueza.
- 34 -
ADMINISTRAÇÃo Do CoRRE1o GERAL.
Navios a sahir.
Janeiro 10. Para a Ilha da Boa vista o Brigue Dous
• Amigos.
15. Para o Pará a Galera Portugueza Praze
res e Alegria.
LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA.
Publicação Litteraria.
Vendem-se em Lisboa, nas lojas de Bertrand e João
Henriques, por 200 rs. em papel, ou 240 rs. em bro
chura, e assim em Braga, Porto, Coimbra, Dvora,
e Faro , = Os tres Psalterios = vertidos em metro
Portuguez, por Caldas, Stochler, Dantas, Sarmento,
Mello, e Torres; a saber: Psalmos, Hymnos, e Can
ticos do Oficio de Nossa Senhora; os da Semana San
ta, e os Psalmos Penitenciaes; tudo impresso de sorte
que pode servir (e até ser encadernado, junta ou sepa
radamente) com as Horas Marianas, e com os Ripan
ços de Sarmento.
Annuncios.
Des de 7 do corrente até 8 de Fevereiro se recebe á
boca do cofre a Decima e mais Impostos da Freguezia
de Santa Catharina, ás Terças feiras e Sextas de ma
nhã; e findo este prazo se procederá executivamente na
forma da Lei.
No dia 7 do corrente, em casa do Juiz d'India e
Mina, na rua direita dos Anjos, N.° 124, se hão de
receber á boca do Cofre a Décima e Novos Impostos
da Freguezia de Santa Justa e Rufina, do segundo se
mestre do anno de 1830; continuando o dito recebi
mento nas Terças e Sextas de manhã até 7 do proximo
mez de Fevereiro, em que se fechará o mesmo Cofre.
O Conselho de Administração da Marinha faz publi
co, que em cumprimento do Avizo que lhe foi expedi
do pelo Ministerio da Marinha, em data de 3 do cor
rente mez de Janeiro, se ha de pôr novamente em has
ta publica em 10, 11 e 12 do referido mez, pelo meio
dia, a arrematação do fornecimento dos generos para
as rações de mar e terra da Repartição da Marinha:
todas as pessoas que quizerem dar os seus lanços, na
totalidade dos generos, ou por artigos separados, po
dem comparecer na sala do dito Conselho, em os indi
cados dias, para se tratar deste objecto.
Pilulas Antibiliosas, — He este hum remedio da maior
eficacia, tanto para indigestões, cruezas no estomago
e fastio, como para obstrucções de figado , baço , ou
ventre. O desarranjo dos orgãos digestivos he geralmen
te a causa primaria de outras aflicções, taes como ver
tigens, apoplexias, paralysias etc.; por tanto havendo
attenção ás afecções premonitorias aqui indicadas, mui
tas vezes se evitão aquelles infelizes insultos estuporiti
cos, que tão frequentemente acontecem por descuido em
este particular; e como a prisão do ventre he huma das
causas mais frequentes de hemorroidas, experimentar
se-ha hum grande allivio naquella molestia tão incom
moda e desagradavel, usando-se de vez em quando des
ta preparação. Vende-se na botica de G. C. Morley,
rua do Corpo Santo N.° 24.
Na rua de S. Francisco N.° 18, se vendem cardos de
cardar baetilha.
A Ribeira Nova, N.° 11, se vendem arenques de
fumo de superior qualidade, chegados recentemente de
Hollanda.
Sexta feira, 7 de Janeiro, pelas dez horas da manhã,
se ha de fazer leilão publico por conta e beneficio de
quem pertencer, no estaleiro de Cleife, ao Calvario
(em Alcantara) de mastareos, vergas, enxarcias, vel
las, amarras de linho e de ferro, ancoras etc., salva
dos do Brigue Inglez Emulation, que se perdeo no tem
poral do dia 29 de Dezembro.
}

GazETA DE LISBOA —=…essoa………—=—
SEXTA FEIRA, 7 DE JANEIRO.
PARTE OFFICIAL.
Extracto da Ordem do Dia N.° 1.
Quartel General no Paço de Queluz, em 6
de Janeiro de 1831.
Publicão-se ao Exercito os Avizos abaixo
transcriptos:
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — EIRei Nos
so, Senhor, He Servido dispensar do serviço do Hospi
tal de S. Francisco da Cidade os tres Capelães dos Cor
Pos da Guarnição desta Corte, que alli se achavão em
pregados; e Nomear para exercer as funcções de Capel
}ão do mesmo Hospital, o Presbitero Silvestre Pereira
Fernandes, que vencerá em quanto estiver neste servi está estabelecido a este respeito; assim o communico a
ço o mesmo Soldo dos Capellães dos Corpos do Exer
eito. O que communico a V. Ex.° para sua intelligen
cia, e execução. =Deos guarde a V. Ex." Paço de
Queluz, em 23 de Dezembro de 1830. = Conde de S.
Lourenço. = Illustrissimo e Excellentissimo Senhor Con
de deB>". •º.
º Illustrissimo e Excelentissimo Senhor, — Sendo pre
sente a ElRei Nosso Senhor o Oficio, que V. Ex." me
dirigio em 18 do corrente mez, ácerca da duvida que oc
corre sobre a intelligencia que se deve dar ao Avizo de
19 do mez proximo passado, que declarou não deverem
{" á classe #
ter Quartel, e "M"#"
para se tratarem
de veteranos reformados; Manda Sua
que
Magestade communicar a V. Ex." para sua intelligen
cia, e devido cumprimento, que a Mente do Mesmo
Augusto Senhor, no Determinado por aquelle Avizo,
foi negar Quartel, e Hospital aos reformados unidos ás
Companhias de Veteranos, e não áquelles, que tendo
servido os annos da Lei, como praças efectivas das mes
mas Companhias, passão em consequencia á classe de
Veteranos reformados; pois que a estes He Sua Mages
tade Servido, que se dê Hospital, da mesma fórma que
pela Portaria de 13 de Setembro de 1814 se estabeleceo
para os Veteranos reformados por mutilação. =Deos
guarde a V. Exº Paço de Queluz, em 24 de Dezem
bro de 1830. = Conde de S. Lourenço. = Illustrissimo
e Excelentissimo Senhor Conde de Bž.
---- * •- - - --•.•••••
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — ElRei Nos
so Senhor, por Sua Real Resolução de 22 do correnta
mez, tomada sobre Consulta do Conselho de Guerra,
Houve por-bem que o Major João Chrysostomo do Cou
+ + • • -; - *
• •• • •
- * * ANNo 1831.
--…=>-@<=*-****
-
* *
,
* *
º
to e Mello seja considerado na classe dos Oficiaes ef.
fectivos do Real Corpo de Engenheiros, e contemplado
com accesso no mesmo Corpo, quando lhe competir por
sua antiguidade. O que communico a V. Ex" para sua
intelligencia, e execução. =Deos guarde a V. Ex."
Paço de Queluz, em 30 de Dezembro de 1830. = Con
de de S. Lourenço. = Illustrissimo e Exellentissimo Se
nhor Conde de *# -
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — Tendo El
Rei Nosso Senhor, pelo Avizo da Copia inclusa, Or
denado ao Commissario em Chefe do Exercíto, abo
nasse huma ração de forragem diaria a todos os Alfe
res Supranumerarios, e aggregados dos Corpos de Ca
vallaria do Exercito, que apresentarem cavallo para
o Serviço, comprado á sua custa, vigorando esta me
dida tão sómonte em quanto os mesmos Oficiaes não
passarem a efectivos, porque então se seguirá o que
V. Ex.° em resposta ao seu Oficio de 18 do corrente
mez, que versava sobre este objecto, e para que se sir
va fazer publicar na Ordem geral ao Exercito o supra
mencionado Avizo. = Deos guarde a V. Ex." Paço de
Queluz, em 30 de Dezembro de 1830. = Conde de S.
Lourenço. = Illustrissimo e Excellentissimo Senhor Cou
de de Eãº. •
Copia.
ElRei Nosso Senhor Ordena, que aos Alferes Supra
numerarios, e aggregados dos Regimentos de Cavalla
ria, se abone huma ração de forragem diaria, huma
vez que apresentem cavallo, comprado á sua custa,
para o Serviço, isto tão sómente em quanto não pas
sarem a efectivos, por que então se seguirá o que se
acha estabelecido a este respeito. =Deos guarde a V.
S." Paço de Queluz, em 29 de Dezembro de 1530 =
Conde de S. Lourenço. = Senhor Domingos, José Car
dozo. •
ElRei Nosso Senhor, como Commandante, em Chefe
do Exercito, Determina que o Capitão, e Subalternos
abaixo declarados, passem a ter o exercício, aquelle
de Major, e estes de Ajudante no Corpo, a cada hum
delles designado, e na conformidade dos $$ 4", e 5."
do Artigo 27 do Regulamento para a Organização do
Exercito de 21 de Fevereiro de 1816, e do Decreto de
19 de Agosto de 1825.
No Regimento de Milicias da Guarda.
• da OSilva Rodarte.
Capitão do Regimento de Infanteria N.° 7, José
No Regimento de Milicias de Oliveira d'Azeméis.
O Tenente do Regimento de Infanteria N.° 16, João
Joaquim Machado.
 [42]
No Batalhão de Voluntarios Realistas
***
Toda a tropa que ha de guarnição nesta Capital e
de Mirandella. • Portici, prestou juramento de fidelidade ao nosso Au
O Tenente do Regimentº Caçadores da Beira gusto Monarca o Senhor D. Fernando II, e com este mo
Baixa, Manoel Antonio de Barros. ** * tivo se dignou S. M. mandar, que se lhes dê hum dia
* - de soldo dobrado. (Diurio das Duas Sicilias.)
•

Tendo sido mandado servir aggregado por castigo pe

lo tempo de dous mezes o Major do Regimento de In--
fanteria N.° 13, Pedro Pinto de Moraes Sarmento, . FRANÇA.
em virtude do seu irregular comportamento civíl na Ilha •

de S. Miguel, quande alli-expedicionou em 1829, re- - … Paris, 15 de Dezembro. |- •••

derêo depois justificar-se desta accusação em Conselho … " * * * * * * * * * * * *.

} Guerra, no qual ficou provado o referido crime, e O que querem os Franceses.
. --,
" : - *** -
+

«"-- - -

reconhecido o bem applicado castigo de aggregado,

que sofreo; Sentença esta, que o Censelho de Justi
ça approvou em 20 de Novembro do anno proximo
passado, e que foi mandada cumprir em 3 do
II) e Z.
(Seguem-se Licenças.)= Conde de Barbacena, Chefe
do Estado Maior General. —Está conforme o Original,
= Ajudante General, Marquez de Tancos.
–
PARTE NÃo orFICIAL.
- -
Paz, se a revolução a pode conservar.
A tranquillidade da Europa, fundada na observancia
COrrente
dos Tratados, e na obediencia dos povos ás instituições
que seguem.
Conservar deste modo seus filhos em seu seio, em seus
campos, em suas oficinas, e escolas.
A reducção dos encargos publicos.
A conservação das obrigações contrahidas pelo Esta
do para com os particulares. * *1
Que se não dê ás leis nenhum efeito retroactivo.
Que os terrenos não tornem a ser classificados como
propriedades nacionaes e patrimoniaes.

Que se lhes não diga que ha vencidos, para que pro

curem esquecer-se de que ha vencedores.
Que se restitua ás Authoridades locaes a justa inter
NoticIAS ESTRANGEIRAS. venção que devem ter na administração dos seus inte
TCSSGS»
ALLEMANHA, º Que se não creia que Paris he toda a França.
• •
* ** * * * +
Que debaixo do nome de restituições se não resta
. Françfort, 10 de Devembro. A - I º beleção as violencias dos primeiros tempos revolucio
- . *> * #* * - • + narios. - * I

Diz-se que o Duque Fernando de HVurtemberg, Go - Que

suas seja respeitada
doutrinas, a crença Catholica,, , , seus
e seus Ministros. , e ritos, •

vernador de Moguncia, virá immediatamente a esta

Sidade com o objecto de ter huma conferencia com o - Que seja livre aos pais de familia o educarem seus fi
Ministro d'Austria, Presidente da Dieta. Germanica, lhos do modo que for do seu agrado. } : #
Parece que o mando do Exercito do Grã-Ducado de , Que se conservem nos empregos aquelles que são di
Luxemburgo será confiado pela Dieta ao Tenente Ge gnos de os occupar pela sua experiencia e acreditada
neral Muffling, Commandante do 7.° Corpo do Exer capacidade. *
-

cito Prussiano. As cartas das fronteiras da Lithuania - Que o respeito dos direitos adquiridos consolide o cre
annuncião a chegada a Vilna do General. Kawelm, dito publico. : 3 • • Y

Commandante. Superior do Quartel General do Impe - Que em consequencia disto renasça a confiança, a
rador da Russia. A vinda deste Oficial tem muita rela repetição das emprezas, a segurança das operações iner
ção com os movimentos das tropas determinados anº cantís, a variedade das producções, e o augmento dos
teriormente aos successos da Polonia.. consumidores.
- Que as rendas de 3 por 100 (que na praça estavão a
- * * ". DUAS SICILIAS. 24 de Julho ultimo a 79 francos) não baixem, como
-
** ** * * * **
succedeo ante-hontem a 59 fr. e 26 c., e as de 3 por
* * = li e #: ;
… Napoles, 8• **de Dezembro, 100 (a mais de 108 francos) a 89 fr. e 90 c. |-

* *** ---- ** * ** * - •

Que sejão livres as opiniões e os sentimentos.

-- ElRei N. S. sempre constante nos principios de eco - Que a tranquillidade publica se não perturbe com
nomia que manifestou, houve por bem expedir hum reuniões de jornaleiros sein trabalho, e de pobres que
Real Decreto pelo qual fica abolida de ora em diante ha quatro mezes a esta parte não achão esmola.
«= Real Casa de Licola; mandando ao mesmo tempo Que a guerra, se a houvesse, seja ao mesmo tempo
que esta fique guardada para evitar os damnos que com util e gloriosa para o Estado, e para a civilisação, co
pretexto de casa se poderião causar nella. ** * * mo o forão as expedições de Hespanha, da Grecia, e
Por outros Reaes Decretos foi outrosim servido con de Argel. * * . * * **

ceder a seu Augusto e mui querido Irmão D. Leopoldo, Que os que hão de ser julgados o sejão, e nada mais.
Conde de Syracusa, o uniforme de Matechal de Cam Que fallando sempre de Jemmapes, e de Valmy, se
po dos seus Reaes Exercitos; nomear Capitão do Corpo falle d'outra cousa mais que de Valmy e Jemmapes. *

de lanceiros Real Fernando e Ajudante d’Ordens da sua º Que não possa prevalecer na Monarquia o imperio
Real Pessoa, seu Augusto e muito amado Irmão D. do que be illusorio, illegal, sem direito, e vem força.
v4ntonio, Conde de Lecce; prohibir e abolir em seu, … Em fim, gozar ainda da tranquillidade, da ventu
Exercito e Marinha o uso da vara, tanto aos Sargen ra, durante
do da gloria, e da
quinze liberdade
annos. que o Reino tem goza
- •

tos como aos Cabos; mandar que todos os Oficiaes de

Coronel para baixo, e os Sargentos, Cabos e Soldados Em breve diremos o que não querem os Francezes... …
do Exercito. usem bigode, e na Marinha só os Sargen (Quotidiana.)
tos e a tropa; e finalmente elevar ao cargo de Mordo-, ---- * * * * 1-I
• • - -
Idem, 1º. - ... …I
mo Mór do Real. Palacio o Principe de Bisignano, ;- (…

deixando o soldo e honras desse cargo ao Principe de . Na Praça do Commercio hontera, estiverão os 5 por
Campo Franco, que até agora o servia. "" … … I. 199 eonsolidades de 86 a 67 fr. As ecções dº Bauseiº

1500. O Emprestimo Real da Hespanha 56. Renda per
petua de idem 46 4.
> > > . •
O Correio dos Paizes-Baixos diz, que o Rei accei
tata o armisticio, e que dous Commissarios Bclgas, e
outros dous Hollandezes se reunirão aos Embaixadores
encarregados em Londres de fixar os limites que devem
occupar as tropas respectivas.
Diz a Quotidiana que hoje se esperão noticias de Pe
tersburgo sobre o efeito que naquella Capital terião
produzido os successos occorridos em Varsovia, e que
os despachos recebidos na mesma tarde annunciavão
ue os seis corpos do Exercito que se dirigião para o
"istula, tinhão recebido ordem de entrar na Polonia;
que este paiz seria occupado militarmente, e que o Ge
neral Diebitsch terá o commando de todas as forças
Eussianas, • +
Escrevem de Montauban que tendo-se atrazado a che
gada do Correio de Paris, se reunírão huns 300 homens,
que correndo por todas as ruas da Cidade, gritavão
com a maior algazarra: os Prussiunos estáo em Paris !
Carlos X vai chegar a Montauban ! No dia seguinte se
arvorou a bandeira branca em hum dos arrabaldes, e
continuou a mesma bulha e algazarra..A Genda ruperia
restabeleceo a boa ordem. , , (Correio France….) ,
- • • * * * * , !
Em data de 9 do corrente escrevem de Genebra o se
guinte: **
" Mal se julgaria das novidades que tem mltimamente,
occorrido em varios pontos da Suissa, se se julgasse achar
nellas alguma analogia com as tramas demagogicas de que
hoje em dia dão demasiados exemplos certos paizes, pelo
menos em seus periodicos. Aqui não se accusa os em
pregados, mas as leis; e as reformas que se tem con
cedido não podem deixar nenhum pretexto para a des
erdem. Em geral alguns se tem enganado, ou se tem
querido deixar enganar por certos periodicos Suissos,
redigidos por estrangeiros, ou debaixo da influencia es
trangeira; e isto se acha tão comprovado que na ulti
ma sessão que celebrou o Conselho representativo do
Cantão de Genebra, pedio Mr, Odier formalmente,
que se excluissem daquelle cargo os estrangeiros, accres
centando que no seu entender era urgente declarar, que a
ºpinião de similhantesperiodicos não era de modo algum
a opinião da maioria. He verdade que a Sentinella Ge
nebrina e o Diario de Genebra, se tem feito desgraçada-,
mente celebres nesse numero, pelas calumnias que tem
Publicado contra os homens mais estimaveis. O ultimo
Periodico se vio obrigado não ha muito, a inserir hum
artigo em que a Chancellaria de Valais desmente o que
nelle se havia dito sobre as suppostas intrigas em que se
occupa em Sion o Sr. Bispo de Strasburgo.
Na mesma sessão pedio Mr. Constant, que se poses-,
sem em armas todos os varões de 45 e 60 annos. " Não
ha que esperar, disse elle, para organizar estas forças
que o inimigo se acbe ás nossas portas, º que a Euro
pa inteira se ache agitada por perigosas convulsões. »
Mr. de Sismondi indicou, que na sua opinião as for
ças de que se tratava serião muito respeitaveis, porém,
ineficazes para defender, o territorio Suisso. » Nós nos
acia anos, continuou elle, em huma situação das mais,
criticas em que se póde ver a patria.-A luta, que tem
principiado na Europagyra sobre mui oppostos princi-, o seguinte:
pios; se se aproximar a nós exigirá a nossa honra que
a hajamos de repellir com todas as nossas forças. Mas
a neutralidade Suissa não se deve defender em nossos
muros: o Simplon_deve logo-fortificar-se partimpedir reduzida des de a pubtieleção do presente.
que o passem os Austriacos e os Francçzes; logo depois. francos para, os que não passem de 60 toneladas, a 5
se devem dirigir sobre o Rheno as principaes fórças da para os que passem de 50 até 100 inclusivamente, e os
Suissa: em ambos os casos para nada serva o alistamen
to que ipdicou o preopinante."
tººl
. Nada se resolvéo sobre a proposta de Mr. Constant.
Quanto ao mais parece que o Governo federativo está
<! resolvido a manifestar vigor. Já annunciou de oficio,
que estava resolvido a sustentar os seus Agentes, accres- º
centando, que a independencia e a neutralidade da Suis
sa se, fundão na conservação da boa ordem; e creou
hum corpº de voluntarios composto de paizanos para
conservar a segurança publica: neste corpo se havião
alistado 2,500 paizanos e os estudantes, e o mando se
havia dado ao Tenente Coronel Hahn. Hum negociam
te, conhecido pelas suas opiniões liberaes, foi chama
do ao Castello de Beuhortd onde na presença do Con
selheiro Sturler , dº Commandante dos Gendarmes,
Jºelenberg, e do Grã-Ballia Effinguer, foi interrogado
sobre os motivos que o fizerão imprimir o Decreto de 3
de Fevereiro de 1798: concluido o interrogatorio se exi
gio delle a promessa de que se apresentará em Berne
|-
ao primeiro chamamento. Tambem foi chamado ao mes
mo Castello hum empregado de huma casa de Commer
cio por haver destribuido varias circulares; depois do
hum interrogatorio preliminar foi conduzido a Berne a
instancias do Governo. O mesmo succedeo a MM.
Mayer e Froum, tambem negociantes. (Quotidiana.)
Aviso aos navegantes.
• - ***
Segundo a partecipação Oficial do Director das alfan
- * *** * #
degas de Portsmouth (Nova-Hampshire, nos Estados An
glo-Americanos), no dia 19 de Setembro ultimo, começou
-
• -
a pôr-se em uso o farol estabelecido sobre Whale's-back.
Está situado na costa oriental da enseada de Ports
mouth, em 43°4' N. de latitude, e 70° 43' O. de Lon
gitude de Greenwich. Eleva-se 68 pés sobre o nivel da
baixa mar; tem duas luzes fixas collocadas huma so
bre a outra, distantes 10 pés entre si : a luz supe
rior composta de 10 lampiões de reverbero, e a inferior
de 6, tambem de reverbero. Os vasos que desejarem
tomar porto poden dirigir-se ao farol até a distancia
de hum cabo, deixando-o a estibordo, em cuja para-,
gem acharão quatro braças d'agua. º ,
__As demarcações e distancias dos pontos proximos aº
HThale's back são as seguintes: •
. O farol de Portsmouth demora ao N. 30° O. na dis
tancia de Inilha e hum quarto. - - * *
lh Keslern-sister — a Leste, na distancia de duas mi
BS. * *** *
• •
. A parte O, da Ilha de Duck ao S. 44° E. na distan
cia de sete milhas, *
. A Ilha de Boon — ao N. 78° E. e dista 14 milhas.
- A ponta d'Ordiorne — ao S. 40° O. e dista milha e
A boia de Kitt's-Rock — ao S. 23° E. e dista milha
e meia- (Monitor.)
* * ** *
HESPANHA. * , , ,
# , , s. f …
Madrid, 30 de Dezembro. o
#
• -
Copia da traducção litteral que mandou o Consul Geral
de S. M. em Argel da nova pauta de direitos dº Al-,
fandega, que devido pagar os vasos e cargas que ehs
gassem, áquelle porto des de 21 de Setembro proximº,
passado. == ** * * *
O General em Chefe do Exercito d'Africa decretou
Artigo 1." O direito d'ancoragem fixado anteriormen
te em 100 francos por cada vaso Francez, ou estran
geiro, que entrasse no porto ou bahia d'Argel, será
que passarem deste ultimo numero serão sugeitos
direito. • - . -
a esse •

"2.° Este direito não será exigido dos vasos menores
de 5 toneladas. . .. .
3.° Estão igualmente
º armados para a pesca. isentos
" deste direito os barcos
- -
4.° Todo o vaso Francez, Argelino, ou estrangeiro,
que entre no porto, ou dê fundo na bahia, está obri
gado a apresentar no termo de 24 horas na meza da
alfandega o seu Manifesto, e a circumstanciada de
claração da sua carga.
5." Não poderão os vasos carregar, nem descarregar,
quer no porto, quer na bahia, nenhum genero, sem
permissão por escripto dos empregados da alfandega,
sob pena de confiscação, e de huma mulcta.
6° Será esta multá de 200 francos; mas poderão en
tregar-se os generos confiscados mediante huma fiança
que se deverá pagar.
7.° Se se descarregarem outros generos do que os de
clarados pelo Manifesto, ou se se embarcarem sem per
missão, será o Capitão da embarcação condemnado a
pagar huma quantia igual ao valor dos generos, e huma
umulcta de 200 francos.
8.° Como das infracções acima indicadas resulta con
fiscação e mulctas, se farão constar por meio de termos
assignados por dous empregados das alfandegas pelo
menos, e remettidos no caso de resposta ao Tribunal,
que julgará sem appellação.
9." Os direitos das alfandegas serão os seguintes:
(Importação.) Para os vasos Francezes e Argelinos
4 por 100 do valor das mercadorias e generos. Para to
dos os mais 8 por 100.
(Exportação.). Para os vasos Francezes e Argelinos
1 por 100 do valor das mercadorias e generos. Para
todos os mais 23 por 100.
10." Exigir-se-ha na exportação de ouro e prata em
moeda (excepto a Franceza), ou em barras, hum di
reito de 3 francos por quilogramo de ouro, e de 20 cen
timos por quilogramo de prata; este direito só se pode
rá exigir por quantias que excedão 5 quilogramos pelo
ouro, e 25 pela prata.
11." Em lugar de direitos de portas na entrada da
Cidade d'Argel, se exigirá pela alfandega huma deci
ma parte sobre os direitos de importação acima indica
dos sobre os objectos que abaixo se designão: carvão,
alhos e ceboilas, manteiga de vaca, sabão negro, la
ranjas e limões, batatas, azeite, velas de cêra amarella,
melões, e azeitonas.
12.° O valor dos generos pelo qual se estabelecerão
os direitos acima referidos, será regulado cada mez por
huma Pauta decretada em hum Conselho de Commer
cio presidido pelo Commissario do Rei junto da Com
missão municipal; esta Pauta será afixada nas alfan
s, e publicada na forma ordinaria.
\ 13." Os Agentes da administração das alfandegas se
conformarão debaixo da vigilancia do Inspector Geral
da Fazenda, com as disposições do presente Decreto,
e estão authorizados no caso necessario a pedir a força
publica para assegurar a sua execução.
14." As disposições precedentes serão applicaveis a to
dos os portos do Reino d'Argel onde se estabelecerem
mezas d'alfandega. Argel, 17 de Setembro de 1830. =
O Tenente General Commandante em Chefe do Exer
cito d'Africa = Clausel.
* * * *, *, (Parte Official da Gozeta de Madrid.)
-
- - - |-
: -
º LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA.
1. [24]
º GRÃ-BRETANHA.… " " …":
* -
* * *
{
•
Londres, 17 de Dezembro. • u'* * *
Fundos publicos. Tres por cento consolidados 82 a.
Os nossos periodicos não contem outra cousa mais
do que extractos do que trazem os do Continente. A
baixa das fundos Francezes nada influio - nos desta
praça.
*—* $$ *—º º
Lisboa, 6 de Janciro.
REAL JUNTA Do CoMMER.cio.
- Edital. ** *
Com Avizo da Secretaria de Estado dos Negocios
Estrangeiros de 18 de Dezembro do anno proximo pas
sado baixou á Real Junta do Commercio, Agricultu
ra, Fabricas, e Navegação destes Reinos e seus Domi
nios a Copia de hum paragrafo do Oficio , que em 20
de Outubro antecedente dirigíra á mesma Secretaria de
Estado o Encarregado dos Negocios de Portugal nos
Estados Unidos d'America, relativo ás providencias que
se fazem necessarias para animar a reclamação dos Na
vios Portuguezes tomados por Corsarios de Baltimore;
cuja copia do referido paragrafo pode ver na Secreta
ria da mesma Real Junta, quem nisso interessar.
E para assim constar , se mandárão afixar Editaes.
Lisboa, 4 de Janeiro de 1831. —(Assignado) José Ac
cursio das Neves. -
*—*§§*—º
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 6 de Janeiro.
Cerração no mar. * * * , º
, 1 - - *
• • + + +
Publicações Litterarias.… * *
A voz da Religião contra a incredulidade, obra que
leva ao ponto da ultima evidencia as verdades eternas,
tão combatidas pelo moderno filosofismo, e que vence,
confunde, e reduz a nada este mesmo filosofismo , que
não cessa de perseguir o Throno e o Altar, e presente
mente mais do que nunca : vende-se em 2 volumes por
960 réis nas lojas de João Henriques, na rua Augusta:
e Carvalho, defronte da rua de S. Francisco,
Annuncios. -
Pelo Juizo do Fisco dos ausentes do Reino, e nas
casas da residencia do Desembargador Juiz do mesmo
Fisco, a S. Sebastião da Pedreira, N.° 21, nos dias
7, 8, e 10 do corrente, pela manhã, se ha de proce
der no arrendamento para no ultimo dia se arrendar
a quem mais der, o morgado denominado da Ponte de
Sor, pertencente á casa confiscada do ausente o Excel
lentissimo Marquez de Fronteira.
Pelo mesmo Juizo, e perante o dito Desembarga
dor, nas casas da sua residencia, a S.Sebastião da Pe
dreira, N.° 21, nos dias 13, 14 e 15 do corrente mez,
pela manhã, se ha de proceder na arrematação dos ren
dimentos, para no ultimo dia serem arrendados a quem
mais der, os bens sitos na Villa do Sabugal e seu ter
mo, sequestrados ao auzente o Excellentissimo Conde
de Sabugal;
rs. e isto sobre o lanço que já tem de 8023
por dous annos. …" •
# -
***
=
- *
 NUM. 7.
• ANNo 1831.
-----…m-G->-- --

GAZETA DE LISBOA. —--…=>>>6">#@$@<<<9GX=-

SABBADO, 8 DE JANEIRO.
=>>>6<>$3<>@K->$3<9ex=

PARTE OFFICIAL. tavão á sedição; outros que distribuião proclamações

R E A L E R A R I o.
No dia 10 do corrente mez se ha de arrematar no
Real Erario o rendimento do Donativo dos 4 por cento
do Pescado Secco desta Cidade, com as condições que
serão presentes no acto da arrematação.
PARTE NÃO OFFICIAL.
+"
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
FRANÇA.
Paris, 23 de Dezembro.
Transcrevemos as seguintes particularidades que pre
cederão a sahida dos Ex-Ministros de París para Vin
cenunes.)
Durante a manhã do dia 19 reinou nas immediações
do Palacio de Luxemburgo a mesma tranquillidade que
se havia notado des de que principiou a vista da causa
do Principe de Polignac e seus companheiros; mas pela attenção; mas pelas duas horas já a reunião, se havia
volta das duas horas e meia da tarde se notou que pelas
ruas de Tournon e Vaugirard, e na frente do Palacio e gente ociosa, que -se apinhava particularmente nas
Real, se hia reunindo muita gente. ruas de Fosses-Saint Germain, e do Sena, gritando
Pelas 4 se havia augmentado a reunião a ponto de Kingança! Morrão os Ministros ! As Legiões da Guar
tolher a passagem, e dos grupos sahião vozes sediciosas
pedindo a morte dos Ministros. Moderárão-se hum pou
co os amotinadores ao apresentar-se o General Lafayette,
que a pé, e acompanhado de varios Oficiaes do Estado
Maior, passou por meio das reuniões para entrar no Pa
lacio de Luxemburgo.
Dalli a pouco varios batalhões da guarda nacional
formados em columna, e occupando toda a largura das
ruas, baixárão a passo ordinario, obrigando os pertur
badores a retirar-se até as travessas do Odeon e de Bus
sy: ao mesmo tempo se destacárão de Luremburgo do Louvre ! Com efeito para aquelle ponto se dirigio
muitas patrulhas de força respeitavel, que recorrião to
das as immediações do Palacio; de maneira que Pelas
10 horas da noite apenas se notavão algumas reuniões
Pelas ruas. -
subversivas, e hum homem que na praça do Chatelet
alliciava os trabalhadores a razão de hum franco por
dia.
A noute foi tranquilla, graças á vigilancia e zelo da
tropa de linha e da guarda nacional. Ao redor do Pa
lacio de Luxemburgo estiverão colocados varios bata
lhões da guarda nacional, que só permittião a passa
gem ás pessoas authorizadas para isso.
As oficinas e as lojas se abrírão no dia 20 á hora
costumada, e só apparecêrão alguns grupos de gente
que conservava bastante moderação. O Prefeito do De
partamento do Sena e o da Policia publicárão procla
mações recommendando aos habitantes de Paris a boa
ordem e a submissão ás leis; fazendo-lhes ver que a
violencia só serviria para causar a guerra civil, e expôr º
a nação desunida á vingança das Potencias estrangei
ras; encarregando-lhes que esperassem com respeito a
sentença do # dos Pares; e prevenindo que todo
aquelle que attentasse contra a vida de hum Cidadão
seria olhado na qualidade de assassino e como tal im
mediatamente julgado.
O Prefeito da Policia publicou hum bando na ma
nhã do dia 21, lembrando a lei sobre os tumultos, e
as penas designadas contra os perturbadores da boa
ordem. Nas immediações e avenidas de Luxemburgo e
por todos os arredores, estavão postados 25 a 303 ho
mens do Exercito da Guarda nacional.
Tinhão-se apresentado de manhã algumas quadrilhas
de gente, que pelo seu limitado numero não merecião
consideravelmente augmentado com muitos jornaleiros
da Nacional hião desembaraçando as immediações do
Palacio, sofrendo com resignação e sem fazer uso das
suas armas, os insultos e pedradas dos perturbadores,
que ferírão o Conde de Sussy, Par de França, e Com
mandante da 11.° Legião da Guarda Nacional.
Entre as tres e quatro horas da tarde tentárão os per
turbadores forçar a entrada do Palacio de Luxembur
go, mas a Guarda Nacional os recebeo á bayoneta ca
lada; repelidos por aquella parte se ouvírão vozes dos que
gritavão: Vamos ao Louvre ! Vamos tomar a artilheria
a turba dos amotinadores, mas achando fechada a gra
de, se dispersou sem fazer tentativa para entrar.
Pelas tres horas e meia da tarde sahírão de Luxem

burgo os quatro Ministros em hum coche com dous ca

No decurso do dia tinhão sido prezas em flagrante valios por meio da ala que formava a Guarda Nacio
humas 40 pessoas, entre ellas alguns oradores que exci nal, e varios destacamentos postados em alguns pontos;
 |- …
=
|-
\,
* *_* * *
**
foi o coche a passo por toda a rua de Madame, em
cuja extremidade rompeo a trote, escoltado por 200 bo
mens de cavallaria, a cuja frente hia Mr. de Monta
livet, Ministro do Enterior, e os Coroneis Fabvier,
e Lavocat, que acompanhárão os prezos até os entregar
sem o menor contratempo, em Vincennes, ao General
Daumesnil.
Os destacamentos da Guarda, e as Patrulhas forão
despejando as ruas de modo que pelas 10 da noute não
havia nellas nenhuma reuniãe.
Pelas 9 da manhã do dia 22 não se notava nenhuma
novidade na Cidade; pelas 10 horas se reunio alguma
gente na rua de Tournon, apredejando a Guarda na
cional, que prendeo alguns dos perturbadores. Na Pra
ça do Pantheon se formou hum grupo de huns 400 ho
mens precedidos de outro que levava huma bandeira
negra, e perturbando a boa ordem com vozes sedicio
sas. Este grupo se colocou diante da Escóla de Direi
to procurando excitar os estudantes a que se reunissem
a elles; estes, desprezando as suas insinuações, se in
corporárão com a 12.° Legião da Guarda, a fim de
restabelecer a boa ordem: os perturbadores, não obs
tante, insistindo em attrahir ao seu partido os estudan
tes, os quizerão seduzir para que assignassem huma re
presentação ao Rei para que dissolvesse a Camara dos
Pares. Hindo fazer assignar a representação se recuzárão
os estudantes, e cooperárão com a Guarda nacional pa
ra repellir os perturbadores.
Crescia por algumas partes o tumulto ao passo que
em outras se acalmava a efervescencia; nos arrabaldes
se afixárão pasquins sediciosos, tornarão os perturba
dores a insultar a Guarda nacional, e quebrárão mui
tos candieiros das ruas. Das 11 para as 2 horas se to
eou á chamada pelos bairros para reunir toda a Guar
da nacional, que immediatamente acodio aos Quarteis,
donde destacou fortes e numerosas patrulhas com o seu
º competente reforço nas immediações do Louvre, das
Tulherias, e do Palais-Royal, cujas portas estiverão
fechadas todo o dia.
Pelas duas horas e meia appareceo o Rei na varanda
do seu Palacio, escutou o discurso dos estudantes, res
pondeo-lhes com summa bondade agradecendo as suas
boas disposições, e falou ao numeroso povo que alli es
tava reunido.
Pelas tres horas se dirigio ás immediações da Camara
dos Deputados a Segunda Legião da Guarda Nacional.
Pelas 5 os estudantes e a Guarda Nacional recorrêrão
ás ruas do bairro do Palais-Royal, insinuando amigavel
mente aos jornaleiros e aos mais que compunhão as reu
niões, que se retirassem para suas casas.
Nas Tulherias ha muita tropa de linha e da Guarda
Nacional, e a cavallaria desta se dirigio pelas 6 horas
ao arrabalde de S. Germain.
Continuou a Sessão da Camara dos Deputados na
fórma do costume, sem que por aquella parte se hou
vesse alterado a boa ordem.
Na manhã de hoje 23 não se manifestão graves sym
ptomas de agitação, e tudo annuncia que a boa ordem
se não alterará. • (G. de França.)
Nos principios de Novembro ultimo chegou á Hava
na o Bergantim Americano JKilliam, procedente de
Peracruz donde havia sahido poucos dias antes. Segun
do o Capitão deste vaso reinava no Mexico a maior
confusão; o General Guerrero havia derrotado Bravo
nas immediações da Capital; e Armijo que hia soccor
rer Bravo, foi assassinado pela sua tropa, que logo se
reunio a Guerrero; julgava-se por consequencia que o
ultimo se houvesse apoderado da(D.
• •
Capital e do Governo.
do Commercio.)
Escrevem das fronteiras da Saxonia, que da Silecia
[26]
e da Lusacia partião a toda a pressa tropas para o #
Grã-Ducado de Posen. (Estrella ) **
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 13 de Dezembro.
Na Camara dos Communs de 11 de Dezembro se pro
pozerão ao Chanceller do Exchequer duas questões mui
•
.to importantes: huma a respeito do contracto do ban
co de Inglaterra, que se acha em vesperas de expirar;
e a outra a respeito da Companhia das Indias, que tam
bem está a ponto de concluir em breve. Lord Althorp
respondeo que o Governo hia tomar em consideração
estes dous grandes objectos, e que para esse fim no
mearia Commissarios na presente ou na proxima ses
são; mas que julgava seria mais acertado que se no
meassem agora. *
(Extracto de huma carta do correspondente do M.
Postlem Paris sobre o commercio de França, compa
rando as épocas Republicana, Imperial e Real.)
As authoridades e o corpo do commercio desta Capi
tal, no meio da lastimosa situação em que se achão os
Departamentos se tem empenhado em assegurar a co
operação de todas as classes, sem se esquecerem da tur
ba, para que se estabeleça em Paris hum emporio ma
ritimo com huma Alfandega. O efeito desta medida se
ria a anniquilação da metade do commercio do Havre
e Bordéos, e provavelmente em igual gráo, ou pouco
menos, do das outras Cidades maritimas, por isso que
o commerciante ha de naturalmente antes querer trans
ferir as producções que importa do Havre para outro
ponto mais perto de casa, ou dos seus mercados, don
de poderá com maior commodidade tirar a exacta por
ção que precisa, e só pagar os direitos sobre esta, sem
a necessidade de corretores ou agentes de nenhuma qua
lidade. Este projecto parece á primeira vista bastante
rasoavel; he só quando consideramos os privilegios e
monopolios de toda a especie de que Paris se acha de
posse, á custa e com detrimento dos Departamentos,
que ficamos convencidos da sua injustiça, ou iniquida
de. Não he esta porém a primeira vez que se tem apre
sentado similhante pretenção; mas os Ministerios ante
riores, demasiado illustrados sobre os interesses geraes,
sempre se oppozerão eficazmente á sua adopção. As
Cidades maritimas não tem sido remissas em penetrar
a astucia que presidio á renovação desta pretenção no
momento actual, e não tem deixado de chamar contra
ella. » Em todas as Cidades maritimas, diz o Jornal
do Havre, se escuta hum grito assustador. Constante
mente frustrada em seus esforços por arrancar do Go
verno a concessão do estabelecimento de huma Alfande
ga, Paris os renova hoje, e se considera certa do bom
resultado. Mimosa filha dos vossos Augustos Predeces
sores (diz o mesmo Jornal falando ao Rei), não são
bastantes para a Capital do Reino os favores e van
tagens de que exclusivamente goza ? etc.» -
O Jornal de Nantes pergunta « aos politicos dos clubs
Parisienses, aos oradores dos Circulos politicos, que
pezo he que dão ás precizões, e aos clamores dos De
partamentos! »
Tendo reunido o meu testemunho ás noticias que de
todas as partes se recebem com abundancia, relativa
mente á lastimosa situação da industria fabricante e
commercial na actual conjunctura, e desde a Revolu
ção de Julho, vale a pena o fazer alguma averiguação
a respeito do estado do commercio antes daquela con
vulsão, e do geral adiantamento que teve depois da
Restauração dos Bourbons em 1815. Já mostrei o ma
ravilhoso adiantamento da receita, muito especialmente
daquellas partes della que oferecem a melhor prova da
riqueza Publica, e das commodidades do povo durante
 …
[ 27 ] v… " * *

o mesmo espaço de tempo. Para mais perfeitamente co occupem tantos vasos, e por consequencia nenhuma
nhecer que o melhoramento fiscal se não deve attribuir que mais coopere para a superioridade maritima, e pa
a indevido lançamento d'impostos no paiz, como havia ra o poder naval da Grã-Bretanha. Perto de 600,000
nos regimes Republicano e Imperial, parece necessario toneladas, e de 36,000 marinheiros (quasia duas quin
que lancemos hum golpe de vista nos respectivos movi tas partes de todas as embarcações empregadas pela
mentos da agricultura e do commercio naquellas dife Grã-Bretanha em todo o seu commercio estrangeiro, )
rentes épocas. No entanto o trabalho de mui larga ave são annualmente empregados para o bastecimento da
riguação pediria mais tempo do que tenho á minha quellas Colonias.
disposição; nem he isso necessario para o fim que levo Devemos por tanto suppor, que deve ser assumpto
em vista; harma averiguação muito mais circumscripta de alguma importancia para hum paiz cuja riqueza e
bastará para que os leitores possão formar hum parallelo. Poder totalmente dependem da sua marinha, e que tal
A seguinte he pois a lista da Importação e Exportação vez possua metade das Ilhas Occidentaes, o averiguar
da França des de 1813 até 1829, ambos inclusivamente: de vez em quando se a parte dos seus vasos alli empre
gados be igual ás possessões que lhe pertencem, e se
|- Importação. Erportação. a distribuição do commercio não he a favor de rivaes que
1815 - - - 229.736,692 fr. - - - 404592,976 fr, ella tem alguma razão de temer, ou se lhe não he
1816 - - 310.706,409 - - - 617.955, 194 possivel, por meio de regulamentos commerciaes, cor
1817 - - 451.498,766 - - - 447.833,761 · rigir essa destribuição na qonformidade dos seus inte
1813 - - 469 255,943, - - - 603.760,998 resses. Vemos com grande satisfação que ao novo Go
1819 - - - 396.844,774 - - - 604.631,923 verno de S. M. não escapou huma consideração tão im
1820 - - 473.012, 159 - - - 593.145.294, portante; e que não ha nenhuma medida de relação
1821 - - 520.763,362 - - - 581.458,663 estrangeira, que mais depressa receba o beneficio da
1822 - - 612.140.466 - - - 441.637,685 sua revisão. Segundo a averiguação, que fizemos a
}823 - - 562.339,670 - - - 497.252,537 actual distribuição da totalidade de tonelagem entre os
F824 - - 699.143,705 - - - 523.733,74l competidores pelo poder maritimo, interessados naquel
1825 - - 785.139,489 - - - 802.311,602 le commercio, vem a ser quasi da maneira seguinte: º
1826 - - 738.205.663 - - - 735.150,920
1827 - - 634.673,246 - - - 633.873,207 Vasos Suecos, Dinamarquezes, Hespanhoes,
1828 - - 813.778,396 - - - 638.494, 196 e Francezes - - - - - - - - - - 80,000
1829 - - - 764.828,618 - - - 652.433,610 Americanos - - - - - - - - - - - 320,000
Britannicos - - - - - - - - - - - 200,000
Mestra este paralelo o augmento enorme em 1829
sobre 1815 de quinhentos e trinta e cinco milhões de Tonelagem - - - - - 600,000
francos de importação, e duzentos e quarenta e outa
milhões de francos de exportação, ou hum lucro, cir Vêse pois que a parte dessa tonelagem pertencente
culação e consumo de valores, que representão quasi aos Estados- Unidos d'America Septemtrional, que não
trinta milhões e meio de libras esterlinas, em hum anno possuem hum só palmo de terra naquellas ilhas, he mais
sobre o outro, só no espaço de quatorze annos a esta da metade da sua totalidade, e muito mais da que per
parte !!! tence á Inglaterra. Em consequencia disto parece, que
Se examinarmos os meios e o zelo que se empregárão a nova Administração está occupada em tratar dos meios
durante os annos precedentes, ao melhoramento das fa de efectuar a este respeito huma alteração essencial
bricas, agricultura e commercio da França, talvez pos Referindo-nos aos documentos oficiaes recebidos das
samos applicar ao Governo dos Bourbons a reflexão com Ilhas Britannicas vemos, que em consequencia de se fran
que Buonaparte pretendia grosseirameate macular a quearem aquellas Colonias aos vasos Americanos des de
Grã-Bretanha, a saber, que estavão, tornando a Fran 1822 até 1826, com taes direitos sobre as mercadorias
ça huma nação de mercadores e fabricantes. Vê-se Americanas que quasi tornavão impossivel para as Co
naquella época a mais incansavel diligencia em todas lonias Britannicas do Norte o competirem com elles,
as medidas adoptadas para augmentar a industria do teve a tonelagem Americana naquellas Colonias o aug
Reino. MKanifestou-se huma solicitude verdadeiramente mento de quasi 1003 toneladas. Parece por tanto cla
paternal sobre este assumpto em todas as Administra ro, que se se tirarem de todo esses direitos, ou se se
ções que se tem succedido durante o referido espaço de tirarem a respeito de muitos generos, e gradualmente
tempo, m espeeialmente durante o Ministerio de se forem diminuindo a respeito dos outros, o augmento.
Mr. de Villele, o maior Ministro d'Estado, que a Res da tonelagem dos Estados-Unidos immediatamente ou
tauração produzio, e que logrou a vantagem de servir no decurso do tempo, chegará a 1503 toneladas.
sete annos no Ministerio, os quaes consagrou ao aper A alteração proposta sobre este objecto he tão im
feiçoamento dos seus planos. Por isso se vio que a pros portante para os geraes interesses da Grã-Bretanha, que
peridade do commercio e fabricas de França fez os pro presumimos, que o Minesterio não encontrará nenhuma
gressos mais admiraveis no tempo da sua administração; opposiçao a esse respeito.
progressos que não tem feito mais do que apoiar, e isso
debilmente, depois do seu retiro da direcção dos nego Ultimamente se processou em Chelmsford hum lavra
cios ha huns tres annes. Considerando a opposição de dor por nome João Ewen, da idade de 34 annos, pe
toda a especie com que elle lutou, o estado de desor lo crime de incendiario; durou o processo até ás 6 ho
ganisação em que os negocios se achavão quando to ras da tarde, e o Jurado #
da deliberação de 20
mou conta do seu manejo etc., he maravilhoso o que minutos o pronunciou réo. Foi sentenciado á morte.
aquette homem efectuou, chegando até o ponto de con
seguir quarenta milhões de libras esterlinas de indemni O Cork Southern Reporter annuncia, que se perdêrão
sação para os desgraçades emigrados Realistas. duas embarcações durante o ultimo temporal, a saber:
Idem, 14. o Jupiter de Hamburgo, e a Economia de Bristol: to
Talvez não haja nenhuma parte do mundo, que á da a tripulação de huma e outra foi infelizmente victi
proporção da sua extenção e população, mais contribua ma da tempestade. Dizem que se perdêrão 10 homens
para a commodidade e vantagem do genero humano, pertencentes a hum vaso Guarda Costa que tentava sal
do que as Ilhas das Indias Occidentaes; e ao mesmo var as ditas tripulações. Receamos que chegue a noticia
tempo nenhuma ha cujo commercio, e cujas Precizões de novos desastres, ( # Post.)
 º
-- … " [ 28 ]
" …
*—*§§ *—»
Lisboa, 7 de Janeiro.
Hontem, Dia de Grande Galla na Corte, Se di no"
Sua Magestade ElRei Nosso Senhor receber no teal'
Palacio d'Ajuda os cumprimentos dos Senhores Diplo
maticos residentes nesta Capital, e dar beijamão ao mu
meroso e luzído concurso de pessoas distinctas de todas
as Jerarquias, que tiverão a honra de chegar á Augusta
Presença do mesmo Real Senhor, que a todos Se Di
gnou receber com a especial afabilidade, que em sum
mo gráo caracteriza o Seu Regio Coração, e com que
penhora o amor e acatamento dos Seus leaes vassallos.
*—*§§ *–»
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 7 de Janeirº.
Hontem sahio 1 Embarcações
Bergantim Inglez para Faro.
avistadas.
•
7 h. 20 m. 1 Bergantim sem bandeira, a Oeste do Ca
bo do Espichel.
7 h. 40 m. 1 Brigue Escuna sem bandeira, ao Sudoes
te do Cabo do Espichel: navega para o Sul.
8 h. 8 m. 1 Bergantim Brazileiro, ao Norte do Cabo do
Espichel; deo fundo na Barra Grande.
11 h. 27 m. 1 Galeota sem bandeira, e 1 Cahique di
º to, ao Norte do Cabo da Roca.
N. B. A Galera Portugueza annunciada ante-hontem
deo fundo na Barra Grande. - Na tarde do dia 12 do corrente, se
- Embarcações sahidas de Belém.
10 h. 20 m. 1 Bergantim, para o Porto, e 1 Chalupa
Hollandeza, para Amsterdam.
11 h. 15 m. 1 Bergantim Inglez, para a Paraiba.
11 h. 55 m. 2 Cahiques Hespanhoes, para Santander,
1 dito dito, para Vianna, e 1 dito dito, para
Guijon. |-
12 h: 54 m. 1 Brigue Escuna Portuguez, Conceição
Defensora, para Vianna.
1 h. 49 m. 1 Bergantim Portuguez, S. Thiago, para
o Maranhão.
2 h. 48 m. 1 Bergantim Portuguez, Ligeiro, para Per
* nambuco.
3 h. 42 m. 1 Bergantim Brazileiro, Vulcano, para o
Rio de Janeiro.
Embarcações sahidas de S. Julião.
11 h. 15 m. 1 Hiate Real Felicidade.
1 h. 49 m. 1 Hiate Real Santo Antonio.
Publicações Litterarias.
Sahio á luz o 3.° Tomo da Collecção de Escriptos ine
ditos Portuguezes dos Seculos 14.", e 15.”, que, ou fo
rão compostos originalmente, ou traduzidos de varias
Einguas por Monges Cistercienses deste Reino ; publi
cada por Fr. Fortunato de S. Boaventura. Este 3.° To
mo contem a Historia do Antigo Testamento desde o
Livro 3.° dos Reis até ao 2.° dos Macabéos, e addições
tiradas de Flavio José; e no fim hum Indice que expli
ca as palavras antigas do 2.°, e 3.”Tomo. Vende-se por
480 réis nas lojas do costume de Lisboa, e Belém; onde
já se vende igualmente o 3.° N.° da Contra-Mina a 60 rs.
Annuncio.
Sahio á luz o Retrato de José Agostinho de Macedo;
e se vende na loja de João Henriques , rua Augusta
N.° 1: preço 240 réis.
- . LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA. *
… "- • - • *
No dia 13 do corrente, pelas nove horas da manhã,
principia a extracção da 1.° Loteria da Santa Casa da
Misericordia, do actual semestre. •
Na travessa nova do Desterro, N.° 22, se recebe a
Decima á boca do Cofre, das Freguezias dos Anjos,
S. Jorge, Santissimo Sacramento, e Nossa Senhora dos
Martyres, do anno de 1830, nos dias Quartas feiras
e Sabbados de manhã, des de 8 de Janeiro até 9 de
Fevereiro do corrente anno.
Na calçada de S. João Nepomuceno, N.° 28, se re
cebe á boca do Cofre a Decima do anno de 1830 das
Freguezias d'Ajuda, Bemfica, Bellas, pelo que per
tence ao termo de Lisboa, Barcarena, Carnachide, S.
Julião do Tojal, Louza, Milharado, Almage, e Ca
pateria, nos dias Segundas feiras e Sextas feiras des de
7 de Janeiro até 7 de Fevereiro do corrente anno.
Quem achasse huma pulseira de ouro, com huma ama
tista no fecho, que se perdeo desde S. Sebastião da Pe
dreira, pela rua direita até Santa Martha, poderá en
tregalla á sua dona no campo de Santa Anna N.° 19,
e se darão alviçaras. •
A viuva de José Antonio de Oliveira aviza ao pu
blico, que Domingo 9 de Janeiro, abre a sua casa de
pasto, debaixo da arcada, junto á Praça do Commer
cio, foi
casa no queimada
Palacio doemfalecido Barão
Janeiro de 1830.do Sobral, cuja •
- João Guilherme Lemér mudou o seu escripto rio da
rua de S. Francisco N.° 26, para a calçada do Cabra
N.° 11 A, ao Bairro alto: de manhã até ás onze horas,
e de tarde das duas ás quatro se acha aberto.
de arrematar #
na praça do Deposito Geral, com o abatimento da 3-"
parte do valor de 6:3193200 rs., huma quinta com va
rios olivaes, pertenças e hum foro, que recebe a dita
quinta, que se denomina a dos Carneiros, no termo
da Villa de Alemquer, e he Escrivão da arrematação
Couto. •
No dia 17 de Janeiro de 1831, na praça pública dos
leilões, se hão de arrematar com o abatimento da quinta
Rarte15,do eseu16,valor, humas casas ao Terreiro do Trigo
com quatro pavimentos, avaliadas em
4:4003000 réis, e o seu rendimento em 3253600 réis, e
são livres de foro: he Escrivão da arrematação Negreiros.
Vendem-se duas carroagens novas de portas, huma
dellas á, Ingleza, guarnecidas de casquinha e for
radas de # com o jogo de varal de ferro, capaz de
servir de carroagem ; tambem hum carro de dous
assentos, montado á Ingleza, duas traquitanas de cor
tinas em bom uso: quem as precizar dirija-se á rua do
Moinho de Vento a S. Pedro de Alcantara N.° 24.
Real Theatro do Salitre. — Domingo 9, em Benefi
cio, Comedia, a Inimiga do seu sexo; Dança, Semi
ramis; Farça, Balburdio; nos intrevallos dos Actos,
Manoel Joaquim dos Santos tocará dous Themas com
bellas variações de flauta; e Chiara Astei dos Santos can
tará huma
Santos, nova Cavatina
e Massei, cantarão de
humMercadante;
Dueto. a mesma •
Estiva.
Preços do Pão e Azeite para a semana que principia
de 10 a 16 de Janeiro de 1831:
Pão de arratel na forma da Lei - - a 47 réis.
Em metal - - - - - - - - - a 40 réis.
Canada de Azeite - - - - - - a 255 réis.
*
* … #

GazeTA DE LIsboa.
SEGUNDA FEIRA, 10 DE JANEIRO.
==
PARTE OFFICIAL.
MINIsTER1o Dos NEgocios DA GUERRA.
Em resoluções de 29 de Dezembro de 1830, tomadas
sobre Consultas do Conselho de Guerra, houve por bem
Sua Magestade promover
A Capitão Mór das Ordenanças do destricto da Co
vilhã, José de Almeida Saraiva e Brito , Capitão das
mesmas Ordenanças.
, A Capitão Mór das Ordenanças de Bemviver, Anto
nio Teixeira Coelho de Queiroz.
* R E A L E R A R I o. *
"No dia 10 do corrente mez se ha de arrematar no
Real Erario o rendimento do Donativo dos 4 por cento
do Pescado Secco desta Cidade, com as condições que
serão presentes no acto da arrematação.
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
AMERICA HESPANHOLA.
Buenos-Ayres, 8 de Julho.
A nossa situação não he a de hum povº que se acha
a salvo das tempestades revolucionarias. Ainda não es
tamos constituidos, e o mais assustador he, que ainda
não temos bem seguro o terreno que pizamos., A Hes
panha ainda nos disputa a nossa graduação politica do
modo que lhe he dado; e se não faz acualmente mais
esforços directos, não he prova de que deixe de os fazer
para o futuro. Em similhante posição deve haver hum
excesso de prudencia, se assim o podemos chamar, nos
descobrimentos que fizer o Governo.
No Relatorio (que o Governo apresentou á Legislatu
ra) terminantemente se mostra que a prizão" do Senhor
Jardon não fôra em consequencia de hum processo ju
dicial, e de huma sentença pronunciada em Juizo con
tradictorio entre partes, mas por huma medida politica
de precaução e segurança publica contra "hum ataque
ºcculto, porém real, positivo e systematico, que ha
ANNO 1831.
annos se dirije com a maior energia e firmeza contra a
independencia da republica, a fim de a escravizar. Al
guma cousa de mais positivo e terminante do que o que
acabamos de transcrever , se accrescenta corelativa
mente no mesmo Relatorio. Ouçamos o texto: diz
assim:
» Essa convenção com a Hespanha promovida com
tanta ousadia como escândalo nos annos de 1822 e 1823:
o acolhimento que se deo neste paiz a quanto Hespanhot
veio com o titulo de Constitucional, esse empenho de
engrossar a nossa população até com os malfeitores ti
rados das cadêas da Europa; essa espantosa divisão en
tre federalistas e unitarios; esse furor, cega obstinação,
e insaciavel sede de sangue que devora os que se cha
mão partidarios da união; essa ingerencia activa e ousa
da de huma porção de Hespanhoes e Francezes nas
dissensões do anno proximo passado; essa disseminação
geral de Hespanhoes que tem vindo a esta Provincia
com o título de liberaes, que introduzindo-se por toda
a parte, e formando relações com todo o mundo, tem
mais influencia na nossa sociedade do que os mesmos
filhos do paiz, não são, Senhores, factos isolados, nem
efeitos sem huma causa motora, como alguns crem;
são o resultado de hum plano vasto e systematico, que
se faz progredir, com passos agigantados, por meio de
sociedades occultas, de cuja existencia nesta Cidade
está certo o Governo. (Classificador.)
Vão alguns factos fresquinhos, que o mais antigo não
conta outo dias de data, e servirão de barómetro além dos
que temos publicado em outros Numeros, para avaliar
o verdadeiro estado em que hoje se acha a #
politica, que tem a nossa Provincia em agitação.
Dous honrados representantes, dos que estão mais
decididos a que se habilite o Governo extraordinaria
riamente para conservar a ordem publica a todo o cus
to, forão ameaçados de morte nestas noutes por esses
homens que se denominão do circulo decente. A hum
delles pozerão o punhal ao peito, advertindo-lhe que
visse o que fazia. Ao outro forão seguindo até á por
ta da sua casa huns vultos, que deixárão de pôr em
execução o seu intento por que o muito honrado Depu
tado hia com o seu amigo; mas no seguinte dia se lhe
apresentou hum homem, que não quiz descobrir-se nem
dar-se a conhecer, e lhe vendeo a fineza de que o hia
Prevenir,
sim andasseque
coma sua vida estava em perigo, e que as
cautella. • •
: Não he menos escandaloso o facto seguinte. Ha cin
co ou seis dias, que apanhárão em huma estancia dous
desertores do Regimento de artilheria. Assegurão que
estes confessárão, que certo Hespanhol Européô, chama
 ---- • . •
[30];
* *

do Rivadeneira, que tem o seu armazem para o bairro. Manisfesto; ao passo que outro periodico dizia, que o
de Monsarrat, não só os seduzíra para que abandonas nome de certo corifêo dos rebeldes era suave como a
sem as suas bándeiras, vastºrubém lhes dera dinheiro e musica para os ouvidos dos Hespanhoes !
arreios para montar. Julga-se que igual suducção tem No estado em que se acha esta gente seria lastimoso
experimentado outros desertores etc. Tudo isto compro rasgar o véo, que encobre a deformidade no caracter
va, que se segue hum plano com energia, pois estas não …
particular de homens, que havião tentado abysmar a sua
podem ser isoladas operações. Dizem que quando, forão patria em todos as calamidades inseparaveis da guerra
prender Rivadeneira já havia fugido. -
civil, e que com efeito chegárão a conspirar para a des
-- ----

Para remate da obra, saiba-se que na noute de Quar truição della, por assim dizer resolvidos a sepultar-se
tº feira, 23 de corrente, se pozerão na Pºrta da gua debaixo das suas ruinas. Findou a sua primeira cam
das casas dº Seeliot Gºvernador proprietário, e do Se #panha, e à Europa # pronunciou o seu juizo a respei
nhor Presidente da heroica Junta, deus Retratos de Rio dos seus actos.—Favorecidos pelos extraordinarios
Fernando- com o titulô-de-Rei de Hespanha, e das à contecimentos que tão vivamente mareão a eredulida
suas Indias, e o de nosso Amo. Quem o quizer mais de, a inconstancia, e a propensão para a mudança que
claro, deite-lhe agua. (Id, — Gazeta de Madrid.) os Francezes recentemente manifestárão ; occultamente
*fornecidos, com dinheiro da bolça de encanecidos revo
* * * *
GRÃ-BRETANHA." " " …" " hiciónarios, e apoiados pela mal guiada sympathia,
e até mesmo pelo directo auxilio das povoações cir
••

"Londres, I3 de Dezcinbro. " cumvizinhas, os refugiados Hespanhoes figados com as

sassinos estrangeiros, poderão finalmente assumir huma
Referões »ublicadas no Morning Post, sobre a frus attitude hostil ao longo de huma extensa linha de mais
g:" # empreza dos rebeldes Hespanhoes- | £ de 90 leguas, onde a cordilheira não tem menos de 76
-----* * •
G - "… ***
• • •
desfiladeiros, unicamente defendidos por insignificantes
• •

. Não admira que huma empreza tão temeraria e des piquetes para impedir o contrabando e quasi sempre re
humana totalmente falhasse; com efeito ella burºa pos-, tirados de proposito para lhes dar entrada, (a fim de
suio hum só elemento que antecipasse º menor probabi os apanhas); em summa, nas regiôes mais Prºpicias e
lidade de bom exito. Alem do que os instrumentos em retiradas, os aggressores depois de avançarem poucas le
pregados erão os mais odiosos aos olhos dos seus com guas sem ser observados, só poderão chegar a algumas
Patriotas, sendo simplesmente a fracção dº buº parti Villas e Aldêas indefensas, cujos habitantes fugírão na
do em cujos desejos e cooperação não tinha nenhuma, sua aproximação, até serem atacados os rebeldes pelas co
publica prova para qonfiar. Todos erão militares, pela lumnas volantes preparadas pelas Authºridades locaes
maior parte filhos da primeira revolução; apenas havia, para defeza dos seus respectivos territorios; achando-se,
algum delles que tivesse tido mais do que huma eleva a tropa regular pela maior parte estacionada ao longo
ção casual, e quasi todos havião abuzado della estando de huma linha interior e distante. Os rebeldes, em cada
no exercício do poder. O poder era o pólo para o qual, conflicto soffrèrão derrota e forão repelidos com perda
constantemente se voltavão suas criminosas paixões, consideravel para as cavernas de que tinhão sahido.
apezar dos seus protestos #"
bem publico ; no prose E que beneficio, perguntarei, fizerão estes preconizados
guimento deste fim erão levados por certo espirito de bemfeitores do genero hnmano, a si mesmos, ou á sua
emulação que tocava na loucura. Depois de huma car causa, durante estas incursões de pilhagem! Em alguns
reira de viciosa extravagancia ; depois de tramarem a , lugares arrombárão as cadêas, e libertárão, os malfeito
ruina da patria durante o espaço de sete annos; depois, res, alguns dos quaes folgárão de os acompanhar na
de lhe accumularem todos os insultos, e de haverem si= sua retirada para não cahirem, de novo, nas mãos da jus
do sem pejo algum authores de atrocidades que até des-, tiça. (E outros, segundo referio a Gazeta de Madrid,
# os apaixonados da primeira revolução Fran preferírão a prizão á soltura dada por taes libertadores.)
ceza, procuravão agora voltar á Patria, não como par E era este o meio de ganhar a confiança do povo, ourº
ticulares, com o intento de pacificamente se reunirem de começar os seus preconizados planos de reforma? Era
com as outras classes da sociedade, mas á força querião esta a obra de huma falange patriotica, trabalhando pe
arrebatar as rédeas do Governo, subverter a ordem de, lo bem publico! Não era isto antes huma antecipada
cousas existente, assassinar, confiscar, e proscrever; até mostra do que os habitantes da Hespanha devião espe
mesmo levar ao cadafalso quem tivera a constante fir rar no caso que a empreza de taes furiosos tivesse bom
meza de resistir ás maquinações delles, e aos seus amea exito ! Imaginemos quaes serião os sentimentos dos paci
ços; bem, entendido que esta não he huma inculpação, ficos lavradores Hespanhoes quando ao longo de toda a li
ordinaria, visto que segundo as suas proprias declara nha dos Pyrinéos vião bandos de facinorosos promptos a
ções já distinctamente mostrei, que o destino do Sobera precipitar-se sobre elles; huma multidão de assalaria dos e
no se achava ba longo tempo decidido pelo menos se sofregos estrangeiros, não menos desejosos de toma
gundo podião ter influencia nesse destino. -
rem parte no espolio da nação do que os homens fero
Confesso que tem sido o costume de certa parte dos zes que os guiavão ! - -

periodicos de, Londres, o representarem estes ambicio Similhante causa, e a presença de similhantes homens,
sos aventureiros como hum banda de heroes; á vista do segundo sempre antecipei, não podião deixar de pro
que alguns dizião se poderia concluir , que erão outros. duzir, poderoso efeito nos animos do Povo. O grito da
tantos Pelaios, precipitando-se das montanhas do seu indignação se escutou entre os Hespanhoes em toda a
paiz para livrarem a patria da presença de hum detes parte onde apparecêrão seus inimigos, seguindo-se as
tado inimigo. Alguns dos seus partidarios em Londres, acclamações á medida que os Realistas, ou os verda
depois de terem # dos seus planos, como deiros patriotas, marchavão á vante para os repellir.
elles mesmos tiverão, a candura de confessar, publica e Se tivesse faltado o valor á soldadesca para animar hu
até ufanamente, antecipárão feitos que hião ser recorda ma, causa similhante a favor do seu Rei e da sua Patria,
dos pelo historiador e cantados pelo poeta. Quando o exemplo dos camponezes lhes teria, ensinado firmeza.
partírão da Costa deste Reino se nos assegurava, que He sabido que o enthusiasmo das mulheres excedèra o
poucos homens já mais havião merecido maior honra da dos homens; e se se tivesse seguido alguma séria con
sociedade, de que havião sido ornato ! Hum, periodico, tenda, se poderião esperar rasgos de heroismo do sexo
os representava como huma falange patriotica prepara mais delicado, similhantes aos que assignalárão seu pro
da a adoptar medidas conformes á linguagem do seu cedimento no tempo da invasão Franceza. |-
 [ 31 j
lá…, rs. … : do Governo Imperial abrange varios paizes extensos e
industriosos, como por exemplo a Hollanda, os Paises
Continuação dº artigo do M. Post sobre …do … Baixos, o Reino da Italia, Hamburgo, e outros terri
mercial da França durante o tempo da Republica, torios que furçadamente se reunírão, (á excepção das
do Imperio, e dos Bourbona. •

Provincias Illyricas, que tinhão Adininistração separa

da); territorios que já não formavão parte da França
Mas a fim de imparcialmente apreciar a França na no Governo dos Bourbons. O unico balanço, que estes
sua industriosa carreira desde a Restauração, no Go poderão contrapôr a isto forão a Martinica e Guadalu
verno dos Bourbons, he necessario considerar tanto o penas Indias Occidentaes, e algumas pequenas posses
que era no tempo do regime Imperial, nesses dias da sões no Continente Hespanhol, e no Oriente.
sua maior gloria e prosperidade, por àso que ainda se Pode avaliar-se a extensão do commercio daquella
gloria de ºs citar, como quando estava revestida comº parte dos Dominios Imperiaes pelo facto de que ao pas
toda a liberdade e igualdade da Republica. so que os direitos da Alfandega em 1810, subião na sua
A fim de lançar nestas épocas a luz necessaria para totalidade a 57.984.39ó francos, Antuerpia, Cleves,
as patentear no paralelo em que devem ser colocadas, Colonia, Mogancia, Liorna, Genova, É… 6, Ollº
não deixará de ser proveitosa a resumida alusão ao que tras Cidades que agºra nào furmão parte da França,
era a industriosa França antes da sua primeira Revo produzírão mais de 22 milhões daquella quantia, com
lução. Pastindº do antro de 1797, devo prevenir que efeito provavelmente pouco menos da metade: reduzin
não pude achar nenhuns documentos, e cuido que ne do na mesma proporção do commercio total , o da
nhuns existen era perfeitº estado desde 1789 até áquel França tal qual existe neste momento, ficaria reduzido
lº annº.» comprehendendo huma importante época de no tempo do Imperio talvez consideravelmente a menos
desordem e de horror. Por causa de maior brevidade do producto do commercio no tempo da Republica se
mencionarei as importações e exportações juntamente, gundo o calculo mais favoravel; o seu commerciona
e acho que são as seguintes:
* *
quella época apenas teria produzido mais de 600 mi
Hhões, em vez dos 800 que indiquei. ••

1797 Emportação e Exportação reunidas 594.869,000 fr.

1798- - - - - - - - - - - - - 563.036,000 " *-* #$*-—» • *

1799 - - - - - - - - - - - - - 590.347.175.
1860 - - -- - - - - - - • • • • 622.909.999 Lisboa, 9 de Janeiro. , " ,
R801 - • • • • - - - - - - -- - - 789.717,177
1803 anno de paz - - - - - - - 831.813,463 * * * (Artigo communicado.)
Talvez que rigorosamente se devessem lançar os dous ElRei Nosso Senhor, attendendo ao que Lhe repreº
ultimos annos em conta da Imperial Dynastia, de cuja. sentou o Padre Mestre Doutor Fr. João de S. Boavenº
administração quasi que se pode dizer que formão par tura, Monge Benedictino, Censor, e Prégador Ibegio,
tº integrante, mas como pela outra, parte os pode re (que acabava de Prégar na Sua Real Presença, e da
clamar o austero republicanismo, preferi não perturbar Côrte, no dia 6 de Janeiro, na Real Capella do Paço
a ordem chronologica dos acontecimentos. O termo d'Ajuda), foi Servido conceder o uso da Medalha da
mediº destes seis annos da Republica, será huns 657. Real Efigie de Sua Magestade a Imperatriz Rainha, a
milhões de francos a que subio, o valor do comunercio Senhora D. Carlota Joaquina, que. Deos haja: a Fran
estrangeiro. - eisco de Vasconcellos, Corrêa Castro Sousa Monteiro,
O Imperia nos apresenta os seguintes resultados, que Tenente Commandante da 4.° Companhia de Veteranos
por causa da brevidade apresento de cada dous em dousº da Provincia do Minho; e para toda a sua Companhia
à RI103 : • • • •
a Medalha de ouro da Real Effigie d'ElRei Nosso Se
nhor; assim como para as seguintes pessoas: Fr. João
1803 Importação e Exportação reunidas 873.399,098 fr. da Purificação, ex-Provincial dos Menores Observantes
1806- - - - - - - - - - - - 749.203,795 das Ilhas dos Açores; Fr. Tranquilinio da Salvação,
l807. •• • •• •• • * •• • •+ •• • 802.924,520 da Ordem da Santissima Trindade; Maria Barbara, da
1809 - - - - - - - - - - - - 698.408,900 Villa do Cartaro, mulher de José Rodrigues Cazão;
l8ll - - - - - - - - -- - - - 783.034,400 José Antonio Lopes, da Villa de Mirandella; o Padre
1813- • • *. *. *. * . * * ** * ** 675.861, 100 João dos Reis, da C ão do Oratorio de Braga,
1814- •• •• • •• • • • • •* * * * 651.018, 100 seu sobrinho Izidoro José Corrêa, da Cidade do Por
to, e toda a sua familia-; João Pinto e Sousa Mendes,
Os doze annos nos dão hum termo medio de huns, 809, Abbade de Santo Estêvão de Barrozas, seus sobrinhos
milhões do valor do commercio estrangeiro no tempor o Padre Manoel Jesé de Sousa Pacheeo Mendes, o
do Imperio, ou se incluissemos, como talvez devesse Padre Domingos de Sousa Pacheco Mendes, e sua
mos, 1815 nessa conta, mais de 796 milhões. Temos familia, -

pois o termo medio de seis dos melhores annos da Re

publica imparcialmente calculados
em - - - - - - - 657.000,000 de commercio estrang.
Doze annos do Im- .* . * # } MEzA DA CoxscuExcia E OaDENs.
io. - - - - 800.906,000. dito .. …
Quinze annos doGo * *, Edital.
verno Real, in- |-
' • - / , ,
cluindo 1815- - I.151.000,000 : dito… º
•
• Ordem de S. Thiago da Espada , , , ;
- - - - - - ! . .. ! … J - • • •• • • +
Priorado da Igreja Matriz da Villa de Coiha; dito
Aqui temos no Governo Imperial hum augmento so da Igreja Matriz de Samora Corrêa, em futura successão;
bre o Republicano de 143 milhões de francos; e hum dito da Igreja de Santa Cruz da Villa do Barreiro.
accrescimo-no-regime _e_Imperial de 351 mi – Beneficio Curado da Igreja Matriz da Villa de Al
lhões de francos! • •
vallade; dito da Igreja do Castello da Villa de Cezim
Isto não he tudo. Cumpre que nos lembremos, que bra; dito da Igreja da Villa de Entradas; dito da Igre
huma grande parte do commercio que entra no calculo ja da Villa de &#
dito da Igreja da Villa do
 { tº
Harreiro; dito da Igreja da Villa de Canha; dito da
Igreja de Santa Maria do Castello da Villa de Alcacer ;
dito da Igreja da Villa de Aljezur ; dito da Igreja da
Villa de Collos; dito da Igreja de S. Thiago de Cas
sem; dous ditos da Igreja de S. Thiago da Villa de
Alcacer; dous ditos #
Igreja da Villa de Mertola;
dous ditos da Igreja da Villa de Ourique.
Capella Curada de Santa Susana, termo de Alcacer;
dito de S. Martinho, dito; dita de S. Pedro de Mon
talvo, dito; dita de S. Barnabé, termo de Almodovar;
dita de Santo André, do lugar da Telha; termo do La
vradio; dita de S. Pedro de Marateca, termo do Pal
mella; dita de S. João de Negrilhos, termo da Villa
de Aljustrel; dita de Nossa Senhora do Roxo, termo
da Villa de Alvallade; dita de Nossa Senhora da Na
zareth, da Landeira, termo de Cabrella, em futura
successão.
Da data deste a 40 dias se hão de prover as Igrejas
acima referidas, em Freires professos da dita Ordem,
e na sua falta em Presbyteros Seculares, que estiverem
habilitados.
Os Oppositores que pretenderem, oferecerão dentro
do dito termo improrogavel, na Secretaria da Ordem
de S. Thiago da Espada, e mão de João José Roquet
Galvão de Moura, Escrivão da Camara de Sua Mages
tade, e da mesma Ordem, suas petições e mais papeis
correntes; a saber: os Freires professos, Carta de Or
dens; Sentença de Habilitação; Certidão de profissão;
Carta de Collação dos Beneficios que tiverem servido;
Attestação de residencia, vida, e costumes, pelos Jui
zes da Ordem, e Ordinarios respectivos; Folhas corri
das dos mesmos referidos, e do Juizo Geral das Ordens;
Licença para Confessar e Prégar; e todo e qualquer
Documento de Serviço feito á Igreja, ou á Ordem,
com que mostrem sua capacidade para tão Santo Mi
BlSteTIO, -
Os Presbyteros Seculares, Cartas de Ordens, Senten
ça de Genere, e de Habilitação; Folhas corridas da
Diocese da sua naturalidade, e residencia; Attestação
de prudencia, vida, e costumes pelos mesmos; Folha
corrida deste Patriarcado; Licença de Confessar e Pré
# e todo e qualquer Documento de Serviço feito á
greja, com que mostrem sua capacidade.
- Ficando advertido, que todo o que dentro do dito
termo não apresentar os referidos papeis, será excluido
deste Concurso; e o que ficar provido, será obrigado
a apresentar na mesma Secretaria Certidão da sua pos
se dentro do tempo de dois mezes, contados do dia da
Resolução do seu Provimento, pena de se pôr nova
mente a Concurso como vago. Lisboa, 7 de Janeiro de
1831. = João José Roquet Galvão de Moura.
*--*§§ *-*
/
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 8 de Janeiro.
O Bergantim Portuguez Ligeiro, que vai para Pernam
buco, sahio a Barra hoje pelo meio dia.
Embarcações avistadas.
7 h. 20 m. 1 Bergantim sem bandeira a Oeste do Cabo
da Roca: navega para o Norte.
1 h. 2 m. 2 Bergantins, e l Brigue Escuna sem ban
deira ao Sudueste do Cabo do Espichel : navegão
para o Norte.
1 h. 55 m. 1 Galera, 3 Bergantins, e 1 Galeota sem
:o bandeira
ra, ao Sul
o Norte. do Cabo do Espichel: navegão pa
•
LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA.
4 h. 28 m. 1 Galera sem bandeira ao Norte do Cabo
da Roca.
• Embarcação sahida de S. Julião.
9 h. 50 m. 1 Hiate Real Santa Anna, ,
Embarcações sahidas de Belém.
9 h. 50 m. 1 Galera Dinamarqueza para o Rio de Ja
neiro, e 1 Bergantim Sueco para a Bahia.
Idem, 9.
Embarcações avistadas.
3 h. 12 m. 1 Galera sem bandeira, e 1: Escuna dito a
Oeste do Cabo da Roca.
Embarcação sahida de S. Julião.
1 h. 20 m. 1
•
####" Dom Miguel Primeiro.
Embarcações sahidas de Belém.
10 h. 34 m. 1 Bergantim Inglez para Liverpool.
11 h. 18 m. 1 Bergantim Sueco para a Bahia.
12 h. 26 m. 1 Escuna Ingleza para Hull.
2 h. 57 m. 1 Galera Ingleza para Benguella.
Annuncios.
Acha-se vago o partido de Medico da Corporação
Maritima da Winº
de Cezimbra, tem 300,3000 rs. em
metal, em quanto não obtiver o partido da Camara, e
quando o obtenha são 3003000 rs. na fórma, pulso li
vre; quem o pretender dirigir-se-ha ao Mordomo Vi
cente Gomes Polvora, - na dita Villa, não fazendo du
vida o annuncio que se fez na Gazeta N.° 2, de 3 do
corrente, por ser sem fundamento.
Quem precisar de huma ama capaz para criar em ca
sa ou para fóra, dirija-se á travessa da Bica N.° 3,
Freguezia dos Anjos. ••
Na loja de ferragens na rua da Prata N.° 232 e 233,
se faz venda a quem maior preço oferecer, de huma pro
priedade de casas na travessa de Estevão Galhardo N."
5 a 9, e se afora outra propriedade na rua de S. José:
declara-se que se recebem Apolices, e Titulos de Divida
Publica nesta transacção.
A luga-se hum andar de casas na rua da Barroca, ao
Bairro alto, N.° 78, com bons commodos, por muito
modico preço; sua dona mora no 1.° andar das ditas.
Quem quizer arrendar hum excellente armazem no bo
queirão do Duro N.° 4, 5, e 6, proprio para carvão ou
outros generos, dirija-se á rua das Flores N.° 60.
Na botica da rua do Arsenal N.° 46, precisa-se de
hum oficial de Farmacia.
Na botica da Praça d'Alcantara N.° 7, precisa-se de
hum praticante para aprender Farmacia.
Para a Bahia vai sahir com toda a brevidade a Ga
lera Hamburgueza denominada Canton, Capitão Da
vis, forrada de cobre do lote de 400 tonelladas, muito
veleira , com lugar para algumas tonelladas de fa
zendas leves, e tem excellentes accommodações para
passageiros: quem quizer carregar no dito navio ou ir
de passagem dirija-se aos consignatarios Torlades e Com
Panhia, ou a Daniel Tobin, na praça, ás horas do
costume, ou em sua casa na rua do Corpo Santo, N.°
19, 1.° andar.
Quarta feira, 12 de Janeiro, na praça publica dos lei
lões, se hão de arrematar com o abatimento da quinta
parte do seu valor, duas propriedades de casas na Villa
do Barreiro, humas avaliadas em 3003000 réis, e ou
tras em 1703000 reis ; he Escrivão da arrematação
Negreiros,
***
-
==
e º oxi

GazETA DE LISBOA ————»exegexº…=–
TERÇA FEIRA, 11 DE JANEIRO.
- >$$#@@@$#$&#$ex
PARTE NÃO OFFICIAL.
*
*-*
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
FRANÇA.
Paris, 23 de Dezembro.
O apuro e inquietação em que se acha o commercio
maritimo se tem augmentado por certos casos que não de
pendem dos nossos acontecimentos politicos. Muitos vasos
Franceses, pela maior parte assegurados nos nossos por
tos, se perdèrão em pouco tempo sobre diversas costas,
em consequencia dos furacões, que com desastrosa ra
pidez tem succedido. Não ha dia, de duas a tres sema
nas a esta parte, que pelos vasos que entrão, ou pelos
Periodicos de outros portos, se nos não annuncie algum
naufragio; e não obstante o inverno está muito adianta
do entre nós sem que se tenhão, experimentado tempo
raes; mas os vasos que vem de fora annuncião que tem
sofrido horrorosas tempestades. Muitos delles tem perdi
do os seus botes e lanchas. (Diario do Havre.)
. Os Constitucionaes Hespanhoes que passárão por Tou
losa,e procedentes
ges da fronteira,
Limoges, passão de 700. c com direcção a Bur
-- . . . (Mensageiro das Camaras.)
O Conde de Dankelman, #… da Justiça em
Berlim, está grávemente enfermo, e se duvida do seu
restabelecimento. Dizem que lhe succederá o Presiden
te de Grolinann. #- (Idem.)
. Acaba de formar-se em Douai huma sociedade d'am
tiquarios de Flandres, á imitação da dos antiquarios da
Normandia, que tão util tem *# s".á
ria. - • •
sciencia e á histo
(Idem.)
Em data de 12 do corrente escrevem de Vienna o se
guinte: - oi
"Hontem chegou a esta Capital o Marechal Maison,
Embaixador do Rei dos Francezes.
» Nota-se que des de as occorrencias de Varsovia o
nosso Ministro dos Negocios Estrangeiros tem muitas
conferencias com o Senador Tatischef, Embaixador
da Russia, e que em consequencia disso tem sahido va
rios Correios extraordinarios com Oficios para o Conde
de Nesselnode. … .. .
"Hontem fallécco, depois de penosa enfermidade, o
Conde José de Metternich, irmão do Principe Arqui
Chanceller. • *
… Dizem que o Ministerio de Sardenha communicara
aº nosso Gabinete varias noticias muito importantes em
•
-* ' • • • • • |- 1. * **
* * ** * 1
ANNo 1831. \_
*… .*. * * * *
- ; I * * * 2; 1, "… -
•
- * *
* * ** * ** . * … !
* *** * : • • - \ * 1 - |
* * |-
. *, ** * .
•* * * * * •
consequencia de se haverem prezo em Genova varias pessoas
suspeitas, que tinhão correspondencia com huma Cida
de das fronteiras do territorio Milanes, e accrescentão,
que essa correspondencia compromette gravemente mui
tos individuos distinctos. Tambem se fala de alguns
descobrimentos que desde 7 de Novembro fizera a alta
Policia de Genova.» •
Escrevem de Munich em data de 11 do corrente, que
ainda durão os exercicios de artilheria que todos os an
nos concluem no Outono com as manobras de outras
tropas; tambem se sabe por canal fidedigno, que se
vão armar immediatamente 10 baterias, pará cujo fim
communicou no dia anterior as suas ordens o Ministe
rio da Guerra. (Quotidiana.) '
Em data de 9 do corrente escrevem de Varsovia o
seguinte:
» Aqui estamos, senão convencidos, pelo menos mui
to persuadidos de que o occorrido na Polonia he obra
do espirito da revolução que tanto se tem propagado:
porém não se entende, que delirio he o que faz reben
tar huma revolução mesmo no instante em que 2003
Russianos promptos a entrar em campanha se achão so
bre as fronteiras da Polonia. O Exercito desta nação
sobe quando muito a 403 homens, e até alguns que tem
bons dados o reduzem a 303.
» A Polonia Russiana vai perder a liberdade e as in
•
stituições liberaes, que devia á magnanimidade do Im
perador Alexandre; tal será sem duvida o termo desta
insurreição, e o beneficio que terão feito á sua patria
os conjurados, que hoje se chamão libertadores della.
º Graças á vigilancia e previsão do nosso Gabinete,
nada que se pareça com o occorrido em Varsovia pode
succeder na parte da Polonia Austriaca: nella não ha
Exercito exclusivamente Polaco; o nosso Governo seli
mita a recrutar naquella Provincia alguns Regimentos de
Cavallaria que estão disseminados nas suas dilatadas pos
sessões; e he tanta a confiança que se tem relativamen
te áquellas, que toda a sua guarnição consiste em dous
ou tres batalhões antes para proteger o territorio con
tra algum imprevisto ataque de bandidos, do que para
precaver huma sublevação. O Imperador Alexandre ti
nha a imaginação muito fogosa; as suas theorias com
promettem hoje a tranquillidade da Europa; o Impe
rador Francisco he homem de juizo e solida instrucção:
o seu Governo he suave e paternal; adevinha as ver
dadeiras necessidades dos seus povos, e sabe satisfazel
las a tempo; melhora sem innovar; todas as classes da
sociedade estão felizes e contentes, e não julgão, e por
+ consequencia não desejão outro Governo melhor.»
* "*, - (Quotidiana.)
-
O Nacional de 21, falla com muito desembaraço da
crize do dia, e pode ser que tenha razão; até nas aou
 { 34 ]
sas mais serias se nota hoje muita sandice; talhe o ca Não duvido Qque estes algarismos seião
O J vistos com al
• •

racter da época, e sobre tudo da revolução de Julhº. guma surpreza por grande numero de homens superficiaes,
Segundo escrevem de Tolºsa em data de 14 de De que se empregão na qualidade de trombeteiros dos fanfar
zembro, 17 Batalhões Francezes passárão o Atlas, em rões do mundo politico; talvez imponde na credulidade de
preza a que ninguem se atreveo ha 14 seculos a esta muitos que tem sido extraviados por dados falsos, e fa
parte. O Bey de Titery pedio, que se lhe permittisse ctos isolados. A exactidão geral dos dados que apresen
passar a Esmyrna ou a Alexandria, mas, he provavel, to be digna de confiança, por isso que são fundados
que o enviem a França até á pacificação d'Africa. Pº em documentos Oficiaes, e nos mananciaes mais au
rece que a dificuldade de se submetter não provinha thenticos.
dele, mas do seu Divan. As nossas tropas tiverão que Mas a fim de impareialmente apreciarmos a relativa
continuar buºti…eiº · ……… da… ah………… prosperidade do comunarcio Frances dirante os diãe
rentes Governos referidos, cumpre que no» temibremos
* *
--*--*
º Bay…, 27 de D…mbrº. - - º de que o Imperio abrangeo no deeurso de mmitos amnos
quarenta e tres ou quarenta e quatro milhões de habi
O Eminentissimo Senhor Cardeat Arcebispo de To-º tantes, e os territorios mais afamados pela sua indus
ledo chegou a esta Cidade hoje pelas tres horas e hum. tria e com mercio na Europa continental. A França
quarto, com os seus familiares e comitiva em dous Co-º Real, e mesmo a Republicana tem variado de 28 a 32
ches. Julga-se que á manhã sahirá para Roma, onde milhões quando muito. Talvez a fim de fazermos hum
vai assistir ao Conchave. Segue a sua viagem por Mon imparciaf" paratteto podessemos reduzir huma terça
tpellier e Niza. (Estafeta de S. Sebastião.) parte do producto Commercial no tempo de Buo
A Gazeta de França contém o seguinte: naparte. Mas como ele não fez as suas conquistas
e, º Recebemos por extraordinasiº folhas Inglezas dº nem as reunio á França ao mesmo tempo, será melhor
dia 3i: dizem que os consolidados estavão ás º lioras e calcularmos mais moderadamente a reducção na 4."
A quarto º al.; i- " - -. … … parte; estabelecendo esta baze, todo o conrrmercio da
#*Na Camarº dos Communs justificou Sir R. Peel o França propriamente denominada, no seu tempo, vem
procedimento do ultimo Governo. A respeito dos as a ser em vez de 809 apenas 600 milhões de francos:
sumptos do Caatinente se expressou nº mesmo sentido calculo amplamente corroborado pelo registro dos Di
que o Duque de Wellington. - - •

reitos das Alfandegas da mesma época; mas a extensão

… » Considere-se, diz elle, a actual situação da Fran em que tenho entrado neste assumpto não permitte, que
ga; exatuine-se o estado, de Paris, e sobre tudo º das eu por ora passe ao exame desses direitos.
#*#aaa… Paris e Bruxelas. Comy….
se o estado estual dos fundos, com o que tinhão aºkes
O facto extraordinario, talvez pouco notado, de que
o commercio estrangeiro da França em 1789 era igual
da revolução, e haja lembrança ao mesmº tempo de ao de 1829, quarenta annos depois, só com a diferen
que a revºlução fora completa, e que nenbum obsta ça de 84 milhões de francos, ou de huns tres milhões e
culo poude itapedir a sua marcha: * * ** ** * * * meio de fibras esterlinas, não escapará á astenção do
. *Qual he pois a situação da França? O creditº pu leitor, nem póde deixar de excitar graves reflexões, no
blico diminuido, o commercio paralizado, os trabalha animº dos que discorrem. A Restauração foi, pois, al
doses, sem occupaçãº, osestrangeiros que enriqueci㺠o guma cºusa mais do que, a simpleso mudança de buma
Raiz *#* emigrar, em fim. todos os interesses Dynastia, ou o triunfo alcançado por bom principio";
presentes sumidos em bum abysmº de privações, ºpreº foi alguma eousa mais do que a substituição de huma
sentando-se a Perspectiva dº bum futuro desagradavel, Bourbon a hum Buonaparte, ou á Republica. Com ef>
Cºwvido, cada Hnglez, a que contemple atteotagºente es" feito parece haver sido a renºvação, os aerestauração
te quadro, antºs dentregar º sua patria a kua estadº do seu antigo commercio assim como dos seus antigos
tão deploravel.» - Principes: na sua recente queda vemos a França tocam
do naquelle pontº de prosperidade nos seus intesesse=
GRÃ-BRETANHA. commerciaes que virtualmente marcou a queda das mes
ma familia 40 annos anteá. Acaso parará aqui o paral
Lºndres, 13 dº D-br… lelº! Retrogradará a França ao nível das suas recar
dações republicanas e Imperiaes a respeito dos seus es
Casclusão da carta dirigida ae M. Post, pelo seu cor senciaes e Ibatériaes interesses assim como em suas fór
respºndente da Paris, sºbre º Cominercia da França mas de Governo!! Estes quesitds a todos se hão de af
, tºrntºn as épocas da Republicisa do Imperio, e dos ferecer; o problema está no caminho da sua soluçãw.e.
Baushaus." . , … . * ** . Diariamente nos asseguirão os periodicas. Parisienses
com tão añouta impudencia que (se os não combessenios),
- Chegamos agºra á Françº de 1789, á França tal a caridade nos deveria sinalínar a attribuilla á ignorán
qual era antes da Revoluçãº; épºradasua, historia que cia, que a miseria actual se deve imputar a certoumso
gssalmente se tam pintado com as mais negras cores, laise, que tem existido no commercio harvasiosammes=
prºvavelmenta afim de paliar as atrocidades dos mons que as fabricas e o commercio tem hido sempre deci
turas que, t㺠harrivelmente ensanguentárão asseguintes, nando desde a Restauração dos Bowbáris; parcáusa de
paginas da histºria da Franpº. Às Impºrtações e Ex má administração da sua parte; e triunfanternaria=
Mºrtagias Reunidas são da mantirº seguinte: , , , , . apºnt㺠parano quadro animador da industriaemaehémal
. . . . IV87 - - - - - 1.077,092,000 frances… nos Governos lmperial e Republicano HSimråkanziscala…
… . . 1753. - - - - - - … L-043.350.000 .. . cladºaçães podem ser adaptadas para a mesidiáaiá de
, 1732,… - - - - - , I.077-768,000 | •
Powis, e para º desafogº de furiosas paixies; más nam
Q, samamencio destes treslamnah excede o producto dº
ca, poder㺠impán, a mais ninguem. (A massados, alga->
«ammerciº da Franga Republicana em 410 milhões; o rismo+e+Asahidos de documentos destinadysoa.fusamāhemi
da França.Imparial em 267 milhões, sendo…só inferiºr, parte da Historiaiyº e º que tenha apresentada, he sutā--
aº» #### no tempº da Restansaç㺠em 84 milhões, ciente refutação de tão ociosas e malévolas falsidadesus
# respectivas sºantias são aº seguintes: º , , , e Qs esgºtbôs astmeioes" efabrilhantadºris que dirigem
##### -, -,_ -, -, o -.. Líg 069.900 francsso os períodicosidº Paris, que "sóvfdlgău em º se envo…º
| ... Igºgy - - - - - 657.000,000 verem no labyrintho da abstracção metafisica, tem tai->
vez, tantanhoeror ao talgarismos tºpus plátanteñº huamá ide
ISL4, cº-ir - "… . -, º 849400,00R, " C
184$i => …….… -. I.IÃk400,00" .. …..… measuagão com a alareza da luz dº dias, castë-veaudº
 f 35 ]
… certos
juncos nasanimaes
solidões ferozes, que de noute vagão entre os
da Hndia. • |-
pela Authoridade
apresentação Sanitaria, supprem
dos Manifestos proprios esta
das falta com a
Alfandegas
* * -- • • em alguns dos quaes, por ommissão dos Consufes Ponti
, -
, " .
"* •
4—+$$*-*
* … : - . ' -
fieios, não se
bárcadas. acha
* .* * *declarada
* ** … , a origem
- -- das
#. fazendas em • • •

* * * Lisõoa, 16 de Janeiro. Não julgando do seu dever tolerar por mais tempo
- * * * * ** * * *** * * * . esta infracção da Lei, e este abnso, capaz de produ
A Gazeta de Madrid, referindo-se á de França, em º zir por tantos meios possíveis, graves inconvenientes em
data de 24 de Dezembro nltimo, publica o seguinte: prejuízo da zelosa eonservação da saude publica; "e sa
"O Dirio de Petersburgo em supplemento de 9 de º bendo por outra parte, que as declarações Sanitárias
Detembro eontem º partecipação oficial do Grã-Duque º acima exigidas, podem ser obtidas com toda a facili
Constantino a S. M. I. sobre os successos de Karsovia dade, e que nunca forão negadas pelas respectivas Au
no fins de Novembro, e atcrescenta: Apenas S. M. I. "thoridades Sanitarias, mandando expressamente pôr na
fecebes estas dolorosas notiefas prestreveo as medidas - mais exacta observaneia a disposição do citado Artigº 37,
mais severas e decisivas para sufocar a rebelião de Var- sem alguma distincção, afteração, ou modificação;
socia. Todo o corpo de Exercito da Lithuania recebeo determina ao mesmo tempo que todos, e cada hum dos
ordem de entrar immediatamente na Polonia; o 1.° Capitães, e Mestres de Embarcações suspeitas, sejão
corpo de Infanteria e o 3.° de Cavailaria de reserva se prevenidos, que devem conformar-se exactamente com a
aproximão ás fronteiras do Reino para apoiar as opera- disposição do referido Artígo. * "*. * . * . * . * * *
ºes ofensivas no caso de necessidade; e se envi㺠tro- "Ordena por tanto, que des de º primeiro de Janeiro
pas de interior para substirais estes corpos nos Gover- do anno proximo, P831, cessando a tolerancia, faci
nos de Occidente.…. º "º rs………… ºu Go … º. licidade, ou condeseendencia até aqui praticada a este
*Escrevem de Francfort:= Mr. Rotsehikº honrem, respeito, qualquer Capitão ou Mestre, de Embarcaçãº
e hºje o Embaixador da Rússia, recebêr㺠córreios, que se apresentar nos Portos Pontificios serir a descri
com a noticia de que o Imperador Nicoláo á frente de pgão das fazendas, na Carta da Saude, ºu sem livrº
803 homens se vai pôr em warcha contra a Polonia. Matrifesto da carga assignado pela respectiva Authori
Tenciona reunir-se quanto antes, com o Exercito da Li- dade Sanitaria, na forma, e nos termos que exige otári
thuania, e marchar logo sobre Farsovia, para ºão dar tás vezes citado Artigo 37, serão as ditas fazendas éon
tempº a que os Peneº se armen, e lhe ºpponhão tro- sideradas coinº de origem desconhecida; e portanto,
pas tem organizadas. Afirmão que S. M. declarára so- tanto elas, eomo os Navios ficarão sugeitos, sem ex
ientemente,e que
condições, quenão
estáeonsiwtirá
resºlvido aque se he imponbão
estabelecer a antiga cepção,
rosa ou pretexto" algum,
quarentena. " ". aos
" "periodos
. . da mais. ""rigo
; , i. •

ordem de cousas, reservando-se a faculdade de fazer as " E a presente Ordem afixada em todos os Estabeleci
reformas que convièretivº na Constituição e Governo. mentos Sanitarios, Portos, e Lugares do Estado Pon
Escrevein de Berlim que o Imperador Nicoláo marcha tificio, obrigará a cada hum, como se lhe fosse pessoal
sobre a Polonia com 1093 homens. Primeiro que tudo mente intimada. Roma, no Palacio da S. Junta, ent
exige a absoluta submissão dos Polacos, promettendo º de Setembro de 1839. = N. Grimakti, Secretario.
ouvir e satisfazer as suas queixas. " "" .* *E para assim eonstar se mandou afixar o presente.
» Calcula-se em 203, o numero de mancebos que vo- Lisboa, 7 de Janeiro de 1831, = (Assignado) José
lantariamente se alístárão para hir sugeitar a Polonia Accursio das Neves."
no momento que se publicou em Petersburgo a revolu- - **

ção de Varsovia.»
• ** *
* -- - - -
, -
---
--
* * * *
"
* **
,º " …
#
•
•—º §§…—º - • *• •

-}
*-*-*$$*—»
* * * * * … …} - i <o ,, * *
A perseveramça no estre mosthenes.
o exemplificada no caracter de De *

REAE JUNTA Do CoMMERc1o. -* . * .*.*** ** - … … . … " " .. …

*- - --- : • . Em Demosthenes produzirão a maior impressão as
* * . <- 1 t
•

:
. •
Edital.
• • • • • • • º º
* 1 … honras poder
grando que viodatributar a Callistrato,
cloquencia e ainda maisdos
sobre o entendimento o
A Real Junta do Commercio, Agricultura, Fabri- homens; e não podendo resistir ao attractivo della, se
eas e Navegação destes Reinos e seus Dorninios, remetº Hhe dedicou com o maior desvéfo. Desde aquelfe-mo
teº º Cousº r Gerar de Portugal em Roma, com Otf mielito renunciou todos os mais estudos e divertimentos,
cio de 30 de Outubro do anno proximo passado, hista e em quanto Callistrato residio em Afthenas nunca se se
Impressº da Ordem" do Tribunal de Sande da Cidade Parou delle, mas tirou tede o possível proveito dos seus
de Aaeana, º afixadas em todos os lugares publicos do preceitos. * * * … … …". … º "… * * * -, º
Estado Pontifieio, em data de dotis de Setembro do O primeiro ensaio da sua eloquencia foi contra os sensº
mesmo astro; a qual traduzida do idioma Haliano diz
º seguinte: "… " … … ….….…… . . ,
#" tutores, a quem obrigou a refmbolçallo de par
te de seus bens, Cobrando alento á vista deste primeirº
A. S. Junta, na qualidade de Magistrado Supremo resultado, animos-se a falar ao povo, porém não cor
da Sande nos Estados Pontifieios, tem visto. # respondeo o exito á suas esperanças."Tinha a voz fra
miraç㺠e desgosto, que não obstante ca, certº mºdo de articular pouco harmonioso, escrita a clara disposi-º
gão do ………….???? Sanhario, saneeibnado e grande falta de respiraçãº: Aleth do que, os sens para--
Pettieado por Ordem Soberana" de 26 de Novembro de grafos erão tão extensos, que muitas vezes se vio obri-º
1818, no quatºsé determinº que as fazendas conduzidas gada aº fazer pausa no meio da oração para respírár:
pºr qualquer navio Yenhão" descriptas com toda a in de Istodesapprovação.
deo motivº a que todo o auditorio lhe desse >signaes
* * * * . * . . … *) ** * . … J ºu > … --* - -
dividuação, ou na Carra da Sandé, ou em hum Mani
festo separado da carga, assignado pelas Authoridades Retirando-se da Tribuna em grande abatimento, e na
Sanitarias dos Portos aonde forão embarcadas, como maior confusão , Satyro, bum dos melhores oradores
$e
ica nos-Bominios Estrangeiros; tem com tudo.-- daquefe
effe tempo, e ser amigo, o encontrou ; e sabendo
chegado á tempos a esta parte, aos Pºrtos Pontificios, delle º causa do seu dissabor, lhe assegurou que o inal
alguns Capitães, e Mestres de Embarcações, os quaes não era destituido de remedio, nem era o caso tão las
rão trazendo descripta a sua carga, ou na Carta da timoso como imnginava. Pedio-lhe que recitasse alguns
Saude, ou no Manifesto acima declarado, assignado versos de Sofocles e Eurípides; o que Demosthenes fez.
 [ [36]
Satyro os repetio depois delle, e lhes deo tal graça pe
lo tom, gesto, e animação com que os pronunciou, que
o mesmo Demosthenes os achou totalmente diferentes
do que erão pela maneira como os proferíra. Claramen
te conheceo os defeitos que tinha , e logo tratou de os
remediar.
Parecem quasi incriveis os esforços que fez para os
corrigir, e para se aperfeiçoar na articulaçãº, cujo va
lor o seu amigo lhe dera a conhecer; esforços que pro
vão que a incançavel perseverança no estudo he capaz
de superar todas as difficuldades. A sua pronunciação era
tão defeituosa, que não podia articular algumas letras,
e entre outras aquella com que principia o nome da ar
te que estudava. Era tal a falta que padecia na respi
ração, que como já dissemos não podia pronunciar hum
paragrafo inteiro sem parar: conseguio vencer estes obs
taculos, especialmente o ultimo, recitando versos sem
interrupção alguma, ao passo que subia lugares ingre
mes e difficeis; de maneira que a final podia sem custo
recitar os mais extensos paragrafos dos seus discursos.
Tambem costumava dirigir-se á costa do mar, decla
mando quando as ondas se achavão na maior agitação,
para se costumar pelo confuso estrondo das vagas ás
vociferações do povo, e aos tumultuarios clamores das
assembléas populares.
Demosthenes se empregou com igual desvélo a respeito
do gesto que dedicara relativamente á voz. Na sua ha
bitação tinha hum grande espelho, que servia para lhe
ensinar a gesticulação; diante do qual costumava de
clamar antes que fallasse em publico. Para emendar
certo defeito que tinha contrahido de elevar os hombros,
fallava dentro de huma tribuna mui estreita sobre a qual
pendia huma espada de tal modo, que se no calor
do discurso lhe escapasse aquelle movimento defeituo
so, a ponta da espada o advertia e corrigia ao mesmo
tempo, ' ' . . • • ••
Não era menos maravilhosa a sua applicação ao estu
do; a fim d'estar mais longe do ruido, e menos sugeito á adamento da roda; por que depois não se fica responsa
distracção, fez construir para seu uso hum pequeno quarto
subterraneo, em que se fechava durante varios mezes,
fazendo metade da barba, e cortando metade do ca
bello da cabeça, a fim de não se achar em estado de
sahir fóra. Foi alli que á luz de huma pequena lampa
da compoz os seus famosos discursos, que dizião os in
vejosos, tinhão o cheiro do azeite, querendo dar a en
tender, que na sua composição havia mui arduo traba
lho, He bem claro, replicou elle, que os vossos discur
*os não ros custárão tanto. Erguia-se muito cedo, e cos
tumava dizer, que sintia houvesse algum operario que
º primeiro do que elle fosse para a sua occupação. Além
do que levamos dito podemos formar idéa dos seus es
forços extraordinarios para adquirir toda a qualidade
de aperfeiçoamento, á vista do desvelo com que copiou
Thucidides outo vezes com a sua propria mão, a fim
de se familiarizar com o estylo daquelle grande histo
riador. , .
. Teve bom exito a sua diligencia; por isso que foi por
estes meios, que levou a arte Oratoria ao mais subido
gráo de que era susceptivel; do que se pode inferir que,
bem conhecia a importacia e valor della.
Quando se lhe perguntou qual era a qualidade que
” julgava mais necessaria para hum Orador, só respondeo,
a Pronunciação; dando a entender pela resposta dada
tres vezes successivamentº, que essa qualidade era a uni
ca, cuja falta menos se podia occultar, e a mais capaz
de encobrir os outros defeitos; que a pronunciação por
4
=>
=
-* .
LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA.
sí, só podia dar consideravel valor mesmo a hum Ora
dor indiferente, ao passo que sem ella até os mais ex
cellentes não podião esperar a menor celebridade. Foi
tal a fama de Demosthenes, que segundo diz Cicero,
a Grecia toda acodia para o ouvir, e accrescenta, que
não era possivel que tão grande tenome deixasse d'acom
panhar tão relevante merecimento.
*#
*§§ *—*
Telégrafo.—Serviço da Barra. — 10 de Janeiro. -
Hontem á noute entrou 1 Barco Portuguez Santa An
na, da Ilha de S. Miguel, 8 dias: não dá novidade.
Publicações Litterarias.
",
Lição e recreio, ou nova escolha de Contos Moraes,
Anecdotas, Novellas, e Historietas, 280 réis. —Tratado
do Jogo do Voltarete, ou resumo das leis do dito Jogo
augmentado com o grande Voltarete, 120 réis: vendem
se na loja de Antonio Marques da Silva, rua Augus
ta N.° 2. •
Annuncios.
Quem achasse hum brinco de brilhantes, pertencente
a Senhora, o qual se perdeo na noute do dia de Reis ulti
mo, desde o Theatro da Rua dos Condes, até á rua dos
Capellistas N.° 4, e o queira restituir , , dirija-se á rua
direita da Magdalena , loja N.° 125 , e entregando-o
receberá as suas alviçaras. . . •
Perdeo-se hum bilhete da actual Loteria com o N.°
4:393, do qual se tinhão passado cautellas de 120 réis;
portanto as pessoas que as tiverem em seu poder, quei
rão irreceber o seu importe até o dia da vespera do an
vel por qualquer premio que haja. - -
Bonifacio José Serra França aviza as pessoas a quem
interesse, que elle transferio sua residencia para a rua
de S. José, N.° 171, 2.° andar; e continua a encarre
gar-se de quaesquer pretenções em Tribunaes e Secreta
rias; bem como de quaesquer litigios, tanto civis como
criminaes, negocios na Camara Patriarcal, e Dispen
sas Matrimoniaes: quem de seu prestimo quizer utilizar
se pode alli dirigir-se pessoalmente, ou por escripto, ou
á botica na mesma rua, N.° 60, . . •
Na rua do Almada N.° 42 , á Cruz de Páo, se diz
quem vende duas maceiras, e huma banca de vinhatico
parafuzadas, em bom uso, e proprias para padejo; as
sim como hum bom braço de balança grande , e al
guns pezos.
•
Na travessa de S. Domingos N.° 27, em huma loja
de venda de pão de toda a farinha, se troca dinheiro de
cobre, e bronze bom, por prata, dando-se 40 réis de
premio em cada moeda; como tambem defronte da Con
ceição Nova em huma loja da mesma venda de pão.
João Antonio da Mó tem contractado com D. Ma
ria da Soledade e Paz, e seu marido Mattheus José Ma
chado, a compra da sua quinta dos Surrães, Fregue
zia dos Olivaes, Termo de Lisboa; quem tiver direito
ou acção ao producto da dita quinta, o vá deduzir den
tro de 30 dias, que correm editos desde 3 de Janeiro do
presente: he Escrivão Lino José de Almeida Lobo da
Torre do Valle, rua do Ouro N.° 130.
*
 NUM. 10. ANNo 1831.

##S
|
>>

GAZETA DE LISBOA.
QUARTA FEIRA, 12 DE JANEIRO.

, !

PARTE OFFICIAL. Registo que dellas se ha de fazer na Torre do Tombo,

na fórma determinada pelo § 4.° do Alvará de 23 de
Maio de 1775, se registem no Cartorio, que passa para
e Conselho da Fazenda, com as mesmas formalidades,
N. 19—A. e para os efeitos prescriptos no sobredito Alvará. -

6." Que a informação do Juiz das Capellas da Co

Eu ElRei Faço saber aos que este Alvará virem: Que
Sendo-Me presente o estado de confusão, e abandono,
em que se achava o Cartorio" das Capellas da Corôa,
desta Côrte, não se ter feito a recopilação determinada
pelo Alvará de 23 de Maio de 1775, e haver-se faltado
ao integral cumprimento de outras providencias, ajus
tadamente decretadas no referido Alvará, para aprovei
tamento deste importante ramo da Minha Real Fazen
da, e por outros motivos dignos da Minha Real Pro
videncia, Conformando-Me com os pareceres das Con
sultas do Conselho da Fazenda de 18 de Julho de 1828,
e de 11 de Março de 1829: Sou Servido Determinar o
seguinte: •
roa, que deve preceder ao passar as Cartas de Admi
nistração aos Denunciantes, pela Meza do Desembar
go do Paço, na conformidade do §. 5.º do dito Alvará,
será d'ora em diante substituida por communicação ofi
cial de Secretario a Secretario, que mandará fazer o
Conselho da Fazenda, depois de se ter verificado que
no Cartorio, de que se trata, consta acharem-se preen
chidos os requisitos, que para o dito efeito são neces
sarios. . *
6." Que no mesmo Cartorio se fará o Registo das
Cartas de Administração, que pelo § 6.° daquelle Al
vará se mandará fazer no Juizo das Capellas da Coroa.

7.° E bem assim o Registo de que trata o § 7.° re

l." Que o Cartorio do Juizo das Capellas da Corôa, lativamente ao Tombo das Capellas, ou Morgados que
desta Côrte, se estabeleça no Conselho da Fazenda nas os respectivos Administradores são obrigados a fazer de
Casas, que para este fim Tenho Determinado, e que pois da posse.
fique pertencendo á Secretaria da Repartição do Reino 8.” Que tudo quanto pelos §§. 8.° e 9.° do menciona
do mesmo Conselho, tão somente pelo que pertence aos do Alvará se acha determinado, e incumbido ao Juizo
livros, e Processos findos, como já Tinha Determinado das Capellas da Coroa, fique pertencendo ao Conselho
por Meu Real Decreto de 25 de Outubro de 1828, para da Fazenda, e Cartorio, que para elle passa.
ser alli classificado, e ordenado debaixo da "### 9.° Quanto ao que respeita ao §. 10.° do referido Al
do mesmo Conselho pelos Empregados, que Eu Fôr vará, Ordeno que o Conselho da Fazenda remetta para
Servido Determinar, continuando no Juizo das Cappel o Juizo das Capellas da Coroa Livros, e Copias como
las da Corôa os Processos durante os litigios, os quaes as que remetter para as Provedorias do Reino, segundo
depois de ultimados serão remettidos ao mesmo Con se acha determinado no §. 9.° do dito Alvará, menos
selho. o Livro para se lançarem as arrematações, que se fize
2. Que o Conselho da Fazenda peça do Real Arqui rem dos rendimentos, quando estiverem vagas as Ca
vo da Torre do Tombo os Livros, e Papeis, que fo pelas: ficando a cargo do Juiz das Capellas da Coroa,
tem necessarios para a dita recopilação, logo que o nesta Cidade, e seu Termo, e dos Provedores das Co
Cartorio sobredito esteja na ordem necessaria, para que marcas em seus Destrictos, e em seu vigor o que pelo
possa facilitar-se e concluir-se o importante serviço mencionado $ 10.° se determina.
para que taes Livros, e Papeis são necessarios, os quaes 10." Pelo que pertence ao S. 11.°, Ordeno que tanto
serão restituidos ao mesmo Real Arquivo, findo quase o Juiz das Capellas da Corôa, como os Provedores das
ja o trabalho para que sahirem: •
Comarcas remettão annualmente ao Conselho da Fa
3.° Que ao Conselho da Minha Real Fazenda fique zenda as relações completas, e circumstanciadas, que
desde a publicação deste Alvará em diante pertencendo nelle se determinão, para se conferirem, e serem pelo
a administração economica das Capellas da Corôa, que Conselho remettidas á Minha Real Presença com a
até agora pertencia ao Juízo das mesmas Capellas, vis Conta no dito §. ordenada: • •

o que para o dito Conselho passão os Livros, e mais 11.° Mando que tudo quanto pelo § 16° do mesmo
Papeis, sem os quaes se não pode entender, como con Alvará he incumbido, e diz respeito ao Juizo das Ca
vém na sua administração. • pellas da Corôa, fique pertencendo ao Conselho da Fa
zenda. * * * • *
E sendo necessario pôr em harmonia estas. Minhas - -

Reaes Determinações, com o que se acha legislado pe 12." Quanto á disposição do S. 16.”, concernente á
lo sobredito Alvará: Sou Servido Ordenar Conta, que sobre os arrendamentos devem dar os Pro
4.° Que as Sentenças, pelas quaes se julgarem vagas vedores das Comarcas, a darão d’ora em diante ao dito
quaesquer Capellas, e incorporadas na Coroa, além do Conselho, o qual lhes responderá como cntender mais

conveniente, propondo-se o negocio, e precedendo res
posta do Procurador da Minha Real Fazenda.
13." A cargo do Conselho da Fazenda fica perten
cendo quanto pelo § 17.° pertencia ao Juizo das Ca
pellas da Corôa.
14." Ordeno que a remessa dos Processos findos, de
que trata o § 18 # Alvará, seja dirigida tam
bem ao Conselho da Fazenda, e que no Cartorio men
cionado se faça o Registo das Cartas de Administra
ção, que no mesmo §, se determina.
#:
Determino finalmente, que o mencionado Alvará
de 23 de Maio de 1776 fique, em seu inteiro vigor, e
observancia em tudo o mais que pelo presente se não
acha derogado, ou em opposição a elle, como Tenho
Determinado. •
E este se cumprirá como nelle se contém. Pelo que:
Mando ao Presidente do Real Erario, e nelle Lugar
Tenente immediato á Minha Real Pessoa; ao Regedor
da Casa da Supplicação; ás Mezas do Desembargo do
Paço, e da Consciencia e Ordens; e aos Conselhos da
Fazenda, Guerra, e Ultramar; e ao Juiz das Capellas
da Coroa; aos Provedores das Comarcas, e ás pessoas
a quem o conhecimento deste Meu Alvará pertencer,
que o cumpräo, e guardem, e fação cumprir, e guardar
sem dúvida, ou embaraço algum, qualquer que elle se
ja: E valerá como Carta de Lei passada pela Chancel
laria, posto que por ella não haja de passar, e o seu
efeito dure mais de hum, e muitos annos, sem embar
go da Ordenação em contrario, registando-se onde se
çostumão registar similhantes Leis, e Mandando-se o
Original para o Meu Real Arquivo da Torre do Tom
bo. Dado no Palacio de Queluz, aos dous do mez de
Junho de mil outocentos e trinta. .…
- REI. :. •
- Alvará, por que Vossa Magestade Ha por bem, que
o Cartorio das Capellas da Corôa, nesta Corte, passe
para o Conselho da Fazenda pelo que pertence aos Li
vros, e Processos findos, bem como a administração eco
nomica das ditas Capellas, que pertencia ao Juizo del
las; alterando, e derogando em parte o Alvará de 23
de Maio de 1775, tudo na forma acima declarada. = Pa
ra Vossa Magestade ver. = P, por Resolução de Sua
Magestade de 9 de Maio de 1829, tomada em Consul
ta do Conselho da Fazenda = Doutor Diogo Vieira
de Tovar e Albuquerque. = José de Mello Freire. =
Antonio Faustino da Costa o fez. = Registado a fol. 1
do Liv. 1.° do Registo de Cartas, e Alvarás da Repar
tição do Cartorio das Capellas da Corôa. Lisboa, 23
de Dezembro de 1830. = Domingos Antonio Barboza
Torres. = Manoel Xavier da Gama Lobo.
PARTE NÃO OFFICIAL.
+ NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
PAIZES BAIXos.
Brucella", 12 de Dezembro.
Certo periodico se explica nos termos seguintes sobre tenciona, explorar no proximo verão os mais Departa
as occorrencias de Luxemburgo:
» Em consequencia de #… concordado sobre
as medidas, que se devião tomar nas circumstancias
actuaes, o Principe de Hesse Homburgo, Governador
Militar da Praça, e o General Dumoulin, Commandante
della, marchou o Principe para a Allemanha, e depois
deixou Mr. Dumoulin o campo livre. O primeiro queria,
que se usasse de muita doçura, e se guardasse a neu
[38]
tralidade, porém o Commandante estava pelo rigor;
meios na verdade totalmente oppostos. Mr. Dumoulin
tomou sobre si grande responsabilidade para com o Rei
de Prussia, que declarou que nada lhe aproveitaria a
declaração feita pela Dieta a 26 de Outubro, segundo
a qual podia na qualidade de Membro da Confedera
ção occupar Luxemburgo. No armisticio, que se con
cluio nessa época não fica ao Rei de Hollanda commu
nicação com o Grã-Ducado, por cuja razão se acha
fóra do alcance das tropas Hollandezas. Porém a res
peito deste particular se tem feito reclamações ao Cen
gresso; por consequencia, he inutil que Mr. de H"illmar
e seus agentes propaguem pelo paiz vozes a respeito da
proxima occupação, que primeiro se designou para 10
de Novembro, e depois para 16 de Dezembro.»
ITALIA.
Roma, 10 de Dezembro.
Na abertura da Academia archeológica, o Dr. D.
Carlos Fea, Commissario de antiguidades, lêo huma
Memoria sobre a unica inscripção de Trajano, achada
recentemente na distancia de humas 10 milhas de Ro
ma; inscripção que determina o anno em que foi con
struido o aqueducto da agua Sabatina ou Trajana, que
corresponde em parte á agua Paula hoje em dia. Esta
inscripção que copiamos tem a data do anno 110 da
era vulgar. • • •
IMP. CAESAR DIVI.
NERVAE F. NERVA
TRAIANVS AVG.
- GERM. DACICVS.
PONT. MAX. TR. POT. XIII.
IMP. VI, COS. V. P. P.
AQVAM TRAIANAM
PECVNIA. SVA
IN VRBEM PERDVX 1T
* EMPTIs LocIs
•
PER LATITVD. P. XXX,
(Notizie delº Giorno.)
O famoso Gravador Jeronymo Scotto, nosso conci
dadão, acaba de concluir a gravura do celebre quadro
da Magdalena, obra prima de Paulo Veronez. A ex
pressão das figuras, a fidelidade e exactidão com que
reproduzio o grandioso caracter do original, a força
unida á graça no manejo do buril, assegurão a este
trabalho o mais favoravel acolhimento do publico, co
mo já o mereceo dos intelligentes
•
que odepodérão
(Gazeta vêr.
Genova.)
FRANÇA.
Paris, 24 de Dezembro,
A sociedade de Esslingen para as viagens Botanicas
se havia proposto reconhecer em 1829 os Pyrinéos, e
a Dalmacia. Effectuou-se com muito bom exito a in
dagação de plantas novas, e entre as que os accionis
tas colhêrão , as ha muito curiosas entre as que Mr.
André procurou nos Pyrinéos Orientaes, expondo-se
aos maiores perigos. Só visitou este Departamento, mas
mentos dos Pyrinéos, completando deste modo a col
lecção de plantas desta serie de montanhas.
GRÁ-BRETANHA.
A\ (Estafeta.)
•
Londres, 18 de Dezembro.
Assegurão que o Ministerio tomára em consideração
 [39]
a seguinte questão: Convirá ou não lançar algum im
posto sobre a industria do vapor! Parece que a unica
dificuldade que se tem apresentado he o entorpecimen
to que deste imposto resultaria para os progressos do
engenho na mecânica,
Na praça do cºmmercio haceña, apathía, ainda que
as noticias que de alguns dias a esta parte se recebem
no Ministerio do Hmterior, e as partecipações dos Con
dados sejão mais favoraveis. A causa começada nas Pro
vincias meridionaes contra os agitadores, continúa com
actividade. Em Kent forão convencidos do delicto de
incendiarios tres homens, aos quaes se imporá a pena
de morte, como previne a lei; he de crer que esta jus
tiça inspirará saudavel terror nos que quizerem repetir
similhante attentado.
Podemos assegurar que até agora as noticias da in
surreição Polaca não tem causado nenhuma variação
ostensivel no tom e procedimento dos Ministros das três
Potencias, relativamente aos assumptos da Belgica.
(Court Journal.)
HESPANHA.
Cadiz, 30 de Dezembro.
Estudo pratico das Artes mecanicas.
He mui digno de notar-se, que se olhe com total
abandono para o estudo da pratica das Artes. Isto di
mana das difficuldades que a cercão, produzidas pela
desligação em que se encontrão as varias classes de
conhecimentos que ella exije, sem que ninguem se ha
ja dedicado as reunillos, e a classificallos, e a formar
delles hum corpo doutrinal, regular e methodico. Para
regular o estudo pratico das Artes, devem classificar-se
os varios ramos de conhecimentos que reclama, de tal
modo que se possa vêr a sua mutua relação, e isto se
conseguirá explicando com cuidado, primeiro todos os
efeitos que produzem as máquinas; segundo os varios
methodos empregados na sua construcção; e terceiro
examinando ao mesmo tempo as utilidades e defeitos
dos ditos methodos segundo o ensina a judiciosa obser
vacão.
Em primeiro lugar, pois, se deverão desmontar as
máquinas separando todas as suas peças, para observar
a sua estructura, e a sua acção, como o anatomista
com o corpo humano; e em segundo lugar, examinal
las cada huma de per si, para conhecer a sua figura,
e a combinação com que obrão. Ainda que esta opera
ção pareça impossivel á primeira vista, com tudo se
póde realizar com facilidade.
Deste estudo se deduzirá, que os agentes que produ
zem os mesmos efeitos parciaes devem dallos iguaes em
todas as máquinas; assim huma roda produzirá igual
resultado, quer se mova pelo vento, quer pela agua,
ou pelo vapor. As rodas dentadas tem sempre a mesma
figura, e a mesma colocação, quando servem para
hum mesmo fim, ainda que se empreguem em máqui
nas diferentes.
He claro, que nenhuma máquina produz os seus ef
feitos sem huma potencia que a mova. Por consequencia
segue-se a investigação das varias classes de potencias,
reduzidas ás que nascem da força animal; da força da
agua no seu estado natural; da força do vapor; da for
ça do vento, da dos pezos, e molas, e outras que tem
pouco uso. Estas classes podem classificar-se em gene
ros: os generos em especies; e as especies em varieda
des. Assim a primeira classe comprehende dous gene
ros, a saber: a força humana, e a dos brutos, como
o cavallo, o boi etc. Cada huma contém algumas es
pecies que resultão do modo d'applicar a acção do ho
mem, e dos animaes ás máquinas fazendo-as mover-se
pela impressão de hum pezo, ou de huma força muscu
lar, ou de ambas. As especies abrangem variedades que
resultão das diferenças menos sensiveis que se referem a
humas e outras pelas acções caracteristicas de cada es
pecie. Seguindo este methodo em todas as classes de
potencias se consiguirá completa classificação dos efei
tos que devem produzir.
Considerando os orgãos sobre os quaes exercem a sua
acção as potencias, e que denominaremos recipientes,
a sua classificação be a mesma. •
Ha casos em que a potencia está separada do lugar
onde a máquina faz o seu movimento; em cujo caso
são precizos conductores, aliás orgãos de communica
ção. Estes são de duas classes. Huns que só transmit
tem o movimento a pequena distancia, e outros que o
conduzem a mais largo espaço; diferença que classifica
os conductores em duas classes.
Porém não basta que consigão o movimento, he pre
cizo que fação mais, porque a qualidade do movimento
que a potencia imprime no recipiente nem sempre he
igual á que se requer para que a máquina realize toda
a operação. Assim se vê em huma máquina hydraulica
cujas bombas se manejão com huma roda de moinho,
que-a potencia produz hum movimento circular e verti
cal, ao passo que as bombas tem outro rectilíneo alter
mado. Em outro caso he precizo que os conductores ao
passo que transmittem a acção que recebem da roda á
bomba, produzão a necessaria variação no movimento
As diferenças nestas transformações, e as varias modi
ficações dos orgãos, dão o meio de separar os generos
das especies e das variedades.
Rara vez succede que a potencia tenha toda a rapi
dez que necessitão as máquinas para se moverem. Por
exemplo, nos moinhos de farinha, movidos pela agua.
ou pelo ar, a roda tem ordinariamente hum movimento
cinco ou seis vezes menor que o que deve ter a pedra y
e ás vezes se necessita produzir hum grande resultado
com pequenas forças. Para isso se empregão alguns or
gãos que modificão os dous elementos, e formão o mo
vimento, a saber, a força e a rapidez, augmentando
lium e diminuindo outro. Este orgão, que denominaremos.
modificador, compõe a terceira ordem, que se divide
em seis classes.
A's vezes he precizo produzir hum movimento em op
postas direcções a hum tempo, e com a mesma máqui
na, em cujo caso se devem deixar em absoluta liberda
de as partes, porque sem isso deixarião de ter a depen
dencia e communicação que reclama a qualidade da
máquina.
Os agentes que favorecem éstes efeitos compõem a
quarta ordem.
A quinta ordem inclue os reguladores, que se divi
dem em tres classes: moderadores, quebrantadores, e
correctores. Os primeiros fazem uniforme o movimento;
os segundos adaptão este á duração e rapidez, ou diri
gem as interrupções, as continuações, e as periodicas
variações dos movimentos; e os terceiros diminuem e
evitão os efeitos damnosos da resistencia passiva.
A sexta e ultima ordem contém as partes oganicas
que obrão immediatamente na resistencia. Estas obrão
por locomoção, pressão, percussão, fricção, e sepa
ração.
Tal he o plano debaixo do qual se poderia conduzir
o ensino pratico das artes. (Semanario.)
Lisboa, 11 de Janciro.
Kantagens do nosso clima comparado com o das
- regiões septemtrionaes.
Quem poderá deixar de sentir a mais viva gratidãº

para com o Creador, ou commiseração para com os
seus similhantes a quem a natureza parcamente distri
buio os seus dons, quando contempla a sorte dos habi
tantes da Laponia, e dos Paizes confinantes com º po
lo arctico! {
Aquelle paiz he formado por huma cordilheira cober
ta de neve e gêlo, que se não derrete mesmo no verão;
e nos pontos onde a cordilheira he interrompida, bar
rancos e pantanos preenchem o intervallo. Alli duran
te a maior parte do anno se sente o Inverno; densa ne
ve cobre os valles e as montanhas; por longo espaço
de tempo nunca o sol se eleva acima do seu horisonte.
Os habitantes se abrigão do frio em barracas que se po
dem remover de hum para outro ponto; fixão no cem
tro dessas habitações humfogão, e o cercão de pedras;
sahe o fumo por hum buraco, que serve de janella na
parte mais elevada da choupana; á roda delle fixão cor
Tentes de ferro, que segurão os caldeirões onde prepa
rão o seu alimento, e derretem o gêlo, que lhes serve
de bebida. O interior da choupana he forrado de pel
des, que os amparão do frio, e que estendidas no chão
lhes servem de leito. He nestas habitações que os La
ponios passão o inverno, cercados por lobos famintos,
que por toda a parte vão procurando a preza. " 10 h. 30 m. 1 Galera Portugueza: deo fundo em Paço
- Como poderianos nós sofrer o clima e o modo de
viver daquelles homens! Quão dignos de compaixão nos
não considerariamos, se unicamente se oferecesse a
nossos olhos huma extensão immensa de gêlo, e vastos
desertos cobertos de neve; sendo pela ausencia do sol
o frio ainda mais insupportavel! E se em vez de com
moda habitação, apenas tivessemos portateis choupa
nas feitasdo
cia mais de que
pelles, sem outro
as fadigas e osrecurso
perigospara a subsisten
da caça!
Não são estas reflexões bem capazes de nos fazerem
observar as muitas vantagens do nosso clima, a que
tão pouco attendemos! Não devem excitar nossos lou
vores para com a Providencia Divina pelos milhares de
bens que gozamos? Sim, louvemos a sua sabedoria; e
quando sintirmos os rigores da estação, tributemos-lhe
as devidas graças, por isso que o frio he tão moderado
no clima que habitamos, e porque temos tão numerosos
meios de nos ampararmos # seus rigores. - Muros de Campolide, na construcção da qual forão
Mas será acaso o habitante daquellas regiões septem
trionaes tão infeliz quanto julgamos! He certo que elle
penosamente vaga por incultos valles e escabrosos ca
minhos exposto á inclemencia do tempo. Mas o seu
corpo endurecido póde lutar com os desabrimentos da
estação, e sofrer a fadiga. Se aquelles habitantes são
pobres, se vivem privados das commodidades da vida
que nós desfructamos, não são por ventura ricos em
unicamente sintirem precizões que podem satisfazer com
facilidade? No decurso de varios mezes achão-se priva
dos da luz do sol; mas em compensação o clarão da
lua, a aurora borealis lhes vão allumiar o horizonte. A
mesma neve e o gêlo em que vivem sepultados lhes não
causão horror, ou tornão desgraçados. A educação e o
thabito os armão contra os rigores do clima. O seu mo
do de viver lhes dá forças para sofrerem o firio, e para
as particulares precizões que os acompanhão, a mesma
natureza lhes offerece facil remedio. Ella lhes indica os
animaes cujas pelles os protegem do penetrante frio. El
º
Ja lhes deo o rangifer, que lhes fornece a choupana, o
vêstuario, o leito e o alimento; emprehendem remotas
jornadas com o auxilio daquelle animal que satisfaz qua
si todas as suas precizões, e cujo sustento lhes não cus
ta despeza nem trabalho. # quido, e em pilulas, se vende unicamente na Botica do
Mas para devidamente apreciarmos as vantagens do
e ---- • • +
LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA.
[40]
nosso clima, não he por certo necessario que alongue
mos tanto a nossa vista para o septemtrião; outros ha
menos proximos do polo do que a Laponta, º Green
landia etc., que não obstante estão bem longe de susten
tar com o nosso clima vantajoso parallelo.
---- §§ «-»
Telégrafo.—Serviço da Barra. — 11 de Janeiro.
O Barco Portuguez que entrou hontem, hia para a Eri
ceira, e vem aqui arribado.
A Galera Portugueza, e o Bergantim Brazileiro que es
tavão fundeados na Barra grande, fizerão-se á véla
Hontem sahio huma Escuna Ingleza para Londres.
Embarcações avistadas.
10 h. 16 m. 1 Bergantim sem bandeira ao Norte do Ca
bo da Roca.
10 h. 29 m. 1 Paquete Inglez a Oeste do Cabo da Roca.
-Embarcação entrada em Belém.
4 h. 47 m. 1 Bergantim Brazileiro, Novo Jupiter, de
Pernambuco, 43 dias, mala.
Embarcações entradas em S. Julido.
d'Arcos; e 1 Escuna dito. . *
Embarcação sahida de Belém.
10 h. 30 m. 1 Galera Americana para Nova York.
Publicação Litteraria.
•
Sahio á luz o N.° 10 do Desengano.
Sahírão á luz os Numeros 4.° e 5.° da Contra-Mina:
vendem-se a 60 reis em Lisboa, Belém, e Coimbra nas
lojas do costume.
Annuncios.
O Conselheiro Joaquim da Costa e Silva, achando-se
de presente com molestias graves, e querendo pagar aos
seus credores o que lhes deve, pretende vender os uni
cos bens que possue, e consistem em huma propriedade
de casas com seu quintalão, sitas na estrada de Entre
contrahidas huma parte das mesmas dividas. Declara
que nesta venda preferirá a qualquer dos seus credores,
e que a mesma propriedade não tem penhora , ou em
bargo algum ; e declara mais que o actual inquilino
Roberto Lucas tem feito arrendamento da mesma pro
priedade até fim do mez de Junho de 1835. Quem pre
tender pois comprar a dita propriedade, póde fallar com
seu sobrinho Dionizio Caetano de Almeida e Silva, mo
rador no largo de S. Pedro de Alcantara, na proprieda
de N.° 16, de manhã até ás nove horas, e de tarde das
tres até ás cinco ; o qual está authorizado para tratar
desta venda, e para mostrar os Titulos das mesmas casas.
Na calçada do Combro, N.° 6, defronte do Correio
Geral, se diz quem empresta dinheiro sobre prata, ou
ro, ou brilhantes; e tambem sobre algumas fazendas.
A Essencia Fluida de Mostarda he remedio segu
ro e eficaz contra Rheumatismo , Gota, Paralysia,
Contusões etc., e para frieiras he hum dos melhores re
medios conhecidos, extingue-as de prompto, e se se ap
plicar logo não as deixará rebentar; e para que os
doentes que padecem qualquer das molestias referidas
se a cautelem contra remedio espurio, se adverte, que
esta verdadeira preparação de Mostarda, no estado li
inventor, G. C. Morley, na rua do Corpo Santo, N.° 24.
º
 • NUM. 11.
GAZETA DE LISBOA.
QUINTA FEIRA, 13 DE JANEIRO.
=>xo6=>$3$@$#%=9ox
PARTE OFFICIAL.
JUNTA Dos JURos Dos REAEs EMPREsTIMos.
Amortização do 2.° Semestre de 1830,
A Junta dos Juros dos Reaes Emprestimos faz saber que
hoje, doze de Janeiro de mil outocentos trinta e hum, es
tando presente o Illustrissimo e Excellentissimo Senhor
Conde da Louzã D. Diogo, Conselheiro d'Estado, Minis
tro e Secretario d'Estado dos Negocios da Fazenda, Pre
sidente do Real Erario, e nelle Lugar Tenente imme
diato á Real Pessoa, e Presidente da dita Junta, ten
do assignado o Balanço da Receita e Despeza do Se
gundo Semestre do anno proximo passado, se procedeo
á amortização de duzentos vinte e quatro contos duzen
tos noventa e tres mil e quatorze réis; a saber:
8:7693300 réis em 57 Apolices, que do Real Erario
se remettêrão para serem amortizadas;
sendo
8:2693300 em 56 Apolices do 1.° Em
prestimo, com vencimento de
juro de 6 por cento.
5003000 em 1 A police da 5.° Caixa,
de Divida da Marinha, com
vencimento de juro de 4 por
CCI)tO, -
8:7693300 réis
25:5423213 réis em 29 Apolices e 1 Padrão, recebi
das no dito segundo Semestre, por encon
tro, na Junta dos Juros, em pagamento de
dividas, conforme determinárão o Alvará
de 16 de Maio de 1825, e Reaes Ordens
posteriores, que regulárão os ditos encon
tros; sendo
21:3983213 em 27 Apolices da 5.". Cai
xa, de Divida da Marinha,
com vencimento de juro de
4 por cento.
424$000 em 2 Apolices da dita Cai
xa, de Divida consolidada
com vencimento de juro de
5 por cento.
3.7203000 em 1 Padrão do 1.° Empres
tino, com vencimento de juro
de 6 por cento.
25:5423213 réis.
ANNO 1831.
|-
53:2403000 réis em 19 Apolices resgatadas pelas Cai
xas da Junta durante o dito 2.° Semestre
findo; sendo •
6003000 em 6 Apolices do 1.° Empres
timo, pagas ao Cofre dos Or
fãos de ####
1:5003000 em 3 Apolices do extincto
3.° Emprestimo (de 18174.°
Caixa), com juro de 6 por
cento até ao fim do 1.° Se
mestre de 1824, reduzido a
5 por cento d’ahi em diante.
51:000$000 em 9 Apolices do Empresti
mo do # pela 2.° Cai
xa, por 1:000:000$réis, Pa
pel-moeda, a juro de 3 por
cento , (que forão publica
mente amortizados em 15 de
Fevereiro de 1826.)
- 53: 100,3000
1403000 de 1 Apolice vitalicia de 4
or cento , 3.° Caixa , 2.°
mprestimo.
53.2403000 réis.
87:5513513 réis Capitaes amortizados.
90:2773301 réis em Titulos de Divida Publica, sem
vencimento de juro.
36.9643200 réis em Papel-moeda, sendo 36:4363600,
producto que nesta especie entrou , du
rante o Semestre, pela venda de Bens da
Coroa etc., em conformidade do Decreto
de 30 de Janeiro de 1830, N.° 2, e 5273600
de Papel dilacerado, incapaz de correr.
214:7933014 réisTotalidade da queima, a que se procedeo
ublicamente,defronte do Edificio da Junta.
9:5003000 réis em 7 Apolices da 4.° Caixa, com ju
• ro de 6 por cento, pertencentes aos Em
prestimos de 1.600:000,5 réis, com que se
completárão os 4.000.0003 réis da Carta
de Lei de 31 de Março de 1827, as quaes
7 Apolices se guardão no Cofre, em obser
vancia do Artigo 3.° da citada Carta de
Lei, e são dos numeros e capitaes seguin
tes: 274, 275 e 276 de 2.0003 réis cada
huma, 799, 1106 e 1242 de 1.000Á réis
cada huma, e 1002 de 5003 réis.
224.2933014 réis Totalidade da amortização.

Tambem a Junta dos Juros faz saber, que hoje mes
mo começou a efeituar o pagamento dos Juros das Apo
lices, na fórma gostumada, destinando:
Segundas e Quartas feiras, para Proprietarios.
Terças feiras para Corporações Religiosas, Irmanda
des etc. * terio do Interior, Prefeito da Policia de Paris.
E Quintas feiras para Procuradores.
Lisboa, 12 de Janeiro de 1831. = João Carlos Mar
del Ferreira.
• } *- #..
----- PARTE NÃO OFFICIAL."
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
RUSSIA.
Petersburgo, 6 de Dezembro.
O Imperador sintio summa indignação quando sou
be do oçcorrido em Parsovia. Immediatamente se tras
ladou á reunião do Capitulo de S._Jorge, que se com
pôe das grandes Dignidades do Imperio, e dos Ofi
ciaes superiores do Exercito, e lhe communicou a no
ticia. Os membros do Capitulo tomárão parte na in
dignação do Imperador, e jurárão de joelhos vingar o
insulto feito ao mesmo Soberano.
A Capital e o Exercito manifestárão iguaes sentimen
tos de enthusiasmo, e odio á revolução; alistárão-se
20,000 Voluntarios que assumírão o laço verde que he
o do Imperador com preferencia ao nacional, pedindo
que no mesmo instante os conduzissem ao campo da ba
talha. Tambem assegurão, que a Guarda Imperial se
dispõe para marchar,
(Ext. do Sup, extraord. do D. de S. Petersburgo.)
No dia 29 já sabia o Imperador Nicoláo, que se hia
fazer a sublevação da Polonia, por consequencia já ti
nha tomado medidas para a sufocar.
AUSTRIA.
Fienna, 14 de Dezembro.
O Imperador e seu Augusto Filho, o Rei de Hun
gria, se trasladárão a 16 do corrente a Presburgo pa
ra fechar a Dieta,
Ha alguns dias que não temos noticias directas de
Karsovia ; as de Gallitzia são muito satisfactorias, e
não se teme que as occorrencias da Polonia tenhão ra
mificações naquella Provincia.
FRANÇA,
Paris, 27 de Dezembro. . tempo a fémea em auxilio do seu companheiro. Causa
Cinco por cento consolidados 91 fr. 60 c. Acções do
Banco 1.467. Emprestimo Real de Hespanha 623. Renda
perpetua de idem, 493. •
s ex-Ministros ouvirão a sua sentença no dia 22 na
prizão de Wincennes. MM. de Polignac e de Peyronnet
manifestárão muito sentimento parecendo-lhes demasia
do severa. Pelo contrario MM. Guernon Ranville, e
Chantelause mostrárão bom humor, e o segundo excla
mou, dirigindo-se ao primeiro; Como ! A prisão per
petua! Teremos bastante tempo para jogar ao xadrez!
() General Lafayette demittio-se do posto de Com-- Tigre agarrando o Leão pele peseeçe o prostrou por
mandante em Chefe das Guardas nacionaes do Reino, terra; andárão então as duas feras á roda huma sobre
e S. M. acceitou a sua demissão.
[42]
Por Decretos de 26 do corrente foi S. M. servido no
mear o Tenente General Lobau Commandante em Che
fe da Guarda Nacional de París; Mr. Treilhard Fre
feito da Policia da mesma Cidade, Conselheiro do Tri
bunal Real della; e Mr. Baude Sub-Secretario do Minis
• (Gazeta de França.)
Annuncião as cartas de Roma o falecimento do Emi
nentissimo Senhor Gravina, Arçebispo de Palermo, e
irmão do General Gravina, que commandava a Esqua
dra Hespanhola no combate de Trafalgar."
Segundo as noticias de Varsovia em data de 11 do
corrente parece, que o General Diebitsch, depois de des
pachar alguns correios para o Exercito Russiano da Li
*huania é para Riga, continuára o seu caminho até
J/ilna, onde já está reunindo hum corpo consideravel.
Tambem dizem, que no caso que o General Diebitsch
tome o commando do Exercito que ha de entrar na Po
lonia he provavel, que sem perda de tempo marche so
bre Varsovia com os 70,3 homens que hoje em dia se
achão em IFilma, para dar huma acção que decida a
sorte dos assumptos da Polonia. Accrescentão que o
plano dos insurgentes he conservarem-se na defensiva, pa
ra o que fortificão a toda a pressa o exterior da Cida
de e o interior para se defenderem palmo a palmo. As
mesmas cartas referem, que o Exercito da Lithuania,
longe de se declarar a favor dos Polacos, permanecêra
fiel ao Imperador Nicoláo, (Gazeta de França.)
Idem, 29.
A 6 de Dezembro sahio o Imperador da Russia para
Farsovia.
Dizem os periodicos Inglezes que se supplicára a Lord
Kellington que se tornasse a pôr á frente do Exercito,
e que em breve se espera vêlo no eminente destino a que
o chama a recordação das suas victorias. Accrescen
1ão que o Parlamento suspendêra as suas sessões a 23 de
ezembro até 3 de Fevereiro. •
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 15 de Dezembro.
A 4 de Dezembro, entre as 11 horas e o meio dia, a
pessoa encarregada de limpar a casa das feras no edifi
cio da Torre de Londres, por descuido abrio a porta
de hum pateo que separava hum enorme Leão de outro
pateo em que estavão fechados dous Tigres de Bengala,
macho e fémea. Ao verem-se estas feras tão imunediatas
humas ás outras, se enfurecêrão lançando fogo pelos
olhos, e o Leão eriçando os crinas se precipitou sobre
o Tigre com horrivel rugido. Animado de igual furor
acometteo o Tigre o seu inimigo, acudindo ao mesmo
vão pavor os rugidos dos combatentes, excitando nos
outros animaes demonstrações de furor ou de mêdo. Os
mais timoratos tremião correndo á roda, uivando ame
drentados, ao passo que os Leões, Tigres, Ursos, Leo
pardos, Panthera: e Hyenas, saltavão abalando com
a maior força as grades de ferro que os encerravão. Pe
lejava o Leão com grande valor; mas he claro que viria
a ser victima dos esforços de seus adversarios, que ape
nas havia hum anno , tinhão deixado os bosques, ao
passo que havia mais de sete annos que o Leão perdêra
a liberdade. Não obstante continuava a luta com mui
to furor, e ainda era duvidoso o resultado, quando o
a outra, até que o Tigre fêmea eonseguio sugeitar com
 [43]
Pletamente o Leão. No entanto se havião posto ao lu b Escrevem de Belgrado, em data de 29 de Novem
me varas de ferro euja extremidade ardente se applicou TO :

na boca dos Tigres furiosos, que tiverão que largar a
# mas apenas se separárão quando o Tigre e o
eão de novo se agarrárão, e começárão a morder-se
com extraordinario furor; a ponto que só introduzindo
as varas de ferro ardentes nas ventas de ambos, com
grande trabalho se conseguio separallos: durou o com
bate meia hora; o Tigre perdeo hum dente na primeira
investida. (Extracto do M, Post.)
Depois da precedente talvez seja opportuna a seguin
te noticia do Leão em geral:
» Não nos devemos admirar de que hum animal tão
magestoso e em todos os pontos de vista tão terrivel co
mo he o Leão, tenha em todos os tempos desafiado a
attenção dos viajantes, e dos que se entregão ao exer
cicio da caça, e que ao mesmo tempo tenha dado lu
gar a muitas narrações exageradas e fabulosas. O Leão
tem fornecido imagens ao poeta, e ao arador; e as fa
bulas em consequencia da sua repetição se tem a final
introduzido nos escriptos dos naturalistas, vindo a ser
depois consideradas como fundadas em factos pelas pes
soas que não tiverão occasião de observar aquelles ani
maes, e que não tiverão suficiente discernimento para
ojuizar correctamente das asserções de outrem.
No entanto he certo, que nos paizes que os Leões prin
" Annuncião de Constantinopla, que a Porta Otto
mana havia comº efeito annuido á proposta que havia
sido feita pelos Embaixadores de Inglaterra, França,
e Russia, relativamento a extender as fronteiras da
Gracia ºté á linha que passa desde Arta ao Golfo de
Kolo. Mas tambem se estipulou nas conferencias que
houve com este mesmo motivo, que as fronteiras mari
timas do Estado Grego permanecessem como se fixá
rão no Protocolo de 3 de Fevereiro ultimo ; e que as
Potencias aliadas se prestarião a dar á Porta os
seus auxilios para a sugeição das Ilhas insurgentes, si
tuadas fóra daquellas fronteiras. »
( Gazeta de Madrid.)
PQRTUGAL
Porto, 4 de Janeiro.
A quantidade de vinho, do Douro que se despachº
nesta Alfandega do Porto, para paizes estrangeiros,
no decurso do anno passado de 1830, foi a seguinte:
a saber: * •

cipalmente habitão, era o seu numero antigamente mui» : Paizes. Separ. Embarq.
to mais avultado do que he hoje em dia, Aliás dificil America Septentrional Pipas 327;
seria conceber como be que os Romanos poderão alcan JDinamarca - - - - - - º 64 + 4
çar tão copioso numero daquelles animaes, que de vez França - - - - - - - - 2? 2
em quando apresentavão nos seus publicos divertimentos. *Genova - - - - - - - - 3? 1& 3
Quando Sylla era Pretor, fez combater cem Leões ao Gibraltar - - - - - - - ?> 2 $.
mesmo tempo; Pompeo apresentou depois 600 (360 dos Hamburgo - - - - - - m 329 46
quaes erão machos), e Caesar 400. Tão grande copia Ilhas dos Açores - - - º |$
destes animaes oferecia numerosas occasiões de os amanº Inglaterra etc. - - - - º 19.333 }
sar e domesticar; e por isso chegou a sua educação a Paizes-Baixos - - - - - º . 114 1$
ponto de causar surpreza. Hanno, Carthaginez, foi o Portos do Brazil - - - ?? 3.549 à , 19 }
primeiro que domesticou hum Leão; e foi condemnado Russia - - - - - - - - - º 86
á morte por isso mesmo pelos seus concidadãos, que 'uecia - - - - - - - - - A> 259 $ 52
ajuizárão que a republica tinha tudo a recear do homem Terra-Nova - - - - - - º 74 ? 2#
capaz de vencer tanta ferocidade, Porém mais alguma
experiencia os convenceo do seu erro extravagante. Somma Total - - - - 4.703 $ 19.4644
Triumviro Antonio, acompanhado por huma Actriz, (Correio do Porto.)
foi publicamente conduzido em hum carrº puchado por
Leões. * # -

Não admira que os antigos que tantas vezes vião es *--*§§ #—»
tes animaes, tivessem debaixo de muitos pontos de vis
ta mais aperfeiçoado conhecimento do que nós º este Lisboa, 12 de Janeiro.
respeito; e que não escapassem á sua auenç㺠muitos Sobre o estudo da Historia natural.
factos que nos causão surpreza. Tal he, por exemplº,
à facilidade com que hum Leão no captiveiro, se afeiº
çoa ao seu guarda etc. Os seres animados formão o ramo da Historia natu
Ainda se não sabe positivamente qual he º idade º ral que possue mais numerosos e variados encantos, e
que o Leão póde ehegar. Buffon julga que º duraç㺠que abunda nas mais importantes consequencias para o
natural daquelle animal he pouco mais de 23 annos; homem: mas esta divisão da natureza não se póde abran
mas tem havido Leões na Torre de Londres que tem vi ger de hum só golpe de vista, Convém que no estudo
vido 60 até 70 annos. Afirmão os guardas destes ani da Histotia natural se comece examinando a natureza
maes, que não he seguro aproximar-se alguem ao Le㺠e as qualidades dos quadrúpedes que são mais familiares
quando está tomando alimento. No entanto ha exem á observação. Quantas propriedades não residem no cão
pios de haver generosamente consiniido que º cão, tºr e no cavallo, que a cada hora se notão mas que raras
masse parte na comida. Em Exeter-Change em Londres, vezes se considerão com atlenção! . Dos objectos mais,
havia hum Leão chamado Heitor, e tão manso que dei obvios, e que mais convidão, se deve ir gradualmente
xava o guarda entrar no seu quarto Para o afagar; po subindo por meio de firmes e perseverantes passos, ao
tem nunca o mesmo guarda foi tão temerario, que tal conhecimento dos outros.
fizesse quando aquelle animal estava comendº. O avi Os maiores animaes, que contribuem -para o geral
mal lhe era tão afeiçoado, que durante a sua ausencia divertimento e utilidade, são por certo es que occupa
por causa de doença, não quiz tomar grande parte do rão primeiramente a attenção. Depois de devidamente
alimento, dando signaes da maior inquietação. Logo se observar a sua natureza e instincto, o seu crescimen
que o homem se restabeleceo e que foi ver o Leão, ma to, o seu augmento, o cuidado da sua prole, a escolha
=
nifestou este o maior prazer por tornar a ver o seu ami do seu alimento e os diferentes meios com que os dotou
go, e dalli em diante tomou o alimento na fórma do a Providencia para a sua propria conservação, se deve
COS\\\nes (Maravilhas da natureza animada.) descer ao exame dos quadrúpedes mais pequenos, e que
 [44]
se achão mais retirados da nossa observação; e depois Vinte e oito de Maio, da Bahia, 81 dias, mala,
de se haver adquirido bastante conhecimento desta par 1 passageiro Oficial da Alfandega da Ilha do Prin
te da Historia natural nas nossas regiões, cumpre esten cipe: a Escuna chama-se Neptuno, de Vianna, 3
der a vista para as mais remotas. A sagaz docilidade dias, 2 passageiros,
mercio, e hum criadoque
de são hum caixeiro de Con
servir. •

do elefante, a constante fortaleza do camello, a gene

rosa magnanimidade do leão, a cruel ferocidade da Hontem á noute entrou 1 Paquete Inglez, de Falmouth,
hyena e do tigre, oferecerão abundante assumpto de 11 dias, mala.
reflexão, e incentivo de novos e mais circumstanciados Embarcações avistadas. - .

estudos. Descobrir-se-ha desta sorte quão utilmente se 11 h. 37 m. 1 Galera sem bandeira, 2 Bergantins dito,
achão os quadrúpedes destinados para os respectivos cli e 1 Escuna dito a Oeste do Cabo da #"
mas, e para as precizões humanas; e que as especies Embarcações entradas em S. Julião.
nocivas se achão geralmente limitadas ás solidões pouco 12 h. 35 m. 1 Brigue Escuna Inglez, e 1 Cahiqne Fran
CCZ,
frequentadas pelo homem, ao passo que o seu numero
se acha circumscripto pela mais admiravel e benévola 1 h. 54 m. 1 Bergantim Francez.
economia da natureza. 2 h. 31 m. 1 Bergantim Sardo.
Depois de se adquirir este conhecimento da historia 4 h. 20 m. 1Embarcações
•
Brigue de Guerra
sahidas1nglez.
de Belém.
dos quadrúpedes, se deve passar á das aves, as mais
formosas e innocentes tribus da creação; cumpre apren 12 h. 35 m. 1 Galera Ingleza para Serra Leôa , e 1
der os meios pelos quaes podem subsistir quer na terra, Brigue Escuna Inglez para Pool.
quer nas aguas, a invariavel estructura dos seus ninhos, 1 h. 54 m. 1 Brigue Hespanhol para Ares.
segundo as suas respectivas especies, e o carinhoso af
fecto, que manifestão para com a sua prole. Ver-se-ha
que os passaros que mais desafião a admiração pela Annuncios.
formosura das suas pennas, são geralmente destituidos Nos dias 21, 24, e 26 do corrente mez de Janeiro
de harmonioso canto; de modo que o papagaio, o pa a Real Junta da Fazenda dos Arsenaes do Exercito,
vão etc. desagradão pela sua voz, ao passo que a tu" e m execução de Ordens Regias, trasmittidas pelo Mi
tinegra, o rouxinol etc., encantão pela suavidade da nisterio da Guerra, ha de contractar com quem a isso
sua melodia, e captivão mesmo sem serem vistos. se propozer, o fornecimento de quatro mil barretinas pa
Os reptís formão outra classe da creação animada, ra Cavallaria, similhantes ao padrão, que será presen
muito menos numerosa, e menos agradavel. No formi te ao ajuste das mesmas; na intelligencia de que no
davel crocodilo, na venenosa serpente, na pacifica tar ultimo dos indicados dias se ha de ultimar a arrematação.
taruga etc. descobrir-se-hão mui oppostas qualidades, mas José Antonio de Abreu e Vasconcellos faz saber, que
em todos ver-sc-ha que são perfeitamente adaptados pa por obito do Major Antonio José Branco, ficárão a D.
ra os seus respectivos estados na escala da creação. Anna Ludovina Branco de Almeida, casada com o Al
A outra classe a que se deve dedicar attenção he a feres José Manoel Henriques Pereira, humas casas ao
dos peixes. A estructura destes, a sua maravilhosa apti Arco do Marquez de Alegrete , que estão obrigadas a
dão para o elemento que habitão, a sua pasmosa fe tornas, constantes do inventario, nos Orfãos da Repar
cundidade, as suas forças e faculdades, posto que in tição do Meio, Escrivão José Joaquim Duarte Cordeiro.
feriores ás das aves e dos quadrúpedes, desafiarão at Manoel Machado Franco comprou a João José Fran
tenção, e animarão novas averiguações: cisco de Borja, e sua mulher D. Maria Gertrudes de
A sciencia da entomologia, ou dos insectos, he tão Miranda, no dia 2 de Dezembro proximo passado, hu
vasta, que he capaz de desalentar o mais diligente in ma propriedade de casas, sita na rua dos Retrozeiros
vestigador. Cada planta, cada folha, he a morada de N.° 8 a 11; afixárão-se editos de trinta dias pelo Juizo
huma ou mais especies, muitas das quaes são imperce do Civel da Cidade, Escrivão José Marcellino de Le
ptiveis á simples vista. Todos os insectos se propagão mos, citando quem direito tiver á dita propriedade pa
de ovos, e por maravilhosa lei da natureza, sofrem ra o deduzir no referido prazo de tempo, e Cartorio; e
diferentes metamorfoses antes de chegarem ao estado porque são findos, e a propriedade se vai julgar livre,
de perfeição. O mais diminuto insecto he formado com se faz o presente annuncio para mais publicidade.
tanta perfeição como o quadrúpede mais enorme; e tem º * #A propriedade de casas N.° 16 e 16, situadas no lar
igual aptidão para gozar a vida e para a transmittir á gó#do Terreiro do trigo de que se fez annuncio na Ga
sua posteridade. Bastará porém hum conhecimento geral zeta, N.° 7, do dia Sabbado 8 do corrente, para ser ar
desta numerosa classe: do estudo dos insectos passar-se matada no dia 17 do corrente, acha-se com o onus de
ha ao dos vermes etc.; do estudo dos seres animados ao dos 483000 rs. metalicos annualmente para alimentos de
vegetaes; deste para o dos mineraes; e do ornato ou Antonio José de Oliveira, com cujo onus já o executa
producções da terra para o dos globos celestes que gy do recebeo o dito predio e com elle ha de passar a quem
rão nos abysmos do espaço, dos planetas no seu curso o arrematar pois que o annunciante alli tem sua espe
regular, dos cometas nas suas orbitas excentricas, e dos cial hypotheca, e pelo que tem protestado.
milhões d’estrellas fixas que resplandecem na abódeda Quem quizer comprar huma boa casa, no Poço do
dos Ceos. Quão assombrosa he a contemplação do Uni Bispo, com seu quintal, com parreiras, e algumas ar
verso ! A's maravilhas succedem novas maravilhas; vores de fruta, e poço, fale com J. O. Travessa, na
perde-se o entendimento humano até recorrer á Suprema praça dos Romulares, N.° 1; tambem vende huma pe
e universal Causa, e se fixar no seio da Omnipotencia. quena casa na rua do Caldeira.
(Mavor.) Na hospedaria na travessa do Secretario de Guerra,
*—*§§ *—º N.° 38, de Joaquim José Pereira, se dá jantar (das 2
horas até ás 3) de meza redonda a 240 réis; jantares
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 12 de Janeiro. particulares a 300 rs., jantar almoço e quarto a 500
A Galera Portugueza que entrou hontem , chama-se rs., almoço jantar, ceia e quarto a 600 rs.
== =
5= == • =

LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA. •


GAZETA DE
SEXTA FEIRA, 14 DE JANEIRO.
-
=>xo9 =>$3<>{6@C3$2<9cx
PARTE OFFICIAL.
Extracto da Ordem do Dia N.° 2.
Quartel General no Paço de Queluz, em 11
de Janeiro de 1831.
Tendo representado o Tenente General Visconde de
Veiros, que a molestia que lhe sobreveio lhe não per
mitte por em quanto fazer o expediente do Governo
das Armas da Corte, e Provincia da Extremadura de
que he Encarregado, Determina ElRei Nosso Senhor,
como Commandante em Chefe do Exercito, que du
rante o seu impedimento o Tenente General Visconde
de Souzel fique interinamente. Encarregado do referido
Governo das Armas da Corte, e Provincia da Estre
madura. • •
|-
Publicão-se ao Exercito os Avizos abaixo
transcriptos:
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — Tendo Sua
Magestade ElRei Nosso Senhor Observado, pelo resul
tado da inspecção ultimamente passada a alguns dos
Corpos de Infanteria, dar-se nas respectivas contas co
mo legalmente consummidos, pares de dragonas, de
metal, por terem sido levadas por Oficiaes #
escusos do serviço, ou passados para outros Corpos:
He o Mesmo Augusto Senhor Servido, relevando por
esta vez similhante procedimento, em attenção ás cir
cnmstancias que tem occorrido, que tornão dificil fa
zer efectiva a responsabilidade dos Commandantes que
nisso tem consentido: Que por meio da Ordem geral
V. Ex.° faça saber aos Corpos de Infanteria do Exer
cito, que sendo a ferragem das barretinas, chapas pa
ra pescocinhos, e dragonas de metal, para Oficiaes
Hnferiores, conferidas unicamente para uso, e não como
partes do vencimento individual, devem taes objectos,
no fim da duração que está marcada, ser entregues no
Arsenal no estado em que se acharem, sem o que os
Corpos não podem ser considerados com direito á recºp
<ão de outros novos... . •
Sua Magestade Manda prevenir a V. Ex.*, para te, para sahirem daquella Capital no termo de 24 horas.
obstar a qualquer diferente intelligencia, que o referi-º
do dever he commum aos Corpos de todas as Armas,
mas que sendo sómente alguns dos Corpos de Infante
Iia que Lhe dérão motivo á entendida observação, he
por isso que restringe a elles a Sua presente Determina
ção.= Deos guarde a V.Ex.". Palacio de Queluz, em
3 de Janeiro de 1831.=Conde de S. Lourenço. = Il
• •
ANNo 1831.
#
*#
| |-
III"
…
LISBOA.
#@$1<<<9a<<=-
=>=
lustrissimo e Excellentissimo Senhor Conde de Barba
CC/2O2•
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — Em respos
ta ao Oficio de V. Ex." de 28 do mez proximo passa
do, que acompanhou os do General das Armas da Cor
te .?" e do Commandante do Regimento de
Milicias de Setubal, sobre a duvida, que a este se of
ferece no abono, que deve competir ao Sargento Aju
dante, creado nos Corpos de Milicias pelo § 4.° do
Regulamento novissimo para as mesmas; communico a
V. Ex." que ficão expedidas as ordens para que o res
pectivo vencimento de Sargento Ajudante nestes Cor
pos seja regulado na razão em que na 1.° Linha está
este Posto para o de 1.° Sargento.= Deos guarde a V.
Ex." Palacio de Queluz, em 3 de Janeiro de 1831. =
Conde de S. Lourenço. = Illustrissimo e Excellentissi
mo Senhor Conde de Barbacena.
ElRei Nosso Senhor, como Commandante em Chefe
do Exercito, Manda Declarar que os Alferes, que ti
nhão exercicio de Ajudantes nos Corpos de Milicias,
ou de Voluntarios Realistas, e que forão promovidos
nos Corpos de 1.° Linha pelo Decreto de 22 de Dezem
bro ultimo, declarado na Ordem do dia 29 do dito
mez, continuão por ora no mencionado exercicio.
(Seguem-se Licenças.)= Conde de Barbacenatº Chefe
do Estado Maior General. — Está conforme o Original.
= Ajudante General, Marquez de Tancos.
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
FRANÇA.
París, 26 de Dezembro.
Sabbado, 11 do corrente, os Cardeaes que interina
mente sustentão as rédeas do Governo em Roma, expe
dírão ordem aos filhos de Jeronimo, e Luiz Buonapar
- (Le Temps.)
GRA-BRETANHA.
Londres, 26 de Dezembro.
Defesa do Principe de Polignac, •
… Mr. de Martignac principiou alladindo á extraordi
•
 - [46]
haria coincidencia de que no momento em que as ar
mas de Carlos X. gloriosamente havião triunfado em
Huma conquista exterior (a d'Argel) se subvertesse e
calcasse aos pés a sua authoridade dentro do Reino, e
proscrevesse a sua Dynastia. Depois proseguio assim:
… No meio de todos estes grandes estragos, huma gran
de instituição existe e ha de existir para sempre inaba
lavel — o imperio da justiça; a esta appello agora a
bem do meu infeliz e abandonado Cliente, perante hum
Tribunal onde a voz do accusado será sempre escutada
com rigoroso silencio e profunda attenção.» * o processo perante hum Tribunal afastado do theatro
Depois de traçar rapidamente º quadro do estado da
França durante as suas terriveis vicissitudes des de a
revolução de 1790 até a Restauração de Luiz XVIII.,
e dos crimes que com a mascara da lei forão perpetra
dos nas diferentes épocas comprehendidas naquelle es
paço de tempo, disse: " Na restauração do Rei, foi o
seu ardente desejo remediar quanto lhe fosse possivel os
desastres de calamitosos tempos, e os estragos do des
potismo militar. No entanto, era mui difficil para Luiz
XVIII. conciliar os diferentes animos que hia re
ger: havia dous grandes interesses que a marcha dos
acontecimentos havia colocado a par; os antigos pos
suidores de honras e riquezas, de que ha annos havião
sido privados; e os que mais recentemente, debaixo de
hum regime diferente havião adquirido ambas: os pri
meiros naturalmente desejavão recuperar o que havião
»erdido; os segundos conservar o que tinhão alcançado.
# no meio destes oppostos interesses que a Dynastia
Restaurada tentou consolidar novas instituições. Assim
nasceo hum estado de cousas em que a final se vio, que
o povo se julgou bum poder lutando com a Monarquia,
e a Monarquia lutando pela propria existencia com o
povo. Foi neste estado que Carlos X. se achou collo
cado quando os recentes acontecimentos estavão a pon
to de rebentar. No entanto na época em que se formou
a Administração do homem desgraçado que na qualida
de de prezo se acha proximo ao lugar que occupo, pro*
varei que não havia intenção alguma de violar a Carta,
e que o Principe de Polignac sempre desejou que ella
se conservasse. O infeliz Principe havia estudado em
outro paiz o valor de instituições livres, e desejava que
ellas se conservassem na sua patria. Para fortalecer o
seu Ministerio procurou o auxilio dos talentos, e os
achou na pessoa do seu desgraçado amigo, o Conde de
Peyronnet, de quem não posso fallar sem emoção, por
isso que somos naturaes da mesma Cidade, somos mem
bros da mesma honrosa Profissão, quasi da mesma ida
de, e houve tempo em que fomos Collegas no mesmo
Ministerio. Ver este homem accusado de hum crime ca
pital; ver-me colocado no lugar de seu defensor, he
hum dos revezes da fortuna em que todos os homens
de bem hão de facilmente sympathizar.»
O Orador passou a referir circunstanciadamente os
successos de Julho, e declarou, que ulteriormente pro
varia, que os Ministros accusados havião no momento
em que ouvírão a noticia das desordens, determinado
a revogação dos Decretos que achárão ser tão noci
vos, e resolvido retirar-se de hum Ministerio que vião
ser contrario ao sintir do povo. Declarou do modo mais
solemne, que esta era a verdade, e da parte do Prin
cipe de Polignac com indignação repellio a imputação
de haver mandado prender ninguem, como fálsamente
se dissera; que nunca o Principe de Polignac dera or
dens relativas a movimentos militares, até o momento
em que baqueára o Throno, e se mudara a Dynastia
cuja conservação tão anciosamente desejara.
» O resultado da revolução, continuou Mr. de Mar
tignac, foi encerrar de novo o Principe de Polignac na
prizão onde já passou tantos dos amargurados dias
da sua mocidade, e isso por meio de graciosa inter
pretação contraria a todos os solidos principios da
lei constitucional. Coube-me em sorte, no decurso des
tas circumstancias ser escolhido por este homem infeliz
na qualidade de seu legal defensor; e com exultação me
recordo de que quando annunciei isso mesmo á Camara
dos Deputados, e que por esse motivo não tomaria par
te alguma nos trabalhos legislativos a respeito desta
causa, houve geral movimento de satisfação. Os accu
sados, confiando na inteireza das suas intenções nada
tem que temer da justiça, mas alguma cousa da effer
vescencia das paixões; tanto assim que havião primei
ramente formado a intenção de pedir que se lhes fizesse
da principal irritação; mas essa intenção foi transito
ria, e confião com justa razão a propria vida, á firme
za, honra, e consciencia deste Tribunal, e á protec
ção da valorosa Guarda que agora cerca o edificio da
Camara.»
Largamente sustentou o illustrado Orador, que em
hum ponto de vista jurídico os seus infelizes Clientes
havião sofrido mui severo tratamento : e que era absur
do suppor que a inviolabilidade assegurada ao Rei pela
Carta se limitasse á segurança da #" de S. M., e
não fosse extensiva ao poder que exercera. Exigio-se,
disse elle , do Rei o sacrifício do seu poder , e no
entanto se desejou depois sacrificar o seu Ministe
rio ; assim com o resto da Carta na mão, de hu
ma carta que a Legislatura alterou depois comple
tamente, se procurou exigir huma responsabilidade pe
nal ; e se quiz fazer isso sobre a supposta perma
nencia das disposições de huma lei que os mesmos
accusadores já havião revogado , e declarado inca
paz de continuar em vigor! E he esta a lei que desejão
apresentar á contemplação dos legisladores da Europa
civilizada ! He esta a medida de justiça que se vai pa
tentear pelas reformadas instituições da França Consti
tucional! A que se reduz a final esta accusação! Que
ainda ha em França homens que não contentes de pren
derem desgraçados fugitivos, não estão satisfeitos com os
haverem prezo sem terem o horrivel privilegio de lhes
destroncar a cabeça; e será esta violencia praticada pelo
mais elevado Tribunal de huma Nação culta, e em vira
tude de huma Lei annulada pelo Estado ! Nas convul
sões da Inglaterra nunca se vio similhante espectaculo;
nunca se vio hum partido triunfante no calor da victo
ria pedir o sacrificio da vida dos seus contrarios depois
de se lhes haver tirado o poder das mãos, e quando já
individualmente havião perdido toda a importaucia.
Poderião sim desejar tellos em segura custodia; mas ti
rar-lhes a vida julgarião ser hum assassinio praticado a
sangue frio. Devo outrosim, fazer objecção á organisa
ção do Tribunal da Camara dos Pares nesta occasião;
por isso que depois de haver sido tentado o processo, a
Camara ficou privada de oitenta e seis dos seus mem
bros; assim os Juizes não erão os mesmos que terião
sido necessariamente se os prezos tivessem sido julgados,
na conformidade da lei existente no tempo da allegada
ofensa. O que teria dito a Europa se o Rei Guilher
me de Inglaterra houvesse posto em processo os Minis
tros de Jaime II depois de haver precipitado este Mo
marca do seu Throno; e se depois de se haver lavrado
o auto de accusação, se houvesse alterado a organisa
ção do Tribunal pelo qual devião ser julgados! Todo
este processo manifesta singulares anomalías, A Camara
dos Deputados não póde processar os prezos, por quan
to por esse meio a porção democratica da Legislatura
assumiria hum privilegio que nos Governos Monarquicos
he sempre reservado para o mais elevado ramo do po
der aristocratico. Além disso não sei devia tentar si
milhante processo perante esse poder mais elevado,
depois de se haver diminuido a sua energia , e re
duzido a tres quintas partes da sua força efectiva.
He por tanto contra a legalidade do Tribunal no an
damento deste processo, que os accusados fazem o seu
Prºtestº, apezar de estatem Promptos a sugeitar-se á
sua decisão,

Remátou o Orador nos termos mais energicos mos
trandº a falsa interpretação da lei, que apresentava
os accusados na qualidade de réos de Lesa Magestade,
accrescentando que dessa maneira se poderia interpre
tar qualquer crime como tal; que assim succedera na
Inglaterra antes da declaração legislativa de Eduardo
III, que rigorosamente definira aquelle mesmo crime,
e regulara o modo de o processar; , mostrando em fim
quão fatal fôra para os Lords o exemplo dado pela
mesma Camara dos Lords em Inglaterra no Reinado
de Carlos I quando afrouxárão a observancia das leis
do paiz, vindo Cromwell em breve a abolir de huma vez
todas as Privilegiadas Corporações do Estado.
Idem, 29.
No Dia de Natal teve lugar o Oficio Divino com
extraordinario, esplendor e solemnidade na Igreja Ca
tholica, em Edinburgo, assistindo ao mesmo numero
sa Congregação. De manhã se celebrou Missa cantada,
e pelas duas horas e meia da tarde começárão as ves
peras, presidindo o Arcebispo de Rheims (o Cardeal
de Latik) He este o primeiro exemplo des de o tempo
do Cardeal, Beaton, de huma tão elevada Dignidade
da Igreja Catholica Romana oficiar publicamente na
Escossia. O que tornou a solemnidade mais interessan
te foi a presença de Carlos X, do Duque e da Duque
za de Angoulcme, da Duqueza de Berry, do Duque
de Bordéos, e de sua irmã, e das mui nobres e
destinctas personagens, que compunhão as suas comi
tivas,
se lhes que pelapreparado
primeira do
vezlado
occupárão os lugares que
havião da Epistola.
Quando a Familia Real sahio da Igreja se reunio
huma immensa multidão, que se descobrio quando S.
M. entrou na sua carroagem.
O Morning Herald publica o seguinte a respeito do
estado dos negoeios na Irlanda:
* A administração do Marquez d'Anglesey tem co
meçado vigorosamente. Chegou na Quinta feira 23 de
Dezembro. Na Sexta e no Sabbado, Dia - de Natal,
esteve oceupado em consultar com os Magistrados a
respeito do procedimento, que devia adoptar sobre a
projectada reunião dos Gremios para o dia 27-, a fim
de apresentarem huma representação ao Libertador; o
resultado foi - a Proclamação que transcrevemos. — A
linguagem usada pelos agitadores nas suas diferentes
reuniões esta semana, tem excedido muito em sedicio
so arrojo-qtranto havião anteriormente proferido. Os
discursos impressos não dão idéa alguma da sua vio
lencia (apezar de que taes quaes apparecem são bastan
te perversos); mas os Jornalistas receião segeitar-se a
hum processo publicando litteralmente os delirios revol
tosos dos demagogos. * * . *
Proclamação do Lord Lugar Tenente e Governador
Anglesey. " " Geral da Irlanda.
b < • -
Atendendo a que por huma Lei promulgada, no anº
no decimo do Reinado de S. M. o falecido Rei, inti
tulada: Lei para a suppressão de perigosas associações
ou assembtéas na Irlanda, se confere ao Lord Lugar Te
nente, ou a outro qualquer Governador ou Governado
res da Irlanda, em virtude da sua proclamação ou or
dem, o poder de probibir a reunião de qualquer assem
bléa ou ajuntamento de pessoas na Irlanda, que o Go
vernador ou Governadores considerem perigoso para a
Paz e segurança publica. • • •• • •
E attendende -a-que tem chegado ao nosso conheci
mento, que a reunião de certa assembléa ou ajuntamen
to de pessoas, debaixo da denominação de Gremios de
Dublin, está a ponto de ter lugar Segunda feira proxi
ma, 27 do corrente, pelas 11 horas em Phibsborough,
[47 ]
no Condado de Dublin, e que depois de alli haverem
chegado se profilaráô para se dirigirem organizados, e
em grande numero, pelas ruas da Cidade de Dublin;
E attendendo a que recebemos informação debaixo
de juramento de que a dita reunião he capaz de dar lu
gar á perturbação da boa ordem publica, e tem exci
tado graves receios disso mesmo no animo dos subditos
pacificos de S. M.;
E attendendo a que outrosim recebemos informação
debaixo de juramento de que linguagem da natureza
mais incendiaria tem sido empregada por certas pessoas
que declarárão a sua intenção de assistir á dita reu
nla O ; -
Nós, por tanto, o Lord Lugar Tentente e Governa
dor Geral da Irlanda, considerando ser a dita reunião
perigosa para a paz e segurança publica, e estando re
solvido a prohibir a mesma, pela presente com efeito
prohibimos a dita reunião, e estando resolvido a pôr a
lei e as suas penas rigorosamente em vigor, contra to
das as pessoas que delinquirem a este respeito, encarre
gamos a todos os Maires, Sheriffs, Juizes de Paz, e to
dos os outros Magistrados, Oficiaes etc. a quem tocar,
que auxilien e ajudem a execução da lei, para preve
nir a reunião da dita assemblea ou ajuntamento de pes
soas, pela eficaz dispersão e suppressão da mesma,
e pelo descobrimento e perseguição de todos aquel
les, que depois deste aviso, definquirem nos pontos re
feridos. • -• *
Dada no Castello de S. M. em Dublin, em 25 de
Dezembro de 1830.
Deos Salve o Rei. ; .
/*
•
A geada e copiosa quantidade de neve que tem cahi
do em França, tem tornado as communicações tão dif
ficeis, que as diligencias que costumão chegar a París
pelas ó horas da manhã, tem ultimamente chegado
pelas 9 horas, e ás vezes ainda mais tarde.
, . . { , ,, , ) . . º
Lisboa, 13 de Janeiro.
= } -
A
(Artigos communicados.)
Sua Magestade Fidelissima ElRei Nosso Senhor Hou
ve por bem, por Seu Despacho de á de Novembro pro
ximo passado, nomear para Ajudante do Regimento
de Ordenanças de Villa Viçosa, a José Francisco Ca
zimiro Nunes, da mesma Villa. . —
ElRei Nosso Senhor foi servido conceder ao Capi
tão Reformado de Milicias de Penafiel, Antonio Joa
quim Pereira de Azevedo e Vasconcellos, e toda a sua
familia, da casa de Sima, Freguezia de S. Salvador de
Magrellos, Concelho de Bemviver, Comarca do Por
to, a Graça de poderem usar da Sua Real Efigie em
Medalha de ouro... … · . … …" … :
-
+
• … - º , , !
ElRei Nosso Senhor foi servido conceder, no dia 19
de Dezembro de 1830, que as pessoas abaixo declara
das possão usar da Medalha de ouro com a Real Effigie
de Sua Magestade, a saber: o Doutor Caetano José de
Mesquita; Nuno Maria de Mesquita; Manoel José de
Mesquita; Jorge Henrique de Mesquita ; D. Izabel Cla
ra de Mesquita Botelho e Gusmão ; D. Maria Rita
Joaquina de Mesquita; Manoel José de Medeiros Gal
vão ; Bento de Medeiros Galvão; D. Anna Umbelina
•
de Medeiros Rapozo ; Bento de Medeiros Galvão; D.
Anna Innocencia de Mesquita Botelho e Gusmão ; o
Padre Ouvidor Luiz Maria Rapozo do Amaral; o Pa
dre Hilário Norberto da Costa e Lima ; D. Izabel Ja
cinta da Silveira; os Religiosos Franciscanos Fr. Mat
theus do Rozario, Fr. José de Jesus, Fr. José da Rai
 [48]
ºnha dos Anjos, o Padre Mestre da Purificação; o Pa tenha com que, e o deixem praticar a igualdade que
dre Manoel de Jesus; José Rebello ; e João Ficher deseja, promptamente lhos satisfará, e por isso se tor
Chamberlain, todos da Ilha de S. Miguel. na desnecessario, e he escusado rebatellos, nem fazerem
outro algum sacrificio para conseguirem os seus devidos
ElRei Nosso Senhor foi Servido conceder a Graça de pagamentos, os quaes se lhes farão com a brevidade possi
poder usar da Medalha com a Sua Real Effigie, a Joa vel, e sem dependencia de qualidade alguma, e nesta
quina Rosa Morgada. certeza geralmente deverão ficar todas as mais pessoas
que tiverem a receber ordenados, ou outra qualquer
ElRei Nosso Senhor foi servido conceder que as pes cousa, por aquella Thesouraria Geral, aonde na forma
soas abaixo declaradas possão usar das Medalhas de das Reaes Ordens se deve observar o mesmo que se ob
ouro com a Sua Real Efigie, e de Sua Augusta Mãi a serva no Real Erario. Lisboa, 7 de Janeiro de 1831.=
Imperatriz e Rainha a Senhora Dona Carlota Joaqui Marianno Antonio da Costa Freire.
na, que Deos haja em Gloria, tendo as mesmas Meda Hum sugeito, solteiro, precisa huma sala e quarto
lhas as fittas das cores da Casa Real, e Casa de Bra guarnecidos, com hum quarto para criado, e casa par
gança; ao Capitão Mór das Ordenanças de Armannar, ticular , no bairro de Romulares : quem quizer tratar
--Francisco Xavier da Silva Cardozo Mendonça Pereira deste ajuste, dirija-se á loja de latoeiro de Colares fi
e Fonseca, sua mulher e filhas, e a seu filho Balthazar |lhos, rua do Arsenal N.° 38.
Maria Cardozo de Vasconcellos Botelho, Sargento Mór No Rocio N.° 36 se vende hum oleo eficaz para do
das mesmas Ordenanças. -res rheumaticas, ou procedidas de ar , ou por falta de
circulação, e para frieiras por meio de fomentação; ba
*—*§§ *-* -nha para fazer crescer o cabello, e brevemente haverá
hum oleo para o fazer nascer, e outros mais inedica
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 13 de Janeiro. mentos que se annunciarão.
O Brigue de Guerra Inglez que entrou hontem, veio de PLANO
Falmouth, 19 dias, mala, 2 passageiros, sendo Para a segunda Loteria, que no 1.° Semestre do anno
"hum o Consul Geral Inglez para Lisboa. de 1831 se ha de fazer pela "W" da Santa Casa da Mi
Hontem á noute entrárão 1 Galera Sueca, e l Bergan sericordia, Hospitaes #" de Enfermos e Expostos
º tim Hespanhol. desta Corte, na conformidade das Ordens Regias, ex
Embarcações avistadas. pedidas pela Secretaria de Estado dos Negocios do Reino.
10 "iº m. 1 Galera sem bandeira a Oeste do Cabo Será o seu Capital de 40.0003000 de réis formado de
O C8.
8:000 Bilhetes, a 53000 réis cada hum, em moeda-papel,
- 1 h. 36 m. 1 Bergantim sem bandeira ao Norte do Ca e nesta mesma especie sahirão liquidos de 12 por cento
bo da Roca. de beneficio os seguintes
*3 h. 38 m, 3 Bergantins sem bandeira a Oeste do Cabo PREMIOS.
º da Roca, e 1 Galera dito ao Sul do Cabo da Roca. 1 - - - - - - 4.0003000 - - 4.000$000
JEmbarcação sahida de Belém. •

1 - - - - - - - 2.0003000 - - 2.000$000
2 h. 52 m. 1 Galera Americana para Nova York. 2 - - - - - - 1.0003000 - - 2.000$000
3 - - - - - - 6003000 - - 1.8003000
−+ =
5 - - - - - - 4003000 - - 2.000$000
6 - - - - - - 2003000 - - 1.2003000
ADMINISTRAÇÃo Do CoRREIo GnRAL. 12 - - - - - - 100,3000 - - 1200$000
15 - - - - - - 403000 - - 600$000
Navios a sahir. 20 - - - - - - - 203000 - - 400$000
100 - - - - - - 103000 - - 1.000$000
Janeiro 23. Para a Ilha de S. Miguel o Brigue Escuna 2500 - - -73400
- - - - - 18.5003000
- Correio de S. Miguel. 1.Ao 1.° N.° do 1.° dia 2003000 -- - 2003000
25. Para o Pará o Brigue Esperto. 1.Ao ult. N.° do ult. dia 300$000 - - 300$000
*=
2667 Premios.
à e Annuncios. 5333 Brancos.

Nos dias 14, 15, e 17 do corrente se acharão paten 8000 Bilhetes que importão 40,0003000 de
tes os Livros do Banco, pertencentes ao anno proximo réis; dos quaes extrahidos os 12 por
preterito, em conformidade do Artigo 14 do # cento do beneficio, he o total dos pre
mento: o que se faz publico para intelligencia de todos mios distribuidos - - - - Rs. 35.2003000 -----

os accionistas. Lisboa, 13 de Janeiro de 1831. — J. A.

Pereira Vianna Junior, 1.° Secretario.
"… Marianno Antonio da Costa Freire, a quem Sua Ma
gestade por Sua Real Resolução de 27 de Setembro do
anno proximo passado foi servido conceder a Graça da
serventia do Oficio de Thesoureiro Geral das Rendas
do Exeelientissimo Senado, e do lugar de Deputado da
Os Bilhetes serão assignados de Chancella pelo Illus
trissimo e Excellentissimo Escrivão da Meza da dita
Santa Casa, e pelo Thesoureiro Geral della.
O dia da venda desta Loteria se ha de fazer publicº
pela Gazeta, e por Editaes, assim como o primeiro dia
da Extracção. - -

dunta da Fazenda da Cidade, faz publico e sciente a - Entrarão sómente nas Rodas os Numeros e os Pre
todos os Senhores Juristas que tiverem em seu poder mios; e o pagamento destes começará logo que se tenha
Portarias para receber Juros, que tão depressa possa, finalizado a Extracção. , º

** T *___*__* _ - — — —––– –

LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA,

" ..
# 1 • ,
… - 1, º *), 1.

* *** * *-*. * . * . .
 NUM. 13.
}-<>>==---
GAZETA DE LISBOA.
—==>>>9->$$$1<9@{<==-—
SABBADO, 15 DE JANEIRO.
SASA
#pt->$3$@$#$#<-9a
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
TURQUIA.
Constantinopla, 25 de Novembro.
Ante-hontem chegou de París na qualidade de Cor
reio extraordinario Mr. de Varennes, primeiro Secreta
rio d'Embaixada, e trouxe a Mr. de Guilleminot a confir
mação no cargo que até agora tem desempenhado; tam
bem entregou huma carta em que o Rei Luiz Filippe
annuncia ao Sultão a sua exaltação ao Throno.
No dia 12 chegou a esta Capital vindo de Roma, D.
#…
ICOS,
Nouridshan, Arcebispo dos Armenios Catho
O Sultão conferio ao Principe Milosh para si e seus
descendentes a dignidade de #### Governador da
Servia. Outrosim dirigio ao Bachá de Belgrado hum
Hatti-sheriff, em que se ennumerão os privilegios que S.
A. concedeo aos Servios. (Observador Austriaco.)
O Sultão emprega todos os seus esforços na organisa
ção da tropa disciplinada. Dizem que tenciona destinar
huma quantia de consideração para o reparo das forta
lezas destruidas pelos Russianos; e que nas faldas do
Balkan se vai estabelecer hum systema de obras de de
feza segundo os principios da arte moderna, e debaixo
da direcção de hum Engenheiro Francez.
Assegurão que os Egypcios procurão conciliar de to
do o modo o afecto dos habitantes de Candia.
Na Asia ha algumas desordens, especialmente nas
immediações d'Erzerum. (Gazeta de Augsburgo.)
RUSSIA.
Petersburgo, 6 de Dezembro.
Parece-nos opportuno communicar aos nossos leito
tes o seguinte extracto de huma carta que recebemos, e
que no nosso entender apresenta hum quadro tão triste
como certo das desgraças que a ultima revolução tem
causado á Belgica:
» De volta á minha patria, depois de haver estado
ausente della huns tres mezes, apenas posso acreditar a
espantosa metamorfose que em tão curto espaço de tem
po sofreo a Belgica; como havia de conhecer que este
Resgraçado paiz he o mesmo que ha algumas semanas
havia deixado tão florecente! Nunca havia a Belgica territorio, tudo he finalmente Victima da destruição ge
ANNo 1831.
I PA.
reunido mais elementos e garantia de prosperidade do
que em nossos dias. A actividade que a sua industria
manufactora havia recebido, impellida pelo exemplo
e influencia dos seus vizinhos, já chegava a rivalizar
com a das nações mais adiantadas na carreira da indus
tria; e mesmo alguns ramos, como as numerosas fabricas
de pannos, d’embutidos, estamparia e tecidos de algodão,
havião conseguido pela perfeição e baixo preço das suas
producções notavel preponderancia que parecia ter aug
mento de dia em dia. Rica tambem pela agricultura,
que a fertilidade do seu solo, e a industria dos seus ha
bitantes havião levado a hum gráo d'elevada perfeição,
a Belgica depois de acudir por si mesma a todas as
suas precizões, tambem achava o meio de prover as da
Hollanda, cuja reunião ás suas Provincias dava facil e
vantajosa sahida tanto aos objectos manufacturados,
como ás materias primas de que abundavão, e lhes
assegurava a benefica protecção de hum Governo pa
ternal.
» O que he que vemos agora na Belgica ! Desorga
nisação e anarquia em toda a parte do edificio social.
Os campos devastados e incultos; os cultivadores obri
gados por quadrilhas armadas a lhes entregarem por
preço arbitrario os cereaes das suas colheitas, e até mes
mo os que tinhão para semear; e hum dos paizes mais
ferteis em cereaes já obrigado a recorrer aos estranhos
para evitar a escassez; as matas do Estado, precioso pe
nhor do bem publico, taladas com tal impunidade que
a final causará a sua prompta destruição.
» Bruxellas tão florecente em outro tempo , sede e
ponto de reunião de innumeraveis estrangeiros que alli
espalhavão immensa riqueza; Bruxellas nos apresenta
os seus mais formosos bairros desfigurados, casas incen
diadas ou destruidas; descalçadas as suas ruas, arrui
nados muitos dos seus principaes edificios, assolados os
seus magnificos passeios, fechados seus numerosos ar
mazens, a maior parte da sua população sem ter com
que subsistir, e abandonadas as suas oficinas; tal he
hoje o estado de huma capital que se podia contar en
tre as mais brilhantes da Europa.
» Antuerpia, centro de tanta riqueza e de tão vasto
commercio, parece que pela sua mesma prosperidade
tentára a insaciavel avareza dos facciosos, que acodem
de Liege e Bruxellas para provocar pela necessidade de
huma legitima defeza a ruina de tão formosa Cidade;
he preza das chammas a multidão de mercadorias avalia
das em muitos milhões, conduzidas das extremidades
do universo e confiadas em hum deposito onde parece
que se devia considerar segura a sua conservação; hum
arsenal inteiro com seus petrechos; até os diques cons
truidos á custa d'immensa despeza para segurança do
 [ 59 ]
ral que nos trazem os suppostos amigos da patria. Bru A insurreição da Polonia deo occasião a que os Sile
ges, outra Cidade florecente he tambem abandonada á sianos manifestassem o seu patriotismo. Deo-se ordem
mais inaudita depredação, e entregue durante huma para que se reunissem tres batalhões do Landechr (mili
noute inteira a todos os horrores de hum saque geral,
apezar de se achar nella hum dos seus chefes.
» Gante vê desertas as suas mais bellas fabricas, e
que só da fabrica de Mr. Cockrell sahem 33 operarios,
que este homem estimavel se vio obrigado a despedir ao
mesmo tempo. Verviers vê destruir nas suas oficinas
huma quantidade immensa de máquinas; as suas bellas
fabricas de paeno cujo numero diariamente se augmen
tave, em consequencia do seu credito, e da facilidade
da sua extracção, queimadas pelos ineendios que con
somem as casas dos pacificos chefes das mesmas fabri
cas, da mesma sorte que em Bruxellas havia o fogo de
vorado a casa de hum Ministro do Rei, e dos particu
lares designados ao odio popular. A torrente assolado vincias Prusso- Rhenanas, escreveo ás authoridades de
ra não respeita nem as fabricas das armas de Liege nem
as de cerveja de Lovaina, nem as bellas fabricas d'es
tamparia de MM. Barthe e Wilson, totalmente des
truidas ás portas de Bruxellas ; nem as minas das im
Moediações de Mons, nem as magnificas unáquinas de
Mr. Desgorges, avaliadas em mais de hum milhão,
e ás quaes a util construcção de cauninhos de ferro
ultimamente concluida promettia dar extraordinaria,
actividade; este beneficio serve pelo contrario de pre
texto ao saque por haver diminuido o transporte, que
se fazia em cavalgaduras. Deste modo se achão des
truidos ou arruinados tantos estabelecimentos industriaes,
que fazião a nossa riqueza e a nossa gloria, e a infini
dade de trabalhadores, que nelles se mantinhão, redu
zidos á miseria, ou obrigados pela necessidade a entre
garem-se aos mais criminosos excessos.
» O roubo, unico recurso, que tem ficado a essa tar
ba de vadíos e de jornaleiros sem trabalho, já se es
tende ás tropas dos nossos gloriosos Chefes, que em
consequencia da sua repressiva disposição ultimamente
dictada pelo Governo, se virão obrigados a confessar,
que os seus mesmos soldados se appropria vão e ven-. cretaria do mesmo Tribunal quem nisso tiver interesse.
dião em seu proprio beneficio os arreios e cavallos,
que se lhes fornecem. Em quasi todas as povoações se
parados os habitantes das mais occupações ou dos seus.
negocios, para acudir, ao serviço, que imperiosamente
se exige delles na Guarda Urbana, ou do Destricto;
aniquillada a industria, todo o credito, toda a con
fiança; paralizados completamente os negocios; perdas
immensas e irreparaveis para o commercio; finalmente
a desorganisação geral, que deixando desertas as Al
fandegas Belgas, abre as nossas fronteiras á ilimitada
importação das producções manufacturadas em paizes
trangeiro, ao passo que fechadas as Alfandegas e os
portos Hollandezes se difficulta a sahida dos nossos, e
se descarrega o ultimo golpe na nossa industria.
» Tal he o lastimoso quadro que agora apresenta a
a infeliz Belgica; tal he o abysmo em que a preci
pitou essa reunião de ambiciosos ou aventureiros estra
nbos, que com os seus sonhos de liberdade sem limites,
nos tem secarretado forçados emprestimos, huma cha
mada regeneração que tem destruido tudo, sem haver
podido edificar cousa alguma: huma supposta reforma,
que abre a porta a abusos até então desconhecidos; e
finalmente o prestigio de huma existencia nacional, que
tem causado a ruina de todos as existencias. »
... . (D, de S. Petersburgo.)
PRUSSIA.
Berlim, 18 de Dezembrº.
Escrevem da Russia: … deo-se ordem a dous Corpos
do Exercito, e parte da Guarda Imperial para entrar
na Polonia; o Imperador já annunciou que se poria á
sua frente.» (Correspondente de Hamburgo.)
cia), e tres dias depois o batalhão de Ncumark já estava
prompto para marchar com o Esquadrão que lhe estava
aggregado; proprietarios, empregados, artistas e lavra
dores, todos se apressão a alistar-se debaixo das bandei
I'#S, Parece que ainda nos achanos no anno 1813. A
patria pode fundar lisonjeiras esperanças neste corpo.
A Nobreza da Silesia pela sua parte dirigio ao Com
mandante Geral da Provincia huma exposição em que
lhe annuncia, que se acha disposta a fazer toda a qua
lidade de sacrifieios, e que o Rei podia des de já dis
por de todas as forças da mesma Nobreza.
O Principe Guilherme, Governador Geral das Pro
Colonia huma carta authógrafa, annunciando-lhes que
immediatamente sahiria para aquella Cidade onde se
crê que se estabelecerá o Quartel General do Exercito
Prussiano do Baixo-Rheno.
(Gazeta d'Estado de Berlim.)
*—º §§ «-» - +
Lisboa, 14 de Janeiro.
REAL JUNTA do CoMMERc1o.
... " , º Edital. ,4 )
A Real Junta do Commercio, Agricultura, Fabricas
e Navegação destes Reinos e seus Dominios, remetteo
o Consul Geral da Nação Portugueza, em Cadiz, com
Oficio de 17 de Dezembro do anno proximo passado,
o Diario Mercantil daquella Praça, o qual contém o
ultimo Regulamento estabelecido em Argel sobre o
Commercio e Navegação, cujo Diario pode ver na Se
E para assim constar se mandárão afixar Editaes. Lis
boa, 11 de Janeiro de 1831. =(Assignado) José Accur
sio das Neves. • •> • •
- Edital.
Com Avizo da Secretaria d'Estado dos Negocios Es
trangeiros, de 5 do corrente mez, baixou á Real Junta
do Commercio, Agricultura, Fabricas, e Navegação
destes Reinos, e seus Dominios, o Extracto de hum
Oficio que em 12 de Outubro do anno proximo passa
do dirigíra á mesma Secretaria d'Estado o Encarregado
dos Negocios de Portugal nos Estados Unidos da Ame-.
rica, que declara os portos que são accessiveis ao Com
mercio Estrangeiro nas possessões Inglezas nas Antilhas, ,
e no Continente Americano, e os efeitos prohibidos, e
restricções impostas ao mesmo Commercio oaquelles por->
tos, segundo os Actos do Parlamento Britannico, de
27 de Junho, e 6 de Julho de 1825, que regulão o Com
mercio das Possessões Inglezas nas Antilhas, e no Con
tinente Americano, os quaes são accessiveis ao Com
mercio Estrangeiro; o qual extracto do referido Oficio
pode ver na Secretaria da mesma Real Junta quem nis
so interessar. E para assim constar se mandárão afixar
Editaes. Lisboa, 11 de Janeiro de 1831. =(Assignado)
José Accursio das Neves.
*—»$$*—» +
Mºza DA ConsciENCIA E QaDENs.
Edital. . . .
o… s r.…………….
Priorado da Igreja Matriz dº Espirito Santo da Villa
 [51]
de #### Capella Curada de S. *# , do Lugar Se a Monarquia corresponde ao Catholicismo, e a
de Sarilhos grandes, termo da Villa de Aldegalega. democracía ao Presbiterianismo, hum Governo mixto
Da data deste a 40 dias se hão de prover em Freiros deve naturalmente conduzir a hutha Religião mixta,
Conventuaes da dita Ordem as Igrejas acima referidas. isto he ao indiferentismo religioso.
Os Oppositores, que pretenderem, oferecerão dentro
do dito termo improrogavel, na Secretaria da Ordem A Religião Ghristã foi a primeira e a unica, que cui
de S. Thiago da Espada, e mão de João José Roquet dou de todas as fraquezas da humanidade, da fraqueza
6alvão de Moura, Escrivão da Camara de Sua Ma do entendimento, do sexo, da idade, e da condição;
gestade, e da mesma Ordem, suas petições, e mais pa isto só por si tem mudado a face do mundo, e encerra
peis correntes; a saber: os Freires Conventuaes, que se o sentido politico destas palavras dos livros Sagrados:
acharem ainda no Convento, a Approvação do Prior JEmitte spiritum tuum, et renovabis faciem terre.
Mór, na forma dos Definitorios, com que qualifiquem
os seus requisitos. E os Freires Conventuaes, que se Todas as enfermidades violentas do corpo humano
acharem fora do Convento, a Informação do Prior recahem sobre a parte fraca do temperamento, e todas
Mór, Carta de Ordens, e as Folhas corridas da Co as revoluções dos Estados sobre a parte fraca da socie
marca, em que assistirem, e do Juizo Geral das Or dade; as mulheres, as crianças, os velhos, e o povo.
dens. Além destes Papeis, os Freires Conventuaes, que
se acharem fora do Convento, mas providos em Igrejas O homem que não tivesse que lutar contra as suas
ou Beneficios, apresentarão tambem Carta de Collação, proprias inclinações, antes seria innocente do que vir
Certidões de residencia, assim dos Prelados ou Minis tUOS3,
tros Diocesanos, como dos Juizes das Ordens das res
pectivas Comarcas. •

Será acaso possivel calcular o tempo, os esforços e

Ficando advertido, que todo o que dentro do dito
termo não apresentar os referidos papeis, será excluido
deste Concurso; e o que ficar provido, será obrigado a
apresentar na mesma Secretarin Certidão da sua posse
dentro do tempo de dous mezes, contados do dia da
tesolução de seu Provimento, pena de se pôr nova
mente a Concurso como vago. Lisboa, 8 de Janeiro de
1881.=João José Roquet Galvão de Moura.
a despeza de que a politica teria carecido para produ
zir no mundo huma pequena parte do que a Religião
tem feite com as suas promessas e ameaços?
» Sou tão docil, º dizia Fénelon, á authoridade da
Igreja, quanto indocil a toda a authoridade dos filósº
fos.» Esta expressão he de hum animo elevado, e de
ham verdadeiro filósofo. Os nossos genios abrilhanta
dores pedem inverter esta máxima: nunca se við tanta
audacia em regeitar as crenças publicas, ou mais verº
gonhosa sugeição ás opiniões particulares, •

Litteratura. Os dogmas da Religião referem-se a Peos, os seus

Pensamentos de Mr. de Bonald.
Ainda que a verdade seja esquecida pelos homens,
nunca he nova; ella existe des de o principio, ab initio.
O erro he sempre huma movidade no mundo; não tem
ascendencia, nem posteridade; mas por isso mesmo li
sonjea o orgulho, e cada hum que o propaga julga sêr
o seu author.
O conhecimento das verdades moraes deve encontrar
se entre o povo, e o das verdades fisicas entre os sa
bios: a fisica do povo não he mais absurda do que a
moral de certos sabios.
Como he possível que hum escriptor, que sobre a fé
da sua propria razão, ou da razão de alguns homens
como elle, emprega o proprio talento e a vida inteira,
em arruinar as doutrinas moraes, que vê estabelecidas
des de tempo immemorial na sociedade mais illustrada,
e defendidas e praticadas por tantos homens de bem,
nunca faça esta terrivel reflexão: Se eu me houvesse en
ganado !
He dificil que hum pai de familia deixe de conside
rar como pessoal inimigo o author de hum livro peri
goso, que introduz a corrupção no coração de seus
filhos. 1 * *
Por ventura não nos dirão os filosofos o que he que
querem colocar em lugar da Religião, ou como pre
tendem preencher o vacuo immenso, que ella deixaria
nas idéas, hos sentimentos, e nos habitos dos povos!
Os homens, pela maior parte, só podem ter a mo
ral, e mesmo a razão que a Religião he capaz de lhes
dar; mas isso he suficiente para elles e para os mais,
preceitos aº proximo, os seus conselhos a nós mesmos,
Os Religiosos roteárão a sociedade; derão-lhe a littera
tura e a agricultura, por isso que lhe conservárão aº
riquezas litterarias da antiguidade, e erão os unicos
grandes proprietarios que habitualmente residião nas
suas terras, e se occupavão da cultura das suas vastas
possessões. Os grandes edificios que fazião construir, e
que dirigião, alimentavão o gosto, e a pratiea da pri
meira das artes uteis, a de edificar.
*-* $$*-*-*
Telégrafo.-Serviço da Barra. — 14 de Janeirº,
Embarcações avistadas.
7h 28 m. 1 Paquete Inglez ao Norte do Cabe do Es
ichel.
11 h"# m. 1 Bergantim sem bandeira a Oeste do Ca
bo da Roca: navega para o Norte.
3 h. 37 m. 1 Escuna sem bandeira a Oeste do Cabo de
Espichel: navega para o Norte,
3 h, 40 m. 1 Bergantim sem bandeira a Oeste de Cabe
da Roca.
Embarcação entrada em Belém.
12 h. 38 m. 1 Paquete Inglez de Falmouth , 7 dias,
mala, 1 passageiro Cirurgião Portuguez.
Embarcação entrada em S. Julião.
12 h, 40 m. 1 Galeota Hollandeza.
Embarcação sahida de Belém.
2 h. 50 m. 1 Brigue Escuna Inglez para Londres.
Publicações Litterarias.
Sahio á luz O Amigo dos Portuguezes N.° 3.°, 60 rs.
 4 [52
Annuncios. : --- ..." * *
-feridos instrumentos em suas applicações, e igualmente
* aos doentes, que fizerem uso delles, se notarem qual
José Vicente Leitão, Farmaceutico Quimico estabe quer defeito, com franqueza o manifestem para prom
lecido a Jesus, na rua da Cruz, N.° 73, havendo apren .ptamente ser emendado; unico meio de chegarmos á
dido a sua arte da maneira porque se ensina nesta Cida perfeição em objecto de tanto melindre.
de de Lisboa, desejou sempre adiantar-se no mesmo éstu
do, em que jánais, para errar menos, poupara diligencia . O Conselho de Administração da Marinha pretende
ou cuidado, para preparar com a maior perfeição os comprar pregadura sortida: todas as pessoas que quize
remedios, e sempre tem continuado em se instruir assim rem vender o referido artigo, podem comparecer na sa
na theorica como na pratica da mesma arte. * . …, la do dito Conselho, em o dia 18 do corrente Janeiro,
Desta seria e continuada applicação tem conseguido, pelo meio dia, para se tratar do seu ajuste. •

primeiro adiantar-se na perfeição com que os remedios Precisa-se de huma criada solteira , de idade de 40,
devem ser preparados, cujo fim he o aproveitamento a 50 annos, e que tenha quem a abone : a que estiver
dos doentes que os mandão preparar á sua botica: se nestas circumstancias, póde dirigir-se á rua direita dos
gundo, operar diversos productos, e entre estes se dis Anjos N.° 58, segundo andar.
tinguem pela grandissima utilidade publica os que ven No Rocio, loja N.° 40, se empresta dinheiro sobre
de no seu Laboratorio, que vem a ser os seguintes: prata, ouro, e brilhantes, e tambem se vende hum
grande predio em hum dos melhores arruamentos desta
Algálias, vellas, e tambem pessarios, suppositorios, Capital. - •

mamadeiras, sondas do esófago para deitar caldo no

estomago, chapas para fontes etc., e todos os mais in No Rocio, N.° 51, no terceiro andar, se diz quem pre
strumentos de gomma elastica de uso cirúrgico, com ciza de huma criada que saiba fazer o serviço de
perfeição e preço commodo. huma casa, mas principalmente que seja boa custureira
Tendo começado a sua manufactura á tanto tempo, e boa engomadeira.
se até agora o não tem publicado, he pelo motivo de Segunda feira 17 de Janeiro, na praça publica dos
querer primeiramente fazer muitas, e assás repetidas ex leilões, se hão de arrematar com o abatimento da ó."
periencias, que successivamente foi melhorando, para parte do seu valor os bens seguintes: humas casas na
o que muito lhe aproveitárão as observações, e conse rua Augusta, N.° 54 até 59, para a travessa da Vi
lhos de Cirurgiões affamados, que fazendo uso das mes ctoria, N.° 8 a 12, e para a travessa do Arco do Ban
mas algálias, analysárão o seu estado e efeito, e toda deira, N.° 84, a 86, avaliadas em 20:6753000 rs., e
via approvando-as lhe passárão honrosas attestações, o seu rendimento em 1:2923200 rs.; outras casas na rua
como forão os Illustrissimos Senhores Farto, João Pe Augusta, N.° 60 até 65, avaliadas em 10:0493200 rs.,
dro Barral, José Lourenço, Manoel Carlos, Teixeira, e o seu rendimento em 7173800 rs. ; outras casas
João José Pereira, e outros, que muito se interessão ahi, N.° 66 até 72, avaliadas em 9:1753600 rs., e o
nas manufacturas Portuguezas, e não se tem esquecido seu rendimento em 6553400 rs.; e humas casas na tra
de as recommendar aos doentes a quem tratão. Seus vessa do Arco do Bandeira, N.° 80 a 83, avaliadas
preços são 360 réis cada huma algália, e 160 réis cada em 6:6843000 rs., e o seu rendimento em 5143200 rs.
huma vella. Recebe-se na forma quando couber. E quan He Escrivão da arrematação Negreiros. Declara-se que
do a compra for de cincoenta mil réis para cima, ven estas quatro propriedades formão hum quarteirão per
der-se-hão ainda com o abatimento de 10 por cento. feito. - -* ** , : º

O author não estima tanto o ter descoberto o metho
do verdadeiro de fabricar algálias com perfeição, pelo
interesse que lhe pode resultar; sua maior satisfação he
vêr que o publico interessa comprando-as mais baratas
do que as comprava até aqui, e que os pobres não es
tão privados destes instrumentos tão uteis, e necessarios,
pelos não poderem comprar caros: tambem lhe não im
porta que os mal dizentes, inimigos das manufacturas
Portuguezas, lhe não comprem, e maldigão de suas
invenções; antes quer sofrellos, que praticar huma vil
Quinta feira, 20 do presente mez de Janeiro, ás onze
horas da manhã, na Chancellaria do Consulado Geral
de França, na rua do Ferregial de cima, N.° 13, no
3.° andar, se ha de vender em leilão publico, a quem
mais oferecer, o Bergantim de Guerra Francez, deno
minado La Bressane, que se acha fundeado na Jun
queira, defronte do estaleiro do constructor de navios
Samuel Shyrley, cujo navio se pode ver todos os dias, e a
qualquer hora. As condições da dita venda serão pa
tentes antes de principiar o leilão. +

baixeza, furtando nome estrangeiro, para acreditar, e Quarta feira, 19 de Janeiro, na Praça publica dos
vender huma obra, cujo author se preza todavia de Por leilões, se ha de arrematar com o abatimento da 5.°
tuguez. parte do seu valor hum dominio util de hum prazo, que
Por agora tem suficiente sortimento, e para que se consta de varios predios rusticos, terras, e vinhas, no
não experimente a menor falta, promette fabricar os in lugar da Bemposta, Freguezia de Bucellas, avaliado
strumentos de maior uso, em ponto tamanho, que ha em 9983400 rs., abatido o foro de 14 alqueires de tri
jão quantos forem precisos para o consumo do Reino, go, e 14 ditos de cevada, e huma gallinha, e o seu
em termos que não precize sahir dinheiro do paiz para rendimento em 49,3920 rs.: he Escrivão da arremata
comprar ### aos estrangeiros: satisfazer as re ção Negreiros.
quisições do Fysico Mór do Exercito, confórme a sua
oferta, benignamente acceita por Sua Magestade, pa
ra fornecimento dos Hospitaes Militares: e ainda expor Estiva.
tallas para o Brazil, como o já tem feito, para o que Preços do Pão e Azeite para a semana que principia
emprega diariamente oito pessoas neste fabrico. Prom de 17 a 23 de Janeiro de 1831:
ptifica qualquer encommenda com o intervallo de quin Pão de arratel na fòrma da Lei - - a 46 réis.
ze dias. O author roga, encarecidamente aos Senhores Em metal - - - - - - - - - a 39 réis,
Facultativos, queirão ter a bondade de observar os re Canada de Azeite - - - - - - a 250 réis.

• LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.

<? . . . .
 NUM. l4.
--+=>-@-<=-
ANNo 1831. … … o ,-

GAZETA DE LISBOA.
—=>>>6&>#@$$5<<9c==--

SEGUNDA FEIRA, 17, DE JANEIRO.

PARTE OFFICIAL. Plano de organização para o Corpo Telegrafico.

CAPITULO I.

Extracto da Ordem do Dia N.° 3. Da Organização.

Quartel General no Paço de Queluz, em 14 1.° O Corpo Telegrafico ficará debaixo da inspecção
de Janeiro de 1831. do Commandante č" do Real Corpo de Engenhei
ros, e será formado de huma só Companhia, unida ao
Publica-se ao Exercito o Avizo, e Decreto abaixo Batalhão de Artifices Engenheiros. |-

transcripto: 2.° Sendo esta Companhia destinada ao Serviço dos

Treze Telégrafos, que hão de existir em tempo de Paz,
Illustrissimo e Excelentissimo Senhor, — ElRei Nos e formão a Linha do mar, terá a seguinte composição:
so Senhor Manda remetter a V. Ex.*, as Copias inclu
sas, assignadas pelo Conselheiro Oficial Maior desta Oficial Commandante - - - - - - - 1
Secretaria de Estado, Gregorio Gomes da Silva, do Sargentos - - - - - - - - - - - 4
Decreto de 30 de Dezembro proximo passado, e Pla Furriel - - - - - - - - - - - - 1
no a elle annexo, pelo qual o Mesmo Augusto Senhor Cabos - - - - - - - - - - - - 6
Teve a bem dar huma nova organização ao Corpo Te Soldados - - - - - - - - - - - - 40
legrafico; e Determina Sua Magestade que V. Ex.° fa
ça publicar na Ordem do Dia o dito Plano, e passe as Total - - - 62
Ordens convenientes para a sua prompta execução; fi
cando V. Ex.° na intelligencia de que para este fim se
expede Avizo nesta data ao Commandante interino do 3.° Quando for necessario o estabelecimento de novas
Real Corpo de Engenheiros. Linhas Telegraficas, augmentar-se-ha o numero de pra
Sua Magestade Órdena outro sim, que V.Ex. º nomeie ças da Companhia, em proporção ao numero de Telé
já hum Oficial que passe a tomar interinamente o com grafos que se estabelecerem, na razão de tres praças
mando da Companhia, em quanto se não provê este para cada Telégrafo, e quatro para cada hum daquel
Posto; e que ate nova Ordem do Mesmo Augusto Se les, que for designado como Chefe do destricto, esco
nhor, subsista a Linha de terra, que se organizará pela lhendo-se para esse fim Soldados, e Oficiaes inferiores,
fórma, que providenceia o mencionado Plano no para não só nas Companhias de Veteranos, mas até mesmo
grafo terceiro do Capitulo primeiro, que trata do caso nos Corpos de 1.° Linha, cujas praças hirão servir co
em que for necessario dar maior extensão ás Linhas Te mo destacados naquelle Corpo, regressando aos seus,
legraficas.= Deos guarde a V. Ex." Paço de Queluz, logo que alli não sejão necessarios: E se as Linhas Te
em 10 de Janeiro de 1831. = Conde de S. Lourenço = legraficas tiverem huma extensão tal que convenha di
"…º e Excellentissimo Senhor Conde de Bar vidillas em Brigadas, nomear-se-hão de commissão os
C6/10, Oficiaes do Exercito, da Patente de Subalternos, que
se julgarem precizos para o commando das mesmas Bri
• Decreto. { adas.
4.° Na admissão das praças da Companhia Telegra
Convindo dar huma nova organização ao Corpo Te fica se dará preferencia aos que pertencerem ás Compa
legrafico, mais adequada aos fins a que elle he destina nhias de Veteranos, ou que servindo ainda nos Corpos
do, e da qual resulte mais regularidade no seu Serviço: de Linha estiverem no caso de passar ás ditas Compa
Hei por bem Approvar o Plano, que baixa com este, nhias; e aos individuos, que servírão nos Corpos de Li
assignado pelo Conde de S. Lourenço, Conselheiro de nha, e que não podérao passar ás mencionadas Com
Estado, Ministro, e Secretario de Estado dos Negocios panhias, por terem tido baixa do Real Serviço antes
da Guerra. O Conselho de Guerra o tenha assim enten de completarem o tempo de serviço precizo para obter
dido, e faça executar com os despachos necessarios. aquella passagem; devendo porém huns e outros acha
Palacio de Queluz, em trinta de Dezembro de mil ou rem-se em circumstancias de poderem servir nos Telé
tocentos e trinta. = Com a Rubrica de SUA MAGES rafos.
TADE.=Gregorio Gomes da Silva, … . 5." Os Oficiaes inferiores, Cabos, Anspeçadas, e
 [54]
Soldados, que pretenderem passar para a Companhia 2.° Cada Sargento vencerá o pret diario de duzentos
Telegrafica, deverão ser nella admittidos na praça de e quarenta réis, o Furriel de cento e oitenta réis, cada
Soldados, permittindo-se-lhes porém conservarem os Cabo de cento e sessente réis, e cada Soldado de cen
distinctivos da graduação que tiverem no Corpo donde to e vinte réis. -

sahirem. 3.° Neste Soldo fica incluido o vencimento de pão, e

6." Antes da admissão de qualquer individuo na Coni qualquer outro que tivessem antes da sua admissão na
panhia Telegrafica, deverá preceder huma exacta ave Companhia Telegrafica.
riguação sobre a sua conducta civíl, e militar, para se 4.° Os Sargentos, Cabos, e Soldados da Companhia
conhecer se está no caso de ser admittido: E convindo Telegrafica, estando efectivamente empregados no ser
tambem que parte dos Soldados desta Companhia sai viço dos Telégrafos, vencerão cada hum, além do Sol
bão lêr, é escrever, não poderão admittir-se individuos do estabelecido no para rafo 2."; º gratificação de den
sem estes requizitos, senão depois de já estar preenchi to e vinte réis diarios. 8 Furriel da Companhia, pela
do hum numero de Soldados, que reuná aquela circums qualidade do seu sérviço, vencerá esta mesma gratifi
tancia, correspondente pelo menos á terça parte da for cação, não obstante o não estar empregado no serviço
ça da Companhia. efectivo dos Telégrafos.
7.° As vagaturas de Sargentos, e Cabos se preenche , , 5." Da gratificação estabelecida no paragrafo antece
rão por praças da Companhia Telegrafica, preferihdo dente serão excluidos os doentes, prezos, impedidos, e
sempre o mais benemerito, pois que só prevalecerá a CII) I'8SCTV a. •

antiguidade quando houver igualdade de circumstancias. 6." As praças da Companhia Telegrafica serão d'ora
8." O Serviço Telegrafico será reputado para refórma em diante fornecidas pelo Arsenal Real do Exercito,
como feito em Corpos de primeira E# • dos mesmos artigos de fardamento, fardetas, e capo
9." Em virtude do disposto no paragrafo anteceden tes, e com o mesmo tempo de vencimento, que se acha
te, as praças da Companhia Telegrafica, que por qual estabelecido para os Corpos de Linha, e usarão dos
quer motivo se impossibilitarem de continuar no Servi mesmos uniformes, que as praças do Batalhão de Ar
ço dos Telégrafos, serão admittidas nas Companhias tifices Engenheiros, com a diferença unicamente de te
de Veteranos, se tiverem completado os annos de Ser rem na gola das Fardas a mesma casa de galão, que
viço que a Lei estabelece para terem direito a estas usavão nas Jaquetas. •

}*** aliás se lhes darão as suas escuzas; e aquel 7.° Pelo Arsenal Real do Exército se fornecerá hum
las praças, que houverem sahido das ditas Compan Terçado com huma Pistola pendente do Boldrié para
hías, ou da classe dos que pertencendo aos Corpos de cada praça da Companhia Telegrafica.
Linha estavão já em circunstancias de passarem a Ve 9." O registo do essentamento de praças, e a escri
teranos, entraráö nestas Companhias, ou passarão á pturação do recebimento, e distribuição dos Soldos,
classe
os de da
annos Veteranos
Lei. reformados,
* *. .
se tiverem preenchido
•
Gratificações, Fardamentos, Armamentos, e mais ob
jectos da Companhia Telegrafica se fará em Livro se
10." A maioria de vencimento, que tem as praças da parado do do Batalhão de Artifices Engenheiros, mas
Companhia Telegrafica lhes não dará direito algum a debaixo da responsabilidade do Commandante deste
que no seu regresso; ou passagem para as Companhias Corpo, e pela mesma fórma que está determinado pa
de Veteranos, tenhão alli maiores vencimentos do que ra os Corpos de Linha pelas Leis e Ordens geraes do
bs que dantes tinhão, ou de que gozão as outras pra Exercíto,
ças das mesmas Companhias em igualdade de pozição. 9.° No recebimento e distribuição do pret se seguirá
11.° Vindo a ser necessario diminuir o numero de a fórma actualmente estabelecida , com a diferença
praças da Companhia Telegrafica, por excederem ao porém de que as relações nominaes, que o Comman
que se estabelece neste Plano, ou mesmo em conse dante da Companhia ha de receber dos Commandantes
quencia da suppressão de alguns Telégrafos, isto se pra de Telégrafos Chefes de Destricto, para dellas extrahir
tícará como nos Corpos de 1.° Linha, dando-se baixa a relação geral, á vista da qual se fórma o recibo in
aos que não tiverem completado vinte annos de Servi terino, devem vir em duplicado, a fim de que humas
co, e regressando ás Companhias de Veteranos os que acompanhem o mesmo recibo interino, e as outras fi
a elas houverem pertencido, ou passando para as mes quem em poder do Commandante da Companhia, pa
mas Companhias, se tiverem os annos da Lei, como ra voltarem com o pret aos Commandantes dos Telé
se estabelece nos paragrafos 8.°, e 9.", preferindo-se na grafos Chefes de Destrictos, e serem depois remettidas
escolha dos que hão de sahir da Companhia Telegrafi segunda vez ao Commandante da Companhia, trazendo
(ca *# que estiverem menos aptos para o Serviço o competente recibo.
dos Telégrafos, os quaes poderão com tudo tornar a 19.° As relações dos Commandantes de Telégrafos
entrar na Companhia quando assim se julgar precizo, Chefes de Destricto, relativas ao vencimento das pra
dando-se-lhes a preferencia a qualquer outro. - ças, deveráõ especificar em separado os dias de Soldo,
12.° O accesso dos postos se fará gradualmente, de e os da gratificação; e sempre que o vencimento desta
maneira que nenhum Soldado poderá ser elevado ao pos não for por tantos dias quantos os do Soldo, declara
to de Sargento sem ter sido Cabo, nem subirá a este ráô em observação donde provém estas diferenças, e as
posto sem haver sido Commandante de Telégrafo. ordens que as authorizárão.
11." O fornecimento dos artigos para a construcção,
… "CAPITULO II. reparação, e Serviço dos Telégrafos, e o pagamento
das despezas, que nestes artigos se fizerem, tendo pre
. Dºs vencimentos, e escripturaçãº. eedido as formalidades, e ordens estabelecidas, ficará
a cargo da Intendencia das Obras Militares,, , , , , , , ,
1.° O Oficial Commandante da Companhia Telegra • * * * * * . . . …
fica vencerá, além do soldo da sua Patente, huma CAPITULO III.
gratificação de dez mil réis mensaes, para as despezas
de Livros, papel, e mais objectos para o expediente Dº Di-plina, e ser… ,
da Companhia, e huma ração diaria de forragem para
lytim Cavallo de pessoa, visto que deve ser obrigado a dº o Commºndente dº Real Corpo *- E……heiro.
ir inspeccionar todos os Telégrafos, ao menos duas ve nº qualidade de Inspector dos Telégrafos, estabelecerá,
2es por mez. - - * e fiscalizará o Serviçº da cºrrespondencia Telografica,

para o que se daráó as Instrucções convenientes, a fim
de que este ramo do Serviço se faça com a maior prom
ptidão, e clareza, determinando-se a forma porque de
ve ter lugar a sua escripturação, e a hora a que deve
principiar, e aeabar, e o numero de pessoas de guarni
ção em cada Telégrafo. .
2.° O Commandante da Companhia Telegrafea cui
dará debaixo das Ordens do Commandante do Batalhão
de Artifices Engenheiros, da disciplina e administração
da dita Companhia em todos os ramos, do mesmo mo
do que os Capitães de Companhia dos Corpos do Exer
cito. • •
3." O Commandante do Real Corpo de Engenheiros
poderá encarregar o Commandante da Companhia de
tudo aquillo, que julgar conveniente sobre a execução
de ordens relativas áeorrespondencia Telegrafica; de
vendo tambem mandar hum dos seus Ajudantes d'Or
dens, pelo menos de dous em dous, mezes inspeccionar
os Telégrafos, para conhecer, não só do que respeita
ao Serviçº da correspondencia Telégrafica, mas ram
bem do estado em que se acha a guarnição de «ada Ta
légrafo nos objectos, que são da competencia do Comº
mandante da Companhia.
4° Quando se augmentar a Linha Telegrafica além
do Destricto central, o Commandante do Real Corpo
de Engenheiros nomeará para as inspecções aos outros
Telégrafos (as quaes poderáõ ter lugar de seis em seis
Inezes) hum Oficial Engenheiro, que durante o período
que lhe for designado para este Serviço, terá os venci
mentos de Commissão activa. . .
6.° Os Commandantes dos Telégrafos Subalternos res
ponderão aos Cominandantes dos seus Destrictos por
tudo quanto se passar nos mesmos Telégra os, relativo
á economia, disciplina, policia, e serviço.
6." Os Commandantes de Telégrafos Chefes de Des
trictos responderão ao Commandante da Companhia
por tudo quanto succeder nos seus Telégrafos, e nos do
seu Destricto, relativamente aos objectos acima refe
ridos. -
7.° O Commandante da Companhia Telegrafica res
ponderá ao Commandante do Real Corpo de Engenhei
ros por todos aquelles objectos, que respeitarem á cor
respondencia Telegrafica, e nao forem da natureza da
quelles sobre que lhe cumpre responder immediatamen
te ao Commandante do Batalhão de Artifices Enge
.nheiros.
8.° O Commandante do Real Corpo de Engenheiros
na qualidade de Inspector dos Telégrafos, responderá
á Secretaria d'Estado dos Negocios da Guerra, pelo
*Que toca ao Serviço da correspondencia Telegrafica, e
ao Commandante em Chefe do Exercito, pelo estado
da Companhia destinada ao Serviço dos Telégrafos, fi
cando dependendo de Ordem do mesmo Commandante
em Chefe a admissão das praças da dita Companhia.
9." Gozaráô do Foro Militar todos os individuos com
praça na Companhia Telegrafica, e conseguintemente
ficaráô sugeitos a tudo que se acha determinado pelos
Regulamentos Militares, tanto no que respeita á subor»
dinação, como á fórma de serem processados, respon
dendo
crimes en
por Conselho de Guerra,
que mereção ser assim quando
Julgados.commetterem
10." Todo o individuo com praça na Companhia Teº
legrafica, que for sentenceado a trabalhos publicos, ou
a degredo temporario, ficará inhibido de regressar á di
ta Companhia, e conforme as circumstancias perderá
o direito, que tiver adquirido para entrar em Vetera
nos, ou passar á classe de Veteranos reformados.
11." As praças da Companhia Telegrafica, que com
metterem faltas leves, serão castigadas, considerando-as
desempregadas, a fim de perderem a gratificação por
oito, quinze, até vinte dias, conforme a reincidencia
das mesmas faltas; e no caso de continuarem a faltar
aº cumprimento de seus deveres serão julgadas em Con
•• •
{ 93
selho de Guerra. Palacio de Queluz, em 30 de Dezem
bro de 1839. = Conde de S. Lourenço. = Gregorio Go
mes da Silva.
O Alferes do Exercito, Francisco Gonsalves da Sil
veira, he Nomeado para tomar interinamente o Com
mando da referida Companhia Telegrafica.
(Seguem-se Licenças.) Conde de Barbacena, Chefe
do Estado Maior General. = Está conforme o Original.
= Ajudante General, Marquez de Tancos.
1_
PARTE NÃO OFFICIAL.
==Z== |-
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
PRUSSIA.
Berlim, 18 de Dezembro.
Não cessão de passar por esta Capital Caçadores de
montanha, e Correios Russianos. Hontem passou hum Of
ficial da Guarda Russiana, despachado de Petersburgo a
París.
—Tem-se recebido de Farsovia a vizos fidedignos de
que a Commissão do Governo Provisional tinha desfeito
todas as proposições de algumas cabeças exaltadas para
insurgir o Grã-Ducado de Posen. Alem disto as novas
anthoridades prodigalizão as maiores attenções ao Con
sul Geral da Prussia.
— O Principe Guilherme, Governador Geral das
Provincias Prusso Rhenanas, escreveo ás Authoridades
de Colonia huma carta autografa annunciando-lhes
que immediatamente sahiría para aquella Cidade, onde
se crê que se estabelecerá o Quartel General do Exer
cito Prussiano do Baixo-Rheno.
(Gazeta de Estado de Berlim.)
ITALIA. •
Roma, 6 de Dezembro.
No dia 4 de Dezembro , pela manhã, se reunírão os
Cardeaes no Palacio do Vaticano , onde tiverão a pri
meira Junta. O Senhor Polidor , Secretario do Sacro
Collegio, leo, as Bullas dos Papas que tratão de Con
clave, e da Sé vaga , e em seguimento todos os Car
deaes jurárão a sua observancia. Depois o Prelado
2ucche quebrou na presença do Sacro Collegio o Annel
do Pescador do defuncto Papa , e o Sello da Chaneel
laria Apostolica. O Prelado Capellati foi confirmado
no seu destino de Governador de Roma, e prestou ju
ramento, Nomeou-se o Senhor Camillo de Pietro para
fazer a Oração funebre do Papa, e para o Discursó so
bre a eleição do novo Pontifice foi escolhido o Senhor
Mai. Tambem se nomeárão os Cardeaes Galeffi, Odes
calchi, e Rivarola, para que tratassem de estabelecer o
Conclave. Devendo deixar as suas Legações os Cardeaes,
nomeárão-se quatro Prelados para os substituir em Bo
lonha, Ferrara, Forli, e Ravena. Acabada a Junta
passárão á Capella de Xisto IV, onde estava exposto
o corpo do defuncto Papa, e precedidos de todo o Clero
da Igreja de S. Pedro, trasladárão o cadaver para esta
Basilica, escoltado das Guardas Nobres, e dos Suissos.
•
O Senhor Della Porta presidio ao Oficio, e deo as ab
solvições, retirando-se depois os Cardeaes. Concluida
esta Ceremonia foi o cadaver trasladado para a Capella
do Santissimo Sacramento, e foi depositado dentro das
grades, de modo que os Fieis podessem aproximar-se,
e beijar-lhe os pés. - *
. – O Excellentissimo Senhor D. Pedro Gomes Labra
dor, Embaixador d'ElRei de Hespanha, junto á Santa
Sé, teve a honra de apresentar á Congregação Geral
dos Cardeaes huma Carta de Sua Magestade &###
na qual manifestava o sentimento que lhe havia causa
do a morte do Soberano Pontifice. Sua Eminencia, o
Cardeal Pacca, Decano do Sacro Collegio, respondeo
ao discurso que por este motivo fizera o Embaixador.
 [ 56 ]
Iguaes Commissões tinhão já desempenhado o Cavalhei Escrevem de Nimes (Gard), em data de 17 de De
ro Bunson, Ministro Residente de Prussia, e o Conde zembro, o seguinte: -

Rodolfo de Lutzow , Embaixador Extraordinario do » Mr. Chaper, Prefeito do Departamento, mandou

. Imperador d'Austria. |- hum corpo de 200 homens armados á Villa de Calme
— Hontem passou por esta Capital o Conde de Lot ta, deste departamento, que terá mais de 1100 almas.
tum, Embaixador d'ElRei de Prussia, junto da Corte Esta medida tão rigorosa foi necessaria para conter e
das Duas Sicilias : Sua Excellencia vem de Ftorença, castigar a manifestação que dos seus sentimentos a fa
e se dirige a Napoles. Tambem chegou o Cardeal de "vor de Carlos X fizerão os habitantes daquella povoação.
(Mensageiro.)
Rohan-Chabot, Arcebispo de Besançon. •

— Resolveo-se finalmente o arduo problema de obter Escrevem de Toulon, em data de 17 do presente, o

por meio do vapor hum movimento circular continuo;
e o resultado que se não poude conseguir em Inglater
ro com generosos premios promettidos á sagacidade dos
inventores, foi entre nós obtido pela applicação do ha
bilissimo mecanico Vicente Sarti, de Bolonha; auxilia
do pelo engenhoso artifice Henrique Spring, domicilia
do em Roma, os quaes poderão levar ao fim a nova
maquina de vapor de immediata rotação , cujo modelo
feito em madeira apresentou em 1816, e mereceo a ap
provação de tres illustres individuos da Academia dos
Linces commissionados para a examinar. A experiencia
que da dita maquina se fez na presença da mencionada
Commissão, e de outras varias pessoas de distincção,
correspondeo plenamente ao que se esperava. Os que
conhecião a difficuldade da empreza apreciárão o meri
to deste descobrimento, olhada como quasi impossivel por
Borgnis no seu Tratado de Mecanica applicada ás Ar
tes. Sentimos que os estreitos limites de hum Periodico
não permittão manifestar por extenso as vantagens que
deste invento hão de resultar á industria. (D. de Roma.)
FRANÇA.
Paris, 29 de Dezembro.
Com motivo de haverem dito varios periodicos, que
entre os perturbadores prezos nos dias 19, 20, 21 e 22
que segue:
» Na Corsica se notão symptomas de opposição ao
novo systema, que os tres immortaes dias de Julho tem
estabelecido na França. A patria da Paoli, dos mais
intrepidos defensores da liberdade, se com move para re
pellir os beneficios de hum Rei Cidadão."
(Diario dos Debates.)
HESPANHA.
• Madrid, 7 de Janeiro.
A 26 de Dezembro ofereceo o caudaloso Douro en
tre Roa e Aranda hum singular fenómeno. Des de as
2 horas da manhã notárão os moleiros que as rodas dos
moinhos não fazião ruido; e sahindo a reconhecer a
causa, observárão que havia faltado inteiramente a
agua. Até ás 10 do dia não se restabeleceo a corrente,
e ainda que áquella hora apparecessem de novo as aguas
na sua ordinaria quantidade, com tudo não cessou o
assombro da gente, que não sabe a que causa attribua
tão raro acontecimento. Os pescadores reconhecerãº
depois com barcos a madre do rio; porém não achárão
indicio algum de fendas ou rombos por onde se houves
se embebido ou extraviado a corrente. Suppõe-se que
em cessando as actuaes cheias se acclarará o fenómeno
por meio de hum reconhecimento mais exacto. •

deste mez se contava hum sacerdote, que hia desfarça (G. de Madrid)
do animando os revoltosos, o Abbade La Mennais, e *—º §§ 4–*
varios outros sugeitos Ecclesiasticos e seculares se diri
gírão ao Prefeito da Policia, e ao Ministro do Interior Lisboa, 16 de Janeiro.
pedindo, que o Governo faça entregar aos Juizes para Recebemos Jornaes Inglezes até 5 do corrente; do
que lhe imponhão o devido castigo, o Ecclesiastico, ou ultimo copianos o seguinte em data de Petersburgo 10
Ecclesiasticos que resultarem culpados, ou no caso que de Dezembro: . • ••

não seja certo o que se annunciou nos papeis publicos,
o mesmo Governo o faça desmintir no periodico Ofi
cial. • • (Quotidiana.)
Circula pelos Baixos Alpes a seguinte carta do Prin
cipe Hohenlohe, cujo conteúdo não de ser bastante
curioso: • + +
» A 16 de Maio de 1830.
* Disponde-vos, meu amado Barão, fortificai-vos no
Senhor, porque os dias annunciados vão chegar.
» Antes que Carlos X tenha tempo para reflectir so
bre os seus triunfos, cahirá nos fins de Julho. Durante
algum tempo andará errante, e depois encontrará asy
lo; a revolução será sanguinaria, porém curta. Os Mi
nistros da Igreja serão perseguidos, ainda que não aber
tamente. Serão destruidas París, Lyão, Genebra, e ou
tras quatro Cidades. O fogo que cahio sobre Sodoma e
Gomorra cabirá sobre ellas; e para as destruir se uni
rá o Ceo á terra. Em tres dias será sepultada París de
baixo de huma chuva d'enxofre, e em seu lugar só se
verão depois precipicios. Muitas vezes quer Deos tirar
hum grande bem de hum grande mal; a Religião em
fim tornará a florecer á sombra dos lizes e do Throno de
S. Luiz. , - - - -- - ** * • • •
… Na revista que houve ante-hontem, o Imperador,
acompanhado pelo seu filho, percorreo a cavallo as
fileiras dos Regimentos, e referio os terriveis successos de
/arsovia aos soldados, que clamárão por vingança, e
em cuja indignação tomárão parte os espectadores
» Serão preenchidos vossos desejos, disse o Imperador:
Eu mesmo vos conduzirei contra os rebeldes.» Ge:
raes acclamações se ouvirão nas fileiras dos guerreiros;
e… Abaixo com os Polacos! Abaixo com os traidores!» foi
o grito universal.
> Des de esta notavel scena que immortaliza o Impera
dor aos olhos dos Russianos, todas as classes mutua
mente rivalizão na manifestação dos seus patrioticos sem
timentos. Mancebos das primeiras familias voluntaria
mente se alistão no Exercito na qualidade de simples
soldados. Continuamente se oferecem voluntarias con
tribuições para diminuir as despezas da guerra; porém
não se acceitão por ordem expressa do Imperador. Está
º declarada a guerra contra os Polacos, e se não se apres
sarem a sugeitar-se ficarão provavelmente expostos a se
vero castigo, e amargamente se arrependeráõ de have
rem desprezado o magnanimo tratamento que experi

mentárão da Russia, e de terem temerariamente abys

» As orações das boas almas de Lyão salvarão alguns mado a sua patria na ruina.» . ' '
habitantes; porém depois da tempestade violenta que Em data de Berlim, 18 de Dezembro, annuncião
se experimentará em toda a França, se restabelecerá a que os Generaes Diebitsch e Paskevitsch, e provavel
tranquillidade antes do dia da Purificação. = Assigna mente o General Geismar, commandaráõ o Exercito
do. = Principe de Hohenlohe.» , (Mensageiro.) Russiano ás ordens de S. M. o Imperador. * .
+= = =
==
LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA.
 * * *

NUM. 15. + ANNo 1831.

GAZETA DE LISBOA. —=>>>9>#@$1<}<<

TERÇA FEIRA, 18 DE JANEIRO.

Kee>$#@$@$#$#<e<=

PARTE OFFICIAL. sem com paciencia, e attendessem ás circumstancias da

sua desditosa vida. Em allusão á afectuosa recordação
feita no dia de hontem por Mr. Martignac, a respeito
da sua antiga amizade, expressou o mais vivo reconhe
MINISTERIo dos NEGocios DA FAZENDA. cimento, e disse que era verdade que certas diferenças po
liticas os havião ha longo tempo separado, porém que
Decreto. o seu concidadão agora, na hora da adversidade, havia
mostrado como homem de honra, que ainda era seu
Attendendo a que no prazo estabelecido para se re amigo. (Mr. Martignac neste lugar não pôde sufocar
ceber o Emprestimo de dous mil contos de réis, aberto o pranto.)
Pelo Decreto de treze de Novembro ultimo, se compre Com referencia aos seus proprios principios disse ,
hendêrão muitos dias impedidos; Hei por bem prorogar que a sua vida estava patente ao mundo; que a Na
o dito prazo por mais dous mezes consecutivos ao dia poleão nunca cedera os seus principios, e que tivera a
em que acaba o primeiro; e as Apolices pertencentes fortuna de salvar na sua Provincia em certa occasião
aos Capitaes que entrarem na Junta dos Juros dos Reaes treze soldados processados por hum Conselho de Guer
Emprestimos durante esta prorogação vencerão o juro ra, e que em outras occasiões havia salvado outros in
des de o primeiro do corrente mez em diante. O Conde dividvos envolvidos em causas politicas: que na Res
da Louzã Dom Diogo, do Meu Conselho d'Estado, tauração não solicitara mercês, porém estivera pacifi
Ministro e Secretario d'Estado dos Negocios da Fazen camente seguindo a sua profissão no Sul. Que primei
da, Presidente do Erario Regio, e nelle Lugar Tenente ramente encetára a carreira publica na qualidade de
Deputado por Bordéos, honra que não pedíra, mas
immediato á Minha Real Pessoa, e Presidente da Junta
que os seus Concidadãos lhe havião conferido; que pre
dos Juros dos Reaes Emprestimos, o tenha assim enten
dido, e faça executar. Palacio de Queluz, quinze desumia que na qualidade de Magistrado dirião no seu
Janeiro de mil outocentos trinta e hum. = Com a Ru Departamento até os seus politicos adversarios, que el
brica de SUA MAGESTADE. le sempre attendêra implicitamente aos principios da
justiça, e aos direitos da humanidade: que sabia que na
vida politica tinha grangeado numerosos inimigos: mas
que podia dizer como o Ministro Britannico Sunderdand,
PARTE NÃO OFFICIAL. que sempre desempenhára os deveres do seu elevado cargo
sem já mais haver feito cousa alguma a bem do proprio
interesse; que os seus mais violentos inimigos lhe não
podião imputar motivos de egoismo no decurso de toda
a sua administração, ou dizer que elle jámais houvesse
NOTICIAS ESTRANGEIRAS. compromettido os seus principios.
Passou depois a em numerar as varias medidas publi
FRANÇA. cas promulgadas no tempo em que fôra Ministro, e a
ponderar a moderação de que sempre dera provas du
\ París, 19 de Dezembro. rante a agitação de projectos, que havião causado gran
de irritação nos animos: accrescentou que era bem noto
Defeza do Conde de Peyronnet. rio no Sul da França, que elle pelos seus proprios es
forços havia em muitas occasiões salvado grande nume
O Conde leo a sua propria defeza da maneira mais ro de pessoas, que aliás terião perdido a liberdade e a
energica. » Era mui joven, disse elle, na época da pri vida; podendo mencionar até 250 pessoas a quem dera
meira revolução, e o primeiro espectaculo , que me similhante auxilio; de modo que se lhe coubesse em
lembro de vêr ligado com essa revolução, foi o da anar sorte o ser resgatado do inimigo, não seria difficil a
quia, e da proscripção. Os primeiros favores que della sua redempção por isso que o resgate já estava pago.
recebi forão a expatriação e a indigencia, e o suppli Quanto aos seus bens particulares ponderou. que a
cio de meu pai no cadafalso! Foi profunda e permanen melhor prova que podia dar de que nunca havião tido
te a impressão que em mim produzírão estes successos. augmento em quanto elle exercêra o poder, era que quan
Em consequencia disso evitei o partido popular.» Co do decahira delle apenas havia a di ierença de 400 franº
meçou então o Conde appellando tocantemente para a cos entre os seus, bens, e os que herdára em 1822. Ne
Yjustiça e generosidade dos seus Juizes para que o ouvis gou depois mui solennemente, que já mais houvesse ex
 [48]
pedido hum avizo telegrafico para executar os prezos
da Ilha da Martinica; pois a jurisdicção do Tribunal,
que os processára não estivera em nenhuma parte do
mesmo processo debaixo da sua direcção, e que isso
mesmo era mui facil de se provar.
Com referencia aos Decretos e ao Coup d'Etat decla
rou, que tudo quanto podia dizer era, que havia feito
quanto lhe fôra possivel para conciliar oppostas pai
xões, e que se o não conseguira fora antes sua má for
tuna do que sua culpa: que os segredos do Conselho
I) revelaria, ainda mesmo para não ser victima
da falsidade ou má intelligencia, afirmando que nada
se achava mais distante da sua intenção do que invadir
os direitos do povo, e que era totalmente destituida de
fundamento a inculpação que se lhe fizera de haver cons
pirado contra as liberdades publicas. Concluio com estas
palavras: … Sou grato, Senhores, pela attenção com
que me tendes ouvido repellir tão graves accusações;
acabou-se a minha vida publica — a minha fortuna está
arruinada: quer aos meus amigos, quer aos meus ad
versarios, só posso agora oferecer as minhas lagrimas
—(Neste lugar as derramou com grande emoção.); es
tas lagrimas de bom grado derramo pelos que querem
a minha vida, assim como pelos que honrão com a sua
simpathia a sorte de hum homem decabido, a quem
circumstancias que não pude superar, tem prostrado.»
Mr. Hennequin falou depois na qualidade de Advo
gado. do Conde de Peyronnct, dizendo que a este era
o publico principalmente devedor pelos actos do recen
te Ministerio relativos, ao aperfeiçoamento dos edificios
publicos, e que havião tendido á geral comº modidade
da nação. Entrou em longos argumentos juridicos para
explicar o verdadeiro sentido dos artigos da Carta de
1814, que disse tinhão singular analogia nas suas mo
dificações com os ramos populares da Constituição Bri
tannica, mas que não podião pela natureza mixta das
opiniões e instituições na França depois de tantas revo
luções, ser executados com igual exactidão. Contra a
accusação de que Mr. de Peyronnet procurára subver
ter as instituições da patria, disse que tinha que oppor
es actos de toda a sua vida, consagrada ao melhora
mento e conservação dessas instituições. Ponderou de
Pois quasi os mesmos # que Mr. Martignac
havia apresentado a fim de se poupar a effusão de san
gue; e quanto ao procedimento do Conde no Conselho
de Carlos X, manifestou que se lhe fora permittido levan
tar o véo que o encobria, os seus concidadãos verião
que esse procedimento fora assignalado por sentimentos
de moderação e genorosidade, e que ninguem tivera
mais ancioso desejo do que elle durante os tres dias,
de conseguir a terminação das hostilidades, a revoga
ção dos Decretos, e a sua propria demissão do Ministe
rio. (M. Post.)
Idem, 23.
Ás ordens do Governo Francez tem sido a final tão
perfeitamente cumpridas a respeito dos rebeldes Hespa
nhoes, que não ficará hum só na distancia de sessenta
leguas das fronteiras dos Pyrinnéos. — Dizião que Ver
dun era hum dos depositos que se havião determinado;
mas a isso fazem objecção os heroes dos Pyrinnéos, por
isso que foi o principal deposito dos prizioneiros In
glezes na ultima guerra com a França , e os rebel
des Hespanhoes não querem ser colocados no mesmo
nivel. •
O seu numero agora em París pode calcular-se em
80, entre os quaes se contão: Quiroga, Burriel, Istu
ºriz, Mendes-Vigo, Francisco Valdez, Pinto, Castellar,
e Minuisier. Os outros chefes que figurárão na recente
invasão partírão para os seus respectivos depositos, de
modo que agora está a Inglaterra livre de bem desagra
daveis hospedes, \ºpezar de que alguns lá se vão che
•- ++.… + • •
gando outra vez para o seu antigo sotão em Sommers"
Town. |- *5 -
Nunca reinou tanto como agora a discordia e o espi
rito de partido entre os rebeldes Hespanhoes. Não ces
são de se criminar mutuamente por ter falhado a em
preza; exito este que são demasiado loucos ou cegos
para attribuirem á verdadeira causa. No entanto os que
adiantárão o dinheiro são os mais prejudicados. O libe
ral Calvo foi quem sofreo na bolça a principal tosquia.
• -- - (Extracto do M. Post.) -
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 25 de Dezembro.
Hontem publicámos a primeira parte do discurso de
Mr. Martignac em defeza do Principe de Polignac: a
segunda he principalmente relativa aos poderes assumi
dos pelo ### cuja authoridade nega neste caso.
Limitamo-nos aos seus principaes argumentos:
» O argumento, disse, que estou a ponto de vos apresen
tar oferece huma verdadeira difficuldade visto que se refe
re a vós mesmos, e me conduz a examinar, em nome dos
accusados, o politico Tribunal que pronuncia o juizo
sobre elles.
» Em toda a parte dentro e fora da França, todos os
homens a quem a agitação que vos cerca não tem pri
vado da faculdade da reflexão, todos os que entendem
este assumpto, dizem aos Ministros de Carlos X, que
agora se achão na vossa presença:
» Não estais perante os Juizes que se vos promettêrão.
A Carta de Luiz XVIII que era reconhecida em Fran
ça quando se subverteo a recente Dynastia , vos dava na
qualidade de Juizes a Camara dos Pares tal qual se
achava constituida. Estes não são os Juizes que tendes *
o direito de pedir. Sem duvida achareis entre elles No
bres d'animo elevado, e generoso, porém não são os
homens a quem a Carta conferio o direito de vos julgar
e condemnar. Mas além do defeito que ha na sua poli
tica organisação, vede o numero dos que compõem este
Tribunal. A 30 de Julho havia 335 Pares que possuião
iguaes direitos constitucionaes; outo dias depois ficou
esse numero reduzido a 192, sendo esta huma das con
sequencias dos tremendos acontecimentos que no espaço
de poucas horas quebrárão hum Sceptro antigo, e fun
dárão bum novo Throno; e esta medida que vos priva
da 3." parte dos vossos Juizes, foi tomada depois de se
haver proposto a accusação. Acaso vos sugeitareis vós
a similhante accusação sem vos queixardes; sem protes
tardes em nome da justiça contra o direito assumido
pelos Juizes que ficárão para vos julgar! Mais do que
a vida, he a vossa reputação nos tempos vindouros que
se acha compromettida. O vosso procedimento nesta
occasião pertencerá á historia da vossa patria: não vos
he permittida a indiferença, os vossos direitos são o
vosso imperioso dever. Se cederdes, dir-se-ha, que não
º valor, mas a fraqueza fizera com que os renunciasseis.»
Tal he o conselho que de todas as partes da França se
tem transmittido ao accusado a quem agora defendo.
º Pares do Reino: se ele houvesse seguido este con
selho, se houvesse protestado contra estéTribunal judi
cial, estou convencido de que a vossa reverencia para
com os nomes da honra e da justiça faria com que re
cuzasseis o encargo que se vos impõe. Terieis dito: º Es
tº homem tem razão; nós não somos o Tribunal que
lhe assegurão as leis.»
»Mas por isso que o poder que assumis he exorbitante,
tanto menos temo que abuzeis delle. Não he hum Decre
to de morte, hum acto irreparavel que não deixa repouso
nem refugio á consciencia, que será arriscado por huma
authoridade duvidosa nas mãos de homens rectos e ge
merosos. Mas como poderei eu por hum só momento
ceder a tão lúgubre receio ! Não he por ventura huma
 [ 59 ]
*cetisação politica que estamos descutindo? Não he a o pavimento em que o haveis erigido. E julgais que
Camara dos Deputados o author? E não declarou essa este seria o derradeiro, sangue darramado em nome
Camºra que os cadafalsos levantados em nome da li
berdade nunca forão favoraveis á sua causa! Que a li
berdade he só duravel em quanto he pura, e que as re
voluções só poderão assegurar a liberdade pela modera
ção na victoria, pela generosidade para com os venci
dos, é pela justiça para com todos?» Se taes são os
sentimentos dos nossos accusadores o que temos nós a
temer dos nossos Juizes! He por ventura em nome da
segurança do povo, he a bem do seu interesse e da sua
honra que se prepara a segure ! Ouvi as palavras de
hum dos mais ardentes amigos e defensores do povo;
hum dos seus maiores Conselheiros, cujo falecimento
ainda está lamentando:
. "Nem a morte (disse B. Constant) nem o captiveiro
de hum homem, foi já mais necessario para segurança
do povo, por que a segurança deste existe nelle mes
mo. A nação que temer a vida ou a liberdade de hum
Ministro privado de todo o seu poder, será huma na
ção desgraçada e infeliz. Parecer-se-ha com os escravos
que tirão a vida aos senhores a quem vencêrão, para
que não appareção de novo com açoute na mão.»
"Assim, pelo que diz respeito á segurança e honra do
povo, tendes ouvido o jnizo de hum homem cujos sen
timentos nenhum de vós recuzará. Regeito pois todo o
receio de similhante natureza como indigno de vós e da
França, e perante os accusadores e os Juizes me ani
marei a afirmar, que o sangue não será derramado.
” Tenho já provado que a accusação he inadmissi
vel, por isso que os accusados não comparecem peran
te hum Tribunal constituido segundo a Carta; porque
a torrente que já passou sobre nós levou com o Throno
e a Dynastia, todos os elementos e condições do pro
cesso; e finalmente porque não ha lei que defina e de
termine o castigo para o crime de traição de que os
prezos são accusados. -
n Agora, Senhores, tendo preenchido o meu empe
nho, permittí que dispa só por hum momento o cara
cter de Advogado, e que falle no de Cidadão e de amante
da patria a homens revestidos de poder e authoridade,
cujos actos vão exercer decisiva influencia nos seus fu
turos destinos.
* As grandes catastrofes que subvertem os Imperios
e que se achão marcadas na historia debaixo do nome
de Revoluções, sempre tem sido ate o presente distin
guidas por violentas reacções etc. O procedimento que
hides adoptar, Pares do Reino, vai caracterizar a nos
su Revolução, e decidir o seu destino. A sentença que
hides pronunciar será a voz do Fado. Rematará por
ventura a Revolução de 1830 a sua obra, dando a nor
te a adversarios a quem desarmou ! Afastar-se-ha ella
da vareda que tem trilhado, e chegará por hum cami
nho tão diverso ao abysmo em que se perdeo a primei
ra! Não posso, Senhores, tal recear de vós.
… Por ventura não se completou tudo! Não baqueou
a Dynastia? Não a separão de vós dilatados mares, e
as circunstancias ainda mais imperiosas! Como póde
a França pedir a norte de hum homem que he simples
mente o quebrado instrumento de hum poder extincto!
* Para provar a sua força! Quem a póde pôr em du
vida? Ou como se poderá esta manifestar pelo sacrifi
cio de huma victima indefensa! Para satisfazer a vin
gança? O que, Senhores, o Throno destruido, tres
Diademas aniquilados em tres dias, a bandeira de outo
seculos feita em pedaços em huma hora, não bastarão
para a vingança do povo! Seria para confirmar o vos
so triunfo e consolidar a vossa obra! Ah não he a cruel
dade nem a violencia que podem conservar o que a for
ça adquirio; não, he aque
firmeza temperada
Tação, pela segurança por esse meio sepela mode
obterá, e
pela prosperidade que resultará dessa moderação.
# fundado hum Throno; não maculeis pois
*
da segurança publica! O golpe que descarregasseis abri
ria hum abysmo, e as victimas não poderião enchel
lo. Nào, eu estou convencido de que a França não re
clama este acto de desnecessaria severidade praticado a
sangue frio: os seus destinos não serão marcados pela
violencia.
» Pares do Reino! A justa e humana sentença que
pronunciardes, e o respeito com que vai ser ouvida,
em breve desenganará a todos os que estão no erro, de
que de tudo quanto destinguio as antigas Revoluções, a
França unicamente conservou o amor da liberdade, e o
valor que a sabe defender.»
O Orador occupou quatro horas em pronunciar este
discurso, que foi ouvido com profunda attenção,
(12. do Morning Post.)
*———» $$ *—*
Lisboa, 17 de Janeiro.
(Artigo communicado. )
ElRei Nosso Senhor, attendendo ao que em Sua Au
diencia de tres do corrente, Lhe representou José de
Betencourt Vasconcellos Corrêa e Avila, Fidalgo Ca
valleiro de Sua Real Casa, Major de linha, e Com
mandante da Tropa da Ilha do Fayal, foi Servido con
ceder a Graça de poderem usar da Sua Real Efigie em
Medalha de ouro as pessoas seguintes: o dito Major
Commandante; sua familia, e tropa do seu comman
do; a Illustrissima D. Ursula de Menezes Lemos e Car
valho, suas filhas e filhos: Ignacio Alexandre da Cos
ta e sua familia; Francisco da Silva Ribeiro, sua fa
milia e seu cunhado o Reverendo Padre Mestre de Ca
pella Thomaz Xavier de Sousa, todos moradores na
mesma Ilha.
*—*§§ «—»
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 15 de Janeiro.
Embarcações avistadas. •
8 h. 10 m. 1 Chalupa sem bandeira ao Sul do Cabo da
Roca: navega para o Sul.
4 h, 24 m. 1 Galeota sem bandeira ao Norte do Cabo
da Roca.
Idem 16.
Embarcações avistadas.
7 h. 56 m. 1 Bergantim sem bandeira, e 2 Galeotas di
to ao Sudueste do Cabo do Espichel.
9 h. 68 m. 1 Galera sem bandeira, e 1 Brigue Escupa
dito a Oeste do Cabo da Roca. /*
10 h. 27 m. 2 Galeotas sem bandeira , 12 h, 30 m. 1
Galera dito ao Norte do Cabo da Roca: a Galera
•
e huma Galeota navegão para o Sul.
Embarcaçºes entradas em S. Julião.
11 h. 18 m. 1 Galeota Hollandeza.
1 h. 4 m. 1 Galeota Ingleza.
2 h. 19 m. 1 Galera Russiana.
4 h. 45 m. 1 Bergantim Inglez.
Idem, 17.
Embarcações avistadas.
11 h. 59 m. 1 Bergantim sem bandeira, 1 Brigue Es
cuna dito, e l Galeota dito, a Oeste do Cabo da
Roca: o Bergantim, e o Brigue Escuna navegão
para o Norte. ••
3 h. 16 m. 1 Escuna Ingleza, e 1 Galiota sem bandei
ra, a Embarcação
•
Oeste do Cabo da Roca.
entrada em S. Julião.
" … )"
4 h. 37 m. 1 Escuna Ingleza.
 [ 60 ]
Publicações Litterarias.
Publicou-se o Tomo 15.° do Gabinete Historico, que
contém os annos de 1760, 1761, e 1762: vende-se no
armazem da Impressão Regia, e nas lojas dos seus Com
missarios, em Jogos completos, ou em Tomos avulsos.
Sahio á luz O Farol Realista N.° 4.", a 40 réis.
Annuncios.
No fim do presente mez de Janeiro sahe o primeiro
Numero do Jornal Filarmonico mensal, da composi
são do insigne Professor Fr. José Marques da Silva, e
continuão a receber-se assignaturas, preço 400 rs. cada
Numero, no acto da entrega; assim como para a reim
pressão da Sinfonía do mesmo author, com o seu retra
to, preço 720 rs.; tambem se reimprime a Sinfonía dos
motivos Hespanhoes de S. Mercadante com hum bello
frontespicio, preço 480 rs., tudo para pianno forte, na
Oficina Lithográfica do editor Pedro Antonio José dos
Santos, na praça das Flores, N.° 3, ou na loja de pa
pel defronte da Portaria do Espirito Santo.
O Collegio de S. João Evangelista, conhecido pela
boa educação e sã moral, se acha agora estabelecido
ao Poço dos Negros, nas casas do Illustrissimo Desem
bargador Loureiro, com todos os commodos necessarios
a hum estabelecimento desta natureza, salas espaçosas,
e jardim para recreio. Como o principal apoio de seu
plano sempre foi o de inculcar por instrucção e pratica,
os sagrados preceitos da nossa Santa Religião, por maior
segurança não se acceitão senão pessoas bem morige
radas, e de idade de quatorze annos para baixo. Quem
quizer mais informações, póde dirigir-se ao dito Collegio
para ver o plano: os preços são commodos em extremo.
IIum Padre estrangeiro, com oito annos de prática
de ensinar as linguas Ingleza, Portugueza, Francesa,
e Latina, sabendo perfeitamente a Arithmetica, e assás
habil em Algebra, Geometria, e Geografia, deseja ser
empregado em huma casa particular como mestre, e
Capellão: quem precisar delle pode deixar as suas or
dens na travessa de S. Nicoláo, na loja de cerveja,
N.° 1; o mesmo não duvidará dar lições por bilhetes,
e dará, sendo preciso, boas informações suas, por pes
soas mui capazes desta Capital.
Achão-se promptas as cavalharices da Enfermaria
Geral, reunida ás Reaes Escólas Veterinarias, em o si
tio da Luz, para nellas serem tratados, e curados os
cavallos, e muares dos Corpos Militares, assim como os
dos particulares: o que se faz publico, a fim de que os
mesmos particulares possão desde já mandar para alli
os seus cavallos, ou muares doentes; pagando por cada
hum, para o sustento, prizões, ferragem, remedios,
e mais curativo, 400 réis diarios, na fórma que se acha
disposto em o Regulamento Provisorio, approvado por
Sua Magestade , para regimen do referido estabeleci
mento; e fazendo sempre adiantado este pagamento, no
cofre da sobredita Enfermaria, para quinze dias, e as
sim successivamente até á sahida dos animaes, em cuja
occasião, o Commandante, ou o Conselho de Adminis
tração da mesma Enfermaria, saldará as contas de todas
aquellas despezas, e fará entregar a seus donos o rema
nescente que houver. Faz-se igualmente público, que as
mencionadas cavalharices estarão sempre patentes a to
dos os particulares que quizerem ir alli ver, ou conhe
cer a maneira por que são tratados os seus animaes.
F= * ==Trarr;
LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA.
\,
a Faz-se saber a todos os credores de Manoel Antonio
da Paixão Botto, Major que foi #### N. 11,
reformado em Tenente Coronel, da Provincia da Beira
Alta, da Villa do Castanheiro do Rio Torto, Comar
ca de Trancozo, que he falecido, e se está procedendo
a inventario dos bens que possuia ; e por isso queirão
comparecer sem perda de tempo, por si, ou seus pro
curadores na dita Villa, para justificarem suas dividas,
a fim de serem lançadas no inventario.
º Henrique José de Magalhães Montes, tendo noticia
que a seu irmão Sebastião José de Montes lhe fizerão
Senhora no casal chamado da Figueirinha, situado na
V" de Oeiras, declara que o dito casal lhe he obri
gado a pagar a quantia de 2613368 réis de tornas: pa
ra que se não allegue ignorancia faz este avizo, para
quem o comprar, ou lhe for adjudicado, responder pe
la dita quantia das tornas.
- Arrenda-se o Prestimonio de Santa Maria de Gonti
nhães, junto a Caminha, pertencente ao Excellentissi
mo Conde de Almada: quem o pretender dirija-se ao
mesmo Excellentissimo Conde, no seu palacio ao Ro
cio, para tratar do respectivo ajuste.
Arrenda-se a quinta denominada do Borges, sita em
Corroyos, termo de Almada, que administra a Irman
dade do Santissimo Sacramento da Freguezia de S. Ni
coláo de Lisboa: quem a pretender procure na rua Au
gusta, N.° 116, aonde se dirão as condições.
Quem tiver direito á propriedade N.° 1, na rua de
S. Bartholomeu, dirija-se a casa de Le Cocq na traves
sa de S. Francisco de Paula N.° 32, 1.° andar, por
detraz dos Cardaes de Jesus.
Pretende-se vender humas casas na rua nova de S.
Francisco de Paula N.° 17, e 18, cujas casas tem 1.",
2.", e 3.° andar, com hum quintal e suas parreiras, são
foreiras á casa administrada da Excellentissima D. Ma
ria Joanna de Montaurim, em quatro mil e quinhentos
réis, e laudemio de decima, e no mais estão desentba
raçadas: quem as pretender comprar, falle com José
Luiz de Brito, na rua do Olival N.° 150, ou na mes
ma propriedade com Manoel Rodrigues.
Terça feira, 25 do corrente, pelas onze horas, em ca
sa de Diogo Roberto Higgs, rua dos Fanqueiros N."
131, segundo andar, se hão de vender em leilão publico,
as seguintes propriedades: huma grande propriedade de
casas de outo janellas de frente, no largo do Quintella
N.° 1 e 2, livre de foro, e desembaraçada. — Huma ca
sa nobre com seu quintal, no alto da rua do Salitre
N.° 215. — Huma dita na rua do Salitre N.° 44 e 43,
com pateo, cocheira , e cavalharice. — Huma dita na
rua da calçada de Santa Anna N.° 60 a 62, com co
cheira, cavalharice, etc. — Tres ditas no largo da rua
dos Canos N.° 29 a 34.A. — Os Titulos se podem ver em
casa do vendedor tres dias antes da arrematação, com
Os mais esclarecimentos.
Quinta feira, 20 do presente mez de Janeiro, ás onze
horas da manhã, na Chancellaria do Consulado Geral
de França, na rua do Ferregial de cima, N.° 13, no
3.° andar, se ha de vender em leilão publico, a quem
mais oferecer, o Bergantim de Guerra Francez, deno
minado La Bressane, que se acha fundeado na Jun
queira, defronte do estaleiro do constructor de navios
Samuel Shyrley, cujo navio se pode ver todos os dias, e a
qualquer hora. As condições da dita venda serão pa
tentes antes de principiar o leilão.
Na rua da Quintinha, N.° 39, se vende hum bonito
cavallo de 6 para 6 annos. {
 NUM. 16.
GAZETA DE LISBOA. x992224363$4<<<9as…=-
QUARTA FEIRA, 19 DE JANEIRO.
Xo6->}}<>{2}G####<0ox=
PARTE OFFICIAL.
Extracto da Ordem do Dia N.° 4.
Quartel General no Paço de Queluz, em 17
de Janeiro de 1831.
Publicão-se ao Exercito os Avizos, e Decreto
abaixo transcriptos:
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — Tendo-Se
Dignado Sua Magestade ElRei Nosso Senhor, Atten
der ao que Lhe foi presente sobre a necessidade de se
marcar duração aos artigos de armamento, correarne,
º arreios que se fornecem aos Corpos de Cavallaria,
Foi Servido Resolver, depois de examinadas, e combi
nadas as diferentes informações que se houverão ácerca
deste objecto: que a duração dos artigos declarados na
labella inclusa, assignada pelo Conselheiro Gregorio
Gomes da Silva, Oficial Maior desta Secretaria d'Es
tado, seja a que na mesma Tabella vai designada. O
que de Ordem do Mesmo Augusto Senhor communico
a V. Ex.*, para seu conhecimento, e do Exercito..=
Deos guarde a V. Exº Paço de Queluz, em 10 de Ja
neiro de 1831. = Conde de S. Lourenço. = Illustrissimo
e Excellentissimo Senhor Conde de Barbacena. •
Tabella da duração dos artigos de armamento, correa
me, e arreios abaixo declarados:
Artigos.
An. de duraç.
Clavinas completas - - - - - - - - 32
Pistolas completas - - - - - - - - 32
Espadas com bahinhas de ferro - - - - 17
Bandoleiras com cartuxeiras completas - - 19
Boldriés com francaletes, e pastas - - - 14
Fiadores para as Espadas - - - - - - 12
Suspensorios para Estandartes - - - - 29
Port-Clavinas - - - - - - - - - - 8
Guarda fechos - - - - - - - - - - - 8 zação annexo á Portaria de 20 de Novembro de 1809,
Sellinsá Ingleza com todos os seus accessorios 14
Sellins á Husard com todos os seus accessorios 13
reios com todos os seus accessorios - - 13
Schabraques de panno - - - - - - - 4 Meu Real Exercito; e convindo para a boa Ordem do
Secretaria d'Estado dos Negocios da Guerra, em 10
de Janeiro de 1831.= Gregorio Gomes da Silva.
Illustrissimo e Excêllentissimo Senhor, — ElRei Nos
so Senhor, em Resolução de 6 do corrente mez, toma
ANNO 1831.
\
da sobre Consulta do Conselho de Guerra, Houve por
bem que ao Capitão do Regimento de Caçadores da
Beira-Alta, João Pinto de Sousa Coutinho, se leve em
conta, na sua antiguidade do Posto de Capitão, o tem
po que decorreo des de que, em Dezembro de 1826,
abandonou o emprego de Secretario do Governo das
Armas da Beira-Alta, e se reunio ás Tropas Realistas,
até que foi reintegrado na efectividade do Exercito. O
que communico a V. Ex.*, para seu conhecimento, e
mais efeitos necessarios. = Deos guarde a V. Ex." Pa
ço de Queluz, em 13 de Janeiro de 1831. = Conde de
S. Lourenço.
Conde = Illustrissimo e Excellentissimo Senhor
de Barbacena. •
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — ElRei Nos
so Senhor, em Resolução de 5 do corrente mez, toma
da sobre consulta do Conselho de Guerra, Houve por
bem conceder melhoramento de reforma no Posto de
Capitão ao Tenente reformado do Regimento de Infan
teria N.° 1, João Carlos de Magalhães Castello Branco:
o que communico a V. Ex:" para seu conhecimento, e
mais efeitos necessarios. = Deos guarde a V. Ex." Pa
ço de Queluz, em 13 de Janeiro de 1831. = Conde de
S. Lourenço. = Illustrissimo e Excellentissimo Senhor
Conde de Barbacena.
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — ElRei Nos
so Senhor, Manda remetter a V. Ex." para seu conhe
cimento, e mais efeitos necessarios, a incluza Copia
assignada pelo Conselheiro Oficial Maior desta Secre
taria de Estado dos Negocios, da Guerra, Gregorio Go
mes da Silva, do Decreto de 8 do corrente mez, pelo
qual o Mesmo Augusto Senhor Houve por bem. Designar
os distinctivos que devem usar os Ajudantes Sargentos,
e Quarteis Mestres Sargentos dos Corpos do Exercito.
= Deos guarde a V.Ex." Paço de Queluz, em 13 de
Janeiro de 1831. = Conde de S. Lourenço. = Illustris
simo e Excellentissimo Senhor Conde de Barbacena.
Decreto.
Não se achando determinado pelo Plano de Organi
quaes deverião ser os distinctivos correspondentes aos
Postos de Ajudantes Sargentos, e Quarteis Mestres Sar
gentos, que então se creárão, em todos os Corpos do
Serviço, e disciplina, estabelecer huma providencia pe
la qual se fixem os referidos distinctivos de hum modo
uniforme em todo o Exercito: Hei por bem Determi
minar, que nos Corpos de Infanteria, e Artilheria,
os Ajudantes Sargentos usem de dragonas de escama
 Lºº)
de metal, sem franja, corôa de metal no braço di surgentes Polacos vão continuando com muita rapidez
reito, e Florete em Talabarte, similhante ao que de
vem usar os Oficiaes destas Armas; e os Quarteis Mes
tres Sargentos terão os mesmos distinctivos, tendo po o Exercito auxiliado pelos Feld Marechaes Diebitsch e
rém a corôa de metal no braço esquerdo: Que nos Cor Paskevitch, e pelo General Geismar. Deo-se ordem pa
pos de Cavallaria os distinctivos dos sobreditos Postos, ra que entrem na Polonia dous Corpos d'Exercito, e
sejão em tudo iguaes ao que fica estabelecido para a In parte das Guardas; a tranquillidade continua a reinar
fanteria, e Artilheria, só com a differença de trazerem
em lugar de Florete, Espada pendente de Boldrié, con
forme aos dos Oficiaes inferiores desta Arma: e que
nos Regimentos de Caçadores os Ajudantes Sargentos,
e Quarteis Mestres Sargentos, sejão diferençados dos
Oficiaes Inferiores dos mesmos Corpos em trazerem a
corôa de metal, como acima se refere, em lugar dos
distinctivos que estes usão no braço, e Espada penden
te do Boldrié, similhantemente ás dos respectivos Ofi
ciaes. O Conselho de Guerra o tenha assim entendido,
e faça executar. Palacio de Queluz, em 8 de Janeiro de
1831. = Com a Rubrica de SUA MAGESTADE.=
Gregorio Gomes da Silva.
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — ElRei Nos
so Senhor, Houve por bem, por Decreto de 8 do cor
rente mez, nomear o Bacharel Jeronymo José Baptista
Lopes Parente, Auditor Permanente para servir na
Beira-Baixa, na conformidade do Decreto de 30 de Ju
lho do anno proximo passado. O que communico a V.
Ex." para seu conhecimento. Deos guarde a V. Ex."
Paço de Queluz, em 14 de Janeiro # 1831. = Conde
de S. Lourenço. = Illustrissimo e Excellentissimo Se
nhor Conde de Barbacena.
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — Passo a
communicar a V. Ex.° para sua intelligencia, que El
Rei Nosso Senhor, em Resolução de Consulta do Con
selho de Guerra, na data de 24 de Dezembro ultimo,
Houve por bem despachar no Posto de Tenente Aju
dante do Batalhão de Infanteria de Linha da Ilha de
S. Miguel, a Pedro de Brito Rebello, Alferes de Ca
çadores do Além-Téjo, destacado na mesma Ilha. Deos
guarde a V. Ex." Paço de Qucluz, em 14 de Janeiro
de 1831. = Conde de S. Lourenço. = Illustrissimo e Ex
cellentissimo Senhor Conde de Barbacena.
ElRei Nosso Senhor, como Commandante em Chefe
do Exercito, Manda Declarar que Houve por ben Con
formar-Se com o parecer do Conselho Militar, creado
por Decreto de 11 de Agosto de 1828, ácerca do Alfe
res do Exercito, Ignacio Guedes Ozorio, que o mesmo
Conselho julgou justificado.
(Seguem-se Licenças.)
Faz-se saber aos Commandantes dos Corpos, e mais
Authoridades Militares, que a Impressão Regia tem
Commissarios para a venda dos impressos do Serviço do
Exercito, em Elvas, Evora, Faro, Tavira, Castello
Branco, Coimbra, Vizeu, Santarém, Setubal, Braga,
Porto, Vianna, e Chaves. = Conde de Barbacena,
Chefe do Estado Maior General. = Está conforme o
Original. = Ajudante General, Marquez de Tancos.
— facil de es pôr em execução, nem conforme ás vistas do
- PARTE NÃO OFFICIAL. "…
–
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
PRUSSIA.
Berlim, 12 de Dezembro.
As tropas Russianas destinadas a obrar contra os in
#} !" marcha para a fronteira; parte dellas he condu
zida em trilhos. O Imperador Commandará em pessoa
no Grã-Ducado de Posen e na Gallit.ia.
BAVIERA.
*
* *-
Augsburgo, 24 de Dezembro.
As ultimas cartas da fronteira assegurão, que 503000
Russianos ás ordens do General Pahlem II já estavão
a ponto de entrar no Governo de Minsk, e que a van
guarda do Exercito do General Roth já chegára a Ka
minieck, Capital da Padolia.
ALLEMANHA.
Fronteiras da Savonia, 18 de Dezembro.
Dizem que o Imperador da Russia dirigira ás Cortes
da Europa huma Nota Circular concebida nos termos
mais energicos, em que diz que nunca transigirá com os
rebeldes. Accrescentão que declarara, que não receberá
a Deputação Polaca, nem ouvirá as suas propostas.
(Estafeta.)
Francfort, 24 de Dezembro.
{ • • \
Ao passo que as cartas de Berlim fallão de paz, se
estão fazendo com extraordinaria actividade preparati
vos de guerra na Prussia Rhenana. Em toda e parte se
fazem disposições para pôr com a maior brevidade a
Milicia no estado d'entrar em campanha ao primeiro
avizo. Em Wetzlar, Neuwied e outras Cidades se está
trabalhando de dia e de noute no fardamento. Imme
diatamente se reunirão nas Provincias do Rheno 603
homens do landucher,
plicará este numero. e dentro de pouco tempo se du •
HUNGRIA.
Das Fronteiras, 14 de Desembro.
Além dos Regimentos que estão em marcha para as
fronteiras da Polonia, os de Salins, Alberto, Dom
Miguel (de # he Coronel ElRei Nosso Senhor), e ou
tros muitos Batalhões das fronteiras de Siebenburgo,
tem ordem de partir para a Gallitzia. O alista menso
Bungaro não se faz com actividade por que encontrou
difficuldades praticas a concessão que fez o Imperador
aos Estados de que o idioma Hungaro se substituisse ao
Allendo nos exercicios militares. A Dieta supplicará
ao Imperador quando vier a Presburgo, que não haja
Oficiaes Allemáes nos Regimentos Hungaros e que es
tes só fação guarnição na sua patria. Outro objecto não
Inenos importante he a incorporação da Gallitzia e
Ludomiria; mas apezar de se haver promettido não he
Governo. (Gazeta de França.)
FRANÇA.
París, 1 de Janeiro
Praça do Commercio; hontem. Cinco por 100 conso
lidados 93 f. 43 c. Emprestino Real de Hespanha 634.
Renda perpetua de idein, 60 *. _*
Em consequencia da demissão do General Lafayette
tºube") º Pedirãº
ral da Guarda 14 Oficiaes do Estadº Maior Gene
Nacional, • • • + •
 [63]
Ante hontem á noute foi muita gente felicitar o Ge
neral Lafayette pelo seu nobre procedimento. Erão pe
la maior parte guardas nacionaes de todas as armas e
de todas as graduações. (Gazeta de França.)
A Gazeta de Moguncia de 25 de Dezembro annuncia,
que no dia 21 havia chegado a Augsburgo hum Cor
reio com a noticia de que 1603 Russianos se achavão
a caminho para a Polonia, e que marchavão com tan
ta celeridade que se calculava que poderião entrar em
}'arsovia no 1.° de Janeiro huns 80,3 homens.
(Quotidiana.)
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 29 de Dezembro.
e que o Exercito activo se comporá de hum corpo des
O M. Post publica , assim como outros Jornaes, a -tacado da Guarda Imperial dos Granadeiros dos Cor
formula de huma Oração que se mandou recitar nas pos 1.° e 3.° de Infanteria, 3.° e 5.° de Cavallaria e de
-Cathedraes, Igrejas, Parroquias etc. por causa da per hum corpo destacado do Exercito da Lithuania, que
turbada situação em que se achão certas partes do Reino com outras tropas formarão a 6.° Dívisão de Infanteria.
unido: nessa formula se lê o seguinte: º Restitui, Se
nhor, ao vosso povo, a pacifica fruição dos numerosos
e grandes beneficios que temos recebido da vossa boa
dade; frustrai a unalicia de homens perversos e turbu
lentos, e convertei os seus corações; tende piedade, Se
nbor, dos simples e dos ignorantes que tem sido extra
viados, e reconduzi-os ao conhecimento do proprio de
ver; e ás pessoas de todas as classes e condições neste
paiz, coucedei tal abundancia da vossa graça, que
achando-se nossos corações cheios de verdadeira fé e de
voção, e purificados de todo e qualquer malévolo sen
timento, vos possamos servir com huma só vontade,
com lealdade para com o Rei, obediencia ás leis do
paiz, e fraternal afecto huns para com os outros etc.»
Idem, 30.
A 20 de Dezembro compareceo perante o Tribunal
de BVinchester huma partida de sediciosos accusados de
haverem destruido as máquinas de Fordinbridge. O Du
que de Hºellington assistio a esta audiencia como Lugar
Tenente do Condado. O Barão Vaughan, Presidente
do Tribunal, energicamente reclamou a severidade dos
Juizes: » Não se deve capitular com a sedição, disse el
le: cedei huma só vez, e vereis como se augmentão os
perturbadores e a sua audacia.» Forão a final declarados
reos huns 14 individuos.
A 12 de Novembro chegou a Constantinopla HV. An
tonio Nuridschan, Primeiro Patriarca dos Armenios
Catholicos, nomeado por Pio VIII; circumstancia pela
qual devem esperar que d'ora em diante serão defendi
dos os seus interesses com vigor e energia. O mesmo
Sultão lhes deo huma prova do seu afecto e benevolen
cia nomeando Edhem Effendi Ministro do Culto Catho
lico dos Armentos. Edhem he valido do Sultão, e pa
rece que se acha animado das melhores disposições a fa
vor dos Armenios. - (L'Avenir.)
HESPANHA.
Cadiz, 27 de Dezembro.
A Junta Suprema da Saude do Reino, em ordem que
communica a Superior de Andaluzia a esta Municipal
em data de 24 do corrente, foi servida resolver que as
embarcações que cheguem a este porto procedentes dos
da Russia no Baltico em bom estado de saude, e ten
do obtido livre pratica na passagem do Sunda ou em
qualquer outro ponto menos distante, sejão admittidas
ao commercio. Que se os mencionados vazos aportarem
sem a referida habilitação e com algum enfermo ou mor
- lº, que se suspeite seja da Colera morbus , se man
dem para hum Lazareto sujo; mas se não tiverem ti
do movidade se recebão debaixo da qualidade de car
ta suspeitosa com todos os seus efeitos; e por ultimo,
que as restantes procedentes do Baltico distinctas dos
portos da Russia se sugeitem a quatro dias de observa
ção. Tudo o que se faz publico para intelligencia do
com mercio. (Diario Mercantil.)
Madrid, 10 de Janeiro.
Annuncião de Petersburgo em data de 18 de Dezem
bro, que o Imperador confiára ao General Diebitsch o
commando do Exercito que se reune nas fronteiras da
Polonia; que declarára no estado de guerra os Gover
nos de Grodnow, Wilna, Minsk, Podolia e Volinia,
pondo-os debaixo da authoridade do mesmo General;
Segundo noticias de Varsovia parece que os Polacos
carecem da união necessaria para resistir ao grande pe
rigo que os ameaça, e só contão com a pouca tropa
disciplinada que se lhes reunio.
Diz a Quotidiana, referindo-se ás cartas do Merico;
que a 11 de Setembro fôra fuzilado em Puebla o Coro
nel "itoria; o seu delicto he, que tendo-se-lhe confiado
a escolta do General Guerrero, passára com este para
o partido inimigo do Governo Mericano.
- (G. de Madrid.)
Idem, 11.
ElRei Nosso Senhor, a nossa amada Rainha e a Au
gusta Infanta continuão sem novidade em sua impor
tante saude, e igualmente SS. A.A. R.R. os Serenissi
mos Senhores Infantes.
•
… (Parte Official da Gazeta de Madrid.)
*—*§§ 4—º
Lisboa, 18 de Janeiro.
Por noticias fidedignas de París, em data de 24 de
Dezembro ultimo consta, que vierão ordens do Rio de
Janeiro para não se entregar mais dinheiro algum aos
refugiados Portuguezes, nem se fazer remessa alguma
para a Ilha Terceira, assim como para não se concluir
o emprestimo, que estava a ponto de se ultimar.
Não podemos deixar de observar, que estas noticias
são huma consequencia do que se tem tratado nas Ca
maras do Brazil, e do que motivou a demissão do Mar
quez de Barbacena de Ministro da Fazenda por Decre
to de 30 de Setembro do anno proximo passado, para
se lhe tomar conta dos dinheiros que dispendeo em
Londres. |-
A 29 do mez ultimo sahírão da fortaleza de Vincen
nes os quatros ex-Ministros de Carlos X, para a de
Ham, onde deverão sofrer a pena de prizão perpetua.
No tempo de Napoleão sofreo Mr. de Polignac na
companhia de outros individuos, por causas politicas, di
# prizão na mesma fortaleza para otide foi con
duzido, e onde já chegou com seus companheiros
sem novidade. • • • -
$-
—º §§x-—º
(Artigo communicado.)
ElRei Nosso Senhor, o Senhor Dom Miguel Pri
meiro, attendendo ao que Lhe representou João Ferrei
ra, Negociante da Villa de Almada, foi servido fazer

lhe a Graça de poder usar da Medalha de ouro com
Sua Real Efigie, o que teve lugar em Audiencia de 13
de Janeiro de 1831.
«—«§§ * —»
Telégrafo.—Serviço da Barra.—18 de Janeiro.,
Entrárão de noute 1 Escuna, e 1 Galeota Inglezas ; 1
Galeota Hollandeza, e 1 Chalupa Hespanhola.
Cerração na Barra. -
Publicações Litterarias.
Tratado de Educação fisica e moral dos meninos de
ambos os sexos, traduzido do Francez, 480 réis. — Tra
tado da Civilidade Christã para se ensinar aos meninos
das escólas, 30 réis: vendem-se na loja de Antonio Mar
ques da Silva, rua Augusta N.° 2. • -Quem quizer comprar huma morada de casas livres,
As dezenove manobras para hum Regimento de In
fanteria em Inspecção, com duas estampas, se acha á
venda na loja de Carvalho, ao Chiado, defronte da rua
de S. Francisco: preço 720 réis.
Annuncios.
No dia 24 de Janeiro corrente, pelas nove horas da
manhã, se ha de expôr á venda a 2.° Loteria da Mise
ricordia desta Corte, respectiva ao actual semestre, no
seu proprio edificio.
Pelo Juizo da Provedoria dos Residuos e Captivos,
em casa do respectivo Provedor, na rua de S. Domin
gos, á Lapa, N.° 19, se ha de proceder no dia 25 do
corrente mez, pelas dez horas da manhã, á venda e
arrematação dos predios seguintes: humas casas no beco
do Mello, N.° 4, Freguezia de S. Miguel em Alfama,
avaliadas em 1603000 rs.; humas ditas na rua da Re
gueira, N.° 42 e 43, Freguezia do Salvador, avalia
das em 2013600 rs., e os seus rendimentos em 263400
rs.; humas barracas no Castello, juntas á muralha,
avaliadas em 503000 rs.; humas casas no beco de S.
tratos ao juro da praça, se comprão Acções do Ban
Marçal, com frente para o pateo das Parreirinhas, N.°
6, na dita Freguezia de S. Miguel em Alfama, ava co, e Apolices, e finalmente se faz qualquer transacção
liadas em 803000 rs., e os seus rendimentos em 163200
rs., Escrivão Estolano José da Costa, morador na rua
direita de Santa Martha, N.° 47; humas casas nobres
com sua quinta, nas Praias, á Cruz Quebrada, Fre
guezia de S. Romão de Carnachide, avaliadas em
2:4483000 rs., e os seus rendimentos em 140,3000 rs.,
Escrivão Antonio Monteiro da Fonseca, na rua das
JFlores, beco dos Apostolos, N.° 3; humas casas com
seu quintal e poço, na calçada do lugar de Sacavem,
N.° 142, avaliadas em 260,3000 rs., e os seus rendi
mentos em 193200 rs.; e hum moinho de vento no si
tio de Marzagão, Freguezia de Santa Maria de Loures,
avaliado em 2103000 rs., e o seu rendimento em 20,3
rs., Escrivão Francisco Raymundo de Andrade, na rua
do Arco, ao Collegio de Nobres, N.° 28. Quem qui
zer ver as confrontações, e as mais circumstancias dos
referidos predios, dirija-se aos Cartorios dos respectivos
Escrivães mencionados. = O Procurador dos Reziduos,
e Executor dos Captivos, Jacinto Alberto Lopes de
Mendonça.
O Conselho de Administração da Marinha pretende
comprar lona , e brim para velame : todas as pessoas
que quizerem vender as referidas manufacturas, podem
comparecer na sala do dito Conselho, Quinta feira 20
do corrente mez de Janeiro, pelo meio dia, para se tra
tar dos seus ajustes.
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
{ 64 ]
Procedendo a execução D. Anna Maxima da Cunha,
contra Tristão Alves Martins de Menezes, sua mulher,
•
e a menor de doze annos D. Maria Gertrudes Teixeira,
+ no Juizo de Oeiras, Escrivão Paula e Almeida , se fez
penhora na quinta da Boiça, prazo em vidas , perten
cente á mesma menor; e porque estão correndo os edi
taes, se aviza o público de que pedindo o Curador vista
para embargos de terceiro lhe foi negada, pendendo o
negocio ao presente de recurso de aggravo, na certeza
de que se protesta por parte da mesma menor contra a
nullidade da arrematação, ou adjudicação que se seguir,
para se requerer por parte da mesma menor , pela via
ordinaria, contra qualquer possuidor.
Vende-se huma propriedade de casas de 1.° e 2.° an
dar, com cocheira e palheiro, e hum grande e bom quin
tal, sita na calçada das Necessidades N.° 33.: quem a
pretender, falle com seu dono, morador no primeiro an
dar da dita propriedade. -
sitas no principio da rua direita da Villa de Aldéa Gal
lega do Ribatéjo, que constão de casas altas, e baixas,
e suas pertenças; como tambem hum celeiro pegado ás
mesmas, foreiro em seis mil réis, que tudo foi de Ber
nardino José de Oliveira e Silva, falle com o seu her
deiro o Beneficiado Antonio Tavares Esteves, morador
na Villa de Palmella, com quem poderá celebrar o pa
gamento dellas conforme for o ajuste.
Na rua do Loreto N.° 83, primeiro andar, se empres
ta dinheiro sobre grandes e pequenas peças de prata,
ouro, brilhantes, predios, acções do Banco, apolices,
titulos de divida publica, e sobre quaesquer outros pa
peis que tenhão credito no mercado, tudo por premio
muito commodo, e com promptidão, por grandes que
sejão as quantias, e para segurança das pessoas que alli
contratarem se lhes passará recibo dos objectos empenha
dos , e se acaso forem cousas de grande valor , e seus
donos quizerem, se fará o negocio por escriptura, dan
do-se quantias quasi iguaes ao valor dos objectos empe
nhados: tambem se descontão letras da terra, e de con
havendo legalidade, e segurança.
Na loja de sarralheiro na rua dos Retrozeiros, N.° 4
e 5, ha para vender hum cofre grande usado, huma
boa porção de fechaduras de todos os tamanhos e qua
lidades, cadeados e torradores de café em tamanhos con
venientes.
Terça feira, 25 do corrente, pelas onze horas, em ca
sa de Diogo Roberto Higgs, rua dos Fanqueiros N."
131, segundo andar, se hão de vender em leilão publico,
as seguintes propriedades: huma grande propriedade de
casas de outo janellas de frente, no largo do Quintella
N.° 1 e 2, livre de foro, e desembaraçada. — Huma ca
sa nobre com seu quintal, no alto da rua do Salitre
N.° 215, — Huma dita na rua do Salitre N.° 44 e 46,
com pateo, cocheira , e cavalharice. — Huma dita na
rua da calçada de Santa Anna N.° 60 a 62, com co
cheira, cavalharice, etc. — Tres ditas no largo da rua
dos Canos N.° 29 a 34 A. — Os Titulos se podem ver em
casa do vendedor tres dias antes da arrematação , com
os mais esclarecimentos.
Na tarde do dia 24 do corrente, se ha de arrematar
na Praça do Deposito Goral, com o abatimento da
quinta parte do valor de 400,3000 rs., huma fabrica,
seus fornos, varias pertenças, e quintal, na rua no
va de S. Francisco de Paula, Freguezia de Santos,
N.° 43 e 43 A ; e he Escrivão da arrematação Couto.
 ANNO 1831.
NUM, ! 7.
—=>-{9

GAZETA DE LISBOA. —–=>X<>$*>|$@$@GX=-

QUINTA FEIRA, 20 DE JANEIRO.

PARTE OFFICIAL. •

se havião gradual, mas irreparavelmente quebrado, e

Repartição da Reforma Geral dos Estudos.
Pela Junta da Directoria Geral dos Estudos se hão
de prover por Concurso de 60 dias, que principiará em
25 do corrente mez, a Cadeira do Curso # de Fi
losofia Racional e Moral, e Elementos de Arithmetica,
Geometria, Geografia, e Chronologia, do Estabeleci
mento do Bairro de Belém da Cidade de Lisboa, com
o ordenado annual de 4603000 réis; a de Filosofia Ra
cional e Moral da Cidade de Faro, com o ordenado
annual de 3203000 réis; e a de Primeiras Letras de
Salvaterra de Magos, na Provedoria de Santarem, com
o ordenado annual de 90,3000 réis: os que pretenderem
ser nellas providos, se habilitarão com Folhas corridas,
Declaração determinada na Lei de 20 de Junho de 1823,
Certidão de idade, e Attestação do proprio Paroco
sobre vida, e costumes, reconhecidas, e em fórma le
gal, e no tempo acima designado concorrerão a Exame
perante a mesma Junta, ou perante o Commissario del
la em Lisboa quanto ás duas primeiras, e o Provedor
respectivo quanto á terceira. Coimbra , na Secretaria
da sobredita Junta, 14 de Janeiro de 1831. — O Ofi
cial Maior José de Carvalho Ferreira das Neves.
F
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
FRANÇA.
Paris, 20 de Dezembro.
Defeza de Mr. de Chantelauze.
Mr. Sauzet começou o seu discurso discutindo a lega
lidade de hum Coup d'Etat debaixo da antiga Carta,
huma vez que o Governo entendia, que o Rei se acha
va na necessidade de assim proceder para a conserva
ção do seu Throno. Negou com grande energia, que rém, o caso he diverso. As montanhas da Escossia oc
os Decretos houvessem causado a Revolução de Julho; cultão agora os desgraçados restos de tres gerações de
disse que essa Revolução se havia efeituado em tres Reis; o quebrado sceptro de Carlos X suficientemente
dias, mas que se havia empregado quinze annos em mostra, que expiou os erros da sua administração. ” .
* Preparar; que os laços entre o Throno e o povo * Passou o Orador a examínar largariente a questão
que o infeliz ex-Ministro que elle defendia se achava
innocente da catástrofe, apezar de ter sido huma das
suas victimas. Pedio á Camara dos Pares, que se lem
brasse de que ella mesma havia tomado parte em mui
tas medidas que havião posto em perigo o Throno da
ultima Dynastia, e que os subditos da recente Monar
quia se tinhão compromettido muito antes da formação
do Ministerio de 8 de Agosto. Fallou depois dos
muitos ataques que o Monarca sofrêra antes que se
resolvesse a defender os seus direitos; disse que a Im
prensa havia abundado nesses ataques até que a final
o Rei achou que a extrema liberdade da Imprensa era
incompativel com a existencia do Throno; que se de
vião lembrar que o valor da liberdade de Imprensa era
hum grande problema nos modernos tempos; que era
desconhecida nos Governos antigos, e que provavel
mente era hum assumpto sobre o qual no Gabinete dos
Soberanos existião opiniões mui diferentes; que os Jor
naes havião furiosamente atacado todos os principios
caros á Monarquia; que era natural que o Rei olhasse
com anciedade para esse ataque dirigido á destruição
do poder da Dynastia dos Bourbons; que os Procura
dores da parte da accusação havião dito, que o povo
Parisiense subvertera o Throno com repugnancia, mas
que isso se achava contrariado pela evidencia dos seus
mesmos actos; que esse povo estava resolvido a arrui
nallo, e que a unica alternativa da Coroa fora salvar-se
por meio de medidas fortes, ou receber o golpe sem re
sistencia. Ponderou, que os antigos e os novos prin
cipios se tinhão achado em collisão por huma longa
serie de desgraçadas medidas pelas quaes os infilizes Mi
ninistros em processo não erão responsaveis, e para
atalhar cujo impulso já era tarde quando tomárão con
ta do leme do *"". Proseguio com estas palavras:
» Já provei a sinceridade dos Ministros, muito espe
cialmente de Mr. Chautelause: Oxalá possa eu nutrir
a esperança de o ver restituido á liberdade e á nobre
Corporação de que era illustre ornato! Vós o sabeis,
Senhores, a mesma Corporação dos Juriscunsultos pe
dio que os prezos fossem considerados na qualidade de
prizioneiros de guerra, e não na de criminosos. Além
do que não he claro, que a lei fôra injusta determinando
qualquer castigo a respeito delles! Se o Throno houves
se permanecido inviolado, se não se tivesse feito em pe
daços o veo que encobria o seu sanctuario, então po
deria a lei recahir sobre os Conselheiros da Coroa. "Po
 [56]
da responsabilidade Ministerial, mostrando quo os ac seguir nos seus estudos e não para deliberar sobre ques
cusados não podião ser condemnados sem flagrante in tócs politicas, mandou …prender a tal Escola até nova
justiça; que º PPY? }?viº #### atacar o Throno, ordem. r
-

e que abjurando toda é qualquer idéa de vingança en (O Morning Post transcreve esta noticia em data de
tes quizera
sangue dos subverter
Ministros. a Monarquia do que derramar º •
París, 26 de Dezembro; e accrescenta em outro artigo
de Londres em data de 29, que se afirmava que 500
alumnos tinhão sido mandados para suas casas.)
Defeza de Mr. Guernon de Ranville." O Governo Britannico acaba de fretar varios trans
Mr. Cremieux, defensor de Mr. Guernon de Ranvil portes para conduzirem á Nova Galles do Sul todos
le, com #"º indulgencia
•
B *#*# os indivíduos que forem réos de açtos de perturba
rando que depois da eloquente defeza que acal ç㺠e desordem nos diferentes destrictos do Reing
ouvir, mais do que nunca se achava convencido do quanto Unido. -- -* - —

essa mesma indulgencia lhe era necessaria; referio o Ora

dor os successos que havião occorrido des de a Restau Sentimos annunciar que as noticias da Irlanda são
ração; examinou os actos de Mr. Guernon de Ranvil de mui desagradavel natureza. O'Connell pela sua in
le em quanto fôra Ministro, mostrando que sempre se fluencia nos animos da gente vulgar e desafecta, já tem
oppozera a todo e qualquer systema de Governo contra levado a sua perniciosa agitação até certo gráo tão as
rio ás opiniões da França; disse que Mr. Guernon de ... sustador, que se julgou necessario prover novos meios
Ranville simplesmente assignára, porém que não acon de protecção no Castello do Lord Lugar Tenente.
selhára a adopção dos Decretos, circumstancia que en (M. Post.)
tendia devêra ser tomada em mui seria, consideração;
que além dissº º Tribunal Perantº qual º mesmº pro *—º §§ 4–s
cesso se devia decidir, era hum Tribunal incompleto,
por isso que já não era o mesmo que fora quando º cri Lisboa, 19 de Janeiro.
me *#*# tal) se *# comettido; e que só isto
era bastante para obstar a hum }" legal. Mr. Cre Se a probidade he tão essencial a todo o homem que
mieux terminou dizendo que se algum dia hum estran ossue elevação de sentimento, ou que prezº, comº
eiro visitasse as ruinas de París, quando esta Cidade $#. , a dignidade do seu proprio, caracter , nunca
? não existisse, o seu guia mostrando-lhe as ruinas do he mais necessaria ou indispensavel do que aº escriptº;
Pantheon e da Camara dos Pares, lhe diria que a maior publico, que dedica os seus trabalhos e o seu desyºlo 4
nação da terra perdoára os ex-Ministros agora em pro publicação dos successos que occorrem no theatrº Poli
cesso entendendo que nenhum sangue se devêra derra fico do mundo. Muito embora possua o Jornalista º
mar no altar da liberdade. (A emoção do Advogado foi prestigio da eloquencia, vastos conhecimentos, e º maii
tão profunda. que em desmaio
tão profunda, foi conduzido
desmaio foi fóra dda
conduzido fóra variada leitura dos authores, que conseguírão acçeitar
duzio na
sala; assembléa
incidente este,á mais vivatãoimpressão)
que em grave momento pro •
ção e renome no orbe litterario; se nos seus escriptºs
não resplandecer a boa fé, se nelles não apresentar as
Entrou pouco # Mr. Hennequin, e disse que Mr. necessarias condições do proprio credito, só poderá adº
Cremieux tendo voltado a si lhe pedíra, viesse declarar quirir efémera celebridade, e em vez de applausº, º
á Camara, que havia concluido a sua defeza. . . nhará o vituperio, que acompanha o escriptor que dei:
Neste momento começou a circular nas galerias hum xa correr a penna ao alvedrio de insanas paixões ,
papel annunciando, # era immenso o concurso de po sem attender ao dictame da propria convicção º dº
Yo que cercava o edi icio da Camara; que resoavão os recta consciencia. • • •

clamores de Morrão os Ministros, e que a agitação ha . He innegavel que nenhum, escriptor publico já mais
via chegado ao maior auge. Toda a Guarda Nacional póde adquirir titulo algum á estima dos seus leitºres,
acudio ás armas; e em breve soou o toque dos tambo se especialmente não tiver a seu favor, as seguintº Conº
res—na Camara reinou a maior agitação. # Beran dições de confiança, que pretende inspirar; 1. amºr
ger "# Commissarios da Camará dos eputados, a verdade; 2.° os canaes seguros pelos quaes a recebº
replicou, á defeza. o seu rincipal argumento consistia em e communica; e 3.° a circumspecção e imparcialidade
sustentar que os ex-Ministros erão realmente responsa na sua exposição. Preenchem todos os Jornalistas estas
veis, tendo sido conservada a inviolabilidade do #!! indispensaveis condições! Eis a pergunta que natural:
Ficou então addiada a sessão ## e mente fará todo o homem que dedica a sua attenção á
(E do Morning Post) . leitura das folhas periodicas estrangeiras. "Prezando em
** º ** : nós mesmos a imparcialidade, que desejariamos encon
trar nos outros escriptores, affoutamente appellamos
'' . . . GRÃ-BRETANHA.
* * para os seus proprios escriptos relativamente a este as"
>", º * * sumpto. Examinando certas folhas Francezas e Inglº
Londres, 29 de Dezembro. zas, poderá o leitor dizer candidamente, que nelas
respira o amor da verdade! Por ventura appareceo es"
A execuç㺠de tres homens convencidos do crime de te no empenho com que antes do mez de Julho ultimo
incendiarios, teve lugar no campo de Penenden, Sexta Procuravão as primeiras occultar o gráo de #
feira ultima. Dous delles chamados Pac mans, forão de a que a França havia chegado no tempo da Restau
convencidos pela confissão de hum seu cumplice; o seu ração! Appareceo acasº no empenho de inculcar, que
propriº. pai os acompanhou no momento do supplicio, a Dynastia dos Bourbons nada tinha quc temer do par
è conduzio os cadaveres para Canterbury a fim de os tido liberal; que esse partido era quem mais se interçº
entregar á sepultura. Na grande multidão que presen sava na dignidade do Monarca, e na inviolabilidadº
geou o supplício causou este a mais viva impressão. Af das suas prerogativas? * * * * * *

firmão que o outro delinquente confessára o seu crime. As palavras dos orgãos da revolução estão consignº"
das em seus escriptos; os actos dessa Revolução estãº
. O Marechal Soult (diz o periodico Francez intitula Patentes aos olhos do mundo: decida o homem impºr:
do Le Temps) a quem o recente procedimento de hum cial do credito que então mereçião aquelles Jornses, º
fracção da É%). Polytechnica fizera tomar em consis a Sonfiança que merecem agora. * ** +

deração, que os alumnos se achão reunidos para pró

• Relativamentº á segunda condição, que, º escriptºr
 [ 67]
publico deve adquirir, isto he canaes fidedignos onde -va, bem que negativa, ao que callamos por falso, mas
vai procurar as ºpiniões que emitte, ou os factos que re tambem admittindo a nota de subrepção desauthoriza
fere, yemos que nenhum homem que, deseja obter indu riamos o que expomos por verdadeiro ou que se propõe
bitavel conhecimento das cousas políticas, poderá sem como duvidoso. - " * * * -

temeridade depositar em taes escriptores confiança al » Toda a vez que nos chega-á mão qualquer periodico
guma; Por quanto, sendo corruptos como notoriamente - dos que se publicão em paizes onde ha, liberdade d'im
são os canaes das noticias que espalhão, estas hão de prensa, nos occorre primeiro que tudo, que a sua publi
naturalmente partecipar da sua torpeza e falsidade. -cação he, huma empreza mercantil. Quer a folha seja
Provoca o riso ver, a ridicula enfatuação com que taes -republicana, quer seja Monarquica, a primeira condi
Jornalistas se inculcão iniciados nos mais reconditos mis . Ção do seu estabelecimento the a de procurar todo o
terios dos Gabinetes; se se lhes desse credito, ninguem laugmento possivel de subscriptores; e como aconteça que
como elles, está ao facto das verdadeiras vistas e dos ver os successos ordinarios não são a proposito para excitar
·dadeiros interesses dos Governos; e no entanto he sabi a ou satisfazer a curiosidade dos leitores, resulta disto que
do, que as noticias, que publicão, sào, bumas improvi enos emprezarios ba geralmente viciosa predisposição em
das, nas praças do commercio, e outras nos Clubes, on o admittir e contar com ligeireza, todos os acontecimentos
de meia duzia de homens se arvorão em directores da que suppõem hum grande transtorno da ordem geral,
ºpinião publica, e orgãos della. Sendo as noticias Pu e que por isso podem excitar extraordinarias impressões
blicadas pelas folhas estrangeiras, tão duvidosas a respei de admiração, prazer, ou temor, Eis-aqui a primeira
to dos negocios do paiz respectivo, onde se imprimem, consideração que nos induz a desconfiar de todos os pe
póde acaso alguem admirar-se de que sejão, ainda mais riodicos que são materia d'especulação.
falliveis a respeito dos assumptos dos outros paizes! Não … A segunda que nos occorre tem lugar a respeito da
.temos visto com demasiada frequencia noticias publica -quelles papeis que são evidentemente consagrados ao ser
das a respeito desta Peninsula, diametralmente contra -viço da revolução. He cousa observada que entre os ar
rias ao que na realidade succedêra e está succedendo! dís revolucionarios o primeiro he o de darem por sup
Quando os rebeldes Hespanhoes erão repelidos, e obri postos, os mesmos triunfos que se querem alcançar; e he
gados a atravessar com vergonhosa fuga os Pyrinéos, tal o descaramento com que alguns periodicos estran
não dizião os taes vehiculos da opinião publica, que a -geiros empregão este indigno artificio, que só podem
victoria havia coroado, as suas armas? Não improvizá ser considerados como oficinas da mentira. Aos povos
ráo revoltas, em diferentes pontos deste Reino, quando que habitão no Meio dia dizem, que os do Norte já es
todos os estrangeiros nelle residentes são testemunhas da tão commovidos, e aos que se achão ao Norte assegu
profunda paz, e tranquillidade que tem reinado sempre em rão, que a authoridade já fora-vencida e transtornada
Portugal á sombra do paternal Governo do nosso Ma no Meio dia; de modo que ainda que a noticia careça
gnanimo Rei! E que idéa se deverá formar dos canags de todo o fundamento no paiz donde se toma, pode ter
por onde forão communicadas taes noticias, ou que resultados positivos no que a recebe. Rião-se os Hespa
conceito se deverá ter dos que tão impudentemente as nhoes quando no mez de Agosto ultimo, em que como
publicárão ! agora, gozavão de huma paz octaviana, se assegurava
Outra condição não menos indispensavel para a ac em muitas folhas de París, que 123 homens havião as
ceitação e credito do publico escriptor he, a circums sumido na Navarra o laço tricolor; porém não se ri
peção na exposição dos factos que annuncia. Da rão agora do que esta e outras invenções similhantes
circumspecção na publicidade dos factos nunca pode terão influido no animo dos desgraçados Polacos para
haver nocivo resultado; porém da acceleração em os precipitallos na sua temeraria rebellião.
fazer gyrar impressos, se podem seguir, como tantas » Depois destas duas considerações a terceira que nos
vezes temos visto, bem lastimosos inconvenientes. o contém para dar certas noticias he a convicção em que
Grangear, leitores, por meio da publicação de arti estamos de que a vantagem dos subscriptores não con
gos redigidos debaixo do influxo da efervescencia, he siste tanto em que lhes participemos tudo o que trazem
huma vantagem, se tal nome merece, a que de bom gra os periodicos estrangeiros, como em que lhes digamos
do renuncianos. Seguir quanto nossas forças o permitti o que parece provavel, segundo hum exame judicioso e
tem a vareda da circumspecção, entendemos sêr o uni imparcial. Por que se havia de dizer, que o Barão de
co meio de conseguir a approvação dos leitores judicio Humboldt se achava encarregado pelo Rei de redigir
sos: eis o galardão que levamos em vissa, nem podemos huma nova Constituição para a Prussia, se este facto
aspirar a outro mais precioso, .. . \ só indicado por algum periodico parcial, já vinha des
Sempre dominárão em nós estas idéas, e guiados por mintido no mesmo correio pelo silencio dos mais fidedi
elas temos procurado, com a maior solicitude, sem gnos, que logo o contradisserão aberta e inconcussa
nos deixarmos abalar das repelidas arguições de pouco mente! Que utilidade poderia resultar de reproduzirmos
noticiosos, que esta folha nào sirva de canal a sinistras o que hum periodico disse sobre a vinda de quinze Re
e falsas noticias, calculadas por interesse de certos de gimentos Francezes de infanteria e quatro de cavallaria
signios que a nada menos tendem que a perturbar o so aos Pyrinéos, se nem então nem depois se tem resolvi
cego e a felicidade de todos os povos. Aos nossos olhos do similhante cousa! Para que repetir, que o Exercito
esteve sempre açima de todos os interesses o bem com da Lithuania se havia decidido pela independencia da
mum da Europa, e pode a revolução perder as esper Polonia, se quando isto se apresentava por hum perio
ranças de recéber daqui o mais insignificante auxilio. dico como vago rumor , se assegurava o contrario
Hoje muito nos applaudimos de ver corroboradas estas - por outros mil canaes como certo 1 Para que º fim
mesmas idéas pelas seguintes reflexões, que transcrever º suppor, que na revolução de 29 de Novembro tinhão
Jmos da Gazeta de Madrid: " ." ? 1 .. } -morrido quarenta e hum Coroneis em Varsovia, se
"Quando os periodicos estrangeiros dão lugar, a que nos constava , e era cousa notoria , que não havia
circulem na Hespanha as noticias mais assustadoras, e tão grande numero delles nos dous partidos conten
quando está subjugado o entendimento de alguns de dentes! Como poderia em fim desculpar-se, que desse
baixo da tyrannia da vontade, não ha especie por ab mos 1453 homens de tropas a 9 de Dezembro ao Go
surda que seja que não mereça credito para com oshº verno de Varsovia, reduzido a hum curto destricto, se
mens cujos interesses ou opiniões favorece; justo, util». os mesmos periodicos revolucionarios lhe não davão mais
e decoroso parecerá que expliquemos as razões porque que 153 no dia 1.°, e se qualquer nação grande e po
nesta Gazeta se não publicão certas noticias. Se não derosa necessita alguns mezes para tão consideravel arº
fizessemos esta acclaração, não só prestariamos huma Pro mamento militar ! Vis enganadores, ou cumplices da
*
 [ 68 ]
<revolução nos chamarião se, reproduzindo nesta Gaze zimos de Santo Thyrso de Paramos; Dizimos das quaº
ta falsidades tão assustadoras, prestassemos nossas mãos tro Freguezias; Dizimos da Freguezia de Pedroso.—º
para a circulação que appetecem os authores dellas. Nos dias 8, 10, e 18 do dito, Siza dos azeites; Jantar
» De nada deveria servir-nos, que depois de copiarmos da Camara de Peniche; Tulha de Thomar; Celleiro de
º as notícias citassemos os originaes de que erão tiradas, Soure; Minunças de Benavente. — Nos dias 17, 19, e
nem seria bastante que os desmentissimos logo que con “11 do dito, Pescado fresco desta Cidade; as cinco Por
stasse a sua falsidade. Nem todos os leitores sabem até tagens do Algarve; Portagem de Villa Nova de Porti
que ponto he recusavel cada periodico, nem sempre che mão; Foros de Valle de filhº, Terças de Miran
ga a tempo o remedio para corrigir os efeitos da pri della. — Nos dias 19, 21, e 23 do dito, Paço da Ma
meira impressão; e mesmo não são poucos os sugeitos, deira; Consulado do Paço da Madeira; Novo Imposto
que admittindo cegamente huma noticia falsa, repellem do Paço da Madeira; Almoxarifado d'Algés; Almoxa
com tenacidade o desengano. Além de que, se tudo se rifado de Torres Novas. — Nos dias 23, 26, e 28 do
dissesse ligeiramente debaixo da condição de o ratificar dito, Sal de Lisboa; Chancellaria da Corte e Reino;
ou desmentir mais adiante, os fundamentos da verdade Chancellaria dos Contos e Cidade; Chancellaria da Ci
sefarião tambem condicionaes ou incertos, pois que ficarião dade do Porto; Consulado, e Fragatas das Alfandegas
sempre pendentes de huma ratificação ulterior. do Algarve; O que se deve á Real Fazenda pela Chan
» Estas são as considerações que não perdemos de vista cellaria da Cidade do Porto. — Nos dias 3, 4, e 6 de
na redacção da Gazeta. Nobres, como o Governo de Junho, Subsidio Litterario de Béja; Subsidio Littera
que temos a honra de depender, para não usarmos de rio de Ourique; Subsidio Litterario d'Elvas; Subsidio
baixo engano; circumspectos para não admittirmos li Litterario de Portalegre; Subsidio Litterario de Vizeu.
geiramente as noticias que forjão os revolucionarios; º – Nos dias 7, 14, e 15 do dito, Subsidio Litterario
tão isentos de cega imparcialidade como pela nossa si da Guarda; Subsidio Litterario d'Evora; Subsidio Lit
tuação o estamos do espirito mercantil, nem causare terario de Vianna; Subsidio Litterario do Porto; Sub
mos aos nossos leitores/terrores falsos, nem trataremos sidio Litterario de Castello Branco. — Para se arrema
e de º os adormecer no seio de huma indefinida confian tarem no Real Erario nos dias 26 de Fevereiro, 1 e 2
ça. E quando algum houvesse de tão depravado gosto, de Março, Donativo do Pescado secco desta Cidade;
que quizesse que o enganassemos com agradaveis illu Donativo do Paço da Madeira. — Lisboa, 18 de Dez
sôes , deveriamos tratallo como hydrópico sedento a enubro de 1830.= Manoel Xavier da Gama Lobo.
- quem se deve negar a agua que o mata.» Na casa da morada do Doutor Antonio Justiniano
Pegado Brotero, na rua direita de Santa Izabel N. 44,
*—º §§ 4–* se ha de receber á boca do cofre a Decima, e mais Im
postos da Freguezia de Santa Maria Maior, pertencen
Telégrafo. — Serviço da Barra. – 19 de Janeirº. te ao segundo Semestre de 1630, começando no dia 24
do corrente mez, por prazo de trinta dias, e de ma
Cerração no Mar. nhã, não sendo impedidos.
Moraes, alfaiate, continúa a ter no seu armazem de
* * # +…
fato feito, rua nova do Almada N.° 25, primeiro andar,
junto ao Pote das Almas, hum sortimento de casa cas
ADMINIsTRAção Do co…º GERAL. pretas e azues; sobre-casacas azues, de cores, e de brixe;
calças pretas, azues, de cores, e de meia ; coletes de
Navio a sahir. sedas, e veludos; e capotes de barregana, tudo feito
no ultimo gosto, e a preços modicos.
Janeiro 31. Para o Rio de Janeiro o Brigue Brazileiro Arrenda-se hum moinho de agua, sito defronte do
- Novo Jupiter. -
lugar do Seixal, para ter principio o arrendamento no
1.° de Fevereiro proximo: quem o pretender, póde fal
dar a seu dono na rua dos Confeiteiros, loja N.° 1385.
- Publicações - Litterarias. José Maria de Carvalho de Souza Lobato faz publi
Sahio á luz o N.° 11 do Desengano. co, que as casas annunciadas na Gazeta N.° 16 , sitas
Sahio á luz o N.° 6 da Contra-inina, por Fr. Fortu na rua nova de S. Francisco de Paula N.° 17 e 18, lhe
"nato de S. Boaventura: vende-se a 40 réis em Lisboa, são foreiras a elle , e não a sua mãi a Excellentissima
Belém, e Coimbra nas lojas do costume. D. Maria Joanna de Montaury, o que melhor mostra
Annuncios. rá pela sua carta de partilhas, visto ser engano das fo
Em todos os dias de Junta da Serenissima Casa de reiras, e em tudo o mais está legal o annuncio.
Bragança, se ha de pôr em praça para se arrematar a Vende-se a propriedade de casas, sita na rua da Pe
Commenda de Mertola, Almoxarifado de Alter do Chão, nha de França (defronte do Collegio de Nobres) N.° 60
Bragança, e Extremoz. e 51, que consta de lojas, sobre-lojas com quintal, pri
- "Relação dos Contractos que se hão de pôr a lanços meiro, e segundo andar, e agua furtada ; está livre e
no Tribunal do Conselho da Real Fazenda no seguinte desembaraçada, e as condições da venda se podem sa
anno de 1831, e dias abaixo declarados, das onze ho ber na travessa de Santa Justa N.° 37, 1.° andar; onde
"ras da manhã em diante, para se arrematarem no ulti se acha huma porção de Musica para vender, por pre
ºmo dos tres dias precisos em que hão de andar em pra "go commodo, junta ou em lotes, -

"ça, aliàs para se passarem as ordens para a sua admi No armazem de venda, pertencente á fabrica de bo
"nistração por conta da Real Fazenda: o que se faz pu laxa na calçada de S. Francisco da Cidade, se continúa
'blico para que conste assim se hade praticar, na con a vender sêmea pelo preço de 240 réis na Lei, ou 200
formidade das Reaes. Determinações; a saber: — Nos réis metal, medida de quatro meios alqueires por hum,
º dias 7, 8, e 11 de Fevereiro, o Contracto dos vinhos
desta Cidade; Pescado secco da Cidade do Porto; Di ocomo tambem
quintal bolaxa para cães, e creação a 23400 réis
na Lei. • • • • } {

*>r = == ==>
a , . . . … •

• (* * * * . * . * . . LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.

- . * * * * * * • •• : º ++ + + O , ,, , ;
** --- 4* *- - - • • • • • C 11 - : * *** * * * * -> … • •
 NUM. 18.
GAZETA DE LISBOA. ——=>xo6->$@$#$#9ax<=a=-
SEXTA FEIRA, 21 DE JANEIRO.
Xpt->$@@@$$#=9ox=
PARTE OFFICIAL.
Estracto da ordem do Dia N° 6.
Quartel General no Paço
• de Janeiro de de Queluz, em 19
1831.
Publica-se ao Exercito o Avizo, e Copia abaixo
transcripta:
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — ElRei Nos
so Senhor, He Servido Ordenar, que tenha baixa, por
desertor, o Capitão do Exercito, Carlos Leite Pereira
de Mello Vergolino, pelos motivos declarados na inclu
sa copia do Oficio do Governador Geral das Ilhas de
Cabo Verde. O que communico a V. Ex.° para sua in
telligencia, e execução. = Deos guarde a V. Ex." Pa
ço de Queluz, em 14 de Janeiro de 1831 = Conde de
S. Lourenço. = Illustrissimo e Excellentissimo Senhor
Conde de Barbacena.
Copia.
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — Tenho a
honra de accusar a recepção do Avizo N.° 26, em data
de 31 de Julho proximo findo, pelo qual V. Ex.° me
communica, que Sua Magestade ElRei Nosso Senhor
Houve por bem conceder prorogação de licença por
mais seis mezes ao Capitão do Exercito Carlos Leite
Pereira de Mello Vergolino para continuar a residir
nestas Ilhas, Ordenando que ao dito Oficial se faça
constar, que jámais lhe será concedida outra licença,
devendo ele requerer desde logo a sua passagem para
algum Corpo destas mesmas Ilhas, ou a sua demissão
do Real Serviço: Na intelligencia desta Real Determi
nação cumpre-me porém participar a V. Ex.*, que
actualmeute não posso fazer ao sobredito Capitão a in
timação Ordenada, porque havendo-lhe concedido em
Outubro do anno passado Passaporte para ir a essa
Corte, delle abusou para ir á Costa de Guiné, e da lá
ao Brazil d’onde ainda não regressou a esta Ilha. Deos
guarde a V. Ex.° muitos annos. Quartel General na Villa
da Praia da Ilha de S. Tiago, 8 de Novembro de 1830.
= Illustrissimo e Excellentissimo Senhor Duque do Ca
daval. = Caetano Procopio Godinho de Vasconcellos.
Secretaria de Estado dos Negocios da Marinha, e do
Ultramar, em 5 de Janeiro de 1831.= Manoel José
Maria da Costa e Sá.
Publica-se ao Exercito, que em 17 deste mez foi man
dada cumprir a seguinte Sentença, proferida a respei
to do Official abaixo declarado:
já não ha nenhuma liga que temer. Não; toda a Polo
Tendo sido accusado o Alferes do Regimento de Ca nia não está em revolta; até mesmo he impossivel que
ANNO 1831.
çadores do Além-Téjo, Candido José Vellez Barreiros,
de haver dado partes falsas, e ter feito convivencia com
os prezos de Estado, quando esteve destacado em Vil
la-Viçosa no mez de Agosto ultimo, respondeo por es
te motivo em Conselho de Guerra; mas foi absolvido
por falta prova, o que o Conselho de Justiça confirmou
em Sessão de 8 do corrente.
ElRei Nosso Senhor, como Commandante em Chefe
do Exercito, Determina que nas relações das preten
ções Semestres se augmente huma casa adiante daquel
la que designa as pretenções dos individuos, na qual
virão expendidas resumidamente as allegações de cada
hum.
ElRei Nosso Senhor, como Commandante em Chefe
do Exercito, Determina que as informações Semestres
dos Corpos de Linha, Veteranos, e Milicias, e bem
assim das Praças, e Fortalezas, e que pertencem á Re
partição do Ajudante General do Exercito, sejão daqui
em diante enviadas pelos respectivos Commandantes aos
Generaes das Provincias para por estes serem remetti
das ao Ajudante General.
ElRei Nosso Senhor, como Commandante em Chefe
do Exercito, Manda recommendar aos Commandantes
dos Corpos do Exercito a boa conservação dos Capotes,
que são distribuidos ás praças do respectivo Corpo, ten
do muito em vista, que não usem delles, senão na con
formidade do que se acha estabelecido pelas differentes
Ordens do Exercito.
(Seguem-se Licenças.)= Conde de Barbacena, Chefe
do Estado Maior General. — Está conforme o Original.
= Ajudante General, Marquez de Tancos.
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
FRANÇA.
Paris, 29 de Dezembro.
- Sobre a Polonia.
Toda a Polonia está em revolta, dizem os liberaes;
 1701 |
se revolte: aquela antiga Monarquia se compunha das
Provincias da primeira repartição que o tempo intima
mente uníra aos Estados de que agora formão parte;
das Provincias da segunda repartição cuja Nobreza ain
da manifesta pezar disso, mas cujo povo abençoa a mudan
ça da sua situação; finalmente de hum resto que tem
agora o titulo da Polonia, e cuja Capital he Varsovia;
he esta Capital, e não toda a Polonia, que se acha em
insurreição.
Imaginar que os Exercitos Austriacos, Prussianos e
Russianos serão impotentes para sugeitar huma Cidade
de cem mil almas, he iludir-se o mais que he possivel;
acreditar que todo o Reino da Polonia vai seguir o
exemplo de Varsovia, tambem he outro engano; os que
formão este falso juizo o fundão sobre huma persuasão
errónea; imaginão que todos os Polacos tem saudade de
huma republica debaixo de cujo Governo, dizem elles,
vivião livres e venturosos; porém nada ha menos con
forme com a verdade; essa republica só existia para
huma classe, que apezar de ser mui numerosa na Polo
nia, apenas compôe huma parte infinitamente minima
da população: o camponez era completamente captivo,
o| dº", privado de toda a garantia, e os Judcos que
alli abundão não possuião nenhuns direitos; a chamada
liberdade não era outra cousa mais do que o privilegio
de que essa classe gozava d'opprimir e devastar o paiz.
Que ella por interesse, por orgulho, e por preoccu
pação, recuze confessar que goza de mais verdadeira
independencia, de mais riqueza e segurança debaixo dos
Governos a que pertence agora, do que possuia no tem
po da chamada republica, he facil conceber; mas por
qual encanto poderia succeder que os Cidadãos, os cam
ponezes, e os Judéos que compunhão as 90 centessimas
partes da população da Polonia preferissem a oppres
são, e o desprezo á independencia de que agora des
fructão! Isto he demasiado extravagante para sêr pos
sivel. # , º
Mas, dirão os liberaes, o Reino da Polonia não goza
da totalidade dos direitos que lhe forão promettidos. Os
que huma sabia prudencia ainda limita, são pouco nu
merosos; as instituições civis e municipaes se achão to
das em actividade; já não ha captivos, já não ha ju
risdicções patrimoniaes; para ter a Policia das suas ter
ras he precizo que os antigos Senhores venhão a sêr
seus Maires, e como taes respondem pelos seus actos.
A representação nacional compõe-se de Deputados da
Nobreza, do Clero, das Camaras, e dos Camponezes,
e os seus votos são contados com igualdade. Tem-se
queixado de que o Governo conservava alguma influen
cia nas eleições; qual he o Governo Constitucional on
de isso não acontece! E como se poderia desprezar si
milhante precaução em hum paiz onde ha seculos as elei
ções periodicamente se tornáo causa de guerra civil! A
lei quer que o corpo legislativo se reuna pelo menos to
dos os quatro annos, e estiverão huma vez cinco annos
sem os reunir; isso he verdade; a guerra da Turquia
causou essa demora, mas apenas se acabou essa guerra
teve lugar a convocação. Não falta á Polonia para go
zar da liberdade que reclamão os novos Governos mais
do que a liberdade da imprensa; mas seria metter hum
archote accezo em hum paiol o introduzir essa liberda
de em hum povo fogoso, que decide todas as difficulda
des com as armas. Por ventura he opprimir humana
ção obstar os subditos a mutuamente se assassinarem!
Não se conhece inculpação alguma, que os Polacos
podessem com justiça dirigir ao seu Governo. Tinha-se
conservado o Codigo Francez; aperfeiçoado as suas Ci
dades; construido estradas e canaes; o seu commercio
havia sido favorecido a ponto de lezar o da Russia, e
de contrariar o da Prussia mais do que as leis de boa
vizinhança authorizavão. Os impostos não excedião
a medida conveniente; apenas se fez huma reclamação,
relativa a certo imposto de forragem estabelecido no
tempo da guerra; imposto convertido em dinheiro em
buma época em que a forragem era cara, e conservado
na paz quando o seu preço havia diminuido; este obje
cto he de pouca monta, e se neste lugar fallamos a este
respeito he para dar prova de rigorosa imparcialidade.
O Russianos finalmente não tem manifestado para com
os Polacos nenhuma desconfiança de que o seu amor
proprio se podesse ofender; o Cesarevitch acaba de of
ferecer prova disso. Qual he pois a causa da revolta de
/arsovia, qual o motivo da mortandade de Generaes
Russianos, que vivião sem desconfiança entre os Polacos!
He o erro, de huma classe que nunca esteve contente com
a sua sorte, que sonha huma regeneração impossivel de
se realizar; he a exaltação de hum povo que em toda
a occasião só procura o pretexto de pelejar, succeda o
que succeder.
Se a menor reflexão illustrasse os que formárão o pro
jecto de restabelecer a antiga Polonia, reconhecerião a
impossibilidade da sua execução; em primeiro lugar,
porque as tres quartas partes da população tem interesse
em se oppôr a isso; depois porque a Polonia que só
contém quatro milhões de habitantes não pode anniqui
lar os tratados affiançados pela Austria, Prussia e Rus
sia, que tem vinte e cinco vezes maior população.
(Gazeta de França.)
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 25 de Dezembro.
Escrevem de Dublin o seguinte, em data de 23 de
Dezembro.
» Na Freguezia de Togher teve ultimamente lugar
hum casamento extraordinario; o noivo por nome Pa
tricio Martinho contava setenta e quatro annos; e a
noiva desasete. No entanto foi transitoria a conjugal
ventura do primeiro, por isso que a sua companheira
desertou na seguinte madrugada.» * •
(Jornal de Drogheda.)
}
Reflexões publicadas no Morning Post relativamente
aos rebeldes Hespanhoes.
A diaria experiencia confirma a verdade das minhas
asserções quando logo no começo das minhas cartas de
clarei, que os allucinados rebeldes não conhecião o ver
dadeiro estado da Hespanha, e totalmente ignora vão os
melhoramentos que durante a sua ausencia se tinhão ef
fectuado, e que evidentemente se tinhão manifestado
no decurso dos ultimos tres annos; melhoramentos que
não só havião alterado a posição do Governo a respeito
do povo, mas até mesmo havião dado novo tom ás re
lações existentes entre os homens. Não satisfeitos com
se enganarem a si mesmos, enchêrão os revolucionarios
as nossas folhas publicas com as suas exaggeradas e fal
sas asserções; procurárão entreter-nos com mesquinhas
lutas de imaginarios partidos, tão insignificantes nas
suas particularidades, como despreziveis no modo com
que as transmittfrão, apresentando-nos o quadro que
elles havião traçado da Hespanha, em que representa
vão os povos já promptos para huma mudança etc.
Mas chegando á scena da acção virão com tudo, que
a antiga ordem de cousas hia vigorosamente lutando
contra a innovação; que o Governo tinha hido ganhan
do força moral e fisica em cada tentativa que se fizera
para o subverter. Logo descobrírão, até pela attitude
dos mesmos camponezes e pela lealdade das tropas que
esperavão seduzir, que as preoccupações que as suas tra
mas havião excitado contra as pessoas revestidas do po
der, já se tinhão desvanecido debaixo da salutar in
fluencia do tempo e de novos interesses. Em vez do ef
feito que esperavão das suas proclamações virão, que a
nação Hespanhola estava prompta a confessar , que
 171 |
quando o Rei escapara das garras dos Constitucionaes
em 1823, a grande massa do povo considerara esse suc
cesso como o nascimento de radioso sol destinado a ale
grar huma nação illudida e sepultada nas trevas. Con
tra as suas esperanças virão os rebeldes, que a facção
e a desordem erão a hydra de que os actuaes Ministros
havião libertado a nação, e que todos os que tinhão si
do testermunhas dessa mudança até o mais humilde al
deão, estavão promptos a tributar aos seus bemfeitores
o elogio devido ao seu merecimento, e proporcionado
aos publicos serviços que havião prestado. Apenas che
gárão os rebeldes a respirar o ar da patria, logo virão
que o pobre gozava a protecção da lei, da mesma sor
te que o rico; sintírão a influencia da Coroa na direc
ção da moral de todas as ordens do Estado. Tiverão
Ineios de conhecer que as distincções da intellectual su
perioridade são tão perfeitamente conhecidas em hum
paiz que systematicamente havião ludibriado ha annos,
como tinhão visto que o erão na Inglaterra, na Fran
ça, e finalmente que o maior adiantamento se acha
va patente aos talentos não apoiados pelo nasci
luentO.
Plenamente convencidos desta verdade , e sempre
lembrados da época em que por meio de vasta conspi
ração, estes mesmos aggressores tinhão chegado a ser
senhores dos destinos dos Hespanhoes, não admira que
logo ao primeiro signal de rebate, o povo Hespanhol,
c até mesmo os habitantes das fronteiras, unanimemente
se levantassem na defeza das suas leis, do seu Rei, e
da sua patria. Contemplando os rebeldes como objecto
de terror e perigo, quem se pode maravilhar do enthu
siasmo com que foi abraçada a causa da Realeza! Quan
do o homem pensador ponderar os successos que desde
o principio do seculo presente tem tido lugar na Hes
panha já não considerará singular, que os seus habitan
tes tenhão resistido a todas as tentativas para os alliciar
a vergonhosa alliança com huma facção, que de huma
vez teria aberto o caminho á ruina da Hespanha, ou
que tivessem vigiado com tanto cuidado pela conserva
ção dos beneficios que havião adquirido. Não admira
que cada hum se tornasse o campeão e firme sustenta
culo do Governo estabelecido. Obrar de outra sorte em
similhante occasião, teria provado total falta de discer
li1II]CI)t O. -
Os Hespanhoes tinhão severas lições diante dos
olhos. Bem se lembravão que já antes havião sido sur
prehendidos; que o Rei havia cahido no laço, e que
se vira obrigado a entregar-se nas mãos de conluiados
conspiradores; ao passo que o misero povo se vio obri
gado a arrastar grilhões que só descobrio quando dura
Inente lhe tolhião os passos. Além disso, os Hespanhoes
não se havião esquecido da serie de perigos que a Real
Familia sofrêra durante huma penosa época de quasi
tres annos, nem havião perdido de vista o estado de
perplexidade e de desordem a que os seus oppressores
forão arrastados recorrendo á falsidade para roubarem
o poder ao Soberano, e constituillo mais prompto in
strumento dos designios dos seus perseguidores. No ani
mo publico ainda existia viva lembrança do enthusias
mo, que excitara o receio pela segurança d'instituições
reverenciadas pelos seus avós, receio aggravado pela
falta de respeito que se manifestou para com o Monar
ca no tempo em que a grande influencia dos seus inimi
gos não foi bastante para reprimir esses sentimentos que
a sua presença em toda a parte despertára. O povo
Hespanhol permaneceo inabalavel á vista das declama
ções de insensatos theoristas, que na impotencia do
seu furor, tinhão inundado metade dos prelos da Eu
ropa com publicações; humas vezes clamando em al
ta voz por vingança sobre a cabeça daqueles a quem
denuncia vão na qualidade de seus politicos inimi
gos, e outras insultando os Ministros por cujos esfor
gºs julgavão, que tinhão sido contrariados os Planos do
seu egoismo. Finalmente o povo Hespanhol conhecia
que os invasores da sua patria havião comettido huma
afronta inexpiavel contra o Rei, e contra a Nação;
que as paixões desses homens ainda ardião com a mes
ma violencia; e que os que novamente ambicionavão o
poder erão os mesmos que antigamente se havião apro
ximado ao Throno com a mascara da gratidão e do
respeito, ao passo que nutrião veneno em seu coração;
e isto no momento em que até o homem mais inculto
estava convencido de que entre os rebeldes não havia
huin só cujos talentos e passados serviços fossem de tal
monta, que podessem no mais pequeno gráo ter influen
cia em huma revolução, ainda mesmo quando abundas
sem os necessarios elementos della.
Não admira pois, torno a dizer, que hum povo leal,
que tem dado tantas provas de pura fidelidade e adhe
são ao seu Monarca des de o primeiro momento da sua
elevação ao Throno, á porfia se apresentasse para o de
fender dos seus inimigos, e pôr a patria a salvo do sys
tematico plano de destruição a que se achava exposta.
Não admira que de remotos pontos acudissem ao posto
do perigo, a fim de repellir os ataques de barbaros em
armas, e de assalariados assassinos, sôfregos pela pi
lhagem, e excitados por extravagantes theorias politi
cas, enxertadas nas da Revolução Franceza. Não ad
mira, outra vez o digo, de que taes homens e tal cau
S$l #"> toda a indignação dos leaes povos
da Hespanha. Não podia deixar de sêr frio o acolhi
mento, e certa a repulsa de homens que vinhão com o
aspecto d'espiritos fogosos e indomaveis, ligados com
bandos mercenarios a quem a esperança do roubo at
trahíra á scena do combate: com aventureiros que ha
vião vendido o seu proprio sangue pela possibilidade
que levavão em vista de roubar os que nunca os havião
offendido. Nenhum Hespanhol podia ser surdo á voz
que o chamava a escudar a honra do seu Legitimo Rei,
e a salvar a sua invadida herança. Além do que, fora
aviltamento se a nação Hespanhola confiasse a propria
existencia e a propria fama a renegados e estrangeiros,
armados e equipados com o dinheiro das subscripções
dos anarquistas Francezes. -
*—º §§ 4—º
Lisboa, 20 de Janeiro.
(Artigos communicados.)
Pela Regia Portaria de 23 de Dezembro de 1830,
foi Sua Magestade servido fazer Mercê a Manoel Alves
Souto, de Villa da Gaia do Porto, de Moço Supranu
merario da Sua Real Camara.
ElRei Nosso Senhor, o Senhor Dom Miguel I, at
tendendo ao que Se Lhe representou em Audiencia do dia
13 do corrente, no Real Palacio da Bemposta, foi Ser
vido conceder a Graça de poderem usar da Sua Real
Efigie, o Padre José da Silva, Cura da Freguezia de
Alvorninha, e o Capitão João Faustino Leal, natural
da mesma Freguezia.
ElRei Nosso Senhor foi servido conceder a graça de
poderem usar da Sua Real Efigie em Medalha de ouro,
Antonio Gomes Neto, Presbytero Secular do Habito
de S. Pedro, e João Ferreira Correia, ambos da Ilha
da Madeira.
-
§=*$ $$ #-=…} -
* Fenómenos do Inverno nas regiões Polares.
Nos climas temperados o Inverno apresenta muito
poucos fenómenos em comparação dos que são visiveis
 [2]
no polo artico. Por isso o Poeta Inglez que cantou as
Estações (Thomson), mui judiciosamente enriqueceo a
conclusão daquelle Poema com todas as circumstancias
de pitoresca formosura, ou de terrivel grandeza, que se -
que são: hum Segundo Tenente da Armada, hum
Tenente de Caçadores e quatro pessoas de familia,
hum Cadete de Caçadores, e huma creada de ser
vir: mala.

podião copiar de scenas mui distantes de nós. Os ban , Barra, Cerração.

dos d’esfaimados lobos baixando dos Alpes; as monta
nhas de neve cahindo pelos precipicios daquelle paiz;
as medonhas planicies que atravessa o habitante da La
ponia conduzido pelo rangifer; as maravilhas do mar
glacial; as chammas vulcanicas penetrando atravez da
neve; são objectos escolhidos com o maior acerto entre
os que a natureza apresenta de mais singulares e nota
veis nas diferentes regiões do septemtrião.
A medida que alli penetramos vemos, que essas re
giões se distinguem pela mais bella apparencia do fenó
meno que dominamos aurora borealis. Nas Ilhas de
Shetland, este clarão constantemente se vê no tempo
sereno, e oferece não pequena consolação na triste
za das dilatadas noutesdº"… Geralmente appa
rece no crepúsculo, perto do horizonte, de huma côr
embaciada similhante ao amarello; outras vezes continúa
nesse estado durante o espaço de varias horas sem ne
nhum movimento apparente; depois se transforma em
torrentes da mais viva luz, espalhando-se em columnas,
com mil diversas fórmas, variando nas suas cores des
de o amarello até o vermelho mais vivo, e outras vezes
extinguindo-se de repente.
Publicações Litterarias.
Sabio á luz: Manual de Exercicios quotidianos, que
contém as melhores e principaes devoções de muita uti
lidade para todos os fieis Christãos, enriquecidas com
muitas Graças e Indulgencias para bem das almas; cu
jo Manual he para passar o dia santamente , para
ouvir Missa, e para a Confissão e Sagrada Communhão;
com o modo de rezar o Santissimo # e a Sacra
tissima Coroa dos annos de Nossa Senhora; Via-Sacra,
Jubilêo; Oração Mental, Novena das almas, Oficio
Divino, Oficio do Menino Jesus, Oficio de S. José;
Doutrina Christã, e outras muitas devoções: bum vo
lume em 12.° com 382 paginas; vende-se na loja de
João Henriques, rua Augusta, N.° 1, por 300 réis de
capa ordinaria, e 600 réis em capa de marroquim.
Annuncios.
*-

Na Siberia ha certa especie de aurora borealis, que

regularmente apparece entre o Nordeste e Leste á ma Segunda feira, 24 do presente, pelas onze horas da
neira de hum luminoso arco dardejando muitos raios de manhã, nas casas de residencia do É…………….
Su
luminosas cores. Por baixo do arco se espalha hum es perintendente da Freguezia de S. Paulo, se ha de rece
curo veo atravez do qual apparecem as estrellas com -ber á boca do Cofre a Decima e mais Impostos do 2.°
algum esplendor. semestre do anno passado, o que se praticará todas as
Ha outra especie que começa com certos raios isola Segundas e Sextas feiras de cada semana, até á huma
dos da parte do Norte, e outros do Nordeste; estes se hora da tarde, pelo prazo de hum mez.
vão gradualmente augmentando até que enchem toda a Quem quizer comprar oito moios de trigo, que se
concavidade do Ceo, formando huma reunião de cores achão no celleiro do Almoxarifado de Algés em Belém,
no maior gráo brilhantes e magnificas; mas as circums pertencentes ao Real Collegio dos Meninos, Orfãos des
tancias que acompanhão esta especie d'aurora borealis ta Corte, póde ir ver a amostra na loja N.° 61 ao Rocio
infundem terror em quem as vê; por quanto os raios da Quem quizer comprar huma grande estancia, e as
luz cintilando rebentão com hum estrondo similhante mazens que rendem fora a estancia 2003000 réis ca
ao do fogo de artificio. Estas circumstancias vivamen da anno, tudo sito na praia de Paço d'Arcos, póde
te suscitão a idéa de huma causa electrica. Os naturaes falar com seu dono no mesmo predio, ou em Li
do paiz costumão dizer nessas occasiões, que he hum na casa de cambio na rua dos Romulares, N.° 3, to
bando de homens furiosos que vão atravessando as nu dos os dias.
vens. De todos os animaes se apodera o terror, e mui Na calçada do Sacramento N.° 18 A , primeiro an
tos cahem por terra e ficão imoveis até haver cessado a dar , se vendem gallochas modernamente conhecidas,
Call$8. alli se concertão as mesmas, e se tornão como novas;
Na bahia de Hudson tem o firmamento no Inverno preços das de homem 13600 rs., e de Senhora 154401s.
bellezas particulares. A noute he abrilhantada pela au Terça feira, 25 do corrente, pelas 11 horas, em ca
rora borealis espalhando milhares de luzes e vividas co sa de Diogo Roberto Higgs, rua dos F iros N.°
res no firmamento, que o mesmo esplendor da lua cheia 131, 2.° andar, se ha de vender em leilão publico hu
não he capaz de obscurecer; as estrellas assumem a côr ma boa propriedade de casas com 6 portas, na rua do
de fogo e no decurso do dia com frequencia resplande arco do Limoeiro, N.° 4 a 6, defronte da porta tra
cem falsos soes, com o variado colorido do Arco Iris, vessa da Sé; são livres de foro e desembaraçadas.
Na tarde do dia 28 do corrente, se ha de arrematar
na Praça do Deposito Geral, com o abatimento da
*—º §§ * quinta, parte do valor de 4003000 rs., huma proprie
dade de casas, com humas bemfeitorias misticas, no
largo de Santa Barbara, ás Fontainhas de Arroios,
- Telégrafo. — Serviço da Barra.—20 de Janeiro. Freguezia dos Anjos, N.° 9 B, e fazem frente ao be
co das Parreiras, no fundo; he Escrivão da arrema
Entrou hontem 1 Brigue Escuna Portuguez, Purifica tação Couto.
ção, da Ilha de S. Miguel, 7 dias, 8 passageiros,

LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.


GAZETA DE LISBOA.
—–=>>>9&>#@$3<<9G<<=-
SABBADO, 22 DE JANEIRO.
PARTE OFFICIAL.
Repartição da Refórma Geral dos Estudos.
Pela Junta da Directoria Geral dos Estudos se hão
de prover por Concurso de 60 dias, que começará em
28 do corrente mez, as Cadeiras de Curso Biennal de
Rhetorica e Poetica, e Historia Universal e Portugue
za, das Cidades de Bragança e Pinhel, cada huma
com o Ordenado annual de 3003000 rs. Os que preten
derem ser nellas providos se habilitarão com Folhas corri
das, Declaração determinada na Lei de 20 de Junho
de 1823, Certidão de idade, e Attestação do proprio
Paroco sobre vida e costumes, reconhecidas, e em for
ma legal; e no tempo acima designado concorrerão a
Exame perante a mesma Junta, ou perante o Commis
sario della em Lisboa. Coimbra, na Secretaria da so
bredita Junta, 17 de Janeiro de 1831. = O Oficial
Maior, José de Carvalho Ferreira das Neves. "
R E A L E R A R I o.
No dia 24 do corrente se hão de pagar na Thesoura
ria Geral dos Ordenados os mezes de #"Agosto, e
Setembro de 1829 das seguintes folhas : Chancellaria
Mór do Reino, dita dos Contos e Cidade, Siza do Pes
cado, Almoxarifado dos Vinhos, e Sizas do Termo.
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
EGYPTO,
Alexandria, 1.° de Dezembro.
Hoje deo á véla para a Ilha de Candia a segunda
expedição composta de 43600 homens; a esta seguir-se
ha provavelmente outra no caso que a sugeição daquel
la llha apresentasse graves difficuldades. Assegurão al
gumas cartas que os Gregos, e em particular os habi
tantes das montanhas, se negão a ouvir propostas que
tenhão relação com a sua submissão, e se preparão
Para energica resistencia: os Turcos das Cidades ma
nifestão este mesmo espirito de opposição, e não que
Ano 1831.
-*=>-@<=-
|
***
[L]I
#
|
rem obedecer as ordens ácerca do desarmamento geral
que abrange até os Mussulmanos. He precizo pois que
o Bachá mande a Candia forças consideraveis se a pre
tende sugeitar. Em todo o caso a luta será obstinada.
As ultimas noticias de Constantinopla annuncião, que
a Porta havia a final consentido na evacuação da
Eubéa.
FRANÇA.
París, 2 de Janeiro.
O Correio Francez com referencia a noticias de Tou
lon de 28 de Dezembro, diz o seguinte:
» Não he o Bey d'Oran, como alguns Diarios o tem
annunciado, quem recusa submetter-se, he o Impera
dor de Marrocos que se quer a poderar desta Provincia
que pertence a Argel. Hum Exercito Marroquino se
apresentou sobre as fronteiras, e derrotou as tropas do
Bey d'Oran; e tendo este pedido soccorro ao &##
Francez, foi logo expedida a Brigada Damremont.»
Mr. Larrey apresentou á Acadèmia das sciencias hu
ma relação muito curiosa de hum homem tão delgado
que era conhecido pelo nome d'esqueleto vivo. Este ho
mem extraordinario começou a enfraquecer ha seis an
nos, e des de essa época a sua altura tambem diminuio
sensivelmente até perder duas pollegadas e meia. A sua
pelle que parece estar immediatamente pegada aos os
sos, está cheia de rugas, e inteiramente impede a trans
piração; além do que acha-se tão intimamente unida ás
articulações, que estas parecem descarnadas. Os mús
culos são muito delgados; as palpitações do coração
tão leves, e pequenas que apenas se notão; a sua voz
he mui debil. Este homem consome tanto alimento co
mo outro qualquer da sua idade, que se achar em per
feita saude. A cabeça, proporcionada ao resto do cor
po, acha-se coberta de cabello curto, claro, e quasi
branco. Perfeitamente executa as funcções fisiologicas,
excepto a da visão por padecer oftalmía habitual. As
suas faculdades intellectuaes tambem se achão bastante
desenvolvidas, e as suas forças fisicas o estão no maior
gráo. Des de que este homem se acha em tal estado
tem tido quatro filhos, tres dos quaes vivem perfeitamen
te constituidos e com boa saude.
Idem 5.
O Coronel Fabrier cessou no dia 5 o desempenho do
posto de Commandante da Praça de París. Succedeo
lhe o General Darriule, (Quotidiana.)

O Journal du soir diz o seguinte:
… Hoje se divulgou a voz de que o nosso. Encarrega
do de Negocios Russia se retira daquella Corte, e
que Mr. Pozzo di Borgo, sahe desta Capital. Não tar
daremos em saber qual destas duas noticias he certa.»
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 29 de Dezembro.
A Referões publicadas no Morning Post sobre
* *
Aos rebeldes Hespanhoes: * *
c- º " *-
|- - - -
- |-
Quando a ultima tentativa dos rebeldes Hespanhoes
e dos seus assalariados sequazes estrangeiros for narrada
pela penna do historiador, as scenas a que deo lugar
parecerão contos de ficticias aventuras; e os seus ma
nifestos e proclamações episódico ornato de jovial fan
tasía. Em época remota apenas será crivel, que huma
empreza similhante á que a Europa acaba de presen
cear, estivesse logo des de o seu começo debaixo do
immediato patrocinio de hum Periodico de Londres!
— Se os conspiradores Hespanhoes nesta Capital deseja
vão o remedio dos seus chamados aggravos, sem leva
rem nenhumas vistas d'interesse; se não fossem dema
siado cegos, ou demasiado ambiciosos, para pezarem
as probabilidades de huma empreza cheia de perigo,
em que huma batalha perdida seria inevitavelmente a
ruina da sua causa; em summa, se tivessem a intenção
de desempenhar só parte das promessas que havião fei
to aos seus amigos e protectores antes de partirem da
Jnglaterra, terião certamente feito huma pausa antes de
chegarem aos Pyrinéos; terião hesitado antes que de
terminassem desenvolver por meio de hum ultimo esfor
ço toda a força dos seus ameaços; até mesmo se esses
homens tivessem prudencia moral devião considerar se
poderião justamente proseguir no seu visionario designio,
aos olhos desses mesmos que estavão ajudando a susten
tar o magico engano.
Na Inglaterra estando á meza com os seus protecto
res podião muito embora formar noções erradas do es
tado da Hespanha ; mas quando chegárão ás fronteiras,
tiverão amplas occasiões d'averiguar a verdade e de al
cançar hum desengano.
O vehemente ardor que os arrastava devia diminuir
quando virão, que marchavão contra hum povo mutua
mente fortalecido pelo duplicado vinculo do amor da
patria e do reconhecimento; que tudo inspirava con
fiança nas Authoridades a quem os pacificos habitantes
devião obediencia; e que finalmente no momento da
irritação popular, e buma vez que se tornassem aggres
sores, já não poderião livrar-se das consequencias que
succedessem aos seus parentes e amigos. Então virão,
que os dogmas revolucionarios que havião com malevo
la diligencia procurado inculcar, não tinhão produzido
fructo algum; e calculando os riscos da guerra, e até
mesmo oprovavel exito digo , que deverião fazer
pausa quando virão que os habitadores das montanhas
de bom grado se preparavão para resoluta contenda.
Devião pois renunciar huma contenda com adversarios
preparados deste modo; com adversarios que os esperavão
com tranquilla e intrepida resolução, e que até mesmo os
convidavão a fim de rematarem de hum só golpe a luta
em questão.
Das solitarias elevações a que os corifêos subírão, a
magestosa attitude de todos os leaes Hespanhoes que
vião em toda a circumferencia lhes lembrava o mudado
aspecto da sua patria, (relativamente aos rebeldes) e
por consequencia a decadente influencia das suas ulti
mas theorias. Não obstante nenhuma consideração foi
capaz de os conter. Apezar de se acharem divididos em
opinião, vacillantes no intento , e por consequencia
perplexos na hora do perigo, desesperadamente se pre sº explicado quaes são esses melhoramentos, e qual he
[34]
•
cipitárão; ao passo que tudo quanto se oferecia a seus
olhos lhes devera lembrar, que o terreno que pizavão ha
via ha poucos annos oferecido scenas de odio e de op
pressão, que devião tremer de renovar.
Cumpre ter em lembrança de que aos rebeldes Hes
panhoes e a seus auxiliares que subião a huns 23 ho
mens, durante a sua estada nos Pyrinéos apenas se reu
nírão alguns contrabandistas e malfeitores; quaes pode
rião por tanto sêr as suas esperanças relativamente ao
futuro! Ainda quando tivessem f*** sustentar o ter
/* reno durante huma semana, ou hum mez, he claro que
só de similhante classe de gente podião receber apoio.
-
--Se estes visionarios anarquistas se não achassem endure.
cidos por certa obstinação, que não tem exemplo na his
toria das revoltas, e faltos de apoio no proprio caracter
ou na pureza das suas intenções, terião conhecido que
estavão a ponto de causar inutil derramamento de san
gue; por quanto com tao pequeno numero, e sem se er
guer nenhuma voz em seu favor, ainda quando evadin
do as columnas estacionadas nas fronteiras para os in
terceptar, conseguissem penetrar até á linha interior,
ou aproximar-se a algum ponto importante, era inevi
tavel a sua derrota. Expulsos das estradas Reaes se te
rião visto obrigados a entranhar-se nos bosques, para
dalli sahirem em procura de alimento durante a noute,
ou dispersarem-se e fugirem do campo para as cavernas
até haverem passado as fronteiras Hespanholas.
E podia acaso similhante invasão corresponder ás es
peranças dos seus! No entanto esta era na véspera do
dia em que pizárão o territorio Hespanhol toda a exten
são das suas esperanças, e outra vez afirmo, que se nos
conductores de tão louca empreza tivesse havido a me
nor sinceridade, ou o menor patriotismo, no seu enten
dimento sem duvida teria raiado a convicção de que
essa empreza era tão atroz quanto destituida de apoio;
e que além do geral desprezo que os leaes Hespanhoes
tinhão para com os perturbadores da tranquilidade pu
blica, relativamente ao seu caracter individual, hum
odio ainda mais profundo se achava impresso no senti
mento nacional. Apezar do seu egoismo e furor, e dos
seus ambiciosos projectos, devião conhecer que nunca
poderião realizar as suas promessas, e que todas as ca
lumnias em que havião procurado envolver o Sobera
no, o Governo, e os povos da Hespanha, erão injus
tas, por isso que não tinhão o fundamento de ne
nhum facto especial; assim como que as conclusões,
que havião feito para enganar os mais erão deriva
das de circumstancias do caracter mais insignificante e
Vago.
Tendo acompanhado os coligados invasores do terri
torio Hespanhol até á época da sua derrota, pouco
mais tenho que dizer a respeito delles, do que fielmen
te desempenhárão os diferentes papeis destinados a ca
da hum no atraiçoado contracto, que celebrárão em
Londres, segundo eu o descrevi. O quadro que tracei
terá patenteado ao leitor a occulta causa desses esfor
ços, que certos homens pronunciávão patrioticos, e até
mesmo horoicos, mas que examinados de perto se co *
nhece terem unica origem na vaidade e no egoismo.
Ha, no entanto, dous pontos essenciaes, que se de
vem notar, e por este motivo rogo a vossa indulgencia.
Sempre afirmei, que os recentes melhoramentos na Hes
panha, a aperfeiçoada condição dos habitantes, o favo
ravel contraste que podem formar entre o seu estado
actual, e aquelle em que se achavão no tempo das Cor
tes, obsta e sempre ha de obstar a toda e qualquer pro
babilidade de bom exito da parte desses homens deca
hidos, que procurão a pilhagem e o seu restabelecimen
to no poder por meio de convulsões populares, e ou
tros meios similhantes, que inevitavelmente acarreta
rião todos os desastres sobre a sua malfadada patria:
não desempenharia a minha promessa se vos não tives
 [15]
esse contraste. Entendo, ser a cousa mais singular no Soldados, segui este exemplo; correspondei ás espe
mundo, que havendo a Peninsula sido ainda ha poucos ranças do vosso Soberano , que recebeo vossos jura
annoso theatro de algumas das nossas mais brilhantes vi
ctorias, parece que somos tão ignorantes dos recursos e
verdadeira situação daquella preciosa parte do globo
como se estivesse situada na contra-costa Africana.
Parece que se ignora o augmento do commercio com
a Hespanha, que o porto de Londres está neste mo
mento oferecendo.
Tambem me cumpre partecipar-vos assim como aos
vossos leitores, as ulteriores vistas dos rebeldes, pois
apenas acreditarieis que, apezar da sua ultima derro
ta, estão outra vez trabalhando, e que no momento
em que escrevo vão circulando listas para a formação
de outra regencia para explicar a que ultimameate ex
pirou em Bayona sem dar hum ai. Tomo a meu cargo in
formar-vos se o plano dos novos funccionarios he empregar
incendiarios, como vimos na Normandia, antes do co
meço da recente Revolução Franceza, e como estamos
vendo agora na Inglaterra, ou se tem reserva de Ma
nifestos, e outros recursos de papel. Certo do desem
penho da minha promessa sou etc.
*—*§§ *—»
Lisboa, 21 de Janeiro.
S. M. o Imperador da Russia dirigio aos Polacos a
seguinte Proclamação:
" Polacos ! O odioso attentado de que a vossa Capi
tal foitheatro, perturbou a tranquillidade da vossa patria.
Recebi a noticia delle com a mais justa indignação, e
me causa a mais viva dôr. Homens que deshonrão o
nome Polaco conspirárão contra a vida do Irmão do
vosso Monarca; induzírão parte do vosso Exercito a
esquecer-se dos seus juramentos, e enganárão o povo
ácerca dos interesses mais essenciaes da vossa patria.
Ainda he tempo de remediar o passado, e de impedir
immensas desgraças. Não confundirei os que abjurarem
o erro de hum momento com os que persistirem no cri
me. Polacos! Escutai o conselho de hum Pai, e obede
cei as ordens do vosso Rei.
» Querendo dar-vos a conhecer as nossas intenções de
hum modo positivo, mandamos:
» 1.° Serão postos immediatamente em liberdade to
dos os nossos subditos Russianos que forem prizioneiros.
º 2.° O Conselho de Administração tornará a exer
cer as suas funcções segundo a sua organisação primiti
va, e com os poderes que lhe attribuimos em nosso De
creto de 12 d'Agosto de 1826.
º 3.° Todas as Authoridades Civis da Capital, e das
Vaivodías obedecerão exactamente os Decretos que o
Conselho d’Administração, assim constituido, der em
nosso nome, e não reconhecerão nenhum poder illegal
mente estabelecido.
* 4.° Todos os Chefes dos Corpos do nosso Exercito
Real Polaco, estão obrigados, apenas recebão a pre
sente Proclamação, a reunir as suas tropas, e a pôr-se
em marcha para Plock, que designamos por ponto de
reunião do nosso Exercito Real.
º 5.° Os Chefes dos Corpos nos darão immediatamen
te informação do estado das suas tropas.
º 6.° Todo o armamento feito em consequencia das
desordens em Varsovia, e não conforme com os mappas
do nosso Exercito, fica dissolvido. Por consequencia as
Authoridades locaes tomarão as providencias convenien
tes para que deixem as armas os que illegalmente as to
márão, e se confiem as ditas armas á Guarda dos Ve
teranos e Gendarmas das povoações.
* Soldados do Exercito Polaco ! Honra e Fidelidade!
Esta foi em todos os tempos a vossa divisa. O nosso
valente Regimento de Caçadores da Guarda de Caval
laria deo disso huma prova para sempre memoravel.
II]el) LOS.
» Polacos! Esta Proclamação dirá aos que me con
servárão a sua fidelidade, que sei confiar na sua leal
dade e em seu valor. Os que houverem cahido no erro
de hum momento, saberão igualmente que os não des
prezarei se se apressarem a entrar na vareda do dever
» Porém nunca poderão dirigir-se as palavras do vosso
Rei a homens sem fé e sem honra, que conspirão contra
a tranquillidade da sua nação. Se julgárão ao tomarem
as armas obterem concessões em premio dos seus crimes,
he quimérica a sua esperança. São traidores á sua pa
tria, e as desgraças que lhe preparárão, cahirão sobre
elles.
º Petersburgo, 17 de Dezembro de 1830, 6.° do nos
so Reinado. = Nicoláo. = Pelo Imperador e Rei. =O
Ministro Secretario de Estado, Conde Estevão Gra
bowski …
Em data de 18 de Dezembro, escrevem de Peters
burgo:
•
» Todas as tropas vão partindo com marchas força
das, e se reunem nas Immediações de Bialistocko. O
Conde Diebitsch, ao passar por HVilna deo ordem de
marchar antes de haver recebido instrucções. Esta pre
visão vai facilitar muito as operações. O odio contra os
Polacos chegou á extremidade; nunca teremos tido hu
ma guerra mais nacional. A Corte partecipa da exas
peração geral; e se os rebeldes se não submetterem, se
rá horrivel a sua sorte; porque o Imperador está re
solvido a provar ao mundo, que as revoluções não fi
cão impunes, quando se empregão a tempo meios efi
cazes. Alguns Oficiaes Superiores assegurão, que o
nosso Exercito estará em Varsovia no meado de Ja
IlClIO, 13
Por hum Decreto Real foi dissolvido o Corpo d'Ar
tilheria da Guarda nacional de París, e se mandou pro
ceder á sua organisação debaixo de novas bazes.
º Sabe-se, diz a Tribuna, que este Corpo inspirava
havia tempo alguma desconfiança; e a sua dissolução
se tem olhado como huma consequencia necessaria da
renuncia do General Lafayette.»
*——º §§ 4–*
REAL JUNTA Do CoMMER cro.
Edital.
Havendo ElRei Nosso Senhor Ordenado por Imme
diata Resolução de 21 de Junho do anno proximo pas
sado, conformando-Se com o Parecer da Real Junta do
Commercio, Agricultura, Fabricas, e Navegação des
tes Reinos, e seus Dominios, em Consulta de 17 de
Maio do mesmo anno, Que as Letras sacadas no Im
perio do Brazil sobre Portugal não trazendo a expres
sa declaração de dias prefixos, ou com a expressão =
á vista = sem designação de dias, gozem como as mais
Letras Estrangeiras tão sómente de seis dias de cortezia,
seja qualquer que for a via directa, ou indirecta, por
onde possão apparecer neste Reino, principiando a ter
esta Determinação o seu devido cumprimento passados
seis mezes, contados da data da sua publicação, obser
vando-se entre tanto a pratica estabelecida; e tendo-se
com efeito publicado por Edital de 8 de Julho do dito
anno, findando por consequencia o indicado prazo em
8 do corrente mez de Janeiro, deve observar-se a mes
ma Real Resolução nas Letras que estiverem no seu
caso, e forem acceitas des de o referido dia 8 do corrente
inclusivè em diante.
E para que assim conste, se afixou o presente. Lis
 [76 ]
Boa, 19 de Janeiro de 1831. =(Assignado) José Accur
sio das Neves.
*—*§§ *—»
Litteratura.
Pensamentos de Mr. de Bonald.
Tudo na reforma do seculo decimo quinto, era para
o povo, a liturgia em lingua vulgar agradava aos igno
rantes que não entendião Latim, e que não previão
que a doutrina mudaria com huma lingua viva.
salarios substituindo as propriedades da Religião,
hum culto sem pompa e sem esplendor, parecia hu
ma cousa de todo natural para os homens, que vi
vião do trabalho das proprias mãos, e que não tinhão
idéa alguma da elegancia, ou da dignidade. O Minis
terio Ecclesiastico, e a administração dos bens da Igre
ja abandonados aos leigos, fascinava os Thesoureiros
das mesmas Igrejas; e a abolição de todas as praticas
austeras convinha a homens que desconhecião a mode
ração, que o commercio do mundo impõe á pessoa bem
educada, e que não respeitavão a Deos nem aos ho
mens. A turba dos voluptuosos achava na reforma o di
vorcio, a turba dos homens amantes do interesse, os
bens da Igreja, e maior facilidade para emprestimos de
usura, e a turba dos filosofos, mais turba do que os
outros, achava as disputas metafisicas e theologicas, e
o prazer de insultar em Grego e Latim os Reis e os
Pontifices.
Conhecemos certos homens, que menos se assustarião
com huma invasão de Tartaros, do que com a re
surreição de certa Ordem Religiosa. Com efeito são
homens bem a poucados; mas supprem a fraqueza do
seu entendimento pela pertinacia do seu odio, e pela
actividade das suas intrigas.
As instituições mais caritativas forão estabelecidas por
homens austéros, e destruidas pelos prégadores da filan
tropia.
Em França se substituio o vocabulo moralidade a mo
ral; na Allemanha religiosidade a Religião; e por toda
a parte decencia á virtude. He quasi o mesmo que o cre
dito substituido á propriedade.
O homem que não tem Religião vive protegido pela
Religião dos mais, como o passageiro sem ajudar a ma
nobra vai seguro na embarcação que o conduz. Mas o
passageiro que se atrevesse a perturbar a manobra, se
ria mettido no porão como hum doudo.
He facil praticar o bem ; he só difficil querello, e fi
xar hum momento a inconstante e voluvel vontade do
homem , para a pôr de accordo com a eterna e immu
tavel vontade de Deos.
O homem he só rico pela moderação dos seus pro
prios desejos: assim como em hum rapido declivio só
he precisa a força de repressão.
Os primeiros discipulos do Christianismo vírão o pro
digio do seu estabelecimento; nós vemos o prodigio tal
vez ainda mais admiravel da sua conservação.
: LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
*—*§§ *-*
Telégrafo. — Serviço da Barra.—21 de Janeiro.
Hontem á noute entrou 1 Escuna Ingleza.
Embarcações avistadas.
8 h. 2 Bergantins sem bandeira, e 1 Escuna dito a Oes
te do Cabo da Roca : 1 Bergantim dito ao Norte
do Cabo da Roca.
9 h. 50 m. 1 Brigue Escuna sem bandeira a Oeste do
Cabo da Roca.
• Embarcações entradas em S. Julião.
10 h. 52 m. 2 Bergantins Inglezes.
Publicação Litteraria.
Sahio á luz o livro de devoção ás Sacratissimas Cha
as de Christo Senhor Nosso , com o titulo Concordia
'# hum vol. em 12, com 129 pag. : vende-se
por 120 réis em broxura, na loja de João Henriques -
rua Augusta N.° 1.
Annuncios.
A Misericordia da Villa do Crato faz publico, que
se acha vago o lugar de Boticario da dita Misericordia,
que tem de ordenado annualmente doze moedas na for
ma da Lei, setenta alqueires de trigo, e cinco alquei
res de azeite: todo o Farmaceutico examinado que o
pretender, pode dirigir-se ao Provedor da dita Miseri
cordia por carta ou pessoalmente apresentando abonador.
José Theodoro Corrêa de Andrade, successor de An
tonio Xavier Machado e Cerveira, em o emprego de
organeiro de todas as Capellas Reaes, Real Basilica de
Mafra, e Santa Igreja Patriarcal (por ElRei Nosso
Senhor que Deos Guarde), participa a todos os seus
freguezes, que se mudou do Real edifício do Thesouro
Melho para a rua do Ferregial de Cima N.° 2, 1.° an
dar, e que além de orgãos de todas as qualidades faz e
concertaquerealejos
musica de Cylindro, pondo-lhes qualquer
se pretender.. •
Na tarde do dia 24 do corrente se ha de arrematar
na Praça do Deposito Geral, com o abatimento da 5.°
parte dos seus valores, huma horta com seu poço, e
casas misticas, o que tudo constitue hum prazo, ava
liado em 1:8993000 rs., e he foreiro na quantia de
1603000 rs., no sitio de Arroios, Freguezia de S
Jorge, N.° 109 a 116; e mais huma propriedade de
casas no Beco do Forno, junto á rua dos &#. 3
de N.° 1 a 9, avaliada em 3:6003000 rs., e consta ser
livre de fôro: he Escrivão da arrematação Couto.
S
Theatro Portuguez da Rua dos Condes. —Hoje 22,
em Beneficio de José Joaquim Arsejas, representar-se
ha a Comedia Os Falsos Homens de Bem; no fim do
3.° acto Boleros por Emilia Aquilina e José Ramos:
depois da Peça haverá a Dança Pygmalião Vingado,
e finalizará o divertimento com a Farça o Frenezim, em
que representa e canta Josefa Monati.
Real Theatro do Salitre, — Hoje 22, em beneficio
de Fernando Rugali, Dança nova a Criada Astuta,
ou o Mestre da Aldea, Comedia Sofia e Vilcester, Far
ça Astucias de Balburdio, e duas arias.
Estiva.
Preços do Pão e Azeite para a semana que principia
de 24 a 30 de Janeiro de 1831:
Pão de arratel na forma da Lei - - a 47 réis.
Em metal - - - - - - - - - a 40 réis.
Canada de Azeite - - - - - - a 240 réis.
 NuM. 20.
GAZETA DE LISBOA.
SEGUNDA FEIRA, 24 DE JANEIRO.
- #e6=>$@@G###
PARTE OFFICIAL.
Repartição da Reforma Geral dos Estudos.
Pela Junta da Directoria Geral dos Estudos se hão
de prover por Concurso de 60 dias , que começará em
o 1.° do proximo seguinte mez, a Cadeira de Gramma
tica, e Lingua Latina da Villa de Santarém, com o or
denado annual de 240,5000 réis; e as da mesma Disci
plina das Villas de S. Pedro do Sul, na Provedoria de
Kiseu; e de S. João da Pesqueira, na Provedoria de
Lamego, cada huma com o ordenado annual de 2003000
réis. Os que pretenderem ser nellas providos, se habili
tarão com folhas corridas, Declaração determinada na
Lei de 20 de Junho de 1823, Certidão de idade, e At
testação do proprio Paroco sobre vida e costumes, re
conhecidas, e em fórma legal ; e no tempo acima de
signado concorrerão a Exame perante a mesma Junta,
ou seu Commissario em Lisboa quanto á primeira, e os
Provedores respectivos quanto ás outras. Coimbra, na
Secretaria da sobredita Junta, 19 de Janeiro de 1831.
—O Official Maior José de Carvalho Ferreira das Ne
tff,
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
RUSSIA.
Fronteiras da Polonia, 16 de Dezembro.
Não ha entre os Polacos a união que he conveniente,
# que o perigo ameaça tão de perto. O Exercito
ussiano se aproxima, e o Governo provisorio nada tem
que possa prometter huma defeza com bom resultado.
Excepto 303 homens de tropa disciplinada que deixou
o precedente Governo, apenas conta com que defender
a sua causa, e se vê obrigado a occultar a triste situa
ção em que se acha. Para este fim espalha por meio
dos seus Agentes a voz de que recebeo boas notícias de
S. Petersburgo, que tudo se comporá amigavelmente,
que o Imperador se acha bem disposto, e que dera per
"isão para se lhe apresentar a Deputação Polaca. Com
ANNo 1831.
•
efeito os Deputados sahírão para S. Petersburgo con
fiados certamente nas promessas do Grã-Duque Cons
tantino, que declarou que lhes não impedirá a viagem,
antes pelo contrario a favorecerá quanto for possivel.
Parece que os Chefes da conspiração já desmaião, e
mandárão aos seus amigos de Paris dous emissarios es
colhidos entre os mais exaltados do club, para lhes fa
zerem presente o verdadeiro estado em que se achão os
negocios da Polonia, e pedir-lhes dinheiro e outros soc
COITOS, (Gazeta de Augsburgo.)
HUNGRIA.
Presburgo, 21 de Dezembro.
#Hontem se fechárão as sessões da Dieta: na que hou
ve de manhã , se votou huma Mensagem para S. M.,
na qual os Estados manifestavão o seu reconhecimento
pelo que lhes havia concedido ultimamente a respeito
dos artigos da Coroação, e dos alistamentos; cuja sanc
ção se fez de tarde. S. A. I. o Arquiduque Carlos, co
mo Real Commissario , foi ao Palacio dos Estados a
companhado de grande comitiva. Ao chegar foi sauda
do com salvas de artilheria, e o recebeo ao pé da esca
da huma Deputação, que o acompanhou até á sala dos
Magnatas, onde se achavão reunidas as duas Camaras. O
Arquiduque foi alli recebido com enthusiasmo e demons
trações do amor que os Hungaros tem á sua illustre
Dynastia, e que tanto tem manifestado nas actuaes
circumstancias. Os discursos pronunciados nesta occa
sião, a saber, o do Chanceller da Corte de Hungria
no idioma Hungaro, o discurso em Latim do Commis
sario Real, e a resposta tambem em Latim do Princi
pe Primaz, forão muito applaudidos, e interrompidos
muitas vezes por unanimes acclamações. Depois que se
retirou S. A. I. o Arquiduque, se publicárão os artigos
sanccionados. Então o Principe Palatino dirigio hum
discurso á Assembléa, e concluido este se fechou a Die
ta. (Gazeta de Madrid.)
ITALIA.
Roma, 18 de Dezembro.
No dia 14 annunciárão a artilheria do Castello de
Sant'Angelo e todos os sinos desta Cidade a abertura do
Conclave para a eleição do novo Successor de S. Pedro.
"As varandas das ruas por onde devião passar os Car
deaes para ir ao Palacio do monte Quirinal, se orná
rão com ricas tapeçarias, como nas funcções mais so
lemnes. |

. Pelas tres horas da tarde se poz a caminho o Sacro
Collegio, e era quasi noute quando Suas Eminencias
hião ainda subindo a tortuosa Colina do Quirinal.
A procissão se compunha de todas as Dignidades da
Corte Romana, que caminhavão em duas fileiras pre
cedidas da Cruz, levada por hum Ecclesiastico monta
do em huma mula branca ricamente ajaezada. Os Se
nadores, os Juizes dos Tribunaes, e os Magistrados se
guião escoltados por 100 Suissos das Guardas nobres e
dos Dragões, e fechavão a comitiva trinta e seis Car
deaes revestidos com suas capas, e com as Insignias dos
Principes da Igreja. • |- } Na sessão que a Academia das Sciencias celebrou no
* * O Principe de Rohan, ultimo dos Cardeaes promo
vidos, hia sem o barrete encarnado, pelo que era facil
conhecello. •
Os Cardeaes impossibilitados, ou enfermos, que não
podião assistir á procissão, forão trasladados no mesmo
dia ao Pontifice.
futuro Conclave; e entre elles provavelmente se acha o
• •
No vestíbulo do Quirinal recebeo ao Sacro Collegio
o Principe Agostinho Ghigi, Marechal por herança do
.Conclave, que logo que entrárão os Cardeaes no Pala
cio fez cerrar as suas portas, que só se podem abrir em
virtude das suas ordens.
O Conclave acha-se estabelecido nas salas do Pala
cio Quirinal onde devia alojar-se a Imperatriz Maria
Luiza e o Rei de Roma.
O Pontifice Pio VIII tinha reservado in pectore ou
to barretes, que não quiz proclamar antes da sua morte;
porém os seus mais intimos confidentes conhecião os
sugeitos para quem os tinha determinado. Seis destes se
achavão em Roma, no tempo do seu falecimento, po
rém entrão no Conclave como Conclavistas, e para que
a eleição de Pio VIII não seja para elles inteiramente
nulla, os Deputados que tratárão da nomeação dos as
sistentes ao Conclave os aggregárão aos Cardeaes
Gregorio, Capellarí, Macchi e Zurla, que são os que
até agora tem mais votos para o Pontificado.
Os outros dous Cardeaes reservados se achão actual
mente fora da Italia. - {
Julga-se que não dudará muito o Conclave, e se es
pera que ao mais tardar se fará a eleição para a Epi
"fania. • •
- Os Cardeaes designados pela opinião publica como
Candidatos do Pontificado são: Gregorio, Capel
lari, Pacca, Oppizoni, e Surla, ao incontestavelme
rito dos quaes se attende menos hoje em dia do que ás
suas antecedentes allianças, parentesco etc.; circums
tancias que se deseja tenha o futuro Pontifice como es
senciaes para o repouso e prosperidade da Igreja e os
triunfos da Religião em todos os Estados.
Porém parece que a voz publica mais particularmen
te designa o Cardeal 2.urla, que foi Religioso Canal
dulense, e hum dos pios e sabios do Sacro Collegio.
Pouco antes que fosse promovido ao Cardealado o ha
via o Imperador Alexandre nomeado para a elevada
commissão de demarcar os limites do seu Imperio. Os
Inglezes aprecião muito a sua obra scientifica intitula
da : A cerca de Marco Paulo, e dos antigos viajantes
/cnezianos. A França sempre admirou as suas virtudes
o seu talento e o recto juizo que se observa em todas as
suas obras, particularmente na que escreveo de Theología.
O Cardeal Capellarí, Religioso Benedictino Camal
dulense, e educado assim como o Cardeal Zurla na es
cola do falecido Cardeal Fontana, goza a mesma fa
ma pela extensão dos seus conhecimentos e pela sua
eminente piedade.
Os outros tres Cardeaes Candidatos são bastante co
nhecidos em França des de os tempos procellosos: o
seu valor e as suas virtudes tem passado pela prova de
toda a classe de sacrificios; mas o seu elogio pertence
á historia. (G. de Madrid.).
[78 ]
FRANÇA.
Paris, 5 de Janeiro.
Assegurão que se expedírão ordens ao General Clau
sel para o seu prompto regresso á França com a maior
parte das tropas que estiverem ás suas ordens em Afri
ca; tambem se diz, que unicamente ficará em Argel
até nova ordem huma guarnição de 5 a 63 homens.
(Correio.)
dia 13 de Dezembro ultimo, apresentou Mr. Bory de
Saint-Vincent algumas cartas geograficas lithografadas
por hum novo methodo, fructo das investigações a que
se dedicou de accordo com Mr. Jobard durante a sua
residencia em Bruxellas: este ultimo que ainda perma
#
nece na Belgica, aperfeiçoou o descobrimento, valen
do-se de hum burit, feito para esse fim, e conscguio
gravar sobre a pedra alguns planos e cartas tão bel
las como se o estivessem no cobre. As gravuras feitas
por este novo methodo nada deixão que desejar.
(Mensageiro.)
O Imperador Nicoláo acaba de oferecer ao celebre
viajante Barão de Humboldt hum magnifico jarro de
huma unica peça de marmore da Siberia, que tem 20
pés cubicos. (O Tempo.)
Escrevem de Vienna o seguinte:
» Já vemos com mais clareza os negocios da Polonia.
Na verdade antes servírão para oppor difficuldades do
que para inquietar; por que hum Exercito insurgente
que se acha exposto ao fogo dos Exercitos da Rus
sia, Prussia, e Austria, deve brevemente entregar as
à III] 28 •
» Na Polonia domina hum sentimento; he o odio ao
Jacobinismo, e este foi o que favoreceo o exito da au
daz revolução do General Klopinskí; mas parece que
este General não tinha outro merito além do de serva
lente soldado, por cujo unico meio conseguio ganhar a
seu favor o Exercito. Alguns ambiciosos, homens mais
ávidos de dinheiro do que de honras, tentárão nas Pro
vincias tirar algum proveito desta revolução; porém não
conseguírão mais do que assustar o partido aristocrati
co, que sempre se entenderá melhor com o Governo
Russiano do que com os revolucionarios. Aquelle parti
do que hoje em dia tudo arrasta apoz de si, acaba de
enviar tres Commissarios ao Imperadar Nicoláo para
lhe oferecer a submissão da Polonia com propostas que
só se expozerão por formalidade, ou talvez para sal
var a honra nacional. Alguns mancebos estouvados,
- exaltados pelos Jacobinos Franceses, serão provavel
mente causa de que a sua patria perca as bellas e no
bres instituições que lhe dera o magnanimo Alexan
dre; tal será o resultado dessa louca e das atinada em
preza. *
» A ordem pela qual se chamão aos seus Regimentos
os soldados licenciados, acaba de se fazer aqui exten
siva a todos os corpos do Exercito. Os Regimentos que
marchão á Gallitzia serão rendidos por tropas tiradas
da Austria interior.» (Quotidiana.)
Em huma carta de 29 de Dezembro, an nuncião da
Haia: • • |- |-
» Notificou-se ao nosso Gabinete o Protocolo das con
ferencias celebradas em Londres até 20 de Dezembro,
Nelle se estipula o reconhecimento futuro da Belgi
ca, huma vez que as disposições que se hajão de fazer
a este respeito, se possão conciliar com o ajustado nos
Tratados de 1814 e 1815, com os interesses e a segu
rança das mais Potencias, e com a conservação do equi
librio Européo, do que resulta que a questão não se de
cidirá tão depressa.
» Pretendem alguns que o Principe de Lieven insisti
 [ 79 |
ra para que deste modo se redigisse esta parte do Pro cissões ámanhã. Terça feira, dous individuos de cada
tocolo; e que assignara debaixo de condição para que gremio se reunirão na casa de Swan (nome do dono de
se adoptasse textualmente. huma casa particular), e dalli passarão á minha habi
"Quando se recebeo esta notificação se reunio o Con tação sem bandeiras, porém com cintas verdes e côr de
selho; a sessão durou sete horas, e dizem que se respon laranja. Alli lhes darei a minha resposta, e esta se pu
dera, que o Rei dos Paizes-Baixos se reservava o per blicará nos períodicos. Estais contentes com esta dispo
manecer nas suas possessões e o sugeitar os seus vassal sição?» Os concorrentes applaudírão o disposto por Mr.
los rebeldes por quantos meios podesse ter á sua dispo O'Conncll accrescentando que obedecião a este, porém
sição. He de notar que esta resposta coincide com o não ao bando, e que o Governo devia ficar agradecido
Procedimento que adopta o Gabinete Hollandez quanto de que Mr. O'Connell houvesse intervindo no assumpto
ao bloqueio do Escalda, e á evacuação da Cidade de
Antuerpia. Proclamação de Mr. O'Connell aos gremios de
» A guerra de partidas que ha dous mezes a esta par Dublin:
te, e apezar do armisticio, fazem as avançadas Belgas
e a guarnição de Maestricht, vai tomando hum cara # Não vos ajunteis hoje; segui o meu conselho; não
eter mais serio, e se espera por momentos huma acção haja neste dia nenhum ajuntamento. O bando do Lord
geral.» (Quotidiana.) Lugar Tenente refere-se a huma Lei do Parlamento;
No Diario de Francfort se annuncia, que a chegada Lei que hoje se não pode pôr em discussão, porque he
a Munich do Feld Marechal Principe de Wrede pare huma Lei. Obedecei a esta lei. Podemos e queremos
ce ter muita relação com as circumstancias politicas, dissolver a união. Esta funesta disposição ficará re
por isso que havia longo tempo que este Principe vivia vogada , huma vez que o povo obedeça ás leis. Se
nas suas possessões. Dizem que o Exercito Bávaro es gui o meu conselho, torno a dizer. Os nossos meios
tará no 1.° do proximo Fevereiro em estado de entrar para dissolver a união devem ser legaes, pacificos e
em campanha. He necessario observar que o nosso cor Constitucionaes. Este he o plano que segue o vosso fiel
respondente de Vienna, em carta datada a 19 de De amigo. Dublin, 27 de Dezembro de 1830. = Daniel
zembro assegurava, que as relações diplomaticas entre O'Connell.»
a Austria e a Baviera, se tornavão diariamente mais
frequentes, e que se tratava de pôr em movimento hum GRÃ-BRETANHA.
Exercito de 40,3 homens para coadjuvar as medidas
que se tomão para manter na Allemanha a tranquil Londres, 3 de Janeiro.
lidade.
O Semanario de Agricultura e Artes, de 9 de De
Diz-se que Lord Granville chegará a esta Capital es ozembro, diz a respeito da Hespanha entre outras cousas
seguinte:
ta tarde, ou ámanhã. •

Lem-se no Tempo as palavras seguintes: » No dia 26 de Outubro ultimo, em que combatião

"Não estranhariamos que as palavras fortes que, se
gundo se diz, dirigio, o Imperador Nicoláo ao Enviado
de França, tivessem algum fundamento. Com efeito he
possível, que o Imperador tenha confundido em seu res
sentimento a França com a Polonia.»
IRLANDA.
Dublin, 27 de Dezembro.
\
Na manhã de hontem se afixou em todas as esquinas
da Cidade hum bando (que já publicámos), em que de
ºrdem do Marquez d'Anglesey, Lord Lugar Tenente
da Irlanda, se previne aos gremios que não ponbão em
execução o ajuntamento que havião projectado. Não
obstante se reunírão pelas duas horas, e Mr. O'Connell
lhes falou de huma janella propondo-lhes que nomeas
sem Commissarios para celebrarem huma reunião na
casa que lhes indicaria. Era tal o desejo dos concorren
tes para ouvirem Mr. O'Connell, que este se vio obri
gado a mandar abrir as portas, e a lhes fallar no pateo.
Aconselhou-lhes que obedecessem á ordem do Lord Lu
gar Tenente, pois era conforme á lei, e por má que
esta fosse se devia respeitar em quanto se não revogasse.
Assegurou ao seu auditorio, que o respeito á lei era o
unico meio de conseguir o fim que se propunhão, pois
toda a resistencia armada, ou revolução, peioraria a
sua sorte; que quanto a elle, era opposto a revoluções
cujo efeito immediato era em pobrecer os trabalhadores.
Accrescentou que confiava pouco no actual Ministerio
pois sempre havia chamado aos Whigs = Tories desem
pregados, que promettião montes e maravilhas quando
estavão nos bancos da opposição, porém logo que che
gavão a ter mando se achavão bem com a sua nova
Posição, e tudo lhes parecia bom; por cuja causa ac
crescentou: … he precizo que nós mesmos cuidemos dos
nossos negocios. Segui o meu conselho; não haja pro
as fieis tropas do Rei, os denodados Voluntarios Rea
listas, e os Nobres Terços de Biscaia, nas margens do
Eidassoa, com a guerrilha emigrada que pretendia dar
a lei á Hespanha, e fazer com que o nosso valente
Exercito trocasse as suas prezadas bandeiras por outra
nova, mas composta das cores das fataes e desorgani
zadoras sociedades, que em outros tempos semeárão a
divisão na patria, a Gazeta de Madrid apresentava dous
dados que aos olhos da imparcial rectidão patenteão o
verdadeiro estado da Hespanha, e a nobre franqueza e
firme segurança com que se conduz o Governo, assim
como o seu ardor em promover os verdadeiros interesses
publicos.
» Depois de nella se referir com a singeleza propria
da verdade sem as exaggerações que empregão os pe"
riodicos agitadores da inquietação, os desastres sofridos
pelos emigrados em seus ataques sobre o territorio Hes
panhol, e de fazer sobre este successo, observações tão
comedidas como importantes; insere dous avizos, nos
quaes resplancede a energia do Soberano a favor dos
agentes da riqueza, e a sabia cooperação do Ministe
rio, e dos seus empregados para a pôr em execução.
» O primeiro he relativo ao chamamento que os Di
rectores da caixa de amortisação fazem aos donos dos
creditos comprehendidos na 3.° inscripção de 50.000,000
de reales que se hão de notar no livro Mestre, para lhes
entregar os novos documentos e satisfazer-lhes em me
tal os juros vencidos des de Janeiro, assegurando ao
mesmo tempo, que os da 4." inscripção estarão em bre
ve promptos para os entregar aos seus proprietarios com
os juros. Estas são as fraudes que em huma proclama
ção com a assignatura de Mina, inserida no Times,
se assegura que ha no manejo do credito publico de Hes
panha ! ! !
» — O segundo refere-se á noticia que communica o
banco de S. Fernando, de que usando da faculdade que
o Rei lhe concedeo, punha em gyro as suas notas, ou
 [80]
"bilhetes, que circularão só em Madrid, sendo o seu va
lor 500, 13 e 43 rs. que se descontarão religiosamente
ao portador em troca de metal, logo que se representem
na sua caixa.» (Gazeta de Madrid.)
HESPANHIA,
Madrid, 13 de Janeiro.
ElRei Nosso Senhor, a nossa Amada Rainha, e a
Augusta Infanta continuão sem novidade em sua impor
tante saude, e igualmente SS. AA. R.R. os Serenissi
mos Senhores # *—*§§ «—º
No dia 6 de Dezembro ultimo foi admittido o Em
baixador de S. M. em Roma pelo Sacro Collegio na
Sacristia de S. Pedro, segundo o costume, para em
nome do nosso Augusto Soberano lhe fazer o cumpri
mento de peza mes pelo falecimento do Summo Ponti
fice Pio VIII, por cujo motivo pronunciou o Embai
xador o discurso seguinte:
» A gravissima perda , Eminentissimos Principes e
Senhores, que a Igreja Catholica teve da sua Cabeça
visivel Pio VIII, de santa memoria, he hum motivo
de aflicção não só para todos os fieis de quem era sum
mo Pastor, e Pai amantissimo, mas tambem para tô
dos os homens para quem a profunda doutrina, inode
ração, e amor da justiça não são nomes vãos. Vós,
que com os vossos votos o elevastes ao Pontificado, e
que pela vossa sublime dignidade vos aproximaveis con
tinuamente á sua Sagrada Pessoa, sabeis quão rica de
virtudes Apostolicas era aquella alma privilegiada, e
se ao nomear o Cardeal Castiglioni Summo Pontifice,
o julgastes digno de occupar a Cadeira Apostolica, as
suas obras, depois de sentado nella, não só confirmá
Tão, mas até excedêrão vossas esperanças. Antes mos
trado do que dado ao orbe Catholico, Pio VIII teve,
apezar, da escassez do tempo, o espaço, necessario pa
ra ganhar o amor dos fieis e o de seus subditos, e
para attrabir a admiração do mundo , em cujos an
gulos mais remotos será sempre seu nome pronunciado
com veneração. A Hespanha que conta tantos fieis co
mo tem filhos, sintirá mais profundamente que ne
nhuma outra nação a perda de tão Santo Pontifi
ce; e o Grande Soberano que nunca levou em vão o
nome de Rei Catholico será o primeiro na sua magoa;
'pois além de haver recebido frequentes provas do pa
ternal amor de Sua Santidade sabe Sua Magestade pe
la Augusta Esposa que para sua felicidade, e da de seus
povos lhe deo o Ceo, com quão terno afecto os labios
agora frios de Sua Santidade pronunciárão o Nome de
Fernando YII, quando Sua Magestade na sua viagem
á Hespanha teve a feliz sorte de poder reverenciar em
foma a Pessoa de Sua Santidade. Porém eu, arreba
tado da dor, e forçado pelo agradecimento a fallar do
Grande Pontifice de quem fui sempre distinguido com
singulares mostras de benevolencia, não conheço, Emi
mentissimos Principes e Senhores, que abuso da vossa
bondade, e que em lugar de continuar augmentando
a vossa dor com as minhas tristes expressões, devo cin
gir-me a certificar-vos o affecto e estimação do meu Au
gusto Soberano pelo Sacro Collegio, e a sua esperança
de que cumpridas as honras fúnebres, que tributais ao
5mmortal Pio VIII, vos occupareis em dar-lhe hum
Successor que console o Orbe Catholico. No entanto
supplico ao Sacro Collegio acceite benignamente a
manifestação do meu profundo respeito.»
LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA.
}
Em data de 8 e 14 de Junho partecipa o Excellen
-issimo Senhor Capitão General das Ilhas Filippinas
ao Governo o seguinte:
… He summamente satisfactorio para mim o poder par
tecipar a V. Ex.º que nestas Ilhas Filippinas, que te
nho a honra de governar, se goza de inalteravel quie
tação; os seus habitantes se comprazem na adhesão que
devem ao seu Soberano e os progressos que de dia em
dia se notão na agricultura e industria, contribuem van
tajosamente para que nada possa perturbar a sua felici
dade.» (G. de Madrid.)
Lisboa, 23 de Janeiro.
Telégrafo. — Serviço da Barra.—22 de Janeiro.
Entrou de noute 1 Bergantim Portuguez, Nova Diana »
do Pará, 42 dias, mala.
Embarcações avistadas.
2 h. 2 Bergantins sem bandeira ao Sudoeste do Cabo
do Espichel; e 1 dito dito ao Norte do Cabo da
Roca.
Embarcação sahida de S. Julião.
12 h. 45 m. 1 Paquete Inglez.
Idem, 23,
Embarcações avistadas.
7 h. 20 m. 3 Bergantins sem bandeira e 1 Galeota di
to, a Oeste do Cabo da Roca: hum he America
no, e deo fundo na Barra Grande.
3 h. 50 m. 1 Bergantim sem bandeira, ao Norte da
Cabo da Roca: navega para o Sul.
11 h. 10 m. 1, Bergantim sem bandeira, ao Norte do
Cabo da Roca: navega para o Sul.
11 h. 37 m. 1 Bergantim Inglez, ao Norte do Cabo
do Espichel.
2 h. 36 m. 1 Brigue Escuna Inglez, a Oeste do Cabo
da Roca. •
3 h, 21 m. 1 Galera sem bandeira, e 1 Escuna dito,
ao Norte do Cabo da Roca: a Galera navega pa
ra o Sul. — 3 Bergantins dito, a Oeste do Cabo
da Roca: navegão para o Sul.
Embarcações entradas em S. Julião.
7 h. 33 m. 1 Escuna Ingleza.
9 h. 34 m. 1 Bergantim Inglez, 1 Galiota Hollandeza.
12 h. 30 m. 1 Bergantim Inglez.
2 h. 22 m. 1 Brigue Escuna Sueco.
4 h. 25 m. 1. Brigue Escuna Inglez.
Embarcações sahidas de Belém.
1 h. 45 m. 1 Bergantim Inglez, para Hull, 1 dito,
dito, para Fryc, e 1 Escuna dito para Poole.
Embarcação sahida de S. Julião.
1 h. 45 m. 1 Brigue de Guerra Inglez.
|- Annuncios.
. A Direcção do Banco de Lisboa partecipa aos Se
nhores Accionistas, que o Dividendo do segundo semes
tre do anno de 1830, he de 18Á500 réis por cada Ac
ção , cujo pagamento terá principio no dia 25 do cor
rente, apresentando-se neste acto as respectivas Acções;
e da mesma fórma receberão na Caixa Filial do Porto
os Senhores que assim o houverem exigido. Banco de
Lisboa, 21 de Janeiro de 1831. — José Silvestre de Ara
drade, Secretario. |-
→ —
•
 ANNO 1831.
NuM. 21.
—…=><><==----
•

GAzBTA DE —=>>>6->$3<>$1<9G<<=-
LISBOA.
• TERÇA FEIRA, 25 DE JANEIRO.

PARTE OFFICIAL. PARTE NÃO OFFICIAL.

MINISTERIo dos NEgocios DA GUERRA. NOTICIAS ESTRANGEIRAS.

Em resolução de 12 de Janeiro de 1831, tomada so ITALIA.

bre Consulta do Conselho de Guerra, foi Sua Mages
tade Servido Prover nos Postos de Coroneis dos outo
Regimentos de Ordenanças da Côrte, os individuos
abaixo mencionados:
Coronel do 1.° Regimento, formado das Legiões Na
cionaes do Campo de Santa Clara, e Caes, Estevão
Pinto de Moraes Sarmento, Capitão Mór que era das
Ordenanças de Aldegalega da Merciana.
Coronel do 2° Regimento, formado das Legiões Na
cionaes da Praça do Commercio, e Loureto, Francis
co de Paula Carneiro Zagallo, Soldado da 1.° Compa
ubia de Voluntarios Realistas Urbanos.
Coronel do 3.° Regimento, formado das Legiões Na
nionaes do Caes do Sodré e Estrella, João Ignacio de
Lima Padilha, Sargento da 2.° Companhia de Volun
tarios Realistas Urbanos.
Coronel do 4.° Regimento, formado das Legiões Na
cionaes do Carmo e S. Pedro de Alcantara, Francisco
Peixoto Pinto Pereira Coelho da Silva.
Coronel do 5.° Regimento, formado das Legiões Na
cionaes do Rocio, e Campo de Santa Anna, Luiz An
tonio Esteves Freire, Soldado da 10.° Companhia dos
Voluntarios Realistas Urbanos. •
Roma, 23 de Dezembro.
Já chegou a esta Capital o Marquez Florimond de
Latour-Maubourg, Embaixador extraordinario do Rei
dos Francezes junto do Conclave. Conjectura-se que nos
primeiros dias de Janeiro proximo apresentará as suas
credenciaes.
Como o Pontifice que se eleger deve reunir as duas
terças partes dos votos, e mais hum, he necessario que
pelo menos se reunão no Conclave 29 Cardeaes.
Continuão os escrutinios e os accessit, porém só para
observar. Monsenhor Zucche, Mestre das Ceremonias,
já fez preparar segundo o costume duas vestimentas com
pletas de Summo Pontifice, feitas para dous talhes dif
ferentes.
Com antecipação se preparárão estas vestimentas,
por que logo que se obtiver o numero de votos anterior
mente indicado, ficará concluido o Conclave, e se pro
cederá immediatamente á adoração do Pontifice na mes
ma sala do escrutinio; os Cardeaes lhe apresentarão
as vestimentas preparadas, com o que ficará feita ao

eleição. Como isto pode succeder no momento em que

Coronel do 6.° Regimento, formado das Legiões Na menos se pensar, se terá tudo disposto para que a va
cionaes do Paço da Rainha, e Cruz do Taboado, o Mar cancia dure o menos tempo possivel.
quez de Soudos. -
A Cidade está perfeitamente tranquilla.
Coronel do 7.° Regimento, formado das Legiões Na (Quotidiana.)
cionaes das Amoreiras, e Campo de Ourique, Pedro
Norberto de Sousa Padilha. BAVIERA.
Coronel do 8.° Regimento, formado das Legiões Na
cionaes das Necessidades, e Ajuda, Francisco de Ma Margens do Rheno, 26 de Dezembro.
cºdo Pereira Forjaz de Gusmão, Soldado da 1.° Com
panhia de Voluntarios Realistas Urbanos. As margens do Rheno que ha 15 annos desfructavão
o beneficio da paz, estremecem agora com o estrondo
R E A L E R A R I o. das armas. A Baviera quer-se pôr á frente da liga.
No dia 25 do corrente se pagão na Thesouraria Ge Com efeito não só fez reparar e augmentar as fortifica
ral dos Ordenados os mezes de Julho, Agosto e Setem ções da Cidade de Landau, mas dispoz abastecer abun
bio de 1829, das seguintes Folhas: Almoxarifado da dantemente esta praça de viveres e munições. Assegu
Fructa; dito das Carnes; dito das Tres Casas; Porta rão que as tropas de Baden vão reforçar a sua guarni
gem e Herdades; Siza das Herdades;– Terças do Rei-- ção. Tambem se assegura que a Divisão de la Motte,
no; Obra Pia. cuja força sobe a huns 16,3 homens, se deve dirigir so
No dia 26 do dito, o 3.° quartel do dito anno, dos bre o #… e occupar immediatamente a Provincia
Meios Ordenados, e Pensões das Secretarias d'Estado; Bavara, antigamente Departamento do Mont-Ton
e º mesmo quartel das Pensões da Folha das Commen /lC7"7"C, -

das vagas he no Sabbado 29 do corrente, Em Munich tambem ha muita actividade; no dia 20


sahio hum comboy muito consideravel d'artilheria e mu
nições para diferentes praças do Rheno, e principal
mente para Landau. Estes préparativos militares com
tradizem mui claramente os protestos pacificos qúe con
tinuamente se ouvem na tribuna Franceza, e se lem nas
folhas Oficiaes; além do que se observa de alguns dias Com muito maior razão as escolas instituidas para con.
a esta parte nos papeis publicos Prussianos, especial servar e augmentar a herança tradicional das sciencias
mente na Gazeta de Estado, e ultimamente no periodi e dos conhecimentos devem ser cssencialmente obedien
co de Dusseldorf, certa linguagem que nos tempos do tes, por quanto na ordem natural, quem aprende está
Imperio estavamos costumados a considerar como pre _subordinado a quem sabe. .
cursora de guerra. Todos em fim acreditão que não pas * Huma Guarda Nacional, por tanto, não tem movi.
sará muito tempo sem que a guerra comece, e o que "mento que seja lhe proprio ; º assim como todo é
dá mais probabilidade a estes boatos são as medidas que
tomão os Governos mesmo os que se chamão Constitu
cionaes contra os periodicos. # Duas-Pontes, na Ba
vicra Rhenana, se publicou ha tempos hum periodico
com o titulo de Baviera Rhenana: os redactores desse
periodico erão dous empregados pelo Governo, e hum
delles foi removido, dando-se-lhe outro destino.
(Gazeta de Madrid.)
SUISSA.
Berna, 31 de Dezembro.
Declaração da Dieta Federativa.
Reunida em sessão extraordinaria a Dieta da Confe
deração Suissa, e penetrada da extensão dos seus deve
res, conheceo unanimemente des de a primeira sessão a
necessidade em que se acha de manifestar livremente o
procedimento que a nação Suissa quer observar nas cri
ticas circumstancias em que agora se acha a Europa.
Por consequencia declara, em nome dos 22 Cantões
Confederados, que no caso de guerra entre as Potencias
confinantes, está firmemente resolvida a guardar a mais
rigorosa neutralidade usando do direito que foi reconhe
cido e afiançado pelos Tratados mais solemnes. Decla
ra outrosim, que para fazer respeitar a sua neutralidade |
empregará todos os meios que estiverem ao seu alcance.
A Confederação deseja a paz, porém não recuará
por nenhuma difficuldade; e confiando no Deos dos seus
antepassados, esperará os acontecimentos com tranquil
lidade e firmeza. Fará todos os esforços possiveis em de
feza da integridade do territorio, e da independencia
nacional, sym poupar nenhum sacrificio para conseguir
tão nobre óbjecto.
A Dieta nestas graves circumstancias confia a sorte
do Estado ao patriotismo, valor, e perseverança de to
dos os Suissos; e os chamará ás armas com o unico ob
jecto de proteger as fronteiras contra toda a aggressão
exterior de qualquer parte que possa vir. Para tão sa
grado objecto
Cantões, e de conta
toda acom a lealdade dos Governos dos
nação.
A benção e auxilio do Todo Poderoso continuem a
proteger a nossa amada patria como até agora.
Dado em Berna, em 27 de Dezembro de 1830.
(Seguem as assignaturas.)
• *-* (Gazeta de Madrid.)
, , ' .* . - FRANÇA. - na terminante para que o Exercito Francez regresse
- Pará, 20 de Dezembro.
A Gazeta de França; tratando das deliberações
JEscolas, e da Guarda Nacional, contém o seguinte que
se pode considerar como sofrivel commentario do de
cantado principio da soberania do povo:
-** As deliberações e as petições emanadas da Guarda
Nacional e das escolas podem dar lugar a graves refle
xões. Convém primeiro que tudo examinar se estes actos
são conformes aos verdadeiros principios da ordem
social. •
[ 82 ]
» A Guarda nacional he hum corpo formado na Fran
ça para a manutenção da tranquillidade publica e da
boa ordem. Obedece ao poder Executivo que a requer,
e sem o qual não pode ter acção, Taes são as suas at.
tribuições, que lhe não dão nenhum caracter politico,
• •
quafquer corpo armado recebe impulso e não o dá.
He governada e não governa. •
» Quando olhamos para a authoridade que as delibe
rações recebem da força das armas, não podemos dei
xar de nos assustar pela sorte da liberdade, por isso
que petições escriptas e assignadas com a ponta de 603
baionetas tem tanta força como a lei, e até mesmo
tem mais força do que ella se se conspirarem contra a
mesma lei.
» Se a força material destinada a proteger a delibe
ração, se pozer ella mesma a deliberar, está destruida
a independencia do poder legislativo, e o mesmo poder
executivo apenas vem a ser instrumento da facção
que influê naquelle corpo armado.—Se são as fracções
da Guarda Civica as que deliberão, como as Compa
nhias, os Batalhões ou as Legiões, complica-se a ques
tão por falta de unidade; porque independentemente da
radical incompetencia do corpo deliberante, ha separa
ção de huma parte do seu todo, divisão e conflicto.
Hum Batalhão póde querer o contrario do que o outro
quer; huma Legião póde por-se da parte do movimento
outra na da resistencia (1): huma Cidade póde declarar
se pelo principio Monarquico, e os arrabaldes pelo
principio republicano: dahi seguir-se-ha a guerra ou a
anarquia.
» O mesmo succede com as escolas. Ora o que he que
são as escolas na ordem politica ! O que he que tem de
commum alguns mancebos que estudão as mathemati
cas, a medicina, e o direito, com o poder legislativo!
O edifício das nossas instituições não he hum canal,
huma ponte, hum aforismo medical, ou huma questão
litigiosa.» |-
Idem, 6 de Janeiro.
Escrevem de Marselha, que o Bey de Titeria havia
chegado áquelle porto abordo da Fragata Armida.
(D. dos Debates.)
Assegurão que o Embaixador de Hollanda em Lon
dres protestara contra o Protocolo assignado pelos Em
•
baixadores das cinco Potencias.
Este protesto annuncia que não tardarão em começar
de novo as hostilidades entre Hollandezes e Belgas.
(Idem.)
Hum sugeito aggregado ao Estado Maior do Exerci
to d'Africa sahio d'Argel a 27 de Dezembro ultimo, e
chegou ao Lazareto de Marselha em 63 horas; assegu
ra que á sua sahida se não havia expedido ordem algu
a França, nem no todo, nem em parte; pois só se ha
via conjecturado, que no caso de guerra seria talvez
precizo retirar algumas tropas. * *
das (Semafora de Marselha.)
As tropas do Imperador de Marrocos tomárão posse
* * -
(1)O vocábulo movimento designa hoje em França
o partido dos que querem dar maior movimento á re
volução; o da resistencia designa o partido eontrario
áquelle. +

da Cidade de Teles.en, situada no territorio da antiga
Regencia d'Argel; o Consul de França em Tanger
protestou contra esta occupação.
Na noute de 25 a 26 de Dezembro baixou de repen
te o thermómetro em Genebra a 17 gráos e meio me
nos de zero; pela manhã do dia 27 tornou a subir 2
gráos acima de zero. No dia mais frio do inverno pas
sado esteve a 15 gráos e hum terço:
(D. dos Debates.)
Mr. de Latour-Maubourg. Embaixador de França
junto da Corte de Napoles; está encarregado de re
presentar interinamente em Roma os interesses da sua
nação (Diario dos Debates.)
O Diario de Hollanda respondeo assim a hum mem
bro do Congresso Belga, que pretendia humilhar e es
cravizar o Clero:
… O Sacerdocio não he huma instituição politica; a
sua existencia he hum facto de todas as idades, de to
dos os tempos, e de todos os lugares; sim he hum fa
cto que precedeo e precederá todas as Cartas, ou Cons
tituições politicas feitas e por fazer. O Sacerdote não
he hum empregado do Governo, e eis-aqui a prova:
os Governos destroem-se, passão, e se succedem, co
mo desgraçadamente o estamos vendo todos os dias;
porém o Clero Catholico existe e permanece ha mais
de dezoito seculos comvencido de que nem pode nem
deve mudar o seu Governo, e se alguns pretendes
sem qualificar isto de preoccupação, lhes diriamos
que he huma preoccupação tão antiga, tão univer
sal, e tão constantemente estabelecida, que deve pas
sar pela mais pura e demonstrada verdade: he precizo
resignar-se e renunciar a todo o projecto de innovação.
Senefé, 29 de Dezembro de 1830. = Victor Adolfo
Dechamps. 23
HESPANHA.
Santander, 28 de Dezembro, * *
No dia 25 do corrente, e hora das duas e meia da
tarde, se levantou hum furacão de N.O., e foi tal que
não tem conhecido outro similhante daquella parte os
habitantes desta Cidade; o impeto do vento durou até
á, 4 da tarde, des de cuja hora até meia hora depois
da meia noute proseguio com igual força , mas com a
diferença de ter intervallos de descanço de 8 a 10 mi
nutºs e mais. O destroço que fez o vento nos edificios
da Cidade foi sem comparação maior do que o causado
pelo furacão do dia 6 do mez passado, de sorte que
hontem e hoje, dia da data, se tem estado tirando das
ruas as ruinas que tem cahido dos telhados, que em
muitas partes, particularmente nas que ficavão frontei
fas ao N.O. fórão arrojados ao chão com grande nu
mero de chaminés. Na alameda chamada dos Quatro
Caminhos, o vento arrancou algumas arvores, e arrui
nou varias casas proximas á Cidade; mas por ora
se sabe que os habitantes tenhão padecido nenhuma des
graça.
Os vasos Inglezes que estavão surtos na bahia se met
terão no molhe duas horas antes que começasse o fura
cão; e em geral todos os vasos que nella permanecêrão
sofrèrão muito incluindo o Brigue de guerra Hespanhol
chamado Guadiana, a quem se deo soccorro nessa mes
ma tarde, assim como igualmente a todos os mais va
sos que delle carecêrão, á excepção de hum Bergan
tim, que faltando-lhe as amarras foi arrebatado pelas nhor Dom Miguel Primciro, que Deos guarde, atten
ºndas, e teve a sorte de varar em hum banco de areia" dendo-á exposição, que em Audiencia de 13 de Janeiro
sem sahir da bahia, onde permaneceo até se lhe dar resente, }
ºccorro, e tornou a fundear no canal.
(Gazeta de Madrid.)
f83]
Madrid, 17 de Janeiro.
Hum periodico diz o seguinte:
» A Persia he actualmente o theatro de huma horros
rosa guerra civil. O filho mais velho do Scha rebelou-se
e marcha contra seu pai. O Principe Abbas Mirza
acudio em soccorro do Monarca, e entra em campanha
contra seu irmão: a maior parte do seu Exercito está
organizado á Européa.» (Gazeta de França.)
Escrevem de Dresda que diariamente chegão áquella
Cidade muitas familias Polacas que vem de Varsovia.
Deste facto se infere o grande medo e desordem em que
se encontrão os habitantes daquella Cidade desde a sua
mnsurreiçao.
Assegurão que o Congresso Belga, depois de huma
Sessão mui renhida, havia nomeado Rei da Belgica
Oton Frederico Luiz, segundo filho do Rei de Bavie
ra; porém isto já se desmintio. (Idem.)
As cartas de Londres continuão a apresentar o esta
do da Irlanda como muito suspeitoso para a Inglaterra.
- |- (Idem.)
Praça do Commercio de París, no dia 8 do corrente:
Cinco por cento consolidados 93 fr. 40 c. Acções do
Banco 1.520 fr. 50 c. Emprestimo Real de Hespanha
614. Renda perpétua de idem 47. " -
Os fundos publicos de Londres não tiverão até o dia
6 notavel aiteração. (Gazeta de Madrid.)
# - - -
—- $$ * *}}
" . Lisboa, 24 de Janeiro.
Da Gazeta de Madrid, em data de 18 do corrente
copiamos o seguinte: -
» Segundo as ultimas noticias de Varsovia reina alli
a maior desunião entre os Chefes dos rebeldes, e a
maior consternação na aproximação do perigo. Já se
sabe naquella Cidade a nomeação do General Diebitsch
para o commando em Chefe do Exercito Russiano, e
se leo a proclamação do Imperador. Alguns fundão es
perenças na missão dos Deputados, que sahirão para
Petersburgo, mas Clopiki nada espera daquella nego
ciação. Os Polacos estão muito desanimados; não tem
armas nem as podem comprar na Prussia e na Austria.
A 28 de Dezembro se julgava em Varsovia, que o Im
perador Nicoláo já se achava nas fronteiras do Reino,
e que o Grã-Duque Miguel tinha chegado a Grodno.
» O Corpo de Exercito da Lithuania se acha' entre
Grodno e Bialistok. Do lado do Duina se aproximão
Corpos de Granadeiros Russianos, e alguns Regimentos
do Corpo do General Sacken marchão para Breze. Es
tas noticias fizerão subir os fundos em Francfort. »
(Artigos communicados.)
não
ElRei Nosso Senhor, em Sua Audiencia de 13 do cor
rente, foi servido conceder a graça de poderem usar da
Sua Real Effigie em Medalha de ouro, a Antonio Ro
drigues Mialha, da Villa de Loulé, actual Escrivão da
Camara da mesma ; ?? João Manoel dos Santos Fer
reira , Alferes da I8. Companhia das Ordenanças de
Coimbra. +
* • * ••* ! - - • - * |- |-
- ElRei Nosso Senhor, O Muito Alto, e Poderoso Se
fez José Narciso da Costa Calheiros,
Morgado da Casa de S. João de Villa Boa, Foi Servi
do o mesmo Augusto Senhor Conceder-lhe a Graça de

poder usar da Sua Real Efigie em Madalha de ouro
pendente de fita encarnada com orla branca por ser
emigrado de Hespanha, e na mesma Audiencia Conce
deo a Graça de Sua Real Effigie á familia do dito, e
ao Padre Antonio Joaquim de Sousa, e sua familia;
Gaspar Gomes Ferreira, e sua familia; Joaquim da
Rocha, e sua familia; D. Vicente, Abbade de S. Jor
ge, e sua familia; Antonio José Rodrigues, e seu filho
Manoel José Rodrigues; José Bento da Rocha Peixoto,
e sua familia; José Gonçalves da Senhora da Lapa;
Bento José Gonçalves, e sua mulher; Manoel Antonio
da Costa; o Beneficiado Caetano José Rodrigues da
Rocha, e sua familia; Francisco Pereira; Francisco
Gonçalves; Antonio José de Araujo; Jacintho Rodri
gues; Clemente Joaquim da Rocha; Manoel da Costa,
Carcereiro
sistente da Cidade.
nesta Cadêa de Barcellos, e João Barral, as •
ElRei Nosso Senhor, attendendo á supplica que Lhe
fez Fr. Francisco de Santa Rosa de Viterbo, Moreira
Braga, Prégador Regio Honorario, concedeo a Meda
lha de ouro com Sua Real Efigie, a Francisco José de
Jezus e Silva, morador á Patriarcal queimada; D. Ro
sa Carolina Pinheira Dias, mulher do Doutor Francis
co Pedro Soares Maciel, da Villa de Guimarães ; o
Reverendo José Maria d’Abreu, Mestre de Primeiras
Letras na Cidade de Pinhel; á mulher e filhos de Ber
nardo Joaquim Seabra, da Cidade de Coimbra, que
já tem a mesma Graça; Anna Maria Caldeira, da Fre
guezia de Santos Velhos, nesta Corte; Joaquim Peres
Soares, Escrivão da Camara de Oys da Ribeira, Pro
vedoria de Aveiro, Comarca de Barcellos: esta Graça
foi concedida em o dia 13 do corrente mez de Janeiro.
+ *§§ 4–*
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 24 de Janeiro. "
1, - -
O Bergantim Americano que estava fundeado na Barra
grande, fez-se á véla. - - --
- Embarcações avistadas. " *,
7 h. 30 m. 1 Paquete Inglez, ao Norte do Cabo do
Espichel; 1 Escuna sem bandeira, e 1 Galiota di
to, ao Norte do Cabo da Roca. * **
9 h. 11 m. 1 Bergantim sem bandeira, e 1 Brigue-Es
cuna dito, ao Sudoeste do Cabo do Espichel: na
vegão para o Sul. , !
Embarcação entrada em Belém. " " ……… º editos de trinta dias pelo Juizo dos Orfãos, Escrivão
1 h. mala.
32 m. 1 Paquete Inglez, de Falmouth, 8...o
• •
dias,
") Firmo José Bothelho de Gouvêa, citando quem direito
•
tiver á dita propriedade, para o deduzir no referido
: Embarcações entradas em S. Julião...", … ) prazo do tempo, findo o qual se julgará livre e desem
H0 h.á9 m. 1 Escuna Ingleza. , i
baraçada, e para o que se faz o presente annuncio pa
3 h. 51 m. 1 Galiota Hollandeza, e 1 Escuna Ingleza ra maior publicidade.
Embarcações sahidas de Belém. - Marcos Antonio Villar faz sciente aos seus amigos
3 h. 51 m. 1 Bergantim Francez, para Havre de Gra da sua viagem para o Maranhão, no Brigue Escuna
ce; 1 dito Hespanhol, para Cadiz: 1 dito Na Leôa: sua residencia he no Campo de Santa Clara N.°
politano, para Faro; e 1 Escuna Ingleza, para 3, segundo andar.
Bristol.
- Publicações Litterarias. 2 . … :
A Collecção de Cartas de Não sei quem a outro
que tal, 13 numeros, vende-se por 640 rs. na loja de
João Henriques, rua Augusta, N.° 1, e nas mais dº
COStu IIIC, •
Sahio á luz a segunda edição da Medicina Curativa,
ou o methodo purgante dirigido contra a causa das en1 ção Negreiros.
•
5…== = ==
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
[ 84]
fermidades, por Le Roy. Esta obra contém os princi
pios mais exactos da *# arte de curar e não pre
cisa elogios; os factos mais authenticos fallão em seu
abono, e huma não interrompida experiencia assás tes
temunha a sua utilidade e excellencia. Vende-se na lo
ja de Antonio Marques da Silva, rua Augusta, N.° 2,
por 660 rs. broxada, e encadernada 800 rs.
- Annuncios.
Quem tiver que tratar com o Padre Mestre Fr. José
de Nossa Senhora do Cabo Roquette, ou a respeito de .
Sermões, ou sobre outro qualquer objecto, pode dei
xallo por escripto em casa de João Henriques, rua
Augusta, N.° 1, onde achará com pouca demora a
resposta.
João Luiz Olivicr Cossoul, professor de rebeca e de re
becão pequeno, tem a honra de partecipar ao respeitavel
publico desta Capital, que abrio huma aula de muzica
em sua casa, na rua da Horta Secca, N.° 18, 4.° an
dar, aonde ensina muzica, e a tocar rebeca e rebecão
pequeno, pelo methodo do Real Conservatorio de Pa
ris, e por preços mui commodos. — Cossoul se lembrou
de abrir esta aula, não só pela commodidade dos pre
ços, como tambem por sêr ás horas abaixo indicadas,
que a maior parte dos Senhores amadores da muzica se
acharáõ desembaraçados dos seus negocios e empregos:
a aula se acha aberta ás Terças feiras, Quintas feiras,
e Sabbados, das 6 até as 9 horas da noute.
Quem quizer comprar huns Serviços de Coronel, já
Decretados, para se obter a devida remuneração, pro
cure na loja de retrozeiro N.° 118 A., Sebastião José
da Silva. •
. No dia 26 do corrente mez de Janeiro, pelas dez ho
ras da manhã, devem comparecer todos os credores do
fallido José Garcia da Cunha, em casa do Desembar
gador. Conselheiro Juiz dos Fallidos José Ignacio Pe
reira de Campos, morador defronte do Convento das
Freiras de Arroyos, para ahi decidirem sobre o que se
+
deve praticar a respeito de duas barracas que o mesmo
fallido possuia em Pedrouços.
- Arrenda-se hum moinho de agua, sito, defronte do
lugar do Seixal, para ter principio o arrendamento no
1.° de Fevereiro proximo: quem o pretender, póde fal
lar a seu dono na rua dos Confeiteiros loja N.° 38.
* . Guilherme de Swart comprou em 21 do corrente mez
de Janeiro, a Joaquim Coelho de Athaide, huma pro
priedade de casas, sitas na rua das Trinas, N.° 72 a
77, Freguezia de Nossa Senhora da Lapa: afixarão-se
-
Segunda feira, 31 de Janeiro, na praça pública dos
r
leilões, se hão de arrematar tres dominios directos, a
saber: o dominio directo de hum foro de onze alqueires
de milho, avaliado em 663000 réis: dito de trinta e dous
alqueires de milho, avaliado em 1923000 réis: dito de
sete alqueires de milho, avaliado em 423000 réis: estes
prazos são situados em o sitio da Sesmaria, limite do
Yalle de Alvelaria, termo de Pussos, Portella do Ca
baço, Comarca de Thomar; he Escrivão da arremata
 NUM. 22. ANNo 1831.

GazETA DE LISBOA.
QUARTA FEIRA, 26 DE JANEIRO.

PARTE OFFICIAL. PARTE NÃO OFFICIAL.

N.° 6. NOTICIAS ESTRANGEIRAS.

Quartel General noPaço de Salvaterra de Magos, FRANÇA.

em 24 de Janeiro de 1831.
Paris, 6 de Janeiro.
Ordem do Dia.
O Diario dos Debates de hoje fallando das occorren
Publicão-se ao Exercito os Avizos, e Decreto cias da Polonia, diz entre outras cousas o seguinte:
abaixo transcriptos: -» A insurreição da Polonia Russiana não resolveo
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — Havendo (como ha pouco se dizia) a grande questão que ha cin
ElRei Nosso Senhor Sido Servido Nomear, por Decre co mezes a esta parte se agita e ventila; a questão em
to de 15 do corrente, para Governador Geral de Ma que se encerra todo o futuro da sorte da Europa; a
cáo, o Marechal de Campo Graduado, Veríssimo An questão em fim da paz ou da guerra.
tonio Cardozo, Inspector Geral de Cavallaria; tenho a » Que ao saber-se a expulsão do Grã-Duque, e a
honra de assim o partecipar a V. Ex.° para seu conhe sua fuga atravez das Vaivodías da Polonia; que ao
cimento, e do Exercito.= Deos Guarde a V. Ex.° Pa primeiro grito d'enthusiasmo em que rompêrão quatro
ço de Queluz, em 17 de Janeiro de 1831. = Conde de milhões de homens livres; que á vista da bandeira na
S. Lourenço. = Illustrissimo e Excellentissimo Senhor cional que fluctuou ha poucos dias por muitas Cidades
Conde de Barbacena. * ** * *
e aldêas do Grã-Ducado, se julgasse que a luta que
devia ventilar-se nas margens do Rheno havia retroce
Illustrissimo e Excelentissimo Senhor, …--ElRei Nos dido para sempre ou pelo menos por muito tempo para
so Senhor Manda remetter a V. Ex.° para seu conheci o Norte da Europa; que a Prussia ameaçada pelo Du
mento e do Exercito a copia inclusa do Decreto de 18 cado de Posen, e a Austria por Galitzia nos tenhão
do corrente mez, pelo qual Foi Servido Nomear Inspe parecido sobejamente occupadas com os seus negocios
ctor Geral da Cavallaria ao Marechal de Campo Alva interiores, para os complicarem com outro muito distin
rº da Fonsêca Coutinho e Povoas; exonerando-o Sua cto, qual he fazer com que a nação Franceza entre
Magestade, por Carta Regia da sobredita data, do Go por força na scena do mundo; tudo isto he e sobre tu
verno das Armas da Provincia da Beira Alta, a fim de do era mui natural ha hum mez. Vejamos se as cinco
passar a exercer aquelle cargo.= Deos Guarde a V. semanas ultimas dão motivo para crer, que era acertado
Ex.". Paço de Queluz, em 18 de Janeiro de 1831. == aquelle modo d'examinar a questão.
Conde de S. Lourenço. = Illustrissimo e Excellentissi * O Exercito da Lithuania, que era o mais imme
mo Senhor Conde de Barbacena. diato aos acontecimentos de Varsovia, e o primeiro
|-

|- Decreto. tambem que se snspeitou sofresse o impulso daquella

Tendo Nomeado Governador Geral de Macáo ao Ma occorrencia, não correspondeo á esperança dos authores
rechal de Campo dos Meus Reaes Exercitos, Verissimo da revolução de Varsovia.
Antonio Cardozo, que exercia o lugar de Inspector … Tivesse havido em JYilma hum 29 de Novembro e a
Ceral da Cavallaria; e Attendendo á fidelidade, intel a Polonia ficava livre; ao menos podia sahir animosa
ligencia, e zelo com que Me tem Servido o Marechal e com igual força ao encontro dos dominadores que
de Campo, Alvaro Xavier da Fonseca Coutinho e Po ameação a sua resurreição. Porém o Exercito da }
Voas: Hei por bem Nomeallo para o sobredito cargo thuania, composto de Russianos, Polacos, e outras na
de Inspector Geral da Cavallaria. O Conselho de Guer ções, só causou receios em S. Petersburgo, assim co
ra o tenha assima entendido, e faça executar com os mo não havia excitado mais do que esperanças em Var
*
despachos necessarios. Palacio de Queluz, em dezoito sovia; e hum Ukase o dispersa no interior do Imperio
de Janeiro de mil outocentos e trinta e hum. = Com a ao passo que numerosas reservas, e os corpos que ain
Rubrica de SUA MAGESTADE. = Conde de Bar da não descançárão das fadigas e perigos da invasão
bacena, Chefe do Estado Maior General. = Está con Turca, se dispõem a occupar o seu lugar nas margens
fºrme o Original. = Ajudante General, Marquez de, do Vistula; resultão sacrificios á Russia; porém isso
Tancos. - e o
não decide; os reçursos do Imperio Russiano s㺠mui
 [ 86]
to grandes, mesmo sem contar com o Exercito da Li contrarios; e pode ser que a entrada dos Russianos em
thuania. *- * arsovia seja o signal desta instantanea revolução.»
» Esperava-se. que a Polonia Prussiana receberia ou (Gazeta de Madrid.)
*
daria quasi ao mesmo tempo e signal da liberdade, e
durante alguns dias o Gabinete de Berlim julgou ver GRÃ-BRETANHA.
os Tratados de Vienna ao mesmo tempo anniquifados
no Grã-Ducado de Posen e em Varsovia. Sahírão tro-" Londres, 5 de Janeiro.
pas a toda a pressa para evitar o risco; porém a liber
dade Polaca nem sequer havia tocado na fronteíra Prus Memorias militares do Duque de Wellington, 1.° vol.
siana ! # * * " … => * * * * •
: : *
•
pelo Capitão Moyle Sherer. -

* Receávão em Fienna pela sórte da Galitzia} porém {

as medidas tomadas muito d'antemão e em
2árão o entthusiasmo
# *: O trabalho que o author do presente volume empre
que ponde haver em seus hábitám- "herdeo de dar a historia da transcendente reputação
tes ao verem a época da restauração d *#
COII) II) Ul II]» militar de hum homem, que he ao mesmo tempo a hon
Contida pelas columnas Austriacas a alitzia permane- " ra e a gloria da sua patria, e cujos esforços tem pres
ceo socegada como seus amos. # •tado tão incalculaveis beneficios não só á Grã-Breta
» Desta maneira o incendio que ameaçava éspalhar 'nha mas a todo o mundo civilizado, he hum trabalho
se com tanta rapidez e voracidade, ficou em hum mez da natureza mais ardua e estupenda; e como o presen
concentrado em hum só e unico foco; eis-aqui á liber te volume apenas forma parte da obra não temos o
dade Polaca reduzida a quatro milhões de braços para meio de pronunciar sobre todo o seu merito. Quanto
sua defeza e protecção contra a torrente que se prepa podemos por ora dizer he, que ainda que pareça algum
ra para a invadir. Muito longe estamos de querer in tanto diffusa, he geralmente exacta. Este volume não
troduzir com as nossas palavras o desalento no animo nos apresenta assumpto algum mais recente do que a
de nossos antigos companheiros d'armas. Mas ah! tal triunfante e feliz resistencia, que fez o nosso Heroe ma
vez já se tenha derramado sangue; e as margens do guerra Peninsular ás concentradas forças da França,
Kistula não tardarão em ver-se cobertas de cadaveres dirigidas por Massena, o mais afamado de todos os
de heroes. -

Marechaes de Napoleão; á brilhante derrota de cujos

» O certo he, que ao primeiro rumor de guerra todos planos se seguio huma serie de victorias sem exemplo
os animos se enthusiasmárão em S. Petersburgo; que a nos annaes da gloria Britannica, victorias nunca exce
Guarda pretendeo e conseguio formar parte do Exercí didas, e talvez nunca igualadas entre os mais assigna
to d’operações que vai marchando para as fronteiras; lados feitos da "#
(victorias em que tanto
que no interior do Imperio se poem em movimento nu resplandeceo o donodo das tropas Lusitanas). Mas co
merosas reservas dº Infanteria, de Cavallaria e Artilhe mo estes successos estão gravados na lembrança de to
ria; que se confiou o mando das tropas aos Generaes dos, entendemos que não he possivel dar aos nossos lei
mais benemeritos do Imperio; que se falla publicamen tores maior satisfação do que apresentando-lhes hum re
te de preparativos para huma campanha dilatada, e muito sumido bosquejo dos primeiros dias da vida militar do
dilatada; e que o mesmo Imperador se deverá pôr á Duque de Mellington. -

frente do seu Exercito. -

º O Muito Honrado Arthuro IYellesley, agora Feld

+

, … Dir-se-ha que estes preparativos só se fazem contra Marechal da Inglaterra e Duque de JKellington, filho
a Polonia. Muito embora seja assim. Porém já que segundo do falecido Conde de Mornington, e irmão
tratamos de guerra tomemos conta de todas as suas do actual Marquez de Kellesley, recebeo a sua primei
consequencias, e examinemos huma das que póde ter. ra Patente d'Alferes de Infanteria em 1787. Contava
* Ganhão os Russianos huma batalha, e Varsovia, nesse tempo 18 annos, e havia recebido huma educa
se vê obrigada a receber a lei do vencedor. En ção adaptada á Profissão da sua propria escolha. Por
tão os Oficiaes e cortezãos que rodeião, o Impera %" tempo estudou na Academia militar d'Angers em
dor ó chamão Salvador da Europa, lhe designão as rança, para onde passou do Collegio d'Etow, onde
margens do Rheno, e talvez até mesmo as do Sena. se não ensinão as sciencias. Na qualidade de subalter
Hontem forão vencidos os Polacos, hoje se compadéce, no e de Capitão servio na Cavallaria e na Infanteria,
delles. A revelução de Varsovia, assim como a da Bel e gozou a singular vantagem de ser brevemente instrui
do nos deveres de huma e outra arma.
gica, he filha dos tres dias de Julho em Paris. «O in • •

eendio só pode apagar-se no seu foco» exclamão todos,
os jovens oficiaes que calculão sobre as vantagens de
huma campanha mais dilatada, e sobre hum clima mais,
temperado que o das margens do Vistula. Em Berlim
o partido que está pela guerra vai cobrando alento; a
maioria dos Principes do sangue, é a menoria dos Con
selheiros, comprimidos até então pela sabedoria do Rei,
instigão com suas instancias hum Soberano a quem tal
vez custa trabalho resistir á victoria de seu genro, e ao, Moira (com as forças originalmente destinadas para
poder do seu exemplo.........
… Na Primavera de 1793 foi promovido ao posto de
Major no Regimento 33 e daquelle ao de Tenente Co
ronel do mesmo Corpo, no outono do mesmo anno.… "
.» Sendo mancebo, e no com mando de hum bello Re
gimento, na sua primeira expedição deo á vela da en
seada de Cork no mez de Maio de 1794. A
º Desembarcárão as tropas em Ostend nos fins de Ju
nho, e já se achavão de gúarnição, quando Lord
huma cavalleirosa mais desacertada empreza na Breta
•

» O que dizemos de Berlim, onde he notorio que o nha) chegou alti para sustentar aquelle ponto de apoio
partido da guerra apezar de ser o mais debil se agita, ao Exercito alliado em Flandres. , . , ! #

e trabalha # mil maneiras, o applicaremos igualmen ...» No entanto já o inimigo se achava de posse de
te á Corte de Vienna, onde varias influencias contrarias Ypres de huma parte e de Bruges da outra. Proximo
entre si mesmas lutão sobre o mesmo terreno, º sem que º á primeira Cidade, o General Austriaco Clui-fait,: de
ninguem possa triunfar, porque a todas domina até hoje º pois de tres respulsas consecutivas se havia retirado so
a firme e leal vontade do Imperador. bre Gante. Valmoden, General Hamoveriano, vendo
|

… De modo que de huma apparencia inteiramente pa se obrigado a evacuar. Bruges, marchou para se lhe
cifica, de huma linguagem absolutamente moderada, reunir. * * . - *

der hum principio claramente estabelecido (o de não in » O valoroso Duque de Vork, cuja má fortuna era
te vir nos negocios dos outros povos), pode a Europa, ter hum commando tão mal definido, que outro qual
no nosso juizo, passar em poucas horas a huma appa… quer Chefe mais antigo e mais experiente se teria acha
rencia, a huma linguagem, a principios inteiramente: do perplexo para o executar, foi em consequencia des
 [37]
tes successos obrigado a evacuar Tournay, e coloca haver sido breve , e de terem occorrido poucos comba
do em circunstancias muito criticas e desfavoraveis. tes, tinha manifestado a Wellesley o quadro da guerra
º Neste estado de cousas chamou Lord Moira hum ém hum ponto de vista algum tanto vasto; por quanto
Conselho de guerra, em que se decidio, que a simples servió em hum Exercito de 68 Batalhões , e de 80 Es
defeza d’Ostend, a cujo objecto o limitavão as suas or quadrões; vio tropas de varias nações, diferentes em dis
dens, não era de tão grande importancia como o dar ciplina, habitos, costumes, e aspecto ; ouvio o bellico
immediato auxilio ao Duque de Vork A 29 de Junho éstrondo a que tão dilatada e gloriosamente se devia
teve lugar a evacuação da Cidade. Com huns 8,000 ho familiarizar na sua vida ulterior; escutou o éco distante
mens marchou Lord Moira por Bruges (donde na sua da artilheria; o proximo trovejar das baterias; o fogo
aproximação se retirárão os Francezes) sobre Gante. da espingarderia; o pizar das columnas, a voz das tron
No mesmo dia a guarnição debaixo do commando do betas; — ouvio outro som: as acclamações triunfantes das
Coronel Wyse, embarcou com tão boa ordem e prom tropas, que debaixo de auspicios mais venturosos, e em
ptidão, que antes de se pôr o sol se havião retirado da mais glorioso theatro de acção, devia tantas vezes con
Cidade as tropas, e os petrechos militares. Dirigio-se duzir contra os inimigos da patria, e guiar ao triunfo
esta Brigada ao Escalda, e desembarcando nas suas é a immortal renome.»
margens, se reunio ao campo do Duque de Vork dian - (Extracto do Morning Post.)
te d'Antuerpia.
… Foi alli, que o Tenente Coronel Wellesley, que # 1 - } §§ - + + + + …

acompanhou por mar o seu Regimento vindo de Os

tendº, vio pela primeira vez hum Exercito em cam Lisboa, 25 de Janeiro.
po. Foi neste momento e neste theatro da guerra,
onde unicamente se ouvia falar de revezes, que o Recebemos Jornaes Inglezes até 14 do corrente, e
vencedor de tantas batalhas fez o primeiro ensaio de do Morning Post copiamos o seguinte importante Do
suas armas. Alli reeebeo as suas primeiras lições na ar CUIT) entO :
fe pratica da guerra, e obteve a primeira # C » Manifesto de S. M. o Imperador da Russia.
o primeiro feuvor que inspirão confiança e dão alento » Nós Nicoláo, pela Graça de Deos, Emperador e
á ambição do guerreiro. Autócrata de Todas as Russias etc. etc. a todos os nos
"Nos estacionarios acampamentos, e nas limitadas sos fieis subditos, saude. . .
operações de huma campanha defensiva, ha poucas oc - º Horrível traição agitou o Reino da Polonia, que se
casiões de ganhar renome; no entanto algumas occor acha unido á Russia. Homens mal intencionados, a
terão, que anciosamente se aproveitárãe. O Tenente quem os beneficios do Imperador Alexandre, magnani
Coronel Wellesley commandou o Regimento 33 em to mo Restaurador daquelle paiz não desarmárão, e que
das as acções em que entrou o mesmo Regimento. No debaixo da protecção da Constituição que lhes havia
rio Neethe, em renhido combate que teve lugar perto concedido, gozavão o fructo da sua solicitude, tramá
da aldêa de Boxtel, e em huma vehemente escarainuça rão a destruição da ordem de cousas introduzida por el
no rio Waal, prestou mui relevante serviço. le, e marcárão o começo dos seus crimes a 17 (29) de
-

_” No fim da campanha foi escolhido pelo General. Novembro pela rebelião, derramamento de sangue, e
David Dundas para proteger com a Brigada a que per criminoso attentado contra a vida do nossó caro Irmão
tencia então a seu Regimento, a memoravel retirada o Cesarevitsch e Grã-Duque Constantino Paulowitsch.
da Hollanda; distincção pouco vulgar, por quanto o Valendo-se da éscuridão da noute, huma furiosa multi
General Dundas era Oficial de grande fama, rigoroso dão, instigada por elles, atacou o Palacio do Cesare
na disciplina, e intrepido soldado. vitsch; e ao mesmo tempo espalhando em varios pon
"Foi no meado de Janeiro qae se decidio este movi tos da Cidade boatos falsos de que as tropas Russianas
mento: havia dous mezes que o serviço fôra mui arduo. estavão assassinando os cidadãos pacíficos, envolvêrão
O commando da recta guarda era hum posto de hon o povo, e enchêrão a Cidade com todos os horrores da
ra; foi occupado com muito credito, e assignalou o anarquia. * * *

Tenente Coronel JYellesley então como homem de gran » O Cesarevitsch resolveo então tomar huma posição
des esperanças. * nos arredores de Varsovia com as tropas Russianas que
"As tropas Inglezas voltárão á patria com a satisfa tinha comsigo, e as tropas Polacas que permanecêrão
tão de haverem sustentado o caracter nacional de ver fieis ao seu dever, e não a obrar ofensivamente, a fim
dadeiro valor em todas as occasiões que se oferecêrão d'evitar toda a occasião para a effusão de sangue, para
ao seu desenvolvimento. - + •
mostrar claramente quão absurdos e falsos erão os boa
"Voltárão de mais a mais com repugnancia a respeito tos que se havião espalhado, para dar ás Authoridades
dos barretes vermelhos, e dos sanculotes da França Re da Cidade tempo e meios com o auxilio dos cidadãos
publicana, pouco diferente da aversão dos seus avós bem inclinados, a chamarem de novo ao seu dever os que
para certos usos daquelle paiz. Por meio destes senti havião sido extraviados, e conter os mal-intencionados;
mentos unidos á antiga nacional antipathia , e combi porém não se realizou esta esperança. O Conselho de
Bados com o discernimento e solido juizo, a peste das Administração não poude conseguir o restabelecimento
ideas livres e impias que então inficionavão toda a at da boa ordem, incessantemente ameaçada pelos rebel
mosfera da França, ficou atalhada dentro dos confins des, que havião formado ajuntamentos illegaes, e ti
das suas conquistas. nhão mudado a sua organisação removendo os Membros
" Esse espirito Britannico foi o baluarte do povo con nomeados por Nós, e estabelecendo outros forçosamen
tra a linguagem corruptora e incendiaria desses mesmos te introduzidos pelos chefes dos conspiradores.
níveladores, que pouco depois forão pizados debaixo dos » Nada restava ao Conselho senão anciosamente ro
pés de Napoleão. Esse espirito fez com que a Inglater gar ao Cesarevitsch, que mandasse retirar as tropas Po
rº sustentasse com perseverança e sofrimento huma di lacas, que havião partido de Varsovia com elle, a fim
latada, e penosa guerra. de livrar a propriedade publica e particular de ulterior
. "Tal era naquella época o aspecto das nossas relações pilhagem.
continentaes, que durante algum tempo não podia o » Brevemente ficou dissolvido de todo este Conselho,
soldado Britannico achar campo algum em toda a Eu e toda a Cidade colocada nas mãos de hum General.
ropa em que desenvolvesse o seu animo emprehendedor, Ao mesmo tempo se espalhou hum boato de igual in
e ganhasse reputação. •
surreição em todas as Provincias do Reino da Polonia;
"No entanto a pezar de a campanha de Flandres em toda a parte se empregárão iguaes meios; a seduc
 –+=>-
cão, os ameaços, e a falsidade cujo objecto era sugei
tar os cidadãos pacificos ao poder de alguns rebeldes.
» Em tão graves e deploraveis circumstancias jul
ou o Cesarevitsch necessario seguir o parecer do Con
selho d'Estado , e permittio ao pequeno numero de
tropas Polacas, que havião permanecido fieis que vol
tassem a Varsovia a fim de, se fosse possivel, pro
tegerem os habitantes e a propriedade. Ele mesmo
com as tropas Russianas partio do Reino da Polonia,
e no 1.° (13) de Dezembro chegou á aldêa de Wlodaw,
na Volhynia. - ce quão grande e sagrada, he a sua vocação, e que sa
» Desta sorte se consummou hum crime halongo tem
po meditado. Depois de tantas calamidades a nação
Polaca gozava a paz e a prosperidade debaixo da pro
tecção do nosso Governo; outra vez se precipita no
abysmo da revolta e da miseria, e bandos dessa credu
la gente ainda que cheios de susto de proximo castigo
se atrevem a pensar por alguns momentos na victoria, .
e a propôr condições a nós seu Legitimo Senhor.
» Hussianos! Vós sabeis que as regeitamos com indi
gnação. Vossos corações ardendo em zelo pelo Throno,
conhecem o que sente o nosso. A primeira noticia da
traição foi a vossa resposta novo juramento de inaltera
vel fidelidade, e neste momento vemos em toda a ex
tensão do nosso vasto Imperio hum só impulso dos co
rações de todos, hum unico sentimento, o desejo de não
poupar esforço algum a bem da honra do vosso Soberano,
da inviolabilidade do Imperio, e de lhe sacrificarem as
suas riquezas, propiedade, e até a propria vida. Contem
plamos com prazer este geral transporte do amor do
povo para com a nossa Pessoa e a patria, e considera
mos ser hum dever sagrado responder-lhe com palavras
de moderação. Não serão necessarios novos sacrificios,
e novos esforços. Deos, defensor da causa Legitima, he
com nosco, e a poderosa Russia poderá em hum só de
sisivo combate reduzir á obediencia os quo se atrevêrão
a perturbar a paz. As nossas fieis tropas, que bem re
centemente se assignalárão por numerosas victorias, já
se reunem na fronteira occidental do Imperio. Estamos
promptos a castigar a traição, mas faremos distincção
entre o innocente e o criminoso, e perdoaremos ao de
bil que pela incapacidade de resistir, ou por temor, se
guio a torrente da rebellião. Não, todos os subditos do
nosso Reino da Polonia, todos os habitantes de Varso
via, não tomárão parte na conspiração e nas suas de
ploraveis consequencias: varios mostrárão morrendo glo
riosamente que conhecião o seu dever; outros, segundo
vimos pelas partecipações do Grã-Duque, se vírão obri
gados a voltar com lagrimas de desesperação aos luga
res occupados pelos rebeldes; e formão com as victimas
da fraude e da seducção a maior parte do Exercito do
Reino da Polonia. Nós lhes diriginos huma Proclama
ção em data de 5 (17) deste mez (já publicada) em que
expressando nosso justo desagrado pela violação da boa
fé, demos ordem para se pôr hnm termo a toda a usur
pação do poder, e a illicitos armamentos e restituir tudo
ao seu antigo pé. Procedendo assim ainda podem re
cuperar o erro dos seus compatriotas e salvar o Reino
da Polonia das desastrosas consequencias de criminosa
enfatuação.
» A pontando este como unico meio de salvamento fa
zemos saber a todos os nossos fieis subditos este efeito
da nossa clemencia; nelle verão a nossa resolução de
conservar intactos os direitos do Throno, e de prote
ger o paiz, assim como a igualmente firme resolução de
desculpar os que forão extraviados,
º Russianos! O exemplo do vosso Imperador vos ser
LISBOA: NA IMPRESSÃO
- - *
[ 88 ]
virá de guia; justiça e não vingança, inabalavel firme
za no combate pela honra e ventura do Estado, sem
odio para com adversarios enfatuados; amor e respeito
para com os subditos do nosso Reino da Polonia, que
permanecêrão fieis ao juramento, que nos prestárão;
prompta reconciliação com todos os que voltão ao seu
dever; vós desempenhareis nossas esperanças assim co
mo já as haveis desempenhado. Perseverai na paz e
tranquillidade na firme confiança em Deos, Eterno
Bemfeitor da Russia, e em hum Monarca, que conhe
berá conservar illeza a dignidade do seu Imperio e a
gloria do nome Russiano.
(Assignado)» Nicolão.»
» S. Petersburgo, 12 (24) de Dezembro de 1830, e
6.° do nosso Reinado.»
*—º §§ *—º
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 26 de Janeiro.
• Embarcações avistadas.
8 h. 50 m. 1 Bergantim sem bandeira, 1 Brigue Es
cuna dito, e 1 Galeota dito; 11 h. 11 m. 1 dito
dito; 3 h. 32 m. 1 Brigue Escuna dito, ao Norte
do Cabo da Roca: o ###" 1 Brigue Escu
na e 1 Galeota navegão para o Sul.
4 h. 8 m. 1 Escuna Ingleza, a Oeste do Cabo da
Roca.
Embarcações sahidas de Belém.
11 h. 55 m. 1 Galera Dinamarqueza, 1 Bergantim do
Norte para o Rio de Janeiro, 1 Galera Dinamar
ueza para Santos, 1 Bergantim, Inglez para
arbadas. — 12 horas 46 minutos 1 dito Sueco
para Barcelona. — 1 h. 46 m. 1 Escuna Ingleza
par Hull.
L
Annuncios.
A Direcção dos Barcos movidos
por vapôr , que navegão para o
Ribatéjo, annuncia ao público
que no dia Sabbado 29 do cor
>>
----
----
=>……= rente e em diante, irá o Barco
até defronte do vau junto á valla de Salvaterra, nas
Quartas feiras, e Sabbados, fazendo as escallas do cos
tume ; e partirá de lá para Lisboa, nas Segundas, e
Quintas feiras E# dez horas da manhã, durante todo
o tempo que ElRei Nosso Senhor alli Se demorar : a
partida de Lisboa será ás oito horas e meia da manhã..
Na rua dos Capellistas, loja N.° 124, descontão-se
Letras dos Contratos Reaes, e Bilhetes das Alfandegas,
pelo mais modico preço. ; u " … * … .
Vende-se huma propriedade de casas, livres de pen
são alguma, sitas na rua do Alecrim, N.° 35, corn
frente na rua das Flores, N.° 17 e 18; quem a quizer
•
cºgiptºr fale com P. N. Brelax, rua do Alecrim, N.° 32.
Sexta feira 28 do corrente, ás onze horas, na travessa
de Santa Justa N.° 37, 1.° andar, se vende a quem mais
der, a propriedade de casas na rua da Penha de Fran
ça N.° 61 e 62, ao Collegio de Nobres, e se recebem
em pagamento da mesma letras acceitas pelo falecido
Paulo &ancla: as mais condições serão patentes no acto
da venda.
Na rua direita da Graça N.° 3, ha para vender hum
bom cavallo Andaluz, proprio para cavallaria.
=
REGIA,
|- •
 NUM. 23.
GAZETA DE LISBOA.
---—=>X<>9>#@$4<9G<<=-—
QUINTA FEIRA, 27 DE JANEIRO.
PARTE OFFICIAL.
R E A L E R A R I o.
No dia 28 do corrente, se pagão na Thezouraria Ge
Jaldos Ordenados, os mezes de Outubro, Novembro,
e Dezembro do anno de 1829, da Folha do Dezembar
go do Paço.
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
+ "|
POLONIA.
• Tr
Karsovia, 1.° de Janeiro. " -
*1
O Dictador já deverá ter recebido a noticia da che
gada da nossa Deputação a Petersburgo, porém até
agora nada se tem publicado a este respeito: este silen
cío dá lugar a muitas conjecturas.
As cartas de S. Petersburgo dizem, que a 12 de Ja
neiro se poria a caminho para a Polonia hum corpo de
123 homens tirado da Guarda Imperial. Só dous dos
varios corpos que se destinão a fazer esta guerra reuni
nirão huma força efectiva de 1503 homens. Em Pe
tersburgo se dizia que tendo cahido enfermo o Conde
Diebitsch tomaria o mando em Chefe do Exercito da
Russia Occidental o Conde Paskevitch.
Aqui se assegura que o General Klopinski havia anul
lado todas as resoluções concernentes a separar, a Po
lonia da Russia. Isto explica o motivo da repentina sa
hida para Petersburgo do Major Wylozinski, encarre
gado pelo Dictador de huma missão particular. Estas
circumstancias alimentão a esperança de que ainda se
poderá evitar a guerra. O armamento geral surtio pou
co efeito no campo. Foi precizo ameaçar com o cas
tigo da vara os que não obedecessem nem acudissem ás
arinas. Tudo prova que a causa motora da Insurreição
fora huma sociedade secreta. O povo já está cansado
dos sacrificios que delle exigírão. (Gazeta de Madrid.)
PAIZES BAIXOS.
Haya, 4 de Janeiro.
. Hoje pelo meio dia foi chamado a Palacio o Tenen
ANNo 1831.
----+++>{Q}-<=--
# * * **
te General Van-Geen, e huma hora depois sahio pela
posta tomando o caminho de Breda. Esperão-se acon
tecimentos decisivos. Se os Belgas violarem o armisti
cio, e atacarem Maestricht, se crê geralmente, que
logo começará de novo o bombardeamento contra An
tuerpia.
Depois de hum dilatado Conselho de Ministros que
teve o Rei, forão expedidos dous Correios, hum para
Fienna, e outro para Petersburgo e Berlim com des
-
pachos para os Soberanos de Austria, Prussia, e Rus
sia, nos quaes o nosso faz os mais energicos protestos
contra qualquer reconhecimento, que se fizer da inde
pendencia das Provincias do seu Reino , que se re
belárão.
Dous dos nossos Ministros havião aconselhado, que
se dictassem medidas para ganhar tempo; mas a co
nhecida energia de MV /an-Maanen, Van-Doorn,
Kan-Palland, e Clifford prevalecêrão, e tudo toma nes
ta Cidade hum aspecto guerreiro.
(Gazeta de Madrid.)
. | •
FRANÇA. . . . V \ 11,
, , , ";
Paris, 12 de Janeiro,
" ,
• • •
Em 1829, forão encarcerados, para serem julgados
em Inglaterra, e no paiz de Galles, por culpas resul
tantes de varios delictos, 16,656 homens, e 3,119 mu
lheres. Deste numero, 13,261 forão julgados crimino
sos (1,385 condemnados á morte), 3,614 absolvidos, e
1,800 processos não tiverão seguimento. O numero dos
réos executados chegou a 74. (Quotidiana.)
- y(
Parece indubitavel, diz hum periodico, que a maior
parte dos Cidadãos que compunhão o antigo corpo de
artilheria da Guarda nacional de París, resolveo for
malmente não tomar parte na nova organisação desta
arma, pois por seu proprio decoro julgão que não de
vem tornar a servir nella. (G. de França.)
GRÃ-BRETANHA.
1: 111 * * * * * *
Londres, 10 de Janeiro. " "
Fundos publicos. Tres por 100 consolidados 82 4.
Em Spithead se vai apparelhar huma embarcação para
conduzir a Botany-Bay os perturbadores Inglezes, que
serão julgados e condemnados por Commissões especiaes.
O Diario de Guernesey de 13 de Janeiro, annuncia
que o Tribunal Real da Ilha, a instancias do Lugar
Tenente Governador havia expedido hum Decreto em
que mandava a todos os estrangeiros residentes alli ob
 - [ 90 ]
tivessem a competente licença das Authoridades da Par rassem ligados pelo reconhecimento e pelo afecto a
roquia onde habitassem. Os periodicos de Jersey alta hum Governo, que tem vigiado com paternal cuidado
mente declamão contra esta medida que considerão co sobre os camponezes, e que longe de reprimir tem da
mo arbitraria. Não obstante parece haver sido adopta do alento ao seu caracter e habitos nacionaes. Que es
da com o objecto de obter dados positivos ácerca do te desvélo tem sido ás vezes pago com ingratidão, he
numero, e situação dos estrangeiros que residem em manifesto da parte da Nobreza Polaca. Quando se tomou
Jersey. posse da Provincia em 1825 estavão abysmados em divi
•

O Coronel Sharborst chegou com huma missão diplo das; pelo incessante favor e apoio do Governo recu
matica da Corte de Berlim. Este Coronel he genro do perárão a sua prosperidade e importancia, e eis a pa
Feld Marechal Gneisenau, Commandante em Chefe do ga que dão. Esperamos que muitos dos nossos vizinhos
Exercito Prussiano agora reunido nas fronteiras da Po aproveitarão
.*. o exemplo dos camponezes Polacos.» • +

lonia,
#
|-

:*
, (Gazeta de Madrid.) #}
+
*

• Idem, 14. *-- - -- : - Estado actual de Alexandria no Egypto:

No decurso de 10 annos Alexandria rivalizará com
Escrevem de S. Petersburgo em data de 25 de De os melhores portos sem exceptuar o de Toulon. São
zembro: iminensos os trabalhos que alli vão continuando. Não
- * * *

» O Vice-Almirante Conde de Heyden, Commandan he o dinheiro que falta mas só bons operarios. Os Fran
te da Segunda Devisão da Esquadra do Baltico, está º cezes que o General Livron continúa a aggregar para
agora nomeado Commandante da 1.° Divisão da mesma as obras naquelle paiz, ainda são poucos; quando mui
Esquadra. to apenas sobem a 180 de todas as profissões, divididos
º Tendo S. M. o Imperador sido informado pelas ul pelo menos em 15 estabelecimentos. A esses podem jun
timas partecipações de que a colera morbus havia tido tar-se 60 Oficiaes maritimos que recebem amplo or
notavel diminuição em Moscow, a fim de restabelecer denado. Tambem ha alguns Italianos e outros empre
as communicações entre aquelia Cidade e o Governo gados.
do interior, determinou que se levantasse o cordão exº Mr. de Cerity, de nação Franceza, he o factotum
terno, mas com a observancia das devidas precauções. em Alexandria. Dirige ao mesmo tempo os trabalhos
Efectuou-se esta medida na noute de 17 de Dezembro hydraulicos, a construcção dos navios , tudo em
com grande prazer dos habitantes, que recebendo essa summa; goza plena confiança de Mehemet Ali, e to
noticia no dia do Nome de S. M. I. se dirigírão aos dos os seus planos de melhoramento são apoiados pelo
Templos para implorar as bençãos do Ceo sobre o seu Vice-Rei de hum paiz ha pouco tempo coberto com a
Monarca, que vigia com paternal vigilancia sobre a fe densa nuvem da barbaridade. Mehemet Ali manifesta
licidade dos seus fieis subditos. Os Magistrados tomárão a intenção de ampliar os seus dominios, e de atalhar
Imedidas para obstar a communicação com todas as ca as incursões de bandos de salteadores, que com frequen
sas onde ha actualmente enfermos da colera morbus.» cia perturbão a tranquillidade dos seus Estados; vai
* ** *# *: *; * *
- •
conseguindo este fim pela construcção de fortalezas ca
- A Gazeta de França contém o seguinte em data de pazes de lhes incutir o terror. O mesmo Vice-Rei consa
4 do corrente: … o * i . … …"
+
+

gra grande attenção á Marinha. Emprega maquinas de

r Ha grande receio em Trieste de que se communique vapor para limpar o porto do lodo que obstava á en
a colera morbus pelos vasos que vem de Odessa. Cum trada dos navios. Tem feito profundar alguns canaes
pre notar que reina certa doença mortifera entre os ani capazes de receber Náos de tres baterias, e construir
maes domesticos em Jstria, circumstancia que precedeo estancias mui espaçosas para as madeiras, e oficinas
a colera em Taganrof. Huma carta da Podolia em da onde os naturaes do paiz recebem instrucções dos Fran
ta de 4 de Dezembro recebida recentemente em París, cezes. Os operarios Egypcios não são destituidos de ha
refuta os boatos que setem espalhado em Varsovia a bilidade e alguns ha que tem podido proseguir nos tra
respeito da propagação do contagio naquella Provincia. balhos sem direcção depois de haverem recebido lições
Positivamente-se afirma, que meramente se suppunha durante o espaço de outo mezes.
que a enfermidade se tinha manifestado na Ukrania per Huma Náo de 80 peças, huma Fragata de 60, eva
to das cataractas do Dnieper mas que na Podolia não rios Brigues pequenos sabem do porto duas vezes cada
havia receio algum a similhante respeito por isso que o semana para exercitarem as tripulações; mas o exito
Governo Russiano já havia adoptado as medidas neces não he sempre feliz. Em primeiro lugar os Oficiaes são
sarias para atalhar o progresso daquelle mal.» pela maior parte Francezes, Italianos, e Piemontezes,
Do Grã-Ducado de Posen annuncião o seguinte, em e as manobras são quasi sempre mal executadas em con
data de 15 de Dezembro: sequencia da falta de mutua intelligencia. Isto causa
- *: O receio de que a insurreição da Polónia se esten grande confusão, para a qual contribue a inexperiencia
desse ás nossas Provincias Polacas foi primeiramente não de marinheiros bisonhos. Apezar dos recursos actuaes do
equeno, agora já não ha temor a esse respeito. Alguns Bachá, necessita dez annos de paz com os seus vizi
N" tentárão induzir os seus camponezes a sublevar nhos para vantajosamente lutar com os obstaculos que
se; mas os camponezes declarárão, que estavão agora poderião atalhar os seus progressos; mas á proporção
muito melhor do que antes. A vista do que os primei que no Egypto for progredindo a civilisação, se irá tor
Ios atravessárão as fronteiras, e os segundos ficárão em nando mais respeitavel o seu poder. …
suas casas. A Condessa M. fez!-hum discurso aos seus
visinhos de cima de hum túmulo; mas depois de con * {… .. *

cluido o discurso os câmponezes forão tranquillamente

para as suas habitções, e a Condessa procurou salvar + Lisboa, 26 de Janeiro.
se fugindo. As propriedades dos Nobres Polacos, que
se forão reunir aos rebeldes em Varsovia forão confis O sentimento de filial piedade nunca hº tão tocante
cadas; talvez não fosse desacerto dividillas entre a gen e eficaz como quando resplandece no Diadema dos
te do campo. Neste Grã-Ducado tem os lavradores ma Reis; por isso que toda a sociedade recebe o elevado
nifestado solido juizo por quanto o fim que se levava exemplo da mais sublime das virtudes. No dia 14 do
em vista era huma revolta a favor dos Nobres; mas o corrente mandou ElRei Nosso Senhor celebrar solemnes
que ganharia por esse meio o camponez que está bem ! Exéquias pela Alma da Imperatriz Rainha a Senhora
Talvez na sinceridade de seu entendimento se conside Dona Carlota Joaquina de Bourbon, Sua Augusta Măi,
 [ 91 ]
na Real Capella do Paço de Queluz. As 9 horas da
manhã principiárão as Matinas do Oficio de Defunctos
com Musica Vocal e Instrumental da Real Camara,
oficiando o Excellentissimo Principal Menezes. Assis
tio Sua Magestade Elitei Nosso Senhor com as Sere
nissimas Senhoras Infantas, Suas Augustas Irmãs, to
dos os Oficiaes da Casa Real, toda a Nobreza, Minis
tros d'Estado, Prelados das Ordens Religiosas, e Pes
soas destinctas de todas as Jerarquias. No fim de Lau
des celebrou a Missa de Pontifical o mesmo Principal,
e concluida a Missa subio ao pulpito e recitou huma
eloquente Oração Fúnebre o Reverendo Padre Mestre
Pregador Regio Frei João de S. Boaventura, Monge
Benedictino, e tomou por Thema as seguintes palavras
dos Proverbios: Mulierem Fortem quis invenict?
Não podião estas palavras, tão justas na sua appli
cação, deixar de produzir impressão vehemente no Real
animo d'ElRei Nosso Senhor pela recordação de tão
dolorosa e irreparavel perda; impressão de que as lagri
mas de pungente saudade que banhárão o Seu Regio
Semblante derão tocante prova, commovendo vivamen
te todo o auditorio. No fim da Oração se cantárão os
Responsorios do estylo junto ao Magestoso Mausoléo,
oficiando quatro Monsenhores Prelados da Santa Igre
ja Patriarcal. -
Concluida esta solemne Funcção Se Dignou Sua Ma
gºstade ElRei Nosso Senhor dar a Sua Real Mão a bei
jar a tºdos os que tiverão a honra de chegar á Sua Au
gusta Presença.
Da Gazeta de Madrid, em data de 19 do corrente, co
piamos o seguinte:
"Os Deputados Polacos chegárão a S. Petersburgo
a 21 de Dezembro; porém o Imperador se negou a re
cebellos nessa qualidade.»
"—"$$-—º
Segundo o Mappa das importações e exportações do
Commercio de Pórtugal em Nantes no decurso do anno
1830, teve lugar a importação em dous vasos France
zes, le Fourgon, e le Tage, cuja carga constou dos
seguintes generos: no 1.° 3,187 volumes de pelles de boi
e vacca, 29 fardos de lã , e 49,080 cocos; e no 2.°
3,193 volumes de pelles de boi, 4,000 volumes de chi
fres, 3,400 volumes de cascos de boi, e 86,800 volu
mes de cascas de cocos. -
A exportação para Lisboa, em dous vasos Francezes,
de Fourgom, e Paquebot de Madere: no 1.° vidro; e
no 2.° para a Madeira e Lisboa, ladrilho, manteiga,
legumes, º mercadorias de seda, fitas, plumas, çapa
tos etc. * ** - **
• •
. Os seguintes forão os Navios expedidos em lastro para
Portugal: Elba, Americano, para Setubal; Leader,
dito, idem ; Solid, Sueco, idem; #####
Hanno
veriano, idem; Emilia, Norueguez, idem; Fronthsem,
dito, idem; Neptuno, Sueco, idem ; Ceo, Americano,
idem; Neptuno. Sueco, idem ; Franc Coeur, Francez,
para o Porto; Verwagting, Hannoveriano, para Setu
bal; Bengt, Sueco, idem; Waltham, Americano, idem;
Joalan, Sueco, idem; Aurora, dito, idem; Joanna,
dito, idem; Neptuno, dito, idem; Charlotte, Russia
no, para Lisboa; Resolution, Sueco, idem; Alfred,
dito, para Setubal; Carolina, dito, idem; Fraternity,
dito, idem; Fortuna, dito, para Villa Nova; Skandi liares entrão no corpo da sua doutrina, e formão parte
ninien, dito, para &##### allas, Norueguez, idem;" do seu ensino. Bossuet sem duvida não teria caminhado
Industrie, dito, idem; l'Auguste, Sueco, idem; Fad tão longe na Geometria como Newton; porém com o
zendland, Norueguez, idem; Bellona, Russiano, idem; engenho do mesmo Newton, poderia hum geómetra fi
e Favel, Norueguez, idem. car em filosofía moral muito abaixo de Bossuet. As in
Litteratura.
Pensamentos de Mr. de Bonald.
Os homens não tem aversão nem a podem ter ao
bem; mas tem mêdo delle.
Hum pensamento he sempre verdadeiro, mas he mui
tas vezes incompleto, e o erro he só o defeito do pen
$a IIle IntO•
Em huma sociedade materialista o homem sabe go
zar a vida e zombar da morte nos combates; mas fóra
disso, não sabe envelhecer nem morrer: lastimoso esta
do do homem em que só tem pezar de perder a vida,
e só póde esperar a morte!
Querer como J. Jacques Rousseau começar a instruir
as creanças nas verdades da Religião antes de as haver
costumado a praticallas des de a mais tenra idade,
he querer ensinar-lhes as leis do movimento antes de sa
berem dar hum passo.
Formou-se huma sociedade em Londres para espalhar
a Biblia em todo o Universo. A especulação he melhor
no commercio do que na Religião. Os Protestantes
acreditão que ha nos Livros Sagrados certa occulta vir
tude que se torna sensivel sem instrucção mesmo aos
homens mais simples. Os Catholicos entendem que as
leis Divinas assim como as leis humanas que são a sua
applicação, devem ser explicadas para ser entendidas.
Se em consequencia de huma sobrenatural operação o
homem podesse ler os livros Sagrados sem interprete,
parece que tambem os poderia ler sem os ter aprendido.
Toda a vez que se espera o restabelecimento da boa
ordem, póde-se apostar com segurança; o engano só
póde ter lugar relativamente á data.
Todas as verdades são certas em si mesmas, só por
isso mesmo que são verdades, mas unicamente são evi
dentes aos que as conhecem; e como os animos são
huns mais capazes do que os outros de conhecimento,
ha verdades evidentes para huns que nem mesmo são
conhecidas dos outros; e estes sempre são os mais af
foutos em as regeitar. Todas as verdades geometricas
são igualmente certas, mas as primeiras e as mais
elementares são evidentes a quasi todas as intelligen
cias que lhes tem dado alguma attenção; e as mais
elevadas unicamente o são para os que as tem es
tudado e penetrado. Os ignorantes zombão de quem lhes
diz, que se medio a distancia da terra ao sol, ou a quan
tidade de agua que passa por debaixo de huma ponte
em certo tempo dado, ou o pezo dos materiaes que en
trão na construcção de hum edificio : no entanto elles
aproveitão assim como os sabios mil cousas de uso diario
fundadas sobre o conhecimento dessas verdades. Appli
quemos isto á Religião. Quantas verdades religiosas erão
certas para Santo Agostinho, e para Bossuet, que não
estão ao alcance da mulher vulgar que só sabe as ver
dades mais familiares da sua crença; que não estão ao
alcance de certos sabios que até ignorão os elementos
dellas! No entanto a Religião que a todos serve, ao
Grego e ao Barbaro, he fundada sobre essas mesmas,
verdades; tanto as mais elevadas como as mais fami
 [92]
telligencias de igual força não são com tudo as mes Na loja de Antonio Marques da Silva, rua Augusta,
mas: a incapacidade de Bossuet em descobrir certas N.° 2, se vendem as Farças seguintes: os Mestres Char.
verdades geométricas não seria maior objecção contra latães, ou o Poeta esquentado, 80 rs.: as Astucias de
a certeza dessas verdades do que a incapacidade de Palcete, 60 rs.: o Beato ardiloso, 60 rs.; Cahe no
hum geómetra seria huma objecção contra a certeza Logro o mais Esperto, 60 rs.; Disparates da loucura
das verdades moraes que não houvesse penetrado. Os na Enfermaria dos doudos, 80 rs.; o Traficante, ou o
animos apoucados entendem que o homem pode com Retrato de muitos homens, 60 rs.; Manoel Mendes,
prehender e aprender tudo logo que sabe e entende 60 rs.; Optima Receita com que o marido curou os ma.
alguma cousa; e que deve ser por exemplo, hum con leficios de sua mulher, 70 rs.; Astucias de Zangui.
sumado politico, porque sabe fazer versos. Quando cer zarra, 100 rs.
tos homens de talento, ou mesmo certos sabios não en Annuncios.
tendem qualquer cousa, deitão a culpa ao author, e o Na manhã do dia 29 do corrente, das onze horas ao
accusão de se não haver bem entendido a si mesmo; meio dia, se ha de vender no Arsenal Real da Marinha,
estão bem longe de culparem o proprio entendimento, em presença do Doutor, Juiz do Crime do bairro da
vaste sobre hum ponto, e limitado em outros, á simi Ribeira, que serve de Auditor Geral da Marinha, o
lhança de alguns corpos, a quem falta huma dimensão Hiate Santa Luzia a quem mais der, fazendo conta,
para serem solidos. Ha duas sortes de entendimentos diz sobre o lanço de 1203000 réis; cujo inventario se acha
Pascal, que as possuia ambas: hum que penetra viva e no Escritorio do Escrivão da Auditoria , no cáes do
profundamente as consequencias dos principios, e este Sodré, rua dos Romulares N.° 27, no quarto andar.
he o espirito da Logica; o outro abrange grande nume Faz publico Gertrudes da Soledade , que ha questão
ro de principios sem os confundir, e he o espirito da entre ella, e sua enteada, Anna Maria, sobre o erro e
geometria. Hum he a força e exactidão do espirito, o manifesta nullidade de partilhas, a fim de que ninguem
outro he a sua extensão. Ora hum pode existir sem o lhe compre bens alguns, por isso que estão sujeitos á
outro, podendo o entendimento ser forte e circumscri sorte de hum futuro julgado.
pto, e ser tambem vasto e apoucado.» Dona Roza Maria de Jcsus, viuva que ficou do Ca
pitão Antonio José da Costa, da casa dos Negraiz, ven
*—*§§ *-* -do na Gazeta de 4 de Janeiro deste anno, que Antonio
Kiçozo de Mello, morador no Rocio N.° 95 , está au
Telégrafo. — Serviço da Barra.—26 de Janeiro. thorizado para arrendar as Commendas de S. Salvador
da Varzea de Arouca, e de S. Pedro de Coruche, faz
Hontem á noute entrárão 1 Escuna, e l Galiota In saber que ella annunciante tem arrendamento das ditas |
glezas. até o anno de mil oitocentos e trinta e oito, e ainda que
Embarcações avistadas. •

as ditas Commendas pertenção á Excelentissima Mar |

7 h. 10 m. 1 Escuna sem bandeira, ao Norte do Cabo queza filha , com tudo seu pai o Excellentissimo Mar:
da Roca. |-

quez, recebeo tres contos quinhentos e setenta e oito mil

J h. 9 m. 1 Paquete Inglez, ao Norte do Cabo do Es
pichel; 1 Bergantim sem bandeira, e 2 Escunas
dito, ao Norte do Cabo da Roca: o Bergantim e
1 Escuna navegão para o Sul.
réis adiantados, e pela, Lei he usofructuario dos bens
de sua filha, por isso deve manter o dito arrendamentº,
cujo annuncio faz patente para qualquer que pretenda
arrendar não poder allegar ignorancia qm tempo algum.
- |-

Embarcação entrada em Belém. Toda a pessoa que se achar nas circumstancias de -

3 h. 12 m. 1 Paquete Inglez, de Falmouth, 5 dias, poder servir o Oficio de Escrivão dos Orfãos na Villa
mala, 3 passageiros, que são: 2 Negociantes "In de Trancozo, póde vir falar á proprietaria na Cida
glezes, e huma mulher. de de Lisboa, na rua direita de S. João dos Bem Co **| ,

* # Embarcação entrada em S. Julião. sados, N.° 70, que tem Alvará para poder nomear ser
10 h. 56 m. 1 Escuna Ingleza. ventuario. . *. .
Embarcações sahidas de Belém. Quem quizer comprar huma propriedade de casas no
10 h. 56 m. 1 Chalupa Hespanhola, para Barcelona. bres de dois andares, sobre-lojas, cavalharice, e quinº
3 h. 33 m. 1 Patacho Portuguez, Novo Paquete, para taes na rua de Santa Anna, á Boa Morte N.° 60 a 64,
a Figueira. foreiras em 63000 á Sé de Lisboa, e que se achão fº
* ** * * * º

*-*- # -*-
paradas de
sumpção, N.°novo,
43. falle na Botica da travessa da 4" - - • •

…" . " ADMINISTRAção Do CoRREIo GERAL. Para o Havre de Grace ha de sahir até 6 do proxi
* |-

2 . momez de Fevereiro, o Brigue Francez Mercurio, Cº

º Navio a sahir. . pitão Rouget, muito veleiro e com excellentes accomº
* ,, ," " ; ** * *
modações para passageiros ; quem quizer carregar
Fevereiro 10. Para o Rio de Janeiro a Galera 28 de ou ir de passagem pode dirigir-se ao seu Consignatariº
… .. : Maio. Francisco Perfumo. + - •

* o
-

—TE E= - Sexta feira 28 do corrente, ás onze horas, na travessa

**j , ) * * * * ,
"Y, f: * " ) . "
de Santa Justa N.° 37, 1.° andar, se vende a quem mais
Publicações Litterarias." … º
der, a propriedade de casas na rua da Penha de Fran
• •
* * ** * * * * |-

ça N.° 61 e 52, ao Collegio de Nobres, e se recebem

"A Verdade = por José Agostinho de Macedo, 1 vo em pagamento da mesma letras acceitas pelo falecido º
lume em 8.° br.: esta obra vende-se por 300 rs. na lo Paulo Zancla: as mais condições serão patentes no actº
da venda. " - º * * •
ja de João Henriques, rua Augusta, N.° 1. |- •

º Sabio á luz o N.° 7 da Contra-mina , por Fr. For - Quem quizer comprar huma traquitana usada fale
tunato de S. Boaventura. Vende-se em Lisboa, Belém, com o mestre carpinteiro de sejes, Gregorio Marques,
e… }Coimbra, por 30 réis, nas lojas do costume. na rua do Crucifixo, N.° 65. 1 , º ". E,
;

A • -
LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA.
+ * * * *
… .
 NUM. 24.
GAZETA DE LISBOA. —=>>96->|$@$1<<<9G<<=-
SEXTA FEIRA, 28 DE JANEIRO.
PARTE OFFICIAL.
Repartição da Reforma Geral dos Estudos.
Pela Junta da Directoria Geral dos Estudos, se hão
de prover por concurso de 60 dias, que começará em
7 do proximo seguinte mez a Cadeira de Elementos de
Arithmetica, Geometria, Geografia, e Chronologia do
Estabelecimento de Estudos da Cidade de Evora, com
º Ordenado annual de 3003000 rs.; e as de Curso Bien
nal de Filosofia Racional e Moral, e Elementos de Ari
thmetica, Geometria, Geografia, e Chronologia das
Cidades de Elvas, e Guarda, cada huma com o Or
denado annual de 3203000 rs. Os que pertenderem ser
nellas providos, se habilitarão com Folhas corridas,
Declaração determinada na Lei de 20 de Junho de 1823,
Certidão de idade, e Attestação do proprio Parroco
sobre vida e costumes, reconhecidas, e em fórma le
gal; e no tempo acima designado concorrerão a Exa
me perante a mesma Junta, ou o Commissario della
em Lisboa. Coimbra, na Secretaria da sobredita Jun
ta, 22 de Janeiro de 1831.= O Oficial Maior José de
Carvalho Ferreira das Neves.
PARTE NÃO OFFICIAL.
•=– - =
— ou a sua amortisação.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
ESTADOS UNIDOS.
Nova Vork, 9 de Dezembro.
Recebemös hoje a Mensagem que o Presidente dirigio
ao Congresso dos Estados Unidos.
Este documento cuja data he de 7 de Dezembro em
Washington, parece menos importante do que o do an
*o anterior; mas a sua extensão pouco usada até agora
enche 12 columnas em alguns periodicos. Nelle fallº
das relaçoes estrangeiras, depois dos assumptos politi
cos, e ultiinamente da administração interna.
Neste documento diz o Presidente, que em virtude
de bum Tratado serião admittidos nos portos das Colo
Dias Britannicas os vasos do commercio dos Estados
nidos, e que por outro não menos feliz se tinhão aber
tº aos vasos Americanos os do Mar Negro, pois o Sul
ANNo 183I.
Z^>
tão havia conhecido a importancia d'igualar os Estados
Unidos ás nações mais favorecidas; e que se não havia
alterado a confiança e amizade do grande Imperio Rus
siano com os povos da União. Aqui o Presidente faz
hum grande elogio ao Imperador Nicoláo e ao seu Au
gusto Predecessor. Diz que a Dinamarca havia consen
tido em pagar 650,3 patacas para indemnizar os Com
merciantes Americanos das espoliações que sofrêrão nas
guerras de I808, 9, 10, e 11.
A politica do Presidente com nenhuma nação se ma
nifesta parcial: por isso diz que havia pedido indemni
sações á França e a outras nações, porém que as pe
didas ao Governo Francez se havião desarranjado posto
que esperava conseguillas do novo Governo.
Os últimos acontecimentos dos Paizes Baixos fizerão
diferir se decidisse definitivamente a demarcação septem
trional da União; e disse finalmente que o Mexico havia
concebido injustas suspeitas a respeito das disposições
do Governo Americano com aquella Republica, porém
que elle Presidente julgava que conseguiria dissipallas, e
que a demarcação dos-limites meridionaes afastaria to
da e qualquer contestação.
Passando depois o Presidente a tratar de Legislação
e do Governo interior, não se limita a expor simples
mente estes pontos, porém discute-os mui largamente
manifestando com franqueza as suas opiniões pessoaes.
Por ultimo apresenta o mappa da receita e despeza,
e em summa diz, que para o 1.° de Janeiro proximo su
biria a receita a 24, 161,018 patacas, e a despeza a
13,742,315, não incluindo os juros da divida publica,
(Gazeta de Madrid.)
POLONIA.
Cracovia, 22 de Dezembro.
O Manifesto do Imperador da Russia, assim como a
nomeação do General Diebitsch, cujo caracter empre
hendedor he mui temido de todos, infundírão em Var
sovia a consternação. Não ha mais armas do que as
que se encontrárão no arsenal de Varsovia, nem se po
dem trazer da Prussia nem da Austria. Sabe-se que não
existe em todo o Exercito Russiano a menor sympathia
pela nação Polaca, e que elle não duvida da victoria.
(Gazeta d'Augsburgo.)
FRANÇA.
"París, 10 de Janeiro.
Hum periodico diz o seguinte:
» Os acontecimentos que occupão os animos no inte
 [9 ]
rior não impedem que algumas vezes lancemos nossas
vistas sobre os nossos compatriotas d'Africa. Todos os
periodicos tem publicado as particularidades da expedi
ção do General Clausel contra o Bey de Titeria, e as chegaria já tarde esse dinheiro por que acaba de pu
proclamações Napoleónicas que aquelle dirigio aos seus blicar-se hum Decreto pelo qual se prohibe a exporta
soldados. (Em huma dessas proclamações lhes dizia que ção de armas para a Polonia.»
os fogos do acampamento France: no Atlas se mistura
vão com o esplendor das estrellas; que os soldados ha
vião combatido como gigantes etc.) Não levamos a mal
4ue o General Clausel procure imitar e estyle do seu .
a útigo aino; mas todos sabem que Mr. Clausel cometº.
ejeº à imprudencia de deixar dous batalhões eu huma |-
* *
Cidade aberta e sem defeza; estas tropas se virão ex
postas a ser passadas á espada, e se conseguírão salvar
se o devem á sua presença d'espirito. O mesmo erro
cometteo em Medeah; temos á vista cartas d'Africa em
data de 12 de Dezembro, em que se nos diz:
» O General depois de se ter a poderado desta Cidade
deixou nella huma guarnição de dous batalhões tirados
de dous distinctos Regimentos, e regressou a Argel
com o resto da Divisão. Apenas havia voltado as cos
tas quando huma nuvem de Beduinos cahio sobre os
nossos desgraçados companheiros d'armas. Combatêrão
incessantenente tres dias inteiros, e em terrivel apuro,
porque o seu numero hia sensivelmente diminuindo;
morrênão muitos Oficiaes e outros ficárão feridos; final
mente as tempestades obrigárão os Beduinos a se reti
rarem para os montes, e no entanto chegou O SO COITO
que se mandava aos dous batalhões. Hoje em dia tem
as cousas mudado de figura. O Bey fez com que se sub
mettessem as tribus que se havião rebelado; mas nesta
occasião o General teve a prudencia de deixar a arti
lheria á guarnição com o que se acha em estado de re
sistir a outra tentativa dos Beduinos porque estes tem
declarada aversão ás peças d'artilheria. Aqui ninguem
entende que utilidades se podem tirar destas operações
militares; he provavel que se dissimulem os riscos que
tem corrido os nossos camaradas, e a perda que temos
sofrido, porque o General procurará occultar o erro
em que cahio expondo dous batalhões tão fora de pro
posito.»
Outra carta se explica nos seguintes termos a respei
to dos premios concedidos pelo General Clausel:
"… O General concedeo algumas condecorações, mas
todas forão para os Estados Maiores; e o modo com
que se tem distribuido tem causado muito descontenta
mento; a pobre infanteria se expõe aos perigos, perece
nelles, e não se lhe dá recompensa. Começou a entender
que era precizo haver cooperado para os tres dias de Pa
ris para merecer a Cruz da Legião de Honra. No Estado
Maior temos hum individuo desta classe, que usa uni
forme da Guarda Nacional; ha pouco tempo que che
gou da Capital, e o General em Chefe acaba de lhe
conceder a Cruz da Legião de Honra, sem que tivesse
ouvido disperar huma espingarda, ao passo que se pri
va desta honra a alguns Regimentos, que tem constan
temente estado expostos ao perigo, e que segundo o
confessa todo o Exercito, tem padecido mais que todos,
debaixo
cionaes! do pretexto de que não são bastante constitu
•
» Parece que não somos nós, nem Mr. de Bourmont,
os que conquistárão Argel; isto he huma injustiça que
todos conhecerão. Tivemos a sinceridade de acreditar
em todas as promessas, que se nos tem feito; porém
nada na realidade se tem cumprido. Em compensação
o Exercito anda fazendo muitas viagens, cousa que não
succedia no tempo de Mr. de Bourmont, e se mandão
inscrir nos periodicos bellas cartas, que aconselho se
não acreditem de nenhum modo.» , no que he que desejão! Querem quebrar os vinculos da
(Gazeta de Madrid.)
Escrevem de Vienna, em data de 30 de Dezembro:
» Os Polacos não tem dinheiro nem armas; tinhão
pedido a esta Cidade 20,000 espingardas; porém como
se esquecêrão de indicar como as havião de pagar, não
se construírão. Além do que ainda quando o tivessem
(Gazeta de Madrid.)
GRÃ-BRETANILA.
Londres, 7 de Janeiro. -
{
Se se ha de dar credito ao que escrevem da Ilha Mau
rício se acha esta hoje em dia na maior agitação. Ten
do-se espalhado ha pouco a errada noticia de que o Gabi.
nete Inglez tencionava conceder immediatamente liberda
da aos escravos, se reunírão logo os proprietarios e os colo
nos, e se apresentárão ao Governador que não tinha noti.
cia alguma a este respeito. Os donos das plantações que
são quasi todos Francezes, com a impetuosidade dos
seus compatriotas de Paris, celebrárão huma reunião
publica, e sem examinarem se o boato espalhado tinha
ou não fundamento, resolvêrão resistir com a força to.
da e qualquer tentativa que se fizesse para destruir as
suas propriedades. Na mesma sessão resolvèrão aprom
ptar 63 libras esterlinas, para mandarem a Inglaterra
hum Deputado, que representasse ao Governo contra a
medida que se hia tomar. O Deputado eleito he homem
de bastante merecimento, e se crê que chegará a Lon
dres no primeiro vaso que vier daquella Ilha. O facto
he curioso, e mostra que os Francezes da Ilha Mauri
cio não estão de accordo com seus irmãos de Paris no
modo de entender a liberdade. Repetimos que toda esta
agitação nasce de hum engano. (Globe.)
Idem, 14.
Sobre a escravidão nas Indias Occidentaes.
O Trafico da escravatura segundo o denominão, tem
não se sabe de que modo, excitado no animo dos Ingle.
•
zes a mais viva convicção de que os escravos estão per
petuamente sofrendo crueldades da párte dos seus se
nhores, e que he hum ultrage feito ao nosso caracter
nacional consintir que similhante escravidão exista por
hum só instante. Tudo isto he muito natural se nos dei
xarmos arrastar pela supposição de que assim succede;
e devemos confessar que todo o homem he naturalmente
inclinado a clamar, pela suppressão de qualquer proce
dimento denominado cruel, sem previamente fazer a
pergunta: Ha ou não crueldade? Quanto a nós julga
mos que grande parte dessa crueldade só existe no cé
rebro dos que fazem taes accusações, e que se se pro»
fundasse o assumpto se não descobriria nenhuma deshu
manidade. . Não devemos certamente concluir que esta
existe sem haver prova. A probabilidade está totalmen
te a favor da parte contraria. Os senhores dos escravos
tem interesse na conservação da saude e força dos ulti
mos. Isto he indisputavel; e he o mesmo que dizer que são
interessados em usarem de bom tratamento, e não de
crueldade para com elles, por isso que essa crueldade
havia de necessariamente diminuir o valor do escravo
diminuindo a sua força fisica.
Mas seja qual for a condição do escravo entendemos
que esses homens que clamão pela immediata emanci
pação, na verdade são os homens mais cegos que ha.
Ora não reflectirão por hum pouco desapaixonadamente
sociedade nas Indias Occidentaes! Sem fallarmos neste
lugar dos interesses dos cultivadores que ainda são sa
grados, e que se devem conservar nessa qualidade co
nº toda e qualquer especie de propriedade, similhante
 [ 93 ]
Inedida causaria as consequeneias mais terriveis e cala
mitosas para os mesmos escravos. De repente se acharião
abysmados no estado da pobreza e da miseria, mesmo
suppºndo que elles permanecessem pacificos e tranqui!-
los. Mas se no seu actual estado lhes soltassem a redea,
perpetrarião toda a qualidade de critnes. A rapina e a
devastação viria a ser a sua occupação diaria; e seu
constante objecto crueldades muito superiores ás mais
ferºzes de que a exaltação os tem supposto victimas.
Poderá por ventura alguem duvidar disto! A confu
são e a desordern em todas as Colonias seria o mais le
ve dos males que resultarião de huma medida tão ex
travagante; em summa ao passo que os interesses dos
Proprietarios serião sacrificados, os mesmos escravos se
verião abysmados em huma situaçáo muito peior do que
até o presente lhes tem cabido em sorte. Tudo isto de
ve ser obvio aos que se dão ao trabalho de abrir os olhos
e de contemplar o que succede no mundo. Nenhuma
classe de homens já mais teve repentino melhoramento
por meio de huma disposição legislativa. O que se pre
ciza he melhorar o caracter religioso e moral do escra
vo. Não pode haver caminho para a chamada emanci
pação se não por meio de aperfeiçoamento a este res
peito. N㺠basta consultar a corporea com modidade do
escravo. Deve habilitar-se para gozar os beneficios que
se lhe destimão, aliás tal emancipação lhe será nociva,
não proveitosa. Ha tempos que nos empenhámos algum
tanto em provar isto mesmo; e não nos causa pequena
surpreza o ver que os argumentos que então apresenta
mos não tem tido replica alguma. Hum escravo não
pode habilitar-se para gozar o bem que se lhe quer con
ferir, simplesmente pela promulgação de huma lei do
Parlamento a seu favor. Procurar por meio de huma
disposição Parlamentar o melhoramento das faculdades
intellectuaes de qualquer homem, he o mesmo que o
emancipar hum parvo da ignorancia. Julgamos dever
agora tratar com frequencia este assumpto, por isso que
tem muitos animos enlouquecido perfeitamente com
esta questão, e entendemos ser hum dever nosso para
com os leitores o corrigirmos todas as erróneas impres
sões que vernos prevalecer. (M. Post.)
*——+ $$ *—º •
PORTUGAL … -
Porto, 20 de Janeiro.
Tendo Sua Magestade Ordenado, por Decreto de 23
de Setembro do anno passado, que a força do Corpo
da Guarda Real da Policia desta Cidade fosse au
gmentada com huma Companhia de Infanteria, para ser
colocada em Villa Nova de Gaya, esta se organisou
de alguns Soldados do mesmo Corpo, e de outros que
vierão de diversos do Exercito, a qual se foi collocar
no seu Quartel, em a mesma Villa, no dia 17 do cor
fefte.
A muita quantidade de chuva destes dias fez derreter
a neve que existia, occasionando chêas nos rios, e re
gatos, de maneira que o Douro cresceo repentinamen
te, e obrigou a tirar a ponte de barcas que o atravessa.
(Correio do Porto.)
*—*$$ +---+
Lisboa, 27 de Janeiro.
Acabamos de receber notícias positivas de Londres,
em data de 19 do corrente, referidas tambem pelos Jor
naes Inglezes, de como se malogrou a nova tentativa
a que recorrêrão os rebeldes inimigos do repouso de
Portugal, para haverem fundos para o denominado
Governo da Ilha Terceira, pretendendo contrahir humi
emprestimo a que o bom senso dos Negociantes Britam
nicos não só se não prestou, mas até destruío as espe
ranças que poderião ainda conceber de fazerem no fu
turo outra similhante tentativa.
Vencêo-se no Committee do Stock Erchange, por 14
votos contra 6, que se não admittisse o emprestimo
emprehendido pela denominada Regencia da Terceira. O
resultado desta deliberação não he só o não querer ad
mittir aquelle projectado emprestimo, mas igualmente
nenhum que o Brazil pretenda fazer, sem ter primeiro
pago em — bona fide — aos Portadores das apolices do
emprestino que está a cargo do Brazil pelo Tratado de
29 de Agosto de 1825.
«—º §§…—º
No dia 24 do corrente mez, forão fuzilados na
explanada da Praça de Extremoz, sobre a estrada Real
que da Praça de Elvas conduz a Lisboa, os Réos An
tonio Pires 2avega, natural das Agoas, termo de Pe
namacor, e residente em Elvas; João Antonio, por al
cunha o Gallego, natural de Villa Real de Trás os
Montes; Antonio Luiz, natural de Rivoso, termo da
Guarda; e Manoel José dos Santos, natural da Covi
lhã, todos pronunciados no Juizo Geral da referida Ci
dade de Elvas, como Salteadores de Estrada; e por
isso julgados pela Commissão Mixta, creada por De
creto de 31 de Julho de 1828, a qual lhes impoz a so
bredita Pena.
*——*§§ «—»
Escola Real de Cirurgia de Lisboa.
Clinica de Partos na Enfermaria de Santa Barbara
no Hospital Real de S. José, pertencente
ao anno de 1830. •
Existião no dia 31 de Dezembro do anno de 1829, 12
mulheres grávidas, e 7 ditas depois do parto; total 19. En
trárão no decurso do anno de 1830, 195 mulheres grávidas;
houve 172 partos, nascendo crianças vivas do sexo mascu
lino 88, ditas mortas 6, e do sexo feminino, vivas 78,
e mortas 3; total 175. As 3 crianças que excedem ao
numero dos partos provém de que tres forão duplos. Sa
hírão sãs depois do parto 174; no estado grávido 24; e
morrèrão puerperas 4. Ficárão existindo no dia 31 de
Dezembro de 1830, mulheres grávidas 11; e depois do
parto 1; total 12. \
Dos 175 partos, 167 apresentações forão pelo vertice
da cabeça, e 8 pela extremidade pelviana. Só hum parto
foi efectuado pelo forcepes, e 2 em que foi necessario fa
zer a versão dos fetos e extrahillos. As 4 puerperas que
falecêrão forão, huma de peritónitis puerperal; huma
de apopleria; huma de hydropesia nas tres cavidades;
e huma de meningites.
As particularidades das affecções a que succumbírão,
o que se observou nas autopsias cadavericas, assim co
mo outros objectos clinicos dignos de serem descritos,
serão publicados no Annuario de Clinica. — Lisboa, 25
de Janeiro de 1831. = Joaquim da Rocha Mazarem,
Lente de Partos e Secretario da Real Escola de Ci
rurgia.
- • -x §§ * - -*
|- Telégrafo. — Serviço da Barra. — 27 de Janeiro.
Embarcações avistadas.
7 h. 11 m. 1 Bergantim sem bandeira, a Oeste do Ca
bo da Roca.
1 h, 57 m. 1. Galera sem bandeira, 1, Bergantim dito,
e 1 Cahique dito, ao Norte do Cabo da Roca.

Embarcações sahidas de Belém.
lh. 37 m. 1 Galiota Hollandeza, para Maassluis.
3 h. 1 Bergantim Inglez, para o Rio de Janeiro; e 1
dito do Norte para a Efia. •
- Embarcação sahida de S. Julião.
3 h. 1 Hiate Real, Dom Miguel I.
Publicações Litterarias.
. Sahio á luz a Oração Funebre da Imperatriz Rai
<nha, a Senhora Dona Carlota Joaquina de Bourbon,
recitada pelo Padre Mestre Prégador Regio Fr. João de
S. Boaventura, Monge Benedictino, em o dia 14 do
corrente mez de Janeiro, nas Solemnes Exequias, que
Mandou celebrar ElRei Nosso Senhor, na Real Capel
la do Paço de Queluz: vende-se nas lojas do costume
por 120 rs.
Sabio á luz: Grammatica Franceza theorica e prati
ca, ou Methodo, inteiramente novo em Portugal, pa
ra se aprender com muita brevidade e perfeição a jalºr
e escrever o Idioma Francez por meio do Portugues.
Esta obra (redigida segundo o plano das Grammaticas
de Cobbet, Siret e Veneroni, que tem merecido geral
approvação), contém os Principios daquella Lingua des
envolvidos com a maior clareza possivel; muitos as
sumptos no fim de cada Regra para os Estudiosos se
exercitarem na sua applicação; todos os Verbos irregu
lares conjugados por extenso e illustrados com varios
exemplos extrahidos do Diccionario da Academia ;
muitas regras de Syntaxe ; hum copioso vocabulario
Portuguez e Francez; varios Diálogos familiares; hu
ma colecção de Frases particulares da Lingua France
za; alguns Idiotismos ; varios Proverbios escolhidos;
hum interessante Catálogo de Homonymos, e hum Tra
tado de Orthografia seguido de muitos exercicios tira
dos da obra de Mr. Boinvilliers, intitulada — Cacogra
fie = os quaes não constão senão de maximas, senten
ças, pensamentos moraes, e algumas anecdotas. Basta
rá pois ler a precedente enumeração dos assumptos de
4ue trata esta Grammatica para se poder ajuizar do
seu merecimento, e conhecer que he a primeira nes
te genero e a mais completa que em Portugal se tem
publicado; lisonjeando-se o seu Author , á vista do
methodo que seguio, que o estudo da Lingua Franceza
será, d’ora em diante, tão agradavel para os Estudio
sos de todas as idades, como facil para os Professores,
Vende-se por 800 rs. nas lojas de João Henriques, An
.tonio Marques, rua Augusta, N.° 2; C.A. de Lemos,
rua do Ouro, N.° 112; Carvalho e R. e J. Rey, aos
JMartyres, e Abranches, rua dos Capellistas, N.° 61 A.
As 19 manobras para hum Regimento de Infanteria
em Inspecção; esta publicação acha-se á venda na loja
de João Henriques, rua Augusla N.° 1 ; e na de Car
valho, ao Chiado.
Annuncios.
. Francisco Egidio de Araujo, Moço Fidalgo da Real
Casa de Sua Magestade, filho do Desembargador do
Paço, já falecido, Joaquim Antonio de Aranjo, Ma
jor Governador Aggregado ao Forte Velho, constando
lhe que ha hum sugeito que em seu nome pede esmolla,
alegando ser Major desligado, e que não, recebe soldos:
solemnemente contradiz similhante homem, e o declara
} or impostor; pois que nunca pedio estnolla, e vive dos
seus soldos que lhe são pagos mensalmente, assim eomo
a todo o Exercito.
O Proprietario dos Oficios de Destribuidor do Civel
Fºrrr ======T
==
LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA.
•
[96]
e Crime da Corte, e Escrivão dos Militares em todas
as Instancias, tem faculdade Regia para renunciar os
mesmos Oficios: quem os pretender dirija-se á-rua do
Ouro, loja N.° 22, que alli terá as informações ne
cessarias.
Vende-se a propriedade do Oficio de Escrivão da
Camara, Almotaçaria, e Guias da Villa de Muimenta
da Beira, Bispado de Lamego: quem o quizer com
prar dirija-se ao largo de Santa Barbara, nas casas dos
arcos, N.° 68, Freguezia dos Anjos.
Quem tiver hum piano bom para vender, deixe avi
zo na rua dos Fanqueiros, loja N.° 65 e 56.
Vende-se huma propriedade de casas sitas na rua da
Atalaia N.° 21, 22, e 23, com huma porta para a tra
vessa dos Fieis de Deos; quem quizer comprallas falle
com Antonio Francisco, á Boa Morte N.° 44, ou com
Manoel Afonso de Moura, na rua dos Bacalhoeiros N.24.
Pastilhas Vermifugas: — Sendo as lombrigas no cor
po humano a origem de tantas molestias internas, as
quaes muitas vezes por falta de conhecimento ou enga
no, em quanto á verdadeira causa de que procedem,
trazem comsigo consequencias fataes, estas pastilhas
tem o efeito de remover das primeiras vias-a causa da
geração das lombrigas; e como a composição deste re
medio he perfeitamente innocente, pode-se dar sem re
ceio a crianças de tenra idade, e a compleições as mais
delicadas. Vende-se esta preparação em Lisboa, na bo
tica de G. C. Morley, na rua do Corpo Santo, N.°
24, e na Porto na rua do Calvario, N.° 19, e 20.
Sexta feira 28 do corrente, ás onze horas, na travessa
de Santa Justa N.° 37, 1.° andar, se vende a quem mais
der, a propriedade de casas na rua da Penha de Fran
ça N.° 61 e 52, ao Collegio de Nobres, e se recebem
em pagamento da mesma letras acceitas pelo falecido
Paulo Zancla: as mais condições serão patentes no acto
da venda, •
Na tarde do dia 31 do corrente, se hão de arrematar
na Praça do Deposito Geral com o abatimento da quin
ta parte dos seus valores os bens seguintes na Villa No
gneira de Azeitão: humás casas pertencentes á quinta
do Fisco, avaliadas em 2383400 rs.: huma morada de
casas avaliadas em 400,3000 rs., são pegadas á dita fa
zenda; humas casas na rua direita da dita Villa, com
seu quintal, em 3493000 rs.; a quinta chamada do
Fisco avaliada em 715,3000 rs.; a fazenda da serra cha
mada de Valle de Pénico, avaliada em 244,3000 rs.; e
assim se arrematão com o abatimento da quarta parte
dos seus valores 4 cubas avaliadas em 96,3000 rs., e
huma dita em 573600 rs.; e he Escrivão da arrematação
Couto. •
Vende-se lium bonito cavallo, á Quintinha, N.° 39.
Na rua direita da Graça N.° 32, ha para vender hum
bom cavallo Andaluz, proprio para cavallaria.
Theatro Portuguez da Rua dos Condes. — Domingo
30, representar-se-ha huma nova e brilhante Comedia
Magica, em tres actos, intitulada O Magico da Polo
nia, ou As Covas dos Encantos ; he ornada de muitas
e agradaveis transformações; a maior parte do scenario
e vestuario he novo, e para maior brilhantismo do Es
pectaculo cada hum dos seus actos termina com agra
daveis Bailaveis análogos, cujo vestuario he todo novo
Adverte-se que do primeiro de Fevereiro em diante co
meça o carnaval neste Theatro, havendo divertimento
em todos os dias consecutivos até ao de Entrudo.
 \
NUM.25.
-—-*-*9.
GazETA DE LIsboa.
SABBADO, 29 DE JANEIRO.
xo6 =>$3<>{#C$$%
PARTE OFFICIAL.
MINISTERIo Dos NEGocios DA FAZENDA.
N.° 20—A.
Tendo sido Servido por Alvará de 2 de Junho deste
anno Dar aquellas providencias, que julguei necessarias
para a conservação, e ordem do importante Cartorio
das Capellas da Coroa, nesta Corte; e devendo haver
Empregados, que desempenhem as obrigações, que são
inberentes á referida Repartição, conciliando o prom
pto aviamento das Partes: Determino que no mesmo
Cartorio se empreguem quatro Oficiaes, sendo dous
nos Lugares, que na conformidade da Real Resolução
de 14 de Junho de 1823, tomada sobre Consulta de 26
de Abril antecedente, forão permittidos, e novamente
propostos no parecer do Conselho da Fazenda em Con
sulta de 18 de Julho de 1828, Resolvida pelo Decreto
de 25 de Outubro do mesmo anno; e dous outros em
dous Lugares, que Sou Servido crear de novo para este
fim, e que servirão segundo o methodo, que o Conse
lho da # julgar mais conveniente, sendo os di
tos Empregados dirigidos em seus trabalhos por José
Maria de Lára Junior, Oficial do Assentamento da
Secretaria da Repartição do Reino no Conselho da Fa
zenda, já nomeado por este Tribunal para dirigir, de
baixo das suas ordens, os trabalhos do mesmo Carto
rio, e continuará neste serviço em quanto bem o desem
penhar, e Eu não Mandar o contrario, sem que fique
dispensado das obrigações a que está ligado no outro
Lugar que occupa.
Convindo estabelecer os Ordenados, que devem cor
responder aos referidos Lugares: Hei por bem fixar pa
na os dous primeiros, o de duzentos mil réis por anno a
cada hum; e para os dous segundos, o de cem mil réis
ºnnuaes tambem a cada hum, pagos pela Folha dos
Ordenados do Conselho da Fazenda, tendo estes ultimos
accesso aos primeiros Lugares quando, por haver vaca
tura, os respectivos Empregados o mereção por seu bom
serviço, e mais circumstancias, que nelles concorrão;
mas nunca nem huns nem outros o terão aos Lugares
das Secretarias do dito Conselho.
E porque ás Partes pelo prompto aviamento de seus
apeis incumbe continuarem a pagar os mesmos Emo
lamentos, que até agora exhibião no Cartorio das Ca
pelas pelo #, e mais expediente de seus negocios,
bro se dignou manifestar ao Grã-Duque Miguel, como
º que pelo citado Alvará de 2 de Junho deste anno fi Commandante das Guardas, a sua satisfação pela per
cão, a cargo do Cartorio, que passa para o Conselho feita ordem que S. M. observara na Parada do Regi
da Fazenda: Sou Servido Ordenar que se cobrem os mento das Guardas da Finlandia; assim como tambem
\
+++=-<-<=-
ANNo 1831.
mesmos Emolumentos como dantes, arrecadando-se em
Cofre na Repartição para serem divididos mensalmente
em seis partes iguaes, levando duas dellas o Oficial,
que dirigir os trabalhos do Cartorio, sem outro algum
Ordenado, ou Emolumento separado por este Serviço;
e huma cada hum dos outros quatro Oficiaes mencio
nados.
Finalmente Sou Servido Nomear para os dous Luga
res acima declarados de duzentos mil réis cada hum, a
Agostinho José Pereira Rodrigues, e Joaquim Caeta
no de Lára; e para os dous de cem mil réis cada hum
a Nuno José Gonçalvcs, e Antonio Maria Esteves. O
Conselho da Fazenda o tenha assim entendido, e faça
executar. Palacio de Queluz, onze de Dezembro de
mil oitocentos e trinta. = Com a Rubrica de SUA MA
GESTADE. … •
, ! \, * - - ---
|-
• ** ** {" •
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
RUSSIA,
S. Petersburgo, 31 de Dezembro.
S. Exº o Feld Marechal Conde Diebitsch partio hon
tem desta Capital.
O Ministro do Interior (de ordem de S. M. I.) prescre
veo medidas para a purificação das mercadorias.
- O mesmo Ministro annuncia, que a eolera morbus já
cessou nos Governos de Uladimir, Nishneí, Novogorod
eçãoSimbirok, e queGovernos.
com aquelles se acha restabelecida a communica
•
Tendo cessado o contagio na Cidade de Charcow, le
vantou-se o cordão: no entanto continuão a tomar-se
todas as devidas precauções.
Em Moscow, no dia 25 de Dezembro, adoecêrão 10
pessoas; morrêrão 8, e melhorárão 3. No dia 26, adoecêrão
13, morrêrão 8, e melhorárão 6. No dia 27, adoecêrão 13
e morrêrão 8. Na manhã do dia 28 havia 85 enfermos,
45 dos quaes tinhão esperanças de melhora. -
O Imperador pela sua ordem do dia de 25 de Dezem
 [98]
a sua satisfação relativamente ao Estado Maior, e Ofi *: .
FRANÇA.
ciaes superiores. +
•
(J. d'Allemanha…)" • •
> • : , P. * * París, 10 de Janeiro.
ALLEMANHA. •
#

•
Em data de 3 do corrente escrevem o seguinte de Mo.
Augsburgo, 11 de Janeiro. … * uncia:
Recebemos por hum canal particular a seguinte Nota "Amuncião de Colonia, que o Principe Guilherme,
dirigida pelos Plenipotenciarios d'Austria e Prussia ao irmão do Rei de Prussia, havia chegado áquella Cida.
Congresso em Londres: de em companhia da sua esposa e familia. S. A. R.
* *

5. abaixo-assignados Plenipotenciarios d'Austria e _ foi recebido com repiques de sinos e salvas de artilhe.
33

Prussia estão encarregados pela Confederação Germa frie; o povo tirou os cavallos do coche, e conduzio SS.
nica de fazerem a seguinte communicação ao Congresso. # AA. R.R. até o Palacio. O Principe vem tomar o com
S. M.—o Rei dos Países Baixos, na sua qualidade * mando em Chefe de todas as tropas Prussianas reuni
de Grã-Duque de Luxemburgo reclamou da Confedera das nas Provincias do Rheno.»
ção o necessario auxilio para sufocar a insurreição que Annuncião da mesma Cidade, em data de 5, que
havia rebentado no Grã-Ducado. Esta reclamação foi havia entrado naquella Cidade hum destacamento de
necessariamente attendida pela Confederação, Cônside "50 Hulanos; que esta tropa vinha em direitura de Ra
rando porém, que a insurreição no Grã-Ducado heme tisbona, (Baviera) onde, segundo afirmão, se estava
ramente conseqüência da que rebentou na Belgica, e reunindo hum numero muito consideravel de tropas
que a ultima he neste momento assumpto das Conferen Austriacas.
cias dos Plenipotenciarios das cinco Grandes Potencias
reunidos em Londres, julgou a Confederação, que an Temos noticias de Belgrado, até 16 de Dezembro,
tes de tomar as medidas que tem juz para adoptar, se segundo as quaes o Principe Milosh, á frente de 15,000
devia dirigir ao Congresso, para se certificar se o Con homens, havia feito a sua entrada solemne não uella Ci
gresso havia achado, ou estava procurando adequados dade, onde vai para o futuro fixar a sua residencia.
meios para conseguir o fim proposto, e para tornar hu Quasi todo o povo, sahio para o receber, e o ácompa
ma, mais decidida intervenção da Confederação Germa nhou até o seu Palacio. Os Servios estão cheios de con
nica, total ou parcialmente desnecessaria. Os abaixo tentamento por se verem livres do jugo da Porta. Em
assignados, executando esta Commissão, rogão ao Con lugar do Bachá só ficará em Belgrado hum Agá Tur
gresso os habilite para remetterem á Confederação a de •
co com 200 homens, que juntamente com as tropas Ser
sejada informação. .. . …»
, + v Esterhazy......
"* * º s, º ,
-

\,
", e ,4 , , , … •
vias farão todo o serviço da praça.
{ # () , " " … • |- • • • * #

* |-
., , , •
, ,
» Recebemos por hum canal particular a seguinte car
ta dirigida a Lord Ponsonby, e Mr. Bresson, e que
acompanhou o Protocolo de 20 de Dezembro, mas de
que os Jornaes da Belgica só publicárão as primeiras
regras, sem mencionarem as passagens relativas a Lu
aemburgo: -- - - - - - - -> . — — —–--
» Londres, 20 de Dezembro, — Senhores: Temos a
honra de vos remetter hoje o Protocolo relativo á im
rtante resoluç㺠tomada hoje em nome das cinco Po
iencias Aliadas. He nossa intenção que este Documento
seja apresentado ao Governo Provisorio, e que insteis
para que promptamente se enviem os Commissarios com
quem desejamos conferir. Esta medida e as decisões que
a apoião, vos darão duplicado direito para dirigir a
attenção do Governo da Belgica a outra parte dºis."
tocolo, que diz respeito ao Grã-Ducado de Luxembur
go. Pela Nota, de que incluimos Copia, convidou a
Confederação Germanica ao Côngresso em Londres pa
ra examinar se não possuia os meios de evitar totalmen
»» Bulow.
Kessenberg.
. … ,{ , , , , ,* * *, . O Barão de Humboldt havia suspendido a impressão
das suas Viagens á America, porque tratava de em
prehender novas viagens á Asia; mas agora soubemos
com satisfação, que se vai continuar a impressão das
suas obras. Mr. de Chateaubriand tambem se tinha visº
to obrigado a interromper a impressão dos seus traba
•• •••••
lhos. No entanto nada se terá perdido em esperar, por
isso que se assegura que a sua edição completará dous
volumes da Historia de França; de modo que agora
viremos a ter quatro, que conterão a Historia comple
ta do nosso paiz des de Clodoveo até Luiz X JT. "
Estes dous sabios tão ligados pelos vinculos de ami
zade, dão eficaz exemplo para attrahir ao estudo cer
tos mancebos, que considerando-se chamados a ser po
liticos, desprezão as letras e as sciencias pela politica;
adorão o que queimárão, e queimão o que adorão.
- * * • (Diario dos Debates.)
O numero dos escravos de ambos os sexos, que se
achão nas Ilhas Inglezas das Indias Occidentaes, na
Ilha de Bourbon, e no Cabo da Boa Esperança, pas
sa de 800,000. • . **

te, ou em parté, huma intervenção mais positiva da

parte da Confederação no Grã-Ducado de Luxemburgo. A população de Londres no anno passado de 1830 con
Os direitos da Confederação Germanica a respeito da stava de 1.316,116 habitantes, e por consequencia ha:
quelle paiz, já forão reconhecidos em hum Protocolo via tido o augmento de 19,065 almas relativamente á
do Congresso, em data de 17 de Novembro. Nós por que havia em 1829, . (Idem.)
tanto vos rogamos hajais de reclamar do Governo Pro
visorio Belgä, oferecendo ao mesmo tempo os vossos O Prefeito d'Air, diz certo Jornal, dirigio a seguin
bons oficios, a immediata e formal cessão da sua parte te carta ao Superior dos Capuchinhos daquella Cidade,
de toda e qualquer intervenção nos negocios do Grã em data de 31 de Dezembro de 1830:
Ducado de Luxemburgo, e convidareis o Governo para ” Julgo dever participar vos que a Gendarmeria des
expedir as necessarias Proclamações para fazer saber a ta Cidade acaba de receber do Tenente General Barão
sua resolução aos habitantes do Grã-Ducado. Delort, Commandante da 8.° Divisão militar, a or
, v. Acceitai etc. dem de prender de dia e de noute, qualquer indivíduo
» Esterhazy. vestido com o trage de Capuchinho que ella encontrar.
» //essenberg. » A ordem diz, que esses individuos serão conduzidos
• <r * * * > : » Talleyrand. - perante o Procurador da Coroa mais vizinho, como
• * *

* * *, * » Palmerston. * , , … ! mendicantes e vagabundos, se forem Franceses, ou que

-. . " " » Lieven.
+ ", • , , , . }
serão escoltados até ás fronteiras se forem estrangeiros.
-. . -'; » Matusewitsch.» {" , º } º "Verei com prazer, Senhor, que reconhecendo vós
1. ……… ……." … … (Allgemeine Seitung.) mesmo o que tem de ilegal e de contrario aos costumes

da nossa época a reunião de que fazeis parte , to
meis promptas medidas para evitar á Gendarmeria a
execução da ordem que se lhe deo,
» O Sub-Prefeito Chave. •• • •
O Superior dos Capuchinhos respondeo ao Sub-Prefei
to pela seguinte carta:
º Sr. Sub-Prefeito. Tenho a honra de vos agradecer o
oficioso avizo que vos dignastes dar-me.
… Não sendo militar, e tendo passado além da idade
de Guarda Nacional, não vejo como o Senhor Tenente
General Barão Delort tem inspecção sobre o meu tra
ge, e o direito de me prender se for sua vontade.
º Sacerdote Catholico, meu trage e as minhas func
ções só dependem do meu Prelado.
» Cidadão Francez, tenho o direito de viver livre,
de trajar como quizer, de ir e voltar de dia e de noute,
como me parecer. º *>
" O Tribunal Real d'Aix fez justiça sobre os vexa
mes que havião suscitado a alguns dos meus companhei
ros e a mim certas Authoridades de Carlos X, e hum feita com maquinas: que as maquinas de imprimir, ou
militar não tem, por certo, o poder de violar com a prelos, poderão produzir 103 exemplares de huma obra
espada hum Decreto Real que nos declara inatacaveis. em huma semana, com o auxilio de 16 a 20 homens,
… Fizemos á propria consciencia voto de humildade e ao passo que se exigirão mais de dez mil amanuenses para
voluntaria pobreza; vivendo do trabalho das proprias a transcreverem no mesmo espaço de tempo.
mãos e das destribuições que pela ordem expressa de al
gumas pessoas devotas vamos procurar ao seu domici .nhecido, parece que o grande erro em que muitos ge
lio, desprezamos o dinheiro, e nunca nos passa pela ralmente cabem he, que se 20 homens com os ty
mão.
» Eis-ahi talvez, Sr. Sub-Prefeito o que a nossa reu
nião tem de contrario aos costumes da nossa época. So
mos nove, dous dos quaes são mais do que sexagena
rios. Este ajuntamento parece ser menos temivel do que
os de Julho, Outubro, e Dezembro, e se se fez a bum
Ministerio inteiro hum crime de pôr Paris no estado de
cerco no momento de huma insurreição, e de oppor a
força á força, por ventura terá hum simples Oficial
General o direito de fazer pezar esse estado de cerco so
bre o nosso domicilio, e de lançar a força armada so
bre homens tão pacificos, que por isso tem o seu nome
chegado a ser proverbio! -
º Domiciliado e contribuinte, não sou mendicante,
nem vagabundo, e a authoridade me deve protecção e
soccorro, bem longe de me poder prender.
*Leis de sangue e de terror forão outr’ora promulga
das contra os Religiosos Catholicos.
"Essas leis, reprovadas pela humanidade e pela razão
publica, havião cahido ha muito na inobservancia e no
esquecimento antes que a Carta de 1814 as anulasse pe
lo seu artigo 6, e a nova Carta não quiz, sem duvida,
coarctar a liberdade mais natural e mais innocente,
de viver em commum no retiro e na oração.
º Renunciando ao munde não abjurei os direitos nem
os sentimentos de cidadão Francez. He para todos hum
dever o resistir á oppressão ilegal, e se a violencia ma
terial attentar seja de que modo for contra a minha li
berdade, altamente reclamarei e com toda a publicidade
que permitte o nosso Governo constitucional, o soccor
ro das leis e dos Magistrados. A vós mesmo recorrerei,
Senhor Sub-Prefeito, e a vossa reputação d'illustrada
justiça he para mim segura garantia de que me não ne
gareis a protecção e auxilio devidos a todo o honrado.
cidadão.
* Tenho a honra de ser, Senhor Sub-Prefeito, vosso
muito humilde e muito obediente creado,
- » Soubiram, º
(Gazeta de França.)
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 14 de Janeiro...
A Sociedade para a propagação de conhecimentos
uteis acaba de publicar huma pequena obra sobre o as
[991
sumpto das maquinas e dos beneficios que destas resul
tão. A obra em questão vem a tempo; he escripta com
singeleza; e como as illustrações dos principios que ten
de a inculcar são tiradas de assumptos familiares a to
dos os trabalhadores e mecanicos do Reino, sem duvida
virá a ser de vasta utilidade. •
A principal doutrina que esta obra procura estabele
** * * * ** cer he, “ que diminuindo as maquinas o custo da pro
ducção, augmentão o consumo, e por esse meio se am
plia o trabalho.»
Huma vez que esta proposição se estabeleça de modo
que convença a população dos operarios neste Reino,
he claro que brevemente se atalharão as destruidoras
# operações contra as maquinas; operações que ultima
mente se tem posto em execução nos Destrictos meridio
naes, e em alguns dos interiores. Para apoiar a propo
sição referida se apresenta a arte typografica como
exemplo. Mostra-se que desde a fundição dos typos até
á impressão, a operação de imprimir he huma operação
Sendo este facto indisputavel, e geralmente bem co
pos e os prelos não trabalhassem em virtude de huma
lei do Parlamento, serião postos em acção os dez mil
a manuenses. He preciza pouca reflexão para mostrar a
falsidade desta conclusão. A obra impressa poder-se-lia
vender por hum shilling; mas essa mesma obra copiada
O
por hum amanuense, que empregaria nesse trabalho
huma semana, viria a custar incluindo o valor do pa
pel etc., não menos de duas libras esterlinas! Tendo
ella similhante preço, serião incomparavelmente menos
numerosos os compradores; a necessidade de empregar
a penna para a propagação de huma obra, seria com
efeito equivalente á sua prohibição. Isto pode-se mais
claramente illustrar por meio de huma referencia á im
prensa dos periodicos. A quantos não dá esta meios de su
bsistencia ! He indubitavel que se não fora a arte de
} imprimir, e as maquinas ligadas com essa arte, de
nenhum modo existirião as diarias publicações.
As maquinas empregadas no campo e especialmente
em moer o trigo, vem apontadas na pequena obra em
questão. Mostra que se se destruissem todas essas ma
quinas, tendo o agricultor apenas hum certo fundo pa
ra gastar nos salarios não poderia empregar hum nume
ro de trabalhadores suficiente para ter huma colheita
•
que fosse tão abundante como a que tinha por meio das
maquinas. O resultado viria a ser que as producções da
terra serião mais caras, e a paga do trabalhador, posto
que fosse a mesma que antes na sua quantidade nomi
nal, não compraria a mesma porção de objectos de con
sumo, reduzindo-se por esse meio o valor do salario na
razão inversa do preço.
Se o consumo de qualquer artigo he proporcionado á.
facilidade de o conseguir; e a experiencia assim como
a razão nos ensinão que assim he, segue-se que, a ex->
tracção deve augmentar pela reducção do preço; o aug
mento da extracção he, com efeito; synónimo de aug
mento de trabalho. Por quanto ainda que o artigo pro
•
duzido seja quasi totalmente obra das maquinas, e te
nha de facto dispensado certo numero de homens na sua
producção, o augmento do consumo resultante da di
minuição do custo vai dar impulso ao trabalho relativa
mente ás materias primas, o que talvez plenamente res
tabeleça o equilibrio.
Poderiamos proseguir da mesma sorte em todas as
repartições da indústria humana e do mecanismo, para
mostrar, que toda a vez que ha augmento de extrac
ção, o total producto do trabalho se deverá, ainda
 [ 100 ]
-que indirectamente, augmentar tambem. Mas hum só em que partes do globo estão situadas as diferentes ci
exemplo he tão eficaz como mil; e a mais circumstan dades, e paizes, e para que não caião em erros ridicu
ciada averiguação dos numerosos mananciaes da rique los, e se exponhão por esse meio ao riso e ao desprezo.
za e da industria humana, patenteará convincentemen Sem o conhecimento da Geografia não podemos estudar
te ao animo endagador a uniformidade da natureza em -a importante sciencia da Historia com proveito, nem
todas as suas operações. \,
mesmo entender os periodicos. A Historia he hum gran
*

(Extracto do Morning Post.) -de ornato da educação. A noticia dos factos que occor
A Russia he o paiz onde ha maior numero de pes rem entre os diferentes povos do mundo enriquece o en
soas que chegão a huma idade mui avançada. Em 1827 "tendimento humano por meio de conhecimentos dos
falecêrão naquelle Imperio 947 pessoas de mais de 100 quaes se derivarão uteis observações, e regras para o
annos d'idade; 202 de 110; 95 de 115; 52 de mais de -proprio procedimento. |-

120; 21 de mais de 125; e 1 que contava 135 annos Nem se pode dizer, que a educação de qualquer pes
completos! (Idem.) -soa se acha completamente aperfeiçoada em bum secu
lo tão culto como este, sem haver alguns conhecimen
%=…} $$ #--…} tes da Poesia. Não quero que se entenda, que recom
.mendo a todos o empenho de fazer versos, mas sim a
Lisboa, 28 de Janeiro. leitura e a intelligencia dos melhores authores, não só
dos que se sublimárão no materno idioma, mas tam
Sobre o ornato ou aperfeiçoamento da educação. bem dos que nos estranhos se fizerão justamente insignes,
e acredores da admiração publica. A Poesia não he
O idioma Francez he agora considerado como ornato ocioso ornato da intelligencia humana; ella a illustra e
-na educação de ambos os sexos. Ha muitos livros escri vivifica com idéas sublimes, e tocantes sentimentos; en
ptos naquelle idioma que são dignos de serem lidos; riquece a memoria com a variedade de linguagem, e
muitos vocabulos ha que agora estão introduzidos nas fornece a lingua com expressões adaptadas a todos os
outras linguas derivados do Francez, assim como do La assumptos; oferece eficaz auxilio aos escriptos, e dá
tim e Grego; de modo que não deixará de ser acertado nova alma e nova belleza ao encanto da conversação.
que qualquer pessoa desejosa de conseguir culta educação (HVaits.)
aprenda aquelles idiomas para melhor comprehender o
seu. Para os que tem que tratar com estrangeiros, ou +
*§§ 4—º
que pretendem viajar, he o Francez hum idioma neces
sario, por que he muito usado em todas as partes da Telégrafo. — Serviço da Barra. — 28 de Janeiro.
*Europa. Embarcações sahidas de Belém. •

Mas he muito mais importante que saibamos perfei

tamente lêr , escrever, e falar a nossa lingua materna, 11 h. 47 m. 1 Chalupa Ingleza para a Ilha de S. Mi
com exactidão, polidez e elegancia. Vale mais possuir guel. |-

exacto conhecimento do que he decoroso, justo e ele 4 h. 46 m. 1Embarcação

|- •
Cahique Francez
sahida para
de S. Dieppe.
Julião.
gante em nosso proprio idioma, do que saber criticar
em idioma estrangeiro, ou nas linguas mortas. 10 h. 40 m. 1 Paquete Inglez. * *

A mocidade de ambos os sexos deve ter algum co

nhecimento da Logica, para que aprendão a ter idéas
claras, e a coordenallas por meio de hum methodo pro Annuncios. -

prio e facil. Na tarde do dia 4 de Fevereiro, se hão de arrematar

Tambem são necessarias varias partes da sciencia das
Mathematicas como ornatos do entendimento; alguns
destes conhecimentos são tão agradaveis á fantasia, que
os que se dedicarem ao seu estudo nelle acharão muidi
vertido receio. | •
Além do commum conhecimento em contar, neces
sario para todo o commerciante, ha na Arithmetica
certas regras e exercicios que a pessoa de culta educa
ção não deve ignorar, e se para esse ramo propender o
seu natural talento, não deixará de lhe ser favoravel
algum estudo profundo em Algebra. Tambem se deve
na praça do deposito geral, com o abatimento da quinta
parte do valor de 2005000 réis, humas casas abarraca
das, com seu quintal, na rua da Fonte Santa, Fregue
zia de S. Pedro em Alcantara N.° 118, e 119, e he Es
crivão da arrematação Couto.
Vendem-se humas casas nobres, que constão de tres
razos com seu grande quintal, na calçada da Estrella
.° 90 ; e bem assim huma parelha de mullas : quem
pretender comprar, falle com Antonio Jacinto Fernan
des, de manhã até ás nove horas em sua casa na rua do
Machadinho
ta N.° 2, ouandar.
N.° 131, segundo ás duas" da tarde na rua Augus
•

saber alguma cousa de Geometria, pelo menos o bastan

te para entender os nomes das varias linhas, e angulos,
superficies e solidos, assim como para conhecer as ge
raes propriedades dos angulos, triangulos, quadrados,
e circulos. O mundo tem chegado a tal ponto de adian
tamento nesta parte, que a sciencia mathematica he
com frequencia empregada nos escriptos e na conver
sação.
A Geografia e a Astronomia são estudos no maior gráo
- N. B. Na Gazeta N.° 16, pagina 3.°, columna 2.°,
linha 20, em vez de Audiencia de 3, leia-se de 13. — No
annuncio da Nova Grammatica Franceza , publicado
na Gazeta precedente , na linha 19, em vez de Caco
grafie, lea-se Cacographie.
*+
Estiva. _*

agradaveis; e geralmente não ha pessoa alguma de hum Preços do Pão e Azeite para a semana que principia
ou outro sexo, que tenha completado a sua educação de 31 de Janeiro a 6 de Fevereiro de 1831:
sem alcançar algum conhecimento a este respeito. He Pão de arratel na fòrma da Lei - - a 48 réis.
absolutamente necessario para a mocidade o aprender Em metal - - - - - - - - - a 41 réis.
as diferentes partes da terra e do mar, para que saibão Canada de Azeite - - - - - - a 240 réis.
=

LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA,

 NUM. 26. ANNO 1831.

*
GAZETA DE LISBOA. ——=>pecke Hézºox<=-

SEGUNDA FEIRA, 31 DE JANEIRO.

PARTE OFFICIAL.
Extracto da Ordem do Dia
Quartel General no Paço de Salvaterra de Magos,
em 27 de Janeiro de 1831.
º Quando esta carta vos chegar á mão, já tereis pro»
L
vavelmente recebido os primeiros Buletins do General
Clausel sobre a expedição de Medeah ; annunciavão
com razão, que as nossas tropas havião derrotado o
Nº 7. inimigo em toda a parte onde o havião encontrado, e
que tinhamos entrado em Medeah sem disparar hum só
tiro. Des de então nenhuma ordem do dia falou desse
-

:Exercito, e foi pelo mesmo Exereito á sua volta, que

Faz-se público que hontem começou o pagamento dos
Soldos do mez de Julho ultimo ás Classes efectivas,
que recebem pela Pagadoria de Lisboa.
(Seguem-se Licenças.)= Conde de Barbacena, Chefe
do Estado Maior General. — Está conforme o Original.
=Ajudante General, Marquez de Tancos.
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
FRANÇA.
Paris, 11 de Janeiro.
O Ministro dos Negocios da Instrucção publica diri
gio ultimamente hum avizo ás Escolas lembrando lhes,
que hum Decreto de 5 de Julho de 1820 prohibe, que
ºs estudantes das diferentes faculdades formem qualquer
associação, procedão ou escrevão em caracter collectivo
como se formassem huma corporação ou associação le
galmente reconhecida ; e que no caso de infracção a "tisfeitos com o exito da expedição, apenas se achavão na
este respeito os Conselhos Academicos instituirão pro distancia de 5 horas de marcha d'Argel, quando hor
cesso, e lhes applicarão as penas determinadas pelos ar rivel scena se apresentou a seus olhos. Na extensão de
ligos 19 e 20 do dito Decreto.
soubemos do resultado da expedição.
» O Quartel General, guardando silencio até hoje
talvez esperasse, que o tempo não deixaria d'enfraque
cer a funesta impressão, que produzio no Exercito o se
guinte facto:
* A meio caminho de Belida para Medeah, na fa
zenda do Bey d'Oran, deo o General Clausel ordem a
_
hum destacamento commandado por hum Capitão de
artilheria, de ir a Argel procurar cartuchame. Apezar
das repetidas instancias do Capitão de Artilheria para
que se desse huma escolta a esse comboy composto de
huns 50 homens conduzindo cavalgaduras, e 15 dos quaes
quando muito, se achavão armados d'espingardas, não
quiz o General em Chefe consintir, que fossem acompa
nhados na distancia de mais de humas tres leguas do
ponto da partida; até afirmão que acolhera muito mal
as observações que lhe fez o Commandante d'artilheria.
O chefe do comboy se poz por tanto a caminho muni
do de huma instrucção cujo theor he com pequena dife
rença o seguinte:= Até tal distancia, tereis escolta;
além dessa distancia ficareis entregue aos vossos proprios
recursos; se algum perigo vos ameaçar, partireis a ga
lope e vos dirigireis a toda a brida para o monte Boud
jaread. •
» Na manhã de 29 de Novembro, nossos soldados sa
legua e meia 50 cadaveres horrivelmente. mutilados lhes
•

º Estes regulamentos, diz o Ministro, sem os quaes patenteárão a sorte dos infelizes que compunhão o com
a boa ordem, e por consequencia o estudo he impossi boy; nenhum havia escapado.» (Gazeta de França.)
\" nas escolas, vão sêr postos em rigoroso vigor. O
Ministro dº Instrucção pública lembra isto mesmo aos GRÃ-BRETANHA.
alumnos das escolas. meu dever he fazer executar
sses regulamentos: mas confio em que esta admoesta Londres, 14 de Janeiro.
ção será suficiente para os Estudantes que não estarão
dispostos a deixar-se arrastar pela influencia de paixões, O Morning Post, tratando do Manifesto publicado
que não attendem de modo algum ao futuro º pelo Imperador do Russia contra os rebeldes da Polo
(Extracto do M. Post.) nia, assim se expressa:
• - • • • • •• - -- - -
*
- -
- -
» Se o Imperador da Russia tivesse procedido com
Idem, 14. ***** •

outro espirito do que o que se nota no seu Manifesto,

a universal e justa conclusão que se poderia tirar he,
Lemos o seguinte na correspondencia do Tempo, em que elle carecia de confiança no seu proprio poder para
data de Argel, 8 do corrente: desaggravar a sua authoridade.»
 [102]
Noticias da Irlanda.
industria cobrará alento, florecerá o commercio, reno
var-se-ha
O Marquez d'Anglesey, Lord Lugar Tenente da Ir pante
da geral
landa, acaba de publicar outra-proclamação contra hu
ma nova reunião que semanalmente tinha lugar na Hos » Plenamente conheço as grandes difficuldades que
pedaria de Home em Dublin; exhortando os Maires,
Sheriffs etc. a eficazmente cooperarem para a total sup
pressão do referido ajuntamento, e impediram que de
nenhum modo se effectue a sua renovação.
No dia immediato ao da Proclamação referida, (11 do
corrente) convocou "Mr. O'Connell os seus amigos no latura emendar as que forem defeituosas,
edificio denominado Partiamentary Inteiligence Office, º … A justiça será administrada firme, suave, e impar
a fim de lhes partecipar qual era o procedimento que
pretendia adoptar em consequencia daquella medida.
Confessou que esta era na verdade hum golpe mortal para
a associação que tinha em vista, e aconselhou a sua
dissolução.» Tenciono, disse elle propor, que se dissol
va a Associação, e que eu mesmo a substitua!. Eu me
substituirei á sociedade, e me encarregarei das suas
funcções. Nomearei Mr. Dwyer meu secretario. Quem
me quizer auxiliar o pode fazer subscrevendo 6 shillings.
Em breve crearemos hum fundo suficiente.»
Este arranjo he mui prudente. Mr. Daniel O'Connell
recebe o dinheiro , gasta-o, e depois tomará contas
a si mesmo. Com efeito não he provavel, que entre
JDaniel e O'Connellihaja desavença a respeito do modo
d'applicar os fundos em questão.
No dia 10 do corrente, pelo meio dia, o Lord Mai
re de Dublin, acompanhado pelos Vereadores, e mem
bros do Conselho Commum forão introduzidos na pre
sença do Lord Lugar Tenente, a quem dirigírão o se
guinte discurso: •
» Excellentissimo Senhor: Nós, o Lord Maire, Com
muns, e Cidadãos da Cidade de Dublin, reunidos em
Conselho Commum, respeitosamente congratulamos V.
Ex." pela sua chegada a este paiz. Chegamos á presen
ça de V. Ex.° com sentimentos d’estimação pelo vosso
elevado caracter pessoal e distincto renome militar, ao
passo que apresentamos a homenagem da nossa profun
da veneração. .ao Representante do nosso Mui Benigno
Soberano. + •
» V. Ex." foi delegado para administrar os negocios
da Irlanda em huma época da mais critica importancia
quando parece que a maior parte da Europa se acha á
borda da revolução; e quando se estão fazendo activos
e insidiosos esforços para produzir extrema agitação nes
ta parte do Imperio Britannico; nós pois desejamos
aproveitar esta occasião para lembrar a V. Ex." que
esta Corporação tem sido des de tempo immemorial ca
racterizada pela sua firme lealdade e fiel adhesão á Co
roa e Instituições destes Reinos, e para assegurar a
V. Ex. º que os mesmos principios continuão com força.
não diminuida a animar os seus actuaes membros.
» Anciosamente esperamos, que V. Ex.° conserve com
firmeza as estabelecidas instituições do paiz, que faça
com que se obedeça ás Authoridades constituidas, pres
te protecção aos que uniformemente as sustentárão, e
mostrando o poder superior das leis, e conservando in
violada a paz publica, do melhor modo promova os
interesses e assegure a felicidade de todas as classes dos
subditos de S. M.»
Concluido este discurso S. Ex.° respondeo da maneira
seguinte: • •
» Agradeço a vossa congratulação pela minha chega
da para assumir o Governo da Irlanda, e pelos senti
mentos d’estima, que professais relativamente ao meu
caracter, e serviços militares.
» Inteiramente concordo com vosco no doloroso pon
to de vista em que contemplais as circumstancias deste
aflicto, perturbado e verdadeiramente interessante paiz;
no entanto, não desanimo a respeito delle. Ha de su
perar todas as difficuldades, e se a Irlanda poder gozar
Aº
o bem do socego de que tão essencialmente carece, a
a confiança,
e esta bella Cidade será parteci
prosperidade. •
me cercão. He meu dever lutar com essas difficuldades.
Recoñheço com elevada satisfação a lealdade ha tanto
comprovada dos Cidadãos de Dublin.
» O primeiro dever do subdito be obedecer ás leis; o
do Poder Executivo he sustentallas; pertence á Legis
cialmente. A nossa sagrada Religião; nossas preciosas
instituições devem ser defendidas contra todos os aggres
sores; no entanto não quero saber de distincção alguma
por causa de partido ou de culto: todos são iguaes pe
rante a lei.
» Confio na zelosa cooperação de todo o homem hon
rado, e leal cidadão, seja de que opinião politica ou
religiosa elle for; e confio em que não será vã a minha es
perança. » (M. Post.)
Publicamos nova Proclamação que se afixou em Du
blin, contendo restricções muito mais estensas do que
outra qualquer que até agora se tem expedido.
A Proclamação referida depois do preambulo costu
mado assim se expressa:
» E attendendo a que certa associação, assembléa, ou
corpo de pessoas, assumindo as seguintes denominações,
ou algumas dellas, a saber: Sociedade dos amigos da
Irlanda de todas as persuasões Religiosas; Sociedade
Irlandeza para allivio Legal e Legislativo, ou Associa
ção da Anti-União, — Associação dos Voluntarios Ir
landezes para Revogação da União ; — Geral Associa
ção da Irlanda para obstar a ajuntamentos illegaes, e
para a protecção e exercicio do sagrado direito de peti
ção para remedio de aggravos ; — Subscriptores (para
reunião) do Parliamentary Intelligence Office, em Step
hen-street ; e outros ajuntamentos se tem de tempos a
tempos reunido em diferentes lugares da Cidade de Du
"blin, a fim de promulgarem e inculcarem doutrinas e
sentimentos sediciosos, e tem procurado por meio de
discursos e escriptos incendiarios, excitar e alentar nos
animos dos subditos de S. M. na Irlanda o espirito da
desafeição e de hostilidade, ás leis e ao Governo exis
tente :
» E attendendo a que nos constou, que se tenciona
formar outros ajuntamentos da dita associação, assern
bléa, ou reunião de pessoas, para esses mesmos fins,
debaixo das referidas denominações, de algumas dellas,
ou debaixo de outro nome, ou nomes, e com varios
pretextos etc.
» E attendendo a que julgamos a dita associação ,
assembléa, ou reunião de pessoas, perigosa para a paz e
segurança publica, e incompativel com a devida admi
nistração da lei: Nós por tanto, o Lord Lugar Tenen
te e Governador Geral da Irlanda, resolvido a supprimir
mesmo ajuntamento, pela presente prohibimos o ajun
tamento da dita associação, assembléa, reunião de pes
soas, e toda e qualquer addiada, renovada, ou de outro
modo continuada reunião dos mesmos ajuntamentos ou
de qualquer parte delles, debaixo de qualquer nome ou
pretexto que for. Castello de S. M. em Dublin, 13 de
Janeiro de 1831. »
Esta manhã, pelas 10 horas, a Commissão dos Trin
ta e hum, nomeada por Mr. O'Connell para fazer re
gulamentos para a grande reunião, a fim de dirigir hu
na Petição ao Parlamento para a revogação da União,
se reunio na Hospedaria de Hayes. Além da Commis
são havia varias
os bilhetes outras pessoas que assistírão pagando
de admissão. •
Mr. O'Connell tomou assento, e pouco antes das 11
 I 108 |
horas se levantou para falar á reunião, a fim de que nenhum dos réos disse cousa alguma, e parecião animá
deliberassem sobre o tempo e lugar mais conveniente, dos de perfeita resignação á sua sorte, orando fervoro
e preço d'entrada na tal associação que tinha projecta samente até o ultimo momento da vida. Assistírão nes
do Hia começar a tratar da ultima Proclamação para sa occasião os Oficiaes de Justiça, porém não houve a
supprimir a Sociedade quando apparecêrão na sala dous mais leve perturbação que tornasse a sua ingerencia ne
Magistrados da Policia, acompanhados por hum Ofi cessaria. -

cial de Justiça, e dirigindo-se hum dos Magistrados a

Mr. O'Connell lhe fez saber, que alli se apresentava pa Certo mancebo residente nas inmediações de Leeds
ra dispersar o ajuntamento, passando á leitura da for lançou ultimamente ao ar hum ballão incendiario, af
mula prescripta por 1 uma lei do Parlamento: Mr. O' fixando-lhe huma carta em baixo com o seu nome e in
Connell se dirigio ás pessoas que se achavão reunidas e dicação da sua morada. O balão dirigio-se para o Sul e
lhes disse, que os Magistrados procedião na conformi ateou o fogo em huma porção de feno perto de Wake
dade das ordens que havião recebido dos seus superio field. Pelos fragmentos do balão se descobrio o nome
res; e exhortou finalmente a todos a se dispersarem, o e a residencia de quem o lançára, e na Quarta feira
que com efeito sem demora se efectuou. recebeo huma carta do dono do feno, partecipando-lhe
(Weekly Register.) o incendio e exigindo reparação.
| (Leeds Mercury.)
Neste momento soubemos, que Mr. T. Steele foi pre
zo pelos Oficiaes de Justiça em consequencia da publi HESPANHA.
cação de hum discurso que pronunciou ultimamente na
reunião que teve lugar na Hospedaria de Home. Cadiz, 27 de Dezembro.
(Dublin M. Post.)
Recebêrão-se notícias da Divisão sahida deste porto
—Os processos dos incendiarios que devastárão a Nor para o de Manilha a 6 do mez ultimo de Abril. No dia
mandia vão progredindo no Tribunal competente (do 31 de Julho chegou felizmente a Angers (Ilha de Java)
Alaine e Loire); o principal delinquente he hum indi a Náo da Real Companhia das Ilhas Filippinas, Sant'
viduo por nome Gautier, a cujo respeito se tem rece Anna, aliás El Rei Fernando, depois de 117 dias de
bido os depoimentos de varios cumplices delle; dos mes navegação des de a sua sahida deste porto; na manhã
mos depoimentos se collige que este homem era chefe de do 1.° de Agosto demandou o mesmo surgidouro o Bri
huma quadrilha de incendiarios espalhados em diferen gue de S. M. Relampago, e na tarde desse dia o veri
tes pontos das Provincias, e que elle induzira muitos ficárão as Galeras Pak e Constancia. (Segundo já se
infelizes camponezes a ajudallo em seus crimes por meio publicou, nas Ilhas Filippinas reina a maior tranquil
de ameaços e promessas. Gautier he homem sem edu lidade.) (Gazeta de Madrid.)
cação alguma, e talvez que seja algum agente ou in
strumento manejado por homens ainda mais perversos;
porém sobre esta parte do assumpo não se tem alcança *—*§§ 4—º
do nenhuma illustração positiva. A unica explicação
que dão as testemunhas he a repetição da fraze commum * * Lisboa, 30 de Janeiro.
entre a quadrilha, de que similhantes crimes erão per
petrados … para ganhar a França;» (pour gagner la Reflexões sobre o estylo epistolar.
France). As testemunhas não sabem designar a verda
deira significação destas palavras, mas considerando-as A primeira e fundamental qualidade dos escriptos
em relação com outro facto notavel, inclinamo-nos a epistolares he o serem naturaes e singelos , por isso
julgar, que os incendios erão parte de huma conspira que hum tom constrangido e afectado he tão desagra
ção. A circumstancia a que alludimos he, que quando davel em huma carta como o he na conversação. Mas
Gautier foi prezo no dia 18 de Julho, dirigio aos Ofi isto não exclue a jovialidade e o gracejo, que na cor
ciaes que o prendêrão as seguintes palavras: º Canalha! respondencia epistolar possuem a mesma graça que nos
dentro de dez dias vereis alguma cousa peior do que es discursos familiares, quando correm fluentemente e sem
tes incendios. Julgais que me tendes prezo; mas enga estudo. O estylo das cartas não deve ter demasiado pu
nais-vos, serei posto em liberdade bem a vosso pezar!» limento. Estas devem ser agradaveis e correctas, e na
Em outra occasião disse: º Ride-vos agora; mas haveis da mais. Todo e qualquer excessivo esmero na escolha
de chorar a 29 de Julho !» As testemunhas depozerão de palavras, manifesta o estudo que houve em as achar;
debaixo de juramento, que tinhão ouvido as palavras re e por isso cuidadosamente cumpre evitar nas cartas cer
feridas, e tão singular vatecinio, diz o relatorio, cau tos periodos harmoniosos, e certa apparencia de affe
sou grande impressão no Tribunal. (M. Post.) ctada symetria no arranjo da fraze. As melhores cartas,
espeeialmente algumas que tem adquirido justa celebri
Idem 17. dade nas letras, são as que os seus authores produzírão
com maior facilidade. O que o coração ou a imagina
Em Liverpool se recebeo ordem para apromptar avul ção dicta, sempre corre fluentemente; mas logo que o
tada quantia de peças d'artilheria por conta do Gover assumpto não interessa a segunda nem o primeiro, se tor
no Hollandez. Na fundição se estão agora apromptan na bem sensivel o constrangimento; e daqui nasce que
do 200 peças de diferentes calibres. Consta-nos que em as cartas de mero cumprimento, congratulação, ou af
outras partes do Reino se tem recebido ordem para con fectados pezames, que tem custado maior trabalho e
sideravel porção de artilheria por conta daquelle Gover tempo aos que as escrevêrão, e que talvez por essa mes
DO» (E. do Liverpool Advertiser.) ma razão vaidosamente considerem como obras primas,
nunca deixão de ser as mais desagradaveis e insípidas
Dous individuos ultimamente processados em Win para o leitor. -

dester, e convencidos do crime de quebrarem as ma
quinas e de cometterem o roubo, durante: as recentes
desordens, e sendo hum delles tambem convencido da
tentativa de assassinio, sofrèrão a ultima pena da lei
Sabbado ultimo. Poucas pessoas assistirão ao supplicio;
__ Mas devemos ao mesmo tempo attender a que a faci
lidade e a simplicidade não significão total indiferença.
Até mesmo escrevendo ao nosso mais intimo amigo he
necessario e he decoroso, que haja certo gráo de atten- .
ção ao assumpto sobre que escrevemos, assim como ao
 { 104 |
estylo que adoptamos: devemos isto a nós mesmos e
muito especialmente á mesma pessoa com quem nos cor
respondemos. Certo modo negligente d’escrever he pro
va de falta de attenção e respeito. Além do que a liber
dade d'escrever cartas com muita indiferença geralmen
te faz com que as pessoas que as escrevem comettão er
ros que aliás evitarião com facilidade. A primeira qua
lidade tanto na conversação como nas cartas lic atten
der ao decoro que exige o nosso proprio caracter assim
como ao das pessoas com quem tratamos.
A collecção mais elegante de cartas que ha no idio
ma Inglez he a de Lady Maria HKortley Montagu São
modelos da correspondencia familiar; isto he relativa
mente ao estylo, porque a respeito dos pensamentos al
guns ha, que se encontrão nessa collecção que parecem
o resultado de pouca reflexão. Por exemplo em huma
das cartas que a dita Senhora escreveo de Constantino
pla, tratando da felicidade que notava entre os Effendis
ou Magnatas da Turquia diz, que º antes queria ser hum
» Desejo que a tua escripta seja melhor; não posso
conceber por que motivo o não he, visto que todo o
homem póde certamente escrever com o talhe de letra,
que quizer. Não deves de nenhum modo desprezar o as
seio em fechar e sellar as cartas, e em lhes pôr o so
brescripto; ainda que talvez entendas que isso he de
pouca monta. Mas o exterior, até mesmo de huma car
ta, póde agradar ou desagradar; e por consequencia
merece que lhe dês attenção.»
*—º §§*—»
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 29 de Janeiro.
Entrou de noute 1 Bergantim Inglez.
Embarcação avistada.
7 h. 10 m. 1 Galeota sem bandeira a Oeste do Cabo
da Roca. •

opulento Effendi do que Sir Isaac Newton com todo o Embarcações entradas em S. Julião.
seu saber.» Sir I. Newton pouco ou nada podia perder 10 h. 5 m. 1 Escuna lngleza.
na sua justa celebridade em consequencia desta prefe 11 h. 6 m. 1 Galeota Hollandeza.
rencia de Lady M. JYortley Montagu, mas a ultima
não ganhou cousa alguma, pelo menos no conceito
das pessoas sensatas, arriscando huma reflexão que bem
provavelmente se arrependeria de haver consignado em
seus escriptos. Annuncios.
No entanto a respeito do estylo daquella escriptora,
que he verdadeiramente do que agora tratamos, nin No dia 3 de Fevereiro futuro, ha de principiar a ex
guem duvida, que he mui culto e elegante: Lady Mon tracção da segunda Loteria da Misericordia de Lisboa,
tagu tem sido comparada pela graça e vivacidade respectiva ao actual semestre.
com Madama de Sevigné; outra escriptora que no es &# quizer a renuncia de hum Oficio de Inquiri
tylo epistolar adquirio no orbe litterario certa celebri dor do Civel e Crime da Corte, póde ir falar com o
dade, que naquelle genero ainda não tem sido exce Doutor Fernando Antonio Vermuelle, na rua da Pal
dida por nenhum escriptor. ma N-° 24.
Não podemos melhor concluir este artigo do que re Vende-se hum piano rico de Astor: quem o pretender .
petindo a recommendação que Lord Chesterfield, tratam póde fallar com o fabricante Pedroza, na travessa do
do deste mesmo assumpto, dirigia a seu filho. » Nas tuas Cabral N.° 26, segundo andar, junto ás Chagas.
cartas noto que soletras enduzir em vez de induzir; er D. Maria da Conceição Branca, tendo noticia que
ro que julgo poucas das minhas criadas serião capa a Sebastião José de Montes, seu sobrinho, se fez penho
zes de cometter. Devo dizer-te, que a orthografia, no ra no casal chamado da Figueirinha, sito na Villa de
verdadeiro sentido do vocábulo, he tão absolutamente Oeiras, partecipa a dita Senhora que o dito casal e bens
necessaria para hum homem de letras, ou para hum do sobredito, estão sujeitos á quantia de 8093999 réis
Cavalheiro, que hum erro de orthografia póde tornar que o mesmo dito seu sobrinho lhe deve , como consta
huma pessoa ridicula todo o resto da sua vida. Ler at da sua carta de partilhas ; e para que se não allegue
tentamente he o meio de qualquer se livrar de erros em ignorancia faz este avizo para quem o comprar, ou lhe
orthografia; por quanto os vocábulos nos livros são ge for adjudicado, responder pela dita quantia.
ralmente bem soletrados segundo a orthografia dos tem - A verdadeira graxa de Bºy e Martin de Londres,
pos. Certo he que algumas palavras ha, que são duvi se acha novamente á venda na loja de ferragem de F.
dosas achando-se escripats de diverso modo por diferen J. Novaes, aos Martyres N.° 23: preço de cada pote
tes authores de igual conceito ; mas essas palavras são liquida, pequenos 160 rs., maiores 280 rs., e grandes 360 rs.
poucas, e nesse caso todo o homem póde fazer a sua Na tarde do dia 31 do corrente, se ha de arrematar
propria escolha, por quanto póde appellar para a sua na praça do deposito geral, com o abatimento da quin
authoridade quer de huma fórma, quer da outra; mas ta parte do valor de 643267 réis, huma vinha perten
quando ha só hum caminho certo, como acontece a cente á quinta do Cobre, no termo da Villa d'Arruda :
respeito do vocábulo que apontei, he indesculpavel e e he Escrivão da arrematação Couto.
ridiculo falhar. Sexta feira, 4 de Fevereiro, na praça pública dos lei
… Os pronomes e relativos muitas vezes causão obscu lões, se ha de arrematar, com o abatimento da quinta
1idade ou ambiguidade; attende por tanto a isto, e parte do seu valor, huma quinta na Ribeira de Valle de
cuida em marcar com exactidão as suas relações, parti Lobos, termo da Villa de Cintra, avaliada em 1:01732OO
culares. Por exemplo: réis, abatido o foro de 25 alqueires de trigo, 25 ditos
» O Sr. J. me disse que tinha visto o Sr. S., que lhe de cevada, e 2 galinhas, e o seu rendimento em 833OOO
prometteo falar ao Sr. C., pare lhe entregar (ao Sr. J.) reis; e he Escrivão da arrematação Negreiros.
os papeis que elle (o Sr.S.) havia deixado ha tempos em - Quem quizer comprar hum cavallo Andaluz, bom , e
casa delle (do Sr. C.) He melhor repetir o nome, ain bonito, falle com o mestre ferrador , na rua do Poço
da que desnecessariamente dez vezes, do que haver hu dos Negros.
ma só vez engano a respeito da pessoa.
—
== =
LISBOA. NA IMPRESSÃO REGIA.
+
• •
 |-

NUM. 27. AN No 1831.

--…=- -<==---

GAZETA DE LISBOA. —=>>>>go3<ºax=-—

TERÇA FEIRA, 1 DE FEVEREIRO. "
\

»e=>$3<><>c353

PARTE OFFICIAL. ses; , todos finalmente declarárão, que estão promptos

a combater contra, a rebellião seja qual fôr o desfarce
com que ella se apresente.
Acaba de chegar a esta Capital hum Oficial Rus
Repartição da Reforma Geral dos Estudos, siano, que esteve prizioneiro entre os Polacos: assegu
ra que des de Varsovia até Cracovia não víra se quer
. Pela Junta da Directoria Geral dos Estudos, se hão huma partida de insurgentes, que pelo contrario nota
de prover por Concurso de 60 dias , , que começará em ra que todas as povoações permanecião tranquillas, e
10 do proxímo seguinte mez, a Cadeira de Rhetorica e, unicamente assustadas e atemorizadas pelas consequen
Poetica do Estabelecimento de Estudos do Bairro Alto. cias que hia acarretar esta revolução, e maldizendo os
da Corte e Cidade de Lisboa, com o ordenado annual insensatos cujas intrigas tinhão exposto o paiz á vin
de 4405000 réis; e a de Historia Universal e Portugue gança e furor dos soldados Russianos. Accrescenta que
za do Estabelecimento de. Estudos da Cidade de Faro, o que só obstava a que elles se entregassem á desespe
com o ordenado annual de 3003000 réis. Os que pre ração era a grande confiança que tem na clemencia,
tenderem ser nellas providos, se habilitarão com Folhas bondade, e misericordia do Imperador Nicoláo.
corridas, declaração determinada na Lei de 20 de Ju (Gazeta de Madrid.)
nho de 1823, Certidão de idade, e Attestação do pro
prio Paroco sobre vida e costumes, reconhecidas, e ALLEMANHA.
em forma legal ; e no tempo acima designado concor
terão a Exame perante a mesma Junta, ou perante o Francfort, 8 de Janeiro,
Commissario della em Lisboa. Coimbra, ua Secretaria
da sobredita Junta, 29 de Janeiro de 1831. — O Offi Nesta Cidade se recebeo a noticia de que dous Re
cial Maior José de Carvalho Ferreira das Neves. gimentos da infanteria de Baden hião entrar em Lan
dau para reforçar a guarnição que deve constar de 73
homens. Mr. Braun, General Bávaro actual Comman
dante da Praça, será nomeado Governador della, e dar
PARTE NÃO OFFICIAL. se-ha o commando a hum Oficial das tropas Bávaras.
Falla-se da violação do territorio da Baviera Rhena
na perto de Hamburgo, por hum destacamento da guar
nição de Bitsch. Ainda que talvez seja isto algum enga
no, se mandárão áquelle ponto alguns Esquadrões de
NOTICIAS ESTRANGEIRAS. Cavallaria.
O Embaixador Russiano junto da Corte de Berlim
AUSTRIA. recebeo ordens terminantes prohibindo o pôr a referen
da nos passaportes dos subditos Russianos que quizerem
}'ienna, 2 de Janeiro. passar para a parte de Oeste da Europa. Se esta medi
da continuar a executar-se durante o verão, serão mui
Os proprietarios do Norte estão mais illustrados so to pouco frequentadas nossas aguas mineraes.
bre os seus verdadeiros interesses, do que os de Fran Afirmão que as Grandes Potencias continentaes ofe
2a. Com efeito não se deixão seduzir pelos sofismas dos recêrão a S. M. Carlos X huma pensão de dez milhões
escriptores; conhecem muito bem que a sua felicidade de francos. (E. da Gazeta de Madrid.)
commum imaginaria vem a parar sempre no transtorno,
e perda de todas as propriedades particulares, e que PAIZES BAIXOS.
quando o Rei perde a sua authoridade ninguem he se
nhor de si mesmo. Bruacllas, 11 de Janeiro.
Na Polonia Austriaca todos os proprietarios grandes
"pequenos, Nobres e plebêos manifestárão ao Impera A guarnição Hollandeza de Maestricht fez huma sor
>
dºr Francisco I a sua respeitosa e absoluta adhesão, tida no dia 7, ainda que se não afastou muito da Ci
º pozerão á sua disposição as pessoas e a fazenda. Na dade.
Polonia Prussiana, e na Siberia tambem manifestárão Hontem
ºs mesmas disposições os proprietarios de todas as clas riosos para amanhecêrão
o Congresso, em algumas ruas pasquins inju
•
 [106]
Hontem sahio desta Cidade para a de Antuerpia o Titeria, e nesse mesmo dia se porá a caminho para
General Nipels. - * París. He provavel que este Barbcresco não satisfaça
Assegurão que o Principe de Saxonia I/eimar, á a curiosidade dos Parisienses. Dizem que Mr. Oraison
frente de huma columna de tropas Hollandezas, se di o acompanhará até á Capital. A sua comitiva consta
rigira para Turnhout, e que havia procurado bastecer a de hum dos seus antigos Oficiaes, de Mr. Suzzo, seu
praça de Maestricht, (O Belga.) interprete, e de 6 famulos.
-- • •*
As cartas recebidas hontem da Flandres Oriental "
annunciavão, que os Hollandezes tinhão avançado até A 25 de Dezembro ultimo mandou ElRei de Sarda
Ecclao, e obrigado a retirarem-se, e a se encerrarem nha publicar em Genova as proximas nupcias da Prin
naquella Cidade 300 homens das nossas tropas. |
• * • •
* * * eza Maria Anna de Saboya, Sebrinha de S. M. Sar
* |- - t: … -
% da com Fernando V, º Rei de Hungria e Principe Im
Annuncia o Diario de Antwerpia referindo… º hu *perial d'Austria. * * * s. (Quotidiana.) *
ma carra particular de Londres, que os Plenipotencia
rios das grandes Potencias fundando as suas conferencias O Rei de Prussia fez donativo á Provincia de Posen
nos Tratados de que lhes não he permettido afastar-se de 103 talers, que se applicarão para soccorrer as fa
a favor da
declarado: Belgica mais do que da Hollanda, havião
* * * • • • • • • •
milias dos moradores pobres que se acharem alistados na
Milicia Realista. (G. de França.)
Que nunca podia considerar-se o Grã-Ducado de Lu No dia 4 se dizia em Françfort, que o General Ro
a emburgo senão formando com a Belgica hum só e sem já havia entrado na Polonia com alguns Regimentos.
mesmo Estado;
Que se não podia tirar á Hollanda o legitimo domi Ao Commercio de Hamburgo se annunciou, que se di
nio da parte da margem esquerda do Escalda conhecida ** * *
rigião a Luxemburgo tropas Hanovcrianas para refor
com o nome de Flandres Hollandeza; º * * çar a guarnição daquella praça da Confederação Ger
?)/(1/12C(1, - - * - +< * * * * * *• • • •

Que por conseguinte estes dous principios fazião nul

las e sem efeito as resoluções do Congresso contra a
casa de Orange; porque homens que não erão legal Annuncião de Dunquerque o seguinte:
mente membros do Congresso Belga havião concorrido » Os Engenheitos trabalhão com grande actividade em
e cooperado para a sua exclusão. , , *** ** pôr esta praça em estado de defeza. O Marechal de
A Belgica poderá para o futuro formar hum Estado Campo Montfort, Inspector geral dos Engenheiros, tra
distincto; este he hum principio reconhecido pela Con çou o projecto de muitas obras a cuja execução se de
federação, e fundado nos Tratados; esse Estado teria rá principio immediatamente.» , * # - , , .
os mesmos limites que antes da reunião; porém nunca
as grandes Potencias reconhecerão as pretenções dos que Confirma-se a noticia de que a Dieta da Hungria
se apoderárão do Governo, sobre tudo no que he rela havia primeiramente formado a intenção de pôr condi
tivo á eleição do Soberano. (Gazeta de Madrid) ções para o alistamento, que lhe pedíra o Governo Im
perial. Mas o Arquiduque Carlos, que fechou a Dieta
FRANÇA. na qualidade de Commissario Regio, conseguio per
suadilla de que a posição do Governo no estado actual
Paris, 12 de Janeiro. da Europa merecia ser tida em consideração; e tendo
promettido que as petições da Dieta serião attendidas
No dia 9 teve a Guarda Nacional que trabalhar na em hum momento mais favoravel, votou a Assembléa
conservação da tranquillidade publica. Soube-se que hum contingente de quarenta e outo mil homens, esti
hia haver desordem entre os trabalhadores que o Gover pulando que para o primeiro de Outubro se mandassem
no occupa no campo de Marte, só para lhes dar que ás suas casas 20,000 se nessa época ainda não houvesse
comer em quanto estão fechadas algumas oficinas. O começado a guerra. (Quotidiana.)
pretexto desta assuada era que alguns trabalhadores que O Imperador Nicoláo acaba de fazer huma grande
fião que se lhes pagasse o jornal dos dias em que não
tinhão trabalhado.
promoção de Generaes, e entre estes se conta o Conde
• |-

de Sant' Aldegonda.
<> ".

. Já da noute precedente se havião tomado as conve

nientes disposições, huma das quaes foi ter em armas A 14 de Dezembro faleceo em Vienna com 129 an
muitos batalhões da Guarda Nacional reunidos á infan nos de idade hum inválido por nome Thomás Boeck.
teria e cavallaria de linha para dissiparem os grupos que
se formassem. Assim se verificou; em consequencia dis Idem 16.
so se prendêrão muitos trabalhadores accusados de serem
motores da desordem, e outros que forão apanhados Praça do Commercio no dia 15. Cinco por 100 con
pronunciando discursos no meio dos grupos: . solidados 93 f. 80 c. Acções do Banco 1500. Empres
• (Tempo.)
timo Real de Hespanha 62. Renda perpetua de idem
- Augmentou-se a guarnição de Chambery até 43800 46 l.
homens; e se formou hum corpo de Guarda volante no Em hum periodico desta capital se lê o paragrafo se
monte de Chat. Guarneceo-se com grande numero_de guinte:
peças d'Artilheria e se reparou o antigo castello de Ru » O Governo Prussiano fez deter todos os Polacos
milí. A Corte de Turim dirigio ordem a varias autho que havião sahido de França com passaportes do nos
ridades locaes para que indiquem se os estudantes em so Governo; este facto decide a questão da não inter
Direito e Medicina permanecem nas suas casas. venção nos negocios da Polonia, e manifesta ás claras
(Quotidiana.) o papel que o Gabinete de Berlim se propõe fazer du
Assegurão, e não nos he dificil acreditallo, que Mr. rante o drama que se prepara.» (Gazeta de França.)
de Martignac recuzára acceitar os cem mil francos que A Gazeta de Augsburgo contém duas cartas das fron
lhe oferecia de presente Madama de Polignac, pelo teiras da Polonia nas quaes se diz, que a Nobreza Po
desvelo e esmero com que defendêra seu esposo. laca he a unica classe que sofria alguma cousa debaixo
• (Jdem.) do Governo Russiano, e tambem a unica addicta á cau
. Lê-se no Mensageiro de Marselha o seguinte: sa da revolução. Accrescentão que o enthusiasmo traili
… A 11 do corrente sahirá de quarentena o Bei de tar não passou de Karsovia, e da distancia de 4 a 5

leguas daquella Capital. Quanto ao mais naquelle Rei
no só se nota apathia e desalento.
Em data de 4 escrevem de Toulon o seguinte:
» Temos presente huma carta escripta d'Argel em da
ta de 22 de Dezembro ultimo, em que nada se diz da
sahida do General Clausel nem das nossas tropas. O
Governo daquelle paiz está completamente organisado,
no que lucra muito o Estado e os particulares. Acode
infinito numero de Europcos á Colonin; a sua presen
ça e relações com os indígenas assegurão o progres
so da civilisação Africana muito melhor do que a arti
lheria e a metralha.
… O Bey de Titeria passará immediatemente a París. lente e denodada attitude. A outra figura tem o bra
O Governo poderá receber delle muitas noticias uteis ço direito com a espada levantada; e o ar da cabeça
a respeito da Provincia de Titeria, e dos povos que a que he de mancebo , he tão expressivo e animado,
habitão. - |- • "
* * { GRÃ-BRETANILA.
* * ** * * • * **
{! Londres, 13 de Janeiro.
Fundos publicos. Tres por 100 873.
O Times depois de haver referido as noticias da Po
lonia accrescenta:
… Chegou a esta Capital hum Enviado de Varsovia
que he observado com muita inquietàção por certa Le
gação.
* Estamos em vesperas de ver grandes acontecimentos
no Norte da Europa.
*Os negocios da Belgica cada dia se complicão mais.
A eleição de hum membro da familia de Nassau acar
retará huma guerra civil, e a sua reunião á França hu
ma guerra na Europa. No meio de todas estas perple
xidades, o acolhimento que deo o Congresso ao Proto
colo das cinco Potencias e a sua obstinação em reclamar
o Ducado de Luxemburgo augmentarão os perigos e a dis
cordia.»
HESPANHA.
Madrid, 25 de Janeiro.
* |-
ElRei N. S., a nossa amada Rainha, e a Augusta
Infanta continuão sem novidade , em sua importante
saude, e igualmente SS. A.A. it.R. os Serenissimos Se
nhores Infantes.
O Diario de Roma contém o seguinte:
… Cumprimos a promessa que no N.° 81 deste Diario
fizemos aos amantes das Bellas Artes, e a cumprimos
com tanto maior prazer por isso que não podemos dei
xar de começar dando o para bem ao illustre author da
obra de que vamos fazer menção, obra que certamente
occupará lugar distincto entre as mais bellas, e antigas
do nosso seculo; tal era já a opinião do celebre Cano
va no anno 1822 ao ver o modello, que o Cavalheiro D.
Antonio Solá, Consultor e Censor da Insigne Acade
mia de S. Lucas, e Professor da Real de S/ Fernando
de Madrid, e da de Florença, havia feito para o gru
po que de ordem de S. M. Catholica depois executou
em Ina T II) O re,
… Podemos assegurar sem lisonja, que a execução des
ta obra excedeo as esperanças dos intelligentes; e neste
parecer concordão os artistas de todas as nações, e to
dos os amantes das bellas artes que concorrem a admi
rar não só a perfeição magistral com que está desempe
nhada, mas tambem a profunda filosofia que se paten
tea em todas as suas partes;
explicavel e sublime extasi de que o espectador se sente
arrebatado quando fixa a vista nos dous generosos Hes
• •
panhoes Daoiz e Velarde, que no anno 1808 jurárão
morrer (como com efeito morrêrão) antes do que entre
gar a huma soldadesca estrangeira a artilheria confiada
á sua lealdade pelo seu Legitimo Soberano.
. [ 107 ]
» Para manifestar o merecimento deste grupo bastará
repetir as palavras do Cavalheiro Tambroni, tão intel
ligente nas bellas artes como instruido na litteratura:
=Vemos, diz elle, dous Heroes no acto de pronunciarem
o juramento, armadas suas dextras com as espadas, e
dando-se a mão esquerda com summa força e expressão.
O que se acha á direita do espectador parece de idade
mais provecta, e com o rosto elevado para o Ceo está
na attitude de quem escuta e approva as palavras do
seu companheiro. O braço direito armado, como disse
mos, se estende para baixo, e está algum tanto apar
tado do costado. Em todo o seu corpo se nota va
- {
que parece se lhe ouvem as palavras que pronuncia.
! - * ** * *
O rosto se vê tambem de profil, e voltado para o Ceo.
Mas sobre tudo, o que completa a verdade e eviden
<
cia do objecto que o grupo representa, he a energia do
braço esquerdo deste mancebo, que se manifesta na for
ça com que aperta a mão do outro. Além do que ha
nesta estatua tanta galhardia, que em nada cede á an
terior. Enlaça este grupo huma peça de artilheria com
} , -
a carreta, colocada por detraz de ambos os guerreiros.
Sem temor de incorrer na nota de adulação se pode as
segurar, que o author desta obra chegou a representar
com toda a verdade huma dessas attitudes animadas que
tão difficeis são de expressar. Quando hum artista con
•
segue com mover o animo dos espectadores, e penetral
los do assumpto que representou, pode dizer que che
gou ao fim da arte ; tal foi o efeito que o grupo do
Cavalheiro Solá eausou nos muitos Professores e affei
çoados que forão ver a referida obra. =
» Se este foi o parecer do Cavalheiro Tambroni no an
no de 1822, quando apenas tinha presente o modello
em barro, o que teria dito em 1830 vendo-o executado
} em Inarmore e de hum modo tão superior ao modello
por toda a qualidade de perfeições!
» Entre muitas difficuldades que habilmente superou o
Cavalheiro Solá, foi a principal o trage moderno dos
dous heroes. Mas soube vencella com sagacidade tão
nova e delicada, que muitos apresentarão este grupo
por modello; pela nossa parte asseguramos que estas
duas figuras não reunirião mais dignidade e singeleza
vestidas á Grega ou á Romana; cousa que pareceo de
tanto merito ao famoso Canova, que na visita que fez ao
Gabinete d’estudo do nosso artista, publicamente o fe
licitou a esse respeito.
» Finalmente esta obra honra sobre maneira o animo
generoso e magnifico de S. M. Catholica, munificentis
simo Protector das artes, e o talento do digno artista
que com tão universal approvação soube corresponder á es
colha do Monarca.» (Notizie del Giorno.)
#
No dia 15 fundeou em Carthagena pelo máo tempo
a Fragata Franceza Victoria, de 46 peças, com 315
praças. Conduz a seu bordo o Bey de Oran com toda
a sua comitiva composta de 170 pessoas, entre ellas 100
mulheres, 32 brancas, e 68 negras. Tambem conduz o
Mufti que se dirige de Carthagena a Argel para se reu
nir ao de Titeria; dalli passará a Toulon, devendo fi
car em França por eleição propria. Leva 3 meninos seus
pequenos, e 1 menina de 10 annos. Na Cidade de Me
deah se deo entrada aos Francezes assegurando-lhes que
maravilhando a todos o in se conservaria a boa ordem e a tranquillidade; mas fa
zendo depois com que sahissem os Beduinos passárão
/ •
á espada hum Batalhão Francez. O Bey conduz em
dinheiro e joias perto de cinco milhões, que he o que
unicamente se lhe permittio levar.
*
(Ex. da Gazeta de Madrid.)

*—*§§ *—*
Lisboa, 31 de Janeiro.
Pela Administração Geral dos Correios se faz publico,
que, para levar a maior perfeição o importante esta
belecimento da Posta Diaria, e poder-se desempenhar
o serviço della com a devida exactidão, fazendo que
todas as pessoas recebão logo as Cartas com a maior
com modidade em suas casas, e nunca lhes fiquem retar
dadas de hum para outro dia, ou ainda mais, he indis
pensavel que as mesmas Cartas tragão indicação da Ino
rada daquellas pessoas a quem são dirigidas.
Recommenda-se pois a todas as pessoas, principalmen
te ás que tiverem mais activa, e interessante correspon
dencia, participarem áquellas com quem se correspon
dem, a rua, e numero da sua morada, assim como, no
caso de mudança, as devem igualmente avizar logo;
pois que, não trazendo as Cartas similhante indicação,
acontece facilmente remetterem-se a diverso destricto;
em quanto seus donos talvez as procurem na lista, ou
hirem para a dista, quando as esperem pela Posta; e
por qualquer destas maneiras se retarda a entrega, sem
que possa attribuir-se a máo serviço do Correio o trans
torno, e prejuizo, que resultar dessa demora, a qual
já mais acontecerá trazendo todas as Cartas declaração
exacta do local onde se devem entregar.
# *§§ x +
- Telégrafo. — Serviço da Barra. — 30 de Janeiro.
|- Embarcações avistadas.
7 h. 2 m. 1 Escuna sem bandeira, a Oeste do Cabo do
Espichel: navega para o Sul.
12 h. 57 m. 2 Cahiques sem bandeira, a Oeste do Cabo
do Espichel: navegão para o Norte. * a Excellentissima Marqueza lhe ficou devendo alguma
2 h. 22 m. 1 Escuna sem bandeira, ao Sul do Cabo da
Roca. -
Embarcação sahida de S. Julião.
7 h. 48 m. 1 Paquete Inglez.
Idem, 31.
Hontem entrou 1 Hiate Portuguez, Triunfo , da Ilha
da Madeira, 11 dias, Officios, mala, e 7 passa
geiros, que são 2 proprietarios: 1 capellista, e 4
Irrulheres.
Hontem á noute entrou 1 Escuna Ingleza.
Embarcações avistadas.
8 h. 1 Bergantim sem bandeira. — 1 h., 47 m. 2 ditos
dito ao Sudueste do Cabo do Espichel : 1 navega
para o Norte.
4 h. 1 Bergantim sem bandeira a Oeste do Cabo da Roca.
Embarcação entrada em S. Julião.
4 h. 48 m. 1 Bergantim sem bandeira,
Embarcações sahidas de Belém.
8 h. 32 m. 1 Bergantim do Norte para o Rio de Janeiro.
10 h. 12 m. 1 Bergantim Inglez para Londres.
==
Publicações Litterarias. + de ferro, e huma fechadura grande de segredo para por
- Sahio á luz a Carta 14 de Não sei Quem, preço 40 rs.
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
[108]
Sahio á luz o N.° 8 da Contra-Mina , por Fr. For.
tunato de S. Boaventura. Este N.° vende-se por 30 réis
em Lisboa, Belém, e Coimbra nas lojas do costume,
-e tem por titulo Os Mações Financeiros. |-
a!
-
Annuncios. . .
No dia primeiro de Fevereiro do presente anno,
las onze horas da manhã, se ha de proceder n'Alfande
ga Grande, em observancia das Ordens de Sua Mages
tade Fidelissima ElRei Nosso Senhor, ao publico Lei
lão das Mercadorias que forão descarregadas das Prezas
Romulo, e 3eno; a saber: vinhos, aguas ardentes,
chá, pimenta, e cravo da India, para re-exportação,
sendo o seu despacho feito nas Repartições competen
tes: assucar, paças, queijos, manteiga, papel, fazen
das de linho e algodão, e alguns outros pequenos obje
ctos para consumo, sendo o despacho tambem expedi
do pelas competentes Repartições; o qual Leilão conti
nuará até sua conclusão nos dias immediatos, que não
forem impedidos.
Antonio Viçoso de Mello em resposta ao annuncio
da Gazeta de 27 de Janeiro N.° 23, de D. Roza Ma
ria de Jezus, viuva do Capitão Antonio José da Costa,
rendeiro das Commendas de S. Salvador das Varzcas
de Arouca, e S. Pedro de Coruche, declara que o dito
annuncio não he exacto, por quanto as ditas Commen
das forão arrendadas em Julho de 1824 pela Excellen
tissima Marqueza falecida em Abril de 1828, e por
conseguinte passárão as ditas Commendas para a Coroa,
e por Decreto de Sua Magestade de 22 de Julho de
1829 se fez Mercê nova á Excellentissima Maiqueza,
filha da Excellentissima Marqueza falecida, e se lhe
concedeo Alvará de Administração em 18 de Novembro
de 1829, e des de a nova Mercê ainda se não arrendá
•
1ão as Commendas, e por isso he inexacto que o Ex
celentissimo Marquez recebesse similhante somuna, e se
quantia a deve receber pelo Inventario da mesma, aon
de se deve habilitar, querendo: e outro sim declara
que pelos meios Judiciaes se vão pedir os rendimentos
das ditas sem
frutando Commendas á dita
titulo algum viuva, a qual as está des
legal. •
Manoel da Costa Mourão aviza a quem comprou cau
tellas do N.° 6889, as quei a trocar, por quanto hou
ve engano, e deve ser o seu N.° 6899.
Quem tiver direito ás propriedades abaixo nomeadas
dirija-se á travessa de S. Francisco de Paula N.° 32,
1.° andar, a casa de le Cocq.: primeira propriedade no
Campo de Ourique N.° 141 a 145 ; segunda proprieda
de no pateo do Saldanha N.° 1 a 5; terceira proprie
dade rua direita dos Anjos N.° 44 e 43, quarta propri
dade rua da Cruz a Santa Apollonia N.° 43 a 45 ; quin
ta propriedade Cáes dos Soldados N.° 34 e 35, e sexta
propriedade rua dos Anjos N.° 130 a 132.
Quem quizer comprar humas casas sitas na rua de
S. Francisco de Salles, Freguezia de S. Mamede, com
o N.° 17 F, dirija-se a seu dono Joaquim Francisco,
que assiste nas mesmas; pagão de foro 13600 rs., es
tão livres e desembaraçadas, e o seu rendimento annual
he de 100,3000 rs.
- Alexandre Valentim Coelho, mestre sarralheiro, na
rua dos Algibebes, N.° 25, tem para vender hum cofre
ta. que fecha com letras, e cadeados que tambem fe
chão da mesma sorte.
•
 NUM. 28.
GAZETA DE
—=>x@6">KG823-9ex<=-
QUARTA FEIRA, 2 DE FEVEREIRO.
Xpt->}}<>@#@$@$#<ec==
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTÍCIAS ESTRANGEIRAS.
FRANÇA.
Paris, 16 de Janeiro.
Em Bordéos se recebêrão por via de Nova- York car
tas do Mexico de 27 de Outubro, e de Vera Cruz do
1.° de Novembro. Nellas se confirma a noticia da der
rota do General Armijo. Para reparar este golpe levan
tou o Governo hum novo Exercito á cuja frente deverá
Inarchar o General Teran. A Provincia de Guanajuato
poz á disposição do Governo geral mil homens e 303
patacas. O Estado do Merico e os de Puebla e Vera
Cruz tambem oferecêrão o que poderão tanto em ho
mens como em dinheiro. Espera-se que esta guerra ci
vil, que he a decima sexta que tem havido des de que
rebentou a revolução do Mexico, termine depressa,
sem duvida para dar lugar a outra.
(Gazeta de Madrid.)
HESPANHA.
Canete (Cuenca), 9 de Janeiro.
D. Christovão Mattheus, cirurgião desta Cidade, ha
via cahido no estado de demencia no mez de Março do
anno anterior, em que tentou degolar-se com huma na
ºlha, e se ferio a si mesmo de tal modo, que foi ne
cessario ministrar-lhe a Santa Uncção. Julgou-se depois
que havia recuperado o juizo, porém no 1.° do corren
te mez, acomettido de hum novo accesso descarregou
na criada huma forte pancada com a mão de hum al
mofariz; aos clamores da ultima, aos de sua mulher e
de huma filha pequena que tinha, juntamente com as
Vozes furiosas do demente, acudírão varios visinhos, a
quem o mesmo acometteo com a maior raiva, e logo
depois fechou a porta da sua casa, ficando dentro com
a sua desgraçada familia.
Em tal conflicto, e temendo o que com efeito succe
deº, acudírão as Authoridades auxiliadas pelos Volun bandeira Americana com as estrellas para baixo, e es
tarios Realistas, e se tratou de arrombar a casa com o . perou que nos aproximassemos. Quando chegámos na
fim d'impedir a catástrofe. O furioso quiz defender a
estrada assomando a huma janella com hum machado;
mas a pezar do perigo conseguio entrar por alli hum so
brinho da mulher, que defendendo-se a si mesmo deo
Cºm hum páo na cabeça do furioso e o prostrou no chão.
Entrário logo os mais; mas que espectaculo tão lasti
ANNO 1831.
LISBOA.
A •>
moso se apresentou aos seus olhos! Virão mortas na co
zinha as infelizes mulher e filha pelas pancadas do fu
rioso marido e pai; este expirou dalli a pouco.
(Gazeta de Madrid.)
Barcelona, 14 de Janeiro.
Em consequencia de hum violento furacão foi derru
bada a cornija da Igreja Parroquial de Figueras com
o sino do relojo; tambem vierão a terra duas casas na
rua da Junqueira, sem que causasse outra desgraça este
acontecimento. Nos campos fez bastante damno o mes
mo furacão. | (Idem.)
Cadiz, 15 de Janeiro.
A 7 do corrente se publicou em Gibraltar hum edi
cto mandando formar hum mappa geral de todos os
habitantes daquella praça. Nelle se prescreve o modo
como deve formar-se, as Authoridades que o hão de
formar, e as penas em que hão de incorrer os que não
responderem com exactidão e verdade ás perguntas con
teúdas nos impressos que se distribuirão entre todos os
proprietarios de casas, lojas, armazens etc.
Por huma disposição do Ministro da Guerra em
França, se conduzio a Toulon e a Marselha grande
quantidade de trigo e farinha para bastecer aquellas duas
Cidades.
Por outra disposição do mesmo Ministro se augmen
tou a guarnição da Corsica até 63 conscriptos.
(D. Mercantil.)
Idem, 21.
Escrevem da Havana em data de 12 de Novembro:
» Levantamento com assassinio no mar alto. O Boston
Patriot de 4 d’Outubro refere o seguinte:
» O Capitão Jennings do Bergantim Mentor, chega
do hontem do Brazil, dá noticia do levantamento da
tripulação do Brigue Orbit, de Nova Vork, e da alei
vosa morte do seu Capitão HVoodbury.
» A 11 de Setembro, na latitude 13° 10' N. e Longi
tude occidental 45° 52', pelas 4 horas e meia da tarde
se avistou huma vela para a parte do S. E. Pelas 6 vi
rou de bordo na distancia de humas 10 milhas, içou
distancia de duas milhas do dito navio, mandou o seu
bote com tres homens (hum negro de Baltimore, outro
das Antilhas, e hum Italiano), que disserão que aquel
le vaso era o Brigue Orbit de Nova Vork, cujo falle
cido Capitão era Samuel M. HVoodbury, com 47 dias
de navegação de Axim na costa d'Africa, e com des
 feito] •

tino para Nova York. O natural das Antilhas que dis etc., parte das cartas dirigidas a varios commerciantes
se que fazia as vezes de piloto trouxe comsigo o regis dos Estados-Unidos, 403 patacas tomadas ao das
tro do Brigue, "###" dôs Mouros, os papeis da Antilhas, e seguir a nóssà derrota, pois era impossi
embarcação,—o Diario e dinheiro para pagar, o que vel conduzir ambos os Brigues a salvamento.
podessemos vender, e nos informou que o Capitão JKood » Pelas 8 horas e meia da noute mandamos no bote
bury havia falecido a 18 d'Agosto de febre da costa, os levantados para bordo do seu navio, sem lhes dar
que não havia a bordo quem entendesse de navegação; mos nenhum auxilio , e immediatamente seguimos a
que estavão escassos de viveres, que tinhão as velas rô nossa derrota, por ser mui fresca a briza de Leste NE.
tas sem ter a bordo com que as concertar; que o Bri » Depois que se foi o bote tirou Strike hum saquinho
gue fazia muita agua, e que a sua carga constava de de ouro em pó, e no-lo deo para que o guardassemos,
100 barricas d'azeite, de 1600 arrateis de marfim, e só é por ser a parte do ouro que lhe havia tocado. Disse-nos
de 23 patacas em dinheiro, e que tratavão de levar o de mais a mais, que tambem tinha deixado a bordo
Brigue a S. Thomás. - 900 patacas Hespanholas, que erão a sua parte da pra
» No diario que trazia o que fazia as vezes de Piloto ta. Se nos tivesse dado esta noticia no principio, teria
se lia o seguinte: = Agosto 10 de 1830, entre a meia mostratado de nos apoderar de toda a prata e ouro.
noute e huma hora morreo o Capitão JKoodbury em - Porém já então se achava o Brigue na distancia de 7
consequencia de grande febre da costa d'Africa, sem a 9 milhas para barlavento de nós, ou fóra de vista,
deixar nenhum Oficial a bordo, á vista do que a tri e por isso não nos seria possivel alcançallo aquella nou
pulação notou o tempo da sua morte, e todos assigná te. Strike e Bowen não quizerão voltar para bordo do
rão. Thomás (o seu signal) Bowen, Guilherme Strike, Orbit, dizendo que primeiro se lançarião ao mar, por
Thomás Collonet, José Gadet, José Antonio Demarais, que havia tres dias que se havia formado huma trama
José Marion (o seu signal) Coviel, Jacob (o seu signal) para assassinar os dous e mais outro, apenas avistassem
Bristol. = terra, o que confirmou o das Antilhas. Tinhão deixado
» Pelas 6 horas e meia da tarde nos prolongámos com na costa d'Africa os dous pilotos, e não havia nenhum
o Brigue, quando o Sobrecarga, o Contra Mestre, e a bordo.
hum da nossa tripulação forão a bordo, deixando o das » O Orbit he de humas 199 toneladas, foi construido
Antilhas a bordo do Mentor, e forão examinar o na em 1824 em Bath, segundo se collige do seu Registro,
vio, e ver em que estado se achava. Encontrárão nelle e pertencia ao Capitão JKoodbury e aos Srs. B. Aymar
doze pollegadas d'agua, as velas em máo estado, e sem e Companhia de Nova Vork.”
haver com que as remendar, e viveres para 20 dias. \ (D. Mercantil de Cadiz.)
Oferecêrão-lhes os nossos serviços para conduzir o Bri
gue a Nova Vork, ou a outro qualquer porto dos Es
tados-Unidos; mas o que fazia as vezes de Capitão não
os acceitou, allegando que a embarcação se não acha } Lisboa, 1 de Fevereiro.
va em estado de chegar aos Estados-Unidos, e que tra
tava de se dirigir a S. Thomás, e de alli a entregar ao /ariedades da especie humana.
Consul Americana. Perguntou-se-lhe se sabia nautica,
e respondeo que sim; tornou-se-lhe a perguntar que ru He indubitavel que todo o genero humano, ainda
mo devia seguir para ir S. Thomás e respondeo o SO. que espalhado sobre o globo, nasceo de hum primeiro
quando o que devia seguir era O NO + O. Isto excitou tronco; com tudo a influencia do clima, civilisação,
algumas suspeitas, e tendo hum individuo da tripula Governo, e modo de viver, tem creado sensivel diversi
ção, Irlandez, por nome Strike, manifestado desejo dade na côr, na fórma, e na estatura dos homens. Os
de hir no bote ao Mentor, e adiantando-se para esse çonfins de hum rio, a intervenção de hum monte, o
fim, se lhe mandou que ficasse a bordo ainda que disse costume, a casualidade, e a moda, podem ás vezes
que hia buscar tabaco. Todos os do Brigue insistírão causar gradações de diferença que até o mais inculto
em que não fosse, e como o tempo estivesse nebuloso e indagador he capaz de conhecer. #ia outra parte, a dila
escuro, voltou o bote logo ao Mentor, e apenas havia tada communicação pode assimilhar gradualmente duas
o Irlandea chegado a bordo voluntariamente confessou nações até que se torna quasi imperceptivel a diferença
o mesmo que Mr. Bowen, que o Capitão Woodbury entre ambas. Ha no entanto certos caracteres de distinc
ção conta,
havia sido barbaramente assassinado a 18 de Agosto por em entre a e mesma especie,
o filosofo que o naturalista deve ter
explicar. • •

José Antonio Demarais, que então fazia as vezes de

## entre a meia noute e huma hora, em quanto Contemplando a especie humana em hum extensivo
oodbury estava dormindo sobre o gallinheiro de esti ponto de vista, parece não haverem mais de cinco ou
bordo, dando-lhe tres pancadas com o machado do seis variedades suficientemente distinctas para consti
cozinheiro, e duas ou tres facadas, depois do que o tuirem familias. Em todos os climas o homem conserva
errojárão ao mar. -
a sua attitude erecta, e a natural superioridade da sua
» Então Demarais foi á proa e chamou para cima da fórma. Nada ha na sua figura ou faculdades que desi
coberta a guarda do Capitão. Todos obedecêrão menos gne origem differente, e outras causas ligadas com o
Strike a quem mandárão que ficasse em baixo, mas de clima, paiz, costumes, e leis, apresentão bastante mo
pois o fizerão subir á coberta e Demarais o levou de tivo da mudança que tem produzido.
rastos á pôpa, o espancou, disse-lhe que havia assas As regiões polares apresentão a primeira raça distin
sinado o Capitão, e mandou, que estivesse em cima cta de homens. Os Laponios, Indios Esquimaos, Tar
da coberta, pois se fosse para baixo lhe partiria a ca taros Samoidas, os habitantes de Nova Zembla, da
beça. - Groenlandia, e de Kamtschatca, podem considerar-se
. … Apenas Strike e Bowen fizerão esta confissão, se como formando huma raça de homens geralmente si
pozerão em ferros o Italiano e o das Antilhas, os quaes milhantes na estatura, na côr, nos habitos, e em seus
declarárão que a confissão dos mencionados cra caracta progressos.
, º Sendo já noute, o tempo borrascoso, não tendo bas Nascidos em hum clima rigoroso, limitados a ali
tantes viveres para todos, não havendo com que con mentos particulares, e sugeitos a numerosas privações,
certar as vélas, e não tendo gente suficiente para a tri parece que o seu entendimento e o seu corpo não tem
Pulação de ambos os navios, julgámos prudente man tido lugar para o proprio desenvolvimento. O frio ex
dar os levantados para o seu navio, ficando a nossos cessivo tem produzido quasi o inesuno efeito na sua côr,
bordo Bowen e Strike, os papeis do Brigue, o Diario. que o excessivo calor, tem causado nos habitantes das
 # [111]
regiões dos tropicos: são geralmente de huma côr par - roso seguir a pilhagem como vocação huma vez que se
da muito escura, aproximando-se ao preto. D'estatura -ja exercida contra huma tribu diferente da sua.
diminutiva e mal configurada, he tão repugnante o seu Os homens tem pouca barba e todos cortão o cabel
aspeeto quanto são barbaras suas maneiras. Tem o ros -lo da cabeça á excepção de huma porção que deixão
to grande e largo, o nariz chato e curto, os olhos par crescer na parte mais elevada de que fazem tranças
dos raiados de amarello, as faces salientes, os beiços compridas. O sexo feminino, posto que raras vezes do
grossos, a voz efeminada, o cabello preto e lizo. Os -tado de belleza, se empenha no ornato do cabello, que
mais altos não excedem a cinco pés de altura, e mui guarnece com pequenos bocados de cobre, e outros or
tos não tem mais de quatro. Entre aquelles povos he natos similhantes.
quasi desconhecida a feminina formosura; e pouca dif Apezar da differença que ha nas maneiras e costumes
ferença se descobre na externa apparencia dos dous dos povos da China e do Japão, são claramente de ori
SeXOS. gem Tártara. As feições são geralmente as mesmas; e
Porém não he certamente só na desformidade, na se podem satisfactoriamente explicar as variações na
pequenhez da estatura, na côr, e na delineação das côr, estatura e habitos pelos principios do clima, ali
mento e politicas instituições. •

feições, que os habitantes das regiões polares mutua

mente se assemelhão. Tambem ha notavel conformida
de nas suas maneiras, propensão e habitual ignorancia.
Certamente manifestão alguma actividade e resolução
na caça; mas parecem incapazes de grandes esforços
intellectuaes ou corpóreos, excepto quando o seu enge
nho he estimulado pela necessidade, ou quando inevi
taveis dificuldades exigem o momentaneo exercicio do
valor para as superar.
* A respeito da sua moral tem todas as virtudes da sim
plieidade, e os vieios da ignorancia. No entanto, a
Providencia ao passo que lhes negou tantos bens essen
ciaes que as nações dos climas temperados gozão, lhes
deo o contentamento como indemnisação de tantas pri
vações. Foi mão de si elevado conceito, e até se diz que
costumão aliviar o tedio das suas reuniões pondo a ri
diculo as maneiras e costumes dos Europeos. Abominão
a guerra; e apezar de se haverem feito algumas tenta
tivas para os disciplinar militarmente, e chamallos á
campanha, até agora tem sido frustrados similhantes
esforços.
A medida que nos aproximamos ao polo Arcti
co parece que a especie humana vai diminuindo na
sua energia, e na importancia do seu caracter, até
chegarmos a essas apartadas latitudes, que vedão a
vida racional e talvez a animal. No entanto as gra
dações alli mesmo varião quasi imperceptivelmente; nos
confins meridionaes daquelles paizes achamos povos
de elevada estatura , e de mais nobre configuração,
os quaes comparados com os das partes septemtrio
naes manifestão notavel contraste, e provão a pas
mosa influencia do clima em tudo quanto vive e res
pira.
A segunda grande variedade existente na especie hu
mana parece ser a raça dos Tartaros, de que he Pro
vavel, que originalmente descendessem os habitantes
das regiões do Norte. A Tartaria na sua commum
significação abrange consideravel parte da Asia, e por
consequencia he povoada de habitantes de mui diferen
tes fórmas e complecções; ha no entanto certas feições
principaes, que distinguem toda aquella raça dos po
vos de outro qualquer paiz.
Todos tem a parte superior do rosto mui larga, e
brevemente se torna rugosa; a parte inferior he estreita
e ponte-aguda na barba; os olhos são pequenos, e mui
apartados hum do outro: o nariz curto e chato, as fa
ces salientes, as sobrancelhas grossas, o cabello preto,
e a côr parda. São geralmente de estatura mediana,
fortes, robustos, e sadíos. Algumas tribus poderão ser
comparativamente formosas, mas segundo as nossas idéas
da formusura, todos estão muito longe de merecer es
sa denominação; e os Calmucos, por exemplo, não só
são feios mas até mesmo horrendos.
Apezar de se acharem largamente espalhados, estão
cs Tartaros costumados a huma vida errante, e habi
tão em barracas. Alimentão-se pela maior parte com
carne de cavallo e peixe secco. A sua principal riqueza
consiste nos cavallos, em cujo manejo e cuidado em
Pregão grande parte do tempo; não considerão indeco
Na classe dos Tártaros primitivos podemos incluir os
naturaes da Cochin-China, Siam, e Tonquim ; e os
de Arracan, Laos e Pegú ; pois todos estes manifestão
a mesma origem.
Os Asiaticos meridionaes constituem a terceira varie
dade da especie humana. Os indigenas da Peninsula
Indiana (cujos descendentes segundo os viajantes mo
dernos mais exactos e intelligentes, parece que se apo
derárão em desconhecidas épocas, e por meios casuaes,
das numerosas ilhas que se achão espalhadas pelo ocea
no Indiano, ) facilmente se podem distinguir dos seus
vizinhos septemtrionaes. Na estatura e nas feições tem
notavelmente similhança com os Européos ; são delga
dos e de elegante figura; tem o cabello comprido, lizo
e preto, e muitas vezes o nariz aquilino. A côr, segun -
do a diversidade do clima, varía do pardo até o preto;
no entanto Mogol significa na lingua oriental Homeus
branco.
As mulheres são de mui delicada figura, mas tem
quasi a mesma complecção que os homens. Cedo che
gão á idade madura; a sua formusura sofre muito pe
lo estrago do tempo logo que chegão a contar trinta
annos d'idade.
Huma indole effeminada e a falta das qualidades mi
litares, tem ha longo tempo caracterizado varios povos
do Oriente; e por isso tem sido subjugados pelas nações
bellicosas que tiverão a resolução de os invadir. Os seus
costumes partecipão do calor e relaxação que produz o
seu clima; são indolentes, sensuaes, e esquivão-se ao
trabalho da reflexão.
Muitas tribus do Oriente não se alimentão com cou
sa alguma que tenha tido vida, manifestando humilde
repugnancia em ofender o mais pequeno insecto. Isto
nasce da sua crença da transmigração das almas; dou
trina favorita de Pythagoras, a qual tem no decurso de
muitos seculos prevalecido naquella parte do mundo.
O alimento usual dos habitadores da India he arroz;
a sua bebida, agua pura. Trajão com seda e algodão,
e afectão porte grave; mas isto antes he consequencia
da falta de animação, do que indicação alguma de su
perioridade intellectual.
- Os Persas e Arabes podem ser colocados na terceira
classe; que incluindo os habitantes das ilhas espalhadas
no Oceano Oriental, fórma avultada parte da popula
ção do globo.
Os negros d'Africa formão huma bem definida e no
tavel variedade da especie humana, que se pode deno
minar a quarta. Esta raça se acha espalhada em toda
a parte da Africa meridional; e apezar de haverem cer
tas gradações de diferença relativamente á côr e ás fei
gões, todas se podem appropriadamente incluir no mes
mo quadro. Da mesma sorte que acontece entre os Eu
ropéos encontramos na raça dos negros alguns que tem
melhor apparencia do que outros; no entanto todos tem
a côr preta, a pelle macía, o cabello crespo, o nariz
curto e chato, os beiços grossos e salientes, e os dentes
alvos como o marfim. O engenho dos negros he geral
mente limitado; são indolentes, e muitas vezes propen
 [112]
-sos para o mal; possuem poucas qualidades que desa os homens a côr branca não só he a mais bella mas
fiem a attenção; no entanto são muito sensiveis e ca tambem a mais expressiva; neste caso a fisionomia he
pazes d'igual violencia no afecto e no rancor. A Reli hum véo transparente da alma, atravez do qual se póde
gião, a razão, e a humanidade nos obrigão a tratal vêr sem necessidade de verbal expressão a mais leve som
dos com brandura quando se º achão sugeitos ao nosso bra das paixões, e a minima alteração da saude: ao
poder. passo que a côr dos negros Africanos, ou a côr fusca dos
Entre os Africanos se encontrão ás vezes certos ho Asiaticos, torna o rosto huma imagem menos destincta
-mens de côr muito branca denominados Albinos, mas da alma, ou das corporeas afecções.
estes se achão tão longe de formar huma raça distincta A estatura depende totalmente do clima, do alimen
como entre nós as pessoas marcadas pelas bexigas. to, e de outras causas locaes. Nas regiões agrestes on
Encontramos a quinta variedade da especie humana de he mais abundante o alimento, com maior perfei
entre os primitivos Americanos, tão diferentes na côr ção se desenvolve a estructura humana. Perto do Equa
como no lugar onde residem, dos povos do resto do dor e nos Polos diminue da altura regular, quer pela
mundo. Os Americanos em geral, (excepto na parte intensidade do frio, quer pela vehetnencia do calor. O
do Norte entre os Esquimáos, que se assemelhão aos clima e o paiz tem pois a mais poderosa influencia na
habitadores da Laponia) são de huma côr de cobre diminuição da estatura do homem. Até no mesmo paiz
avermelhado; mas com menos variação do que se pode se nota, que os habitantes dos valles são mais altos do
ria esperar em tal diversidade de clima. Todos tem o que os dos montes. (Mavor.)
cabello escuro e lizo, pouco cabello na barba, nariz
#
chato, faces salientes, e olhos pequenos. Entre algu *—* $$ *
mas tribus da America se produz a desformidade com
idéa da belleza; para este fim pintão o corpo e o rosto Telégrafo. — Serviço da Barra. — 1 de Fevereiro.
de hum modo verdadeiramente medonho se a este res
peito ajuizassemos pelas regras do bom gosto ou manei O Bergantim sem bandeira que entrou bontem, he In
ras da Europa. glez. —Hontem á noute entrou 1 Bergantim Bra
Os Indios Americanos não só são inferiores na força zileiro, Joaninha, do Pará, 69 dias: hia para o
ás nações Européas, porém pusillamines ou pelo menos Havre de Grace, e vem arribado.
indolentes em encarar o perigo; mas apenas descobrem Embarcações avistadas.
que este he inevitavel, logo se desperta no maior gráo 7 h.4 m. 1 Bergantim sem bandeira, 1 Escuna dito,
o valor que possuem ; e são capazes de sofrer e infligir e 1 Cahique dito, a Oeste do Cabo da Roca: o
os mais crueis tormentos que a sua ferocidade pode in Cahique navega para o Norte.
ventar. Alguns manifestão muita gravidade postos que 2 h. 55 m. 1 Escuna sem bandeira, e l Cahique dito,
destituidos de applicação intellectual; á medida da sua ao Sudoeste do Cabo do Espichel: navegão para
o Norte. *
crueldade para com o adversario vencido, he a sua be
nevolencia para com os da sua propria tribu. 4 h. 28 m. 1 Galiota sem bandeira, ao Sul do Cabo
A sexta e ultima grande divisão da especie humana e da Roca.
a mais elevada na escala dos seres intelligentes, abran
ge os Européos e os de origem Européa ; entre os
quaes se podem classificar os habitantes da Georgia, Annuncios.
da Circassia, da Mingrelia, da Asia Menor, e das
partes setemptrionaes da Africa, assim como dos pai Achão-se correndo os trinta dias d'editos , de huma
zes, que ficão para a parte do Noroeste do Mar Cas propriedade de casas na rua direita da Boa Vista N."
pio. - 8 a 11, de muito boa construcção, pagão de foro 13200
He natural que os habitantes de paizes tão dilatados e réis, tem laudemio de quarentena, e isto por *#
tão largamente separados diffirão muito huns dos ou que a seu dono move Joaquim José Rodrigues; he Es
tros; mas ha em geral singular similhança na belleza crivão da execução Lemos, e da arrematação Couto: e
da sua compleição, na symetria do corpo, e na exten adverte-se que esta semana se arrematão.
são da sua capacidade. As artes que apenas são par Na tarde do dia 7 de Fevereiro, se ha de arrematar
cialmente praticadas em outros paizes, ou pouco co na praça do Depozito Geral, huma propriedade de
nhecidas, são na Europa levadas ao maior auge de casas, com seu quintal, no largo de S. Thiago, N."
perfeição; entre os naturaes dos paizes de que agora 6 e 7, avaliadas na quantia de 4003000 rs., e se ar
tratamos se encontrão os mais elevados dotes do enten rematão com o abatimento da quinta parte do dito va
dimento, as mais bellas virtudes do coração , e tudo lor, e he Escrivão Couto.
quanto póde ornar a natureza humana. Segunda feira, 7 de Fevereiro, na praça publica dos
Em alguma das classes que temos ennumerado se leilões se hão de arrematar com o abatimento da quin
podem incluir os povos de todos os paizes; á medida ta parte do seu valor os bens seguintes: humas casas
que as nações tem sido menos visitadas palos estra I}{l} F#.
de S. Silvestre de Unhos, avaliadas em
nhos, ou conservado menos relação com o resto do ge 3303000 rs., rendimento em 333600 rs., foro 600 rs.:
nero humano, em seu aspecto e maneiras achamos mais outras casas ahi com seu quintal avaliadas em 603000
vivamente impressos alguns dos caracteres referidos. Pe rs., rendem 63000 rs.; outras casas ahi avaliadas em
lo contrario nas partes do globo onde o commercio tem 723000 rs., rendem 73200 rs.; huma vinha chamada
ha longo tempo florecido, ou que tem estado expostas a Fonte de João Vivez, avaliada em 400,3000 rs., ren
a frequentes invasões, as raças geralmente parecem dimento 333600 rs., foro 13333 rs., foreiro á Casa de
amalgamadas, e talvez se não possão classificar debai Bragança em 93666 rs.; huma fazenda chamada o Po
xo de nenhuma variedade particular, por isso que de çinho, avaliada em 963000 rs., rende 63000 rs., foro
algum modo partecipão de todas. duas canadas de azeite e huma gallinha: he Escrivão da
He innegavel, que de todas as côres que diversificão arrematação Negreiros.
= =
"# • = ==>

LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA.

 …
* ** * NUM. 29.
•
|-
9-<>>=-
GazETA DE Lisboa. —=>>>#23:<<<<<=
QUINTA FEIRA, 3 DE FEVEREIRO.
/
>>6<>$3<>$:G353=9ex
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
PRUSSIA.
}Yesel, 9 de Janeiro.
O nosso Governo continúa os seus preparativos de
guerra com grande actividade. Em nenhuma parte se
fazem os armamentos como aqui, por que todos apre
cião e respeitão as intenções de S. M. Prussiana. Esta
praça já apresenta o mesmo aspecto, que no tempo da
guerra. A Cidade está cheia de tropas; os artilheiros
e mais corpos se estão exercitando com grande activida
de no manejo das respectivas armas; incessantemente
se trabalha no reparo das fortificações. Correm vozes
de que huma Divisão de tropas Prussianas marchará
immediatamente para reforçar a guarnição da praça de
Landau. (Correspondente de Hamburgo)
HOLLANDA.
Haia, 6 de Janeiro.
O nosso Diário de Hollanda publica hoje o seguinte
àItigo :
#㺠a começar as hostilidades. Isto sem duvi
da he fortuna; porque des de este momento já nada
tem que esperar os Belgas senão o que os successos da
guerra nos possão obrigar a conceder-lhes: a diploma
cia nada obteve de nós. Eis-aqui o mais essencial; que
º Congresso de Londres, ou o Ministro dos Negocios
Estrangeiros de França tenhão levianamente pronuncia
do sobre a livre navegação do Escalda, nem por isso
he o rio mais livre, porque nós de ninguem recebemos
ordens. A Hollanda se tem mostrado como devia, e
em seu Governo se observa muita energía.
» Ufanos, com a justiça da nossa causa preferimos os
successos da guerra a concessões que se obtivessem pela
fraqueza. Muito bem: pegaremos em armas, e ficará
salva a nossa dignidade. Chamão-nos ao combate; ire
mos, e responderemos com as armas. Mais honorifica
será para nós huma derrota do que o havermos feito
huma concessão.» (Gazeta de Madrid.)
FRANÇA.
París, 16 de Janeiro.
Na Gazeta de Posen se lê o seguinte:
•
ANNo 1831. ",
.73. "
» Os commerciantes de Petersburgo e Moscow poze
rão á disposição do Imperador Nicoláo dezoito milhões
de rublos de prata. Os Estados do Ducado da Curlan
dia declarárão, que estavão promptos a ministrar ao Ex
ercito do Feld Marechal Diebitsch 123 trilhos com as
suas competentes cavalgaduras para o transporte das
tropas.» |-
Escrevem de Turim ao Percursor de Lyão o se
guinte:
» A todos os Regimentos de Cavallaria se augmentou
hum Esquadrão; as Brigadas de Infanteria se comple
tárão e se pozerão no pé de guerra; de modo que no
fim do mez o Exercito Sardo terá 65,3 homens. Estão
se organizando hospitaes militares, e se nomeárão 14
Generaes, e igual numero de Tenentes Generaes. Tam
bem se vão nomear 30 Oficiaes de artilheria, para o
que se admittirá a exame todo aquelle que se apre
sentar , quer seja militar , quer seja alumno da aca
demia.
” Sahio hontem para Saboya huma bateria completa
d'artilheria , e dentro de poucos dias sahiráõ outras.
Dizem que o Barão de La Tour, Ministro dos Nego
cios Estrangeiros, tomará o mando em chefe das tropas
Sardas em Saboya, cujo numero subirá a 103 homens
Tambem se diz que o Regimento de Saboya, que cons
ta de 6,3 homens, deve sahir para Niza, para onde es
tão a caminho alguns Esquadrões de Cavallaria. Deo
se ordem para se fazerem 203 barracas de campanha.
º Domingo, 19 de Dezembro ultimo, prestou jura
mento de fidelidade o Regimento de Saboya na Igreja
ehamada dos Jesuitas, depois de o seu Coronel lhes ha
ver dirigido huma allocução.»
Em Moguncia se espalhou a noticia de que o Rei de
Baviera cedera a praça de Landau á Confederação Ger
manica , cujas tropas a occuparão immediatamente,
Diz-se que se fizera esta cessão pela influencia de duas
grandes Potencias. Deve notar-se que a dita praça uni
camente dista 15 leguas de Strasburgo.
(Gazeta de Madrid.)
Grande parte das tropas que se achão em Argel vol
tão á França; os Regimentos que ficarão naquella Co
lonia são os Numeros 20, 21, 28, e 30 de linha, com
os corpos de artilheria e de engenheiros, que são os que
forão designados á sorte. O Regimento 17 será o pri
meiro que chegará a França.
(Mensageiro de Marselha.)
O Verdadeiro Patriota, # Orangista de Bru
arellas, assegura que o Rei de Baviera havia declarado
ue nunca havia de consintir na eleição de seu filho pa
ra Rei da Belgica, sem ter antes o beneplacito da ca
sa de Nassau, -

Idem, 19.
Praça do commercio no dia de hontem. Cinco por 100
consolidados 93 f. 70 c. Acções do Banco 1616. Em
prestimo Real da Hespanha 604. Renda perpetua de
idem 46 }.
Annuncião, diz hum periodico, que o General Ctau
sel havia chegado a Marselha, e que entrara no Laza
reto. Accrescentão que o Governo o destina para o coun
mando de hum acampamento de 100,5 homens, que se
vai formar nas fronteiras da Saboya. , - º
Hum Chefe antigo de Chouanes, chamado Terrier e
por sobre-nome Coração de Leão, se apresentou no des
tricto de Chateaubriand acompanhado de 12 homens;
todos com o laço branco. (Diario do Commercio.)
Toulosa, 22 de Janeiro.
- A população desta Cidade deo hontem huma rele
vante prova do espirito religioso de que está animada.
Nenhum signal externo annunciava a triste recordação
de 21 de Janeiro (a morte de Luiz XVI); e até mes
mo em mudecêrão os sinos das nossas Igrejas. Não ob
stante, achando-se viva a memoria em todos os cora
ções, logo se manifestou acudindo todos os habitantes
espontaneamente á Igreja, onde se celebrou hum_so
lemne anniversario pelo descanso do Rei Martyr. Esta
funcção funebre foi disposta pelos alumnos do curso de
leis, reunidos a outros mancebos em numero de huns
13200. Mr. Vacquier, Conego, e Cavalleiro de S. Luiz,
celebrou a Missa. (Memorial de Toulosa.)
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 14 de Janeiro. * *** *
•
Em Dublin se comettêrão grandes desordens.. Huma
multidão de jornaleiros, pela maior parte dos que tra
balhão nas fabricas, armados com pistolas e outras ar nos tempos: entre esses escriptores he innegavel que Mr.
Inas, tumultuariamente se reunírão nas immediações dosde Bonald occuppa hum dos lugares mais conspicuos
moínhos de Mr. Macdonnell, situados em pequena dis" . na escala da intelligencia humana; e por isso nos te
tancia de Dublin, e dando assalto fizerão as maquinas
em pedaços: como ha perto daquelles outros moinhos
estão seus donos muito assustados.
Os partidos, diz o Globe, tirárão a mascara na Ir
londa, e por isso he impossivel prever como acabarão
estas cousas. A Irlanda está exposta a huma guerra ci
vil, por que se os partidarios de O'Connell fomentão
com ardor a agitação, os Irlandezes oppostos ao sys
tema da anti-união pedem ao Governo que se valha
com toda a energia da sua authoridade. O partido oran
gista pede que se sanccione huma lei declarando réo de
alta traição (Guilty of high treason) todo e qualquer
que recommende ou se empenhe em reproduzir o pare
cer da anti-união. Outros, mais moderados só pedem
que se suspenda o habeas corpus. •
- O periodico Globe annuncia, que estão agora traba
lhando com muita pressa as fabricas de armas em In
glaterra na construcção de muitos milhares d'espingar
das, por que a França pedio 500,5; a Russia 600%,
e 3003 a Prussia, formando hum total de 1.4603,
que avaliadas pelo custo ordinario devem produzir hum
milhão e meio de libras esterlinas, isto he 37,500$
francos.
*—+$$ *———» ,, , ….. …
Lisboa, 2 de Fevereiro. , ,
• Litteratura.
Os estragos causados pelo delirio da revolução de
1792 devião patentear a alguns povos os Perigos e hor»
[114]
*
rores das desorganizadoras theorias politicas. Depois
dos acontecimentos daquella terrivel e luctuosa época
dir-se-hia, que a Europa e o mundo não carecião de
nova lição, por isso que aquella era mais que suficien
te para arredar para sempre os incautos da vareda ter
rivel, e que os que havião visto os seus principios, e
examinado bem as suas consequencias não precisavão
de novos exemplos, que lhes ensinassem a trilhar melhor
caminho, ou a considerar como unicamente seguro
aquelle em que nossos maiores achárão osocego, a pro
speridade, e a grandeza. Determinou a Providencia em
seus insondaveis conselhos o contrario, e óutra vez agi
tou o Monstro da revolução o seu horrivel facho em
varios pontos da Europa; não obstante, no meio de
tantos males, reina a tranquillidade e a boa ordem nos
paizes onde permanece illeza a fidelidade ás antigas in
stituições, ao passo que a perturbação, o susto, a des
ordem, a devastação, e a iniquidade he a partilha da
quelles onde a insubordinação e a revolta levantárão
o seu estandarte. Este unico facto que hoje se patentea
com tão evidentes caracteres, he o mais concludente
argumento a favor dos bons contra os perniciosos prin
cipios; he huma victoriosa prova da feliz sorte reserva
da aos povos fieis aos seus deveres, e submissos aos seus
Legitimos Reis; assim como o be do lastimoso destino
que aguarda os que levados d'insano orgulho substituem
as opiniões individuaes á experiencia dos seculos, e aos
solidos principios da verdadeira ordem constitutiva da
bem organizada sociedade. Mas se os males que tem
afligido e continuão a afligir tantos paizes são em gran
de parte devidos aos escriptos, que setornárão vehiculo
de iniquas doutrinas, he justo que pela propagação dos
bons escriptos, se contrarie ou diminua o efeito que os
primeiros produzírão no meio da sociedade; pois entre
* **
huns e outros ha exactamente a mesma diferença que
se nota entre o antidoto e o venêno. He para apresen
tarmos o primeiro, que temos procurado constantemen
te dar lugar nesta folha a varios artigos de litteratura
traçados pela penna de escriptores cujos nomes se achão
com razão consignados na historia litteraria dos moder
mos dado em diferentes occasiões ao trabalho de fazer
selecção das suas maximas que entendemos ter mais ap
propriada publicidade na época presente,
Levando em vista o mesmo fim julgamos prestar aos
amantes da boa ordem e da Legitimidade hum relevan
te serviço, reproduzindo alguns artigos traçados pela
habil penna de outro escriptor, que já em 1793 mere
ceo attenção e conceito pelo empenho e solidos racio
cinios com que defendeo a causa da Realeza contra os
ataques dos jurados inimigos dos Thronos. Fallamos do
Conde de Ayala, que na sua obra intitulada Da Liber
dade e Igualdade dos Homens e dos Cidadãos (impres
sa em Turim no anno 1793) plenamente mostrou o pe
rigo de hum e outro principio na sua applicação á socieda
de civil, rematando a mesma obra com varias considera
ções sobre alguns dos novos dogmas politicos. «Não se
trata hoje, diz elle, do interesse deste ou daquelle Es
tado; trata-se do repouso e segurança de todos; tra
ta-se de salvar os povos. Essas maximas desconhecidas
nos seculos passados, essas doutrinas pestíferas que sa
hírão do seio de huma Assembléa usurpadora, que se não
soube respeitar, nem dar a si mesma valor algum ,
ameação todos os paizes da Europa, como se os desas
tres e, as calamidades que huma das mais poderosas e
mais bellas Monarquias acaba de experimentar, não
fossem o simples ensaio da execravel malicia desses ho
mens, que tendo roubado todos os poderes ao seu Legi
tino Soberano, fazem agora os maiores esforços para
abysmar nas mesmas calamidades os outros povos. A
Religião, a boa ordem social, que tem reciproca e ne
 [ 115 ]
cessaria dependencia, a submissão ás leis, o respeito ás
authoridades estabelecidas, o amor do justo e decoroso,
a contemplação devida ás Potencias estrangeiras, os
principios de lealdade e boa fé, as obrigações sagradas
e solemnes, tudo calcárão aos pés com huma audacia,
com huma temeridade de que os annues do mundo não
oferecem exemplo. No entanto o que nos parece mais
singular he, que os facciosos, desfarçados em legisla
dores, nem sequer salvárão os direitos do homem, cuja
defeza tem servido de pretexto a todos os seus attenta
dos. Eis a razão por que a causa da Monarquia se tem
tornado a causa de todos os Estados.— Todos os Thro
nos perigão por causa desse espirito revolucionario mais
temível ainda do que todos os flagellos da natureza;
todos os Governos tato bem perigão, pois muito se em!
ganão as mesmas, republicas, se imaginão que os dog
mas prégados pelos chamados legisladores, e pelos
seus vis escravos, nada tem de contrario á sua segu
tança e existencia. Convencido por huma longa se
rie de acontecimentos, pelas consequencias que se de
duzem dos principios artificiosamente espalhados, que
não ha Governo que possa estar a salvo das tenta
tivas e dos esforços combinados da impiedade e da
revolta, exhortainos a vigilancia de todos, em quanto
ainda he tempo etc. — As minhas averiguações limitar
se-hão á Liberdade e á Igualdade dos homens, essas
duas columnas sobre que descança a maquina enorme
da nova Constituição, que he aos olhos dos seus autho
res a obra prima de todas as fórmas de Governo que a
Politica tem conhecido até agora. Dirão talvez, que
pretendo aviltar a Liberdade, ou lançar a ridiculo so
bre a Igualdade dos homens; mas eu só direi, em mi
nha propria justificação, que a liberdade estabelecida
na Constituição não he a liberdade que procurão os ho
mens sensatos, e que desejão em geral as pessoas de
bem; essa liberdade só tende pela sua natureza á mais
perigosa licença; que ainda quando ella fosse boa em
theoría, não o seria na pratica, e que a classe mais
numerosa e por isso a mais temivel para os particulares,
deve infallivehmente abusar dessa liberdade em detrimen
to da classe mais circumspecta e mais fraca. Sustenta
rei, que essa igualdade dos homens considerada no senti
do que lhe dão hoje em dia, he contraria á boa ordem
social, absurda em seu principio, e immoral na sua ap
plicação; sendo objecto d'admiração para os enthusias
ias, apenas oferece idéas pueris aos olhos do homem
cordató. Ainda quando admittissemos que similhante
fantasina possue o prestigio que lhe attribuem , os
filosofos, entendemos que muito imprudente fôra dar
lhe consistencia e fixalla como baze para as leis funda
mentaes de huma nação immensa; além do que os de
fensores da igualdade só tiverão em vista o total trans
torno da boa ordem , e o odioso reinado de horri
vel anarquia, que por certo ainda não chegou ao seu
fim.
"Sei que ha filosofos que condemnão á escravidão os
que não discorrem como elles; o seu procedimento nes
ta parte não tem relação com o systema da liberdade e
da igualdade dos homens; tão pouco he o efeito do
exercício dos direitos que a sua Constituição diz que as
segura a todos os membros da sociedade; he manifesta
violação do Decreto em virtude do qual º ninguem de
ve ser molestado pelas suas opiniões, huma vez que a
sua manifestação
lecida pela lei.» não perturba a ordem publica estabe
• • -
º He assim que os preconizadores dessa Liberdade só a
sustentão á medida que ella póde assegurar os seus proje*
ctos; mas a final só pretendem estabelecer o mais ty
ramnico de todos os regimes, forçanda - ao silencio os
que a intima
os novos convicção
dogmas provoca a erguer a voz contra
politicos. • -
"— A ausencia de huma necessidade irresistivel, quer
absoluta, quer relativa, reunida á ausencia do contran
gimento; fórma por assim dizer, o primeiro embryão
da liberdade. O poder de obrar, ou de não obrar sem
constrangimento, e sem necessidade, essencialmente con
stitue a liberdade huma vez que se não trata de determi
nar o ente a quem ela pertence. Esta especi de liber
dade não pertence exclusivamente ao homem; póde-se
attribuir a todos os seres animados, que gozão deste
bem toda a vez que se não achão tolhidos, ou encar
cerados. A idéa pois da liberdade, em geral, indepen
dentemente dos seres diversos, e da sua diferente
posição , he extensiva na ordem das cousas a tudo
quanto tem vida. Concebo que hum passaro remonte
livremente aos ares; que hum Leão corra livremente
pelos bosques; mas eu não posso comprehender de que
modo huma balla parta livremente de huma peça d'ar
tilheria; tudo quanto vejo neste ultimo caso he neces
sario; mas eu vejo alguma liberdade no primeiro sem
querer deter-me na averiguação se o passaro tem ou
não huma vontade como eu.
» Se reflicto sobre os meus proprios pensamentos e
sobre as minhas acções, conheço que ha em mim mes
mo a faculdade de obrar pela reflexão, e pela prefe
rencia; huma faculdade livre de todo e qualquer impul
so violento ou invencivel, quer interno, quer externo;
e então formo idéa da liberdade natural de hum ente
rasoavel. O que he pois essa liberdade! He a faculda
de de obrar sem constrangimento por meio da reflexão
e da preferencia. "
» Parece-me dificil definir melhor esta especie de li
berdade, que nos deo a natureza. A idéa da liberdade
envolve por tanto necessariamente a idéa da reflexão e
da escolha; por isso que lie indubitavel, que a reflexão
e a escolha sempre precedem o exercicio della; enten
do ser impossivel, que se possa formar idéa de hum
agente livre, se ele não reflecte, se não escolhe á sua
voutade. Esta faculdade se exerce tanto relativamente
aos bens como a respeito do bem e do mal, que se
apresenta ao nosso entendimento,
* Quando defendo a liberdade dos agentes rasoaveis
no sentido que acabo de fixar, estou bem longe de ne
gar a força dos objectos que nos cercão, a dos motivos
que nos movem e nos dirigem, ou o impulso das molas
invisiveis e occultas que influem em nós. Os que imagi
não que o homem pode obrar sem razão e sem motivo,
não considerão que lhe mudão a natureza: dizer que a
liberdade exclue os motivos de proceder he o mesmo
que querer que ela exclua a razão; o homem por ser
livre não deixa de ser rasoavel, e cumpre que elle obre na
conformidade de hum dos seus mais bellos attributos.
Os objectos fisicos e moraes operão diferentemente em
nós; he esta huma verdade incontestavel; para não re
conhecermos a sua visivel ou invisivel influencia sobre
os nossos pensamentos e sobre as nossas acções, seria
necessario anniquilar a sua essencia e a nossa; mas pa
ra ficarmos convencidos da existencia da liberdade bas
ta de huma parte a ausencia do constrangimento e da
violencia; basta da outra o sentimento interno, senti
mento commum a todos os homens, que nos assegura
que obramos segundo a propria vontade pela reflexão e
pela preferencia. Huma vez que não sinto a chamada
força irresistivel que me fazem os objectos, o seu attra
ctivo e a minha propria razão, tanto importa que te
nhão essa força como que não a tenhão. Confesso no
entanto, que não me posso resolver a reduzir as minhas
idéas, acções e moral procedimento á mesma especie de
mecanismo que observo nos movimentos dos seres fisi
cos; antes quizera sofrer illusão do que acreditar que
sou obrigado a proceder como os animaes, as plantas,
e as pedras.»
*—*§§ *-*
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 2 de Fevereiro.
Hontem á noute entrou 1 Escuna Ingleza.
*,
 [ 116 ]
Embarcações avistadas. duas horas até ás quatro da tarde, o que partecipa pa:
7 h. 15 m. 1 Escuna Franceza, 1 Galeota Hollandeza, ra-intelligencia das pessoas que se quizerem utilizar dº
e 1 Bergantim sem bandeira ao Norte do Cabo do seu prestimo. * ***

Espichel. i +
Quem tiver dinheiro, a juro ou de emprestimo de
12 h. 15 m. 2 Galeras sem bandeira a Oeste do Cabo Anna Eufrazia da Silva, já defunta, mulher que foi de
da Roca. • •

Mathias José, ambos criados de servir , não entregará

4 h. 54 m. 1 Brigue Escuna sem bandeira ao Norte do
Cabo do Espichel.
Embarcações entradas em Belém.
2 h, 45 m. 1 Bergantim Portuguez, Hebe , do Pará,
40 dias, mala ; e 1 Escuna Franceza da Ilha da
Madeira, 7 dias, 19 passageiros, entre elles o Vis
conde de Torre Bella com oficios.
Embarcações entradas em S. Julião.
12 h. 5 m. 1 Galeota Hollandeza.
3 h. 51 m. 2 Galeras Americanas.
Embarcações sahidas de Belém.
10 h. 29 m. 1 Chalupa Ingleza para Londres, e 1 dito
dito para Glasgow. .
- %-
ADMINISTRAÇÃo do ConRE1o GERAL.
Navio a sahir.
ao dito Mathias cousa alguma sem que ele mostre Pro.
curação dos herdeiros ; a pessoa a quem este avizo se diri.
ge, póde dar parte a hum dos herdeiros chamado Mathias
da Silva Ribeiro, morador no largo do Conde de Pom
beiro N.° 6 B.
- Na rua larga de S. Roque N.° 21, se cura a moles.
tia de olhos.
Na casa de arrecadação dos Direitos Reaes do baca
lháo , ao cáes de Santarém , se vende este genero por
preços commodos, e de todas as qualidades.
" " . Na rua dos Fanqueiros N.° 115, 2.° andar, se precisa
de huma criada que saiba bem engom mar, e cozer.
•
Vende-se a quinta da Bica, ao Pomar da Chave, no
sitio da Villa de Bellas: quem a pretender, dirija-se á
mesma quinta que consta de casas altas e baixas, pomar,
vinha, e terra de semeadura, com agua nativa.
Na travessa dos Ficis de Deos, N.° 27, ha para ven.
der por grosso e miudo vinho bom de Car cavellos a 100
** * *
réis por canada. -

Na rua do Jardim do Regedor, N.° 16, está huma

Fevereiro 8. Para Pernambuco a Sumaca Brazileira caixa de portas, de carroagem, para se vender.
Santo Antonio Vencedor.
PLANO
Para a 3.° Loteria, que no 1.°Semestre do presente anno
de 1831 se ha de fazer pela Meza da Santa Casa da Mi
Publicações Litterarias. sericordia, Hospitaes Reaes de Enfermos e Expostos
desta Corte, na conformidade das Ordens Regias, ex
Sahio á luz a obra intitulada o Vigario de Wakefield º pedidas pela Secretaria de Estado dos Negocios do Reino.
de Oliver Goldsmith, traduzida em Portugues, 2 vol. Será o seu Capital de 40.0003000 de réis formado de
Apresentamos ao público intelligente a traducção de 8:000 Bilhetes, a 53000 réis cada hum, em moeda-papel,
hum Romance, cujo heróe igual nos preceitos e na exe e nesta mesma especie sahirão liquidos de 12 por centº
cução, simples na abundancia, e magestoso na adversi de beneficio os seguintes
dade, apresenta hum quadro digno da attenção da mo { PREMIOS.
cidade de ambos os sexos. Vende-se por 600 réis na loja 1 - - - - - - 5.000,3000 - - 5.000$000
de Antonio Marques da Silva, rua Augusta N.° 2. …? 4 - - - - - - 1.0003000 - - 4.0003000
" " +
- 6 - - - - - - 3003000 - - 1.5003000
Annuncios. . . …… … 10o - - - - - - 2003000 - - 2.000$000
* * * 1
- 15 - - - - - - 100,3000 - - 1.500$000
Tendo-se augmentado com a ul 30 - - - - - - 403000 - - 1.2003000
tima cheia as cabeças de arèa no 100 - - - - - - 103000 - - 1.000$000
Riba-Téjo, que difficultavão a 2500 - - - - - - 73400 - - 18.500$000
> "... passagem dos barcos movidos por a 1Ao 1.° N.° do 1.° dia 1003000 - - 100$000
--> ****** vapor de Villa Nova da Rainha 1.Ao ult. N.° do ult, dia 400,3000 - - 4003000
para cima, e não podendo estes passallas actualmente
senão nas preamares, torna-se incommodo e impratica 2667 Premios.
vel o continuar a ir o dito barco a Salvaterra, como de 5333 Brancos.
proximo se annunciou na Gazeta N.° 22, e só sim na
vegará como dantes até Villa Nova da Rainha. 8000 Bilhetes que importão 40,0003000 de
Quem tiver para vender a mercê de renuncia do Ha réis; dos quaes extrahidos os 12 por
bito de Christo, pode falar na rua dos Retrozeiros lo cento do beneficio, he o total dos pre
ja N.° 116. -
mios distribuidos - - - - Rs. 35.2003000
O Conselho de Administração da Marinha pretende
comprar brim para velame : todas as pessoas que qui Os Bilhetes serão assignados de Chancella pelo Illus
zerem vender o referido artigo , podem comparecer na trissimo e Excellentissimo Escrivão da Meza da dita
sala do dito Conselho em o dia 8 do corrente mez de Santa Casa, e pelo Thesoureiro Geral della.
Fevereiro, pelo meio dia, para se tratar do seu ajuste. - O dia da venda desta Loteria se ha de fazer publico
Joaquim Lopes Tavares da Fonseca, Cirurgião-Me pela Gazeta, e por Editaes, assim como o primeiro dia
dico, e approvado em Fisica, e Quimica pela Acade da Extracção. .

mia Real das Sciencias, annuncia ao publico, que mu Entrarão sómente nas Rodas os Numeros e os Pre
dou a sua residencia para a calçada dos Paulistas N.° mios; e o pagamento destes começará logo que se tenha
25 e 26, 1.° andar, e a sua visita em casa he desde as finalizado a Extracção. . ** * * |-

•
= • H

, LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA. - …

| + • • +
• |- - * * * * * * *
 NUM. 30. ANNO 1831.

GazETA DE LISBOA >xp{>>$@$1<94

SEXTA FEIRA, 4 DE FEVEREIRO. |-

=-

PARTE NÃO OFFICIAL. incalculaveis os damnos e perdas que esta inundação

NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
POLONIA.
Marsovia, 4 de Janeiro.
Assegurão que o Exercito Russiano se vai concentrane
do nas immediações de Bialistock, e que se espera nes
ta Cidade o Imperador. Dizem que o Cesarevitsch mar
cha para S. Petersburgo. Tambem se fala de corpos
de cavallaria, que se estão formando em todas as {#
vodias.
O dictador sahio com o objecto de inspeccionar as
fortificeções de Modlin. Os periodicos desta Cidade es
tão cheios de huma multidão d'artigos em que se lêm
ºpiniões muito contradictorias sobre a marcha actual
dos negocios: de modo que não pode haver maior di
visão de pareceres, sobre tudo no que diz respeito á di
cladura. A Gazeta de Varsovia convida os Polacos a se
absterem de desavenças sobre a graduação e a preferen
cia, O Correio contém hum artigo do Senador Nak
caski, em que se nota a passagem seguinte: º Confes
semos sem rodeios que a boa ordem, primeiro elemento marque fizerão muita impressão nos Diplomaticos.
de toda a sociedade, he justamente o que nos falta.»
Em outro lamenta que os Cidadãos manifestavão muita
frialdade em oferecer donativos patrioticos, e em exe ta gente na porta de la Glaciere. Huns 200 homens,
cutar as ordens das authoridades; he certo, accrescen
tº, que essas ordens são pela maior parte tão contra
dictorias, que he dificil dar-lhes cumprimento.
(Gazeta d'Estado de Berlim.)
FRANÇA.
tem causado. Inundou-se a campina onde está situada
a Basílica de S. Paulo extramuros; suspendêrão-se as
obras que se estavão fazendo para a reedificar, porte
rem as aguas destruido parte do que se tinha edificado
novamente, e por se ter enchido de agua e lodo a nave
maior. (Quotidiana.)
Idem, 19.
Os periodicos. desta Capital com referencia a huma
carta de Mr. Barrachin, Ajudante de Campo que foi
do filho mais velho do Rei da Persia, desmentem a no
ticia que se havia publicado a respeito da revolução que
se dizia haver ultimamente occorrido naquelles paizes.
De alguns dias a esta parte se tem consideravelmente
augmentado o movimento da Diplomacia estrangeira
que reside nesta Capital. Com efeito ante hontem o
Conde d'Appony, expedio hum correio extraordinario
para Vienna, e o Conde Pozzo di Borgo outro para
S. Petersburgo; finalmente com o mesmo motivo outras
muitas Embaixadas enviárão correios para as suas res
pectivas Côrtes. Tambem sahio hum correio da Embai
xaixada de Hespanha, e o Ministro dos Negocios Es
trangeiros despachou outro para S. Petersburgo. Pare
ce que os discursos de MM. Mauguin e do General La
Na manhã de ante-hontem se reunio de repente mui
pela maior parte com pistolas, # em voz baixa
republica, e ameaçavão dirigir-se á Camara dos Depu
tados, onde logo se reforçou a Guarda. Assim que o
Prefeito da Policia teve noticia da reunião mandou ao
dito sitio alguns subalternos seus, e se averiguou que
parte daquella gente havia passado a noute nas pedrei
ras. Pelo meio dia já se havião dispersado os grupos.
•

París, 16 de Janeiro. (D. dos Debates.)

Na noute de 25 a 26 de Dezembro sahio o Tibre de GRÃ-BRETANHA.
repente do seu leito, e inundou a Cidade e as campi
nas immediatas , sem que tivessem precedido chuvas Londres, 16 de Janeiro.
que fizessem temer tão extraordinaria inundação; to
das as ruas mais proximas ao rio se inundárão tão de As noticias do Oriente chegão até 24 de Agosto, e
repente, que só fugindo precipitadamente se salvárão os referem algumas particularidades relativamente aos ne
seus habitantes; porém perdêrão tudo quanto tinhão gocios de Avá. A 24 de Abril chegou áquelle Imperio
ºm suas casas, tendo muitas ficado inteiramente destrui o Major Burney, Enviado Britannico com a sua co
das. Pelas diligencias da Policia já se encontrárão 19 ca mitiva. A Corte não só não manifestou difficuldade em
da eres só na rua de Rivetta, e he de temer que se con que o Major fixasse em Avá a sua residencia, mas até
inue a achar maior numero de victimas. Durante dous expressou a intenção de mandar a Calcutá hum Em
* foi precizo empregar barcos para communicar e baixador Birman na conformidade do Artigo 7.° do
levar viveres ás, casas mais immediatas do Tibre. São Tratado de Yandabú. No entanto o Enviado Britanni
 * [1181
co não teve audiencia antes de 17 de Junho, tanto por huma peça d'artilheria de grande calibre; e em 1717
se achar enfermo, mas tambem por não consintir em se calculou que as chammas e as pedras ardentes que
se descalçar ao chegar á presença do Rei de Avá: imas sahião do Vesuvio subião na distancia de mais de mil
finalmente teve-que se conformar com essa etiqueta, e ís em linha perpendicular a cima do seu cume.
se lhe permittio que se apresentasse, mandando-se-lhe Em 1779 houve nova explosão de que trata Sir IV. ·
certo numero de elefantes para seu uso. Pelas 9 horas
Hamilton nas suas Transacções Filosoficas. Notou que
da manhã partio a comitiva do Enviado Britannico. a lava do Vesuvio constantemente formava canaes re
Este era conduzido em hum palanquim, precedido por --gulares naquelle monte. Estes canaes, depois de peque
quatro individuos que levavão o retrato de S. M. Bi nas irrupções tinhão geralmente a largura de 2 a 6 pés,
tannica. Seguia o acompanhamento do Ministro ele- , e huns 8 de fundo. No verão de 1794 houve outra irru
fantes conduzindo os presentes. Passavão de 205 os que º pção que destruio muitas aldêas adjacentes, sendo acom
cobeorrêrão a esta ceremºnia", Teve O Major que espe- pabhada de mui singulares fenomenos. Foi precidida
rar no grande pateo do Palacio, que o Rei de Avá e os de hum tremor de terra que se sintio em toda a Cam
Grandes da sua Corte estivessem promptos para o rece "#" Feliz, na distancia de mais de doze leguas.
ber, e neste intervallo se lhe ofereceo hum refresco em as apezar de o Vesuvio tantas vezes assustar os ha
baixella de ouro. Sendo o Enviado e a comitiva condu * bitantes das immediações, no entanto a materia sulfu
- -
•
* 1 * {

zidos á presença do Throno, pouco depois se abrio hu
ma porta dourada, e sahio o Rei de Avá ricamente
vestido. Cingia hum diadema de ouro, e trazia hum man
to com flores de ouro e salpicado de pedras preciosas.
Prostrárão-se os grandes da Corte, e o Enviado com
rea que lança da cratera, e o calor dos seus fogos sub
terraneos contribuem para a extraordinaria fertilidade
do paiz circunvizinho, para a abundancia da fructa,
hervas etc. de que em toda a parte se acha coberto o
mesmo paiz. |-

da sua comitiva tirando o chapeo respeitosamente se in
clinárão. Então leo hum empregado huma extensa car
ta do Governador Geral da India, e a lista dos presen>
tes. O Rei de Avá perguntou pela saude do Governa
dor Geral; se a estação havia sido favoravel; e se em
Calcutá havião cahido chuvas refrigerantes; a todas es
tas perguntas se deo adequada resposta. Pouco depois
se retirou o Monarca. O Major Burney se achava em
boa harmonia com os Ministros daquella Corte, e se
lhe prometteo huma audiencia, privada. __ . 1
, " (E. do D. Mercantil.
Nota-se que os pontos mais ferteis são os que particu
larmente abundão no enxofre ; se estas substancias
se achassem sufocadas no recinto do vulcão, a sua fer
mentação seria causa dos mais nocivos resultados.
A experiencia mostra que os tremores dé terra, de
pois de continuadas irrupções do Vesuvio, não são tão
frequentes, nem produzem tão calamitosas consequencias
como em outras occasiões; e por isso não se assustão
os habitantes quando occorrem; o ar se purifica de ma
neira por esse modo, que a aldêa de Barra, situada na
falda do monte, e perto do mar, he notavel pela sua
salubridade. * - -

Descripção do Vesuvio. -

A lava, ou materia liquida que corre do monte, fór

ma logo que arrefece huma massa tão solida, que exce
Este monte se acha situado na distancia de cinco mi-. de na rigeza o proprio marmore; dessa materia se fazem
lhas de Napoles, e he com razão considerado hum dos mezas, caixas etc.; he tambem dessa materia que cons
vulcões mais terriveis que ha no globo. O seu declivio ta o pavimento de Napoles e Roma, assim como cons
para a parte do mar he coberto de preciosas vinhas, e tava o de grande parte das estradas da antigº Roma.
arvores fructiferas; a atmosfera circumvizinha he clara
e sadía, e as planícies dos arredores oferecem à mais • HESPANHA.
deliciosa perspectiva; mas a subida ao cume do monte
he mui ingreme, e depois de andar humas duas milhas -

Cadis, 22 de Janeiro. issº,

por cima de certa especie de terra queimada misturada
com pedra calcinada e cinza, chega o viajante a hum
escampado, donde sabe em varias partes fumo sulfúreo;
no centro desta planicie se eleva outro monte, com a
figura de hum pão de assucar, e ainda mais ingreme
do que o primeiro.
No cume do vulcão se acha huma grande cavidade,
ou cratera, cujo diametro he de humas duzentas braças
na parte superior, mas diminuindo de todos os lados na
inferior á maneira de hum funil; desta cratera se eleva
continuamente o fumo, e procedem as pasmosas irrup
ções que espalhão a consternação nas aldêas circumvizi
nhas. Toda a vez que vomita chammas, e lança do
seio materia liquida, tanto a forma exterior do monte
como a sua propria altura , sofrem consideravel alte
raçao. • • •
Na antiga historia achamos noticia da devastação
causada pelo Vesuvio; e nos seculos mais modernos
tambemvulcão.
quelle tem havido exemplos de terriveis estragos da
• cer hum novo Governo em opposição ao do Mexico. Co
Em 1694 houve huma violenta irrupção, durante a
qual lançou o Vesuvio cinza e pedras na distancia de hu
mas dez leguas. Tambem deitou da cratera tão prodigiosa
quantidade de mineraes derretidos, que vagarosamente
corrrião pelos lados do monte, a ponto que se empre
gou grande numero de homens para profundarem fossos
e c naºs para receber os mesmos mineraes, e obstar a
que se espalhassem nas planicies.
** Em 1706 houve outra explosão acompanhada de hum
} o rivel estrondo muito maior do que o estampido de
) {
Os periodicos de Nova York que alcanção até 25 de
Novembro inclusivamente, contém noticias do Mexico
cujo extracto faz o Times nos termos seguintes accres
centando ao mesmo tempo, que he mais acertado for
mar juizo do estado daquelle paiz pela informação das
cartas particulares do que pelas noticias inseridas nos
periodicos. » O Coronel Victoria foi prezo em huma
casa de campo, conduzido a Puebla, e como já es
tivesse condemnado á morte por huma Commissão mi
litar, foi passado pelas armas no termo de vinte e qua
tro horas. Oajaca está em revolução. O Coronel Mar
tinez , que era Commandante Geral em Chiapa e
que havia emigrado para Guatimala quando se for
mou o plano de Jalapa, se acha nas fronteiras das Pro
vincias com dous mil homens. Nas Provincias do Sul
se acha o General Guerrero com Salgado e Almonte;
nomeou o seu Ministerio, sendo a sua intenção estabele
dallos com 1.500 homens está perto de Valladolid. En
tre os dias 26 e 30 do mesmo mez de Novembro o Ge
neral Alvarez encontrou a Divisão do General Armijo,
composta de 1,500 homens, e ainda que se disse q4ie
este Chefe havia perdido a vida não foi certo; mas sim
que tendo-se preparado para dar batalha, apenas co
meçou a acção se reunírão as suas tropas com as de
Alvarez, e Armijo foi feito prizioneiro depois de rece
ber 17 feridas, de que logo morreo. O General Bravo
fugio de :Acapulco, refugiando-se em Chipalchingo. O
Coronel Maulina morreo em Acapulco, e o seu Regi
 [119]
mento foi destroçado. O Commercio do Mexico, assim
como o de Vera Cruz se achão no peior estado.
Segundo as noticias de Montevideo, até 22 de Setem
bro se acha aquella praça cada vez mais nulla em con
sequencia do progressivo descredito do seu numerario,
devido em parte á copiosa exportação do metal, e ao
haver-se descoberto, que do Brazil se tinha introduzido
muita moeda de cobre. (Diario Mercantil.)
Madrid, 28 de Janeiro.
A Real Academia de S. Fernando propõe, segundo
os seus estatutos, os vinte premios em dez medalhas de
ouro e dez de prata, aos Professores das tres nobres Ar
tes Pintura, Esculptura, e Arquitectura , e aos de
Gravura.
Assumptos. Primeira classe.
|
Pintura. Descobrimento do mar do Sul por Vasco
ja menos de 300 pés de latitude por 450 de longitude,
com o declivio de 13 pés desde a fachada posterior á
principal; e não deverá ter mais quartos no primeiro
pavimento do que hum com sotãos para estabelecimento
da imprensa, fundição, e calcografía, com as precizas
habitações dos empregados e o pavimento principal com
destimo ao referido objecto da Bibliotheca.
Demonstrar-se-ha o plano em folhas de marca impe
rial em plantas , fachadas e medida tudo geométri
co; aos que melhor o desempenharem se darão medalhas
da mesma graduação, metal, e pezo que aos de pintura,
e esculptura desta classe. (Gazeta de Madrid.)
*—*§§ *-*
Lisboa, 3 de Fevereiro,
• • Litteratura.
Da liberdade do homem no estado da natureza.
- ! -

Nunes de Balboa. Com as noticias vagas que adquirí

rão os Hespanhoes primeiros povoadores do Darien, de (O author, depois de haver dado a definição da ra
haver da outra parte hum mar imtrienso, e nações e soavel liberdade segundo vimos no fim do precedente
Imperios de muita riqueza e poder, resolveo Vasco Nu artigo, passa a tratar da presente questão do modo se
guinte:) •

mes de Bolboa hir com alguns Castelhanos descobrir

aquele mar, e depois de reduzir no caminho muitos
Caciques que se lhe oppunhão, fazendo alliança com
eles, emprehendeo a subida da alta serra que medea
entre ambos os mares. Antes de chegar ao cume lhe
mostrão os Indios o lugar donde se descobria o deseja
do mar. Manda fazer alto ao Esquadrão e sobe só; e
ao apresentar-se a seus olhos o mar austral, cahe de
Considero neste lugar o homem no estado da nature
za, isto he, independentemente de todas as obrigações,
de todos os vinculos e relações que podem circunscre
ver, limitar ou modificar as suas faculdades e o seu po
der: eu o considero de todo isolado, abandonado a
si mesmo, e errante sobre a terra á similhança dos ani
II130"S,

joelhos em terra, estende os braços para elle, e derra O homem nesse estado goza da mais ampla e illimi
mando lagrimas dá graças a Deos por tello destinado tada liberdade que podemos conceber nelle; e á excep
para tão insigne descobrimento. Feita esta devota de ção da lei eterna não conhece outra; tudo pode fazer,
monstração chama toda a gente, e torna outra vez a tudo emprehender huma vez que não seja contra essa
prostrar-se de joelhos repetindo as graças a Deos por lei gravada em seu coração: por tanto todas as leis pu
aquelle benefieio. O mesmo fizerão todos, estando como ramente humanas não tem sobre elle força alguma. As
attonitos os Indios vendo o regosijo e alegria dos Caste palavras sociedade, Governo, instituições, legislação,
lhanos. Concluido este acto lhes falou Balboa mostran bem geral, ordem publica, subordinação etc. são Fº:
do-lhes o mar, como origem de novas riquezas, e de vras que para elle são destituidas de significação. Livre
mais importantes descobrimentos para maior gloria dos de todos os vinculos, de todas as relações e da espe
Soberanos da Hespanha. Herrera, Dec. de Indias. Dec. cie de constrangimento em que nos colloca a vida so
I. Lib. X, Cap. 1."= Quintana, Vidas de Hespanhoes cial, geralmente segue só o impulso da natureza. Sei
celebres, Tomo II, pag. 38 até 44. •
que se não admittirá tão facilmente a existencia de hum
Pintar-se-ha este assumpto a oleo, cm hum panno de ente similhante; mas isso nada muda o estado da ques
duas caras de largo, e vara a meia de alto. O opposi tão, por isso que ella he independente do facto; quer
tor que melhor o desempenhar será premiado com huma exista o homem da natureza, quer não, só podemos
medalha de ouro de tres onças ; e o que se lhe seguir, conceber nelle no primeiro caso os deveres que lhe pres
com huma medalha de duas onças do mesmo metal. creve a voz interior da propria consciencia: a sua liber
Esculptura. Tendo-se apoderado os moradores de dade não poderia sêr de modo algum modificada, e li
Avila da pessoa do menino Rei D. Afonso XI, que imitada pelo corpo de leis civis que nos ligão a nós mes
confiárão ao Bispo D. Sancho para que o conservasse mos. Impossivel fora conceder huma liberdade mais
na Santa Igreja, o entrega este na porta da mesma ampla a seres que se considerão imagem da Divindade,
ao Infante D. Pedro e á Rainha sua mãi, que devião excepto se os quizessem colocar a nivel dos brutos.
governar o Reino durante a sua menoridade. Nota do Apezar do attractivo que similhante estado possa ter
R. P. Isla ao compendio de Duchesne, pag. 179. aos olhos dos modernos filosofos, por muito elevado que
Executar-se-ha este assumpto em baixo relevo de bar supponhão o espirito humano no estado de absoluta inde
ro, de cinco quartas de largo e tres de alto, e se pre pendencia, estou persuadido de que se envergonharião de
eme que se não admittirá se não se entregar cozido, e propor a tantos milhões de homens os Hurões e Iroquezes
em côr. Os oppositores mais benemeritos serão premia na qualidade de modellos ou de preceptores. Elles com
dos com medalhas do mesmo metal e pezo que para os efeito já tem manifestado ao mundo quanto lhes repu
de pintura. • •

gnão os principios de obediencia; essa repugnancia se

Arquitectura. Projectar huma Bibliotheca magnifica, tem manifestado a ponto que até preferírão o estado da
dispondo as suas sallas com a distincção conveniente á mais perigosa confusão á sombra da boa ordem, que a
classificação de litteratura, artes, sciencias, manuscri consternada humanidade lhes pedia em vão. Sem duvi
ptos, livros antigos, moedas, e o mais que for neces da bem examinada a questão, melhor fora para o homem
sario, com huma peça central para o indice geral. Ada pacifico, que nesses terriveis momentos se achasse nos
ptar-se-ha este projécto ao quarteirão 405, tomando desertos d'America onde lhe seria menos penosa a sua
nele a parte que se julgar necessaria, estabelecendo a propria defeza, do que no seio da revolta, em que neº
fachada principal á linha comprehendida desde o an nhuma força o pode salvar da vingança do homem per
gulo da rua da Bola e praça da Encarnação até á cal verso; em que as paixões populares dominão tanto nos
çada de S. Domingos, em hum rectangulo que não se animos como a vontade dos legisladores; em que o te
 { 120 ]
môr de huma vergonhosa morte se tem tornado nas mãos Podemos chamar essa liberdade natural a primitiva
dos perturbadores do repouso publico-eficaz instrumento liberdade do homem; entende-se que ella produz certos
para propagar a anarquia. direitos primitivos inherentes á sua essencia, e depen
Que singular contradicção se manifesta no procedi dentes da sua propria duração; em quanto esses direitos
mento dos reformadores! Enchem toda a terra do vasto .são inherentes á sua essencia, partecipão dos seus at
projecto de estabelecer huma associação de filosofos subli tributos, e assim como a mesma liberdade não pode
mes, que irão sacrificar ao socego e amizade de todos pertencer a hum estado do homem que essencialmente
os povos, a gloria das conquistas, os interesses do com difere do estado da natureza, por isso que esses direitos
mercio, e a honra da superioridade nacional; segundo dependem da duração da liberdade primitiva, he neces
as suas maximas o mundo só seria para o futuro huma sario que cessem huma vez que acaba a primitiva li
grande familia, e seus habitadores verdadeiros irmãos. berdade.
Mas se os homens podessem entrar no estado da liber Estas proposições tinhão sido consideradas até agora
dade natural o que viria a ser dessa tão preconizada como outros tantos axiomas; ellas o erão realmente aos
fraternidade! O que seria dessa moderação pueril e ri olhos do filosofo que segue os vestigios da verdade,
dicula, que renuncia a todas as vantagens para conse sem que o extravie cego enthusiasmo: mas agora se tem
guir hum fim imaginario ! tornado incertas, não digo só para a multidão, mas até
O essencial attributo da liberdade natural he, que mesmo para esses innovadores que se comprazem no
somos juizes supremos, e juizes sem appellação na nos transtorno total da boa ordem, e das relações sociaes,
sa propria causa, de modo que podemos muito bem fa assim como na total confusão dos antigos principios da
zer valer o nosso direito por nós mesmos. moral e da politica. Eis exactamente o que me obriga
Assim como na vida social he vedado aos homens fa ao exame de huma questão tanto mais interessante por
zerem justiça por sua propria mão, e lhes he prescri isso que he a baze de grande numero de dogmas peri
pto o submetterem a sua causa ao juizo do Magistrado gosos, que temos visto nascer, que temos visto propa
estabelecido pela Lei, da mesma sorte na ordem da na gar-se tão rapidamente como os insectos destruidores
tureza a cada hum he permittido julgar na conformida que espalhão a consternação e a magoa em toda a par
de da sua propria convicção, e sustentar a sua cau te onde apparecem.
sa pelos seus proprios recursos. Esse direito he na verdade Ha por ventura para o homem direitos naturaes ina
terrivel, e parece tender á destruição da nossa especie; lienaveis e imprescriptiveis! Se os ha no sentido dos nos
he verdade , que a todos pertenceria som excepção; sos adversarios, será facil demonstrar, examinando to
mas se me não engano he justamente a consideração dos os Governos, que não ha hum só que seja legalmen
que mais do que outra qualquer obrigou o homem a re te estabelecido por elles. Segundo as maximas dos filo
nunciar similhante direito. E que póde haver mais sofos o homem que consente na alienação desses direi
horrivel do que as consequencias do exercicio desse di tos, obra contra a natureza, e ainda que indigno de
reito? Devião ser crueis na infancia do mundo por isso gozar desses direitos, os conserva na sua plenitude,
que vemos que os homens tem geralmente preferido a apezar da sua propria vontade. He a mais inviolavel de
sugeição ao juizo de outrem, a justiça das Leis contra todas as propriedades e os individuos da especie huma
os seus adversarios e contra os seus inimigos, a todos os na são a este respeito verdadeiros menores, cujos actos
meios de tomarem justiça pelas suas proprias mãos. Na são nullos seja qual for a liberdade que na apparencia
da tanto prova a grandeza e evidencia dos perigos a possuem. Mas se não houver direitos naturaes inaliena
que se virão expostos, como a importancia que derão veis, e imprescriptiveis, o que será nesse caso da famo
á instituição da Magistratura, e o gráo de respeito, sa Declaração dos direitos do homem! He, o que pas
que lhe tem concedido todos os povos. O direito de ser samos a examinar. | (D'Ayala.)
juiz na propria causa, de tomar justiça pelas proprias
mãos, de se vingar pessoalmente, vai confundir-se em
ultima analyze com o direito do mais forte, que no es
tado da natureza sempre deve triunfar do mais fraco. Telégrafo. — Serviço da Barra. — 3 de Fevereiro.
Tudo quanto se tem escripto contra o uso arbitrario
da força póde e deve exactamente applicar-se á liber Hontem entrou 1 Galeota Hollandeza.
dade natural, e se a primeira tem sido pintada com as Hontem á noute entrou 1 Brigue Escuna Portuguez,
horriveis cores de huma assustada imaginação, não se Flor do Mar, do Pará, 40 dias, mala.
ria rasoavel tecer o elogio da segunda. + Embarcação avistada.
Os horrores de huma guerra perpetua, de horrivel so - 1 h. 20 m. 1 Bergantim sem bandeira a Oeste do Cabo
lidão, feroz barbaridade e estupenda ignorancia, são da Roca.
inseparaveis dessa liberdade, assim como a paz, o soce
go, a segurança e os conhecimentos inapreciaveis da
boa ordem e da ventura geral, sempre acompanhão a vi • Annuncios.
da social. Segunda feira: 7 de Fevereiro, na praça pública dos
Não he este o lugar d'examinar se os principios es leilões, se ha de arrematar com o abatimento da quinta
tabelecidos na Declaração dos Direitos reconduzem ou parte do seu valor, o dominio util de hum prazo que
não irresistivelmente ao estado da natureza, ou antes á consta de casas, terras, e mato no lugar do Outeiro,
vida selvagem que coloca o homem a par do tigre. Po Freguezia de Santo Quintino, avaliado o seu dominio
rém não posso deixar d'observar, que por meio de arbi util em 213000 réis, e o seu rendimento em 13050 réis,
traria ou malévola confusão das diferentes especies de abatidodao arrematação
crivão foro de 53000 réis, e huma gallinha: he Es
Negreiros. •

liberdade tem os astutos innovadores conseguido fazer

saborear a muitos milhões de homens certas maximas de Na Gazeta precedente pag. 2.° col. 2", lin. 42, em
que terião pejo, e talvez susto, se a effervescencia das em vez de occuppa, leia-se occupa: e na pag. 3.°, col.
paixões lhes permittisse o encarallas taes quaes são. 2.", lin. 6, em vez de especi, leia-se especie.

• " . LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.

 -mº __NUM. 31.
GAZETA DE LISBOA.
—==>>>6">K @$3<<9G-3=-
SABBADO, 5 DE FEVEREIRO.
xotº=>$3<>$:C$3<0cx=
PARTE OFFICIAL.
R E A L E R A R I o.
No dia 7 do corrente, se hão de pagar na Thezoura
ria Geral dos Ordenados, os mezes de Outubro , No
vembro, e Dezembro de 1829, da folha do Conselho
da Real Fazenda.
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
FRANÇA.
Paris, 19 de Janeiro.
Em huma Circular que em data de hoje dirigio Mr.
Lafitte a todos os seus correspondentes diz, que a sua
casa de banco cessara os seus negocios, e que só exis
tirá em quanto durar a liquidação.
O Ministro dos Cultos dirigio a todos os Bispos hu
ma Circular em que os convida a mandar, que se use
nos baptismos de agua tepida. Se S. Ex.° estivesse me
Jhor informado saberia, que ha longo tempo que se toma
esta precaução, e por consequencia teria economizado
º trabalho e tempo que sem duvida reclamão assumptos
de mais alta importancia. (Quotidiana.)
Assegurão que a guarda nacional de Lyão se oppõe
a que se fação naquella praça, as projectadas fortifica
ções. (Idem.)
Ha alguns dias a esta parte que não cessão de passar
Por esta Cidade (Lyão) destacamentos de corpos, cuja
Passagem se havia annunciado. Estas tropas dirigem-se
a Toulon, onde embarcarão para Argel.
(Diario do Commercio de Lyão.)
No dia 12 foi o Bey de Titeria visitar os empregados
de Marselha. Dizem que não irá a Paris por isso que
pelo Telégrafo viera ordem para que se lhe permitta re
sidir em qualquer Cidade da França excepto na Capital.
Accrescentão que se lhe dão 123 francos por anno por
via de soccorro. (Quotidiana.)
Em huma carta escripta por hum Oficial do Exerci
*º d'Africa se diz, que além da acção do destacamen
ANNo 1831.
*--*=> @……>-
-
to de artilheria derrotado entre Medeah e Argel, os
Arabes havião atacado e surprehendido na mesma nou
te as tropas Francezas que guarnecião Belida. O Co
ronel que commandava na praça foi avizado a tempo
de que o hião atacar; não obstante os Arabes entrárão
na Cidade quando menos se pensava. Logo que chegá
rão rompêrão hum fogo mui vivo contra os Francezes;
estes surprehendidos por hum ataque tão inesperado, e
vendo sobre elles forças tão consideraveis, rompêrão os
|-
pelotões inimigos por entre os quaes atravessárão, ten
do abandonado duas peças de artilheria collocadas dian
te de huma porta. Os Arabes se apoderárão dessas pe
Qas, e se as tivessem podido empregar terião perecido
todos os soldados Francezes. Este contratempo durou
algumas horas, apezar de que o porta Estandarte do
1tegimento 30 conseguio plantar a sua bandeira perto
da artilheria, mas tudo foi em vão, por que nada pou
de fazer avançar a tropa. Neste intervallo occorreo ao
Capitão Paisan a feliz idéa de fazer cercar a Cidade
por 50 Granadeiros, e atacar o inimigo pela retaguar
da; assim o verificou, e julgando-se os Arabes cortados
por novas tropas, fugírão precipitadamente em todas as
direcções. Teve a empreza tão bom exito, que quantos
Arabes se encontrárão na Cidade forão degolados pelas
nossas tropas. A perda do inimigo consta de 900 mortos.
- (Quotidiana.)
As noticias recebidas da Ilha de Candia annuncião,
que as tropas do Bachá do Egypto se havião apodera
do da Ilha, e que os Gregos apenas fazião resistencia
no interior das montanhas de Sphakia. O litoral,
as Cidades, as planícies, e todo o paiz cultivado, se
achão livres do açoute da guerra. Candia pode vir a ser
outra vez mui importante pelo que diz respeito ao com
mercio de que se deverá aproveitar o sul da França.
(Gazeta de França.)
Em data de 7 de Dezembro escreve o Consul Fran
cez em Tanger, que o Imperador de Marrocos tinha re
solvido vender todo o trigo que havia reunido, e que
Mr. Hardan, Commerciante de Tanger, estava encar
regado da sua venda. A exportação, segundo o perio
dico que publica esta noticia, se fará dos portos de
Larache, Rabat, Darberda, Marzagão, Safi, e Mo
gador. Cadiz será o ponto central onde Mr. Hardan fa
rá as suas transacções.
Os negocios da Belgica, longe de se arranjarem ami
gavelmente, segundo se havia esperado, reassumírão ha
poucos dias hum aspecto perplexo e confuso. A guerra
se ateou de novo na Hollanda; o Rei Guilherme não
attendeo á determinação das Potencias e ao armisticio.
Quanto ao interior da Belgica, não oferece a sua si
tuação hum aspecto muito animador. A divisão se ma
 [122]
nifesta no Congresso nacional, e os partidos se vão ir
1itando. Aqui, Bruxellas se agita debaixo da influencia
das facções e dosjornalistas; alli, Antuerpia reclama os
interesses do commercio, e sobre tudo pede hum Go
verno que lhe dê o repouso e a tranquillidade. Gandes
tá incerta e duvidosa dos seus proprios desejos, censu
rando o Congresso, censurando o Governo Provisorio,
censurando tudo quanto se faz, e talvez inclinada a re
ceber, se lho dessem, hum Principe de Nassau.
(Extracto do Tempo.)
Escrevem de Brest em data de 31 de Dezembro:
» A Fragata Terpsicore vindo de Madagascar surgio
neste porto no dia 28, trazendo içada a bandeira branca.
A tripulação ignorava as noticias de França desde a to
Inada de Argel. Logo se lhe remetteo a bandeira tri
color. A bordo da Fragata se acha na qualidade de que entrou com dous marinheiros que lhe restavão, a
passageiro o filho primogenito da Rainha de Tink-. Sr." Ingleza e sua filha. Estas duas infelizes, surprehen
Tink.
» A Juno, Zelée, e la Badine ainda se achavão em
Bourbon. A Juno devia dar á véla no espaço de 15
dias para Madagascar, a fim de terminar a contenda
entre os Francezes e a tribu daquelle paiz, que tem co
mettido hostilidades contra os nossos.»
O numero de vasos estrangeiros, que entrárão nos
portos Russianos do Baltico na estação que ultimamen
te concluio foi de 1.423, a saber: 745 Inglezes, 118
Hollandezes ou Belgas, 107 Prussianos, 92 Francezes,
49 Suecos, 48 Americanos, etc.
As authoridades de Tarbes acabão de tomar huma
medida que he bem difficil d'explicar. Todo e qualquer
Guarda nacional que não estiver de serviço, que for
apanhado depois das 7 horas da noute em uniforme,
fora do seu domicilio, será logo prezo.
Naufragios na Costa da França.
O mez de Dezembro ultimo foi lastimosamente fe
cundo em calamidades maritimas. Recebemos noticias
a este respeito de varios pontos da costa, noticias que
sempre se lêm com o interesse que acompanha tão tris
tes episodios.
. O Gustavo-Hyppolito voltava de Bordeos, carregado
de vinho, quando lhe sobreveio horrivel tempestade que
o arrojou sobre a costa de Quiberon, que se prolonga
da parte d'Etal. Nada ha mais lastimoso do que o es
pectaculo de huma tripulação consternada sobre o mas
tro da mezena, unico que lhe restava, ao passo que a
cada instante se abysmava a embarcação debaixo do
furor das ondas. A praia estava coberta de huma mul
dão d'espectadores cheios de terror. Todo o soccorro
parecia inutil. No entanto seis mancebos intrepidos da
Parroquia d'Erdeven se lanção a nado, e vão lutar
com os perigos de hum mar glacial e embravecido. Qua
tro destes desapparecêrão entre os ais dos que os não
poderão salvar ! Os outros dous forão arrojados quasi
sem vida sobre a costa. Hum grumete de bordo se dei
tou tambem ao mar, e já hia perecer quando se conse
guio salvallo. A tripulação só perdeo hum marinheiro
que ferido duas vezes durante a tormenta, e incapaz de
trabalhar na manobra do navio, foi posto no seu leito
onde o achárão morto.
Em quanto se procurava salvar os restos do naufra
gio, era cousa mais lastimosa do que o mesmo naufra
gio, ver alguns homens tão insensiveis para procurarem
o momento propicio em que podessem roubar os efeitos
dos naufragados! Felizmente para a humanidade não
succede neste porto o que se tem visto em outras par
tes, quando tão execraveis malfeitores atão archotes
nas pontas dos animaes para attrahir os navios sobre os
escolhos, imitando o movimento dos fogos de huma
embarcação agitada pelo mar.
Hum navio Belga chamado o HVaterloo naufragou
na costa da Ilha de Sein. Tinha dado á véla de Lon.
dres no dia 8 de Outubro com huma carga de maqui.
nas de vapor, e consignado a hum negociante de Nan
tes; o Capitão levava a seu bordo quatro homens de
equipagem, huma Sr." Ingleza e huma filha de seis an
nos d'idade. A 6 de Dezembro, pelas 5 horas da ma
nhã, tocou o navio sobre hum rochedo situado a sota
vento da Ilha de Sein. Dous marinheiros forão logo le
vados pelas ondas. Todos os esforços forão inuteis para
tirar o navio de tão perigosa situação, Açoutado no de.
curso de hum dia inteiro pela tempestade, completa.
mente se desamparou o navio que já fazia agua porto.
da a parte. O Capitão vio que só lhe restava o triste
recurso de tentar o mar em hum pequeno barco, em
didas na sua maca no momento do naufragio apenas
tiverão tempo de se cobrir com parte dos seus vestidos;
o Capitão lhes deo o seu colete, de que a mãi se ser
vio para cobrir sua filha. O barco, depois de lutar duas
horas com o furor das vagas, se despedaçou pelas 7 ho:
ras da noute em pequena distancia do farol de São Mal
theus. Os marinheiros e as Senhoras Inglezas desappa
recêrão em hum momento; só o Capitão teve a fortuna
de se agarrar a hum rochedo, e conseguio chegar a ter
ra passando de hum a outro escolho. Em vão bradou
pelos companheiros do seu infortunio; na costa só vio
os restos do barco. Dirigio-se a Couquet onde deo par
te á Authoridade competente sobre tão desastroso acon
tecimento. Na manhã do seguinte dia a Sr." Inglesa
foi achada sobre hum rochedo inteiramente nua com o
rosto voltado para o chão; só de tarde he que se des
cobrio sua filha no mesmo estado, e perto della os dous
marinheiros inteiramente roubados do fato. Sciente de
se haverem descoberto cadaveres na costa foi o Procu
dor da Coroa apressadamente ao sitio. A voz publicº
accusava os habitantes daquellas partes do crime de te:
rem roubado os naufragados; acto de barbaridade que com
demasiada frequencia se pratica na costa da Bretanha.
As suspeitas recahírão sobre varios individuos, hum dos
quaes já foi prezo. No entanto podemos felizmente afir
mar, que quasi toda a população não só não teve par
te em similhante delicto, mas até manifestára por esse
motivo a maior indignação.
. O navio La Jeanne Française, navegando de Bayona
para Rochefort, pereceo no banco chamado Cóte Sau,
perto de Maumusson. A equipagem teve a fortuna de
se salvar no bote. ** * * ** - - •
A Escuna Emilia de Dunquerque, que havia partido
do Havre para Dunquerque, deo á costa entre Boulogne
e Etaples. …… … , ,, , , ' ';
No Mediterraneo se perdêrão tres navios na foz do
Rhódano: a Bombarda Duas Marias; o Barco S. Pe
dro Carlos, e hum pequeno vaso Hespanhol chamado
S. João, que assim como os dous precedentes tinha da
do á véla de Marselha. , , !
O Commissario maritimo annuncia, que os dous pri
meiros se perdèrão, e que se trata de salvar o possível
da carga: (o 1." levava sabão, azeite, chumbo etc., º
o segundo trigo). O barco Hespanhol carregado de
aduella apenas sofreo pequeno prejuizo, e ha esperança
de se salvar quasi toda a sua carga. e .
\ , … ; (Extracto da Quotidiana)
* *
, , , + -
* **
*
4
Lisboa , 4 de Fevereiro.
Literatura.….…
Dos direitos inalienaveis e imprescriptiveis.
Não emprehenderei desenvolver neste lugar duas granº
 [123]
des questões, agitadas com igual empenho pelos antigos
e modernos authores: a primeira he, se existe o direito
natura!! A segunda, em que he que elle consiste! Hum
dos maiores filosofos da antiguidade, o Principe dos
Oradores Romanos, julgou poder decidir (1) º que não
la o Direito da natureza». Os que seguírão Cicero,
não reconhecêrão no homem da natureza mais do que
faculdades e não direitos; e a este respeito notarei que
J. Jacques Rousseau, corifêo dos modernos Legislado
res, era axactamente da mesma opinião.» A passagem,
diz elle, do estado da natureza ao estado civil, produz
nº homem notavel mudança, substituindo no seu pro
cedimento a justiça ao instincto, e dando ás suas ac
ções a moral que antes lhe faltava. He só então que sue
cedendo a voz do dever ao fisico impulso, e o direito
ficio immenso da Constituição; esta discussão era tan
to mais necessaria, por isso que por pouco que a baze
fraqueasse, podia o edificio facilmente vir a terra e es
magar os seus proprias arquitectos.
Conheço os diferentes systemas, que estabelecem, e
os que destroem a humana liberdade, mas eu não co
nheço nenhum entre os primeiros, que tenha tentado
mudalla em direito. As consequencias que resultarião na
tural e necessariamente, serião funestas para a socieda
de, tenderfão directamente a fazer desapparecer todos
os crimes, ou antes, a os justificar. Se a liberdade he
em nós hum direito verdadeiro, e se pela sua natureza
póde fazer o mal assim como póde fazer o bem, não
vejo por que razão o assassino, o salteador, o traidor,
e o perturbador do publico repouso, não # a S*

ao apettite, o homem que até então só havia attendido
a si mesmo, se vê obrigado a obrar conforme outros
principios, e a consultar a sua razão antes d'escutar
as suas inclinações. Contracto Social. Liv. I. C. 8.»
Eis a doutrina deste filosofo, hoje considerado como
hum dos Primeiros authores da pasmosa revolução de
que havemos sido testemunhas. Sei que o Emilio, a No
ta Eloisa, o Discurso sobre a Igualdade dos Homens, e
outras obras da mesma penna, nos fornecerião o bas
tante para combatermos Rousseau com as suas proprias
armas; sempre afeiçoado ao estylo sentencioso, e uni
camente respirando sublimes sentimentos, era seu cos
tume contradizer-se a si mesmo e destruir de hum só
traço de Penna quanto nos dissera em cem paginas.
Não obstante hoje se prostrão diante do seu magestoso
templo da arquitectura social (2) sein attenderem a que
nada ha mais fragil, nada mais contradictorio do que
os princípios de Rousseau, por isso que nada se afasta
mais da experiencia, e se me he licito dizello, das pai
xões praticas do coração humano.
Hobbes imaginava que o direito natural era o direito
de todos a tudo: por esta definição colocava primeira
mente os homens no estado de perpetua guerra, e des
truia depois o mesmo direito que pretendia estabelecer
Porque he evidente, que o direito de todos a tudo he hu
maquimera, e se acha aniquilado pela mesma idéa que
nos apresenta. Outros sustentárão que o direito da natu
reza envolvia a pretenção do homem, em virtude da sua
essencia, a tudo quanto lhe he necessario. Estou longe
de coincidir com elles; mas entendo que esta disparida
de de opiniões sobre hum tão importante assumpto, suf
ficientemente prova, que os mesmos innovadores não
e.tão muito adiantados no conhecimento do que nos to
cá de perto, e do que constitue a baze de toda a legis
lação e de toda a justiça humana.
A vista disto o que devemos nós pensar da facilidade
e singular precipitação (3) com que a Assembléa dos
Representantes reconheceo, especificou, e definio os di
reitos do Homem e do Cidadão! Devemos entender,
que todo o Corpo deliberante he composto d'individuos
cujas paixões muitas vezes segue, adoptando seus vicios
e máos habitos; entre estes o mais nocivo para o fim das
deliberações he a presumpçosa leviandade de dogmati
zar sobre as cousas mais incertas; leviandade ligada a
huma confiança-cega e pueril no seu proprio julgado,
pirar á impunidade. Praticão o mal não sô por que o
querem, mas por que tem a liberdade de o praticar;
mude-se essa liberdade em direito, e já se não poderá
formar idéa alguma da natureza dos delictos, e da ori
gem das penas.
A liberdade não he, nem póde ser outra cousa mais
do que o poder de obrar, ou de deixar de obrar; toda
a vez que o seu exercicio não he reprehensivel, toda a
vez que he legitimo, presuppõe a existencia de hum di
reito, ou a falta de prohibição; mas por si mesma não
póde a liberdade constituir hum direito. De todos os
principios destruidores da ventura social o mais perigo
so he innegavelmente o que identifica a força com a
justiça, e o direito com a liberdade. Conheço que hum
erro tão palpavel, e tão grosseiro, fôra indesculpavel
em hum só homem, que se charnasse filosofo; como
pois aconteceo, que seis a setecentos Representantes de
huma grande nação o julgassem huma verdade incon
testavel, e o estabelecessem como baze da nova Con
stituição ! He por que entre o tumulto das paixões
quasi sempre se toma o falso por verdadeiro, da mes
ma sorte que se toma o mal pelo bem. A liberdade do
homem essencial e exclusivamente consiste na faculda
de de discorrer e de proceder sem violencia, sem coac
ção, sem irresistivel necessidade , e por preferencia;
mas ai da humanidade se esse poder constituisse hum
direito! Seria nesse caso inesgotavel origem de crimes
e de attentados, que por esse motivo deixaríâo de ser
CTI II) e S,
Eis a idéa da liberdade, que os filosofos legisladores
deveríão ter seguido, se em vez de fazerem a declara
ção dos direitos do homem, se não tivessem occupado
da declaração de guerra a todos os Governos Monar
quicos. Entregues ao mais vivo, e ao mais cego resenti
mento contra o antigo regime , penetrados do falso
principio de que cumpria colocar o poder do povo, as
suas prerogativas, e seus direitos acima de tudo; per
suadidos de que a execução da reforma devia ser inse
paravel da mais desenfreada licença, imaginárão, que
não podião alcançar esse fim sem alterarem a mesma
natureza da liberdade. No seu horrivel systema era ne
cessario prostrar por terra o Monarca, abater os Mi
nistros, abater os Magistrados, assim como era indis
pensavel espalhar o terror no Clero, na Nobreza, e
até
le, mesmo
a saber na classe militar.
a classe que parecia menos susceptivel del
•

e que faz com que olhemos para os folhetos como ver

dades, e para as idéas novas como axiomas.
No entanto parecia, que nenhum assumpto devia
exigir tão vagarosa e madura reflexão, como a exis
tencia, e natureza desses direitos, que destinavão a
ser a pedra angular sobre a qual devia descançar o edi
(1)-Cicero de Republica. --> .
(2) Mercier, Tomo I. S. 2.°
(3) Foi no espaço de tres dias, que a Commissão exi
gio a redacção da Declaração dos Direitos do Homem.
Concedendo porém, que a liberdade he hum direito,
e até mesmo que he o primeiro direito do homem, per
guntaremos em que sentido he elle inalienavel e impres
criptivel! Tudo quanto a solida razão nos ensina a es
te respeito he, que em quanto o homem vive indepen
dente, e isolado de toda a sociedade, he senhor abso
luto da sua liberdade; e que o acto pelo qual renuncía
á sua natural independencia he huma verdadeira aliena
•
ção da sua illimitada liberdade; que no estado social os
Cidadãos renuncião mais ou menos á liberdade que as
leis assegurão geralmente a todos, e que ella se acha
 [124]
Nimitada e circumscripta na sociedade segundo a condi da tranquillidade publica, desappareceo a sua ventura»
-ção, profissão, e estado de cada hum. e a liberdade mudada em licença veio a implorar depois
Que enorme diferença não vemos entre o estado do dos seus proprios oppressores o jugo que sacudira e bei
simples pastor e o de simples soldado! Dirá alguem por jou com respeito os ferros que huma vez quebrára. . ,
ventura que o creado he tão livre como seu amo, ou (C. d'Ayala.)
que o oficial o he tanto como o artista a quem legal «—º §§ *—*
amente vendeo a sua liberdade! A perpetua renuncia da Telégrafo. — Serviço da Barra.—4 de Fevereiro.
propria vontade para a ligar á vontade de outrem he
considerada pelas nações Catholicas, como o gráo mais
elevado da perfeição Christã; mas como se ha de fazer Embarcações avistadas.
valer este argumento a filosofos, que tendo nascido e 1 h. 1 m. 1 Bergantim sem bandeira a Oeste do Cabo
sido educados no seio do Catholicismo, acabão de col da Roca; 2 Cahiques Hespanhoes, e l Bergantim
locar todas a seitas a nivel da sua propria Religião? sem bandeira ao Norte do Cabo da Roca.
Que em virtude da sua suprema authoridade ousárão 4 h. 30 m. 1 Galera Portugueza ao Norte do Cabo do
declarar contrarias á natureza as praticas Religiosas Espichel. +

consagradas pelo constante exemplo dos seus avós! Es Embarcação entrada em Belém,
tas considerações não erão no entanto inferiores á sua 5 h. 13 m. 1 Bergantim Portuguez, Novo Viajante, do
dignidade ou ao seu saber; até hum certo resto de pejo Maranhão, 35 dias, mala.
os deverá obrigar a discutir com mudureza esta questão. Embarcação entrada em S. Julião.
A Assembléa constituinte cometteo por certo grandes 5 h. 5 m. 1 Galera Portugueza.
erros, e não foi o menor o reprovar e banir sem con “m*=
femplação alguma, por huma lei fundamental, hum
sacrificio approvado pela constante disciplina da Igre Annuncios.
ja; protegido por todas as legislações Catholicas, e res A Chancellaria do Consulado Geral da Russia mu
pcitado por todos os Governos; sacrifício que se havia dou-se para o Chiado N.° 40, rua das Portas de Santa
tornado objecto da nossa veneração e do nosso culto Catharina. •

nas pessoas que depois de o haverem feito havião exem No dia 7 do corrente, pelas tres horas da tarde, em
plarmente desempenhado os deveres que prescreve. casa do Dezembargador José Freire Gameiro, morador
Os Theoristas terão difficuldade em sustentar, que o na rua dos Navegantes, se ha de proceder na arrema
homem que pode de seu motu proprio renunciar parte tação de duas propriedades de casas, sitas na travessa
da sua liberdade não possa renuncialla de todo; o que d'Assumpção, a saber; huma com o N.° 13 a 18, ava
he pela sua natureza inalienavel e imprescriptivel o de liada em 17:2003000 réis; e outra com o N.° 43 a 45,
ve ser no todo e para sempre; não se concebe de que avaliada em 16:110,3000 réis, ambas com frente para
modo huma renuncia parcial, e por assim dizer gradual, a rua nova dos Corrieiros, cuja venda se faz a requeri
possa ir d'accordo com a absoluta inalienabilidade dos mento dos herdeiros do falecido Antonio Francisco Cha
nossos direitos. A força desta objecção augmenta ainda ves: he Escrivão do inventario Mattos e Lemos.
imais quando se considera, que he absurdo na ordem das Na Praça do Commercio desta Cidade nas manhãs
cousas, que a renuncia voluntaria seja destruidora da dos dias 9, 10, e 11 do corrente mez de Fevereiro a
liberdade; nlém do que o seu exercicio nunca será bum requerimento de D. Jºabel Martins da Silva , viuva,
bem absoluto, mas será sempre hum bem relativo; isto cabeça de casal, e testamenteira de seu falecido mari
he, que hum individuo colocado em taes ou taes cir do Caetano Martins da Silva, e pelo Juizo dos Orfãos
cumstancias se considerará feliz se poder fazer uso da do Bairro Alto, Escrivão Firmo José Botelho de Gou
propria liberdade, ao passo que outro só se considera vca, se lia de arrematar a quem mais der , na ultima
rá venturoso no sacrificio della. Attilio Régulo prefe manhã pela hora do meio dia, o Navio denominado
rio a escravidão e a mesma morte á liberdade que os Canóa, e sua amarração que se acha dentro do mesmo,
seus Concidadãos lhe asseguravão em Roma, porque en- - avaliado tudo em 3:4003000 réis , podendo qualquer
.tendia que lhe fora infinitamente mais vergonhoso e avil pessoa antes daquelle tempo dar o seu lanço no carto
tante violar a palavra que dera a Carthago do que per rio do dito Escrivão.
der a liberdade e a vida. O Brigue Francez Mercurio, Capitão Rouget, ha de
Todos os exemplos da mesma natureza tornão insus sahir impreterivelmente no dia 8 do corrente mez de
,tentavel o dogma da inalienabilidade da liberdade tal Fevereiro ; toda a pessoa que quizer carregar ou ir de
qual os Legisladores Francezes o propozerão á crença passagem no dito Navio , pode dirigir-se ao seu con
dos povos; outrosim descobrem o vacuo immenso que signatario Francisco Perfumo.
ha entre as especulações metafisicas sobre a essencia dos N. B. Na Gaz. N.° 21, pag. 4.", columna 1.", lin.
nossos direitos, e o seu uso pratico. Quanto he pueril 28, em vez de Anna Maria Caldeira, leia-se Anna Emi
julgar que as gerações que nos precedêrão não conhecião lia Caldeira, — Em o annuncio da Gaz. N.° 28, relati
a natureza, nem os attributos da liberdade do homem vo a humas casas á Boa Vista, em vez de N.° 8 a 11, leia
e do Cidadão! Nunca houve nações que levassem tão lon se N.° 47 e 48.
ge o seu culto como a Grega e a Romana; quem não
era, livre era barbaro e escravo a seus olhos; e tudo quan
to fizerão de grande he só devido ao sentimento da sua
liberdade. Mas os seus annaes incontestavelmente pro P do P Estiva.
vão, que em quanto a souberão conter nos devidos li reços dodePão
7 ae Azeite para a semana
13 de Fevereiro que princip
de 1831: principia
mites, prosperou a sua patria; e que des de o momen
to em que julgárão licito transgredillos, des de que des Pão de arratel na forma da Lei - - a 46 réis.
conhecêrão o valor da sugeição ás leis, da subordina Em metal - - - - - - - - - a 39 réis.
º cão ás Legitimas Authoridades, da boa ordem social, e Canada de Azeite - - - - - - a 245 réis.
_i_1
---- |- -- - • - T 1_1_* ----

:
* *
-
|-
* * * ** * .. *.* º +
LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA.
, - - - #
*
, ,º . : - * * * *
 NUM. 32. ANNo 1831.

X99 =>#954335-3G<<=-

SEGUNDA FEIRA, 7 DE FEVEREIRO.

----*=
—=><>6<>##33C###<ec=

PARTE NÃO OFFICIAL. vivamente ferido, ou por que conhecesse que ainda não
era tempo de executar os seus premeditados projectos
de dominio , mostrou-se vulnerado no seu acrizolado
patriotismo, e renunciou o mando da sua republica,
NOTICIAS ESTRANGEIRAS. retirando-se para viver, segundo ele mesmo disse, co
mo simples particular.
HESPANHA. Os seus émulos não acreditárão como sincera esta re
solução, e cada dia tinhão novos motivos para suspei
Madrid, 28 de Janeiro. tar o procedimento de Bolivar. Quando este promettia
fazer o sacrificio de deixar o territorio Colombiano na
(O seguinte artigo oferece o vivo e horrivel quadro graça da sua quietação e tranquillidade, e que para is
"da sorte que aguarda os povos que desconhecem a au so já tinha huma embarcação, que o transportasse,
thoridade dos seus Legitimos Reis, e que audazmente atiçava por meio dos seus muitos agentes o fogo da dis
quebrão os vinculos que os ligavão á mãi patria, a cordia em varios pontos da sua amada republica. O
quem erão e são devedores dos maiores bens, para pro partido contrario não se descuidava pela sua parte. Os
curarem huma ventura social de todo imaginária, em periodicos de Ceracas espalhavão invectivas e publica
que as constituições estabelecidas hoje são no seguinte vão os factos mais atrozes contra o libertador na pre
dia substituidas por outras não menos subversivas sença do General Paes, seu companheiro e Presidente
e igualmente incompativeis com a verdadeira pros da nova Republica de Venezuela, que a 26 de Novem
peridade dos povos. Justo he que se apresentem com bro de 1829 se havia proclamado independente e forja
frequencia estes exemplos aos que só pela força da cruel do, depois de muita effusão de sangue, huma nova
experiencia que oferecem as revoluções se deixão enca Constituição. O General Sucre, grande amigo de Bo
minhar á convicção de que os unicos povos felizes são os livar, foi assassinado em Venta Quemada, indo de Po
que permanecem fieis aos seus Legitimos Soberanos.) payan para Quito no dia 4 de Junho ultimo, e o Ge
neral Marino passou pelas armas em Tachira o Gene
Golpe de vista sobre o cstado actual da chamada ral Silva, enviado pelo mesmo Bolivar a Venezuela,
Republica Colombiana. para que promovesse alli huma contra-revolução, e se
julga que depois tiverão igual sorte os seus companhei
Na Gazeta de 28 de Dezembro ultimo, em artigo ros Jimenes, Portocarrero, e Carvajal.
de Londres, e com referencia ás notícias que alli se ha Apezar do máo resultado destas tentativas, não de
havião recebido pelo Paquete, que chegou de Cartha sistio o libertador; e atiçando cada vez mais o fogo da
gena das Indias no meado do mesmo mez, se disse que discordia, provocando em todos os pontos a guerra ci
ºs negocios de Colombia começavão a tomar hum gyro vil, confiava por este meio em que os desgraçados po
favoravel a Bolivar, em cujo partido estava a opinião vos, apezar das vexações, que sofrião com o seu do
do paiz para o mando supremo etc. Recebemos depois minio, o tornassem a proclamar por seu unico salvador.
varios periodicos e Gazetas de Caracas, que alcanção Justo Briceno, hum dos seus emissarios, apoderando
até 8 de Outubro proximo passado; de que extrahimos se do mando do Batalhão de Calhdo, composto de 190
a noticia das occorrencias que tem ultimamente havido homens, a que logo se aggregárão os Hussares de
naquelle desgraçado paiz, que des de o dia da sua re Ayacucho, fez com que em Soccorro se proclamasse
belião contra a mai patria, tem sido e continúa a ser Bolivar. As baionetas fizerão com que se lhe dirigissera
preza da ambição de hum pnnhado de demagógos, e es humildes exposições neste sentido: º por que de outra
tá cada vez mais remoto de adquirir a paz e tranquil maneira (são palavras do mesmo Briceno), os antigos
lidade de que antes gozava. - • soldados do Exercito libertador levarião a morte e o
He sabido que Bolivar perdeo inteiramente a sua po horror por toda a parte buscando o centro que havião
perdido.” • •
pularidade em Colombia nos fins do anno 1829, suspei
tando-se que tratava de se elevar ao poder supremo eri Em Carthagena, onde Bolivar entrou no dia 23 de
gindo huma Monarquia hereditaria. Esta idéa propaga Junho, por meio de huma irrisoria farça composta de
da pelos seus émulos, que a acompanhavão com os mais aduladores sequiosos pelo mando e pelo dinheiro, se for
} fortes sarcasmos, e, invectivas, hia produzindo detaasia jarào todas as tramas.
do oùeito nos Colombianos, para que o chamado liber Em vão. D. Joaquim Mosquera, Presidente da repu
tºdºr permanecesse tranquilo na presidencia do Gover blica, fulminava anáthemas a 23 de Agosto, de Begº
ºº, que havia forjado; e quer seja por que se visse ului tá contra os individuos comprehendidos na reunião de
 I lºº |
mão armada contra a ordem, fazendo-lhes vêr, que
quantos actos produzissem serião illegaes: a sua amnis
tia concedida aos compromettidos no movimento que
fez o Batalhão de Calhdo só servio para ensoberbecer
estes, que em huma reunião com os que se lhes havião
aggregado pretendêrão apoderar-se da Capital, e com
efeito o conseguírão a 28 de Agosto, tendo no dia an
terior dado huma batalha em S. Victoriano, em que
parece que morrèrão da parte dos primeiros 4 Officiaes
e, 19 soldados, tendo 35 feridos; e pela parte da guar
nição da Cidade, que sahio em sua defeza, 21 Oficiaes
com hum Coronel, e 218 soldados mortos, vendo-se
obrigado o Presidente Mosquera a ratificar huma ca
pitulação á vontade dos rebeldes.
Sabidos estes acontecimentos em Carthagena se cele
brárão no dia 2 e 3 de Setembro duas reuniões das Au
thoridades em que apresentando as criaturas de Bolivar
huma fria indiferença para com os resultados que devião
produzir, e não querendo levar a sua dissimulação até
o ponto d’approvar os meios illegaes que havião prece
dido á entrega da Capital, concluírão que tudo
era obra dos máos Ministros do Governo, que devião
ser removidos; e que nas criticas circumstancias em que
se achavão não havia outro recurso mais do que suppli
car humildemente ao libertador se dignasse, por . hun
efeito do seu amor á patria, receber o mando em Che
fe das armas de toda a republica. Duvidamos que Bo
livar fosse tão generoso que o acceitasse; porém o certo
he, segundo as Gazetas de Caracas, que segundo se
disse, chegão até 8 d'Outubro ultimo, o seu procedi
mento havia produzido em Venezuela e nas suas imme
diações a maior effervescencia e descontentamento. E
em quanto não recebemos ulteriores noticias copiamos
os seguintes parágrafos: O 1.° he de huma proclama
ção do General de Brigada, Prefeito do Departamen
to de Sulía, em data de Maracaibo a 18 de Setembro.
O 2.° he de outra proclamação em data de Caracas, a
24 do mesmo mez, assignada por varios. E o 3.° he
de huma Gazeta da mesma Cidade em data de 7 de
Outubro: dão idéa do credito que goza o tal libertador
em muitas partes da sua acreditada republica.
» Vós, povos de Sulía, tambem vos quizestes resga
tar dos ferros, e sem nenhuns esforços bastou o vosso
simples querer, para afugentardes deste solo a tyran
nia e o despotismo. A vossa determinação foi huma
chanima electrica que decidio a de Cucutá, Casanare,
Popayan, e que vivificou todas as povoações da Nova
Granada. O dictador falto de valor e cheio d'espanto,
foi occultar a sua humilhante queda em Carthagena,
donde prometteo embarcar-se para paizes estrangeiros.
Porém ah ! tendo-se reunido os seus mais criminosos
cumplices naquella praça, chegou ella a ser o foco de
todas as suas intrigas e maquinações. Dalli atiça Bo
livar a discordia, arma as facções, espalha a conster
nação e a morte, põe em exercicio os perfidos meios do
engano e da intriga, e se alegra como Nero vendo in
cendiar Roma.»
—» O malvado Bolivar resolveo não sahir de Colom
bia, e declarou que alli existirá para vingar a morte do
General Sucre, e organizar o paiz: assim o sabemos
positivamente pelas ultimas noticias de Carthagena.
» Para começar o regime de vingança e terror o Pre
feito do Magdalena, Francisco Martin, expedio hum
Decreto pelo qual se castigará com pena de morte quem
falar contra Bolivar. \
» A Constituição não se observa em Carthagena, ain
da que se finja obedecer-lhe: muitos actos recentes com
provão que ella fôra abertamente infringida. Só Boli
var manda naquelle infeliz paiz.
» Sejamos pois francos e não temamos annunciar aos
nossos compatriotas, posto que com magoa, que a Ci
dade de Bogotá, depois de se haver mostrado inflexivel
aos ameaços do Coronel Francisco Ximenes, Comman
dante do Batalhão de Calháo, finalmente cahio debai
xo do alfange berberesco daquelle traidor. Os ostensiveis
pretextos para huma aggressão tão inaudita, forão li
vrar o Governo da oppressão do povo, e restabelecer o
rigoroso centralismo. Quinhentos e tantos homens que
compunhão aquelle corpo, entrincheirados pelejárão
contra 800 milicianos a peito descoberto, de parte do
Governo; e o resultado, pelo menos forão 200 mortos |-
de ambas as partes, a pilhagem da Cidade, a proscri
f do Ministerio, o mandarem-se para Carthagena -
uma multidão de liberaes maniatados que terão sido #
degolados no caminho, a destruição da lei, e a exalta
ção da pilhagem. E haverá Bogotano, Granadino, e
Colombiano, que á vista de tão irritante quadro não
sinta ferverem as veias de raiva e vingança ! Hum ban *
#
do de Vandalos proclamando a boa ordem! O povo *
opprimindo o seu Governo, liberto por hum bandido!
» Não o duvidemos, Bolivar contra a torrente de
hum povo virtuoso que o detesta, emprehende outra vez
escravizallo. A viagem de Bogotá apenas he hum pre
liminar. Logo que tiver augmentado (Deos o não per
mitta) o numero do seu Exercito de verdugos, o vere
mos sempre na reserva.» (G. de Madrid.)
*—º §§ *—º
Lisboa, 6 de Fevereiro.
(Artigos communicados.)
ElRei Nosso Senhor dignando-Se ouvir a súpplica que
Lhe fez em o dia 13 de Janeiro Fr. Francisco de Santa
Roza de Viterbo Moreira Braga, Prégador Regio Ho
norario, Leitor de Theologia , e Examinador Sinodal
do Patriarcado, Ordens Militares, e Grã-Priorado do
Crato, concedeo a Medalha de ouro com Sua Real
#*#*# a José Maria Ribeiro Mendes, Procurador actual
da Camara de Braga, e natural da mesma Cidade ; a
Antonio Gonçalves Carneiro , Tenente Quartel Mestre
do Ultramar , e empregado no Quartel da Luz ; a D.
Clara Joaquina de Magalhães, viuva, e mãi do Reve
rendo José Dias Leite de Magalhães, já agraciado ; a
Antonio Dias de Rezende ; a D. Guimar Luiza Dias
de Magalhães; a D. Maria da Piedade Magalhães ; a
D. Anna de Jesus Magalhães, filhos da dita viuva ; a
Manoel Ignacio de Azevedo, pai do Reverendo Domin
gos Manoel de Azevedo, já agraciado; a D. Marianna
de Azevedo, tia do dito Padre; e a Antonio de Azevedo,
Primo do mesmo , todos da Freguezia de Santa Maria
d'Arrifana, Comarca da Feira,
ElRei Nosso Senhor, attendendo ao que Lhe repre
sentou João Teixeira, Negociante da Villa e Praça de
Almeida, em Audiencia de 13 de Janeiro de 1831, foi
Servido fazer-lhe a Graça de poder usar da Medalha de
ouro com a Sua Real Effigie.
*—º $$ #------$
Indice dos Decretos, Alvará, , Editaes , etc.
publicados na Gazeta de 1630. * *
Janeiro. Edital de 28 de Dezembro de 1829, do Pro
vedor do Terreiro Publico, para a admissão do tri
go estrangeiro. Gazeta N.° 1. . .
Alvará de 11 de Dezembro de 1829, dando nova
forma aos Conselhos de Guerra navaes • Pondo-os
em harmonia com a organisação dos Conselhos de
Guerra do Exercito. Gazeta N.° 8.
Alvará de 23 de Novembro de 1829, declarando
que fica pertencendo ao Bairro de S. José o Julga
do d'Albogas Velhas, Gazeta N.° 10.
 [127]
Edital da Junta dos Juros, em data de 15 de
Janeiro de 1830, sobre os que deverão vender o
papel sellado. Gazeta N.° 15.
Edital da Meza da Consciencia e Ordens, em
data de 26 de Janeiro de 1830, sobre os dinhei
# Pertencentes aos falecidos em Angola. Gazeta
º 25.
+
Fevereiro. Alvará de 3 de Fevereiro de 1830, fazendo
extensivos aos Prefessores Regios de Filosofia Ra
cional e Moral, de Mathematica Elementar, e de
Listoria as isenções e Privilegios concedidos aos
Professores Regios das Linguas Latina, Grega etc.
Gazeta N.° 34.
Alvará de 30 de Janeiro de 1830, sobre a ex
tincção da Divida do Estado, arrecadação dos
bens das Commendas das tres Ordens Militares, e
Decretos sobre a extincção da Papel Moeda. Ga
zeta N.° 37.
Resolução, em data de 25 de Janeiro de 1830,
sobre os direitos que deve pagar o Gado Vacuum e
Lanígero que entrar no Reino. Gazeta N.° 39.
Ordem do Dia de 27 de Fevereiro, determinan
do a Reforma dos Hospitães do Exercito. Gazeta
N.° 52.
Decreto de 27 de Fevereiro de 1830, ampliando
o Plano dos Corpos de Voluntarios Realistas rela
tivo aos Estados Maiores. Gazeta N.° 60.
Março. Edital da Real Junta do Commercio, em data
de 11 de Março de 1830, sobre a creação dos bi
chos de seda e amoreiras. Gazeta N.° 61.
Decreto de 6 de Fevereiro de 1830, sobre os
empregados que servírão no Estado Maior General.
Gazeta N.° 64.
Consulta de 5 de Março de 1830, do Conselho da Fa
zenda sobre os direitos do antimonio. Gazeta N.° 68.
--Abril. Decreto de 13 de Março de 1830, para o uni
forme dos Oficiaes desligados sem emprego, e para
os Oficiaes reformados; idem, para os Generaes das
Provincias, a fim de fazerem executar o Decreto
que creou a Commissão Militar para julgar os sal
teadores. Gazeta N.° 78.
Decreto de 29 de Março de 1830, creando a Es
cola Veterinaria, Gazeta N.° 83.
Maio. Decreto de 22 de Maio de 1830, prolongando
inais hum mez o Carimbo do papel-moeda. Gazeta
N.° 131. |- ** * embarcações que conduzem cereaes para o Terreiro
Decreto de 27 de Maio de 1830, determinando
que os Rendeiros das Commendas hajão d'apre
sentar os seus títulos dentro de 6 mezes. Gazeta
N.° 131.
Junho. Ordem do Dia de 11 de Junho de 1830, contendo
Decretos sobre a forma de pagamento de soldos etc.
dos que são nomeados para as Capitanias do Ultra
mar; e Decreto antigo providenciando sobre as li
cenças que se concedem aos Governadores do Ul
tramar para virem a este Reino. Gazeta N.° 138.
Decreto de 24 de Outubro de 1829, concedendo
10 annos de Privilegio ao Estabelecimento da Real
Diligencia. Gazeta N.° 144.
Alvará de 21 de Junho de 1830, ordenando que o
emprego de Juiz do Terreiro seja reputado lugar de
letras d'exercicio triennal, com outras providencias.
Gazeta N.° 149.
Decreto de 23 de Junho de 1830, determinando o
modo de contar as faltas dos Estudantes da R.
A. da Marinha. Gazeta N.° 152.
Julho. Alvará de 28 de Junho de 1830, sobre a contra
bando das Cartas de Jogar. Gazeta N.° 155.
Alvará de 9 de Julho de 1830, abolindo os di
reitos que pagão as fazendas manufacturadas no
Reino, com outras Providencias a favor dos Fa
bricantes nacionaes. Gazeta N.° 163.
Decreto de 9 de Julho de 1330, para vencerem
juro as dividas do Commissariado. Gazeta N.° 165.
Decreto de 28 de Junho de 1830, estabelecendo
o custo das Cartas de jogar. Gazeta N.° 168.
Avizo de 15 de Julho de 1830, á Junta dos Ju
ros para que pelas Repartições se não faça paga
mento em papel-moeda sem ser carimbado. Gazeta
N.° 171.
Edital do Senado de 21 de Julho de 1830, sobre
o Oficio de Carpinteiro de moveis e semblagem con
tra as casas de leilões. Gazeta N.° 175.
Ordem do Dia, em data de 21 de Julho de
1830, com os Avizos sobre diferentes quesitos
relativos ao pagamento das rações de forragens dos
cavallos pertencentes aos Oficiaes que estiverão
emigrados na Hespanha. Gazeta N.° 174.
Ordem do Dia de 28 de Julho de 1830, conteu
do a promoção dos Oficiaes que emigrárão para
Hespanha, promovidos pelo Marquez de Chaves,
e confirmados na sua promoção por Sua Magesta
de ElRei Nossso Senhor. Gazeta N.° 179.
Agosto. Decreto de 9 de Julho de 1830, determinando
que os que recebem Pensões devem pagar Decima.
Gazeta N.° 1.82.
Decreto de 30 de Julho de 1830, creando Au
ditores em todas as Provincias. Gazeta N.° 190.
Decreto de 30 de Julho de 1830, determinando
que o Dezembargador do Fisco haja de continuar
como antigamente a encarregar-se do Cofre dos bens
confiscados. Gazeta N.° 190.
Decreto de 30 de Julho de 1830, sobre a arreca
dação dos bens confiscados nas Ilhas, especialmen
te na Madeira. Gazeta N.° 194.
Relação da Meza da Consciencia e Ordens em
data de 12 de Agosto de 1830, do dinheiro que
pertencia aos falecidos e ausentes em Moçambi
que. Gazeta N.° 196.
Alvará de 29 de Julho de 1830, sobre as Car
tas de Legitimação. Gazeta N.° 198.
Resolução de Consulta de 24 de Julho de 1830,
do Conselho da Fazenda, relativa á arrecadação
de dividas á Real Fazenda nos bens confiscados
e sequestrados. Gazeta N.° 201.
Ordem do Dia de 28 de Agosto de 1830, aug
mentando a Guarda da Policia. Gazeta N.° 204.
Setembro. Alvará de 30 de Agosto de 1830, sobre as
Gazeta N.° 208.
Portaria idem ao Administrador da Casa Pia so
bre sobre a venda das Loterias. Gazeta N.° 208.
Resolução de Consulta de 4 de Setembro de 1830,
sobre a serventia de Oficios. Gazeta N.° 215.
Idem sobre aposentadorias dos ditos. Idem.
Ordem do Dia 11 de Setembro de 1830, con
tendo o Mappa do dinheiro das Prezas. Gazeta
N.° 216.
Edital de 17 de Setembro de 1830, sobre os Pri
vilegios da Bulla da Cruzada. Gazeta N.° 227.
Outubro. Consulta de 7 de Setembro de 1830, do Con
selho da Fazenda sobre a exportação de vinhos pa
ra o Brazil. Gazeta N.° 241.
Relação de 30 de Setembro de 1830, publicada
pela Meza da Consciencia e Ordens das remessas
ue havião feito os falecidos e ausentes etc. Ga
zeta N.° 246.
Novembro. Decreto de 13 de Novembro de 1830, re
gulando o uniforme dos Cirurgiões Militares (effe
ctivos). Gazeta N.° 267.
Decreto de 13 de Novembro de 1830, para hum
novo emprestimo. Gazeta N.° 272.
Decreto de 6 de Novembro de 1830, sobre os
passadores de papel sellado falso. Gazeta N."
275.
IDezembro. Decreto de 11 de Dezembro de 1830, no
 |[128]
meando Inspector d'Artilheria e outras disposições fazem público que a propriedade de casas, sitas na tra
etc. Gazeta N.° 298. vessa d'Assumpção N.° 43 a 46, com frente para a rua
Edital do Senado, de 23 de Dezembro de 1830, dos Corrieiros, annunciadas para a venda hoje 7 do cor
º com o Decreto de 22 de Dezembro de 1830, con rente, se achão penhoradas, por estes, por execução de
cedendo a venda da carne de porco aos salsixeiros. Sentença, no Civel da Corte, Escrivão João Candido da
"Gazeta N.° 307. Costa Campos, aos herdeiros de Antonio Francisco Cha
Ordem do Dia de 29 de Dezembro de 1830, com ves, por mais de 8.0003000 de réis. +

promoções, e sentenças de varios Oficiaes julgados D. Maria Anna da Piedade Cabral, viuva de Fran
pela Commissão Militar. Gazeta N.° 309. cisco Leite Sodré da Gama, annuncía ao público que
ninguem faça contrato algum com Luiz Lobo da Costa,
da Villa de Alcobaça, a respeito da quinta dos Canca
rinhos, situada na Freguezia da Vargea, termo de
Santarém, por quanto se acha em litigio.
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 6 de Fevereiro. Agnello Freire Salter de Souza Cid se acha tratan
do do inventario de sua tia D. Roza Fillippa Marga
'A Galera Portugueza que entrou hontem, chama-se rida Salter de Mendonça, com sua cunhada D. Maria
Santa Cruz, do Maranhão, 46 dias, mala, 7 pas da Graça Freire do Prado, sendo marido da mesma
sageiros, que são 1 Negociante Hespanhol, 1 La Raymundo Verissímo de Souza Lacerda , e como este
vrador da Ilha do Faial, 4 menores que vem edu tenha vendido bens da herança, faz público a todos pa
car-se em Portugal, e 1 criado de servir. "ra não negociarem com elle Raymundo, sobre os mes
Embarcações avistadas. mos, em quanto se não ultimar a mesma herança.
•

12 h. 5 m. 1 Galera Sarda, e l Bergantim sem bandei
ra ao Norte do Cabo da Roca.
-12 h. 35 m. 1 Brigue Escuna sem bandeira a Oeste do ao público que não contrate cousa alguma com as
Cabo da Roca.
Embarcação sahida de S. Julião.
32 h. 24 m. 1 Curveta de Guerra Franceza.
Embarcação sahida de Belém.
2 h. 24 m. I Galera Ingleza para Liverpool.
Hdcm 6.
"A Galera Sarda de hontem navega para o Sul.
Embarcações avistadas.
-7 h. 27 m. 1 Bergantim Brazileiro, e 1 Brigue-Escuna
sem bandeira, a Oeste do Cabo do Espichel.
3 h. 55 m. 1 Bergantim sem bandeira, e 1 Escuua di
to, ao Norte do Cabo da Roca.
Embarcações entradas em S. Julião.
3 h. 1 Bergantim Brazileiro.
"3 h. 55 m. 1 Brigue Escuna Portuguez.
Embarcação sahida de S. Julião.
12 h. 39 m. 1 Paquete Inglez.
Embarcações sahidas de Belém.
12 h. 39 m. 1 Bergantim Portuguez, Minerva, para
o Porto; 1 Escuna dito, Neptuno, para Vianna;
1 Bergantim Inglez para Poole; 2 Escunas ditas,
para Londres; e 1 dita dita para Plymouth.
*-- + --
ADMINISTRAção do CoRREIo GERAL.
Navios a sahir.
Fevereiro 12. Para a Ilha de S. Miguel o Brigue Es
cuna Divino Imperador.
12. Para a Madeira o Hiate Triunfo.
12. Para a Graciosa o Brigue Escuna Feliz
Encontro.
O Curador da administração da casa do falecido Ruy
Galvão de Mexia Moura Telles e Albuquerque, previne =
Apolices N.° 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 627, e 628,
da extincta Companhia do Grã Pará e Maranhão, por
serem pertencentes a Morgado; e outro sim que vai re
querer novas com salvo, por se terem extraviado as ori
ginaes, protestando desde já contra qualquer pessoa que
haja de contratar ou tenha contratado com as ditas no
ve Apolices.
F. Leveratto e irmão, no seu escriptorio sito na rua
da Prata, N.° 1 C, estão authorizados para vender
20:0003000 rs. de Apolices Brazileiras, admittindo em
pagamento predios rusticos e urbanos desta Cidade ou
seus suburbios, acceitando tambem em pagamento Apo
lices Portuguezas, Acções do Banco, e da Companhia
do Alto Douro: este negocio nota-se todos os dias no
dito escriptorio des de as onze horas da manhã até ás
tres da tarde.
Vende-se huma propriedade de casas de 1.° e 2.° an
dar, sitas no largo do Chafariz de Dentro, N.° 18 e
19: quem a quizer comprar, procure no mesmo predio
seu dono Pedro Barboza, onde se acha des de as 8 ho
ras da manhã até ás 4 da tarde.
Quem quizer comprar humas casas com seu quintal e
poço, compostas de tres moradas, as quaes rendem 303
réis metal cada anno, sitas na Porcalhota, Freguezia
de Bemfica, dirija-se ao Campo de Santa Anna, N."
121, 1.° andar.
Vende-se hum Prazo fateozim perpetuo, foreiro aº
Excellentissimo Senado em 193042 rs., e laudetnio de
quarentena no caso das vendas, situado na calçada do
Marquez de Abrantes, Freguezia de Santos, e quasi
immediato ao Chafariz do Caies do Tojo, no qual se
acha estabelecida huma estancia de carvão, e anda de
renda por 1603000 rs. annuaes: quem pretender com
prar pode dirigir-se á travessa de S. Mamede, N.° 8 C,
aonde se poderão ver os titulos, e tratar da compra.
As navalhas de barbear denominadas de Damasco,
Se achão agora á venda na loja de ferra gern rua do
Chiado
rua N.° 7,N.°ao221,
do Ouro pé da3.°calçada
andar. do Sacramento, e na
•

Annuncios.
Quem pretender comprar, huns Serviços de Marechal
de Campo, falle na rua dos Cavalleiros N.° 88, 2.° andar.
A viuva e filhos de Mattheus Gonsalves dos Santos,
•
Julien, cabelleireiro de Paris, faz público que mudou
a sua morada da rua do Chiado para a mesma rua, de
fronte da rua de S. Francisco da Cidade N.° 29 , pri
meiro andar.

F- >
* =T=
—=

LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.


GazETA DE LISBOA —==>>>9->|$@$$2<<9&<=-
TERÇA FEIRA, 8 DE FEVEREIRO.
T T
xo6=>$@$@@@#@$<9ex<=
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
AUSTRIA.
Fienna, 27 de Dezembro.
Por huma resolução de S. M. I. forão promovidos
ao posto de Tenentes Feld-Marechaes os Generaes Prin
cipe Fernando de Hesse Homburgo, Carlos de Fals
*## e o Principe Hohenlohe-Langemburgo.
a agora na Italia huns 75,000 homens. O corpo de
observações, que se vai postar na fronteira da Polonia,
se comporá de 40,000 homens. ( , Jº 1 º
SUISSA. … ção em 1830. Nelle apresenta hum deficit de 18,0313496
Genebra, 11 de Janeiro.
Pelo Decreto de S. M. o Rei de Sardanha, publica
do nestes ultimos dias em Saboya, se chamão ás armas
as tres novas classes de conscriptos. Assegurão que o
Exercito Piemontes constará , em consequencia deste
reforço, de 120,000 homens. Este desenvolvimento ex
traordinario de forças, unido a outra multidão de cir
cumstancias, especialmente ao chamamento do Embai
vador Sardo residente em Paris, indica disposições
Ponco pacificas a respeito do Gabinete de Turim. Não
ºbstante geralmente se crê na Saboya, que antes da
Primavera não começará a campanha, por que a ex
periencia tem provado , que o fim do inverno he a
época do anno, em que o novo caminho de Mont-Ce
nis oferece menos segurança, por causa das massas de
gelo, que se desprendem dos montes, e por isso que a
passagem das tropas por aquelle monte será provavel
mente combinada com a tentativa de forçar o Simplon.
Friburgo, 12 de Janeiro.
Por muito horrorosa que se tenha podido pintar a
revolução da Suissa, nos periodicos de Paris, não se al
terou por hum só momento aqui a tranquillidade pu
blica. Só huma vez se ouvio o grito de viva a liberda
de dado no meio de hum grupo de mancebos, que ape
nas chegavão a 100; a isto se reduzio a nossa revolu
ção; tudo se regulou facil e perfeitamente de modo que
Rºda sofreo a Religião nem os seus estabelecimentos.
N㺠quer isto dizer, que não houvesse alguns indivi
duos, que desejavão aproveitar as circumstancias para
--
ANNo 1831.
=>
->=
fazer algumas modificações, mas nem mesmo se atrevê
rão a manifestar essa idéa.
A maior parte dos habitantes das campinas, que
constituem a população do Cantão, se pronunciou ener
gicamente e declarou, que não havião de sofrer, que
se fizesse a mais leve alteração nas instituições politi
cas, nem nos estabelecimentos Religiosos, e que da
mesma sorte não consintiríâo, que se molestassem os
Jesuitas, por que não querem que os seus filhos sejão
educados por pedreiros livres.
(Gazeta de Madrid.)
FRANÇA.
Paris, 20 de Janeiro.
O Ministro da Fazenda cumprio a sua grande e pe
nosa obrigação publicando o mappa da receita da na
francos sobre o orsamento de 1828; mas a respeito do
anno de 1829 o deficit he só de 5.4063834 francos.
O Ministro fez observar que nos 130,9113 francos do
producto das contribuições indirectas se achão incluidos
9.1653 pelos direitos estabelecidos em 1830, e que não
entrárão no Thesouro antes de 1831, pela razão, diz
elle, das dificuldades que nos ultimos cinco mezes tem
encontrado em alguns pontos a arrecadação dessa quan
tla.
Dasejando a municipalidade de Paris acudir á des
peza extraordinaria que occorreo des de o fim de Julho
ultimo, propoz abrir novo emprestimo do capital de 15
milhões de francos. Ha motivo para acreditar que se pro
porá a emissão de cedulas de mil francos cada huma.
(G. de França.)
#
Em Avignâo se publicou huma quebra avaliada em
9003 francos. Assegurão que foi o Presidente do Tri
bunal do Commercio quem sofreo esse contratempo.
(Memorial de Toulosa.)
Sabe-se por Argel, que o Imperador de Marrocos fa
zia marchar 63 homens sobre Oran.
Em data de 4 do corrente annuncião de Roma, que
naquella mesma noute se esperava saber qual era o no
vo Pontifice; até áquella data erão os principaes con
correntes ao Throno Pontificio os Cardeaes Gregorio e
Galeffi. Tambem se dizia, que no dia anterior havia
faltado ao primeiro hum voto para ficar definitivamente
eleito. (Quotidiana.)
- Em data do 1.° do corrente annuncião de S. Peters
burgo:

» A 28 de Dezembro sahio para Bialistock o Ajudan ro do Paço, desta Cidade, se ouvio hum estrondo, e se
te General Conde de Toll; e hontem o verificou igual
mente o Feld Marechal Condeº Diebitsch.
» A colera -morbus já cessou-segundo annunciámos,
nos Governos de Uladimir, Nigni-Novogorod, e Sim do coração.; não trazendo arma alguma que o podesse
birsk, e por esse motivo se restabelecêrão as communi
cações com aquelles Governos etc. O Conde 3akreusky alguma porção que levasse dessa massa fulminante de
devia sahir a 28 de Dezembro de Tamboff para regres
sar a Petersburgo segundo S. M. I. lho havia determi
nado.
» No *smº día "presentº S. A. fa o Grã-Duque
Miguel ao Generalissimo Conde Diebitsºh toda a Ofi- -
cialidade dos corpos da Guarda Reaf, que hão de for
mar parte do Exercito de operações. Esta apresentação
se havia demorado em consequencia da enfermidade do
Conde.»
Emse huma
ge, carta escripta
lê o seguinte: do Egypto por Mr. B. Bia
» Como parece que tomais algum interesse nos nego
cios do Egypto, não duvido que recebereis com bene
"volencia as particularidades que vos posso dar sobre a
opinião geralmente espalhada pelo Egypto a respeito
dos Européos que aqui habitão. | essenciaes attributos e, por assim dizer, com os seus
» Os Egypcios geralmente formão pouco conceito dos
Européos, a quem tratão de charlatães, que nada sa
bem fora do seu paiz etc. (e como acontece que empregão
esses mesmos Européos de quem recebem o ensino nas
artes e nas sciencias?) • \ o ,
* * Quanto ao estado das rendas do paiz devo dizer-vos,
que apenas chegão a 100 milhões de francos. Agora
pergunto será essa quantia suficiente para sustentar hum
Exercito permanente de quasi 503 homens, huma Es
quadra consideravel, e grande numero de funccionarios
com avultados ordenados!» (Extracto do Mensageiro.)
HESPANHA.
Gerona, 12 de Janeiro.
No dia 16 do mez de Dezembro ultimo, D. João
Auvillon, Barão, Cavalleiro da Real Ordem do meri
to militar, ex-Capitão da Legião N.° 42 do Exercito
Francez, natural de Generac, no Departamento de
Nimes, filho de D. João, e de D. Susana Doufer,
Calvinista, depois de plenamente convencido dos erros da
seita que professava, publicamente a abjurou e foi ad
mittido no gremio da Igreja Catholica. Esta abjuração
e reconciliação se verificárão publica e solemnemente na
presença do Vigario Geral, Fiscal Ecclesiastico, de
varios Cónegos, e de outras muitas pessoas de distinc
ção que assistírão a tão edificante acto. No seguinte dia
obteve a absolvição Sacramental, e tambem recebeo a
Sagrada Communhão, edificando a todos os que desejá
rão presencear esta conversão e triunfo da nossa Santa
Religião. A (Ex. da Gazeta de Madrid.)
4…# §§*—»
{* * •
Lisboa, 7 de Fevereiro.
|-
A Gazeta de Madrid em data de 31 de Janeiro ulti
mo publica o seguinte: - - -
» O cabeça Bordas, que no mez d'Outubro se poz á
frente da partida revolucionaria na Galliza, appareceo
morto. O seu cadaver foi conduzido á povoação de La
Mesquista, e exposto ao publico.
… … Toda a Peninsula goza perfeita paz.» -
* * ** * # |-
.
-
* * * ** **
*—*$$*--*
-- Hontem pelas 6 horas e meia da tarde, hindo andan
do hum homem pela Praça do Commercio, ou Terrei
[ 180 ]
vio cahir o homem, sem se achar pessoa alguma ao pé
* delle, e acudindo-se-lhe logo, se vio estava norto, e
com huma grande ferida, como queimado, da banda
pôr em tal estado, geralmente se attribue o desastre a
que se está fazendo grande uso e abuso ha tempos, até
com incommodo do publico no estrondo dos estallos com
, que brincão OS ociosos. *- - - - - -
{ • * * *
#-
*;
, - -
«-» §§»—» * -
.
- * - -
_>
Litteratura.
4
•
…. Da supposta igualdade dos homens.
-i > ,
A igualdade dos homens, considerada em geral, he
tão independente dos seus diferentes estados, como o
são as suas faculdades fisicas e moraes. Nesta primeira
e unica verdadeira accepção, a igualdade dos homens
se refere á sua natureza, excluindo toda e qualquer ou
tra qualidade, que nada tem de commum com os seus
primitivos elementos. Quando pois dizemos neste senti
do, que todos os homens são iguaes, quer isto dizer
que todos os homens tem os mesmos attributos, e os
mesmos principios constitutivos; quer isto dizer, fallan
do com mais exactidão, que todos os homens são ho
mens. Nada ha mais fundado na razão do que esta dou
trina sobre a qual todo o mundo se achará d'accordo.
Esta perfeita igualdade que encontro remontando,
por assim dizer, aos primeiros elementos da natureza
humana, não podia ser o objecto das averiguações e dos
tão preconizados descobrimentos dos nossos innovado
res; se assim fora lhes aconselhariatmos, que se poupas
• {" , i - >. , ,
sem hum trabalho inutil, porque o homem menos in
struido lha teria podido ensinar. Entendo que só os im
. . * * becis podem imaginar, que Alexandre, Caesar, e Au
gusto não fossem homens como o ultimo dos seus sol
dados; até se calumnião aquelles heroes quando se diz
que se julgavão deoses, e que exigião o culto devido á
divindade.
A igualdade dos homens na natureza he a baze fun
damental de todas as reflexões moraes que tem por fim
inspirar aos poderosos, aos grandes, e aos ricos senti
mentos conformes com esta verdade. Quando o indi
gente, e o desgraçado exclama: º sou hum homem co
motu és, º cuido ouvir o que ha de mais sublime, per
suasivo e tocante a respeito da eloquencia. He exacta
mente neste sentido que Cicero dizia, que a força da
humanidade
(pro Rosc.), hee maravilhosa, magna est vis humanitatis,
o he com efeito. •
Quem não for sensivel a esta consideração, certa
mente o será pouco a qualquer outra; por quanto que
especie de compaixão e de piedade se pode excitar em
hum coração que não tem sentimento algum da huma
- }, nidade! Ignoro se entre os mais illustres legisladores
das nações cultas, tem havido hum só que em todas as
…, leis que podem ter relação directa ou indirecta com a
humanidade, não tivesse este grande principio diante
dos olhos: estou persuadido, que se os innovadores se
+
dessem ao trabalho de examinar a antiga legislação da
França, verião que tem havido intoleravel exageração
nas inculpações que a este respeito lhe term feito; e se
dizião que no Governo que acabão d'aniquilar depois
de o haverem cruelmente insultado, a humanidade era
tida em pouca conta, he de publica notoriedade que
* * *
no regime actual he considerada nulla: He indubitavel
que se poderia fazer hum grande volume em folio dos
crimes directos contra a humanidade com que as duas
Assembléas se maculárão em menos de tres annos;
quando vejo 800 graves legisladores na Primeira, e qua
 [131]
si a metade na segunda, chamarem-se todos verdadei las da sua arte sublime tem por objecto o tornar visivel
ros amigos da humanidade; quando os vejo regozija mente desiguaes todos os seres que são iguaes na sua
rem-se, no socego das suas deliberações, do sangue que essencia. He esta huma verdade cuja demonstração não
os seus satellites acabão de derramar; quando lhes ouço depende de experiencias curiosas e raras, reservadas a al
chamarem gloriosos dias esses dias de luto para a Fran guns engenhos particulares; he evidente a todos, he dia
ga, e para toda a terra, vejo-me obrigado a dizer, que ria 2.he apoiada no testemunho dos nossos proprios olhos.
a natureza em huma geração produzio mil e dozentos A diferença que notamos em todos os individuos, quer
monstros; se a esse pasmoso numero juntassemos os dº mesmº genero, quer da mesma especie, he só de
monstros obscuros que, espalhados em todos os Depar vida ao desigual desenvolvimento das suas forças e das
tamentos, em todos os destrictos, e em todos os Can suas faculdades primordiaes, o que produz variações, e
tões, ainda não poderão saciar a sede do sangue dos diferenças tão constantes e tão notaveis, que hum gran
seus concidadãos, nos veremos inclinados a acreditar, de filosofo julgou impossivel, que houvesse no universo
que parte de tão desgraçado paiz não tem produzido ha dous seres perfeitamente iguaes. Abandono aos illustra
longo tempo outra cousa mais do que monstros. -

dos filosofos o cuidado de nos patentearem a razão des

:
Supplico aos leitores que attendão a que a igualdade ta misteriosa marcha da natureza, de que ella nunca
da natureza não nos pode dar outros titulos senão aquel se afasta, e limitar-me-hei a fixar a minha attenção
les em virtude dos quaes temos direito á sensibilidade, sobre o seguinte facto, que ninguem se animará a ne
á commiseração, ao amparo, e á beneficencia do nosso gar: em todos os individuos da especie humana ha desi
similhante: em consequencia dessa igualdade o homem gualdade de faculdades e de forças fisicas; sustento que
fraco, indigente, e infeliz, he soccorrido pelo homem essa desigualdade he o resultado necessario das leis eter
poderoso, rico, e affortunado; estes serião culpadºs se nas, leis que nunca os homens poderão sugeitar aos
não vissem a miseria alheia, e mais culpados ainda se seus calculos mais exactos, e muito menos elúdir e al
vendo-a, se não condoessem, •

terar com insensato empenho. Concluo que a desigual

A igualdade da natureza não produz pois nenhum di dade fisica dos homens e dos cidadãos he obra do Oínni
reito relativamente a essa parte da legislação, que tem potente, comprovada e admirada por nós mesmos; essa
por objecto o serviço do Estado, a recompensa do me desigualdade produz os seus efeitos, e os seus efeitos
rito, e do talento, a distribuição dos cargos publicos, são independentes da vontade e do poder do homem.
a escolha dos funccionarios e de toda a especie de em Se não tivessemos outros argumentos para comprovar
pregados; por quanto nada seria mais absurdo, e ao aos olhos do vulgo a nossa fisica desigualdade, a dife
mesmo tempo nada mais injusto, do que querer dar a al rença que geralmente notamos na organisação dos cor
guem hum elevado posto só por que he homem como Pos humanos devera sêr hum argumento invencivel para
outro qualquer homem. As leis que são iguaes para to os animos doceis; essa diferença he muitas vezes visivel
dos os Cidadãos o não são por que todos os Cidadãos e por assim dizer palpavel." Observemos, por exemplo,
sejão iguaes pela natureza, mas porque suppõem que to de perto e com toda a attenção, duas fisionomias cuja
dos desempenhão bem o seu dever, e que todos se con similhança parece singular; veremos que mesmo exte
stituem dignos dos seus beneficios, por quanto se o não riormente as feições de huma consideradas de per si,
fizessem as mesmas leis punirião estes, e recompensarião diferem muito das feições da outra; e á proporção que
os outros, sem a menor attenção á igualdade de natu for augmentando a nossa altenção irá desapparecendo
reza. Se ha homens que não entendem estes principios, a supposta igualdade ou similhança. As observações
queixem-se da propria cegueira, ou da mediocridade da mesma natureza são muito mais interessantes para
das suas faculdades; eu os acho confórmes com a recta os anatomicos, que nunca encontrão nos animaes dous
razão; tão uteis e tão claros que me não animo a dar orgãos que sejão perfeitamente iguaes. }

lhes maior desenvolvimento: no entanto seja-me licito Se a organisação be desigual em todos os homens, os
repetir, que se não pode dar maior extensão á igualda sentidos o serão da mesma sorte, não sendo a bondade
de da natureza sem confundir os direitos do homem com e finura dos sentidos outra cousa mais do que o resulta
o do Cidadão, sem mudar a ignorancia e a fraqueza do da organisação. He certo que em varios individuos
em insolencia e presumpção, e sem reduzir a hum cahos a diferença em questão he imperceptível, e o he sobre
todas as presentes e futuras legislações. tudo relativamente a alguns orgãos como o da vista e
A natureza sempre admiravel em suas obras, parece do ouvido; porém na maior parte dos homens não dei
haver querido fazer as suas e nossas delicias pela mara xa de ser sensivel a diferença. A sua influencia sobre
vilhosa variedade, vasta diferença, e perpetua mudan a maneira como nos affectão os diferentes objectos he
ça que vemos em tudo quanto sahe das suas mãos, em enorme, e be por consequencia mais notavel em todas
tudo quanto recahe debaixo dos nossos sentidos: só quiz as sensações que se seguem e que são a baze das nossas
ser inalteravel nos essenciaes attributos e primitivos ele idéas, das nossas combinações, e dos nossos raciocinios.
mentos de todos os seres; em virtude deste systema, as Os sentidos se considerão as portas por onde passão to
modificações da materia, o estado dos vegetaes, e o das as idéas á intelligencia; mas a sua estructura essen
dos animaes varião a cada instante, e varião com tal, cialmente diversa produz sensações muito variadas; o
rapidez, que os objectos mudão até no momento em que faz com que na natureza nenhum homem póde ver,
que os observamos, de modo que he absolutamente cer ouvir, sintir, gostar, e ter o mesmo tacto exactamente
to, que depois de os termos attentamente contemplado como outro qualquer homem; isto he, que ninguem pó
já não são os mesmos que antes erão. As suas mudanças, de receber dos mesmos objectos as mesmas sensações
por assim dizer, instantaneas, se esquivão muitas vezes que outro homem recebe. Isto produz efeitos prodigio
á nossa attenção, e á mesma finura dos nossos orgãos, samente diversos na sorte, na ventura, nas acções, e
porém não deixão por isso de existir. Além do que ve no procedimento de todos os homens, que devem a sua
nos que os corpos mixtos se dissolvem, que os seres se felicidade ou a sua desgraça originalmente á diferente
destroem, que todas as suas partes se decompõem, e só maneira de verem e de sintirem.
he a essencia das cousas, e os seus primeiros elementos Se os panygeristas da igualdade se houvessem dado
que permanecem invariavelmente os mesmos. Desde o ao trabalho de fazer alguma everiguação sobre as cau
instante que a natureza deo a todos os seres destinados" sas e efeitos da pasmosa-desigualdade que existe em to.
º primatem qualquer genero a igualdade dos attributos das as nossas sensações, terião a final conhecido que
º ºs elementos primitivos, unicamente se empenha em estavão fazendo o papel de impostores, de seductores,
\º" sensivel desigualdade no desenvolvimento das suas ou de ignorantes, querendo deduzir consequencias fa
"Sºs e das suas faculdades; parece que as grandes mo voraveis ao seu systema de hum principio demonstrado
 T 132 |
pela natureza das cousas, demonstrado pela diaria ex volucion Hispano-Americana por D. Mariano Torrente,
periencia, que prova a cada individuo a grande influen
cia da desigualdade das sensações sobre a vida huma
na, e sobre os direitos, que dessa desigualdade podem
resultar para cada hum. Os nossos filosofos entendêrão,
que a diferença das sensações se não oppunha á igual
dade que querião estebelecer; muito se enganárão, e
como as leis sempre hão de governar os homens taes
quaes são, e não taes quaes os quererião fazer os en
thusiastas, segue-se que nunca a quimérica igualdade,
ou a igualdade social, se poderá apoiar sobre a igual
dade fisica, e muito menos póde ella resultar da desi
gualdade dos orgãos e das sensações. Os legisladores,
que quizessem fazer da supposta igualdade fisica dos
homens o objecto do seu filantropico desvélo, indubi
tavelmente se tornarião o do riso publico. (C. d'Ayala.)
(Artigo, communicados.)
Tendo em consideração ElRei o Senhor Dom Miguel
Primeiro, que Deos guarde, o bom serviço que Lhe
prestou José Diniz, da Villa de Guimarães, por oc
casião da rebelião que se desenvolveo na Cidade do
Porto; foi o Mesmo Augusto Senhor servido, por De
creto de 15 de Novembro de 1830, fazer-lhe mercê da
propriedade do Oficio de Meirinho da Comarca de Va
lença.
Sua Magestade ElRei Nosso Senhor Foi Servido con
ceder a Graça de poderem usar da Medalha da Sua
Real Efigie a D. Liberata Lucrecia Saraiva das Neves,
natural de Rebelles; a D. Rosa Corrêa de Lemos, na
tural de Buarcos; e a D. Rita Guilhermina Vidal, na
tural da Villa da Figueira.
*#
«—* $$ *
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 7 de Fevereiro.
O Brigue Escuna Portuguez que entrou hontem, cha
ma-se Monte do Carmo e Almas, da Ilha da Ma
deira, 7 dias, 1 passageiro, que he D. Manoel da
Costa de Macedo, Ajudante de Ordens do Gover
nador da Ilha da Madeira , com Oficios do Go
vernador da dita Ilha, e mala.
O Bergantim Brazileiro, chama-se Triunfo Americano,
de Pernambuco, 44 dias; mala.
Embarcações sahidas de Belém.
2 h. 1 Escuna Ingleza para Londres, 1 Galeota Hollan
deza para Roterdam , e 1 dita dita para Wlaar
dingen.
Publicações Litterarias.
Sahio á luz a = Carta 15.° de Não sei Quem =,
preço 40 réis.
Sahio á luz o N.° 9 da Contra-Mina. Vende-se em
. Lisboa, Belém, e Coimbra por 30 réis, nas lojas do
costume.
Na loja de Martin Irmãos, defronte do chafariz do
Loreto N.° 6, se achão de venda exemplares da obra
recentemente publicada em Madrid= Historia de la Re
E=
LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA.
-Author de la Geografia Universal= Esta obra que re
fere os successos dos diversos Estados d'America Hespa
nhola desde 1809 até 1830, consta de tres tomos em 4°
de 600 paginas cada hum, ornados de tres grandes Map
pas Geográficos e de quinze planos das principaes bata
lhas: seu preço 12,3000 réis.
* Ainda restão exemplares da Geografia do mesmo Au
thor, que se vendem encadernados em hum volume por
143400 réis.
Annuncios.
. . Da Secretaria da Junta dos Juros dos Reaes Empres
timos se faz saber ao Capitão José Luiz Bahia, ou a
|
quem o represente, que lhe convem alli comparecer pa
ra objecto de seu interesse , como herdeiro do Padre
Joaquim José Bahia.
Arrenda-se a Alcaidaria Mór de Castello Rodrigo:
quem a pretender, falle a Bento José Fernandes, na
rua oriental do Passeio Público N.° 23.
Quem quizer comprar huns Serviços de Coronel, do
tempo da Campanha Peninsular, que já forão Consul
tados, na rua Augusta N.° 25 se dirá quem faz este
negocio.
Quem pretender a propriedade do Oficio de Feitor
da Alfandega da Cidade de Bragança, para o que ha
Alvará de Renuncia , falle na mesma Cidade com o
Doutor Agostinho José da Fonseca, ou em Lisboa na
rua da Paz N.° 3. #
#
No dia 21 de Fevereiro do corrente anno, pelas tres :
horas da tarde, nas casas da residencia do Illustrissimo
#
Dezembargador Romáo Luiz de Figueiredo e Souza, na
rua nova do Convento de Jesus N.° 39, segundo andar,
se ha de arrendar em hasta pública a quem mais der, a
quinta denominada do Bacalhão, sita a S. José de Ri
"…
ba Mar, pertencente ás casas administradas de José e
João Pereira de Souza Caldas. |-
Annuncia Joaquim José Pereira, com hospedaria na >
travessa do Secretario de Guerra, que não pode continuar º
a dar de jantar, cêa, nem quarto, pela forma que ti
nha annunciado na Gazeta N.° 11 do corrente anno.
No armazem de venda , da fabrica de bolacha, na
calçada de S. Francisco da Cidade, continúa a vender
se bolacha para cães, e criação a 23400 réis o quintal;
semea a 200 réis metal, e 240 réis na Lei por alqueire,
sendo a medida de quatro meios alqueires por hum.
Declara-se que na tarde do dia 9 do corrente, na
Praça do deposito geral, se ha de arrematar a proprie *
dade de casas na rua da Boa Vista, Freguezia de S. |
Paulo, N.° 47 e 48, avaliadas na quantia de 4.ooogooo ·
de réis, de que já tem dois termos de lanço sobre a di
ta avaliação: he Escrivão da arrematação Couto.
Na tarde do dia 18 do corrente mez, se hão de arre
*-
matar na praça do deposito geral varias propriedades {
rusticas, no termo da Villa de Santarém, com o abati #
}
mento da quinta parte dos seus valores ; varios predios
rusticos, de que he o seu capital 2:5873000 réis; d’outros
he o seu capital 2:000$000 de réis ; e d'outros he o seu
capital
Couto. 1:4003000 réis ; he Escrivão da arrematação•
Real Theatro do Salitre. —Hoje 8 do corrente, em
beneficio; Comedia o Dezertor Francez; Dança o Mes
tre da Aldêa; Farça o Annel Magico. -
 NUM. 34.
GAZETA DE LISBOA.
@$1<9GX<==-
QUARTA FEIRA, 9 DE FEVEREIRO.
{ PARTE OFFICIAL.
R E A L E R A R I o.
Nos dias 10 e 11 do corrente, se pagão na Thezou
raria Geral dos Ordenados os mezes de Outubro , No
vembro, e Dezembro de 1829 das folhas, a saber; Meza
da Consciencia e Ordens, Chancellaria das Ordens,
Contos extinctos.
— Esquadrão, e que a Oficialidade quasi se tem renova
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
ITALIA.
| Trieste, 1.° de Janeiro.
Dizem as cartas do commercio de Corfú, que os Gre
gos da Moréa se estão preparando para expulsar os Egy
pcios da Ilha de Candia, o que poderião na verdade con
seguir se as Potencias lho não impedissem, porque o Go
Vernador enviado pelo Vice-Rei do Egypto se vê entor
Pecido por toda a qualidade de difficuldades.
arece que o commercio se torna a animar na Gre
cia, e que se se mantiver a paz pode esperar aquelle
Paiz o chegar a ser hum dos mais florecentes da Europa.
(Gazeta d'Augsburgo.)
FRANÇA.
París, 20 de Janeiro.
Escrevem de Chambery, que se estavão esperando alli
algumas baterias d'artilheria, que se enviarão successiva
mente de Turim para a Saboya propriamente chamada
º para Faucigny, e que será occupado por 143 homens
Piemontezes, todo o paiz comprehendido des de a fron
teira oriental do Ducado de Chablais até a do Delfina
do, e dando volta pelo termo de Genebra. Parece que
o Conde De la Tour, Ministro dos Negocios Estrangei
| Yos, vai tomar o commando das tropas e o Governo
Central dos Condados de Saboya, Aosta, Genebrez, e
Chablais, dos Condados de Moriena, e Tarantesa, e
ANNO 1831.
finalmente das Soberanias de Faucigny, de Carouges
etc. O Condado de Niza tambem vai ser occupado por
outra Divisão de 10,3 homens, incluindo o Regimento
de 53070 homens, Infanteria Real de Saboya, cuja
força efectiva he de 53070 homens.
O Governo já contractou a construcção de 213 bar
racas de campanha, incluindo 1200 para os Estados
Maiores: todos estes preparativos tem dado muita acti
vidade e industria á nossa população. As cartas de Tu
rim annuncião, que até o fim de Janeiro se comporá o
Exercito de 703 homens. Já tereis sabido que a todos
os nossos Regimentos de Cavallaria se augmentou hum
'do. Apezar dos convites que por meio dos periodicos se
nos tem feito de alguns paizes estrangeiros, os pacifi
cos e leaes subditos do nosso Rei nenhuma sympathia
tem experimentado pelas chamadas glorias e felicidades
constitucionaes. Tem-se procurado introduzir na Sa
boya varios escriptos incendiarios, e hum delles se
dirigia contra o Padre Prior dos Conegos do Hospicio
“do Sim. de S. Bernardo. (Gazeta de França.)
Assegurão de Milão, em data de 9 do corrente, que
o Ministro da Guerra de S. M. Sarda tem tomado ha
tres mezes a esta parte as medidas mais energicas para
organizar o Exercito, que hoje em dia se acha em hum
pé muito respeitavel. A parte dctiva deste Exercito,
que está disposto a entrar em campanha, se dividirá enti
tres corpos, hum de 20,000, e os outros dous de 26,000,
o que fará hum total de 70,000 combatentes.
Além do que o Exercito Austriaco, que se acha no
territorio Milanez , recebeo os reforços que esperava;
e se diz, que no caso de haver guerra huma Divisão
daquelle Exercito combinará as suas operações com as
forças de S. M. Sarda. Julga-se que no fim de Feverei
ro se darão ao publico varios Tratados, que segundo
afirmão estão ajustados entre o Gabinete de Vienna e
muitas Cortes da Italia, particularmente as de Nupo
les e Sardanha. • + (Quotidiana.)
IIESPANHA.
Madrid, 28 de Janeiro.
À Real Sociedade económica de Amigos do paiz
d'Asturias, celebrou no dia 13 de Janeiró, sessão ex
traordinaria em que fez para seu governo as seguintes
nomeaçoes:
Protector. O Serenissimo Senhor Infante de Hespa
nha Dom Carlos Maria Isidro.
Director. O Exc. Sr. D. Manoel Gonsales Salmon,
Secretario d'Estado e do Despacho Universal.
 [134]
Pice-director. O Sr. D. Manoel de Telleria, Inten toca obedecer, interrompendo continuamente os seus tra.
dente da Província d'Asturias. balhos, se occupem demasiado no que toca aos que de.
Secretario. O perpetuo por S. M., D. José Pedregal vem mandar; mas he lastimosa loucura, que pelo re.
c Pcon, Socio do Numero e merito della e de varias moto proveito que podem trazer a certas classes o co
outras do Reino. } nhecimento dos assumptos politicos estrangeiros se aban.
done a proxima e segura utilidade, que traz a attenção
Commissão permanente da Côrte. constante aos negocios domesticos. A erecção deste erro
em principio economico-politico estava reservada para
Director. O Sr. D. Manoel Antonio Rodrigues, do hum tempo em que se pretende sustentar, que o melhor
Conselho de S. M. no de Fazenda. meio de guiar recta e seguramente a Náo do Estadole
Secretario. O Sr. D. Ramon Valdez, Coronel dos ter hum vento de opposição, que contrarie a força dire
Reaes Exercitos, e Mordomo de Semana do Serenissi ctiva do piloto.
}sidro.
Senhor Infante de Hespanha Dom Carlos Maria Ainda mesmo contemplados estes assumptos como
objecto de mero entretenimento, sempre se deveria re
Idem, 31. provar a occupação delles quando se trata de certas
classes da sociedade. O homem que vive do seu traba
Conversações sobre politica. lho corpóreo ou intellectual só deve ter nos intervallos
desse trabalho os recreios que corroborão o corpo ou
Dos fructos que tem trazido á sociedade as modernas refrescão" a imaginação; e como não consegue huma
revoluções, não he o menos pernicioso a geral e sempi nem outra cousa durante as discussões politicas, não
terna mania de falar sobre politica. Nos passados tem ha duvida que lhe conviria abandonar estas, e adoptar
pos quasi ninguem se occupava nos negocios diploma passatempos capazes de reparar as forças fisicas ou in
ticos excepto alguns sugeitos de certa profissão especial; tellectuaes.
mas apenas existe individuo algum, por muito inde Mais ainda do que os outros ramos de prosperidade
pendente ou 'alheio que seja da politica, que não ave prejudica ao da litteratura o geral empenho de falar
rigue anciosamente, que não discuta com calor, e que incessantemente sobre politica. Em materias económi
não vatecine com magisterio sobre os negocios secretos cas este abuso a final só he nocivo, por isso que por
dos Governos. Que as guerras ou as negociações succe sua causa se deixa de tirar do tempo o possivel provei
dão no Oriente, ou que occorrão no Occidente; que to; porém na parte litteraria se accrescenta a este pre
aconteção em paizes vizinhos ou em remotas regiões, juizo negativo hum grave damno positivo.
todo o mundo crê que pode e deve espiar as vistas dos Não ha cousa mais commum quando se compara º
Gabinetes, pezar as suas forças, censurar as suas acções, illustração dos tempos modernos com a dos antigos,
e até prefixar o dia do triunfo ou da ruina de cada Go do que allegar a favor do nosso seculo essa supposta
verno. |-

intelligencia geral em materias politicas. No entender

Quaes sejão as más consequencias deste habito vicioso de alguns não ha signal mais caracteristico, não ha
não he cousa de difficil demonstração. Desde que as medida mais certa do que esta para conhecer o adianº
questões sobre politica passão de objecto de tibia cu tamento moral dos povos; porém nós na verdade nos
riosidade, causão á agricultura e ás artes grande perda deveríamos confundir se não podessemos apresentar pe
de tempo, capital de valor precioso, de duração limi la nossa parte hum titulo mais forte para obter huma
tada, e que he impossivel recuperar-se. Para saber o opinião favoravel. Ainda mais rudes do que os homens
que vai no mundo politico, he precizo ler os periodi da idade media, em quem não deixou de haver a pre
cos, comparallos entre si, sustentar correspondencias sumpção de superioridade sobre os dous seculos anterio
particulares; para comprovar ou rectificar o que assim res, dariamos ás futuras gerações a mais concludente
se aprende, he necesario hir aos sitios de commum con prova da nossa frivolidade, se desprezando os verdadei
correncia, e discutir largamente com os amigos. Chega ros conhecimentos, que a sorte nos tem deparado, apre
o caso a ponto, que os homens embebidos neste genero sentassemos por unica mostra do nosso saber o progres
de occupação, olhão com desapêgo para os objectos do so das discussôes politicas. O que estas tem feito heata
seu oficio; sobrevem por consequencia a deterioração Ihar o vôo, que havia tomado a presente geração nas
ou diminuição das producções agrícolas e industriaes; azas do commercio, tão ampliado e tão essencialmentº
por isso sobe o preço destas, e nem a sociedade pode variado des de o descobrimento do novo mundo. Lan
pagar ao productor as suas obras pelo preço que elle | çando huma falsa luz parece que tem cegado o enten
necessita, nem o productor as pode dar á sociedade dimento de todos, e perdidas assim até as noções cer
naquelle gráo de perfeição que ella appetece. tas sobre a sabedoria, tem vindo o charlatanismo a usur
Sempre lastimaremos ver hum pobre oficial mecanico par os legitimos direitos da applicação e do estudo.
ou lavrador endagar anciosamente fora de casa as no . Hoje são em grande parte excusados os trabalhos se
vidades politicas, ao passo que o parroquiano ou con rios para parecer erudito. Não ha precizão d'estudar
sumidor em vão pergunta por elle á sua familia; e se Fisica, Mathematica, Bellas Artes, Jurisprudencia ou
nos disserem, que o vulgo na Inglaterra he rico, apezar Filosofia. Com saber que houve hum Fox ou hum Pitt;
de se occupar muito nos negocios publicos, não basta que a politica Ingleza he muito subtil; que ao Impe
ria essa reflexão para nos satisfazer; em primeiro lugar rador da Russia se deve chamar Colôsso; que IVashin
porque não são tão geraes como commummente se pen gton ou Tell derão a liberdade á sua patria; e que
sa, nem a riqueza nem as discussões politicas entre o Napoleão pronunciou esta ou aquella maxima, ou que
vulgo Inglez; e em segundo lugar porque ainda mesmo concedeo esta ou aquella distincção a hum Soldado va
concedendo isto se poderia demonstrar, que essa opu lente; com ter, dizemos, quatro especies como estas apa
lencia he resultado de circumstancias muito estranhas, nhadas no ar em alguma conversação ou periodico, já
e até mesmo contrarias ao vicio de que se falla. se sabe quanto he precizo, se não para passar por sa
A isto se replica, que o povo não pode nem deve bio, pelo menos para dissimular a falta de applicação
descuidar-se de negocios em que se acha proxima ou ou a ignorancia. Quatro generalidades destas ditas com
remotamente interessado. Alguma cousa valeria esta ra tom magistral e enfático nos momentos em que se com
zão se as discussões do vulgo houvessem de gyrar sobre plicão os negocios de hum Reino, ou as relações de
pontos da interna administração de cada Reino, ainda hum Governo com outro, valem a qualquer mais do
que nunca deixa de ser hum mal, que aquelles a quem que alguns annos de bibliotheca para a necessidade dia
 [135]
riº, que he a de falar sobre politica, e o peior he, que fã de José Manoel tres reales diarios por toda a sua vi
cºmº entre os oppostos resultados que oferece a maior
Parte dos negocios não he dificil acertar no prognosti
co de hum delles, encontra frequentemente a vaidade
Ignorante materia para se alimentar e crescer.
Não basta para desenganar o presumpçoso, que o suc
cesso occorrido fosse efeito de circumstancias inteira
mente contrarias ás que elle suppunha que o havião de
produzir. Ordinario, ou fortúito, jámais se confessa
| que fôra imprevisto o desenlace; sempre se suppõe que
fôra comprehendido no prognostico com todos os seus
caracteres e consequencias. Não o disse eu ? Eis a pri
meira reflexão que se faz, ainda que a victoria que se
esperava da disciplina de hum Exército se devesse ex
clusivamente a hum terremoto ou a casual incendio; e
ainda quando a parte que se annunciou vencida ficas
se vencodora, sempre resta ao amor proprio o re
curso de dizer, que os negocios não estavão inteira
mente concluidos, ou, o que he mais commum, e
ajuda mais irrisorio, que a victoria era hum laço arma
do a. ainbição do vencedor pelo Gabinete de S. Jaime ;
Gabinete a quem parece moda attribuir certa perfidia
habitual com a infallivel previsão de todos os successos
futuros e das suas mais accidentaes circumstancias. De
modo que em prognosticos tão vagos e em assumptos
tão complicados ou incertos, nem o sabio pode encon
trar o apreço do seu estudo, como quando se trata de
cousas de mais facil e concludente demonstração, nem
* º Publico pode ao menos conhecer o ignorante para o
desprezar, nem o mesmo ignorante se pode conhecer a
si mesmo para seu desengano e emenda. Em huma pa
* Javra, as continuadas conversações sobre a politica ge
* Fal dando a todo o mundo occasião de passar por eru
#: :dito só com aquella instrucção superficial e inutil que
**| dão os periodicos, prejudicão a sciencia solida como a
# moeda falsa introduzida em hum Reino menoscaba a
**| Justa estimação e apreço da legitima: prejuizo, na ver
# dade, muito maior do que a mesma perda de tempo,
"] que he o damno immediato que também causa á litte
"Dr… | "atura util o habito vicioso de que(Concluir-se-ha.)
|- |-
fallamos.
{ Idem, 1 de Fevereiro.
ElRei N. S., a nossa amada Rainha, e a Augusta
Infantacontinuão sem novidade em sua importante
saude, e igualmente SS. A.A. R.R. os Serenissimos Se
nhores Infantes.
Officio expedido no dia 28 ultimo pelo Superintendente
| Geral interino da Policia ao Excellentissimo Inspe
ctor Geral dos Voluntarios Realistas.
No momento em que tive noticia da brilhante acção
que sustentárão em Despenhaperros os Voluntarios Rea
listas no dia 2 do corrente contra numerosa partida de
ladrões, propuz a ElRei N. S. pelo Sr. Secretario de
Estado e do Despacho de Graça e Justiça, que se me
authorizasse para premiar com os fundos deste estabe
lecimento as familias dos Voluntarios que havião pade
cido no encontro. S. M. por hum efeito da sua cons
tante munificencia paternal, se dignou annuir á minha
º proposta segundo a Real Ordem, que em data de 17
# do corrente me communica o dito Sr. Secretario d'Es
| tado e do Despacho da Graça e Justiça; e sabendo pe
\ las informações que tomei, que o 2.° Sargento do Ba
º talhão de Carolina José Manoel, falecera em conse
*"encia das feridas, deixando orfã huma filha de 13
* i ºunos, e que tambem forão feridos na mesma acção,
: 3 º#da que não de perigo, os Voluntarios João Pedro
Epinosa, Ildefonso Laguna, Francisco Lopes, Ma
"ºc" de Cosas, e João #, Puntadas, designei á or
da, e a cada hum dos feridos mil reales por huma vez,
os quaes serão satisfeitos, assim como a assignação vi
talicia da orfã, pela sub-delegação da Policia de Ca
rolina; entendendo-se tudo sem prejuizo dos mais pre
mios que de outros fundos lhes possão tocar por ordens
geraes. (Gazeta de Madrid.)
*—*§§ 4–*
Lisboa, 8 de Fevereiro.
Liu……….
Pensamentos de Mr. de Bonald.
As sciencias e as letras tinhão antigamente hum fim;
depois da revolução não são mais do que hum meio.
A historia he muitas vezes a oração funebre dos po
vos que morrêrão, e a satira ou o panegirico dos povos
viventes.
A imparcialidade a respeito das pessoas he justiça;
a imparcialidade nas opiniões, he indiferença para
com a verdade, ou fraqueza de espirito.
Alguns sahem de casa bem cedo para ir desempenhar
a sua obrigação ou cuidar dos seus negocios; este he af
feiçoado ao desenho , e se diverte no caminho em ver
estampas e gravuras; outra gosta de revistas milita
res, e faz hum grande rodeio para ir ver manobrar hum
regimento; outro finalmente gosta de livros, e perde o
tempo em os folhear; passa a hora, e chegão tarde. Eis
o que he a vida, e os homens.
* * . * * *
Huma nação que pede huma constituição aos legisla
dores, de todo se parece com hum doente que roga ao
medico, que lhe de hum temperamento. Quando muito
os legisladores tração hum plano de administração co
mo o facultativo prescreve o regime. (E quantas vezes
se não engana em a sua applicação!)
Quando alguem viajar em Provincias remotas, ou em
lugares solitarios, se for saudado pelas pessoas de tenra
idade , se vir Cruzes nas Aldêas, e Imagens Christãs
nas Choupanas, pode entrar affoutamente, pois ha de
achar hospitalidade.
He necessario folhear muitos livros para fornecer a
memoria; mas quando alguem quizer formar o bom gos
to, e aperfeiçoar o estylo, he preciso ler poucos livros,
mas todos adaptados ao genero do proprio talento. A
immensa quantidade de livros he causa de se ler pouco;
na sociedade dos mortos, assim como acontece na dos
vivos, relações demasiado extensas não dão tempo a que
se forme a amizade.
- 3: --
Principaes rios do Globo.
Todos os rios tem a sua origem nos montes, ou em
lagos elevados, e he na sua descida que adquirem a ve
locidade que conserva a sua corrente. O primeiro cur
so de hum rio he geralmente rapido, mas depois he re
tardado em seu progresso pela continuada fricção con
tra as suas margens, pelos muitos obstaculos que en
contra e que lhe desvião a torrente, assim como pela
superficie da terra, que se torna mais plana á medida que
se vai aproximando ao mar.
 \
Os maiores rios da Europa são o Volga, que tem 650
Yeguas de comprimento des de Rescheio até Astracam:
o segundo he o Danubio; o seu curso he de humas 430
leguas des de as montanhas da Suissa até o Mar Ne 8 h, ao
44 m. 1 Bergantim, e 2 Escunas sem bandeira,
gro; o Don, ou Tanais, que tem 400 leguas des de a
5rigem do ramo do mesmo rio chamado Sofna até á sua
foz no Mar Negro; o Nieper que nasce em Moscovia
e corre pelo espaçº de humas 350 leguas, até desembo
car no Mar Negro. O Duina que nasce na Provincia
do mesmo nome na Russia, e corre depois na distancia
de humas 300 leguas, e desemboca no Mar Branco,
em pequena distancia d'Arcangel.
Os maiores rios do Oriente são: o Hoanho, na Chi
na, que tem o comprimento de 850 leguas; o Jenisca,
na Tartaria, de humas 800 leguas de comprimento; o
Oby, de 500 leguas, correndo do lago Kila até o Mar
do Norte; o Amour, na Tartaria Oriental, cujo curso
he de mais de 575 leguas, des de a sua origem até á sua
foz no Mar de Kamtschatka; o Kiam, na China, que
tem o comprimento de 550 leguas; o Ganges e o Indo,
que são dos mais famosos rios do globo, tem quasi a
mesma extensão que o primeiro; depois destes se pode
mencionar o Eufrates, que ainda tem maior celebri
dade. • •
Os maiores rios d'Africa são: o Senegal, cujo cur
so afirmão ser de humas 1,000 leguas de compri
mento; e o famoso Nilo, que des de a sua origem nas
montanhas da Lua, na Ethiopia Superior até o Medi
terranco, tem quasi igual extensão.
Mas de todas as partes do mundo a America assim
como apresenta os mais elevados montes tambem ofere
ce os mais caudalosos rios. O principal destes he o Ama
zona, que corre na distancia de humas mil e trezentas
leguas. A profundidade e largura deste rio correspondem
á sua dilatada extensão, e onde he mais estreito se au
gmenta em proporção a sua profundidade. Tão grande
he o corpo das suas aguas que absorvem em si as de ou
tros rios consideraveis, e dignos de admiração. Depois
da sua rennião com aquelles rios prosegue no seu curso
sem notavel apparencia de diferença na largura ou ra
pidez, e finalmente desemboca no ò… tendo na foz
quasi 50 leguas de largura. Os outros grandes rios da
America são o Orinoco, o Mississipi, o S. Lourenço,
e o da Prata. •
Para qualquer parte do globo que voltemos nossas
vistas, sempre acharemos nova razão para estar satis
feitos com aquella parte delle em que residimos. Os rios
deste Reino offerecem toda a abundancia dos rios Afri
canos sem as suas inundações; tem toda a frescura dos
rios polares mas com abundancia mais constante; tal
vez lhes falte a terrivel magnificencia de tremendas ca
taractas, ou d'extensos lagos, porém são mais navega
veis e mais transparentes; posto que menos profundos
e menos rapidos do que os rios da zona tórrida, são mais
convenientes, e basta a vontade do homem para enca
minhar a sua direcção.
*—*§§ 4 #
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 8 de Fevereiro.
Hontem entrárão 1 Bergantim Portuguez, Triunfo de
Lisboa, do Maranhão, 38 dias, mala, 2 passa
geiros Brazileiros, Estudantes menores; 1 Hiate
LlSBOA
• |-
+ |-
[136]
dito, Nereu, da Ilha do Faial, 11 dias, mala,
3 passageiros prezos, contrabandistas de tabaco, º
Embarcações avistadas.
Norte do Cabo da Roca: navegão para o Sul.
3 h. 6 m. 1 Brigue Escuna, sem bandeira, ao Sudoes
•
te do Cabo do Espichel.
Embarcações sahidas de Belém.
10 h. 32 m. 1 Bergantim Inglez, para Pool.
1 h. 15 m. 1 Bergantim Portuguez, Resolução, para
o Porto, e 1 dito Inglez para Cadiz.
Annuncios.
Na rua Augusta, loja N.° 166 se empresta dinheiro
sobre penhores de ouro, prata, brilhantes, e apolices.
Vendem-se humas casas na rua da Bella Vista, ao
Quelhas, Bairro do Mocambo, foreiras ás Religiosas
Trinas do Mocambo ; quem pretender as ditas casas
falle com o Tabelião Assiz, na rua de S. Domingos,
N.° 24, ao Rocio.
Na rua larga de S. Roque, N.° 21, se cura moles
tia de olhos.
Raymundo Verissimo de Sousa Lacerda faz publico,
que actualmente se acha tratando do inventario de sua
sogra D. Rosa Filippa Margarida, com sua cunha
da D. Laureana d'Assis, sendo seu marido Agnelo
Freire Sousa Side; e como este tenha com gravissimo
prejuízo do monte vendido e está para vender carvoa
rias dos sobraes, e arruinando os mesmos bens, faz pu
blico para ninguem contractar com o dito Agnelo, em
quanto se não ultimar o dito inventario.
Julien, cabelleireiro de Paris, faz público que mudou
a sua morada da rua do Chiado para a mesma rua, de
fronte da de S. Francisco da Cidade N.° 29 , pri
meiro andar. |-
Na Praça do Commercio desta Cidade nas manhãs
dos dias 9, 10, e 11 do corrente mez de Fevereiro, a
requerimento de D. Izabel Martins da Silva , viuva,
cabeça de casal, e testamenteira de seu falecido mari
do Caetano Martins da Silva, e pelo Juizo dos Orfãos
do Bairro Alto, Escrivão Firmo José Botelho de Gou
véa , se ha de arrematar a quem mais der , na ultima
manhã pela hora do meio dia, o Navio denominado
Canôa, e sua amarração que se acha dentro do mesmo,
avaliado tudo em 3:4003000 réis, podendo qualquer
pessoa antes daquelle tempo dar o seu lanço no carto
rio do dito Escrivão.
Quinta feira 10, Sexta feira 11, e Sabbado 12 do cor
rente, pela huma hora da tarde, na Casa da Praça do
Commercio, se ha de pôr á venda em leilão público
para ser arrematado no ultimo dia Sabbado, por conta
e beneficio de quem pertencer, o casco e mastros do
Navio Dinamarquez = Meudian= , Capitão Wester
gard, fundeado defronte do estaleiro de Shirley, a
Junqueira. •
{
__
Real Theatro do Salitre. —Hoje, 9 do corrente. Co
media O Dever e Natureza; habilidades do Malabar;
Dança nova A Flauta Magica; Farça O Annel Mogico.
: NA IMPRESSÃO REGIA.
|- • -
|- •
+
|
NUM. 35.
###
GAZETA DE L IS BOA.
—–=>}<>6">#$$$$3<-9o-->=—
+ QUINTA FEIRA, 10 DE FEVEREIRO.
PARTE OFFICIAL.
SEcRETARIA DE EsTADo Dos NEGocios EcclesiAsTicos
E DE JUsT1çÁ. - Segundo o mesmo periodico Mr. de Stutterhelm está
Tendo sido presente a ElRei Nosso Senhor, que alguns
individuos, summamente criminosos, tem attentado pró
ximamente contra a segurança do Estado, procurando
corromper a fidelidade de alguns Oficiaes Inferiores e
Soldados da Guarnição da Cidade de Lisboa, allician
do-os para a revolta, e não tendo podido conseguir
seus perversos fins, sempre louvavelmente contrariados
pela inabalavel firmeza daquelles que tem buscado sedu
zir, ousárão ultimamente pôr em pratica a tentativa
de perturbar a tranquillidade publica por meio de gran
de numero de girandolas de fogo do ar, que lançárão
na madrugada do dia de hoje, sendo na mesma occa
sião achados em flagrante delicto alguns dos ditos indi
viduos, que se achão já prezos á ordem de V. S.": He
Sua Magestade Servido, em quanto não baixão mais
amplas providencias, como imperiosamente requer a se
gurança publica, que V. S." faça immediatamente pro
ceder á mais exacta averiguação dos referidos factos,
encarregando desta diligencia hum dos Ministros crimi
naes dos Bairros, que escolher, e que, desoccupando
se de qualquer outra, trate de formar sem perda de tem
po o processo verbal summario, remettendo-lhe a esse
fim para estabelecer o corpo de delicto as partecipa
ções, de que V. S." me deo conhecimento, e as mais
que tiver recebido, dando-lhe juntamente as instrucções,
que julgar necessarias para a devida exactidão das ave
riguações de que o incumbir, E Determina outro sim o
Mesmo Augusto Senhor que, empregando V. S.", e fa
zendo empregar nesta diligencia o desvelo, que lhe cor
responde, a faça ultimar com a maior brevidade possi
| vel; e, apenas concluida, dê conta por esta Secretaria
de Estado para ser tudo presente a Sua Magestade.
Deos guarde a V. S." Salvaterra de Magos, em 8 de
Fevereiro de 1831. — João de Mattos e Vasconcellos Bar
boza de Magalhães. = Senhor Antonio Germano da
Veiga. •
•=-
}
PARTE NÃO OFFICIAL.
* NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
FRANÇA.
Lyão, 20 de Janeiro.
A Gateta de Nuremberg diz o seguinte: .
ANNo 1831.
|
*
» O Governo Austriaco mandou, que todos os seus sub
ditos de Galitzia que se acharem na Polonia, voltem
immediatamente a seus lares. Os que forem convencidos
de haverem tomado parte nos acontecimentos de Var
sovia serão tratados com todo o rigor das leis.»
nomeado General em Chefe do Exercito Austriaco de
observação
503 homens.que se forma na Galitzia, e que subirá a •
Afirmão, diz hum periodico com referencia a noticias
de Petersburgo recebidas hontem por extraordinario, que
hum Exercito Russiano de 1503 homens está em mar
cha sobre Varsovia. (Quotidiana.)
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 21 de Janeiro.
Fundos publicos. Tres por 100, consolidados 81.
O Principe de Orange teve hontem larga conferen
cia com o Visconde de Palmerston na Secretaria dos
Negocios Estrangeiros. Logo que sahio S. A. R. se reu
nírão no mesmo lugar os Representantes dos Governos
da Russia, Austria, França, e Prussia, para tratar
os negocios da Belgica, achando-se presente o Conde
Matusevitz, o Barão de Wessemberg, e o Visconde
Palmerston; durou a conferencia perto de tres horas,
Mr. O'Connell e Mr. Lawless forão prezos e postos
em liberdade debaixo de fiança por haverem tentado fa
zer reuniões contra o prevenido pelo Lord Lugar Te
nente. O nosso correspondente de Dublin annuncia,
que a prizão de Mr. O'Connell havia causado a maior
sensação, mas que o povo se mostra disposto a obede
cer ás leis. Esperamos que a firmeza do Governo pro
duzirá bom efeito na Irlanda. (Courier.)
Idem, 24.
As milicias Inglezas e Escossezas recebêrão ordem do
Governo para passar á Irlanda (Gazeta de Madrid.)
HESPANHA.
Madrid, 29 de Janeiro.
Real Ordem expedida a 23 do corrente pelo Ministerio
da Graça e Justiça sobre o modo de supprirem os es
tudantes a assistencia ás Universidades para ganharem
curso este anno.
Acontecimentos tão desagradaveis como notorios,
promovidos na fronteira do Reino por alguns desnatu
 + [138] \

ralizados Hespanhoes, obrigárão o Governo de S. M.
a adoptar, entre outras medidas de precaução, a de
mandar se suspendesse até o fim do anno proximo pas
sado a abertura do curso das Universidades. . "
Cumprido o termo prescripto, ainda que não hou
vesse o menor indicio de que se podesse alterar a tranquil
lidade publica quiz ElRei Nosso Senhor, que o seu
Conselho Real e o de Senhores Ministros lhe manifes
tassem se conviria continuar ou não a suspensão decre
tada , atendida, a importancia de conservar na épo
timos 15 dias do trimestre, se lhes approvará o cur. "
so, e dará o gráo Academico para que estiverem ha. "
beis, se as faltas voluntarias de assistencia não passarem
de seis, ,
7.° Approvado nesta forma o qyrso privado se matri.
cularão de novo para o seguinte, que durará outros seis º
mezes de rigorosa assistencia; passados os quaes se ce.
Jebrarão os exames, e darão os gráos no termo precizo
de 15 dias, e concluidos estes se fará o pequeno curso º
prevenido pelo plano. ; #

cá actual hum bem tão precioso, de que felizmente 8." A Inspeção Geral d'Hmstrucção publica resolverá
se acha gózando a Peninsula; e conformando-se com as duvidas que sobre a intelligencia deste Decreto se
o parecer que unanimes dérão âmbas as Corpora possão oferecer, e dará aos Reitores das Universidades
ções, houve por bem rosolver, que por hora conti as instrucções opportunas para a sua execução.
nuassem fechadas as Universidades e Seminarios, e
Collegios aggregados a ellas, comprehendendo tam Idem, 1 de Fevereiro.
bem nesta medida os Collegios de Medicina, Cirurgia,
Farmacia, e Veterinaria. Porém com o fim de conci Collegios maiores das Universidades.
liar quanto fosse possivel o interesse da mocidade estu
diosa com as precauções, que exigem a boa ordem e o Desejando ElRei N. S. proporcionar á Grandeza e
socego publico, foi sérvido encarregar ao mesmo tem Nobreza do Reino a educação scientifica conveniente
po á Inspecção Geral de Instrucção publica, que pro para que sostenhão e augmentem se he possive o seu
puzesse as regras, que julgasse opportunas para que os antigo esplendor, contribuindo eficazmente para defen
estudantes não perdessem o presente anno. " …. der o Altar e o Throno, como o fizerão seus antepassa
Assim o verificou esta Magistratura; e S. M. se di dos, se dignou decretar em 5 de Junho do anno ante
gnou prestar a Soberana approvação á sua proposta, rior o estabelecimento dos seis Collegios maiores das
mandando tenhão pleno efeito as disposições, que com Universidades de Salamanca, Valhadolid, e Alcalá de
prehendem os seguintes artigos; Henares ; a fim de que nestas illustres casas haja sem
1.° Authoriza-se a todos os estudantes, que no pre previva plantação de sugeitos virtuosos e instruidos capa
zes de desempenharem come integridade
do #" e acerto os car
sente curso desejarem continuar a sua carreira litte
raria, ou começalla de novo, que estudem privadamen gos mais graves da Igreja •

te o anno que lhes competir, huma vez que o verifi Para a execução de tão interessante objecto foi S. M.
quem pelos authores designados no plano, e debaixo da servido encarregar a formação d'estatutos e plano de
direcção e ensino de hum mestre, que seja pelo menos educação destes estabelecimentos a huma Commissão
Bacharel na Faculdade que cursarem; e se esta fôr de composta de pessoas da sua confiança, que o verificá
Filosofia ou Theologia, poderão verificallo tambem com rão á sua satisfação, aproveitando os estatutos antigos
algum Lente actual ou jubilado das Communidades Re dos veneraveis fundadores dos Collegios, com as altera
ligiosas, ções que tornão indispensaveis a # dos tem
2." A faculdade de Religião que he auxiliar no 5.° pos, e o geral interesse da Monarquia.
anno de todas as Faculdades, e deve estudar-se junto Por elles se dispõe, entre outras cousas, que os man
coin a principal das respectivas carreiras, poderá ven cebos que aspirem a estas becas pertenção ás enunciadas
cer-se com qualquer Licenciado em Theologia, ou al classes da Grandeza ou da Nobreza do Reino, que se
gun Lente actual, ou jubilado nella, e na falta de achem com a aptidão dentrar des de logo a cursar
ambos com Porrocos, que tiverem obtido por opposição Theologia, Canones, ou Leis, podendo permanecer nos
o seu Curato. Estes poderão tambem ensinar Filosofia Collegios, não só o tempo necessario para completar
e Theologia. -
qualquer destas faculdades, mas tambem dous annos
+

3." O estudo privado deverá durar seis mezes, pelo mais, para se consolidarem e aperfeiçoarem nellas, es
menos, e fazer-se em todos os dias lectivos segundo o tabelecendo 20 becas pelo menos em cada Collegio, 4
plano; e de o haver assim executado o discipulo com para Theologia, 8 para Direito Canonico, e outras 8
pontualidade, applicação, e aproveitamento certificará para o Direito Civil.
com juramento o mestre particular que o houver ensina Confia-se a direcção e regime das casas a Reitores
do. Este certificado deverá lavrar-se em papel sella Nobres, constituidos em dignidade Ecclesiastica, de
do, e legalizado por hum ou mais Escrivães até o nu exclusiva nomeação Real; e para que a educação seja
mero de tres, se os houver na povoação, e nelle deve o mais decorosa e completa possivel, manda S. M. que
rá expressar quem o der, o seu nome, idade, gráo aca em cada Collegio haja dous Capellães, tres substitutos,
démico, e Universidade em que o houver recebido. quatro famulos ou criados graves, o competente nu
4.° Ao abrirem-se de novo as Universidades, os estu mero de criados escolasticos, serventes menores, e mais
dantes que se quizerem matricular nellas para ganhar o numero de empregados necessarios; que o tratamentº,
curso immediato ao que houverem estudado privadamen e serviço dos alumnos corresponda á distincção da sua
te, deverão apresentar o dito certificado do seu Mes classe, evitando todo o luxo e profusão; prescrevem-se
tre, e outro assignado pelo Parroco e Juiz da Cida os methodos e regras opportunas para o aproveitamentº"
de, ou da Parroquia, e Bairro em que tiverem residi do tempo, e adiantamento dos estados, e se fixão 13
do durante o estudo privado; acreditando com elles o reales diarios de alimentos a favor do Collegio por cada
seu bom procedimento moral e politico em todo aquelle beca, como alguma indemnisação da grande despeza
tempo. • • • • •
que necessariamente occasiona tão vantajosa assistencia.
5.° Com ambos os certificados serão matriculados nas S. M. se dignou reservar-se a nomeação dos lugares
faculdades que houverem estudado privadamente; e se do primeiro ingresso; mas para o futuro se proverão
for a do primeiro anno de Filosofia, deverão ser exami por opposição nos mesmos Collegios; devendo em hum
nados e approvados previamente em Latinidade. e outro caso os aggraciados praticar as provas e infor
6.° Já matriculados assistirão pelo espaço de dous mações que se exigem para entrar na Real e distincta
mezes ás respectivas Cadeiras em que estiverem inscrip Ordem Hespanhola de Carlos III.,
tos: e nellas repassarão as materias das suas faculdades, E desejando que esta Soberana Resolução, que tomou
e precedendo o competente exame, que se fará nos ul em beneficio geral da Monarquia, chegue ao conheci
 [139]
mento de todos os seus vassallos, se dignou mandar que
se annuncie na Gazeta, e que pelo canal reservado da
.
|
Graça e Justiça, se apresentem os pretendentes ás be
cas para poder eleger entre elles os mais benemeritos,
e que promettão maiores esperanças de corresponder al
um dia com a sua virtude e doutrina aos grandiosos
# mencionados; na intelligencia de que por ora só se
admittem pretenções ás 60 becas nos Collegios de S.
Bartholomeu o Velho, e do Arcebispo em Salamanca,
e do de Santa Cruz em Valhadolid.
(Parte Official da Gazeta de Madrid.)
Idem, 4.
Toda a correspondencia que chegou na mala de hon
tem das Provincias septemtrionaes principalmente se oc
cupa em descrever os grandes estragos que tem causado
a enchente dos rios em consequencia das chuvas e da
descongelação. Varias pontes da Provincia de Santan
der forão arrebatadas pelas correntes; outro tanto suc
cedeo nas Provincias Vascongadas, e o que assombra
sobre tudo he, que a elevada ponte de Logronho per
deo parte do peitoril onde subio a corrente do Ebro.
Não ha memoria de hum successo similhante; e esta
foi a unica causa da demora que sofreo o correio da
mala anterior. * - ..…
* Lisboa, 9 de Fevereiro.
Da Gazeta de Madrid de 6 do corrente copiamos o
seguinte:
» Em Officio dirigido a 27 de Janeiro ultimo á Superin
tendencia Geral da Policia pelo Excellentissimo Se
nhor Cºmmandante Geral do Campo de S. Rogue, e
Subdelegado principal da Policia de Algeciras, se
partecipa entre outras cousas o seguinte:
»=Julgados breve e summariamente por huma Com
missão militar, ou Conselho de Guerra ordinario da
Praça, os individuos João Valencia e Jacinto Escales,
com José Delgadillo, Antonio Gonsales, Antonio Nie
bla, Manoel Gregorio, e Francisco Riego, accusados
todos do horroroso crime de traição, que em conniven
cia com os revolucionarios de Gibraltar tentárão con
sumar nesta Cidade na noute de 3 do corrente, forão
condemnados os dous primeiros á pena de serem passa
dos pelas armas, e os cinco restantes á de quatro annos
de presidio no de Melilla; cuja sentença foi executada
ante-hontem em todas as suas partes sem prejuizo de se
continuar a causa contra os mais que apparecerem cum
plices nas suas ramificações. =»
(Parte Official da G. de Madrid.)
Não havião de ser menos os emigrados em Gibraltar
que os emigrados em França. Era vergonhoso para Tor
rijºs, chefe da Communería, que tendo cumprido as
"suas ofertas os irmãos Gurrea e Valdez, e seu encarni
çado rival Mina, permanecesse elle em tôrpe ociosida
de sem começar a grande obra de que falla o seu ce
lebre manifesto : cousa tanto mais necessaria por Ís
so que a nescia supposição de que a Hespanha me
ridional estava mais disposta do que a septemtrio
nal a favor dos seus planos, fazia mais indesculpa
vel a inacção. Buscárão-se pois todos os recursos pa
ra executar a obra: fugindo sempre da vigilancia da
Authoridade Ingleza, se reunírão todos os esforços que Cumpre que de huma vez nos entendamos a respeito
podião vir dos emigrados na Inglaterra e Marselha; e do progresso das luzes: não ha dúvida alguma, que na
o dia 3 de Janeiro foi o marcado para sahirem do seu
estado de ignominia. Mandárão-se de Gibraltar á Ilha
Perde e Algeciras alguns emissarios, que devião fazer
signal logo que chegassem a terra para que se movesse
o Exercito chamado libertador. Mas tiverão a desgraça
os exploradores de que em vez de ser acolhidos pelos
seus adherentes, forão recebidos pelas Authoridades
e tropas Realistas. Formou-se causa aos emissarios, e
no dia 25 recebêrão o seu castigo, segundo se vê no
Artigo de Oficio.
Torrijos finalmente, pela huma hora da noute de 28
ultimo, fez definitivamente a sua tentativa pelo ponto
que chamão a Aguada. Acompanhado segundo dizem
de huns 200 homens, atacou os postos da nossa linha
de contravalação; mas em breve foi completamen
te repelido; de modo que ao amanhecer já estava
desarmado em Gibraltar, assim como todos os seus
companheiros. Levou comsigo os mortos e feridos,
entre os quaes parece, que se acha hum filho de Flo
rez Calderon. Pela nossa parte houve dous soldados
mortos, e quatro feridos, segundo se verá no avizo Of
ficial, que hoje se não pode publicar por falta de tem
po. Seis horas em Hespanha, e estas combatendo!
Tal foi o resultado de huma expedição preparada ha
tantos mezes, e com a qual tem estado lisonjeando a
esperança de muitos nescios. He de crer, que o successo
produzirá algum saudavel desengano, por muita que se
ja a cegueira dos adherentes á revolução. A quem, não
dará já que pensar huma serie de factos tão similhantes
e indubitaveis! Ve-se que o mesmo he o anno 31 que o
de 30; o mesmo o de 30 que o de 24, o mesmo o meio
dia, que o norte da Peninsula. De noute e de dia, em
todos os tempos, e em toda a parte se encontra o povo
e as tropas prevenidas e enthusiasmadas pelo Rei; e
nunca vemos que tenhão as tentativas mais do que hun
exito; já mais se vê hum resultado análogo ao que ti
nhão os esforços dos Realistas no tempo da Constitui
ção. Em que consiste, pois, esta uniformidade inva
riavel dos efeitos? A boa critica não o pode attribuir
senão á identidade das causas; isto he, ao odio impla
cavel que em todos os pontos da Peninsula reina con
tra a revolução.
A mesma Gazeta refere o seguinte a respeito do re
volucionario Bordas:
*Sobre o facto de se haver encontrado na Galiza o
cadaver do revolucionario Bordas, se recebêrão asse
guintes particularidades: A Policia teve noticia de que
podia estar enterrado entre o termo de Pias e Barjaco
ba; e tendo-o buscado por esta antecedencia, se verifi
cou o encontro e a exhumação. O corpo estava inteiro
e com o vestido com que o réo se apresentou em Outu
bro. Foi conduzido a La Mesquita onde esteve largo
tempo patente para que todos se convencessem da iden
tidade. Os facultativos dizem, que talvez fosse enforca
do com hum lenço, porém não se conhece se isto foi exe
cutado por mão propria ou alheia, ainda que todos se
inclinão ao ultimo pela circumstancia de estar tambem
o corpo enterrado. Está-se procedendo para averiguar
todas as circumstancias do successo; porém já se vê com
quanto acerto dissemos na Gazeta de 21 de Outubro,
que Bordas não podia escapar da fidelidade dos habi
tantes» » - - - 4
*—*§§ «—»
Litteratura.
Pensamentos de Mr. de Bonald.
Geometria, Botanica, Quimica, Anatomia , e em hu
ma palavra nos conhecimentos fisicos, sabemos mais do
 T 140 ]
que
paraosque
quenos
nosensoberbeçamos,
precedêrão; porém não que
ha nisso motivo
por isso he bem cer
to que os que nos succederem hão de saber mais do que
nós, por quanto saberão quanto nós sabemos, e quanto
o tempo, e as suas averiguações tiverem augmentado
aos seus conhecimentos. Alem do que , he necessario
que lancemos grande parte desse progresso em conta
dos engenhos inventores de Descartes, Newton , Lin
néo, Bergmann etc., que nos introduzírão em hum edi
ficio immenso cujos cantos mais occultos estamos averi
guando. Podemos duvidar que o maior Geómetra do
nosso seculo já mais consiga a celebridade de Newton,
ainda quando saiba mais do que o mesmo Newton a
respeito de Geometria e Fisica. Estas sciencias ou estes
conhecimentos são a expressão da natureza inanimada,
e das suas propriedades ; mas se honrão a intelligencia
do homem não regulão o seu coração nem formão o seu
entendimento. Porém as sciencias moraes, e as artes
que são propriamente a expressão do homem, e o fun
damento da sociedade ; a poesia, a eloquencia, a pin
tura, e a esculptura, que tambem são para os olhos a
poesia , e a eloquencia; a arquitectura que foi a pri
meira de todas as artes; e a sciencia das leis e dos cos
tumes, a primeira de todas as sciencias, tem por ven
tura feito alguns progressos! Eis a questão. Nesta parte
sabemos nós mais, ou nos avantajamos aos homens ce
lebres do nosso grande seculo ! Cuido que nem mesmo
podemos dizer que os temos igualado. Até me animo a
afirmar, que não ha huma só verdade moral que os fi
losofos do ultimo seculo não tenhão desfigurado ou des
conhecido, e a prova he evidente, por isso que ao secu
lo das luzes succedeo o seculo das calamidades ; efeito
necessario, inevitavel e previsto das lastimosas theorías
applicadas á legislação de huma sociedade, que gover
: nava a Europa pela sua palavra e pelos seus escriptos.
"Ha hoje tão poucos conhecimentos e estudos filosofi
cos, que o author desta obra excitou quasi geral opposi
ção por ter dito, que o Ente Supremo, por isso mesmo
que he a verdade por essencia, e a origem de toda a
verdade , era necessariamente intolerante de todos os
erros. (O que não quer dizer perseguidor dos que os pro
fessão, por isso que faz brilhar o sol sobre os bons e so
bre os máos.) No entanto havia tomado o mesmo au
thor a precaução de descer, para que melhor o enten
dessem, a huma comparação que devera conciliar os
criticos, fazendo notar que hum homem habil na litte
ratura he intolerante a respeito dos erros que escapão a
hum poeta etc. Em outra occasião avançou o mesmo
author, que o que havia de bom e verdadeiro nas idéas
do homem, não pertencia ao mesmo homem; vio com
grande surpreza que não fora entendido por certas pes
soas que se prezão de ter discernimento, e queremos fa
zer constituições!
#
*§§ *—»
"Telégrafo. — Serviço da Barra. — 9 de Fevereiro.
Embarcações avistadas.
-6 h. 50 m. 1 Bergantim, e 1 Escuna sem bandeira,
a Oeste do cabo da Roca: a Escuna navega para
o Norte.
10 h. 33 m. 1 Bergantim sem bandeira, ao Norte do
Cabo da Roca.
____ • 1 L A = =
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
3 h. 55 m. 1 Paquete Inglez, no Sul do Cabo do Es
pichel; e 1 Galera sem bandeira, ao Sudoeste do
Cabo do Espichel.
• Embarcações sahidas de Belém. . ,
7 h. 17 m. 1 Brigue Escuna Portuguez, Correio de S.
Miguel, para a Ilha de S. Miguei, 1 Bergantim
• Sueco, para Gothemburgo.
9 h. 54 m. 1 Galera Sueca, para a Noruega.
10 h. 33 m. 1 Bergantim Portuguez, Dous Irmãos, pa
ra o Rio de Janeiro, e huma Escuna Portugueza,
Senhora da Martha, para a Ilha da Madeira.
12 h. 33 m. 1 Bergantim Portuguez, Olympia, para
o Pará.
1 h. 58 m. 1 Bergantim Portuguez, Jove, para a Ba
hia; e 1 Brigue Escuna #ladº, para Ulaar
dingen.
Publicação Litteraria.
Sahio á luz o Desengano N.° 12, preço 40 réis.
Annuncios. 1
>
No dia 14 do corrente Fevereiro , pelas nove horas
da manhã, ha de expor-se á venda a terceira Loteria
da Misericordia de Lisboa, no seu proprio edifício.
Quem tiver para alugar dous quartos nas immedia
ções do Loureto, pode dirigir-se á rua da Horta Secca
N.° 20, na casa de pasto.
Arrenda-se a herdade denominada dos Gamas, em Co
ruche, pertencente á casa do Excellentissimo Conde da
Ponte: quem a pretender, dirija-se ao palacio do dito
Excellentissimo Senhor em Santo Amaro, onde achará
com quem tratar do dito arrendamento- **
Na tarde do dia 17 do corrente, se hão de arrematar
na praça do deposito geral, com o abatimento da quin
ta parte dos seus valores, os bens na Villa Nogueira de
Azeitão , e seu termo : as casas da quinta de Coina a
velha , avaliadas em 1923000 réis, e o foro avaliado
em 1443000 réis: a quinta de Coina a veleia em 2:4003000
réis. O olival dos Novaes em 5693600 réis. Quatro cou
rellas de vinha e pinhal no sitio de Valladeiro em 7413800
réis. Outra courella no mesmo sitio erm 3743000 réis:
e bem assim se arremata com o abatimento da quarta
parte do valor de 2763000 réis, duas cubas que levarão
20 pipas cada huma: he Escrivão da arrematação Couto.
Na tardc do dia 17 do corrente, se arrematão com o
abatimento da quinta parte dos seus valores, os bens na
Villa Nogueira de Azeitão , e seu termo : as casas e
quintal na rua direita da dita Villa, pegadas com a de João
Anastacio, avaliadas em 6403000 réis: a fazenda cha
mada a Magdalena, avaliada em 1:4383400 réis: e bem
assim se arrematão com o abatimento da quarta parte
dos seus valores cinco cubas, avaliadas em 2883000
réis: e mais duas
arrematação ditas em 96,3000 réis: he Escrivão da
Couto. •
–
Real Theatro do Salitre. —Hoje, 10 do corrente, em
beneficio, Comedia o Desertor France: ; Padidu, os
Saboiardos; Farça o Conde da Charneca, com seu novo
Dueto; Dança a Flauta Magica; e outra Farça Astu
#"## Amor
de Rossini, etc.inventa; variações na orquestra ,
* * •
e Arias
|-
 NUM.36.
--*=>-@-<=-
GAZETA DE LISBOA. >>63289&#9ex<=--—
- SEXTA FEIRA, 11 DE FEVEREIRO.
-
Kotºk&#2K3:G####<eax=-
PARTE OFFICIAL.
Extracto da Ordem do Dia N.° 8.
> Tenente, o Tenente do extincto Batalhão de Caça
} Quartel General no Paço de Salvaterra de Magos,
em 5 de Fevereiro de 1831.
Por Decreto de 25 do mex passado.
Governador da Praça de Extremoz, o Coronel do
Ultramar, Thomaz Manoel Xavier Palmeirim.
Regimento de Cavallaria N.° 1.
Demitido pelo requerer, allegando motivos attendi
veis, o Alferes João de Sousa Canavarro.
Regimento de Cavallaria de Chaves.-
Cirurgião Ajudante, o Cirurgião Ajudante do Regi
… de Infanteria
2308,
N.° 12, Julio Rodrigues de Lou
Regimento de Infanteria N.° 5.
Cirurgião Ajudante, o Cirurgião Civil habilitado com
º exame Militar, Manoel Antonio Vasques.
Regimento de Infanteria N.° 7.
Tenente contando a antiguidade deste posto de 22 de
Dezembro do anno passado, o Alferes do Regimento
de Caçadores do Minho, Joaquim Manoel da Palma.
Regimento de Infanteria N.° 8.
Alferes, o Alferes do Regimento de Infanteria N.°
13, Egidio de Andrade de Sá Pereira.
Alferes addido, o Alferes addido ao Regimento de
Infanteria N.° 24, Antonio José Lopes Trindade.
Regimento de Infanteria N.° 12.
Capitão da 2.° Companhia de Granadeiros, o Capi
tão da 5.° Companhia, João Pitta Bezerra.
Capitão da 6.° Companhia, o Capitão José Alves de
Sá Mendonça.
Alferes addido, o Alferes addido do Regimento de
Infanteria N.° 5, João Pedro Gonçalves.
Regimento de Infanteria N.° 13.
Alferes, o Álferes do Regimento de Infanteria N."
8, Francisco Alvares Falcão. •
Regimento de Infanteria N.° 14.
Alferes, o Álferes do Regimento N
de Infanteria N."
2, Antonio José de #### •
• • Regimento de Infanteria N.° 16.
Cirurgião Ajudante, #### Civil habilitado com
º exame Militar, Carlos José dos Santos Viegas.
Regimento de Infanteria N.° 22. "... …
Ajudante com a mesma patente que tem, o Ajudan
tº com a patente de Alferes do Regimento de Infante
Tia N. 8, Manoel Gonçalves Lara.
ANNo 1831.
—+
Alferes, o Alferes do Regimento de Infanteria N."
12, Francisco Joaquim da Silva.
Regimento de Caçadores da Beira-Alta.
Cirurgião Ajudante, o Cirurgião Civil habilitado
“com o exame Militar, Francisco Antonio de Mattos.
Regimento de Caçadores da Beira-Baixa.
dores N.° 5, José Maria de Souza Radmaker.
Reformado na conformidade do Decreto de 21 de
Junho de 1824, o Quartel Mestre com as honras, e
Soldo de Capitão, João Luiz de Magalhães Falcão.
Reformado na conformidade do Decreto de 21 de Ju
nho de 1824, o Capellão o Padre João Francisco Ma
galhães. -
Regimento de Caçadores do Além-Téjo.
Alferes, o Alferes do extincto Batalhão de Caçado
<res N.° 6, José Antonio de Oliveira. -
Infanteria do Corpo
- de daLisboa.
Guarda Real da Policia
•
Alferes, o Alferes do Regimento de Infanteria N.°
24, Antonio Thomás de Souza Menezes.
: Real Corpo dos Engenheiros.
Capitães efectivos, os Primeiros Tenentes efectivos,
Antonio Victorino Ferreira, Francisco Izidoro Lino,
Francisco Gonçalo Pereira Rolim , e José Manoel de
Faria Aguiar.
Capitão addido, o Primeiro Tenente addido, José
de Freitas Teixeira Spinola Castello Branco.
Companhia de Veteranos de Barcarena.
Capitão addido, o Capitão addido á Companhia de
Veteranos de S. Julião da Barra, Pedro Joaquim Bo
telho.
Companhia de Veteranos de Cascaes.
Capitão de Veteranos, ficando addido a esta Com
panhia, o Capitão do Regimento de Infanteria N.° 1,
José Maria da Silva.
•
Regimento de Milicias de Lisboa Oriental.
Alferes da Companhia de Granadeiros, o Alferes da
1.° Companhia, José Agostinho de Sousa e Silva.
Regimento de Milicias do Termo de Lisboa
Occidental.
Alferes da 3.° Companhia, o Soldado Joaquim Fran
cisco dos Santos.
Regimento de Milicias de Torres Vedras.
Capitão da Companhia de Granadeiros, o Capitão
da 4.° Companhia, José Botelho Moniz de Sequeira.
Regimento de Milicias de Thomar.
-
Graduado em Major, o Capitão da 2.° Companhia,
Francisco Thomé da Silva. - -
, , Tenente da 3.° Companhia, Antonio de Gouvêa
Leite... "
tãoAlferes da de
Queiroz Companhia
Andrade. de
, Granadeiros, Eduardo Lei
- •
 It 142 |
Alferes da 1.° Companhia, o Alferes de Ordenanças, Alferes da 2.° Companhia, o Sargento de Ordenan
João Antonio de Carvalho. ças, Bento José de #". +

Alferes da 2.° Companhia, José de Brito Mello e Alferes da 3.° Companhia, o Alferes de Ordenanças,
Castro. - - • - , ! Antonio José de Freitas. -

Alferes da 4.° Companhia, Antonio Paulino. Alferes da 4.° Companhia, o Soldado Pedro Bernar
Demittido o Alferes, Martinho José Baptista Tei dino de Sousa.
xeira. • •
Alferes da 5." Companhia, Filippe Teixeira de Sam- s
Regimento de Milicias de Guimarães. ayo. ºf
Tenente, o Alferes José Leite de Oliveira Araujo. Alferes da 6.° Companhia, Martinho José Rodri- …
Regimento de Milicias da Barca. {UlCS. - • +* * **

Reformado na conformidade da Lei, o Quartel Mes- "Batalhão de Moluntarios Realistas de Villa Real. • • !#
tre Graduado em Capitão, Agostinho Rodrigues. Demittido Ppelo requerer, alegando motivos attendi-
. .. Q 3 2 ##}
--+•Regimento de Milicias de Barcellos. veis, o Quartel Mestre Antonio Silverio Vieira de Sou-
-

• |

Reformado na conformidade da Lei, o Capitão João sa Pinto. - *\

Baptista Moreira. •

Batalhão de Voluntarios Realistas de Castro Dairo. "r

Regimento de Milicias de Villa Real. Cirurgião Mór, Joaquim José da Costa Pinto Car
Reformado na conformidade da Lei, e Coronel ag neiro. *
gregado, José Joaquim Viamonte.
Regimento de Milicias de Miranda. Por Decreto da referida data de 25 do mez passado, …
Reformado na conformidade da Lei, o Major, An Conformando-Se
Conselho Militar, Sua Magestade
creado comdeo 11
por Decreto parecer do
de Agos- ,, •

"tonio Manoel da Fonseca. -

Terceiro Batalhão de Voluntarios Realistas, to de 1828.

Cirurgião Mór, Luiz Manoel de Almeida.
« Capellão, o Padre Luiz Antonio da Silva Martelli. Demittidos, o Coronel aggregado ao Regimento de
. Capitão da 4.° Companhia, o Tenente da 6.° Com Milicias de Miranda, José Luiz Carneiro de Vascon- ...
panhia, José Cardozo da Costa. cellos, e o Capitão de Artilheria, Braz Antonio Ca- | |
- Tenente da 3.° Companhia, o Alferes da mesma Com molino.
panhia, Firmo Marcello Heytor. * Demittidos por desertores, ficando sugeitos a respon
Tenente da 6.° Companhia, o Alferes da 5.° Compa derem em juizo competente pelos crimes em que se .
nhia, Antonio Fernandes Couto. ! # acharem comprehendidos, o Capitão de Cavallaria Joº |
Alferes da 1.° Companhia, o Alferes da 4.° Compa sé Marciano da Cunha, e o Ajudante do Regimento de
nhia, José Pedro Martins. Milicias de Miranda, Frederico de Moraes Antas.
}
- Alferes da 3.° Companhia, o Soldado, José Geral |- -

des Pinto de Queiroz. Publicão-se ao Exercito os Aviz os abaixo, , , |

Alferes da 4.° Companhia, o Alferes da 1.° Compa transcriptos: |

<nhia, José Luiz d'Azevedo.

Alferes da 5.° Companhia , o Primeiro Sargento, Illustrissimo e Excellentissimo Senhar, — Constando
Damazo Pires Villa Nova. *
a ElRei Nosso Senhor pelo Oficio, que acaba de diri
Batalhão de Voluntarios Realistas de Chaves. gir-me o Coronel General dos Voluntarios Realistas,
"… Quartel Mestre, o Capitão de Ordenanças de Malta, o comportamento brioso com que o Batalhão de Volunº
Manoel d'Ascensão e Freitas. + +
tarios Realistas da Villa de Setubal se houvera na oc
Capellão, o Padre Luciano de Magalhães Pinto. casião em que se lhes fez saber, que Sua Magestade
Companhia de Cavallaria. |- lhes havia Mandado abonar pão, e pret nos dias em
Capitão, Antonio Ferreira Montalvar. que fizessem serviço, como communiquei a V. Ex." em
Tenente, Francisco José Rodrigues. Avizo de 30 de Dezembro do anno proximo passado;
Alferes, Custodio José de Moraes. supplicando então todos os individuos de que se com
Companhias de Caçadores.
• + } , "
# o dito Batalhão, houvesse de se fazer patente a El
Capitão da 1." Companhia, Alexandre Ferreira Sar ei Nosso Senhor, que possuidos do mais vivo reconhe
mento Pimentel. -

cimento por huma similhante Graça, que a Generosi

Capitão da 2.° Companhia, o Cadete do Regimento dade de Sua Magestade acabava de liberalizar-lhes, de
de Cavallaria de Chaves, Frederico Scipião de Moraes. sejavão com tudo continuar a prestar os seus serviços,
Capitão da 3.° Companhia, José Manoel de Sousa em quanto as circunstancias o exigissem, sem recebe
Barros. . . rem vehcimento algum, pois apezar de seus interesses
Capitão da 4.° Companhia, João da Costa Homem terem sofrido algumas quebras, se achavão possuidos
de Moraes e Castro. *
do mesmo animo com que gratuitamente se havião alis
Capitão da 5.° Companhia, José Marcello Gomes de tado; E não podendo deixar de commover o Real Ani
Frias. , ,, !
nio de Sua Magestade, e de Merecer Sua Regia Ap
Capitão da 6.° Companhia, Antonio Pinto de Quei provação huma similhante Acção, tão propria d'aquel
roz Sarmento. ** - º .[ les Seus leaes Vassallos, que depois de se haverem vo
Tenente da 1.° Companhia, Antonio de Gouvêa To Juntariamente alistado nos Corpos Realistas, procurãº
var de Frias. … º |" todos os modos dar repetidas provas de sua inaba
Tenente da 2.° Companhia, o Alferes graduado da avel fidelidade, Quer o Mesmo Augusto Senhor, que V.
Companhia de Veteranos
tOS. ,\ de Chaves, Antonio dos San
- * * " • -
Ex.º faça constar ao Commandante, Oficiaes, é mais
raças do referido Batalhão de Voluntarios Réalistas,
# Tenente da 3.° Companhia, Francisco Bernardo de que Sua Magestade, Annuindo á sua /suppliea, lhes
Sá. |- + + + + - } Manda louvar a sua conducta, fazendo-a. V"#. pu
Tenente da 4.° Companhia, Francisco Antonio Pe blicar pela Ordem do Dia, para conhecimento do
reira de Miranda, - Exercito.
Tenente da 5.° Companhia, o Cadete do Regimen Havendo Determinado outro sim Sua Magestade, que
to de Cavallaria de Chaves, Antonio de Sousa Guedes. se dem capotes a este Batalhão sómente, a fim de que
Tenente da 6.° Companhia, Joaquim José Rodrigues se lhes torne menos incommodo, durante a Estação in
de Menezes. +
vernosa, o serviço em que se achão empregados, V.
Alferes da 1." Companhia, Filippe de Sousa, … … Exºme Participará quanto antes qual he o numero de
 [ 143 |
praças de pret do dito Corpo, a fim de se expedirem as
Ordens para este fornecimento.= Deos guarde a V. Ex."
Palacio de Salvaterra de Magos, em 27 de Janeiro de
1831.= Conde de S. Lourenço, = Illustrissimo e Excel
lentissimo Senhor Conde de Barbacena.
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — ElRei Nos
so Senhor Houve por bem, por Decreto de 15 do cor
reute mez, Nomear o Sargento Mór de Cavallaria,
João Hygino Curvo Semedo, Governador da Capita
nía de Benguella. O que communico a V. Ex." para
seu conhecimento. =Deos guarde a V. Ex." Palacio de
Saleaterra de Magos, em 28 de Janeiro de 1831.=
Conde de S. Lourenço. = Illustrissimo e Excellentissi
mo Senhor Conde de Barbacena.
lllustrissimo e Excellentissimo Senhor, — ElRei Nos
so Senhor Houve por bem, por Decreto de 15 do cor
rente mez, Promover o Cabo d'Esquadra da 6.° Com
panhia do 3.° Batalhão dos Voluntarios Realistas, An
tonio de Padua Pereira Lobo, ao Posto de Alferes da
Tropa da Guarnição do Reino d'Angola. O que com
munico a V. Ex." para seu conhecimento. Deos Guarde
a V. Exº Palacio de Salvaterra de Magos, em 28 de
Janeiro de 1831. = Conde de S. Lourenço. = Illustrissi
no e Excellentissimo Senhor Conde de Barbacena.
ElRei Nosso Senhor, como Commandante em Che
fe do Exercito, Houve por bem Nomear o Alferes do
Regimento de Infanteria N.° 7, João Pires Castello,
para ter exercicio de Ajudante no Regimento de Miliº
cias de Miranda, observando-se a seu respeito o dispos
to nos §§. 4.°, e 5.° do Artigo 27 do Regulamento pa
ra a organização do Exercito de 21 de Fevereiro de
1816, e no Decreto de 19 de Agosto de 1825: e outro
sim, Houve por bem o Mesmo Augusto Senhor, exone
nar do exercicio de Ajudante do Regimento de Milicias
do Termo de Lisboa Occidental, pelo requerer, o Al
feres do Lima.
drigues Regimento
" . de Infanteria N.° 16, Francisco Ro
•
(Seguem-se Licenças.)= Conde de Barbacena, Chefe
do Estado Maior General. — Está conforme o Original.
=Ajudante General, Marquez de Tancos.
SEcRETARIA DE EstADo Dos NEGocios Ecclesiásticos
E DE JUSTIÇA.
Decreto. -
Tendo constado na Minha Real Presença, que alguns
individuos de perversas intenções, e depravada condu
eta, esquecidos dos preceitos da Religião, e da Fideli
dade, que Me he devida, tem recentemente, com teme
rario arrojo, procurado seduzir alguns Oficiaes inferio
res, e Soldados dos diferentes Corpos do Meu Real
Exercito, alliciando-os para faltarem, ás suas mais sa
gradas obrigações, havendo, com o fim de incitallos á
revolta, ouzado formar diversas tentativas, que ultima
mente chegárão, com gravissimo escandalo publico, a
manifestar por meio de grande numero de girandolas de
fogo, que na Cidade de Lisboa fizerão lançar, em a ma
drugada do dia de hontem, oito do corrente mez, em
gue alguns dos mesmos perturbadores forão prezos no
acto de praticarem a referida tentativa: E sendo por
tanto necessario, nas actuaes circumstancias, dar prom
plas, e energicas providencias para que a Justiça possa
empregar, mas diligencias de processar e julgar sem de
longas taes e tão abominaveis crimes de Leza Magesta
de, a eficacia e actividade, que imperiosamente requer
o importantissimo objecto de manter firmemente a Se
gurança do Estado, e a conservação dos Meus Reaes
Direitos; Sou Servido Ordenar o seguinte:
Primeiro. Formar-se-ha immediatamente na Cidade
de Lisboa huma Commissão, a que presida o Desem
bargador que serve de Chanceller e de Regedor da Ca
sa da Supplicação, e da mesma sorte se formará na
Cidade do Porto outra Commissão, a que presida o
Governador das Justiças, servindo de Vogaes, na pri
meira tres Desembargadores, que nomeará o Presiden
te, e tres Oficiaes Militares Superiores, que serão no
meados pelo General encarregado do Governo das Ar
mas da Corte e Província da Estremadura; e na segun
da do mesmo modo serão nomeados os Vogaes Togados
pelo Presidente, e pelo respectivo Governador das Ar
mas os Oficiaes Militares, devendo huns e outros fazer
constar na Minha Real Presença, pelas competentes
Secretarias de Estado, as nomeações, que fizerem.
Segundo. Será da privativa competencia destas duas
Commissões processar e julgar os Réos comprehendidos
nos crimes de alliciação para a revolta, sedição, movi
mentos tumultuários em detrismento da Segurança do
Estado, e outros similhantes de Leza Magestade »
qualquer que seja o estado, condição, ou privilegio»
de que gozem os mesmos réos, que forem prezos em
flagrante delicto nas duas sobreditas Cidades de Lis
boa e Porto, e cinco legoas em redondo ; para o
que se congregarão todos os Vogaes á voz do Presiden
te apenas a este em qualquer dia, e a qualquer hora
for dirigida a participação Oficial do facto crimino
so com o relatorio das suas circumstancias, e da pri
zão do Réo, ou Réos, os quaes desde logo ficarão intei
ramente á dispozição da Commissão; devendo não só
mente os Carcereiros, mas quaesquer outros Oficiaes
de Justiça cumprir exactamente as ordens, que della
receberem assignadas pelo Presidente. -
Terceiro. Sendo as ditas Commissões assim congre
gadas em huma das Salas das respectivas Relações, ou
no Edifício, que segundo as circumstancias aos Presi
dentes parecer mais proprio designar, e que prompta
mente lhes será franqueado; e servindo em cada huma
dellas de Escrivão, fazendo ao mesmo tempo as func
:ões de Relator, como se pratica nos Conselhos, de
&#", hum dos Vogaes Magistrados, que pelo Pre
sidente fôr nomeado em cada hum dos casos occorren
tes, immediatamente será autoada a participação Offi
cial a elle dirigida, que servirá de corpo de delicto, e
formando-se logo hum processo summario, e simples
mente verbal, pelo qual conste do Inéro facto e verda
de sabida, sem sugeição a formalidades judiciaes, de
que se tornão indignos Réos de tão execrandos crimes,
e sendo sem alguma interrupção ouvidos os mesmos Réos
para allegarem sua defeza em perguntas judiciaes pe
rante as inesmas Commissões, por ellas serão successi
vamente sentenciados como fôr de Direito na conformi
dade das Leis. . -
Quarto. As Sentenças, que assim forem proferidas,
serão irremissivelmente executadas nas vinte e quatro
horas, que se seguirem áquella , em que tiverem sido
dadas, assistindo-se devidamente aos Réos, que incor
rerem em pena ultima, com os soe corros Espirituaes,
de que necessitarem, na fórma praticada em casos si
milhantes. . .
Quinto. Nas occasiões, em que aconteça acharem-se
de tal sorte impedidos os Presidentes quando receberem
a participação Oficial do facto criminozo, que lhes seja
impossivel concorrer à Presidencia, immediatamente
remetterão a mesma participação ao Magistrado, a
quem segundo a Lei e estillo compete substituillos nos
cargos que exercitão, para proceder em tudo o mais co
mo acima fica determinado, e do mesmo modo nos ca
sos de igual impedimento de algum dos Vogaes; pode
rão ser eventualmente outros designados pelas Authori
dades Civil e Militar, a que pertencer na forma decla
rada no artigo primeiro: as decisões serão """"##
quatro votos conformes, e em caso de empate ao Pre
sidente competirá desempatar ainda mesmo com o voto
de qualidade, sendo preciso. Estas Commissões dura
 [144]
*ão por tempo de hum anno a contar da data deste De de Fidalgo Cavalleiro da Sua Real Casa ao Tenente
“creto, havendo-se por dissolvidas no dito prazo, se an Coronel do Regimento de Caçadores da Beira Alta,
tes disso não forem renovadas por outro M" Real De José Bernardino de Faria Amorim Coelho e Silva, em
"CretO. <remuneração dos serviços de seu tio o Marechal de
As Authoridades, a quem competir, o tenhão assim Campo Nuno de Faria e Matta.
entendido, e fação executar sem embargo de quaesquer
Heis, Decretos, e Ordens em contrario, quaesquer que Tendo a honra de beijar a Real Mão de ElRei Nos
elhas sejão, porque todas Sou Servido Derogar para este so Senhor no dia 6 do corrente Ignacio Antonio de Pai
efeito sómente, ficando aliás sempre em seu vigor, co va Rapozo, Capitão do Regimento de Caçadores do
no se de cada huma dellas Fizesse especial menção. Alémiºjo, pedio, e obteve de Sua Magestade á Graça da
Salvaterra de Magos, em nove de Fevereiro_de_mil Sua Real Efigie para o Reverendo Padre Vigario de
oitocentos e trinta e hum. = Com a Rubrica d'ELREI Coruche Antonio E… da Silva, e para seu sobrinho
NOSSO SENHOR. o Padre Adeodato da Silva. -

==
Sua Magestade ElRei Nosso Senhor foi servido no
—

dia 25 de Janeiro, no Seu Real Palacio de Salvaterra,

PARTE NÃO OFFICIAL. conceder ao Reverendo José Manoel Ribeiro Lopes,
Prior de Trianna de Alemquer, e Desembargador, Vi
gario da Vara, o poder usar da Sua Real Efigie em
Medalha de ouro; e igualmente a de Sua Augusta Mãi.
NOTÍCIAS ESTRANGEIRAS.
+-+-+--| §§.» *-+…+)
GRÃ-BRETANHA.
* * Telégrafo. — Serviço da Barra. — 10 de Fevereiro.
"Londres, 24 de Janeiro. * .
E…………… avistadas.
A seguinte he a noticia mais circumstanciada da pri
'zão
*Tentede
: Mr. O'Connell, que se verificou no dia 18 do cor
• |-
6 h. 50 m. 1 Galera sem bandeira, a Oeste do Cabo
, da Roca: navega para o Norte.
Prendeo-o Mr. Farel, primeiro Meirinho da Policia, 8 h. 30 m. 1 Bergantim sem bandeira, e 1 Brigue-Es
“em virtude de huma ordem expedida pelo Vereador Dar cuna odito,
- , para a Oeste
Nortes - do Cabo da Roca: navegão - - •

*ley, em consequencia de haver aquelle assistido a huma

reunião na Repartição denominada Parliamentary In 1 h. 37 m. 2 Escunas sem ban deira, ao Sudoeste do
tclligence, e a outra que se celebrou em casa de La •
Cabo doEmbarcação
Espichel. entrada em Belém.
haye, na rua de Dawson, sendo as reuniões prohibidas
pelo Lord Lugar Tenente. Conduzido Mr. O'Connell 11 h. 42 m . 1 Paquete Inglez, de Falmouth, 13 dias,
perante a Policia pedio, que se lhe manifestassem as cau mala. -+ ***;.

sas que havião motivado a sua prizão, e assim se veri Embar

ficou em parte. Concluida a leitura das instrucções da 10 h.D91rO,
63 m. 1 Bergantim Inglez, para o Rio de Ja
• •

das aos Juizes, negou-se a dar fiança porque no seu

entender as ditas instrucções não authorisavão os Juizes 3 h. 31 m, 1 Escuna Portugueza, Rosa, para Cacheu;
para o terem prezo debaixo daquella condição. Depois 1 Galera Ingleza, para New-Castle; e 1 Escuna
de huma larga e renhida discussão entre Mr. O'Connell dita, para Londres.
e os Magistrados, aquelle deo fiança de mil libras es 10 h. 53 m.Embarcação sahida
1 Transporte de S. Julião.
Francez. •

terlinas, e apresentou dous fiadores, respondendo cada

bum por mais 500 libras. Em quanto Mr. O'Connell
estava na sala da Policia o foi visitar Mr. Lawless, e == I |

Jogo foi tambem prezo porque estava comprehendido no

mandado, Mr. Reynolds e Mr. Barrett, que tambem
representárão nas reuniões Parroquiaes, forão igualmen Annuncios.
te prezos, e postos em liberdade debaixo de fiança. Se
gunda feira proxima devem todos estes individuos com Julien, cabelleireiro de Paris, faz público que mudou
parecer perante o Tribunal do Banco do Rei. Estas a sua morada da rua do Chiado para a mesma rua, de
occorrencias tem causado sensação, mas ainda que fronte da de S. Francisco da Cidade N.° 29 , pri
se reunissem alguns grupos muito numerosos em Dame meiro andar, |- |-

street, e Corkhill, já se não teme nenhuma desordem. Quinta feira, 17 de Fevereiro, na praça publica dos
(Courier.) leilões, se ha de arrematar com o abatimento da 6."
parte do seu valor huma azenha de dous engenhos de
agua, e tres serrados misticos, no sitio da Ribeira do
bom nome, Freguezia de Bucellas, avaliado o dominio
Lisboa, 10 de Fevereiro. util em 703000 rs., e o seu rendimento em 3,8500 rs.,
abatido o foro de 30 alqueires de trigo, e 6 ditos de
(Artigos communicados.) milho: he Escrivão da arrematação Negreiros.
Quem quizer comprar huma traquitana usada, falle
ElRei Nosso Senhor em Sua Resolução de 13 de No com o Mestre carpinteiro de seges, Gregorio Marques,
vembro de 1830 foi servido conceder a Mercê do Foro na rua do Crucifixo, N.° 65. - * **

••
|- ••
== =******
=>

LISBOA; NA IMPRESSÃO REGIA. " " … "

* * * () |
• •
• - " … . . : ' . * * * * *: . I. ::
 NUM. 37.
-->\>"
GAZETA DE LISBOA.
—=>><>6->#@$#$#9GX<===--
SABBADO, 12 DE FEVEREIRO.
PARTE OFFICIAL.
R E A L E R A R I o.
No dia 14 do corrente se pagão na Thesouraria Ge
ral dos Ordenados os mezes de Outubro, Novembro, e
Dezembro de 1829, da folha do Conselho Ultramarino.
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
BELGICA.
# Bruxellas, 23 de Janeiro.
yf1
Congresso Nacional.—Sessão de 23.
Estando atrazadas muitas petições, quiz o Congresso
consagrar inteiramente a sessão d'hoje a este objecto.
Já tinhão sido ouvidos muitos relatores, e tinha o Con
gresso votado sobre hum grande numero de petições sem
interesse, quando se annunciou ás tres horas huma com
municação diplomatica. Os membros do Congresso, até
então distrahidos, ou occupados em conversações par
ticulares fóra de seus lugares, volvem a estes apressa
damente, e em silencio esperão que o Conde d'Aerschot
suba á tribuna.
Mr. d'Aerschot. — Senhores, o Congresso nacional
quiz que o Enviado do Governo junto á Côrte de Fran
ça tomasse informações sobre a escolha do Soberano, e
eu julgo satisfazer á sua impaciencia dando-lhe conhe
cimento das duas seguintes cartas:
» Bruxellas, 23 de Janeiro de 1831.
*Senhor Conde,
"Tendo o Congresso nacional, na sua prudencia, jul
gado conveniente, que o Governo de S. M. o Rei dos
Francezes, cujos sentimentos de interesse e benevolen
cia para com a Belgica são bem conhecidos, fosse con
sultado; apresso-me a dar-vos conhecimento de hum
despacho que acabo de receber de S. Ex.° o Conde Se
bastiani. -
"Acceitai etc. * * *
» Assignado
•
— Bresson.
- » Paris, 21 de »Janeiro
. 1831.
• •
} *Senhor.—A situação da Belgica tem de novo fixado
ANNo 1831.
#
à attenção do Rei e do seu Conselho; depois de hum
maduro exame de todas as questões politicas, que a isto
respeitão, tenho sido encarregado de vos fazer conhe
cer de hum modo claro e precizo as intenções do Go
verno do Rei. Elle não consentirá na reunião da Bel
gica á França; não acceitará a Coroa para o Duque
de Nemours, quando mesmo lhe fosse oferecida pelo
Congresso. O Governo veria na escolha do Duque de
Leuchtenberg huma combinação de natureza tal que per
turbaria a tranquillidade da França. Nós não temos o
projecto de attentar contra a liberdade dos Belgas na
eleição de hum Soberano; mas usamos do nosso direito
declarando da maneira a mais formal, que não reconhe
ceremos a eleição do Duque de Leuchtenberg. As ou
tras Potencias, sem duvida, serião pela sua parte pou
co dispostas para este reconhecimento.
» Quanto a nós, não somos determinados a esta repul
sa senão pela razão d'Estado á qual tudo deve ceder,
quando ella não prejudica os direitos d'alguem. A visi
nhança da Belgica ; o interesse que a S. M. inspirão
os seus habitantes; o desejo que temos de conservar com
elles as relações da amizade mais intima e mais inalte
ravel, impõem-nos o dever de nos explicarmos com fran
queza. Nenhum sentimento que possa ferir o Duque de
Leuchtenberg ou a sua Familia, que amamos mais que
ninguem, se envolve neste acto politico. O Governo do
Rei somente he dirigido pelo amor da paz interna e
eXterna. • •
» Vós sois authorisado a dar huma communicação ofi
cial desta resolução do Governo do Rei com a fran
queza, e decencia que elle deseja haja sempre nas suas
relações com a Belgica.( Murmurios.)
» Recebei etc.
» Assignado H. Sebastiani.
» Por copia conforme.
» Bresson.»
Seguio-se extrema agitação a esta leitura. Alguns
Membros pedírão a sua impressão:
Mr. A. Rodenbach. — Não, não. Algumas vozes. —
Sim, sim.
Mr. Lebeau. Peço a impressão dessa carta, não por
attender á natureza da communicação, mas para que
seja conhecido á face da Europa, que a França abjura
o principio da sua existencia; que ella quer ser indepen
dente e livre, mas que não sabe respeitar a independen
cia e a liberdade das outras nações. (Bravo! Bravo! Ap
plauso. - -
Tambem quero, que se atteste na acta, que o Con
gresso não he consultado nas instrucções dirigidas aos
nossos Enviados junto do Gabinete Francez. Não sei
se a carta que acaba de ser apresentada ao nosso co
nhecimento he resposta ás instrucções
•
dadas pela Com
 [146]
missão Diplomatica, mas torno a dizer, cumpre que fixou o seu Quartel General o Conde Diebitsch ; esta
se saiba , que o Congresso nacional não a desejou. parte do Exercito não dista muito do centro ; porém
(Apoiado.) * -, º
- entre este e a ala esquerda se deixou consideravel espa
r. Libeau. Creio que decidindo que cumpria, tomar
informações do Governo Francez, o Congresso só que
ria saber o que he que a França entendia. Mas se ti
vessem estabelecido a questão assim: Temos nós acaso
precisão de consultar a França e de receber as suas
ordens para escolher hum Soberano, teria a Assembléa
unanimemente respondido, não! Não devemos, Senho
res, acolher com demasiada desconfiança as palavras
de Mr. Rabaulx, nosso Cºllega. Muito receio que elle
não tenha bem interpretado as intenções da França; a
sua repugnancia não se limita ao Duque de Leuchten
berg. Ella declarou que hum. Principe indigena tam
bem nãoneste
occulto tinhamodo
a suadeapprovação;
proceder dahaFrança.
certo pensamento
Algumas vozes: Dizei do Governo Francez.
Mr. Lebeau. Do Governo Francez.... O Governo
Francez quer-se apoderar da Belgica, quer-nos reunir
á França depois de nos haver feito passar pela anarquia
e pela guerra civil. (Sensação). A França regeitará o
Duque de Leuchtenberg, ella tambem regeitaria o Prin
cipe de Saxomia Coburgo. Ela regeitaria todos os Prin
cipes excepto o Princípe de Qrange, porque sabe que
com elle nada poderia adquirir a estabilidade na Bel
gica; então, quando a desordem e a anarquia, arruiná
rem a nação, a França se preparará para a guerra; pre
cipitar-se-ha sobre nós como sobre a preza, e em vez
de acceitar a nossa constituição impor-nos-ha as suas
leis. * - - -- -
Apenas cessou o orador de falar a Assembléa em agi
tação que não tentaremos descrever, se dispõe para se
separar,
res, e se li# todos
dirigem paraososmembros sahem
corredores: dos seus luga
•
O Presidente. Senhores attendendo ao respeito para
com o sagrado direito de petição, tornai a occuparvos
sos lugares, e ºuvi os relatorios que restão a fazer-se.
Mr. Vilain. E eu pelo respeito para com esse direi
to, peço que se não faça mais nenhum, relatorio hoje,
por que he impossivel deliberar com tranquillidade de
pois de similhante communicação.
'###a parte: Apoiado! Apoiado!)
_O Presidente. Rogo aos Senhores Deputados se reu
não em secção, •
Mr. Lebeau. Peço que nella se occupem da minha
proposta relativa á escolha do Duque de Leuchtenberg,
(ºp." Apoiado!)
elas 3 horasse levántou a sessão. (G. de França.)
GALITZIA.
Lemberg, 6 de Janeiro.
Publicou-se nesta Cidade huma Circular do Governo
desta Provincia, que em summa diz o seguinte:
» Tendo em consideração os successos da Polonia,
houve S. M. por bem expedir hum Decreto, em data de
30 de Dezembro ultimo, mandando que todos os subdi
tos do Imperador d’Austria domiciliados na Galitzia,
e que se acharem actualmente no Reino da Polonia,
voltem ás suas casas no termo de quatro semanas, e os
que residindo na Galitzia entabolassem relações com os
paizes estrangeiros, que compromettessem a tranquilli
dade e a segurança pública da Galitzia ou de outras
Provincias dos Estados Austriacos, serão tratados como
criminosos. »
Fronteiras da Polonia, 12 de Janeiro.
Carta particular. Q Exercito Russiano se acha con
centrado no espaço de 16 milhas entre Bialystock e
Brzess; a ala direita se apoia nº primeiro Ponto, onde
ço. Ainda não chegárão as reservas. O corpo do Gene
ral Wett entrou em Luck, e no mesmo momento rece
beo ordem para passar com marchas forçadas para
Brzesc. As forças que os Russianos já tem reunido so
bem a 803 homens, sem contar as reservas cujo nume
ro se ignora. +
Prepara-se todo o necessario para construir pontes vo
lantes, de que se infere que a idéa do General Russia
no he marchar contra o inimigo com hum só Exercito
passando com elle o Vistula, e aproximando-se á parte
occidental de Varsovia, onde se acha o arrabalde de
Praga , unico ponto fortificado que cobre aquella Ca
•
# Dizem que a cavallaria Russiana já carece de
forragem; e se estranha que o Imperador ponha em mo
vimento esta força , quando os Polacos só tem 63 ca
vallos. Tambem assegurão que no Exercito do General
Diebitsch já ha 143 homens de cavallaria regular, e
123 Cossacos, e que este numero se poderá duplicar
muito depressa se se quizer. Todos estes preparativos
indicão que o principal objecto he rodear os Polacos
para terminar quanto antes esta guerra, unico modo de
se restabelecer a tranquillidade na Polonia.
(Correspondente de Hamburgo.)
ALLEMANHA.
Hanover, 12 de Janeiro.
O Rei Guilherme IV expedio o seguinte Manifesto:
.” Os habitantes da nossa Cidade de Gottinga, a quem
Nós e nossos predecessores no Governo haviamos enchi
do d'innumeraveis beneficios, tiverão a ingratidão de se
levantar contra a ordem legal existente, e debaixo de
pretextos especiosos formárão pela sua propria authori
dade huma especie de Camara, e organizárão huma
Guarda nacional; sendo pois similhantes desordensin
compativeis com a tranquillidade que se necessita para
continuar com aproveitamento o estudo das sciencias,
mandamos que se feebem provisoriamente até á Pascoa
Proxima os cursos da nossa Universidade, e intimamos
a todos os seus Professores, que cessem des de este mes
mo momento os seus respectivos ensinos.
"Outrosim mandamos a todos os subditos Hanoveria
nos que actualmente seguem seus estudos em Gottinga,
saião immediatamente dessa Cidade, e se estas nossas
ordens forem desobedecidas ordenamos, que todos os que
permanecerem em Gottinga, apezar da presente notifi
cação, fiquem para sempre inhabilitados para aspirar
aos cargos do Estado. •
» Convidamos mais a todos os estrangeiros que se acha
tem estudando em Gottinga saião tambem dessa Cidade.
Ficando fechados por ora todos os cursos dessa Univer
sidade cessa para elles todo o motivo de permanecerem
nella; por consequencia não poderemos deixar de consi
derar a sua ulterior permanencia, e o seu alistamento na
Guarda Nacional, senão como prova de haverem con
tribuido para os movimentos revolucionarios dos Cida
dãos e habitantes de Gottinga.
» O Senado Academico da nossa Universidade de Jor
ge Augusto fará saber a todos os estudantes o conteúdo
da Presente circular, e cuidará etu que se ponhão em
execução as disposições que nella se contém.
º Hanover, 11 de Janeiro de 1831. Por ordem espe
cial de S. M.;= Adolfo Frederico, Bremer, Meding,
Ompteda, Stralenheim. A Universidade de Gottingo. É
(Gazeta de Madrid.)
+ Idem, 16. •
Em hum Supplemento da nossa Gazeta se Publica o
Seguinte artigo :-
 [147]
» Acaba de receber-se a agradavel noticia de que a
Cidade de Gottinga reconhecera o seu erro, e que
havia aberto as suas portas ás tropas do Rei, submet
tendo-se e abandonando-se á sua clemencia.
» Nem se quer se disparou hum tiro, nem ao menos se
derramou huuma gôta de sangue. Assim terminou feliz
mente huma revolução urdida por alguns mal intencio
nados, e be assim como Gottinga continuará a ser a mo
rada da paz, da boa ordem, e da tranquillidade.»
Graças sejão dadas a Deos.
(Gazeta de Madrid.)
Hamburgo, 14 de Janeiro.
As noticias da Russia e da Polonia são mais favora
veis. Sabe-se que no Exercito Polaco formado pelo
novo Governo ha hum partido mui numeroso, que de
clarou que só obedeceria ás ordens do Imperador Nico
láo. Nem hum só tiro se disprar entre os Russianos e
Polacos depois da revolução de 29 de Novembro; aos
ultimos se prohibio com o maior rigor, que fação na
da sem receberem ordens expressas. Alguns Polacos de
Cavallaria, que fizerão huma incursão no territorio da
Prussia, forão fuzilados no momento em que voltárão
ao seu a Canto Da DuentO.
FRANÇA.
París, 24 de Janeiro.
Ante hontem chegou a esta Capital vindo de Lon
dres o filho do Principe de Lieven com Oficios para
Mr. Pozzo di Borgo. No mesmo dia tambem chegárão
dous Diplomaticos Austriacos vindos de Vienna.
As tropas Hanoverianas entrárão em Gottinga sem
disparar hum tiro, e se restabeleceo a boa ordem na
quella Cidade. " Eis-aqui, diz hum periodico, huma
revolução, que morreo apenas nasceo.»
Em data de 12 do corrente, escrevem de Vienna que
o Governo Austriaco acaba de pôr em armas o Land
tcer. Esta determinação, que se não esperava, causou
muita sensação. Julga-se que tem relação com algu
mas negociações, que ha tempo se entabolárão entre os
Gabinetes de Vienna e S. Petersburgo. (Quotidiana.)
Apezar do que diz o Monitôr parece indubitavel, que
ba muitas dificuldades para fazer a conscripção nos De
partamentos de Sarthe e de Lot-et-Garonne. Hum Re
gimento que devia receber 600 recrutas desses Departa
mentos, só recebeo 300. (Tribuna.)
Em carta de 12 do corrente dizem de Pont-de-Beau
voisin o seguinte: º Seis mil Piemontezes chegão a Sa
bºya para reforçar as guarnições e a fronteira; de Mont
neillant até Moutiers ha 13 homens formando escalões.
A guarnição de Chambery augmentar-se-ha até o nume
rº de 63 homens. +
(Quotidiana.)
Idem, 26.
Praça do Commercio hontem. Cinco por 100 conso
lidados 93 f. e 75 c. Acções do Banco 1,500. Empres
tino
46 3.
Real de Hespanha 60 $. Renda perpetua de idem
- - •
Hoje se celebrou no Palais-Royal hum Conselho ex
traordinario de Ministros que durou algumas horas; diz
e que nelle se tratara dos negocios da Belgica, com
cujo motivo, segundo se afirma, haverá ámanhã hu
uma grande discussão na Camara dos Deputados.
(Quotidiana.)
Espalhou-se a voz, diz o Courier, de que Lord Gray
havia manifestado ao nosso Embaixador em Londres
que se a França oceu passe a Belgica, a Inglaterra a
deixaria obrar; mas que des de logo se separaria o Mi
nisterio HVigh, entrando em seu lugar o do Duque de
HVellington, e que então teriamos que lutar com todas
as grandes Potencias da Europa.
Assegurão que depois do regresso do General Clausel
á França, se comporá o Exercito de Africa deste
modo:
O General Boyer ficará commandando a Divisão:
Mr. Aupick será o Chefe do Estado Maior, que com
porão MM. Mannssion, Daigny, Fadate, de Saint
Georges, Massoni, e Margadel.
A Divisão será composta dos Regimentos de Infan
teria de linha, numeros 15, 20, 28, e 30.
• (Quotidiana.)
Parece, segundo as noticias de Londres, que o Go
verno havia dado ordens para que se augmentassem as
forças navaes Britannicas. (Idem.)
Depois da ultima sessão do Congresso Belga geral
mente se esperava que houvesse baixa nos fundos hoje,
mas provavelmente os especuladores a quem não convi
ria hum movimento de similhante natureza na aproxi
mação da liquidação, se havião prevenido, e tinhão
dado ordens de compras suficientes para conservarem
o gyro, e dissiparem a inquietação que o terror panico
da tarde de hontem fizera nascer.
Os 3 por cento que se abrirão a 61 60 baixárão a 61
50, e gradualmente passárão a 61 90, terminando a 5 c.
III GI) O$• -
Os 5 por 100 subírão de 93 50 a 93 75, e os Ducados
de 63 65 a 63 80.
A renda perpetua nem se quer foi indicada.
A reacção da subida que se pronunciou em todos os
valores foi provocada e sustentada por certa noticia cu
ja authenticidade de nenhum modo afiançamos. As
segurão que varios mancebos tinhão assumido em Bru
acellas o laço d'Orange, e que tendo a authoridade que
rido fazellos prender, se lhes reunira o partido popular,
se havia engrossado, e tinha a final feito entregar ao
Principe d'Orange a Coroa que lhe pertencia. Os espe
culadores da nossa praça não regeitárão este facto como
inverosimil, e como seria hum verdadeiro golpe para a
revolução, he rasoavel que desse lugar a consideraveis
compras, e que conduzisse a huma subida.
(Gazeta de França.)
GRÃ-BRETANHA. •
Londres, 24 de Janeiro.
Na Camara dos Communs ha pelo menos 100 ou 150
Deputados insolventes, ou proximos a isso, por pouco
que os apertem seus credores. (Espectador.)
Annuncião as noticias da Grecia, que tendo o Presi
dente participado ao General Shneider a chegada de
Mr. Ribeaupierre e do Conde Pamins a Navarino lhe
enviou o General hum Ajudante de Campo para o com
vidar que o fosse visitar. Mr. de Ribeaupierre embar
cou no dia 30 para Napoles, abordo de huma Fragata
Russiana, que saudou o forte Francez ao separar-se da
Costa» (Sun.)
A Irlanda continúa a estar ameaçada de grande ex
plosão. Des de a prizão de Mr. O'Connell se achão to
dos os Irlandezes tão assustados, que já se experimen
tão os funestos resultados desta triste situação. Com ef
feito huma casa de commercio das mais fortes, cujo
 [ 148 |
principal negocio consiste em cereaes, dirigio aviso aos
seus correspondentes para que suspendão as suas remes
sas. Os Bancos de Dublin e da Irlanda se negárão a
pagar os efeitos mais solidos. Mr. O'Connell tambem
dirigio aos seus constituintes huma carta em que lhes
recommenda o respeito ás leis, accrescentando que com
batia por tres cousas, a saber: pela abolição dos dizi
mos, pela destruição dos monopolios, e da união.
(Courier.)
Jdem 26.
Real Sitio de Brighton. Terça feira. O Rei sahio
hontem em carruagem puchada a quatro, com bate
dores, e hia acompanhado pela Duqueza de Glouces
ter. Sir Filippe Sydney, Lady Sidney, e a sua fami
lia, partírão do Pavilhão para Londres. Sua Graça o
Duque de JKellington, sahio hontem do Palacio para
Londres. O General Stevenson tambem voltou a Lon
dres. A partida de jantar que houve hontem no Pala
cio só incluio o Marquez de Bristol, e a sua familia,
e Lord e Lady Maryborough. (Courier.).
*—º §§ *—º
Lisboa, 11 de Fevereiro.
Recebemos Jornaes Inglezes até 26 do mez ultimo:
da parte mais importante do seu conteúdo já haviamos
recebido noticia pela Gazeta de Madrid.
*—*§§*—º
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 11 de Fevereiro.
Hontem á noute sahírão I Bergantim Francez para
Havre de Grace, e 1 dito Russiano para Barcelona.
! Embarcações avistadas.
6 h. 50 m. 2 Bergantins, 3 Escunas, e ó Cahiques sem
bandeira a Oeste do Cabo da Roca : navegão pa
era o Norte.
11 h. 42 m. 1 Bergantim, e 2 Brigues Escunas sem ban
deira ao Sudueste do Cabo do Espichel: navegão
para o Norte.
- Publicações Litterarias.
a Novellas que se vendem na loja de livros de Martin,
defronte do Chafariz do Loreto N.° 6: Amidia, ou os
Triunfos da Virtude, conto moral, 120 réis. Aventu
ras de Filenio e Flora, ou os Gemeos de Sevilha, 200
réis. Aventuras de Loriandro, ou os Enganos mais di
tosos, 160 réis. Não ha perfeita felicidade, 100 réis. O
Perigo das Paixões indiscretas, 120 réis. Os Rivaes de
si mesmos , conto moral, 120 réis. A Sacerdotiza dos
Gallos, ou Historia da infeliz Vellida , traduzida de
Chateaubriand, 100 réis. Victorina de Vaissy, ou Ze
mia reconhecida, 2 volumes, 720 réis.
Annuncios.
Na manhã do dia 17 do corrente, das 11 horas ao
meio dia se hão de vender no Arsenal Real da Marinha,
em presença do Doutor Juiz do Crime do Bairro da Ri
beira, que serve de Auditor Geral da Marinha, a Es
vuna Mary Ann, e a Chalupa Erin, cujos inventarios
se achão no Escriptorio do Escrivão da Auditoria, no
caes do Sodré, rua dos Romulares, N.° 27, 4.° andar.
Por ter cessado de todo o estabelecimento e giro de
=
LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA.
negocio da casa do falecido Bento Dufourcq, faz-se
sciente, que no seu armazem , sito na rua do Alecrim
.N.° 8, ainda existem varias fazendas, como são; cam
braias de linha, agulhas, meias de seda, filós, luvas de
pellica e de Castôr, flores, plumas, leques, linhas, ve
ludilhos de seda, pannos preparados para pintores , e
outras cousas mais: quem precisar sortir-se de algumas
das ditas fazendas, as poderá comprar por preços muito
diminutos do seu valor, e achará todos os dias de sema
na, no dito armazem, pessoa com quem tratar.
Vende-se hum excellente piano de author, e se póde
ver todos os dias, das duas até ás tres da tarde, na rua
dos Douradores N.° 29, primeiro andar.
Quem quizer comprar humas casas de tres andares e
loja, na rua de Buenos Ayres, N.° 27 e 28, livres e
desembaraçadas, procure no largo da Estrella, N.° 6,
a Francisco Luiz. •
Arrendão-se as tres marinhas em Alhos-vedros, deno
minadas a do Cabo, Pinhacs, e Cabecinha, e isto no
dia 18 do corrente mez de Fevereiro , na rua Augusta
N.° 159, 1.° andar, pelas tres horas: as ditas Marinhas
pertencem a João Guedes de Quinhones.
Precisa-se de hum sugeito que se incumba da admi
nistração de huma loja na Ericeira: quem se achar nes
tas circumstancias, dando abonação idónea, pode fal
lar com Manoel José Simões, com loja de ferra
gem á Ribeira velha, e ahi saberá com quem ha de tratar.
No armazem N.° 46, na rua da Magdalena, se acha
hum sortimento de chapéos de castor, e sêda, recente
|- mente chegados de Inglaterra, por preços commodos,
a saber: de sêda, de 2,3600 a 33400 réis em metal; de
cortiça, e castor, a 43800 réis em metal.
Acha-se estabelecida huma casa na rua de S. João da
Mata, N.° 168, a Santos, onde se vendem vinhos bran
cos e tintos de superior qualidade para uso de meza, e
que se podem applicar a doentes, por serem muito sãos,
apurados, sem aguardente, nem outra alguma composi
ção, almudado e engarrafado pelos commodos preços se
guintes: 13000, 13200, e 1,3440 réis por almude, e 50,
60, e 80 réis por garrafa, tinto; e branco 13.200, e
1,3440 réis por almude, e 60, e 80 réis por garrafa,
tudo em metal, sem garrafa; e com esta mais 40 réis
cada huma.
Hum lavrador do termo tem á venda os seus vinhos
na rua do Jardim do Regedor N.° 18, a 120 rs. a ca
nada na fórma da Lei, da-o á vendagem com mais com
modidade do estillo, encarrega-se de engarrafar toda a
porção que lhe for encommendada, e responde pela sua
qualidade ainda depois de hum anno, e manda-o a ca
sa dos freguezes que quizerem o dito vinho.
Annuncia-se ao público, que no armazem ao Arco do
Bandeira N.° 60, ha bom vinho de lavrador a 80 réis a
canada, branco, e tinto; e mais superior a 120 réis por
canada, branco, e tinto.
A agoardente verdadeira da Ilha, he muito estoma
cal, e muitas pessoas a preferem á boa genebra; he ex
cellente para fiquores ete., pelo bom vinho de que he
feita: ha muito tempo que não tinha vindo, e de pro
ximo vierão cinco pipas: vende-se por preço grosso º
miudo, na rua direita de S. Paulo, N.° 63.
Estiva.
Preços do Pão e Azeite para a semana que principia
de 14 a 20 de Fevereiro de 1831:
Pão de arratel na fòrma da Lei - - , a 46 réis.
Em metal - - - - - - - - - a 39 réis.
Canada de Azeite - - - - - - a 240 réis.
 NUM.
---=> @-<=-
38. ANNo 1831.

GAZETA DE LISBOA.
—=>>>6<>#<>$2<<9G<<=- .

SEGUNDA FEIRA, 14 DE FEVEREIRO.

PARTE NÃO OFFICIAL. Cáes, poude o mesmo individuo subir os degráos, e dal
li foi conduzido em huma carroagem para a Hospede
ria de Roberto onde o deitárão na cama; porém quei
xando-se de indisposição se mandou chamar o medico;
NOTICIAS ESTRANGEIRAS. no entanto antes de este chegar já o primeiro havia ex
irado. Na sua pessoa se lhe achárão mais de vinte mil
GRÃ-BRETANHA. ibras esterlinas em Apolices Hespanholas além de di
nheiro e Notas. Tinha chegado a Londres na manhã de
Londres, 22 de Janeiro. hontem pela mala á Hospedaria de Wright, porém
não se notou cousa alguma, que fizesse presumir que
Tendo o Bachá do Egypto experimentado considera aquelle individuo estivesse delirante. Hum dos passa
vel difficuldade na execução do seu grande canal entre geiros por nome Merewether, disse que julgava que o
o Nilo e Alexandria, dirigio-se a MM. Rennie, que nome do falecido era Roerke, ou Roche.»
nomeárão hum habil engenheiro para passar ao Egy (M. Post.)
pto no mez proximo, afim de dirigir a conclusão daquel Idem, 26.
la grande obra.
O General Chasse remetteo para Londres huma ex
A maior ponte de ferro, que ha no mundo he a que tensa carta relativa ao ameaço, que lhe attribuírão de
existe na China, perto de Kingtung, onde fórma hum querer destruir Antuerpia no caso de ter lugar a reno
completo caminho do cume de huma grande monta vação de hostilidades entre a Belgica e a Hollanda;
nha até outra. He formada de correntes de ferro, em nega similhante asserção, e só diz que no caso de ser
numero de 21, seguradas por outras correntes transver atacado defenderá a Cidadella d'Antuerpia até á ulti
saes. Ha mais de 150 annos, que se construio aquella ma extremidade.
ponte.
Escrevem de Antuerpia em data de 21 de Janeiro:
S. M. o Rei Carlos X contribuio com cincoenta li » Até a tarde do dia de hoje não tem o General Chas
bras esterlinas para se completarem os melhoramentos se recebido ordens para levantar o bloqueio.»
da Cidade d'Edinburgo. (M. Post.)
HESPANHA.
Mr. O'Connel annunciou a sua resolução de congre
gar os seus futuros ajuntamentos d'agitação em Liver Madrid, 6 de Fevereiro.
pool! Cincoenta a sessenta agitadores deverão passar
áquella Cidade pelo barco de vapôr. Segunda feira he (Conclusão do artigo intitulado: Conversações
º dia designado para a seguinte reunião. sobre politica.)
(M. Post.)
Idem, 25. Tudo quanto fica dito ainda seria pouco se não fora
pela grave ofensa que fazem á moral as continuadas
Huma carta de Dover em data de Domingo, con conversações politicas. As regras da moralidade são ge
tem notícia da seguinte nºtavel occorrencia: ralmente muito mais latas para os Governos do que
"O Paquete Salamandra deo hontem á véla com a para os individuos. Passão naquelles muitas vezes por
mala, despachos, e valios passageiros para Calais. Tendo innocentes e discretas acções altamente condemnaveis
navegado perto das duas terças partes da distancia atre nestes. Huma nação, por exemplo, que guarda rigorosa
vez do canal, se lançou ao mar hum dos passageiros e neutralidade nas desordens que devorão outro Reino vi
foi levado pela maré para sotavento. Logo se baixou o zinho, não he qualificada por isso de immoral; mas o
te com tres homens, que com toda a força remárão individuo que olha com inerte indiferença o incendio
ºpoz do corpo e o alcançárão na distancia de tres quar que consome a casa do seu vizinho, he justamente abo
tos de milha fluctuando sobre as aguas. O Paquete, minado como deshumano egoista. A razão d'Estado,
mudando de rumo se dirigio ao bote, e em breve rece ou o amor da patria, tem sempre deseulpado actos que
beo a bordo o corpo; succedeo felizmente haver na em ninguem deixaria de exercer se só se fundasse na con
barcação hum Facultativo, que prestou todo o auxilio, veniencia privada. No entanto passa por hum politico
º por meio de grande perseverança, se restituio a ani e Capitão de nobilissimas prendas aquelle Themistocles,
mação ao afogado, e quando o Paquete chegou ao que teve a vileza de propor, que se destruisse aleivosa

mente em benefício de Athenas a Esquadra dos Lace
demonios surta em Gitéo; e não faltão escriptores que
tenhão celebrado a perfídia com que o destbronado Dema
rato abusou do favor dos Persas-a-beneficio do seu an
tigo Reine d'Esparta. ----
Taes são as immunidades e diferenças que a necessi
dade ou o uso publico tem estabelecido no direito poli
tico dos povos a respeito da moral commum dos indivi
duos. E como se poderá inspirar a cada hum destes a
conveniente aversão a certos vicios se todos os dias vê
praticados e applaudidos actos na apparencia viciosos ! .
Com muito maior fazão poderiamos perguntar isto
mesmoºse passassemos a considerar aqueles factos par
ticulares, que sem se poderem cohonestar debaixo de
apparencia alguma do bem publico, occorrem irreme
diavelmente no progresso das hostilidades armadas de
huns povos contra outros. As guerras são espectaculos
em que se ensina maior numero de vicios do que de vir
tudes. O valor que he o primeiro representante nellas,
não pode dissimular as suas toscas feições, nem pode
arrebatar a attenção publica de tal modo, que os espe
cladores não fixem tambem seus olhos na cruel vingan
ça, na infame traição, na vil prostituição, na sordida
cobiça, e em outras personagens não pouco activas em
taes sçanas.
. Em vão se dirá, que as guerras tem chegado a ad
quirir certo ar de generosidade ou de brandura nos mo
dernos tempos. Nas tempestades da guerra poucas vezes
troa o canhão da victoria sem que lhe siga o raio da
vingança; e ainda que as relações Oficiaes procurem
dissimular em obsequio do vencedor a parte mais disfor
me dos factos, nunca deixão de trasluzir as manchas
de ferocidade que inevitavelmente cabem no quadro dos
triunfos militares.
De modo que a continuada commemoração de taes
objectos não fará mais do que consumir e enervar os
sentimentos de doçura, nobreza, justiça e longanimi
dade, que cultivados pelos Governos sabios formão as
delicias da boa ordem social. Substituirá principalmente
á delicada sensibilidade do coração, propriedade fecunº
dissima em fructos sociaes, certa especie de dureza; e
como se o mesmo abuzo convertesse o estímulo em nar
cótico, chegará o dia em que se não oução os ecos da
miseria e da dor; da mesma sorte que no fim de certo
espaço de tempo não percebe os ais do desforme men
digo, aquelle mesmo que ao chegar a huma Capital em
que abundão estes espectaculos, não podia no principio
ver nenhum sem se com mover. * *
A que outra causa podemos attribuir a mudança que
se vai notando no caracter da nossa idade! Houve tem
po em que apenas se poderia fazer em qualquer concor
rencia a descripção de huma batalha, sem que todos
os ouvintes dessem manifestos signaes de compaixão
para com as desditosas victimas della; porém hoje, até
o bello sexo, esta porção da especie humana cujo prin
cipal ornato he a ternura, recuza o tributo das lagri
mas ao infortunio do homem, que feito pela força in
strumento da alheia ambição he despedaçado pela me
tralha. Causa horror o vêr como huma Dama, que
aliás se preza de sensibilissima, ouve contar e até averi
gúa impávida a mortandade, que em Julho ou Novem
bro ultimos, alagárão de sangue as Capitaes da Fran
ça e da Polonia; e parece que tendo voltado a socieda
de aos seculos de barbaridade, se assemelhão as mulhe
res viventes áquellas cincoenta republicanas, cuja fero
cidade nos apresenta a historia como hum eclipse que
sofreo em Roma a natureza.
Mais dizemos ainda a respeito do efeito que produz
na moral de hum paiz a noticia dos acontecimentos e
revoltas militares dos mais. O transtorno das fortunas
que a guerra oferece; essa rapidez com que o homem
applicado fica abysmado sem culpa na indigencia, e o
ºcioso sem merecimento abunda na posse das riquezas,
[150]
e dos premios, são noticias de huma influencia perni
ciosa sobre os povos espectadores. Dizemos isto porque
não podendo no estado actual das relações politicas e
com merciaes que tem entre si as diferentes nações, oc
correr guerra parcial que não ameace tornar-se geral;
o homem virtuoso afrouxa a sua applicação pelo temor
de que poderá perder seus bens na tormenta que ouve
ao longe, ao passo que o vicioso se abandona cada vez
mais ao ocio e á dissipação pela iniqua esperança de
que na tempestade poderá agarrar o despojo de algum
naufragio infeliz. Aos que nesta especie de loteria jul.
gão alcançar os premios maiores succede o mesmo que
a esses fanaticos cabalistas, que embriagados com a espe
rança falsa de conseguirem o numero affortunado só com
grande repugnancia se sugeitão ás fadigas ordinarias de
huma vida laboriosa.
Com o referido ficão bastante demonstrados os dam
nos que á agricultura, ás sciencias, á moral, e a to
dos os verdadeiros adiantamentos, causa o geral costu
me de falar continuamente sobre politica. Mais pode
riamos dizer se houvessemos de expor os males que pro
vem desse espirito de indisciplina, que se derrama por
todas as povoações com as noticias que dão em nossos
dias pasto ás conversações; mas estes damnos parecem
demasiado obvios para serem desconhecidos, e demasia
do numerosos e tristes para serem agora expostos sem
necessidade. Se depois de apresentado hum tão grande
cumulo de inconvenientes, ainda houvesse quem julgas
se grande fortuna para as nações a geral afeição a no
ticias politicas; se considerando-se esta paixão, verda
deiro estorvo para as luzes, como signal do saber e meio
do ensino, ainda houvesse quem sustentasse que era
precizo fomentalla para ir illustrando o povo; e sobre
•
tudo se, vendo o tumultuoso aspecto que hoje apresen
ta o mundo, e examinando a natureza e condição da
Monarquia Hespanhola, ainda dissesse alguem, que º
melhoramento da Hespanha requeria certa latitude maior
em materia d'escriptos politicos; não vacillariamos em
o qualificar ou como innocente repetidor de frazes revo
lucionarias, ou como especulador typografico, capaz
de sacrificar o perpetuo repouso da sua patria, e da sua
familia ao efeinero interesse pecuniario de dar boa exº
tracção a huma obra.
*—*§§ *—»
PORTUGAL.
* |-
Porto, 3 de Fevereiro.
Ha dias que appareceo na altura da Costa deste Por
to hum navio razo sem mastreação alguma, sem bote,
e sem lancha, o qual correndo á discrição do mar e
vento, encalhou na praia, e sitio do Senhor da Pe
dra, em o primeiro do corrente: conheceo-se ser huma
Galera, e chamar-se Hibberto of London, carregada
de madeira, e aduella, com duas ancoras grandes, e
correntes de ferro: nenhuma pessoa existia a bordo,
nem papeis, que dessem idéa de qual era o seu destino.
Receberão-se noticias e periodicos do Rio de Janei
ro , pelo navio que ultimamente entrou neste porto.
Consta que os emigrados Portuguezes, que ali se acha
vão, erão obrigados a sahir daquella Cidade, para o
que tratavão de arranjar huma subscripção para as des
pezas do seu embarque. Nas Camaras houverão desin
telligencias, por causa da Lei do Orsamento, a que a
dos Senadores fez grande numero de emendas. A falta
de numerario era cada vez maior, e os mesmos Cofres
do Thesouro achavão-se exhaustos, o que bem mostra
o paragrafo abaixo, extrahido da Aurora Fluminense,
de 3 de Novembro, que diz o seguinte:
* O ex-Ministro do Thesouro, o Senhor Lisboa, ar
 [151]
guido ácerca da compra da chapinha de cobre, mos relações, segue-se que nenhum homem tem as mesmas
trou em publica sessão, por seu oficio de 20 e tantos faculdades intellectuaes que outro homem. Os filosofos
do passado, os Cofres do Estado com o fundo para ci que sustentárão que todos os individuos bem organisa
ma, vazios, e sem real. A Caixa de Londres foi ex dos podião logo adquirir as mesmas idéas, e depois os
haurida com as bellas transacções de Portugal; o The mesmos conhecimentos, e ultimamente o mesmo engenho
souro do Rio de Janeiro sofreo hum deficit enorme, o e os mesmos talentos, não vírão que suppondo mesmo
papel, e o cobre estão sem credito, o que póde facil huma organisação igual (que certamente não existe) as
mente ver-se pelo agio do ouro, e da prata: e de to consequencias que pretendião deduzir não erão justas: o
dos os nossos dispendios, e grandioso emprego de capi que he que faz ou que pode fazer huma organisação
taes, o que nos resta! Artilheria velha, e armamento igual sem haver igual attenção! E como prestaremos
nos arsenaes, Fragatas inutilisadas, que com tudo ain igual attenção na comparação e combinação dos obje
da nos empenhão em despezas de(Correio
•
200 contos de réis.»
do Porto.) ctos, se não formos animados pelos mesmos motivos,
pelos mesmos desejos, e pelo mesmo interesse! Se todos
os homens bem organisados podessem adquirir os mes
+…+
$$ #---+ mos conhecimentos, os mesmos talentos, o mesmo en
genho, pergunto como he que entre tantos milhões de
Lisboa, 13 de Fevereiro. individuos só houve hum Homéro, hum Platio, hum
Apelles, hum Arquimedes, hum Alexandre, hurn Ce
Litteratura, sar, hum Horacio, hum Rafael, hum Miguel Ange
lo, hum Ariosto, hum Bacon, hum Gallileo, hum
Todos os homens diferem entre si pela desigualdade Newton etc.! Entendo ser necessaria mais alguma cou
das suas faculdades intellectuaes. sa do que huma igual organisação para chegar á igual
dade das faculdades intellectuaes, e por consequencia
Debaixo do nome de faculdades intellectuaes não en aos mesmos resultados em todas as combinações do es
tendo as do espirito humano considerado de todo isola pirito humano. (1)
do, e fazendo abstracção da sua incomprehensivel de Mas dirão, envolveria acaso essa igualdade huma
pendencia dos orgãos materiaes: apezar da certeza que contradicção! Não a vejo; no entanto he certo que to
temos da sua existencia, segundo a Revelação sustenta da a unarcha da natureza se lhe oppõe, e apezar de ser es
da mesmo pela razão, não podemos ter huma idea cla sa igualdade possivel em hum sentido metafisico, he
ra e exacta da sua essencia; e menos ainda das suas fa moralmente impossivel. He infinitamente mais verosi
culdades intrinsecas, e da maneira como o espirito as mil que os homens pelo poder das leis, e pela força da
desenvolve e exerce independentemente dos sentidos. educação possão conseguir huma sombra de igualdade
Perfeitamente ignoramos as relações que podem haver no que se denomina bondade moral, do que poderem
ou que se podem formar reciprocamente na ordem das já mais ser iguaes em conhecimentos, em talentos, e no
cousas entre as faculdades de todos os seres espirituaes; engenho; esta ultima igualdade necessariamente suppõe
não nos animariamos a profundar nem discutir estes as a igualdade das faculdades intellectuaes, e esta he im
sumptos sem nos precipitarmos, por assim dizer, no possivel.
erro, e sem nos entregarmos puerilmente a idéas meta (Passa o author a tratar da desigualdade da sorte, e as
fisicas e até mesmo a indagações arriscadas. sim se expressa:
Só fallarei neste lugar das faculdades do espirito hu Chamo desigualdade da sorte a que o nascimento, a
mano pelo que toca ás estreitas relações que tem com Jerarquia, a riqueza, o credito etc., colocão entre to
a materia conformada, combinada e organizada, como dos os honens: a sorte nesta accep,ão se confunde com
nós mesmos o sonos. He destas faculdades que digo o destino, com a fortuna, e mesmo com o acaso: nós
que são necessariamente desiguaes em todos os homens, o julgamos cego porque não podemos abranger nas nos
e que pela sua desigualdade sensivel estabelecem muito sas ideas de distinguir e conceber a encadeação de to
grande diferença entre elles. das as causas fisicas e moraes, que cooperão para os
Os que lêrão e comprehendêrão a obra de Locke so diferentes successos da vida humana, successos que qua
bre a origem das idéas, e sobre os principios generado lificamos como simples resultados da sorte, por não sa
res, não exigirão de mim a repetição das demonstrações bermos melhor definillos. O conhecimento particular
moraes que tão profundo escriptor nos deo de tão lumi destas causas e o desenvolvimento da sua influencia so
nosa verdade, a saber: que a força e extensão das nos bre a nossa felicidade pediria huma obra mais profun
sas faculdades intellectuaes dependem 1.° dos orgãos damente meditada, e discutida, e seria esse hum bem
do corpo; 2.° das sensações que por esse canal passão para os homens que muitas vezes se queixão muito in
ao cerebro; 3.° da faculdade de conservarmos, e de justamente da sorte, do destino, da fortuna, e do aca
nos lembrarmos das mesmas sensações; 4.° do methodo so, ao passo que só de si mesmos se deverião queixar,
que cada individuo emprega para as comparar entre si; da sua ignorancia, da sua má vontade, ou do seu pro
5.° da maior ou menor attenção que os homens prestão cedimento.
á observação das relações, similhança, concordancia, Seja como for, os efeitos da sorte não estão sugei
e disconcordancia que as suas sensações tem entre si, a tos á justiça , nem á sabedoria , nem á previsão,
fim de chegarem aos resultados que se propõem pelas nem ás disposições do melhor de todos os Governos,
operações do seu espirito. Ouso afirmar que tudo quan e a desigualdade que necessariamente se segue, se es
to se tem podido dizer sobre a origem das ideas, e so tabelece em todas as sociedades civis sem que a ad
bre as faculdades intellectuaes, exactamente se reduz a ministração nisso tome parte alguma. Que meios po
estas cinco proposições, que tem sido levadas ao mais deria ella empregar para fazer com que todos os in
elevado gráo de certeza que o homem pode esperar con dividuos nascessem de pais virtuosos, instruidos, ri
seguir neste assumpto. cos, e afeiçoados ao bom exito de huma excellente
Ora se se demonstrou, que nenhum homem tem os educação! De que medidas faria escolha para dividir
mesmos orgãos que outro homem; que esses orgãos con
sideravelmente diferem pela sua estructura e pela sua
delicadeza; que a memoria e a reminiscencia nunca são
as mesmas nos individuos da especie humana; que exis (1) Sempre me pareceo singular, que Helvécio e seus
te grande diferença no gráo d'attenção que cada hum sequazes podessem seriamente sustentar huma opinião
Presta a comparar os diferentes objectos e todas as suas tão absurda como a que acabo de refutar.
 [152]
igualmente as riquezas em huma nação numerosa e Idem, 13.
para nella conservar # igualdade contraria á ra
zão, á equidade, á industria, e á prosperidade nacio Embarcação avistada.
nal, contraria ao alento pelo qual huma boa legislação 12 h. 12 m. 1 Escuna sem bandeira a Oeste do Cabo
deve excitar o cultivador e o artista a multiplicarem no da Roca.
Estado as riquezas da natureza e as da arte! Que regu Embarcações sahidas de S. Julião.
lamentos faria ella para conseguir este prodigio politi 4 h. 50 m. 1 Charrua Portugueza Orestes.
co, = que todos os membros da sociedade podessem go 6 h. 32 m. 1 Paquete Inglez, e 1 Bergantim dito.
zar d'igual credito, d'igual poder, d'igual influencia
sobre os negocios publicos ou particulares!
Esses meios, essas medidas e esses regulamentos não
existem na natureza, ou antes são impraticaveis, e se Annuncios.
o legislador d'Esparta julgou havellos achado, a expe
riencia provou depois, que na sua totalidade só podião Francisco Ferreira dos Santos, residente na Cidade
as suas leis convir a huma nação pequena, a huma na do Rio de Janeiro, vendo o primeiro annuncio da Ga
ção pobre e guerreira, e que entre os seus excellentes zeta do dia 15 de Maio de 1830, he de seu dever a bem
estatutos muitos havia barbaros, injustos e ridiculos. da sua honra, e credito, declarar e fazer sciente ao pu
De todas as extravagancias politicas a que me parece blico desta Corte, a sua innocencia da maneira seguin
mais incomprehensivel he querer regular por assim di te: que elle segundo as relações de amizade que tinha
zer, as ordens e a vontade da natureza. Para dar maior com Antonio Ferreira dos Santos Milheiros, fôra pelo
exactidão, maior força, e maior moral ás minhas idéas dito convidado, e por Joaquim José Afonso da Rocha,
direi, que em quanto o Ente Supremo dirigir aos seus e sua irmã D. Gertrudes Rita da Rocha, para o an
fins os mortaes, as suas acções, suas paixões, e seus nunciante figurar como dono, e proprietario das qua
talentos, ha de haver grande desigualdade na sorte dos torze Apolices de que faz menção o annuncio da mes
homens; os filosofos audazes que emprehenderem ani ma Gazeta, ao que o annunciante annuio sómente por
quilallo serão punidos pela sua temeridade; confessarão obzequiar o dito Milheiros, e por se lhe afirmar que
tarde ou cedo a impotencia dos seus esforços; convirão nenhum prejuizo, nem incommodo lhe poderia aconte
de boa fé em que a desigualdade da sorte he huma das cer, e por que segundo lhe disserão, cllas pertencião
mais bellas maravilhas do Creador, que por esse meio aos ditos dous irmãos, por morte de seu pai José Af
colocou todos os homens na indispensavel necessidade fonso da Rocha, e por ser tão somente para receber os
de se aproximarem huns aos outros, de se compararem juros, já vencidos da Junta dos Juros dos Reaes Em
entre si, de ajuizarem das suas forças, virtudes, mere prestimos, que o annunciante recebeo, sendo nessa oc
cimento, poder e precizões, e de acharem a ventura casião acompanhado pelo dito Milheiros ao mesmo
não na quimerica igualdade nas na reciproca dependen Tribunal, e de lá para casa, onde o annunciante en
cia que certo orgulho funesto á humanidade quiz destruir tregou a todos tres, não só os juros recebidos, mas tam
nos nossos dias; na dependencia que os detractores de bem as Apolices, pois nunca o annunciante as conser
todos os Governos bem constituidos e os inimigos da vou em seu poder mais de tres horas, para o fim já di
boa ordem não cessão de contemplar com preoccupação, to: succedeo passado pouco tempo o annunciante reti
ao passo que está ligada com a natureza de toda a so rar-se para o Rio de Janeiro, como se retirou em 26
ciedade humana, e constitue o mais forte de todos os de Maio, e por este motivo foi exigido do annunciante
vinculos. (C. d'Ayala.) o assignar todas as Apolices para ser reconhecido o seu
*—*§§ *—» signal, e para lhe porem o pertence em quem quizessem,
º que immediatamente fez sem duvida alguma, assim
Real Diligencia. como passou a procuração ao dito Milheiros, para re
ceber da Junta dos Juros que estavão proximas a vencer;
A Companhia da Real Diligencia, estabelecida en o annunciante pensa que depois que assignou as Apoli
tre Aldêagallega e Badajoz, aviza ao público, que em ces, ficou desonerado deste negocio, do qual não teve
consequencia de haverem ficado intranzitaveis os cami interesse algum, e só incommodos: este he o caso acon
nhos para as carroagens, em que esta Companhia faz tecido com todas as particularidades que o acompanhão,
seu serviço , por causa das continuadas e abundantes o que o annunciante julgou do seu dever declarar a bem
chuvas, se vê precizada a suspender o dito cerviço des do seu credito.
de o dia 15 do actual, e até que pondo se de accordo No armazem N.° 46, na rua da Magdalena, se acha
com o Governo , se decida a fórma em que deve con "hum sortimento de chapéos de castor, e sêda , recente
tinuar o mesmo serviço. ·
mente chegados de Inglaterra, por preços commodos,
a saber: de sêda, de 23600 a 33400 réis em metal; de
#
*§§ 4–* cortiça, e castor, a 43800 réis em metal. -

Acha-se estabelecida huma casa na rua de S. João da

Telégrafo. — Serviço da Barra, — 12 de Fevereiro.
Embarcações avistadas.
11 h. 17 m. 1 Bergantim sem bandeira , e l Cahique
dito ao Norte do Cabo da Roca : navegão para o
Sul.
Embarcações sahidas de Belém.
9 h. 20 m. 1 Galeota Hollandeza para Ulaardigen.
4 h. 10 m, 1 Bergantim Dinamarquez para o Rio de
Janeiro, e 2 Escunas Inglezas para Londres.
Mata, N.° 168, a Santos, onde se vendem vinhos bran
cos e tintos de superior qualidade para uso de meza, e
que se podem applicar a doentes, por serem muito sãos,
apurados, sem aguardente, nem outra alguma composi
ção, almudado e engarrafado pelos com modos preços se
guintes: 13000, 13200, e 13440 réis por almude, e 50,
60, e 80 réis por garrafa, tinto; e branco 1,3200, e
13440 réis por almude, e 60, e 80 réis por garrafa,
tudo em metal, sem garrafa; e com esta mais 40 réis
cada huma. • • • ••

LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.

 NUM. 39. -
ouzBTA DE LIsboa. ><>{>>|$$$$2<-9ex<=-—
TERÇA FEIRA, 15 DE FEVEREIRO.
PARTE OFFICIAL.
RE A L E R A R I o.
# gimento de Cavallaria da Rainha, que manda o Te
{ No dia 16 do corrente, se pagão na Thesouraria Ge
ral dos Ordenados os mezes de Outubro, Novembro, e
: Dezembro de 1829, das folhas a saber: Extincta Junta
dos Tres Estados, Arsenal Real do Exercito.
_L —+==
PARTE NÃO OFFICIAL.
—L - -_-
Lisboa, 14 de Fevereiro,
A Gazeta de Madrid de 8 do corrente publica a se
guinte
n Parte dada &# Excellentissimo Senhor Comman
dante Geral do Campo de S. Roque:
* Excellentissimo Senhor: Finalmente verificárão-se
ºs minhas informações do projectado desembarque dos re
volucionarios, que existião na bahia e praça de Gibral
lar. Depois de 7 dias consecutivos de ameaço se arro
jºrão os malvados pelo ponto que chamão Aguada In
gleia, na distancia de hum tiro d'espingarda da parte
de terra ou da sua primeira bateria. O seu numero se
Fundo todas as noticias, seria de huns 200 homens, di
"ididos cm diferentes troços, que emprehendêrão a mar
da por terra, e pelo terreno que se chama neutral, pe
º volta da huma hora da noute de 28 a 29, favoreci
dºs das hortas e bancos d'areia que ha neste espaço,
ºu mais propriamente isthmo. Chegárão pois com algu
ma diferença de tempo á frente dos postos da nossa li
"a de contravulação, e em seguimento se rompeo o
fºgo por hema e outra parte com o maior ardor. De
huma vez apresentárão sobre a Aguada de S. Felippe
tes grandes lanchões carregados de gente, com animo
!abrir passagem pela avançada que está estabeleci
da á frente do arruinado forte deste nome, e tendo-se
lhes opposto ali huma resistencia digna de elogio, fi
ºu frustrado o seu intento.
"Como a força que enviárão pelo flanco esquerdo,
ºu de Santa Barbara, conseguira repellir o destaca
*"ento que alli havia, se deixárão vir por aquelta par
ANNO 1831.
te sobre o centro da linha contando com a protecção
de hum dos seus troços que pela direita se havia intro
duzido já na povoação do Real acampamento; a nossa
tropa, menos a que estava em S. Felippe, unida com
os carabineiros e com o pequeno destacamento do Re
nente graduado D. João de la Torre, atacou com energia
o inimigo, que pela sua maioria os tinha envolto, usando
para surprehender as sentinellas do estratagema de di
zerem, que erão do Batalhão de S. Fernando, que he o
que cobre aquella parte do cantão de S. Roque.
» Pelejárão huns e outros cedendo e avançando se
gundo cada hum podia, e lho permittião os accidentes,
até que perto das 5 da manhã se aproximou o resto do
citado batalhão de S. Fernando, que não poude chegar
antes por haver tido que marchar fora do caminho para
evitar o ser surprehendido nas embuscadas que se encon
trão proximas á povoação do Real acampamento; e
como o seu Commandante D. Ramon Barraguer des
tacara sobre a praia de S. Felippe huma partida de
28 homens e l Oficial com animo de tomar a reta
guarda aos malvados, ao passo que este com o grosso
da tropa baixava da paragem que chamão Torre ou
Monte da Pedreira, para occupar o centro, e vencer
todos os obstaculos á bayoneta, assim já conhecêrão os
malvados o perigo que tão de perto os ameaçava, e o
fim tragico que hia ter a sua temeraria e ousada empre
za , e fugírão logo precipitadamente sobre a praia ,
amparando-se com as avançadas de hum corpo de tro
pas que o seu Governador havia feito sahir, sem duvi
da por precaução logo que se ouvírão os primeiros
tlTOS. /
» O resultado de tudo foi termos pela nossa parte dous
soldados mortos, hum do Regimento de Cavallaria da
Rainha, outro do dito batalhão de S. Fernando, e
quatro feridos, dous de cada hum dos mencionados
corpos.
» Para me informar de tudo e acudir com promptidão
onde fosse conveniente, sahi daqui para a linha, e so
bre a marcha colloquei duas companhias dos Regimen
tos Provinciaes de Granada e Sevilha, de huma e ou
tra parte do rio de Palmones, protegidas por toda a
Cavallaria que fiz sahir, e que se colocou no dito pon
to ás ordens do seu Commandante, o Coronel graduado
D. Antonio Gallarga, e estando já em Guadurranque
fiz adiantar das ditas Companhias 30 homens e hum
subalterno até Ponte Mayorga, e hum Sargento e no
ve homens ao mesmo Guadarranque, porque ambos os
pontos havião ficado descobertos em razão de que obram
do o Commandante Barraguer com sugeição ás minhas
instrucções havia retirado sobre a linha a força que
 [134]
nelles estava. Cheguei alli e me informei de todo o suc
cedido, e de que o General Governador de Gibraltar,
ao mesmo tempo que fazia desarmar os revolucionarios
tinha dado ordem para não deixar entrar nem sahir
pessoa alguma na praça; e seguindo pela sua parte
igual procedimento o Chefe Barraguer, tambem não
havia deixado a pessoa alguma passar a linha.
» Logo que deixei regulado o serviço, e dispuz que se
acommodasse a tropa como melhor podesse, passei a
S. Roque para me informar se ali havia occorrido al
guma novidade na povoação, e se me partecipou com
satisfação, que no meio da agitação que padecê
1ão os seus habitantes e os das caserias immediatas,
nem se observara a menor palavra que se dirigisse
a favor dos perturbadores. Entre 3 e 4 da tarde
emprehendi a minha marcha para esta Cidade onde che
guei depois d'anoutecer, certificando-me que na minha
ausencia não havia acontecido novidade e que a tran
quillidade publica se havia conservado no seu ser, con
tinuando assim nas mais povoações do destricto, e no
tando-se em toda a parte não equivocos signaes de amor
a ElRei N. S. e de odio aos revolucionarios.
» Sube na linha que havia sido ferido hum que fazia
de chefe da canalha, e que segundo dizem he filho de
Flores Calderon ; que Torrijos commandára em pessoa
a expedição com o seu destinctivo de General, e que
até tratára de persuadir hum carabineiro, que não fez
caso das suas palavras. Parece que Flores Calderon
fôra conduzido em hum cavallo porque não podia an
dar em consequencia da ferida. Ainda não pude saber
a perda dos facciosos, que para a occultarem tiverão
bom cuidado de levar comsigo e nos lanchões os que
morrêrão ou ficárão feridos.
.» Concluo manifestando a V. Ex. º que estou muito
satisfeito do zelo dos meus Oficiaes e tropas, e de to
dos quantos tomárão e desejárão tomar vivamente parte
na acção referida; porém não deixarei d'expressar que
o citado Commandante D. Ramon Barraguer, ao re
commendar-me o procedimento e comportamento dos
Oficiaes e tropa do seu mando o faz com particularida
de da bizarria com que se conduzio o Tenente Gradua
do de Cavallaria D. João de la Torre. Tambem me
recommenda o Coronel D. Benedicto Plandolit, Com
mandante do 3.° Batalhão do Regimento de S. Fer
mando, que se acha em S. Roque com licença, e mar
chou á linha desejoso d'acreditar a firmeza dos seus sen
timentos pela Causa Sagrada d'ElRei N. S. Sube igual
mente que o Capitão Graduado D. Antonio Montes de
Oca, a quem os inimigos buscavão desesperadamente e
lhe ferírão o criado, se uníra ao Oficial que defendeo
o ponto de S. Filippe.
» Tudo o que partecipo a V. Ex." por extraordinario
em cumprimento do meu dever. Deos guarde etc. Al
geciras, 30 de Janeiro de 1831. = Excellentissimo Se
nhor = João Ramires d'Orosco. = Excellentissimo Se
nhor Secretario d'Estado e do Despacho da Guerra.»
A Gazeta de Hamburgo publica o seguinte, em da
ta de Breslau, 15 de Janeiro:
» Temos noticias do Exercito Russiano até 24 do
passado. Segundo essas noticias a Divisão de Grana
deiros de reserva tinha chegado ao ponto de reunião.
O General Diebitsch tencionava principiar muito em breve
as suas operações sobre duas linhas na direcção de Bia
lytock, e de Brzese. Trabalhava-se com muita activi
dade em reunir os viveres necessarios para que nada fal
tasse ao Exercito até chegar a Varsovia. Dizem que
por disposição do Imperador se havia insinuado a mui
tos Polacos, que se se apresentarem a S. M. I. conse
guirão o perdão; por cujo meio se intenta introduzir a
divisão entre os revoltosos, e subjugallos mais facil
mente. Alguns homens abastados de Posen, que tinhão
•
passado a Parsovia, voltarão a seus lares á primeira
intimação, que lhes fizerão os empregados Prussionos
do mesmo Grã-Ducado.»
Annuncia a Gazeta de Berlim, que o Exercito do
General Diebitsch recebera ordem de sahir dos seus acan
tonamentos no dia 25 de Janeiro para marchar sobre a
Polonia. \
*§§ 4–*
Litteratura.
Da igualdade, e da desigualdade civil.
As nossas averiguações em outro tempo, em outro lu
gar, e em outras circumstancias terião parecido super
fluas por isso que nos conduzem a hum resultado ha
longo tempo conhecido, a hum resultado que só a con
fusão geral das cousas, das idéas, e das palavras, tor
na hoje interessante; a igualdade tem vindo a ser a se
nha que os facciosos derão á turba rebelde para a agi
tar, illudir, e levar aos mais criminosos excessos.
A igualdade da natureza segundo já demonstrámos,
só nos dá o direito á piedade, soccorro, e beneficenc a
de outrem; a desigualdade da organisação, dos senti
dos, das faculdades intellectuaes, do entendimento, da
sorte, e de todas as qualidades moraes, traça, por assim
dizer, huma grande linha de demarcação entre os indivi
duos da nossa especie; era pois indispensavel que a asso
ciação e a legislação viessem em auxilio da humanidade,
que a protegessem contra os violentos ataques de tan
tas differenças visiveis que a mesma natureza desenvol
vendo os seus elementos, tem collocado entre nós.
Os que sustentárão que as leis se havião feito para
sustentar a igualdade de que o homem gozava antes da
origem da sociedade, de nenhum modo profundárão
nem entendêrão a questão; presupposerão o que he al
solutamente falso; apresentárão como verdade reconhe
cida o que repugna tanto á natureza como á experien
cia; essa igualdade não existe, e não podem as leis ter
o quimerico fim que lhes querem attribuir. A razão e
os factos em cuja presença cahe por terra toda a espe
culação metafisica, estreitamente se ligárão para pôr
em evidencia, que associando-se os homens, só proct
rárão corrigir as desigualdes fisicas, moraes, e casuaes;
quizerão eficazmente evitar os seus resultados, para que
o mais forte não opprimisse impunemente o fraco para que
o homem simples não fosse enganado pelo mais astuto,
e o homem de bem não fosse victima do perverso: eis,
certamente, o grande fim da sociedade.
Deste principio a bem do qual depõe a historia do
homem, resulta huma util verdade, huma verdade lu
minosa, que os innovadores ignorárão ou fingírão igno
rar, a fim de dispor com menos difficuldade a mul
tidão, aos seus execrandos designios: não podendo a
igualdade necessaria a todos os homens sêr hum dom da
natureza, foi hum beneficio do Governo; e se em hum
certo ponto de vista somos todos iguaes no estado so
cial (isto he perante as leis) nós o devemos ás mesmas leis,
Il GO a Ilatureza.
Ninguem imagine que ha nisto leve diferença ou que
o resultado venha a ser o mesmo, quer devamos a igual
dade á natureza, quer a devamos á lei. Esta diferen
ça he enorme; ella destroe o novo systema de igualda
de, por quanto se a igualdade he efeito da lei, á lei
pertence o definir, modificar, e regular a igualdade na
conformidade dos principios fundamentaes das institui
ções, na conformidade das paixões dos individuos, da
marcha natural dos costumes, e do estado da sociedade
em que se introduz a desigualdade apezar da vigilancia
do Governo. Se a igualdade he hum benefício da lei, a
 [ 155 ]
lei a ninguem aggrava quando estabelece a desigualda de. He porque a sabedoria do Governo he superior ás
de do nascimento, de condição e de classe, quer para º distincções. Por tanto nos Imperios onde nenhuma for
ligar, entre si os membros da sociedade por meio de hu ça humana he bastante injusta e ouzada para aniquillar
ma dependencia reciproca e graduada, quer para re a desigualdade, he culpa da legislação e da administra
compensar o merito e os verdadeiros serviços dos cida ção se em vez de ser hum bem, se torna hum mal pa
dãos sem que isso nada custe ao Estado. Não era do ra a universalidade; com a bondade das leis, a justiça
interesse dos nossos filosofos o apreciarem estas reflexões; do Governo, a vigilancia dos seus Agentes, a circums
olárão para ellas com indiferença, e até mesmo as pecção de todos, o nascimento, a condição, a classe,
desprezárão, por isso que he com o auxilio de huma o poder, a riqueza só tenderão á grandeza, força, e
igualdade monstruosa que querem efectuar o transtor prosperidade da nação: tornarão mais suaves os vincu
no da boa ordem social e da Monnarquia. Tirai a as los sociaes, por isso que serão formados pelo sentimen
sociação, tirai o Governo, tirai as leis, e então nada to da precizão e da reciproea dependencia, o mais util
será a igualdade na natureza; ficaremos necessariamen de todos os sentimentos na vida social, e ao mesmo tem
te sugeitos aos funestos resultados de todas as desigual po o mais perigozo de destruir.
dades fisicas e moraes: em vão diria o homem mais fra Se he louca empreza o querer aniquillar nas grandes
co ao mais forte: « eu sou hum homem como tu es; º nações todos os mananciaes de distincção lucrativa e
não temendo a vingança das leis, nem o castigo da le honorifica, he flagrante injustiça o havellas supprimido
gitima authoridade, o ultimo olharia com o maior des em virtude do mais odioso despotismo em hum paiz on
prezo para similhante reclamação. de contavão varios seculos d'existencia. Por hema in
No entanto este beneficio da lei viria a ser no ci finidade de relações, pela concorrencia de grande nume
vo ao cidadão, se o levassem tão longe como o con ro de circumstancias, pelos privilegios, fruição, e con
duzirão os fanaticos apostolos da igualdade dos ho siderações que a indole, os habitos e costumes dos po
mens; a constituição que quizesse estabelecer na or vos lhes havião ligado, essas distincções tinhão vindo a
dem social os seus rigorosos principios, subverteria os da ser verdadeiras propriedades; formavão a subsistencia e
justiça destributiva. Se todos os individuos devem á a ventura de varios milhões de Cidadãos: privallos do
sociedade serviços proporcionados á sua virtude, on seu estado e das suas fruições he attentar contra a pro
genho, talentos, e meios, a sociedade pela sua parte priedade.
lhes deve distincções, favores, e privilegios. A igual Mas além d'attentar contra a propriedade os repre
dade que se oppõe á Justiça, como dizia Socrates, de sentantes da nação violárão as ordens que tinhão re
ve ser banida da sociedade, por quanto injusto fôra cebido , e cuja observancia havião jurado : essas
conceder indiferentemente as mesmas vantagens a to ordens querião a conservação da Nobreza por que que
dos os homens, ao passo que importa recompensar e rião : 1.° a conservação da Monarquia ; 2.° a con
punir cada-hum na conformidade do seu merecimento. servação do direito de propriedade como sagrado e
Ora em todo o Estado bem constituido essa mesma dif inviolavel; 3.° a perpetuidade das distincções estabe
ferença entre as recompensas de huma parte, e dos cas lecidas des de tempo immemorial; 4.° a continuação
tigos da outra, deve produzir grande desigualdade en das rasoaveis prerogativas adquiridas pelo sangue e por
tre os individuos. He possivel que não tenha lugar em assignalados serviços feitos á patria; 5.° o melhoramen
huma pequena Cidade onde pela continuada vigilancia to das cousas porém nunca a sua destruição. A nação,
podem os Magistrados reconduzir as cousas ás institui dirão alguns, pela sua ratificação e adhesão podia rati
côes primitivas, onde o Cidadão distincto está sempre ficar tudo quanto havia de illegal nos Decretos dos seus
debaixo dos olhos da inteira sociedade, onde o menor representantes: esta replica não he admissivel; porque
abuzo das distincções sociaes póde ser imnediatamente em primeiro lugar o povo sem o Rei e sem as primei
punido; mas como conseguirão afastalla para sempre de ras Ordens do Estado, não podia proceder legalmente
hum Imperio de tantos milhões d'almas! He possivel, e com justiça nem como nação, nem como parte della ;
que o projectassem os enthusiastas; mas esse plano se tudo poude fazer foi pelo direito do mais forte, po
rá absurdo, será impraticavel aos olhos do sabio, que rém nunca em virtude de hum direito legitimo.
em similhante plano só verá o impotente esforço de hu Em segundo lugar logo que se confessa que as primei
Jma imaginação exaltada, ou de criminosa hypocrisia. ras Ordens do Estado e tudo quanto dellas dependia,
Não vemos que os mesmos que hoje se distinguem pe erão contrarias a essa espoliaçáo he contradictorio di
lo telo da igualdade já tyrannicamente senhoreão as leis zer-se, que era a nação que a queria; a nação he só a
e os homens? Por que razão se elevão elles successiva reunião dos que, segundo a opinião publica a compoem,
mente acima dos outros ! Por que razão forção todos e que a compunhão segundo as leis fundamentaes do Es
a discorrer, e a proceder como elles mesmos! Ha por tado; ora como he notorio que os possuidores dos titu
ventura direito de igualdade que pareça ser mais sagra los e das distincções que formarão parte da nação Fran
do do que o da opinião! Não, por certo; por que ra ceza protestárão contra esse Decreto, não pode ser con
não pois se tem votado ao implacavel cutello do assas siderado como a vontade geral. (D'Ayala.)
sino e do algoz aquelles cujos sentimentos diferião dos
sentimentos dos Jacobinos? Os diversos titulos que in
dividualmente distinguem os agentes de todos os pode
res, o exercicio da authoridade, as honras e as digni
dades nacionaes, são considerados em todos os Esta
dos não contrarios ao bem publico, e só podem ser no Divisão do anno.
civos pelo abuso que delles fizerem as pessoas revestidas
desses títulos; por que razão pois as distincções que Assim como varía a fórma do anno entre diferentes
Sempre tem sido consideradas indispensaveis nos grandes nações, da mesma sorte varía o seu começo. Os Hebréos
Estados serião tão nocivas como se pretende! As leis tinhão assim como a maior parte das nações do Orien
que impedem o abuso do poder, da authoridade, e das te, hum anno civil que principiava com a lua nova em
honras, não podem ellas da mesma sorte impedir o Setembro, e outro anno Ecclesiastico, que começava com
abuso das distincções! Appello para os honrados ha a lua nova em Março. Os Persas começão o anno no
bitantes do paiz onde vivo ha vinte annos; digão se mez que corresponde a Junho; os povos da China, e a
ºs distincções de que se trata neste lúgar de algum mo maior parte dos habitadores da India, o principião na
do se oppoem ao seu repouso, á sua ventura e felicida primeira lua de Março, e os Gregos com a lua nova
 [ 156 ]
Yue segue ao solsticio do verão (1). Na Inglaterra o an
no civil ou legal antigamente começava a 26 de Março,
e o anno historico no 1.° de Janeiro (2). Mas des de a
alteração do estylo, ou data, que teve lugar em 1732;
o anno civil na Inglaterra tambem começou em o 1.°
de Janeiro.
As mudanças e variedades que occorrem na natureza
pela annual revolução da terra á roda do sol formão as
estações. A principal divisão do anno he em mezes que
são astronomicos, ou civis. O mez astronomico ou na
tural he aquelle que he medido exactamente pelo movi
mento da terra ou da lua, e he por tanto lunar ousolar.
O lunar he o tempo que a lua emprega em gyrar á ro
da da terra, o que faz em 27 dias, 7 horas, 43 minu
tos e 8 segundos. O solar he o espaço de tempo em que
a terra passa por hum dos signos do zodíaco: como a
terra constantemente passa pelos 12 signos em 365 dias,
5 horas, e 49 minutos, cada mez solar, dividindo esse
numero por doze, vem a ter 30 dias, 10 horas e 28
minutos e 5 segundos.
Os mezes civis são os que se adaptão aos usos da vida
e quasi se aproximão á quantidade de mezes astronomi
cos quer solares quer lunares; consistindo de 30 e 31
dias alternadamente excepto Fevereiro, que de 4 em 4
annos tem 29 dias, e nos outros só 28.
Os Gregos modernos começão o dia ao nascer do sol,
contando successivamente 24 horas, como os antigos
povos da Babylonia, Persia, Syria, e da maior parte
do Oriente. Os modernos Italianos e Chinezes contão as
24 horas começando ao pôr do sol como os antigos He
bréos, Bohemios, e Silesianos. Os Jnglezes, Francezes,
Bollandezes, Allemães, Hespanhoes, Dinamarquezes e
JEgypcios começão á meia noute contando 12 horas e
de tarde outras 12. Os astronomos e navegantes come
ção a contar as horas á huma hora do pois do meio dia.
Os Hebréos, Caldeos, Arabes, e outras nações do
Oriente dividem as horas em mil oitenta partes, dezoi
io das quaes são equivalentes a hum minuto.
*—º §§ *—»
(Artigo communicado.)
ElRei Nosso Senhor, attendendo ao que Lhe repre
sentou o Padre Mestre Doutor Fr. João de S. Boaven
tura, Monge Benedictino, no dia 3 de Fevereiro, no
Real Paço de Salvaterra de Magos, foi Servido con
ceder o uso da Medalha de ouro com a Real Efigie da
Imperatriz Rainha a Senhora Dona Carlota Joaquina
de Bourbon, ao Excellentissimo e Venerando Com
mendado, de Sernancelhe D. João de Mello e Faro;
ao Tenente Quartel Mestre do quarto Batalhão de Vo
Juntarios Realistas Antonio Luiz de Oliveira Parente,
Carcereiro da Cadêa da Corte, e para sua mulher D.
Margarida Rosa de Oliveira Parente, e sua filha D.
(1) No maior dia do verão, que he a 21 de Junho.
(2) Eis a razão porque frequentemente achamos nos
authores antes do meado do seculo XVIII huma data
duplicada entre 31 de Dezembro e 26 de Março: como
por exemplo Janeiro 1 ####, ou Março 7, 1712—3;
nestes casos o anno segundo o nosso modo de calcular
actualmente, he o ultimo dos dous, e assim o devemos
contar. Nos exemplos que apresentamos neste lugar são
Janeiro 1 de 1611, e Março 7 de 1713.
LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA.
Maria Luiza de Oliveira Parente, não só a Medalha
da Augusta Inperatriz Rainha, mas a de ElRei o Seº
nhor # Miguel I.
*—*§§ *—º
Telégrafo.—Serviço da Barra. — 14 de Fevereiro.
O Bergantim
pool. Inglez que sahio hontem foi para Liver»
•
" Embarcações avistadas.
7 h. 26 m. 1 Galera, e 2 Bergantins sem bandeira a
Oeste do Cabo do Espichel: navegão para o Norte.
7 h. 58 m. 2 Cahiques sem bandeira ao Sudoeste do
Cabo do Espichel: navegão para o Norte.
9 h. 11 m. 1 Bergantim sem bandeira ao Norte do Ca
bo da Roca.
Embarcação entrada em S. Julião.
12 h. 22 m. 1 Bergantim Inglez.
=
Publicação Litteraria.
Sahio á luz o N.° 10 da Contra-Mina : vende-se por
40 réis em Lisboa, Belém, e Coimbra nas lojas dº
COStUl II) e,
Annuncios.
José Francisco Pereira, approvado em Cirurgia e
Medicina Prática, mudou a sua residencia para a en
trada da rua da Procissão indo do Collegio dos No
bres, N.° 38, 1.° andar, onde se presta a todas as pes
soas que o queirão consultar.
A Chancellaria do Consulado Geral da Prussia he nº
cáes do Sodré N.° 13, segundo andar- +•
Vende-se hum foro livre que rende cincoenta mil réis
em metal, com laudemio de dezena : quem o quizer
comprar, dirija-se ao Rocio á loja N.° 43.
Quem quizer comprar hum bilhar de oito palmos de
comprido e 5 de largo , com todos os seus pertences,
faile na loja de bebidas da rua do Ouro N.° 92 e 93.
Na tarde do dia 17 do corrente se ha de arrematar,
na praça de deposito geral com o abatimento da quin
ta parte do valor de 1:500$000 réis, huma propriedade
de casas com varios pertences, quintal, e poço, no si
tio do Poço do Bispo, Freguezia dos Olivaes, N.° 738
a 760: he Escrivão da arrematação Couto.
Na tarde do dia 17 do corrente , se ha de arrematar
na praça do deposito geral hum pianno com caixa de
magno de cinco oitavas e meia; assim como varios bens
moveis, tudo de boas madeiras: he Escrivão Couto.
Quinta feira 17 do corrente , se hão de vender em
leilão no Porto Franco, pelas dez horas da manhá, os
seguintes generos, por conta de quem pertencerem;
pelo Navio Meridian, a saber : taboado de Flandres,
vergas, arenques, alcatrão, carvão de pedra, carne de
porco e de vacca, salames, salmão, linguas, ervilhas,
manteiga, presuntos, arroz, ferro , pannos de linho,
huma caixa de quinquilherias, e brincos para crianças
No dia 21 do corrente mez de Fevereiro , pelo meio
dia, a Real Junta da Fazenda dos Arsenaes do Exerci
to, em execução de Ordens Regias transmittidas pelo
Ministerio da Guerra , ha de contratar , com quem a
isso se propozer, o fornecimento de couros de solla bran
ca da terra, atanados verdes, e cal em pó e em pedra.
--=-=-_A_*
T
 NUM. 40.
- --*>-\>
GAZETA DE LISBOA.
QUARTA FEIRA, 16 DE FEVEREIRO.
*-
PARTE OFFICIAL.
Repartição da Reforma Geral dos Estudos.
Pela Junta da Directoria Geral dos Estudos se hão
de prover por Concurso de 60 dias, que começará em
17 do corrente mez as Cadeiras do Curso biennal de
Rhetorica e Poetica, e Historia Universal e Portugueza
do Estabelecimento de Estudos do bairro de Belém da
Corte e Cidade de Lisboa, e da Cidade da Guarda, a
primeira com o ordenado annual de 4403000 réis, e a
segunda com o de 2803000 réis; e a Cadeira de Gram
matica e Lingua Grega do Estabelecimento de Estudos
da Cidade de Evora com o ordenado annual de 3003000
réis: os que pretenderem ser nellas providos, se habili
tarão com folhas corridas , declaração determinada na
Lei de 20 de Junho de 1823, Certidão de idade, e At
testação do proprio Paroco sobre vida e costumes, re
conhecidas, e em fórma legal ; e no tempo acima de
signado concorrerão a Exame perante a mesma Junta,
ou perante o Commissario della em Lisboa. Coimbra,
na Secretaria da sobredita Junta , 5 de Fevereiro de
1831.= O Oficial Maior, José de Carvalho Ferreira
das Neves. " sustento. Parece que este anno são poucos os negocian
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
PAIZES-BAIXOS.
Bruxellas, 24 de Janeiro.
Os Hollandezes se achão tão longe de suspender as
hostilidades na Flandres 2elandica, que pelo contrario
acabão de enviar outros dous vasos para reforçar as ba
terias surtas no Braechman. Porém apezar desta dispo
sição hontem recebêrão os Belgas ordem para suspen
der os seus movimentos.
(Correio dos Paizes-Baixos.)
FRANÇA.
Paris, 30 de Janeiro.
porém muito mais dos negocios da Belgica.
De algum tempo a esta parte, annuncião de Dorpat Os periodicos Hollandezes de 21 do mez passado, re
(na Livonia), em data de 7 do corrente, nos vemos cebidos no dia 2ó nesta capital, annuncião que o Rei
ANNo 1831.
=-=-=
inundados de tropas Russianas que marchão sobre a Po
lonia. As guardas de Moscow que formavão em Shumla
a do Imperador, farão na proxima campanha o mesmo
serviço que as tropas de linha, e as de S. Petersburgo
servirão como Guardas do corpo. Assegurão que o Exer
cito destinado contra os Polacos deve ser mais numero
so que os dous destinados ás campanhas anteriores.
… (L’Avenir.)
O Jurado de Dublin declarou a culpabilidade de Mr.
O'Connell e de seus partidarios.
Escrevem de Saint-Maló o seguinte:
» Cada dia vai peiorando a situação do nosso com
mercio. As varias quebras que tem occorrido, as que
se teme se sigão áquellas, e o estado d'incerteza e des
confiança que de algum tempo se tem apoderado do ani
mo de todos, tem paralizado totalmente o commercio.
Todos procurão recolher seus capitaes, e o dinheiro se
tem tornado tão escasso, que hoje em dia he difficil
achallo mesmo sobre hypotheca. O nosso porto, e o de
S. Servans, que antes occupavão muitos trabalhadores,
sobre tudo ao aproximar-se a época dos armamentos
da Terra nova, se achão quasi desertos; e os pobres
jornaleiros andão vagando pelas ruas para mendigar o
tes que tencionão armar para a pesca de bacalháo;
cousa tanto mais prejudicial para este paiz por isso que
as tres quartas partes dos que habitão a costa e que se
embarcão todos os annos para esta pesca, ficarão sem
occupação » (Quotidiana.)
Avizão de Bordéos, que as tres casas de Jacquinot,
J. P. Guilhon, e Thierry suspendêrão os seus paga
mentos, e que havia receio de que outra fizesse o mes
II]O• (Quotidiana.)
Mr. Clopinski abdicou a dictadura de Varsovia para
sahir do compromettimento em que o punhão as com
municações de Petersburgo. Deo-se o mando da for.
ça armada ao General JKeisenhof.
(D. dos Debates.)
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 27 de Janeiro. – !
Fundos publicos. Os tres por 100 consolidados a 80 a.
Continua a fallar-se sobre a prizão de Mr. O'Connell;
•
 [158]
de Hollanda vai protestar contra o protocolo de 9 do para alli da parte exterior antes que se concluisse a sa
corrente. Esta disposição contraría pela sua inopportu la, e se rematasse o tecto.
nidade os esforços que fazem os amigos do Principe
d'Orange, que talvez a estas horas tivesse algumas van -—$-—
tagens. O que prova que o Principe tem na Belgica
hum partido poderoso he que o individuo que ultima PORTUGAL
mente o propoz como candidato ao Throno, foi feliei
tado por algumas Corporações pelo procedimento que Porto, 8 de Fevereiro.
havia seguido a este respeito, e não foi insultado pelo
povo depois que manifestou esta opinião. O grande Edital.
apuro em que se achão os trabalhadores por não encon
trarem onde ganhar o seu sustento, poderá talvez ser O Provedor, e Deputados da Illustrissima Junta da
favoravel aos amigos do Principe d'Orange ; só se ne Administração da Companhia Geral da Agricultura das
cessita dinheiro para os interessar a favor da familia de Vinhas do Alto-Douro: Fazem saber aos moradores de
Nassau, fazendo-lhes entender ao mesmo tempo que a todas as Povoações, e Lugares maritimos, situados nas
eleição deste Principe para Rei lhes proporcionará tra immediações da Barra da Cidade do Porto, que no si
balho e recursos. As noticias particulares que se recebê tio de S. João da Foz do Douro se acha erigida, por
rão pela mala Hollandeza respirão guerra. Ordem de Sua Magestade, huma Casa de Asylo proví
(Courier.) da das Maquinas, Apparelhos, Medicamentos, e mais
auxilios proprios para restituir a vida aos infelizes, que
As Pyramides do Egypto. tendo padecido naufragio se achão em imminente risco
de perecerem por falta dos necessarios soccorros. Deverão
Estes maravilhosos monumentos da opulencia e rique pois os Habitantes daquelles Lugares, ou quaesquer ou
za dos antigos Reis daquelle paiz, forão construidos tros que acudão ás Praias em caso de naufragio de Na
pelo menos mil e duzentos annos antes da era Christã, vio, Catraia, Lancha, ou Barco de pescaria, fazer im
As tres Pyramides que mais desafião a attenção dos mediatamente transportar para a referida Casa de Asylo
viajantes por excederem todas as outras na magnitude aquelles naufragos, que acertarem de ser colhidos do
e belleza, estão situadas na falda de escabrosas eleva mar, ou arrojados á Praia, não obstante o seu estado
ções perto do deserto da Lybia, na distancia de humas de desfallecimento, ou de morte apparente; visto ter
tres leguas para o lado occidental da aldea de Geeza, mostrado a experiencia repetidas vezes, que sem embar
que se presume ser o sitio onde estava a antiga Mem go da gravidade destes symptomas, passadas mesmo al
fis, apezar de hoje em dia não haverem vestigios das gumas horas depois do caso sinistro, tem felizmente
ruinas de tão grande e famosa Cidade. aproveitado as diligencias praticadas para salvar a vida
A maior destas Pyramides que menos tem sofrido pe a muitos daquelles naufragos.
los estragos do tempo e das tempestades, tem na baze . E para constar, mandárão que este, sendo assignado
693 pés quadrados, e 499 de elevação perpendicular; mas pelo Deputado Inspector das Obras da Barra, fosse
se se tomar a altura pela inclinação da mesma pyrami afixado nos lugares convenientes. Porto, 29 de Janeiro
de á medida que se vai elevando, tem 693 pés; o que de 1831. = José de Meirelles Guedes de Carvalho.
he exactamente igual á largura da sua baze, de modo + (Correio do Porto.)
que os angulos e a baze formão hum triangulo equila
teral. Toda a área, por tanto, da baze contém 4823249 *—*§§ s—º
pés quadrados, o que he pouco mais de humas nova
geiras. Lisboa, 15 de Fevereiro.
Na parte exterior da Pyramide ha huma subida por
degráos; a largura e profundidade de cada hum delles Litteratura.
he de huma pedra inteira, e varias dellas tem 30 pés
de comprimento. O cume da Pyramide não remata em Do principio da chamada soberania do povo.
huma ponta como parece aos que a considerão da pla
nicie, mas em hum pequeno quadrado que consta de Não se podem lêr sem tedio e até sem lastima os prin
nove pedras, fora duas que faltão nos angulos. Cada cipios que os innovadores e perfidos demagogos tem as
lado deste quadrado tem huns 16 pés ; de modo que soalhado com todo o fanatismo de que a sua alma he
muitas pessoas se podem colocar alli, donde se ofere *# , relativamente á Soberania e aos Sobera
ce huma das mais bellas perspectivas que se podem ima nos. Esses principios espalhados com profusão em gran
ginar. + de numero de discursos pronunciados na Assembléa Con
Na parte septemtrional da Pyramide maior, na dis stituinte, tem sido reduzidos, por assim dizer, a corpo
tancia de 16 degráos do chão, ha huma pequena pas de doutrina, e apresentados como verdades de moral
sagem que conduz ao interior do edificio. Os que o universal que, dizem elles, não seria possivel pôr em
explorárão virão galerias, quartos, e huma nobre sala duvida sem incorrer no crime de leza humanidade.
construida de marmore de Thebas, situada no centro (Depois de transcrever as opiniões de J. J. Rousseau
da Pyramide. sobre o assumpto em questão, o author assim prose
Nesta sala magnifica se eleva hum tumulo que consta de gue:)
huma peça de marmore, sem tampa; com a percussão . Que multidão, derros, d'absurdos, e d'extravagan
dá hum só similhante ao de hum sino. Geralmente se cias, por não dizer outra cousa! As gerações que nos
suppõe, que este tumulo fora destinado para o jazigo seguirem, terão dificuldade em se persuadir de que he
de Cheops ou Chemni, Rei do Egypto, que se presume no fim do seculo filosófico, no centro de huma nação
fora o fundador desta Pyramide. No entanto não ha illustrada, na presença de mil e duzentos legisladores,
apparencia alguma de que alli se depositasse nenhum que impunemente se proferírão taes parvoices, e que
cadaver. A figura deste tumulo he de hum altar; o mar se proferírão mesmo debaixo da brilhante fórma de no
more singelo, sem esculptura ou ornato algum: He difi vos descobrimentos, que se devião ajuntar aos uteis co
cil conceber como he que o tumulo fora conduzido pa nhecimentos dos seculos passados! Não he á razão il
ra o lugar onde se acha, sendo impossivel que passasse lustrada, he só ao senso commum que appello para sa
pelos estreitos corredores que conduzem á sala. Geral ber se era possivel confundir de hum modo mais extra
mente se suppôe por tanto, que o tumulo fora levado vºgante e mais lastimoso todas as idéas, que os homens
 [ 159 |
até agora tinhão a respeito do Soberano e da Sobe
rania! •
Em primeiro lugar he metafisicamente impossivel se
parar como se tem feito, a Soberania do Soberano, e
applicar as idéas que hum e outro apresentão ao espi
rito, a sujeitos diversos, taes como a Nação e os seus
representantes.
He bem contra minha vontade, que me vejo obri
gado a parar aqui hum instante sobre huma logioa dis
cussão, que certamente não será do gosto de todos os
leitores; rogo-lhes queirão usar d'indulgencia a este res
peito, e perdoar huma digressão que se acha tão liga
da á essencia da presente questão, que eu não poderia
nem saberia bastante acclaralla sem previamente desva
necer a confusão ridicula, que se tem querido espalhar
sobre materias que não parecião susceptiveis della.
O vocabulo Soberania envolve huma idéa complexa,
abstracta, e geral; está exactamente na mesma cathe
goria que as palavras bondade, sabedoria, e humani
dade. Toda a vez que o entendimento humano se oc
cupa na formação deste genero de idéas só tem o fim
de tornar geral huma idéa particular, e de contemplar
por assim dizer, separadamente certas cousas, que não
poderião existir desse mesmo modo. Tendo qualificado
como boa certa acção, e outra como sabia, o entendi
mento acha vantajoso para as suas operações concebel
las indepentemente dos individuos a que ellas perten
cem; multiplicando-se incessantemente esses individuos
compraz-se em separar delles todos os caracteres pelos
quaes se assemelhao. Mas ao mesmo he tão impossivel
que ele dê separada e real existencia a huma idea com
plexa, abstracta e geral, como lhe he impossivel o col
locar a quimera a par da realidade.
Na conformidade destes principios que não admittem
contradicção, excepção, ou replica, he evidente que
os constitutivos da Soberania são identicamente os
mesmos que os do Soberano, assim como os constituti
vos da boudade e da sabedoria são os mesmos que cons
tituem o homem de bem e o sabio; he igualmente evi
dente que não ha nenhuma distincção fisica e real en
tre Soberania e Soberano, assim como entre sabio e sa
bedoria, bom e bondade.
Quando pois se colocou a Soberania no povo; quan
do se transformou a assembléa nacional em Soberano
da França, não so fez outra cousa mais do que amon
toar extravagancias sobre extravagancias; fizerão-se
inuteis esforços por substituir os falsos principios aos
principios conformes a todas as nossas percepções. A
distincção, se alguma ha na natureza, entre Soberania
e Soberano, já mais se pode fundar sobre a distincção
real dos sugeitos a quem se referem essas qualificações;
por quanto o sugeito só pode ser hum ente indivisivel,
apezar de que a unidade seja só moral; a palavra So
berano só se refere aos poderes, prerogativas e funcções
da sua dignidade; fora desta toda e qualquer distincção
be igualmente impossivel e absurda.
Não me empenharei neste lugar em refutar as outras
proposições que são meros corollarios da distincção es
tabelecida pelos nossos theoristas e pelos seus estupidos
admiradores: º huma nação que pode reassumir a sua
fisica soberania; huma Soberania que interroga e que
reforma o Soberano; huma Soberania que deve ceder ao
Soberano posto que este seja obra della; hum Soberano
composto do poder legislativo e do poder executivo; o
chamado direito que tem os grandes Estados, porém
apenas os outros Estados de conquistar a Soberania;
hum povo que perde a Soberania por não ter sabido
respeitar o Soberano; huma Soberania que he muito
superior ao Soberano; º eis-aqui idéas e expressões que
nem se quer merecião a honra de ser citadas: ellas fa
rião envergonhar o mais louco charlatanismo se a som
bra do senso commum podesse hir em seu seguimento.
Só posso conceber o Soberano ou a Soberania pelos
actos que emanão do seu poder; entre esses actos os
mais notaveis são: o estabelecimento das leis, a admi
nistração da justiça em todas as suas partes, as graças
extraordinarias que formão excepção á lei, a expedição
e a recepção dos Embaixadores, as allianças, a guerra
e a paz. Quem exerce por meio d’actos similhantes a
legitima authoridade, he incontestavelmente o Soberano
e não pode a Soberania residir fora delle.
Mas, dirão, que reconhecendo quanto ha de contra
rio 4 boa logica na distincção que acabo de combater,
poderião muito bem regeitalla os filosofos legisladores,
sem com tudo privar o povo da sua Soberania; pode
rião sustentar que he o mesmo povo quem he o Sobera
no. Não posso melhor combater esta proposição do que
demonstrando, como passo a demonstrar, que não exis
te o povo soberano. •
Não he nas vastas regiões metafisicas em que vagão
confusos e vacillantes os entes de razão, que ireinos pro
curar a solução deste problema; he sobre o planeta que
habitamos, he na patria mais illustrada, he no centro
das nações mais cultas e insignes pelos progressos que
tem feito nas sciencias e nas artes: as suas idéas, os
seus sentimentos, o seu modo constante d'encarar e de
julgar o que mais lhe interessa, serão os meios que em
pregaremos para espalhar promptamente a maior luz
sobre o dogma da soberania popular; dogma tão sedu
ctor para a multidão como aviltante para os perfidos
filosofos que o tem prégado, e que o inculcão hoje em
dia mais do que nunca.
A palavra Soberano na sua primeira e mais natural
accepção, no sentido unico que lhe tem dado todos os
povos, envolve huma relação essencial para com os
vassallos: feita abstracção dessa relação he o mesmo
que dizer, que ha vassallos sem Soberano. Hum povo
Soberano não pode existir entre os outros povos se não
poder indicar os subditos sugeitos ao seu dominio; pre
tender que o mesmo povo possa ser ao mesmo tempo
relativamente a si mesmo soberano e subdito, he pre
tender o impossivel; he avançar hum absurdo indigno
de hum sêr intelligente, e mais indigno ainda de huma
associação de graves legisladores.
A idea totalmente isolada da independencia não pode
servir d'apoio á soberania popular; porque nesse caso
todo e qualquer individuo errante pelos bosques seria
soberano; no entanto he provavel, que para mais facil
mente enganar o povo, quizessem os innovadores con
fundir a independencia com a soberania. A indepen
dencia jámais foi attributo de hum povo livre no sénti
do dos nossos filosofos. Todas as nações debaixo de to
dos os Governos, Monarquico, Aristocratico, democra
tico e mixto, são verdadeiramente independentes e tem
ás vezes sustentado essa prerogativa com as armas na
mão. Com efeito de quem he que depende a nação In
glesa, Hespanhola, Portugueza, e Napolitana como
nação! De nenhuma outra. Sugeitas ao seu Legitimo
Soberano fielmente reconhecem a Soberania, e isso não
impede, que sejão nações independentes de toda a Sobe
rania estrangeira.
Mas a existencia dos vassallos não he suficiente para
constituir o Soberano; cumpre que tenha e que possa
exercer a seu arbitrio os poderes e as prerogativas inhe
rentes á Soberania; hum Soberano que não tem parte na
legislação, que não pode administrar a justiça, que não
pode declarar a guerra ou concluir a paz etc., he real
mente hum ente de razão; não tendo taes poderes po
derá qualquer povo, qualquer homem chamar-se sobe
rano !
Ora eis exactamente o caso do chamado povo Sobe
rano creado pelos legisladores de França. Nem o povo
Francez nem outro algum povo do mundo pode ser qua
lificado de Soberano seja em que sentido fôr, e ainda
quando generosamente se lhe concedesse o direito d'ele
ger o Soberano, a qualificação de Soberano tão pouco
 " ["160 ]
lhe conviria como a de General ao Exército que esco ça para se arrendar por tempo de tres annos a Commen.
lhesse o seu Chefe. |- .
da de S. Thiago de Beduido, no Bispado do Porto: as
Seria este o lugar de examinar a natureza das elei condições serão presentes no acto da arrematação , e
ções, e de ver se os eleitores communicão ao eleito, antes no Cartorio do respectivo Escrivão, Anselmo José
quer metafisica, quer moralmente, as prerogativas, os Ferreira de Passos. |- • •

direitos, e os poderes de que está revestido ; a solução Do dia 19 de Fevereiro corrente, até outro igual dia
deste problema politico que nenhum escriptor empre do mez de Março proximo, todas as Terças feiras e Sab
hendeo, funda-se na minha opinião sobre o axioma: bados das dez horas até á huma da tarde, nas casas da
nemo dat quod non habet (ninguem pode dar o que residencia do Bezembargador Martinho Teixeira Ho
elle mesmo não possue): para este axioma ser acclarado, mem de Brederode, Superintendente da Decima da Fre
desenvolvido, e applicado ao importante assumpto de guezia da Encarnação, na travessa do "Oleiro N.° 6, se
que se trata, seria necessaria reflexão e trabalho, e hu recebem á boca do cofre a Decima , e mais Impostos
ma e outra cousa pederião o tempo que muito escassea. da referida Superintendencia, e anno de 1830.
Limitar-me-hei a afirmar, que em geral nas eleições de O fiscal e caixa da sociedade do Real Theatro do Sa
hum Chefe, de hum Soberano, e de hum Magistrado litre faz sciente a todas as pessoas a quem a caixa deva
os eleitores considerados individual" ou collectivamen alguma quantia desde o principio da actual sociedade,
te, apenas “dão o seu consentimento sem que delles até ao dia 15 do corrente mez, compareção em casa do
emanem direitos, prerogativas, ou poderes. Os poderes Illustrissimo Desembargador Corregedor do Crime do
que constituem o Soberano, o Chefe ou o Magistrado Bairro de S. José, na rua direita de Santa Martha N."
são inherentes á natureza da cousa, e isso he tão certo, 114, para ser immediatamente satisfeitas , isto no de
que não só os mesmos eleitores não tem nenhum poder, curso de oito dias contados da publicação deste.
mas até se achão tão persuadidos da verdade do prin Avisa-se que posto se extinguisse por Provisão a ad
cipio que acabo de enunciar, que huma vez eleito o ministração da propriedade de casas, sita no largo da
Soberano e o Chefe, o fazem renunciar tal ou tal di Magdalena N.° 35, pertencente a D. Antonia Joaquina
reito , e o obrigão a jurar que não exercerá certos da Cunha Pedreira, e aos herdeiros de seu defunto ma
poderes: se os poderes não fossem julgados inheren rido Francisco Gonsalves Pedreira; comtudo nessa mes
tes á natureza do lugar, se elles emanassem dos elei ma Provisão se declara, que fica salvo o direito para
tores, como se explicarião esses actos de renuncia , com acção competente se mostrar a incapacidade que
e esses juramentos restrictivos da anthoridade! Vejo que tem a dita viuva para vender, e esta acção já está pen
os eleitores elegem na Allemanha o Chefe do Imperio dente em Juizo, e ella citada para não fazer contrato
Germanico, sem que se me possa provar, que nenhum algum a respeito da dita propriedade, de que he Escri
delles tem os direitos e as prerogativas que constituem vão Mathias José de Oliveira Leite.
a Dignidade Imperial. (D'Ayala.) Quem quizer arrematar a carne de vacca em Setubal,
desde a Pascoa proxima até á Pascoa futura de 1832,
*—º §§ «—» apparecerá na Camara da dita Villa na manhã do dia
26 do corrente Fevereiro pelas onze horas.
Telégrafo, — Serviço da Barra. — 15 de Fevereiro. Na rua larga de S. Roque N ° 21, se cura molestia
de olhos, - -

"Hontem á noute sahírão 1 Galera Sueca para a Noroe * Quem quizer comprar huma botica, sita em Carnide,
ga, e 1 Escuna Franceza para Nantes. com armação
no, que assisteájunto
moderna, procure a Manoel Marcelli
á mesma. •+

Embarcações avistadas.
6 h. 54 m. 1 Bergantim sem bandeira; — 8 h. 37 m. 1
Galera dito, e 1 Escuna dito; — 10 h. 48 m. 1 Ca
hique dito a Oeste do Cabo da Roca: navegão pa
ra o Norte.
Embarcações sahidas de Belém.
9 h. 55 m. 1 Brigue Escuna, e 1 Escuna Inglezes para
Londres.
" *-* # -*-
Quem quizer arrendar a loja de bebidas, sita no Ro
cio, denominada o Bosque, com todos os seus utensi
lios, pertenças, e bilhar, e huma casa propria para
armazen de vinhos, e casa de pasto, fazendo tudo tam
bem frente para a rua do Principe, poderá tratar do
seu ajuste com o Procurador da Excelentissima Casa
do Cadaval, morador na rua nova do Almada, aos
Conteiros, N.° 36, 1.° andar. •

No armazem N.° 46, na rua da Magdalena, se acha

ADMINISTRAção do CoRRE1o GERAL.
Navios a sahir.
Fevereiro 23. Para Pernambuco o Brigue Triunfo Ame
ricano.
20. Para a Ilha da Madeira o Brigue Escu
na Monte do Carmo e Almas.
Annuncios.
Nas tardes dos dias 23, 26, e 28 do corrente mez de
Fevereiro , nas casas de residencia do Dezembargador
João Baptista Esteves, Juiz executor do Testamento da
hum sortimento de chapéos de castor, e sêda, recente
mente chegados de Inglaterra, por preços commodos,
a saber: de sêda, de 23600 a 33400 réis em metal; de
cortiça, e castor, a 43800 réis em metal.
Acha-se estabelecida huma casa na rua de S. João da
Mata, N.° 158, a Santos, onde se vendem vinhos bran
cos e tintos de superior qualidade para uso de meza, e
que se podem applicar a doentes, por serem muito sãos,
apurados, sem aguardente, nem outra alguma composi
ção, almudado e engarrafado pelos com modos preços se
guintes: 13000, 13200, e 13440 réis por almude, e 50,
60, e 80 réis por garrafa, tinto; e branco 13200, e
13440 réis por almude, e 60, e 80 réis por garrafa,
tudo em metal, sem garrafa; e com esta mais 40 réis
cada huma.
-

Serenissima Senhora Princeza D. Maria Francisca Be N. B. Na Gazeta precedente, pag. 3.°, col. 2", lin.
medicta, que Deos tem em Gloria, ha de andar em pra 45, em vez de — tudo poude, se deverá lêr — se tudo poude.

2 . LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.

 NUM. 41.
GAZETA DE LISBOA.
>>6<>#@$1<9ex
QUINTA FEIRA, 17 DE FEVEREIRO.
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
POLONIA.
Karsovia, 21 de Janeiro.
Na manhã do dia 16 teve o Dictador huma conferen
cia com a Deputação da Dieta concluindo com decla
rar, que hia dar demissão da Dictadura. Ao mesmo
tempo manifestou huma carta em que S. M. I. lhe
agradecia o modo com que havia dirigido os negocios
Publicos, e o exhortava a conformar-se com as ordens
que havia communicado ao Conselho de Administração.
Não foi possivel conseguir que o Dictador mudasse de
parecer apezar das reflexões que se lhe fizerão, e naquel
la mesma noute recebeo a Deputação a resposta do Di
clador, que concluia dizendo: não lhe era possivel en
carregar-se da dictadura excepto no caso de que ficasse
livre das restricções que tinha; tendo a Deputação res
pondido que carecia de faculdades para conferir hum
Poder tão amplo, o Dictador deo a demissão do seu
cargo.
Notou-se que durante as altercações que mediárão en
tre o Dictador e a Deputação, se achara aquelle em
hum estado de irritação que fazia temer que se repetis
se o ataque apopletico que sofreo no principio da re
volução. (Gazeta de Estado.)
Sabe-se de hum modo positivo que o Imperador dis
sera ao Conde Jezierski, que a revolução da Polonia
não lhe impediria executar o seu plano a respeito das
rovincias do Rheno e da Belgica; e que enviaría á
Polonia 400,000 homens e 400 peças d'artilheria para
restabelecer a boa ordem.
Por muito que se tenha exaggerado a resposta do Im
perador, com tudo se póde deduzir della o seu modo
de pensar. De modo que se podem desenganar os que
se lisonjeavão de que os negocios da Polonia se poderião
ajustar amigavelmente.
(Polak Samicnny, ou Gazeta de Varsovia.)
- I JFRANÇA.
Paris, 30 de Janeiro.
À semana que acaba de concluir não tem oferecido
"º interesse relativamente aos negocios, e ao gyro
º "ºssºs fundos publicos. As repetidas e violeutas os
ANNo 1 831.
-
\,
cillações que agitavão a praça do commercio desta ca
pital cessárão de repente, e em seu lugar se nota huma
paralisação tal como ha longo tempo se não víra.
Este estado he natural consequencia da tormenta de
que não ha muito sahimos. Depois da tempestade repa
ra o marinheiro a enxarcia, e vê que vento sopra antes
de tornar a dar á véla; e os nossos especuladores, mal
tratados por espantosa borrasca de huma baixa , já se
não atrevem a sahir ao mar; vão costeando e se occu
pão em calafetar os rombos que podem causar a perda
das suas embarcações. -
Alem da incerteza dos acontecimentos politicos, que
parece se complicão mais cada dia, ha huma causa ma
terial que todavia impedirá durante muito tempo , que
o nosso mercado recupere a antiga actividade. Essa cau
sa he a consideravel diminuição de todos os capitaes,
cuja baze era o credito público.
Ha especulador que podia ter ganho muito nas opera
ções da praça, e que talvez tenha perdido duas vezes
mais no valor real do papel que tinha na carteira; e os
capitalistas que não tomão parte nas operações , con
tentando-se com buscar colocação vantajosa para o seu
numerario, tem visto não obstante, que os seus capitaes
tem perdido successivamente perto da terceira parte do
seu valor.
Ha poucos que tenhão idéa exacta do transtorno que
causa nos capitaes huma baixa de alguma consideração,
e não deixará de ser interessante o apresentarmos humi
resumo da perda enorme que tem experimentado os do
nos das rendas, apezar da reacção de subida que deo
aos nossos fundos hum impulso de 6 a 7 por 100.
Segundo o mappa que hontem apresentámos, o preço
mais alto que tiverão os 5 por 100 em todo o anno ul
timo foi 110 francos. Hoje estão a 93, e por conseguin
te baixárão 17 francos. Distribuida esta baixa entre os
163,886,728 francos de rendas inscriptas a 5 por 100,
apresenta para os possuidores, desprezando os quebra
dos a perda de - - - - - - - - 567.200,000 fr.
Hainscriptos no livro mestre 1.029,237
fr. de rendas a 4 à por 100. Baixárão
desde 108 a 83 por 100; e por conse
guinte perdèrão - - - - - - - - 6.700,000
O emprestimo a 4 por 100 adjudicado
no dia 12 de Janeiro de 1830 baixou •
desde 103 a 79, isto he teve 24 por 100
de perda; que sobre 3.134,750, somma 18.800,000
As rendas a 3 por 100, incluindo as, º •
que ainda podem estar por inscrever, - -
apreeentão hum total de 42.727,100 fr. ', , ,
Hoje em dia estão a C1 fr. 30 c., depois …
de terem vadido 86 fr. 50 c.; a diminui
ção be de 24 por 100, que faz - - - 641.820,000

O capital do Banco de França, que
na sua origem se compunha de 403 ac
ções de 13 fr. duplicou-se em 1808; po
rém tendo resgatado este estabelecimen
to 223100 acções, só ficão 673900 em
circulação; e tendo baixado desde 1.915
a 1.515, em que hoje se achão, resulta
para os proprietarios a perda de - - 27.160,000
As acções dos 4 canaes são 69,120.
Contando só as que estão livres, chegá
rão nos principios do anno passado a
1.230 , e agora não passão de 930 ;
as 300 que ha de menos equivalem á
perda de - - - - - - - - - - 20.736,000
» Alguns periódicos publicão huma carta d'Argel,
• Total - - - 971.396,000 fr.
em que depois de haver referido a horrorosa catástrofe
He verdade que a divida pública da França não se occorrida á pouca previsão do General Clausel, con
funda totalmente nas carteiras dos capitalistas Fran clue assim: º Similhante desgraça já havia succedido á
cezes; pois os estrangeiros nos tem muitas vezes trazido expedição que Mr. de Bourmont mandou para Belida,
o seu ouro em cambio das nossas apolices: mas em re
compensa que valores estrangeiros se tem naturali
zado entre nós? Que perdas tão immensas não tem pa
decido em poucos mezes os interessados nos ducados no
emprestimo Real de Haity etc. ! O que he que se tem
feito dos capitaes representados pelas acções da caixa
hypothecaria, e por todas as acções industriaes, as mais
favorecidas das quaes perdem hoje 30 a 40 por 100 do
seu valor nominal! Certamente se se applicasse a todos
os valores o calculo que acabamos de fazer a espeito
da nossa divida pública, não duvidamos que o resulta
do apresentaria huma perda de 1500 milhões na rique
za dos capitalistas Francezes. (M. das Camaras.)
Idem, 31.
Parece fóra de duvida, diz o Tempo, que o Embaixa
dor de huma Grande Potencia, cuja alliança se nos es
tá promettendo des de que rebentou a nossa revolução,
havia recebido da sua Corte ordem de sahir de Paris
no mesmo dia que o Governo Francez consintisse na
reunião da Belgica á França; isto tambem se assegu
rou em algumas reuniões que se considerão bem instrui
das na politica; porém não se diz se o reconhecimento
do voto do Congresso a favor do Duque de Nemours
tambem occasionará hum rompimento.
Nos ultimos periodicos recebidos de Londres se diz que
agora se fazião poucos negocios na praça do commer
cio, e que essa paralisação se attribuia a noticias si
nistras que corrião. As disposições navaes se estendem
até Plymouth e Chatham; assegurão que estes arma
mentos se destinão ao Mediterrameo e ao Baltico. Tam
bem correm vozes de que se punhão tropas ás ordens de
JKellington e Peel, e que era mui provavel a dissolu
ção do Parlamento. (Gazeta de França.)
lê No Tempo,artigo:
o seguinte hum dos periodicos do Palais-Royal, se
» Quando todos os Froncezes querem a paz; quando
Mr. Mauguin, Mr. Sebastiani, Mr. Salverte, e o Ma
rechal Soult a desejão, e quando o mesmo General La
marque a pede; quem se quererá oppôr ás condições do
Gabinete de Londres, cuja infracção nos occasionaria
infallivelmente a guerra, e nos poria debaixo da autho
ridade das quatro Potencias ás quaes se seguirião as óutras
da Europa? •
» Com que se impozerão em Londres condições ao Ga
binete do Palais-Royal, e este não se atreverá a in
fringillas! •
… Na verdade não se prohibio ser prudente, e a revo
lução de Julho usa amplamente desta permissão. Não
obstante agora perguntaremos ao General Sebastiani:
como tomou a liberdade de nos dizer na Tribuna, que
[ 162 ]
a França estava actualmente colocada na posição mais
alta e vantajosa a respeito de toda a Europa, e que
não a dominava nenhum Governo Real! Porém debai
xo deste Governo a Inglaterra tentou por duas vezes
impôr condições ao Gabinete das Tulherias, e outras
tantas este mesmo occupou a Hespanha e conquistou
Argel. Aº
» Onde está pois essa elevação, essa posição vantajosa!
De que parte está o abatimento e a humiliação !»
(Quotidiana.)
Na Gazeta se lê a seguinte carta escripta de Kolognes
a 17 de Janeiro, aos seus redactores, por hum Oficial
do Exercito d'Africa:
pois huma partida de 7 a 8 artilheiros a quem se não
deo escolta foi degolada pelos Kabílas no caminho.»
Se esta asserção não he calumniosa pelo menos está
cheia d'enganos. Com efeito os artilheiros de que se
falla marchárão sem ordem , e apezar das repetidas
insinuações de hum Oficial de Caçadores, que lhes
representou , ainda que inutilmente, o perigo a que
se expunhão. Por consequencia não ha exactidão em
dizer, que se não havia querido dar-lhes escolta. He
na verdade bastante triste, que para justificar o Ge
neral Clausel se accuse o Marechal Bourmont de haver
comettido a mesma falta. Certamente ninguem se atre
verá a negar que se o nosso valente General em Chefe
não sabia como Mr. Clausel dirigir aos seus soldados
sublimes ordens do dia, soube poupar-lhes pelo menos
inuteis fadigas, e sobre tudo escutar sem indignação os
que querião impedir a efusão de sangue France2.
» Espero, Sr. R., que esta reclamação ache lugar no
vosso estimavel periodico.
» Tenho a honra etc.»
(Gazeta de Madrid.)
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 28 de Janeiro.
Fundos publcos. Os consolidados 80 3. •
Diz-se que se vai estabelecer nesta Capital hum hos
picio para recolher os rapazes que se acharem abando
nados: calculão-se em 153 os que ha em Londres que
só subsistem do roubo e da prostituição.
Repete-se a voz de hum armamento naval em Ports
mouth, e até se diz que a Windsor Castle sahíra daquel
le porto com tropas para a Irlanda, em consequencia
de haver pedido o Marquez d'Anglesey, que se augmen
tassem as forças militares daquella ilha. Os outros va
•
sós, que serão segundo afirmão, duas Náos de 110 pe
ças e 4 Fragatas, parece que se destinão a hum serviço
fora do Reino. Pode ser que estes boatos não sejão fun
dados; mas com tudo he notavel que tem influido mui
to nos fundos publicos.
Escrevem de Dublin, em data de 26 o seguinte:
" O Tribunal do Banco do Rei se reunio, no qual se
apresentárão os accusados á medida que os forão cha
mando por seus nomes, Mr. O'Connell estava vestido
com o trage da sua profissão. Logo depois se procedeo
ao interrogatorio, e no meio delle se suscitou huma dis
cussão entre o Juiz e Mr. O'Connell sobre a sua com
parecença verificada no dia anterior por meio do seu
Procurador. Ha nesta Cidade, bastante agitação; po
rém nada se teme por ora. O Procurador da Coroa pe
dio e obteve hum mandado para proceder contra Mr. La
valle, Proprietario de hum periodico entitulado Fre
 [163]
eman's Journal, por ter publicado huma carta de Mr. povoações a que logo que saibão da aproximação das
0'Connell. Em quanto proseguio esta causa se recebê tropas Russianas mandem Deputados ao Chefe dellas,
rão petições ameaçadoras enviadas de diferentes Conda
dos r (Gazeta de Madrid.)
*-* $$*—*
Lisboa, 16 de Fevereiro.
A Gazeta de Madrid de 12 do corrente, publica a se
guinte prºclamação que o General Diebitsch dirigio do
seu Quartel General aos Polacos, a 19 de Janeiro:
* Polacos! S. M. o Imperador e Rei me confiou o
mando do Exercito que destinou a pôr termo ás lasti
mosas desordens que afligem o Reino da Polonia. Já
tendes visto pela proclamação de S. M. I., que este
Monarca sempre magnanimo e generoso, quer fazer dis
tincção entre os subditos que se tem conservado fieis,
e os que com suas criminosas instigações querem sacri
ficar á sua ambição hum povo feliz e pacifico. S. M. I.
invariavel na sua bondade se digna este»der a sua cle
mencia até os desgraçados que já por fraqueza, já por
tenor, são cumplices no deploravel attentado que se
cometteo.
º Polacos! Escutai a voz do vosso Soberano, do vosso
Pai, daquelle que occupa o lugar do vosso illustre res
taurador, e que como elle desejou sempre a vossa
Prosperidade. Os que d’entre vós se conhecerem culpa
dos, podem confiar na magnanimidade do Soberano: , do Exercito do nosso mando ,
pelo contrario os que estão manchados com o sangue
de seus irmãos, os que tiverem contribuido de hum mo
do ainda mais criminoso para esse abominavel attenta
dº, não esperem senão o severo castigo prevenido pe
las leis,
•
"Como o Exercito que tenho ás minhas ordens está
proximo a entrar no Reino da Polonia, creio convenien
te dar a conhecer des de já o procedimento que tencio
no observar, e do qual como soldado fiel que executa
lealmente as ordens do seu Soberano jámais me hei de
apartar:
"1.". Os babitantes pacificos que nos receberem como
amigos e irmãos, acharão igual correspondencia das
trºpas do meu commando. Pagar-se-ha exactamente
tudo quanto se fornecer á tropa : e se as circumstancias
exigirem que as povoações tenhão que sustentar a tro
pa, ou que seja indispensavel fazer requisições (o que
se procurará evitar quanto for possivel) pagar-se-ha aos
habitantes com letras impressas admissiveis nos Cofres
Reaes como dinheiro contado. Em todos os destrictos
se formará e dará ao publico a pauta dos preços dos
generos que se fornecerem.
"2. Ao aproximar-se o Exercito Russiano os habi
tantes das Cidades e povoações que em cumprimento
das ordens do Governo ilegal tomárão armas, as en
tregarão ás Authoridades locaes. . juramento de fidelidade que havião prestado ao seu Le
º 3.° Todo aquelle que permanecer rebelde a seu Sobe
ranº, e for apanhado com as armas na mão, sofrerá todo
o rigor das leis. Os que tentarem defender-se contra a
trºpa, serão julgados por hum Conselho de guerra, e ás
Cidades e povoações que tiverem contribuido para a pro
Pria defeza contra o Exercito, se imporá huma contribui
são extraordinaria mais ou menos consideravel, a qual
Comprehenderá todos os que tiverem tomado parte nella.
Nº caso de reincidencia ou de rebelião, logo que o Exer
ºitº houver passado, se tratará com todo o rigor da lei
militar os das povoações rebeldes: ao principal author
da rebelião se imporá a pena de morte, e seus cum
Pºes serão condemnados a desterro. Tomar-se-hão dis
Pºsições para indemnizar quanto for possivel os que não
*em tomado parte no delicto.
**Convido as Authoridades Civis e Militares das
levando adiante huma bandeira branca em signal de su
geição a seu Legitimo Soberano. O Chefe manifestará
que S. M. acceita os habitantes debaixo da sua protec
ção; e que as armas da Cidade ou povoação se deverão
recolher. Os Chefes militares Russianos logo tomarão
as disposições que as circumstancias exigirem para se
gurança das tropas e conservarão nos seus cargos os em
pregados locaes, contra quem não houver nenhuma
queixa. Manterão igualmente os individuos da Guarda
de Veteranos que nada tiverem feito contra a authorida
de do seu Legitimo Soberano. Todas as Authoridades
tanto civis como militares, que forem conservadas nos
seus cargos, renovarão o juramento de fidelidade. Pu
blicar-se-ha amnistia e esquecimento de todo o passado
nos casos prevenidos pelas ordens de S. M. I.
» 5." Quando as circumstancias não permittirem aos
Commandantes Russianos o deixarem guarnição nas
Cidades ou povoações, aquelles organizarão nellas hu
ma Guarda Urbana, formando-se dos Veteranos e ha
bitantes mais conhecidos e de mais confiança ; esta
Guarda, unida com a policia local, cuidará em con
servar a boa ordem e a tranquillidade.
» 6." A administração dos I/efewodschaften dos Cir
culos e Destrictos permanecerá no mesmo estado em
que se achava antes da rebellião; far-se-ha o mesmo
com a administração de contribuições directas e indire
ctas. No caso que com proposta dos Chefes das Divisões
tenhamos de nomear
algumas authoridades só se verificará essa nomeação
depois de estarmos seguros do procedimento moral dos pro
?ostos, e de que tem dado provas de adhesão ao seu
Embº Soberano. Serão excluidos os que tiverem to
mado parte alguma na rebellião, ou que tiverem feito
opposição á marcha das tropas Russianas no Reino.
º 7.° Serão sequestrados os bens dos que tiverem au
xiliado as tropas rebeldes, ou que tiverem tomado ou
acceito empregos do Governo ilegal, ou tomado par
te ostensivel na rebellião. •
» Taes são, Polacos, as bazes sobre as quaes se con
duzirá o Exercito a fim de comprovar, que he acredor
da alta confiança de S. M. I. e R. Podeis eleger entre
a vossa ruina e o beneficio que vos oferece a magnani
midade do vosso Monarca. Pelo que a mim toca he
mui honorifico o achar-me encarregado de vos dar a
conhecer as magnanimas intenções do Imperador cujo
objecto he restabelecer no vosso paiz a boa ordem e a
tranquilidade. +
» (Assignado) O Marechal Conde Dicbitsch.» ,
Esta proclamação he acompanhada por hum Mani
festo do Conde Diebitsch aos soldados Polacos; lembra
lhes que se alistárão debaixo das bandeiras da rebellião
para defenderem interesses que lhes são estranhos; que
arrastados por suggestões criminosas desconhecêrão o
gitimo Soberano, frustrando com similhante procedi
mento as esperanças que devia dar a honra militar.
Convida-os depois a se reunirem aos seus companheiros
para provarem que ainda são dignos da confiança do
seu Legitimo Soberano, e conclue assegurando-lhes que
serão recebidos como irmãos, e que o véo do esqueci
mento cobrirá todo o passado. {
A mesma Gazeta em data de 11 do corrente, con
tém o seguinte: - -
» No dia 2 deste mez appareceo na praia immediata
á linha de contravalação do campo de S. Roque o ca
daver de hum dos revolucionarios que foi arrojado alli
pelo mar, e tinha diferentes cutiladas e feridas de bal
las, porém não he possoa conhecida.
» Toda a Peninsula goza perfeita tranquillidade. "
 [164]
Litteratura.
Pensamentos moraes.
"O Bom Filho he raras vezes máo vassallo; a obedien
cia ao Chefe, de família naturalmente conduz á obedien
cia ao Chefe do Estado.
Desempenhemos sempre o proprio dever; lá chega o
momento em que até os nossos adversarios, se os tiver
mos, nos farão justiça.
"Se o furor dos elementos no meio de medonha tor
menta se pode comparar com o remorço que perturba
o criminoso, com igual razão se pode dizer, que a se
renidade da natureza, quando em hum bello dia os zé
fros apenas agitão as folhas das arvores, e as ondas
reflectindo o firmamento mal se ouvem bater na mol
Ie areia, he similhante á paz do coração depois da pra
tica de huma acção virtuosa.
Não hesitemos em exercer a beneficencia; mas faça
mios judiciosa escolha dos objectos della.
Vemos ás vezes o facinoroso encarar a morte com in
diferença, e o justo com pavor; a razão he obvia: o
segundo conhece a situação em que se acha, o primei
ro não.
As promessas do homem mais dificil em prometter
são as que merecem maior confiança.
* Os que conferem hum benefício, e os que o recebem
muitas vezes não querem, os primeiros que tarde hum
momento
a mal que aseretribuição
lhes lembredaa fineza;
divida. e os segundos levão
•
Geralmente se falla de illusões theatraes; mas talvez
estas não sejão tão falsas com certas realidades da vida.
Os que em scena representão o bom amigo, a esposa
honrada, a amante virtuosa, o vassallo fiel, são cohe
rentes nas suas expressões, e em seu procedimento des
de o primeiro até o ultimo acto do Drama; porém no
theatro da vida quantos se não esquecem do papel que
representão, ou representão o contrario do que devem ?
Quem vive em paz com seus similhantes, quasi sem
pre vivo em paz comsigo mesmo.
A presença do perigo, ou mesmo a sua probabilida
de, produz a vantagem de mostrar quaes são os amigos
que apparecem em nossa defeza; assim como nas forta
lezasestão
que he util tocar a rebate para conhecer os soldados
á lerta. •
* Quanta analogía não ha entre o valor moral dos ho
mens, e o valor do numerário ! Huns são o contrario
do que mostrão sêr como a moeda falsa; outros repre
sentão mais do que valem, como o papel moeda quando
1em desconto ; outros representão o valor que na reali
dade tem, mas esse valor he diminuto como o da moeda
de cobre; outros valem muito mais, porém não tem o
pezo completo como alguma prata em gyro; outros
finalmente pela sua raridade e subido valor, tem pre
71l (O CO7/10 O Oll?"O.
LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA.
De certos homens se diz que praticão o bem para fa
zerem esquecer o mal que tem feito: oxalá que de al
guns se podesse dizer outro tanto! (D.)
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 16 de Fevereiro.
Embarcações avistadas.
6 h. 46 m. 3 Bergantins, e 1 Escuna sem bandeira, a
Oeste do Cabo da Roca: navegão para o Norte.
3 h. 2 Escunas sem bandeira, a Oeste do Cabo da
Roca.
4 h. 5 m. 1 Barco Inglez movido por vapor, ao Norte
do Cabo da Roca: navega para o Sul.
Embarcação sahida de Belém.
10 h. 3 m. 1 Escuna Ingleza, para Dublin.
Publicações Litterarias.
Sahio á luz a Carta 16 De não sei quem.
Annuncios.
Na rua do Ouro N.° 173, terceiro andar , ha huma
casa de Educação, aonde humas Senhoras ensinão me
ninas a ler, escrever, contar com Professor, cozer, mar
car, fazer meia, bordar de branco e filó: acceitão pen
sionistas, e promettem a estas fazer toda a commodida
de em preço, e dão para informação da sua boa educa
ção os pais das meninas que já estão educando.
Pretende-se huma Senhora que seja habil, e de qua
lidades para servir de companhia a humas meninas, e pa
ra ajudar a sua educação, tendo de trinta annos para
cima, e bons costumes: quem se achar nessas circum
stancias pode dirigir-se á rua de S. Luiz, Freguezia de
Santa Izabel N.° 73: e ahi tambem se deve dirigir quem
quizer servir de creada encarregando-se de roupas, e do
governo interior de huma casa. •
José Antonio d'Amorim, Bacharel Formado em Me
dicina pela Universidade de Coimbra, depois de ter
exercitado sua Arte por oito annos em Partidos fora
desta Capital, acaba de estabelecer sua residencia na
rua dos Retrozeiros, N.° 115, 2.° andar, aonde as
pessoas que de seu prestimo se quizerem servir, o acha
rão, de manhã des de as sete horas até ás nove, e de
tarde das duas até as quatro; prestando-se gratuitamen
te á miseravel pobreza da sua Freguezia quando preci
zar de seus soccorros, visitando em suas casas aquelles
enfermos, que pela Attestação do seu Parroco se acha
Te II) e IT] taeS CITCUIT)Sta Il ClaS.
Na Gazeta N.° 39, se annunciou, que quem quizesse
comprar hum bilhar de 8 palmos de comprido, e 6 de
de largo, com todos os seus pertences, fallasse na loja
de bebidas da rua do Ouro, N.° 92 e 93; na dita loja
não ha tal bilhar, pois quem o vende, he José Fran
cisco Xavier, na rua do Ferregial de Cima, N.° 16,
4.° andar. - -
Nos dias 25, 26, e 27 do corrente, se hão de pôr
em Praça e arrematar a quem por menos der, o for
necimento da carne de vaca da Villa de Cascaes e seu
termo: quem quizer lançar compareça º nos dias supra
declarados na Praça da dita Villa, e se declara que e
dia fixo da arrematação he o 27 do corrente.
" Quem quizer comprar hum cavallo de mediano ta
manho, e bom para cavallaria, falle com o Mestre fer
rador no largo de S. Sebastião da Pedreira. -
• º
· • ",
 NUM. 42.
GAZETA DE LISBOA.
—=>>>6>#@$1<<<9a-f=-
SEXTA FEIRA, 18 DE FEVEREIRO.
•==
PARTE OFFICIAL.
Extracto da Ordem do Dia N.° 9.
Quartel General no Paço de Çamora Corrêa, em 11
de Fevereiro de 1831.
Por Decreto de 3 do corrente mez.
Regimento de Cavallaria N.° 1.
Tenente, o Alferes do Regimento de Cavallaria de
Chaves, Alexandre Meirinhos.
Regimento de Cavallaria N.° 2.
Capitão da 4.° Companhia, o Tenente do Regimen
*hena.
de Cavallaria N.° 1, D. Christovão Manoel de Vi
-
Tenente, o Alferes do Regimento de Cavallaria N.°
5, Manoel Joaquim de Santiago.
Regimento de Cavallaria N.° 3.
Tenente Ajudante, o Alferes Ajudante, Francisco de
Mello de Carvalho.
Capitão da 2.° Companhia, o Tenente do Regimen
to de Cavallaria N.° 2, Joaquim Pedro Salgado.
Capitão da 6.° Companhia , o Tenente do Regi Publica-se ao Exercito a Sentença seguinte, respectiva
# de Cavallaria N.° 4, Manoel Maria da Gama
O.
Regimento de Cavallaria N° 4.
Tenente, o Alferes Feliciano Norberto da Costa.
Regimento de Cavallaria N.° 6.
Graduado em Capitão, o Tenente José d'Abreu.
Regimento de Cavallaria N.° 8.
Capitão da 3.° Companhia, o Capitão de Cavalla
ria, Joaquim Nunes de Mattos.
Regimento de Cavallaria de Chaves.
Capitão da 1." Companhia, o Capitão do Regimen
tº de Cavallaria N.° 2, Francisco de Madureira Lobo
Moraes e Prada.
Publica-se ao Exercito o Avizo abaixo
|- transcripto:
Illustrissimo e Excellentissino Senhor, — ElRei Nos
º Senhor, Manda renetter a V. Ex." para seu conhe
cimento, e do Exercito, que ao Brigadeiro Inspector
dos Quarteis se expede hoje o Avizo da copia inclusa,
tendente a pôr em prática o que V. Ex.", com fun
damento na opinião do Inspector Geral de Infanteria,
lembra no seu Oficio de 29 de Janeiro proximo passa
do = Deos Guarde a V. Ex." Salvaterra de Magos,
em 4 de Fevereiro de 1831. = Conde de S. Lourenço.
=Illustríssimo e Excellentissimo Senhor Conde de Bar
bacena. |-
Copia.
. Para que a contabilidade dos Corpos, com a Repar
"S㺠que está a seu cargo, relativamente aos moveis,
ANNo 1831.
e utensilios, que aos mesmos Corpos se fornecem para
seu uso nos Quarteis, se torne tão simples como con
vém: He Sua Magestade ElRei Nosso Senhor Servido:
1.° Que V.S." ordene aos Oficiaes Cazerneiros, que dos
mappas que mensalmente lhe envião em resultado dos
frequentes exames que fazem aos ditos moveis, e uten
silios, para se certificarem do seu estado, e numero,
deixem ficar copia em hum Livro, que para esse efeito
lhes será conferido: 2.° Que occorrendo qualquer abati
mento, os mesmos Oficiaes Cazerneiros exijão dos Com
mandantes dos Corpos documentos que legalmente o jus
tifique, para remetterem a V. S." com o mappa, em
que esse abatimento, ou diferença para menos se no
tar: 3.° Que á medida que taes documentos forem sen
do transmittidos a V. S.", faça averbar logo no debito
do Corpo respectivo, a descarga dos moveis, e utensi
lios, de que elles tratarem; e que isto prosiga tão re
gularmente, que facilite em qualquer occasião o prom
pto, e exacto conhecimento da responsabilidade de ca
da Corpo.= Deos Guarde a V. S." Salvaterra de Ma
gos, em 4 de Fevereiro de 1831. = Conde de S. Lou
renço. = Senhor Francisco Antonio Rapozo.
ao Tenente do Batalhão de Voluntarios Realistas de
Santarém, José Maria de Saldanha Pereira de Mel
lo, e que foi mandada cumprir em 8 do corrente
7/RC%,
Tendo sido accusado este Oficial de haver comettido
o crime de falsidade, respondeo em Conselho de Guer
ra aonde foi convencido da mesma culpa, e por isso a
final condemnado por Sentença do Conselho de Justiça,
datada em 8 de Janeiro precedente, em dez annos de
degredo para Angola, sendo, primeiro exautorado das
honras Militares.
(Seguem-se Licenças.) Conde de Barbacena, Chefe
do Estado Maior General. = Está conforme o Original.
= Ajudante General, Marquez de Tancos,
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
PAIZES BAIXOS. •
Bruxellas, 31 de Janeiro.
A sessão celebrada no dia 29 pelo Congresso Belga
foi muito renhida.
Mr. Vilain XIV communicou ao Congresso o pro
tocolo da Conferencia que os Plenipotenciarios havião
 [ 166 }
tido em Londres no dia 20 de Janeiro; neste documen- º maiores e talvez dos mais tristes acontecimentos, não
to de que até agora Mr. Van-de-JYeyer não havia fei
to menção, se diz que a Belgica formará hum Estado
perfeitamente neutral, e que as cinco Potencias ficarão
garantes tanto da neutralidade, como da inviolabilida
de do seu territorio, que se circumscreverá aos limites
estipulados pelos Tratados de 1815. Os limites da Hol
landa comprehende o territorio que em 1790 forma
va as Provincias unidas dos Paizes Baixos.
Mr. Robaula propoz que immediatamente se protestas
se contra o dito protocolo, e fez observar que o objecto
das Pótencias era, segundo parecia, retardar a marcha do
Congresso. He provavel que ao tempo em que Mr. Ro
baulx fazia a sua proposta, ainda não saberião em Bru
aellas os ultimos acontecimentos de Varsovia.
Outros muitos membros do Congresso fallarão no mes
mo sentido, e se nomeou huma Commissão que apre
sentasse ao Congresso hum projecto de resposta ao in
dicado protocolo. Continuou depois a discussão sobre a
nomeação do Chefe do Estado. Tres deputados fallárão
a favor do Duque de Leuchtenberg, e quatro a favor do
Duque de Nemours. |-
Pela volta das 5 horas da tarde Mr. Lehor, membro
da Commissão Diplomatica, leo huma Mensagem de
Mr. Sebastiani a Mr. Bresson, concebida nestes termos:
*: Apresso-me a responder ao seu Oficio de 24 do cor
rente. O Conselho de S. M. que se reunio hoje, julgou
unanimemente, que he necessario declarar ao Governo
provisorio, que o Governo Francez consideraria como
um acto de hostilidade a réspeito da França, a eleição
do Duque de Leuchtenberg para Rei da Belgica. Se
àpezar desta declaração verificar o Congresso esta elei
ção sahirá V. immediatamente de Bruxellas. — Hora
cio Sebastiani.
Marquez París, 26 de Janeiro. He copia. — O
de Lavestine.» • do Reino. As mais bellas praças de Varsovia são a de
Concluida a leitura deste documento, o Presidente
para impedir que começasse de novo a discussão sobre
este particular chamou á Tribuna Mr. de Sarmont, que
falou a favor do Duque de Nemours. Assim que este
orador terminou o seu discurso, se levantou a sessão.
Diz-se que a carta de Mr. Sebastiani produzira nesta
muita sensação, pois o resolvido nella annuncia o que
se considera como violação do principio de não inter
venção. Assegurão alguns que se o Duque de Nemours
for eleito Rei da Belgica Lord Ponsonby sahirá daqui
dentro de 24 horas. • |-
Por outra parte parece, que Mr. d'Ascla, Ajudante
de Campo do Duque de Leuchtenberg declarara em huma
reunião de deputados, que se o Congresso conferisse a
Coroa ao Principe, este a acceitaria apezar da opposi dados 93 f. 80 c. Acções do Banco 1522 f. 60 c. Em
ção do Palais-Royal. prestimo Real de Hespanha 60 *. Renda perpetua de
•
Accrescentão que os Belgas tambem considerão como idem 46 }.
infracção o principio adoptado no artigo do protocolo
em que se lhes prescreve evacuem os territorios de Lim
burgo e de Luxemburgo.
Esta ultima noticia causou no mercado º France: a
baixa de hum franco. (Quotidiana.)
ALLEMANHA.
Hannover, 25 de Janeiro.
Parte das tropas que se tinhão enviado a Gottinga,
incluindo a Guarda Real, e à artilheria, bião pôr-se a
caminho para voltar a esta capital. As mais tropas que
estavão concentradas nas immediações desta capital ti
nhão recebido ordem de voltar ás suas respectivas guar
nições. (Correspondente de Hamburgo.)
FRANÇA.
Paris, 31 de Janeiro.
Descripção da Cidade de Varsovia.
Agora que a Cidade de Varsovia vai ser theatro dos
deixará d’interessar a seguinte noticia relativa á Capital
do Reino da Polonia.
º Varsovia está situada na margem esquerda do rio
Mistula, quasi no centro do Reino de que hc Capital, e
em igual distancia com pequena diferença de Cracovia,
Áaenigsberg e Breslau: dista, 78 milhas Allemãs de
Berlim, 103 de Vienna, 178 de Moscow, 196 de Pe
tersburgo, 220 de París e 267 de Londres. Consta da
Cidade antiga e de quatro povoações pequenas chama
das Grzyboio, Lesno, Skolee e Praga, cada huma das
quaes tem os seus privilegios. Praga, que está á direi
ta do rio foi celebre em outros tempos considerada co
mo praça fortificada. Desmantelada pelos Russianos no
anno 1794, tornada a fortificar em 1806, tinha vindo
a ser nestes ultimos tempos praça aberta; e por isso foi
huma das primeiras attenções do Governo tornalla a por
em estado de defeza. Communica com a margem es
querda do rio por huma ponte, que tem 263 toezas de
comprimento. A Cidade tambem está rodeada de mu
ralhas com hum fosso: nella ha muitos Palacios entre
os quaes occupa o primeiro lugar o do Rei. Este im
menso edificío fundado por Segismundo II continuado
por Augusto II, e concluido por Estanislau Augusto
Poniatowsky, se eleva sobra huma altura que domina o
Kistula e todos os seus arredores, e seus magnificos jar
dins chegão até á margem do rio. Muitas salas do Pa
laco estao occupadas com huma galeria de quadros pin
tados por Bacciarelli, que tomou os assumptos da his
toria nacional; com os retratos dos Reis de Polonia, bus
tos em marmore dos mais celebres guerreiros Polacos,
e humas bellissimas vistas de Varsovia pintadas por Ca
letti. Os subterraneos servem para guardar os arquivos
Saaronia, de Mariaville, de Santo André, das Tres
Cruzes, da Cidade Velha, e a do Rei Segismundo,
onde se vê ainda a estatua colossal em bronze dourado
que a este Principe erigio seu filho Ladislao IV. Na rua
de Cracovia ha outro monumento muito notavel, a sa
ber: a estatua equestre do Principe José Poniatowsky,
feita pelo celebre Thorwaldsen.
» A população desta Cidade, segundo os ultimos da
dos oficiaes sobia a 136,724 almas incluindo 213 Ju
deos: mas sem contar os estrangeiros nem(Quotidiana.)
a guarniçao. "
•
Idem, 3 de Fevereiro.
Praça do Commercio honiem. Cinco por 100 consoli
- - •
Os negocios tem cahido em completa paralisação:
a necessidade de liquidar lhes havia dado algum impul
so nos dias anteriores; porém a indolencia e o temor
se apoderárão outra vez dos especuladores.
Ao fechar-se a praça se espalhou a noticicia de que
o Marechal Diebitsch havia entrado em Varsovia á
frente da vanguarda do Exercito Russiano. Esta no
ticia tomou alguma consistencia depois que se leo
hum papel Allemão, em que se annunciava terem-se
começado as hostilidades entre Russianos e Polacos.
Hontem á noute sahio desta Capital para S. Peters
burgo o General Chefkin, Ajudante d’Ordens do Im
perador Nicoláo, que o havia mandado com huma Com
missão reservada.
O Duque de Cambridge chegou a Gottinga no dia 23
do mez ultimo. A noute se illuminou a Cidade, e no
dia seguinte já estava S. A. de volta em Hannover.
Escrevem de Roma, em data de 22 de Janeiro, que
no dia antes havia chegado áquella Capital o Cardeal
 [.167]
Jnguanzo de Ribera, Arcebispo de Toledo, e que im
*> •
mediatamente entrara no Conclave.
Annuncião as cartas de Alexandria, que se descobri
ra no deserto entre Suez e o Cairo hum manancial de
agua. Este descobrimento he muito importante para os
naturaes do paiz, e ao mesmo tempo contribue muito
para o bom exito da communicação, que se tenciona
estabelecer com a India.
As noticias que hoje se recebêrão de Francfort dão
alguma esperança de que os Polacos se submettão ao
Imperador Nicoláo. Estas notícias tem influido muito
sobre os fundos publicos. A Gazeta de Augsburgo con
firma a noticia de que ha negociações entre o Impera
dor da Russia e o General Klopiki, e da carta que o
primeiro escreveo agradecendo-lhe a direcção que havia
dado ao Governo da Polonia. (Quotidiana.)
O Tempo diz o seguinte:
º Chamamos a attenção dos leitores sobre as noticias
de Londres. Parece que reina a maior inquietação nas
classes medias, e que he tão grande o temor que inspi
rão as desordens que parecem proximas e inevitaveis,
que para se livrarem do mal que ameaça se considera
necessario, que Lord Hºellington torne a tomar parte
nos negocios. Trata-se de o eleger ao cominando em
Chefe do Exercito, e alguns accrescentão, que lhe en
carregarão a formação de hum Ministerio. A eleição
que fizer o Congresso da Belgica influirá poderosamen
te na organisação do Gabinete Inglez, e não extranha
riamos, que á nomeação do Duque Nemours se seguisse
immediatamente o regresso de Mr. Peel, de Lord // el
ington, e de todo o antigo Ministerio addicto ao sys
tema da liga Européa contra a França.»
- Segundo as ultimas noticias de Roma a eleição do
Cardeal Capellari se tinha quasi como segura, pois en
tre os partidos se havia feito certa especie de convenio.
Mas de repente variárão todas as combinações em con
sequencia segundo dizem, de despachos recebidos de
Vienna pelo Cardeal Albani, nos quaes aquella Corte
recommendava muito particularmente o Cardeal Mac
eli. Capellari, abandonado pelo partido Albani, só
reunio no seguinte escrutinio 27 votos e Pacca 17.
O Cardeal Albani fez circular entre os Cardeaes hum
escripto em que declara, que não aspira ao emprego de
Secretario d'Estado; porém são muitos os que duvidão
da sinceridade desta declaração.
Os ultimos escrutinios apresentão o seguinte resulta
do: na manhã de 17 de # Capellari 26, Pacca
18; na tarde do mesmo dia, Capellari 15, Pedicini
lá, 2urla 14. Dia 18, Pacca 18, Capellari 16, 3urla
10. Dia 19, o Cardeal Albani tornou a apresentar
Macchi, porém dizem que o partido Bernetti lhe pre
para serios obstaculos. Escrutinio: Capellari 16, Pedi
cini 12, Zurla 10, e Macchi 6, com mais 13 votos que
conseguio no escrutinio de accedat.
Corre a voz de que o Cardeal Albani desiste de apre
sentar o Cardeal Macchi. (Quotidiana.)
Em data de 28 do corrente escrevem de Londres aos
redactores do Nacional o seguinte:
» A aristocracia continua a dar passos, e parece que
cada dia consegue novo adiantamento em seus projectos.
Huns suppoem que se trata de lhe conferir a formação
de hum novo ministerio, e segundo outros o mando de
todas as tropas. Vendo o Ministerio actual que a Ca
mara dos Pares não está d'accordo com elle, propõe
fazer o sacrificio ou a modificação de alguns dos prin
cipios que antes havia proclamado. Certos factos vem
já revelar huma mudança de systema nos negocios es
trangeiros; por exemplo os obstaculos postos á negocia
ção do emprestimo contractado pela Regencia da Ter
* caira, depois de huma protecção tão manifesta. Huma
}
medida análoga acaba de tomar-se com os refugiados
Hespanhoes; Lord JKellington, encarregado da direc
ção das suas pensões exige, que todos apresentem, provas
não só de não haverem tomado parte na tentativa feita
contra o Governo de S. M. Fernando VII, ou na in
vasão do territorio Hespanhol pelos Pyrinéos, mas tam
bem de não haverem posto o pé em França des de que
rebentou a revolução em Julho. -
» P. D. Confirma-se a noticia de que se dá a Lord
JYellington o mando de todo o Exercito. Assim come
çou no Ministerio de Lord Goderich, e pouco depois
conseguio derruballo e reassumir em suas mãos toda a
authoridade. Assim como na vossa primeira revolução
#des ver como a hum Fox succede hum Pitt; temei
não sirva isso para formar outra liga.»
(Gazeta de Madrid.)
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 29 de Janeiro.
Fundos publicos. Os consolidados fechárão-se a 80 i.
A hida do Duque de IP'ellington a Brighton que ha
via dado lugar a muitos commentarios, não deixou de
ter o seu objecto. Diz-se que o Duque havia acceito o
mando em Chefe do Exercito. Não obstante ainda que
haja alguma probabilidade de se haverem ajustado sobre
este assumpto S. Ex.° e o Ministerio, podemos assegu
rar que a visita ao Rei foi muito extraordinaria.
(Court-Journal.)
Annunciamos aos nossos leitores, que até agora ne
nhum armamento naval se prepara, á excepção do que
exige o serviço ordinario. (Globe.)
Suspendêrão-se em Portsmouth os armamentos mari
timos que tornárão necessarios as difficuldades postas
pelo Rei da Hollanda, e asseguramos que se não verá
nenhum movimento extraordinario em nossos portos.
(Times.)
Em Leeds se disse, que tinha havido desordens em
Carlisle em consequencia do que forão victimas do fu
ror da tropa cinco pessoas. . (Leeds Intelligencer.)
Hum periodico da manhã (Morning-paper) diz, que
quando começarem as sessões do Parlainento se unani
festará hum plano de opposição que se organiza contra a
refórma: designão Mr. Peel e o Duque de HVellington
como chefes dessa opposição.
O Correio Inglez sustenta pelo contrario, que apezar
de que Mr. Peel náo approve talvez em algumas das
suas partes o plano de reforma Ministerial, não se de
ve por isso qualificallo como anti-reformador (anti-re
former), e que o Duque de Wellington pela sua par
te he muito amante do seu paiz para o expor por huma
opposição systematica a convulsões. Estes dous grandes
homens pois na verdade ambos o são, hum como poli
tico, e outro como militar, saberão sacrificar as suas
opiniões a bem da paz e tranquillidade da sua patria.
A causa que se está formando em Dublin a Mr. O'
Connell retarda a viagem que se propunha fazer a Liver
pool e a Manchester onde tencionava fazer proselitos.
Escrevem de Dublin que ao Editor do Morning Regis
ter tambem se estava formando causa por haver publi
cado huma carta de Mr. O'Connell. O Governo fará
quanto poder e estiver debaixo da sua authoridade para
que se conclua em breve a causa que prosegue contra
O'Connell.
O terror panico que se havia apoderado dos Irlande
zes começa a dissipar-se. Os negocios tornão a seguir o
seu curso, e o ouro he buscado com menos solicitude.
(Globe.)
Sabbado 24, pelas 4 horas da tarde, houve Couse
lho na Repartição dos Negocios Estrangeiros. Assistí
rão o Lord Chanceller, o Conde Grey, os Viscondes
 [168 ]
Melbourne, Palmerston, Goderich, e Althorp, Lord * |- Embarcações avistadas.
Holland, Sir C. Grant, e Sir Jaime Graham, e durou 9 h. 7 m. 1 Bergantim sem bandeira, a Oeste do Cabo
até ás 6. No dia 23 de tarde houve outro Conselho com da Roca.
posto dos mesmos individuos que no dia anterior; antes 10 h.ao45Sudoeste
•
m. 1 Barco sem bandeira,
do Cabo movido
do Espichel: por vapôr,
navega para o
de se concluir entrárão nelle o Marquez de Lansdowne
o Conde Carlisle, que vinhão o primeiro de Ben-wood Norte.
e o segundo de Brighton. A sessão durou tres horas, e 11 h. 64 m. 1 Brigue Escuna Portuguez, a Oeste do
Lord Durham não assistio por se achar indisposto. Cabo da Roca.
(Idem.) 1 h. 38 m. 1 Curveta de Guerra Portugueza, Urania,
THESPANHA. ao Sul do Cabo da Roca.
4 h. 58 m. 1 Bergantim sem bandeira, ao Norte do Ca
Badajoz, 4 de Fevereiro. bo da Roca.
Em Cabeça de Boi, povoação desta Provincia, oc Embarcação entrada em Belém.
correo no dia 21 de Janeiro proximo passado, pelas 10 4 h. 46 m. 1 Brigue Escuna Portuguez, Harmonia,
horas e meia do dia, hum ruido espantoso, que se pro da Figueira, 4 dias.
longou por dous minutos, cahindo no mesmo tempo * . mbarcações entradas em S. Julião.
huma chuva excessiva, depois da qual se observou que 1 h. 54 m. 1 Bergantim Inglez.
a falda da serra que olha para o Norte, em cujo decli 5 h. 43 m. 1 Curveta de Guerra Portugueza, Urania.
vio está fundada a Villa, se havia aberto na direcção Embarcações sahidas de Belém.
E. a O. na longitude de 1.500 varas, quebrando-se as 11 h. 16 m. 1. Bergantim Portuguez, Junior, para o
pedras e as paredes dos predios immediatos: a latitude Pará; 1 Brigue Escuna dito, Leôa, para o Ma
desta concavidade he de 9 a 24 pollegadas, e permane ranhão; 1 Bergantim Brazileiro, Boa União, para
ce sem alteração. Pernambuco ; e 1 Brigue Escuna Inglez, para
Na falda da mesma serra que olha para o Sul se no Londres.
tou pelas 9 da manhã o mesmo ruido extraordinario, e *4 h. 2 m. 1 Bergantim Sueco, para o Baltico.
os pastores que se achavão presentes virão o movimento
- % …
que fez toda a serra em varias direcções, como se fosse
desprender-se da sua baze ; tambem virão quebrar-se
pedras de huma formidavel magnitude, e outros fenó ADMINISTRAção do CoRREIo GERAL.
menos de que daremos noticia logo que tenhamos as
particularidades. Na atmosfera nada se notou que coin Navios a sahir.
cidisse com o que occorria nas entranhas da terra. O
ruido destas e a apparição das bocas se pode explicar Fevereiro 20. Para a Ilha de S. Miguel o Hiate Inveja.
com as causas que impellem os tremores e dão origem 20. Para a Ilha do Faial o Hiate Nerêo.
aos vulcões; porém o reduzirem-se a pequenas porções 28. Para Angola a Escuna Calada.
as enorines massas que descançavão na falda, o deixa
mos aos mesmos naturalistas, que saberão explicar este
ponto de modo que satisfaça as idéas dos curiosos. Annuncios. |-

* , (Diario de Badajoz.)
\,
Na Sala do Real Erario, no dia 23 do corrente das
onze para o meio dia , na presença do Dezembargador
Pamplona, 7 de Fevereiro. Juiz dos Feitos da Real Fazenda da 1.° vara, se hão de
arrematar os rendimentos de humas casas na rua de S.
O muito que tem nevado este Inverno, com a agua Sebastião da Pedreira de N.° 1 a 4, e seu quintalão, e
que depois cahio em abundancia fez com que a maior mais propriedades pequenas e contíguas, dos herdeiros
parte dos rios deste Reino sahissem do leito, causando do devedor Manoel Gomes de Campos.
grandes prejuizos, como são o levarem o moinho d'Ar Declara-se que a venda da Escuna Mary Ann, e da
tijona com quatro homens, toda a ponte de Verbinza Chalupa Erin, annunciada na Gazeta de 12 para o dia
na, 200 ovelhas e 150 cordeiros com hum pastor: nos pri 17, fica transferida para o dia 19 do corrente.
meiros bairros d'Estella entrou a agua do rio que sahio Quem quizer incumbir-se da obra de carpinteiro e pe
igualmente do leito, e em certas paragens subio tres quar dreiro para reedificação das casas da quinta da Gloria,
tas, introduzindo-se nas casas e armazens, levando o azei junto ao lugar da Franca, termo de Obidos, falle a seu
te encascado, e destruindo huma ponte que havia em hu dono em Lisboa no largo da rua dos Canos N.° 34, ou
"ina das ruas. Nos Arcos sobreveio hum artão forte que a João Filippe Chardão, no lugar das Carreiras junto
podia julgar-se furacão, causando bastantes damnos nas á mesma quinta.
chaminés, eirados e casas. Nesta Capital não deixou Desencaminhou-se hum sacco de damasco de lã en
de fazer bastantes damnos o rio, que tambem sahio do carnado, no dia 14 do presente mez, com huns livros
leito, inundando todas as hortas até Capuchinhos, pa dentro pertencentes á Irmandade da Piedade na Sé:
redes e arvoredos, e levando parte do deposito de lenha quem os acha-se e os quizer restituir , falle na mesma
desta Cidade e hum homem que recolhia
• (G.madeira.
de Madrid.) Capella com o Procurador por nome José Carlos, que
dará boas alviçaras. •

*—*§§ *–s J. P. Loureiro , dono da Real Fabrica dos arames

em Lisboa, aviza aos Lavradores menos instruidos, que
Lisboa, 17 de Fevereiro. podem lucrar a terça parte dos seus fructos, e a Real Fa
zenda tambem, o que práticamente mostrará na sua fa
Telégrafo.—Serviço da Barra. — 17 de Fevereiro. brica e quinta, por meio de engenhos e modêlos, a que
o mesmo Loureiro tem dedicado o seu unico desvelo
THontem á noute entrou 1 Escuna Ingleza. ha muitos annos. |-

LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA.

 [189 |
GAZETA DE LISBOA. —==>><>{>>#@$4<<<9e<<=-—
SABBADO, 19 DE FEVEREIRO.
Xpt->}}<>@#@$@$#<-ºo:
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
HESPANHA. |-
Cadiz, 29 de Janeiro,
D'Argel escrevem o seguinte:
* Medeah elegeo o seu novo Bey entre os Mouros; Be
tida fez o mesmo, e os habitantes que fugírão do theatro
da guerra voltárão aos seus lares. A Cidade he hum abri
gº para as nossas tropas em caso de necessidade, e hu
na tranquilla morada para os viajantes. Todas as tri
bus se tem sugeitado, e algumas nos tem entregue os
que tiverão a ousadia d'assassinar alguns dos nossos sol
dados isolados, ou algum viajante. Isto intimidará sem
duvida os que ainda tentassem perturbar a tranquillida
de do paiz, que agora he tão completa que no cami
nhº entre Medeah e Argel se vê consideravel numero
de viajantes, entre quem o trage Européo be tão fre
quente como o dos Beduinos e Mouros. Alguns Fran
cezes forão visitar as minas do Monte Atlas, e recebê
rão dos naturaes o mais cordial acolhimento. De toda
a parte nos chega trigo e gado. Vai formar-se aqui hu
ma Guarda nacional. Os Mouros e Judeos fazem ins
tancias por se reunirem aos Européos, e talvez que o
General em Chefe annua a essas intancias por sêr esse
º meio de reunir as diferentes nações. Continuão os
trabalhos da fazenda ou quinta experimental. Já se ro
teárão e seu eárão alguns centenares de geiras; todo o
trigo que produzio he excellente, e promette abundante
colheita. Às relações entre o General em Chefe e o Bey
de Tunes são as mais amigaveis.»
A Provincia d'Oran está proxima a sêr theatro de
huma invasão, que se não for reprimida a tempo, po
derá sêr funesta para a tranquillidade do paiz. Hum
3Marabut, sobrinho do actual Imperador de Marrocos,
entrou nos fins do mez passado no territorio d'Oran
acompanhado de 460 a 600 homens com o pretexto de
pacificar o paiz. Chegou até Tremecem, povoação de
pendente d'Oran, e immediatnmente convocou todas
as tribus d'Arabes e Beduinos. Publicou que estava au
thorizado tanto pelo Rei de França, como pelo Grã
e Senbor, e por meio deste procedimento, pela influencia
da sua familia, e pelo respeito que naquelles paizes se
tributa aos Marabutos, reunio considerável numero de
Partidarios, que diariamente se augmentão, e que pode
ANNO 1833.
“rão sêr perigosos se não forem logo dispersos. As guarº
nições Turcas de Tremecen e Mascara, faltas de mu
nições, cercadas por estas tropas indisciplinadas, e sem
communicação com Oran, se achão no estado mais
lastinoso. O mesmo Bey d'Oran está em grande apuro.
Escreveo ao sobrinho do Imperador de Marrocos pe
dindo-lhe, que manifeste os poderes em virtude dos quaes
está obrando. Em quanto chega a resposta expedio cor
reios ao General em Chefe para lhe partecipar o seu
estado, e pedir-lhe auxilio. Huma Companhia de Ca
çadores recebeo ordem de marchar para Oran, e de
occupar aquella praça. Se esta Companhia não bastar
mandar-se-hão outras tropas. O General em Chefe espe
ra instrucções do Governo tanto a respeito deste pon
to, como sobre a situação da mesma Cidade d'Oran.
Dizem que o Governo Inglez está a ponto d'abando
nar o estabelecimento de Serra Leoa, logo que eleger
melhor ponto para a trasladação da Colonia.
Os periodicos Inglezes acabão de publicar o mappa
do Exercito da Grã-Bretanha para o nnno de 1831,
que se reduz á força seguinte: 7 Feld Marechaes; 110
Generaes; 245 Tenentes Generaes; 236 Majores Gene
raes; 295 Coroneis; 775 Tenentes Coroneis; 869 Ma
jores: 1,796 Capitães; 2,485 Tenentes; 2,989 Segun
dos Tenentes; total de Oficiaes com soldo inteiro 8,807.
Cavallaria: 2 Regimentos de Guardas; lid. de Guar
das azues de cavallo. Couraceiros: 7 Regimentos de Dra
gões da Guarda; 8 id. de Cavallaria de linha; 5 id. de Ca
vallaria ligeira; 4 id. de Hussares; 4 de Lanceiros. Arti
lheria montada. Trens de Artilheria etc. Infanteria: 3
Regimentos da Guarda: 1 d'Artilheria Real; 1 de En
genheiros Reaes; 1 de E. M. 99 Regimentos de linha; hu
ma Brigada d'Atiradores; 2 Regimentos da India; 1 Re
gimento d'Atiradores de Ceylâo e do Cabo; 1 Corpo co
lonial d'Africa; 1 Real de Malta; 5 Companhias Ve
teranas de Nova Galles e Terranova, formando a to
talidade huma força militar efectiva de 9,735 cavallos,
5,104 Guardas de Infanteria, 89,399 homens d'infan
teria de linha, que com a artilheria cômpõem hum to
tal de 135,3 homens, incluindo o augmento feito ulti
mamente nos corpos. -
(D. Mercantil.)
[…
Sevilha, 31 de Janeiro.
Desde o dia 13 começárão, as chuvas, que forão mui
copiosas e continuadas; de modo que ate 17 esteve suc
cessivamente crescendo e ºrninguando a corrente do rio
segundo as alternativas do temporal, porém tendo este

augmentado no dia 18 tornárão a alagar-se os bairros
extra muros de Triana, los Humeros, Macarena, Bar
rezuelo, S. Bernardo com as cazinhas de Pedroza, e
varias ruas da Cidade como a de Cantaranas, perto da
de S. Paulo, a do Areal, a Pajería, rua das Armas,
a do Porco, das Palmas, do Amor de Deos, e toda a
alameda interior. Estes accidentes são huma verdadei
ra calamidade para os habitantes de Sevilha e povoa
ções da Comarca, pois os pobres jornaleiros ficão re
duzidos a lastimosa inacção. Para acudir quanto he
possivel aos seus lamentaveis efeitos, o Excellentissimo
Senhor Assistente, auxiliado pelas mais Authoridades
adoptou todas as medidas filantropicas que estão ao seu
alcance, e o resultado foi o soccorro dos infelizes por
meio das esmolas seguintes:
Rações diarias
de pão.
A Exccllentissima Camara - - - - - -
O Excellentissimo Senhor Cardeal - - - - 550
O Illustrissimo Cabido Ecclesiastico - - - 1.000
A Irmandade da Santa Caridade - - - -
• • Rs. vn.
O Excellentissimo Senhor Capitão General da
Testamentaria do Senhor D. Vicente Vaz
ues por huma vez - - - - - - - - 203000
O Real Consulado pelo Corpo do Commercio 5,3000
O Excellentissimo Senhor Assistente - - - 63000
Além do que outros particulares tem prestado soccor
ros em metal e efeitos de comestiveis.
Alfaro, 1.° de Fevereiro.
Em consequencia dos grandes aguaceiros dos dias 27,
98, e 29 do mez de Janeiro proximo passado, junto
com haver aquecido o tempo, e se haver derretido a
neve das montanhas foi tanto o que crescêrão os rios
Arga, Ega e Aragão e mesmo o caudaloso Ebro, que
fizerão sahir a este do seu leito no dia 30 do mesmo;
de modo que parecia hum mar, sem se lembrarem os
viventes de huma cheia similhante; são incalculaveis os
prejuizos e damnos que tem causado, pois se afogárão
muitos gados de toda a especie. Introduzio-se a agua
na Villa de Azagra de Navarra tendo os seus morado
res que abandonar sues casas, e subir ao monte que lhe
fica pela parte posterior; inutilizou os moinhos, e prin
cipalmente o famoso de Machi, na jurisdicção de Rin
com de Soto, a cuja povoação chegou a agua, assim
como tambem á de Valtierra e mesmo a Argucdas.
Lerida, 2 de Fevereiro.
. No dia 7, pelas 7 horas e meia da noute, appare
ceo na atmosfera para a parte do Norte hum fenóme
no como huma facha branca e estreita, de que se des
prendia hum córdão, e mais abaixo della se manifesta
va hum incendio de raios ou chammas, desapparecenº
do humas e succedendo outras, de tal modo que o resplen
dor era cada vez maior; e o fenómeno em estado de fogo
durou huma hora, em que deo volta a referida facha do
ºriente para o poente, onde se dissipou.
Bilbáo, 5 de Fevereiro.
Pela volta das 3 horas da manhã do dia 28 do pas
sado cahio hum raio no monte onde faz a vigia os si
gnaes das entradas e sabidas de navios, quebrando hum
páo de bandeira e causando a morte de huma vaca;
seguindo-se á tempestade huma chuva tão continuada,
que na seguinte noute se inundárão diferentes pon
tos desta Cidade, sem que tivessse havido outra des»
[ 170 ]
graça além da perda de efeitos de commercio nos ar
mazens, que se não poderão livrar das aguas.
Iguaes inundações se experimentárão em varias po
voações deste Senhorío, e muito particularmente na ri
beirra de Olaveaga, distante meia lugua desta, onde
o rio sahindo do leito inundou as casas e o seu dilatado
arrayal causando a morte de hum homem que dornia
em huma choupana.
2aragoza, 5 de Fevereiro. *--
O rio Ebro, em consequencia de tanta neve e agua,
teve huma extraordinaria enchente, que causou alguns
estragos nos campos levando cercas e arvores. Dizem,
que a agua subíra tres palmos mais das enchentes que
se contavão por maiores. O tempo está benigno; a sau
de publica he boa; os caminhos promettem segurança.
2,000 Madrid, 9 de Fevereiro.
No Diario de Havana de 11 de Novembro se insere
3.500 huma extensa relação do ceremonial e festas publicas
celebradas na Villa de Cienfuegos, Capital da Colonia
Fernandina de Jaqua, no dia 2 de Outubro com moti
vo da plausivel noticia da gravidação da Rainha, N.
S. e da instalação da primeira Camara daquella Vil
la. Seria precizo que nos dilatassemos muito se houvesse
mos de referir as particularidades daquella funcção, e
os extremos de alegria daquelles leaes habitantes: nós
porém nos limitaremos ao mais essencial de hum acto
em que brilhárão a mais pura alegria e a mais acriso
lada lealdade.
Reunidos no Palacio do Governo os Vereadores no
meados para a primeira Camara daquella Villa Capi
tal, juntamente com o seu Presidente o fundador Go
vernador Militar e politico da mesma Colonia, o Coro
nel D. Luiz de Clouet, se dirigírão á Igreja onde se
celebrou Missa, e dalli passárão á casa capitular. Col
locados em seus respectivos lugares os Senhores Verea
dores, na presença de huma multidão de pessoas man
dou o Presidente ler em alta voz o Real titulo de Villa
que a bondade do Soberano concedeo á povoação de
Cienfuegos, e a approvação da nomeação dos Verea
dores. Concluida a leitura prestárão todos o juramento
e logo depois deo o Governador a cada hum posse do
seu emprego, ficando installada a Camara.
Este solemne acto apresentou huma scena verdadeira
mente interessante e terna, offerecendo todos os concor
rentes em seus semblantes os sentimentos mais vivos
de gratidão para com o seu bemfeitor o fundador Clouet
cujos esforços e sacrificios, reconhecidos por ElRei N.
S. no seu Real Alvará de 20 de Maio de 1829, forão
bastantes para levar a este ponto a grande obra da fun
dação desta Colonia, desejada na Corte ha 150 an
nos, e detida sempre por obstaculos que elle só poude
VGIl Cer,
O fundador Presidente pronunciou hum discurso em
que brilhão o amor ao Soberano e á sua Augusta Dy
nastia, a mais pura gratidão pelo amparo que tem pres
tadº a esta nova familia, e a satisfação que experimen
tava o mesmo fundador ao ver-se rodeado das pessoas
mais recommendaveis da Colonia, companheiros dos
seus trabalhos e privações; concluindo com recommen
dar, qual amoroso pai aos seus filhos, o desempenho
dos seus deveres. Os mesmos sentimentos se expressárão
no discurso da resposta, e ambos terminárão entre vi
vas e expressões de geral contentamento.
As funcções dadas pelo Governador e pela Camara,
os banquetes, bailes, illuminações, e outros regozijos
se succedêrão tres dias, e em todos elles resoáião OS
ecos da gratidão com que aquella Colonia já numerosa,
acclamava o Soberano cujo nome tem para Perpetua

memoria dos beneficios que a sua sabedoria e munifi
cencia lhe concedeo. (Gazeta de Madrid.)
*—º §§ *-*
Lisboa, 18 de Fevereiro.
REAL JUNTA Do CoMMER cro.
Edital.
A Real Junta do Commercio, Agricultura, Fabri
cas, e Navegação destes Reinos, e seus Dominios bai
xou o seguinte:
Avizo.
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — ElRei Nos
so Senhor Manda communicar á Real Junta do Con
mercio, para lhe dar a conveniente publicidade, o § de
hum Oficio, que o Consul Geral de Portugal em Sto
ckholmo me dirigio em data de 4 de Janeiro deste anno,
que he do theor seguinte:
» Pelo Alvará de 21 de Dezembro ultimo Houve Sua
º Magostade por bem Ordenar que, tendo sido deter
º minado na nova Pauta d'Alfandega pagarem-se os
º mesmos direitos de entrada de toda a qualidade de
º Assucar importado, fiquem diminuidos os direitos de
» Comboi a razão de 4 schellings banco por cem ar
º rateis, em lugar de 12 schellings determinados no Al
º vará de 13 de Abril de 1825. »
O que Vossa Excellencia fará presente no mesmo Tri
bunal. Deos guarde a Vossa Excellencia. Palacio de
Salvaterra de Magos, em 8 de Fevereiro de 1831. —
\~"
##OT.
de Santarém. — Senhor Marquez Mordomo
E para assim constar, se mandárão afixar Editaes.
Lisboa, 17 de Fevereiro de 1831.—(Assignado) José
Accursio das Neves.
Litteratura.
Ba liberdade social em geral.
Em todos os generos de discussão, quando se não tem
formado o designio d'enganar ninguem, sempre se pro
cura muito determinar justamente a natureza das cou
*as, e fixar claramente a idéa que se liga ás palavras.
Se todo o individuo he obrigado a conformar-se com
este méthodo, com razão muito mais forte o são os le
gislädores que se occupão do vasto projecto d'estabele
cer a mais perfeita união entre todos os individuos do
mesmo Imperio, e entre todos os povos do universo. O
uso das palavras e expressões que apresentão idéas in
completas, confusas, indeterminadas, ou falsas, jamais
deve ser permittido a homens que querem exercer func
ções tão augustas.
Trata-se de fazer leis? Por que razão querem elles
tornallas obscuras! Trata-se d'instruir os homens ! Por
que razão os querem arrastar ao erro! Este sentimento
reunido ao da sua propria dignidade sempre inspirou aos
antigos Comicios, Estados Geraes, Parlamentos e Die
tas, certa aversão relativamente a debates em materias
puramente metafísicas e abstractas. Conhecião o estor
vo inseparavel de similhantes discussões; vião as diffi
culdades de as representarem ao povo debaixo de hnm
ponto de vista digno da sua sabedoria; sabião que as
idéas demasiado geraes e indeterminadas quando se mis que se regesse democraticamente, talvez se esquivassem
turão em huma obra de legislação, só tendem a enfra á critica; porém já que as quizerão generalizar e ada
quecer na opinião publica a authoridade legislativa, por , ptar a todos os povos, devem ser consideradas como
que a multidão nesse caso facilmente confunde a autho
ridade dos legisladores com a inepcia dos sofistas. As
[171 | , ' •
assembléas legislativas julgarião incorrer no maior avil
tamento se se occupassem de hum só objecto abstracto,
ou de huma definição logica. Os nossos filosofos legisla
dores deverião seguir hum uso tão prudente, e se obsti
nadamente querião falar de metafisica á turba Fran
ceza, deverião primeiramente determinar a idéa das cou
sas, e das palavras com mais rigorosa exactidão. Mas
parece que hum modo de proceder tão franco nada con
vinha aos seus projectos; preferírão envolver-se nas tre
vas ao explicar-se com clareza; e eis o que perfeitamen
te conseguírão. • " ,
Li attentamente todos os discursos pronunciados
a favor da liberdade pelos oradores, que na maioria
gozavão maior reputação; li com igual reflexão todos
•
os Decretos que se referem a esse objecto; e a final achei
nelles certa afectação muito pronunciada tendente a ge
neralizar até á extravagancia toda e qualquer idéa abstra
cta da liberdade. Fallão a caso do homem no estado da
natureza! Fallão do homem isolado nos bosques! Fallão
do homem sugeito ás convenções sociaes, do homem
ligado pelos juramentos que elle ou seus avós prestárão !
Ou fallão do homem reunido aos seus similhantes para
fornarem primeiramente as suas instituições! Estes dif
ferentes estados não poem gradações insensiveis entre
hum e outro genero de liberdade; essencialmente os dis
tinguem, e por pouca attenção que se dê ao assumpto
ha enorme distancia entre a liberdade em virtude da
qual os homens estabelecem instituições, e a liberdade
que geralmente chamamos liberdade civil; pela primei
ra o homem sahe do estado da natureza; pela segunda
passa a gozar de todas as vantagens da vida social. Mas,
essas duas posições não são as unicas em que os homens
se podem achar; ha outra, que segundo o meu enten-.
der, he infinitamente mais delicada, e infinitamente,
mais critica. Sugeitos a hum Governo qualquer, cuja va
lidade reconhecêrão pelos actos da sua adhesão, e por
solemnes obrigações, por ventura podem os homens mu
dar a seu arbitrio as formas desse Governo debaixo do
pretexto da violação dos seus direitos, ou mesmo, se
gundo bem descaradamente se affirmou, porque he di
reito do cidadão mudar o Governo toda a vez que qui
zer! Súppondo por hum instante a afirmativa, aqui te
mos huma especie de liberdade de que o homem sabio
que quer a ventura do genero humano, só fallará tre
mendo; nada ha mais perigoso do que o exercicio del
la: as convulsões que causão ao corpo politico são tão
violentas, que só aos perversos não causaráõ susto.
Confundir estes tres generos de liberdade social, per
tender que pertencem a todos os estados do homeu;
adaptar a hum estado o que só pode convir ao outro,
não he simples resultado da ignorancia, he hum crime
de seducção, cujas consequencias serão muito mais te
miveis para os seductores do que para as suas victimas.
Lisonjeio-me de tornar evidente a diferença que exis
te entre estes tres estados, cuja natureza particular pas
"SO # e X8 (Ill Ilar,
|-
Os Solons e Lycurgos modernos, que sem anteverem
ou recearem as consequencias lançárão mão de todos os
poderes, entendêrão que evitarião todos os perigos, e
vencerião todos os obstaculos, imitando os que os ha
vião precedido nas emprezas da revolução; isto he, as
sociando a multidão, e mesmo a populaça aos seus pro
jectos. Ouzárão # que na turba residia toda
a extensão da Soberania, confessárão com baixeza nau
seante, que da liberalidade da canalha recebião o po
der legislativo e os direitos que lhe são inherentes. Se
estas asserções tivessem sido avançadas entre huma povo
outros tantos attentados contra todos os Governos em
que a Soberania e os seus attributos tem indubitavel
 [ 172 ]
*rente origem diversa. Limitar-me-hei a dizer por ora,
que similhante systema não he mais conforme á boa or
dem estabelecida pela eterna sabedoria, do que á mes
ma pratica desses theoristas inconsequentes.
Apezar de que não se diga em politica, que os mes
mos meios sempre nos podem levar aos mesmos fins, no
entanto he certo que todos os facciosos tem empregado
em todos os tempos a arte seductora de derramar lagri
mas de hypocrisia sobre os males do povo, de exagge
=rar os seus infortunios, de fingir o maior apêgo aos in
teresses publicos, e de pôr acima de tudo os direitos, a
gloria, e o poder do mesmo povo! Os nossos filosofos
caminhárão sobre os mesmos vestigios, e logo no co
meço da revolução fizerão os maiores esforços por em
ºbriagar a escoria da multidão com a idéa de que ella
tinha a liberdade de proclamar a Constituição que mui
to bem lhe parecesse. Nas antigas republicas da Grecia,
cada huma das quaes não era realmente mais do que a
sombra de hum Estado, os povos se entregavão a esta
mesma especie de liberdade, e votavão individualmente
sobre a escolha das formas do Governo. Todos os ba
bitantes se reunião sem distincção em hum Templo, em
huma praça, em hum campo; cada hum podia alli dar
e sustentar o seu parecer, dar e sustentar o seu voto.
He verdade que muitas vezes a confusão a desordem e
o tumulto chegavão ao maior auge; he verdade que hu
Ima opinião só vencia a opinião contraria por meio de
Annuncios.
Da Secretaria da Junta dos Juros dos Reaes Empres»
timos se faz saber ao Capitão José Luiz Bahia, ou a
quem o represente, que lhe convem alli comparecer pa
ra objecto de seu interesse, como herdeiro do Padre
Joaquim José Bahia.
Na casa de arrecadação dos Reaes Direitos do baca
lháo, ao Caes de Santarém, se vende deste genero por
preço commodo, e de todas as qualidades.
Quem precisar de hum oficial de Farmacia, dirija-se
ao Rocio N. 63, quarto andar.
No escriptorio do Advogado Jacinto José Vieira no
Rocio, N.° 78, estão as condições com que se pre
tende arrendar o morgado de Canissa, em Via Longa,
e a quinta das Ameias, em Chelas, pertencentes á Casa
do Barão de Villa Pouca.
Innocencio Diniz da Silva avisa a quem arrematar
hum prazo que pertence a José Rodrigues Pimento, si
to a Santo Amaro, Freguezia de S. Pedro em Alcan
tara, o qual se acha em praça por execução que lhe
promove Antonio José da Fonte filho , que no di
to prazo se acha edificada huma propriedade pertencen
te ao dito Silva, e no terreno da mesma propriedade
tem execução, de que he Escrivão Travaços; e para
que se não possa allegar ignorancia, se faz o presente
3 I][] UI}ClO• •

actos de injustiça e de violencia etc. Se trinta milhões José da Cunha Castello Branco arrematou na praça
de almas possuissem huma liberdade similhante, se qui publica do Deposito Geral, em o dia 9 do corrente,
zessem regular o seu exercicio á vista dos pequenos Es buma propriedade de casas, na rua da Boa Vista, N."
tados da Grecia, a escolha de huma Constituição viria a 47 e 48, Freguezia de S. Paulo, por execução que faz
sêr tão impossivel no fisico como o he no moral; por isso : Joaquim José Rodrigues, a Francisco José Gomes de Al
que seria impossivel reunillos, consultallos, e pollos de meida, e sua mulher, pelo Juizo do Civel da Cidade; he
accordo. Ora não he illusoria e quimerica a liberdade Escrivão da execução José Marcellino de Lemos, e Es
que nunca se pode exercer ou fazer valer ! Não he este crivão da arrematação Couto, cuja arrematação se fez
o caso em que se acha a maior parte dos habitantes de pela quantia de 4.0353000 réis; está o producto no De
hum vasto Estado, e não he precizo que a multidão posito Publico para quem tiver direito a elle, e se achão
seja na verdade estupida para se deixar persuadir de que correndo edictos de 30 dias,
no exercicio de similhante liberdade he que possue o Ha qnartos para alugar mobilados com todo o as
soberano bem social! (D'Ayala.) seio: quem os quizer pode dirigir-se á loja de massas,
na rua do Ouro, N.° 176, que lá se dirá onde são.
D. Margarida Herculana Emilia Pedra de Almeida,
*—* $$ *—» como herdeira e testamenteira de seu falecido marido,
o Commendador Mattheus Pereira de Almeida, faz lei
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 18 de Fevereiro. }ão do vinho, aguardente, vinagre, vazilhame, caldei
ras, aduellas, e outros muitos diferentes objectos, que
Embarcações avistadas. existem em hum armazem no sitio do Poço do Bispo,
e pertencião ao negocio que girava debaixo da firma de
6 h. 30 m. 1 Bergantim Inglez ao Norte do Cabo do Joaquim Pereira de Almeida e Companhia: o dito lei
|- Espichel. . leilão he no dia de Segunda feira 21 do corrente mez pe
4 h.4 m. 1 Bergantim sem bandeira ao Norte do Cabo las dez horas da manhã, sendo as condições declaradas
da Roca. •
no acto delle.
Embarcação entrada em S. Julião. Segunda feira, 21 de Fevereiro, na praça pública dos
1 h. 17 m. 1 Bergantim Inglez. leilões, se ha de arrematar com o abatimento da quin
Embarcações sahidas de Belém. ta parte do seu valor o dominio util de hum prazo no
12 h. 50 m. 1 Bergantim Portuguez, Boa Fortuna, pa sitio das Pennas Alvas, termo da Villa de Oeiras, ava
ra Pernambuco; e 1 Escuna Ingleza para Londres. liado em 723000 réis, e o seu rendimento em 33600
réis, e paga de foro tres alqueires de cevada: he Escrivão
da arrematação Negreiros.
Estiva.
Publicações Litterarias. Preços dodePáo 27 de F#,
21 ea Azeite para a semana que: principia
de 1831 p

- sahio á luz o N.° 11 da Contra-Mina. Vende-se por Pão de arratel na fòrma da Lei - - a 45 réis.
30 réis em Lisboa , Belém , e Coimbra nas lojas do Em metal - - - - - - - - - - a 39 réis.
costume- - , , º , Canada de Azeite - - - - - - a 245 réis.

• → ••••
>

LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA.

+
-1 * --- • - - • - * #
 ANNO 1831.
NUM. 44.
<>-<=-

GAZETA DE LISBOA.
SEGUNDA FEIRA, 21 DE FEVEREIRO.

PARTE OFFICIAL. dientes ás suas ordens: esta foi em todos os tempos a

sua devisa, e este o voto unanime que tem sabido guar
dar e que guardarão inviolavelmente.
__… Se compararmos a historia do occorrido no Novo
Extracto da Ordem do Dia N.° 10. Mundo des de o amanhecer do presente seculo até hoje,
com o procedimento da Ilha de Cuba, devemos espe
Quartel General no Paço de Salvaterra de Magos, em rar que ella algum dia reservará exclusivamente as suas
16 de Fevereiro de 1831. paginas para desenhar o retrato de hum povo virtuoso,
grande, e magnanimo, que no meio dos perigos e con
Faz-se publico que no dia 19 do corrente começa o vulsões politicas tem sabido conservar hum fundo de
pagamento dos Soldos do mez de Agosto ultimo ás Clas lealdade, preciosa herança dos seus maiores, hum amor
ses efectivas, que recebem pela Pagadoria de Lisboa. innato á boa ordem, hum tacto delicado, e hum ple
no convencimento de que o Throno dos seus Reis he o
Por Decreto de 12 do corrente mez. manto benefico debaixo de cuja sombra desafíäo a to
dos os inimigos da sua immaculada fidelidade. Conve
Addido á Praça de Palmella, o Tenente Coronel do nhamos com tudo em que a pezar das momentaneas
#"OZa,
de Infanteria N.° 16, Joaquim Gualdino da
•
adversidades de que fizemos hum esboço, o anno 1830
trouxe consigo os auspicios mais bellos e lisonjeiros. O
(Seguem-se Licenças.)= Conde de Barbacena, Chefe feliz parto da Rainha N. S. acaba de assegurar a suc
do Estado Maior General. — Está conforme o Original. cessão directa da Coroa de Castella, dando-nos huma
=Ajudante General, Marquez de Tancos. Herdeira a quem se mandou tributar as mesmas honras
que ao Principe de Asturias, e este nascimento ditoso
não nos foi indiferente quando com tanta solemnidade
e, jubilo o celebrámos nestes ultimos dias.
» As nossas diferentes colheitas forão abundantes e
PARTE NÃO OFFICIAL.
excellentes, ainda que temos notado com pezar, que
os seus preços não tem correspondido ás fadigas e es
peranças do industrioso agricultor; o excesso das suas
producções e igualmente a decadencia do commercio
NOTICIAS ESTRANGEIRAS. ultramarino tem sido os principaes e maiores inimigos
do nosso café e assucar.
HESPANHA. » Trata-se com ardor do estabelecimento de hum ca
minho de ferro des de esta Capital até Los Guines, cu
Cadiz, 3 de Fevereiro. ja empreza posta em execução oferecerá o canal mais
breve e vantajoso ás riquezas locaes daquelle fertil des
O Diario Mercantil publica hum artigo do Diarie tricto. Monumento que vai eternizar a grata memoria
de Havana, e delle extrahimos o seguinte: do digno chefe que anima o projecto !
"As Americas que em melhores dias forão ditosas Na margem opposta da bahia nas aridas faldas do
ainda continuão sublevadas, sendo theatro da discor elevado cerro que abriga o nosso porto da furia dos
dia, da desolação, e da anarquia, e destes males filhos ventos, se está ensaiando hum poço arteziano, que se se
da cegueira humana e dos seus notorios extravios sabe conseguir executar, proverá d'agua para o futuro a sua
aproveitar-se o monopolio astuto dos ostrangeiros; mas população. Promove esta obra outro chefe igualmente
lancemos denso véo sobre tão lastimoso quadro para interessado na prosperidade da patria.
voltarmos os olhos para a nossa querida patria, confes * No anno que acabamos celebrou a Havana com
sando as suaves emoções que a sua vista nos inspira. A pompa e magnificencia de que não ha recordação em
circumspecção caracteristica e methódica dos fieis Cu seus annaes, o feliz enlace dos seus Reis. Abrio hum
banos, já mais se deixou allucinar fogosamente, elles asylo á indigencia desvalida; ampliou o Hospital; em
tem sabido adquirir dos tempos as suas experiencias e varios pontos da Cidade se formárão fontes de agua
}
•

da verdade os seus conhecimentos, e em vão tentará

seduzillos a sofisteria com a falsa apparencia da sua
que supprirão os moradores nos mezes da sua escas
sez; publicou a sua estatistica; desenterrou do esque
engenhosa mascara: Sempre fieis ao Rei, sempre obe cimento os apontamentos historicos do escriptor da Ha
 [ 174]
rama; convidou o patriotismo dos seus habitantes para rá á véla a Efigenia para Marselha com hum destaca- ,
gravar o plano topografico da Ilha: em fim todas as mento de artilheria. O Chefe do Batalhão Guy e o Ca- ,
Authoridades e Corporações tem cooperado para o en pitão Lugar embarcão esta tarde no barco de vapor pa- ,
grandecimento desta preciosa joia da Monarquia. A ra Tunes, acompanhando os Commissarios que o Dey
administração geral de Correios debaixo da direcção demandou, entre os quaes se acha seu irmão, pessoa de
hum Chefe activo, zeloso, e illustrado, deo impulso á grande conceito. Os Francezes levão duas peças de ar. .
Receita; e o publico, beneficiado com tantos melho tilheria de montanha para as empregar na expedição *
ramentos e progressos, applaude o recurso de commu que farão de Tunes a Constantina, onde tratão de es- .
nicação que se lhe tem aberto com as mais remotas po tabelecer no mando hum sobrinho do Dey actual. O
voações, confessando a boa ordem, cireumspeeção e General em Chefe para manifestar a este Principe a sua
péricia de huma Repartição tão bem servida. satisfação pelo seu procedimento, mandou-lhe a musica
… » A nossa educação publica vai caminhando agigan do Regimento N.° 15, que voltará logo a Argel. De
tadamente para o ponto mais elevado da sua perfeição, Constantina proseguirá a expedição contra Bona, de
e as nossas casas d'ensino tem patenteado nos ultimos pois contra Stora, e voltará logo aqui por terra atra
exames os signaes mais evidentes de que neste ramo pri vessando o ponto que chamão Portas de ferro. Seis
mario da essencial ventura dos povos, nada tem a Ha Companhias do Regimento 7 de linha enviadas a
vana que invéjar aos outros paizes; graças a essa Cor Oran não desembarcárão, voltárão a Argel e partírão
poração, debaixo
promove, se dirige de cujo incansavel
é anima ! desvelo tudo se - immediatamente para Marselha. O resto do Regimento
•

partirá para o mesmo destino logo que cheguem trans

» Tanta paz entre nós, tantos bens e prosperidades portes para o conduzir.» (D. Mercantil.)
provão, que neste solo afortunado se tem reunido Che
4es que nos illustrão com as suas luzes, que nos servem *—*§§ 4 +
de fieis modellos, que nos estimulão com puro e de
cidido amor aos nossos Reis, e que são e serão sempre Lisboa, 20 de Fevereiro,
o inexpugnavel baluarte onde se abriga a nossa acrizo
lada lealdade.» • •

Recebemos Jornaes Inglezes até 2 do corrente, que

- Idem, 5. se achão em grande parte occupados com os negocios
da Belgica e da Irlanda, cuja noticia já publicámos.
A Gazeta d'Augsburgo contém o seguinte extracto de
huma carta de Francfort do 1.° de Janeiro: «Huma car *—º §§ *—»
ta de Moscow de 12 do mez passado diz, que se esperava
naquella Cidade que não tardasse em cessar inteiramen Litteratura.
te a colera morbus. Fechárão-se varios hospitaes esta
belecidos ultimamente, e poucos são os enfermos nas Da desigualdade moral.
casas particulares. Não obstante ainda existem nos ca
minhos principaes os estabelecimentos para quarente Nada mais interessante para o homem que estuda os
nas, especialmente no de S. Petersburgo no qual ha homens, nada ao mesmo tempo mais instructivo do
tres, em cada hum dos quaes tem os viajantes que per que a meditação do grande quadro moral que lhe repre
manecer 14 dias; de maneira que para ir de Moscow a senta com verdadeiras cores, e ao natural, as suas vir
S. Petersburgo, he necessario empregar 47 dias. As pes tudes, seus vicios, e caracter. A desigualdade fisica,
soas que sahírão de Moscow vão voltando a esta Cida sendo considerada em todas as suas particularidades e
de, e o commercio torna a cobrar alento.» relações, he certamente objecto de adrniração; mas, se
Porém ao passo que a terrivel enfermidade da colera me não engano, a desigualdade moral ainda he mais
morbus abandona a Russia, parece que se vai aproxi admiravel. Qual póde ser a razão disto ? He, que na
mando á Galitzia. Em Lemberg {#### da Galitzia primeira tudo nos parece neccessario, tudo nos parece
Austriaca) se recebeo noticia oficial de que a enfermida ligado a huma força contra a qual nada podem os fra
de havia penetrado na Cidade de Farnow, tres leguas cos mortaes, ao passo que tudo nos parece livre na ou
áquem da fronteira Russiana, e que forão acomettidas tra. Com efeito, o que posso eu fazer, se a minha
humas vinte pessoas. complecção hemá, se os meus orgãos são grosseiros,
e mal construidos, se a minha memoria me he infiel,
Tendo o Bey de Titeria cumprido a sua quarentena se he obtuso o meu entendimento? O que posso eu fa
em Marselha se dispunha a partir para Paris, quan zer se a sorte em nada me tem favorecido, se sempre
do recebeo avizo de que podia estabelecer a sua resi me tem sido contraria ! Mas se o homem não tiver vir
dencia em qualquer ponto da França não sendo a ca tude, merecimento, e caracter etc., a sua consciencia
pital. A sua comitiva se reduz a hum interprete por no lhe diz que he sua a culpa. No entanto a pezar de que a
ine Suzzo, e seis creados. Parece que conserva a mes desigualdade moral seja em muitos respeitos dependen
ma altivez que quando mandava no monte Atlas ; te da nossa vontade, não he menos singular do que a
porém não está mui satisfeito com a sua situação actual. desigualdade fisica. He a esta especie de desigualdade,
Enfureceo-se quando lhe disse o conductor da Diligen que as nações são devedoras dos seus heroes , e dos seus
cia, que o não podia levar sem que se lhe pagasse certa homens grandes; e tambem he a essa dessigualdade,
quantia determinada, e teve o seu interprete bastante que devem os facinorosos que tem manchado a sua pa
difficuldade em lhe dar a entender, que os assentos ti tria de crimes e de sangue.
nhão certo preço fixo, que para ninguem se podião al As claras e convincentes provas da grande desigual
terar. Não podia o Bey conceber como o conductor da dade que põe entre os homens a inconstestavel diferença
Diligencia se atrevia a regatear com elle, pois em Ti das suas virtudes e dos seus vicios, das suns paixões e do
teria similhante atrevimento lhe teria custado a ca seu caracter; estão espalhadas na historia, que nelas
beça. abunda des de o principio até o fim. Se se tratasse nes
te lugar dostentar vã erudição mostraria o que tem po
Em huma Carta d'Argel de 27 de Dezembro, se lê o dido influir no coração do homem o amor da patria,
seguinte: • a terna amizade, o amor conjugal; a influencia que
º Dous destacamentos de Caçadores com varios Ofi tem tido em outros a ambição; eu mostraria que he ao
ciacs sahem daqui na Fragata Armida, e no dia 20da amor da opulencia e ao desejo de conseguir renome, que
 [ 175 ]
devemos os maiores descobrimentos; e que no entanto
esse amor e esse desejo se tem achado constantemente
diversificados nas pessoas que delles se acharão anima
das. Os esforços do espirito no homem apaixonado pe
la gloria, pela fama e pela estima publica são incom
rehensiveis, e nos annaes do mundo apenas vemos al
guns individuos que tanto se achassem penetrados desse
sentimento como Alexandre e Cesar. O sentimento da
honra tem sido igualmente fecundo em acções virtuosas
cuja variedade he hum manancial de prazer para quem
atentamente as contempla. Que extraordinaria cegueira
não deve occupar o animo de quem recuza reconhecer
a pasmosa desigualdade que a historia comprova a ca
da pagina e que nós mesmos diariamente notamos nas
virtudes, nos vicios, nas paixões e no caracter dos
homens! Porém seria maior ainda essa mesma ceguei
rº para sustentar , que similhante desigualdade não
produz nenhuma na vida social. Se he certo, que nãº
produz nenhuma, pergunto aos homens ferozes que
dilacerão o coração e o seio da França, porque razão
com preferencia empregão tanto dentro como fora do
paiz, os homens mais exaltados pela insubordinação e
pela anarquia ? He sem duvida por que tudo esperão
das paixões delles, ou para nos servirmos das suas fra
zes, do seu civismo, e do seu zelo pela liberdade e pela
igualdade. Não ha pois igualdade logo que ha desi
tualdade de civismo e de zelo; e tambem não a ha lo
go que ha desigualdade de virtudes, de vicio, e de pai
Y065, (C. D'Ayala.)
*Sobre a astronomia.
Quando as sombras da noute espalhão seu manto so
bre as planicies, he então que o firmamento oferece
aos nossos olhos a sua grandeza, e a sua magnificencia.
Os pontos resplandecentes que nelle brilhão são outros
tantos soes suspensos pelo Omnipotente na immensidade
do espaço, aos mundos que gyrão á roda delles.
A reunião desses vastos corpos he dividida em dife
lentes
dareiasystemas, cujolanção
que as ondas numerosobre
talvez exceda o dos grãos
a costa. •
Cada systéma tem o seu centro, ou foco, huma es
trella, ou sol, que resplandece pela sua luz nativa e in
herente; á roda do qual se movem varias ordens de
globos, reflectindo com maior ou menor esplendor a
luz que delle recebem, e que os torna visiveis.
Segundo o éonhecimento que possuimos do Rosso pro
pro systema, podemos rasoavélmente concluir, que os
mais se achão organizados com igual sabedoria. Con
templemos porém mais particularmente o nosso syste
ma, o unico que nos he accessivel, e á vista delle po
deremos melhor ajuizar da natureza e fim dos outros
Systemas do universo. •
Os globos que vemos errantes entre a multidão de es
trellas, são os planetas. Os principaes tem o Sol por
centro commum da sua periodica revolução; ao passo
que outros chamados secundarios ou luas, gyrão á roda
daquelles, e os a companhão como satélites na sua re
volução annual. • •
ATérra tem hum satélite; Jupiter, quatro; Saturno,
sete; e o planeta Herschel novamente descoberto, seis;
Saturno tem tambem hum luminoso e bello annel.
Sabemos que o nosso systema solar consta de vinte e
ºuto corpos planetarios (1); he possível que haja mais.
seu numero tem tido grande augmento depois que se
inventárão os telescópios; e por meio de mais aperfei
•
(1) Os tres pequenos planetas situados entre Marte e
"upiter, descobertos por Piazzi, Olbers, e Harding,
"do incluidos neste numero. -
çoados instrumentos, e de mais exactos observadores,
talvez tenhão para o futuro maior accrescimo: o desco
brimento do Planeta Herschel pode ser considerado co
mo presagio de novos descobrimentos.
A moderna astronomia não só tem enriquecido o nos
so firmamento com planetas novos, mas tambem tem
ampliado os confins do systema solar. Tem-se descober
to que os Cometas, que pela sua duvidosa apparencia,
á sua cauda, diversidade da sua direcção, repentina
apparição e desapparição, erão considerados na quali
dade de meteoros, são certa especie de corpos planeta
rios: os astronomos tem calculado a sua longa carrei
ra, vatecinado o seu remoto regresso, a sua colocação,
e dado a razão da irregularidade dos seus movimentos.
Muitos destes corpos actualmente reconhecem o impe
rio do sol, npezar de que as orbitas que descrevem á
roda delle sejão tão extensas, que são necessarios mui
tos seculos para se cºmpletar huma revolução.
Em huma palavra he a moderna astronomia que nos en
sina, que as estrellas são innumeraveis, e que as constella
ções em que os antigos só contavão algumas, contém
milhares. Os ceos de Thales e Hipparco erão muito
pobres comparados com os de Tycho Brahe, Hams
tead, De la Caille e Herschel. O dia metro da grande
orbita que a nossa terra descreve he mais de 190 mi
lhões de milhas; no entanto esta vasta extensão se des
vanece, e vem a ser hum mero ponto quando o astro
nomo deseja servir-se della como medida para assegurar
a distancia das estrellas fixas, Quão vasta deve ser a
verdadeira magnitude daquelles corpos luminosos, que
são perceptiveis por nós em tão grande distancia ! O
sol he hum milhão de vezes maior do que a terra, e
maior quinhentas vezes do que todos os Planetas juntos.
Se as estrellas forem outros tantos soés, talvez, lhe
igualem ou excedão em grandeza.
*—*§§ * *
(Artigo communicado.)
ElRei Nosso Senhor, attendendo á supplica que Lhe
fez o Padre Mestre Braga, em Salvaterra de Magos,
no dia 13 do corrente mez de Fevereiro, concedeo a
Medalha de ouro com a Sua Real Efigie, a José Cer
queira de Barros, e para sua familia, da Villa dos Ar
- cos ; a João Baptista de Moraes Cameirão, Capitão das
Ordenanças do lugar de Peda, Bispado de Bragança ;
a Martinho Januario de Perné; e a D. Joanna de Jezus
Magalhães, filha de D. Clara Joaquina de Magalhães, de
Santa Maria de Arrifana.
+
- *- - §- }
Accionistas do Banco de Lisboa, que compõem a Mesa
da Assembléa Geral, e Direcção, no anno de 1831."
- , Assembléa Geral.
Presidente - - - Marino Miguel Franzini.
JZice-Presidente José Izidoro Gomes da Silva.
Secretarios - - - José Antonio Ferreira Vianna, Junior.
João Baptista da Silva.
{
• Direcção..
Presidente - - - O Visconde de Porto Covo de Bandeira.
Directores - - - José Cordeiro Feyo. •
Alexandre José Ferreira Braga.
Jacinto José Dias de Carvalho.
José Ferreira Pinto Basto,
Antonio Gomes Loureiro.
José Bento Pacheco.
Antonio Francisco de Oliveira Duarte.
Bernardo José Ferreira de Barros,

Substitutos - - - Henrique Nunes Cardozo.
Manoel Alves de Mello.
Secretaria da Assembléa Geral, 19 de Fevereiro de
1831. — J. A. F. Vianna, Junior.
:#-- *§§ 4–*
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 19 de Fevereiro.
Embarcações avistadas.
6 h. 30 m. 1 Escuna Ingleza, ao Norte do Cabo do
Espichel; e 1 Brigue-Escuna sem bandeira; e ás
8 h. e 25 m. 2 Bergantins ditos, e 1 Escuna dito,
a Oeste do Cabo da Roca: 1 Bergantim e o Bri
gue-Escuna navegão para o Sul.
9 h. 40 m. 1 Brigue-Escuna Inglez, ao Norte do Cabo
da Roca. .
11 h. 57 m. 1 Escuna sem bandeira, a Oeste do Cabo
da Roca.
1 h. 1 Paquete Inglez, ao Norte do Cabo da Roca.
4 h. 30 m. 2 Bergantins sem bandeira, e 1 Brigue-Es
… cuna dito, ao Norte do Cabo da Roca.
- Embarcações entradas em S. Julião.
9 h. 22 m. 1 Escuna Ingleza.
3 h. 35 m. 1 Brigue-Escuna e 1 Escuna Inglezes.
4 h, 1 Bergantim Inglez.
4 h. 25 m. Embarcações
1 Paquete Inglez.
• sahidas de Belém.
11 h. 15 m. 1 Sumaca Brazileira, Santo Antonio Ven
e cedor, para Pernambuco, e 1 Galiota Hollande
". . za, para Amsterdam. -
12 h. 11 m. 1 Brigue-Escuna Portuguez, Victoria, pa
ra a Ilha de S. Miguel.
o h. 37 m. 1 Patacho Portuguez, Audaz, para a Ilha
de S. Miguel; e 1 Escuna dito, Izabel Maria,
para Mogador.
Idem, 20.
Hontem
" " cunaá Inglezes.
noute entrárão 1 Bergantim, e 1 Brigue Es
•
Embarcações avistadas.
6 h. 45 m. 1 Paquete Inglez ao Norte do Cabo do Es
- pichel. 1 Bergantim sem bandeira, 1 Brigue Escu
na dito, e 2 Cahiques dito a Oeste do Cabo da
Roca: o Brigue Escuna e os Cahiques são Hespa
nhoes, e derão fundo em Cascaes.
9 h. 10 m. 1 Cahique sem bandeira ao Noroeste do Ca
bo do Espichel. |-
Embarcação entrada em Belém.
2 h. 44 m. 1 Paquete Inglez, de Falmouth ,
mala.
Embarcação entrada em S. Julião,
2 h. 55 m. 1 Escuna Ingleza.
- Embarcações sahidas de Belém.
10 h. 44 m. 1 Escuna Ingleza para Londres, e 1 Ga
leota Hollandeza para Amsterdam.
11 h. 58 m. 1 Bergantim Americano para Nova Orleans.
.* . . " Publicações Litterarias.
A Interessante Agnés e seu Pai Fitzhenry, Conto
Moral, em que se mostrão os excessos de huma extremo
sa mãi, e os seus carinhos pela humilde união, respei
to, e amor para com seu pai; 1 vol. de 8.° br. 300 rs.,
e encadernado 360 rs.: vende-se nas lojas de Carvalho,
*** - -- - LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA.
[ 176 ]
ao Chiado, defronte da rua de S. Francisco, N.° 2, e
de João Henriques, rua Augusta, N.° 1.
Annuncios.
D. Francisca Roza Rodrigues declara, que tendo
acceitado huma letra (que assignou seu marido Baltha
zar Correia de Sousa) da quantia de 1473000 rs. em
metal, a D. Maria Luiza Rita Monsarate Attaide e
Almeida, em 14 de Junho e vencida em 14 de Julho,
estando a dita letra paga em generos que a annuncian
te tem dado de sua casa, do que tem recibos em seu
poder, previne para que pessoa alguma a negoceie so
bre pena de nullidade; pois até ao presente se acha em
mão da dita D. Maria com testemunhas de vista, sem
ter feito entrega della.
D. Margarida Herculana Emilia Pedra de Almeida,
como herdeira e testamenteira de seu falecido marido,
…º
o Commendador Mattheus Pereira de Almeida, faz lei
lão do vinho, aguardente, vinagre, vazilhame, caldei
ras, aduellas, e outros muitos diferentes objectos, que
existem em hum armazem no sitio do Poço do Bispo,
e pertencião ao negocio que girava debaixo da firma de
Joaquim Pereira de Almeida e Companhia: o dito lei
leilão he no dia de Segunda feira 21 do corrente mez pe
las dez horas da manhã, sendo as condições declaradas
no acto delle.
Quem tiver direito ás propriedades abaixo nomeadas,
dirija-se á travessa de S. Francisco de Paula, N.° 32,
1.° propriedade, rua nova de Santo Antonio ao Cardal
da Graça, N.° 4 a 6; 2.° propriedade rua da Bempos
tinha, N.° 2 a 5 ; 3.º propriedade, N.° 18 e 19; 4.°
propriedade rua Bella da Rainha, N.° 55 e 56; 5.º pro
priedade, rua do Machadinho, N.° 34 a 37; 6° pro
priedade, rua nova da Saudade, N.° 3; 7.° proprieda
de , rua da cadêa de Belém, N.° 20 e 21.
Na rua dos Algibebes, N.° 5, se vende vinho muito
superior a 60 rs. a garra'a, e tambem a 960 rs. o al
"nude; bastardo a 1,5300 rs. o almude, vinho do Por
to a 120 rs. a garrafa e a 160 rs.; e de muitas outras qua
lidades por preços com modos.
Quarta feira 23, de Fevereiro, na praça publica dos
leiloes, se ha de arrematar com o abatimento da quin
ta ] arte do seu valor, o dominio util de hum prazo, que
consta de predio rustico e urbano na Freguezia de S.
Miguel Couto de Londim, avaliado em 3433667; he
Escrivão da arrematação Negreiros.
Pelo Juizo dos Orfãos #ção do Bairro Al
-
to , Escrivão Firmo José Botclho de Gouvêa , e a
requerimento da viuva e filhos de Caetano Martins da
9 dias, Silva, no dia vinte e cinco do corrente, pelo meio dia,
se ha de arrematar, na Praça do Com mercio, huma
amarração de ferro que se acha dentro do Navio Ca
moa, constando de duas correntes de oitenta e cinco bra
ças, hum fiador com dezeseis braças, hum anilho, cin
co manilhas, huma patolla, onze ganchos para engas
tar e arrematar as correntes, avaliado tudo em seis
centos mil réis.
----
Na tarde do dia 26 do corrente, se ha de arrematar
na praça do deposito geral, com o abatimento da quin
ta parte do valor de 3:7003000 rs., hum prazo com
posto de quatro propriedades de casas, varias perten
ças, e huma grande terra de semeadura. N.° 11 até 22,
tudo no situo da travessa do Conde da Ribeira, Fre
guezia de S. Pedro em Alcantara, e he Escrivão da
arrematação Couto.
=>……-->
 NUM. 45.

Gazeta DE LIsboa. —–==>>>6=>#$#@<-3c…==-

TERÇA FEIRA, 22 DE FEVEREIRO.

_- >6<>$3<>@#@$$3<eox

PARTE OFFICIAL. R E AL E R A R1 o.
L - |-

Na Thesouraria Geral dos Ordenados, principia no

JUNTA Dos JURos. Dos REAEs EMPREsTIMos.
A Junta dos Juros dos Reaes Emprestimos faz saber,
que no dia de hoje, 21 de Fevereiro de mil outocentos
trinta e hum, estando presente o Illustrissimo e Excel
lentissimo Senhor Conde da Louzã D. Diogo, do Con
selho de Estado, Ministro e Secretario de Estado dos
Negocios da Fazenda, Presidente do Real Erario, e
nelle Lugar Tenente immediato á Real Pessoa, e Pre
sidente da dita Junta, os Deputados della, e os Dele
gados da Direcção do Banco, José Cordeiro Feio, e
Antonio Gomes Loureiro, se procedeo ao distracte e
amortisação de 21:2003000 réis em 53 Apolices do Em
prestimo de dous mil e quatrocentos contos de réis, fei
to pelo Banco de Lisboa no anno de mil oitocentos vin
te e sete, parte dos quatro mil contos de réis; decreta
dos pela Carta de Lei de trinta e hum de Março do
dia 23, e continua no dia 28, o pagamento dos mezes
de Outubro, Novembro, e Dezembro de 1829, da fo
lha da Casa da Supplicação.
MINIsTER1o Dos NE Gocros DA GUERRA.
Preciza-se fornecer de Medicamentos o Deposito Ge
ral do Exercito, estabelecido no Collegio de Nossa
:Senhora da Estrella, da Congregação Benedictina, e
as pessoas que os tiverem para vender podem alli con
correr pelas 10 horas da manhã do dia 25 do corren
te Fevereiro, e exactamente devem ser observadas as
condições que se estipularem sobre quantidades e quali
dades, e pagamento das importancias delles,
—L - —E

mesmo anno, as quaes ficão guardadas nos Cofres da Jun

ta, em observancia do artigº terceiro da citada Carta
PARTE NÃO OFFICIAL.
de Lei, e são dos Numeros e Capitaes abaixo declarados: –1 1
Numero. Capital. Numero. Capital. - + |- I —

93 - - - 2003000 1:171 - - - 4003609

100 - - - 2003000 1:172 - - - 4003000
203 - - - 2003000 1:173 - - - 4003000 NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
252 - - - 2003000 1:186 - - - 4003000
255 - - - 2003000 1:193 - - - 4003006 RUSSIA.
256 - - - 2003000 1:194 - - - 400,3000
257 - - - 2003000 1:195 - - - 400$000 S. Petersburgo, 19 de Janeiro.
258 - - - 2003000 l:196 - - - 4003000
259 - - - 2003000 1:197 - - - 400$000 Logo depois da chegada das primeiras noticias da in
272 - - - 2003000 1275 - - - 4003000 surreição de Varsovia, o Imperador dirigio Rescriptos
413 - - - 2003000 1:32á - - - 400$000 especiaes a todas as Authoridades confinantes com o
548 - - - 2003000 1:326 - - - 4003000 Reino da Polonia com ordem de fazerem saber a todos
647 - - - 2003000 1:327 - - - 400$000 os Governos debaixo da sua jurisdicção os successos,
671 - - - 2003000 1.328 - - - 4003000 que havião occorrido, e de expressarem a firme con
672 - - - 2003000 1:329 - - - 4003000 fiança de S. M. de que a Nobreza e todos os habitan
673 - - - 2003000 1:830 - - - 4003000 tes daquelles Governos sintirião juntamente com todos
692 - - - 2003000 1:466 - - - 4003000 os verdadeiros Russianos justa indignação contra os per
693 - - - 2003000 1:598 - - - 4003000 versos perturbadores da tranquillidade geral, e que não
723 - - - 2003000 1:599 - - - 4003000 deixarião de mostrar pelo seu procedimento a sua leal
724 - - - 2003000 4:520 - - - 10003000 dade como subditos fieis, sugeitando-se completamente
752 - - - 2003000 4:521 - - - 1:000$000 a todas as medidas que o Governo julgasse necessario
1973 - - - 4003000 4:522 - - - 1:000$000 adoptar, conservando rigorosamente a boa ordem e a
l:124 - - - 4003000 4:523 - - - 1:0003000 tranquillidade, e pontualmente desempenhando todos
l:131 - - - 4003000 4:524 - - - 1:000$000 os deveres prescriptos pelas leis.
1:140 - - 4003000 4:525 - - - 1:0003000 A instancias do Ministro da Fazenda se expedio hum
1:168 - - - 4:526 - - - 1:000$000 Decreto Imperial pelo qual fica prohibida a importa
1:169 - - - ção de generos da Polonia até ordem ulterior, e se de
Apolices 53, Réis 21:2003000. — Junta dos Juros termina, que se não recebão inais certificados dos Com
dos Reaes Emprestimos, 21 de Fevereiro de 1831.= missarios das Vaivodías e de outras Authoridades.
João Carlos Mardel Ferreira. (J. de Allemanha.)
 [ 178 |
AUSTRIA.
//ienna, 17 de Janeiro.
As cartas de Czernowitz na Buckoina dizem, que a
colera morbus se vai espalhando na Galitzia. Appare
cêrão alguns symptomas deste mal em Hussyadin, e
em outras partes; 15 pessoas succumbirão á enfermida
de na aldêa de JKolycei, onde primeiramente appare
ceo nas nossas fronteiras. - tou. Dirá acaso tambem, que correspondendo com in
.
As ultimas cartas de Odessa e Constantinopla não fa- º gratidão e perfídia ao Soberano que generosamente vos
zem menção de desordens
• - … "na- Persia:
"(J. de. Allemanha.) +
- a carretade nevas calamidades sobre a patria, e indele
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 3 de Fevereiro.
O seguinte he o manifesto, que acompanhava a pro
clamação, que o Conde Diebitsch dirigio ás tropas Po
lacas:
º Guerreiros Polacos! Ha agora vinte e cinco annos
des de que a vossa patria no meio das guerras excitadas
pelos planos gigantescos de hum celebre conquistador,
se achou envolta na geral conflagração. A esperança
tantas vezes renovada, mas sempre frustrada, de huma
illusoria regeneração, vos fez companheiros da sua for
tuna. Desgraçados em vossa adhesão, correspondestes
a enganosas promessas pelo sacrificio do vosso san
gue. Não ha paiz, por muito remoto, que não tin
gisseis com o sangue que derramastes por interesses desli
gados da sorte da vossa patria. Esta sorte foi finalmente
decidida em huma época notavel por grandes aconteci
mentos. Depois da terminação de huma sempre memo
ravel contenda em que a Russia vos vio entre os ini
migos que tinha que combater, o Imperador Alexan
dre, de immortal memoria, unicamente seguindo o im
pulso do seu generoso coração, desejou reunir a tantos
outros titulos de gloria, o de ser o vosso Restaurador.
A Polonia recuperou o seu nome, e o Exercito Polaco
recebeo nova existencia. Todos os elementos de prospe
ridade, de tranquillidade, e ventura, se reunírão como
por encantamento, e quinze annos de progressivo me
ihoramento provão agora a extensão dos beneficios que
a vossa patria deve ao paternal cuidado do Soberano
que a restaurou, e não menos ao constante desvélo do
Monarca que tão nobremente continuou a sua obra.
… Guerreiros Polacos ! S. M. o Imperador e Rei acre
ditou na vossa grata fidelidade. Ainda ha pouco tempo
fez justiça ao vosso zelo e adhesão. O brioso proce
dimento de todos os Oficiaes Polacos, sem exemplo,
que partecipárão com os nossos Exercitos nas fadigas,
e na gloria da guerra da Turquia, lhe derão a maior
satisfação. Nós todos nos regozijámos nesta associação
mas arinas, que veio a ser hum vinculo novo de união
entre as nossas tropas Russianas, e Polacas. As mais
brilhantes esperanças de recíprocas vantagens natural
mente se ligavão a esta lembrança fundada em tudo
quanto a honra militar tem como sagrado. Estas espe
ranças ficárão cruelmente frustradas. Hum punhado de
mancebos, que nunca experimentárão os perigos do
combate, de jovens Oficiaes que nunca apparecêrão
no campo, e até mesmo de recrutas, abalárão a fideli
dade dos valentes. Estes virão o maior dos crimes. Que
desgraçada cegueira! Que cobarde condescendencia pou
de seduzir veteranos a consintirem na perpetração do
maior crime, e a se ligarem a corpos sedentos pelo san
gue! He possivel que a intenção de servir a patria po
desse ser por hum momento o pretexto de taes crimes!
Mas a patria está prompta para vos dizer, que durante
largo espaço de tempo nunca foi tão venturosa: Tinha lu
crado muito, e tudo podia esperar da sua fidelidade e da
conservação da boa ordem. Tudo arrisca entrando em
desigual contenda, rebellando-se contra hum Soberano
cujo caracter firme e energico ella conhece, e desafian
do hum poder nunca provocado com impunidade,
» Guerreiros Polacos ! A insurreição vai marcar-vos
com o ferrete da vergonha. Livrai-vos de tanto avilta
mento; a historia dirá hum dia, que na esperança de
elevardes a vossa patria, conservastes apêgo e adhesão
ao homem que vos prometteo tudo, e que nada execu
concedeo tudo quanto tinheis direito de esperar, haveis
vel macula sobre vós mesmos ! Se existião aggravos de
vieis ter bastante confiança no caracter do nosso Au
gusto Soberano #"" pordes na sua presença vossas quei
xas de hum modo legal com a franqueza que caracteri
za os verdadeiros soldados. Tambem eu, Polacos, uso
a linguagem singela de hum soldado. Nunca usei d'ou
tra. Obediente ás ordens do meu Soberano, eu renovo
no mesmo espirito o que benignamente vos disse na Pro
clamação de 17 de Dezembro. O nosso Augusto Amo
tem visto com grande satisfação a fidelidade dos valen
tes Yagers da Guarda, da maior parte dos Granadei
ros da Guarda, e dos Alferes de Cavallaria. Não duvi
da de que a maior parte dos Polacos desejava permane
cer fiel aos seus juramentos, e que muitos outros só fo
rão arrastados por momentaneo impulso. Oxalá que
huns e outros se apressem a executar as ordens de S.
M. conteúdas na Proclamação. Mas se imprevistas cir
cumstancias vos não permittirem o seguirdes o caminho
indicado, ao menos na chegada do Exercito fiel do nos
so commum Soberano, lembrai-vos do vosso dever e do
vosso juramento. As tropas debaixo do meu commando
não entrão no Reino da Polonia como inimigas: pelo
contrario são mandadas restabelecer a boa ordem e as
leis; receberão como irmãos todos os empregados civis
e militares que voltarem ao seu dever; mas com o valor
e firmeza que tem mostrado em todas as occasiões, ven
cerão a resistencia que os mal intencionados tentem fa
zer, os quaes calcando aos pés sagrados juramentos, e
as leis da honra, sacrificão os mais caros interesses da
sua patria, a ambiciosos e iniquos planos.
* A vós em particular, a quem eu estava costumado
a considerar como dignos companheiros nas armas, Ge
neraes e Coroneis do Exercito Polaco, me dirijo con
fiadamente. Voltai do momentaneo erro em que podeis
ter cahido, de que reunindo-vos aos rebeldes os podieis
converter, e servir a patria sem violardes os vossos ju
ramentos. A experiencia vos deve ter desenganado. Vol
tai ao vosso dever; e assim restituireis a felicidade á
vossa patria. Conheceis a clemencia do nosso Augusto
Soberano; voltai por tanto a elle. Lembrai-vos da im
mensa responsabilidade que hides acarretar sobre vós
mesmos por meio de obstinação criminosa.
* Reuni-vos aos vossos companheiros em armas. Mos
trai que ainda sois os Commandantes das tropas que o
Soberano confiou á vossa honra. Eu vo-lo repito, seteis
recebidos como irmãos. Promette-se-vos esquecimento do
passado. As tropas debaixo do meu com mando honro
samente preencherão as vistas do nosso Soberano; a
gratidão da patria pela restauração da tranquillidade,
será suave recompensa pelo vosso regresso ao dever;
mas se houver entre vós homens endurecidos no crime,
que não podem confiar na magnanimidade porque são
estranhos aos elevados sentimentos que della dimanão,
nós quebramos todos os laços de militar communhão
com elles; e o omnipotente braço de Deos, protector
da justa causa, vibrará sobre suas cabeças o castigo que
Imerecem seus Crimes.
(Assignado) O Marechal Conde Diebitsch Sabalkansky,
19 de Janeiro de 1831.
 [ 179 1
A capital da China. Pontificº o Cardeal Capellari, que tomou o nome de
Gregorio XVI.
Pekin, Capital do Imperio da China, e usual resi
dencia dos Imperadores, está situada em huma plani Recebemos Jornaes Inglezes até 9 do corrente : no
cie muito fertil, na distancia de 20 leguas do grande -dia 3 se reunio o Parlamento Britannico; e parece que
muro. Fórma hum quadrado oblongo, e he dividida os negocios da Irlanda vão occupar a sua primeira at
em duas Cidades. A que contém o Palacio do Impera tenção. - •

dor he denominada a Cidade Tartara, por que as ca *—*§§ *—º

sas forão concedidas aos Tarturas quando a actual Dy
nastia subio ao Throno; e estes não deixando os Chi Littera tura.
nezes habitar nella, os obrigárão a viver fóra dos mu
Ios onde em breve construírão nova Cidade, que reuni Da liberdade social.
da á outra torna toda a Capital de huma fórma irregu
lar com a circumferencia de seis leguas! - Passemos a huma consideração que he da maior im
Os muros e portas de Pekin tem a singular elevação portancia todas às vezes que se trata do poder legisla
de setenta e cinco pés, de modo que occultão toda a tivo praticado entre hum povo numeroso, a saber: que
Cidade, e he tal a sua largura que sobre elles se col a liberdade da escolha de huma Constituição está constan
locão sentinellas a cavallo; por quanto ha no interior temente na razão inversa da grandeza da população; que
da Cidade certos declivios mui extensos pelos quaes os por consequencia em huma pequena Cidade democratica
soldados de cavallo podem subir aos muros, em algu mente governada, cada individuo gozará a este respeito de
mas partes dos quaes ha casas construidas para morada huma liberdade sem comparação superior á liberdade de
das guardas. que poderião gozar varios milhões de proprietarios es
As portas que são em numero de nove, não tem o palhados sobre a superficie de hum grande Estado. He
ornato de estatuas nem outro qualquer; toda a sua bel porque a medida da liberdade social em questão não re
leza consiste na sua prodigiosa elevação, que na distam -sulta dos direitos abstractos e metafisicamente discuti
cia lhes dá huma nobre apparencia. Os arcos das por dos, assim como não resulta da vontade ou da aptidão
tas são construidos de marmore, e o resto de grandes dos individuos que compõem a associação; mas essa
tijolos cimentados com excellente argamassa. medida resulta da extensão do territorio, do numero
As ruas são pela maior parte construidas em linha dos habitantes, da relação entre os seus bens, e as pre
recta; as maiores tem huns 120 pés de largura, e o cizões do Estado, da maneira como cada hum pode
comprimento de huma legua. As lojas onde se vendem contribuir para os encargos publicos, do numero ne
sèdas e porcelana geralmente occupão toda a rua, e of cessario das assembléas elementares, da quantidade dos
ferecem mui agradavel perspectiva. Cada lojista coloca votantes, da boa ordem, da tranquillidade, e do bom
diante da sua porta sobre hum pequeno pedestal huma ta exito das deliberações; tudo isto concorre para restrin
boa da altura de 20 pés, pintada, envernizada, e muitas gir o exercicio dessa liberdade, concentrando em mui
vezes dourada, sobre a qual estão indicados em grandes to poucas mãos os poderes supremos, e tornando im
caracteres os nomes das mercadorias que vende. Estan possivel a direcção de todos estes objectos á utilidade
do estas taboas colocadas de hum e outro lado da rua, geral.
em igual distancia huma da outra tem bella apparen Não discutirei neste lugar os obstaculos que se oppõem
cia; mas a construcção das casas he algum tanto mes ao exercigio dessa liberdade, a diferença das virtudes,
quinha na frente e são baixas; tem pela maior parte -talentos, luzes, riqueza, interesses, vistas, e paixões;
hum só pavimento, e nenhuma mais de hum andar. tambem não examinarei os obstaculos que lhe oppõem
De todos os edifícios desta grande Cidade o mais no os costumes, e as preocqupações que necessariamente se
tavel he o Palacio Imperial cuja grandeza não consiste multiplicão com o fim da Constituição, Mui crassamente
tanto na nobreza e elegancia da arquitectura como na se enganão os que suppõem que 25 milhões d'almas podem
multidão das casas, pateos, e jardins, tudo disposto regu ter asmesmas paixões, o mesmo caracter, os mesmos inte
larmente; por quanto dentro dos muros se acha não só resres, as mesmas vistas, as mesmas preoccupações, os
a casa do Imperador, mas até mesmo huma pequena mesmos desejos, em huma palavra tudo quanto consti
Cidade habitada pelos empregados da Corte, e por hu tue a unidade de huma nação. Esses milhões de almas
na grande multidão de artistas pagos pelo Imperador. podem certamente formar huma só nação assim como
Os jardins do Palacio são vastas porções de terreno, o podem formar cem milhões; mas então a unidade
onde se achão levantados em convenientes distancias nacional he e só póde ser relativa á unidade do Gover
montanhas artificiaes da altura de 20 a 60 pés; estas no, nunca o póde ser á unidade dos costumes, do ca
formão numerosos valles pequenos regados por varios racter, e dos interesses.
eanaes, que reunindo-se formão lagos sobre cujas aguas Todas estas considerações apoiadas sobre a experien
navega copioso numero de bateis: as margens estão guar cia, sobre a regra menos inexacta que os homens serão
necidas de casas, nenhuma das quaes tem similhança constantemente obrigados a seguir em similhantes casos,
com a outra, diversidade esta que produz o mais bello tem limitado, e hão de limitar para o futuro o exercicio
efeito. +
da liberdade social na mesma proporção que se augmen
A descrepancia dos escriptores sobre a população da tar a população, e que se estender a nação. Ai do po
capital tem sido igual a que tem havido a respeito da vo numeroso cujos individuos cahirem na extravagante
população de todo o Imperio, no entanto parece não loucura de examinar por si mesmos quaes são as leis que
haver duvida de que a Capital da China tem perto de mais lhes convem, e de votar individualmente sobre a
dous milhões de habitantes. escolha das fórmas de Governo. (D'Ayala.)
«—º §§ 4–» *—*§§*—»
Lisboa, 21 de Fevereiro. MEzA DA CoNsciENCIA E ORDENs.
* •

A Gazeta de Madrid, em data de 14 do corrente, Edital.

annuncia a chegada áquella Capital de hum correio ex Pelo Tribunal da Meza da Consciencia e Ordens se
traordinario com a noticia de haver sido eleito Summo faz público , que do 1.° de Abril proximo futuro, até
 [ 180 ]
*15 do dito mez, se hão de tomar lanços nas Provincias Na rua larga de S. Roque N.° 21, se cura molestia
do Reino, perante os Ministros Territoriaes, em todas de olhos. -

as Commendas Vagas, das que se achão para arrema Quem quizer comprar a herdade chamada Nossa Ses
"tar no dito Tribunal, que até esse tempo o não tiverem -nhora da Conceição do Roboredo, sita na ribeira da
sido: e para que assim conste, se mandou afixar o pre Landeira, Termo de Palmella, Comarca de Setubal;
sente. Lisboa, 17 de Fevereiro de 1831. = Visconde de cuja herdade se compõe de bom montado limpo capaz
Manique do Intendente. de semear, boas vargens de semeadura, e muito lim,
pas, boa vinha com muitas arvores de fructa e oliveiras
á roda, pomar de espinho, pomar de caroço, pinhal,
*—» $$ *-* # olival, canavial, boas casas para habitar,
ermida, celeiros, adêga com boas vazilhas, cavalha
Telégrafo. — Serviço da Barra.—21 de Fevereiro. rice, casas para creados, boa abegoaria que leva mais
de quarenta bois, com bom palheiro pegado, e muita
- Embarcações avistadas. agoa nativa: fale com Diogo José de Magalhães e
-6 h. 20 m. 1 Escuna, e 1 Chalupa Inglezas, a Oeste Montes, morador na calçada nova dos Caetanos N.° 7,
do Cabo da Roca, e 1 Bergantim sem bandeira ao no 1.° andar.
Sudoeste do Cabo do Espichel. Vende-se huma propriedade de casas de quatro am
8 h, 20 m. 1 Hiate Real, Santo Antonio, ao Norte dares, na rua de S. Boaventura, Freguezia das Mer
do Cabo do Espichel. cés, N.° 46 e 47, livres de qualquer penção: quem as
"Embarcações entradas de S. Julião. quizer comprar falle na calçada de Santa Anna, N.°86.
8 h, 10 m. 1 Chalupa Ingleza. Vende-se a propriedade sita na rua direita da Patriar
8 h. 56 m. 1 Hiate Real, Santo Antonio. cal Queimada, N° 85, que faz esquina na calçada no
9 h. 14 m. 1 Escuna Ingleza. va da mesma Patriarcal, e tem bonita vista pela parte
Embarcação sahida de Belém. da Cotovia, para onde tambem tem frente; consta de
2 h. ra8 om.Rio
1 Bergantim
de Janeiro.Brazileiro, Novo Jupiter, pa lojas, cavalharice, 1.° andar e aguas furtadas, tendo
• •

bastantes acommodações: o dito predio, além de ser

bem situado, he muito bem construido, o que se pode
Publicações Litterarias.
Sabio á luz a nova Comedia intitulada: Pedro Gram
de, ou a Escrava de Marienburgo, obra póstuma de
Antonio Xavier Ferreira de Azevedo; vende-se por 160
rs. nas lojas de Bernardino José da Cruz, rua do Ou
ro, N.° 4, e de João Henriques, rua Augusta, N.° 1,
e nas mais do costume.
•
examinar: quem o pretender comprar dirija-se ao Cor
retor do N.° da Praça, V. C. Massa, em mão de quem
se achão os Titulos.
Quem pretender arrendar a Commenda de Santa Ma
ria dos Casaes, em Thomar, procure o Excellentissimo
Marquez de Torres Novas, no seu Palacio ao Carmo,
todos os dias de manhã.
Arrendão-se humas casas com dous andares, aguas
furtadas, lojas, cavalharice, quintal e poço, na ron
dos Anjos, junto á Ermida do #- , N.° 182 e 183,

tem boa vista, e estão em excellente estado: quem as

Novo Diccionario da lingua Portugueza recopilado quizer alugar, pode tratar do seu ajuste na rua de S.
de todos os que até o presente se tem dado á luz, por Pento, N.° 131. •

José da Fonseca. Paris, 1830. Ha exemplares chega Na quinta dos Chãos, em Santo Izidoro, termo de
dos novamente e bem encadernados, hum vol. em 12, Mafra, ha para se vender excellente laranja, e propria
13600 rs. Vende-se na loja de Carvalho, ao Chiado, para embarque, de hum pomar de mais de 800 laran
defronte da rua de S. Francisco, N.° 2. geiras; e na mesma Villa de Mafra ha outro menor, na
quinta chamada da Rapoza: quem quizer comprar a
Annuncios, fructa de ambos os pomares juntos ou separados, po
de dirigir-se á casa, N.° 60, na rua direita da Boa
No dia 26 de Fevereiro corrente, ha de principiar a Morte, em Lisboa, aonde o dono dará as informações
Extracção da 3.° Loteria da Misericordia desta Corte, precisas, e dirá as condições da venda.
respectiva ao actual semestre. Na rua da Prata, N.° 33, 1.° andar, se vendem cha
Se houver algumas Senhoras que tenhão pessoas ido péos de pello de seda da Italia a 23400 réis na forma.
meas que informem o seu bom comportamento, e que Na loja de tanoeiro na rua larga de S. Roque N.° 83,
queirão estar de companhia com humas Senhoras muito ha hum cofre de ferro para vender muito em conta.
capazes que podem dar em seu abono familias respeita
veis; com huma depeza commoda acharão na casa des
tas meza, quarto, e creada que as acompanhe fora de
casa; a morada das ditas Senhoras he na rua do Ouro, Theatro Portuguez da Rua dos Condes. —Hoje 22,
em hum 4.° andar, e os ajustes tratão-se na rua da Fé, para solemnizar o Dia (de Grande Galla, da Chegada
N.° 35, 1.° andar, Freguezia de S. José. de Sua Magestade ElRei Nosso Senhor a este Reino,
Na rua dos Fanqueiros N.° 115, 2.° andar, precisa representar-se-ha hum novo Elogio Dramatico, intitu
se huma criada que saiba bem engom mar, e cozer. lado = O Retrato =; depois seguirá o Drama Sacro em
José Francisco Pereira, approvado em Cirurgia e 3 actos, intitulado = Santo Hermenegildo = ; e finda
Medicina Pratica, mudou a sua residencia para a en rá o espectaculo com huma nova Dança em tres
trada da rua da Procissão, indo do Collegio de No actos, intitulada = O Sacrificio de Isaac =. Nos dias
bres, N.° 38, 1. andar, onde se presta a todas as pes 23 e 24 repete-se o mesmo espectaculo.
soas que o queirão consultar."
aº + -* , ,
== —
==
=>

- LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA.

 NUM. 46. ANNo 1831.

# GAZETA DE LISBOA.
-
<ef>>>$3$4<<<9<<<==

| QUARTA FEIRA, 23 DE FEVEREIRO.

#
"- - >}}<>@@@$@-9e: :

[. •

/* PARTE OFFICIAL., Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — ElRei Nos".

" I • so Senhor, Manda remetter a V. Ex.*, para seu co
* - nhecimento, e do Exercito, a copia inclusa de hum
"> • Decreto datado de hontem, pelo qual o Mesmo Au
# N.° 11. gusto Senhor Ha por bem Ordenar o que nelle se con
;* tém, a respeito dos Oficiaes do Seu Estado Maior Ge
# Quartel General no Paço de Çamora Corrêa, em 19 neral. = Deos Guarde a V. Ex." Salvaterra de Magos,
de Fevereiro de 1831. em 15 de Fevereiro de 1831. = Conde de S. Lourenço
= Illustrissimo e Excelientissimo Senhor Conde de Bar
Ordem do Dia. bacena.

Publicão-se ao Exercito os Arizos, Carta Regia e
Decretos abaixo transcriptos:
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — ElRei Nos
so Senhor, Manda remetter a V. Ex." para seu conhe
! | cimento, e do Exercito, a copia inclusa da Carta Re
*: gia, pela qual teve a bem Encarregar do Governo das
Armas da #### , o Marechal de Campo Luiz An
tonio Salazar Moscozo, ficando exonerado do Gover
no da Praça d'Elvas, que está exercendo; e do Decre
to pelo qual Foi Servido Nomear para Governador da
referida Praça, o Brigadeiro Graduado Henrique Pin
… tº de Mesquita, ficando exonerado do commando do
Regimento de Infanteria N.° 16, que actualmente tem.
Deos guarde a V. Ex." Salvaterra de Magos, em 7 de
Fevereiro de 1831. = Conde de S. Lourenço. = Illus
trissimo e Excellentissimo Senhor Conde de Barba
CfIl0, -
Attendendo quanto he digno de consideração o Ser
viço do Meu Estado Maior General, por ser feito junto
á Minha Real Pessoa; Sou Servido Ordenar: 1.° Que
os Oficiaes que forem Nomeados, Chefe do Estado
Maior General, Ajudante General, e Quartel Mestre
General, não sendo Oficiaes Generaes, tenhão a gra
duação do Posto immediato. 2.° Que os Ajudantes de
Ordens, e de Campo, concorrendo em commissão comu
outros Oficiaes de iguaes patentes, sejão reputados mais
antigos do que elles. 3." Que quando algum Ajudante
de Ordens, que não for Oficial General, ou Ajudante
do Campo, sabir do Meu Estado Maior General para
ser empregado fora delle, seja sempre promovido ao
Posto immediato áquelle que tiver. O Conselho de Guer
ra o tenha assim entendido, e faça executar. Salvaterra
de Magos, em quatorze de Fevereiro de mil oitocentos
trinta e hum. = Com a Rubrica de SUA MAGES
TAI) E.

Luiz Antonio Salazar Moscozo, Marechal de Cam / Pbr Decreto de 14 do corrente mez.
fo dos Metts Reaes Exercitos. Eu ElRei vos envio mui
tº saudar. Pela confiança que faço da vossa pessoa, Marechaes de Campo efectivos, os Marechaes de
assim como pela attenção que Me merecem os Vossos Campo graduados, Gabriel Antonio Franco de Castro,
- Serviços: Hei por bem Encarregar-vos do Governo das Visconde de Santa Martha, Manoel Ribeiro de Arau
Armas da Província da Beira-Alta, ficando exonerado je, e Maximiano de Brito Mozinho.
* do Governo da Praça d'Elvas em que actualmente es Brigadeiros efectivos, os Brigadeiros graduados, Ay
# tais; e o dito Governo da Provincia exercereis em quan res Pinto de Sousa, José Maria Rebello, Joaquim Re
.." to Eu não tiver a bem Mandar o contrario. Escripta bello da Fonseca Rozado, Conde de S. Lourenço, Ma
em Salvaterra de Magos, aos sete de Fevereiro de mil noel Caetano Teixeira Pinto, Affonso Furtado de Men
... oitocentos e trinta e hum. = REI. = Para Luiz Anto donça, conservando por ora o commando do Regimen
… no Sallazar Moscozo. to de Cavallaria N.° 7, e Joaquim José Maria de Sou
sa Tavares, continuando a commandar o Corpo da
| Hei por bem Nomear Governador da Praça d'Elvas, Guarda Real da Policia de Lisboa.
ficando exonerado do commando, que actualmente tem, Brigadeiros graduados, os Coroneis, José Antonio
o Brigadeiro graduado dos Meus Reaes Exercitos, Com de Azevedo e Leinos, Antonio das Povoas e Brito,
mandante do Regimento numero dezeseis de Infanteria, * Francisco Eleziario de Carvalho, Nicoláo de Abreu Cas
* Henrique Pinto de Mesquita. O Conselho de Guerra o tello Branco, Tiago Pedro Martins, Nuno Augusto
", tenha assim entendido, e faça executar com os despa de Brito Taborda, Filippe Neri Gorjão, e João de
chos necessarios. Salvaterra de Magos, em sete de Fe Gouvêa Ozorio, = Conde de Barbacena, Chefe do Es
vereiro de mil oitocentos trinta e hum. = Com a Rubrica tado Maior General. = Está confórme o Original. =
de SUA MAGESTADE. Ajudante General, Marquez de Tancos. .

|
 [ 182 ]
PARTE NÃO OFFICIAL. sombra de justas e venerandas leis cuja sabedoria se
– ___
acha attestada pela pratica experiencia dos seculos, a
cada momento vacilla na contingencia de variaveis e
perigosas theorias, e ao arbitrio da astucia dos perver.
NOTICIAS ESTRANGIEIRAS. sos; na horrivel carreira da insubordinação e da iniqui
dade se achão as suas victimas a final no cruel desam.
GRÃ-BRETANHA. paro em que se encontra a embarcação açoutada pela
tormenta, sem ter piloto que lhe dirija ou segure o le
Londres, 4 de Fevereiro. me, ou que a livre do abysmo das embravecidas ondas
que ameação devoralla. Mil vezes ditosos os povos a
E……… das Fronteiras da Polonia, em data de 18 quem a propria e fatal experiencia não tem dado a conhe.
de Janeiro: . cer esta importante verdade; mil vezes feliz a Nação |
… Estamos geralmente convencidos nestas partes de Portugueza, que seguindo os illustres exemplos que lhe
que já não ha idéa de hum arranjo amigavel com o deixárão nossos maiores, continúa a dar ao mundo
Imperador Nicoláo. Até 12 do corrente ainda havia convincente prova de que a vareda da lealdade e da
hum raio de esperança, de que tivesse lugar a media virtude
deza. tambem be a da verdadeira prosperidade e gran
• •

ção. Mas o Imperador não quer e não pode estender a

amnistia aos mesmos corifêos. O sequestro dos bens do
Principe Adam Czartoryski, e o haver o Conde Novo
Zilso# mandado 300 estudantes de Milna para o inte
rior do Imperio, indicão que se vão adoptar as mais
rigorosas medidas. E que permanente resistencia póde
a Polonia, preza da licença e da insubordinação, fazer
ao Exercito Russiano de 150.000 homens, e ajuntando
as Guardas, º de 180.000! Toa muito bem nos periodi
cos de Varsovia quando fallão diariamente do enthu
siasmo de todas as classes para pegar em armas; mas
a maior parte só existe em papel. Os Allemães, que
diariamente chegão dos fronteiras, depois de fugirem
de Varsoria com o risco da propria vida, representão
todo o paiz cheio de bandos de componezes arma
dos, que tornão perigoso todos os caminhos e tratão todos
os que vem da Polonia como traidores etc. Os habitan
tes destes paizes tem ha longo tempo deixado de ser
Polacos, se he que em tempo algum o forão.»
(J. de Allemanha.)
*-* $$ * *#
Lisboa, 22 de Fevereiro.
O cumprimento dos ardentes votos de huma Nação
sempre acredora do illustre nome de Fidelissima: a con
solidação da politica estabilidade deste Reino, sempre.
cioso da sua propria dignidade e independencia; eis os
relevantes titulos que justificárão as publicas e univer e harmonia.
saes demonstrações do prazer e exultação desta Nação
briosa quando no Memoravel e venturoso Dia 22 de Fe
Pelo motivo de tão Feliz Anniversario, Sua Mage.
tade ElRei Nosso Senhor, tendo chegado do Real S
tio de Salvaterra de Magos sem novidade na Sua pre
ciosa e importante saude, Se Dignou receber no Real
Palacio da Ajuda as felicitações dos Senhores Diploma
ticos residentes nesta Capital, e dar Beijamão ao luzi
do e numeroso concurso de pessoas distinctas de todas
as Jerarquias, que tiverão a honra de chegar á Sua Au
gusta Presença; e a quem o Mesmo Real Senhor Se
Dignou acolher com especial affabilidade.
Por tão fausto motivo se embandeirárão todas as For.
talezas assim como as embarcações de guerra surtas no
Tejo, salvando ao romper da alva, ao meio dia e ao
pôr do Sol. I
Ao anoutecer resplandeceo a par de copioso fogo de
artificio brilhante illuminação em toda a Capital; mui
to especialmente nos edifícios publicos, tornando-se cons
picuos os Quarteis, na frente de cuja entrada se havião
erigido bellos arcos triunfaes guarnecidos com louro,
sobre os quaes se achava colocada a Real Efigie do
Nosso Augusto Rei, com legendas appropriadas a tãº
fausto Dia. Nos theatros foi este festejado com igual
esplendor; recitando-se com o mais cordeal enthusiasmo
e prazer poeticas composições expressivas dos sentimen
tos de acrisolada fidelidade, que animão a Nação Por
tugueza para com o melhor dos Reis.
A par de tão vivas e geraes demonstrações de lealda
de e regozijo reinou em toda a Capital o maior socegº
«—* $$ * --+

vereiro voltou a Portugal depois de tão dilatado apar

tamento o Monarca Excelso que felizmente nos rege; e Entrada das forças Russianas na Polonia.
eis tambem os justos titulos com que em todos os angu
los da Monarquia he hoje saudada a aurofa de hum Recebemos Jornaes Hinglezes até 16 do corrente, an
Anniversario tão caro para os verdadeiros Portuguezes. nunciando a importante noticia da entrada do Exercito
Se no anno de 1828 raiou este Dia com esplendor sobre Russiano na Polonia no dia 2 e 3 do corrente, em tres
os destinos da Patria por isso que terminou a sua lu diferentes pontos, a saber: Merecy, Alearotin, e Brenn.
ctuosa orfandade, e renascèrão as suas tão justas espe No dia 5 já havia huma Divisão Russiana chegado a
ranças; hoje brilha igualmente radioso, por isso que Sgakie, sem haver encontrado a menor opposição. As
os preciosos bens que á Nação toda annunciou tão pros folhas de Varsovia do dia 5 referem que os Cossacos ha
pero acontecimento tem tido a continuação que im vião atravessado a fronteira em hum ponto mais proxi
periosamente reclamavão os vitaes interesses da Mo na mo Lithuania.
a Varsovia, nas immediações de Beyese-Sitewski,•

narquia, e sem duvida os interesses de todos os Le

gitimos Thronos. Bastará lançar hum golpe de vis
ta sobre os desgraçados paizes onde em malfadada
hora se desconheceo o sagrado principio da Legiti
midade, para avaliarmos em toda a sua plenitude os
immensos beneficios que veio assegurar a este Reino a
Presença Augusta do Legitimo Esteio do Throno, o
Restaurador da Nação Portugueza. Huma das mais im
portantes verdades, que os annaes da historia apresen
tão para o moral e politico Governo dos homens, he
que o primeiro passo que dão fora da vareda do proprio
dever, he o primeiro passo para a sua perdição e des
ventura. A sua sorte em vez de permanecer estavel á
*— $$ *—*
Litteratura.
Da Liberdade Social.
(Continuação do artigo da Gazeta precedente.)
A popularidade que tanto afectavão os filosofos le
gisladores nos primeiros dias da revolução, não se acha
va assegurada a ponto de poder resistir a estas conside
rações; e apezar da cegueira com que preconisavão a
liberdade individual, os inconvenientes ligados ao exer
 [183 ]
cicio della os obrigárão a prescrever-lhe os mesmos li
mites que se lhe havião prescripto nos seculos passados.
Eis o que motivou primeiramente a distincção, desco
nhecida em todos os Governos até áquelle tempo , de
cidadão activo, e cidadão não activo ; por meio desta
distincção a liberdade ou o poder de cooperar para hu
ma nova constituição foi tirada ás quatro quintas par
tes da nação; por quanto segundo hum calculo bastan
te exacto que se a presentou á Assembléa Constituinte,
o numero de cidadãos activos he só de cinco milhões,
com pequena differença. Assim ficou a massa enorme de
vinte e hum milhões de habitantes totalmente, privada
dessa liberdade, por que a fraqueza do sexo e da idade
de huma parte, a domesticidade da outra, e a total fal
ta de meios para fornecer o seu contingente ás contri
buições publicas , não se poderão combinar com a ad
missão de hum tão grande numero de votantes nas as
sembléas primarias, sem expor o Estado ás mais hor
riveis desordens. Se este systema tem sido vivamente a
tacado, e igualmente combatido, he porque se conside
rou como injusto; he porque se achou em contradicção
manifesta com a declaração dos direitos do homem. A
declaração dos taes direitos não só suppõe a igualdade
desses mesmos direitos no momento do nascimento, mas
ella quer que todos os individuos os conservem taes
quaes os recebêrão das mãos da natureza, pela razão
diz a declaração de que esses direitos são inalienaveis
e imprescriptiveis!
He possível, disserão alguns, que esse direito que pro
clamais, que se perpetua e que já mais se destroe, seja
contrabalançado pela menoridade, pelo estado de do
mesticidade e pela falta de riqueza que muitas vezes acom
panhão os talentos e a sabedoria! He possivel que a
fraqueza do sexo torne nulla na especie humana tão bel
la prerogativa, ao passo que a experiencia mostra que
quando esse mesmo sexo, que não temos em nenhuma
conta na votação, nos governa, excede em grandeza
d'alma, em firmeza, em penetração e sabedoria! Não
he por ventura aviltante pera os taes direitos imprescri
ptíveis, que o seu exercicio seja orsado pelos justos apre
ciadores da humanidade em tres libras de mais ou de
menos! E não se julgue que huma quantia tão modica
ficasse abandonada á livre vontade de cada cidadão em
particular; não, foi declarada dependente da sua con
dição, e do seu estado, que ambos muitas vezes estão
ligados ao nascimento, e raras vezes á liberdade da es
colha. Por este motivo se perguntou aos chamados le
gisladores se o direito de proclamar huma constituição.
e a liberdade de se sugeitar ás suas fórmas, são ou não
puramente pessoaes e inherentes á qualidade do homem
livre? Ou se exclusivamente pertencem ao corpo colle
ctivo da sociedade! Dizer que pertencem ao corpo col
lectivo, he suppor a sociedade estabelecida e gozando
certos direitos antes do estabelecimento das leis sociaes,
o que he contradictorio. Sustentou-se que a associação,
longe de enfraquecer ou anniquillar os taes direitos do
homem no estado da natureza, se torna o seu baluar
te, e lhes dá mais força e maior extensão: mas a lei
que exclue das assembléas primarias, por muito peque
nas que sejão as suas funcções, a pobreza, e a condi
ção domestica, não está por ventura em opposição ma
nifesta com esses sublimes principios! Se a riqueza e a
independencia dos nossos similhantes realmente estabe
lecem distincções essenciaes entre os homens individual
mente considerados, não he certamente no estado da
natureza, nem no momento em que os homens vão li
vremente instituir leis para si mesmos; porque neste ca
so parece que todo o chefe de familia teria pelo menos
igual direito de cooperar com os mais na escolha das
authoridades constitucionaes, e das regras que as devem
encaminhar ao bem geral.
Não me demorarei mais sobre estas objecções; mas
espero que os nossos filosofos antes de lhes
*
responderem
me hajão de mostrar huma distincção bem essencial,
entre os homens que sahem primeiramente do estado da
natureza, e os que subvertem de todo as antigas leis
para traçarem nova constituição; e me dirão, se he
possivel que, huns e outros se achem, exactamente no
mesmo caso e obrigados a seguir o mesmo caminho.
Hum povo que se não extravia na idéa simples da
sua felicidade não pode e não deve intermetter-se, na es
colha de hum Governo nem no manejo dos negocios do
Estado: he, a mesma natureza quem lhe impôe a obri
gação de se referir sobre estes dous pontos com plena con
fiança á sabedoria, á illustração e á experiencia, que são a
partilha de alguns individuos, O povo que procede de ou
tra sorte pecca contra a lei eterna, subvertendo a sua
ordem, e violando os seus decretos. Prejudica só a si
mesmo, e os seus erros a este respeito o devem constituir
o mais desgraçado de todos os povos. Os direitos da sabe
doria e da experiencia no que toca á legislação, emanão
immediatamente da recta razão, que he ella mesma a
obra mais maravilhosa da natureza, H a natureza que
quer que a experiencia governe a ignorancia: e com
efeito no homem o que he a sabedoria ! O que he a
experiencia! He a razão modificada pelas observações
sobre as paixões do coração humano, e conveniente
mente applicadas ás acções da vida; he a razão ensi
nada, por assim dizer, por longas e profundas medita
ções sobre o procedimento dos nossos similhantes, e so
bre os acontecimentos que esse procedimento tem pro
duzido. Ora como se podem esperar estas grandes vir
tudes no exercicio mui difícil da liberdade que tem por
fim a escolha de huma constituição ! Esses theoristas
que nunca cessárão de repetir á plebe: º sois vós quem
nos deveis dar huma constituição; sois vós quem deveis
fazer as leis; sois vós quem deveis marcar os limites a
todos os poderes; vós podeis mudar tudo quando muito
bem vos parecer; o corpo constituinte nem mesmo se
atreve a restringir o vosso poder: º esses theoristas, digo,
bem merecião ser conduzidos pela mesma plebe ao hos
pital, ou talvez que esta procedesse melhor se os hou
vesse punido a bem da humanidade que esses impostores
claramente atraiçoavão, não tendo em conta alguma
a confusão dos direitos e dos poderes, a dissolução da
boa ordem, os resultados de huma guerra intestina, e
os males da anarquia. •
Os innovadores enthusiasmados com o falso esplendor
das suas theorias provavelmente imaginárão que os pro
gressos do entendimento humano erão tão communs que
para o futuro se podião considerar as virtudes publicas
e os talentos do homem d'Estado, como espalhados em
todos os campos, em todas as oficinas, em todas as
lojas, e mesmo em todos os bairros; entendêrão que os
nossos antepassados só havião dado tão grande impor
tancia á dignidade de legislador pofefeito da sua igno
rancia; que esse encargo he mais facil de desempenhar
do que se julgava, e que apenas dista hum passo da
occupação mais baixa ao mister dos Lycurgos e Solons.
Convenho em que a filosofia tem feito nos nossos dias
bem singulares progressos, se he que esses progressos se
não tem dirigido a quebrar vinculos sagrados na vida
social, a aniquillar toda a idéa da boa ordem e da tran
quillidade publica, a violar todas as obrigações, a que
brantar todas as leis, a tornar odiosos todos os poderes,
desprezíveis todas as authoridades, odiosa toda a subor
dinação, a sufocar todos os sentimentos de humanidade, º
e destruir os diques que a Religião, a moral e o Go
verno oppunhão á licença; mas eu não convirei já mais
com os innovadores nos chamados progressos do enten
dimento humano, que nos farião o mimoso presente de
varios milhões de legisladores. Se he verdade que os ho
mens são em geral mais instruidos hoje em dia do que
o erão antigamente, a sciencia da legislação virá a ser
por isso mesmo infinitamente mais difficil e o cargo de
legislador de hum povo que tiver luzes será mais deli

eado è mais penoso do que o do legislador de hum po
vo que não tiver essas luzes.
Se a boa fé podesse ter regulado a opinião dos nossos
filósofos, terião visto que ha muita distancia entre o
espirito particular e o espirito publico de que depende
inteiramente a ventura social: produzido por idéas, pai
> ôes, e virtudes extraordinarias, não póde o espirito
publico ser o resultado da applicação nas oficinas, nas
asas de com mercio, nas escólas, e nas Academías.
Convenho que alli se achará probidade, industria, boa
fé, habilidade, eloquencia, e até mesmo descobrimen
tos preciosos á humanidade; será alli admiravel a exten
são das especulações e a finura do bom gosto, porém
não se procure o espirito publico : segundo o co
nhecimento que se póde obter das vistas e inclinações
de algumas classes de homens, inclinações que se ligão
á fraqueza da nossa especie, inclinações que se não po
dem destruir , se já mais entre taes homens podesse
nascer o espirito publico, ficaria em breve sufocado
pelo espirito particular, com o qual nunca se poderá
amalga mar.
Ha nos homens sentimentos, preoecupações, e habi
tos de educação; tambem os ha de emprego, e de pro
fissão, que nos não permittem passar além da demar
cação, que a natureza traçou com a sua propria mão
entre a região das pequenas idéas e das idéas vastas,
ou entre a esfera d'acção do espirito particular e do
espirito publico. E não se illuda ninguem pela leitura
desses discursos cheios de fogo e de eloquencia, que os
homens de letras e togados tem pronunciado na As
sembléa nacional; se cuidadosamente se analyzarem es
ses discursos, nelles se acharão todas as paixões, que
violentamente agitão os animos medíocres, todas as
manobras, que disfarção aos olhos do vulgo os proje
ctos de vingança debaixo da mascara da regenaração,
e as vantagens pessoaes debaixo da mascara da felici
dade publica. Homens habituados a lutar com as pre
cizões da vida obscura e privada; homens custumados
á rutina da urgente economia, que se considera como
honrosa á profissão da mediocridade, e que o estudo
vindo a ser meio de subsistencia, inspira e alimenta;
homens em fim, cujos talentos e esforços jámais conhe
cêrão nem podem conhecar os lisonjeiros attractivos,
que acompanhão a estina e o universal reconhecimento
de hum povo inteiro, nunca poderão vencer os obsta
critos, que se oppoem á sua metamorfose em Homens
d'Estado, e em sabios Legisladores.
Os inimigos dos povos não são os que lhes negão o
exercício dessa liberdade de que trato, mas sim os que
lha concedem; os primeiros querem livrallos de todas
as consequencias inseparaveis das convulsões do Esta
do; os outros procurão expollos a essas convulsões; es
tes pertendem eleva? a multidão acima de si mesma,
arrancando-a aos trabalhos uteis que formão as delicias
da sua vida; aquelles procurão religiosamente conser
valta no lugar que a Providencia lhe designou. Se a arte
de conduzir os rebanhos á pastagem, de puchar pelo
arado, e de cultivar as plantas etc. não he a arte de
governar os homens, he evidente que os primeiros tem
razão, e que os segundos cahem no erro, ou na lon
("1 TH1. (D'Ayala.)
*—*§§ «-»
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 22 de Fevereiro.
Hontem á noute entrou 1 Escuna Franceza.
•rrr… …………
LISBOA: NA IMPRESSÃO RTGIA.
[184 |
Embarcações avistadas.
6 h. 20 m. 1 Brigue Escuna Portuguez e 1 Cahique
sem bandeira, a Oeste do Cabo da Roca.
1 h. Roca.
22 m. 1 Paquete Inglez, ao Norte do Cabo da
+ •
3. h. 39 m. 1 Brigue Escuna Hespanhol, ao Norte do
Cabo do Espichel: deo fundo em Cascaes.
N. B. As Embarcações Hespanholas que derão fundo
em Cascaes ante hontem , fizerão-se á véla e
navegão para o Norte. •
Embarcação entrada em Belém.
4 h. 32 m. 1 Paquete Inglez, de Falmouth, 4 dias,
mala.
• •
Embarcação entrada em S. Julião.
10 h. 39 m. 1 Brigue-Escuna Portuguez.
Embarcação sahida de S. Julião. |
9 h. 43 m. 1 Paquete Inglez.
–1
Publicação Litteraria.
Sahio á luz o N.° 12 da Contra-Mina : vende-se por
30 reis em Lisboa, Belém, Coimbra, e Porto, com os
mais numeros antecedentes.
Annuncios.
Quem quizer comprar humas casas na travessa de
Santa Gertrudes N.° 33 a 35, com seu quintalão, que
rendem por anno 793200 réis, e pagão de foro 33600
réis ao Mosteiro de S. Bento, falle com Francisco Nu
nes no seu armazeu de vinhos na rua dos Mastros N."
1, que está authorizado para a venda.
Thomás Okeefe, morador na rua dos Fanqueiros N'
174, segundo andar, annuncia que recebeo novo sorti
mento de pannos de Irlanda para camizas, toalhas de
adamascado, e diversas outras fazendas Inglezas, por
preços muito commodos. •
Nas manhãs dos dias 22, 23, e 24 do proximo mez
de Março, no Palacio da Relação Ecclesiastica, na
rua da Cruz, N.° 63, hão de andar em Praça as reu
das dos Dizimos da Eminentissima Mitra, separada
mente em ramos, para se arrematarem por hum ou
mais annos, a contar de S. João do presente em diante.
Na tarde do dia 26 do corrente se hão de arrematar
em praça do Deposito Geral huma calandra, fôrmas,
e mais utensilios proprios de huma fabrica de chitas, e
alguns moveis e huma barrica com todas as ferragens
pertencentes á dita calandra e imprensa, que tudo se
acha no Deposito publico, e he Escrivão da arremata
ção Negreiros. •
Na tarde do dia 26 do corrente, se ha de arrematar
na Praça do Deposito Geral, com o abatimento da 5."
parte do valor de 96,3000 rs., huma terra de semeadura,
vinha, horta, e oliveiras, no sitio de Xarboa, Fregue
zia de S. Pedro da Louzã; he Escrivão da arremata
ção Couto. -
Na tarde do dia 28 do corrente se ha de arrematar
na Praça do Deposito Geral, com o abatimento da
5." parte do valor de 640$000 réis, huma proprieda
de de casas na rua do Vigario, Freguezia de Santo Es
tevão d'Alfama, e fazem frente para o beco das Ata
fonas, N.° 9 e 10; e mais com o abatimento da 5."
parte do valor de 600$000 reis, outra propriedade de
casas no sitio do bêco das Barrellas, Freguezia de São
João da Praça, N.° 3 a 5, e he Escrivão Couto.
N. B. Na Gazeta de 18 do corrente no ultimo an
nuncio, em vez de — lucrar a terça parte — leia-se mais
a terça parte.
 • • •
- • -
+ -" * - - -, " .
. F...", - ** •
- -

** *

- • NUM. 47. |-
. "" … ,
• |-

*** | ***
… 122 * * ** * * * * * * ** . * . * .. . ..

…" … …" …ºba… …, |-

… * .*
•
. * … ..
•• •• ** ! **-******* ! 1-1 *., , , , , " " .
, ; "> boa ?- o , , , , , ,, ,

GazETA DE …º 3o e
1, * 1 *, *,
q … **
…oº - * * *
* ** * * * * * •

—
•• •

•
quista Ferra, … DE FEVEREIRO,
=>everºsoe ess>e<==
* **
º "","".
* ** …."/> -- * *

——
* •• •

• |- • - - … • • 'i T. ". * - |- - " " … .

PARTE NÃo oFFICIAL. … … - ITALIA, |-

• → = : Napoles, º de Janeirº.
- •" NoTICIAS ESTRANGEIRAs. * - Hontem pelas tres horas da tarde, hum violento tre
. , . * * mor de terra assustou os habitantes de Lago Negro na
|- |- RUSSIA. Provincia de Basilikata. Durou 20 segundos; quasi to
dos os edificios sintirão os efeitos do terremoto. Pare
. S. Petersburgo, 21 de Janeiro. ce que ninguem pereceo á excepção de huma mulher
+»
• -

anciã, que ficou esmagada nas ruinas de huma casa.

, . O Ukase. Imperial de 21 de Dezembro (2 de Janei • (Extracto do Mensageiro.)
a ro) determina, que, as propriedades situadas, na Russia
das pessoas que se sabe estão ilegalmente residindo no -- FRANÇA.
º Reino da Polonia, serão immediatamente sequestradas,
com todos os documentos, titulos etc., , que lhes per París, 5 Fevereiro.
tencem. O preambulo, do referido Ukase he do theor
seguinte: A Nobreza de Volhynia dirigio ao Governador Mili
* Tendo-se recebido informação authentica de que al tar interino da Provincia huma carta expressando os
gumas pessoas, que possuem propriedade real e pessoal seus sentimentos de lealdade" e adhesão a S. M. o Im
na Russia, tem sido culpadas de parteciparem na in perador da Russia, e do seu odio relativamente a tu
surreição do Reino da Polonia, e attendendo a que ser do quanto possa ser contrario á boa ordem. A Nobre
gundo o theor dos Ukases anteriores, a propriedade de za do Governo de Vilna seguio este mesmo exemplo
taes criminosos, que violando os juramentos da sua fi em huma carta dirigida ao Marechal daquella Provincia.
delidade se colocão a par dos inimigos declarados da • , , , , , , (Gazeta de Madrid.)
sua patria, fica sugeita a confisco: S. M. o Imperador
ordena que para segurança da mesma propriedade até |- GRÃ-BRETANHA.
se sentencearem os criminosos se adoptem as seguintes
medidas.» • |-
Londres, 29 de Janeiro.
•
(Seguem os regulamentos a respeito do sequestro, e -

sobre o modo de proceder,) •

Na representação dos Banqueiros e Negociantes de

}
No dia de Natal (isto he a 6 de Janeiro N.E.) to Dublin ao Lord Lugar Tenente, assim se expressão: º
dos os soldados dos Regimentos da Guarda que então » Excellentissimo Senhor: Nós, os Banqueiros, Nego
se achavão em S. Petersburgo, e que tem medalhas de ciantes e mercadores de Dublin, nos, consideramos im
prata em memoria da gloriosa campanha de 1812, e periosamente chamados na conjuctura actual, a manifes
da tomada de Paris em 1814, se reunírão de ordem dotar a V. Ex.° a nossa cordial satisfação por V. Ex.° ha
Grã-Duque Miguel, nas Salas do Palacio do Inverno; ver reassumido o Governo Vice-Real da Irlanda, e a
em frente do Retrato do Imperador Alexandre se col oferecer a segurança da nossa firme adhesão á pessoa e
locárão os retratos dos mais insignes Generaes daquella administração de V. Exº e -

época. Houve solemne acção de Graças na Capella do » He assumpto de congratulação nacional, que em hum
Palacio. A noute houve funcção na Corte, e se illu tempo de mais que ordinaria difficuldade, e entre agita
minou a Cidade. -

ções politicas subversivas da paz, e perigosas para a

De ordem do Ministro do Interior se restabelecêo a
cºmmunicação entre Moscow e os Governos de Uladi
mir, Kasan, Tula, Kaluga, e Smolensko. Designá
tão-se varias estações, onde se deverá fazer averiguação
relativamente ao estado de saude dos viajantes que che
garem, a respeito dos quaes se deverão observar as de
Vidas precauções.
. Desde o principio da enfermidade adoecêrão 6.887
"dividuos; falecêrão 3,586; recuperárão a saude 2,707;
"º dia 6 de Janeiro havia 94 enferinos.
(Extracto de M. Post.)
segurança deste paiz, agitações. que tem banido a con
fiança, paralizado a industria, e suspendido as especu
lações commerciaes, e que na sua violencia rapidamen
te progressiva, tem excitado os vivos receios de todo o
homem amante da ventura social, e do dominio da lei,
V. Ex." fosse novamente mandado pelo nosso benigno
- Soberano para exercer a sua Real Authoridade no Go
verno desta parte do Reino Unido." * * * * * )")
» A paternal solicitude de S. M. pelo bem dos seus
subditos Irlandezes se tem assignaladamante manifesta
do pela nova nomeação a hum cargo tão elevado, e de
*
 f deb |
tanta confiança de hum Nobre tão eminentemente qua » Considerarei meu imperioso dever pôr em vigor, fir
lificado, pelos firmes mas conciliatorios attributos de me e justamente os poderes com que fui revestido para
seu caracter, a fim d'acudir ás urgencias da época pre--- conservação da tranquillidade pubfica.
sente e evitaros-mates pelos quaes a nossa patria se " . » Euro, farei na plena convicção de toda a responsa
acha ameaçada; de hum Nobre cujos principios de fi bilidade do meu publico ministerio, e do meu caracter
gorosa imparcialidade, e cuja cinsera adhesão, aos inte pessoal; e relativamente a ambos esperarei com certeza
resses deste paiz, estão gravados na memoria dos Irlan {à rovação de todos os que como vós, conhecem e
dezes, e constituem honroso penhor de que as medidas aprecião os verdadeiros interesses do paiz.
desta administração só podem dimanar da benevola sol » Rogo-vos tenhais a certeza de que lastimo os incon
licitude de prom +) da de as aT —venientes commerci a que alludis; e aecresce o meu
… I. { #ioso térror panicº que produzio esses inconvenientes,
-

######
* #sta
tranquhtidade e de
ynténdido uêAhe só ºem tempos de
he…só
desapaixona
fas
pela reflexão de que ºs illudidos instrumentos do
serão as primeiras e principaes victimas. No entanto co
da deliberação que se podem realizar planos de pratica mo os inconvenientes causados por esse meio não tem
e permanente vantagem. O espirito de desenfreada per sido huma das naturaes calamidades das transacções
turbação, gerado por illusões po lares, e enflamado º mercantis, mas só hum damno artificial, confio em
no proseguimento d'impraticaveis planos, só pode ter o que o mal pela sua propria natureza se desvanecerá;
resultado de frustrar as "}"# malograr as esperanº - em que a inevitavel reacção ensinará a prudencia ás vi
ças dos melhores amigos da Irlanda, de destruir os ma-" ctimas de designios sinistros, e que assim eficazmente
nanciaes da sua prosperidade e de aggravar e prolongar contrariará para o futuro os perniciosos estratagemas
os males dos seus habitantes pelos quaes os estabelecimentos em que o credito publi
» Quer na qualidade de Cidadãos que respeitão a au co se deve apoiar para sua manutenção, tem sido de
thoridade das leis, debaixo de cuja protecção estão se liberadamente atacados. -

guras a sua vida, os seus bens e as suas liberdades; quer
na de homens commerciaes cujos especiaes interesses já
·tem gravemente sofrido pela maligna influencia da des
ordem social, e que devem perecer se se não remove
rem essas desordens, nós nos consideramos igualmente
obrigados a nos apresentar na presente crize; e estamos
persuadidos de que simplesmente expressamos hum sen
timento que anima o coração, e que dirigirá o proce
dimento de todo o subdito honrado e leal na socieda
de quando declaramos a nossa firme determinação de
apoiar com todas as nossas-forças as medidas que no
estado actual deste paiz, forem necessarias para resta
belecer a boa ordem e proteger a propriedade, para sus
tentar a authoridade das leis, e conservar intacta a in
tegridade do Reino-Unido.»
* Alludis em hum tom de moderada recommenda
ção (que plenamente aprecio), á conveniencia d'ajudar
os recursos da Irlanda por medidas legislativas. O mais
ardente desejo do benevolo e benigno Monarca que te
nho a honra de representar aqui, o principal desejo do
meu coração, he ver este nobre paiz prospero e ventu
roso, e a este fim ha de tender toda a energia do Go
verno auxiliado pela cordeal cooperação do Parlamento.
» Estão-se preparando muitas medidas, que promet
tem ser a ompanhadas de geral e pratica utilidade; na
da ha mais capaz de contribuir para a sua prompta
execução do que a diffusão do espirito de adhesão ás
leis, e de candura para com as Authoridades do Esta
do, de que haveis dado tão louvavel e precioso exem
plo. 33

O Lord
guinte: " "Lugar Tenente respondeo da maneira se
• • -

Referem as cartas recebidas do Canadá, que o nume

*Sinceramente vos agradeço os sentimentos tão dis
·tincta a cordealmente expressados na vossa Represen
tação. * * . *
» Na afectuosa cortezia que respira, encontro indivi
dualmente a segurança de que a pessoal confiança e
adhesão dos cordatos Irlandezes, que tanto aprecío, e
para conservar as quaes não # demnasiado qual
quer sacrifício, não tem sofrido abalo, ao passo que
na qualidade de Representante do Rei na Irlanda te
nho a grande satisfação de ver nesta varonil declaração
das vossas idéás e intenções, que huma tão importante
parte das pessoas respeitaveis e intelligentes do paiz de
ro total das pessoas que havião emigrado do Reino Uni
do para aquelle paiz em 1830 era 28,100; 17,596 forão
da Irlanda, 6,895 da Inglaterra, 2,600 da Escossia,
e 204 de Galles.
Segundo as noticias de Nova Brunswick se introduzio
no Parlamento, com a sancção do Governo, hum Bill
para admittir toda a qualidade de cereaes nas Colonias
da America septemtrional livres de direitos.
Annuncião o seguinte de Hanover, em data de 22
de Janeiro: • -

terminou de huma vez assumir o seu posto ao lado do
-Governo, anciosamente consagrado ao bem da Ir
Jandu.
º Vivamente participo na vossa anciedade pelo resta
belecimento de hum modo de discorer e de proceder
<mais decoroso entre certas classes da sociedade. Para a
acquisição deste importante e indispensavel fim, não
posso deixar de conhecer que a vossa desapprovação dos
turbulentos excessos que tem sido tão prejudiciaes aos
interesses mercantis, deve ser acompanhada das mais
-beneficas consequencias. - -
» Disseminando o respeito para com as leis tereis (o que
tendes direito de esperar) a mais ampla coadjuvação das
estabelecidas e legitimas Authoridades. Quanto a mim, re
Jigiosamente observarei todos os privilegios legnes do sub
dito, legalmente exercidos; mas desempenhando os so
Jeanes encargos do meu publico Ministerio, não posso
reconhecer o direito de perturbar e illudir os povos por
meio de systematica agitação de que haveis experimen
+ndo os mortiferos resultados; e que se nella se persis
tisse, produziria ou maiores desastres nacionaes.
" A tranquillidade já se acha completamente restabe
lecida em todo este paiz. Ao Duque de Cambridge, (cujo
admiravel procedimento no decurso de 18 annos que
tem governado este Reino tem grangeado o afecto e
estima da nação), se deve em grande parte attribuir a
feliz terminação dos recentes successos. S. A. R. acom
parhado pela Duqueza, passou revista aos corpos esta
cionados em Hanover e nas suas immediações. A revis
ta teve lugar na Alameda de Herrenbausen, no dia 17
do corrente. Assistio hum concurso immenso de gente,
pela qual assim como pelos seus antigos companheiros
nas armas (os valentes soldados Hanoverianos), SS. A.A.
RR. forão recebidos com as mais vivas expressões de
lealdade e affecto. Era hum interessante espectaculo o
vêr entre as fileiras desta briosa tropa, não só muitos
veteranos de Barossa, Salamanca, e Victoria, mas até
mesmo alguma cavallaria daquelles dias de victoria e
de triunfo.
» Ainda que os principaes corifèos das recentes e lou
cas desordens escapassem, outros forão prezos, e he
provavel (tão absurdo, inconsiderado, e não provoca
 Ilsº 1
do, foi o seu procedimento) que sejão conduzidos áea
sa dos loucos. Os estudantes (segundo já se publicou)
de todas nações, recebêrão ordem para sahir immedia "…_Ha huma hína inexhaurivel d'antigas curiosidades em
tamente de Gottinga. Por hum Decreto Oficial do Se
na do Academico ficará a Universidade fechada até de
pois da Páscoa. Notou-se que os principaes revoltosos
entre os estudantes erão membros da sociedade defromi
nada Burchenschaft, e naturaes da Polonia e da Cur
landia. O Ministerio de Brunswick publicou hum ávizo
*nandando voltar a suas casas todos os subditos de
fBrunswick. • •
» A Municipalidade de Gotlinga replicou do seguinte
modo á intimação do General Busche; Commandante
do Corpo de Observação concentrado á roda da Ci
dade:
º Com os sentimentos do mais vivo prazer pela posi
tiva terminação de todas as desordens, e pela feliz restau
ração da tranquilidade nesta Cidade, respeitosamente
Pedimos licença para declarar, em resposta á intinação
de V. Ex.*, que promptamente se abrirão as portas da
Cidade para dar ucolhimento ás tropas debaixo do corn
mando de V. Ex.° Estão completamente anuladas as
funcções do por si mesmo constituido e chámado Con
selho Commum. ** *
» Ao passo que nos animamos a recommendar á espe
cial protecção de V. Ex.° a nossa Cidade que se entre
ga á discrição, e igualmente os seus cidadãos, cuja
vasta maioria he verdadeira e leal, temos a honra de
Ser etC. •
(Assignado pelo Burgomestre e Conselho da Cidade.)
O General Busche no seu oficio dirigido ao Gover
nador Geral falla com o maior elogio do maravilhoso
procedimento das tropas debaixo do seu commando, que
se concentrárão com cxtraordinaria promptidão. A for
ça constava de 8 batalhões d'infanteria, 6 esquadrões,
e 12 peças. O Duque de Cambridge chegou no dia 20
a Gotinga: S. # foi recebido com o maior enthu
siasmo. S. A. R. publicou a seguinte Proclamação:
» Hanoverianos! A restauração da boa ordem entre
os cidadãos de Gotinga me tem enchido assim como a
vós mesmos de prazer. Este tem sido maior em mim do
que em outro qualquer isso que no peito de nin
guém palpita hum coração que mais sinceramente vos
{RDI]C •
» A revolta não só poz em perigo a Cidade onde te
ve origem, mas a ventura do vosso paiz ameaçaria rui
na se se realizassem os extensos planos dos conspiradores.
» Os temerarios esforços de criminosos individuos es
tão agora completamente frustrados. A gloria da vossa
fidelidade, esse nobre e honrado brazão de todos os
Hanoverianos, nunca se tornará a obscurecer.
» Sempre estou prompto a ouvir as queixas dos neces
sitados, as reclamações contra a injustiça, e os mo
derados e bem intencionados requerimentos de todos. A
ninguem he negado accesso á minha pessoa. A nenhum
subdito se tem negado a permissão de dirigir seus votos
por escripto, e as suas queixas directamente ao Throno :
e todas as vezes que estas tem chegado ao Ministerio
sem invariavelmente sido postas na presença do Rei. Eu
e o Ministerio a cuja frente S. M. me collocou, incan
savelmente trabalhamos pela vossa ventura. Eis o uni
co fim do Governo de que vís calumniadores procurárão
alienar o vosso amor e a vossa confiança. Demaziadas
vezes succede que os mais caros objectos dos nossos de
sejos e esforços estão além dos limites da força huma
na. Mas que se tolere arbitrario capricho, que violen
tamente se quebrem os vinculos do Estado, que se se
pulte no esquecimento o dever e a honra, e que a ine
vitavel destruição vos abystne a vós e aos vossos, isso
por certo ninguem terá que temer de mim.
(Assignado) Adolfo Frederico.
» Hanover, 19 de Janeiro de 1831." (M. Post.)
º fatiguidades de Heredaneum.
Herculaneum, Cidade situada entre Napoles é o Mon
te Wesuvio, é que nos primeiros annos do Reinadº dé
Tito ficou abysmada por huma torrente de lava do pro
xinho vulcão. Esta lava tein agora tal consistencia que
he dificil removella, sendo composta de particulas
betuminosas misturadas com cinza, mineraes, e subs
tancias vitrificadas, que reunidas formão huma massa
compacta e pezada. •
No decurso dos seculos de todo se perdeo a lembran
ça do sitio onde esta Gidade se achava edificada; po
rém no anns 1743 foi casualmente descoberta por al
guns lavradores, que profundando hum poço, achárão
huma estátua colocada nos báricos do theatro. Extra
hífãe-se varias euriosidades que se mandárão para Fran
ça, porem dese6ntinuou-se a excavação, e ficou a Ci
dade de Heróuláñeum na obsduridade até o anno 1736
em que o Rei de Napoles empregou alguma gente em
escavar na profundidade perpendicular de 80 pés; em
consequencia do que não só appareceo a Gidade mas
tambem o leito do fio que a atravessava.
No Templo de Jupiter se aeliou huma estatua de ou
ro, assim eomo a inseripção que guarnecia as grandes
portas da entrada. Ulteriormente se desedbrirão mui
preciosos restos de 6puleneia e grandeza em varias par
tes da Cidade, que forão depositados em huma das sa
las do Palacio do Rei de Napoles, entre os quaes se
achão estatuas, bustos, altares, utensilios do mesticos,
e instrumentos de cirurgia e musica, tripodes, espelhos
de polido metal, vasos de prata, toucadores de Senho
ras, pentes, didades, anneis etc.
Tambem se achou copiosa porção de manuscriptos
entre as ruinas; os sabios nutrírão grandes esperanças
de que tornassem a sahir á luz muitas obras dos antigos
e que estivesse a ponto de se lavrar nova mina da scien
cia; mas a difficuldade de desenrolar os antigos per
gaminhos , e de decifrar obscuros caractéres, tem
oferecido. tal obstaculo que se tem feito pequeno pro
gresso nestes trabalhos. Parece que as ruas de Hercu
laneum erão perfeitamenre direitas e regulares; as casas
bem construidas, e geralmente uniforties; as salas erão
calçadas com grandes tijolos Romanos, obra em mo
saico, ou fino marmore. Presume-se que a Cidade se
não enchêra tão repentimamente de lava derretida que
obstasse a que a maior parte dos seus habitadores esca
passem, com o que possuião mais precioso; por quan
to não se achou mais de huma duzia de cadaveres, e
apenas pequena porção de ouro e pedras preciosas.
A Cidade de Pompeia ficou envolvida na mesma rui
na; mas só se descobrio esta Cidade 40 annos depois da
de Herculaneum. Nas ruas de Pompeia se achárão pou
cos cadaveres; porém muitos nas habitações, em estado
que bem dava a conhecer que tentavão fugir quando a
tremenda torrente da lava lhes atalhou a retirada.
HESPANHA.
Madrid, 19 de Fevereiro.
ElRei N. S., a nossa amada Rainha, e a Augusta
Infanta continuão sem novidade em sua importante
saude ; e igualmente SS. A.A. R.R. os Serenissimos Se
nhores Infantes. (Parte Official da Gazeta de Madrid.)
*
Lisboa, 23 de Fevereiro.
(Artigo communicado. )
No dia 22 de Fevereiro de 1831, em o Palacio d'Aju
 [188]
da, foi Servido ElRei Nosso Senhor o Senhor Dom Mi
guel I., annuir á súpplica que Lhe fez Fr. Luiz Antonio
da Rócha, Ex-Geral da 3." Ordem da Penitencia, e
Capellão Honorario do mesmo Augusto Senhor, para usa
rem da Sua Real Effigie em Medalha d'ouro, Joaquim An
ionio da Silveira e Silva; Umbelina Roza da Silveira; e
Justina Emilia da Silveira, da Freguezia da Real Co
marca de Pena Fiel.
* *—*§§ *-*
Litteratura,
Dos direitos chamados inalienaueis.
He cousa lastimosa vêr com que especie de furoros
nossos filosofos legisladores tem qualificado de inaliena
vel, d'imprescriptivel, d'indivisivel tudo quanto lhes
veio á lembrança. Não porque interiormente se achas
sem persuadidos do que avançavão; melhor do que nin
guem sabião que estavão accumulando erro sobre erro;
mas carecião d'idéas, novas e gigantescas, de palavras
pomposas para seduzir a plebe, e isto apenas lhes cus
tava o sacrifício da verdade, o mais facil de se praticar
entre gente sem principios, e sem sentimentos.
Miseravel éco de J. J. Rousseau o corpo constituinte
adoptou sem exame todas as extravagancias de hum es
criptor perigoso ; gloriou-se de seguir cega e pueril
mente as suas maximas: que lastimosa calamidade para
hum Estado tão florecente como era a França!
Pouco ou nada lhe importando a verdade e exacti
dão das suas idéas e dos seus argumentos Rousseau defi
nio a Soberania « o exercicio da vontade geral; º ignoro
se outros já lhe havião dado a mesma definição, mas
fosse quem fosse o primeiro author della he certamente
bem errada. O exercicio da vontade geral marcando a
natureza da soberania, foi absolutamente desconhecido aos
nossos antepassados. A vontade geral no sentido de Rous»
seau, he só hum ente de razão, por que a vontade geral *
de hum povo inteiro he moralmente impossivel, e até nas
cousas mais evidentes e necessarias ao bem publico só se
póde esperar a pluralidade. Em segundo lugar sendo a
Soberania sempre activa essencialmente envolve o que
denominamos poderes supremos, e he tão certo que são os
poderes que constituem a Soberania, que em toda a par
te onde os descobrimos ou julgamos descobrillos, logo
dizemos que ha Soberania sem prestarmos nenhuma at
tenção ao supposto exercicio da vontade geral. O Cida
dão de Genebra dirigia as suas reflexões e os seus argu
mentos ao vasto designio que nutria em seu coração,
de subverter todas as Monarquias, todas as aristocra
cias, e para isso carecia de subverter as idéas de subor
dinação e de boa ordem que achava sabiamente estabe
lccidas entre as nações cultas; desejava illudir os seus
leitores e não o podia conseguir mais facilmente do que
cnsinando-lhes, que a Soberania consiste no exercicio da
vontade geral; que essa vontade só pode existir entre o
povo, e que por consequencia o povo he Soberano; e
por que he impossivel, dizia elle, que o povo aliene a
propria vontade, he igualmente impossivel que aliene a
sua Soberania. Todo o homem sensato que ler o Con
tracto Social conseguirá o mesmo resultado que nós, e
se persuadirá de que J. J. Rousseau unicamente queria
hum povo Soberano por que queria a perfeita anarquia;
queria ser governado por fantasmas, e a vontade geral
he hum delles.
Porém mesmo concedendo estes falsos principios, di
==
LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA.
go e provo, que a soberania he alienavel. O que he que
faz o povo quando dá a si mesmo hum Governo
-Monarquico hereditario ! Transmitte elle mesmo, segun
do Rousseau, os poderes supremos a hum individuo com
-direito de os transmittir elle mesmo aos seus descenden
tes em perpetuidade: se o povo não tivesse alienado
neste caso os seus poderes, poderia exercellos, o que
quer dizer, reassumillos. O que viria então a sêr o Go
verno Monarquico hereditario? Huma contradicção ma
.nifesta na chamada vontade geral que por esse meio,
se aniquilaria a si mesma; huma fecunda origem de ca
lamidades para a nação, que realmente só trabalharia
na sua propria ruina. O que faz hum Governo qualquer
quando as vicissitudes da guerra o obrigão a ceder hu
ma das suas Provincias a huma Potencia estrangeira ?
Renuncia para sempre a soberania que nella exercêra;
e não he isso alienar a soberania ! O que faz hum Es
tado quando para pagar as suas dividas vende parte da
sua propriedade! Aliena em toda a extensão desta ex
pressão tanto a cousa como a soberania sobre a mesma
cousa. E sobre isto notarei, que de facto a mesma von
tade dos habitantes do paiz cedido não he tida em ne
nhuma conta porque o bem geral assim o exige.
J. J. Rousseau diz que a Soberania heinviolavel pela
mesma razão que he inalienavel; por tanto tendo nós
provado, que ella he alienavel segue-se, que he divi
sivel. • (D'Ayala.)
Telégrafo.—Serviço da Barra.—23 de Fevereiro.
O Brigue Escuna Portuguez que entrou hontem, char
ma-se Novo Paquete, da Figueira, 1 dia; e 1
Brigue Escuna Hespanhol, que estava fundea
|-
em Cascaes, fez-se á véla e navega para o
. Embarcações avistadas.
#
6 h. 34 m. 1 Bergantim Francez, ao Sudoeste do Cabo
do Espichel.
4 h. 12 m." Escuna sem bandeira, a Oeste do Cabo
da Roca.
+ Embarcação entrada em S. Julião.
9 h. 12 m. 1 Hiate Real, Felicidade.
|- Embarcações sahidas de Belém.
9 h. 12 m. 1 Brigue-Escuna Inglez, para Liverpool.
2 h. 56 m. 1 Escuna Ingleza, para Liverpool.
Annuncios.
A venda da Escuna Mary-Ann, e da Chalupa Erin,
já annunciada na Gazeta de 12 do corrente, continúa
no dia 26 das onze horas ao meio dia no Arsenal Real
da Marinha.
Quem quizer arrendar a Commenda de Vera-Cruz e
Portel, da Ordem de S. João de Jerusalem, juntamen
te com a herdade denominada da Ordem, ou separada
mente, póde falar com os procuradores do Commen
dador em Evora, Portel, e na casa da Recebedoria
em Lisboa. •
|
Na rua do Arco do Bandeira N.° 114, 1.° andar, se
acha estabelecido hum armazem de linho canhamo da
Italia , proprio para çapateiros, e pescadores, por
preços commodos, e de muito boa qualidade.
Na travessa do Corpo Santo, loja de Carlos Ellis fi
lho, N.° 13, ha para vender peixeling, arenques, lin
guas de peixe, capling, e azeitonas de Elvas, tudo da
melhor qualidade. |-
Vende-se hum cavallo de 5 annos, á Quintinha N.° 39.
=
7 = = ==
 •
NUM. 48.
CAZETA DE LISBOA.
SEXTA FEIRA, 25 DE FEVEREIRO.
xot->$3$ê>$3<e==
PARTE OFFICIAL.
Extracto da Ordem do Dia Nº 12. . = Ajudante General, Marquez de Tancos.
Quartel General no Paço de Queluz, em 23 de
Fevereiro de 1831.
ElRei Nosso Senhor, como Commandante em Chefe
do Exercito, Determina que o Seu Ajudante de Ordens
º Major João Antonio Rebôcho, passe interinawen
} a tomar o Commando do Regimento de Infanteria
O * **
. 16. -
|- •
ElRei Nosso Senhor, como Commandante em Chefe
do Exercito, Manda exonerar do exercicio de Ajudan
te do Batalhão de Voluntarios Realistas de Santarém
ao Tenente do Regimento de Infanteria N.° 16, Anto
nio Valeriano de Souza e Castro.
Publicão-se ao Exercito as tres Sentenças seguintes ,
proferidas a respeito dos Officiaes abaixo declarados,
e mandadas cumprir em 14 do corrente mez.
Tendo sido accusado o Capitão de Milicias d'Angra,
José Luiz Borges Teixeira de haver commettido o cri
the de morte, respondeo por isso em Conselho de Guer
ra, sendo a final absolvido por falta de prova, por Sen
tença do Conselho de Justiça, datada em 29 de Janeiro
precedente.
Tendo respondido em Conselho de Guerra, o Tenen
te do Regimento de Infanteria N.° 5, Gomes Sardinha
da Ponte, por haver espancado hum Soldado, foi con
demnado em seis mezes de prizão, mas depois perdoa
do o resto do tempo que lhe faltar para cumprir esta
pena, por Decreto de 3 de Janeiro ultimo, que o Con
selho de Justiça julgou por conforme á dita culpa em
Sessão de 29 do referido inez proximo passado.
Foi julgado em Conselho de Guerra, e por fim con
demnado em seis mezes de prizão em huma Praça de
Guerra, o Cirurgião. Ajudante do Regimento de Caval
laria N.° 8, Rafael Antonio Penteado, por huma falta
de serviço que commettêo; mas por justos motivos aca
ba de ser mandado cumprir o resto daquella prizão jun
to ao mencionado Corpo a que pertence; sendo des de
então abonado do seu soldo por inteiro, com obriga
ção de satisfazer ao serviço do Hospital não obstante a
sua situação: isto por Decreto de 20 de Novembro pre
terito, que o Conselho de Justiça acaba de Julgar por
\
ANNO 1831.
"… — — •
conforme á predita culpa em Sessão de 29 de Janeiro
precedente.
(Seguem-se Licenças.) Conde de Barbacena, Chefe
do Estado Maior General. = Está conforme o Original.
- —E
•
-
PARTE NÃO OFFICIAL.
+**** —L- —
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
Russia.
S. Petersburgo, 26 de Janeiro.
•
O'Conde Diebitsch dirigio ao Exercito a seguinte
» Ordem do dia.
* Grodno, 1 (13) de Janeiro.
* O favor do nossº Augusto Monarca me chama se
gunda vez ao contmando do Exercito em campanha.
Com alegre convicção da protecção do Altíssmo na
mais justa contenda, acceito com veneração esta hon
rosa prova da confiança do nosso Benigno Ano. A mão
do Omnipotente, valentes guerreiros, ha de abençoar
vossos esforços. A experiencia de trinta annos nas vos
sas fileiras me tem ensinado a confiar em vós. Sei que
hem Commandante que vos ama, que nunca perdeo de
vista o seu dever, e que sempre vos deo exemplo do ri
goroso desempenho das suas obrigações como solda
do, poderá sempre ter seguro e vosso amor e bom con
CellO.
" Vamos a huma contenda a que todos somos estra
nhos; contenda que o fiel coração dos Russianos nun
ca podia ter previsto. Vamos submetter os agitadores
que fizerão com que o Reino da Polonia se rebelasse
contra o nosso adorado Soberano, que havia accumula
do inumeraveis beneficios sobre esses traidores ingratos,
e que ha pouco lhes concedêra benigno perdão. Os cri
minosos fins destes rebeldes até ameaçárão a vida do
Augusto Irmão do nosso Soberano, que fôra pelo espa
ço de quinze nnnos seu beneficente guia e protector.
º As baionetas dos Russianos lhes ensinarão, que a
traição he tão impotente como crinº nosa: a disciplina
e o valor Russiano reconduzirão á boa ordem a sua lou
cura e escandalosa licença.
» Mas ao passo que castigarmos com severidade os
rebeldes, que obstinadamente persistirem nos seus cri
 [ 190 ]
mes, não nos esqueçamos de que o arrependimento e o de restituir os direitos cobrados sobre os vinhos da co
regresso ao seu dever, os fará nossos irmãos, e até mes lheita de 1828; de renunciar á cobrança da parte cuja
mo que o castigo do obstinado. criminoso logo que tiver arrecadação ainda se não tinha effectuado, e finalmen
despertado, a nenhum de nós pertence, mas á lei. |- te de diminuir os direitos em geral de vinhos indígenas,
» O pacifico habitante que nos receber sem hostilida com o fim de melhorar a sorte dos que fazem a sua co
de não só deve achar em nós amigos e defensores, mas lheita.» (Diario de Luxemburgo.)
tambem deve ficar convencido pelo nosso procedimento *

de que somos filhos de hum pai magnanimo, que so

mos destinados pela sua benevolencia e compaixão a Aos enthusiastas das tão ponderadas glorias de Na
sêr protectores dos debeis contra os conspiradores , que , poleão convirá pôr-lhes diante dos olhos o seguinte qua
encobrem seus iniquos fins e vergonhosos vicios debaixo dro que apresenta a nossa Gazeta, no qual se vê que
do fºne da chamada liberdade: , , , , , se deve merecer o titulo de heroe o verdugo da huma
º "As Prações do oriente louvão o exemplar procedi midade ninguem foi tão acredor defle como Buonaparte:
mento dos Russianos. A gratidão dos nossos compatrio
tas será o éco da nossa gloria. • - - - - - Homens.
» O soldado que indigno do nome Russiano, se af - O Exercito procedente das levas anteriores
fastar das virtudes da nossa nação, ha de achar em ao Tratado d'Amiens subia, segundo se
mim hum juiz inexoravel; mas eu de bom grado expres havia calculado, a - - - - - - - 4803000
so a minha plena convicção de que nenhum desses acha Pelo Decreto de 17 Ventose, anno VIII,
rei nas vossas fileiras. chamou a classe do anno VIII - - - 303000
» Entremos pois com alegre coragem e firme confian Pelo de 28 Floreal, anno X, as classes dos
ça, na sagrada luta pelo Imperador e pela nossa pa» annos IX e X - - - - - - - - - 1203000
tria. Deos Omnipotente nos abençoará para que pos Pelo de 6 Floreal do anno XI, as classes
samos dar ao mundo nova prova de que os Soldados dos annos XI e XII - - - - - - 1203000
Pussianos sempre estão promptos a executar com valor Pelo de 23 Ventose do anno XII chamou
e fidelidade a sagrada vontade do nosso amado Monar para os Arsenaes da Marinha - - - - 23000
ca, e a nunca ceder a externos ou internos inimigos, Pelo de 3 Germinal do anno XII, a classe
a mais pequena parte do que foi victoriosamente adqui do anno XIII - - - - - - - - 303000
rido com o sangue dos Russianos. Pelo de 29 Nivose do anno XIII a classe
(Assignado)… do anno XIV - - - - - - - - - 603000
* # :O
; …" Feld-Marechal
. . .* * Conde Diebitsch.»
(M. Post.) Pelo de 3 d’Agosto de 1806 a classe deste º -

. --—AUSTRIA. -- mesmo ann O - - - - - - - - - 803000

Pelo de 4 de Dezembro de 1806 a do anno
Fienna, 31 de Janeiro. de 1807 - - - - - - - - - - - - - 803000
Pelo de 7 d'Abril de 1807 a de 1808 - - 803000
Celebrárão-se os desposorios do Principe de Metter Pelo de
Pelo de 21
10 dedeJaneiro de 1808
Setembro a de 1809-
de 1808 a dos 803000 •

nich com a Condessa Melania de 2ichia, na Capella

da Nunciatura. Sua Eminencia o Nuncio deo a benção - annos de 1806, 7, 8 e 9 - - - - - 803000
aos noivos. Assistírão a esta ceremonia o Principe Emi Por outro a do anno de 1810 - - - - 803000
lio de Hesse-Darmstadt, e o Principe Gustavo, filho do Por outro de 25 d'Abril de 1809 a do anno -

ex-Rei de Suecia. No mesmo dia o Principe e á "Prin de 1810 - - - - - - - - - - - .303000

ceza de Metternich recebêrão as felicitações do corpo
Diplomatico. •
Por outro Decreto pedio das classes de
, 1806, 7, 8 e 9 - - - - - - - - 103000
Pelo de 5 d'Abril de 1809 das dos annos
Sahírão do nosso parque para diferentes pontos gran de 1806, 7, 8, 9, 10 - - - - - - 363000
de numero de peças d'artilheria e muitos carros carre Por Decreto de 13 de Dezembro de 1810
gados de munições. (Gazeta de Madrid.) a de 1811 - - - - - - - - - - 1203000
Por outro chamou as dos annos de 1813 •

* . FRANÇA. até 1816 - - - - - - - - - - - 403000

Por outro pedio á Hollanda a classe de
< París, 5 de Fevereiro, . , 1808 - - - - - - - - - - - - 33600
Por outro a Roma da de 1809 - - - - 50O
Extracto de huma carta particular da Haia: Por outro á mesma a de 1810 - - - - 113000
… O Rei Grã-Duque de Luxemburgo recebeo oficial Por outro á Toscana a de 1810 - - - - 23365
mente do Gabinete France: a segurança mais positiva Por outro ás Cidades Anseaticas a de 1810 33500
de que a occupação do Grã-Ducado verificada pelas Por outro Decreto de 20 de Dezembro de
tropas confederadas, sustentadas se fosse necessario pe Por1811,
outroa classe
de 13 de
de 1812
Março
- -de -1812,
- - as- 120,3000 •

}as da Prussia, não a consideraria a França como in

tervenção, por isso que nos ajustes relativos á Belgica dos annos de 1807 a 1812, primeiro cha
consideravão invariavelmente as grandes Potencias in III a ITheIntO - - - - - - - - - - 1003000
cluindo a França, que he necessario, não contar com o Por outro do 1.° de Setembro de 1812 a
paiz de Luxemburgo. Assegurão que o Rei destina de 1813 - - - - - - - - - - - 1373000
consideraveis quantias para abrir minas em alguns pontos Por outro de 11 de Janeiro as de 1809 a -

do seu territorio de que espera tirar abundantes resulta 1812 - - - - - - - - - - - - 1003000

dos. Quanto á administração politica e administrati Por outro a de 1814 - - - - - - - 1503000
va do Grã-Ducado tenciona o Rei nomear huma Com Por outro do mesmo chamou para Guar
missão, que exclusivamente se comporá dos habitantes das de Honra - - - - - - - - - 10,3000
distinctos da Provincia para que se proponhão as bazes Por outro de 3 de Abril de 1813 as classes
dos regulamentos fundamentaes que se deverão discutir de 1807 a 1812 - - - - - - - - 803000
e apresentar á approvação do Soberano. Os impostos Por outro formou
de 24 deasAgosto
Guardas nacionaes
de 1813 as clas-- 90,3000
•

vão ter diminuição se se limitarem, segundo afirmão, ses de 1814 e as anteriores nos 24 Depar- •

as despezas unicamente ás precizões da administra

ção. ö que se sabe de positivo he, que ha o projecto tamentos do sul - - - - - - - - 303000

Por outro de 9 de Outubro de 1813 a
- classe de 1814, e as anteriores no resto da
França - - - - - - - - - - -
Por outro da classe de 1815 - - - - -
Por outro de 15 de Novembro de 1813 a
dos annos desde 1811 a 1814 - - - -
{ -
Que compôem o total de - - - - - 2.9653965
. Só se introduzírão neste calculo as conscripções que se
fizerão de hum modo regular e por Decretos publicos; po
rein he impossivel caleular os homens que sobre este nume
ro se tirárão, já com pretexto de substituir os desertores,
já pela liberalidade dos Prefeitos que apresentárão maio.
res contingentes do que se lhes exigia, e já por outros
Riotivos cujo numero he muito consideravel; de modo
que se póde afirmar, que só em doze annos destruio Buo
naporte mais de dous milhões e meio de Francezes.
- Se a esta assombrosa massa de homens accrescentar
nos os estrangeiros de todos os paizes, Allemães, Suis
sos, Polacos, Italianos, Hespanhoes, Napolitanos, e
Ilyricos com que augmentou os seus Exercitos, teremos
hum total de tres milhões de homens, que forão sacri
ficados por sua causa." *.
Se pela outra parte calcularmos o numero dos con
trarios que succumbírão pelos esforços daquella prodi
giosa massa de soldados, acharemos que a gloria de
Buonaparte custou á humanidade pelo menos seis mi
/hões de homens, que se podem considerar como a flor
da população do mundo.
…Ora bem, vós todos que admirais a gloria desse gran
de homem, examinai quaes forão os resultados de
tanto sangue derramado, de tantas Provincias assola
das e de tantas Cidades destruidas. Napoleão perdeo as
acquisições feitas antes delle, e de conquista em con
quista attrabio duas vezes os Exercitos estrangeiros á
capital da França, onde não tinhão sido vistos des de
a invasão dos Normandos. Em vão os forjadores de
mentiras se atrevem a dizer hoje, que Napoleão não
havia perdido o que se conquistára no tempo da repu
blica. Sem duvida se esquecem de que pelo espaço de
15 annos, e a despeito da Restauração, na tribuna e
nas conversações particulares, nos periodicos e nos fo
lhetos, os Ministros, os Generaes, os Prefeitos e os
censores da sua politica não cessárão de lamentar a ce
gueira de seu amo, que tendo podido salvallos a to
dos pelo Tratado de Chatilhon, perdeo a sua Coroa,
e as suas dotações no desvanecimento que lhe causou
huma pequena prosperidade; em fim tudo perdeo vio
lando aquelle Tratado. Devem saber como nós, que a
França do Tratado de Chatilhon, objecto das suas amar
gas lamentações, a França que depois se não quiz dar
a Buonaparte nem á sua familia, não era outra cousa
que a que os Bourbons arrancárão das mãos do vence
dor. Os Bourbons salvárão a França ameaçada da sor
te que coube á Polonia. Duas vezes lhe derão a vida,
e em 15 annos a elevárão des de o ultimo gráo da des
graça e aviltamento, á maior prosperidade e poder nun
ca visto. Julgue-se agora o que terião feito pela sua
felicidade se tivessem podido fazer o que para bem del
la desejavão, e se o liberalismo não houvesse como se
atreve a vangloriar-se disso mesmo , trabalhado pelo
espaço de 15 annos por levantar obstaculos ao seu Go
cerno, (G. de França.)
Idem, 6.
-Em-hum periodico ministerial se lê o seguinte ar
tigo:
» Assegurão que o Rei approvara a proposta que se
lhe havia feito a respeito de se considerar como nullo e
tiº |
inopportuno o Tratado concluido a 18 de Outubro ul
**
timo entre o General Clausel e o Bey de Tunes. Os
1203000 motivos que se dão para isto são: 1.º que o General
1603000 Clausel não estava suficientemente authorizado para
concluir esse Tratado, que pela outra parte oferecia o
3003000 inconveniente de motivar a questão de saber se conser
variames indefinidamente a Regencia d'Argel; 2.° por
que hum acto tão explicito e tão ostensivel authorizaria
os mais Gabinetes a pensar que neste caso nos queremos
dispensar de sanccionar o direito publico; 3.° por que
esse Tratado era pouco favoravel ás nossas antigas pos
sessões em Africa; 4.° em fim, por que o tributo im
posto pareceo ser insuficiente.»
- • (Gazeta de França.)
º
Escrevem de Toulon a 4 do corrente: •
» A 30 de Janeiro desembarcárão aqui 4 Companhias
do Regimento de linha N.° 17, e outras tantas do 19,
que vinhão de Argel, e no mesmo dia embarcárão al
guns centenares de voluntarios de Paris, a quem se não
dêo fardamento, por cuja razão se encontrão pela maior
parte na mais completa nudez; altamente se queixão do
procedimento que com elles se observa, e do esqueci
mento das promessas, que segundo dizem, lhes havião
feito. … •
» A artilheria tomada em Argel, e que se conserva
va ao abrigo dos seus muros, esses preciosos despojos
da Christandade, esses troféos do poder e da pirataria
Argelina, estão amontados e quasi desprezados no meio
de hum olival. As suas formas antigas, suas colossaes
dimensões, as armas e emblemas que os adornão, ape
nas chamão attenção, e só fixão ainda que passageira
mente a vista nelles, os que cultivão os campos imme
diatos. Não obstante não deixão de hir passear por on
de estão alguns dos militares que voltárão d'Argel,
que alli vão tornar a vêr por si mesmos os troféos ga
nhados á custa do seu proprio sangue, e depois de
se haverem certificado de que se achão em França
regressão taciturnos, e pelo menos persuadidos de
que a sua victoria não he huma mentira, não he
hum sonho. A nação Franceza, sem duvida, abunda em
glorias militares; mas deverá por isso repudiar ou se
pultar a que ultimamente conseguio ! Os que atravez
de mil perigos e pela mais util e mais rapida conquista
dos modernos tempos, vingárão o insulto feito á Fran
ça, não podem ficar esquecidos desta nação generosa.
» O periodico Oficial já fez a honra devida aos que
combatêrão em Argel a quem cobardemente se accusa
va em falsas relações de haverem saqueado e roubado;
mas poderá alguem esquecer-se de que se vai erigir hu
ma columna rostral construida com o bronze Africano,
para perpetuar a gloria e os nomes daquelles valentes
militares!» • (Avizo.)
Idem, 10.
No Quartel General Russiano se achão os Princi
rão de
pes paraWurtemberg e de Oldemburgo, que alli chegá
fazer a campanha. •
Os Principes Prussianos se achão na antiga Prussia
passando revista ás tropas. A sua presença nas frontei
ras fazia temer na Polonia demonstrações hostis da par
te da Prussia, por isso que o inverno não he tempo a
proposito para revistas ordinarias, nem para viagens
de Principes. (Mensageiro.)
Escrevem de Marselha, em data de 4, o seguinte:
» O Bey de Titeria sahio esta manhã para París,
acompanhado de alguns criados.»
Os dous Principes Georgianos que desembarcárão em
Marselha no mez anterior, chegárão aqui na tarde do
dia 8 com huma comitiva de 9 pessoas.
(Quotidiana.)
 [ 192 |
t;RÃ-BRETANHA. lanços, e arrematar, no dia 10 de Março proximo futuº
ro, o concerto de huma ponte junto ao passeio do Cam
Londres, 5 de Fevereiro. po Grande: quem quizer entrar neste contracto, poderá
comparecer na mesma Intendencia no indicado dia, e
O seguinte facto singular nos foi ultimamente referi alli estarão patentes as respectivas Condições.
do como authentico: Ha annos que se annunciou que O Conselho de Administração da Marinha pretende
se pronunciaria hum Sermão de caridade em certa Ci comprar lã para colxões: todas as pessoas que quizerem
dade maritima na parte occidental da Inglaterra. Quan vender o referido artigo, podem comparecer na sala do
do o Prégado subio ao pulpito assim falou aos seus dito Conselho, em o 1.° de Março proximo futuro pelo
ouvintes: » Meus irmãos, antes de passar ao desempe meio dia, para se tratar do seu ajuste.
nho das minhas funcções neste dia, permitti que vos re Do Contracto da Siza e Dizima do Paço da Madeira,
fira huma breve anecdota. Tem decorrido muitos annos seu Consulado, e novo imposto do mesmo: e do Almo
des de que estive no recinto deste Templo. Na tarde xarifado de Torres Novas , não teve efeito a sua
desse dia o Pastor da Congregação (de que talvez for arrematação nos dias 19, 21, e 23 do corrente, e fica
massem parte muitos dos que estão presentes) se dirigio transferida para os dias 3, 6, e 9 de Março proximo
ao auditorio para o mesmo benévolo fim relativamente futuro.
ao qual agora vos vou fallar. Entre os ouvintes se achá Quem quizer lançar nas carnes precizas para consum
rão tres mancebos mal intencionados com o fim não mo dos talhos da Villa de Almada e seu termo, pode hir
só de zombar do Ministro de Deos, mas tambem de o á praça da mesma nos dias 2, ô e 9 do proximo mez de
atacar. Depois de o Orador haver proferido algumas pa Março, pelas onze horas da manhã, que se hão de ar
lavras, disse bum dos tres: Executemos agora o nosso rematar no ultimo destes dias.
intento; mas o segundo replicou: _ Não, esperemos até Arrendão-se as Commendas abaixo mencionadas per
vcr o que diz sobre o assumpto. Proseguio o Orador, tencentes á casa dos Excelentissimos Senhores, os #-
quando o segundo mancebo disse: Já ouvimos bastante. — ques de Lafões, por tempo de quatro annos, que hão
Mas o terceiro o atalhou dizendo: Não he tão desarazoado de começar no dia de S. João Baptista do anno cor
quanto julgava; ouçamos até o fim. Concluio o Préga rente de 1831, a saber: a Commenda das Olalhas na
dor o seu discurso sem interrupção, e foi depois para Prelazia de Thomar, a Commenda e Alcaidaria Mór
casa com as bençãos do auditorio, e com a approva de Almorol na mesma Prelezia, as Commendas da Go
cão de Deos em seu coração. Ora, attendei, meus ir legá no Patriarcado, a de Macienhos na Proença a Ve
mãos — desses tres mancebos, hum foi executado ha lha no Bispado de Castellobranco, e a de Marmeleiro
poucos mezes em Newgate pelo crime de falsificação; e Alcaidaria Mór na Prelazia de Thomar, todas em
o segundo tem neste momento sentença de morte na massa, a Commenda de Alpalhão no Bispado de Por
cadêa desta cidade por homicidio; o outro, continuou talegre, as Commendas de Niza e Arez no mesmo Bis
o Orador com grande emoção, pela infinita bondade pado: quem pretender as mencionadas rendas pode di
de Deos he quem agora vos falla — ouvi-o! rigir-se ao Palacio dos mesmos Senhores, no sitio do
(M. Post.) Grilo, em qualquer dia, não sendo Domingo ou dia
*—*§§ * + Santo, aonde se eachará
arrendamentos, com quem
as condições tratar os sobredito
do contracto. •

Lisboa, 24 de Fevereiro» Na rua nova do Alanada, N.° 62, em casa de Fran

Telégrafo. — Serviço da Barra. — 24 de Fevereiro.
Hontem á noute entrárão 1 Bergantim Francez, e 1
Galeota Hollandeza.
• Embarcação avistada.
10 h. 37 m. 1 Cahique sem bandeira, ao Noroeste do
Cabo do Espichel.
Embarcações sahidas de Belém.
12 h. 10 m. 1 Brigue Escuna Sueco para a Noruega.
2 h. 43 m. 1 Escuna Ingleza, para Londres.
4 h. 8 m. 1 Escuna Ingleza, para Londres.
- $ …
ADMINIsrR Ação no CoRRE1o GERAL.
Navios a sahir.
Março 10. Para o Pará o Brigue Escuna Portuguez Fior
do Mar.
15. Para o Maranhão a Galera Portugueza San
ta Cruz.
Annuncios.
Pela Intendencia Geral da Policia se ha de pôr a
cisco Marsicano, se vendem dous barris de azeitonas de
.Sevilha: quem as quizer comprar por junto, ou por
miudo alli se póde dirigir para o seu ajuste; e na mes
ma casa ha hum Oratorio para vender.
Pelo Juizo dos Orfãos da Repartição do Bairro Al
to , Escrivão Firmo José Botelho de Gouvéa , e a
requerimento da viuva e filhos de Caetano Murtins dºs
Silva, no dia vinte e cinco do corrente, pelo meio dia,
se ha de arrematar, na Praça do Commercio, huma
amarração de ferro, que se acha dentro do Navio Ca
noa, constando de duas correntes de oitenta e cinco bra
ças, hum fiador com dezeseis braças. hum anilho, cin
co manilhas, huma patolla, onze ganchos para engas
tar e arrematar as correntes, avaliado tudo em seis
centos mil réis.
Sabbado, 26 do corrente, pelas 10 horas da manhã,
na rua da Saudade, N.° 6, se hão de vender em leilão
publico mezas, cadeiras, commodas, leitos, louça,
hum forno de ferro etc.
•
Hoje, Sexta feira 25, e Sabbado, 26 do corrente, pe
las 9 horas, se ha de fazer leilão no cáes do Sodré do
vella me e massame do Navio Canóa.
Na tarde do dia 28 do corrente, se ha de arrematar
na Praça do Deposito Geral huma propriedade de casas
com seu quintal e poço, na rua d'Adiça, N.° 9 e 10,
com o abatimento da 5.º parte de 1:7003000 rs.; e he
Escrivão Couto.

----
==========
- |- LISBOA : NA IMPRESSÃO REGIA.

NUM. 49.
Gazeta DE LIsboa. •
;*> *() !
, "
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
POLONIA.
Karsovia, 26 de Janeiro.
| -
O Tenente Coronel Wylezinski, que levou a Peters
burgo os despachos do Dictador, depois de haver tido
breve audiencia do Imperador Nicolão, falou com os
Generaes Diebitsch e Benkendorff, ambos iniciados na
alta politica do Imperio. O ultiino dirigindo-se ao Co
ronel, disse: • *. * . . . » A bordo da primeira se achárão huns cem homens,
º Senhores Polacos, a vossa revolução nem se quer
teve o merecimento de se fazer em eircumstancias op
Portunas, pois vos sublevastes exactamente quando to
das as forças do Imperio estavão marchando sobre as
Vossas fronteiras; já vedes que huma tão designal con
tenda não póde durar muito.»
O Coronel Wylezynski lhe fez observar, que a Po
lonia tinha bastantes forças para conter a torrente do
Norte até que as mais Potencias se pozessem na attitu
de de dissipar o perigo que a todas ameaçava. Porem
o Marechal Diebitsch lhe respondeo:
» Pois bem, o que vos resultará disso! Julgavamos
fazer a campanha do Rheno, porém a faremos no El
ba ou no Oder depois de vos havermos passado á espa
da. No entanto se vierdes pedir perdão eu vos assegu
ro, que o Imperador o poderá conceder. Bem sabeis,
que a palavra de hum Monarca vale alguma cousa e
particularmente a de hum Soberano, que a ha de cum
prir apezar de todos e contra todos, assim como resol
Yeo cumprir a que deo a Carlos X.»
(Gazeta de Madrid.)
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 16 de Fevereiro.
Recebemos a seguinte com municação do nosso corres
pondente em Gibraltar, em data de 18 de Janeiro:
» Julgar-se-hia que os Jacobinos Hespanhoes depois
do acolhimento que recebêrão nos Pyreneos houvessem
desistido das suas loucas emprezas; ou pelo menos, que
houvessem respeitado o direitos das gentes, e que não
violassem a neutralidade de hum ponto onde achárão
asylo de que tantas vezes tem abusado.
" Torijos, segundo antes vos informei, veio a este
Porto procedente de Marselha, para o fim expresso de
ANNo 1831.
SABBADO, 26 DE FEVEREIRO.
organizar huma expedição tencionando manobrar nas
nossas immediações ao passo que os seus irmãos avan
çavão das fronteiras Francezas contra as linhas Hespa
nholas. No entanto varias circumstancias obstárão a que
elle realizasse o seu plano, e todos aqui julgavão que
ha muito que o houvesse abandonado; mas parece que
as suas recentes communicações com París, assim como
o dinheiro que de lá recebeo, fizerão com que o renovasse.
Tudo se apromptou para a noute de 3 a 4 do corrente,
-
quando o nosso digno Governador sciente de tudo quan
to se hia tramando na Bahia, mandou o Capitão do por
to com huma partida de soldados nas lanchas das em
barcações de guerra, que se dirigírão a bordo da Escuna
Tuscana Santa Hellena, e da Escuna Ingleza John
Edwards.
bem armados, a artilheria carregada, a saber: dez peças
montadas no convez, mil espingardas, espadas, pistolas
etc. no porão. Igual carga se achou a bordo do outro na
vio. Aquella gente foi conduzida para terra debaixo da
guarda da Policia, e a letra R. posta nas embarcações
e nos efeitos. •
» Parece que o projectado plano destes mentecaptos
era desembarcar na opposta costa perto d'Algeciras, e
entre Ponta Mala e Rinconcillo, ou perto da Ilha Ver
de. Presume-se que o Governador de S. Roque tinha
penetrado varios dias antes o segredo; as suas informa
ções se verificárão pela apprehensão de hum homem que
hia de Gibrattar, e que na tarde do dia 3 desembar
cou de hum bote perto da Ilha Verde. Este homem se
dirigio ao lugar onde os malfeitores se achão prezos, e
sendo apprehendido se lhe achou huma lanterna e qua
tro velas de cêra. Quando foi apanhado declarou, que
o seu fim era abrir as portas da cadêa, na conformida
de de previo arranjo com os prezos, a quem devião dar
auxilio alguns contrabandistas que estavão á lerta, e
que logo que a Guarda da cadêa ficasse vencida desta
sorte, se devia içar a lanterna no páo da bandeira co
mo signal para as Escunas avançarem ao ponto mais
proximo. Na tarde desse dia se observou, que alguns
camaradas se reunírão na parte do norte da Cidade
d'Algeciras, no ponto d'ataque, a fim de cooperarem:
vendo frustrado o projecto procurárão evadir-se; mas
cinco forão apanhados, e entre elles, ultimamente che
gado de Gibraltar hum dos emissarios de Torijos.
» O plano de soltar os malfeitores sobre os habitantes
d'Algeciras para o fim da # e do assassinio he
verdadeiramente diabolico. Fechados em escassos limites
dentro de hum isolado rochedo, sofremos muitas pri
vações a que unicamente se pode acudir conservando
boa intelligencia com os nossos vizinhos, que em todas
as occasiões nos tem manifestado as mais affectuosas

attenções. Não nos podemos esquecer da horrivel cala
midade que aqui sofremos no fim do anno 1828. Os
nossos fugindo da febre se acºmpárão então perto das li
nhas Hespanholas, e necessariamente perecerião se não
fossem os soccorros que dalli recebêrão. Em muitas par
tes da Hespanha se fizerão subscripções em seu beneficio,
O II]CSIT) O { como Real donativo lhes mandou huma
carga de trigo, e expedio ao mesmo tempo as ordens
mais terminantes para que se desse aos doentes todo o
amparo e auxilio. E no entanto a retribuição que os
assassinos e renegados querião que nós fizessemos por
estes favores era consentirmos, que o nosso territo-º
río fosse covil dos seus iniquos planos ! Porém o
Governador fez o seu dever com o zelo e promptidão que
o distinguem; e esperamos que agora ficaremos livres
desta tranquillidade.»
nossa segunda peste, que he só capaz de perturbar a
• •
O Morning Post publica outra carta em data de Gi
braltar 30 de Janeiro, relativamente á frustrada em
preza dos rebeldes Hespanhoes:
» Pouco pensava quando ultimamente vos escrevi,
que tivesse em breve que vos annunciar nova infracção
de neutralidade infinitamente mais flagrante e impor
tantissima do que aquella de que então vos dei noticia.
Já vos disse que os rebeldes Hespanhoes são incorregi
veis, e isto he o que vemos. Abusárão da benignidade
que se usou para com elles a fim de proseguir nos seus
iniquos planos, e com efeito depois da apprehensão de
duas embarcações suas, preparárão armas e apromptá
rão nova empreza na noute do mesmo dia em que vos
escrevi, a saber, a 19 do corrente, e ficárão novamen
te frustrados antes que chegassem ao momento da exe
cução. Fizerão nova tentativa na noute de 22, e nova
Inente achárão medidas repressivas assim como o máo
tempo. • hum só rebelde. O que resultou disto foi ficarem cor
» No entanto corria em copiosa torrente o dinheiro
JFrancez; em huma praça como esta sempre se encon
trão muitos que estão promptos a negociar letras. De
Marselha chegou ultimamente avultada porção de pa
tacas, e fornecimento de espingardas, e parece que anº
teriormente se havião feito extensos preparativos. Os co
rifêos e seus sequazes tinhão por tanto formado a reso
lução de não ficarem mallogrados; á vante, exclama
vão, custe o que custar; sacrifiquem-se os mesmos neu
traes!
, º Esta gente se havia antecipadamente concentrado
na Bahia de Gibraltar, e na noute do dia 28 teve lu
gar huma reunião geral. Metidos em varios lanchões
remárão para o cáes Britannico, que fica na distancia
de pouco mais de tiro de espingarda das portas da
parte da terra, onde desembarcárão em numero de
duzentos, e proseguírão o seu caminho ás escuras
favorecidos pelas hortas e areaes que se encontrão na
quella parte do Isthmo. Marchárão para as linhas Hes
panholas divididos em varios destacamentos; ali atacá
1ão os postos avançados, apoiados por huma partida
nos lanchões, que atacárão o ponto Hespanhol de S.
Filippe onde ha hum forte arruinado. Cometteo-se o
primeiro ataque sobre o flanco direito das linhas em hum
ponto chamado Santa Barbara que vencêrão. Tendo
feito isto e surprehendido as sentinellas trouxerão a sua
força principal contra o centro das linhas. Finalmente
chegou a Guarda principal Hespanhola e avançou á
baioneta calada, tendo já conhecido a verdadeira na
tureza do ataque. Os rebeldes forão immediatamente
desalojados das linhas, e igualmente repellidos os lan
chões que se achavão defronte do Forte de S. Filippe.
Hum pequeno destacamento das linhas Hespanholas ha
via no entanto feito hum movimento para lhes cortar a
retirada, que augmentando a confusão do momento fez
com que os rebeldes retrogradando accelerassem o Pas
so. Então se poz toda a Guarnição á lerta; o Gover
[ 194]
nador fez sahir hum batalhão de soldados que chegárão
a tempo que os atacados vinhão em alcance dos aggres
sores; o que obstou a que isso continuasse, aliás terião
ficado os rebeldes de máo partido.
» A perda da parte dos Hespanhoes he de dous mor
tos e dous feridos. A dos rebeldes foi muito maior, po
rém ainda se não sabe exactamente. Dous Oficiaes que
commandavão em Santa Barbara e alguns soldados fo
rão no primeiro ataque feitos prizioneiros e levados dal
li, porém as nossas Authoridades no mesmo instante
os entregárão. Os rebeldes forão desarmados assim que
chegárão. -, * **
» Este ataque foi com mandado por Torijos que leva
va as insignias de General. Com magoa vos digo, que
hia acompanhado por varios aventureiros Inglezes entre
os quaes se contava hum Oficial desligado, que esteve
algum dia no serviço em Bombaim. W"; dos mortos
dos rebeldes forão lançados na bahia, e alguns dos fe
ridos forão para os hospitaes. Na manhã seguinte ex
pedio o nosso Governador ordem para que ninguem sa
• hisse da guarnição ou entrasse nella ; ao passo que o
Governador de S. Roque deo ordem, que se cortasse to
da a communicação por mar e por terra com as nossas
linhas. Pode dizer-se que este ataque foi feito exacta
mente debaixo da nossa artilheria. Começou o fogo pe
las 2 horas da madrugada, e nos despertou estando na
cama. Na minha seguinte vos darei novas particulari
dades. Hum filho de Flores Calderon ficou ferido, e
foi levado com outros para o Hospital civil. He singu
lar que depois das fanfarronadas destes assassinos, que
asseguravão aos seus, que tinhão hum grande partido
dentro das linhas, nem hum só homem largou a sua
bandeira para se lhes reunir. As tropas Hespanholas
avançárão exclamando Viva o Rei, morráo os traido
res; se tivessem tido lugar não terião deixado escapar
tados os fornecimentos de refresco, violada a neutrali
dade e insultada a nossa honra nacional. O nosso com
mercio tambem está paralizado.» -
Perda do Navio de Guerra Britanico Thetis.
(Extracto do Paquete de Falmouth.)
"O Brigue de S. M. Barracouta, commandado pe
lo Tenente James, acaba de chegar de Buenos Ayres,
donde deo á véla a 21 de Novembro, de Monte Video
a 2ó do mesmo mez, e do Rio de Janeiro a 15 de De
zembro.
» Por este navio recebemos noticia da perda do navio
Thetis de S. M. Parece que dera á véla do Rio de Ja
neiro a 4 de Dezembro e que na seguinte noute naufra
gára na ponta de Cabo Frio, e se afundára em cinco
braças d'agua. Viuba com destino para Inglaterra com
avultada carga de hum milhão de patacas, o que tu
do se perdeo, e sintimos accrescentar, que tambem se
perdêrão huns 20 homens da sua tripulação, entre os
quaes se conta Mr. Bingham, filho do falecido Capitão
do mesmo nome, que havia tido igual sorte poucos me
zes antes. Os navios Druid, Clio, e Algerine, debai
xo do commando do Almirante Baker, havião acudido
ao lugar do naufragio para ver se havia probabilidade
de salvar alguma parte da carga.» (M. Post.)
O Diario Fluminense publica o seguinte artigo de
Oficio: •
º Ministerio da Justiça.
º Tendo os periodicos publicados nesta Cidade sido
culpados de varios abuzos do direito que a Constituição
dá a todo o cidadão de communicar os seus pensainen
tos pela imprensa, sem que o Promotor do Jurado até
gora citasse perante º Jurado, como era seu dever, as

pessoas responsaveis, que animadas pela impunidade
que tem gozado por meio desta negligencia agora levá
rão a sua audacia a ponto de atacar o principio funda
mental da Constituição, espalhando doutrinas subversivas
da baze do systema que se jurou, excitando a anarquia
e a rebelião contra a sagrada pessoa de S. M. o Im
perador e os seus direitos ao Throno, S. M. há por bem
ordenar-vos, que representeis ao Promotor do Jurado a
necessidade de instituir as accusações, e no caso da sua
recusação, de proceder contra elle na conformidade do
artigo 15 da lei de 20 de Setembro deste anno.
"berembro 11. = Visconde d'Alcantara. = Ao Se.
nhor José Paula Figueiroa Nabuco de Araujo.»
(M. Post.)
*—» SS *-* * * * *
º Lisboa, 25 de Fevereiro. … Está no, entanto demonstrado, que os agitadores da
Litteratura.
* * * *
Do Governo representativo, e da liberdade civil.
Os limites que puz á minha obra me não permittem
ser mui extenso sóbre a natureza do Governo represen
tativo para dar a conhecer aos povos quanto ele tem
de quimerico e ilkisorio; no antanto referir-me-hei ao
testemunho de hum escriptor cujos sentimentos não po
dem ser suspeitos aos innovadores, que o tem considera
do como seu oraculo a respeito de Legislação. Eis-aqui
o que J. J. Rousseau entendia a respeito dos Governos
representativos: - - - - -
» A idea dos representantes he moderna. Nas antigas
republicas, e mesmo nas Monarquias nunca o povo te
ve representantes; não se conhecia tal vocábulo. He
mui singular, que em Roma onde os Tribunos erão tão
sagrados, nem sequer se imaginasse que podião usurpar
as funcções do povo, e que no meio de huma tão gran
de multidão já mais tentassem de expedir de seu motu
proprio hum só plebíscito. No entanto forme-se idéa da
confusão que ás vezes causava a multidão á vista do que
succedeo no tempo dos Gracos em que parte dos cida
dãos deo o seu voto de cima dos telhados!» (Contracto
social, Liv. III. cap. XV.)
He assim que o maior panigerista da liberdade popu
lar ajuizava do Governo representativo; elle o reprova
como attentatorio, como destruidor da liberdade: "no mes
no instante, accrescenta Rousscau no fim do Capitulo
que acabo de citar, no mesmo instante em que o povo
nºmea representantes, já não he livre, já não existe.”
Fundado na authoridade de hum filosofo cujos princi
pios politicos tem sido consagrados pelos nossos theoris
tas superficiaes da maneira mais pueril, e talvez mesmo
a mais escandalosa, não devera hesitar em sustentar
que tealmente segundo a nova Constituição, o povo
Francez não tem o direito de dar a si mesmo hum Go
verno; o que se lhe annunciou nos primeiros dias da re
volução era mui amplo, mas o que lhe derão depois
não he mais do que hum vão fantasma, tal qual os ani
mos facciosos e astutos, os usurpadores dos verdadeiros
poderes sempre oferecem á multidão para a enterter
como se entertem as crianças com bagatellas.
Para dar maior força a todas estas considerações so
bre a quasi nullidade da cooperação da multidão na es
colha das formas do Governo poderia neste lugar apoiar
me em mil exemplos da historia que provão, que nunca
povo algum elevou com as suas proprias mãos o edifi
cio sempre dificil das leis fundamentaes do Estado; es
tando esses exemplos ao alcance de todos antes me oc=
cuparei da liberdade constitucional que tem sido o prin
cipal objecto da revolução Franceza.
Desde o momento em que os homens renuncião á
ratural independencia para gozarem as doçuras e soli
[ 195 ]
das vantagens da vida social; des de o momento em
que pela unanimidade, ou pela pluralidade escolhem
com preferencia as formas de qualquer Governo; des de
o moinento em que por meio de actos solemnes, cuja
Terça e validade previamente reconhecêrão, se sugei
tão a essas formas, e promettem conservallas; he évi
dente que cessa o exercício da liberdade natural porque
cessou o estado da natureza. O homem que depois de
haver recebido todas as vantagens sociaes em troca da
liberdade natural e da ilimitada independencia, recla
•
masse a fruição da liberdade que acompanha huma e
outra, não só violaria as suas promessas, mas tambem
se acharia em contradicção manifesta comsigo mesmo.
Tal he a essencia da passagem do estado da natureza
ao estado social, e he necessario que o entendimento
1 admitta principios bem falsos, e bem perversos senti.
mentos para sustentar o contrario. + + +
França percorrendo com incalculavel velocidade a car
reira immelisa dos crimes políticos, de falsos princi
pios, de escandalosas doutrinas, de maximas odiosas,
de indisculpáveis erros, e grosseiras faltas em materias de
hégislação, está demonstrado, digo, que se detiverão
com muita complacencia sobre ó érro mais visível e mais
perigoso, sobre a eterna confusão dos direitos do ho
mem isolado nos desertos com os direitos do homem reu
fiído aos seus similhantes no estado civilisado. Esta con
fusão que dous escriptores igualmente eloquentes, (1) e
igualmente instruidos, perfeitamente patenteárão; esta
confusão, origem de todas as desordens, não he devi
da á casualidade, não he efeito de invencivel ignoran
- cia , he voluntaria, he criminosa , por que os fi
losofos que são authores della, cuidadosamente a es
colhêrão por ser o meio mais seguro de efectuar o
transtorno total da boa ordem , e a completa desor
ganisação fisica e moral da Monarquia. Por muito
grandes que fossem os esforços dos innovadores, não
podérão os animos cordatos deixar-se seduzir a ponto de
admittirem o principio e as consequencias que dimanão
da confusão da liberdade natural com a liberdade so
cial, e da maligna mistura dos direitos adquiridos no
estado social com os direitos que existião antes delle. "
Aqui rogo com instancia ao leitor, que haja de con
siderar maduramente se he possível conceber, como no
lo quizerão persuadir, que se estabelecêrão os Governos
para nos garantir os direitos naturaes, ao passo que he
cousa certa, que he para destruir o exercicio desses di
reitos, para prevenir os seus funestos resultados, que os
homens os renunciárão. Se o singular desejo de substi
tuir a anarquia ao chamado despotismo do antigo re
gime os não houvesse totalmente cegado; se a determi
nada resolução de subverter até às idéas mais solida
mente estabelecidas, não os tivesse levado ás manobras
mais absurdas; se o delirio em fim de huma desmarca
da ambição lhes não houvesse ofuscado o entendimento,
terião os nossos theoristas tido pejo de declarar, que o
fim de toda a associação politica he a conservação dos
direitos naturaes do homem ; digo que disso terião tido
pejo, porque a publica notoriedade do facto, indepen
dentemente das razões abstractas, que se podem alle
gar, os expunha a serem formalmente desmintidos da
parte dos Governos e de todos os homens sensatos.
O fim de toda e qualquer associação, dizem elles, he
a conservação dos direitos naturaes: por que razão pois
ern todas as associações cultas nos he prohibido sermos
juizes em nossa propria causa ! Por que razão o encar
go de vingar a propria honra, de defender a propria
vida, d'assegurar a nossa prosperidade, pertence ás leis
e não aos particulares, como lhes pertencia no estado
(1) Mr. Burke e Mr. de Calonne.
 [ 196 |
º da natureza! Por que razão põe a sociedade obstaculos
a cada passo ás paixões, ás inclinações, aos desejos, á
vontade dos homens, obstaculos que nunca se terião sin
tido ou conhecido no estado da natureza ! A indepen
dencia e a liberdade natural nos colocão, por assim
dizer, fóra da esfera de todas as leis civis. Entendo que
tudo quanto se acha em hum codigo de leis, se reduz
a disposições restrictivas da liberdade natural, e cada
palavra, se assim posso expressar-me, he só hum novo
vinculo que teria sido incompativel com o exercicio da
independencia primitiva. Todas as leis em todos os Go
tros papeis que tenhão credite no mercado, tudo por
premio muito commodo, e com promptidão, por gran
des que sejão as quantias, e para segurança das pessoas
que alli contratarem se lhes passará recibo dos objectos
empenhados, e se acaso forem cousas de grande valor,
e seus donos quizerem, se fará o negocio por escriptu
ra, dando-se quantias quasi iguaes ao valor dos obje
ctos empenhados: tambem se descontão letras da terra,
e de contractos ou juro da praça, e se compräo acções
do Banco, apolices, e finalmente se faz, qualquer trans
acção havendo legalidade, e segurança. " , , , •

vermos bem constituidos não fazem mais que ligar os ci
dadãos, tão longe estão de apoiar a sua liberdade na
tural. Podião aqaso os nossos theoristas ignorar verda
des tão evidentes, verdades que mesmo empregando to
a a força da sua metafisica legislativa lhes teria sido
impossível tornar duvidosas! Não por certo; he a mal
dade quem no seu coração superou o amor da verdade,
assim como a contemplação que devião á opinião
publica; he a ridicula, mania de se erigirem em defen
sores dos direitos do homem sem perceberem, que simi
Ihante caminho, os conduzia em direitura á destruição
dos direitos civis; por quanto não ha direitos civis lo
go que estão em pleno vigor os direitos da natureza. ,
A liberdade civil não he portanto a liberdade natural;
enorme distancia as separa e só os inimigos da boa or
dem e da tranquillidade podem occupar-se a sangue
frio em fazer desapparecer hum limite que he tão ne
cessario á humanidade, tão essencial á vida social.
. Na travessa do Corpo Santo N.° 6, se vendem vinhos
de lavrador d'Arruda a 80 réis, e a 100 e 120 réis a ca
nada da melhor qualidade, brancos e tintos.
Hoje, Sabbado, 26 do corrente, pelas nove horas, se
ha de fazer leilão no cáes do Sodré, do velame e mas
same do Navio Canôa.
Vendem-se duas seges, huma parelha, e mais utensi
lios, na rua da Cruz N.° 11, a Jesus.
PLANO ,
Para a 4.° Loteria, que no 1.° Semestre do presente anno
de 1831 se ha de fazer pela Meza da Santa Casa da Mi
sericordia, Hospitaes Reaes de Enfermos e Expostos
desta Corte, na conformidade, das Ordens Regias, ex
pedidas pela Secretaria de Estado dos Negocios do Reino.
Será o seu Capital de 40.0003000 de réis formado de
8:000 Bilhetes, a 53000 réis cada hum, em moeda-papel,
e nesta mesma especie sahirão liquidos de 12 por cento
de beneficio os seguintes + ,

. (D'Ayala.) PREMIOS. * * * * *-

- | | | 1 - - - - -
- 4.0003000 - - 4.0003000
# *§§ +-+…# 1 - - - - -
- 2.0003000 - : - 2.0003000
- 4 - - - - -
- 1.0003000 - - , 4.0003000
Telégrafo. — Serviço da Barra.—25 de Fevereiro. 5 - - - - -
- 4003000 - - 2.0003000
7 - - - - -
- 2003000 - - 1.4003000
, , , , , . . Embarcações avistadas. 14 - - - - -
- 1003000 - - 1.4003000
6 h, 40 m. 1. Bergantim sem bandeira ao Norte do Ca 20 - - - -- -
- 203000 - - - 4003000
bo da Roca. — 1 Brigue Escuna dito ao Sudueste 63 - - - - - - 103000 6303000
• • •

do Cabo do Espichel: navega para o Sul. 2350 - - - - - - 73400 - - 18.8703000

9 h. 9 m. 1 Galera sem bandeira, e l Bergantim dito 1.Ao 1.° N.° do 1.° dia 2003000 - - 2003000
a Oeste do Cabo da Roca: navegão para o Sul. 1.Ao ult. N.° do ult. dia 3003000 - - 3003000
12 h. 1 Cahique sem bandeira ao Norte do Cabo da Roca.
• Embarcação entrada em S. Julião. 2667 Premios.
10 h. 53 m. 1 Bergantim Sueco. r 5333 Brancos.
- - . Embarcações sahidas de Belém.
3 h. 50 m. I Galera Portugueza, Conde de Palma, pa 8000 Bilhetes que importão 40,0003000 de
ra o Maranhão; 1 Galera do Norte para a Bahia; réis; dos quaes extrahidos os 12 por
e 1 Brigue Escuna Inglez para Londres. cento do beneficio, he o total dos pre
mios distribuidos - - - - Rs. 35.2003000
Publicações Litterarias. |-
Os Bilhetes serão assignados de Chancella pelo Illus
Sabio á luz o Desengano N.° 13, preço 40 réis. … trissimo e Excellentissimo Escrivão da Meza da dita
• • Annuncios. Santa Casa, e pelo Thesoureiro Geral della.
Na Junta da Bulla da Santa Cruzada, rua de S. La O dia da venda desta Loteria se ha de fazer publico
zaro N.° 113, se ha de proceder no dia 4 do proximo pela Gazeta, e por Editaes, assim como o primeiro dia
mez de Março, pelas tres horas da tarde, á venda e ar da Extracção.
rematação de 147 fardos de pimenta redonda de Sunda, Entrarão sómente nas Rodas os Numeros e os Pre
vinda de Goa, e existentes na Casa da India. Será pre mios; e o pagamento destes começará logo que se tenha
sente a amostra da mesma pimenta , que pagou os di finalizado a Extracção.
reitos de sahida. Lisboa, 25 de Fevereiro de 1831. — O
Solicitador e Procurador Geral da Bulla, Jacinto Al Estiva.
berto Lopes de Mendonça. Preços do Pão e Azeite para a semana que principia
Na rua do Loureto, N.° 83, primeiro andar, se em de 28 de Fevereiro a 6 de Março 1831:
presta dinheiro sobre grandes e pequenas peças de pra Pão de arratel na forma da Lei - - a 46 réis.
ta, ouro, brilhantes, predios, acções do Banco, apo Em metal - - - - - - - - - a 39 réis.
lices, titulos de divida publica, e sobre quaesquer ou Canada de Azeite - - - - - - a 235 réis.

LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.

 N UM. 50.
:
GAZETA DE LISBOA.
SEGUNDA FEIRA, 28 DE FEVEREIRO.
Xoe=>$@@@$$$#<-9o+=
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 4 de Fevereiro.
Houve primeiramente a intenção de que a celebra
ção do dia d'annos do Rei tivesse lugar no anniversario
do bom e execellente Pai de S. M. (a 4 de Junho);
mas o dia fixado para esse fim he o de 28 de Maio. Tal
vezs sintissemos esta mudança nos arranjos da Corte pela
profunda veneração em que temos a memoria do vº
tuoso Soberano Jorge III, se não fôra pela recorda
ção que á nossa lembrança traz o dia 28 de Maio como
anniversario do Grande e Illustre Guilherme Pitt, cu
lº sabedoria e virtudes forão tão devidamente aprecia
das por Jorge III, e á observancia de cujos principios
º final se deveo não só a segurança da Inglaterra mas o
geral livramento da Europa. .
0Chanceller do Exchequer annunciou na Camara dos
Communs, que se apresentaria a questão da Reforma
nº 1.° de Março, e não no dia 3 como por engano dis
e o Courier. Parece que Lord Russell está encarrega
dº por todo o Gabinete de fazer o relatorio sobre o
Projecto de Reforma cujo plano foi unanimemente ap
Provado por todos os membros do Governo. Tudo an
nuncia, que a presente sessão vai ser da maior impor
tancia. Hoje se proporá a questão da lista civil, e o
Ministerio que durante o tempo da prorogação do Par
lamento não esteve ocioso indicou, que em breve apre
entaria á deliberação do Parlamento varios outros Bills.
Entre os mais notaveis se podem citar o que tem por
ºbjecto melhorar a administração dos bens dos que quebra
tem, seguir-se-hão logo os Bills sobre as reuniões do
Grande Jurado na Irlanda, e sobre os meios de asse
guiar trabalho aos pobres Irlandezes.
Observou-se que na primeira sessão do Parlamento
houve grande concorrencia nos bancos Ministeriaes.
•
• Idem, 15.
(Globe.)
As noticias que recebemos da Irlanda são de natureza
satifactoria mostrando que o processo de Mr. O'Connell
º dos seus socios tem produzido hum efeito salutar. A
louvavel firmeza do Procurador da Coroa fez com que
º agitadores recuperassem os sentidos. Retirárão a sua
Primeira appellação, e se confessárão réos de quatorzo
ANNo 1831.
pontos que constituião a principal_accusação contra
elles; á vista do que conhecendo o Procurador da Co
roa, que se achava preenchido todo o fim legal, lou
vavelmente abandonou os outros pontos. Nada pois res
ta agora senão pronunciar a sentença sobre os infracto
res da lei, que como taes se reconhecêrão; mas como
se submettêrão de hum modo tão satisfactorio no estado
da actual agitação em que se acha o paiz, he provavel
que se não exija severa sentença contra elles, e que
simplesmente serão obrigados a dar fiança pessoal de
não commetterem para o futuro nenhuma infracção da
lei. Com efeito julgamos que Mr. O'Connell e os seus
socios tem pelo seu procedimento neste caso feito con
sideravel reparação pelo passado, e que por tanto são
dignos de benigna e clemente consideração. Ainda mais;
não deixamos de nutrir confiadamente a esperança de
que esta desejada terminação de negocio tão melindro
so, produzirá a tranquillidade da Irlanda, muito espe
cialmente se for apoiada pelas medidas necessarias para
o melhoramento da condição dos infelizes camponezes.
(M. Post.)
HESPANHA.
Madrid, 19 de Fevereiro.
Proposta dos premios da Real Academia de S.
Fernando.
Pintura.—O Rei D. Jaime, o Conquistador, tira a
seta da perna de Bernardo Guillen, com que este fôra
ferido pelos Mouros, e lhe lava a ferida com as pro
prias mãos. Zurita, Annaes de Aragão, Vida de D.
Jaime.
Debuxar-se-ha este assumpto em huma felha de pa
pel de Hollanda de marca maior. O mais digno será
premiado com huma medalha de ouro de huma onça,
e o que se lhe seguir, com huma de prata de outo
onças.
Esculptura. — Saul, cioso de David, intenta passar
a este com huma lança que lhe atira. Jonathas appla
ca seu pai Saul, e faz com que mude da resolução que
havia formado de dar a morte a David. Sagrada Es
criptura.
ar-se-ha o modello deste assumpto em baixo relevo
em barro, de duas terças de largo, e tres quartas d'al
to; não se acceitará se não vier cozido, sem côr: os
que mais se distinguirem serão premiados com medalhas
iguaes ás de pintura desta classe.
Arquitectura. — Na linha da moradia 277 entre o
angulo da rua Real do Barquilho, e a de Inspecção
Geral de Milicias, que mede 589 pés, se projectará hu
ma galeria aberta e transitavel, para servir de entrada

principal ao Palacio de Boa Vista, e com grupos nas cretario, hão de os mesmos sofrer novas provas dentro
extremidades etc.
º Terceira Classe.
Pintura. — Debuxar o grupo de Cástor e Pollux, que
ha na Real Academia.
Ao oppositor que melhor desempenhar o assumpto se
dará huma medalha de prata de cinco onças, e huma
medalha de tres do mesmo metal ao que se lhe seguir.
Esculptura. — Representar a estatua d'Apollo, que
ha na Academia, da metade do seu tamanho. , A casa, de Busk Keene e companhia de Bordéos ob
Osiguaes
que se
lhas ás distinguirem
referidas. serão premiados com meda
• * •
* Arquitectura. — Copiar a fachada do Palacio do Ex
cellentissimo Conde d'Altamira, que dispoz e executou
o celebre arquitecto D. Ventura Rodrigues etc.
Os que mais se distinguirem serão premiados com me
dalhas iguaes ás de pintura e esculptura.
Gravura. — De laminas. Santo Estevão conduzido ao
martirio, pintado por Juanes. Real Museo, segunda
sala, N.° 147.
Delinear-se-ha o busto do Santo até o peito em hum
ovado que comprehenda hum quarto de papel conmum,
e deste tamanho gravar-se-ha a buril em huma lamina
-de cobre. Os oppositores apresentarão o debuxo, a la
mina, e seis provas. Quem melhor desempenhar o
assumpto será premiado com huma medalha de ouro de
huma onça ficando outrosim dono da sua lamina.
De Medalhas. — A Real Academia de S. Fernando
representada por huma Matrona, com os attributos das
bellas artes. Ao redor da medalha ler-se-ha: Non co
ronabitur nisi legitimé certaberit, lema adoptado pela
Real Academia para manifestar, que só concede os pre
mios aos que pelo seu merito se fizerem dignos de os
obter.
Far-se-ha o modello do assumpto em cera, de dobra
do tamanho da gravura, e se gravará em aço ou bron
ze do mesmo tamanho que a pataca Segoviana. Os
oppositores apresentarão o modello em cera, a chapa
em aço ou bronze, e seis provas. O que mais exceder
será premiado com huma medalha de ouro de huma on
ça, e será tambem dono da chapa.
Premio extraordinario de perspectiva.
Pôr-se-ha em perspectiva o largo da entrada das se
cretarias de Provincia da Real Sala de Casa e Corte,
tomando o ponto de vista pela parte da entrada de hum
lado, de modo que se descubra parte das galerias, que
no principal pavimento cercão a escada do edifício, e
em separado se manifestarão e desenharão as operações
que se devem fazer previamente para achar o resultado.
Desenhar-se-ha e se demonstrará este assumpto em
folhas de papel de Hollanda de marca Imperial com
lapis, ou de aguada, e o oppositor que melhor o desem
penharonça.
huma será premiado com huma medalha de ouro de
Todo o professor que não estiver matriculado, e ain
da que seja estrangeiro, será admittido ao presente con
curso; e pelo facto d'entrar como oppositor e de apre
sentar a sua obra ficará discipulo matriculado. Só se
excluem os Professores graduados de Academicos da
mesma Academia de S. Fernando.
- Todos os oppositores que residirem em Madrid se hão
de apresentar ao Secretario da Academia para assignar
a lista dos oppositores nos primeiros quatro mezes do
corrente anno; e os que não residirem nesta corte, lhe
deverão escrever no mesmo prazo, expressando a facul
dade e classe em que quizerem ser oppositores.
Para executar as obras propostas designa a Academia
o termo de seis mezes, dentro dos quaes se hão de apre
sentar na Real Casa da mesma, concluidas e assignadas
balho oppositores,
pelos que poderão livremente fazer o tra
onde quizerem. • -
Feita a entrega das obras, de que os oppositores de
todas as profissoes e classes darão o devido avizo ao Se
[198.3
da casa da Academia, nos dias que esta designar, so
bre outros assumptos que se lhes darão, e que executa
rão no termo precizo de duas horas; os arquitectos sof
frerão outrosim hum exame de perguntas relativas aos
seus assumptos. (G. de Madrid.)
S. Sebastião, 28 de Janeiro.
teve patente d'invenção por haver aperfeiçoado a nave
gação do vapôr com maquinas novas, que só tem a
quarta parte do pezo das que já erão conhecidas, tem
mais velocidade, não estão expostas a accidentes, con
somem menos combustivel, e assegurão a navegação
em toda a agua que tiver hum pé de fundo; circum
stancia que as torna muito a proposito para os rios do
Sul da França, nos quaes muitas vezes diminue a pro
fundidade.
A Companhia de Bordéos cedeo a Mr. Bourgade,
hum dos seus administradores, o direito exclusivo da
navegação de vapôr com as novas maquinas pelo Adur
e seus afluentes; o dito Administrador propõe formar
em Bayona huma Companhia para beneficiar esta na
vegação, que se fará des de Bayona a Mont de Mar
san, reduzindo o caminho por terra des de Bordéos a
Bayona só á distancia, que ha de Langon a Mont de
Marsan. O Senhor Keene, Engenheiro e author do
descobrimento, sondou o Adur no transito, e em dias
em que as aguas estavão muito baixas; achou nos pon
tos mais difficeis 12 a 13 pollegadas, o que basta para
o serviço ordinario mesmo no tempo de maior séca;
muito mais quando os Engenheiros do Departamento
das Landas continuão a operação de canalizar o rio,
que provavelmente ficará concluida no decurso de todo
o anno de 1831. (Estafeta.)
A nova pretenção dos Irlandezes.
Laudo vos? In hoc non laudo.
Quando a Irlanda pedia unanime a emancipação ci
vil e politica dos Catholicos, e o fim da longa tyrannia
que sobre elles exerceo a Igreja Anglicana, deixando-os
sem os direitos que pertencião aos mais subditos do Im
perio Britannico, e no estado de verdadeiros Elotas,
trabalhando para a sociedade sem tirarem della mais van
tagens do que hum mesquinho alimento, todos os animos
nobres, todos os generosos corações acolhêrão seus cla
II) O res e Sula S queixas; os mesmos Protestantes favore
cêrão a sua justissima pretenção, e nós unimos nossa
debil voz em hum dos primeiros Numeros da Gazeta de
Bayona, a este consenso universal.
Aº
O resultado foi o mesmo que se devia esperar. O Mi
nisterio Britannico propoz ao Parlamento a communi
cação dos direitos civis e politicos aos Catholicos dos
tres Reinos, e huma questão que tantas rebelliões e tan
to sangue havia custado em tempos anteriores, se de
cidio pacifica e favoravelmente.
Porém a actual situação da Irlanda justifica até cer
to ponto o principio politico, não mui humano, porém
desgraçadamente poucas vezes erróneo, de que conce
dendo o que he justo, se infunde ousadia para pedir o
que o não he. Os Irlandezes cujo principal argumento
quando pedião a emancipação foi, que sendo subditos
do mesmo Governo, e pertencendo á mesma nação que
- os Inglezes, devião gozar os mesmos direitos que elles,
agora que os tem conseguido, em vez da gratidão de
vida, proclamão novas pretenções, e querem formar
hum povo diverso do Britannico Esta pretenção he da
mesma especie que a dos Belgas e Polacos, he huma
pretenção revolucionaria, por que hoje em dia he im
possivel enganar a Europa, e debaixo do nome da in
dependencia que reclamão, só aspirão á republica ou pe
\
 [ 199]
lo menos á Monarquia republicana, que he o thema
favorito e absurdo dos radicaes, dos clubs, e dos poli
ticos de vinte annos. Hum projecto tão desacertado e
perigoso merece a desapprovação do Governo Inglez.
Todas as necessidades reaes e verdadeiras dos Irlan
dezes ficão satisfeitas com a emancipação; e a Irlanda
não tem direito nem pretexto para ulteriores pretenções.
Muito facil lhe he conseguir do Parlamento Inglez que
não a obriguem a pagar á custa do alimento necessa
rio os Ministros do culto Anglicano. Quantos melhora
mentos pode receber aquella Ilha na sua navegação inº
terior, industria, agricultura, e commercio, as conse
guirá seguramente do Governo Inglez, que a considera
como joia preciosissima da sua Coroa, e que sempre
tem dado provas de que quer e sabe trabalhar a bem
dos seus subditos. E em fim se o augmento progressivo
da população Irlandeza obriga a favorecer a emigração,
colonias vastissimas e despovoadas tem a Inglaterra,
onde encontrem trabalho e alimento as familias neces
sitadas da Irlanda. A superabundancia de população
não tem naquella Ilha, nem na Grã-Bretanha, ou em
outra qualquer parte do mundo, remedio algum mais do
que desaguar o accrescimo em outros paizes. -
O mesmo mal sofre a Inglaterra apezar do mo
vimento inmenso da sua industria: dissemos mal ape
zar; devemos dizer por causa desse movimento, pois to
dos sabem que a prosperidade filha das artes e do tra
balho, ás vezes augmenta a população até tal ponto
que as producções do paiz não bastão para a alimentar
ao menos por algum tempo. Hum mercado que se feche
ao commercio; hum anno d'escassez para a agricultura;
hum ramo de industria estrangeira que rivalize vanta
josamente com a indigena, necessariamente produzirá
grande miseria em huma parte da população, em quan
to não achar outros meios de subsistir: e os Governos
sabios prevem estes casos, e assegurão promptos recur
sos aos necessitados. Assim o faz habitualmente a In
glaterra. - Sobre o desejo immoderado da popularidade.
A questão da separação da Irlanda he de vida ou de
morte para a Grã-Bretanha, não pela mesma separa
ção, pois até o principio deste seculo teve aquella ilha
o seu Parlamento particular, e se "governava, ainda
que debaixo do mesmo Monarca, pelas suas proprias
leis ; mas pelas consequencias que teria este grande
acontecimento se chegasse a verificar-se. Não acredita
mos que nesse caso se conservassem as mesmas bazes da
propriedade na Irlanda; triunfando o principio demo
cratico do Governo e da aristocracía, faria o mesmo
que na revolução de França de 1789, isto he, dividiria
a propriedade roubando-a. A lei agraria he o objecto
das revoluções populares, e o que se não pode fazer so
cegadamente para conseguir essa lei, se faz por meio
do tumulto e do terior. Com efeito os direitos actuaes
de propriedade sanccionados pela prescripção, ou por
titulos verdadeiros, e incorporados na forma do Gover
no para a qual são o elemento principal, nunca se po
dem destruir de huma maneira legitima, e se se hão de
destruir he precizo valerem-se de hum facto. Ora este
facto he a intervenção da força brutal , e a morte
das leis.
A nobre pretenção dos Irlandezes não terá, pois, na
Europa, ao menos para os homens que sabem vêr em
politica, a mesma acceitação que teve a acquisição dos
seus direitos civis e politicos. A tendencia actual não
he destruir o elotismo, porém fundar a democracía;
não melhorar a sua sorte que já he a mesma da Reli
gião dominante, porém solapar a propriedade; não a
igualdade com os mais subditos do Governo Britannico
para contribuir com elles para a sua gloria e esplendor,
mas a independencia republicana, que sem lhes dar a
elles prosperidade ou força, arruine, ou pelo menos
debilite as do grande povo de que já são huma parte.
Quizemos antecipar-nos para manifestar o nosso modo ce, se entende que assim pode conquistar a popularida
de pensar, porque a experiencia nos tem ensinado com
quanta precipitação costuma julgar-se dos escriptores
publicos. Por não havermos feito o mesmo nas questões
da Belgica e da Polonia, nos attribuírão alguns dos
nossos subscriptores huma opinião directamente contraria
á que tinhamos, e que depois manifestámos. A estes
diremos para todos os casos que occorrão para o futu
ro, que a nossa profissão de fé politica se encerra nestas
palavras: todo o movimento, toda a acção contra as leis
de hum paiz, he immoral e delinquente ; principio que
desenvolvemos mui largamente no N.° 2 do Estafeta,
no Artigo sobre o Espirito revolucionario ; principio
que condemna todas as revoluções. Mas para julgar
huma em particular, como a dos Belgas por exemplo,
não basta esta sentença geral; he necessario conhecer
os seus motivos, suas fazes, seus protestos, sob pena
de só dizermos aos nossos leitores trivialidades com
muns; he necessario em fim vella proceder, se se hão
de dizer cousas que possão illustrar sobre a politica e
tendencia particular daquella revolução; e não he pos
sivel fazer isto antes que decorrão alguns dias depois de
haver rebentado. (Extracto do Estafeta.)
+- * §§ *-—»
Lisboa, 27 de Fevereiro.
(Artigo communicado. )
Sua Magestade ElRei Nosso Senhor, Houve por bem
fazer Mercê a José Appollinário da Costa Neves, da
Villa da Feira, de o promover a Capitão Mór das Or
denanças da mesma Villa, por nelle concorrerem todas
as boas qualidades para o desempenho das funcções
daquelle cargo.
*—*§§* $
Quantos sacrificios costumão os homens fazer para
obter e conservar a popularidade e quão poucos são os
que chegão a disfructalla pura e sem mancha até os ul
tinos dias da vida! Esta voz cuja applicação cada hum
faz a seu modo, unicamente significa o favor do povo,
ou, o que he quasi o mesmo, o applauso e approvação
da multidão. Distingue-se da fama, reputação, e reno
me, por isso que estes não se limitão só ao povo, mas
se podem espalhar nas outras classes do Estado sem ex
cluir aquella, ao passo que o uso da palavra populari
dade só se applica ao que aspira e consegue ou perde o
favor e confiança do povo. A popularidade costuma ser
ás vezes o premio devido ás acções virtuosas, e mais
frequentemente a recompensa dos crimes e dos projectos
criminosos. Ha tal, que devendo ser pelo seu nascimen
to, pelas recordações historicos da sua familia, pela
sua riqueza herdada, e pelas suas adquiridas honras hum
dos mais firmes apoios do Throno, se converte pelo mal
dito desejo da popularidade em perpetuo murmurador
de todas as providencias do Soberano e em calumniador
dos seus Ministros. Outro, que deveo á natureza huma
indole suave e benigna, que o destinava a ser hum esti
mavel pai de familia, e hum cidadão apreciado e reve
renciado por todos, se converte em homem feroz e san
guinario, porque julga que essa apparente ferocidade
lhe poderá grangear certa popularidade. O avarento que
em toda a sua vida nunca teve animo de dar hum peda
ço de pão ao mendígo que lhe bateo á porta, se torna
de repente generoso e pródigo, quando se lhe figura que
por esse meio poderá conseguir certa popularidade etc.
O empregado que não pode ignorar que o seu emprego
he mera graça fundada em hum contracto de cega obe
diencia aos seus superiores, transige ou talvez desobede
 [200]
de. Em huma palavra, esta paixão he o idolo a que se
sacrifica tudo; porém idolo maligno e inconstante que
sempre, ou quasi sempre, corresponde com ingratidão
aos seus adoradores.
Alguns costumão confundir o amor da popularidade
com o amor da gloria; mas na verdade ha tão notavel
diferença quanta ha da virtude á hypocrisia, da fideli
dade á lisonja, e do verdadeiro amor a hum desordena
do appetite. Quem ama a gloria com paixão só vê nel
la o premio das acções virtuosas, e com o fim de obter
a admiração dos homens se expõe aos maiores perigos,
e sofre toda a especie de privações por alcançar hum
objecto justo, e por consequencia util ao genero huma
no. Mas aquelle que só aspira á popularidade, do mes
mo modo e com igual ardor sacrifica o vicio e a virtu
de porque o seu fim não he honrado, nem as suas in
tenções beneficas para os mais homens.
Pelo contrario os que anciosamente desejão a popu
laridade raras vezes deixão de ter huma intenção occul
ta mais ou menos prejudicial á sociedade em qualquer
genero de Governo. Huns se propõem erigir-se em Tri
bunos da plebe usurpando com affagos da multidão hum
poder superior ao das Authoridades, e até ao das mes
mas leis. Outros fingindo falsa compaixão dos encargos
talvez necessarios que o povo succeda sofrer, se tornão
perpetuos detractores do Governo.
# qual costuma ser o fructo de tantas contrarie
dades, hypocrisias, e até mesmo crimes que ás vezes
custa para obter hum momento de popularidade ! Di
gão-no tantas victimas sacrificadas ao voluvel e arbitra
rio capricho da plebe em todas as épocas e em todos os
paizes de que falla a historia. Digão-no esses mesmos que
estão sendo objecto do seu efémero apreço, e confessa
rão, que não ha especie alguma de tyrannia mais absolu
ta e imperiosa do que a da multidão, mais exigente nas
suas ordens, e mais mesquinha em suas recompensas.
O desgraçado que aspira á popularidade, e o muito
mais desgraçado que chega a obtella por máos meios,
pode estar seguro de que ainda quando em si reuna to
da a baixeza de quantos aduladores tem havido no mun
do, não tardará em ser objecto de desprezo e de des
approvação desse mesmo idolo de mil cabeças a quem
sacrificou a sua virtude, a sua honra, e o socego da
vida. (Extracto do Estafeta.)
*—*$$*—»
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 26 de Fevereiro.
Embarcações avistadas.
6 h. 40 m. 1 Galera sem bandeira ao Sul do Cabo do
Espichel.
9 h. 5 m. 1 Escuna Ingleza, e 1 Bergantim sem ban
deira. — 11 h. 1 Brigue Escuna dito a Oeste do Ca
bo da Roca: o Bergantim navega para o Sul, e o
Brigue Escuna deo fundo em Cascaes.
3 h, 2 m. 1 Cahique Hespanhol ao Norte do Cabo do
Espichel: deo fundo em Cascaes.
N. B. Ha mais 1 Cahique Hespanhol, 1 Brigue Escu
na, e 3 Cahiques sem bandeira fundeados em Cas
caes; 1 Hiate Real sem distinctivo.
Embarcação entrada em Belém.
1 h. 25 m. 1 Galera Portugueza, Eugenia, de Setubal,
1 dia.
• Embarcação entrada em S. Julião.
10 h. 35 m. 1 Escuna Ingleza.
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
Embarcações sahidas de Belém.
11 h. 26 m. 1 Galera Portugueza, Prazeres e Alegria,
para o Pará.
1 h. 8 m. 1 Bergantim Sueco para Genova.
Idem, 27.
Embarcações avistadas.
9 h. 45 m. 1 Bergantim sem bandeira ao Norte do Ca
bo da Roca: navega para o Sul.
11 h. 10 m. 1 Cahique sem bandeira ao Noroeste do
Cabo do Espichel: navega para o Sul. |-
3 b. 25 m. 1 Escuna sem bandeira ao Norte do Cabo
da Roca.
Embarcação sahida de S. Julião.
8 h 46 m. 1 Paquete Inglez.
Embarcações sahidas de Belém.
11 h. 50 m. 1 Bergantim Inglez para Poole.
1 h. 14 m. 1 Bergantim Portuguez, Dous Amigos, pa
ra a Ilha da Boa Vista.
Publicação Litteraria. -
A Escóla da Virtude e da Politica , obra destinada
para a educação da mocidade, em que se mostra que a
rimeira baze são os deveres da mocidade para com
B" e para com seu proximo; segundo o cuidado que
devem ter no seu corpo ; e a terceira aquelles que sua
alma exige para a boa educação fizica, e moral ; em
8.° broch. 100 réis: vende-se na loja de Carvalho ao Chia
do, defronte da rua de S. Francisco N.° 2; e de João Hen
riques rua Augusta N.° 1.
|- Annuncios.
JEleuthério José Vieira Lopes, José Ferreira Silvão,
e José Joaquim Antonio Ribeiro, mestres do oficio de
Ourives da Prata, e no mesmo Avaliadores Privativos,
partecipão ao publico, que elles obtiverão huma Consul
ta de Sua Real Magestade, em data de 16 de Novem
bro do anno proximo passado, para que lhes fossem priva
tivamente a elles as avaliações de peças de prata , sem
que outros quaesquer as possão fazer ; e para cujo fim
se achão todos os Escrivães intimados, e se faz este
avizo para o publico não ser prejudicado.
Por se ter desencaminhado hum bilhete da 3.° Extrac
ção deste semestre com o N.° 619, se roga a todas as
pessoas que delle tiverem cautellas, venhão receber o
seu importe, pois de hoje em diante não tem efeito a
sociedade do referido bilhete ; e se alguem o achasse e
queira restituillo , o póde fazer na calçada de Santa
Anna N.° 79.
Pelo Juiz dos Orfãos da Repartição do Bairro Alto,
e em casa do Dezembargador Manoel de Sampaio Frei
re de Andrade, no pateo do Turel N.° 28 , se hão de
arrematar no dia 4 de Março humas casas abarracadas,
sitas na rua da Cruz em Alcantara N.° 35 , avaliadas
em 1603000 réis, de que he Escrivão Joaquim José
Baptista Ferreira.
{ dia 2 de Março proximo futuro, na casa da Pra
ça do Commercio, ás horas do meio dia, se ha de pro
ceder no arrendamento de huma quinta denominada
Fonte do Louro, Freguezia de S. Bartholomeu do Bea
to Antonio , Julgado dos Olivaes, por tempo de hum
anno, pertencente á massa fallida da viuva de Antonio
Simões da Costa , a que ha de presidir o Desembarga
dor Conselheiro Juiz dos Fallidos.

GAZETA DE LISBOA.
—–=>>>6->|$$$1<<<9ox=-
TERÇA FEIRA, 1 DE MARÇO.
PARTE OFFICIAL.
MINISTERIo dos Negocios DA MARINHA
E ULTRAMAR.
A Náo de Viagem = Maia e Cardozo = sahirá Barra
em fóra para os Estados da India no 1.° de Abril futu
ro, com escála na hida por Cabo Verde , e Moçambi
que ; e na volta por Benguella, e Angóla.
PARTE NÃO oFFICIAL.
—
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
AUSTRIA.
//ienna, 23 de Janeiro,
Nesta capital se está organizando com muita activi
dade a landwehr. Em cada Regimento de linha se poz
bum batalhão daquella Milicia, composto de seis com
panhias. Além dos Oficiaes ha 20 homens em cada
companhia escolhidos com preferencia pelo Governo entre
os soldados mais aguerridos e experimentados, com o
objecto de os collocar no posto de sargentos no caso de
Pecessidade. (Gazeta de Madrid.)
FRANÇA.
París, 13 Fevereiro.
Praça do Commercio de hontem. Cinco por 100 con
solidados 93 fr. 30 c. Acções do banco 1546. Empresti
no3Real da Hespanha 60 . Renda perpetua de idem
Annuncião de Petersburgo, que daquella Capital ha
vião sahido para o Exercito não só as Guardas de infan
teria e de cavallaria mas tambem dous Regimentos de
Cavalleiros da Guarda: cousa tanto mais notavel por
isso que na guerra da Turquia os ultimos se não tinhão
movido da Corte. •
Temos á vista huma carta de Vienna em data de 3
do corrente em que se diz, que a effervescencia dos Po
4acos desapparece á vista dos estandartes Russianos, que
ANNo 1831.
marchão rapidamente sobre Varsovia, e que tudo an
nuncia, que no desenlace da tragi-comedia se ouvirão
mais assobios do que tiros da artilheria. Accrescenta
que de toda a sorte a Polonia fica arruinada para sem
pre, e que os agentes Polacos que se dirigião, para Na
poles e Paris hião gastando folgadamente os ducados
subministrados pela Junta d'insurreição.
•
(duotidiana)
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 16 de Fevereiro.
. Escrevem de Portsmouth em data de 5 do corrente:
» O transporte Eliza vai dar á véla ámanhã, con
duzindo a seu bordo 224 perturbadores sentenciados pa
ra a terra de Van Diemen. A Argyle he brevemente
esperada em Spithead com destino para Sidney, e to
mará a seu bordo outros que vão ser deportados.»
O filho do celebre Marmontel fatleceo em Nova York
a 17 de Dezembro ultimo, no estado da maior miseria
Nasceo em Paris a 20 de Janeiro de 1789, sendo seus
drinhos o Duque d'Orleans e a Duqueza de Bourbon.
Tinha chegado a Nova Vork hindo ultimamente do
Mexico, onde a adversa fortuna constantemente o per
seguio.
Na sessão de 8 do corrente na Camara dos Communs,
relativamente aos negocios da Irlanda, assim se expres
sou o Chanceller do Exchequer:
» Entendo ser hum dever meu declarar algum tanto
largamente qual he o procedimento que o Governo ten
ciona adoptar. Sinto que a moção feita a respeito da
proclamação do Lord Lugar-Tenente tivesse lugar du
rante a ausencia do Muito Honrado Secretario do Go
verno da Irlanda, e muito mais na do Honrado Depu
tado pelo Condado de Waterford. (Mr. O'Connell.)
Este manifestando a paz nos seus protestos tem feito
quanto poude para causar o descontentamento e exci
tar a rebelião. Eis o que succedeo, e qualquer pessoa
ue ler os discursos do muito Honrado Deputado de
Wally, º verá logo de huma vez, que ainda que po
sitivamente inculcassem o respeito ás leis, a paz e a be
nevolencia, erão na realidade capazes de provocar o
descontentamento e a revolta declarada. (Grande ap
plauso de todas as partes da Camara.) O objecto da
agitação, segundo a denomina o Honrado Deputado
de HWaterford, he efectuar a revogação da União. Isto
he hum facto : pela revogação da União se entende a
separação dos dous paizes. (Novos signaes de approva
ção; Mr. O'Gorman Mahon, hum dos Deputados da
 [ 202 ]
Irlanda , exclamou: Não! Não ! mas logo duplicá
tão as primeiras demonstações de consenso no sentido
do Orador.) •
» Sendo isto assim, pode facaso alguem por hum só
momento duvidar de que o Governo de S. M. haja de
fazer tudo quanto estiver a seu alcance para frustrar e
destruir similhante manejo ! (Applauso.)
» O Honrado Deputado (Mr. O'Gorman Mahon) fal
lou de hum ajuste, e disse que a Irlanda queria huma
Legislatura separada; mas a todos deve ser evidente, que
OS # paízes não podem permanecer unidos com duas
Legislaturas
outra. (Applauso.)
separadas, sendo huma independente da
• •
» Quando se falla, de huma Legislatura separada,
quando se diz que a Irlanda exige hum Parlamento de
casa, quer por ventura dar se a entender, que ella pede
a renovação do Parlamento de 1797! Querer-se-ha sus
tentar, que se deseja que a Irlanda seja afligida, e le
zada com huma Camara do Parlamento similhante
á que existio antes da União! (Grande applauso.)
» De todos os males que entendo podem recahir so
bre a Jrlanda, nenhum julgo peior do que a renovação
de similhante Parlamento. (Applauso.)
» O Honrado Deputado perguntou quaes erão as in
tenções do Governo de S. M. a respeito da Irlanda?
Responderei a esta pergunta. O Governo de S. M., fa
rá tudo quanto poder para melhorar o estado da Irlan
da; e já se tem dado avizo de varias medidas que se
deverão propor tendo em vista esse mesmo fim. Se no
entanto existir algum aggravo, o Governo de S. M.
fará quanto poder para o fazer desapparecer. O Gover
no tenciona procurar o melhoramento da Irlanda dando
occupação aos pobres; (Applauso.) facilitando e alen
tando as fabricas; dando segurança á industria fe ao
commercio, sustentando as leis, e conservando a União.
(Vivo applauso.) .
» Taes são as intenções do Governo de S. M. e estou
certo de que exactamente avalío os sentimentos dos In
glezes quando digo, que este paiz se acha firmemente re
solvido a sustentar a União com a Irlanda. (Continua
do applauso.)
» Não ha homem algum que mais lastime a guerra do
que eu, e de todas as guerras considero a guerra civil
como a mais funesta e terrivel. Destroe os vinculos mais
caros, e fere a nação na parte mais vital e mais pre
ciosa. Mas apezar de todo o horror que sinto em que
se recorresse a similhante extremidade posso afloutamen
te dizer, que he huma extremidade a que a Inglaterra
antes ha de recorrer do que sanccionar ou permittir a
revogação da União com a Irlanda. (Emmenso applau
so de toda a parte da Camara.) •
… Não julgo necessario encommodar a Camara por
mais tempo, mas entendi ser meu dever declarar succin
ta mas resolutamente quaes são as intenções do Governo
de S. M. » •
Fallou depois Mr. Leader no seguinte sentido:
= Ouvi com pezar que existíra huma sociedade secreta
na Irlanda da natureza indicada (para conseguir a se
paração) pelo Honrado Cavalheiro (Mr. O Gorman
Mahon), e me levanto para solemnemente certificar á
Camara, que não pertenço a similhante sociedade. (Ap
plauso.) Sinto ouvir dizer ao mesmo Deputado, que já
havia acabado o tempo da deliberação e da negociação,
e que se devia revogar a União ou recorrer á força.
(Applanso.) Estive recentemente na Irlanda, e ainda
que Protestante, e apezar de ter varios parentes que
pertencem ao estado Ecclesiastico, não tive receio de
encontrar trinta mil dos meus considadãos Catholicos;
nem hezitei em declarar aos meus constituintes, que nas
circumstancias actuaes sou opposto ao systema da re
vogação da União. (Applauso). Entendo que essa revo
gação seria muito prejudicial á Irlanda. Fecharia o mer
cado Britannico, paralizaria as fabricas, e subverteria.
todos os planos de melhoramento que recentemente se
tem traçado. Isto declarei aos meus constituintes, e
lhes dei o conselho de esperarem com paciencia pelo ef
feito das medidas agora propostas. Qual foi o resulta
do ! O voto de unanime confiança. Lastimo as occor
rencias que tem tido lugar na Irlanda; no entanto jul
|-
go mui inconveniente alludir a isso em quanto estão
pendentes os processos judiciaes. Ulteriormente chama
rei a attenção da Camara a alguns dos meios que en
tendo poderão tender á remoção do descontentalmento.
Convém dar tempo ao Governo.» }
Rematou dizendo, que se achava convencido de que
na Irlanda não existia disposição alguma para recorrer
á guerra civil a fim de conseguir a revogação da Uniãoo ;
e que essa era a geral opinião na parte meridional da
quelle paiz. •
Sir Roberto Peel falou do seguinte modo:
» Sinto que se entrasse nesta discussão na ausencia do
Secretario do Governo da Irlanda mas já que a ques
tão se introduzio he hum dever de todo o homem que
deseja a continuação da União Legislativa de hum e
outro paiz, dar o seu voto. He esta huma questão do
mestica de transcendente importancia, e eu teria pejo
de não pôr de parte em similhante occasião toda e qual
quer consideração de partido ou diferença politica. He
minha determinação coadjuvar o Governo do Rei nos
seus esforços para conservar a União intacta. Não pro
curo qualquer pequeno extravio em que os Ministros
possão haver cahido na applicação da lei, se com ef
feito em algum cabírão, quando considero os artificios,
evasivas, e falsas representações com que se procura
eludir a lei. (Applauso.)
» Mesmo á custa da alternativa a que alludio o Hon
rado Deputado de Clare, alternativa horrível, não de
vemos hesitar em sustentar a União de ambos os paizes.
Se annuirmos á presente pretenção da revogação da
União, por ventura não poderia outra igual vir da Es
cossia ! Se se deve conservar essa União he muito me
lhor recorrer a todos os meios legaes que existem, do
que a outro qualquer. Se ha leis pelas quaes se póde
prevenir o mal, mui culpados serão os que de novo
quizerem inundar de sangue os campos da Irlanda.
» Não posso admittir que melhor fóra consintir, que
se reunissem os Gremios. A politica adoptada pelo Go
verno Irlandez poderia ser duvidosa se o Deputado de
//aterford (Mr. O'Connell) não tivesse dado antes suf
ficiente avizo do objecto que levava em vista. Reunida
huma força similhante, facilmente se teria empregado
para destruir a União, e por isso só tinha o &#3
o recurso de impedir que ela se reunisse.
" Não se presuma que pela dissolução da União será
a Irlanda reconduzida á mesma relativa posição em
que se achava des de 1782 a 1800. Suscitar-se-bia o ran
cor não só entre a Inglaterra e a Irlanda, mas entre
os que professão diferentes opiniões religiosas; rancor
que se não poderia contemplar sem o maior receio. (Não,
exclamou Mr. O Gorman Mahon.) •
» Este negocio não se acha occulto na obscuridade
do tempo, e não devo nem deve e Honrado Deputado,
falar sobre a materia com demasiada confiança. O pe
rigo será tanto maior se existirem essas sociedades secre
tas a que alludio o Honrado Deputado de Clare. Não
he tanto a revogação da União, que deo lugar á actual
agitação
na como os recentes acontecimentos em Paris e
Belgica. • |-
» Confio na circumspecção dos Catholicos Romanos
de todas as classes, na circumspecção dos Protestantos,
tanto na Inglaterra como na Irlanda, para que hajão
de desapprovar toda e qualquer tentativa de destruir
huma União sobre que depende a ventura de huns e ou
tros. Nunca poderá a Inglaterra consintir nessa revo
gação em quanto desejar conservar o seu lugar entre as
Nações: e talvez que depois de vinte annos de luta e
 ['203]
de efusão de sangue se ache a Irlanda reduzida a hu da estranha a commoções politicas, recebeo o fructo da
ma solidão moral. arvore prohibida, elevou-o aos seus labios, e o arrojou
º Prestarei favoravel attenção a qualquer medida de logo sem o provar. Não tornará a colhello nem a accei
conciliação, porém faça-se justiça a todos sem sacrifi tatlo. O Hespanhol constante e sizudo, qualidade que
car o interesse de ninguem. Estou convencido de que o deve ao clima, pois em todos os tempos tem sido o
abuso da liberdada he na Irlanda maior do que o abu mesmo, mais apreciador da honra do que do dinheiro,
so do poder, e por esse motivo tomarei a parte do Go ou de todos os prazeres, essencialmente religioso por
verno Executivo na conservação da tranquillidade do que gosta mais de meditar do que de fallar; vehemente
paiz; e se os meios legaes que agora tem em seu poder e firme no seu amor e na sua amizade; e em fim sugei
não forem suficientes para esse fim, estou prompto a to durante dez seculos ao Governo Monarquico, ao qual
coadjuvar
elle entendao ser
Governo em qualquer
necessaria.» medida ulterior que
(Applauso.) • deveo a sua gloria e prosperidade nos felizes tempos da
sua historia, e a sua consolação e esperança nos tem
Lord Palmerston louvou os sentimentos expressados pos de adversidade, nunca soube o que he opposição ás
pelo Honrado Baronete, e disse que nada menos po prerogativas do Throno. A historia já contou com que
dião esperar todos os que possuião conhecimento do seu firmeza e sacrificios sustentárão os Hespanhoes contra
caracter politico e particular Accrescentou que o seu º Exercitos formidaveis e vencedores a Filippe V, Chefe
nobre amigo á testa do Ministerio fôra indigno do car do Augusto ramo Hespanhol de Bourbon; a historia
go que occupava se não tivesse procedido daquella sor centará á custa de quanto sangue conservárão a patria
te. » Deverá o Governo acaso, perguntou elle, deixar e o Throno ao Monarca reinante em huma época mais
se illudir pelos grosseiros artificios dos agitadores! Se proxima quando já não era moda em grande parte da
tal fizesse merecería severa inculpação. Não julgo , , Europa a fidelidade aos Legitimos Reis. A inexperiencia
que as pessoas intelligentes, abastadas, ou de conside (e nada mais), fez com que a Hespanha sofresse a revolução
ração, desejem tal revogação. Unidos, podem ambos do anno 20; porém apenas conheceo que as novas institui
os paizes ser felizes e poderosos; huma vez separados, ções se dirigião a destruir o Throno em lugar de o con
serão ambos fracos. Se a União só se poder conservar solidar, como lhe havião dito para a enganar, perdeo
com hum diluvio de sangue, recaia a culpa sobre a ca a paciencia e declarou com os seus movimentos nada
beça dos que agitão o assumpto da revogação da União.» equivocos e com a sua força de inercia, ainda mais
(Extracto do M. Post.) eloquente, que não era sua vontade que o seu Rei fos
se privado nem de hum apice da sua authoridade Sobe
*-—*§§*—» rana. E hum povo desta indole e deste caracter ha ne
cios que o queirão enganar outra vez! Demasiado apren
Lisboa, 28 de Fevereiro. deo na primeira, que toda a authoridade que os revo
lucionarios tirão aos Reis he para a repartirem entre os
Situação da Hespanha em 1830. demagogos ambiciosos, que não conhecem outra liber
dade mais que a desenfreada licença delles e do seu par
Não deixa de sêr hum fenómeno, digno da attenção tido, isto he, a faculdade de opprimir os que pugnão
dos observadores politicos, a tranquilla attitude da Hes contra a sua tyrannia; e que aquelle mesmo poder que
panha no meio do terremoto revolucionario que afilige a nas mãos do Rei assegura a boa ordem e a prosperida
Europa ; e ainda que o mesmo socego se note na de geral, transferido aos chefes de partido, he só hum
Italia, os Governos daquella Peninsula não tem tido instrumento de discordia civil, e de calamidades sem
inimigos, pelo menos ostensiveis que tenhão procurado I] Ul III e IO. •

alterar a boa ordem. Porém a Hespanha, acomettida
com tanta antecipação e perseverança pela imprensa li
beral; a Hespanha que vio insultada a sua fronteira por
emigrados revolucionarios favorecidos com o dinheiro,
e com a influencia de hum partido poderoso, não só
não correspondeo nem com huma voz a esta provoca
ção á desordem e á guerra civil, mas tambem manifes
tou altamente o seu odio de tão horrivel tentativa, e a
sua firme determinação de permanecer fiel ás leis e aos
juramentos, castigando com as armas da guerra e da
justiça o malvado que pretendesse dilacerar o seu seio
Esta resolução he firme, inexoravel como o fado, como
o são todas as resoluções do povo Hespanhol. Se hum
panegerista esgotasse todos os recursos do engenho hu
mano para fazer o elogio do Rei de Hespanha e da na
ção Hespanhola, tudo quanto dissesse não seria equiva
lente a esta expressão: os Hespanhoes permanecerão uni
dos com o seu Monarca em 1830. -
Com efeito se se examinarem as causas da adhesão
da Hespanha ao seu Rei, e da sua indignação para com
os projectos revolucionarios que vio formar-se em mui
tos paizes da Europa, he forçoso reconhecer , que ha
no caracter nacional hum principio inimigo da desordem
e da anarquia, e no Governo do seu Rei toda a sabe
doria e prudencia que se requerem para satisfazer as preci
sões actuaes do povo a quem rege. O primeiro, he fru
cto do clima, das instituições, da Religião, dos suc
cessos pelos quaes a Hespanha tem chegado ao estado
actual de cousas; o segundo procede do coração do
Rei cujo sentimento dominante he o amor da patria e
dos seus vassallos, e o desejo mais ardente da sua glo
ria e prosperidade. No anno de 1820 a Hespanha ain
Apenas foi S. M. restituido á plenitude dos seus sobe
ranos direitos, determinou fazer delles o uso que era
digno do seu animo nobre, e da lealdade da nação, e
applicar todos os seus esforços a curar e cicatrizar as
numerosas chagas, e de mui distincta classe, que os an
teriores successos havião aberto á Hespanha. Algumas
dellas erão moraes, e estas de maior gravidade; outras
administrativas e economicas. Dous objectos chamárão
então principalmente a atttenção: destruir o edificio
da irreligião que havia levantado a desenfreada licença
de alguns pedantes, (e isto se conseguio facilmente pro
movendo bons estudos, inimigos do semi-saber, e por
consequencia da incredulidade) e acalmar o furor do
partido. Porém que cousa ha difficil em huma nação
que ama o seu Monarca quando o Governo caminha
com prudencia e perseverança para conseguir o bem
publico! Poucos annos tem bastado para desvanecer as
dissensões anteriores; debaixo do escudo das leis todos os
Hespanhoes igualmente protegidos, se reconhecem por
filhos do seu Rei. Esta concordia restituida á Hespa
nha, restauração moral muito mais nobre e verdadeira
do que aquella que se solicita em outras partes por
meio de revoluções, se tem feito sem commoção, sem
desordens, e sem mais armas que a justiça, o desejo do
bem e da prudencia.
Não fallaremos dos progressos diarios que faz na Hes
panha a prosperidade material, devida aos esforços das
artes, e promovida por hum Governo reparador, por
que as paginas da Gazeta de Bayona estão cheias, e as
do Estafeta se encherão provavelmente com os melho
ramentos que em todos os pontos da peninsula se devem
aos cuidados do Ministerio, a Magistrados zelosos, a
 [ 204 |
Y'relados instruidos e amantes do bem publico, e em do que em higiene; aqui jaz hum Castelhano, que ela
fim a particulares impellidos ao mesmo tempo por dous
poderosos incentivos, o desejo de contribuirem para a
prosperidade de todos, e o interesse #A Hes
panha possue hum Codigo de commercio notavelmente
correcto; trabalha-se no Criminal, e na divisão do ter
ritorio; segundo nos consta reunem-se materiaes para a
formação de hum bom Codigo municipal. A Hespanha
possue hum Exercito que não cede a outro algum da
Europa em valor, disciplina, e na instrucção dos seus
Oficiaes. A Hespanha em fim (e isto era em 1823 o
mais difficil de adevinhar) tem hum credito que se tem
sustentado contra as convulsões de 1830, e huma fazen
da que cobre a despeza da Monarquia. Accrescente-se
a tantos bens devidos aos cuidados paternaes do Rei, e
á sabedoria dos seus Ministros, a esperança que he o
maior de todos: porque não ha bem algum digno de se
desejar, que os Hespanhocs não esperem do seu Mo
narca quando curados os males das antigas revoluções
e guerras, possa livremente seguir o impulso do seu ge
neroso coração, aliviar os encargos das contribuições,
e dedicar huma parte mais consideravel dos fundos do
seu Erario a promover todas as emprezas de utilidade
publica. " " . •
E he exactamente quando a Hespanha se acha, ape
zar de tantas perdas causadas pelo espirito revoluciona
rio, no mesmo gráo, ou talvez maior, de actividade in
dustrial que no fim do Reinado de Carlos III; quando
cansada dos males da anarquia, repousa á sombra das
leis, e debaixo da segurança de hum Governo protector;
quando em fim depois de tantos infortunios começa
a gozar e a esperar, he então exactamente que meia
duzia de homens sem moral, sem dinheiro, sem instruc
são de nenhuma especie se apresentão em nome dos
agitadores estrangeiros a convidalla para que renuncie
aos seus principios politicos e religiosos, á sua ventura,
e ás suas esperanças, e tudo sacrifique unicamente por
ter o merito de huma ridicula imitação! Não admira,
que fossem recebidos como forão; o que admira he, que
ainda aparentem não renunciar aos seus disparatados
projectos.
No entanto o Hespanhol que aprecia com razão a
sua fisionomia nacional, e não gosta d'imitar, e muito
menos o que já lhe foi funesto, deixará os Belgas livres
e gloriosos, como elles dizem, andarem buscando de
porta em porta hum Rei a quem mandem ; os Pola
cos, attrahirem sobre o seu desgraçado paiz os Exerci
tos, e a indignação de hum Monarca poderoso e irrita
do; os Irlandezes afearem a bella causa do Catholicis
mo com a criminosa cumplicidade que prestão aos ra
dicaes da Inglaterra; as universidades de Françn e Alle
manha educarem alumnos que queirão governar aos seus
mestres, e até a seus pais; os Suissos tão fortes ante
riormente pela sua união, tão ricos no meio da pobreza
com a perpetua paz das suas montanhas e lagos, bus
carem na democracia ignorante dos aldeões a ruina da sua
paz e talvez a da sua independencia. E vendo tantos es
tragos em nome da civilisação, tanta tyrannia demago
gica em nome da liberdade, tantas calamidades em no
me da concordia, e em fim tanta ignorancia em nome
da illustração, abençoará a sua sorte, estimará o seu
caracter moral e religioso, que o torna submisso á lei e
amante do seu Monarca , unir-se-ha ao Governo de
quem tem recebido grandes benefícios, e os espera maio
res; e applicando-o aos povos revolucionarios procura
rá que nunca se applique a si mesmo o epitafo vulgar
mente conhecido, porém mais certo ainda em politica
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
tando bom quiz estar melhor. (Estafeta.)
*—*§§ *—»
Telégrafo.—Serviço da Barra.—28 de Fevereiro.
Embarcações avistadas. • •
6 b. 20 m. 1 Bergantim sem bandeira ao Norte do Caº
bo do Espichel : navega para o Sul. — 1 Cahique
dito ao Sul do Cabo do Espichel.
9 h. 46 m. 1 Bergantim sem bandeira ao Norte do Ca
bo da Roca: navega para o Sul. -
1 h. 32 m. 1 Bergantim sem bandeira ao Sul do Cabo
da Roca.
4 h. 23 m. 2 Brigues Escunas sem bandeira ao Norte
do Cabo da #
N. B. Estão fundeados em Cascaes 1 Hiate Real sem
distinctivo, e 3 Brigues Escunas e 5 Cahiques Hes
panhoes. •
• Embarcação entrada em S. Julião.
9 h. 46 m. 1 Bergantim Inglez.
• JEmbarcação sahida de Belém.
10 h. 54 m. 1 Bergantim Dinamarquez para Hamburgo.
}
+ • #=== A
• L
Jºublicação Litteraria.
Sahio á luz o N.° 13 da Contra-Mina : vende-se por
30 réis em Lisboa, Belém, Coimbra, e Porto com os
mais numeros nas lojas do costume.
Annuncios.
Partecipa ao publico Marianna Verissima Freire,
viuva de Francisco Simões da Costa, que tendo perten
cido a seu defunto marido huma quinta denominada da
Trovista, em Caneças, Freguezia de Loures, avaliada
então pelos Orfãos em mais de 7003000 réis, e cons
tando á referida viuva que José Simões da Costa inde
vidamente fez pôr em praça a dita quinta , allegando
huma divida de 1003000 réis sem a annunciante ser
ouvida, previne pelo presente annuncio para que ninguem
dê o seu lanço em tal arrematação sob pena de nullidade.
José Joaquim Galvão contratou com Joaquim Ma
noel Coutinho e sua mulher D. Maria do Patrocinio de
Carvalho Coutinho, comprar a estes a sua propriedade
em que morão na rua do Arco do Limoeiro , defronte
da porta travessa da Sé N.° 4 a 6, de que já se fez Es
criptura de promessa de venda; e correndo-se editos de
trinta dias não appareceo crédor algum ao dito predio,
pelo que se vai assignar huma Audiencia aos crédores,
e se faz este annuncio para que hajão de comparecer,
pena de se julgar por livre e desembaraçado o dito pre
dio: he Escrivão o do Civel da Cidade Mathias José de
Oliveira Leite.
Na tarde do dia 6 do corrente mez de Março, se ha
de arrematar na praça do deposito geral, com o abati
mento da quinta parte do valor de 1633700 réis, huma
propriedade de casas com seu quintal e poço , no sitio
da Povoa de Santa Iria, na rua direita que vai ao cáes
do embarque; he Escrivão Couto.
Ha para vender huma boa junta de bois que acabá
rão de fazer os trabalhos da quinta do Bauto: a Campo
de Ourique, rua da Piedade N.° 3.A., se podem ajustar,
N. B. Na Gazeta N.° 50, em o 2.° annuncio, em vez
de José Joaquim Antonio, leia-se José Joaquim Antunes.
=>=">
 NUM. 52.
GAZETA DE LISBOA.
--------===>>>{>>$$$4<-3GX<==-
QUARTA FEIRA, 2 DE MARÇO.
—=res->#39e9;#<-ºei=
PARTE OFFICIAL.
\ Regimento de Milicias de Braga.
Extracto da Ordem do Dia N.° 13.
Quartel General no Paço de Queluz, em 28 de
Fevereiro de 1831.
Por Decreto de 3 do corrente mez.
Regimento de Cavallaria N.° 6.
Alferes supranumerario, o Alferes do Exercito, Joa
quim Favor, que se acha fazendo o serviço no Regimen
to de Cavallaria de Chaves.
Regimento de Cavallaria N.° 8.
Alferes supranumerario, o Alferes do Exercito, João
Manoel da Gama, que se acha fazendo o serviço no
Regimento de Cavallaria de Chaves.
Regimento de Infanteria N.° 1.
Tenente, o Tenente do Regimento de Infanteria N.°
22, Luiz Xavier Valente.
Regimento de Infanteria N.° 5.
Alferes supranumerario, o Alferes supranumerario do
Regimento de Infanteria N.° 11, Verissimo Antonio
Mestre.
Regimento de Infanteria N.° 11.
Alferes addido, o Alferes addido ao Regimento de
Infanteria N.° 5, João Pedro Gonçalves.
Regimento de Infanteria N.° 14.
Alferes, o Alferes do Regimento de Infantaria N.°
8, José de Gambôa e Liz.
Regimento de Infanteria N.° 22.
Tenente, o Tenente do Regimento de Infanteria N.°
1, João Ferreira de Carvalho.
Demittido, Conformando-Se Sua Magestade com o
parecer do Conselho Militar creado #.
de 11
de Agosto de 1828, o Tenente do Exercito, Francisco
Antonio de Oliveira.
Real Corpo dos Engenheiros.
Demittidos por desertores, ficando sugeitos a respon
der em Juizo competente pelos crimes em que se acha
rein, comprehendidos, o Tenente Coronel José Carlos
de Figueiredo, e o Capitão José Feliciano Farinha.
Regimento de Milicias de Tavira.
Demittido pelo requerer, allegando motivos attendi
veis, o Alferes Manoel José de Oliveira.
Regimento de Milicias da Feira,
Capitão da 2.° Companhia, com a mesma gradua
ção que tem, o Capitão graduado em Major do Regi
mento de Milicias do Porto, Vicente Francisco de Gui
11) 3 fale S. . dade do Porto. O que V. m. fará presente na Real Jun
ANNo 1831.
Regimento de Milicias de Guimarães.
Graduado em Capitão, o Tenente José Leite de Oli
veira de Araujo.
Cirurgião Mór, José Antonio Fernandes.
Regimento de Milicias de Bragança.
Demittido por desertor, ficando sugeito a responder
em Juizo competente pelos crimes em que se achar
comprehendido, o Capitão Valentim de Moraes Castro.
Batalhão de Voluntarios Realistas de Aveiro.
Demittidos_pelo requererem, allegando motivos at
tendiveis, o Capitão Diogo de Alpoim Rangel, e o
Tenente Francisco de Queiroz Corte Real e Napºli.
ElRei Nosso Senhor, como Commandante em Chefe
do Exercito, Ha por bem Nomear Membro do Conse
lho Militar creado por Decreto de 11 de Agosto de
1828, o Seu Ajudante de Ordens o Major Francisco
Henriques Teixeira, em lugar do Brigadeiro Graduado
Henrique Pinto de Mesquita, que passou a Governador
da Praça d'Elvas.
Publica-se ao Exercito o Avizo, e Copia abaixo
transcripta:
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — ElRei Nos
so Senhor, a Quem foi presente o Oficio de V. Ex.°
de 23 de Dezembro proximo preterito, com a instancia
que faz o Commandante do Corpo da Guarda Real da
Policia do Porto, sobre o pagamento da divida de far
damentos ás praças que dos diferentes Corpos do Exer
cito tem passado para o referido, Houve por bem Man
dar expedir á Real Junta da Fazenda do Arsenal do
mesmo Exercito o Avizo da Copia inclusa. O que com
munico a V. Ex.° para seu conhecimento, "fºi
em conformidade aos Commandantes dos Corpos da
Policia. =Deos guarde a V. Ex.° Salvaterra de Ma
gos, em 26 de fº", de 1831. = Conde de S. Lou
renço = Illustrissimo e Excellentissimo Senhor Conde
de Barbacena.
Copia.
ElRei Nosso Senhor He Servido, que a Sua Sobera
na Resolução do 1.° de Abril de 1829, relativa a pa
gar-se de prompto a divida de fardamento ás praças
que dos diferentes Corpos do Exercito havião #
para o Corpo da Guarda Real da Policia de Lisboa,
se faça applicavel não só ás praças que depois tenhão,
ou venhão a passar para o referido Corpo, mas tam
bem, no mesmo sentido, ás que tiverem ou vierem a
passar para o Corpo da Guarda Real da Policia da Ci
 I 2061
ta da Fazenda do Arsenal do Exercito, para que assim Corte de Holy-rood, (residencia de Carlos X) e no mes
se execute. Deos guarde a V. m. Salvaterra de Magos, vada.
mo, instante lhe deo o Imperador huma audiencia pri
em 26 de Janeiro de 1831.= Conde de S. Lourenço.=
Senhor Joaquim 2eferino Teixeira. – •
Publica-se ao Exercito, que em 23 do corrente forão
mandadas cumprir as sentenças seguintes proferidas
a respeito dos tres Officiaes abaixo declarados:
, Tendo respondido em Conselho de Guerra o Capitão
d8 Batalhão de Voluntarios Realistas de Beja, Marti-, de confiança, e o encarregassem de tão grande respon
nhº Afonso de Mello Brayner; o Alferes do Regimen sabilidade; que a 20 de Janeiro deixára o seu lugar do
to de Caçadores do Além-Téjo, João José da Silva Car
valho; e o Alferes do Regimento de Milicias de Coim
bra, José Gonçalves Fresco, por terem sido accusados
o primeiro do crime de ferimento, o segundo de assua
da, ferimento, e entrada violenta em huma casa, e o
terceiro de haver perpetrado o crime de morte; forão a
final todos tres absolvidos por Sentença do Conselho de
Justiça de 12 deste mez, os dois Alferes por falta de
prova, e o Capitão por que o ferimento objecto da de
vassa foi feito com arma licita para estremar, e apazi
guar desordem. - -
(Seguem-se Licenças.). Conde de Barbacena, Chefe
do Estado Maior General. = Está conforme o Original.
= Ajudante General, Marquez de Tancos.
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
POLONIA.
J'arsovia, 29 de Janeiro.
Dizem que a Deputação da Dieta se occupa actual
mente em nomear os Agentes Diplomaticos, que hão
de notificar a todos os Governos Européos a vacatura
do Throno da Polonia. Com tudo duvida-se, que estes
Commissarios possão desempenhar o seu encargo, pois
se não permitte passar as fronteiras da Prussia nem as
de Austria, e todas as Authoridades tem ordem de de
ter os viajantes Polacos, que não mostrem que a sua
viagem não tem objecto politico. Quanto ao mais des
de a demissão de Klopiski, e a publicação das procla
mações de Diebitsch, reina nesta Cidade a maior con
sternação, e muitas pessoas que desapprovão a declara
ção da independencia aguardão anciosamente hum mo
mento favoravel para fugir do perigo, cousa que diffi
cilmente conseguirão pela vigilancia da Policia e exal
tação do povo. (J. de Augsburgo.)
ALLEMANHA.
- - - - Françfort, 9 de Fevereiro.
Escrevem de Petersburgo em data de 27 do passado
o seguinte:
» O Imperador ordenou por hum Ukase de 11 , que
des de o dito dia ficassem abolidos os estatutos do Grã
Ducado da Lithuania, deixando não obstante á Nobre
za do paiz a faculdade d'eleger entre os seus membros
os Juizes dos Tribunaes civis e militares.
» As leis que região nos Governos de Mohilow e de
IVitepsk (antigas Provincias. Polacas) reunidos ao Im
perio em 1772, ficarão em todo o seu vigor.»
Chegou a S. Petersbur, o certa pessoa enviada pela
-
•
Escrevem de Varsovia, que sciente o antigo General
Krackoviecki de que quando se tratava de nomear Gene
ralissimo querião alguns membros da Dieta dar-lhe o
seu voto, manifestá a á assembléa a sua gratidão por
aquella distincção, fazendo-lhe observar que nada havia
- feito para que se lhe desse aquella prova, nada equivoca
Conselho de guerra para se hir reunir ao Exercito acti
vo de que era Chefe, em attenção a que o inimigo já se
acampava nas fronteiras do Reino.
As authoridades Hanoverianas oficialmente declará
rão, que por engano se havia designado o Doutor Bran
der como hum dos principaes cabeças das desordens de
Gottinga. Este sabjo he homem pacifico, e continúa a
dedicar-se aos seus trabalhos scientificos.
• |-
• -
* •
(G.
|
de Madrid.)
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 11 de Fevereiro.
No Courier se lê o seguinte artigo:
» Como se crê geralmente que o nosso Governo fora
enganado pelo Conde Sebastiani, e que o Principe de
Talleyrand não deixara de contribuir para isso, vamos
provar por dados positivos, que o Governo France: he
quem tem a culpa, e por isso mesmo he o unico repre
hensivel, e que se não havia podido prever o seu pro
cedimento. 1
» A 26 de Janeiro sahio de Bruxellas Mr. Bresson, e
a 28 chegou a París. No dia 20 se assignou o Proto
colo, e o Governo Francez devia ter recebido huma co
pia delle a 22, isto he 6 dias antes que o agente Fran
cez chegasse de Bruxellas. Este sahio de Paris na tar
de de 28, e chegou a Bruxellas no dia 30, e teve im
mediatamente varias conferencias com os membros do
Congresso. Todo o mundo sabe que as suas declarações,
e as suas intrigas influírão para que muitos Deputados
votassem a favor do Duque de Nemours. Pela outra par
te deve-se ter presente, que Mr. Vande IVeyer declarou
em pleno Conselho que positivamente sabia, que se ac
ceitaria a Coroa da Belgica em nome do Principe.
» Outra questão. A que se deverá attribuir, que tendo
recebido o Governo Francez a 22 o Protocolo do dia
20 tenha diferido até o 1.° de Fevereiro a sua recusação?
A resposta se apresenta por si mesma até aos mais igno
rantes: era para dar lugar a alguma intriga occulta.
Pois não he provavel que hum homem tão politico e
obediente como he Mr. Talleyrand tivesse assignado
esse Protocolo sem ordem expressa do seu Governo: lo
go he evidente, que o Governo Francez o authorizou
Para o assignar, e que sanccionou depois a sua assigna
tura. Então podia talvez ser sincera esta sancção; po
rém a violenta opposição e as muitas e energicas repre
sentações que logo depois se fizerão na França e na
Belgica contra esse Protocolo, terão provavelmente de
terminado o Governo
a esse documento France: a retirar a sua adhesão
Diplomatico. •
” Esta he a melhor desculpa que podemos dar a favor
do Ministerio Frances; aliàs nos veriamos obrigados a
convir em que não havia procedido com sinceridade, e
que º Principe de Talleyrand antes havia sido engana
do do que instrumento da intriga.
"—Ou a Deputação ao dar conta da resposta do Rei
Luiz Filippe a troncou de proposito, ou este ultimo
mudou de opinião; porque ao nosso Governo se lhe dis
se de oficio, que S. M. havia recusado positivamente a
Coroa, e agora se nos diz, que unicamente declarara
 [207]
# julgava não poder acceitalla. Por ventura Luiz Fi XPº, que antes se chamava Luiz, e a quem a Chri
ippe teme assegurar á nação Franceza o que tão so standade deve a fundação da Propaganda, em que o
lemnemente assegurou aos Governos das outras nações!» Cardeal Capellari fez os seus primeiros estudos, e em
(Times.) euja direcção fez depois tão grandes serviços á Igreja.
Se os Belgas se unirem ao partido violento da França, He de notar que Gregorio XV foi quem canonizou
e ao que não cessa de clamar contra a ambição da In 8anto Ignacio de Loyota e S. Francisco Xavier, seu
glaterra e contra todos os Governos que não tem ti primeiro discipulo, e o Bemaventurado S. Filippe Ne
# a sua revolução, e que deseja a aggregação da ri. Além disso he demasiado notorio, que este Summo
Belgica ao territorio Francez, sem fazer caso da opi Pontifice erigio em 1622 o Bispado de París em Me
nião geral da Europa; se os Belgas, dizemos, unidos tropoli.
a estes partidos se prestão á incorporação que já teve
efeito pela guerra da revolução, e se anullou depois Os periodicos de Munich de 1 de Fevereiro publicão
como incompativel com a segurança geral, esta união hum Decreto sobre a imprensa, pelo qual fica abolida
virá a ser huma confederação hostil contra o Continen a disposição relativa á authorisação que se devia obter
te e contra a Inglaterra, e excepto no caso de algu para publicar novos periodicos: porém se restabelece a
mas considerações importantes e equitativas desculpa censura com todo o rigor pelo que toca á parte politica.
rem a sua necessidade, deve ser huma causa legitima Tambem se prohibe deixar em branco as facunas do que
para que as Potencias que se julguem prejudicadas de os Censores tiverem supprimido. (L'Avenir.)
clarem a guerra. Perguntaremos a todo o Francez de
razão (se he que se póde encontrar algum que a tenha . Copiamos dos periodicos Inglezes o seguinte mappa
quando se trata de augmento territorial) que segurança da receita liquida da Grã-Bretanha ao subir ao Throno
oferecem as Provincias Prussianas immediatas ao Rhe cada hum dos Soberanos daquelle paiz des de Jaime I
no, se a França ufana com o seu triunfo na Belgica se até Guilherme IV.
apresentar como protectora de todas as cabeças desorde • • • Annos Lib. est.
nadas que ha nos dominios sugeitos ao sceptro de Fre
derico Guilherme? Será forçoso que o Governo Inglez Elevação de Jaime I em - 1603 - - - 600,000
se resigne a vêr outra vez a Cidade d'Antuerpia com Carlos I - - - - - - -- 1625 - - - 896,819
huma linha formidavel de fortificações e baterias sobre A Republica - - - - - - 1648 - - - 1.517,247
a margem esquerda do Escalda, em disposição de reali Carlos II - - - - - - 1660 - - - 1.800,000
zar os sonhos de Buonaparte, que queria fazer deste im Jaime II - - - - - - 1685 - - - 2.000,000
menso arsenal do poder maritimo hum arcabuz sempre Guilherme e Maria - - 1688 - - - 2.001,855
encarado contra a Inglaterra? Se a França chegar até Anna - - - - - - - 1701 - - - 3.896,205
ás portas de Hollanda quem assegura que se deterá nes Jorge I - - - - - - 1714 - - - 6.691,803
se primeiro baluarte da costa d'Inglaterra ! Não se des Jorge II - - - - - - 1727 - - - 6.762,643
cobre nos Francezes, ao vêr a sede da conquista que Jorge III - - - - - 1760 - - - 8.523,540
hoje devora os animos, a disposição ameaçadora que | Jorge IV - - - - - 1820 - - - 46.131,634
impellia Luiz XIV a atacar, e Napoleão a se appro Guilherme IV - - - - 1830 - - - 47.139,813
priar as Provincias Unidas! Dir-se-ha, que desejamos (Mensageiro.)
a guerra. Não: as nossas reflexões são filhas do ardente
desejo de conservar a paz. Queremos evitar o mal para , *—*§§ 4–*
não termos que o reparar. . . . . __ . (Idem.)
Assegura o mesmo Times, que em Bruxellas ha hum Lisboa, 1 de Março.
partido bastante numeroso, composto quasi todo dejor
maleiros, e homens de negocio disposto a favor do Prin Telégrafo. — Serviço da Barra. — 1 de Março.
cipe d'Orange. O Palacio deste. Principe he, quasi o
unico edifício que tem sido respeitado pelas ballas, e os Hontem á noute entrárão 1 Brigue Escuna, e 1 Escu
na Inglezes. • • •

criados de S. A. vivem mui tranquillos.

(Gazeta de Madrid.) Ha mais 1 Cahique sem bandeira fundeado em Cascaes.
FRANÇA. Embarcações avistadas.
6 h. 15 m. 1 Brigue Escuna sem bandeira, 1 Escuna
Paris, 14 de Fevereiro. dito, e l Cahique dito a Oeste do Cabo da Roca:
o Brigue Escuna, e a Escuna navegão para o Sul.
Diz hum periodico desta Capital, que continuão com 9 h. Espichel:
8 m. 1 Cahique sem em
deo fundo bandeira a Oeste
Cascaes. . do Cabo do •

grande actividade na Prussia os preparativos militares,

apezar de que se tenhão desmíntido oficialmente. A Ba 10 h. 34 m. 1 Escuna Ingleza ao Norte do Cabo da
Roca.
viera Rhenana, e as praças de Landau e Moguncia, •

recebêrão consideraveis reforços das tropas da Confede 3 h. 9 m. 1 Escuna sem bandeira a Oeste do Cabo da
Roca.
ração Germanica; ao mesmo tempo se põem muitos
obstaculos para que passem as fronteiras os cavallos que 5 h. 20 m. 1 Bergantim sem bandeira ao Norte do Ca
bo da Roca.
a França compróu na Allemanha para a remºnta da
cavallaria. (Quotidiana.) Embarcações entradas em S. Julião.
Os periodicos Inglezes fallão com muita acrimonia 12 h. 1 Brigue Escuna, e l Escuna Inglezes.
dos negocios da Bélgica. O Times, orgão Oficial do 4 h. 10 m. 1 Escuna Ingleza. -

Governo, observa hum silencio diplomatico;, Porém º ...... Embarcações sahidas de Belém.
Courier, que hoje em dia he de todo independente, cri 10 h.4 m. 1 Bergantim Inglez para a Terra nova , 1
tica amargamente o procedimento do Governo Franceº. Escuna dito para Londres, e 1 Galeota Hollande
za para Ulaardigen.
Já se disse que o novo Summo Pontifice havia toma 2h. 30 m. 1 Bergantim, e 1 Brigue Escuna Inglezes
do o nome de Gregorio, sem duvida por se honrar com para Londres.
o nome de hum dos mais veneraveis Pontifices que se Embarcação sahida de S. Julião.
tem sentado na Cadeira Apostolica, a saber, Gregorio 2 h, 30 m. 1 Curveta de Guerra Portugueza, Lealdade.
 [028]
\
—
má . A venda da Escuna Mary-Ann, e da Chalupa Erin,
annunciada na Gazeta de 24 do passado , continúa no
Publicações Litterarias. -
dia 4 do corrente das duas ás tres da tarde, com o aba
Devoção Especial do Santissimo Sacramento da Eu timento da quinta parte, no Arsenal Real da Marinha.
charistia, com o Terço do Santissimo Sacramento: quar Sexta feira, 4 do corrente, se ha de vender em leilão,
ta impressão mais correcta, e accrescentada com as Súp no armazem do Porto Franco, por conta de quem per
plicas ao Espirito Santo, por D. J. M. D., em 8.° en tencer, huma porção de pannos de linho, e huma par
cadernado por 300 réis na loja de Carvalho ao Chiado, tida de ferro, pelas dez horas da manhã.
defronte da rua de S. Francisco N.° 2. Na tarde do dia 5 do corrente mez de Março, se hão
Annuncios. de arrematar na praça do deposito geral, com o aba
Precisa-se de huma criada capaz, e habil, para acom timento da quinta parte do valor de 83400 réis, varias
panhar huma Senhora a Liverpool, e alli existir em sua propriedades de terras, que formão hum prazo, tudo
companhia: para se tratar do ajuste, poderá dirigir-se em Santo Quintino, cujo valor he abatido o foro : he
á travessa do Ataide, ás Chagas, N.° 13. Escrivão Couto.

Resumo das Producções e Manufacturas Estrangeiras reexportadas dos Estados Unidos d'America
Septemtrional para:
==

Producções e Manufacturas. Portugal. Madeira, Açores Cabo Verde.

Qualidades. Pezos e Medid. Dollars. Pezos e Medid.] Dollars. Pezos e Medid. Dollars. Pezos e Medid. Dollars.
Madeiras para tintas . . . . . . . . • • • • 628 . • . • • • • • • • • • • •

Prata . . . . . . . . . . . . . • • • • • • • • • • 500| . . . . . • • • • • • •

• • - 15- por c. | . . . . ! . • • • -- - • 4 • •• •• • • • • • 463

Artigos não especificados que pagão (?? por c. - | * . . . . . . . • • • * * * • • • • • • • • 1989
Fazendas d'Algodão estampadas e pintadas . • • • • • • • • • 1000| . . . . *• • • • • 963
Ditas brancas . . . . . . . . . . • • • • • • • • • • • • • • • - - • • 184
Gangas . . . . . . . . .. . . . • • • • • • . . , 1312) . . . . .. • • • • 3565
Peças de sêda da India . . . . . . . • •• • • • • • • "• 337 . . . . • • • • , 107
Cobertores de lã • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 16
Lonas . . . . . . . . . . . . . • • • • • • 1920 jardas 335 . • • 1960 jardas 525
Vinho da Madeira . . . . . . . . . . . . . ! . . 250 galões 266 . • • • • • . .
Liquores estrangeiros ". . . . . . . . . . . . ! . . 198 galões 210) . . . . • • • • • • • - -
Manufacturas de ferro e aço . . . . . .- . . . . . \! . . • • • • • • • •• • • , • • • • • | 1 156
Obras de Marceneiro .. . . . . . . .- . . . *. * .. . . . . . . • • • • • • - *, * j, 70
Louça de pó de pedra e barro - … : - - . .. . .. . . 3 • • • • * - I - • • • • • - - - - - 629
Melaço . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . • • • • • .. . .. . !" . " 121 galões | ' ' '42
Oleo de linhaça. . . . . -- - - -" | . . . . . . . ') . . . . • " • . . . .. ! . . 308 galões 215
Chá Bohé . . . . . . . . . . . • • • • • • 700 libras . 1 - - - - • • • • • • • •

Dito Suchong, e outros chás pretos. • • • • • • • • 766 libras • • • • • • • • • • . . .

Dito Hysonskin, e outros chás verdes . • • • • • • • 1047 libras 9206 . . . . • . * . . • •

Dito Hyson e Hyson novo • • • • • 7 • • • 6190 libras 130 libras 78 - 1556 libras
Dito Imperial, Perola, e Aljofar . . . . . . . . . . . . | 3589 libras • • • • • • ## |} 2413
Azeite de azeitonas . . . . . .. . . . . . • • • • • • 590 galões 340| . . . . • • • • • • •

Vélas de cebo . . . . . . . . . . • • • • * * 4412 libras 376) . . . . • •

Anil . . . . . . . . - - - - - • • • • • • • 498 libras 770 . . . . • • • • • •

Passas. . . . . . . . . . . . . - - - - - • • • • • • • • • • • • 2500 libras 203

Pimenta da India . . . . . . . . . • • • • • • • • • • • • • • • • • 1691 libras 100
Cordas alcatroadas e cabos …. . . . . • • • • • 4960 libras 384 . . . . . . [12552 libras 997
Espingardas . . . . . . . . . . . • • • • • • • • • • • • • • • • • 48 192
Sal . . . . . . . . . … - - • • • • • 22.bush. 53| . . . . • • • • • • •

Ferro "batido. • • • • • • • • • • • . . ! . . . . . . | 12850 libras 578

Garrafas . . . . . . . . . . , . • • • • • • • • • • • • 16 groz. 70

Somma . . . . . . . . 628 • *-* 15089 78 . . . . 13477

|-

* *

Recapitulação das Producções e Manufacturas Domesticas e Estrangeiras, exportadas dos Estados Unidos
d'America, para Portugal, e Ilhas de Madeira, Açores, e Cabo Verde, e das tonneladas Americanas
T • •

e Estrangeiras empregadas nesta conducção, com especificação das tonneladas Portuguesas:

Producções Domesticas. Producções Estrangeiras. Total. Tonnel. Amer. Tonnel. Estr. Total. Tonnel. Port.

Portugal . . . . Dollars 42,088 Dollars b28 ||Dollars 42,716 2,397 - - 2,397 - -

Ilha da Madeira . ** 175,074 *? 15,089 ,, 190, 163 6,091 669 6,760 669
Ditas dos Açores . ** 7,949 > > 78 32 8,027 672 137 809 137
Ditas de Cabo Verde ** 68,528 >> 13,477 * * 82,005 3,268 83 3,351 83

Somma . Dollars 293,639 Dollars 29,272 | Dollars 322,911 12,428 889 13,317 889

(Continuar-se-ha.)
– + = •

LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.

 NUM. 53.
-*-*
GAZETA DE LISBOA.
—=>>>>>>sos<sºax=-
QUINTA FEIRA, 3 DE MARÇO.
- - - - →
PARTE OFFHCIAL.
MINIsTERro dos Negocios DA MARINHA
E ULTRAMAR.
* *
N.° 1.
Sendo as Pescarias, tanto do Algarve como das ou
tras Costas do Reino, a Escóla dos Marinheiros de que
se fornece a Minha Real Armada , e a Marinha, Met
cante: Hei por bem que todos os negocios relativos a
este importante ramo de industria fiquem sendo da com
petencia da Secretaria de Estado dos Negocios da Ma
rinha e Ultramar. O Duque do Cadaval, do Meu Con
selho de Estado, Ministro Assistente ao Despacho do
Meu Real Gabinete, o tenha assim entendido, e faça
executar com as necessarias. Participações, Palacto, de
Queluz, em 25 de Fevereiro de 1831. = Com a Rubri
ca de SUA MAG ESTADE.
R E A L E R A R 1o.
Nos dias 3 e 4 do corrente, se hão de pagar na The
souraria Geral dos Ordenados os mezes de Outubro,
Novembro, e Dezembro de 1829 das seguintes folhas:
Junta da Serenissima Casa de Bragança, Chancellaria
da dita, Dizimas do Pescado.
PARTE NÃO OFFICIAL.
*
| NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
RUSSIA.
S. Petersburgo, 28 de Janeiro.
|
"
Depois da publicação no Governo de Grodno, do
ripto Imperial dirigido ao Governador militar da
Lithuania, relativamente aos acontecimentos no Reino
da Polonia, o Marechal da Nobreza escreveo huma car
ta ao Conde Diebitsch, Commandante em Chefe, em
que mui respeitosamente pede ao Conde haja de apre:
sentar a S. M. o Imperador a segurança da inviolavel
adhesão, fidelidade e afecto da Nobreza do Governo
dno ao Throno Russiano.
ANNo 1831.
S. M. o Imperador em consideração á boa ordem que
tem havido na sabida das Guardas, assim como da
promptidão com que forão colocadas no pé de guerra,
se dignou expressar a sua satisfação a S A. H. o Grã
Duque Miguel, Commandante daquelle Corpo, e igual
mente a tôdos os Oficiaes Commandantes, determinan
\
do outrosim, que se desse huma gratificação aos subal
termos e soldados.
|
O Ajudante General Martynoff partio hontem para
:HVilna.
A colera morbus vai rapidamente diminuindo em
Moscow, segundo se collige do seguinte mappa:
Janeiro. Novos enfermos. Fallecérão. Melhorárão.
19 - - - - 3 - - - - 0 - - - 11
20 - - - - 4 - - - - 7 - - - 6
21 - - - - 0 - - - - 1 - - - 14
Na manhã do dia 22 restavão 36 doentes, 14 dos
quaes tinhão esperança de melhorar.
Em Kischeneff desde 31 de Dezembro até 7 de Ja
neiro adoecêrão 202 pessoas, 39 das quaes melhorárão,
e 99 falecêrão. Nas Cidades de Beltsey, Jassy, e Ben
der, e em varias aldêas da Bessarabia, desde 25 de
Dezembro até 4 de Janeiro adoecêrão 269 pessoas, 20
das quaes recuperárão a saude, e falecêrão 139.
As noticias da Georgia, Armenia, Imereuta, Achal
zik, Daghestan, e das provincias além do Caucaso em
geral, são plenamente satisfactorias. A colera morbus
já cessou na Cidade de Balta na Podolia. Estão resta
belecidas as communicações. (M. Post.)
FRANÇA.
Paris, 13 de Fevereiro.
Pelas duas horas da tarde do dia 28 de Dezembro,
se sentio em Coblentza, Nieuwied, e Rubenach huma
tremor de terra. Alguns minutos antes se havia experi
mentado em Rubenach huma furiosa tempestade, du
rante a qual se ouvio hum ruido similhante ao estrondo
de huma peça d'artilheria de grande calibre. Tambem
se notou, que des de o dia 26 estavão seccos os manan
ciaes de Barberheim, na distancia de hum quarto de
legua de Rubenach e tres de Coblentza
(Mensageiro.)
Annuncião as cartas de Londres, que o Grã Duque
de Hesse resolvêra retirar a quantia de 30 milhoes que
tinha ha muito em huma das primeiras casas de banco
da Europa. Receia-se que se não possa efectuar sem
grave apuro de commercio hum reembolço de tanta con
sideração. (Quotidiana.)
O Cardeal Capellari, que acaba de ser eleito Sum
mo: Pontifice, nasceo em Belluna no Estado Venezia
 [ 2ío ]
no nº me de Setembrº de 1765, sendo Vigario Geral. pés, e contusões, não podem emprehender a jornada
da Ordem dos Camaldulenses, o condecorou com a pur para o Rio de Janeiro. Confio em que V. Ex." dará to
pura Romana Leão XII de quem era intimo amigo, e do o desconto a huma tão accelerada narração, sendo as
lhe confiou durante o seu brilhante mas curto Pontifi causas mais difficeis de se explicarem do que outras quaes
cado varios negocios de muita importancia, em cujo quer que tenho encontrado durante o decurso da minha
desempenho deo provas de grande engenho e prudencia. experiencia naval, por isso que á vista de todas as me
Na época da sua eleição era Prefeito da Congragação didas de precaução tomadas, só a maior corrente, a
de Propaganda fide, da do Santo Oficio, da do exame densa nevoa, com chuva copiosa, se podem apontar
dos Bispos, e da correcção dos livros para as Igrejas do como causaes. Sou etc. = Samuel Burgess.
Oriente, da das Missões estrangeiras, e de outras varias » Ao Contra-Almirante Baker, º • * *

Corporações.…. : *-- - * . . º +
•
-
…
>
-
"(Morning Post.)
- Longo tempo ha, que º Cardeal Capellari era tido +

como hum dos archeótogos mais distinctos da Italia, HESPANHA. , - …

como excelente Diplomatico, Cononista historico e

Theologo consumado, e em fim como hum dos mais il
lustres sabios da Europa. Em algumas occasiões apu
radas se lhe tem visto desenvolver aquella energia, fir
meza, e prudencia que constituem o seu caracter; mas
foi especialmente honrado no Sacro Collegio pelo seu
talento, modestia, franqueza, e elevação de sentimen
tos. Em Roma sempre o respeitárão e venerárão publi
camente pela sua caridade, devoção, e simplicidade
evangelica. Todas as classes do povo Romano manifes
tárão o maior jubilo quando tiverão noticia da sua ele
vação ao Throno Pontifício, que não só promette á
Igreja hum grande Pontifice mas tambem faz esperar
hum dilatado Pontificado, pois Gregorio X VI se acha
Cadiz, 20 de Fevereiro.
. A noticia da chegada do General Clausel a Marse
lha, que annunciárão alguns periodicos Francezes, he
prematura. Huma carta do mesmo General escripta em
Argel, a 6 de Janeiro, he indicio de que a sua volta
a França não se verificará antes do principio do mez de
Março. A mesma carta contém o § seguinte:
» Não embarcarei antes da sahida dos nove Regimen
tos que hão de voltar á França. Desejo fazer ver, que
Argel se pode conservar sem temor algum dos Arabes
e que os receios que se apparentão não tem fundamen
to algum.» . . .

na idade de 66 annos, * * (Quotidiana.) De Argel tambem escrevem com igual data o se

Em data de 2 de Fevereiro escrevem de Berlim, que guinte: . -

o Imperador Nicoláo nomeára o General Diebitsch Go
vernador Geral do Reino da Polonia com poderes illi
mitados. (Gazeta de França.)
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 16 de Fevereiro. - -
Annuncião as ultimas cartas de Caracas, que o Arce
bispo daquella Cidade se vira obrigado a abandonar
aquella Sé; pois sendo chamado para jurar a nova Con
stituição feita pelo Congresso, e proclamada na repu
blica, o Arcebispo vendo que a Religião Catholica Ro
mana não era declarada a Religião do Estado não quiz
prestar o juramento.
O Arcebispo (apezar da tolerancia religiosa de que os
revolucionarios sempre fallão) recebeo ordem do Gover
no para sahir de Venezuela; o que realizou embarcan
do para a Ilha de Curação a 21 de Novembro.
Transcrevemos a seguinte carta, que contém as parti
cularidades do naufragio da Thetis Fragata de S. M.
B. na ponta de Cabo frio: •
» O Exercito de occupação constará de quatro Regi
mentos, parte da artilheria, e de alguns sapadores. O
Coronel Auvray enviado pelo General em Chefe a Tan
ger para reclamar. com firmeza contra a violação do
territorio de Oran, que commetteo Muley Ali apode
rando-se de Tilmesis, desempenhou com feliz exito a
-
sua commissão. O estabelecimento conhecido com o
nome de Concessões em Africa, entre as quaes se con
ta a pesca do coral, se restabeleceo debaixo da autho
ridade do Ministro da Guerra, e não tardará em se pôr
em vigor o regulamento por meio dos Consules France
«es de Bona e Calle. » .
Parece que o General Berthexene está nomeado Ge
neral em Chefe d'Argel.
Acaba de publicar-se em París huma obra intitulada
Campanha d'Africa em 1830 por hum Oficial do Exer
cito expedicionario. (D. Mercantil.)
*—*§§ *—º
Lisboa, 2 de Março.

33@# da Praia, em 6 de Dezembro de 1830. (Artigo communicado.)

» Senhor. —Com a mais pungente magoa e afilicção
he meu dever annunciar a V. Ex.° a total perda do na Ó Regimento de Cavallaria N.° 5, tendo desejado
vio de guerra Thetis, em Cabo frio, hontem pela sempre manifestar os seus sentimentos de lealdade e fir
volta das oito horas e meia da noute, com tudo meza no cumprimento do seu dever para com o nosso Le
quanto lhe pertencia, escapando apenas os Oficiaes, gitimo Rei o Senhor Dom Miguel Primeiro , determi
parte da tripulação, e eu mesmo, com vida; saltámos nou que no dia 22 do mez de Fevereiro, Anniversario
apezar de huma forte levadía em hum íngreme rochedo, da feliz chegada a estes Reinos do mesmo Augusto Se
onde parte da tripulação teve a fortuna de chegar sen nhor, dia o mais feliz para todos os vassallos honrados,
do esse o primeiro ponto em que bateo a Fragata, houvesse na Sé Cathedral da Cidade de Evora huma
cujo abalo , perdido o gorupez por vir o navio em solemne Missa ; e Te Deum Laudamus em acção de
contacto com o rochedo, lhe levou todos os tres mas graças a Deos Nosso Senhor, por fazer regressar o me
tros que cabírão para a parte da pôpa e matárão e fe lhor dos Reis ao seio de huma Nação que tanto O ado
*írão varios; os primeiros e os que faltão sobem a 16; ra e estima; aproveitando esta occasião para se benze
entre os quaes sinto dizer, que se acha o filho mais mo rem os novos Estandartes, que o Regimento tinha re
ço do falecido Capitão Bingham, e Mr. Long, em cebido. Para esta solemnidade convidou o Senado da
pregado do Almirantado. Acabo de desembarcar, e es Camara, Authoridades Civis, Corporações Militares e
tou desejoso de dar a V. Ex.° com a maior brevidade Religiosas, e todas as pessoas nobres, e amantes de Sua
possivel, o conhecimento que posso desta funesta, e bem Magestade ElRei Nosso Senhor. Deo-se principio á fes
funesta catástrofe, afim de obter soccorro para os Ofi tividade pelas dez horas da manhã do dito dia, pela
ciaes e tripulação, que em consequencia das feridas nos benção dos Estandartes, e depois se seguio a Missa, a,

qual foi celebrada pelo Illustrissímo Vigario Capitular
deste Bispado, Manoel Affonso Madeira, e prégou hun
eloquente Sermão o Illustrissimo Conego da mesma Sé,
Joaquim Machado; tendo sido composta huma nova
Musica para esta Missa pelo Beneficiado da mesma Sé
Antonio Joaquim do Nascimento, a qual foi executa
da pelos melhores Musicos desta Cidade.
Acabada a Missa se cantou o Te Deum Laudamus,
Assim que este findou, o Regimento que se achava for
mado no largo da mesma Sé, pegou em armas, e logo
que os Estandartes sahírão da Igreja lhes fez as conti
mencias devidas, e se formou em quadrado para se lhe
deferir o juramento: o Juiz de Fóra desta Cidade An
tonio Xavier de Brito, servindo de Auditor, fez hmm
discurso em que mostrou aos Soldados o seu dever ao
juramento que hião prestar aos novos Estandartes; as
sim como o Illustrissimo Vigario Capitular recitou hu
na oração em que fez ver as obrigações que todos os
individuos do Regimento tinhão ao juramento que da
vão aos novos Estandartes, pela Religião, e pelo seu
Soberano o Senhor Dom Miguel Primeiro, e para que
nunca Lhe fossem perjuros. Acabada esta oração o Juiz
de Fóra deferio o juramento, o qual foi confirmado, co
mo manda o Regulamento, por todos os Oficiaes, Of
ficiaes Inferiores e Soldados Dalli marchou o Regimen
to para a Praça da mesma Cidade, e logo que se for
"mou em linha fez a continencia Real, e passou a dar
as descargas do costume, dando os Vivas a Sua Ma
gestade ElRei Nosso Senhor o Senhor Dom Miguel
Primeiro, á Religião, e ao Dia mais feliz para #
ção Portugueza, os quaes forão entoados pelo Briga
deiro Graduado e Commandante do mesmo Regimen
to, Antonio Joaquim Bandeira, e repetidos com o maior
enthusiasmo possivel por todos os Oficiaes, Oficiaes.
Inferiores e Soldados, e pelo immenso povo que se acha
va na mesma Praça, tendo acabado tudo pelas quatro
horas da tarde. A noute se ilhuminou toda a Cidade,
e andárão differentes muzicas pelas ruas com immenso.
povo no maior regozijo, o que he proprio do Povo de
Evora, muito amante do nosso Legitimo Rei o Senhor
Dom Miguel Primeiro.
- +---+-34 $$ +---+
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 2 de Março.
Embarcações • avistadas.
6 h. 20 m. 1 Bergantim sem bandeira, ao Norte do
Cabo da Roca. • --
12 h. 2 m. 1 Bergantim sem bandeira, ao Sul do Cabo
do Espichel: navega para o Sul.
1 h. 45 m. 2 Cabiques sem bandeira, ao Sul do Cabo - vereiro , a fim de que quem tiver direito por hypothe
da Roca. -
N. B. As embarcações que estavão fundeadas em Cas
caes fizerão-se á vela e navegão para o Norte.
Embarcação entrada em S. Julião.
1 h. 32 m. 1 Bergantim Napolitano
Embarcação sahida de Belém.
5 h. 7 m. 1 Galéra Americana, para Nova Orleans.
* # -*-
ADMINISTRAção do CoRREIO GERAL.
Navio a sahir.
Março 8. Para a Ilha do Fogo o Hiate. Divina Provi
dencia; e o Brigue Escuna Feliz Encontro,
segundo se annunciou a esta Repartição fa
rá escála pela Ilha do Faial.
[ 211 |
Publicações Litterarias.
Adão remido por Jesus Christo, Poema Evangelico,
480 rs. Sagrados Hymnos da Santa Igreja, traduzidos
em Portuguez, com o texto Latino, 2 vol., 960 rs.
Principios de Historia Ecclesiastica, que contém a Chro
nologia e a Geografia, 2 vol., 960 rs. Vendem-se na
loja de Antonio Marques da Silva, rua Augusta, N.° 2.
Sahio á luz o # da Hypiatrica, ou Aviso ao po
vo sobre as enfermidades maçonicas. Vende-se nas lojas
do costume por 40 rs.
• Annuncios.
No dia 7 de Março corrente, pelas nove horas da
manhã, ha de expor-se á venda a 4.° Loteria da Mise
ricordia desta Corte, respectiva ao actual semestre, no
seu proprio Edifício. … .. .
O Banco de Lisboa continúa diariamente a descontar
Bilhetes das Casas de Arrecadação, e de Contraetos
Reaes; e sómente nos dias de Direcção, as Letras de
cambiº e da terra. Igualmente faz emprestimos sobre pe
nhores de ouro, prata, e brilhantes, assim como sobre
moeda tanto nacional como estrangeira, e tambem so
bre Acções do Banco, e generos depositados nas Alfan
degas. Compra e vende Apolices do Governo, ouro, e
prata a pezo, e toda a qualidade de moeda estrangeira
etc. Tambem passa Letras sobre a Caixa filial do Por
to, e vice-versa, em qualquer especie que lhe for
#" pelo premio que se convencionar. Propõe
se igualmente a mandar fazer entregas de dinheiro na
Cidade do Porto em qualquer Repartição Publica, ou
nas casas particulares que lhe forem designadas, e da
mesma fórma o fará nesta Cidade de Lisboa, pelas
quantias que com este destino forem entregues na Caixa
filial do Porto. • •
Pela Intendencia das Obras Publicas se ha de ajustar
de empreitada a reparação da muralha no sitio da Cos
ta do Castello, em frente da rua do Milagre de Santo
Antonio: as pessoas que se quizerem encarregar desta
obra devem comparecer na mesma Intendencia, Terça
feira 8 do corrente, pelo meio dia. .
… Ao Poço do Borratem N.° 6, 1.° andar, se dá dinhe
ro sobre hypothecas solidas, ou penhores, ainda que não
sejão de ouro ou prata : rebatem-se letras de boas fir
•
mas, comprão-se apolices, e acções do Banco. *
O Thesoureiro da Administração da Excellentissima
casa de S. Miguel, Antonio Pinto da Fonseca, que ha
bitava em N.° 89, na rua nova d'Alegria, mudou-se
para a propriedade N.° 4 na mesma rua.
Bernardo de Sousa, e sua mulher Joaquina Victoria,
-
tem justo vender o dominio util do prazo que possuem
no lugar do Pragal , termo da Villa d'Almada , e se
requerêrão edictos de trinta dias contados de 19 de Fe
ca, penhora, ou outro onus ao dito dominio, o venha
deduzir dentro dos ditos trinta dias no Cartorio do Es
crivão José Marcellino de Lemos, a fim de se julgar
livre e desembaraçado para o comprador.
Arrematou João Rodrigues Esteves na Praça do De-º º
posito Geral, huma horta com seu poço e casas misti
cas, o que tudo constitue hum prazo, sito na rua de
Arroios, N.° 109 a 116, com o protesto de sahirem do
producto do mesmo predio todos e quaesquer encargos,
dividas, hypothecas e penhoras que possão haver, de
não ser levantado o dito producto sem que primeiro
corrão os edictos de 30 dias a fim de se julgar o dito
prédio livre e desembaraçado ao arrematante; e por que
se acha o dito producto no Deposito, e se passárão os
edictos, se faz publico a todas as pessoas que tiverem
direito a requerer sobre o dito predio, para que o pos
são fazer sobre o dito producto na fórma com que foi
arrematado,
 1 212 |
quem tiver direito ás propriedades abaixo nomeadas Arco do Bandeira, N.° 69, devem comparecer todos
"dirija-se á travessa de S. Francisco de Paula, N.° 32: os credores á casa da falecida D. Jozefa Magdalena Ri
1.° propriedade, defronte do chafariz da Alegria, N.° ta de Andrade, para entre si elegerem novos Adminis
57 e 58; 2.° propriedade, rua da Atalaia, N.° 4 e 5; tradores, pena de serem nomeados á rua revelia.
3.° propriedade, rua da Boa Vista, N.° 46 e 46; 4.° Na tarde do dia 9 do corrente, se ha de arrematar
propredade, rua da Barroca, N.° 29; 5.° propriedade, na Praça do Deposito Geral, com o abatimento da 6.°
rua dos Bacalhoeiros, N.° 31 e 32. parte do valor de 723000 rs. huma propriedade de ca
No dia 8 do presente mez de Março, # dez horas sas com seu quintal, no sitio de Outurella, Freguezia
da manhã, nas casas da residencia do esembargador de S. Romão de Carnachide, em hum beco que fica por
Bernardo Carneiro Vieira de Sousa, que serve de Juiz detraz da estrada Real, N.° 616, e he Escrivão Couto
"Conservador dos Privilegiados do Commercio, na rua do

"Resumo das Producções Manufacturas de Portugal, das ilhas da Madeira, Açores, e Cabo Perde , e outros
C

efeitos importados destas partes nos Estados Unidos d'Americas des de o 1.° de Outubro, 1828, até 30
de Setembro, 1829.
- 1_ • - • — *• * ** _il

Producções e Manufacturas.
! ! • – 1
Portugal. Y+ +-
Madeira. Açores. Cabo Verde. •

- Qualidades. Pezos e Medid. Dollars. Pezos e Media. Dollars. Pesº e Medid, Dollars. Pezos e Medid. Dollars.

Cortiça. . . . . . . . . . . . . | . . . . 44] • • • . . . . • • • • • •

Pelles de todas as qualidades . . . . . ! . . . . {925) . . . . . * . . . . ! . . • • • • •

Couros crus . . . . . . - - - - - - - - -- - - - - 975) . . . . 3 . . .. • • • • • 11085

Objectos de botanica, hist. natural e mineralogia | . . . . . /, ., 825) . . • . 25) . . . » » - - k - -,

Dinheiro em prata . . . . . . .. . . . . , .13985) . . . | 9660| . . . 3000| . • • 6300

Dinheiro em ouro . . . . . - - - - …. • • • • • • • • • • • • 768
Cobre em folhas para forrar navios • - - ". . . . . . " . . ! • • 236 . . . . •

Cobre velho . . .. . . . . .. . . . - -. • - -, * * * * * * • • • • • • • • - - - - 1089

Generos não especificados que pagão 15 por cent. | . . . . • • •
|-• 375) . . . . 1963 . . . .. 2297
Ditos . . . Ditos . . . 25 por cent, . . . . | … : * * * * * * *_] * . * . * * 396 . . . . • •

Ditos . . Ditos º 30 por cent.'} . . . ? 237 . . . . 362 . . . . 165 . . . . • •

Tecidos d'algodão braucos . . . ! . . • . "| 115 - . . . * - " - - . . . . - . . . - -

Manufacturas de sêda . . . . . . ""." | "> . - - º 355 . . . . . . . "… " - "." . • • * * * * * -
Pannos de linho . - - - - -- * -- - - - - , ,, -- - - - 1 . . ! . . . - | - - | -- - - • •

Obras de madeira . . . . . . . . • • |20| . . . . . . . . . | .. …, . . • • • • • • •

Louça de barro . • • • “10) . . . . • • • • • • - - •

Joias de pedras preciosas • • 100 . . . ! . . ! . • • •

Obras d'Algibebe, meias e luvas . • • • • • • • * . • • •• • • • • * ** 97

Yinhos de Lisboa, Porto, etc. • . 174620 galões| | 123615| . . . . . . . . . . . | . . -1 - - • •

Ditos dos Açores. • • • • • • • •11016 galões }*… 9112 galões 5384 , . . . . - -

Ditos da Madeira , . . . . • . . . . . . 231114 galões}}. . . . . . • • 165 galões 20Q
Aguardente destilada de cereaés • • • 145 galões . . . . . ! . | . . . . • • - - - - • •

Dita de vinho. . . . . • • • • • • • • • . . • • • • • • . 18889 galões 9467 .* . ** *

ssucar . - - - - - - • • I - .-. º , º , ... | 1811 libras . 112) . . . . . • • * . * .* * ** - , -

Sal . • . |1000615 bush. 81376 21930 bush. 1850 4422 bush. 480 41337 bush. 4171
Vinagre . . . . . . . . . . . . • • • • • • • • 1203 galões 210 . . . . • •

Cordagens alcatroadas, e cabos '1438 libras 1 • • • • • • • • • • • • •

Ditas sem serem alcatroadas, e fio , º 528 libras - - • • • • • •

Rolhas . . . . . . • • 13746 libras 2770 • • • • • -- -

Lã não manufacturada . • 45461 libras 7705 • • • • • • • - -
Garrafas de meia canada . . . . • 142 groz. 620 f6 groz. 269 ] • - -
Botas . . . . • 6 pares . * . * • • •

Batatas. . . . . . . . . • * - - - * * 2 bush. ] • • •

Garrafões . * • - - 2 1 • - - - - • •

Café • • • '• • - - : : 1747 libras 162

Somma } 237351|| 493056 21302 |26160

Recapitulação de todo o Commercio de importação e exportação precedente:

Imp. nos Es- Exp. dos Es: Toneladas de navios empregados neste Commercio.
· Unid. … Unid. Em Navios Americanos. Em Navios Estrangeiros. Total. Em Navios Portuguezes.

Dollars. | Dollars., | Entrada. | Sahida. | Entrada. | Sahida. Entrada. | Sahida. Entrada. | Sahida.
Portugal. • • • 237,351 42,716 23,570 | 2,397 562 — . — 24,132 2,397 562 - -

Madeira . . • 403,056 190, 163 3,130 6,091 869 669 3,799 6,760 669 669
Açores . . . 21,302 8,027 731 67 137 137 868 809 137 137
Cabo Verde. 26,160 | 82,005 1,310 3,26 - - 93 1,310 3,351 | — — 83

Somma total . . 687,869 | 322,911 28,741 12,428 1,368 889 30,109 | 13,317 1,368 | aá9

(Concluir-se-ha...)
= —T- m=

LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.


NUM. 54.
GAZETA DE LISBOA.
—---—=><>{>>$@$4<<<9<><
SEXTA FEIRA, 4 DE MARÇO.
=>xpe<>$$#@$@$#$@$c-:
, PARTE OFFICIAL.
Repartição da Reforma Geral dos Estudos.
Pela Junta da Directoria Geral dos Estudos,
de prover por Concurso de 60 dias, que começará em
9 do proximo seguinte mez, as Cadeiras de Primeiras
-Letras da Villa de Monforte do Alemtéjo, na Provedo
ria de Portalegre; a da mesma Disciplina da Villa de
Moura, na Provedoria de Béja, cada huma com o or
denado annual de 903000 réis. Os que pretenderem ser
nellas providos se habilitarão com folhas corridas, de
claração determinada na Lei de 20 de Junho de 1823,
Certidão de idade, e Attestação do proprio Parocoso
bre vida e costumes, reconhecidas, e em fórma legal,
e no tempo acima designado concorrerão a Exame pe
rante a mesma Junta, ou perante, os Provedores respe
ctivos. Coimbra, na Secretaria da sobredita Junta, 25
de Fevereiro de 1831. = O Secretario Antonio Barboza
de Almeida.
• PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
FRANÇA.
º * París, 16 de Fevereiro.
S. Santidade o novo Summo Pontifice nomeou para
Secretario de Estado Monsenhor Capacini, Nuncio de
S. S. nos Paizes-Baixos. Sua Eminencia foi em outro
tempo Sub-Secretario d'Estado, quando desempenhou
aquelle Ministerio o Cardeal Gonsalvi.
A Policia Sarda tem apanhado varias proclamações
que se havião espalhado nas choupanas da Sardanha:
as ditas proclamações procedião de França, e tinhão
no alto huma bandeira tricolor.
Os vasos que estavão na bahia de Toulon preparados
para levar tropas a Argel e trazer dalli os Regimen
ºtos, recebêrão ordem pelo telegrafo de dar á véla sem
esperar a gente que devião conduzir. Segundo o Aviso
esta. sahida tão precipitada dimana da necessidade que
•
ANNo 1831.
o Governo julga ter dos corpos designados para regres
sarem á França. \,
Escrevem de Weissemburgo em data de 29 de Ja
neiro:
... » O General Bavaro Braun, Commandante da pra
se hão, ça de Landau, acaba de enviar a hum dos seus amigos
a noticia de que hoje mesmo se entregaria aquella for
taleza ás tropas Austriacas e da Confederação Germa- .
???COI, 1) -
O Diario de Francfort diz o seguinte:
» Cartas particulares da Finlandia recebidas em
Stockolmo referem, que a colera morbus se manifestara
em Wilmanstrand.»
Esqrevem de Vienna, que Mr. de Montbel, ex-Minis
tro de Carlos X, que vive alli ha tempos, em respos
ta á citação lançada de Paris contra elle, dirigira hu
ma declaração a Mr. Pasquier, Presidente da Camara
dos Pares, que se diz produziria grande sensação se se
publicasse. (Estafeta.)
•
, , , HESPANHA.
Madrid, 7 de Fevereiro.
No correio anterior demos noticia do desembarque
tentado por Torijos, referindo-nos a cartas particula
res: hoje copiamos a seguinte Ordem do Dia do Sr.
Capitão General de Andaluzia, que refere o successo com:
maior extensão e exactidão, extrahindo a parte dada
em Algeciras pelo Sr. Commandante Geral do Campo
de S. Roque.
(Segue a Ordem do Dia referindo o successo segundo
já publicámos.) - •
Isto diz a Ordem do Dia do Capitão, General, isto
referem mais por extenso as participações remettidas ao
Sr. Ministro da Guerra, e esta he a verdade do facto
que ninguem poderá desmintir; porém não se creia por
isso, que os periodicos estrangeiros deixarão de pintar
este vergonhoso successo com as mesmas ou similhantes
côres com que pintárão as derrotas de Mina e Valdez
nas immediações do Bidassoa, e não faltarão menteca
ptos que dem mais credito ás fabulas inventadas em
París ou Londres, do que ás relações Oficiaes das Le
gitimas Authoridades. He para sintir, que o excessivo
ardor das tropas de S. M. em qualquer das fronteiras
não permittisse, que penetrassem alguns daquelles mise
raveis para que vissem por si mesmos qual he o estado
da opinião a respeito delles, e para que de huma vez
perdessem a vontade de fazer tentativas os que costeião
 [ 214 ]
estes movimentos. Muito vão dando de si as cedulas das grande Dia, em que tambem se cantou Missa Solemne
Cortes, por isso que servem para pagar durante muitos presidida pela Communidade do Convento dos Carmeli
mezes expedições que se desfazem em hum quarto de tas descalços da mesma Villa, e foi Orador o muito Reve
hora, e provavelmente chegará o caso em que cada par rendo Padre Mestre dos cazos da dita Ordem, Fr. José
de çapatos que se dê a hum aventureiro destes, tenha de Nossa Senhora das Mercês, cuja eloquente Oração
tido de custo huma inscripção de duas ou tres mil pa mereceo a mais completa approvação de todos os fieis
tacas. He claro que huma e outra empreza , isto e numerosos ouvintes; houve procissão ao redor da Ci
he, a de Bayona e Gibraltar, fossem executadas sem dadella, salvou a Praça com sete tiros; e na recolhida
que se soubesse huma só palavra a esse respeito, por deo a Infanteria da guarnição que a acompanhava, tres
que se respeita como he devido o principio da não descargas de mosquetaria, e depois de encerrado o Se
intervenção nos negocios interiores dos mais Reinos, nhor toda a Oficialidade e mais tropa existente nadan
e não sabemos que em parte alguma esteja reconhe do em prazer e jubilo derão repetidos Vivas a Sua Ma
cida a republica Minesca , nem a republica Torri gestade ElRei Nosso Senhor e á Sua Alta Dinastia.
jiana ; mas só que aquelles Senhores procedem com
tal segredo e discrição, que unicamente se podem com O Juiz de Fóra da Villa de Tarouca, Joaquim An
parar com o seu valor e com o bom resultado das suas tonio da Matta e Silva, com a Camara, no Dia 22 de
façanhas. Armão-se invisivelmente, levão e conduzem de Fevereiro, Anniversario da feliz chegada de ElRei
os seus petrechos pelo ar, montão e sustentão os seus Nosso Senhor, fez celebrar na Igreja Matriz, húm So
cavallos nas trevas, embarcão no meio do oceano, e lemne Te Deum, que entoou ºfºrº", Reitor Fran
da hi nasce que por mais que se empenhem os que se cisco Teixeira Saavedra, e para o que generosamente
interessão na paz do mundo não podem impedir, e mui se prestou com a sua Collegiada. Assistio toda a No
to menos remediar estes attentados, até que as baionetas breza do Termo dá dita Villa, e inimenso povo, e á
do Rei de Hespanha os descobrem e os dissipão em hum noute houve illuminação geral. |-

abrir e fechar d'olhos. Valha-me Deos! E quão cegos

os tem quem não vê atravez de huma peneira!
Puebla de Gusman (Sevilha) 2 de Janeiro. — Esta
povoação encerra hum exemplo nada commum de lon
gevidade: certa viuva, na rua das Fontes, tem agora
102 annos feitos e está de perfeita saude. A sua vida
sempre foi frugal e laboriosa; creada e sustentada em
huma condição pobre não tem deixado de lidar se
gundo costumão nesta terra as pessoas do seu sexo, e
o mesmo e mais do que qualquer homem. Desde que
completou 100 annos experimentou a mesma mulher
hum fenómeno pouco conhecido; repetidamente lhe sa
hírão na mandibula superior dentes de que absolutamen
te carecia, porém de hum tamanho summamente peque
no, os quaes cahindo-lhe dentro de pouco tempo forão
substituidos por outros d'igual tamanho. A sua vista des
de a dita época tem padecido iguaes vicissitudes;
depressa veio á ficar inteiramente cega e dahi a pouco
tornou a ver perfeitamente e a occupar-se das costuma
das tarefas da sua casa. Parece que a natureza, ao pas
so que lhe tem sempre conservado firme o uso das faculda
des intellectuaes, tem feito sintir os efeitos da caduci
dade na organisação fisica desta pobre anciã.
|-
(Estafeta.)
*—º $$«-»
Lisboa, 3 de Março.
*—*§§ *—»
REAL JUNTA Do CoMMERc1o.
Edital.
ElRei Nosso Senhor Foi Servido Mandar communi
car á Real Junta do Commercio, Agricultura, Fabri
cas, e Navegação destes Reinos e seus Dominios, por
Avizo de 26 de Fevereiro proximo passado, expedido
E# Secretaria d'Estado dos Negocios da Marinha, e
ominios Ultramarinos, para se fazerem os annuncios
necessarios, que a Náo de Viagem = Maia e Cardozo=
destinada para os Estados da India na presente mon
ção, com escala de hida por Cabo Verde, e Moçam
bique, e de volta por Benguella, e Angola, sahirá do
Porto de Lisboa no dia 1.° de Abril futuro, comonan
dada pelo Capitão Tenente d'Armada Real Manoel An
tonio Barreiros, levando a carga de particulares que
fôr possivel, com a dos objectos da Real Fazenda, que
tem a transpostar; e nestes termos os Carregadores po
derão seguir a fórma ordinaria. = E para constar o re
ferido, se afixou o presente. . Lisboa, o 1.° de Março
de 1831. =(Assignado) José Accursio das Neves.
*— $$2—»
Litteratura.

(Artigos communicados.) Das republicas.

ElRei Nosso Senhor houve por bem conceder o uso
da Medalha de ouro com a Sua Real Efigie, ao Quar
tenario da Sé d'Evora, João Joaquim de Almeida, e
a Fr. Antonio da Conceição Pereira e Carvalho, do
Convento de S. Francisco. 2 calamidades publicas se esquivão ao seu conhecimento
*=+ $ ***
O Governador da Praça de Cascaes, Raymundo José
Pinheiro, faz publico, que no sempre memoravel Dia
22 do corrente, Anniversario da chegada de ElRei Nos
so Senhor a este Reino, solicitou ao Eminentissimo Se
nhor Cardeal Patriarca em applauso ao dito Dia, li
cença para cantar-se na Real # da mesma Praça
hum Te Deum Laudamus com o Senhor exposto, e por
tal occasião ficar permanente o Santissino Sacramento
na sua competente Capella, o que foi concedido pe
lo mesmo Eminentissimo Senhor, em memoria a tão
Os que vivem nas republicas entendem, que só no
seu paiz existe a liberdade. Como nos Governos repu
blicanos os que fazem o mal se não achão sempre dian
te dos olhos da multidão, e como os instrumentos das
á proporção que se vão multiplicando, os Cidadãos
não sabem conhecer que a sua liberdade he hum ver
dadeiro fantasma; continuamente se accusão huns aos
outros; reciprocamente se calumnião e opprimem, mas
sendo todos mais ou menos escravos de alguns homens
astutos, ricos, e poderosos, imaginão que vivem livres
por que a sua patria tem o nome de republica. Nada
mais galante neste mundo do que ouvir cantar os lou
vores da liberdade civil, por hum republicano, em cuja
fisionomía se está vendo tudo quanto a politica escrá
vidão tem de mais baixo e repugnante.
He certo que nos Estados puramente democraticos o
povo faz o que quer; e os imbecís que cheios d'enthus
 \
[215 ] -

siasmo contemplão as parvoices ou as violencias do po Embarcações entradas em S. Julião.

vo, confundem hum poder desenfreado com a liberda 1 h. 58 m. 1 Bergantim Sardo.
de; não sabem que a liberdade civil não consiste em 4 h. 17 m. 1 Galeota Hollandeza.
fazer tudo quanto se quer ; ignorão que ella deixa de Embarcações sahidas de Belém.
existir logo que se pratica tudo quanto se póde prati 9 h. 46 m. 1 Bergantim Inglez para Leith, e 1 Bri
car; não formão idéa finalmente de que he huma gran gue Escuna dito para Londres.
de calamidade para o mesmo povo quando não tem ou — __.

tra regra para seguir do que a propria vontade, nem

outra medida de Proceder senão a propria força. Eis a
verdadeira razão por que todos os grandes herbens da
antiguidade considerárão absolutamente nocivo o Go
verno democratico; e as mesmas democracías cabindo
em o nada humas a poz das outras, plenamente confir
márão esta opinião.
He pois huum grande erro acreditar, que a democracia
seja o estado livre da natureza. Se a liberdade civilme
drasse na democracia como no terreno mais proprio pa
ra a fecundar, e para lhe dar todo o vigor de que he
susceptivel, por que razão pereceo ella antes naquelles
Estados do que nos outros? Esta objecção só por si pó
de servir de resposta aos argumentos que apresentão a
favor da democracja, e para destruir a idéa que tem
procurado dar-nos # suas vantagens como capazes de
produzirem o soberano bem da sociedade.
Se esses exaltados declamadores se achassem penetra
dos da verdade destas observações, não se terião anima
Annuncios.
Pelo Juizo dos Orfãos do Bairro Alto, Escrivão Fir
mo José Botelho de Gouvêa, e a requerimento da viu
va e filhos do falecido Caetano Martins da Silva, na
Praça do Commercio desta Cidade, em o dia 9 do
presente mez de Março se ha de proceder na arremata
ção a quem mais der, de huma amarração de ferro, que
se acha dentro do navio Canôa, constando de duas cor
rentes com outenta e cinco braças, hum fiador com dez
aseis braças, hum anilho, cinco manilhas, huma pa
tolla, onze ganchos para engatar e arrastar as correntes.
Antonio José da Silva Galvão Corrêa da Franca, li
tiga com D. Maria Antonia Sande Almeida e Bourbon,
sobre objecto de grande valor, e porque póde acontecer
que esta venda ou distracte alguns bens para frustrar
futuras condemnações , se faz este avizo para que nin
guem compre, ou çontrate com a dita D. Maria, so
brefuturas
ás os bensSentenças.
que possue,, com. pena de ficarem sugeitos • • •

do a assegurar mil vezes á Assembléa nacional, á Fran

ça, e a toda a terra, que á politica regeneração de to Na calçada do Marquez de Abrantes, N.° 32, se fa
dos os povos em breve se seguiria a chamada regenera zem e vendem fogões de Navio, e tambein se concertão
ção da sua patria. Huma infinidade d'obstaculos se op fogões velhos; e não tendo concerto, se tomão em des
porão sempre ao grande systema de fazer com que to conto dos novos por modico preço. •

das as nações sintão, discorrão e reflictão da mesma _ Na rua de S. Christovão, N.° 29, se vende vinho do
sorte, e em quanto os homens não sintirem, discorrerem. , Cartacho, de superior qualidade, por canada a 80, 100,
e reflectirem do mesmo modo, será essa unidade dos de # C 120 réis. • • • • • • • • • • • •

clamadores huma loucura. Eis a razão porque o legis Na rua da Prata, N-° 38, no armazem denominado
lador prudente nunca applicará as suas idéas e as suas , Bosque, que foi do Chuva, se vende vinho de boa qua
vistas exclusivamente á natureza humana, mas terá sem lidade a 80 réis a canada, e se faz comer com asseio,
pre em vista todos os objectos que cercão o homem, e , e almoços a 90 réis. • • •

que necessariamente influem sobre as suas acções, seus Para ajuste de contas em os dias 18, 21, e 22 se
desejos, suas paixões e seus costumes. , hão de arrematar duas terras de semeadura, intituladas
Resulta do que acabo de dizer, que não ha liberdade da Ferreira, em a Granja d'Alpriate, termo desta Ci
constitucional, que no todo ou em parte possa convir | dade, pelo Juizo dos Residuos do Ecclesiastico, em se
a todos os povos. Os chamados legisladores da França gunda avaliação, Escrivão Vianna, em a rua da Pa
o acreditárão, ou pelo menos fingirão acreditallo, mas lha, N.° 109, onde se podem dar os lanços, e a arre
nem por isso deixa o seu systema de ser menos imprati matação na Sala da Cainara Ecclesiastica, defronte do
cavel e menos puerit. Em quanto não aprouver á na . Convento de Jesus.
tureza o empregar o mesmo molde para formar o cora Nas tardes dos dias 16, 18, a 22 do corrente mez de
ção e o corpo de cada individuo da nossa especie, º Março, nas casas das Reaes Mercierias á Sé, se hão de
plano da huma constituição, da liberdade e da igual arrematar no ultimo dos ditos dias a quem mais der, as
dade universal, no sentido dos innovadores, será humtres seguintes rendas: Reguengo do Gradil, Vianna do
plano quimérico, e dará motivo de riso. (D'Ayala) Alemtéjo, Alverca e Quartos d'Alhandra.
Na tarde do dia 9 do corrente, se ha de arrematar na
*-*$$*-* praça do deposito Geral, com o abatimento da quinta
parte do valor de 8003000 réis, huma propriedade de
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 3 de Março. casas, com suas pertenças na travessa do Assougue ve
lho , Freguezia do Coração de Jesus N.° 42 e 43 : he
Embarcações avistadas. Escrivão da arrematação Couto,
Na tarde do dia 9 do corrente inez de Março, se hão.
6 h. 20 m. 1 Brigue Escuna sem bandeira, ao Norte de arrematar na praça do deposito geral, com o abati
do Cabo da Roca. •
mento da quinta parte dos seus valores, os bens seguin
11 h. 27 m. 1 Bergantim sem bandeira, a Oeste do Ca tes, todos ou qualquer delles: humas casas, terras, oli
bo da Roca. • •

val, mato, e mais pertenças no sitio de Monte Gordo,

2h. 10 m. 1 Galeota Hollandeza, ao Norte do Cabo
da Roca.. . • quantia de 3503000 réis: huma terra chamada a Fi
3 h. 17 m. 1 Cahique sem bandeira, ao Noroeste do Ca
bo do Espichel: deo fundo em Cascaes.
3 h. 49 m. 1 Brigue Escuna sem bandeira, e 3 Cahi
ues dito, a 5# do Cabo da Roca: os Cahiques
#. fundo em Cascaes. • ----
- Embarcação entrada em Belém. ,
4 h. 1 Brigue Escuna Portuguez, Neptuno, de Vian
na, 2 dias.
Freguezia de S. Pedro de Louza, avaliado tudo na
gueira Alvar, no sitio de Salemas, avaliada em 1503000
réis: huma terra chamada a Cova Coelho, avaliada em
503000 réis : outra terra no mesmo sitio chamada a
Gallega, avaliada em 483000 réis: outra terra e mato
chamada o Penedo Gordo , avaliada em 48.3000 reis:
he Escrivão da arrematação Couto.
Na rua do Jardim do Regedor, N.° 16, está huma
egoa de cavallaria para se vender.
 ['216 ]

Movimento geral do Commercio e Navegação dos Estados Unidos d'America Septemtrional com Portugal,
e Ilhas da Madeira, Açores, e Cabo Verde, des de 1.° de Outubro, 1828, até 30 de Setembro, 1829.
Resumo das Producções e Manufacturas dos Estados Unidos exportadas para:
*-
Producções e Manufacturas. Tortugal. Madeira. Açores. Cabo Verde.

Qualidades. Pezos e Medid.] Dollars. Pezos e Medid.] Dollars. Pezos e Medid.] Dollars. Pezos e Medid.] Dollars.

Peixe secco ou de fumo . . . . . . . 76 248 202 421 • 273 1157

Spermacetti . . • • • • • • • • • • • 285 galões
• 208) . . . . • • • • • • • •

Azeite de peixe • • • • . | 30168 galões 8145 15895 galões 5170| 4834 galões 1238 3443 galões 1240
Peixe salgado. • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 30 Bb.
• 117
Vellas de spermacetti • • • • • • 1477 libras 340 9093 libras 2230 • • • •• • 6143 libras 1476
Aduelas . . . . 433 m. 15336 448 m. 14449 72 m. 4730| . . . . … _*
Pranchas
Ripas para telhados , . .
• • •
•

• •

. . .
•

•
•

• •

.
•

.
•
•

. | .
1 } • •

•
96
138
} •

•
•

•
299
61
} •

•
•

•
534
195 } •
5959
•

Casca de carvalho etc. . . . . . . . . . . . . . 247 • • • • • • • • • • • • • • • •

Obras de madeira . . . . . . . . . . ! . . . . 488 . . . . 3641] . . . . 322} - . . . 820

Alcatrão e breu . . . . . . . . . . 76 Bb. 2399 211 Bb. 408 . . . . • • 154 Bb. 492
Termentina e resina . . . . . . . . . 1612 Bb. } • • 34 Bb. } • • • • • • • • 62 Bb. } • •

Potassa e perlassa . . . . . . . . . . . . . .. 494 . . . . • • • • • • • • • • • •

Taboado . . . . . . . . . . . . ! .. . . . • • • • • • 24 . • • • • • • • • 127
Carne de vacca salgada. . . . . . . . 237 Bb. 1476) 576 Bb. 4246 . • • • • 243 Bb. 2173
Presunto e carne de porco fumada . . . 3845 libras 384 4947 libras |) . . 1771 libras
Carne de porco salgada.
Toucinho . . . . . . . .
• • •

.
•

.
•

.
•

. . .
• •

.
•

.
•

.
•

. .
• 235 Bb.
! 12095 libras
} 3781
•
•

•
•

•
•

•
•

•
•

•
53
3364
Bb.
libras
} •

1030
•

Manteiga . . . . . . . . . . . . . . . . . • 26337 libras 3212 • • • • 345 libras } 13O

Queijo . . . . . . . . . . . . . • • • • 6138 libras }. • • • • • 1010 libras J . . ,
Farinha . . . . . . . . . . . . 25 bush. 160 3779 bush. 24036 • • • • 735 bush. 5200
Milho . . . . . . . . . . . • • • • • . . [166970 busb. 91806 • • • • 175 bush. 82
Farinha de centeio . . • • • • • • • • • • • 50 Bb. 187. • • • • • • • • •

Centeio, aveia, e grão miudo. . . . . . . . . . . 1451 . . . . 388 • • • • • • • • • •

- 271 Bb. 444 Bb.

•

Riscouto . . . . . . • • • •• • 40 Bb. 150 203 dºp. } 992 . .

•

. . ! . . 423 d.º p. } 1881

Batatas . . . . . . . . . . . . ! . . . . • • 300 bush. 100 • • • • 402 bush. 165
Arroz . . . . . . . . . • 96 Bb, 1501 || 386 Bb. 6849 • • • • *37 Bb. 926
Algodão . . . . . • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • , || 6608 libras 809
Tabaco . . . . . . . . . . . . . | 182 quart. 8673 - 30 quart. 1582 . .. .. .. .… | 91 quart. 5403
Cêra . . . . . . . . . • • • 843 libras 228 587 libras 149 2268 libras 7 .. . . • •

Trastes de casa . . . . . . . . . . . . . . . • • • • • • 831 . . . . o . . . . 1476

Chapéos . . . . . . . . . . . . . . . . . • • - ". 63 . ". . . . . . . . . . . | | | 718
Obras de Selleiro . . .. . .. . . . . . . . . . • • • • • • • 115) . . . . • • ". .. . . . . 30
Liquores destilados de cereaes… . . . . . . . . . . • • 1660 galões 506]. . . . . • • 1236 galões 501
Cerveja, porter, e cidra engarrafada .. . . | . . . . • • • • • • • • • . . . . • • 10 duz. } • •

Botas . . . . . . . . . . . . ..! . . . • • 70 pares 404 . • • • • • • • • • •

Capatos . . . . . . . • • • • • • • • • 344 pares } . . . . . . • 2467 pares 1614

Vellas de cêbo . , . . . • • • • • • • • • 1148 libras 671 257 libras 27 4061 libras 2607
Sabão . . . . . . . . • • • • • • • • • • • • 7764 libras }. • • • • • 24087 libras }. •

Tabaco fabricado. . . . . . - - - - - • • • "+ + 837 libras 83 . . . • • 26074 libras } • •

Tabaco em pó . . . . . • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 553 libras 1735

Espirito de termentina ... . . . . . . | 2116 galões 825 277 galões 169 . • 232 galões 108
Oleo de linhaça . . . . . . . . . . . . . . . • • 67 #}. • | • • • • • • • • • •

Prégos de ferro . . . . . . . . . . . | . . . . • • 3053 libras 206 10932 libras 745 | 14890 libras 1096
Manufacturas de ferro ou aço . . . . . . . . . . . • • • • • • 18 . . . . • • • • 145
Obras de ferro fundido . . . . . • • • • • • • • • • • • • • • • • - ". . . 155
Aguardente de cana . • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 5674 galões [ 2194
Drogas medicinaes • • " • • 18l . . . . 144 . . . . • • . *. * .* . 2O
Fazendas d'algodão brancas • • • • • • • • • • 833 . . . . 5187) . . . . • • * - - - 20420
Ditas . . Ditas . . pintadas ou estampadas [ . . . . • • • • • • 711] . . . . • • .. . . . 1743
Outras manufacturas d'algodão . . . • I • • • • • • • • • • • • • • • • • - - - - 106
Polvora . . . . . . . . . . . . ! . . . . • . • • • • • • • • • • • 10300 libras 1245
Saccaria . . . . . . . . . . • • • • • • • • • • • 50[** . . . . -.- - . . . . 64
Pentes e botões . . . -- . . . . . . ! . . . . • • • • • • 313) . . . . • • - - - - • •

Escovas •• • • • • • • • • • • • • • • • • - - - - 42] . . . . * * F • • • • •• • •

Chapéos de sol . . . . . . . . . . . . . . . • • • • • • 70| . . . . . . ! . . . . • •

Fato . . . . . . . . . . . . • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 77. O
Livros e mappas . . . . . . . . . . | . . . . • • • • • • 8) . . . . • • • • • • • • •

Papel, pennas, papelão etc. • • • • • • • • • • • • • • • • 117) . . . . • • • • • • •

Vinagre ** * * * * * * * * * * • • • • • • * - - - 60| . . . . . • •• - - - - • •

Tintas e verniz • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • - * * * 214

Vidros . . . . . . . • • • • • • • • • - - - - 17 . . . . • • • • • • 103
Flores arteficiaes, e enfeites • • • • • • • ". * * • • • • • • • • • • * • • • • • • • 852
Mercadorias não especificadas e manufacturadas | . . •• 8 . . . . 1139 • • • 40| . . . . 1785
Productos não fabricados . . . . . . • • • • • • • 271 • • • , 30| . . * - 214

Somma . . . . . . . . ! . . . 42088 175074 . . . | 7949 . . . .*. | 68528

| | | | | | +1* * * * * "L_ } —
"… - I , ,
* . .

*** =

LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.

 ANNo
NUM. 55.
*-----—=>-9-------- 1831.
3-<s>-

GAZETA 1 E LISBOA.
SABBADO, 6 DE MARÇO.
xoe>##363;G##$3<ecx

PARTE OFFICIAL. "mencionada Junta da Fazenda, pagando-se no caso da

F- == – •-L\=\\
MINISTERIo dos Negocios EstRANGEIRos.
Na Secretaria d'Estado dos Negocios Estrangeiros
existe hum Documento authentico do obito de João Pe
dro Auzer, solteiro, filho de Miguel, e de Joanna Ma
ria Neyron , nascido em Lisboa a 17 de Fevereiro de
AL
venda Laudemio de quarentena; com declaração porém
que nem a Junta da Fazenda poderá no caso de venda
negar a licença, huma vez que não haja dólo, nem ma
licia, nem a Escriptura se poderá lavrar, sem que nel
la vá inserta a licença da Junta, e o conhecimento do
pagamento do Laudemio, com a mesma costumada pe
na de commisso. |- -

1807, e falecido no Hospital de Morlaix , com praça
no 16.° Regimento Frances de Infanteria Ligeira : as
pessoas que precisarem Certidão deste obito, podem di
rigir-se á mesma Secretaria d'Estado.
ConsELHo ULTRA MARINo.
N.° 2.
•
4.° Que elle Joaquim Antonio de Mattos, primeiro
mfyteuta, fica authorisado em sua vida a fazer na
quelle Prazo as subemfyteuticações, que julgar lhe
convem, devendo com tudo preceder licença da Junta
da Real Fazenda das Ilhas de Cabo Verde, a qual lhe
não poderá ser negada, mas que deverá ir inserta na Es

criptura da subemfyteliticação, pena de commisso, fi

|

ElRei Nosso Senhor por Sua Regia Resolução de cando em todo o caso estas subemfyteusis sujeitas em
quatorze de Janeiro do corrente anno, tomada em Con caso de venda ao pagamento do mesmo Laudemio de
sulta do Conselho Ultramarino de vinte e quatro de No quarentena á Real Fazenda das Ilhas de Cabo Verde,
vembro do antecedente, Houve por bem acceitar, e devendo tambem para estas vendas preceder a compe
Mandar incorporar nos Dominios da Sua Real Corôa, tente licença da referida Junta da Fazenda, tudo co
em as partes d'Africa Occidental, a Ilha denominada mo fica dito a respeito das vendas, alienações, ou hy
de Gallinhas, huma das do Arquipélago de Bejagos, pothecas da emfyteusis principal. . •

adjacente á Praça de Bissau, Bºriando que na 5." Que todas as culturas daquela Ilha ficão isentas
mesma Ilha se arvore a Bandeira Portugueza; e Hou de pagar Dizimos até o fim do anno de mil oitocentos
ve Sua Magestade outrosim por bem conferir o Senho quarenta e hum da mesma maneira que por Cartas Regias
rio honorifico daquella Ilha, para o gozar vitaliciamen de treze de Maio de mil setecentos e oito, de cinco de Se
te, ao Coronel de Milicias de Cabo Verde, actual Go tembro de mí1 oitocentos e onze, e de onze de Agosto de
vernador da Praça de Bissau, Joaquim Antonio de mil outocentos e treze se estabelecêo para os que fossem
Mattos, que ofereceo, e sujeitou a dita Ilha á Real cultivar as margens do Rio Dôce na Capitanía de Mi
Corôa, tendo-a adquirido por doação, que lhe fizera o nas Geraes, e dos Rios Tocantins, Maranhão, e Gra
Rei Damião de Canhabaca; bem como Foi O Mesmo jaú na Capitanía de Goiaz, ficando as ditas culturas
Augusto Senhor Servido Dar toda a mencionada Ilha sujeitas aos outros direitos (inclusivè os de exportação)
de Gallinhas ao dito Joaquim Antonio de Mattos d’afo que se pagarem em Bissau. •

ramento em fateosim, que será feito perante a Jun- , 6." Finalmente, que acontecendo haver naquella Ilha
ta da Fazenda das Ilhas de Cabo Verde com todas as alguma producção, que seja objecto de Contracto Real,
clausulas, e condições, que são do estilo em taes afo se procederá a seu respeito da mesma maneira por
ramentos, e de mais com as seguintes: que se procede nas outras Terras sujeitas a Bissau.
1.° Que elle Joaquim Antonio de Mattos em reconhe O que o Conselho Ultramarino manda publicar por
cimento do dominio directo da mesma Ilha, a qual fi Ordem do mesmo Augusto Senhor. Lisboa, vinte e seis
ca incorporada na Real Corôa, pagará annualmente de de Fevereiro de mil outocentos trinta e hum. = Anto
foro o valor de hum marco de prata, isto he, cinco nio Nicoláo de Moura Stockler.
mil e seiscentos, réis da moeda corrente nas Ilhas de Ca
bo Verde, o qual foro será pago no Cofre da Junta da
Real Fazenda daquellas Ilhas, da mesma maneira que PARTE NÃO OFFICIAL.
ali são pagas todas as outras Rendas Reaes.
2.° Que será perante aquella Junta que todos os suc —T T —T-

cessores daquelle Prazo deverão hir fazer na forma do

estilo o seu reconhecimento dentro do prefixo termo de
seis. Inezes contados do dia que nelle succederem, com
a costumada pena de commisso.
3." Que no caso de venda, ou de outra qualquer alie
nação do dito Prazo, assim como tambem no caso de
hypotheca, deverá preceder a competente licença da
PORTUGAL
Porto, 23 de Fevereiro.
Hontem, 22 do corrente, logo ao raiar da Aurora,
deo o Parque desta Cidade huma Salva Real d'Artilhe
 [ 218 ] \

ria, por ser o Venturoso Dia em que se completou o do beneficio que Deos fez a Portugal pelo Regresso de
Triennio da feliz Chegada d'ElRei Nosso Senhor á Ca tão Augusto Soberano para sustentar a Religião e ex
pital do Reino, e iguaes Salvas se dérão nas Fortale terminar a impiedade, fazendo vêr na segunda parte
zas do destricto, içando-se nellas suas bandeiras, o que do seu discurso a obrigação que todos temos em solem.
tambem se fez em outros sitios, e nas Embarcações Nº nizar a memoria de tão Fausto Dia em testemunho da
cionaes existentes no Douro, subindo ao mesmo tempo nossa gratidão. No fim da Missa, resoando immensa
muitos foguetes ao ar. quantidade de fogo do ar (que já tinha começado ao
Ao meio dia repetírão-se as Salvas e fogos, repiean romper do dia, e continuou por todo ele e noite) se
do igualmente os sinos, e houve no Campo de S. Ovi cantou com a maior pompa e magnificencia o Hymno
dº Grandé Parada para a qual marchou a Tropa em . - Te Deum Laudamus; assistindo a esta Festidade todo
horas opportunas, com todo o asseio, postando-se no o Clero Secular e Regular, as Authoridades Militares,
mesmo Campo, como lhe foi ordenado, sendo o Es os Oficiaes das Camaras, e Nobreza das referidas Vil.
# de Cavallaria de Chaves, Artilheria Volante, las, que para esse fim havião sido convidados pelo dito
Regimentos de Infanteria N.° 12, e 19, Corpo da Juiz de Fóra. Findo este acto, e já no largo da referi.
Guarda Real da Policia de Infanteria e Cavallaria; da Igreja, o mesmo Ministro acompanhado da Camara
bem como o Batalhão de Voluntarios Realistas. O Il e assistentes levantou por tres vezes os Vivas a Sua Ma
Justrissimo Coronel do Regimento de Infanteria N.° 12, gestade o Senhor Dom Miguel I, sendo correspondidos
José da Fonseca Pinto, Governador interino das Ar º com tal enthusiasmo, que bem se deixava vêr no sem
mas, chegou ao Campo com o seu luzido Estado Maior, blante de todos, os sentimentos de afecto e amor de
e entrando no Quadrado lhe fez a Tropa a cortezia de: que os seus corações trasbordavão para com o seu Le
Vida, e passando-lhe a revista do costume, mandou de: gitimo Rei e Senhor. Depois do que passárão ás Casas
ois fazer a Continencia Real, o que logo se executou. da Camara onde lhes estava preparado hum luzido e appa.
O Illutrissimo Coronel Graduado do Regimento de In ratoso jantar, em o qual logo que o mencionado Juiz de
fanteria N.° 19, Antonio da Silva Pinto, que com Fóra levantou a primeira Saude ao Nosso Augusto So
mandava a Divisão, maudou dar o fogo, e findo elle berano, foi esta correspondida de mil Vivas, seguidos
dirigio-se ao centro o Coronel Governador, e alli le de itnmensa quantidade de fogo do ar; tendo-se dahi
vantou os Vivas com muito enthusiasmo, os quaes fo em diante repetido pelos circunstantes successivas Sau
rão correspondidos com o mesmo pela Tropa, e pelo des ao Mesmo Augusto Senhor; e variados versos aná.
Povo, que em muita quantidade se achava presente; em logos ao Dia de tanta gloria, e origen de tantas ven
cujo acto subírão ao ar grande numero de foguetes. A turas para os Portuguezes. Durante o jantar, e á porta
Tropa deo depois o giro do estilo, e retirou-se para das Casas da Camara, se repartírão avultadas esmolas
seus Quarteis. As# das habitações no Campo, e a muitos pobres que ahi se achavão. E terminou este
as proximas da Rua do Almada adornárão-se com da Festejo com huma decente illuminação em as Casas da
mascos para mais abrilhantar este Militar Festejo. Camara, e dos moradores da dita Villa do Barreiro;
Ao Sol posto deo o Parque a ultima Salva, e o mes sem que occorresse a mais leve circumstancia, que per
mo fizerão as Fortalezas, continuando os foguetes, e turbasse, ou tornasse menos plausivel o regozijo de tão
repiques ate á noute, na qual houve illuminação na ditoso Dia; o que sendo em parte devido ás providencias
Cidade. (Correio do Porto.) tomadas pelo mencionado Ministro, mostra o decidido
caracter d'amor, fidelidade, e adhesão, que esta Po.
*—*§§-- —* voação consagra a Sua Magestade, o Muito Alto e
Poderoso Rei, o Senhor Dom Miguel I.
Lisboa, 4 de Março.
(Artigo communicado.) *—*§§ *-—*
O Juiz de Fóra da Villa da Moita e annexas, Fran Do estado actual da Europa.
cisco Joaquim Gomes de Sousa e Silva Belfort, e a Ca
mara da Villa do Barreiro, desejando como fieis Vas Quid leges sine moribus
sallos do melhor dos Monarcas, o Senhor Dom Miguel I, Kanae proficiunt?
festejar solemne e religiosamente, se não conforme suas —º Horacio.
vontades, ao menos segundo as suas possibilidades, o Mirabeau queria estabelecer a liberdade em França
Dia 22 de Fevereiro, Anniversario do Venturoso Regres e propagalla, na Europa, e ao mesmo tempo clamava:
so do Mesmo Augusto Senhor a estes Reinos, se pro Destrui a Religião. Os publicistas liberaes do tempo
pozerão neste Dia a renderem ao Todo Poderoso as de presente não dizem, na verdade, outro tanto; porém
vidas Graças por tão importante beneficio; para o que ao passo que proconizão a verdade não cessão de en
tendo o dito Ministro chegado pelas 11 horas do dia, Jaçar com esta idéa os progressos das artes e do com
precedido dos respectivos Oficiaes de Justiça, se diri mercio, e o augmento da riqueza publica: isto he,
gio com a referida Camara á Igreja de N. Senhora do ligão á noção da liberdade as fruições materiaes do
Rosario, que magnificamente adornada, se tinha desti homem. |-

nado para tão justa Festividade; e então se deo princi
io á Missa Solemne, em que celebrou o Meritissimo
# Vigario da Vara do Destricto, José
da Conceição e Mello, sendo esta acompanhada de ex
cellente musica, dirigida e executada pelo Reverendo
Fr. Angelo de Jesus Maria, e outros Religiosos da Pro
vincia d'Arrabida, que convidados pelo Reverendo Fr.
Pedro de Santa Escolastica, da mesma Provincia, gra
tuita e gostosamente se prestárão para tão Religioso
fim. Foi Orador o Reverendo P. M. Fr. José Machado,
da Ordem dos Prégadores, e Prégador Regio, o qual
tomando por thema as palavras do Evangelho do dia
= Porta inferi non pra valebunt adversus eam = mos
trou com eloquencia é religioso enthusiasmo a grandeza
+
Hum e outro systema nos parecem igualmente desa
tinados. Bem de outro modo entendêrão a liberdade po
litica os Gregos e os Romanos. Lycurgo para dar esta
bilidade á que fundou em Esparta só achou o recursº
de converter aquella Cidade em hum mosteiro. Roma
deixou de ser livre no monento em que os cidadãos co
meçárão a conhecer os prazeres da vida sensual; e nem
o austero Espartano, nem o voluvel Atheniense, nem
os orgulhosos senhores do mundo nunca entendêrão,
que podia existir a sociedade sem crenças religiosas.
A razão destas anomalías d’opiniões e procedimento
se acha facilmente estudando com attenção as circum
stancias e os tempos. Mas para que nenhum dos nossos
leitores se engane nas idéas que vamos expôr, lhes de
 ['219 ]
claramos antecipadamente, que a liberdade de que fal
laremos em todo este discurso não he a civil mas a po
littca, ou a intervenção dos cidadãos no Governo, a
qual he tão diferente da civil, que Esparta, reconhe
cida pelo povo melhor dotado da antiguidade quanto á
liberdade politica, gozava de menos liberdade civil que
os vassallos das Monarquias absolutas que ha actualmen
te na Europa.
Todos os homens conhecem e aprecião a liberdade
civil, isto he, o direito d’usar das suas faculdades in
telectuaes e fisicas em tudo quanto se não oppozer ás
leis; mas nem todos aprecião e a mão com igual enthu
siasmº a liberdade politica. A nossa grande razão he a
experiencia; nenhum povo renunciou até agora á pri
meira, excepto por principios religiosos como os Mus
sithuanos, quando está reduzida a poucas nações e épocas
a intervenção dos Cidadãos no Governo. A liberdade
civil he huma maxima commum, pratica e perpetua de
todas as sociedades civilisadas; a liberdade politica o
he de hum pequeno numero, e por pouco tempo; e lie
muivulgar na historia o espectáculo dos povos que re
funciárão esta liberdade para assegurar o seu repouso.
Proclamando Mirabeau a liberdade e ao mesmo tem
po a ruina da Religião, o freio mais poderose das pai
Xões, o agente mais eficaz das virtudes, nos pareceria
hum logico sumrnamente desprezível se o seu objecto e
o de seus companheiros fosse com efeito fundar o que
Proclamavão; mas então não se tratava da liberdade, mas
de substituir ao Governo de hum a tyrania anárquica
de muitos.
Aquela impia expressão já recebeo o anathema que
merece não só dos filosofos, mas até dos mesmos ter
roristas de 1793, que no fim da sua sanguinaria luta
conhecêrão a necessidade de hum culto e de huma cren
ça Para reorganizar a sociedade que havião despeda
çado. Os publicistas de 1830 já estavão de sobejo illus
trados por bem dirigidos estudos e por terrivel escarmen
10 para quererem fundar a sociedade sobre outro ali
Cerce que não fosse o das virtudes religiosas. Não obstan
tº comettem outra inconsequencia, que sem ser tão blas
tema não he menos notavel que a de Mirabeau.
Querer reunir o maior gráo de prosperidade material
possível a huma grande doze de liberdade, nos pare
ce absurdo. Huma de duas, ou renunciar a essa am
bição de vantagens, fructo do trabalho, o luxo, a
industria e o com mercio, ou á executiva liberdade que
faz intervir no Governo a classe media. Quem ha de
trabalhar se todos os animos se occupão com a discus
são dos negocios publicos? Que segurança poderão ter
as artes protectoras daquellas vantagens no meio da
efervescencia dos partidos, que tem sido, he e será ine
vitavel condição dos Governos democraticos? Como se
poderão crear na sociedade as luzes para se reger a si
mesma ou as fortes e sublimes virtudes, quando no es
tado actual da civilisação o idolo dos corações he o
dinheiro, universal representante das fruições da vida!
A democracia não tinha tantos incovenientes nas repu
blicas antigas, por que em quanto os Cidadãos gover
navão no foro, os escravos trabalhavão em casa, nos
campos, e nas oficinas: por que a pobreza e a sobrie
dade o sustinc et abstine de Epitecto, erão tidas em
honra; em fim por que a organisação social daquelles
povos era muito menos cumplicada do que a nossa.
Já o disse Rousseau, que nem sempre delirava: o seu
livro do Contracto social, que tanto damno tem feito,
he para nós a mais terrivel satyra da democracia, e o
será para todos os que reflectirem quão duras e difíceis
de obter são as condições que exige a sua utopía.
Estabeleça-se a democracia em huma sociedade en
velhecida, que apenas acaba de sabir da crize irreligio
sa e anarquica da revolução Franceza; em huma so
ciedade ávida de dinheiro e de prazeres; em huma so
ciedade em que exceptuando escasso numero de pessoas
ninguem estuda senão nos periodicos, a sciencia do
Governo, hoje em dia tão complicada; em huma socie
dade cheia de paixões pessoaes; em huma sociedade fi
nalmente onde não ha convicção pratica de nenhum
principio moral excepto da importancia da riqueza; es
tabeleça-se, repetimos, em huma sociedade desta es
pecie a intervenção de hum grande numero de Cidadãos
no Governo sem garantias para a boa ordem e para as
classes superiores da sociedade, e crear-se-ha o cahos
anárquico, que debaixo do nome da Constituição de 1791.
proclamaria a Soberania da classe media.
O vicio geral que se nota nos discursos e maximas
dos publicistas actuaes he acreditar, que com leis politi
cas se pode supprir a falta dos costumes ou de institui
ções moraes. Solon, Numa, e Lycurgo não o entendê
rão assim: aquelles grandes legisladores e filosofos, que
tão profundamente penetrárão o coração humano, co
nhecêrão, que o edificio da lei caducará se a moral lhe
não servir de alicerce, e por isso fallárào mais vezes aos
sentimentos e ao coração do homem do que á sua ra
zão, e antes fizerão reformas nos costumes do que na
politica.
. Os males que afligem a Europa não são do dominio
da lei, mas da moral. Em quanto se não encontrar o
meio pratico de fazer mais apreciavel a virtude do que
o dinheiro, em vão se cansaráô os nossos publicistas em
fundar utopías, e em fazer combinações e equilibrios de
poderes; porque em toda a sociedade, seja qual for a
sua forma de politica, ha de existir huma authoridade
suprema á qual se ha de obedecer; e se os costumes fo
rein máos não se olhará para o bem publico, nem se
respeitará como he devido.
Não são pois as leis politicas as que hão de melhorar o
estado social da Europa. A causa está no descuido com
que se olha para as instituições moraes.
(Extracto do Estafeta.)
*—*§§ *-*
Telégrafo.—Serviço da Barra.—4 de Março.
Os Cahiques que estavão fundeados em Cascaes fizerão
se á vela.
Embarcações avistadas.
8 h. 32 m. 1 Brigue Escuna, e 1 Cahique sem bandei
º ra a Oeste do Cabo da Roca: navegão para o
Norte.
2 h. 50 m. 1 Escuna sem bandeira, ao Sul do Cabo
do Espichel. \ • •
Embarcação entrada em S. Julião.
1 h. 1 Escuna Ingleza.
Embarcação sahida de S. Julião.
9 h. 12 m. 1 Hiate Real, Felicidade.
Embarcação sahida de Belém.
9 h. 12 m. 1 Brigue Escuna Portuguez, Emprehende
dor, para a Bahia.
ADMINISTRAÇÃo do CoRREIo GERAL.
Navio a sahir.
Abril 1. A Náo de Viagem Maia e Cardozo , para os
Estados da India, com escála na hida por
Cabo Verde, e Moçambique; e de volta por
Benguella, e Angóla.
Publicação Litteraria.
Sahio á luz o N.° 14 da Contra Mina: vende-se por
30 rs. em Lisboa, Belém, Coimbra e Porto nas lojas
do costume.
 a Annuncios.
Pelo Juizo do Fisco dos Ausentes do Reino, e nas
casas da residencia do Desembargador Juiz do mesmo
Fisco a S. Sebastião da Pedreira, N.° 21, nos dias 8,
9, e 10 do corrente, pela manhã, se ha de pôr em
Praça para no ultimo dia se arrendar a quem mais der,
a quinta nas Laranjeiras, pertencente ao Ausente Con
de d'Alva.
Pelo mesmo Juizo, perante o mesmo Desembarga
dor, nas ditas casas, em o dia 10 do corrente, se ha
de arrematar a quem mais der, 65 alqueires de trigo,
e 55 alqueires de cevada do fôro do anno passado, que
paga Antonio Francisco, de hum casal, em Caneças,
pertencente ao Ausente Conde da Cunha, cujas amos
tras se acharão patentes: sendo a dita arrematação fei
ta impreterivelmente de manhã.
Pelo mesmo Juízo, e ditas casas, nos dias 11, 12, e
14 do corrente mez de Março, pela manhã, se ha de
pôr em Praça para no ultimo dia se arrendar a quem
mais der, o Morgado denominado de Palma, no termo
da Villa de Alcacer do Sal, pertencente ao Ausente
Conde de Sabugal.
Vendem se huns Serviços Decretados de Capitão:
quem os quizer comprar , falle na loja de livreiro de
baixo da arcada do Senado desta Cidade.
D. Catharina Francisca Pacheco , como cabeça de
cazal, faz publico que tem alcançado contra a viuva e
herdeiros do falecido Caetano Martins da Silva senten
ça em que são condemnados na quantia de 15:0163420
rs., além do que se liquidar no Juizo de India e Mina,
Escrivão Martinho Bartholomeu Rodrigues, pela qual
Jho estão sugeitos todos os bens do dito cazal, que nin
gue in pode comprar judicial, ou extrajudicialmente sem
}evar o seu producto ao Deposito publico, debaixo de
sena de ficarem responsaveis.
Tendo-se publicado na Gazeta N.° 51, hum annun
eio em nome de Mariana Verissima Freire, dizendo-se
viuva de Francisco Simões da Costa, sobre a Execução
que José Simões da Costa prosegue contra os herdeiros
de João Simões da quantia de 1.3183800 rs.: declara
o mesmo José Simões da Costa a pouca exactidão da
quelle annuncio, e que Mariana Verissima Freire não he
viuva de Francisco Simões da Costa, mas sim viuva de
Francisco Simões Nogueira , condemnado na Sen
tença que se executa etc. • Na tarde do dia 9 do corrente, se ha de arrematar
Antonio Pereira rematou na praça publica do depo
sito desta Cidade duas propriedades de casas, sitas na
rua da Conceição á Praça das Flores , Freguezia de
Santa Izabel, com o N.° 20 A até 20 D, isto por exe
cução que faz o Ministro e mais Irmãos da Ordem Ter
ceira de Jesus, a Mauricio Vasques no Juizo da Con
servatoria Hespanhola, Escrivão João José da Silva Fer
reira ; acha-se o producto da arrematação no mesmo
deposito, e sobre ele se correm os trinta dias de editos
para serem os ditos predios julgados livres e desembara
çados na fórma da Lei: quem tiver que dizer ou re
querer, o deve fazer dentro dos trinta dias.
Na rua dos Navegantes, á Lapa, se vende huma boa
propriedade de casas, N.° 2 a 5, que tem duas lojas e
cocheira, tres andares á frente da rua, sendo o tercei
ro de varanda geral, com sete janellas á frente da rua,
quatro andares na parte de traz, com suas varandas, e
bem acabadas; seu quintal guarnecido de parreiras, boa
vista de mar, e terra; rendem annualmente 4773600
rs.: quem as pretender póde dirigir-se a seu dono, que
tem loja de confeiteiro na mesma rua, N.° 4.
LISBOA. NA IMPRESSÃO REGIA.
*
Vendem-se humas casas na rua da Bella Písta, aô
Quelhas, N.° 12 a 19 , prazo foreiro ás Trinas, e os
Titulos existem na mão do Tabellião Assís, na rua por
detrás do Convento de S. Domingos.
Na rua de S. Paulo, N.° 10, 1.° andar, se vende
hum forte piano de armação alta, de bom author,
com vozes superiores. * - -
Pilulas Antibiliosas: — He este hum remedio da maior
eficacia tanto para indigestões, cruezas no estomago
e fastio, como para obstrucções de figado, baço ou ven
tre; o desarranjo dos orgãos digestivos he geralmente a
causa primaria de outras aflicções, taes como vertigens,
apoplexias, paralyzias etc.; por tanto havendo atten
ção ás afecções premonitorias aqui indicadas, muitas
vezes se evitão aquelles infelizes insultos estuporíticos,
que tão frequentemente acontecem por descuido em es
te particular; e como a prizão do ventre he huma das
causas mais frequentes de hemorroídas, experimentar
se-ha hum grande alivio naquella molestia tão incom
moda e desagradavel, usande-se de vez em ?"? des
ta preparação: vende-se na Botica de G. C. Morley,
rua do Corpo Santo, N.° 24, e no Porto, rua do Cal
vario, N.° 19 e 20,
Vende-se hum lambique usado, de cobre, de duas pá
pas, com serpentina de estanho, com todas as ferragens
para o assentamento, e balceiro para a serpentina, tudo
em muito bom uso, e á moderna, e por commodo pre
ço : quem o pretender, falle na loja da travessa de S
Nicolão, N.° 6 e 7, em Lisboa. •
Na rua da Prata, N.° 65, continua a venda da ba
tata doce de mui superior qualidade, chegada recente
mente, e na mesma loja se vende boa fructa para sobremeza
de pera passada muito fresca e superlativa a 100 réis o
arratel. • • •
Na travessa da Victoria, N.° 23, junto á rua da Pra
ta, se vende o puro vinho de proprio Lavrador, branco
e tinto sem confeição, a 80 rs. a canada.
Segunda feira, 7 do corrente, e dias seguintes, pe
las dez horas, na rua do Ouro, N.° 277, primeiro an
dar, Gregorio José Gonçalves venderá em leilão públi
co, todos os moveis do seu estabelecimento, que consis
te de cadeiras, mezas, guardaroupas, commodas, lei
tos, marquezas, secretárias, espelhos etc., tudo novo,
e para liquidar.
na Praça do Deposito Geral a quinta da Matoza, Fre
guezia de Caparica, Termo de Almada, com o abati
mento da quinta parte do valor de 1:600,3000 réis:
Escrivão Couto.
Real Theatro do Salitre, — Domingo 6, Segunda
feira 7, e Quarta feira 9, Drama Sacro, Os Martyres
de Roma, ou O martyrio de S. Sebastião; Dansa Sa
cia, O martyrio de Santa Benemerita. O ensaio geral
da Dansa he na noute do dia 5; para ver o dito ensaio
serão tão sómente admittidas as pessoas que tiverem to
mado bilhete para aquelle dia, tanto de camarote como
de platéa. • -
• • |- Estiva.
Preços do Pão e Azeite para a semana que principia
de 7 a 13 de Março de 1831:
Pão de arratel na fòrma da Lei - - a 45 réis.
Em metal - - - - - - - - - a 39 réis.
Canada de Azeite - - - - - - a 235 réis.
*__ –
 - • UM. 56.
=>(…)-+=**-*
-- ANNo 1831.

GAZETA JDE
LISBOA.
SEGUNDA FEIRA, 7 DE MARÇo.
{
=>xo8 { A

PARTE OFFICIAL. Commandante das Ordenanças da Pocoa de Karzim,

Antonio Pereira de Castro.
Por Decreto de 26 de Fevereiro de 1831, Reformado
no mesmo Posto o Sargento Mór das Ordenanças de
MINIsTERIo Dos NEGocros DA GUERRA. Barcellos, João Luiz Salgado. • -

Por Decreto da mesma data', 'demittido do Rosto de

Em Resoluções de 5 e 29 de Janeiro, e 23 de Feve
reiro, foi Sua Magestade servido promover os individuos
abaixo indicados aos postos das Ordenanças seguintes:
|-
A Capitão da 1.° Companhia das Ordenanças de
Arazede, José Joaquim Rodrigues de Macedo.
A Capitão da 2.° Companhia das Ordenanças de
Tentugal, Joaquim José de Faria.
A Sargento Mór das Ordenanças de Villa Velha do
Rodão, Leonardo Antonio Goulão. • •
A Capitão da 2.° Companhia das Ordenanças de
Aguada de Cima, João Fernandes de Figueiredo, Al
feres da mesma Companhia.
Capitão da 1.° Companhia das Ordenanças de Penella
de Albergaria, Luiz Antonio Pereira da Silva.
Por Decreto da mesma data, demittido do Posto de
Capitão da 9.° Companhia do 3.° Batalhão da extincta
Eegião do Cáes do Sodré, José Maria Alves Branco.
RE A L E * A * 1o.
... Nos dias 7 e 8 do corrente, se pagão na Thesouraria
Geral dos Ordenados, os mezes de Outubro , Novem
bro, e Dezembro de 1829 das folhas a saber: Junta da
Administração do Tabaco, e Alfandega do dito.
•

== —T=
• • • • ••• • • i_i —

A Capitão da 8.° Companhia das Ordenanças do

Fundão, José Joaquim Franco, Capitão do Batalhão PARTE NÃO OFFICIAL.
de Voluntarios Realistas de Penamacor.
–####1—". •••

A Capitão da 9.° Companhia das Ordenanças de __ ___ ==

Thomar, Francisco Alves de Assís, Alferes da mesma

Companhia. •
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
A Capitão da 11.° Companhia das Ordenanças da
Cidade do Porto, José Fernandes dos Santos, Alferes ALLEMANHA.
da 4.° Companhia das mesmas Ordenanças. •

A Capitão Mór das Ordenanças de Monforte do Rio Fronteiras da Russia, 27 de Janeiro.

livre, Francisco Ignacio de Moraes Sá Sarmento Pi
mentel Louza, Sargento Mór Aggregado ás mesmas Or
denanças.
, A Capitão Mór das Ordenanças de Mezãofrio, Ro
drigo de Mesquita de Sousa Pinheiro, Sargento Mór
das mesmas Ordenanças.
A Capitão Mór das Ordenanças de Favaios, Miguel
Pereira Pinto Serpe e Mello de S. Nicoláo.
A Sargento Mór das mesmas Ordenanças, José Pin
to de Queiroz Sarmento Guedes.
A Sargento Mór das Ordenanças d'Aviz, Vasco José
da Silva.
• •
Os Polacos lançárão a luva e nos provocárão á guerra.
•
O Imperador encarregou o General Diebitsch lhes faça
entender, que se não despreza impunemente huma Po
tencia como a Russia: 54 Regimentos de Infanteria,
•
24 de Cavallaria, 12 pelotões de Cossacos, e 430 peças
de Artilheria, tudo dividido em tres Corpos de Exerci
to, vão marchando pelos caminhos de Bialistóck, Brzesc,
e Luck. Todas estas forças manobrão sobre Varsovia
com intento de a cercar e destruir no caso de resisten
cia o foco da revolução. Não será inutil para os nossos Ge

neraes o exemplo de París e Bruxellas; e não se deixarão

A Sargento Mór das Ordenanças de Portalegre, José
Antonio Fratel, Capitão das mesmas Ordenanças.
A Capitão das Ordenanças da Villa de Garvão,
# Capitanía Mór da Messejana, João Paes de Mattos
Falcão.
A Capitão da 1.° Companhia das Ordenanças de Bar
bacena, Antonio Gonçalves Serrano, Alferes da mesma
comprometter em acções pelas ruas com os rebeldes,
antes pelo contrario as povoações que se não submette
rem á primeira intimação ficarão rigorosamente blo
queadas.
(Correspondencia particular da Gazeta d'Augsburgo.)
AUSTRIA. -

Companhia. … .
A Capitão da 3.° Companhia das Ordenanças de Ar Fienna , 4 de Fevereiro.
•ronehes. José Maria de Carvalho.
Por Decreto de 28 de Fevereiro de 1831, a Capitão Nada de novo se diz sobre os negocios da Polonia

Em huma audiencia particular que o Imperador Nico
láo deo a hum Diplomatico, lhe disse : Eu quero sal
var os Polacos, e não destruillos; porém quando dizia
isto tinha, como Henrique HPV, posto a mão nos copos
da espada.
São notorias as maneiras pouco agradaveis do Mare
chal Maison. Pois apezar disso se descobrio que occul
tavão a finura e delicadeza proprias de hum cortezão.
Com efeito, em certa occasião (ignora-se com que mo
tivo) certa jºven Senhora que se achava em vesperas de
se casar com bum diplomático de bastante influencia
nos conselhos dos Gabinetes , lhe declarou, com a li º que não evitou que se arrojassem ao Sena todos os livros,
berdade propria só do bello sexo, que não queria as re moveis, papeis, quadros etc., de modo que em todo o
voluções nem os revolucionarios. Esta proposição repli
cou o Marechal Maison com muita graça e finura, não
he agora de transcendencia; porém dentro de oitº dias , delles, que vendêrão no mesmo instante.
me verei obrigado a dar-lhe alguma importancia.
.… (Quotidiana.)
PRUSSIA.
, Berlim, 13 de Fevereiro.
" Diz-se que forão sequestradas algumas quantias de di
nheiro que havia na casa da moeda, pertencentes ao
banco da Polonia. A instancias do Ministro da Russia
se havia mandado anteriormente, que se não permittisse
sahir para a Polonia nenhuma quantia de dinheiro com
direcção a estabelecimentos publicos, e esta disposição
teve o seu cumprimento em todas as suas partes.
} (Correio de Hamburgo.)
FRANÇA.
Paris, 16 de Fevereiro.
Praça do Commercio hoje. Cinco por 100 consolida
dos 92 fr. 90 c. Acções do banco 1545. Emprestimo
Real de Hespanha 59 4. Renda perpetua de idem 43 4.
. O Monitor de hoje diz o seguinte em data de 14:
… Hoje occorrêrão graves acontecimentos na Igreja de
S. Germano l'Aurerrois. • •
» Sabendo o Governo que se hia celebrar na Igreja de
S. Roqué o anniversario funebre pelo Duque de Berry,
revenio o Sr., Arcebispo de París. Admoestado o
#### de S. Roque de que esta solemnidade podia
motivo a desordens, se oppoz a que se celebrasse na sua
Igreja, porém o Parroco de S. #… não teve estas
contemplações, e condescendeo em que se celebrasse na
sua, onde sé levantou huma eça, e o mesmo Parroco
se prestou a oficiar. Com efeito assim se verificou com
assistencia de toda a classe de pessoas. Pares, Deputa
dos, Cortezãos, Militares etc., até assistio o Prefeito
da Polícia com o fim de conservar a boa ordem. Os o barrete da liberdade. Esta partida turbulenta que
Oficios Drvinos se celebrárão sem ruido, sem tumulto,
sem escandalo, e sem que se manifestassem apparencias
de reunião politicá: não obstante ao concluir-se a ce
remonia teve hum mancebo a imprudencia de pôr de
baixo da Corôa colocada sobre a eça hum retrato do
Duque de Bordeos, adornado com huma grinalda de
perpetuas. As mulheres á porfia tirárão pedaços desta
grinalda, e os homens tirárão as condecorações e as
pozerão pendentes do retrato. A authoridade se vio obri
gada a intervir, é prendeo muitas pessoas. Entrou na
Igreja hum destacamento da Guarda Nacional e fez
com que sahisse a gente. A indignação publica já se
manifestava em "varios bairros de París; formou-se hu
ma grande reunião ao redor da Igreja de S. Germano,
a Guarda Nacional acúdio em massa, e em breve re
primio a desordem e dissipou os grupos.»
Outro periodico desta Capital continúa a narração des
tes acontecimentos nos termos seguintes: -
º Passou-se a noute com tranquillidade, porém pelas
[ 222 ]
6 da manhã do seguinte dia 15 começárão a reunir-se
outra vez grupos de gente nas immediações da Igreja de S.
Germano l'Auxerrois; pouco depois se introduzio a turba
no Santo Templo, o qual foi saqueado, profanado com
a mais horrenda impiedade, e destruido completamente
quanto nelle havia, de modo que não ficárão se não as
paredes: a Parisienne tambem se cantou no côro.
* Pelas 10 horas da manhã se dirigírão numerosos
grupos de gente ao Palacio Archiepiscopal que assal
… tárão. A Guarda Nacional que no dia anterior sufocou
º ooumovimento, não o pode conter neste; tanto *
dia não cessou a corrente de levar objectos desta espe
cie. Os marinheiros se entretinhão em recolher muitos
» Ao meio dia se apoderou do Palacio Archiepisco
l a Guarda Nacional, porém já era tarde para a
ivrar d'inteira destruição, pois até os tectos e quasi
todo o telhado ficárão destruidos.
» Ao mesmo tempo se reunírão grossos grupos diante
da Igreja de S. Roque; porém não comettèrão nella
". nenhum excesso, porque a Guarda Nacional os dissipou
antes que podessem consumar a profanação. Outra par
tida de gente se dirigio á Igreja de Bonnne Nouvelle
em que entrárão á força tendo sido maltratado hum
Oficial da Guarda Nacional, que se quiz oppôr a isso.
Depois destruírão as flores de liz que encontrárão nos
diferentes sitios por onde passárão estas turbas, e na
- praça de Nossa Senhora das Victorias destruírão as gra
des que cercão a estatua de Luiz XIV.
}, meio dia acommetteo o povo a loja de Mr.
/alerio, hum dos Guardas Nacionaes que recolhião a
esmola no dia anterior na Igreja de S. Germano; po
rém os seus companheiros d'armas acudírão a tempo,
e estabelecêrão nella hum corpo de Guarda para evitar
o seu saque e destruição. -*
» A's duas e meia depois de haver a multidão feito
esforços inutilmente para entrar na Igreja de S. Lou
renço, se apoderou do campanario, e tendo arrancado
a Cruz que se achava sobre elle, a arrojárão á rua no
meio de horrorosa gritaría. A
» Pelas tres horas se apresentou a turba na cadêa
(Conciergerie) reclamando os individuos que havião si
do prezos no dia antes: porém hum batalh㺠de linha
dar que seOs postou diante da cadêa em breve dissipou
Teu I) 18. • * / a
» Tambem se destacou á casa da Camara outro ba»
talhão da Guarda Nacional para reforçar os postos, e
interceptárão a communicação pela ponte d'Arcole;
* Pelas duas da tarde se dirigio ao Palacio da Cama
ra dos Deputados hum grupo muito consideravel, pre
cedido por duas bandeiras, e sobre huma dellas levavão
marchava gritando: Fora as Camaras! Viva a patria"!
foi atalhada por hum destacamento da Guarda Nacional
com o qual travou contenda de que resultou ser desar
mado hum Official, cuja espada, fizerão em pedaços.
Depois se retirou a multidão pela rua de Bac, onde se
ouvio gritar ás armas! porém estas vozes não tiverão
consequencia. . . ', , " " …, ",
» Todo o dia estiverão fechados o Palacio do Louvre
e o das Tulherias; colocárão-se nas praças grossos
destacamentos, e numerosas patrulhas reqarfião as ruas
aonde havia a turba acudido com mais empenho. Aº
noute occupou o pateo do Palacio Real httºm batalhão
das tropas de linha, e outro destacamento da Guarda
Nacional; tambem diante do Palácio Arquiepiscopal
se collocou outro batalhão de linha, ) ornou /, , … --> , ,
-
» Pelas 9 da noute acometteo hum grupo bastante
numeroso a imprensa e mais oficinas da Quotidiana,
proferindo ameaços de a incendiar, se pedinde \lume
para atear o fogo em hum deposito de materias com
 ['223 |
bustiveis, que havia em huma cocheira desta ; mas
avizada opportunamente a Guarda Nacional conse
guio dissipar a reunião, composta, pela maior par
te, de rapazes esfarrapados, que parece pertencião á
"ultima classe do Povo, dos quaes forão prezos dous.
Este ataque e os ameaços d'incendiar, feitos contra
nha ouvido contar no caminho de Turem a Lydo, e ás
quaes Mr. Paulze d'Ivroy, Prefeito do Rhódano, deo
mais credito do que merecião.
Hum periodico publica o seguinte extracto de huma
carta escripta em Aix-la-Chapelle (Aquisgrã) a 8 de
Fevereiro: |- -

hum edificio immediato ao Banco de França, espalhou
immediatamente o terror em todo aquele recinto.
" Nesta mesma tarde se dirigio tambem buro grupo
de gente ao Convento das Religiosas de S. Miguel, e
tendo entrado violentamente debaixo do pretexto de
buscar o Arcebispo , que suppunhão achar-se occul
to alli, coinettèrão bastantes vexames e desordens. He
impossivel formar-se huma idéa exacta do sobresalto,
que isto causou ás Religiosas, que não obstante conse
guírão esconder-se em huma sala.
- " Decretou-se hum auto para que se entregue ao Ar
eebispo de Paris.
» Esta manhã se apresentou o Rei Luis Felippe na
praça de Carrousel para passar revista a 12 Batalhões
da Guarda Nacional e dous Regimentos de linha, a
cujas tropas dirigio depois huma falla.»
* No Globo lemos o seguinte:
… » Não he possivel desconhecer hoje em dia, que os
partidarios da Dynastia desthronada voltárão a si do
susto que lhes haviáo causado os tres dias de Julho.
Agora ostentão huma confiança, huma insolencia que
só se vê nelles, e que dizem muito mal com a tristeza
» O nosso Governador recebeo hoje hum Real Decre
to em que se mandão organizar para o serviço activo
os indivíduos da tandioher da Monarquia des de a ida
de de 20 annos ate à de 36. Os sapadores e os espin
gardeiros já estão armados no pé de guerra, promptos
a marchar á primeira ordem, e providos de todo o ne
nessario para entrar em campanha. Ignora-se se isto he
ficção ou demonstração verdadeira. Não obstante he
certo que na Prussia se tem feito grandes preparativos,
•
e se julga que hão passarào 8 dias sem que haja huma
declaração positiva.»
Acaba de chegar de Varsovia hum viajante, que tem
relações com huma casa de commercio desta Corte. Aº
tempo de sahir, que foi a 6 do corrente, se havia re
cebido a noticia de que o General Diebitsch já se acha
va na Polonia. (Correio.)
A Gazeta de França e a Quotidiana de 15 forão de
tidas no Correio para impedir a sua circulação.
Escrevem de Parma em data de 6 do corrente o se»
guinte: +

e abatimeuto dos homens da revolução: de maneira que
aquelles parecem os vencedores, e os antagonistas os
vencidos.» • •
* Não carece de verdade este succinto bosquejo. Não
… Já se restabelecêrão entre o nosso Governo e o do
Duque de Modena as communicações interrompidas só
poucos momentos pelos movimentos occorridos nos Esº
tados de S. A. R. +

obstante devemos protestar contra huma expressão, que
He discorde aos nossos ouvidos, a saber a do susto que
se suppôe nos causárão os tres dias de Julho.
Durante aquelles malfadados dias experimentámos
assombro e offlicção, por que logo previnos as conse
» As ultimas noticias de Reggio annuncião, que reina
va alti a mais completa tranquillidade.
» As de Modena tambem assegurão, que a Regencia
estabelecida por S. A. R., continuava a eonservar a boa
ordem.» (G. de França.)
• •

quencias que hião ter ; porem susto, não. Por per - HESPANHA,
tencer a hmm partido, seja elle qual fôr, não se perde
a flatureza. ", º + (Quotidiana.) Cadiz, 16 de Pevereirº.
Em consequencia dos acontecimentos dos dias 15 e
16 despachárão Correios extraordinarios os Embaixado Segundo o recenseamento feito ultimamente dos 26
res, que residem nesta Capital (Correio.) Condados ou Provincias da Virginia Occidental resul
Lemos na Revolução o seguinte: • •

ta, que no espaço de dez annos teve a população o se

º Eis aqui o ridiculo documento que o Ministro do guinte augmento: - |-

Interior julgou dever dirigir na manhã de hoje ao Senhor ** *, Brancos. Escravos. De cór livres.
Conde de Loubau: . } 1830 - - 181.045 - - - 18.583 - - - 1538.
… … Senhor General: Por notícias dignas de credito, e 1820 - - 133.100 - - - 13.366 - - 1028
que se repetem de hora em hora, sei que certo numero Augmento 47.945 ou 36 por 100, e 5.217 ou 39 e
de mancebos tem o intento de vêr se hoje pela manhã 510 ou 50. " * * -

podem sublevar o povo dos arrabaldes, e depois de o Total - 1830 - - 201.166

verificar, passarem armados ao jardim de Luxemburgo 1820 - - 147.494
para proclamar a republica. Sou etc. Paris, 17 de Fe
vereiro. = Montalivet.» \ Total do augmento - 63.672 ou 36 * por cento.
As mencionadas Provincias comprehendem hum terri
Hum dos Koluntarios de Paris, que com seus com torio de 283 milhas quadradas, do que resulta que ha
panheiros devia passar a Africa, publica no Avizo hu mais de 7 habitantes para cada huma.
ma carta em que se queixa amargamente do desprezo. A Pensilvania dá o resultado seguinte:
que elle e seus companheiros tem experimentado no ca 1830 - - 1.158.740 |
minho. Muito o desgostou ver que as Guardas nacio 1820 - - 886.619 ·· · -

*>++++++++++
naes de Toulon pozerão, por via de passatempo, dous *

voluntarios de París no estado em que se punhão em La Agumento - - - - 270.130 ou 39 por cento.

cedemonia os Ilotas para ensinar a mocidade. " { . A Luisiana contém:
+ } 1830 - - 154.536
Todas as noticias da Italia publicadas em certos pe 1820 - - 109.083
{ |- … … • ----

riodicos nenhuma confiança devem inspirar aos nossos

revolucionarios pois tendo passado Mr. Sebastiani a in Augmento - * * * 54.433 ou #4 por cetito.
formar-se por si mesmo do correio da Embaixada de A Cidade de Nova Orleans:
França em Roma, a quem se attribuía a publicação da - 1830 - - 46.707
quellas noticias desmentio as principaes particularidades 1920 - - 27.176
dellas, a S. Ex." Parece que este Corréio as hávia propa
gado, ainda que sem as assegurar muito só porque as ti Augmento - - - - 21.531 ou 80 por cento.

O recenseamento do Estado do Mississipi he o se
guinte :
1825. 1830.
Varões - - - - 27.561 - - 36.517
Do sexo feminino 24.007 - - 31.348
---- ----
51.558 67.865
Augmento em 6 annos - - 16.307 ou 32 por cento.
- (D. Mercantil.)
Lisboa, 6 de Março.
Sua Magestade ElRei Nosso Senhor Se Dignou hon
tem, á hora do costume, dar Audiencia no Real Pa
lacio da Bemposta, a grande numero dos Seus leaes
Vassallos, que tiverão a honra de chegar á Sua Augus
ta Presença..
(Artigo communicado.)
ElRei Nosso Senhor Se Dignou conceder o uso da
Medalha de ouro com a Sua Real Efigie, ao Vigario
da Villa de Turquel, Francisco Carlos da Costa, e a
Francisco Garção de Carvalho, Fidalgo da Sua Real
Casa, assistente na mesma Villa, cuja Graça Lhe foi
pedida por Antonio Anacleto de Noronha, Alferes do
Batalhão da Ilha de S. Miguel.
*}
—* $$ *—»
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 5 de Março.
"A * Embarcações avistadas.
6 h. 24 m. 1 Galera Dinamarqueza, 1 Escuna sem ban
deira, e 3 Cahiques dito a Oeste do Cabo da Ro
ca: a Escuna, e os Cahiques navegão para o Norte.
— 1 Bergantim dito ao Sul do Cabo do Espichel.
Embarcações entradas em S. Julião.
10 h, 41 m. 1 Galera Dinamarqueza , e l Bergantim
Sardo.
Embarcações sahidas de Belém.
9 *# m. 1 Escuna, e 1 Chalupa Inglezas para Lon
fCS» -
- -
• Idem, 6.
- Embarcações avistadas.
7 h. 32 m. 1 Bergantim sem bandeira, 1 Escuna dito,
e 1 Chalupa dito, a Oeste do Cabo da Roca: o
Bergantim navega para o Norte,
11 h. 42 m. 1 Brigue Escuna Portuguez, e 1 dito sem
bandeira, ao Sul do Cabo da Roca: o Brigüe Es
cuna sem bandeira navega para o Sul. ·
5 h, 29 m. 1 Escuna sem bandeira, ao Norte do Cabo
da Roca. . •
Embarcação entrada em S. Julião.
12 h. 11 m. 1 Brigue Escuna Inglez.
Embarcação entrada em Belém.
3 h. 33 m. 1 Brigue Escuna Portuguez, S. Bernardo,
da Ilha de S. Miguel, 15 dias, mala, 1 passagei
ro, Guarda Mór da Alfandega da Ilha de S. Miguel,
e vem a requerer, -
Embarcações sahidas de Belém.
12 b. 30 m. 1 Bergantim Inglez, para o Porto, 1 di
to dito para Poole, e 1 Escuna dito para Londres.
[ 324 ?
2 h. 9 m. 1 Bergantim Brazileiro, Triunfo Americanº,
para Pernambuco.
Embarcação sahida de S. Julião.
9 h. 23 m. 1 Paquete Inglez.
=
Publicações Litterarias.
Sahio á luz a nova farça O Medico fingido e a doen
te namorada: esta producção vende-se nas lojas de Ber
nardino da Cruz, rua do Ouro, N.° 4, e nas lojas de
livreiro rua Augusta, N.° 1 e 2, por 60 rs.
Sahio á luz: Segredos da Natureza, e contém 5 dife
rentes tratados: o 1.° trata da fisionomia natural do ho
mem; o 2.° dos efeitos do alecrim, e sua qualida
de; 3.° das propriedades da agoa-ardente; 4.° dos se
gredos da natureza, e maravilhosos efeitos delles; e o
5.° da região elementar e celeste, e outras muitas cou
sas notaveis e de grande utilidade: por Jeronymo Cor
tez: vende-se por 400 rs. broxado, e 480 rs. encaderna
do, na loja de Antonio Marques da Silva, rua Augus
ta, N.° 2.
Annuncios.
Quem pretender arrendar a serventia da propriedade
de tres oficios de Escrivão na Provincia da Beira Bai
ca, fale com o proprietario na rua de S. Roque, N.°41.
Em o dia 21 do presente mez de Março do corrente
anno, se hão de arrematar pelas tres horas da tarde em
casa do Illustrissimo Desembargador Romão Luiz de
Figueiredo e Sousa, morador na travessa do Conventº
de Jesus, N.° 39, 2.° andar, os concertos de huma
ponte para huns armazens defronte do Jardim do Taº
baco, e de humas casas em a rua dos Capellistas, a
quem por menos os fizerem, cujas propriedades são per
tencentes ás casas administradas de José e João Perei
ra de Sousa Caldas.
Constando a Ignacio Jorge Ferreira, que no merca
•
do apparece huma letra sacada por elle Ferreira, e
acceita por Paulo Pereira, previne-se ao publico, que
a sobredita letra he falsa, e que nem elle Ferreira tal
letra sacou, nem o sobredito Pereira a acceitou, pe
lo que o sobredito Ferreira protesta contra, e para se
não allegar ignorancia se faz o presente annuncio.
Alugão-se humas casas novas, divididas em quartos»
\
muito commodos, que servem para muita ou pouca fa
•
milia tomar ares, sita no alto junto aos muros do Cam
po de Ourique, defronte da Ermida do Senhor Jesus
dos Terremotos, rua dos Prazeres, N.° 55 e 66: quem
pretender algum dos ditos quartos ou andares, fale na
casa de cambio, á praça da Figueira, rua do Ampa
ro, N.° 34. •
Na travessa dos Fieis de Deos, N.° 27, ha para vender
recentemente chegado de Carcavellos, vinho branco a
120 rs., e tinto bom a 100 rs. a canada.
Segunda feira, 7 do corrente, e dias seguintes, pe
•
las dez horas, na rua do Ouro, N.° 277, primeiro an
dar, Gregorio José Gonçalves venderá em leilão públi
co, todos os moveis do seu estabelecimento, que consis
te de cadeiras, mezas, guardaroupas, commodas, lei
tos, marquezas, secretárias, espelhos etc., tudo novo,
e para liquidar. • + +
Quarta feira, 9 de Março, na Praça publica dos lei
lôes, se ha de arrematar com o abatimento da quinta
parte do seu valor, hum chão baldio com suas casas e
quintal no sitio da costa de Cam em Caparica, Termº
de Almada, avaliado em 6003000 rs., e o seu rehdi
mento em 303000 rs.: he Escrivão da arrematação
Negreiros.
=
LisboA NA IMPRESSÃO REGIA.
*
… .
 NUM. 57.
GazETA DE LISBOA. ----—=>xp{=>$635123=}ex
TERÇA FEIRA, 8 DE MARÇO.
>}}<X@@$$#ee.
PARTE NÃO OFFICIAL,
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
POLONIA.
Parsovia, 6 de Fevereiro.
Diz-se que em huma casa de posta encontrara o Du
que de Mortemart que passa a S. Petersburgo, hun Po
laco que vinha de Breslau, e assegurão que S. Ex.° se
expressara em termos pouco favoraveis á revolução da
Polonia. (Correspondente de Hamburgo.)
Fronteiras da Polonia, 10 de Fevereiro.
O Feld Marechel Conde Diebitsch manifestou em hu
na Ordem do Dia, que em qualquer ponto em que os
Russianos se encontrem com as tropas Polacas, ou par
tidas de insurgentes, lhes intimem formalmente o ren
derem-se e sugeitarem-se ao seu Legitimo Soberado, e
que só se empregue a força no caso de ser inutil a dita
intimação. (G. d'Estado da Prussia.)
Na tarde do dia 8 o Generalissimo Principe Badziwill
sahio de Varsovia com o seu Quartel General para
Okumievo na Vaivodia da Podlachia. O General Klo
pinski voltou ao Exercito. (Periodico da Polonia )
Segundo noticias fidedignas o General Russiano Man
derºjerna occupou Augustovo no dia 6 sem disparar hum
só tiro. (G. d'Estado da Prussia.)
AUSTRIA.
JVienna, 7 de Fevereiro.
O Observador Austriaco de hoje confirma a exactidão
das noticias que a respeito da Polonia se annunciárão,
accrescentando que a desolação e o desalento chegão
ao maior auge. O discurso do General Sebastiani terá
chegado a tempo bastante para tirar aos Polacos até a
idea da resistencia. Eis-aqui o unico serviço que terá
feito a revolução Franceza; et nunc gentes, intelligite.
He incrivel o numero de Polacos que vão emigrando
para os Estados Austriacôs; os commerciantes compoem
principalmente a maior parte, os quaes apezar de have /solidados 92 fr. 20 c. Acções do Banco 1.545. Empresti
rem tido a precaução de mandar adiante de si todos os 43
mo .. Real de Hespanha 693. Renda perpetua de idem
seus generos, tem experimentado perdas incalculaveis.
A Polonia tem sobre cada hum dos seus flancos dous
Exercitos d'observação; hum Prussiona de 45,3 homens,
e outro Austriaco d'igual força. O Imperador Nicoláo
ANNO 1831.
-
manifestou particularmente ao Gabinete de Vienna a
sua gratidão pelo procedimento que havia observado nas
aC1 Ula ES CITCU II]sta IlC1aS. -
As esperanças de 3" haja huma guerra no Norte
tem attrahido a esta Capital muitos Oficiaes estrangei
ros; o maior numeto tem offerecido os seus serviços á
Russia, onde forão bem acolhidos. Outros tem solici
tado ser empregados na Polonia; porém nada havião
Nº conseguir em hum paiz onde abundão tanto os
lobres, e onde pela outra parte a sua população he toda
militar. Varios delles passárão á Russia com esperança
de ser mais felizes; mas ainda se não sabe o resultado
dos seus passos.
PAIZES BAIXOS.
Bruxellas, 16 de Fevereiro.
-
|-
* … . . -
Ante hontem dirigio Mr. Potter ao Congresso nacio4
nal huma carta em que depois de manifestar que a idéa
das cinco Potencias sempre fôra sugeitar de novo os Bel
gas ao jugo Hollandes, ou distribuir a Belgica entre a
Hollanda, Prussia, Inglaterra, e França; e que só lhe
fica o recurso de escolher entre a desmembração, o Prin
cipe d'Orange, ou a republica, unico partido que ado
ptado immediatamente he na sua opinião o que convém
ao estado actual, diz a final: " A vossa Deputação con
some em Paris em ceremonias de Corte hum tempo
precioso, que devieis empregar em obrar, e obrar efi
cazmente. Este procedimento he a continuação do sys
tema de irresolução e vagar de que tão invariavelmente
tem tirado partido até agora o Gabinete do Palais
Royal para consumar a nossa ruina. Não nos deixemos
enganar mais.
» Apressai-vos, Senhores, apressai-vos a cumprir o
dever mais santo, que he salvar a patria. Ainda he tem
po. Se recorrendo á força em vez d'usar da intriga se
decidissem em fim os estrangeiros a dispôr de nós, tal
vez já não estivesse em vossas mãos o evitar a nossa
ruina.» (Gazeta de Madrid.)
FRANÇA. -
París, 20 de Fevereiro.
Praça do commercio de hontem. Cinco por cento con
• : : :
• -
"No dia 17, pelo meio dia, recebeo S. M. a Deputação
do Congresso Belga: o Presidente della, que o he tam
bem do dito Congresso, entregou ao Rei o Decreto de
 [226]
3 do corrente, em que se proclamou Rei da Belgica o maneja a maquina, e se faz toda a qualidade de com
Duque de Nemours, depois de haver dirigido a S. M. municação com a mesma facilidade e exactidão duran
bum discurso análogo, a que Luiz Filippe respondeo te a noute como com a maior, claridade do dia; gran
dizendo, que apreciava os bons desejos do povo Belga, de vantagem desconhecida até agora, e de cuja inven
e a predilecção que o Congresso Belga manifestava por ção se não podião lisonjear os estrangeiros.
hum dos seus filhos, porém que se via em necessidade Isto he o que sabemos a respeito da parte elementar
de recuzar para elle a Coroa que se lhe oferecia, por e de mecanismo: a respeito do estabelecimento de li
assim o exigirem os interesses da França, e a paz que - nhas que atravessem a Peninsula em varias direcções,
desejava conservar com as mais Potencias. segundo a opinião de pessoas de elevado caracter e in
» Nem a sede das conquistas, accrescentou, nem a telligentes, que convencidas da utilidade geral que pro
honra deºver adornada com huma Coroa a frente de - duzirá, e tendo efectuado por si mesmos repetidas pro
meu filho, me moverão nunca a expor de novo o meu # vas de dia e de noute para se certificarem da perfeição
paiz aos males da guerra..... Os exemplos de Luiz e possibilidade das communicações, apresentárão o pro
XIV e de Napoleão bastarião para me livrar da tenta jecto ao Senhor Ministro da Fazenda, em quem achou
ção de fazer Reis os meus filhos. o mais favoravel acolhimento.
(Gazeta de Madrid.) Eis o estado em que se achava o projecto quando SS.
MM, visitárão o estabelecimento de Vista Alegre e por
GRÃ-BRETANHA. feliz casualidade forão agradavelmente surprehendidos
o inventor e seus companheiros, pois naquelle mesmo
Londres, 18 de Fevereiro. dia tratavão de fazer exercicios telegraficos para no
caso que se lhes ordenasse repetirem as experiencias.
Fundos publicos. Tres por 100 consolidados 803. SS.MM. com a bondade que os caracteriza observá
Os periodicos de Paris, diz o Courier, assegurão com rão attantamente as maquinas. A Rainha N. S. pedio
muita confiança, que se não repetirão as desordens que algumas acclarações sobre a igualdade destas a respeí
acabãoopinião.
igual de se cometter; mas nesta Capital não se forma
• •
+
to da noute e dia. ElRei N. S. quiz fazer hum prolixo
exame da correspondencia da maquina com a parte ele
A Náo S. Vicente, de 120 peças, vai-se pôr em esta III e Iltar.

do de render a Britannia, que se acha no Mediterraneo. Jogárão os telégrafos á immediata voz dos Nossos
A Ganges partirá dentro de poucos dias com Officios Augustos Soberanos e as perguntas que se dignárão fazer
ara aquellas partes, e esta manhã o verificou para a forão respondidas com exactidão: o Monarca recorreo
*####, a Indomavel, pois parece que tomárão alli em hum momento o diccionario e a ordem da sua com
hum caracter
os com serioe asos contendas
merciantes escravos. que se suscitárão entre
•
binação, e por si mesmo buscou nelle as respostas que
o telégrafo distante havia dado ás suas perguntas.
Os politicos da praça do commercio lêrão com gran O Senhor Lerena teve a honra de que SS. MM. fi
de interesse as relações das ultimas desordens em París; cassem satisfeitos e lhe permittissem beijar suas Reaes
e nellas veem hum signal evidente da debilidade do Go Mãos ao pé dos modellos que lhe proporcionárão o triun
verno Francez, e talvez o preludio de alguma modifi fo mais completo das provas feitas por tão Augustos
cação ministerial. " examinadores.
Tem corrido a voz de que se havia mudado
Ministerio. •
todo o
(Times.) S. M. mandou subsequentemente, que se estabeleces
• HESPANHA, se huma linha destes novos telégrafos des de esta Capi
tal até o Real Sitio d'Aranjuez, e o Senhor Minis
tro da Fazenda tomou as medidas necessarias para que
Madrid, 7 de Fevereiro. se ponha em execução, e possão SS. M.M. servir-se dos
mesmos telégrafos na proxima primavera.
Telégrafos. (Correio Liuterario e Mercantil.)
No Estafeta de S. Sebastião de 21 de Dezembrº ul Cadiz, 25 de Fevereiro.
timo lemos com gosto huma noticia sobre o projecto O Excellentissimo Conde dos Andes, Capitão Ge
do estabelecimento de linhas telegraficas na Peninsula, neral dos Reinos de Jacm e Granada, ao tomar o com
e que o nosso Governo se acha penetrado da utilidade mando das ditas Provincias publicou a seguinte procla
que resultaria de o pôr em execução. maçao: |-

Tratámos de nos informar sobre este assumpto para
odermos ampliar aquella noticia e communicar ao pu
# com maior extensão o que realmente houvesse.
Resultou das nossas averiguações, que D. João José
de Lerena, Capitão Tenente da Real Armada, effe
ctuou nestes ultimos annos huma combinação de mais
de 30,000 signaes, dos quaes tomou os necessarios pa
ra formar hum diccionario complecto do idioma, e o
resto distribuio em livros, que entitulou reservados, e
exclusivamente se occupão com as participações do Go
V GI"I)Os
O mesmo Oficial inventou a parte do mecanismo de
huma ordem inteiramente nova e pelo qual se executão
as communicações telegraficas só com quatro signaes,
e com tal rapidez que se nos tem assegurado, que huma
communicação de outo ou dez palavras que se fizesse
nesta Capital se receberia em Cadis em menos de hum
quarto de hora. " " |-
Entre muitas particularidades em que excede aos
mais este moderno telégrafo, são dignas de attenção
a de receber e communicar o signal a hum tempo sem
usar da ordem inversa, assim como a de que serve, se
» Habitantes dos Reinos de Jaen e Granada: Acabo
de me encarregar do mando desta Capitania Geral e da
Presidencia da sua Real Chancellaria, e me apresso a
manifestar-vos, que o meu primeiro esforço he o desem
penho das graves funcções do elevado destino que devo
á munificencia d'ElRei N. S. Para tão grandioso obje
cto conto com o acreditado zelo e luzes dos Illustrissi
mosSenhores Prelados, com o das Authoridades e mais
pessoas de dignidade e caracter, por isso que todos de
vemos caminhar ao mesmo fim com a uniformidade dos
nossos proprios sentimentos para executar os altos de
signios do nosso Soberano, que são a felicidade e a pros
peridade da nação.
º Espero da lealdade dos povos do meu commando,
que se não alterará a tranquillidade publica debaixo de
nenhum pretexto.
"Confio na honra e prudencia dos Senhores Chefes
de cada ramo, que vigiarão na pontualidade do serviço
dos seus respectivos empregados, na sua probidade,
desinteresse, e moderação; assim se preencherá a von
tade de S. M. e se evitará toda a occasião de injustas
vexações.
 [ 227 ]
»Militares de todas as classes: A fidelidade, subordi
nação, e exacta disciplina são as bazes fundamentaes
da gloriosa carreira das armas; creio poder lisonjear-me
de que não haverá quem dê motivo para desmerecer o
apreço e consideração de que os julgo merecedores
pelo seu bom comportamento. -
º Habitantes dos Reinos de Jaen e Granada: Vivei
em tranquillidade e na persuasão de que a minha au
thoridade será o apoio da justiça, da rectidão, e da
honra.
º Granada, I5 de Fevereiro de 1831. • -
(Assignado) O Capitão General Conde
• (D. dos Andes.»
Mercantil.)
+
*§§ 4–*
Lisboa, 7 de Março.
Da Gazeta de Madrid do 1.° do corrente transcreve
mos o seguinte, em data de París 20 de Fevereiro:
» Segundo cartas de Berlim o Exercito Russiano en
trou na Polonia por tres pontos. Hum corpo de 123
cavallos se apoderou no dia 2 da calçada que vai de
Kaven a Varsovia. Outro corpo se dirige por Prenn, e
o grosso do Exercito, commandado pelo General Die
bitsch, entrou no dia 3 por Brzesc- Litewski , e já che
gou a Biala, ao sul de Varsovia. Huºn corpo de Cos
sacos está em movimento ao longo da fronteira do Nor
te. O Exercito Polaco retrogradou sobre Ludlec, sem
combate, nem sequer dos postos avançados.
» Diz-se com toda a certeza que o Governo Proviso
rio da Polonia sahíra de Varsovia , e se transferíra ao
Quartel General do Exercito activo, postado perto de
Sidlia , na distancia de trinta leguas daquella capital.
O Consul Francez se dispunha a partir de Varsovia co
mo já o tinhão verificado os da Prussia e Austria.
(Quotidiana.)
» Reeebemos periodicos Inglezes até 18 do corrente.
Annuncião a morte de Bolivar, succedida no dia 17 de
Dezembro, em consequencia de huma enfermidade que
ha tempos padecia. No dia 11 recebeo os Santos Sacra
mentos, e antes de morrer dictou huma proclamação
aos Colombianos ; dalli a pouco cahio em delirio que
durou até o momento final da sua vida. As suas ultimas
palavras indicavão o muito cuidado e horror que lhe
causava o estado da sua patria. Tinha 47 annos. "
(Mensageiro.)
*-* $$ #--*#
. . (Artigo communicado. )
ElRei Nosso Senhor foi servido, no dia 6 do corren
te, condecorar com a Medalha de ouro da Sua Real
Efigie, ao Padre João Luiz Barboza de Brito, do Cou
to de S. Fins, do Arcebispado de Braga ; a mesma
graça concedeo ao Cura de Barearena Antonio Joaquim
Gonçalves de Castro, de Valladares do Minho, em 28
de Outubro passado. |- -
*—*§§ *—*
Litteratura.
Pensamentos de Mr. de Bonald.
Temos adquirido huma nova paixão em França, on
de já as havia de sobejo ; a do eiume. Foi decretada
no artigo III. da Carta : " Os Franceses s㺠todos
igualmente admissiveis a todos os empregos civis e rui
litares.» Ora como a natureza decretou em huma lei
mais antiga e não escripta, que todos os homens náo
são igualmente admissiveis a todos os empregos porque
todos não são igualmente capazes do seu desempenho,
ha huma luta entre a politica e a natureza, entre o fa
cto e o direito. Os homens apegão-se á lei escripta: e
como todos se julgão admissiveis pela natureza, todos
querem sêr admittidos pela politica.
Os antigos oradores fallavão diante do povo, e podia
fazer-se ouvir a razão: hoje fallamos aos espertos das
gallerias, he trabalho perdido; he o mesmo que fazer
jogos de cartas na presença dos pelotiqueiros.
Bem quizera ajuizar do pasmo que produziria no dis
cernimento de hum selvagem a contradicção da moral
religiosa e politica, e da moral theatral e litteraria.
Vendo as lições que se recebem no theatro e nos livros,
e a ordem geral que reina em toda a sociedade, admi
raria a força de huma civilisação que ainda resiste a si
milhantes influencias.
Não he sobre as desordens particulares, mas sobre a
boa ordem geral que reina entre a sociedade Curistã ,
que se deve ajuizar do Christianismo ; o objecto he
demasiado vasto para se sugeitar ao microscopio filo
sófico.
As doutrinas moraes devem fallar aos homens huma
linguagem conforme ao seu estado, e aos seus habitos.
A Religião Christã falou aos pequenos: achou-os fra
cos e infelizes, e lhes disse: » Benaventurados os que
sofrem!» A filosofia se dirigio aos grandes; achou-os
no centro de todas as delicias da vida, e lhes disse:
» Bema venturados os que gozão!» O que resultou de
huma instrucção tão opposta ! Que a Religião remon
tando dos pequenos aos grandes ensinou os grandes a
sofrer, e achárão as mais eficazes consolações nas pe
nas que tambem os cercão, e motivos de bondade e
compaixão para com os pequenos; e que a filosofia,
descendo dos grandes aos pequenos, inspirou aos segun
dos o furor dos prazeres, e por consequencia o descon
tentamento da sua propria situação, a inveja da si
tuação dos grandes, e a precizão das revoluções.
|-
.:: .: … … " -
Nos dramas das revoluções assim como acontece no
dos theatros ha varias peripecias, mas hum só desenla
ce. Quando se prolonga o drama, os espectadores dese
josos de sahir entendem, que os intervallos são o fim
da peça, e os mesmos actores que mudão de hum para
outro acto, ao menos, o trage e o papel que fazem, ain
da mais desejosos de sahir para fora, quasi sempre se
enganão a esse respeito. Na ultima catástrofe apparece
o Deus in machiná: isso he conforme ás regras da arte,
a grandeza do assumpto exige a sua intervenção:
Nec Deus intersit nisi dignus vindice nodus.
, … * * 2.
- |- * * ** * **
Em hum Governo todo produzido pela mão do ho
mem, seria sempre necessaria a mão do homem para o
fazer caminhar; a existencia da sociedade e a felicidade
publica nesse caso demasiado dependerião da vontade
do mesmo homem e da sua habilidade." * ** * *
Todo o Reino dividido em si mesmo ha de perecer,
diz o Grande Livro da moral publica: ha mais verda
deira politica, e politica pratica nesta passagem do
Evangelho do que em todo o Espirito das leis e no Con
tracto social, com o reforço de todos os escriptos polie
ticos da mesma escóla, que tem ha trinta annos appare
cido no antigo ou novo hemisferio. ----* # + +
. He menos pela variedade das doenças que se pode
ajuizar da força do temperamento dos homens e dos Es
tados, do que pela promptidão e vigor do restabeleci
II) e IllOe

--Nos paizes onde se introduzio o liberalismo se conhece beranos tão pouco os contentaria como 'a que os tor
a balança dos poderes, a balança do commercio, aba nasse a todos escravos. Os homens gostão da desigual
lança dos Estados, ou o equilibrio politico; só lhes fal dade mesmo quando inculcão a igualdade.
ta a balança da justiça.
O vocabulo tu se limitou á familia, e depois de se due tem e pelo mesmo motivo; os homens querem pa
haver empregado para com todo o mundo só se usa pa recer mais idosos para governar mais cedo; as mulhe
ra com os pais! Similhante uso livra toda a familia de res querem parecer mais moças para governar mais
constrangimento; dispensa os pais d'authoridade e de tempo.
respeito os filhos. …
Muita gente lê a historia, e escreve sobre a historia;
bem poucos a sabem escrever e a sabem ler.
Antigamente só se fallava em França da força das
leis; hoje unicamente se ouve fallar da força armada.
Será esta mudança hum resultado do progresso das
luzes ? •
Os que fallão com tanto enthusiasmo do progresso das
luzes são os revolucionarios a quem a revolução tem
elevado ou enrequecido. Tem razão, porque entendem
que o progresso das luzes he a arte de ter fortuna; arte
que certamente se tem aperfeiçoado e adquirido ao mes
mo tempo mais fecundidade d'invenção e celeridade nos
meios de a adquirir.
1 mento se fizerão theorias da terra.
O direito hereditario do Throno he a garantia de to
dos os direitos hereditarios, e o baluarte de todas as he
ranças. - -
Muitos fabricantes politicos trabalhão na Europa co
mo certos fabricantes de tapessarias sem vêr o que es
tão fazendo. Muito se admirarião se vissem o reverso
da sua obra. . " •
1 - , ,o
A declamação e a entumescencia são propriamente a
eloquencia de erro; he só a verdade que pode ser sim
ples, assim como só a belleza pode dispensar os ata
vios. … º 1 : " ",
… … * * * * + ,
Infeliz da sociedade que só deixa o suicidio para sa
hir da vida áquelles que deste mundo nada querem, ou
de quem nada quer o mundo. Eis a immensa vanta
gem - na politica das instituições monasticas: alguns
as tem criminado de ociosas (o que não he assim) mas o
que he que faz a maior parte dos homens? Ah quanto
seria ditosa, a sociedade se clla podesse condemnar ao
repouso a inutil e criminosa actividade d'alguns !
• •
A filosofia quer que se revelem todos os misterios da
natureza, que se cultivem todas as terras,
nha em gyro todo o dinheiro, que se casem todos os
homens e todas as mulheres, que todas as crianças se
jão homens e tenhão saber: demasiado apressa a mar
cha do mundo, e o impelle para o seu fim.
+ - ** * *
Toda a sciencia politica do liberalismo se reduz hoje
em dia a estatistica: eis o triunfo e a obra prima do
mediocre talento. Sabe-se com exactidão quantos ovos
as gallinhas poem em qualquer paiz, e se conhece a
fundo a materia susceptivel de impostos. O que menos
se conhece são os homens, e o que de todo se perdeo de
vista são os principios que fundão e conservão a socie
dade. A arte administrativa matou a sciencia do Go
verno. • • * *
- Huma revolução que constituisse todos os homens so
T. =
[ 225k.
…
• }
. Os homens e as mulheres á porfia dissimulão a idade
•
Como he possivel que os innovadores não tivessem re
ccio d'enfraquecer o freio da Religião na sociedade on
-,
de ha tantos interesses que descanção sobre a fé do ju
ramento, e que de nenhuma outra fórma podem ser deci
didos!
Ha certo gosto para as cousas do engenho, e ha ou
tro para as que são do espirito: não se deve usar da
mesma medida para ambas. Mede-se com a toeza a al
tura de hum edificio: calcula-se pelo barómetro a ele
vação dos Alpes ou das Cordilheiras. •
Na fisica os systemas precedem a observação dos fa
ctos, as theorias vão em seu seguimento. Christovão
Colombo, na sua viagem á America fez hum systema
sobre hum novo continente, e depois do seu descobri
*—» §§ *--*
Telégrafo.—Serviço da Barra.—7 de Março.
Embarcações avistadas.
6 h. 20 m. 1 Escuna sem bandeira a Oeste do Cabo da
Roca.
6 h. 40 m. 1 Cahique Sardo, e 1 Escuna sem bandeira
ao Norte do Cabo da Roca : navegão para o Sul.
11 h. 37 m. I Bergantim sem bandeira , e 1 Escuna
dito ao Sul do Cabo da Roca: navegão para o Sul.
.* -
Embarcação entrada em S. Julião." … " .
+,
4 h. 10 m. 1 Escuna Portugueza. . * ** *
- Embarcações sahidas de Belém..
1 h. 20 m. 1 Patacho Portuguez Harmonia para a Fi
gueira, e 1 Escuna Ingleza para Londres.
—T
Publicações Litterarias.
Livros que se vendem na loja de livros de Martin,
defronte do chafariz do Loreto, N.° 6: Discursos sobre
* .* *
a Graça, por hum Religioso Franciscano da Ilha de S.
Miguel, 320 rs.; As quatro Estações do Dia, poema
que se po ##### de Mr. 3acharias, traduzido em Portugues,
360 rs.; A Egidéa, poema heroico, ou a historia da
portentosa vida do Grande Penitente S. Fr. Gil, Portu
guez, da Ordem dos Prégadores, 240 rs.; Geografia
• ** -
moderna de Portugal e Hespanha, por J. A. da Silva
Rego, 480 rs. . * * |-
Annuncios. •
Previne-se ao publico de não negociar, com duas
apolices de juros de 4 por 100 N.° 348 do valor de
1:0003000 rs. e N.° 352 do valor de 5003000 rs., por
que forão delapidadas, e se vai propor acção criminal
em juizo contra a ré.
Manoel Joaquim Rodrigues deèlara, que ninguem con
tracte sobre a propriedade na travessa de Estevão Ga
* * *
lhardo, N.° 6 a 9, porque tem na mesma hypotheca
especial pela quantia de 8053000 rs.
*
" LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA.
+
 NuM. 58.
GAZETA DE LISBOA. Xo8 =>}$3$1<9e<<==-
QUARTA FEIRA, 9 DE MARÇO.
Z \>/\
FARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
POLONIA.
Fronteiras da Polonia, 10 de Fevereiro.
Confirmou-se a entrada do General Russiano Nikytih
em Augustovo no dia 6, com 73 homens, e 14 peças
d'artilheria. Os Cossacos encontrárão o Nuncio da Dieta
JKruszewsky que se retirava á sua casa, e o levárão
Para a Lithuania. O Coronel Oborsky ao chegarem os
Russianos ao territorio de Plock se retirou com hum
Regimento de Cavallaria, que ainda não estava orga
nizado.
Os Cossacos de Byalistock avançárão até Hºysochi e
Sokolow. A Divisão Polaca que se achava no caminho
de Brzesc se retirou no dia 7 huma legua atrás. Na
manhã seguinte se observou entre estas tropas hum
grande movimento, e he provavel que chegassem ás
mãos com os Russianos, que se julga não farão mais do
que ganhar tempo até que cheguem as forças princi
paes que ha em Byalistock.
Passárão o Bug por Ulodava 24 peças d'artilheria,
e 18 por Useluz, que está mais ao sul. Nesta parte man
dão as tropas os Generaes Russianos Krentz e Geismar.
Todos os empregados publicos se retirárão de Pod
lachia.
Os Cossacos estavão no dia 7 só na distancia de 6
leguas de Lublin. Agora julga-se que Zamosc se acha
sitiada pela Divisão, que entrou por Uscilug,
As Camaras declarárão o Reino em estado de guer
ra, e em consequencia como sitiada Varsovia. Não fi
cão sugeitos á authoridade do Governo os Senadores e
Nuncios, nem as suas propriedades. Prohibio-se a ex
portação de viveres. Sobreveio a descongelação, e a
artilheria não pode passar pelo Vistula.
(Periodicos da Polonia.)
* FRANÇA.
Paris, 20 de Fevereiro.
Escrevem de Montauban a Toulosa em data de 13
de Fevereiro, dia em que se celebrárão as exequias pela
·alma do Duque de Berry, o seguinte:
* Certamente vos terão fallado de hum pombo bran
co, que pelo espaço de dous dias se vio em cima da
Cathedral desta Cidade. As vendedeiras que estão na
ANNo 1831.
praça pozerão logo a sua attenção naquella ave; mas
a constante permanencia della no mesmo sitio exaltou
a sua imaginação. Em consequencia disto se resolveo
que patrulhasse a Guarda nacional. Mas o pombo, cu
ja femea estava sobre o ninho, não muito distante da
quelle sitio, não dava attenção a nada do que passava
O nosso Maire cujo bom animo se assusta com pouco,
e cujo zelo se enflama com facilidade, mandou que de
noute apanhassem a ave carlista e pozessem no lugar
onde estivera huma bandeira tricolor.
» Não se pode negar hum facto que foi tão publico
e que deo lugar a huma cantiga curiosa; entre as par
ticularidades que se referem a respeito da expedição da
Guarda Nacional de Montauban contra aquella ave, se
lê a seguinte passagem:
»= Não vos fallarei do pombo branco que fez po
trulhar a Guarda dous dias com suas noutes. Dir-vos
hei, que se profanou a bandeira nacional fazendo-a servir
d’espantalho a hum innocente pombo, que expirou nas
mãos da Guarda, que teve a gloria de acabar com o
conspirador. Quando a Guarda se dirigia ao ponto on
de este se achava, hia cantando esta cantiga:
En avant, marchons
Contre le pigeon.... etc.
Pouco faltou para assestar contra elle a artilheria. =>
(Memorial de Toulosa.)
Soube-se esta manhã que Mr. Pierre, honrado cida
dão de Vitré, fora maltratado por huma partida de 40
a 60 pessoas, a ponto que foi precizo conduzillo em
hum carro. Attribue-se este máo tratamento á opinião
liberal que professava este Cidadão.
Parece que as ultimas desordens desta Capital tem
desgostado muito os membros do Corpo Diplomatico,
e que em consequencia disso escrevêrão ás suas respe
ctivas Cortes a maior parte dos Embaixadores e Minis
tros Estrangeiros. (Quotidiana.)
No dia 13 perturbárão de hum modo muito escanda
loso os Oficios Divinos; pois no tempo em que se es
tava lendo a Epistola á Missa do meio dia, lançárão
huma multidão de pedras do Collegio de Henrique IV
contra o Sacerdote que a dizia, e os fieis que a estavão
ouvindo, que se virão obrigados a passar para huma
Capella para alli se acabar o Santo Sacrificio. Todas
as vidraças da casa do Parroco ficárão feitas em peda
ços. (Gazeta de França.)
Em Bordéos houve algumas desordens nestes ultimos
dias em consequencia de se haver arvorado na ponte a
bandeira branca. Em huma funcção de Cauderan se
apresentou hum mancebo com o laço branco, e segun
 [ 230 ]
do dizem se encontrou grande numero delles na casa de
hum mercador de joias, que foi prezo no mesmo in
Stante. •
Huma das casas principaes de Nantes suspendeo os
seus pagamentos. •
O que resulta do aspecto da sessão do dia 14 (em
Bruxellas) he que todos os membros do Congresso estão
em desalento e enfastiados. Tambem não teve muita
aceeitação a idéa de Mr. Lebeau sobre a nomeação de
hum Lugar Tenente General do Reino. A maioria dava
a preferencia a huma combinação, que conservasse o
actual Governo Provisorio com algumas modificações.
(G. de França.)
O Governo Provisorio da Polonia authorizou os Che
fes das povoações ameaçadas pelo Exercito Russiano
para que destruão todas as pontes e barcas que possão
servir ao inimigo. Tambem diz que mais adiante se
tratará do modo de indemnizar estas perdas aos pro
prietarios. (Gazeta de Madrid.)
O Principe Milosh organiza na Servia tropas regu
lares a que se reunem algumas baterias de artilheria ;
parece que quer imitar o Grã Senhor, e mais que gran
gear o seu afecto. Mandou ultimamente a Constanti
nopla quantias consideraveis, segundo huns para pagar
á Russia a contribuição de guerra, e segundo outros pa
ra a compra d'objectos militares.
Afirma o Correspondente de Nuremberg, que os map
pas da força militar da Confederação Germanica com
prehendem 104,979 homens de todas as armas.
* (Estafeta.)
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 14 de Fevereiro.
O Chanceller do Exchequer apresentou no dia 11 á
Camara dos Communs o seu relatorio a respeito da Fa
zenda declarando, que a pezar de se não acharem prepa
rados os orsamentos o Ministerio tinha á maior satisfa
ção em levar ao conhecimento do Parlamento as con
sideraveis diminuições que havia resolvido fazer na des
peza do Estado. Parece que a totalidade da reducção
subirá a 3.170,000 libras esterlinas. Para compensares
ta diminuição tenciona o Governo "#" hum direi
to proporcionalmente sobre ºs vinhos Francezes e do
Cabo, que pagarão einco shillings por galão. O mes
mo systema se applicará ás madeiras estrangeiras e co
Joniaes. Tambem se imporá hum direito de dous shil
lings e seis dinheiros sobre cada passageiro que vier a
bordo dos barcos de vapôr; e outro de 4 por 100 sobre
a trasladação do dominio das terras, e sobre os con
tractos da praça do com mercio.
Deste modo o producto das rendas do Estado subirá
a 47.300,000 libras esterlinas, e a despeza a 48.800,000
idemi. |- (G. de Madrid.)
*-*$$*-*
-
* *
Lisboa, 8 de Março.
• Recebemos Jornaes Inglezes até 23 do mez ultimo:
não adiantão cousa alguma de transcendeneia ás hoti
tias que extrahimos da Gazeta de Madrid,
• #---+---+ §§ :#------+
(Artigo communicado.)
Pm o dia 5 do corrente foi Sua Magºstade servido
fazer a graça de poderem usar da Medalha com a Sua Esta maxima que he o germe de toda a moral Christã,
Real Efigie, os Oficiaes e mais praças do Regimento está evidentemente comprehendida na do amor do Crea
de Milicias de Miranda; como tambem o Sargento Mór
de Ordenanças de Castello. Rodrigo José Antonio Cor
rêa de Andrade, e sua familia ; e Manoel Antonio da
Fonseca Tavares, sua mulher D. Maria Barbara, e Jo
sé Manoel de Moraes Sarmento de Freixo.
*—*§§ *——»
Do principio religioso.
+
|-
Neste artigo não consideraremos a Religião como ne
cessidade impressa pelo Creador nos animos natural
Inente Christãos, segundo a bella expressão de Tertu
liano; porém nas suas relações com a ordem social.
Tambem não examinaremos debaixo deste ponto de vis
ta as falsas Religiões que tem havido e ha; pois ainda
que tenhão e hajão de ter mais ou menos influencia na
ordem social dos povos que as tem professado, todas
tem obedecido á politica a quem forão devedoras da sua
origem, e só tem indirectamente influido nas idéas e
nos sentimentos moraes das nações. O polytheismo e o
islamismo forão os agentes politicos mais poderosos na
Grecia, e em Roma, Arabia, e Constantinopla; po
rém não se vê que os povos tenhão adiantado muito no
caminho da moral, divinizando as paixões ou obrigan
do o genero humano com a força das armas a abraçar
a crença dictada pelo impostor de Medina. O Chris
tianismo como o professa a Igreja de Roma, unica Re
ligião que tem chegado desde o principio do mundo até
os nossos dias, tem na sua antiguidade o caracter da
sua origem Divina. Gravado nos animos dos primeiros
Patriarcas com a promessa de hum Redemptor, escri
pto depois e confiado ao povo escolhido por Deos para
este fim, e cumprido finalmente com a missão de Jesus
Christo na plenitude dos tempos, tem dominado, por
assim dizer, quer na esperança, quer na realidade, to
das as épocas do Universo. O Christianismo he a unica
Religião verdadeira; as mais só tem sido adulterados
simulacros deste primitivo original.
Dous caracteres mui notaveis da sua verdade são a
sua independencia de todo o principio politico, e a sua
acção immediata e directa sobre o coração do homem;
caracteres que em vão se hão de procurar em outro sys
tema religioso. Todos elles tem sido combinações, mais
ou menos artificiosas da politica humana, que quiz crear
hum agente poderoso para dirigir os povos aos fins que
ella se propoz. O Christianismo se a podera do homem
isolado, do homem individualmente, e o une com o seu
Deos pelo vinculo da caridade, no qual estão toda a
lei e os Profetas. Independente de todo o plano, e de
toda a combinação politica ou moral, espalha no co
ração do homem hum germe fecundo, do qual nascem a
verdadeira moral e a verdadeira politica, assim como
he a verdadeira Religião. O mundo pagão admirou a
força irresistivel dos primeiros Christãos, que os levava
a arrostarem a morte debaixo das suas formas mais hor
rendas. Esta força era devida á mesma independencia
do Christianismo
O principio da benevolencia universal, que caracte
riza o Christianismo e que he conhecido nelle com o nome
de caridade, he a unica solida baze que se pode dará mo
ral pratica dos homens. Muito e muito bón e conforme
ás luzes naturaes da razão praticárão e escrevêrão alguns
filosofos da antiguidade pagã: entre os quaes semprese
rão os primeiros para nós Socrates e Cicero. Mas qual
foi o pratico resultado ! Nenhum. Huns pobres pesca
dores morrendo por confessarem a sua Fé, ensinárão ao
mundo huma verdade que a todos parece clara hoje em
dia, ainda mesmo aos incredulos; e que não obstante
esteve occulta a toda a orgulhosa sabedoria da Gre
cia e Roma; a saber: que os homens se devem amar
 [231 |
dor. Com esta maxima triunfárão os Christãos do uni incapaz de calcular ou d'entender os seus interesses,
verso; estabelecêrão a igualdade dos homens perante muito mais na effervescencia das paixões; que influa
Deos, destruírão a escravidão a que estava condemna igualmente tanto sobre os grandes cuja vida está paten
do o bello sexo, dando-lhe nos seus diferentes estados te a todos, como no infeliz artifice e operario obscuro,
de virgindade, matrimonio e viuvez, huma existencia que ignorão as delicadezas da honra, e cujo nome já
social; substituio ao imperio da força e do artificio em mais sahirá do seu humilde tegurio; em fim hum agente,
que se fundava a ordem publica entre os gentios, a sau que influa constantemente em todas as circumstancias
davel influencia da virtude; destruio primeiro a escravi e sobre todos os animos — qual póde ser esse agente se
dão domestica , e nos seculos barbaros a servidão não a Religião que nos convida a satisfazer o desejo da
feudal; e completou em fim a maior revolução que se eterna felicidade innato no homem por meio da virtu
tem visto no mundo, qual he a da crença e dos costu de ! Que fortalece o instincto social commum a todos
mes, sem alterar as fórmas dos Governos, sem jamais os homens com o vinculo da caridade! Que nos ensi
aconietter, e o que he mais, sem nunca se defender. na a totalidade dos nossos deveres a respeito dos nossos
A grandeza desta revolução se pode conhecer no seu re similhantes, no Amor de Deos, em cuja presença se
sultado que foi o seguinte: a Religião do espirito veio aniquilão todas as diferenças do nascimento, do es
a triunfar da que lisonjeava os sentidos, e a santidade plendor, da riqueza, do poder, e da sabedoria!
das acções obteve os laureis antes prodigalizados á força Destas reflexoes, cuja verdade consta da razão e da
brutal. historia, e que são confessadas hoje em dia por todos
Não nos deteremos em provar a influencia do Chris os moralistas, graças talvez á irreligiosa revolução de
tianismo na civilisação dos povos barbaros do Norte; 1789, resulta esta maxima pratica, que nem os povos
ta conservação dos monumentos da sabedoria Grega e nem os Governos devem sepultar no esquecimento: he
Romana; nos rapidos progressos que fez na intelligen impossirel a ordem social sem a Religião. A revolução
cia do homem depois do renascimento das letras; na quiz destruilla, e dissolveo a sociedade sem que para
creação, digauno-lo assim, de hum novo mundo civili restabelecer a mesma sociedade bastassem as utopias
sado na America ; em fim na propagação do verdadei politicas. A Religião sobreviveo; e este triunfo contra
ro espirito social, que consiste em se persuadirem os a falsa sabedoria do seculo XVIII, contra todas as
homens de que todos são irmãos e que se devem amar paixões desenfreadas, contra as grandes victorias da
e auxiliar mutuamente. Daqui resultou o descredito em republica Franceta, prova a favor da sua verdade e da
que cabírão as guerras d'ambição e de conquista, tão sua necessidade tanto pelo menos como o que conseguio
gloriosas e a Ppetecidas pelos povos que não conhecêrão do gentilismo nos primeiros seculos do Evangelho.
o Evangelho; daqui o grande numero de estabelecimen Muitos males afligem hoje em dia a Europa; males
tos d'instrucção e de beneficencia desconhecidos em que no nosso entender se reduzem a dous: a pobreza
Athenas e Roma até o Reinado de Marco Aurelio, no da classe baixa, e a ambição das opulentas; e julga
qual já erão adoptados os principios da moral Christã se remediar as funestas consequencias destes males por
até pelos mesmos pagãos, assim como agora o são pe meio de alterações politicas; mas estas só afectão a
los mesmos incredulos; daqui as missões a paizes barba parte exterior, digamo-lo assim, da ordem social, e
Tos e infieis; e a maxima arraigada nos animos de nunca chegão ao interior, que he onde está o cancro
que fazer bem aos nossos similhantes he mais glorioso Não ha combinação politica por sabia que seja, que
do que todos os triunfos que póde dar a victoria. Estes não cludão o interesse, a ambição, e a maldade. Aº
resultados praticos, e não escriptos, como as maximas melhores leis de divisão de poderes, de responsabili
de Socrates em hum livro esquecido, forão devidos, o dade de funccionarios e de eleição de legisladores, nunca
são, e hão de ser até á consumação dos seculos, a hu evitarão que a ordem publica seja perturbada pelos que
ma lei que põe todas as paixões debaixo do jugo da virtu tem interesse na anarquia. He necessario que á geração
de; que não prohibe nenhuma fruição material huma actual, educada entre os erros e illusões da revolução
vez que se renuncie a todas, e até á propria vida, quan Franceza, no esquecimento de todo o principio moral,
do o exige o dever; que abate o orgulho humano apre succeda outra a cuja educação presida o principio re
sentando ao homem objectos mais dignos dos seus dese ligioso. Instituições moraes são as que faltão na Eu
jos; que melhora a razão sobrnettendo-a ao saudavel ropa, não politicas. As melhores leis nada podem con
jugo da anthoridade; que não reconhece acções maiores trá a mocidade inexperiente e presumpçosa, que se jul
e mais subtilmes do que a contemplação e o amor da ga capaz não só de se governar a si mesma mas de di
Divindade e os benefícios feitos em virtude deste amor ctar leis aos seus maiores. Huma boa educação moral
ao genero latim ano. + •
e religiosa lhe houvera ensinado a ser docil e modesta
fºi he a ordem social que o Evangelho creon; or Não queremos dizer que a mocidade actual seja edu
dem que não acabará por que ha de ter necessaria cada irreligiosamente, mas que se não tem o devido cui
mente a rriesma duração que a Igreja; ordem que dado em imprimir no seu coração o sello do Christianis
pode debilitar-se pela tibieza da Fé, porém nunca simo, que he a caridade; não se lhe faz sintir com a de
destruir-se senão com a falta absoluta delia. Os senti vida frequencia a pratica importante deste principiº;
mentos de humanidade e de benevolencia geral e indi não se dirigem os outros estudos de modo que sirvão
vidual aos nossos similhantes, que se derivão desta or para o arreigar e fazello crer, e julgão alguns profes:
dem, infallivelmente se perderão toda a vez que se al sores haver cumprido a sua obrigação com o ensinar á
lua o aticerce da Religião. Não ignoramos que entre os maneira de theoria, que depois dissipão facilmente as
pagãos cuja crença não dava nenhum apoio á moral, paixões e a corrupção do seculo. Sabemos que ha pai
houve filosofos, que o quizerão buscar, já na formosu -zes e estabelecimentos onde se pratica o que nós exi
rada virtude, já na honra que resulta das boas acções, -gimos; mas tambem sabemos que não são tantos quan
já na sabia combinação das leis politicas e civis, e já .tos se exigem na Europa.
•
• • •

nº interesse proprio bem entendido. Todos estes funda . O grande erro do nosso seculo he crer, que os males
mentos são bons e estimaveis, por que a maldade he da sociedade se curão com instituições politicas e que a
tão horrenda, que devemos deixar livres todos os cami intervenção das massas no Governo pode produzir a fe
nhos de a evitar; porém nenhum delles he suficiente nem licidade dos povos. Ainda não bastárão tantos ensaios
geral. Se se ha de buscar para fazer os homens bons, funestos, tantos deploraveis escarmentos para destruir
hum agente que se acha dentro do seu mesmo coração, esté erro. Não admira: sempre ha muitos ambiciosos
e não exterior como as leis; cuja voz seja tão clara pa interessados em fazerem acreditar, que governarão me
ra o homem instruido como para o ignorante, que he lhor e mais barato. Consente-se que os empíricos a P

3 liquem a sua panacéa, e peiora a enfermidade. Mas
chegará o dia em que as nações se desenganem de que
o principio fundamental e director da ordem social de
ve ser superior á mesma sociedade e independente das
suas fórmas politicas; e que este principio não pode ser
outro se não a Religião: Fazei os homens melhores e
os fareis felizes. (Estafeta.)
*—*§§ *–»
Telégrafo. — Serviço da Barra.—º de Março.
"A Escuna Portugueza que entrou hontem, chama-se
Olinda, de Santos, 110 dias, mala, 1 passageiro,
lavrador Portuguez.
Embarcações avistadas. • abatimento da quinta parte, no Arsenal Real da Marinha
6 h. 34 m. 1 Brigue Escuna Portuguez, ao Norte do
Cabo do Espichel; e 1 Paquete Inglez, ao Norte
do Cabo da Roca.
1 h. 20 m. 1 Galera sem bandeira, e 1 Escuna dito,
a Oeste do Cabo da Roca: a Galera navega para
o Sul, e a Escuna para o Norte.
Embarcações entradas em Belém.
12 h. 10 m. 1 Paquete Inglez, de Falmouth, 11 dias
mala, 1 passageiro Cavalheiro Inglez, que vem
tratar da sua saude. — 1 Brigue Escuna Portuguez,
"Correio de S. Miguel, da Ilha de S. Miguel, 8
dias, 2 passageiros, que são: hum Commissario
volante, e hum requerente.
Embarcações sahidas de Belém.
'3'h. 3 m. 1 Escuna Ingleza, para Londres, e 1 dita
dita para Liverpool.
- • • •• • •
Publicação Litteraria.
Continúa a vender-se na loja de João Henriques, e
“nas do costume, a Resposta de hum Amigo a outro, re
futando a doutrina do Folheto A legitimidade do Senhor
D. Pedro IV, etc.
Annuncios.
Estão comprados os armazens que forão da Illustris
"sima D. Anna Hellena de Massuellos Posser, sitos na
proximidade do Rio Douro, na rua dos Costeiros, Fre
guezia de Santa Marinha de Villa Nova de Gaia, e
sitio da Cruz; e o seu preço se acha consignado no De
posito Publico de Lisboa com todos e quaesquer encar
gos a que possão estar sugeitos os ditos armazens; os
quaes se julgaráô livres e desembaraçados depois dos 30
dias d'Editos que correm na mesma Cidade de Lisboa
des de o dia 28 de Fevereiro deste anno pelo Juizo da
Correição do Civel da Corte da 2.° Vara, e Cartorio
do Escrivão José Joaquim de Noronha Feital; e na Ci
dade do Porto des de o dia 3 do corrente Março pelo
Juizo da Correição della, e Cartorio do Escrivão Joa
quim Antonio Ribeiro Silva: se alguma pessoa se jul
"gar com direito, qualquer que seja, sobre o referido
predio, poderá ir alli deduzillo competentemente.
D. Gertrudes Rita da Rocha vendo o annuncio da
Gazeta N.° 38 de 14 de Fevereiro proximo, em nome
de Francisco Ferreira dos Santos, que se diz residente
no Rio de Janeiro, declara, que o conteudo do mes
mo he inexacto no que toca á annunciante e a seu fal
lecido irmão Joaquim José Afonso da Rocha, pois nun tas: quem os quizer vêr ou dar seu lanço, póde dirigir
ca a annunciante teve noticia de tal se ter praticado a se aos fieis do mesmo deposito, e ao Escrivão da arre
respeito das 14 Apolices, nem de tal conluio entre o matação Negreiros.
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
[ 232 ]
mencionado Francisco Ferreira dos Santos, e Antonio
Ferreira dos Santos Milheiro: e porque a tal respeito
pendem diferentes litigios na Correição do Civel da Ci
dade, he por meio da Justiça que a annunciante pro
testa vindicar satisfactoriamente o seu credito, não sen
do esta a vez primeira que sobre os mesmos obje
ctos já obtivesse sentença, o que tornará a obter pa
tenteando a calumnia do novo annuncio; e para se for
inar juizo a respeito de taes annuncios, basta confron
tar os que se públicárão nas Gazetas N.° 275, de 1829,
e N.° 129 e N.° 145, de 1830, e por elles se verão as
contradicções que elles em si descobrem. __
A venda da Escuna Mary-Ann, e da Chalupa Erin,
annunciada na Gazeta de 24 do passado , continúa no
dia 11 do corrente, das onze horas ao meio dia, com o
O mestre alfaiate José Pedro , na rua da Penha de
França N.°46, ao Collegio de Nobres, vende hum uni
forme rico de Marechal de Campo; o mesmo uniforme
nunca teve uso.
Pelo Juizo dos Orfãos do Bairro Alto, Escrivão Fir
mo José Botelho de Gouvêa, e a requerimento da viu
•
va e filhos do falecido Caetano Martins da Silva, na
Praça do Commercio desta Cidade , em o dia 9 do
presente mez de Março, se ha de proceder na arremata
ção a quem mais der, de buma amarração de ferro, que
se acha dentro do navio Canôa, constando de duas cor
rentes com outenta e cinco braças, hum fiador com dez
aseis braças, hum anilho, cinco manilhas, huma pa
tolla, onze ganchos para engatar e arrastar as correntes.
José da Cunha Castello Branco arrematou na Praça pu
blica do Deposito Geral, em o dia 9 do mez passado, huma
A!
propriedade de casas na rua da Boa Vista, N.° 47 e 48,
Freguezia de S. Paulo, por execução que faz Joaquim
José Rodrigues, a Francisco José Gomes de Almeida,
e sua mulher, pelo Juizo do Civel da Cidade; he Es
crivão da execução José Marcellino de Lemos, e Escri
vão da arrematação Couto, cuja arrematação se fez pe
la quantia de 4.035,3000 rs.; está o producto no Depo
sito Publico para quem tiver direito a elle, e se achão
correndo edictos de 30 dias. -
Joaquim Garcia da Cunha, morador em Belém, Fre
guezia de Nossa Senhora da Ajuda, está contractado a
comprar a D. Joanna Roza de Viterbo, filha de José
Nunes Vieira, o dominio directo, e hum foro imposto
em hum pomar de caroço, sito na varzea de Collares,
do qual he enfyteuta actual Manoel Antonio Alves Cos
ta, residente nesta Cidade: toda a pessoa que tiver al
gum direito ao mencionado foro, ou seja por execução,
ou por hypotheca, pode dirigir-se ao Cartorio do Ta
belião proprietario Feliciano José da Silva e Seixas,
rua direita do Arsenal da Marinha, N.° 52, 1.° andar,
a fim de lhe fazer certo por documentos legaes qualquer
encargo que haja no predito foro, e isto dentro do prazo
de 30 dias, contados da publicação do presente annuncio
Na Freguezia de Odivellas se vende huma fazenda
composta de pomar de laranjas, limão, e outras arvo
res de varias qualidades, com poço de nora e azenhas
com casas, e hum moinho de vento, com huma courel
la de terra: quem a pretender comprar, póde falar na
rua dos Ourives do Ouro em N.° 39, aonde se lhe darão
as informações a este respeito.
Na praça do deposito publico estão para se arrema
tar todos os utensilios proprios de huma fabrica de chi
*
 NuM. 59.
GAZETA DE LISBOA. - =>xpe=>8<>$1<<9ex
qUINTA FEIRA, 10 DE MARÇo.
- … \
PARTE NÃO OFFICIAL.
NoTICIAS ESTRANGEIRAS.
artigo " RUSSIA,
S. Petersburgo, 31 de Janeiro. "
. S. M. I. se dignou dirigir aos seus fieis subditos hum
manifesto em que lhes faz saber, que a 28 do corrente
a Grà Duqueza Hellena esposa do Grã-Duque Miguel,
havia dado á luz felizmente huma Princeza, á qual se
dera o nome de Alexandrina; e que Houvera por bem
conceder á Augusta recem nascida, o tratamento d'Al
teza Imperial. (G. de Berlim.)
\
ITALIA.
Perusa, 28 de Janeiro.
Nos dias 12 e 13, achando-se o Ceo claro, se vio des
ta Cidade sem auxilio de instrumento, hum Cometa
com cauda, que nascendo pelas 4 da manhã se achava
no fim de hora e meia a 30 gráos acima do horizonte.
Tinha pouca luz, a cauda estava voltada para cima e
inclinada para o Occidente, e ás 6 ao apparecer o pri
meiro crepusculo jã não era visivel. Este Cometa não
tem relação com o Cometa Biela de que tantas sandi
ces se tem propagado, , nem com o de Erke; antes
corresponde á constellação de Serpentario sobre os
circulos de declinação dirigida ao signo d'Escorpião.
(Diario de Roma)
DINAMARCA.
Copenhague, 12 de Fevereiro.
O Conde Ernesto de Schimmelmann, Ministro d'Es
tado e dos Negocios Estrangeiros, acaba de concluir a
sua dilatada e honrosa carreira na idade de 84 annos.
Este veneravel ancião havia passeado em coche no dia
7. No dia 8 ainda se poude dedicar aos seus importan
tes trabalhos, e na noute do dia 9 faleceo nos braços
dos seus parentes e amigos. A sua perda o he para a
humanidade, em cujos ornatos mais notaveis o collo
cavão o seu caracter e virtudes; entre as mais eminen
tes o assignalava o seu engenho. Esta perda com moveo
vivamente o Rei, que sabia apreciar o merecimento e
adhesão de hum servidor com quem dividio 47 annos os
ANNo 1831.
•
,
• •• • , ,, |
trabalhos do Estado. Deixa desconsolados os seus pa
rentes, e aflictos todos os que o conhecêrão.
(Gazeta de Madrid.)
BAVIERA. * - - - -
-
Augsburgo, 13 de Fevereiro.
O General Frimont dispoz que muitos Regimentos se
achem promptos para marchar; tambem se esperão na
Italia 303 homens procedentes de Stiria e o General
os empregará nos diversos Estados da Italia segundo o
exigirem os seus respectivos Soberanos. O principio da
não intervenção se já se não violou nas conferencias de
Londres, não he applicavel no caso actual, porque se
trata de ajustes concluidos entre a Austria e os Princi
pes Italianos, e se verificou o casus fazleris pelo unico
facto da insurreição. Não podia o Governo Francez
oppor-se a isto sem faltar á justiça porque seria mui es
tranho querer debilitar por qualquer demonstração o ef>
feito dos Tratados entre terceiros interessados, e julgar
se ao mesmo tempo isempto da censura de só querer fa
zer valer para si o direito de intervenção. **
(Gazeta d'Augsburgo.)
O General Diebitsch invade a Polonia por hum grana
de movimento estratégico, cujo objecto e combinação
facilmente se comprehendem. -
Os pontos por onde entra o Exercito Russiano são
quatro: Augustova, Bialistock, Drohicjim, e Bresc
Liteuski, tudo sobre huma baze de 60 a 80 leguas. -
Destes corpos dous marchão sobre Varsovia para a
cercar pelas margens do Vistula; outro parece que es
tá destimado a circumvallar Modlin; e o quarto a con
servar-se senhor do terreno para proteger os dous cercos.
Quanto aos Polacos parece que se reconcentrão sobre
/arsovia e Modlin, e he provavel que esperem os Rus
sianos em huma das posições que cobrem as avenídas
daquellas praças.
Ao entrar o Exercito Russiano na Polonia as duas
Divisões principaes do Polaco se achavão em Biala e
Lamija. A retirada natural da primeira he sobre Var
sovia, a da segunda sobre Modlin. Além destas duas
praças podem servir-lhes de apoio as de Plosk, Kalisch,
Czeutochau, e 3amose. Ha, dados para acreditar que
os Polacos se concentrão quanto podem a fim de resis
tir melhor ao seu inimigo, e ver se podem conservar
/arsovia, cuja posse considerada politicamente hepa
ra elles da maior importancia. (Mensageiro
O Principe Radziwill se acha com o seu Quartel Ge
neral em Stanislauauo, na distancia de duas leguas e
meia de Varsovia. Os Russianos são senhores de Os
trolenka, e parece que tratão de se concentrar em Wen
 [234]
grow, Julga-se que dentro de poucos dias haverá bum a Embaixada de Constantinopla que lhe ofereceo o Mi
combate nas immediações desta ultima Cidade. nistro dos Negocios Estrangeiros, nem o cargo de Pri
{ , (Gazeta d'Augsburgo.) " .meiro Presidente do Tribunal Civil, que lhe oferecia o
Acaba de saber-se que os Russianos se apoderárão de Ministro d'Instrucção Publica. — "… (Idem.)
Neuwestadt. Tudo se fez em bem. Ninguem manifestou A Tribuna dá a seguinte noticia á meia noute:
desejo de oppor resistencia. Pelo contrario quando se » Alguns sugeitos que geralmente estão bem informa
aproximárão os Russianos sahírão ao seu encontro os dos assegurão neste momento, que o Marechal Soult
Polacos com bandeira branca depois de haverem feito renunciára o seu cargo. Esta noticia nos parece pro
em pedaços as suas armas. vavel.»
? (Gazeta de Áanisberg.).
|-
- Chegárão hontem correios extraordinarios aos Em
# # { baixadores d'Austriº e Russia. Mr. Pozão di Borgote
|-

* ,
… … --*-
{ "…º
* # PRessA. * . : …

* t, cebeo segundo se diz esta noute, despachos de muita

importancia sobre os movimentos dos ##### Russia
Berlim, 12 de Fevereiro.
Afirmão que o Feld Marechal Diebitsch tenciona atra
vessar o Vistula em diferentes pontos ao Norte e ao
Sul de Varsovia, para cercar o Exercito Polaco, e ata
car a Capital pela retaguarda. Anciosamente se espera
a execução de tão destemido plano. Mr. Schmidt, Con
sul Geral da Prussia, foi mandado retirar de Varsovia.
: , « (Morning Post.)
nos na Polonia. __ . (Courrier.)
Parece certo que as tropas Austriacas entrárão na
Provincia Italiana que se revolucionou, porém na praça
do commercio se procurou amortecer o efeito desta noti
cia, annunciando que o nosso Governo havia recebido
com este motivo huma nota mui satisfactoria, pela qual
o Gabinete de Vienna se obrigara a retirar as suas tropas
no momento em que se restabelecesse a tranquillidade
nos Principados que vão occupar. -

FRANÇA. • •
• (Gazeta de França.)
+
* Todas as ultimas-particularidades que dão os perio
París, 21 de Fevereiro. dicos da Capital sobre as desordens da Italia carecem
de verdade. Roma, Napoles, Genova e os mais Esta
Temos cartas de Madrid até 10 do corrente, em cu dos de S. M. Sarda gózão de tranquillidade perfeita
ja época tudo estava tranquillo naquella Capital. Aca Não he certo que a Archiduqueza Maria Luiza de Par
bavão-se de tomar disposições para frustrar qualquer ma se visse obrigada a abandonar os seus Estados" ***
tentativa que podessem fazer os mal intencionados; en se retirasse a Placencia; por que esta Princeza ha seis
tre ellas a de organizar partidas de Terços etc. que vi semanas que se achava em Florença, onde foi passar o
jiem a fronteira. Carnaval na Corte do Grã-Duque seu tio. Não se duvi
Devemo-nos lembrar da confiança com que o Consti da na Italia que os Austriacos intervenhão logo nos ne
tucional fallata ha pouco tempo de huma supposta in gocios de Modena, e até se accrescenta que tres gran
timação feita ao Governo Hespanhol. Em poucas Pa des Potencias, ás quaes a final se unio a Inglaterra,
lavras fizemos ver quão absurda era esta noticia que deº já se achão conformes na necessidade de reconhecer no
pois foi explicada ou desmentida pelo mesmo periodico Governo Austrideo o privilegio ou direito de conservar
que a deo, Ha alguma probabilidade de que o Consti a tranquillidade em toda a Italia. (Idem.)
tucional fizera esta rectificação por que se lhe exigíra. .
» Annunciou-se ultimamente, diz elle, que o Governo Em Berlim se estão fazendo grandes preparativos,
acabava d’intimar á Hespanha que afastasse as suas tro assim como em todos os Estados Prussianos se fazem ar
pas 100 leguas da fronteira Francesa. Hoje diz-se que mamentos extraordinarios. Assegurão, que o Governo
só se trata dos Francezes emigrados na Hespanha dos Prussiano trata de pôr em armas 500% homens, para
quaes a França pede a internação na Hespanha, assim o que todas as fabricas de armas de Berlim trabalhão
como o Governo Hespanhol solicitou e conseguio, que com grande actividade.
se fação internar na #'''''
os refguiados JHespanhoes.»
Seja assim muito embora, já isto he mais diplomati Afrmão que a 12 do corrente passára o Rheno por
co e razoavel; mas ainda hahum pequeno erro na expli Dusseldof hum corpo do Exercito Prussiano.
cação. O Governo Hespanhol não solicitou a interna (Correio do Mosela.)
- |-

ção dos refugiados ; pedirão-na peremptoriamente as

Potencias; e particularmente o Gabinete Inglez. GRÃ-BRETANHA.
*> * (Quotidiana.)
São tantas as causas, e particularmente as bancarro Londres, 11 de Fevereiro.
tas que se veem e publicão no Tribunal do Commercio,
que este se vio obrigado a ter audiencias extraordina Diz o Morning Herald que o augmento de forças ma
rias que durão até alta noute. (Revista Judicial.) ritimas Inglezas do Mediterraneo será proporcionado á
*
actividade que desenvolver a marinha Franceza.
Idem, 24.
Regressou a Inglaterra Lord Stuart de Rothsay; ape
Praça do commercio de hontem. Cinco por 100 con zar de haver tomado de arrendamento huma grande ca
solidados 91 # 60 c. Acções do banco 1500. Empresti sa em Paris para passar alli algum tempo, os ultimos
mo Real de Hespanha 69 }. Renda perpetua de idem acontecimentos o afugentárão da Capital da França.
43 3. Esta determinação nos inclina a consideralla nas actuaes ·
circumstancias como de máo agouro por que he notorio .
No Conselho de Ministros se resolveo desonerar Mr. quão convencido está o antigo Embaixador do caracter
Odilon Barrot; Mr. de Montalivet não teve parte nes nacional da França. (Globe.)
ta resolução tanto por se haver demittido do seu cargo.
como por ser parte interessada. Assegurão que no pri-º *-*$$ *-* •

meiro dia houvera empate no Conselho, mas que no segun

do se resolveo a remoção por 4 votos contra 2, e que Lidº, º dº Marçº.
só depois desta resolução consintio Mr. de Montalivet
em permanecer no Ministerio. (Courrier.)
- Assegurão que Mr. Odilon Barrot não quiz acceitar ElRei Nosso 9###……….#… Lhe "p"…
 [ 235 ]
tou Bernardo Henriques Ferreira de Meirellos, da Fre que os povos tem o direito ímprescriptivel de mudar as
guezia de Lubâo, termo e Comarca da Villa da Feira, <fórmas do seu Governo. Os usurpadores do poder le
em Audiencia de 5 de Março do corrente anno, Se di gislativo bem conhecèrão que as suas maximas não tem
gnou conceder-lhe a Graça de poder usar da Medalha dião a nada menos do que privar as politicas institui
de ouro com a Real Efigie da Senhora Imperatriz Rai ções de hum dos seus mais essenciaes attributos, a sa
nha a Senhora Dona Carlota Jonquina, bem como a ber a estabilidade sem a qual se tornavão illusorias to
José Appollinario da Costa Neves, Capitão Mór das das as suas vantagens e disposições, e até mesmo vinhão
Ordenanças do mesmo destricto; no Reverendo Padre a ser buma verdadeira calamidade para a França; por
Antonio Francisco de Sousa, e seu irmão o Reverendo quanto o que importa que as instituições sejão excellen
Padre Manoel Antonio de Sousa, ambos do menciona tes se não forem estaveis, se o povo as poder mudar á
do destricto; ao Reverendo Joaquim Cardozo de Carva sua vontade, e se até mesmo tiver esse direito ! Receo
Jho, Prior da Freguezia do Teixoso; a Antonio da Cu sos com tudo de desagradarem á turba de cuja ignoran
nha Reis, e Manoel Ayres de Lemos, da Villa de Ar eia e paixões querião tirar partido, rematárão o acto
$#$0III/15',
••• ".
*#

.. ' +
-

*§§ *-*
-
constitucional por huma declaração impolitica e tão
absurda e ridicula como aquella com que o havião co
meçado. Essa declaração diz expressamente: … Que o
o r - Litteratura. povo tem o imprescriptivel direito de mudar a consti
+ tuição”»
Da liberdade soeial que-tem por objecto a formação Se assumptos de tanta gravidade se podessem prestar
++ de novos Governos. ao gracejo diria, que os Legisladores da França por
" … * * *
meio de huma lei tão extravagante fizerão tacita confis
Prometti examinar o direito da pluralidade no Capi são de terem bem desempenhado o seu papel, e que ha
vulo em que discutisse a natureza da liberdade social vião dado á nação huma constituição da mesma fóruna
relativamente á dissolução, ou por empregar o termo que huma companhia de comicos representão a sua co
tectnico da nova sciencia legislativa, á desorganiza media no theatro, isto he em quanto os espectadores
ção do Governo: vou de bom grado cumprir csta pro não pedem outra. As modificações que ha nessa lei funda
messa tanto mais por isso que essa liberdade forma hum mental são evidentemente huma prova da confusão, e
dos artigos fundamentaes da Constituição Franceza ; contradicção que introduzírão nos seus principios; por
artigo que merece madura discussão, não para satisfa isso que taes modificações annuncião, que já antecipa
zer huma vã curiosidade filosófica, mas para o bem de vão os funestos resultados do exercicio dessa liberdade;
todos os povos, a quem expõe á systematica e perma que elles conhecião as desordens inseparaveis de qual
nente anarquia,
calamidades isto he, á mais horrivel de todas as
publicas. • -- -
quer mudança nas primeiras leis do Estado; que sabião
que os primeiros movimentos de huma grande maquina
A lei da natureza nada decidio, nem podia decidir em que se complica huma infinidade de molas moraes
sobre o que se chama direito de pluralidade ou de maio e se confundem com as fisicas, sempre são perigosos,
ria, e muito se enganou Mirabeau quando quiz per e que a sua mutua opposição reunida á da opinião e
suadir á primeira legislatura, que esse direito se deri dos diversos interesses, muitas vezes indica proximas
vava da natureza das cousas: os innovadores que aliás convulções no corpo politico; sabião finalmente que se
desprezão toda a lei Divina e humana, recorrem á voz as perpetuas mudanças nas leis mesmo accessorias e nos
da natureza, imaginando, que o edificio da constitui simples regulamentos atormentão os povos, o repetido
ção se não podia apoiar melhor do que sobre os princi transtorno das constituições e a escolha de outras novas
pios da justiça e da equidade natural independentemen os deve abysmar nas maiores agitações, que sempre com
te das relações sociaes. No entanto esses principios ca Promettem o seu repouso e a sua segurança. Porém na
recião de prova, e era presumpçosa confiança no seu da he capaz de os atalhar na sua criminosa carreira e
proprio credito º presumirem, que º publico se deixa os homens de bem não poderão lêr sem magoa e sem
ria convencer pelas suas pomposas frazes, e não pela estremecer de horror os repugnantes discursos que os per
razão. fidos legisladores escutárão e até acolhêrão com grande
A unanimidade e a pluralidade absoluta ou relativa applauso sobre o monstruoso direito que o povo se ar
dos votos, suppõem hum corpo deliberante legalmente roga de rever, reformar e mudar totalmente as politicas
constituido por hum poder superior; he neste caso uni instituições toda a vez que o quizer fazer. He por ven
«º que elle pode proceder; porque se concebermos que tura d'estranhar que a constituição apenas durasse quin
similhante corpo se forma pela sua propria authoridade ze dias sobre o pé que a Assembléa nacional e todas as
e sem a cooperação da unanimidade, então só exercera municipalidades do Reino havião solemneinente jurado
o direito do mais forte. Não digo que approvo a lei da observar! (1) He para estranhar, que essa constituição
unanimidade em todos os casos; eu a julgo nociva ao se subvertesse de todo com grande oppobrio dos seus
bem geral, mas quiz dar a conhecer, que no que diz authores, e que a anarquia tenha chegado ao seu auge
respeito á convenção, e a tudo quanto forma o interes assim como a tyrannia popular, a mais violenta de to
se dos diferentes povos, não temos na natureza nenhum das as tyrannias! Para voltar ao assumpto parece-me,
invariavel principio, regra exacta, ou medida igual; que se o direito da pluralidade exige huma convenção
he louca empreza o querellas prescrever. Todos os sys previa entre os individuos, he impossível designar hum
temas que se referem a votos apresentão obstaculos e momento justo e legal á desorganisação de hum gran
inconvenientes, mas huns e outros são necessariamente de Governo; he impossivel executar isso sem violar os
direitos de outrem. •

modificados, e até mesmo o são muito pelos interesses

e pelas preoccupações nacionaes, a cuja influencia de Quem póde calcular as vantagens da associação, e
vem ceder. - - •
no sentido contrario quem póde antecipadamente fixar
Se me não engano estas reflexões assaz patenteão o as calamidades que devem necessariamente resultar da
silencio da natureza, silencio que não existiria de modo desorganisação do Governo? He a fatal boceta de Pan
algum se ella nos houvesse traçado com a propria mão dora donde sahem todos os males sem nenhuma mistura
o illustrado procedimento que deve seguir hum corpo de bens, excepto a esperança que está no fundo para
deliberante para adaptar, quer a unanimidade, quer a
Pluralidade absoluta ou relativa, á grandeza ou á pe (1) O Abbade Sabatier em huma carta mui interes
9üenhez dos objectos. sante de 19 de Janeiro de 1790 havia predito, que a
#* Os innovadores sustentárão com grande affouteza, constituição se não sustentaria seis mexes.
 [236 |
não, ser percebida. Fôra hum erro considerar de hum
modo abstracto os interesses do corpo collectivo; cum
pre attender principalmente, aos interesses individuaes e
aos direitos de cada hum. Esses interesses e esses direi
tos são de huma ordem superior, por que na formação
do Estado trata-se de renunciar á liberdade e indepen
dencia natural; e na dissolução trata-se de renunciar a
totalidade dos bens de que todo o Cidadão goza na vi
da social; trata-se de renunciar ás inapreciaveis van
tagens da boa ordem e da segurança pessoal, o que
quer dizer, renunciar ao mesmo fim de toda associa
ção. * ** * * * dos os crimes, por isso que são comettidos no centro de
* Huma vez de posse das vantagens sociaes, e dos be
neficios da legislação, não podem os homens ficar pri
vados repentinamente desses bens por huma resolução
dos innovadores, e segundo a sua propria opinião; esta
he huma especie de bem e de propriedade superior a to
dos os bens, e a todas as propriedades. A este respeito
notarei, que não ha exemplo nos annaes da historia do
mundo que huma grande nação já mais confiasse aos seus
representantes a faculdade de deliberar sobre a dissolu
- cão do Estado, e muito menos que lhes conferisse o po
der de o executar. Nunca houve povo civilisado, que
julgasse praticavel e legal a dissolução do Estado; até
ignoro que huma dissolução de similhante natureza já
mais tivesse lugar senão pelo direito de conquista. Foi
assim que o Governo dos Carthaginezes e o dos Judéos
forão aniquilados pelos Romanos; foi assim que o Go
verno Grego foi aniquilado por Mahomet II. Similhan
es mudanças nas-leis fundamentaes do Estado, ou nas
b;" sempre forão efeito da insurreição; mas a
insurreição e a revolta não estabelecem pela sua nature
2a nenhum direito legitimo; e isto he tão certo, que
no restabelecimento da tranquillidade o Governo esta
belecido sempre pede actos de adhesão aos que não qui
zerão tomar parte nas mudanças, aos que abertamente
se lhes oppozerão, e aos que forçadamente concorrêrão
para as mesmas. Eis o constante procedimento que tem
seguido todos os Governos que devem a sua origem á
revolta e á insurreição; entendo que isto bem claramen
te prova, que a pluralidade usurpadora dos revoluciona*
rios sempre se acha na posição do mais forte; que exer
cendo os seus direitos reconhece sempre interiormente
os seus inconvenientes e injustiças, e que só as quer re
parar quando tem conseguido os seus fins, e consumado
O SG Ul. CTl t}} (ºs • •
. Não he este o caso em que se achão as chamadas le
gislaturas Francesas? Subvertêrão dos proprios alicer
ces as antigas e as novas instituições, sem que a nação
em geral, ou os Cidadãos em particular lhes dessem o
poder de deliberar por si mesmas sobre essas mudanças
parciaes e essenciaes; isso he hum facto. Mendigárão de
pois o applauso, a approvação, e as demonstrações de
adhesão de todos os Departamentos e de todas as mu
nicipalidades; eis outro facto. Tratárão na qualidade
de refractarios todos os Francezes, que tiverão o valor
de protestar contra os attentados praticados contra a
liberdade nacional e individual; outro facto. Empregá
rão o terror e o susto de ignominiosa morte para forçar
os Deputados e os Cidadãos que seguião diferente pa
recer a silencio absoluto; tambem isto he outro facto.
Tratárão na qualidade de inimigos da patria, como re
beldes contra a lei, isto he, contra a sua despotica
vontade, e até mesmo castigárão, todos os Realistas
que, não podendo e não querendo subscrever a hum sys
1ema de rapina, de perseguição, de sangue, e de in
famia, preferírão sahir do territorio da revolução onde
= ==
• LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
todó o merito está reservado á impiedade, á caluminia,
e á maldade, assim como ao cutello dos inimigos de
toda a authoridade legitima, antes do que alli ficarem
e perecerem inuteis victimas do verdadeiro patriotismo:
este he igualmente hum facto. - -
Tem havido sem duvida no mundo terriveis épocas
quer para a liberdade civil, quer para a tranquillidade
publica em geral; porém nenhuma se pode comparar
com aquella em que agora vemos a França: se o crime
he maior na proporção da illustração do entendimento,
os crimes dos legisladores Francezes são superiores a to
huma nação que blazona de exceder as outras nações
em penetração e saber. Seja como for estamos intima
mente convencidos de que a sua obra tem todos os pos
siveis caracteres da nullidade.
He nesta convicção que se achará a completa justifi
cação dos Principes, Clero, Nobreza, Magistratura,
e de huma parte do Exercito; — não, já mais esses insolen
tes e miseraveis rhetóricos conseguirão provar a tantos
illustres Cidadãos e muito menos ás nações estrangeiras,
que a pluralidade podia legalmente destruir a Monar
quia, , e sugeitar todas as classes que a compunhão á
vontade arbitraria dos revolucionarios — nós os desafia
mos para que o provem, persuadidos de que estão bem
longe de acceitar o desafio. o (D'Ayala.) …
… - • • •
*—*§§ *—» . * * *, * *
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 9 de Março.
• *. ** * * *
- Embarcação avistada. º * 1
7 h. 40 m. 1 Charrua Portugueza, Princeza da Beira,
a Oeste do Cabo da Roca. • • .
Embarcações entradas em Belém. , , ,
3 h. 10 m. 1 Charrua Portugueza, Princeza da Beira,
da Ilha de S. Miguel, 11 dias, huma mala da Ilha.
da Madeira, 33 passageiros, que são hum Tenente
de Infanteria N.° 1, 6 soldados de diferentes Cor
pos, 20 prezos sentenciados; o Feitor da Alfandega
da Ilha de S. Miguel e 5 pessoas de familia : e 1,
Escuna Portugueza, Boa Nova, da Ilha de S. Mi
guel, 9 dias, mala, 3 passageiros de trabalho. , ,
Embarcação sahida de Belém
3 h. 26 m. 1 Bergantim Inglez para Hamburgo.
•
Publicação Litteraria.
Sahio á luz a Carta 17 de Não sei Quem.
Annuncios.
Ha para vender com toda a perfeição e commodida
de de preço, por partida ou por miudo, bandas á In
gleza com cadilhos e sem elles para Militares, na rua
dos Algibebes N.° 96, 1.° andar; e na rua dos Retrozei
ros, loja de Salles e filhos N.° 109 e 110. -
{
Sabbado, 12 do corrente, na praça publica dos leilões,
se ha de arrematar, com o abatimento da quinta parte:
do seu valor, o dominio util de hum prazo em Villa de
Rei, Freguezia de Bucellas, que se compõe de vinte e
seis diferentes predios, avaliado em 716,3400 réis, aba
tido o foro de 273160 réis : he Escrivão da arremata
ção Negreiros.
Quinta feira, 17 do corrente, na rua de S. Francisco
de Borja, em Buenos-Ayres, entre a rua da Arriaga
e a do Prior, onde esteve a Embaixada Franceza, ás
dez horas da manhã se hão de vender em leilão publi
co todos os trastes pertencentes á mobilia da mesma casa.
 NUM. 60.
-—
GAZETA DE LISBOA.
—=…essessoa::see-->=
SEXTA FEIRA, 11 DE MARÇO.
PARTE OFFICIAL.
Extracto da Ordem do Dia N.° 14.
Quartel General no Paço de Queluz, em 8 de
Março de 1831.
Publicão-se ao Exercito os Avizos abaixo
transcriptos:
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — Constando
que nos Corpos do Exercito ha praças a quem se duví
da fazer applicavel a disposição conteuda na Ordem
geral N.° 151 do anno de 1825, relativa ao ajustamen
to de contas de fardamento, e fardetas, pela razão de
ter precedido a sua passagem de huns para outros Cor
pos de diferente Arma, ou vencimento, á mencionada
Ordem: He Sua Magestade ElRei Nosso Senhor Ser
vido Determinar, que, não obstante o referido motivo,
aquella disposição se faça applicavel a similhantes pra
ças; e que V. Ex.° dê noticia disto ao Exercito para
ser devidamente executado.
Com a providencia supra, fica respondido o Oficio
de V. Ex." de 14 de Fevereiro proximo passado, e tam
bem o de 31 de Janeiro anterior, na parte em que tra
ta deste assumpto. = Deos guarde a V. Ex." Paço de
Queluz, em o 1.° de Março de 1831. = Conde de S.
JLourenço. = Illustrissimo e Excellentissimo Senhor Con
de de Barbacena.
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — ElRei Nos
so Senhor, Houve por bem Nomear, por Decreto de
28 de Fevereiro ultimo, Governador da Praça de Va
lença ao Brigadeiro Graduado, Visconde de Monte
Alegre. O que communico a V. Ex." para seu conhe
cimento, e mais efeitos necessarios. = Deos guarde a
V. Ex.º Paço de Queluz, em 3 de Março de 1831.=
Conde de S. Lourenço. = Illustrissimo e Excellentissi
mo Senhor Conde de Barbacena.
ElRei Nosso Senhor, como Commandante em Che
fe do Exercito, Manda Declarar que Houve por bem
Conformar-Se com o parecer do Concelho Militar,
creado por Decreto de 11 de Agosto de 1828, ácerca
do Brigadeiro graduado José Benedicto de Mello, que
o mesmo Conselho julgou justificado.
3Publica-se ao Exercito que em 4 do corrente forão man
dadas cumprir as duas Sentenças seguintes proferidas
a respeito dos Officiaes abaixo declarados:
JRespondeo em Conselho de Guerra o Capitão do
ANNo 183I.
Regimento de Infanteria N.° 12, João Henriques de
Paiva, pelo crime de insubordinação de que foi accu
sado; o qual não se provando foi por isso absolvido,
com declaração que seja solto, restituido ao exercício
de seu Posto, e lhe não fique por este motivo nota al
guma em seu assentalmento; Sentença esta que o Con
selho de Justiça confirmou em Sessão de 26 de Feverei
ro precedente.
Tendo sido accusado o Alferes do Regimento de Mi
licias de Lagos, Norberto José da Costa Franco, de
haver commettido o crime de bofetada, respondeo por
este motivo em Conselho de Guerra, e foi a final con
demnado em seis mezes de prizão na Praça de Sagres,
} Sentença do Conselho de Justiça, datada em 26 de
evereiro preterito.
(Seguem-se Licenças.)= Conde de Barbacena, Chefe
do Estado Maior General. — Está conforme o Original.
= Ajudante General, Marquez de Tancos.
PARTE NÃO OFFICIAL.
→ - =
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
ALLEMANHA.
Hamburgo, 15 de Fevereiro.
O Governo Prussiano ameaça castigar os seus sub
ditos Polacos, que tomarem parte na causa da revolta,
ou que se animarem a ficar no Reino rebellado sem per
missão. Será confiscada toda a propriedade que agora
possuem, ou que para o futuro vierem a possuir; no
caso de não terem nada que perder ficarão sugeitos ao
serviço militar pelo espaço de mais tres annos; per
derão os direitos de herança; se lhes couber em sorte o
ser chamados para as Milicias, serão tratados na quali
dade de desertores etc. No caso de aggravadas circum
stancias ficarão sugeitos a prizão.
(Hamburgh Reporter.)
FRANÇA.
Paris, 24 de Fevereiro.
No Estado Maior do General Frimont se julgava,
que as tropas Imperiaes tomarião o caminho de Forlipa
ra se dirigir a Bolonha logo que se tranquilizasse o #

tado de Modena para o qual bastarião 63 homens, e
o tempo de 8 ou 10 dias. As povoações ruraes da Ro
mania se oppozerão com muita força ao movimento de
insurreição em Bolonha. Ancona permanece fiel á au
thoridade da Santa Sé, e 43 paizanos bem armados se
postárão em Civita Castellana e Narni para impedir
toda a communicação entre Umbria e a Campina de
Roma.
No dia 12 de Fevereiro a vanguarda do Exercito
Austriaco havia começado a sua marcha por Guastala.
Em Milão se dizia, que o Arquiduque de Modena tinha
voltado á capital, depois de hum combate em que ti
nha sahido triunfante, sem que o auxiliassem as tropas
Imperiaes, e só com os seus proprios soldados.
(Idem.) .
As Authoridades de Milão annunciárão oficialmente
a resolução do Gabinete de Vienna d’intervir nos nego
cios da Italia central. O General Nujent chegou com
marchas forçadas a Laybach com 603 homens; e igual
numero de Hungaros que devião formar hum acampa
mento de observação em Gallitzia, tambem recebeo or
dem de marchar sobre a Italia. Parece certo que os
Austriacos vão entrar no Piemonte. (Mensageiro.)
O Correio do Mosela depois de annunciar a pas
sagem de hum corpo do Exercito Prussiano por Dus
seldorf accrescenta : « No dia 10 estiverão nas im
mediações de Surke hum Official General de Enge
nheiros e varios outros de distinctas classes com
objecto de colher dados e levantar hum plano de cam
panha, no que se occupárão até o dia 13. Inclinamo
nos a crer, que o General Bavaro terá noticia destes fa
CtOS.»
Escrevem de Marselha, que se está trabalhando em es
tabelecer huma associação provinciana para defeza legal
da liberdade Catholica. { he o bem que se póde
esperar de huma empreza tão util e tão necessaria no
estado a que as cousas tem chegado, porque além do
seu directo resultado podem estas associações evitar hu
ma grande multidão de desordens ministrando soccor
ros aos Catholicos, que costumão ser objecto de muitos
actos arbitrarios, para reclamarem eficazmente a execu
ção das leis e a manutenção dos seus direitos tão sole
Innemente garantidos. A Religião, a liberdade e a tran
quillidade publica estão igualmente interessadas em si
milhante projecto. (Memorial de Toulosa.)
Em Mausonville, no Departamento do Tarne e Ga
rona, hum tal Manuel l'Homme encarregou a huma ra
pariga, que lhe comprasse agua forte em casa de hum
boticario de Auvillar, e logo que recebeo a mesma
agua forte esperou o momento em que sua mulher aca
báva de sahir de casa para dar aquella terrivel bebida
a hum filho que tinha da idade de hum mez. Logo sa
bio de casa, e quando a mãi voltou dahi a meia hora
achou a criança expirando entre as mais horriveis con
vulsões. Aos gritos que dava acudio a gente, e a jus
tiça não tardou muitas horas em se apoderar daquelle
bárbaro pai. (Idem.)
(Da Gazeta de França copiamos a narração do se-. se compraz em os considerar como outros tantos ami
guinte facto na verdade extraordinario: )
… Estevão Melaye e Cesarina Bigot, da Comarca de
Fresnoy-la-Riviere, amavão-se extremosamente; e tinhão
jurado de já mais se apartarem hum do outro. No ulti
ino sorteio, Melaye tinha tirado o N.° 13, e não po
dendo dar outro individuo em seu lugar, hia ser obri
gado a partir. Mas a idéa de huma separação desolava
os dous amantes, e não podendo supportalla concebem
e executão o triste e cruel projecto de morrerem juntos.
Melaye compra duas pistolas; e na noite de 9 para 10
de Fevereiro deixão suas familias e partem para o cam
[ 238 |
po. Bem depressa se ouvio o estrondo de dous tiros. Os
habitantes de Fresnoy acodem e achão as duas victim as
banhadas no proprio sangue, tendo cada huma ao lado
a arma destinada a terminar-lhes a existencia. A misera
Bigot já tinha expirado, e a sua figura nada tinha de
figura humana. Melaye respirava ainda, mas horrivel
mente mutilado, e sem esperança de ser chamado á vi
da. O tiro dado na bocca tinha-lhe fracturado a cabeça
de tal sorte, que o infeliz não podia articular hum som,
e só com a maior difficuldade poude dar a entender os
factos que havemos contado, e que os dous amantes
havião, por assim dizer, disparado ao mesmo tempo
para cessarem de viver no mesmo instante. A Justiça
tomou conhecimento deste acontecimento tragico.»
HESPANHA.
Madrid, 14 de Fevereiro.
Chegárão hontem a esta Capital D. Alexandre Agua
do, Marquez de las Marismas del Guadalquivir, Ban
queiro da Corte de Hespanha em París, e o celebre
Compositor Rossini. Ambos assistírão nessa noute ao
theatro da Cruz em que se representava a Opera do
Barbeiro de Sevilha, que tanto agrada sempre, e que
com tanto acerto desempenha a Companhia de canto
ria desta heroica Cidade.
O Sr. Aguado teve hoje a distincta honra de beijar
a mão a S. M.
o Idem, 17.
Terminou-se o tempo do Carnaval, que foi nesta Cor
te e em outras Cidades de que temos noticias, hum dos
mais divertidos, apezar de que pela circumstancia de
se não haver concluido o tempo do luto da Corte, se
não poderão preparar muitos bailes que sem esta cir
cumstancia se terião dado por alguns Grandes e parti
culares abastados. Não obstante, alguns bailes houve a
que assistio toda a classe de pessoas, e entre elles mere
ceo justamente a preferencia o que se deo Segunda feira
ultima em casa do Excellentissimo Duque de Montemar,
Conde de Trastamara, pela circumstancia de que sem
esperarem os concorrentes tiverão a Augusta presença
dos Reis Nossos Senhores, e dos Serenissimos Senhores
Infantes D. Francisco de Paula, e sua esposa, que sem
outro acompanhamento que o do Capitão da Guarda
e Gentil-homem, Camareira e Mordomo Mór da Rai
nha, forão honrar e tomar parte naquelle singelo diver
timento, dando nisto nova prova da sua immensa bonda
de e da confiança que lhes inspira o amor de todos os
seus leaes vassallos. •
O que dirão vendo isto esses periodistas mentecaptos,
que se empenhão em pintar a Hespanha como em esta
do de perpetua guerra e reciproca desconfiança! Só de
sejariamos que antes de pintarem a nossa interna situa
ção com as cores que lhes dictão seus máos desejos, se
informassem do que provavelmente escrevêrão os seus
respectivos Embaixadores , e outros viajantes impar
ciaes, que só tendo o interesse de referir o que veem com
seus proprios olhos, pelo menos dirão que a Familia Real
de Hespanha ao passo que cada dia adquire maiores ti
tulos ao respeito e amor de todos os seus subditos, só
gos, ou antes na qualidade de filhos, com cuja ternu
ra podem contar a toda a hora. S. M. a Rainha he
particularmente o objecto de certa especie de adoração,
não só pelas suas graças e suas virtudes, mas tambem
porque constitue a ventura do nosso idolatrado Monar
ca. SS. M.M. permanecêrão no baile até ás 2 horas da
manhã quando se retirárão para Palacio depois de ha
verem ceado em familia, deixando a todos os concorren
tes encantados com tantas mostras de amabilidade de
que cada hum delles recebeo alguma parte. -
º . - (Ext. do Estafeta.)
 [ 239 }
Cadiz, 16 de Fevereiro.
O Lord Maire de Londres publicou a 18 de Janeiro
hum Edicto prohibindo a reunião de huma assembléa
publica, que se tratava defectuar naquelle dia em Smith
feld, com o objecto de dirigir huma supplica a favor
dos que havião comettido attentados contra os pro
pretarios.
Chegou a París o Tratado concluido entre o General
Clausel, e o Bey de Tunes. Pelo dito Tratado o Ge
neral cede ao Bey o Beyliato de Constantina pela quan
tia de hum milhão e quinhentos mil francos. Afirmão
que o Governo recuzara ratificallo por isso que não ten
do posse irrevogavel da Regencia d'Argel, não podia
reder nem alienar parte alguma daquelle paiz, e ainda
quando este fosse declarado colonia Franceza não po
dia desmembrar parte alguma della sem o consentimen
to das Camaras.
Fallando d'Argel diz certo periodico Ingle: o se
guinte: - Milicias, e das Ordenanças; que todos tomárão assento
º A confusão em que se acha o continente nos tem
feito esquecer Argel. Este Reino tem a mesma exten
#ão que a Hespanha com excellente clima, e he a por
da da terra do terror e das riquezas, isto he da região
central d'Africa. As cartas nos dizem, que os conquis
1adores vão reduzindo tudo á Franceza. Já obrigárão
os Mouros a limparem as ruas, e esperão conseguir que
Javem a roupa e o rosto. Abrírão huma grande rua no
centro d'Argel ventilando deste modo a Cidade. Matá
rão innumeraveis cães que infestavão as ruas, e de hum
montão d'imundicia fizerão hum paiz sofrivel. Con
struírão hum theatro de opera, fazendo com que os
Mouros opulentos subscrevão como protectores das bel
las artes. Neste theatro se estabeleceo certo numero de
camarotes particulares dos quaes tem as chaves as Se
nhoras, naturaes do paiz, que vão ouvir a cantoria Ita
liana, e recrear-se com os amores romancescos da Eu
ropa. Contractou-se huma Companhia de dançarinos;
as modistas de París vão acudindo em grande numero
para estabelecer as suas lojas de mercadorias na grande
rua chamada Real. As Mouras estão cheias d’enthusias
mo, como he de presumir, á vista de similhante mu
dança, e passeão pela rua imitando o tom elegante das
Parisienses. "
A expedição que ha pouco sahio dos Estados Unidos
com o fim d'explorar os mares do Sul ficou frustrada.
Alguns periodicos Allemães recebidos em Londres a 31
do mez proximo passado, ano uncião que as tripulações
se haviao sublevado, e que a expedição se achava em
Santa Maria, ao Sul da Conceição. Mr. Reynold e os
mais sabios havião desembarcado na costa do Perú.
(Ext. Mercantil.)
#
*§§ *--*
Lisboa, 10 de Março.
• (Artigo communicado.)
A Camara da Ilha do Fayal, por si, e como repre
sentante dos povos a que preside, composta de seu Pre
sidente, o Illustrissimo Doutor Juiz de Fóra Manoel
Antonio Garcia da Matta, dos Illustrissimos Vereado
tes Gonçalo de Labatt Maria maque Forjaz, Alexandre
Pereira de Lacerda , Estacio Manoel de Sousa Sar
mento de Lacerda, e do Procurador José Ignacio de
Mello Pimentel, possuida do mais vivo enthusiasmo e
ardente desejo de festejar com o devido applauso, e
com digna pompa e grandeza, o venturoso Anniversa
rio d'ElRei Nosso Senhor o Senhor Dom Miguel Pri
aneiro, convidou para este solemne acto as Authorida
des Ecclesiasticas, Militares, e Civis.
Ao raiar de Dia tão brilhante, o mais sereno da es
tação, e sempre memoravel para todos os Portuguezes,
salvou a Fortaleza principal, o Castello de Santa Cruz;
e ás dez horas da manhã se achou reunida a Camara,
que, acompanhada de todos os impregados Civis, sa
hio para a Matriz, na Villa da Horta, para este fim
preparada com o maior asseio e decencia, e alli se lhe
encorporárão, e tomárão assento os Illustrissimos Dou
tor Corregedor da Comarca, Miguel Maria Borges da
Camara, e o Desembargador José Monteiro Torres.
Continuárão a concorrer as Corporações Ecclesiasticas,
Seculares e Regulares, Nobreza, e #", ate que ulti
mamente entrou o Illustrissimo Governador, o Coronel
Antonio Izidoro de Moraes Ancora, acompanhado do
Illustrissimo Tenente Coronel Guido José Serrão, Com
mandante dos Contingentes de Infanteria N.° 1, e 7,
destacados naquella Ilha, e de toda a mais luzida Ofi
cialidade dos referidos contingentes, da Companhia
d'Artilheria que guarnece a Ilha, do Regimento de
nos lugares que se lhes havião destinado. -
A’s onze horas, illuminado o Throno, e nelle encer
rado o Santissimo Sacramento, orou o Reverendo Ma
noel Dias de Lima, bem conhecido pela sua adhesão e
affecto á Sagrada Causa da Realeza, demonstrando tão
sabia como eloquentemente a felicidade que Portugal
tantos seculos tem gozado debaixo do saudavel e pater
nal Governo de Reis tão Pios, como Benévolos, Au
gustos Predecessores do melhor dos Monarcas, o Nosso
Adorado e nunca assás louvado Senhor Dom Miguel
Primeiro, cujo feliz e Legitimo Reinado promette o
suspirado gozo das venturas que a Nação sempre con
fiou receber da benefica Mão de Principe tão Magna
nimo, como Justo e Religioso.
No fim do discurso Oratorio, exposto o Santissimo
Sacramento, entoou o Reverendissimo Vigario Francis
co Xavier da Silva, o Hymno Te Deum Laudamus,
que foi em Musica de escolha, pela primeira vez, ha
bilmente desempenhado pelo Reverendo Thomás Xavier
de Souza, e mais Musicos, que convocou, no meio do
maior jubilo, deceneia, e devoção, e tambem habil
mente acompanhado a orgão pelo Escrivão da Correição,
João de Freitas. •
Acabado este Religioso acto, pela huma hora e meia
da tarde, se retirou a Camara com o mesmo luzido
acompanhamento, e encaminhando-se o Governador
com alguma Oficialidade para o largo do Paço, em
que o esperava a Tropa de Infanteria, e de Artilheria,
com hum Parque de quatro peças, salvárão huma e
outra depois dos Vivas que tres vezes repetio o dito Go
vernador a = ElRei Nosso Senhor o Senhor Dom Mi
guel Primeiro, Legitimo Rei de Portugal= e que fo
rão fervorosamente respondidos pela mesma Tropa e
Povo, que a espectaculo tão brilhante havia concorrido
enthusiasmado, e cheio de gosto.
A noite se illuminou toda a Villa, distinguindo-se
os Quarteis dos referidos contingentes, e da Tropa da
Terra, tendo este em Throno decente a Regia Efigie
de Sua Magestade, elegantemente illuminada, e guar
necida de eloquentes versos allusivos ao assumpto, e ás
incomparaveis Virtudes do mesmo Augusto Senhor.
Tinhão o Major de Infanteria N.° 7 o Excellentissi
mo D. José Maria Carlos de Noronha, e sua digna Con
Senhora Dona Maria, da Arra
sorte a Excellentissima
bida convidado para se ajuntarem em sua casa ás horas
do chá as pessoas mais conspicuas pela sua qualidade,
postos, empregos, e dignidades, e igualmente as Se
nhoras mais distinctas da Villa, que reunidos fizerão
huma assembléa das mais luzidas que nella tem appa
recido. Dados pelo referido Excellentissimo Major os
 [ 210 ]
devidos Vivas a ElRei Nosso Senhor perante a Sua Real
Efigie, e respondidos por toda a Assembléa com o mais
satisfactorio regozijo, se seguírão varias elegantes e bem
executadas contradanças, em cujos intervallos houve
canções em Italiano, e se entoou o Hymno Realista
Portuguez em quadras alluzivas ao assumpto do dia; e
se recitárão Sonetos, em que de improviso se distinguio
o Cirurgião da Armada Real José de Oliveira Soares.
No fim de todas as contradanças foi a Assembléa ge
ralmente servida de refresco , em nada differente da
grandeza
chá.. e profusão com que o tinha sido na hora do
• -
A’s onze da noute foi admittida no meio da Assem
bléa huma dança grutesca de alguns Soldados dos con
tingentes, que no fim e antes de se retirarem derão re
petidos Vivas a ElRei Nosso Senhor, a que houve geral
e plausivel correspondencia.
Terminou finalmente pelas cinco horas da manhã o
plausivel festejo de hum dia, que será sempre caro aos
honrados Portuguezes, nunca esquecidos de pagar os
devidos tributos de sua fidelidade, respeito, e congratu
dação a objectos tão sagrados. Villa da Horta, 27 de
“Outubro de 1830. — Offerecido ao conhecimento públi
co pelo Escrivão da Camara, Antonio Silveira d'Avila.
MEzA DA CoNsciENcIA E ORDENs.
Faital.
Ordem de Christo.
Thesouraria de Nossa Senhora da Graça, da Villa de
21/palhão, na Provedoria de Portalegre.
Da data deste a trinta dias se ha de prover a Thesou
"raria acima referida em Moço do Côro do Real Con
vento da mesma Ordem; e na sua falta em outra qual
quer Pessoa, que se mostre habilitada. Os Oppositores
offerecerão dentro do dito termo improrogavel na Se
cretaria da Ordem em mão do respectivo Escrivão da
Camara de Sua Magestade os seus papeis correntes; a
saber : Os Moços do Côro , que se acharem ainda no
* Convento, Certidão de idade; Certidão de Matricula;
Folha corrida ; Attestação do Reverendo Dom Prior
Mór, na qual se qualifique o seu Serviço, morigeração,
e mais circumstancias : e os que já estiverem fóra do
mesmo Convento juntarão mais huma igual Attestação
de vida e costumes passada pelo respectivo Paroco.
Aquelles porém que se acharem providos em algumas
Thesourarias, além de todos esses papeis, juntarão tam
bem Attestação de residencia e comportamento passada
pelo Juiz da Ordem da Comarca a que pertencerem
estas Thesourarias. E finalmente os que não tiverem a
"qualidade de Moços do Côro juntarão sempre com os
seus documentos Certidões de idade, Folha corrida, e
aquella Attestação do Paroco.
E se adverte que todo o Oppositor , que dentro da
“quelle termo não apresentar os referidos papeis, será
excluido deste Concurso : e que o Provido ficará obri
gado a entregar na mesma Secretaria Certidão da sua
posse, e do respectivo Inventario , e fiança dentro de
outros trinta dias consecutivos ao Despacho , por que
fôr nomeado. Lisboa, o primeiro de Março de mil ou
tocentos trinta e hum. — Luiz Martins Basto.
→ ++
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
*—«§§ «—º
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 10 de Março.
mbarcações avistadas.
6 h. 20 m. 1 Bergantim sem bandeira, e 1 Escuna dito,
a Oeste do Cabo da Roca, navegão para Sul,
12 h. 31 m. 1 Brigue Escuna sem bandeira, ao Norte
do Cabo do Espichel.
Embarcação entrada em S. Julião.
4 h. 20 m. 1 Brigue Escuna Portuguez.
Embarcações sahidas de Belém.
11 *#ará.
m. 1 Bergantim Portuguez, Esperto, para o
1 h., 20 m. 1 Bergantim Portuguez, Espirito Santo Es
peculador, para as Alagoas, 1 Brigue Escuna di
to, Divino Imperador, para a Ilha de S. Miguel,
e 1 dito dito, Monte do Carmo e Almas, para a
Ilha da Madeira.
• •
à–=
Publicações Litterarias.
Sahio á luz o N.° 14 do Desengano.
Sahio á luz o N.° 15 da Contra-Mina: vende se por
30 réis, em Lisboa, Belém, e Porto, e nas lojas do
COStume. •
Passatempo divertido, ou Collecção d'anecdotas etc.,
contendo muitos factos extravagantes e Jocosos, ditos
satyricos, simplicidades, astucias, equívocos singulares,
réplicas mui judiciosas, e huma infinidade de boas ma
ximas moraes: preço 360 rs.
Sahio á luz: Grammatica Franceza, Theórica e Pra
tica. Esta obra contém tudo quanto he necessario para
se aprender com perfeição o Idioma Francez, lison
jeando-se o seu author, á vista do novo plano porque
a redigio, que o estudo daquella lingua será d'ora em
diante tão agradavel para os estudiosos como facil para
os professores: preço 800 rs. Vendem-se estas duas obras
na toja de J. Henriques e nas do costume.
Annuncios.
O Senado da Camara destina o dia vinte e dous do
corrente mez, pelas onze horas da manhã, para arre
matar a quem menor preço oferecer o fornecimento de
ecarnes verdes
segundo para o necessario consumo desta Cidade,
o costume. •
Quem quizer arrematar os generos para consumo do
rancho do Regimento d'Artiltreria N.° 1 no proximo
trimestre, póde comparecer no dia 18 do corrente na
Secretaria do Regimento pelas 10 horas da manhã.
No dia 18 do corrente, pelas 11 horas da manhã, na
Secretaria do Regimento de Infanteria N.° 13, se ha
de proceder á arrematação dos generos para o consumo
do rancho no 2.° trimestre de 1831.
Na rua da Fé, N.° 35, primeiro andar, Freguezia
de S. José, se indica a morada de humas mestras que
tem pessoas capazes que dem para seu abono: acceitão
meninas para sua casa de 3 annos por diante, para as
sustentar e ensinar a ler, escrever, contar, cozer, mar
car, bordar e fazer meia, por 43.800 rs. cada mez.
No dia 18, na Secretaria do Regimento de Infanteria
N.° 1, se acceitarão os lanços para o fornecimento do
Jancho do mesmo Regimento, no segundo trimestre.
Vende-se a quinta de Marialva de baixo, Freguezia
de Corroios, termo d'Almada, constando de casas al
tas, poço, mora, tanque a rega, lagar e mais oficinas,
vinha e arvores de fructos , he livre de foro : seu dono
mora na rua nova da Piedade N.° 8.
=I ===
 NUM 61.
GAZETA DE LISBOA.
SABBADO, 12 DE
Xee->#%$#@@@$$#9&#=
+
| ADVERTENCIA.
As pessoas que quiserem subscrever para a Gazeta de
Lisboa pelos mezes d'Abril, Maio, e Junho, podem
dirigir-se á loja da Administração, na rua Aurea, 4.°
quarteirão, N.° 23ó: as Cartas das Provincias serão
remettidas (com porte pago) ao Administrador da loja
da Gazeta, José Joaquim Nepomuceno Arsejas: preço
da assignatura 33600 réis.
|-
PARTE OFFICIAL.
R E A L E R A R I o.
Nos dias 14 e 15 do corrente, se pagão na Thesou
raria Geral dos Ordenados os mezes de Outubro, No
vembro, e Dezembro de 1829, da Folha do Subsidio
Litterario.
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
FRANÇA.
Paris, 20 de Fevereiro.
Na Sessão de hontem na Camara dos Deputados Mr.
Keratry attribuio a actual effervescencia ás esquentadas
theorias dos Estudantes, e recommendou que se repre
sentasse o procedimento destes a seus pais, instando com
urgencia para que o Governo houvesse de usar das mais
promptas e decisivas medidas a fim de atalhar e punir os
que excitavão a multidão a commetter attentados.
(Extracto do M. Post.)
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 23 de Fevereiro.
Hontem na Camara dos Communs apresentou Lord
Howick o projecto de huma medida para que os que
não podem conseguir occupação na Inglaterra a obte
nhão nas Colonias. Disse que a medida que tinha que
propôr era authorizar o Governo para introduzir certos
ANNo 1831. -
MARÇo.
regulamentos a respeito da emigração que agora se es"
tava efectuando da mãi patria para as Colonias; para
fornecer os que emigrassem com meios de transporte, é
colocallos no estado de conseguirem occupação; : que
não tencionava propôr, que os fundos para cobrir simi
lhante despeza sabissem da receita geral do paiz, mas
sim que os particulares ou as parroquias os adiantassem
sobre o principio de serem reembolçados no prazo de
dez annos. Observou que bem sabia, que se havia de dia
zer, que similhante medida não era applicavel á Irlan
da ; porém que se o principio tivesse bom exito na sua
execução, muito facil seria ampliallo, e se levantarião
os fundos em alguns Condados ou em toda a Irlanda.
Accrescentou que a outra importante medida que tinha
que propôr era, que se os individuos que emigrassem,
falhassem no objecto de alcançar occupação, o que
unicamente se poderia attribuir á sua propria culpa,
nesse caso perderião todo e qualquer direito a ser soc
corridos quando regressassem a Inglaterra. Ponderou
que no Relatorio de Mr. Richards sobre o mesmo asa
sumpto se via, que nas Colonias Britannicas d'America
Septemtrional havia vinte e dous milhões de geiras de
terra por cultivar; que "a despeza de conduzir para
aquellas partes hum homem indigente com sua mulher
e dous filhos fôra orsada em 66 libras esterlinas, mas
que entendia que a tanto não chegaria o custo; que o
plano devia prover para que os homens trabalhadores e
industriosos viessem a ser em tempo competente pro»
prietarios de terras, comprando-as e não por conces
são, visto que assim lhes darião maior valor por isso
que erão alcançadas pelo seu proprio trabalho. Refe
rio-se depois o orador a varios relatorios e partecipações
Oficiaes, que mostravão que em consequencia do alento
que já se havia dado, a emigração tinha tidº rapido
augumento des de 1828, e havia produzido os maiores
beneficios, tanto aos que havião sahido da Inglaterra,
como aos mesmos estabelecimentos coloniaes ; que se
isto acontecia nas Colonias Inglezas da America Sep
tentrional, as d'Australia apresentavão ainda maiores
vantagens. Rematou pedindo permissão para introduzir
hum Bill a fim de facilitar a voluntaria emigração para
as possessões coloniaes de S. M.
S. Jorge Murray apoiou o principio da medida
proposta , ponderando que se havia demasiada po»
pulação na Grã-Bratanha a medida em questão hia
facilitar ao homem pobre e industrioso meios de pro
curar outra terra em circumstancias mais prosperas,
e fundar honroso e feliz domicilio para a sua poste
ridade. Accrescentou porém, que nunca se havia in
clinado a que se oferecesse huma gratificação para dar
estimulo á emigração, mas que plenamente se deixasse
isso á vontade de cada hum. •

Mr. Tennant fez objecção á adopção da medida pro huma abundante população a paz e a prosperidade.
posta pelo nobre Lord, por isso que se se executasse Mr. Baring disse, que, o ultimo Orador antes se diri
acarretaria sobre a nação Anova e oppressiva despeza,
tanto mais na supposição de que aos 10 annos seguin
tes houvesse augmento de população. Pedio que se sus
pendesse a execução da medida até que plenamente se
discutisse o assumpto da colonisação. ("… . . .
Mr. Grattan foi de parecer que o projecto em ques
tão pouco efeito poderia ter no estado da Irlanda; que
convinha huma medida mais praticavel; que entendia de poderem os vizinhos, hir com suas familias, esta
qde I] à "…~ meios soccorso; que havia # belecer-se onde houvesse n㺠só probabilidade de ob
abundancia de terra baldía, e que portanto se devia $ter subsisteneia, mas tambem, de adquirir as com
eultivar; oppoz-se á sahida da população e sustentou,
que toda a vez que os proprietarios procedessem com . em breve se desvanecerião as nuvens que obscurecião o
justiça e generosidade e residissem nas suas terras, a " paiz; acabaria o temor da desordem e dos numerosos
emigração era desnecessaria. " (" ""
O Chanceller do Exchequer disse, que o objecto da
medida proposta era remediar de alguma sorte as per
niciosas consequencias resultantes da demasiada popu
lação na Inglaterra; que o Bill não era applicavel es
pecialmente á Irlanda onde se precizava differente pro
cedimento; que a fespeito da Irlanda tencionava o Goº
verno acudir por meio d'emprestimos que se devião emº
pregar facultando occupação ; que o Bill_proposto
era relativo ao accrescimo da população na Inglatórra
e que contemplado nesse ponto de vista se acharia ter
numerosas vantagens. Rematou dizendo, que se oppunha
a toda e qualquer emigração compulsoria, e que en
tendia que o Governo devia intervir nisso o menos que
fosse possivel, mas que sempre seria necessario fazer al
guma cousa para acudir ao paiz, e não podia conceber
que houvesse melhor plano do que o proposto.….…, : \,
Mr. Sadler oppoz-se ao principio da medida, decla
rando que se se pozesse em pratica hia privar a popu
lação agricultora da sua força principal, e deixar os
que ficassem sobrecarregados com certa especie de nova
Divida nacional; que além disso o atalharia, ou talvez
aniquilasse o espirito de verdadeira-benevolencia capaz
de muitos sacrifícios para fazer o bem dentro do paiz ;
que se carecia de melhoramento na patria, e não da
emigração de homens uteis; que o Nobre Lord (Howick)
não propozera a emigração dos inha beis, fracos, ocio
sos, alejados, ou anciãos, mas dos industriosos, intel
ligentes, fortes, e perseverantes, que nenhum paiz podia
dispensar sem perda. Disse que des de os primeiros tem
pos, e nos paizes mais incultos, sempre houvera o cla
mor de superabundante população; que o Indio destruia
os proprios filhos para que a demasiada população não
causasse a fome; que em paizes civilisados, e entre el
les a Inglaterra, existíra a mesma idéa monstruosa; que
se olhassem para outros paizes verião abundante prova
de que antes existia diminuta do que excessiva popula
ção, Negou que na Inglaterra ou na Irlanda fosse a
mesma população demasiada. Perguntou se a terra no
Canadá era mais fertil do que na Inglateara; por que
razão se não cultivavão os terrenos baldios; por que mo
tivo se havia de emprehender huma viagem ao Canadá
quando sem perigo se podia achar na patria hum resul
tado mais favoravel! Proseguio recommendando á Ca
mara, que contemplasse o assumpto em hum ponto de
vista mais elevado: que visse se convinha quebrar os
mais preciosos vinculos da natureza humana, matar os
pobres á fome, ou induzillos a sahir dos seus lares só
para se livrarem de hum mal imaginario; e que nenhum
homem sensato entenderia, que a Grã-Bretanha podesse
longo tempo possuir Colonias povoadas de similhante
modo, º Concluio dizendo, que o remedio era necessario.
mas que não era nos Antípodas que se devia bir procu
rar; que o tinhão á mão; que não era opposto á emi
gração, mas só sustentava que o individuo que quizesse
emigrar ficasse no mesmo pé que o viajante; que o uni
co recurso que faltava era occupação e que estava prom
pto a mostrar o modo de a fornecer, dando assim a
[244]
gíra ao coração do que º áo entendimento; que nunca
víra huma questão tratada mais injustamente do que
a actual; que nada havia no plano que envolvesse
forçada emigração , ou falta de commiseração para
com os pobres. Que esta medida não teria o resulta
* ** • •
do de quebrar os preciosos vinculos de que falara
tão patheticamente, por isso que facultava os meios
modidades da vida; que se se adoptasse o plano proposto
…1 # { males resultantes do repentino abatimento de varios ra
mos da industria.
*****
Mr. HVarburton oppoz-se ao projecto da emigração
. … ** •
dizendo, que huma vez que se não podesse mostrar que
o numero de gente que emigrasse seria suficiente para
augmentar a occupação dos que ficassem, o projecto
seria nocivo. Que para dar remedio se calculava que
2003 devião emigrar cada anno; que o plano de
via falhar se esse não fosse o numero dos que emi
grassem. Concluio dizendo que o melhor meio de acu
dir á população indigente era empregando capitaes em
terras na Inglaterra; que assim se augmentaria a força
e a riqueza do paiz, e se diminuiria o * onus dos impos
* * **
tos dividindo-o entre maior numero, º - -
Mr. Baring falou novamente ponderando, que a
classe que mais sofria era a agricultora, cuja situação
era impossivel descrever adequadamente; que o Depu
tädo de Newark (Mr. Sadler) negara que houvesse su
perabundancia de população, e fallara da dignidade
da natureza humana e de outros assumptos similhantes;
que o não seguiria por que o não entendia. (Riso.) Per
guntou se podia haver cousa mais clara do que a super
abundancia do trabalho quando não havia emprego que
se lhe desse! Se havia menos dignidade em mandarho
mens gozar a abundancia em outros paizes do que em
os conservar na patria no ultimo gráó da miseria? Ob
servou que não havia no plano compulsão alguma; que
era o maior acto de caridade mandar os indigentes aos
paizes onde podessem alcançar a paga do seu trabalho;
que as vantagens da emigração consistião na grande
fertilidade das terras no Canadá, e na facilidade com
que os trabalhadores alcançavão occupação logo depois
da sua chegada; que tinha noticia de muitas Parroquias
que havião ficado desoneradas da despeza de sustentar
os pobres por meio da emigração; que esperava que o Bill
tivesse bom exito; que huma das partes do mundo on
de havia mais gente feliz era na Russia, por que havia
maior extensão de terra onde os homens se podião espa
lhar; que alli vivião no estado da maior felicidade ten
do as commodidades da vida, ao passo que na Ingla
terra estava o povo no estado mais abjecto da miseria.
Depois de mais alguma discussão se decidio, que se
eoncedesse permissão para se introduzir o Bill.
- (Ext. do M. Post.)
a Lisboa, 11 de Março.
(Artigo communicado.)
ElRei Nosso Senhor, attendendo ao que Lhe represen
tou o actual Juiz de Fóra da Villa de Penella, Pedro
de Sousa Pinto de Barros Cachapuz, em Audiencia de
13 de Janeiro do corrente anno, Houve por bem conce
der-lhe o uso da Medalha da Real Efigie da Imperatriz
Rainha Nossa Senhora, que Santa Gloria haja, para o
supplicante e sua mulher Dona Ignez Sanches Barre
to: Perdigão , e º seus filhos Antonio de Sousa Pinto.
 [ 243 |
de Barros Cachapuz, Dona Candida Augusta, Dona
Maria da Conceição, a sua cunhada Dona Anna Jus
tima de Figueiredo Amaral; e Dona Thereza Eugenia
de Coimbra: bem assim lhe concedeo a Graça do uso
da Medalha da Real Effigie de ElRei Nosso Senhor pa
ra as pessoas seguintes: aos da Camara da Villa de Ser
pins do anno de mil oitocentos e trinta; ao Prior. An
tonio Jacomo de Noronha; ás Religiosas do Real Mos
terro de S. Bermardo de Cellas; a Dona Thereza Euge
nia; a Justino Candido da Piedade, a ambos os Prio
res da Villa de Penella; a José Joaquim de Oliveira,
e a sem filho Joaquim José de Oliveira; a João Maria
Peres; a Manoel Lourenço de Jesus: o uso da Medalha
de prata a Joaquim Afonso; a Luiz Antonio Ferreira;
a Manoel Joaquim Thesoureiro; a Antonio Duarte; a
- A meditação ou o estudo inclue o exercicío do enten
dimento pelo qual aproveitamos todos os methodos am
teriores para o augmento dos conhecimentos e da sabe
doria. He pela meditação que consolidamos a recorda
ção das cousas, da nossa propria experiencia e das ob
servações que fazemos. Pela meditação deduzimos va
rias inferencias e estabelecemos no nosso espirito os ge
raes principios do saber. He pela meditação que fixa
mos na nossa themoria tudo quanto aprendemos, e for
mamos o nosso juizo a respeito da verdade ou falsida
de, força ou fraqueza do que outros dizem ou escrevem.
He pela meditação ou estudo, que se deduz longa se
rie de argumentos, que se procurão e descobrem pro
fundas e difficeis verdades anteriormente occultas na oos
curidade. - • (HVatts.)
|-

Manoel Antonio Simôes; a Luiz dos Santos Palrinhas; #

*—*$$*--*
a Pantaleão Mendes; a José das Neves Freire; a Luiz
José da Silva; a João Duarte; a Bernardino José; a _Telégrafo. — Serviço da Barra. — 11 de Março,
José Maria Freire; a Joaquim do Carmo; a Carlos Go O Brigde Escuna Portuguez que entrou hontem chama
mes Novo; a Maria Helléna; a Manoel José Ferreira ma-se Bom Jesus, da Ilha de S. Miguel, 19 dias,
Tunes; e a Joaquim do Rego. mala, 1 passageiro trabalhador. . .
1 , º * ** * , i < …
- -
Embarcações avistadas.
* * * * ** *
*--* $$ *-* 6 h. 15 m. 1 Bergantin sem bandeira, a Oeste do Ca
bo da Roca: navega para o Norte. - -

- 1° * * * ** * Litteratura.
· · ·· * * * *
, , 8 h. 52 m. 1 Brigue Escuna Inglez, ao Norte do Cabo
do Espichel.
Diferentes methodos de aperfeiçoar os conhecimentos. 10 h. 22 m. 1 Cahique sem bandeira, ao Sul do Cabo
da Roca: navega para o Sul.
Ha cinco meios ou methodos principaes pelas quaes 4 h. 45 m. 1 Escuna sem bandeira, ao Norte do Cabo
o entendimento aperfeiçoa os conhecimentos, e são: da Roca. * *
" … Embarcação entrada eh S. Julião. •
a observação, a leitura, a instrucção por meio de ex
plicações scientificas, a conversação, e a meditação; 10 h. 3 m. Embarcação
1 Brigue Escuna
sahida Inglez.
de S. Julião. •

o ultimo destes he mais particularmente denominado

estudo. 1 h, 26 m. 1 Escuna de Guerra Portugueza, Memoria.
Embarcações sahidas de Belém. " •

A observação he a attenção que se presta ás occor

rencias da vida humana sensíveis, ou intellectuaes; quer 10 h, 50 m. | Bergantim Inglez, para Bristol. + +

relativamente a pessoas ou cousas, quer a respeito de 1 h. 26 m. 1 Galiota Hollandeza, para Amsterdam.

nós mesmos ou de outrem. He a observação que des de 3 h, 28 m. I Brigue Escuna Portuguez, Dezoito de
a infancia nos fornece com mui copiosa variedade de Novembro, para o Rio de Janeiro, e Santos; e
idéas, proposições, palavras, e frazes. He por este 1 Brigue Escuna Inglez, para Londres.
meio que conhecemos que o fogo queima, que o Sol * #**** • |- +

emitte a luz, que a semente produz a planta, que o

homem he capaz de raciocínio e de discurso, que os ApMINIsrRAção do Com a E1o GERAL. •

homens morrem , que sets corpos são conduzidos á

sepultura, e que huma geração succede a outra. Tudo • Navios a sahir. |-

quanto vemos, ouvimos, e sentinos, tudo quanto per

cebemos pelos sentidos ou que conhecemos de hum mo Março 17. Para a Ilha de S. Miguel a Escuna Neptuno.
de directo quasi sem exercicio algum das nossas facul 18. Para a Ilha de S. #
o Brigue Escuna
dades intellectuaes, ou pela força do raciocinio, póde Correio de S. Miguel. - -

ser incluido debaixo da geral denominação de obser 18. Para a Ilha de S. Jorge o Hiate S. José
Venturozo. /* •

vação.
A leitura he o methodo pelo qual obtemos noticia de 24. Para a Ilha de S. Miguel o Brigue Escuna
S. Bernardo. " , º
tudo quanto os outros homens tem publicado ao mun
do em seus escriptos. As artes da leitura e da escripta -
==
são de huma vantagem infinita; por isso que assim vi
mos a ser partecipantes dos sentimentos, observações, Publicação Litteraria.
raciocinios e melhoramentos de todo o orbe scientifico, Sahio á luz: Lição e Recreio, ou nova escolha de Con
entre os mais remotos povos nos seculos passados quasi tos Moraes, Anecdotas, Novellas, e Historietas, 280
des de a origem do genero humano. réis. O Dezafio, ou os efeitos do Ciume, 160 réis: ven
Os Discursos publicos ou particulares são instrucções dem-se
AugustanaN.°
loja2. de Antonio Marques da Silva , na rua
•

verbaes dadas por hum Professor ao passo que os que • Annuncios.

aprendem o escutão em silencio. Deste modo oprende
mos do pulpito a Religião; e a Theologia, a Filosofia, D. Izabel Martins da Silva, viuva, e Cabeça de Ca
as Mathematicas mostrando-nos o Lente varios theo sal do falecido Caetano Martins da Silva, tendo visto
remas ou problemas ete. •
na Gazeta N.° 55, do dia 5 de Março, o annuncio de
A conversação he outro methodo de aperfeiçoar o en D. Catharina Francisca Pacheco, que declara sujeitos
tendimento pelo qual empregando o discurso e a inda ao pagamento da sua divida todos os bens da herança,
gação conhecemos os sentimentos dos outros e lhes com - annuncia que a dita Pacheco não tem Sentença final
municamos os nossos do mesmo modo." A's vezes mar que julgue o liquido da avaria grossa de que deriva o seu
verdade se acha só de hum lado toda a vantagem: co-, prezumido credito por pender sobre embargos a sen
mo por exemplo quando o mestre e o discípulo discor tença que julgou a sobredita a varia, de que he Escri
Tem juntamente, porém o proveito he com frequencia re vão Martinho Bartholomeu Rodrigues, por cujo moti
ciproco. •

vo nenhum direito tem ao producto da arrematação da

 [244]
amarra de ferro que se acha em praça; tendo aliàs re-
gresso, no caso de vencimento contra a massa da he
rança, que por nenhum titulo pode considerar-se falli
da, mas sim no mesmo estado em que sempre esteve,
de responder pelas suas dividas passivas; o que parteci
pa ao poblico para que o referido annuncio não obste
aos efeitos da errematação.
. Pelo Juizo do Fisco dos auzentes do Reino, e nas
casas da residencia do Desembargador Juiz do mesmo
Fisco, a S. Sebastião da Pedreira, N.° 21, nos dias
14, 15, e 16 do corrente, pela manhã, se ha de pôr
+ Na fabrica de serralheria de C. Becker na rua do ar
co do Bandeira N.° 68 e 69, se achão á venda varios
trincos de cancella ou porta, de movimento circular de
chaves mui pequenas e polidas, pelo preço de 13200 a
23400 réis; dois cadeados grandes para porta de arma
zem; varias fechaduras de caixa ou baú ; e alguns segre
•
dos para tapar a entrada de fechaduras de porta; Inar
tellos tirturantes para bifes a 480 e 600 réis; hum folle
pequeno cúbico de nova invenção proprio para curioso
de mecanica. Na mesma fabrica se faz toda e qualquer
obra de aço, ferro, ou latão. ••

em Praça para no ultimo dia se arrendar a quem mais
der, o Morgado situado nas Villas de Extremoz e Vei
ros, pertencente ao auzente Conde d'Alva.
Pelo mesmo Juizo, e perante o dito Desembargador,
e ditas casas, nos mesmos dias, pela manhã, se ha de
pôr em Praça para no ultimo se arrendar a quem mais
der, o Morgado_denominado do Porto, situado na
Comarca de Barcellos, pertencente ao auzente Conde
d'Alva.
Pelo mesmo Juizo, e perante o dito Desembargador,
e ditas casas, nos dias 16, 17, e 18 do corrente, pela
manhã, se ha de pôr em Praça para no ultimo dia se
arrendar a quem mais der, o Morgado d'Alva, situado
na Comarca de Vizeu, pertencente ao auzente Con
de d'Alva. -
Nas manhãs dos dias Segundas, Quartas, e Sextas do
corrente mez se arrendão em particular na Camara da
Basilica de Santa Maria # denominadas e grossos |}
da Igreja de S. Martinho da Villa de Cintra, e miunças
da mesma Igreja, de Colares, da Teira Secca, e de Pe
liteiros; grosses e meunças de Torres Vedras; grossos
e meunças de Bucellas ; dizimos de Obidos e Alvorni
nha; dizimos de Aldêa Gallega, Alcochete, Samoco, e
ra Corrêa; redizimas de Santarém, Porto de Moz,
e Ourem ; redizimas da Charneca, e das cinco Igrejas
de Lisboa.
, Quem quizer huns serviços de Inspector de Estradas,
de muito merecimento, póde dirigir-se á rua da Prata
N.° 133, loja de papel.
Arrenda-se por huu ou mais annos a excellente casa
da quinta da Torre do .Fato, no sitio da Luz, com to
dos os commodos para huma grande familia, e tem boas
oficinas, -cocheira, e cavalharice ; tambem se arrenda
a quinta : quem quizer huma ou outra cousa, dirija-se
á lameda de Santo Antonio dos Capuchos N.° 1.
· Vende-se hum olival, sito no Chão da Serra, termo
de Torres Novas, com seis mil pés de oliveira em bom
estado , livre de foro, e de todo e qualquer encargo, Inglaterra.
Poz de Seidlitz para fazer a agua de Seidlitz: —Com
estes poz se faz huma bebida laxante, não só tão agra
davel como a agua de soda, porém possuindo ao mes
mo tempo todas as propriedades medicinaes , , que tem
tornado tão estimada a nascente de Seidlitz em Allema
nha: vendem-se em bocêtas na botica de G. C. Morley,
rua do Corpo Santo N.° 24.
Julien, cabelleireiro de París, morador na rua das.
Portas de Santa Catharina, N.° 29, 1.° andar, defron
te da rua de S. Francisco da Cidade, estabeleceo hum
armazem de perfumes Franceses por grosso e miudo,
onde se achará tambem hum bello sortimento de joias
Francezas da ultima moda de París, pentes para Se
nhoras, marrafas de cabello e de seda das mais moder
nas; laços de varias qualidades, ultimamente recebidos
de París; varios relogios de sala, paineis com realejos,
candieiros de cristal, jarras de flores, flores artificiaes,
cristaes, porcelanas, e outros objectos de gosto, tudo por
preços commodos: tambem no dito armazem se recebem
encommendas para mandar vir fazendas de França.
No armazem de vinhos na rua Augusta N.° 79, se
vendem por grosso e miudo vinhos de todas as qualida
des e os mais superiores, e alguns de dois annos, sem
ter a mais leve confeição (proprios para meza, e para
doentes); os ditos vinhos são do Cartaro, Arruda, Cha
musca, Lavradio, Cadafaes, Bucellas, e Termo a 100,
120, 140, e 160 réis a canada, postos nas casas parti
culares, e armazens, sem mais despeza alguma: havina
gres generosos de puro vinho sem confeição, por grosso
e miudo: aguas ardentes de prova muito fina, e { her
va doce : o proprietario tem o seu armazem de retem
no Poço do Bispo, e por isso acceita encommendas dos
diferentes vinhos tanto para embarque, como para a
terra.
Na travessa do Corpo Santo N.° 2, ha para vender
peixelin, e bacalháo fresco, de muito superior qualida
de, por preço commodo, e chegado proximamente de
•

cujo ajuste se poderá tratar na rua dos Ourives do Ou ia travessa do Corpo Santo, loja de Carlos Ellis
ro, na loja N.° 23. filho, N.° 13, se vendem azeitonas d'Elvas, e de Sevi
Vendem-se as seguintes propriedades urbanas e rústi lha, Orkney Cod Fish, salmão de escabeche em barriz,
cas; quem as pretender comprar, dirija-se a Diogo Ro e salmão fumado, tudo da melhor qualidade.
berto Higgs, na rua dos Fanqueiros, N.° 131: Hum O carpinteiro de seges morador na rua dos Calafates
cazal que se compõe de hum prazo com dezenove terras N.° 93, tem para vender hum carrinho Inglez de qua
de lavoura, chamado a Figueirinha, no termo da Vil tro rodas, do melhor gosto, e com todos os arreios pa
la de Oeiras; mais tres dominios directos no mesmo si ra governar a cordões; e tambem vende hum cavallo de
tio, e quatro propriedades de casas dentro da mesma marca muito bom para cavallaria, manso, e sem mo
Vilia: hum casal com terras, vinhas etc. no lugar do lestias.
Refugidro, termo de Alemquer; huma marinha de sal
em Setubal, de 75 moios de repartição; huma vinha
no sitio da Villa do Lavradio, chamada a Telha; hu P Estiva.
ma casa na rua de Marco salgado, N.° 1 e 2, com lo Preços do de
Pão14e Azeite
a 20 depara a semana
Março que principia
de 1831: p
jas, primeiro, segundo, e terceiro andar; quatro pro
priedades de casas no alto da calçada de Santa Anna, Pão de arratel na forma da Lei - - a 44 réis.
que rendem 9303000 rs.; e huma casa na travessa do Em metal - - - - - - - - - a 37 réis.
Pateo das Vacas, N.° 16 a 20, na calçada da Ajuda. Canada de Azeite - - - - - - a 235 réis.
+-

LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.

 [ 245 ]

SUPP L E MENTO
A O NU ME R O 61

GazETA DE LISBOA.
# DOMINGO , 13 DE MARÇO DE 1831.

Lisboa, 13 de Março. pelos rebeldes Hespanhoes, que o Governador de Gi

Estamos authorizados a publicar, que se recebêrão
Sabbado, 12 do corrente, participações Oficiaes em
data de 9 do corrente, transmittidas por Expresso do
Governador das Armas do Reino do Algarve, constan
do em resumo o seguinte das communicações feitas pelo
General Quezada, Capitão General da Andaluzia, que
tinha o seu Quartel General no porto de Santa Maria:
que a Cidade de Cadis estava na mais perfeita tranquil
lidade, que a Ilha de Leão depois de ter sido roubada qualquer ponto dos dous Reinos da Peninsula.
braltar tinha expulsado daquella Praça, não consintin
do alli a permanencia delles, tinha ficado logo em per
feita communicação com a Cidade des de o dia 5: que
os ditos rebeldes perseguidos na retirada, tinhão sido já
vinte delles apanhados em Caceres, hum dos quaes era
o celebre Chefe Manzanares, e que hião em consequen
cia a ser fuzilados.
Esta he a sorte que tão tenazes e escandalosos inimi
gos da sua patria, e assolladores dos povos tem de ex
perimentar todas as vezes que fizerem taes tentativas em

LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.

 * "}"}" {{ } * { ;- ,* 4; "* "{{#
#. e; A

** * ** . ] () /,

- • – – --- -- ******* * * * ********------—––— — — — —

12:I Gº O'>{ / <! (I º I . ( , I, OCI

- - --------……………………….………………____________________ ___________ … --

>, + |- - • - … - • •

º ºb º
- -
o rºwsº o * -
rp , …….… …,\\ = a
+ |-
. , , - º #1 , o, .
… ai do , os a . oº , : "priº oi… :::…|… , d i w }…
-"º
1 x :nº e, e obsº; gr… . . …" º soa a . ".." … 1,.. …... …; " · .
e … o o º!, e b ºi… . } … … o , o "… º e … ; " " … º · 4 • • #

* * * * #ia , . abst:;" ºu co!… , , , , , , , ao rio ao " > ""; i := …; , º 1º voº ob sí .……… . .

* * * * * …!) …" ] , zoºo…") nº otº, º : , , tob º cºr ot, o. " "… … ! . . "al" , , (.5 e ºi, ;
- tºupº-mor e cºrd em p º . 2…….…… " …" … o -……… , .* . *, b, …"… ) - º A. a b , , , , …
… . - e , " …i… - …?… …" . , , o ":" " … o oaru - º ,
- in: 1, …o o!," do , º º zar a e o i : e,, , , , ! …p , : "……. , , , , , … :: …") . ….……!) …
- º "!" … t e º q …
* * * . • . ! … º , ali… ! … :) …; • • . s …\, .….…. … oi 1 … i ' . . * * * … • |- : ) …… e , • •

º "…; …" … …. I trº:"vi, riº - o . - "… , , ………… q - up… 1 # : ; ; c. 1 e , aº , ) e o "… O .

….…….…"; "tº aos º nº º i, , , , … , ,… … " … … -. " " … …", ... i s e… . . 2 - …

+
•

• • • * • ….……… * * * **************** * * * * * ** * *-* * ***… * … --- … =* …º -- - • - - __--_- -

• • • |- + * * · :
. :Y :[ { , * , , , , ! ; i |
 NUM. 62.
GAZETA DE LISBOA.
----=>>>8<>#@$1<9e<<=-
SEGUNDA FEIRA, 14 DE MARÇO.
PARTE OFFICIAL.
Extracto da Ordem do Dia N.° 15.
Quartel General no Paço de Queluz, em 11
de Março de 1831.
Por Decreto de 4 do corrente mes.
Coronel, e Governador do Forte de Espozende, o
Tenente Coronel do Regimento de Cavallaria N.° 1,
João Marcellino da Costa Araujo e Sousa.
Capitão de Cavallaria, contando a antiguidade des
te posto de 26 de Outubro do anno passado, o Tenen
te de Cavallaria com exercicio no Real Collegio Mili
tar, Gaspar Antonio de Sá Sarmento Pimentel,
Capitão com o mesmo exercicio que actualmente tem,
o Tenente graduado em Capitão, João Jorge de Fi
gueiredo, Ajudante de Ordens do Governador da Pra
ça de Peniche, o Brigadeiro Antonio Feliciano Telles
de Castro Apparicio.
Ajudante de Ordens do Brigadeiro Joaquim Telles
Jordão, que se acha governando a Torre de S. Julião
da Barra, o Alferes addido ao Regimento de Infante
ria N.° 16, Joaquim Telles Jordão.
Ajudante da Praça de Miranda, com a mesma pa
tente que tem, o Alferes da Companhia de Veteranos
de Miranda, Manoel Antonio de Sousa.
Regimento de Infanteria N.° 1.
Capitão da 2.° Companhia de Granadeiros, o Capi
tão da 4.° Companhia, Antonio José de Gouvêa.
Capitão da 2.° Companhia, o Capitão do Regimen
to de Infanteria N.° 12, José Alves de Sá Mendonça.
Capitão da 4.° Companhia, o Tenente do Regimen
to de Infanteria N.° 24, José Teixeira Bacellar.
Demittido pelo requerer, allegando motivos attendi
veis, o Capellão Frei Vicente de S. Candido.
Regimento de Infanteria N.° 7.
Capitão da 2.° Companhia de Granadeiros, o Capitão
da 3.° Companhia, Theotonio Borges da Silva Leote.
Capitão da 3.° Companhia, o Capitão do Regi
mento de Infanteria N.° 1, Francisco Filippe Guedes
Corrêa.
Regimento de Infanteria N.° 12.
Capitão da 5.° Companhia, o Tenente graduado em
Capitão
Maria de do Regimento de Infanteria N.° 20, Manoel
Castro. •
Pºluidº, o Tenente Francisco Antonio de Car
V81ll0,
ANNO 1831.
Regimento de Infanteria N.° 16.
Capitão da 6.° Companhia, o Tenente do Regimen
to de Infanteria N.° 24, Gaspar Joaquim do Carmo.
Regimento de Infanteria N.° 22.
Cirurgião Ajudante, o Cirurgião civil habilitado com
o exame militar da Lei , Antonio Zeferino da Fon
SCCA •
Regimento de Infanteria N.° 24.
Cirurgião Mór, o Cirurgião Ajudante graduado em
Cirurgião Mór, José Ferreira Aniceto.
Companhia de Veteranos de Setubal.
Capitão de Veteranos, ficando addido a esta Com
panhia, o Capitão do Regimento de Infanteria N.° 7,
Gonçalo José de Campos.
Companhia de Veteranos de Bragança.
Tenente, o Tenente do Regimento de Infanteria N."
24, Francisco João Gatto Fernandes.
-o Regimento de Milicias de Lisboa Oriental.
Alferes da 2.° Companhia, o Alferes da 4.° Compa
nhia, Francisco Maria Pires.
Regimento de Milicias de Vianna. |
Demittido, o Alferes Manoel Segismundo Alves Pe
reira, que foi julgado incapaz de servir por huma Jun
ta de Saude.
Quarto Batalhão de Voluntarios Realistas.
Quartel Mestre, o Soldado Antonio Luiz de Oliveira
Parente.
Tenente da 5.° Companhia, o Alferes da 2.° Compa
nhia, Francisco Germano dos Reis Tavares.
Alferes da 2.° Companhia, o Primeiro Sargento, Jo
sé Ayres Xavier da Silva.
Batalhão de Voluntarios Realistas de Cintra.
Quartel Mestre, o Soldado do 3.° Batalhão de Vo
luntarios Realistas, José Gomes Soriano.
Cirurgião Mór, o Cirurgião Antonio Joaquim Pires.
Capitão da 5.° Companhia, Alexandre Augusto Nu
nes Leal de Gusmão.
Tenente da 2.° Companhia, o Tenente da 6.° Com
panhia, Gervasio Protasio da Costa:
Tenente da 6.° Companhia, Mattheus de Paiva Nu
nes Leal.
Alferes
nhia, JosédaBernardes
1.° Companhia,
da Silva.o Alferes da 6.° Compa
•
Alferes da 2.° Companhia , o Sargento Ajudante,
Joaquim Galvão de Sousa Prégo.
Alferes da 5.° Companhia, Antonio José de Paula.
Alferes da 6.° Companhia, o Segundo Sargento, Jo
sé da Costa.
Demittido por doente, o Tenente Valerio José Vi
Cente.
Demittidos por lhe faltarem circumstancias precizas
para o posto que occupão, o Capitão José Machado da
Cunha, o Alferes José Simões.
 [ 248 |
Demittido, o Tenente João da Costa e Oliveira. dental, observando-se a seu respeito o disposto nos §§.
Batalhão de Voluntarios Realistas de Moura. 4.", e 5.° do Artigo 27 do Regulamento para a orga
Quartel Mestre, o Quartel Mestre do Regimento de nização do Exercito, de 21 de Fevereiro de 1816, e no
Milicias de Béja, Antonio Maria Bilio. Decreto de 19 de Agosto de 1826.
Tenente da 4.° Companhia, o Alferes de Ordenan (Seguem-se Licenças.) Conde de Barbacena, Chefe
ças, Joaquim Antonio Corrêa. do Estado Maior General. = Está conforme o Original.
Tenente da 5.° Companhia, o Alferes da mesma Com = Ajudante General, Marquez de Tancos.
panhia, Alvaro Limpo Pereira.
Alferes da 4.° Companhia, João Rodrigues Seixas. MINIsTERIo dos NEGocios DA GUERRA.
Alferes da 5.° Companhia, José Pereira Limpo. #"

Alferes da 6.° Companhia, Joaquim Antonio Rojão. … Em resoluções de 2 de Março corrente, tomadas so
- Batalhão de Voluntarios Realistas d'Evora. bre Consultas do Conselho de Guerra, foi Sua Mages
* Capelião, o Padre Antonio Joaquim do Nascimento. tade ElRei Nosso Senhor servido promover os indivi
CapitãoFrancisco
panhia, da 3." Companhia, o Tenente da 2.° Com duos abaixo declarados aos postos seguintes:
Pereira da Silva. •

A Sargento Mór das Ordenanças de Provezende, Si

Capitão da 5." Companhia, o Soldado Simão da Sil mão da Cunha Leite Pereira de Mello.
va Laboreiro da Fonseca. •

A Sargento Mór das Ordenanças de Villar Secco de

Capitão da 6.° Companhia, Antonio Maria da Silva Lomba, Pedro Antonio Fernandes, Alferes das mesmas
Laboreiro. Ordenanças.
Tenente da 1.° Companhia, o Alferes da mesma Com A Sargento Mór das Ordenanças de Chacim, Manoel
panhia, José Maria Corrêa. = Bernando Malheiro, Capitão reformado de Milicias.
Tenente da 2.° Companhia, o Alferes da mesma Com A Capitão da 1." Companhia das mesmas Ordenan
panhia, Ezequiel Justino da Cruz Barreto. ças, Antonio Pires da Fonseca, Alferes da mesma Com
Tenente da 6.° Companhia, o Alferes do Regimento P anhia.
A Capitão da 2.° Companhia das mesmas Ordenan
de Milicias de Evora, Sebastião de Brito Carvalho Abreu
Pereira. • • • •

ças, Francisco Xavier Lopes Junior, Alferes da mesma

Tenente da 6.° Companhia, o Alferes do Regimento Companhia.
de Milicias de Portalegre, Manoel Joaquim Cardozo. A Capitão da 1.° Companhia das Ordenanças de Mi
Alferes da 1." Companhia, o Soldado Joaquim Alei
xo Teixeira. • •
randa, Francisco José Pinto.
A Capitão da 1.° Companhia das Ordenanças de Bra
Alferes da 2.° Companhia, Custodio José da Costa
Braga. " - * * * * •
ga, Boaventura José da Costa, Ajudante das mesmas
Ordenanças.
. Alferes da 6.° Companhia, Antonio de Brito de Car A Capitão da 6.° Companhia do mesmo districto,
valho. João Baptista Rodrigues, Alferes da mesma Compa
Alferes da 6.° Companhia, o Alferes de Ordenanças, nhia. * * * -

Antonio Manoel Lobo de Ares. - A Capitão da 1.° Companhia das Ordenanças de Po

Batalhão de Voluntarios Realistas de Monçaraz. voa de Lanhozo, Custodio José da Silva Breia.
Tenente da 3.° Companhia, o Alferes da mesma Com A Capitão da 5.° Companhia das Ordenanças de
panhia, Bernardino Rozado. ? Monção, Ascênso de Magalhães e Menezes.
Alferes da 3.° Companhia, o Soldado Domingos Cae . Confirmado no posto de Capitão da Companhia de
tano da Silva. 4
Monforte no destricto de Castello Branco, Gaspar Dias
. Batalhão de Voluntarios Realistas de Villa Flor. Farinha. * * * * *

- Capellão, o Padre José Antonio Teixeira Saraiva. … Confirmado no posto de Capitão da ,

de Sarzedas, João Nunes.
1.° Companhia
* * *
Cirurgião Mór, o Cirurgião Joaquim Basilio de San -

ta Roza. , - , · · ·· · Por Decreto de 3 de Março de 1831, Capitão da 5."

a Batalhão de Voluntarios Realistas de Filla Real. Companhia das Ordenanças da Cidade do Porto, o Ca
Capellão, o Padre Francisco de Paula Monteiro Men pitão da 12.° Companhia das mesmas Ordenanças, An
donça Furtado. , , | { } tonio José Dias Guimarães. '. -

Tenente da 2.° Companhia, José Maria da Veiga

Cabral de Sampayo. } •

Alferes da 2.° Companhia, o Soldado Ricardo Cezar

Pereira de Vasconcellos. - , ,

Demittido por falta de agilidade, o Capitão José PARTE NÃO OFFICIAL.

}
Teixeira de Magalhães da Silva. , !
• - •

4 " . }

Publica-se ao Eaercito o Arizo abaixo transcripto?

NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — Communico
a V. Ex." para seu conhecimento, que ElRei Nosso Se HESPANHA.
,,º
, ,
nhor, por Decreto de 28 do mez passado, Foi Servido
Tºromover ao Posto de Alferes, para hum dos Corpos da S. Sebastido, 21 de Fevereiro.
* * , , #
Guarnição dos Estados da India, a Joaquim José Ro * *

zado, Soldado do Regimento de Artilheria N.° 3:== Litteratura. " - , ,

Deos guarde a V. Ex." Paço de Queluz, em 8 de Mar
ço de 1831. = Conde de S. Lourenço. = Illustrissimo e Historia dos dous cercos que pozerão a 2aragoza nos
Excellentissimo Senhor Conde de Barbacena. annos de 1808 e 1809 as tropas de Napoleão, pelo Chro
nista D. Agostinho Alcaide Ibieca, Doutor em ambos
ElRei Nosso Senhor, como Commandante em Chefe os Direitos etc. . ' : ' - •

do Exercito, Houve por bem Nomear o Alferes do Re Quando annunciámos a publicação desta obra nos
gimento de Infanteria N.° 11, Antonio Joaquim de congratulámos de vêr, que hum Hespanhol se havia em
Brito, que tem o exercicio de Ajudante no Regimento fim dedicado a transmittir á posteridade hum dos suc
de Milicias de Castello Branco, para ter este exercicio cessos mais interessantes da guerra da independencia , e
no Regimento de Milicias do Termo de Lisboa Occi não duvidámos afirmar, que esta obra seria escripta com
 * [ 249 |
exactidão e verdade, e as suas principaes scenas apre Napoles. Seja qual fôr a solução que se dê ao proble
sentadas com o colorido energico que produz a vista dos
objectos, e faz tão recommendavel esta classe de pro
ducções, que em vão se esforção em imitar os historia
dores de acontecimentos antigos. Agora que acaba de
sahir á luz o primeiro tomo cujos exemplares o author
apresentou a SS. M.M. e AA. que lhe derão as demons
trações mais satisfactorias, e que teve no povo Hespa
nhol o melhor acolhimento, não podemos deixar de
manifestar a singular complacencia que nos causou o
vermos realizado o nosso annuncio e desempenhado tão
arduo assumpto de hum modo que honra o historiador
e a nação Hespanhola. A ordem com que se descrevem
os acontecimentos, a separação com que se apresentão
as disposições militares e governativas; a concisão com
que se passa de hum successo a outro sem omittir cir
cumstancias e particularidades, que convencem até os
que não os presenceárão da sua rigorosa exactidão; as
animadas descripções dos combates de 15 de Junho, 2
de Julho, e 4 de Agosto depois que entrárão na Cida
de; a sua linguagem sustentada; a opportunidade das
reflexões, a delicadeza das notas e os documentos que
as acompanhão, tudo forma huma obra tão completa
que não deixa nada que desejar. O leitor se vai gra
dualmente interessando e esta circumstancia he a me
lhor prova do merecimento da mesma obra. Podemos
assegurar com referencia a pessoas que occupárão os
primeiros postos naquellas occorrencias extraordinarias,
que os factos se referem com a maior pontualidade. O
decoro e tino com que o author os procura fixar podem
servir de norma na materia e isto dá á obra certa ori
ginalidade que a torna recommendevel. O assumpto he
por si mesmo tão sublime e grandioso, que não pode dei
xar d'excitar a attenção e de grangear o apreço proprio
do nobre orgulho que inspira a gloria nacional.
Esta producção pois tão desejada oferece hum mo
dello d'inteireza, e energia a todos os que tenhão que
desempenhar o Governo de huma praça ou a quem se
confiem emprezas difficeis; de heroismo aos encarrega
dos da defeza; noticias e dados para calcular sobre os
elementos que se reunem ás vezes nos acontecimentos da
guerra; e allocuções que podem servir de norma para
sustentar o espirito bellicoso e alentar o publico en
thusiasmo. Nós finalmente a consideramos util debaixo
de todos os pontos de vista, e não duvidamos de que a
distincta classe militar e as Camaras corresponderão ás
excitações do Governo de S. M. feitas com o fim de
que se conserve hum monumento que dá tanta honra á
nação Hespanhola. (Estafeta.)
O mesmo periodico publica hum artigo sobre os Fun
dos estrangeiros em Paris, do qual extrahimos o se
guinte:
» Moveo-se depois outra questão particular á Hespa
nha: triunfarão acaso os cnigrados revolucionarios na
sua invasão da fronteira dos Pyrinéos ? Esta questão
não o era para quem conhecia a Peninsula, o seu Go
verno, e a opinião do povo Hespanhol; mas graças
aos enganos dos periodicos revolucionarios de Paris, ás
perfidas suggestões, e ao terior que infundirão aos que
tinhão cedulas do emprestimo Real e da renda perpe
tua, que não estão obrigados a conhecer a situação da
Hespanha, se conseguio huma baixa nos fundos Hes
panhoes, e huma subida nas apolices das Cortes, unicos
fins a que se dirigia aquella operação diabolica, pois
era incapaz de produzir outro efeito senão momentaoca
desconfiánça nos accionistas pouco instruidos. Veio o
desengano com a mesma promptidão que o escarmento
segue
nárão aa subir.
loucura ousada, e os fundos Hespanhoes tor
• - •
» Apresentou-se depois a questão da Belgica, com
efeito capaz de produzir huma guerra de territorio; mas
que tem a Hespanha com essa questão! O mesmo que
ma e á futura sorte dos Belgas, o que pode a Hespa
nha ganhar ou perder! E por consequencia que inte
resse tem na intervenção deste negocio quer se decida
pelas armas, quer pela Diplomacia como parece mais
provavel! Não conhecemos os segredos dos Gabinetes,
mas parece-nos que não erraremos ajuizando das opera
ções de huma nação pelo seu bem entendido interesse,
e o da Hespanha não apparece na questão Belga. Ora
nenhum Estado sacrifica o seu dinheiro e seus Exercitos
pelo que lhe não importa. Não fallanos da questão da
JPolonia, que o não he nem para a França, nem para
a Inglaterra. *
» Fallaremos dessas imitações ridiculas dos movimen
tos de París, já desacreditadas como se desacreditão
as modas, e odiadas de todos os homens de juizo, que
se tem verificado em alguns pontos da Allemanha, Suis
sa e Italia, e de que se tem feito o mesmo caso na Eu
ropa do que se passa na Grã-Tartaria ? Mas seja o seu
resultado qual for a experiencia e a razão nos persuadem
duas verdades importantes; a 1.º que essa imitação já
mais se representará na Hespanha, onde o povo essen
cialmente Religioso e Monárquico, aprenderia a sello,
se necessitasse aprendello, com o escarmento em cabe
ça alheia, que está vendo em outras partes; 2.° que a
Bespanha separada do grande theatro dos movimentos
politicos pelos Pyrinéos, e pelo mar, nunca pode ter
interesse em tomar parte activa nas lutas eventuaes que
podem occorrer: e quanto aos temores de huma inva
são estrangeira a sua posição he tal, que a França a
defende de toda a Europa, e toda a Europa, o desen
gano, e a altiva independencia dos Hespanhoes, a de
fendem da França.
Não parece pois que ha motivo nem mesmo remoto,
para duvidar da interna e externa tranquillidade da Hes
panha. Quanto á segurança do pagamento da sua di
vida, além da experiencia de sete annos, podemos ac
crescentar novas observações mui proprias para satisfa
zer os credores. O Governo Hespanhol não poupa nem
ha de poupar meio algum para promover a circulação
dos productos, que he o que dá vida á industria de to
das as classes, e be o que faz maior falta em hum
paiz riquissimo pela sua natureza, mas que não tem
abundantes communicações interiores. Os animos estão
unidos, não tendo contribuido pouco para completar
esta união tão desejada pelo Monarca os ultimos suc
cessos. A attenção de todos está chamada não a guer
ras e revoluções, mas á acquisição de conhecimentos, e
ao melhoramento das producções, graças ao impulso
que o Governo tem dado ao espirito publico. O or
samento da receita he muito superior ao da despeza
etC. … "
• -
No mesmo artigo lemos o seguinte: «Não ha muito
que o Constitucional dava por noticia que o Governo
France: exigia do Hespanhol, que fizesse os seus arma
mentos na distancia de 100 leguas da fronteira; que
não admittisse nos seus Estados nenhum individuo da
familia de Carlos X, e que no caso de se negar a hu
ma e outra cousa, se teria a negativa por huma decla
ração de guerra. Risum teneatis? O Constitucional jul
ga que os Governos se tratão com a mesma indecencia
que alguns periodicos; por essa razão não só lhes attri
bue reclamações que se não podem fazer nem admittir
decorosamente, mas até tem a pouca manha de não
fingir bem, já que quer fingir, o estylo das communi
cações diplomaticas. Porém o que importa! Algum ac
cionista do emprestimo Real e da Renda perpetua, bom
crente, talvez corresse tendo lido o Constitucional, a
vender as suas cedulas; e ficou conseguido o fim do ar
tigo. E chama-se isto formar a opinião ! Outros perio
dicos contão triunfos de Torrijos, referindo-se a cartas
particulares! Mas porque hão de ter sempre correspon
dentes apaixonados, ou pouco amigos da verdade! O
 [250 ]
mais jocoso he que os periodicos que se chamão liberaes
fallão da attitude hostil do Governo Hespanhol (por
que a toda a força querem que façamos guerra) e em
prova disso citão o bom acolhimento que se dá aos#
emigrão da França. Caribes! Julgais acaso que os Hes
panhoes não, sabem # a fidelidade desgraçada?
Quereis que cumplices das vossas paixões quebrantem a
sagrada # da hospitalidade! Quereis imperar no nosso
affecto e na nossa estimação! Queixai-vos quando a
Hespanha lhes permittir o entrarem com espingardas e
artilheria no vosso territorio em tempo de paz. Vós vos
chamais amigos da liberdade e quereis tyrannizar os
sentimentos de hum povo generoso! Não o haveis de
conseguir."
Diz o Memorial de Toulosa que os refugiados Hes
panhoes reunidos no deposito de Perigueux só se podem
ajuntar em numero de quinze individuos em cada ran
cho, que consta de hum caldeirão de batatas cozidas,
e que se lhes não dá pão. Muitos se achão reduzidos
ao estado de desesperação. (Extracto do Estafeta.)
*—º §§ 4–*
Lisboa, 13 de Março.
(Artigo communicado. )
Sua Magestade, em Audiencia de 10 de Março de
1831, Houve por bem conceder a Medalha de ouro com
a Sua Real Efigie, ao Padre Luiz da Silva, Reitor de
Trevões; Antonio Rebello da Silva, Major de Orde
nanças, e sua familia, natural da Felgoza, Comarca
de Lamego; D. Luiza Maxima de Gouveia Freire, mu
lher do &# de Voluntarios Realistas de Lamego;
Francisco Ayres Cardozo Monteiro Mor, e sua familia,
natural de Covelinhos; e Cecilia Thereza Pereira, natu
ral de Donello, termo de Villa Real.
w—*§§ «—»
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 12 de Março.
Embarcações avistadas,
10 h.4 m. 1 Cahique sem bandeira a Oeste do Cabo do
Espichel: deo fundo em Cascaes.
3 h. 40 m. 1, Bergantim, e -1 Cahique sem bandeira ao
Sul do Cabo da Roca.
Embarcações sahidas de S. Julião.
2 h, 48 m. 2 Hiates Reaes, Santo Antonio , e o Bom
Despacho.
3 h. 47 m. 1 Curveta de Guerra Portugueza , Infanta
D. Izabel.
Embarcações sahidas de Belém.
2 h. cuna
48 m.dito
1 Bergantim Inglez para Liverpool, e 1 Es
para Londres. •
3 h. 47 m. 1 Bergantim Inglez para Bristol, e 1 Ga
leota dito para Petersburgo.
4 h. 49 m. 1 Galera Americana para Nova Orleans.
*Idem, 13.
Embarcações avistadas.
t1 h. 66 m. 1 Escuna sem bandeira, e 2 Cahiques dito
a Oeste do Cabo da Roca: navegão para o Norte.
N. B. Ha mais fundeados em Cascaes 2 Hiates Reaes
{ sem distinctivo.
—=
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
* * * Embarcações sahidas de Belém º *
4 h. 35 m. 1 Patacho Portuguez, Novo Paquete, para
a Figueira; I Brigue Escuna Inglez para Londres,
1 dito dito para fºrnº ; e 1 dito dito para a
Terra nova.
Embarcação sahida de S. Julião.
7 h. 12 m. 1 Paquete Inglez.
Publicação Litteraria.
Septenario das Dores de Nossa Senhora: esta obra
vende-se por 60 rs. na loja de Antonio Marques da Sil
va, rua Augusta, N.° 2.
Annuncios.
No dia 17 de Março corrente, ha de principiar a ex
tracção da 4.° Loteria da Misericordia de Lisboa.
Antonio José da Rocha, com loja aos Martyres, N."
43, annuncia que no dia 11 do corrente lhe foi rouba
do hum caderno de cautellas da 4.° Loteria da Miseri
cordia, todas pertencentes ao Bilhete N.° 6.34ó, e co
mo antes tivesse vendido algumas, e não as possa veri
ficar em caso de ser premiado o dito N.°, não se res
ponsabiliza: as pessoas que lhas tivessem comprado, as
deverão entregar na dita loja, e receberão seu dinheiro:
esta venda fica nulla.
Hum sugeito residente nesta Corte propõe-se a dar
lições de escripta, arithmetica, e desenho, indo para
esse fim ás casas particulares, e por preço modico : quem
necessitar do seu prestimo pode-se dirigir ao bêco dos
Apostolos, N.° 3, 1.° andar.
Caetano Lopes da Silva, como Administrador da
Casa do Excelentissimo Conde de S. Vicente, faz avi
zo a todos os crédores do mesmo Excellentissimo Con
de, por dividas contrahidas até o dia em que foi insta
lada a Administração, que se apresentem, com os ti
tulos de seus créditos para delles se tomar conhecimen
·to, no Escriptorio delle Administrador, na rua dos
Bacalhoeiros, N.° 29, dentro do prazo de trinta dias,
contados do dia quinze do corrente Março, das nove
<horas da manhã até ao meio dia, e das duas da tarde
até ás cinco. ty * *
João Baptista Alegro consignou no Deposito o pre
ço por que no mesmo arrematou o predio que foi pe
nhorado a requerimento de Manoel Teixeira Bastos,
a Antonio Pedro Chaves Salgado, sito ao Poço do Bis
po, Freguezia dos Olivaes, cujo predio tem seu quintal
e casa chamada da Tulha, prazo foreiro ao Excellentis
simo Marquez de Torres Novas, e por que na fórma
da arrematação todos os encargos por mais especiaes a
que estivesse obrigado o predio devem reverter ao preço,
he o motivo porque se faz este annuncio e se vão cor
rer Edictos da Lei, Escrivão Torre do Valle, para que
findos se julgue o predio livre e desembaraçado.
Qualquer Senhora da idade de 40 annos, que se quei
ra accommodar em huma casa para tratar de creanças
eruadedos
roupa, e tenha quem
Fanqueiros, a abone,
N.° 163. * procure a loja da |- •
Na travessa do Corpo Santo N.° 2, ha para vender
peixelin, e bacalháo fresco, de muito superior qualida
de, por preço commodo , e chegado proximamente de
Inglaterra. * * *
•
Vende-se huma carroagem de portas, montada em
molas com cadeira de tirar e pôr: quem a quizer com
prar póde dirigir-se ao pateo do Patriarca, junto, a S.
Roque, a huma casa de pintura, N.° 5, e 6. +
=
= • • =
 NuM. 63.
}-<=>-
GAZETA DE LISBOA. —=>>>{->#9##<994
TERÇA FEIRA, 15 DE MARÇO.
PARTE OFFICIAL.
MINISTERIo Dos NE accios do REINo.
O Illustrissimo e Excellentissimo Senhor Conde de
Easto, Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
Reino, dá Audiencia Quinta feira proxima, 17 do cor
rente, na Secretaria de Estado, á hora do costume.
—TT—
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
PRUSSIA.
Berlim, 18 de Fevereiro,
Diz-se que huma Divisão de Cossacos passara o Vis
lula por Gora, 4 leguas mais abaixo de Varsovia, cor
tando toda a communicação entre esta Cidade, e as de
Cracovia e Kalisch. O General Russiano Krentz entrou
com a sua Divisão em Pulawy, celebre residencia do
Principe Czartoriski. (Gazeta da Silesia.)
FRANÇA.
Paris, 28 de Fevereiro.
Vistes passar a republica? perguntava nestes ultimos
dias Mr. Manguin. Este Sr. Deputado teria podido fa
2er essa pergunta ao Departamento que o nomeou. No
1.° dia de Fevereiro ao regressar o Prefeito de la Côte
d'Or de huma viagem que tinha feito para presidir ás
juntas de sorteio, vio vir para elle huma Deputação de
duzentas pessoas, precedida de musica e tambores, e
acompanhada de &## soldados, artilheiros bom
beiros e mancebos. Este acompanhamento passeou pelas
ruas de Dijon cantando: ça ira, e a carmagnole, e gri
tando viva a republica ! fora os solidéos! Passou por
diante do Palácio Episcopal, do Seminario, e da casa
do primeiro Presidente onde ás cantigas se reunírão os
aumeaços.
Sabemos tambem pelos periodicos, que na mesma Ci
dade de Dijon se havia plantado a arvore da liberdade
cola hum barrete vermelho, e que o Prefeito, como
ANNo 1831.
verdadeiro homem» determo medio» substituira hum bar
rete tricolor em vez do vermelho.
Parece pois, que se Mr. Manguin quer ver passar a
republica deverá regressar a Dijon logo que se dissolva
a Camara.
Recebêrão-se por extraordinario os periodicos Inglezes
de 25 de Fevereiro; parece segundo o seu contéudo,
que no café de Lloyd não querião assegurar as embar
cações que vão a larga viagem por menos de 50 por 100
sobre o premio que se abonava a semana ultima. Esta .
subida attribue-se aos receios de guerra. Accrescentão
que se falla da entrada de Mr. R. Peel no Ministerio
(G. de França.)
Segundo os periodicos de Petersburgo de 12 de Fe
vereiro o Imperador considerando as baixas que tem sof
frido alguns Regimentos pela campanha da Turquia e
pela colera morbus, e as que pode causar a sensivel
guerra da Polonia, mandou fazer em todo o Imperio
hum alistamento de 3 homens por cada 500.
Na Proclamação que S. M. I. expedio em data de
9 se lê o seguinte parágrafo: … O Todo poderoso aben
çoará nossas armas, e por meio dos nossos triunfos des
truirá os obstaculos que se oppoem á tranquillidade dos
povos, cuja causa temos o encargo de fazer que triunfe»
No dia 3 de Fevereiro foi reconhecido Regente, em
quanto está vacante o Throno da Belgica, Mr. Surlet
de Chokier,
Em data de 15 do corrente escrevem das fronteiras
da Polonia, que naquelle mesmo dia entraria prova
velmente em Brock o Quartel General do Conde Die
bitsch, e o General Mandestiern o verificaria em Lomz,
donde se dirigiria para Plock, seguindo a fronteira. No
mesmo dia devia estabelecer o Principe Schakofskoi o
seu Quartel General em Szcuczyn, e 20 Regimentos de
Cossacos do Dom entrarião tambem nas praças de Slo
nyn por Grodno, continuando o seu movimento ao lar
go da fronteira. Dentro em 15 dias se esperava a Guar
da Imperial. (G. de França.)
As cartas particulares de Antuerpia confirmão o que
estes dias se havia dito e he, que o Rei de Hollanda
determinara bloquear novamente o Escalda.
O Exercito Austriaco vai caminhando para entrar nas
Provincias Italianas, que se sublevárão. Esta interven
ção que desagrada sobre maneira aos nossos liberaes, foi
discutida nas conferencias dos cinco Plenipotenciarios
reunidos em Londres. Mr. de Talleyrand se oppoz
em nome da França , porém se lhe supplicou se re
tirasse se tencionava insistir no seu parecer, e S. Ex.°
resolveo annuir a ella, (M. de Toulosa.)
 [292]
A Gazeta d'Augsburgo, muito bem informada dos em bens de raiz, que produzião annualmente o rendi
negocios da Italia e dos Estados hereditarios, diz |- mento de 170 milhões. As confiscações lhe tirárão hum
em consequencia das desordens de Parma a Arquidu capital de 1050 milhões “que produzião todos os annos
queza Maria Luiza pedira tropas-Austriacas {" res 52.5003 francos; tendo ficado por consequencia em po
tabelecer a tranquillidade. Em consequencia, do que se der dos proprietarios Nobres 2350 milhões de francos
dirigírão sobre Parma dous batalhões de Infanteria. Es em propriedades que lhes produzião hum rendimento de
tavão-se esperando em Udina 103 infantes que se embar 117,3003 francos. A restituição dos bosques e outros
cárão em Fiume. O Exercito do General Frimont su valores, não incluindo a indemnisação, equivaleo a
birá em breve a 803 homens. - - buns 71.4003 francos, que produzião 3.5703 de rendi
mento. Em consequencia da emigração experimentou a
"O Observador Austriaco annuncia, que os Rússianos "Nobreza a perda de huns 978,6063 francos de Capital,
erão senhores de quasi todo o Pulatinado de Lublin, cujo rendimento subia a 48,9303. Por consequencia já
e que cada hora se augmenta em Cracoeia o numero lhe não restava mais do que hum capital de 2.4913400
dos Polacos refugiados. francos que em 1789 produzião 221.0703 de rendimento.
Porém desde essa época todas as propriedades tem aug
Certo correspondente Ingle: calcula, ávista de docu mentado o seu valor em huma metade mais; de modo
mentos oficiaes, que o numero dos Advogados que ha que todas as do Reino produzem agora hum rendimen
na Grã-Bretanha sobe a 1132; e que os seus vencimen to deantes
que 1800produzião.
milhões de francos em vez de 1200 milhões
- • - - -

tos constituem quasi 25 por 100 da despeza que enusão

as de mandas. Des de 1820 até fins de 1830 subírão a » Daqui se deduz que a antiga Nobreza possue agora
hum milhão e cem mil libras esterlinas os direitos que em herdades o Capital de 3.632, 1003 francos, que pro
pagárão os Procuradores nas repartições. duzem em rendimento 181.6053; o que equivale a mais
do dizimo de todo o producto liquido territorial da
França. • - - -

, As ultimas cartas do Peloponeso fallão dos grandes

?!" que de alguns mezes a esta parte fazem os
iregos para dar á sua inarinha a importancia que de
ve ter em hum povo tão inclinado á navegação. Po
rém a Grecia está hoje em dia tão desgraçada e mise
ravel, o seu Erario tão esgotado, e as suas rendas em
hum estado tão deploravel, , que ninguem sabe donde
se ha de tirar com que pagar aquelles armamentos.
, Escrevem de Leipsico seguinte:
. » A feira annual que ha todos os annos pelo Janeiro
nesta Cidade teve este anno o resultado que se devia es
perar. Não se apresentou nenhum comprador da Polo
nia. A venda dos generos terá chegado, quando muito
a 300,000 escudos; póde assegurar-se que não ha lem
, brança de ter havido huma feira tão miseravel de 45
annos a esta parte. . . . . (Quotidiana.)
Escrevem de Napoles, em data de 20 de Janeiro ul
timo, que varios povos da Calabria interior havião pa
» Faltão dados seguros e exactos para determinar o
numero dos individuos que compõem o corpo da antiga
Nobreza: não obstante ha alguns que pela aproxima
ção se separão pouco dos verdadeiros: em 1789 se con
tavão na França 1503 Nobres; porém he hum facto
notorio que em toda a Europa, exceptuando a Prus
sia e a Russia, se diminuio prodigiosamente a Nobreza
ha meio seculo a esta parte.
» Por documentos Oficiaes se prova haver-se reduzido
a quasi a metade durante este mesmo tempo em Hespanha,
Allemanha e em algumas partes da Italia, e pode as
segurar-se que o numero de Nobres existentes hoje em
dia em França não passa de 763 cujo numero suppõe
humas 253 cabeças de família, ou individuos, que go
zando todos os seus direitos, e possuindo entre todos
hum capital de 181:6033 francos em possessões, tein
cada hum, tomando hum termo medio, 7.264 francos
de renda annual. • , •

decido muito em consequencia de hum terremoto que » As contribuições territoriaes com as suas aggregadas
acabava de assolar aquella Provincia. As povoações de subírão em 1817 á 6." parte do rendimento e em 1828
Ajeta e de Tortora forão as que mais sofrerão, e que á 7"; o recenseamento de cada hum dos contribuintes
tiverão mais victimas. Na primeira ficárão, arruinadas devia sêr na primeira época de 1.210 francos e na se
quasi todas as casas; e a Igreja principal só apresen gunda de 1.038. Não obstante, como entre os proprie
ta hum montão de ruinas. Tortora ficou sepultada tarios Nobres se observa a mesma desigualdade de bens
debaixo dos muitos e enormes penhascos, que se des que nas mais classes da sociedade deve resultar que hu
prendêrão da alta montanha que domina aquela po-, huma parte pagava muito menos e a outra muito mais do
voação, - - , que correspondia áquelle recenseamento. Porém seja qual
**

Não obstante não he tão grande o numero dos mor for o termo em que paremos he evidente, que a metade ou
tos nem o dos feridos como devia temer-se de similban as tres quartas partes desses próprietarios possuem mais de
te calamidade; por fortuna Mr. Felix Capreghi, Cura, 7,000 francos de rendimento — pagão menos de 1,00O
d'Ajeta, sahio para a praça logo que observou os pri por contribuições directas, e formão nas juntas eleitoraes
reiros indicios deste dosastre, e depois o seguírão to hum total de 12 a 13,000 eligiveis. Mas se se procurar em
dos os seus Freguezes para se porem com elle a salvo documentos oficiaes o numero total dos eleitores que
do perigo. Já mais havião afligido a estas povoaçôes tem este direito, se achará que segundo os mappas da
terremotos tão frequentes no Reino das Duas Sicilias. Secretaria da Fazenda em 1827, erão 16, 140 e 12,763
pelo que se julgava que os alicerces das suas casas des em 1828, segundo a Memoria do Ministro d Justiça. --
cansavão sobre a rocha que se acha nas immediações,
e cujas ramificações se estendem por debaixo da terra. GRÃ-BRETANHA...
Era precisa huma catastrofe similhante para desenga
nar os habitantes, e lançar por terra huma segurança, Londres, 22 de Fevereiro.
que já havia passado a proverbio, por cuja causa se
augmentava diariamente a povoação daquellas Cida*
des e das aldêas immediatas. • •
Situação da Irlanda.
• •
• * 4 •

O Diario do Commercio publica os seguintes dados, Na Sessão do dia 19 na Camara dos Communs disse
sobre a estatistica, pelos quaes se deduz que a Nobreza, Mr.D.. Browne, que tinha varias petições da parte oe
dava no anno de 1828 as tres quartas partes. dos elei cidental da Irlanda a cujo assumpto chamava a atten
tores. • - |-

ção da Camara; que talvez antes que decorresse hurn

" … Quando rebentou a primeira revolução possuia a mez houvesse 2003 pessoas sem alimento na Irlanda :
Nobreza em França o valor de 3.400 milhões de francos. que bem sabia que no espaço de 17 annos sempre havia
 [253 ]
a Camara dos Communs prestado attenção aos interes
ses daquelle paiz; que se em algumas occasiões os não ti
nhão promovido era por falta de conhecimento, não de
zelo ou boa vontade. Disse que não remontaria á remo
ta causa da miseria da Irlanda por isso que essa averi
guação daria lugar a huma discussão mui dilatada; que
em 1822 a Irlanda continha 250 pessoas para cada mi
lha quadrada, ao passo que a Inglaterra apenas conti
nha 222; que era bem sabido que na Inglaterra havia
notavel falta de ôccupação, mas que muito peior era o
estado da Irlanda; que fosse qual fosse a causa do mal
era hum dever para o Governo atalhar o progresso
da fome; que via com magoa, que desde 1822 se não
havia feito nenhuma tentativa para remediar tantos ma
les; que havia nutrido a esperança de que se houvesse
feito experiencia do exito que teria a colonisação ou a
cultura das terras baldías; que o ponto onde reinava
maior miseria era na Baronía d'Erris no Condado de
Maio. Accrescentou, que segundo a informação que lhe
dera o Reverendo Mr. Lyons, Presbitero Catholico, subia annualmente a 10,400 libras esterlinas; mas que
haveria alli antes do fim do corrente mez trinta mil
pessoas sem alimento algum; que o mesmo lhe dissera,
que havia avultado numero de gente na Irlanda viven
do da esmola, que lhe davão seus vizinhos quasi no es
tado de igual pobreza; que ao longo da costa occiden
tal houvera escassez nas colheitas, e que segundo as
cartas que recebera toda aquella parte do paiz ficaria
sem subsistencia pelo espaço de tres ou quatro mezes,
se não dessem aos seus habitantes auxilio pecuniario ou
meios de o obterem; que a quantia de 2003 libras ester
linas seria o subsidio necessario para ao menos impedir
que aquella gente morresse á fome; que não havia ha
mais tempo levado o mesmo assumpto á attenção da
Camara, por isso que confiava plenamente no Minis
terio, e estava convencido de que este faria tudo para
remediar o mal; rematou ponderando as vantagens que
se podião esperar se se applicassem fundos do valor de
130,5000 até 1803000 libras esterlinas em obras publi
cas; por exemplo construindo huma estrada ao longo
da costa do mar até á mesma Baronía d'Erris, e # se lhe perguntassem qual era a intenção do mesmo Go
zendo navegavel o rio Moy.
Mr. Lambert confirmou a exposição que o preceden
te orador acabava de apresentar, .*. * . *
Mr. O'German Mahon a corroborou igualmente, ma
nifestando a esperança de que o Governo interviesse no
assumpto em questão. •
Mr. J. Smith representou a excessiva miseria em que
se achava o Condado de Clare; que não convinha conº
sintir que os seus habitantes morressem á fome; que lhe
constava que parte do Condado de Tipperary sofria
todos os horrores da escassez; que confiava em que o
Chanceller do Exchequer dedicasse a sua attenção a
este objecto; que votaria a favor de huma lei para a
sustentação dos pobres, visto não ser raro naquelle
paiz morrerem alguns por não terem com que se ali
mentar ; concluio dizendo, que se se desse occupação
para alivio dos necessitados esperava não viesse a
ser esse hum meio d'especulação como ás vezes succe
dera na Irlanda, paiz a que a Inglaterra devia o seu
reconhecimento. *
Mr. Stanley (Secretario do Governo da Irlanda) co
meçou dizendo, que não podia deixar de fazer algumas
reflexões sobre a precedente exposição; que Inuito fol
garia poder afirmar que era exaggerada, mas que o
não podia dizer; que não pretendia negar a miseria que
reinava nos Condados de Galway e Clare; que tinha
huma Petição apresentada da parte da Baronia de Ty
rawley manifestando nos termos mais claros o estado
de sofrimento em que se achavão seus habitadores.
(Passou a fazer a leitura de hum longo extracto da Pe
tição referida; mostrava esta que aquelles habitantes
possuião antigamente algum pequeno com mercio de pan
nos de linho, mas que esse commercio se havia acaba
do; que não sabião o modo de tornar a terra mais pro»
ductiva, nem tinhão capital para despender para esse
fim; que tinhão a maior vontade e o maior desejo de
trabalhar para sustentação das suas familias, mas que
não podião achar occupação alguma; e concluia a pe
tição reclamando em favor dos requerentes a attenção
do Parlamento.) Proseguio o orador dizendo, que na
petição referida não havia huma só palavra que tocasse
na insubordinação, nem se quer huma fraze de politica
hostilidade ou descontentamento; que o Governo era
chamado a acudir a similhantes males; mas que nada
podia haver mais penoso do que ver-se colocado no
caso de ouvir taes queixas sem poder applicar o dinhei
ro publico para as remediar. Accrescentou, que não
approvava plano algum fundado na espoliação dos pro
prietarios, mas que não podia deixar de dizer, que a
elles se devia attribuir parte dos males actuaes, por isso
que não havião acudido como devião; que recebera hu
ma conta do rendimento da Baronia d'Erris, o qual
o unico auxilio dado pelos proprietarios só fora o em
prestimo de 100 libras, e que destas 70 forão adianta
das pelos que residião fora daquella Baronia; que neste
caso se não tinha podido lançar mão de medida algu
ma sem preceder huma averiguação; que esta já tivera
lugar, e se colligira que as subscrições locaes não erão
de nenhuma monta; mas que no Condado de Maio ha
via o exemplo do Marquez de Sligo produzido a maior
vantagem; que a sua presença era por si só mais efi
caz do que qualquer contribuição particular da sua
bolça. Que o mesmo havia adiantado mil libras es
terlinas para a compra de linho que hia dar considera
vel occupação ás mulheres indigentes no districto da
sua residencia; que se este exemplo fosse seguido pe
los Nobres em diferentes partes da Irlanda não ha
veria necessidade de recorrer á caridade Britannica,
mas que se a ella recorressem o não farido em vão.
(Applauso.) Accrescentou que era o dever do Governo
apresentar alguma medida para acudir á Irlanda, e que
verno diria: abrir novos caminhos d'industria ao povo ;
e que para fazer isto mesmo o Governo adiantaria o di
nheiro para a construcção dobras publicas, havendo hy
potheca ou fiança do seu reembolço; que nisto cumpria
haver a maior # mas que podia afirmar
a este respeito, que o Governo se achava mui anciosa
mente occupado em considerar as particularidades das
medidas tendentes ao auxilio da Irlanda; que as Baro
nias d'Erris e Tyrawley oferecião suficiente fundamen
to para se prestar soccorro immediatamente. Concluio
dizendo que faltaria ao proprio dever se deixasse na
presente occasião de declarar francamente as intenções
do Governo relativamente á lastimosa situação em que
se achavão algumas partes
•
da Irlanda,
(Extracto do Morning Post.)
Idem, 25. :
Fundos publicos. Tres por 100 consolidados 78 4.
. O Courier de hontem annuncia, que se havião comet
tido grandes desordens no Condado de Meath na Irlan
da. Tambem contém huma carta em data de Dublin
22, na qual se lê o seguinte:
» Acaba de saber-se que Naban, Cidade do Condado
de Meath, se acha em completa insurreição; hontem
forão victimas della algumas pessoas; e neste momento
se dirigem áquella Cidade a marchas forçadas algumas
tropas que caminhão com as armas carregadas.»
… Na sessão da Camara dos Communs do dia 16 apre
sentou Mr. Leader huma exposição remettida da Irlan
da com o fim de obter a revogação da união, e mani
festou quanta satisfação lhe cabia por ter sabido que se
* 2

havia efectuado huma composição amigavel entre Mr.
O'Connell e as Authoridades. •
Mr. O Gorman Mahon apoiou outra exposição diri
gida ao mesmo obejecto que apresentou Mr. Hunt.
O Honrado Deputado aproveitou esta occasião para di
zer, que os seus compatriotas não querião outras melhoras
senão as que podessem efectuar por meios pacificos e
constitucionaes. Os Irlandezes nenhuma intenção tem
d'appellar para a força. Huma boa parte da sessão se
empregou em discutir o orsamento e a reducção das con
tribuições.
Mr. Perceval renovou a sua singular moção, reduzi
da a que era necessario haver hum jejum geral em todo
o Reino para expiar os peccados da Inglaterra. O ora
dor apoiou a sua proposta em huma multidão de cita
ções da Escriptura Sagrada. » Está-se fazendo, accres
centou Mr. Perceval, huma completa desorganisação
no mundo Christão. Estamos em vesperas de ver gran
des e terriveis convulsões, e nunca nos foi mais neces
saria a graça do Altissimo porque a impiedade vai ga
nhando successivamente todos os filhos da Igreja. A ul
tima revolução Franceza, cujos perniciosos principios
se propagão cada vez mais, se apresenta em apoio des
ta moção. Essa revolução he obra do demonio.....
Fallou depois com muita energia contra o Governo de
Luiz Felippe, particularmente por haver admittido no
seu Conselho hum sectario da Religião de Moisés.
Na sessão de 18 tomou a palavra Mr. Hume para
combater com energia o enorme orsamento da guerra:
«Já que o nosso Governo disse elle, tem por principio
a não intervenção nos assumptos exteriores, para que
são essas forças militares tão avultadas como as que
se pedem ! Onde está a necessidade de ter hum Exerci
to similhante se não deve haver intervenção! A força
militar consistia no anno anterior em 813 homens; po
rém este anno quer-se que conste de 883; ignora-se por
que motivos.» Passou depois aos negocios da Belgica,
e fez ver que a respeito daquelle paiz se não observava
o principio da não intervenção. « Arrogar-se o direito
de fixar os limites da Belgica e determinar a sua divi
da com a Hollanda como fizerão os representantes das
cinco Potencias, declarar que se não reconheceria co
rno Rei desse paiz o Duque de Nemours nem o de Leu
- ohtenberg, não são estes signaes evidentes de interven
ção! O Governo negou-se a dar o seu consentimento á
nomeação do Duque de Nemours, e á do Duque de
Leuchtenberg; pois bem, que se digne dizer á Cama
ra qual será o que approvará; porém apezar de toda
a sua delicadeza e dissimutação, se lhe conhecem as
suas intenções.» ",
Depois tomou a palavra Lord Palmerston para res
ponder ao discurso de Mr. Hume e disse: que o au
gmento de 10,000 homens não era tão avultado como
o honrado preopinante suppunha; que o estado de agita
ção em que se acha a Irlanda faz indispensavel se au
gmentem as forças; e pelo que dizia respeito á Belgica
accrescentou, que os representantes das cinco Potencias
havião tido bem cuidado de publicar o resultado de to
das as suas conferencias; por consequencia que não po
dia a Camara ignorar as suas relações. Quanto á espe
cie de intervenção que o preopinante suppunha haver
se empregado com a Belgica não tem outro caracter que
o dar huma prudente direcção ás negociações que actual
mente proseguem a favor daquelle paiz que jámais fôra
independente. Por ultimo se oppoz a que se tomasse em
consideração o proposto por # Hume antes que se
concluissem estas negociações.
Mr. O'Connell apoiou a proposta de Mr. Hume.
Sir R. Peel disse que hoje em dia seria prejudicial
ao exito das negociações fazer publicas as actas do Con
gresso de Londres. Depois sim, poderá fazer-se sem pe
rigo. Quanto ao augmento das forças d'Inglaterra con
fessou Mr. Peel, que o havia assustado bastante, e que
[ 254 }
o não sabia conciliar com o principio da não interven
ção, se com efeito se devesse sustentar. O Ministro dos
Negocios Estrangeiros nos disse, que a Belgica nunca
fora hum paiz independente; por consequencia era pre
cizo intervir? Porém de que hum paiz não tenha con
quistado até hontem a sua independencia não se se
gue, que não seja precizo intervir nos seus negocios.
Varios outros oradores continuárão a fallar, e por
ultimo Mr. Hume retirou a sua moção.
HESPANHA.
Malaga, 4 de Março.
Os revolucionarios que existião na praça de Gibral
tar, constantes em seu inicuo projecto de attentar con
tra o legitimo Governo de S. M. executárão tão crimi
noso empenho desembarcando nas praias de Algeciras
na noute de 25 do mez anterior; e possuidos das suas
idéas de pilhagem e transtorno, depois de haverem elu
dido por algum tempo os efeitos da sua perseguição se
preparavão para executar seus designios na Villa d'Es
tepona na madrugada do dia 2 deste mez, conduzi
dos pelo cabeça Manzanares; porém prevenidos seus
passos pela vigilancia e zelo daquellas authoridades em
vez d'acharem o descuido de que terião querido apro
veitar-se, encontrárão a firmeza e valentia que são o
unanime sentimento das tropas de S. M., e dos fieis ha
bitantes desta Provincia quando se trata de conservar
o Legitimo Governo d'ElRei N. S., e a profunda paz
que lhes proporciona.
Com efeito tenho á vista as partecipações em que
se me annuncia, que batidos com o maior encarni
çamento por mui poucos soldados do Exercito, Vo
luntarios Realistas, e alguns paizanos armados, forão
postos aquelles em precipitada fuga, ficando 13 em po
der das tropas de S. M. muitos feridos e mortos, e o
resto fatigados do cansaço e procurando buscar hum
asylo na espessura dos montes, perseguidos ainda pelos
valentes, provavelmente a esta hora terão experimen
tado a mesma sorte. Iguaes communicações que te
nho dos resultados da mesma perseguição , exercida
no campo de S. Roque contra outra quadrilha que
ficou nelle , me annuncião a apprehensão de outros
onze, quatro dos quaes, incluso nelles hum Oficial,
forão fuzilados immediatamente em Algeciras, e os
mais cercados por todas as direcções serião em breve se
gura preza da fidelidade das tropas de S. M., deixan
do no terrivel escarmento que os espera a idéa da im
potencia dos seus esforços, e o convencimento da fir
meza dos Hespanhoes em se não deixarem fascinar por
vozes cuja applicação e verdadeiro sentido tem custado
dolorosas experiencias, e penetrado da lealdade dos ha
bitantes desta Cidade e do interesse que justamente to
mão na gloria das armas de ElRei N. S. me apresso a
communicar-lhes estas noticias para sua publica satis
fação.
Malaga, 4 de Março de 1831.
O General Governador.
• JVicente Gonçalves Moreno.
.* *
* * ,º Idem, 5.
Na manhã de hoje recebi hum Oficio do Senhor Cor
regedor e Subdelegado da Policia de Ronda, em data
de hontem, em que com referencia a outro do Regen
te da Jurisdicção de Gaucin me partecipa, que conti
- nuando-se a perseguição dos rebeldes que se havião aco
lhido á espessura da Serra Vermelha pelos Dignos Vo
luntarios daquella Villa e tropa acantonada nella, in
do á sua frente o seu Digno Corregedor, conseguírão
afugentallos daquelle ponto apanhando-se por huma
avançada em huma das suas avenidas quinze daquelles
 [ 255 ]
miseraveis, entre os quaes se assegura achar-se o cabe
ça Manzanares, que forão conduzidos a Casares em que
se achão outros, que juntos serão transportados a Alge
ciras; ignorando-se ele agora os resultados de igual perse
guição pelos Terços de Voluntarios Realistas de Algalo
cin, Jubrigue e Genalguacil, porém não que aquella ca
malha fica inteiraimente reduzida ao deploravel estado que
era consequencia natural da sua louca empreza, e do
enthusiasmo geral com que as tropas leaes de S. M. e
fieis habitantes desta Provincia estão dispostos a procu
rar a conservação da tranquillidade que gozão debai
xo da influencia do benefico e paternal Governo d'El
Rei N. S. E para satisfação dos desta Cidade a tenho
Malaga, 5 de
eu em com municar-lhe estas noticias.
Março de 1831. = O General Governador, Vicente
Consales Moreno, # > * * *
|- Cadiz, 6 de Março.
. O Capitão General desta Província acaba de receber
por extraordinario do Commandante Geral do Campo
a satisfactoria noticia que os nascentes revolucionarios
mandados por Manzanares, forão atacados pelos valen
tes Voluntarios Realistas e fieis habitantes d'Estepona,
com suas Authoridades á frente, e com varias partidas
das tropas Reaes; depois de hum vivo fogo, sustentado
por oito horas fugirão para a Serra que chamão Ver
uclha onde os esperavão os fieis habitantes da Serrania
com o Corregedor de Gausin e algumas companhias de
Alcazar de S. João, onde se fizerão muitos prizionei
ros aos quaes mandou passar pelas armas: o Coronel
D. Vicente Mattheus marchava tambem sobre elles pro
tegido por duas companhias de Sevilha e Granada que
sahirão, de Algeciras com esse objecto, pelo que espe
rava de hum momento a outro a noticia de que houves
sem desapparecido inteiramente para sempre os traido
res com seus chefes. Algeciras 3, pelas 3 horas e meia
da tarde. == He copia. Cadiz, 4 de Março de 1831.=
Castilho. (D. Mercantil.)
Miudrid, 8 de Março.
Artigo d' orneio. •
Em data de 23 de Fevereiro proximo passado avizou
o Capitão General d'Andalazia , referindo-se a hum
Oficio do Commandante General do Campo de Gi
braltar, que na noute de 21 do dito mez havia appa
recido nas immediações da povoação dos Barrios huma
grossa partida de foragidos; e a 26 do mesmo deo par
te o mencionado Commandante General do Campo,
que esta facção mandada pelo supposto D. Estanisláo
Fernandes, se havia deixado ver nos montes de Cas
tillejo, terino dos Barrios, e que 150 revolucionarios
procedentes de Gibraltar, havião desembarcado pelo
ponto de Getares, tomando a direcção da serra para
se unir á imencionada partida. Com tal motivo o dito
Commandante Geral dispoz, que partidas de Carabi
leiros d'Enfanteria e Cavallaria, e do províncial de Se
rilha, marchassem a explorar a paragem onde se ha
vião guarnecido, e communicou ordem, por extraordi
nario ao Commandante accidental do Regimento Pro
vincial de Alcazar de S. João para que ás duas horas
depois da sua recepção sahisse para S. Roque, pre
venindo ao Coronel Mattheus , Com mandante mili
tar da Serrania, accelerasse o seu movimento para com
binar huma operação simultanea, com o objecto de
desalojar os rebeldes da emiñenciá que occupavão. O
Capitão General d'Andaluzia no momento em que re
cebeo esta partecipação do dito Coinmandante Geral,
dispoz que immediatamente marchassem sobre aquella
paragem, na forma de columnas volantes de Infanteria
e Cavallaria, os tres Commandantes de partidas de Per
seguição, levando as suas respectivas, e a força de Vo.
luntarios Realistas que podessem reunir na sua marcha;
e que o Regimento Provincial de Trujillo sabisse de
Sanlucar a Maior sobre Jerez da Fronteira, verifican
do-o tambem huma columna á ligeira de 220 homens do
Regimento de Infanteria da Rainha, e 60 cavallos do
da Albuhera, com a Companhia de Caçadores do Re
gimento Províncial de Plasencia, prevenindo ao Coro
nel do de Bujalance da mesmo arma, fizesse sahir pa
ra Arcos , á ligeira , e pelo caminho mais curto
a Companhia de Cassadores do seu Corpo, continuan
do ele o movimento com o resto do Regimento na
mesma direcção, trasladando-se o mesmo Capitão Ge
neral no seguinte dia a Jerez ou Medina para se pôr á
frente dessas tropas e tomar mais de perto os conheci
mentos necessarios para cahir sobre os revolucionarios e
desfazellos. O Capitão General de Granada, sciente do
apparecimento dos revolucionarios marchou na manhã
do dia 2 do corrente com direcção á Serrania dispondo
que a Companhia de Cassadores do Regimento Provin
cial de Guadir, e 25 cavallos marchassein sobre Ron
da, e que outra de Infanteria cobrisse o ponto de Este
pona. Tomadas todas estas disposições que sabia men
te impossibilitárão aos revolucionarios o continuarem as
suas operações, e que pelo resultado devião ser desfei
tos, esperava por momentos o Governo de S. M. a no
ticia da sua completa destruição. Com efeito na ma
nhã de hoje 6, em extraordinario que despachou pela
meia hora depois do meio dia de 3 do corrente, o Com
mandante Geral do Campo diz o seguinte:
» Excellentissimo Senhor. |-
º Cheio da maior satisfação só tenho tempo para par
tecipar a V. Ex. º que a quadrilha dos rebeldes fôra
hontem alcançada e atacada com bizarria pelos valen
tes Voluntarios Realistas e fieis habitantes d'Estepona
com as suas authoridades á frente, unidas com varias
partidas de tropas Reaes, na distancia de meia legua
da mencionada Villa, e depois de hum vivissimo fogo,
fugírão os infames para a serra que chamão Vermelha,
onde os esperavão os fieis habitantes da serrania com o
Corregedor de Gauein e as Companhias do Regimento
Provincial de Alcasar de S. João, que alli estavão acan
tomadas. Varios dos malvados ficárão prizioneiros e já
dei as ordens para que sejão logo passados pelas armas.
O Coronel D. Vicente Mattheus marchava tambem so
bre os inimigos, e o seu movimento será protegido por
duas Companhias de Sevilha e Granada, que fiz sahir
de Algeciras com esse objecto; de forma que de hum
moincnto para outro espero saber que desapparecêrão
para sempre os traidores com seus abominaveis chefes.
» A presso-me a levallo por extraordinario ao conhe
cimento de V. Ex." accrescentando que o bom espirito
de todos os povos da comarca cresce á proporção da
maior proximidade dos revolucionarios. Deos guar
de etc.» - |-
O fim desta criminosa téntativa foi demonstrar posi.
tivamente aos illudidos a união que reina entre os po
vos, o Exercito e os Voluntarios Realistas; que são inu
teis os seus esforços para os desumir, e que a cega obe
diencia das tropas e Voluntarios Realistas aos seus su
periores, a sua disciplina e respeito ao paternal Gover
no de S. M. não se debilitão com as maquinações dos
malvados, pois que firmes neste principio militar co
nhecem, que delle depende a gloria das armas d'ElRei
N. S. por cujos direitos tem dado provas evidentes de
sacrificar-se em defeza da sua justa causa, e hum tes-,
temunho irrefragavel aos malvados de que em todas as
occasiões acharão o seu exterminio em vassallos tão
leaes, cuja divisa he e será sempre sustentar á porfia a
legitimidade do seu Soberano. (Gazeta de Madrid.)
Da Gazeta extraordinaria de Madrid, em data de 8
de Março, transcrevemos o seguinte:
 [ 256 ]
> Subdelegação principal da Policia de Algeciras.
»= Excellentissimo Sr. Tenho o gosto de participar
-a V. Ex.° como a esta hora, que he o meio dia, aca
bamos d'exterminar os revolucionarios, sendo prizionei
ros vinte e hum, e se me assegura que o iniquo Man
zanares o he tambem, e que está prezo em Casares; de
pois darei a V. Ex.° noticia das particularidades. Deos
guarde a V. Ex." muitos annos. Fonte da Encina, na
:falda de Crestellina, 3 de Março de 1831. = Excellen
tissimo Sr. = Vicente Mattheus. = Excellentissimo Sr.
Commandante Geral do Campo de Gibraltar.
» O que sem perda de tempo transmitto a V. S." pa
ra seu conhecimento e satisfação, ficando como indi
quei no meu extraordinario de hontem em partecipar a
V. S." o total resultado deste importante particular.
º Deos guarde a V. S." muitos annos. Algeciras, 4
de Março de 1831. = João Ramires Orosco. = Senhor
Superintendente Geral da Policia do Reino.
» Subdelegação principal da Policia de Jerez.
» Aproveito a occasião de hum extraordinario que
expede o Capitão General d'Andaluzia des de este
:ponto para partecipar a V. S." que a revolução de
S. Fernando causada principalmente por huma parte
do Batalhão de Marinha, terminou no dito ponto tem
do-o abandonado os rebeldes des de as 10 da noute an
terior, que fugírão pela barca de Chiclana para Bejér,
provavelmente com a idéa de procurarem incorporar-se
aos do Campo de Gibraltar; que segundo o avizo pelo
mesmo Capitão General havião sido batidos, e se es
pera por momentos a noticia do seu total exterminio:
de modo que parece impossível - que se escapem tão
pouco os novos traidores.
» A tranquillidade não se tem alterado em outro pon
to, e me vi precizado a permanecer neste até agora na
immediação do dito Chefe militar da Provincia para
combinar as minhas medidas com as suas, como o te
nho executado, auxiliando-o quanto posso.
» Hoje tenho a satisfação de que tendo regressado o
meu explorador da serra, assegura achar-se o paiz com
o maior enthusiasmo e nobre predisposição contra os
inimigos de S. M. e dos povos.
» Tudo o que ponho em consideração de V. S." para
seu superior conhecimento e fins que julgue opportunos.
» Deos guarde a V. S." muitos annos. Porto de San
ta Maria, 5 de Março de 1831. = José Maria Malvar.
= Senhor Superintendente Geral da Policia do Reino.»
Annuncia a Gazeta d'Estado de Berlim, em data de
18 de Fevereiro, que o corpo de Exercito Russiano
commandado pelo General Geismar depois de ter pas
sado o Vistula por Pulawy, tivera huma acção de que
sahio victorioso apoderando-se logo de Rodoms, e se
guindo a sua marcha sobre Boszyn.
Constava, diz a mesma folha, que o General Rozi
necki tivera hum conflicto em Pultusk, em que os in
surgentes tambem sofrêrão derota, fazendo retirar pa
ra Varsovia muitos feridos.
> ==
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
+ $ $$ $=m=$
Lisboa, 14 de Março.
(Artigos communicados.)
ElRei Nosso Senhor, attendendo ao que Lhe repre
sentou o Reverendo Joaquim Cardozo de Carvalho ,
Prior da Freguezia do Teixoxo, em Audiencia do dia.
10 de Março do corrente anno, Se dignou conceder que
Fr. Manoel da Immaculada Conceição Ferreira, morador
no Convento de Ferreirim, Bispado de Lamego, po
desse usar de Sua Real Efigie em Medalha de ouro.
ElRei Nosso Senhor Se dignou no dia 5 do corrente,
conceder o uso da Medalha de ouro da Sua Real Effi
gie ao Alferes Joaquim Vicente da Silva, dos Estados
de Goa, e a todos os seus parentes.
Em Audiencia de 5 de Março de 1831 foi Sua Ma
gestade ElRei Nosso Senhor servido conceder a Meda
lha de ouro com a Sua Real Efigie pendente de fita da
cor da Casa Real, ás pessoas seguintes: o Padre João
da Silva Castro, Reitor da Villa de Fontelo, e todas
as suas irmãs; o Padre Luiz Ozorio da Silva Castro,
Reitor da Villa de Trevões , e todas as suas irmãs;
D. Ursula Benigna Urbana Pinto, da Villa de Balia
gem; e Joana Thereza de Jesus, residente na Aldêa
de cima.
*—*$$*—»
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 14 de Março.
Embarcações avistadas.
7 h. 3. m. 1 Chalupa sem bandeira ao Sudoeste do Ca
bo do Espichel: navega para o Norte.
5 h. 56 m. 1 Galera sem bandeira ao Norte do Cabo
da Roca.
N. B. Os 2 Hiates Reaes, e o Cahique que estavão fun
deados em Cascaes fizerão-se á véla, e navegão
para o Norte.
- # --
ADMINISTRAÇÃo Do CoRREIo GERAL.
Navio a sahir.
Março 20. Para a Ilha de S. Miguel a Escuna Boa
Nova.
Publicações Litterarias.
Sahio á luz a Defeza do Amigo dos Portuguezes,
preço 80 réis.
Annuncios.
No dia 17, na Secretaria do Regimento de Infante
ria N.° 16, se acceitarão os lanços para o fornecimento
do rancho do mesmo Regimento no segundo trimestre.
Quinta feira, 17 do corrente, na rua de S. Francisco
de Borja, em Buenos-Ayres, entre a rua da Arriaga
e a do Prior, onde esteve a Embaixada Franceza , ás
dez horas da manhã se hão de vender em leilão publi
co todos os trastes pertencentes á mobilia da mesma casa.
 I i > - I * * - - • +

NUM. 64. ANNo 1831.

GAZETA DE LISBOA.
--—==>>>9###@$1<9ex-G=-

QUARTA FEIRA, 16 DE MARÇO. +

<i>=

* * *

AD VERTENCIA. mento de cavaliaria"N. 1. * * -

Coronel, o &# graduado em Brigadeiro, Nico

As pessoas que quizerem subscrever para a Gazeta de láo de Abreu Castello Branco. - -

Lisboa pelos mexes d'Abril, Maio, e Junho, podem Tenente Coronel, o Tenente Coronel do Regimento
dirigir-se á loja da Administração, na rua Aurea, 4.° de Cavallaria N.° 7, João da Cunha. * * •

quarteirão, N.° 235: as Cartas das Provincias serão Major, o Major do Regimento de Cavallaria N.° 4,
remettidas (com porte pago) ao Administrador da loja Lourenço Antonio Falcão Enserrabodes.
da Gazeta, José Joaquim Nepomuceno Arsejas: preço Regimento de Cavallaria N.° 7. :
da assignatura 33600 réis. Tenente Coronel, o Major graduado em Tenente Co
ronel do Regimento de Cavallaria de Chaves, Francis
co Teixeira {"
PARTE OFFICIAL. ElRei Nosso Senhor, como Commandante em Chefe
do Exercito, Houve por bem Nomear para servir na
} *
Inspecção geral de Cavallaria, o Major do Exercito,
N.° 16. , ), { José Gabriel Dias Pereira. = Conde de Barbacena,
Chefe do Estado-Maior General. = Está conforme o
Quartel General no Paço de Mafra, em 14 de º Original.=Ajudante General, Marquez de Tancos.
Março de 1831." *
• •
".
|

Ordem do Dia. " " -, R = AL E = A * 1o.

Publica-se ao Exercito o Avizo, e Decreto abaixo No dia 17 do corrente, se pagão na Thesouraria Ge
- transcripto: ) . . ral dos Ordenados os mezes de &#6, Novembro, e
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — ElRei Nos Dezembro de 1829, das folhas seguintes: Consulado Ge
so Senhor, Manda remetter a V. Ex.", para seu co ral, Administração do dito, e Casa da India.
nhecimento, e do Exercito, a inclusa copia assignada *

# Conselheiro Gregorio Gomes da Silva, Oficial …

__ —

aior desta Secretaria d'Estado, do Decreto de 8 do

corrente mez, pelo qual Houve por bem exonerar o Co
ronel D. João de Castello Branco do commando do PARTE NÃo orfICIAL.
Regimento de Cavallaria N.° 1, por estar Nomeado ••• →I
= ----
Inspector Geral do Terreiro Publico. Deos guarde a +

V. Ex." Paço de Queluz, em 10 de Março de 1881.=

Conde de S. Lourenço. = Illustrissimo e Excelentissimo NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
Senhor Conde de Barbacena. |-

Decreto. HESPANHA.
Havendo por Decreto de dezesete de Janeiro proximo cadis, 26 de Fevereiro. • • •

passado, Nomeado a D. João de Castello Branco, Co

ronel do Regimento de Cavallaria numero hum, para
º Lugar de Inspector Geral do Terreiro Publico de Lis
boa; Hei por bem exonerallo do commando do dito
Regimento. O Conselho de Guerra o tenha assim en
tendido, e faça executar com os despachos necessarios.
Palacio de Queluz, em oito de Março de mil oitocen
tos trinta e hum. = Com a Rubrica de SUA MAGES
TADE.= Gregorio Gomes da Silva.
Por Decreto de 9 do corrente mez.
Major do Exercito, o Major do Regimento de Ca
vallaria N.° 1, José Gabriel Dias Pereira.
Construcção de Caminhos de ferro.
Ainda que já não possa haver duvida alguma sobre
as immensas utilidades que produzem os caminhos de
ferro ao commercio e á rapida communicação das Ci
dades, e sobre as vantagens que tirão dos canaes, re
ceamos, não sem algum fundamento, que os que não
conhecem o modo com que na Grã-Bretanha se reali
zão estas emprezas, e sobre tudo desalentados ao verem
o custo, que o caminho de ferro de Liverpool, teve e
tem os que se estão construindo na Inglaterra, se af
fastem e por consequencia deixem de levar ao fim na
 [258]
Hespanha, e na formosa Ilha de Cuba, humas obras
que em pouco tempo mudarião a face de ambas dando
á sua agricultura e á sua industria hum impulso rapido
e gigantesco, que não he possivel obter com os camaes
nem podem esperar os ditos paizes huma vez que não
assem do estreito circulo da rotina. +"
Na Inglaterra qualquer he senhor de projectar hum
caminho, hum dique, hum canal, em huma palavra
huma empreza da qualidade daquella de que vamos fal
lando. Faz o seu calculo, fórma o seu plano, valendo #- , ElRei Nosso Senhor o Senhor Dom Miguel Primeiro,
se para isso do engenheiro ou engenheiros civis que me 3. attendendo benignamente á supplica que Lhe fez o Pa
recem a sua confiança, os quaes ou ajustão o seu tra *dre Mestre Fr. José Caetano da Gama, da Ordem dos
balho d'empreitada, ou entrão como emprezarios; exa Prégadores, e Prégador Regio, no dia 10 de Março,
minão a possibilidade e as ultilidades que deve render
o projecto; orsa o capital necessario e annuncia a sua
idea ao publico, chamando subscriptores que pelo at
tractivo do lucro se queirão interessar, e que approvão
a empreza contribuindo com fundos, ou a desprezão não
tomando parte nella.
Recorre-se ao Parlamento que dá a permissão, e se
procede a realiza e a obra. Com este systema des de o
anno de I824 ao de 1825 se projectárão em Londres
245 Companhias para promoverem e executarem obras pu
blicas e emprezas favoraveis á industria até hum capi
tal de 1.633,881,900 reales divididos em 2.466,940 #c-
ções. O seguro criterio do publico deo a sua approva
ção a 127, interessando-se nos objectos a que se desti
navão com 1.298.169.000 reales em 1.608,340 acções,
e reprovando ou não compremettendo os seus fundos
nas 118 restantes, ficando sem colocação 148,000 ac
ções, equivalentes á quantia de 566.065,000 reales.
antigo economista Hespanhol Osorio e Redin dizia
no seculo XVII, que as emprezas publicas como os ca
naes etc. devião ser feitas pelos particulares, porqne
não succeda o mesmo que com a do regadío que quiz
fazer seu } para regar mais de 603 geiras de terra
perto de Madrid e Toledo; serviço que fazia á sua
custa, e por sua conta, e que se deixou de fazer; e o
Rei perdeo mais de 1.000,000 de ducados annuaes. O
mesmo succedeo aos Coroneis Grunemberg que em 1688
pedírão permissão para franquear a navegação do Man
zanares fazendo a obra por sua conta e de seus amigos;
projecto que se não realizou. Graças á illustração de
S. M. reinante, que adoptando a verdadeira politica
quebrou as cadêas que prendião o curso dos talentos da
industria, e dos bem entendidos interesses, a sua mão
augusta com o systema de franquia fabril, faz a ventu
ra geral, dando assim eficaz impulso ao espirito das
emprezas, unico que he capaz de tirar a agricultura,
as artes e o commercio do atrazo em que se encontrão.
Em quanto ao custº das obras como as dos caminhos
e canaes, qualquer que tratar de as naturalizar entre
nós e calcular a despeza pela da Inglaterra, cometterá
hum erro que augmentará o desalento e causará hum da
mno fatal. Que comparação tem os salarios na Ingla
terra com os de Hespanha e Cuba? Basta saber, que
em quanto nós liquidamos as contas a reales e patacas
o Inglez o faz por libras esterlinas, cada huma das quaes
vale cinco patacas, e que o que nós avaliamos em qua
tro maravedis aqui se avalia em doze pelo menos. Na
Inglaterra huma das cousas que tornão muito dispendio
sas as obras publicas desta classe he a compra do terre
no, que em hum paiz tão povoado está em hum preço
elevado quando entre nós ou o tem muito baixo, ou he
quasi nenhum. Accresce a toda a despeza a da permis
são do Parlamento que he avultada, ao passo que
entre nós se dá gratis ou com muito pouco desembolço,
e leve-se em conta a qualidade do terreno por onde pas
são os caminhos porque isso influe na maior ou menor
despeza da obra quando se não adopte a nova invenção
para calcar as desigualdades, e se deduzirá que nos não
devemos intimidar pela despeza por que a experiencia
fará ver, que não he entre nós tão grande como se sup
põe tomando por baze dos calculos a que se sofre em
Hnglaterra. (Semanario de Londres.)
- * *
*—*$$*—»
Lisboa, 15 de Março.
(Artigos communicados.)
no Real Palacio da Bemposta, houve o mesmo Real
Senhor por bem conceder a Graça de poderem trazer a
Medalha de ouro com a Imperial e Real Efigie da Se
nhora Dona Carlota Joaquina, as pessoas seguintes:
Sebastião Xavier Diniz, Professor de Primeiras Letras
»or Provizão Regia, e Soldado da 3.° Companhia de
Voluntarios Realistas Urbanos; Francisco Victor Car
doso Loureiro, e João Nepomuceno Cardoso Loureiro.
ElRei Nosso Senhor, attendendo ao que em Sua Au
diencia de 10 do corrente, Lhe representou José de Bet
tencourt Vasconcellos Corrêa e Avila, Fidalgo Caval
leiro de Sua Real Casa, Major de Linha, e Comman
dante da Tropa da Ilha do Fayal, foi Servido conceder
a Graça de poderem usar das Reaes Efigies em Medalha
de ouro pendentes em respectivas fitas, as pessoas se
guintes; a saber: elle Major, e sua familia, da da Im
| peratriz Rainha, a Senhora Dona Carlota Joaquina,
de saudosa memoria: e da do mesmo Augusto Senhor,
o Reverendo Doutor Ouvidor, Antonio da Terra Pi
nheiro; o Reverendo Cura José Estacio da Silveira; o
Reverendo Beneficiado Francisco Pereira Bulim; o Re
verendo Beneficiado José de Mattos; o Reverendo Ca
pellão do Collegio, Manoel Ignacio da Silveira; o Re
verendo Capellão da Gloria, Claudio Xavier; o Re
verendo Beneficiado Manoel Dias de Lima; o Reverem
do Vigario José Miguel da Silva Velho; o Reverendo
Vigario Joaquim José dos Santos; Gonçalo de Labott
e Lacerda, Vereador; Thomás José Lopes, Professor
de Latim; Octavio Joaquim Machado, Meirinho da
Alçada; José Manoel Henriques, Patrão-Mór; Fran
cisco Corrêa d'Andrade Junior, e seu irmão Thesourei
ro das "Angustias; José Ignacio Pimentel. Procurador
do Concelho; Thomás Corrêa de Mello, Capitão Mór,
e seu pai Manoel Corrêa de Mello; Antonio de Betten
court Machado, Morgado; o Reverendo José Dutra. de
Lemos, Ouvidor; Manoel Machado Soares, Capitão
#"""""## Domingos Vieira de Mello, Estudante;
Francisco Mariz de Sousa, Professor de Latim; Anto
nio Ignacio da Silveira; João Garcia de Mello; e Da
niel Francisco de Mattos: os primeiros da Ilha do Fayal,
e os ultimos dez da Ilha do Pico. * {
*———» §§ *-*
Litteratura. … .
Dos chamados direitos do povo.
* *
A ultima pedra que a Assembléa Constituinto collo
cou no cume do seu edificio, que dizião levaria seu no
me á immortalidade, unicamente servio para o alluir, e
para destruir huma obra que havia custado tantas fadi
gºs e tantos crimes: o direito absurdo e impolitico que
ella concedeo ao povo para lisonjear o seu orgulhô, e
augmentar a sua presumpção, e a sua temeridade, o
direito digo de rever, reformar, e mudar as politicas
instituições do Estado, foi fatal para ella mesma, e
para eterna vergonha da constituição, tão depressa se
fez como logo se subverteo. Qualifiquei esse direito de

absurdo e impolitico, por que he diametralmente op.
posto á natureza da ordem social, especialmente da na
ção que escolhe ou se sugeita a hum Chefe, que se en
carrega da administração do Estado. Sei qual he o sin
tir de J. J. Rousseau, e a impudencia com que do
gmatizou sobre o direito illimitado, que o povo quer ter de
dispor á sua vontade dos depositarios do poder executi
vo, de os mudar quando quizer, e de os tratar como
oficiaes a seu soldo.
Li huma breve refutação de Rousseau por certo ho
mem de letras do meu conhecimento e a achei tão soli
da e tão bem deduzida, que entendo prestar hum agra
davel serviço aos leitores inserindo neste lugar parte do
que he relativo a huma tão estravagante opinião.
» Como he impossivel, diz elle, suppor que Rous
seau se não entendesse a si mesmo, vejo-me obrigado
a suspeitallo de má fé. Rousseau sustenta que os depo
sitarios do poder executivo não são senhores do povo,
mas seus oficiaes; entende que o povo os póde estabe
lecer e destituir quando for sua vontade. Se o povo ti
vesse tal direito podia ser da sua vontade nunca insti
tuillos, ou destituillos no mesmo instante, o que em hum
e outro caso tornaria vã e illusoria a execução da sua
vontade ; e assim o corpo politico se não poderia
COI]SEIV{lITe 13
Nada ha com efeito mais audaz, insensato, e arro
gante do que vêr hum pedagogo feito filosofo medir
com o mesmo compasso hum Estado immenso e huma
pequena Republica; e querer applicar a huma as fór
mas do Governo da outra, e fazer acreditar que sem
haver conhecido nem profundado constituição alguma,
á excepção da constituição da sua patria, que cada
hum tão perfeitamente conhecia como elle, podia arvo
rar-se em Juiz de todas, e decidir da sua essencia, das
suas leis, dos seus fundamentos, e da sua sorte lá se
gundo o seu entender.
Assim discorria o Cidadão de Genebra, hum dos
maiores apostolos da liberdade e igualdade dos homens;.
escriptor a quem os facciosos preconizárão com tão gran
de enthusiasmo por author da revolução Franceza, como
se podesse ser honroso para hum filosofo que affectava
a moral mais severa, o vêr-se colocado á testa da re
belião mais iniqua, maculada por huma serie de crimes
e abominações que fazem estremecer de horror os bons
Francezes e todo o genero humano. O mesmo succede
rá a todo o homem corrompido cujas averiguações fi
losóficas forem indignamente motivadas por criminosas
paixões sem que o amor da verdade tenha de modo alr
gum tido parte em seus trabalhos. Reprimido na Pu
blicação dos seus escriptos, odiado e perseguido pelas
pessoas que conhecião toda a força do veneno que har
via espalhado, Rousseau unicamente escreveo o seu
Contrato social pelo espirito de vingança, para subver
ter ao mesmo tempo o Altar e o Throno, para aniqui
lar toda a idéa de subordinação, respeito e reconhecir
mento no animo da multidão, e para efectuar o total
transtorno da ordem social por meios tanto mais temi
veis por isso que lhes dava por baze a razão e o interes
se geral- • •
Não posso acabar a questão sobre o chamado direito
que o povo tem de mudar, quando quizer, as fórmas
de Governo, sem interrogar os perfidos e simulados le
gisladores sobre a necessidade, natureza, força e senti
do de todos os juramentos que tem exigido delle, e que
o tem feito repetir até aviltar e aniquilar a santidade
de hum acto, que todas as nações tem constantemente
respeitado; de hum acto sobre o qual a honra France
2a era tão religiosamente delicada. O juramento expres
samente declarava, que serião fieis á lei, á nação e aº jurando majores nostri arctius esse poluerunt : id indi
Rei. Mas como pode o povo ser fiel a huma lei cuja cant, leges sacrata, id indicant foedera, quibus etiam
existencia depende da sua vontade! Que importa que
a lei seja justa, boa e util, se o povo a póde subverter
em hum instante, e segundo os principios modernos a
[259]
ninguem deve dar conta disso! Como póde elle ser fiel
á nação, quando se tem mil vezes sustentado, que o
povo he a nação, independentemente das Authoridades
constituidas, das Jerarquias estabelecidas e das proprie
dades legalmente adquiridas ! Como póde elle ser fiel
ao Rei quando se colocou o mesmo Rei abaixo da mais
vil populaça! Tendo sugeitado a Religião e o Estado
a ridiculos sofismas, a capciosos raciocinios, a tudo
quanto ha de mais metafisico nas idéas de hum rhetori
co malévolo, os nossos filosofos não conhecêrão que hum
juramento que só depende da livre vontade de quem o
faz, não he pela sua natureza hum juramento; be nul
lo e já não existe: he loucura em hum homem o dizer;
juro observar as leis em quanto for minha vontade; se
quizesse seriamente prestar similhante juramento seria
hum impio que ao mesmo tempo ultrajaria Deos e os
homens.
Todas as nações conhecidas tem elevado até o culto
a santidade do juramento; julgárão que não havia meio
mais eficaz e mais seguro para obter o efeito de toda
a especie de obrigação, e que huma vez enfraquecido
esse meio, estavão acabadas as promessas e as conven
ções (1). Ai do povo que não conhece a precisão nem
a força do juramento, ou que depois de as ter conhe
•
cido se habitua a desprezar huma e outra: pezando so
bre elle os desastres e as calamidades de toda a especie,
lhe ensinarão que he do seu interesse observar religiosa
mente a fé do juramento; as calamidades lhe ensinarão
que se o quizer violar, infringir, e calcar aos pes como
o tem feito até agora o chamado povo livre, todas as
nações só o poderão considerar como hum povo de sal
teadores, e como a escoria de tudo quanto existe de
mais abominavel entre os homens. (D'Ayala.)
+ * * e —*—
• . Pensamentos de Mr. de Bonald.
He notavel que a desordem na litteratura , e as fac
ções no Estado politico, se tem encontrado nas mesmas
épocas, e que em geral as revoluções que tem feito pas
sar os Estados politicos das desordens da democracía á
dignidade do Governo Monarquico , tem sido em toda
a parte favoraveis ás letras ; isto he já huma prova da
excellencia da Monarquia.
Hun, povo que nos bellos dias da Monarquia se ele
vou á perfeiç㺠da arte litteraria, dificilmente póde ca
hir no Governo popular: a sua litteratura, totalmente
Monarquica, forma parte dos seus costumes, e consti
tue o mais poderoso habito do seu caracter.
Não se conhece obra nacional entre os Allemães, ex
cepto Werther, vago, pensativo, e melancolico, cuja
paixão antes existia no seu entendimento do que no co
ração, não querendo ser bem succedido no seu amor
nem curar-se delle , e nutrindo seus males unicamente
para acabar com a vida.
O Ariosto, engenhoso, chocarreiro, amante do ma
ravilhoso até á extravagancia, sem ordem e sem plano,
tambem he huma obra nacional para os Italianos; por
que o Tasso pertence a todas as nações Cruzadas.
Os Francezes não tem propriamente obra nacional,
(1) Nullum vinculum ad adstringendam fidem jure
cum hoste devincitur fides; indicant notiones, animad
versionesque censorum, qui nulla de re diligentius quam
de jurejurando judicabant.

porque tem huma litteratura totalmente nacional. Quan
do huma litteratura inteira he a expressão da socieda
de, huma obra particular não póde ser a expressão de
hum povo. Unicamente se póde notar que as duas obras
que tiverão em certo tempo maior voga forão o Telé
maco, e o poema de Voltaire: duas obras de imagina
ção que referem aventuras nobres ou burlescas. Bas
ta isto para ajuizar das duas épocas. O nosso poeta
mais nacional he La Fontaine, porque tem huma lin
guagem que só nós entendemos, a linguagem simples e
"innata, se assim a posso chamar , e por isso que os es
trangeiros só podem saber a linguagem que aprendêrão;
clles mesmos concordão em que não entendem o nosso
inimitavel fabulista.
As revoluções tem causas proximas e materiaes, que
desafião a attenção dos menos reflexivos; essas causas …. .
não são mais do que occasiões; as verdadeiras causas,
as causas profundas e eficazes são as causas moraes,
que os homens a poucados ou corrompidos desconhecem.
Hum tremor de terra, ou huma rajada de vento, faz
cahir hum edifício, mas já havia longo tempo que as
paredes tinhão perdido a sua perpendicularidade. Jul
gão alguns que hum deficit na fazenda he causa de hu
ma revolução; profunde-se mais e se achará hum defi
cit nos mesmos principios da ordem social.
. Ha leis para a associação das formigas e das abe
ºlhas: como he possivel que alguem julgasse, que não as
ha para a sociedade humana, e que esta se acha en
tregue á casualidade da invenção dos homens? Quando
essas leis se achão esquecidas no codigo da sociedade
publica, encontrão-se no da sociedade doméstica.
Se o supremo legislador tivesse feito da instituição da
sociedade huma sciencia tão laboriosa e complicada co
mo: os mesmos homens a fizerão, serião os primeiros em
se queixarem de que houvesse posto tanta arte em huma
cousa tão natural.
Os animos apoucados só attendem nas melhores insti
tuições ao seu abuso, e nas peiores ás suas vantagens.
A primeira destas disposições faz as revoluções; e a se
gunda as prolonga.
* * * * * * •
|-
. º
**
Os numerosos arquitectos que trabalhárão na reedifi
cação do edificio social que havião destruido, julgárão
estabelecer hum principio escrevendo no seu Codigo:
Artigo I. Estavão edificando sobre a areia, e entendê
rão que a primeira pedra era o alicerce.
*—*§§ 4—º
Telégrafo.—Serviço da Barra. — 15 de Março.
• Embarcações avistadas.
E h. 11 m. 1 Cahique sem bandeira, a Oeste do Cabo
da Roca. .
7 h. 5 m. 1 Bergantim sem bandeira, ao Sul do Cabo
do Espichel.
10 h. 46 m. 1 Galera sem bandeira, ao Sudoeste do
Cabo do Espichel.
1 h. do
5. Cabo
m. 1 do
Brigue Escuna sem bandeira, ao Norte
Espichel.
2 h. 50 m. 1 Bergantim sem bandeira, ao Sudoeste do
- Cabo do Espichel.
== # L #L − T
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
[269 ]
N. B. Estão fundeados em Cascaes 2 Hiates Reaes sem
distinctivo, 1 Chalupa e 1 "},
sem bandeira.
• Embarcação entrada em Belém
4 h. 40 m. 1 Patacho Portuguez, Novo Paquete, vem
arribado, tendo sahido deste porto antes de hon
tem; hia para a Figueira. -
Embarcações entradas em S. Julião.
8 h. 38 m. 1 Bergantim Americano.
4 h. 5 m. 1 Galera Brazileira.
Embarcações sahidas de Belém.
8 h. 30 m. 1 Escuna Ingleza para Londres. -
5 h. 2 m. 1 Brigue Escuna Portuguez, Neptuno, para
a Ilha de S. Miguel; 1 Bergantim Sueco, para o
Rio de Janeiro, e 1 Escuna Ingleza para Londres.
**>
*
Publicação Litteraria.
Sahio á huz o Acto de Santo Antonio livrando o pai
do patibulo : esta obra vende-se na loja de livreiro rua
do Ouro, e nas da rua Augusta N.° 1 e 2, preço 50 rs.
Annuncios.
Faz-se publico que no dia 18 do corrente, ás 10 ho
ras da manhã, na Secretaria das Brigadas de Artilheria
em Belém, se ha de proceder á arrematação do ran
cho do mesmo corpo para o segundo trimestre do cor
fel) te RT TIO.
Na rua Augusta, N.° 187, 1.° andar, se fazem obras
com toda a perfeição pelos preços seguintes, na Lei:
cazacas e sobrecazacas a 33200 rs., calças, calções e
coletes a 800 rs., e todas as mais obras que se queirão por
preços modicos.
Vende-se huma propriedade de casas, sitas na rua
da Paz, N.° 33 até 35, Freguezia de Santa Cathari
na; quem a pretender comprar dirija-sa á loja de be
bidas no bêco do Carvalho, N.° 22, por detraz da
Igreja de S. Paulo, e alli se lhe dirá com quem pode
# do ajuste. …" o II
Quem pretender arrendar por annos as fazendas que
Fernando Vasques da Cunha, de Sá Pessoa Rangel
J'ahia Monis de Mello, assistente na sua casa e quinta
de Maiorca, termo da Villa da Figueira, Comarca de
Coimbra possue naquella mesma Comarca, pertencentes
aos seus vinculos, denominadas a quinta da Cuada, si
ta no districto do couto de Maiorca, proxima á Barca
de S. Fins, que consta de terras de campo, e de fo
ros e rações; assim como de prazo em Capella das Cu
lhadas, proxima a S. Martinho do Bispo, que consta
de foros e rações, assim como dos foros e algumas ter
ras proprias que possue em Castendo, Comarca de Vi
2eu, que se hão de arrendar até ao fim de Maio do
presente anno; queira dirigir-se ao dito senhorio, ou
pessoalmente, ou por carta pelo correio da Figueira,
e serão patentes a todos os pretendentes as suas condi
ções e rendimento. |- -
Vendem-se humas casas, sitas na rua direita do Lu
miar, livres de foros com duas lojas e primeiro andar,
as quaes rendem 483000 rs. annualmente em metal: quem
as pretender falle com sua dona, que mora na mesma
propriedade, N.° 93. -
Quinta feira, 17 do corrente, na rua de S. Francisco
•
de Borja, em Buenos-Ayres, entre a rua da Arriaga e
a do Prior, onde esteve a Embaixada Franceza, ás dez
horas da manhã se hão de vender em leilão público
-
todos os trastes pertencentes á mobilia da mesma casa.
+ +++++ _ __
******-*
+ =
* * • • |- •
 NUM. 65.
E
GAZETA DE LISBOA. —=>>>6<>#@$#<<9c2<<=--
QUINTA FEIRA, 17 DE MARÇO.
PARTE OFFICIAL,
N
Repartição da Reforma Geral dos Estudos.
Pela Junta da Directoria Geral dos Estudos se ha de
prover por Concurso de 60 dias, que começará em 18
do corrente mez, a primeira Cadeira de Latim do Es
tabelecimento de Estudos do Bairro Alto da Corte e
Cidade de Lisboa, com o ordenado annual de 4003000
réis. Os que pretenderem ser nella providos se habilita
rão com folhas corridas, declaração determinada na Lei
de 20 de Junho de 1823, Certidão de idade , e Attes
tação do proprio Parroco sobre vida e costumes , re
conhecidas, e em forma legal, e no tempo acima de
signado concorrerão a Exame perante a mesma Junta,
ou perante o Commissario della na referida Corte e Ci
dade de Lisboa. Coimbra , na Secretaria da sobredita
Junta, 9 de Março de 1831. — O Secretario Antonio
Earboza de Almeida. -
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
ITALIA.
Plasencia, 18 de Fevereiro.
S. M. a Archiduqueza Maria Luiza, Duqueza de
Parma, chegou hontem a Cremona, vindo de Casal
maggiore. Na primeira Cidade expedio hum Decreto,
restabelecendo nas suas funcções o Presidente do Inte
rior Conde Comacchia, e nomeando para dirigir a Fazen
da o Barão Vicente Mistralí.
Na manhã seguinte pubicou S. M. outro Decreto do
theor seguinte:
… Nós Maria Luiza etc. Havemos por bem decretar:
1.° Em quanto não determinar outra cousa se estabelece
a nossa residencia na Cidade de Plasencia. 2.° Esta Ci
da-le será o centro da administração dos nossos Esta
dos, de que se achão encarregados debaixo das nossas
ordens immediatas, os Presidentes do Interior e da Fa
zenda.»
Na tarde do mesmo dia entrou Maria Luiza em Pla
sencia, onde foi recebida com as mais vivas demonstra
ANNo 1831.
@<n=-
ções de alegria. O povo quiz com o maior empenho ti
rar os cavallos e levar o Coche até o Palacio, porém
não o quiz permittir a Augusta Soberana.
Sabemos que em Fierenzola destruírão os habitantes
todos os emblemas da revolução, que no principio po
zerão alguns mal intencionados: restabelecêrão os si
gnaes do legitimo Governo, e dérão as armas aos sol
dados a quem se tirárão no meio do motim.
(Gazeta de Milão.)
FRANÇA.
Paris, 1.° de Março.
Parece que atemoriza muito ao Governo quanto re
produz entre nós a imagem dos dias aziagos da revolu
ção de 93. A destruição dos monumentos, a fixação
das arvores da liberdade, os barretes encarnados, as
horrorosas canções com que excitavão o povo a toda a
classe de excessos, são consideradas por todos os func
cionarios como symptomas ameaçadores da paz publi
ca, e se os sofrem he porque os não podem impedir=
porque razão pois não teme o Ministerio reproduzir fa
ctos análogos, e entrar nos caminhos onde se tem per
dido os Governos destes tempos de anarquia?
O Mensageiro de Marselha, de 19 do passado, diz
O Segul1nte :
?? #"… que a Cidade de Arles se declarou em
estado de cerco, em consequencia dos ultimos aconte
Cl II) entOS. 23
Escrevem de Toulosa o seguinte: •
» Nesta Cidade usão os homens publicamente e sem
receio gravatas verdes com o nó branco, e colletes tam
bem verdes, em que vão colocados hum H e hum V
As mulheres que pertencem ao partido Carlista só se
apresentão em publico com chapéos tambem verdes
com cintas brancas ; e finalmente os commerciantes
pintárão as portas das suas lojas de verde, que alli
chamão de Henrique V. (Globo.)
A Gazcta de Milão annuncia, que não havião tido ef
feito em Ancona as tentativas da revolução.
(Gazeta de França.)
No dia 16 de Fevereiro devia entrar no Ducado de
Modena huma Divisão Austriaca debaixo das ordens do
General Gespert.
O General Bentheim se acha nas fronteiras do Esta
do de Ferrara, prompto a entrar alli se a necessidade
o exigir.
Hum corpo de observação, composto quasi todo de
Regimentos Hungaros, recebeo ordem de tomar posi
ção nas fronteiras do Piemonte para cubrir aquella par
te da Italia. º (Quotidiana.)
 [262]
Annuncião as cartas de Roma, que em execução do pimento de huma guerra; porém vêr-se-ha obrigada ne
Decreto publicado por Mr. Capelleti, Governador de cessariamente pela Russia a emprehendella.
Roma, no qual se manda aos estrangeiros que não tives - (Nacional.)
sem domicilio fixo em Roma, que justifiquem os mo A Gazeta d'Estado de Berlim assegura, que os arma.
tivos da sua permanencia naquella Cidade no termo de mentos que se estão fazendo na Prussia são motivados
24 horas, se havião apressado a entender-se com as au pela duração das desordens da Belgica, as quaes fazem
thoridades Romanas sobre o dito particular todos os Em indispensavel que se organizem nas Provincias do Rheno
baixadores, Ministros Estrangeiros, Enviados e Consu forças respeitaveis.
les, á excepção do Plenipotenciario France2. Parece Hum periodico de credito diz o seguinte:
que he muito mais consideravel do que devera supporº » A 28 se propagou na Praça do Commercio a notí
se naturalmente o numero dos seus compatriotas que se cia de que a 22 havia entrado em Varsovia a vanguar
achão actualmente em Roma. Assegura-se que este da do Exercito Russiano. Esta noticia que depois to
numero se havia augmentado por alguns Voluntarios, mou alguma consistencia, he muito verosimil; porque
que se querião embarcar para Argel, e havião escapa segundo a Gazeta de Koenisberg se achavão no dia 16
do das immediações de Toulon; tambem parece que a as cabeças das columnas da Divisão do General Geis
estes se havião aggregado alguns bandidos e prezidia mar a 12 leguas daquella Capital. O Quartel General
rios escapados de outras partes da Italia. Seja como fôr do Exercito Polaco se havia retirado de Okuniew, si.
a população Romana está muito exasperada contra os tuada na distancia de 6 leguas de Warsovia, e pelo con
Francezes, e o Governo faz grandes esforços para os trario os Russianos tinhão avançado pelo caminho de
subtrahir da violencia do povo. (G. de França.) Brzesc-Litewski. Em Plosk conseguio o Governo Pola
Escrevem de Londres em data de 22 do corrente o co reunir alguns milhares de recrutas, que logo forão
seguinte: •
enviadas á Capital para formar com elles alguns Bata
º A 19 assignárão os representantes das cinco Poten lhões: muitos destes conscriptos erão mancebos de 12
cias hum Protocolo cujo objecto se dirige a impedir, que a 14 annos, que pela maior parte desertárão no ca
venhão ás mãos os partidos que ba na Belgica. minho.
- … Neste Protocolo brilha a sabedoria, a prudencia e » Os Cossacos da Guarda Imperial havião chegado a
a firmeza. Nelle se expõe tudo quanto se tem feito, /ilna, onde a cada monento se esperava o Imperador
por que se fez, e quaes são os principios que tem diri Nicoláo. Em Varsovia reinava a maior confusão.»
gido os Governos interessados; principios que deve res
peitar todo o homem judicioso e illustrado que não quer . Diz-se que antes de hum mez se achará outra vez o
ver a Europa desorganizada e inundada em sangue. Duque de Wellington á testa do Ministerio Inglez. Eis
» Os Enviados a # formão a
• unica authoridade aqui a razão que se allega. A aristocracia e o Rei se
poderosa que existe agora na Europa; se se sustentar assustão á vista da crize que vai produzir a questão da
este systema de união, não ha duvida que resultarão reforma parlamentar; os clamores do povo por esta re
grandes beneficios, e contribuirá para que se restabe forma lhes faz temer se verifique muito em breve huma
leça a boa ordem, e se desterre a anarquia e a vio sanguinaria revolução; e estes temores lhes tem sugge
lencia.» rido a idéa de buscarem meios de a evitar, e o Duque de
A isto accrescentaremos, diz o Tempo, que o Pro HVellington vê hum na guerra. Foi approvado o seu
tocolo de que se falla declara, que os Tratados de 1815 parecer, e para este objecto se está tratando de hum
não forão feitos só de Soberano a Soberano mas tam alistamento para augmentar o Exercito. Deste modo
bem de nação a nação; e que a França está na verda em quanto os nossos Ministros nos adormecem, assegu
de na liberdade de os não reconheeer; mas então tam rando-nos sem fundamento que se não perturbará a paz,
bem he certo, que por este facto consintiria em pôr-se em a Inglaterra se está preparando para se pôr outra vez á
hostilidade com todas as nações da Europa; eis o que frente de huma alliança de Reis para obrar contra a
resulta das informações que temos tomado e que não França. ( Tribuna.)
duvidamos publicar. (G. de França.) As cartas de Genova recebidas em Marselha confir
mão a noticia do restabelecimento da tranquillidade em
Idem, 3. Roma. Parece que a tentativa dos revolucionarios se
limitou a atacar o Corpo da Guarda na praça de Co
Hontem, pelas 7 horas da noute, se tocou a chama lonna ; porém bastárão para os dispersar alguns tiros
da em todos os Quarteis desta Capital; no mesmo ins no ar. O movimento só se havia estendido até Pesaro.
tante se propagárão vozes de que huma turba armada (Quotidiana.)
se hia dirigir á praça do com mercio com o objecto de
alli plantar a arvore da liberdade. GRÃ-BRETANHA.
Outra turba toda composta de gente esfarrapada, se
apresentou precedida de huma bandeira tricolor e gri Londres, 27 de Fevereiro.
tando viva a republica ! porém logo foi dispersada e
apprehendido o que levava a bandeira. Fundos publicos. Tres por 100 consolidados 78 a.
Pelas 8 se colocárão na praça e jardim do Palacio Segundo a correspondencia de Dublin continuão as
Real hum Esquadrão de Hussares de Chartres, e gros assuadas na Irlanda, principalmente no Condado de
sos destacamentos da Guarda nacional. Meath, Alguns proprietarios do campo tiverão a fraque
Pelas 9 horas era immensa a multidão de gente que za de ceder ás ameaças que se lhes fizerão, e isto he
se havia
das reunido na rua de Saint-Honoré; todas as ten muito máo porque os agitadores não deixarão de se apro
se fechárão. •

veitar de tal disposição. Não obstante as prizões que já

Pelas 11 parecia haver-se restabelecido a tranquilli se tem verificado os tem intimidado; porém a miseria
dade, e a Guarda nacional continuava a estar collo he espantosa, e pede prompto remedio.
cada em todas as avenidas do Palacio Real. » He evidente, diz o Courier, que ha algum motivo
• • (Quotidiana.)
secreto na nomeação do Regente da Belgica. Huaºa
O Gabinete de Berlim enviou novamente a París o Regencia só será huma união moral com a França. Os
Barão Alexandre Humboldt. O Governo Prussiano jul principios Francezes, os conselhos Francezes, e a in
ga que agora mais do que nunca, tem necessidade de fluencia Franceza, preponderarão no paiz. A Regen
saber como caminhão os negocios da França. cia Belga não será mais do que dependencia do Palais
A Prussia sem duvida quereria prolongar ainda o rom Royal.»
 [ 263 |
O dito Courier pergunta: º Porque razão a França
auxiliou a Belgica, e abandonou a Polonia, cuja causa
lhe parece infinitamente mais interessante? O principio
da não intervenção, acrescenta, nos negocios de outros
Estados, he o empenho mais difficultoso da França e
Inglaterra. Porém tendo a França violado, esta regra a
respeito da Belgica, declaramos que lhe fora mais hon
roso se houvesse permanecido menos passiva com a Po
domia.»
Fala-se muito na prnça do commercio do movimen
to das tropas Austriacas verificado na Italia, e do ef
feito que esta determinação deve produzir em França.
Se Luiz Filippe consente nisso se opina que poderá cau
sar a queda do seu Throno. Se se oppozer a isso, logo
se achará a França ameaçada. De todos os modos a
guerra he imminente. (G. de Madrid.)
HESPANHA.
Madrid, 12 de Março.
O Capitão General de Marinha do Departamento de
Cadiz, diz em carta de 5 do corrente, o seguinte:
Excellentissimo Sr. Inclusa remetto á mão de V. Ex.° a
relação nominal dos revolucionarios pertencentes á des
truida quadrilha do traidor Manzanares, que forão fei
los prizioneiros em Serra Vermelha, e pelas 3 da tarde
deste dia forão passados pelas armas por subdivisões nos
sitios que a mesma indica. O que partecipo a V. Ex."
assegurando-lhe, que he exemplar a tranquillidade que
se desfructa em todo este districto, e Serrania da Ron
da. = Deos guarde etc.»
Relação nominal dos revolucionarios que forão passados
pelas armas em S. Roque, Jimena, los Barrios, e
Real acampamento defronte de Gibraltar, expressando
as povoações da sua naturalidade ou moradia e exer"
&#2C2O4
André Ribé, de Gibraltar, marinheiro. Francisco Pe
res, de Malaga, serrador. Antonio Roca, de Almachar, pe
dreiro. Francisco Peres, de Crevillente, esteireiro. Pau
lo Herrera Vasques, de Jimena, escrevente. Ramon Pu
che, de Terregrosa, barbeiro. Gaspar Bernal, de Gibral
tar, musico. Nicoláo Redondo, de Algeciras, sapateiro.
José Ruis, de S. Roque, do campo. André Puyó, de
Bienbudi, lavrador. Francisco Carrasco, de Almune
car, desertor. Placido Candal, de Barcelona, desertor.
Antonio Vergara, de Gibraltar, cigarreiro. João Bas
tre, de Barcelona, pintor. Rafael Claar, de Mira, sa
pateiro. José Rodrigues, de Cadis, marinheiro. Fran
cisco Criado de Arenas, taverneiro. João Peres, de S.
Roque, do campo. José Sotillo, de Pojares (Castella
Velha), do campo. Caetano Carranza, de Sevilha, do
campo. José Caballero , de Gibraltar, marinheiro.
João Gomes, Portuguez, morador em S. Roque, ma
rinheiro. José Flores, de Bejacar, do campo. André
Parras, de S. Roque, do campo. Pedro Antonio de
Arenas, de Bilbao, traficante de carnes em Gibraltar.
José Os, de Benidorme, (""); marinheiro. An
tonio Peres, de Ceuta, pedreiro. Izidro Marques, de
Castrejon, lavrador. José de Ansa, de Cadis, alfaiate.
Francisco Esiche, de Gibraltar, escrevente, Caetano
Toledo, de S. Roque, do campo. Magin Borrel, de
Barcelona, sapateiro. Afonso Aguilar, de Coin, fer
reiro. Pedro Bernal (aliás Pericotin), de Jimena, ar
rieiro. Francisco José Ramon Franco , de Gibral
tar, latoeiro. João Rodrigues, de Gibraltar, mari
nheiro. D. Carlos Ascanio, de Algeciras, mestre
de primeiras letras. André Caballero, de Gibraltar,
alfaiate. João Pereira do Brazil , marinheiro. José San
ches, de Antequera, cardador de lã. João Granados,
João Francisco Gali, Bartholomeu Perchebú, e Julião
Arévalo; ignora-se o oficio e povoações da sua natura
lidade. São 45. (G. de Madrid.) º
*—º §§ *-*
Lisboa, 16 de Março.
Hoje sofrèrão a pena de garrote, em que forão sen
tenceados, 7 réos do attentado horrivel que esta Capi
tal testemunhou na madrugada de 8 de Fevereiro ulti
mo, que deo motivo á promulgação do Decreto publi
cadó na Gazeta de Lisboa Nº 36, deste anno. Fizerão
se as execuções no Caes do Sodré com aquelle socêgo
que se observa em toda a parte onde he devidamente
respeitada a ordem legal. Foi grande, sobre maneira,
a concorrencia dos espectadores, e posto que sempre em
similhantes actos a natureza excite a compaixão, neste
caso fallava mais alto a todos os corações a voz da Jus
tiça ofendida, e ninguem desconhecia a urgente neces
sidade de ver punidos réos de tão enorme delicto. Oxa
lá que este exemplo aproveite, e que a filantropía li
beral cesse de sacrificar mais victimas ao inexoravel ri
gor das Leis. •
Os nomes dos justiçados são os seguintes:
Joaquim José Pedreira, Negociante. -
N Kicente ias de Campos, Sargento do Regimento
.° 16.
Florencio Pereira da Costa, Soldado do Regimento
de Infanteria N.° 7.
Joaquim Lopes Martins, Cabo do Regimento N.° 13.
José de Magalhães, Creado de servir.
Manoel Luiz da Silva, ex-Capitão de Atiradores.
Antonio Germano de Freitas, Caixeiro de Fanqueiro.
* *§§ *—»
Litteratura.
Pensamentos de Mr. de Bonald.
A molestia epidemica do presente seculo he o furo?
de dominar; e como se não poude curar o mat, enga
nou-se o doente, e se decretou o principio da soberania
do povo. • -
A Realeza hereditaria, atacada por toda a qualida
de de ambição, he similhante à huma Náo agitada pe
lo vento, mas segura por duras ancoras que se não des
prendem, huma está lançada no passado, a outra no
futuro.
Havia antigamente em França leviandade nas ina
neiras, e gravidade no entendimento; a revolução mu
dou tudo isto, fez os animos superficiaes, e as maneia
ras tristes; já não ha razão nem prazer.
Buonaparte só viveo para destruir. Os Jacobinos fo
rão seus pais, assim como os federalistas forão seus fi
lhos. Appareceo unicamente para regular a obra da
destruição, isto he, para melhor destruir, e se veio ou
tra vez só foi para acabar com o mesmo instrumento
da destruição. A Europa, digão o que disserem, vai
encetar o caminho da sua restauração: para este gran
#" dif-se-hia, que ella espera alguem, ou alguma
A Sagrada Escriptura chama o povo Hebreo que se
rebella contra o poder, hum povo adúltero; ha nesta
expressão huma elevada verdade politica, e huma gran
de lição: tambem se encontra na mesma expressão hu
emaa sociedade
prova da relação que
domestica. ha entre a sociedade publica,
•
 [264]
{\uantas opiniões, diz Duclos, admittidas como ver
dadeiras por huma geração, e cuja falsidade se paten
tea na seguinte! O descredito em que tem cahido as
*déas filosoficas dá lugar a suppôr que aconteça o mes
no ás idéas liberaes.
O encarniçamento que os legisladores mostrárão em
conservar tres cores nas nossas bandeiras annuncia pro
fundo desprezo para com huma nação a quem julgão
capaz de se apaixonar por similhantes puerilidades.
Em 1549 se temia o excessivo augmento de Paris.
Hum Edicto fixou os limites da Capital. Luiz XIV.
renovou a prohibição de construir além de certos limi
tes, porque he de temer, dizia o seu Alvará de 1672,
que a Cidade de Paris, tendo chegado ao estado d'ex
cessiva grandeza, não venha a ter a sorte de varias Ci
dades poderosas da antiguidade, que em si mesmas
achárão o principio da sua propria ruina.»
Huma idéa falsa, ou antes incompleta, pode subver
rer a sociedade. Basta huma idéa completamente desen
volvida e amadurecida pelo tempo, e pelos aconteci
mentos, para a restabelecer.
Porque razão he contrario á civilidade fixar a vista
em alguem sem lhe dizer nada? He porque isso he in
terrogallo sem que possa responder. Dahi nasce que o
primeiro movimento de quem he assim observado, he
perguntar o que querem delle. Os olhos interrogão da
mesma sorte que respondem; manifestão a alma por
isso que a reflectem.
Não ha na Europa homem algum illustrado que não
considere hum erro a distincção do poder em legislati
vo, executivo e judiciario, e que não saiba que na so
ciedade não pode existir mais do que hum só poder.
Não obstante repetir-se-ha eternamente nas nossas as
sembléas politicas, segundo a opinião dos filosofos do
ultimo seculo, a distincção dos tres poderes; e zomba
mos da sugeição das antigas escolas aos erros da fisica,
ou da filosofía de Aristoteles. Esses ao menos não erão
perigosos.
*—*§§ «–»
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 16 de Março.
A Galera Brazileira que entrou hontem chama-se Ma
ria, do Pará, 51 dias, mala.
Embarcações avistadas.
6 h. 12 m. 1 Galera sem bandeira, 3 Bergantins dito,
e 1 Escuna dito a Oeste do Cabo da Roca: nave
ão para o Sul.
10 h. 30 m. 1 Galera Sarda , e 1 Bergantim sem ban
deira ao Norte do Cabo da Roca: a Galera nave
ga para o Sul.
Embarcação entrada em Belém.
4 h. 25 m. 1 Bergantim Portuguez, Novo Emprehende
dor, de Masseió, 46 dias, huma passageira menor
Brazileira, e cartas avulsas. |-
• Embarcações sahidas de Belém
1 h. 45 m. 1 Escuna Ingleza para Londres, e 1 Galeo
ta Hollandeza para Roterdam.
5 h. 2 m. 1 Brigue Escuna Portuguez, Feliz Encontro,
para a Ilha do Faial.
#==
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
*= # =
ADMINISTRAção do CoaREIo GERAL.
Navios a sahir da Cidade do Porto.
Março 20. Para o Pará o Navio General Rego.
30. Para Pernambuco o Navio Feliz Ventura.
30. Para Porto Alegre o Navio Flor de Amo
rim: as cartas serão lançadas na caixa geral
do Correio até ás cinco horas da tarde do
dia 16 em quanto ao primeiro, e os dois se
guintes até o dia 26.
Publicação Litteraria.
Sahio á luz a Contra-Mina Supranumeraria: vende-se
por 40 réis nas lojas do costume.
Annuncios.
O Conselho de Administração da Marinha pretende
comprar ferro sortido, brim, e aniagem para fardamen
to: todas as pessoas que quizerem vender os referidos
artigos, podem camparecer na sala do dito Conselho,
em o dia 22 do corrente mez de Março, pelo meio dia,
para se tratar das mencionadas compras.
Quem precisar de hum guarda-roupa ou criado gra
ve, que sabe bem barbear, cortar cabello, e que ensina
igualmente a lingua Franceza, e Ingleza, mancebo de
cente , e de boa educação $#* por pessoa ido
nea), e que exige mediocre ordenado, queira deixar seu
nome e número da morada no largo do Carmo N.° 11.
Viuva Barrozo previne aos Srs. Negociantes desta
Praça, e geralmente a todas as pessoas que lidão com
a sua casa, que tirou a sua Procuração a José Caximi
ro dos Santos, seu guarda livros, o qual de hoje em
diante não fignra em nada nas transacções da dita sua
casa,
L. B. devendo dirigir-se a ella mesma, ou a seu genro
Gardonne. • -
Manoel Caetano Gonçalves, com casa de cambio, no
Rocio, N.° 59, annuncia que se lhe desencaminhou o
bilhete da quarta Loteria N.° 3933, do primeiro semes
tre de 1831; por isso faz avizo a todas as pessoas que
tiverem cautellas do mesmo bilhete as venhão entregar,
e receber o sem importe, pois não responde pelas ditas
cautellas no caso de serem premiadas.
No dia 28 do corrente mez de Março, pelas 3 horas
da tarde, nas casas da residencia do Desembargador
Francisco Maria Borges Chichorro Bacellar, se hão
de arrematar a quem mais der, os fructos da Commen
da de S. Cyprianno de Angueira, no Bispado de Bra
f*** destinados para pagamento dos crédores do fal
ecido Marquez de Louriçal, D. Francisco Xavier de
Menezes.
A propriedade de casas sitas na rua da Adiça N.° 9,
e 10, junto de S. Rafael de Alfama, foi arrematada
em Praça dos leilões publicos do Deposito, aonde se
acha depositado o valor da mesma arrematação para
quem tiver direito a elle, e se pozerão editos do costu
me para que findos a mesma seja julgada livre confór
me a lei: he Escrivão Francisco Joaquim da Cunha
Travassos Castello Branco.
Na tarde do dia 21 do corrente, se ha de arrematar
na praça do deposito geral, com o abatimento da quin
ta parte do valor de 4003000 réis, huma propriedade
de casas na rua da Rigueira, junto ao largo do Salva
dor, N.° 44 a 46, e rendem 433600 réis: he Escrivão
da arrematação Couto.
L •
 [ 265 ]

sUPPLEMENTO
A O NU ME R O 65

DA

{
#
GAZ E TA DE LISBOA.
I.
<
==-

*
QUINTA FEIRA, 17 DE MARÇO DE 1831.

Lisboa, 17 de Março. tanto, não posso deixar de assegurar a V. Ex. º que

.
! #
Apressamo-nos a communicar aos nossos leitores as
noticias que abaixo vão transcritas, ultimamente rece
bidas por expresso:
: mais nesta occasião forão a minha columna da vanguar
# Capitanía Geral d' Andaluzia.
…
O Excellentissimo Sr. Capitão General deste Exerci
to e Provincia, em 8 do corrente, escrevendo do seu
Quartel General de Veger me diz, por hum extraordi
nario que acabo de receber ás 10 horas e meia desta
noite, o seguinte: ,
Excellentissimo Sr. — Com a data de hoje escrevo ao
Excellentissimo Sr. Secretario do Despacho da Guerra,
por extraordinario ganhando horas, o seguinte:
Excellentissimo Sr. —Tenho a satisfação de manifes
tar a V. Ex.*, que no dia de hoje triunfárão completa
mente as armas d'ElRei dos revolucionarios da Ilha,
os quaes, cortados nesta formidavel posição que occu
pavão, pelos rapidos movimentos das fieis e infatigaveis
tropas do Exercito da Andaluzia, rendêrão as armas
implorando a clemencia de Sua Magestade, sem que
tão decisivo acontecimento nos custasse mais que tres
homens foridos de Caçadores de Placencia, e hum ca
vallo de Albuera. Acima de huns quatrocentos homens
cabírão em meu poder, ficando concluida inteiramen
te huma sublevação que apparentava ser das maiores
* consequencias. Brevemente direi a V. Ex." as circum
*
{ stancias que produzírão tão felizes resultados; e, entre
todos os Chefes , Oficiaes , e Soldados, rivalizárão
em zelo pelo Real Serviço de Sua Magestade, não me
dando lugar a mais que a procurar imitar tão dignos
militares. Os que tiverão a fortuna de poder trabalhar
da , ás ordens do Coronel Graduado D. Christovão Lo
pes Nuno, que mandava o todo e a Cavallaria; assim
como o Tenente Coronel Graduado do Regimento de
La Reina, D. Thomaz de Yarto, Chefe da Columna
de Infanteria; e o de igual classe D. Miguel de Alce
ga, que tinha ás suas ordens huma columna movel, com
posta de Infanteria, Cavallaria, e Escopeteiros de An
daluzia, e de huma parte das Guardas dos Direitos que
ás suas ordens tinha posto em Medina Sidonia o activo
zelo e fidelidade do #- dos Direitos desta Pro
vincia, D. José de Villar e Frontia. O merito parti
cular, adquirido por cada hum dos individuos, eu o fa
rei constar em partecipação subsequente, pois, neste
momento me não he possivel verificallo, por haver en
trado nesta Villa rendido de cansaço. = O que faço
constar a V. Ex." para sua intelligencia e satisfação,
e para que o faça circular pelos povos da Provincia pa
ra conhecimento e satisfação de seus fieis habitantes. =
E eu me apresso a transmittir a V. Ex.° tão satisfacto
ria noticia para communicação dos habitantes dessa
Povoação. — Deos guarde a W . . . . muitos annos. Se
vilha, 9 de Março de 1831. = O 2.° Cabo Comman
dante General da Provincia, João Malats.

LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.

 • •
+|-*
* *
！·
… ~-
*
: ~
··*
！*- -
. --*·
ae
*
|-
… *·
|-***
* *
·|-
+ º·|-
----|-
*;
· • × °！ -|-
*·
• .*
·
• • ►
→
*
-*
·
 NUM. 66.
GazETA DE LISBOA.
SEXTA FEIRA, 18 DE MARÇO.
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS,
POLONIA.
Farsovia, 17 de Fevereiro.
À miseria começa a experimentar-se; apenas se en
contra pão; tambem se não pode contar com a chega
da de viveres, porque o Exercito consome quanto se
encontra nas margens do Vistula, e os Cossacos pela
outra
ceptãoparte se apoderão de tudo quanto achão, e inter
as communicações, •
As noticias recebidas das fronteiras annuncião, que
o alistamento extraordinario de 3 homens por cada 600
mandado fazer pelo Imperador da Russia devia com
pletar-se no prazo de dous mezes, e que além disso se
tirarião 403 homens das Colonias militares estabeleci
das no Governo de Nowgorod. (G. de Berlim.)
PRUSSIA.
Koenisberg, 17 de Fevereiro,
Segundo as noticias das fronteiras da Polonia o Exer
cito Russiano se acha na distancia de seis milhas de
Farsovia. Todos os dias entrão feridos naquella capi
tal, em cujos habitantes reina a maior tristeza; o es
trondo da artilheria a cada momento resoa em seus ou
vidos. Já se não fazem mais #""""###
acha interrompido o transporte de viveres. V㺠dimi
nuindo os recursos do Governo Polaco, e não se cobra
contribuição alguma. (G. Prussiana.)
FRANÇA.
París, 27 de Fevereiro.
A Condessa d'Ofalia, esposa do Embaixador de Hes
panha, faleceo ultimamente em Paris depois de larga e
penosa enfermidade. Era directora de muitas fundações
de caridade, pela maior parte na sua patria; o seu des
vélo pelo progresso da administração daquelles estabe
lecimentos tambem se manifestou em París pelas suas
frequentes visitas aos hospitaes, hospicios, e casas de
refugio. A Condessa d'Ofalia unia á bondade a mais
solida instrucção, e a suavidade do trato á mais nobre
politica, e á dignidade do nascimento e da virtude.
. (Extraclo do Estafeta.)
* ANNo 1831. -
Huma carta d'Egina, de 24 de Dezembro contém o
paragrafo seguinte: -
* O nosso Governo já recebeo os subsidios estipulados
pela França e Russia, e a Inglaterra tambem remet
teo 500,000 francos. Escrevem d’Athenas, que em con
sequencia de ordens recentemente chegadas de Constan
tinopla os Turcos fazem preparativos de marcha. A Ci
dade tomou novo aspecto. As casas que estavão arrui
nadas, se tem reedificado, e tambem se tem construi
do novos edificios. No Acropolis tudo está em boa or
dem, e os monumentos da antiguidade como o Parthe
non não forão destruidos pelos Turcos. Não tem havido
em Candia nenhum combate de consideração; mas os
Gregos ainda se não submettêrão.
No Correspondente de Hamburgo se acha o seguin
&onstantinopla, de 27 de
te extraeto de huma carta de
Dezembro: » O Sultão apressa com muita actividade
os seus preparativos militares. Varios corpos se concen
trárão, e algumas pessoas opinão, que esses corpos es
tão destinados a sustentar a ordem de cousas na Alba
nia; outros pelo contrario acreditão, que marcharão con
tra o Bachá de Belgrado que ha muito tempo que não
paga o seu contingente á Porta Ottomana, que não
confia muito na submissão daquelle Chefe.»
Acaba de chegar a París e de ser depositada no Pa
lacio do Louvre huma peça magnifica d'esculptura,
que se achou em Olimpia. (1) He o fragmento de hum.
baixo relevo, que talvez ornasse o interior do Tem
plo de Juno, e que representa os trabalhos de Hercu
les. Tambem se falla de huma estatua de Minerva de
SC
extraordinaria belleza. Estes preciosos restos da anti
guidade são hum presente feito á França pelo Presi
dente da Grecia. (Diario Mercantil.)
Segundo os ultimos periodicos de Madrasta na noute
de Junho ultimo hum espantoso desastre causou a maior
consternação na capital do Reino de Neupla, na India
Ingleza. Hum armazem de polvora situado na distancia
de 60 varas de huma povoação, e que continha immensa
(1) Cidade famosa da Moréa na margem direita do
Alféo; nella se celebravão cada quatro annos os jogos
Olimpicos, donde resultou o chamar-se Olimpiada o
espaço de quatro annos. Foi tambem famosa pelo seu .
oraculo e pelo templo de Jupiter, cuja estatua de co
lossal grandeza era obra de Fidias, natural da mesma
Cidade. Hoje em dia he huma pobre aldêa chamada
Miraca,
 [268]
quantidade daquella materia, voou em consequencia de al Mr. Harding approvou o augmento, e indicou que
li haver cabido hum raio. Este edificio era de forma re mais adiante pediria ao Ministerio - algumas noticias a
donda, cercado por huma parede de ladrilho de 12 a 14 respeito do dicurso de Mr. Lafitte. E concluio mani
pes de elevação, º summamente a. Não só não ficou festando o desejo de que se conserve a paz sem compro
pedra sobre pedra nem ladrilho sobre ladrilho, mas até se metter a honra nem os interesses da Inglaterra.
formou no terreno onde existíra o armazem huma cavi
dade da circumferencia de humas 60 braças, e da pro As cartas de Corfú de 20 de Dezembro annuncião,
fundidade de 20. Os 15 ou 16 naturaes que estavão de que os Turcos finalmente evacuárão Negroponto, de
serviço ficárão reduzidos a átomos. O corpo do que se cuja ilha os Gregos tomárão posse. Omer Bachá e os
achava de sentinella na cerca foi encontrado com Parte Commissarios Ottomanos encarregados de a entregarem
do seu equipamente na distancia de 208 varas, mas aos Gregos partírão da Cidade dirigindo-se a Athenas
sem cabeça, e os dous canos da sua espingarda detraz em huma embarcação Russiana de guerra. Varias fa
delle. Pedras de dous ou tres arrateis forão lançadas na milias Gregas que vivião nos arrabaldes occupárão as
distancia de meia milha, e duas que nenhum homem melhores casas, que não podião habitar durante o do
podia levantar, cahírão na distancia de 50 varas do minio dos Turcos. Os Gregos podem tirar grandes vam
Palacio da Presidencia derrubando huma porção, das tagens de tão fertil paiz, quasi da mesma extensão que
paredes. Em todo o espaço de huma milha ao redor das a Ilha de Candia. As abundantes pastagens nas imme
ruinas se vio o chão coberto de pedras, ladrilhos e gran diações da Capital, fertilizadas por mananciaes inesgo
des pedaços de vigamento etc. Varias arvores ficá taveis, suggerírão aos Gregos o estabelecimento de hum
rão cortadas como se o tivessem sido por hum tiro de deposito geral de cavallos em Negroponto para o ser
peça d'artilheria. Se esta desgraça tivesse succedido de viço do seu Exercito e da sua artilheria; já chegárão
dia seus estragos terião sido mil vezes maiores. As telhas os Oficiaes encarregados de traçar os planos competen
de algumas casas ficárão destruidas pela chuva de pe tes. - (D. Mercantil.)
daços de ladrilhos que cabírão sobre elas, e algumas
pessoas ficárão feridas mas levemente. (Idem.). As folhas de Sydney até 9 d'Outubro annuncião, que a
guerra havia rebentado na Terra de Vandiemen entre os
- Escrevem de Argel o seguinte em data de 30 de Ja negros e os brancos. O Coronel Arthur publicou hu
neiro: . … ** * * * ma Ordem para que o povo houvesse de coadjuvar o
. » Na segunda e terceira expedição a Medeah tivemos Governo a fim de anniquillar os barbaros. A totalidade
que lutar com poucas difficuldades; as tribus circumvi das forças estava # ao commando do Major Dou
sinhas fizerão quasi tudo. O General em Chefe partirá glass. (M. Post.)
daqui no fim de Fevereiro com o ultimo destacamento.
que ha de voltar á França; mas com os reforços que se + HESPANHA.
esperão talvez sejão as forças suficientes. As ultimas
tempestades tem feito consideravel estrago nos caes. Hum S. Sebastião, 4 de Março. |-

depºsito sofreo tanto que está em perigº de cabir; e

não poderá resistir a outra tempestade. Todos os dias Das emprezas contra a tranquillidade da Rep…….
e quasi á mesma hora vemos passar o Paquete Ingle"
vindo de Malta para Gibraltar. Bom seria que tivesse Torijos desembarcou na praia de Andaluzia á frente
mos igual meio de communieação entre Argel e Toulan. de 200 homens, e a sua tentativa teve o mesmo resul
- " P.S. Os 93 homens que a 26 de Janeiro ainda tado que as que se fizerão em Outubro anterior pela
restavão por embarcar em Argel voltaráô a França no fim fronteira da França. O mar e os Pyrinéos são igual
de Fevereiro. Esperamos a Fragata Armida a cujº hor mente contrarios aos rebeldes. Porém ao ver a pertina
do irá q General Clausel.» º cia com que se repetem expedições tão absurdas he na
tural que se excite a curiosidade dos espectadores, e que
GRÃ-BRETANHA. desejem saber qual he o objecto a que se dirigem estas
emprezas. Não ha intermez por muito ridiculo que se
Londres, 25 de Fevereiro. } ja, que não tenha a sua fabula, seu heroe, seus lances
e hum fim conhecido exposto ao auditorio no decurso
Na Camara dos Communs no dia 21 disse Mr. HVynn, da acção. Prescindimos neste artigo da immoralidade
que em vez de diminuir o contingente do Exercito se de similhantes tentativas, e tambem prescindiriamos da
augmentasse; não por que no seu entender se apressen sua absurdidade, se ella mesma nos não guiasse como
tava motivo algum d’intervir com mão armada, mas pela não a conhecer o centro onde vão parar as linhas
por que o estado em que se achava a Inglaterra e a Ir tiradas de pontos tão distantes e por mãos tão desco
landa he mais que suficiente para justificar esta medida nhecidas.
Pedio que para o anno proximo se augmente o Exerci As proclamações, escriptos e periodicos do partido
to do Reino Unido a 88,496 homens, sem contar os rebelde annunciárão, que a sua intenção era a mudança
Regimentos que são empregados na India. das leis fundamentaes. Porém he permittido não acre
O Coronel Davies ponderou a despeza necessaria ditallo quando temos visto os miseraveis recursos que se
para pôr em pé o Exercito na Inglaterra pois para tem empregado para conseguir hum fim tão arduo e dif
pôr em armas 96,000 homens inclusa a artilheria se ficil. O que se conseguio com duros trabalhos em 1820
gastão seis milhôes de libras esterlinas, ao passo que quando a nação não tinha os escar mentos que agora
o Exercito Francez no tempo dos Bourbons era de tem, possuindo então grande parte da força armada,
250,000 herºens e só custava 3.200,000 libras estrelinas por ventura se conseguirá hoje com expedições de du
e até segundo Mr. Laffite era a quantia excessivº. zentos a quatrocentos homens mal armados contra hum,
Mr. É……………… o augmento do Exercito Hin Exercito leal e valente, contra hum Governo preve--
nido, e contra hum povo não só desenganado mas
Mr. O'Connell disse, que tendo-se manifestado na dis tambem já enfastiado das suas theorías! Por muito
cussão, que o estado da Inglaterra, Irlanda, França e amor proprio que tenha Torrijos e Mina, podem
Russia exigia, que se augmentasse o Exercitº, se propunha crer-se tão temidos ou a inados na Hespanha, que apre
para fazer frente a tudo hum augmento de 73 homens; sentando-se com 300 homens fação o que Napoleão em
que no seu entender não tinha proporção alguma com a 1815, ou o que o nosso Rei, com nenhum soldado,
urgencia que sustentára Mr. Hynn. -
mas só com a sua Pessoa e dignidade, em 1814! São
 [ 269 |
tão mescios os que promovem e pagão similhantes em de Carlos X, commandada pelo Conde de Bourmont,
prezas, que julguem suficientes tão debeis meios para que já está em Hespanha como se se ignorasse, que o
transtornar huma poderosa Monarquia ! Havemos de actual Ministerio Inglez (e mesmo o passado), não he
suppollos tão ignorantes da situação da Hespanha, da favoravel á guerra contra a França; que a Grã-Breta
quella nação que sem tropas, nem dinheiro, declarou nha não tem o seu dinheiro para o dar a quem lho não
a guerra ao Capitão do seculo e triunfou na lide! Ha pede; que o Conquistador d'Argel não piza o territorio
vemos de attribuir-lhes hum erro tão capital e ridiculo de S. M. Catholica, e emfim que a Hespanha não está
como o de acreditarem, que com 300 homens e hum Co costumada a provocar a guerra ainda que a sustente
ronel tem bastante para a Hespanha, principalmente energicamente quando a isso a obrigão.
quando os que dirigem estes negocios he gente costuma Outros periodicos que antes nos havião calumniado
da a especular, e a reunir dados antes de entrar nas exaltando até as estrellas o espirito revolucionario dos
operações! Não be possivel persuadir-nos de que a em E{espanhoes, agora nos honrão dizendo-nos mil afrontas
preza que trazem entre mãos, se dirija, como elles di porque não queremos gozar da felicidade suprem 1, que
zem, a mudar a lei fundamental. O seu objecto ainda gozão os Belgas, e esperão os Polacos. A estes ridicu
he mais immoral porque he a guerra civil. los escriptores só diremos, que os Hespanhoes são hum
Depois da derrota de Torrijos confessão, que na Hes povo de convicção pratica, e que as frazes não os com
panha só se podem fazer mudanças por meio de forças movem, mas sim as cousas. Morrem por defender os
respeitaveis. Afectão pelo máo exito daquella expedi objectos do seu culto religioso e politico; porém não
ção hum desalento que tinhão antes della, e mesmo por theorías. Eternamente farão o que fizerão em 1808;
antes das de Mina e Valdez; por que não os julgamos porém não nascèrão para imitar as desordens revolu
tão nescios que ignorassem como se pensa em Hespa cionarias. (Estafeta.)
nha, e quaes são os recursos do seu Governo. Logo se
apezar desta convicção, que nunca lhes faltou, tudo «-» §§ *-*
\,
atropellárão, e sem terem as forças respeitaveis que jul
gavão necessarias para a mundança, comettêrão a em
preza, sabendo muito bem que não a havião de conse Lisboa, 17 de Março.
guir; claro he que as reformas tão encarecidas não erão
o seu objecto; se não ver se á força de enganos, fazes A Gazeta de Madrid publica a seguinte Proclamação
de proclamações e perfidias infernaes podião armar os de S. M. o Imperador da Russia:
Hespanhoes huns contra os outros, e introduzindo na » Nicoláo I etc.
nossa patria a guerra de montanha ou de partidas, per » No Manifesto do dia 24 de Dezembro, fizemos saber
petuar nella a divisão, medrar a favor das calamida aos nossos leaes vassallos, que no Reino da Polonia ha
des publicas, e satisfazer as paixões mais funestas do via rebentado huma revolução. Ao mesmo tempo que
homem, que são a cobiça, o rancor, a ambição, e justamente indignados de similhante attentado nos pre
sobre tudo a vingança. paravamos para reprimir e castigar os rebeldes, conser
Graças á prudencia do Governo, ao valor das tro vávamos a esperança de salvar os que tivessem sido allu
pas, á energica lealdade do povo, não poud realizar cidados, dando-lhes a conhecer a verdade; e conceden
se tão perverso plano em nenhum ponto da fronteira; do-lhes novas provas da nossa longanimidade tenciona
e temos a firme esperança de que se não ha de reali vamos attrahillos de novo ao cumprimento dos seus de
zar. A guerra de partidas he impossivel sem o consenti veres facilitando-lhes o meio de provarem ao mundo, que
mento e favor dos povos. Os que se julgão grandes ho o Reino da Polonia não merece o desprezivel nome de
mens por que a fizerão em outro tempo com bom exi traidor. Ainda estamos convencidos de que esse desgra
to, devem advertir, que a maior parte das vantagens çado povo he victima da intriga de alguns entes despre
que então adquirírão, as devêrão ás noticias, avizos, ziveis. Mas a violencia destes não conhece limites; pre
e cooperação dos habitantes, que então se sacrificavão parão-se a combater contra a Russia ; arrastados pela
por elles, e agora os perseguirião a tiro. sua cegueira e frenezim atrevem-se a querer seduzir os
O plano da revolução he dos estrangeiros que a tem nossos vassallos Russianos; e o que he mais, no dia 13
excitado e pago. Para que a estes sahisse bem º espe de Janeiro huma Dieta composta de facciosos que se fi
culação não era necessaria a victoria definitiva de 31 gurava ser a representação da sua patria, ouzou publi
na ou de Valdez; ser-lhes-hia bastante a ruina de al car, que Nós e a nossa Familia ficavamos excluidos
gumas Províncias, o saque de algumas Cidades, º fo da Coroa da Polonia, e que o Throno restabelecido
go, a espada, o odio, e as facções devastando alguma pelo Imperador Alexandre esperava outro Monarca.
parte da # em quanto saciavão a sua cobiçº Este esquecimento temerario de todo o direito e de
todos os juramentos, esta tenacidade em suas cri
no jogo dos fundos publicos e satisfazião o implacavel minosas ideas encheo a medida do delicto. Já che
aborrecimento que tem jurado á nossa nação: aborre
cimento cuja causa ignoramos, mas cujos efeitos co gou o momento d'obrar contra os rebeldes, e manda
nhecemos. mos que os nossos leaes guerreiros se ponhão em movi
mento contra os sublevados.
Malogradas todas as hostilidades a que como instru
mentos cegos se tem prestado nescia e criminosamente º Russianos ! Neste momento em que com o sentimen
os emigrados Hespanhoes, reduzidos ás armas de pala to de pai, mas tambem com a firmeza de huin Monar
vra e de penna, nas conversações, nos periodicos, nos ca, que sabe cumprir a santidade dos seus deveres, ti
folhetos nos fazem huma guerra atroz ; não só com in ro a espada para manter a honra e a inviolabilidade do
sultos, que são despreziveis, e ainda mais na sua bôca ; nosso Imperio, uno tambem as minhas orações com
mas tambem com perfidas insinuações , e com sugges as vossas perante as aras do Todo Poderoso, firmemente
tões calumniosas. Os mesmos periodicos que tem repe persuadido de que se dignará abençoar nossas armas,
tido até o fastio, que a Hespanha está despovoada, que e de que huma rapida victoria aplanará os obstaculos que
não temos hum real, que o Governo não sabe donde se poderião oppôr a que consiga o seu triunfo a gran
ha de tirar meios com que sahir do seu apuro , fingem de causa, que he a da tranquilidade dos povos fieis.
agora terriveis armamentos, que devem pôr em cuidado Eis o objecto dos vossos esforços. Por vosso beneficio e
a França; e por salvarem a contradicção accrescentão, pelo da vossa patria nunca tendes mostrado timidez.
que a Inglaterra nos dá dinheiro para isso, º para fºi » Dado em S. Petersburgo, em 25 de Janeiro de
mar na Peninsula huma Legião Franceza do partido 1831. = Nicoláo.» (Gazeta Oficial.)
 1 270 ]
•• •

#-—*§§ *- de S. Tiago de Soupo; e o da de Santa Eulalia de

Telégrafo. — Serviço da Barra. — 17 de Março.
Embarcações avistadas.
é h, 15 m. 1 Paquete Inglez, ao Norte do Cabo da
Roca.
10 h. 3 m. 1 Hiate Real, Dom Miguel I., ao Norte
do Cabo do Espichel; e 1 Galera Ingleza, ao Nor
te do Cabo da Roca.
N. B. As embarcações que estavão fundeadas em Cas
caes fizerão-se á véla, e navegão para o Norte.
- Embarcação entrada em Belém.
Venade, ambos estes na Comarca de Valença. E bem
assim andará igualmente em praça para se arrematar
nos mesmos dias, huma propriedade de casas nobres,
sitas na rua da Roza das Partilhas desta Cidade, N.°
105, fronteira á Portaria do carro dos Religiosos do
Convento de S. Pedro de Alcantara, que está nos Pro
prios da mesma Serenissima Casa: toda a pessoa que
pretender arrematar alguma das referidas rendas, se de
verá apresentar munida de Certidões de corrente, tan
to do Erario Regio, como da mesma Serenissima Ca
sa. Lisboa, 9 de Março de 1831.= O Corretor da Fa
zenda, José Maria de Carvalho Mascarenhas. -

5 h. mala.
30 m. 1 Paquete Inglez, de Falmouth, 13 dias, Nos dias 12, 13, e 14 do proximo mez de Abril, se
•

hão de arrendar a quem mais der todas as rendas per

Embarcações entradas em S. Julião. tencentes á Excellentissima Mitra do Bispado de Coim
12 h. 45 m. 1 Hiate Real, Dom Miguel I. bra, cuja arrematação se ha de fazer no Paço Episco
3 h. 25 m. 1 Galera Ingleza. pal da mesma Cidade. -

+ Embarcações sahidas de Belém.
} 1 h. 47 m. 1 Galera Russiana, para Abo.
12 h. 45 m. Galera Russiana, e I Bergantim dito, pa
ra o Baltico.
2 h. 22 m. 1 Escuna Portugueza, Calada, para os Por
Aluga-se hum quarto que só serve para dormir, com
porta independente para a escada na rua do Ouro,
quinto andar, e a quem o quizer tambem se dá de jan
tar, tudo por 200 rs. diarios: quem precizar, falle na
mesma rua, N.° 155, armazem de vinhos. |-

tos d'Azia. Quem quizer comprar vinte barrís de atum , juntos

-- # -*-
ADMINISTRAÇÃo Do CoRREIo GERAL.
O Brigue Kenturoso, que se tinha annunciado
aIlha.
Ilha de S. Jorge, já não segue viagem para a dita
•
1.
Publicação Litteraria.
Sahio á luz a Sentença dos sete réos justiçados na
Praça do Caes do Sodré no dia 16 do presente mez, e
ou separados, dirija-se á rua de S. Paulo N.° 67.
- • PLANO
Para a 5.° Loteria, que no 1.° Semestre do presente anno
para de 1831 se ha de fazer pela Meza da Santa Casa da Mi
sericordia, Hospitaes Reaes de Enfermos e Expostos
desta Corte, na conformidade das Ordens Regias, ex
pedidas pela Secretaria de Estado dos Negocios do Reino.
Será o seu Capital de 40.000,3000 de réis formado de
8:000 Bilhetes, a 53000 réis cada hum, em moeda-papel,
e nesta mesma especie sahirão liquidos de 12 por cento
de beneficio os seguintes •

dos mais socios condemnados a degredo: vende-se por PREMIOS. • -

100 réis nas lojas do costume. |-

1 - - - - -
- 4.800,3000 - - 4.8003000
Annuncios. 1 - - - - -
- 2.0003000 - - 2.0003000
Pela Junta da Serenissima Casa, e Estado do Infan 3 - - - - -
- 1.0003000 - - 3.0003000
tado, se hão de pôr em praça nos dias 13, 20, e 27 4 - - - -
- -
4003000 - - 1.600,8000
de Abril proximo futuro, e em todos os mais dias de 6 - - - -- -
2003000 - - 1.2003000
Conferencia da mesma Junta, as seguintes rendas: Al 10 - - - -- -
100,3000 - - 1.0003000
ano carifados ; o das Cinco Villas de Chão de Couce; 15 - - - - - - 403000 - - 600$000
o da Villa de Bobadella da Beira; o de Villa Real; o 25 - - - - - - 303000 - - 7503000
do Reguengo de Rendide; o da Portagem da Villa de 100 - - - - - - 103000 - - 1.000$000
Santarém; e o do Reguengo da Tojoza, e Alcanhões, 2500 - - - - - - 73400 - - 18.5003000
nesta mesma Villa. = Alcaidarias Mores. A da Villa de 1.Ao 1.° N.° do 1.° dia 2503000 - - 2503000
Almeida ; e da Villa de Linhares. = Commendas. A 1.Ao ult. N.° do ult. dia 6003000 - - - 5003000
de Santa Eulalia de Pensalvos, na Comarca de Villa
Real; a de Santa Maria da Cidade de Castello Bran 2667 Premios.
co; e a de Santa Maria do lugar de Alcains, no termo 5333 Brancos.
da mesma Cidade. = Prestimonios. O da Igreja de S.
Pedro da Villa de Castro Dairo, na Comarca de La 8000 Bilhetes que importão 40,0003000 de
amego; os das de S. Salvador de Ceivaes, e S. Julião réis; dos quaes extrahidos os 12 por
de Badim, na Comarca de Valença; o da de S. Salva cento do beneficio, he o total dos pre
dor de Roge, na Comarca da Feira; o da de S. Bar mios distribuidos - - - - Rs. 35.2003000
1 holomeu da Villa da Castanheira, na Comarca do Riba
Tejo; o da de Nossa Senhora das Neves, da Villa de Os Bilhetes serão assignados de Chancella pelo Illus
Pouza Flores, na Comarca das Cinco Villas; o das de trissimo e Excellentissimo Escrivão da Meza da dita
Nossa Senhora da Graça da Villa d'Aguda, e do Espirito Santa Casa, e pelo Thesoureiro Geral della.
Santo na Villa de Avellar, na mesma Comarca; o da de O dia da venda desta Loteria se ha de fazer publico
S. João Baptista de Covas do Douro; o da de S. Sal pela Gazeta, e por Editaes, assim como o primeiro dia
vador de Mouços; o da de S. Thomé do Castello; o da Extracção,
da de S. Christovão de Parada de Cunhos, todos quatro Entrarão sómente nas Rodas os Numeros e os Pre
na Comarca de Villa Real; o da de Nossa Senhora da mios; e o pagamento destes começará logo que se tenha
Assumpção do Reclamador da Villa de Chileiros; o da finalizado a Extracção.
Fºrm:
•••••••

LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA.

 NUM. 67.-<=---
GAZETA DE LISBOA.
–==>>>6<>#9####9e<<=-
SABBADO, 19 DE MARÇO.
• I
I A
A D / ER TENCIA.
As pessoas que quizerem subscrever para a Gazeta de ainda não fizerão resistencia alguma ao Exercito Rus
Lisboa pelos mezes d'Abril, Maio, e Junho, podem siano, e que em toda a parte se retirão. Assim volun
dirigir-se á loja da Administração, na rua Aurea, 4.°
arteirão, N.° 235: as Cartas das Provincius serão
remettidas (com porte pago) ao Administrador da loja
da Gazeta, José Joaquim Nepomuceno Arsejas: preço
da assignatura 33600 réis,
|"
PARTE OFFICIAL.
MINIsTERI e Dos NEGoclos DA GUERRA.
Em Resoluções de 9 de Março de 1831, tomadas so
bre Consultas do Conselho de Guerra, foi Sua Mages
tade ElRei Nosso Senhor servido promover os indivi
duos abaixo mencionados aos postos seguintes:
A Capitão Mór das Ordenanças de Veiros, Antonio
Joaquim de Souza, Sargento Mór das ditas Ordenanças,
A Sargento Mór das Ordenanças da Villa de Ouri
que, Antonio Ignacio Guerreiro Vaz, Capitão das mes
mas Ordenanças.
A Sargento Mór das Ordenanças da Vidigueira, Jo
sé Mestre Franco, Capitão das mesmas Ordenanças:
A Sargento Mór das Ordenanças de Niza, João Mat
theus de Carvalhaes e Brite.
A Sargento Mór das Ordenanças de Ferreira, José
Martinho de Brito, Capitão das mesmas Ordenanças.
A Sargento Mór das Ordenanças de Sangalhos, Joa
quim Antonio de Carvalho, Capitão das mesmas Or
denanças.
A Capitão da 12.° Companhia das Ordenanças de
Elvas, Francisco dos Reis, Tenente que foi da Compa
nhia das Egoas.
Por Decreto de 14 do mesmo mez, demittido do pos
to de Tenente do Facho da Serra da Franqueira, Do
mingos José Barboza. -
" PARTE NÃO OFFICIAL.
"*.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
. . . , , . AUSTRIA.
- Fienna, 15 de Fevereire. …
Recebemos hontem noticias de diferentes partes da
ANNo 1831.
Polonia, concordando unanimemente em que os Polacos
tariamente desamparárão as posições d’Ostrolenka, Sied
lee, e Lublin, a fim de chegar com a maior brevidade
a Varsovia. Alli provavelmente terá lugar huma acção
que de hum golpe vai acabar com a revolta. Reinava.
grande consternação em consequencia de avançarem os
Russianos. Muitas pessoas fugirão da capital procuran
do asylo em Cracovia. Devem ser bem poucos os par
tidarios da revolução em que involuntariamente tomá
rão parte as classes medias, por quanto os Russianos
são recebidos com os braços abertos nas Cidades, por
exemplo, em Lublin. Em Cracovia he mui difficil con
seguir alojamento pelo grande numero d'estrangeiros, es
pecialmente negociantes de Varsovia.
Os periodicos Francezes tem annunciado tão posi
tivamente a explosão de desordens na Italia, que sem
sermos muito desconfiados podemos com grande proba
bilidade suppollas obra dos emissarios Francezes.
(J. d'Allemanha.)
ITALIA. •
Fronteiras da Italia, 17 de Fevereiro.
O General Austriaco Barão Von Gepport recebeo
ordem para entrar no Ducado de Modena até 15 do
corrente, com outo batalhões d'infanteria, e duas bri
gadas d'artilheria a fim d'apoiar o Governo, sendo es
tas forças as que o Duque havia pedido á Corte Impe
rial em seu auxilio. O General Austriaco Von Bentheim
á testa de 14 batalhões está nas fronteiras da Legação,
de Ferrara. O Conde de Walmoden recebeo ordem pa
ra se collocar nas fronteiras do Piemonte com hum cor
po de 303 homens. {E. do M. Post.)
• FRANÇA. •
París, 27 de Fevereiro.
Huma carta de Varsovia em data de 14 de Feverei
ro, diz:
» As tropas regulares dos Polacos não sobem a 703
homens como se imaginava; quando ao Exercito Rus
siano se reunírem todos os reforços, serão dez contra
hun comparados com os Polacos.»
(Extracto do Mensageiro.)
As tropas Austriacas já entrárão no Ducado de Mo
dena. Este facto foi communicado ao Ministro dos Ne
gocios. Estrangeiros pelo Conde d'Appony, Embaixa
dor Austriaco, ( …)
 |[272]
CRÃ-BRETANHA. seus juramentos. Por isto, e só por isto, estão aquel
les briosos militares sofrendo rigorosas privações e cruel
|- Loudres, 1 de Março. *
tratamento sem exemplo, nos annaes da civilisação.

O Davenport Telegraph de 26 do mez ultimo con Annuncião de Milão em data de 13 de Fevereiro:

tém o seguinte: . » O anniversario de S. M. o Imperador foi celebrado
» O Meteor, Barco de vapôr, pertencente á Marinha hontem nesta Cidade com todas as demonstrações de
Real, chegou hontem de Malta donde conduzio o Ma prazer e gratidão que hum tão feliz dia sempre excita
jor General Sir J. Malcolm, Governador de Bombaim, no coração dos seus fieis subditos.» (M. Post.)
e , comitiva, com varios, outros, passageiros que desem
barcárão aqui, e logo se dirigírão para Londres. Sir J. HESPANHA,
1aícolm partio de Bomhaim com a sua comitiva no #
Sarco de vapôr Hugh tindsay, a 5 de Dezembro ulti Cadiz, 11 de Março.
mo, e chegou a Cossair no Mar Vermelho a 27 daquel
le mez, demorando-se 5 dias naquelle porto. O Meteor O Sr. Governador Subdelegado especial da Policia
só gastou 16 dias e 19 horas em atravessar a distan desta Cidade recebeo do Sr. D. José Maria Malvar,
cia de 2,700 milhas. He claro que cstabelecendo-se a Subdelegado Principal do mesmo ramo da Provincia,
communicação pelo Mar Vermelho , poderão os Pa o Oficio que abaixo se copía litteralmente. = O Sr.
quetes chegar a Inglaterra vindo de Bombaim no espa Subdelegado da Policia do Partido de Ronda, em Of
ço de 7 semanas. ficio de 8 do corrente, que acabo de receber, me diz
* • Sir J. Malcolm depois de desembarcar em Cossair foi o que copío. = Devo manifestar a V. S." que a Qua
·visitar as ruinas do Thebas, e dalli desceo pelo Nilo drilha dos 150 revolucionarios que desembarcárão no
até o Cairo, onde permaneceo 6 dias, recebendo ma sitio de Guadain , se acha completamente derrotada
gnifico e cordeal acolhimento de Mahomet Ali; embar ultimamente na Serra Vermelha, segundo as parteci
tou em Alexandria, e em 11 dias chegou a Alalta a pações do dia, tendo ficado mortos e prizioneiros mais
bordo da Fragata Blonde, gastando certamente mais de 60, entre elles alguns Oficiaes. = O que me apresso
de quatro dias do que empregaria hum barco de vapor a partecipar a V. S." para sua satisfação e efeitos que
em o conduzir. Além disto attendendo a que o barco julgue convenientes. O que se faz saber ao publico
de vapor que o trouxe de Malta veio na peior esta para sua satisfação. Cadiz, 10 de Março de 1831. =
<ão do anno, tendo o vento ponteiro, e muitas vezes lastilho, • -

tempestuoso, admira que chegasse a Londres em 2 me

zes e 19 dias. »
Em huma mina de carvão de pedra em Pemberton;
na distancia de 2 milhas de Wigan, occorreo ultima
mente huma tão horrivel explosão que perecêrão desoito
pessoas, a saber: 9 homens, 3 mulheres, 2 raparigas
e 4 rapazes. Foi tremendo o estrondo abalando a terra
até grande distancia. A mina onde occorreo este desas
tre tem communicação nos seus trabalhos com outra on
de ha hum anno perecêrão nove pessoas em consequen
cia de igual calamidade. - - - - •
A Excellentissima Camara desta Cidade d'accordo #
com a Real Junta do Commercio e Commissão de Ar
bitrios de Reemplazos facilitárão a quantia de 41,3 reales
de velhon para que a tropa da guarnição desta praça
tome hum refresco em justo agazalho pelo assiduo ser
viço que desempenhou nas tristes occorrencias dos dias
3 e 4 deste mez, tendo-se feito a distribuição da dita
quantia do modo seguinte:
Ao legimento de Infanteria do Rei e 1.° de
linha - - - - - - - - - - - - - 20,847
Ao Segundo Batalhão do Regimento d'Infan- -

teria da Rainha, 2.° de linha - - - - - 6,582

O Morning Post publica hum annuncio a favor da
Guarda Real Francesa, e nelle lemos o seguinte:
» Os infelizes soldados da Guarda Real, que ficárão
feridos nas fataes contendas de Julho de 1830, estão
sofrendo a mais deploravel miseria. Severamente feri
dos, tendo alguns sofrido amputação, jazendo na po
Ao segundo Batalhão do Regimento de Infan
teria de S. Fernando, 10.° de linha - - - 5,995
Ao Regimento de Infanteria de Albuera 7.° de
Ligeiros - - - - - - - - - - - - 3,882
Ao Real Corpo de Artilheria - - - - - - - 946
Ao Batalhão de Voluntários Realista/defa. -

breza e no desamparo, o Hospital dos Invalidos nobre fanteria - - - - - - - - - - - - 3,241

asylo dos valentes, se fechou só aos que fieis ás suas Aos Artilheiros Realistas - - - - - - - - 93()
bandeiras e aos seus juramentos derra Inárão o proprio A Partida de dotação da Bandeira de Ultra
- "mar - - - - - - - - - - - -- - 199
sangue pelos descendentes dos seus illustres Fundudores:
Em quanto a fidelidade for considerada huma virtude do A partida militar de perseguição - - - - 364
soldado, he de esperar, que este chatnamento á Oficialida A Companhia de nocturnos - - - - - - 1,011
de, e ao publico-Britannico em geral, não será feito
em vão. (As subscripções serão dirigidas, a Londres ao "\ Total - - - 44,000
-->
Redactor do Morning Post, e em París ao Redactor |- { •

da Guotidiana para lhes darem a devida publicidade.)

. * -> ' . . . ". >". -
* , \ (D. Mercantil.)
Na nossa folha de Sabbado tivemos a satisfação de O Sargento Mór da Praça, como Fiscal da causa
annunciar, que se não tinha reclamado em vão a gene do aleivoso e atraiçoado facto que se executou na tarde
rosidade Britannica a favor das Guardas Reaes da Fran do dia 3 do corrente na pessoa do Governador (Que Deos
ga, por isso que logo no primeiro dia que publicámos Haja), e hum dos Ajudantes que o acompanhavão na
o annnncí6 para este fim, (que hoje repetimos) rece rua da Veronica, rompendo-se depois com o grito de vi
bemos subscripções para alivio das Guardas Reaes. va a liberdade para se apoderarem deste importante pon
Temos agora o prazer de publicar, que recebemos de to militar, e subtrahillo ao dominio d'ElRei N. S.: com
pois º mais amplos - donativos a bem dos briosos e o fim de que os que tiverem que falar sobre delicto de
desgraçados objectos de tão cruel vingança. Esta sub tamanha gravidade e seus authores e cumplices, lhe
scripção he simplesmente hum esforço para dar algum não interrompão seus trabalhos com anonimos pelo Cor
soccorro, e aliviar os não merecidos infortunios de ho reio, ccmo já o praticárão no de hontem, manifesta
mens de quem se réde dizer,- que forão leaes ao seu que este methodo de anonimos he rasteiro e desprezível,
Legitimo. Soberano, lcacs as suas bandciras, e fieis aos obra puramente de pessoas sem Religião nem decoro,
 . [ 273 ] -

prohibido pelas leis do Reino, e aos Fiscaes para que contemplem o quadro que lhes oferecem Guardamar, o
delle não fação uso, pois qualquer sugeito que tome
interesse pela verdadeira ordem social, a que todo o
bom Hespanhol está obrigado, tem livre o meio de se
apresentar ao Fiscal reservadamente que o ouvirá, e de
baixo da sua palavra de honra oferece dar o devido
pezo ao seu dito e occultar o seu nome. Cadis, 10 de
Março de 1831. = Diogo de Reis.
(Diario Mercantil.)
Badajoz, 15 de Março de 1831.
Exterminio total das facções da Serrania
e Ilha de Leão.
Supplemento ao Diario de Commercio, Artes, e Litle
ratura, de Quinta feira 12 de Março de- 1831.
º
• − Artigo d'Officio.
- O Excellentissimo Senhor Capitão General desta Pre
Campo, os Pyrinéos, e a 1lha de Lyão: alli verão
exemplos da justiça que castiga com o rigor da lei os
ingratos que voltárão contra o seu Rei e Senhor a clemen
cia com que os chamava e perdoava seus primeiros ex
travios; alli verão a perfidia morrendo debaixo da es
pada da lealdade, e se recorrerem a historia da Res
tauração e a de todos os paizes, verão sempre triunfan
te a justa causa da Legitimidade, que como de Deos
não póde succumbir. Só pois no extravio das paixões,
e no excesso da imaginação exaltada por corações cor
rompidos póde caber a idéa de novidades que aborrece
a Hespanha, este paiz priviligiado da Fidelidade, onde o
Throno de S. Fernando descança em hum Exercito va
lente e disciplinado, em os numerosissimos corpos de
Realistas, e na lealdade dos povos. Oxalá que os illu
didos abrão os olhos para se não precipitarem em no
vos extravios, que contemplando-se no espectaculo que
lhes apresentão os cadaveres daquelles que tanto en
chião de ar as suas cabeças, evitem o rigor da justiça,
que cabiria sobre elles em castigo dos delictos. +

vincia, do seu Quartel General na Venta de Taibilha, (Diario extraordinario de Badajoz.) |-

me partecipa cm Oficio de hontem, que acabo de re /

ceber pelos postos militares, ás 10 desta noute, o se
guinte: • •
O Diario Mercantil em artigo de Havana, 5 de De
zembro, publica o seguinte: • • • • |

» Excellentissimo Senhor, — O Excellentissimo Se Na sessão de 13 de Maio do corrente anno, na Com

nhor Commandante General do Campo de S. Roque, missão de litteratura os Senhores socios encarregados de
em Oficio de hontem, que acabo de receber, me diz o apresentar o projecto sobre Programas, e Premios que
seguinte = Excellentissimo Senhor. = O Corregedor da se havião de oferecer a concurso publico, lêrão a se
Villa d'Estepona em Officio de hontem me diz o seguin guinte exposição: • •

te= Excellentissimo Senhor. = Tendo sahido esta ma * A Commissão de Programas meditou o assumpto
nhã com huma partida de tropa, Voluntarios Realistas que se lhe encarregou e apresenta a esta Junta as suas
e paizanos, em alcance dos restos do rebelde Manzana reflexões. Ao determinar hum objecto proprio para exer
res, encontrei no sitio denominado a Romera, termo citar os nossos engenhos se devia procurar menos a dif
de Benabalí, as partidas de Igualeja e Vunquera, que ficuldade do assumpto do que a sua utilidade. Para não
conduzião já morto para esta povoação o dito Manza sahir da esfera do nosso instituto, os Programas hão
nares e 16 prizioneiros ficando no campo outros dous de ser puramente litterarios sem relação alguma com a
mortos e exterminada inteiramente a facção. E o par legislação, com a morat directamente considerada com
tecipo assim a V. Ex.° em desempenho do meu dever, a economia industrial, com as sciencias fisicas nem com
e para seu superior conhecimento. Deos guarde a V. outros ramos da instrucção publica, que apezar de se
Ex.° muitos annos. Estepona, 8 de Março de 1831. rem muito uteis, não nos compete tratar delles. Tendo
= Excellentissimo Senhor. = André Maregosa. =P. S. presentes estas razões a Commissão observou, que os pri
Os prisioneiros devem ser conduzidos á manhã a Guusin . meiros talentos litterarios de Hespanha em todos os tem
á disposição do Excellentissimo Senhor Capitão Gene pos se dedicárão á reforma ou aperfeiçoamento do seu
ral deste Reino e costa, pelo Commandante de Volum theatro. O Drama he huma composição em que se reune
tarios Realistas de Igualeja D. João Becerra. = Excel a maior parte dos conhecimentos dos differentes ramos de
lentissimo Senhor Commandante Geral do Campo de litteratura, intelligencia e pratica em diversas classes de
Gibraltar. = O que remetto por copia a V. Ex." #" versificação, engenho na invenção da fabula, sagaci
seu conhecimento e satisfação dos habitantes das Pro dade na preparação do desenlace, juizo e naturalidade
vincias do meu mando, entre cujos habitantes V. Ex." na creação dos caracteres; exacto conhecimento dos cos
se servirá fazello circular.» +
tumes antigos e modernos, dos trages, usos e até das
E em me apresso a annunciar tão satisfactoria noticia preoccupações; tudo se deve reunir para se formar hum
aos benemeritos Corpos desta guarnição e fieis habitan sofrivel Drama, requerendo-se tambem muito tino da
tes desta Capital. Sevilha, Il de Março de 1831. = parte do outhor para evitar os grandes escolhos que inu
João Malats. - -
tilizarão o trabalho mais habilmente preparado, e se
até agora se tem escripto varias memorias ou historias
Assim terminárão essas duas facções ou antes esses sobre a origem e progressos do nosso theatro, dirigírão
bandos de foragidos, essas hordas vandálicas que gera se a dar noticias chronologicas, ou forão compostas por
das pelo mal estavão alimentando o furor e a ruina da pessoas parciaes de alguma escola, que só julgárão ser
sua patria. Assim recebêrão os traidores huma nova li bello o que era conforme aos seus principios. A Com
ção da impotencia das suas maquinações. Assim virão missão desejaria hum destincto exame debaixo de outro
os revolucionarios de todo o mundo huma prova incon aspecto; a indole caracteristica do nosso theatro nas
trastavel de que na fidelidade e valor das tropas e Vo suas diferentes épocas, o merito intrinseco das suas com
luntarios Realistas existe o sepulcro dos filhos da dis posições, seja qual for a sua escola, o seu progresso e
cordia, dos inimigos dos Thronos; inimigos odiados de decadencia poderião ser objectos mais dignos da analy
todos os povos, que conhecendo a sua verdadeira felici ze e du critica. - - , , … º
dade só querem o paternal Governo d'ElRei N. S. Des … O theatro Francez, talvez o mais classico da Eu
enganem-se os rebeldes, fujão os demagogos para a ha ropa, muito conhecido entre nós pelo que nos tem de
bi#ção das suas trevas que na dos homens já não acha vido, e lhe devemos, não só merece ser estudado mas
rão acolhimento, pois onde vivem vassallos honrados até tambem póde servir de hum bello ponto de comparação |
a terra se commove negando o seu pizo aos que apete na critica do nosso. NNão
se pode emprehender esta obra
sem consideravel cabedal de conhecimentos e de erudi
cem a destruição dos objectos mais sagrados que conhe
ce e sustentão a sociedade. Desenganem-se, repetimos; ção litteraria, e seria necessario que os que se lhe de
 [274 l
dicassem renovassem muitas idéas, procurassem dados imprimio em Londres com letras de ouro, para o 4.°. A
e documentos quasi esquecidos, e rectificassem as suas . Commissão tambem mandará imprimir á sua custa as
idéas sobre muitos pontos importantes pela sua continua obras premiadas.
da applicação: nada pois mais aproposito para excitar
os intelligentes e estudiosos do que hum assumpto que
exige todos estes trabalhos preparatorios, nenhum dos
quaes necessita outra cousa mais do que esmero e tra
balho. Por isto julga a Commissão que se póde fixar
como Programa: O exame da indole caracteristica
da Comedia Hespanhola e da Franceza em seus diver rente: já publicámos as mais importantes notícias que
sos generos e comparação critica entre huma e outra.
. » Se o elogio dos grandes homens he hum dever
da litteratura, tambem he huma das obras mais difi
ceis; por isso porpõe O Elogio litterario de Cervantes
ou Jovellanos segundo melhor pareça á secção: este
pertence a huma época mais proxima á nossa, teve
jhonrosa intervenção nos negocies publicos, e se esta
circumstancia der a conhecer os seus talentos económi
cos e administrativos, he bastante para que a Commis
são que quer evitar tudo quanto saia fóra do seu obje
cto, prefira Cervantes, cujas obras puramente littera
1ias, farão com que os elogiadores considerem exclusi
vamente as letras; o elogio se poderá escrever em pro
.sa ou verso, segundo o quizerem formar os concor
TenteS.
… Será mui util o exame filosofico dos nossos cos
tumes por que parecerá estranho, que hum homem sai
ba melhor o que se usava no tempo das Cruzadas do
que o que se pratica neste: mas se tal estudo se empre
hender isoladamente, só terá o estimulo d'inutil curio
sidade, ou de critica satirica: para o tornar agradavel
se carece da illusão do Drama, do encanto da scena,
e da viveza do Diálogo. A Commissão propõe como
3Programa a Composição de huma comedia deduzida dos
2nossos costumes, e de hum facto certo ou falso, que se
supponha occorrido na Ilha de Cuba.
» A época e lugar da scena , e o objecto e titulo
da peça ficarão ao arbitrio dos escriptores, que a po
derão formar em verso ou prosa como mais lhes agra
dar, na intelligencia de que a Commissão não exige
outras regras do que as inalteraveis do bom gosto, de
coro, e decencia; e que julga que todos os generos de
litteratura são bons excepto o que he torpe e fasti
dioso.
» Ao designar o Programa da poesia reconheceo a
Commissão maiores difficuldades por que são tantas as
classes de poesia, tão usadas, tão communs, tão raras
as escolhidas, que lhe foi mui dificil achar hum obje
cto sublime, grandioso, digno de huma fecunda e vi
va imaginação, e que não esteja sugeito á influencia
do tempo nem das circumstancias. Logo se houvera de
cidido por hum Romance Cubano, se esta composição
não pertencesse ao genero bucólico ou pastoril, muitas
vezes fastidioso, mesmo na penna de Garcilasso. Jul
gou melhor designar huma composição lyrica, propon
do hum objecto novo, raro e capaz d'exercitar o enge
nho e a imaginação, de admittir reflexões fortes, e
pensamentos e imagens eminentemente poeticas. Huma
Ode descriptiva do Juizo Universal será o objecto deste
- Programa.»
A Commissão passa a designar os premios que cons
tarão de livros, a saber: a Collecção de comedias an
tigas Hespanholas para premio do 1.° Programa; as
Obras litterarias de Martinez de la Rosa para o 2.°;
as de Moratin filho para o 3."; e hum Exemplar da
Lyra de Ouro,, ou collecção de poesias Inglezas, Al-
lemãs, Hespanholas, Francezas, e Italianas, que se
• ======
º . LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA.
(Diario Mercantil.)
34
*§§ *
Lisboa, 18 de Março,
Os ultimos Jornaes Inglezes alcanção até 3 do cor
referem.
*—*§§ *-*
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 18 de Março.
Hontem á noute sahio 1 Escuna Franceza para Nantes.
Embarcações avistadas.
6 h. 20 m. 1 Escuna sem bandeira, e 1 Cahique dito
ao Sul do Cabo do Espichel: navegão para o Norte.
Embarcação sahida de Belém.
10 h. 40 m. 1 Galera Portugueza, Santa Maria de Be
lem, para o Pará.
Publicação Litteraria,
Sabio á luz a Carta 18.° de Não sei Quem.
Annuncios.
Pelo Juizo do Fisco dos auzentes do Reino, e nas
casas da residencia do Desembargador Juiz do mesmo
Fisco, a S. Sebastião da Pedreira, N.° 21, nos dias
22, 23, e 24, pelas 10 horas da manhã, se ha de pôr
em praça para no ultimo se arrendar a quem mais der, o
Morgado denominado de Palma, no termo da Villa de
Alcacer do Sal, pertencente ao auzente Conde do Sa
bugal, e isto sobre o lanço oferecido de 30503000 rs.;
tendo andado arrendado por ó:000$000 rs, por isso se
não arrendou pelo inferior lanço, e se manda nova
mente pôr em praça.
Quem pretender arrendar a Commenda de S. Vicen
te de Fornellos, e sua annexa do Beiral de cima, no
termo de Ponte de Lima, a principiar o arrendamento
no corrente anno de 1831, compareça nos dias 6, 7, e
8 do proximo mez de Abril, na rua direita da Fabrica
da Seda, das 3 horas da tarde até as 5, em Casa da
Excellentissima Condessa da Louzã, D. Marianna do
Resgate Saldanha c Lencastre, onde se ha de pôr a
lanços, e arrematar-se no ultimo dia, sendo patentes
no mesmo acto as mais condições.
Segunda feira, 21 de Março, na praça publica dos
leilões, se ha de arrematar com o abatimento da 5."
parte do seu valor, huma quinta denominada da Bella
Pista, na calçada dos Barbadinhos, Freguezia de San
ta Engracia, N.° 116 e 117, avaliada em 4:1445000
rs., devendo-se abater a quantia de 8003000 rs. para
a reedificação do predio urbano, e o seu rendimento em
913200 rs., os predios urbanos e o predio rustico em
1443000 rs., paga de foro 103400 rs.: he Escrivão da
arrematação Negreiros.
Estiva.
Preços do Pão e Azeite para a semana que principia
de 21 a 27 de Março de 1831:
Pão de arratel na fòrma da fºi
- - a 46 réis.
Em metal - - - - - - - - - a 89 réis.
Canada de Azeite - - - - - - - a 240 réis.
+
. *
•
----- + -
 NUM. 68.
-\>
GAZETA DE LISBOA.
—=>$6<>KO$1<é-9e<<=-
SEGUNDA FEIRA, 21 DE MARÇO.
Xo6=>$3<>$@$#%=-9a3=
|-
PARTE OFFICIAL.
Extracto da Ordem do Dia N.° 17.
Quartel General no Paço de Queluz, em 18
de Março de 1831.
Publica-se ao Exercito o Avizo abaixo
transcripto:
Illustrissimo e Excelentissimo Senhor, — Cumprindo
estabelecer em regra o modo por que os Corpos, com
excepção dos aquartelados em Lisboa, devem fazer en
trega das taras que do Arsenal Real do Exercito se lhes
fornecem com artigos, para ficarem desonerados da res
ponsabilidade dellas: Determina Sua Magestade ElRei
Nosso Senhor: 1° Que as taras que existem actualmen
te nos Corpos, ou que mais receberem d'ora em diante
com artigos do Arsenal Real do Exercito, sejão entre
gues logo que nos mesmos Corpos se considere desne
cessaria a sua conservação, aos Cazerneiros respectivos,
com exigencia de competente recibo: 2.° Que á propor
ção que os Commandantes dos ditos Corpos efectuarem
taes entregas, enviem immediatamente os corresponden
tes recibos ao Arsenal Real do Exercito, para ali se
averbarem nas contas da sua responsabilidade, e expe
direm-se-lhes em tróca delles os devidos conhecimentos
de descarga: 3.° Que a Contadoria do Arsenal Real do
Exercito, na occasião em que expedir os mencionados
conhecimentos remetta copia delles á Contadoria do Ar
senal Real das Obras Militares, para ter legal noticia
das taras entregues aos diversos Cazerneiros, e poder
esta ultima Repartição dispor dellas como mais conve
niente for á Real Fazenda.
Em quanto aos Corpos aquartelados em Lisboa, De
termina Sua Magestade, que a entrega das taras de
que se trata continue a verificar-se directamente no Ar
senal Real do Exercito. = Deos guarde a V. Ex." Paço
de Queluz, em 7 de Março de I831. = Conde de S.
Lourenço. = Illustrissimo e Excelentissimo Senhor Con
de de Barbacena.
Publica-se ao Exercito, que em 12 do corrente forão
mandadas cumprir as tres Sentenças seguintes profe
ridas a respeito dos Officiaes que abaixo vão decla
rados: • • • • • •
. O Capitão do Regimento de Infanteria N.° 2, An
-
tonio Alves de Sá Carneiro, prezo na Cadêa do Castel
Tendo sido accusado o Capitão do Batalhão de Vo lo, condemnado a mais dous annos de prizão,
Juntarios Realistas de Portalegre, Francisco de Paula
de Sequeira Junior, de haver coinettido o crime de re
ANNo 1831.
sistencia, e tirada de hum prezo á Justiça da Villa de
Castello de Vide, no dia 12 de Abril ultimo, respon
deo este Oficial em Conselho de Guerra; e provando
allí que longe de cometter aquelle crime forcejou quan
to estava ao seu alcance, e lhe competia segundo o seu
posto militar, para a conservação do socego publico,
principiado a alterar pela luta vergonhosa começada
entre o Alcaide da predita Villa, e hum Soldado do
mencionado Batalhão de Voluntarios Realistas, ambos
no estado de perfeita embriaguez; sem que nesta occa
sião tivesse o apoio do Escrivão do Geral da mesma.
Villa, a quem recorrêo, e estava tambem embriagado:
foi por conseguinte o dito Capitão a final julgado in
nocente nos crimes de que he arguido, e assim confir
mado pelo Conselho de Justiça em Sentença de 6 des
te II) eZ.
Foi accusado o Alferes do Regimento de Infanteria
N.° 16, Dionizio Antonio da Costa, de haver cometti
do falta de insubordinação ; porém respondendo em
Conselho de Guerra, foi "absolvido por falta de prova
por Sentença do Conselho de Justiça lavrada em Ses
são de 5 do corrente mez.
Respondêo em Conselho de Guerra o Alferes do Re
gimento de Milicias de Villa Real, João Firmino Tei
xeira, por ter sido accusado de não haver reunido ao
Regimento em 1828, comettendo excesso de licença,
e ter desmerecido por estes motivos a Confiança do Go
verno; porém o Conselho de Justiça tomando conheci
mento unicamente do excesso de licença o absolve por
Sentença de 5 do corrente, da culpa que lhe podia re
sultar do mesmo excesso.
Relação dos Officiaes, que por Accordão de 26 e 29 de
Janeiro, e 12 de Fevereiro ultimo, da Commissão
creada por Decreto de 15 de Agosto de 1828, para
julgar os crimes commettidos contra a Real Pessoa
d'ElRei Nosso Senhor, e contra a segurança do Es
tado, forão condemnados como abaixo se declara:
Por Accordão de 26 de Janeiro.
O Alferes do Exercito, João José das Neves Ferreira
Garcia Mascarenhas, prezo na Cadêa da Cidade, con
demnado a completar hum anno de prizão na Cadêa em
que se acha. •
Por Accordão de 29 de Janeiro.
Este Capitão fica demittido do seu posto na confor
midade do § 3.° do Alvará de 23 de Abril de 1790.
 [276 ]
Por Accordão de 12 de Fevereiro. resse dos contemporaneos nos grandes successos da sua
O Major reformado do Regimento de Milicias de Bé época se não satisfazem com succintas narrações, que
ja, João Antonio Duarte # Serra, expiada a bastão geralmente a respeito dos tempos passados, cu
culpa com o tempo que tem tido de prizão. jas acções e pessoas não tem relação immediata com a
nossa sorte e affectos particulares.
ElRei Nosso Senhor, como Commandante em Chefe O Sr. Torrente nota com igual opportunidade a im
do Exercito, Manda Declarar que Houve por bem Con previsão, os descuidos e desacertos de varios emprega
formar-Se com o parecer do Conselho Militar, creado dos pelo Governo Haspanhol, ou do mesmo Governo
por Decreto de 11 de Agosto de 1828, ácerca do Pri das nossas épocas infaustas, a impericia, a discordia e a
meiro Tenente de Artilheria Lourenço Christovão Vidal, violencia de alguns Chefes; a insubordinação, o extra
e do Alferes do Exercito Francisco de Paula de Men vio, e o liberalismo fatal de algumas tropas que malo
# Pessanha,
CaClOS.
que o mesmo Conselho julgou justifi grárão ás vezes o exito dos combates; mostrando os es
colhos em que tem naufragado o esforço dos guerreiros.
(Seguem-se Licenças.) Conde de Barbacena, Chefe Esta censura, a parte mais util da historia que deve
de Estado Maior General. = Está conforme o Original. ser a mestra da vida, e o não pode ser sem mostrar os
= Ajudante General, Marquez de Tancos. erros humanos, está tratada com discernimento e pru
dencia, e com louvavel decoro, que se vai tornando
raro entre os escriptores, e talvez tenha sido qualificada
de indulgencia. 6. elogios devidos a muitos militares,
PARTE NÃO OFFICIAL. que a despeito da adversa fortuna, á custa de fadigas e
sacrificios sem numero, perdida a victoria e até mesmo
a esperança, perseverárão em tão sanguinaria luta
fieis á sua honra e consciencia, são dados com a since
ridade e ardor honroso para hum Hespanhol sensivel á
NOTÍCIAS ESTRANGEIRAS. gloria da sua patria, mesmo no meio dos infortunios.
Qual dos seus filhos não lerá com enthusiasmo a des
HESPANHA. cripção circumstanciada das valorosas e tenazes defezas
de Chiloe e de Calháo pelos Brigadeiros Quintanilla e
S. Sebastião, 4 de Março. Rodil; as obstinadas campanhas de Arauco e da Costa
Filme, pelos Commandantes Senosiain e Arizabalo?
Historia da revolução Hispano-Americana por Quem negará o tributo da sua admiração e reconheci
D. Mariano Torrente. mento ao heroismo desafortunado, mas indomavel da
quelles intrepidos Hespanhoes !
Nos Numeros 145, 159, e 183 da Gazeta de Bayona Muito trabalho devia custar ao Senhor Torrente a
já se deo noticia desta importante obra, e do summo acquisição de tão innumeraveis noticias, de tantos con
trabalho e exactidão com que forão desempenhados os flictos, cercos, batalhas em lugares desconhecidos, dis
dous Tomos primeiros. Temos agora o prazer d'annun tantes entre si milhares de leguas, e mais distantes de
ciar aos nossos leitores a sua conclusão no ultimo tomo, nós; mandados por huma multidão de chefes, sustenta
publicado ultimamente. Nelle se comprehendem os suc dos por tão diversas tropas e castas de soldados, pro
cessos entre os Exercitos Hespanhoes, e os insurgentes movidos por sete Governos distinctos, e todos envoltos
dos distinctos Governos revolucionarios de 1820 a 1830 na confusão que produz a desordem, a agitação e a in
em que terminou a luta dos Realistas. De Buenos Ay stabilidade revolucionaria. Muitas graças lhe são devi
res tambem se compendião os factos dos tres annos an das por ter tirado desse calhos o mais importante acon
teriores , omittidos no 2.° Tomo, por haver cessado tecimento da nossa idade! Em vão se procurão em ou
nelles a acção da metropoli naquelle paiz; abandonan tra obra as luzes que espalhou este laborioso historiador
do-o por esta causa o historiador des de 1821 ás suas sobre
para a a Hespanha
perda de mas
tão ricos
para oe mundo.
immensos paizes, não só
•

convulsões intestinas, visto que a sua obra se limita á

guerra entre Hespanhoes e Americanos. Tambem se dão Porém os dotes que mais brilhão na obra do Senhor
noticias preliminares, geograficas e bistoricas da ilha Torrente são a imparcialidade e a boa fé. Em todos os
de Chiloe, e da organisação da sua força que resistio combatentes reconhece os acertos e os extravios; por ne
depois ás invasões de Lord Cochrane e dos Chilenos. nhum dos nossos chefes mostra predilecção; a todos tri
O Tomo conclue com hum discurso em que por via de buta os merecidos louvores. Poderá alguma vez equivo
corolario se indicão as origens da revolução mil vezes car-se (e fora impossivel narrando tantos, tão variados
mais funesta para a America mesmo do que para a Hes e remotos factos, não equivocar-se alguma vez: ) mas
panha; mostrão-se os diferentes caracteres que tomou sempre se lhe ouve fallar pelo dictame da consciencia ,
a guerra nos distinctos Vice Reinados e Provincias; sempre se descobre a sua intima convicção; convicção
explicão-se as causas do triunfo alcançado pelos Realis fundada em suas constantes indagações para averiguar
tas; e se elogia devidamente o valor, e a malograda a verdade. (Estafeta.)
constancia dos leaes defensores do legitimo dominio. A
obra he acompanhada por huma carta geografica do *—*§§ *—*
Perú, com extensos e curiosos itinerarios, e quatro
planos das batalhas de Ica, Torota, Moquehua e Aya Lisboa, 20 de Março.
cucho. Esta parte da obra, que he a mais interessante
por conter a terminação de huma guerra tão obstinada, Quinta feira ultima, pela volta do meio dia, Sua
tão celebre, e tão fecunda em consequencias, está des Magestade ElRei Nosso Senhor Se dirigio a cavallo e
'empenhada com o esnero e pontualidade das anteriores. com pequeno sequito, ao Castello de São Jorge, e ani
As causas dos acontecimentos, as maquinaçôes dos re mado pelos sentimentos de generosa Clemencia, que dis
voltosos, os manejos dos seus Governantes, os lugares tinguem o Seu Regio Coração, mandou soltar os pre
dos encontros, os caracteres dos Chefes, os movimen zos por deserção que alli se achavão, exhortando-os ao
tos das tropas, a disposição, procedimento, e exito desempenho da Fidelidade, primeiro timbre e dever da
das batalhas, tudo se expõe, se descreve e manifesta com Nação. Portugueza. As acclarnações da lealdade e da
tal particularidade e exactidão, que poderá parecer ex gratidão proferidas com vivo enthusiasmo e acatamento
cessiva, a quem não considere que a curiosidade e inte applaudírão tão nobre exercicio de huma das prerogativas
 [ 277 |
mais sublimes da Magestade. Na mesma occasião deo va e Sousa ; , ao Doutor Juiz dos Orfãos da mesma
ElRei Nosso Senhor nova prova dos seus religiosos e Villa, João Theodosio de Araujo Leão, e a sua mulher
elevados sentimentos, Dignando-Se assistir á Fonte e filha; ao Doutor Juiz de Fóra de Almodovar, Fran
Baptismal na qualidade de Padrinho do filho de hum Of. cisco Xavier de Castro, e sua mulher; ao Brigadeiro de
ficial de N.° 6 de Infanteria, sustentando o mesmo Au Milicias Antonio Cardoso de Menezes, e a suas irmãs,
gustº Senhor em Suas Reaes Mãos o recem-nascido. An e irmão o Conego João de Vasconcellos; ao Coronel
tes de Se auzentar do Castello quiz Sua Magestade pro Graduado do Batalhão de Voluntarios Realistas de
var a cºmida do rancho dos soldados, manifestando co Guimarães, Fortunato Cardoso de Menezes Barreto, e
no verdadeiro Pai dos Portuguezes viva solicitude pela a sua mulher, filha, e irmã D. Anna; ao Tenente Co
commodidade e ventura dos Seus leaes Vassallos, que ronel de Milicias de Braga, Manoel de Freitas do Ama
tem a honra de se empregar em Seu Real Serviço. ral, e a suas irmãs; ao Capitão Mór das Ordenanças
- Com bandeira despregada e huma Salva Real saudou de Guimarães, Domingos Cardoso de Macedo. e a sua
º Castello a chegada do nosso Augusto Rei ao seu re mulher e irmãs, Religiosas Professas em Santa Clara de
cintº; á noute brilhantemente se illuminon, assim como Filla do Conde; ao Major das nesmas Ordenanças,
tambem muitas habitações das ruas por onde o mesmo José Antonio Mendes Bragança, e a sua mulher; aos
Real Senhor Se dirigio regressando ao Real Palacio de Capitães do Batalhão de Voluntarios Realistas de Gui
Queluz.
• *-* $$ *–» marães, Manoel Coelho da Mota Prégo, e a sua mãi
• e irmã D. Anna; a José Pereira da Cunha Leite, e a seu
pai, măi, e irmã; a José do Amaral Branco, e a sua
(Artigºs communicados.) mãi, tia, e mana, e José Maria Lopes de Sousa Atai
de, e a seu pai, mulher, e irmãos; aos Tenentes do
Manoel José Ribeiro d'Araujo, hum dos Infanções mesmo Batalhão, Simão de Rochas Barboza; Joaquim
da Governança da Villa de Guimarães, Condecorado de Sousa Cardoso de Menezes Barreto, e a sua mài, e
na Restauração de 1823 com a Medalha de Fidelidade irmã; a Francisco José Mendes Brandão, e a sua mu
aº Rei e á Patria, e por ElRei Nosso Senhor com a lher; aos Alferes do mesmo Batalhão, Gaspar Pinto
de ouro da Sua Real Efigie, em Audiencia de 10 do Teixeira de Carvalho, e a sua mãi e irmãs: a José Pei
corrente Março, no Real Paço da Bemposta, tendo a xoto da Costa, e a seus pais e irmãos; a Antonio Joa
honra de beijar a Augusta Mão do Muito Querido e quim de Barros, e a seu pai e tio Fr. Antonio de Bar
Poderoso Rei, o Senhor Dom Miguel I., Lhe decla ros ; ao Capitão de Milicias de Guimarães, João
rou os motivos que o obrigavão a vir á Côrte, bem co de Mattos Peixoto, e a sua mulher e filha; ao Pa
mo Lhe representou os puros sentimentos de fidelidade, dre Mestre Prégador Regio e Commissario Geral da
amor, e adhesão que o supplicante, seu pai Francisco Terra Santa, Fr. Manoel Luiz da Conceição; ao Pa
José Fernandes de Araujo, seu tio Padre José Ribeiro dre Fr. Jeronymo de Oliveira Figueiredo, Confessor das
d'Abreu, e toda a sua familia constantemente tem Freiras de Santa Clara d'Amarante, e a sua sobrinha
consagrado á Sua Real Pessoa, e á Sagrada Causa da Religiosa em Santa Roza das Dominicas de Guimarães;
Realeza e Legitimidade, porque sempre pugnárão, e se ao Padre Mestre João Custodio, Padre José Dias, e
distinguirão naquella Villa; e Sua Magºstade attenden Padre Antonio Peixoto, todos tres da Congregação do
do no que Lhe expoz o supplicante Houve por bem Oratorio do Porto; ao Padre Mestre Doutor Fr. Flo
Conceder-lhe, e ao dito seu pai, mãi, tio, e manas, rentino de S. Thomaz e Ataíde, e Fr. José da Piedade
incluindo sua irmã D. Joanna Delfina, Religiosa Pro Calheiros, ambos da Ordem dos Prégadores; ao Padre
fºssa em Jesus d'Aveiro, a faeuldade para usarem, co Mestre Doutor Fr. Manoel de Mattos, dos Agostinhos
mo os Emigrados de Hespanha, da fita encarnada or Calçados, á Prioreza, e a todas as Religiosas do Real
lada de branco, com a Medalha da Sua Real Efigie, Mosteiro de Jesus d'Aveiro; a Fr. José de Santa Ap
de que a todos tinha feito Graça por Despacho da Se polonia Monge Benedictino, e sua tia D. Appolonia,
cretaria do Reino, de 1829; bem assim lhe Concedeo, e irmãs D. Margarida, e D. Rita, todas tres Religiosas
e aos mais referidos. a Graça de poderem usar da Me Professas em S. Bento d'Ave Maria do Porto, e a D.
dalha de ouro com a Regia Efigie de Sua Augusta Măi, Josefa Maria de Jesus, Secular no mesmo Mosteiro; a
º Senhora Imperatriz Rainha, de Gloriosa Memoria, Francisco José Gonçalves de Oliveira, e a sua mulher
pondo a mesma Efigie pendente em fita das côres da e filhos; a Henrique Navarro de Andrade, e a sua mu
Casa de Bragança e Infantado, que he verde, escar lher, filha e irmão Luiz Navarro, Arcediago da Sé de
late , e azul : e esta mesma Graça do uso da Im Lamego; a João Machado de Miranda Ribeiro, e a
perial Efigie, com a referida fita, pedio e obteve de suas irmãs as Senhoras da Quinta da Igreja de S. Jor
Sua Magestade o supplicante para as pessoas seguin e; a D. Maria Izabel da Costa; a D. Joanna Rita das
tes: ao Visconde de Villa Garcia, e a suas filhas, Iortas; ao Doutor Antonio José de Sousa Basto, e a
filho, e neto ; ao Desembargador da Casa da Sup sua mulher, filhas e cunhados; a Francisco Filippe de
plicação Antonio Duarte da Fonseca Lobo, e a seus Sousa da Silveira, e a sua mulher, filho e filhas; ao Ba
filhos e filhas, incluindo a mulher de seu filho o actual charel José Leite Duarte, e a sua mulher; a Antonio
Juiz de Fóra da Villa dos Arcos; ao Desembargador Ignacio d'Araujo Abreu, e a seu irmão Manoel Bernar
da mesma Casa José Patricio Diniz de Seixas: ao Dou dino, todos da Villa de Guimarães; ao Capitão Mór
tor Juiz da Coroa da Relação do Porto, José Peixoto de Unhão, Christovão de Almeida, e seus netos, da
Sarmento déQueiroz, e a sua mulher, filhas, e filhos; Casa de Alentem; a Antonio Barboza de Mendonça
ao Desembargador Sebastião Marinho Falcão de Cas Pinto, e a sua mulher, irmãs, netos, e irmão Padre
tro, e a sua mãi, irmão, e manas; ao Dezembarga Manoel Barboza, da casa de Rande; a D. Maria de
dor Pedro d’Ordaz; ao Dezembargador Estevão Ferrei Noronha Teixeira, e a seus filhos, da Casa Nova; a
ra da Cruz, e a seu sobrinho o Vigario de Santa Eula Antonio de Castro Corte Real, da Casa da Veiga; ao
lia de Fermentões, e ao Dezembargador Pedro Henri Doutor Manoel da Silva Telles, da Casa da Fonte de
ques de Castro, todos Aggravistas da Relação do Por Killar; ao Abbade Novo é Velho de S. Christovão de
to; ao Dezembargador Corregedor da mesma Comarca Lordello, e a sua sobrinha D. Mathildes. da Casa da
Manoel Joaquim de Almeida Vidal; ao Dezembarga Matta, todos do Concelho de Unhão; ao Mestre Esco
dor Corregedor da Comarca de Guimarães, Antonio la da Villa d'Amarante Caetano Pereira de Magalhães,
Joaquim de Carvalho; ao Doutor Provedor da mes e a sua mulher; ao Abbade de Villa Chã Francisco
ma Carlos José da Cruz e Sousa ; ao Doutor Juiz Felix, e a suas irmãs, e irmão o Beneficiado Jose Ber
de Fóra da mesma Villa, Damião Pereira da Sil nardo Henriques Brandão ; ao Padre Custodio José
 [278 |
d'Araujo, e a seu irmão Antonio, da Freguezia de Cas
tallões, termo de Guimarães: como tambem lhe Con
cedeo Sua Magestade a Graça de poderem usar da Me
dalha d'ouro com a Sua Real Efigie, as pessoas seguintes:
a Antonio Bernardino Ribeiro de Sousa, *# Regu
lar da Congregação de S. João Evangelista; a D. Maria
do Carmo e Sousa, e sua filha D. Maria, e filhos João
Antonio de Sousa, e Antonio Joaquim de Sousa, da
Cidade do Porto; a José Peixoto Guimarães, e sua
mulher e filha, da mesma Cidade; a João Baptista de
Macedo, e sua mulher, e filhos, da mesma; ao Doutor
João Antonio de Castro S. Paio, Advogado do Audi
·torio de Guimarães, e a suas filhas, e filhos, incluindo
os que são Monjes Benedictinos; a João Ferreira Men
des, e a sua mulher, cunhada, e prima de Lamego da
mesma Villa; ao Reitor de S. João de Brito Manoel
Mendes, e a suas irmãs e sobrinhos; ao Capitão Ca
serma, e a seus filhos, e filhas, da mesma Freguezia;
a Manoel Ribeiro d'Abreu, e a seus filhos, e filhas, da
mesma; a Jeronimo Salgado Ribeiro d'Abreu, de Sul
vares; a Maria Joaquina, e Gertrudes d'Almeida, fa
miliares da Casa de Funde Villa, Freguezia do Paraizo;
a João Antonio de Araujo, mulher, e filhos, da Casa
de Villar, Freguezia de Castellões, todos do termo de
Cuimarães; a José Antonio de Macedo Campos, Ta
bellião do Judicial e Notas d’Unhão, e ao seu Parroco
o actual Abbade de Santa Marinha da Pedreira; ao
Doutor Manoel da Silva Telles, e a seu irmão, e ir
amãs, da Casa de Fonte de Villar, todos do mesmo
Concelho. •
ElRei Nosso Senhor, attendendo ao que Lhe represen
tou João Antonio Saraiva de Leão, da Villa da Torre
de Moncorvo, Provincia de Trás-os-Montes, residente
nesta Capital, em Audiencia de 10 de Março do cor
<rente anno Se dignou fazer-lhe a graça de poder usar
das Medalhas de ouro com a Real Effigie do mesmo
Augusto Senhor, e de Sua Augusta Mãi, a Senhora
Imperatriz Rainha, e para sua mulher Anna Joaquina
Gomes de Carvalho , e seus filhos Augusto Joaquim,
Antonio Manoel, João Filippe, sua filha Alexandrina
Henriqueta, e Manoel José Gomes de Carvalho, irmão
da dita sua mulher.
*–—* $$ 4–*
MEzA DA CoNsciENCIA E ORDENs.
• Pdital.
+ . Ordem de Christo.
Curato da Igreja da Soalheira, na Comarca de Cas
tello Branco. Dito de S. Paio de Brunhaes , ammexa
da Commenda de S. Tiago de Guilhofrei , na Prove
doria de Guimarães. Dito de Ventuzelo, filial da Com
menda de Santa Maria a Velha de Castello Branco do
Mogadouro, na Provedoria de Miranda. Dito de Nos
sa Senhora da Conceição do Lugar de Alcains, na Co
marca de Castello Branco.
Quem pretender os Curatos acima declarados, que
são de apresentação annual, pelo Tribunal da Meza da
Consciencia e Ordens, entregue dentro de vinte dias,
contados da data deste, no dito Tribunal, ou ao Pro
vedor da Comarca, os seus requerimentos com todos os
documentos que fizerem a bem da sua pretenção. Se
cretaria
= Luiz da OrdemBasto.
Martins de Christo, em 16 de Março de 1831. •
LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA.
4–*§§ *-*
Telégrafo.—Serviço da Barra.—19 de Marçº
Embarcações avistadas.
9 h. 6 m. 1 Bergantim sem bandeira, e 1 Galeota dito •
ao Norte do Cabo do Espichel: navegão para º Sul
4 h. 5 m. 1 Bergantim, 1 Brigue Escunºs 1 Escuna, e
1 Cahique sem bandeira a Oeste do Cabo da Roca.
Embarcações sahidas de Belém. •
11 h. 1 Patacho Portuguez, Novo Paquete; para a Fi
gueira; 1 Galera Rússiana, e 1 Brigue Escuna Sue
co para o Baltico; l Bergantim Francez para Bar
celona; e 1 Galeota Ingleza para Petersburgº.
Idem, 20.
Embarcações avistadas. •
sh, 37 m. 1 Curveta de Guerra Ingleza a Oeste do Ca
bo do Espichel.
12 h, 40 u. i Cahique sem bandeira ao Noroeste do
Cabo do Espichel.
Embarcação entrada em Belém;
3 h. 42 m. 1 Curveta de Guerra Ingleza, de Portsmouth,
13 dias.
Embarcação sahida de S. Julião.
8 h. 61 m. 1 Paquete Inglez.
Embarcações sahidas de Belém.
8 h. 51 m. 1 Bergantim, e 1 Escuna Inglezes para
Londres.
9 h. 26 m. 1 Brigue Escuna Portuguez, Correio de S.
Miguel, para a Ilha de S. Miguel; 1 Bergantim
Sardo para o Porto; e 1 Escuna Ingleza para Truro.
= má 4–
= —–
Publicações Litterarias. -
Preceitos de Rhetorica tirados de Aristoteles, Cicero
e Quintiliano, por Mr. Luiz Crevier, traduzidos em
Portuguez, e illustrados com varias notas: nova edição
correcta, hum volume em 8.°, preço encadernado 600 rs.
Compendio da Historia do Antigo e Novo Testamen
to, com as razões eom que se prova a verdade da nºs
sa Religião; traduzido da lingua Franceza para inº
strucção da mocidade Portugueza, por Antonio Sodº
res: hum volume em 8.°, preço encadernado 400 rs.
Vendem-se na loja de Jorge Rey, mercador de livros,
defronte dos Martyres, N.° 19.
• Annuncios.
No dia 23 do corrente mez sahe o segundo numerº
do Jornal Filarmonico para pianno, composição de
Fr. José Marquez: vende-se na Oficina Lithografica da
Praça das Flores, e na loja de papel defronte do Es
pirito Santo, •
queArrematão-se os generos
consome o Real de mercearia
Collegio Militar dae Luz,
carne no
fresca
dia
23 do corrente, pelo meio dia até a huma hora da tar
de; os que quizerem dar o seu lanço poderão compare
cer á hora indicada no dito Collegio.
Previne-se a quem precisar, que no armazem N.° 18,
ao caes do Sodré, se achão de novo escudellas de páo,
proprias para baldear vinhos.
Na tarde do dia 23 do corrente se hão de arrematar
na Praça Publica do Deposito Geral, com o abatimen
to da 5.º parte do valor de 364,3000 rs., humas bemfei
torias com seu terreno com parreiras e arvores, no sitio
da rua das Trinas do Mocambo, N.° 54 B até N.° 54
C E ; tem frente para a rua das Praças, N.° 62 A.: he
Escrivão da arrematação, Couto.

NUM. 69.
GAZETA DE LISBOA. —=>>>6<>$985@ºax
TERÇA FEIRA, 22 DE MARÇO.
=>xote>$3<>@ C####8ex=
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
PRUSSIA,
- Berlim, 23 de Fevereiro. - ck e deixe Varsovia na retaguarda. He extraordinario o
O Governo expedio outro Decreto obrigando a volta
rem ao Reino todos os Prussianos que se acharem na
Polonia, e não poderem justificar os motivos da sua
permanencia naquelle paiz. Os que não tiverem voltado
no prazo de quatro semanas serão considerados traido
res e confiscados os seus bens.
Escrevem das fronteiras da Polonia, em data de 18
o seguinte:
» O Governo de Varsovia enviou ordens a toda a par
te para que se accelerem as conscripções. Em Kalisch
se notificou aos Allemães e Judéos que alli se achão,
para que hajão de pegar em armas, e se incorporem ás
fileiras do Exercito; a maior parte se negou a isso; po
rém alguns se reunem. A todos os que encontrão no ca
minho prendem e encerrão; e quando passa hum bata
lhão os incorporão nelle depois de os haverem armado.
A ninguem se perdoa, nem aos pais de familia. As car
tas assegurão, que nas paragens onde ha tropas Pola
cas se experimenta absoluta carestia de tudo.»
(G. d'Estado de Berlim.)
A nossa Gazeta publica huma participação do Exer
cito Polaco, em data de 23 de Fevereiro; segundo o
seu theor na tarde do dia 22 se ajustou huma suspensão
d’armas para enterrar os cadaveres de que estava co
berto o campo immediato a Varsovia. Esta participa
ção que está sem assignatura accrescenta, que parece
que os Russianos se dispunhão a se retirar ao bosque
com animo de se entrincheirarem nelle para esperar re
forços e o material.
Não havia noticias do Corpo do General Geismar. O
que unicamente se dizia era, que a ala esquerda do
Exercito Russiano, mandada pelo General Krentz tam
bem havia passado o Vistula, e se tinha apoderado de
Radom, cabeça do Palatinado de Sandomir, na dis
tancia de 22 leguas ao sul de Varsovia.
O objecto deste movimento he provavelmente com
binar as operações desta ala esquerda com as dos Ge
neraes Geismar e Pahlen, que segundo se crê estão des
tinadas a rodear pela retaguarda a Cidade de Varsovia.
Nesta hypothese o corpo do General Dwernicki, sepa
rado do resto do Exercito Polaco pela descongelação do
|Vistula, se acharia em huma posição muito critica.
Escrevem de Varsovia em data de 22 de Fevereiro:
ANNO 1831.
» O Exercito Russiano avançou até meia legua de
Praga, onde se postou am hum bosque da extensão de
5 a 6 milhas; com a sua artilheria repelle os Polacos e
os provoca a hum combate geral. As perdas dos Pola
cos tem sido muito consideraveis, e ha Regimento em
que não fica hum Oficial que se não ache ferido, sem
fazer conta com os mortos. He provavel que hum cor
po do Exercito Russiano passe o Vistula perto de Plo
numero de feridos que chegão á Cidade; já faltão Ci
rurgiões, medicamentos, e camas. As ruas e as praças
estão cheias de tropas, e se teme huma surpreza do Ge
neral Diebitsch. Nas ultimas acções perdêrão os Pola
cos 3,000 homens, entre mortos e feridos.
• ALLEMANHA.
Francfort, 25 de Fevereiro,
A Dieta Germanica recebeo de Oficio a resolução to
mada em Vienna pelo Conselho supremo de Guerra,
que se reduz a º que o principio de não intervenção se
não podia applicar aos negocios da Italia, e que havia
chegado o tempo d'auxiliar vigorosamente qualquer So
berano que se achasse # Sahírão correios com
ordens para accelerar o alistamento e organisação dos
diversos contingentes da Confederação. Esta Cidade da
rá 700 homens para os completar. Formou-se huma
Companhia Suissa, e se trata d'organizar outra; porém o
Rei de Hollanda destacou para toda a parte Commissarios
para recrutarem gente, e outro sim concede a gratificação
de 600 florins a cada soldado que tiver 3 annos e meio
de serviço. Tambem mandou comprar quantas armas
brancas se achassem em Solingen, Elberfeld e outros
pontos. Em Coblentza se espera hum reforço de 2500
homens, de modo que a guarnição constará de 93 ho
mens de Infanteria, e 800 cavallos; além do que se po
zerão no pé de guerra tres batalhões d'artilheria da
Landwher. Os reforços chegão por destacamentos de
12 a 15 homens. Evita-se tudo quanto possa chamar a
attenção. Não obstante mandou-se fazer a conscripção
do anno proximo. Continuão a bastecer-se com muita
abundancia as praças fortes do Rheno; reparárão-se e
se augmentárão as fortificações de Colonia e de Juliers,
e se mandárão reunir aos seus corpos todos os militares
que se achão com licença, prohibindo-se outrosim que
lha dem para o futuro. (Gazeta de Madrid.)
BAVIERA.
Augsburgo, 20 de Fevereiro.
O General Bentheim sê acha com 14 batalhões nas
 [ 280 |
fronteiras da Legação de Ferrara com o objecto d'en desgraça coincidem com alguns discursos pronunciados
trar nos Estados Pontificios e sufocar a insurreição ao na tribuna contra a imprensa e com se ter violado o do
primeiro avizo do Santo, Padre. … micilio de muitas pessoas. (G. de França.)
Para cubrir os Estados Austriacos na alta Italia re Em huma carta de Lordres, em data do 1.° do cor
cebeo ordens o General JKalmodem para tomar posições rente se assegura, que não durará 10 dias o Ministerio
nas fronteiras do Piemonte com hum corpo de observa de Lord Grey. Julga-se que este Ministro se não atre
ção de 303 homens. (J. de Augsburgo.) - verá a dissolver a Camara, e não obstante se presume,
que não passará a lei sobre a reforma. A baixa se at
FRANÇA. |- tribue á pouca confiança que inspira o Ministerio.
Na conformidade de hum Decreto do Gabinete de
> "
---- Paris, 6 de Março.
gº º º Y.
". Y,, º - «- Berlim, se deo ordem a todos os subditos de S. M.
Prussiana para que não usem as Insignas da Legião de
* - O General Clausel chegou * Toulo" onde está fazen Honra. " …-- *** … (Quotidiana)
do quarentena; he provavel que não tarde em vir a esta Em hum periodico semi-Oficial de Bruxellas se lê
Capital, excepto no caso de receber ordem para se o seguinte: -

hir encarregar do commando a que está destinado. » Assegurão que hum corpo de 6,000 homens de Ba
(Quotidiana.) -- : den e de Hesse, que fórma o contingente chamado o
decimo da Dieta, entrara em Luxemburgo em nome da
Communicou-se á Dieta de Francfort-huma Resolu Dieta Germanica. Accrescentão que os habitantes de Lu
ção do Supremo Conselho de Guerra cujo theor se re acemburgo estão resolvidos a defender-se. O principio
duz a manifestar, que não tem lugar a sustentação do de não intervenção baqueia por toda a parte; a guer
principio de não intervenção, e que chegou o tempo de ra he imminente, e todos os bons cidadãos se preparão
soccorrer com força armada todo o Soberano que se vir para isso.» • •

ameaçado. A 22 de Fevereiro sabírão daquella Cidade No Courier lemos o seguinte:

yarios correios com ordens para que, se active o alista » Disse-se que os Austriacos havião entrado no Ducado
mento e organisação dos contingentes. (Mensageiro.) de Modena; e que tendo Mr. d'Appony declarado, que
o Gabinete de Vienna estava resolvido a intervir, o
. Lê-se no periodico intituladº a Revolução o seguinte nosso Ministro dos Negocios Estrangeiros havia consin
artigo : * - - •

tido na intervenção. Julgamos que estes factos são inex

- %3. apuros de todas as classes da capital crescem de actos, mas tambem julgamos que os Austriacos inter
hum modo espantoso; o Tribunal do Cominercio nem se virão e que a França se não opporá.
quer se pode inteirar das infinitas appellações que se lhe » Des de o principio se poude prever, que a Confe
fazem todos os dias das sentenças que dá; ao mesmo rencia de Londres chegaria a ser hum verdadeiro Con
tempo não tem havido nenhuma época em que os tra gresso; e hum Congresso não podia deixar de ser hos
balhos tenhão proseguido com maior celeridade e vigor. til á França. Se em Londres se assignou alguma cousa
Os que tem algum dinheiro compräo a preço infimo to similhante ao que o Tempo annuncia, o unico que fi
dos os generos que se vendem judicialmente. Já não ha ca ao nosso Ministerio a fazer he chamar o seu Em
o menor credito, nem mesmo o que costumava existir baixador, e usar da liberdade que tem a bondade de
entre compradores e vendedores. nos deixar á custa de huma guerra geral. Teremos
» Neste estado de cousas sofrem horrivelmente as clas logo a vantagem de que Mr. de Talleyrand não seja o
ses baixas e medias. Porém o que mais admira he ain nosso representante, e depois a de recuperarmos a nossa
diferença do Governo por tão assustadora situação. Na independencia. Se existe o protocolo (que deve existir,
da se faz para se reanimarem os negocios; deixão-se em ou cousa que se lhe pareça) será preciso convir em que
poder dos privilegiados todos os meios de credito, e to todas as nossas contemplações e concessões tem vindo a
das as transacções importantes; porém estes cheios de parar em huma liga Européa; isto he no peior que te
terror se negão actualmente a dar auxilio. rião podido produzir hum gesto ameaçador, e huma at
## outra parte nenhum soccorro nem prazo se titude hostil.»
7° •

concede aos que se achão em apuro; e o peior que - Não he possivel crer que os Polacos obtenhão huma
tudo he, que nenhum caminho se vê para sahir de hum victoria capaz d'obrigar os Russianos a fazerem huma
estado de cousas tão deploravel. E querer-se-ba, que a retirada manifesta. Ha muita confusão nas noticias pu.
desesperação que se vai apoderando de todos não influa blicadas até aqui; muitas são contradictorias, e outras
nos acontecimentos politiços ! Como ha de ser addicto incriveis. Os Russianos se estabelecêrão nos bosques,
a hum Governo que o desampara quem carece de todo que fortificárão com a sua artilheria, e não se poderá
o recurso? Não se nos diga, que o Governo não heres obrigallos a que abandonem aquellas posições. A sua
ponsavel destes desastres, porque estamos intimamente força numerica he mui consideravel. Esperão-se os cor
persuadidos de que com efeito o he des de o momento pos de reserva para principios de Março, ao passo que
em que se provou, que o systema de restricções approva os Polacos já não tem donde tirar mais gente. Assim
do por elle he a principal causa desta situação, des de não pode duvidar-se, que será impotente toda a resisteu
o momento em que a civilisação apresentou em todo o cia, e que os Russianos triunfarão ainda que á custa
paiz em que he ilimitada a liberdade numerosos meios de sacrifícios. (Correio Francer.) (1)
d'evitar tão grandes males por instituições de credito,
associações e mutuos soccorros.» - |-
GRÃ-BRETANHA.
O Manifesto do Diario dos Debates contra a popu
laridade; o annuncio de huma conferencia em casa do Londres, 2 de Março.
Ministro do Interior para tomar disposições energicas
contra os perturbadores; o additamento para que se prohi Refórma Parlamentar.
ba empregar em França a Legião estrangeira; o haverem Na Sessão de hontem na Camara dos Communs in
se desarmado os refugiados Italianos que estão nas fron
teiras de Saboya; a Circular do novo Prefeito da Po (1) Esta especie de desalento do Correio Frances,
licia aos seus Commissarios, tudo annuncia que o Governo periodico constantemente lisonjeiro para a revolução,
se esforça quanto póde para atalhar o vôo da revo dá força á noticia divulgada em París á ultima hora
lução. |-
sobre a entrada victoriosa de Diebitsch em Varsoria.
Será preciso ver o resultado destes esforços, que por (N. da G, de Madrid.)
 [ 281 1
troduzio Lord J. Russel o Projecto da Refórma, nos
seguintes termos: * : \ to menos de respeitar os direitos por cuja violação fo
» Com a mais viva anciedade me levanto para apre
sentar huma questão de importancia sem exemplo para
a Camara e para a nação em geral. He huma medida
do Governo da parte de quem a apresento; he huma me
dida de hum Gabinete unanime a este respeito, que
agora desempenha a promessa que fizera ao Parlamento,
ao Soberano, e á nação. Depois de o Nobre Lord á
testa do Conselho de S. M. haver traçado esta medida
em seu animo, e de a ter communicado aos seus Colle
gas no Gabinete, na communicou a mim mesmo, e
desde então tenho estado constantemente em communi
cação quer individual , quer collectivamente com os
Membros do Gabinete sobre este assumpto. Tem havi
do muita cavilação contra o Nobre Conde á testa do
Ministerio por ter declarado, ser a sua intenção traçar
huma medida tal que satisfizesse a espectação publica,
sem pôr em perigo as estabelecidas instituições do paiz.
» Pelas estabelecidas instituições do paiz, dizião huns,
quereis dizer as Corporações corruptas (1)!» Entendo que
poderei mostrar que essas instituições nenhuma relação
tem com taes abusos. « Pondo em execução o vosso
plano, dizião outros, hides abalar até os seus funda
mentos as estabelecidas instituições da nação.» Ora o
Governo he de opinião, pelo contrario, que se não sa
tisfizer a espectação publica não só se abalarão, mas
até se subverterão essas instituições. Sem adoptar as no
ções extravagantes de alguns Reformadores, procurou
se fórmar huma tal medida de rasoavel Reforma, que
satisfizesse o animo publico, sem pôr em perigo as in
stituições estabelecidas; sem seguir os sentimentos dos
que de huma parte sustentão, que nenhuma Refórma he
necessaria, nem os sentimentos de outros que só querem
a Reforma de hum só modo. Entendemos que a medi
da que se vai propôr será huma Reforma salutar, entre
os dous extremos, capaz de desvanecer os defeitos que
desejamos emendar, e de atalhar a convulsão que pro
curamos prevenir.
» Não será necessario que eu ennumere todos os ar
gumentos tantas vezes ponderados a favor da necessida
de de huma mudança no estado actual da representa
ção. Cuido não haver duvida de que a representação
da Camara dos Communs originalmente representava
os povos da Inglaterra. Tambem julgo que se não pode
pôr em duvida, que a representação actual não repre
senta o povo. Se a qualquer pessoa que não tiver co
nhecimento da situação interna do paiz se disser, que
he hum paiz mais illustrado e culto do que outro qual
quer que já mais existio; que desfructa maior liberdade
do que outro qualquer povo nunca desfructou, , e que
cada 6 annos se reune para escolher entre si os deposi
tarios da sua liberdade, esta pessoa muito se admirará
de saber o modo porque este mesmo povo procede para
fazer escolha daquelles a quem confia os seus direitos e
as suas liberdades. Qual não será a sua surpreza diri
gindo a sua attenção a hum homem que manda dous
representantes para o Parlamento; a hum muro arrui
nado com o privilegio de mandar outros dous; a gran
des Cidades e Villas no Norte possuindo extensas fabri
cas, commercio, riqueza, e illustração, sem represen
tante algum! Porém não paro aqui: se essa mesma
pessoa for conduzida a . Liverpool, e vir hum systema
d'eleição popular onde a corrupção e o suborno são
abertamente praticados, não se admirará por ventura
de que huma representação escolhida desta sorte, seja
(1) Cumpre ter presente, que ordinariamente se de
nominão Corporações corruptas, as que tem conserva
do direito d'eleger hum membro da Camara dos Com
muns, ao passo que a totalidade das propriedades que
dão o direito de eleger tem cabido na posse, ou debai
xo da influencia hereditaria de huma familia.
•
capaz do desempenho das funcções legislativas, e mui
ra revestida desse caracter!
» Disse porém certo distincto oppositor desta questão,
que em quanto o systerna actual desse satisfação ao
paiz, e o povo lhe não negasse a sua confiança, não
havia necessidade de averiguar os seus defeitos, ou dé
introduzir mudança em seus principios; e confesso que
me acho algum tanto perplexo em replicar a este argu
mento, cuja força tanto eu como outros Reformadores
conhecem. Mas todo o paiz clama pela Reforma. (Cla
mores de Não # e de Oução!) Está perdida a confiança
do povo na representaçáo. (Violentos clanores de Não !
e signaes d'applauso.) Digo que está perdida a confiança
do povo da Inglaterra na organização e constituição do
Parlamento. (Repetida expressão de approvação e des
approvação.)
» Passo agora á parte mais dificil do meu encargo,
a de explicar a medida que vou porpor. Os Ministros de
S. M. estão persuadidos de que huma Reforma insigni
ficante e mesquinha não póde dar segurança ao Throno,
força ao Parlamento, ou satisfação ao paiz. (Applau
so.) Os principaes objectos de queixas vem a ser: 1."
nomeação por individuos; 2.° eleição por corporações,
corruptas; 3," a despeza das eleições. Quanto á nomea
ção he exercida em lugares mui pequenos onde a popu
lação he mui escassa e o direito de eleger mui extenso;
ou em grandes Cidades onde o direito de votar se acha
de tal sorte limitado, que põe o poder de eleger os De
putados na mão de huma ou duas pessoas. A Corpora
ção de Gatton he exemplo do primeiro caso; do segun
do a Cidade de Bath. A ambos dará a medida hum
remedio. Toda a vez que huma corporação tiver deca
hido e possua poucos habitantes, e hum só individuo
mande hum Representante á Camara, propõe-se tirar
lhe de todo essa faculdade. (Applauso.) Dever-se-ha
acaso fazer distincção alguma quando todos os interes
ses da nação reclamão a extincção de tão nocivos pri
vilegios! Devo dizer que he chegado o momento em
que devemos encarar esta difficuldade } Ines IIha SOTte.
que o Duque de Wellington encarou a de 1829, quan
do os direitos de 200,000 individuos cedêrão a fim de
afiançar a segurança da nação em geral. A medida
proposta pelos Ministros de S. M. he declarar á vista
do recenseamento de 1821, que todas as Corporações,
que então não possuissem a população de 2,000 almas,
totalmente perderão o direito de mandar Representan
tes ao Parlamento. Por este meio ficarão 60 Corpora
ções privadas do direito de eleição. Mais 47 Corpora
ções cuja população pelo mesmo recenseamento he me
nos de 4,000 pessoas, ficão privadas do direito de man-.
dar mais de hum Deputado. Das primeiras 60 Corpo
rações ficarão 119 lugares vagos; as outras 47 só deve
rão mandar hum Representante e farão o numero de 166.
e com mais dous da Corporação de HKeymouth, comple
tarão 168. No entanto não se tenciona que as outras
Corporações fiquem nas mãos de hum pequeno numero
de pessoas, com exclusão de alguns que tem proprieda
de e interesses nas Cidades. Antigamente todo o homem
livre residente em huma Corporação, e possuindo hu
ma casa na Cidade tinha direito competente para ele
ger os Membros que devião servir no Parlamento. Mas
isto era com exclusão dos aldeões, e estranhos; limi
tando-se esse direito relativamente ás pessoas que tinhão
propriedade e domicilio na Cidade etc. A respeito da
qualificação que agora se lhe vai substituir se adoptou
a medida que determina as pessoas que devem servir de
jurados, e se propõe que o direito de eleição recaia em
pessoas que occupão casas cujo arrendamento não seja
menos de 10 libras esterlinas annuaes. Não se pretende
privar os actuaes eleitores do seu direito se residirem na
Cidade; mas os que alli não residirem não o poderão
conservar; os actuaes votantes poderão conservar o seu
 ['282']
direito vitaliciamente, porém só poderão votar para o
futuro os que tiverem huma casa arrendada por 10 li
bras cada anno. O Governo he d'opinião que não será
acertado preencher o numero dos 168 Membros que fi
cão privados do direito de votação. (Applauso e demons
trações de"&# He de parecer que o numero dos
Membros da Camara he inconvenientemente avultado.
Considerou que fôra mui vantajoso diminuir o numero
dos mesmos representantes ; mas propõe dar a sete
Cidades grandes não representadas o direito de nomear
dous Representantes cada huma; e a outras vinte o di
reito de nomear hum cada huma. Os seguintes são os
nomes das Cidades que nomearão dous Membros para o
Parlamento : ; •
são do direito de eleger da mesma forma que na Ingla
terra: e quanto á Escossia disse, que a necessidade da
reforma a este respeito era alli de maior urgencia, por
isso que não havia naquella parte do Reino Unido a
eleição popular; que a corrupção se tornára tão palpa
vel, que os votos hião muitas vezes ao mercado para
ser comprados por pessoas que não tinhão relação com
o paiz em cuja prospriedade se não achavão interessa
dos pela posse de propriedade alguma que nelle tivessem
etc., mostrando que depois da proposta alteração a
Escossia elegeria 60 em vez de 45 Representantes.
(Continuar-se-ha.)
Idem, 3.
•

Os consolidados abertos esta manhã a 74 à fechárão

Manchester e Salford; Birmingham e Aston ; Le
eds; Greenwich, Deptford e Woolwich ; Wolverham
pton, Bilston e Sedgeley ; Sheffield; Sunderland e
// earmouths. " o Courier, perde cada vez mais a sua popularidade, e
::Cidades que deverão mandar hum Membro ao Par
lamento: Brighton; Blackburn ; Wolverhampton ;
Macclesfield; South Shields e Westoe ; Warrington ;
Huddersfield ; Halifax ; Gateshead; Whitehaven ,
IYorkington e Harrington ; Kendal; Bolton ; Sto
ckport; Dudley; Tynemouth e North Shields; Chel
tenham ; Bradford; Frome ; JKakefield ; Kiddermi
nster.
se a 75 %. A baixa dos fundos Francezes e as fataes no
ticias das ultimas desordens de Paris desfavoravelmente
influírão nos nossos cambios. «O Rei dos Francezes diz
ha que temer por momentos hum transtorno.»
O mesmo diz, que os partidarios da opposição se ha
vião reunido e resolvido, que se não atacasse o principio
da reforma do Parlamento, mas que todas as medidas
ácerca deste assumpto se submettessem á sancção da
Camara.
A Camara dos Communs na sua sessão de 25 discu
tio o orsamento da Marinha. Nelle se pedem para o |

” He sabido que parte da metropoli não he representa
da. Huma população de mais de 8003 almas e quasi
de 6003 se acha neste estado; propõe-se dar a essa
arte da Capital o privilegio de mandar 8 Membros ao
# Dividir-se-ha a parte não representada da
metropole em 4 Districtos, cada hum dos quaes terá a
faculdade de eleger 2 Membros. O bairro da Torre for
mará hum Districto com 2833 pessoas; o de Holborn
outro com 2183 pessoas; o 3.° he Finsbury que contém
2623 habitantes; o 4.° Districto he em Surrey, incluin
do a Parroquia de Lambeth e os pontos das immedia
ções do rio, com a população de 2883 pessoas.
» A seguinte alteração he a respeito de se augmentar
o numero de Membros eleitos pelos Condados maiores;
propõe-se augmentar 2 Membros ao numero que já man
dão ao Parlamento 27 desses Condados. A respeito da
população o principio em que se funda o Bill he dar
representantes addicionaes a todo o Condado cuja popula
ção exceder a 1503 habitantes. O Condado de York
Imandará 6 Membros, 2 por cada huma das suas 3 Di
\visões.» O Nobre Lord passou a ler os nomes dos Con
dados em questão, e entendemos serem os seguintes:
Chester ; Cornwall; Cumberland; Derby; Davon;
Dorset; Durham; York; Essex; Gloucester; Kent;
Lancaster; Leicester; Lincoln; Norfolk; Northampton;
Northumberland : Nottingham ; Salop ; Somerset;
8outhampton; Stafford; Suffolk; Surrey; Sussex; HVar
vick, Wilts e HVorcester.
Além destes propoz que se concedesse á ilha de Wight
e direito de eleger hum Deputado. O orador passou a
serviço do corrente anno 323 homens, incluindo 103 |
marinheiros, por onde se vê que o Governo não julga
necessario augmentar as forças navaes. Esta circum
stancia será talvez hum agouro favoravel para se con
servar a paz.
Correm vozes de que os tres Ministros, os Lords Al
thorp, Goderich, e Mr. C. Grant havião oferecido ao
Rei a sua demissão no Conselho privado que teve S.
M. na manhã da Quarta feira 26, o que parece mui
provavel em attenção á desunião que já se notava no
Gabinete com motivo dos direitos sobre o assucar.
(Standard.)
4
*§§ *-*
Lisboa, 21 de Março.
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 21 de Março.
Embarcações avistadas.
11 h. 12 m. 2 Bergantins sem bandeira, 1 Escuna dito,
e 1 Cahique dito a Oeste do Cabo da Roca: 1 dos
Bergantins, e o Cahique navegão para o Norte.
Embarcações sahidas de Belém.
9 h. 42 m. 1 Galera Russiana para o Baltico.
1 h. 43 m. 1 Escuna Ingleza para Londres.
Publicação. Litteraria.
Sabio á luz o 2.° N.°Annuncio.
da Hypiátrica, preço 40 réis.
+ •

ponderar os inconvenientes resultantes da grande despe
za que havia no modo actual das eleições, propondo
ao mesmo tempo o meio de assegurar sem tumulto a
Justa votação registando-se nas Parroquias todos os elei
tores dos Condados, Cidades e Corporações; e tendo
largamente exposto varias alterações a este respeito fez
a leitura das Corporações, que devião ficar privadas do
direito de eleger representantes, assim como das que pa
ra o futuro só devião mandar hum representante; ac
crescentando que relativamente ao Principado de Galles
a alteração proposta quanto aos eleitores era a exten
E=
Sexta feira 25 do corrente, pelas onze horas, em ca
sa de Diogo Roberto Higgs, rua dos Fanqueiros N.°
131 , se hão de vender em leilão publico as seguintes
propriedades: o casal da Figueirinha no termo dá Villa
de Oeiras, que constitue hum prazo de dezenove terras
de semeadura, avaliado em 3.6503000 réis; huma pro
priedade de casas na rua do Marco Salgado N.° 1 e 2,
com loja, primeiro, segundo, e terceiro andar ; huma
marinha de sal em Setubal de 76 moios de repartição :
os titulos estão livres e desembaraçados, e estarão pre
sentes no acto da venda.
+ +=

LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA,

 NUM. 70. ANNo 1831.
=>-º-<==-----

GAZETA DE LISBOA.
—=>}<>6<>}$@$1<<<9ex=-

QUARTA FEIRA, 23 DE MARÇO.

A DJ"ERTENCIA. chos necessarios. Palacio de Queluz, em dez de Março

As pessoas que quizerem subscrever para a Gazeta de
Lisboa pelos mezes d'Abril, Maio, e Junho, podem
dirigir-se á loja da Administração, na rua Aurea, 4.°
rteirão, º N.° 23ó: as Cartas das Provincias serão
remettidas (com porte pago) ao Administrador da loja
da assignatura
da Gazeta, José Joaquim
33600 réis. Nepomuceno Arsejas: preço
_i
PARTE OFFICIAL.
/ . .
N.° 18.
de mil oitocentos e trinta e hum. = Com a Rubrica de
SUA MAGESTADE.= Gregorio Gomes da Silva.
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, – ElRei Nos
so Senhor, a Quem foi presente o Oficio que V. Ex.°
me dirigio na data de 14 do corrente mez, acompa
•
nhando, o requerimento do Coronel graduado do Real
Corpo de Engenheiros, Barão d'Eschewege; Houve por
bem prorogar-lhe por tempo de seis mezes, a licença de que
se acha gozando em Allemanha: o que tenho a honra
de # a V. Ex.° para seu conhecimento. Deos,
guarde a V. Ex." Palacio de Queluz, em 17 de Março
de 1831. = Conde de S. Lourenço. = lllustrissimo e
Excellentissimo Senhor Conde de Barbacena. = Conde
de Barbacena, Chefe do Estado Maior General. = Es
tá conforme o Original. = Ajudante General, Marquez
de Tancos. -

Quartel General no Paço de Queluz, em 21 de R E A L E R A R I o.

Março de 1831.
Nos dias 23, e 28 do corrente, se pagão na Thesou
Ordem do Dia. raria Geral dos Ordenados os mezes de Outubro , No
vembro, e Dezembro de 1829 da folha da Alfandega
ElRei Nosso Senhor, como Commandante em Chefe Grande do Assucar.
do Exercito, Manda Declarar que o Tenente General
Visconde de Veiros reassumio o Governo das Armas da
Corte, e Provincia da Extremadura, por ter parteci
pado achar-se restabelecido da molestia, que deo lugar PARTE NÃO OFFICIAL.
ao seu impedimento.
Publicão-se ao Exercito os Avizos, e Decreto abaixo
transcriptos:
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — ElRei Nos
so Senhor Manda remetter a V. Ex.*, para seu conhe GRÃ-BRETANHA.
cimento, e do Exercito, a inclusa copia, assignada
pelo Conselheiro Gregorio Gomes, da Silva ,,Oficial Londres, 1 de Março.
Maior desta Secretaria d'Estado, do Decreto de 10 do
corrente mez, pelo qual Houve, por bem que Manoel (Continuação da Sessão da Camara dos Communs sobre
Thimoteo da Silva, Major da Torre de S. Julião da a Reforma Parlamentar.)
Barra, passe a ter exercício no mesmº pºstº nº Trem
da Praça d'Elvas. = Deos Guarde a V. Ex. , Palaciº Passou o Orador a tratar da Irlanda, e falou do se
de Queluz, em 17 de Março de 1831. = Conde de guinte modo:
S. Lourenço. = Illustrissimo e Excelentissimo Senhor » Vou tratar da questão da Irlanda onde a refórma
Conde de Barbacena. apezar de necessaria será mais simples. Tendo a distri
Decreto. buição do direito d'eleger Membros para o Parlamento
Attendendo ao que Me representou Manoel Thinoteo tido lugar tão recentemente, a saber no tempo da
da Silva, Major da Torre de S. Julião da Barra , Hei. União, não tem alli occorrido nenhum notavel exem
por bem que ele passe º ter exercicio no mesmo posto, plo de decadencia, nem augmento, nas Cidades como
no Trem da Praça d'Elvas. O Conselho de Guerra o se pode notar na Inglaterra. Ha no entanto alguns
tenha assim entendido, e faça executar com os Despa casos em que bom fôra que se ampliasse esse direito, e
 [284]
se tenciona por tanto concedello a cada pessoa que ha he patente, e he responsavel por isso. Passarei a notar
bitar huma casa do valor de 10 libras esterlinas annuaes resumidamente algumas das objecções que não duvido
em qualquer das Cidades ou Corporações que elegem se farão contra a medidá, que própuz. A primeira he
Membros para-o Parlamento. Estou convencido de que que vai subverter as instituições traçadas pela sabedoria
este será hum grande beneficio para a Irlanda, e fará dos nossos antepassados, e que devemos considerar sa
com que aquelle paiz caminhe rapidamente na estrada gradas. Mas a este respeito sustento, que a medida em
da riqueza e da prosperidade. Não ha duvida de que se vez de ser contraria a essas instituições vai d'accordo
tem prejudicado muito o commercio em consequencia com ellas; alguns talvez dirão, que a projectada refor
da ingerencia das Corporações na Irlanda. Em IP ex Ina vai excluir da Camara os negociantes, banqueiros,
ford a Corporação impoz propinas até º valor de 23 e advogados; mas eu não posso julgar esta opinião ad
libras esterlinas aos Commerciantes que não erão parte <missivel, pois não entendo que se $#*# traçar nenhum
dellº, os quae # terião visto onerados }" este meio projecto de Reforma, que exclua do Parlamento a ri,
se o direito de elege? tivesse tido extensão. Ha tres gran queza, o saber, e a intelligencia.- Tem-se recorrido á
des Cidades na Irlanda a que se tenciona dar o direito Aristocracia, e aos que se achão ligados com a mesma,
d'eleger mais representantes do que mandão ao Parla convidando-os a fazerem opposição a esta medida: tem-se
mento. Belfort, Limerick, e HKaterford terão direito dito que a Aristocracia he bastante poderosa em força nu
de mandar 2 em vez de hüm só. O numero addicional merica para resistir á força da sedição e do descontenta
de Representantes será por certo vantajoso para a Ir mento: respondo que não ha sedição que seja necessario
landa e Escossia, mas aquelles paizes terão de mais a sufocar, ou descontentamento que a violencia possa re
mais a vantagem resultante do numero que se diminue primir. Ou deve haver reforma, ou perecerá a Constitui
na representação da Inglaterra, e entendo que o efei ção Britannica. (Riso, e applauso.) O povo pede a Re
toodesta medida será hum equilibrio mais perfeito do forma; os Ministros da Coroa, com o consentimento e
procedimento da Camara relativamente ás medidas que approvação do Rei, a propoem agora, e rogo á Camara
disserem respeito a qualquer daquelles paizes em parti haja de ponderar bem as consequencias de regeitar o Con
cular. A qualificação dos votantes na Irlanda deverá fi selho do Governo de S. M., de desattender huma mul
car como agora. Tendo tratado das diferentes partes tidão de petições, e a voz de milhões de pessoas: no meu
da materia e das alterações propostas, direi o seu final sintir essas consequencias serão ameaçadoras para a paz
resultado. |-
do Imperio. Seja qual for o resultado da medida, o Rei
O numero actual de representantes no Parlamen ao menos terá a satisfação de saber, que desempenhámos
* to he - - - - - - - - - -- • • • • • • 658 o nosso dever. Temos caminhado até o presente sem tra
Bestes se propõe diminuir - - - - - - - - 167 balharmos a bem de hum partido particular, e sem sol
licitarmos o applauso da multidão. Digo isto afouta
Ficarão - - - - - - - - - - - - - - 491 mente por que toda a vez que tem sido necessario pro
º Augmentar se-hão •
ceder em opposição ao clamor popular, o Governo tem
Pela Irlanda -=- - - - - - - - - • • 3 praticado esse dever. Nos recentes incendios e desor
Escossia = - - - - - - - - - - -- - - - 5 dens deo vigor á supremacia da lei por meio da firme
Galles - - - - - - - - - - - - - - - , \ 1 za; na Irlanda sufocou a agitação pondo em força as
A Metropoli , - - - - - - - - - - - - - 8 leis promulgadas antes da sua entrada no Ministerio,
Cidades grandes - - - - - - - - - - - º 34 e por isso vai aquelle paiz recuperando a paz. Tendo
Condados (27 dos maiores) - - - - - - - - 64 procedido desta sorte o Governo he acreelor de confian
ça pela sua sinceridade quando apresenta este projecto
N.° total - - - - - - - - - - - - 696 ao Parlamento; o Governo não póde ter vistas sinis
o que produzirá a diminuição de 62. tras em o apresentar, e o oferece como medida que jul
- O seguinte he o numero de pessoas que em virtude ga importante e necessaria ao futuro bem e prospridade
deste Bill poderão votar para a eleição de Membros na da nação.» Concluio pedindo licença para introduzir
Camara dos Communs: hum Bill para reformar a Representação d'Inglaterra
e Galles. • • • • |-

• /otantes.
Nas antigas Cidades e Corporações - - - 110,000 A confusão que se seguio na Camara foi tal, que dif
Nas Cidades novas - - - - - - - - - 50.000 ficilmente se poderão ouvir na Galeria algumas pala
Na Metropoli - - - - - - - - - - - 93,000 vras que pronunciou Sir J. Sebright; em summa se col
Na Escossia - - - - - - - - - - - 60,000 ligio que apoiava a moção. . - - •

Na Irlanda - - - - - - - - - - - 40,000 Sir R. Inglis se expressou do seguinte modo:

Nos Condados - - - - - - - - - -
Nº total de votantes - - - - - - 465,000
» Antecipo que esta medida vai dar á parte consti
tuinte da Camara dos Communs do Parlamento meio
milhão de pessoas, e essas ligadas com a prosperidade
do paiz, tendo interesse absoluto na sua censervação,
e de quem no caso de huma contenda o Throno e a Ca
mara devem esperar apoio e os meios de terminar a
luta com feliz exito. Tambem julgo que a medida ten
derá, a melhorar o estado politico e moral do paiz.
Quanto á duração dos Parlamentos entendo que seria
muito inconveniente fazella tão breve, que os Repre
sentantes se achassem no estado de perpetua commo
ção; sem poderem tratar das grandes questões que ne
cessariamente se apresentarão á discussão com a deli
beração e independencia que os negocios de huma gran
de nação reclamão. Relativamente á votação duvido
que hum paiz como este se sugeite ao voto por sorteio
(vote by ballot.) Similhante modo de votar tornará o
eleitor irresponsavel. Por ora o procedimento do eleitor
100,000 » Conheço a difficuldade de fallar á Camara sobre
hum assumpto de tanta monta, especialmente no esta
do de agitação em que se acha a mesma Camara. Em
ordinarias circumstancias seria grande a difficuldade,
Imas esta se augmenta sobre modo em consequencia
da linguagem extraordinaria com que o Nobre Lord in
troduzio a sua moção. He certo que o Nobre Lord não
he Ministro da Coroa, mas apresentou-se com o refle
xo da luz do Governo e usou de linguagem que nunca
Ministro algum do Governo ou o seu orgão empregou:
accusou a Camara de ser inimiga dos maiores interes
ses da nação se se atrevesse a regeitar a medida que inº
troduzíra. Nunca se ouvio antes similhante linguagem.
Ao Governo actual estava reservado o vir dizer á Ca
mara, que esta não era adequada ao desempenho dos
seus deveres, nem á representação do povo. Disse o
Nobre Lord, que as vistas do Governo de S. M. se
achão apoiadas por milhões de petições, e milhões de
vozes que pedem a medida em questão. Protesto con
tra similhante linguagem; linguagem que desarma a de
liberação, por quanto se a Camara ha de ser ameaçada
 [283 ]
com o efeito do numero, já se não pode dizer que exer
ce as suas funcções livre e dignamente. Mas eu nego,
a asserção do Nobre Lord; nego que o povo deste paiz
exija a reforma. Não he esta a primeira vez que se tem
apresentado taes planos, nenhum dos quaes por certo
chegou á extensão deste, porém não se seguírão as con
sequencias que o Nobre Lord receia da negativa. No
tempo de Burke a efervescencia era tão grande como
he agora; havia queixas de miseria, de impostos, de
deterioração dos grandes interesses publicos, e se pedio
a Reforma ao Parlamento. Negou-se essa reforma, e
em breve voltou o paiz ao estado da costumada tron
quillidade; e se agora a negarem não tardará muito que
a nação se admire de que os vatecinios do Nobre Lord
não forão acompanhados pelas consequencias que ante
cipou, da mesma sorte que se admirou do estado de
cousas que se seguio á publicação do famoso folheto de
Mr. Burke sobre as causas do actual descontentamento,
. (O Orador leo huma passagem do folheto em questão
descrevendo a desordem e o descontentamento domesti
co ainda que nenhuma calamidade publica, a peste ou
a forne, houvesse occorrido para produzir similhante es
tado de cousas.) * … …"
» No entanto apezar de tudo isto se conservárão as
nossas instituições; o mesmo succederá agora se recu
sarmos a oferta do Nobre Lord. Poder-se-ba dizer, que
em 1782 não era tão grande como agora a necessidade
de cedor: nego. Não hesito em afirmar que a actual
effervescencia he causada pelos tres dias de París; (Ap
plauso) pelos successos da Belgica (Applauso) e pelos
acontecimentos que vão occorrendo e que recentemen
te occorrèrão em outras partes da Europa. O exemplo
do movimento popular em outros paizes tem operado
como epidemia; não sei se por contacto ou de outro
modo. Assim acontecco em 1793, e a observação feita
por Condorcet em 1792 he applicavel ao tempo pre
Se Ille 1 ***
(O Orador lêo neste lugar huma passagem de Con
dorcet, em que este dizia que logo que a chamma da
liberdade rebentou na França, começou a Inglaterra a
falar de Reforma no Parlamento da mesma sorte que
os Francezes fallárão dos Estados Geraes em 1791; e
que o movimento começado na Europa só acabaria com
o estabelecimento de republicas em toda a Europa ! !)
» Do mesmo modo quando ha 10 annos occorrêrão as
desordens em Napoles, se apresentárão Petições ao Par
lamento pedindo a Reforma, e se fizerão ajuntamentos
em que se clamou tanto como agora pela necessidade de
similhante medida.
» O plano do Nobre Lord vai produzir tão completa
mudança no systema de representação, que necessaria
mente ha de terminar em huma republica. Ainda quan
do fora certo que o povo pede tal mudança nego a con
sequencia que disso se deduz; porque se pede, não se se
gue que a Camara a deva conceder. Somos mandados
a este lugar não para legislar á vontade do povo, mas
a bem dos seus interesses, c dos interesses geraes do Es
tado. • se nas dietas dos doentes.
… Entre esta questão e a questão Catholica há grande
diferença: qnando esta se agitou o povo pedio a con
servaçãö, e se regeitárão as suas Petições: agora pede
a destruíção e quer-se que se annua aos seus desejos!
Ainda quando se approvasse o plano do Nobre Lord,
não havendo meio algum pelo qual se possa ajuizar dos
seus resultados, só por este unico motivo se deve regei
tar. Quando o Nobre Lord se jactou de que o direito de
votar se tornaria extensivo a 600,000 pessoas mais do
que agora, eu lhe lembraria que a tyrannía nas mãos
de muitos pode ser tão oppressiva como o he nas mãos
de poucos. Não vejo como tal extensão do direito de
votar possa augmentar a liberdade e ventura do paiz,
ou que este venha a ser mais eficaz e vantajosamente
representado. Os Representantes não vem aqui para re
presentar hum lugar particular, ou certo numero de
eleitores, mas sim para consultar sobre os interesses da
nação em geral. O remedio da parte dos eleitores quan
do não estão satisfeitos com os seus representantes não
consiste na extensão do numero destes, mas sim na de
nissão opportuna da pessoa de quem estão desconten
tes, dissolvendo
se não o contracto
achão fielmente logo que as suas obrigações
desempenhadas. •
» Em hum paiz situado como a Inglaterra está ago
ra, o unico fundamento sobre o qual podemos caminhar
he a experiencia dos seculos; e não posso descobrir na
historia deste paiz vestigio algum de que a população
deva ser a baze da representação. O Nobre Lord que
agora se acha na outra Camara do Parlamento (Lord
Brougham) disse, que no principio da Reforma que pro
pozesse seria o seu objecto restabelecer a organisação da
Camara nos seus primeiros elementos e simplicidade,
renovar, não destruir, por isso que era inimigo de temera
rias theorias de reforma. Reclamo do Nobre Lord e dos
que obrão de accordo com elle, a sustentação destes
principios; nett hesito em dizer, que a proposta do No
bre Lord huma vez executada he equivalente a huma
revolução. (Applauso.) Vai totalmente subverter toda
a influencia da riqueza, da Jerarquia, da propriedade,
e dos talentos. (Repetido applauso.) Vai desarranjar os
principios das instituições que tem ha tanto tampo con
stituido a gloria da Inglaterra.» (Continuar-se-ha.)
<r *» -
+ *—*§§ *—»
Lisboa, 22 de Março. -
Telégrafo. —Serviço da Barra. — 22 de Março.
- Embarcações avistadas.
6 h. 15 m. 1 Brigue Escuna sem bandeira ao Norte do
Cabo da Roca.
8 h. 40 m. 1 Galeota sem bandeira ao Norte do Cabo
do Espichel.
- E#… entrada em S. Julião.
9 h. 37 m. 1 Galeota Hollandeza.
- . Embarcação sahida de Belém.
10 h. 40 m. I Galeota Hollandeza para Riga.
- Publicações Litterarias.
Sabio á luz o N.° 16 da Contra-Mina : vende-se por
30 réis nas lojas do costume.
Imprimio-se hum folheto intitulado Os Sete Delin
quentes punidos, com pena ultima, segundo as Leis do
Reino ; seu Author José Daniel Rodrigues da Costa:
quem quizer esta obra dirija-se ás lojas do estilo, onde
se vende pelo diminuto preço de 40 réis; e em Belém,
onde se vende a Gazeta. -
Añnuncios. -
No dia 26 do corrente, pelas dez horas da manhã,
se ha de proceder no Hospital do Castello de S. Jorge,
á arrematação dos generos que alli costumão consumir
(vuem quizer fornecer com os generos da melhor qua
lidade o rancho do Régimento de Cavallaria N.°7, po
derá comparecer na Secretaria do mesmo Regimento
no dia 26 do corrente, pelas dez horas da manhã.
Quem achasse huma caixa de tabaco, feita na Rus
sia, de ferro, aço, e ouro , que se perdeo Sexta feira
18 do corrente mez de Março, desde o Collegio de No
bres, rua da Roza das Partilhas até ao largo do Calha
riz, e queira restituilla, o fará na rua das Fabricas das
Sedas N.° 17, 2.° andar, e se lhe darão boas alviçaras.
Joâo Vianna arrematou na Praça do Deposito Pu
blico desta Cidade huma terra chamada a Cobeira, no
lugar de Tires, permo da Villa de Cascaes, por execu
ção que Bento Fernandes fazia a João Paulo Moreira,
pelo Juizo dos Militares: entrou o arrematante com o

seu preço no Deposito, e se achão correndo os edictos
do estillo ; mas para maior publicidade faz este avizo
afim de que todas as pessoas que direito tiverem ao dito
predio ou ao seu producto, o deduzão no termo da Lei,
parao que findo o dos ditos edictos fique inteiramente li
vre predio arrematado.
[ 286 |
e o seu rendimento em 153000 réis, paga de foro74200
réis: he Escrivão da arrematação Negreiros.
Na tarde do dia 26 do corrente, se hão de arrematar
na praça do deposito geral, varias seges, carroça e ar
reios: he Escrivão da arrematação Couto.
•

Na tarde do dia 26 do corrente, se ha de arrematar

"Quem
rua precizar
do Ouro N.° de hum
148, quartoandar.
terceiro mobilado , dirija-se á •
na praça do deposito geral, huma propriedade de casas
na Villa de Thomar, na rua da Levada N.° 2, avalia
Está para se vender o Bergantim Finglez debaixo da Ban da em 8003000 réis como livres, cuja quantia he já
deira Portugueza, o qual he de mui forte construcção, do abatida a quinta parte na fórma da Lei: he Escrivão
lote de duzentos moios, ou de duzentas e cincoenta pi da arrematação Couto.
pas: este Brigue foi construido do melhor sobro Inglez Segunda feira, 28 do corrente, pelas onze horas, em ca
debaixo de particular inspecção, he cavilhado e forrado sa de Diogo Roberto Higgs, rua dos Fanqueiros N.°
de cobre, está bem sortido, e tem dous mastros e tres 131, se hão de vender em leilão publico as seguintes
amarras de ferro, e ancoras; quasi todo o apparelho he propriedades: o casal da Figueirinha no termo da Villa
novo e se poz ha seis mezes ; e póde o navio fazer via de Oeiras, que constitue hum prazo de dezenove terras
gem só com a despeza dos mantimentos : quem o pre de semeadura, avaliado em 3.6503000 réis; huma pro
tender comprar, dirija-se a Daniel Tobin na praça ás priedade de casas na rua do Marco Salgado N.° 1 e 2,
Horas do costume, ou na rua do Corpo Santo N.° 19, com loja, primeiro, segundo, e terceiro andar ; huma
primeiro andar. marinha de sal em Setubal de 75 moios de repartição:
Quarta feira, 23 de Março, na praça publica dos lei sentes
os titulos estãoda
no acto livres e desembaraçados, e estarão pre
venda. •

1ões, se hão de arrematar com o abatimento da quinta

parte do seu valor os bens seguintes: humas casas e quin Perdeo-se na manhã do dia 17 do corrente mez, huma
tal no Lugar da Arentella, avaliadas em 3003000 réis, cãozinho (galgo da Italia) novo, da côr de ganga escu
pagão de foro 13200 réis: huma vinha no sitio do Ca ra: quem delle levar noticia á rua do Alecrim N.° 37,
sal do Marco e dito lugar, avaliada em 1563000 réis, receberá alviçaras.
Demonstração dos Orfãos de ambos
no os sexos
Real que existido, entrárâo,
Estabelecimento e sahírão em todo o anno de 1830,
da Casa Pia. •

Alumnos. … Nº Total. |- Orfãs. N.° Total.

+ • + "…- --*-*-*

Existião no 1.° de Janeiro do dito anno - 458 Existião no Recolhimento de Santa Izabel - 230
Idem no Collegio d'Ajuda - - - - - - 37 Entrárão de novo no mesmo - - - - - 75 +

Idem no Arsenal Real do Exercito - - - - 60 Existião no Recolhimento do Amparo - - 24 +

Idem em Mestres fora do Estabelecimento - 26 Entrárão de novo no dito - - - - - - 9á

Entrárão de novo no dito anno - - - - 157 Existião no dito pertencentes ao Promotor
Que andavão fugidos, e regressárão - - - 6 dos Orfãos - - - - - - - - - - 24 -

5743 Entrárão de novo das ditas - - - - - 158 |

Alumnos que entrárão para o Real Estabelecimento
com os seus Officios acabados. Orfãs que sahírão.
Vierão do Arsenal Real do Exercito - - 6 Do Recolhimento de Santa Izabel para casar 6
Dos diferentes Mestres de fora - - - - 9 Para creada de servir - - - - - - - 1
Entregues a parentes que as pedírão - - 12
Alumnos que sahirão do Estabelecimento. Que fallecêrão nas Enfermarias do Estabe
lecimento - - - - - - - - - - 16
Para aprenderem Oficios mecanicos - - 11 Do Recolhimento do Amparo para casar - 9
Como Oficiaes de diferentes Oficios - 3 Para creadas de servir - - - - - - - 83
Entregues aos parentes que os pedírão - 26 Entregues a parentes que as pedirão - - 3
Que sentárão # de Soldado - - - - 4 Que fallecêrão nas Enfermarias do Estabe
Para Religioso do Convento de Santo An lecimento - - - - - - - - - - 4
tonio - - - - - - - - - - - - Para creadas de servir das pertencentes ao
Para aprenderem a Farmácia - - - - Promotor - - - - - - - - - - 136
ara a Escóla Veterinaria do Collegio da Luz
Para Comico dos Theatros
Que foi para o Brazil - - - - - - -
Para o Arsenal Real do Exercito
Que fugírão do Estabelecimento - - - -
- - -

-
-

-
-

-
i
12
13
Que falecêrão das pertencentes ao dito

Existencia actual no 1.° de Janeiro de 1831.

- 1.

Empregados no mesmo ganhando ordenado é Alumnos - - - - - - - - - - - 639

Que fallecêrão nas Enfermarias do Estabe Orfãs - - - - - - - - - - - - 336
lecimento - - - - - - - - - - 17
104 Total - - - 975

N. B. As Orfãs que sahírão para casar todos levárão não só o seu Enxoval, mas tambem dotes, humas de
cento e sessenta mil réis, e outras de cem mil réis, como consta dos Assentos nos Livros respectivos da Admi
nistração da mesma Real Casa Pia. = Antonio Joaquim dos Santos.

LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.

 NUM. 71.
GAZETA DE LISBOA.
-—=>X<>{>>#@ #<<9GX
QUINTA FEIRA, 24 DE MARÇO.
PARTE NÃO OFFICIAL,
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
RUSSIA.
S. Petersburgo, 17 de Fevereiro.
Informado o Governo de que o banco de areia co
nhecido por Kalkgrund, que se acha entre a ponta de
Zerrel e a ilha de Abro, he perigoso não só para os
vasos que se dirigem ao porto d'Arensburgo, mas para
todos os que se achão obrigados a bordejar naquellas
aguas; e desejando evitar os graves damnos que resul
tarião de não haverem signaes que indiquem o dito ban
co de areia, resolvêo pôr nelle duas boias. A que olha
para Leste servirá de direcção aos vasos que bordejão
no Golfo de Riga, e a outra aos que navegão para
Arensburgo.
(Gazeta do Commercio de Petersburgo)
Tendo o General em Chefe do Exercito activo, Con
de Diebitsch, recebido ordem de entrar no Reino da
Polonia, e de restabelecer com a força das armas a
tranquillidade alterada pela rebellião, deo a S. M. I.
a seguinte parte das suas primeiras operações:
» Quartel General de JYysokomazowieck, 8 de
Fevereiro.
» No dia 20 de Janeiro se reunírão na fronteira occi
dental do Imperio o 1.° e 6.° corpos d'infanteria, o de
Granadeiros, o 3.° e 5.° de Cavallaria de reserva, e
hum destacamento de Guardas que formavão parte das
tropas destinadas a obrar contra os rebeldes. O total
das reunidas compõe 105 batalhões de infanteria, 135
esquadrões de cavallaria, com 396 peças de artilheria e
11 Regimentos de Cossacos. O resto das forças que per
tencem ao Exercito activo ainda se acha em marcha
para o seu destino.
» Desejando aproveitar os recursos do paiz para asse
gurar quanto fosse possivel o futuro fornecimento do
Exercito no mesmo Reino da Polonia, ao mesmo tem
po que logo occupava huma grande extensão de terre
no, e conformando-me com a vontade augusta de V.
M. I. me decidi a começar immediatamente as opera
ções militares, entrando no Reino com todas as tro
pas. Este movimento verificou-se em distinctos pon
tos, e se combinou de maneira, que 803 poderão reu
nir-se quando se quizer em 20 horas, e dar aos re
ANNO 1831.
beldes hum golpe decisivo se se atreverem a acceitar
batalha.
» Tive occasião de me convencer por mim mesmo, e
pelas partecipações dos Generaes Principe Schakovskoy,
Conde Pahlen, Barão Rosen, Conde de Witte, e do
General Manderisten, que ao entrarem nossas tropas
na Polonia são recebidas pelos habitantes de toda a
parte com alegria, sahindo-lhes ao encontro com pão
e sal nas mãos, e o Clero com a Cruz. Oferecem-lhes
viveres de toda a qualidade; paga-se parte delles á
vista, e pela outra parte se recebem letras; de modo
que ha confiança reciproca entre os habitantes e as tro
pas, e he provavel que se consolide cada dia mais.
» Ainda se não descobrírão em nenhuma parte forças
de consideração dos rebeldes, e só alcançámos varias
partidas insignificantes ás quaes se tem feito prizionei
ros alguns soldados e outo Oficiaes.
» Segundo as noticias que recebemos as forças princi
paes dos rebeldes se concentrão em Kaluszyn, Jadow,
Sierock, e Pultusk, tendo suas vanguardas em Siedlec
e Ostrolenka.
» Ao concluir esta partecipação julgo-me obrigado a
accrescentar, que depois de huma penosa marcha nos
5 primeiros dias, atravessando campos cheios de muita
neve, o Exercito que V. M. I. se dignou confiar-me,
caminha com o valor que lhe he caracteristico; persua
dido firmemente de que nada se póde achar que resista
ás poderosas armas de V. M. I.»
POLONIA.
Fronteiras, 26 de Fevereiro,
Por tres dias consecutivos tem havido combates á vis
ta de Varsovia, nos quaes tem pelejado com tanta des
esperação os Polacos como com furor, denodo e raiva
os Russianos. O mesmo Conde Diebitsch marchava á
frente das columnas desprezando o fogo do inimigo. O
Generalissimo Polaco, Principe M. Raziwill, tinha a
seu lado o Presidente Principe Czartoriski, e o ex-Di
ctador Chopicki. Nesta memoravel luta só se tratava de
vencer ou morrer. A sahida do ultimo correio ainda se
ouvia o estrondo da artilheria, e havião passado o Vis
tula e chegado a Varsovia 53 feridos. A proxima des
congelação do Vistula faz temer huma grande inunda
ção, o que impossibilitaria se salvassem os restos do
Exercito Polaco. A julgar pela desesperação com que
tem combatido os Polacos pode-se prever, que preferi
rão submergir-se nas aguas do Vistula antes que entre
gar-se aos Russianos. Varsovia está exposta a ser sur
prehendida por meio de hum rodeio que farão os Rus
sianos. Os Polacos em cujas mãos estão as redeas do
 • [288]
Govorno de Varsovia, continuão a estar cada vez mais
exaltados, sendo a sua palavra favorita 3aragoza, mas
o povo não a repete. (Gazeta d'Augsburgo.)
- SABOYA.
Chambery, 25 de Fevereiro.
Publicou-se nesta Cidade a seguinte Proclamação:
» Valorosos habitantes de Saboya! Quando gozava
mos a mais profunda paz, quando unidos como huma
só familia, com os mesmos sentimentos de boa ordem
e de mutua benevolencia, só desejavamos conservar o
que possuimos; huma horda de facinorosos armados que
nada tem que perder, nem nada tem que esperar senão
do roubo, vem ameaçar as nossas propriedades, a nos
sa tranquillidade, e as nossas esperanças.
» Os Chefes que tem á sua frente são os mesmos que
no anno de 1821 causárão tantos males á sua patria,
e cobardemente fugírão depois de a terem assolado.
Agora querem repetir á vossa custa a sua culpada e in
sana tentativa. Não obstante devem ter presente o vos
so nobre procedimento e saber, que agora como então
os repellireis com horror e com desprezo; devem lem
brar-se de que não vierão buscar traidores a Saboya.
» S. M. ao confiarme o Governo de Saboya contou
com a minha lealdade; e eu recebo como prova d'apre
ço esta commissão que honra a minha vida, constante
mente dedicada ao bem da minha patria. Em nome des
te mesmo afecto que sabeis vos consagro espero me
recer de vós a mesma confiança que me haveis inspira
do. Se chegar o perigo nelle me achareis sempre, e es
tou certo de que todos os Saboyanos me entenderão
quando fallar da honra e do cumprimento dos nossos
deveres.
… As tropas de S. M. bem conhecidas pelo seu valor
e lealdade marcharão a castigar os inimigos que se atre
vem a violar o nosso territorio, e estou certo de que em
caso de necessidade o valor dos habitantes e o zelo dos
empregados publicos coadjuvarão o bom exito das suas
operações.
» Saboyanos! Hum he o fim que todos nos propomos;
hum nosso interesse e nossos desejos, conservar a tran
quillidade e a boa fama da nossa patria. Que gloria
será a nossa quando a historia referir, que passámos hu
ma época de desgraças e de convulsões politicas sem
que se tenha alterado a boa ordem nem hum só instan
te; sem que se tenha faltado ao respeito devido á Re
ligião, ás leis, e á Justiça, sem que tenha sido precizo
castigar ninguem nem mesmo proferir hum só ameaço,
e que a Saboya conservando intactos o seu nome e a
sua bandeira, só terá que se gloriar dos seus filhos! =
Chambery, 24 de Fevereiro de 1831. = O Governador
Geral do Ducado, D'Oncieu (1).
BELGICA.
Bruxellas, 4 de Março.
As cartas de Amsterdam e de Colonia annuncião * artir. Sem mais do que isto huma immensa multidão
entrada dos Russianos em Varsovia depois de obstinada
luta em que os Polacos manifestárão o mais heroico va
lor. (Independente.)
AUSTRIA.
Mienna, 22 de Fevereiro.
Ante-hontem chegou a esta Capital o Duque de Mo
dena, e depois de haver tido huma conferencia com o
Imperador sahio hontem para regressar á Italia. A Du
: (1) Sabe-se que os revolucionarios forão dispersos e
desarmados antes de chegarem á fronteira.
queza sua Augusta Espoza e seus filhos chegarão den
tro de poucos dias a esta Corte, e se alojarão no Pala
cio da Archiduqueza Beatriz; tambem se espera a Ar
chiduqueza Maria Luiza.
Cinco Regimentos de Infanteria que estavão acan
tonados em Stiria, recebêrão ordem de partir para a
Italia.
Na Secretaria da Guerra se nota huma actividade ex
traordinaria; sahem com muita frequencia correios de
Gabinete para Petersburgo, Berlim e Londres.
# O Marechal Maison despacha constantemente cada
semana para Paris hum correio,
O UIt TO, . ***..
e recebe igualmente
5 - T -
Circulão noticias de toda a especie ácerca dos assum
].tos do dia; e entre as vozes que correm a que mais
chama a attenção he a que attribue ao Imperador da
Russia grandes projectos, que porá em execução logo
que tiver submettido os Polacos.
(Gazeta d'Augsbourgo.)
PAIZES BAIXOS.
•}- Bruxelas, 7 de Março.
Os Caçadores combatem, segundo se diz, contra os
Voluntarios que recuzão dissolver-se. O General Mellº
net justificou-se. Os Hollandezes estão resolvidos, se
gundo parece, a romper o armisticio. Tambem se asse
gura, que já combatem em muitos pontos. A deserção
se propaga bastante entre os Belgas, à ponto que hon
tem chegárão a esta tres transportes com desertores.
Custará muito trabalho á Belgica para sahir dos seus
negocios no meio dos partidos e das suas intrigas.
Assegurava-se que se se acabava de concluir hum tra
tado secreto entre a Hollanda, a Prussia e a Russia.
\/ (M. das Camaras.)
ITALIA.
Lugano, 21 de Fevereiro.
Ante hontem se adiantárão os patriotas de Parma
para Plasencia; os Austriacos que occupão a ultima
Cidade informados do movimento sahírão a recebellos,
e os atacárão em Firenzuola, 8 leguas á quem de Pla
sencia; os Parmezanos se retirárão deixando 4 mortos e
30 prizioneiros. Segundo a Gazeta de Milão os Aus
triacos só perdêrão hum soldado de Dragões. Os prizio
neiros forão conduzidos a Plasencia, por cujas ruas os
levárão com a bandeira tricolor que lhes haviào apa
nhado. (Diario dos Debates.)
Roma, 24 de Fevereiro.
A população desta Capital manifestou nestes ultimos
dias hum extraordinario enthusiasmo para com o novo
Summo Pontifice. Fez-se correr a voz de que os Bolo
nhezes, e outros insurgentes tratavão d'entrar nesta Cl
dade e por consequencia que S. Santidade teria que
# logo se acreditou que era huma revolução) se pre
cipitou para o Vatieano. Huma Deputação foi admit
tida á presença de S. Santidade a quem supplicou, que
se dignasse manifestar-se ao seu povo, que estava an
cioso por vello , e atravessasse no coche as ruas da
Capital. Foi precizo que S. Santidade annuisse a is
tO. mesmo povo quiz puchar o coche; o Sobera
no Pontifice foi applaudido por toda a parte não só
com alegria mas com huma exaltação de prazer inex
plicavel: tendo voltado ao seu Palacio S. Santidade
appareceo em huma varanda que dá sobre a praça de
S. Pedro, e toda a multidão se prostrou chorando pa
ra receber a benção Apostolica.
 [ 289 |
Em huma proclamação publicada a 18 do corrente
pelo Cardeal Bernetti a respeito dos rebeldes de Bolo
nha ha entre outras a passagem seguinte:
Já he tempo que a irreligião e a traição sejão preci
pitadas no abysmo donde sahírão; que saibão esses fal
lazes corífêos de hum povo allucinado, que milhares de
subditos religiosos, valentes e fieis se oferecem na defe
za dos direitos Soberanos ultrajados, e que com a pro
tecção de Deos, que vigia sobre a felicidade da Igreja,
o projecto do impio ha de perecer.
* Se este conselho filho de piedosa misericordia, de
que o Santo Padre manda fazer nova publicação, ain
da for inutil, e se as maquinações dos inimigos da
Religião prevalecerem, o poder espiritual que tem de
Deos, não estará inerte em suas mãos. O seu paternal
coração padecerá cruelmente usando deste poder contra
subditos que forão seus filhos, que ainda a na com en
tranhas de pai, e que está sempre disposto a receber
em seu seio. Porém o despojo da Igreja de Deos, as
multiplicadas violações dos veneraveis direitos da Ca
deira Apostolica, a rebelião das Provincias que Deos
quiz confiar ao Governo do seu Vigario para o
mais livre exercício da primacia Pontifical em todo o
resto do Universo, exigeum estas medidas que as leis sa
gradas tem prescripto para inviolabilidade do patrimo
nio da Igreja.»
• Idem, 26.
Continuamos gozando a maior tranquiilidade, e os
Romanos conservão o mesmo affecto a S. Santidade.
Os seus desejos são ordens para elles; he assim que á
voz do seu primeiro Pastor se vê que correm aos templos
para applacar a colera do Senhor; assim lhe manifestão
a inclinação do seu coração. Parece que Deos já ouvio
as supplicas destes Romanos, verdadeiros catholicos. Os
1ebeldes forão atacados no meio dos seus preparativos
com força irresistivel. Os Austriacos reforçárão des de
o princípio a guarnição de Ferrara, que occupavão se
gundo os Tratados ajustados com as tropas do Pon
tífice.
Os Allemães entrárão em Plasencia, e dizem os pe
riodicos, que vão chegando diariamente novas tropas
com marchas forçadas. II um destes dias se annunciou
ás tropas de S. S. que o Duque de Aiodena havia en
trado em seus Estados á frente de 123 Austriacos, e
que os soldados do Imperador virião na qualidade de
auxiliares do Pontifice para sugeitar os rebeldes.
Esta noute chegou á Embaixada d'Austria luto cor
reio cujas noticias communicadas á Secretaria d'Estado
são, que hoje ou á manhã ao mais tardar, deverão os
-Austriacos entrar em Bolonha.
(Memorial de Toulosa.)
FRANÇA.
Toulosa, 8 de 3/arço.
O Commercio se acha aqui no estado mais deplora
vel que se póde imaginar. Os pagamentos de Paris so
bre os Departamentos e vice versa se fazem por meio
das diligencias que viajão carregadas com o pouco di
nheiro que ainda ha: os banqueiros de Paris negão-se
a pagar as suas dividas aos seus correspondentes das Pro
vincias sem se acharem com fundos suficientes: os com
merciantes das Provincias pela sua parte não querem
confiar os seus fundos aos banqueiros de Paris.
• (Memorial de Toulosa.)
O novo Protocolo emanado da conferencia de Lon
dres e assignado a 28 de Fevereiro, chama a attenção
de todos os politicos. Eis os boatos que sobre este
particular correm: segundo esse protocolo a França
a bandona inteira tuente o principio de não intervenção:
assignar-se-la pelas grandes Potencias iluiu Tratado lei
tos obre as mesmas bases que o da Santa Alliança; com
esta condição não se declarará a guerra ao Rei Filip
pe, e deste modo poderá empregar em reprimir os par
tidarios da republica no interior as forças que poz no pé
de guerra. Se isto for certo a politica do Gabinete do
Palacio Real deverá modificar-se absolutamente. Ha mo
tivos para crer, que ha muito tempo se achão entabo
ladas negociações para chegar a este resultado. Agora
resta saber com que resignação o partido do movimento
acceitará as condições que se lhe querem pôr.
(Idem.)
París, 7 de Março.
Segundo hum periodico ministerial parece que as con
clusões e artigos do Protocolo da ultima Conferencia de
Londres, assignados pelos Plenipotenciarios das Po
tencias no dia 19 de Fevereiro, são os seguintes:
Artigo 1.° Fica entendido, como o foi des de o prin
cipio, que os ajustes feitos no protocolo de 20 de Ja
neiro ultimo são fundamentaes e irrevogaveis.
2." Que as cinco Potencias só reconhecerão a inde
pendencia da Belgica debaixo das condicções e dentro
dos limites que resultão dos mencionados ajustes de 20
de Janeiro ultimo.
3." Que o principio da neutralidade e da inviolabili
dade do territorio Belga, dentro dos limites acima ex
pressados, permanece em vigor, e he obrigatorio para
as cinco Potencias. •
4." Que as cinco Potencias, fieis á obrigação que
contrahirão , se reconhecem plenamente authorizadas
para declarar, que o Soberano da Belgica deve cor
responder, pela sua situação pessoal, ao principio de
existencia do dito paiz; inspirar confiança para a se
gurança dos mais Estados; acceitar sem restricção co
no o havia feito S. M. o Rei dos Paizes Baixos a res
peito do protocolo de 21 de Julho de 1814, todos os
ajustes fundamentaes conteudos no protocolo de 20 de
Janeiro de 1831; e estar disposto para assegurar aos
Belgas a pacífica fruição daquelles.
5." Que cumpridas estas primeiras condições continua -
rão as cinco Potencias a fazer quanto estiver da sua
parte para que se adoptem e ponhão em execução por
ambas as partes os mais ajustes que forem necessarios
para a separação da Belgica e Hollanda.
6." Que as cinco Potencias reconhecem o direito em
cuja virtude os mais Estados podem tornar as disposições
que julguem opportunas para fazer respeitar ou para
restabelecer a sua legitima authoridade em todos os pai
zes que lhes pertencerem , sobre os quaes se suscitão
pretenções pelo protesto de que acima se faz menção,
e estão situados fora do territorio Belga que se decla
rou neutral. •
7.” Tendo adherido sem restricção S. M. o Rei dos
Paizes Bairos, pelo protocolo de 13 de Fevereiro pro
ximo passado aos ajustes relativos a que a Belgica fi
que separada da Hollanda, qualquer empreza das an
thoridades Belgas no territorio que pelo protocolo de
20 de Janeiro se declarou Hollandez, se considerará
como renovação da luta a que as cinco Potencias re
solvèrão pôr termo.» - (Quotidiana.)
Em data de 24 de Fevereiro escrevem de Vienna, que
na praça do com mercio daquella Cidade se dizia, que o
Governo Austriaco negociara com as principaes casas
de commercio hum emprestino de 80 milhões de florins.
Accrescentão que se trata de fortificar a Cidade de Lintz,
constando de muitos baluartes segundo o projecto que
dizem formara S. A. I. o Archiduque Maximiliano.
• - (M. das Camaras.)
Reina a maior actividade nas oficinas militares de
Kicuna. Segundo dados fidedignos as forças Austriacas
são as seguintes: na Italia, 323 homens; 363 nas Pro
vincias Germanicas, e 763 na Galitzia; total 2643 ho
II) ("Il S. (G. de Madrid.)
» 2
• -
 [ 290 |
Idem, 10.
Praça do Commercio hontem. Cinco por 100 conso
lidados 82 f. 90 c. Acções do Banco 1400. Empresti
mo Real de Hespanha 584. Renda perpetua de idem 42.
A baixa tão grande que experimentárão os fundos no
dia 7 não parou no dia 8; pois continuárão a baixar
em consequencia da pressa que os especuladores tinhão
para se desfazer das cedulas que existião em seu poder.
As noticias que hontem circulárão são absolutamente
diferentes das que corrêrão ante-hontem. Divulgou-se
por todos a noticia da derrota dos Polacos, e a entra
da do General Diebitsch em Varsovia depois de sangui
naria acção; mas sem aquelle caracter incerto que até
agora se tem notado em todas as noticias propagadas
pelos especuladores.
A baixa dos fundos he de muita consideração e dá
muito cuidado; tem não obstante havido compras de
consideração por preços baixos, e se notou que o nu
merario era mui procurado. (Quotidiana.)
As cartas de Berlim recebidas no dia 8 nesta capital
annuncião, que a 26 do mez passado se havião os Rus
sianos apoderado das fortificações do arrabalde de Pra
ga, o qual havião reduzido a cinzas. Quando sahio o
correio o verificou tambem huma Deputação para se
dirigir ao Quartel General do Conde Diebitsch com o
objecto de lhe annunciar, que Varsovia se rendia a dis
• #…
C}"2COIO.
estas noticias na Camara, e tendo si
do perguntado o Ministro dos Negocios Estrangeiros a
respeito da sua authenticidade, se negou a explicar-se
sobre este assumpto fallando vagamente das noticias fu
nestas que o Governo havia recebido.
Fallando destes successos, diz o Mensageiro, que o
General Diebitsch havia cercado a praça com 803 ho
mens, ao passo que o Exercito Polaco havia travado
com os Russianos huma acção diante de Praga. Assim
pois só entrou nas acções do dia 16 e 17 huma Divisão
do Exercito Polaco.
Em breve se saberá a sorte de Varsovia.
Esperamos que a clemencia do successor d’Alexandre
se estenderá sobre aquelle desgraçado povo , que ha
meio seculo a esta parte tem sido successivamente victi
ma de toda a qualidade d'enganos. (Idem.)
Assegurão que hontem pelas 4 da tarde se recebêra
avizo telegrafico em Calais de que a Camara dos Com
muns resolvêra na sessão do dia 7 suspender a discussão
do bill de reforma até depois da Semana Santa.
(Gallignani's Messenger.)
São dignas de reflexão as previsões do liberalismo pa
ra se saber onde iremos parar se a direcção da nossa sorte
ficar nas mãos daquelle partido.
Ante hontem nos disse Mr. Odilon Barrot, que tal
vez se vissem obrigadas todas as familias a sacrificar até
o ultimo filho e o ultimo franco para defenderem a in
dependencia da patria ; e que a futura Camara teria que
desempenhar os deveres da Assembléa Constituinte e os
da Convenção.
Ao menos temos ganhado isto com a revolução de
Julho; e o movimento segundo o concebe Mr. Barrot,
he o suicidio da nação. (G. de França.)
Em huma carta que se recebeo nesta Capital Sabba
do ó, partecipa o Marechal Maison ao Ministro dos Ne
gocios Estrangeiros, que havia tido com o Principe de
Metternich huma conferencia na qual se havia aquelle
Principe expressado nestes termos:
» Até agora temos deixado a França levar á vante o
principio de não intervenção; porém já he tempo que
se saiba, que não tencionamos reconhecello a respeito
da Italia: conduziremos nossos Exercitos onde quer que
se propague a insurreição. Se esta intervenção oc
casionar a guerra, bem, baja guerra. Antes nos que
remos expôr ás casualidades della do que perecermos
no meio das commoções e tumultos populares.”
(Nacional.)
Paris está consternada. Diz-se que esta manhã che
gara o Barão Mortier com despachos para o Ministro
dos Negocios Estrangeiros em que lhe partecipão de
Berlim a derrota do heroico Exercito Polaco. Se se ha de
dar credito ao que afirmão, o General Diebitsch atacou
Farsovia com 803 homens, ao passo que o Exercito
Polaco lutava com hum corpo Russiano defronte de
Praga. Flanqueados os Polacos pelo corpo do General
Dichisch que incendiou Praga, ficárão aquelles quasi
inteiramente destruidos. Ao sahir o correio os Magis
trados de Varsovia hião implorar a generosidade do
General Diebitsch. O General Klopinski ficou mortal
mente ferido, e o Principe Radziwill morto no campo
da batalha.
A reserva que o Ministro dos Negocios Estrangei
ros manifestou na Tribuna, e as poucas palavras que
proferio, augmentárão a inquietação geral. Não he fa
cil formar idéa do estado moral de Paris neste momen
to; a dôr he geral em todas as classes. As vozes que hon
tem se espalhárão augmentando as esperanças dos ami
gos dos Polacos fizerão com que seja mais terrivel esta
inesperada noticia. (O Tempo.)
Com profunda magoa publicamos as tristes noticias
que hoje se recebêrão da Polonia, e das quaes não he
possivel duvidar, pois infelizmente estavão previstas ha
tempos. •
O Exercito Polaco depois de obstinada resistencia,
opprimido pelo fogo de seus inimigos, e repelido por
toda a parte, se vio obrigado a entrar em Varsovia.
Praga foi saqueada e incendiada segunda vez. A Ca
mara de Varsovia declarou ao Governo, que os habitan
tes não parecião dispostos a defenderem a Capital, an
tes pelo contrario desejavão capitular com o vencedor.
O Quartel General Russiano estava bem perto das por
tas da Cidade. A acção custou muito sangue por huma
e outra parte.
Estas infaustas noticias forão communicadas ao Mi
nisterio pela Embaixada de Berlim. Ao dallas aos nos
sos leitores nos faltão forças para expressar os diversos
sentimentos que nos agitão. Só resta aos Francezes o
chorarem sobre a sorte dos martires da liberdade Polaca.
Os nossos irmãos de Varsovia succumbírão; sofreremos
nós, sofrerá a Europa que os heroes que sobreviverem a ta
manho desastre sejão entregues ao verdugo, ou condu
zidos como escravos aos tormentos da Siberia ?
Os Russianos já vencedores, depois de se haverem ba
nhado á sua vontade no sangue de tantas victimas, de
ter-se-hão por ventura nas margens do Vistula?
(Constitucional.)
Hoje mais do que nunca julgamos que estamos em es
tado de vencer huma nova liga, e isso justamente em
consequencia dos deploraveis acontecimentos de Varso
via, que vão abrir os olhos do povo compromettido pelo
systema do termo medio. A nação Franceza não que
rerá ser victima de huma traição; e quer seja a incapa
cidade, quer seja a cegueira, ou a perfidia que intenta
entregar-nos, a voz traição recuperará todo o poder,
que teve em 1792: e ai do inimigo que conte com a
intelligencia que tiver comnosco! Ai dos traidores in
ternos que contem com as victorias do inimigo para se
gloriarem de huma fidelidade infame ! A França de Julho
apparecerá de novo, e não fará traição a si mesma.
De que pretexto se valerão as nações da Europa!
Esta he a grande questão; questão em que he precizo
meditar para comprehender quão necessaria he a ener
gia para o futuro. Iluna victoria dos Russianos não nos
transtornará de tal modo que possamos temer, que o Im
perador Nicolao queira passar o Vistula sem se deter,
marchar sobre o Oder, reunir logo os seus aliados, e
vir buscar diante de Strasburgo outro ºraga. Hoje em
 [ 291 ]
dia não se atravessa a Europa tão facilmente como no era o Duque de Bordéos. Dizem que esta scena eau
tempo de Atilla; ha formulas que guardar não só com sára muita sensação nos espectadores.»
hum inimigo que a final se sabe que he terrivel, mas (Gazeta de Madrid.)
tambem com aliados que com razão devem ter re
ceios. (1) (Nacional.) GRÃ-BRETANHA.
As tropas Austriacas que passão á Italia o verificão
por dous caminhos; hum atravessa o Tyrol, o outro a Londres, 4 de Fevereiro.
Corinthia e Carniola; pelo ultimo vão os Regimentos
que vem da Hungria e se embarcão em Trieste, Na Sessão de hontem continuou a Camara dos Com
(Quotidiana.) muns discutindo o bill de reforma, na qual fallárão va
Em data de 2 do corrente escrevem de Vienna, que rios Oradores a favor da medida Ministerial.
daquella Capital havião sahido para a Italia varias DiMr. Hobhouse apoiando o bill citou aquella expres
visões d'artilheria. Accrescentão que o Conde Radet são do poeta HValler; a saber: Reformar o Parlamen
sili, que em 1813 e 14 era Quartel Mestre General dos to não he abolillo.
Exercitos aliados, será nomeado General em Chefe do O Marquez de Tavistock e Lord Palmerston fallárão
Exercito Austriaco em Italia (G. de França) no mesmo sentido.
Escrevem de Genebra em data de 3 do corrente, que Mr. Bankes e Mr. Baring atacárão a Reforma; hum
no dia antes havia chegado áquella Cidade hum correio com argumentos brilhantes e concludentes, o outro com
d'Italia, o qual assegurou que tinha visto os Austria discursos satíricos. » Nunca, exclamou elle, consinti
cos em Parma e Plasencia, e que a marchas forçadas rei em assassinar-me como de mim se quer exigir!»
se dirigião sobre Modena, Reggio e Bolonha. Porem o maior adversario que se declarou contra o
(Notícioso Vaudez.) bill foi sem contradicção Sir Roberto Peel, que em hum
Escrevem de Roma que os Governos da Russia e In extenso discurso insistio muito, com todos os anti-re
glaterra acabavão d'assegurar ao Summo Pontifice, que formadores, sobre a insficiencia das medidas que pro
nada tinha que temer. Tambem dizem que alli se havia põe o Ministerio para conseguir huma completa re
espalhado a voz de que varias embarcações de guerra forma.
Inglezas se devião estacionar em Civita Vecchia, á dis O orador defendeo a actual representação nacio
posição do Santo Padre, e que nas ditas embarcações mal ao passo que ponderou largamente os perigos que
viria huma Divisão de tropa Ingleza, debaixo do com havia em agitar similhante questão em circunstancias
mando de hum dos mais celebres Generaes Ingleses. tão criticas.
(G. de França ) » Fora mais prudente, exclamou ao concluir, evitar
Escrevem de Aix la Chapelle em data do 1.° de Fe estas novas causas de irritação, e multiplicar os germes
vereiro o seguinte; de descontentamento e desunião que já existem. (Gran
» A Prussia poz em movimenro 46,239 homens d'in des e continuados applausos da parte da opposição.)
fanteria e cavallaria pertencentes ao primeiro chama » Em todas as Cidades vai haver conflicto entre os
mento da landwher da antiga Prussia, e outros 24,024 que possuião antigos privilegios e aquelles a quem se vão
do segundo, os quaes servirão para formar as guarni transferir os novos direitos. Ah! quão sensivel he para
ções das praças. mim, que o Governo não tenha tido bastante pruden
» Na praça de Wesel ha humas 303 espingardas cia para se abster de propor nas circumstancias actuaes
promptas.» (Idem.) similhante bí11, ou pelo menos, que o não fizesse dentro
Os periodicos Belgas estão pela guerra, e começão a dos limites traçados pelo interesse da publica segurança
fallar da dissolução do Congresso. e da propria honra! (Applauso.)
» Quando se apresenta hum futuro tão fecundo em » Porém os Ministros julgárão a proposito seguir ou
successos extraordinarios, diz o Correio dos Paizes Bai tra marcha, e ateárão entre nós o facho da discordia.
acos, rodeados pelas difficuldades da nossa posição inte (Applauso pela opposição.)
rior, que energia pode desenvolver huma reunião de » He bem facil imitar o gigante, o inimigo mais te
200 representantes! Se o Congresso quiz concentrar o Inivel dos Filistéos, espalhando pela superficie da nossa
poder para que a sua acção seja mais rapida, e mais patria 300 incendiarios; porém não o he tanto remediar
energica nas circunstancias actuaes, em vez de o pôr o mal quando já está feito etc. Temei quando tiverdes
nas mãos de hum ser collectivo, de huma assembléa nu em vossas mãos a authoridade o provocar a energia do
merosa, melhor fora tello confiado a hum só individuo corpo social; temei caminhar para a vossa ruina minan
com o nome de Dictador, Regente, Lugar Tenente do os alicerces do edifício da vossa liberdade, que ape
General, ou outro qualquer titulo.» zar de todas as suas imperfeições no entanto encerra a
mais nobre sociedade de homens livres que ha no uni
Escrevem da Escossia o seguinte: VerSO• 5% •

» Os habitantes destes montes se reunírão nestes dias A este discurso se seguio prolongado applauso, e se
passados para atirarem com a frecha; divertimento em levantou a sessão.
que se adjudica hum premio ao atirador mais destro:
a esta funcção foi convidada toda a Nobreza do paiz, e Os periodicos da Cidade fallão hoje mui exclusiva
Carlos X com a sua familia. A reunião era numerosa mente dos debates relativos á reforma do Parlamento.
e brilhante e as varias cores dos Clans (tribus do paiz) Mr. G. Bankes, Sir R. Peel e o famoso Banqueiro
lhe davão cesto aspecto pitoresco. Varios camponezes Mr. Baring fallárão contra a reforma; Mr. Hobhouse,
fizerão prova, ainda que em vão, da sua força e des o Marquez de Tavistock e Lord Palmerston faltárão a
treza, quando hum joven ligeiramente se apresenta no favor. Suppõe-se que a discussão está para concluir. Na
campo, toma hum arco, dispara, e acerta; este joven Camara dos Pares os Lords Wellington, if harnecliff
e I/wnford se manifestárão contrarios á reforma pró
osta, que no seu entender he huma nova Constituição.
(1) O periodista que falta e outros como ele terão } Grey disse que chegando o caso demonstraria, que
sem duvida receios; porém os Alliados não podem re a reforma consiste unicamente em voltar aos antigos
cear Exercitos que tão generosa e espontaneamente re principios da constituição Ingleza.
trocedêrão das portas de Constantinopla consternada. Em data de hontém escrevem de Dover, que pelas 8
(N. da G. de Madrid.) da noute do dia anterior se sintíra naquella Cidade hum
 [ 292 ]
tremor de terra mui violento, que "damnificou muitos
edifícios publicos e particulares; este fenomeno atemo
rizou os habitantes, e se sintio tambem nas povoações
immediatas, e em Margate, Ramsgate e Deal, sendo
muito mais forte nesta ultima Cidade do que nos mais
pontos. (G. de Madrid.)
*—* $$ 4–»
Lisboa, 23 de Março.
Litteratura.
Pensamentos de Mr. de Bonald.
A natureza estabelece os limites; a politica apenas
traça a demarcação sobre o papel. A politica havia col
locado o Reino da Navarra entre a França e a Hes
panha: a natureza interpoz os Pyrinéos.
Bossuet falla de certos animos falsos, incansaveis em
se illudir a si mesmos, e em extraviar os que vão em
seu seguimento.
Os selvagens não são povos nascentes e primitivos,
mas sim povos degenerados, restos de nações que tive
rão leis, legisladores e filosofos. Quem se animará a
dizer qual viria a ser a nossa situação se o estado mo
ral, politico e litterario da França em 1793, podesse
existir durante hum seculo !
<?
Os homens são máos pela propria natureza, e bons
pela sociedade. Por isso os que para constituirem a so
ciedade começárão suppondo, que os homens nascem
bons, são como o arquitecto que para construir hum
edifício, suppozesse que as pedras vem já cortadas da
pedreira, e o vigamento aplainado dos bosques.
Huma republica he huma loteria de poder; hum en
tra com a sua affouteza, outro com a habilidade, este
com a intriga, aquelle com a riqueza. Os ambiciosos
mais fortes regeitão a Realeza porque querem elles mes
mos ser Reis debaixo de hum ou outro nome. Os mais
fracos que não podem aspirar a tanto formão hum gru
po a fim de dominar em commum, e entendem que
governão por que deliberão, e que decidem por que
opinao.
Quando entre qualquer povo unicamente se louva a
graça das maneiras e os ornatos do espirito, rara vez
se encontrão animos dotados de fortaleza, virtudes va
ronis, e solidos entendimentos.
{
A revolução que faz Generaes do Exereito sem terem
serviço, funccionarios sem experiencia, milionarios sem
trabalho, e escriptores sem estudo, devia ter numero
sos partidarios, e deixar vivo pezar aos que chegárão
hum pouco tarde.
» Vós sereis deoses, º dito aos primeiros homens, fez
no mundo a primeira revolução. « Vós sereis soberanos».
dito aos povos, causou a ultima. Sempre o orgulho !
Quanto he profunda e verdadeira a doutrina que recom
menda a humildade!
"Huma obra perigosa escripta em Francez, he huma
declaração de guerra a toda a Europa.
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
#…ºk # #---}
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 23 de Março,
• Embarcações avistadas.
8 h. 9 m. I Bergantim sem bandeira, e l Escuna dito
a Oeste do Cabo da Roca.
Embarcações entradas em S. Julião.
8 h. 30 m. 1 Escuna Ingleza.
9 h. 34 m. 1 Bergantim Russiano.
Embarcação sahida de Belém.
2 h. 30 m. 1 Galera # para o Baltico.
\mama
Publicação Litteraria.
Sahio á luz Mais huma Toza nos Liberaes: vende-se
nas lojas do costume.
Annuncios.
Gama Filho e Companhia, Negociantes nesta Corte,
fazem saber, que tendo ha quasi dois mezes despedido do
serviço da sua casa a João Cancio Gomes, que por per:
to de sete annos foi seu caixeiro, pelo terem achado em
erro de contas de grande importancia , só agora lhes
consta que tendo desapparecido o dito João Cancio Go
mes, acceitára em nome dos annunciantes (sem para
isso ter Procuração e contra a prática constante da sua
casa), Letras falsas do valor de 4:2003000 réis (quatro
contos e duzentos mil réis), as quaes suspeitão que forão
sacadas por pessoas da parcialidade do dito caixeiro:
e para que ninguem negoceie taes Letras , ou fassa so"
bre ellas qualquer outra transacção que desde já desap
provão, fazem o presente annuncio. •
Acha-se vago o partido de Cirurgião da Villa de Al
coentre , com o ordenado de sessenta mil réis, pagos
pelo Cabeção das Sizas, e o pulso livre : quem o pre
tender, póde dirigir-se á Camara da mesma Villa com
as suas competentes Cartas, isto até o fim de Abril do
COrrente a IO InO.
Constando que D. Maria do Carmo Garcez Palha
pretende vender a sua quinta denominada da Palha,
previne-se a quem queira comprar a mesma quinta que
a mesma está especialmente hypothecada ao Coronel de
Milicias José Damazo da Costa de Carvalhosa e Silva,
como cabeça de sua mulher, pela quantia de 8503798
rs. além dos juros vencidos.
No escriptorio da loja nova de mercearia na rua Au
gusta N.° 76, e 77, se empresta dinheiro sobre prata,
ouro, brilhantes, apolices, e acções do Banco de Lis
boa, por premio modico.
A venda da Escuna Mary-Ann, annunciada na Gazê
ta de 9 do corrente , continúa no dia 26 do corrente,
das onze ao meio dia, com o mesmo abatimento da
quinta parte, já annunciado.
Na tarde do dia 26 do corrente, se hão de arrematar
na praça do deposito geral com o abatimento da quintº
parte dos seus valores os bens seguintes: huma terra de
semeadura no sitio das Terras Novas , avaliada em
1503000 réis; outra terra quasi mistica, denominada a
Longarisa, avaliada em 1203000 réis ; outra terra no
sitio do casal do Zambujal , Zavaliada em 303000 réis,
tudo he pertencente á Freguezia de Bemfica: he Escri
vão Couto. •
Vende-se hum lindo cavallo Inglez, inteiro, de idade
conhecida : quem o quizer comprar, dirija-se ao arma"
zem N.° 13, cáes do Sodré. • •
O mestre ferrador na rua do Poço dos Negros, está
encarregado de vender hum bonito cavallo de cinco pa:
ra seis annos.

GAZETA DE LISBOA.
SEXTA FEIRA, 25 DE MARÇO.
PARTE OFFICIAL.
R E A L E R A R I o.
Relação das pessoas que entrárão no Cofre dos Donati
vos Voluntarios, creado pelo Decreto de 25 de Junho
de 1828, com as quantias seguintes; a saber:
Em 3 de Dezembro de 1830.
O Doutor Joaquim Carreira Barreiros de
Carvalho, Superintendente da Decima da
Freguezia de Santa Izabel, pelo que rece
beo de José de Oliveira e Sousa, por hu
ma Decima extraordinaria da propriedade
que possue na dita Freguezia, relativa ao
anno, de 1829, oferecida em Donativo
Voluntario, em papel 2,3400 réis, e em
metal 33984 réis - - - - - - - - 63384
Em 24 de Janeiro de 1831.
O Corregedor da Comarca de TorresVedras,
Ignacio Pedro Quintella Emauz, pelos Do
nativos Voluntarios oferecidos por diver
sas pessoas da Villa da Ericeira, liquido
de trezentos e noventa e cinco réis de pre
mio de hum por cento ao Seguro do Cor
reio, comprehendendo-se neste oferecimen
to hum Recibo de 9,3584 rs de Monte Pio
de D. Joaquina Ignacia da Costa e Cas
tro, oferecido pelo Padre ## Jo
sé de Sousa Carvalho, Professor Regio de
Grammatica Latina na dita Villa, em pa
pel I7,3000 rs., e em metal 223285 rs. -- 483869
Em 25 de Janeiro.
O Provedor da Comarca de Miranda, Fran
cisco José de Sousa Miranda, pelo rendi
mento da Commenda de S. Pedro de Sar
racinos, oferecido em Donativo Volunta
rio pelo Commendador José Maria Rapo
zo de Andrade, sendo 103000 rs. pelo res
to do rendimento liquido do anno de 1823;
e 87,8248 rs. do mesmo rendimento do an
no de 1825; prefazendo ambas as addi
ções 97,8248 rs.; e liquido do premio da
remessa pelo Seguro do Correio Geral
desta &#, papel 483000 rs., metal
483276 rs._ - - - - - - - - - - - 963275
Em 28 de Janeiro.
Jocob Frederico Torlades de Azambuja, En { Lamego, pelos Donativos Voluntarios do
carregado dos Negocios de Sua Magestade
Fidelissima, junto dos Estados Unidos da
ANNo 1831.
###9@x<===----
America do Norte, 8.° prestação do seu
Donativo, em papel253000 rs., e em me
tal 26,3000 rs. - - - - - - - - - 50$000
Em 10 de Fevereiro.
Francisco de Abreu Lima de Moraes, da Ci
dade de Coimbra, por mão do Reverendo
Fr. João Pereira da Graça, verificação
da sua oferta dos juros de 4 Apolices de
100,3000 rs. cada huma por quatro annos;
sendo esta entrega, relativa aos juros dos
dous Semestres de 1830, papel 12,3000
rs., metal 123000 rs. - - - - - - 24,3000
Em 23 de Fevereiro.
Hum Anonimo - - - - - - - - - 480
O Doutor Antonio da Silva Leitão, Juiz de
Fóra da Villa de Extremoz, pelos Do
nativos Voluntarios dos habitantes da mes
ma Villa e seu termo; liquido de 13040 rs.
do premio da remessa pelo Seguro do Cor
reio Geral, em metal 133380 rs.; em dez
Recibos de Soldos dos mezes de Setembro
de 1827 até Setembro de 1828, oferecidos
por Carlos Cardozo Moniz, Alferes Refor
mado do Regimento de Infanteria N.° 3,
36,3000 rs.; em dous ditos dos mezes de
Setembro e Outubro de 1828, oferecidos
por Manoel Joaquim Caldeira, Major Re
formado do Regimento de Cavallaria N.°
8, importando em 383680 rs.; em dous
ditos de Monte Pio dos mezes de Setembro
e Outubro de 1827, oferecidos por Manoel
Barreto e sua Irmã D. Joanna Rita Bar
reto, importando em 143930 rs., sendo
Total - - - - - - - - - - - - 1023990
Em o 1.° de Março.
O Illustrissimo e Excellentissimo conde da
Louzã D. Diogo (em hum Escripto para
o 1.° de Setembro de 1831) 100$000 rs.,
em papel 4,3800 rs., em metal 3,3200 rs. :
Total - - - - - - - - - - - 108,8000
Em 8 de Março.
Affonso Vaz de Frias Carreiras, Capitão Re
formado do Regimento de Infanteria N.° 2,
morador na Villa de Campo Maior, em
hum Recibo do seu Soldo, vencido em Mar
ço de 1828, na importancia de - - - - 193340
Em 9 de Março.
O Reverendo Antonio Teixeira Cardoso de
Menezes, Vigario Capitular do Bispado de
Arciprestado de Miomães do mesmo Bis
pado, por mão de Valerio Caetano d'Al

meida Campos, Fiel do Seguro do Cor
reio Geral desta Cidade, em papel 35,3600
rs., em metal 563190: Total - - - - 91,3790
O Juiz de Fóra da Cidade de Bragança, ser
vindo de Provedor da Comarca, José Joa
quim Rodrigues Coelho, pelo liquido ren
dimento do anno de 1829, da Commenda
de S. Pedro de Serracinos , oferecido
em Donativo Voluntario pelo respectivo
Commendador José Maria Rapozo d'An- - -
drade e Sousa, liquido de hum por cento e º
e do premio da remessa pelo Seguro do Cor-
reio, e por mão do Fiel do mesmo Segu
ro, Valerio Caetano de Almeida Campos,
papel 48,3600 rs., metal 163130 rs.: Total 643730
Réis - - - 6123858
O Padre Octaviano Augusto Pereira Delgado, Pro
fessor que foi de Grammatica e Lingua Latina, estabe
lecida na Villa da Ericeira, Comarca de Torres Ve
dras; ofereceo por Donativo Voluntario para as ur
encias do Estado, por hum seu Assignado, em data
# 10 de Agosto de 1828, o Ordenado relativo ao se
gundo semestre de 1807, que venceo pela mesma Ca
deira.
Francisco Franco Gomes, da dita Villa, ofereceo
na dita forma huma Guia, pela qual mostra pertencer
lhe o Frete que venceo a sua Rasca N.° 60 E 59, Mes
tre Francisco de Salles Pereira, pela condução de va
rios generos dos Armazens do Deposito das Farinhas,
em Alcantara, para o Deposito de Peniche, em 24 de
Janeiro de 1828, cujo Frete importa na quantia de
233625 rs.
Antonio Pedro da Cunha, Guarda Marinha extraor
dinario da Armada Real, ofereceo qualquer parte que
possa pertencer-lhe do Hiate Americano = Gleaner =
aprezado pela Esquadra do bloqueio da Ilha Terceira,
e julgado já boa preza, sendo então o mesmo Guarda
Marinha, Voluntario abordo da Náo D. João Sexto.
Os moradores da Villa de Extremoz, além do Do
nativo em dinheiro, oferecêrão mais 100 alqueires de
trigo, e 60 de centeio. •
Declara-se que os Conhecimentos das Entregas se
achão promptos. = Antonio Esteves Costa. = Joaquim
Ferngndes Couto.
— Estado. Segundo a representação Parlamentar se acha
PARTE NÃO OFFICIAL.
=
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 1 de Março.
(Conclusão da Sessão da Camara dos Communs
sobre a Reforma Parlamentar.)
Depois de haver Lord Inglis feito mais algumas ob
servações com referencia ás differentes épocas da His
toria da Inglaterra mostrando, que em nenhum tempo
fôra a Camara dos Communs menos corrupta ou mais
independente
termos do
seguintes: que agora, falou Mr. H. Twiss nos
• |-
» Entendo que a Camara terá ouvido com prazer a
analyze feita pelo Nobre Lord sobre a nova Constitui
ção preparada para este paiz; porém desejo que se me
permitta ponderar algumas das muitas objecções que te
[294]
nho a apresentar. Estou convencido da difficuldade de
conseguir que se me ouça attendendo á disposição para
a agitação que observo na Camara. As minhas opiniões
não são o resultado de hum zelo cego; essas opiniões
ha muito que são notorias. Ha poucos mezes o maior
Reformador radical não teria sonhado, que o Governo
e os Ministros da Coroa tivessem animo bastante para
propor hum Bill que abatesse todas as estabelecidas de
marcações do Reino, todas as franquezas, todos os di
reitos das Corporações, e immunidades do paiz. Não
* *
digo que a privação destes direitos não tenha exemplo;
* porém quando isso se praticou foi similhante acto acom
panhado de permanente desapprovação. Pretende-se ho.
je revestir desse direito hum Parlamento democratico.
O Nobre Lord (Russell) perguntou qual seria a opi
nião de hum estrangeiro, que ouvindo falar da rique
za e prosperidade deste paiz, notasse a falta de unifor.
midade na representação. Mas eu perguntarei se esse
estrangeiro se não admiraria muito mais vendo os ami
gos das instituições Britannicas combinados para nive
lar o baluarte que tem sido a admiração dos seculos.
(Applauso.)
» Sempre foi costume quando qualquer Corporação
tem sido convencida de corrupção, discutir se convinha
dar a hum destricto confinante o direito de votar, e
nunca ouvi dizer que esta Camara fosse inculpada de
tirar direitos legaes sem haver crime ou ofensa comet
tida. Aqui temos huma questão que despreza todas as
noções de justiça, que proscreve direitos na sua totali
dade , sem haver a minima evidencia que mostre a
culpa da parte daquelles contra quem se vai infligir a
pena. Não nos devemos deixar arrastar pelos sentimen
tos populares. Os que me escutão bem sabem, que a
vontade do povo com demasiada frequencia subjuga a
madura deliberação dos que vem legislar em seu nome.
Estou certo de que nenhum Governo póde sempre se
guir o popular sintir. O povo não deve ter inteiro do
minio nesta Camara; deve ter a devida influencia pelos
seus Representantes, mas o Governo deve possuir força
para proceder sobre a sua propria responsabilidade in
dependentemente da opinião do povo. Muito se tem fal
lado de segurança, e de patronato da Coroa; mas que
segurança póde haver em seguir as paixões violentas de
homens que desejão abater as columnas das nossas ins
tituições! Deve-se conservar o equilibrio exigido pela or
dem social, e he claro que pela medida proposta se vão
pôr em perigo os interesses das classes mais preciosas do
agora constituida, não ha perigo que se infrinjão os di
reitos do povo; mas tentando introduzir novos interes
ses se vão destruir os interesses estabelecidos de classes
particulares, e se abre a porta para a mais perigosa
Innovaçao.
… " A proposta do Nobre Lord versa sobre tres pontos:
1.° Diminuir os direitos de todas as corporações da In
glaterra; 2.° Destruir por meio dessa violação todos
os privilegios daquellas Cidades; 3.° Afastar as classes
que combinão a riqueza e a representação, essas classes
que tem feito tanta honra á nação; e isto não com o
fim d'entroduzir no Parlamento mais saber, homens
mais aptos para os trabalhos da legislação, ou pessoas
mais capazes de sustentar os interesses do proprietario e
do agricultor, e muito menos de dar força ao poder
Executivo: toda esta desordem só tem o fim de intro
duzir na collectiva sabedoria do paiz os habitantes de
casas que pagão 10 libras esterlinas d'arrendamento. He
assim que algumas classes que nunca tiverão assento no
Parlamento vão corrigir a malversação fiscalizando o
procedimento dos homens publicos. E quem são esses
# vão exercer similhante fiscalisação? Caixeiros e
labelliães, cuja recommendação he só a de habitarem
casas de 10 libras por anno. (Applauso.) Taes homens
que abrangem os membros dos clubes provinciaes, e os
 [ 295 ]
politicos de toda a qualidade são talvez a pelor classe,
tine se pode introduzir dentro desta Camara. (Riso.) Ha
muitos politicos desta classe para quem a revogação dos
impostos he tudo, e a fé publica não he nada. Disse o
Nobre Lord, que o seu plano vai produzir diminuição de
despeza nas eleições; de todos os enganos este he o maior,
Com o augmento de eleições indubitavelmente se aug
mentará a despeza. (Clamores de Não.) Eu digo que
sim, por que levando os votos ao escrutinio necessaria
mente se hão de suscitar questões que hão de produzir
despeza. Esta medida nem sequer satisfará os mesmos
que esperão o Bill. Disse o Deputado de Preston, que
os Reformadores a acceitarião, mas que a sua intenção
era voltar com outras pretenções. Sobre que fundamento
podem os Ministros de S. M. consintir não só em sa
crificar parte das instituições do paiz, mas até em aban
donar outra parte para o futuro! Não he melhor que
considerem se o povo he ou não tenerario nas suas preten
ções! A incoherencia dessas pretenções já se tem mani
festado; o espirito da revolução tem hido ganhando ter
reno; e por isso não he o tempo presente proprio para
desapaixonada e justa deliberação. No entanto espero
que os povos da Inglaterra venhão a final a contemplar
em hum verdadeiro ponto de vista os interesses da na
ção, 33
O Orador alludio neste lugar aos successos da Fran
ça, e aos resultados que havião produzido na Inglaterra.
» O seu impulso, disse elle, deve ser objecto de des
confiança, porém não ha verdadeiro perigo. Os fins que
se conseguírão na França não tem paralelo neste paiz.
Os povos da Inglaterra tem mais prudencia do que os
seus vizinhos. Os Inglezes não abandonarão hum bem
positivo pelos males que tem occorrido em França,
acarretados por especuladores revolucionarios. A miseria
sempre he o resultado da revolução. Mas ha outro mal
a que o Governo deve acudir: alludo á agitação. He
tempo de tratar de que os direitos e a liberdade da im
prensa não sejão pervertidos com o fim de a produzir.
Os fins dos reformadores hoje em dia não tem esperan
ça de bom resultado. A reducção na despeza não se po
de obter pela Reforma.»
Rematou o discurso com estas palavras:
» Se o Parlamento proceder com firmeza não tem que
temer huma Revolução; mas se elle cegamente seguir
os destemperados designios do povo, e der entrada aos
principios revolucionarios, oferecerá com efeito huma
prova de haver obedecido á vontade do mesmo povo, mas
dessa vontade vai depender mais do que os elementos
fundamentaes das nossas instituições.»
Fallou o Chanceller do Exchequer nestes termos:
* Não posso convir em que agora haja grande perigo
a recear da agitação. Fallou o orador que me precedeo
a respeito dos horrores da revolução Franceza; mas por
ventura não ha fundamento para algumas queixas na
Inglaterra ? Se os ha não deve o Governo tomar os abu
sos em consideração ! Não tem a eleição pelas Corpo
rações sido acompanhada de grandes inconvenientes !
Não tem feito com que as pessoas ricas e Nobres dictem
quem devem ser os representantes dessas Corporações!
Procuramos desvanecer estes males; porém quando nos
empenhamos nisso diz-se que damos entrada á revolu
ção. Porque razão se ha de dizer que as classes medias
do paiz desejando a refórma desejão a destruição da
propriedade! Entendo que as classes medias da nação
não são hostís a qualquer Ministerio que apoie os seus
direitos e privilegios. O Honrado Deputado poz a ridi
culo as classes medias, mas entendo que possuem intel
ligencia, e que se lhes pode confiar seguramente o di
reíto d'eteição. Nesta questão estou prompto a sacrifi
car algumas das minhas opiniões anteriores. Não sou
bum theorista, mas attendo á pratica das nossas insti
tuições, e o meu firn he conseguir a confiança da na-,
ção a favor desta Camara.»
M. H. Twiss observou que o Nobre Lord o inculpa
ra de pór a ridículo as classes medias do povo; mas ac
crescentou não ser sua intenção vilipendiallas, e que
as considerara incapazes da Legislatura, por que entre
as mesmas havia huma classe de politicos muito pe
rigosa. •
Lord F. Leveson Gouver começou alludindo ás opi
niões que sobre este mesmo assumpto expendera em
1826; e declarando que estava agora disposto a susten
tar os mesmos sentimentos, oppondo-se á proposta mo
ção. Disse que via com pezar que se attribuia a mise
ria do paiz ao estado actual da sua representação quan
do não podia haver dous assumptos mais desligados do
que estes; e que era illudir a nação o fazer huma as
serção similhante. (Applauso.)
º Prestei attenção, proseguio elle, aos precedentes
Oradores sobre a Reforma; li attentamente o que dis
serão Pitt, //yndham, e Canning; notei o procedi
mento dos seus sequazes e successores, muitos dos quaes
vejo neste recinto. Quero regular-me pelo seu procedi
mento; quero que se conservem as nossas instituições
em plena força e vigor. Muitas são as objecções que se
fazem sobre o nosso actual systema de representação:
talvez as portas da Camara sejão baixas; mas a virtu
de, o talento, e a probidade podem entrar sem se abai
xar. (Applauso.) •
» Confio em que esta questão seja imparcial e tran
quillamente discutida; no entanto a respeito da propos
ta em geral feita pelo nobre Lord certamente me hei de
oppôr. Não me agrada a parte da sua proposta que
tende a accusar esta Camara d’imbecilidade ; accu
sação que vem dos abusos da imprensa, e de mais gra
ves authoridades; accusação que tão plenamente des
prezo que não tomarei o trabalho de dar mais alguma
explicação a esse respeito. Em qualquer acto publico
da minha parte, as vistas ou intenções politicas estão
fora da questão; e em summa seja-me licito dizer, que
assim como procedi até agora procederei sempre. As
minhas opiniões são minhas: nunca procedi como ho
mem de partido, apezar de sentir que em algumas oc
casiões tenha divergido do sintir daquelles por quem
não posso deixar de ter o mais sincero respeito e vene
ração. (Applauso.
# Disse o Nobre Lord (J. Russel) para attrahir a be
nevolencia da Camara, que a medida emanara do Go
verno. Seja assim; mas será essa huma razão para que
se adopte sem madura consideração! Não foi minha in
tenção ofender ninguem no decurso das minhas obser
vações. Desempenhei hum dever relativamente a mim
mesmo, e á nação; tendo feito isto estou satisfeito.»
(Eletracto do M. Post.)
HESPANHA.
Madrid, 19 de Março.
ElRei N. S., a nossa amada Rainha , e a Augustº
Infanta continuão sem novidade em sua importante sau
de, e igualmente SS. A.A. R.R. os Serenissimos Senho
res Infantes.
Toda a Peninsula goza de tranquillidade perfeita.
(Extracto da Gazeta de Madrid.)
|- *—» §§ *–*
Lisboa, 24 de Março.
(Artigo communicado.)
O dia 20 de Março de 1831 será para sempre memo
ravel no Hospital Real de S. José. F#, meio dia, sem
 [ 296 |
antecipação alguma, entrou neste Asylo de Caridade o de Março, foi servido conceder em beneficio da Irman.
Nosso Adorado Soberano o Senhor Dom Miguel Pri dade a feira de Domingo de Pascoa, e dois dias seguiu
meiro com as Serenissimas Senhoras Infantas. Sua Ma tes, no terreiro da mesma Igreja. •

gestade e Altezas visitárão todo o Estabelecimento. O O Conselho de Administraçno da Marinha pretende º

interesse e a piedade que Sua Magestade manifestou he comprar lona, meia lona, e brim: todas as pessoas que
superior a toda a express o: ao pé da cama de muitos quizerem vender as referidas manufacturas, podem com
enfermos Se informava das suas circumstancias particu parecer na sala do dito Conselho, em o dia 29 do cor.
Jares; os menores objectos chamavão a Sua Attenção, rente mez de Março, pelo meio dia, para se tratar des
e nada escapava ao Seu Cuidado. Com a maior Bonda te objecto. •

de Recebeo as homenagens de todos os Empregados,
que por fortuna sua estavão no Hospital Real ou podé
rão a tempo apresentar-se, ficando summo pezar áquel
les que perdêrão, tão alta honra. O Excellentissimo e
Reverendissimo Principal Camera, Enfermeiro Mór,
acompanhou Sua Magestade e Altezas exultando no
maior jubilo por ver, que no Rosto do Nosso Amado
Monarca transluzia o prazer que Lhe causava a boa or
dem e asseio que em tudo se via. ElRei Nosso Senhor
Teve a Benignidade de assegurar ao mesmo Excellen
tissimo e Reverendissimo Enfermeiro Mór, Que o Hos
Pela Junta da Fazenda do Real Collegio de Nobres
se ha de pôr a lanços, e arrematar o contracto dos Di
zimos, que lhe pertencem do celleiro da Villa de Ex
tremoz, Montemór, Lavre, e Coruxe, por tempo de
quatro annos, a principiar no S. João do presente an
no: todas as pessoas, que pretenderem arrematar os di
tos contractos todos juntos, ou qualquer delles separada
mente, poderão comparecer nas tardes de 18, 19, e
20 de Abril proximo futuro na Sala da mesma Junta,
aonde a arrematação se ha de fazer, e estarão paten
tes as condições. • •

pital Lhe havia dado completa #### Sua Magesta
de e Altezas assistírão ao Hymno Te Deum Laudamus,
que na Igreja do Hospital Real foi cantado em Acção
de Graças por tão grande acontecimento, pelos Padres
da Casa, e pelos #"…" Religiosos da Congrega
ção de S. Camillo, que estavão de serviço; e Se retirá
1ão depois das tres horas e meia da tarde, deixando to
dos no maior contentamento. Houve continuos fogos do
ar e illuminação á noute no Edificio do Hospital Real; pas: este Brigue foi construido do melhor sobro Ingles
mas nada podia exprimir a alegria e reconhecimento
em que trasbordavão todos os corações, reconhecimen
to que nelles jámais se extinguirá.
*—º §§ «-»
Telégrafo. —Serviço da Barra. — 24 de Março.
Na rua do Ouro, N.° 173, terceiro andar, se esta
beleceo hum Collegio para meninas; ha alli hum bom
Professor de escripta; ensina-se a cozer, fazer meia,
marcar, bordar, tocar pianno, e se acceitão meninas
externas e pensionistas por commodo preço.
Está para se vender o Bergantim Inglez debaixo da Ban
deira Portugueza, o qual he de mui forte construcção, do
lote de duzentos moios, ou de duzentas e cincoenta pi
debaixo de particular inspecção, he cavilhado e forrado
de cobre, está bem sortido, e tem dous mastros e tres
amarras de ferro, e ancoras; quasi todo o apparelho he
novo e se poz ha seis mezes; e póde o navio fazer via
gem só com a despeza dos mantimentos : quem o pre
tender comprar, dirija-se a Daniel Tobin na praça ás
horas do costume, ou na rua do Corpo Santo N° 19,
primeiro andar. • |-

Embarcações avistadas. Arrematárão-se na praça publica desta Cidade qua

8 h. 45 m. 1 Bergantim sem bandeira, a Oeste do Ca tro propriedades de casas com suas pertenças, e humº
bo da Roca, grande terra mistica, na travessa do Conde da Ribei
11 h. 58 m. 1, Bergantim sem bandeira, a Oeste do ra, N.° 11 até 22, Freguezia de S. Pedro em Alcan
Cabo da Roca. • •

tara, por execução que promove Antonio José da Fo:

Embarcações sahidas de Belém
11 h. 1 Bergantim Inglez, para Liverpool, e 1 Galio
ta dito, para Riga.
Publicações Litterarias.
Sahio á luz o Compendio de Grammatica Latina e
Portugueza, approvado para uso das Escólas pela Re
solução de S. Magestade de 23 de Janeiro de 1829,
segunda Edição, correcta e augmentada, 1831, 8.°,
preço 480 rs. em papel. — Lições Elementares de Geo
grafia e Chronologia, accommodadas ao uso da Aula
de Arithmetica, Geometria, Geografia, e Chronologia
do Real Collegio das Artes da Universidade de Coim
Ora, 1830, 4.° grande, com tres estampas, preço 300
rs. em papel: vendem-se em Coimbra na loja da Real
Imprensa da mesma Universidade, e em breve se acha
rão nas de seus Commissarios, e na de Orcel em Lis
boa, defronte da Igreja dos Martyres N.° 20.
nuncio.
A Meza da Real Irmandade de Nossa Senhora das
Angustias, sita na Igreja dos Monges Benedictinos,
aviza aos feirantes, que ElRei Nosso Senhor, por Avizo
da Secretaria de Estado dos Negocios da Justiça de 10
te filho a José Rodrigues Pimenta, pelo Juizo do C:
vel da Cidade, Escrivão José Diogo Mouta Perei
ra de Sampaio: estão correndo os Edictos de trintº
dias para se julgarem livres e desembaraçadas as ditº
propriedades, e reverterem todos os encargos para º
dinheiro depositado: quem tiver direito o póde hir dº
duzir naquelle Juizo.
Sabbado, 26 de Março, na praça publica dos leilões,
se hão de arrematar os bens seguintes: humas casas dº
sobrado com seu quintal avaliadas em 2303000 rs., tem
de foro 500 rs., huma casa mistica avaliada em 1903
rs., tem de foro 600 rs.; he Escrivão da arremataçãº
Negreiros, tudo situado na torre do Lumiar.
Segunda feira, 28 do corrente, pelas onze horas, em cº;
sa de Diogo Roberto Higgs, rua dos Fanqueiros N.
131, se hão de vender em leilão publico as seguintes
propriedades: o casal da Figueirinha no termo da Villa
de Oeiras, que constitue hum prazo de dezenove terras
de semeadura, avaliado em 3.6503000 réis; huma prº"
priedade de casas na rua do Marco Salgado N.° 1 e 2,
com loja, primeiro, segundo, e terceiro andar ; humº
marinha de sal em Setubal de 75 moios de repartição:
os titulos estão livres e desembaraçados, e estarão Preº
sentes no acto da venda.

LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.

 NUM. 73.
GAZETA DE LISBOA.
—=>X<>{>>#$$4<<<9G<
SABBADO, 26 DE MARÇO.
Xpt->$#@@@@$@-9a
A DJ"ERTENCIA.
As pessoas que quizerem subscrever para a Gazeta de
Lisboa pelos mezes d'Abril, Maio, e Junho, podem
dirigir-se a loja da Administração, na rua Aurea, 4.°
quarteirão, N.° 235: as Cartas das Provincias serão
remettidas (com porte pago) ao Administrador da loja
da Gazeta, José Joaquim Nepomuceno Arsejas: preço
da assignatura 33600 réis.
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
FRANÇA.
París, 4 de Março.
Escrevem de Bordéos em data de 5 de Fevereiro:
» O credito está anniquilado aqui, o commercio mor
talmente ferido, e perdida a confiança a ponto que se
não podem negociar as melhores letras de cambio com
grande prazo. Tudo he estagnação; varias embarcações
partírão deste porto em lastro. As letras sacadas sobre
as Colonias não achão quem as queira tomar, e as dos
Colonos sobre Bordéos não são acceitas. Quanto aos
proprietarios estão no estado do maior apuro, sobre
carregados de duas colheitas que não podem vender,
e sobre as quaes não podem achar o minimo adianta
mento. A mesma propriedade está ferida pelo descredi
to; huma terra de 1503 francos não he considerada
suficiente para responder por 303. Os camponezes es
tão sem trabalho, e começão a descobrir que os autho
res dos nossos males são os que se inculcavão amigos
exclusivos do paiz.»
Escrevem de Fécamp, que entre dez casas de com
mercio que existião naquella Cidade, nove suspendêrão
os seus pagamentos! (G. de França.)
O que temos procurado estabelecer ha 7 mezes sobre
a situação violenta em que a revolução tem colocado
a França, e sobre a impossibilidade de conciliar essa
situação com a prosperidade publica, se acha hoje com
provado por hum authentico documento, a saber o or
samento, e pelas mesmas palavras do Ministerio que o
apresentou. - |-
ANNO 1831.
Com efeito resulta da exposição de Mr. Lafitte:
1.° Que todas as despezas extraordinarias que fazem
subir o seu orsamento a 1200 milhões, só tem por cau
sa a revolução de 7 d'Agosto.
2.° Que sem essa revolução e mesmo depois da insur
reição, o orsamento do Estado se teria podido successi
vamente reduzir a 800 milhões.
Eis as frazes que comprovão o primeiro ponto:
º Passo agora á exposição do orsamento extraordina
rio motivado pela posição em que a França se acha
colocada hoje relativamente á Europa.
» Só pozemos no orsamento extraordinario o que era
verdadeiramente imputavel ás circumstancias particula
res em que o mundo hoje se acha collocado.
» A França tem que sustentar a sua independencia,
e fazer respeitar os seus principios.»
Desta sorte he só o principio da soberania do povo
que custa 400 milhões á França, e esse principio nada
produz! He por certo a esterilidade mais vantajosa que
se tem visto na historia.
Passemos agora ás passagens que se referem ao se
gundo ponto, o das economias que se poderião ter feito:
» Se podessemos contar com o beneficio da paz, ve
riamos o nosso orsamento descer pelas extincções, pe
las economias, pela atenuação da divida, a 800 mi
lhões.
º Sabeis se o Estado, obrigado como se vê a acudir
á sua segurança, pode renunciar hoje ao producto do
sal, ou ao da loteria.»
Estabelecidos estes dous pontos, he curioso vêr como
o engano da revolução se retrata a si mesmo na expo
sição dos motivos.
» O Ministerio do Interior tem feito como os outros,
a suppressão d'empregos, e a reducção de ordenados:
Mas o augmento correspondente de despeza absorveo
parte das suas economias.
» O Ministerio da Guerra fez dez milhões d'econo
mias, Mas temos hum extraordinario orsamento de du
zentos milhões.
» O Ministerio da Marinha fez a economia de quatro
milhões e 6003000 francos; Mas a Marinha vos pedi
rá no orsamento extraordinario meios de se sustentar ao
nivel das circumstancias.
» O Ministerio da Fazenda, cinco milhões d'econo
mia; Mas certas despezas novas independentes da nos
sa vontade surgírão a par destas economias, a eleva
ção do juro pela divida fluctuante cujo capital se au
gmentou pelas despezas de toda a especie, causadas pe
la revolução, pela insuficiencia da receita de 1830 (is
to he nos ultimos cinco mezes), e pelos soccorros dados
ao commercio: — Outo milhões e meio de juros.»
O capitulo dos Mas não está esgotado nestas cita
 / [.298 ]
ções. Esse capitulo não se limita a indicar os augmen Depois que a nova Carta coroou todos os Francezes,
tos que vierão destruir as economias, estende-se ao fu a França contém trinta e dous milhões de Soberanos,
turo para destruir a esperança dos melhoramentos que eis a theoría; mas na pratica a que se reduz ella! He
a opposição liberal havia incessantemente promettido á precizo primeiro descontar todos os pobres; miseraveis
nação. Recommendamos as passagens seguintes á medi soberanós cuja prerogativa se reduz á fruição de huma
tação dos que entendêrão que o liberalismo era o seculo enxerga no Hospital. Para esses, quer o Governo seja
de ouro da França. constitucional quer seja absoluto, he o mesmo. Depois
» Mas huma reducção exagerada dos ordenados tem dessa classe de Soberanos cujo numero não he pequeno
o resultado de afastar os homens habeis, ou de entre em França, vem os Soberanos que só vivem cada dia
gar os empregos publicos ás classes ricas, e de con com o fructo do seu trabalho. São pelo menos 80 cen
stituir assim certa especie d'aristocracia. Temos duas tessimos da população. O direito destes se reduz á ne
carreiras na França onde este efeito já se mostra de cessidade d'obedecer a todo o mundo; com triota dinhei
hum modo evidente; a diplomacia está só patente ás ros por dia os outros Soberanos os fazem trabalhar des
familias ricas por que a despeza excede os ordenados; de a manhã até á noute na cultura dos seus campos,
a Magistratura, especialmente nas Províncias, vai sen na construcção das suas casas, e ás vezes em obras ain
do o patrimonio das familias abastadas. Não ha gran da mais toscas. De que modo podem elles reconhecer
de inconveniente neste resultado para essas duas carrei essa Soberania que a lei lhes confere! E que diferença
ras; mas o haveria muito grande se isso acontecesse nas existe para elles entre hum Governo constitucional e hum
Outras. -
Governo absoluto !
» Mas a consideração com que convém cercar os gran Vem depois os Soberanos que possuem alguma cousa,
des Cargos
das da Magistratura não permittio mais avulta
reducções. •
os pequenos rendeiros, os pequenos negociantes, os pe
quenos proprietarios, tudo gente que tem bastante para
» Mas os abusos administrativos só podem acabar ao viver trabalhando, porém não bastante para preencher
golpe do tempo, •

o contingente de impozição que transmitte o sceptro da

» A fiscalisação da administração central pode ter ser soberania popular. Esta classe unida ás duas preceden
tamente os seus inconvenientes, e seus excessos. Será tes completa o numero de 31,920,000 Francezes, a quem
certamente necessario dar ás localidades parte da sua se procura persuadir, que são Soberanos e cujo poder
acção, e da sua inspecção, e sobre tudo tambem parte realmente se limita em huma monarquia constitucional
das suas despezas. Mas isso são ensaios que estão por como em huma monarquia absoluta, a pagar as contri
fazer, e para esses ensaios he precizo tempo. Tambem buições, a entrar de guarda , a dar os filhos para de
se deverá attender á simplificação, e tender continua feza da patria, e ás vezes a marchar em pessoa.
mente a executar com menos tempo, trabalho e dinhei IIe pois a 803 eleitores que se reduz o numero dos
ro, a mesma quantidade de trabalho. Francezes verdadeiramente coroados. He a este numero
» Cada dia mostra novas simplificações que operar, que se reduzem não os que reinão, mas os que fazem
Mas para isso tambem he necessario tempo, e a este reinar, por quanto a seu respeito hum voto dado cada
respeito a administração não tem deixado de progredir. cinco annos, no andamento ordinario das cousas, es
* He sobre tudo no Ministerio do Interior que huma gota o exercicio da sua Soberania. Se ao menos a de
mudança de systema nas obras publicas, ou no Regime vessem a certa preferencia ligada á sua familia ou ao
das Comarcas, póde produzir economias. Mas isso são seu merito, haveria algum alimento para a sua vaidade;
experiencias que restão a fazer, e ensaios a tentar, e mas o seu direito estabelece-se por algarismos, e até se
para tudo isso he necessario, que haja leis que ainda se justifica por meio de huma addicção; hum centessimo
não fizerão, tempo que não temos tido, e descanço que o cria, outro centessimo o faz desapparecer; o homem
a revolução nos não tem podido dar.» vale justamente o que paga de contribuições; ha tal
Assim Mr. Lafitte não ignora tudo quanto ha de bom que seria eleitor se a casa que aluga tivesse huma
por fazer, Mas com a revolução se não póde fazer na porta de cocheira; outro se tivesse na que possue lu
da de bom. (G. de França.) gar para abrir algumas janellas, viria a ser legislador;
- # …
huma boa especulação o eleva da mesma sorte que hum
Cidadãos liberaes, não vos encolerizeis demasiado; máo negocio o lança na multidão desses soberanos em
sofrei a expressão de huma verdade que nada vos im expectativa, que estão á espera de que a fortuna lhes ve
pede de tomardes por hum paradoxo, se isso vos con nha a dar meios de reinar e de hir vivendo.
vier, mas que não deixe de ser menos verdadeira; e he, Com algumas excepções cada cinco annos todos os
que o povo não he mais Soberano em huma Monar 803 Soberanos sobem ao Throno. Vão acaso fazer leis!
quia constitucional do que o he em hum Governo ab Não. Regular os impostos! Não. Prover á ventura e
soluto. segurança do Estado? Não, não. Vão escolher os que
Essa Soberania não he em theoria mais do que pura hão de fazer tudo isso; he hum Reinado de hum dia
quimera; mas na realidade he alguma cousa de mui que se limita a 430 eleições. E concluem disso, que to
positivo. Quem governa em casa he o senhor; quem dos os Francezes são Soberanos quando he certo que ne
governa o Estado he o Soberano. A questão pois se re nhum dos 430 deputados o he na realidade por isso que
duz a saber se o povo governa mais em huma Monar o seu voto apenas tem o valor que recebe da sua con
quia constitucional do que em huma Monarquia ab formidade com o maior numero dos votos dos seus col
soluta. legas, visto que a consciencia de hum só ou a intriga
O Soberano absoluto não admitte pessoa alguma a de muitos decide os negocios de hum modo eontrario á
tomar parte na Soberana authoridade, a sua vontade sua vontade.
he unica no Estado para dar a forma e imprimir o mo Essa chamada soberania do povo não he mais do que
vimento, mas quanto á execução he precizo que se sir hum logro que a classe abastada da Monarquia pré
va de Ministros e empregados como se pratica nos Go ga ás classes que o não são, para conseguir a usur
vernos constitucionaes; debaixo deste ultimo ponto de pação dos direitos do Monarca. Os particulares não
vista ha similhança entre os dous Governos. A faculda tem mais poder em França do que na Prussia e na
de de fazer as leis e de regular os impostos he pois na Russia.
realidade o objecto da contenda : dous objectos que Em toda a parte o pobre sofre e não reina; o ope
hum Soberano absoluto desempenha, e que hum parti rario obedece e não manda; o pequeno commerciante
cular que se intitula Soberano nem ao menos ajuda a e o pequeno proprietario trabalhão e não ordenão; em
executar. toda a parte o homem rico domina pela sua influencia
 [ 299 |
e intervem no poder pela posse dos empregos: mas com
esta diferença, que nas Monarquias absolutas os solli
cita, ao passo que nas constitucionaes os empolga.
(Gazeta de França.)
HESPANHA,
Cadiz , 12 de Março.
Escrevem de Toulon em data de 7 de Fevereiro, que
alli chegára procedente d'Argel, a Corveta de guerra
Caravana com 300 homens, que deixou no lazarêto de
Marselha. Por este navio se soube, que fôra proclama
do Bey de Constantina, Sidi Mustafá, irmão do Bey
de Tunes, cuja medida resultou das conferencias que
tiverão o General Clausel e os Plenipotenciarios de Tu
nes. Dizem que com este motivo Sidi Mustafá apresen
tára ao General em Chefe varios cavallos Arabes formo
sos, e muitos selins Turcos de montar para a cavalla
ria d'Africa. Outros selins ricamente ornados estão des
tinados para o Rei dos Francezes ; tudo se acha a bor
do do Barco de vapôr Esfinge, que ultimamente voltou
de Tuñes, em consequencia de haver conduzido alli
o Ministro da Regencia.
O Rei de Dinamarca por hum Decreto expedido a
30 de Dezembro manda, que todos os vasos que en
trarem no porto de Gluckstadt, na foz do Elba, bus
cando abrigo, ou para se repararem, quer vão em las
tro, quer vão carregados, fiquem livres de todos os di
reitos d'ancoragem, porto, faroes etc.; e ainda que
os ditos vasos desembarquem a sua carga por inteiro,
ou em parte, ficarão á disposição dos proprietarios sem
necessidade de apresentarem o manifesto na Alfandega,
bastando huma declaração verbal do Capitão, excepto
no caso de ter a bordo liquores estrangeiros, tabaco,
ou melaço, cujos generos serão depositados nos arma
zens do Rei até que tornem a embarcar.
(Diario Mercantil.)
*—*§§* + a tomar posse da referida tenue herança.
Lisboa, 25 de Março,
(Artigos communicado…)
* *—*§§ *—»
Por despacho de 30 de Outubro de 1830, foi ElRei
Nosso Senhor Servido, que João de Sousa e Castro,
Alferes de Infanteria N.° 13; e Theotonio José Caeta
no Ribeiro Pinto, Alferes do mesmo Regimento, pos
são usar da Medalha com a Imperial e Real Effigie de
Sua Magestade a Imperatriz Rainha, que está em Glo
ra; igualmente foi Sua Magestade servido conceder
a Medalha coun a Sua Real Efigie, no dia 17 do cor
rente, ás pessoas seguintes: Theotonio José Caetano
Ribeiro Pinto, Alferes de N.° 13, e a toda a sua fa
milia; Padre Agostinho José Gomes dos Santos; José
Duarte Pereira Pinto Maldonado; Antonio José Duar
te; Francisco José Borjes; Frederico de Amaral Sem
blano; e D. Maria do Carmo da Fonseca e Costa, e
suas filhas.
ElRei Nosso Senhor concedeo benignamente, ao Ab
bade Eleito de Gundar, na Sacristia da Real Bazili
ca de Mafra, a Graça de poderem usar dº Medalha não he por mim he contra mim, disse a mesma Ver
de ouro com Sua Real Efigie, Antonio José Pereira de
Moraes Colmieiro, do Conselho de Mirandella, sua mu
lher, filhos e filhas.
Em Audiencia de 22 de Março foi servido Sua Ma
gestade o Senhor Dom Miguél I, conceder a Graça de
oderem usar da Imperial e Real Efigie da Imperatriz
*# a Senhora Dona Carlota Joaquina de Bourbon,
que Deos tem em Gloria, sendo a dita Efigie em Meda
lha de ouro com fita da Casa de Bragança, aos seguintes:
, o Abbade de S. Thomé de Prozello, Antonio Luiz da
Rocha e Sousa, sua prima, e sobrinhas; Manoel Alves
Teixeira Torres, Capitão de Voluntarios de Braga,
suas irmãs, cunhado, e sobrinhos; Afonso Manoel,
Capitão de Milicias da Barca; Custodio José Gonçal
ves; D. Marianna Thereza de Abreu, e sua irmã, de
Adufe; Francisco Eduardo Fragozo, Coronel de Mili
cias da Covilhã, e sua mulher, filha, e irmã: tambem
foi servido conceder a Graça de poderem usar da Me
dalha de ouro com a Real Efigie de Sua Magestade,
a José Francisco de Figueiredo, Reitor de S. Salvador
de Fornellos; e ao Padre Francisco Soares Leal, Pro
fessor de Latim na Idanha.
Sua Magestade ElRei o Senhor Dom Miguel I, Nos
so Senhor, houve por bem fazer Mercê a Luiz Euzebio
Pereira da Silva Pacheco, natural da Villa de Extre
moz, de o tomar por Cirurgião Honorario da Sua Real
Camara.
REAL JUNTA Do CoMMERc1o.
Edital.
A Real Junta do Commercio, Agricultura, Fabri
cas, e Navegação destes Reinos e seus Dominios parti
cipou o Consul Geral de Portugal em Trieste, por Of
ficio datado de 13 de Fevereiro proximo passado, que
falecendo ultimamente naquella Cidade João Baptista
Ferreira Nunes, natural da Cidade do Porto, de ida
de de 36 annos, solteiro, e Piloto de profissão, fazia
legalmente inventariar, segundo as leis Austriacas, os
poucos efeitos de proprio uso que deixára o falecido,
assim. como huma diminuta quantia de dinheiro, da
qual deduzidos os gastos do Enterro e os mais que oc
corressem, poria tudo á disposição da mesma Real Jun
ta, logo que o Tribunal Civico Provincial o habilitasse
E para assim constar a quem interessar, se mandárão
afixar Editaes. Lisboa, 21 de Março de 1831. =(As
signado) José Accursio das Neves.
Lilteratura.
Pensamentos de Mr. de Bonald.
Tem havido tres ligas de povos famosos na historia
do mundo: a dos Gregos para vingarem a injuria feita
a huma familia; a dos Christãos para vingarem a in
juria feita á Religião; a dos Européos para vingarem
a injuria feita á Realeza: ligas que se referem aos tres
estados da sociedade: domestico, religioso, e politico
O homem para fazer o mal só tem a propria força;
os Governos para o impedir e para fazerem o bem,
possuem huma força immensa; a força do mesmo Deos
e da boa ordem eterna,
Na sociedade nunca ha senão dous partidos. Quem
dade.
Os homens que só aprecião a valentia pessoal e cri
minão d'exaggeração a firmeza de espirito e de cara
cter, , a constancia no infortunio, a fidelidade aos pro
prios juramentos, tem algum tanto da indole do selva
gem, cujo caracter he extrem à leviandade de espirito,
e rara intrepidez.
 [ 300 |
Em alguns paizes da Europa, (e não he na Turquia)
a populaça ataca os particulares, rouba os armazens,
destroe as oficinas, abate as habitações, oppõe-se á
prizão dos culpados, e á execução dos juizos criminaes;
reune-se em campo aberto para deliberar sobre o Go
verno, e são frequentes similhantes desordens; comet
tem-se com certo sangue frio, derradeiro termo da de
pravação. No entanto entre hum povo Christão chama
se isto o estado da sociedade, e he o que certos fanáti
cos que preferem a liberdade á virtude, á propriedade,
á boa ordem, a tudo, desculpão e talvez admirem co
mo prova da publica liberdade.
… Quantos escriptores celebres não tem vivido fóra da
socicdade! A escola filosofica do ultimo seculo nada en
tendia a este respeito; e de si mesmos terião horror os
corifêos daquella época se podessem ver o efeito das suas
doutrinas sobre o estado da sociedade humana.
• • ' +
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 25 de Março.
"Embarcações avistadas.
6 h. 44 m. 1 Brigue Escuna sem bandeira ao Sul do
Cabo da Roca.
8 h, 25 m. 1 Cahique sem bandeira ao Noroeste do Ca
º bo do Espichel: navega para o Sul.
9 h. 8 m. 1 Paquete Inglez ao Norte do Cabo do Es
pichel; e 1 Bergantim sem bandeira ao Norte do
Cabo da Roca: navega para o Sul.
1 h. 20 m. 2 Bergantins sem bandeira ao Sul do Cabo
da Roca: navegão para o Sul.
4 h. 20 m. 1 Paquete Inglez ao Norte do Cabo da Roca.
Embarcação entrada em Belém.
11 h. 50 m. 1 Paquete Inglez, de Falmouth , 7 dias,
mala, e 1 passageiro proprietario Portuguez.…
Embarcação entrada em S. Julião.
à h.6 m. 1 Paquete Inglez. |- **
Publicações Litterarias.
Está na Imprensa a parte 1.° das Bellezas de Coim
bra, por Antonio Moniz Barreto Corte Real, Estu
dante da Universidade: a Quinta das Lagrimas, a Fon
te dos Amores, as Ruinas do Convento de Santa Cla
ra, a Sé Velha, o Mosteiro de Santa Cruz, o Penedo
da Saudade, o Templo dos Jesuitas, o Castello de
Martim de Freitas, o Convento dos Olivacs, e muitos
outros monumentos de antiguidade, que ennobrecem a
Capital de Afonso Henriques, e se fazem notaveis pe
las lembranças que # são o objecto desta 1.°
parte. Na 2.° o Author falla da Universidade, descre
ve os seus edifícios, e refere a sua historia enlaçada com
a da Litteratura Portugueza: as pessoas que quizerem
assignar podem dirigir-se á loja de J. A. Orcel em Lis
boa, defronte dos Martyres , N.° 20: preço da 1.°
parte 480 réis. • Trespassa-se huma loja de capella na travessa da As
Annuncios.
Miguel Antonio de Abreu, assistente ás Portas de
Santo Antão N.° 3, terceiro andar , aviza ao público
desta Corte, que se acha examinado e authorizado por
Provisão Regia, para curar cancros, lobinhos, polipos,
alporcas, e outros tumores, e chagas cirrosas; cura pois
estas, e outras muitas molestias sem ferro: quem o pre-
cizar , o póde procurar em sua casa até ás nove horas
da manhã.
LISBOA: NA IMPRESSÃO
Constando a D. Margarida Maxima Machada, e a
seu marido José Antonio Araujo e Castro, residentes
na sua quinta da Cavada, Freguezia de Passo de Sou
sa, termo de Penafiel , como herdeira testementaria
da falecida sua tia D. Anna Joaquina Rita, da Villa
da Feira, a cuja herança pertencia huma parte dos ar
mazens, no sitio da Cruz, em Villa Nova de Gaia,
que ha muitos annos traz de arrendamento a Illustrissima
Junta da Companhia dos Vinhos do Alto Douro, e que
sem consentimento da dita herdeira alienou seu irmão
José Machado de Miranda, do Couto de Cete, termo
desta Cidade, herdeiro em igual parte, a D. Anna Hel.
lena de Massuelos Posser, desta Cidade de Lisboa, e
porque os ditos armazens agora se dizem vendidos a hum
3.° conforme o annuncio feito no Periodico do Correio
do Porto, N.° 63, de 15 de Março do corrente anno,
em vista do que se aviza a quem tiver interesse, que a
dita herdeira vai fazer lavrar os termos necessaries de
protesto nos Cartorios respectivos; e que pela parte
que lhe pertence nos sobreditos armazens vai intentar
acção que lhe assiste contra quem dever. E para que
sirva de governo a quem competir, e se não alegar
ignorancia para o futuro, se faz o presente avizo de
contra protesto ao supra referido, e de que Antonio
José Nunes, morador na rua do Bomjardim, N.° 44,
na Cidade do Porto , e o Doutor Antonio Duarte
de Campos Beltrão, na rua do Crucifixo, N.° 83, nes
ta de É…, estão authorizados para apresentar os
documentos , e esclarecimentos necessarios sobre est
objecto. | •
Na travessa do Corpo Santo N.° 13, ha para vender
salmão de escabeche , salmão de salmoura e de funo;
azeitonas de Sevilha e de Elvas, tudo da melhor qua
lidade.
No dia 22 de Abril do presente anno de 1831, no
Hospicio do Real Mosteiro de Belém, em Margaride,
no Conselho de Felgueiras, se ha de arrematar em pra
ça a Commenda que he do dito Mosteiro, denominada
Massa de Torqueda, sita em Villa Real, e seus subur
bios, a quem mais der e melhor afiançar: e o que pre
tender tratar este negocio por escripto, dirija-se pelo
Correio de Lisboa ao Reverendissimo D. Abbade do
Mosteiro de Belém, Fr. Sebastião da Ave Maria, ou pe
lo Correio ao Reverendissimo Padre Procurador Geral
de Margaride, Fr. Antonio Pereira Monteiro.
Nos dias 25, 26, e 27 do mez de Abril do comente
anno, se ha de fazer leilão dos liquidos demorados por
mais de seis mezes nos armazens da Alfandega das Sete
Casas.
- Quem tiver para vender hum pianno forte de Author,
deixe o seu nome, e numero da morada na loja da Ga
Zeta.
No armazem de modas, e fazendas Francezas de Ma
dama Moreau, rua nova do Almada N.° 40 , achão-se
recentemente chegadas de França amendoas e outros
doces , proprios para a Semana Santa, e presentes de
boas festas, a preços mui razoaveis.
sumpção N.° 18: quem a pretender, falle com a dona
que mora na mesma.
Estiva. •
Preços do Pão e Azeite para a semana que principia
de 28 de Março a 3 de Abril de 1831:
Pão de arratel na fòrma da Lei - - a 46 réis.
Em metal - - - - - - - - - a 39 réis.
Canada de Azeite - - - - - - a 240 réis.
=>
REGIA.
 NUM.
—--+=>-º-
74.
GAZETA DE LISBOA.
SEGUNDA FEIRA, 28 DE MARÇO.
=>oe=>$2<>@C3$5<eex
PARTE OFFICIAL.
MINIsTERIo Dos NEGocios DA GUERRA.
Em Resoluções de 16 de Março de 1831, tomada so
bre Consultas do Conselho de Guerra, Houve por bem
Sua Magestade ElRei Nosso Senhor promover aos pos
tos de
Sargento Mór das Ordenanças da Villa de Terena,
João André Monrraia , Capitão das mesmas Ordenan
ças.
Capitão da 1.° Companhia das Ordenanças do Vi
mieiro, José Filippe de Paiva.
Por Decreto de 17 do referido mez, a Sargento Mór
das Ordenanças de Leiria, Luiz Henriques de Azevedo.
Por Decreto da mesma data, reformado no posto de
Sargento de Ordenanças, com as suas honras e privile
gios, Pedro Alves de Attaide, Capitão da Companhia
montada do Terço das Ordenanças de Lagos.
* I "º
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
FRANÇA.
París, 4 de Março.
Debaixo de leviana apparencia sempre o Francez oc
cultou grande fundo de razão. Agora cumpre confessar
que nenhum povo lhe excede em equidade, em desin
teresse, em abnegação de si mesmo; a prova que disso
oferece he de tal modo memoravel, que a historia a ci
tará com admiração: os successos de Julho erão hum
exemplo funesto para todas as nações da Europa, dous
Ministros Inglezes o declarárão em pleno Parlamento e
varios povos o provárão pelos criminosos excessos em
que cabírão. A França illustrada por discursos e factos
tão notorios parece que se assustou do mal de que hia
ser causa, e para prevenir os efeitos do máo exemplo
que dera, para desgostar os outros povos de o seguirem,
tomou a sublime resolução de conduzir a sua memora
vel revolução a resultados tão funestos, que todo o mun
do ficasse atemorizado. Eis a razão porque ella, diaria
mente está trabalhando em peiorar em vez de aperfei
ANNO 1831.
--=>-@-<=–
çoar as suas instituições; por que separa o Throno de
todos os apoios sem os quaes se não póde sustentar;
porque dissipa o prestigio que constitue a força da No
breza etc. Por meio de tão ardilosa combinação a Fran
ça sem confessar que se enganou, no entanto mostra aos
outros povos que elevou sobre a areia hum edificio des
tituido de proporções; mostra que as revoluções servem
o interesse geral infinitamente menos do que o interesse
particular; que os povos perdem por esse meio tudo
quanto ganhão alguns individuos, e que sendo as taes
revoluções feitas para aperfeiçoar as leis, a final só aca
bão por metter nos cargos os que aspirão a fazellas exe
Cultar.
Quando a França projectou a sua gloriosa revolu
ção, fez acreditar em todos os paizes a idéa de que
huma completa liberdade da imprensa seria infallive!
consequencia dessa revolução; esperavão muitos que se
ampliasse ainda mais a liberdade já bem ampla que se
gozava no Reinado de Carlos X; e terrivel foi a sua
surpreza quando no espaço de alguns mezes se vio_per
seguir, condemnar, e prender mais publicistas em Fran
ça do que no espaço de dez annos tem entrado nas pri
zões de todas as #### reunidas da Europa. Seria
este hum grande motivo d'escandalo, se se não soubesse
que a França unicamente procede assim com a inten
ção de provar, que se deve esperar maior escravidão do
que liberdade de huma revolução.
O credito publico he nos nossos dias o termómetro da
riqueza das nações. No tempo dos Bourbons, o que a
França havia adquirido excedia a medida ordinaria; se
isso houvesse continuado todo o dinheiro da Europa se
amontoaria neste Reino; a mesma Inglaterra estava
assombrada. Mas graças ao geito que derão á glorio
sa revolução o Pactolo desvia o seu curso ; os es
trangeiros se ausentão, levão os seus capitaes, e ven
dem os seus fundos; os Francezes vão fazendo o mesmo,
e por pouco que assim continue, a lastima substituirá
em breve á inveja que a França inspirava ás outras
naçoes.
Geralmente era costume, pelo menos nas antigas Mo
narquias, ter em alguma conta a felicidade dos povos;
esta idéa tem tal attractivo para a multidão, que até
mesmo fazem disso hum pretexto de revolução; mas se
se visse que huma só conseguisse tal resultado he certo
que animaria a fazer outras. He para obstar a esse in
conveniente, que a França vai tão completamente ar
ruinando o seu commercio, que tira aos pensionistas o
unico meio de subsistencia; aos donos das rendas a 3.°
parte dos seus capitaes, aos empregados parte dos seus
ordenados, aos proprietarios a metade do valor das suas
casas; e a todo o mundo a segurança sem a qual não
pode haver felicidade!
 [302 l
Devemos confessar que em tudo isto ha bastante ma
teria para fazer reflectir os povos que se sintirem incli
nados á revolta etc. Taes factos fallão em mais alta voz
do que os discursos mais eloquentes; dizem a todo o en
te razoavel, a todo o homem que possue alguma cousa:
as revoluções só aproveitão aos que não tendo cousa al
guma procurão empolgar os bens ou os empregos dos
370018•
Se augmentassem a força das nações, ao menos nisso
se acharia a indemnisação dos sacrificios que arrastão;
mas o vigor que as revoluções mostrão he só huma des
sas febres ardentes que dão força em quanto dura o de
lirio, e que produzem depois o abatimento. A França
he demasiado grande para parecer fraca em quanto es
tá unida; mas a Belgica não veio acaso a sêr objecto
de lastima! A Polonia implorando soccorro de toda a
parte, dá por ventura huma grande idéa da força que
procura huma revolução! Os povos da Suissa e da Al
lemanha não tem já mostrado a sua impotencia ! Tan
tos diversos exemplos devem-nos convencer de que o es
pirito revolucionario se vai desacreditando na Europa;
que se rasga o véo seductor com que o liberalismo se
encobrira; que o descarnado cadaver de hum povo ator
mentado pela febre revolucionaria se patenteia aos po
vos no seu mais hediondo aspecto; que o vinculo que
une os vassallos aos seus Reis se estreita, e que em fim,
graças aos revolucionarios, os homens se verão em bre
ve tão aborrecidos das revoluções que já não será possi
vel executallas. (G. de França.)
Idem, 5.
Para a poesia huma revolução he hum gigante que
brando os ferros que consintíra lhe lançassem, he hum
mar vencendo vergonhosos diques para restabelecer o seu
nivel. Para a razão he o resultado de criminosa intri
ga, a vertigem, a precizão do tumulto, do movimento
e do sangue, que ataca os homens reunidos em sociedade
assim como na pastagem ás vezes ataca os animaes. Pa
ra todo o mundo he huma grande calamidade mesmo
para os que urdem a trama ; destroe-se a universalida
de das propriedades, corrompem-se os costumes, e anº
tes d'acabarem as mesmas revoluções o sangue dos revo
lucionarios vai lavar aquelle com que as suas victimas
havião tingido os cadafalsos. Se a experiencia for algu
ma cousa para o genero humano, as revoluções impri
mirão tal horror, que será impossivel fazellas.
Em toda a parte os pretextos são a causa da revolu
ção, a desordem a sua consequencia, a miseria o resul
tado ! +
París revoltou-se para a conservação de huma Car
ta, que no mesmo instante mudárão; a Belgica pela
independencia dos seus moinhos, e pela demissão de
hum Ministro; a Polonia não póde exactamente dizer
por que, excepto talvez por que a Policia obstava á
execução dos projectos revolucionarios. Tres Monarcas
em interdicto, tres constituições mudadas, tres Thro
nos vacantes sem que se possa dar satisfactoria razão !
Entre cem homens destas tres nações não se poderão
achar quatro que possão dizer o porque; o que não
obsta a inculcar-se que o povo em massa fez cada huma
dessas
a tres erevoluções.
avareza a loucura. Não foi o povo, foi o orgulho,
•
(Extracto da Gazeta de França.)
HESPANHA.
Madrid, 9 de Março.
O Correio Francez, que com tanto valor havia con
quistado com Torrijos as praças, de Gibraltar, Alge
ciras, e Ceuta, tornou a sahir a campo e conduzio
mesmo campeão revolucionario á Ilha de Leão, onde
diz elle, foi perfeitamente recebido e onde se procla
mou segunda vez a Constituição. Em fim a bandeira
da independencia se arvorou em Cadis !! •
Aqui se vê assegurada a revolução da Ilha de Leão
e de Cadis. Entre o que se conta e o modo como suc
cedeo, ou se procurou que succeda, só ha diferenças
accidentaes; e se o Correio Francez não tem o dom da
profecia, o que não he de presumir de hum genio tão
terrestre, he forçoso crer, que foi partecipante ou cum
plice do conluio revolucionario. A nova expedição de
Torrijos podia- em fim assegurar-se por que com efei
to se achava annunciada. Tambem se podia vatecinar,
ainda que com grande perigo d'errar, que aquelle to
maria Algeciras, ou outro qualquer ponto tão proxi
mo e descoberto; porém que as inexpugnaveis praças
de Cadis e da Ilha de Leão fossem o objecto dos esfor
ços dessa mesma columna de Torrijos, que havia sido
repellida ha hum mez em cinco horas pelas primeiras
tropas com que tropeçou, he cousa que só póde prever
quem assiste a hum Comité onde se diz: Lá vai tanto
dinheiro para que em tal dia se faça a revolução em tal
parte.
Porém não insistamos mais em materia tão desagra
davel e irritante. O que não devemos deixar de paten
tear he a ignorancia supina em que os authores destas
emprezas, quaesquer que forem, se achão a respeito do
Estado da Hespanha; ignorancia que, se póde causar
males á nação custará muito sangue e muitas lagrimas
aos revolucionarios. (E. da Gazeta de Madrid.)
Cadiz, I2 de Março.
No dia de hontem e hoje se celebrárão na Santa Igre
ja Cathedral solemnissimas exequias em suffragio da al
ma do Sr. D. Antonio del Hierro e Oliver, cujo fu
nesto e desgraçado fim he demasiado sabido e sentido
de todos os habitantes desta heroica Cidade, Para as
mesmas exequias havia a Excellentissima Camara dis
posto o conveniente com o lllustrissimo Cabido Eccle
siastico, que nada omittio para cooperar para o maior lu
zimento e grandeza dos actos, assim como o Illustrissimo
e R. Sr. Bispo que celebrou de Pontifical. Feito o Con
vite geral a todas as Authoridades civis e militares de
Cadiz, e da Provincia e povoações da Comarca, Con
sules estrangeiros, Curas, Parrocos, Prelados, Corpos
da guarnição, Oficialidade, pessoas do Corpo do com
mercio, e mais classes dos habitantes, e desejando a
Camara manifestar o seu pezar á Sr." Viuva, e ofere
cer hum distincto lugar nestes actos ao filho do faleci
do Governador, lhe havia dirigido d'antemão a carta
seguinte:
» Por mais sensivel que seja a esta Camara renovar
a justa dôr de V.S. pela perda do seu dignissimo es
poso, não pode deixar de lhe manifestar, que ainda que
as demonstrações publicas de sentimento que todo o po
vo faz, e os actos que esta Camara prepara, não te
nhão exemplo nem se possão levar a maior ponto, nun
ca podem expressar em toda a sua extensão o apreço
de que era acredor o Sr. D. Antonio del Hierro e Oli
ver, nem o pezar que a sua desgraça tem gravado no
coração de todos os habitantes de Cadiz. A mão bene
fica do nosso Augusto Soberano dará sem duvida as
consolações que possão ser compatíveis com a situação
de V. S. o que não duvida esta Camara dos relevantes
merecimentos do falecido, a cuja menoria tributa
justa homenagem na exposição que dirigio a S. M. em
data de hontem; e desejando esta Corporação perpe
tualla pela sua parte, determinou colocar no sepulcro
huma inscripção que patenteie as suas virtudes e herois
mo. Nos dias 11 e 12 do corrente celebra Cadiz sufra
gios solennissimos pela alina do infeliz Governador, e
 [ 303 |
ainda que a presença do seu amado filho seja objecto
de ternura para todo o povo, a Camara em demonstra
ção de apreço determinou, que se S, S. tiver a bem
que concorra a estes piedosos actos, seja acompanhado
da sua residencia por huma Deputação, e colocado
no seio da Corporação, dando-se-lhe o primeiro lugar
depois do Vereador Decano. A Cidade implora do To
do poderoso para V. S. a fortaleza necessaria em occa
sião tão grave, oferecendo-lhe quanto dependa das suas
faculdades para as empregar em seu obsequio em todos
os tempos e circumstancias. Deos guarde a V. S. mui
tos annos. Cadiz, 8 de Março de 1831. = A. Dias del
Castilho. = Ildefonso Nunes de Castro. = Francisco de
Paula Castro e Gomes. = Joaquim Antonio Gutierres
de la Huerta. = Cypriano Consales Espinosa, Secreta
Y
rio, = Senhora Dona Narciza Castellarnau de Hierro.»
Resposta.
» Excellentissimo Senhor: — Combatido cruelmente o
meu espirito des de o desgraçado momento em que alei
vosa mão tirando a vida ao meu mui querido esposo me
condemnou á viuvez, nada se apresenta á minha agitada
imaginação que não seja triste e melancolico. Em tão
terrivel situação, e magoado meu coração com o pezo da
dor, só he sensivel ás demonstrações da ternura e com
paixão, e a attenciosa carta de V. Ex.° a que viverei
sempre grata me seria summamente consoladora se me
achasse susceptivel deste sentimento. A minha gratidão
tributa a V.Ex. º os mais expressivos agradecimentos,
tanto pela funebre homenagem com que se dígna honrar os
serviços do desgraçado Governador, e perpetuar a sua
memoria, como pela alta honra que oferece ao seu fi
lho, que na sua recente orfandade se não acha em
estado d'assistir a hum acto que o poderia agitar dema
siado. Na sua tenra idade une os seus votos aos meus
para reiterar a V. Ex.° os sentimentos de gratidão e
apreço. Deos guarde a V. Ex." muitos annos. Cadis,
10 de Março de 1831. = Excellentissimo Sr. — Maria
Narciza del Hierro Castellarnau.
Tambem se fez pela Cidade especial convite a huma
Deputação do Regimento d'ElRei, 1.° de linha, a qual
composta de hum Chefe e hum Oficial de cada classe,
occupou hum lugar de preferencia.
Os sinos de todas as Igrejas da Cidade acompanhá
rão o dobrar dos da Santa Igreja Cathedral e Casa da
Camara; todas as Confrarias e Irmandades assistírão
formadas e com suas insignias, tanto ás Matinas como
ás honras na manhã de hoje, e apresentando-se todas
as Communidades religiosas ao convite que lhes fez a
Excellentissima Camara, celebrárão Missa e Matinas
na dita Santa Igreja.
As columnas e o pavimento do templo estavão enlu
tados, e no meio da Capella Mór estava colocado hum
sumptuoso cenotafio d'estilo Romano, que se elevava
sobre huma base quadrangular; a qual recebia hum pe
destal de nobres proporções, e em cuja frente principal se
vião em baixo relevo a clava de Hercules, e tochas fúnebres
enlaçadas em representação da dôr, sustentando o dito
pedestal huma rica almofada com as insignias do man
do politico e militar. Em hum plano mais distante se
elevava o sarcófago, que formava a baze de huma Pyrâ
mide troncada, em cuja frente se determinou pôr a in
scripcão
PÇ seguinte:
8 Prafecto Urbis
ob
servatam Regi Patria que Fidem
nefarié interfecto
Gades macrentes
P.
Terminava o sarcófago com hum vaso cinerício do
mesmo estylo. A direita do sarcófago e apoiada nelle
se via huma matrona em attitude de dôr representando
Cadis, como o demonstravão, as armas esculpidas em
huma medalha que sustentava; e ao lado esquerdo hum
perfumador, distinctivo proprio desta classe de mo
numentos. Toda esta composição se achava a dornada
de jeroglificos e vasos lacrimatorios; os lados do ceno
tafio erão occupados por huma multidão de tochas e
troféos militares.
. A testa da fúnebre comitiva se achava a Excellentis
ma Camara, prezidida pelo Sr. Governador Interino,
D. Angelo Dias del Castilho, e acompanhada pelos
Srs. Generaes de mar e terra , , e mais pessoas que tem
assento na Corporação em similhantes casos, assistindo
em seus competentes lugares os Srs. Curas, Parrocos,
e Prelados das Religiões, e occupando a nave da es
querda e suas Capellas o geral do convite, vestido de
luto rigoroso, e o resto da Igreja hum numeroso con
CUMTSO.
/* Nas immediações formou a brilhante tropa da guar
nição, commandada pelo Sr. Brigadeiro D. Estanisláo
Solano, que fez as honras fúnebres do estylo.
A Excellentissima Camara regressou á Casa da mes
ma trazendo em seu seio huma #ç㺠do Illustris
simo Cabido Ecclesiastico, e na sala Capitular despe
dio a luzida e numerosissima comitiva fúnebre que a
havia acompanhado. (D. Mercantil.)
*—*§§ *—º
Lisboa, 27 de Março.
Recebemos Jornaes Inglezes até 16 do corrente, pe
la maior parte occupados com os debates Parlamenta
res a respeito da Questão da reforma: referindo-se ás
folhas Francezas annuncião a seguinte nova mudança Mi
nisterial em França. Mr. Casimiro Perrier, Secretario
d'Estado do Interior, e Presidente do Conselho de Mi
nistros; o Barão Luiz, Ministro da Fazenda, em lugar
de Mr. Lofilte, cuja demissão foi acceita; Mr. Barthe,
Guarda-Sellos, Ministro da Justiça, e Presidente do
Conselho d'Estado; o Conde de Montalivet, Ministro
da Instrucção. Publica e dos Negocios Ecclesiasticos,
em lugar de Mr. Barthe; o Conde d'Argout, Ministro
das Repartições do Commercio e das Obras Publicas;
o Vice-Almirante de Rigny, Ministro da Marinha, em
vez do Conde d'Argout. Todos os referidos Decretos
tem a data de 13 do corrente, e forão publicados em
Supplemento extraordinario do Monitor na tarde desse
mesmo dia; sendo o 1.° referendado por Mr. Sebastiani,
Ministro dos Negocios Estrangeiros, e os outros por
Mr. Casimi, o Perrier.
Litteratura.
Pensamentos de Mr. de Bonald.
A vista da obstinação com que o povo repelle a tão
preconizada uniformidade dos pezos e medidas, e da
persistencia delle em dizer pés, leguas, arrateis,
eiras etc. em vez de metros, millimetros, kilometros,
ilogrammos etc., quasi se julgaria que esta uniformida
de talvez cómmoda para as grandes operações do com
mercio, d'administração fiscal ou de elevada sciencia,
he inutil para os usos diarios da vida e para o trafico
interior, em que produzio no espaço de hum anno maiores
fraudes e erros do que a diversidade das medidas teria
produzido em hum seculo. He com efeito mais sobre a
qualidade do que sobre a# que os homens se en
ganão; a uniformidade das medidas não obsta á diversi
dade dos preços relativamente ás diferentes qualidades
do mesmo genero. Para mudar os pezos e medidas devia
experimentar-se a mesma dificuldade que para mudar a

ringua de hum povo; a tal uniformidade produzio mais
huma diversidade, a saber, a da linguagem: todos zom
barião do sabio que em huma conversação familiar de
signasse a altura de hum homem em metros e millime
tros. Quanto ao mais essa invenção custou cara a gran
de numero de mancebos; houve conscripto que talvez
tivesse ficado isento com a medida maior em pés e pol
legadas, e no entanto pela exactidão dos millimetros
não escapou ao recrutamento.
Na Inglaterra os costumes Monarquicos da familia
servem de correctivo á Constituição popular do Estado.
Ha na familia mais respeito da mulher para com seu
marido, "do criado para com seu amo, do soldado pa
ra com o seu Oficial; mais subordinação em fim dos in
feriores para com os seus superiores. Na França pelo
contrario as instituições Monarquicas do Estado, e a tos, para governo dos Boticarios destes Reinos, e seus
força do poder erão o contrapezo dos costumes menos
severos, e por assim dizer, mais populares da familia.
Devia-se antecipar que esses costumes se afrouxarião
ainda mais se o poder do Estado viesse a ser mais fra
co, e se introduzisse em toda a parte a constituição po
pular, não só no Estado, mas na familia tambem. He
o que aconteceo.
A simplicidade pode ligar-se com muitos conheci
mentos, com grande penetração, e até mesmo com o
engenho; he relativamente ao espirito o que a modera
ção he para com o cáracter, e a sabia economia no
uso da riqueza; consiste em o homem conhecer o seu es
tado, em unicamente exercer o seu oficio, e em se
não julgar publicista, porque segue hum curso de his
teria natural ou de Quimica, ou porque sabe a escri
pturação em partidas dobradas.
A falsa filosofía inspira o odio da vida, e o furor de
a acabar quando não he feliz; a Religião inspira o va
}or de sofrer a vida tal qual he.
-
{
- -
{-*
''+ |
$$
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 26 de Março.
O Paquete Inglez que entrou hontem, veio de Falmouth
em 8 dias, mala, 6 passageiros, que são 3 Nego
ciantes Inglezes, I Portuguez, e 2 mulheres:
Hontem á noute entrárão 1 Galera Portugueza, Ulisses,
de Santos, 88 dias, mala, e 2 passageiros, que são
hum Hespanhol Religioso Franciscano com seu
criado.
1 Sumaca Portugueza, Victoria, da Ilha de S. Miguel,
14 dias, mala, e 6 passageiros , que são hum sol
dado de Milicias, 4 homens de trabalho, e 1 mu
lher.
Embarcações avistadas.
6 h. bo
15 da
m. Roca.
1 Bergantim sem bandeira ao Norte do Ca
•
3 h. 35 m. 1 Brigue de Guerra Francez ao Norte do
Cabo da Roca.
4 h. 26 m. 1 Bergantim som bandeira a Oeste do Cabo
da Roca.
Embarcação entrada em S. Julião.
10 h. 22 m. 1 Bergantim Inglez.
Embarcação sahida de Belém.
3 h. 12 m. 1 Escuna Ingleza para Hull.
LISBOA:
[ 304 ]
Publicações Litterarias.
Sahio á luz: o Desengano N.° 1á.
Sahio á luz: o Egoismo, origem dos males da Socie
dade, comparado ao Maçonismo: vende-se por 40 réis
nas lojas do costume.
_A Historia da Revolução Hispano-Americana, por
- D. Mariano Torrente, cuja analyse vem transcripta na
Gazeta de 21 do corrente N.° 68 no artigo de Hespanha,
vende-se por 123000 réis na loja de Martin Irmãos de
fronte do chafariz do Loreto N.° 6, aonde tambem se
vende a Geografia do mesmo Author, dous Tomos em
fol. com Mappas : seu preço encadernado em hum vo
hume 143400 réis.
Publicou-se o Regimento dos preços dos medicamen
ominios, no corrente anno de 1831: pode procurar-se
na Secretaria da Fisicatura Mór do Reino, na rua Au
rea, N.° 261, 2.° andar, ou na Botica do Farmaceuti
co Visitador Examinador Antonio Carvalho, no largo
do Corpo Santo, N.° 3.
Sahio á luz o Entremez intitulado A 3anguizarra;
seu preço 100 réis, no lugar onde se vendem livros,
pertencente a Joaquina Maria, no fim da rua Augusta.
Annuncios.
Os assignantes da folha Correio do Porto, que qui
zerem continuar no seguinte trimestre as suas assigna
turas, se poderão dirigir á loja de Carvalho ao Pote
das Almas, para não sofrerem interrupção na entrega
das folhas.
Nos dias 18, 19, e 20 do mez de Abril proximo fu
turo, se ha de pôr em praça, no Tribunal do Conse
lho da Real Fazenda, para se arrematar no ultimo del
les o contracto do Consulado, Fragatas, e Donativo
das Alfandegas do Algarve.
Quem quizer arrendar a Commenda de Santa Maria
de Gundar, e Morgado de Amarante, devendo ter prin
cipio o dito arrendamento em o S. João deste anno,
póde dirigir-se pessoalmente, ou por escripto ao Ex
cellentissimo Marquez de Borba, para tratar deste ne
gocio, que ha de ultimar-se até ao fim de Abril.
Quem precisar de huma criada para huma casa de
pouca lida, só por huma gratificação, dando a mesma
creada informação em seu abono, dirija-se á rua da
Prata N.° 194, quinto andar.
Vendem-se humas casas na rua do Telhal, N.° 42 e
43; quem as pretender dirija-se á calçada do Moinho
do Vento, á propriedade e loja de mercearia, N.° 6,
a Bernardo José da Costa, pelo espaço de outo dias
des de a publicação do presente annuncio.
Trespassa-se hum armazem, na rua do Arco do Ban:
deira, N.° 75 e 76, com todos os pertences necessarios,
e algumas pipas da marca; quem o pretender dirija-se a
mesma rua, N.° 75, 1.° andar.
Na travessa do Corpo Santo, N.° 6, se vendem vinhos
de lavrador da Arruda, brancos e tintos a 80 rs., 100
rs., e 120 rs., de superior qualidade.
Na travessa da Victoria, N.° 23, se estabeleceo á
venda, vinho branco e tinto a 80 rs. a canada, de mui
superior qualidade, de nova adêga do proprio Lavrador.
Na rua da Prata, N.° 65, ha para vender batata
doce de mui superior qualidade, a 30 rs. o arratel.
Vende-se hum cavallo Inglez, inteiro, de idade co
nhecida: quem o quizer comprar dirija-se ao armazem
N.° 13, no Caes do Sodre.
NA IMPRESSÃO REGIA.

NuM. 75.
Gazeta DE LIsboa. - →=>>>{>>K$$1<9&<=aas=-—
TERÇA FEIRA, 29 DE MARÇO.
PARTE OFFICIAL.
Extracto da Ordem do Dia N.° 19.
Quartel General no Paço de Queluz, em 28
de Março de 1831.
Faz-se publico que no dia 26 do corrente mez, co
meçou o pagamento dos Soldos do mez de Setembro ul
timo ás classes efectivas, que recebem pela Pagadoria
de Lisboa. •
Por Decreto de 21 do corrente mez.
***
•
-
Regimento de Cavallaria N.° 1.
|-
Uapitão da 7.° Companhia, o Capitão do Regimen
to de Cavallaria N.° 2, D. Christovão Manoel de Vi
lhena. - !
Regimento de Cavallaria N.° 2.
Capitão da 4."Companhia, o Tenente Ajudante do
Regimento de Cavallaria N.° 5, Antonio Vicente Fer
TGIT{l,
Regimento de Cavallaria N.° 4.
Major, o Capitão graduado em Major do Regimento
de Cavallaria N.° 7, José Pedro Borges da Silveira.
Alferes, o Alferes do Regimento de Cavallaria do
Chaves, Francisco da Silveira Pinto.
Regimento de Cavallaria N.° 7.
Capitão da 8.° Companhia, o Capitão do Regimen
to de Cavallaria N.° de
1, Cavallaria
Antonio Maria Henriques.
Regimento de Chaves.
Alferes, o Alferes do Regimento de Cavallaria N.°
4, Antonio de Sousa Pereira Marinho,
Para contarem como tempo de Serviço, e sem inter
rupção aquelle em que estiverão demittidos, e reforma
dos, os Capitães Silverio Paes de Sande e Castro, e
João de Mesquita Pimentel e Pavia, Ajudante de Or
dens do Tenente General Visconde de Veiros; o Capi
tão graduado em Major do Corpo da Guarda Real da
Policia do Porto, João José de Carvalho; o Capitão
do Regimento de Cavallaria N.° 1, Jacintho Venancio
de Menezes; os Capitães do Regimento de Cavallaria
de Chaves, Antonio Mattheus de Sousa Raivozo, e
Francisco Antonio da Costa; o Tenente do Regimento
de Cavallaria N.° 8, º Manoel dos Santos Rodrignes; o
Alferes do Regimento de Cavallaria de Chaves, Ale
xandre José Botelho; e o Capitão graduado em Major =
da Companhia de Veteranos de Chaves, José Joaquim
Ferreira. • • - -
-
ANNo 1831.
• Regimento de Infanteria N.° 1.
Alferes supranumerario, o Alferes supranumerario do
Regimento de Infanteria N.°7, Luiz Vicente de Araujo
e Azevedo.
Regimento de Infanteria N.° 4.
Alferes, o Alferes do Regimento de Infanteria N."
24, Antonio de Madureira Lobo.
Regimento de Infanteria N.° 12.
*>
Capitão da 3.° Companhia, o Capitão do Regimento
de Infanteria N.° 20, Antonio Manoel de Moncada.
Regimento de Infanteria N.° 13.
. Capellão, o Padre João Baptista Machado.
Cirurgião Ajudante, o Cirurgião civíl habilitado com
o exame militar, José Francisco Pereira.
Regimento de Infanteria N.° 16.
1.
Alferes, o Alferes do Regimento de Infanteria N.° 3,
Egidio de Andrade de Sá Pereira.
Regimento de Jnfanteria N.° 20
Capitão da 2.° Companhia, o Capitão do Regimen
# to de Infanteria N." I2, Manoel Maria de Castro.
Demittido pelo requerer, allegando motivos attendi
veis, o Alferes Antonio Rodrigo de Almada Castro Ga
ma Freire e Sousa...
-
* Regimento de Infanteria N.° 24.
Alferes, o Alferes do Regimento de Infanteria N.°
4, José Maria da Costa. *
Companhia de Veteranos de Beirollas.
Alferes, o Alferes da Companhia de Veteranos de Se
|- tubal, Antonio Joaquim de Sousa.
"… r. Regimento de Milicias de Santarem.
Tenente Coronel, o Capitão José Maria Holbeche
Granate de Oliveira da Cunha e Silva.
•
Regimento de Milicias da Idanha.
Demittidos por desertores, ficando sugeitos a respon
+ ++ ++ + + der em Juizo competente pelos crimes em que se acha
rem comprehendidos, os Tenentes João da Matta Da
masceno, e João José Goulão, e o Alferes José de
Torres. •
Regimento de Milicias da Covilhã.
Demittido pelo requerer, allegando motivos attendi
veis, o Quartel Mestre Gaspar Baptista de Aguiar.
Regimento de Milicias dos Arcos.
Reformado na conformidade da Lei, o Tenente José
Joaquim de Araujo.
Regimento de Milicias de Bragança.
Reformado na conformidade da Lei, o #… Co
ronel aggregado, Manoel Antonio de Barros. »
Publicão-se ao Exercito os Avizos abaixo transcriptos:
92-9 * * * * 1
-i Illustrissimo e Excelleutissimo Senhor, — ElRei Nos
• •
so Senhqr Deteruiua, que nos Hospitaes Regimentaes,

em que os Oficiaes Inferiores forem Enfermeiros Móres,
lhes seja abonada a ração de pão, tão sómente pelo
Corpo a que pertenceni, e não simultaneamente por es
te, e pelo Hospital em que servem. O que comununico
a V. Ex." para sua intelligencia, e para o fazer publi
co na Ordem geral ao Exercito. =Deos guarde a V.
Ex.º Paço de Queluz , em 14 de Março de 1931, =
Conde de S. Lourenço. = Illustrissimo e Excellentissi
mo Senhor Conde de Barbacena.
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — ElRei Nos
so Senhor Foi Servido Conceder dous annos de licença
para ir ao Rio de Janeiro, ao Tenente do Regimento
de Milicias do Termo de Lisboa Occidental, Joaquim
Maria de Azevedo. O que communico a V. Ex." para
seu conhecimento. = Deos guarde a V. Ex." Paço de
Queluz, em 24 de Março de 1831. = Conde de S. Lou
renço. = Illustrissino e Excellentissimo Senhor Conde
de Barbacena.
ElRei Nosso Senhor, como Commandante em Chefe
do Exercito, Manda Declarar, que Houve por bem
Conformar-Se com o parecer do Conselho Militar erea
do por Decreto de 11 de Agosto de 1828, ácerca do
Capitão Carlos Antonio da Silva, que foi empregado
no Arsenal Real do Exercito, e que o mesmo Conselho
julgou justificado.
(Seguem-se Licenças.)
| Declara-se que o nome do Capellão do Regimento de
Caçadores da Beira Baixa, mencionado reformado na
Ordem do dia 5 de Fevereiro ultimo, he João Francis
co Martins, e não João Francisco de Magalhães. =
Conde de Barbacena, Chefe do Estado Maior General.
== Está conforme o Original. = Ajudante General ,
Marquez de Tancos.
- *
RE AL ER ARIo
|-
No dia 29 do corrente, se pagão na Thezouraria Ge
ral dos Ordenados, os mezes de Outubro, Novembro,
e Dezembro de 1829, das folhas a saber: Paço da Ma
deira, Portos Seccos, Administração dos ditos,
* J , , , -
I I
PARTE NÃO OFFICIAL.
== =TTTTT_TT__
x===
==T==
T
NOTICIAS ESTRANGEIRAS,
* * * -- - -- - º
GRA-BRETANILA. -
\ por ventura a Aristocracia intervindo para diminuir º
*** Londres, 1 de Março.
No discurso pronunciado a tres do corrente na Camar
ra dos Communs por Mr. Baring (hum dos primeiros
Capitalistas Inglezes) sobre a Reforma parlamentar, mo"
tamos o seguinte: * - , , …"
» A medida proposta não he huma reforma sobre o
modo da representação da Camara, mas he do facto
huma nova Constituição. (Luminenso applauso.)
* o Poderão alguns nosubancos Ministeriaes afirmar que
esta medida he necessaria; que as antigas instituições
tem caducado; que fem perdido o afecto da nação;
que o andamento das mesmas instituições já não he se
guro, e que produz certo gráo de miseria e de descon
tentamento, que o povo já não pode tolerar, e que por
tantoche agora necessario examinar essas instituições com
vistas de as reparar sobre novos principios. Isto pode-se
entender muito bem se lhe derem o seu nome verdadei
ro; mas estou certo de que a medida agora proposta
\
[ 806 ]
como medida de reforma, ainda que com apparencia
de hum Bill, he tão essencialmente, huma nova Consti
tnição como se viesse recentemente da mão do Abbade
Sieyes. (Grande applauso.)
» A Historia me tem mostrado, quº nos modernos tem
pos se tem tentado diversos planos de constituição em
diferentes paizes; no entanto a unica que tem persisti.
do he a nossa que, não direi pela sabedoria dos nossos
avós, mas por hum dilatado curso de circumstancias
*-
casuaes, que mais apropriadamente denominarei dadi
vas da Providencia, se tem hido aperfeiçoando desde o
seu começo atravez das suas mudanças ulteriores, até
haver adquirido o seu estado d'actual grandeza. Sempre
me ensinárão que as nossas politicas instituições constão
de tres Estados: Rei, Lords, e Communs. Muito receio
que se esta medida passar a ter vigor de lei, se inver
terá esta mesma ordem, e se dirá que constão de —
Communs Lords e Rei. Ora eu entendo que segundo
•
os principios das nossas instituições devemos sustentar
a ordem de Rei, Lords e Communs.
» Sei muito bem que he facil para os animos apouca
dos o acharem na representação actual defeitos e im
perfeições a que dirijão o sarcasmo; mas se todos os fa
bricantes de constituições nunca poderão estabelecer ne
nhuma com igual gráo de razoavel liberdade e boa or
dem como temos gozado, tenho fundamento para afir
mar que na organização de taes instituições ha alguma
• cousa superior á comprehensão humana, e só dependente
da casualidade; e já que temos tido a fortuna de alcançar
este bem não o devemos pôr de parte. Halongo tempo que
tenho adherido aos que compõem o Governo actual,
pelo conceito elevado que formo do seu caracter, e pelº
minha convicção na sinceridade das suas intenções; pºr
rém não ha consideração alguma que seja capaz de fa
|- zer com que eu dê apoio á medida agora apresentada
-
para a adopção da Legislatura. Segundo essa medida º
# que he que se deverá fazer com as nossas instituições!
' + •
Na fórma que existem a representação da Cama
ra consta em parte da influencia da Coroa, da influen
cia da Aristocracia, e dos outros interesses do Estado.
Ora a doutrina inculcada fora da Camara vem a ser:
fique a Coroa só por si, os Pares por si tambem, e te
|- ' -. . " nha o povo só para si a Camara dos Communs. (Apº
plauso da parte Ministerial.) . . . •
» Essse applauso me convence de que similhantes opi
niões não são seguidas só fora da Camara, mas que
; tambem são adoptadas por pessoas que estão neste re
RRETTTTE
cinto. O que posso dizer he que essas não são as insti
tuições deste paiz; não são as instituições com que te
mos vivido durante tres seculos de progressiva prosperiº
dade. (Continuado applauso.) •
…» Quaes são as praticas objecções para a existenciº
da actual representação da Camara dos Commºns! Tem
liberdade da discussão, ou para nos tirar os privilegiº
que antigamente gozavamos! Qual he pois a necessida
de de similhante medida! Será para augmentar a liber:
dade, que desfructamos ! O meu receio he pelo contra
rio, e tenho sido tão constante a favor da liberdade co
no qualquer pessoa nesta Camara ou neste paiz, o meu
receio he, que essa medida tenda á total destruição dº
mesma liberdade. (Applauso.)
” Tem a Aristocracia exercido a sua influencia para
nos opprimir, e promulgar leis em seu proprio beneficiº
contra os interesses das outras classes? *", III e COI]"
stº. Pelo contrario em quanto a mistura da influencia
aristocratica e popular na Camara tem promovido a li
berdade e justas leis, ignoro que tenha havido oppreº
são, ou aggravos resultantes dessa união. Tern havidº
ultimamente grande effervescencia em paizes estrangei
ros, e esse espirito se tem propagado aos povos destº
pais; e perguntarei, se esse mesmo espirito se não mº
nifesta nesta Camara tambem? O povo não sabe o que hº

que quer, e cuido {" a Camara tambem não sabe muito
bem o que deseja. Lança fóra hum Ministerio e escolhe
outro, e talvez que se não ache disposta a dar apoio a
nenhum delles. (Riso.)
"Julgo não devemos attender ás opiniões desses ho
mens que vão correndo de hum para outro mercado,
mas que devemos resistir ás opiniões perniciosas etc.
Basta que eu alluda a promulgação do Bill sobre a
enancipação Catholica para mostrar, que se não tives
semos sido os immediatos representantes do sintir da na
ção, fôra impossivel a pormulgação de similhante lei.
(Applauso.) Posso afirmar que a representação actual
he huma representação sobre que devidamente operão as
opiniões da nação. Não se pode suscitar difficuldade al
guma que seja de algum interesse para o paiz; nenhum
ramº do commercio ou das fabricas pode sofrer momen
tºneº abatimento que logo se não dirijão representações ao
Governo e á Camara; e me atrevo a dizer, que nunca
os males do povo forão considerados com mais paternal
desvelo e empenho de lhe prestar auxilio. (Applauso.)
» Tal tem sido o estado da representação, e taes os
seus resultados. Antigamente forão apreciados e ama
dos por todos os Inglezes. Mas parece que tem reben
tado entre nós novas luzes, e que os meus Honrados
amigos propõem que se acabe toda a influencia da Aris
tocracia na representação. (Exclamações de Nio da par
te Ministerial, e applauso no sentido do Orador da par
te da Opposição)
*Sustento que o principio dos reformadores da praça
he, que a organisação da Camara he ilegal; que a in
fluencia da Aristocracia, as suas nomeações, e a sua
protecção de nada valem, e que por tanto de tudo isso
nos devemos desfazer.
" Não posso concordar com os planos d'extravagante
e visionaria reforma que tem ha tanto agitado este paiz.
Entendo que he necessario para o interesse do mesmo
povo resistir a certos projectos que só poderão ter a re
commendação da popularidade. Infelizmente sou hum
dos Representantes a quem o Nobre Lord (Russell) lan
çou fora; não obstante posso dizer, que ha longo tempo
tenho fielmente desempenhado o meu dever nesta Ca
mara e que nunca recebi corrupta vantagem do meu
lugar de membro da Legislatura. Mas a questão he se
devemos entregar os nossos mais preciosos direitos á vis
ta da effervescencia popular. Os representantes tem vin
do aqui com o fim expresso de servir a nação. Tudo
deverá depender do esforço geral dos membros da Ca
mara para adoptarem medidas sabias e salutares. Se os
Reformadores, a Imprensa, e o povo se aquietarem,
muito se poderá fazer, mas parece que a innovação he
a ordem do dia. Se infelizmente se deverão fazer gran
des mudanças sintirei oppor-me ao sintir do povº; mas
nutro a esperança de que se não proscreverão prodigamen
te as melhores instituições da patria. (Applauso-)
… He necessario proteger o povo contra os seus pro
prios erros, pois he bem sabido por todas as pessoas que
conhecem o efeito do tumulto, que a miseria recahe so
bre as classes trabalhadoras. Desta asserção he manifes
ta prova o estado actual da França e da Belgica.»
O Orador terminou o seu discurso entre repetidas de
monstrações de approvação. * porém que não estão ao alcance dos que os não estu
(Extracto do Morning Post.)
IIESPANHA.
* * S. Sebastião, 11 de Março.
Da intervenção da classe media da sociedade no classe de agricultores, commerciantes, fabricantes, e
Governo. - - "litteratos.) E ainda que as tenhào estudado onde pode
- - - -
Estamos convencidos de que em qualquer patz onde rão aprender a applicação dos principios, o que con
se der intervenção á classe media no Governo está amea vem nas circumstancias dadas; o hic et nunc, que he
çado de dissolução social. Esta proposição he evidente a pedra de toque da politica ! Ainda que possamos e
definindo as vozes. devamos suppor a instrucção competente, theorica e
[3o:I
. Chamamos classe media da sociedade aquella nume
rosa porção de cidadãos, que dedicando-se á industria
agricultora, fabril, commercial ou scientifica, tirão
della subsistencia honrosa e independente, que os collo
ca entre a classe superior e a dos jornaleiros. Nem o
nascimento nern a riqueza são bazes suficientes para a
qualificar e distinguir. Hum comnerciante por exem
plo, póde ser mais rico do que hum grande de Hespa
nha, ou hum Lord de Inglaterra. Não obstante estes
pertencem á classe superior da sociedade e o comuner
ciante á media. O caracter distinctivo desta classe he o
trabalho util a si e aos seus similhantes. Os que occu
pão o seu tempo em trabalhos uteis, porém que se não
achão sobrecarregados desses trabalhos e nelles encon
trão os meios de satisfazer as suas precizões, são afei
çoados ás suas familias, dedicão-se cuidadosamente á
educação e estabelecimento dos seus filhos, a mão os
prazeres virtuosos da vida domestica, e parece que es
tão mais isentos dos vicios dos outros cuja situação so
cial he mui differente. • • •
Por intervenção no Governo não entendemos a ex
clusão de todo o homem pertencente á classe media dos
altos empregos e Ministerios do Estado. Ha mais de hum
seculo que na Hespanha se tira da classe media grande
numero de Funccionarios de ordem superior. Quem
obsta a que hum Cavalheiro particular chegue a sêr
hum grande General, hum Magistrado integerino e pru
dente, hum Prelado sabio e exemplar, e hum habil
Diplomatico! A carreira do merito e do premio está
patente a todo o mundo. Porém observamos que quan
do hnm individuo da classe media entra pelo seu meri
to na classe que governa, já abandonou ou devera ter
abandonado a sua profissão ou a de seus pais: deixa
em fim de pertencer á classe em que estava a sua familia e
sobe a outra superior,
A intervenção de que faltamos neste artigo e que nos
parece funestissima á sociedade, he a faculdade (legal
ou ilegal) concedida á classe media pelas leis do paiz,
ou usurpada revolucionariamente por ella, de pertur
bar, deter, accelerar, ou destruir a acção do Gover
no. Essa intervenção he hum principio destruidor da
sociedade: legal na Polonia, acabou com o Estado
apenas houve vizinhos fortes que se cansárão de ter a
anarquia ás suas portas; illegal e usurpada na França
na revolução de 1769 , acabou com a sociedade. E
não podem ser outras as suas consequencias. A classe
media productiva, sabia, intelligente e virtuosa, tem
Javradores, commerciantes, fabricantes, litteratos, ar
tistas, e excellentes pais de família. Lançai-os nasce
na politica, o que serão ! Ainbiciosos e nada mais.
Bella acquisição terão feito por certo. Desherdarão
suas virtudes, perderão a sua domestica felicidade,
apoz de hum objecto que nunca poderão conseguir; por
que nem conhecem a theoria nem sabem a pratica da
sciencia politica: e além disso corno he possível que
todos governem , ou pelo menos que todos dirijão o Go
verno! Haverá partidos, confusão, anarquia, sangue,
odios, vinganças, vilezas, e a sociedade se dissolverá
até que a Providencia disponha o seu restabelecimento.
A arte de governar tem principios fixos e conhecidos,
dão. E quantos ha na classe media que se dedicão a es
te largo e penosissimo estudo ! Legislação, eCOI) OTIIIA
-
politica, Diplomacia, historia, arte militar , e seus
auxiliares, eis-ahi os seus elementos. Por ventura são
murtos os que na classe media se dedicão a tão labo
riosa carreira ! (Entende-se permanecendo na mesma
 * [ 308 | -

:pratica, em alguns indivíduos, seria absurdo suppolla ra conservar a boa ordem, ou para defender a honra e
anas massas, porque não he possivel que todos os que as o territorio do Estado. Que necessidade ha pois da in
compoem recebão a educação que he necessaria para tervenção das massas nas quaes se não pode rasoavel
governar bem. mente suppor a igualdade de vistas uteis, nem de inte
•

E a estes homens que tão felizes e uteis são em seus resses geraes, que he precizo que tenha o Governo!
exercicios habituaes -, que professão com intelligencia Julgamos que em huma sociedade bem organizada,
as suas respectivas occupações a bem da sociedade, por a classe governante a deve dirigir; a classe media en
ventura os lançaremos em hum mundo desconhecido, riquecella com productos e conhecimentos; a inferior
que não entendem nem podem entender, fazendo-os in prestar-lhe as suas forças fisicas para todas as operações
fluir de qualquer modo que seja nas operações do Go em que são necessarias. Porém se com o objecto de fa
verno! Só podem ter essas pretenções os corifêos das vorecer hum systema qualquer se invocarem por auxiliares
facções como Mirabeau, para augmentarem o seu partido contra os de hum systema contrario, as classes que de
com hum numero tão grande de ambiciosos como he o vem produzir e não governar, se nos paizes onde ha
que produz esta especie de Democracia. Para que nos não eleições se rebaixar o recenseamento eleitoral (activo ou
enganemos; no nomento em que hum particular sabe passivo) de modo que concorrão eleitores ou candidatos
que pode influir no Governo se desperta nesse individuo dos quaes se não pode prudentemente esperar que satis
a ambição, e o desejo de viver á custa da Thesouraria. fação o objecto para que são chamados; se os gritos,
Não attende tanto aos seus negocios domesticos como ou frazes pomposas chegão a ser hum merito, e a exal
a tirar partido do manejo dos negocios publicos. As tação hum serviço; em fim se os homens se elevão, im
suas opiniões serão mais modera das ou mais exaltadas á põem condições ao Governo, accelerão ou detern a sua
Proporção que tarde mais ou menos tempo o destino que acção a seu arbitrio, sem pertencerem á classe que re
deseja. Se o consegue quizera que naquelle momento cebeo da lei a missão de governar, então a sociedade
parasse a acção dos partidos; se não, gritará no senti leva no proprio seio o symptoma mais seguro da sua
do que julgar mais conveniente para obter o seu fim, e dissolução. (Ex. do Estafeta.)
a maior ou menor força dos seus clamores se medirá
sempre pela sua esperança. Os mancebos nem estuda % *§§ *-*
rão nem se applicarão aos exercicios da sua industria
ou profissão: porque • Lisboa, 28 de Março.
» Tu regere Imperio populos, Romane, memento :
bastante tem que fazer em disputar sobre materias que Telégrafo, — Serviço da Barra. — 27 de Março.
não entendem, e em dictar leis aos seus maiores. Assim
se formará huma nação governante, dividida pelos sys Hontem á noute entrárão 1 Brigue de Guerra Francez,
temas, paixões, ou interesses, e incapaz de outro freio de Brest, 8 dias ; e 1 Bergantim Portuguez, Des
se não do que a final lhes vier a pôr o escarmento. engano Feliz, de Benguella, 69 dias, mala.
Este quadro, ainda que resumido e debil, he a fiel Embarcação avistada.
imagem que a historia anterior e contemporanea apre 12 h. 39 m. 1 Bergantim sem bandeira ao Sul do Cabo
senta das nações em que se deo ás massas huma acção da Roca: navega para Oeste.
sobre o Governo. Os individuos da classe media não se Embarcação sahida de S. Julião.
devem enganar como se enganárão os-da, Assembléa 9 h. 35 m. 1 Paquete Inglez. *

constituinte de França, e os Girondistas da Convenção.

JDo Governo da classe media se cahe immediatamente Idem, 28.
no da inferior; classe mui estimavel ceno todas as da
sociedade, classe cujo trabalho alimenta, veste e defen Embarcações avistadas.
de toda a nação, classe em fim a cujo favor nunca he 6 h. # 1 Bergantim Imperial a Oeste do Cabo da
demasiada a solicitude dos Governos; porém classe em OCR »

que he absolutamente impossivel suppor a menor capa 11 h. 1 Bergantim sem bandeira ao Norte do Cabo da
cidade para governar, nem para influir nos que go Roca. • -

VCTI] {\O, •

Embarcação entrada em Belém.

Não ignorº que responderão alguns, que a nossa dou 2 b. 26 m. I Bergantim Portuguez, Luiza, da Bahia,
trina propende para estabelecer o despotismo da classe 43 dias, mala. \

Governante. Se chamão despotismo á acção livre e ex Embarcação entrada em S. Julião.

Pedita do Governo não devemos incorrer em similhante 40 h. 40 m. 1 Bergantim Imperial.
abuso de palavras: por que nunca pode ser tyrannia
que o Governo tenha a força necessaria para defender • • ==
o corpo social; e não a pode ter se a cada passo se en
contrar com a opposição, ou com o auxilio, ás vezes Annuncios.
mais funesto, das mesmas massas. Hoje que a sciencia *
-

politica ainda que complicada, se funda sobre princi
pios certos, he impossivel suppor nos Governos mais
interesse que o da ventura das classes, particularmente
da media. O furor das conquistas já desappareceo; ces
sárão as desordens da anarquia feudal: os verdadeiros
principios da economia politica vão penetrando nos ani
mos de todos os Governantes e governados. O bem efe
licidade dos primeiros está ligado indefectivelmente ao
dos segundos: por que quando são infelizes os vassallos
não pode haver fazenda publica, credito, ou força
No dia 8 de Abril proximo futuro, se ha de expôr á
venda a quinta Loteria da Misericordia de Lisboa, re:
lativa ao actual Semestre, no edifício da mesma Santa
Casa.
A Direcção do Banco de Lisboa annuncia , que º
Banco se fechará ao meio dia na Quinta feira proxima,
31 do corrente, e se abrirá no Sabbado 2 de Abril, ás
horas do costume ; tendo lugar neste mesmo dia a reu
nião da Direcção. Banco de Lisboa, 28 de Março de
pa 1831. = José Silvestre de Andrade, Secretario.

• * * , • LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA,

*- + * . . . } • + • - - • ..!

* ** .* . .… , , ' - . * ** * .* * *

NUM. 76.
—=>-@…<>=-
GAZETA DE LISBOA.
—–==>>>6">#@$4<<<9G<
QUARTA FEIRA, 30 DE MARÇO.
AD JZER TENCIA.
As pessoas que quizerem subscrever para a Gazeta de
Lisboa pelos mezes d'Abril, Maio, e Junho, podem
dirigir-se á loja da Administração, na rua Aurea, 4.°
quarteirão, N.° 235: as Cartas das Provincias serão
remettidas (com porte pago) ao Administrador da loja
da Gazeta, José Joaquim. Nepomuceno Arsejas: preço
da assignatura 33600 réis.
PARTE OFFICIAL.
R E A L E R A R I o.
Nos dias 12, 13, e 14, do proximo futuro mez de
Abril, se ha de proceder a leilão publico na Casa da
India, de 600 sacas de urzella, vinda ultimamente das
Ilhas de Cabo Verde por conta da Real Fazenda, com
as condições que serão presentes no acto da arrematação.
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
FRANÇA.
París, 4 de Março.
He por ventura em huma Assembléa nacional que he
licito dizer, como Mr. Faure, que não devemos ter ne
nhuma attenção para com as instituiçõcs dos tempos pas
sados, porque as que convém a huma época não con
vém á outra; porque a revolução creou novas preci
zões etc.? Dez, vinte, ou trinta annos será pois o ter
mo em que na sociedade deverão nascer e acabar as
suas instituições!
Similhante desprezo dos passados tempos he hum dos
maiores extravios-em-que-os nossos modernos legislado
res tem podido cahir, e he isso exactamente o que os
tem conduzido a tão monstruosas theorias, cuja appli
cação tem em perturbado a sociedade e creado novas
Precizões lugar das antigas. •
- |- |- - •
Asno 1881. - -
Ha mais de cincoenta annos que o nosso pobre corpo
social tem sido dissecado de todos os modos, sem que
os doutores que havião emprehendido o seu curativo fi
zessem outra cousa mais do que simples experiencias.
Não ha systema que se não tenha tentado, forma de
administração que se não tenha emprehendido estabele
cer, excepto o unico systema, e a unica fórma capaz
de dar vida e verdadeira liberdade ao paiz. Ter-se-hia
encontrado nas nossas antigas instituições; mas esse hor
ror para com os tempos passados, e o amor da fiscali
sação e da centralisação obstou a que a França gozasse
os bens que encerrão os veneraveis monumentos dos se
culos da Monarquia.
Os que tem interesse em enganar o povo, e em con
servallo na ignorancia, não cessão de calumniar debaixo
do nome de antigo regime tudo quanto em outro tempo
foi bom, util, e favoravel aos interesses geraes e locaes.
Não desprezem os nossos Legisladores tanto o passado,
porque nós não nascemos hontem; e se se esquecerem disso
em seus trabalhos, talvez que a França o traga á sua
lembrança. O novo regime que se lhe prepara não será
bastante satisfactorio para lhe riscar da memoria as
épocas mais propicias da sua existencia.
's (G. de França.)
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 6 de Março.
Do discurso de Mr. Peel pronunciado na sessão do
dia 3 do corrente na Camara dos Communs sobre a Re
forma, extrahimos o seguinte;
» Pede-se a mudança das actuaes instituições por ou
tras diferentes; e pede-se isto não apellando para ma
dura e desapaixonada reflexão, mas quer-se que se ef
fectue apressadamente e sem consideração alguma; não
sugeitando os nossos receios ao entendimento, mas o
entendimento aos receios. Porém antes de tocar nos argu
mentos que tem alguma apparencia de força, desejo re
mover certos obstaculos, que de proposito se tem posto
em nosso caminho. Por que razão se ha de tão conti
nuamente introduzir o nome do Rei em relação com es
ta medida! Por que razão se ha de dizer diariamente,
que ella tem a plena approvação de S. M.! Procurou
se justificalla por meio de huma referencia ao Bill da
emancipação Catholica, mas sustento que entre hum e
outro caso não ha analogia alguma. Não discutirei por
ora se a questão da Reforma he injusta, mas certa
mente he huma medida aspera exigir das Corporações
que tem sido leaes o sacrifício dos seus privilegios. Ou
tro sim me queixo de que se fizesse o ameaço da disso
lução do Parlamento no caso de haver resistencia sobre a
 [310 ]
medida em questão. Poderão alguns dizer que ha tanta
probabilidade dessa dissolução se a medida ficar appro
vada como se for regeitada, Mas eu não me deterei em
examinar isso. Não me importa o resultado desse cal
culo, e fora indigno de exercer as funcções de Membro
desta Camara se isso me importasse. Embora se dissol
Parlamento, pouco me empenho em tomar outra
V8 O
vez assento nesta Camara, mas se houver essa dissolu
ção, e se dever ficar reeleito, irei logo apresentar-me
aos meus Constituintes, e na minha energica opposição
a essa medida fundarei o meu principal direito á sua
approvação. .
* * Usou-se de outro ameaço ainda mais assustador; e
se disse que se devia adoptar o Bill como alternativa
da commoção civil. Que linguagem he esta ! Deverei
acaso ser intimidado por meio de similhantes declara
ções! Deverei ser obrigado a adoptar huma dificil e
complicada medida sem averiguação alguma pelo temor
de que a regeição della dê lugar ao assassinio e á con
fiscação? (Applauso e exclamações de Não! Não!) Essas
forão as expressões que se usárão em hum discurso pro
nunciado hontem á noute a favor da medida, Hontem
se disse, que se ficasse regeitada, eu na qualidade dº
Membro do Parlamento seria responsavel, Mas eu não
tive parte alguma em excitar o povo. Não tive parte
em despertar ou crear o descontentamento, e em pro
mover os clamores pela mudança. Não he sobre mim
que recahe essa responsabilidade. Quando o paiz se
açhou agitado com esta mesma questão, quando se
reunírão milhares de pessoas fora da Camara por ven
tura vi eu com approvação o procedimento dos que se
disse que fizerão fluctuar diante do Palacio de S. M.
o emblema da revolução! (Grande applauso.)
» Depois de haver excitado o povo por este meio, e
de haver aguilhoado o seu desejo relativamente á refor
ma, acaso fui eu quem lhe deo a entender, que se ficas
sem frustradas suas esperanças se seguirião as mais fu
nestas consequencias ! Por ventura depois de haver feito
tudo isto me voltei eu para os Membros da Camara, e
lhes disse: ahi tendes huma medida boa ou má, accei
tai-a, adoptai-a sem deliberação ou sobre vossa cabeça
racairá a responsabilidade das consequencias resultantes
do descontentamento do povo! Nada disto fiz; e devo
dizer aos que procurão esquivar-se á responsabilidade,
que he nelles, e só nelles, que recahe, e que a devem
sofrer.» O Orador citou parte de hum discurso pro
nunciado em 1819 pelo mesmo Lord que apresentou o
Projecto de reforma em questão, no qual o author do
mesmo Projecto combatia os innovadores: a citação re
ferida conclue assim:
, º = Os principios de organisação desta Camara são
puros e verdadeiros. Se tentarmos mudallos de todo,
cahiremos na loucura do creado no Conto de Aladino,
enganado pelo pregão de º novas alampadas, em troca
de outras velhas.» A nossa alampada he antiga mas tem
magico poder. Produzio hum paiz de abundancia, não
cheio de immensos Palacios, mas de copiosas habita
ções cada huma das quaes encerra hum homem que dis
fructa iguaes privilegios e igual favor a par dos ma
gnatas da nação. Deo existencia ás activas producções
de commercial prosperidade. Quando se careceo de ho
mens para a illustração e defeza da patria, não faltárão.
Quando a sorte da nação esteve pendente do politico
procedimento que seguissemos, apparecêrão os mais
distinctos oradores colocando no mais claro ponto
de vista argumentos a favor da paz ou da guerra.
Quando nos empenhámos na guerra tivemos guerrei
ros que nos ganhassem laureis no campo , ou que
vibrassem o raio nos mares. Quando voltámos ao es
tado de paz, as questões da política interna, da
educação dos pobres, e da lei criminal achárão ho
mens promptos a consagrar brilhantes talentos ao bem
da classe mais indigente da sociedade. E mudaremos
nós hum instrumento que tem produzido tão maravilho.
sos efeitos por outro de apparente belleza, e de fabrica
moderna! Não; ainda que sejão escassos os restos das
nossas instituições, não posso consintir em os deitar
dentra da roda para obter hum premio na Loteria das
Constituições.» (fºgº e repetido applauso.) |
*: Tenho apresentado á Camara o mais completo elo
io que talvez nunca se tecesse a essas instituições, cu
ja total e completa mudança o mesmo Nobre Lord ago
ra propõe! Quantos ensaios se não tem feito mas inu
*)
tilmente "para introduzir instituições democraticas na
Monarquia ! Tentou-se isso na França, na Hespanha,
em Portugal, e na America. - A excepção da ultima
todas essas tentativas falhárão completamente. Mas as
circumstancias da America são totalmente differentes
das deste paiz, e cumpre ter em lembrança, que essa
forma de Governo só existe ha 40 annos. Em 1789
he que se estabeleceo a parte representativa daquella
fórma de Governo, e parece que agora tem nas
cido algumas difficuldades relativas á Presidencia e vai a
fórma de Governo gradualmente mudando de re
publica para a democracia. Com huma dilatada ex
tensão de territorio onde os povos podem vagar a
seu arbitrio sem terem nenhuma Igreja estabelecida, e sem
terem classes previlegiadas, não deve este paiz tão dife
rente em todas estas circunstancias daquelle, ser illu
dido a ponto d'ambicionar tal fórma de Governo. No
espaço de 150 annos o que não tem as nossas insti
tuições feito em nosso favor! Durante esse mesmo es
paço de tempo temos sofrido muitos abalos, dispu
tadas susccessões, dilatadas guerras, temos sido mui
tas vezes ameaçados de invasões etc., e no entanto
atravez de todos estes perigos e mudanças as nossas an
tigas instituições nos tem conduzido á grandeza e á pros
peridade. Nos Estados da America #### se fez
experiencia mas falhou o Governo popular. — Muito
lastimo a época em que se propõe similhante medida:
época de geral effervescencia em toda a Europa. Se
examinarmos a historia veremos, que o clamor pela Re
forma sempre se tem ouvido quando alguma revolução
em outros paizes, excita no povo a esperança de que
poderá melhorar a sua polititica situação. Eis o que
succedeo em 1782, 1793, 1819, e 1822. Naquelles an
nos se indicou a Reforma como especie de curativo ge
ral dos nossos males; em 1831 he apresentada novamenº
te em consequencia dos successos que tem tido lugar no
Continente.»
•
Depois de alludir á opinião expressada por Mr. Burke
e Mr. Flood em 1793, disse o Orador:
» Em 1821 novamente apresentou Mr. Lambton esta
questão, tendo o espirito do povo recebido certo impul
so das occorrencias na Hespanha. Mas era acaso essa
liberdade que então rebentou alli a verdadeira luz da
rasoavel e bem entendida liberdade, ou não era antes a
desastrosa renovação do espirito de licença, que acarre
tou sobre a França tantos infortunios? Fiquem todos
na certeza de que os actuaes clamores pela innovação
tem origem nos acontecimentos que recentemente occor
rêrão naquelle paiz; e que excitárão mal definidos de
sejos de instituições mais apuradas. Sinto que tal medi
da fosse apresentada, medida que vai ser para este paiz
não mensageira de paz, mas humfacho de discordia, º
(Na conclusão do discurso durárão alguns minutos os
signaes de approvação. * *
(Extracto do Morning Post.
HESPANHA.
Cadiz, 19 de Morço. , ,
A 14 de Fevereiro ultimo embarcou em Toulon para
Argel na Fragata Perola o General Berthezeno. Leva
va no mesmo vaso grande quantidade d'effaitos d'agri
cultura e arvores desconhecidas naquella parte d' Africa.
 [ 811 1
A ponte ou caminho de ferro que agora se está con
struindo em Londres debaixo do Tamisa tem chamado
muito a attenção publica pela sua magnificencia, po
rétn geralmente se ignora, que hum Engenheiro Assyrio
construíra huma obra similhante na Cidade de Semira
mis. Certo erudito escriptor cita a seguinte passagem
de Diodoro de Sicilia em que se dá circumstanciada no
ticia do caminho construido debaixo do Eufrates: . lidade que os Lavradores lhe quizerem vender; assim
» Na paragem menos elevada de Babylonia se profun
dou hum tanque quadrado, cujas paredes de ladrilho
tinhão de comprido 300 estadios (medida Romana equi
valente a 125 pés Geometricos) e 35 pés de profundida
de. Quando poude receber as aguas do rio a que se deo
outra direcção, se começou em ambas as margens hu
ma galeria subterranea, cuja abobeda de ladrilho, e
da grossura de 4 covados, se cobrio de betume derretido.
A grossura das paredes da galeria era de 20 ladrilhos,
e a sua elevação chegava a 12 pés, A Galeria tinha a
largura de 16 pés. Este monumento concluio-se em sete
dias, e restituido então o Eufrates ao seu antigo curso,
corrião suas aguas por cima da Galeria subterranea. Desta
maneira Semiramis sem atravessar o rio passava de
hum Palacio que tinha em huma das suas margens para
outro edificado na margem opposta. »
A 21 do passado se recebêrão em Londres period cos
de Buenos-Ayres que alcanção até 27 de Novembro. O
Capitão de huma Galera Americana chegou a Buenos
Ayres com a noticia de que hum Brigue Inglez de 18
peças havia aprezado depois de renhido combate huma
Galera mercante de 44 peças, empregada no commercio
dos negros. A Galera perdeo na acção 74 homens.
No mesmo dia 21 do passado chegárão igualmente a
Londres periodicos de Nova- York, que aleanção até 2
do mesmo e contém noticias de Vera Cruz de 2 de Ja
neiro e do Mexico de 25 de Dezembro. Nas Provincias
do sul continua com força a guerra civil. Os caminhos
estão infestados de ladrões, que ao cometterem os seus
roubos se intitulão partidarios de algum dos chefes da
insurreição. Por este modo forão varios estrangeiros rou
bados por huma quadrilha de bandidos, que dizião ha
ver-se declarado a favor de Guerrero.
As noticias do Chili, que chegão até 16 de Outubro,
não são d'importancia alguma. Ô Governo do Chili ex
pedio hum. Decreto permittindo a exportação de cobre
com o direito de hum real por cada quintal. Os mes
mos periodicos de Nova- York contem o seguinte $.in
serido no Diario de S. Thomás, em data de 24 de Ja
neiro: … Ha dous dias que corre aqui a noticia de hum
horrivel attentado sem que ainda se saiba o fundamento
que tem. Diz-se que nas aguas da Ilha de S. Domingos se
encontrara hum vaso com varias pessoas mortas a bor
do. Assegurão que este vaso conduzia a seu bordo Mr.
Harding, que estivera o anno passado em S. Domingos,
e accrescentão que levava grande quantidade de dinhei
TOs 33 , (D. Mercantil.)
*—º §§ «—»
PORTUGAL
Porto, 21 de Março. •
A Illustrissima Junta da Administração da Compa
uhia Geral de Agricultura das Vinhas do Alto Douro
mandou afixar Edital, em data de 16 do corrente, o
qual ordena o seguinte:
Que dos vinhos da presente novidade, produzidos nas
demarcações de embarque, primordial e subsidiaria, os
que se achão approvados para vinho legal de embar
que, sejão vendidos a preço de 453000 réis a pipa.
Que os vinhos separados da primeira qualidade fi
quem destinados para consumo do paiz.
Que o vinho qualificado em segunda qualidade fique
igualmente separado para o consumo do paiz. * *
Que o vinho qualificado em terceira qualidade, e o
refugado fique destinado para consumo do Douro, e
destilaçãº, com inhibição de ser transportado para es
ta Cidade, e districto do exclusivo da Companhia, a
qual comprará todo o vinho separado da primeira qua
comº º da segunda e terceira qualidade, e refugado,
a saber: o separado da primeiro qualidade a preço de
20,3000 rs. a pipa; o da segunda, metade a 183000 rs.
a pipa para uso das tabernas do exclusivo, e a outra
metade a 143000 rs. para destilação; o da terceira a
lºgº rs., e o refugado a 10,3000 rs. cada pipa.
} todos os Lavradores que quizerem vender á Com
panhia os seus vinhos separados da primeira qualidade,
os da segunda e terceira, bem como os refugados na
fórma acima declarada, deverão comparacer na Casa
da mesma Companhia na Regoa, dentro do prazo de
15 dias, contados des de o ultimo dia da feira dos vi
nhos legaes de embarque, cujo dia ultimo he em 28 do
COTTeIlte» (Correio do Porto.)
*—* $$ *—»
Lisboa, 29 de Março.
(Artigos communicados.)
ElRei Nosso Senhor, em Audiencia de cinco de Mar
ço do corrente anno, Se dignou conceder o uso da Me
dalha de ouro com a Sua Real Efigie, a Bernardo Hen
riques Ferreira de Mirello, e por sua intercessão aos
abaixo nomeados: Domingos Antonio de Sousa, e seus
filhos; o Reverendo Padre Manoel Antonio de Sousa;
o Padre Antonio Francisco de Sousa, José Antonio
de Sousa, e João Albino Dias de Castro; o Reverendo
Padre Antonio Alves Nogueira; o Reitor do Valle,
Antonio José de Sousa Ribeiro; o Reitor de Canedo,
Antonio Alves Farinha; o Cura de Lubão, Euzebio
Baptista de S. Tiago; João José da Cunha S. Payo
Maia, seus filhos e filhas; Antonio Alves da Silva; Jo
sé Soares de Sales; Manoel Baptista da Eira; José Tho
más Correia de Sá, sua irmã, sua mulher D. Anna de
Pinho , e filha ; e Antonio José Pereira do Amaral,
todos do districto da Villa da Feira; assim como a João
de Caldas; sua mulher, e filhos, do lugar da Breia,
termo de Villa Nova da Cerveira.
Sua Magestade ElRei Nosso Senhor Se dignou conce
der ao Coronel Cachapuz, em Audiencia particular de
11 de Março de 1831, a Graça para poderem usar da
Sua Real Effigie o Reverendo José Manoel, Confessor
das Religiosas do Real Convento da Villa do Louriçal;
o Reverendo Luiz Caetano da Silva Teixeira de Quei
roz, Vigario da Villa da Mayorga, Coutos de Alco
baça; e José Pereira, sangrador da Villa da Batalha.
ElRei Nosso Senhor, em Audiencia de dez do mez
de Março de 1831, dada no Real Palacio da Bempos
ta, houve por bem conceder a Graça de poderem usar
da Medalha de ouro com a Sua Real Efigie, as pes
soas abaixo mencionadas, e todas moradoras na F#.
guezia de Santa Maria Magdalena, de Chaviaes; cuja
Graça Lhe foi supplicada pelo Beneficiado Fr. Vicente
José da Silva: Diogo Manoel Alvares, seu irmão An
tonio Alvares Ramos, suas irmãs D. Maria Josefa Soa
res Rivera, e D. Marianna Soares Rivera, seu sobrinho
o Padre Luiz Gomes de Araujo, o Padre Gregorio Ven
tura Gomes, Antonio Joaquim de Azevedo, Ajudante
das Ordenanças; Antonio Joaquim Gomes de Sousa,
Capitão das Ordenanças; e o Padre Francisco José

Duarte,
de natural
Coura. do Arcebispado de Braga, Conselho
• *",
Sua Magestade ElRei Nosso Senhor o Senhor Dom
Miguel Primeiro foi servido fazer Mercê, no dia dez
do corrente mez de Março, a João da Silva Carrão,
Tenente Coronel de Milicias de Moçambique, e toda a
sua familia, de poderem usar da Medalha de ouro da Real
Effigie, por Francisco José Joaquim Munhoz d'Alda
nha, Fidalgo da Casa Real, e Moço da Sua Real Ca
mara, Lh'o supplicar no Real Palacio da Bemposta,
no dito dia dez de Março.
} §§ * - • • •
Telégrafo. — Serviço da Barra.—29 de Março.
Hontem á noite sahio 1 Escuna Ingleza, para Lon
dres.
Embarcações avistadas.
5 h. 52 m. 1 Escuna sem bandeira, ao Norte do Cabo
da Roca.
8 h. 20 m. 1 Charrua Portugueza, Principe Real, e 1
Bergantim sem bandeira, a Oeste do Cabo da
Roca.
11 h. 11 m. 1 Brigue Escuna sem bandeira, ao Sul do
Cabo da Roca.
• Embarcação entrada em Belém.
1 h. 30 m. 1 Charrúa Portugueza, Principe Real, da
"Ilha do Principe, 80 dias, 17 passageiros, que
são: 1 Alferes,
e 15 prezos; 1 homem
e huma mala que acabou o degredo,
de Angola.
Embarcações entradas em S. Julião.
11 h. 35 m. 1 Bergantim Inglez.
1 h. 14 m. 1 Escuna Portugueza.
* -- $ *-*
ADMINusra Ação do CoRREIo GERAL.
Navios a sahir.
Abril 10. Para Maceió, com escala por Pernambuco,
o Brigue Novo Emprehendedor.
Do Porto.
Abril 10. Para a Bahia o Navio Quatro Irmãos.
20. Para o Maranhão o Navio Amizade do Por
to: as cartas para o primeiro serão lança
das na caixa geral do Correio até ás cinco
horas da tarde do dia 6, e para o segundo
no dia 16.
Publicações Litterarias.
Sahio á luz: Nova Contra-Mina Supranumeraria, so
bre a entrada dos Russianos na Polonia: vende-se por 40
réis nas lojas do costume.
Sahio á luz: o Amigo dos Portuguezes N.° 4, a 60 rs.
* . * . Annuncios.
Nos dias 18. 19, e 20 do mez de Abril proximo fu
turo, se ha de pôr em praça no Tribunal do Conselho
da Real Fazenda, para se arrematar no ultimo delles a
quem mais der, o Contrato do Sal de Lisboa.
No dia 4 do proximo mez de Abril, em a Villa de
Santarém pelas dez horas da manhã, e na presença da
Authoridade competente, se hão de arrematar por sub
•
•
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
[312]
•
locação os oito Ramos do Almoxarifado das Jugadas
de Santarém, cada hum em separado, a saber; o Ramo
de Trava de cima; dita de baixo; Monção; Albisquer;
Tojozinho; Calhariz; Thois de cima; e Thois de baixo;
isto pelo que respeita ao trigo, milho, e linho, cujas
condições estarão presentes no acto da arrematação, e
antes se poderão procurar em poder de Antonio dos Reis
Moraes, residente na dita Villa no sitio de S. Lazaro.
No dia 14 de Abril proximo futuro na casa da praça
do commercio, ás horas do meio dia, se ha de proceder
na arrematação de huma quinta denominada da Fonte
do Louro, Freguezia de S. Bartholomeu do Beato An
tonio, Julgado dos Olivaes, pertencente á massa fallida
da viuva de Antonio Simões da Costa; quinta avaliada em
1:2003000 réis, e foreira em 903000 réis, e huma gal
linha : quem quizer ver as suas pensões, e condições o
poderá fazer no Escriptorio do Escrivão dos Fallidos,
morador ná Rua Nova da Palma N.° 10, terceiro andar.
Acha-se vaga a serventia do Oficio de Tabellião , e
Escrivão do Judicial na Villa do Cartacho; he interes
sante e quem a quizer, requererá aonde compete.
-
Hum sugeito que tem a lição das melhores Academias
da Europa se propõe a dar lições de desenho, e a tirar
retratos a oleo por preços commodos : aquellas pessoas
que se quizerem utilizar do seu prestimo, se podem di
rigir á loja de Capella N.° 86, rua dos Capellistas, aon
de poderão deixar o seu nome, e N.° da morada para serem
procuradas.
Na rua do Loureto, N.° 83, primeiro andar, se em
presta dinheiro sobre grandes e pequenas peças de pra
•
ta, ouro, brilhantes, acções do Banco, Apolices, Ti
tulos de Divida Publica, ou sobre quaesquer outros pa
peis que tenhão credito no mercado, e sobre moeda na
cional ou estrangeira, tudo por premio muito commo
do, e com promptidão por grandes que sejão as quan
tias, e para segurança das pessoas que alli contractarem
se lhes passará recibo dos objectos empenhados, e se fo
rem cousas de grande valor, e seus donos quizerem se
fará o negocio por escriptura dando-se quantias quazi
iguaes ao valor dos objectos empenhados; tambem se
descontão letras da terra, e do contracto do tabaco, e
contractos Reaes ao juro da praça, e se comprão acções
do Banco e Apolices.
Na botica de Antonio Gaspar, na rua da Lappa Nº
29, se preciza de hum oficial de Pharmacia.
Na botica do largo do Poço Novo N.° 16, se conti
nua a vender a excellente pomada para fazer o cabello
preto; agua balsamica para tirar nodoas da pelle; o bem
conhecido elixir de Mr. Cassoletti (eficaz anti-escorbu
tico, e o melhor remedio para limpar os dentes), e poz
de superior qualidade para limpar os dentes, sem lhes
causar o menor estrago.
Na loja de serralheiro da rua dos Retrozeiros N. 4 e
5 , ha para vender fornos de ferro portateis com dife
rentes tamanhos, que ássão com a maior facilidade e
economia sobre fornalha ou fogareiros ; torradores pe
quenos ; bom sortimento de fechaduras com segredos e
sem elles, por preços commodos. - - -
Na travessa do Corpo Santo, N.° 13, ha para vender
salmão de escabeche em barriz de doze arrateis, salmão
em salmoura, azeitonas d'Elvas, e de Sevilha, e baca
lháo fresco, tudo da primeira qualidade. •
-
Na travessa do Corpo Santo, N.° 2 e 3, continua-se
a vender bacalháo fresco de muito boa qualidade, e por
preço muito commodo.
(Quinta feira e Sexta não haverá Gazeta.)
=
 NUM. 77. ANNo 1831.

GAZETA DE LISBOA.
@$4<<<9e<<==--

SABBADO, 2 DE ABRIL.
koe=>$#@$@$#%=9ox==

PARTE NÃO OFFICIAL. Mestre General Toll, se pozerão á frente de varios ba

talhões, e conduzindo-os sobre o flanco direito do ini
migo o obrigárão a ceder, e como ao mesmo tempo
desembocasse por Gribonska-HYola a testa da columna
NOTICIAS ESTRANGEIRAS, da ala direita, mandada pelo General Rosen, vendo-se
os Polacos igualmente atacados em seu flanco esquer
PRUSSIA. do , forão obrigados a emprehender a sua retirada,
que efectuárão com valor e ordem, porém com grande
Berlim, 7 de Março. perda. Repelidos até 6 verstes de Praga tomárão po
sição nas immediações desta, e os Russianos estabele
Diz-se que ha dentro de Farsovia 183 feridos: todos cêrão o seu acampamento na distancia de dous tiros de
os edificios e casas particulares estão cheios delles. peça do inimigo, ficando o Quartel General em Milos
na. Calcula-se a perda dos Russianos em 800 a 13 fe
Os Corpos do Exercito Russiano que havião ficado ridos e outros tantos mortos. A dos Polacos foi muito
demorados vão chegando ás immediações de Varsovia; consideravel, principalmente pela parte daquellas tro
he falso o que se havia dito de que se sublevara contra pas que depois de terem ganhado terreno, se virão obri
elles todo o paiz que lhe ficava na retaguarda. gadas a retirar-se. |

(Gazeta de Berlim.) " Na madrugada do dia 20 mandou o General Die

O Observador
guinte: Austriaco de 3 do corrente, diz o se bitsch formar as suas tropas, colocadas sobre duas li
•

nhas; o Corpo de Cavallaria do General Wittz á es

» As ultimas noticias que se recebêrão directamente querda, o 1.° Corpo de Exercito (Pahlen I) com o
do Quartel General do Conde Diebitsch em Milosna, corpo de reserva, composto de 16 Batalhões e 12 Es
são de 21 de Fevereiro, e dão as seguintes particulari quadrões no centro, e o 6.° Corpo (Rosen) á direita
dades sobre os successos dos dias 19 e 20 do mesmo O reconhecimento da posição que occupava o inimigo
IIICZ !
foi emprehendido acompanhado de hum vivo fogo de
"Na manhã do dia 19 emprehendeo o General Die artilheria, mas sem que as tropas entrassem em acção;
bitsch hum reconhecimento geral para explorar a força, visto que até ás 2 da tarde se foi o inimigo retirando
e a posição das tropas Polacas, repelidas por elle nos sobre Praga, deixando occupados só por alguns Bata
combates dos dias anteriores até ásimmediações de Pra lhões hum bosque á esquerda, e alguns postos avança
ga. O 1.° Corpo d'Infanteria do Conde de Pahlén f dos e edifícios á sua direita. •

(que se não deve confundir com o 2.° Corpo d'infante » No dia 21 ficárão ambos os Exercitos na mesma
ria mandado pelo Conde Pahlen 2.°) desembocou pelo posição, sem que se travasse nenhum combate. Na ma
caminho de Milosna na direcção de Praga, e á medi nhã do mesmo dia enviárão os Polacos aos nossos pos
da que hia sahindo dos bosques que cobrem o caminho tos avançados o General Krukowiecki para propor hu
por ambos os lados, se travou mui renhida acção, em ma suspensão de armas, o que foi recuzado pelo Ge
que forão repelidos os Polacos com grande perda da neral Diebitsch promettendo só não impedir que se re
sua parte. O General em Chefe, que se achava em pes tirassem os feridos, que se achavão entre as duas linhas
soa sobre este ponto, vendo os rapidos progressos que O General Schachowski havia passado no dia 17 o rio
fazia a sua infanteria mandou varias peças d'artilheria Narew em Lomsa com o seu corpo de Granadeiros, que
para a proteger, e ao mesmo tempo mandou o General se constava de 36 Batalhões e seguia a sua marcha para
Witte com 48 Esquadrões para atacar o inimigo no reunir com o resto do Exercito. No dia 2I se acha
terreno que se hia abrindo. vão interceptadas pela descongelação as communica
» Não obstante, neste momento se vio obrigado o ções entre Praga e Varsovia, o que fazia suppor que
Marechal Diebitsch a deter a victoriosa marcha da sua os Polacos concentrados como se achão na sua posição
ala esquerda para acudir ao seu centro, onde no entan dentro e ao redor de Praga, se verião perplexos para
to se havia travado huma acção mui seria. Vem a ser, tirar as suas subsistencias e munições de Varsovia.» (1)
que o inimigo se havia aproveitado do terreno barran
coso e povoado de arvores que se estende para o cami
nho de Okuniew, para atacar do modo mais impétuoso
com os seus atiradores, e sustentado com fortes reser (1) Publica-se este artigo porque he o mais exacto de
vas e vivo fogo d'artilheria, as testas das columnas quanto se sabe a respeito dos successos militares dos
Russianas. O Feld Marechal Diebitsch, e o Guartel dias 19, 20, e 21. Das acções de 24 e 25 e dos succes

iTALIA.
. Mantua, 7 de Março.
Pela huma hora da tarde do dia 5 do corrente, a van
guarda mandada pelo Barão de Geppert, composta
das tropas de S. A. R. o Arquiduque Duque de Modena,
e de alguns destacamentos de Cassadores e de Hussares
Imperiaes, encontrou perto de Novi os insurgentes de
Modena, onde havião interceptado e posto parapeitos
nos caminhos Reaes, e depois de hum combate susten
tado pelas avançadas contra buns 100 do inimigo, fu
gio este para se encerrar em Novi, onde se entrinchei
rou nas casas, e recebeo com vivissimo fogo as tro
pas Modenezas e Imperiaes que o perseguião, que para
evitarem a effusão de sangue rapidamente dirigírão a
artilheria contra as casas que fazião mais resistencia; e
em breve ficárão vencidos e destruidos todos os obsta
culos, e se estabelecêrão em Novi as tropas Modenezas
e Imperiaes. Estas fizerão 64 prizioneiros aos insurgen
tes, sendo 21 daquelles postos em liberdade, porque se
averiguou que havião tomado armas á força. Alem do
que, deixárão no campo da batalha 30 mortos, e perº
dêrão a maior parte das suas armas e bandeiras. Pela
nossa parte só houve dous soldados Modenezes feridos,
- Hontem 6 mandou a Cidade de Carpi huma Depu
tação a S.A.R. o Duque de Modena para implorar a
sua soberana clemencia ; os insurgentes fugírão para
Modena depois de haverem quebrado as pontes do Sec
chia. •
Merecem os maiores elogios a adhesão, zelo, e valor
que desenvolvèrão nesta acção a favor do seu Soberano
as tropas Modenezas, assim como o seu bom comporta
RmentO.
O General Geppert marchou com duas columnas por
Carni e Mirandola sobre Modena.
Knoute do dia 5 a 6 passou o Pó, nas immedia
ções de Francolim e de Santa Maria Magdalena, o Prin
→ T
sos posteriores não ha mais noticias além das publica
das pelo Governo e periodicos de Varsovia, que se re
duzem ao que já se disse nesta Gazeta ; porém lo
go que sobre estes ultimos successos se saiba alguma
cousa em direitura do Quartel General Russiano, dar
se-ha ao publico. No entanto os factos que parecem in
dubitaveis segundo indicão as mesmas folhas de Varso
via, são os seguintes:
1.° O Exercito Polaco foi derrotado no dia 25.
2.° O resto deste Exercito incendiou Praga para po
der defender depois a passagem da ponte.
3." A vista daquella derrota e deste incendio tinhão __ Os gritos erão tantos e tão fortes, que se ouvírão no
disposto em Varsovia o entregarem-se quando sahio or Theatro Frances onde se representava a Efigénia; os
correio, que trouxe a Berlim as noticias divulgadas no espectadores se assustárão algum tanto porém não tar
dia 9 deste mez em París. dárão em socegar.
- 4.° Dominado não obstante o Governo de Varsovia
pelas tropas refugiadas na Cidade ou concentradas nel
la, teve que fazer substituir o Generalissimo e mais Che
fes que havião morrido ou renunciado.
5." O Marechal Diebitsch, sem duvida propondo-se
poupar sangue, deixou hum corpo de observação em
Praga, e dirigio a maior parte do Exercito para Plock,
a fim de que dando volta á Cidade de Varsovia se en
tregue esta sem necessidade de assalto. " reios ás suas respectivas Cortes.
Estes são os factos ou principaes resultados; e os en
numeramos agora em resumo porque a experiencia, mos
tra, que quando se accumulão differentes relações sobre
os mesmos-faetos, corne-suecede-pela multidão de pe
riodicos estrangeiros, he preciso muito vagar para dife
rençar aquelles em que todas as relações convem, dos
que não estão assegurados com igual conformidade.
•+ _º - a.
* - - - - - - - (Nota da Gazeta de Madrid.)
[1314]
cipe Beinteim, á frente das suas tropas, e entrou em
?… sem achar a menor resistencia. Este reforço
enviado em virtude do incontestavel direito que a }
tria tem de sustentar huma guarnição nesta Cidade, de
cidio a sorte do Governo revolucionario , cujos princi.
paes chefes fugírão, e cujos symbolos e emblemas des
apparecêrão immediatamente.
# depois nesta Cidade em nome de S. Santi
dade huma Junta de Governo, composta do Cavalheiro
Baratelli, do Conde Trotti, e do Conde Crispi, que
terá as rédeas do Governo até que chegue Mons Asgui
ní, nomeado pelo Summo Pontifice Pro-Legado.
#-
Milão, 11 de Março.
A 9 do corrente, pelo meio dia, entrárão em Mode
na as tropas Imperiaes e Reaes, sem haverem encontra
do resistencia alguma. S. A. R. o Duque de Modena
chegou ao mesmo tempo, e foi recebido pelo povo com
extraordinario enthusiasmo. O chamado Prefeito mili
tar revolucionario, em companhia de alguma gente ar
mada, salvou-se fugindo. (Gazeta de Milão.)
REINO DE HANOVER.
Hanover, 1 de Março.
A nomeação de S. A. R. o Duque de Cambridge pa
ra nosso Vice-Rei, tem causado huma alegria tão gran
de e tão universal, que no dia 22 de Fevereiro, anni
versario do seu nascimento, houve expontanea illumina
ção em todas as Cidades deste Reino.
(Gazeta de Madrid)
FRANÇA.
París, 14 de Março.
Na noute do dia 10 se havião notado symptomas de
agitação, e que alguns grupos se dirigião á casa que
==
habita o Embaixador da Russia: a turba , com efeito
quebrou ás pedradas alguns vidros della, e se retirou
depois sem cometter mais excessos. Porém no dia 11
pela volta de huina hora, se reunírão na praça do Pan
theon muitos estudantes com perpetuas sobre o peito, e
# de huma bandeira tricolor posta em huma
ança com fumo, rompêrão a marcha pelas ruas imme
diatas
ctermo. á praça. Na bandeira se lia este; lema: Pezar
- - - - * * ** - •
Pelas 8 horas da noute houve reuniões na praça do
Palacio Real, e se ouvio gritar: Vingança / Morrão os
frussianos! Tambem se ouvírão vozes de Viva a repu
blica! Fóra Borbons! Viva Napoleão II!
-
, ! *,
Pelas 11 da noute reinava a maior tranquillidade nas
immediações do Palacio Real. A Guarda Nacional ha
via dispersado os grupos, prendendo alguns dos pertur
badores, |- { |-
Em consequencia destes acontecimentos e do occorri
do diante da casa do Embaixador Russiano se notou
muita actividade no Corpo Diplomatico. MM. Posso
di Borgo, de HKerther, e de Appony despacbárão cor
(Quotidiana.)
No dia 12 chegou hum Correio extraordinario de
Kienna á casa de Mr. d'Appony. Assegurão que entre
outras cousas traz huma ordem assignada pelo Prince
Pe de Metternich prevenindo Mr. d'Appony, que no
Caso de que o Governo de Luiz Felippe considere co
moillegal a intervenção d'Austria nos negocios da Ita
lia, peça os seus passaportes e saia de París sem se de
IRQI a I. + (Nacional.)
 [ 313 | •

No Mensageiro lemós o seguinte: gio. Tendo no dia 19 do corrente rebentado hum incen.
… A respeito das disposições d'Austria podemos dizer dio no Quartel do Esquadrão de Cavallaria de Chaves,
pela nossa parte, que vimos hum viajante que acaba sito no Largo da Cordoaria na Cidade do Porto, não
de chegar de Constantinopla atravessando toda a Mo bastou a mais activa diligencia que se empregou para
narquia Austriaca, onde vio grandes preparativos mili domar o fogo devorador, e ficou inteiramente reduzido
lares, que segundo a opinião dos Oficiaes e dos habi a cinzas o dito Quartel; calamidade esta infelizmente
tantes, se fazem contra a França. A Landwehr está acompanhada com a perda de algumas vidas, pois cons
reunida, e não só a infanteria mas tambem a artilheria e a ta, diz o Correio do Porto, terem morrido quatro mu
Cavallaria se reunem a miudo para se adestrarem no lheres, huma criança, hum paizando, e hum soldado,
manejo das suas respectivas armas. • ficando os outros que estavão recolhidos no mesmo Quar
º Procura-se predispor o povo contra os Francezes e tel sem vestuario algum , por isso que a violencia das
parece que o exito corresponde ao desejo.» cham mas só permittio tratar de pôr a vida a salvamen
to. Perecêrão 16 cavallos, e os que escapárão sahirão
Multiplicão-se os incendios nas immediações de Me sem arreios que o fogo destruio. A notícia de tão in
gieres; e nestes dias tem havido varios entre Soissons e fausta calamidade produzio em todos vivo pezar e co
-Reims, e entre Rhetel e Lannois (Ardennes.) miseração, mas como esta quando he verdadeira nunca
(Mensageiro.) he esteril, mas sim eficaz e productiva dos mais nobres
O Principe d'Orange vai sahir de Londres dentro de fructos, por isso se apressárão com louvavel empenho
poucos dias com direcção á Hollanda para tomar o os Dignos Militares de outros Corpos a dar o possivel
mando do Exercito de seu pai. (Quotidiana.) soccorro aos seus infelizes Camaradas nesta calamitosa
Em huma carta de Berlim de 4, inserida na Gazeta occasião, como claramente se collige do seguinte:
d'Augsburgo do dia 9, se confirmão as notícias já pu
blicadas nestes ultimos dias á cerca dos negocios de , … O Commandante, Oficiaes, Oficiaes Inferiores e
Karsovia, e entre outras cousas se diz o seguinte: Soldados do Esquadrão de Cavallaria de Chaves, esta
» O Exercito Polaco se concentrou em Varsovia. A cionado nesta Cidade, possuidos da mais decidida gra
Junta municipal daquella Cidade já havia manifestado tidão para com os seus camaradas d'armas, dos Regi
desejos de capitular com os Russianos; porém o parti mentos N.° 12 e 19, e Artilheria Volante, não poden
do dominante não queria, e acabava de publicar hum do de outra fórma testemunhar-lhes o quanto estão pe
Edicto em que ameaçava com penas mui severas, in nhorados pelas decisivas provas de generosidade, e cor
cluindo a morte.» -

deal afecto que acabão de receber nos donativos volun

tarios, e prompto soccorro, que seus dignos camaradas
. O Rei d'Inglaterra conferio o posto de General de lhes subministrão, logo que pelo fatalincendio, que te
Divisão ao Major General de Bussch, que manda as ve lugar na madrugada do dia 19 do corrente, soube
tropas enviadas contra os rebeldes de Gotinga, e os Co rão da perda consideravel que soffrèrão; e desejando da
roneis de Decken, de Benoit, de Back, e os Princi melhor fórma possivel provar-lhes, e ao mundo, quão
cipes de Cumberland e de Cambridge, irmãos de S. M. sensíveis são a esta prova do seu brio, e verdadeiro pa
forão prºmovidos a Majores Generaes. Vai-se teorga triotismo, que mais enlaça os sagrados vinculos que os
nizar immediatamente o Exercito Hanoveriano. Augmen une, fazem publico por meio deste Periodico, as hon
tar-se-ha consideravelmente a Cavallaria e Infanteria e rosas cartas abaixo transcriptas, em as quaes vendo a
se dividirá em Divisões e Brigadas. Dentro de poucos -Nação inteira as obrigações em que estão devedores,
dias estará prompto para marchar o contingente para para com os seus generosos camaradas, por ellas se ava- ,
o Exercito da Confederação Germanica. Tambem está lie a sua gratidão, e eterno reconhecimento.»
completo na sua totalidade o trem d'artilheria. Illustrissimo Senhor, — Compungidos da mais pene
(Gazeta de Bremen.) trante dôr, pela catástrofe acontecida na noute do dia
18 para 19 do corrente nez, aos Soleados do Esqua
-
Idem, 16, drão de Cavallaria, que V. S." tão dignamente com
* * * *
|-
** manda; temos a honra de oferecer, tanto eu, como a
Assegurão-nos que Mr. Caccia, Banqueiro da Corte Oficialidade, e mais praças presentes do Regimento de
de Roma, recebera de Mr. Sebastiani as mais positivas Infanteria N.° 12, 1 a meu interino cargo, a limitada
seguranças a favor do Soberano Pontifice. » O poder guantia de 74,3726 rs., para reparar d'algum modo os
temporal do Pontifice he necessario á paz da Europa, graves prejuízos, que sofrèrão as mencionadas praças,
disse o nosso Ministro, e nós o saberemos
• defender.
(A Revolução. ) » ,: ficando V. S." persuadido, e todos os mais camaradas
do Esquadrão, que se as circumstancias actuaes cor
As disposições do Governo Austriaco annuncião, que respondessem aos verdadeiros desejos dos individuos des
deseja estar preparado debaixo de todos os pontos de te Regimento, elles só per si repararião não só os pre
vista no caso que se declare a guerra. Provisoriamente juizos das praças, mas até os da Real Falenda: é º
se estabelecem vinte hospitaes de campanha - ein Lai ... Igualmente temos a honra de asseverar a V. S.", que
hach, Graetz, Vienna, Lintz, Brunn, e Praga. "Pain 9 acompanhamos no sentimento do desgosto, que simi
beta se organiza o Correio militar. Accrescentão que se lhante catástrofe o ha de ter afligido. Déos, guarde a
vai formar outro, Exercito na Bohemia, ou na Austria V. S." Quartel em Santo Ovidio, no Porto, 21 de
interior, debaixo das ordens do Archiduque Carlos. Março de 1831. = Illustríssimo Senhor Andonio Mattheus
* . . (Quotidiana.) de Sousa Raicoso. = Antonio José Doutel. Tenente Co
* % *§§ #------+# # ronel, Commandante Interino d'Infanteria N.° 12.
* *
* * * * * * Illustrissimo Senhor, — Cumpre-me dizer à V. S." que
Lisboa, 1 de Abril, º os QIliciaes e mais praças do Regimento de Infanteria
, , , … * * | | " * * + 2 r N. 19, do meu commando, summamente penetrados
O fim mais util dos diarios escriptos he o levarem ao pelo desastroso incendio, que desgraçadamente queimou
geral conhecimento a noticia das acções que se tornão toda a roupa, e mais pertences, dos Soldados do Es
especialmente acredoras d'attenção e publicidade; e en quadrão do Regimento de Cavallaria de Chaves, ao di
tre estas certamente occupa lugar bem distincto as de gno commando de V. S.", na madrugada de 19 do cor
generoso valimento e amparo no infortúnio; acções que rente; tem destinado pôr á disposição de V. S." a quan
en nobrecem o coração humano a ponto de bastar a tia de 403290 rs., que envio a V. S." pelo meu Ajudan
sua simples menção para lhes tecer o mais elevado elo te, portador deste, a fim de que V. S." desculpando a
 • [ 316 ]
limitada oferta, se digne mandalla distribuir pelos so Idem, 31.
breditos Soldados, para acudirem a algum arranjo mais
indispensavel; tomando-a em signal da cordeal união Huma das Galeras Dinamarquezas que sahírão hontem
que subsiste entre estes dous Corpos, que tão conformes foi para Copenhague, e a outra foi para Cronstadt,
se desejão empregar no Real Serviço do Nosso Legiti • e o Bergantim Napolitano foi para o Porto.
mo Soberano ElRei Nosso Senhor o Senhor Dom Mi Hontem á noite entrou 1 Galera Portugueza, Luz, do
guel I. Maranhão, 66 dias, mala, 5 passageiros, que são:
Acceite V. S." os meus cumprimentos, e os protestos hum Negociante com duas pessoas de familia, hum
da minha consideração, pois sou= Illustrissimo Senhor Presbitero, e hum caxeiro de commercio; — sahio
-Antonio Mattheus de Sousa Raivoso = de V. S." muito 1 Galera Portugueza, Vinte e oito de Maio, para
attento venerador e camarada — Antonio da Silva Pin o Rio de Janeiro.
to, Coronel Graduado, e Commandante Interino do Embarcações avistadas. …
JRegimento N.° 19. — Quartel da Torre da Marca, no 5 h. 56 m. 1 Escuna Ingleza, ao Norte do Cabo do
JPorto, 20 de Março de 1831. |- Espichel.
Illustrissimo Senhor Antonio Mattheus de Sousa Rai -ó b. 56 m. 1 Bergantim sem bandeira. — 7 h. 26 m.
voso. — A espantosa, e lamentavel catástrofe occorrida 1 Escuna Ingleza, e l Bergantim sem bandeira. —
nos -Quarteis do Esquadrão do commando de V. S.", 9 h. 15 m. 1 Brigue Escuna Inglez. — 10 h. 54 m.
na madrugada do dia 19 do corrente mez, plenamente 3 Bergantins sem bandeira, e 1 Galiota dito.—
encheo de dôr, e de consternação a mim, e a todas as 12 h. 34 m. 1 Chalupa Ingleza, 1 Bergantim sem
praças do Corpo d'Artilheria do meu commando. bandeira, e 2 Escunas dito. — 1 h. 56 m. 1 Ber
Eu deixo em silencio tudo o mais que deveria dizer, gantim Inglez, e 1 Chalupa sem bandeira. — 4 h.
e reflexionar sobre esta tão lamentavel catástrofe, por 9 m. 2 Galeras dito, 5 Bergantins dito, e 1 Escu
não recordar sensibilidades; e só rogo a V. S." queira na dito, ao Norte do Cabo da Roca: as 2 Galeras,
dignar-se receber essa tão insignificante quantia, con 11 Bergantins, 1 Escuna, 1 Galiota, e 1 Chalupa
stante da relação inclusa que eu, meus camaradas, e sem bandeira navegão para o Sul.
mais praças do meu commando, de bom grado oferta "O h. 3 m. 1 Galera do Norte, 1 Bergantim Russiano,
<mos, a fim de coadjuvar a resarcir huma mui diminu 4 Bergantins, e l Brigue Escuna sem bandeira, ao
ta parte das perdas individuaes. Norte do Cabo da Roca.
&#nº numero de praças deste Corpo, e seu es Embarcações entradas em S. Julião.
tado precario, não permitte que se cumpräo nossos de 9 h. 28 m. 1 Escuna Ingleza.
sejos: acredite porém V. S.", que eu, e meus Oficiaes 9 h. 58 m. 1 Escuna dito.
contemplamos em toda a sua extensão o desgosto, que 11 h. 32 m. 1. Bergantim, e 1 Brigue Escuna Inglezes.
a V. S." privativamente , como Commandante desse 2 h. 13 m. 1 Chalupa Ingleza.
Corpo, coube, e a todos os mais Senhores Oficiaes -3 h. 33 m. 1 Escuna dito.
seus camaradas ; em que tomamos huma parte mui -3 h. 53 m. 1 - Escuna dito.
a CLIV a. , , Embarcação sahida de Belém.
Digne-se V. S." receber os meus maiores protestos de 4 h. 2 m. 1 Curveta de Guerra Portugueza, Urania.
consideração, respeito, e anizade; como quem he de Embarcação sahida de S. Julião.
V. S." amigo, camarada, e muito servidor = João Al 3 h. 48 m. 1 Bergantim Inglez, para a Terra Nova.
berto Guerreiro. = Quartel em Santo Ovidio, no Por
to, 21 de Março de 1831. *-* -- .

ADMINISTRAÇÃo do CoRRETo GERAL.

Telégrafo. — Serviço da Barra. — 30 de Marco. Navio a sahir. •

A Escuna Portugueza que entrou hontem, chama-se
Senhora da Rocha Vencedora, da Ilha da Madei
- ra, 5 dias, mala: 41 passageiros, que são: 2 Ne
gociantes, hum Inglez, outro Portuguez com hu
ma pessoa de familia, hum caxeiro de commercio
Inglez, hum dito sem emprego, 24 praças de In
fanteria N.° 2, 2, mulheres com 7 pessoas de fami
- lia, e 3 prezos sentenceados.
-> . ,º Embarcações avistadas.
6 h. 39 m. 1 Escuna sem bandeira, e 1 Cahique dito,
Abril 13. Para a Ilha da Madeira o Hiate Triunfo.
";
Annuncio.
Vende-se huma propriedade de casas nobres, sitas na
rua do Machadinho, N.° 35 a 37, com quintal e agua,
e todas as accommodações precisas: quem a quizer com
prar, dirija-se á mesma propriedade, onde achará to
dos os esclarecimentos.
—

, a Oeste dº Cabo da Roca: navegão para o Norte.

5 h. 58 m. 1 Bergantim sem bandeirá, ao Sul do Ca Theatro da Rua dos Condes. —Segunda feira 4, Ter
bo da Roca.
ça 5, e Quinta 7 do corrente, representar-se-ha huma
** * , Embarcações sahidas de Belém. nova Comedia intitulada O Amor Paterno no seu Au
0 h. 45 m. 1 Galiota Ingleza, para Petersburgo. ge: seguir-se-ha huma nova Dança Heroica em quatro
* * # m. 1 Escuna Portugueza, Purificação, para
. Riga.
Actos, intitulada Lauso e Lidia; e findará o especta
culo com a bem acceita Farça, que se denomina O Fin
Embarcações sahidas de S. Julião. gido Militar, em que representa e canta Josefa Monati.
6 h. 14 m; 2 Galeras Dinamarquezas, e I Bergantim Adverte-se que o Programma da Dança se achará á
- Napolitano. venda na casa dos camarotes, e dos bilhetes.

-= =

== =~ ===== ==

. LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.

º • - 1 t |
 NUM 78._
-*=--
GAZETA DE LISBOA.
—==>>>6">$@$#$#9GX<=-
SEGUNDA FEIRA, 4 DE ABRIL.
PARTE OFFICIAL,
MINIsTERIo Dos NEGocios DA GUERRA.
Tendo occorrido na Cidade do Porto, na madrugada
do dia 19 de Março proximo passado, o desastroso suc
cesso de atear hum tão violento incendio no Quartel do
Esquadrão do Regimento de Cavallaria de Chaves, de
guarnição na mesma Cidade , que consumio no espaço
de hora e meia todo o referido Quartel, e parte do da
1."Companhia de Infanteria da Guarda Real da Poli
cia do Porto , que lhe era contiguo : e porque a rapi
dez do fogo não permittio que se podessem salvar os ar
tigos de Armamento, Fardamento, e Equipamento per
tencentes ás praças do dito Esquadrão de Cavallaria, seguinte:
perdendo estas alem disso todo o fato e mais objectos
do seu uso particular ; os Corpos da guarnição da Ci-º mas alguns dias depois de o terem verificado desembar
dade do Porto, a Camara, e a Illustrissima Junta da
Companhia do Alto Douro, querendo mostrar quanto
lhes foi sensivel a sorte das mencionadas praças, se de
liberárão a offerecer hum Donativo para as indemnisar
das perdas que sofrêrão em consequencia daquelle infe
liz acontecimento. Para este fim já entregárão por con
ta , o Regimento de Infanteria N.° 12, a quantia de
743730 réis; o Regimento de Infanteria N.° 19,423000
réis; e a Illustrissima Junta da Companhia do Alto
Douro, já poz á disposição do Encarregado interina
mente do Governo das Armas do Partido do Porto a
quantia de 480,3000 réis em metal, tendo a Camara da
dita Cidade pedido primeiro huma, relação do numero
de praças do sobredito Esquadrão, para em consequen
cia se efeituar o seu oferecimento.
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
, , ! TURQUIA.
Constantinopla, 26 de Janeiro.
O Grã-Senhor não quiz adherir á eleição do Patriar
ca Arménio nomeado pela Santa Sé; em consequencia
do que os Armenios Catholicos nomeárão o Presbitero
Agob, que foi immediatamente reconhecido pelo Sul
tão. Por conseguinte póde dar-se por totalmente reali
zada a emancipação dos Armenios Catholicos. " guinte carta:
ANNO 1831.
=>(º)- +==-
À Porta variou notavelmente de procedimento a res
peito dos Gregos. A projectada extensão da Grecia, a
que em parte havia annuido o Governo Ottomano, não
se consiguirá hoje em dia com tanta facilidade como se
esperava; e até se crê que a Porta não satisfará de mo
do algum as pretenções que as Potencias Alliadas pos
são apresentar a favor da Grecia.
O Sultão que percevera no seu systema de civilisação
veste inteiramente á Européa de algum tempo a esta
parte. Estão agora fazendo-lhe hum Throno, que pela
sua magnificencia não cederá a nenhum dos da Europa.
A obra de madeira, encarregada a hum ebanista Al
lemão, está avaliada em 253 patacas.
(G. d'Augsburgo.)
Em data de 17 de Dezembro annuncião de Canea o
» As tropas Inglezas evacuárão a praça de Carabusa,
cou a ### Russiana Izabel 50 homens e duas peças
d'artilheria para reforçar a guarnição. O não se haver
entregue esta praça ás tropas Egypcias serve de pretex
to aos Gregos sublevados de Candia para continuarem
a sua resistencia contra os Egypcios. Dizem que a este
respeito Mehemet Ali pedíra explicações aos tres Almi
Iantes. (Correio de Smirna.)
- ** ITALIA.
Roma, 2 de Março.
No dia 28 do passado teve Sua Santidade Consistorio
publico em que poz o barrete aos Cardeaes Inguanzo e
Ribera, Cienfuegos e de Rohan Chabot, e logo depois
teve Consistorio secreto em que o Pontifice annunciou se
gundo o costume o falecimento do Rei das Duas Sicilias:
e por ultimo proclamou diversos Arcebispos e Bispos, sen
do de notar, que nenhum era Francez; tambem deo o ti
tulo de Presbitero de S. Thomás in passione, ao Cardeal
Inguanzo, o de Santa Maria di populo, ao de Cien
fuegos, e o da Trindade do Monte ao Cardeal de Ro
han Chabot, entregando-lhes ao mesmo tempo o annel.
(Extracto do Diario de Roma.)
FRANÇA.
Paris, 19 de Março.
O Constitucional em data de Bolonha publica a se
 [318 ]
» Roma, 24 de Fevereiro. Feliz noticia! O Rei de BELGICA.
França por Correio extraordinario oferece a sua inter
venção ao Santo Padre para conservar os Estados da
Santa Sé. - •
Bruxellas, 11 de Março.
» O Duque de Modena á testa de 12,3 Austriacos re Parece que o Ministerio resolveo defender o Grã-Du
cuperou os seus Estados marchando com as tropas pa cado de Luxemburgo, e que se não contentará com a
ra as Legações. Formigão os soldados Austriacos em proclamação que hoje publicámos. Pôr-se-ha guarnição
Ferrara, não só d'artilheria mas tambem das outras ar em muitas Cidades do Grã-Ducado, como Arlon, Bas
mas; estas forças vão passar á Romania. Fermo, As tagne, Bouillon, e Saint-Hubert. (Gazeta de Madrid.)
colí e Teverino se conservão leaes á Santa Sé; os Par
rocos estão á testa dos habitantes das povoações que ho GRÃ-BRETANHA.
je em dia se achão todas em armas. Vai em augmento
o enthusiasmo dos moradores de Roma e povoações im *- Londres, 10 de Março. -

mediatas; o principio de não intervenção he huma lou

cura; todas as Potencias podem proceder do modo que
lhes convíer. Em breve mudarão estas cousas de aspe
cto, sobre tudo porque os povos sublevados não estão
de accordo entre si.»
As condições do Tratado concluido entre o Governo
Pontificio e a Corte de Vienna, são as seguintes se der
mos credito ao nosso correspondente:
e S. M. I. porá immediatamente á disposição do Pon
tifice Gregorio XVI vinte mil homens d'infanteria e ca
A pouca subida dos fundos attribue-se á primeira lei
tura do bill de reforma, que se verificou na tarde de
Quinta feira. Na sessão anterior nenhum Deputado dos
que gozão credito tomou a palavra, excepto Lord Rus
sell, que respondeo genericamente ás objecções postas
pela opposição. A sessão da Camara dos Lords não of
ferece nenhum interesse. Dizem que Mr. Stanley e Lord
J. Russell entrarão no Ministerio. (Courier.)
O mesmo Courier repete assegurando do modo mais
positivo a noticia da entrega de Varsovia. -

vallaria com o encargo de tornarem a pôr debaixo do
dominio Pontificio as povoações Romanas que os revo
lucionarios separárão da Santa Sé. Estas tropas Aus
triacas occuparão pelo espaço de cinco annos as praças
em que for necessaria a sua presença para a manuten
ção da paz, podendo o General Austriaco que as com
manda diminuir o seu numero segundo as circumstan
cias o pedirem. A Camara Apostolica pagará ao Go
verno Imperial por todas as despezas de occupação nos
cinco annos quatro milhões de escudos Romanos.»
(Quotidiana.)
Participa o nosso Encarregado de Negocios em Ber
lim, que naquella Capital geralmente se acreditava que
Tambem assegura que o General Belga, Mr. Mel
linet, havia passado para a parte dos Hollandezes, e
que estava imminente hum movimento orangista.
Quarta feira pela manhã se apresentou a S. M. hu
ma exposição a respeito da reforma: o Rei respondeo
com muita bondade mas em termos geraes.
(Courier.)
*, Hontem 9 houve na Repartição dos Negocios Estran
geiros huma conferencia que durou tres horas. Assistí
rão os Embaixadores das cinco Potencias e Lord Pal
merston.
+ }

o Imperador Nicoláo havia prevenido o Marechal Die Os periodicos de Hamburgo do dia 4 annuncião, que
bitsch de que a todo o custo evitasse a destruição de Var o Gabinete de Vienna tinha recebido do Governo Fran
sovia. • •

cez a mais completa segurança de que a França não

|-

O nosso correspondente de Vienna confirma esta no interviria nos negocios da Italia, e que reconhecia o di
ticia, que pela outra parte he mui conforme ao cara reito do Imperador d'Austria para sufocar a insurrei
cter que sempre manifestou o Imperador Nicoláo, e ção por meio da força.
explica a resolução que parece tomara o General Die
bitsch de cercar a praça de Varsocia de modo que se O Times procura justificar em hum extenso artigo,
entregue sem necessidade de assalto. (Jdem. ) . . em que resume tudo quanto fizerão as cinco Grandes
Potencias a favor da Belgica, as antecipações do Cor
O Diario do Commercio publica em data de Londres respondente do Correio.» Tudo annuncia, diz aquelle
huma noticia, que a ser certa augmentaria a complica periodico, que vai começar a guerra entre a Belgica e
ção dos nossos negocios. Copiamos essa noticia sem ser a Hollanda; o Governo e o Congresso Belga fallão dis
fiadores della. so como de huma cousa decidida. Na verdade lastima
… Hoje se diz, que Lord Stuart de Rothesay, Embai mos essa fatalidade, apezar de que animados de hum
xador que foi da nossa Corte junto da de França, sa espirito d'ambição que os afasta de pagarem a sua di
hira com grande precipitação para o Continente (para vida, e guiados por huma arrogancia absolutamente
Paris segundo se assegura) depois de haver tido com revolucionaria, os Belgas querem a guerra por que con
Lord Palmerston huma conferencia de seis horas. Pa tão com o apoio da França e com a tolerancia das ou
rece que Mr. de Talleyrand tivera huma explicação tras Potencias da Europa. Em outros tempos os egois
bem viva com o nosso Ministro dos Negocios Es tas que dirigem o leme nos negocios da Belgica terião
trangeiros; que este se valêra d'algumas expressões de tremido antes de proferirem huma palavra contra a Po
que parece que o Embaixador Francez se déra por tencia que com tanta violencia e descaramento agora
ofendido, e que se queixára á sua Corte pedindo a se atrevem a desafiar.» ,
sua retirada. Disto se infere que Lord Stuart vai encar
regado de aplanar este assumpto.» Na sessão da Camara dos Communs de 4 se apresen
tárão varias exposições da Irlanda, em que se pedia a
Escrevem de Bruxellas em data de 12 do corrente o
seguinte: •
anulação da Lei da União; com este motivo declarou
Mr. O'Connell, que estava convencido de que se a Ca
º Reina a discordia nesta Cidade e cada dia vai to mara se não apressasse a revogar a dita lei a Irlanda
mando hum caracter mais violento e apaixonado; des em breve deixaria de ser parte integrante da Grã-Bre
de os primeiros dias d’Outubro já existia entre os ho tanha. |-

mens que aspiravão ao mando, mas agora se propaga • Idem, 12.

mais até o Exercito e nos faz temer que este se desor Dizem que a Inglaterra de accordo com as Poten
ganize.» (G. de Madrid.) __ cias vai mandar huma guarnição de tropas a Antuerpia.

*—*§§ “—-
Lisboa, 3 de Abril,
Recebemos Jornaes Inglezes até 24 do mez proximo
passado: as discussões Parlamentares sobre a reforma
tem continuado a occupallos em grande parte. Na nou
te do dia 22 do mesmo mez teve lugar a segunda leitu
ra do Bill sobre a referida questão, e depois de vehe
mente debate votárão a favor da medida 302, e contra
301, havendo só a maioria de hum.
*—º §§ *—»
CoMMIssão DA SAUDE PUBLICA.
Edital.
Havendo-Se Dignado ElRei Nosso Senhor approvar
as providencias propostas pela Commissão da Saude Pu
blica, e como necessarias para auxiliar no presente an
no a pesca nos Mares de Larache; e procurando a mes
na Commissão combinar as precizas cautelas Sanitarias
com o exercicio de tão util empreza, evitando os in
convenientes que existião no systema de irem, e volta
rem todas as Embarcações em Comboy, sem com tudo
enfraquecer as precauções relativas á segurança da Sau
de Publica, e adaptadas ás circumstancias occorrentes,
ordena: •
1. Que se reunão no Porto de Olhão no Algarve as
Embarcações que se destinarem á pesca nos Mares de
Larache, e que pretenderem sahir até o dia 15 do pro
ximo mez de Abril, a fim de serem comboiadas por hum
dos Cahiques pertencentes á Esquadrilha do Algarve.
2.” Que além do prazo indicado, possão igualmente
sahir dos mais Portos deste Reino quaesquer Embarca
ções para o mesmo destino; devendo porém levar seus
Documentos legalizados, e sujeitando-se ás cautelas de
signadas nos seguintes Artigos.
3." Que todas as Embarcações, que se dirigirem á
referida pesca levem seus Passaportes passados pelos res
pectivos Juizos da Saude, declarando a invocação por
que he conhecida, o nome do Mestre ou Arraes, e ó
numero das pessoas de que se compõe a Tripulação."
4." Que os ditos Passaportes sejão entregues ao Com
mandante do Cahique, que existir nos Mares da pesca,
ficando
que debaixo
forem de incommunicação
separadas do Conboy. as Embarcações
• •
5." Que levem o mantimento, e aguada que julgarem
preciso para o tempo da mesma pesca, a fim de não
serem obrigadas a fazerem arribadas.
6." Que tragão sempre içado hum galhardete encar
nado na pena do "Traquete, para que ao longe se pos
são divisar. " " * * **
7.° Que se permitta a qualquer das referidas Embar
cações o sahir, logo que tenha concluido a sua pesca;
devendo porém trazer o Passaporte referendado pelo
Commandante do Cahique encarregado do cruzeiro, em
que declare o dia da sabida, o Porto a que se destina,
e os dias que provavelmente empregará na viagem.
8." Que chegando ao Porto do seu destino, apresen
te no respectivo Juizo da Saude o mesmo Passaporte;
e conhecendo-se a identidade das circumstancias exigi
das no Artigo 3.°, e que igualmente não excedeo os
dias calculados para a viagem, se lhes permitta livre
pratica.
9." Que no caso de haver alguma alteração nas cir
cumstancias especificadas nos Artigos 3.°, e 7.°, o Guar
da-mór da Saude do respectivo Porto informará logo
esta Commissão, remettendo todos os Documentos, e
deixando
receba ficarordens.
novas em quarentena a Embarcação, até que
10." Que ás ultimas Embarcações que sahirem dos
Mares da pesca, e vierem reunidas em Comboy, se
[ 319 ]
lhes conceda livre pratica, attestando o Commandante
do Cahique, que as acompanhar, que sempre estiverão
debaixo da sua inspecção. • •
11." O Delegado da Commissão no Algarve, e o
Commandante da Esquadrilha, farão expedir as neces
sarias ordens para a regular execução de todos estes dif
ferentes Artigos, ficando igualmente responsaveis os Guar
das-mores da Saude pela parte que lhes toca.
E para que chegue á noticia de todos, se mandou
àfixar o presente. Lisboa, 16 de Março de 1831.=
Doutor Joaquim Xavier da Silva.
*—*§§ «—*
Donativos recebidos na Real Casa Pia, des de o 1°
de Julho de 1828 até 31 de Dezembro de 1830.
• • •
De hum anonimo - - - - - - - - 6003000
Domingos Antonio Dias, como Testa men- •
teiro de Manoel José Avelino - - - - 2003000
José Gonçalves Chaves, 33 canta
ros e 2 canadas de azeite, no
valor de - - - - - - - - 79,3600
Idem, 42 arrobas de bacalháo,
dito - - - - - - - - - 75,3600 •
- 1553200
Hum anonimo, por mão de Martinho de
Brito, com destino de hum cortinado pa
ra a Capella do Santissimo Sacramento 573600
Padre Pedro da Costa Pinto - - - - - 63400
D. Marianna - - - - - - - - - - 13600
Hum anonimo , 4 cestos de fructa no va
lor de - - - - - - - - - - - - 63840
Miguel Paramez, 2 sacas de cisco, dito - 13600
José Rodrigues da Costa, 1 cavallo, dito - 123000
Excellentissima Senhora de Pancas, huma •
carrada de hortaliça, dito - - - - - 43000
Hum anonimo, huma carga de hortaliça,
dito - - - - - - - - - - - - - 13500
Dos Festeiros do Real Cirio da Nazareth,
4 bois, dito - - - - - - - - - - 1863660
Gertrudes Balthazar, 4 dobradas e 41 for
çuras, dito - - - -*- - - - - - - 113380
Francisco Ferrari, 9 arrobas e 31 arrateis
de carne de vaca, dito - - - - - - 223330
Hum anonimo, 12 piaçabas, dito - - - 480
Manoel Francisco F" , 114 taboas,
dito - - - - - - - - - - - - 183240
Manoel Afonso de Oliveira, 36 ditas, dito 73920
•
José Antonio Pereira Bastos, 51 varas de
cassa, e 56 covados de chita, dito - - 223020
Damazo Xavier da Silva, hum boi com 12
* *
arrobas, dito - - - - - - - - - . 293860
José Ignacio da Pena e Assiz, 54 arrateis
de carne ensacada, dito - - - - - 93720
Hum anonimo - - - - - - - - - - 63840
De Fr. Claudio de S. José, D. Abbade do -
Mosteiro de Penha Longa, de huma res- •
tituição - - - - - - - - - - - 93600
Do Reverendo Padre Diogo Manoel Alves,
Encommendado da Parroquial Igreja de
Nossa Senhora dos Anjos, em varios Pa
ramentos de Igreja - - - - - - - - 583000
• Rs. - - - 1:3293790
r=#====#
*—» §§ *-*
•
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 1 de Abril.
Hontem á noite entrárão 1 Galera do Norte, e l Ga
liota Hollandeza.

Embarcações avistadas.
5 h. 44 m. 1 Bergantim Francez, 1 dito Russiano, e
1 dito sem bandeira, ao Norte do Cabo do Es
pichel.
5 h. 44 m. 1 Bergantim sem bandeira, e 1 Galiota dito.
6 h. 39 m. 3 Galiotas sem bandeira, e 1 Escuna
dito. — 8 h. 14 m. 6 Bergantins sem bandeira, 3
Brigues Escunas dito, e 3 Cahiques dito. — 2 h.
1 m. 1 Curveta de Guerra Franceza, 1 Galera sem
bandeira, e 1 Bergantim dito, ao Norte do Cabo
da Roca: a Galera, 5 Bergantins, 3 Brigues Es
cunas, 3 Cahiques, e l Galiota navegão para o
Sul.
2 h. 51 m. 1 Brigue Escuna de Guerra Inglez, ao Nor
te do Cabo da Roca.
4 h. 37 m. I Bergantim Russiano, 1 dito sem bandei
ra, e 1 Escuna dito, ao Norte do Cabo da Roca.
Embarcação entrada em Belém.
8 h. 12 m. 1 Curveta de Guerra Franceza, de Brest,
3 dias. . superior qualidade, vinda ultimamente de Benguella,
Embarcações entradas em S. Julião.
12 h. 16 m. 1 Bergantim Francez, 2 Escunas, e 1 Ga
liota Hollandezas.
I h. 15 m. 2 Bergantins Russianos, e 1 Escuna In
leza.
2 h. 17 m. 1 Bergantim, e 1 Escuna Inglezes, 1 Ber
gantim Russiano, e 2 Galiotas Hollandezas.
4 h. 14 m. 1 Bergantim Portuguez.
4 h. 48 m. 1 Brigue Escuna de Guerra Inglez.
5 h. 37 m. 1 Bergantim Russiano.
|- Embarcação sahida de Belém.
4 h. 48 m. 1 Bergantim Sardo, para Genova.
+
* *
|-
Idem, 2.
+
*__* + º
O Brigue Escuna de Guerra Inglez que entrou hontem,
de Falmouth, 5 dias, vem como Paquete com hu
na mala, e hum passageiro Negociante Portuguez.
{ O Bergantim Portuguez, chama-re Vencedor, da
Bahia, 74 dias, mala, 2 passageiras. Hontem
a noite entrárão 2 Escunas Inglezas.
. _ Embarcações avistadas. } -
5 h. 25 m. 1 Bergantim sem bandeira, ao Norte do
Cabo da Roca.
I h. 48 m. 1 Galera sem bandeira, 1 Bergantim dito,
3 Brigues Escunas dito, 1 Escuna dito, e 1 Ga
liota dito, a Oeste do Cabo da Roca.
Embarcação entrada em Belém.
•
1 h. 226dias,
m. 1 com
Hiate Real, eFelicidade,
madeira alcatrão. de S. Martinho,
* * - * * •
- # --
ADMINISTRAção do CoRRE1o GERAL.
- . ... . .
-- • - Navios a sahir..
Abril 8. Para a Ilha de S. Miguel o Brigue Escuna Vi
{ , , , ctoria; e o Brigue Escuna Bom Jesus.
Annuncios.
Quarta-feira 6 de Abril, ao meio dia, na rua de S.
JBoaventura, aonde existe a Repartição do Commissa
riado , se procederá á arrematação dos verdes para o
fornecimento da cavallaria, e bestas do Parque em ser
[ 320 |
viço na Capital, aonde serão admittidos os lanços das
pessoas, que os quizerem vender, declarando os sitios
aonde existem, as qualidades dos verdes, se herva, ou
cevada; os preços por dia por cada cavallo; por quan
tos dias, e para que número de cavallos, e quando po
derão principiar a dar-se ; e finda a arrematação serão
distribuidos os cavallos, segundo as declarações acima
mencionadas, e feitas pelos mesmos donos.
Nos dias 11, 12, e 13 do corrente mez, se hão de
arrendar as rendas do Illustríssimo Cabido da Cidade
de Elvas, sendo os dizimos dos Lugares de fóra perten
centes áquelle Bispado, das seis Villas seguintes: Vei
•
ros, Alandroal, Jurumenha, Barbacena, Villa Boim
e Villa Fernando ; as quaes se hão de arrematar até o
•
dia 13 do corrente Abril, na presença do mesmo Illus
trissimo Cabido, a quem por ellas mais der, e no acto
da arrematação se hão de declarar as condições das mes
mas rendas.
Acha-se na Casa da India huma porção de cera de
pelo Brigue Portuguez Dezengano: toda a pessoa que
a quizer comprar, dirija-se a Manoel José da Silva P
•
res, Despachante da mesma Casa.
Vende-se huma propriedade de casas na rua direita
dos Anjos N.° 181 e 182: quem as quizer comprar,
falle a José Alves Ribeiro na mesma.
Arrendão-se duas marinhas , sitas no esteiro de Pal
ma, pertencentes ao morgado que administrava o Illus
trissimo Sebastião Antonio de Faria Peixoto, Fidalgo
Cavalleiro da Casa de Sua Magestade, e cujas marinhas
tem de repartição 800 moios de sal, que entrão na roda
pela Superintendencia da Villa de Setubal: em Lisboa
na rua dos Capellistas, loja N.° 103, se dará noticia da
pessoa que trata do dito arrendamento.
*
Quem quizer comprar varias propriedades na Cidade
do Funchal, Ilha da Madeira, que são huma morada
grande de casas alto e baixo, na rua de S. Sebas
tião, que foi avaliada judicialmente livre de foro em
13:7163010 rs.; hum granel, ou armazem grande, nº
rua da Cadea velha, avaliado em 5:7843640 rs.; outrº
armazem mais pequeno, na mesma rua, avaliado em
2:8733480 rs.; mais outro armazem, na rua do Cotilº,
avaliado em 4:4263000 rs.; huma loja, na rua da Mo
radia, avaliada em 1203300 rs.; e huma cazinha, nº
beco de S. Sebastião, avaliada em 6103000 rs.; º
quaes propriedades, á excepção da ultima, são todº
quasi novas, e mui bem construidas, e ainda hoje cº
brem pelos seus rendimentos o juro correspondente áqueº
* * * * *
las avaliações; póde dirigir-se, no Porto a Manoel dº
Oliveira, morador na rua da Rainha, N.° 94, e em
… - - Lisboa ao Escriptorio de José Caetano Monteiro e Co"
panhia, na sua casa, rua de S. Francisco, N.° 34, º
na Cidade do Funchal ao Escriptorio de Monteiros º
Companhia, na sua casa, rua do Aljube, aonde º
º achão, e poderáô mostrar-se os competentes titulos, º
dar-se todos os mais esclarecimentos que se desejem.
Na loja de tanoeiro na rua larga de S. Roque N.° 83,
ha hum cofre de ferro para vender muito em conta. .
Na rua da Graça N.° 32, se vende hum cavallo nãº
muito grande, e pode ver-se a qualquer hora da manhã.
JEstiva. • •
Preços do Pão e Azeite para a semana que principiº
de 4 a 10 de Abril de 1831: …
Pão de arratel na fòrma da Lei - - a 41 réis.
Em metal - - - - - - - - - a 38 reis.
Canada de Azeite - - - - - - a 240 reis
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
* |-
* , , ? " e , |- - 1 . . . . " ". "
" " " " > e. . . . …...…..
 NUM. 79.
AZETA DE LISBOA. - - -=>X<>{>>#@$1<<<<9G<<=-
TERÇA FEIRA, 5 DE ABRIL.
Xpt->$#@$@$#%=9e5=
/
PARTE OFFICIAL.
R E A L E R A R I o.
Nos dias 12, 13, e 14, do corrente mez de Abril,
se ha de proceder a leilão publico na Casa da India,
de 600 sacas de urzella, vinda ultimamente das Ilhas
de Cabo Verde por conta da Real Fazenda, com as
condições que serão presentes no acto da arrematação.
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
FRANÇA.
Paris, 16 de Março.
Accusão os Realistas de tudo exaggerarem e de empre
garem para pintar o estado actual da França as mais ne
gras côres; mas acaso o apresentão os vencedores de
baixo de hum mui risonho aspecto ! Os seus quadros
ainda são mais tristes do que os nossos. Escutemos o
Globo, que tanto applaudio os tres dias; o seu testemu
nho não pode ser suspeito. «Liberaes, dizia elle ulti
mamente, que amargos fructos tendes colhido da vossa
victoria! Muitos d’entre vós tinhão adquirido pelo seu
trabalho consideração e opulencia. Hoje chorão no re
tiro e na pobreza os resultados dessa revolução de que
estavão tão ufanos.» Porque razão fizerão essa revolu
ção? Porque razão destruírão hum Governo debaixo do
qual tinhão adquirido consideração e riqueza !
Desgraça que não tem remedio.
Isto he a respeito dos Chefes; agora a respeito do po
vo. O mesmo Jornal dificilmente encontra expressões
bastante fortes para pintar os sofrimentos do pobre po
vo. «Tem menos pão, diz elle, do que antes do triun
fo para que tão valentemente cooperou. Está nú, e tre
mendo de frio, … He o Globo quem o diz, e com mui
ta verdade. Este quadro he infelizmente demasiado fiel.
Eis-ahi pois a França ha pouco tão feliz, ei-la mesmo
segundo a confissão dos vencedores, tal qual a fez a vi
ctoria de Julho! O Ministro da Guerra queixava-se ul
timamente do augmento do preço das moxillas. Os al
forges para o peditorio he que devem subir de preço;
por que em breve vencedores e vencidos teremos todos
precizão delles; e os povos envejarão a nossa liberdade!
ANNO 1831.
Se os poude allucinar hum instante, contemplem-na ho
je coberta dos farrapos da miseria, e ficarão de todo en
fastiados della.
Bem se pode crer que esta não he a opinião de certo
publicista por nome Mr. Giacobbi. » Todos os povos,
» diz elle, º são por nós, e por consequencia devemos
aproveitar as suas boas disposições a nosso respeito a
fim de recuperarmos as nossas antigas fronteiras, de
fazermos da Belgica huma Provincia Franceza, e
sobre tudo a fim de salvarmos os Polacos.» Fallão de
tratados. Mr. Giacobbi os considera simplesmente como
provisorios. Invoca-se o principio de não-intervenção ;
elle quer que a França renuncie a esse principio, e
quanto a mim desejo que ella o não largue. O seu in
teresse o exige. Porque razão nos havernos nós inter
metter nos negocios alheios quando temos tantos e tão
dificeis que arranjar dentro de casa! Bem vejo que os
Belgas já cançados da sua independencia, e sem saberem
a que Santo se encommendem desejarião lançar sobre
nós a perplexidade da sua revolução ; mas, grande
Deos, não estamos nós acaso já bem perplexos com a
nossa!
Quanto aos Polacos se Mr. Giacobbi os quer salvar,
que se apresse. O negocio pede a maior promptidão;
por quanto segundo mui humanamente observou certo
honrado Deputado, a distancia he grande de Paris a
/arsovia, e por pouco que Mr. Giacobbi tarde em en
trar em campanha muito antes delle chegarão os Rus
sianos suppondo mesmo que não ache nenhum obstacu
lo na estrada, cousa que não posso afiançar. A jorna
da he longa; e por ventura são os caminhos seguros?
Os Prussianos deixar-nos-hão passar! Estarão elles tão
convencidos como Mr. Giacobbi o julga, da necessidade
de se porem em harmonia com a nossa revolução, com as
suas tristes consequencias, com os nossos principios, e a
nossa miseria ! Eis o que desejariamos saber.
Conheço outra Potencia que he possivel não seja mui
sensivel aos encantos dessa harmonia, e que para me
servir das expressões do dito escriptor, julgo» pouco dis
posta a caminhar sobre os principios dos nossos grandes
dias.» He a Austria. A Austria? Com bem pouco me
assusto. Dem-se a Mr. Giacobbi só vinte mil homens,
e huma bandeirinha tricolor da largura de huma mão, e
se encarrega de libertar toda a Italia!
Todas as cousas devem ter seu termo, e qual será o
dessa guerra que nos aconselhão emprehendamos! Onde
vai isto dar comsigo ! Mr. Giacobbi nos assegura para
nossa consolação, que essa vai ser a ultima guerra que a
França terá que sustentar, e que depois dessa guerra
não haverá outras. Bem o creio, por que nunca ha de
acabar.
Boa consolação he essa.
 •
I 322 }
E o nosso commercio, como se acha elle ? Não digo
que o dito escriptor tenha os olhos nos calcanhares, mas
certamente não vê as cousas como se apresentão aos
olhos de todo o mundo. Interroguem-se os commercian
tes, que he provavel saibão sobre a materia tanto co
mo os Advogados; todos dirão que o commercio esmo
rece, e que a guerra seria para elle o derradeiro golpe.
Mr. Giacobbi afirma pelo contrario, que só ella o póde
aviventar, e cortar o nó Gordio que o sufoca. Vai mais
avante; sustenta que a guerra dará á sociedade Fran
ceia a alegria que perdeo! Não estará o leitor d'accor giar sobre a liberdade seremos nós mesmos os unicos es
do com elle ! A paz he tão triste, e a guerra tão ale
gre! No entanto, apezar dos seus encantos não a que
remos. São os liberaes que a querem, e que só ficarão
satisfeitos quando toda a Europa estiver em chammas.
Nem tudo lembra. Mr. Giacobbi que tão optimamen
te põe os Reis da Europa em harmonia com a nossa
revolução, esqueceo-se do Imperador da Russia ; mas
aqui temos outro Advogado (o nosso Foro he bellicoso)
que se lembrou delle, e que nos dá hum plano de ata
que contra a Russia, cuja execução lhe parece muito
facil e o exito infallivel. Basta mandar huma grande
Esquadra ao Hellesponto, e esperar alli, á entrada dos
Dardanellos, o instante de os passar e penetrar no Mar
Negro.» Quando a grande Esquadra tiver destruido to
dos os estabelecimentos Russianos e a Esquadra do Au
tócrata, o que se fará em hum instante, então as nos
sas tropas que estão em Africa formarão hum embarque
destinado á Polonia, ou a outra qualquer parte. Não
digamos onde he que vamos desembarcar, Guardemos
o nosso segredo.
Hum plano tão simples não pode dar lugar a nenhu
ma seria objecção. Abandonar-se-ha Argel. He con
quista da Legitimidade, não a queremos. O auxilio do
Sultão Mahmud será necessario. Facilmente se obterá.
De bom grado porá ao nosso dispor os restos da sua Es
quadra destruida em Navarino. Quanto a mim não me
opponho a isso. Até mesmo folgarei de ver a alliança
da revolução de Julho e do Grã-Turco, e caminharem
de accordo sobre os principios dos tres immortaes dias.
(E. da G. de França.)
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 16 de Março.
Opiniões de Mr. Fox sobre a Reforma.
Os seguintes parágrafos são extrahidos de hum dis
curso que aquelle Ministro pronunciou em 1781:
» Diz o honrado Deputado que a voz desta Camara não
he a voz da nação, e oppõe os clamores que se le
vantão fora da Camara ás nossas deliberações, como se
não fossemos especialmente designados pelas nossas in
stituições na qualidade de unicos reveladores da vonta
de nacional, e unicos juizes do que deve ser o sintir do
Reino. Digo do sintir que deve ser, porque ha muitas
leis altamente necessarias para a segurança publica, que
excitão o descontentamento do povo.
» Se não podessemos promulgar buma lei antes de el
la haver obtido a sancção do consenso popular, nunca
teriamos huma receita fixa quer para o estabelecimento
da nossa politica domestica, quer para nos defendermos
das invasões de hum inimigo externo. Os mal informa
dos enthusiastas que se nostrão animados de vehemente
amor da patria, geralmente nos accusão de os termos
vendido a hum Ministro; somos accusados de vanalida
de pela imposição de encargos que conhecemos serem
de absoluta necessidade, e para os quaes nós mesmos
sempre havemos de amplamente contribuir , devendo
suppor-se a Camara dos Communs huma Assembléa dos
primeiros proprietarios do Estado.
"Somos escolhidos na qualidade de delegados dos
Eleitores Britanicos para fins salutares e não pernicio
sos; para protegermos e não para invadirmos as insti
tuições. Temos obrigação de promover os verdadeiros
interesses dos nossos constituintes em preferencia aos mais
vivos desejos do seu coração; segundo as nossas institui
ções somos arbitros exclusivos desses interesses apezar da
imaginaria infallibilidade do povo.
º Sacrificaremos nós a nossa propria razão, a honra,
e a consciencia pelo temor de incorrermos no popular
desagrado, e ao passo que somos constituidos para vi
cravos de toda a sociedade!
» Talvez se me diga, que só a maior loucura he ca
paz de suspeitar o Rº? de algum designio contra a sua
propria liberdade. Não formo tal suspeita; mas suspei
to a sua capacidade para ajuizar sobre a sua verdadeira
ventura. Sei que o povo he em geral credulo e pouco
illustrado, que se deixa captar pelas apparencias ao
passo que se descuida do # e que está sempre
ridiculamente prompto a acreditar, que aquelles que pe
la sua grande propriedade tem maior razão em se en
penhar na segurança publica, estão continuamente tra
çando medidas para a oppressão da sua posteridade.
» Defendo as nossas instituições, não o povo. Se este
tentar invadir aquellas he inimigo da nação. Conven
cido por tanto de que devemos fazer justiça, quer seja
agradavel quer não, voto pela manutenção da indepen
dencia do Parlamento e não quero ser rebelde ao meu
Rei, á minha patria, e ao meu proprio coração pe
las maiores acclamações d'insensata multidão.»
• |- (Morning Post.)
As noticias de Constantinopla recebidas hontem, re
ferem que o Conde Guilleminot tem frequentes confe
rencias com o Reis Effendi relativamente ao estado de
Argel. Parece que as disposições da Porta Ottomana a
respeito da Grccia tem ultimamente tido notavel mu
dança por isso que se acha resolvida a oppor-se á ex
tensão das fronteiras da Grecia. -
|
A 16 de Setembro se sintio hum terremoto em Can
tão, fenómeno extraordinario naquella parte do globo.
Durou o tremor pelo espaço de seis ou sete segundos,
produzindo no mesmo tempo igual numero de oscilla
ções regulares na direcção do Norte ao Sul, e vice ver
sa. No entanto não causou estrago.
• (London Packet.)
HESPANHA.
Cadiz, 15 de Março.
Já tem quasi de todo cessado a colera morbus na
Russia. O Ministro do Interior annuncia que a Cidade
de Tula se acha livre deste flagello. O estado sanitario
de toda a Provincia tem sido constantemente satisfacto
rio. A 2 do mez ultimo só houve em Moscow hum indi
viduo acom metido, e morrèrão quatro enfermos. No
dia 3 havia nos hospitaes cinco doentes, e no decur
so de todo esse dia forão atacadas duas pessoas e mor
rêrão tres; na manhã do dia 4 restavão quatro doentes
mas todos com esperança de melhora. Des de o princi
pio da epidemia tem havido 6.518 enfermos, 2.431 dos
quaes fallecêrão. (D. Mercantil.)
*—*§§ *—»
Lisboa, 4 de Abril.
(Artigos communicados.)
ElRei Nosso Senhor, attendendo benignamente ao
que Lhe representou em o dia 17 da corrente mez e au
 [ 323 |
no, na Igreja da Parroquia Matriz Collegiada de Santa tal temos actualmente na accepção, e elogios tributa
Cruz do Castello de S. Jorge José da Conceição, aju dos tão prodiga como injustamente ao incendiario re
dante da Thezouraria da sobredita Igreja, Se dignou medio inventado por Mr. le Roi, cujas virtudes se achão
conceder-lhe a graça de poder usar da Medalha de ouro fundadas sobre huma theoria tão sofistica como indi
com a Real Efigie do mesmo Augusto Senhor. gesta
Não he o meu objecto demonstrar agora fundamen
*—» §§ *-—º tal, e analyticamente os immensos prejuizos causados
pela imprudente, e espontanea applicação da ridicula
Justo conceito sobre o Especifico de Mr. le Roi e peçonhenta amalgama de similhantes drogas, pois os
por D. J. L. principios que achárão as falsas virtudes desta qualida
de de remedios se achão consignados em huma memo
Da veniam scriptis quorum non gloria nobis causa, ria que trato de publicar sobre a origem, e vicissitudes
sed utilitas oficium que fuit, da medicina; porém agora só por cumprir com os de
Ovid. Eleg. IX. veres da humanidade, e da minha profissão, direi que se
Em nenhum caso preenchem tão nobremente seus de fossem certas as decantadas virtudes do citado reme
veres os Professores da arte de curar, como quando dio, era preciso convencermo-nos em primeiro lugar de
opportunamente avizão os seus similhantes do que pode que todas as enfermidades reconhecião huma causa uni
prejudicar sua saude, e terminar sua existencia depois ca, e que por consequencia propendião a huma mesma
de hum dilatado, e penoso padecimento. O callar dis terminação; que a constituição fisica do homem era
simuladamente estes perigos he huma horrivel perfidia exactamente igual em todos; e que a influencia atmos
feita á especie humana, e a mais criminosa infracção ferica, e methodo de vida particular erão indiferentes
das leis medicas, e religiosas. em medicina; e em segundo lugar que todos os traba
A Medicina pois deve ser considerada como hum tri lhos, observações, e ensaios consagrados ao allivio da
bunal, cujas attribuições não são unicamente corrigir humanidade, des de o seculo 6° (em que teve origem a
as desordens da maquina humana, mas precaver tambem medicina dogmática, ou racional) até hoje são falsos,
tudo que for capaz d'alterar seu harmonioso equilibrio. ou pelo menos inuteis; porém esta questão está resolvi
Aos ministros daquelle mesmo tribunal pertence privati da na pratica, e pelo que pertence á invenção de Mr.
vamente o direito de censurar e marcar com o sello da le Roi, seus prodigios se achão sanccionados pela Aca
proscripção quanto Julgarem contrario á saude publica, demia de Medicina de París do modo que mostra o se
e não o fazendo assim defraudão a confiança de seus guinte informe:
similhantes, compromettem a sua propria consciencia, » Extracto da informação apresentada a S. Ex." o
e denigrem vergonhosamente sua reputação facultativa. Senhor Ministro do Interior em França pela Academia
He verdade que não ha força que seja capaz de des Real de Medicina sobre os remedios de Mr. le Roi:
truir o poder das preoccupações, e que cada qual se * Como os remedios empiricos viajão por todas as
considera individualmente authorizado para dirigir a partes, e como he commum nas gentes o servirem-se del
seu grado a marcha da sua saude, e eleger os meios, les em suas molestias geralmente com grave perjuizo de
que julga opportunos para restabelecella depois de per sua saude, apresso-me a publicar o seguinte extracto
dida, porém isto mesmo não exime aos Medicos da para conhecimento do publico.
obrigação de demonstrarem em publico os riscos, e fu » Tendo chamado a attenção de S. Ex." o Senhor
nestos resultados de huma falsa, e seductora prevenção. Ministro do Interior em França, as numerosas queixas
Não ha cousa mais facil do que fascinar a imagina que lhe forão dirigidas sobre os fataes accidentes cau
ção humana valendo-se do poderoso impulso da novida sados pelos remedios conhecidos debaixo dos nomes de
de. O homem pois vive á custa d'estimulos, e pa purgante, e vomitorio, purgante de Mr. le Roi, pedio
rece, que a vida não he outra cousa mais do que hum informações S. Ex.° á Academia Real de Medicina es
contraste de impressões; o novo desperta seus sentidos, tabelecida para illustrar o Governo sobre tudo, o que in
e lisonjea seus juizos, o que lhe he familiar e conhe teressa a saude publica. A Academia não omittio cui
cido apaga sua susceptibilidade, e chega a causar-lhe dado algum, nem investigação; os Commissionados,
fastio. Por desgraça esta quimerica, e destruidora pro que nomeou não se limitárão ao exame da receita de
penção pelas innovações vai tomando cada dia mais Mr. le Roi; analysárão comparativamente a amostra,
imperio sobre o coração humano, sua extensão he já que este Facultativo tinha enviado, e o proprio medi
illimitada, e hum dos objectos essenciaes sobre que exer camento, º que mandárão comprar ao deposito geral de
ce mais sua influencia he a variedade de meios para res seu remedio. Para contrastar sua acção fizerão os Com
tabelecer a saude. Parece que o homem está sempre em missionados ensaios sobre os animaes, observárão seus
contradicção comsigo mesmo, e lutando incessantemen efeitos sobre as pessoas, que tem usado do remedio, e
te contra a sua existencia. Apenas ha quem não accuse tem colhido de todas as partes informações sobre os
a natureza humana de debil, e delicada, e quem não accidentes multiplicados, que tem resultado d'elle.
gradue a saude pelo primeiro, e mais precioso de todos » Deste profundo exame deduzio a Academia por
os thesouros; porém ao mesmo tempo são mui poucos conclusão, que os remedios de Mr. le Roi compostos
os que não decidem suas inclinações a favor de quanto de drasticos violentos em dóses extremas apresentão os
he mais a proposito para sufocar a primeira, e arruinar maiores perigos. Das considerações, e efeitos referidos
esta ultima. nesta informação extrahio a Academia as conclusões se
Entretanto que os Professores da arte de curar mais guintes:
distinctos em todas as nações illustradas, trabalhão com » Considerando que Mr. le Roi tem subministrado ao
o maior desvélo sobre a investigação dos diversos modos Governo huma receita diversa daquella que emprega
de padecer a maquina racional, sobre a multidão de para a preparação do seu remedio; considerando, que
cousas capazes de transtornar a ordem de suas funcções, este remedio tal como se vende he composto de drasti
e sobre as virtudes e modificação dos remedios, o char cos violentos, e em dóses extremas, cujos funestos ef
Jatanismo empirico por outra, disfarçado com a artifi feitos augmentão-se todavia dando-lhe por excipiente o
ciosa máscara de huma caridade filantropica, ofusca alcohol de 22, ou 23 gráos, como tambem repetin
os progressos daquelles, e se proporciona o mais rapido do as porções, e prolongando excessivamente seu uso:
e lisonjeiro acolhimento no coração dos indiscretos, dos considerando, que estes drasticos administrados sem re
inimigos do methodo, e dos cegos idolatras da novida serva, e sem medida exercem sobre a economia animal
de, Hum exemplo bem confirmativo desta verdade fa huma acção análoga aos venenos causticos; conside
 # [ 324 ]
rando por fim as innumeraveis victimas, que tem feito
o remedio de Mr. le Roi, e as queixas e accusações ele
vadas contra elle de todos os pontos da França, a Aca
demia julga, que seria urgente o prohibir em quanto o
permittir a actual legislação a venda e distribuição des
te supposto remedio. Julga tambem, que o melhor meio
d'illustrar convenientemente a opinião publica sobre os
perigos do mesmo remedio, seria o publicar e difundir
abundantemente por todas as partes o presente parecer,
com o fim de que os Administradores, as pessoas, que
se empregão na arte de curar, e o mesmo publico, te
nhão hum verdadeiro conhecimento dos riscos deste pre
tendido especifico.
» Lido, e approvado na Sessão geral da Academia
Real de Medicina de París, a 6 de Março de 1823. =
Está conforme = Pariset, Secretario perpetuo.»
Creio que o anterior parecer será bastante para cor
tar os desastrosos passos a esta invenção empirica cuja
venda se acha restringida pelo Governo de S. M. Ca
tholica em consequencia d'iguaes observações, e resul
tados.
Resta-me só accrescentar a favor da despreoccupação,
que ainda naquelles mesmos exemplos, em que os apo
logistas de Mr. le Roi julgão acharem mais #,
e manifestas as virtudes de seu remedio, resta delle ocul
tamente hum germen peçonhento, que nem ainda os
mesmos que o usárão o podem perceber ás vezes. Com
efeito ha occasiões em que a revolução, que causa,
affecta a extincção da molestia para que foi applicado;
porém só se conseguio fazella mudar de fórma, ou dar
}he huma existencia occulta por algum tempo, mas quan
do chega a abortar o faz de hum modo irreparavel. Em
huma palavra o preconizado descobrimento de Mr. le
Roi he hum especifico prodigioso para multiplicar, e
perpetuar as molestias cronicas especialmente; assegu
ra tarefas incessantes aos Medicos, e abre hum novo
thesouro a favor dos Boticarios.
Oxalá que o publico sensato receba as anteriores in
dicações como hum testemunho do mais sincero inte
resse pela humanidade. Lisboa, 17 de Março de 1831.
= José Lanzarot.
*—*§§ * 34
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 3 de Abril,
Embarcações avistadas.
6 h. 45 m. 2 Brigue Escunas sem bandeira, e l Galio
ta dito, a Oeste do Cabo da Roca,
Embarcações entradas em S. Julião.
11 h. 3 m. 2 Escunas Inglezas.
1 h. 46 m. 1 Brigue Escuna Inglez.
3 h. 8 m. 1 Galera Ingleza, e l Bergantim Russiano.
4 h. 49 m. 1 Bergantim Russiano:
Embarcação sahida de S. Julião.
7 h. 40 m. 1 Paquete Inglez.
Idem , 4.
Hontem á noute entrou 1 Escuna Ingleza.
Embarcações avistadas.
5 h. 34 m. 1 Galeota Hollandeza, 2 Bergantins sem
bandeira, 1 Escuna dito, e 1 Chalupa dito a Oes
te do Cabo da Roca.
Embarcação entrada em S. Julião.
2 h. 27 m. 1 Galcota Hollandeza.
Annuncios.
João Bartholomeu de Amorim Queiroga, Proprieta
rio Encartado no Oficio de Escrivão dos Orfãos da Ci
dade de Faro, e seu termo, tendo Alvará Imperial
e Real para poder nomear serventuario para o dito Of
ficio, annuncia ás pessoas que se achem nas circumstan
cias da Lei para servirem o dito Oficio ampliadas com
a faculdade , possão procurar o sobredito proprietario
no largo de Belém N.° 6, para se tratar do dito negocio.
No dia 23 de Março do corrente anno, se perdèrão
na Cidade baixa huns papeis que constão de recibos,
procurações, e dous titulos de Divida Pública N.° 1477,
e 11672 : quem os acha-se e queira restituir, o poderá
fazer no Escritorio do Tabellião Noronha, na rua do
Ouro N.° 281, onde se lhe darão alviçaras.
João Dias de Carvalho, da Freguezia de Serpins, ar
rematou na praça publica em Coimbra, no dia 23 de
Março, tres propriedades de terras urbanas de pão evi
nho na execução que movia D. Maria de Rezende Co
mosa, viuva, e seus filhos a Gonçalo José de Arantes,
da Villa da Louzã, cujas propriedades erão duas no si:
tio da Louzá, e huma no sitio do lugar do Padrão, tu
do pelo preço de 3743600 réis, abatidos já da quantia
parte do valor da adjudicação ; a dita quantia acha-se
no deposito pertencente ao Escrivão dos Contos da Ci.
dade de Coimbra, Manoel Moreira Dias Junior, e es"
tão correndo os trinta dias de editos da Lei para quem
direito tiver á dita quantia. •

7 h. 2 m. 2 Escunas sem bandeira, e I Galiota dito, Pretende-se arrendar a herdade do Biscainho, na Ri

a Oeste do Cabo da Roca. beira de Coruche, e consta de terras de pão, vinhas, mon
9 h. 12 m. 1 Cahique sem bandeira, ao Noroeste do tado, e olival, com huma azenha ; cujo arrendamento
Cabo do Espichel. deve ter principio em o dia de S. Miguel proximo fu
12 h. 1 Bergantim Russiano , a Oeste do Cabo da turo: quem a pretender, dirija-se á rua da Emenda N.°27.
Roca. Arrenda-se a excellente casa da quinta da Torre do
1 "###" O C8 •
sem bandeira, ao Sul do Cabo da Fato, no districto da Luz, mobilada , e com commo
dos para grande familia; tem boa cocheira, e cavalha
4 h. 35 m. 1 Galera Russiana, 1 Escuna Ingleza, rices; e tambem se arrenda a quinta, junta, ou separa
e 1 Galera sem bandeira, a Oeste do Cabo da damente : na lameda de Santo Antonio dos Capuchos
Roca, N.° 1, se trata deste ajuste.
Embarcação entrada em Belém. Na rua dos Capellistas N.° 42, 1.° andar, ha grande
á h. 31 m. 1 Brigue Escuna Portuguez, Monte do sortimento de caixinhas proprias para a mendoas, jogos
Carmo e Almas, da Ilha da Madeira, 7 dias, 1 para meninos, e outras muitas galanterias para presen
passageiro, Carlos Damasceno Rosado, Capitão de tear Senhoras. *
Infanteria N.° 2, Oficios, mala.

LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.

 NUM. 8O.
—–=>-\s-<==""
GAZETA DE LISBOA.
QUARTA FEIRA, 6 DE ABRIL.
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS,
HOLLANDA.
Haia, 11 de Março.
Diariamente se espera que haja hum movimento, ge
ral no Exercito Hollandez para recuperar a Belgica á
força d'armas. Este Exercito já consta de 1043 homens
que se achão em armas, e 803 dos quaes se podem pôr
em movimento sem desguarnecer as praças. O material
d'artilheria he consideravels prescindindo das esquadri
lhas e lanchas canhoneiras que auxiliarão pelo Escalda
o movimento do Exercito de terra. Aqui se falla de
hum novo Congresso que se vai celebrar em Aquisgrã;
porém não se dá muito credito a este boato.
(Gazeta de Madrid.)
FRANÇA.
París, 20 de Março.
Praça do Commercio hontem. Cinco por 100 conso
lidados 81 fr. Acções do banco 1400. Emprestimo Real
de Hespanha 60. Renda perpetua de idem 42 #.
Escrevem de Vienna que continuão no Tyrol e na
Carinthia os movimentos de tropas. Prohibio-se a ex
portação dos cavallos nos Estados hereditarios onde o
Governo mandou comprar 123. Tambem se formou hu
na Junta sanitaria a que se aggregárão muitos alumnos
de medicina e farmacia. O General Prussiano Roder,
enviado a Vienna com huma extraordinaria missão do
seu Monarca, sahio para, Berlim. Continuamente se
expedem correios desse Gabinete ao nosso, e vice versa.
(G. de França.)
As cartas de Milão em data de 14 confirmão a no
ticia da entrada dos Austriacos em Parma verificada
no dia 13 sem haverem encontrado a menor resistencia.
No dia 12 se havia sublevado toda a população contra
os revolucionarios, que tinhão organizado hum Governo
provisorio. O estabelecido em Bolonha se havia retirado
para Ancona. .' " …",
Na Saboya tudo está tranquillo.
Qs Jornaes da Italia nenhuma noticia dão sobre os
ANNo 1831.
acontecimentos daquele paiz; porém o Diario de Roma
annuncia que muitas Cidades dos Estados Romanos se
havião armado em defeza da boa ordem. (Idem.)
Idem, 22.
Parece que a Allemanha e sobre tudo a Prussia te
mem que as reliquias do Exercito Polaco, tentem abrir
passagem com as armas pela Allemanha na direcção da
França. Em consequencia do que se reforçou o cordão
estabelecido na Silesia, e se mandou artilheria a Fran
fort sobre o Oder. * * |-
Escrevem de Modon a 13 de Janeiro o seguinte:
* Remetto-vos algumas noticias importantes. Os In
glezes sufocárão as sublevações das ilhas de Cefalonia
e de 3ante declarando, que renunciavão aos seus proje
ctos de soberania perpetua,
» Hum dos vasos que conduzia o Regimento de Ho
henlohe á Moréa se vio obrigado a arribar a 2ante on
de os seus Oficiaes forão perfeitamente acolhidos pelos
Inglezes e pelos habitantes, que lhes derão banquetes e
bailes. O Commandante Barthelemy, na qualidade de
Commissario Francez já fixou os limites do novo Esta
do Grego juntamente com os Commissarios da Ingla
terra e da Russia; para esta operação se lhes havia ag
gregado o Engenheiro geografo Peytié.
» O General Schneider se está dispondo para bir a
Egina a fim de ver se pode deter a marcha traçada em
Constantinopla pelos Embaixadores. Todos desappro
vão o ultimo projecto da demarcação, isto he a entrega
de Athenas e Negroponto, o que faz de Vanitza e da
Carnania huma fronteira que causará inquietação.»
(Mensageiro.)
Toulosa, 22 de Março.
Segundo as noticias de Roma de 8 do corrente, se
gozava a maior tranquilidade naquella Capital.
Em consequencia do Tratado que fez a Austria com
o Governo Pontifício obrigando-se a restabelecer a tran
quillidade da Italia mediante huma indemnisação, o
General Frimont a quem o Imperador enviando-lhe no
vas tropas fez responsavel de qualquer transtorno na
quelle Reino, mandou marchar o Exercito Austriaco
para as Provincias de Parma, Modena, e Bolonha, e
parece que avanção a passo accelerado para o interior
dos Estados Pontificios. •
Os Carbonarios se tem aterrado com taes noticias
Tem-se dispersado varios corpos de revoltosos, o seu
General abandonou tudo excepto o dinheiro dos cofres,
que levou comsigo receando que caia em poder dos
OuLTOS.
 [326 ]
Só com a noticia do dito Tratado se diz que o filho
de Luis Buonaparte fugira para se embarcar em An
cona. (G. de Madrid.)
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 18 de Março.
Segundo hum artigo do Courier, o Governo Inglez,
acaba de tirandar comprar oito barcos de vapor da for
ça extraordinaria de 220 cavallos cada hum, a maior
que ate agora se tem empregado. A estes barcos se
reunirão mais alguns que o Governo faz construir
em seus arsenaes, e os que estão agora servindo.
(G. de Madrid.)
HESPANHA.
Madrid, 28 de Março.
No dia 22 do corrente forão fuzilados pelas costas em
Cadiz tres dos cumplices no assassinio do Illustre Go
gernador D. Antonio del Hierro e Oliver.
Tendo a Policia d'Algeciras descoberto que na tar
de do dia 15 devião embarcar nas immediações daquel
Ia Cidade para a praça de Gibraltar tres dos compa
nheiros de Manzanares, entre os quaes se achava o seu
segundo Commandante D. N. Campos, forão com ef
feito prezos estes reos. Tambem forão apanhados por
varias partidas de tropas e Voluntarios Realistas outros
sete rebeldes que havião ficado dispersos e occultos; e
tanto estes como os tres acima referidos forão dirigidos
a los Barrios onde devião ser fuzilados pelas 4 horas
da tarde do dia 22. (Gazeta de Madrid.)
*—º §§ 4–*
Lisboa, 5 de Abril.
Hontem, Dia de grande Galla na Corte, Se Dignou
Sua Magestade ElRei Nosso Senhor receber á hora do
costume no Real Palacio de Queluz os cumprimentos dos
Senhores Diplomaticos residentes nesta Capital, e dar
beijamão ao luzido e numeroso concurso de pessoas dis
tinctas de todas as Jerarquias, que tiverão a honra de
chegar á Augusta Presença do mesmo Real Senhor, que
a todos acolheo com a affabilidade caracteristica do Seu
Regio Coração.
+
*§§ - * no gabinete anatómico. Na primeira Lhe forão mostra
• (Artigos communicados.)
A Real Irmandade de Nossa Senhora das Angustias,
erecta na Igreja dos Monges Benedictinos desta Corte,
querendo restabelecer a Pia, e Devotissima Ceremonia
do Descendimento da Cruz, e Enterro do Divino Salva
dor do Mundo, que a referida Irmandade costumava
fazer em Sexta Feira Santa , ha mais de dous seculos,
mas que ha setenta annos se tinha interrompido pelas
calamidades dos tempos; mandou preparar no Atrio da
referida Igreja huma proporcionada montanha, em cuja
eminencia se elevou a ë". com a antiga e Piedosa
Imagem de Nosso Senhor Jesus Christo Crucificado; e
nos dous lados as Cruzes dos faccinorosos, cujas figuras
são de magnifico entalho, e dos antigos tempos. ElRei
Nosso Senhor, Protector Perpetuo da dita Irmandade, e
que por Sua conhecida Piedade deseja que os Portuguezes
imitem os santos e louvaveis costumes dos seus antepas
sados ; animado do mesmo fervor e afecto com que os
Seus Augustos Predecessores promovêrão o Culto da Mãi
de Deos Angustiada, e de seu Unigenito Filho, Dignou
Se honrar com a Sua Real Presença tão Piedoso Acto
{
da Nossa Santa Religião. A's tres horas e meia da tar
de chegou no meio de acclamações de gosto, o Adorado
Rei com Suas Augustas Irmãs, e se deo principio á Pie
dosa Ceremonia, que foi desempenhada por oito Sacer
dotes vestidos como os antigos Judeos; e que cheios de
reverencia e acatamento, despregárão e descêrão da
Cruz a Sacrosanta Imagem do Divino Redemptor. Cer
cavão a eminencia do Monte seis soldados Judeos, com
mandados pelo Centurião, e junto da Santa Cruz esta
vão todas as Santas e Devotas Pessoas de que nos falla
o Evangelho. Desempenhou explicitamente pelo Discur
so todos os Mysterios dos Piedosos Passos do Descendi
mento o Padre Mestre Doutor Fr. João de S. Boaven
tura , que com huma tocante e eloquente Oração fez
verter lagrimas a hum immenso numero de expectado
res, que cheios de compuncção e piedade assistião a este
acto. No meio do respeito e ternura que inspirava esta
Religiosa Ceremonia, admirava-se o silencio e profundo
acatamento de toda a Nobreza de Portugal, da Embai
xatriz de Hespanha, e de mais de dez mil pessoas de to
das as classes que o observavão; e sobre tudo a pungen
te magoa , e humilde reverencia com que ElRei Nosso
Senhor assistio e edificou o Seu povo, posto de joelhos,
á vista do Acto mais respeitavel da Nossa Santa Reli
gião; Acto a que no mesmo lugar tinha assistido o Se
nhor D. Pedro II, e III. * .
Acabada a Ceremonia do Descendimento , se fez a
Procissão do Enterro do Senhor; e ElRei Nosso Senhor
Se retirou no meio de repetidos vivas e acclamações dos
Seus vassallos, deixando saudades a Sua Augusta Pre
sença.
Assim se concluio a Ceremonia mais enternecedora da
Nossa Santa Religião ; ficando confundida a impieda
de e a hypocrisia, em suas maliciosas e atrevidas ca
lumnias; pois que em tão Religioso Acto, que fez des
povoar a Capital para acudir ao lugar da &### +
não se ouvírão senão suspiros pelo Rei dos Ceos, e vivas
ao Rei de Portugál.
*# …
No dia 20 de Março do corrente anno, foi Sua Ma
gestade ElRei Nosso Senhor Servido visitar juntamente
com Suas Altezas as Serenissimas Senhoras Infantas, o
Real Estabelecimento da Escola de Cirurgia de Lisboa.
Nesta visita Sua Magestade esteve em todas as diferen
tes partes deste estabelecimento, examinou attentamen
te o arranjo em que se achavão, e Se demorou com
especialidade na sala que serve de aula de operações, e
das as diferentes caixas de instrumentos cirurgicos, en
tre os quaes se achava a da Lithotricia de Civiale, que
Sua Magestade Havia dado á Escola. Por esta occasião
o Mesmo Augusto Senhor quiz saber quaes erão os re
sultados que entre nós se tinhão obtido da applicação
do dito apparelho, deixando bem vêr por este modo o
quanto Se interessa pelos progressos da Cirurgia, e bem
da humanidade. No gabinete anatómico não só via, e
examinava as diversas peças de Anatomia Pathologi
ca, mas tambem indagava os symptomas das molestias.
que havião produzido aquellas alterações. Finalmente
Sua Magestade depois de Se Haver demorado no esta
belecimento por espaço de tres quartos de hora pouco
mais ou menos, Se retirou fazendo vêr ao Director da
mesmº Escola, o qual acompanhou sempre a Sua Ma
gestade, a Sua Satisfação pelo arranjo em que achára
as cousas do dito estabelecimento. Depois da Sua sahi
da, e durante o tempo que alli esteve soárão repetidos
fogos do ar, e á noite houve illuminação geral em todo
o edificio. Já a Escola Real de Cirurgia de Lisboa ha
via por outras occasiões recebido da Benevolencia de
Sua Magestade as mais honrosas distincções, e tinha =
 [ 327 ]
gloria de contar no numero destas o mui singuiar acto
de munificencia com que ElRei Nosso Senhor Se Di
gnára escolher hum premio, e Honrar com elle o alum
no da Escola, que naquella occasião se julgou mais
digno de tão sublime distincção. Mas parece, que não
satisfeito. Sua Magestade com todas essas demonstrações
da Sua Generosa Afeição para com a Escola, Deter
minára neste celebre dia dar huma outra, que sendo,
por assim dizer, mais publica, fosse por isso mesmo
hum rasgo mais evidente da contemplação, que Lhe me
rece hum estabelecimento a que se achão ligados os pro
gressos da Cirurgia, e com ella o bem, e conservação
dos Seus lea es vassallos,
+----*-* §§ #-----*#
Litteratura.
Campanha d'Africa em 1830, por hum Official do
Exercito expedicionario.
O Testamento da Monarquia foi huma victoria.
Tal be a epigrafe que tem esta mui interessante relação.
O author poderia accrescentar-lhe outra extrahida do li
vro da sabedoria: Vaidade das vaidades, tudo he vai
dade! Baqueou o Throno que dera o signal de hum dos
tnais gloriosos acontecimentos do seculo 19.”, e ficou
como sepultado entre troféos; o Rei que concebera a
generosa idéa de destruir a escravidão e de levar a ci
vilisação á costa d'Africa, está na terra da expatria
ção da mesma sorte que o barbaro a quem suas armas
vencêrão; o Chefe da expedição anda errante e pros
cripto; os companheiros da sua gloria sem recompen
sa, porém não sem honra, votados a insolente despre
zo, e seu filho sacrificado entre os primeiros na flor da
idade em vão reclama da ingrata patria o louro e a se
pultura. Amor da patria, gloria, virtudes, zelo, hon
ra, fidelidade, sereis acaso só hum nome vão! Que
Inão arrancou as palmas que devião fluctuar sobre a
frente, ou cobrir o féretro dos vencedores de Sidi Fer
ruch, de Staoneli, de Sidi Halef, e d'Argel! Como se
humilhou o que era tão grande, tão altivo, e tão di
gno de louvor! O Providencia! Foi a tua mão quem
tudo conduzio; he ella quem ha de restabelecer o Rei
nado da verdade e da justiça. Cumpre louvar, e sugei
tarmo-nos aos seus Decretos.
A par ou em seguimento do renome de tão bella ex
pedição, se a montoão outras circumstancias que lhe
realção o esplendor, e que reflectem sobre a França
in maculada gloria. Se se ler a relação simples e sem
ornato que hum Oficial colocado no centro dos acon
tecimentos acaba de nos dar, ficaremos convencidos de
que talvez nunca nossos fastos militares tenhão ofereci
do no mesmo quadro, mais rara união de intelligencia,
actividade, harmonia, valor, disciplina, desinteresse,
virtude, e modestia. Talvez nunca o sentimento do de
ver, dimanando de huma elevada origem, tão podero
samente influisse sobre tantos homens reunidos, tendo
todos differentes encargos a desempenhar para hum mes
eno fim. * *
A administração que dispõe os successos pela sua pre
visão, e conserva a disciplina acudindo a todas as pre
cizões, mostra-se admiravel. Os preparativos da parti
da, as medidas da chegada, o armamento, o basteci
umento, tudo se faz em poucos dias com certa ordem,
unanimidade, zelo, e lealdade que só podem ser inspirados
por bum principio vivificante, que espalha á roda de si
a confiança, e o ardor. A Inglaterra inscreve em seus
fastos que pela primeira vez se mostrou a França sua
rival na arte de preparar huma remota expedição. A
França applaude com orgulho, e acompanha com seus
votos os guerreiros que vão reconduzir á costa Africans
o Estandarte de S. Luiz. Parte o Exercito; a habili
dade, a perseverança, a boa ordem, e a disciplina
triunfão dos ventos contrarios, do tedio de longa arri
bada, e dos obstaculos que a natureza oppõe a hum
numeroso desembarque. Que intelligencia no comman
do! Que unanimidade, que exactidão na execução!
Que ardor e regularidade nas uma nobras! Por toda a
}" he o inímigo repelido ao grito de Viva o Rei !
'or toda a parte o valor e sangue frio dos nossos sol
dados triunfão do numero e do cego furor dos Mussul
*nanos. Sidi Ferruch, Torre Chica, Staoneli, dizei-nos
quanta coragem vistes, quanta lealdade, que insignes
feitos, e gloriosos sacrificios da propria vida! Repeti o
nome desse joven guerreiro, segundo dos quatro filhos
do Chefe da Expedição, succumbindo no meio da vi
ºctoria, e dizendo aos que o cercavão e lamentavão a
sua perda: Qual de vós não quizera comprar com o pro
prio sangue a victoria que alcançámos? Confessai que
a minha ferida está bem collocada ao pé do coração.
Feliz mancebo! Ignoravas que esse nobre coração, uni
co thesouro que teu pai em breve levaria dessa terra
conquistada pela sua espada, e humedecida com teu
sangue é com suas lagrimas, o acompanharia na ex
patriação, e que teus gloriosos restos mortaes serião re
cebidos na tua patria com a profanação, e com o in
sulto ! • • •
Estamos em Argel, depois de hum cerco em que a
sciencia e a coragem desenvolvêrão todos os recursos.
Aqui a scena muda, e a civilisação, a generosidade, o
desinteresse, as virtudes dos tempos Cavalleirosos bri
lhão com todo o esplendor. Em tempos pouco aparta
dos, a morada de hum Cidadão era menos respeitada,
do que a do Arabe que acabavão de vencer. Seus lares,
seu culto, seus habitos domesticos, seus affectos são
inviolaveis para o vencedor , e o soldado reclinado
debaixo da abobeda dos Ceos parece ser o guarda
do descanço, e da habitação estranha! Hum thesou
ro immenso religiosamente conservado, hum gran
de material de guerra vão compensar os sacrificios
da patria; o seu Exercito unicamente reservará para
si gloria sem macula. A origem de todas as graças
disporá de parte desse thesouro, em beneficio do va
lor indigente e mutilado; os veteranos da honra ve
rão em fim paga a divida do Estado para com el
les. O barbaro, que duas vezes ultrajára a honra
Franceza, o espoliador do nosso commercio pacifico, o
despota que sobrecarregára de ferros nossos compatrio
tas e nossos irmãos, sahe do theatro da sua decahida
grandeza, levando todos os seus bens, e admirando hu
na generosidade que apenas he capaz de comprehender.
O vosso Rei he grande, he generoso, por isso que vos
ordenou tudo quanto carecutastes, diz o Dey a Mr. de
Bourmont. Em poucas palavras expressava aquelle an
cião tudo quanto ha de poderoso e de forte em hum
principio que durante quatorze seculos elevou a França
á grandeza que tem tido em tres Dynastias.
Turcos, Arabes, Mouros, Kabyles, Kolouglis, e
Negros, Christãos, Judcos e Mahonetanos, apenas for
mão aos olhos do vencedor huma unica familia, sugei
ta a justas leis, e a huma administração paternal: já
hum raio de luz fulgura nesses lugares que habitavão o
captiveiro, o terror e a morte. No entanto não fica
ocioso o Exercito, e ao passo que parte delle repara
os estragos do cerco, a outra vai em pontos mais dis
tantes provar seu valor e sugeitar novas povoações. A
perfídia, e a traição de alguns indigenas tentão o que
não podera executar hum Chefe poderoso, que comman
dava como senhor absoluto; os mais culpados sofrem
hum castigo temperado pela clemencia. Essa indulgen
cia foi depois criminada ao Chefe como falta; mas se
ultimamente as torrentes de sangue derramado eum B+
 | 328 |
lida entregue á pilhagem provárão mais habilidade, du
vidamos
"norme que tornassem
Francez. mais caro ou mais respeitavel o
Tal era o estado do Exercito entre as brilhantes vi
ctorias que acabava de alcançar, tal era a mais lison
jeira perspectiva, quando ao Quartel General chegárão
as primeiras moticias da Revolução de Julho. Deixemos
aneste lugar fallar o author da relação; demasiado inte
resse acompanha certas circumstancias pouco notorias
para lhe tirarmos o merito de huma narração tão cheia
de sentimento como de verdade:
» Os Oficiaes mais fieis, e erão numerosos, votavão
que se formasse huma Divisão escolhida, que embarcas
sem, e que se dirigissem á costa da França, e onde o
vento os levasse. Estava ameaçado o Throno, a Familia
Real havia sahido da sua residencia com os restos das
forças encarregadas de conservarem a boa ordem na Ci
dade de París; taes erão as noticias mais recentes. Tra
tava-se pois de hir sustentar o Throno vacillante, e es
pecialmente de proteger a Dynastia contra as audazes
pretenções do partido vencedor. Ainda o podião fazer.
A subita presença de huma Divisão do Exercito d'Afri
'ca teria reunido todos os Realistas; Mr. de Bourmont
á testa dessa Divisão, teria podido salvar a Monarquia.
Prevaleceo diferente parecer no Conselho.
… Alguns Jornaes impressos em Paris debaixo da im
fluencia das circumstancias não devem fixar as nossas
ideas sobre os acontecimentos; foi então que alguns Of
ficiaes quizerão hir procurar o Rei, estivesse onde esti
vesse, e sem attender ás leis sanitarias.
» Tinhamos a desesperação na alma, e este Exercito
victorioso se achava por assim dizer, prizioneiro dentro
dos proprios muros que conquistára. Des de esse mo
Incnto houve scisão na tropa. Aquelles que deploravão
as calamidades da familia que acabava de dar quinze
annos de prosperidade á patria, vião com susto o futu
To reservado á França. Separárão-se dos que estavão
resolvidos a adoptar todas as consequencias da revo
lução. -
» O discurso do Lugar Tenente do Reino, na aber
"tura da sessão foi lido com a videz; commentárão-no e
“todo o mundo, á excepção de hum numero pequeno de
indivíduos, que talvez soubessem o segredo do que devia
occorrer na França, procurou no mesmo discurso ga
* antias a favor do herdeiro da Coroa. Estas palavras:
Todos os direitos serão reconhecidos forão acolhidas
com transporte como ultima esperança; os aconteci
mentos provárão depois quanto era grande o nosso erro!
» A Marinha havia recebido ordens terminantes para
íçar a bandeira tricolor; mas o Almirante mandou di
zer ao Marechal, que a Esquadra só mudaria de bandei
'ra quando de terra lhe dessem o signal. Todos os va
sos que chegavão de França arriavão a bandeira trico
1or á vista da Bahia, e içavão a bandeira branca.
» Varios Conselhos de Guerra tiverão lugar a este res-, 3 h. 2 m. 2 Bergantins sem bandeira, ao Sul do Ca
peito, em que as discussões forão muito animadas. Al
guns Oficiaes Generaes expressárão nessa occasião os 6 h. 2 m. 1 Brigue Escuna, 1 Escuna, e 2 Cabiques
mais nobres sentimentos, e altamente protestárão con
1ra tudo quanto se fizesse em menos cabo dos interesses
do joven F#p- agora Rei pelo
de seu avô e de seu tio.
facto da abdicação
» Alguns Regimentos havião resolvido não mudar de
laço; em outros grande parte dos Oficiaes Superiores e
Inferiores mutuamente havião penhorado a palavra de
honra a fim de não adoptar mudança alguma; estava
por tanto o Exercito em vespera de ser dilacerado pela
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
dissensão. Teve lugar hum Conselho a 15 d'Agosto em
•
casa do Marechal, e se decidio entre elle e o Almiran
te, que na manhã do dia 17 fluctuaria na Alcazava a
bandeira tricolor.
» Indirectamente se prevenio o Exercito desta mudan
ça; até mesmo se lhe annunciou como concessão feita
ás circumstancias mas que em nada devia lezar os direi
tos do joven Principe unico herdeiro legitimo da Coroa
de França.»
Aqui termina a relação com a Campanha. Pertencen
do a continuação dos acontecimentos a outros princiº
pios, a outro systema, e por assim dizer a outro Exer
cito, não podia ser da competencia do historiador cuja
obra acabamos de analyzar. Oxalá que ela encontre
historiadores tão fieis, tão veridicos, tão penetrados de
nobres e elevados sentimentos! He debaixo da inspira
ção desses sentimentos que o author escreveo, e ha nel
le demasiado calor e candura para o criminarmos de
não haver sido bastante politico. Ao passo que applau
dimos os numerosos exemplos de honra e de lealdade
que aquelle bello Exercito ofereceo, louvamos o Che
fe da empreza por ter assegurado os resultados della,
por ter conservado á França a sua preciosa conquista
quando a desorganisação e a discordia do Exercito po
dião perder tudo; por se haver resignado á sua sorte
com tanta grandeza d'alma e por não ter dado ao mun
do o lastimoso espectaculo de huma guerra civil em paiz
estranho. Foi assim que Scipião Africano succumbindo
ao esforço dos Tribunos, permaneceo fiel á sua patria
e lhe conservou os fructos das batalhas de Lilibea e de
Utica, e o Exercito que venceo Anibal.
Mas ainda quando o General Francez tambem tenha que
fazer gravar sobre o seu tumulo: Ingrata patria ne ossa
quidem mea habes, e quer obrasse pelo seu proprio mo
vimento, quer obedecesse a huma inspiração mais ele
vada, o ultimo dia do seu commando será avaliado co
mo a sua mais brilhante victoria.
(Gazeta de França.)
*—º §§ 4–"
Telégrafo. — Serviço da Barra.—º de Abril.
Hontem entrárão 2 Hiates Reaes, Santa Anna, e Bom
Despacho, 1 Galera Sueca, 1 dita Russiana, e 1
Escuna Ingleza.
Embarcações avistadas.
5 h. 40 m. 2 Bergantins sem bandeira, 1 Escuna dito,
e 1 Galiota dito, a Oeste do Cabo da Roca.
7 h. 50 m. 1 Escuna sem bandeira, ao Norte do Cabo
da Roca.
9 h. 38 m. 1 Galera sem bandeira, e 2 Bergantins di
to, ao Norte do Cabo da Roca: a Galera navega
para o Sul.
bo da Roca: 1 navega para o Sul.
sem bandeira, ao Norte do Cabo da Roca.
Embarcações entradas em S. Julião.
6 h. 33 m. 1 Escuna Ingleza.
8 h. 30 m. 1 Bergantim, 1 Escuna, e 1 Chalupa In
gleza.
11 h., 38 m. 1 Escuna Ingleza, e 1 Bergantim do
Norte.
3 h. 30 m. 1 Bergantim Inglez.
4 h. 32 m. 1 Bergantim Russiano.
F - • * """ ********_*_*_*****

NuM.81.
GazETA DE LISBOA. —=>xp6->|$@$1<<<9G<<==-
QUINTA FEIRA, 7 DE ABRIL.
=>}<>$->
PARTE OFFICIAL.
Extracto da Ordem do Dia N.° 20.
Quartel General no Paço de Queluz, em 6
de Abril de 1831.
ElRei Nosso Senhor, como Commandante em Chefe
do Exercito, Determina que os Generaes Encarregados
dos Governos das Armas, remettão ao Ajudante Gene
ral huma folha das Informações Semestres, preenchidos
os seus dizeres pertencente a cada hum dos Oficiaes da
1.° Linha desempregados tanto do Brazil como das Pos
sessões Ultramarinas, e actualmente residentes-nos dis
trictos de seus Governos, exigindo-lhes para isso os do . Kalish; outos que havia retrogradado para Lublin a
cumentos necessarios. ") ) fim de atacar a Divisão Palaca de Duernicki sobre a
(Seguem-se licenças.)
Declara-se que o verdadeiro nome do Tenente da 1.°
Companhia do Batalhão de Voluntarios Realistas de
Chaves, mencionado na Ordem do dia 5 de Fevereiro
ultimo, he Francisco de Gouvêa Tovar, e não Antonio
de Gouvêa Tovar de Frias. = Conde de Barbacena, Che
fe do Estado Maior General. — Está conforme o Origi
nal. = Ajudante General, Marquez de Tancos.
PARTE NÃO OFFICIAL.
NoTICIAS ESTRANGEIRAS.
RUSSIA,
S. Petersburgo, 6 de Março.
Assegurão que o Imperador está decidido a fazer da
Polonia huma Provincia do seu Imperio. Isto será hu
ma satisfação que se deve á nação Russiana.
Todos os dias sahem para o Exercito grandes quan
tias de dinheiro, e os extraordinarios preparativos que
se notão no interior do Imperio fazem presumir, que de
Pois de destruida a insurreição Polaca se dará ao nosso
Exercito outro destino.
Sahírão 4 Divisões de 16,3 homens cada huma; de
rmodo que o Exercito activo que se reunirá para mano
brar na Polonia constará de 2603 homens, deduzidas
as perdas que já sofreo... … (Gazeta de Augsburgo.)
\
•
ANNO 1831.
I _>
+ \
----
PRUSSIA.
\
Berlim, 9 de Março. }
O Exercito Russiano concentrado ao redor de Var
sovia chegou a occupar a ponte de Praga.
No dia 4 entrou em Varsovia hum Correio de Paris
com despachos para o Geverno Nacional; porém nada
havia transpirado a respeito do seu conteudo.
Em Varsovia começavão a escassear os comestiveis
pois o scheffel de trigo custava 8 talers; e se tiravão á
força os viveres e forragem que havia nas casas parti
culares. |-
Parece que não havia chegado a Plock a Divisão
Russiana que marchara no dia 4 das immediações de
/arsovia, Huns dizião que se dirigia para o Oder por
qual cahiria ao mesmo tempo pela retaguarda a Divi
são Rozen. +. +
A Gazeta de Berlim publica as seguintes noticias de
Karsovia em data de 7 de Março:
» Alguns destacamentos de corpos Francos tem tenta
do sublevar os districtos Polacos de Tomaszow e, de
I{rubiesow, molestando d'accordo com a guarnição de
|- 3amosc o corpo de cavallaria do General Russiano Kreuz.
O Major Rujetzki encarregado desta operação conse
guio, á força de ameaços e de máo tratamento reunir
alguns milhares daquelles habitantes; porém bastou hum
destacamento que o General Kreuz mandou de Kras
nick a Janow para frustrar essa tentativa. Com efeito
a 23 de Fevereiro atacou o destacamento o Major Ru
jetzki nas immediações de Jenou e dispersou as suas
forças depois de lhes haver morto e ferido 200 homens:
Em consequencia desta derrota se reunírão os habitan
tes de varios districtos confinantes, e declarárão ás au
thoridades, que se os obrigassem a fazer o serviço mili
tar hirião buscar asylo no territorio Austriaco.
No dia 3 obrigárão os habitantes da parte da Polo
nia ainda não occupada pelos Russianos e que se acha
vão em estado de pegar em armas, debaixo de juramen
to a combaterem pela patria até derramarem a ultima
gota de sangue. Mas fallando disto certo Periodico Al
lemão diz francamente: º Tomou-se esta medida em con
sequencia dos muitos conscriptos que diariamente de
sertão. »
ITALIA.
Roma, 13 de Março.
A estas horas tudo estará concluido na Italia: os ca
beças dos revolucionarios se precipitárão por todos os
 [330 ]
pontos no Adriatico fugindo á vingança das leis. Os No
bres, os Cidadãos e mais habitantes respeitaveis fazem
o serviço militar desta Capital com zelo digno dos
maiores elogios. Aqui gozamos da tranquillidade mais
completa debaixo do sceptro suave e benigno do nosso
muito amado Soberano Gregorio XVI. # continuada
experiencia convence a todo o mundo de que os povos
que cegamente se deixão seduzir por enganosas theo
rias, e que abandonão a Sagrada Causa dos seus
Legitimos Soberanos attrahem sobre si incalculaveis des
graças. Lance-se hum golpe de vista por toda à Euro º nhecimento, não deixaria de ter alguma probabilidade
a e se verá huma prova bem dolorosa, porém dema de bom exito fazendo a guerra á Russia, porque as Pro
siado certa, de que a miseria e o descredito sempre são vincias que lhe conquistárão, se achão perto de Ispahan,
inseparaveis de huma revolução.
(Diario de Roma.)
A columna Austriaca que entrou em Modena consta
de 8,000 homens com hum parque d'artilheria de 14
peças. O General revolucionario 3ucchi vai fugindo
com alguns cumplices que o quizerão seguir. Os mais
chefes da rebellião tambem fogem para a Toscana mas
só se demorão o tempo bastante para achar hum navio
que os transporte a França. De todos estes tyrannos de
hum dia só resta o advogado Viceni, que tambem se pre
parava para marchar. Assim torna a alegria e a felici
dadeA a* renascer na Italia.
•
(Idem.)
•
* Nº FRANÇA.
París, 20 de Março.
O misterioso protocolo de 27 de Janeiro, que tanto
tem dado que fazer aos politicos, e aos especuladores,
acaba de se publicar, não de oficio, mas por hum peº
riodico Allemão, o que nada enfraquece a sua authen
ticidade. Notar-se-ha, que se occultou durante, muito
tempo depois de se haverem publicado os de 9 e 18 de
Fevereiro que a elle se referem. O extracto deste docu.
mento he o seguinte: Distribuem-se entre a Hollanda
e a Belgica tomando o termo medio das contribuições
directas e indirectas, que ambos os paizes pagavão em
1827, 28, e 29, a divida com juro, a atrazada, cas
cedulas de amortisação, e as rendas reembolsaveis sobre
territorios que tem hypotheca especial. — Para compen
sar o excesso da divida de que mediante este ajuste a Hol
Handa se encarrega, a Belgica abonará o juro compe
tente á parte que paga de menos. — Concede-se aos ha
bitantes da Belgica a livre fruição da navegação do Es
calda, e o commercio nas Colonias Hollandezas no mes
mo pé que aos habitantes da Hollanda. — Ficão abe
neficio do paiz em que estiverem situadas, as obras pu
blicas construidas á custa do Reino dos Paizes-Baixos,
— O porto de Antuerpia será só porto de commercio
conforme o estipulado em Paris a 30 de Maio de 1815.
— Nomear-se-hão
limites Commissarios
entre a Belgica para demarcarem os
e a Hollanda. •
(Quotidiana.)
De Varsovia escrevem o seguinte a 7 de Março:
» Os Generaes Woyczynski e Niciolouski derão a de
missão dos seus cargos de Governador e Vice-Governa
dor da Capital.» ; #
Não se tem recebido noticias da Polonia posteriores
ás que demos no dia 7. Mas varios periodicos de Var
sovia referem que muitos medicos e cirurgiões evitão as
occasiões e compromettimentos de administrar aos feri
dos Polacos os soccorros da sua arte. Os periodicos quei
xão-se de que muitas pessoas se negão a fazer sacrificios
pela sua patria, e de que até mantem communicação
com os Russianos. •
Diz a Gazeta d'Augsburgo, que muitos membros da
Dieta pedírão passaportes ao Consul Austriaco.
(Gazeta de França.)
Não ha muito tempo que o liberalismo fazia votos
para que o Imperador Nicoláo conseguisse expulsar os
Turcos da Europa; agdra mudárão-se as suas combi.
nações politicas; o Grã-Senhor entrou de novo em gra
a ; os liberaes formão alliança com a Persia e com o
# Ottomano para favorecer a revolta da Polonia
em beneficio da Russia. Insana combinação em que se
alguma com os interesses , e
não tem conta costumes,
nem mesmo com a distancia do paiz.
A Persia, de cujas forças apenas temos imperfeito co
e muito longe de S. Petersburgo ; porque os homens
que as habitão são pela maior parte coreligionarios dos
Persas, fallão o mesmo idioma e fazem commercio com
elles, o que torna a sorte de huma guerra sempre favo
ravel. Mas o caso he bem diferente com a Porta : a
Bessarabia , e a costa do Mar Negro de que a Russia
se apoderou, confinão com a parte poderosa do Impe
rio Moscovita ; essas Provincias não podem ser nova
mente conquistadas pelo Imperio Ottomano, nem mes
mo valem para elle a pena de o serem; preciosas para
a Russia pela sua situação a mesma Russia lhes tem
vindo a ser cara pelos sacrificios que fez para lhes dar
valor; não tem nenhuma propensão a favor da Porta,
que não tiraria dellas maior vantagem do que de huma
multidão de outras Provincias igualmente productivas
e bem situadas. De sorte que se o Divan podesse con
ceber a esperança de as recuperar depois de huma guer
ra, procederia com desacerto fazendo essa tentativa.
A Moldavia e a Valaquia, sentinellas avançadas do
Imperio Ottomano, atalaia do Divan, que ligão á po
litica da Europa, se achão algum tanto comprometti
das pelos ultimos Tratados, porém no entanto não estão
perdidas; acabando de preencher as suas obrigações a
Porta assegura a conservação das ditas Provincias, e
esse meio he mais seguro, esse caminho he mais vanta
joso, do que o seria a probabilidade de as recuperar de
pois de novos combates. O augmento de civilisação que
à Moldavia e a Turquia devem á occupação Russiana
teria antigamente assustado muito o Divan; mas debai"
xo do Governo do Sultão actual se tolera isso; o que
occorre no Egypto, na Servia, e mesmo erh Constanti
nopla annuncia, que o Grã-Turco se vai familiarizando
eom a idea de ter subditos civilisados. He melhor por
tanto usar da arte que tem empregado para tirar pro
veito do que se fez em seu prejuizo, do que leviana
mente envolver-se em huma nova guerra.
Temos discorrido até agora como o poderiamos ter
feito antes da ultima campanha, quando se presumiº
que a Porta era capaz de medir as suas forças com a
Russia, quando as montanhas do Balkan ainda erãº
virgens, quando se consideravão irresistiveis os ataques
da cavallaria Turca, quando se julgava que cada 0
tomano estava desejoso de morrer pelo Grã-Senhor; mas
as cousas tem mudado hum pouco, o prestigio tem da
do lugar a funestas verdades. Agora sabe-se que se pas
sa, o Balkan , que as tropas Turcas fogem , que º
Mahometanos de bom grado recebem guarnição inimi
ga; donde se tira a consequencia que ao menos pelº
momento o repouso convém á Turquia. He huin cou
valescente que precisa recuperar as forças, a quem vio"
lento exercicio seria contrario, e a quem só o descansº?
o regime, e o tempo podem restituir a saude; não jº
na flor da mocidade, mas a quein espera o vigor dº
idade madura. - •
Grande he a confiança que inspira ao liberalismo º
exito das suas loucas emprezas por isso que se atreve º
formar o projecto de unir a Turquia á Polonia para
vencer a Russia. Quanto seria curioso assistir ao comº
selho em que alguns cidadãos de Paris gravemente dº
liberão sobre tão grandes interesses, ver os seus planº
 [ 331 ]
de campanha, ouvir os seus extravagantes raciocinios e muneração por este serviço, e huma pataca por cada
penetrar a sua profunda politica! Os Turcos forão em pão que lhes trouxessem. Na apparencia condescendê
outro tempo soccorridos pelos Polacos porque estes se rão com esta supplica, mas forão com efeito dar parte
achão colocados de modo que podem atacar o centro da ao Subdelegado da Policia d'Igualeja, que sem perder
Fussia quando huma guerra contra a Porta a obriga a hum momento dispoz que sahissem alguns paizanos ar
reunir grandes forças em huma das suas extremidades; mados com trinta Voluntarios Realistas de Yunquera,
mas que podem a favor dos Polacos os Turcos que se e outros vinte de Arriate, que se dirigírão com os dous
achão por detraz do Balkam, e a quem a Hungria, os pastores ao sitio onde ficara occulto Manzanares e ou
montes Crapach, a Moldavia e a Valaquia, agora occupa tros vinte companheiros seus que lhe havião ficado. Lo
das pelos Russianos separão da Polonia ! Se ainda tivessem go que vio aquella força se considerou perdido, e no
a Esquadra que os liberaes virão destruir com tanto pra accesso da sua desesperação matou com a espada João
zer em Navarino, poderião ameaçar hum desembarque Gil, que se animou a hir em direitura sobre ele. Porém
no Mar Negro, e occupar por esse meio parte do Exer não tardou em vingallo seu irmão Diogo, disparando
cito Russiano : porém Marinha, dinheiro, coragem, huma espingarda sobre Manzanares a quem deixou mor
tudo falta á Turquia, e nada disso lhe podem dar os to no mesmo sitio, tirando-lhe as insignias militares que
liberaes. Apenas tem conselhos e Oficiaes a meio soldo poz em si mesmo. Os mais carregárão sobre os faccio
que oferecer á Persia e á Porta; com isso não livrarão sos matando-lhes 4 homens, fazendo 10 prizioneiros, e
a Polonia do mui imminente perigo em que se acha de tomando as espadas, espingardas, moxillas, e baione
deixar de ser em breve mesmo hum Reino, tas que trazião. •

Hum paiz situado no meio da Europa, não limitado » O laço que trazião os rebeldes era encarnado, azul
por algum mar, nem defendido por montanhas, he e amarello, cores que reunidas deste modo já mais ne
pouco proprio para o estabelecimento de hum Governo nhum Hespanhol ha de reconhecer como nacionaes, e que
que reprovão seus vizinhos. Os liberaes fizerão má es antes servirão de alvo para contra elle dirigirem seus tiros
colha do seu terreno. Na Polonia assim como na Alle. do que como signal de reunião democratica. As balas que
manha he precizo marchar com passo igual ao dos seus trazião são de nova invenção tão funesta e abomina
vizinhos se quizerem evitar que acudão de toda a parte vel que só isto basta para fazer ver até onde chega a .
para remediar os seus extravios. forocidade de taes monstros. Cada tiro compõe-se de
(E. da Gazeta de França.) duas balas ordinarias unidas entre si por meio de huma
eorrente em fórma espiral que se dilata ao disparar, e
HESPANHA. pode ferir ou matar dous individuos de huma vez, imi
tando em pequeno o efeito das balas encadeadas de que
** ,
Madrid, 2 de Abril. se costuma usar nas embarcações. Quando vemos pre
parativos tão atrozes conduzidos por Hespanhoes que pre
ElRei N. S. a nossa amada Rainha, e a Augusta In tendem ser amados e desejados pela sua patria, presti
fanta continuão sem novidade em sua importante sau gio com que arrancão auxilios aos estrangeiros, accres
de, e igualmente SS.AA. R.R. os Serenissimos Senho ce a indignação á vista do sarcasmo. Se fosse certa a
res Infantes. acceitação de que tão gratuitamente se gloríão, que
(Parte Official da Gazeta de Madrid.) motivo havia para taes preparativos, para taes artifi
eios, e sobre tudo para taes e tão horrendos assassinios!
S. Sebastião, 21 de Março. A verdade he, que elles conhecem, assim como todos
eonhecemos, que a Hespanha os detesta pelas suas dou
O Estafeta publicando a noticia da derrota dos re trinas e pelo exemplo que derão no tempo em que a ti
beldes Hespanhoes, contém algumas reflexões e particu verão subjugada. Sabem que a Hespanha aborrece e de
laridades relativas ao assumpto, de que passamos a ex ve aborrecer a Constituição de Cadiz e todas quantas se
trahir o seguinte: -
instituirem com similhantes bazes, e a Hespanha não
** * *

» Concluio-se o 2.° acto da revolução dos rebeldes ignora que elles mesmos conhecem que a tal Constituição
Hespanhoes com igual promptidão e exito mais com he anti-social e que ninguem póde governar debaixo
pleto do que o 1.°, pois não tendo durado mais que da sua influencia. Para que pois hão de fallar em li
quatro dias completos entre a insurreição, a fuga, o berdade e filantropia quando não podem dar hum pas
eombate, e a entrega, tivemos o gosto de que nem se so nem mesmo segundo as suas proprias idéas sem
quer se podesse salvar hum só individuo, nem dos que que lhes abrão o caminho o assassinio , a traição e o
acomettêrão pela serrania da Ronda, nem dos que fize exterminio daquelles mesmos a quem pretendem re
rão rebentar a conjuração na ilha. A inalteravel fideli generar ! Os povos da Hespanha já não necessitão de
dade de todos os povos da Monarquia, o valor das tro fazer extraordinarios esforços de lealdade para resistir a
pas e Voluntarios Realistas, e a presença d'animo do esta classe d'inimigos; basta-lhes a razão e discernimen
digno General que manda na Andalusia, tem completa to de que são geralmente dotados para lhes darem a conhe
mente destruido os mais combinados esforços da facção cer, que aquelles que os roubárão e aniquilárão huma
assassina, e de huma vez resolvèrão o problema de ser vez debaixo do nome da liberdade e da filosofia, não
impossivel na Hespanha outra revolução no sentido da deixarão de o fazer segunda por mais que profira sua
Constituição de Cadiz. • • * ** - 1 boca outros nomes igualmente sagrados. Os , Hes
» A partecipação do General D. Vicente Quesada ao panhoes abominão a escravidão dos revolucionarios por
Ex. Sr. Ministro da Guerra em que brilha a modestia que possuem e sabem apreciar a justa liberdade que
e superioridade do seu genio, nada deixa que appete disfructão debaixo do paternal Governo do seu Mo
cer á curiosidade nem ao patriotismo etc. I) BTCâ, 9%

» A facção commandada pelo rebelde Manzanares ha + Idem ? 28,

via penetrado pela Serra Vermelha e Monte do Du
e, tenazmente perseguida pelos Voluntarios Realis Lê-se a passagem seguinte na correspondencia da Ga
tas daquella Cidade debaixo do commando de D. João zeta d'Augsburgo:
d'Azites; a mesma facção se vio obrigada - a fugir du "… Mr. Schastiani queixa-se amargamente do que se cha
rante a noute, para o termo de Benhavis partido de <ma propaganda. Parece que Mr. Lafayette tem corres
Marvella. Alli se dirigio Manzanares aos dous irmãos pondência com o mundo inteiro, em despeito do Go
João e Diogo Gil, pastores, pedindo-lhes que lhe le verno, e contra a sua vontade. O Ministerio recebe em
vassem huma carta a Marvella, e oferecendo-lhes re cada Correio cartas interceptadas desta personagem com
/
 [332 ]
justas queixas dos Governos, e dos seus Embaixadores.
Porém Mr. Sebastiani não pode fazer nada porque Mr.
Lafayette não tem nenhuma relação com o Governo.
Acha-se á frente de certa especie de associação indepen
dente; as suas idéas estão muito arraigadas, e he muito
grande a sua obstinação para que possão ter algum ef
feito simples reflexões.» (Gazeta de França.) º
s——» $$ «—*
ILisboa, 6 de Abril.
(Artigo communicado.)
O Juiz de Fora da Villa do Redondo, Francisco de
Mendonça Mexia Almeida Barbarino, sempre coheren
te com o seu anterior procedimento, acaba de dar mais
huma prova da sua inteira dedicação á Sagrada Causa
da Realeza, e da sua veneração, respeito, e fidelidade
á Augusta Pessoa do Nosso Legitimo Rei e Senhor, o guio-se, acabada a Missa hum Solemne Te Deum, cu
Senhor Dom Miguel I., propondo na Camara daquella ja musica, assim como a da Missa foi executada com
Villa a celebração do Anniversario do Faustissimo Dia
22 de Fevereiro de 1828, em que a Divina Providen
cia, no Feliz Regresso de Sua Magestade a este Reino,
revelou manifestamente querer felicitar os Portuguezes,
concedendo-lhes
seu Legitimo Rei.o ineffavel beneficio da Presença do
•
Acolhida, como era de esperar, pelos membros da
Camara tão justa proposição, foi unanimemente resol
vido, que o Anniversario daquelle feliz Dia fosse cele
brado rendendo-se a Deos Acções de Graças as mais
solemnes, pelos beneficios nelle recebidos, e dando-se
todas as demonstrações publicas de prazer e regosijo,
que em todos os leaes Portuguezes produz sempre a re
cordação dos felizes acontecimentos, que são relativos
á Sagrada Pessoa do seu Adorado e Legitimo Rei, o tando sobre elle outras duas huma delicada grinalda de
Senhor Dom Miguel I: rogando a Camara ao dito Mi flores.
ra d'Ossa, da Ordem de S. Paulo, Primeiro Eremi
ta, que com grande parte da sua Communidade con
correo a esta função por convite_pessoal, que ao seu
Convento lhe foi fazer o Juiz de Fóra, assim como a
Communidade dos Religiosos de Santo Antonio daquel
la Villa e todo o mais Clero della. Acabado o Evan
gelho recitou o Reverendissimo Padre Mestre Fr. Joa
quim de Béja, da Provincia da Piedade, huma eloquen
tissima Oração, em que, como sempre, deo as mais
relevantes provas do seu talento, e conhecimentos; e
fez ver por hum axacto parallelo das fórmas de Gover
nos, quaes as excellencias do Monarquico, e quaes os
males e perigos inseparaveis dos outros; demonstrando
por isso quanto a Divina Providencia penhorou o nos
so reconhecimento e gratidão, com o inapreciavel be
neficio, que nos concedeo no Feliz Regresso a este Rei
no, do Excelso Monarca, que na plenitude de todos os
direitos inherentes á Soberania felizmente nos rege. Se
todo o primor da arte; e concluido elle se ordenou hu
ma, devota e apparatosa Procissão com o Santissimo
Sacramento, á qual concorrêrão todo o Clero Secular
e Regular, todas as Irmandades e Confrarias, e a Com
panhia de Voluntarios Realistas daquella Villa, cujo
garbo militar, disciplina, e exquisito asseio merecem
os moiores elogios, nos quaes grande parte cabe ao ll
lustrissimo José de Sousa de Menezes, Coronel do Ba
talhão de Villa Viçosa, a que esta Companhia perten
ce; e ao seu digno Capitão o Illustrissimo José Anas
tacio Falle Ramalho. Hum Retrato do nosso Augusto
Soberano, que esteve colocado na Capella Mór do la
do do Evangelho, durante os Oficios Divinos, foi con
duzido na Procissão por duas formosas meninas, susten
" " .
|- , ,

nistro tomasse sobre si o dirigir os festejos deste Dia, Concluida a Procissão se dirigio a Companhia de Voº
encargo que ele no desempenho mostrou que ambicio luntarios Realistas para a Praça, e ahi, formada na
nava, sendo incançavel em fazer preparar tudo, e dan frente das Casas da Camara, aonde já esta se achava,
do pessoalmente os passos necessarios para que nada deo tres salvas de alegria, tendo nas devidas occasiões
faltasse á decencia e luzimento de tão justo festejo. De sido levantados os mais expressivos Vivas á Nossa San
ve com tudo dizer-se, que achou poderosa coadjuvação ta Religião, ao Nosso Legitimo Rei o Senhor Dom Mi
no animo dos moradores daquella Villa, que, como á guel I, e á Real Familia, pelo Juiz de Fóra, e depois
porfia, punhão á sua disposição as alfaias preciosas, pelo Capitão da Companhia de Voluntarios Realistas,
que possuião, para com ellas se adornar o formoso Tem que forão correspondidos com o mais vivo enthusiasmº
plo da Igreja Matriz, a Procissão a que havia de proce pelos Voluntarios Realistas, e pelo numeroso concur
der-se, e as Casas da Camara: nem deve omittir-se a so de pessoas de todas as ordens, que se achavão pre
boa vontade e distincto zelo com que o exemplar. Par Sentes. , , » ºt,
roco e Prior da Matriz, o Reverendo Padre Vicente A noute repetio-se a illuminação da antecedente com
Borges da Silveira, se encarregou de dirigir as Sagra todas as mais demonstrações da exultação que animava
das funcções deste Dia, e de fazer ornar a Igreja, que a todos, os moradores daquella Villa, reinando sempre
com efeito se achava adornada com tanto asseio, gos entre elles a maior harmonia e urbanidade.
+
to, e riqueza, como rara vez se terá visto. -
* *
|-

•
•

Achando-se pois tudo preparado, se deo começo ás " " . $…#

demonstrações de publico jubilo na noute do dia 21 por
huma geral illuminação, em que sobresahia a das Ca
sas da Camara, na varanda da qual estava colocado,
lrum vistoso Throno, e sobre elle debaixo de hum docel
o Retrato do Nosso Augusto Rei, a Quem hum nume
roso concurso de pessoas levantava Vivas, e entoava
canticos de louvor.
$$ —
- Telégrafo. — Serviço da Barra. — 6 de Abril.
Hontem á noute entrou 1 Escuna Ingleza. »
Embarcação entrada em S. Julião.
12 h. 58 m. 1 Cahique Hespanhol.
«… +

No seguinte Faustissimo Dia , pelas, 10 horas da * * * = # = ** * * º

manhã, reunida a Camara com o seu Presidente, se
dirigio , precedida das Bandeiras dos Oficios, e do ADMINISTRAção Do CoRREIo Geral.
Real Estandarte, á Igreja Matriz; e ahi exposto o
Santissimo Sacramento, cantou Missa Solemne o Re • - • Navio a sahir. •• ** , , •

verendissimo Padre Reitor da Casa Capitular da Ser . Abril 17. Para Santos o Brigue Triunfo de Lisboa.
__

LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA,

** ** * * * …… -

NuM. 82.
--…>…<><>-
GAZETA DE LISBOA. —=>>>6->#@$1<9G<<=-
SEXTA FEIRA, 8 DE ABRIL.
=>
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
RUSSIA.
Petersburgo, 5 de Março.
O Supplemento do Diario desta Capital publica hoje
o Boletim Oficial das operações militares executadas
na Polonia des de o dia 18 a 25.
A narração do occorrido na acção de 25 diante de
Praga, he dada pelo Feld Marechal Conde Diebitsch
nos termos seguintes:
"No dia 25 tomei as convenientes disposições para
dar batalha ternendo que o corpo do Principe Schakovs
koy fosse atacado por forças superiores antes que se lhe
podesse reunir o 3.° Corpo de Cavallaria de reserva. Po
rém pelas 8 da manhã do mesmo dia se começou a ou
vir na direcção de Bielolenka hum vivissimo fogo, que
cada vez se tornava maior. Immediatamente mandei à
todas as minhas tropas que se pozessem sobre as armas;
e tendo dado todas as disposições que julguei opportu
nas, prescrevi ao corpo do Conde de Pahlen, que for
mava a ala esquerda do Exercito, que defendesse o ca
minho Real com a 1.° Divisão, e que executasse hum
movimento de ataque com toda a linha do corpo de ba
talha, formada de quatro Divisões d'Infanteria, avan
vando pelo flanco direito sobre a povoação de Kanen
#l/l.
” A 2.° Divisão de Granadeiros, o 3.° corpo de Ca
vailaria de reserva, e o destacamento da Guarda for
mavão a minha reserva na retaguarda do centro do Exer
cito.
» Os rebeldes que com a sua infanteria occupavão hum
bosque á frente da nossa linha forão atacados pela 2.°
Brigada da Divisão 24." cujo ataque foi sustentado pe
has mais. Travou-se a luta com o maior vigor e encar
niçamento, e os reforços que successivamente forão che
gaudo acabárão com empenhar no combate toda a Di
visão 24." Os rebeldes fizerão quanto poderão por con
servar o bosque para o que empregárão grande parte da
Infanteria, de modo que tambem foi necessario condu
zir ao combate a 3.° Brigada da Divisão 25." Neste
mesmo tempo o Ajudante de Campo General Conde de
Toll, Chefe do Estado Maior do Exercito, reforçou o
nosso flanco direito com huma bateria do Coronel Ren
ne, ao passo que o Ajudante de Campo General Nei
dhardt, Quartel Mestre General, começava pelo esquer
do a cercar o bosque com os Regimentos de Belostock,
ANNo
• 1831.
d'Ingria e do Feld Marechal Principe Koutusow-Sino
lensky. Ao aproximar-se este General á posição inimi
ga foi recebido com hum fogo de metralha, e logo de
pois nos atacárão sahindo do bosque em grossas colu
mnas, o que obrigou o nosso centro que formava a 24.°
Divisão, e concentrar-se. Tres vezes consecutivas foi
tomado e perdido o bosque, até que tendo destacado
para sustentar o centro huma reserva de 2 Brigadas da
2.° Divisão de Granadeiros foi o inimigo inteiramente
desalojado do bosque com perda mui consideravel.
» Desejando des de o principio da batalha abrir com
municação directa com o corpo do Principe Schakhovs
koy, mandei para o verificar, á Brigada de Granadei
ros da Lithuania, sustentada por outra Divisão de Hu
lanos da Lithuania, que manobrasse para se reunir ao
dito corpo.
» O General Principe Schäkhorskoy, com o fim
de evitar hum combate isolado, fez hum movimento
de flanco por diante da povoação de Marcky, a fim
de desembocar na de 2ompki e verificar assim a sua
reunião com a ala direita do Exercito O Major
General Mouravieff com a Brigada de Granadeiros
da Lithuania devia cooperar para este movimento ,
mas a fim de que não perma mecesse em inacção até
a chegada do Principe Schakhovskoy, dei-lhe ordem
para que atacasse os rebeldes que se achassem posta
dos no caminho de Zompki a Praga. Deste modo a
Brigada de Granadeiros da Lithuania, com outra da
Divisão de ilulanos, forma vão a extremidade direita
da linha de batalha, e tinha de reserva todo o Corpo
do General Principe Schakhovskoy, que avançava pelo
mesmo caminho.
» O centro se achava postado diante da povoação de
Rauenkin e no bosque tomado ao inimigo, e a sua re
serva era huma Brigada da 2.° Divisão de Granadeiros,
o destacamento da Guarda, e o 3.° Corpo de Cavalla
ria da reserva, excepto a Brigada de Hulanos. A ala
esquerda era formada pelo Corpo do Conde Pahlen,
composto da 1.°, 2.° e 3.° Divisão de Infanteria, e ti
nha de reserva 6 Regimentos de Cavallaria.
» Com o objecto de nos oppor resistencia em todos
os pontos, estendêrão os rebeldes bastante a sua linha
de batalha. Porém vendo então quão possivel era o dar
lhes hum golpe decisivo e arrojar a sua ala direita pela
calçada sobre os pantanos rompendo a sua linha, man
dei á 3.° Divisão de Couraceiros do 3.° Corpo de Ca
vallaria de reserva do Conde //itt, que avançasse com
o Regimento de Hulanos da Ukrania, sustentado por
outro de Hulanos da Guarda de S. A. I. o Cesarevitch.
Tambem encarreguei ao Chefe do Estado Maior do
Exercito o Conde de Toll, que executasse este movi.
inento que oferecia bastantes dificuldades, pois era
 [ 884 ]
precizo atravessar tres barrancos: a artilheria do Coronel
Renne conseguio avançar, porém a Cavallaria não o
pode verificar tão depressa, pois tinha que marchar a
tres de frente: á sahida do bosque formou o General a
Cavallaria a trote debaixo de hum vivissimo fogo que
fazia a artilheria inimiga, contra o qual se conseguio
oppor ao mesmo tempo 4 Companhias da artilheria
montada reforçadas pela de pé do Coronel Renne.
» Mais de 30 peças de artilheria que deste modo se
reunírão, avançárão com incrivel rapidez ate tiro de me
tralha e rompêrão hum vivo fogo contra a Infanteria e
artilheria inimiga. Protegidas por este fogo se formárão
nossas tropas em batalha em tres linhas; na 1.° se acha
va o Regimento de Ilulanos da Guarda de S. A. o Ce
sarevitch; na 2.° formando escalões á direita e esquerda
os Regimentos de Coura ceiros do Principo Alberto de
Prussia, de Novgorod, de Starodoub, e a reserva con
stituia o Regimento de Couraceiros da Ordem Militar
de S. Jorge. O Regimento de Hulanos da Ukrania es
tava situado á direita desta ordem de batalha. O Ma
jor General Mouravieff com a Brigada de Granadeiros
da Lithuania marchava a certa distancia sobre a di
reita desta Cavallaria, e á sua esquerda se avançava a
I." Brigada da 2.° Divisão de Granadeiros.
» Diante de nós se desenvolveo parte da cavallaria
inimiga, em cuja retaguarda occupava a sua infanteria
diferentes entrincheiramentos, casas, e outros pontos
de defeza natural. O Conde de Toll se havia proposto
atacar a cavallaria inimiga, derrotar a sua infanteria,
e introduzida assim a confusão perseguir vigorosamente
os rebeldes. Mas apenas se moveo a nossa cavallaria
quando a do inimigo começou a fugir. As companhias
d'artilheria montada Numeros 17, 18, 19 e 20 avan
çárão a galope até o alcance da metralha, e no mes
mo instante começárão a fazer fogo. Ao mesmo tempo
a nossa cavallaria com o Regimento de Hulanos de S.
A. I. carregou de frente sobre as columnas inimigas;
o Regimento de Curaceiros do Principe Alberto da
Prussia que no ardor do ataque avançou até a calçada
voltou sobre a direita e seguio a galope pela retaguar
da de toda a linha das columnas inimigas, e lhes fez
experimentar consideravel perda, auxiliado pela arti
lheria. Neste ataque o dito Regimento tomou 2 peças
ao inimigo que fugio precipitadamente para Praga, ar
rojando as armas, abandonando as caixas de munições,
e deixando no campo da batalha huma multidão de
lI) O It OS. +
» No mesmo momento avançou rapidamente pela cal
çada o Conde Pahlen com a sua ala direita, e com o
# de Hussares d'Olviopol arrojou o inimigo no
pantano onde unicamente se salvou pequena parte. A
derrota que a nossa cavallaria fez experimentar ao ini
migo ainda teria sido mais completa se não houvesse
conseguido que a sua artilheria occupasse as alturas
immediatas de Praga; pois protegido pelas baterias
que alli estabelecco efectuou a sua ala direita a retí
rada.
» Pelas 6 da tarde abandonou o inimigo inteiramente
o campo da batalha fugindo e retirando-se a Praga. A
nossa numerosa artilheria reforçada pela do corpo do
Principe Schakhovskoy que já havia chegado, occupou
as alturas mais proximas ao arrabalde, e dalli fez hor
roso damno sobre as tropas inimigas, que se accumulavão
nas portas da Cidade. •
» A entrada da noute cessou o combate, e durante
ella atravessárão as tropas inimigas na maior desordem
a ponte do Vistula, e de manhã as nossas tropas occu
párão Praga; mas ficou todavia em poder dos rebeldes
à cabeça da ponte, em cuja posição só deixárão 4 ou
3 batalhões. •
» Devo partecipar mais a V. M. I. que o Exercito
que se dignou confiar-me deo novas provas extraordina
rias de valor e da sua excellente disciplina nesta derro
ta geral dos rebeldes, que combatêrão com o maior en.
carniçamento.
» Como ainda não recebi as partecipações dos Com
mandantes dos Corpos, e dos destacamentos, não posso
calcular positivamente a perda que sofremos; não ob
stante segundo as primeiras particularidades que recebi
pode calcular-se em huns 1000 homens mortos, e mais
de 3000 feridos. |-
» Se se ha de ajuizar pelo numero de mortos que fi
cárão no campo da batalha, e pelas declarações dos
prizioneiros, a do inimigo devia ser muito mais conside
ravel. Ficárão quasi inteiramente aniquilados os Regi
mentos N.° 7 d'Infanteria, e os 3 e 4 de Caçadores. O
numero de prizioneiros que se fizerão passa de 500, en
tre os quaes ha alguns Oficiaes superiores. Os trofeos
desta victoria são tres peças d'artilheria, muitas caixas
de munições, grande numero de armas de toda a qua
lidade; porém não cahio em poder dos vencedores ne.
nhuma bandeira porque o inimigo não as tem."
(G. de Madrid.)
ALLEMANHA.
Moguncia, 9 de Março.
Diz-se que em Rheingau ha alguma tropa acantona
da. He provavel que em consequencia dos preparativos
militares que se fazem na Lorena e Alsacia se augmen
tem as forças que ha nesta Cidade. Assegurão que os
Prussianos vão occupar o Ducado de Luxemburgo em
nome da Confederação Germanica.
(Gazeta d'Augsburgo.)
PAIZES BAIXOS.
Bruxellas, 20 de Março.
Por mais que digão ainda ha nesta muitos Orangi
tas, e não se pode occultar, que o apuro do commercio
augmenta diariamente o numero dos affectos a este par
tido. Esta predisposição dos animos manifesta-se, ain
da que indirectamante, em hum folheto que ha pouco
se publicou com a epígrafe trivial: Estamos no panta
no. Parece que se fazem pesquizas para descobrir o au:
thor.
Notão-se preparativos de guerra e entre outras cousas
mandou o Regente, que se fabriquem 50,3 chuços para
armar a gente do campo. Os Hollandezes rendêrão e
augmentárão a guarnição de Maestricht.
No Verdadeiro Patriota, periodico que se publica
nesta, lemos o paragrafo seguinte:
» Acabamos de saber, que o Regente da Belgica pro
puzera ao Gabinete da Haia huma negociação para re
gular os assumptos que ha pendentes entre a Belgica e
a Hollanda; e que o Rei Guilherme lhe respondêra
º que não entrava em ajustes com rebeldes e traidores»;
accrescentando, dizem, que dava aos Belgas 15 dias
de prazo para se submetterem, passados os quaes S. M.
tenciòna sugeitallos á força se não obedecerem ás suas
ordens. |-
Tambem sabemos por bom canal, que a occupação
militar do Grã-Ducado de Luxemburgo se vai pôr em
execução com o consentimento da França.
(Gazeta de Madrid.)
ITALIA.
Roma, 13 de Março,
Na allocução Latina que Sua Santidade pronunciou
no Consistorio secreto no dia 28 de Fevereiro ultimo se
lê "W"# seguinte:
*
22 ós conheceis como eu, veneraveis irmãos, as tris
•
 [ 335 |
tes circumstancias que nos cercão, os males que afili samente a Inglaterra para o conduzir a Antuerpia. Aqui
gem a Igreja, e quanto se augmenta diariamente o nu duvida-se de que esta seja a direcção de S. A.
mero dos inimigos da Religião Christã. Insensatos! Ja A expedição naval para o Escalda se faz de accordo
ctão-se de que a hão de transtornar de todo, e para is
so continuamente inventão novas injurias contra nós co
no se os fundamentos da Igreja não descansassem sobre
o mesmo Deos, que he a pedra viva do edifício ! A
obrigação de nós todos he defender contra os injustos
ataques dos impios esta Religião, que baixou do Ceo
para salvação do genero humano, e afugentar com for
"ga e valor esses lobos crueis que incessantemente cercão
o sagrado aprisco, atemorizando com seus uivos o man
so rebanho de Jesus Christo.»
As cartas de Bolonha de 7 do corrente dizem, que
nessa época se dispunha a partir para Riminº o Go
verno revolucionario ; que este havia mandado hun
Commissario ao General Frimont com a promessa de
que se não opporia a meno resistencia ás tropas Aus
triacas que marchavão sobre Bolonha.
(Diario de Roma.)
FRANÇA.
Paris, 23 de Março.
A Austria mandou fazer novo alistamento de 50,000
homens.
O celebre Poeta Alemão Matthisson faleceo em
}'oerlitz, na idade de 71 annos.
De Dun (Creuse) escrevem o seguinte:
» Os habitantes desta pequena Cidade, e sobre tudo as
mulheres, energicamente se oppozerão a que se tirasse a
Cruz da Missão, que parte da nossa Guarda Nacional quiz
derrubar, e sahírão triunfantes em sua empreza. Ago
ra se diz que a Guarda Nacional de Gueret devia bir
pôr em execução o que a desta não podéra conseguir.»
(Quotidiana.)
O Conde Jezierski, huma das personagens mais dis
tinctas da revolução, terminou a propria vida com hum
tiro de pistola. (Gazeta de França.)
A 10 de Março entregárão as armas e se submetterão
a maior parte dos insurgentes da Romania. Em Bolo
nha tudo era confusão. No theatro se annunciou que
se aproximavão os Austriacos; fugirão os perturbado
res, e os jovens individuos da familia de Buonaparte
hião embarcar para as Ilhas Jonias.
Em Modena tambem havia desapparecido o Dicta
dor depois de haver tido a precaução de roubar o the
souro nacional.
Alguns periodicos Inglezes annuncião, que a Esqua
dra Ingleza havia recebido ordem de dar á vela para o
Escalda. Varias Náos de linha e Fragatas da primeira
classe se devião reunir á dita Esquadra, de que vai tomar
o comunando Sir Thomas Hardy. (Mensageiro.)
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 18 de Março.
Sabemos que hum grande capitalista, em companhia
de outros tres ou quatro, acaba de contractar em Vien
na hum emprestimo de trinta e quatro milhões de flo
1ins para o Governo Austriaco. (M. Herald.)
Idem, 20.
Sabbado depois do meio dia embarcou o Principe de
Orange em hum barco Hollandez de vapor. Este barco
tripulado com 200 marinheiros Hollandezes veio expres
•
com o Governo Francez e as mais Potencias, de modo
que se permanecer o actual Ministerio Francez não se
perturbará a paz.
Idem, 21.
Assegurão que o Rei declarara, que de nenhum modo
dissolveria o Parlamento, pois teme que a Irlanda seja
outra Belgica. (G. de Madrid.)
Declaração dos Negociantes, Banqueiros e outros,
de Londres, contra o Bill da Reforma Parla
mentar.
º Londres, 16 de Março de 1831.
Nós os Negociantes, Banqueiros e outros, habitantes
de Londres, cujos nomes vão abaixo assignados, tendo
lido com sentimentos do mais vivo pezar as disposições
de hum Bill que acaba de ser apresentado á Legislatu
ra, com a sancção do Governo de S. M. para o decla
rado fim defectuar huma extensa Reforma e alteração
na actual organisação da Camara dos Communs do
Parlamento: •
Ao passo que estamos longe de nos oppor á adopção
de qualquer proposta assim recommendada de hum ca
racter moderado, gradual na sua operação, compativel
com a justiça, e com os antigos usos deste Reino, e
tendo por objecto a correcção de abusos conhecidos, ou
qualquer melhoramento na administração dos negocios
publicos, que se visse podesse ser reclamado pelas mu
danças ou precizões dos tempos, entendemos ser impos
sivel considerar nesse ponto de vista huma medida, que
pela sua inaudita e desnecessaria infracção dos direitos
e privilegios de avultadas e opulentas corporações do
povo, tenderá muito para abalar os fundamentos das
instituições pelas quaes o nosso Soberano tem o seu ti
tulo ao seu Throno, a sua Nobreza ás suas proprieda
des, e nós e o resto dos nossos concidadãos ás differen
tes possessões e inmunidades que gozamos em virtude
da lei; huma medida que ao passo que professa ampliar
a representação do Reino na extensa baze da proprieda
de, terá na sua pratica operação o efeito de tolher os
principaes canaes pelos quaes os interesses pecuniarios,
dos fundos, commercio, navegação e Colonias junta
mente com todos os outros interesses relativos e inde
pendentes em todo o paiz ou espalhados pelo nosso vas
to Imperio, tem até agora sido representados na Legis
latura, e vai assim na realidade excluir os possuidores
de mui avultada parte da riqueza nacional de todo e
qualquer voto e influencia eficaz no regulamento dos
negocios nacionaes:
E tendo o silencio que os adversarios deste projecto
até agora conhecêrão ser-lhes imposto pelo seu respeito
para com a authoridade de que emanava, pelo meños
em quanto lhes não fora apresentado de huma fórma
bem definida e palpavel, sido construido pelos mal in
formados como universal approvação dos seus princi
pios e disposições, julgamos ser hum dever imposto pa
ra com nós mesmos, para com a patria, e a posteri
dade, na primeira occasião possivel depois da impres
são do Bill, o protestarmos contra elle por meio desta
publica Declaração, e o convidarmos todos os nossos
concidadãos de todas as classes, partecipantes nos nos
sos sentimentos, para que se hajão de reunir a nós em
todos os possíveis e legaes esforços de moderada, mas
resoluta resistencia ao ulterior progresso de huma me
dida, que em nossa consciencia julgamos ser temeraria e
inconveniente na sua origem, e tendente a consequen
cias igualmente perniciosas e irremediaveis, ameaçado
ras para a paz do paiz, assustadoras e perigosas para
o credito publico e particular, e capaz de eventual

mente solapar e destruir todas as veneraveis instituições
e estabelecimentos debaixo de cuja influencia e protec
ção a Inglaterra tem até agora gozado a prosperidade
e conservado hum lugar sem exemplo entre as nações
do mundo.
Esta Declaração assignada pelos Negociantes, Ban
queiros, e acompanhada por huma petição fundada na
mesma, foi apresentada á Camara dos Communs.
• (M. Post.)
Os Negociantes, Banqueiros, e habitantes da Cidade
de Edimburgo fizerão igual Protesto em que declárão
« que o natural resultado de todas estas repentinas e não
reclamadas innovações, he abalar a segurança da pro
priedade, a permanencia dos direitos legaes, e a estabi
lidade das leis existentes: e que o exemplo de similhan
te mudança só he capaz de crear o desejo de outras no
vas e ainda mais extravagantes pretenções.»
• • (Idem.)
HESPANHA.
Madrid, 30 de Março.
Hontem sofreo nesta Capital a pena de forca João
de la Torre por haver dado em huma rua publica no
dia 22 do corrente os gritos de Viva a liberdade; mor
rão os Realistas. Este réo que já havia sofrido depois
do anno 24 a pena de presidio que por delicto similhan
te lhe impoz a Commissão militar executiva, manifestou
ao ir para o "ky" o mais perfeito arrependimento
dos seus erros. O povo de cuja violenta indignação se
livrou mui dificilmente no acto do delicto, não lhe ne
gou ao executar-se a pena aquele tributo de compaixão
proprio de coraçõés Christãos e generosos; porém se
Thum sentimento de humanidade fazia dolorosa para to
dos a sorte do infeliz delinquente este mesmo accrescen
tava a exclathação geral contra os desapiedados filoso
fos, que depois de fanatizarem com seus sonhos a quatro
miseraveis, talvez olhem friamente para estes funebres
espectaculos com que parece que tem vindo a perder-se
todos os adiantamentos e todas as delicias da nossa ida
de. (G. de Madrid.)
- "—"$$…—º
|- Lisboa, 7 de Abril.
Hontem, pela volta das 10 horas da manhã, garrou
o Bergantim Hamburguez Joanna Henriette sobre as
pedras da Torre de Belém, de que ficou tão proximo
que já o leme lhe saltava fóra. Era imminente o peri
go da Embarcação e certa a sua perda se os escaleres
do serviço do Registo lhe não acudissem com hum bom
ancorote, por cujo meio poude navegar mais ao largo,
prestando nessa, occasião mui util coadjuvação cinco
Algarvios remadores, que a instancias do mesmo Ca
pitão do dito Bergantim ajudárão a sua tripulação.
• *,
+
*§§ *
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 7 de Abril.
. __ Embarcações avistadas.
8 h. 44 m. 1 Galiota sem bandeira, a Oeste do Cabo
da Roca. - • • •
2 h. 10 m. 1 Paquete Inglez, ao Norte do Cabo da
Roca. • •
|- Embarcação entrada em Belém.
5 h. 39 m. 1 Paquete Inglez, de Falmouth, 6 dias,
----
LISBOA : NA
[ 336 }
mala; traz de passagem dous filhos do Comman:
dante.
Embarcação entrada em S. Julião.
11 h. 16 m. 1 Galiota do Norte.
-
– __
=
+
*=
Publicações Litterarias.
Sahio á luz: O Piloto Instruido, ou Compendio Theo
rico-Pratico de Pilotagem , extractado das Obras de
Hamilton, Moore, Violaine, e outros celebres Tratados
de Navegação Pratica, comprehendendo, todas as solu
ções e théorias a que devem satisfazer os Pilotos nos seus
exames praticos na Academia Real da Marinha, por
Antonio Lopes da Costa e Almeida , Capitão Tenente
da Armada Real, servindo de Vice-Commandante e
Lente de Artilheria Naval na Academia dos Guardas
Marinhas, e Socio Correspondente da Academia Real
das Sciencias de Lisboa : esta he a unica neste genero
em idioma Portuguez, e a mais extensa até hºje publi
cada; vende-se no armazem da Regia Oficina Typogra
fica, e nas lojas dos seus Commissarios; aonde se ven
dem igualmente novas Relações para uso das Ordenan
ças ou Legiões, cujo serviço poderá extrahir-se dos seus
respectivos Livros, pois tem os mesmos dizeres, e em
branco o lugar do Titulo, e muito espaço na casa das
Observações, a fim de se poderem formar Cadernos.
Annuncios,
A Meza da Real Irmandade de Nossa Senhora das
Angustias e Soledade, erecta na Igreja dos Monges Be
medictinos, aviza a todos os seus Irmãos que Domingo,
que se hão de contar 10 do corrente mez de Abril, se
la de celebrar a Festividade da mesma Senhora, pela
manhã ás dez horas, e de tarde ás quatro, Vesperas de
muzica instrumental da composição do acreditado Mes
tre de Capella da Cidade do Porto , Antonio da Silva
Leite. • • • • • •
Quem quizer hum Capellão deixe o seu nome, e nu
mero da sua morada na loja da Gazeta.
O Conselho de Administração da Marinha pretende
comprar sebo em vélas : todas as pessoas que quizerem
vender o referido artigo, podem comparecer na sala dº
dito Conselho em o dia 12 do corrente Abril pelo meio
dia, para se tratar do seu ajuste. "
D. Joaquina Maria Fieira, assistente no largo da rua
dos Canos, N.° 20, tem para vender huma propriedade
de casas nobres, sitas na travessa da Portugueza, com
os Numeros 14, 15, 16, e 17, que rendem annual
mente 129,3600 rs., foreiras á Bazilica de Santa Maria
em 13080 rs., laudemio de decima no caso de venda,
e avaliadas em 928,3000 rs.
Em 12 de Abril, na praça publica dos leilões, se hº
de arrematar com o abatimento da quinta parte do seu
valor hum quintal, no lugar e Freguezia do Milharadº,
avaliado em 24,3000 rs., e o seu rendimento em 13200
rs.: he Escrivão da arrematação Negreiros.
Terça feira, 12 de Abril, na praça publica dos leilões,
se ha de arrematar com o abatimento da quinta parte
do seu valor o dominio util de hum prazo foreiro á Comº
menda de Riquiam nas vizinhanças de Villa Nova dº
JFamalicão, Comarca de Barcellos, avaliado o seu do
mínio util na quantia de 7523220 réis, o seu rendimen
to em 373531 réis, cujo rendimento consiste em 97 al
queires de pão sabido, 7 galinhas, 42 ovos. e em di
nheiro 385 réis; he Escrivão da arrematação Negreiros.
IMPRESSÃO REGIA. **

NUM. 83.
=
GAZETA DE LISBOA.
SABBADO, 9 DE ABRIL.
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
BELGICA.
Bruxellas. 25 de Março.
(Correspondencia particular.)
He apenas crivel a mudança nos sentimentos políti
cos que tem havido na semana ultima em todas as clas
ses de Bruxellas. Em todos os Cafés os homens fallão
abertamente do regresso do Principe de Orange, e nin
# he perseguido ou molestado pelas suas opiniões.
ivremente circulão os folhetos, e até mesmo dizem os
Oficiaes no serviço dos Belgas, que na chegada de S.
A. R. se reunirão ao seu estándarte, huma vez que S.
A. se declare a favor do paiz, e não proclame a restau
ração da Dynastia d'Orange. He inutil dizer a causa
desta mudança. Sem duvida se attribue á total inacti
vidade que reina em todas fabricas do paiz. Os negocios
commerciaes se achão no estado da maior estagnação.
Os logistas e artifices estão sem occupação, e já não
ha confiança. As quebras e bancarrotas são cousas que
diariamente occorrem em Bruxellas, Gante, e Antuer
pia; em summa as cousas tem chegado a tal crize, que
os commerciantes desejão qualquer mudança, ou qual
quer Rei, huma vez que fiquem livres de perecer á fo
me. A tudo isto accresce, que os olhos do povo Belga
estão abertos sobre o engano do Governo Francez ;
e depois da recente declaração de Mr. Sebastiani na
Camara dos Deputados, e dos actos da nova Santa
Alliança, pelos Protocolos de Londres veem, que seria
positiva loucura tentar a guerra contra a Liga Real Eu
ropéa. (M. Herald.)
ITALIA.
Florença, 19 de Março.
Vê-se por huma noticia no Monitor de Bolonha, que
se dissolveo o Comité revolucionario da Provincia de
Bolonha. Mr. Carlo Savini se havia encarregado da
administração daquella Provincia. Segundo as cartas
particulares o Governo revolucionario de Bolonha ha
*
…"
via sahido daquella Cidade, e se havia dirigido para o
interior de Romania levando comsigo o Cardeal Ben
venuti:
Os refugiados de Modena e Parma vão sendo mui
numerosos aqui, mas recebêrão ordem do Governo pa
•
Anno 1831.
ra se retirarem. Alguns voltárão ao territorio Bolonhes,
e o resto partio para Liorme onde se suppõe, que em
barcarão para Marselha.
Vai ganhando credito o boato de que he provavel se
forme hum Congresso composto dos representantes das
cinco grandes ####" a fim d'arranjar os negocios
da Italia e decidir sobre a intervenção d'Austria.
(M. Herald.)
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 21 de Março.
O Morning Post tratando da questão da Reforma
assim se expressa:
» O que dirão as nações estrangeiras quando nos con
siderarem agitados com a solução de huma grande ques
tão politica em que se desenvolvem todas as pernicio
sas paixões que se abrigão no coração humano ! Não
concluirão por ventura, que estamos inoculados com a
manía revolucionaria, que já acarretou as maiores cala
midades sobre a Hespanha, Portugal e a Italia, e que
agora vai de novo gyrando pelo Continente! Não se
animarão os agitadores que estão activamente traba
lhando na França e em outras partes, a jactar se de
que a obra que vai progredindo entre nós se póde at
tribuir á eficacia dessas doutrinas, que com tanto em
penho tem assoalhado, a fim de espalhar a animosida
de entre os Governantes e governados! Neste momen
to em que de todo se obscurece o horizonte não esta
mos oferecendo aos nossos inimigos o triunfo em que
se fundará a sua maior exultação! Não estamos pre
parando huma seta que desfecharão para nossa ruina!
» Não devemos por tanto fazer huma pausa quando
vemos o espirito da innovação espalhar-se eom lasti
mosa rapidez! Longo tempo ha que temos gozado to
da a felicidade que nos podião dar as nossas civis ins
tituições, e por esse meio tem o nosso paiz chegado
a ser o grande imporio do commercio moderno; como
acontece pois que não manifestamos grato reconhe
cimento pelos preciosos beneficios que nos tem cabido
em sorte! Por que razão nos arriscaremos a fazer expe
riencias quando já estamos de posse de bens positivos?
» Facil tarefa he o destruir, e isso está ao alcance
da mais vulgar capacidade, mas o construir de novo
requer certa combinação de talentos, e extensão de
idéas, que a natureza apenas concede com escassa mão.
Mr. Pitt sendo ainda mancebo. vio que certos abusos se
havião introduzido na representação do povo etc. mas
quando sobre seus proprios hombros veio a pezar tremen
da responsabilidade, quando teve occasião de encarar
o perigo, esnoreceo á vista de huma empreza que esta

va convencido nos hia envolver em geral ruina. Então
disserão os seus amigos e collegas em justificação do
seu procedimento, º que havia intervindo a Revolução
Franceza; que no animo dos homens havia , causado a
maior fermentação; que parecia haver dado ao zelo de
alguns Reformadores Britannicos certo colorido de re
publicanismo, e que os resultados daquella revolução
havião dado tremenda lição ao mundo!»
» E estamos nós acaso em tempos menos perigosos!
Será o contagio menos assustador! Nenhum homem in de S. M. se não devera introduzir em discussões nesta
telligente o póde julgar.» * *
[338 |
» A anarquia e a confusão certamente vão substitui
a lei, a boa ordem, e as instituições estabelecidas, se
se approvar a medida agora proposta. (Applauso.)
» Sinto dizer que para a fazer passar se tem usado de
indevida, influencia não só no paiz mas tambem no Par
lamento. Tem-se feito certas declarações que se devião
ter omittido segundo as regras estabelecidas na pratica
Parlamentar. Seja qual for a doutrina de alguns sobre
este ponto, eu me animo a dizer, que o Sagrado nome
* Camara; em nenhum caso se deve isso tolerar. Mais
-

Receberão-se despachos de Lord W. Bentinck, em poderia eu dizer, que agora deixo em silencio. O povo
data de Caltutá 12 de Outubro; a colera morbus hia assignou varias Petições a favor dessa medida, persua.
fazendo grande estrago naquella Cidade. dido de que seguia a vontade Real procedendo dessa
- (E. do M. Post.) sorte. (Applauso.) Tambem devo notar que para opoiar
Idem, 23. similhante Bill se tem recorrido a aneaços indignos da
•

medida, que unicamente se devia fundar sobre si mes

A Petição da Universidade de Cambridge contra a ma. Estou certo de que este ficticio auxilio não fora
Reforma, tem naturalmente dado lugar a muita cavila sanccionado pelo nobre Conde apezar de haver sido pos
ção entre os radicaes etc. No entanto em vão se esfor to em pratica na outra Camara do Parlamento.
ção por privar essa Petição do pezo que tendo similhan » A medida em questão tem sido denominada revolu
te origem deve e ha de ter. cionaria. Não adoptarei esse epitheto porque não posso
acreditar, que o nobre Conde (Grey) cercado pela mais
Escrevem de Pembroke em data de 20 de Março: elevada Aristocracia do paiz, e obrigado a sustentar a
» He com o maior sentimento que vos partecipo a Ordem da Nobreza a que pertence, de proposito apre
perda do barco de vapor Frolic, que partio Quarta fei sentasse huma medida revolucionaria. Mas eu na minha
ra ultima de Haverfordwest, levando a seu bordo va consciencia acredito, que a adopção deste Bill vai com
rios passageiros; infelizmente durante a noute deo sobre pletar a ruina da Aristocracia neste paiz. Os represen
o banco d'areia de Nash, e como estivesse o mar mui tantes nacionaes vão ser diferentes dos que o erão an
tempestuoso, suppõe-se que nesse mesmo instante se fi tes; e como não haverá nada de commum entre esta e
zera a embarcação em pedaços. Entre os passageiros a outra Camara, acabará toda a sympathia e commu
havia o General Macleod, o Coronel Gordon, e a es nicação entre ambas. Desafio a qualquer homem que me
posa do Coronel Boyd: o seu numero total he de 40 a mostre como he possivel, que hum Ministro da Coroa
50 que tiverão desastroso fim.
. N㺠se sabe qual fosse a causa de similhante catás forme qualquer Administração se este Bill passar. Se a
-Aristocracia nesta occasião se não defender a si mesma
trofe; mas conjectura-se que occorresse algum desarran ficará aluida até o centro. Quando vejo a reforma pro
jo na maquina, em consequencia do que foi o barco le gredir; quando vejo o poder da Coroa não só diminui
vado sobre o banco d'areia.» -* *
da, mas hindo em maior diminuição; quando vejo os
-

Outra noticia sobre o mesmo assumpto confirma a salarios dos empregados limitados a 100 libras esterli
perda referida, mas accrescenta que o numero dos que nas por anno, e alguns quasi reduzidos a nada; quali.
perecêrão he trinta e seis. (M. Post.) , do vejo similhante systema dirigido contra a raiz deu
*} • - Idem, 24. • • 1 •
do quanto consideramos sagrado, — em quanto occupar
\,

* -
hum lugar nesta Camara protestarei contra o abysmar
•

este paiz na revolução e na anarquia, similhantes ás

Na sessão da Camara dos Lords de 21 do corrente, que apresentão neste momento muitos paizes do Conte
apresentou o Conde de Grey huma Petição a favor do nente. Ao nobre Conde á frente do Governo individual.
Bill da Reforma da parte dos proprietarios do Condado mente consagro o maior respeito, mas sinto que o pro
de Down. . . • -

prio dever me obrigue á opposição.» (Applauso.)

• •

O Marquez de Londonderry chamando a attenção O Conde Grey respondeo ao precedente Orador nos
da Camara á referida Petição disse: termos seguintes: -

» Não ha nessa Petição huma unica assignatura res » Disse o Nobre Lord que esta Petição não expressa
peitavel; vem de hum corpo de radicaes, da Infima ple os sentimentos do Condado de Down; o que posso di
be, conhecidos na qualidade de partido independente na zer he, que me foi remettida como Petição da reunião
quelle Condado. Os Membros do Condado não quize do Condado, convocada regularmente e prezidida pelº
rão sanccionar a representação dos requerentes, que Primeiro Sheriti. A Petição he assignada por 1300 pes:
apezar de serem 1300 formão diminuta, parte de 23.000 soas, cada huma das quaes he hum proprietario de 10
Rº#" que pertencem ao Condado de Down, Libras annuaes. Mas disse o nobre Lord , , que nãº
Não he justo dizer que essa Petição, he do Condado, havia huma só pessoa respcitavel entre os que a as
por isso que todo o homem respeitavel daquellas partes signárão, e que os requerentes erão da infima plebe.
a regeita, • ** *
O Nobre Lord não tem perfeito conhecimento dos pro
, ""

*# agora algumas palavras sobre a grande ques prietarios do Condado de Down … Depois de praticula
tão a que essa representação se refere. Certamente não rizar varias pessoas que havião assignado a Petição, º
desejo violar o ajuste que se fez de guardar silencio so que disse não merecião similhante epitheto, proseguio:
bre a Reforma até que a mesma medida se ache peran » Bem conheço a pratica de desacreditar Petições cón:
te a Camara; porém não posso deixar de fazer huma trarias aos sentimentos de qualquer pessoa no Parlamen
ou duas reflexôes. Até o presente não tenho manifesta to afirmando, que não expressão o sintir do Condadº,
do a minha surpreza á vista da grande mudança que es que as apresenta. Fallo na presença dos que bem co
te Bill he destinado a produzir; surpreza tanto maior nhecem a verdade quando afirmo, que nunca houve nes"
por isso que o Nobre Conde (Grey) anteriormente as te paiz hum sinuir tão geral, hum sintir quasi unani"
segurou á Camara, que a medida seria eficaz porém me, como o que agora ha, a favor desta medida. Nº
moderada. A medida apresentada he certamente eficaz, entanto diz-se que esta apparente unanimidade he pro
mas apenas he possivel formar nenhuma que menos me duzida pela apathia e indiferença dos que seguem di:
reça o nome de moderada. (Applauso.) +
•
verso parecer. Se assim he ao menos he justo concluir,
 " | [ 333 ]
que não ha o receio que o Nobre Lord e outros antecipão
de que esta medida va subverter as instituições, avil
tar a Aristocracia, e abalar os fundamentos do Throno.
» A respeite do principio da medida simplesmente di
rei, que he o principio da Reforma caminhando sobre
o fundamento de que no estado actual de cousas se de
seja huma mudança na Representação. Será assim !
Entre os adversarios da medida apenas haverá hum que
o negue. -
º Sempre fui inimigo de planos de extravagante refor
ma, e defensor de seguro e praticavel melhoramento, e
devo lembrar a VV. SS. que no primeiro dia da sessão
declarei, que em resposta ao discurso do Rei huma das
melhores medidas que se podião adoptar para conciliar
o bom conceito do paiz e restituir a sua confiança no
Parlamento era o tratarmos logo da Reforma. Isto dis
se quando estava bem longe de pensar, que me acharia
no Cargo que agora occupo. Sendo chamado ao meu
actual lugar de responsabilidade nos Conselhos da Co
roa claramente disse a Meu Real Amo, a cujo respeito
conservarei a maior gratidão em quanto viver, que se
os meus serviços erão acceitos só podião ser prestaveis
se me fosse permittido apresentar esta medida.
» Disse o Nobre Lord, que se empregou indevida in
fluencia a favor do Bill usando do Sagrado nome de S.
M. a fim de dar aquelle pezo que tão elevada authori
dade não podia deixar de lhe communicar. Cuido que
o Nobre Lord me exceptuou dessa inculpação. Nada
disso fiz. (Applauso.) Nem me lembro de que ninguem
nesta Camara ou em outra qualquer parte o praticasse
senão segundo se podia colligir do modo como a me
dida fôra introduzida no Parlamento.
» O Nobre Lord disse outro sim, que se havia usado o
ameaço; e que particularmente se usara do da dissolu
ção do Parlamento; e pedio explicita declaração a esse
respeito. Não farei nenhuma declaração; tudo quanto
posso dizer he, que estou empenhado no maior gráo a
favor da medida em questão. Disse o Nobre Lord que
o Bill vai subverter a Aristocracia; apenas se me pode
imputar essa intenção quando he sabido, que tenho sido
criminado de sustentar a Ordem da Nobreza a que perten
ço. Pelo meu lugar pertenço á Aristocracia, e talvez ainda
mais pela propria disposição e pelo habito. Mas decla
ro que sustento a Aristocracia só como Classe e Ordem
util no Estado, ligada e unida com todas as outras classes
em sustentar a commum, felicidade e ventura de toda a
sociedade. (Applauso.)»
: Continuou dizendo que era neste sentido que perten
cia á Aristocracia a favor da qual disse que esta medida
era proposta; que operaria a favor della privando-a de
hum poder que de direito lhe não pertencia (!!) e cuja
posse fazia com que fosse contemplada com inveja pelo
povo etc. (!!) . -
O Marquez de Downshire apoiou a medida.
O Duque de Wellington falou assim:
» Não desejo certamente prolongar a discussão enten
dendo, que tão importante assumpto só deve ser discu
tido quando se oferecer ampla occasião de entrarmos
nas differentes e importantes particularidades ligadas com
a questão, a fim de que a Camara e o paiz possão co
nhecer quaes são realmente os sentimentos dos membros
desta Camara. He pois com bastante repugnancia que
encommodo a VV. SS, com as poucas reflexôes que te
nho a fazer. Estou bem longe de imputar ao Nobre Con
de (Grey) ou aos seus collegas, a intenção de introdu
zir huma medida revolucionaria. Mas olhando para a
medida introduzida não posso deixar de considerar, que
faz huma alteração em todas as relações actuaes deste restabelecimento da tranquillidade nos paizes ligados
paiz. (Applauso.) Depois da sua promulgaç㺠não fica--- por tão estreitos e numerosos laços ás Provincias da
rão nenhumas relações exactamente no estado em que Monarquia Austriaca. Guiado por estas considerações
agora se achão. Haverá em primeiro lugar total mu S. M. 1. resolveo empregar para este fim salutar parte
dança nos homens encarregados de sustentarem no Parla das suas tropas na Italia, e fazellas manobrar primeiro
mento os interesses publicos. Similhante nudança vai contra Modena, Parma, e Ferrara. Os sentimentos do
ter hum efeito mui nivelador, e eu pela parte que me
toca, não posso encarar tal mudança sem os mais ter
riveis receios. (Applauso.) Não accuso os Ministros de
S. M. de quererem huma revolução, mas he impossivel
contemplar a medida sem ver, que se lhe deverá seguir to
tal mudança de homens, e total mudança em todo o sys
tema de Governo. (Applauso.) Naturalimente me occor
re perguntar, porque he que se faz tudo isto! (Applau
so.) Repito o que já disse, que não entrarei na questão
a respeito da opinião do publico. Não vejo razão para
alterar a organisação do Parlamento. O Parlamento
tem sido acredor do agradecimento da nação, e não ve
jo motivo para mudança alguma na sua organisação ex
cepto o que o Nobre Conde (Grey) allegou; a saber,
que satisfaria grande numero de pessoas no paiz! Não
vejo outro motivo. Devo declarar que não tenho interes
se ou influencia que esta medida possa destruir. Apre
sento-me á attenção de VV. SS. simplesmente na qua
lidade de hum individuo que tem servido S. M. ha qua
si meio seculo. Ha 46 annos que tenho estado no ser
viço da Coroa. Tenho servido em cargos de confiança
publica, no commando dos Exercitos de S. M. (Repe
tido applauso.) em Embaixadas a paizes estrangeiros e
no Conselho de S. M. no interior no espaço de trinta
annos de huma época bem importante (Applauso.) e
devo dizer que a experiencia que adquiri no decurso dos
diferentes, deveres que tive que desempenhar me pres
creve o de declarar, que não posso contemplar esta
medida sem o mais grave temor de que do momento em
ue se adoptar datará a queda das nossas instituições.»
(####
O Marquez de Clanricard votou a favor e Lord Far
nham contra a medida. (E. do Morning Post.) " "
*—º §§*—»
Lisboa, 8 de Abril.
Os ultimos Jornaes Inglezes alcanção até 30 do mez
proximo passado. Do Morning Post copiamos o seguin
te artigo oficial em data de Vienna, 12 de Março:
* O espirito de vertigem e enfatuação que nestes pro
cellosos tempos em mais de hum ponto da Europa tem
subvertido a ordem de cousas estabelecida, desafiado os
Governos, excitado o povo, e produzido as catastrofes
mais violentas tem legado longa serie de desordens e de
miseria aos paizes mais florecentes, e se tem manifestado
em varios Estados Italianos.
» Homens revolucionarios, constando de conspirado
res estrangeiros, e de descontentes e ambiciosos no
interior , , ateárão primeiro em Modena as chammas
da revolta que simultaneamente rebentou em Bolonha,
e Ferrara, e em breve se espalhou até Parma, e a quasi
todas as Provincias da Santa Sé. Desta sorte huma consi
deravel parte da Italia central tem vindo a ser o theatro
de terrivel anarquia, de bandos armados sem ordem ou
disciplina, de todos os horrores que são inevitavel resulta
do da repentina dissolução de todos os vinculos da ordem
social, e he tal a extensão do mal, e a rapidez da ex
plosão, que as legitimas Authoridades se virão obri
gadas no momento a renunciar toda e qualquer resis
teIn Cla,
º Vivamente aflicto com estes successos S. M. o Im
perador logo percebeo, que não podia negar o seu auxi
lio a Principes a quem huma facção hostil contra a boa
ordem, e a paz, privara do exercicio dos seus direitos,
e que tudo o chamava a eficazmente contribuir para o
 *• " [340 ]

Imperador são demasiado conhecidos para admittirem
duvida do objecto que tem em vista na adopção desta
resolução, que lhe impõe a imperiosa necessidade. Para
conservar o estado de paz e possessão, manter todos os
direitos, fortificar todas as legitimas Authoridades, pro
teger o bem entendido interesse dos povos da Italia, af
fiançar sobre tudo, a segurança e tranquillidade da dominio util de hum prazo, sito em Villa de Rei, Fre
quelles a quem a Providencia especialmente confiou ao guezia de Bucellas, por execução que promove o Capi.
seu cuidado, taes são os unicos objectos que S. M. se
propõe conseguir; e logo que os tiver preenchido S. M.
terá satisfação em poder pôr termo ás medidas agora
determinadas.» • • •
O assumpto da Reforma Parlamentar occupa a maior
parte das folhas Inglezas. Na sessão de 29 de Março na
Camara dos Communs se decidio, que ficaria addiada a
nesma questão até o dia 18 do corrente.
Y
•
(Artigos communicados.)
ElRei Nosso Senhor houve por bem acceitar com to
creditos, e a requerer o que a bem fizer de sua justiça;
isto no espaço de trinta dias, e quando assim o não
pratiquem, ficar a annunciante e seus filhos irresponsa
veis a taes creditos, mesmo até por terem feito acceitação
da referida herança e meação a beneficio do inventario.
Tendo-se arrematado na praça do deposito publico o
tão Mór Bartholomeu de Gamboa e Lis, contra Manoel
José Carlos Quintanilha, e sua mulher, pelo Juizo do
Civel da Corte, e Escrivão o dos Militares, entrou o
arrematante com o producto da arrematação no deposi
to, e se vão assignar trinta dias de editos para toda e
qualquer pessoa que tiver direito ao prazo arrematado,
o ir deduzir no mesmo Cartorio acima declarado no di
to termo, pena de que não o fazendo se julgar a arre
matação boa, livre e desembaraçada.
Quem quizer comprar humas casas com boas accom
modações, e hum grande quintal, na rua de S. Bernar
do N.° 2 é 3, á Estrella, Freguezia de Santa Rabel,
falle com seu dono, Manoel da Costa Ozorio, assisten
te no mesmo predio. |-

da a Benevolencia , no dia 19 de Março nos Paços de Quem quizer tomar de arrendamento os foros da Com
Queluz, a Felicitação que á Sua Real Presença enviou menda de Monguellas, da Ordem de S. Thiagº da Es
o Senado da Camara de Gôa. pada, pertencentes ao Excellentissimº, D. José Carvajal
Pizarro Obando, no Districto da Villa de Obidos, a
Por Decreto de 9 de Dezembro de 1830 foi Sua Ma começar de Janeiro deste anno, pode comparecer em
gestade Servido, em consideração á distincta qualidade Lisboa, em casa do Dr. Adriano Ernesto de Castilho
e circumstancias que concorrem na pessoa de Antonio Barreto, no Rocio, N.° 47.
da Costa Coutinho Lopes Tavares e Ornellas, Fidalgo Pretende-se arrendar por alguns annos a grande her
da Casa Real, Coronel Reformado do Regimento de dade da Torre das Areias, junto ao Ervedal, huma
Milicias de Trancozo, e Commendador da Ordem de legoa de Aviz; engorda muito mais de cem cabeçastu.
Christo, fazer-lhe Mercê de gozar de todas as honras edo de azinho, tem muitas pastagens, tres folhas de se
prerogativas de exercicio do Paço, que gozão e tem go meadura, boas casas com Hermida e Missa nos dias
zado os Moços Fidalgos com exercicio na Real Casa. Santos, e lhe passa junto huma ribeira; seu dono mo
ra em Lisboa a Santa Apolonia, no pateo de Pancas.
*—º §§ *—» Na rua direita do Loureto N.° 66, defronte da rua
da Emenda, abrio-se hum novo e bem sortido armazem
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 8 de Abril. de papeis pintados para ornatos de salas, papel de e
crever de todas as qualidades, bilhetes de visitas, es
. Não ha novidade. tampas, perfumes e joias Francesas, e varios objectos
pertencentes a secretarias: tudo pelo mais modico pre
ço. No sobredito armazem se encontrará hum habil ar
Publicação Litteraria. * - - mador para os papeis pintados, o qual se propõe apromº
Sahio á luz o N.° 17 da Contra-Mina ; vende-se po ptar qualquer sala de hum dia para outro com toda a
40 réis nas lojas do costume. perfeição da sua arte, e por preço rasoavel.
Annuncios. -
Maria Roza Narciza, casada, moradora na travessa
O Conselho de Administração da Marinha pretende de Santo Antonio, á Praça d'Alegria N.° 17, inculca
comprar carvão de pedra, e linho cherva: todas as pes creadas, creados, e amas de leite, com licença da In
soas que quizerem vender os referidos artigos, podem tendencia Geral da Policia. , ***

comparecer na sala do dito Conselho, em o dia 12 do Vende-se a quinta da Rocha de Salemas, ao pé dº

corrente mez de Abril, pelo meio dia , para se tratar Igreja
pomaresNova de N. eSenhora
de espinho caroço, daagua
Rocha, e econsta
nativa, de
terras de
das suas compras.
No dia 16 do corrente ás onze horas, no Arsenal Real semeadura, com casas: quem a pretender pode proeu
da Marinha, perante o Doutor Juiz do Crime do Bair rar Mathias José de Oliveira Leite, no Rocio, calçada
ro da Ribeira, servindo de Auditor Geral da Marinha, do Duque, N.° 74.
se ha de vender o Navio Oceano, avaliado am 3353000 Quem quizer comprar a laranja e tangerina, junta ºu
réis, devendo o producto da venda entrar no deposito separada, da quinta do Lameiro, em Bemfica; na rua
publico para ser entregue a quem pertencer na fórma de S. José, N.° 199, se pode tratar do ajuste.
das Reaes Ordens, devendo-se no acto da venda mar
car o prazo para o desmancho do dito Navio.
D. Maria José Martinelli de Brito está fazendo in - Estiva. . .
ventario por obito de seu marido José Joaquim Xavier Preços do Pão e Azeite para a semana que principia
de Brito, no Juizo dos Orfãos da Repartição do Meio, - de 11 a 17 de Abril de 1831: .
de que he Escrivão José Severino Macedo; em conse Pão de arratel na fòrma da Lei - - a 44 réis.
quencia do que aviza todos os crédores á mesma heran Em metal - - - - - - - - - a 38 réis.
ga, que compareção no dito Juizo para comprovar seus Canada de Azeite - - - - - - a 245 réis.
*+"
• = T

LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.

* *
 NUM. 84. mº
T - ANNo 1831.
# =

#3
|

GAZETA DE LISBOA.
SEGUNDA FEIRA, 11 DE ABRIL.

PARTE OFFICIAL. guarda das tropas Russianas que vem da Volhynia che
|- gou ao Bug, e as Guardas a Kowno e Grodno. *
(M. Post.)
PRUSSIA. -

R E A L E R A R I o. •

Nos dias 12, 13, e 14, do corrente mez de Abril, Berlim, 24 de Março.
se ha de proceder a leilão publico na Casa da India,
de 600 sacas de urzella , vinda ultimamente das Ilhas Diz o Observador Austriaco, que o Feld Marechal
de Cabo Verde por conta da Real Fazenda , com as Diebitsch fôra nomeado por S. M. o Imperador da Rus
condições que serão presentes no acto da arrematação. sía, Governador Geral do Reino da Polonia, em cuja
I- ==T=
qualidade dos
nistração expedira varios Decretos
Palatinados colocando
no seu antigo pé. a admi •

PARTE NÃO OFFICIAL. (Gazeta d'Estado da Prussia.)

GRÃ-BRETANHA.
+ + - •

NOTICIAS ESTRANGEIRAS, Londres, 29 de Março.

* * * , , , !
TURQUIA, . Na sessão de 28 do corrente na Camara dos Lords
assim se expressou Lord Wharncliffe a respeito do Bill
** * * Constantinopla, 20 de Fevereiro. da Reforma: . o so
» Entendi que o Nobre Conde (Grey) tinha vistas de
O Sultão mimoseou o Patriarca de Jerusalem com moderação sobre este assumpto; e nessa persuasão dis
meio milhão de patacas para acudir ás suas maiores ur se, que apoiaria o Nobre Lord em similhante medida.
gencias. Entregou-se-lhe esta quantia em metal e com Porém agora não irei tão longe quanto pretendia; por
certas formalidades. que a Reforma do Nobre Conde apezar de ser eficaz
Outras grandes quantias, cujo total subirá a huns cin não he moderada, e vai comprometter todas às estabeleº
co milhões de patacas, forão remettidas por Hafiz. Bey, cidas instituições da nação. (Applauso)
Commissario do Thesouro, para a Rumelia e Bulgaria » Ha outros membros do Governo que cooperárão pa
afim de se destribuirem entre os Bachás que mais tive ra me illudir relativamente á natureza da medida que
rem sofrido pelas calamidades da guerra, de levantar as, se devia apresentar. Além disso ha huma circumstancia
Cidades destruidas, e comprar gados e cereaes. Fala-se que me inspirou grande confiança na actual Adminis
de grandes medidas que se vão adoptar para dar mais tração; esta he composta de pessoas que até certo pon
actividade á navegação e ao commercio estrangeiro; a to são discipulos de hum, homem em comparação do
mais importante he sem duvida a modificação no syste qual são pygméos todos os que lhe tem sobrevivido. A
ma das alfandegas, ou a reducção dos direitos que os eloquencia desse homem que muito excedeo a de todos
subditos do Imperio tem pago até agora; propoz-se esta os modernos foi empregada no decurso de toda a sua
medida no Conselho, mas ainda se não adoptou porque vida contra a medida agora apresentada. Por isso natu
diminuiria demasiado, pelo menos momentaneamente, ralmente me devia admirar á vista de hum, Bill, que vai
as rendas do Estado. destruir, parte das instituições do paiz, e muito espe
O Seraskier Soleimão Bachá, antigamente Governa cialmente aquella parte em cuja defeza tanto escreveo,
dor da Ilha de Candia, voltou a Constantinopla em isto he as pequenas Corporações. (Applauso)
consequencia de haverem tomado posse da Ilha as tro - º Tenho certamente chegado a vêr cousas bem singu
pas Egypcias em virtude de se haver cedido a Mehemet lares, mas esta he a mais singular de todas as que na mi
Ali aquelle Governo. O Patriarca Grego que reside nha vida tenho presenceado. Entendo que a nação es
aqui recebeo ordem do Sultão para que haja de apre perava hum diferente Bill do Nobre Conde. Não direi
sentar carndidatos para o Arcebispado e Bispado da Ilha que o Bill he revolucionario visto parecer essa palavra
de Candia. (G. de Madrid.) repugnante; mas o Bill he capaz de produzir huma ra
* . . AUSTRIA. dical mudança nas instituições do paiz; digo radical
por que vai ter o efeito de arrancar pela raiz huma
. . Vienna, 18 de Março. grande influencia na Camara dos Communs, deixando-a
completamente huma Assembléa popular electiva. Te
Segundo as noticias recebidas das fronteiras, a van nho por tanto fundamento para afirmar, que a Refor
 [342 ]
ma proposta não he a que o Nobre Conde promettêra, goso. Deveremos nós pois tomallo na qualidade de guia
isto he huma Reforma moderada. quando nos vem aconselhar que procedamos contra o seu
» Ha de mais a mais outro defeito nesta medida, e positivo conselho! Apellarei para o nobre parente do
vem a ser, que se não póde justificar por nenhum mo tiobre Conde (Grey) no lado opposto, que achou ser
tivo de necessidade. Em primeiro lugar o que he que se conveniente representar huma corporação pequena quan
pretende fazer! Acabar com 60 Corporações, e # do já não podia representar hum Condado; além do que
todas as mais patentes aos proprietarios. Desta sorte vi poderá o Lord Presidente (o Marquez de Lansdowne),
rão todas as eleições a depender do voto de hum nume , que representou huma Corporação pequena depois de
ro consideravel d'eleitores. Disserão-nos que o fim des representar Cambridge, reprovar o systema das corpo
ta Reforma he o restabelecimento do antigo estado das rações pequenas! (Applauso e riso.) e , * "..
nossas instituições, afirmando que as Corporações pe-” … Passarei a falar do nobre Lord que se acha a Ineu
quenas erão huma innovação. Seja-me licito dizer, que º lado, o Seeretarid d'Estado da Repartição Colonial
isso não he assim. Muitas dessas Corporações são tão (Lord Goderich); ele tambem foi eleito por huma cor
antigas, que datão do tempo d'Eduardo VI e da Rai poração # depois vejo o nobre Secretario da Re
nha Izabel. Huma das grandes vantagens da Camara partição do Interior (riso); e bem me lembro de que, fosse
dos Communs he a grande variedade dos lugares e qua/ r que motivo fosse, deixou de tomar assento pelo
*
Jificações pelas quaes se exerce o direito electivo. ' ' ondado de Hertford, e foi eleito por huma Corpora
» Outro principio que se estabelece para a destruição das ação. E finalmente o nobre Lord Chanceller (Lord }^-
corporações pequenas he, que o povo se tem desgosta gham). (Applauso e riso). Achou conveniente represen
do com a nomeação dos Deputados da Camara baixa tar huma Corporação pequena: tentou representar Li
pelos Pares, e com a idéa de serem mandados áquella verpool e falhou; tentou depois representar hum gran
Camara por hurn numeto pequeno de pessoas. Ha mui de Condado, e falhou tambem. He verdade que a final
tos authores dos antigos tempos que poderia citar a fa foi efeito por meio de acclamação em hum"grande e
vor da pratica estabelecida a este respeito. Mas conten populoso destricto; mas como já disse, sempre repre
tar-me-hei com a citação de hum author, que ainda sentou huma Corporação pequena. - -

vive, cujas palavras sobre esta materia devem ter não » O menos que se pode dizer sobre a materia he, que
pequeno pezo perante VV. SS. Citarei huma passagem todos estes nobres Lords são no maior gráo ingratos
da obra do Pagador Geral das Forças, (Lord J. #" apoiando esta medida. Não me demorarei mais sobre
sell, que apresentou agora o Bill da Reforma). esta parte do assumpto. Não se pode duvidar que o sys
* *

O Nobre Lord passou a fazer a leitura da referida tema de Corporações pequenas tem sido o meio de fa
passagem nos termos seguintes: , cultar á nação os serviços de todos os homens de gran
,

»= He innegavel \, os proprietarios só escolherão de talento e capacidade para o serviço publico que ago
na qualidade de Membros os que lhes forem conhecidos ra possue. Se se mudar similhante systema, nego que
por meio das harengas populares. Por tanto se unica seja o mesmo o resultado. Segundo disse Lord J. Rus
imente se fizerem Deputados os que são escolhidos por sell, os nascentes talentos da nação se tornarão dema
grande numero d'eleitores, excluir-se-ha a Aristocracia, gogos para ganhar entrada na Camara dos Communs.»
e se obrigarão (os Candidatos) a ser demagogos por of (Ex. do Morning Post.)
• • -

fício.» (Applauso.) Escrevem da Haia em data de 21 do corrente:

» Este he certamente o ponto de vista em que encaro » Hoje pelas duas horas chegou de Londres S. A. R.
a questão, e só me admira o ver esta medida introdu ##">
de Orange, e logo se dirigio ao Palacio do
zida no Parlamento pelo mesmo Nobre Lord, e que vai C] • + " " - - -

ter a tendencia directa que ele anteriormente afirmou » O Barão Van 2uilen Van Nyeveldt, nosso Embai
se devêra evitar. O Nobre Lord continuou a mesma *ador Extraordinario á Corte de Londres, teve hontein
passagem assim: " Ambas estas cousas são nocivas e peº huma dilatada conferencia com o Ministro dos Nego
rigosas. » (Applauso.) , !
**
•
cios Estrangeiros.» . -
- -

: " Em outra parte diz o Nobre Lord : "… Houhens de
todas as classes tem agora entrada na Camara dos Comº
muns não só os que se achão ºligados com os bens de
raiz, mas com o commercio e fabricas. Resta a Aris
tocracia do talento que entra na Camara dos Communs
pela nomeação das Corporações pequenas. Por este
meio são eleitos muitos cujos serviços são inapreciaveis,
que aliás nunca terião assento na Legislatura. Assim actual Governo.»
pela maior parte acontece, que o discurso de hum Deº
* *
De Breda escrevem em data de 20 do corrente:
» As cartas particulares annuncião grande fermenta
ção nestes ultimos dias em Antuerpia, e que algumas
pessoas até se animárão a propor hum brinde a favor
do Principe de Orange na presença de Mr. Vander
Huissen, Governador, e de outros Funccionarios do
- " (Idem.)
-

- * * * * * *
putado de huma Corporação pequena he de maior ava * * * o º *—* #$*—» :
|-

* * * |- • # **
lor para a causa da verdade e da justiça, do que dez
votos mudos.” (Applauso.) , . º •

* # :" " |
PORTUGAL '' - -- - -

» O Nobre Lord passa a apresentar Mr. Fox como

exemplo da influencia do systema de corporações pe ** * * * Porto, 1.° de Abril.…….….…… " …
quenas, que o presente Bill tende a destruir de todo. Terça feira chegou a esta Cidade hum Esquadrão da
Perguntou-se-nos qual seria o efeito que produziria no Cavallaria de Chaves, para se empregar no serviço da
animo de hum estrangeiro que se dirigisse a muitas guarnição. (correiº do Porte..)…
partes opulentas da metropoli e do paiz, o ver que es
tas não tem o direito de enviar hum Deputado ao Par
lamento. Mas o que diria esse mesmo estrangeiro vendo —#-- \,
que huma pessoa examina em seu Gabinete as institui Lisboa, 10 de Abril." "
• …
ções politicas do paiz, e pondera que as Corporações
pequenas formão a sua parte mais preciosa, e que essa N. 1.
* * .
mesma pessoa seis ou sete annos depois vem á Camara Sociedade Real dos Antiquarios do Norte
dos Communs propor a demolição de tudo quanto des em Copenhague.
crevera em termos tão brilhantes ! O mesmo nobre Con Extracto do Regulamento da Sbciedade.
de já nos advertio, que o efeito das eleições populares, A Sociedade propõe-se publicar as obras da litteratu
destruindo-se as Corporações pequenas, he nocivo e peri- ra antiga do Norte, e depois tudo o que poder produ
*
 [ 343 ]
zir algum esclarecimento sobre a historia antiga dos pai
zes septentrionaes, a sua lingua, e em geral as suas an
tiguidades, a fim de excitar e nutrir o amor da patria
com estas publicações.
Os sagas Islandezes, e outros escriptos da antiguida»
de dos ditos paizes, serão dados á luz por huma comº
missão nomeada pela Sociedade, na lingua original com
a traducção Dinamarqueza e Latina em volumes sepa
rados, para entreter na Islandia o gosto da litteratura
nacional, que conta alli seculos de existencia; para con
duzir os habitantes do Norte ao conhecimento das prinº
cipaes origens da sua historia antiga; e para subminis
trar aos sabios estrangeiros hum meio de avantajarem
as suas obras, produzidas por trabalhos profundos pra
ticados no terreno da historia, das linguas, e da anti
guidade.
Des de o anno de 1830, a Sociedade, a fim de obter
a maior publicidade possivel das suas transacções, e in
teresse no tocante aos seus trabalhos, fará imprimir
em hum periodico, tratados tendentes á illustração da
historia, da lingua, e das antiguidades do Norte; e re
lações das suas sessões, dos seus trabalhos, e das obras
que lhe forem dirigidas. Todos os membros residentes
na Suecia são convidados para assignantes desta especie
de Buletim, do qual apparecerá em cada anno hum
caderno de dez a doze folhas. -
A Sociedade, apenas os seus meios lho permittirem,
tambem contribuirá para a publicação de outras analo
gas ao objecto da sua instituição, que nunca perderá
de vista.
Na Sociedade são admittidos como seus membros os
homens estimaveis nacionaes, e estrangeiros, que toma
rem parte activa na execução dos seus designios, e no
fim para que foi instituida.
Os membros ordinarios são litteratos dos quaes se de
ve esperar concorrencia immediata para o dito fim, e
principalmente contribuições scientificas.
Os membros correspondentes são eleitos entre os litte
ratos, que por util concorrencia, ou por outra qual
quer maneira, mostrão zelo para com o progresso da
Sociedade.
Os membros honorarios são escolhidos entre os ordi
narios, admittindo-se nesta classe os homens de merº
cimento relevante, geralmente conhecidos como propa
gadores e protectores das sciencias, e que manifes
tão interesse e benevolencia para com os esforços da
Sociedade. . . ! ! , …..
A Sociedade espera em geral, que pelo menos de tres
em tres annos, haverá huma communicação da parte
de cada membro estrangeiro, ordinario, ou correspon
dente. - "… " : antigo Utatlan, perto de Santa Cruz del Quiché, Pro
A administração da Sociedade he confiada a hum
Presidente, hum Vice-Presidente, hum Secretario, e
hum Thesoureiro. O Secretario he tambem Presidente
da commissão incumbida de publicar escriptos ácerca
das antiguidades do Norte. -
Tudo o que se enviar á Sociedade, será entregue, li
vre de despeza, ao Secretario, o Senhor Professor C.C.
Rafn, em Copenhague, rua Kronprinds ens gade, N.”
40. As remessas por mar serão recommendadas aos gra
tuitos cuidados dos Consules de Sua Magestade.
Está conforme. Secretaria da Academia Real das
Sciencias, em 24 de Março de 1831.= O Oficial da
Secretaria, Antonio "g" Moreira.
* * .° 2.
Sociedade de Geografia.
Resumo do Programma dos premios.
Anno de 1830.
* Medalha annual.
Para o descobrimento mais importante. , ,
Medalha de ouro do valor de 1.000 fr. '
A Sociedade de Geografia oferece huma medalha de
ouro do valor de mil francos ao viajante que tiver feito,
em Geografia, durante o anno de 1829, o descobrimento
que for julgado o mais importante entre aquelles de que
a Sociedade tiver tido noticia; receberá além disto o tiº
tulo de correspondente perpetuo, se for estrangeiro, ou
de membro, se for Frances, e gozará de todas as pre
rogativas que pertencem a estes titulos.
Na falta d'hum descobirimento desta especie, se dará
huma medalha de ouro do valor de quinhentos francos ao
viajante que tiver dirigido, durante o mesmo tempo, á
Sociedade as noções ou communicações as menos conhe
cidas e as mais uteis aos progressos da sciencia. Será
incluido, se for estrangeiro, na lista dos candidatos pa
ra o lugar de correspondente.
Premios.
Por huma viagem de descobrimentos no interior da
Guiana, huma medalha de ouro do valor
de 7.000 francos.
Reconhecer as partes desconhecidas da Guiana Fran
ceza, determinar a posição das nascentes do Rio Ma
roui, e estender as indagações o mais distante que for
possivel, ao Oeste, em direcção do segundo paralelo
de latitude Norte, e seguindo a linha divisoria das aguas
entre as Guianas e o Brazil.
O viajante fixará as posições geograficas e o nivel dos
principaes pontos, conforme os melhores methodos, e
recolherá os elementos de huma nova, e exacta carta.
A Sociedade deseja que o dito viajante possa reco
lher os vocabularios dos diversos povos.
Será distribuido o premio na primeira Assembléa Ge
ral do anno de 1832.
A relação da viagem deve ser entregue na Secreta
ria da Commissão Central antes de 31 de Dezembro d
1831. •
- + Antiguidades Americanas.
Huma medalha de ouro de valor de 2,400 fr
A Sociedade oferece huma medalha de ouro de va
lor de dous mil e quatrocentos francos a quem melhor
preencher as seguintes condicções:
Pede-se huma discripção, mais completa e exacta de
que a que possue, das ruinas da antiga Cidade de Pa
lenqué, situada ao NO. da povoação de S. Domingos
Palenqué, ºperto da ribeira de Micob, no Estado de
Chiapa do antigo Reino de Guatemala, e designadas
debaixo do nome de Casas de piedras na relação do Ca
pitão Antonio del Rio, dirigida a ElRei de Hespanha
em 1787. O author dará as vistas pitorescas dos monu
mentos, com as plantas, cortes, e principaes miudezas
das esculpturas. (1)
As relações que parecerem existir entre estes monu
mentos, e varios outros de Guatemala e do Vucatan
fazem desejar que o author examine, se for possivel, o
vincia de Solola (2), a antiga Fortaleza de Mixco e
varias eutras similhantes, as ruinas de Copan, no Es
tado de Houduras (3); as da Ilha Peten, na lagôa de
Itza, nos limites de Chiapa, Yucatan e Verapaz ; os
antigos edificios situados no Yucatan e a 20 leguas aº
Sul de Merida, entre Mora-y- Tecul e a Cidade de No
racab (4); finalmente os edifícios da Cidade de Mani,
perto da ribeira dos Lagartos (6).
. (1) Será bom que se fação escavações para conhecer
o destino das galerias subterraneas feitas debaixo dos
edifícios, e para verificar a existencia dos aqueductos
subterraneos. •
(2) A caverna de Tibulca, perto de Copan, he sus
tentada em columnas. -
(3) Comparão-se os restos de Utatlan, pela sua mas
sa e grandeza, a tudo o que a planicie de Cusco e o
Mexico
Rei tem offerecem
728 passosdegeometricos
maior. Diz-se
sobreque
376.o Palacio do •
(4) Hum destes edificios se diz que tem 600 pés de
frente.
(5) Estes ultimos edificios ainda estavão habitados na
época da conquista, por hum Principe Indio.
 [344 ]
Procurar-se-hão os baixos-relevos que representão a - O author não se deve nomear, nem no titulo, nem
adoração d'huma Cruz, como o que está gravado tira no corpo da obra.
do da obra de del Rio. |-
Todas as memorias devem ser acompanhadas de hu
Conviria conhecer a analogia que existe entre estes ma divisa e de huma carta fechada, na qual esta divi
diversos edifícios, considerados como obras de huma sa ou epigrafe estará repetida, e conterá o nome e
mesma arte, e de hum mesmo povo. indicará a morada do author.
Quanto á geografia, a Sociedade deseja principal As memorias ficarão depositadas nos arquivos da So
mente: 1.° as cartas particulares dos territorios onde ciedade, mas será permittido aos authores poderem ex
estas ruinas estão situadas, acompanhadas de planos trahir copias. •

topograficos: estas cartas devem ser construidas confor
me os methodos exactos: 2.° a altura absoluta dos prin
cipaes pontos acima do mar: 3.° observações sobre o
estado fysico, e as producções do paiz.
A Sociedade tambem requer as indagações sobre as
tradições relativas ao antigo povo a que se attribue a
construcção destes monumentos, com as observações so
bre os costumes e habitos dos indigenas, e os vocabulários
Cada pessoa que depositar ou entregar huma memo
ria para o concurso, deve pedir recibo.
Todos os membros da Sociedade podem concorrer, á
excepção dos que são membros da Commissão central,
Tudo o que se dirigir á Sociedade, deve ser enviado
com porte pago, e com o sobrescripto de = Mr. le Pre
sident, á París, rue et passage Dauphine N.° 36. =
París, 26 de Março de 1830. * * *

dos antigos idiomas. Examinar-se-ha particularmente o
que attribuem as tradições do paiz ácerca da idade des
tes edificios, e se indagará se ha boas provas para co
nhecer se asá conquista.
anteriores figuras dezenhadas com certa correcção são•
Em fim o author recolherá tudo o que se souber ácer
ca do Votam ou HVodan dos Chiaponezes, personagem
comprada a Odin e a Boudda.
N. B. Omittirão-se os premios cujo termo para en
trega já acabou, assim como os que pertencem á Geo
% da França em particular, por parecer que só os
-
rancezes poderião concorrer.
Está conforme. Secretaria da Academia Real das
Sciencias, em 24 de Março de 1831. = O Oficial da
Secretaria, Antonio Joaquim Moreira.
-

Este premio será julgado na primeira assembléa ge — §§ *—º

ral de 1832. - • -

* As memorias, cartas e dezenhos deverão ser entregues Telégrafo. — Serviço da Barra. — 9 de Abril. :
na Secretaria da Commissão central, antes de 31 de Embarcações avistadas.
Dezembro de 1831. 6 h. 45 m. 1 Cahique sem bandeira ao Noroeste do Ca
• Origem dos Negros Asiaticos.
, , bo do Espichel: navega para o Sul.
Huma medalha de ouro do valor de 1.000 fr. 10 h. 7 m. 1 Brigue Escuna sem bandeira ao Norte do
Segundo os historiadores Chinezes, algumas raças de Cabo da Roca. |- 1

negros habitárão as montanhas de Kuelun, ao Norte Embarcação entrada em S. Julião.

de Thibet. Existem restos destas mesmas raças, nos 3 h. 10 m. 1 Brigue Escuna Inglez.
montes que sepárão o Annam de Kambodje. A nação
dos Sameng, nas montanhas da peninsula de Malaca, . . Idem, 10. * **

tambem he o resto de huma povoação negra; falla hu • • Embarcações avistadas. … -

ma lingua particular, que he misturada de Malaia. Es 6 h. 34 m. 1 Brigue Escuna sem bandeira, e 1 Galeo
1a ultima linguagem se encontrou entre os negros da ta dito ao Sul do Cabo da Roca; navegão para o
Oceanea, e geralmente se reconhece que tem existido Norte.
communicações entre estes povos e a raça Malaia, ra 7 h. 40 m. 1 Bergantim Napolitano, e 1 Cahique sem
Ça, que como se sabe, se estende desde a Ilha (Formo - bandeira ao Norte do Cabo da Roca: navegão pa
2a atédeMadagascar, assim como da Nova Hollanda ás ra o Norte.
flhas Sandwich. - • • • •

8 h. 18 m. 1 Galera sem bandeira ao Norte do Cabo

rº da Roca. • }
Pretende-se huma memoria de indagações e combi
nações sobre a questão relativa á origem destes povos 10 h. 37 m. 1 Chalupa sem bandeira; 12h. 17 m. 2 Bri
negros. |- # gues Escunas dito, e l Galeota dito a Oeste do
Deseja-se que o author faça conhecer, e compare jus Cabo da Roca ; os Brigues Escunas navegão para
tamente as diferentes raças negras que tem habitado ou "O Snl. "… * *

habitão em diversos paizes da Asia Oriental, e que ex Embarcações entradas em S. Julião.

ponha as relações que terião podido haver entre ellas 11 h. 2 m. 1 Galera Portugueza.
e a raça Malaia. Será conveniente que o author funda 11. h. 55 m. 1 Chalupa Ingleza. " - *

nente as suas indagações com escriptores Chinezes. Embarcação sahida de S. Julião. … "

O premio, que consiste em huma medalha de ouro 6 h. 42 m. 1 Brigue Escuna de Guerra Inglez. oo , o
de mil
ral francos,
do anho será julgado na primeira assembléage
de 1832. • T- •
Embarcação sahida de Belém. ** #3 - ,, ,

4 h. 40 m. 1 Escuna Ingleza para Londres, o T

As memorias deverão ser entregues na Secretaria da #

Commissão central, antes de 31 de Dezembro de 1831.

Condições geraes dos concursos. -
- Annuncios.
A Sociedade deseja que as memorias sejão escritas em José Midosi perdeo huma letra, sacaua por elle no 1°
"Francez, ou em Latim; com tudo deixa aos concorren de Março do presente anno, a tres mezes vista, da quan
tes a faculdade
Italiano, de escreverem
Hespanhol, as suas obras em Inglez,
ou Portuguez. tia de 1343990 réis, e acceita por José Gonçalves da
•

Fonseca, e endossada por João da Costa Pereira ; faz

Todas as memorias enviadas ao concurso devem ser por isto publico, que se tem dado as providencias para
escriptas de modo legivel. + não ser paga senão a elle sacador. " -

—T=T= mes

LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.

* -
 NUM. 85.
GAZETA DE L IS BOA.
XO8->|$$$4<9GX<=-
TERÇA FEIRA,
PARTE NÃO OFFICIAL.
**
NOTÍCIAS ESTRANGEIRAS.
RUSSIA.
- •
Petersburgo, 11 de Março.
Em data de 4 do corrente partecipou ao Imperador
º General em Chefe do Exercito d’operações, que depois
da acção de 25 de Fevereiro não tem havido nenhuma
operação militar d'importancia. Accrescenta que ape
zar da perda que na dita acção soffrèrão os rebeldes e
da completa desorganisação em que se acha o seu Exer
cito na margem esquerda do Vistula, não tinha o Exer
cito Russiano podido colher ainda o fructo da victoria
por que tendo começado a abrir-se o gêlo em muitas
partes, não era possivel passar o rio sem se expor a gra
ves perdas. • + -
Tambem diz o General, que em quanto se poder na
vegar pelo Vistula, encarregara o Ajudante de Campo
Barão Rosen que manda o 6.° Corpo d'Infanteria, pa
ra que acabe de arrojar os rebeldes do Palatinado de
Plock.
Conclue manifestando que no dia 28 de Fevereiro se
apresentára nas avançadas do General Sacken o Tenen
te Coronel Sualinski do 8.° d'Infanteria Polaca. Este
Oficial que fiel aos seus juramentos poude fugir de Mo
dlin onde se acha com o seu Regimento refere, que depois
da acção do dia 25 déra demissão do mando do Exercito
rebelde o Principe Radziwill, em cujo cargo lhe havia
succedido o General de Brigada Skazinecki, ultimamen
te promovido áquelle posto pelo Governo revoluciona
rio, e que os Generaes Weissenhof, Krukowski, To
micki, Suchorfeuski, Helsud, e outros cinco se havião,
separado do serviço em consequencia desta nomeação. “duque Duque de Modena o acto da sua submissão, e
(Periodico Official.) nesse momento se restabeleceo a antiga ordem de cou
sas. O chamado Prefeito militar antes de fugir com os
POLONIA. -
JVarsovia, 15 de Março.
Annuncia a Gazeta d'Estado, que a 26 de Fevereiro, das não com a idéa de se defender; mas para facili
o Regimento de Dragões da Finlandia havia tomado a
Cidade de Janon proxima á Galitzia, e que os seus ha
bitantes havião prestado o juramento de fidelidade ao
Imperädor da Russia. Fugirão os funccionarios publi
cos; a temperatura tornou a baixar de modo que se vai
gelando outra vez o Vistula que acarreta muito gelo,
por cuja razão as operações militares ficarão paralizadas
par outros 16 dias. • . * . * . "
ANNO 1831.
12 DE ABRIL.
Os Russianos recuperárão Pulawy, donde se retirou
o Corpo do General Duernicki.
As tropas que havião sahido para observar a retirada
dos Russianos postados diante de Praga, voltárão por
prudencia a esta capital.
Diz a Gazeta de Varsovia de hum modo mui digno
de se notar, que a ponte que une Praga com Varsovia
provavelmente se não cortará. •
O General Geismar deo a liberdade ao Coronel Spen
douski, que havia sido ferido e feito prizioneiro pelos
Russianos.
A Gazeta de Koenigsberg diz, que os habitante dº
paiz que occupão os Russianos havião prestado jura
mento de fidelidade ao Imperador como Rei, da Po
lonia. - • -
O Observador Austriaco publica huma carta escripta
no dia 5 no Quartel Gcneral do Marechal Diebitsch,
na qual se assegura, que naquelle mor»ento o General
Geismar ainda occupava o arrabalde de Praga, onde,
os Polacos unicamente occupavão a entrada da ponte; o
que General em Chefe havia lançado em diferentes direc
ções algumas divisões Russianas com o fim d'occultar
ao Exercito Polaco, o seu projecto de passar o Vistula,
e que elle devia combinar as suas operações com as dos
corpos que manobrão pela parte do Kistula superior.
As cartas de data mais recente assegurão, que, no dia 7
se achava em Garucolin o seu Quartel General.
(Gazeta de Madrid.)
|, | \
• -
} , ,
ITALIA. •
Modena, 13 de Março. •
A Cidade de Reggio mandou a S. A. R. o Archi
seus se entreteve em desempachar os cofres do thesouro
publico. -
As noticias de Parma referem, que reina, a anarquia
naquella Capital. As portas da Cidade estavão fecha
tar aos principaes revolucionarios os meios de se apode
rarem de todos os cavallos para assegurar a sua fuga.
Entrou hontem nesta Capital o Duque de Modena
rodeado de numerosas tropas do seu Ducado reunidas, á
tropa Austriaca. S. A. R. se dirigio á Cathedral onde
se celebrou huma Missa Pontifical, e logo depois se
cantou com muita solemnidade o Te Deum. . . •
• (Gazeta de Milão.)
-

FRANÇA.
Pará, 27 de Março.
Por hum avizo telegrafico de Lyão em data de 19 do
corrente se annuncia o seguinte:
» As tropas Austriacas estão acantonadas em escalões
des de Ferrara até Bolonha. Adiantárão-se até Cento
onde restabelecérão a authoridade Pontificia, e tudo
annuncia que totalmente occuparão as Provincias sub
levadas. » . - \,
*> # --- • • • •
Na Gazetá de Kanigsberg de 24 de Fevereiro se lê o
seguinte: - *-
* As cartas de Riga dizem, que S. M. o Imperador
Nicoláo havia chegado no dia 17 áquella Cidade,
que a 18 passara revista ás tropas, e que no dia 19 ha
via sahido para Vilna por Mitau.”
(Gazeta de Madrid.)
… … GRÃ-BRETANHA.
+ • Londres, 30 de Março.
Na sessão de 28 na Camara dos Lords o Duque de
frellington se expressou do seguinte modo sobre o Bill
da Reforma Parlamentar:
* O Nobre Lord (Brougham) dignou-se elogiar-me
pela minha coherencia em me oppor á questão da Re
forma, e he bem certo que até o momento actual não
tem a minha opinião tido a mais leve mudança. Ainda
éntendo que não devemos, nem temos razão para mu
dar o systemá representativo do paiz. Segundo a razão
e a justiça não tem VV. SS. maior direito para privar
huma Corporação pequena da faculdade de mandar re
presentantes ao Parlamento excepto no caso de se pro
var alguma falta da sua parte, do que para me tirarem
o meu titulo e o meu juz para ter assento nesta Cama
ra, ou a qualquer de VV. SS. da sua propriedade. Nes
ta occasião não vejo nenhuma necessidade de adoptar
o Bill que se nos propõe. O Nobre Lord (Brougham)
falou da injustiça de privar do direito d'eleger Depu
tados para o Parlamento os que derramão o proprio
sangue no serviço da patria. Mas o direito de votar na
ékeição dos representantes não virá de facto a conceder
se a essa classe de pessoas pela medida proposta. Os
nobres Lords que ultimamente discutírão a questão po
zerão de parte a circumstancia de que he huma Assem
bléa Legislativa, e não simplesmente hum corpo d'elei
tores que tem à crear. Aos Ministros incumbe o atten
derem mui seriamente a este assumpto. Entendo que a
Camara dos Communs, do modo que agora se acha
constituida, não pode ser mais completa, nem mais
adequada ás suas funcções, na qualidade de assembléa
legislativa, do que o he agora. Desde a paz se tem mos
trado hum corpo legislativo muito eficaz, tão eficaz co
mo em época alguma neste ou em qualquer outro paiz.
A mesma Camara quer e deseja continuar a prestar
serviços publicos; a agitação da questão da reforma he
que a veio interromper nos seus trabalhos. O mesmo
Nobre Lord que agora se acha á testa do Governo ob
servou á vista de huma representação que lhe foi apre
sentada sobre este assumpto em Fevereiro de 1817, que
a Camara dos Communs sempre se mostrara º prompta
no desempenho dos seus deveres. Sendo isto assim não
posso ser considerado singular na opinião que formo de
que a Camara segundo se acha agora constituida he.
#""""" adequada ao desempenho dos deveres que
me incumbem, e que está plenamente disposta à exe
eutallos. Eis o parecer que expressei na abertura da
áctual sessão do Parlameneo, parecer que hei de con
servar sempre, e que em diferentes épocas tem sido sus
tentado pelos homens mais distinctos do paiz.
[ 346 }
» Tem-se feito algumas observações que se não achão
apoiadas pelos factos. He certo que o recente Ministe
•
rio introduzio a questão Catholica, e que nessa occa
sião Inuitos Nobres Lords se mostrárão favoraveis a essa
medida a que antes erão contrarios. No entanto julgo
que em apresentar essa medida simplesmente desem
penhei o proprio dever , nem vejo razão para sintir
o seu desempenho. Não me influio o temor que poderia
resultar da concessão ou regeição dessa medida. Quem
possue os sentimentos de homem não he capaz de com
sintir que a respeito desse desempenho intervenha simi
• , fhante consideração. + , ,
» Pouco antes da eleição geral succedeo a revolução
Franceza, e da mesma sorte que aconteceo depois da
primeira revolução, houve grande efervescencia neste
paiz, e desejos de innovação ; desejos que cobrárão
maior vigor pelos discursos pronunciados nas eleições
•
em que frequentemente se ponderou a urgencia da Re
forma parlamentar. No entanto não julgo que a effer
vescencia excitada por este meio era tão insuperavel en
tão como agora, depois dos passos que se derão para
promover a questão da Reforma. Se se houvesse adopta
do hum caminho diverso; se o Parlamento depois de
maduramente deliberar sobre o assumpto decidisse, que
não convinha aos interesses do paiz alterar o systema
representativo, estou certo de que o povo assim como
em outras occasiões se teria sugeitado sem difficuldade.
Mesmo agora não vacillo em dizer, que se sugeitaria se
visse, que o Parlamento entendia ser acertado regeitar
esta medida depois de ter imparcialmente considerado
os argumentos pro e contra. Já passou a effervescencia
causada neste paiz pela revolução da França e da Bal
gica; não teve influencia nos povos deste paiz porque
virão a miseria e a ruina que sobre aquelles paizes acar
retou a revolução.
» Depois do clamor pela Reforma excitado por este
modo, veio a questão da Lista Civil. Disse-se, porém
não sei com que fundamento, que sobre esta questão se
fizera certa combinação contra o Governo. Quer hou
vesse tal combinação, quer não, o certo he que sobre a
questão da Lista Civil varias pessoas se reunírão na sua
votação contra o Governo. Os Ministros, vendo que já
não possuião a confiança da Camara dos Communs de
rão a sua demissão. Na manhã seguinte á da divisão dos
votos dei a minha demissão simplesmente por este mo
tivo. Não desejei expor S. M. e o paiz ás consequencias
da demissão de hum Ministerio pela questão da Reforma
Parlamentar.
» Passo agora á época em que o Ministerio actual en
trou no Governo. No primeiro dia depois da sua nomea
ção se apresentou o nobre Lord na Camara e declarou a
VV. SS. que havia acceito aquelle cargo debaixo de
tres condições: economia, paz, e reforma parlamen
tar. Quanto ás duas primeiras julgo não haver dificul
dade alguma entre o nobre Conde e mim mesmo; se
gundo me consta não tem economizado hum só real mais
do que havião feito seus predecessores. Estes fizerão tu
do quanto poderão fazer para promover a economia no
Governo em todos os seus diferentes ramos. Relativa
mente á paz sinceramente espero que o nobre Conde te
nha achado os negocios encaminhados de modo que lhe
seja facil a conservação da paz do mundo. Desde que
os negocios do paiz tem sido administrados pelo Go
verno actual tem certamente havido algumas occorren
cias na nossa politica externa em que inteiramente não
concordo; mas para não correr o risco de entorpecer os
nobre Conde em assumpto de tanto melindre e impor
tancia, não desejarei que se lhe peção explicações com
referencia a este assumpto. Veio depois a questão da
reforma parlamentar para a qual parece que o Ministe
rio alcançara a sancção de S. M. Devo dizer que o no
me de S. M. tem sido empregado em relação com esta
medida, e creio que mui frequentemente por pessoas de .
 [ 347 ]
señhum modo authorizadas para o usar, e isso em oc
easiões em que não devera ser empregado. Não duvido
que seja verdade que o Ministerio tenha a sancção de
S. M. para apresentar o Bill, mas accrescentarei que
eertas pessoas erradamente inculcão que S. M. fize
ra mais do que seguir o parecer dos seus responsaveis
Conselheiros na sancção de similhante medida e trilhar
simplesmente a vareda usual a esse respeito.
» Vejão pois VV. SS. qual deveria ser huma medida
de Reforma apresentada por hum Governo, e qual he
a que agora se apresenta. Qualquer plano de reforma
proposto por hum Ministro deve ser tal que o habilite
a desempenhar o serviço de S. M. no Parlamento so
bre principios análogos ás nossas instituições. Como he
que esse serviço tem sido desempenhado até agora? Pe
la reunião na Camara dos Communs das pessoas mais
distinelas no paiz, pelo seu talento, probidade o cara
eter, e conhecimentos nos differentes rarnos das sciencias,
com mercio, e fabricas; de homens que possuem ou que
estão ligados com os que possuem grandes propriedades
no paiz; de homens conhecidos pelo seu saber, e
em todos os tempos aconselhando e apoiando medidas
para gloria da nação na guerra, e para sua prosperi
dade e grandeza no tempo de paz. Os Ministros que
apresentão hum plano de Reforma Parlamentar devem
ter em vista o assegurar o apoio destes homens ao Go
verno e á nação. Examine-se agora a medida proposta
e vêr-se-ba, que o Nobre Conde perdeo de vista estes
importantes fins. Mostrou-nos que em todas as Cidades
d'Inglaterra e Galles vão ser lezados todos os direitos
existentes, e a mudança que vai ter lugar na organisa
gão do Parlamento.»
(Depois de particularizar as disposições do Bill, e a in
fluencia pratica que terá no Condade de Southampton
çom
seguioque
:) .o . mesmo Duque tem maiores relações, pro
•
* VV. SS, terão ultimamente ouvido fallar de certas
propostas para se nomear hum Comité, que deverá
recommendar Candidatos Parlementares em todo o paiz.
Julgo que ainda se não estabeleceo tal Comité, mas
at tendendo ao meio de rapida communicação que aqui ha,
será mui facil formar taes sociedades em mui curto es
paço de tempo huma vez que o plano já se tem feito
publico. Temos visto que em outros paizes tem taes so
ciedades sido o meio mais formidavel de prostrar por
terra os Governos. Perguntarei a VV. SS. qual será o
resultado segundo o novo systema, da formação de Co
mités de similhante qualidade! Perguntarei a VV. SS.
qual he a qualidade de homens de que esperão ver com
posta a maioria da Camara dos Communs na primeira
eleição geral depois da adopção do proposto Bill!
>> A esta qualidade de votantes tenho outras objecções
fundadas sobre o conhecimento que possuo das occor
rencias dos outros paizes. Estava em França quando
se promulgou a lei da Eleição em 1817, em circums
tancias pouco diferentes das nossas neste momento. Es
sa lei determinava que em cada Departamento as 300
pessoas que sofrião maiores impostos, terião o poder
electivo. Depois se alterou isso, e se concedeo o direito
electivo aos que annualmente pagassem 300 francos de
impostos. Dous annos depois foi precizo fazer nova mu
dança na lei, e admittir mais duas classes de votantes
da mesma qualidade. Houve des de essa época duas elei
ções geraes em França cada huma das quaes veio a ser
ainda mais nociva sendo o resultado huma representa
ção que tornaria impossivel o andamento de qualquer
Governo. Quando vejo que se pretende estabelecer en
tre nós o mesmo systema; quando vejo huma classe a
ponto de receber exclusivamente o direito electivo, e
essa a dos lojistas, estou persuadido de que se está a
ponto de colocar este paiz, em hum estado em que ne
*ahum Ministro apresentando huma medida tendente ao
bem publico pode ter a certeza de a vencer com huma
Camara dos Communs assim eleita.
» Ha agora na outra Camara huma grande questão,
a saber: hum Bill para regular os dizimos, e intervir
nos bens da Igreja. Desejo saber quándo o Governo
está disposto a ceder ao povo em outras questões, o que
he que pretende fazer a respeito de hum assumpto rela
tivamente ao qual temos o juramento do Rei na sua Co
roação para proteger a propriedade da Igreja, assim
como tambem as leis da União com a Escossia e a Ir
landa afiançando os direitos da Igreja estabelecida! De
sejo saber como he que os Ministros tencionão sustentar
os direitos e a propriedade da Igreja estabelecida de
pois de o Parlamento se achar colocado no pé contem
plado por esta medida de Reforma! A minha firme e
clara convicção he que debaixo do systema proposto não
he possivel sustentar as nossas instituições. A Coroa já
não poderá exercer as suas prerogativas. Limitar-se-ha
ao Exercito, e á Marinha, o resto ficará pertencendo á
Camara dos Communs; mas essas não são as nossas po
liticas instituições. Muito sinto divergir do parecer de
muitos dos meus amigos sobre esta importante questão.
Porém segundo as opiniões que tenho formado, não
posso deixar de as declarar ampla e abertamente á fa
ce de VV. SS. e da nação. Oxalá podesse eu conven
cer o Nobre Conde do erro em que sinceramente julgo
que tem cahido; a minha convicção fundada na expe
riencia que tenho adquirido nesté e outros paizes he,
que o Nobre Conde vai colocar a nação no maior pe
figo possivel vencendo o Bill no seu estado actual.»
(E. do M. Post.)
HESPANHA. -
Cadiz, 31 de Março.
* Segundo huma carta de Modon de 8 do passado são
muitos os vasos que sahem dos portos da # para o
Golfo Adriatico; do que inferem alguns que a Austria
se prepara para a guerra. - . "
A Esquadra Russiana do Mediterranco consta de duas
Náos de linha, duas Fragatas, dous Brigues, e huma
Escuna. >-
A Gazeta da Silesia contém a seguinte noticia em
data de Constantinopla 26 de Janeiro ultimo: º Por
hum Firman do Grã-Senhor está o Arcebispo Armenio
authorizado a chamar os Armenios, e a restabelecer as
Hgrejas.»
Segundo as cartas de Vienna do 1.° de Março, o Go
verno Austriaco ultimamente contrahio avultado em
prestimo de 56 milhões de florins. Em todo o Imperio
se notão grandes movimentos militares. As forças Aus
triacas constão hoje em dia de 923 homens na Italia;
965 nas Provincias da Allemanha, e 963 na Galitzia,
cujo total sobe a 284,3 homens.
A 3 de Janeiro ultimo se lançou ao mar em Alexan
dria do Egypto huma Náo de 100 peças com cujo moti
vo houve grande regosijo naquella Cidade. O Vice Rei
para expressar a sua satisfação a Mr. de Cerisy, Enge
nheiro Francez, que dirigio a construcção do navio lhe
conferio o titulo de Bey, mandando-lhe as insignias
desta investidura guarnecidas de diamantes. Tambem
mimoseou com hum shalle magnífico a esposa do ditos
Engenheiro.
A 20 de Fevereiro chegou a Argel o General Ber
thezene, e tomou o commando das tropas que lhe en
tregou o General Clausel. Dizem que projecta nova ex
•
 [ 848 |
pedição contra Belida e Medéa de que dependerá a to Tribuna, armada em S. Bento, em Sexta feira Santa,
aos armadores que tiverão a honra de Lhe beijar a Re
tal subjugação do paiz. Esta expedição devia efectuar
se no principio do corrente. gia Mão e a de suas Augustas Irmãs, a Graça de usa
Nunca são sobejas as precauções que se tomão para
os enterros. No principio deste mez correo grande risco
hum menino de 3 annos de ser enterrado vivo em N. York.
Em consequencia de convulsões que o acomettêrão, sejul
gou que estava morto. Já estava no caixão e o condu
Zião para o cemiterio quando hum dos que o levavão
sintio, ou julgou sintir algum movimento dentro do
caixão: parou a comitiva; abrio-se o caixão, e logo
começou o menino a chorar. Havia esperanças de que
VlVQSSC. (D. Mercantil de Cadiz.)
Madrid, 4 de Abril.
Relação dos individuos que# uzilados em los Barrios
na tarde do dia 22 de Março provimo, por terem
pertencidº á quadrilha do defunto Manzanares:
Estevão Camps, segundo Commandante. Diogo Ca
ballero. José Babot. José Rivero Pliego. Christovão Pe
TeS Moreno. Manoel Nieto Barragan. Francisco Gu
tierrez. Pedro de Maia. Francisco Espreda e Diogo Hil
}house.
Estes réos derão na sua morte mostras de arrependi
mento Christão, sendo de notar, que Diogo Hillhouse,
# de oficio, morador em Gibraltar, e Protestan
te de Religião, tambem se converteo ao Catholicismo
estando no Oratorio.
1.Lista dos individuos da mesma quadrilha, absolvidos da
pena capital e sentenceados a 10 annos de prezidio
por serem menores de idade, e haverem voluntaria
mente recorrido á clemencia das leis.
Francisco Manzano. Manoel Thomás Ovicb. José
Morales Dias, e João Espinal.
Toda a peninsula goza de tranquillidade perfeita.
• (Gazeta de Madrid.)
*—º §§ *—»
Lisboa, 11 de Abril.
(Artigos communicados.)
ElRei Nosso Senhor, em Audiencia particular, que
Se dignou dar ao Coronel Cachapuz, lhe fez a Graça de
conceder a Medalha da Sua Real Effigie ás pessoas abaixo
mencionadas, em 10 de Fevereiro proximo passado: ao
Prior de Villa Cova de Sube Avou ; ao Cura da dita;
ao Prior da Villa da Feira; ao Cura de Serdeira de
Coia; ao Cura da Bem feita; ao Cura do Pezão; ao
Cura do Peral; a Joaquim José Dias, da Bem feita;
a Luiz Paulino de Nogueira de Cravo; ao Doutor Ma
noel da Costa Ventura, e seu irmão, de Folques; a An
dré Chixorro da Gama Lobo, e seu neto, de Gois: a João
Bernardo Soares, todos da Comarca de Arganil; ao
Ajudante de Milicias de Thomar; a Antonio Avelino
da Silva Azimão; a Francisco Joaquim da Silva Azimão;
a D. Maria José das Dores; a D. Theodora Margarida Ro
sa das Dores; e D. Candida Maria do Carmo da Silva
Tavares, os ultimos cinco de Lisboa.
ElRei Nosso Senhor Se dignou conceder na Regia
_L
LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA.
- "… * ** * * . . • • .…… .. … 1;
•
rem da Medalha de ouro com a Sua Real Efigie os
seguintes: Luiz José Pinheiro, Sebastião Pedro de Car
valho, e Antonio José Gonçalves. -
Telégrafo.—Serviço da Barra.—11 de Abril.
A Galera Portugueza que entrou homtem ; chama-se
Danubio, de Pernambuco, 60 dias, mala: não dá
novidade.
Hontem á noite entrou 1 Galeota Hollandeza.
Embarcações avistadas.
6 h. 1 Bergantim Inglez ao Sul do Cabo do Espichel.
4 h. 17 m. 1 Galeota sem bandeira ao Norte do Cabº
da Roca.
Embarcações entradas em S. Julião.
9 h. 44 m. 1 Bergantim Inglez.
1 h. 21 m. 1 Brigue Escuna Hollandez.
Embarcação sahida de Belém.
11 h. 53 m. 1 Bergantim Sueco para Marselha.
- # --
ADMINIsTRAção do CoRREIO GERAL.
Navio a sahir.
Abril 16. Para a Ilha da Madeira o Brigue Escuna
Carmo e Almas.
•
Annuncios.
Manoel Henriques, com loja de sóla na rua do Am
paro N.° 33, faz público que se lhe extraviou huma le:
tra no dia 9 do presente, do valor de 1:000$000 dº reis,
em sóla sacada a dous mezes pelo dito Manoel Henrº
ques, e acceita por João Henriques, com fabrica de sóla
ém Villa Pouca, Ribeira d'Alcantara; como tambem
no mesmo dia se perdeo huma carteira de marroquiº
encarnado, contendo varios recibos, huma penna dº
ouro, e 95,3000 réis papel: quem a quizer entregare"
casa do annunciante receberá boas alviçaras; e quantº
á letra estão dadas as providencias para que ninguem º
possa negociar, •
Quinta feira 14 do corrente, ás dez horas da manhã,
na rua do Ferregial de cima N.° 13, no terceiro andar,
vende-se em leilão publico toda a mobilia da casa, eº
que se acha grande porção de trem de cozinha, de cº"
bre, em muito bom uso.
Na rua da Prata N.° 133, loja de papel, se continº
a emprestar dinheiro sobre ouro, prata, brilhantes , º
apolices. •
No deposito publico se ha de arrematar huma Prº;
priedade de casas, sita na rua dos Cardaes de Jesus N.
60 a 62, avaliada em 2:1623843 réis, e rende 2273200
réis, por execução de Sentença, de que he Escrivãº
Torre do Valle, e da arrematação Couto.
Quem quizer comprar huma parelha de machos nº
vos, ensinados para seges de duas e quatro rodas, fal
le ao mestre ferrador á Magdalena: ha igualmente duas
traquitanas, sendo huma de dous assentos, e arreios.
* == - |- T== –––
4 – " • … " • : - - -- -
 1831. •

NUM.86. ANNo @<~=-

Gazeta DE LIsboa —=>>>6<>$$$1<<<rox=-

•

QUARTA FEIRA, 13 DE ABRIL.

___ =>o6 =>$3<>$3:GX@$#9ax = •

PARTE NÃO OFFICIAL. Couros. •

Rio da Prata lb. - - - - - - 310 a 320

R. G. acima de 26 lb. - - - - - 300 a 315
Ditos pequenos - - - - - - - 285
NOTICIAS ESTRANGEIRAS. De cavallo hum - - - - - - -
. Graxa.
BRAZIL, Rio Grande arr. - - - - - - 3,800
• Jacarandá.
Rio de Janeiro, 11 de Dezembro. Coçueira 1. qual, dz. - - - - - 80,000 a 120,000
2. dita - - - … - - -- - - 60,000 a 70,000
Preços correntes dos generos de exportação. Jpicacuanha lb. - - - - - - - - - 1,800 a 1,850
Tabaco Map. arr. - - - - - - 4,500
Aguardente. Piedade - - » - - - - - 2,500
De cana pipa - - - - - - - - 76,000 a 85,000 Tapioca
Cachaça - - - - - - - - 70,000 a 74,000 1. qualidade saco - - - - - - -- - 6,000 a 7,000
Algodão. Tatagiba arr. - - - - - - - - 400
Minas Novas arr. - - - - - 7,000 a 7,500 - •

Minas Geraes » - - - - - - 6,000 Preços correntes dos generos de Importação em

Em pano largo vara - - - - - - 240 a 250 grosso. - -

Em dito estreito - - - - - - - 160 a 180

Anil lb. - - - - - - - - - - 1,200 a 1,400 Generos por . _ Preços
Arroz, Santos sc. - - - - - - 9,000 a 11,000 • Réis a Réis
Terra - - » - - - - - - 7,000 a 8.000 Aço - - - - - - - quint. - 10,000 a 14,000
- |- Assucar. Agua raz - - - - - - lb. 150
Campos redondo arr. - - - - - 3,400 a 3,500 Aguardente de Hesp. - - pip. 128,000
Dito à redondo , » - - - - - - 3,300 a 3,400 33de França - , - gal. - 1,200
Dito batido - - » - - - - - - 3,200 a 3,300 Alcatrão - - - - - - barril 20,000
Dito à batido - … - - - - - - 3,100 a 3,200 Alfazema - - - - - - - arr. - 3,200 a 4,000
Dito mascavo - … - - - - - - 2,000 a 2,100 Alvaiade - - - - - - quint. 13,000
Terra redondo - … - - - - - - 3,400 a 3,500 Amarras de ferro - - - huma 300,000 a 1,000,000
Dito à redondo - … - - - - - - 3,300 a 3,400 » de linho Ing. - - quint. 12,000 a 14,000
Dito batido - - … - - - - - - 3,200 a 3,300 }} » Russ. - » 14,000 a 15,000
Dito à batido - » - - - - - - 3,000 a 3,200 Amendoas doces - - - - arr. - 7,000 •

Dito mascavo - … - - - - - - 1,800 a 2,000 Ancoras e ancorotes - - lb. 140 a 160

Santos fino - - - - - - - - - 3,000 Aniagem - - - - - - var. 240 a 400
Dito redondo - … - - - - - - 2,500 Arame de ferro - - - - lb. 200
Dito mascavo - » - - - - - - 2,000 » de latão - - - - º
Cabello » em bacias 6 a 40 lbs. 700 |
De cavallo - - … - - Café.
•
- - - - 7,000 Arcos de ferro
Azarcão - - -- -- -- - -- quint.
º - 10,000
7,000 a 7,500
•

1.* qualidade - … - - - - - - 3,350 a 3,500 Azeite doce do Port. - - pip. 28,000

2.° qualid. boa … - - - - - - 3,100 a 3,200 33 » do Mediterr. gal. 1,600
3.° dita inferior » - - - - - - 3,000 33 » de Nabo - - »
Escolha - - - 5 - - - - - - 1,400 a 1,900 Azeitonas - - - - - - ancor. 16,000 a 1,800
Carne secca. Bacalháo - - - - - - quint. 13,000
Porto Alegre - … - - - - - - 2,400 Bezerros Francezes - - duz. 40,000 a 48,000
Rio Grande - º -.- - - - - - 2,000 a 2,200 Breu - - - - - - - barr.
Monte Vidéo - … - - - - - - 1,400 a 1,600 Brim da Russia - - - peça 12,000 a 22,000
Buenos Ayres - " - - - - - - 1,400 a 1,600 » Inglez - - - - - - 9,000 a 14,000
Cebo - - - - … - - - - - - 3,800 Cabos de linho - - - - quint. 15,000 a 18,000
Chifres. Cadeiras Americanas - - duz. 30,000 a 40,000
Rio Grande cent. - - - - - - 18,000 a 26,000 Calhamaço - - - - - jard. 240
 [ 350 |
Carne salg. de vaca Am. - barr. 24,000 a 26,000 Salsaparrilha - - - - arroba 32,000 a 35,000
33 33 porco * * ?? 28,000 a 30,000 Serveja de Londres - - duz. 4,000 a 4,500
Carneiras Ing, brancas - duz, Tartaruga de Moçamb. º lb, 28,000
Franc. de cores - º 16,000 a 18,000 Trigo branco - - - - alqueire
Carvão de Pedra - - - tonel. 18,000 a 20,000 » - do C. d. B. Esp. »
Cera amarella - - - - lb. 650 a 680 3? de Chile - - … •

Cha Hysson - - - - - … 1,400 a 1,600 Vellas de Espermaceti - lb. 620 a 64O

33 Uchim • • • • • 33 500 a 800 33 de Cebo - - - » 200 a Q20

» Sequim - - - - - º 400 a 600 Verdete em pedra - - - »

» Perola - - -- - - º 1,800 a 2,000 – Vinagre de Portugal - - - - pipa... - 60,000 a 64,000
Aljofar - - - - - - º 1,800 a # 2,000… __> Mediter. - - - º 40,000 a 44,600
Chitas de Lisboa - - - cov. 200 a , 220 Vinho do Porto Feitoria - n 160,000 a 200,000
Chumbo em barra - - - quint. 9,000 a 9,600 * ** de Ramo -- - …» 120,000 a -140,000
» em lençol - - - … 12.000 a 12,800 » da Figueira - - º 100,000 a 120,000
» de munição - - º 14,000 » de Lisboa - - º 80,000 a 95,000
Cobre de Caldeireiro - - lb. 360 a
•
640 | * *
»» , — Branco
Catalão -
-
-
-
-
º
…
116,000
67,000 a 126,000
» de forro - - - - º 640
Cordovões do Porto - - duz. 18,000 a 24,000 32 de Cette - - - º 62,000
Cravo da India - - - - lib. 580 a 600 » de Sicilia - - º 58,000
Enchadas do Porto - - - huma 670 a 700
Enxofre - - - - - - arr. 1,000 a 1,100
Herva doce - - - - - … 10,000 a 12,000 , , POLONIA.
Espingardas Lazarinas - huma 7,000 a 7,500 • Parsovia, 17 de Março. - -
Estanho em verguinhas - lb. 410
Farinha de trigo Am. - - barr. 15,000 a 18,500
Fechaduras de porta - - - huma 350 a 450 O General Russiano Kaner, á frente de hum Regi
Ferro Ing. - - - - - quint. 5.000 mento de Dragões, entrou na Cidade de Janon, na fron
» Sueco - - - - -- - -º 9,600 a 10,000 teira da Galitzia, e obrigou os habitantes a prestarem
Fio de vella do Porto - - lb. (300 a 640 novo juramento de
As Authoridades fidelidade
locaes ao Imperador Nicoláo.
havião fugido. •

Folha de Flandres - - - caia. 23.000

» , de ferro Ing. - -- quint, 7,500 a 8,000
Gangas da India azul - -- peç. 2,900 a 3,000 Sabe-se que o Quartel General do Conde Diebitsch se
33 33 » Cantão … • acha agora em 3iclichow, povoação situada entre Var
33 º amar. lar. - … 1,400 a 1,600 sovia e Lublin, á direita de Vistula. O Feld Marechal
33 23 33 C.St. – 3% 850 a 900 communicou ao General IVitt ordem para perseguir ó
Garrafas pretas - - - - - - cento 10,000 a 11,000
1,200 General Duernicki.
demissão O General Polaco Scembeck deo a
do seu cargo. •

Garrafões empalhados- - hum 900 a

700 a 730 • - - - - • •

Genebra em pipa - - - galão

93 em frasqueira - duzia 4,000 A nossa Gazeta d'Estado publica hum artigo cujo sen
Gesso - - - - - - - arr. 500 tido he, que o Ministerio France: se negara a prestar
Latão em chapas - - - lb. 600 a 700 soccorro aos Polacos e intervir de modo algum a favor
Lonas da Russia - - - peça 22,000 a 26,000 destes, limitando-se a declarar, que usaria da sua me
?? Ingl. - - - - º 11,000 a 20,000 diação para com o Imperador da Russia para que per
Manteiga Ing. - - - - lb. 450 - • doasse os rebeldes, e conclue que os Polacos não devem
Marfim da lei - - - --> 1,200 receber conselhos de ninguem, e pelejar só para con
Marroquim sortido - - - - dua. 24.000 quistar a independencia da sua patria. de Berlim.)
Massas sortidas - - - - arr.
• - (Gazeta #

6,800
Oleo de Linhaça - - - lb. 300
Paios de Lisboa - - - duz. 3,400 a 3,300 FRANÇA.
Papel Hollanda grande - resma 14,400 a 16,000 -

?? II) GIl Of • • • • •$ 11,600 a 12,000 Paris, 27 de Março.

» meia Hollanda - º 10,400 "- - -

33 almaço - - - - » Escrevem de Montpellier em data de 14 o seguinte:

33 Florete - - - - » 2,800 » Logo que se soube nesta Cidade a ordem communi
Passas muscatel - - - - caixa . cada á de Nimes para derrubar as Cruzes que se acha
Pimenta - - - - - - lb. 150 vão nas praças publicas, e depositallas nas Igrejas, se
Pixe da Suecia - - - - barril comettêrão algumas profanações com duas Cruzes collo
Pregos de costado - - - quintal cadas huma na ponte de Castelnaud, e a outra no bair
» de costadinho • 23
12,000 ro de Boutonnet; mas hontem corrião pelas ruas huns
» de forro - - - milheiro 7,000 a 11,000 200 a 300 individuos cantando os canticos da Missão,
Prezuntos do Porto - - lb. 280 a 300 e gritando: As nossas Cruzes ou a morte !»
» Inglat. e Westp. - » 260 a 300 . - - - - - (D. do Commercio.)
Queijo Flam. - - - - - hum 900 Por avizo telegrafico de Lyão, em data de 19 do cor
» Lond. - - - - - lb. 600 rente, se sabe o seguinte : -

» Pinho - - - - - » 580 a 600 » S. M. Sarda continua no mesmo estado, e ainda

Rapé Princeza - - - - » 1,600 a 2,000 que a sua enfermidade não dê cuidado por ora, he não
Retroz do Porto sort. - - » 14,000 obstante de gravidade. A Rainha despacha porém sem
Rolhas de Cortiça - - - milheiro 1,400 a 1,500 o titulo de Regente. No Piemonte se desfructe perfeito
Sabão Americano - - - lb. 160 socego.» / (Quotidiana.)
» Ingl. - - - - º 150 a 160 A noticia de que o Governo Austriaco intervem nos
33 Hespanhol - - º 130 a 160 negocios da Italia he mais positiva do que nunca. O
Sal de Cabo Verde - - alqueire 730 a 800 Imperador dá ao Pontifice 203 homens, que depois de
Inglez
33 - - » - 800 a 820, pacificarem as povoações sublevadas, as guarnecerão

durante cinco annos; em compensação do que o Pon
tífice abonará á Austria 20,5003 francos. (Globe.)
Não ha duvida de que os Austriacos já entrárão em dicações seguintes relativas aos faroes desta parte da
Bolonha. Dous correios que chegárão no mesmo dia o Russia :
afirmárão. O primeiro que era do Governo deo simples
e singelamente a noticia; mas o segundo que era o cor - No Cabo Tarklan, farol fixo.
reio de Mr. Rotschild e chegou algumas horas depois,
assegurou que havia presenceado a entrada das tropas
Austriacas; as particularidades que referio são inve
rosimeis para o que necessitamos confirmação. Segundo
o dito correio parece que tudo se havia ajustado ami
galmente, e que não fora necessario disparar hum tiro:
as mulheres havião sahido ao encontro dos Austriacos.
(França novo.)
Em hum periodico Inglez se annuncia, que Sir JWal
ter Scott havia cahido repentinamente enfermo.
Os periodicos Suissos publicão hum artigo de Basilea
em que em data de 8 do presente se diz o que passamos
a tra IISCTGVer :
* Na sessão que a Dieta celebrou no 1.° deste mez se
deo conta de huma carta de Mr. Dusch, Ministro do
Grã-Ducado de Baden, na qual em nome e de ordem
do Grã Duque felicita a Confederação com motivo da
acta em que declarou a neutralidade da Suissa. Logo
depois se leo hum Relatorio do Conselho militar a res
peito do armamento dos contingentes federativos. Em
breve ficarão concluidas as revistas d'inspecção. O Exer
cito federativo só espera o signal para passar as frontei
ras e defendellas de toda a invasão contraria á neutra
lidade, e á independencia do territorio Suisso. Este ca
so sem duvida já chegou. A Dieta ao expressar a sua
satisfação ao Conselho de Guerra o convidou a conti
nuar os seus esforços, e a nada omittir que possa con
tribuir para a defeza militar.» -
A presentamos aos nossos leitores o seguinte mappa
das forças da Confederação Germanica conforme o que
se regulou no anno ultimo: 1.°, 2.° e 3.° Corpo Aus
tria, 94,822 homens; 4.°, 5.° e 6.”, Prussia, 79,234
homens; 7.° Baviera, 35.600; 8.° Reino de Wurtem
berg, Grã-Ducados de Baden, e de Hesse Darmstadt,
30,150; 9.° Reino de Saronia, Hesse eleitoral e Duca
o de Nassau, 21,718, Luxemburgo para a fortaleza,
2,556; 10.° Hanover, Holstein, Lauemburgo, Meck
7emburgo Schwerin , Mecklemburgo Strelitz, Lube
que, Bremen, e Hamburgo, 20,038 homens; 11." In
fanteria de reserva, Sacconia-H"cimar, Allemburgo,
Coburgo, Gotha, Meinungen, Anhant-Dessau, Bern
burgo, e Coeten, Schwarburgo, Sondershausen e Ru
dolstadt, Hohenzellern Hechin e Sigmaring, Lichtens
tein, JFaldeck, Reuss, Schaumburgo, Lippe, Lippe
Detmold, Hesse Homburgo e Francfort sobre o Meno,
11,366. Total 303,484 homens.
(Gazeta de Nnremberg.)
Avizo aos navegantes
O Governo Russiano acaba de publicar hum plano
em que se indica a posição do farol estabelecido na ilha
de Tendra para assegurar a navegação dos vasos que vão
a Otchokof ou a Odessa, e a de outras duas boias que
se estabelecêrão na mesma ilha. Sendo mui importantes
estes tres pontos, accrescentárão-se á Carta do Mar
Negro publicada em 1822 no deposito da Marinha na
conformidade dos trabalhos executados por Mr. Gau
tier, corrigindo na dita Carta a parte do sudoeste da
ilha de Tendra.
A chando-se na boia septemtrional desta ilha, cuja
posição está determinada por Mr. Gautier, se marca:
O farol ao S. 6° O. na distancia de 3 milhas;
A 1.° das duas boias novas ao S. 34" Leste na distancia
de 9 milhas e 3.
>
[ 351 ]
A 2.° ao S. 61° Leste, na distancia de 25 milhas.
Tambem se accrescentárão na mesma carta as indi
|-
No Cabo Chersoneso o farol movivel.
Na Ilha de Tendra, farol movivel.
No Cabo Fontan, farol fixo. (Monitor.)
Toulosa, 28 de Março.
Pelo correio de hontem recebemos noticia oficial de
se haverem tirado os seus empregos a 18 conductores
que pertencem á Divisão de Correios desta Cidade: to
dos são pais de familia, e tem 10, 15 e 18 annos de
serviço. Parece que o seu delicto só he o haverem os
ditos conductores sido convencidos de ser homens de bem
toda a sua vida, e algum tanto efectos á Augusta Fa
milia dos Bourbons.
Domingo ultimo ao sahir da Missa da Igreja de S.
Sernin, alguns provocadores acomettêrão e maltratárão
tres mancebos accusados de ser amigos do Governo de
cahido. No café de Huguet se reunírão varios gritado
res na mesma noute e se entretiverão mais de duas ho
ras cantando e vomitando imprecações contra quantos
conservassem algum affecto á anterior Dynastia.
Segundo annuncião de Roma em data de 17, se ha
via alti recebido noticia oficial da occupação de Coma
chio, de Cento e de todo o resto da Legação de Fer
rara. Os soldados Austriacos e o restabelecimento da
authoridade legitima tem excitado em toda a parte o
mais vivo enthusiasmo, porque dizem que o regime pa
ternal dos nossos liberaes se havia feito intoleravel.
º (Memorial de Toulosa.)
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 24 de Março.
Acaba de chegar hum barco Hollandez de vapor com
a noticia de que muitos habitantes abastados das fron
teiras da Belgica se havião refugiado no interior da
Hollanda pelo temor de que tornem a começar as hos
tilidades. Tambem diz que em todas as classes reina o
maior enthusiasmo contra os Belgas.
(Gazeta de Madrid.)
HESPANHA.
Cadis, 3 de Abril.
Por cartas recebidas ultimamente d'Argel se sabia
que em toda a extensão da Regencia se gozava de tran
quillidade á excepção de Belida, onde houve algumas
desordens que não tardárão em apaziguar-se. Trezentos
Tunezinos occupão Oran, além de hum Regimento
Francez que se deverá retirar logo que cheguem outros
23 Soldados de Tunes. As forças que ha hoje em Ar
gel não passão de 8,3 homens, mas julga-se que em bre
ve subirão a 123.
Em hum periodico Allemão se achão noticias mui
circumstanciadas a respeito das bibliothecas publicas na
Russia. Falla primeiro das de S. Petersburgo, que são
onze a saber:
1." A bibliotheca Imperial com 300,000 volumes e
12,000 manuscriptos.
2." A da Academia Real das Sciencias, de 10,000 vo
lunes.
3° A do Convento de Alexandre Neusky, de 30,000.
4." Do Grã-Duque Constantino de 30,000.
•
 [334 ]
5.° A do Almirantado de 40,000. • •

. . … 4–*§§ *-*
6.° A do 1.° e 2.° Corpo dos Cadetes de 20,000.
7.° A dos Cadetes da Mºmº de 12,000. + Lisboa, 12 de Abril,
8." A da Academia das Artes de 26,000.
9." A da Academia Medico-Cirurgica, de 18,000. + Telégrafo. — Serviço da Barra.—12 de Abril.
10." A da Sociedade livre para as sciencias economi
cas de 16,000. • Embarcações avistadas.
11." A bibliotheca Imperial da Ermida, de 40,000 5 h. 40 m. 1 Galiota sem bandeira, a Oeste do Cabo
volumes. da Roca.
As bibliothecas de Moscow são: 12 h.bo50dam.Roca.
1 Bergantim sem bandeira, a Oeste do Ca •

1." A bibliotheca Imperial da Universidade de 33,000

volumes. Antes do incendio tinha 42,000.
2.° A do Synodo Director só tem 7,000 volumes por
haver sido destruida no incendio.
As seguintes bibliothecas ainda que particulares fran
queão-se ao publico pela generosidade dos seus donos:
1.° A bibligtheca do Principe Joussoupoff com mais
de 20,000 volumes.
2.° Do Principe Galitzin.
3." De Mr. Ulassoff.
º 4.° Do Conde Tolstoi com 10,000 volumes, e 1,083
manuseriptos. • •
5." Do Conde de Boutourlin, de 15,000 volumes.
As outras bibliothecas publicas são em Riga a da
• Embarcação entrada em S. Julião
11 h. 24 m. 1 Galiota Hollandeza.
Embarcação sahida de Belém.
5 h. 45 m. 1 Escuna Ingleza, para Londres.
+ Publicação Litteraria.
Sahio á luz: Esclarecimentos de Arithmetica referidos
aos Elementos de Mr. Bezout, obra utilissima aos prin
cipiantes : vende-se em Lisboa defronte da Igreja dos
Martyres, na loja de J. Rey; e na rua Augusta N. 1:
por 480 réis. |- + 1

Cidade de 153 volumes; a do Lycéo, do Gymnasio; a Annuncios.

da Universidade de Dorpat de 50,000 volumes; a do D. Dorothéa Thereza do Carmo faz público, que
Gymnasio Academico de Mittau de 14,000; a da Uni tendo-se julgado prodiga sua mãi D. Thereza Eleuthé
versidade de Vilna de 30,000. A da Universidade de ria Joanna de S. José, se lhe fez sequestro judicial em
Abo de 25,000; em Kief a do Convento de Petchershy, todos os bens rusticos e urbanos, e por tanto nenhuma
de 10,000, a da Academia do mesmo numero de volu pessoa haja de contractar com ela cousa alguma, por
mes, e a da Igreja de S. Nicoláo de quasi 5,000. Em que tudo que se fizer fica sendo nullo , tanto por estar
Kharkof a nova bibliotheca da Universidade tem 16,000 tudo sequestrado, como por ser feito com ilegalidade.
com grande numero de manuscriptos Tartaros e Mo Francisco José Soares, alcançando da Real Junta do
goes, e a do Gymnasio muito bem dotada e já com Commercio o Privilegio de Fabrica de pulimento de pe:
5,000 volumes. Em Astracan a do Seminario Grego dras preciosas, e manufactura de toda a qualidade de
7.000 volumes, e em Irkoustk, a do Gymnasio com joias em ouro e prata, faz sciente ao publico, que tem
3,000. a sua Fabrica estabelecida no seu arruamento, rua Au
rea, N.° 51. } }

O Mensageiro do Norte em huma serie d'artigos
apresenta a historia e a riqueza das Bibliothecas publi Alcacer do Sal, do primeiro de Junho deste anno por
cas em Copenhague. Estas bibliothecas são:
1." A grande Bibliotheca Real.
2." A da Universidade.
3." A da Academia das Bellas Artes.
4.° A de Classen.
A da Universidade he destinada para os estudantes
que não só lem alli mas tambem levão livros empresta
dos, e passão de 100,000 volumes.
A bibliotheca de Classen he hum presente do Major
General Classen, augmentada por seu irmão, e passa
de 34,000 volumes. Estão aggregados a ella por dota
ção dos mesmos fundadores, varios Professores que dão
as suas lições publicamente.
A bibliotheca da Academia das Bellas Artes he ex
clusivamente destinada a estas faculdades, os seus li
vros são todos escolhidos. A grande bibliotheca Real
contém a par de 500,000 volumes, grande numero
de manuscriptos e estampas, e preciosas gravuras ; por
consequencia
Europa. he huma das primeiras bibliothecas da
• + •
A bibliotheca fundada pelo Conde Antonio d'Ap
pony he por todos os titulos huma das maiores biblio
Quem quizer arrendar a Alcaidaria Mór da Villa de
diante, falle com Antonio Corrêa Barreto, fiel da ba
lança da Casa da India, aonde está todos os dias até
ás duas horas da tarde.
Na rua d'Atalaia, propriedade N.°4 e 5, em o 2.° an
dar, se empresta dinheiro em pequenas e grandes quan
tias sobre ouro e prata, com premio commodo.
- Arrenda-se a defeza denominada Fonte da Aldeia,
no sitio de Mourão: quem a quizer arrendar, falle em
Mourão com José da Roza, ou em Elvas com o Tenen
te Coronel do Regimento de Cavallaria N.° 3: esta de
feza tem muito grande montado, terras de lavoura,
muita pastagem, e as precizas accommodações.
Vende-se huma propriedade de casas que se compõe
de lojas e primeiro andar, com seu quintal , sitas na
travessa do Monte, com o N.° 26 a 28: quem as quizer
comprar , póde falar com Francisco Alves, morador
no Campo de Santa Anna, junto ao Paço da Rainha,
N.° 129, para tratar do seu ajuste.
Quem quizer comprar huns foros no districto do Lu
miar, e huma propriedade de casas na rua de S. Laza
ro, N.° 77 e 78, procure o Tabellião João Caetano Cor
réa, na rua do Chiado, N.° 20. * * * |-

thecas particulares que ha na Monarquia Austriaca. O Brigue Russiano Navarino, Capitão E. HViklund,
Tardou 40 annos em se reunir. Solemnemente se abrio sahirá para a Bahia até 25 do corrente: quem nelle qui
a 18 de Junho de 1827, e está á disposição do pu zer ir de passagem, póde fallar com o corretor Tobin,
blico. (Diario Mercantil.) ás horas da praça.

---- E ***

LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.

#.
 NUM. 87.
-
GAZETA DE LISBOA. ><>ê->R$$4<<9@x<==-
QUINTA FEIRA, 14 DE ABRIL.
=>xoe>}}<>$@$#$#@$c-:
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
HESPANHA.
Sevilha, 28 de Março.
B. João de Dios Aguayo e Barnuy, Marquez de Villa
verde atc. Grande de Hespanha, Gentil Homem da
Camara de S. M., primeiro Commandante do pri
meiro Batalhão de Voluntarios Realistas de Cordova
e actualmente da columna volante da mesma arma de
4ndaluzia, em virtude de ordem superior.
Aos individuos do meu commando.
Foluntarios. ElRei N. S. vos mandou reunir neste
ponto e o tendes verificado com a celeridade e alegria,
que são filhas do valor e do enthusiasmo. Neste momen
to fixais a attenção e as vistas de toda a Peninsula, e
que bello espectaculo oferecerá a seus contristados olhos
a valente columna de Voluntarios Realistas Andaluzes
que a nenhum guerreiro cedem em intrepidez e firme
za! Não, jámais será duvidoso o vosso triunfo, por
que a fidelidade armada he irresistivel.
Desejaveis huma occasião em que manifestasseis os
vossos sentimentos e o acrisolado amor que professais
ao melhor dos Monarcas; pois já estais no caso de fa
zer brilhar as vossas virtudes.
O uniforme que vos distingue he signal da lealdade,
da firmeza, e da constancia; o perverso o vê com hor
ror e treme; o homem de bem o contempla com prazer
e descança. Em que parte se tem deixado vêr os Volun
tarios Realistas onde não tenhão correspondido á gloria
do seu nome, aos desejos da nação, e á confiança do
Governo ! A Navarra e a Galiza os virão correr com o
mais nobre denodo e heroica emulação para arriscarem
suas vidas na defeza dos sagrados direitos do Altar e
do Throno, e não deixarem as armas antes d'extermi
nar os malvados que intentavão abysmar a desgraçada
Respanha nos antigos desastres; mas para que buscar
exemplos em outras Provincias quando nos desta Cida
de e sua Comarca brilhão os triunfos que acabão de
conseguir? Feliz a nação que confia a sua defeza á fi
delidade já mais desmentida! E feliz eu que tenho a
honra de me achar á frente de huma columna brilhan
te em que abundão os sentinentos e virtudes que a farão
recommendavel aos olhos do Monarca que a reune e da
nação toda que a contempla em silencio.
ANNo 1831.
Voluntarios. Boa ordem, subordinação, e disciplina
são a garantia mais segura do soldado, o fazem formi
davel ao inimigo e digno das acclamações dos povos;
espero da moderação que vos distingue que tornareis di
gna d'enveja a dita que me tocou de vos mandar.
Sacrifiquemo-nos pelo nosso idolatrado Monarca, de
fendamos impavidamente os direitos do seu Throno ;
trema o perverso ao ver-nos em attitude ameaçadora,
mas sabei que o presagio da victoria he a obediencia á
voz do Chefe: esta subordinação he a que fórma a al
ma da Milicia, e eu confio em que nesta parte não me
dareis o menor disgoto; tambem espero que de vossos
labios não saião palavras immundas nem iujuriosas, e
que o vosso comportamento nos Quarteis e marchas se
ja correspondente a huma columna de Voluntarios Rea
listas composta da parte mais escolhida dos respectivos
habitantes.
Ronda, 19 de Março de 1831.
(Assignado) O Marquez de Villaverde.
(D. Mercantil.)
Cadiz, 28 de Março.
/
O Bispo de Cadiz com motivo do assassinio cometti
do na pessoa do Sr. Governador desta praça, e mais
occorrencias dos primeiros dias deste mez, publicou hu
ma Pastoral de que extrahimos o seguinte:
» Temos guardado profundo silencio no meio dos ex
traordinarios successos que ha poucos mezes a esta par
te cominovêrão toda a Europa, e que ainda são o obje
cto das conversações de todos, fluctuando entre o te
mor e a esperança de vermos o desenlace de tão grandes
acontecimentos, e não obstante o vermos que ameaça
vão o nosso solo, e se introduzião nelle os perturbado
res da tranquillidade que gozavamos pela misericordia
de Deos, nos propozemos não abrir nossos labios, por_
que estavamos intimamente persuadidos do a crisolado
amor que os nossos subditos tem para com o melhor
dos Reis, e por que este Senhor acudio com proempti
dão a conter a torrente dos males que em outro tempo
já afligírão este Reino Catholico, e que assolárão ou
tros muitos por se haverem deixado arrastar pelas idéas
revolucionarias.
» Mas agora que por altos juizos de Deos se tem der
ramado nesta heroica, fiel e religiosa Cidade o sangue
innocente de huma victima decretada pela intriga e pe
la cabala, como primeiro passo para executar os seus
planos ulteriores de anarquia, desolação e ruina; nes
tes dias de pranto, e de consternação em que hum fiel
vassallo, e honradissimo militar, servidor do Rei e da
patria, o Sr. D. Antonio del Hierro e Oliver, Briga
deiro dos Reaes Exercitos, Coronel do Regimento do
 • •
[ 354 ]
Rei 1.° de Infanteria de linha, Governador politico e gellos mais crueis com que nos pode ferir o justissimo
militar desta praça, foi sacrificado em pleno dia, e de Juiz em castigo dos nossos pecados..
hum modo inaudito por mãos cobardes e aleivosas, sem » O Rei David, obrigado a escolher entre a fome, a
outro delicto que a sua adhesão ao partido da justiça, peste, e a guerra, preferio a peste por que antes que
e de haver prevenido com discrição e prudencia que não ria cahir nas mãos de Deos cujas misericordias são mui
abundassem nesta terra as sementes da discordia, ori tas, do que nas mãos dos homens. Estes abandonados
em de tantos desastres, como tem causado em outros nas mãos do seu conselho, são mais temiveis do que as
#", nestes dias, em fim, em que se achão conster feras, por que tem mais faculdades para traçar os meios
nados todos os habitantes desta bella Cidade, e submer e modo de fazer mal. Entre as armas calão as leis, na
gidos na mais profunda magoa por hum successo tão da se respeita, a força he quem domina, e dahi os ho
atroz e nunca visto, deixaremos de falar para mani micidios, feridas, roubos, injustiças, sem perdoar a
festar a todo o mundo, que o Pastor mistura suas la viuva, sem attender ao orfão, sem respeitar o ancião,
grimas com as do seu rebanho, pela perda daquelle que nem se compadecer do tenro infante; dahi os juramen
em nome de S. M. a dirigia e governava segundo as leis tos, blasfemias, adulterios, a profanação das cousas
de nosso Reino ! Deixaremos por ventura de descobrir mais santas e outros mil e mil pecados que he impossi
o nosso peito e abrir de par em par as portas do nosso vel calcular; seguindo-se depois da guerra como efei
coração aflicto e traspassado por hum delicto que cla tos proprios, a fome, a miseria, e muitas vezes pes
ma ao Ceo como o sangue do innocente Abcl? Perma tes assoladoras etc. Taes são os amargos fructos das re
neceremos indiferentes em huma occasião em que todo voluções.
o povo ainda geme e lamenta hum successo, que bem » Trememos só ao considerar qual seria a nossa sorte
manifesta o projecto a que se dirigem as miras dos que em taes circumstancias tão criticas e apuradas, e por
o executárão! isso mesmo tornamos a repetir, que a experiencia do
* Porém graças á misericordiosa e immensa bondade passado nos deve fazer cautos para o futuro. O que ve
do nosso Deos! Graças á nunca assaz elogiada guarnição mos que succedeo e está succedendo agora em outras
desta praça, que bem penetrada dos seus deveres para partes, nos deve servir de preservativo para evitarmos
com Deos, para com o seu Rei, e para com a Patria, similhantes calamidades. Lancemos hum golpe de vista
se excedeo a si mesma em fidelidade, em honra, e em nessas nações felizes em quanto permanecêrão tranquil
bom comportamento frustando assim as tortuosas frau las debaixo de hum Governo suave e que por todos os
des da intriga. Graças tambem, moradores de Cadiz, modos procurou a sua ventura: o que he que apresen
ao vosso caracter bom, fiel e Christão. A faisca da in tão á nossa vista ! Apellamos para os papeis publicos
fidelidade não pegou em vossos generosos corações, e em que se descreve a sua situação, depois que como
agradecidos ao vosso bom Rei que vos encheo de bene aquelles do Evangelho disserão: não queremos que Rei
fícios haveis permanecido tranquillos em vossas casas, ne sobre nós. A miseria em lugar da abundancia, mi
abominando sem duvida a iniquidade, e compadecendo lhares de homens ociosos e sem trabalho, que antes
a desgraçada sorte do vosso Governador. adquirião com elle o necessario para a sua subsistencia;
» Gloriamo-nos no Senhor, e da maneira que nos he a agricultura destituida daquelle gráo de perfeição a que
possivel recordamos a todos este exemplo que devem a havião elevado annos de paz e de socego; muitos cam
imitar os que se prezão de Christãos Catholicos obedien pos ermos por falta de braços ou de meios para a sua
tes por disposição Divina ao Rei N. S., e a todos os lavra, paralizado o commercio, o trafico parado, avul
que mandão em seu nome, por isso que este he hum tados capitaes reduzidos a bancarrotas, e huma descon
ponto capital da nossa Religião sacrosanta, inculcado fiança e incerteza do que succederá que a todos alcan
pelo nosso amavel Redemptor, observado fidelissima ça, e faz com que continuem em completa inacção.
mente por aquelle modelo de obediencia, praticado por Isto e muito mais dizem os periodicos que circulão por
todos os Christãos de todas as idades, e consignado nas toda a parte. E a Religião Santa de Jesus Christo!
Santas Escripturas, que expressamente declarão que Que desprezo e que ultragem não sofre ! Os Templos
quem resiste á Legitima authoridade da terra, resiste á se tem visto saqueados, apedrejados e profanados; o
do mesmo Deos. Signal da nossa Santa Redempção lançado por terra,
» Persuadidos todos, amados filhos, destas saudaveis os Principes da Igreja perseguidos e — porém não pro
verdadas, que dicta a mesma razão natural não offus sigamos tão triste narração. •

cada com as paixões, deveis ter mui presente, que urge » Mas para que havemos de sahir de casa quando
sobre maneira o permanecerdes firmes nesta doutrina, dentro della temos a prova mais convincente dos estra
sem vos apartardes hum apice nem para a direita nem gos da revolução! Essas Americas onde não só corria o
para a esquerda. Pelo esquecimento della o inimigo da leite e o mel qual outra terra de promissão, mas tam
paz e da tranquillidade se deixou ver em algumas povoa bem o ouro e a prata que gyra vão por todo o mundo,
ções da nossa Diocese, e depois de haver sido derrotado e disso he Cadis a melhor testemunha, como se acha ho
e disperso cahio nas mãos das tropas do Rei, de modo je em dia ! Notorio e publico he o estado lastimoso a
que esse inimigo já não existe. A mesma sorte teve a por que se achão reduzidas depois de tantos annos de guer
ção de tropa da Brigada da Marinha, que na ilha de ra entre huns e outros, depois de tanta inquietação, e
JLeão levantou o estandarte da revolta, confiando sem tantos horrores, que a mão treme de descrever, sem que
duvida no auxilio daquelles revolucionarios, e no que es até o presente se possa calcular o fim que terá essa gran
peravão dos successos aziagos nesta Cidade, porém frus de commoção. E são essas as felicidades que traz com
tradas suas esperanças fugio espavorida na obscuridade sigo a mania de mudar a cada passo o Governo !
da noute, entregando-se depois á clemencia de S. M. pe » — Desenganemo-nos; a má arvore não póde dar
lo Excellentissimo Sr. Capitão General desta Provincia bom fructo; de principios falsos e erroneos unicamente
em cujas mãos se pozerão. Desgraçados a experiencia tem se podem seguir consequencias correspondentes a elles.
demonstrado o que se pode esperar de similhantes tenta Vivamos intimamente persuadidos de que não são com
tivas; ella nos deve advertir o que he que perdemos em paraveis com a paz todos os bens da terra; sem a paz
huma revolução, e que nella nada podemos ganhar. se azeda a maior satisfação, os maiores prazeres se con
Huma revolução qual se tentou, não se pode verificar vertem em angustias e sobresaltos. Sem paz não ha tran
sem huma guerra a sangue e a fogo, sem huma guerra quillidade; sem tranquillidade nada se póde executar
entre pais e filhos, irmãos e irmãos, amigos e amigos, por que cada passo he hum torpeço. Se os nossos pe
esposos e esposas. A gucrra ainda por outros motivos cados merecem castigo venha este da mão do nosso Deos,
de nação a nação, de povo a povo, he hum dos fla que por mais que a ºperte n㺠deixa de ser Pai; Porém
 tais 1
não queiramos seguir a vareda de hum seculo corrompi
do pelas luzes de huma filosofia fallaz; attrahir sobre
nossas cabeças o deluvio de males que sempre acompa
nbão os movimentos populares e as guerras intestinas.
Bastantes são por certo as miserias que afligem a nossa
pobre natureza, sem que as multipliquemos deixando
nos seduzir pelos que nessas manobras não buscão a fe
licidade commum mas o proprio interesse.
» Se se lhes der credito adeos sociedade na terra; se
ria precizo que fossemos todos habitar com as feras nos
montes; estabelecem que os filhos não devem obedecer
a seus pais quando lhes mandão cousas oppostas ao seu
capricho e prazer; que os subditos não devem obedecer
aos Prelados, se estes não candescenderem com seus ca
prichos etc. etc., onde vão parar as terríveis consequen
cias que daqui se seguem; e se tem com efeito seguido
pela adopção de taes maximas! Filhos meus, essas não
são as maximuas do Evangelho em tudo conformes com
a recta razão. Todos, todos devemos obedecer aos nos
sos superiores etc. O Rei que Deos por sua bondade cons
tituio sobre nós he hum Rei cheio de clemencia, he hum
Pai amantissimo de todos os seus filhos, que se desvela
pelo bem de todos. Todos tem facil accesso no seu Thro
no, a todos ouve, a todos escuta e a todos favorece
sem excluir o ultimo dos seus vassallos. Vós, fieis mo
radores desta heroica Cidade bem sabeis que nada exag
geramos, por que vós mesmos haveis experimentado a
sua predilecção, outorgando-nos quantas graças lhe ha
veis pedido a favor della com o fim de que recupere o
esplendor e opulencia que a fez tão famosa em outros
tempos. •
» Temos a maior satisfação em manifestar á face da
terra, que haveis correspondido pela vossa parte ás fi
nezas do vosso amavel Soberano permanecendo firmes e
constantes na sua obediencia, em seu amor e no horror
com que haveis olhado para os attentados de alguns pou
cos de extraviados, que em vão derramárão o sangue in
nocente do vosso Governador para introduzir no vosso
seio a desordcm. O mesmo dizemos a todos os mais fieis
do nosso Bispado.
* O Rei e a nação agradecem o importante serviço
que a valorosa Guarnição desta Cidade prestou nesta
conjunctura : efeito do exacto cumprimento dos deveres
que vos impoe a vossa alta e distincta profissão. Se os
inimigos de Deos, dos seus Altares, do Rei e da Pa
tria, ouzarem manchar estes objectos predilectos de to
do o bom Hespanhol, nós vos dizemos como S. Bernar
do : Esgrimi vossas espadas para destruir a altivez que
se ergue contra a sciencia de Deos, que he a Fé dos
Christãos etc.» (E, do Diario Mercantil.)
Cadis, 4 de Abril.
Representação dirigida a S. M. pela Excelientissima
éonºra e Real Junta do Commércio desta Cidade:
… Senhor. A temorizados e opprimidos de inexplicavel
dor chegão aos Reaes Pes de V. M. a Camara e Junta
do Commercio desta praça a referir-lhe hum acto inau
dito e atroz, que não poderá deixar de afligir o pater
mal coração de V. M.; acto que tem consternado a vos
e a leal Cadis. No dia 2 pelas 7 da noute, precedido de
alguns leves annuncios, se notou hum movimento ins desta Guarnição, com buma Divisão de Artilheria li
tantaneo de sobresalto, cuja origem era desconhecida,
e que obrigou os habitantes a encerrarem-se em suas
casas, sem que no resto da noute se ouvisse outro ruido
do que o das tropas da guarnição, que postas sobre as
arinas, vigiavão sobre a tranquillidade publica, Chegou
o dia 3 e não se advertindo signal, nem havendo receio
algum de que se perdesse aquelle inapreciavel bem, se
entregárão todas as classes dos moradores desta Cidade
ás suas occupações, e misteres, bem alheios da calami
dade que os ameaçava; quando pelas tres e meia da
\,
tarde, retirando-se ao seu Palacio o vosso digno Gó
vernador o Brigadeiro D. Antonio del Hierro e Oliver,
foi atacado em huma rua publica por dous assassinos,
que atroz, atraiçoada, e aleivosamente lhe tirárão a
vida exhalada no meio de signaes de demonstrações do
amor que professava a V. M. O solo de Cadis, da cul
ta e formosa Cadis, foi manchado com o sangue inno
cente do seu Governador, e este facto tão horroroso
que nem se poude prever, nem deixará jamais de sin
tir-se, causou espanto e inexplicavel terror nos morado
res desta praça. Fechárão-se os Tribunaes, repartições
e estabelecimentos; cessárão os trabalhos, e todo o po
vo se abandonou ao silencio e ao retiro mais extraordi
nario, a lamentar a perda que havia experimentado, e
a detestar os authores de tão horrivel etime. Seguindo
estes as suas projectadas tramas, ainda que em mui es
casso numero, provocárão os habitantes de Cadis a que
se armassem e os seguissem, porem não achárão o me
nor acolhimento, e desesperados procurárão a fuga pa•
ra não serem prezos pela justiça e pelas tropas, que em
breve occupárão os principaes pontos da Cidade. Tres
dias permanecêrão encerrados os seus moradores dando
nova e incontestavel prova da sua acrisolada lealdade,
presintindo a pena que experimentaria o sensivel cora
ção do seu amado Soberano ao saber a tremenda catás
trofe acontecida na sua Cidade privilegiada. As Corpo
rações que representão os habitantes e commercio desta
praça assegurão a V. M. que no tristissimo e lamenta
vel acontecimento que fica exposto, demonstrou Cadis
a nobreza dos seus sentimentos e a firmeza dos seus prin
cipios, e que se tornou acredora de que V. M. a aco
lha com maior empenho em sua Soberana Graça, e a
proteja contra os inimigos do seu repouso e felicidade.
» Digne-se pois V. M. acceitar esta nova exposição,
dos sentimentos de Cadis, como novo testemunho do
indestructivel amor e lealdade que professa a V. M., cu
ja vida prospere o Ceo longos annos para bem da Mo
narquia Hespanhola. Cadis, 7 de Março de 1831. =
(Seguem as assignaturas...)» (D. Mercantil.)
Lisboa , 13 de Abril.
(Artigo communicado.)
. Descripção dos Festejos havidos na Praça e Cidade
de Damão, no Dia 26 de Outubro de 1830.
As salvas de Artilheria das Fortalezas, e Embarca
ções surtas neste Porto, ao raiar da Aurora no Dia 26
do corrente, fizerão lembrar aos fieis habitantes deste
Estabelecimento, que despontava no horisonte o Dia
mais grato aos bons. Portuguezes, por ser aquelle em
que a Providencia Divina fez apparecer no mundo o
Preclaro e Excelso Rei, que nos domina, o Senhor
Dom Miguel I., a cuja intrepidez, e firmeza a Nação
Portugueza, nosso Māi commum, deve a salvação da
sua independencia, e a Santa Iteligião, que professa
mos, a sua conservaçao.
Pelas 7 horas da manhã do mesmo Dia se formárão
em grande Parada, no largo da Sé, os dous Corpos
geira nos flancos direito, e esquerdo, tudo no maior
asseio, e melhor ordem possível; o actual Governador,
Julião José da Silva Vieira, acompanhado pelo seu
Estado Maior, e mais alguns Officiaes, todos a caval
lo, se dirigio á frente da linha, e apeando-se, mandou
pessoalmente fazer a continencia devida ao Dia, e deo
os Vivas a ElRei Nosso Senhor, que forão correspon
didos com geral enthusiasmo; depois do que, a Tropa
se retirou a seus Quarteis. Pelas nove horas recebeo o
mesmo Governador o Cortejo, a que assistírão todas as
}
 [ 356 ]
Authoridades, tanto Ecclesiasticas, como Civis e Mi
Jitares, depois de cujo acto passou elle, e todos os mais
concorrentes para a Sé, onde se festejou o Archanjo
S. Miguel, com huma Solemne Missa cantada, e no
fim se entoou o Hymno Te Deum Laudamus. Fez hum
eloquente, e análogo discurso o muito Reverendo Fr.
Miguel Antonio de S. Luiz Gonzaga, da Ordem dos
Carmelitas, Missionario Apostolico, Italiano, que ti
nha aqui chegado de Surrate, sua residencia, no dia
24, em companhia do Commendador Joaquim Manocl
Milner, Director da Feitoria Portugueza naquella Ci
dade, para o fim positivo de assistir ao predito Cortejo,
e dar mais esta prova de respeito, amor, e fidelidade
a ElRei Nosso Senhor; tendo vindo mais, para o mes
mo fim, dous Deputados pelos Mercadores Portuguezes
alli residentes; e nessa mesma occasião forão apresen
tadas ao Governador Cartas de Felicitação, que lhe
dirigírão os Nababos vizinhos: apezar de não estar pre
venido o dito Religioso, ofereceo-se para fazer o Pane
gyrico do objecto daquelle festejo, e o desempenhou de
tal sorte, que encheo todos os espectadores da maior
satisfação; foi o Thema do seu #" = Michael
Prepositus Paradisi. S. J. = e nelle provou, entre mui
tas cousas, que tanto pelas Leis Divinas, como pelas
Humanas, devemos consagrar o maior amor, respeito,
fidelidade, e sugeição ao Senhor Dom Miguel I., Nosso
Rei Legitimo, e Senhor Natural.
Pelas 6 horas da tarde se começou no Palacio hum
banquete, a que assistírão mais de oitenta pessoas; em
tempo conveniente o Governador propoz brindar-se a
saude d'ElRei Nosso Senhor , o que se fez ao som
de repetidos Vivas, de huma salva de vinte e hum tiros
de Artilheria, e do Hymno Real, acompanhado pela
banda de muzica do Regimento, a qual, durante o
jantar, tocou diversas peças de muzica. A noute hou
ve Mascaradas, que muito divertírão ; , e des de huma
hora da tarde até ás cinco, as ruas estavão obstruidas
com Brincos ao uso Gentilico, e milhares de especta
dores, que tinhão vindo presencear tanta solemnidade,
e o fogo artificial, que o mesmo Governador tinha man
dado fazer á sua custa, e que se lançou pelas 7 horas
da noite. A Cidade esteve toda illuminada, e tendo o
Governador mandado pôr nas ruas barrís de vinho do
paiz para se dar á vontade ao povo, não houve huma
só cazualidade, que, por hum momento perturbasse o
regozijo geral, com que cada hum á porfia se esmera
va em mostrar quão grato lhe era tão memoravel Dia,
tendo-se dado iguaes demonstrações de respeito e jubilo,
no Dia 29 do passado, por ser o do Nome do nosso
Augusto Soberano.
Não he esta a primeira vez, nem será por certo, a
ultima, em que os Habitantes de Damão dão provas
do quanto prezão, adorão, e respeitão o Seu incompa
ravel Monarca. Damão, 28 de Outubro de 1830.
#
*§§ * #
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 13 de Abril.
Embarcações avistadas.
10 h. 47 m. 1 Bergantim sem bandeira a Oeste do Ca
bo da Roca.
5 h. 3 m. 1 Bergantim sem bandeira, e 1 Escuna dito
ao Norte do Cabo da Roca.
++
LISBOA : NA IMPRESSÃO REGIA.
* # …»
ADMINISTRAção Do CoRREIo GERAL.
Navios a sahir.
Abril 20. Para a Ilha da Madeira a Escuna Senhora da
Rocha Vencedora.
20. Para o Rio de Janeiro o Brigue Vencedor.
Navios a sahir da Cidade do Porto. •
Abril 20. Para a Bahia o Navio Flor d'Amizade.
25. Para o Maranhão o Navio Harmonia: as car
tas para o primeiro serão lançadas na cai
xa geral do Correio até ás cinco horas da
- tarde do dia 16 do corrente ; e para o se
gundo até ao dia 20.
Publicação Litteraria.
Sahio á luz a 2.° edição das Verdadeiras inéditas,
Obras Poeticas de M. M. B. du Bocage, que fazem o
4.° e 5.° tomo aos 3 tomos de Rimas; os quaes contém
entre outras obras interessantes, o Drama Attilio Regu
lo, e o Poema da Agricultura, por Mr. Rosset; ven
de-se cada tomo em brochura a 480 rs. na loja de João
JHenriques, rua Augusta N.° 1. •
Annuncios.
Quem quizer comprar huma propriedade de casas,
livres e desembaraçadas, sitas na travessa da Trabuque
ta em Alcantara N.° 7 e 8 , que rendem 743400 réis,
falle com a dona assistente na mesma propriedade,
Vende-se huma propriedade de casas N.° 43 e 44, si
tas no Largo da Pascoa , Freguezia de Santa Izabel:
quem pretender comprallas, falle com o Padre Thesou
reiro da Bazilica de Santa Maria Maior.
Na loja de mercador na rua Augusta N.° 156, seem
presta dinheiro sobre prata, ouro, brilhantes, apolices,
e acções do banco, e se descontão letras de recouheci
do credito.
Na calçada do Cabra N.° 11 A, ao Cunhal das Bolº
las, no Bairro Alto , ha para vender camas de ferro,
proprias para jornada; tres lustres sendo hum de cristal
com guarnições douradas: hum fogão de sala; e huma
carteira mui grande, com parafuzo para ser posta na
altura em que se pretender.
Trespassa-se ou arrenda-se o armazem e casa de pas
to na travessa de S. Nicoláo N.° 46 e 47; quem o pre
tender, falle na mesma casa.
Vende-se vigamento da terra de muito boa qualida
de, e de diferentes comprimentos e grossuras: quem o
pretender, póde dirigir-se á loja do mestre serralheiro
Ricardo Esteves, na rua da Magdalena, vindo do Po
ço do Borratem, N.° 84.
Bento Antonio de Andrade e Filhos tem para ven:
der no seu armazem, na rua do Ferregial de cima N.
20, huma porção de pranchas de murta de 15 a 30 palmos.
No armazem da venda da fabrica de bolacha na cal
çada de S. Francisco da Cidade , continúa a venda da
bolacha para cães e criação , a 2,3400 réis na Lei por
quintal; e sêmea a 240 réis na Lei por alqueire, sendo
a medida de quatro meios alqueires por hum.
No principio do Campo Grande, quinta da Metella,
ha para vender huma parelha de machos Castelhanos, e
hum cavallo Hespanhol de cinco annos : todos os dias
depois das tres horas da tarde se podem mostrar.
 [357 |
GAZETA DE LISBOA. —==>>>6">#954@-9o-->=-
SEXTA FEIRA, 15 DE ABRIL.
PARTE OFFICIAL.
R E A L E R A R I o.
No dia 15 do corrente, se pagão na Thezouraria Ge
ral dos Ordenados os mezes de Outubro, Novembro, e
Dezembro de 1829 das folhas a saber: Casa dos Cincos,
Meza do Sal, Consulado da Alfandega, Hum por cen
to do Ouro, Chancellaria Mór do Reino, Chancellaria
dos Contos e Cidade.
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
POLONIA.
/arsovia, 17 de Março.
Parece que a Divisão Russiana mandada pelo Prin
cipe Schachofskoi se vai reunindo nas immediações de
Plock, por onde segundo varias noticias que dalli se
tem recebido tem os Russianos varias vezes tentado pas
sar o Vistula. No 1.° do corrente chegou a Kanen a
Guarda Imperial; mas ainda que passou as fronteiras
da Polonia he provavel que até o dia 20 se não possa
achar nas immediações de Varsóvia, por causa do máo
estado dos caminhos. (Correio Polaco.)
PRUSSIA,
Breslau, 10 de Março.
Parece que se reunirá tanto aqui como nestas imme
diações hum Exercito de 403 homens de todas as ar
mas. Este formará parte do grande cordão militar que
se estenderá ao longo das fronteiras des de Thorn até
á Alta Silesia com o fim d'assegurar o territorio Prus
siano de qualquer tentativa que os Polacos possão fazer
para entrar nelle com mão armada. Este cordão se
comporá de huns 1503 homens, cuja força será sufi
ciente para repellir qualquer invasão.
Berlim, 15 de Março. - -
O numero dos que fogem da Polonia diariamente se
a obrafim … º " * "o a rain ºf Iro; 1,…, lº
}Y) - - \
# ……… "…? a
aº , Assoisal.
augmenta, só na Cidade de Posen passão de 600 os re
fugiados. Nada de positivo se sabe da posição do Exer
cito Russiano ; conjectura-se que se acha nas immedia
ções de Wyszogrod entre Plock e Modlin. Diante de
Praga ha só hum corpo de observação. *
Annuncia a Gazeta de Breslau, que se julga que o
Marechal Diebitsch espera as Guardas Imperiaes que
devem entrar por Kanen, e que era provavel não lhe
permittiria o máo estado dos caminhos o apresentar-se
diante de Varsovia antes do dia 20. -
O General Klopicki fez-se conduzir a Cracovia; o
estado das suas feridas, dá alguma inquietação, porque
des de o principio lhe tem faltado bons cirurgiões.
Idem, 17.
As tropas que o General em Chefe do Exercito Rus
siano destinou para as fronteiras da Lithuania já deixá
rão livre todo este paiz dos bandidos que o assolavão.
Parte da Guarda Imperial chegou no dia 17 a Raygrod.
Os pontões que se envião ao Exercito passárão por Lom
za no dia 13, e o Exercito Russiano goza da melhor
saude.
O Tenente Coronel Zwolinski, que se passou aos Rus
sianos, foi acompanhado de quasi todo o seu Regimento.
As cartas de Siennica, onde se acha o Quartel General
do Exercito Russiano, explicão a inacção do dito Exer
cito, manifestando os obstaculos sobrenaturaes e impre
vistos que tem causado a estação e o máo tempo della:
apresentão aos Russianos victoriosos em todos os pon
tos, e aos Polacos abatidos, vencidos e desanimados
até a ultima extremidade. -
(G. d'Estado da Prussia.)
Idem, 24,
Huma carta escripta de Siennica onde se acha o Quar
tel General Russiano, em data de 16 do corrente, con
tém o seguinte artigo: -
O Exercito não tem emprehendido nenhuma opera
ção importante nestes dias. Os gêlos do Vistula já co
meção a mover-se, e por este motivo as tropas prema
necerão inactivas algum tempo.
O Major General Barão de Sacken, que se acha na
ala direita, recebeo ordem de despejar o paiz que me
deia entre Ukra e Narew, e d'abrir. huma communica
ção com Lomza. Sahio com efeito de Masielsk para
Makowo e Rosana, porém como podia ser molestado
nesta marcha pelos rebeldes que em numero de 10,3 ho
mens, e 9 peças d'artilheria occupavão as povoações
situadas ao longo de Ukra, Maluszyn, Sochac, Zyn,
 [ 358 |
e Kuchary, aparentou tomar a ofensiva mandando ao
Coronel Lachmann que se dirigisse a Sochachzin com
4 Esquadrões dos Láúteiros de owomirgorod, e alguns
Cossacos, tomando posição em Novamiasto, e que ata
casse na manhã seguinte Maluszyn. Ao amanhecer do
dia 8 chegou o Coronel a esta pequena povoação, onde
achou hum destacamento de milicias, que constava de
huns mil homens. Na opposta margem do Ukra havia
dous Regimentos de Lanceiros Polacos, que nenhuma
parte tomárão na acção. Os primeiros recebêrão com
huma descarga de espingardaria no Coronel, que nan
dou apear os seus carabineiros e Cossacos, e atacar de
frente a povoação; ao mesmo tempo destacou dous es
quadrões de Lanceiros sobre ambos os flancos, e fez com
que o Tenente Muller se apoderasse da ponte.
Estas disposições tiverão o mais completo resultado,
O inimigo foi repelido sobre a Cidade, e arrojado até o
rio, não podendo retirar-se pela ponte. Afogárão-se perto tentativas do Exercito Russiano para passar o rio. A si
de 300 homens; outros muitos ficárão mortos, e os que
ainda se quizerão defender achárão a morte no meio das
cham mas das suas casas. Cahírão prizioneiros o Major
J"engrodki que commandava hum Destacamento de par
tidarios, 3 Capitães, 2 Tenentes, e 200 Soldados e Sar
gentos. A rapidez do ataque impedio que o Destacamen
1o do Coronel Lachmann experimentasse nenhuma per
da de importancia, •
O General Sacken havia marchado para Golymina
e se lhe reunio Lachmann na noute de 8 a 9. Esta van
tagem conseguida pelas nossas tropas restabelecerá a
tranquillidade no paiz em que as Milicias já começavão
a occupar os caminhos.
O Tenente General Kreutz se havia adiantado pela
ala esquerda até Suchodol, e logo depois resolveo pas
sar o Wicprz, o que executou no dia 9 depois de ter
havido hum tiroteio no dia 7 e 8 em todo o seu tran
sito com as tropas de Duernicki, que parece tentava
efectuar o mesmo projecto. Seguio o Barão de Kreutz
a sua marcha, e por hum movimento de flanco se in
clinou para Lenezna; e tendo sabido que alli não ha
via mais do que 23 homens de tropas rebeldes, e que
as do General Conde de h/itt só se achavão na distan
cia de duas marchas, resolveo apoderar-se da povoa
ção, e a atacou no dia 11 de Março. Os arrabaldes a cu
jos habitantes havião feito pegar em armas, lhe oppo
zerão viva resistencia, mas apeando-se os nossos Dra
gões se apoderárão delles; as nossas tropas penetrárão
nas casas onde os rebeldes ainda querião defender-se,
e a Cidade mandou hum Parlamentario ao General of
ferecendo-lhe entregar-se sem capitular.
No moinho de Vignian se achou Inui obstinada re
sistencia; os Dragões Russianos se virão obrigados a
apoderar-se á viva força das trincheiras que havião fei
to nas ruas, tomando por assalto as obras que se acha
vão por detraz daquelle ponto, arrojando o inimigo até
detraz das paliçadas onde continuou a defender-se. Em to
das as partes se virão os rebeldes obrigados a ceder ao im
peto e valor das tropas Russianas. O Tenente General
Kreutz faz os maiores elogios ao valor que manifestárão os
Generaes Kauer, Dellinghausen, e Prittewitz nos ataques
do arrabalde e moinho donde guiárão suas tropas ao
inimigo. Os rebeldes tiverão muitos mortos e feridos, e
lhes fizemos 300 prizioneiros, o resto fugio por dife
rentes pontos.
Diz-se que o General Duernicki mandára parte das
suas tropas a Zamosc, achando-se com as restantes em
F(ranostavo. Parece que abandonára o plano de se
dirigir a Volhynia. Conde de Toll já se achava
em Lublin no dia 13 de Março, e de hum a outro mo
vimento esperamos alguma partecipação delle, que nos
diga as disposições que tem tomado para cortar a re
tirada de Duernicki a quem leva a vantagem de dous
dias de marcha. - (Idem.)
AUSTRIA.
Fienna, 16 de Março.
Nos Estados do Imperio cada dia se adiantão com
maior actividade os preparativos de guerra. Assegura-se
que o Exercito de reserva da Bohemia chegará a 903
homens. Outro Exercito de 30,3 se deverá reunir na
fronteira do Tyrol Italiano. Corrobora-se a noticia de
que o Archiduque Carlos terá o commando em Chefe
do Exercito da Bohemia. (G: de Augsburgo.)
"…, . > . Idem, 17.
Recebêrão-se noticias directas do Quartel General do
Marechal Diebitsch, cuja data alcança até o dia 7. Nes
sa época o estado do Vistula havia frustrado todas as
tuação dos Polacos era mui critica, e a perda que ha
vião sofrido nos sanguinarios combates de 19, 20,
24, e 25 de Fevereiro se calculava em 153 homens
entre mortos e feridos. A promoção do General Skrzyve
cki ao posto de Generalissimo tem excitado a inveja e
a emulação dos outros Generaes Polacos que são mais
antigos do que elle. Já se experimentava falta d'armas
e de viveres. A guarnição Polaca de Modlin constava
de seis batalhões.
No dia 3 enviárão os Polacos ao Marechal Diebitsch
hum Parlamentario, que foi recebido pelo General Rus
siano nos postos avançados. O objecto da sua commis
são se reduzia a fazer propostas sobre hum ajuste; mas
sem duvida se lhe terá respondido que isto era inutil lu
ma vez que se não tratasse da submissão absoluta e sem
restricção dos paizes sublevados. -
O Marechal como Governador Geral do Reino da
Polonia reorganizou o Governo de alguns Palatinados
do modo que estavão antes.
_ As ultimas noticias annuncião que a Guarda Impe
rial havia entrado em Kowno e em Grodno, e que o
Grã-Duque Miguel já havia chegado á primeira destas
duas Cidades. (Observador Austriaco.)
ALLEMANHA.
Francfort, 22 de Março.
A Dieta Germanica tomou ultimamente a resolução
definitiva sobre os assumptos do Grã-Ducado de Luº
acemburgo. • •
Em consequencia das repetidas reclamações do Rei de
Hollanda, que na qualidade de Soberano de Luxembur
go he membro da Confederação Germanica, declarou
a Assembléa Federativa que attendendo a que o Con
gresso de Londres havia pronunciado definitivamente so
bre os negocios da Belgica, e a haver especialmente de
cidido, que o dito Grã-Ducado fosse para o futuro pa
trimonio da casa de Nassau Orange, era mui opportu
no pôr em execução as resoluções do Congresso. Por
consequencia decretou a Assembléa que immediatamen
te se formasse hum corpo de tropas federativas de 303
homens, as quaes se tirarião dos contingentes de Hano
ver, do Hesse Eleitoral, d'Oldemburgo, e de Nassa",
outro sim de 123 Prussianos e que este corpo tivesse º
commissão de reintegrar o Rei de Hollanda na posse do
Grã-Ducado de Luxemburgo. No entanto só se empre
garáõ para occupar o territorio de Luxemburgo 183
homens, de sorte que o resto deste corpo, a saber, º
contingente Prussiano se postará em escalões sobre as
fronteiras para que sirva de reserva, e só entrará ali
no caso que o primeiro corpo d'Exercito necessite de
apoio.
Na semana anterior passárão por Giessen (Hesse suº
 [ 359]
perior) 84 peças de artilheria de todos os calibres, pro
cedentes de Erfurth, e se dirigião a Coblentza. Estas
peças hião sem carretas, e erão conduzidas em carros.
Tambem passárão pela mesma Cidade com igual desti
no pontões, cujo transporte era feito pelos cavallos de
posta. (Folhas Allemás.)
ITALIA.
Genova, 16 de Março.
Desde que o Exercito Austriaco se acha em marcha
para as Legações, tem chegado a este porto varias en
barcações carregadas de patriotas Bolonhezes, Parme
sanos, e Modenezes, que julgárão muito prudente não
esperar a chegada das tropas Allemãs para fugir e sal
var-se da tempestade. Isto quer dizer que se renovárão
as scenas da revolução de 1821; a derrota patriota he
geral. O nosso Governo prohibio a estes revoluciona
rios que desembarquem, e em fim se lhes faz saber que
sem demora se afastassem do porto: diz-se que vão pa
ra Marselha. •
Na Lombardia tudo está perfeitamente tranquillo. O
estado moral de Milão he, mui digno de notar-se, por
que reina a maior actividade no Governo, e diaria
mente chegão do Tyrol e da Allemanha muitas tropas.
Os Regimentos de Cavallaria que se tem mandado são
brilhantes, e todos os que os compõem desejão que che
gue o momento, e combater contra os constitucionaes,
que nos periodicos de França se descrevem tão terri
veis. No entanto he provavel que os Austriacos se pou
pem esse trabalho fazendo unicamente passeios militares,
(Cazeta de Madrid.)
Plasencia, 16 de Março.
S. M. Maria Luiza expedio hum Decreto em que
manda, que todo o estrangeiro, que não tenha permis
são de permanecer, saia de Parma, e de todos os seus
Estados no termo de tres dias depois de publicada esta
resolução, exceptuando unicamente os que se acharem
empregados nos trabalhos do campo.
(Gazeta de Madrid )
FRANÇA.
- Nimes, 12 de Março.
} mil homens d'infanteria, e huns duzentos de cavallaria.
Tendo as Authoridades recebido ordem para derrubar
em contravenção com a Concordata concluida entre
Pio VII e o primeiro Consul, as cinco magnificas Cru
zes da Missão erectas nas nossas praças publicas, e
transportallas com as convenientes formalidades ás res
pectivas Parroquias, foi o Clero convidado para coope
rar para a execução desta medida, ao que se negou res
pondendo, que não podia tomar parte nella; de modo
que era de presumir que a influencia desta classe nas
nossas povoações Catholicas paralizasse os braços que se
alugassem para fazer esta demolição. Os Protestantes
manifestárão desejos de permanecer passivos nesta oc
casião; e por consequencia se fizerão vir os Sapadores
do Batalhão de Mi que se achavão de guarnição em
Montpellier: tudo fazia acreditar, que a destruição das
Cruzes não teria consequencias para os habitantes, e
nem mesmo que de novo se excitasse a aversão e o odio
contra as diversas Communhões. Não obstante não sucº
cedeo assim: pois tendo-se posto em cada Cruz hum
destacamento de tropa de linha com o objecto de evitar
os insultos de que se poderia accusar o partido patrio
ta, deo isto motivo a graves desordens.
Com efeito na noute do dia 11, se formárão gran
des grupos de mulheres e crianças, que não cessavão de
gritar: A Cruz ou a morte! Pelas 10 conseguírão dis
persallos as patrulhas de cavallaria, porém tornárão a
formar-se na manhã do dia 12, a cuja hora se pôde fa
cilmente conhecer os homens que apoiavão e excitavão
as mulheres e crianças. Como faltassem materiaes para
levantar os andaimes necessarios para baixar aquellas
grandes massas de ferro, foi precizo mandallos buscar
a Avigndo, motivo por que se não poude começar a
obra antes do meio dia. # se achava a esta
hora na Cidade o General Solignac, cujo procedimen
to francamente liberal, augmentou a confiança, e mul
tiplicou por isso mesmo as forças da guarnição.
Não obstante os grupos fizerão em pedaços as pro
clamações do Prefeito arrebatando-as das mãos dos que
estavão encarregados de as afixar nos lugares publicos.
Pelas 11 se apresentárão ao General varias Deputações
em que hião alguns membros do Tribunal Real pedin
do que renunciassem as Authoridades o intento de effe
ctuar a demolição das Cruzes, e levallas ás Parroquias,
e declarando que no caso contrario se entregaria a toda
a qualidade de excessos, e que a resistencia, o incendio,
a destruição e os intrincheiramentos lhes daria lugar pa
ra que chegassem soccorros que realizassem as suas espe
ranças.
O General Solignac e as authoridades não fizerão
caso destes ameaços. O Prefeito pela sua parte mani
festou outra vez a ordem do Governo, declarando, que
faria executar as ordens que havia recebido.
Ouvida esta resposta sahio a Deputação da casa do
Prefeito para se reunir á parte activa do povo, e dahi
a hum quarto de hora já era preza das chammas o vas
to estabelecimento de Mr. Marivejeol, situado na extre
midade da rua de Nossa Senhora, e apezar de se haver
acudido brevemente em seu auxilio, nada se poude sal
var: gados, cavallos, armazens, e edifícios, tudo pere
ceo e ficou destruido, mas poderão-se conservar as ca
sas immediatas. Ao mesmo tempo se manifestou outro
incendio em diferentes pontos da Cidade. Mas apezar
de tudo isto ficárão dispersas as reuniões ao meio dia,
e se procedeo sem novos obstaculos á derrubação das
Cruzes; e se teria continuado a derrubar as outras tres
se o não houvesse impedido a obscuridade da noute;
porém tomárão-se as convenientes precauções para o
executar na manhã seguinte. Tomárão-se todas as ave
nidas e se estabelecêrão patrulhas; duas destas forão
atacadas durante a noute. A cada momento se esperão
Os perturbadores se apressão a sahir da Cidade. Talvez
ámanhã seja hum dia bastante agitado; porém a pru
dencia e firmeza das authoridades hão de frustrar os
projectos dos inimigos da ordem.
(Correio Francez.)
HESPANHA.
Madrid, 8 de Abril.
Hontem pelas 9 horas e meia da manhã sahírão SS.
MM. e AA. para o Real sitio d'Aranjuez, acompa
nhados das bençãos dos habitantes desta Capital, que
se accumulavão no caminho da posta de Toledo para
se despedir dos seus adorados Reis, e de toda esta Fa
milia Soberana, sobre cuja existencia se funda o inesti
mavel quanto raro beneficio da paz publica que se go
za na Hespanha. As tropas da Guarnição e Volunta
rios Realistas se achavão formados des de o Palacio
Real até mais além da dita posta, e a artilheria dos
mesmos Votuntarios deo as salvas do estylo, ao passo
o repique dos sinos annunciáva quando sahia e se per
dia de vista a Real Comitiva.

- A viagem foi feliz. Os Excellentissimos Senhores Mi réplicas mui judiciosas, e huma infinidade de bôas ma
nistros de Estado e da Graça e Justiça tambem se tras ximas moraes: vende-se por 360 réis na loja de J. Hen
ladárão a Aranjuez, onde permanecêrão durante esta riques, e nas mais do costume.
jornada. (Gazeta de Madrid.)
*——*$$ *
Lisboa, 14 de
(Artigo communicado.}
ElRei Nosso Senhor attendendo ao que lhe represen
tou o Padre Mestre Doutor Fr. João de S. Boaventura,
Monge Benedictino, na Real Capella do Paço de Que
luz, acabando de prégar na Sua Real Presença no dia
4 de Abril, foi servido conceder o uzo da Medalha com
a Real Efigie, e fita da Casa de Bragança, ao Alfe
res da 2.° Companhia de Veteranos do Minho Manoel
Pinto, e sua mulher D. Joaquina Roza , e toda a sua
Companhia ; a Bento da Silva Paiva, da Cidade do
Porto; a Fr. Antonio Soriano Alvares da Fonseca, da
Ordem dos Prégadores.
+ *§§ *—*
Telégrafo, — Serviço da Barra. — 14 de Abril.
Hontem á noute entrou 1 Bergantim Sardo.
. . . Embarcações avistadas.
5 h. 40 m. 1 Brigue Escuna sem bandeira, ao Norte
do Cabo do Espichel.
6 h. 66 m. 2 Bergantins sem bandeira, e l Escuna di
to, a Oeste do Cabo da Roca: navegão para o
Norte.
9 h. 27 m. 1 Cahique sem bandeira, ao Noroeste do
Cabo do Espichel: navega para o Norte.
1 h. to,
52 m. 1 Bergantim
a Oeste do Cabosem
da bandeira,
Roca. e 1 Galiota di
". Embarcação entrada em S. Julião.
11 h.8 m. 1 Brigue Escuna Inglez.
º º . Embarcações sahidas de Belém.
6 h. 30 m. 1 Escuna Ingleza, para Londres.
. 34 m. 1 Brigue Escuna Portuguez, S. Bernardo,
" … para a Ilha de S. Miguel.
( | |- i * * * + " —-
** * {
ADMINISTRAÇÃo Do CoRREIo GERAL.
, 1; º Navio a sahir.
Abril 30. Para Angola o Brigue Hebe.
Publicações Litterarias.
Sahio á luz a Vida de Santo Antonio de Lisboa, tra
duzida do Latim; pelo Padre Mestre Fr. Fortunato de
S. Boaventura, Monge de Alcobaça, o qual conservan
do o Texto Latino, lhe poz em frente a traducção com
muitas notas interessantes: vende-se para os Assignantes
a 480 réis em brochura, e avulso 600 réis metal, na lo
ja de João Henriques rua Augusta
loja ha todas as mais obras do mesmo traductor.
Passatempo divertido, ou collecção de Anecdotas, etc.,
conténdo muitos factos extravagantes e jocosos, ditos
satyricos, simplicidades, astucias, equivocos singulares,
(360 |
-* * *
• +
Annuncios. ; o
$
Bernardino das Neves Nunes, como Procurador da
Abril, Meza da Real Irmandade de N. Senhora das Angustias e
Soledade, erecta no Mosteiro dos Monges Benedictinos
desta Cidade, faz sciente a todas as pessoas a quem se
deva alguma quantia pelo } vendessem ou trabalhas
sem para o edificante e pio Descendimento da Cruz, que
se fez no dia Sexta feira Santa do corrente anno, e no
dia da Festa de Nossa Senhora, 10 do corrente, com
pareção no largo do Rocio, N.° 4A, para serem im
mediatamente
te avizo. pagos em quatro dias da publicação des
• • •
Preciza-se hum Capellão, que seja Clerigo Secular, pa
ra dizer Missa nos dias de preceito, e dão-se 16 moedas
cada anno: os pretendentes podem dirigir-se á rua dos
Poiaes de S. Bento, N.° 88. -
Da Secretaria da Junta dos Juros dos Reaes Empres
timos se faz saber ao Capitão José Luiz Bahia, ou a
quem o represente, que lhe convém alli comparecer pa
ra objectoJosé
Joaquim de Bahia.
seu interesse, como herdeiro do Padre •
Jeronimo d'Arantes, e seu irmão, proprietarios do
Navio Oceano, encalhado na praia de Santos, pela de
mora e damnos que lhes causou a casa de Pedra e Com
panhia, a que são responsaveis por mais de 120:000$
rs. de prejuizos e fretes; que sendo cumprido o Regio
Avizo que emanou da Secretaria dos Negocios da Ma
rinha, e lhe foi intimado no dia 22 de Dezembro do
-
anno passado, protestão com o devido respeito contra
o que se annunciou para a venda do dito Navio pela
Auditoria da Marinha para o dia dezeseis do corrente,
•
por terem aggravo pendente do Juiz, e recurso de quei
xa a Sua Magestade,
lançadores. •
o que deve* servir
- * * *
de- ºregra aos -
Na rua dos Capellistas N.° 42, 2.° andar, ha nova
* porção de gelatina do quimico Lainé, em Paris, e se
} continúa a vender por 2,3600 réis o kilogramo. Esta
gomma que em França e outros paizes he já geralmen
te conhecida pela mais propria para a classificação dos
.…
vinhos, reune as vantagens de operar com promptidão,
de precipitar a borra n’hum pequenissimo volume, e de
apresentar os liquidos no mais perfeito estado possivel.
A porção acima, que equivale a dois arrateis Portu
guezes, he suficiente para gommar e classificar 15 a 20
pipas de vinho. •
Quem quizer comprar, aforar, ou arrendar a quinta
da Carrasqueira em Aveiras de cima, procure , ou es
creva a seu dono Luiz Pereira Velho de Moscoso, na
Villa de Monção.
Na loja de mercador na rua Augusta N.° 166, se
empresta dinheiro sobre prata, ouro, brilhantes, apoli
ces, e acções do Banco, e se descontão letras de reco
nhecido credito. • * *
José Coelho Sousa Gameiro annuncia que tomou de
trespasse a Miguel Vielli a sua loja de relojoeiro sita
na rua da Prata, N.° 92, com todo o trem que na
N.° 1 : na mesma mesma havia, e se acha encarregado da entrega de
alguns relojos a seus donos, com recibo reconhecido.
" Na rua da Prata, N.° 211, se abrio hum excellente
vinho do Cartaxo a 960 rs. o almude, e por canada
80 rs. sem confeição, proprio para doentes. …; …
... ( : -, º
** * * * * * * ***.* * * - -
LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA. n - - )

GazETA DE LIsboa.
PARTE NÃO OFFICIAL.
- - -
}
- -
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
- |- " …
, , , PAIZES, BAIXOS. . . .
1, "+
Bruxellas, 24 de Março. .
},****!"
A agitação surda que ha poucos dias reina em Bru
zellas, e nas principaes. Cidades da Belgica; a missão
de Lord Abercomby, a Maestrich, e o movimento das
tropas Hollandezas, parece que annuncião huma crise
imminente. Sem rebuço algum se fallao do regresso do
Principe de Orange; e as classes dos operarios de An
tuerpia clamão energicamente por huma ordem de cou
sas que faça reanimar o commercio, e lhes proporcione
meios de existencia. Sobre tudo, os povos estão mui
cançados de alojamentos militares, e da paralisia mer
cantil. 3, Olhamos, diz o Politico, como pueriz esses
movimentos continuos de tropas que parecem inculcar
grande actividade, mas que não produzem resultado al
gum. Estes homens, que se fazem passear de povo apo
vo, alojão-se e sustentão-se á nossa custa. Os Cidadãos
que todos os dias vêem suas casas cheias de soldados já
não podem occultar o seu descontentamento. De boa
vontade sofrerião hum encargo que fosse necessario;
mas não succede assim quando se considerão gravados
com huma contribuição nova, e que para nada serve. "
(Gazeta de Madrid.)
Os primeiros vestigios authenticos da doutrina politi
ca de Buonaparte podem achar-se em hum folheto pu
blicado por elle mesmo em 1790, quando contava vin
te annos de idade. He huma carta a hum dos seus com
patriotas, deputado pela nobreza de Corsega á Assem
bléa constituinte, cuja conducta elle reprehende. A pas
sagem seguinte da mesma carta he notavel:
* Mr. Paoli imaginou-se hum Solon, porém copiou
mal o seu original. Deixou tudo nas mãos do povo e
dos seus representantes, de modo que não ha existir
sem licença delles. Estranho erro! que sugeita a hum
bruto, a hum mercenario o homem que pela sua edu
cação, pelo lustre do nascimento, pela sua fortuna só
he adequado para governar! Finalmente huma tão pal
Pavel preversão da razão não pode deixar de causar a
ruina, e, a dissolução do corpo politico, depois de o ter
atormentado com toda a especie de males.” "
(Revista
- -
ANNo 1831.
XP8>KG3433599X<=aa=-
SABBADO, 16 DE ABRIL.
#96-> 1
<9GX
FRANÇA. \
Tolosa, 30 de Março.
Os corpos Prussianos formados em escalões na West
|
Jalia tiverão ordem de se reunirem sobre o Rheno: diz
……… f
se que a força total destes diferentes corpos sobe a
º
170,000 homens, e assegura-se que o Governo Fran
. (, ; * **
cez se occupa do projecto de fazer reunir, sobre esta
. . . parte das suas fronteiras, forças capazes de poder con
" I J, • " ter toda a invazão. (Memorial de Tolosa.)
— As cartas de Roma de 20 de Março dizem que se
acaba de saber por avizos de Florença, que os Aus
triacos tinhão já entrado em Bolonha, e que além dis.
so as tropas Pontificias, commandadas pelo General
Gallari, havião destroçado os rebeldes junto a S. Lou
renço das Grutas, apanhando hum graude numero de
prizioneiros, e deixando Inuitos mortos no campo da
batalha: os restos são perseguidos, unindo-se ás tropasto
dos os habitantes das povoações por onde passão, de mo
do que póde esperar-se que não fique algum destes re
beldes. }
Escrevem de Turim, que em toda a Saboya reina a
maior tranquillidade; que o Principe Carignan he o
idolo do povo e do exercito, e que este, cheio de fogo
e de enthusiasmo, só deseja o momente de medir suas
forças com as dos revolucionarios.
As ultimas noticias do Levante annuncião que os
Egypcios estão já senhores de toda a Ilha de Candia.
(Idem.)
Paris, 30 de Março. •
Os Periodicos Belgas ainda não chegárão hoje 30 a
Paris, o que se quer attribuir a que os alvorotos que o
estado dos animos fazião prognosticar, terião suspendi
do a publicaç㺠dos Periodicos á sahida dos correios.
(Gazeta de França.)
Não foi certo o que disse a Gazeta de Augsburgo
quando annunciou que o General Diebitsch tinha sido
nomeado Presidente do Reino de Polonia. O Diario de
S. Petersburgo, que he Oficial, e redigido debaixo da
protecção do Conde de Nesselrode, diz, que por hum
Decreto Imperial, de 21 de Fevereiro, se nomeára Pre
sidente do Governo Provisional do Reino da Polonia o
Conselheiro intimo Engel, individuo do Conselho Im
perial. (Quotidiana.)
• • | / >
- No dia 5 d'Abril expira o prazo designado aos insur
gentes de Luxemburgo para se submetterem ao Rei de
Encyclopedia. } : Hollanda. (Gazeta de Madrid.)
 [362]
HESPANHA. mez, que aquella quantia se empregue para o fim pará
que a mesma Illustrissima Junta a ofereceo, e que so.
Santander, 7 de Março. bejando se reparta o resto pelo dito Esquadrão, não
devendo ter outra applicação mais do que a indicada,
O vigia deste porto avizou no dia 2 do corrente, que O Mesmo Augusto Senhor Foi igualmente Servido
se avistava hum Barco entregue ao mar: iminediata Determinar por Avizo do referido # de 26 do {
mente sahirão seis Lanchas, e o conduzirão ao porto. mez passado, que me foi communicado em Oficio do
Acharão-se a seu bordo huma ancora, huma cadêa de Senhor Quartel Mestre General, que immediatamente
ferro, e hum pedaço de outra; e no rancho de prôa se reparem as ruinas occasionadas pelo fogo no Quar
dous marinheiros affogados: o seu carregamento consis *
_tel do Esquadrão, e parte da 1.° Companhia da Poli
te em 180 pipas dé azeite pouco mais, ou menos, pois |-
cia desta Cidade.
ainda não concluio a sua descarga, o qual se acha in O Esquadrão commandado pelo Senhor Capitão As.
tacto, excepto algumas que se vasarão. Este Navio he tonio Mattheus de Sousa Raivoso se porá em marcha
o Bergantim Inglez nomeado o Quixote de Jersey, de para Chaves no dia 7 do corrente pelas 3 horas da
que hum Periodico desta Nação disse ter sabido de tarde, por assim o haver Determinado ElRei Nosso
s. Lucar de Berrameda com destino a Liverpool, em - Senhor, em Officio do Senhor Ajudante General, de 2
fins de Novembro ultimo, com carregamento d'azeite. deste mez. = (Assignado) José da Fonseca Pinto, Co
A 5 de Dezembro estando aos 48 gráos de N. de lati ronel e Governador Interino. (Correio do Porto.)
tude, e 10 O. de longitude, experimentou hum tempo
ral, que obrigou a sua tripulação a cortar o aparelho, *—*§§ *-*
e a ficar com a gavia, existindo á capa, no que julgá
rão sustentar-se; porém tendo-se enfurecido o vento de Lisboa, 16 de Abril.
tal sorte, que produzio furacão, os fortes golpes de mar
quebrárão toda a obra morta, e abrindo as escotilhas - Do Estafeta de S. Sebastião transcrevemos o Decreto
se encheo o Barco de agua. Em resultado deste acon seguinte de S. M. Catholica, passado em Madrid na
tecimento à tripulação picou os mastros e a enxarcia; data de 19 de Março ultimo:
e o Navio ficou entregue ao mar com quatro marinheiros, » As escandalosas e temerarias incursões que a facção
Capitão, e Piloto sobre a coberta. Aos 2 dias morreo rebelde tem tido a ousadia de verificar por varios pon
o Capitão, e hum marinheiro, e os que ficárão, em vista tos do Reino; os inesperados acontecimentos de Cadiz
da falta d'alimento, conservarão os cada veres para co e da Ilha, e outra multidão de factos altamente crimi
mer, como o fizerão, ainda que em pouca quantidade nosos, simultaneamente realizados em distinctas povoa
por terem apodrecido. Outo dias estiverão neste deplo ções, tem plenamente convencido o meu Real Animo
ravel estado, quando a sorte lhes deparou hum Bergan da existencia de hum foco revolucionario, que pondo
tim Francez, que no momento de avistallos se dirigio por obra os planos que tração em outros paizes os coti,
a elles, e recolheo os tres marinheiros, e o Piloto, dos feos e directores de seitas tenebrosas, nada omitte de
quaes morrerão dous na viagem ao Havre de Grace, quanto possa convir para levar ávante a obra da ini
por efeito da fome, e fadigas anteriores, e os restantes * quidade que se hão proposto. He verdade que as con
forão soccorridos pelo Consul da sua Nação. sequencias de taes attentados tem sido quaes se devião
(Estafeta.) e podião esperar do valor e decisão das minhas Tropas,
da tantas vezes já acreditada lealdade dos Voluntarios
|
*--*$$*—» Realistas, e do intimo convencimento em que, recor
dando tempos de odiosa memoria, se acha todo o Rei
PoRTUGAL no, de que a sua felicidade e socego depende da comº
servação de suas antigas e venerandas Leis, e do Thro
Porto, 1 1 de Abril. no em que Deos me colocou, onde por vezes repetidas
me tem conservado o amor e acrisolada fidelidade dos
Pelas noticias do Rio de Janeiro, recebidas ultima meus povos. Em todas as partes tem as hordas revolu
mente, consta que a Embarcação dos Emigrados Por cionarias sido batidas e destroçadas: em todas as pai
tuguezes, e Hespanhoes, mandados retirar do Impe tes a lealdade frustrou com indignação as promessas li
rio, tinha sahido dalli com elles, em numero de 176, songeiras da perfidia: em todas as partes finalmente mº:
e dizem que para os conduzir em direitura a Brest, na nifestárão os povos o seu horror ás tramas e arteficios
França.
Governo das Armas.
-
?" se buscárão para seduzir o seu amor e respeito ao
ioverno e Religião de seus pais. Porém ainda que tu
do assim he, e deva Eu daqui reconhecer as efémeras
Guartel General do Porto, 5 de Abril de 1831. bazes em que se apoião os calculos e maquinações dos
Ordem do Dia N° 12. •
malvados; a sã politica e a obrigação em que além dis"
so me acho de prevenir os delictos para evitar que nelles
tomem parte os incautos, por sedução ou engano, igual
O Coronel do Regimento de Infanteria N.° 12, inte mente tem convencido o meu Real Animo de que as
rinamente Governador deste Partido, julga do seu de penas até aqui estabelecidas nas Leis e Reaes Decretos
ver partecipar aos Senhores Commandantes dos Corpos, contra os perpetradores de tão atrozes e nefandos atten
que tendo dado parte de todos os acontecimentos do tados, não são nem podem ser suficientes para os con
dia 19 do mez passado, e das ofertas espontaneas, ter, se antes da sua applicação se houverem de obser.
que os Regimentos de Infanteria 12, 19, e meia Bri var as formulas e solemnidades que, para os tempos
gada de Artilheria tinhão feito para soccorrerem de tranquillos, prescrevem as mesmas Leis. Portanto, e
prompto, com o mais preciso, o Esquadrão do Regi tendo em vista o que em circumstancias similhantes hou
mento de Cavallaria de Chaves; bem como da genero ve por bem mandar na Real ordem de 13 de Janeiro
sa oferta de 4803000 réis em metal, que a Illustrissi de 1824, conformando-me com o parecer do meu Con.
ma Junta da Agricultura das Vinhas do Alto Douro selho de Ministros, Hei por bem resolver, entre outras
fez: ElRei Nosso Senhor vendo com satisfação esta ge cousas, o seguinte: - * * * * * * * • • *

nerosa oferta, Determina, em Oficio de Sua Excel Artigo 1.° Desde logo se estabelecerá em Madrid hu
lencia o Ministro da Guerra, datado de 29 do referido ma Commissão Militar executiva e permanente.
 [ 363 |
"Art. 2.° '# estabelecerão similhantes Com
missões nas Capitaes das Províncias onde os respectivos
Capitães Generaes o julguem opportuno. -
Art. 3." Tanto a Commissão que se estabelecer nesta
Corte, como as demais que se crearem nas Capitaes
de Provincias, serão compostas de hum Presidente da
classe de Marechaes de Campo, ou da de Brigadeiros,
de hurn Assessor, que em Madrid será hum Alcalde da
Casa e Côrte, á eleição do Capitão General de Castella
a Nova; e nas Provincias o Ministro da Chancellaria
ou Audiencia que o Presidente da mesma nomear, e de
seis vogaes da classe de Brigadeiros, Coroneis, ou Te
nentes Coroneis, propondo-os logo o Capitão General
desta Província, e os outros quando derem parte da
necessidade ou conveniencia do estabelecimento da Com
missão nas Províncias do seu commando, para minha
Soberana approvação: o Assessor occupará o assentó
immediato ao Presidente em todas as occasiões. •
Art. 4." Em cada huma das mesmas Commissões ha
verá os Fiscaes e Secretarios que, segundo o numero das
causas que occorrerem, o Presidente julgar precisos,
os quaes proporá ao Capitão General para serem no
meados, escolhendo-os da classe dos Capitães.
Art. 3." Ficão sugeitos ao Juizo destas Commissões
Militares executivas e permanentes os que desde o dia da
sua respectiva instalação cometterem os delictos de que
tratão os artigos 2.°, 3°, 4.°, 5.°, 6.°, 7.°, 8.°, e 9.°
do meu Soberano Decreto do 1.° de Outubro do anno
passado de 1830 (*), sendo da competencia do Super
intendente Geral da Policia o remetter aos Capitães
Generaes, donde as Commissões se estabelecerem, as
listas de que trata o artigo 6.° do dito Decreto, para se
fazer applicação aos réos da pena que alli se estabelece,
e das mais que mereção por factos posteriores; mas os
criminosos de que trata o artigo 1.° do mesmo Decre
to, serão castigados do modo, e nos termos que nelle se
prescreve. • +
Art. 6." Igualmente ficão sugeitos ao Juizo das mes
mas Commissões os que desde a época já expressada no
artigo anterior se declarem, com armas ou por factos,
inimigos dos legitimos Direitos do meu Throno, ou
apaixonados da abolida constituição; os que escreverem
papeis ou pasquins dirigidos aos mesmos fins; os que
fallarem contra a minha Soberania; os que seduzirem
ou intentarem seduzir outros com palavras, promessas,
ou da divas para os arredar da fidelidade á minha Real
Pessoa, ou para formar alguma partida, que tenha por
fim coadjuvar os planos da facção rebelde, e os que es
palharem noticias assustadoras, relativas ás forças da
mesma facção, ou de qualquer outra cousa de igual
natureza, que prudentemente possa inspirar temor no
animo dos pacificos Hespanhoes.
Art. 7º As causas serão substanciadas segundo o termo
prescripto na ordenança, ou o mais breve possivel, de
baixo da responsabilidade do Presidente, Vogaes, e
Fiscal, devendo omittir-se toda a citação incongruen
te, bem como a formula das acareações, por desneces
saria , a não ser pedida pelo defensor do réo por convir
a defeza. • •
Art. 8.° As duvidas que possão occorrer durante a
formação dos processas serão resolvidas pelo Assessor da
Com missão, a quem se dirigiráô os Fiscaes pelo condu
cto do Presidente; e quando seja necessario procedera
diligencias em outras Provincias, apresentarão aos mes
mos. Presidentes os seus oficios, acompanhados dos do
cumentos competentes, para que de sua mão se remet
tão aos Capitães Generaes respectivos, que lhe darão
prompto despacho. •
- - - --
*) Veja-se a Gazeta de Lisboa de 5 de Novembro
de 1830.
• • - • |- •
Art. 9.° Se forem muitos os réos processados por humi
|
mesmo delicto, formar-se-hão ramos separados, com o
parecer do Assessor, para obviar deste modo a indivi
duação, e conseguir o prompto castigo ou a liberdade
dos accusados. •
Art. 10° Findas as causas serão entregues ao Presi
dente da Commissão para este as passar ao Assessor, a
fim de que diga se nellas ha, ou não, algum defeito.
No caso afirmativo se corrigirá, e no negativo se en
tregaráõ aos defensores pelo termo que parecer bastante
ao Presidente da Commissão, o qual, sendo-lhe reque
rida reforma, concederá huma que não passe de tres
dias, examinando-se depois na Commissão ao tempo de
pronunciar a Sentença, se a proroga era necessaria,
impondo ao defensor no caso contrario a pena correc
cional que fôr proporcionada. } -
Art. 11.° Os Assessores não terão voto na Sentença,
segundo o que está estabelecido nos processos militares;
mas illustrarão os Vogaes antes da votação, que se ve
rificará pela ordem que manda o Regulamento; e quan
do a Sentença que se der não estiver conforme com a
opinião do Assessor, este o declarará por escripto, e se
unirá esta declaração ao processo. ", ,
Art. 12.° As penas impostas aos réos pelos delictos
de que trata o meu Soberano Decreto do 1.° d'Outubro
de 1830 serão as que respectivamente designão os seus
artigos; e para os outros que vão declarados, e que
não estão comprehendidos no dito Decreto, se observará
o estabelecido na ordenança e Leis do Reino.
Art. 13," Pronunciada a sentença será o processo re
mettido ao Capitão General da Provincia, que o pas
sará ao Auditor de guerra para que o examine com to
da a preferencia. Se por esta revista se conhecer que
está regular, o Capitão General fará que a sentença se
execute sem dilação; mas se pelo contrario o Auditor
achar motivo fundado que ofereça duvida ou exija con
sulta, o Capitão General, como Presidente da Chan
cellaria ou Audiencia, nomeará tres Ministros della,
para que vejão a causa, e com o seu dictame decidirá
ou consultará o Supremo Conselho de Guerra, expondo
os fundamentos da sua duvida. Em Castella Nova ex
edirá o Capitão General Oficio ao Governador, ou
#o do Conselho Real, para que nomeados por es
te tres Ministros do Tribunal dos Alcaldes da Casa e
Corte, decida com o parecer destes os processos sobre
que haja duvida, ou consulte como fica dito. -
Art. 14.° Os processos contra os réos auzentes serão
continuados na Commissão Militar, chamando os mes
mos réos por edictos e pregões, com o termo de tres
dias cada hum; e se depois forem prezos estes réos, ou
se apresentarem, se observará quanto á sua defeza o
que prescrevem as Leis. •
Art. 16." As penas de morte se executarão, intima
da que seja a sentença, por mão do executor da Justi
ça, onde o houver; e onde o não houver, pela Tropa,
conforme está anteriormente determinado.
Art. 16." Os que incorrerem nos delictos de que de
vão conhecer as Commissões Militares executivas, se
gundo o que se declara nos artigos 5.° e 6.° ficão pri
vados do seu foro, seja qual for a sua classe, gradua
ção, estado, e condição, sem excepção alguma, a cujo
fim derrogo todas as Ordens, Leis, e Reaes Diplomas na
parte que a isto se oppozerem; bein que se o réo for
bcclesiastico, he minha vontade que ainda que a Com
missão forme o processo, se regule para isso pelo que
prescreve a Real Ordem de 13 de Setembro de 1815,
que fica em vigor. - * * * *
Art. 17.° Como as Commissões Militares executivas
só tem de conhecer dos delictos que, á classe e nature
za já expressada nos artigos 5.° e 6.", reunão a circums
tancia de serem comettidos depois da instalação das
mesmas Commissões, quero tambem que estas se abste

nhão de conhecer e proceder á averiguação de qualquer
outro delicto de distincta cathegoria ou classe, ou que
se diga ou prove ter sido comettido anteriormente á
época designada: encarregando, como encarrego, ao ze
lo dos Capitães Generaes a pontual observancia desta
disposição, e que exijão a responsabilidade ás Commis
sões, e aos Fiscaes que a infringirem, ou tolerarem que
tal aconteça. •
Art. 18.° As Justiças ordinarias e as Militares con ºque tem quatro andares, N.° 46 e 47, Freguezia das
tinuarão a conhecer das causas que tenhão principiado,
ou principiarem a formar sobre os mesmos delictos,
até á installação das Commissões Militares, e as subs
tanciarão e determinarão com a maior brevidade se
gundo as Leis e Reaes Decretos; porém se des de a ins
tallação das Commissões tiverem noticia de se haver
comettido algum dos delictos mencionados nos artigos
5.° e 6° formarão hum summario para acreditar o fa
cto, e, com o réo ou réos se poderem ser prezos, o
remetterá á Commissão respectiva, praticando igual
entrega a Policia com os que apprehender. ,
Art. 19.° As disposições que precedem subsistirão
por todo o tempo que o exigirem as circumstancias que
ihes del ào motivo. Tende-o assim entendido, e fazei-o
executar. Com a Real Rubrica.
" …—º §§…—º
Telégrafo.—Serviço da Barra. — 15 de Abril.
* *. . Embarcações avistadas.
*8 h. 23 m. 1 Bergantim sem bandeira, e 1 Escuna dito
a Oeste do Cabo da Roca: o Bergantim navega. terra, bacalháo fresco, e tijollos para limpar facas, tu
para o Norte.
* .. . . Embarcações sahidas de Belém.
fi h. 9 m. 1 Galeota Hollandeza para Ulaardigen,
6 h. 10 m. 1 Bergantim Americano para Philadelfia.
- Publicações Litterarias,
Sahio á luz a Contra-Mina N.° 18: vende-se por 30
réis nas lojas do costume. : seu termo, que por Despacho do Excellentissimo Sena
As Ordens do Dia de 1829 e 1830, tambem se ven
dem na loja de João Henriques, rua Augusta N.° 1.
Continuão a vender-se na loja de João Henriques, na
rua Augusta N.° 1, as seguintes obras: O Arrependi
mento premiado, hum folh., 160 rs.; Camilla ou o
Subterraneo, hum folh., 200 rs.; Etelvina ou a Baro
neza de Castel-Acre, 3 vol., 960 rs.; Anna Grenwil,
Historia do tempo de Cromwel, 3 vol., 960 rs.; Emi
lia de Towrvihc, ou os sete annos da perseguição Fran
ceza, 2 vol., 400 rs...; O Porque de todas as cousas, 1
vol., 300 rs.; Amigo da Natureza, hum folh., 200 rs.;
O Salteador Saxonio ou os Subterraneos, 2 vol., 400
rs.; Viagens d'Altina, 4 vol., 13920 rs...; Viagens de
Guliver, 3 vol., 13440 rs.; Viagens de João Guliver,
ou o novo Guliver, 4 vol. br., 13200 rs.; Viagens de
Henrique Wanton ao paiz dos monos, 6 vol., 23400
rs.; Viagens a Gibraltar, Tanger, Sallé, e Mogór,
com hum grande mappa, 1 vol., 480 rs.; Viagens de
Cyro, 2 vol., 800 rs.; Viagens de Antenor, 6 vol.,
23400 rs.; Vida completa de Napoleão Buonaparte,
8 vol., 23880 rs.; Victorina de Vaissy ou Zemia reco
nhecida, 2 vol., 640 rs.: o Pobre Jorge ou o militar
de fortuna, 240 rs.; Lisbman, excellente Novella de
Mr. d'Arnaud, 240 rs.; Dorothéa ou a Lisbonense in
feliz, 120 rs.; Historia dos Amores de Oriano com
Anarda, 120 rs.; Metusko ou os Polacos, composta
, , , … …
fºi
por Pigault, Lebrun, 240 rs.;, Amelia ou os desgraça.
dos efeitos da extrema sensibilidade, 240 rs.; Bagdedim
ou o filho do Sultão de Babylonia, 80 rs.
|- Annuncios. ** -
No dia 18 do corrente mez de Abrilha de principiar
a Extracção da Quinta Loteria da Santa Casa da Mi.
sericordia desta Corte, respectiva ao actual semestre.
Vendem-se humas casas na rua de S. Boaventura,
- - - |-
Mercés, que rendem 743200 réis, não pagão foro, e
estão desembaraçadas de onus algum : , quem as quizer
comprar, falle na botica na calçada de Sonta Anna N.°86.
Pertende-se arrendar a herdade do Biscainho na ri
beira de Coruche , e consta de terras de pão, vinhas,
montado, e olival, com huma azenha ; cujo arrenda
mento deve ter principio em o dia de S. Miguel proxi
mo futuro: quem a pertender, dirija-se á rua da Emen
da N.° 27. * * *
Vende-se huma quinta em Val de Figueiras, e hu
mas casas na praia de Porto Brandão : quem quizer
comprar algumas das ditas propriedades, procure na
rua da Penha de França, ao Collegio de Nobres, N.°
41, a Antonio Thomás da Costa e Mello.
Na boticapara
praticante da aprender
praça d'Alcantora
Pharmacia. precisa-se de hum •
Na loja de Carlos Ellis filho , na travessa do Corpo
Santo N.° 13, ha para vender queijos londrinos, de tres
até oito arrateis cada hum, muito frescos, e da melhor
qualidade. |- , º
-
Na travessa do Corpo Santo N.° 2 e 3, ha para ven
der batatas Inglesas, ultimamente chegadas de Ingla
- — ' do de mui boa qualidade, e por preços muito commodos.
Na tarde do dia 20 do corrente se ha de arrematar
na praça do deposito geral, com o abatimento da quin
ta parte do valor de 723000 réis, huma casa abarraca
—
mssºas da na travessa do Pateo do Saldanha N.° 19 , Fregue
zia de Belém: be Escrivão da arrematação Couto,
* ** a. José Ferreira, assistente na rua de S. José, defronte
da travessa da Cera, avisa ao publico desta Capital e
do da Camara, de 12 de Outubro de 1830, se acha en
carregado de enterrar os animaes que morrem ou se achão
com molestia incuravel, o que faz sciente a todas as
pessoas, para que o avizem para esse fim, com a comº
minação de que não o avizando para a conducção (nãº
pagando os donos cousa alguma por esse trabalho) dei
xando dito o lugar e a morada, incorreráõ nas penas
que lhes são impostas pelo mesmo Senado de pagarem
oito mil cento e vinte réis de condemnação, e nas maiº
que as Leis permittirem, por cujo avizo o mesmo José
Ferreira pagará ao portador que o vier avizar, ficandº
na intelligencia de que os ditos animaes não poderãº
ser entregues a outra alguma pessoa, em observancia
das ordens do mesmo Senado.
N. B. Na Gazeta de hontem, pag. 360, col.2", lin.
42, onde está classificação, leia-se clarificação ; e dº
mesma forma na linha 47, onde está classificar, leia-se
clarificar.
- Estiva.
Preços do Pão e Azeite para a semana que principia
de 18 a 24 de Abril de 1831: \
Pão de arratel na fòrma da Lei - - a 44 réis.
Em metal - - - - - - - - - - a 38 réis.
Canada de Azeite - - - - - - - a 240 réis.
>==>=>"== - =T
LisBoA. NA IMPRESSÃO REGIA. - -
f
 NUM. 90.
GAZETA DE LISBOA.
—=>>>6<>#@$##@GºE=-
SEGUNDA FEIRA, 18 DE ABRIL.
-
PARTE OFFICIAL.
MINIsTERIo dos NEGocros DA GUERRA.
Por Decretos de 7 de Abril de 1831.
Rºintegrado no posto de Capitão das Ordenanças do
districto de Favaios , Conformando-Se Sua Magestade
com o parecer do Conselho Militar, criado por Decré
to de 11 de Agosto de 1828, Manoel de Mesquita Car
neiro, concedendo-se-lhe reforma no dito posto com as
suas honras. |- • • •
Demittido do posto de Capitão da 10.° Companhia
das Ordenanças de Braga, em consequencia de sua má
conducta civil, Antonio Xavier Martins,
Demittido do posto de Capitão Mór das Ordenanças
da Villa do Redondo, José Manoel da Roza Munhoz.
Denittido do posto de Capitão Mór das Ordenanças
do districto de Alfarella de Jales, Antonio Teixeira
Coelho de Miranda.
Repartição da Reforma Geral dos Estudos.
Pela Junta da Directoria Geral dos Estudos se hão
de prover por Concurso de 60 dias, que começará em
23 do corrente mez. as Cadeiras de Historia Universal
e Portugueza das Cidades do Porto e Braga, cada
huma com o ordenado annual de 3003000 rs. Os que
pretenderem ser nellas providos se habilitaráô com Fo
lhas corridas, Declaração determinada na Lei de 20 de
Junho de 1823, Certidão de idade, e Attestação do
proprio Paroco sobre vida e costumes, reconhecidas e
em forma legal; e no tempo acima designado concorre
ráô a Exame perante a mesma Junta. Coimbra, na Se
cretaria da sobredita Junta, 12 de Abril de 1831. =
O Secretario, Antonio Barboza de Almeida.
R E A L E R A R I o.
No dia 19 do corrente se pagão na Thesouraria Ge
ral dos Ordenados os inezes de Outubro, Novembro, e
Dezembro de 1829 das Folhas; a saber: Almoxarifado
dos Vinhos, Siza do Pescado, e Sizas do Termo.
NEM
PARTE NÃO OFFICIAL.
==
. . . . NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
FRANÇA. . . .
París, 30 de Março. - -
Em huma carta escrita no Quartel General do Ma
Anno 1831.
I I
}
rechal Diebitsch se assegura que no dia 10 do corrente
havião os Russos recobrado Lublin. O General Russo
Kreutz, que se julgava arrojado na direcção de Belz
pelo General Polaco Ducernicki, acha-se pelo contra
rio cortando a retirada do corpo deste para Varsovia,
ao mesmo tempo que o Conde Toll tem fechada a en
trada de Volynia aos Polacos. Ha algumas razões para
crer que o movimento do General Kreutz não teve ou
tro objecto mais que tirar o General Ducernicki para
fora da linha das operações do exercito Polaco.
(Gazeta de França.)
Lê-se hum Postscriptum do Diario o Independente
de Bruxellas, que pelas diligencias que acabavão de
chegar, se sabe que as hostilidades tinhão começado de
* * * novo pelo lado de Turnhourt. (Quotidiana.)
A Gazeta d'Augsburgo diz que Mr. de Saint-Aulaire,
Embaixador de França, junto ao Papa, não pôde,
dirigindo-se a Roma, tomar o caminho de Modena,
porque o Grà-Duque lhe prohibio o passar por seus Es
tados.
— Assegura-se que o Governo Francez passou huma
Nota Diplomatica ao Gabinete de Vienna, declarando
que não permitirá que os Austriacos permaneção em
Bolonha por muito tempo. (Jornal dos Debutes.)
—Vencidas finalmente as difficuldades que se apresen
tavão á publicação do manifesto de Mr. Chateaubriand,
que tem sido por muitos dias objecto de todas as con
versações de Paris, publicão os Periodicos as suas pas
sagens principaes, entre as quaes se acha a seguinte:
” No ultimo discurso que pronunciei na Camara dos
Pares o predisse: a Monarquia de 29 de Julho tem hu
ma condição absoluta de gloria ou de leis de excepção:
vive pela imprensa, mas esta a assassina: sem gloria
alguma ella será devorada pela liberdade; e se se attre
ve a atacar esta mesma liberdade, perece sem remedio.
Que formoso espectaculo se nos apresentará quando,
depois de ter levantado parapeitos e desempedrado as
ruas para derribar tres Rei do Throno, só por causa
da liberdade da Imprensa virmos descalçar outra vez
as praças e as ruas, e fazer novas trincheiras contra essa
mesma liberdade! Os vigorosos e repetidos procedimentos
dos Tribunaes bastarião para conter os escriptores! Hun
Governo novo he similhante a hum menino que não po
de caminhar sem andadeiras; e se pozerinos outra vez
a Nação em mantilhas não as fará em pedaços esta
creança terrivel, que se tem alimentado nos braços da
victoria ! Durante os tres primeiros annos da revolução
houve liberdade em França porque havia Legitimidade;
 [ 366 ]
inás desde a morte de Luiz 16." até á restauração, que
fez esta liberdade! No tempo da Republica assassinou
todos; mas debaixo do Hmperio sofreo, ella a mesma
sorte. Veremos agora o que lhe succede debaixo da Mo
narquia electiva.»
Todo o resto do discurso de Chateaubriand se reduz
a lastimar as successivas degenerações que a revolução
oferece, a justificar o voto que elle havia dado a favor
d'Henrique V, por cuja exclusão do Throno suppõem
a França cheia de perigos e de males. Ao concluir este
escripto ahnuncia o seu author eloquente, que pode ser a
ultima vez que se ouça a sua voz em materias politicas;
e assim o tom sentimental das suas ultimas frazes, como
a decisão e fogo que caracteriza todo o discurso, ma
nifestão que o celeberrimo author do Genio do Chris
tianismo padece muito por ter algum dia sacrificado os
principios politicos que antes defendêra com tanta glo
ria, á satisfação do amor proprio humilhado na vieto
ria de Villete, remorso horrivel que deve servir de es
carmento á vaidade humana, e de saudavel instrucção
Áquelles que, pensando de ter a seu arbitrio as revolu
ções, empregão ou não evitão os meios, sem querer
nem calcular os fins, ou as inevitaveis consequencias
No dia 26 do passado já se tinhão impresso e vendido
tres edições do folheto de Mr. de Chateaubriand: nas
duas primeiras tirárão-se seis mil exemplares; e na ter
ceira tres mil.
Camara dos Deputados, Sessão de 30 de Março.
•
Continuando a discussão sobre motins e reuniões po
pulares, tomou primeiro a palavra e disse
Mr. Bernard “ Senhores, antes de tudo declaro á
Camara que eu sobrescrevi á associação nacional.....
(Interrupção nos centros. Muitas vozes: já se sabe.)
Mr. #### «Digo-o aos que o não sabem; eis-aqui
a causa. (Rumor surdo.) Como Deputado tenho di
reito de manifestar a minha opinião..... (Rumor.) Se
nhores, esta questão tem aqui poucos defensores; por isso
mesmo deve a maioria deixar expedita a defeza. De
pois do modo violento com que se tem procedido con
irá esta associação, não me apresento já como Depuº
tado, mas sim como accuzado. (Nova interrupção. Al
gumas vozes: isto he hum escandalo.) No estado em
que hos achamos, os meus illustres amigos e eu exige
a dignidade da Camara que nos oução em silencio.
(Nova interrupção.) Se o Governo France: se houvesse
apoiado com firmeza no patriotisino do povo, e no en
thusiasmo que hoje se nota, teria feito reconhecer por
toda a Europa o seu Governo popular. Era porém ne
cessario exigillo com a cabeça erguida, com arrogan
cia, qual corresponde a hum povo que débaixo das des
cargas dos ultimos dias de Julho, recobrou seu nome
de grande nação. Era precizo exigillo com a lança em
ristre, e não com o chapéo na mão. (Bravo á esquer
da Huma voz: Isso já se disse hontem na Camara dos
ares. Alvoroço.)
Mr. Bernard “ Senhores, não me será possivel mani
festar a minha opinião se houver interrupções e vozes,
porque a questão não agrada á maioria da Ca
mara. (Restabelece-se o silencio.) O direito de associa
ção dimana do artigo 66 da Carta, nada se oppunha a
este direito debaixo da Monarquia de Carlos X; com
muita mais razão deve estar desembaraçado debaixo da
de 1830. O artigo 66 da Carta confia este pacto fun
damental não só ao patriotisto da Guarda Nacional, mas
tambem ao de todos os Cidadãos; nisto consiste o ver
dadeiro direito de associação.
Sinto muito que o Sr. Ministra da Justiça se não
ache presente ; houvera-lhe recordado que em outro
tempo temos defendido, como simples advogados, a
associação de Bretanha para negar o pagamento do im
posto. Houvera-lhe recordado que então olhava como
justos e mui justos os principios desta associação, prin
cipios que estão confirmados por huma decisão do Tribu
mal Superior. Naquella época elle teria considerado gra
vissima injustiça o separar-se hum empregado por ter as
signado na associação.
Hoje suppõe-se que o objecto da opposição he desco
nhecido, e que debaixo de huma apparencia legal se
ocultão intenções criminosas; em fim, suppõe-se que o
objecto da opposição he crear hum Governo contra o
Governo reconhecido. Se fosse certa a decima parte des
tas supposições, o Governo seria culpado, porque ven
do-se ameaçado de hum perigo desta elasse, não devia
contentar-se com huma simples desapprovação. Eis-aqui
a Circular. (Muitas vozes: Já a temos visto.)
Mr. Bernard. Sustenta que a associação não tem
idéas criminozas, e continúa: «A revolução de Julho
distinguio-se por hum caracter particular. Não ha du
vida que se poude prever, á vista do estado dos animos,
que não tardaria a travar-se a lide entre hum Rei que
queria ser absoluto, e huma Nação decidida a permane
cer livre; mas a ninguem era dado esperar nem conce
ber a rapidez com que hia a realizar-se aquella luta. O
choque foi terrivel, imprevisto; o resultado inesperado.
JEstallou o Throno, e cahio o raio, com movendo todos
os Reis e todos os povos da Europa: as idéas de liber
dade reanimadas na Europa desde 1789, estas idéas
que durante 15 annos estiverão em toda a parte ador
mecidas na apparencia, de repente se tem reanimado
geral e simultaneamente.
Ecclipsou-se abrilhante estrella de Julho. (Murnarios
no centro.) Tem-se extinguido o enthusiasmo, tem-se
amortecido o patriotismo. (Novos murmurios. Vozes no
centro: Não, Não.) O Orador defende o objecto e os
Principios da associação, assegurando que são legaes,
pois do contrario se opporia a isto.
Eis-aqui o prospecto. Submetta-se muito embora á dis
cussão e deliberação ; tomem parte nella os homens
sem paixão, porque esta sempre nos aconselha mal.
A questão apresenta-se bem clara: se se conhece que
não he possivel que não haja associação; que deve fa
zer o Governo! Deve apoderar-se della, e pôr-se á sua
frente. (Agitação) Tem-se feito menção da Santa Li
ga; porém tenha-se presente que Henrique III teve suf
ficiente destreza para declarar-se Chefe daquella Santa
Liga. (Sensação). Que teria acontecido se em todas as
partes se tivesse imitado o exemplo de huma Cidade de
Eorgonha, na qual o Corregedor reunio ao som da cai
xa todos os Cidadãos, e os exhortou a tomar parte na
associação! Que perigo apresentaria esta associação se
os Corregedores, os Prefeitos, os Sub-Prefeitos, se o
Governo em fim fosse o seu Chefe!
Convinha, repito, apoderar-se della, longe de a
censurar, longe de a perseguir, longe de a ameaçar
como hontem se fez nesta Tribuna. (Sensação nos cen
tros. Vozes: Não, Não.)
Mr. Dupin, o mais velho. Peço a palavra.
- Mr. Bernard. Sim, tem-se ameaçado os que firmá
rão a associação. Tem-se dito que poderão ter voto nas
eleições, mas que se firmão o acto da associação serão
separados dos seus empregos. (Murmurios e interru
pções.). Serão separados, repete Mr. Bernard com vós
forte; e o homem honrado que durante quinze annos
lutou a favor da liberdade; que na manhã de 26 de Ju
Iho, no dia mesmo em que se publicárão os Decretos,
presidia a huma Junta de Escriptores publicos (todos
fitão os olhos em Mr. Laborde ;) que naquella mesma
noute os admittia em sua casa; que em união de tão
bons Cidadãos preparava os meios de defeza; este ho
 [367 |
meda será separado, e ficará reduzido á pobreza por não
ter querido retractar-se e ser prejuro. (Bravos no lado
esquerdo) Já o tendes ouvido; não se temêo chamar-nos
conspiradores. (Enterrupção.) Por ventura terá a maio
ria manifestado tambem as suas intenções, e nos prepa
rará outro fructidor ? (Movimentos de adhesão á es
. Depois de examinar rapidamente a conducta do Go
verno sobre as occorrencias nos Departamentos do Oc
cidente, mostra-se o Orador admiradó de que algums
malvados atemorizem ainda os povos pacificos, procu
zando deduzir destes factos a necessidade que tem os
Cidadãos de cuidar por si mesmos da sua propria se
gurança, e acrescenta dizendo, como Mr. Dupin di
zia hontem : reunão-se-nos, apezar das vossas accusa
# todos os bons Cidadãos, augmentem-se nossas fi
iras com todos os que sintão palpitar em seus peitos
buro coração Francez (Murmurios e agitação no centro
houvesse na associação; pois os Deputados são inviola
veis pelo que dizem na Tribuna, e não pelo que fazem
fóra da Câmara. Mr. Dupin explicou o sentido em que
veitou à lei de 1791 contra assoadas, e conclue: º está
lei he legitima ao menos pela sua data, e por este ti
tulo inspirará a certos homens algum respeito, suppos
to que em alguma cousa he precizo que fiquemos, sal
vo se houver de se confessar singelamente que se não
querem nenhumas leis, nenhuns empregados, nenhum
poder. Tem-se comprehendido mal minhas idéas; indi
co: o facto á memória e á boa fé dos meus Collegas.
(Muitas vozes: he certo, he certo.)» Logo a contro
vercia tem podido illustrar os entendimentos; todos sa
bem agora se o firmar o acto da associação auxilia o
Governo ou lhe suscita obstaculos. Digo-o porque es
tou convencido disso: se alguem tem sido enganado,
desengane-se hoje; retirem-se dessa associação os bons
Cidadãos. (Bravo, Bravo.) •

esquerdo ; applausos no lado esquerdo.) Mr. Jay. Examina pausadamente o estado em que se
* Mr. Dupin. Nada mais justo, Senhores, particular achão os animos des de à revolução de Julho: a divisão
mente neste recinto, do que expor cada hum a sua opi que tem havido na opinião liberal, contentando-se huns
nião e combater a que lhe parece opposta a elta. Po com a Carta modificada, e propondo outros o inexpli
rém combater as opiniões não he desnaturalizallas. cavel problema da Monarquía republicana: indica os
Vituperai as associações em si mesmas; julgo-as pe esforços que, ainda que sem fruto, se tem feito para
rigosas, quando se intrometem nas operações do Go conter os movimentos das paixões: manifesta o objecto
verno, porque parecem introduzir hum governo irregu das associações que se tem formado para afiançar a ex
lar. Quanto ao mais, convindo em que nunca faltão clusão do ramo # dos Bourbons : confessa
pretextos, desculpei o erro dos que se deixão enganar, que estás associações são contrarias ao artigo 66 da
a boa fé dos que se deixão seduzir, a muftidão que se Carta de 1830: bem que o mal não he tão grande co
deixa arrastar, e não exclui a malicia de alguns que se mo se crê, visto o pequeno numero de pessoas que, se
occultão nas nuvens de que se querem rodear, com gundo disse Mr. Dupin, tomão parte nas ditas associa
animo de abusar da associação a favor do generoso pre ções: faz ver que os periodistas devem proceder com
texto de independencia nacional, e da exclusão de hu tento e madureza em sua opposição ao Governo, limi
ma Dynastia em cujo lugar temos posto a Dynastia tando-se a ser instrumentos de conservação, e não de
actual. destruição ; e conclue dizendo que por consequencia
A ninguem pois ofendi directamente: cada hum pó vota a favor do projecto de Lei. (Continuar-se-ha.)
de interpretar as minhas palavras a seu modo; mas nin
guem tem direito para tirar dellas o que não segnifi
cão, isto he, huma aecusação pessoal contra hum De HESPANHA.
putado. Venhão embora esses Deputados que tem tan
to direito á Tribuna como eu, venhão sustentar, em
ºpposição ao meu modo de pensar, que a associação Cadis, 3 de Abril,
he louvavel, que he louvavel ter ao lado do preposto
do Estado huma thesouraria particular; recrutar e or Hum Medico acaba de publicar huma obra, na qual
ganizar tropas ao lado do nosso Exercito; que he perº trata de mostrar que os sonhos são em relação ao ho
mittido ao lado da direcção que a Lei e o Governo dá mem que dorme, o mesmo que a loucura a respeito do
à força publica, dar tambem huma direcção á sua von bothem acordado; por este modo os sonhos, na sua
tade, e com outro objecto seja qual for. Isto he huma opinião, são huma enfermidade do cerebro, que tem
controversia da qual me não darei por ofendido. O que seus gráos como as demais afecções.
póde succeder he que, se me não convencerem, presis (Diario Mercantil de Cadiz.)
tirei no meu parecer.
Qual he a opinião que se queria deduzir das minhas Está calculado que se introduzem na Inglaterra todos
palavras! Que se 40 Deputados houvessem firmado o os annos sessenta mil caixas de laranja: trinta mil con
acto da associação, he o meu dictame que sejão trata somem-se no paiz, o resto exporta-se. (Idem.)
dos como nas sublevações se tratão os amotinados que
depois de tres intimações se não retirão! Que sejão fr
ziliados? Isto he o que se acaba de dizer. Creio que não “—*$$"—"
alterei o sentido das palavras do Orador.
Mr. Bernard. He isso cabalmente o que haveis dito. Lisboa, 17 de Abril.
Era hum ameaço, e como tal o temos entendido.
Mr. Dupin. Podeis tomar as minhas palavras nesse Telégrafo.—Serviço da Barra.—16 de Abril.
sentido; mas a Camara não se tem equivocado. (Mur
mwrio.) Já se sabe por experiencia que nenhuma classe Embarcações avistadas.
d'interrupção me faz perder de vista o ponto de conclu
são a que quero chegar. Tenho dito que os enganados, sé 5 h. 40 m. 1 Bergantim sem bandeira, 2 Escunas dito,
es ha, devem conhecer seu erro como já o conheceo o e 1 Galeota dito a Oeste do Cabo da Roca: o Ber
bom senso do publico, pois na segunda Cidade do Rei gantim, 1 Escuna, e a Galeota navegão para o
no he já tão viva a luz, que de 150,000 habitantes só ... Norte, a outra Escuna he Ingleza.
496 quizerão assignar. Mr. Dupin aééreseenta que no 12 h, 19 m. I Galera Brazileira S. João Baptista, e 1
discurso da Sessão anterior não offendeo a independen Cahique Francez ao Norte do Gabo da Roca : •
cia de ninguem, nem mesmo dos Deputados, se os Cahique navega para o Norte.

3 h. 25 m. 2 Bergantins sem bandeira a Oeste do Cabo dades, a posse de hum moinho, cinco olivaes, duas
da Roca: navegão para o Norte.
Embarcações sahidas de Belém.
9 h. 8 m. 1 Bergantim Inglez para Quebek, e 1 Escu
na dito para a Terra nova. - da Cidade de Béja, pertencente á Capella de Ruy Go
Idem, 17.
Embarcações avistadas.
5 h. 32 m. 1 Paquete Inglez ao Norte do Cabo do Es
pichel. A Galera Brazileira S. João Baptista, 1
Bergantim sem bandeira, e 1 Escuna dito a Oeste
• do Cabo da Roca.
9 h. 48 m. 1 Escuna sem bandeira , e 1 Galeota dito
ao Norte do Cabo da Roca.
Embarcação entrada em Belém.
4 h. 38 m. 1 Paquete Inglez de Falmouth, 9 dias, ma
la, e 3 passageiros fnglezes, que são 2 Negocian
tes, e 1 mulher.
Embarcações entradas em S. Julião.
3 h. 22 m. 1 Escuna Ingleza.
3. h. 40 m. 1 Escuna_Ingleza.
4 h. 3 m. A Galera Brazileira, S. João Baptista, deo
fundo em Paço d'Arcos.
Embarcação sahida de S. Julião.
5 h. 55 m. 1 Paquete Inglez.
Embarcação sahida de Belém.
11 h. 46 m. 1 Cahique Hespanhol para Mataro.
"— 1 + -*- +--+ =+ +
- | Publicação Litteraria.
- Na loja de João Henriques, rua Augusta N.° 1, se
continúa a vender a excellente obra, intitulada Diorama
de Portugal nos 33 mezes constitucionaes, ou golpe de
vista sobre a Revolução de 1820, constituição de 1822,
•
e Restauração de 1823.Annuncios.
No Tribunal do Conselho da Fazenda se hão de pôr
em praça nos dias abaixo declarados, para se arrema
tarem nos ultimos delles, diversos bens pertencentes á
Real Coroa, avaliados em 23:5483980 réis, a saber:
Nos dias 29, 30 do corrente, e 2 de Maio proximo fu
turo, os do Vinculo instituido pelo Capitão Mór Anto
nio Borralho Murça, na Villa de Fronteira, Provedo
ria d'Evora, que consta do fundo de 9,706 alqueires e
huma quarta de trigo no celleiro commum da dita Vil
la,. com o seu liquido rendimento annual de 11 moios
e 20 alqueires; e diversos foros, casas, e terras, na mes
na Villa, e na de Cabeço de Vide, avaliado tudo em
6:6023200 réis; os da Capella de Ignez Braz, que
consta de cinco olivaes e terras, no lugar do Paço do
JLumiar, avaliados em 8923000 réis; tres differentes
foros na Villa e termo de Setubal, pertencentes á Ca
pella do Padre Luiz Pinheiro, avaliados em 5623680
réis; hum pinhal denominado do Aça, no sitio d'Alge
ruz, termo de Setubal, pertencente á Capella de Bel
chior Mouzinho de Seabra, avaliado em 1:6003000 réis;
os da Capella de Maria de Almeida, no lugar do Tru
sifal, Provedoria de Torres Vedras, que constão de
hum foro, terra, e pardieiros, avaliados em 1663800
réis; e humas casas na rua do Arco do Marquez d'Ale
grete, desta Cidade, com os N.° 31 e 32, pertencentes
á Capella de Izabel Coelho, avaliadas em 1:0003000
réis: nos dias 29, 30 do corrente, e 6 de Maio proxi
no futuro, os da Capella de Damião Dias Magro, em
Maito, Provedoria de Béja, que constão de duas Her
}}
… ! ! LISBOA : NA
[ 368 |
casas na dita Villa, e no Termo do Torrão, e hum fo
•
ro na Cidade de Evora, tudo avaliado em 3:6243600
réis; a Herdade de Val de Mértola de cima, no termo
dinho, avaliada em 1:0003000 réis; os da Capella de
Afonso Pires Valderinos, que constão de tres Herda
des na Freguezia da Torre dos Coelheiros, termo da
Cidade de Evora, a saber, Feijóa, Falmana, e Mati
nho, todas reunidas em huma, e avaliadas em 6:000$000
réis; o resto dos bens da Capella de Fernão Bouto de
Sousa, na Villa e termo de Borba, avaliados em 6713700
réis; o resto dos bens da Capella de D. Maria Barbo
za, que constão de tres quinhões, e hum foro em diver
|-
sas Herdades, no termo de Villa Viçosa, avaliados em
9493000 réis; e parte dos bens adjudicados aos Reaes
Proprios, por execução promovida contra Manoel José
.Navarso, da Villa de Penamacôr, que constão da quin.
ta de S. Domingos, limitte da dita Villa, o quarto de
huma ervagem, e huma terra Gallega, avaliados em
5803000 réis. Adverte-se que estas arrematações serão
feitas metade em Titulos de Divida Publica, e metade
em Papel-moeda, na conformidade das Reaes Ordens.
•
Tendo-se perdido huma ordem de cobre do valor de
quatro moedas, assignada por Ambrozie-Baptista Ale
gro, em 16 do corrente, previne-se a quem a achasse a
queira entregar na loja N.° 21, na rua do Corpo San
to, por estarem dadas as providencias para não ser paga
Quem quizer comprar, aforar, ou arrendar a quinta
da Carrasqueira em Aveiras de cima, procure, ou es
creva a seu dono Luiz Pereira Velho de Moscozo, na
Villa de Monção. º
Quem quizer arrendar a quinta da Chapuceira, no
termo de Torres Vedras , a qual se compõe de muitas
vinhas, tem casas nobres, adêga, e mais oficinas neces
sarias; tem mais dous casaes com terras de semeadura,
moinho, e pinhal: as pessoas que pretenderem este ar
rendamento, se podem dirigir á travessa do Convento
de Jesus N.° 25 , 3.° andar , todos os dias de manhã,
onde serão presentes as condições.
Quem quizer arrendar a Commenda de Santo Estevão
de Pussos, no Bispado de Coimbra, e os foros que o
Excellentissimo Visconde de Souzel possue na Cidade
de Vizeu, e seu termo, dirija-se á travessa do Conven
to de Jesus N.° 25, 3.° andar. • -
Na loja de mercador na rua Augusta N.° 156, se
empresta dinheiro sobre prata, ouro, brilhantes, apoli
ces, e acções do Banco, e se descontão letras de reco
nhecido credito. •
- Quem tiver algum tapete que esteja em bom uso, e
tenha de 20 a 22 palmos em quadrado (com pouca dif
ferença),
N.° 235.
e o queira vender, dirija-se á rua do Ouro•
Arrenda-se ou trespassa-se huma loja de bebidas, sita
na calçada de Santa Anna N.° 85: quem a pertender,
falle na rua da Magdalena N.° 107. *
Na tarde do dia 22 do mez de Abril se hão de arre
matar na praça do Deposito geral os bens seguintes, ou
qualquer delles, com o abatimento da quinta parte dos
seus valores : humas casas com todas as suas oficinas,
avaliadas em 1:3503000 réis : o casal pertencente ás
mesmas casas , avaliado em 7:0003000 de réis ; huma
vinha com seu olival e pinhal, avaliada em 8003000
réis: outra vinha com seu olival e matto, avaliada em
2003000 réis, he no sitio de Valle Cadella, e todos os
bens são no limite da Meia Via, termo de Torres No
vas: e he Escrivão da arrematação Couto.
==L=
==
IMPRESSÃO REGIA.
 NUM 91.
|-
* * •
* ***
GAzBTA DE LIsboa •
—eezscºs::<<<==
"... TERÇA FEIRA, 19 DE ABRIL.
==ê->#33e3;&<<<<
* * ".
PARTE OFFICIAL.
+
MINISTERIo Dos NEgocios DA MARINHA
E ULTRAMAR.
N.° 3. -
Eu ElRei Faço saber aos que este Alvará virem: Que
Tendo considerado a Representação, em que os Ac
cionistas da Companhia Geral das Reaes Pescarias do
Reino do Algarve supplicão que a Direcção da mesma
Companhia seja transferida para a Cidade de Faro,
aonde poderá acudir mais opportunamente com as pro
videncias necessarias a tão util Estabelecimento, e pro
"pôr os meios de o melhorar; e Tendo ouvido sobre esta
materia a Real Junta do Commercio, Agricultura, Fa
bricas, e Navegação destes Reinos, e seus Dominios,
e bem assim Pessoas intelligentes, zelosas do Serviço
de Deos, e Meu, e do bem commum de Meus fieis
Vassallos: Hei por bem Ordenar que a Direcção da
Companhia Geral das Reaes Pescarias do Reino do Al
garve seja transferida da Cidade de Lisboa para a de
Faro, Derogando para este efeito sómente a segunda
das Condições approvadas pelo Alvará de quinze de Ja
neiro de mil setecentos setenta e tres: E tornando-se
por isso inutil a creação de hum quarto Director, or
denada pelo Alvará de quatro de Setembro de mil seto
centos e noventa, Sou Servido Determinar que d'ora
em diante fique sem efeito.
Pelo que: Mando á Meza do Dezembargo do Paço,
e da Consciencia e Ordens; Conselhos da Fazenda, e
Ultramar; Presidente do Meu Real Erario; Junta do
Commercio, Agricultura, Fabricas, e Navegação des
tes Reinos, e seus Dominios, e a todos os mais Minis
tros, ou quaesquer pessoas, a quem o cumprimento
deste Alvará houver de pertencer, o cumpräo, e guar
dem tão inviolavel, e inteiramente como nelle se con
tém, e valerá como Carta passada pela Chancellaria,
posto que por ella não ha de passar, e seu efeito haja
de durar hum ou muitos annos, sem embargo das Or
denações em contrario. Dado no Palacio de Queluz,
aos outo de Abril de mil outocentos trinta e hum. =
REI . . . = Duque do Cadaval.
Alvará, pelo qual Vossa Magestade Ha por bem que
a Direcção da Companhia Geral das Reaes Pescarias
do Algarve seja transferida da Cidade de LisboaV"
q de Faro, na fórma acima declarada. — Para Vossa
Magestade vêr. — Joaquim Guilherme da Costa Posser
o fez, — Nesta Secretaria d'Estado dos Negocios da Ma
rinha, e do Ultramar a folhas huma do Livro compe
tente fica este registado. Lisboa, em 14 d’Abril de 1831.
= Joaquim Guilherme da Costa Posser.
ANNo 1831.
, ,
• —
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
FRANÇA.
Paris, 30 de Março.
Continuação da Sessão, que principiámos a transcrever
na Gazeta precedente.
Camara dos Deputados.
Mr. C. Perrier, Presidente do Conselho. Senho
res., (profundo silencio) sem entrar em discussões de
masiado geraes, quando os negocios publicos nos cha
mão a discussões totalmente positivas, não podemos
deixar de dar, a respeito de deus ou tres pontos sobre
que se falla mui vagamente, algumas breves explicações
que serão formaes. (Attenção, Attenção.) Todos os que
se achão presentes devem unicamente tomar lições da
propria historia das nossas revoluções, que as dá a to
dos, e com especialidade áquelles que tem sido victi
mas de generosas theorias, ás quaes tem direito de per
doar, se quizerem, as proprias desgraças, mas não as
do Estado. (Movimento e murmurios.).
Quanto a nós, só modelaremos a nossa opinião pelos
acontecimentos. No dia antes de entrar no Ministerio
estavamos convencidos, pelas ultimas occorrencias, de
que a maior parte da inquietação de que todos, e pri
Ineiro que todos o Governo, se queixavão, provinha
de não haver harmonia entre os depositarios e alguns
agentes do poder. Pareceo-nos pois que a unidade da
administração era huma das primeiras garantias que se
devião pedir e dar. Sabida a nossa resolução todos nós
procuramos cumprilla exactamente. Todos os emprega
dos tinhão liberdade de julgar se lhes convinha coadju
var o nosso systema; e, fallando de boa fé, como ho
mens de honra que se dirigem a pessoas da mesma clas
se; que se poderá allegar em defeza dos empregados
dissidentes que não seja para injuriar as suas conscien
cias, posto que a apologia que se intenta fazer defini
tivamente se reduz a provar-nos que tem direito de ser
vir o Governo contra a vontade delle; que o Governo
deve depositar a confiança em homens que lhe negão a
sua ; e que para estes he honroso ter parte em hum Go
verno que reprovao.
Não, Senhores, temos tratado com mais decoro aos
homens, que o Governo, de qualquer época que fossem
nos ultimos oito mezes, julgou dignos da sua confiança.
Explicando o nosso systema e as nossas vistas, temos
 [ 370 ]
recorrido ao apoio, ou á consciencia de todos os agen nas casas consistoriaes, devemos desejar que todos os
tes do poder; isto era manifestar a todos hum apreço politicos ou homens de partido expliquem com a mes
que, segundo parece, lhes negão os que nos lanção em ma clareza o que querem, pois sem duvida nada que
rosto o havermos declarado huma incompatibilidade, 1em que não seja constitucional, como o não queremos
que unicamente sentimos confessar depois delles; porque nós outros: durante quinze annos havemos manifestado
admittimos o seu apoio debaixo da fé da sua palavra, a nossa opposição só na tribuna; e por isso, quando se
e lhes deixamos que decidão da sua posição. Não duvi verificou a queda do Throno dos Bourbons, temos po
damos que quasi todos corresponderáô francamente a dido accusallos de terem faltado aos seus juramentos,
esta confiança com sincera coadjuvação. Se alguns jactando-nos ao mesmo tempo de haver sempre perma
houver que tenhão desconfiança do Governo {" necido fieis aos nossos * * * *

Todas as opiniões são honrosas quando

-

usou-se # palavra para qualificar o espirito das asso se manifestão.

ciações) estamos certos de que não julgaráõ dever abu O que venho pois pedir he que as manifestem, que as
sar da nossa confiança, como se lhes aconselha. A con expliquem, que as definão. Que significa esse program
fiança para ser util deve ser mutua. ma das casas consistoriaes, que não tem sido acceito ou
Que pretexto ha para esta desconfiança occulta (assim executado ! Que programma temos em França, a não
o confessavão hontem) debaixo destas associações! Qual ser, a Carta acceita pelo Rei, e que sempre será execu
he o objecto dellas! Oito dias ha que estamos dando tada pelos homens que mereção a sua confiança! (Mo
exemplo de franqueza a respeito das questões mais deli * vimento.)
cadas. Aqui ha individuos dessas associações; expli Eu estava nas casas consistoriaes, e a cousa unica
quem-se pois; digão-nos o que he que querem, que nós que vi discutir seriamente foi o que se acha nesta Carta,
não queiramos como elles, se a Carta o quer tambem. que todos havemos jurado depois do Rei. A Carta: eis
Manifestem o que he que entendem prometter pela sua aqui o programma de todos nós, (Signaes de approva
firma, que seja mais do que o já promettido ao Rei, a ção no centro.) •

Camara, e a Nação por hum juramento prestado junto
ao Throno e da tribuna. (Bravo, Bravo.) Que vacuo
querem encher na acção do Governo? Cuidaráõ do que
interessa ao exercito e á marinha melhor do que os Mi
nistros do Rei ! - tuição. Trata-se dos negocios exteriores! Não ha mais
Havia alguma associação para segurar a exclusão
perpetua dos Bourbons no dia em que 1003 homens se
precipitavão simultaneamente sobre Rambouillet ! Ex
pliquem-nos pois essas combinações que o Governo não
haja previsto, e os expedientes imaginados para suprir
á energia da nação, e ao patriotismo do poder. Essas
associações não tem atenorizado o poder, como se já
disse, porque o Governo nada mais tem feito que an
nunciar á nação que o objecto daquellas associações es"
tava já cumprido pelo mesmo Governo; e este não per
dio á Legislatura medida alguma contra humas empre
O Rei a ninguem tem promettido cousa alguma mais
que á Nação Franceza: esta só pede ao Rei o que elle
prometteo, e nada mais, (Novos signacs de adhesão ) As
promessas relativas á politica interior estão na consti
promessas que os Tratados. (Muito bem! Muito bem!)
A honra Franceza não pode tomar parte senão em ques
tôes que lhe interessão; e, como já disse em outra oc
casião, o sangue France, só pertence á França.
Tem se promettido soccorros, dizem. Por quem,
e a quem ! A insurreição : nada tem promettido
º Governo em nome da nação; se sem consentimento
nem noticia della alguem ofereceo alguma cousa, esse
he que está obrigado a acceitar a responsabilidade das
suas promessas declarando-as. (Muito bem! Muito bem !
Rumor á esquerda.) • +

zas de que tem podido ofender-se, mas que lhe não O principio da não intervenção proclamado nesta tri
Ca US$1O teTOT, , º •

buna não consistia em oferecer nem dar protecção aos

Seja-me licito, Senhores, ler huma circular que po» povos que se rebellassem contra o seu Governo: era hu
derá esclarecer alguma cousa esta discussão. (Attenção ! ma garantia para os interesses bem entendidos da na
Attenção!) •

ção, e nenhum povo estranho tem direito a exigir que

» Paris, 15 de Março de 1831. Em consequencia do que aquelle principio se applique a seu favor. +

03 os Srs. Parabil e Gillet nos tem dito ácerca do patrio Não se queira pois carregar sobre o Governo a resº
33 tismo e fidelidade de Vm., e do seu afecto á causa ponsabilidade do que se tenha podido fazer ou dizer fóra
33
da liberdade, rogamos-lhe seja hum dos corresponº delle, esforçando-se, como se poderia deduzir de huma
?? dentes da nossa sociedade: Vm, já deve ter noticia fraze que hontem pronunciou Mr. de Lafaeytte, por
35
della pelo que nestes ultimos annos tem sido util ao persuadir hoje á Europa que o credito eventual de 100
Estado. Os nossos principios não tem variado. Que… milhões que havemos pedido, quando Bolonha foi oc
remos todas as consequencias da revolução de Julho, cupada, pode ser empregado em alguma especie de
e sentimos o erro do Governo que se obstina em as propaganda. (Sensasão.)
não conceder á nação. Estamos persuadidos de que o Eu diria ao General, a quem professo a preço e ami
zade, que não acceitamos a responsabilidade de huma
melhor meio de as conseguir he assegurar, depois de
93
meia palavra com a qual nos associassem a cousas de
dissolvida a Camara, a eleição de deputados addictos
aos interesses da liberdade, isentos de toda a preo que não temos noticia, e a promessas que nem havemos
22
cupação, de toda a ambissão pessoal, que não eco feito nem consentido. O objecto unico do Governo, nas
º nomizem ao povo o exercicio dos direitos que ha comº propostas que tem feito para estar prompto para o que
33
prado á custa do seu sangue, e que não compromet poder succeder, tem sido a honra, a independencia, o
33
tão a honra e a seguridade da França com a vã espe interesse da França. Unicamente se tem querido apoiar
33
rança de evitar a guerra.» - humas negociações começadas ácerca dos assumptos da
Muitas vozes: He evidente! Italia; negociações que esperamos se terminem á satis
Mr. Odillon Barrot. Essa circular não he da asso fação de ambas as Potencias. •

ciação. Declara-se-nos por meio de bumas actas de associa

O Presidente do Conselho. He da sociedade ajuda-to ções que não se quer ter parte na responsabilidade que
que o Ceo te ajudará, e li-a para que se conheça o ob a nossa prudencia possa occasionar: nós temos neces
jecto de todas essas associações. Senhores, acostumados sidade de declarar que repellimos toda a responsabilida
ha quinze annos (fallo aqui por todos os meus antigos de que não for esta. . --

amigos politicos, que tem como eu permanecido fieis aos A respeito deste particular opinamos como hum illus
principios que nesta tribuna defendia o General Foy, e tre deputado que, haverá perto de dous mezes, susten
outros) acostumados, repito, a saber o que queriamos, tando nesta tribuna a verdadeira doutrina do credito,
e o que eu hei sustentado nestes bancos, e em nome delles recusava crer que existissem em França (empréga as suas
 [ s71 ]
mesmas palavras) fabricantes de propagandas que qui
sessem conduzir-nos á guerra. Mr. Salverte dizia com
generosa vehemencia: " O que se falla nesta Tribuna
> resoa não só em França, mas tambem na Europa
» toda. Que pensaráõ as Potancias estrangeiras quando
» oução dizer que homens graves e de caracter assegu
» rão que existem propagandistas dispostos a excitar a
» guerra fóra de França ! Não estarão elas authoriza
» das a tomar as armas, e a darem-se pressa em atacar
» para evitar o ataque com que as ameação? O que souber
» quem são estes homens deve manifestallo; o interesse
» da patria assim o exige." (Mr. Salverte. Peço a pa
lavra.) Ninguem se ha nomeado, ninguem confessa,
continúa o Presidente do Conselho, que se tenhão fei
to promessas nem publicas, nem confidenciaes; logo
Tem-se-nos dito, continua, que não se deve incorrer
aos mesmos erros que se comettêrão n'outro tempo, e
que he preciso evitar os excessos da primeira revolução.
Não ha duvida nisso; porém evite tambem o Governo
os excessos dos que o tem precedido; justifique-se da
desconfiança profunda que na apparencia inspirão to
das as suas obras; deixe de considerar os que se lhe op
põem como inimigos que se deveu anniquillar a todo
o custo. Esta insistencia em desconfiar da opposição
tem sempre consequencias funestas; não só produz irri
tação no interior, mas tambem espalha inquietação e
terror no exterior. Como se quer que as Potencias es
trangeiras, que tanto desejão saber que estamos desu
nidos, não se aproveitem de certos discursos e tomem
pretextos para demonstrações hostis. *

ninguem tem a exigir a execução dellas; logo ninguem
tem a queixar-se de que se hajão quebrantado; logo he
de crer que tão pouco haverá alguem que tenha que sen
tir por as haver feito sem estar authorizado para isso.
Desejamos que assim seja, porque esta responsabilidade
he mui grave, e pezará toda inteira sobre os que a ti
verem contrahido.
Em resumo. (Attenção! Attenção!) He certo que te
mos exigido dos empregados que sinceramente coadju
vem as intenções do Governo; a sua honra assegura-nos
que assim procederáõ; e por outra parte só deste modo
se pode governar.
e certo que temos por injuriosa a desconfiança das
associações que nos usurpão huns direitos dos quaes es
tamos bem persuadidos. . .
He certo que temos adoptado como programmannico
e completo dos direitos do povo e das obrigações do po
der, a Carta com todas as consequencias que indica, e
que são as unicas legaes da revolução.
He certo que negamos haver tido parte em nenhuma
promessa, porque na presença dos estrangeiros, assim
como na presença da nação, explicamos francamente a
nossa politica. Explicamo-la aos empregados como ás
camaras. Esta franqueza he aos nossos olhos o que mais
interessa na época presente; pois deixa a todos a justa
liberdade nas suas operações, evitando-lhes ao mesmo
tempo que procedão equivocadamente; he a primeira
garantia dos povos, e, sobre tudo, do poder, o qual
depois de humas declarações tão francas, não teme que
humas promessas feitas para o exterior, nem huns Pro
grammas reservados no interior possão já mais compromet
te-lo aos olhos da nação, nem da Europa. ...
A Camara toca facilitar-nos agora os creditos e con
ceder-nos as leis que temos pedido para sustentar decla
rações tão explicitas. Já se conhece toda a extensão
dos recursos precisos, mas tambem já se sabem todos
E sem embargo das nossas palavras, sempre as nos
sas acções tem manifestado o mais profundo respeito e
a nossa inviolavel adhesão á ordem estabelecida.
Na Cidade de Metz, nessa Cidade fronteira, que pó
de em certo modo olhar-se como a vanguarda da Na
ção, tem-se reunido já os Cidadãos para se opporem
-
aos estrangeiros. Tem oferecido seus bens e vidas para
rebater os estrangeiros com quem tem confundido esta
Dynastia, que sempre tem tido a desgraça de conside
rar os seus interesses separados dos da França. Esta as
sociação estende-se mais cada dia, e já tem grassado
nos Departamentos. (Exclamações no centro esquerdo.)
Todos os que se achão agitados profundamente com es
sa anciedade pelos destinos da patria, tem-se apressado
a acolher com interesse esta associação. (Approvação á
esquerda ; e no centro vozes: Não! Não!) Bastante de
pois tem os periodicos tratado de combater e conter o
enthusiasmo da nação; depois tem-se manifestado nas
circulares do Ministerio certos principios, e em fim se
tem reproduzido nesta Tribuna a questão com o moti
vo do projecto sobre os alvoroços. Quando a Inglater
ra se vio, ha 20 annos, ameaçada pela França; que
fez o Governo Inglez! Disse: deixai-me; em nada vos
mettaes; eu tenho exercito, ministros, e alguazís que
bastão para vos proteger! Não, Senhores; o Governo
Inglez conheceo que independente da sua acção podia
contar com alguma cousa mais poderosa; conheceo que
a boa vontade e o enthusiasmo dos Cidadãos era huma
força immensa, da qual sería hum crime não servir-se.
No centro. Essa força entre nós he a Guarda nacio
nal: conte-se com ella. (Agitação.)
- Mr. Odillon Barrot. Na época de que se falla tam
bem estava coberta de associações a Inglaterra (nova
agitação); e o Governo longe de comprimir esse enthu
siasmo, deo elle mesmo o signal. (Vivas acclamações
no centro esquerdo.) •

os nossos pensamentos: a confiança da Camarº, póde O Presidente do Conselho com energia. Ah! Sim, o
contar com que nos sacrificaremos pelo bem da Patria. signal. Mas a Nação Ingleza esperou que lhe dessem o
(Prolongados Bravos no centro.) signal! Isto he o que ainda se não tem feito aqui.
Mr. Odillon Barrat. Senhores (A' esquerda: atten Mr. Odillon Barrot. Eis aqui o exemplo que nos tem
ção!) Se soubera que as minhas palavras havi㺠de au dado huma nação livre; e telo-ha seguido o nosso Go
gmentar a irritação a que tem dado lugar a discussão vorno! Quando se tem formado as associações á vista
começada hontem, abster-me-hia de subir a esta Tribu do perigo imminente não se lhes nega hoje! Quando se
na. Com efeito, vejo com dôr que á medida que o Pe manifestão com desejos de apoiar a acção do Governo,
rigo se aproxima, as divisões se augmentão, e se tornão que he o que se lhes tem dito! Sois sediciosos, sois cons
implacaveis. (Agitação.) Vejo com sentimento que en piradores.
tre nós se propaga hum systema de denigração, de in O Presidente do Conselho ainda com energia. Citai
sinuações perfidas, e de calumnia; vejo em fim que to o Ministro que ehamasse aos individuos de huma asso
dos os dias se difficulta mais essa união que tão util se ciação, sediciosos, conspiradores. Nomeai-o. (Longa
ria á França. agitação.).
O orador diz que no espaço de 15 annos tem sido Mr. Odillon Barrot. Senhor Presidente do Conselho,
testemunha da luta que havia entre a Legitimidade e se reprimis o enthusiasmo que tem creado essas associa
huma partes da Camara, e do esmero com que º Go ções; se privais o Governo e a França da grande força
verno procurava figurar como actos de sediç㺠os es auxiliar das associações, sem justos e poderosos moti
forços vos, ides comprometter seriamente a vossa responsabili
povo, que se fazião
atribuindo em defeza
o zelo dos direitosa legitimos
dos Periodistas, do
energia das dade. (Bravos á esquerda.)
sociedades, e o ardor dos mancebos ao partido da opº As associações podem ser origem d'alguns abusos,
posição que havia na Camara electiva. não o nego, mas he precizo dissimulallos para se obte

'rem vantagens reaes. Na posição politica em que nos
encontramos, quando he provavel termos que resistir a
huma nova liga; quando tenhamos a excitar o enthu
siasmo de todos os Cidadãos, o meio mais poderoso he
incontestavelmente a força da associação; força que não
pára aonde se detem a do Governo, e que não he mo
vida como hum automato por molas inanimadas.
Com efeito , além da obediencia passiva ha outra
cousa para o Cidadão amigo do seu amigo, a saber:
essa condescendencia que presta a toda a acção legal,
e que a associação acaba de infundir em todos "os ani
mos (Na esquerda bravo, bravo!) Nos outros paizes
onde se encarregou ás associações que reconquistassem
a sua independencia forão dissolvidas depois da victoria;
e querer-se-ha aqui desmanchallas antes do combate!
(Longa agitação) … " - ..|-
Mr. Guizot. Eu não venho provar os sentimentos ma
nifestados nesta tribuna ácerca dos nossos debates. De
sejo a união como o preopinante. Unicamente farei no
tar que o Governo não excitou a desunião, nem pro
vocou o ataque. Do seio mesmo da opposição, dessa
opposição viva e violenta, ha mezes a esta parte, sim
do seio dessa opposição tem sahido os ataques e as as
sociações.
… Tem-se accusado, sobre tudo no departamento da
- Mosela, tem-se accusado o Governo de que abandona
va a causa da independencia do paiz ; mas isto não era
para o auxiliar, para o sustentar, era para substituir
hum systema a outro... (Desapprovação na esquerda.)
Era com o objecto de substituir hum systema de Go
verno a outro...... (Continudo as desapprovações com
grande agitação. |- |-
Muitas vozes: he verdade, he verdade!
Mr. Guizot. Sei tudo quanto se tem feito, e o direi
se a Camara o permitte. (Fallai ! Fallai !)
+ (Continuar-se-ha)
*—*§§ 4–*
*}
Lisboa, 18 de Abril.
Hoje se affirou nos lugares mais publicos desta º
• Capital o seguinte , ' 4,
Eduai.
Antonio Germano da Veiga, do Conselho de Sua Ma
a gestade, Fidalgo Cavalleiro da Sua Real Casa, Pro
fesso na Ordem de Christo, Deputado do Conselho -1 h. 7 m. 1 Escuna Portugueza, Assumpção e Boa
da Real Casa e Estado das Senhoras Rainhas, Juiz Nova, para a Ilha de S. Miguel.
Executor dos Feitos da Serenissima Casa e Estado
do Infantado, Intendente Geral da Policia da Corte
e Reino, etc. etc. etc.
Faço saber, que constando nesta Intendencia terem
alguns mal intencionados espalhado por occasião de se
haver annunciado a sahida de Mr. Cassás, Encarrega
do do Consulado Geral de França, que os Subditos
Francezes não continuarão a gozar neste Reino, do
a gazalho, e hospitalidade com que elles, e todos os
Estrangeiros são acolhidos em Portugal, em quanto se
conformão com as determinações das Leis; e devendo
similhantes boatos, posto que destituidos de fundamen
to, ser desmentidos de hum modo authentico, estou au
thorizado para declarar o seguinte:
. Primeiro. Que os ditos subditos Francezes não só hão
de gozar da protecção, e segurança, que as Leis lhes
+
===T__ I >L
* *- - - • •• • •
[372}
concedem, pois serão guardadas com a mesma franque.
za, e lealdade com que até aqui se pozerão em pratica;
mas que haverá por parte desta Intendencia, se he pos
sivel, maior empenho em lhes defender suas pessoas, e
bens." |- |-
Segundo. Que se algum inimigo do socego publico,
ou do numero dos ditos espalhadores de boatos falsos,
nttentar contra qualquer subdito Francez, em contra
venção ás Leis em vigor, se prestará para o desaggravar
prompto auxilio por esta Intendencia, e pelos Magis
trados seus subalternos, a quem mui positivamente se
recommenda a fiel execução das ordens sobre este as
sumpto. . . - - -
E para que chegue á noticia de todos, mandei pu
blicar o presente Edital, que será afixado nesta Capi
|-
tal, e mais terras do Reino. Lisboa, em 18 de Abril de
1831. = Antonio Germano da Veiga. --* *, * * { * 1. |
*#
*§§ * - , ! * …
Recebemos Jornaes Inglezes, pelo ultimo Paquete,
até
cias 6dedomais
corrente, e delles iremos extrahindo as notí
interesse. • -
-
, º
— $---
Telégrafo.—Serviço da Barra, — 18 de Abril.
* * Embarcações avistadas. º
5 h. 34 m. 1 Bergantim sem bandeira, 1 Brigue Escu.
na dito, 1 Escuna dito, 1 Galiota dito, e l Cha
lupa dito a Oeste do Cabo da Roca: o Bergan
tim navega para o Norte. — 2 Bergantins sem ban
deira a Oeste do Cabo do Espichel: navegão para
o Norte. - * * ** * { , ' .
6 h. 44 m. 1 Hyate Real sem distinctivo, e l Bergan
tim sem bandeira, a Oeste do Cabo da Roca.
º* . Embarcação entrada em Belém,
* - - - #
6h. 55 m. 1 Escuna de Guerra Portugueza, Memoria,
" . 1 vem de cruzar sobre a Costa do Algarve donde lar.
gou ha tres dias, traz o masto do traquete ren
dido. * *
" … Embarcações entradas em S. Julião.
4 h. 54 m. 1 Chalupa Ingleza. * **
5 h, 20 m. 1 Escuna dito, e l Escuna Hollandeza.
• Embarcações sahidas de Belém.
9 h; 48 m. 1 Bergantim Inglez, para a Terra Nova.
12 h. 43 m, 1. Galera dito, para Liverpool.
•
Annuncios.
Maria Heduviges da Graça Torres previne ao pu
blico que huma propriedade de casas , sitas na rua do
Norte, Freguezia da Encarnação, e que tem os nume
ros 57 e 68, que ficárão por obito do Capitão Thomás
José de Souza Soares Andréa , de cujas está na posse
"Francisco José Soares, se achão as mesmas oneradas á
annunciante pela terça que lhe deixou em Testamento
o referido Capitão ; e para que relativo ás ditas casas
se não faça contrato algum com o dito a possado, se faz
este annuncio, pena de responderem pela parte que lhe
+ couber em partilhas, a cujo inventario se vai proceder
pelo Juízo dos Orfãos, de que he Escrivão José Mar:
cos Monteiro.
+
— |-
+ |-
LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA.
• •• •
 NUM. 92.
----*-*-*…----
GAZETA DE LISBOA. —–==>>>6<>#G)$1<<<9o+=-—
QUARTA FEIRA, 20 DE ABRIL.
=>ee>$3<>@CS$3<scº
PARTE OFFICIAL.
Extracto da Ordem do Dia N.° 22.
Quartel General no Paço de Queluz, em 18
de Abril de 1831.
Publicão-se ao Exercito os Avizos, e Alvará abaixo
transcripto:
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — ElRei Nos
so Senhor Manda remetter a V. Ex.*, para seu devi
do conhecimento, e do Exercito, a copia inclusa, as
signada pelo Conselheiro Oficial Maior desta Secreta
ria de Estado, Gregorio Gomes da Silva, do Alvará
de 11 do corrente mez, pelo qual Sua Magestade Hou
vc por bem regular o tempo de Serviço das praças dos
Corpos de Linha do Seu Exercito de Terra, e Conce
der certas vantagens áquelles, que preferirem continuar
no Seu Real Serviço, depois de findo o prazo a que pe
lo mesmo Alvará ficão sugeitas a servir. Deos guarde a
V. Ex. º Paço de Queluz, em 14 de Abril de 1831.=
Conde de S. Lourenço. = Illustrissimo e Excellentissimo
Senhor Conde de Barbacena.
Alvará,
Eu ElRei Faço saber aos que este Alvará virem. Que
convindo marcar o tempo, que devem servir os indivi
duos, que forem recrutados para os Corpos de Linha
do Meu Exercito de terra, ou que nelles se alistarem
voluntariamente, de modo que, regulando este impor
tante objecto, com attenção ao progresso da Agricul
tura, das Artes, e dos mais ramos uteis, e indispensa
veis, que para prosperidade destes Reinos Desejo pro
mover, animar, e proteger, afiance por hum lado aos
sobreditos individuos a sua prompta baixa, logo que
tenhão completado o prazo respectivo, e pelo outro lhes
proporcione correspondentes distinctivos, quando», de
sistindo da referida baixa, queirão permanecer no hon
roso Serviço Militar, até chegarem a merecer as recom
pensas, que pelas Leis se achão estabelecidas; Sou Ser
vido por todos estes motivos Determinar o seguinte:
Primeiro : Serão sugeitos ao recrutamento para a
Tropa de Linha todos os individuos de dezesete até trin
in annos, que forem solteiros, ou tiverem casado antes
dos vinte annos, ou já depois de sorteados para o re
crutamento, e que pela sua altura, constituição fizica,
e mais circumstancias se acharem aptos para o Serviço
Militar, preferindo os que tiverem menos idade, quanº
ANNo 1831.
-*>(.*)<>=-
do o numero de recrutas que se exigir for menor que o
dos sorteados.
Segundo: Todo o individuo, que da data deste em
diante for recrutado para os Corpos de Linha do Exer
cito, será obrigado a servir, sem diferença de Arma,
por tempo de dez annos, e por tempo de sete annos só -
mente o que se alistar voluntariamente.
Terceiro: No principio de cada Semestre terão bai
xa por ordem do General da Provincia em que o Cor
po se achar, as praças que houverem completado o tem
po de Serviço acima marcado, sendo primeiro substi
tuidas por novas recrutas.
Quarto: Para que as baixas possão conferir-se prom
pta, e regularmente ás praças, que estiverem nas cir
cumstancias de as obter, os Commandantes dos Corpos
enviarão ao General da Provincia em que os mesmos
Corpos se acharem, precisamente até ao ultimo dia dos
mezes de Março e Setembro de cada anno, em dupli
cado, relações nominaes das praças, que até ao ultimo
dia dos mezes de Junho, e Dezembro que se seguirem
houverem de completar o tempo de Serviço a que são
obrigados, e quizerem as suas baixas. Recebendo o Ge
neral da Provincia estas relações, e ficando com huma
collecção dellas em seu poder, remetterá sem demora a
outra ao Commandante em Chefe do Exercito; e se
gundo as Ordens que este lhe mandar expedir para o
recrutamento que considerar necessario, tanto para sub
stituir os individuos que devem ter baixa, como para
preencher as vacaturas motivadas por deserção, obito,
ou outra causa, procederá logo a elle, de modo que no
indicado dia ultimo dos mezes de Junho e Dezembro as
novas recrutas estejão impreterivelmente nos Corpos a
que tiverem sido destinadas.
Quinto: Quando hum Corpo marchar por qualquer
motivo de huma para outra Provincia, depois de ter o
Commandante effectuado a remessa das relações, que
se prescreve no paragrafo quarto, o General da Pro
vincia donde o Corpo sahir enviará ás da Provincia
aonde o mesmo Corpo for estacionar-se aquellas das di
tas relações existentes em seu poder relativas ao Semes
tre que correr, a fim de que o ultimo dos referidos Ge
neraes possa achar-se habilitado no tempo proprio a
cumprir o que fica determinado nos paragrafos terceiro,
e quarto.
Sexto: Todo o individuo que desde a data do presen
te Alvará em diante completar dez annos de Serviço,
sendo recrutado, ou sete annos, sendo voluntario, e
preferir continuar o Serviço, á baixa que lhe compete,
usará de huma diviza de distincção, a qual consistirá
em huma lista de panno escarlata da largura de huma
pollegada, posta em diagonal no braço esquerdo por
cima do cotovêlo. Se completar mais cinco annos de
 [ 874 |
Serviço; depois do prazo a que estava obrigado pela
Lei, e preferir continuar a servir, usará de duas da re
feridas listras de distincção, e assim successivamente
com o augmento de mais huma listra por cada cinco
annos que mais servir activamente ; bem entendido
que em razão do uso dos sobreditos distinctivos não
perderá praça alguma o direito ás demais recompen
sas, que ao diante lhe forem concedidas , ou que
já lhe competirem por Lei, segundo o seu tempo de
Serviço, nem ficará inhibida de requerer a sua baixa
em qualquer tempo que a pertenda, antes, dado esse
caso, o General da Provincia lha mandará expedir lo
go, sem dependencia das regras prescriptas nos para
grafos antecedentes, e o partecipará depois ao Com
mandante em Chefe do Exercito para se preencherem
estas vacaturas, quando se mandar proceder ao recru
t { II) entO. •
Setimo: As praças que completarem quinze annos de
Serviço, quer tenhão sido recrutadas, ou voluntarias,
e estiverem absolutamente incapazes de continuarem no
Serviço, serão admittidas em huma Companhia de Ve
teranos, com a denominação propriamente de = Vete
ranos = e o vencimento designado na Regulação, que
baixa com o presente Alvará, assignada pelo Conde de
S. Lourenço, do Meu Conselho d'Estado, Ministro, e
Secretario d'Estado dos Negocios da Guerra, e terão
s mais vantagens, de pão, fardamento, Hospital, e
* #, que lhes forão concedidas no Plano Geral pa
ra a creação das Companhias de Veteranos authorizado
por Decreto de trinta de Dezembro de mil outocentos e
seis. Os que completarem vinte annos de Serviço per
ceberáô, em quanto continuarem a servir activamente,
huma gratificação de vinte réis diarios, além do seu Sol
do; e quando estiverem impossibilitados para o Serviço
activo serão admittidos nas Companhias de Veteranos
com o vencimento já marcado na sobredita Regulação,
e as mais vantagens concedidas ás praças das mesmas
Companhias de Veteranos. Os que preferirem continuar
o Serviço depois de completarem nelle vinte e cinco an
nos terão, além da gratificação de vinte réis diarios,
direito a passar para as Companhias de Veteranos, quan
do assim lhes convier, seja qual for o seu estado fisico,
vencendo além das vantagens já estabelecidas para as
praças das Companhias de Veteranos, o Soldo que de
signa a supra mencionada Regulação. Os que chegarem a
servir trinta annos passaráô quando lhes convier para
as Companhias de Veteranos, seja qual for o seu esta
do fisico, e conservaráô a gratificação de vinte réis dia
rios, além do Soldo marcado na já referida Regulação,
e das outras vantagens que lhe competirem como pra
ças das Companhias de Veteranos. As praças que pas
sarem a Veteranos em consequencia de mutilação, fe
rimento, cegueira completa, e nleijão, por occasião
de Guerra, terão a denominação de = Veteranos refor
mados=; e só os que estiverem comprehendidos em al
gum dos ditos casos goza áõ da maioria do Soldo, e
das mais vantagens estabelecidas para esta classe de Ve
teranos pelas Portarias de trinta de Abril, e de treze
de Setembro de mil outocentos e quatorze: e se algu
mas destas praças já vencessem nos Corpos de Linha a
gratificação de vinte réis diarios (por terem servido mais
de vinte annos), continuaráõ a perceber esta mesma
gratificação, quando passarem á classe de = Veteranos
reformados =, ainda mesmo que não tenhão, completa
do os trinta annos de Serviço em primeira Linha, co
mo antecedentemente fica estabelecido.
. Oitavo : « Denominar-se-hão = Reformados unidos
áquellas praças das Companhias de Veteranos, que do
estado efectivo passarem á classe de reformados, sendo
necessario, para terem direito a esta reforma, acharem
se absolutamente impossibilitadas, e haverem comple
tado pelo menos trinta annos de Serviço, parte nos Cor
pos do Exercito, e o resto nas Companhias de Vetera
nos. Os que servirem trinta annos e mais, como ante.
cedentemente se prescreve, gozaráô da reforma com o
mesmo Soldo que percebião como praças efectivas das
Companhias de Veteranos: Os que tiverem servido pelo
mesmo modo trinta e cinco annos, e mais, venceráõ na
reforma o seu Soldo, e pão. Os que completarem da
mesma maneira quarenta annos, e mais de Serviço, go.
zaráô como reformados o seu Soldo, pão, e fardamen.
to. Os que chegarem a servir quarenta e cinco annos
pela fórma acima prescripta venceráô, quando passarem
a reformados, Soldo e meio da sua praça, pão, e far
damento: E os que passarem para Veteranos com a
gratificação de vinte réis diarios, e chegarem a comple.
tar quarenta e cinco annos de Serviço, pelo modo já
estabelecido, gozaráõ, quando forem reformados, além
das vantagens correspondentes a este tempo de Serviço,
a dita gratificação de vinte réis, que vencião em praças
efectivas das Companhias de Veteranos. A todas as pra
ças de Veteranos, que por esta fórma passarem á clas
se de=Reformados unidos= se dará Quartel, e Hos
pital, quando o pertenderem.
Nono: Em quanto ás praças, que actualmente exis
tem nos Corpos do Exercito, regulará, para se lhes da
TEIT BS SU18S #",
o tempo de Serviço, que foi esta
belecido nas Leis, por virtude das quaes começárão a
servir; e á proporção do numero de recrutas, que se
forem apurando, se irá dando baixa áquellas das so
breditas praças, que tenhão completado o tempo de
Serviço a que estavão obrigadas. Se porém algumas
destas praças preferirem continuar a servir, e comple
tarem dez annos de Serviço, sendo recrutadas, e sete
annos, sendo voluntarias, passarão a usar, huma
vez que continuem a servir, da primeira diviza de
distincção designada no paragrafo sexto, e terão jus,
conforme o tempo de Serviço que decorrer, a todas as
mais vantagens, sem excepção alguma, que se contém
neste Alvará. As praças que ora se achão nas Compa
nhias de Veteranos gozaráõ igualmente das vantagens,
que por este Alvará Sou Servido Conceder-lhes, só pa
ra o caso de passarem á classe de=Reformados unidos.
E este se cumprirá tão inteiramente como nelle se
contém, sem embargo de quaesquer Leis, Regimen
tos, Resoluções, Decretos, ou Ordens em contrario,
por que todos, e todas Hei por derrogadas para este
efeito sómente, como se delles, e dellas fizesse expres
sa, e especial menção, ficando aliàs em seu inteiro vi
gor: e valerá como Carta passada pela Chancellaria,
posto que por ella não ha de passar, e ainda que o seu
efeito haja de durar hum e muitos annos, sem em
bargo das Ordenações em contrario... Pelo que Mando
ás Authoridades, a quem o conhecimento deste possa
pertencer, que o cumprão, e guardem, e fação cumprir,
e guardar sem duvida alguma. Dado no Palacio de
Queluz, em onze de Abril de mil outocentos e trinta
e hum. = ELREI Com guarda. = Conde de S. Lou
renço.
Alvará por que Vossa Magestade Ha por bem regular
o tempo de Serviço das praças dos Corpos de Linha do
Seu Exercito de Terra, Concedendo certas vantagens
áquellas que preferirem continuar no Seu Real Serviço,
depois de findo o prazo a que ficão obrigadas, tudo co
mo acima se declara. — Para Vossa Magestade vêr.=
• • • • e
#"…" Joaquim Ribeiro
{{{XI •
o fez = Gregorio Gomes da
Regulação dos Soldos, que hão de competir ás praças
efectivas das Companhias de Veteranos, em vir
tude do Alvará de 11 de Abril de 1831.
• Classes. Soldo por dia.
Primeiro Sargento de qualquer Arma, com
praça em Veteranos - - - - - - - 160 réis.
Segundo Sargento, idem - - - - - - - 120 réis.

Furriel, idem - - - - - - - - - -
Cabo de Esquadra, idem - - - - - -
Anspeçada, idem - - - - - - - - -
Soldado, idem - - - - - - - - - -
Cabo de Tambores - - - - - - - - -
Tambor - - - - - - - - - - - -
Os Sargentos Ajudantes, e os Sargentos Quarteis
Mestres de qualquer Arma, os Clarins Móres, e Tam
bores Móres venceráõ nas Companhias de Veteranos o
Soldo de Primeiro Sargento destas Companhias. Os Ar
tífices de qualquer Arma, Ferradores, Clarins, Corne
tas, e Pifanos, venceráô, quando passarem ás Compa
nhias de Veteranos, o Soldo como Soldados destas Com
panhias. •
Palacio de Queluz, em 11 de Abril de 1831. = Con
de de S. Lourenço. = Gregorio Gomes da Silea.
Illustrissimo e Excelentissimo Senhor, — ElRei Nos
so Senhor Houve por bem, por Decreto de 7 do cor
rente mez, reformar na conformidade da Lei ao Coro
nel do Exercito, Manoel Nicoláo de Pontes e Athaide.
O que communico a V. Ex." para seu conhecimento, e
mais efeitos necessarios. Deos guarde a V. Ex." Paço
de Queluz, em 14 de Abril de 1831. = Conde de S.
Lourenço. = Illustrissimo e Excellentissimo Senhor Con
de de Barbacena.
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — ElRei Nos
so Senhor Houve por bem, por Decreto de 7 do cor
rente mez, conceder passagem no mesmo posto para a
classe dos addidos do Real Corpo de Engenheiros, ao
Tenente de Caçadores, e Lente do 3.° anno do Real
Collegio Militar, José Ignacio Pinto Machado. O que
communico a V. Ex." para seu conhecimento, e mais
efeitos necessarios. Deós guarde a V. Ex." Paço de
Queluz, em 14 de Abril de 1831. = Conde de S. Lou
renço. = Illustrissimo e Excellentissimo Senhor Conde
de Barbacena, • -
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — ElRei Nos
so Senhor Houve por bem, por Decreto de 9 do cor
rente mez, Despachar o Cadete do Regimento de Ca
vallaria N.° 3, Francisco Pereira da Silva, Alferes da
Tropa da Guarnição dos Estados da India, para onde
deve partir a bordo da Náo de viagem Maia e Cardozo.
O que communieo a V. Ex. º para seu conhecimento.
Deos guarde a V. Ex º Paço de Queluz, em 14 de Abril
de 1831. = Conde de S. Lourenço. = Illustrissimo e Ex
eellentissimo Senhor Conde de Barbacena.
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — Conforman
do-Se ElRei Nosso Senhor com o parecer de V. Ex.",
expendido no seu Oficio de 8 do corrente mez, sobre o
requerimento do Capitão graduado de Caçadores regres
sado do Ultramar, Pedro Fernandes da Silva, Houve
por bem Conceder-lhe a Graça de ser addido á Compa
nhia de Veteranos de Aveiro. O que levo ao conheci
mento de V. Ex.*, para que se sirva fazella realizar.
= Deos guarde a V.Ex. Paço de Queluz; em 14 de
Abril de 1831. = Conde de S. Lourenço. = Illustrissimo
e Excelentissimo Senhor Conde de Barbacena.
Illustríssimo e Excellentissimo Senhor, — ElRei Nos
so Senhor Manda communicar a V. Ex.° em resposta
ao seu Oficio de 8 do corrente, que Houve por bem
Conceder seis mezes de licença, para ir á Ilha de S.
Miguel tratar de negocios de particular interesse, a
João Dias-Ribeiro Crespo, Quartel Mestre do Regi
mento de Milicias do Termo de Lisboa Occidental, se
undo o supplicante solicitava no requerimento, que
. Ex.º me dirigio com o supracitado Oficio. Deos
guarde a V. Ex." Paço de Queluz, em 14 de Abril de
t 376 |
100 réis. 1831. = Conde de S. Lourenço.=Ilustriaimº e Ex
80 réis. cellentissimo Senhor Conde de Barbacena.
65 réis. (Seguem-se Licenças.) Conde de Barbacena, Chefe
60 réis. de Estado Maior General. = Está conforme o Original.
80 réis. = Ajudante General, Marquez de Tancos.
80 réis,
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
TURQUIA.
Constantinopla, 25 de Janeiro.
Todos os dias dispensa S. A. algum favor aos Arme
nios Catholicos. Levantou-se a pena do desterro a tres
familias Armenias, unicas que ainda estavão fóra desta
Capital. Outrosim expedio S. A ao Bispo Agob , Pa
triarca dos Armenios Catholicos, hum berat, no qual
se lhes concedem iguaes privilegios aos que ab initio go
zão os Gregos e os Armenios scismaticos. " +
Já começão a entabolar-se relações amigaveis entre
Gregos, e Armentos; graças ás sabias e equitativas me
didas que o Divan ha tomado para que desappareção a
rivalidade e animosidades que dividião estas duas na
ções. (Gazeta de Madrid.)
GRECIA.
Athenas, 12 de Janeiro.
Para 25 ou 26 do corrente deve ficar evacuada esta
Cidade e o Negroponto, pois assim o tem determinado
a Porta de accordo com os Embaixadores. Verificão-se
aqui muitas compras de bens de raiz: o Almirante Inglez
Mr. Malcolm fez edificar huma formoza casa com espa
coso jardim. He provavel que o Almirante se goze pou
co desta casa; mas servirá para attestar que nem só po
bres lavradores habitão na Atica. (Correio de Smirna.)
RUSSIA.
Petersburgo, 6 de Março.
Por huma resolução do Ministro da Fazenda, appro
vada por S. M. I. se vão abrir escolas elementares em
todas as aldêas que dependem da Coroa, a fim de dar
aos aldeãos a instrucção conveniente. Nestas escolas só
se admittiráô meninos de mais de oito annos, aos quaes
se ensinará gratis o cathecismo, ler manuscriptos e im
pressos, escrever, e os primeiros rudimentos de arithme
tica. (Gazeta de Madrid.)
POLONIA.
Parsovia, 22 de Março.
Ha dias que não se publicão noticias das operações
militares; e esta reserva não contribue de modo algum
para tranquilizar os animos a respeito da nossa futura
sorte. Com tudo, na Gazeta d'Estado da Polonia lêmos
hoje hum artigo mui curto, onde se diz, que por car
tas de Bomza e Mlawa, recebidas por via indirecta,
pois atravessárão o territorio Prussiano, se sabe que no
dia 14 do corrente houve huma acção sanguinolenta nas
margens do HVkra entre huma columna de tropa Polaca,
e hum numeroso destacamento de Cavallaria Russa.
Não se diz qual fosse o resultado desta acção.
 [ 376 }
. O nosso Governador General ordenou terminantemen rua direita da Junqueira, e com frente para a rua das
te aos chefes dos corpos reunidos nesta capital que man . Seleces, que vem a ser as portas principaes N.° 1 e 2
tenhão a boa ordem nos quarteis, dando occupação de huma propriedade, e da outra N.° 4, poderá fallar
aos soldados, a fim de que se não entretenhão em con com Manoel de Castro Brito, assistente na fabrica da
versações politicas. . * 1 - solla da Junqueira, que elle dirá quanto seu dono per
Amanhã 23 expira o prazo em que os habitantes não tende por ellas.
militares devem entregar as armas que tiverem em seu Antonio José da Silva Portugal faz público, que ele
“poder. Crê-se que o Governador General tomará seve ajustou com José Francisco Ramos, e sua mulher Isabel
ras disposições contra os contraventores, e que se exa Maria da Cruz, a compra de humas casas ao Quélhas,
minaráõ asa casas
obediencia daquelles
esta ordem. que forem suspeitos de des
• • fazendo passar Editaes de trinta dias, que principiárão
a 18 do corrente mez de Abril no Cartorio de Lino José
A nossa Gazeta d'Estado defende o manifesto feito á d'Almeida da Torre do Valle, para que quem tiver algum
nação Polaca pela associação central Franceza de Pa direito ao dito predio, se apresente a deduzillo dentro
ºrís, contra a critica rigorosa que lhe fez o Correio Po do referido prazo sobre o preço da venda, sob pena de
laco. se entregar aos vendedores logo que finde o dito tempo,
— Hontem chegou a esta Cidade o General Francez e sejulgarem livres e desembaraçadas de todos os encargos,
Excelmans com hum Coronel de Artilheria. O Governo Pertende-se arrendar a herdade do Biscainho na ri.
nacional os recebeo com a maior attenção. Parece que beira de Coruche , e consta de terras de pão, vinhas,
o General tomará o commando da Cavallaria, que se montado, e olival, com huma azenha ; cujo arrenda
acha vago pela demissão do General Szembeck. Mr. Er mento deve ter principio em o dia de S. Miguel proxi
celmans passou pelo territorio Austriaco sem que as Au mo futuro: quem a pertender, dirija-se á rua da Emen
thoridades locaes lhe pozessem nenhum estorvo. da N.° 27.
Tem-se estabelecido armazens no caminho de Kalisch Quem quizer comprar, aforar, ou arrendar a quinta
jara occorrer ás necessidades do Exercito. da Carrasqueira em Aveiras de cima, procure , ou es
Os Russos tem severamente castigado os moradores creva a seu dono Luiz Pereira Velho de Moscovo, na
de Pulaucy, que na ultima acção lhe fizerão fogo das Villa de Monção. •

janellas. Todos tem sido passados pelas armas, e o cas PLANO

1ello de Pulavy não he mais que hum montão de rui Para a 6.° Loteria, que no 1.° Semestre do presente anno
nas. A Princeza de Czartoryska, que era sua dona, fu de 1831 se ha de fazer pela Meza da Santa Casa da Mi
gio para o territorio Austriaco. (Gazeta de Breslaw. ) sericordia , Hospitaes Reaes de Enfermos e Expostos
desta Corte, na conformidade das Ordens Regias, ex
*—*§§ *—» pedidas pela Secretaria de Estado dos Negocios do Reino.
Será o seu Capital de 40.0003000 de réis formado de
Lisboa, 19 de Abril. 8:000 Bilhetes, a 53000 réis cada hum, em moeda-papel,
e nesta mesma especie sahirão liquidos de 12 por cento
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 19 de Abril. de beneficio os seguintes
A Galera Brazileira, S. João Baptista, veio de Pernam •• PREMIOS.
buco em 49 dias, mala, 2 passageiros, que são: a 1 - - - - - - 4.000 3000 - 4.000$000
mulher do Capitão desta Galera, e hum Estudante 1 - - - - - - 2.000$000 - - 2.000$000
Brazileiro. —Hontem á noute entrou o Hyate Real 4 - - - - - - 1.000,3000 - - 4.000$000
Santo Antonio. 4 - - - - - - 6003000 - - 2.0003000
- - Embarcações avistadas. 5 - - - - - - 2003000 - - 1.000$000
6 h. 45 m. 1 Escuna Ingleza ao Norte do Cabo do 9 - - - - - - 1003000 - - 900$000
. Espichel, e l Bergantim sem bandeira, ao Sudoes 11 - - - - - - 503000 - - 55030"
te do Cabo do Espichel. 20 - - - - - - 303000 - - 600$000
12 h. 7 m. 2 Bergantins sem bandeira a Oeste do Ca 110 - - - - - - 103000 - - 1.1003000
bo da Roca: navegão para o Norte. 2500 - - - - - - 73400 - - 18.5003000
6 h. 7 m. 1 Escunà sem bandeira ao Norte do Cabo 1.Ao 1.° N.° do 1.° dia 1503000 - - 1503000
da Roca. 1.Ao ult. N.° do ult. dia 4003000 - - 400$000
• " Embarcação entrada em Belém. •

11 h. 6 m. 1 Galera Portugueza, Pombinha de Lis 2667 Premios.

boa, do Rio de Janeiro, 84 dias, Oficios, mala,
6 passageiros, que são: hum Alferes, hum Tenen
te de Infanteria de Moçambique, dous maritimos,
e hum trabalhador.
- Embarcações entradas em S. Julião.
7 h. 1 Escuna Ingleza.
1 h. 31 m. 1 Bergantim Sueco. -
5333 Brancos.
8000 Bilhetes que importão 40,0003000 de
réis; dos quaes extrahidos os 12 por
cento do beneficio, he o total dos pre
mios distribuidos - - - - Rs. 35.2003000

Embarcações sahidas de Belém. •

Os Bilhetes serão assignados de Chancella pelo Illus

12 b. 56 m. 1 Brigue Escuna Portuguez, Flor do Mar,
para o Pará, e l Bergantim Francez, para Brest.
Embarcação sahida de S. Julião.
12 h. 56 m. 1 Brigue de Guerra Francez.
Annuncios.
- Quem quizer comprar duas propriedades de casas na
\,
LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA,
trissimo e Excellentissimo Escrivão da Meza da dita
Santa Casa, e pelo Thesoureiro Geral della.
O dia da venda desta Loteria se ha de fazer publico
pela Gazeta, e por Editaes, assim como o primeiro dia
da Extracção,
Entrarão sómente nas Rodas os Numeros e os Pre
mios; e o pagamento destes começará logo que se tenha
finalizado a Extracção.
=====

—=>-see-Koge<<<<=-
QUINTA FEIRA, 21 DE ABRIL.
PARTE OFFICIAL.
N.° 3—A.
Em cinco de Julho de mil outocentos e trinta levou
o Tribunal do Conselho da Fazenda á Soberana Pre
sença d'ElRei Nosso Senhor huma Representação do
Corregedor do Bairro do Rocio, e Superintendente da
Decima da Freguezia de S. Nicoláo, sobre impugnar
cumprir a Ordem, que lhe fôra expedida pelo Juizo do
Fisco por Inconfidencia ácerca de deverem ou não ser
collectados em Decima os Bens confiscados ao Desem
bargador Manoel de Macedo: Parecendo ao Conselho
que aquelle Juizo não era competente para inhibir os
Superintendentes a lançar Decima a certos Bens, nem
para mandar que ficassem sem efeito os Lançamentos,
e que as quantias se lançassem em Folhas: Houve o
Mesmo Augusto Senhor por bem declarar por Sua Real
Resolução de vinte e outo de Agosto do referido anno,
tomada na mesma Consulta, que devem ser collecta
dos na Decima, e quaesquer Imposições, a que estejão
sujeitos, os Bens dos Réos culpados no crime de Lesa
Magestade, em quanto os mesmos Bens não forem en
corporados nos Proprios da Sua Real Corôa, por Sen
tença condemnatoria, ou declaratoria da notoriedade
do crime, nos termos da Ordenação do Livro quinto,
Titulo sexto, nos paragrafos nove e dez, não obstante
a disposição dos Avisos de doze de Outubro, vinte e
hum de Novembro, e dous de Dezembro de mil outo
centos vinte e outo, para o que pela Repartição com
petente tinha Mandado expedir as Ordens necessarias.
= Com a Rubrica de EL REI NOSSO SENHOR.
E para que assim haja de constar, se faz publico por
esta fórma. Lisboa, 14 de Abril de 1831. = Conde Ar
mador Mór.= Doutor Diogo Vieira de Tovar e Al
buquerque.
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
POLONIA.
Parsovia, 22 de Março. dor General das Waivodias Polacas de Cracovia ,
•
Sandomir, Kalisch, Lublin, Plock, Masovia, Podla
O Vistula arrasta muito gêlo, e as suas aguas cres chia, e Augustowa, tendo-se-lhe conferido ao mesmo
cem todos os dias, de modo que temos sofrido hum tem tempo authoridades ilimitadas. (Jornaes Allemães.)
* *
ANNO 1831.
po muito máo, achando-se cortada a communicação
com Praga por ter sido preciso tirar a ponte. Esta he
a causa de que todas as operações militares se achem
por ora suspensas. (Gazeta de Madrid.)
PAIZES-BAIXOS,
Bruxellas, 23 de Março. * *
Parece que o embaraço, ou antes a desgraça em que
se achão as nossas Finanças, a situação critica em que
está o Governo pela notificação, que lhe fôra feita, de
promptamente se pôr em pratica a determinação do
Congresso de Londres, obrigou a convocar o Congres
so para o dia 29. Os inimigos do nosso Governo espe
rão com impaciencia alguma medida extrema daquella
Assembléa, que apresse o transtorno da ordem actual
de cousas.
Afirma-se que a Commissão Provincial das manufa
cturas teve hontem huma Audiencia do Regente, o
qual escutou commovido a representação que lhe fez da
estagnação do Commercio, e Manufacturas, e decla
rou que o seu mais vehemente desejo era vêr estabeleci
do hum Governo regular, e passada a crise em que es
tavão: que tinha expedido Correios a Londres e Paris,
a fim de alcançar a medeação de França e Inglaterra,
nos arranjos que se havião de concluir com a Hollanda.
Sabemos com grande magoa, diz o Observador de
Heinault, que em Mons, sabbado á noute muitos pos
tos confiados á Guarda Civica forão desemparados pe
las Guardas, que os abandonárão. Diz-se que da gen
te momeada para entrar hontem de guarda, bem pouca
appareceo á Parada, e outros depois achando o ser
viço demasiadamente pezado para o seu pequeno nume
ro, e zangados pela liberdade que os seus Camaradas
tomárão de ausentar-se, forão tambem tratar dos seus
negocios, e deixárão os postos para se guardarem por
si mesmos. (O verdadeiro Pat.]
PRUSSIA.
Berlim, 26 de Março.
Por hum Ukase Imperial Russo, datado de Peters
burgo a 21 de JaneiroÉde Fevereiro), e authorizado
pelo Ministro Conde Esteban Grabowski, foi nomea
do o Feld-Marechal Diebitsch Sabalkanski Governa
 1878 |
AUSTRIA. chal Barão Frimont, entrou em Bolonha no dia 21. Na
•

> vespera sahio daquella Cidade o Presidente Vicini, le

Viennó, 19 de Março. vando os cofres publicos, seguido pelo seu pequeno exer
- **- cito, debaixo do commando do General Zucchi, diri
Ainda que a maior parte dos Regimentos do I1OSSO gindo-se todos para Romagnoli. Antes de sahir teve o
Exercito estão já completos sobre o pé de guerra, sabe cuidado de encarregar aos habitantes de Bolonha que
se que o nosso Governo mandou fazer outro alistamento se defendessem vigorosamente: em consequencia a Guar
de 503 homens, distribuidos do modo seguinte: Archi da nacional, que fazia a guarnição, enviou alguns des
ducado de Austria 7,014; Bohemia 13,359; Moravia e tacamentos para se opporem á marcha das tropas Im
Silesia 7,201: Styria 3,041; Illiria 2,541; Paizes Lito periaes. Logo que a vistárão as avançadas, alguns far
raes 1,228; Galitsia 15,556. Havendo já apromptado a =çolas de Bolonha quizerão persuadir os Austriacos que
Hungria 603 homens, e 103 o Reino Lombardo-Vene-º. não poderião entrar na Cidade senão passando por cima
%ianno, ficão exceptuados deste novo alistamento.-- — º de seus corpos; adiantando-se porém hum Oficial de Hus
A cada Regimento de Linha estavão aggregados os sares Alemães disparou huma pistola ao ar, e lhes intimou
quadros dos primeiros batalhões da Landwehr, mas que se retirassem quanto antes, e que persuadissem ao Se
por disposição do Conselho Aulico de Guerra, tambem , nado de Bolonha que se submettesse ao Santo Padre. Bas
se pozerão no pé de guerra estes batalhões. Hoje estão-se * tou esta intinação, pois logo se dispersárão os patriotas
##### dous batalhões da Landwehr, e he prova de Bolonha, deixando livre o caminho, e naquella mes
vel se incorporem ao Exercito de reserva da Bohemia. ma noute entrou na Cidade o General Austriaco, sem
Vão tirar-se dos parques de Brunn, Praga, Vienna, e mais acompanhamento que huns poucos de Oficiaes, e
Gratz 40 baterias de 6 peças cada huma, com as quaes foi perfeitamente bem recebido pelos moradores, que já
irão dous apparatos de foguetes de Congreve: tambem estavão alguma cousa satisfeitos do jugo patriotico. A
estão promptos a marchar muitos carros de trem, força que os Austriacos empregárão nesta expedição
( Gazeta de Madrid. ) consiste em ló,3 homens, divididos em tres columnas:
huma destas marcha sobre Roma para afugentar daquel
ALLEMANHA. la Cidade os insurgentes que ali se achão.
, , No dia 22 chegou a Bolonha o Cardeal Oppizoni,
Francfort, 19 de Março. e tomou o governo em nome de S. S. . .
O Bergantim Francez d'Assas entrou em Civitavechia
A Confederação Germanica acaba de resolver que o para proteger as propriedades, Francezas.
Exercito se #
e ponha em pé de guerra, augmen (Gazeta de Madrid.)
tando-se huma Divizão de Carabineiros, para cuja for
mação decretou o Senado se admittissem voluntarios. Milão, 23 de Março.
( Gaz, de Cassel. )
- O Barão de Frimont, General de Cavallaria , e
HOLLANDA, }
Commandante das tropas Austriacas que se achavão no
Reino Lombardo-Veneziano, publicou e fez circular a
Haya, 25 de Março. seguinte Proclamação:
» Subditos do Soberano Pontifice, tendo-vos dirigido
S. M. publicou bum decreto pelo qual organiza de S. S., ainda que inutilmente, palavras de paz, de man
novo o seu Exercito. Compôr-se-ha este de tres Divisões sidão, e de indulgencia para fazer entrar em seu dever
debaixo das ordens do Principe Frederico. Os Com os mal intencionados que nas diferentes Provincias de
mandantes dellas serão os Tenentes Generaes Van-Geen, seus Estados se havião precipitado nos horrores da in
-Meyer, e o Duque de Saxonia-HVeimar.
• (Gazeta de Madrid.) - surreição, e não tendo o efeito que esperava o pater
nal coração do Soberauo Pontifice, se dirigio por mim
ITALIA. •

a S. M. o Imperador d'Austria, meu Augusto Amo e

Soberano, para obter o seu auxilio contra os crimino
Fronteiras, 25 de Março. sos attentados desses rebeldes. -

» Em consequencia disto, e em virtude da authoriza

A deputação de Bolonha, que tinha sahido ao encon ção que S. M. I. se dignou dar-me, vou entrar com
tro do General Frimont, chegou a Samoggia. Depois hum exercito de tropas fim…. nos Estados sugeitos
de ter-se apresentado a S. Ex.° lhes disse com muita á Soberana Authoridade de S. S., onde os rebeldes tem
*# o General: «Eu vim com as tropas Imperiaes transtornado
taneamente a oSuprema
Governoauthoridade.
legitimo, e usurpado momen
aos Estados Pontificios para restabelecer nelles a autho •

ridade legitima, usurpada momentaneamente pelos re » Vassallos de S. S., vou preencher huma obrigação
beldes.» Quantos tinhão tomado as armas, e se havião sagrada. As tropas que me tem sido confiadas observa
reunido em Bolonha, se retirárão desta Cidade com ráõ a ordem mais exacta, e a mais severa disciplina:
mandados pelo General Zucchi, no dia 20 do corrente, não vem como inimigas; forão chamadas para auxiliar
vespera, da entrada dos Austriacos, levando em sua o vosso Soberano, contra o qual se tem rebellado in
companhia o Cardeal Benvenutti. As avançadas das justamente certo numero de perversos: vem restabelecer
tropas Imperiaes estão muito mais além de Balonha. o Governo legitimo, e libertar-vos dos horrores da anar
A noticia da entrada dos Austriacos em Ferrara cau quia.
sou em Roma muito jubilo. O General Resta publicou » Dada em Milão, aos 19 de Março de 1831.= As
no dia 14 hum perdão a favor dos soldados do Exercito signado = O General em Chefe Barão de Frimont.
Papal, que se houvessem passado aos rebeldes, se den
tro de certo prazo se reunissem á suas bandeiras. GRÃ-BRETANHA.
Nas duas &#. se continúa
a gozar de perfeito so
cego. As cartas de Palermo annuncião que no Etna ti Londres, 31 de Março.
nha havido huma irrupção violenta. (Iden.)
* ** +" , } A noticia da baixa dos fundos Franceses causou mui
- * Genova, 23 de Março. ta sensação no mercado, e a primeira impressão fez que
os consolidados descessem a 76 à aunda que depois su
o Exército Austriaco , commandado pelo Fel-Mare bírão a 77 ; e #.
 [ 879 ]
Chegou a esta Capital o filho de Mr. Perrier, e dizem
que traz despachos em que o Governo Francez pede que
entrevenhamos entre elle e o d'Austria,
A ultima Sessão das Camaras do Parlamento não
oferece nenhum interesse, nem importancia. A Cama
ra dos Deputados prorogou-se até 12 d'Abril,
Sir H. Parnell acceitou o emprego de Secretario da
Guerra, vago por demissão de Mr. Wyman. Diz-se que
este despacho não he mais que huma escala para que
Sir H. Parnell passe a substituir Lord Althorp no em
prego de Chanceller do Exchequier.
A terceira leitura do Bill de reforma, que devia veri
ficar-se na Camara dos Deputados a 14 d’Abril, trasla
dou-se para o dia 18.
— O estado dos negocios na Belgica he tão deplora
vel que parece impossivel suster-se a Regencia. Espera
II1OS ?? instantes que as Grandes Potencias em união
com huma parte recommendavel da povoação restituão
o socego áquelle desgraçado paiz, mediante o ajuste que
pareça conveniente. Nào parece provavel que o Princi
pe d'Orange seja bem admittido pelo povo; e assim he
necessario pensar em outra combinação nova. As cartas
particulares de Bruxellas dizem que se tracta de ofere
cer a Corôa ao Principe de Saxe-Coburgo com obriga
ção de cazar-se com huma Princeza Franceza. Deste
modo assegurava-se completamente a independencia da
Belgica debaixo da garantia da França e d'Inglaterra;
e residindo o Monarca com a sua Corte em Bruxellas,
a industria nacional se vigoraria e reanimaria, Hum
Periodico de Bruxellas diz que o Conde Aerschot, En
viado Belga, não foi recebido pelo nosso Governo.
Admira-nos a impudencia dos Belgas em o cá manda
ICII]» (Courier.)
FRANÇA.
Paris, 3 de Abril.
Praça do Commercio hontem. Os cinco por cento
consolidados, de 75 a 76 fr. Acções do Banco 0000.
Emprestimo Real de Hespanha 64. Renda perpetua de
idem 434.
No dia 26 de Março se decidio em hum dos Tribunaes
de primeira instancia desta Capital a ruidoza questão
sobre o cazamento civil dos Ecclesiasticos. Todo o Tri
bunal decidio unanimemente que as ordens sagradas não
são impedimento para poder contrahir o matrimonio;
assim, pois, todo o Sacerdote que renunciar ao seu es
tado, e cuja renuncia seja admittida pelo seu Bispo res
pectivo, póde cazar-se civilmente, em attenção a que
a carta constitucional de 1830 não reconhece a Religião
Catholica, Apostolica Romana como Religião do Es
tado, nem os Canones dos Concilios como Leis do Es
tado, sem disposições especiaes que assim o declarem.
(G. de França.)
O Correio Francez traz as seguintes reflexões sobre a
revista que o Rei passou á Guarda nacional em 27 de
Março.» Ha sete mezes, diz, que no mesmo sitio pas
sou o Rei revista o 603 homens vestidos e armados co
mo porencanto, e que recebêrão as bandeiras da sua Real
mão. Então o enthusiasmo do povo confundia-se com o da
Guarda nacional, e os vivas não interrompidos de huns
e outros publicavão huma alegria e hum contentamento
geral; hoje, porém, tudo he peló contrario. Os Ofi
ciaes estrangeiros, que naquella época acompanhátão o
Rei, assistírão tambem a esta ultima revista para pode
1em attestar a singular mudança que tem encontrado na
opinião do povo.
Lê-se na Tribuna o seguinte: , - - que Deos tem em Gloria: José Vicente Fernandes; Jo
Ha dous mezes que não tinhamos sénão hum presup
posto de huns 1,200 milhões de francos. Ha 19 dias que
era de 1,300; hoje ás quatro horas o fez subir Mr. Hu
mann a 1,434:655,000 ; e ás quatro e bum quarto
Mr. C. Perrier assegurou que ámanhã chegaria a
1,534:655,000 francos. Eis-aqui hum presupposto tri
Plicado do que se apresentou no tempo do Consulado.
Hum Ministro persuadindo a hum dos seus subal
ternos a necessidade em que se achava de renunciar a
ser hum dos individuos da associação nacional, falou
lhe nestes termos: º Ninguem sabe o mal que similhan
» tes associações nos produzem. Os Embaixadores de to
3
” das as Potencias Estrangeiras tinhão-se congraçado
” de tal modo comnosco, que já podiamos contar com
” eles; e muito mais logo que se verificou a revolução
º Ministerial de 13 de Março, que tanta satisfação lhes
º causou, e que os determinava a deixar-nos disputar
º e brigar entre nós mesmos com os nossos principios
» da soberania nacional. Neste caso poderiamos certa
º mente assegurallos de que nada terião que temer da
” nossa parte, e que jámais nos opporiamos á medida
º severa que quizessem adoptar para reprimir e sufocar
” o espirito revolucionario que atormenta alguns povos;
” mas em tal estado, que desgraça! as vossas associa
» Qões nos constituem outra vez em grandes difficulda
» des e perigos. Não, os Embaixadores não querem,
» nem podem ouvir fallar de associações; e dizem, que
?
” em quanto o Governo as permittir, não poderá pro
m metter-se a estabilidade, a solidez, e a força tão ne
º cessarias para que as Potencias estrangeiras se avan
º cem até poderem segurar a paz á França. »
(Nacional.)
*—º §§ *-*
Lisboa, 20 de Abril.
(Artigos communicado…)
ElRei Nosso Senhor, em 16 d'Abril, no Real Pala
cio da Bemposta, attendendo ao que Lhe representou
Filippe José Coelho, Mestre das obras da Serenissima
Casa e Estado do Infantado, foi Servido conceder a
Graça de trazer pendente ao peito a Sua Real Efigie
em Medalha de ouro, ao Doutor Antonio Gonsalves
Torres, Vigario da Villa de Vouzella; tendo concedi
do a mesma Graça a seu irmão João Rodrigues Gon
salves, em 22 d'Abril do anno passado.
ElRei Nosso Senhor foi Servido permittir que João
Baptista da Costa, Tenente Coronel Commandante do
Batalhão de Voluntarios Realistas de Portalegre, os
Oficiaes, Oficiaes Inferiores, Cornetas, e Soldados do
dito Batalhão possão todos usar da Medalha da Sua
Soberana Efigie.
Tendo a honra de beijar a Real Mão de Sua Mages
tade, o Senhor Dom Miguel I., no dia 16, o Benefi
ciado Antonio Ribeiro Ferrão, obteve a Graça do mes
mo Augusto Senhor para poderem usar da Medalha de
ouro com a Sua Real Efigie, as pessoas abaixo decla
radas: o Padre João Luiz Nepomuceno, Cura da Col
legiada de Nossa Senhora do Calhão; a Madre Fran
cisca Paula dos Querubins; a Madre Rita Joaquina
de Cassia, Religiosa do Mosteiro de Santa Clara, todos
naturaes da Ilha da Madeira: o Padre Mattheus José
da Rocha, da Villa de Castro Vicente, Comarca de
Moncorvo. O mesmo Augusto Senhor Se dignou conce
der aos abaixo declarados, não só a Sua Augusta Effi
gie, como a da Sua Augusta Mãi a Imperatriz Rainha,
sé Caetano Martins pai, e José Caetano Martins filho,
todos moradores na Villa de Obidos.

* # . * …—º §§ *--* '
Telégrafo. — Serviço da Barra.—20 de Abril.
. . … e . Embarcações avistadas.
5 h. 15 m. 1 Bergantim sem bandeira, 1 Escuna dito,
- e 1. Galicta dito. — 1 h., 14 m. 2 Bergantias dito,
e 1 Brigue Escuna dito ao Norte do # da
ca - os Bergantins, o Brigue Escuna, e a Escuna
navegão para o Sul.
- - , Embarcação entrada em S. Julião.
11 h. 55 m. 1 Galeota Hollandeza.
|- ., a Embarcações sahidas de S. Julião.
1 h. 33 m. 1 Hiate Real, Felicidade.
3 h. 32 m. 1 Charrua Portugueza, Maia e Cardoso.
… Embarcações sahidas de Belém.
-
1 h. 33 m. 1 Galera Portugueza, Santa Cruz, para o
Maranhão.
3. h. 32 m. 1 Brigue Escuna, e 1 Escuna Inglezes, pa
ra Londres. • •
***
-Publicações Litterarias.
Sahio á luz o N.° 17 do Desengano.
Sahio á luz: Grammatica Franceza, Theórica, e Prá
tica , redigida por hum methodo inteiramente novo,
contendo muitos thèmas no fim de cada Regra, assim
como varias noções importantes, que se não achão em
nenhuma outra Grammatica: obra tão util aos que de
sejão, principiar o Francez, como áquelles que, tendo
já algumas luzes da mesma lingua, quizerem aperfei
*çoar-se no conhecimento della. Vende-se por 800 réis
na loja de J. Henriques, e nas do costume.
A primeira parte do 2.° tomo de Costados das Fami
lias Nobres destes Reinos, que contém as Arvores das da
Provincia do Minho, se vende por 13920 rs. metalicos
em Lisboa, nas lojas de Caetano Antonio de Lemos,
João Henriques, e de Carvalho ao Ghiado; em Coim
bra, na de Francisco Manoel Rodrigues; no Porto, na
de Costa e Paiva; em Braga, na de Manoel José Al
ves Vicente; em Lamego, na de Francisco José da Cu
nha; e em Evora, na de Francisco Alipio. Declara o
Author pela ultima vez, que para a continuação da obra
não receberá cartas senão francas de porte.
- Continúa a vender-se por 100 réis na loja de João
Henriques na rua Augusta N.° 1, a sentença dos ulti
mos padecentes.
· : Annuncios.
. No dia 27 de Abril corrente ha de expôr-se á venda
a Sexta Loteria da Misericordia desta Côrte, respecti
va ao actual semestre.
Na rua do Ouro N.° 173, terceiro andar, está esta
belecido hum Collegio para meninas, sustentão-se, e en
sinão-se a ler, escrever, contar, cozer, fazer meia, mar
car, e bordar, por 63000 réis por mez.
Angelo 3amita tendo feito huma sociedade de 14 bi
lhetes da 6.° Lotaria da Misericordia, aconteceo extra
viarem-se os numeros 3,992 e 5,796, ainda não sahidos
da roda, e por isso partecipa ás pessoas que possuirem
as cautellas, que ficão de nenhum efeito os ditos nu
meros, obrigando-se sómente a pagar a entrada respecti
va aos mesmos. Lisboa, 19 de Abril de 1831.
Fernando Migueis, por cabeça de sua mulher Joanna
Maria de Magalhães, partecipa a todas as pessoas que
tentarem comprar ou comprarem á sua sogra Anastasia
do Carmo, segunda vez cazada com Francisco José Gon
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
[ 380 ] |
galves, a propriedade sita na rua direita de S. João dos
Bem Cazados N.° 109 até 114, que a mesma está ainda
onerada e responsavel para com os herdeiros de Antonio
José de Magalhães, primeiro marido da sobredita ven
dedora, avizo que faz para que de futuro se não allegue
ignorancia, posto que inatendivel, e se saiba que passa
com encargos.
Ro Na fabrica de louça fina de Silva Lisboa, rua do Cu
'ra N.° 32, Freguezia de Santos, se admittem aprendi
zes para a pintura da louça, os quaes ganhão hum mo
dico jornal, e terão a preferencia os meninos bem edu
cados, e com alguns principios de desenho.
Na rua dos Capellistas N.° 88, 2.° andar, empresta
se dinheiro sobre quaesquer valores; desconta-se recibos
de Marinha, Brigada, e Exercito; e tambem se vende
tudo modicarmente.
No largo de S. Carlos N.° 3, 1.° andar, se empres
•
tão pequenas e avultadas quantias sobre penhores de
ouro, prata, e brilhantes, ao premio mais modico pos
sivel ; o Escriptorio está aberto desde as dez horas da
manhã até ás tres da tarde.
Quem pretender comprar a preza Escuna Mary Ann,
avaliada em 1:2503000 rs., á qual se fez o abatimento
da quinta parte, ficando em 1:000$000 rs., sobre cuja
quantia se ha de lançar, pode procurar o Agente das
Prezas, na rua dos Capellistas, N.° 57, ou em sua
casa no largo de S. Sebastião da Pedreira, N.° 62C,
para se tratar de annunciar o dia em que se ha de pôr
em praça.
Na rua direita de S. Paulo, defronte do Oratorio de
Nossa Senhora da Piedade , no armazem e loja de vi
dros N.° 37 e 38, de João Aldosser e Sobrinhos, ha pa
ra vender pianos fortes de patente, do melhor Author,
•
novamente chegados, e cordas de rebeca ; tambem da
verdadeira graxa de Day e Martin, de Londres.
Abrio-se hum armazem na rua do Arco do Bandeira
com tres portas, N.° 76, e entrada pela escada N."
75, para a venda de vinho tinto e branco, pelo grosso
e miudo: este genero he das melhores lavras do termo
de Alomquer, e huma grande parte delle proprio para
embarque, cujas encommendas se promptificarão; e co
mo o fim primario do vendedor he a prompta extrac
ção, o venderá pelo miudo a 80, 100 e 120 réis a ca
nada, e far-se-ha toda a qualidade de arranjo, que seja
compativel com os interesses do comprador e vendedor,
porque tendo este grande quantidade de vinho, deseja
pôr-se em harmonia com os que delle precisão para seu
aStO.
• •
8 Na tarde do dia 25 do corrente se ha de arrematar
na praça do Deposito Geral, com o abatimento da
quinta parte do valor de 4243780 rs., huma courella
de vinha, sita nos Lagares d'ElRei, Freguezia de S.
Jorge, e he Escrivão da arrematação Couto.
Segunda feira 25 de Abril, na praça publica dos lei
lões, se hão de arrematar com o abatimento da quiata
parte do seu valor, os bens seguintes: huma terra no
lugar de Pragousse, termo de Cascaes, avaliada em
703000 rs., outra terra ahi avaliada em 1503000 rs.;
huma vinha e terra chamada as Pedras alvas em 1203
rs., o Dominio util em huma vinha e arvores em 608
rs., outra terra que foi vinha em 303000 rs., outra ter
ra no sitio do forno da telha em Manique de baixo em
16,3000 rs., humas casas ahi em 1083000 rs., outras
casas no sitio de Casselhas, termo de Oeiras em 1803
rs.: he Escrivão da arrematação Negreiros.
No casal de Alvito em Alcantara se dá verde de ce
vada e annafa a 240 rs. por dia.
= ===
 NuM. 94.
GAZETA DE LISBOA.
SEXTA FEIRA, 22 DE ABRIL.
Xpt->$#@$@$#$#<-9o+<=
PARTE OFFICIAL.
R E A L E R A R Iro.
No dia 22 do corrente se pagão na Thezouraria Ge
ral dos Ordenados os mezes de Outubro, Novembro, e
Dezembro de 1829, das folhas, a saber: Casa das Car
nes, Portagem e Herdades, Siza das Herdades, Tres
Casas, Terças do Reino, Obra Pia, Fruta.
IT T= II.
PARTE NÃo orFICIAL.
–== — - - A_1
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
POLONIA.
Varsovia, 21 de Março.
No dia 17 inspeccionou o General Bowiecki, acom
panhado do seu Estado Maior, todas as obras de defe
zu interior da Cidade, as palissadas, os parapeitos, e
quanto se havia feito nas casas particulares" para sua
defeza. Determinou-se que se fizessem passadiços subter
raneos e contra ininas. • -
Escrevem de Cracovia que o General Klopiski estava
gravemente mal da sua ferida.
No mesmo dia 17 se esteve ouvindo o fogo d'artilhe
rta na direcção de Ostrolenka.
Escrevem tambem de Pulawy que a Cidade tinha fi
cado muito maltratada em consequencia dos ultimos
ataques dos Russos, e que toda a Pollachia situada
sobre a margem do Fistula se travia arruinado.
Ha alguns dias suspendeo a Dieta as suas sessões;
unicamente se reunem os Nuncios como simples parti
culares. Assegura-se que as commissões acabaráô dentro
de poucos dias o projecto da lei relativa á distribuição
das propriedades territoriaes. - baixadores, assim Anglicanos como Protestantes, Gre
— O estado do Vistula tem em suspensão ainda as
operações dos Russos, os quaes se estendem sobre a
margem esquerda; mas o Marechal Diebitsch aproveita
este tempo para dar ássuras tropas acantonamentos mais
extensos, e mais commodos. O seu Quartel General es
1á ein Sienica. Em razão de saber-se que o General
--Seraveski queria reunir-se ao General Ducerniki, envion
-O. Adarechal Diebitsch para o impedir o Quartel Mestíc
ANNo 1831.
>>6->|$@$#$#9G<<==-
General Toll com hum corpo de cavallaria, e huma
divisão de granadeiros. No dia 9 se apoderou outra vez
de Pulawy a vanguarda do General Murawiew.
O Coronel Polaco Micielscki, que chegou segunda
vez no dia 8 como parlamentario, foi recebido e despe
dido
II) e IT apelo
COIT)Marechal
II) 1SS8 O.
-
Diebitsch como quando levou a pri
•
As noticias das fronteiras annuncião que o segundo
corpo de Infanteria estava caminhando para Bresc-Li
tewski, aonde já tinhão chegado os primeiros escalões
As Guardas Imperiaes continuão marchando para Pul
tusk pelos caminhos de Grodno e Kowno.
(Observador Austriaco.)
FRANÇA.
Paris, 3 de Abril.
O Precursor de Leon diz o seguinte:
» Varios Periodicos_fallão das innumeraveis vexações
que experimentão na Italia Austriaca os viajantes Fran
cezes; da interceptação da correspondencia, de que
lhes não querem dar passaportes etc. Nós sabemos, pe
has queixas de varios commerciantes desta Cidade, que
tudo he verdade. Além disto, alguns viajantes Fran
cezes, que descorrião pela Italia com o objecto dos seus
negocios que
mercantis, forão detidos em Modena, e se lhes
intimou voltassem atraz." •
A Gazeta de França, depois de manifestar em humi
artigo de miscelania politica as razões que assistem ao
Gabinete Austriaco para intervir nos assumptos de Ita
lia, diz pelo que toca a Roma o seguinte: -
* O Papa, dizem os liberaes, não he Archiduque de
Austria, nem seus Estados tem de recahir no Impera
• • dor..... Isto he verdade, porém o Soberano Pontifice
he Pai commum e Chefe da Christandade; o seu pala
clo he a casa de Deos, e quando nelle occorresse hum
incendio, todos os Fieis estão obrigados a atalha Ho
Nos Estados acha-se tudo organizado debaixo da con
fiança de que alli se não alterará a paz que elle préga
ao Genero Humano. A obrigação de soccorrer o Papa
está tão universalmente reconhecida que, á primeira
noticia das desordens de Italia, tropas, esquadras, Em
gos e Catholicos, se trasladárão para as suas im media
çòes.... E a Austria só, a Austria que he a Potencia
mais vizinha, a mais interessada na tranquillidade da
Italia, havia de negar ao Soberano Pontifice o soccorro
que este he pede, e que por tratados ella está abrigada
a dar-lhe ! Nestes tratados he que se estriba a seguran
ça da Santa Sé; são elles a causa de que o Santo Padre
não haja previsto os perigos que "bum"vizinho poderoso

tinha tomado a seu cargo evitar; e quando he chegado
o caso de pôr em execução o promettido, negar-se-hia
a fazello o Gabinete Austriaco para comprazer aos li
beraes de França ? Seria injusto, contrario á boa fé, e
sobre maneira absurdo negar este auxilio, violar este
contracto, e permittir que se propague huma desordem
que ameaça a propria segurança d'Austria; seria hum
crime immolar os deveres que a honra impõe, e a Reli
gião manda cumprir aos direitos que huns bandidos se
tem creado. .
por similhantes motivos se pozessé o Gabinete
Francez em guerra com o da Austria, daria motivo a
que se acreditassem as vozes que os seus inimigos se es
merão em propagar, de que o Embaixador que foi a
Roma levou encargo distincto do que manifestou; e sepa ção, agitação e desalento dos especuladores, em ter
rar-se-hia de tudo quanto ha respeitavel na Europa para mos que ao fechar a praça experimentárão todos os fun
associar-se ao que ha de mais desprezivel. E porque havia
de proceder assim! Que vantagens esperaria conseguir em
troco do opprobrio de que se cobriria? Pretenderia gene
ralizar a revolução na Italia para a estabelecer alli, para
tornar a der: amar, como tantas vezes tem acontecido, o
seu sangue, e as suas riquezas em humas Provincias de
que em breve se vio despojado ! Se Buonaparte não pou
de conservar a Italia, como poderia chegar a conserval
la o actual Governo Francez! Esta pretenção, se exis
tisse, serviria mais para divertir a Europa que para ate
morizalla. - •
Ora bem: a França que não tem podido auxiliar
quatro milhões de Belgas sublevados por instigação sua,
situados em huma prolongação do seu territorio, prote
geria eficazmente a huns tantos mil Italianos, gente de
bil por natureza, pouco valentes por caracter, e que
habitão do outro lado dos montes! A França que nem
se quer tem negociado a favor dos Polacos, perpetuos
imitadores da sua conducta, companheiros de suas an
tigas emprezas, pelejaria para que triunfassem os estu
dantes de Bolonha! Não: a nação Franceza saberá fa
zer differença entre o que a honra nacional ordena, o di
reito authoriza, e o que alguns innovadores desejão.
A nação Franceza abster-se-ha já de proclamar esse
principio de não intervenção, que ella mesma fez em pe
daços, tomando parte nas conferencias de Londres; e
em vez de proteger os revolucionarios para que, atrope
lando a razão, o direito, e a humanidade, transtornem
a Europa; e se unitá ás demais Potencias para afiam
çar o socego de todas as nações.
- (Gazeta de França.)
Com data de 17 de Márço avisão de Napoles que a
Corte havia recebido com summa alegria a notícia da
entrada dos Austriacos em Ferrara. A correspondencia
entre o Gábinete Napolitano, Vienna, e Milão, he
mais activa que nunca. (Quotidiana.)
O Monitor de hontem contém as noticias seguintes:
» Em virtude de ordem de S. M. cessou do seu en
prego de Ajudante d'ordens do Rei, Mr. Alexandre La
borde. - ; •
» Por Decreto do 1.° do corrente deixão de ser mem
bros do Conselho d'Estado MM. Odillon Barrot, e La
borde.» : " , º • >
A "vista destas estrondosas destituições, o Ministerio
descarregou o golpe na liga; assim vê-se que o Gover
no se separa violentamente do partido das associações,
• * (Gazeta de França.)
*
·."
. A crise não pode tardar a manifestar-se. Os Francê
zes tem escolhido a parte mais detestavel: não podem
viver sem liberdade, e, com tudo, não sabem usar del
Ja. O espectaculo dessas contendas, de que elles mes
mos não querem, ao que parece, tirar vantagens, será
util para nós, porque, como não podemos impedir que
os. Franceses se destruão a si mesmos, pelo menos apro
[ 882 )
veita-se a Europa disso para aperfeiçoar a sua civilisa.
ção. Assim pois sejamos independentes; vivamos uni
dos, e estejamos preparados á roda desse volcão fuman
te, até que chegue a consumir-se a si mesmo.
(Gazeta d'Augsburgo.)
No momento de se abrir hontem a praça do com
mercio subirão os fundos; mas duron pouco tempo es
sa vantagem , porque immediatamente se espalhou a
-
noticia de que o Munitor do dia seguinte publicaria a
nomeação do Marechal Soult para o commando do
Exercito
Meio dia. do Norte, e a do Marechal Gerard para º
•
Esta noticia, certa ou falsa, augmentou a inquieta
dos huma baixa muito mais consideravel do que se hou
vera previsto pelos Decretos publicados naquella mesma
manhã. (Gazeta de França.)
Achão-se reunidos actualmente nas Provincias do
Rheno tres corpos do Exercito Prussiano, cuja força
subirá a huns 90,000 homens, inclusa a Landwerk
que depende dellas. Outros dous corpos tambem devem
reunir-se-lhes: os hospitaes, os Correios, em fim tudo
está perfeitamente, organizado como para entrar em
campanha. (Constitucional.)
Idem, 23 de Março.
. Os Jornaes tem annunciado que o Arcebispo de Pa
ris havia embarcado no Havre, para passar á Ingla
terra. Sem querer qualificar as intenções que poderãº
espalhar similhante noticia, não receamos afirmar que
ella he inteiramente falsa. Não só o Arcebispo de Pa
rís não pensa em deixar a França, mas até está bem
decidido a não se afastar da sua Diocese, e a correr an
tes todos os perigos do que abandonar o seu rebanho.
He precizo conhecer bem pouco este Prelado para o
julgar capaz de neutralizar ou enfraquecer, por hum
desterro voluntario, os laços que o unem para sempre
á Igreja de París. Nunca, depois dos dias de Julho,
elle tem deixado de oficiar pessoalmente. Quer esteja
na Capital, ou nos suburbios, todos os dias he infor
mado, com a maior individuação, de quanto interessa
•
á sua Diocese; e os seus Vigarios não tomão medida
alguma que não seja de concerto com elle. Os desgta
çados dias de Fevereiro tem podido aggravar a posiçãº
deste illustre Pontifice, ao mesmo tempo que servirão
de apartar da sua pessoa toda a suspeita de culpa, mas
tambem não abalárão o seu animo. Elle espera da Pro
videncia Divina, e do bom senso dos Francezes, º
tranquillidade que lhe pérmittirá de manifestar ao re
banho que lhe está confiado toda a sua adhesão, e aos
seus inimigos toda a sinceridade com que se esquece das
injurias. (G. de França.)
GRÃ-BRETANHA.
>
Londres, 6 de Abril.
Neutralidade da Suissa.
* . . - Nota do Governo Austriaco.
: Aos Magistrados (Avoyers) e Conselho de Estado do
Cantão de Lucerna, presente Directorio da Confedera
ção Suissa.
O Abaixo-assignado, Chanceller da Corte e Estado
de S. M. I. e R. Apostolica, recebeo o despacho de 3 |
de Janeiro, pelo qual Suas Excelencias os Magistrados
e Conselho de Estado do Cantão de Lucerna, presente
Directorio da Confederação Suissa, lhe communicarãº

º Declaração, que emanou da Dieta Extraordinaria reu
nida em Berne em 22 de Dezembro.
-, A Neutralidade da Suissa foi declarada, sancciona
da, e garantida pelas Potencias que assignárão o Acto
do Congresso de Vienna, pelo qual derão á Confede
ração huma prova não equivoca do seu benevolo inte
resse. No decurso das recentes communicações, que teve
com o Directorio, achou o Governo Austriaco opportu
nidade de recapitular os contractos que subsistem a es
te respeito, e cuja validade inteiramente reconheceo.
Neste estado de cousas, não havendo guerra politiea
que perturbasse o repouso da Europa, antes, pelo con
trario, tendo-se declarado a vontade de todas as Po
tencias pela manutenção da paz, era impossivel ver sem
espanto a solicitude pela conservação do precioso bem
da neutralidade, que só devia infundir na Suissa so
cego e tranquillidade, produzir huma solemne declara
ção daquella mesma neutralidade, que não sendo pedi
da por nenhum motivo apparente, assume, pela sua
espontaniedade, hum caracter de desconfiança quasi of
fensivo dos visinhos da Confederação. Este espanto aug
mentou-se ainda com a medida, tão gratuita como one
rosa, que tomárão os Cantões de fazer hum armamen
#
to consideravel, armamento que nenhum perigo immi
nente occasionava ou justificava, nem demonstração al
*
guma da parte dos Estados vizinhos, mas que não pode
deixar de infundir inquietação e agitação no espirito dos
pacificos habitantes da Suissa. -
A franqueza destas observações só podem ser olhadas
pela Confederação como huma nova prova do sincero
interesse que o Imperador em todos os tempos tem toma
do por aquelle corpo. Com a perenne solicitude que aquel
le interesse lhe inspira, Sua Magestade repellirá constan
temente toda e qualquer tentativa de comprometter a
neutralidade da Suissa, ou de intervir nos seus negocios
internos; e a sinceridade das suas intenções não lhe per
mitte duvidar do acolhimento, que a presente demon
stração achará em Magistrados que tem a seu cargo vi
giar sobre os mais importantes interesses da sua patria.
: O Abaixo-assignado approveita esta opportunidade de
oferecer nos Magistrados e Conselho de Estado do Can
tão de Lucerna as seguranças da sua alta conside
raçao.
Fienna, 6 de Março. (Assignado) Metternich.
Resposta da Dieta Suissa á Austria.
Os Magistrados e Conselho de Estado do Cantão de
Lucerna, presente Directorio da Confederação, rece
bêrão a nota que S. Alteza o Principe Metternich,
Chanceller da Corte e Estado de S. M. I. e R. Apos
tolica lhes dirigio na data de 6 de Março de 1831, em
resposta á de 5 de Janeiro, que acompanhou a decla
ração da Dieta de 27 de Dezembro de 1830, e se apres
sárão a communicalla aos Deputados dos Cantões Suis
sos reunidos em Dieta Extraordinaria. •– • -
Vendo na nota de S. Alteza huma recapitulação dos
Tratados solemnes, em que as Potencias reconhecêrão
e garantírão a neutralidade da Suissa, e recebendo de
S. M. I. e R. novas seguranças de que reconhece todo
o valor daquelles Tratados, e que conserva huma con
stante solicitude pelos interesses da Suissa, todos os
Membros da Assembléa Federal experimentárão os sen
timentos de huma sincera gratidão, e pedem ao Prin
cipe Metlernich queira ser o orgão da expressão daquel
la gratidão ao seu Augusto Soberano.
Porém ao mesmo tempo que tal he o sentimento que rios que estavão prezos no Lazerto da mesma praça de
a Nota de S. Alteza imprimio na Dieta, não foi sem Gibraltar, forão conduzidos 31 para hum navio Ingles,
muito pezar que virão na mesma Nota que a sua De a fim de serem transportados para Malta: o outro com
claração de 22 de Dezembro de 1830 tinha dado occa tinuou a ficar prezo no Castello por ter sido insolente
sião a duvidas, que aquelle acto não devia ter excita com a Policia.
do, quanto ás verdadeiras intenções da Suissa.
Armamentos consideraveis se tem efeituado, e estão
[ 383 ]
em progresso nos paizes adjacentes á Suissa. Não ob
stante os desejos das Grandes Potencias, e os seus es
forços para conservar a paz da Europa, as probabili
dades de huma crise não se podem dissimular. Tal be
o caracter da época em que a Dieta annunciou a ma
nutenção de huma estricta neutralidade, e o emprega
de todos os meios em seu poder para fazer respeitar
aquelle direito; assim como tambem que não ha de
chamar os Suissos ás armas senão para defender as suas
fronteiras de todo o ataque externo de qualquer parte
que elle lhe possa ser feito. , , , , , , ' '
A attitude que a Confederação assumio foi-lhe dieta
dá pelos seus mais caros interesses, e conforme as vistas
das Grandes Potencias, que, no Acto de 20 de No
vembro de 1815 reconhecêrão que a neutralidade e in
violabilidade da Suissa, assim como a sua independen
cia de toda a inflencia estrangeira, erão objectos que
entravão nos interesses da política de toda a Europa.
Sem praparativos proporcionados á séria natureza das
circumstancias, poderia a Suissa achar-se abandonada
ás casualidades de hum futuro muito incerto; e era do
dever da Dieta dar logo providencias para ter prom
ptas e disponiveis todas as forças militares da Confede
ração. .. . . . . | , - . . ". . .
Todo o povo da Suissa deseja ardentemente a conser
vação da paz; abençôa os esforços dos Soberanos para
preservar á humanidade o mais precioso dos bens, e
espera que tenhão o mais feliz successo; porém ao mes
mo tempo sente hum desejo não menos forte de assegu
rar a felicidade que disfructa por meio de huma attitu
de que, sendo ámigavel para todos os Estados, he con
forme ao sagrado dever de manter pelos proprios meios
a mais completa e imparcial neutralidade. A Dieta,
por tanto, foi o orgão da Suissa em proclamar que es
te he o seu unico objecto. Toda a nação applaudio o
acto da authoridade federal, e se mostrou prompta a
fazer todos os esforços, e todos os sacrifícios que possão
requerer a manutenção da neutralidade, e a inviolabi
lidade do territorio Suisso, a defeza da sua liberdade e
da sua independencia... , , . "… . . .
• . .
- Os Representantes dos Estados Confederados estão
firmemente persuadidos de que esta nova manifestação
dos principios e dos sentimentos que diciárão a sua de
claração de 27 de Dezembro de 1830, será suficiente
para dissipar todas as duvidas de S. M.I. e R. Apos
tólica, e para a convencer da boa fé e da sinceridade
das intenções da Suissa. .. . , , , , • •
Os Magistrados e Conselho de Estado do Cantão de
Lucerna, Directorio federal, aproveitão com avidez es
ta opportunidade de oferecer ao Principe Metternich
as seguranças da sua alta consideração. . -
Assignados pelos Magistrados e Conselho de Eestado
do Cantão de Lucerna. … . - -
Amryhn, Presidente da Dieta.
Amryhn, Chanceller da Confederação.
Lucerna, 22 de Março.
•
-
- - - *
*-* **(Est do Morning
* Post)
… HESPANHA. •
Madrid, 13 de Avril, .
Segundo as noticias da Polícia de Algeciras chegá
rào a Gibraltar alguns fugitivos da facção rendida em
Bejer, e foi entre eles hum Portuguez, que pertencêo
á matilha do defunto Manzanares. De 32 revoluciona
Em toda a Peninsula reina a maior tranquillidade.
(Gazeta de Madrid.)

• •• •_
|-
*--
- As chuvas tem sido tão copiosas estes ultimos dias
que os rios visinhos tem sabido do leito, inundando as
campinas immediatas. O caminho que medêa entre o
*Real Sitio d'Aranguez e esta Capital esteve inundado
de agoa. Até o humilde Manzanares veio tão copioso
que encheo e subio a huma altura extraordinaria; egra
cas ao activo zelo do Corregedor desta “Corte, e á
cooperação dos empregados na Real Casa de Campo, a
quem se deve o não haverem morrido muitas pessoas
surprehendidas pela agoa dentro das casas dos lava
douros.
Hontem cessou de chuver, e espera-se que haja tem
po favoravel. (Gazeta de Madrid.)
• %
.…… " " . D. Maria José de Carvalho, viuva de Manoel Lopes
- ** Rºº, 1, # 1 a 1 -Lisboa,
(Artigos communicados.)
Sua Magestade ElRei Nosso Senhor, attendendo be
nignamente ao que Lhe representou no dia 9 do corren
te mez de Abril, em Quelus, Caetano Arnaud, Dire
otor do Real Estabelecimento para a cultura, criação,
fiação, e torcedura das sedas nacionaes pelos methodos
e maquinas de Piemonte, da Villa de Chacin, Comar
ca de Moncorvo, Socio correspondente da Real Aca
demia das Sciencias etc., Houve por bem conceder-lhe
a Graça de poder usar da Sua Real Efigie em Medalha
de ouro com fita inherente; e a mesma Graça concedeo
{ sua mulher D. Rozalía
Maria Joaquina Arnaud, e a seus dous filhos Alexan
dre Manoel, e Luiz José Arnaud. * …
Em Audiencia de 16 de Abril teve a honra de beijar
a Mão, a Sua Magestade Francisco Xavier Baptista
Mergulhão, Sargento Ajudante de Batalhão dos Vo
luntarios Realistas de Portalegre, e na mesma occasião
Lhe pedio a Graça de poderem usar dº Medalha de ou
ro da Nossa Imperatriz Rainha (que Deos tem em Glo
ria), o Conego João Baptista Ferreira Vidal, sua pri
ma, e o Padre Frei Bernardo José Sardinha, e Antonio
Lopes Buzio, a Medalha de ouro com a Sua Real Eff
gie, o que a todos concedeo.….… , |-
º,f *—x $$*
Telégrafo.— Serviço da
O Hyate Real, Felicidade, que sahio hontem, entrou
hoje ás 6 h. 56 m. da manhã.
Embarcações avistadas. . * * * *
5 h. 20 m.1 Bergantim sem bandeira: ao Sudoeste do
Cabo do Espichel: navega para o Norte, … º
12h, 1 Escuna sem bandeira a Oeste do Cabo da Ro
ca: navega para o Norte.
Embarcação sahida de Belém.
3 b. 40 m. 1 Escuna Ingleza para Londres.
- º , - - Annuncios.
1. A Direcção do Banco de Lisboa, desejando facilitar
e ampliar, mais os emprestimos sobre penhores, tem de
terminado, que estes se possão efectuar e reformar to
dos os dias. Tambem compra e vende diariamente Apo
• 1
- |-
••
… ….. : "
* * * * * 1 \,
*** * * *
[384 ]
Jdem, 15. lices do Governo, ouro e prata a pezo, e moedas ess
* * trangeiras. Propõe-se da mesma maneira a tomar e a
passar Letras sobre a Cidade do Porto, e a mandar fa
zer alli entregas de dinheiro, tanto em Repartições pu
blicas como a particulares, e vice-versa, a entregarem
Lisboa as quantias recebidas na Caixa Filial do Porto,
enviando depois á mesma os conhecimentos em fórma,
que obtiver das Repartições publicas, para se trocarem
pelas cautellas, que naquelle estabelecimento se tiverem
dado interinamente aos portadores: tudo pelo preço,
ou com o premio que se convencionar. Banco de Lis
boa, 20 de Abril de 1831. = José Silvestre de Andra.
de, Secretario.
Toda a pessoa que tiver Faculdade Regia para poder
renunciar a Mercê do Habito de Christo, queira deixar
o seu nome e morada na rua do Ouro N.° 235, para
*§§*—» ser procurada para semelhante fim.
21 de Abril. de Carvalho, annuncia que o negocio e casa que ficou
do dito seu falecido marido , continúa o mesmo giro
de commercio debaixo da firma Viuva Carvalho, Fi
lhos, e Companhia, e que tem authorizado a Clemente
José Monteiro para todas as transacções commerciaes,
e para usar nellas da mesma firma.
A viuva de João Victorino de Souza , moradora na
rua do arco do Marquez de Alegrete N.° 33, 2.° andar,
continúa a dar dinheiro sobre prata, ouro, e brilhantes.
José Joaquim Ribeiro de Araujo faz público, que el
le ajustou com Antonio Pereira Nunes, e sua mulher
Anna Rita Silva Pereira Nunes, a hypotheca de huma
quinta chamada o Tulimão, sita no lugar de Chellas,
termo desta Cidade, prazo foreiro ao Mosteiro das Re
Maria Rita, a sua filha D. ligiosas do dito lugar, para que quem tiver algum diº
reito á dita quinta , se apresente a deduzillo no prazº
… e de trinta dias.
Quem quizer comprar, aforar, ou arrendar a quinta
da Carrasqueira, em Aveiras de cima, procure, ou es"
creva a seu dono Luiz Pereira Velho de Moscózo, na
Villa de Monção. • •
Nas manhãs dos dias 28, 29, e 30 do corrente mez
d'Abril, nas casas N.° 63, da rua da Cruz, onde esta
o Tribunal da Relação Ecclesiastica, hão de andar em
praça as obras de pedreiro e carpinteiro para concertº
da Igreja de S. Pedro de Barcarena, para no ultimº
dia se arrematarem a quem menor preço oferecer.
Nos dias 6, 7, e 9 do proximo mez de Maio, ástrº
horas da tarde, em casa do Desembargador Romáº
…} Luiz de Figueiredo e Sousa, na rua nova do Cohventº
de Jesus, N.° 39, se ha de pôr a lanços a Commenda
Barra.—21 de Abril, de S. Thiago de Ronfe para ser arrendada a quem
mais der.
Na loja de ferragem de Antonio Gomes da Fonseca,
|- -
na rua dos Capellistas N.° 25 e 26, ha rebolos de Sue
•
eia, e pedras da Bahia para amolar, pedras de Lei paº
ra afiar navalhas de barba , tornos, e bigornas para ser"
ralheiros e ferreiros, tudo a preços commodos. ••
Quem quizer mandar dar verde de cevada a 200 res
metal por dia, no termo de Lisboa, dirija-se á rua dº
S. Francisco N.° 2. • -
Vende-se hum carrinho Inglez com lança e varães,
—–1 bons arreios, e de bom gosto, o mestre carpinteiro Jus
tino José, ás Portas de Santo Antão N.°75, diz aonde
"… " : se póde ver.
Vende-se huma carroagem Ingleza, muito rica, prº
pria, para pessoas de primeira representação , no largº
de Santo Antonio da Sé N.°9, onde póde ver-se a toda
a hora do dia, e alli achará com quem tratar de preço.
••
} |-
- - -
•
|-
• * 1.1 —
" " " LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA... * * *
• • •
"
-
:).
-
»l e
•
j …"
• •
- - .:: …" ? - 9 29", º
* * * , e " ": ' ……. …

NUM. 95.
GAZETA DE LISBOA. —=>>>92>$&#$#9e><=-—
SABBADO, 23 DE ABRIL.
Xpt->$3@@@$3<<9a:
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
RUSSIA.
|wilna, 24 de Março,
O Corpo da Lithuania, e particularmente o Regi
mento de JYilna, tem-se conduzido com hum valor ex
traordinario; porém como esteve exposto ao fogo por
muito tempo, experimentou huma perda consideravel.
A Guarda continúa as suas marchas. Por aqui pas
são continuadamente numerosos corpos de tropas: a ar
tilheria da Guarda, os Caçadores, os Hussares, e os
Hulanos da mesma: todos estão magnificamente equi
pados, e os cavallos são excellentes: a conducta que
observão os soldados he exemplar. Tambem estão pas
sando outras tropas que vem da Bessarabia e das fron
teiras da Turquia. (Gazeta de Madrid.)
POLONIA.
PT…ia, 24 de Março.
O Feld Marechal Conde Diebitsch trasladou o seu
Quartel General de Garwolin para Macieyowice, don
de no dia 7 tinha sahido o General HVitt com a sua di
visão para dirigir-se a Bobrowniki.
Nas Cidades e lugares occupados pelos Russos, os Cu
ras exhortão o povo desde o pulpito a que permaneça
tranquillo em suas casas. O Conde Brinski, General
Senador Polaco, e Intendente militar, tem feito saber
ao Governo que as sommas concedidas para occorrer ás
necessidades do Exercito não bastão para cobrir as des
pezas que ha a fazer nas actuaes circumstancias; accres
centando que unicamente poderá dar rações á tropa,
mas que de nenhum modo pode pagar o pret.
Huma carta de Carcovia diz que se tem avisinhado
áquella Cidade hum corpo de 43 Austriacos com 12
peças, e que alli se tem acantonado.
O Imperador da Russia deve ter chegado a Bialystok.
(Gazeta de Berlim.)
AUSTRIA.
Fienna, 27 de Março.
Ha alguns dias que não temos noticias da Polonia,
")
ANNo 1831. ; ") "."; " ,
• *> *
J!
-
, o
e isto se attribue a que mediante a má estação se terão
suspendido as operações militares. Crê-se que pelo mea
do d'Abril vão principiar as hostilidades com novo vi
gor. Para então o Marechal Conde Diebitsch terá já
recebido os seus pontões, e com todo o seu Exercito
reunido passará o Vistula, que presentemente traz in
nundados todos os campos vizinhos. A estas horas pode
a Guarda Imperial ter-se já reunido com o General
Diebitsch, e devemos esperar resultados da maior im
portancia. •
Segundo nos escrevem de Leorne, o Governo Tos
cano tem feito prender e levar ao carcere daquela Ci
dade 17 refugiados Italianos, que sahírão de Bastia para
desembarcar na costa da Etruria, os quaes serão en
tregues ás Authoridades do Papa. Entre elles ha dous
Córsos, que são por consequencia subditos do Rei de
França. (Gazeta d'Augsburgo.)
A esquadra Austriaca segue o movimento das tropas
sobre as costas do Adriatico. Ao presente acha-se em
Ancona, depois de ter desembarcado quatro batalhões
nas visinhanças. Os rebeldes vêem-se acossados por mar
e terra; e ainda o estão sendo pelos habitantes das po
voações, que, menos generosos e mais violentos que os
soldados bem disciplinados, não lhes dão quartel quan
do cahem nas suas emboscadas. (Idem.)
ALLEMANHA.
Hamburgo, 30 de Março.
O Governo desta Cidade livre occupa-se com muita
actividade na formação do contingente que lhe está in
dicado para o Exercito da Confederação Germanica.
Segundo as ordens da Chancellaria presidial da Dieta,
este contingente deve pôr-se a caminho, desde os primei
ros dias d'Abril, para o ponto que se lhe indicar na fron
teira do Ducado de Luxemburgo, aonde se reunirão
outras tropas da Confederação, e alli se lhe dará a sa
ber o seu ulterior destino. -
As cartas particulares de Stockolmo dizem que a car
ta authografa, que o Imperador Nicoláo dirigio ulti
mamente ao Rei Carlos João, tinha por objecto recla
mar-lhe os 10,3 homens, que por via de auxilio S. M.
Sueca se offereceo a subministrar á Russia por hum ar
tigo secreto do Tratado de Vienna; e acrescentão que
se enviará á Allemanha este corpo auxiliar.
As vozes de huma guerra proxima tornão cada dia
tanta consistencia, que o nosso commercio principia já
a experimentar sua fatal influencia.
(Gazeta de Madrid.)
 [386 |
Moguncia, 2 de Abril. A revolução assumio o sceptro no 1.° d'Agosto. Lo
# •
go se tornou sensivel a sua influencia, da maneira se
O 8.° Corpo dº Éxercito Prussiano acha-se todo rem guinte:
nido e proximó ás fronteiras Bélgicas: o 7.° está acam Mez d'Agosto defeit - - - 6.651,000
tonado não longe das fortalezas do Rheno: o 4.° na Setembro deficit - - - 6.881,000
IVcstfalia, e o 3.° em fim nos arredores de Erfurth. Outubro deficit - - - 5.454,000
Crê-se que não tardaráõ a principiar as operações fio Novembro deficit - - - - 1.041,000
Grão Ducado de Luxemburgo ; e parece que o motivo Dezembro deficit - - - 12.377,000
da reunião de forças tão consideravel sobre o Rheno he
o segurar a integridade do territorio da Confederação Em cinco mezes, deficit -- - - 31.404,000
Germaniéá, e repellit vigorosamente toda a téntativa Eis aqui na fazenda o começo da revolução; mas o
que pôssão fazer ós Francezes sobre a margem esquerda Monitor de 17 de Janeiro só confessa hum deficit de
deste rio. Sabe-se que se forma huma liga em varíos I8.031,599.
pontos que ameaça a independencia (unabhangigkeit) Donde pode vir esta differença de 13.400,000! Tere
do Governo France: ; que se os republicanos consegui mos nós exagerado o deficit! Ou o terá o Monitor di
rem prevalecer na dita liga, poderião propagar o espi minuido ! As quantias referidas são fielmente copiadas
rito de partido no Exercito Francez, o qual depois de nos Monitores de 12 de Outubro e 17 de Janeiro; as
haver-se apoderado da Belgica, viria por huma marcha sim não ha erro ou exaggeração da nossa parte.
de flanco tomar posição sobre o Rheno. Como se houve o Monitor para reduzir a 18 milhões
(Gazeta d'Augsburgo.) hum deficit de 31 !
Primeiramente deduzio os 3.576,000 do accrescimo da
ITALIA. receita produzido pelos sete primeiros nezes, que com
efeito reduzem o deficit total do anno a 28.828,000 fr.
Modena, 24 de Março. ainda que o deficit dos cinco ultimos mezes sempre seja
de 31.404,000 fr. *

O Hosso Soberano publicou hum Decreto, no qual se Sintimos que pelo que diz respeito á veracidade do
notão os artigos seguintes: -
Monitor dissimulasse 9 milhões de deficit, porque ten
1.° Todos os que á mão armada, ou pór meio de inº do sido o deficit do
trigas occultas tiverem cooperado para a rebellião, os 3.° trimestre de - - - - - - - - - 8.956,000
que tiverem tido parte no governo provisional, os que E o do 4.° trimestre - - - -- - - - - 18.872,000
nos tem ultrajado ou se tem feito réos de Lesa Mages
tade, de rebelião ou de traição, serão julgados pelo O deficit total deve ser - - - - - - 27.828.000
Tribunal de Estado, segundo a Lei de 14 de Março de
1821, (impõe a pena capital.) Sendo o deficit declarado só de - - - - 18.031,000
2." Pelo mesmo Tribunal, é segundo a mesma Lei ei
tada, serão julgados os que voluntáriamente se houverem A dissimulação do deficit he pois de - - 9.797,000
alistado na tropa de linha dos rebeldes, os Officiaes, Lemos finalmente no Monitor á margem huma nota
Sargentes e Cabos da Guarda nacional movel. mui pequena concebida assim : Emprehendendo nesta
3.° Todos os que gozavão d'alguma pensão sobre os quantia 9.166,000 fr. de direitos averbados em 1830,
fundos do Estado, e que#" exercer qualquer pro mas que só se cobrário em 1831.
fissão ou arte liberal, perderáõ a pensão é a faculdade Julgamos haver descoberto o sentido destas palavras
de exercer à sua profissão, sempre que hajão acceita enigmaticas; nós as traduzimos assim: Averbário-se co
# do Governo febelde algum emprego civil ou mi
itar.
mo se fossem recebidos em 1830 9.165,000 fr. mas que
. |-

não forão recebidos em 1830, que talvez o sejão em 1831,

4.° Considerar-se-ha como voluntariamente expatria ou que talvez nunca o venhão a ser.
do todo o que houver sahido dos nossos Esta los com os e acaso exacto similhante mc.lo de operar? He le
rebeldes. (Cazeta de Madrid)
.* * *
gal! Qual he o seu motivo? E qual o resultado ?
FRANÇA. • Averbar como se fossem recebidos nove milhões que
o não forão, he mais do que inexactidão, he erro vo
Paris, 30 de Março. #",
BCIe.
por consequencia huma mentira, huma falsi
- •

*
Receita e deficits dos annos de 1830 e 1831. •
He huma illegalidade; porque todas as leis de Fazen
•• º # da receita do anno de 1830 he conheci da prescrevem o applicar-se unicamente a cada orsa
mento a quantia efectivamente cobrada des de o 1.° de
# evem
1831.
servir de baze á avaliação do orsamento de Janeiro até 31 de Dezembro. Cumpria executar estas
|- ! # |- |- * * *
leis relativamente a 1830 como o forão a respeito de
Para apreciar exactamente a provavel receita de 1831 1829, 1828 etc.
á vista da receita verdadeira de 1830, cumpre conside Quanto ao motivo dessa ilegalidade e dessa menti
rar separadamente as duas épocas que dividírão 1830. ra, he evidente: quiz-se dissimular o deficit de nove
He precizo formar á parte a conta dos sete primeiros milhões. -

mezes que ainda pertencem á Restauração, é a conta . Rectifiquemos os resultados falsificados e dissimu
dos cinco ultimos mezes em que regeo a revolução. lados: -

A receita de 1830 tinhão sido calculadas segundo o O deficit não he de 18 mas de 28 milhões a respeito
orsamento de 1828 o mais productivo de todos; no en de 1830, e de 31 milhões relativamente aos ultimos cin
tanto os resultados dos seis primeiros mezes alcançárão, CO RI1C2eS.

e até excedêrão os calculos. Segundo o Monitor de 12 O deficit nas contribuições indirectas não he de nove
d'Outubro o accrescimo da receita era de 1.337,000. milhões, mas de dezoito milhões.
O mesmo mez de Julho cujo fim foi tão lastimo As contribuições indirectas só produzírão em 1830 —
*** na receita hum accrescimo de 2.239,000. 122 milhões, e não 131 etc.
* He pois incontestavel que o orsamento de 1830 longe Deviamos fazer notar este exemplo curioso da sin
de sofrer nenhum deficit, realizou hum accrescimo na ceridade e da legalidade dos mappas da receita pu
receita. * * * * blicados pelo Ministro da Fazenda. Fez mentir o ve
 [ 387 |
*

ridico Monitor fazendo-lhe declarar recebidos em 1830, vas - - - - - - - - 150,000

nove Irilhões que talvez nunca se cheguem a receber. Justiça - - - - - - - - 500,000
A Cidade de Bordeos deve figurar avultadamente na Interior - - - - - - - 600,000
sua divida nestes nove milhões: pergunta-se-lhe quando Cultos - - - - - - -- - - 500,000
e como tenciona pagallos! Fakenda - - - - - - - 600,000
A este deficit de 28 milhões sobre a receita de 1830 Negocios Estrangeir. augmento - - - - 1,000,000
cumpre accrescentar os 30 milhões adiantados ao comº Marinha - - - - - - Idem - - - - - 15.000,000
mercio e que não poderão recuperar-se em muitos anº Guerra - - - - - - - Idem - - - - - - 150,000,000 -

-------
nos; o augmento da despeza e precizões supplementa
res de 1830 annunciadas pelo Ministro da Fazenda de» • 2.150,000 166.000,000
ve subir a 64 milhões talvez comprehendendo o deficet O anno de 1831, começa pois com seis deficits se
guros.
declarado de 18 milhões. - - - - \
- •

O serviço de 1830 deixará pois a 1831 o legado de Deficit da receita de 1830 - - - - - - 28,000,000
hum deficit de 100 milhões. Adiantamentos ao commercio - - - 30,000,000
Temos provado que a receita dos ultimos 5 mezes de Augmento da despeza de 1830 - - - 40,000,000
1830 havia experimentado hum deficit de 31.404,000. Deficit da receita de 1831 - - - - 74,400,000
A influencia da revolução na receita dos ultimos cin Deficit pela reducção dos direitos - - 20,000,000
co mezes de 1830 tambem será sensivel nos doze mezes Augmento da despeza - - - - - 163,850,000
de 1831.
Daqui resulta este calculo tão simples como incon Total das precizões extraordinarias
testavel: de 1831 - - - - - - - - 356,250,000
Se o deficit de cinco mezes foi de - 31.000,000 Entregamos estes calculos ás reflexões e á discussão,
-
-
***********-*
com o vivo desejo de que hum futuro imminente os não
Quanto será o de 12? +
justifique, e com o receio de que os não exceda.
Resposta - - - - - - - - - - - 74.400,000 (G. de França.)
A reducção dos direitos sobre as bebi
das deve causar hum deficite de - a 20.000,000 «—*§§ *——»
Será necesario lançar sobre 1831 . .
O deficit de 1830 - - - - - - - 28.000,000 Lisboa, 22 de Abril,
Os adiantamentos feitos ao Commercio 30.000,000
E as despezas addicionaes - - - - 40.000,000 MEzA DA ConsciENcIA E ORDENs.

Começa o anno de 1831: Edital.

Com o deficit certo de - - - - - 192.400,060
O orsamento de 1830 era de - - - - 940.200,000 Ordem de S. Thiago da Espada.
Resta para a despeza de 1831 - - - 777.800,000 Priorado da Igreja Matriz da Villa de Coina. Dito
Esta quantia ainda consideravel para o Governo ba da Igreja Matriz de Samora Corrêa em futura succes
rato que se nos prometteo; mas acaso será elle bas são. Dito da Igreja
Tel TO, |
de Santa Cruz da Villa do Bar
•

tante ! +

O orsamento da receita de 1831 será por certo cal
culado em huma quantia mais elevada; estarão bem
longe de formar e sobre tudo de os confessar, calculos
similhantes aos que precedem; hão de dissimular, oc
cultar, exaggerar, e diminuir; oxalá que podessem me
Hhorar. Seríamos os primeiros em applaudir esse melho
ramento mas se continuarem desta sorte a dissimular
deficits certos e enormes, só profundarão o abysmo do
descredito para nelle precipitarem a Fazenda e prepa
rarem ao Governo os insuperaveis obstaculos que para
Hzárão e destruírão a primeira revolução, e que forão
desconhecidos ao Imperio e á Restauração.
- He de esperar, dirão, que as circumstancias sejão
mais favoraveis, que se acalmem as paixões, que cesse
a agitação, que o commercio cobre alento, e que se
augmente a modica quantia dos impostos.
Ha cinco mezes que nos embalão com esta esperan
ça, mas o Monitor de 16 de Janeiro a veio destruir
com huma terrivel realidade. * Lavradio. Dita de S. Pedro de Marateca, termo de
O mez de Dezembro he o mais remoto do mez de Ju
lho; sofreo o deficit mais forte de 12 milhões só nesse
mez, de sorte que parece que o deficit augmenta e cres
ce com a revolução. Não querendo exaggerar calculámos
hum deficit estacionario sobre o pé dos ultinos cinco
Inezes. O mez de Dezembro Já nos accusa de dimi
nuição. - - - - - - - **
Resta o recurso das economias: podemos contar na se
guinte apenas efectuada ou proposta pelo Governo :
Lista civit, economia - - - - Nada. ----
Anortisação - - - - - - Nada. . .
Divida publica - - - - - |- Nada.
Beneficio Curado da Igreja Matriz da Villa de Al
vallade. Dito da Igreja do Castello da Villa de Cezim
bra. Dito da Igreja da Villa de Entradas. Dito da Igre
ja da Villa de Cabrella. Dito da Igreja da Villa do
Barreiro. Dito da Igreja da Villa de Canha. Dito da
Igreja de Santa Maria do Castello da Villa de Alcacer.
Dito da Igreja da Villa de Aljezur. Dito da Igreja da
Villa de Cellos. Dito da Igreja Matriz da Villa de Cas
tro Verde. Dito da Igreja de S. Thiago de Cassem.
Dous ditos da Igreja de S. Thiago da Villa de Alcacer do
Sal. Dous ditos da Igreja da Villa de Mertola. Dito da
Igreja da Villa de Ourique. Dito da Igreja Matriz da
Villa de Ferreira. Dito da Igreja Matriz da Villa de
Almodovar.
Capella Curada de Santa Suzana. Dita de S. Marti
nho. Dita de S. Pedro de Montalvo, todas no terma
de Alcacer. Dita de S. Barnabé, termo de Almodovar.
Dita de Santo André do Lugar da Telha, termo do
Palmella. Dita de S. João de Negrilhos, termo da Vil
la de Aljustrel. Dita de Nossa Senhora do Roxo, termo
da Villa de Alvallade, Dita de Nossa Senhora da Na
zareth, da Landeira, termo de Cabrella, em futura
successão. Dita de S. Jorge de Sarilhos Grandes, termo
da Villa de Aldegalega, Dita de Nossa Senhora da Con
* ceição da Azinheira dos Bairros, Filial da Matriz da
Villa de Grandola.
Da data deste a 40 dias se hão de prover as Igrejas
- aeima referidas, em Freires professos da dita Ordein,
e na sua falta em Presbyteros Seculares, que estiverem
•
habilitados. •

Pensões, anulações retroacti Os Oppositores, que pretenderem, oferecerão dentro


do dito termo improrogavel, na Secretaria da Ordem
de S. Thiago da Espada, e mão de João José Roquet
Galvão de Moura, Escrivão da Camara de Sua Mages
tade, e da mesma Ordem, suas petições e mais papeis
correntes; a saber: os Freires professos, Carta de Or
dens; Sentença de Habilitação; Certidão de profissão;
Carta de Collação dos Beneficios, que tiverem servido;
Attestação de residencia, vida, e costumes, pelos Juizes
da Ordem, e Ordinarios respectivos; Folhas corridas
dos mesmos referidos, e do Juizo Geral das Ordens;
Licença para Confessar, e Prégar; e todo e qualquer
Documento de Serviço feito á Igreja, ou á Ordem,
com que mostrem sua capacidade para tão Santo Mi
Il1Sterl O.
- - - •
Os Presbyteros Seculares, Cartas d’Ordens, Sentença
de Genere, e de Habilitação; Folhas corridas da Dioce
se, da sua naturalidade, e residencia; Attestação de
prudencia, vida, e costumes pelos mesmos; Folha cor
rida deste Patriarcado; Licença de Confessar, e Pré
gar, e todo e qualquer Documento de Serviço feito á
Igreja, com que mostrem sua capacidade.
. Ficando advertido, que todo o que dentro do dito
termo não apresentar os referidos papeis, será excluido
deste Concurso; e o que ficar provido, será obrigado
a apresentar na mesma Secretaria Certidão da sua posse
dentro do tempo de dous mezes, contados do dia da
Resolução de seu Provimento, pena de se pôr nova
mente a Concurso como vago. Lisboa, 18 de Abril de
1831. = João José Roquet Galvão de Moura.
*—º §§ *—»
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 22 de Abril,
Embarcações. avistadas.
12 b. 6 m. 1 Barco sem bandeira movido por vapor a
'Oeste do Cabo da Roca: navega para o Norte. —
1 Escuna sem bandeira ao Sudueste do Cabo do
Espichel.
•- + --
ADMINISTRAÇÃo Do CoRREIo GERAL.
Navios a sahir.
Abril 30. Para a Bahia o Brigue Luiza.
Maio 4. Para Calcutá a Galera Camões.
10. Para o Pará a Galera Eugenia.
15. Para o Rio de Janeiro, e Santos, a Barca
Ulisses.
! • • •
+=
•
Annuncios.
- “De ordem da Real Junta do Commercio, Agricultu
ra, Fabricas, e Navegação destes Reinos, e seus Do
minios, ha de arrematar-se no dia 27 do corrente Abril,
pelo meio dia, no armazem das tomadias, debaixo da
arcada da Praça do Commercio, junto á casa da Pra
ça, huma porção de caixas de chá hyson, sequim, e
perola. |-
Viuva Cohen, que ficou na posse e cabeça de casal
por morte de seu marido Simão Cohen, vai fazer o seu
inventario para dar partilhas a seus filhos; e como ao
mesmo casal se estão devendo quantiosas sommas por
pessoas que derão em caução varios penhores, que nel#
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA,
[383 ]
le existem, os previne para no termo de 30 dias com
parecerem na sua casa e escriptorio, á Patriarcal Quei
mada N.° 85, a fim de pagarem, e resgatarem os ditos
penhores, aliás ficarem na intelligencia de que as divi
das se vão repartir entre os herdeiros com os seus respe
ctivos penhores; que ella não responde, passado aquelle
praso, senão por aquelles que respeitarem ás dividas que
lhe couberem á sua parte; e que pelos outros hão de
responder os herdeiros a quem na partilha houverem de
pertencer as dividas a que os mesmos penhores se achào
obrigados. •
Manoel José d'Abreu Guimarães, Joaquim da Costa
Leite, Barnabé Mendes de Carvalho, e Francisco de
*
•
Paula Azevedo, da Cidade do Porto, Administradores
da casa fallida de Azevedo e companhia, da mesma Ci
dade, fazem publico a todas as pessoas que tiverem ne
gocios a tratar pertencentes á sobredita casa, poderão
dirigir-se ao escriptorio que era dos mesmos fallidos,
na calçada das Virtudes; bem como previnem a todos
os devedores á mesma massa, que só os sobreditos Ad
ministradores se achão authorizados para a cobrança, e
mais transacções relativas á mesma. •
Quem quizer arrendar duas marinhas, junta ou sepa
radamente, huma chamada a Baliza no termo da Villa
de Alcochete; e a outra o Falcão no terino da Villa de
Aldéagallega, póde dirigir-se em Lisboa á rua Augusta
N.° 109; e em Aldêagallega a José de Souza Rama,
Quem quizer comprar hum predio arruinado, com
hum portão, e seu bom quintal, por Cédulas da Mari
nha Real, pode dirigir-se á loja de louça N.° 27, no
largo do Pelourinho, aonde se dirá o sitio, e quem
vende.
Vende-se vigamento da terra de muito boa qualida
de, e de diferentes comprimentos e grossuras : quem o
pretender , póde dirigir-se á loja do mestre serralheiro
Picardo Esteves, na rua da Magdalena, vindo do Poçº
do Borratem, N.° 84. - - . -
Na Sala do Real Erario, nos dias 27, 23, e 29 do
corrente, hão de andar em praça, para se rematar no
ultimo, pelas onze horas para o meio dia, e perante o
Desembargador Juiz da Coroa da 2.° Vara, humas pro
priedades e foros na Villa da Moita, penhoradas ao de
vedor Verissimo Ferreira Chaves; e he Escrivão José
Thomás de Araujo.
Na tarde do dia 27 do corrente se ha, de arrematar
na praça do Deposito geral, com o abatimento da quin
ta parte do valor de 1073500 réis, huma morada de
casas com varias pertenças, armazem, e quintal, juntº
á Igreja nova da Villa de Algizur, Reino do Algarve;
e he Escrivão da arrematação Couto. -
Quinta feira 28 do corrente, pelas onze horas da ma
nhã, se ha de vender em leilão, na travessa da Palha
N.° 119, quatro seges renovadas, duas parelhas, e to
dos os mais utensilios pertencentes á coxeira.
No dia 28 do corrente mez, na herdade das Gamas,
sita na ribeira de Coruche , se ha de fazer leilão, por
conta de quem pertencer, das vaccas que ficárão da de
funta lavradora da dita herdade. -
• Estiva.
Preço. do Pão e Azeite para a semana que principia
de 25 de Abril a 1 de Maio de 1831:
Pão de arratel na fòrma da Lei - - a 43 réis.
/
Em metal - - - - - - - - - - a 37 réis,
Canada de Azeite - - - - - - a 240 réis.
#
 • •
|-
- - - - - --
*

NUM 96. º
ANNo 1831. * *

* * * - - - …". - * •• •
•

1
GAZETA DE LISBOA
** *
".

. .
- ** * *

"" , ,
* ** * * *** " |
, , , SEGUNDA FEIRA, 25 DE ABRIL.
===>><>{>>* ºs== • •
|

•
•

•• • • • • )
•
,
……"
:

..…….…" — —=-e->&#39;C&##----+= … ! … "

* * * - * * ,, - º oit; * ', '. :* | .… ;o"
|- -- -- |- * ** * •• \" • )\, - - - - " , I
… PARTE NAO OFFICIAL. - - - º Milão, 1.° de Abril. ) , ,,, !
* * ** ** * ** * * ** * * … --* * * * - + t' . | "{" | …" * ••• |-

Em consequencia da reclamação de S. S., as tropas

- ••• • • • • • • • * *. ** * Imperiaes entrárão no dia 29 de Março, á huma hora
NOTICIAS. ESTRANGEIRAS. da tarde, na Cidade e Fortaleza de Ancona, sem ex
• •• • 1" * * * ** *, i + -- - • • perimentar a menor opposição. -

, . ITALIA. " " . * * Os poucos rebeldes que tinhão ficado permanecião

- - ** * _* * * , " , , , ** ! :
tranquillos em Ancona; e á chegada do Exercito Aus
\ Parma, 25 de Março. - , " " " triaco entregárão as armas espontaneamente. O Cardeal
* "*") {
- - - • *
á latere Benvenuti, que os sublevados tinhão levado
S. M. a Archiduqueza Maria Luiza fez a sua entra prisioneiro desde Bolonha, tomou pacificamente posse
da nesta Capital acompanhada do General Frimont, do governo das Provincias que o Santo. Padre lhe ha
Principe de Antrodoco. Tambem vimos chegar o Barão confiado, e teve a generosidade de dar passaportes a
Mistrali na qualidade de Commissario extraordinario todos os rebeldes que se havião refugiado em Ancona,
euearregado de restabelecer os Governos legitimos nos para que regressassem á sua patria. *4 |
Ducados de Parma, Guastalla, Borgotaro e Bardi. º * Zucchi e os mais cabeças da sublevação embarcárão
Em Italia, assim como em Bolonha, e em todas as a 28 em hum navio mercante, abandonando á sorte os
demais partes grita o povo: Nenhuma parte temos to que havião, seduzido e arrastado ao
* * ** * , , …"
abysmodedaMilão.)
(Gazeta rebellião.! •

mado na revolução; accusai os chefes. … "… . … 1

Por varios Decretos expedidos em Plasencia licenciou - * * * * * 1 - 1) - Y ** * * -

a Archiduqueza Maria Luiza o Regimento designado … º FRANÇA , ,, … r

com o seu nome, e separou dos seus destinos todos os

Oficiaes e empregados militares, que se aggregárão ao º París, 6 de Abril, … { |-

Governo revolucionario de Parma, e não quizerão obe

decer á notificação que se lhes fez de deixar a Cidade, - Praça do commercio de hoje. Os cinco por cento con.
e unirem-se á sua Soberana. • • •

solidados a 76 f. 75 c. Acções do Banco 1380. Empres»

Pouco falta para que a Italia acabe de recobrar timo 44 3 Real de Hespanha 62 ?. Renda perpetua de idem • •

aquella tranquillidade que disfructava antes dos succes 8

sos de Fevereiro. A do Piemonte não se acha ameaça — Foi approvado pela Camara dos Deputados o pro
da por lado algum. Ha hum grande movimento de tro jecto de lei sobre os alvorotos e reuniões populares; e
pas para a fronteira, que toca na França, com o obje passou á Camara dos Pares, para alli se discutir de
cto de impedir que se não viole o nosso territorio de novo; na sessão de hontem encarregou-se de o verificar
baixo do pretexto de opposição á intervenção dos Aus a commissão do exame. (Monitor.) r •

triacos nos Estados Romanos. Sem embargo, esperamos

que o nosso Governo se não verá obrigado a empregar Diz-se que ás demissões tão notaveis de Odillon-Bar
a força das armas para sustentar a neutralidade do nos rot, Lamarque e outros muitos, deve accrescentar-se a
so territorio. do General Semelé, que assegurão ter assignado na as
-

Ferrara, 29 de Março.… sociação de la Moselle. (G. de França.) - 1 -

Já em fim gozamos da mais completa tranquillidade. — O General Lamarque disse antes de hontem na
dá nem se quer se falla desses altos e poderosos senhores tribuna, que a França no anno de 1789 se achava em
comicamente transformados em dictadores, presidentes, melhor situação, relativamente ao exterior, do que no
ministros e generaes. Não cessão de passar por esta Ci dia de hoje; por consequencia os 40 annos, de revolu
dade novas tropas Imperiaes que se dirigem ao Meio ção tem sido funestos á prosperidade deste Reino. Mr.
dia da Peninsula. de Noailles provou hontem que sem a revolução de 20
Tem-se observado que em Italia, assim como em to de Março a Saboya inteira, e huma parte da Belgica
das as partes, os principaes revolucionarios são advo se acharião reunidas á França. Por isto poderemos jul
gados, que não encontrando na sua profissão com que gar o que temos ganhado com ter revoluções. •

satisfazer a sua desmarcada ambição e vaidade, tem (Idem.) |

querido derribar a Authoridade legitima para se apossa

rem della. . . . . . . . . . - . . — Extracto de huma carta particular da Haya, a
 [ 390 |
>

28 de Fevereiro: —» Continúa com a maior actividade *—» §§ *—»

o armamento geral. O Ministro da Marinha deo ordem
para se armarem todas as embarcações de guerra. Tem Lisboa , 24 de Abril.
se feito nomeações importantes no corpo da Marinha, e
no Exercito de terra. Temos 120,000 homens em armas, Do Estafeta de S. Sebastião traduzimos a seguinte
e o numerario augmenta-se todos os dias. Porém ape carta dirigida ao Redactor daquelle Periodico, pórmo
zar destes preparativos esperamos conservar a paz. O tivo da morte de Bolivar:
Principe Federico partio no dia 23 para o Exercito.» » Senhor Redactor, — Permitta-me que no seu Perio.
(Gazeta de Madrid.) dico consagre pela ultima vez alguns momentos ao ho.
mem que tem enchido o mundo com os seus extravios,
- Diz-se que Lord Palmerston, Ministro dos Nego » Morreo D. Simão Bolívar e Palacios nos braços de
cios Estrangeiros, recusára ter communicação oficial seus amigos o Bispo de Santa Maria, e D. Mariano
com o Enviado do Governo Belga, ao qual a Ingla Montilla, na idade de 47 annos e 50 dias, na casa de
terra não quer reconhecer direito algum para se inti campo chamada S. Pedro, quando marchava a pôr-se
tular Regencia. O Ministro contestou ao Plenipoten á frente das suas tropas para invadir Venezuela, e cu
ciario Belga que não podia conferenciar com elle como brilla de cadaveres e de crimes. Morreo rodeado dos au
Ministro, ainda que teria a maior honra em recebello xilios e consolações de huma Religião Divina, que em
como particular. — (Tribuna.) toda a sua vida não tinha olhado como tal. Deos sabe
que nossos vehementes desejos são que a sua misericor
Por hum Ukase, expedido a 2 de Março, prohibio o dia infinita haja feito com elle o que em outro tempo
Imperador Nicoláo que para o futuro vá a paizes es se dignou fazer no Calvario com o bom ladrão; e oxa
trangeiros a juventude Russa com o objecto de educar lá que se ache na mansão dos bemaventurados.
se ou instruir-se nelles, sem permissão expressa do Im » D. Simão Bolivar e Palacios viveo e morreo ao re
perador. Os que não se conformarem com esta ordem véz de como devia viver e morrer. Pela nobreza de sua
ficão inhabilitados para serem admittidos no Exercito, casa, e por 25 mil pezos fortes annuaes que tinha de
ou para obter empregos publicos. (Quotidiana...) . renda, devia viver em paz, tranquillidade, e no meio
das commodidades que estas circumstancias lhes propor
O Diario de Puy-de-Dome refere o acontecido na cionavão; porém, entrando na nefanda carreira da re
destruição da Cruz de Riom, a qual oppòz alguma re> volução na idade de 26 annos, 5 mezes, e 21 dias, e
sistencia o povo. Os fragmentos desta Cruz forão de com hum orgulho e ambição sem limites, não teve hum
positados nos sotãos da casa do Corregedor...... \, momento de repouso, nem houve genero algum de pe
- Merece a mais seria attenção a proxima invasão nalidades que não padecesse. Elle viveo, pois, ao revéz
de Luxemburgo por hum Exercito de 24,000 homens de como devia viver; e morrendo na sua cama, quan
da Confederação Germanica, força que, segundo di> do por seus feitos devia morrer fóra della, morreo tam
zem, deve ser sustentada em caso de necessidade por doem ao revéz de como devia morrer.
hum numero de tropas Prussianas muito consideravel, » Ainda que era pequeno de corpo, e delgado, e º
– O Diario de Roma de 23 de Março annuncia que som da sua voz como de mulher, a sua constituição li.
no dia 21 foi derrotada junto a Castiglione huma par sica foi de huma robustez assombrosa, pois forão neces
tida de rebeldes, os quaes deixárão no campo da ba sarios para arruinalla vinte annos de agitações, de sus
talha hum grande numero de mortos e feridos; e entre tos, de pezares, de perigos, e de quanto para isso podia
os prizioneiros, que ficárão em poder das tropas Ponti concorrer. Era talvez o homem que mais distancias tiº
ficias, achou-se o commandante dos insurgentes Rossi. nha corrido na terra. Viajou nestes Reinos, em França,
Tambem se epanhou na mesma acção huma bandeira, em Inglaterra, nos Estados-Unidos, em Allemanha, º
bastantes munições, e hum carro carregado de espin em Italia. Esteve em muitas Ilhas do Arquipelago das
gardas. Hoje acha-se já totalmente livre destes bandi Antilhas. Atravessou quatro vezes as enormes distancias
dos a Legação de Viterbo, e em completa commúni que existem entre Caracas e Lima; e outras tantas as
cação com a Capital e com a Toscana. que ha entre aquella Cidade e Santa Fé de Bogotá.
Muitas vezes correo em todas as direcções as Provincias
HESPANHA. de Venuzela, com huma velocidade inconcebivel, e sem
pre no meio dos incommodos e privações que são indiº
Cadiz, 9 de Abril. pensaveis naquelles paizes. •

» Teve vicios e virtudes extremas: não conheceo meiº

... Em Inglaterra acaba de verificar-se huma daquellas
vendas tão immoraes como barbaras, de que aquelle
paiz, de quando em quando , oferece escandalosos
exemplos. Em Carry-Revel, perto de Bath, no dia 15
de Fevereiro ultimo, hum marido vendeo sua mulher
por dous soberanos. Este costume brutal, longe de ser
permittido como alguns accreditão, he castigado pela
lei, como não ha muito provou hum sabio escriptor; e
em 1828 dous homens e a mulher de hum delles forão
conduzidos perante hum Tribunal do Condado de Kent,
O marido foi accusado de ter vendido a mulher, esta
de ter consentido na venda, e hum tal João Savaye de
a ter comprado. Todos tres forão declarados réos pelo
Jury; porém o Tribunal, attendendo á sua ignorancia,
e á pouca publicidade do facto, que tivera lugar em
termo nas suas qualidades moraes. A ambição e o otº
gulho tiverão nele hum dominio absoluto: a ellas sacri
ficou quanto havia de mais sagrado na terra, e tudº
mais lhe era subalterno. Foi, para conseguir seus pro
jectos, audaz, emprehendedor, pérfido, cobarde no pºr
rigo, insaciavel de sangue, dissimulado, perjuro e vin
gativo. Foi ao mesmo tempo constante até a tenacida
de, desinteressado e generoso quanto a riquezas, sóbriº
na meza, esplendido, e amigo dos poucos que lhe paº
recião merecello. Seguio desgraçadamente hum partidº
criminoso, e aborreceo aquelles que, cheios de hum
egoismo ainda mais criminoso, não fazem nas revolu
ções outra cousa que esperar, com a mascara de hum
caracter pacifico, a preponderancia de hum partido Paº
ra se declararem por elle. -

huma taverna, estando presentes só duas ou tres pes
soas, os condemnou a hum mez ds carcere. Hoje,
quando similhantes vendas se fazem em lugar publico,
o povo mesmo costuma apedrejar o comprador, o ven
dedor, e a alfaia vendida. (Diario de Cadiz.)
º Detestou (a mim me consta) essa licença chamadº
liberdade, e essa democracia, atraz de cuja sombra tanº
tos illusos correm sem poder nunca apanhalla ; porém
mascarou-se continuamente com ella para allucinar º
multidão; e quando se avisinhava ao fim dos seus desº
 [391 ]
•

jo, que erão o imperio, a morte fez cahir º seus pés os de hum paiz deve ser inteiramente livre. 3.° Sería mui
projectos e as esperanças, e terminou de hum golpe e conveniente para a riqueza geral do genero humano o
n’hum momento tantos annos de desgraças e de crimes,
sem poder dizer como eu: bonum certamen certavi; fi
dem servavi; cursum consumavi. . prio, a favor de outra, na qual domine o systema restri
» Elle desceo ao sepulchro submergido na amargura
que lhe excitavão as suas recordações. Naquele trance
terrivel, em que todas as cousas são o que são em si mes
mas, teve presentes os immensos males que por herança
deixava á nossa dessalada patria, e a espantosa discor
dia que devia seguir-se ao termo dos seus dias. Sim, se
guir-se-ha; e, sem o auxilio de Deos Omnipotente, a
nossa patria desapparecerá da superficie do globo,
… Naquelle terrivel instante não se esqueceo de perdoar
aos seus inimigos; e os seus inimigos, sem necessidade
do seu exemplo, lhe perdoäo os inales que fez ao paiz
que os vio nascer, e a cada hum, em particular. Que
hum Deos infinitamente bom e misericordioso lhe per
doe, como eu de todo o meu coração lhe perdou-o!
» Sr. Redactor, dirigindo-lhe esta breve exposição,
julguei dever fazella, não só para satisfazer os meus sen
timentos, depois de huma luta de tantos annos que o
mundo ha visto, mas tambem para proporcionar algu
mas noticias verdadeiras aos que nos paizes estrangeiros
tratarem de formar o seu elogio etc. Madrid, 28 de Fe
vereiro de 1831. —J. D. D.»
Memoria sobre a Balança do commercia; e erame do
estado actual da riqueza em Hespanha ; pelo Marquez
commercio livre entre todas as nações, 4.° Nenhuma
nação póde conceder esta liberdade, sem prejuizo pro
ctivo. 5." Os Governos devem favorecer a importação
com certas restricções. 6." Que o principal objecto do
commercio exterior he trocar os productos proprios pe
los estranhos. 7.° He util a troca de fructos etc., por
objectos da mesma classe. 8." De generos manufactura
dos por outros. 9." De productos fabriz por fructos etc.
10." De fructos etc. por generos manufacturados, só no
caso de que abundem extraordinariamente. 11.° Deve
ser livre a extracção de todo o producto nacional, ex
cepto aquellas materias primas, que alimentão a indus
tria, e escaceião. 12.° Excepto tambem os generos que
a nação possue exclusivamente, e aos quaes póde dar o
preço que quizer com direitos de sahida. 13." Que póde
convir reembolsar os direitos, cobrados antes, a favor
dos exportadores dos generos. 14." Só convém dar pre
mios nos casos de animar huma industria nova, ou de
aliviar alguma crize na producção, ou no commercio.
16." Não he indiferente a huma nação a mudança na
quantidade relativa do ouro e prata que circula nella,
muito menos se a alteração for repentina ou continuar
da. 16." A introducção dos metaes preciozos em troco
de productos e trabalho, nunca foi nociva a nação al
guma. 17." Não he tão vantajosa a que resulta de con
quistas,
ção e do heranças,
trabalho. ou outras causas distinctas da produc
•

de Vallesantoro, Membro da Real Sociedade Arago

neza de amigos do paiz. Madrid, 1830. Citaremos sóinente huma reflexão do Author, a qual
Este apreciavel escriptor, bem conhecido já pelo seu certamente não tem occorrido aos impugnadores #
Tratado de Economia politica, publicado em 1829, e lança do commercio. Dizem estes que a diminuição ou
no qual fez tão sabias applicações dos principios geraes augumento de metaes preciosos em hum Estado não faz
desta sciencia ás circumstancias da nossa nação, propôz mais que diminuir e augmentar a quantidade delles, que
se a examinar na Memoria, que annunciamos, huma das se dará pelas demais cousas de que nos alimentamos, ves
questões mais importantes, assim para os particulares, timos etc. O Author lhes replica: «isso poderá ser certo
como para os Governos, qual he a da Balança do com no commercio interior, mas não assim no de importação:
mercio, olhada como axioma por todos os homens sem porque o preço dos generos estrangeiros importados não
distincção até ao meio do seculo passado, e reconheci depende da quantidade do dinheiro que haja no paiz
da hoje, quando muito, como hum meio de represalia , donde se importão, mas sim dos valores consumidos
ou como hum recurso para impedir a diminuição do para a producção dos generos nos paizes de donde se ex
numerario. _* portão.» Esta observação, que he mui decisiva no as
O principio da Balança nasceo nos tempos em que sumpto, he nova e exactissina, e prova com quanta
só ouro e prata erão reputados riquezas: deo origem ao attenção e profundidade examinou o Author hum pro
systema prohibitivo e restrictivo, dirigido a saldar com blema tão controvertido.
productos, e não com dinheiro, as contas mercantiz Conclue a memoria com hum exame rapido, mas
com outros paizes: fortaleceo-se com o poderozo au muito bem feito, do estado actual da riqueza em Hes
xilio que prestava ás fabricas nacionaes; e ultimamente panha: explica o efeito que produzio o descobrimento
debilitou-se sobre maneira, não só pelos males do con da America na nossa industria e população: confessa
trabando, a que dá lugar, mas tambem pelos inconve que actualmente sofremos os efeitos da diminuição do
nientes que se seguirião a huma nação do augmento numerario, demonstrada pela baixa dos preços dos grãos;
exorbitante de numerario, objecto a que tende o syste porém prova que a Hespanha produz hoje em productos
ma da Balança, e que produziria sem duvida, sendo .agricolas e industriaes, muito mais do que produzia
rigorosamente observado. Allega-se contra estas razões quando era senhora das riquezas da America.
a authoridade de Smith e Say, adversarios do dito sys Nós acrescentaremos só duas reflexões, que não terão
tema, e aos quaes seguem quasi todos os economistas escapado ao sabio economista, cuja Memoria extracta
da nossa época. Porém, apesar de tudo, o principio mos, mas que não pertencendo ao plano das suas
de guardar o dinheiro º de vender productos aos estran indagações deixárão de ter lugar no mesmo escripto.
geiros, e de evitar a compra dos seus, quanto he pos Ambas são applicaveis ao estado presente da Hespa
sivel, está radicado na legislação de todos os povos; nha: huma he moral, e não pode conseguir-se faltando
e em todos ha prohibições, restricções e contraban Ao concurso de todos os Hespanhoes: a outra pertence á
distas. - |- economia politica, e ao Governo o fazella fecunda e
O nosso Author examina este problema sem preven -productiva. {
ção a favor de nenhum dictame. Péza as razões de Smith 1.° Huma nação, onde haja falta de numerario, de
e Say, cujos textos originaes copía; pondo-lhes notas, ve renunciar o luxo, que se alimenta com productos es
principalmente ao do economista Frances; dá depois trangeiros, designadamente o das modas e variedades,
o seu parecer fundado nos principios da sciencia econo que he o mais damnoso destruidor. Os consumidores po
mica, e o reduz a hum curto numero de maximas, que dem allegar algum pretexto para preferirem os generos
nós, não podendo nem devendo extractar toda a obra, estrangeiros de necessidade aos nacionaes, quando estes
apresentamos aos leitores. 1." O commercio he a alma são menos baratos e de menos duração. Porém o que
da producção e da riqueza. 2.° O. commercio interior deita fóra do Reino o seu dinheiro por objetos de hum
 .[332 ]
capricho fivólo e vão, que desculpa tem? Quizeramos º gleza, para Londres; 1 Galeota Hollandeza pa
que os Hespanhoes, amantes naturalmente da sua pa ra Arnstardam, e 1 dito dito, para "Ulaardingen.
tria, fizessem o sacrificio (de limitado custo na verdade) 5 h. 52 m. 1 Bergantim Sueco, para Gottemburg.
do gozo ridiculo do orgulho, á conservação do numera . Embarcação sahida de S. Julião. |

rio que nos fica, e que applicado, como capital produ 1 h. 56 m. 1 Paquete Inglez. · * - ". -

ctivo, pode em poucos annos restituir-nos grande parte

da nossa antiga riqueza.
- 2.° O commercio exterior de importação ou exporta Annuncios. " , . * * *

ção, quer se adopte o systema da Balança, quer o do

livre trafico, ainda que sempre digno da maior conside No dia 27 do corrente sabe o 3.° numero do Jornal
ração, nunca he tão importante como o interior, cujos Philarmonico de Fr. José Marques e Silva, e se acha á
lucros são mais frequentes, mais geraes, mais certos, e venda na Oficina Lithografica da Praça das Flores N."
necessitão de menos avanços. Sem o commercio interior, 3, e na loja de papel defronte do Espírito Santo, onde
os productos da agricultura e da industria ficão inutili continuão a receber-se as assignaturas..." •

zados, e sem valor para a riqueza publica. Ora bem: O Conselho de Administração da Marinha pretende
os elementos necessarios, indeclinaveis deste commercio comprar drogas para tintas, inclusivè oleo de linhaça:
são as communicações interiores. Estamos firmemente todas as pessoas que quizerem "vender os referidos arti
persuadidos de que melhoradas as que ha, e augmenta gos, podem comparecer" na sala do dito Conselho em o
das outras muitas que faltão, já por meio de canaes, dia 26 do corrente mez de Abril, pelo meio dia, para
já de carriz de ferro, se daria hum impulso extraordi se tratar deste objecto. * * * * -, 1 ;
mario ao commercio interior, e se multiplicaria em bre Theodora Domingas Maria, e seu filho Leonardo
ve a nossa producção agricola e fabril. Todo o produ Antonio Ferreira Lanhozo, Negociantes de Terra e Ul
eto solicita hum consumidor. O segredo de fazer os po tramar, com Fabrica Real de couro e solla, na Cida
vos ricos he aproximar, quanto for possivel, os produ de de Braga, participão, por motivos convenientes ao
ctos aos consumidores.
4 |-*, * ( Estafeta de S. Sebastião.)
** ** * * * · · ·· |- • - * * * seu negocio, e administração delle, que estão promptos
|-
em sua casa na mesma Cidade, até o dia 13 de Agos.
… .. … … * . .
**. * in 1, . #
to proximo vindouro deste anno, para liquidar, e ulti
• + * . * . *§§ 4–4 mar as suas contas, com efectivo pagamento, a todos
os seus crédores, que legitimamente se lhe apresentarem
Telégrafo. — Serviço da Barra.—23 de Abril. com legaes e verdadeiros titulos, de letras, transacções,
fianças, ou de qualquer outra natureza: com a condição
- . Embarcações entradas em Belém. * * porém, de que, passado este prazo marcado, todo º
4 h. 32 m. 1 Barco de Guerra Inglez movido por va que deixar de comparecer, ficará por esse mesmo facto
… por, de Plimouth, 6 dias, 1 passageiro Correio de privado de qualquer direito, em que se presuma contra
* Gabinete Inglez. os devedores; cassados, e de nenhum vigor e efeito os
6 h. I Bergantim Brazileiro, S. José Grande, do Pará, seus titulos, até aquella época, para-prevalecerem só
* 49 dias, mala, 2 passageiros Portuguezes, que são mente os contractos, que d’ahi em diante se verificarem
* I Negociante, e 1 Commissario
Embarcações volante.
sahidas de Belém. *
•
por novas firmas. Descobrindo-se neste concurso com des
pejo alguma divida dolosa, que torne equivoco o caracter
49 h. 50 m. 1 Escuna Hollandeza para Setubal. do apresentante, será liquadada summariamente peranº
4 b. 4 m. 1 Galeota Hollandeza para Setubal. te o Doutor Juiz de Fora do Civel da dita Cidade de
"Braga, Juiz privativo dos devedores, debaixo da mes:
+

J -
Idem, 24. • **
+
ma pena. Similhantemente participão, que tem para
… , " " . Embarcações avistadas. * **
vender 76 pipas de vinho d'Americas no armazem da
•

Roda-velha, na rua dos Caldeireiros do Porto: quem

5 h. Norte
35 m. do
1 Bergantim, e l Escuna
• Cabo da Roca: navegãosem
parabandeira
o Sul. ao o pretender pode dirigir-se á casa de seus legitimos dº
nos em Braga, aonde se lhe fará a venda pelo estadº
'8 h. do
40 Espichel.
m. 1 Bergantim sem bandeira a Oeste do Cabo •
da terra, e com o abatimento de 13000 réis por pipa,
com o prazo de doze mezes fechados; sendo as firmas
10 h. 8 m. 1 Brigue Escuna sem bandeira a Oeste d de prompto desconto, e sem assignatura da casa... " .
* Cabo do Espichel. ^* - Na rua do Poço dos Negros N.° 83, se vende viº
11 h. 27 m. 1 Cahique sem bandeira ao Noroeste do nho de superior qualidade a 80 rs. por canada.
Cabo do Espichel. Quem quizer comprar, aforar, ou arrendar a quintº * #

*5 h. 31. m. 2 Vasos sem bandeira que parecem ser Cur da Carrasqueira, em Aveiras de cima, procure, ou es"
vetas de Guerra, e 1 dito dito que parece ser Bri Villa
creva de
a seu dono Luiz Pereira
Monção. : , Velho de Moscozo, na • •

gue de Guerra bordejando ao Norte do Cabo da

\ *Roca. Terça feira 26 do corrente, ás onze horas, no largº -

Embarcação entrada em S. Julião. do Calhariz N.° 63, no 2.° andar, se ha de vender em

10 h. 44 m. 1 Bergantim Inglez. leilão a mobilia da casa, paineis, louça, vidros, etc. •

• Embarcações sahidas de Belém.

Sexta feira 29 de Abril, na Praça pública dos leilões,
7 h. 15 m. 1 Brigue Escuna Inglez, para Londres." se ha de arrematar, com o abatimento da quinta partº
9 h. 36 m. 1 Bergantim Sardo, para Genova, e 1 do seu valor, huma quinta denominada do Reitor, nº
Brigue Escuna Inglez, para Londres. Freguezia de Nossa Senhora da Encarnação da Ameiº
11 h.mo38e m.
•
1 Brigue
Almas, paraEscuna
a IlhaPortuguez, Monte
da Madeira: do Car aroeira, avaliada em 2:3503000 réis, e o seu rendimen
2 Bergan
to em 1363000 réis, paga de foro 120,3000 réis: hº
tins Inglezes, para a Terra Nova; 1 Escuna In Escrivão da arrematação Negreiros. • +

===

. LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.

•• • - - - -- - * * *. . * -> ** *
 NUM. 97.
GAZETA DE LISBOA.
TERÇA FEIRA, 26 DE ABRIL.
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
ITALIA.
Roma, 31 de Março.
Com data de 26 do corrente participou o Cardeal
Eenvenutte ao General Geppert, Commandante em
Chefe do Exercito Austriaco, que tinha voltado a to
mar posse do cargo de Legado à latere na Cidade de
Ancona e sua Provincia, e que se lhe havião apresen
tado quatro indivíduos do chamado governo dos insur
gentes, implorando a clemencia do Santo Padre, e
que, á vista da supplica que lhe havião feito de que
evitasse a effusão de sangue, propunha ao General hu
ma suspensão de hostilidades. Em dous dias contestou a
S. Em minencia o General Geppert, dizendo de Siniga
glia que achando-se encarregado de restabelecer porto
da a parte a authoridade legitima do Santo Padre,
não podia absolutamente tratar com as authoridades es
tabelecidas pelos rebeldes, e que em consequencia to
maria posse de Ancona. Com efeito, assim o fez, e no
mesmo dia se pozerão a caminho para a dita Cidade as
tropas Austriacas que já se achão nella.
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 16 de Março.
Theoria dos écos.
Quando o som he impedido no seu progresso por hu
na superficie lisa, como a de huma parede, o lado de
huma casa, ou a frente de huma rocha, e mesmo pelo
dado de huma montanha, he reflectido, ou repellido de
hum modo similhante á luz por hum espelho; e o ob
servador, que emittio o som, ouvirá o éco algum tempo
depois. Se huma pessoa, por exemplo, está em frente
de hum rochedo, na distancia de 1,090 pés, e disparar
huma pistola, o som gastará hum segundo para chegar
ao rochedo; e quando reflectir do rochedo, gastará ou
tro segundo para chegar ao observador, de maneira que
o éco será ouvido exactamente dous segundos depois do
tiro da pistola. Daqui poderemos determinar a distan
cia, em pés, do corpo que occasiona o éco, multipli
cando 1,690 pés por metade do numero de segundos en
tre o som e o seu éco. Para ouvir o éco mais distincta
mente, deve o observador cstar exactamente em frente
ANNo i83I.
*><==-
ao meio da parede, ou objecto que obstrue a passageux
do som, e o reflecte. Se o lugar onde se faz o som he
diferente do lugar em que se acha o observador que
o ouve, então o ouvido do observador deve estar tão
distante por hum lado do ponto directamente fronteiro
ao meio da parede, como o lugar donde se emittir o
som estiver distante delle pelo outro lado; ou, para
fallar em termos mais technicos, o som he …adº si
milhantemente á luz, de modo que o angulo da inci
dencia, ou a inclinação sobre que o som cahe na pa
rede, he igual ao angulo de reflexão, ou á inclinação
donde o som he reflectido da parede. Varios écos, e
alguns não muito acreditaveis, tem sido descriptos por
diferentes authores. O Doutor Plot faz menção de hum
éco em Woodstock Park, o qual repete desesete syllabas
de dia, e vinte de noute. $ famoso éco da quinta do
Marquez de Simoneta, perto de Milão, foi descripto
por Addison, e por Keysler. Na opinião do ultimo des
tes dous viajantes elle he occasionado pela reflexão da
voz entre os dous lados oppostos e parallelos do edifício, os
quaes estão distantes hum do outro cincoenta e oito
passos, sem janellas ou portas, estando perpendicula
res ao corpo principal do edificio. A repetição do
som consiste principalmente na ultima syllaba. A voz
de hum homem he repetida quarenta vezes , e hum
tiro de pistola mais de sessenta ; mas as repetições
são tão rapidas, que he difficultoso contallas, a não
ser de madrugada, ou em huma noute socegada. Hum
exemplo curioso de hum éco obliquo, que não he “ou
vido pela pessoa que emitte o som, vem descripto nas
Memorias da Academia das Sciencias, como existente
em Genefay, perto de Ruão. Huma pessoa cantando
ouve unicamente a sua voz, entretanto que os que a
escutão ouvem sómente o éco, o qual algumas vezes
arece aproximar-se , e outras afastar-se do ouvido.
# pessoa ouve huma só voz, outra diferentes vo
zes; huma ouve o éco da direita, outra ouve-o da es
querda— mudando continuamente o efeito com a po
sição do observador. Hum dos écos mais notaveis he o
que descreve o Doutor Birch em Roseneath em Argills
hire. Quando huma pessoa em distancia conveniente dá
outo ou dez notas em huma trombeta, ellas são exa
ctamente repetidas, mas huma terceira mais baixas;
depois de hum breve silencio ouve-se outra repetição
em tom mais baixo, e depois de outro intervallo são
repetidas terceira vez em tom ainda mais baixo.
(Quarterly Review.)
Idem, 2 de Abril.
As loterias em França.
As primeiras loterias forão introduzidas em París em º
 * [ 394 |
1640, por hum homem chamado Chuyes, natural de a resposta do Gabinete Austriaco á Nota que se lhe
Lyons, do oficio de bate-folha. Este Chuyes, que era passou sobre a occupação dos Estados Romanos: a con.
famoso pelas sua tongas viagens e extraordinaria in testação decidirá a grande questão da paz ou da guerra,
telligencia, publicou hum pequeno livro intitulado Guia + - (Diario de Paris)
-

das ruas de Paris, arranjado alfabeticamente. No pe — O Courier Francez diz o seguinte:

riodo da introducção, das loterias em França, já ellas » Na noite do dia 5 sahio desta Capital para Bruxel.
estavão em grande voga na Italia, na Hollanda, e no las Mr. Rogier aggregado á Embaixada Belga. Crê-se
Grão Cairo. Originalmente a loteria era o modo pelo - que leva huma intimação, accordada entre o nosso Ga
qual se dava sahida a louças velhas e a artigos que fica binete e o de Londres, para persuadir ao Governo Bel.
vão por vender nas embarcações; estes erão combinados ga que se não "8%" á occupação de Luxemburgo
cola peças de ouro, de prata, e joias, o que tudo se pelas tropas da Confederação Germanica. Dá-se-lhe o
devidia em lotes, e dahi os Italianos lhe chamárão lo prazo até 15 do corrente para decidir-se, e tomar as me
taria e loteria. Chuyes desejou dar-lhe o mesmo nome, didas que julgar opportunas para evitar todo o cho
mas os seus assosiados, entre os quaes se achava Mr. que.»
de Vaugelas, oppoz-se a isso: Vaugelas conduzio a es Eis-aqui o brilhante resultado das conferencias de
peculação, e pensou fazer suficiente lucro com que pa Londres, e de 5, mezes de negociações em Paris.
gasse as suas dividas. Elle desejou dar-lhe hum appa (Quotidiana.)
rato esplendido, e annunciou-a com o nome de Banco — O Diario de Petersburgo de 26 de Março ultimo
Feal. Depois de muitas solicitações e intrigas, esta publica com individuação o insulto feito nesta Capital
beleceo-se a tal loteria debaixo da Authoridade Real ao Embaixador da Russia, Mr. Pozzo di Borgo, sem
em 1644. accrescentar outras reflexões, que o seguinte párrafo do
nNumerosas queixas, porém, a inconstancia dos nos seu correspondente de Paris: º Hum novo escandalozo
sos gostos, huma viagem á India, que apressadamente attentado acaba de caracterisar os excessos de huma po
emprehendeo Chuyes, a morte # M. Kaugelas, se pulaça, que nestes ultimos tempos tem dado provas de
guila de hum cerco e perturbações em París, tudo cau masiadas de que nenhum freio tinha que a contivesse.
sou a suspensão deste estabelecimento, que esteve a Depois de haver atropellado as nossas instituições reli
»onto de ser abolido, se as eficazes diligencias de Mr. e giosas passou a violar tambem o respeito devido á casa
adame de Saidery não conseguissem transferillo para os, de hum Embaixador estrangeiro, (Idem.)
Srs. Carton e Boulanger, na intelligencia de terem — Refere a Gazeta de Nuremberg que em Inspruck,
tambem certos proveitos. Os novos especuladores, mais Capital do Tyrol, se tinha recebido ordem de Vienna
ousados talvez do que os seus predecessores, não tive para organizar naquella Provincia 20,000 homens da
rão escrupulo de chatnar ao estabelecimento loteria, e Landwerhr. •

a palavra tornou-se em paixão, Estes especuladores for
necião-se d'artigos de toda a especie, #" por hum,
inventario, que elles fazião 23 lotes, 10 grandes, e 13
menores. O menor de todos era avaliado em 15,000 fran
cos, e o maior em 276,000 francos. Elles tinhão além
disto quatro livrarias, tapeçaria da mais rica, e huma
infinidade de preciosissinos artigos. Sauval diz que en
tre outras cousas tinhão huma quantidade prodigiosa de
agathas, rubiz, esmeraldas, diamantes, e pinturas de
Leonardo de Vinci, Titiano, Poussin etc. Todas estas,
riquezas erão expostas em huma casa magnifica no fim
da rua de Bethesey, commumente chamada o Hotel
d'Anjou. Os proprietarios tinhão meza franca, e todos
os meios de atirahir gente se punhão em pratica. Com pelo qual a França, a Inglaterra, a Russia, a Prus
tudo, depois de todos estes esforços, sómente ganhárão
humas 30,000 libras. • (Courier.)
Idem, 4.
+ Ultima apparição de Sontag. •
Hamburgo teve a honra de ver Madame Sontag
fechar a sua carreira musica e dramatica. -Os concertos,
que ella deo naquella Cidade forão tão brilhantes como
— Com data de 25 do passado escrevem das Provin
cias Prussianas, immediatas ao Rheno, o seguinte:
º Começão a chegar a estas Provincias os Regimen
tos Prussianos, que estavão acantonados no Ducado de
Posen; e para principio do mez immediato tello-hão
acabado de verificar todos os corpos que dalli devem
vir. Deste modo os 73,000 homens de todas as armas
com que o Rei de Prussia deve contribuir á Confede
ração Germanica, estarão todos em o pé de guerra.»
+ - • (Idem.)
— A 21 do passado tiverão em Roma huma Junta
extraordinaria os Eminentissimos Cardeaes, aos quaes
S. S. communicou bum Protocolo assignado em Paris,
sia, e a Austria garantem ao Soberano Pontifice e in
tegridade dos seus Estados. (Idem.)
— Zucchi e os demais chefes da insurreição Italiana
tinhão embarcado para fugirem de Ancona; a embar
cação em que hião cahio em poder de huma Corveta Aus
tríaca, á sahida daquelle porto. (G. de França.)
—Os Periodicos do Cabo da Boa Esperança contém
a seguinte noticia, recebida por cartas da Nova-Gales
Meridional: . •

productivos; e hum enthusiasmo dificil de descrever foi

manifestado pelo publico todas as vezes que ella cantou. » O Capitão Stuart, que já tinha tido antes a com
Madame Sontag sahio de Hamburgo para Haya, missão de procurar a desembocadura das correntes, que
aonde seu marido, o Conde de Rossi, Éáviº, da Côrte se notão no interior da Nova-Hollanda, acaba de des
de Turim junto á Côrte de Hollanda, a esperava para cobrir naquelle paiz hum grande rio navegavel até ao
a receber. * . ** (Idem.) Oceano. O seu curso he de 1,000 milhas, ainda que
Idem, 8. em linha recta não tem na realidade mais de 300. O
Paiz está muito povoado, e os habitantes se devidem
- – As cartas de París recebidas nesta a 4 do corren em duas castas. A vista dos Européos causou-lhes mui
te, que annuncião a nova baixa que tem experimenta ta surpreza, mas não obstante os recebêrão mui ami
do os fundos Francezes, e as rigorosas medidas daquel gavelmente. Os Barcos de vapôr podem subir facilmen
le Governo contra as associações que se formão na te o rio; e he de presumir que dentro em pouco se fa
França, tem causado bastante inquietação. (Idem.) | rão descobrimentos interessantes no interior de hum paiz
tão pouco conhecido. (M. C.)
FRANÇA.
(Da Gazeta de França de 29 de Março copiamos o
París, 10 de Abril. seguinte artigo do Jornal dos Debates, sobre
as associaçães em França.)
Amanhã, ou no outro dia, espera o nosso Governo º Recebemos de todas as partes cartas em que se des,
 [ 396 }
*PPrºva energicamente as assºciações chamadas nacio- dos nossos grandes tras dias, a mania era fallar; dahi
***º*, propondo-se nas mesmas cartas a formação de os clubs opcie, se falou extensamente, até q a guarda
*º*"º associações, cujo fim viria a ser º mesmo, com nacional, enfadada desta macaquice dº "#### qs
º só diferença de que em lugar de se moverem fora da oradores e o auditorio. , . " >
irecção do Governo, as melhores se obrigarião a pôr, Ágora, a mania, he governar; dahi os committes, os
em caso de necessidade, as suas pessoas e bens á dispo- pequenos governos recebendo impostos, assignando actos
sição do Rei. 1- * oficiaes debaixo da contrasenha de hun secretario, mi
Jámais poderiamos assaz louvar as intenções daquelles__listros de finanças, administrados, tudo huma pequena
que tem concebido esta idéa; mas ha no mesmo princi-"máquina que faz andar outras, e parvos sobre tudo,
pio destas associações alguma cousa que faz que as me- parvos em grande numero, que depois de terem pagº
lhores dellas sejão inuteis, e as más perigosissimas. para serem governados em grande, pagão, ainda para
. Já nºs consta que muitos homens prudentes, que se ser governados em pequeno; tudo isto até que o bom
tinhão deixado induzir por hum motivo, na apparencia senso publico faça justiça a estes homens meninos, que
nacional, ou que não tinhão podido resistir á força do jogão ao governo como as creanças jogão #
exemplo, estão arrependidos de terem assignado actos Porque depois de oito mezes tem entrado muitos homens
contra os quaes o Governo se tem pronunciado em ter- no poder, imaginão eles ser a sua vez chegada, e que
Inos os mais severos, sendo bem facil ver que a idéa, ou escaparáô a esse desprezo prematuro, que tantas reputa
hostil ou de desconfiança, deve ter ferido profundamen- goes tem ferido e murchado tantas popularidades.
1, º
te o patriotismo do Rei. . , , Ainda que se misture bastante ridiculo em tudo isto,
A razão deste arrependimento he bem simples: ha nós approvamos que o Governo tenha tornado a cousa
homens de honra em França, que assignárão o seu no- ao sério, e que severamente haja prohibido a todas as
me sobre hum papel que ao principio se julgava convir authoridades de se afiliarem em associações, de que o
para huma obra regular e legal, e que depois se reco- mesmo principio só he huma injuria para a authorida
nheceo ser na realidade para huma obra de desconfian- de, e cujas promessas não são compativeis com as fun
ça e de sedição. ções revogaveis. Nunca ha partido desprezivel para
De resto, o que prova quanto os homens que ima- hum Governo vigilante; o partido das associações cheio
ginárão esta recenta maravilhosa tem necessidade de il- como está de pequenos espiritos e de parvos, não he
ludir o bom senso nacional, para recrutar estupidos, por isto menos perigoso; primeiramente, porque os pe
be o cuidado que elles tem posto em a representar como quenos espiritos são muito inquietos, e podem ser mui
perfeitamente innocente, não só de toda a opposição, to incommodos, e os parvos são de ordinar o as mani
mas até de toda a desconfiança a respeito do Governo, velas de hum partido; e em segundo lugar porque estas
A desgraça he que os documentos existem nas mãos de duas castas de gente trabalhão sempre, como temos di
toda a gente, e o que está escripto está escripto. A to, para hum mais fino ou mais audacioso, que se apror
associação que servio de modelo, ou o prospecto de to- - veita da actividade de huns e da cegueira dos outros,
dos as outras, a associação da Moselle, explicou-se nos em detrimento do Estado.
seguintes termos: •

» Considerando que os antecedentes de hum grande HESPANHA,

» numero de depositarios do poder, a fraqueza e a at- &— * *

º titude incerta de outros, dão lugar a temer que os - Madrid, 18 de Abril.

º perigos de que o paiz he ameaçado não sejão previ- • - + • — —

º nidos por meio de resoluções promptas e energicas..."
Eu creio que não he necessario, para explicar estas
palavras, fazer-lhe huma analyse da sua tendencia, e
que o sentido dellas be assaz claro para quem souber
distinguir a sua mão direita da mão esquerda. Depois
disto, ne possivel que os partidos achem nos seus voº
cabularios huma palavra sem consequencia que justifique
o acto fundado sobre taes expressões! Quanto a nós,
que não conhecemos, fóra da imprensa e da eleição,
modo legal de censurar ou de substituir os poderes res-
ponsaveis em huma Monarquia constitucional, não
achamos se não a palavra conspiração, que caracte-
risa hum acto que vai além da censura constitucio-
nal, e pelo
va para qualá se
supprir organiza hum
insuficiencia governo legalmen-
do Governo de reser-
Segundo o avizo de Tanger, dado pelo Consul Geral
de Hespanha em Marrocos, ancorou ás seis horas da
manhã de 24 de Março naquelle porto huma barca pes
careja da matricula de Bejer. Ao avizinhar-se á terra
ouvírão-se, aos que hião dentro, as vozes seguintes: não
somos christãos, queremos ser mouros: de modo que
tendo sabido o facto o Governador Bachá, ordenou
que desembarcando a gente comparecesse na sua pre
sença. Verificado isto, os que davão os gritos declará
rão ser D. João Michelena, Capitão da Brigada da
Marinha Hespanhola; D. Luiz Guerra de la Vega,
Oficial da mesma; D. João Bautista Lopes, Tenente
indefinido; D. Mariano Rey, idem; D. José Luque,
commerciante,
Farmacia. e D. José Bermudes, praticante de
• • •

te instituido. Que esta conspiração se trame em Estes seis Hespanhoes, que tinhão sido cumpliçes na
pleno dia, e que seja, se se quer huma conspiração revolução da Ilha, e, diz-se tambem, no assassinio do
preventiva, do momento em que ha dous poderes no Governador de Cadiz, arrenegárão immediatamente da
Estado, tendo ambos ao seu serviço forças regulares, - Religião Christã, sugeitando-se a todas ae ceremonias
impondo ambos contribuições, o que não está longe de do mahometismo, confirmando assim quão disposto es
bater moeda, ha necessariamente conspiração de hum tá a negar o seu Deos aquelle, que trocando por di
dos dous contra o outro, ha lucta, e pode haver guerra
civil. • • •
#"as suas promessas, atraiçoa a sua patria e o seu
ei. "… •

No primeiro pensamento destas associações já ha hum
lado ridiculo, que se não tem bem notado, e que faz
lástima ; he a mania de governar que se metteo nos
cascos de tantos espiritos mesquinhos, e que faz perder
o juizo a tantos espiritos honrados, ludibrio, como os
primeiros, de duas ou tres cabeças esquentadas, que não
O patrão do barco, e tres marinheiros que o acom
panhavão, declarárão que estando a pescar na tarde de
23, a legoa e meia de Bejer; forão surpreendidos pelos
ditos arrenegados, que vinhão em ouro barco menor,
º que apoderando-se do seu, os obrigárão a dirigir-se a
Tanger. . •

ousando fazer abertamente a revolta, esgotão todas as — Torrijos e Palrea tem podido subtrahir-se em Gi
fórmas de opposição simi-legal, para chegarem ao po- braltar á ordem de embarcarem para Malta com seus
der, e semêão embaraços á roda do Governo, não se at- companheiros, fazendo que, demandados em juizo, ºs
trevendo a destruillo por meio de commoçoes. Depois detenhão como devedores insolventes.
 • •
—Em huma cova escondida no mais aspero da ser
Yania de Ronda encontrou hum cabreiro os cadaveres de
4 companheiros do defunto Manzanares. Conhece-se que
fugindo da geral perseguição das tropas e dos povos, se
###### sitio; mas tendo cada hum duas ou
"tres feridas de bala, espirárão, segundo parece, escoados
de sangue. Morreo em tal abandono no anno 22 algum
Realista dos feridos e perseguidos pelos constitucionaes!
Outro acolhimento, outro favor mui diferente do que
encontrão hoje os revolucionarios, achavão então os
Realistas nas aldêas e entre os pastores, quando os re
vézes da guerra os obrigavão a esconder-se. O que pas
são agora em Hespanha os inimigos do Throno só póde
comparar-se áquelle desamparo, atordoamento e perdi
ção ém que se encontrava no anno 11 qualquer Fran
cez disperso em consequencia de huma derrota. Queira
Deos que, convencendo-se já todos por estas observa
ções da invencivel e generosa fidelidade dos povos Hes
janhoes, sejão Manzanares e seus companheiros as ul
timas victimas que
ro estrangeiro. " " ofereça
. ao idolo da revolução o ou
" Toda a Península gosa de perfeita tranquillidade.
* * * ** ** * - - (G. de Madrid.)
"Lisboa, 26 de Abril.
_ Segundo as cartas de Moçambique, em data de 17 de
TNovembro do anno proximo passado, reinava ali o maior
socêgo: a Charrúa S. João Magnanimo surgio naquelle
porto no dia 9 de Outubro, com viagem dilatada pelas
calmarias, e ventos contrarios que constantemente achou;
e tendo tomado a seu bordo os refrescos necessarios, le
vantou o ferro navegando na direcção dos Estados da
India no dia 29 do dito mez, sem outro accidente mais
do que terem-lhe falecido 4 praças da marinhagem, e
2 dos degradados que conduzia, e de lhe ter rebentado
huma das amarras em Moçambique. .
*—*§§ «—»
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 25 de Abril.
- "Embarcações avistadas.
5 h. 20 m. 2 Bergantins sem bandeira, e l Cahique dito
a Oeste do Cabo da Roca: navegão para o Sul.
3 h. 5 m. 1 Brigue de Guerra Inglez a Oeste do Cabo
do Espichel.
o h. 1 Bergantim sem bandeira, e 1 Véla dito ao Nor
º te do Cabo da Roca. |-
••
Embarcações sahidas de Belém.
10 h. 50 m. 3 Bergantins Russianos para o Baltico.
3 h. 6 m. 1 Escuna Ingleza para Londres, e 1 Cha
lupa dito para Southampton. -
Embarcação sahida de S. Julião.
3 h. 6 m. 1 Curveta de Guerra Ingleza.
N. B. Aºs 10 h. 50 m. entrou em S. Julião 1 Brigue
de Guerra Inglez, veio de Portsmouth em 9 dias.
= ++ - _
Publicação Litteraria.
Sahio á luz o N.° 19 da Contra-Mina : vende-se por
40 réis nas lojas do costume.
Annuncios.
Os Caixas Contratadores Geraes do Real Contrato
do Tabaco avisão, que na Thesouraria do mesmo Con
trato se dão Letras sem premio algum sobre a Adminis.
LISBOA NA IMPRussão REGIA.
T 396 |
tração Geral do Porto, e sobre todas as mais Adminis,
trações do Reino e Ilhas.
Na rua de S. Bento, N.° 77, 2.° andar, se diz quem
vende as casas sitas ás Trinas, na rua do Pé do Fer.
'ro N.° 5, por conmodo preço, e se acceita Apolices
*§"# pelo valor que tiverem na praça.
a rua dos Capellistas em N.° 124, loja de cambio,
se descontão Letras dos Contratos Reaes, e Bilhetes das
Alfandegas, pelo mais modico preço.
Quem quizer arrendar a Commenda de Olleiros, Al.
varo e annexas, da Ordem de S. João de Jerusalém,
no Priorado do Crato, póde ir ou mandar tratar do seu
ajuste, do 1.° de Maio em diante, a Lisboa na rua
de S. José, N.° 196, aonde se concluirá; declarando
se que o dito arrendamento se póde fazer por dous até
nove annos, e que ha de ter principio em o dia de S.
João de 1831, junta ou a ramos; podendo tractar igual.
mente em Olleiros com o Reverendissimo Procurador,
José Lopes, e sua mulher Maria Joaquina Hilária,
•
annuncião ao publico andarem litigando com Antonio
José de Lima Mello e Alvim, no Civel da Cidade, Juiz
o Desembargador João de Mello, Escrivão Cordeiro,
sobre hum prazo foreiro á Sé, que os annunciantes com
prárão, e o dito Alvim pertende que faça parte de hu
ma quinta vinculada, ao chafariz d'Andaluz: e como
o dito letigio ainda pende, se previne o publico, para
não comprar nem aforar similhante prazo ao dono da
quinta, pois que não foi, nem he, nem podia ser vin
culado: e quando se efectue assim mesmo a venda, ou
aforamento, ficar sugeito á decisão final do letigio, in
dependente de convencimento algum particular do com
prador, ou emphyteuta.
Antonio Pereira, e Antonio Gomés, e outros co-her
deiros habilitados no casal do falecido José Gonçalves
da Cruz, executão a Antero José de Brito, desta Ci
dade de Lisboa, no Juizo da Correição do Civel da CI
dade, Escrivães Lino José de Almeida Torre do Val.
le, Joaquim Venancio Ferreira, e Joaquim da Silva
* Cordeiro, tendo-lhe arrestado as propriedades rusticas
e urbanas, e moveis que elle possue, pelo cartorio do
dito Cordeiro, cujos bens não chegão para saldar as
ditas execuções : consta-lhes que pela repartição da
Côrte, Escrivão Negreiros, andão em praça as ditas
propriedades por huma dolosa execução, que D. Maria
do Carmo, mulher do executado Antero, lhe move pelo
seu dote: protestão os annunciantes pela conservaçãº
do seu direito áquelles bens arrestados.
-
Terça feira 26 do corrente, ás onze horas, no largº
do Calhariz N.° 53, no 2.° andar, se ha de vender em
"leilão a mobilia da casa, paineis, louça. vidros, etc.
Trespassa-se huma loja de massas na rua do Ourº
N.° 176 e 177: quem a pretender, póde falar na me"
ma para tratar do ajuste.
Joaquim Gonçalves Maia, Capitão do Brigue Brazi
leiro Joanninha, arribado a este porto na sua viagem
do Pará para Havre de Grace com carga de cacáo e
outros generos, precisa para satisfazer as despezas orca"
sionadas pela dita arribada, da quantia de tres a qua
=
tro contos de réis, quantia aproximativa das despeza:
do dito Navio , sobre risco do mar, isto he, mediante
Letra de risco do estilo: quem quizer emprestar a refº
vida quantia , póde comparecer na casa da Praça dº
Comtnercio no dia Sexta feira 29 de Abril, ás horas dº
Praça, quando se ha de pôr a lanços a dita quantia,
para ser arrematada a quem por menor premio ofere
cer; sendo o Corretor jurado desta arrematação Vicentº
Massa. Lisboa, 26 de Abril de 1831.
+ E=#======E
*
}
 NUM. 98.
<m=-
Gazeta DE LIsboa. —==>>>{->K G3542<-9G+==-
QUARTA FEIRA, 27 DE ABRIL.
PARTE OFFICIAL.
Extracto da Ordem do Dia N.° 23.
Quartel General no Paço de Queluz, em 25
de Abril de 1831.
Por Decreto de 15 do corrente mez.
Ajudante de Ordens do Brigadeiro graduado Henri
que Pinto de Mesquita, Governador da Praça d'Elvas, 28 de Fevereiro de 1810, o Alferes José Vicente de
o Primeiro Tenente do Regimento de Artilheria N.° 1, Souza.
José Antonio de Oliveira.
Regimento de Cavallaria N.° 1.
Capitão da 6.° Companhia, o Capitão do Regimen
to de Cavallaria N.° 4, Gabriel Teixeira Cardozo.
Quartel Mestre, o Quartel Mestre aggregado ao Re
gimento de Cavallaria N.° 2, Antonio Manoel Guer
ICITO,
Regimento de Cavallaria N.° 3.
Quartel Mestre, o Quartel Mestre da Escolla Vete
rinaria, Felix Nogueira de Torres Arriaga.
Alferes supranumerario, o Alferes do Exercito, Ma
noel Joaquim.
Regimento de Cavallaria N.° 4.
Capitão da 14.° Companhia , o Capitão do Regi
mento de Cavallaria N.° 1, Francisco Maria de La
cerda.
Regimento de Cavallaria N.° 5.
Ajudante com a Patente de Alferes; o Sargento Aju
dante, Manoel Saraiva.
Alferes supranumerario, devendo contar a antiguida
de deste posto des de 9 de Julho de 1827, o Cadete
Francisco de Brito Casco e Mello.
Regimento de Cavallaria N.° 8.
Alferes supranumerario, o Alferes do Exercito, José
Manoel dos Santos Rodrigues.
Demittido pelo requerer, alegando motivos attendi
veis, o Alferes Eduardo Augusto Andresson.
Escolla Veterinaria.
Quartel Mestre, o Quartel Mestre, João Bento de
Campos, que passou ao Exercito sendo do Regimento
de Cavallaria N.° 1.
Regimento de Infanteria N.° 1.
Graduado em Tenente Coronel, contando a antigui
dade desta graduação de 9 de Julho de 1827, o Major
João Pigott.
Regimento de Infanteria N° 2.
Alferes, o Alferes do Regimento de Infanteria N.°
13, Antonio Vaz Guerreiro.
ANNo 1831.
-*=>-G-<=-
|-
/
Regimento de Infanteria N.° 11.
Tenente, o Tenente do Regimento de Infanteria N.°
1, Aurelio Antonio.
Regimento de Infanteria N° 12.
Tenente, o Tenente do Regimento de Infanteria N."
-11, Antonio José Pinto Medeiros.
Alferes addido, o Alferes addido ao Regimento de
Infanteria N.° 11, João Pedro Gonsalves.
Regimento de Infanteria N.° 13.
Alferes, o Alferes do Regimento de Infanteria N.°
2, João Lino Caldeira do Crato.
Para contar a antiguidade do Posto de Alferes, de
Regimento de Infanteria N.° 19.
Coronel addido, o Coronel do Regimento de Infan
teria de Linha do Reino de Angolla, Rodrigo Luciano
de Abreu Lima.
Regimento de Infanteria N.° 24.
Alferes addido, o Alferes addido ao Regimento de
Infanteria N.° 19, Manoel Theotonio Sobral. -
Regimento de Caçadores do Minho.
Capitão da 6.° Companhia, contando a antiguidade
deste posto des de 9 de Julho de 1827, o Tenente do
Regimento de Caçadores do Além-Téjo, Antonio Pin
to da Motta.
Alferes supranumerario, devendo contar a antiguida
de deste posto de 9 de Julho de 1827, o Cadete do ex
tincto Batalhão de Caçadores N.° 3, Rodrigo de Mou
ra Coutinho.
Regimento de Artilheria N.° 2.
Capitão da 5.° Companhia, devendo contar a anti
guidade deste posto des de 9 de Julho de 1827, o Pri
meiro Tenente do Regimento de Artilheria N.° 1, An
tonio José Nogueira.
Regimento de Artilheria N.° 3.
Segundo Tenente, o Segundo Tenente de Artilheria,
que se acha fazendo o Serviço neste Regimento, João
Manoel de Sousa.
Companhia de Veteranos de Beirollas.
Capitão de Veteranos, ficando addido a esta Com
panhia, o Capitão do Regimento de Infanteria N.° 16,
Diogo Ignacio de Souza.
Companhia de Veteranos de Barcarena,
Reformado na fórma da Lei, o Cirurgião Mór addi
do a esta Companhia, Joaquim Ferreira da Luz, con
tinuando como reformado a ficar addido a esta mesma
Companhia. -
Companhia de Veteranos de Juromenha.
Tenente de Veteranos, ficando addido a esta Com
•
panhia, o Tenente do Regimento de Infanteria N.° 17,
João Salustiano Amado,

Regimento de Milicias do Termo de Lisboa Oriental.
Reformado na conformidade da Lei, o Tenente Ma
noel Caetano de Araujº."... " ".
Regimento de Milicias de Arouca.
Reformado na conformidade da Lei, o Coronel Pe
dro Antonio de Carvalho Pereira de Menezes.
Regimento de Milicias de Guimarães.
Demittido pelo requerer, allegando motivos attendi
veis, o Alferes Francisco Martins de Abreu.
Regimento de Milicias de Bragança.
*Reformado na conformidade da Lei, o Quartel Mes
tre, João Caetano de Moura. * . .
* * Segundo Batalhão de Voluntarios Realistas.
Demittido pelo requerer, allegando motivos attendi
veis, o Alferes João Paulino de Carvalho.
Batalhão de Voluntarios Realistas de Torres Vedras.
Capellão, o Padre José Corrêa de Oliveira.
Cirurgião Mór, João Victorino Pereira da Costa;
Capitão da 6.° Companhia, Prudencio Franco Go
II]GS, •
II]CS.•
Tenente da 6.° Companhia, Francisco Franco Go
• .
Alferes da 6.° Companhia, José da Costa Rei.
Demittidos por não terem aptidão para o Serviço,
nem cumprirem com os seus deveres, o Capitão Ma
noel Marques da Cunha e Silva; o Tenente João Ma
noel Pires, e o Alferes Francisco Marques Xavier da
Cunha e Silva.
Batalhão de Voluntarios Realistas de Setubal.
Quartel Mestre, o Soldado Manoel Luiz de Sousa.
Capitão da 2.° Companhia, o Tenente da 1.° Com
panhia, Antonio Coelho de Carvalho,
Tenente da 1.° Companhia, o Quartel Mestre, Ma
noel José Alves Teixeira.
Tenente da 4.° Companhia, o Alferes da 2.° Compa
nhia, Antonio Carlos Leite Corrêa de Gouvêa.
Alferes da 2.° Companhia, o Soldado Jorge Maria
Godinho de Souza Tavares e Horta.
Alferes da 5." Companhia, o Soldado José Bruno de
Cabêdo Vasconcellos Sardinha do Couto.
Demittido pela sua inhabilidade para o Serviço, o
Alferes Pedro Antonio da Fróta. . de Milicias de Bragança, Francisco Martins de Figuei
Batalhão de Artilheiros Realistas de Setubal,
e Palmella.
Demittido pelo requerer, allegando motivos attendi
veis, o Segundo Tenente José Maria Monteiro Corrêa.
Batalhão de Voluntarios Realistas de Moura,
Demittido pelo requerer, allegando motivos attendi
veis, o Quartel Mestre, Antonio Maria Billio.
. Batalhão de Voluntarios Realistas de Mertola.
Tenente Coronel Commandante, o Capitão Mór de
Mertola, José Maximo da Silva Mello,
. Batalhão de Voluntarios Realistas de Castello Branco,
• e Penamacôr.
. Capitão da 4.° Companhia, o Tenente do Regimen
to de Milicias de Idanha, Antonio Lucas de Sequeira.
Tenente da 1." Companhia, o Alferes da mesma Com
panhia, Joaquim Antonio da Motta e Silva.
. Tenente da 3.° Companhia , o Alferes da mesma
Companhia, Antonio Januario da Silva.
Tenente da 4.° Companhia, o Soldado Pedro Ale
xandrino Manzarra.
, Alferes da 1." Companhia, o Soldado Joaquiin Gui
lherme de Sousa Leitão.
Alferes da 3.° Companhia, o Soldado José Alexan
drino da Cunha Coutinho. |-
Alferes da 4.° Companhia, o Soldado Adrião Tristão
Coutinho. -
Demittido por falta de saude, o Capitão José Joa
uim Franco,
. Batalhão de Voluntarios Realistas de Oliveira de
|- Azeneis,
Capellão, o Padre Fernando José de Souza.
+ +
[ 898 ]
Cirurgião Mór, o Quartel Mestre, José Ferreira Va
lente.
Quartel Mestre, o Soldado Custodio José Pacheco.
Capitão da 4.° Companhia, o Soldado João Anto.
nio de Sá Pereira e Mello de Castro Corte Real.
Tenente da 1.° Companhia, o Alferes da 3.° Com
panhia, Joaquim Soares de Pinho.
Alferes da 2.° Companhia, o Soldado Francisco Joa.
quim de Castro.
Alferes da ### o Sargento Quartel Mes
trº. Alexandre José odinho. ;
* Demittido por não ter boa disposição, nem aptidão
V" o Serviço, o Tenente Victorino José de Lemos e
asconcellos,
Batalhão de Voluntarios Realistas de Barcellos.
Capitão da 2.° Companhia, o Capitão do Regimen
to de Milicias de Villa do Conde, João Felisberto Cor.
rêa de Sá Pereira de Moraes Campêlo.
Batalhão de Voluntarios Realistas de Chaves.
Cirurgião Mór, o Cirurgião Mór do Exercito refor
mado, João Antonio Martins.
Batalhão de Voluntarios Realistas de Bragança.
Quartel Mestre, o Soldado Tristão Emilio da Silva,
Cirurgião Mór, Manoel José de Moraes.
Capelão, o Padre José Joaquim Pereira.
Capitão da 1.° Companhia, o Soldado Antonio Ma
noel do Valle e Sousa.
Capitão da 2.° Companhia, Antonio Florentino Fer
reira de Castro.
Capitão da 3.° Companhia, o Tenente do Batalhão
de Voluntarios Realistas de Mirandella, Manoel Anto
nio de Barros Pereira do Lago.
Capitão da 4.° Companhia, José Marcellino de Bar
•
TOS.
Capitão da 5.° Companhia, o Alferes do Regimento
de Milicias de Bragança, João Manoel da Silva Buiça
de Moraes Sarmento.
Capitão da 6.° Companhia, Francisco de Azeredo
Pinto.
- Tenente da 1." Companhia, Filippe José da Veiga.
. Tenente da 2° Companhia, o Alferes do Regimento
redo.
Tenente da 3.° Companhia, o Alferes do Batalhão de
Voluntarios Realistas de Mirandella, Francisco Anto.
nio da Rocha.
Tenente da 4.° Companhia, José Gomes Teixeira,
Tenente da 5.° Companhia, Candido Ferreira Sar
In ento.
Tenente da 6.° Companhia, o Tenente reformadº
do Regimento de Milicias de Bragança, José Manoel
Fernandes.
. Alferes da 1.° Companhia, Frederico Antonio Alvares
do Valle e Sousa Gato.
Alferes da 2.° Companhia, Manoel Antonio Mar
tIDs.
Alferes da 3.° Companhia, José Pinto das Neves,
Alferes da 4.° Companhia, João Fernandes.
Alferes da 3.° Companhia, José Borges.
Alferes da 6.° Companhia, Francisco José Gonsalves
Savarís. •
Batalhão de Voluntarios Realistas de Miranda.
Quartel Mestre, José de Moraes Carvalho.
Cirurgião Mór, João Antonio Fernandes.
Capellão, o Padre Paulo José Afonso.
Capitão da 1.° Companhia, Hermenegildo d’Orde"
Sarmento e Vasconcellos. •
Capitão da 2.° Companhia, o Capitão d’Ordenanças,
Andre Manoel Luiz.
Capitão da 3.° Companhia, com a mesma gradua
ção que tem, o Capitão graduado em Major do Re:
&#" de Milicias de Bragança , Belchior Luº
iallo.
 [ 399 ]
Capitão da 4.° Companhia, Rodrigo Manoel de Sá ALLEMANHA.
Machado.
Capitão da 5.° Companhia, o Alferes do Regimento Hamburgo, 1 de Abril.
de Milicias de Miranda, Luiz Antonio Pereira.
Capitão da 6.° Companhia, Narcizo José Alves Car Segundo as cartas de Berlim as operações melitares
Il C1 I'O.
da Polonia se achão completamente interrompidas em
Tenente da 1.° Companhia, José Feliciano Guerra.. consequencia do estado do paiz. Assegurão que os Rus
Tenente da 2.° Companhia, José Francisco Thauma sianos tem abundancia de viveres, que se achão obrigados
turgo de Carvalho Pimentel. -
a mandar vir na sua totalidade da Russia. Para dar
Tenente da 3.° Companhia, Manoel Giraldes. alguma idéa do estado dos caminhos diz-se, que trinta
Tenente
José da 4.° Companhia,
Domingues. • .
o Alferes de Ordenanças cavallos são muitas vezes insuficientes para puchar hu
ma peça do calibre 12. (M. Post.)
Tenente da 5.° Companhia, Francisco Fernandes de
Viladala. FRANÇA.
Tenente da 6.° Companhia, Francisco Antonio Lo
GS s
París, 3 de Abril.
Alferes
João da 1.°
Sardinha. Companhia, o Alferes de Ordenanças,
•

Por hum Decreto em data do 1.° do corrente Mr.

Alferes da 2.° Companhia, João José Pimentel Feio. Odillon Barrot, e Mr. Laborde deixárão de formar
Alferes da 3.° Companhia, o Sargento do Regimento parte do Conselho d'Estado. (Mensageiro.)
de Milicias de Miranda, José Manoel Fernandes.
Alferes
nêdo. da 4.° Companhia, Bernardo Rodrigues Ca
•
GRÃ-BRETANHA.

Alferes da 5." Companhia, Martinho José Lourenço. Londres, 5 de Abril.

Alferes da 6.° Companhia, o Cabo d'Esquadra do
Regimento de Milicias de Miranda, Manoel Ignacio
Moreiras.
Publica-se ao Exercito, que em 22 do corrente forão
mandadas cumprir as Sentenças seguintes proferidas
a respeito dos dous Officiaes que abaixo vão decla
rados:
Escrevem de Vienna o seguinte:
… Segundo huma partecipação recebida do Quartel
General do Conde Diebitsch em data de 13 de Março,
o gêlo se achava amontoado nas immediações de Var
sovia até a altura das casas, a ponto que a passagem
do Vistula se achava impraticavel. O Exercito Rus
|-

siano está concentrado em Siennica e Minck, receben

Tendo respondido em Conselho de Guerra João de
Moraes Corrêa de Castro, Tenente do Regimento de
Cavallaria N.° 8, e Luiz Ignacio de Abreu Moniz Ser
rão, Tenente do Batalhão de Voluntarios Realistas de
Thomar, por terem sido accusados, o primeiro de rela
xação, e desattenção ás ordens de seus Superiores, trans
gressão das ordens geraes do Exercito, e dar partes fal
sas; e o segundo de haver tirado hum prezo á Justiça
civil, e desencaminhado hum relogio alheio, forão a fi
nal ambos absolvidos, por falta de próva, por Senten
ças do Conselho de Justiça, datadas em 16 deste mez.
(Seguem-se Licenças.). Conde de Barbacena, Chefe
de Estado Maior General. = Está conforme o Original.
= Ajudante General, Marquez de Tancos.
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
RUSSIA.
S. Petersburgo, 19 de Março.
O Conselheiro Privado Engal, Presidente do Gover
no Provisorio da Polonia, dirigio-se ao Quartel Gene
ral do Exercito em campanha.
JKilna, 14 de Março.
As Guardas estão em marcha. Numerosos corpos de
artilheria Yagers, Hussares, e Hulanos, vão constan
temente atravessando esta Cidade. Toda a tropa he
optima, assim como a cavallaria; a disciplina he ma
do a subsistencia dos depositos formados nas fronteiras.
Nesta posição he provavel que espere a volta da pri
mavera. Então avançará com renovadas forças, e ten
tará acabar de hum golpe a insurreição.
(M. Post.)
HESPANHA.
Madrid, 18 de Abril.
A Quotidiana de 10 diz o seguinte:
» A Gazeta de Berlin, que chegou hontem a París,
publíca em extracto a ordem do dia em que o General
Skrinecky, Commandante em Chefe das forças Polacas,
dá conta das negociações que tem entabolado com o
Marechal Diebitsch. No que se propõem nellas, em no
me do governo nacional, e que manifesta hum vivo de
sejo de conciliação, se qualifica o Imperador de Rei de
Polonia; e se faz a observação de que não cabe em S.
M. o intentar envilecer os que devem ser seus subditos.
Crê-se que o General Diebitsch respondeo a tudo nega
tivamente; donde resulta presumir que os assumptos da
Polonia estarão em caso desesperado. Comtudo , os
despachos do Consul de França em Varsovia, que tem
chegado ao ministerio dos Negocios Estrangeiros, an
nuncião que os Russos sofrêrão hum revéz de conside
raçao.
- Os ditos despachos, com data de 31 de Março , di
zem em substancia, que havendo avançado o corpo do
General Geismar até seis legoas de Varsovia, foi ata
cado pelo flanco por duas columnas do exercito Pola
co, que lhe matárão ou ferírão 43 homens, e fizerão
63 prisioneiros. A batalha durou duas horas; a perda
dos Polacos sómente consistio em 63 homens. Ao tem
po que se recebeo em Varsovia a noticia desta batalha,
soube-se igualmente que a Guarda Imperial avançava
a marchas forçadas, e que 5.3 Russos acabavão de unir
se
tresaolegoas
eorpodadoCapital.
Marechal Diebitsch , que se achava a
• *

ravilhosa. Seguem as forças irregulares. Vem de grande A ultima parte que contém os despachos desmente
distancia até da Bessarabia, e das fronteiras da Tur absolutamente a noticia da insurreição da Lithuania;
quia. (M. Post.) julgando-a impossivel por achar-se a Guarda Imperial
 [ 400 ]
repartida em toda aquella Provincia, e o Grão Duque
Miguel no centro della com o seu Quartel General.
Nos principios da revolução os emissarios Polacos, que
de Varsovia passárão a ella, conseguírão armar alguns
centos de paisanos; porém todos se dispersárão no mo
mento em que souberão que marchava sobre Surwalki
o Major General Mandersten. O Major Dombrowski,
que era o principal daquelles emissarios, pôde salvar-se
disfarçado, abandomando seus papeis e efeitos.
Presume-se que a acção que mencionão os despachos
do Consul Francez , se daria nas immediações de Pu
lawy (1). Os Polacos hão desenvolvido aquelle valor
brilhante que manifestárão ao abrir-se a campanha;
mas he necessario convir, ainda que com sentimento,
em que todo este heroismo, toda esta resistencia não
servirá senão para dilatar algum tempo a catastrofe,
cujos terriveis efeitos todavia crêmos poderá suavisar a
clemencia do Imperador. (Gazeta de Madrid.)
— $-—º
Lisboa, 26 de Abril.
(Artigos communicados.)
Em Resolução de Sua Magestade, de 23 de Março
de 1831, sobre Consulta do Conselho de Guerra de 11
do dito mez e anno , foi ElRei Nosso Senhor servido
fazer Mercê a João de Rezende Valente de Sá Abreu
Freire , do posto de Capitão Mór das Ordenanças da
Villa de Estarreja do Partido do Porto.
ElRei Nosso Senhor o Senhor Dom Miguel Primeiro,
que Deos guarde por dilatados annos, Se dignou con
ceder, no Real Palacio da Bemposta, em 16 de Abril, a
graça de trazer pendente ao peito a Sua Real Efigie,
D. Joaquim d'Eça Lobo Castro, Tenente do Batalhão
de Macáo.
ElRei Nosso Senhor Houve por bem conceder no dia
4 de Abril de 1831, que possa usar da Medalha com a
Sua Real Efigie, Vicente Paulino da Silveira Bitan
court e Lacerda, natural da Ilha do Pico.
Sua Magestade ElRei Nosso Senhor foi Servido, em
Audiencia de 19 de Abril de 1831, conceder ao Alferes
do Regimento de Infanteria N.° 13, Antonio Maria Nu
nes de Andrade, e a João de Mello da Cunha Sotto
Maior , Capitão de Voluntarios Realistas do Porto,
poderem usar da Medalha com a Real Efigie de Sua
Magestade a Imperatriz Rainha Nossa Senhora, desau
dosa memoria.
*—*§§ «—»
Telégrafo. — Serviço da Barra.—26 de Abril.
Embarcações avistadas.
6 h. 25 m. 2 Vasos Inglezes, e 1 dito dito ao Norte
do Cabo da Roca. — 2 Brigues dito, e 2 Escunas
sem bandeira. — 8 h. 25 m. 1 Escuna sem bandei
ra a Oeste do Cabo da Roca: huma das Escunas
navega para o Norte.
(1) Segundo as ultimas noticias , a acção deo-se em
JVawer , donde havia ficado a Divisão do General
Geismar, o qual atacárão os Polacos , sabendo que o
General em Chefe Russo o havia deixado só de obser
vação.
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
3 h. 38 m. 1 Vaso Inglez, ao Norte do Cabo da Roca.
5 h. 9 m. 1 Bergantim sem bandeira ao Sul do Cabo
da Roca.
•
6 h. 1 Brigue Escuna sem bandeira, ao Norte do Ca
bo da Roca.
Embarcações entradas em S. Julião.
10 h. 15 m. 2 Escunas Inglezas.
- Embarcações sahidas de Belém.
7 h. 35 m. 1 Bergantim Russiano para o Baltico.
4 h. 50 m. 1 Galera, e 1 Bergantim dito para o Bal.
t1CO,
-= $ …
ADMINISTRAção do CoRREIo GERAL.
+ • Navio a sahir.
Maio 15. Para Pernambuco a Galera Brazileira S. João
Baptista.
Navio a sahir da Cidade do Porto.
Maio 15. Para o Rio de Janeiro o Navio Aguia do
Brazil: as cartas serão lançadas na caixa
geral do Correio de Lisboa até ás cinco
horas da tarde do dia 11 de Maio, na in
telligencia de que só serão expedidas pelo
dito Navio aquellas que o indicarem nos
sobescritos.
−==
Annuncios.
Quem quizer arrendar a Baliagem de Lessa, e Com
mendas de Poyares, Alvações, Torres, Algozo, S.
Christovão, Corveira, Tavora, Béja, Covilhã, e Al
déa-velha, da Ordem de Malta, póde dirigir-se porto
do o mez de Maio aos Procuradores nos seus locaes
(advertindo que o da Commenda de S. Christovão, he o
mesmo de Algozo) ou á Recebedoria da dita Ordem,
rua de S. José, N.° 196, de manhã, não sendo Do
mingo ou Dia Santo, e aqui sómente a respeito das
Commendas de Torres (podendo esta arrendar-se junta
ou separados os seus ramos de Leiria e Torres Novas)
e da de Béja, cujos arrendamentos hão de ter principio
no proximo S. João.
Quem pretender a renuncia do Oficio de Inquiridor
do Civel, e Crime da Corte , e Falsidade, falle com
Mathias José de Oliveira Leite, no Rocio, calçada do
Duque N.° 74.
Yaºi. a quinta da Rocha de Salemas, ao pé da
Igreja nova de Nossa Senhora da Rocha, consta de po
mares de espinho e caroço, agua nativa , terras de se
meadura, e casas: quem a pretender, póde fallar com
Mathias José de Oliveira Leite, no Rocio, calçada do
Duque N.° 74.
Quem quizer comprar, aforar, ou arrendar a quinta
da Carrasqueira, em Aveiras de cima, procure, ou es
creva a seu dono Luiz Pereira Velho de Moscozo, na
Villa de Monção. •
Sexta feira 29 de Abril, na Praça publica dos leilões,
se hão de arrematar com o abatimento da 5.º parte do
seu valor humas casas terreas com seu quintal, tudo ar
ruinado, na rua da Lage, da Villa de Almada, ava
liadas em 703000 rs., e o seu rendimento em 33500 rs.:
he Escrivão da arrematação Negreiros.
Na tarde de Sexta feira, 29 do corrente, na Praça
dos leilões se hão de arrematar os utensilios e pertenças
de huma fabrica de chitas, avaliados em 1163200 réis,
cuja arrematação se ha de fazer com o abatimento da
4." parte de seus valores: he Escrivão da arrematação
Negreiros.
 NUM. 99. ANNo I831.
------=>-{

Gazeta DE LIsboa. —=>>>9=>Ke$1<9e<<==-—

QUINTA FEIRA, 28 DE ABRIL.

#pt->}}<>@#@$$#=9ex=

PARTE OFFICIAL. Corpos de huma mesma Arma concorrerem na Linha

deverão tomar o seu lugar, segundo a ordem da nume
ração que tinhão antes da actual denominação por que
passão a ser designados em virtude do sobredito Decre
N.° 24. to de 9 de Julho de 1829. O Conselho de Guerra o te
nha assim entendido, e faça executar. Palacio de Que
Quartel General no Paço de Queluz, em 27 de luz, em 15 de Abril de 1831. = Com a Rubrica de SUA
Abril de 1831. MAGESTADE.= Gregorio Gomes da Silva.
/

Ordem do Dia. Indicação dos Quarteis permanentes para os Corpos do

Exercito, Approvada por Decreto da data desta.
Faz-se publico ao Exercito, que hontem começou o
pagamento dos Soldos do mez de Outubro ultimo ás
Classes efectivas, que recebem pela Pagadoria de
Denominação dos Localidades em que Nova denomi
Corpos antes do hãode ser osQuar- nação dos
|
Lisboa. Decreto de 9 de teis permanentes. Corpos, em
Julho de 1829. consequenc.
Publicão-se ao Exercito os Avizos, e Decreto abaixo
transcriptos:
| • -

da designa
ção dos res

Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — ElRei Nos

| - - pect. Quar
teis perma
so Senhor, Manda remetter a V. Ex." para sua intelli nentes.

gencia, e execução as copias inclusas, assignadas pe Reg. de Cav.N.° 1 Lisboa - - - 1.° Regimento de
lo Conselheiro Gregorio Gomes da Silva, Oficial Maior Cavallaria de
desta Secretaria d'Estado, do Decreto, e Indicação a Lisboa.
elle junta, pela qual Sua Magestade Foi Servido esta Dito N.° 2 Villa Viçosa - Regimento de Ca
belecer os Quarteis permanentes dos Corpos de Artilhe vallaria de Vil
ria, Cavallaria, Infanteria, e Caçadores do Seu Exer la Viçosa.
cito de Portugal, e Determinar ao mesmo tempo qual Dito N.° 3 Elvas - - - Regimento de Ca
deve ser o lugar, que hão de tomar os Corpos de huma vallaria de El
mesma Arma, quando concorrerem na Linha. = Deos V8S.

guarde a V. Ex." Paço de Queluz, em 21 de Abril de Dite N.° 4 Lisboa - - - 2.° Regimento de
1831. = Conde de S. Lourençe. = Illustrissimo e Ex Cavallaria de
cellentissimo Senhor Conde de Barbacena. Lisboa.
Dito N.° 5 Evora - - - Regimento de Ca
Decreto. vallaria de Evo
TR.

Tendo Determinado pelo Meu Real Decreto de 9 de Dito N.° 7 Lisboa - - - 3.° Regimento de •

Julho de 1829, que os Corpos de Artilheria, Cavalla - * Cavallaria de

ria, Infanteria, e Caçadores do Meu Exercito de Por Lisboa.
tugal deixassem de ser designados por numeros, e to Dito N.° 8 Fundão Regimento de Ca
massem os nomes das terras em que fossem os seus Quar vallaria do Fun
teis permanentes; e tornando-se indispensavel a designa dão.
ção dos ditos Quarteis para o importante objecto do re Dito N.° 6, e 12 Chaves • •
Regimento de Ca •

crutamento, a fim de que possão em consequencia mar vallaria de Cha

VCS,
car-se os Districtos, que hão de para o futuro pertencer
a cada hum dos mesmos Corpos: Hei por bem appro Reg. de Inf. N.° 1. Lisboa - - - 1.° Regimento de
var a Indicação dos Quarteis permanentes para os Cor Infanteria , de
.pos do Exercito, que baixa com este, assignada pelo Lisboa.
Conde de S. Lourenço, do Meu Conselho d'Estado, Dito N.° 2.1.agos... - - - Regimento de In
Ministro, e Secretario d'Estado dos Negocios da Guer , - fanteria de La
ra; e Sou outro sim Servido Ordenar, que quando os - "… #"… …" gos,
 [ 402 ] ,
Dito N.° 4 Lisboa - - - 2.° Regimento, de to, He Servido Conceder ao supplicante trez mezes de
A** *
. ! CZ ! rs… … ", . Lisboa.
Infanteria º de .
- - --
•
licença para tratar dos negocios de sua casa. O que com.
munico a V. Ex." para seu conhecimento, e para que
Dito N.° 5-Elvas - - - - - 1.° Regimento de assim o faça declarar em Ordem do Dia ao Exercito,
Infanteria de = Deos guarde a V. Ex." Palacio de Queluz, em 22
Elvas." de Abril de 1831. = Conde de S. Lourenço. = Illustris.
Dito N.° 7 Lisboa - - - 3.° Regimento de simo e Excellentissimo Senhor Conde de Barbacena.=
Infanteria de Conde de Barbacena, Chefe do Estado Maior General,
Lisboa.
• *

= Está conforme o Original. = Ajudante General,

N.°, 8 Estremoz - - Regimen
Diito 2 > >………… - ### In
Es …Marquez de Tanco… - -
•
-, º *

Y *> v. # r, é ", \> º tremoz.\ \ +

----—
*
|-
*
\
—
*
•
-> - •
* *
+
*

- - -

bito > Nº Ir Almeida: - Regimento de fã •

MINIsTERIo Dos NEGocios EstRANGEIRos.
fanteria de , Al-… .
meida. Na Secretaria d'Estado dos Negocios Estrangeiros
Dito N.° 12 Chaves - - - Regimento de In A existe hum documento authentico do obito de Maria
"fanteria de Cha Rosa Aliotti, casada, filha de Vicente Stinz, nascida
_____. VºS. . . . . . em Portugal, e falecida na Cidade de Palermo no 1.'
Dito N.° 13 Leiria - - - Regimento de In de Dezembro do anno proximo passado: as pessoas que
fanteria de Lei precisarem Certidão deste obito podem dirigir-se á mes
ria. ma Secretaria d'Estado.
:. _" -…
*Dito º N.° 14 Tavira? - - º Regimento de In
• *, * 1 *: . ! 1, 1) * .** * * ** 1;
- · · · · - *: º "fanteria de "Ta ==
“…) ' : r, º …o "º "vira. rº r
e
-Dito N.° 16' Lisboa º - - - 4.° Regimento de
… º , eº : , . . Infanteria de PARTE NÃO OFFICIAL.
- ** * * * * * .. … … … .. … Lisboa. "…"
- - - … * .* . - {
*Dito º "º º N.° 17 Elvas - - - 2° Regimento de
…….? "…
.…… .. … * * * dº º " " … ºº Infanteria d'El
… vas. NoTICIAS ESTRANGEIRAS.
*Dito "º" º N.° 19 Cascaes - - - Regimento de In
* * * * * * * * * * * * * * … fanteria de Cas RUSSIA. * * * * *
** ! " " ….. * ,
• • . . . caes. •

-Dito … N.° 20 Abrantes *-** Regimento de In * ** * . S. Petersburgo, 19 de Março.

* 1. . . - - • * * * * * • • * ** *;
• - - ; fanteria
brantes. de "A-
[ ** . # • •

S. M. o Imperador dignou-se dirigir hum Reseriptº

-Dito º N.°22 Valença - - - Regimento de In mui benigno ao ø"#, Rosen , com as insignias
fanteria de Va da Ordem de Uladimir da 1.° classe, em testemunho da
lença. satisfação de S. M. á vista do valor e pericia que o di:
- Dito . Nº 24 Bragança - to General desenvolveo na campanha actual na Po.
Regimento de In "lonia. • • < *
: ! fanteria de Bra
•

'ança. * Supprimio-se o direito sobre a exportação da lã em

Bal. de Caç. Nº } Campo Maior Regimento * de Ca virtude de hum Ukase dirigido pelo ,Imperador ao Sº:
çadores do Alem inado. … º , •,

|- - • • • Téjo. - A 11 do corrente não havia nenhum novo exemplº

-Dito N.° 4, Vizeu- - - - Regimento de Ca da colera morbus em Moscow, ninguem havia faleck
• çadores da Bei do, e huma pessoa havia recuperado a saude. Na ma
- ! º • • ra-Alta. ... nhã do dia 12 restavão quatro enfermos.
*Dito N.° 7. Guimarães - º Regimento de Ca (J. de S. Petersburgo.)
• } * çadores do Mi

*Dito
. -
Nº 8 Castello Branco Regimento de Ca
• • • nho. |- AUSTRIA.
çadores da Bei … , . Mienna, 31 de Março.
... __ ra Baixa.
Reg. d'Artilh.N.° 1. Lisboa - - - Regimento de Ar As circumstanciadas noticias recebidas de Bolonha
*
•

tilheria da Corte. annuncião que no mesmo momento d'entrarem os Aus

Dito N.° 2 Faro - - - - Regimento de Ar triacos desapparecêrão todos os emblemas revoluciona
. . . , - - - tilheria de Faro. rios, e principalmente os laços tricolores que todos fo
*Dito º N.° 3 Elvas - - - - Regimento de Ar rão obrigados a trazer; pelo que e por outros motivºs
.tilheria d'Elvas. he evidente, que o povo não tomou parte na revolução;
•
Batalhão d'Artifices - - "- Batalhão
" de Árti
-4
que esta foi obra de alguns estudantes e advogados co
Engenheiros Lisboa - - nhecidos pelo seu genio estouvado, e daquela classe,
• • • +- fices Engenhei
tão numerosa na Italia, composta de mancebos, que
- ** * * *, , - - - º ros, e Compº sem se dedicarem a nenhuma profissão passão a vida
-. . O …", … ... /' > nhia Telegrafica em lugares publicos, instigados huns e outros pelas per
•• à Il II eX3 e
fidas ensinuações de alguns estrangeiros, e estimulados
º Palacio de Queluz; em 15 de Abril de 1831.=Con º por outros perversos do mesmo paiz. Os principaes au
de de S. Lourenço. = Gregorio Gomes da Silva. thores da rebelião ainda procurão propagar e acreditar
a noticia de que o Governo Pontificio não receberá ne:
Illustrissimo e Excelentissimo Senhor, — ElRei Nos nhum soccorro das Potencias estrangeiras.
so Senhor, Deferindo á supplica de José Bento Pesta O General em Chefe Barão de Frimont, depois de
na da Silva, Auditor Permanente do Partido do Por haver tomado as medidas necessarias para continuar *
 [403 ]
suas operações, voltou a Milão Acompanha em sua
viagem ao Tenente Feld Marechal Barão de Geppert
hum Commissario do Santo Padre, que além do en
cargo que tem de attender á subsistencia das tropas Aus
triacas leva instrucções do Governo de Sua Santidade
para restabelecer a boa ordem em todas as povoações,
á medida que fôr avançando nos Estados da Igreja o
Exercito Austriaco.
Idem, 1.° de Abril.
Depois de haver desempenhado o General Prussiano
Roder a missão extraordinaria de que vinha encarrega
do junto do nosso Gabinete pelo seu Monarca, despe
dio-se do Imperador, e dentro de poucos dias voltará a
Berlim.
O Conde Wolinski, Chefe do Estado Maior do Exer
cito do Reino da Polonia sahio para se encontrar com
o ex-Dictador Chlopicki, que vem a esta Capital.
(Observador Austriaco.)
ITALIA.
( ! Massa, 21 de Março.
Alguns proseriptos procedentes da Corsica desembar
cárão na noute de 18 na praia que ha entre Mocromo e
o Cinguale. Logo se tomárão medidas para impedir
qualquer tentativa sinistra, que parecia annunciada por
terem apparecido alguns navios que se dirigião á nossa
costa, porém acabamos de saber que forão prezos pelos
mesmos camponezes 12 destes forjadores de desordens e
sedições, a quem se apanhárão proclamações, dinhei
ro, e armas, e forão mandados para as Cadeias de
Pisa.
Terni, 31 de Março,
Finalmente já sahírão daqui os miseraveis restos das
partidas indisciplinadas de Sercognani, mas poucos dias
antes se entregárão a todos os excessos que se podem
imaginar; aggressões nocturnas nas casas dos cidadãos
pacificos; requisições e roubos violentos; tiros ás portas
e janellas designadas para o saque; feridas graves feitas
a muitos individuos; eis-aqui a felicidade que nos ofe
receo a revolução! Julguem se os Italianos tem hoje em
dia motivos para se mostrar contentes.
Modena, 1.° de Abril.
O nosso Grã-Duque expedio hum Decreto em data
de 23 de Março em que, considerando que os Judêos
com o seu procedimento na ultima revolução se fizerão
indignos da protecção que se lhes concedia, ordena que
tornem a ter vigor a respeito delles todas as leis pro
mulgadas antes de 1795 ; ficando revogadas quantas
concessões se fizerão a seu favor. Os Judêos pagarão em
commum para o futuro ao Thesouro publico 203 fran
cos cada anno, para que os tolerem nos Estados Du
caes; nenhum delles, quer seja do sexo masculino,
quer do femenino, poderá sahir de Ghetto (bairro dos
Judêos) sem distinctivo que se lhes designará; e paga
rão no termo de hum anno 6003 francos pelos damnos
causados por elles na revolução.
Não podendo, segundo huma das leis que tornão a
ter vigor, possuir propriedade alguma fóra do seu bair
ro, quantas tiverem agora em outros pontos se conser
varão em fiança da dita contribuição extraordinaria. Se
outrosinr resultar das averiguações que se estão fazendo
sobre os acontecimentos revolucionarios que os Judêos
estão pessoalmente comprehendidos em alguns casos em
que recaia sentença de confiscação, por-se-ha esta em
execução contra quem apparecer réo, deixando-lhe li
vre o provar que se acha comprehendido no Decreto que
abrange todos os seus co-religionarios.
(Gazeta de Madrid.)
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 31 de Março.
Na representação apresentada pela Universidade de
Cambridge contra o # da reforma se lê o seguinte:
» Os requerentes estão convencidos de que todas e
quaesquer mudanças devem ser efectuadas com grande
cautella e madureza; que o alterar repentina e radical
mente instituições politicas que tem ha tanto andado
associadas com os principios e com os sentimentos dos
Inglezes, vai provavelmente dar lugar a grandes e in
calculaveis inales; que taes mudanças arrastão os ho
mens a pôr de parte certo escrupulo que sempre tem si
do considerado hum dever quando se trata das institui
ções da patria e dos interesses dos seus concidadãos ;
que em todos os Governos a convicção de que a Inudan
ça nas suas fórmas se deve efectuar vagarosa e caute
losamente he necessaria para a mutua confiança e pa
ra a publica prosperidade; e que isto mesmo he emi
nentemente necessario em hum Imperio cuja opulen
cia e grandeza até o presente tem resultado do colle
ctivo e progressivo augmento das diferentes classes e
interesses, e não podem estes deixar de sofrer em
consequencia de qualquer repentina mudança em suas
mutuas relações; que os requerentes entendem que o
Bill que agora se acha perante o Parlamento vai dar
o direito electivo a tnui avultada porção da popula
ção do paiz , e a numerosas classes de pessoas
pouco abastadas, que até agora não possuião nem es
peravão possuir similhante direito; que sendo este di
reito repentino e inesperadamente colocado nas mãos
de taes pessoas, especialmente nas actuaes circunstan
cias poderá ser exercido menos tranquilla e escrupulo
samente do que convém no desempenho de hum dever
tão importante; e que assim poderá dar lugar a mu
danças calamitosas para a Paz, honra, e prosperidade
da nação.
Durante a tremenda tempestade que houve ha outo
dias, a Escuna S. João de Killough, carregada de
carvão de pedra, e que se presume hia para Dorry,
deo á costa em pequena distancia do porto de Ballin
trae, e logo depois se fez em pedaços. Na manhã se
guinte não se vio ninguem a seu bordo, e suppõe-se que
a desgraçada tripulação totalmente perecêra. Foi ne
cessario chamar o auxilio dos milicianos de Dunluce
para obstar a que os restos do naufragio fossem entre
gues á pilhagem. (Derry Journal.)
A Britannia que navegava de Waterford para Li
verpool, afundou-se perto de Skerries a 12 do corren
te. Pereceo a tripulação. Havia esperanças de salvar a
carga.
Idem, 2 de Abril.
O Marquez d'Anglesey partirá hoje de Dublin, pa
ra as partes occidentaes da Irlanda a fim de examinar
em pessoa o estado do paiz. S. Ex.° chegará ámanhã a
Clare, donde proseguirá a sua digressão para Galuay,
Maio, e ao longo da costa para Donegal.
A Duqueza de Berry com a sua comitiva constando
de varios Cavalheiros Francezes, chegou a Bath ha
poucos dias, a fim de experimentar naquella Cidade o
beneficio das aguas mineraes. … d •
O Major Keppel que acaba de publicar os resultados
# 2
 [40, 1
das suas recentes viagens na Turquia, com o titulo de - , º *—-*§§ *-* + #: : *:: o .

Narração de huma viagem atravez do Balkan, dirigio - * * * ** -

• - : : : : : :…" o : "… .
se a Constantinópla pela França e Italia. Entre outras …, , , , . . (Artigo communi o…). - 1 e º
Cidades visitou Lepanto, Corintho, Athenas, Napoli ** * * e ? ; • " , b " ", !" |

di Romania, Adrianople: e Sinyrna, a cujo respeito
dá mui nova e preciosa informação. A sua visita ao
Conde Diebitsch, as suas conferencias com o Conde Ca
po d'Istria, com o Grã-Vizir Mahomet Redschid Bachá,
e outras pessoas distinctas, assim como toda a narração
das suas aventuras não poderão deixar de sêr lidas com
o mais vivo interesse. Os documentos illustrativos de tão
preciosa obra são em numero de doze, incluindo huma
carta da parte do Noroeste da Asia Menor. * .
+ - "" . -
Escrevem de Hamburgo, em data de 1 do corrente:
» O Senado de Hamburgo mandou hontem afixar
hum aviso convidando os Voluntarios a alistarem-se no
corpo de Hamburgo. Segundo o Allgemeine 3eitung
deverá este corpo formar parte do Exercito que a Con
federação Germanica está a ponto de mandar contra
Luxemburgo.» (Extracto do M. Post.), . * #
•• •
• •
Em Sexta feira 8 d'Abril do anno corrente de 1831,
pela huma hora, e tres quartos da tarde, faleceo em
Lisboa, e na quinta denominada das Picoas, onde ha
via nascido em huma Segunda feira 6 de Julho de 1761,
ao nascer do Sol, o Excellentissimo e Reverendissimo
Principal Gomes Freire d'Andrada, Deão da Santa
Igreja Patriarcal, Conselheiro d'Estado de Sua Mages
tade Fidelissima o Senhor Dom Miguel I. Nosso Senhor,
Inspectorº da Real Casa da Nazareth, Presidente da
|
Excellentissima Congregação Camararia da ditº Santa
Igreja, e Commendador da Ordem de Nossa Senhora
da Conceição, com 69 annos, 9 mezes, e pouco mais
de 2 dias de idade. : i . . …" , , , , ,
A vida, assim privada, como publica, deste Varão,
verdadeiramente Grande pela sua virtude propriamen
te dita; por sua caridade para com os desgraçados, em
cujo benéficio empregava diariamente huma boa parte

de seus rendimentos; por sua sabedoria sem efectação

"Idem, 6. … * . * …, - nem orgulho; por seu caracter honrado, sempre firme
|- -
|-
|-

* * * e fiel ao seu Rei; pelo decidido amor á sua Patria;

- Escrevem da Haia, em data de 31 do mez proximo
passado: •
pela não acceitação das maiores Honras e Dignidades,
que em diversas épocas lhe forão conferidas, a por ele
» Discutio-se o projecto de lei para se adiantar parte dos
regeitadas; e finalmente pela prudente gircunspecçãº
impostos para as despezas extraordinarias do anno 1831, e fidelidade, com que se houve nas crizes as mais mº:
e depois do Ministro da Fazenda haver replicado ás lindrosas e arriscadas dos calamitosos tempos da Inya
objecções que se lhe fizerão, foi adoptado pela maioria são dos Francezes neste Reino, e das duas épocas Cons
de 49 sobre 3. • : , . titucionaes, he superior a todo o elogio… uai ...…
» Ante-hontem os Oficiaes da Guarnição forão cum a Forão seus Pais os Excellentissimos Fernando Mar
Primentar S. A. R. o Principe d'Orange » * ** **
tins Freire d'Andrada e Castro, e D. Joanna Izabel
|- (J. Hollandezes...) : de Lencastre Forjaz; e sendo assás conhecido o Illus
IIESPANHA. * #, "I tre e Nobre Nascimento de seus Progenitores, corres"
pondeo perfeitamente á nobreza do sangue a virtuosº
Madrid, 4 de Abril, .. . , educação, que recebeo principalmente de sua Excellen
tissima Măi, por ficar, sem Pai ainda em tenra idade.
Avizo ao Commercio.
2. Foi hum dos alumnos, com que, depois da Reforma
dos Estudos, no Reinado do Senhor D. José I de Glº:
• Pesca do Coral na Costa d'Africa. o riosa Memoria, e Ministerior do Marquez de Pombal,
• Em consequencia das disposições que tem tomado o se abrio o Real Collegio dos Nobres, onde desde logº
Ministerio da Guerra em França, torna a começar a manifestou o raro talento, de que o Omnipotente o ha
pesca do coral na Costa da Regencia de Argel, debai via dotado; e depois de concluir no dito Real Collegiº
xo da protecção e vigilancia das embarcações de guer todos os Estudos Preparatorios, passou á Universidade
ra. Esta pesca tem duas épocas; a de verão, e a de de Coimbra, onde ainda mais se fez acreditar, seguinº
inverno: a primeira conta-se des de o 1.° de Abril até do a Faculdade de Canones, e defendendo Conclusões
30 de Setembro; a segunda des de o 1.° de Outubro Magnas aos 23 annos de idade, sendo já Conegº dº
ate 31 de Março. Só podem occupar-se nella as embar Santa Igreja Patriarcal, nomeado pela Rainha a Se
cações Francezas e as estrangeiras, debaixo da bandeira nhora Dona Maria I.; em 11 de Junho de 1783: º
Franceza, sugeitas humas e outras ás mesmas clausulas Mesma Augusta Senhora, de Saudosa Recordação, º
e condições que estavão em vigor antes da guerra de Nomeou Monsenhor da dita Santa Igreja, em 28 de
França com Argel, e tirando a competente licença, Maio de 1785, * # º -c . .
na qual so ha de expressar a parte da Costa em que as . A Fama, que já naquelle tempo o apregoava, sendº
embarcações tem de pescar. O Intendente Militar do ainda tão moço, por Varão insigne em Letras e San
Exercito France, que occupa Argel, e o Consul de tidade; e o conhecimento que o Senhor Rei D. João VI,
França em Tunes são os que hão de dar as licenças, e então Principe Regente, tinha da justiça com que º
perceber os direitos estabelecidos. (Cazeta de Madrid) mesma Fama divulgava seu mérito e virtude, fizerãº
com que o Mesmo Augusto Senhor o Nomeasse Bispo dº
+
*— *§§…—º Porto em 1789: Mitra que não acceitou, por ter bem
-** . * gravadas em sua mente as palavras do Apóstolo=Ju
- ,, , , - Lisboa, 27 de Abril. dicium durissimum iis qui praesunt fiet=:, e porque º
sua virtude e escrupulosa consciencia o persuadia deinº
. Pela Galeota Hollandeza Hoop, Commandante An capacidade para bem desempenhar o arriscado Oficiº
dré Vander Bolck, entrada hoje neste porto, vinda de de Pastor, e posto que alto trabalhoso Ministerio Epis
Rotterdam em 10 dias, se soube, que no dia 15 do copal. … .
corrente tinha ancorado em Flessing no Escalda, huma Aquellas palavras do Apostolo, e o temor e receio,
Esquadra Ingleza composta de 6 Náos de linha, 3 Fra que sempre teve, dos grandes empregos e lugares de al
gatas, 2 Barcos de vapôr, e 3 vasos menores, e que ta jerarquia, a que anda inherente à responsabilidade,
depois de alli fazerem mais alguns preparativos, parece e pouca segurança e socego de consciencia, e cujas fun:
que hião tomar posse da Cidade d'Anvers com consen ções difficultosamente se podem preencher, segundo a sº
timento do Governo Hollandez. - - * * e recta Justiça e verdadeiro temor do Senhor, a nãº
 [ 405 ]
chaver hum espirito propriamente Evangelico, huma ca Santarém, logo que os Francezes occupárão este Reino;
ridade ardentissima e santa conformidade, dotes estes elle chora alli as calamidades da Patria, e envia ao
que elle na verdade possuia, mas que a sua austera virTodo Poderozó incessantes preces pela Restauração da
tude lhe escondia, e representava não ter, o convecê sua Nação consternada debaixo de hum domínio estran
rão a que tambem não acceitasse a alta dignidade de geiro uzurpador, e pela suspirada restituição do Legi
Patriarca de Lisboa, para que o Senhor D. João VI, timo Dominio do Verdadeiro Senhor e Rei dos Portu
bem conhecedor das raras virtudes, e grandes mereci guezes: e quando esta obra do Heroismo Portuguez
mentos de hum tão fiel, quanto benemerito vassallo, enche de alegria o coração do Excellentissimo Princi
por duas vezes o nomeou ; a primeira em 1815, no pal, já porque a Patria vai a ficar salva e restaurada,
meando-o tambem então Governador do Reino, e a se e já pela gloria, que ao dito seu querido irmão cabia ,
gunda logo depois do falecimento do Eminentissimo e resultava de ter naquella Restauração huma grande
Patriarca Cunha, e que elle modestamente por outras parte, he quando seu coração se sente ferido da mais
tantas recuzou, coherente em suas ideas, e firme em pungente dor, e coberto da mais excessiva mágoa, por
seus principios Religiosos, como já havia recusado o occazião daquelle barbaro e alei vozo assassinato. Então
Episcopado do Porto: não aspirando a maior preemi o Excelentissimo Principal põe em acção todas as suas
nencia do que a de Principal da Santa Igreja de Lis forças, emprega todos seus cuidados, não se rouba a
boa, que já era desde 17 de Dezembro de 1794, ele todos os trabalhos e diligencias, a fim de que appareça
vado depois pelo mesmo Augusto Senhor á dignidade a todas as luzes evidente a fidelidade e firmeza do ca
de Deão da dita Santa Igreja por Carta Regia de 2 de racter honrado de seu digno irmão; e satisfeito de que
Setembro de 1819. Foi então que teve principio o maior a sua conducta, que por aquelle infausto acontecimen
e mais violento combate que sofreo a sua alma, e tal to poderia acaso permanecer equivoca no sentir de al
vez a origem de seus padecimentos pela luta de sua re guns, fosse vista intacta e sem mancha em toda a pu
ctissima consciencia com a sincera amizade, e cega e blicidade, e authenticamente provada; não cogita vin
reverente obediencia e fidelidade ao seu Rei; aquella ganças, nem já mais desafia a justa severidade das Leis
lhe dizia e ensinuava que não acceitasse o Patriarcado sobre as cabeças dos malévolos e indirectos aggressores,
de Lisboa; e estas como que o accusavão de incorrer que lhe não forão desconhecidos. Oh excesso de amor
por ventura no desagrado do Soberano pela firme recu fraterno, que tanto zela a honra do irmão ofendida!!
sação á Mercê, º instancias do mesmo Soberano: mas Oh extremo de bondade e generosidade summa, que
este Monarca que bem conhecia que aquella recusação não promove o bem merecido castigo de tão execrando
só tinha por serio, verdadeiro, e bem meditado funda attentado !! Salva-se, e defende-se animosamente a fi
nento a muita virtude do Excellentissimo Principal, delidade do Irmão, e chora-se a sua falta e tão desas
Houve por bem de o nomear Regedor das Justiças em 26 troso termo, sem que se pretenda enxugar as lagrimas,
de Maio de 1820. He esta nova graça grata ao Excel vertidas em obsequio do sangue, da amizade, e da in
lentissimo Principal; elle a acceita gostoso, mais pela nocencia com o pranto que justamente deveria derra
demonstração, e nada equivoca prova de que ainda, e mar a maldade, e a mais atraiçoada intriga.
do mesmo modo merecia o agrado e consideração do . Ainda a Providencia quiz dar mais exercicio á virtu
seu Rei, do que pela grande honra e distincção que de de do Excellentissimo Principal, para lhe augmentar a
tão alto emprego lhe resultava: emprego que não che gloria e merecimento, e para que fosse por tanto mais
gou a exercer em consequencia do nascimento e subse eopiosa a recompensa de tanta virtude. Não escapou á
quentes acontecimentos da rebelião do Porto em Agos astuta sagacidade dos principaes Membros da Revolu
to do dito anno: julgando o maduro juizo, e cara ção, que em 1820 tentárão, e levárão ávante no nos
-cter honrado do Excellentissimo Principal, menos so Portugal contra o Throno e Altar os insensatos ini
delicado , e para elle assás indecorozo , o solicitar migos de Deos, e perjuros inimigos dos Reis, que mui
naquelles tempos constitucionaes e revolucionarios a to lhes convinha, para estabelecer e segurar o seu sys
verificação daquella Mercê, que pouco antes lhe ti tema dito regenerador, mas ao contrario e verdadeira
nha sido conferida pela Legitima Authoridade do So mente destruidor, apresentar á sua frente, e na pre
berano. sença de hum Povo, a quem só pretendião illudir e fas
Muitas paginas serião precizas para descrever as ac einar, huma pessoa que no mesmo Povo geralmente
ções dignas de louvor deste Nobre, Virtuoso e Sabio possuisse os creditos de probidade, de virtude, e de sa
Portuguez; porque o forão todas, e forão sem nume bedoria; e em quem o mesmo Povo tivesse confiança :
# ro, assim ém sua vida privada, como publica: mas de prompta lhes occorrêo a lembrança de que huma tal
nenhum modo se deve entregar ao silencio o exercicio, pessoa era certamente o Excelentissimo Principal,
que teve a sua paciencia, e heroico sofrimento, quan que outra vez retirado da Corte em huma Quinta no
do na Cidade de Braga em 17 de Março de 1809, cruel Lugar do Linhó, junto a Cintra, alli chorava os males
mente assassinárão seu irmão primogenito o Excellen que imminentes estavão á sua Patria : lá o vai buscar
tissimo General Bernardim Freire d'Andrada e Cas o Juiz do Povo, que então era, para que venha occu
tro, que, tendo pedido sua dimissão apenas entrado par o Lugar de Presidente do Governo Revolucionario,
neste Reino o Exercito uzurpador Francez em 1807, e instalado já no Paço da Inquisição no Rocio da Capi
voltando intrépido e prompto ás armas, para empunhar tal. Pareceo ao Excelentissimo Principal, que huma
a espada na Heroica, mas em seus principios tumultuo Carta, em que ele sem alguma a crimonia, antes ao
sa empreza da depois Gloriosa Restauração destes Rei contrario mui attenciosa e habilmente expuzesse os jus
nos da dominação Franceza, teve por louros de suas tos e bem fundados motivos, e mesmo incommodos de
Marciaes fadigas; por esmalte de sua honra e fidelida saude, que o impossibilita vão de acceitar aquelle Lu
de geralmente conhecida, e tantas vezes, provada; e gar, satisfaria por ventura os Membros do tal Gover.
por monumento de seus conhecimentos e Militar Scien no; escreve pois esta Carta, que entrega ao Enmissa
cia, hum tão desastrozo termo. rio , e o despede: ficando entretanto não sem suspeitas
A prudencia com que o Excellentissimo Principal e receios de ulteriores acontecimentos. Taes receios
procurou sempre esquivar-se ainda á mais leve apparen com efeito se realizão; porque na tarde d'aquelle mes
| cia, que de qualquer modo podesse pôr em duvida a mo dia outra vez torna o Juiz do Povo com apparen
sua constante fidelidade ao seu Rei, o havia retirado tes razões de conveniencia Publica; mas com disfarça
da Corte para huma quinta em Val da Pinta, sítio da prevenção de Força armada , que fica a alguma
pouco conhecido, e quasi hum ermo, na Comarca de distancia da dita Quinta , e insta dobradamente, e
 [406 |
com maior vehemencia, do que pela manhã havia ro
gado."." -
Bem conhece a fina Politica do Excellentissimo Prin
cipal o trama, que se pertende urdir; sóbe-lhe á men
te a aterradora idéa dos ultrajes, e talvez perigos a
que expunha os seus, quando huma firme e decidida
negativa fosse a resposta d'quellas reiteradas instancias
e chamamento; não deixa de prevêr , que sem reme
dio poderia executar a força o que a vontade recuzas
se; e na presença de simultaneas e todas aflictivas co
gitações, e entre lagrimas e soluços dos seus, a quem
era tão grato, cede em fim: vem; mas vem logo com
elle a idéa, que poucos dias depois põe em pratica, de
ir esconder-se e azillar-se no Seminario dos Religiosos
de Varatójo, sem que nem á sua propria familia o
communicasse, e aonde permaneceo até pouco antes do
regresso de Sua Magestade da America para Portugal,
e donde voltou não para a Corte, mas para a dita
quinta junto a Cintra.
Tantas provas de fidelidade, de virtude, e de sabedo
ria, e prudencia, movêrão a Sua Magestade o Senhor
Dom Miguel I Nosso Senhor a que o Nomeasse Seu
Conselheiro d'Estado em 28 de Fevereiro de 1828.
Se se considerar pois o Excellentissimo Principal co vrador da Villa de Coruche.
3 h. 23 m. 1 Náo Ingleza, e 1 Chalupa Hollandeza ao
Norte do Cabo da Roca. . .
Embarcações entradas em S. Julião.
9 h 13 m. 1 Galeota Hollandeza.
3 h. 55 m. 1 Paquete Inglez.
Embarcações sahidas de Belém.
10 h. 19 m, 1 Escuna Ingleza para Faro, 1 Escuna e
1 Galeota Hollandeza para Vlaardingen.
Embarcação sahida de S. Julião.
7 h. 18 m. 1 Fragata Ingleza.
*=
Annuncios.
"No dia 2 de Maio proximo futuro, pelo meio dia, a
Real Junta da Fazenda dos Arsenaes do Exercito, em
+
execução de Ordens Regias transmittidas pelo Ministe
rio da Guerra, ha de contratar a compra de Ouro Mou
ro, com quem se propozer vendello pelo menor preço.
Vende-se nas lojas, largo do Calhariz N.° 8, rua dos
Retrozeiros N.° 80, e rua das Flores N.° 9, manteiga
fresca manufacturada debaixo da direcção de hum La
+

mo Ecclesiastico, cumpre que se diga em obsequio da º A pessoa que se achar nas circumstancias de servir o
-

verdade, e sem a menor sombra de vil lizonja, que elle | Oficio de Alcaide da l.° Vara do Bairro Alto, e o
foi o modêlo de hum perfeito e verdadeiro Ecclesiasti queira arrendar, falle com o Proprietario do mesmo
co, pela sua vida exemplar, e pureza de costumes; e Oficio, todos os dias, no largo do Rocio N.° 4A, o
tão exacto no exercicio do Sacerdocio, que só deixava qual tem Alvará para poder nomear.
de celebrar o Sacrosanto Sacrificio da Missa, se lho im Quem quizer comprar huma fazenda , que consta de
pedia incommodo de saude: e se se olhar como Eccle vinha, terra de semeadura, arvores de fructa, com seu
siastico constituido em Dignidade, cumpre igualmente areeiro donde se tira areia para obras , tudo sito aos
que se diga, sem incorrer na nota de adulação (porque Lagares d'ElRei, na estrada de Sacavem á Cruz d'A-
bem o sabem quantos o vião, e conhecêrão) que elle erareia , falle com Victoria de Jesus, moradora no sitio
sempre prompto no exercicio das Funções de seu Mi da Fóz, fóra das Portas d'Arroios.
nisterio, a que só por impedimento legitimo faltava, s" Quem quizer arrendar as casas e quinta da Maia, na
as quaes sempre exercia com aquella gravidade e res-. Freguezia de Bemfica , dirija-se á rua de S. Bento N."
peito, que taes Funções exigem, e com huma dignida 408, pelas quatro horas da tarde dos dias 5, 6, e 7 do
de misturada de Santa e Religiosa Devoção, que a to mez de Maio proximo futuro, onde se ha de fazer a ar
dos edificava. rematação do dito arrendamento.
Finalmente atenuado o espirito pelas aflicções mo Na casa de cambio na travessa de Santa Justa N.°34,
raes, que bastantes sofreo; debilitado o corpo pela di se diz quem empresta dinheiro sobre ouro, prata, dia
latada enfermidade, que supportou com a mais resigna mantes, e brilhantes, com maior commodidade, do que
da paciencia e conformidade; exhauridos todos os soc se faz com estes empenhos em outras casas, oferecendo
corros, que a medicina oferece, e a amizade tenta, pa se os fundos que forem precisos ás pessoas que os quizer
gou á Natureza o devido tributo: com sua morte per rem ir resgatar aonde se acharem para os empenha
deo o Rei hum Conselheiro amigo e fiel; a Patria, hum nesta casa, onde receberão todas as seguranças e clare
Portuguez verdadeiro, e de cunho antigo; os seus, or zas assignadas; dever-se-ha declarar se a pessoa que faz
namento, instrucção, e conselho; os desgraçados, prom estes empenhos he proprietaria; os penhores ficarão se
pto e generoso emparo; e só elle, morrendo, he que guros contra o risco do fogo.
}ucrou; porque a morte do Justo he preciosa aos olhos Na rua da Conceição á Praça das Flores N.° 26, se
do Senhor = Pretiosa in conspectu Domini mors San vende Agua Bella de Curvelha, hum dos melhores re
ctorum ejus =: e porque morrendo conseguio , como medios para curar mal venéreo, por mais antigo que seja.
piamente se accredita, o que o Apostolo ardentemente Na rua de S. Francisco da Cidade em N.° 12, 13, e
appelecia, quando exclamava = Cupio dissolvi, et esse 14, ha para vender mezas jardineiras com pés moder
cum Christo. nos, e pedras artificiaes com diferentes pinturas em ci
+
*§§ *—» ma das ditas mezes, do melhor gosto; assim como tam
bem diversidade de mobilias da ultima moda.
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 27 de Abril. Na rua dos Algibebes N.° 5, se vende excellente vinho
a 960 réis o almude , Bastardo a 1300 réis , vinho de
Hontem á noute entrou 1 Escuna Ingleza. Malvazia a 120 réis a garrafa, Madeira a 140 réis, Porto
Embarcações avistadas. a 120 réis e a 160 réis , e vinho d'Arruda a 45 réis a
5 h. 40 m, 4 Vasos, e 2 Brigues Inglezes a Oeste do garrafa.
Cabo da Roca; e 1 Galeota Hollandeza ao Norte N. B. Na Gazeta precedente, pag. 3.°, col. 2.°, lin.
do Cabo da Roca. 58, onde se diz que 5.3 Russos acabavão de unir-se ao
2 h. # m. 2 Paquete Inglez ao Norte do Cabo da Corpo do Marechal Diebitsch, deve lêr-se, em vez de
O Ca. 63, 603 Russos. +

+ _-

LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.


NUM. 100.
---—-=>-{}-<=-
i!
=
GAZETA DE LISBOA. —=>>>6->#$#@<9G<<=-
,… SEXTA FEIRA, 29 DE ABRIL.
- =>>>$3<>$:C$$3<ecx=
• PARTE OFFICIAL.
N.° 4—A.
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — Represen
tando a ElRei Nosso Senhor, no Requerimento junto,
os Proprietarios, e Lavradores de Terras, que produzem
Batatas nestes Reinos, o prejuizo que sofrem no Despa
cho daquellas, que são produzidas nos terrenos proxi
mos á Capital de Lisboa, e que para ella são conduzi
das por terra ou por mar em Barcos d'Além do Tejo,
ou Rio abaixo, por isso que depois da publicação do
Decreto de 13 de Novembro de 1830 se lhes exige o
Direito de dez por cento por entrada, que d'antes não
pagavão, quando o mesmo Decreto providenciando abe
neficio desta cultura só trata do Despacho das que são
navegadas de huns para outros portos destes Reinos, e
entrão pelas Barras respectivas: Ha por bem o Mesmo
-Augusto Senhor Mandar declarar, que a providencia
do citado Decreto não comprehende o Despacho das
Batatas, que são conduzidas por Terra, ou em Bar
cos d'Alem do Tejo, ou Rios abaixo, devendo obser
var-se a respeito destas a pratica, que se seguia antes
da publicação do Decreto mencionado de 13 de No
vembro de 1830. O que V. Ex." fará presente no Con
selho da Fazenda, para que assim o faça executar, ex
pedindo para este efeito as Ordens necessarias. Deos
guarde a V. Ex." Palacio de Queluz, 14 d’Abril de
I 831. = Conde da Louzã D. Diogo. = Senhor Conde
—Afrnador Mór. -
E para que assim haja de constar, se faz publico por
esta maneira. Lisboa, 14 de Abril de 1831.= Doutor
_Diogo Vieira de Tovar e Albuquerque. = José de Mel
Jo Freire..
Repartição da Reforma Geral dos Estudos.
Pela Junta da Directoria Geral dos Estudos se hão
de prover por Concurso de 60 dias, que começará em
4 do proximo seguinte mez, a Cadeira de Grammatica
e Lingua Latina da Villa do Fundão, na Provedoria
da Guarda, com o Ordenado annual de 2003000 rs.;
a de Primeiras Letras da Villa de Oeiras, Termo da
Cidade de Lisboa; e a da mesma Disciplina da Villa
de Campo-maior, na Provedoria d'Elvas, cada huma
com o Ordenado annual de 903000 rs. Os que preten
derem ser nellas providos, se habilitaráô com Folhas
corridas, Declaração determinada na Lei de 20 de Ju
nho de 1823, Certidão de idade, e Attestação do pro
* * ** * - -
•
"ANNo 1831. *
prio Paroco sobre vida e costumes, reconhecidas, e em
fórma legal; e no tempo acima designado concorreráô
a Exame perante a mesma Junta, ou perante o Com
missario della em Lisboa, quanto á segunda; e os Pro
vedores respectivos quanto ás outras. &#. na Se
cretaria da sobredita Junta, 23 de Abril de 1831.=
O Secretario Antonio Barboza de Almeida.
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
POLONIA.
º Karsovia, 31 de Março.
A Gaxeta d'Estado da Polonia publica huma ordem
do dia em data de 27 do corrente, em que o Genera
lissimo dá a conhecer ao Exercito a correspondencia
que tivera com o Feld Marechal Conde Diebitsch:
» Animado, diz elle, de sentimentos de humanidade,
e desejando atalhar a effusão de sangue, o Generalissi
mo entabolou huma negociação, que deo origem a qua
tro cartas escriptas por elle, e respondidas por Diebitsch,
cujo conteúdo põe perante os seus irmãos d'armas.
Estes verão com quanto esmero tem olhado pela honra
das tropas, e quanto foi o seu zelo em defender ao mes
mo tempo a futura sorte da patria. Igualmente conhe
cerá todo o Exercito pelo conteúdo de cada huma das
cartas, quaes são as vistas da Russia.
» Para fazer as propostas de paz elegeo o Generalis
simo o momento em que o Exercito Polaco se distin
guio, e inspirou terror pela valentia com que pelejou.
A sua consciencia lhe dá hum testemunho de haver
cumprido inteiramente com as obrigações que lhe im
põem o seu cargo, as quaes não se limitão a pelejar
continuamente, e a oferecer a paz ao inimigo a cada
encontro que haja, mas a preencher os deveres politi
cos de que está encarregado, e confia em que os seus
irmãos d'armas saberão apreciar com justiça as suas in
tenções. O Generalissimo está tranquillo quanto á opi
nião publica, pelo que toca aos seus actos e politica: a
sua devisa, assim como a de todo Exercito be: vencer
ou morrer com honra» •
A correspondencia de que se trata consta primeira
mente de huma carta do Generalissimo Skrzynecki, di
 [ 4081
rigida a 12 de Março ao Conde Diebitsch, em que de S. Leo, e do aprezamento do Bergantim que conduzia
pois de citar a conferencia que o Tenente Coronel My á Grecia os Chefes dos revolucionarios Italianos, accres
cielsky tivera com o Condé, a quem fôra enviado, se centa que os marinheiros da dita etnbarcação havião
vê a respota deste, que se reduz a que os Polacos se declarado, que Zucchi e seus socios havião arrojado ao
sugeitem do modo mais absoluto, ficando os negocios mar de noute quinze caixões muito pezados; e julga-se
em statu quo ante bellum. Cuja proposta, segundo o que continhão dinheiro, por isso que se sabia que em.
Generalissimo, era inadmissivel; porque o estado an bareárão consideraveis quantias, e nada se lhes havia
terior de cousas não oferecia á nação Polaca suficien encontrado.
tes garantias, e todos os esforços desta se dirigião a *

conseguir o restabeleeimento de huma ordem legal (ge - A parte que mais interessa no N.° do dia 5, se acha
seisliche èrdnang) &# descafice etn bazes solidas. no artigo seguinte : \, *-

» O que exige o Conde Diebitsch heincompatível com … " A revolução já se acha concluida nos Estados Pon
o que quer à nação. Generalissimo manifestou que tificios. Produzida pela illusão dos revolucionarios, que
era para desejar que a regeneração do paiz se fizesse se julgárão chegado o momento de fazer a explosão, pre
gundo o systema fundamental da carta dada pelo fal parada d'antemão, pelas sociedades secretas, sem que ex
lecido Imperador Alexandre; mas o Manifesto do Im perimentassem nenhum contra-tempo as suas atraiçoa
perador Nicoláo, em data de 17 de Janeiro não está das pessoas; esta obra forjada nas trevas desappareceo
d'accordo com este desejo; pois nelle só se trata de hu á simples vista de huma força bem organisada. A revo
ma sugeição absoluta; e isto he o que fez com que os lução unicamente existia em alguns individuos, que a
Polacos pegassem nas armas. consideravão como meio seguro de conseguir empregos
» O Generalissimo fala mais largamente de quão im da primeira ordem; porém não souberão sustentar nem
ortante he a S. M. o Rei da Polonia o conciliar por com huma só acção valorosa a causa que estavão dis
um ajuste os negocios deste Reino, a fim d'impedir de postos a defender só com pomposas palavras. Amaldi
accordo os pregressos da revolução em toda a Europa. çoados e perseguidos em toda a parte por aquelles a
Pergunta se não ha meio d'entender-se para restabe quem havião precipitado no infortunio, os instigadores
lecer a boa intelligeneia sobre bazes equitativas, quan da revolução forão os primeiros que fugírão.
do ambas as partes disconcordão tão diametralmente. » O Governo Pontificio recuperou os seus direitos. A
A honra do Imperie Russiano fieará intacta, e os Po força auxiliar que se poz á sua disposição, não exerceo
lacos conservarão a sua honra nacional. Em fim o Ge em parte alguma nenhum acto governativo; cumprio a
neralissimo supplica novamente ao Conde Diebitsch, sua missão semveio
ser proteger.
infiel hum só instante ao respeito que
devia a quem
que ponha perante o Imperador o actual estado de cou - •

sas em seu verdadeiro ponto de vista, e lhe faça presen
te que a nação e o Exercito tem igual interesse em con
seguir garantias para huma liberdade que lhe tem feito
experimentar tantos perigos.
» A resolução de declarar o Throno vago fez viva im
pressão no coração de S. M. I. e R.; ainda que não
considere similhante resolução como emanada dos dese
jos dos seus subditos Polacos; pois que S. M. sabe que
a maior parte delles não entrou nas vistas revoluciona
rias, antes pelo contrario suspira pela boa ordem e pe
lo Governo legal. O Commandante em Chefe do Exer
cito Imperial não pode reconhecer a existencia na Po
lonia das Authoridades estabelecidas pelo Governo re
volucionario, em quanto dependerem delle, e muito me
nos negociar com sete. O bom sentido, diz elle, a ra
zão e o valor, de que he dotada a maior parte da na
ção, bastarão para a afastar dos revolucionarios. Este
nobre exemplo será imitado por outros, e cada hum se
dará os parabens de haver contribuido para o restabele
cimento da boa ordem na sua patria.»
• (G. de Madrid.
FRANÇA.
París, 15 de Abril.
Resulta dos curiosos documentos publicados pela Re
vista Britannica, que as forças militares da Russia so
bem hoje em dia a 870,000 homens entre Infanteria e
Cavallaria.
Escrevem de Cassel, em data de 29 de Março, o se
guinte:
» A Dieta acaba de convidar o Governo da Hesse
Eleitoral para apromptar no termo de 15 dias a meta
de do seu contingente, a fim de se pôr immediatamente
em marcha.»
Recebemos por extraordinario os numeros do Obser
vador Austriaco de 5 e 6 d'Abril. Depois de nos dizer
o que já sabemos da tomada d'Arsona e do Forte de
” Logo que fique assegurada de todo a tranquillidade,
deixarão as tropas Imperiaes os Estados do Soberano Pon
tifice.» (E. da G. de Madrid.)
Por hum Decreto Real de 8 do corrente, mandou o
Rei Luiz Filippe que se restabeleça e torne a colocar
sobre a columna da Praça de Vendome a estatua de Na
poleão. (Monitor)
Na noute de bontem se apresentárão alguns indivi
duos vestidos de artifices na praça de Greve com huma
bandeira tricolor, dando gritos sediciosos. A Guarda
da Casa Municipal se poz em armas, e fugírão os per
turbadores. A instancias dos concorrentes forão prezos
o que levava a bandeira e outros 4 mais. Esta misera
vel tentativa, cujo objecto se devia adivinhar, só servio
para manifestar de hum modo claro a impotencia dos
agitadores, e o odio que inspirão a toda a população.
|- (fdem.)
O Presidente do Conselho manifestou hoje ás Cama
ras, que o Governo acaba de receber de Vienna a pro
messa de que as tropas Austriacas sahirão dos Estados
Romanos. «He provavel, accrescentou, que a estasho
ras as tropas Austriacas tenhão completamente evacua
do os Estados Pontificios.» (D. dos Debates.)
O Tribunal de accusação, a instancias de Mr. Per
sil, acaba de enviar ao Tribunal de assises do Sena o
Conde Gustavo de Damas, ex-Ajudante General e Com
mandante dos partidarios Leonezes em 1814, debaixo
das ordens do Marechal Augereau, accusado de haver
excitado, o odio e o desprezo contra o Governo de S.
M. em hum Manifesto que se inserio na Tribuna, e
que contém o projecto da organisação de huma Legião
com o titulo de Legião Lafayette. Mr. de Damas ele
geo_para que o defenda Mr. Menestrier, do Collegio
de Lyão, e Mr. Moulin defenderá a Tribuna.
- (cºrreiº)
 [409 |
GRÃ-BRETANHA.
Londres,. 8 de Abril.
No princípio de Fevereiro ultimo rebentou huma re
volução bastante seria entre os escravos da Martinica.
No dia 10 do mesmo mez publicou o Governador hum
Bando em que partecipa ao publico, que alguns autho
res daquella tentativa diabolica já havião recebido o
castigo merecido, com o qual, e o dos mais que esta
vão nas mãos da justiça, se evitará a repetição de si
milhantes attentados ; conclue dando agradecimentós
aos Milicianos brancos e de côr, e ás mais tropas, pelo
bom procedimento que observárão naquella occasião.
Com a mesma data declara o Governador em estado de
cerco a ilha da Martinica, e manda estabelecer com
missões militares, onde forem necessarias para julgarem
os que se apanharem com as armas na mão, e os cum
plices e instigadores da revolta.
Huma carta de S. Pedro, em data de 11 de Feverei
ro, dá as seguintes particularidades:
… Na noute de 9 a 10 do corrente se notárão alguns
incendios em varios pontos do termo desta Cidade, e
em poucas horas ficárão destruidas 11 casas. O inesmo
se quiz fazer na Cidade, mas as energicas medidas do
Governo evitárão a catástrofe.
» A tropa de linha, os Gendarmes, as Milicias, e a
Marinha Real e mercante, contribuírão para a conser
vação da boa ordem, e para atalhar o fogo. Os escra
vos rebellados estavão armados: defendêrão-se com ob
stinação, e ferírão muita gente, mas a final forão dis
persos. Muitos perecêrão na refrega; varios forão pre
zos com as armas e archotes, e tomárão-se medidas efi
cazes para prender os outros réos. Com a actividade e
vigilancia das Milicias e tropa de linha, e com o exem
plar castigo que se deo, julga-se que a Colonia não te
rá que temer. » (Sun.)
Nas cartas que ultimamente se recebêrão de Bombaim
se dá por certo que na China hum terrivel tremor de
terra acaba de destruir doze Cidades, e quasi hum mi
lhão de habitantes havião sido victimas daquelle de
SaStree
Diz o Globe que se fazem preparativos ao Banco pa
ra embarcar grande quantidade de metaes preciosos, e
levallos ao Continente. Algumas barras de ouro do va
lor de 203 libras esterlinas se deverão pôr a bordo do
Barco de vapôr Batavia para Hollanda. Este ouro, o
mais puro e mais a proposito para cunhar os Ducados
follandezes, passará sem duvida em muita quantidade
á Russia, onde corre a dita moeda.
(Gazeta de Madrid.)
HESPANHA,
Madrid, 22 de Abril.
Recebemos por extraordinario periodicos de França,
que alcanção até 16 do corrente; e as noticias mais in
teressantes que contém, se achão em artigo de Paris. No
mesmo se pública o que diz o Monitor a respeito de hum
princípio de desordem que tinha havido na tarde do dia
13. Presumimos que esta tentativa revolucionaria he dif
ferente de outra muito mais grave, que segundo cartas
de Bayona de 18, se havia annunciado por telégrafo
áquella Cidade no dia anterior. Os perturbadores havião
apresentado força avultada; porém o Governo triunfou,
e a tranquillidade ficava restabelecida, encarregando-se
pelo mesmo telégrafo as Authoridades # procurassem
conservalla por todos os meios em seus Districtos,
(G. de Madrid.)
• Lisboa, 28 de Abril,
Os ultimos Jornaes Inglezes alcanção até 16 do cor
rente: do seu conteudo iremos successivamente publi
cando o que notarmos de maior importancia.
*—*§§ *—º
(Artigos communicados.)
Sua Magestade ElRei Nosso Senhor foi Servido fazer
a Mercê da Medalha de ouro da Sua Real Efigie a Ma
noel Joaquim de Barboza e Araujo, Escrivão d'Orfãos
da Ponte da Barca, e a suas irmãs D. Joaquina Clara
Barboza Araujo, e D. Anna Joaquina Barboza Araujo.
Em o dia 21 do corrente mez, Sua Magestade ElRei
Nosso Senhor o Senhor Dom Miguel I, tomando em
consideração o que Lhe representou o Seu Criado par
ticular, o Major Siqueira, houve por bem, que Mat
theus de Sousa, sua mulher e filhos, possão usar de Sua
Regia Efigie em Medalha de ouro. - -
+ •—º §§ «—»
REAL JUNTA Do CoMMERcro.
Edital.
A Real Junta do Commercio, Agricultura, Fabri
cas, e Navegação destes Reinos e seus Dominios, bai
xou o seguinte
• • Aviso.
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — Havendo o
Secretario de Estado dos Negocios Estrangeiros de Sua
Magestade Catholica communicado ao Ministro d'El
Rei Nosso Senhor em Madrid, que para assegurar a
tranquillidade e boa ordem na Praça de Cadis ninguem
possa desembarcar naquelle porto sem que preceda a
formalidade de apresentar huma fiança de pessoa abo
nada, que haja de responder pelo individuo abonado,
e pela sua conducta politica; Ordeha ElRei Nosso Se
nhor, que a Real Junta do Commercio faça dar a de
vida publicidade a esta medida. •
O que participo a V. Ex.° para assim o fazer presen
te no Tribunal.
Deos guarde a V. Exº Palacio de Queluz, em 23
de Abril de 1831. = Visconde de Santarém. = Senhor
Marquez Mordomo Mór.
E para assim constar, se inandou afixar o presente
Edital. Lisboa, 26 de Abril de 1831. =(Assignado)
José Accursio das Neves.
* ". . . * * * Edital.
A Real Junta do Commercio, Agricultura, Fabri
cas e Navegação destes Reinos e seus Dominios, bai
xou com Avizo da Secretaria d'Estado dos Negocios
Estrangeiros, de 22 do corrente mez, a seguinte Nota
de Reclamações feitas á Commissão mixta no Rio de
Janeiro, de N.° 470, a 474 inclusivè, e dirigida á mes
na Secretaria d'Estado com Oficio de 31 de Dezembro
ultimo. • **
Nota das Reclamações que tem accrescido depois do
Oficio dos Commissarios Portuguezes, de 30 de Junho
de 1829, sub N.° 23, por se terem desentranhado de
outras recebidas no anno marcado para a sua recepção
por despachos da Commissão Mixta; a saber:

N.° 470 de Francisco de Sousa Lobo
471 Viuva, e herdeiros de Domingos
Teixeira Marques - - - - -
472 dito dito dito
473 Manoel Antonio Teixeira da Silva
474 dito dito Idem.
dito
N. B. A de N.° 470 foi desentranhada da de N.° 284.
471
472. dito - - -
|- } dito - - - , dito de N.° 341.
do)Rio
João Loureiro. 31 de Dezembro de 1830. (Assigna 4 h. Sudoeste
de Janeiro,
O que a mesma Real Junta manda fazer publico po
lo presente. Lisboa, 26 de Abril de 1831. = (Assigna
do) = José Accursio das Neves.
«—*§§ «——»
MEzA DA CoNscIENcIA E ORDENs.
Edital.
Ordem de S. Bento de Aviz.
Reitoria da Igreja Matriz de Coruche; Priorado da
Matriz de Veiros; dito da de Souzel; dito da de Mora;
dito de Benavilla; e dito da Igreja de S. Barnabé do
Ervedal; Beneficio Curado da # de Monte Argil;
dito da de Seda; dito da de Móra; dito da de Bena
villa; dito da de Souzel; dito da de Béja; dous ditos
da de Coruche; dous ditos da de Veiros; dito da Igre
ja de S. Bartholomeu de Villa Viçosa; dito da de San
to Estevão da Ribeira de Canha; e dito da de Santa
Maria de Alcaçova d'Elvas; Capella Curada de Santo
Antonio d'Alcorrego; dita de S. Domingos de Bem
belide; dita de Nossa Senhora da Azoia; dita de S.
Pedro de Ervedeira; dita de Santa Margarida d'Aldêa
Velha; dita de Nossa Senhora dos Barros; dita de San
to Amaro de Veiros; dita de S. Braz de Barroca;
e dita de Nossa Senhora da Casa-branca.
Da data deste a quarenta dias se ha de prover em
Freires Conventuaes os Priorados, Beneficios, e Capel
las das Igrejas acima referidas.
Os Oppositores oferecerão dentro do dito termo im
prorogavel, na Secretaria da Ordem de S. Bento de
Aviz, em mão do Escrivão da Camara de Sua Magesta
de, e da mesma Ordem, suas petições, e mais papeis
correntes; a saber: os Freires Conventuaes que se acha
rem ainda no Convento, a Approvação do Prior Mór,
na forma dos Definitorios, com que qualifiquem os seus
requisitos. E os Freires Conventuaes, que se acharem
<fora do Convento, a Informação do Prior Mór; Carta
de Ordens; e as Folhas corridas da Comarca, em que
assistirem, e do Juizo Geral das Ordens. Além destes
papeis, os Freires Conventuaes, que se acharem fora
do Convento, mas providos em Igrejas ou Beneficios,
|-
apresentaráõ tambem Carta de Collação, Certidões de
residencia, vida, e costumes, assim dos Prelados Dio
cesanos, como dos Juizes das Ordens das respectivas
Comarcas.
Ficando advertido, que todo o que dentro do dito
termo não apresentar os referidos papeis, será excluido
deste Concurso; e o que ficar provido, será obrigado a
apresentar na mesma Secretaria Certidão. da sua posse
dentro de dous mezes, contados do dia da Resolução
de seu Provimento, pena de se pôr novamente a Con
curso como vago. Lisboa, 26 de Abril de 1831. = An
tonio Maria Gentil.
*
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
[410 ]
- - Autuada. *—*§§ 4—»
Idem. Telégrafo.—Serviço da Barra. — 28 de Abril.
- Idem.
Idem. O Paquete Inglez que entrou hontem, veio de Falmouth,
- em 9 dias, mala, 3 passageiros, que são: 2 pro
prietarios Francezes, e huma Ingleza. —Hontem á
dito de N.° 205. noute entrou 1 Chalupa Hollandeza.
Embarcações avistadas.
9 h. 45 m. 2 Vasos Inglezes ao Sudoeste do Cabo do
. Espichel; navegão para Oeste.
|-
49 m. 1 Barco sem bandeira movido por vapor ao
•
do Cabo do Espichel; navega para o Nor
te: 2 Vasos Inglezes, navegão para Oeste.
Embarcação sahida de S. Julião.
9 h. 51 m. 1 Barco de Guerra Inglez movido por vapor.
Embarcação sahida de Belém.
9 h. 51 m. 1 Chalupa Ingleza para Portsmouth.
Annuncios.
O Arrematante dos sete Almoxarifados do Riba-Tºjo,
e seus socios, fazem saber aos lavradores dos mesmos
Almoxarifados o seguinte: Que constantes nos seus prin
cipios de attenderem quanto lhes he possivel ás circum
stancias dos referidos lavradores, e consultarem os inte
resses destes sem absoluto prejuizo seu; e observando
que a abundancia das aguas proximamente acontecida
causou grande perda a muitos dos ditos lavradores, que
tendo feito as suas sementeiras ficárão de todo arruina
das pela cheia, que não encontrando obstaculo nos val
lados que devião estar bem preparados, e que ao con
trario, ou não existião, ou se achavão em parte des
truido: e não reparados, fez estragos sem obstaculo,
tem decidido tomar huma medida de favor e equidade
para os mesmos lavradores; e para que esta seja respe
ctivament igual, lhes declarão por este anuuncio, que
aquelles dos mencionados lavradores, chue tendo feito
… em tempo competente as suas sementeiras, e que forão
totalmente perdidas pela presente cheia, ficão sendo al
liviados somente no presente anno de 1831 na propor
ção seguinte: = As terras de meio ficaráõ para terço;
as de terço para quarto; e assim similhantemente, sen
do obrigados a fazerem de novo a sementeira neste an
no, e a pagarem a palha na fórma devida. E para que
chegue á noticia de todos, se faz o presente annuncio.
Quem quizer comprar, aforar, ou arrendar a quinta
da Carrasqueira em Aveiras de cima, procure, ou es
creva a seu
Villa de dono Luiz Pereira Velho de Moscoso, na
Monção. •
Em a tarde do dia 4 de Maio se ha de arrematar na
Praça do Deposito geral, com o abatimento da quintº
parte do valor de 2.7003000 réis, huma propriedade
de casas com seu quintal na rua direita de S. Lazaro,
N.° 45, de que ao todo faz hum rendimento de 2063400
réis: e he Escrivão da arrematação Couto.
Na tarde de Sexta feira 6 de Maio, em Praça dos
leilões do Deposito Publico se ha de arrematar a quinta
da Madre de Deos, com casas, Ermida, e adêga, si
tuada em Pera de Cima, districto de Almada, Fregue
zia do Monte de Caparica, a cuja quinta pertence re
ceber dous foros, avaliado tudo em 1:4483000 rs., e
a louça d’adêga em 633200 rs. E huma vinha denomi
nada da Lage, fronteira á dita quinta, avaliada em
4003000 rs.; e antes da arrematação se acceitão os
lanços no cartorio do Escrivão da arrematação Couto,
morador na rua nova do Almada, aos Conteiros N.° 33.
== ==
 NUM. 1Ol.
GAZETA DE LISBOA.
| x@92>#@$1<9e2<<==-
SABBADO, 30 DE ABRIL.
PARTE OFFICIAL.
|-
MINISTERIo dos NEGocios DA GUERRA.
Em Resoluções de Sua Magestade, de 20 de Abril de
1831, tomadas sobre Consultas do Seu Conselho de
Guerra.
Tenente Coronel Commandante do 1.° Terço do 7.°
Regimento das Ordenanças da Corte, Francisco de Sal
les Barruncho.
Tenente Coronel Commandante do 2.° Terço do mes
mo Regimento de Ordenanças, Luciano Antonio Adão.
Major addido ao Estado Maior do Exercito.
Tenente Coronel Commandante do 3.° Terço do mes
#" Regimento de Ordenanças, Bernardo Xavier Nery
ayo.
*Capitão da 1.° Companhia das Ordenanças de Alvi
to, José Toscano Perdigão.
Capitão da 11.° Companhia das Ordenanças de Mer
tola, João Palma Cavaco, Alferes da mesma Com
panhia. • +
Capitão Commandante das Ordenanças de Amaran
te, Manoel Joaquim Brandão.
Reformado na conformidade da Lei, o Capitão da
2.° Companhia das Ordenanças de Alpedrinha, Jerony
m o Freire Corte Real.
Reformado no mesmo posto, o Commandante do 1.°
Batalhão da extinta Legião de S. Pedro de Alcantara,
Joaquim Antonio Lucio dos Santos.
- Demitido, por Decreto de 15 de Abril de 1831, em
consequencia de molestias, que o impossibilitão de
continuar no Real Serviço, -Gaspar de Araujo Aze
vedo e Gama, Sargento Mór das Ordenanças do Con
celho de Portella de Penella.
* Justificado pelo Conselho Militar, (creado por De
creto de 11 de Agosto de 1828) das imputações que de
<rão lugar á demissão do Posto de Capitão da 6.° Com
panhia das Ordenanças da Villa da Feira , Bento
José Pinto da Motta, Fiel do Commissariado do Exer
C1tG. • •
"Por Decretos de 21 de Abril de #831.
Professor da Cadeira de Grammatica Portugueza e
Latina do Real Collegio Militar da Luz, o Professor
Substituto da Cadeira de Filosofia, Geografia e Histo
ria do mesmo Collegio, o Presbytero Secular Antonio
H.uiz Marrão. + ',
Professor Substituto das Cadeiras de Grammatica La
tina e Filosofia do referido Collegio, o Presbytero João
de Andrade Pereira, que exerce a lugar de Capellão
deste Estabelecimento.
ANNO 1831.
T I
A 1 +==
Demittido do lugar de Professor da Cadeira de Gram
matica Portugueza e Latina do referido Collegio Mili
tar, por não convir que continue neste Magisterio,
João Lineu Jordão.
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
. PAIZES BAIXOS.
Bruxellas, 6 de Abril.
Chegou a esta Mr. Rogier, Secretario da Legação
Belga em París; traz a noticia de que o Governo Fran
cez havia adherido á occupação de Luxemburgo. Sabe
•
se pela outra parte que hum correio de Berlim que che
gou no dia 4 a Aquisgrã, trouxera ordem para que a
Landwher das Provincias Prussianas immediatas ao
Rheno estivesse prompta a entrar em campanha a 16
do corrente.
"O procedimento do Governo Francez neste negocio
| ,,
causou nesta summa indignação, e todos perguntão se
aquelle Governo nos crê tão cobardes que deixemos sa
crificar nossos compatriotas de Luxemburgo aos capri
chos do Congresso de Londres. Appellar-se-ha aos vo
luntarios Belgas, e todo o territorio de Luxemburgo
se verá coberto de guerrilhas que manterão a indepen
dencia. (Nacional.)
O Conselho de Ministros, depois de maduro exame,
resolveo que a Belgica tome a defeza de Luxemburgo,
arnda que seja com o risco de huma guerra geral. &ol.
locar-se-hão as tropas nas fronteiras pela parte do Sura
e do Mosela em Echtemutch, Grevenmacher, e Renaix,
Já se remettêrão para Arion 2000 espingardas para ar
mar a Guarda civica.
(Correio dos Paixes-Baixos.)
PRUSSIA. *
Berlim, 2 de Abril.
" A nossa Gazeta publica hoje huma promoção extraor
dinaria de Generaes e Officiaes superiores.
- Em Brennen se convidárão a todos os que quizessem
servir voluntariamente no nosso contingente federativo,
para que se fossem alistar na casa da Camara. Em
 [412]
Hamburgo se adoptou a mesma medida, e o seu con cia que tiver convindo com elle em não andar a corso,
tingente se deverá pôr em marcha a 15 do corrente. os vasos mercantes de ambas as nações poderáô navegar
Major Brandt, do Estado. Maior do Feld Mare livremente sem que os mólestem os vasos de guerra da
chal Gneiseneau, que foi com huma missão particular nação inimiga, excepto quando pretenderem entrar em
ao Quartel General do Conde Diebitsch, já se acha de porto bloqueado, ou levarem soldados ou objectos de
volta a esta Capital desde 31 do passado; e se asse contrabando de guerra. Só nestes casos serão detidos,
gura que trouxera despachos importantes do Feld Ma porém unicamente poderáõ ser confiscados em virtude
rechal. de providencia judicial. Se fóra destes casos for detido
Correm vozes de que o contingente federativo da Di algum vaso de commercio por outro Tunezino, este se
namarca e o corpo auxiliar da Suecia se reunirão sobre rá considerado e tratado por todas as Potencias como
o Elba na Saxonia inferior, para formar huma reserva ... pirata, sem que por isto se perturbe a boa intelligencia
com as tropas acantonadas na Savonia Prussiana. entre a dita Potencia e o Bey de Tunes. -

*# (Correspondente de Nuremberg.)
ITALIA.
Genova, 5 de Abril.
Carta particular. Vai-se aproximando ao seu desen
lace este melodrama, em que os nescios, os traidores,
e os tyrannos tiverão cada hum o seu respectivo empre
go; o resultado he que o Governo Francez se tem in
teiramente desacreditado em toda a Peninsula. O fa
moso Zucchi e seus companheiros cahírão nas mãos dos
Austriacos; os que ficárão logrados estão no Hospital,
como era justo; os cofres publicos ficárão limpos, e
nos Estados Pontificios ha que reparar enormes estra
gos, e 20,000 Austriacos que sustentar. A Italia cen
tral vai ficar povoada de malfeitores, e este será o uni
co fructo desta assoada. Esperamos que a Italia con
vencida por esta ultima lição de que seus filhos libe
raes são mais a proposito para cantar o di tanti palpi
ti do que a marsalheza, ficará curada por muito tem
po da mania revolucionaria, excepto no caso de vi
rem os propagandistas em pessoa, e não por cartas
exaltar o amor proprio e fazer com que se comettão
desatinos.
Artigo 2.° Fica abolida para sempre a escravidão nos
Estados do Bey de Tunes, e este porá em liberdade to
dos os escravos Christãos que hoje em dia existem em
seus Estados, sendo da conta do dito Bey o indemnizar
os donos daquelles. Para o futuro todos os subditos dos
Estados que estiverem em guerra com o Bey, e cahi
rem em seu poder, serão tratados como prizioneiros
de guerra conforme os usos das nações Européas.
Artigo 3.° Se algum vaso estrangeiro naufragar na
costa da Regencia, se lhe prestaráõ os auxilios, soc
corros, e viveres que necessitar, e forem exequiveis; o
Bey tomará medidas promptas e eficazes- para assegu
rar a vida dos passageiros e tripulação e a propriedade
de huns e outros. No caso que se prove que algum pas
sageiro, ou outro individuo da tripulação, fora assassi
nado pelos subditos do Bey, os delinquentes serão casº
tigados como assassinos pela Justiça do paiz, e o Bey
pagará demais a mais ao Consul da Nação, a que per
tença a pessoa assassinada, huma quantia igual ao valor
da carga do navio.
No caso que se prove serem muitos os assassinios co
mettidos pagará o Bey dous tantos mais do valor da
carga; e se os assassinados forem de varias nações, des
tribuirá a quantia que se deve pagar entre os Consules
|-

das ditas nações, e á proporção das pessoas assassina

das; de modo que a dita quantia se possa remetter di
Maria Luíza licenciou o seu pequeno Exercito, e rectamente ás familias dos que tiverem perecido. Se as
por hum Decreto manda que o Ducado de Parma só propriedades e mercadorias que levarem os vasos nau
pague as despezas da invasão. D'ora em diante a sua fragados forem roubadas, provado o facto, o Bey res
residencia será em Plasencia. · · · · tituirá ao Consul da nação a que pertencer o navio, o
Aqui se fala de huma aliança secreta entre o nosso valor da carga roubada, além do que deve pagar pelos
Governo e o de Inglaterra, e de huma grande reunião assassinios que se cometterem nos passageiros e tripula
de tropas. O certo he que a guarnição desta Cidade es ção do dito navio. . . . .
tá em hum pé formidavel; os contingentes das Provin Artigo 4.° As Potencias, estrangeiras poderão estabe
cias acodem gostosos ás suas bandeiras. S. M. conti lecer Consules e Agentes de Commercio em todos os
núa a estar melhor, e ba esperanças de que se restabe pontos da Regencia que lhes parecerem opportunos,
lecerá completamente, (Gazeta de Madrid ) sem necessidade de fazer presentes ás authoridades lo
caes. Ficão abolidos os presentes, tributos, e mais da
FRANÇA. divas que debaixo de qualquer titulo ou pretexto paga
va o Governo, e seus Agentes á Regencia de Tunes, e
Paris, 11 de Abril. particularmente quando se fazião Tratados, ou entrava
hum novo Agente Consular. -
As ordens que expedio o Ministro da Guerra para + - Artigo 5. - - - - - - - - •

Troyes, diz o Diario de l'Aube, corroborão a idéa de
huma proxima luta. Manda-se que saião immediata
mente os novos conscriptos da classe de 1830, que só se
devião pôr a caminho a 26 ou 27 do corrente. Por ou
tra ordem se manda pôr em movimento a Guarda na
cional do nosso Departamento. (Gazeta de França.)
-
Artigo 6.” Os estrangeiros poderão traficar livremen
te com os subditos da Regencia pagando os direitos es
tabelecidos , sem que o Governo Tunezino lhes possa
pôr. nenhum impedimento, nem apoderar-se das merca
dorias estrangeiras ou do paiz, que lhes pertencão, para
fazer monopolio. A nação Franceza não pede para si
nenhum privilegio; mas o Dey se obriga a fazelia par

* * * • • ••
* *
• • • • + Idem, 15. tecipante de todas as vantagens, favores , e privilegios
que gozão as mais nações estranheiras, sem que para is
Convenio entre o Governo Francez e a Regencia sº se necessite mais do que a simples reclamação do seu
de Tunes. Consul. - - . . (" "

Artigo 1.° O Bey de Tunes per si e seus successores Artigo 7.° - - - - - - - - - •

renuncia para sempre ao direito de andar a corso ou de Artigº 8.° Publicar-se-ha este convenio dentro do ter
o authorizar, em tempo de guerra contra os vasos das mo de hum mez em todo o districto da Regencia com
Potencias, que julguem conveniente renunciar o uso do, as fórmas do costume. Feito por triplicado no Palacio
mesmo direito a respeito dos vasos do Commercio Tu de Bardo, Domingo 17 de Saphar no anno 1246 da
nezino. •

Egira, que corresponde a 8 de Agosto da era Christã.

Quando, o Bey se acliar em guerra com huma Poten (Quotidiana.)

*—*$$*—º
Lisboa, 29 de Abril.
(Artigo communicado.)
Em Audiencia do dia 28 de Abril, foi ElRei Nosso
Senhor servido conceder a Francisco José Monteiro Pin
to de Lacerda, Cadete do Regimento de Infanteria N.°
13, o uso da Medalha com a Imperial Efigie de Sua
Magestade a Imperatriz Rainha Nossa Senhora, que
Deos ha em Gloria.
MrzA DA CoNscuENcIA E ORDENs.
Edital.
Pelo Tribunal da Meza da Consciencia e Ordens,
se faz publico: que por Immediata Resolução de Sua
Magestade ElRei Nosso Senhor, na data de 13 do cor
rente mez, tomada em Consulta do mesmo Tribunal,
do dia 9; Houve Sua Magestade por bem prorogar por
todo o mez de Maio, do presente anno, o prazo para
as arrematações das Conmendas, que se achão admi
nistradas por conta da Real Fazenda; devendo ter prin
cipio as ditas arrematações no dia cinco do sobredito
mez de Maio proximo futuro, para se verificarem por
tempo de tres annos, na forma das Reaes Ordens, e
Condições do estillo.
Arrendamentos que devem contar-se de Janeiro do
corrente anno em diante.
- Ordem de Christo.
Patriarcado. — Santa Maria d'Africa. Santa Maria
d'Almenda. Alverca do Barrão. Santa Marinha de Lis
boa. S. Pedro de Torres Vedras. S. Thiago de Torres
Vedras. S. Martinho de Santarém. Bens que a Ordem
tem em Rio Maior.
Prelazia de Thomar. — Direitos dos fornos da Villa
de Thomar. Oitavos, e Alcaidaria mór de Villa de Rey.
Santa Maria da Sabacheira.
Bispado da Guarda. — S. Pedro d'Aldêa de Joannes.
S. Pedro das Comedeiras do Lugar dos Trinta. Santa
Maria de Belmonte. Idanha a Velha. S. Pedro de Man
teigas. Nossa Senhora da Conceição do Rosmaninhal.
Santa Maria de Salvaterra do Extremo.
Bispado de Portalegre. — Commenda da Cathedral
de Portalegre. S. Francisco da Ponte do Sor.
Bispado de Coimbra.—S. Pedro de Louroza. S. Mi
guel de Coja, S. Pedro de Castellões. S. Thomé de Pe
nalva. Nossa Senhora da Conceição da Villa da Redi
nha, S. Martinho do Pombal. Alcaidaria mór do Pom
bal. S. Lourenço de Taveiro. S. Salvador de Maiorca.
. Bispado de Lamego.—8. Martinho das Chans. San
ta Maria d'Almendra. S. Pedro de Marialva. Santa
Maria d'Almeida. S. Salvador das Varzeas d'Arouce.
Santa Maria de Verinioza. Santa Maria de Castello
Rodrigo. Santa Marinha de Mata de Lobos. S. Pedro
de Val de Ladrões. S. Martinho de Cambres. S. Thiago
d'Alfaiates. Santa Maria de Azevo. Santa Maria de
Pereiro. S. Vicente da Figueira. S. Martinho de Ra
nhados. Santa Maria de Penna d'Aguia.
Bispado de Vizeu.—S. Salvador de Sarrazes. S, Mi
guel de Villa Boa. Santa Maria de Ventoza. S. Pedro
do Sul. Santo André de Pinhel. Nossa Senhora da Pu
rificação de Penna Verde. Santa Maria de Satão. S.
João de Trancozo. S. Martinho de Pinhel. S. Pedro
das Gouvêas. S. Pedro de Aguiar da Beira.
Bispado de Miranda. —S. Mamede de Sortes. Santa
Maria de Lamas. S. Gens de Parada. Dous outavos de
|
[413 |
S. Gens de Parada. Santa Eugenia d'Alla. Santa Ma
rinha de Quintella. Santo Antonio de Grijô de Parada.
Santa Marinha de Rio Frio de Carregoza. S. Bartholo
meu do Rabal. Santa Maria de Guimunde.
Arcebispado de Braga. — Santa Maria de Villa Cova.
Santa Martha de Serzedello. Santa Maria de Verim.
Cornmenda de 503000 rs. na de Santa Maria de Mo
reiras. Dita de 60$000 rs. na de Santa Leocadia de
Moreiras. S. Thiago de Oura. Santa Leocadia de Mo
reiras. Santa Maria do Prado. S. João Baptista de Ma
zagão. Santa Maria de Castello Branco do Mogadouro.
S. Thiago de Guilhofrei. S. Cosme e Damião de Gar
fe. S. João Baptista de Castellões. S. Salvador do Sou
to. S. Miguel de Bobadella. S. Verissimo de Lagares.
S. Salvador de Villa Pouca de Aguiar. Santo André de
Fiães do Rio. S. Thiago de Roufe. Santo Appollinario
de Villa Verde. S. Miguel de Linhares. S. Miguel de
Nogueira, |- •
B# de Castello Branco.—S. Martinho de Lor
doza.
Bispado do Porto. — Santa Marinha d'Avanca. S. Sal
vador de Pena macor. S. Romão de Mouriz. Santo
Adrião de Penafiel. S. Julião d'Agoa Longa. S. Vi
cente de Pereira. • •
Arcebispado de Evora.—Herdades de Mendo Marques.
S. Romão de Monsarás. S. Salvador das Alcaçovas. N.
Senhora da Orada.
Bispado de Béja. — S. Thiago de Béja.
Bispado d'Elvas.— Santa Maria d'Alagôa. Commenda
da Cathedral d'Elvas. • • +
Bispado do Algarve.— Commenda de Castro Marim.
Alcaidaria Mór de Castro Maritm.
Ordem de Aviz. . . . -
. Bispado de Coimbra. — Santa Eufemia de Penella.
S. Miguel d'Aveiro. •
Arcebispado de Evora. — Commenda das Galvêas.
Commenda de Serpa. Santa Maria da Feira de Beja.
Santa Maria de Fronteira. Santa Maria d'Alvarinha.
Mourão. Mora. Alcaidaria Mór de Seda. Dita de Aviz.
Dita do Cabeção. Dita de Pavia. Dita de Benavilla.
Dita do Ervedal. Dita da Figueira. Dita das Galvêas.
Dita de Mora. S. João Baptista da Villa de Moura.
Bispado d'Elvas. — Alcaidaria Mór do Alandroal.
Dita de Veiros.
Bispado do Algarve. — Alcaidaria Mór d'Albufeira.
ördem de S. Thiago.
Patriarcado. — Santa Maria do Castello da Villa de
Almada. Dizimos do sal de Setubal. Val de Dona Ignez.
Dizimos de Alhos-vedros. Forno de Palhaes em Setu
bal. Dito da rua da Praça dito. Dito das portas do Sol
dito. Dito da rua de Coina dito. Loja da rua dos Mer
cadores dito. Dizimos d'Alcochete. Horta Lagôa. Al
caidaria Mór do Barreiro. Commenda do Barreiro.
Aprestimos d'Alcochete. |- .
Arcebispado d'Evora. — Dizimos da Herdade de Be
magazil. Foros, Aves e Laudemios. Onzena em Al
cacer do Sal. Pontes dito dito. Alinoxarifado dito dito.
Castro-verde, Alcaidaria Mór, e Portagem. Aljustrel.
Sines. Alcaidaria Mór d'Aljustrel. Dita de Sines. Dita
de Villa Nova de Mil Fontes.
Bispado de Vizeu.—S. Domingos de Marreco.
Bispado do Algarve. — Alcaidaria Mór de Tavira,
•
Arrendamentos, que devem ter principio em
Janeiro de 1832.
Ordem de Christo. * *
Patriarcado. —S. Thiago de Santarem. Casal do Bo
galho, S. Bartholomeu do Alfange.
Bispado de Coimbra. — S. Pedro de Folgosinho. S.
Pedro das Alhadas.
Pispado de Viseu.—S. Miguel de Ribeiradio.

Bispado de Miranda.—S. Nicoláo de Salses. Santa
Maria de Mirandella. Santo André das Freixedas.
Arcebispado de Braga.—S. Miguel de Chorente. S.
Thiago de Andraes. S. Martinho de Sande. S. Marti
nho de Moreira de Rey. S. Miguel de Borba de Go
dim. S. Salvador de Sanguinhedo.
. Bispado do Porto. — Santa Maria de Campanhã.
S. Miguel do Souto. • quintal, na rua do Salitre, á esquina da azinhaga do
Ordem d'Aviz.
. Bispado da Guarda. — Nossa Senhora da Conceição
da Meimoa. , -
# • * Ordem de S. Thiago.
Patriarcado. — Pescada, e Lingoado do Mestre em
Setubal. • •
, Arcebispado d'Evora. — Dizimos do Portancho em
Alcacer do Sal. Lisboa, 28 de Abril de 1831. = Vis
conde de Manique do Intendente.
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 29 de Abril.
• • __ Embarcações avistadas.
5 b. 20 m. 3 Vasos Inglezes a Oeste do Cabo da Roca,
e 5 ditos ao Sul do Cabo da Roca: o Barco de
"Guerra Inglez movido por vapôr que sahio hontem,
1 Bergantim, e 1 Escuna sem bandeira ao Sudoeste
do Cabo do Espichel.
• … Embarcação entrada em Belém.
11 h. 30 m. O Barco de Guerra Inglez movido por
vapor que sahio hontem.
Embarcação sahida de Belém.
9 h. 40 m. 1 Escuna Ingleza para Londres.
+ • • 1
, ! Annuncios. . . .
Os Directores da Companhia Geral das Reaes Pes
carias do Reino do Algarve participão pelo presen
te annuncio, aos Senhores Accionistas, que em conse
quencia das Ordens de Sua Magestade, que lhes forão
dirigidas pelo Tribunal da Real Junta do Commercio,
Agricultura, Fabricas, e Navegação destes Reinos, é
seus Dominios, se ha de proceder na Cidade de Faro,
e impreterivelmente no dia 25 do mez de Maio proximo
futuro, á Eleição dos novos Directores, que hão de for
mar a Direcção, que pelo Alvará de Lei de 8 de Abril
corrente deve ficar existindo naquella Cidade; e como
os actuaes Directores ignorão a maior parte das reziden
çias dos Senhores Accionistas, para lhes fazerem indi
viduaes participações, se servem, deste expediente, para
des de já tomarem as suas medidas, para per si, ou por
seus bastantes Procuradores, concorrerem no indicado
dia á referida Eleição, dirigindo-se para este fim ao Di
rector Ventura da Cruz, residente na mesina Cidade,
e a quem se transmittem as insinuações precisas, o qual
lhes indicará o local, e hora da reunião: e a fim de que
os mesmos Senhores Accionistas possão ter hum conhe
cimento exacto de quaes são as pessoas que tem voto,
e quaes as que podem ser votadas, na conformidade dos
Estatutos da mesma Companhia, se podem dirigir á
casa da Direcção, nesta Cidade, na rua dos Confeitei
ros, com entrada pelo Arco Escuro, N.° 1, aonde
promptamente se lhes ministraráõ as competentes listas.
Lisboa, em Direcção, 29 de Abril de 1831.= Manoel
José de Figueiredo. = José Antonio Pereira Bastos. =
Joaquim Lourenço Lopes.
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGI.A.
I 414 |
Havendo de se pôr a lanços o Contrato da Limpeza
da Cidade de Lisboa, estão para isso destinados os dias
26, e 31 de Maio, e 9 de Junho proximos futuros, pe
la volta do meio dia, em a sala da Intendencia Geral
da Policia , e mediante as condições, que nesse acto
• hão de estar patentes.
Vendern-se humas casas abarracadas, com hum bello
• •
Falle de Pereiro, com os N. 218 até 224: quem as
pretender falle com seu dono, na estalagem da casa
dos bicos.
• • Vendem-se quatro propriedades de casas na rua da
Cascalheira aos fornos de cal em Alcantara, desde N."
4 a 10, os titulos achão-se no Escriptorio do Advogado
Emygdio Costa, na travessa da Victoria N.° 3, aonde
se trata da venda.
Na rua do Moinho de Vento a S. Pedro de Alcan
tara, N.° 79 A, acha-se á venda hum cravo de dous
registos, do Author Mathias Bosten.
Chegou novo sortimento de piannos fortes e fortes
piannos Alemães e Inglezes, que se vendem em casa
de F. A. Driesel, na praça de S. Paulo, N.° 85, pri
* * * • meiro andar. . |-
Na rua dos Capellistas N.° 42, 1.° andar, acha-se á
venda hum bonito sortimento de encerados para mezas,
de gostos modernos, casquinhas, caixas de muzica, e
muitos outros artigos de modas, por preços commodos.
Na rua do Ouro N.° 61, se vende toda a obra de pe
dra mineral, imitando diamantes, e brilhantes.
uem pretender huma criada para servir, a qual pos
sue habilidade, e tem quem a abone, dirija-se á calça
da d'Ajuda, em Belém, N.° 52.
Hercules Stampa, com armazem de ferragens e quin
quilharias, por cima do arco pequeno na rua do Ale
crim N.° 10, mudou-se para a rua dos Capellistas N'
114, 1.° andar, onde se encontra hum variado sortimen
to de generos daquella classe, particularmênte de obje
ctos dourados, casquinha, metal branco, candieiros,
pentes de massa Francezes, e joias; tudo moderno, e
por preços commodos.
Preciza-se para caixeiro de hum armazem de vinhos
e agoardente, de hum sugeito que tenha quem o afian.
ce, e seja pratico no desempenho deste serviço: quem
estiver nestas circumstancias, deixe o seu nome e N.° da
morada, em huma loja de mercearia ao Loureto N.88.
. No largo da Mouraria N.° 40, se trespassa huma boa
loja de mercearia de duas portas de armação, á moderna,
em bom sitio, e muito bem a freguezada.
No armazem de vinhos na rua Augusta N.° 79, se
vendem vinhos de todas as qualidades sem confeição,
escolhidos das melhores adegas do Cartaco, Arruda,
Chamusca, Bucellas, Cadafaes, Lavradio, Termo, e
Collares a 80, 100, e 120 rs. a canada, melhores que
em outra qualquer parte a 160 rs.; vinagres de boa
qualidade a 40 e 50 rs., agoas-ardentes de herva doce
e de prova. .
Na rua direita da Graça N.° 32, se vende huma ex
cellente parelha de mullas de cinco annos, e que traba
lhão em todo o lugar.
1
• ... Estiva.
Preços do Páo e Azeite para a semana que principia
de 2 a 8 de Maio de 1831:
Pão de arratel na forma da Lei - - a 42 réis.
Em metal - - - - - - - - - a 36 réis.
Canada de Azeite - - - - - - a 235 reis.
 NUM. 102.
--—=>-{E}-<s>=-----
GAZETA DE LISBOA.
—==>>>6<>#@$1<-9o-{==-—
SEGUNDA FEIRA, 2 DE MAIO.
- –= =>>6<>$3<>$@$$<ecx
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
TURQUIA,
Constantinopla, 8 de Fevereiro.
. Parece que o Sultão se acha decidido a vingar a
morte de Sidik-Effendi, que havia sido enviado ao Ba
chá de Bagdad, e foi victima só por suspeitas. O Ba
chá d'Aleppo foi nomeado Seraskier das tropas que se
devem reunir debaixo das suas ordens para marcharem
contra o de Bagdad, que pela sua parte chamou em
seu auxilio os Persas dos Estados confinantes. Porém
não se duvida de que em breve fique submittido: as for
ças disponíveis d'Aleppo são bastante consideraveis,
quando o rebelde a quem devem atacar apenas póde
dispor de alguns mil homens. (G. de Madrid.)
Belgrado, 17 de Março.
Des de a pacificação da Albania havia Reséhid Ba
chá deixado d'attender aos negocios do seu Governo
descançando na tranquilidade que parecia, reinar por
toda a parte, e na fidelidade que os Chefes Albanezes e
Bosniacos havião oferecido guardar á Porta. Não ti
nha nenhuma suspeita dos planos que os Bachás de
Scutari e de Trawnick urdião com os Albanezes e Bos
niacos ; planos que a nada menos se dirigem do que a
desthronar o Sultão. Mas de repente rebentou a revo
lução: toda a Albania, Bosnia, e parte da Macedo
nia pegou em armas. O Bachá de Scutari, que dirige
as operações, se trasladou em pessoa ás fronteiras da
Albania e Macedonia, onde concentrou huma Divisão
com animo de marchar sobre Constantinopla, ao passo
que o Bachá de Trawnick caminha com suas tropas e
alguns milhares de Bosniacos contra Reschid Bachá,
que provavelmente se não poderá defender, e menos fa
zer huma diversão a favor da Capital.
O Sultão se acha em huma, posição mui critica: o
objecto dos rebeldes, he restabelecer os Janizaros: e as
1ropas disciplinadas, unicas com que o Sultão poderia
contar, apenas bastão para impôr o respeito nos par
tidarios que os rebeldes possão ter dentro de Constanti
nopla. Julga-se que esta sublevação he obra de influen
(Gaz. de Madrid. J
cia estrangeira. . . . . . .
POLONIA.
+ "
<r , /arsovia, 31 de Março.
2. .. ' ' .. …". . . " ..
Continúa o Generalissimo: Skrzynecki a publicar a via frustrado a tentativa dos Russianos de passar o Pºis
ANNo 1831.
- •
=-
serie de todas as negociações que entabolou com o Con
de Diebitsch; pois apezar das vantagens que até agora
os Polacos tem obtido, julga-se obrigado a valer-se de
todos os meios possiveis para evitar a effusão de sangue,
e acreditar os sentimentos de humanidade que o ani
mão. Resulta pois de todas as communicações e confe
rencias, que o Imperador Nicoláo está prompto e mui
disposto a conceder á Polonia huma amnistia comple
ta e geral; porém com a expressa condição de que o po
vo entregue e deponha as armas, rendendo-se á dis
cripçao.
Os Polacos insistem, e se empenhão em que tenhão
efeito, e se realizem as promessas que lhes fizera o Im
perador Alexandre, pois só com esta condição consinti
rão em se submetter ao Governo Russiano.
(Gazeta de Madrid.)
FRANÇA.
París, 13 de Abril.
Relativamente á questão dos negocios da Italia e da
Belgica, a politica do Governo parece ser decidida
mente pacifica; com efeito Mr. Sebastiani declarou na
Camara dos Deputados hontem, que a França não se
ria arrastada após de huns poucos de miseraveis e intri
gantes enredadores (brouillons) que querido condemnar
a sua patria, e toda a Europa, a huma guerra de que
são incapazes de medir os perigos, e de antecipar os re
sultados. (Correspondencia do M. Post.)
*Idem, 15.
Assegurão que chegára a París a Deputação Belga
encarregada de oferecer ao General Lamarque o man
do em Chefe do Exercito, e que já havia dado os pri
meiros passos para o conseguir. (Correio Francez.)
Segundo huma communicação do Corpo Diplomati
•
co, relativamente a Luxemburgo, parece haver-se resol
vido, que a solução das questões pertencentes a este
paiz se defira por dous mezes. (O Tempo.)
Escrevem de Londres em data de 8 do corrente, que
Mr. de Tlleyrand tratava de comprar hum magnifico
Palacio em Picadilly. A conclusão deste negocio só de
pendia da pequena quantia de 300 a 400 libras esterli
cto deEsta
nas. circumstancia
se fixar indica que S. S. tem o proje
na Inglaterra. ••
| - • * / ,! ) ) |-
• • }
.A Gazeta de Varsovia de 31 de Março nada diz so
, …
J bre a acção do dia 30. Unicamente annuncia que seba
•
 [ 416 ]
tula por entre Pulavy e Stennicka. Os cabedaes do ban
co de Varsovia tinhão chegado com huma escolta de 4
batalhões de Infanteria ligeira Palaca a huma povoação
entrincheirada nas immediações de Cracovia, onde se
depositárão.
No dia 25 de Março, dia da Encarnação do Filho
de Deos, se cantárão as seguintes Preces em huma das
Igrejas de Varsovia:
" Virgem Santissima! Doce Mãi dos mortaes! Tem
decorrido mil outocentos e trinta e hum annos des de
que o Anjo vos annunciou que devieis dar á luz o Sal
vador das nações; intercedei hoje para que o vosso Di
vino Filho envie tambem agora hum Anjo que console
a hum povo, que ha tantos seculos se tem conservado fiel
á sua Lei, para que a Polonia que vos considera como
sua Rainha, para que esta Polonia , que tantas vezes
foi o apoio de toda a Christandade, floreça ao abri
go do Santo Evangelho. Virgem Santissima ! Se o
Todo-Poderoso tem decidido em sua altissima Sabedo
ria que a nossa patria tão Christã sofra como vosso Di
vino Filho hum doloroso martyrio, passe a sua memo
ria de geração em geração até á consummação dos se
culos.»
Aqui se vê quão diferente he a intenção dos Polacos
da dos profanadores da Sacrosanta Cruz, no dia 13 de
Fevereiro. (G. de França.) (*)
Em data de 8 do corrente escrevem de Hamburgo,
que as cartas de Breslaw, de 3 do mesmo, annuncião
que naquella Cidade era geralmente acreditada a noti
cia de se haver concluido huma alliança entre a Russia
e a Prussia, e que o Corpo acantonado no Grã-Duca
do de Posen, cujo Quartel General está em Krakozyn,
recebêra ordem, de se dirigir immediatamente sobre Kal
lish, e dalli sobre Varsovia. Pela outra parte a Gazeta
de Berlim já citadá, annuncia em post-scripte de 6 de
Abril, que todas as tropas do General Diebitsch se con
centrão entre Kaluszyn e Siedlice, onde o Feld Mare
chal tenciona dar huma acção decisiva.
(Gazeta de França.)
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 8 de Abril,
O periodico intitulado Hampshire-Telegraph, em
seu N.° de 4 deste mez annuncia que se dera ordem em
todos os portos para completar as tripulações dos vasos;
que se mandára armar a Belvedere, de 42 peças, para
passar immediatamente ao Mediterraneo, tendo recebi
do a seu bordo 15 marinheiros, e mais de 30 supranu
merarios para a Esquadra estacionada naquellas agoas.
Já embarcárão 80 homens a bordo da Wellesley, Náo
de 74; e logo o verificará o Tenente Hendry com 88.
homens em a Náo Almirante Asia, com o que ficarão
completas as tripulações de ambos os navios. A Done
gal de 74, e a Curação se estão dispondo para ir em
commissão. (G. de Madrid)
HESPANHA.
Madrid, 23 de Abril.
fº ElRei N. S. a nossº amada Rainha, a Augusta In
fanta, e igualmente SS. A.A. R.R. os Serenissimos Senho
(*) Esta Oração, que confirma o que sempre disse
mos sobre a temeraria revolução Polaca, augmenta so
bre modo a dor que deve causar a todos o ver tão pie
doso como valente povo, seduzido por intrigas revolu
cionarias, e empenhado em huma rebelião, que será a
final contraria aos seus mesmos desejos e principios re
ligiosos. (Nota da G. de Madrid.) . "
res Infantes, continúão no Real Sitio de Aranjuez sem
novidade em sua importante Saude.
(Parte Official da Gazeta de Madrid.)
Cadiz, 17 de Abril.
Prodigiosos adiantamentos feitos nos nossos dias pelas
artes mecanicas.
Na Junta Geral do Real Instituto de Liverpooll do
anno de 1823 manifestou o Presidente Heyword em hum
discurso, que a força de hum homem e de huma ma
quina, que não ha muitos annos se necessitavão para
produzir hum fio, hoje em dia produzem cem vezes
maior quantidade, e que só tres fabricas que empregão
maquinas de vapôr em hum dia produzem fio bastante
para abranger o mundo.
A arte de tecidos tambem se tem adiantado. Os tea
res de vapôr com pouco trabalho podem fabricar em
hum minuto huma peça de panno do comprimento de
28 jardas, e cada dia dão panno bastante para cobrir
huma superficie de 15 milhas.
Serto artista Anglo-Americano inventou huma ma
quina com a qual se podem fazer 60 alfinetes por mi
nuto. He bem notavel que Adam Smith tomou esta má
nufactura, por exemplo, para demonstrar os grandes bens
que produzio a divisão # trabalho humano entre mui
tos operarios; quando por efeito das novas invenções
se pode efeituar sem o auxilio de braço algum.
Às maquinas de vapôr tem causado huma mudança
feliz na Inglaterra, de que não ha exemplo na historia.
Com essas maquinas se tem augmentado a força de mi
lhões de homens á que oferece fisicamente a popula
ção actual. Tem ampliado os limites do tempo, porque
quando falta o sol com o gaz, se suppre a sua luz.
Mas o que excede a tudo he a maquina calculadora de
Mr. Buldage com a qual se fazem operações intelle
ctuaes, e se formão tabellas mathematicas e astronomi
cas. As partes que fazem os calculos não passão de 303
algarismos; e be tão perfeito o systema da sua combi
nação, que se fazem as operações do modo mais correctº.
(Semanario.)
Não devem os artifices olhar com aversão para as ma
quinas, que tantos bens facultão pela idéa de que elas
deixão em abandono a muitos, que antes da sua appli
cação ás artes tiravão commoda subsistencia do seu tra
balho sem necessidade do auxilio das luzes scientificas:
porque não faltão homens cheios de zelo e de talentº
que encontrão meios para dar occupação aos operarios
que ficão sem destino, em consequencia da introducº
ção de huma maquina nas operações mecanicas das
artes.
• •
Quando as classes trabalhadoras ficão sem occupaçãº
por causa das modas ou dos transtornos, na novas oc
cupações que crear. Os homens robustos que se encon
trão ociosos se applicão a outros ramos de industria,
augmentando a sua força productiva, e por este meio
a perfeição de huma arte contribue, como pela reac
ção, ao adiantamento de outra.
Isto mostra que os adiantamentos das maquinas con
tribuem para o bem publico, e que não são prejudiciaes
ás classes laboriosas, nem lhes tirão o pão, antes con
tribuem para tornar a sua vida menos incommoda, e
menos rigorosos seus trabalhos; verdade que tem o seu
apoio na experiencia, e da qual convém que se conven
ção as classes industriosas. -
Quando se introduzírão as maquinas para fazer meias,
ficárão sem occupação os que se occupavão em as ma-q *
nufacturar com a agulha, e em consequencia disso hou
ve transtornos, queimárão-se as fabricas etc. Finalmen-º
te restabeleceo-se a boa ordem; prevalecêrão as maqui
nas, e as pessoas que ganhavão hum real de velhon tra
 [ 417 |
balhando todo o dia com a agulha, achárão em outras nomia de tempo que faz com que se poupe grande
artes trabalhºs mais proveitosos. Antigamente na Nor despeza. A metade das carruagens que hoje se em
mandia era infinito o numero de pessoas que passavão pregão em conduzir os viajantes bastará para os le
a vida manufacturando meias, e não ganhavão para as var pelos caminhos de ferro, por isso que correm com
usarem; mas agora que as maquinas prosperão, ninguem duplicada velocidade ; e a totalidade dos viajantes pe
deixa de as trazer. O mesmo succede na Inglaterra e lo paiz duplicar-se-ha sem que se dupliquem as despe
ao comparar o asseio geral da gente mais humilde que zas, succedendo o mesmo com os carros e vehículos que
anda toda calçada, com a destituição geral que a este transportão a fructa e às mercadorias.
respeito se nota em outras nações, será precizo attri A economia de capitaes que se experimentará com o
buillo á falta de maquinas que empregando os precio augmento da presteza na conducção será muito consi
sos materiaes de que abunda o paiz, dão rapidez ás deravel. Grande parte do trafico do interior faz-se pela
fabricas, e commodidade e lucro aos habitantes. diligencia dos viajantes, e por isso mesmo se multipli
Dupin tira a demonstração do que succede na In carão os negocios e commercio miudo só com andar 16
glaterra, que he a nação em que tem feito maiores pro milhas por hora em lugar de 8 que pelo systema ordina
gressos a introducção das maquinas, e que geralmente rio corrião até agora. O viajante e o traficante quasi
se crê ser a que mais abunda em pobres, devidos ás ma duplicarão o tempo da sua vida, pois que andando hu
quinas. Das noticias colligidas pelo Parlamento em an ma distancia na metade do tempo que antes necessita
nos de paz e de guerra resulta que os Condados onde vão para a correr, lhes sobrará a metade das horas que
mais abundão os pobres, são puramente agricultores, antes gastavão para as dedicar a outros objectos.
e os fabricantes são os menos castigados com os onus Os cárninhos de ferro vão imprimir hum caracter no
da pobreza; aquelles onde ha grandes maquinas são os vo em todo o trafico do paiz e nas povoações circum
que oferecem maior numero de operarios. No anno de vizinhas. Já se está tratando de construir hum cami
1811 a contribuição de pobres em nove Condados, mui nho em ponto grande de Londres a Birmingham, e
dados á agricultura, chegou a 116 reales por cabeça; e dalli a Liverpool; lançando-se por este meio o alicer
a 48 reales nos Condados fabricantes; e em 1821 pagá ce ao grande caminho que vai unir o Norte e o Sul
rão 84 reales aquelles, e estes 40. e abrir intima com municação entre as Capitaes da In
Tudo manifesta as grandes utilidades que oferecem as glaterra, Irlanda, e Escossia. O rapido transporte
maquinas aos operarios. Porém nestes ultimos annos as das noticias de huma até a outra extremidade do Rei
classes que vivem do trabalho, não só tiverão prodigio no não será a parte menos interessante deste adianta
so augmento, mas tambem melhorou o seu procedimen mento, ao passo que a rapida conducção de mercado
to, e igualmente a sua existencia, tudo devido aos meios rias vai dar vida nova ao commercio e ás artes. O con
de que faliamos, e que podem pôr em pratica os fabri feiteiro de Birmingham receberá as suas pezadas caixas
cantes e os mestres das fabricas, de assucar e de café com a mesma celeridade com que
Antigamente a embriaguez era mui commum entre os agora recebe hum masso pela Posta; e o commerciante
operarios; vicio que se tem corrigido muito nas classes receberá os fardos de Manchester em menos tempo que
laboriosas, e sobre tudo nas que necessitão certa instruc hoje recebem as a mostras pela Diligencia.
ção prévia para os seus trabalhos. Nota-se este melho Mas sem nos limitarmos a Londres, Liverpool, e
ramento sobre tndo entre os operarios que se accupão Manchester, não ha duvida de que todas as nações ado
em fazer maquinas, que além de saberem ler, escrever, ptarão as communicações dos caminhos de ferro, alta
e contar, necessitão instruir-se nos primeiros elementos mente convencidas de ser este hum passo ágigantado pa
da geometría e da mecanica. (Semarcario.) fa conduzir as emprezas commerciaes, e hum adianta
mento precioso da mecanica. A França, Allemanha e
Observações moraes,
•
economicas
os caminhos e mercantis sobre
de ferro. •
America já tem caminhos de ferro, e o Bachá do Egy
pto em breve seguirá seus passos. O paiz das Pyrâmi
des, de Memfis e Thebas adquirirá nova fama pelos seus
A construcção do caminho de Liverpool a Manches caminhos de ferro e loco-motores; a terra do soberbo
ter produzio maravilhosa mudança em nossas idéas so Mameluco, do Arabe vagabundo, das Esfinges é das
bre o tempo e o espaço. As que havianos adquirido dos Momias, será theatro de huma tão util invenção meca
nossos maiores, e que haviamos confirmado pela expe nica. O altivo Mameluco deixará o seu canape e suas
riencia, tem dado lugar a outras novas sobre a veloci álmofadas, subirá á maquina de vapôr, e gozará o pra
dade, as distanetas, e as communicações; sendo já tar zer do loco-motor, e do rapido transito de hum para ou
dío o que antes se reputava accelerado e proximo a nós tro lugar. Os loco-motores e os cárninhos de ferro esta
o que antes se chamava distante. As nossas noções so vão reservados para a nossa idade. Os princípios da me
bre a velocidade ainda que limitadas agora ao loco-mo canica e da fisica, que tanto, abundão no nosso seculo,
tor, vão ter maior ou menor influencia nos negocios. se vão espalhar pela sua acção preciosa do Oriente ao
O primeiro esforço feito no mundo commercial para Poente, e do Norte ao Sul. Em huma palavra, com es
accelerar as conducções dos generos em que consiste o tas invenções tem o mundo recebido novó impulso.
• • (Semanário.)
trafico Inglez, foi o da introducção dos Paquetes que +
* * |-

navegão de Nova York para Liverpool, dando á véla *— *§§ *-*

em ambos os portos em dias fixos, quer tenhão carga,
quer não. A conveniencia que oferece aos donos dos Lisboa, 1° de Maio.
navios e viajantes o saberem exaetamente o dia em que
os ditos Paquetes partem dos portos, fez com que to (Artigos communicados.} |-

dos os preferissem para as suas viagens, em consequen

cia do que se multiplicou o seu numero.
Este melhoramento ainda que grande he muito pe
queno quanto aos seus resultados, comparados os que
offerecem os caminhos de ferro com os loco-motores
para o transporte dos passageiros, e dos generos. O
commercio interior, e exterior devem tirar immensas
vantagens disso, por quanto em vez de andarem as
carruagens a razão de outo milhas cada hora pelos
caminhos de ferro, correm pelo menos quinze : eco
No dia 15 de Março do presente anno, foi Sua Mã
gestade Servido conceder a Grãça de pôder usar da Me
dalha de ouro com a Sua Real Effigie ao Padre Joa
quim Manoel de Carvalho, Capellão do Real Asylo
dos Soldados inválidos, erecto na quinta de Runa, pe
la representação que Lhe fez o Bacharel Antonio Joa
quim da Franca e Horta, Advogado em TorresVedras,
a quem o Mesmo Real Senhor attendeo com a sua bem
conhecida e costumada benignidade.

Sua Magestade ElRei Nosso Senhor Houve por bem
conceder permissão para poderem usar da Medalha da
Sua Real Efigie em ouro, as pessoas abaixo nomeadas,
da Cidade de Evora, e Villa de Montouto: o Conego
Felix de Velois Marques; o Conego José Maria de
Amorim; o Conego Magistral José Joaquim Passos;
o Conego Abilhio de Oliveira; o Conego Joaquim Ma
chado: o Conego José Maria Pereira; o Conego Este
vão José Vieira; o Beneficiado Antonio Ignacio Ro
drigues; o Beneficiado João da Cruz Nunes º Silva; o
Padre José Joaquim de Aquino; o Excellentissimo Pro
vincial Fr. Antonio de Loulé, morador em Evora; o
Padre Antonio Xavier Ribeiro; João José Vieira, Es Vendem-se duas propriedades de casas, que formão
hum só prazo, huma na rua de S. Francisco de Salles,
crivão da Camara; o Quartanario João Joaquim de Al
meida e Costa; o Beneficiado Manoel de Mira CalhaN.° 17 F, e 17 G, com lojas, 1.° e 2.° andar, quintal
do : D. Maria do Carmo, viuva do Capitão João Al com parreiras etc., e outra na rua de S. Filippe Neri,
ves da Fonseca; D. Anna Galvoa; D. Maria Felizar
da Galvoa; D. Catharina Galvoa; Alexandrina Rosa
Xelrita; D. Maria Segurado Lopes; Maria Victoria
Nunes Soares; Margarida Nunes e Silva; Marianna Ri
ta Xelrita; Victorino José de Almeida, Menino do
Côro da Sé; José Rodrigues Commenda; o Reverendo
Prior de S. Marcos do Campo; Joaquim Rosado da
Figueira; Manoel Gomes Mosso; Benardino Caeiro da
Silva; e Francisco Manoel Lobeiro.
REAL JUNTA Do CoMMER.cio.
Edital.
A Real Junta do Commercio, Agricultura, Fabri
cas e Navegação destes Reinos, e seus Dominios, par
tecipou o Consul Geral de Portugal em Catalunha, em
Oficie de 12 do corrente mez, que presentemente havia
naquelle Principado muita falta de Algodão para as
Fabricas; e que este genero havia dez ou doze dias ti
nha augmentado mais de mil e oitocentos réis por quin
tal do preço por que se vendia quatro, ou cinco mezes
a Inte.S. ó que a mesma Real Junta manda fazer publico
pelo presente. Lisboa, 29 de Abril de 1831. = (Assigna
do) José Accursio das Neves.
*—*§§ «—»
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 30 de Abril.
Embarcações avistadas. •
10 "i" m. 1 Barco sem bandeira a Oeste do Cabo da
O CH •
6 h. 19 m. 1 Brigue Escuna sem bandeira a Oeste do
Cabo da Roca.
Jdem, 1 de Maio.
Hontem á noute entrou 1 Brigue Escuna Portuguez,
Feliz Encontro, da Ilha de S. Miguel, 5 dias, 1
passageiro Voluntario de Infanteria N.° 1, com
Oficios.
Embarcações avistadas.
5 h. 55 m. 8 Vasos Inglezes a Oeste do Cabo da Roca.
10 h. 55 m. 1 Paquete Inglez a Oeste do Cabo da Roca.
Embarcações entradas em Belém.
12h. 51 m. 1 Escuna Portugueza, Voadora, da IHha
Graciosa, 6 dias, 2 passageiros, que são: hum
+ # — *_*_*
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
* * -
• *
* * *-
[ 418 |
Segundo Tenente de Artilheria, com Oficios, e o
seu Camarada. •
2 h. 1 Paquete Inglez, de Falmouth, 9 dias, mala,
-à- % -
ADMINISTRAção do CoRREIo GERAL.
Navio a sahir.
Maio 10. Para Jiaguariba o Brigue Escuna Africana.
==
Annuncios.
N.° 14 e 15, estão livres e desembaraçadas, pagão de
fôro 3,735 rs. á Congregação do Oratorio de Lisboa,
e laudemio de vintena ; rendem ambas annualmente
126,400 rs.: quem as pretender procure seu dono no
1.° andar das mesmas, a toda a hora.
Antonio Simões de Oliveira , Negociante, vendo
o annuncio na Gazeta N.° 100, de 29 do mez de
Abril, em que se declara a arrematação da quinta da
Madre de Deos, districto de Almada, que se ha de fa
zer no dia 6 de Maio, aviza ao público para sua intel
ligencia, que elle fez penhora na sobredita quinta, seus
rendimentos, e utensilios, por execução que promove
contra Manoel Simões de Oliveira, de que he Escrivão
João Candido da Costa Campos, e isto por quantia cer
ta que lhe emprestou para a compra da mesma quinta.
O emprestimo sobre risco do mar, que Joaquim Gon
çalves Maia fez annunciar na Gazeta de 26 de Abril
N.° 97, ficou transferido para o dia 2 de Maio.
Candido José Monteiro mudou a sua antiga casa de
emprestimos, descontos, e transacções, para a rua do
Loreto N.° 83, primeiro andar , onde continúa a en
prestar dinheiro sobre grandes e pequenas peças de pra
ta, ouro, brilhantes, acções do Banco, apolices, titu
los de divida publica, ou sobre quaesquer outros papeis
que tenhão credito no mercado , e sobre moeda nacio
nal ou estrangeira , tudo por premio muito commodo,
e com promptidão, por grandes que sejão as quantias;
e para segurança das pessoas que alli contratarem se
lhes passará recibo dos objectos empenhados, na fórma
do antigo costume ; e se forem cousas de grande valor,
e seus donos quizerem , se fará o negocio por escriptu
ra, dando-se quantias quasi iguaes no valor dos objectos
empenhados , que poderão reformar por tantas vezes
quantas quizerem: tambem se descontão letras da terra,
e do contrato do tabaco, e contratos Reaes ao juro da
praça, e se comprão acções do Banco, apolices, e ti.
tulos de divida publica. -
No armazem das tres portas, na rua do arco do Ban
deira N.° 76, com entrada pela escada N.° 75, se conti
núa a vender vinho branco e tinto, por grosso e miudo,
das melhores lavras do termo de Alomquer, a 960, 1200,
e 1440 réis o almude , ou a 40, 50, e 60 réis a garrafa:
este vinho tem adquirido grande credito, tanto na esti
ma de muitos particulares que delle usão diariamente,
• • • como de muitos facultativos para uso de doentes pela
simplicidade e pureza do Inesmo vinho. No recinto des
te armazem se estabeleceo casa, de pasto , com quartos
decentes, aonde se servirão almoços a 80 réis até ás dez
horas, jantar, e comer pelo resto do dia a preços pro
porcionados.
- • * * - - • • <> •
*
* }
+

Gazeta DE Lisboa - —=>xo6>K@#####ex-a=…—
TERÇA FEIRA, 3 DE MAIO.
PARTE OFFICIAL.
MINISTERIo Dos NEgocios EccLEsIAsTicos
E DE Justiça.
Sendo-Me presente que o Bacharel Filippe Marques
da Silva e Sousa Belfort, Juiz do Crime do Bairro da
";
Eibeira, praticando huma diligencia durante a noute
de 21 para 22 de Março proximo passado na casa do
Negociante Inglez Roberts, não se conformou com as
#-|-
Minhas Reaes Ordens, pelas quaes tem sido mandados
guardar exactamente os privilegios, de que gozão nes
tes Reinos os subditos Britannicos, Sou Servido demit
tillo do referido Lugar, que occupa no Meu Real Ser
viço. O Senado da Camara o tenha assim entendido e
execute. Palacio de Queluz, em 30 de Abril de 1831,
= Com a Rubrica de EL REI NOSSO SENHOR.
MINIsTERIo Dos NEcocios DA MARINHA
E ULTRAMAR.
Tendo Francisco Ignacio de Miranda Everard, Che
fe de Livisão graduado da Minha Real Armada, quan
do se achava commandando a Fragata Diana no blo
queio da Ilha Terceira, capturado indevidamente o Pa
quete Inglez Santa Hellena, que conduzia para Ingla
terra Soldados invalidos do Exercito Britannico, e as
malas com Despachos para o Ministerio das Colonias;
tendo-se além disso comportado violentamente com o
Capitão Warren, e mais guarnição do dito Paquete;
e Querendo Eu por estes factos Dar a Sua Magestade
Britannica huma demonstração de quanto Me forão des
agradaveis, e a condigna satisfação, que merecem; e
Desejando outro sim corresponder ao que se praticou
em Inglaterra com o Capitão do Brigue de Guerra In
glez Vigilant, sendo demittido do seu posto, Hei por
bem demittir do Meu Real Serviço o referido Chefe
de Divisão graduado. O Real Conselho da Marinha o
tenha assim entendido, e faça executar com os Despa
chos necessarios. Palacio de Queluz, em 23 d'Abril de
1831.= Com a Rubrica de SUA MAGESTADE.
MINIsTERIo dos NEGocios DA FAzENDA.
Havendo ElRei Nosso Senhor Ordenado por Avizo
2 de 13 de Abril proximo passado, que ao subdito de S.
M. Britannica Jacdah Levi, se guardassem os privile
gios, que justa e devidamente lhe pertencessem, e hou cação a cujo bordo hia foi aprezada pela Esquadra Aus
vessem sido concedidos pelas Leis existentes, e isto pe triaca,
lo motivo da indevida exigencia ao mesmo feita do tri
.A * * * }
..…….ANNo 1831.
* ** * |-
… …, ….….
•
- , ,
* * ** *
" •" .
,
* * … . . .
,!
buto do maneio, de que pela sua Carta de privilegios
he isento, e Querendo #º Augusto Senhor que te
nhão seu pleno efeito sem quebra ou ofensa alguma as
Leis que regem sobre a garantia de similhantes antigos
##### concedidos pelos Senhores Reis destes Reinos,
e Servido Ordenar que o Conselho da Fazenda man
dando chamar ao Tribunal o Oficial, que contra a Lei
assim procedeo, o reprehenda da sua irregular exigen
cia, a fim de que de futuro mais se não repitão taes
procedimentos contrarios á mesma Lei. O que V. Ex."
fará presente no Conselho da Fazenda para que assim
Se eXe Cute,
Deos guarde a V. Ex." Palacio de Queluz, em 2 de
Maio de 1831. = Conde da Louzã. = Senhor Conde Ar
mador Mór.
PARTE NÃo OFFICIAL.
=
1 NoTICIAS ESTRANGEIRAS.
a AUSTRIA. .
Fienna, 7 de Abril. .
Já se disse que nas immediações de Lintz se estava
igualando o terreno para fazer hum campo á Romana.
O Archiduque Maximiliano foi quem deo o plano :
além do que na sua presença se fazem as obras, e que do
seu Erario sabe o dinheiro que se necessita. A defeza do
paiz e o allivio do povo são as idéas habituaes dos Prin
cipes da Casa d'Austria. " -,
Para o 1.° de Maio terá a Austria promptos para en
trarem na campanha 460,3 homens d'Infanteria e 604
de cavallaria, e para o 1.° de Junho será este numero
muito mais consideravel. Perguntar-se-ha acaso como a
Austria, que só tem annualmente para a sua despeza 400
milhões e a Prussia cuja receita não chega a metade
desta quantia, poderão sustentar Exercitos tão formi
daveis! Porém os seus Governos ainda não manifestárão
como isso se fará: creio que as palavras boa ordem e
economia bastão para explicar o enigma.
. Finalmente se sufocou inteiramente a revolução da
Italia. Hum dos filhos de Luiz Buonaparte se acha en
tre os prizioneiros: este campeão dos revolucionarios se
havia embarcado com outros camaradas, mas a embar
• … … (Gazeta de Madrid.) O
 \, . [. gºo }
FRANÇA. •3 •
he a França salvando-se por si mesma. Temos a espe
rança de presencear este grande acontecimento. As idéas
Marselha, 6 de Abril.
--…".>………"> * *
.
de civilisação espalhadas neste paiz serão bastante fortes
* ** *
para triunfar de huma liga, que só tem sido bem succe
Disposição relativa aos ajuntamentos e reunides sedicio dida por meio de huma illusão já metade destruida. No
sas, assim como aos descantes e escriptos dia em que os interesses geraes tiverem bastante poder
sediciosos. gº, rs para triunfar do circulo vicioso em que os encerrárão,
Nós, Maire da Cidade de Marselha, Cavalleiro da terá o mundo paz, e o Ceo alegria.
*# de honra: (Gazeta de França.)
…# si#ideraçãº
r[\

* *
# quê
* *
durante varias noutes - -
o mando em
####### - -
Q
•
# *;. Att., - … "
\,
* *
;
… … _> " "…:
-A Idem, 17.
* ##
*
*

* * *

or meio *#*# bastante numerosos d'indivi-º, a> , ",

uos que reunírão à cantigas patriotas gritos ameaça- - Julga-se que ámanhã ficará dissolvida a Camara dos
dores, que recordão huma época desastrosa para a Deputados pois a maior parte destes já sahírão para os
Jºrança; seus Departamentos. He provavel que a Camara dos
Que esses gritos tambem forão acompanhados de cla Pares não vote mais do que a lei dos impostos.
* - * * *
mores não menos criminosos directamente attentatorios (Quotidiana.)
contra a Carta constitucional, contra a pessoa e autho
ridade do Rei, e contra a interna segurança do Es Assegurão que hum Correio que chegou de Francfort
tado; traz a noticia de que o General Diebitsch conseguíra
Que mui felizmente as pessoas animadas de verdadei passar á margem esquerda do Vistula, e se dirige a Var
ros sentimentos patrioticos, que abundão nesta Cidade sovia. (Globo.)
não se enganarão sobre as intenções dos authores da
desordem apezar da mascara de que se cobrem manifes A saude do Rei de Sardenha continua a ter eonside
tando sentimentos que estão longe de professar; ravel melhora, e dizem que deverá passar a Niza para
* 1

. Que nessa gente não se póde desconhecer o crimino de todo se restabelecer. (G. de Turim.)
so fim com que obrão os instigadores desses ajuntamentos
sediciosos, não menos do que o espirito perturbador dos Do Nacional copiamos o seguinte:
homens que nelles se associão; -

* O Pontifice Gregorio XVI mandou cantar hum Te

• •

Que a resistencia que opposerão na pouie passada ás Deum na Basílica # Santa Maria Maior em acção de
intimações da Guarda nacional" he nova prova das inº graças pela occupação da Bolonha pelos Austriacos, e
tenções que os animão; … e º2 e .*. pelas victorias que alcançárão sobre os revoltosos. O
Que he o dever da authoridade reprimir essas desor Sacro Collegio, as primeiras Dignidades de Roma, o
dens, cujo resultado seria perturbar a tranquillidade e Corpo Diplomatico etc. estão convidados a esta solem
a paz, tão felizmente conservadas até agora nesta Ci nidade em que a Corte Romana desenvolverá a maior
dade, assustar os cidadãos, e exercer a mais lastimosa pompa. » (Quotidiana.)
influencia sobre as operações do commercio de que es
sencialmente depende a prosperidade da Cidade assim HESPANHA.
como a actividade do # e os meios de subsisten
cia de huma numerosa pºpulação dedicada ás occupa º S. Sebastião, 15 de Abril.
ções industriaes; determínamos: '' * * * * *

Artigº 1° Prehibe-se e tºda e qualquer pessoa, o an
dar pelas ruas em ajuntamentos, e de levantar descan
tes ou gritos seja de que natureza forem, depois das 11
horas da noute.
2.° Todo o ajuntamento que for encontrado depois da
hora acima indicada, e mesmo toda e qualquer reunião
tendente a perturbar o socego publico, mesmo de dia, e
que for advertida e intimada pelos Oficiaes da Policia
ou pelos Coimmandantes da força publica, para se dissol
ver, deverá obedecer immediatamente a essa intimação
sob as penas designadas pelas leis contra os que depois do
primeiro avizo das Authoridades Civil ou Militar, forem
prezos nos lugares da reunião sediciosa mesmo sem ar
mas, e sem fazer resistencia, e sob as penas mais gra"
ves incorridas pelos que forem apanhados com armas e
em estado de resistencia.". . . # .
3." Por consequencia os habitantes pacificos e bem
intencionados, que se acharem casualmente misturados
nesses ajuntamentos pelo espirito de simples curiosida
de, ou por outro qualquer motivo estranho a intenção
criminosa, são expressa e terminantemente convidados
a se retirarem á primeira intimação que se lhes fizer,
de medo que as severas e rigorosas medidas que se de
verão desenvolver contra os perturbadores obstinados,
só possão recahir sobre os culpados. "
* 4.°. Toda e qualquer, sediciosa reunião, que depois
destres consecutivas intimações para se dissolver, per
sistir em se não separar, será, se fôr necesserio, dissi
pada mesmo pelo desenvolvimento
publica.……". : "a " , e emprego da força
O mais bello espectaculo que se póde dar ao mundo
Opinião de hum sabio estrangeiro a respeito do
Codigo de Commercio Hespanhol.
Succede tão poucas vezes que os escriptores France
zes, e particularmente os Jornalistas, encontreni cousa
alguma que elogiar nas nossas producções litterarias e
administrativas, que não deixou de nos causar surpreta
o seguinte extracto da Revista Judicial, em que se dá
conta do nosso Codigo de commercio, mandado obser
var por S. M. des de o 1.° de Janeiro do anno proximº
passado. O exame deste Codigo he feito por Mr. Par:
dessus, que em similhantes materias he huma das author
ridades da maior monta em França. Bom será pois que
todos tenhão noticia do conceito que mereceo áquelle sa:
bio o nosso Codigo commercial para que se não desani.
, ! mem os verdadeiros amantes do bem publico, antes comº
tribuão com suas luzes para que o nosso Governo apeí
feiçoe cada vez mais as suas disposições legislativas.
} * *
Do Codigo de Commercio de Hespanha, por Mr.
- - - Pardessus.
… He muito notavel o seculo em que vivemos pela tenº
dencia que nelle se nota para simplificar e uniformar
todos os ramos de legislação etc. A França já começou
a entrar na carreira que os modernos Jurisconsultos cha
mão codificação, por meio da redacção dos Codigos ciº
vil, de commercio, instrucção, criminal, penal, e de
•
bosques. Mas ainda resta muito que fazer para simpliº
ficar igualmente as outras partes da legislação. Conse
guir-se-ha sem duvida quanto o permitta o estado das
cousas, e a natureza das materias, logo que concluº

os seus trabalhos a commissão de revisão nomeada por
Decreto de 20 d'Agosto de 1824.
» Não se crea com tudo, (apezar da persuasão gom
mum) que he a França quem deo este exemplo á Euro
pa; porque já des de o seculo XVI. havião os Reis de
Hespanha mandado recopilar e classificar por ordem
das materias as leis da Monarquia Hespanhola com o
titulo de Recopilação, cuja ultima edição se deo á luz
em 1829, em 6 tomos em folio, e apresenta o estado
actual da legislação até o anno de 1806. Porém nada
se encontra nella sobre o direito com mercial pelas ra
zões que diremos depois, e não obstante não se pode
dar propriamente o nome de Codigo a essas recopila
ções.
» Não diremos o mesmo do Codigo Dinamarques de
Christiano V, publicado no anno de 1683, nem do
Codigo Sueco de Frederico I dado á luz em 1736, que
havião refundido em hum só corpo de doutrina os mo
numentos curiosos e pouco conhecidos da antiga legis
lação daquelles paizes; pois com efeito essas obras of
ferem pela sua clareza e simplicidade hum modêlo que
as outras nações lhes tem ha longo tempo envejado.
» Igual projecto concebeo Frederico II da Prussia;
mas foi tão desgraçado o ensaio do Codigo do seu no
me, que mandou publicar em 1749 e 1761, que lhe
succedeo o mesmo que á maior parte das emprezas que
se fazem com acceleração, e he que se necessita come
çallas de novo. Havia aquelle Monarca nomeado em
1780 huma Commissão, que aproveitando-se de 30 an
nos de experiencia deo á luz os seus trabalhos em 1784
e 1786. Apenas bastaria huma bibliotheca ordinaria pa
ra conter tudo o que então se publicou na Prussia e na
Allemanha pró e contra este Codigo; porém ultima
mente no anno de 1791 definitivamente se decretou a
sua redacção algum tanto correcta e augmentada, e se
mandou observar desde o anno 1794.
» O Codigo da Dinamarca trata em diferentes lugares
do commercio terrestre, e consagra todo o livro 4.° ao
commercio maritimo; mas o Codigo Sueco só dedica
alguns titulos ao commercio de terra, porque deixou
em sua força e vigor o Codigo maritimo publicado por
Carlos XI em 1667. •
» O dos Estados Prussianos destinou ao commercio
de terra e mar quasi todo o titulo 8.° da 2.° parte, o
qual fórma mais de dous mil e quinhentos artigos, de
que só o commercio maritimo occupa mais de mil e
quinhentos. • -
» Estamos mui longe por certo d'applaudir similhan
te prodigalidade, antes julgamos que o defeito capital do
Codigo Prussiano consiste em que se empenha em pre
ver até as mais leves particularidades; e publica em ar
tigos de leis muitos assumptos de doutrina que estarião
melhor colocados nos livros dos Jurisconsultos. Porque
ha justo meio entre este excesso e o de huma concizão
que deixa immensas lacunas e incertezas ás partes, cau
sando novos litigios sobre a diversidade das opiniões
tanto mais prolixos por isso que nem sempre podem fi
car terminados por hum julgado. Estamos persuadidos
de que pelo que toca ao direito com mercial, o Codigo
deOutrO
Hespanha de que vamos dar conta, soube evitar hum
e eXCeSSO. : • -
» He verdade que este Codigo he muito recente, e
nem a sua perfeição evidentemente superior á do nosso
Codigo de commercio, nem a immensa erudição que se
nota no dos Estados Prussianos, devem fazer esquecer,
que a França se havia antecipado muito aos mais povos
> na redacção das leis geraes para o com mercio.
** » Os decretos de Luiz XIV de 1673 e 1681 formavão
certa especie de Codigo commercial, e os mesmos que
redigírão o que hoje nos rege, confessão com muita can
dura que só se limitárão a adoptar e reunir as suas dispo
sições em hum só corpo de leis, accrescentando algumas
[ 421 ]
cuja utilidade e necessidade a experiencia havia de
monstrado. - * … * - -
» Não deixa de ser estranho no entanto, que estes Se
nhores não consultassem os Codigos da Suecia, Dina
marca, e Prussia e outras: leis dos paizes estrangeiros,
por que na verdade, relativamente ao Cambio, as Or
denações de algumas Cidades da Allemanha, e a res
peito do Direito maritimo o Codigo para a Marinha
Feneziana, promulgado em 1786, e o Edicto da na
vegação marcantil Austriaca de 1774, lhes terião mi
nistrado muito boas idéas, e a sua obra não apresenta
ria tantas lacunas, que só a Jurisprudencia póde ir
preenchendo com o maior vagar, nem tantos defeitos
que dificilmente se corrigirão pelo modo que temos de
fazer as leis.
•
» Apezar destas imperfeições não he possivel deixar
de conhecer as vantagens que tem causado o Codigo de
commercio Francez pela sua clareza, e pelo bom me
thodo da sua redacção, que he o que lhe valeo para
que sirva em grande parte da Europa, como por exem
plo no Reino Lombardo Veneziano, na Toscana, nos
Estados do Pontifice, e em alguns outros da Italia,
e da Allemanha. O Codigo commercial do Reino das
Duas Sicilias não he mais do que huma copia sua,
ainda que aperfeiçoada em alguns pontos; e o mesmo
se póde dizer, excepto algumas uteis modificações, do
Codigo decretado e não sanccionado ainda do Reino
da Hollanda.
•
» Neste estado da legislação commercial moderna sa
hio á luz publica o Codigo Hespanhol; e se houvesse
mos de dar credito a essas perpetuas declamações com
que geralmente se denigra a Hespanha e o seu Governo
parece que estamos no caso de perguntar se era possi
vel que na Hespanha se fizesse nada bom, nem sequer
toleravel. Mas por mais que vociferem os que se em
penhão em pintar a Hespanha como se estivesse abys
nada na barbaridade e na ignorancia, não podemos
deixar de dizer com sinceridade, que o seu novo Codi
o he muito mais perfeito do que todos os que tem sa
## á luz até agora. Porque ainda que os seus reda
ctores não tivessem feito outra cousa mais do que apro
veitar-se dos Codigos das outras nações , nisto mes
mo merecia muitos elogios a sua prudencia ; porém
fizerão muito mais, e nisso derão provas de sabedo
Tla,
» Não negaremos, com tudo, que o principal mereci
-
mento dos redactores do Codigo de 1829 consiste em
haverem sabido tirar partido dos elementos adequados
para a Hespanha, coordenando e completando a sua
antiga legislação commercial, pouco ou nada conheci
da em França, e nem por isso menos digna de fixar a
attenção dos homens despreoccupados, que procurão o
bem onde realmente existe, e o approvão e exaltão
qualquer que tenha sido o seu author.» , , • #
… (Concluir-se-ha...) .…
• " + " "… - -
Cadiz, 20 de Abril.
O Correio de Esmirna contém o seguinte artigo re
ferindo-se a noticias de Alhenas de 12 de Fevereiro:
» Comprou-se na Atica grande numero de propriedades.
O Almirante Malcolm comprou hum jardim, e ainda
que seja verdade que occupará muito pouco a casa ma
gnifica que fez construir nelle, sempre recordará ao Go
verno Grego que a Atica he habitada não só por mise
raveis Gregos, mas tambem por proprietarios respeitaveis.
Muitos amigos do Almirante seguem o seu exemplo, e
entre outros o seu Secretario, que tambem comprou
huma casa em Athenas; de maneira que chegará a ser
moda o possuir huma quinta na Atica, e os capitalis
tas da Europa não deixarão de promover a prosperida
de daquelle paiz. Já se vendêrão todos os olivaes, e gran

de parte deles forão comprados pela Duqueza de Pla
cencia. Ainda está por vender-se a terceira parte das
terras pertencentes aos Turcos. Em Negroponto se tem
feito compras consideraveis. A artilheria que se achava
no Acropolis foi embarcada em hum Brigue de guerra
-Turco.»
Ha pouco tempo que os periodicos Francezes annun
ciárão que hum tal Mr. Chiono, por meio de huma
máquina da sua invenção, baixava ao Garona á pro
fundidade de 40 pés, ficava invisível e fazia varias ope
rações, podendo permanecer debaixo d'agua duas horas.
- (Diario Mercantil.)
…—º §§ 4—*
Publicamos o seguinte Officio expedido
º Intendencia Geral da Policia:
Por Avizo expedido pela Secretaria d'Estado dos Ne
ocios Estrangeiros em data de hoje, He ElRei Nosso
[4221
Convênto da Santissima Trindade, instituidas por D.
Antonia Henriques; deverão as pretendentes, bem como
as que se achão providas Fº? Juizo das Capellas da Co
roa, apresentar no dito Tribunal os seus requerimentos
legalmente instruidos no prazo de trinta dias, contados
+
da data do presente Edital. Lisboa, 2 de Maio de 1831,
= (Assignado) Ayres Mascaranhas Valdez.
Telégrafo.—Serviço da Barra. — 2 de Maio.
- - Embarcações avistadas.
7 h. 35 m. 8 Vasos Inglezes a Oeste do Cabo da Roca.
10 h.4 m. 1 Bergantim sem bandeira ao Norte do Ca
bo da Roca: navega para o Sul.
Lisboa, 2 de Maio. -11 h. 30 m. 1 Galera sem bandeira a Oeste do Cabo
da Roca: navega para o Sul.
la JEmbarcação sahida de S. Julião.
pe 47 h. 58 m. 1 Paquete Inglez.
Embarcações sahidas de Belém.
9 h. 6 m. 1 Bergantim Inglez para Liverpool, e 1 Es
cuna dito para Londres. -

# Servido Ordenar, que expeça as convenientes or

dens aos Magistrados Territoriaes para que observem a
respeito dos Subditos Britannicos o disposto no artigo
7.° do Tratado de 19 de Fevereiro de 1810: o que lhe
participo para sua intelligencia e devida execução pela
parte que lhe toca, recommendando-lhe muito a execu
ção desta Real Ordem, para o que lhe envio a inclusa
copia do citado daquelle Tratado.
o Deos Guarde a V. m. Lisboa, em 2 de Maio de
1831.= Antonio Germano da Veiga. = Senhor Doutor
*Juiz de . . . . . . . . .
*--
Publicação Litteraria.
Sahio á luz huma Grammatica Latina, traduzida do
Allemão, com lições faceis para principiantes: compen
dio mui util para os estudantes entrarem mais facile
# brevemente no inteiro conhecimento do mecanismo da
lingua Latina, na qual se encontrão exemplos e lições
faceis, escriptas em bom Latim, sobre materias interes
santes á mocidade, como: historia natural, diálogos,
contos, e fábulas. Vende-se em papel por 480 réis; na
§§ . =} lojanadedaOrcel
to viuvaemEmery.
Lisboa, e nas do costume; e no Por
* #, •

Recebemos Jornaes Inglezes até 19 do mez proximo

passado, occupados em grande parte com a questão da
-reforma Parlamentar, que ainda, se não decidio.
$$ •• lº
, !
* *
- - … (Artigo communicado.)
- Tendo Sua Magestade ha tempos feito a Graça depo
der trazer pendente ao peito a Medalha da Sua Real Efigie
ao Reverendo Padre Geminiano José Borges Villas-boas,
e a seu pai Manoel Rodrigues Villas-boas Borges, quin
ta feira, 28 de Abril passado, em Audiencia, lhe fez
novamente a mesma Graça para toda a sua familia,
que são: Antonio Bernardo Borges Villas-boas, e sua
familia; a Alexandre José Borges Villas-boas, e sua fa
milia; Bernarda Maria Borges Villas-boas; Izabel Ma
• •·
#> Annuncios.
João Teixeira Pinto, morador á rua das Portas de
- - -
*Santa Catharina ao Chiado, N.° 36, 5.° andar, avisº
que tem recommendação para falar a Antonio Ribeirº
Machado sobre contas e entrega, que se lhe quer fazer,
para o que o procure , mande procurar ou diga onde
mora para lhe ir fallar.
Quem quizer comprar ou arrendar duas marinhas,
juntas ou separadas, huma chamada a do Raymundº,
a outra dos Sessenta, termo da Villa de Alcochete, pó
de dirigir-se em Lisboa, á loja de bebidas defronte dº
chafariz do Passeio, N.° 66 I.
Quem quizer comprar, aforar, ou arrendar a quintº
da Carrasqueira, em Aveiras de cima, procure, ou es"
creva a seu dono, Luiz Pereira Velho de Moscozo, nº
Villa de Monção. **

ria Borges Villas-boas, e juntamente seu primo o Padre Quem quizer tomar de trespasse huma loja de comº
Francisco José Lopes Baldres. feiteiro, com todos os seus pertences, na rua do Poçº
. * * - -- -- - }
dos Negros, junto ao Poço Novo, N.° 79, procure na
• *—*§§*——» ** * *
dita loja seu dono com quem pode tratar este ajuste.
• "," r" º , ,, , !, ** [ , " |-

Na rua do Carvalho, ao Bairro Alto, N.° 8 e 9, se

º MEzA DA ConsciENcIA E ORDENs. abrio huma casa com vinhos de lavrador , de superior
* **
|- qualidade, a 80 réis, 100 réis, e 120 réis a canada.
* … * . * … | | ! # !!| Edital. Quem quizer comprar hum carrinho Inglez de lança,
• ,- ") ; ( * * * ** * .. . . "
de quatro rodas, com todos os arreios para governar º
- Devendo prover-se pelo Tribunal da Meza da Con cordões, e no melhor gosto, dirija-se ao carpinteiro de
sciencia e Ordens, em Mulheres honestas, e de boa vi seges na travessa d'Agua de Flor, N.° 36 ; e todos os
da, as sete Mercearias que se achão vagas na Igreja do dias se póde ver.
• •

== TRW •+ *
= ==
… + LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
 NUM. 104. ANNo 1831.

GazETA DE LIsboa. -=>>6">#@$1<<<9G<==--

QUARTA FEIRA, 4 DE MAIO.

==#== >>6<>#@<>$#@@$#<9cK=

q*

PARTE OFFICIAL. motivos declarados no Alvará de 5 de Junho de 1824

Extracto da Ordem do Dia N.° 25.
Quartel General no Paço de Queluz, em 2 de
Maio de 1831.
Por Decreto de 21 do mez passado.
Exonerado do Governo da Praça de Mourão, o Ca
pitão e Governador da mesma Praça, Luiz Antonio Fi
guerra. - dade deste Posto desde a data de 22 de Junho de 1821,
Regimento de Infanteria de Lagos.
Ajudante com a patente de Alferes, o Sargento Aju
dante, Francisco Emigdio.
Publicão-se ao Exercito os Avizos abaixo
transcriptos:
O que communico a V. Ex.° em resposta ao seu Oficio
de 25 do corrente mez, e para que assim o faça publi
car na Ordem do Dia ao Exercito. Deos Guarde a V.
Ex." Paço de Queluz, em 28 de Abril de 1831. =
Conde de S. Lourenço. = Illustrissimo e Excellentissimo
Senhor Conde de Barbacena.
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, – ElRei Nos
so Senhor, em Resolução de 20 do corrente mez, to
mada sobre Consulta do Conselho de Guerra, Houve
por bem, que ao Tenente do 1.° Regimento de Infanteria
de Lisboa, Manoel Severo Corrêa, se conte a antigui
ficando assim igualado com aquelles Tenentes, que o
precedêrão no accesso a este Posto, sendo Alferes mais
modernos do que elle. O que communico a V. Ex.ºpa
ra seu conhecimento, e mais efeitos necessarios. Deos
Guarde a V. Ex." Paço de Queluz, em 28 de Abril de
1831. = Conde de S. Lourenço. = Illustrissimo e Ex
cellentissimo Senhor Conde de Barbacena. -

Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — ElRei Nos

to Senhor, a Quem foi presente o Oficio de V. Ex.° Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — ElRei Nos
de 22 do corrente mez, com o do Governador da Pra so Senhor Ordena, que V. Ex.° mande dar baixa do Real
ça de Palmella, pedindo que por identidade de razão Serviço ao Porta # da Guarda Real da Poli
ao que se tem determinado aos Commandantes dos Cor cia, José Verissimo, por ter prendido o subdito Inglez,
pos do Exercito, pelo Avizo de 7 do mez passado tran José Maria Oneill, no dia 10 de Fevereiro ultimo, vio.
scripto na Ordem do Dia de 18 de Março ultimo, se lando as Leis estabelecidas, e o disposto, e estipulado
ordene, que elle faça entrega ao Cazerneiro de Setubal nos Tratados com a Grã-Bretanha. Deos Guarde a V.
de setenta taras, que alli existem, Foi Servido Deter Ex.° Paço de Queluz, em 30 de Abril de 1831. =
minar que as disposições ordenadas no sobredito Avizo Conde
Senhor de S. Lourenço.
Conde = Illustrissimo e Excellentissimo
de Barbacena. •

se fação extensivas não só áquelle Governador como a

todos em geral de todas as Praças. Deos Guarde a V. (Seguem-se Licenças.) Conde de Barbacena, Chefe
Ex.º Paço de Queluz, em 25 de Abril de 1831.= Con de Estado Maior
= Ajudante General.
General, = Estáde conforme
Marquez Tancos, o Original. •

de de S. Lourenço. = Illustrissimo e Excelentissimo

Senhor Conde de Barbacena.
Quartel General na de
Maio Rua1831.
do Paraixo, 3 de •

Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — Constando

a ElRei Nosso Senhor, que, da falta d'observancia da
Portaria de 26 de Setembro de 1810, se tem seguido Ordem. •

continuarem os desertores dos Corpos do Exercito a di Sua Excellencia o Senhor Tenente General Visconde de
vagar pelo Reino, e a ser asylados, sem receio de cas /eiros, manda transcrever nesta Ordem, em consequen
tigos; e sendo necessario que se cumpra eStrlCta III ente O cia das que acaba de receber de Sua Magestade EHRei
que está determinado sobre este objecto, e de modo que Nosso Senhor, o Oficio que o Illustrissimo e Excellen
os que cometterem o dito crime não contem com a pos tissimo Senhor Ajudante General do Exercito lhe dirigio
sibilidade de existirem impunes, e que sejão premiadas com data de hontem, para que os Corpos da Guarnição |
as pessoas, que os prenderem, e apresentarem, e puni de Lisboa e Belém tenhão conhecimento da Real Deter-"
dos aquelles indivíduos, que lhes derem couto: He Sua minação do MesmoCopia
Augusto
• •Senhor.
do Officio.
•• •

Magestade Servido Ordenar, que V. Exº faça observar

todo o disposto na sobredita Portaria; visto que não (
Estado Maior General.
i I () (!!" , " "
— Repartição do. Ajudante
General. |

deve servir de obstaculo para a sua execução o Decreto

de 23 de Abril de 1823, por se achar derogado pelos ElRei Nosso Senhor, como Commandante em Che

fe do Exercito, Determina que V. Ex.° mande dar bai
xa do Real Serviço ao Porta Estandarte da Guarda
Real da Policia Jósé Verissimo, para não ser mais em
pregado de maneira alguma, nem sob qualquer pretex
to pelos motivos declarados no Avizo expedido pela Se
cretaria d'Estado dos Negocios da Guerra de 30 de
Abril proximo passado, publicado na Ordem do Dia
de hoje.
Deos guarde a V. Ex." Quartel General no Paço de
Queluz, 2 de Maio de 1831. = Illustrissimo e Excellen
tissimo Senhor Visconde de Veiros. = Marquez de Tan
cos, Ajudante
* },-
General:
*** - º |- * ; – "
MINISTERIo Dos NEGocios DA MARINHA
E ULTRAMAR.
Sendo Servido Demittir do Meu Real Serviço a Fran
cisco Ignacio de Miranda Everard, Chefe de Divisão
Graduado da Minha Real Armada, em satisfação a
Sua Magestade Britannica, pelo procedimento de haver
$apturado; quando se achava commandando a Fragata
|- # bloqueio da Ilha Terceira, o Paquete Inglez
anta Helleua, que conduzia para Inglaterra Soldados
invalidos do Exercito Britannico , e as malas com
Despachos para o Ministério das Colonias, tendo
se "y" comportado violentamente com o Ca
itão HVarren , e mais guarnição do dito Paquete:
fim por bem que assim se declare pondo-se as verbas
necessarias. O Real Conselho de Marinha o tenha as
sim entendido, e faça executar com os Despachos neces
rios. Palacio de Queluz; em 3 de Maio de 1831.=
%a Rubrica de SUA MAGESTADE,
} *
PARTE NÃO OFFICIAL.
•
•
#
NOTICIAS ESTRANGEIRAS...
HESPANHA.
S. Sebastido, 15 de Abril.
Conclusão do artigo sobre o Codigo de Commercio
"A , ! Hespanhol.
» Desde o seculo XIII, e mesmo antes, segundo di
zem alguns, se havia publicado na Catalunha, o Con
sulado maritimo , que serve de regra para as negocia
ções daquelle Commercio, sobre tudo no Sul da Euro
pa, e que servio de baze para todas as legislações mo
dernas. * *
» Os usos de Valencia, redigidos em 1250 sobre o mes
mo plano do Digesto, continhão huma multid㺠de dis
posições sobre o direito Commercial; e tambem se en
contrão muitas de D. Afonso o Sabio, tit. 11.", part.
5.º que ainda servem de baze á legislação civil da Hes
panha. No seculo XVI tambem se publicou hum consi
deravel corpo de leis, e regulamentos proprios da mari
nha, e dos contractos maritimos, debaixo do titulo de
Recopilação de Indias, que se tem hido suçcessivamen
te augmentando nas redacções posteriores até o anno de
1774, em que se publicou a, ultima, em quatro tomos,
"# : :) > - * ** * * { *.
que a Hespanha tinha, muito anri onde naturalmente chamou maior altenção a venda
» He pois evidente
tes que a França tivesse as ordenações de 1673, e 1681, dos bens immoveis do que a das mercadorias; e assim
huma ##### mui extensa. o Porque se necessita de os modificar a cada instante.
desde o seculo XV e seguintes, se havia authorizado
Por meio de Alvarás Reaes, o estabelecimento dos con tões, muitº importantes, que ainda são entre uós objecta
[…]
tractos de Burgos, Sevilha, Bilbao, S. Sebastião, e
outros, cujos regulamentos erão verdadeiros Codigos de
Commercio. Entre elles a Ordenação de Bilbao, que se
publicou em 1737, e que foi revista em 1819, tinha
obtido certa especie de prioridade, e quasi de universa
lidade.
» Só se necessitava pois de refundir em hum só Codi.
digo aquelles documentos, cuja operação ainda que mui
to facil para os Jurisconsultos, não o era tanto para o
Governo pelos obstaculos que lhe devião oferecer os usos
antigos e os privilegios das Provincias. O Real Alvará
} +
•
de 26 de Agosto de 1827, que estabeleceo huma Junta e
Tribunal de Commercio em Madrid, mandando que se
conformassem provisoriamente com a Ordenação de Bil
bao, já annunciou o projecto que existia , de formar
hum Codigo uniforme e geral; e com efeito foi nomea
da a Commissão para o redigir por Decreto de 11 de
Janeiro de 1828, e se promulgou o Codigo em 30 de
Março de 1829.
» Contém 1,219 artigos, que he pouco mais ou me
nos a metade dos que continha o dos Estados Prussia
nos sobre materias de commercio, e quasi o dobro dos
que contém o Codigo Francez.
» He dividido em cinco livros; as materias achão-se
.
destribuidas com muito methodo. -
* O 1." he consagrado ás pessoas e dividido em tres
titulos, o primeiro dos quaes trata das condições ne
cessarias para exercer o commercio, expressadas em 20
artigos, onde se estabeleçem as regras segundo as quaes
podem os menores, e as mulheres casadas ser commer
ciantes, e se expressão os direitos dos estrangeiros que
fazem o commercio na Hespanha.
- "O 2.° trata das obrigações communs a todos os que
… . .. . professão o commercio, como a de guardar os livros, da
contabilidade, e da correspondencia. Este livro contém
41 artigos. "… , ,
| " O 3.° trata, dos agentes, auxiliares do commercio a
saber: os correctores, commissarios, feitores etc., ele
—
—
–
destribuido em 172 artigos.
* * Perfeitamenee se adoptárão os principios da Juris
prudencia geral, quando se estabelecerão as regras so
bre o commercio de Commissões, sobre os direitos e
obrigações dos feitores, sobre o efeito destas mesmas
º obrigações, e sobre as communicações e meios de tran
sportar os efeitos. Apenas se diferenção essas regras
em cousa alguma das que se usão eutre nós, porém
com a immensa vantagem de se acharem estabelecidas
por meio de huma lei, e de não deixarem nada ao ar.
bitrio e incerteza da opinião e do juizo.
"O 2.° livro trata de todos os contractos commer
ciaes, menos os do Direito maritimo, e contém 349
artigos divididos em 12 artigos que são: 1.° Principios
geraes sobre a formação, valor, e prova das obriga
ções commerciaes, 2.° Das diferentes especies de Com
•
panhias, seus efeitos respectivos e formalidades com
que se hão de estabelecer, 3.° Da qualificação das com
pras e vendas mercantis. 4.° Das permutações. 5.° Dos
emprestimos e dos juros das cousas emprestadas. 6.
Pos depositos mercantis, 7.° Das fianças mercantis. 8.
Dºs seguros das conducções terrestres. 9.° Dos contra
ctos e letras de cambio. I0.° Das obrigações, ou pa
gamentos á ordem. 11.° Das cartas de ordens de credi
to. 12.° Disposiçôes geraes sobre a prescripção dos con
traçtos mercantis. + •
» Os redactores do Codigo Hespanhol perfeitamentº
estabelecêrão os principios especiaes do direito commer
cial a respeito das vendas, cujos Principios tem que hir
buscar os nossos Tribunaes Franceses no Codigo Civil,
* •
|- » O titulo que trata das letras de cambio resolve ques
 [42ó ]
de controversia para os Jurisconsultos e de duvida para
os Tribunaes.
"O das Companhias, ainda que seja mui similhante
ao Codigo Frances no que toca ás regras fundamen
taes, dá a conhecer que trabalhárão muito sobre as li
quidações, que he exaetamente o que passa em silencio consulto estrangeiro teria direito a exigilla de nós, com
o nosso Codigo, e o que em nossos Tribunaes encon quanta maior razão não a devemos tributar a hum Go
tra inaior difficuldade.
" " O livro 3.° he especial e exclusivamente dedica
do ao commercio maritimo, e contém 418 artigos di
vididos em cinco títulos. O 1.° trata das embarca
ções. O 2.° dos donos das embarcações, Capitães,
e mais pessoas que se entregão ao commercio" e ex
pedições maritimas. O 3.° dos contractos maritimos,
do fretamento, do conhecimento, do emprestimo a risco
marítimo; dos seguros e cousas que podem ser assegu
radas. 4.° Dos perigos e obrigações do contracto mari
timo como são as avarías, arribadas forçadas, naufra
gios etc., e o 5.° das prescripções em materias de com
mercio de mar. - dos Tribunaes. A exactidão com que se fixão as acções
* "Este livro apresenta as mesmas regras que o livro
2.° do nosso Codigo, o que não tem nada de estranho,
por que a ordenação de Bilbao de 1737 que se formou
debaixo do Reinado de Felippe V, era fundada sobre
a de Luiz XIV de 1681. Porém huma multidão de
questões se achão alli resolvidas de hum modo confor
me á equidade e á jurisprudencia geral.
» O livro 4.° trata das quebras e lhes destina 12 titu
los, divididos em 177 artigos. O 1.° delles falta do es
tado da quebra e das suas diferentes especies; o 2.° da
declaração da quebra; o 3.° dos efeitos e retroacção
da declaração da quebra; o 4.° das disposições conse
quentes á declaração da quebra; o 6.° da nomeação dos
síndicos e das suas funcções; o 6.° da administração da
quebra; o 7.° do exame e reconhecimento dos creditos
contra a quebra; o 8.° da graduação e pagamento dos
credores; o 9.° da qualificação da quebra; o 10.° do
commercio entre os credores e o quebrado; o 11.° da
rehabilitação; e o 12.° da cessão de bens.
» Encontrão-se nelle muitos melhoramementos feitos
nos principios que regem no livro 3.° do Codigo Fram
cez, que segundo todos convem, he a parte mais de
feituosa da nossa legislação,
» O livro 5.° he relativo á administração da justiça
nos negocios de commercio e contém 42 artigos repar
tidos em 4 titulos, sobre as jurisdicções com merciaes,
a sua organisação, a sua competencia, e seu methodo
de proceder.
» A imparcialidade nos obriga a notar bum defeito
capital deste titulo, que he o de remetter no que diz
respeito a processos para o Codigo que se ha de formar
sobre elles, deixando existir no entanto os usos incohe
rentes e ás vezes contradictorios dos diferentes Tribu
naes. He verdade que o Codigo de commercio da Fran
ça não regulou o processo commercial, porém foi obje
cto de hum titulo do Codigo de processos e assim não
havia duvida em se referir a elle em alguns casos.
» Por esta succinta exposição se mostra, que o Codigo
de commercio Hespanhol abrangeo a totalidade das
Imaterias mais usuaes do commercio e necessitariamos
"descer a particularidades muito minuciosas para mani
festar a prudencia com que se achão nelle resolvidas as
mais importantes questões. Com efeito estão tratadas
de hum modo conforme á jurisprudencia universal, sem
que se notem preoccupações universaes, nem costumes de
Provincia. Não temos, duvida em assegurar, que qual
quer paiz que pela sua situação se possa dedicar, ao
commercio de mar e terra, poderia adoptar este Codigo
na sua totalidade. He evidente que os Estados que hoje
em dia se achão sem legislação commercial, ou que a
tem incompleta, acharão no Codigo Hespanhol hum
modello perfeito, e logo que esta obra chegue a ser
conhecida, poderá citar-se perante os Tribunaes como
excellente authoridade doutrinaria. Esta justiça que não
duvidariamos fazer a qualquer livro de jurisprudencia
que houvesse reunido em hum quadro succinto e com
pleto as noçoes mais usuaes e importantes, porque não
a faremos tambem a huma lei ! Se hum simples juris
verno !»
Temos a maior satisfação em ver confirmado pelo parecer
de Mr. Pardessus, o mais respeitavel que se poderia citar
na jurisprudencia commercial, o juízo que manifestámos
nos fins de 1829 nos Numeros 127 e 128 da Gazeta de
Bayona, fazendo huma analyze mais extensa do mesmo
Codigo. Elogiámos alli separadamente o seu methodo,
exactidão etc., em determinar todas as questões e ca
sos, antes abandonados á pratica, ás vezes diferente e
até contraria aos povos, e falta em grande parte do
apoio da lei, necessario para desterrar a incerteza, pa
ra prevenir a arbitrariedade, e para assegurar o juizo
do gyro das letras; a individualidade com que se prescre
vem regras para a dissolução e liquidação das socieda
des, a distincção com que se estabelecem as garantias
e se determinão as responsabilidades e direitos de todos
os agentes de commercio maritimo; em summa todos
os melhoramentos que o artigo precedente reconhece no
Codigo, forão indicados por nós, e explicados frequenº
temente com madureza. Comparámos estas vantagens
com a imperfeição anterior da nossa legislação commer
cial, sem pôr as leis dos outros paizes em paralelo, o
que na nossa penna poderia parecer fastidioso. As com
parações destes melhoramentos com as faltas do Codigo
Francez, que deixa muitos desses e outros pontos em
silencio, antes parecem bem na boca do author do jui
zo que agora trasladamos, cujo parecer não póde ser re
cuzado por ignorancia ou paixão. Expondo modesta
mente o nosso parecer sobre a grande obra da legislação
Inercantil da Hespanha, deviamos deixar a hum sabio
estrangeiro, que dissesse ás nações privadas de boas leis
nesta parte, que no Codigo Hespanhol acharão hum
modelo perfeito. Mr. Pardessus pelos seus acreditados
e sublimes conhecimentos na materia, e pela sua im
Parcialidade a respeito das nossas cousas, tem direitos
mais incontestaveis a ser acreditado.
Huma só falta nota no Codigo este ilustre Juriscon
sulto; falta que seria capital como elle a chama, se
fora permanente: a de remetter a maneira de proceder
a huma lei não dictada então, deixando existir nos
entanto as diversas praticas dos Tribunaes. Porém a lei
de enjuiciamento sobre as materias mercantis foi sanc
cionada e promulgada a 24 de Julho de 1830, pouco
mais de seis mezes depois de haver principiado a reger
o Codigo. - (Ext. do Estafeta.)
«—*§§ * +
Lisboa, 3 de Maio,
Tendo o Sota das Reaes Cavalharices, Leonardo,
entrado á força no dia 11 de Fevereiro passado na Cor
doaria do Subdito Britannico Caffary, prendendo, e
maltratando o Mestre daquelle Estabelecimento , Foi
Sua Magestade Servido Mandar demittir o referido in
dividuo, e castigar os Soldados, que
• , com
: [" elle comet
têrão aquela violencia.
( Artigo, communicados.)
ElRei Nosso Senhor o Senhor Dom Miguel I, que

3Deos guarde, attendendo benignamente á supplica queTaes são os sentimentos do Abbade de Gondork,
Lhe fez o Padre Mestre Fr. José Caetano da Gama, que em grande distancia do seu Monarca O tem sem
da Ordem dos Prégadores, e Prégador Regio, no dia pre presente para seu respeito e homenagem.
28 de Abril no Real Palacio da Bemposta, Houve o
mesmo Real Senhor, por bem conceder a Graça de po
der trazer a Medalha de ouro com a Sua Real Effigie,
José Thomaz, livreiro, e assistente em casa de João
Antonio da Silva. + -
No Real Palacio da Bemposta teve a honra de beijar
a Real Mão d'ElRei Nosso Senhor, em Audiencia de
28 de Abril proximo passado, Dionizio José de Carva
lho, e de Lhe pedir a Graça de poderem usar da Me
dalha da Real Efigie da Imperatriz Rainha, que San
ta Gloria haja : José da Cunha Mello, Governador do
Castello de Villa do Conde; Melchior"Carneiro Pereira
Coutinho de Vilhena Rangel, Ajudante de Milicias da
dita Villa; e Vicente Ferreira Soares, Alferes de Vo
luntarios Realistas de Barcellos; Graça que ElRei Nos
so Senhor benignamente houve por bem conceder.
" - # -*-
. A pomposa e annual Festa que Ignacio Barboza da
Costa Lima , Abbade da Igreja de Santa Eulalia de
Gondoriz, termo dos Arcos de Valle de Vez, unido com
o seu povo celebrava no dia dous de Fevereiro a Nossa
Senhora, em Acção de graças pela saude de Sua Ma
gestade o Senhor Dom Miguel I, foi transferida para
o Domingo in Albis, como tempo mais favoravel para
execução da seguinte funcção: Neste dia, pois, appare
ceo a Igreja ricamente adornada, estando ao lado do
Evangelho em rico Throno o Retrato de Sua Magesta
de em Corpo inteiro, com Manto Real, Coroa e Sce
ºtro; houve Senhor exposto, Missa cantada de excel
ente muzica tanto vocal como instrumental; prégou
eloquentemente o Padre Mestre Leitor do Collegio de
S. Bento dos Arcos, Fr. Francisco do Sacramento,
mostrando quanto Sua Magestade o Melhor dos Reis Se
fazia acredor, deste digno tributo, que o Abbade e seu
povo annualmente Lhe rendião. No fim houve Proeis
são, hindo na frente della huma rica Bandeira com o
Retrato de Sua Magestade ElRei Nosso Senhor, condu
zida pelos tres principaes Fidalgos da Freguezia. Mui
tos-Pendões, Bandeiras, e Cruzes abrilhantavão a Pro
cissão, aformoseando-a mais dous ricos Andores, hum
de Nossa Senhora, outro de S. Sebastião, entre as Ir
.mandades da Freguezia, e immenso povo, tocando com
intervallos o instrumental do Regimento de Milicias dos
Arcos. Encerrado que foi o Sacramento, levantou o
Abbade os competentes vivas á Santa Religião, a Sua
Magestade ElRei Nosso Senhor, á Serenissima Casa de
Bragança, e a todos os verdadeiros, fieis, e leaes Por
tuguezes, o que tudo foi correspondido com grande, e
decente enthusiasmo, manifestando todos com lagrimas
de alegria os # sentimentos do coração.
Este digno Paroco não só tem creado e promovido
esta solemne Festividade, mas igualmente desejoso apro
veita toda a occasião de manifestar o seu acrisolado pa
triotismo e lealdade, e achando-se na Villa de Vianna
no Dia dos Annos de Sua Magestade, deo a todos os
Soldados, e aos mesmos prezos que se achavão no Cas
tello, hum grande e sumptuoso jantar, assistindo-lhes
em pessoa, e fazendo-lhes dar vivas no principio, meio,
e fim do mesmo jantar; tudo com approvação do mes
mo Governador, que gostoso assistio a este sumptuoso
banquete. •
___
. LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA.
• • .*. <?
[426 |
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 3 de Maio.
Embarcações avistadas.
5 h. 15 m. 8 Vasos Inglezes a Oeste do Cabo da Roca.
O Barco de Guerra Inglez movido por vapor sahio ás
8 h. 10 m., e entrou á 1 h. 21. ##
Embarcações sahidas de Belém.
11 h. 46 m. 1 Bergantim do Norte para Riga, 1 Escu-"
na Ingleza para Londres, e l Galeota Hollandeza
para Maaslvis.
Publicação Litteraria.
---
Sahio á luz o N.° 18 do Desengano.
Annuncios.
No dia 9 de Maio corrente, ha de começar a extrat
ção da 6.° Loteria da Santa Casa da Misericordia de
Lisboa, respectiva ao actual semestre.
Pelo Juizo da Provedoria dos Reziduos, e Captivos,
em casa do respectivo Provedor, na rua de S. Domin
gos, á Lapa, N.° 19, se ha de proceder no dia 16 do
corrente mez, pelas 10 horas da manhã, á venda e ar- -
rematação de sete Acções do Banco de Lisboa, que
tem os N.os 411, 412, 413, 414, 415, 416, e 6.755
do capital de 500$000 rs. cada huma, com o dividen
do do segundo semestre do anno proximo passado de
1830; e igualmente dos predios seguintes: humas casas
nobres com sua quinta, mas Praias, á Cruz Quebrada,
Freguezia de S. Romão de Carnachide, avaliadas em
2:4483000 rs., e os seus rendimentos em 1403000 rs.,
Escrivão Antonio Monteiro da Fonseca, na rua das
Flores, beco dos Apostolos, N.° 3; humas casas com
seu quintal e poço, na calçada do Lugar de Sacavem,
N.° 142, ultimamente avaliadas em 2003000 rs., e os
seus rendimentos em 193200 rs., Escrivão Franciscº
Raymundo de Andrade, na rua do Arco, ao Collegio
dos Nobres, N.°28; duas casas abarra cadas cada huma
com seu quintal, na rua d'Arrabida, N.° 50 e 51, Fre
guezia de Santa Izabel, ambas hum prazo foreiro áca
sa de Anadia, avaliadas em 209,3000 rs., e os seus
rendimentos em 323000 rs.; humas ditas na rua da Reº
gueira, N.°42 e 43, Freguezia do Salvador, prazo fo:
reiro á Basilica de Santa Maria, avaliadas em 2013600
•
rs., e os seus rendimentos em 263400 rs.; humas di
tas no beco de S. Marçal, com frente para o pateo das
Parreirinhas, N.° 6, Freguezia de S. Miguel em Ak
fama, avaliadas em 803000 rs., e os seus rendimentº,
em 163200 rs.; humas barracas no Castello, juntas á
muralha, avaliadas em 603000 rs., É#; #
José da Costa, morador na rua direita de Santa Mar
tha, N.° 47: quem quizer saber as confrontações, e as
mais circumstancias dos referidos predios, dirija-se aos
Cartorios dos Escrivães mencionados. = O Procurador
dos
bertoReziduos, e Executor dos Captivos, Jacinto Al
Lopes de Mendonça. •
== F"TT>I = —LL __--
" "
<! … … • |- • * • |-
e
 NUM. 105.
GazETA DE L IS BOA. —=>>>{->$3$4<<<9e<<==-
QUINTA FEIRA, 5 DE MAIO.
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
POLONIA.
Fronteiras, 5 de Abril.
As tropas Russianas batêrão completamente os insur
gentes nas immediações de Rossienna, tendo ficado no
campo da batalha grande numero destes, e os restantes
forão perseguidos até o Duvisa, onde se afogárão os
que poderão escapar ao fio da espada. Hum dos prin
cipaes cabeças dos rebeldes, proprietario rico, foi apa
nhado nas immediações de Regollen. Nas de Georgen
burgo ainda permanecem os insurgentes, que saqueárão
todas as casas dos habitantes daquella povoação, que fu
gírão quando rebentou a revolução. Em Memel e na
fronteira não havia tropas Prussianas; naquelles pontos
se gozava de bastante socego porque o Governo insur
gente estabelecido em Rosienna havia prohibido debai
aco de pena de morte toda a irrupção no territorio
Prussiano. (G. de Madrid.)
/arsovia, 7 de Abril.
O Correio de Varsovia, periodico que se publica nes
ta Cidade annuncia, que as tropas Polacas tomárão po
sição nas immediações de Laskarzew e Zelochow. O
Quartel General Russiano permanece em Rickí, onde
se concentrão as principaes forças do General Diebitsch,
que segundo dizem, tenciona dar huma grande batalha
nas planícies de Maziejowitczs. No dia 1.° do corrente
estabeleceo o nosso Generalissimo o seu Quartel Gene
ral em Minsk ; julga-se que o Exercito Russiano não
tardará em o atacar naquelle ponto.
(Extracto da Gazeta de Madrid. )
BELGICA.
Maestricht, 11 de Abril.
Ao passo que a Diplomacia nós assegura, que ainda
se não decidio nada a respeito de Limburgo, o Rei
Guilherme se adjudica Maestricht, pois por hum Decre
to de 31 de Março acaba de declarar, que esta Cidade
he parte integrante da Hollanda. A vista disto em que
tem vindo a parar tantas promessas como fez o Gabi
nete Francez? Porque he preciso suppor, que o Rei Gui
lherme obra de accordo com o Congresso de Londres;
ANNO 1831.
+=-
e o prova o que a 31 de Dezembro declarou, que Lu
«emburgo ficava separado da *# e nisto bem se
vio que procedeo concorde com a Diplomacía.
(Correio dos Paizes Baixos.)
HOLLANDA. , º
Haia, 14 de Abril.
SS. MM. forão recebidos no dia 10 em Amsterdam
com as mais vivas e expressivas demonstrações d'alegria.
Immensa multidão sahio ao seu encontro, e logo que
SS. MM. se apresentárão na varanda, e depois no thea
tro com toda a sua Augusta Familia, se renovárão e
duplicárão as acclamações e vivas com hum enthusias
modificil de se expressar.
He muito grande o movimento dos Regimentos e da
Guarda Nacional, cujo objecto he concentrar-se na
Erabante septemtrional; a mesma e ainda maior acti
vidade se nota no Ministerio da Marinha: duas Náos
de linha de 84 e de 99 peças se destinárão para destruir
as baterias que os Belgas tem construido da parte de
Astruwel, e sobre toda a linha do Escalda.
(Diario da Haia.)
ITALIA.
Roma, 11 de Abril.
Em todos os Estados Pontificios reina a tranquillida
de mais completa. As tropas Austriacas cuja permanen
cia no centro das Provincios Romanas era já inutil,
acabão de fazer hum movimento retrógrado, concen
trando-se sobre Ancona. Eis-aqui em que parou essa
insurreição da Italia, que se tinha por tão nacional e
patriotica. Como se havia de ter deixado a huns pou
cos de facciosos o levarem a sangue e a fogo este bello
e pacifico paiz! (Gazeta de Madrid.)
FRANÇA.
Paris, 14 de Abril.
Decreto do General em Chefe do Exercito Francez
em Argel, estabelecendo no dito porto hum
deposito para mercadorias.
Quartel General de Argel, 31 de Dezembro de 1830.
O General em Chefe. = Considerando que o imme
diato pagamento dos direitos d'Alfandega sobre merca
dorias e viveres introduzidos em Argel obriga o com
mercio a hum adiantamento muito antecipado; assim
 [ 428 |
como tambem a encargos ou onus que não deveria sofº
frer antes da época do seu consumo, conformando-me
com a proposta do Intendente, Decreto:
Artigo 1.° As mercadorias e viveres não prohibidos
poderão receber-se em Argel em deposito efectivo.
Os generos manufacturados de fabrica estrangeira só
se admittirão em deposito por decisão particular.
Artigo 2." Para estabelecer o deposito se disporá hum
armazem proporcionado e proximo ao porto, cujo alu
guel e conservação pagará o commercio, •
Artigo 3." O armazem que servir de deposito terá
duas chaves, huma em poder dos empregados da Al
fandega, a outra terá o commercio.
Artigo 4.° No edifício que servir de armazem se po
derão fazer as divisões e distribuições necessarias para a
separação das cargas á custa dos depositarios.
Artigo 5." O commercio terá a faculdade de fazer
uso do armazem ou posto separado , toda a vez que ti
ver a segurança que se requer para o deposito de car
nes e peixe salgado, azeite de peixe, e outros generos
que poderião alterar os mais efeitos pelo seu máo chei
ro ou risco de fermentação.
Artigo 6.° No caso de não bastarem os edificios des
1inados ao deposito, a administração d'Alfandegas po"
derá acceitar armazens seguros e bem situados, que apre
sentem os proprietarios ou consignatarios das mercado
rias. Estes armazens tambem terão duas chaves, huma
das quaes estará na Alfandega; e os depositarios se
obrigarão a reexportar os generos ou a pagar os direi
tos concluido o prazo do deposito.
Artigo 7.° Toda a mercadoria que se apresentar no
deposito debaixo da declaração do proprietario, pre
viamente se reconhecerá para verificar a sua natureza,
a sua especie, qualidade, pezo, e medida, de modo
que se determine immediatamente a liquidação dos di
reitos que hajão de pagar pelo seu consumo concluido
o prazo do deposito.
Artigo 8.° Constará a antrada das mercedorias em
deposito de huma conta particular de cada deposita
rio, e igualmente da somma dos direitos da sua impor
tação.
•
Artigo 9.° Se a visita ou reconhecimento dos generos
na sua entrada em deposito descobrir o excesso da vi
gessima parte em metaes e a decima em outros efeitos,
relativamente á declaração, esse excesso não se admit
tirá a deposito sem previo pagamento do direito d'en
trada a titulo de mulcta, independente do direito prin
cipal exigivel á sahida do deposito.
Artigo 10.° Fica a duração ou prazo do deposito fi
xada em seis mezes. Não obstante o poderá prolongar
a administração, toda a vez que os depositarios o pre
tenderem com justo motivo.
Artigo 11.° Cada trimestre far-se-ha hum geral reco
checimento das mercadorias depositadas com o objecto
de verificar a existencia em armazem de tudo quanto
nelle deve haver, segundo os assentos da Alfandega,
ou as differenças que se encontrarem e a causa de que
provierem.
Artigo 12.° Os direitos se perceberão á medida da
exportação do deposito segundo o regulamento da liqui
dação feito quando as mercadorias entrárão no deposi
to, não obstante quaesquer modificações que depois da
quella época se houverem estabelecido na pauta.
Artigo 13." Os proprietarios ou consignatarios das
mercadorias postas em deposito ficão responsaveis, na
conformidade da declaração, quer pelos direitos liqui
dados, quer pelas faltas reconhecidas á sabida ou reex
portação, ainda quando tenhão deixado de ser proprie
tarios das mercadorias, exceptuados os casos em que
tenhão justificado em tempo habil a trasladação de
propriedade a terceira pessoa, que fica sugeita ás mes
mas obrigações com a Alfandega.
Artigo 14.° Se quando se acabarem os prazos fixos
para a sahida das mercadorias do deposito se não pa:
garem os direitos, e o seu consignatario ou proprieta
rio se não apresentar no prazo de hnm mez depois da
intimação feita no seu domicilio, ou de 2 mezes se es
tiver ausente, serão as mercadorias vendidas em hasta
publica, e o seu producto, deduzida a despeza, depo
sitado em poder do Pagador Geral do Exercito para o
entregar ao proprietario, no caso que o reclame, no
termo de hum anno contado des de o dia da venda; e
na falta desta reclamação durante o dito prazo, será
applicado ao Erario. (Lei de 17 de Maio de 1826, ar
tigo 14.)
Artigo 15.° As mercadorias só podem sahir do depo
sito com permissão da Alfandega dada sobre a declara
ção do proprietario e justificando o pagamento dos di
TellOS,
Artigo 16." A diferença de menos reconhecida á sa
hida do deposito, a respeito das quantidades da entrada
obriga ao pagamento dos direitos das mercadorias que
faltão, quer seja pela exportação, quer pela quebra ou
outra qualquer falta que ficará a cargo do depositario.
Artigo 17." As mercadorias que sahirem do deposito
para se reexportarem pagarão meio por cento do seu
valor; o seu embarque ficará sugeito ás mesmas forma
lidades que as exportações.
Artigo 18." O Intendente ficará encarregado da exe
cução do presente Decreto.
(Assignado) Conde de Clausel.
(G. de Madrid.)
Idem, 17.
Hontem á noute formárão-se alguns grupos em Paris
no bairro de Santiago, e quebrárão os reverberos de al
gumas ruas. No dia 17 renovárão-se as perturbações na
praça de Chatlet, e diante das casas da Camara. Tem
havido movimentos de tropas, a authoridade tomou as
suas medidas, e restabeleceo a boa ordem , ainda que
depois de bastantes desgraças.
Na manhã do dia 14 se apresentou diante da Repar
tição do Interior huma turba de apregoadores que ven
dem papeis impressos, clamando contra a prohibição
que se lhes havia feito em virtude da nova lei para que
não apregoassem outra cousa mais do que o titulo dos
impressos que vendessem. Tendo-se entabolado huma
conferencia entre estes, e o Senhor Ministro, por meio
do porteiro da Secretaria, e tendo-se dito aos requeren
tes, que a medida só tinha o objecto de impedir as Inen
tiras e falsidades que inventavão, respondeo o orador da
turba: Ah ! se nos tirarem a faculdade de mentir, nada
venderemos.
Veio hoje hum Correio de Londres, segundo o qual
he quasi certo que o bill não passará, e que esta noti
cia divulgada em Londres alguma cousa influira nos
fundos Inglezes. (Quotidiana.)
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 15 de Abril.
As noticias que se recebem de todos os pontos da Ir
landa fazem huma lastimosa pintura da miseria em que
se acha a sua população. He impossivel descrever a hor
rorosa situação de grande parte daquelles pobres Irlan
dezes, muitos dos quaes morrem de fome. Devemos pois
soccorrellos. O Christão não póde vêr que os seus ani
maes domesticos padeção ; e deixarão os Christãos In
glezes morrer de fome os seus irmãos Irlandezes!
(Courier.)
Extracto de huma carta recebida por Otranto, em
data de 3ante, 6 de Março de 1831:
 [ 429 ]
» A Moréa continúa no estado da maior desorgani de, florecia em paz no meio da Europa de quem exci
zação; os Mainotas revoltárão-se contra a suprema au tava a inveja, e de quem fazia o ornamento, pela belle
thoridade de Capo d'Istria , que mandou huma força za da sua legislação, pela nobre polidez dos seus cos
Romcliota para Maura a fim de sufocar a revolta. Tam tumes, e pelas brilhantes obras primas em todo o gene
bem se diz que os Hydriotas e Spezziotas abertamente ro, com que as letras, as sciencias e as artes a tinhão
declarárão a sua opposição aos actos do Presidente, enriquecido. Feliz no interior, respeitada no exterior,
que se apoderárão da Fragata Grega , e que estavão seu renome por toda a parte lhe attrahia os louvores
equipando hum armamento, etc. dos Paizes mais longiquos, e o Universo admirava nella
» O Filhelleno Mr. Gordon partio da Moréa, e está a rainha da civilisação.
agora em Zante.» (Extracto do Morning Post.) » Tal era o povo que Deos escolheo para dar ao ge
nero humano huma grande e terrível lição. De repente,
HESPANHA. á voz de alguns sofistas, novas opiniões, novos desejos
se apoderão desse povo desvairado. Ele se desgosta da
Cadiz, 26 de Abril. sua crença e das doutrinas tutelares que o tinhão eleva
do tão alto. Tentado pelo fructo da arvore da sciencia
A Junta Suprema de Saude do Reino foi servida dis quer sahir da sua condição, e ser similhante a Deos a
pôr em ordem de 16 do corrente, annunciada a esta quem só pertence toda a soberania. De repente este
Municipalidade pela Superior de Andaluzia em 23 do attentado he punido como o do primeiro homem por
mesmo, que as embarcações procedentes das Ilhas Fi huma
mesmo irrevogavel sentença
he encarregado de morte, que o culpado
de executar. •

lippinas que entrarem d'arribada, não sejão admittidas

a livre pratica; que as que vierem com direcção a este » A morte d'huma sociedade não he senão a extinc
porto depois de hum exame prolixo de papeis e mais di ção de toda a verdade social: vêem-se pois todas as
ligencias, que dem a conhecer o bom estado constan verdades sociaes abandonar a hum tempo essa nação
te da saude da embarcação, sejão admittidas a livre proscripta, e deixada a si mesma sem protector, e sem
pratica depois de 8 dias de observação, ventilando regra, como aquelles povos perdidos sem recurso de
se as tripulações e mais efeitos susceptiveis que se pos quem os antigos dizião: ausentárão-se os Deoses.
são extrahir commodamente sobre a coberta; mas se por » Ha verdades e erros ao mesmo tempo religiosos e
desgraça o numero dos enfermos ou mortos, o caracter politicos, porque a Religião e a sociedade tem o mes
das suas molestias ou outros signaes derem lugar a sus mo principio que he Deos, e o mesmo termo que he o
peitar que a enfermidade he a Colera morbus, ou homem. Assim hum erro fundamental em Religião he
da sua indole, se despedirão para o Lazareto de Ma tambem hum erro fundamental em politica, e recipro
hon. O que se faz saber ao publico para intelligencia camente. Se pois existisse hum erro destructivo do po
do Commercio. Cadiz, 26 de Abril 1831. = José *# der na sociedade religiosa, esse erro, por mais geral
Kalladares, Secretario. \, (D. Mercantil.) que se possa imaginar, deveria ser igualmente destructi
vo do poder na sociedade politica, e he com efeito o
que demonstra sem réplica a historia da revolução Fran
*—º §§ *-* ceza. Em virtude da sua soberania, o homem rebela-se
contra Deos, declara-se livre e igual a elle: em virtude
Lisboa, 4 de Maio. do mesmo direito, o vassallo rebela-se contra o poder,
e declara-se livre e igual a elle.
A 20 do mez proximo passado se prorogárão as Ca » Em nome da liberdade destroem-se as leis, to
maras em França até 15 de Junho seguinte. das as instituições politicas e religiosas; em nome da
igualdade extingue-se toda a jerarquia , toda a dis
*—º §§ *—º tincção religiosa e politica. Clero, Nobreza, Magis
tratura, legislação, Religião, tudo cahe juntamen
(Artigo communicado.) te , e houve hum momento em que toda a ordem
social se achou concentrada n’hum só homem. Em quan
Em 29 de Abril Se dignou ElRei Nosso Senhor o Se to este homem-poder, medianeiro entre Deos e o ho
nhor Dom Miguel Primeiro annuir á supplica que Lhe mem na sociedade politica, como o homem-Deos he
fez o Padre José Antonio Vaz Torres, Capellão da Real medianeiro entre Deos e o homem na sociedade religio
Capella de Queluz, concedendo-lhe permissão para Cae sa; em quanto, digo, existio este homem, nada era
tano Maria de Abreu Mosqueira, da Villa de Melgaço, desesperado, e a boa ordem por assim dizer, concentrada
poder usar da Medalha de ouro com Sua Real Effigie, e nelle, podia mais tarde sahir, e tornar a apparecer por
sua mulher D. Maria José, sua mãi D. Maria Thereza hum só acto da sua poderosa vontade. Sabia-se isto, e a
Mosqueira e Lira, e sua tia D. Maria Bernarda Mos sua morte resolvida no momento, foi como a ultima
queira e Lira.
• *—*§§ *-* • ruina que devia consummar e eternizar as demais rui
nas. Depois do deicidio dos Judêos já mais se tinha com
mettido tão enorme crime; porque a morte mesmo da
Litteratura. innocencia não se lhe pode comparar. Quando Luiz su
bio ao cadafalso, não foi sómente hum mortal virtuo
Extracto do Ensaio sobre a indiferença em materia so que succumbio á raiva de alguns malvados, foi o
de Religião por Mr. de La Mennais, e impresso poder mesmo, imagem viva da Divindade donde dimana,
ha 22 annos. Joi o principio da ordem e da existencia politica, foi a
sociedade inteira que pereceo. •

» Existia, ha 30 annos, huma nação governada por
huma estirpe antiga de Reis, com instituições as
mais perfeitas que tem havido, e com leis que se teria
podido acreditar, com mais justo titulo que as dos an
tigos Romanos, descidas do Ceo, tanto elas erão sa
bias, puras, beneficas e favoraveis á humanidade. Esta
nação, celebre pela sua franqueza, pela sua doçura, e
pelas suas luzes, pelo amor aos seus Soberanos, e pela
Religião á qual devia 14 seculos de gloria e de felicida
» E na verdade não se pode duvidar disto quando se
vio erigir o direito da revolta no numero das leis funda
mentaes do Estado, e consagrar a insurreição como o
mais santo dos deveres. Já mais, no decurso das idades
precedentes, povo algum tinha chegado a este prodi
gioso excesso de delirio, de protestar á frente da sua
constituição contra toda a especie de Governo; este
absurdo incomprehensivel estava reservado ao secu
lo da razão.
 [430 ]
…» Então sobre as ruinas do Altar e do Throno, sobre
as cinzas do Sacerdote e do Soberano, começou o rei-,
nado da força, do odio e do terror. Para pintar esta sce
na espantosa de desordens e de crimes, de dissolução e
carnagem, a orgia de doutrinas, o confuso choque de
todos os interesses e de todas as paixões, a mistura de
proscripções e de festas impuras, os gritos da blasfe
mia, os canticos sinistros, o medonho e continuo es
trondo do martello que destroe, da segure que fere as
victimas, as denotações terriveis, e os bramidos da ale
gria, lúgubre annuncio de huma basta carneceria, as
Cidades na viuvez, os rios entulhados de cadaveres, os
Templos e as Cidades em cinzas, o assassinio e a volu
ptuosidade, as lagrimas e o sangue, seria precizo pe
dir emprestada ao inferno a sua lingua como alguns
monstros lhe pedirão os seus furores.
» Se o mundo, disse Voltaire, fosse governado por
44
athèos, mais valia viver debaixo do imperio imme
44
diato desses entes infernaes, que nos pintão encarniça
Q* dos contra as suas victimas.»
» Athèos governárão a França, e no espaço d'alguns
mezes accumulárão nella mais ruinas do que hum exer
cito de Tartaros poderia ter deixado na Europa em
dez annos de invasão. Jámais desde a origem do mun
do, hum tal poder de destruição tinha sido dado ao ho
mem. Nas revoluções ordinarias o poder desloca-se,
mas desce pouco. Não succedeo assim quando triun
fou o atheismo. Como se fosse preciso que , debai
xo do imperio exclusivo do homem , tudo tivesse
hum caracter particular de abjecção, a força , fu
gindo das partes elevadas do corpo social, precipitou
se entre as mãos dos seus mais desprezíveis membros,
e o seu orgulho que tudo ofendia a nada perdoou.
Elles não perdoárão nem ao nascimento, porque ti
nhão sabido da escória; nem ás riquezas, porque ha
muito que as invejavão; nem aos talentos, porque a na
tureza lhos havia recuzado; nem á virtude, porque es
tavão cobertos de crimes; nem finalmente ao mesmo cri
me, quando elle annunciava alguma superioridade. Que
rer chamar tudo ao seu nivel, era querer anniquillar tu
do. Assim, des de logo, governar foi proscrever, con
fiscar e tornar a proscrever. Estabeleceo-se a morte em
cada povoação, e acabando com decretos o que se prin
cipiára com punhaes, votárão-se classes inteiras de ci
dadãos ao exterminio, abalou-se por meio do divorcio
o fundamento das familias, atacou-se o mesmo princi
pio da popularidade dando animação publica á liber
tinagem. •
» Entretanto o odio da boa ordem muito comprimido,
sobre este immenso theatro de destruição, passou as fron
teiras e foi ameaçar sobre os seus Thronos os Soberanos
da Europa. O atheismo teve seus apostolos e a anarquia
seus propagadores. A guerra, voltando a ser o que he
entre os selvagens, determinou não fazer prizioneiros.
A honra do soldado estremeceo e repellio esta ordem
barbara. Mas fóra dos campos a mesma infamia não
pôde desarmar a raiva, nem enternecer os algozes. Eu
canço a recordar tão inexplicaveis horrores. A França
coberta de ruinas oferecia a imagem de hum vasto ce
miterio, quando, cousa espantosa! eis que no meio des
tas ruinas, os mesmos principios da desordem, traspas
sados de hum repentino terror, recuão espantados, co
mo se o espectro do nada lhes tivera apparecido. Sentin
do que huma força irresistivel os arrastava ao tumulo,
o seu orgulho desappareceo de repente. Vencidos do me
do, proclamão apressurados a existencia do Ente Su
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
premo e a immortalidade da alma; em pé sobre o ca
da ver palpitante da sociedade, chamão a grandes bra
dos por Deos que só pode reanimalla.»
-— §§ *—»
Telégrafo.—Serviço da Barra. — 4 de Maio.
Embarcações avistadas. •
5 h. 15 m. 1 Náo, 1 Fragata, 3 Curvetas de Guerra,
e 2 Brigues Inglezes a Oeste do Cabo da Roca,
4 h. 40 m. 1 Galera sem bandeira ao Norte do Cabo
da Roca.
Embarcações entradas em S. Julião.
11 h. 58 m. 1 Não, 1 Fragata, e 1 Corveta de Guer
•
ra Inglezas. • •
1 h. 2 Curvetas de Guerra, e 2 Brigues dito.
Embarcações sahidas de Belém.
10 h. 1 Escuna Portugueza, Senhora da Rocha, pa
ra a Ilha da Madeira, e l Bergantim Inglez, pa
ra Montreal.
11 h. 58 m. 1 Galera Ingleza para Quebec.
- 3; -
* •
ADMINISTRAção do CoRREIo GERAL.
Navio a sahir.
Maio 10. Para a Ilha Graciosa, com escála pela Ilha
de S. Miguel, a Escuna Voadora.
Annuncios.
No Tribunal do Conselho da Real Fazenda se hão de
pôr em Praça nos dias abaixo declarados para se arte.
matarem nos ultimos delles, diversos bens pertencentes
aos Reaes Proprios, a Capella da Corôa, avaliada em
12:0413471 rs..., a saber: nos dias 25, 26, e 27 do cor
rente mez de Maio, os bens da Capella do Padre Joãº
•
da Costa Caldeira, na Villa de Alter do Chão, Provº.
doria de Portalegre, que se compõem de diversos oli
vaes, tapadas, hortas, farrejaes, casas, e foros, tudo
avaliado em 4:4793550 rs.; os da Capella de Pedrº
de Sousa Falvão, na dita Villa, que se compõem dº
cinco differentes courellas de terra, e hum terreno, tu"
do avaliado em 1:9223400 rs.: nos dias 3, 4, e 6 de
Junho, diferentes foros na Cidade de Faro, Reinº
do Algarve, pertencentes á reprezalia, avaliados em
5:6393521 rs. Adverte-se que a arrematação destes bens
será feita metade em Titulos de Divida Publica, e me"
tade em Papel-moeda, na conformidade das Reaes
Ordens. •
Na loja de bebidas, N.° 86, no Rocio, se indica º
morada de humas Senhoras que ensinão meninas a ler,
escrever, contar, cozer, e bordar, e as sustentão por
43000 rs. cada mez; externas no principio 400 rs., º
aprendendo a bordar 800 rs.; tambem se ensina a tocar
pianno, e a cantar, por preço commodo.
Antonio José dos Santos, que estava na estalagem
da Praça das Caldas da Rainha, denominada do Ger
mano, faz publico, que transferio a sua casa junto aº
chafariz das Cinco Bicas, e que além da estalagem tem
casas muito capazes para hospedaria, e boa cerca parº
recreio dos hospedes, pelos preços mais commodos.
•
 NUM. 106._
U->=-----
GAZETA DE LISBOA.
—=>>>>>Kºsz<e<-<=
SEXTA FEIRA, 6 DE MAIO.
>>>>$3<>&#C@$<<9ox
PARTE OFFICIAL.
N.° 5. -
Fazendo-se necessario evitar a continuação das dúvi
das, e embaraços, que Me foi presente terem occorri
do no Despacho dos Feitos, que pertencem á Commis
são do Juizo das Capellas da Minha Real Corôa, por
se haver entendido, sem attenção aos diferentes motivos,
pelos quaes no Alvará com força de Lei de 20 de Fevereiro
de 1826 foi creado o lugar de hum terceiro Juiz da Corôa,
e Fazenda, que a elle tambem pertencia votar nos so
breditos Feitos, da mesma fórma que por antigo, e bem
fundado estilo da Casa da Supplicação sempre votárão
nos casos de empate os dous anteriores Juizes da Corôa:
Sou Servido Resolver, para que hajão de cessar inteira
mente as mencionadas dúvidas, que na forma geralmente
estabelecida nas Leis do Reino, concorrendo tres votos
conformes em negocios cíveis, se deve desde logo reputar
vencida a decisão, para se lavrar assim o Despacho; e
que, havendo empate, continuem a ter voto os Jui
zes da Corôa, e Fazenda, da primeira, e segunda Vara,
não devendo ser chamado a votar o terceiro novamen
te creado, senão quando aconteça não se achar presen
te na Casa algum dos sobreditos dous anteriores Juizes.
O Desembargador dos Aggravos da mesma Casa da
Supplicação , que nella serve de Chanceller, e de Re
gedor, o tenha assim entendido, e faça executar. Pala
cio de Queluz, em 26 de Abril de 1831. = Com a Ru
brica d'EL REI NOSSO SENHOR. -
R E A L E R A R I o.
No dia 6 do corrente se pagão na Thesouraria Geral
dos Ordenados os mezes de Janeiro, Fevereiro, e Mar
ço do anno proximo passado da folha do Dezembargo
do Paço.
PARTE NÃO OFFICIAL.
NoTICIAS ESTRANGEIRAS.
i, RUSSIA. •
: … Petersburgo, 2 de Abril.
Durante º "tºdº que º Grã-Duque Miguei º nº
rez passado em Kawen, passou revista aos Regimentos
e Brigadas de artilheria da Guarda, que transitárão por
Asso 1831.&#-<…==--
=-
aquella Cidade, acompanhando-os depois até Aleroty
além do Niemen na Polonia. A 11 do passado se tras
ladou S. A. I. por JZeirwery para Skressy a fim de pas
sar revista a hum Regimento Finlandez e ao de Ismai
loff das Guardas de Corpo. No dia seguinte regressou a
Rowen donde sahio a 18 para Grodno; a 19 chegou
a Wilna e a 22 a Lida. (Gazeta de Madrid.)
PRUSSIA.
Berlim, 10 de Abril.
Em data de 2 do corrente escrevem do Quartel Ge
neral Russiano de Ryky o seguinte:
» O máo estado dos caminhos e a cheia do Vistula
paralizárão as operações militares. O Conde de Talk
acha-se de volta ao Quartel General depois de haver
deixado ao General Conde de Witt o mando das tro
pas que cercão a praça de 3amosc, onde se acha encer
rado o General Duernicki: ainda que a cavallaria des
te se ache abrigada pela artilheria de 2amosc, com tu
do os destacamentos Russianos ás ordens dos Coroneis
Aurep e Bontowski a molestão continuamente. No dia
2ó passou o Vistula junto a Josesoff hum destacamen
to da Divisão Polaca, que manda o General Sierawski;
porém logo cabírão sobre elles, os Cossacos de Grekoff,
e 3atacárão
e e
Oficiaes. dispersárão fazendo prizioneiros 90 homens
•
- " No dia 20 de Março appareceo em Krasnosielk o
partidario Polaco Valentino com 3,000 Cassadores ,
muita cavallaria e alguma artilheria. O Coronel La
chman retirou-se sem que os Polacos o incommodassem
muito até Russk, onde recebeo alguns reforços do Barão
Sacken com ordem d'atacar o inimigo; mas este sem
esperar o ataque se retirou a Przanisca. O General Sacken
acha-se em communicação com o corpo de Guardas
Imperiaes e por consequencia com forças respeitaveis.
* Dous Esquadrões de Hullanos e 46 Cossacos, de
baixo das ordens do Capitão Breunsten, forão fazer
hum reconhecimento entre Horogel e Kroupulsck: per
to do dique de Orzitsa encontrárão todo o Regimento
de Hullanos Polacos de Sierawski; travou-se a acção
e os Polacos forão batidos e perseguidos até que tendo
se reunido a huma columna de Infanteria tiverão os
Russianos que suspender a perseguição e retirar-se. Es
tes levárão prizioneiros 15 Oficiaes, 300 Soldados, e
o Chefe que mandava o Regimento Polaco.
" No dia 26 de Março se apresentou sobre o Narew o
•
General Uminski com 6,3 homens: o Barão Sacken o
deixou aproximar até distancia de tiro d'artilheria de
Ostroleuka ; mandou então romper o fogo e o inimigo
batido pela frente e pelo flanco se dispersou no mesmo
momento..
 [ 432 ]
* No dia 29 do mesmo mez se poz em movimento o mando, entre quem não haverá hum que se não sinta
Exercito Russiano para passar o Vistula, ao passo que animado da mais viva indignação contra os authores de
o 6.° Corpo debaixo das ordens do General Rosen co tão atroz aleivosía, e da nobre emulação que nunca
bria
ções ocom
caminho de Praga e assegurava as communica
a Russia. • • •
deixão d'excitar nos corações leaes e generosos estes ex
emplos de constancia heroica e de incontrastavel fideli.
» O General Royer partecipa, que a 31 de Março sa dade, persuadido de que em todas as occasiões que se
hírão os Polacos de Praga com forças de consideração, apresentarem farão conhecer aos inimigos do Soberano
e avançárão sobre a vanguarda do General Geismar, e da humanidade, que em cada corpo, em cada indivi
que segundo lhe fôra prevenido se concentrou sobre duo do Exercito acharão: assim como em os Regimen.
Dembcucielkí, onde encontrou os primeiros corpos da tos do Rei, Rainha, e S. Fernando, que formavão a
Divisão Rosen ; esta sofreo tambem o ataque do ini- : guarnição de Cadis, huma barreira inexpugnavel contra
migo e, se vio precizada a retirar-se com alguma perda os seus perfidos designios. A acrizolada fidelidade que
sobre Kluszin, de cujo ponto dispoz que se lhe reunisse tem mostrado, cimentada na honra, não deslustrará já.
a Divisão 25 de Infanteria. Ainda que este acontecimen mais o seu esplendor com a infame cobardia e baixeza
to não seja favoravel, he com tudo de pouca importan de sentimentos que influe no resto da vida, e deixa pe
cia e não póde influir na principal operação. Verificar la opinião publica indelevel nota, que em vão se preten
se-ha muito em breve a passagem do Vistula.» de desvanecer; pois o militar que acceita o serviço e as
(Gazeta d'Estado.) mercês do Soberano para corresponder com a perfidia e
a traição, nunca pode disfarçar o opprobrio de que se
IIESPANHA. cobre pelos pretextos seductores dos revolucionarios, de
•
masiado conhecidos lia tres annos de lamentaveis expe
- Madrid, 29 de Abril. riencias, e com o escandalo das recentes revoluções que
fazem ver a sua louca ambição e as funestas consequenº
ElRei N. S., a nossa amada Rainha, a Augusta cias de theorías que transtornão e acabão com a feli
Infanta, e igualmente SS. A.A. R.R. os Serenissimos cidade dos povos.»
Senhores Infantes continuão no Real Sitio d'Aranjuez, • (Parte Official da Gazeta de Madrid)
sem novidade em sua importante saude. **

O Inspector Geral d'Infanteria fez circular nos Re
gimentos da arma o seguinte Oficio, em data de 30 de
Março ultimo:
… Ao Coronel Commandante accidental do Regimento
d'Infanteria do Rei, 1.° de linha, partecipei em data
de 18 do corrente o seguinto: = Recebi os Oficios de
V. S. de 6 do presente, em que me annuncia o horro
roso attentado connettido nessa praça com o benemerito
Governador della, Coronel desse Regimento, D. An
tonio del Hierro e Oliver, assassinado cruelmente, e que
foi victima da sua lealdade, ás mãos da impia facção,
que pretende transtornar o paternal Governo d'ElRei
N. S., e introduzir todos os horrores da rebellião e da
anarquia. O nobre exemplo de firmeza e constancia he
roica, que tão memoravel Chefe deixa por herança ao
Regimento que tinha a honra de ser mandado por elle,
servirá de guia a todos os seus individuos para os con
servar na honrosa carreira de acrizolada lealdade que
tem sabido acreditar nesta extraordinaria occasião, de
fendendo os direitos do nosso Augusto Soberano, e con
servando a boa orden e segurança de huma praça com
movida pela infame traição dos revolucionarios. Mani
feste V. S. a todos a singular complacencia com que
ouvi o seu brilhante comportamento, e particularmente
ao Commandante D. Miguel Gomes; pois nessa união
de sentimentos cm que se funda a verdadeira honra,
não só descança o credito da infanteria que tem susten
tndo sempre o justo renome da lealdade Castelhana,
mas o destruir victoriosamente as calumnias dos nossos
perfidos inimigos, que na sua demencia chegárão a con
tar com as armas confiadas á fidelidade do Exercito fa
zendo-lhes conhecer a firme decisão de se opporem aos
seus inicuos planos, e de conservarem em todo o seu
esplendor a gloria do seu amado Soberano, e o poder
das suas Reaes Armas, que só se empregarão, no exter
minio dos rebeldes, e em aniquilar para sempre com a
sua constancia e lealdade as loucas esperanças de transº
tornar a bºa ordem, e a venturosa tranquillidade dos
povos. Ao mesmo tempo lhes fará V. S. saber, que te
sei muito presente o distincto merito de todos para o
elevar com opportunidade á Soberana Consideração
d'ElRei N. S., e que tomarei o mais vivº interesse
pela sua recompensa e adiantamento na carreira. Eu
o communico a V. S. para sua intelligencia e co
nhecimento de todos os individuos do corpo do seu
S. Sebastião, 22 de Abril.
Sobre a necessidade e o modo de propagar os
conhecimentos uteis.
O proprietario e o cultivador necessitão instruir-se nas
sciencias naturaes e exactas para tirarem todo o proveiº
to de que são susceptiveis os seus terrenos; os progres"
sos na agricultura são unicamente devidos ácooperaç㺠|
destas sciencias coun cujo auxilio se tem vencido os obº
staculos que oppõe a aspereza do clima, etc. O exerciciº
da agricultura requer hum estudo profundo das opera
çôes da natureza, tanto mais necessario, por isso quº
desta profissão depende a nossa subsistencia, que hº º
primeiro dos interesses sociaes; da prosperidade da agri
cultura tambem depende a das outras artes; estas deca
hem ao passo que aquella declina, e seguem constante
mente o seu movimento. He pois necessario que o agri
cultor tenha principios mathematicos, e entre elles os
da Geometría, e de parte da Mecânica, para se poder
governar com conhecimento na medição e destribuiçãº
das terras, na direcção das regas, plantação de arvo
redos, estabelecimento de maquinas e construcção dos
instrumentos da lavoura. Os conhecimentos na Fisica,
Botanica e Química serão a sua guia unica em todas
as operações campestres; os ultimos lhes ensinarão afa
zer a analyse dos diferentes terrenos de huma propriedade
para conhecer os adubos naturaes que fertilizão os cam
pos; far-lhe-hão saber como deve empregar as ditas sub
stancias, e tambem o modo de promover a putrefacçãº
dos estrumes, e o tempo em que se deve suspender para
que conservem todas as suas qualidades fertilizantes. Sa
berá aproveitar o lodo , a cinza, os restos alcalinos
das fabricas, a agua do mar, e muitas substancias ani
maes, appropriando todos estes beneficios segundo a
natureza do solo e a classe de vegetaes que cultiva. A
Química dar-lhe-ha tambem * # o modo de ana
lyzar as aguas a fim de distinguir as que são mais uteis
para a rega; e se descobrir em suas terras alguma sub
stancia mineral seberá examinalla e conhecer por si
mesmo as vantagens que promette a sua lavra: deste
modo não desperdiçará os seus fundos em applicações
custosas, e arriscadas. A cria dos gados e o aproveita
mento dos seus productos requerem igualmente muitº
instrucção para se obterem grandes vantagºas neste rº"
me de economía agraria.

Dirijamos a vista para o commercio e observaremos,
que o estudo das Mathematicas be a baze desta profis
são: o commercio funda todas as suas especulações na
scieneia do calculo; quem exceder nesse estudo deverá
tirar maiores vantagens do que aquelle que olhar com
indiferença para os principios scientificos; se reunir aos
conhecimentos Mathematicos os das sciencias positivas,
póde estar seguro de que em pouco tempo adquirirá con
sideração e riqueza. O com mercio auxiliado pela Geogra
fia multiplica as transacções mercantís, e anima a indus
tria de todas as nações do mundo; a elle devemos a sa
tisfação de grande numero de precizões, o augmento
das nossas fruições e grande parte dos progressos da ci
vilisação; porem a sociedade não teria obtido esses me
lhoramentos sem os auxilios da Fisica, na demostração
da propriedade do iman, e do seu uso na bússola ou
agulha de marear, que tanto impulso tem dado aos pro
gressos da nautica. Hum commerciante que além dos
seus conhecimentos especulativos possuir os da Química
e da Botanica, não só achará utilidade em suas empre
zas, mas tambem em examinar a natureza, cultura e
producções de muitos vegetaes exóticos cuja aclimata
ção em nossos paizes deve facilitar especulações ulterio
res; observando as operações das fabricas de diferentes
lugares comprehenderá as suas manipulações e o modo
de fazer uso das materias primas que nellas se empre
gão; estes conhecimentos que com facilidade poderá
adquirir serão preciosos materiaes que postos na mão de
Professores instruidos enriquecerão as sciencias, a agri
cultura e a industria. -
Consideremos, ainda que seja só de passagem, o an
daniento das artes e das fabricas, e veremos que ne
nhuma dellas pode progredir sem o auxilio das referi
das sciencias. Ha certos ramos das Mathematicas que são
communs a todas as artes, outros indispensaveis, e to
dos elles uteis. A Pintura, Esculptura e Arquitectura
tem o seu principal apoio na Geometria, porém neces
sitão dos auxilios da Botanica, da Fisica, e até mesmo
da Quimica: hum pintor representa em seus quadros e
paizagens todos os corpos da natureza, e deve examinar
com attenção des de o grão d'areia até o mais sumptuos
so edificio; des de o musgo até a azinheira, e des de o
insecto até o homem; tambem tem que examinar as pro
priedades da luz, os efeitos da optica, as formas e pro
porções dos objectos, e as suas distancias; as combinações
das cores, a preparação destas, e a sua applicação, de
modo que conservem o seu esplendor, solidez, e frescu
ra, são operações puramente químicas.
O esculptor e o arquitecto, que com pequena dife
rença se achão no mesmo caso, necessitão de mais a
mais saber as propriedades da madeira, da pedra, dos
metaes, e de outras muitas substancias inorgânicas, que
servem de materiaes á sua arte: os bronzes, estuques,
arga massas, betumes e mais composições, que se em
pregão na construcção e adorno das suas obras, não
são outra cousa mais do que misturas e combina"
ções cuja perfeição depende do conhecimento das leis
da Química. Sem o auxilio destas não se póde dar
huma passo na arte da tinturaría, em que cada opera
ção he hum prodigio, que mostra os admiraveis efeitos
da refracção da luz sobre a superficie dos corpos: o
mesmo diremos da arte de estampar as chitas, e de preº
parar e tingir as sedas. • •
Os trabalhos metalúrgicos, o fabríco de óxidos vitri
ficados ou esmaltes, os das cores e preparativo de pro
ductos alcalinos e ácidos, não são outra cousa mais que
artes em a nadas do laboratorio do químico etc. A extracAo mesmo tempo o Piloto supra-numerario, que ser
ção do nitro, a composição da polvora, as fabricas de ve de Arraes do barco Salva-vidas, em quanto este se
vidro, porcelana, vidrados, sabão, papel e outros mui lançava ao mar, sahio n'huma Catraia fora da Barra,
tos productos da industria manufactora, se forão aper e aproximando-se da Galera naufragada, reconheceo a
feiçoando á medida que se adiantárão os conhecimen total impossibilidade de atracar, pela violencia com
tos químicos; dahi os progressos na arte de curar as que o mar quebrava sobre ella. Retrocedendo pois, e
têas e de curtir as pelles etc. Em fim até as artes que
[433}
• - - • • * ** *
se costumão chamar mecânicas não se aehão tão limi
tadas ao trabalho das mãos, que a imaginação e o ta
lento não tenhão que as aperfeiçoar: nenhum artifice
por muito grosseiro que pareça, deixa de estar sugeiº
to ás regras da Geometría, nem mais ou menos sub
ordinado ás leis da Fisica , Química e Mecânica.
Os exercicios e actos mais communs da vida , o
uso dos alimentos, e até o dos nossos vestidos, exigem
attenções fundadas nos principios que abrangem as ditas
sciencias. As leves observações, que temos feito indicão
quaes são os conhecimentos uteis, e p"}"
he necessa
rio adquirillos. (E. do Estafeta.)
*—*$$*-*
PORTUGAL.
Porto, 26 de Abril.
A Folha Mercantil desta Cidade publicou em data
de 23 do corrente, sobre o naufragio da Galera Castro
1.", o artigo seguinte: • • -
» A Galera Portugueza Castro Primeiro, Capitão
João Gonçalves Graça, vinda de Pernambuco em 44
dias de viagem, com assucar, e algodão a Antonio Jo
sé de Castro Silva, tendo-se pilotado fóra da Barra em
20 do corrente, achando-se com agua aberta, pedio
auxilio de 16 homens, que immediatamente se lhe man
dárão, e vindo para entrar no dia 21, das 7 para as
8 horas da manhã, deo no Banco d'arêa, que fica ao
Norte do Cabedello, e saltando-lhe o leme fóra, desgo
vernou e encalhou no mesmo Cabedello, resultando em
a noute seguinte ter-se feito o casco em dous pedaços,
eahindo-lhe toda a mastreação, levando-lhe o convez,
e esperando-se em breve a sua total destruição. Do seu
earregamento mui pouco se salvou, por ser a maior
parte assucar. A dita Galera trazia 26 homens de tri
pulação, e hum passageiro, com dous homens da Po
poa, que tinha recebido o Piloto da Barra, e as 15
pessoas de que se falta acima, fazendo o total de 45,
das quaes só morreo hum hotnem neste naufragio.»
… Depois que na Folha N.° 95, ánnunciámos o naufra
gio da Galera Castro 1.°, e que mais por extenso rela
ta o artigo acima transcripto, obtivemos informações
circunstanciadas sobre as ditigencias feitas para salvar
a gente, que a bordo existia, as quaes julgamos dever
publicar, a fim de fazer conheçer alguns factos naquel
ia occasião praticados, que são dignos da publica at
tençao. - - " .
. Logo pois que a referida Galera dando no banco,
que existe fora da Barra, e perdendo o leme, se vio
eorrer desgovernada sobre a ponta do Cabedello onde
foi encalhar, tocou immediatamente na Casa d'Asylo
dos naufragados o costumado signal, para chamar os
empregados deste estabelecimento ao exercicío dos seus
deveres. E mandando logo o Fiel da referida Casa
d'Asylo as respectivas participações ao Deputado da
Illustrissima Junta da Companhia, Inspector das Obras
da Barra, ao Director das mesmas Obras, ao Gover
nador do Castello da Foz, e ao Medico e Cirurgião do
Asylo; fez sem perda de tempo preparar huma suficien
te provisão dos primeiros e mais indispensaveis soccor
-
ros, que mandou transportar ao Cabedello; ordenando
dentro da Enfermaria do Asylo, com o Cirurgião que
logo alli concorreo, os necessarios aprestos para soccor
rer os infelizes, que aeertassem de ser alli conduzidos.
saltando dentro do Salva-vidas, se dirigio com elle ao

*Cabedello, onde saltou em terra com a sua tripulação
de 14 homens, munido de todos os cabos, boias, e ou
arosgente
da meiosdoque em taes casos} podem
Navio. | facilitar a salvação
• ** * *
Effectivamente, havendo-se de bordo lançado ao mar
huma barrica vazia com hum cabo prezo a ella, por
este, depois de colhido na praia pela tripulação do
Salva-vidas, e mais gente que concorreo, forão des
cendo hum a hum os numerosos individuos de bordo;
acontecendo porém desgraçadamente que hum delles,
quando tratava de desembaraçar-se de outras cordas que
o tinhão envolvido, e o estorvavão de descer, foi arre
batado por hum golpe de mar, que o fez desapparecer.
Restavão finalmente tres homens para salvar-se, das
45 pessoas que conduzia a Galera, quando esta mu
dando de posição pela violencia do mar, deixou de of
ºferecer a possibilidade de praticar o mesmo meio de sal
vação.
Neste apuro de circumstancias o Deputado Inspector
das Obras da Barra, que já então se achava no Cabe
dello, fez transportar ás costas de homens hum peque
no barco Saveiro, que a alguma distancia daquelle si
tio se achava encalhado; e tendo-o feito lançar no lºgo
do Cabedello, foi alado para bordo por hum Valboei
ro que, animado pelo mesmo Deputado, teve não só a
intrepidez de ir a nado prender huma corda ao mastro
grande, mas tambem de recolher no dito barco os refe
ridos tres ultimos individuos, tornando em seus pro
prios hombros a hum delles inteiramente desfalecido:
assim forão finalmente conduzidos para terra.
. A medida que chegavão á praia os desfalecidos nau
fragos, erão logo despidos e enxutos, cobrindo-se com
as roupas do Asylo, e ministrando-se-lhes bebidas ani
madoras,, que os confortassem. Depois forão conduzi
dos no Salva-vidas a diversos pontos proximos da Casa
d'Asylo, aonde se recolhêrão, conduzindo-se em paviol
las, os mais desfallecidos. Recolhidos depois ás camas,
ahi se lhes ministrárão todos os soccorros de fricções,
fanellas quentes, vinho, caldos de galinha, bebidas
ethereas, e alimento a horas proprias; desempenhando
neste serviço tanto o Medico como o Cirurgião do Asy
lo, toda a actividade e zelo que em taes circumstancias
lhes cumpre desenvolver: donde finalmente resultou que
dentro de algumas horas forão todos aquelles naufragos
inteiramente restabelecidos dos accidentes a que a sua
vida esteve exposta, por efeito de tãe desastroso acon
tecimento. ", - -
. Os habitantes de S. João da Foz, e suas immedia
ções, que naquelle dia concorrêrão, e se apinhoárão
em volta do Asylo, á vista de tantos soccorros de que
forão oculares testemunhas, e do zelo com que forão
assistidos tantos infelizes naufragados, acabárão de re
conhecer decididamente a indispensavel utilidade deste
estabelecimento, e abençoárão por certo mais huma
vez o Beneficente Monarca. Seu Augusto Fundador, o
Senhor Dom Miguel I. - •
A Illustrissima Junta da Companhia, em conformi
dade do Regulamento deste estabelecimento, tem gra
tificado justamente os que mais se distinguí1ão nos ser
viços extraordinarios prestados por esta occasião. A mes
uma actividade e promptidão na prestação dos soccor
ras, e tambem as mesmas recompensas tem tido lugar
em outras occasiões de naufragio, e especialmente no
da Galera Ermelinda, acontecido em á de Março do
anno proximo passado.
T ".
LISBOA NA IMPRESSão REGIA.
* * - - |-
[434 |
«—*$$*—»
- - Lisboa, 5 de Maio,
• •
Telégrafo. —
•
Serviço da avistadas.
Embarcações Barra. — 6 de Maio. •
5 h. 10 m. 1 Brigue-Escuna Portuguez, 1 Galera do
Norte, e 1 Bergantim Inglez ao Norte do Cabo
do Espichel.
8 h. 18 m. 1 Bergantim sem bandeira ao Norte do Ca
bo da Roca.
12 h. 41 m. 1 Galera sem bandeira ao Noroeste do Ca
bo do Espichel: navega para o Norte. •
5 h. da
58 Roca.
m. 2 Cahiques sem bandeira ao Norte do Cabo •
Embarcação entrada em Belém.
4 h. 60 m. 1 Brigue-Escuna Portuguez, Correio de S.
Miguel, da Ilha de S. Miguel, 6 dias, 5 passa
geiros, que são: hum Negociante Portuguez, hum
dito Hebreu, dous Ordinandos, hum Bacharel,
Oficios, mala.
Embarcações entradas em S. Julião.
| h. 21 m. 1 Galera do Norte.
Q h. 3 Bergantins Inglezes.
Embarcações sahidas de Belém.
9 h. 49 m.. 1 Chalupa Ingleza para Plymouth.
] 0 h. 34 m. 1 Escuna Ingleza para Londres, e l Bri
gue-Escuna Hollandez para Amsterdam.
11 b, 55 m. 1 Brigue-Escuna Inglez para Londres,
2 h. 1 Bergantim Portuguez, Novo Emprendedor,
•
para Pernambuco.
* * Embarcação sahida de S. Julião.
9 h. 49 m. 1 Barco de Guerra Inglez movido por
vapôr. +
- Annuncios. - -
- Pelo Juizo do Fisco dos Ausentes do Reino , e nas
casas da residencia do Desembargador Juiz do mesmº
Fisco a S. Sebastião da Pedreira N.° 21 , nos dias 9,
10, e 11 de manhã, do presente mez de Maio, se ha de
arrendar a quem mais der sete lojas de Trecenas, sitas
na praia das Janellas Verdes, no sitio da Cisterna, per"
tencente ao ausente Conde d'Alva.
- Pelo mesmo Juizo, e perante o dito Desembargador,
nos dias 18, 19, e 20 de manhã , do presente mez de
Maio, se ha de arrendar a quem mais der, o Morgadº
- denominado d'Alva, sito na Comarca de Vizeu , per
tencente ao dito ausente.
Pelo mesmo Juizo, e perante o dito Desembargador,
nos dias 18, 19, e 20 de manhã, do presente mez de
Maio, se ha de arrendar a quem mais der, o Morgadº
denominado do Porto, sito na Comarca de Barcellos,
pertencente ao mesmo ausente Conde d'Alva.
Na tarde do dia 9 do corrente, se ha de arrematar na
praça do deposito geral , com o abatimento da quintº
• |-
parte do valor de 1:3873520 réis, huma propriedade dº
casas nobres na Villa do Lavradio, por execução que
promove Manoel Rodrigues de Aguiar, e Antonio José
da Silva Carquejo , a Jeronimo # Pinto Ferreira;
he Escrivão da arrematação Couto.
Na tarde do dia 11 do corrente, se ha de arrematar
na praça do deposito geral, com o abatimento da quin
ta parte do valor de 24$000 réis, huma vinha no Jul
gado da Rebaldeira, e no sitio dos Lagares, limites
dos Lagares da Balligueira; e mais se ha de arrematºr
com o abatimento da quarta parte do valor de 103000
réis, hum tonel; he Escrivão Couto.
= == E=======
**
, , , , ; , 1 |- 1 - - -
|- •
* - - - - * . ... - - - - - -- - - - - - - -… … "
 NUM. 107.
--…=>-{}-<=-
GAZETA DE LISBOA. ———=><>{>>}$$$1<<9cx
SABBADO, 7 DE MAIO.
- Ko6->}}<>$@$#$#<-ºo:
PARTE NÃO OFFICIAL,
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
BELGICA.
Bruxellas, 15 de Abril.
Hum sugeito que sahio hontem da Cidadella d'An
fuerpia diz, que a sua guarnição sobe a huns 4.600 ho
mens. Assegurão que o Regente declarara ao Conde de
Merode, que daqui a tres semanas ficarião regulados os
negocios da Belgica á satisfação de todos.
(E. da Gaz, de Madrid.)
SUECIA.
Stockolmo, 31 de Março.
Em virtude de huma Ordem do Rei se suspendem por
este anno as reuniões de tropas que se fazião annual
mente em Bohntlckm, em HVermeland, e nos Governos
de Westgottland.
No espaço de hum mez tomárão certo gráo de incri
vel actividade as relações do nosso Gabinete com o de
S. Petersburgo. Fala-se, ainda que vagamente, de hum
corpo de tropas, que entrará na Allemanha debaixo
das ordens do Principe Oscar. •
Desmente-se a noticia dos enormes preparativos que
se estão fazendo em Carlscrona para equipar e armar
as Esquadras de guerra postadas naquelle porto.
(Gazeta de Altona.)
\
SUISSA.
Lucerna, 12 de Abril.
Parece que Mr. de Severine, Embaixador da Russia,
possue em seu poder ha algum tempo a esta parte hu
ma Nota, em que o seu Monarca respondia á que a
Dieta lhe transmittíra communicando-lhe a acta de neu
tralidade feita a 27 de Dezembro. O Embaixador havia
reservado aquella Nota esperando o gyro que tomassem
os acontecimentos. Dizem que nella desapprovava o
Czar quanto occorrêra na Suissa ha quatro mezes a es
ta, parte, e declara que só reconhece a neutralidade
Helvética em quanto se mantiverem ou restabelecerem
as disposições de 1815; porém não pôe dificuldade co todos os soldos e despezas do dito estabelecimento em
mo no anno ultimo em reconhecer a Dieta de Lucerna. que será admittido todo o subdito Turco, seja qual for
O Governo Prussiano não respondeo á notificação a sua religião.
ANNo 1831.
da acta de neutralidade. Anciosamente se deseja saber
como recebeo as pretenções do Cantão de Neufchatel,
que se quer ">}}
(Extracto da Gazeta de Madrid.)
ITALIA.
Roma, 11 de Abril.
Quereis saber como Mr. Lafayette entende o princi
pio de não intervenção! Vede-o neste exemplo; pouco
depois que aqui rebentou a insurreição recebeo a pri
meira casa de banco de Roma huma carta escripta de
París, em que se lhe communicava a ordem de submi
nistrar ao Governo provisorio de Roma todo o dinheiro
que necessitasse até á quantia de alguns centenares de
mil escudos Romanos dos quaes se reembolçaria em Pa
rís. He para isto que a pobre França paga 1,500 mi
lhões d'impostos, (Gazeta de Madrid.)
FRANÇA.
Paris, 21 de Abril.
Escrevem de Moguncia, em data de 15 de Abril, o
seguinte: •
» Ha dias que esta Cidade está cheia de Oficiaes Aus
triacos, Hessezes, Hanoverianos, e do Ducado de Nas
sau. Hum Oficial do Estado Maior Prussiano trouxe a
noticia de que o Ministerio da Guerra de Berlim havia
dado ordem para que immediatamente se pozesse em
movimento o 4.° Corpo do Exercito, cinco Regimentos.
de Cavallaria e tres Brigadas de Artilheria. Estas forças.
que oferecem hum corpo efectivo de mais de 403 ho
mens, devem estar reunidas em Treveris, ao mais tar
dar até 30 d'Abril. As tropas se acamparão em barra
cas, o que he indicio de que entrarão muito em breve
em campanha. Recebêrão-se cartas de Varsovia do dia
8, nas quaes se assegura que o General Sacken ainda
occupa a entrada da ponte do Narew até Astrolenka,
contra o qual tem sido frustrados todos os ataques que
o General Polaco Uminski lhe tem dado.»
(Quotidiana.) -
As cartas de Constantinopla de 11 de Março dizem,
que o Sultão supplicara ao Embaixador de França Mr.
Guilleminot, lhe desse hum plano para organizar a Uni
versidade que trata de estabelecer no Imperio Ottomano,
e em que se deve ensinar em vez da lingua Latina, a
Grega, e Franceza: do thesouro do Estado se pagarão
(Mensageiro.)
 [ 436 ],
HESPANHA. concordia geral, esquecendo-se elle e fazendo esquecer
os extravios e até as culpas de alguns para o repouso de
Madrid, 27 de Abril. todos; quando á custa de toda a especie de sacrificios
havia conseguido superar quasi todas as desordens eco
Hoje em celebração do Dia d'annos da Rainha N. S. nómicas que arrastárão comsigo as perturbações ante
se vestio a Corte de Grande Gala e houve Beija-mão riores; quando finalmente tocava no ditoso alvo da sua
geral no Real Sitio de Aranjuez. Assistírão a este acto o paternal solicitude; parece que então mesmo o genio
Corpo Diplomatico, a Deputação de Reinos, os Gran da destruição reunia todos os seus esforços para derra
des de Hespanha e Titulares de Castella, Magistrados, mar o pranto e a inquietação em toda a Hespanha.
Generaes e Chefes militares, com immenso numero de Huns miseraveis que havião -hido occultar seus crimes
pessoas dístinctas, que por tão plausivel motivo passá na França e na Inglaterra tomando o nome e a ban
rão desta Corte ao Real Sitio. SS. MM. e A.A. se di deira de opiniões que jámais havião professado nem mes
gnárão receber a homenagem dos concorrentes com aquel mo comprehendido, vem á nossa costa e ás nossas fron
la nobre afabilidade que he o caracter distincto da Real teiras na fingida persuasão de serem desejados nellas pe
Familia. la maioria dos habitantes; e apezar das repetidas expe
Das immedieções do Real Sitio tambem acudio huma riencias que desmentem similhante persuasão, compro
multidão de pessoas de todas as classes com o fim de mettem huma multidão de familias, espalhão a descon
celebrar com a sua presença e applauso os Dias da nos fiança, obrigão a levantar patibulos, e eles voltão ás
sa amada Soberana; e he tal o numero de pessoas que suas guaridas, ou vão renegar da sua Religião, e da
forão desta Capital com o mesmo intento, que no dia sua patria, rindo-se e zombando da credulidade dos seus
de hoje se estranhava o silencio de Madrid, não obstan proprios irmãos! (E. do Estafeta.)
te a escassez de carruagens para levar os que tambem
quizerão ir ao Real Sitio de Aranjues. Só interrompia Idem, 22.
este silencio a artilheria da praça, que deo as salvas do
estylo. (Gaxeta de Madrid.) Credito que merecem os periodicos Francezes.
S. Sebastião, 18 de Abril. He curioso notar o artificio com que os periodicos
Francezes publicão as noticias estrangeiras, pelo menos
Para que se veja o pouco que ha que fiar nos princi as relativas á Hespanha, que são as que nós podemos
pios tanto religiosos como politicos que dizem que pro
• • • • -
julgar com maior acerto. Em vão se buscará em qual
fessão os nossos regeneradores na anarquia, publicámos quer caso que refrão, o principio, o meio, e o fim, que
a parte que dá ao Governo o Commandante Geral do parece deve ter todo o successo; elegem hum destes tres
Campo de Gibraltar a respeito dos seis individuos que termos e omittem com admiravel f escura os outros dous;
fugírão de Bejer no tempo em que os cercava o Sr. Ca v. g. annuncião ao publico, que se apanhára hum ho
pitão General d'Andaluzia. Diz pois que esses seis (cu mem nas immediações de Bayona, o qual se occupava
jos nomes já publicámos) chegárão a Tanger no dia em conduzir huma correspondencia Carlista, da qual
24 de Março ultimo. Immediatamente depois da sua sem duvida ficarião compromettidas personagens da
chegada derão a conhecer as suas intenções de quererem maior importancia. Aqui acaba a noticia, e não dizem
apostatar da Santa Religião de Jesus Christo em que huma só palavra de que tendo-se dado conta deste acha
os havião educado seus pais; e com efeito apostatárão do, e vista a causa no Tribunal, se encontrou que a
solemnemente adoptando os delirios do islamismo, e tal pessoa detida e suspeita, só levava hum exemplar
promettendo á seita de Mafoma igual adhesão como da Gazeta de França, e outro da Quotidiana para a
a que havião observado ás eternas verdades da sua Re redacção do Estafeta de S. Sebastião; e aqui tem
ligião! Esse juramento envolve, como sabem todos, Vm.cês todas as personagens e toda a correspondencia
cega obediencia á vontade do Imperador mais absoluto Carlista, que havia sido tão pomposamente annunciada
que se conhece no mundo, e que he Senhor das vidas pelos Jornalistas Francezes !
e fazendas de todos os seus vassallos quasi sem sugeição Fala-se por exemplo de Torrijos, e não podendo
a lei alguma. Pois esta he a condição a que se sugei dissimular nem omittir, que a sua facção havia sido
1árão seis dos impávidos campões da liberdade, para completamente destruida, conta-se deste modo: º Pare
quem era intoleravel hum Governo tão suave e mode ce que as tropas do General Torrijos experimentárão
rado como o he o dos Reis de Hespanha, a quem de hum contra-tempo nas immediações de Bejer; porem
vêrão promoções e honras na carreira que havião segui aquelle valente General, segundo assegurão cartas mui
do em quanto se portárão como dictava a honra. Que. fidedignas, se apoderou de Jaca, (veja-se o Mensageiro
contraste não deve apresentar hum tão fraco procedi de 21 de Março) e proclamou a liberdade com admira
mento a par de todas essas exclamações com que nos vel enthusiasmo de toda aquella Comarca.»
estão aturdindo todos os dias, de que preferem a morte A mesma expedição de Mina, que não podia ser mais
a escravidão! Cuidarão talvez em regenerar o Imperio vergonhosa, e que teve lugar não ha seis mezes á vista
de Marrocos levando-lhe a bem meditada constituição das duas nações, he attribuida com a maior serenidade
de Cadis com todos os seus elementos de paz, socego, pelos Jornalistas da opposição, a que o Ministerio dou
e prosperidade dos povos, que tantas venturas tem pro trinario d'então impedira, que aquelle Chefe desenvol
porcionado á Hespanha? Não o estranhariamos em ca vesse todas as suas forças, quando sabemos todos e vi
beças tão frenéticas, e muito menos que similhante pla mos com o maior escandalo, que a não dar-lhe como
no lhes proporcionasse o morrerem empalados, que he a auxiliares algumas columnas de tropas Francezas, em
sorte que provavelmente preparão para si aquelles infe tudo o mais não he possivel manifestar maior parciali
lizes. Quando se considera que aquelles homens forão dade do que se manifestou em seu favor.
capazes de se expor a cometter ou a fazer-se cumplices O mesmo succode com o que lhes escrevem de Ma
de assassinios, tumultos e desordens em seu proprio paiz, drid, ou elles mesmos forjão nas oficinas da sua redac
vindo a ser objecto do odio, e do desprezo dos seus ção; por que sem considerarem a possibilidade ou im
compatriotas, e a vergonha das suas familias, quem possibilidade dos factos, se a relação he verosimil ou
ode conter a lastima, ou antes a ira contra os propa disparatada, se be expressamente feita para produzir
gadores de doutrinas tão funestas á humanidade, e que bum máo resultado etc. tudo isso he indiferente huma
estão cobrindo de luto a geração presente! Ao passo que vez que alguns leitores fiquem com a boca aberta, e
o nosse Governo se esmerava em introduzir as bazes da acreditem, que em toda a parte vai fazendo progressos
 { 437 |
a liberdade de fazer os homens escravos. Por isso se en
contrão muitos maravilhados e quasi envergonhados
quando recebem cartas dos seus correspondentes ou ami
gos de Paris, que escrevem cheios de cuidado pelas
noticias que alli tem corrido de Hespanha por meio
dos periodicos, e até alli mesmo lhes custa algum tra
balho o acreditarem, que tenha sido tal o dolo dos que
as inventárão. Se não temessemos enfastiar os nossos
leitores imitando similhante tactica poderiamos em hum
só numero e sem alterarmos nada em certos parágrafos
dos Diarios de Paris, pintar a França no estado da
maior tranquillidade, e no de huma devastação universal
em todos os seus Departamentos. Finalmente sem mais
trabalho do que hirmos escolhendo e copiando litteralmen
te os periodicos Francezes poderiamos pintar o mundo
transtornado, ou em boa ordem, segundo nos parecesse,
por que nisto não fariamos outra cousa mais do que
conformar-nos com a tactica universalmente seguida pe
los Jornalistas Francezes, sobre tudo des de que se lhes
encasquetou no cérebro a manía de republicanizar todo
o mundo. (Extracto do Estafeta.)
Idem, 25.
Diz o Correio de Varsovia que as tropas Polacas ha
vião occupado o paiz de Laskarzew, e de 2elechow, e
que o Exercito Russiano havia fixado o seu Quartel Ge
neral em Ryki. Para o dia 7 ou 8 se esperava huma
grande acção nas planicies de Maciejowice.
(G. de França.)
A 31 de Março se cantou hum solemne Te Deum
em todas as Igrejas de Petersbusgo em acção de graças
por haver cessado a colera morbus completamente na
Cidade de Moscow. O Imperador mandou tirar os cor
dões sanitarios, e que se não fação quarentenas abrin
do inteira communicação com o Governo de Moscow e
o de Smolensk, para cujo efeito se derão as ordens op
portunas. {
A importação de sedas estrangeiras diminue conside
ravelmente na Russia: des de o anno 29 a 30 baixou
perto da metade.
Os periodicos Americanos annuncião a completa der
rota de Guerrero, e do seu partido. Havia sahido para
### no mar do Sul, e dalli para Huatulco a bor
do do Bergantim Sardo Colombia. A 26 de Março par
tio de Huatulco para Oajaca hindo acompanhado por
pequena escolta. Logo depois será conduzido ao Mexi
co, onde immediatamente decidirá a sua sorte hum Con
selho de Guerra. (G. de França.) -
Escrevem de Roma, em data de 6 d'Abril:
» Thomás Barnetti, Cardeal etc. Pro-secretario d'Es
tado. — A santa causa da Religião e do Throno triun
fou entre nós. Seria impossivel que não triunfasse pro
tegendo-a Deos contra os ataques da licença, e da im
iedade. Acabem de persuadir-se geralmente, que a So
# temporal do Chefe da Igreja_he sagrada e in
violavel; que todos os Soberanos da Europa serão sem
pre os defensores dos seus direitos e independencia, que
descanção sobre Tratados solemnes, e garantias estabe
lecidas. Por tanto se os dominios da Santa Igreja estão
ao abrigo, de toda e qualquer aggressão exterior, com
Inuito maior razão o estão das tentativas da revolta, e
da anarquia : os perturbadores se convencerão desta ver
dade dirigindo os olhos para a prova que apresenta o
valor das tropas do Augusto Imperador e Rei Aposto
lico, que apenas ouvio a voz do Vigario de Jesus Chris
to, e logo voou em seu auxilio para vingar os ultrages
que havia sofrido, reduzir os rebeldes á obediencia, er"
restituir a paz e a tranquillidade ás suas Provincias ator
Inentadas pela violencia e imposturas de huma facção
tenebrosa.
» O paternal regime da Santa Sé, que por tantos se
culos tem feito a ventura dos nossos país, vai restabe
lecer-se nestas Provincias perturbadas com a prezença
de huma turba invejosa do bem alheio, e sedenta de
desordens. O Pontifice que Deos nos deo pela sua mise
ricordia, não aspira a outra cousa mais do que cicatri
zar as chagas que a revolução tem causado em todos os
paizes que tem recorrido. As Provincias que o Ceo tem
preservado desse incendio conhecerão o coração de hum
pai, e admirarão a previsão de hum Principe. Bastárão
poucos dias do seu """ affectuoso e vigilante para
inspirar aos seus subditos hum amor sem limite. Em
quanto ás outras Provincias já lhes chegou o feliz mo
mento de darem a conhecer a mesma veneração, e o
mesmo amor que as Provincias circumvizinhas.
” Desejoso de cumprir as promessas que fizéra aos seus
povos, incessantemente se occupa o Santo Padre em
conhecer as suas precizões, para immediatamente lhes
administrar o remedio por meio de beneficas disposições,
que attendendo ao interesse geral já em parte adoptou
a sua sabedoria e a sua generosidade e continuará a
adoptar, segundo as instrucções locaes lhe indicarem as
medidas que com preferencia se devem applicar.
* Principía huma era nova. Aos recursos minguados
por deploraveis circumstancias supprirá o Governo com
sacrificios proporcionados ás necessidades do Estado.
Ninguem haverá que se negue a cooperar para hum tão
sagrado fim, mostrando-se obediente ás determinações
da authoridade, amante da boa ordem, e digno final
mente de se contar entre os subditos de hum Pontifice
que só quer imperar sobre os corações.— Thomás, Car
deal Bernetti.»
Em consequencia de hum Decreto da Sagrada Con
gregação dos estudos suspendeó Sua Santidade até nova
ordem os estudos na Universidade de Bolonha, e nas
outras dos Estados Romanos. Encarrega aos Professo
res que dem lições em suas casas ás pessoas que as sol
licitarem. . . •
Escrevem de Marselha, que acaba de chegar áquel
le porto hum centenar ##### Italianos, pela maior
parte dos Estados de Módena e Parma. Tinhão pedido
a graça de se refugiarem na Toscana; mas o Grã-Du
que só lhes permittio o transitarem por seus Estados pa
ra embarcarem no porto de Liorne, onde achárão hu
ma embarcação que os conduzisse a França. Deo-se-lhes
ordem de sahirem de Marselha em 24 horas, e de pas
sarem a Mácon. -
Annuncião os Diarios Allemães, que os contingen
tes federativos destinados a occupar Luxemburgo, ha
vião recebido ordem d'entrar no Ducado até o Inez de
Maio. Falla-se em Francfort de hum novo Congresso
de Vienna. •
O General Santander, ex-Vice Presidente de Colom
bia, voltou a París, donde havia sahido ha hum anno.
Nesse tempo recorreo a Inglaterra, a Allemanha, e a
Italia. As suas desavenças com Bolivar o obrigárão a
deixar a America Meridional em 1829. Agora se dis
põe o General Santander para voltar a Colombia, onde
os diversos partidos, causados de guerras civis, parece
que a final estão dispostos á pacificação.
- (Estafeta.)
Lisboa, 6 de Maio.
"Telégrafo. — Serviço da Barra. — 6 de Maio.
Embarcação avistada. •
11 h. 10 m. 1 Bergantum sem bandeira, ao Norte do
Cabo da Roca: navega para o Sul.

… ' ' . . Embarcações sahidas de S. Julião.
11 h., 19 m.1, Brigue de Guerra Inglez.
12 h. 40 m, 3 Hiates Reaes, Santo Antonio, Resgate,
e o Felicidade.
|- Embarcações sahidas de Belém.
12 h. 40 m; 3 Escunas Inglezas para Londres, e 1 Ga
liota Hollandeza para Amsterdam.
- # --
ADMINISTRAção Do CoRREIo GERAL.
{
Navio a sahir.
Maio 20. Para Angola a Escuna Olinda.
*_
Publicações Litterarias. •
Acha-se á venda no armazem de Livros de Bertrand,
aos Martyres N.°46, o Ensaio sobre Avarias, e eutras
materias connectas com o Contracto dos Seguros Mari
timos, traduzido do Inglez de Roberto Stevens: 1 vol.
em 8.° grande, brochado; preço 960 réis. E o Tratado
sobre as Leis relativas a Navios Mercantes, e Marinhei
ros, traduzido tambem do Inglez, de Sir Charles Abbott,
outro vol. em 8.° grande, brochado; preço 13600 réis.
Annuncios.
Em Provisão de 16 de Abril do presente anno de 1831
foi Sua Magestade servido conceder, a beneficio da Ir
mandade do Santissimo Sacramento da Freguezia de S.
Bartholomeu da Charneca, no termo desta Cidade, o
estabelecimento de hum Mercado no mesmo sitio , em
os Domingos terceiros de todos os mezes, álem da Feira
annual em o dia 24 de Agosto: tendo aquelle Mercado
as mesmas prerogativas desta Feira, ha de ser o primei
ro em o proximo dia 15 do corrente mez de Maio, pa
ra se seguirem os futuros naquelles Domingos terceiros,
e no mesmo sitio, aonde os concorrentes acharão o de
signado ás mercadorias, e quanto convier á regularida
de deste novo estabelecimento , em utilidade do Com
mercio, e augmento do Divino Culto.
Quem quizer arrendar a Commenda de S. João de
JBrito, da Ordem de Christo , na Comarca de Guima
rães, póde dirigir-se á rua de S. Bartholomeu, aos Loios,
N.° 11 , onde achará as informações necessarias para
similhante fim. • |-
Quem pretender arrendar as Capellas situadas na
Villa de # Erra, e Mora, falle com a sua a
ctual administradora D. Maria Amalia da Cunha Sou
za Maldonado Bandeira, residente na Cidade de Evora,
onde lhe póde mostrar o mappa do rendimento das di
tas Capellas ; e principia o arrendamento em Setem
bro de 1831.
O Conselho de Administração da Marinha pretende
comprar lona, brim, aniagem, arcos de páo em roda,
e liáças de vimes: todas as pessoas que quizerem ven
der os referidos artigos, podem comparecer na sala do
dito Conselho em o dia 10 do corrente mez de Maio,
pelo meio dia, para se tratar deste objecto.
. As pessoas que tiverem a tratar qualquer transacção
que possa directa ou indirectamente comprometter a
pessoa , e bens de João Rafael Martins Cerveira, de
profissão mercantil, e ultimamente applicado ao ramo
“de Corretor de generos na Praça de Lisboa, queirão
dirigir-se a casa do seu Curador , Thomaz d'Aquino
Fernandes, morador na rua dos Cardaes de Jesus N.°
•
==
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
*
\[ 438 |
41, alias elle Curador não fica responsavel por contrato
algum que fizer o dito Cerveira seu curatelado.
Domingo, 8 do corrente Maio', principiará a venda
da neve em rama, e manufacturada, a saber: em rama
•
no armazem do costume, e manufacturada na sua loja
sita no Terreiro do Paço.
José Caetano Tarradas declara relativamente ao an
nuncio #*Nº Francisco Baguer na Gazeta de
Lisboa de 27 de Novembro de 1829, que esperando a
decisão dos Autos, foi aquella questão decidida na Pri
meira e na Superior Instancia, convencido de que este
não podia deixar de ser condemnado no pagamento, e
na verdade o foi; o que agora se faz publico unicamen
te para destruir qualquer impressão que o referido an
nuncio podesse produzir na opinião publica contra o bom
nome, honra, e probidade de José Caetano Tarradas.
Antonio Pereira Nunes responde ao annuncio de 22
de Abril do corrente anno, que negocio nenhum faz
com a sua quinta denominada Tulimão, relativamente
a hypotheca ou venda.
Pilulas Antibiliosas, — he este hum remedio da maior
eficacia tanto para indigestões, cruezas no estomago, e
fastio, como para obstrucções de figado, baço, e ven
tre. O desarranjo dos orgãos digestivos he geralmente a
causa primaria de outras aflicções, taes como vertigens,
apoplexias, paralyzias, etc.; por tanto havendo atten:
-
ção ás afecções premonitarias aqui indicadas, muitas
vezes se evitão aquelles infelizes insultos estuporiticos,
que tão frequentemente acontecem por descuido em estº
particular; e como a prizão do ventre he huma das cau:
sas mais frequentes de hemorroidas, experimentar-se hº
hum grande alivio naquela molestia tão incommodº º
desagradavel, usando-se de vez em quando desta prepº
ração. Vende-se na botica de G. C. Morley, rua dº
Corpo
N.° 19,Santo
e 20. N.° 24, e no Porto na rua do Calvarº
• • •
… Mr. Villaret, cabelleireiro da Corte de França, dº
SS. MM. ElRei e a Rainha de Baviera, author de va:
rias modas de pentear, e inventor do Créme d'Alibour,
• •
1ão conhecido para o crescimento e conservação do º
bello, tem a honra de annunciar o seu estabelecimentº
na rua do Ouro N.° 41, 1.° andar, aonde se acha hu"
completo sortimento de perfumes ha pouco vindos."
París; corta, o cabello á ultima moda; as Senhoras acha
rão os modelos dos novos penteados executados pºrMr.
Killaret sobre dous bustos de cêra: o seu methodº dº
apromptar cabelleiras, xinós, e marrafas, he tal, 9"
se torna quasi impossivel diferençallas do cabello naturº"
— –_+•
Real Theatro do Salitre. — Domingo, 8 do correntº,
haverá o seguinte espectaculo: Comédia nova O D*
gfio impossivel; Dança, nova, Eduardo, e Christina; º
Farça nova O Fingido Alfaiate: adverte-se que º eº
saio geral da Dança he na noute de Sabbado 7, Paº
o qual só poderão ter entrada todas as pessoas que º
varem o bilhete que tiverem comprado para o Domi"
go: as assignaturas de platéa são 33600 rs., entrandº
13200 rs. em papel. " ,
- *. * * Estiva. • •
Preços do Pão e Azeite para a semana, que principiº
, , , , ,, , de 9 a 15 de Maio de 1831: ••
- Pão de arratel na forma da Lei - - a 42 reis.
Em metal - - - - - - - - - a 36 reis,
. Canada de Azeite - - - - - -, a 235 réis.
 NUM. 108.
=>-º-
- -- …
GAzBTA DE LISBOA —=>>>{->|$&$@9o====-
SEGUNDA FEIRA, 9 DE MAIO.
=>xoes>$3<33:G######ecx
PARTE OFFICIAL.
Extracto da Ordem do Dia N.° 26.
Quartel General no Paço de Queluz, em 7 de
Maio de 1831.
ElRei Nosso Senhor, como Commandante em Chefe
do Exercito, Determina que os Commandantes dos Ba
talhões de Voluntarios Realistas, logo que receberem
partecipação pelo expediente do Arsenal Real do Exer
cito , de se acharem promptos os Armamentos, para
que tenhão feito requisições, mandem recebellos na fór
ma das Ordens.
Publica-se ao Exercito, que em 2 do corrente foi man
dada cumprir a seguinte Sentença proferida a respei
to do Tenente do Regimento de Infanteria de Extre
moz, Antonio José Brandão:
Tendo este Oficial respondido em Conselho de Guer
ra por ter sido accusado não só de falta de subordina
ção ao seu Superior, mas tambem de se haver embria
gado , foi a final condemnado por Sentença do Conse
lho de Justiça de 16 de Abril ultimo, em seis mezes de
prizão , levando-se-lhe em conta o tempo que já tem
de prezo.
Publica-se ao Exercito, que por Accordão de 22 de
Março ultimo da Commissão creada por Decreto de 15
de Agosto de 1828, para julgar os crimes commettidos
contra a Real Pessoa d'ElRei Nosso Senhor , e contra
a segurança do Estado, foi condemnado a degredo por
cinco annos para a Ilha do Principe, o Tenente do Re
gimento de Infanteria de Extremoz, José Maximo de
Souza Marques, o qual ficou demittido do seu posto na
conformidade do § 3.° do Alvará de 23 de Abril de 1830.
(Seguem-se Licenças.). Conde de Barbacena, Chefe
de Estado Maior General. = Está conforme o Original.
= Ajudante General, Marquez de Tancos.
MINISTERIo dos NEGocios DA MARINHA
E ULTRAMAR.
Ampliando a Portaria de sete de Junho de mil oito
centos e onze sobre a Policia do Porto de Lisboa; Hei
or bem que se observe o Regulamento, que com este
#### baixa, assignado pelo Duque do Cadaval, do
Conselho d'Estado, Ministro assistente ao Despacho do
Meu Real Gabinete, e extraordinariamente encarrega
do da Repartição da Marinha e Ultramar. O mesmo
ANNo 1831.
Duque o tenha assim entendido, e faça executar com
os despachos necessarios. Palacio de Queluz, dous de
Maio de mil oitocentos trinta e hum. = Com a Rubrica
de EL REI NOSSO SENHOR.
Regulamento para a Policia do Porto de Lisboa, que
se manda observar por Decreto desta data.
I. Ao Oficial encarregado da Policia do Porto de
Lisboa, compete designar o sitio em que devem fun
dear as Embarcações, que entrarem no mesmo Porto,
segundo as regras abaixo prescriptas.
I. O #### dará instrucções ao Commandante
do registo do Porto, conforme as mencionadas regras,
para que os Navios, apenas desempedidos pela Saude,
sejão_avizados do sitio em que devem fundear.
III. Os Navios de Guerra Estrangeiros, pertencentes
a Nações, que não tenhão tratados com Portugal, em
virtude dos quaes devão ser admittidos, fundearão em
frente do Sitio da Junqueira, e o Oficial encarregado
da Policia do Porto perguntará qual he o motivo da
sua entrada, e o communicará á Secretaria de Estado
dos Negocios da Marinha, para em vista delle se lhe
marcar o prazo que podem demorar-se no Téjo.
IV. Todo o Navio Mercante Nacional, ou Estran
geiro, que entrar no Rio de Lisboa, por motivo de ar
ribada, sem destino de descarregar, e só com o fim de
se reparar das faltas, que tiver, fundeará do Sitio da
Junqueira para baixo. Se porém tiver necessidade de
descarregar, para melhor fazer qualquer fabrico, irá
fundear defronte do Estaleiro em que pretender con
certar-se, e não molestará os que alli se acharem, nem
mesmo exigirá que estes se retirem para obter melhor
ancoradouro. Tanto porém que estiver reparado irá dar
fundo do sobredito Sitio da Junqueira para baixo, ou
no lugar dos Navios, que estão em franquia para sabi
rem de barra em fóra, para o que o Oficial encarrega
do da Policia do Porto lhe marcará prazo.
V. Todo o Navio que trouxer carga, cuja entrada
pertença á Alfandega, Casa da India, ou Terreiro,
fundeará defronte dos respectivos Edificios.
V1. Todo o Navio Portuguez, logo que tiver feito
a sua descarga, irá fundear defronte da Boa Vista, nos
sitios em que estão os seus Estaleiros; bem como todo
o Navio Estrangeiro, concluida a sua descarga, fun
deará do Caes da Ribeira Nova para baixo, ou junto
aos Estaleiros em que costumão reparar-se.
VII. Navio algum poderá, por qualquer pretexto que
seja , amarrar-se de modo que venha a incommodar
aquelles que já estiverem fundeados: todos porém deve
rão segurar-se ao correr do Rio, a que vulgarmente cha
mão agoa-arriba, agoa-abaixo, com amarras e ferros
bons, tendo sempre hum ferro, e amarra capazes talin
 [440 ] •

gado à boca, não só para sua propria segurança, se
não tambem para evitar o prejuizo, que resultaria de
chocarem huns como outros.
VIII. Não he permittido a Navio algum o fundear
junto das Embarcações de Sua Magestade, bem como
o não he fundear entre o Caes das Columnas, e o da
Ribeira Nova por ser este o sitio destinado para os Na
vios da Real Corôa.
1X. Fica prohibido a todos os Navios de qualquer
Nação que sejão o crenar, queimar, dar lados, ou fa
bricar defronte da Alfandega, ou entre Embarcações
fundeadas, o que sómente se consentirá do sitio da Ri
XVI. O Mestre, ou Capitão, que tiver rocegado, e
suspendido o ferro, que declarou ter perdido, será obri
gado a levallo ao lugar designado pelo Inspector do Ar
senal, para se cotejar com os signaes, que dêo; e co
nhecendo-se que he o mesmo do seu Navio, se lhe en
tregará immediatamente: Se porém o ferro achado for
pertencente á Fazenda Real, se entregará ao Almoxa
rife do Arsenal; e depois de se proceder á sua avalia
ção, e se depozitar no competente lugar, o Inspector
fará constar á Secretaria de Estado dos Negocios da
Marinha o Termo da dita avaliação, e satisfazer á Pes.
soa, que rocegou o dito ferro a oitava parte da mesma
avaliação. •

beira Nova para baixo, e defronte dos Estaleiros por

onde recebem os concertos e fabricos. XVII. Se o ferro, ou qualqer outro objecto achado,
X. Todo o Navio, que estiver á descarga, logo que não for de quem o rocegou, nem de particular, que ti.
não tenha lastro suficiente para se poder conservar á vesse feito as declarações requeridas, ficará impreteri
cunha, deverá arrear mastaréos de &# e de Joa velmente pertencendo á Fazenda Real; e na conformi
netes, para evitar a repetição do infeliz successo, acon dade do artigo antecedente se pagará a quarta parte
tecido, ha poucos annos no Rio de Lisboa com o Ber da sua avaliação á Pessoa que achasse algum dos ditos
gantim Avizo, e ultimamente com a Galeota Hollan objectos.
deza De Jonge Arie. - XVII1. Quando succeda que o ferro rocegado seja
XI. Não poderá Navio algum, que estiver fundeado de algum particular, que tivesse declarado na fórma
recusar acceitar huma Espia, que lhe for dada por al prescripta os seus competentes signaes, ele lhe será en
gum dos Escaleres do Arsenal; pois sendo este trabalho .tregue depois de se proceder á sua avaliação pela Mes
sempre feito por pessoas intelligentes, já mais lhes será trança do Arsenal, sendo obrigado o dono do dito fer
dada a tal Espia em occasião impropria, e de que pos ro, antes de o receber, a pagar o trabalho da avalia
sa seguir-se prejuizo ao inesmo Navio. ção, o qual arbitrará o Inspéctor do Arsenal, e a sa
XII. Todo o Capitão, ou Mestre de Navio Nacio tisfazer á Pessoa, que achou o dito ferro a terça parte
nal, e Estrangeiro, que contravier a disposição dos pre do seu valor.
cedentes artigos, e que não obedecer promptamente ás XIX. Se alguma pessoa sonegar ferros achados, ou
ordens, que lhe forem intimadas por parte do Oficial depois de os suspender não cumprir o que se acha de
encarregado da Policia do Porto, para se preencher a terminado , ficará sugeita á condemnação da outava
mesma dispozição, ficará sugeito a huma condemnação parte do valor dos referidos ferros, a favor do denun
pecuniaria, que o referido Oficial lhe imporá, seguido ciante; e os mesmos ferros, e quaesquer outros obje
a gravidade da contravenção, e que nunca excederá a ctos, sendo mandados buscar pelo Inspector do Arse
quarenta mil réis, que serão applicados ás despezas do nal, ficarão pertencendo á Fazenda Real. Se porém os
Arsenal, e entregues para esse fim no Cofre da Mari ditos ferros sonegados forem de particulares, que delles
nha. E para segurança da satisfação desta pena pecu hajão feito a devida declaração, ser-lhes-hão entreguei,
niaria, o sobredito Official fará tirar, e recolher no Ar pagando o sonegador á Fazenda Real huma quarta
senal o Panno do Navio até que a mesma quantia seja parte da sua avaliação, e ao denunciante a condemna
paga. •

ção da outava parte do seu valor.

(III. Se hum Navio fizer avaría a outro, e as par
tes interessadas se não compozerem amigavelmente, o
Inspector do Arsenal, a requisição do Oficial encarre
gado da Policia do Porto, a mandará avaliar pela mes
trança do Arsenal, e se depois desta avaliação, ouvidas
as partes, e feitas as mais indagações precizas, se vier
no conhecimento, que a mesma avaría não excede o va
lor de cincoenta mil réis, o referido Inspector fará que
o culpado pague ao Navio prejudicado o damno que lhe
causou, e na conformidade do artigo antecedente man
dará recolher no Arsenal o Panno da Embarcação, que
motivou a avaría até que esteja satisfeito o valor do mes
mo damno.
XIV. Quando porém o valor da avaría, que huma
Navio fez a outro, exceder a quantia de cincoenta mil
réis, e as partes interessadas se não compozerem ami
#"# o Inspector do Arsenal remetterá á Real
unta do Commercio o Termo da avaliação da mesma
avaría, com as mais indagações, a que deve ter proce
dido nesta materia, para que o dito Tribunal, com au
diencia das partes, possa decidir como for de justiça. .
XV. Todo o Mestre, ou Capitão que perder algum
ferro do seu Navio, dará disto parte ao Inspector do
XX. Se a Lancha da rocéga do Arsenal achar al
gum ferro perdido, amarra, ou qualquer outro objecto,
não pertencente á Fazenda Real, e de que não haja
a competente, e ordenada declaração, ficará qualquer
destes efeitos pertencendo á Fazenda Real, e o Inspe
ctor do Arsenal mandará dar de gratificação á referida
Lancha, e Escaleres empregados neste serviço, huma
outava parte da sua avaliação.
XXI. O Oficial encarregado da Policia do Porto
mandará todos os dias á Secretaria de Estado dos Ne
gocios da Marinha huma parte das novidades occor
ridas. , º
XXII. Todos os Consules, Vice-Consules, Propricº
tarios, Capitães, e Mestres dos Navios de qualquer Naº
ção, que forem, ficarão obrigados á exacta observan
cia deste Regulamento. Palacio de Queluz, em 2 de
Maio de 1831. = Duque do Cadaval.
PARTE NÃO OFFICIAL.
− - –=

Arsenal, declarando o seu pezo, marca, e contra-mar

ca, assim como a grossura, e comprimento da amarra, NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
que ficou preza ao dito ferro; e o Inspector dando li
cença por escripto ao referido Mestre, ou Capitão para RUSSIA.
fazerem a rocéga dos ferros perdidos, sem o que nenhum
Commandante de Navio Nacional, e Estrangeiro a po Petersburgo, 20 de Março.
derá fazer; mandará lançar em hum Livro a sobredita
declaração, para se proceder ás confrontações necessa O Feld Marechal Conde Diebitsch Sabalkansky dá
rias, depois que o ferro estiver suspendido. conta a S, M. o Imperador em data do 1.° de Marçº,
 [ 441 ]
de que a pouca solidez do gêlo sobre o Vistula ainda
lhe não permittíra tentar a passagem do Exercito sobre
a margem esquerda daquelle rio. No entanto esse in
tervalho de forçada inacção não deixou de se empregar
de huma maneira util; as tropas cansadas por dilatadas
e penosas marelhas no meio da estação mais rigorosa,
tomárão algum descanço, e se reunírão todos os meios
d'assegurar os viveres do Exercito depois de haver pas
sado o Vistula. -
sua posição; dirigio-se este sobre a fortaleza de 3anosc
eom parte do seu corpo , e tomou posição com a
eutra perto de Krasnostaw. A fim de privar o Ge
neral Duernicki de toda a possibilidade de empre
hender cousa alguma contra a Volhynia, e ao mes
mo tempo de destruir o seu corpo se se oferecesse
occasião, o Feld Marechal destacou o Chefe do Estado
Maior do Exercito com o 3.° Corpo de Cavallaria de

reserva, parte da 3.° Divisão de Granadeiros e a Bri

No entanto já os rebeldes mandárão tres Parlamenta gada de &### da Lithuania, encarregando-lhe,
rios ao Commandante em Chefe. Ainda que confessem o que cortasse ao Corpo de Duernicki a retirada sobre o
destroço das suás forças em consequencia das duas derro Kistula e que lhe descarregasse hum golpe decisivo.
tas que sofrêrão, e que persintão a inevitavel perda a que A primeira noticia do movimento do General Conde
os vai arrastar ulterior pertinacia, não deixárão por Toll, o General Sierawski, que seguia o General Duer
isso de solicitar condições dignas da presumpção e ex nicki com 63 homens d'infanteria, tornon a atravessar
travagancia dos Chefes da revolta. Essas propostas fo o Vistula a toda a pressa. O General Duernicki da sua
rão regeitadas com todo o desprezo que merecem. parte, depois de haver permanecido tres dias em Kras
Em similhante situação procurão por todos os meios postavo, se retirou sobre Rachow ; o Conde de Toll vai
possiveis excitar novas desordens entre os paeificos ha em seu alcance. (G. de França.)
bitantes do paiz occupado pelas nossas tropas, e com
esse fim se arriscão ás tentativas mais audazes e deses FRANÇA.
peradas. Essas emprezas, que lhes não promettem ne
nhuma solida vantagem, não podem de modo algum París, 17 de Abril.
paralizar as futuras operações geraes do Exercito. He
assim que em Pulancy, Saproveitando a negligencia de Lê-se no Correio de Mosela, periodico que se publi
hum Esquadrão do Regimento de Dragões de Cassan ca em Metz, º que o Governo Prussiano havia deter
que alli se achava, os habitaetes, excitados pelos re minado fazer hum alistamento de todos os homens das
beldes, cahírão atraiçoadamente sobre aquelle Esqua reservas dos annos 1826, 27, 23, 29, e 30. Já não
drão e o exterminárão com a maior barbaridade. Esse haverá Landwher. No dia 6 partírão de Treveris para
attentado não ficará sem justo castigo! Luxemburgo duas companhias d'artilheiria Prussiana.»
Depois desse acontecimento o General Duernicki, com
hum corpo de 153 homens d'infanteria e cavallaria ten O Governo Prussiano mandou arrancar 800 arvores
do passado o Vistula em Pulawy, e derrotado hum des nos bosques immediatos a Treveris para as fazer con
tacamento avançado do Tenente General Barão Kreutz, duzir a Coblentza. O periodico semanario de Treveris
se havia dirigido sobre Lublin publicando altamente a publicou, que hum Exercito de 703 homens, proce
sua intenção de penetrar no Governo da Volhynia. Re dentes do interior da Prussia, marchava sobre as fron
trocedendo passo a passo diante delle, e calculando que teiras da França e da Belgica, e que se esperavão na
hum tão temerario movimento do General Duernicki devia quella Cidade tropas da Confederação Germanica.
terminar pela sua completa destruição se conseguisse es
tendello além do Vistula, o Tenente General Barão S. A. o Landgrave, Principe de Hesse Homburgo,
Kreuts o deixou entrar em Lublin; e flanqueando de Governador militar da Praça, chegou no dia 8 a Lu
pois, por meio de huma habil, manobra; a ala esquer aemburgo.
da , e a retaguarda do General Duernicki, precipitou
se com impetuosidade sobre aquella Cidade que levou Em data de 2 do corrente escrevem de Napoles o se
d'assalto. Eis-aqui as particularidades de tão brilhante guinte:
feito d'armas: » Passão de 600,000 ducados de renda as quantias
Ao romper da alva no dia 11 de Março, o Tenen amortizadas neste Reino ha seis mezes, prova evidente
te General Barão Kreutz começou o seu movimen de que os Napolitanos se não julgão sobre hum vulcão,
to ofensivo sobre Lublin. Parte do destacamento do como alguns periodicos de Paris querem fazer crer de
General Duernicki, que occupava aquella Cidade com algum tempo a esta parte.
2.000 homens, reunida aos habitantes a quem havia » Aqui tudo respira confiança: a sabedoria, firmeza
destribuido as armas dos enfermos, assim como as dos e energia do Rei são o melhor penhor de que não dimi
soldados mortos ou feridos nos combates precedentes, nuirão as boas disposições que tem para contribuir por
oppozerão a mais porfiada resistencia ás nossas tropas, todos os meios para a felicidade dos seus povos.
de sorte que foi necessario levar d'assalto quasi cada hu » Temos gozado e gozamos tranquillidade perfeita;
ma das casas dos arrabaldes; mas quando depois de in em prova do que os nossos fundos se conservão aqui
criveis esforços o General Barão Kreutz se aproximou á mais elevados do que nessa Cidade.» (Avizo.)
mesma Cidade e os rebeldes perdêrão toda a esperança
de a conservar em seu poder, sahio o Presidente de Lu HESPANHA.
blin com bandeira branca c veio pedir quartel, o que
lhe foi concedido. Em consequencia disto cessou daquel Sevilha, 20 de Abril.
le lado o combate; mas huma acção mui renhida se
havia travado na ala direita do destacamento. - Na Ordem ao Corpo de Voluntarios Realistas, em
Foi mui consideravel a perda dos rebeldes em mortos. data de 29 de Março, assim se expressa o seu digno
Fizemos-lhes 3 Oficiaes e 300 soldados prizioneiros; ti Commandante: •

vemos da nossa parte 40 homens mortos e 83 feridos,
além do Major General Barão Dellingshausen, o Co
ronel Schilling e tres Oficiaes.
Os rebeldes expulsos de Lublin, se dispersárão em to
das as direcções: dous esquadrões de cavallaria se diri
gírão sobre Glusk e outros dous sobre Kurow e Mar
kuzew; este movimento de flanco do General Barão
I, reutz obrigou o General Duernicki a abandonar a
» A generosidade com que haveis deixado vossas fa
milias, e o socego das vossas casas; a alegria com que
haveis arrostado as fadigas das marchas, e as privações
que lhes são inherentes; a moderação com que vos há
veis comportado em toda a parte, a subordinaçao, e a
obediencia aos vossos Chefes, e a nobre emulação com
que vos tendes prestado a hum serviço a que não esta
veis costumados, notavelmente chamárão a minha atten
 [ 442 ]
ção, e fôra injusto se me contentasse com huma esteril
e silenciosa admiração, se o não publicasse em toda a
parte; eu o farei presente se for necessario ao mesmo Go
VerI1O.
” Tenho visto em vossos semblantes marcado o patrio
fogo que arde em vossos corações; e se não tendes co
operado para derramar o impuro sangue dos inimigos
do Altar e do Throno, ao menos vos resta a gloria de
estardes animados do mesmo espirito dos que triunfárão;
resta-vos a satisfação de haverdes feito estremecer o cri
minoso que se occulta entre as sombras do misterio; e
sobre tudo vos resta o nobre orgulho de provar na pre
sença de toda a nação, que os Realistas Andaluzes for
marão em seu peito hum impenetravel muro á roda do
Throno do seu Rei. •
» Senhores Oficiaes: nada me haveis deixado que de
sejar, e ao vosso zelo sou devedor da boa ordem, e
exacta disciplina que tem feito tão recommendavel a
Columna que se confiou ao meu mando. Oxalá tivesse
na minha mão a recompensa da vossa fidelidade e ser
viço! Porém não me resta outra cousa mais do que
oferecer-vos a minha admiração, e o meu reconheci
III e IntO. ?? (Extracto do D. Mercantil.)
*—«§§ * ---+
PORTUGAL
Porto, 2 de Maio.
Tendo chegado a esta Cidade dous Padres Missiona
rios de S. Francisco, do Real Seminario de Nossa Se
nhora da Immaculada Conceição, sito em o Monte da
Falperra, nas immediaçoes de Braga, alojárão-se es
tes no Convento de Santo Eloy, onde se occupárão a
desempenhar as obrigações do seu Instituto, tanto em
confessar, como em prégar, na Igreja do mesmo Con
vento, e isto em diversas tardes das semanas preceden
tes, para o que concorreo a ouvillos numerosissimo },
vo desta Cidade, assim como das Aldêas proximas. Em
hum dos dias passados sahírão a fazer Via-Sacra, com
grande acompanhamento de pessoas, dirigindo-se á
Rua do Bom-Jardim, onde se achão colocadas as Cru
zes para a adoração, recolhendo-se depois do giro com
Petente. Os referidos Padres Missionarios dispozerão ul
timamente huma extensa Procissão de Penitencia, que
teve lugar na tarde de Sabbado 30 do passado, a qual
sahio da mesma Igreja de Santo Eloy, subio a Calça
da dos Clerigos, Largo do Olival, seguio as Ruas de
S. Bento da Victoria, S. Miguel, Bello-Monte, S.
Domingos, Flores, Feira, Porta de Carros, e se tor
nou a recolher na respectiva Igreja; concorrêrão a ella
varias Irmandades, Communidades Religiosas, Eccle
siasticos etc., levando diversos Penitentes, e a traz
hum crescido numero de pessoas de todas as classes,
entoando, com grande devoção, as palavras: = Senhor
Deos Misericordia. =Durante a passagem, os sinos das
torres dos Templos acompanhárão com o toque proprio
este Religioso Acto, que pela sua seriedade, pelo seu
respeito, e fim a que se dirigia, compungio a todos os
*Fleis que o presenciárão. (Correio do Porto.)
*—º §§ *—º
Lisboa, 8 de Maio.
(Artigo communicado.)
ElRei Nosso Senhor o Senhor Dom Miguel Primeiro,
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
que Deos guarde, Se dignou conceder em Audiencia de
28 de Abril permissão para poder usar da Medalha de
ouro com a Sua Real Efigie, a Antonio Ferreira Coe
lho, do lugar de Chões de Paiva, Comarca de Viseu;
e ás pessoas seguintes: João Ferreira Coelho, José Fer.
reira Coelho ; José Ferreira Vargea; Manoel da Silva
Rezende Coelho; José Rodrigues; o Padre João Rebel.
lo Vargea, da Villa de Castro Dairo; José Rebello da
Vargea; Francisco da Vargea Rebello; Joaquina Re.
bello; e Maria Ferreira.
*—º §§ «—»
Telégrafo.—Serviço da Barra. — 7 de Maio.
Embarcações avistadas. •
1I h.7 m. 1 Galera sem bandeira ao Sudoeste do Cabo
do Espichel: navega para o Sul.
3 h. 20 m. 1 Escuna sem bandeira ao Norte do Cabo
da Roca.
• • Embarcação sahida de Belém.
3 h. 38 m. 1 Escuna Portugueza, Izabel Maria, para
Amsterdam.
Idem, 8. •
Embarcações avistadas.
5 h. 30 m. 1 Paquete Inglez ao Norte do Cabo do Es
pichel.
11 h. 30 m. 1 Hiate Real Santa Izabel ao Norte do
Cabo do Espichel.
2 h. 27 m. 1 Bergantim sem bandeira ao Sul do Cabo
da Roca.
Embarcações entradas em Belém. ….
1 h. 26 m. 1 Paquete Inglez, de Falmouth, 9 dias,
mala, e 1 passageiro Negociante Inglez.
3 h. 25 m. 1 Hiate Real Santa Izabel.
Embarcação sahida de S. Julião.
3 h. 25 m. 1 Paquete Inglez.
Embarcações sahidas de Belém.
5 h. 1 m. 1 Bergantim Inglez para Buenos Ayres, 1
Galiota Hollandeza para o Ferrol, e 1 dito do
Norte para Hul.
*mm= ==
Annuncios.
Na rua do Merca tudo N.° 17, 3.° andar, na manhã
de 16 deste mez, haverá leilão de moveis da herança do
falecido Custodio Manoel da Cruz, de que se procede
a inventario, Escrivão Firmo.
Terça feira, 10 do corrente, na rua Aurea N.° 48,
1.° andar, ás 10 horas da manhã, vender-se-ha em lei.
lão huma partida de fazendas Francezas, composta de
chailes de lã, lenços de sêda, cotins, e acolchoadinhos
Para calças, e coletes dos mais modernos; jarras com flores,
e mangas de vidro de differentes tamanhos; diferentes
apparelhos de chicaras finas, agoa de loconhe de supe
rior qualidade, e mais perfumes; luvas para Senhoras,
flores artificiaes, hum lustre de bronze e dourado, dos
mais modernos, para oito luzes; paineis, e estampasiº
nas; caixas de raiz para tabaco, pentes de massinha da
moda, alguns trastes etc.: o que tudo se vende para li
quidação, e continuar-se-ha a venda dos objectos que
não forem arrematados nos dias consecutivos, a qualquer
particular.
Defronte das obras de S. Julião N.° 10, na cocheirº
de José Fidalgo, ha para vender huma párelha de mº
chos pretos, grandes, e muito mansos, que trabalhão em
todo o lugar: quem os pretender dirija-se á dita cocheirº.
= = ====
 NUM. 109. ANNo 1831. º

=
GAZETA DE LISBOA. --—=>X<>8<>#@$$3<<9@<<=-

TERÇA FEIRA, 10 DE MAIO.

Xo6=>$#@$@@$#####a5=

PARTE OFFICIAL. AUSTRIA.

=__ __*

Repartição da Refórma Geral dos Estudos.
Pela Junta da Directoria Geral dos Estudos se ha de
prover por Concurso de 60 dias, que começará em 7 do
roximo seguinte mez, a Cadeira do Curso Biennal de
hetorica e Poetica, e Historia Universal, e Portugue
za da Cidade de Leiria , com o ordenado annual de
280$000 réis. Os que pretenderem ser nella providos se
habilitarão com Folhas corridas, declaração determina
da na Lei de 20 de Junho de 1823, Certidão de idade,
e Attestação do proprio Paroco sobre vida e costumes,
reconhecidas, e em fórma-legal; e no tempo acima de
signado concorrerão a Exame perante a mesma Junta,
ou perante o Commissario della em Lisboa. Coimbra,
na Secretaria da sobredita Junta, 26 de Abril de 1831.
= O Secretario Antonio Barboza de Almeida.
Vienna, 16 d'Abril.
Ante-hontem á noute regressou a esta vindo do Quar
tel General do Marechal Diebitsch hum Oficial do nos
so Exercito. Segundo o mesmo Oficial, ficava o Ma
rechal em Ricki, perto de Pulawy, dispondo-se para
passar á margem esquerda do Vistula. O Exercito Rus
siano se achava no melhor estado sem que lhe faltassem
viveres, como em algumas partes se assegurava. As per
das que os Generaes Geismar e Rosen sofrêrão não são
de consideração.
Declarou o dito Oficial, que no Quartel General do
Marechal Diebitsch se acreditava, que dentro de 14 dias
tudo se acharia concluido na Polonia, em cujo espaço
se apoderarião os Russianos de Varsovia.
(Correspondencia da G. d'Augsburgo.)
FRANÇA. "…

Paris, 11 de Abril.
PARTE NÃO OFFICIAL. Carta dirigida por Mr. de Montbel, ex-Ministro de Car
los X, ao Barão Pasquier, Presidente da Camara dos
Pares: •

… Senhor Barão: Informado pelos Jornaes de que sou

citado perante os Pares agora convocados em Tribunal
NOTICIAS ESTRANGEIRAS. de Justiça, na vossa qualidade de Presidente dessa As
sembléa tenho a honra de vos dirigir o formal protesto
POLONIA. amnexo contra todo e qualquer julgado que possa inter
vir em consequencia do ilegal_processo dirigido contra
Boletim Russiano. mim. Dirijo este protesto aos Pares de França, e ex
pressamente peço que lhes seja apresentado. Se todo e
Quartel General fmperial de Ricki, em 6 d'Abril. qualquer Francez deve livremente publicar as suas opi
niões, he especialmente quando trata de defender todos
º Ha alguns dias a esta parte que melhorou a esta os seus interesses ameaçados. Sem duvida não se me ne
vão; os camposcomeçar
e os caminhos gará a faculdade de fazer resoar altamente a verdade
outra vezcomeção
que permittirá a secar-se,
as operações º
militares. na minha propria causa, e de declarar aos que encar
Às tropas concentradas aqui, são: o Corpo de Grana regárão de pronunciar a minha sorte, que lhes não re
deiros, a Guarda Lithuaniana, o 1.° Corpo do Exerci conheço o direito de me julgarem.
to e o 3.° de Cavallaria. Dentro de poucos dias se em » Peço que o meu protesto seja consignado na acta.
prehenderáô com vigor as operações ofensivas. As tro » Tenho a honra etc.
passe achão em melhor disposição e no melhor estado, » O ex-Ministro do Rei de França,
de modo que não parece haverem feito no rigor do in • » Monthel.»
verno marchas tão penosas. Neste momento estão Pas Eis a conclusão do Protesto:
sando por esta Cidade os pontões que se dirigem do seu » Entrei nestas particularidades por isso que ainda
destino: segundo os avizos recebidos do Quartel "Gene quando me possa ser nociva, a homenagem que tributo
ral parece, que continua encurralado na praça de Ka á verdade he mais pura e mais digma da confiança das
mosc o General Duernicki.» - pessoas de bem; porque não posso desejar huma indul
(Gazeta de Madrid.) gencia, que o erro julgaria conceder á fraqueza, ou ao
 [ 444 ] \

arrependimento. Procedi coherentemente com os prin de não se ha de extinguir a lembrança dos seus benefi.
cipios de que nunca me afastei. Se delles nunca me es cios;
so da viverá na saudade
ingratidão. do
"
reconhecimento
,
e no remor.
•

queci em mais próspera fortuná, não os abjurarei na

adversidade; o infortunio de huma causa nada altera a » Tem decorrido tres annos depois que na mesma épo.
sua justiça. O que pratiquei julguei devello praticar; ca defendi huma causa quasi abandonada, huma causa
sintiria remorço de o não haver feito. Permaneci fiel ao que a conformidade dos principios, a profunda estima,
Rei, a quem havia prestado juramento de fidelidade. e antiga amizade, quasi havião constituido a minha
Tudo quanto de mim dependia em defeza dos principios propria. Pela primeira vez subindo á Tribuna, tive que
conservadores da ordem social, eu o tentei sem calcular repellir huma accusação injusta e odiosos ameaços; ter
os meus proprios interesses, os da minha familia, e da minei a minha opinião com estas palavras: " A revo.
minha propria existencia. Deploro os males que ensan lução destroncou a cabeça de nossos pais, porém não
guentárão o fim de Julho.... deixo o remorso desses lhes humilhou a frente.» Recordei então preceitos que
mades aos que os provocárão. He verdade que não te havia colhido em lembranças crueis, mas honrosas para
nho blazonado de filantropia; mas os que tiverão rela a minha familia. Essas lembranças não se tem riscado
ções comigo sabem se jámais faltei á justiça, á impar da minha memoria; ensinátão-me, que nenhum sacri
cialidade, e á contemplação que devia aos meus similhan ficio deve custar ao dever e á honra. Se a revolução de
tes, sem distincção alguma; porém nas calamidades pu 1830 legar aos meus filhos a minha ruina, e a minha
blicas tive ás vezes a ventura de arriscar a minha vida proscripção, sempre me deixará huma nobre herança
para soccorrer os meus concidadãos. Não fiz então mais que lhes transmittir; a recordação da fidelidade de seu
do que desempenhar hum dever das minhas funcções; pai aos principios pelos quaes seu avó corajosamente
cumpro hoje hum dever não menos sagrado, protes apresentou a cabeça debaixo da segure de 93.
tando contra a injustiça, não procurando em vergo » O meu procedimento, torno a dizer, he o resultado
nhoso silencio a esperança de huma commiseração, da minha convicção, eu o tenho sustentado sem temor;
que conheço ser bastante homem de bem para não ter sofrerei as suas consequencias sem fraqueza; o senti
nenhum direito a ella. mento de hum dever desempenhado eleva-se acima de
- *: Honrado pelo confiança do meu Rei, admittido em todo os infortunios.
seus intimos Conselhos, toca me dar-lhe hoje altamente … Lastimo os que estão condemnados a julgar-me. Não
hum testemunho cuja veracidade ninguem póde suspei trocára pela sua posição a amargura de perpetuo de:
tar; os aduladores não permanecem fieis na desventu grêdo. Protesto contra o seu julgado, seja qual fôr;
ra!.... He absolutamente falso que Carlos X sofres tão pouco lhes toca absolver-me como condemnar-me.
se outra influencia senão a dos seus deveres a que era Não lhes toca particularmente o direito de me macula
profundamente dedicado. Ninguem unio a mais virtu rem; podem opprimir não a viltar aquelle, que fiel aos
des tão grande tolerancia; ninguem levou mais longe ao principios de toda a sua vida, nunca desconheceo ºs
propria abnegação, e o amor da sua patria. Todos os seus deveres, nunca atraiçoou seus juramentos, nunca
seus desejos, todos os seus votos, toda a sua preoccu prostituio a adulação a todas as bandeiras e o servilís:
pação, erão a bem da boa ordem, da paz publica, da mo a todas as tyrannias, Vienna, 21 de Janeirº de
ventura dos seus subditos, da honra e da gloria da Fran 1831.= O Ex-Ministro do Rei de França. = Montbel,
ça. A Providencia concedeo todos estes dons ao seu
Reinado; todos estes dons forão negados e desconheci Jalem, 17.
dos assim como as intenções do Monarca. E no entan Na sessão da Camara dos Deputados no dia 13, falº
to quão puras erão! Quanto senão revelárão aos que lando Mr. Ferussac sobre a lei dos creditos eventuaes,
conhecêrão aquelle Principe, hoje tão vilmente ultraja disse :
do! Ah! se o povo o soubesse! Se, como nós, o ti » Os principios, opiniões, preoccupações e costumes
vesse podido ouvir! Se a calumnia não tivesse levanta dos povos não se destroem com tiros d'artilheria....
do odiosa barreira entre o amor do Monarca e o dos Querer violentar huma nação a que adopte diferente
seus subditos, ainda a França seria feliz e estaria tran systema do que terrº, contando para isto só com o apoiº
quilla; não estremeceria com as convulsões da anarquia, da menoría della, he encarregar-se da mais terrivel res
com o abalo da precipitada queda do credito, das catas ponsabilidade ; he causar de sciencia certa horriveis
trofes commerciaes, e dos claunores da miseria publi desordens interiores, o assassinio dos seus amigos e a
ca.... Não está longe o dia em que cansada d’esperar total ruina da patria.
no meio de tantos males, os ineffaveis bens que lhes ha # Querer variar os systemas de Governo por meio da
vião promettido, a França desenganada perguntará aos guerra , he grave imprudencia, he o meio mais seguro
ambiciosos authores de huma revolução que lhes entre de comprometter ou de dilatar o axito que se appetece:
gou o poder, o que he que fizerão com a gloria d'Ar tenha-se presente que hoje em dia não se póde fazer a
gel, o que he que fizerão com a constante prosperidade guerra pagando tudo; será precizo sustentar a guerra
do Reinado de Carlos X ! com a guerra; em tal caso os povos molestados pelas
» Declaro, que já mais no decurso das minhas func inevitaveis exigencias dos nossos Exercitos passarião
ções, indiquei ao Rei huma infelicidade, hum infortunio promptamente da fadiga ao aborrecimento.
que elle se não apressasse a prodigalizar os soccorros, e » Em geral he huma verdade sabida por todas as per
os consolações com tanta benevolencia como generosida soas illustradas das outras nações da Europa, que mui
de ; e a este respeito o mesmo erão todos os membros da tas vezes he inexacto ou falso o que nesta Tribuna se
Familia Real, dessa Familia que não deixava publicar diz a respeito do estado das outras nações. Os periodicos
todo o bem que não cessava d’espalhar. Tal era espe Allemães desmentem muito a miudo os erros em que
cialmente aquella Augusta Princeza, que se dignava de cahimos, por que quasi todos os nossos publicistas igno
hir ella mesma consolar a mais humilde indigencia, e rão o idioma Allemão, e não tem conhecimento dos fa
a quem pelo menos deverião ter posto a salvo do insul ctos, nem dos documentos que se publicão na Allemanha,
to o triplicado caracter sagrado da virtude, do valor e Em França, Senhores, se escreve mais e se lé menos
do infortunio. Tal era a Heroica Viuva, . taes erão os
do que era parte alguma. Os Tratados mercantis de que
jovens filhos do Principe generoso cujo sangue em ou hontem se fallou, são certos e nenhuma relação tem com
tra época livrou a França das calamidades de huma re a Commissão de Moguncia ; mas esses Tratados, efei
volução então imminente. to de
ça etc.huma boa politica, não se fizerão contra a Fran
•

… Sejão quaes forem os esforços da abjecta perversida

 | 445 ]
Fallou depois Mr. Enouf e perguntou se se havia con
seguido a dignidade, a ventura e prosperidade da pa
tria!" Possuimos nós acaso, proseguio elle, estes benefi
cios! He para os completar e defender que se nos im
poem tão enormes sacrifícios?» Lembrou que a cada
mudança de nomes e de pessoas se tinhão exigido do
Estado novos sacrifícios; e quanto mais homens superio
res empregar a nação, quanto mais exercitarem aquel
les os seus grandes conhecimentos, quanto mais facili
tar esta os seus thesouros e os seus mais preciosos recur
sos, menor tranquillidade conseguirá no interior, e me
nor poder e dignidade no exterior.»
* * Mostrou, que abstendo-se de investigar similhan
te anomalía, ou antes monstruosidade, depois de ter
visto tres Commissões encarregadas de informar a res
peita do pedido de setecentos milhões de francos, não
podia deixar de se admirar de que nenhuma dellas
tivesse tido presente a vigilancia que a Camara deve
exercer sobre o emprego dos fundos publicos, a par
cimonia com que ha de dispor do peculio dos contri
buintes, e que a nenhuma dellas houvesse occorrido
pronunciar sequer a palavra investigação para saber o
estado da fazenda publica, a necessidade dos pedidos,
e o uso que delles se pretende fazer. Disse que não con
cebia como seiscentos milhões de credito extraordinario
não havião sido suficientes para acudir ás despezas do
que se chama grande pé de paz, reservando alguma
º parte para as despezas extraordinarias que podessem so
brevir durante a suspensão das sessões; que não enten
dia as contas que o Ministerio Francez fazia, e que no
seu entender tinha este muita razão d'estremecer pen
sando na guerra, por quanto se a simples previsão de
º similhante praga custava tantos sacrifícios á nação ,
não sabia elle orador o que viria a succeder se che
gasse a vêr-se em estado de guerra, grande ou pe
quena. Accrescentou , que tambem lhe causava sur
preza , que agora se pedissem os 100 milhões, sem
explicar nem examinar a urgencia deste novo sacrificio;
e perguntou se era absolutamente necessario impor á
nação este novo encargo unicamente porque se pedia
para hum caso de necessidade. Votou contra o pro
jecto. - -
Fallou o General Lamarque, e explicou a seu modo
o direito dos Belgas ao Grã-Ducado de Luxemburgo;
tomou em consideração os assumptos da Polonia, cri
ticou o procedimento que a esse respeito so havia obser
vado, e concluio dizendo: … Nós, nação de 32 milhôes
d'almas, depois de havernos assombrado o mundo com
as façanhas de Julho ºi
o assombramos agora com a
nossa falta de fé: a fé Púnica e a Franceza são synó
nimos. ( Priolentas exclamações nos centros. ) Muitas
vozes: A ordem! A ordem ! Outras: Isso he huma ca
lumnia odiosa.
O General Lamarque depois de restabelecido o silen
cio. Se em vez de ruidosa interrupção.... (Nova inter
rupção.) me houvessem deixado acabar a fraze... . (Hu
na voz: Está bem clara.) |-
O General Lamarque. Essas palavras punha eu na
boca dos desgraçados, que longe da sua patria, expião
o erro de haverem confiado nas solemnes promessas fei
tas nesta Tribuna. (Depois de bum momento de silen
cio se renovão com maior força as vozes: A ordem ! , resumo de tudo quanto se havia dito, e Mr. Mosbourg
A ordem ! ) - apresentou hum additamento dirigido a constituir outro
O Presidente. General, disseste, que a fé Púnica, e
a fé. Franceza são synónimos... . (Rumor no lado es
qnerdo.) Chamo-vos á ordem. Depois de algumas re
flexões do General Lamarque levantou-se o Ministro da
Guerra, e manifestou, que muito se havia maravilha
do de que bum General Francez se expressasse em ter
mos tão alheios do paiz que o vira nascer, e que simi
lhante linguagem lhe causava Indignação. Disse, que
se compra vão armas para satisfazer os pedidos que se
havião feito em quanto as fabricas do Reino não aprom
ptavão o numero que fazia falta; que se pedira dinhei
ro por precaução, e nada mais; que se a Camara des
confiava do Ministerio, e dos fundos postos á sua dis
posição, podia accusallo. (Muitas vozes: não, não:
não se trata disso); e concluio dizendo: º se a Camara
se constitue fiadora de que se não perturbará a paz, ne
gue os fundos que se pedem ; , se tem alguma confiança
no Governo, conceder-lhe-ha sem duvida o que pede:
esta declaração entendo ser bastante para todo o Fran
cez, pois se trata de honra!! (Applauso nos centros.)
Mr. Bignon disse que não pertendia defender as fu
nestas palavras que havião escapado ao General La
marque (Muitas vozes: sim, sim, bem funestas!), pois
no seu entender não era possivel separar a questão de
Luxemburgo da questão da Polonia e Italia; que se
devia auxiliar os Polacos por quanto por mais esforços
que estes fizessem, como o seu numero não excede a tres
milhões havião de ser vencidos pelos quarenta que obede
cem ao seu adversario. |-
No mesmo sentido falou o General Lafayette, con
cluindo o seu discurso com recommendar á Camara
Lord Cochrane, que se acha prezo por dividas em San
ta Pelagia: (1)
Disse o Presidente do Conselho de Ministros, que
antes de imprudentemente se comprometter em huma
guerra para defender huma nação estranha, era preci
so cuidar na defeza da França. (Approvação.) Mani
festou que os oradores do partido da opposição se es
praia vão em accusações contra o Ministerio sem deter
minarem qual he que accusavão; ponderou a necessi
dade de observar os Tratados, e concluio pedindo á
Camara houvesse de confiar no zelo do Ministerio.
Mr. Odilon Barrot defendeo o partido da opposição,
e mostrou que a questão de Luxemburgo era mais Fran
ceza do que Belga; que não se negaria a conceder os
auxilios necessarios para conservar o decoro Francez,
porém não nos termos com que se pedião.
Na mesma occasião expoz o Ministro dos Negocios.
Estrangeiros, que a questão mercantil de que tanto se
falla he relativa aos direitos das Alfandegas; que o Go
verno não perdia de vista essa questão, mas sem lhe
dar importancia, por isso que não era hoje em dia de gran
de interesse entrar em negociação sobre esses direitos
•
com Estados que consomem poucos productos do terri
torio e industria Franceza. Que he falsa a negociação
que se attribue ao General Russiano Strogonoff, Ma
jor General do Exercito Russiano; que os argumentos
relativos ao Ducado de Luxemburgo são os que já se
havião feito, e a que o Ministerio já tinha respondido,
ePaz.
que este sempre havia de perseverar no systema de
•
Sustentou Mr. Mauguin, que a Prussia adquiriria
pelos Tratados mercantis que faz, não só muita influen
eia mercantil na Allemanha mas.tambem politica. Dis
se que todos os periodicos Allemães havião fallado da
viagem do General Strogonoff a Berlim, e terminou
manifestando os riscos que a França corria por toda a
parte. (Nos centros: feche-se a discussão! feche-se a
discussão!) •
A Camara fechou a discussão; M. C. Fridame fez o
systema distincto do projecto de lei que se discutia so
bre creditos eventhaes; cujo debate ficou para o seguin
te dia 14, quando ficou approvado, por 246 votos con
tra 6 l. (Extracto da Gazeta de Madrid.)
(1) Se a noticia nos surprehende pela sua desligação
com a materia discutida na Camara, não nos admira
que tão depressa se acabasse a Lord Cochrane o enor
me fructo dos seus roubos no Pacifico.
(N. da Gazeta de Madrid.)
 [ 446 ]
HESPANHA.
Cadiz, 27 de Abril.
_ Assegurão como cousa positiva, que o Exercito de
aviera se vai pôr no pé de guerra; por consequencia
os militares que estão com licença temporaria tornarão
immediatamente aos seus Corpos, aos quaes se aggre
gará o competente numero de recrutas. No arsenal se
trabalha com muita actividade: consideravel numero
d’operarios estão occupados em preparar todo o neces
sario para o Exercito. Afirmão que se vão crear dous
Regimentos de cavallaria.
Parece, diz a Gazeta de França, que o Ministerio
JFrancez decidira no ultimo Conselho a definitiva occu
pação e colonisação d'Argel. O orsamento de despeza
para o anno de 1831 manifesta, que esta se cobrirá com
os productos da Colonia. O General Clausel ficará sen
do Governador d'Argel, porém não voltará alli até o
proximo Outeno.
Escrevem de Marselha, que havendo sido poucos os
* * Embarcações avistadas.
5 h. 16 m. 1 Galera sem bandeira, e 1 Cahique dito;
8 h.4 m. I Bergantim dito a Oeste do Cabo da Ro.
ca: o Bergantim navega para o Sul, e o Cahique
navega para o Norte.
5 h. 58 m. 1 Bergantim sem bandeira ao Norte do Ca
bo da Roca.
Embarcação entrada em S. Julião.
9 h. 25 m. 1 Galera Sueca.
Embarcação sahida de Belém.
1 h. 28 m. 1 Escuna Ingleza para Londres.
Annuncios.
Nas tardes dos dias 25, 28, e 30 do corrente Maio,
nas casas das Reaes Mercearias á Sé, se hão de arte
matar no ultimo dos ditos dias a quem mais der, astres
seguintes rendas: Reguengo do Gradil, Vianna do Alem
téjo, Alverca, e Quartos d'Alhandra.
Salvador Supardo , com loja de cambio na rua dos
Capellistas N.° 10, declara a quem tiver cautellas da |
sua loja do N.° 3147, que este foi engano, e que em |

negocios da semana ultima, tinhão baixado os generos vez delle se deve entender o N.° 3247, ou que venhão re
coloniaes, e sobre tudo os assucares refinados; os cereaes ceber novas cautellas deste numero. Lisboa, 9 de Maio
tambem baixárão, e se vendem poucos azeites. de 1831.
PLANO
A colheita do algodão nas duas Carolinas durante os Para a 7.° Loteria, que no 1.° Semestre do presenteaumo
tres annos que concluírão no fim de Setembro de 1830, de 1831 se ha de fazer pela Meza da Santa Casa da Mi
produzírão o seguinte; a saber: sericordia, Hospitaes Reaes de Enfermos e Expostos
JEm 1828 na Do Sul . 109,733 fard. 156,749 fardos. desta Corte, na conformidade das Ordens Regias, ex
Carolina ( Do Norte 47,016 pedidas pela Secretaria de Estado dos Negocios do Reino.
:a \ Do Sul 108,276 ---- Será o seu Capital de 40.000$000 de réis formado de
Em 1829 id. Do Norte 71,605 179,880 8.000 Bilhetes, a 53000 réis cada hum, em moeda-papel,
Em 183oid.}y Do
PºSul. 188370 225,732 edenesta mesma
beneficio os especie
seguintessahirão liquidos de 12 por centº
• •

Norte 36,862
(Extracto do D. Mercantil.) PREMIOS.
1
- 5.0003000 - - - - - - - 6.000$000
*—º §§ «-» 1
- 3.0003000 - - - - - - - 3.0003000
*Lisboa, 9 de Maio.
•

2
- 1.0003000 - - - - - - - 2.000$000
4
- 4003000 - - - - - - - 16003000
8
- 2003000 - - - - - - - 1.6003000
Hontem fundeou no Téjo o Hiate da Coroa Santa 9
- 1003000 - - - - - - - 900$000
Jzabel, procedente de Cachéu, com 53 dias de viagem : 15 - - - - - - 403000 - - 600$000
vem commandado pelo Piloto em consequencia de ter 30 - - - - - - 203090 - - 600$000
falecido o seu Commandante, o Primeiro Tenente Ma 95 - - - - - - 103000 - - 9503000
noel da Cunha Maldonado, no dia 21 de Março, pro 2500 - - - - - - 73400 - - 18.500$000
ximo passado, de huma febre do paiz, de que tambem 1.Ao 1.° N.° do 1.° dia 1003000 - - 100$000
forão victimas hum Marinheiro e hum Grumete da Guar 1.Ao ult. N.° do ult. dia 3506000 - - 350$000
nição: por este motivo não se poderão receber os Ofi
cios de que o dito Piloto he portador, o que se effectua 2667 Premios.
1á logo que se abra a respectiva casa de Saude. Em Ca 5333 Brancos.
chéu tudo ficava em socêgo; o dito Piloto não deo no
ticia alguma. Os passageiros são: Manoel Maria Bar 8000 Bilhetes que importão 40,0003000 de
reto, Ex-Porta Bandeira da Guarnição de Bissáo, e réis; dos quaes extrahidos os 12 por
tres soldados da Ilha de S. Thiago , que vem com cento do beneficio, he o total dos pre
baixa. • •

mios distribuidos - - - - Rs. 35.2003000

• . *-* §§ *—»
Recebemos Jornaes Inglezes até 27 do mez proximo
passado: no dia 22 teve lugar a prorogação do Parla
mento Britannico com o fim da sua immediata disso
lução. • **
*—*§§ *—»
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 9 de Maio.
Hontem á noute entrou 1 Carregador de Rei, Santo
Antonio e Almas, vem arribado.
Os Bilhetes serão assignados de Chancella pelo Illus"
trissimo e Excellentissimo Escrivão da Meza da ditº
Santa Casa, e pelo Thesoureiro Geral della.
O dia da venda desta Loteria se ha de fazer publicº
pela Gazeta, e por Editaes, assim como o primeiro dia
da Extracção.
Entrarão sómente nas Rodas os Numeros e os Pre
mios; e o pagamento destes começará logo que se tenha
•

finalizado a Extracção.

LISBOA. NA IMPRESSÃO REGIA.


NUM. 110.
"…"…"
#
#|#
O MS
GAZETA DE LISBOA.
QUARTA FEIRA, 11 DE MAIO.
PARTE OFFICIAL.
Repartição da Reforma Geral dos Estudos.
Pela Junta da Directoria Geral dos Estudos se hão
de prover por Concurso de 60 dias, que começará em
11 do proximo seguinte mez, as Cadeiras de Primeiras
Letras das Villas do Cadaval, e Castanheira, na Pro
vedoria de Torres Vedras, cada huma com o ordenado
annual de 90,3000 réis. Os que pretenderem ser nellas
providos se habilitarão com Folhas corridas, declaração
determinada na Lei de 20 de Junho de 1823, Certidão
de idade, e Attestação do proprio Paroco sobre vida
e costumes, reconhecidas, e em fórma legal; e no tem
po acima designado concorrerão a Exame perante a
mesma Junta, ou perante o Provedor respectivo. Coim
bra, na Secretaria da sobredita Junta, 29 de Abril de
1831.= O Secretario Antonio Barboza de Almeida.
R E A L E R A a 1 o.
Nos dias 11 e 13 do corrente , se pagão na Thezou
raria Geral dos Ordenados os mezes de Janeiro, Feve
reiro, e Março do anno proximo passado, da Folha do
Conselho da Real Fazenda.
—
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
FRANÇA.
París, 17 de Abril.
Do Jornal dos Debates extrahimos o seguinte:
» A Belgica dá neste momento á Europa hum triste
e lastimoso espectaculo: as propriedades alli se achão
entregues á devastação, a vida dos Cidadãos á sangui
naria vingança da plebe. Ha nas praças publicas arvo
res de liberdade, e he no seu tronco que se esmagão os
proscriptos eto-, ha-soldados que guardão as ruinas das
habitações devastadas, e Generaes que exhortão depois
da sedição e da mortandade; finalmente para coroar a
obra ha periodicos, que achão frazes de accusação con
ANNo 1831.
A •
tra as victimas e a apologia a favor dos algôzes. Eis o
estado da Belgica. *# ao menos, que tão horriveis
exemplos possão fazer comprehender a quem delles ne
cessitar, as inevitaveis consequencias da demagogia.
» He na França que a demagogia ensina, mas he na
Belgica que se põe em pratica; pelas obras ajuizemos do
ensino. Certamente muito nos enganamos ou as queixas
dos infelizes fabricantes refugiados em Lilla para evita
rem a mortandade, resoarão como advertencia. Pare
ce que a Belgica fôra colocada diante dos nossos olhos
para patentear o que devemos evitar, e o que devemos
temer. He o escravo embriagado que Lacedemonia mos
trava á infancia para a desgostar da embriaguez. Oxa
lá que mesmo á custa da cegueira e obstinação de
varios dos nossos Concidadãos, não tivesse a lição che
gado ao delirio do sangue e da destruição! •
» O que os nossos doutores pregárão sobre a democra
cia, a Belgica o pôz em pratiça. Deo credito ás suas
palavras; seguio á letra o seu programa de politica.
É o efeito: a Belgica fez com religioso escrupulo a
experiencia de theorias e maximas que tem sido procla
madas como regras fundamentaes do direito politico.
Qual he o resultado!
» Sem duvida he bella cousa hum poder Real longo
tempo posto em deliberação, e votado por assentados
e levantados! Similhante modo de crear o poder Real
póde satisfazer os que conservão rancor á Realeza pela
sua grande preponderancia; mas ha outra cousa mais
bella ainda do que essa pequena satisfação da vaidade
democratica, e vem a ser o repouso da sociedade e o
publico interesse. /
» A Belgica tem quanto nos querião dar: clubes, ar
vores da liberdade, e associações particulares, encarre
gadas de apoiar o Governo. Mas tem ella mais liberdade,
mais segurança, e mais força !»
Idem, 24.
*
Escrevem de Tolentino, que a ó do corrente se víra
aquella Cidade livre do jugo dos facciosos ao aproxima
rem-se 6,600 Austriacos mandados pelo Barão d'Aspre:
A Guarda Urbana sahio ao encontro das tropas liberta
doras, assim como os habitantes, que cheios de jubilo
repetião incessantemente: Viva o Santo Padre ! Viva o
Imperador ! |-
As cartas da Haia, de 15 do corrente annuncião, que
as hostilidades não tardarão em começar de novo. Di
zem os periodicos d'Antwerpia, que com efeito já tinhão
começado pela parte de Turnhout e sobre o rio; mas
até hoje são parciaes. (Quotidiana.)

Annuncia o Memorial Bordelez, a que 10 Hespanhoes
refugiados pertencentes ao Exercito de Mina, tinhão
sido conduzidos á fortaleza de Ha, escoltados por Gen
darmas. Dalli serão trasladados para Perigueux, donde
havião primeiramente sahido para passar á fronteira Hes
panhola.»
Em Modena a Commissão militar condemnou á pena
de morte os prizioneiros José Brevini, Antonio Giaco
mozzi, e Luiz Adami, accusados e convencidos de se
háverem reunido aos insurgentes na noute de 3 de Fe
vereiro ultimo, com o fim de destruirem a legitima au
thoridade.
º ,
Escrevem da Haia a 15 do corrente:
» Esta manhã pelas tres horas chegou o Barão Fagel,
nosso Embaixador em París; antes das 5 já estava no
Palacio onde foi muito bem recebido pelo Rei, com
quem teve duas horas de conferencia particular.
» De repente se espalhou a voz de que tornavão a co
meçar as hostilidades, segundo huns em toda a linha,
e segundo outros contra o Grã-Ducado de Luxemburgo.
O Exercito, as Milicias, e os Voluntarios estão cada
qual mais impacientes por vir ás mãos com os Belgas,
cujos ultimos excessos duplicárão entre nós o odio e a
indignação que contra elles tinhamos.
» He incrivel a porção de munições de guerra que ha
hum mez a esta parte se embarcão nos portos da Hol
landa, sobre tudo em Roterdam. O emprestimo caminha
muito bem; S. M. e o Principe de Orange forão rece
bidos em Amsterdam com inexplicaveis demonstrações
d'alegria. (Mensageiro.)
Avizo aos Navegantes.
. O farol de West-Kapelle (na Ilha de IValcheren)
que havia deixado de se accender pelo incendio occor
rido na noute de 14 a 15 de Março ultimo na torre on
de se acha colocado, tornou a pôr-se em uso, e con
tinúa a acceder-se como antes.
(Gazeta de Madrid.)
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 20 de Abril.
Hontem á noute renovou-se o debate sobre a moção
do General Gascoyne, a de que se não diminuisse o
actual numero dos Membros para o Parlamento de In
glaterra e Galles, “ e continuou a mesma discussão até
4 horas que
votação e meia
foi adaseguinte:
madrugada, quando se procedeo á•
A favor da moção - - - - - - 299
Contra - - - - - - - -
{ Maioria - - - - - -
Escrevem de Limerick (na Irlanda) em data de 18 do
corrente o seguinte:
» Domingo ultimo o Clero Catholico Romano das
IDiocezes de Clare e Limerick exhortou os seus respecti
vos Parroquianos a guardarem a paz e a subordinação,
e com instancia lhes recommendou a necessidade de en
tregarem as armas de fogo sem demora; concluindo que
se assim não procedessem, e não desistissem do seu il
legal procedimento, nem o Governo nem os proprieta
rios do paiz lhes prestarião soccorro.
» Os Bispos Catholicos Romanos de Clare e Limerick
não só derão ordem ao Clero das suas Diocezes para
que exhortassem o povo deste modo, mas o praticárão
pessoalmente não só no idioma Inglez mas tambem no
Irlandez.» •
[4481 • •
O Dublin Evening Post contém o seguinte:
» Publicámos Quinta feira a noticia de huma reunião
publica que teve lugar em Clare a fim de tratar dos
meios para melhorar a condição dos camponezes. A
Commissão havia nutrido esperanças de que o povo
manifestasse symptomas do desejo de voltar ao es
tado de paz e de boa ordem. Em vez disso continuão
as desordens; em consequencia do que Mr. Steele expe
dio o seguinte Avizo , que se afixou largamente em
Ennis: - - * - "
» Aos perpetradores da desordem em Clare:
» Lough 6%,## 13 de Abril de 1831.
» Se não desistirdes, eu vos denunciarei como traido
res á causa da liberdade da Irlanda. Eu e os outros
amigos do povo já não vos daremos conselho algum,
visto que
nell, seguisClero,
do vosso o de vís malvados,
e outros e não
amigos o de O'Con
do paiz. •
» Eu vos abandono ao Governo, e ao fogo e baione
tas militares. \ -
» Sobre vós recaia o vosso sangue!
| » Thomas Steelc.
» Logo depois de Mr. Steele haver mandado afixar
este Avizo, montou a cavallo e se dirigio a hum sitio
entre as montanhas, nos confins de Galaway, onde se
lhe dissera que teria lugar hum ajuntamento de pertur
badores. Fez-lhes huma séria exhortação, e lhes ponde
rou as consequencias do systema que se hia seguindo na
quelle Condado, e á partida lhes declarou o theor do
Avizo que mandára afixar em Ennis.
» Continúa extensamente o systema de revolver ou ar
ruinar os campos nos Condados de Limerick e Clare;
para cujo fim se reunem magotes de 600 a 600 homens.
põe em pratica o syste
Entre os mesmos camponezes se
* ** ma de terror: mandão avizar os camponezes para se
reunirem aos ajuntamentos, e os que se auzentão sol
frem castigo. Terça feira lançárão hum homem amar
rado em hum precipicio, por não haver tomado par
te em taes confederações, e teria perecido se não fo:
ra pelo opportuno auxilio de alguns dos seus parentes.
º Hontem forão prezos pela força militar 19 indivi
duos armados etc. • •
» Hum correspondente nosso escreve de Portumna em
data de 14 do corrente: … Só nestas immediações ha
mais de 43 perturbadores, pela maior parte bem arma
dos; e não temos hum só soldado aqui ou em Hood:
ford etc.» (Extracto do M. Post.)
Idem, 25.
Escrevem de Glasgow, em data de 21 do corrente:
•
» Na tarde de Terça feira chegou aqui a Duqueza de
Angouleme, acompanhada pela sua comitiva, que ocº
cupava outra carruagem. O Lord Preboste e outros
- 291 Magistrados forão de tarde cumprimentar S. A. R. na
Hospedaria Real. Na manhã de hontem foi S. A. R.
8 ver a Cidade, e partio pelas 6 horas dirigindo-se a Dum
barton, Cochlomond etc. Afirmão que dalli irá a Dum
blane voltando depois pela parte do Norte a Edimbur
go. ” (Extracto do Morning Post.)
HESPANHA, º
S. Sebastião, 25 de Abril. * *
Sobre a proxima execução da obra do canal de
Castella.
Ao passo que os inimigos do Governo e da Religião
estão imaginando todos os meios possiveis de destruir a
boa ordem e a confiança publica, sonhando sempre
mortes, estragos, guerras civis, e todo o genero de
desordens, o Real animo de S. M. incansavelmen"
 [449 ]
te se occupa em crear cada dia novos recursos para
augmentar a riqueza dos seus povos, e assegurar-lhes
huma prosperidade perpetua que só dependa delles mes
mos. Aflicto o seu piedoso coração de vêr que pe
la mesma fertilidade dos seus vastos dominios succede
não poucas vezes que a abundancia das colheitas cos
tuma ser causa indirecta da pobreza dos Lavradores,
fixou na sua mente logo nos primeiros dias do seu Rei
nado a indispensavel necessidade de conservar e au
gmentar quanto lhe fosse possivel os meios de commu
nicação e transporte de huma até outra extremidade
da Monarquia. Esta idéa foi a primeira que pronunciá
rão seus Augustos labios quando subio a occupar o
Throno pela renuncia do Senhor D. Carlos IV, seu
Excelso # tes aqueductos, 35 idem de passagem, 3 idem de desa
Inutil seria fazer agora hum resumo dos insuperaveis
obstaculos, e todos alheios da vontade do Monarca,
que se tem opposto á execução do mais importante de to
dos os projectos deste genero, qual he sem duvida a
completa conclusão dos tres canaes conhecidos com o
nome de Canal de Castella. Porém não se devem per
der de vista os immensos progressos que apezar desses
obstaculos tem feito as communicações terrestres, e os
Ineios de conducção e transporte durante o Reinado
actual, pois apenas haverá viajante nacional ou estran
geiro que se comparar de boa fé o vagar e mesmo a
difficuldade com que se viajava não ha muitos annos
por algumas Provincias da Hespanha, com a rapidez e
expedição com que agora se recorre a maior parte del
las, não se admire de vêr como poderão os quasi ex
haustos recursos do Erario acudir a tão consideraveis
despezas, sem deixarem de attender a nenhuma das in
finitas obrigações em que chegou a achar-se quasi abys
mada a Monarquia. He preciso confessar, que sem o ter
no e constante amor dos Hespanhoes ao seu Monarca,
e sem a nobre correspondencia e absoluta confiança de
S. M. na lealdade dos seus vassallos, fôra impossivel
executar a milessima parte dos melhoramentos que são
palpaveis mesmo sem sahirem deste ponto das commu
nicaçoes.
Bem sabemos que na Logica revolucionaria nem es
tes progressos nem nenhuns outros que Governo do Rei
se empenhe em promover, são contados por cousa al
guma, por que tudo quanto não for ceder-lhes o leme
dos negocios e deixallos senhores de que tudo transtor
nem e destruão debaixo do nome de huma liberdade,
que nem elles nem ninguem sabe definir, he absoluta
Inente perdido e até olhado com odio e repugnan
cia. Mas ha outra Logica mais justa e muito mais
rasoavel, isto he a da lealdade e da gratidão, que
assim como se não mostra impaciente por obter mais
do que he possivel na ordem geral das cousas, tam
bem não sabe esquecer-se de nenhum dos beneficios que
recebeo e espera receber de huma mão que respeita e
adora. Entre elles nehum, repetimos, merece tanta im
portancia como a conclusão do Canal de Castella ; e
esta he a que agora temos a dita d'annunciar como mui
to proxima, attendendo ás propostas que S. M. Se di
gnou admittir pelo seu Real Decreto de 17 de Março
deste anno.
Já se remettêrão a todos os Senhores Intendentes as
condições com que se celebrou este contracto; porém
não nos parece inutil dar huma idéa succinta deste ca
nal de Castella e do estado em que se achão as suas
obras. Deo-se-lhe principio no Reinado do Senhor D.
JFernando Sexto, no anno 1753, e tem o seu principio
na Villa nova d’Alar d'ElRei, 11 leguas distante de
# Reinosa, e pouco mais de huma de Herrera de Pisuer de pessoas muito illustradas, mandou formar huma Jun
>" ga. No dito ponto d'Alar recebe as aguas deste rio por_ ta de pessoas abastadas de consideravel riqueza, para
**
meio de huma repreza. Dalli o rio Carrion junto a Ca que regulassem o plano das condições com que os lici
#" lahorra se chama o Canal do Norte, e tem humas 14
leguas de longitude, Des de o rio Carrion continúa co
mo para a parte do Sul até perto de Grijota, donde se
desvia no ponto chamado El Serron com direcção a
Rioseco, e passa por Villahumbrates e Becerríl de Cam
pos, até o despovoado de Sahagun perto de Paredes de
Nava, onde agora termína. Este pedaço chama-se Ca
nal de Campos, e terá humas 4 leguas de longitude. No
indicado ponto de El Serron se separa outro ramo com
direcção para Palencia e Valhadolid com o nome de
Canal do Sul, que está aberto até abaixo de Albures,
tres quartos de legua antes de chegar a Duenas. Nesta
parte escassamente haverá 2 leguas de canal navegavel
e entre os tres virão a ser 20 leguas completas. As prin
cipaes obras que ha nelle são tres reprezas de retenção,
huma idem de precaução, 33 idem, communs, tres pon
guamento etc. Ha de mais a mais moinhos de farinha,
de papel etc., Capellas e outras obras de maior ou me
nor importancia. Segundo o primitivo projecto devia
este canal prolongar-se por huma parte até Olea ou an
tes Golmir, perto de Reinosa, 12 leguas distante de
Santander, e até Segovia pela outra passando por Pa
lencia e Valhadolid, ou suas immediações. Podem na
vegar barcos de mil a mil duzentos quintaes , mas
ainda que se construisse com o duplicado objecto de
rega e navegação, até agora se pode dizer que nenhum
uso se tem feito das suas aguas para o beneficio das re
gas, e as reprezas que para esse fim se fizerão no canal
de Campos se achão entulhadas. As obras deste canal
são de bellas proporções e formas, e estão perfeitamen
te executadas e conservadas.
Eis o estado em que se acha o dito canal de Castella
em que tanto se empenha a paternal solicitude do nos
so benéfico Soberano, e que tanto chamou a sua Real
attenção des de que subio ao Throno. Huma das suas
obras accessorias he o secar o lago chamado Nava, por
que além das muitas enfermidades que occasiona, priva
a agricultura de perto de 9,000 geiras de terra que oc
cupa inutilmente. Foi porém necessario sofrer estes in
convenientes até melhor tempo, porque a invasão es
trangeira do anno de 1808, e a revolução posterior de
1820 tinhão obstruido todos os mananciaes de prospe
ridade, e envolto na desordem a administração da Real
Fazenda. Com tudo isso penetrado S. M. da necessida
de de sempre tornar á execução deste projecto, mandou
immediatamente que com os proprios recursos do canal
se continuassem os seus reparos, e se restabelecesse a
navegação para dar alguma sahida aos cereaes das fer
teis planícies de Campos, para que se podessem apre
sentar nos mercados da costa Hespanhola do Mediter
raneo, e nos da Ilha de Cuba, que até agora tem da
do alguma vida aos lavradores de Castella, apezar de
não sêr mais do que huma leve mostra das immensas
utilidades que deve produzir o todo da obra. Tal tem
sido o empenho do nosso Monarca, e tal a convicção
em que está de que della depende a felicidade dos seus
subditos, e a sua propria gloria, que sem mais objecto
do que examinalla por si mesmo, dispoz a sua viagem
des de a Catalunha a Palencia e Valhadolid, para co
nhecer ocularmente quaes erão os estorvos que embara
çavão a marcha deste grande projecto. He claro que
encontrou nos povos de Castella a melhor vontade, e
o mais sineero desejo de contribuir para a execução das
suas Reaes intenções. Mas como nem sempre bastão es
tas para que o Erario tome a seu cargo as melhores
emprezas, chegou a convencer-se S. M. de que esta era
huma das que exigem excitar cada vez mais o interesse
individual. Para este fim, depois de ouvido o parecer
tantes podessem inteirar-se das seguranças, obrigações,
e utilidade que a obra lhes oferece. Em observancia
 [ 460 ]
desta resolução, a Junta Directora do canal se dédicou
a formar hum plano de condições entre as quaes a que
oferecia a maior difficuldade era a relativa á quantia
de consignação que se havia de satisfazer por conta do
Estado á empreza em equivalencia da de 6003 reales
que antes disfructava pela renda de Correios; e este
trabalho devia desempenhar-se pelo Ministerio da Fa
zenda a quem exclusivamente pertencia. Foi pois ne
cessario então trasladar este negocio á dita Secretaria
des de a Mordomía Mór a que ultimamente se achava
aggregado.
Em cumprimento deste Decreto, se dedicou o Sr.
Ministro da Fazenda a tomar as noticias mais exactas,
tanto dos recursos que oferecia o mesmo Canal já exe
cutado, como a pezar as maiores ou menores vantagens
que oferecião as propostas feitas por diferentes capita
listas para se encarregarem da empreza. Entre ellas pa
recêrão preferiveis, e S. M. se dignou admittir as que
fez D. Alexandre Aguado, Marquez de las Marismas:
del Guadalquivir, em seu nome, e no da Companhia
que representa, tanto pelo menor termo em que pro
mette dalla concluida, como pelas maiores garantias
que oferecem o seu notorio credito, e consideravel ri
queza. Em consequencia do que fica fechado o contra
cto debaixo da protecção de S. M., e com as condi
ções de recíproca utilidade que vão immediatamente re
fluir sobre os povos de Castella, e depois nos de toda
a Monarquia. "(Estafeta.)
*—*§§ *--*
"Lisboa, 10 de Maio,
"REAL JUNTA Do CoMMER.cio.
TEdital.
A Real Junta do "Commercio, Agricultura , Fabri
cas, e Navegação destes Reinos e seus Dominios bai
xou o seguinte
• Aviso.
"Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, = O Ministro
e Secretario d'Estado dos Negocios Estrangeiros de Sua
Magestade Catholica partecipou ao Ministro d'ElRei
Nosso Senhor em Madrid, em Nota de 8 de Abril ulti
no , que para evitar o abuso commettido por alguns
Mestres de embarcações estrangeiras, que navegão para
o porto de Cadiz, de levarem cartas, periodicos, ou
folhetos, que entregão directamente ás pessoas a quem
são dirigidos, com grave prejuizo de Sua Magestade
Catholica, e das rendas da Adminisiração do Correio,
Mandou o mesmo Soberano prevenir , por via dos res
pectivos Consules, os Mestres das embarcações que na
vegão para o dito porto, de que não devem entregar
as correspondencias que levarem ás pessoas a quem são
dirigidas, nem mesmo deitallas na caixa do Correio,
mas sim entregallas elles mesmos na Administração do
Correio daquella Praça, incorrendo no caso contrario,
na mulcta de quinhentos pezos duros, que o Regimen
to do Correio Maritimo impõe aos Capitães, e Mestres
de Navios Hespanhoes, que fraudulentamente conduzem
correspondencias para particulares. O que tudo ElRei
Nosso Senhor Manda partecipar á Real Junta do Com
mercio, a fim de que o Tribunal faça dar a esta medi
da a publicidade conveniente. =Deos guarde a Vossa
Excellencia. Palacio de Queluz, em 7 de Maio de 1831.
= • |- − =
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
}
•
= Visconde de Santarém. = Senhor Marquez Mordomo
1\Íór.
E para constar o referido, se afixou o presente. Lis
boa, 10 de Maio de 1831. =(Assignado) José Accurtio
das Neves.
*—º §§ *—»
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 10 de Maio.
Embarcações avistadas.
6 h. 23 m. 1 Escuna sem bandeira, e 1 Cahique dito
ao Sudoeste do Cabo do Espichel: navegão para
o Norte.
8 h. 20 m. 1 Cahique sem bandeira a Oeste do Ca
bo do Espichel: navega para o Norte.
12 h. 6 m. 1 Brigue Escuna sem bandeira ao Sudoeste
do Cabo do Espichel: navega para o Norte.
6 h. 2 Bergantins sem bandeira ao Norte do Cabo da
Roca.
Embarcações sahidas de Belém.
3 h. 12 m. 1 Galeota Hollandeza para Ulaardingen.
3 h. 66 m. 1 Bergantim Russiano para a Bahia.
Annuncios.
Quem quizer comprar humas casas abarracadas já de
molidas, com o seu bom quintal, parreiras, e arvo
“res de fructo, situados em hum dos melhores suburbios
de Lisboa, a cédulas, póde dirijir-se ao Escritorio do
Tabellião João Coetano Corrêa , ao Chiado N.° 20,
aonde se lhe darão as necessarias informações.
Quem quizer comprar huma propriedade de casas, si
tas em a Rua do Meio N.° 61 e 62, á Lapa, com dous
fornos de cozer pão, commodidade para fabrica de
pão , e com primeiro andar, livres de foro, dirija-se
á mesma para tratar do seu ajuste.
Vendem-se humas casas na travessa do Forno, ao
Campo de Santa Anna, de N.° 1 a 7, as quaes estão
avaliadas em 1:8003000 rs., e rendem 1583400 rs.,
Pºgº? de foro 400 rs ; quem as pretender procure em
O .° 6 do mesmo predio.
Rafael José da Silveira Baião contratou com Pedro
"José da Costa a compra das suas casas sitas na travessa
do Monte, á Graça N.° 27 a 28: afixárão-se Editos de
trinta dias pelo Cartorio de Mathias José de Oliveira
Leite, findos os quaes se julgaráõ livres e desembaraça
das para elle comprador.
Arrendão-se as pastagens da Charneca da quinta Dá
mieira, no termo de Santarém, junto ao lugar de Ta
garro , tendo principio este arrendamento no proximo
mez que vem de S. João do presente anno de 183i: quem
pretender as ditas pastagens, póde fallar com o dono da
mesma quinta, assistente em Lisboa, na rua direita da
Boa vista, defronte do Paço da Madeira N.° 38.
Para o Havre de Grace partirá em breve o Bri
gue Brazileiro Joaninha, Capitão Joaquim Gonçalves
Maia : quem quizer ir de passagem, pode procurar º
cg# a bordo, ou na Praça até á huma hora da tarde.
exta feira, 13 do corrente Maio, ás onze horas, na
rua do Outeiro (ao chafaríz do Loureto) N.° 9, 3.° an
dar, se hão de vender em leilão publico com assistencia
do Corretor de N.° da Praça, diversas mobilias de casº
em bom uso, e hum piano."
-* = • ==
 NUM. 1 1 1.
GAZETA DE
—==>>>9>EG###9e
QUINTA FEIRA, 12 DE MAIO.
#pt->$3<>$#@$#$%>9o;
PARTE OFFICIAL.
|- →I +++- =
Repartição da Reforma Geral dos Estudos.
Pela Junta da Directoria Geral dos Estudos se ha de
prover por Concurso de 60 dias , que começará em 16
do corrente mez, a Cadeira do Curso Biennal de Filoso
fia Racional e Moral, e de Elementos de Arithmetica,
Geometria, Geografia, e Chronologia do Estabeleci
mento de Estudos do Bairro de Belém da Cidade de
Lisboa com o ordenado annual de 4603000 réis. Os
que pretenderem ser nella providos se habilitarão com
Folhas corridas, Declaração determinada na Lei de 20
de Junho de 1823, Certidão de idade, e Attestação do
proprio Paroco sobre vida e costumes, reconhecidas,
e em fórma legal, e no tempo acima designado concor
rerão a Exame perante a mesma Junta , ou perante o
Commissario della em Lisboa. Coimbra, na Secretaria
da sobredita Junta, 4 de Maio de 1831.= O Secretario
Antonio Barboza de Almeida. •
•
PARTE NÃO OFFICIAL.
-l-L —=
NoTICIAS ESTRANGEIRAS.
POLONIA.
J'arsovia, 11 de Abril.
A Gazéta de Estado publica o seguinte artigo Ofí
cial:
… Até agora não tem havido nenhum combate de con
cideração em que tenhão tomado parte os corpos que
estão debaixo do mando iminediato do Generalissimo. . Commandante em Chefe da Guarda Nacional. Nesse
A vanguarda tomou alguns prizioneiros e bagagens. O convite que produzio bastante surpreza, se diz que to
Quartel-General está em Katowiecz. O máo estado dos
caminhos
-litares.*? oppõe grandes obstaculos ás ºperações mi
•
O mesmo periodico publica outras noticias, porém
não são Oficiaes.
. De 7 de Abril. A cavallaria Polaca que chegou até
Siennica sobre a linha de conmunicação Russiana, to
xmou alguns prizioneiros e bagagens a diferentes Regi
ANNo 1831.
LISBOA.
mentos pertencentes ao Corpo do Exercito do Principe
Schachoffskai e do Conde Pahlen. Segundo os movi-.
mentos e posições dos dous Exercitos muito em breve
se deve esperar huma acção. Recebêrão-se noticias de
3amosc de 28 de Março, que annuncião, que o Corpo
do General Duernicki estava em bom estado, e que ha
via sido reforçado por hum Destacamento de Volunta
rios, que conseguio entrar na praça., Os avizos particu
lares do acampamento Polaco perto de Latowicz do
dia 7 annuncião, que o Generalissimo havia recebido
no mesmo dia noticias de que o Conde Diebitsch mar
chava outra vez á vante. O Grã Duque Miguel ainda
tinha o seu Quartel General em Lomza.
Entrárão hontem em Varsovia varios Oficiaes e huns
61 soldados Russianos feitos prizioneiros no dia 5 nas
immediações de Stoczedk.
Idem do dia 10. Os viajantes que chegão da outra
margem do Okuniew assegurão, que no dia e noute de
9 tinhão ouvido grande estrondo d'artilheria a cu
jo respeito se não tinbão recebido partecipações Offi
ciaes. Não obstante assegurão, que esse estrondo seria
do combate que a columna do &## Andrychewicz
sustentára antes d’entrar em Wengrow, e no qual ha
via feito muitos prizioneiros. Outras partecipações do
General Duernicki de 4 d’Abril annuncião, que este
permanecia com suas tropas encurralado em 2amosc ;
• • • —
e que o máo estado dos caminhos e os pântanos de que
estava cercado o impossibilitavão d’emprehender movi
mentos ofensivos.
O Correio Polaco diz, que o Conde Diebitsch fizera
reunir ao seu Exercito o do Tenente General Pahlen,
que se achava na outra margem do Bug.
O Principe Czartoriski, fresidente do Governo na
cional, Mr. Barsikowski, membro daquelle Governo,
e o Conde Malachouski, Ministro dos Negocios Estran
geiros, sahírão de Varsovia para o Quartel General do
Generalissimo. •
Jdem 11. Publicou-se hum convite que o General Go
vernador da Capital faz ao Conde Antonio Ostrouikí,
dos os individuos daquella Guarda se devem prover com
a maior brevidade com armas e munições, por que era
rovavel que os Russianos logo ameaçassem a Capital.
#" devem fazer o serviço com a maior exactidão, e
ao primeiro signal de rebate, tomar armas e reunir-se
immediatamente nos sitios indicados; que se observaré
a mesma boa ordem e disciplina que nas tropas de li
nha; que ficão anuladas e sem efeito as isenções e bai
xas do serviço com qualquer pretexto que se hajão con
cedido, e que pela outra parte se não queria de nenhum
•
 [ 452 |
modo impor o onus do serviço da Guarda á classe indi que melhorem sensivelmente a sorte dos nossos subdi
gente dos habitantes. (G. de Madrid.) tos, fixámos sobre este ponto a nossa attenção mesmo
no meio das dolorosas calamidades, passadas. Não tar.
- PRUSSIA. — * * daremos em manifestar as disposições que á vista do
passado, e examinando as circumstancias nos pareção
+ Memel, 10 de Abril. II) BIS utelS.
» Não obstante ficarião frustrados estes benéficos de
As tropas Russianas que tinhão evacuado Polangen sejos, e não poderião facilitar o fim a que aspiramos;
no dia 5 para se retirarem a este ponto, sabírão desta e ainda quando se apresentasse a apparencia mais lison
Cidade; em Keiligenstadt se augmentárão com alguns jeira de hum futuro tão ditoso, a sua existencia seria
centenares de tropas que chegárão da Curlandia, e lo momentanea, se com medidas energicas se não evitasse
go marchárão outra vez sobre Polangen donde lançárão a repetição das desordens que por muito tempo deixa,
fºra os rebeldes, fazendo-lhes muitos prizioneiros e ma rão memoria dos males que tem causado.
tando-lhes dous, hum dos quaes era Chefe. Depois de » Não nos podemos esquecer de que a boa semente ha
haverem deixado hum destacamento em Polangen sa de perecer toda a vez que se não arrranquem as raizes
hírão os Russianos para se reunir ás forças que vinhão da planta nociva com que o inimigo a cobrio; e vemos
da Curlandia, e no caminho atacárão os insurgentes, a com dôr hum Manifesto publicado em Ancona a 26 de
quem derrotárão completamente depois de renhido com Março ultimo, em que deixando existentes os elementos
bate. Os rebeldes ateárão fogo em Polangen, que fi da rebellião, só momentaneamente se suspendião os seus
cou reduzida a cinzas. A perda dos insurgentes constou efeitos, os quaes terião tornado a apparecer mais peri
de 300 homens; os Russianos só tiverão hum homem gosos no momento em que tivesse deixado de existir o
*morto e vinte feridos. Os habitantes de Polangen, que que detinha aquella impetuosa corrente. Porém o Deos
pelo incendio perdêrão quanto tinhão, fugírão para o immenso, que na sua Providencia tira do mal verdadei
territorio Prussiano. Nesta Cidade se abrio huma subscri ros bens quando o julga conveniente para sua maior glo
pção para seu euxilio. ria, permittio que os chefes das facções cahissem em
. Já se acha estabelecida a communicação com os Rus outro erro, fructo da sua cegueira criminosa
sianos. (G. de Madrid.)» Convencidos esses facciosos de que se havião enga
• ITALIA. • , "
nado no insensato empenho de aggregar novos delictos
+ • Roma, 9 de Abril. ás suas culpadas acções, procurárão acudir á necessidaº
de do momento arrancando por força e com a pintura
•
falaz de imminentes desgraças, e fingindo ao mesmo tem
Em huma especie de Manifesto, que o nosso Soberano po falso arrependimento, hum manifesto do nossº
Pontificie publicou em data de 6 do corrente, se notão. mui querido filho o Cardeal Benvenuti, a quem pouco
os parágrafos seguintes: tempo antes sem nenhuma contemplação á sua sublime
» Aquelle Deos que em seus inescrutaveis juizos não dignidade havião injuriado, maltratado e prezo; que
desdenhou elevar a nossa fraqueza ao Supremo Pontifi por consequencia daquelle máo tratamento se achava
cado, não se esqueceo de nós no meio dos apuros que gravemente enfermo, e que sem ainda disfructar a ne
tão rapidamente se multiplicárão no principio do nosso cessaria liberdade gemia em poder dos que com edictos
Reinado; e por hum rasgo da sua admiravel Providen calumniosos havião intentado fazello alvo da indignação
cia não permittindo que esses apuros fossem superiores popular. •

ás nossas forças, manifestou o seu amor dando-nos com » Desapprovámos esse Manifesto logo que chegou ao
a mesma tribulação o meio de os superarmos para que não nosso conhecimento declarando publicamente a sua nul
ficassem frustradas as esperanças que tinhamos de que lidade, que já era evidente por tantos titulos, e com a
nunca nos faltaria a sua Divina Protecção, como asse unica idéa de afastar dos nossos povos novos infortunios,
gurámos com viva Fé ao dirigirmos pela primeira vez mandámos instrucções conformes a esta maxima, que
a palavra aos nossos povos. •

está garantida por todos os direitos sagrados e profa

Il O Se
» Ao passo que temos a satisfação d'annunciar, que a •

tempesta de se acalmou, e que reina a tranquillidade
naquellas Províncias que algumas pessoas inimigas da
Religião e do Throno assolárão com as desordens con
sequentes á rebelião, experimentamos a mais verdadei
ra alegria em poder declarar em honra da verdade, que
se entre o nosso povo se conserva sem mancha a pure
za daquella Fé que o Apostolo S. Paulo assegurou com
testemunho Divino seria annunciada cm todo o universo,
atambem a Europa
quem foi se tem
instituido Pai econservado
Soberano. e manifestado fiel •
" … Mas se com a mais terna e sincera gratidão reco
nhecemos no Imperial e Real Exercito Austriaco essas
» Agora, Ministro de Deos que quer, que se corte tu
do quanto lhe cause escandalo, nos lembraremos de que
algum dia havemos de dar conta do uso que houvermos
feito tanto da clemencia como da justiça. Penetrados
dos deveres que nos impõe a qualidade de Principe,
sempre teremos presente, mesmo conservando-nos na va
reda da paz, de que he precizo que a clemencia abran
ja em suave laço a justiça, e que esta severamente exi.
ge de nós, que ponhamos fora de estado de fazer mal
aquelles que ás repetidas profusões de piedade e de man
sidão, só tem correspondido com attentados novos con.
tra a Religião, contra a Soberania e contra o socêgo
publico. •

escolhidas cohortes de valentes, a quem Deos havia

reservado o triunfo sobre a perversidade dos sublevados,
e com esse triunfo a honra de reintegrar a Santa Sé na
posse dos seus Estados, coroando com tão feliz exito
os constantes impulsos da pura Religião, que forma a
mais alta gloria do seu Augusto e poderoso Soberano
” Devemos aos nossos subditos a segurança em suas
pessoas, na ordem moral, e nos bens; coro este sauda
vel designio conformareuios as nossas disposições, con
servando-nos dentro dos limites que devem guardar a
clemencia e a justiça.» • |-

. Francisco I., a quem sempre consagraremos indelevel (Extracto da Gaz. de Madrid.)

reconhecimento, tambem exclamaremos: Gloria e lou
vor a estes honrados cidadãos, que tendo formado im» - FRANÇA,
mediatamente a Guarda Urbana, vigiárão incansaveis
com as armas, sofrendo as incommodidades do serviço París, 25 de Abril. *

mais penoso para manterem a segurança da nossa pessoa,

e o socego desta Cidade. Annuncião as folhas Allemás, em data de Cassel 3
» Confirmado no grande intento de dictar medidas de Abril, que no dia precedente o contingente federati:
 [453 :J
vº, cuja força subia a 4,000 homens e 12 peças de ar
ulheria, tinha recebido ordem de se achar prompto pa=
tº, o dia 13 de Maio, a fim de marchar para Luxem
burgo. As tropas de Nassau se lhe deverão, reunir, e
neral ºHessez.
todo corpo será commandado por hum Tenente Ge •
Escrevem de Hanovcr:
º Perto da metade do nosso contingente, tres Regi
mentos de cavallaria, oito Batalhões de infanteria eva
tias baterias de artilheria recebêrão ordem, d'estar prom
ptos para o dia 15 de Maio.» (Nacional.)
O General Schneider está a ponto de voltar á Fran
ça. Assegurão que estipulára com o Presidente da Gre
cia importantes vantagens a favor dos Françezes que
passarem á Grecia a fim de levarem a sua industria áquel
le paiz. •
O Amigo da boa ordem, que apenas data de Janei
ro ultimo, já conta maior numero de assignantes do
que o Amigo da Carta, e o Bretão, que são os dous
Jornaes liberaes de Nantes.
Lemos no Observador Austriaco de 8 d'Abril:
» Os 98 insurgentes a prezados pelo Tenente de Fra
gata Rizzardi já chegárão a Veneza. Logo que S. M.
teve noticia desse facto mandou immediatamente proce
der a huuma averiguação a fim de se saber a nacionali
: dade de cada hum delles, e de se designar os que não
são Austriacos aos seus respectivos Governos, recom
mendando ao mesmo tempo de activar a sua partida
quanto antes. Relativamente aos subditos Austriacos ex
pedio-se ordem de se averiguarem as causas da sua de
mora nos paizes estrangeiros e a authorização que ti
nbão para esse efeito, e de proceder depois do resulta
do da mesma investigação em rigorosa conformidade com
as regras da legislação existente.»
O Dr. João Lingard concluio a sua Historia da In
glaterra pela publicação dos volumes 13.° e 14.° con
tendo os Reinados de Corlos II e de Jaime II. Aquel
la importante obra acaba pois na revolução de 1688,
de que o author referto todas as circumstancias. A tra
ducção Franceza por Mr. Amadeo Pichot sahio á luz,
e completa os doze tomos precedentemente, publicados.
Terernos occasião de falar do livro do Dr. Lingard
quando tratarmos de huma das épocas mais interessan
tes da Historia da Inglaterra, época tão mal julgada
pelos criticos e historiadores apaixonados, e na qual er
1 adamente se quiz ver o typo das nossas ultimas revo
luções. Escriptor escrupuloso e imparcial Lingard in
terrogou os factos sem nelles introduzir as theorias po
liticas, e he desta sorte que obteve a approvação da
Europa illustrada. (G. de França.)
HESPANHA. |-
Cadis, 3 de Maio.
Escrevem de Havana em data de 1 de Abril;
... Nesta Ilha não occorre nenhuma novidade digna de
se publicar: tudo vai caminhando perfeitamente, e em
nada cuidão seus habitantes mais que em fazer boas co
Jheitas e a mar o seu Rei. Trata-se com muito calor dº
construcção do caminho de ferro de Guines. As produc
ções este ao no são boas e abundantes; unicamente sin
timos que não consigão maior preço, etc; }
(E, do D. Mercantil.)
# *§§ *—»
Lisboa, 11 de Maio.
(Artigo communicado.)
. Sua Magestade ElRei o Senhor Dom Miguel I, hou
ve por bem, conceder em Audiencia de 7 do corrente,
o uso da Imperial e Real Efigie de Sua Magestade a
Rainha Nossa Senhora, que Deos tem em Santa Gloria,
sendo a dita Medalha de ouro, a Fr. Leonidio de Ma
ria Santissima, Emigrado em Hespanha, e Pregador
Jubilado em S. Francisco de Lamego. * ** *
*—*§§ 4–—º
Litera tura.
: Memorias de Mr. Constant, creado particular do
Imperador,
• sobre
da sua a vida privada
familia, de Napoleão,
e sua Côrte.
Hurn creado particular de Luiz XIV, nos deixou al
gumas Memorias, mas cumpre que se saiba que esse
creado particular nem sempre havia sido estranho, co
mo o foi o de Buonaparte, aos negocios politicos. No
entanto as suas Memorias apenas formão hum pequeno
volume, que facilmente se pode ler todo inteiro antes do
almôço. "
Se naquelle tempo tivessem havido tão habeis edito
res como os nossos, não teria o publico tão depressa
acabado de ler os seus escriptos. Esse pequeno volume
teria fornecido materia para varios dutros; pelo menos
se terião feito meia duzia de mui rasoavel formato. Mas
então, a arte de multiplicar os volumes, e de os engros
sar com suppostos documentos justificativos, ainda não
era conhecida; esta arte he nova, e se o famoso editor
Mr. Ladvocat, não foi quem a inventou, pelo menos
pode jáctar-se de a ter levado a mui subido gráo de
perfeição. • • •
As memorias de Mr. Constant apenas devião formar
quatro volumes; quando muito eis o que Mr. Ladvocat po
dia extrahir das recordações do creado particular de
Buonaparte. Mas agora promette-nos quinto e até mes
mo sexto volume: serão esses por ventura os ultimos?
Não o afianço. O editor } homem dotado de singular
babilidade, o seu 3.° volume das Memorias de Mr.
Constant, he hum verdadeiro prodigío. Entre 400 pa
inas apenas conto 80 fornecidas pelo author; o editor
foi buscar o resto nos seus inesgotaveis manuscriptos.
No primeiro folheto das taes Memorias inserio alguns
fragmentos de certos apontamentos, redigidos por hu
na das Damas da Imperatriz Josefina. Formou por esse
meio quasi todo o terceiro volume das Memorias de Mr.
Constant. Mr. Ladvocat nos dá não sei quantas ordens
dirigidas por Buonaparte aos seus Generaes, Ordens de
marcha, Ordens de batalha etc.; mas a que vem alli as
taes peças justificativas, já que se lhes quer dar esse no
me! Cuido que terião mais apropriada colocação entre
as Memorias do Chefe do Estado Maior de Buonaparte
do que entre as do seu creado particular.
|-
_ Quanto aos apontamentos da dita Dama do Paço
Imperial o editor teria podido imprimillos separada
mente: porém, muito louvo á feliz idéa que teve de
os rumir ás Memorias que annuncío. A tal Dama
fala demasiado dos seus negocios pessoaes, e dos in
ortunios que sofrèra; faz certas confidencias ao publi
co, que unicamente podem ter interesse para os seus
amigos e para a sua familia; no entanto achão-se ...I]OS
seus apontamentos algumas observaçôes bastante pican
tes sobre a Corte de Buonaparte e o editor que tinha
bom gosto entendeo, que as ### * } . Constant
careci㺠# sginete sem o qual nos parecerião bem
insipidas as Memorias em questão. •
Tal he o ordinario resultado que produz a lisonja,
quando se não economiza, e he certo, que nas taes Me
morias, que se podem comparar a hum quadro sem som
bras, Mr. Constant não he muito parco a esse respeito.
Sensivel aos beneficios que recebêra fala do seu antigo
amo com a mais viva admiração, mas se a seus olhos
 [ 454 |
Buonaparte he sempre grande, aos da Baroneza de V— povo, diz ella, com muito desprezo.» Não sei se com
he muitas vezes bem pequeno; por exemplo onde o crea o povo confundia certas personagens financeiras, que
do particular vê a dignidade, a Dama do Paço só vê a hoje constituem hum poder no Estado; mas ao menos
insolencia. Não sei por que razão entcnde o editor, que com bem pequena consideração as tratava.
por meio das Memorias de húm e do Diario da outra, Já se tem fallado tanto das grandes batalhas de
poderemos ter perfeito conhecimento da Corte Imperial: Buonaparte, que o seu creado particular bem se podia
o certo he que em tudo concordão de modo que o bran dispensar de fallar a esse respeito, e contentar-se, se
co e o preto não diferem mais. gundo a feliz expressão de Mr. Ladvocat, seu editor,
Para Mr. Constant nada ha mais bello do que a Cor ém desatar os cothurnos e a couraça de Napoleão. Mr.
te de Buonaparte; para a Baroneza de V... nada ha Constant queria tambem celebrar a gloria do Reinado
mais grutesco. He sabido que ella comparava a Corte de seu amo; mas onde vê essa gloria que tanto o fas
de Buonaparte a hum vestido d'Arlequim. Ainda mais: cina ? Onde está ella ! He a Dama do Paço que lho
achou que Arlequim fazia muito mal o seu papel; que pergunta, e que se anima a dizer: Longe de attribuir
as suas maneiras erão vulgares, que nunca tinha huma ao Reinado de Napoleão gloria alguma para a nação
alavra d'agrado que dizer ás Senhoras, o que escanda Franceza, sustento que elle a aviltou, que a abateo, e
# muito Mr. Constant, que sustenta que seu amo era que perdeo o caracter nacional. O seu despotismo fez
mui pulido e attencioso; mas he á Dama do Paço que curvar a frente de todos no pó; os homens mais distinctos
eu darei credito, não só por que a sua opinião se apro pelo engenho e pelo saber se prostravão a seus pés antes
xima ao meu parecer, mas tambem por que em nego impellidos pelo pavor do que pela admiração.
cios similhantes, quasi nunca se engana o bello sexo. (Extracto de hum artigo deaMr. Colnet.)
Na segunda parte das suas Memorias, assim como
na primeira Mr. Constant faz mui louvaveis esforços pa *—*$$*—º
ra nos convencer de que seu amo não era, segundo se
acreditou, hum máo homem; mas que tinha pelo cón Telégrafo. — Serviço da Barra. — 11 de Maio,
trario hum coração muito compassivo, e que só os ma
lévolos são capazes de dizer, que não era capaz de sen Embarcações avistadas.
timentos de ternura; mas felizmente não he elle só quem 5 h. 10 1 Galera sem bandeira, 2 Bergantins dito e 2
falla, e graças á precaução que tomou o editor de col Cahiques dito; 12 h. 46 m. 1 Bergantim dito, 1
locar as recordações da Dama da Corte Imperial a par Escuna dito; e 6 h. 1 Brigue Escuna dito, e l Es
das Memorias do Creado particular, poderemos apre cuna dito a Oeste do Cabo da Roca: a Galera,
char a sensibilidade de Buonaparte ; conheceremos se o 2 Bergantins, e 2 Cahiques navegão para o Norte:
seu coração possuia tanta bondade e ternura. Hum só Embarcações sahidas de Belém.
exemplo nos provará, que o sensivel. Napoleão levava 10 h. 20 m. 1 Bergantim Inglez para a Terra Nova, e
ás vezes a dureza até á mais horrível barbaridade. Ti 1 dito Russiano para Cronstadt.
nha degradado Madama de Chevreuse. Certo General 4 h. 15 m. 1 Galeota Hollandeza para Roterdam.
a quem o Imperador manifestára o desejo de recompen
sar os seus serviços, lhe disse: º Huma joven mulher se
acha moribunda em Caena; o seu unico desejo he ex Publicação Litteraria.
pirar entre os seus amigos e no meio da sua familia; Sabio á luz a Carta 19 de Nâo Sei Quem; e reimpri
supplico a V. M. I. me conceda esta graça, que será. mio-se o N.° 2.
para mim a mais suave recompensa. … Está ella pois Annuncios.
em tão máo estado? » perguntou Buonaparte, que bem
sabia de quem se lhe fallava; » Sim, Senhor, pouco Quem quizer fornecer á Repartição das Obras Publi
tempo lhe resta de vida.» — Pois bem, póde morrer tão cas trezentos pinheiros para concerto da ponte sobre º
bem em Caena como em París. Rio de Sacavém, compareça na respectiva Intendencia
Não se admirará acaso tanto como eu o creado par Terça feira, 17 do corrente, pelo meio dia.
ticular de Buonaparte vendo que lhe dérão, se me he Responde-se ao annuncio da Gazeta N.° 107, que a
licito usar desta expressão, por companheira historica, } de que elle trata denominada o Tolimdo, ou
huma Dama da Corte que parece comprazer-se em o ireleira, no sitio de Chellas, de Antonio Pereira Nu
contradizer? Ambos se achão raras vezes de accordo. nes, foi hypothecada a José Joaquim Ribeiro de Arau:
Se elle falla do enthusiasmo que em toda a parte exci jo, por Procuração, como consta da Escriptura lavra
tava a presença de Nopoleão, esse enthusiasmo, que elle da em Nota do Tabelião Luiz Hedviges Teixeira
entende ser inerpressavel, eis aqui de que maneira ella Machado, em 30 de Abril do corrente anno.
o expressa: º Quando Napoleão entrava em Paris tu Na travessa de S. Nicoláo N.° 52, 3.° andar, se alti
do era frio e silencioso á roda delle: a sua Carruagem gão quartos por preços commodos.
passava quasi sem ser percebida.» Aqui temos hum en Quem quizer tomar de tres passe hum armazem de re
thusiasmo que se parece muito com a indiferença. A tem, no sitio do Poço do Bispo, e que se denomina dº
Dama do Paço Imperial accrescenta: º Por isso bem Kaladares, dirija-se ao mesmo armazem, que alli achará
cordialmente detestava elle os Parisienses.» Elles o sou as instrucções necessarias.
Tberão, e muito folgo que o saibão, mas por ventura Na rua da Santissima Trindade N.° 34, em Buenos
conservarão isso na lembrança! Aires, ha para vender huma sege nova de gosto moder
Acreditar-se-ha, que aquelle mesmo homem, que tan no, hum carro de dous assentos, tres carruagens de vi
tas vezes repetia, que era devedor da sua elevação ao dros , e huma traquitana de cortinas, rodas novas de
povo, no entanto ao mesmo povo em pouco avaliava ! carrinho, mollas, e varios artigos pertencentes a jogo º
Não he o seu creado particular quem no-lo diz; está caixa, tudo por preços com modos. .
bem longe disso. A amavel Dama da Corte Imperial N. B. Na Gazeta de 10 do corrente, pagina 1.",
he que somos devedores dessa revelação. » Fallava do col. 1.", lin. 29, em vez de = em = leia-se na.
*--

LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA.

|-

* - - - - º , :
 NUM. 112. ANNo 1831.

Gazeta DE LISBoa —-+==>>>6">#@$1<<<<9G<<=-

SEXTA FEIRA, 13 DE MAIO.

PARTE OFFICIAL. metro Tenente do Real Corpo de Engenheiros, João

Lourenço Domingues, o qual ficou demittido do seu
posto, na conformidade do §.° 3.° do Alvará de 23 de
Abril de 1790. * *>

Extracto da Ordem do Dia N.° 27.

Publica-se ao Exercito, que em 6 do corrente forão
Quartel General no Paço de Samora Corrêa, mandadas cumprir as duas Sentenças seguintes profe
em 11 de Maio de 1831. ridas a respeito dos Officiaes abaixo declarados : -

Publicão-se ao Exercito os Avizos abaixo Tendo respondido em Conselho de Guerra, o Capi

transcriptos: tão do Ultramar João Baptista Pereira, e o Cirurgião
Mór do Batalhão de Voluntarios Realistas de Aveiro,
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — ElRei Nos Alberto de Almeida Soares, por haverem sido accusa
º so Senhor Manda communicar a V. Ex.° para sua in dos, o primeiro de ter commettido o crime de arranca
- telligencia, e execução, que por Decreto de 30 de Abril mento de arma, e injurias verbaes; e o segundo de fal
do corrente anno, * Servido Conceder demissão do - sidade, e desobediencia aos mandatos da Justiça, fo
Posto de Alferes do Regimento de Milicias da Maia, a rão a final ambos absolvidos, por falta de prova, por
* João Martins Vieira. = Deos guarde a V. Ex." Paço Sentenças do Conselho de Justiça, datadas em 30 do
de Queluz, em 5 de Maio de 1831. = Conde de S. mez proximo passado. • -

Lourenço.= Illustrissimo e Excellentissimo Senhor Con
de de E###
1llustrissimo e Excellentissimo Senhor, — ElRei Nos
so Senhor, He Servido Determinar que todos os Ofi
ciaes do Seu Exercito, seja qual fôr a graduação, dei
xem de usar nas Bandas de borlas de prata, e que es
tas sejão de retroz da mesma côr das Bandas; devendo
tambem os Oficiaes dos Corpos arregimentados trazer
nas Espadas, ou Floretes, Fiadores de couro da mes
na côr das correias do Armamento dos seus respectivos
Corpos. O que communico a V. E." para sua intelli
gencia, e execução. = Deos guarde a V. Exº Paço de
Queluz, em 6 de Maio de 1831. = Conde de S. Lou
renço. = Illustrissimo e Excellentissimo Senhor Conde
de Barbacena. - Escrevem de Cracovia em data de 12 de Abril o ses
ElRei Nosso Senhor, como Commandante em Chefe
do Exercito, Houve por bem Nomear o Capitão do
Regimento de Infanteria de Chaves, Vicente Freire
Corte Real, para ter o exercicio de Major no Regi
mento de Milicias de Miranda, observando-se a seu
respeito o disposto nos §§.4.", e 5.° do Artigo 27 do
Begulamento para a organização do Exercito de 21
de #", de 1816, e no Decreto de 19 de Agosto
de 1825.
Publica-se ao Exercito, que por Accordão de 27 de Fe
vereiro de 1830 da Commissão creada por Decreto de 15
de Agosto de 1828 para julgar os Crimes commettidos
contra a Real Pessoa d'ElRei Nosso Senhor, e contra
a segurança do Estado, foi condemnado em mais hum
ao no de prizão na Torre de S. Julião da Barra, o Pri
(Seguem-se Licenças). Conde de Barbacena, Chefe
de Estado Maior General. = Está conforme o Original.
= Ajudante General, Marquez de Tancos.
"BRIMM
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
AUSTRIA.
//ienna, 18 de Abril,
guinte:
» Ha alguns dias que carecemos de noticias do thea
tro da guerra. O Quartel General do Marechal Diebi
tsch ainda permanece em Ryki. O General Skrynecki,
que estava em Latowice, fez hum movimento retrógra
do. Assegurão que se fizerão novas tentativas para re
novar as negociações. A convocação da Dieta para o
dia 15 terá esse objecto. » (Observador Austriaco.)
FRANÇA.
Paris, 12 de Abril.
A moralidade da historia.
He hum misterio, porém he huma grande verdade,
que huma intelligencia suprema impelle os aconteci

mentos para hum fim que só della he conhecido, sem
com tudo constranger a liberdade dada ao homem, e
faz entrar essa mesma liberdade no cumprimento das
suas vistas. - , !
•
Cada hum de nós o experimenta no intimo do cora
ção e nos actos da vida individual; cada hum attesta o
poder de hum arbitro que liga #"E: ao infortunio, e
a virtude ao prazer e á esperança. De tal modo se ma
nifesta na historia dos povos, que antes se poderia de
nominar os annaes do Governo de Deos, por quanto
nunca está atisente. A sua intervenção he de todos os
dias, e de todas as horas, nunca erra, pois só fere em
virtude das leis que se prescreveo, e só descarrega o
golpe depois de haver dado repetidas advertencias.
Á primeira revolução foi a realisação de todo o mal
que existia na sociedade; todos os animos se havião
afastado da boa ordem, todos se havião entregue á or
gulhosa confiança da razão de huma época que julgava
e reprovava todas as outras; as instituições sociaes se
havião deixado corromper por tão impia vaidade; os
que tinhão a missão de conservar se havião deixado
destruir. Ao passo que a molle indiferença afrouxava
os animos, desenfreada audacia entumecia o entendi
mento. A confiança em si mesmo augmentava á medida
que decahia a crença nas tradições.
Estas culpas geraes tiverão hum geral castigo: a con
fusão. Era a aurora de hum novo dia, e apenas raiou
logo duplicárão as trevas. Longo tempo havia que já
não existia a virtude; com a revolução se acabou o sen
so commum. Leo-se muito, e isso mesmo duplicou a
ignorancia, ' ' .. |-
Desta sorte a revolução que chamárão origem de lu
zes unicamente
para servio
perturbar as luzespara !#
adquiridas. as luzes náturaes, e
. A revolução, que chamavão hum manancial de vida
devorou os proprios filhos, e os seus inimigos sem dis
tincção, . •
Ella havia esperado grandes vantagens da espoliação
que erão os seus recursos de fazenda: a espoliação a
empobreceo em vez de a enriquecer. Bateo moeda ao
som da guilhotina, e essa moeda como dinheiro dia
bolico , se transformou
gum. **
em, leves
* . folhas sem valor al
• •
Tinha promettido aos seus illudidos sequazes huma
liberdade que ofuscaria a liberdade Ingleza, e mesmo
a Americana
vidão. ; não fez mais do que refinar a escra
• !
… Só fallava d'igualdade e de lei commum; e no entanto
o seu Reinado não foi outra cousa mais do que a vio
lação da lei commum , e a creação de renovados
privilegios d'infortunio, e de miseria. Havia igualdade
como entre os forçados debaixo da vara do seu Guarda.
Quem a ouvisse fallar diria, que a liberdade dos cultos
e a liberdade de escrever era o principal objecto dos seus
votos. Assassinou os escriptores Realistas; deportou os
Catholicos que não quizerão abjurar o Pontifice; amon
toou os Sacerdotes nas masmorras etc. Dessa liberdade
tyrannica procurou a França refugiar-se na gloria: A
gloria a enganou da mesma sorte que a liberdade. Tão
älliva com as suas conquistas foi a final conquistada
tambem, Jactava-se de ter visitado todas as capitaes, e
foi tambem visitada; bem sabemos quanto isso lhe cus
tOtl. **> - - -
* Desta sorte o espirito de orgulho que havia produzi de, fazendo-o pronuncia por huma lei! Desengana
do esse grande attentado social, ficou confundido nas vos. Esse facto durará quanto Deos o permittir; além
suas proprias obras, e os homens que forão seus instru disso nem mais hum minuto! (Sensação.)
mentos sofrêrão todos hum castigo proporcionado ás
suas culpas e aos seus crimes.
Examinemos rapidamente as paginas desses terriveis
annaes. Todas as classes que havião partecipado na cor
rupção das idéas sociaes sentí1ão o golpe. Os filosofos,
Cóndorcet, e os Parlamentos forão, punidos, os Nobres
o forão; os negociantes que entendêrão lucrar mais pe
[466]
• * P • •
la revolução, ficárão lezados pela baixa do credito; o
povo pelos recrutamentos, pelas requisições, pela fome
organizada a pezar das boas colheitas; a nação em mas.
sa foi punida por trinta annos de guerra, de oppressão,
de enganos e de padecimento.
E não he esta huma ordem maravilhosa, hum enca
deamento geométrico de causas e efeitos! E se alguem
inventasse hum conto de que desejasse deduzir huma
grande moralidade, por ventura combinaria melhor os
incidentes, e produziria as peripécias por mais seguros
-
caminhos? + •
Sim, a revolução attesta a justiça de Deos; e não
menos a comprova a Restauração.
(Extracto da Gaz. de França.)
Idem, 21.
Do discurso pronunciado ultimamente na Camara dos
Pares pelo Duque de Fitz-James sobre o Projecto de
lei relativo á exclusão do 1.° ramo da Familia dos Bour
bons, extrahimos o seguinte:
» A proposta que se vos apresenta será acaso necessa
ria aos interesses da patria ! Será indispensavel para a
sua salvação! Ser-lhe-ha mesmo util! No caso em que
não seja util nem necessaria, deixará de ter inconvenien
tes! E nas graves circumstancias em que segundo todo
o mundo confessa que se acha a França, o que hein
conveniente para ella, deixará acaso de lhe ser perigo
so! Eis o que me proponho a examinar.
» Lastimosa paixão he o odio, Senhores; tanto mais
lastimosa por isso que hum dos signaes caracteristicos
desta molestia da humanidade he nunca achar satisfa
•
ção no exito que consegue; pelo contrario parece dupli
car a sua violencia e a sua intensidade, de sorte que o
homem a quem se tem feito maior mal he quasi sempre
o mesmo a quem se persegue com mais furioso empenho;
e quando a fabula nos mostra Promothéo incessantemen
te revivendo na insaciavel voracidade do monstro que o
devora, talvez nos quizesse apresentar nessa ficção o co
ração de hum homem dominado no maior auge por tãº
deploravel frenezim. Sei que por meio de ornatos ora
•
torios, habilmente empregados, se tem procurado repu
diar taes sentimentos; mas tornando-se acalorada a dis
cussão em breve a Rhetorica cedeo o lugar ao odio: des
pertárão-se os mais intimos sentimentos; vencêrão todos
os obstaculos, e coino em tudo quanto se dissera de lu
do havia excepto a generosidade, seja-me licito paten
tear a verdade onde a descobrir, e ver unicamente nos
discursos o que na realidade contém.
» Não he huma lei politica, que vos apresentão; hº
huma lei de odio e de vingança; e por esse motivo hº
indigna do Rei em cujo nome no-la apresentão, desta
Camara a quem a propõem, e da illustre França, maior
e mais generosa do que esses que se constituem seus or
gãos. — Ou o partido que nos ameaça a final triunfa
rá, e então se darão palmas a 21 de Janeiro na praça da
Revolução, ou a França ha de ser o que deseja ser,
livre, grande, e generosa, e então cobrir-se-ha de lu
to em cada anniversario desse dia lúgubre, que ella
quizera riscar dos seus annaes. (Luctuoso silencio.)
» A exclusão do ramo inais antigo dos Bourbons hº
hum, facto já completo. Que mais querem ? Fortificar
esse facto, dar-lhe duração, permanencia, e eternida
•
» Em que se tornárão os juramentos de odio á Rea
• •
leza, as leis de morte contra todo aquelle que se atre
vesse a pronunciar o nome de Rei! Veio Napoleão,
riscou-os com hum golpe da sua espada, e os legisla
dores
{'S.
da morte forão os primeiros que cahirão a seus
• |-
"Ignoro os destinos que a Providencia tem reservadº
 [4571
á minha patria; ignoro o que tem decidido da futura » Taes meios serião hoje impossíveis e geralmente des
sorte desse Principe querido que sahio do tumulo de seu approvados; não se animaríäo a empregallos. A ques
pai, e que até no proprio berço sofreo vil perseguição; tão dirigida á França deve ser livre assim como o seu
conheço que he temerario querer sondar os misteriosos voto. Imitar-se-ha pois esse exemplo maculado pela
abysmos de que só Deos tem a chave. Huma de duas: desapprovação do mundo, ou consultar-se-ha a Fran
ou a expatriação desse Principe deve ser eterna, ou a ça! Se não se atrevem a consultalla já não tem direito
França o colocará no Throno dos seus Avós. No pri de me fallar de unanimidade,
meiro caso não será a lei proposta que ha de cimentar * Não me fallem tambem de insuperavel barreira,
a sua condemnação; será a liberdade, a paz, a ventu de hum muro de bronze, que se pretende levantar entre
ra de que o Governo que succedeo ao ramo mais antigo a França e o mais antigo ramo da Dynastia dos Bour
fizer gozar á França. Tornai a França feliz, se po bons. Não conheço barreira insuperavel á vontade do
deis (sensação) e não se dirigirão as vistas para outro homem quando procura a sua felicidade e a sua salva
lado. Na segunda supposição, como elle nunca poderá ção; á vontade de hum povo cujo principio de Soberania
ser chamado, excepto pela força das cousas, pela in haveis collocado á frente das vossas leis. He desconhe
tima convicção de todos os Francezes, por huma lei cer esse principio o querer encadear o futuro desse mes
unanime de salvação que sahirá ao mesmo tempo da mo povo. Quando em certa crize terrivel diariamente
boca de todos, similhante poder he irresistivel, e a vos se invocava a suprema lei da necessidade perdia-se o
sa lei será arrebatada pela torrente que já engolio tan direito de ligar a necessidade para o futuro; e já que
tas outras leis. Assegurai ao paiz a existencia de á ma se lançárão sobre hum oceano de areia movediça, he
nhã, e não lhe queirais dar a eternidade politica ! ridiculo querer levantar sobre similhante alicerce esta
» O Senhor Relator não he do meu parecer. Longe veis edificios e Inuros, de bronze. Além do que aos ho
de se assustar com a eternidade politica, não teme pe mens não pertence o construirem similhante barreira.
netrar nas sombras do futuro, e declarou que a expa Insensatos, aconselhados pelo proprio orgulho tentárão
triação do mais antigo ramo dos Bourbons será eterna, outr’ora erguer audaz Babel para desafiar a Divinda
por que nenhum braço se ergueo em sua defeza, por que de, usurpando direitos imprescriptiveis. Em breve se
para o deter se não levantou nenhuma voz. Sempre a introduzio entre elles a confusão e a desordem. Deos
victoria fallou assim. Ha 40 annos que todas as revo afastou a sua mão , e apenas se havia começado o
luções que tem alternadamente mudado a face do nosso edificio, e já os que o construião mutuamente se
mundo politico, sempre attestárão em testemunho do degola vão ao pé delle. Será acaso esta imagem terrivel
seu triunfo o silencio que reinava á roda dessas mesmas das paixões dos homens abandonados a si mesmos, o
revoluções, e a unanimidade da França, sem já mais se quadro da nossa situação actual! Assim se poderia jul
animarem a consultalla livremente. Não se levantou ne gar vendo a confusão das idéas e as doutrinas que lutão
nhuma voz em França quando baqueou o Throno a 10 ein mutua guerra em a nossa malfadada patria.
d'Agosto de 1792. E por ventura se deverá concluir que » Citárão, nessa discussão, o exemplo dos Stuarts,
toda a França era então republicana ! Eu o pergunto o que tanto mais me admirou por isso que havia ten
aos que então vivião. Não havia tambem hum só repu cionado invocar os Soberanos do seculo passado na In
blicano em França quando Napoleão fez a sua revolu glaterra, mas em apoio da minha opinião sobre a inu
ção de 18 brumaire ? Qual foi o braço que se armou tilidade e perigo da supposta lei. Houve com efeito de
para o combater! Que voz se ergueo para o accusar ! k: da revolução de 1688, leis promulgadas contra o
Só a Restauração des de a sua aurora encontrou vozes egresso dos Stuarts. Vimos em nossos dias os ultimos
que a injuriassem, e inimigos que a combatessem; e descendentes daquella desditosa Dynastia morrerem em
por que? Cumpre dizello: he porque ella havia dado a Roma, e o Palacio de White-hall não tornou a vêr a
liberdade á França, ao passo que a revolução a havia sua frente privada do Diadema. Tudo isso he verdade;
sugeitado ao jugo da escravidão. Hoje querem pronun tal foi o principio, e a conclusão dessa historia; mas
ciar hum juizo solemne, e pretende o Senhor Relator alguns se esquecêrão do intervallo entre as duas épocas.
que esse juizo deve ser firme, estavel e para sempre. Se a lei de proscripção contra os Stuarts não foi a cau
Ora bem ; ha só hum meio de lhe imprimir similhante sa primaria das desordens e guerras civis que durante o
caracter: átrever-se-hão a pollo em pratica! Escolhão espaço de 60 annos perturbárão a paz da Inglaterra,
entre dous exemplos que vou citar. (Attenção.) (e ser-me-hia facil provar, que essa lei muito contribuio
» Na época do processo de Luiz XVI, os que dese para isso) pelo menos concordarão em que não as evi
járão salvallo pedirão, que se appellasse para o povo e tou. Longe de se atemorizarem com a dita lei os adhe
a sancção solemne desse povo, a quem então como ago rentes dos Stuarts cobrárão novo alento. Não impedio
ra chamavão unico soberano, foi recuzada pelo parti que mesmo no Parlamento achassem. mil modos d'ex
do, que regozijando-se de poder tirar a vida a hum Rei, pressar seus votos e as suas esperanças. Não impedio
bem sabia, que a França consultada repelliria com hor que em 1716 Lord Bolingbroke, então Ministro, aber
ror tão monstruosa iniquidade. -
tamente se empenhasse a bem da Restauração, d'accor
" No seu regresso da ilha d' Elba, esteva Napoleão do mesmo, segundo dizem, com a Rainha Anna, cujo
bem longe de imitar similhante exemplo. No entanto falecimento foi só o que frustrou os projectos que se
não se tratava de huma condemnação de morte, mas havião formado. Finalmente quando em 1745, cincoen
do seu acto addicional; acto similhante em todos os ta e sete annos depois da revolução, o Principe Carlos
pontos áquelle que hoje nos propoem; mas aquelle bo Eduardo passou á Escossia, quando foi coroado em
mem, que ainda podia contar com a força, que sabia Edimburgo, quando á frente de hum Exercito avançou
sendo precizo lançar na balança o pezo da sua espada, na distancia de humas trinta leguas de Londres, não foi
entendeo que o voto das Camaras não bastava para Pro a lei promulgada contra a sua familia que frustrou a
nunciar a perpetua expatriação de huma Dynastia li sua empreza. Foi-lhe adversa a fortuna; he a unica que
gada á França pelo vinculo de tantas recordações. Su sempre ha de decidir em taes casos.
geitou-o á sáncção geral da nação, ou pelo menos a » Apezar de 67 annos de data, havia a referida lei
hum simulacro de sancção, por quanto a condição de pôr lançado tão poucas raizes no animo dos povos, que em
eada hum o seu nome nos registros a par -do seu voto nenhuma parte do paiz se manifestou opposição alguma
tirava a essa medida toda a sua apparente liberdade. aos progressos do Principe. O Rei Jorge havia feito
Debaixo de fingida condescendencia apparecião as gar preparar huma embarcação para o conduzir á Hollan
ras do leão, e he notorio, que essas garras erão de fer da, e parecia que o povo tal cousa não percebia; tor
ro. (Sensação.) no a dizer, foi só a fortuna quem decidio a questão.
 [ 478 ]
Outras muitas leis de rigor forão promulgadas contra o ue José dos Santos Bicho, e seu filho José dos Santos
Principe Carlos Eduardo na mesma época; a sua ca # possão usar da Sua Real Efigie.
beça foi posta a preço; mas 1003 libras esterlinas não
tentárão a fidelidade de ninguem, e quando sem pão, *—*§§ *—º
e sem asylo andava errante na pobre Escossia, não se
encontrou hum só traidor entre toda essa população de Telégrafo. — Serviço da Barra. — 12 de Maio.
montanhezes, cuja lealdade, constancia, e infortunios
poderão ter sido igualados, porém nunca excedidos por Hontem á noute entrou 1 Bergantim Sardo.
• Embarcações avistadas.
outro qualquer povo que as vossas recordações vos tra
gão á lembrança. 6 h. 15 m. 1 Brigue Escuna e 1 Escuna Inglezes, a
» Devemos pois concluir que a proposta lei he impo Oeste do Cabo da Roca.
tente, e que os corações generosos a repellem com in 1 h. 40 m. 1 Brigue Escuna e 1 Cahique sem bandei
dignação; acabo de provar pelo exemplo da Inglaterra ra, a Oeste do Cabo da Roca.
que similhantes leis podem gerar sessenta annos de guer Embarcações entradas em S. Julião.
ras civis. Se he a isso que se quer levar a França, a 7 h. 5 m. 1 Escuna Ingleza.
proposta lei he capaz de a conduzir a similhante resul 11 h. 45 m. Embarcação
•
1 Brigue Escuna
sahidaInglez.
de Belém
tado.» (E. da G. de França.)
3 h. 30 m. 1 Escuna Ingleza para Londres.
*Idem, 24,
"Os periodicos de Varsovia de 14 do corrente trazem Annuncios.
algumas particularidades relativas á acção do dia 10 de Precisa-se de hum Sacerdote para Capellão das Reli
que os periódicos Ministeriaes publicárão a parte dada giosas do Real Convento de Santa Joanna da Cidade
pelos Polacos. Esta parte não indica o numero de mor de Lisboa: quem se achar em circumstancias, e quizer
tos que tiverão os dous Exercitos, porém tudo annun exercer o mencionado emprego, dirija-se á Madre Prio
cía que a acção fôra das mais sanguinarias. reza do dito Real Convento todos os dias das tres horas
O Marechal Diebitsch havia trasladado o seu Quar da tarde em diante, até o dia 30 do corrente mez para
tel General de Ricki a Baranow. Pelas disposições que tratar do ajuste e condições.
havia tomado se inferia, que concentrava as suas for A Irmandade do Santissimo da Freguezia dos Mar
ças em Siennica para ameaçar Varsovia. A Guarda na tyres executa a Manoel Simões de Oliveira na quinta
cional desta Cidade, unica tropa que a defende, havia denominada das Corréas, hoje da Madre de Deos, e
recebido ordem para estar prompta para todo e qual sua vinha, denominada da Lage, tudo em Pera de cima
quer acontecimento, em consequencia do que se havião de Caparica, cujos bens por Escriptura Publica são hy:
construido trincheiras nas ruas. potheca especial da divida, e fazendo-se o annunciº
Como todos os acontecimentos se verificão agora ao para a sua venda na Gazeta N.° 100, appareceo outrº
redor da Capital em hum raio de 20 leguas, e ambos annuncio na Gazeta N.° 102 do irmão do devedor, An
os Exercitos se achão á vista, estando os # CS
tonio Simões de Oliveira, Negociante: este ultimo anº
colhidos da Cavallaria da Guarda nas avançadas do nuncio he falto de verdade; pois que a sua divida pro
Exercito Russiano, he mui provavel que em breve haja cede de huma Letra da quantia de 1:8413696 rs., sa:
hum importante resultado. cada em 30 de Outubro de 1829, a dous mezes, e a
Segundo escrevem de Vienna em data de 14 do cor compra da quinta foi feita a 28 de Novembro de 1828,
rente, os Polacos derrotárão o General Geismar, e as por Escriptura, na qual o vendedor declara haver rece
Guardas Russianas derrotárão quasi ao mesmo tempo bido o seu preço do comprador, o que tudo se vê dos
o General Polaco Uminski, que perdeo toda a artilhe proprios Autos da Execução do dito Negociante Auto
ria e ficou gravemente ferido. (G. de França.) nio Simões de Oliveira, de que he Escrivão João Canº
dido da Costa Campos, sendo evidente que o tal dinhei
*—*§§*-—» ro não fôra dado para compra da quinta, se acha estº
em Praça do Deposito Geral para ser arrematada pela
Lisboa, 12 de Maio. execução da Irmandade, de que he Escrivão Joaquim
da Silva Cordeiro, e da arrematação Couto; podendº
(Artigo communicado.) os compradores meter em Deposito o preço da arrema
tação, com o encargo da outra execução do referidº
Em Audiencia de 28 de Abril, foi ElRei Nosso Se> Antonio Simões, ficando com este a cargo da Irman
nhor servido annuir á súpplica que Lhe dirigio Dionizio dade a disputa das preferencias sobre o producto dº
José de Carvalho, a fim de conceder que Henrique José positado. - •

de Mattos, Capitão Quartel Mestre do Regimento de
Infanteria de Abrantes, destacado na Ilha de S. Mi
guel, e sua mulher, podessem usar da Real Efigie da
Imperatriz Rainha, que santa Gloria haja. Igualmente
supplicou a Sua Magestade ElRei Nosso Senhor a gra
ça de o Padre Rolino Antonio de Souza, e toda a sua
familia , residente na mesma Ilha , poderem usar da
Real Effigie d'ElRei Nosso Senhor, o que tudo o mes
mo Augusto Senhor houve por bem conceder.
Por Despacho de 14 de Abril do presentº anno ,
Sua Magestade ElRei Nosso Senhor servido permittir,
= =
Acha-se vago o partido de Medico da Camara de Ak
meida com o ordenado de 1503000 réis na Lei, pagº
pelo Hospital Regimental, e outros 150$000 réis pagº
pela Camara, com o pulso livre : quem pretender estº
partido, póde dirigir-se á Camara de Almeida.
Arrenda-se a fabrica de letria á Pampulha: quem º
pretender, falle com seu dono morador na mesma fabrica.
Sexta feira, 13 do corrente Maio, ás onze horas, nº
- rua do Outeiro (ao chafaríz do Loureto) N.° 9, 3.° anº
dar, se hão de vender em leilão publico com assistenciº
foi do Corretor de N.° da Praça, diversas mobilias de casº
em bom uso, e hum piano.
=

LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.

 NUM. 113.
GAZETA DE LISBOA.
SABBADO, 14 DE MAIO.
PARTE NÃO OFFICIAL,
NOTICIAS ESTRANGEIRAS,
|- SUISSA.
Genebra, 22 de Abril.
•
O Principe Metternich pedio á Dieta, que haja de
licenciar absolutamente os Contingentes Suissos, ao que
parece que annuira. Porém tres Cantões, a saber, Ber
na, Vaud e Neufchatel recusão sugeitar-se a essa me>
dida.
A Sentinella Genebrina de hoje publica o seguinte",
em seguimento de hum artigo dirigido contra a des
pedida das tropas: •
» Assegurão que o Commandante em Chefe do Exer
cito Austriaco na Italia se acha encarregado d'inspec
cionar com Oficiaes superiores Engenheiros a Valteli
ma, e as immediações do Monte Branco, e do Monte
Cenis. Já se falla de grandes depositos de viveres, que
se estão fazendo em Veneza, Trieste, e no Tyrol, as
sim como tambem nas fronteiras da Italia superior: tam
bem se estão fazendo preparativos para hospitaes mili
$a FeS,º (E. da G. de Madrid.)
FRANÇA.
Paris, 20 de Abril.
A Hollanda e a Belgica.
Parece que o Reino dos Paizes Baixos unicamente se
revoltou para pôr em parallelo a ventura que a boa or
dern e a paz realizão para hum povo, com o aviltamen
to e miseria que a rebellião e a guerra accumulão sobre
elle.
O Reino dos Paizes Baixos estava tranquillo e prospero.
A Hollanda não tem deixado de o ser. Por ventura se as manufacturas Belgas jazem nos armazens, ao passo
acha a Belgica no mesmo caso? Examinemos a sua si que a Hollanda que era quasi a unica que lhes dava
tuação actual, recordemo-nos da sua situação antiga, extracção, recebe da França, Allemanha, e Inglater
e horrorizemo-nos contemplando os males com que a
exageração das idéas he capaz de afligir huma nação.
As Provincias que hoje tem o nome de Belgica se po
dião ha longo tempo chamar a terra de compensação;
erão certa especie de moeda territorial com que os ven
cidos saldavão as suas contas com os vencedores: suc
cessivamente Hespanholas, Austriacas e Francesas, es
sas Provincias tem sido tudo, excepto nação quando
em 1814 a sorte das armas as poz á disposição do Con huma Monarquia, humas das quaes permaneceo fiel aos
ANNo 1831.
•
gresso de Vienna. Não abusou este da sua infeliz situação;
fez a bem dos Belgas tudo quanto podião rasoavelmente
esperar. Não sacrificou a Belgica ás combinações po
liticas, preparou a sua ventura dispondo da sua sorte
No espaço de 16 annos o tem os Belgas confessado;
ainda o confessão aquelles a quem o furor revoluciona
rio não tem feito delirar: e os factos, menos duvi
dosos do que as opiniões, fornecem a prova disso mes
ino. Debaixo do Governo do Rei dos Paizes Baixos a
Belgica vio as suas fronteiras guarnecer-se com fortale
zas que constituem a sua segurança; as suas Provincias
communicarem-se por meio de pontes e canaes que fa
cilitão o seu commercio; as suas fabricas augmentarem
se, e multiplicarem-se, e as suas possessões territoriaes
adquirirem hum valor duplicado ao que antes tinhão.
Agora jaz, destruida a sua prosperidade; graças á
gloriosa revolução vemos o operario Belga estender pa
ra receber a esmola, a habil mão que contribuia para
a prosperidade do paiz; vê-se o fabricante vender para
satisfazer as suas dividas as maquinas que fazião subsis
tir a sua familia; o proprietario procurar nas ruinas da
casa que habitava hum canto onde possa abrigar-se. As
leis da Belgica erão as que seus habitantes querião im
por-se a si mesmos; agora as recebem de cinco paizes
diferentes; a sua futura sorte estava segura, agora de
pende do exito que obterá qualquer dos tres ou quatro
partidos que se empenhão na sua ruina; está no abis
mo da desordem, em breve o estará no da anarquia, e
aquelle povo que occupava honroso lugar entre as na
ções, graças á sua gloriosa revolução, vai tornar a ser
preza se a Europa fizer a guerra, e objecto de compen
sação se se entenderem para a conservação da paz.
A Belgica tudo perdeo pela revolução, e talvez que
a Hollanda tenha lucrado tornando a ser o que era an
tes da sua reunião. Huma destas duas metades do Rei
no dos Paizes Baixos passou da prosperidade á miseria,
da gloria ao aviltamento; a outra vê augmentar-se a
sua riqueza; as embarcações que surgião no porto de
Antuerpia navegão para o de Roterdam, os capitaes
passão do Banco de Bruxellas para o de Amsterdam,
ra os fornecimentos do seu commercio e das suas Colo
nias. Na Hollanda o pai de familia goza da abundan
cia e do repouso; na Belgica treme e lhe falta o neces
sario; na Hollanda se contrahem os emprestimos com
facilidade; na Belgica he necessario fazellos forçada
mente; vê-se o trabalho de hum lado, e a pilhagem de
OutIO.
•
Talhe a diferença que existe entre duas metades de
 [ 460 |
seus juramentos, ao seu Rei, e as suas instituições, ao odio he máo conselheiro, e as mais das vezes pela sua pro
passo que a outra se abandona ás doçuras de huma glo pria cegueira heutil aos mesmos a quem deseja lezar.
riosa revolução! A Hallanda nada tem que recear do (Sensação.) . * * * * . * * .

futuro; o da Belgica he impossivel prever-se; talvez se "Julgão acaso ter adiantado muito os negocios da re
ja ella consquistada pela Hollanda; talvez se veja obri volução de Julho por meio dessa ridicula perseguição
gada a sofrer os horrores de huma guerra civil. Tudo tentada contra os # Certamente assim o entendê
he possivel para a Belgica excepto converter o seu pe rão, e com efeito os Lizes tambem são hum dos vincu
queno territorio em huma Monarquia, subtrahir-se ao los que nos ligão á recordação dos Bourbons. Fallo sem
pagamento da sua divida, e conservar as Provincias de paixão a este respeito, porque, candidamente o confes
que ilegalmente se apoderou; isto he, excepto realizar so, depois que os Lizes não são para mim o Que an
as quimeras pelas quaes perdeo a repouso, prodigali º tes, erão, depois que deixárão de ser a meus olhos o sys
zou a riqueza, e derramou o proprio sangue. , º bolo da antiga Monarquia, dou-lhes bem pouca impos.
* Oxalá que ao menos a funesta experiencia que aca tancia. Havendo baqueado essa antiga Monarquia, o
ba de adquirir esclareça as outras nações! Oxalá que que me importão vãs imagens! Mas como não virão os
os homens sensatos de todos os paizes se convenção Ministros que tendo o Rei adoptado os Lizes, que ten
comparando a situação actual das duas metades do Rei do-os conservado em suas armas, no sello do Estado,
no dos Paizes Baixos, de que emprehender huma revo e como ornato do seu Palacio, os ultrages dirigidos con
lução he entrar em hum labyrintho, de que he quasi tra os mesmos Lizes, e na apparencia diri # COIl tra
impossivel sahir, por que aquelles que conseguirão ex o ramo mais antigo, recahião com efeito #
traviar hum povo obstão a que torne a encetar a verda sobre elle, e que era hum dever livrallo de taes ultra
deira vareda ; e finalmente que não ha permanentes ges!
melhoramentos, além daquelles que o tempo produz, e » Além do que seja-me licito dizer, que a medida he
que o direito consagra. (Gazeta de França...) . . . tão imprudente como impolitica. Que tristes funcções
|- … •

para homens honrados com a confiança do Rei, e por

- "" • • * *
Idem, 21. : * * * . *..! ! elle encarregados de vigiarem pela segurança de hum
*
-
, /. grande Imperio! Ei-los armados de picarêtas e martel
Continuação do extracto do discurso pronunciado na Ca los, estimulando os niveladores dos nossos monumentos
mara dos Pares pelo Duque de Fitz-James. e dirigindo-os na grande obra da destruição ! Ah! crê
- "" * **
- • • •

de-me, lastimoso systema he destruir para impedir que

* Hum dos fins que se propoem os authores do proje se destrua. Estarão acaso satisfeitos! Julgão ter feito
cto he cortar todos os vinculos que ligão á França o desapparecer tudo quanto repugnava á turba illudida;
mais antigo ramo dos Bourbens. Declarou-se esta in pois enganão-se; por muito minuciosa" que fosse a sua
tenção, e varias vezes se ponderou esta idéa como lumi averiguação, alguns Lizes terão escapado (e bastante!
nosa, e não he possivel deixar de sorrir vendo homens, escapárão ao furor de 93); algum. zeloso Realista os
rasoaveis, ou que o devião ser, avançarem seriamente descobrirá, e lhes ha de cousagrar seus celtos; anº
hum tal absurdo. Riscai pois toda a Historia da Fran nunciará esse descobrimento aos seus amigos, e em bre
ça; he ella, que contém esses vinculos que vos parecem, ve de joelhos sobre o pavimento do Templo, a se diri
tão perigosos. Não foi o primeiro author dessa estirpe. girão seus votos e a sua adoração a esses Lizes, estrella
Roberto o Forte, Duque de França, que então signifi-, do futuro, fragmento que escapou como, por milagre,
cava o primeiro entre os Francezes !. Esse foi aos olhos (sensação), ao vandalismo de hum povo que se deveria
dos Francezes o verdadeiro Titulo á Coroa de Hugo, julgar á frente da civilisação. \ 1, … : - r , , , ,, ,
primeiro Rei da estirpe de Capeto. ** * * * » Por huma vez ao menos tende compaixão deste mal
º Como he possivel apagar taes recordações, e tal ori fadado paiz; não fecheis os olhos sobre os elementos
gem ! Essa Legitimidade hoje proscripta, e tanto tem de, perturbação e discordia que fermentão, no seu saio,
po invocada entre nós, fundava-se com efeito na pres Vede de hum lado os camponezes, essa parte numero
cripção de oito seculos que os colocava no Primeiro lu sa e interessante da população, que os fingidos ami
gar na lista dos Francezes, antes Francos e barbaros. gos do povo repellem hoje de todos os direitos politicos
Atravessai esses oito seculos em que vemos tanta gloria accusando-os de estarem abismados no embrutecimento
e tantos infortunios, (bem sei que esta he a historia de e na ignorancia ; em quanto estamos tranquillamen
todos os povos); são oito seculos que elevárão a Fran te calculando, leis de fazenda jazem esmagados debai
ça ao primeiro lugar entre as nações; atravessai-os, se xo do pezo dos novos, impostos que se lhes preparão;
poderdes, sem encontrar a cada passo o nome dos Bour esmagados pelo pezo de hum orsamento de mil e seis
bons, sem achar esses vinculos que o odio julga poder centos milhões, que no entanto se diz ser unicamente o
aniquilar ! * preludio; vede-os prestarem attentos ouvidos aos funes
-

… Ainda quando só datasseis vossos annaes da era da tos accentos que resoão de París, e que lhes annun
revolução, de 14 de Julho de 1789, assim mesmo os en cião, que vos preparais para lhes pedir o seu ultimo cru
contrarieis no longo vestigio do seu proprio sangue então zado, e o seu ultimo filho (1) (sensação); não o duvi
derramado. Ainda mais: fazei huma lei, em quanto vos deis, essas palavras resoárão profundamente em seus
dura o empenho de perseguir a desgraça. Em nome da li eorações; eu mesmo fui testemunha da impressão que
berdade prohibi aos Francezes o pronunciarem esse no lhes deixárão.
me proscripto; em nome da liberdade do ensino man » Vede do outro lado a mocidade; não fallo neste lu
dai, que todos os Professores queimem todos os livros gar da mocidade das Escólas, mas sim daquella moci
em que se fala dos Bourbons. Inutil empenho! Esse dade cuja existencia, a ultima revolução destruio, par
nome brilhará tanto mais por isso que em parte algu te da qual reduzio á indigencia, e que sem duvida se
ma se verá gravado; os carações fieis e gratos são hum acharia disposta a sacrificar o proprio, resentimento á
Sanctuario onde não podereis penetrar. Já resistírão a sagrada voz da patria (conheço-a bastante para o não
muitas outras tribulações, e não temem as que se lhes pôr em duvida); mas que nunca ha de querer ceder ao
preparão, porque he da natureza do homem adherir ao ameaço, e que tanto mais se arraiga ao que lhe que
infortunio, e porque a generosidade he a sua mais no rem tirar á força, pela violencia, º pela injustiça; que
bre attribuição. Renunciai pois a vãs tentativas; essas
leis mesquinhas e lastimosas fazem nascer os pactos, e
longe de os sufocar lhes dão corpo, alma e acção. Eis
o que alguma prudencia vos daria a conhecer; mas o (1) Expressão de Mr. Odillon Barrot.
 [ 461 |
disso fará hum ponto de honra, e que dirá ser vileza geis com índignas suspeitas. Nunca impedireis que
abandonar huma familia tão cruelmente perseguida. Ah! exista no animo e no coração daquelles povos recorda
crede-me; bem sei o que vos digo; fallo-vos ainda mais ções e vinculos que nada poderá quebrar. Não culpeis
a bem do interesse da patria do que dessa mocidade, sentimentos que jámais se hão de riscar de seus nobres
que tanto prezo. Neste momento combateis criminosas corações; sentimentos que constituem parte da sua na
associações, e as combateis com certa energia de que tureza, e que declararão mesmo entre a perseguição e
vos louvo. Mas em nome da proposta lei se vão formar o supplicio. Não insulteis especialmente a sua crença;
novas associações. huma só Cruz ultrajada he bastante para sublevar to:
O Presidente do Conselho. Nós a combateremos da do o pais de La Vendée. O que digo, La Vendée ?
mesma sorte: , nunca retrogradaremos. Estais dando Vêde o que acaba de acontecer em Nimes ! O que fal
bum signal de reunião. ", , ! tou para que o sangue deixasse de correr em torrentes?
"O # de Filz-James. Não me entendeis bem; » O Governo centralizado em Paris parece ajuizar
fa Hemos tranquilhamente. Digo que se farão associações da disposição dos povos do Occidente e do Sul segundo
em hum sentido contrario ás que censurais, e que em a disposição da capital. Erro funesto que he capaz de
breve em seu proprio irmão, em seu amigo, e seu vi arrastar outras consequencias ainda mais funestas!"Os
zinho, cada Francez só verá mais hum inimigo que povos das Provincias são aferrados á sua crença; para
eorobater em vez de vêr hum companheiro de arínas aquelles animos ardentes be esta hum negocio de vida
corhi e qual seria o seu primeiro dever acudir á defeza ou de morte. O Rei que perdêrão tambeth era para elles
das fronteiras se forem ameaçadas; tanto he certo que huma crença. Respeitai por tanto nelles huma dôr que
a discordia destroe o patriotismo, é que já se não cui nada terá de sediciosa em quanto não for irritada. Po=
da na defeza da patria quando se ateão as guerras civis. deria espraiar-me sobre o direito que assume certo lado
-** Expliqueno-nos com franqueza. Jolgais acaso que a para pronunciar tantas vezes a terrivel palavra perjuro:
proposta lei vai dar ao Rei mais hum defensor? Ou pri Como be possivel, com efeito, que profirão essa pala
var de hum só amigo o ranho proscripto? Seria isso des vra os mesmos que se jactão de haverem representado
conhecer os homens; não he possivel que nutrais simi huma comedia no espaço de quinze annos? Que confes
Phante esperança. Se existem correspondencias com Ho são com orgulho, que todos os juramentos que prestárão
dy-Reod por ventura as impedirá a lei em questão! forão huma zombaria; e hum laço armado aos Principes
Esse não he mesmo o seu fim por que não impõe ne cuja ruina meditavão? Não quero porém atacar pessoa
nhuma pena contra as correspondências. Ora a lei per alguma, deixo os homens que acabo de designar, á
mitte tudo quanto não probihe. Se essas corresponden sua propria consciencia, se com efeito a tem.
cias unicamente expressão o pezar, não são criminosas, » O trabalho que me resta he o mais dificil, e longo
nem oferecem perigo algum. Se tiverem outro caracter tempo hesitei em o emprehender. Cedo a hum movi
eertamente as leis existentes apresentão suficientes meios mento imperioso, e irresistivel, e sinto que a magoa
de repressão; a nova lei não lhes dará nenhuma nova me tiraria a vida se mais longo tempo suffocasse as emo
força. Designárão-vos com muita solemnidade certos ções que me agitão o coração depois que se discute este
ntos do litoral por onde dizem que passão os agentes. assumpto. Ha varios mezes que a difamação, o insulto
ada sei a este respeito. Mas por que razão se hão de e a calumnia tem tido livre curso; será acaso licito á
cançar tanto ! . Em quanto se não prohibir a passagem verdade erguer durante alguns minutos a sua voz ? Terá
de Dover á Calais, diariamente existirão meios de com a Tribuna o direito de responder á mesma Tribuna?
municação com Holy-Rood, e a nova lei ainda não Porque não! Fallo na vossa presença, Senhores, falto
propõe separar a Inglaterra do Continente como sue a Juizes, por isso que he huma condemnação que se
cedeo no tempo do bloqueio continental. Além disso só vos pede. O que eu disse no mez d'Agosto ultimo, o
os "palradores escrevem, e esses são pouco perigosos, repetirei hoje: aquelles sentimentos são indeleveis em
(Riso.) A lei que pedem he huma simples declaração mim: poderá o gallo cantar sem que de mim se diga:
similhante a muitas outras leis que a precedêrão; decla negou seu Mestre quando todos o abandonavão. Se no
ração que vai deixar os amigos e os inimigos exactamen> mez d'Agosto me ouvistes com indulgencia, e com certa
se no mesmo estado que antes; huns com o pezar e a benevolencia que vivamente me com moveo, porque não
saudade, e os outros com o odio e o resentimento. Nis succederá hoje o mesmo quando venho desempenhar
to pois não posso descobrir huma necesidade. Mas ain hum dever ligado aos sentimentos que então expressei !»
da não disse tudo a respeito dos inconvenientes e dos (Concluir-se-ha.)
perigos.
» Continuamente nos fallão dos ameaços de Holy Idem, 25.
Reod. Os restos de opulencia de que hoje pretendem
privar os que habitão aquelle Palacio, servem, dizem Á Tribuna assegura que se trata da nomeação de
alguns, para assalariar adherentes e fanáticos! (Nós já 90 a 30 Pares, entre os quaes se cita MM. Clausel e
-Lobáu.
virrros fanáticos dirigirem contra elles o punhal; quanto |- •

aos outros ainda não vi nenhum.) Se se quizesse levar as

a veriguações hum pouco mais ávante, entendo que se Na Gazeta de S. Petersburgo, e na Abelha do Norte,
ria facil descobrir, que essa opulencia principalmente ser se lê o seguinte, que he notavel nas circumstancias
a Cturaés: • •• •

via para continuar beneficios e esmolas interrompidas

pelos seus infortunios. Não importa, dizem: Holy-Rood » Ha gente que toma a seu cargo a grave empreza de
vuºi camente trata de suscitar a guerra civil; está invo resolver as questões que oferecem os acontecimentos, e
cando a guerra estrangeira; todos os mades da França que na presumpção que lhes inspirão o seu talento, e
da Hi procedem ; a lei proposta contribuirá para o res seus conhecimentos respondem com premptidão e faci
tabelecimento da paz, da coneordia e da prosperidade. lidade aos enigmas que se lhes propõem. Nos nossos dias
E -sobre que dados- se fundão taes asserções! Será tal não faltão politicós desta especie. Os nossos sabios talvez
vez sobre esses documentos cuja authenticidade ninguem se addictos pela sua origem á Polonia, ou allucinados pé
tem animado a afiançar! Taes ducumentos não devem las sombras de huma politica que se não funda na ex
servir de fundamento para se atormentarem populações perieheia dos tempos passades, nem nos aeontecimentos
inteiras, e sobre tudo para calumniar a desventura. do dia, querem ser mais generosos que o mesmo Impe
»» Se quereis que os Departamentes Occidentaes da rador, que prometteo esquecimento e perdão do passado
França permaneção tranquillos, constituí venturosos a todos aquelles Polacos que se arrependerem, e tornarem
esses povos que tanto o merecem , e não os ultra a entrar na vareda da obediencia.
/
 [462 |
º Pretendem esses politicos que para pôr termo á efu
são de sangue he preciso ceder aos rebeldes, entrar em
negociação com elles, e annuir ás suas pretenções. Mas
esquecem-se de que no presente caso não trata o Gover
no Russiano com Potencia alguma para fazer a paz
debaixo de condições recíprocas, nem com huma nação
que deseja se satisfação as suas precizões verdadeiras ou
imaginarias; aqui só se trata de hum punhado de re
beldes que pertencem a essa sociedade de demagogos,
que por toda a parte espalha os seus principios, e envia
seus Missionarios a todas as nações. Longe de cuidarem
na prosperidade da Belgica, da Polonia, e da Italia,
unicamente se occupão em executar a sua infernal em
preza; conjurárão para propagar a anarquia e a desor
dem, e para transtornar tudo quanto o genero humano
considera com maior veneração; a saber: a Religião,
as leis, e a moral; em huma palavra, o patrimonio da
humanidade. Entrar em ajuste com similhante gente,
ceder ás suas pretenções, seria assegurar o triunfo aos
malvados, dos que em todas as nações enganão o po
vo; seria dar alento ás sublevações e rebeliões que mi
não os alicerces dos Imperios, e precipitão os subditos
em calamidades sem numero, e sem fitn. O dever sa
grado da virtude he combater a maldade, e a Russia,
pondo hum freio á arrogancia, á revolta, e á anarquia,
desempenha hum dever para comsigo mesma, e para
com todas as nações civilizadas.» (Mensageiro.)
. . . . * . *-—*§§ *—»
, - Lisboa, 13 de Maio.
*REAL JUNTA Do CoMMERc1o.
, , …f * laços de varias qualidades, ultimamente recebidos de
A Real. Junta do Commercio, Agricultura, Fabricas,
e Navegação destes Reinos, e seus Dominios manda fa
zer publico, que no dia 10 do corrente mez de Maio
acceitára a apresentação de fallido de credito a Caeta
no Xavier de Sousa, Mercador da classe da Misericor
dia, a qual foi por elle mesmo requerida; ordenando o
Tribunal que a respectiva massa seja administrada em
beneficio dos credores pela sua Contadoria Geral em
conformidade das Reaes Ordens.
E para assim constar se mandou afixar o presente.
Lisboa, 11 de Maio de 1831. =(Assignado) José Ac
cursio das Neves.
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 13 de Maio.
Embarcações avistadas.
5 h. 20 m. 1 Bergantim sem bandeira, 3 Escunas dito,
e 2 Cahiques dito: 8 h. 9 m. 2 Bergantins dito
a Oeste no Cabo da Roca: os Bergantins, 1 Es
cuna, e os Cahiques navegão para o Norte.
9 h. 55 m. 1 Cahique sem bandeira ao Sul do Cabo do
Espichel: navega para o Norte.
3 h. 5 m. 1 Paquete Inglez ao Norte do Cabo da
: Roca. . P
Embarcações entradas em S. Julião.
2 h. 27 m. 1 Escuna Ingleza.
5 h. 23 m. 1 Escuna Ingleza.
6 h. 3 m. 1 Paquete Inglez.
Embarcação sahida de Belém.
1 h. 15 m. 1 Bergantim Inglez para a Terra Nova.
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
Annuncios.
Na rua da Palha N.° 109, cartorio do Escrivão Vian
na , se dão as informações precisas sobre humas terras
de semeadura chamadas da Ferreira, que se vendem
na Granja d'Alpriate, avaliada huma em 960$000 réis,
e outra em 1903000 réis; rendem ambas em metal
673200 réis, cativos de Decima. •
Quem quizer arrematar a renda do Morgado de Al
caçovas, na Villa de Estremoz, e as herdades de Fer
renhas com suas annexas na mesma Villa, dirija-se á
rua de S. Bento N.° 408, nos dias 26, 27, e 28 deste
mez pelas quatro horas da tarde: as condições se achão
em casa do Escrivão Fetal.
Nos dias 18, 19, e 20 do corrente mez, das onze
horas para o meio dia, nas casas da residencia do Des
embargador Juiz do Fisco por Inconfidencia , na rua
rua nova de Jesus N.°41, hão de andar em praça para
se arrematarem-no ultimo delles, os bens confiscados ao
ex-Coronel Francisco José Pereira , situados, em dife
rentes lugares, o que melhor se póde vêr na Cartorio
do Escrivão Francisco de Assis e Brito , no largo do
Chafariz d'Andaluz. |-
Julien, cabelleireiro de Paris, morador na rua das
Portas de Santa Catharina N.° 29, 1.° andar, defronte
da rua de S. Francisco da Cidade, estabeleceo hum atº ,
mazem de perfumes Franceses por grosso e miudo, on
de se achará tambem hum bello sortimento de joias
Francezas da ultima moda de París, pentes para Se
nhoras mais modernos, recentemente chegados de Fran
ça; marrafas de cabello, e de seda das mais modernas;
JParis; varios relojos de sala; paineis com relojos; can
dieiros de cristal; jarras de flores; flores arteficiaes; cris
taes; porcelana etc.; e outros objectos de gosto, tudo
por preços commodos: tambem no dito armazem se re
cebem encommendas para mandar vir fazendas de França.
Segunda feira 16 de Maio, na praça publica dos lei
lões, se hão de arrematar com o abatimento da quinta
parte do seu valor, humas casas na calçada de Carri
che, Freguezia do Lumiar, avaliado o seu dominio util
em 600,3000 réis, inclusivè o quintal, e o seu rendimen
to em 633.800 réis, com os numeros 210 e 211: outras
casas ahi avaliadas em 1603000 réis, e o seu rendimen
to em 143400 réis, e não tem numero: he Escrivão da
arrematação Negreiros,
No dia 18 do corrente mez de Maio, na casa da Pra
ça do Commercio ás horas do meio dia , se ha de pro
ceder na arrematação de duas barracas , sitas ao Bom
Successo, pertencentes á massa fallida de José Garcia
da Cunha, huma N.° 31 A avaliada em 50,5000 réis; a
outra N.° 31 avaliada em 723000 réis, e ambas pagão
de renda ás Freiras do Bom Successo 6,3400 réis em ca
da hum anno, livres de foro, a cuja arrematação ha de
presidir o Conselheiro Juiz dos Fallidos.
Estiva.
Preços do Pão e Azeite
de 16 a 22 depara a semana
Maio que principio
de 1831: principi
Pão de arratel na fòrma da Lei - - a 43 réis.
Em metal - - - - - - - - - a 37 réis.
Canada de Azeite - - - - - - a 230 réis.
*Y | =
 NUM. 114.
-@<>=-•
GAZETA DE LISBOA.
—=><>6&#953=9e<<=-
SEGUNDA FEIRA, 16 DE MAIO.
=>xe6+>$3<>$:C{E$3<0cx
PARTE OFFICIAL. -
Repartição da Reforma Geral dos Estudos.
Pela Junta da Directoria Geral dos Estudos se hão
de prover por Concurso de 60 dias, que começará em
21 do corrente mez, as Cadeiras de Curso Biennal de
Filosofia Racional e Moral, e de Elementos de Ari
thmetica, Geometria, Geografia , e Chronologia das
Cidades de Elvas, e Guarda, cada huma com o orde
nado annual de 3203000 réis, e a dos ditos Elementos
do Estabelecimento de Estudos da Cidade de Evora,
com o ordenado annual de 3003000 réis. Os que pre
tenderem ser nellas providos se habilitarão com Folhas
corridas, Declaração determinada na Lei de 20 de Ju
nho de 1823, Certidão de idade, e Attestação do pro
prio Parroco sobre vida e costumes, reconhecidas, e
em fórma legal ; e no tempo acima designado concor
rerão a Exame perante a mesma Junta , ou perante o
Commissario della em Lisboa. Coimbra, na Secretaria
da sobredita Junta, 10 de Maio de 1831.= O Secreta
rio Antonio Barboza de Almeida.
*
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
FRANÇA.
Paris, 21 de Abril.
*Conclusão do extracto do discurso pronunciado
pelo Duque de Fitz James na Camara
dos Pares.
» Parece ter havido certo empenho em colocar con
tinuamente diante dos olhos de todos o quadro do san
gue que no espaço de tres dias inundou a Capital. A
Restauração, disserão, foi huma traição para com a
França que a repellia; foi-lhe imposta pelas baionetas
estrangeiras, e durante 15 annos fez sofrer a esta illus
are nação o jugo do aviltamento e da deshonra!!....
«…) de accusações, Senhores, e quão temerario será aquel
1,- que na presença da victoria ainda irritada, se ani
* ANNo 1831.
==
mar a tratar de tão terriveis questões! No entanto assim
he prºriz por que a condemnação que vos pedem he
em , e motivada sobre elas.
» Eu pois serei esse temerario, e ainda quando me
tragasse, precipitar-me-hia no abysmo aberto a meus
pes.
» A sorte da Realeza já ficou pronunciada; he só a
honra de hum homem que eu defendo; o perjurio só po
de existir na vontade do perjuro; essa vontade nunca
existio. Carlos X acreditou nesse funesto artigo 14, que
parecia haver sido colocado na carta de proposito pa
ra seduzir e extraviar o poder; principio de que tinha
visto fazer applicação por seu Irmão, exactamente no
mesmo sentido em que elle o entendia, e sem que nin
guem então se lembrasse de lhe imputar como hum cri
me esse artigo 14, que tenho ouvido invocar em outras
épocas pelos mesmos que depois pronunciárão a senten
ça contra a Realeza, e que haveis com justa razão ris
cado da nova carta como susceptivel de falsas interpre
tações. • •
» A ultima vez que Carlos X me fez a honra de me
admittir na sua presença, versou a conversação sobre
esse mesmo artigo 14. As suas idéas estavão bem longe
de se fixar sobre a fatal resolução que odoptou hum mez
depois. Conhecia o perigo da sua situação, e sobre tu
do o perigo da patria, que protesto o occupava muito
mais do que o seu proprio; via-se como impellido para
as medidas d'Estado. (Talvez vos lembreis de que de
pois dos acontecimentos se confessou o projecto de o
impellir a essa extremidade.) Mas era evidente a sua
repugnancia de recorrer a essas medidas. A segurança
do Estado, me dizia elle, tudo se encerra nestas pala
vras; he meu primeiro dever tratar della. Em vão lhe
dizia eu, que a França nunca veria compromettida a
sua segurança por que o seu Ministerio estava em me
noria. He contra mim, respondeo elle, que se dirigem; a
este respeito sei mais do que vós, Sejão quaes forem os
Ministros de que eu hoje fizer escolha, sempre serão os mes
mos os ataques contra a Coroa. E por ventura se enga
nava elle ! Não me toca o decidir. Se se enganou cus
tou-lhe o seu erro o mais bello Diadema do universo.
E não he isso bastante? Será de mais a mais necessario
macular a sua honra! Não Carlos X sabia que contra
ele abertamente se conspirava (e disso mesmo se glo
riavão!)
O Presidente do Conselho com vivacidade. Quem se
gloriava disso! As accusações vagas recahem sobre to
do o mundo. Nomeai os homens que forão perjuros.
O Duque de Fitz James. Eu não disse que o vosso
juramento havia sido irrisorio, e que havieis feito hum
papel de comedia. |- -
 [464 ]
O Presidente do Conselho. Não nomear ninguem he
nomear todos. •
» O Duque de Fitz James. Designei os que a si mes
mos se nomeárão; ha certos homens que se tem jactado
de haverem conspirado no espaço de quinze annos, que
tem escripto e dito quanto a cabo de dizer. Como he pos
sivel que o Senhor Presidente do Conselho acreditasse,
que a elle mesmo he que eu dirigia estas palavras? Per
gunto a toda a Camara se alguem se podia enganar so
bre os meus sentimentos.
O Conde de Montalembert. Aqui não se faz applica
ção a pessoa alguma; a Tribuna he livre, continuai.
O Duque de Fitz James. Carlos X julgou-se revesti
do do direito de huma defeza natural e legal. Eis a ver
dade, Senhores, que na presença de Deos vos declaro.
» Mas ordenou, dizem, esse combate fatal que deixou
tão profundos vestigios, e que suscitou contra elle tão ter
riveis resentimentos. Torno a dizer, Senhores, he a Juizes
que fallo neste momento; a sua rigorosa imparcialidade
não renovará accusações que me animo a dizer se desva
necêrão no decurso do grande processo julgado neste re
cinto. Não vos esquecereis de que a mesma Commissão
accusadora não poude sustentar as suas proprias asserções
a este respeito. Na outra Camara disse, que havia adqui
rido a deploravel certeza de que tinha havido premedita
ção, estratagema, e intenção manifesta d'assegurar o efei
to dos Decretos pela mortandade da população de París;
na vossa presença não se atreveo a sustentar este ponto
capital d'accusação. Todos os depoimentos que ouvistes,
todas as discussões, o vosso proprio julgado mui for
malmente a desmintírão. Provou-se tão claramente quan
to he possivel provar-se cousa alguma neste mundo, que
as sanguinarias scenas de que a capital pelo espaço de
tres dias foi testemunha e victima forão sem duvida hu
ma horrivel calamidade, porém nunca hum acto pre
meditado. Não a tendo o vosso julgado attribuido aos
Ministros, condemnados pelo unico facto da assignatu
ra dos Decretos, haverá acaso ainda o direito de accu
sar Carlos X disso mesmo ! Não; porque já passou em
julgado. •
» A medida que avanço na espinhosa carreira em que
entrei, torna-se menos difficil o meu trabalho, e vou
sentindo algum alento. Já não he hum homem desgra
çado que tenho que defender, he a historia que tenho
que invocar. A historia será o nosso juiz, e nosso ulti
mo recurso; he pois essencial, no interesse de todos,
que não seja escripta em documentos fallazes dictados
pelas paixões do espirito de partido.
… Tem-se procurado nesta discussão criminar o mais
antigo ramo dos Bourbons de todo o sangue que se der
ramou na Europa durante os 22 annos da guerra mais
sanguinaria que já mais assolou a terra. He impossivel
que acreditassem o que dizião. Todo o mundo sabe que
a causa dos Soberanos coligados contra a França, nun
ca foi a causa dos Bourbons. Des de 93, quando se vi
rão fluctuar as bandeiras Austriacas sobre os muros de
//alenciennes, ninguem podia equivocar-se a esse res
peito. Durante o espaço de 20 annos a Europa não tra
tou mais dos Bourbons do que se não existissem, e quan
do depois dos desastres de Moscow e de Leipsic, qui
nhentos mil soldados estrangeiros avançando sobre as
pizadas de Napoleão apparecêrão á vista das nossas
fronteiras, ninguem na Europa delles se lembrava. Ne
nhuma relação existia entre elles e os Soberanos coli
gados. Estes invadírão o territorio; abrio-se hum Con
gresso em Châtillon; não se pronunciou alli o nome dos
Bourbons, nem se pronunciou até ás portas de Paris.
--> No entanto havião dous homens penetrado hum na
parte oriental, e outro na meridional da França; hião
sós, contando apenas com as recordações da França,
alliança esta cujo auxilio unicamente se lembrárão de
invocar. Pedindo hum delles ao General Inglez a fa
culdade de fazer atravessar o seu Exercito para se diri
ir a Bordeos onde o chamavão os seus adherentes, se
he respondeo, que podia livremente fazer o que enten
desse; mas o prevenírão de que a paz se acharia pro
vavelmente assignada em Châtillon áquella hora, e que
se não respondia pelas consequencias. Tão pouca era a
connivencia que havia entre o outro e os Exercitosin
vasores, que achando-se em Vessoul, e querendo passar
dalli a Nancy, lhe recusou o Commandante da praça
cavallos de posta para se transportar para ali. Em
Nancy não tinha permissão para usar do seu laço, e se
prohibia toda e qualquer declaração dos seus adherentes
a seu favor. Ha dias que se disse que a Restauração
fôra hum incidente da invasão, e nunca o seu fim. Es
tas duas palavras contém a plena verdade.
» O nome dos Bourbons foi pronunciado pela primei
ra vez pelos Francezes a 12 de Março em Bordeos, e
em París a 31 do mesmo mez; dous dias depois na ca
sa da Camara de París tambem por Francezes; foi
finalmente proclamado neste mesmo recinto onde tenho
a honra de vos fallar, por Francezes reunidos em tão
grande numero como se juntárão a 7 d'Agosto ultimo
na outra Camara para pronunciarem a sua abdicação.
Os Soberanos declarárão, que já não querião tratar
com Buonaparte. A França estava invadida, exauri
da de gente, e dinheiro, sem meio algum de resis
tencia, em vesperas de ser dividida; a Coroa estava
por terra, Luiz XVIII a salvou ; interveio entre a Fran
ça e os estrangeiros, assignou hum Tratado (que nãº
foi, segundo dizem, huma desmembração do territorio,
porque por esse Tratado obtinha mais do que Napoleão
em Fontainebleau consintia en acceitar para seu filho),
mas que fazia logo evacuar o territorio; e cem mil Franº
cezes prizioneiros restituidos ás suas familias, arranca
dos aos gêlos da Siberia, e ás preziga ngas da Inglater
ra, reunindo o nome do Rei Libertador ás suas acções
de graças para com a Providencia, sem duvida não jul
garão que esse Tratado fora aviltante. Nessa época a
Restauração salvou a França, e além disso lhe deo a
liberdade. Foi assim que ela começou: lastimo aquel
les a quem repugnão esses beneficios.
» He verdade que não succedeo o mesmo em 1815, e
então foi necessario assignar hum Tratado fatal á nação.
Mas de quem he a culpa! Da Restauração, ou dos fau
tores dos cem dias? O maior crime politico que já mais
se cometteo contra hum paiz foi o que reconduzio os es
trangeiros ao nosso territorio, que fez derramar torren
tes de sangue em Waterloo, e custou mil e quinhentos
milhões á França. O que seria da França nessa época
se não fossem os Bourbons! Fingirão acaso ignorar, que
antes desse Tratado de que tanto os culpão, lhes tinhão
apresentado outro que regeitárão com indignação! Nes
se Tratado, cujo original ainda existe, pedião a Alsa
cia e a Lorrena. Ainda mais se exigia, e disso não se
devião esquecer certas pessoas. Tratava-se de pôr em se
questro os bens de todos os que tinhão contribuido para
a volta de Napoleão. Pretendião fazellos pagar as des
pezas da guerra. Blucher queria fazer o preludio desse
Tratado pela destruição dos nossos monumentos. Já es
tavão dadas as suas ordens para esse efeito. Quando
Luiz XVIII lhe mandou dizer, que não tendo meios
de se oppor pela força aos seus projectos, o prevenia de
que bia fazer com que o conduzissem sobre a ponte já
minada, e que alli esperaria a sua definitiva resolução,
eu julgaria que essa resposta, na verdade tão Francesa,
que o espectaculo daquelle Rei ancião que não queria
sobreviver ao aviltanento da sua Capital, não deixaria
de excitar no coração de todos o sentimento do respei
to, da ternura e do reconhecimento. Enganei-me.
mesmo Blucher se commoveo; parou em seus projectos,
mas havia certos homens que odiavão os Bourbons ain
da mais do que Blucher odiava a França.
 [ 465 ]
» Todos estes factos, Senhores, succedêrão diante de Escrevem de Argel em data de 10 do corrente: o
nós; todos fomos actores ou espectadores deste grande General Berthezene expedio para Tunes huma embar
Drama politico. Assim fallará a Historia. Finalmente cação com despachos para o Consul de França relati
a Restauração conservou com efeito a França durante vos á pesca do coral. Os que se occupão na mes
15 annos debaixo do jugo da humiliação ! Durante esse ma pesca nada tem que temer senão do vento do
tempo sacrificou ella aos estrangeiros todos os interesses Norte, que os lança sobre a costa onde são mortos pe
da patria, e a sua honra ! Certo homem que longo tem los habitantes do paiz, ou obrigados a capitular para
po havemos de sentir de não vermos entre nós, acaba salvar a vida. Em Argel ha muitos pescadores Italia
de responder a essa imputação; as suas palavras nunca nos e Catalães, mas os Francezes não se dedicão a es
se riscarão da nossa lembrança. Quando similhante es te ramo de commercio apezar de ser tão productivo.
criptor trata qualquer assumpto he difficil accrescentar Alguns vasos Européos vão a Bona, e vendem aos ha
cousa alguma ás suas palavras. Não o tentarei. Ha só bitantes munições de guerra; isto he hum abuso que de
hum meio de lhe responder, e anciosamente desejara ve acabar. Talvez conviesse declarar aquelle porto em
vello adoptado. Tudo se deve patentear com a maior estado de bloqueio.
clareza na presença de tão elevados interesses; os Mi » O Tribunal do Commercio de Paris pedio ao Mi
nistros possuem em suas mãos todos os documentos da nistro daquella Repartição, que cessassem as formali
Restauração. Abrão esses arquivos; maculem ao mes dades e fianças exigidas aos com merciantes, que querem
mo tempo os nomes de Montmorency, Richelieu etc. viajar ao Levante; petição esta que se fez particular
provando pela sua correspondencia, que esses homens mente a favor dos Francezes que tencionão formar es
vendêrão aos estranhos a gloria e a honra da França. tabelecimentos no territorio d'Argel. Assegurão que o
Então apparecerá a verdade com todo o seu esplendor; Ministro dos Negocios Estrangeiros declarara, que as
a Restauração será aviltada ou a calumnia se verá obri ditas formalidades se não devião applicar aos que via
gada a em mudecer; então poderá a França ajuizar á jão em Argel depois que esta praça está em poder das
vista de authenticos e irrecusaveis documentos se a di nossas tropas.» (Mensageiro.)
plomacia dos Bourbons tem o direito de apparecer com
orgulho diante dos seus amigos, e dos seus inimigos, GRÃ-BRETANHA.
ou se deve temer a presença da diplomacia da revolução
de Julho. Não preciso accrescentar, que voto contra o Londres, 22 de Abril.
projecto de lei.» (Gazeta de França.)
ElRei passou depois do meio dia á Camara dos Pa
res para suspender as sessões do Parlamento, e pronun
Idem, 25. ciou o seguinte discurso:
+
» Mylords e Senhores:
» Vim ter convosco a fim de suspender o Parlamen
Annuncião do Merico em data de 31 de Janeiro o to e dissolvello immediatamente; decidindo-me a isso
seguinte: o desejo de conhecer a opinião dos meus povos pelo
» Em huma carta que escreve o Oficial Commandan unico meio que tem de a manifestar de hum modo con
te de Huatulco em data de 24 de Janeiro ultimo ao veniente e authentico, e com a intenção de reformar a
Ministro da Guerra, partecipa o seguinte: representação nacional como o exigem as circumstan
» Tive hontem huma conferencia com Guerrero, e cias; reforma que fundando-se nas bazes reconhecidas
ainda que seria necessario espraiar-me bastante para nar pela constituição, deve ser o sustentaculo dos legitimos
rar o que óccorreo estando eu presente, direi a substan direitos, e prerogativas
das liberdades do povo, da Coroa, e ao mesmo tempo •

cia, e he: que estando eu abordo começou Guerrero a º Senhores da Camara dos Communs: |- •

supplicar com mil clamores que o não assassinassem,

que o não fizessem pela sua familia etc., que o entre
gassem em hum porto da Republica e o pozessem á dis
posição do supremo Governo e nesse sentido erão lar
gas as suas declamações; estava este homem persuadido
de que naquelle momento o hião assassinar, e quando
lhe avizárão que hum Capitão do Exercito lhe queria
faltar, não o acreditou; tendo aberto a porta me aco
lheo tremendo em attitude de receber a morte; por es
te motivo comecei a socegallo e tranquilizallo até o
deixar quieto e disposto para emprehender a marcha.
Em consequencia de não trazer absolutamente outro fa
1o do que o que tem vestido encarreguei ao Senhor Gar
cia Conde, que lhe a prompte á chegada hum catre e lan
çoes com que se cubra, e lhe cedi parte da minha
roupa na passagem daqui para Oajaca.
… A 10 de Fevereiro o Conselho de guerra condemnou
Guerrero á pena de morte, e com efeito se executou
a sentença nesta Cidade a 13 do mesmo mez.” (1)
(1) Assim acabou quem não ha dous annos era Pre
sidente da chamada republica Mexicana ; assim mor
rêrão os que o precedêrão no mando, e irão morrendo
os que lhe succederem. Que lição apresenta a America
- les
Hespanhola
paizes as aos
suasliberaes da Europa,
filantropicas idéas | que levárão áquel
•
(Nota da Gazeta de Madrid.)
» Dou-vos agradecimentos por haverdes attendido á
conservação da honra e dignidade da Coroa, e vo-los.
dou especialmente pelos meios com que haveis assegu
rado a subsistencia e ventura da Rainha. Tambem vo-los
devo pelos auxilios que haveis oferecido para o serviço
do Estado; e vi com satisfação os esforços que haveis
feito para estabelecer huma severa economía em todos
os ramos da Fazenda, confiando em que o novo Par
lamento que farei convocar, immediatamente dirigirá as
suas vistas ao cumprimento de tão importante objecto.
» Mylords e Senhores:
» Felicito-me de poder annunciar-vos, que as amigaveis
relações existentes entre mim e as Potencias Estrangei
ras oferecem a mais plena esperança de que se conser
vará a paz, cuja conservação será o permanente obje
cto de todos os meus esforços.
» Mylords e Senhores:
» Quando resolvi recorrer ao animo sensato dos meus
povos nas circumstancias actuaes da nação, não tive
presente mais do que o desejo e solicitude que me ani
mão pelo bem dos meus subditos, e affoutamente con
to com o vosso zelo, para que me ajudeis a assegurallo
cada vez mais.»
Concluido este discurso se voltou S. M. para o Lord
Chanceller , e lhe disse : " He minha vontade que
immediatamente se suspenda o Parlamento até Terça
feira 10 de Maio proximo, º cujas palavras o dito Lord
 [ 466 |
repetio em alta voz dirigindo-se á Assembléa, º se con
eluio o acto.
Idem 23.
. Pelo Rei.
Proclamação para dissolver o actual Parlamento,
e declarando o chamamento de outro.
Guilherme Rei.
Attendendo a que julgámos conveniente, ouvido o
…parecer do nosso Conselho Privado, dissolver o actual
JParlamento, que fica prorogado até Térça feira, 10 de
Maio proximo; para esse fim publicamos esta nossa
Real Proclamação, e nessa conformidade pela presente
dissolvemos o dito Parlamento: os Lords Espirituaes e
Temporaes, Cavalleiros, Cidadãos, e Commissarios pe
los Condados e Corporações da Camara dos Communs
ficão desobrigados d'assistirem e comparecerem na referi
da Terça feira 10 de Maio proximo; e desejando e re
solvendo logo que possa sêr encontrar os nossos povos,
e receber o seu parecer em Parlamento, pela presente
fazemos saber a todos os nossos amantes subditos a nos
sa Real determinação e vontade de chamar hum novo
Parlamento: e pela presente outrosim declaramos, que
com o parecer do nosso Conselho Privado, demos or
dem ao nosso Chanceller da parte do Reino Unido
denominada Grã-Bretanha, e ao nosso Chanceller da
Irlanda, para que recebendo partecipação da presente,
Jogo expessão respectivamenteCartas convocatorias na de
vida forma, e na conformidade da lei, para chamar hum
novo Parlamento: e tambem por esta nossa Real Procla
mação debaixo do Grande Sello do nosso Reino Unido,
determinamos que immediatamente se expessão as Car
1as convocatorias nessa conformidade pelos nossos ditos
Chancelleres respectivamente, para chamar os Lords
Espirituaes e Temporaes, e os Communs que deverão
servir no dito Parlamento, a fim de serem devidamen
te eleitos, e assistirem ao mesmo: cujas Cartas convo
catorias se deverão apresentar Terça feira 14 de Junho
proximo.
Dada na nossa Corte de S. Jaime, em 23 de Abril
de 1831, e 1.° do nosso Reinado.
|- Deos salve o Rei.
A referida Proclamação se segue outra para a elei
ção de 16 Pares d'Escossia para a representarem no se
guinte Parlamento. Os Pares em quem recahir o direi
to de eleição deverão reunir-se no Palacio de Holy
JRood a 3 de Junho, entre o meio dia e as duas horas,
e então e no mesmo lugar se efectuará a eleição.
(Courier.)
+ *§§ 4–*
Lisboa, 15 de Maio.
Recebemos Jornaes Inglezes até 4 do corrente ; po
rém não referem noticia alguma de importancia , que
mereça immediata publicação.
*—º §§ *-*
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 14 de Maio.
O Paquete Inglez que entrou hontein veio de Falmouth
em 7 dias, mala, e 1 passageiro Negociante Inglez.
Embarcação avistada.
9 h. # m. 1 Bergantim Inglez a Oeste do Cabo da
OC8.
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
"… # …"
ADMINISTRAÇÃo do CoRREIo GERAL.
Navio a sahir.
Maio 19. Para a Ilha de S. Miguel o Brigue Escuna
Feliz Encontro.
Publicação Litteraria.
Sahio á luz o N.° 16 do Desengano.
Annuncios.
No dia 19 de Maio corrente, no edificio da Santa Casa
da Misericordia desta Corte, se ha de expôr á venda a
sua septima Loteria, respectiva ao actual semestre:
Na rua Augusta N° 61 e 52, em a loja de bordador
de Pedro Antonio Nolasco, ha hum bom sortimento de
Mantos de Cavalleiros das tres Ordens Militares, e da
Conceição, para alugar, e vender, tudo da melhor qua
lidade, e por preços commodos.
Pela Junta da Fazenda do Real Collegio de Nobres,
se ha de tornar a pôr a lanços para se arrematar o con
trato dos Dizimos que lhe pertencem do seleiro da Villa
de Estremoz, Monte Mór, Lavre, e Coruche, por tem
po de quatro annos, a principiar no S. João do presen
te anno: todas as pessoas que pretenderem arrematar os
ditos contratos todos juntos ou qualquer delles sepera
damente , poderão comparecer nas tardes de 6, 7, e 3
de Junho proximo futuro na sala da mesma Junta, aon
de a arrematação se ha de fazer, e estarão patentes as
condições. •
Antonio Simões de Oliveira, em resposta ao annuncio"
posto na Gazeta N-° 112, faz público que no corpo da
mesma letra em questão , se declara ter sido dinheiro
para compra da mencionada quinta da Madre de Deos,
e que foi no dia quinze de Novembro do anno de 1822,
a qual tem a mesma força que huma escriptura públi
ca segundo a Lei. Quanto a ser de pouco tempo a data
da referida letra, não he isso argumento que convença,
por que he a reforma de mais duas letras que houve em
razão de Manoel Simões de Oliveira não as ter pago,
porém a verdade que se ha de provar he , que a
quelle dinheiro foi dado para a compra da dita quinta
que he o unico que tem preferencia, e que por essa ra
zão a quinta he a hypotheca de sua divida.
Quem quizer comprar huma propriedade de casas si
tas no Beco dos Sorradores, N.° 20 e 21, Freguezia de
S. Lourenço, falle com qualquer dos inquilinos que
estão na mesma propriedade.
Defronte da Moeda N.° 48, se vendem batatas doces,
vindas de S. Miguel, muito frescas, e da melhor qua
lidade, por grosso e miudo.
Na tarde do dia 20 do corrente se ha de arrematar
na Praça do Deposito Geral huma quinta e suas per
tenças, no sitio de Fornozinhos, junto ao Bairro da
Figueira, Freguezia de Nossa Senhora do Monte de
Caparica, Termo d'Almada, avaliada na quantia de
3:1503000 rs., e se arremata com o abatimento da 5.°
parte do dito valor; e he Escrivão da arrematação Couto
Quem tiver para vender huma sege, e seus competen
tes arreios, em bom uso , falle na cocheira de Manoel
Pequeno, na rua larga de S. Roque.
% ferrador ao Poço dos Negros N.° 120 , diz quem
vende huma mulla Hespanhola muito boa para carroa
gem, de cinco annos de idade.
 NUM. 115. ANNO 1831.

GAZETA DE LISBOA. - -- —=>>>{->#3$4<<<=}G<

TERÇA FEIRA, 17 DE MAIO.

=>Koe=>$5<>@G<>$3<-9c;

PARTE OFFICIAL, Oliva para Penacho -

Duração - Rozeta para o Laço -
Chapa de Armas #…
Par de Alhetas - -
Extracto da Ordem do Dia N.° 28. Caçadores.
Barretina • • • •
{\[\[IOS

Quartel General no Paço de Samora Corrêa, Vencimento º Laço de solla pintado

em 15 de Maio de 1831. Penacho de lã - - -

Publicão-se ao Exercito os Avizos abaixo

transcriptos:
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — Tendo El
Rei Nosso Senhor Sido Servido acceitar a oferta, que
para reparo do Quartel incendiado na Cidade do Porto
fez o Coronel do Regimento de Milicias de Béja, Go
vernador Militar da mesma Cidade, José Estevens Men se acharem.
des Thomás, do Soldo, que nesta qualidade lhe com
pete, desde Janeiro proximo passado, e em quanto con de Maio de 1831.= Gregorio Gomes da Silva.
tinuar no mencionado Governo, assim o Manda parti
cipar a V. Ex.° a fim de que fazendo constar a este Of de Estado Maior General. = Está conforme o Original.
ficial quanto he digna de louvor a sua oferta, se publi = Ajudante General, Marquez de Tancos.
que na Ordem do Dia. Deos Guarde a V. Ex. º Paço
de Queluz, em 6 de Maio de 1831. = Conde de S. Lou
renço. = Illustrissimo e Excellentissimo Senhor Conde
de Barbacena.
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, —Tendo Sua
Magestade ElRei Nosso Senhor estabelecido hum novo
padrão de Barretinas para os Regimentos de Infanteria,
Caçadores, Artilharia, e Batalhão de Artifices Enge
nheiros: Manda o Mesmo Augusto Senhor remetter a
V. Ex.° a Tabella inclusa, assignada pelo Conselheiro
Gregorio Gomes da Silva, Oficial Maior desta Secre
taria de Estado, do vencimento, e duração fixada para
as ditas Barretinas, e para a sua correspondente ferra
gem, e ornatos, a fim de ser publicada ao Exercito.
Deos Guarde av. Exº Paço de Queluz, em 11 de
Maio de 1831. = Conde de S. Lourenço. = Illustrissimo
e Excellentissimo Senhor Conde de Barbacena.
|-
Duração -
•
Oliva para o Penacho
Rozeta para o Laço -
Corneta - -
Cordão de lã
-
-
-
-
-
- i:
N. B. As Olivas, Rozetas, Chapas de Armas Reaes,
Cornetas, e Pares de Alhetas, no fim da duração mar
cada devem ser entregues no Arsenal no estado em que
Secretaria de Estado dos Negocios da Guerra, em 11
(Seguem-se Licenças). Conde de Barbacena, Chefe
Repartição da Reforma Geral dos Estudos.
- Pela Junta da Directoria Geral dos Estudos se ha de
prover por Concurso de 60 dias, que começará em 25
do corrente mez, a Cadeira de Filosofia Racional e Mo
ral da Cidade de Faro , com o ordenado annual de
3203000 réis. Os que pretenderem ser nella providos se
habilitarão com Folhas corridas , Declaração determi
nada na Lei de 20 de Junho de 1823, Certidão de ida
de, e Attestação do proprio Paroco sobre vida e cos
tumes, reconhecidas, e em fórma legal , e no tempo
acima designado concorrerão a Exame perante a mesma
Junta, ou perante os Commissarios della nas Cidades
de Lisboa, e Faro. Coimbra, na Secretaria da sobre
dita Junta , 13 de Maio de 1831. = O Secretario An
tonio Barboza de Almeida.

Tabella do vencimento fixado para as Barretinas do no

vo padrão, que Sua Magestade tem estabelecido para PARTE NÃO OFFICIAL.
os Corpos de Infanteria, Caçadores,_Artilheria, e
Artifices Engenheiros do Seu Real Exercito, e da
duração da correspondente ferragem, e ornatos das
mesmas Barretinas. •

NOTICIAS ESTRANGEIRAS.

--Infanteria, Artilheria, e Artifices Engenheiros. FRANÇA.

Barretina - - - - - - - 4 annos Paris, 21 de Abril.
Vencimento Laço de solla pintado - - - 4
Penacho de lã - - - - - - 2 Extrahimos o seguinte do discurso pronunciado na
•

sessão
ville: da Camara dos Pares pelo Duque de Doudeau
» Ha varios anhos, Senhores, que tenho guardado si
lencio nesta Camara; motivos que he facil conceberem
se, mas cujo desenvolvimento seria inutil, me fizerão
adoptar este partido, especialmente á vista do numero
de collegas eloquentes de que ha muito nos jactamos, e
que devião com preferencia occupar a Tribuna: mas
similhante silencio pareceria hoje em dia mais que ex
traordinario. Tudo concorre para me obrigar a tomar
a palavra contra o lastinhoso projecto de lei que se nos
apresenta, e tanto a minha propria razão como os meus
sentimentos me prohibem catar-me. •
» Não dissimulo quanto he penosa a discussão, quan
to he delicada a posição do orador; faça o que fizer
sempre entenderão alguns que diz demasiado, e outros
que não diz bastante; mas he hum dever que eu desem
penho, e tanto para VV. SS. como para mim he este
o melhor dos argumentos, e o mais ponderoso de todos
os motivos. Não combaterei a proposta da outra Ca
mara; deixarei a outros oradores o encargo de discu
tirem as emendas, e as conclusões da vossa Commis
são. - •
» Não emprehenderei o elogio dos Principes que a re
. [ 468 |
•
» Que homem ha, que applaudindo a revolução de
Julho não trema vendo similhante determinação, vendo
renovar as scenas terriveis que maculárão os annos san
guinarios de 93 e 94!
» Não he isto privar a segunda revolução do caracter
de moderação e humanidade que se lhe pretende attri.
buir ?
» Os nossos vizinhos fizerão hum Dia de luto solemne
aquele que vio succumbir o seu Rei debaixo da segure
do algoz. A nossa liberdade começada debaixo de tão
crueis auspicios, apenas durou hum dia. Temamos que
outro tanto nos aconteça deixando de adoptar tão pio
e tocante exemplo, deixando de animar todas as idéas
de boa ordem, sabedoria, Religião, e veneração para
tudo quanto tem direito ao nosso acatamento.
» Huma instituição edificada sobre o crime, e hum
crime como a condemnação do virtuoso Luiz XVI,
não pode prosperar. Não he mais solida do que o edi
ficio construido sobre a areia, muito especialmente se
esse edificio se achar tinto no sangue.
» Não procuremos sufocar a dôr, e prohibir as lagri
mas; não tentemos banir o remorso da terra; será in
fructuosa similhante empreza, e nossos esforços serãº
felizmente inuteis. - - |-

volução de Julho subverteo; mas fallarão os factos, e'
a historia, e dirão se depois de 1814 foi o seu Reinado
destituido de prosperidade, e até mesmo de gloria; di
rão se houve menos segurança e menos liberdade do que
durante os vinte e cinco annos precedentes, Longo tem
po testemunha das acções, e até poderia dizer dos pen
samentos daquelles Augustos proscriptos, posso e devo
certificar, que as suas intenções erão puras, que os seus
erros forão involuntarios. Porque razão se ha de querer
perseguir aquelles Principes desgraçados até mesmo na
expatriação a que os acontecimentos os obrigárão! De
pois de duas terriveis invasões que nem elles fizerão,
nem se fizerão por seu respeito, como o sabe todo o
mundo, ainda que todo o mundo o não diga, procu
rárão suavizar todos os nossos males, Ah ! Não procu
remos exacerbar os seus! Respeitemos a idade avançada,
respeitemos o infortunio. Qual de nós desejaria perse
guir hum inimigo vencido, e que inimigos esses que no
rigoroso retiro a que a Providencia os condemnou, não
cessão de a invocar a bem da sua patria que os expulsou
do proprio seio!
» Se desgraçadamente alcançarmos tão deploravelfim,
terá o povo a quem devemos servir e não adular, mais
moral, mais submissão ás leis, mais fidelidade aos seus
deveres, e maior ventura !
» E se adoptarmos esta proposta, cuja discussão só
por si já he huma calamidade, será o Governo mais foi
te, a França mais respeitada, ficarão as Camaras mais
acreditadas, os animos mais tranquillos, os partidos
mais reconciliados ! Não , por certo. Esta lei, in
conveniente debaixo de todos os pontos de vista,
illusoria por todos os motivos, terá hum resultado toº
talmente contrario; vai inspirar interesse a favor da
Familia que inutilmente desejão perseguir em terra
estranha ; que desejão perseguir mesmo além da se:
pultura; vai inspirar interesse da mesma sorte que já
o inspira a obrigação de a defender, e a necessidade de
lastimar a sua sorte; ser cortezão do infortunio, louvar
unicamente os perseguidos, he cousa suave a meus olhos,
e talvez seja desculpavel aos olhos das pessoas mais apai
xonadas, que não julgarão contagiosos similhantes sen"
timentos. • •

» Tão generosos sentimentos nesta Camara são verda
deiramente Franceses; os sentimentos contrarios o não
serião; affoutamente appello para os que me escutão.
» O que resultará desse, perpetuo degredo, cujo nome
até me custa pronunciar! O que resultará da forçada ven
da dos seus bens, que pela maior parte constão de matas! desapaixonada pela sua natureza, e mais estavel pºla
As medidas propostas a respeito desses bers são muito
mais rigorosas do que as medidas antigamente adoptadas
relativamente aos bens da familia de Buonaparte: de
baixo de todos os pontos de vista não he isto huma
grande injustiça! + " •
» Esta medida vai exacerbar os mais moderados; vai
produzir o opposto do que se deseja conseguir, pelo me
nos o contrario do que se deve fazer para alcançar a
paz, a confiança e a consideração.
» Merecellas he o desejo da Camara dos Pares, mais
sua composição. Ella se fará recommendavel tanto nº
exterior como no interior regeitando huma proposta que
suscitárão combinações que lhe são estranhas, e cujº
acolhimento be devido a certos motivos que lhe são inº

diferentes. Ella recusará pronunciar contra tres gerações

» O que direi, ou antes o que deixarei de dizer desse huma das quaes conta dez annos, já bem punidas, e
artigo addicional a respeito do infeliz Luiz XVI, des não se pune duas vezes; a Camara recusará pronunciar
salastimosa improvisação, que pelo menos devera ter exi a expatriação, huma das penas mais fortes do nosso cº
gido muitos dias de pausa e muitas horas de delibe digo; a expátriação que só se pronuncia contra os maio
ração! res criminosos; a expatriação que só pareceria motivº
» Ordenar que a morte, que o supplicio do Principe da pelo medo que teria a nação, e que toda a naçãº
generoso cuja recompensa foi o cadafalso, deixe de ser negaria ter. São especialmente os partidarios da repu
hum dia de luto para a patria que o vio acabar horro blica os que desejárão a condemnação dos ultimos re
rizada, he hum poder superior ao nosso, e superior a novos dessa Dynastia que ha seculos tem procurado tanº
todos os poderes. Não he isso acaso hum insulto para o ta prosperidade e tanto esplendor para a França, e que º
mesmo paiz, que por meio desta decisão farião cum elevou ao gráo de poder em que a vemos,
plice desse crime, contra o qual tem ha quarenta annos » Ora, demasiado sabemos o que a republica tem pro
tão altamente protestado ! Qual he o homem que não duzido ha 40 annos ua nossa inalfadada patria, e de
tem deplorado os excessos e terriveis attentados que ma masiado adevinhamos o que tornaria a produzir!»
culárão a primeira revolução ? E querem absolver o
maior de todos aquelles attentados, e que produzio to (Concluir-se-ha…)
dos os outros! - -

|
-*
 [ 469 |
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 21 de Abril.
Os Jornaes Franceses contém o seguinte relativa
mente á negociação entre as partes belligerantes na Po
lonia;
Relação das conferencias entre o Marechal Diebitsch
e os Officiaes Polacos, authorizados pelo Comman
dante em Chefe:
» O Governo nacional e o Commandante em Chefe
julgárão acertado entabolar huma negociação com o
Marechal Diebitsch, para saber se a Russia, annuin
do á voz da humanidade, pouparia a efusão de san
gue por meio de hum plano vantajoso para ambas as par
tes. Entabolárão-se estas negociações quando os Exercitos
Polacos se achavão na posição mais brilhante, e quando
a missão do Coronel Micielski para conseguir huma tro
ca de prizioneiros oferecia a mais favoravel occasião.
Na primeira conferencia com o Marechal Diebitsch de
clarou este, que o unico meio de effectuar a pacifica
ção era a submissão não condicional dos Polacos ao Im
perador, Disse que elle mesmo era d'extracção Polaca,
e deo a entender ao nosso Enviado, que estava destir
nado a ser collorado á testa do Governo Polaco. Re
plicou o Coronel Micielski, que se a deshonra era o
unico meio de terminar a guerra, não se devião sugeitar
a isso não só no estado actual dos Exercitos mas até
mesmo em nenhuma extremidade.
» Depois de mais alguma conversação disse o Feld
Marechal, que talvez recorressem a medidas menos ri
gorosas, mas que era absolutamente necessario revogar
a declaração da vacatura do Throno. » Dar-vos-hei,
disse elle, dous dias para considerardes o negocio.
» Na segunda conferencia, algum tempo depois, o
Coronel Micielski observou ao Marechal Diebitsch, que
a revogação daquelle Decreto pertencia á Dieta; á vis
ta de que disse o Feld Marechal que huma appelação
para a Dieta era muito demorada, e demasiado incer
tn; e que seria com efeito muito mais facil decidir one
ocio pelas armas. Observou o Conde, que ainda quan
{ ficasse destruido o Exercito Polaco, se acharia o Exeiº
cito Russiano fóra de estado de apoiar as vistas ulte
riores do seu Monarca, e que no estado actual dos ne
gocios da Europa, se immediatamente se não atalhas
sem as hostilidades seria impossivel marcar a sua ter
minação. Os aggravos dos Polacos tambem formárão
o assumpto da conversação. -
» O Feld Marechal não negou isto; mas disse que o
Imperador ignorava a existencia desses aggravos, e es
tava resolvido a pôr-lhes hum termo para o futuro. Ac
crescentou, que em quanto se não restabelecesse a boa
ordem, se via obrigado a governar o paiz segundo a lei
marcial. O Conde observou que primeiramente ficaria
destruido o Exercito Polaco. Finalmente declarou o
Marechal, que se os Polacos desejassem entabolar huma
negociação em S. Peterburgo faria tudo para a facili
tar. No entanto como parece que estas conferencias não
conduzião a nenhum satisfatorio resultado, o Comman
dante em Chefe deputou o Coronel Kolaoakouski, e o
Coronel Micielski com plenes poderes para estabelece
rem a baze das futuras negociações.
» A 12 de Março se dirigírão ao Quartel General do
General Geismar com huma carta, porém o Marechal
não se achava alli, nem o General se julgava authorizado
para a abrir. Prometteo remettella ao Marechal, decla
rando, que toda e qualquer negociação seria inutil que se
não fundasse sobre o principio da revogação da declara
ção da vacatura do Throno. Replicárão os nossos En
viados que desejavão huma resposta por escriptº, da
parte do Marechal Diebitsch, e pedírão huma Minuta
sem assignatura como norma da relação que devião fazer.
Eis a Minuta que se deo.
º 1.° Pede-se ao Marechal Diebitsch, que haja de es
tabelecer, em huma carta ao Commandante em Chefe,
quaes deverão ser as bases da negociação.
» 2.° Suppondo acceitas estas bazes, que se haja de
informar, ao General qual deverá ser o seu resultado.
Quanto mais compativeis forem com a honra nacional
tanto mais facil será o ajuste,
» 3." Admittida a possibilidade d’entrar em negocia
ções, deverá fixar-se por hum armistício a posição dos
dous Exercitos. »
No dia depois desta conversação recebeo o Conde
Micielski huma carta do Marechal Diebitsch, que trans
crevemos, da mão do General Neidhart, que unica
mente repetia os termos que já se havião declarado
inadmissiveis. Fez-se nova tentativa para abrir as nego
ciações, mas se atalhárão por meio da Nota ao Gene
ral Geismar que copiamos. Illimitada submissão era a
condição a que unicamente se prestaria ouvidos.
Segue huma extensa Nota do General Skrzynecki ao
Marechal Diebitsch, em que nega que a revolução da
Polonia he simplesmente a obra de mancebos turbulen
tos, e lhe implora haja de prevenir a ulterior effusão de
sangue annuindo aos desejos da nação. O General repli
cou a isto indirectamente pela seguinte Nota ao Gene
ral Geismar:
» General. Li huma carta que me veio á mão pelos
Senhores Kolaezouski e Conde Micielski. Podeis di
zer a esses Commissarios, que se outra vez se apresenta
rem nos postos avançados, no estado actual dos nego
cios, não os receberei; por quanto havendo já expres
sado sem reserva ou dissimulação as minhas opiniões so
bre os desgraçados successos da Polonia, nas duas con
ferencias que tive em Grakhowa com o Conde Micielski,
só podia referir-me novamente ás minhas declarações
verbaes, e ás expressões mais terminantes da minha car
ta escripta por minha ordem pelo General Neidhart
áquelle Oficial, e repetir outra vez que tendo S. M. o
Imperador e Rei pronunciado huma inteira amnistia e
esquecimento de todo o passado, a favor de todos os que
voltarem ao seu dever, será esta promessa fielmente des
empenhada.
» O Conde Diebitsch Sabalkanski.
m O Barão Geismar, Ajudante d’Ordens.
(Copia verdadeira.) (M. Post.)
HESPANHA.
.S. Sebastião, 2 de Maio.
S. M. o Imperador d’Austria conferio ao Pincipe de
Metternich a decoração de diamantes da Ordem de S.
Miguel, em prova de reconhecimento para com os ser
viços prestados pelo Principe tanto para o restabeleci
mento da tranquillidade publica perturbada em alguns
pontos da Italia , como para a conservação da paz
geral. (Gazeta de França.)
Escrevem de Semlin, que a Porta faz grandes preº
parativos para reduzir á obediencia o Bachá de Scutari.
Assegura o Times, que o Principe #### a quem
os Belgas querião oferecer a Coroa da Belgica, e paº
ra cujo fim
clarado, quelhenão
mandárão huma Deputação, havia de
podia acceitalla. •
Lê-se em hum periodico: Sabemos com toda a cer
teza que a Russia, Prussia, e Austria terão a 15 de
Maio hum Congresso em Troppau na Silesia.
O Correio dos Paizes Bairos contém o seguinte:
» Recebemos huma carta de Françfort em data de
 •
[470 ]
20 de Abril, que annuncia que a Dieta havia dilata
do até o mez de Junho o negocio de Luxemburgo, e
que tenciona occupar não só aquelle Ducado : mas no
caso que os Belgas resistão, que occupará a mesma
Belgica para se indemnizar da despeza que fizera: que
e este respeito o Gabinete Francez apresenta alguns
obstaculos, e que este he o unico motivo da demora.»
No dia 27 de Abril na praça do commercio em Pa
rís corrêrão noticias favoraveis aos Russianos: dizia-se
que o Marechal Diebitsch se havia apoderado de Var
sovia; parece que esta noticia se não apoia em nenhum
dado fidedigno. A proclamação do Generalissimo aos
habitantes de Varsovia para que estivessem promptos
a defender seus muros, talvez desse motivo a esses boa
tos. O que diz a Gazeta de Estado da Prussia sobre a
tentativa de assalto contra Siedlic, em que os Polacos
perdêrão muita gente, contribuio para dar mais crcdi
to áquella noticia.
As tropas da Confederação Germanica se reunírão
em grande numero nas praças do Rheno, pertencentes
a diferentes Estados da Confederação. Ainda esperão
novos reforços. A causa apparente he a occupação do
Grã-Ducado de Luxemburgo.
|- (Extracto do Estafeta.)
*#
*§§*—*
"Lisboa, 16 de Maio.
- A Gazeta de Madrid de 10 do corrente contem o se
guinte: + Thiago da Espada em Elvas, e a de S. Pedro de &#
» Por Correio extraordinario se soube da morte do
Rei de Sardenha. O Principe Herdeiro subio ao Thro
no; he perfeita a paz pública naquelle Reino assim co
imo em todo o resto da Italia.
» Em toda a Peninsula reina completo repouso e se
gurança. »
- *—*§§*—»
(Artigo communicado.)
Por Decreto de 26 de Outubro de 1823, ElRei Nosso
Senhor houve por bem conceder a Francisco d'Assís
Pereira Roza de Ferrari, Superintendente das Alfan
degas e Tabaco da Provincia do Alem-téjo, a Medalha
da Restauração dos Direitos da Realeza, estabelecida
por Decreto de 29 de Setembro de 1823, com a fitta
designada no paragrafo quarto do mesmo Decreto.
-
\ Annuncia ao publico Antonio Xavier da Matta, te:
*—º §§ 4–*
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 15 de Maio.
Embarcações avistadas.
6 h. 40 m. 1 Galera, e 2 Bergantins sem bandeira, ao
Sudoeste do Cabo do Espichel; a Galera navega
para o Norte. •
8 h.4 m. 1 Embarcação sem bandeira , a Oeste do
Cabo da Roca.
12 h. 16 m. 1 dita, a Oeste do Cabo do Espichel.
12 h. 39 m. 2 ditas, a Oeste do Cabo da Roca.
1 h. 25 m. 1 Brigue Escuna Portuguez, ao Norte do
Cabo do Espichel.
4 h. 2 Bergantins sem bandeira, ao Sudoeste do Cabo
do Espichel; navegão para o Norte.
LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA.
6 h, 4 m. 1 Brigue Escuna sem bandeira, ao Norte do
Cabo da Roca.
Embarcação entrada em Belém.
3 h, 20 m. 1 Brigue Escuna Portuguez, Monte do Car
mo e Almas, da Ilha da Madeira, ó dias, com
Oficios. •
Embarcações entradas em S. Julião. •
2 Bergantins
10 h. 40 m.Embarcação Inglezes;
sahida de S. Julião.
•
7 h. 15 m. 1 Paquete Inglez. -- " "
Embarcação sahida de Belém
8 h. 39 m. 1 Escuna Ingleza para Londres.
-%-
ADMINISTRAção do CoRREIo GERAL.
Navio a sahir. -
Maio 21. Para a Ilha do Faial o Hiate Nerêo.
Publicação Litteraria.
- Sahio á luz: A Voz da Verdade da Santa Igreja Ca:
tholica, confundindo a voz da mentira do Amante da
humanidade , para sedativo da efervescencia casamen
+ teira dos modernos anti-celibatarios ; 16 cartas, pelo
Padre Luiz Gonçalves dos Santos, as quaes irão salin
do progressivamente ás Terças feiras, e se vendem a 60
réis cada huma, não obstante constarem algumas de
mais de tres folhas.
Annuncios.
Arrendão-se por quatro annos, que devem principiar
no primeiro de Janeiro de 1832, as Commendas de 8
acas e Lanhellas, na Comarca de Vianna, Arcebispadº
de Braga, e de Santa Marinha de Moreiras na Prove
doria de Vizeu, Bispado de Pinhel, pertencente á ca
sa administrada do Excellentissimo Conde de S. Vicenº
te: quem as quizer arrendar póde dirigir-se a Coclo"
Lopes do Silva, na rua dos Bacalhoeiros, N.° 29.
Windº? huma fazenda no sitio da Bella Vista, em
Chelas, que consta de terra de pão, olival, vinha, º
arvores de fruta: quem a pretender comprar dirija-se a
Luiz Gomes, na rua da Prata, N.° 224, ou em Chº
das na quinta de S. Pedro dos Peixes, por detrás dº
Convento.
Arrendão-se em Porto Brandão, termo da Villa de
Almada, huns armazens proprios para o negocio de viº
nhos , com boas caldeiras para destilações, e hum te:
lheiro para oficina de tanoeiros : quem quizer tratar º
este respeito, dirija-se a casa de Mathias José de Ol'
veira Leite, ao Rocio, calçada do Duque N.° 74.
zidente na Villa de Alemquer, que elle he quem se achº
ao presente encarregado dos armazens e guarda do por
to de Villa Nova da Rainha, no districto da mesmº
Villa, e por isso toda a pessoa que tiver negociações
para o mesmo porto se deverá dirigir sómente a elle.
Na botica da rua da Cruz N.° 73, se ensina hum rº"
paz a boticario: quem quizer aprender, póde-se dirig"
alli até ao fim do mez para fazer o seu ajuste.
O mestre ferrador na rua do Poço dos Negros vendº
hum bonito cavallo que tambem trabalha em carrinhº
Theatro Portuguez da Rua dos Condes. —Hoje li
de Maio, em benefício de dous Socios, se representarº
a Comedia. A Cifra, Dança O Çapateiro honradº,
e Farça em muzica O Rustico de Sentinella.
}
 NUM. 116.
GAZETA DE LISBOA. —==>>>6<>#@$@<9GX<==-----
QUARTA FEIRA, 18 DE MAIO.
PARTE OFFICIAL.
R E A L E R A R I o,
No dia 18 do corrente, se pagão na Thesouraria Ge
ral dos Ordenados os mezes de Janeiro , Fevereiro , e
Março do anno proximo passado, das Folhas da Meza
da Consciencia e Ordens, e Chancellaria das Ordens.
Nos dias 25, 26, e 27 do corrente Inez de Maio , se
ha de proceder a leilão público na Casa da India de 600
sacas de Urzella, vinda ultimamente das Ilhas de Ca
bo Verde, por conta da Real Fazenda, com as condi
ções que serão presentes no acto da arreihatação.
+
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
FRANÇA.
Paris, 21 de Abril.
Conclusão do extracto do discurso do Duque
de Doudeauville.
-- Por meio de circumspecta e nobre recusação do
actual projecto de lei, a Camara dos Pares vai evitar
:# França huma proscripção bem desagradavel, e ao
Principe que a governa huma decisão bem penosa para
a sua delicadeza e para a sua posição. -
… Não se pode repetir demasiado, que esta medida he
]: urna ofensa de todo gratuita, hum acto de rigor sem
objecto, e de nenhum modo bum acto de politica, por
que nada muda absolutamente pelo que toca ao esta
<io das cousas e á situação dos negocios.
»» A popularidade que não he fundada sobre a estina,
a honra, e a razão, he bem pouco duravel, e bem pou
co para se appetecer: quantos exemplos não temos tido
disto mesmo ha mais de meio seculo! Não se esqueça a
ração Franceza de que essa popularidade idolo do dia,
idolo a que infelizmente se tem feito demasiados sacri
fácios, divindade tão fallaz como perigosa, ha 40 annos
}he tem custado bastantes victimas em consequencia de
tantos excessos que tem produzido.
ANNo 1831. -
==
» A popularidade da Camara dos Pares deve procu
rar-se, ou talvez adquirir-se, pelo seu empenho em ado
ptar quanto possa ser util, pela sua firmeza em regeitar
quanto possa ser nocivo, pela sua coragem no cumpri
mento dos seus deveres, por muito difficeis ou penosos
que possao ser. . •
» Talvez que disto mesmo tenha ultimamente dado
algumas provas, de que está longe de se arrepender.
» = Cumpri o proprio dever a todo o custo = deve sêr
a sua maxima predilecta. Sendo-lhe fiel o homem he su
perior não só á critica mas tambem a todos os aconte
cimentos; seguindo-a obterá tarde ou cedo do tempo
que tudo destroe excepto a virtude, a justiça duradou
ra e permanente; sendo-lhe fiel em fim, viverá sem in
quietação, e morrerá sem remorso. Sim, respeitar a des
graça, ter contemplação para com a velhice, proteger
o infortunio, he o mais sagrado dos deveres.
» Conheço que este discurso carece da vossa indulgen
cia, Srs.; porém vós não a negareis aos meus antigos sen
timentos, á minha antiga experiencia; não a haveis de
negar a quem neste importante e triste processo, por
que o he verdadeiramente, desempenha o dever de Ad
vogado, e do qual deve ter toda a latitude e toda a li
berdade; não negareis a vossa indulgencia a hum Par
de França, que fiel á patria, fiel á honra e ao reconhe
cimento em nada avalia a ambição, os calculos pessoaes,
o particular interesse, as interessadas considerações, e a
Propria vida, se não for sem mácula, e que conta por
tudo o desejo do bem, o amor da patria, a benevo
lencia dos seus collegas, a estima dos seus concidadãos,
e o testemunho da propria consciencia.
» Voto a regeição do projecto proposto pela outra
Camara.» (Gazeta de França.)
Tratando do mesmo assumpto o Duque de Noailles,
disse:
» O projecto que hoje vos, he apresentado pela outra.
Camara me obriga hoje a romper o silencio, por quata
to não permittindo a constituição aos meus annos o
protestar contra esse projecto pelo meu voto, não pos
so resistir ao desejo de protestar contra elle pelas minhas
-
palavras. Quanto aos que, pela razão d'Estado, forem
de contrario parecer, não se enganarão a respeito dos
motivos da minha opinião, por que tem origem nos ge
nerosos sentimentos que ninguem desconhecerá, e que
não excluem o tuais since o patriotismo. -
» Os successos de Julho não poderão aniquilar o
passado ; não poderão fazer com que a Real Fa
milia hoje refugiada na Inglaterra deixe de ser
descendente dessa antiga Dynastia, que governou a
França durante ºuto seculos, associada por tão
 [472 ]
longo tempo ás suas conquistas, aos seus trabalhos e á
sua gloria. O passado, Senhores, he hum titulo invio
Javel ao respeito que deve cobrir qual sagrado escudo
tão grandes infortunios; direi mais: ha certo sentimen
to he honra, que não permitte que hum paiz lance o
desprezo sobre huma familia que a regeo oitocentos an
nos, sem que parte desse desprezo recaia sobre si mes
mo. Será estranho a todos os elevados sentimentos,
quem não for capaz de comprehender a generosidade que
impelle a desapprovação de huma medida tal qual vos
apresentão, e que talvez se admire de que nesta Ca
mara se ergue alguma voz para a combater.
» Considero esta proposta lei, Senhores, em primeiro
lugar como inutil; e depois a considero como indigna
do caracter Francez, oferecendo disposições contrarias
ás nossas instituições, e perigosas para os publicos in
t e TCSSGS, •
» Quanto ao artigo 1.° permitti que manifeste a mi
nha surpreza a esse respeito, por que apezar do que ex
poz o nobre Relator, em vão procuro o seu fim e a sua
utilidade. Esse artigo sem duvida parece ser unica
menté a rigorosa consequencia dos acontecimentos.
Não os aggrava nem os modifica, em nada muda ou
altera o destino. Porém depois dos acontecimentos qual
póde ser a sua utilidade! Consummou-se hum grande
facto da nossa historia, já se completou esse facto. Di
zem qua a nação se levantara para recuperar os seus des
conhecidos direitos, e que fôra unanime na expressão
da sua vontade. Não confiarão acaso nesse sentimento
universal assim expressado ! Se o sentimento nacional
he o que publicão, não se deve temer a eventualidade
prevista pela lei, e essa lei be sem objecto. Se pela ou
tra parte essa vontade geral viesse a mudar com que di
reito pretenderião os defensores da Soberania nacional
ligalla por hum Decreto perpetuo, e a que hiria obstar
esse Decreto! Varios defensores da proposta lei na qu
tra Camara reconhecêrão isso mesmo; seria nullo simi
lhante obstaculo. Não devemos acaso evitar leis inuteis
que não dão nenhuma força aos factos, e que aos olhos
do povo assumem hum cunho de fraqueza e de paixão!
Na presença dos quarenta annos que acabão de decor
rer não ha alguma cousa d'irrisorio em inscrever nas
toboas das nossas leis a palavra perpetuidade?
» Que novo obstaculo porá esta lei aos movimentos
de hum partido, que o mesmo Governo reconheceo na
Tribuna ser incapaz de nada emprehender de natureza
seria, de ser pouco numeroso e tão fraco! Por que ra
zão pois haveis de querer prevenir males a que não dais
credito! Certamente não acreditais que o joven descen
dante de Henrique IV se introduza na França de hum
modo furtivo e isolado. E se huma empreza com mão
armada compromettesse a tranquillidade do paiz; en
tende o Governo ter necessidade da lei que discutimos
para a reprimir!
» Quanto á disposição relativa ás propriedades com
razão regeitareis huma verdadeira confiscação. Não es
tou convencido como parece estar o Nobre Relator,
do obstaculo que essas mesmas disposições porão á cor
respondencia entre Holy-Rood e a França. Não vejo
motivos suficientes para justificar as rigorosas medidas
que se vos pedem, nem para authorizar a disfarçada
confiscação resultante da proposta que vos foi apresen
tada. Fico por tanto persuadido de que o projecto de
lei que se vos propõe será sem intéresse real; que o bem do
paiz não o pede para o Estado; e se não tem fim nem
objecto algum apenas parece ser hum iusukto gratuito a
hum poder decahido; e por isso me parece ser indigno
do caracter Francez.
» Similhante projecto, especialmente na fórma que
vo-lo remettêrão, tão rigoroso em várias particularida
des, julgo que será desapprovado pelo sentimento nacio
nal; e que até mesmo o será pelos partidarios da revo
lução de 1830 cujo espirito e caracter vai alterar. Não
nos esqueçamos de que a revolução de 1830 se annun.
ciou como querendo dar ao mundo exemplos de gran
deza e de generosidade. Na lei que discutimos não
se achará similhante caracter etc. A nação Francesa
será fiel á nobreza, e á generosidade da sua indole,
não disputando aos seus antigos Reis os restos do seupa.
trimonio ; respeitar-se-ha a si mesma deixando de ofe.
recer similhante espectaculo ás nações; e não he a caso
já suficiente esta defeza que vos dirijo agora para al.
cançar de vós a regeição de medidas que irão introduzir
a precizão e a necessidade em huma familia que tem ha
tanto reinado sobre nós, e que porão á mercê dos es.
tranhos os netos de S. Luiz, de Henrique IV e de Lui:
|XIV !
» Julguei dever ao meu nome e ás recordações da mi.
nha família, advogar a causa de Principes cuja desgra
ça a constitue sagrada a meus olhos. Assim procedi por
que entendi que o sentimento que me impellia se acha.
va d'accordo com a justiça, e não era contrario aosin.
teresses da minha patria. Se ella não corre perigo no
estado actual das cousas; se o seu interesse não reclama
imperiosamente as medidas que se vos propoem, heli
cito ceder á repugnancia que essas medidas podem ins.
pirar, abandonarmo-nos aos sentimentos que podem
excitar, e que talvez respeitem os mesmos que nele não
tomão parte. Quanto a mim jámais sentirei, que em
hum negocio que contemplado no ponto de vista em
que o encarei neste discurso, me parece ser huma ques
tão de honra para a França, esta defeza a favor de hu
ma familia inteira de Reis marcasse a minha primeira
apresentação na Tribuna.
» Grande erro fôra entender que similhante lei vaidar
força ao novo Governo. Não são similhantes actos, inu
teis para o presente, e impotentes para o futuro, os
que podem afiançar a sua duração. Será forte quando
souber apoiar-se sobre os principios que dão estabilidade
aos Imperios, quando souber guiar a nação de hum modo
firme e invariavel no caminho da verdadeira liberdade,
que se concilia com as condições necessarias á existem
cia do poder, sem, se deixar dominar pelas exigencias
dos partidos, sem se deixar seduzir por theorias que se
não podem realizar, e cujo ensaio só produziria cala
midades.
» Aos ardentes apologistas da revolução de Julho, e
accusadores da Restauração, direi: dai-nos mais liber:
dade do que no tempo da mesma Restauração possuiamos,
visto que entendeis que então nos faltava; dai-nos maior
ordem publica, maior segurança, maior socego; dai-no,
huma administração mais illustrada, mais vigilante, º
menos dispendiosa; alliviai os que pagão os impostos;
diminui esses mil milhões d'impostos contra os quaes in:
cessantemente levantaveis tanto clamor; fazei com que a
nossa fazenda se ache em melhor estado; a nossa compta
bilidade mais exacta, o nosso credito mais subido, o nos:
sº commercio e a nossa industria em maior prosperida.
de; fazei com que tudo prove que a abundancia he mais
geral entre nós: dai em fim á França a dignidade de cuja
perda culpaveis a Restauração. Os povos são hoje em
dia illustrados sobre os seus verdadeiros interesses; ajui.
zão e comparão; os factos bradão mais alto que os dis:
cursos; os homens sabem que a final o melhor Gover.
no he aquelle que dá á nação a maior porção de ven
tura.
» Assim fallo, porque amo a patria; e creio que ne.
nhuma das minhas palavras tem sido dictada por ou:
tro sentimento. Quando no mez de Julho vi baquear º
Throno, e a Monarquia legitima caminhar em silencio
para a expatriação, attendi á sorte da patria, lembrei
me das suas antigas calamidades quando a anarquia a
devorava, e fazendo em mudecer o meu afecto, e as
minhas recordações acudi para impedir, que no profun
 t"
do abalo que a quéda do Throno fizera experimentar á substituir huma aristocracía a outra. A revolução de
nossa patria, a boa ordem social a aniquilasse toda, França de 1789 derrubou a verdadeira Nobreza heredi
e esmagasse ao mesmo tempo, a nação debaixo das suas taria ; mas substituio-lhe a oligarquía, primeiro dos
ruínas. No lugar que occupava entendi que me devia oradores da Tribuna, depois a dos oradores dos Clubs,
cousagrar á França. A França resta, disse ultimamen e em fim a dos terroristas. A esta succedeo a dos que
te hum orador na Camara electiva; a França, ainda creárão o Governo do Directorio, e não poude a socie
resta, e sobre a sua frente passão teumpestades. Oxalá dade restabelecer-se até que se»formou de facto huma
seja isso sempre certo, e que se a tempestade troar de aristocracía militar a que o Governo de Buonapart4
novo em breve se dissipe para restituir á nação a tran deo depois existencia legal. O que significão esses no
quillidade de que tanto carece.» (G. de França.) mes nefandos com que os partidos se designão, perse
guem e degolão nas revoluções, se não as diferentes
aristocracías que entre si disputão o poder! O que erãº
os Constitucionaes, os Girondistas, os Montanhezes da
Lisboa, 17 de Maio. Convenção, mais do que chefes de partido, que repre
sentavão diversos systemas de Governo, e que pugna
Do principio aristocratico. vão por dominar a sociedade ! Que diferença encontra
o homem que sabe ver entre Syla, que derra na torren
A Revista Encyclopédica do mez de Janeiro deste an tes de sangue humano para restabelecer o dominio da
nº diz, que na França já não he possivel a aristocra seu partido em Roma, e Robespierre que fere huma
cia! Se isto fosse certo, seria impossivel o Governo em nação inteira com a segure da liberdade! Hum e outro
França; porque be impossivel Governo sem aristocra forão Chefes de hum partido dominante em sua época.
cía, e apellamos de quem o negar para os annaes do Cicero, defendendo Quinto Ligario, diz que os Pom
genero humano. Elles manifestão que em todos os po peianos na guerra civil só tinhão o fim de adquirir º
vos, ainda os mais republicanos, sempre se formou hu poder que Cesar conseguio pela victoria. Esta expressão
ma classe a que esteve exclusivamente ligado o direito lhe applicavel aos partidarios nas revoluções; seja qual
de governar. Athenas e Lacedemonia, essas Republicas for a divisa que adoptem nunca tratarão d'estabelecer
Gregas, que alguns preconizão como modello de liber a illimitada liberdade politica , nem o Governo das
dade, continhão a mais eruel das aristocracías; vinte a massas; mas de substituir aos chefes que mandão, os
trinta mil cidadãos governávão, e o resto da popula chefes de outro partido; á aristocracía hereditaria, ou*
ção, escravo e envilecido, estava privado não só dos tra que tenha titulo differente, mas que será sempre
direitos civis e politicos, mas tambem dos que confere aristocracía.
a humanidade. O Christianismo destruio tão cruel des Nem póde ser de outro modo. A igualdade politica
igualdade só com proclamar este principio sublime: To be impossivel por que he contraria á natureza, que tem
dos os homens são irmãos de Jesus Christo. do feito os homens visivel e materialmente desiguaes,
Os barbaros do Norte estabelecêrão nas Provincias umostra que a intenção do Creador não he que tenhão
que conquistárão do Imperio Romano a aristocracía todos igual parte no poder politico, que exclusiva
feudal, que escravizava a maior parte do povo venci mente versa sobre os interesses visiveis e materiaes da
do. O Christianismo destruio tambem esta desigualda sociedade. A igualdade possivel entre os homens he a
de: 1.° não havendo distincção de nascimento nem de moral: isto he todos os homens são iguaes perante Deos,
povo nas dignidades Ecclesiasticas; 2.° convidando as que sem distenção de pessoas os julgará segundo as suas
nações do occidente á conquista da Asia, occupada pe obras; esta he a igualdade religiosa. Todos os subditos
los Mussulmanos; 3.° apresentando nos Tribunaes da são iguaes perante o Governo, que a todos presta igual
Igreja o exemplo das formas saudaveis, dictadas pelo protecção. Todos os subditos são iguaes perante a lei,
direito commum. que imagem visivel da Justiça Divina a todos se deve
Succedeo ao feudalismo a Nobreza adquirida pelas applicar igualmente; eis a igualdade civil. Mas todos
armas; depois a da toga e do saber; ultimamente se os Cidadãos não podem ter igual parte na administra
esterdeo, e com razão, a esfera das illustrações sociaes ção dos negocios publicos, para isso seria precizo que
aos homens distinctos nas artes uteis. Mas até a revo todos fossem igualmente habeis e virtuosos.
lução de França de 1789 sempre se reconheceo a ne Supponha-se a democracia mais perfeita de todas,
cessidade de admittir huma classe superior com grande composta por exemplo de 100 Cidadãos com huma
intervenção no Governo que lhe servisse d'auxiliar, pro igualdade tão absoluta de direitos que nada se póde de
vendo-o de homens uteis. terminar na republica senão á pluralidade. Não tardarão
Esta classe superior que se observa em todos os Go muitos dias sem que haja no seio desta republica dez
vernos não tem tido sempre igual forma nem igual es individuos que sejão senhores das deliberações, e que se
pirito; em algumas partes he hereditaria como em In fação superiores aos mais ; eis-ahi a aristocracía gera
glaterra; em outra electiva como em o Governo da da e nascida do mesmo Governo popular. Similhante
Igreja Catholica. As vezes Patriarcal e exclusiva como estado de cousas de cem Cidadãos dominados por dez
em Veneza e nos primeiros seculos de Roma; em ou durará até que as guerras civis ou estrangeiras, os assi
tras partes como em Hespanha abria o seio a todo º gnalados serviços, ou em fim a superioridade do enge
merito e a todos os serviços. No Egypto dispunhão do nho ou a força, elevem ao throno hum dos dez. E eis
Governo os Sacerdotes; na China os letrados; em Tyro, aqui a Monarquia nascendo da aristocracía. Dirão al
Carthago, e na moderna Hollanda, os commerciantes; guns dos nossos leitores, que este quadro está delineado
nos Estados-Unidos d'America os agricultores. Não ha arbitrariamente. Nada ha nelle d'arbitrario senão o nu
nação alguma que não tenha, ou que não tenha tido a mero de 100, que elegemos para fixar as idéas; tudo o
sua classe superior, ainda que haja numerosas varieda mais he historico, Os annaes" de Roma na historia an
des nos titulos para pertencer a ella, e nos limites que tiga e de Florença na moderna, convertem a nºssa sup
a lei, o costume ou as circumstancias poem à sua in posição em realidade.
tervenção e influencia, segundo o espirito que tem do He impossivel, pois, que exista huma nação bem or
minado em cada nação, e em cada seculo. denada sem huma Aristocracia permanente. A razão o
Ainda mais. Os demagogos que com o pretexto de demonstra pela desigualdade natural que existe entre os
estabelecerem entre os homens a igualdade politica, exci homens; a historia o confirma não apresentando ne
1árão revoluções sanguinarias, não fizerão mais do que nhum povo que ñão tenha tido a sua aristocracía; as

desordens das revoluções a testeficão pois sempre tem
procedido da luta entre a aristocracía que manda e a
que aspira a mandar; em fim a razão d'Estado que
exige que haja corpos legaes interpostos entre as paixões
dos homens governantes e os mais homens governados,
corpos que existem no Governo da Turquia, e na demo
cracía de Genebra, dão incontrastavel sancção á ver
dade que havemos proclamado. -
A igualdade politica he a mais desatinada das uto
pías, e ao mesmo tempo a mais perigosa bandeira que
póde erguer a aristocracía gritadora. Huma nação ho
mogénea, sem classes nem distincções politicas, não
póde ser dirigida por nenhum Governo seja qual for,
excepto no caso que os seus Cidadãos sejão anjos em
virtude e sabedoria, em cujo caso não ha necessidade de
Governo.
Neste artigo não fizemos mais que observar hum fe
nomeno historico, e explicallo pelas immutaveis leis da
natureza no mundo moral, isto he a existencia e neces
sidade da aristocracía em todas as nações e Governos.
Reconhecida esta necessidade falta examinar qual deve
ser o titulo, qual o espirito da aristocracía; pois como
já vimos não tem sido os mesmos em toda a parte. Es
ta questão summamente ventilada hoje em dia pelos pu
blicistas, não póde ter na nossa opinião mais que huma
solução geral e he a que lhe deo a Igreja Christã na
sua administração jerarquica; o título primitivo da su
Terioridade devem ser o merito, os serviços e as virtudes.
Esta maxima a aprendêrão da Igreja todos os Governos
modernos da Europa, e a praticão. Porém não se po
dem dar regras fixas quanto á eleição e herança das at
tribuições aristocraticas. Montesquieu demonstrou até á
evidencia, que na Monarquia deve ser hereditaria a No
breza e conferida pelo Rei. Sugeitar a avaliação do
merecimento e dos serviços ás eleições populares he pro
prio das republicas; e assim todo o Governo Monarqui
co em que se admittão as ditas eleições ficará corrupto
e pervertido. (Estafeta.)
*—*§§ 4–*
Telégrafo.—Serviço da Barra. — 16 de Maio.
Embarcações avistadas.
4 h. 58 m. 1 Curveta de Guerra Portugueza, Lealdade,
e 1 Galera sem bandeira ao Sul do Cabo da Roca.
10 h. 15 m. 1 Brigue de Guerra Francez a Oeste do
Cabo do Espichel.
3 h. 48 m. 1, Barco sem bandeira movido por vapôr ao
Sul do Cabo da Roca: navega para o Norte.
5 h. 41 m. 1 Curveta de Guerra sem bandeira, e 1 vazo
dito,
Roca. que parece ser Fragata, a Oeste do Cabo da
Embarcações entradas em Belém.
5 h. 30 m. 1 Curveta de Guerra Portugueza, Lealda
de; vem do bloqueio da Ilha Terceira, e sahio
deste porto ha 77 dias. — 1 Brigue de Guerra Fran constão de loja, sobreloja, primeiro, e segundo andar,
cez, de Brest, 9 dias.
Hdem, 17.
|- Embarcações avistadas. -
5 h. 1 Bergantim sem bandeira ao Norte do Cabo da
Roca.
6 h. ra
38 dito
m, 2a Fragatas
Oeste do Francezas, e l Curveta de Guer rente, pelas 10 horas da manhã, nos seus armazens das
Cabo da Roca.
. LISBOA NA IMPREssão REGIA.
[ 474]
Embarcações sahidas de Belém.
11 h. 1 Brigue Escuna Portuguez, Correio de S. Mt.
guel, para Vianna, e l Bergantim Inglez para a Tet,
Ta IlOV8,
12 h. 49 m. 1 Bergantim Portuguez, Hebe, para An
ola. -
8 Embarcação sahida de S. Julião.
10 h, 29 m. 1 Curveta de Guerra Franceza.
- -
«… # ==
ADMINusTRAção do CoRREIo GERAL.
Navio a sahir da Cidade do Porto.
Maio 30. Para a Bahia
pitão
•
o Navio
Francisco LuizS.Gomes:
José Diligente,
as cartasCa
se
rão lançadas na caixa geral do Correio até
ás cinco horas da tarde do dia 25 do cor
rente mez, na intelligencia de que só serão
expedidas pelo dito Navio aquellas que o
indicarem nos sobescriptos.
Annuncios.
D. Luiz de Sousa e seu filho D. Francisco de Sousa
fazem publico, que Antonio Evaristo de Abreu, cuja
actual existencia e morada se ignora, não tendo ainda
entregado os papeis e documentos que se lhe confiárãº
para a sua procuradoria, nem tendo della dado as suas
contas, cessou com tudo por motivos mui ponderaveis
e notorios de ser seu procurador des de o fim do aunº
de 1830 proximo passado, ficando nullos todos os actos
por elle praticados des de esta data em diante.
Constando a Manoel Pedro Gomes de Carvalho, que
Francisco Antonio Sequins pretende vender parte de
huma propriedade de casas, sitas na rua de Santa Ma
rinha, a qual tem tres escadas com os numeros seguin
tes: 26 na rua direita; 3 na travessa; e 20 no largo de
* * *
Santa Marinha; por este motivo faz saber ao publico,
5 que toda esta propriedade está penhorada por elle, des
de o anno de 1816, como tambem os seus rendimentos,
por execução de que he Escrivão Mathias José de Oli
veira Leite, e por avultada quantia.
Quem quizer, tendo boas abonações, tomar de arreo
damento huma Botica, estabelecida na Villa da Sertá,
Priorado do Crato, antiga, acreditada, e bem surti
da, pode dirigir-se naquella Villa á viuva e filhos de
José Vicente Farinho, em Lisboa a João Baptista da
Matta, na rua da Magdalena N.° 1; e em Coimbra a
Antonio José de Carvalho, na rua da Calçada: e de
clara-se, que tambem se poderá vender em ultimo caso.
- •
Aluga-se o Palacio do Quelhas, na rua dos Navegan
tes, á # todo, ou separado em quartos: pode mos.
trar-se todos os dias des de as onze horas da manhã até
ás duas da tarde.
Quem quizer comprar huma propriedade de casas, que
sitas á entrada da rua do Capellão, á Mouraria, N.°30
e 51, dirija-se á rua direita de Arroyos N.° 98, primei
ro andar, onde mora seu dono, Pedro dos Santos.
Na travessa d'Assumpção N.° 46, 2.° andar, com
frente para a rua Augusta, se arrendão quartos.
Lindenberg e Companhia fazem leilão de duas car
gas de madeira de Stockholmo, Quinta feira 19 do cor
•
Saboarias, sitos na praia de Santos.
{ *
-
 NUM. 117.
GazETA DE LISBOA.
QUINTA FEIRA, 19 DE MAIO.
=>>>>>>>@@$$ke-ºei=
PARTE OFFICIAL.
R E A L E R A R I o.
Nos dias 25, 26, e 27 do corrente inez de Maio , se
ha de proceder a leilão público na Casa da India de 600
sacas de Urzella, vinda ultimamente das Ilhas de Ca
bo Verde, por conta da Real Fazenda, com as condi
ções que serão presentes no acto da arrematação.
PARTE NÃO OFFICIAL. .
NOTICIAS ESTRANGEIRAS,
TURQUIA,
Constantinopla, 8 de Fevereiro.
Não he o Seraskier, como erradamente se havia an
nunciado, mas o Secretario particular do Reis Effendi,
quem levou ao Patriarca Grego o extracto do Khat
(ou Rescripto) pelo qual o Grã Senhor concede hum
subsidio de 500 mil patacas para ajudar o pagamento
das dividas enormes do Patriarcado de Jerusalem. Não se
sabe se he por esse mesmo Khat ou por outro, que o
Sultão concede aos Gregos certo numero de novos pri
vilegios; geralmente se falla dessa resolução, mas nin
guem sabe ainda em que termos se expressa e que direi
tos consagra. O certo he que os generosos principios
adoptados ha algum tempo a esta parte pelo Grã-Se
nhor e pelo seu Governo para com os subditos rajás, em
breve tornarão a sua situação muito melhor do que a
dos Gregos que conseguírão a sua independencia:
Por isso vemos diariamente chegarem varios Gregos
do novo Estado Helleno, para se estabelecerem aqui.
(Ext. da Gazeta de Smyrna.)
Idem, 11.
Eis as disposições principaes do Khatti-Sherif (res
cripto Imperial) de que acima se falta; assegurão que
são simplesmente o preludio de alguns melhoramentos
salutares que o Sultão tenciona efectuar etc.
ANNo 1831.
–
Navegação do commercio.
» Todos os rajás ou subditos da Porta, protegidos
pelas outras Potencias, que tiverem obtido a ban
deira Ottomana para a navegação, gozarão os seguin
tes privilegios: -
» O Capitão usará o uniforme dos regulares.
» Os marinheiros não pagarão o karratch nem outro
algum imposto individual. As mercadorias carregadas
debaixo desta bandeira gozarão a diminuição de 10 por
cento dos direitos da bandeira mais favorecida entre as
nações Européas. •
» A bandeira Turca não será susceptivel de nenhuma
visita.
» As mercadorias do Capitão e da equipagem pode
rão ser transportadas e vendidas livremente em toda a
parte onde os proprietarios o julgarem conveniente, sem
que o Governo possa pretender nenhum direito de tran
SltO.
» Os marinheiros serão inscriptos no registro do Capi
tão Bachá.» •
Disposições geraes.
» Os rajás, isto he, os Gregos, Armenios, Catholicos
Armenios, e Judéos, serão todos iguaes, e os Turcos o
serão tambem com elles perante a lei, sem que nenhum
Mussulmano possa obter a menor preferencia, nem a
pretenda em razão de ser Mussulmano; por quanto no
animo do Sultão todos formão hum só corpo, e huma
só familia, seja qual for o culto de cada hum em par
ticular etc.
» Em todo o paiz da Rumelia assolado pela guerra,
o Sultão acaba de espalhar huma quantia de dinheiro,
e vai mandar cargas de trigo, quejo, manteiga e outros
comestiveis para serem gratuitamente destribuidos entre
os rajás. Outro sim lhes concede a isenção geral dos
impostos pelo espaço de dous annos; ordena por Fir
mans aos Bachás e Governadores tenhão cuidado em
não cometterem injustiça alguma contra qualquer pes
soa, seja quem for. Para o futuro não poderão punir
nenhum rajá que tiver faltado aos seus deveres, sem a
authorisação dos Primazes da jurisdicção de que o mes
mo rajá directamente depender. Faz saber ao mesmo
tempo, que todo e qualquer rajá que se julgar lezado
por huma sentença do Tribunal Turco ou de outro qual
quer Magistrado, tem a faculdade de se dirigir aqui
(a g"#" sem encontrar estorvo algum.
» S. A. acaba de dar mil bolças a favor do Santo Se
pulcro para acudir áquella divida enorme, decretando
que todos os Gregos que se achão no Imperio Ottoma
 [476 ]
mo, contribuirão com huma pataca por cabeça a favor
dos Santos Lugares, a fim de amortizar esta divida ac
cumulada pelos abusos dos Bachás e Sacerdotes Gregos,
e a fim de contribuir para o restabelecimento do Tem
plo dos Christãos. Este dinheiro foi conduzido ao Fa
nar pelos Ministros e outros grandes funccionarios Mus
sulmanos com as ceremonias que tão assignalado bene
ficio pedia.
» O Sultão concebeo a idéa d’estabelecer huma poli
cia á Européa, para cujo efeito reclamou dos Ministros
hum mappa de todos os individuos conhecidos delles,
por quanto depois de hum leve exame se achou, que ha
dous individuos por hum sem protecção alguma, o que
he causa de mil abusos escandalosos para o Governo e
para os mesmos. Ministros.
» Quanto ás Ilhas e outros lugares que ficão fora dos
limites do novo Estado Grego, lhes concede os seguin
tes privilegios:
» Os Governadores Turcos ficarão sujeitos em todos
os seus actos, ás decisões dos Primazes.
» Não poderão os habitantes de nenhum lugar ser jul
gados excepto pelas suas proprias leis; nunca poderão
ser subtrahidos aos seus Juizes naturaes, nem poderá o
Governo Turco punir pessoa alguma sem o juizo e au
ihorisação dos Primazes.
. » Os habitantes de Samos não terão na Ilha nem Ca
dí nem Governador Turco. Pedirão, se o julgarem
conveniente, algum Grego , seu compatriota, para
os governar. Concede-se-lhes huma bandeira particular
na qual se verá a Santa Cruz dos Christãos. Se depois
destas vantagens que lhes concede a nossa benevolencia
recuzarem sugeitar-se, veremos.
» Todos os rajás andarão vestidos como tacticos. Os
Turcos porão de parte todas as decorações que usão,
e para o futuro só serão essas decorações a recompensa
de hum acto de valor. O soldado Turco usará para o
futuro huma dragona a fim de que o possão distinguir
do rajá.» (Extracto da Gazeta de França.)
• • POLONIA,
Parsovia, 17 de Abril.
Ha alguns dias a esta parte que as nossas tropas fa
zem continuados movimentos dirigidos pelo Generalissi
mo com circumspecção e prudencia. Na manhã do dia
14 permanecia o Quartel General do nosso Exercito em
Jendzejon, além de Kaluszin, sobre a calçada de Sied
lice. O Conde de Diebitsch pela sua parte faz concen
trar o seu Exercito entre Lukow e Siedlice. Vai-se apro
ximando o momento de huma acção decisiva.
Os principaes moradores desta Cidade, a Guarda na
cional, o Clero, e os Judeos de maior conta, se reuní
rão no dia 14 pelas 4 horas da tarde na casa da Cama
ra onde esta já se achava com o Governador militar, o
Presidente, e o Vice-Presidente de Varsovia. Nessa
reunião se leo huma carta do Generalissimo, cujo theor
se reduz a declarar, que no caso de se ver obrigado a
afastar-se desta Cidade operando contra o inimigo ;
conta com a perseverança e valor dos habitantes para
defeza da capital, assegurando-lhes que Varsovia de
baixo das ordens do General Krukoniecki pode oppor
tenaz resistencia contra qualquer ataque.
Concluida a leitura da carta, o Presidente Wengr
zeki, e o Professor Garbinski, Presidente da Camara,
pronunciárão cada hum o seu discurso, que foi acolhido
pelos ouvintes com o maior enthusiasmo, assegurando
todos que pontualmente obedecerião as ordens do Ge
neralissimo. O Senador Ostrouski terminou a sessão com
outro discurso análogo ás circumstancias.
A
Idem, 21.
Não se confirmou a notícia, que se havia propagado
varias vezes de se ter levado d'assalto a importante po
sição de Siedlice, onde continúa o Quartel General do
Conde Diebitsch.
Recebêrão-se noticias de Tomaszon, pelas quaes se
sabe que o General Duernicki depois da haver appa.
rentado que tratava de passar o Vistula perto de Ra
chow ou de 2auichast, variou de direcção absolutamen.
te opposta dirigindo-se pelos bosques para Krynice,
donde com marcha forçada se dirigio por Tyszoicce a
Krylow. Logo depois atravessou Duernicki o Bug wa.
lendo-se das pontes que os Russianos havião lançado
sobre aquelle rio para se reunirem ao corpo do General
Rudiger. Em Krylow fez 50 prizioneiros Russianos; os
mais, para assegurarem a sua retirada queimárão huma
das suas pontes, que promptamente se reparou; tam
bem destruírão os depositos que tinhão na opposta mar.
gem do rio. Alguns centenares de Russianos que se
achavão em Krubieszow, e nas suas immediações, ás
ordens do Coronel Popoff III, fugírão precipitadamen
te receando que as tropas de Duernicki lhes cortassem a
retirada.
Diz a Gazeta de Varsovia, que hum General chama
do Klopecki pertencente ao Exercito do Feld Marechal
Diebitsch, dirigira aos Polacos varias proclamações.
O Correio da Polonia annuncia, que hum Exercito
de 303 homens se achava agora em Lublin e em suas im
mediações, porém não diz se são Russianos ou Pola
cos. Tambem falla de hum combate mui sanguinario
que houve no dia 18 nas immediações de Pultusk, ac
crescentando, que não tinha dados certos sobre esta ac
ção, nem da batalha que o General Sierauski havia sus.
tentado contra forças superiores.
A Dieta consta de 110 membros entre Senadores e
Deputados.
Fronteiras, 15 de Abril. -
As ultimas noticias annuncião, que a perda dos Po'
lacos na tentativa que fizerão sobre Siedlice, fora mui
te consideravel e que a Divisão do General Proud.
zynski ficára quasi totalmente destruida. A disposição
geral dos habitantes, não he em razão das vantagens
que o Exercito obteve; reina pelo contrario notavel des:
alento. (Gazeta d'Estado da Prussia.)
Boletim Russiano de 14 de Abril.
O Marechal Diebitsch transferio o seu Quarte Gene
ral para Siedlice onde neste momento se acha reunidº
todo o seu Exercito. Tendo-se o inimigo retirado em
* • •
todos os pontos, e sendo em consequencia do máo es"
tado dos caminhos, impossivel efectuar promptos ino
vimentos, e não se podendo achar em paizes exhauri:
dos viveres para tão consideravel numero de tropas,
preferio o General Russiano efectuar a sua juncçãº
com os Corpos dos Generaes Rosen e Pahlen II. Ten
do esta juncção já tido lugar vão começar de novo aº
operações. (E. da G. de França.)
Idem, 20.
O General Diebitsch recebeo outro reforço de vinte
e cinco mil homens, e se presume que de proposito pa:
ra não dividir as forças dos Polacos ainda não quiz de:
ter as operações que se verificão na sua retaguarda.
Nestes ultimos dias reinava em Varsovia grande comº
sternação; e hum dos maiores males que experimentãº
 [477 |
naquella Cidade he a perfidia das espias. Todos con da faleceo o nosso bom Rei depois de larga e penosa
cordão em que a negligencia das avançadas dos Gene enfermidade. Pelas duas heras vendo aproximar-se o
raes Geismar e Rosen fora causa das acções de 31 de
Março e do 1.° de Abril.
As desordens da Lithuania não são de importancia,
pois se limitão a interromper as communicações, mas
poderão chegar a tella se o General Diebitsch não al
cançar victoria decisiva. - O Principe de Carignan, já depois de haver subido
O Conde Pahlen, Governador da Livonia e d'Esto
nia, recebeo de Riga hum novo reforço de dez mil ho
mens para acudir á segurança daquellas Provincias que
são de tanta importancia.
9 - Posen, 20 de Abril.
Dizem que o Grã-Duque Constantino, que no prin
cipio recusara marchar contra os Polacos, assumira
agora o mando em Chefe, e que o seu Exercito consta
de 603 homens da Finlandia. Tambem deverão chegar
ás immediações desta Cidade 603 homens para prote
ger as nossas fronteiras; estas forças formarão dous cor
pos, que assim como o terceiro, que já se acha nesta,
ficarão debaixo das ordens do General Gneisenau.
(Gazeta de Posen.)
* AUSTRIA.
Fienna, 12 de Abril.
Sendo os prizioneiros que se fizerão na # de Ri
mini pela maior parte soldados do Governo Pontificio,
que tinhão passado para a parte dos rebeldes, forão en
tregues nos depositos designados para esse efeito pelo
Governo.
Santa Sé, Todo o material
se entregou de guerra,
na Cidadella que pertence á
d'Ancona.
(Observador Austriaco.)
Idem, 21.
Segundo huma carta particular alguns insurgentes fu
gitivos, enfastiados sem duvida de sulcarem o Mediter
raneo, tentárão surprehender hum pequeno porto do
Ducado de Luca; porém os aldeões Italianos já esta
vão d’embuscada e apenas desembarcou o destacamen
to logo ficou cercado pelos aldeões, e poucos insurgentes
conseguírão escapar.
O General Succhi foi trasladado para Veneza: mui
to valente no campo da batalha carece da fortaleza de
animo que constitue o valor civil; incessantemente cho
ra como se fôra mulher, amaldiçoa os Francezes, que
segundo elle unesmo diz, o instigárão a ser traidor ao
seu Principe e a por-se á frente da insurreição Italiana.
Assegurão que revelára cousas d'importancia do que se
deduz, que só será sentenceado a prizão perpetua. .
Outros tres corpos d'Exercito cada hum de 40,000
homens, estão perto das fronteiras da Polonia; e no
interior da Russia se estão organizando mais tropas,
IIa agora na Europa mais de dous milhões e meio de
soldados em armas. Fazem-se preparativos para evitar a
guerra, e huma vez feitos se combate por necessidade,
Consulte-se a historia e em todas as suas paginas se acha
rá escripta esta verdade.
ITALIA.
Turim, 28 de Abril.
> Hontem pelas duas horas e tres quartos da madruga
seu fim, pedio que lhe encommendassem a alma. De
pois dictou a inscripção que se devia pôr sobre o seu
jazigo; chamou o Principe de Carignan, e lhe deo al
guns conselhos, recommendando-lhe os seus povos, e en
carregando-lhe, que lhes manifestasse o mesmo affecto
e carinho com que sempre os havia contemplado,
ao Throno, passou logo ao pºiº Real, que tem es
tado desoccupado des de que faleceo S. M. Victor Ma
nuel, e elegeo o quarto que ha de occupar e o de seus
filhos. Nesse mesmo dia se lhe apresentárão todos os
Grandes, Ministros e Funccionarios.
O Governador da Cidade passou a todos os Quarteis,
e tomou o juramento de fidelidade a todas as tropas da
guarnição. \, (G. de Madrid.)
FRANÇA.
Paris 3 de Maio.
Em dous periodicos desta manhã se annunciou como
cousa certa a entrada dos Austriacos no Piemonte. Es
ta noticia que seria de muita importancia e talvez si
gnal de huma guerra geral, não teve muito acolhimen
to na praça do commercio, por que os cambios conti
nuárão a subir. -
Na praça correo a noticia de que na Polonia houve
ra duas acções successivas em que os Russianos ficárão
vencedores. (Gazeta de França.)
Vimos periodicos de Londres: hum delles (o Courier)
referindo as occorrencias da noute de 27 falla sobre os
excessos que o povo comettêra contra a casa de Sir Ro
•
berto Wilson, cousa tanto mais criminosa no sintir do
periodista, por que S. R. HVilson procedêra nas ulti
mas discussões com admiravel desinteresse; tambem sen
te que o povo Inglez tenha cahido em taes excessos e
accrescenta: º Estão prezos muitos dos perturbadores,
e esperamos que os Magistrados procedão sem demora
e com toda a severidade contra aquelles destruidores.
Este negocio he de distincta natureza que os mais.
A visita que S. M. devia fazer á Cidade no dia 10
de Maio, ficou transferida para o dia 17 do mesmo, pa
ra que haja tempo de se fazerm os necessarios preparativos.
Idem, 4.
Praça do commercio hontem: Cinco por 100 conso
lidados 88 fr. Acções de Banco 1,620. Emprestimo Real
de Hespanha 644. Renda perpetua de idein 51.
Na noute de 2 do corrente chegárão despachos do
Marechal Maison, nosso Embaixador na Corte de Vien
na; parece que nelles aviza o Marechal que o Exerci
to Austriaco reunido nas fronteiras da Italia já está in
teiramente prompto para entrar em campanha e que se
não deve perder tempo em attender á defeza da nossa
fronteira pela parte dos Alpes. Dizem que em conse
quencia deste avizo se expedírão ordens para que com
as tropas que temos reunidas sobre o Var se forme im
mediatamente hum Exercito. (Nacional.)
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 22 de Abril.
. O vestido de malha.
Antes de Napoleão partir para a Belgica, mandou
chamar hum dos mais habeis artistas destas obras em
 [ 478 |
Paris, e perguntou-lhe, se ele se atrevia a fazer-lhe hum
vestido de malha pue se podesse trazer por baixo do ves
tido ordinarie, mas que devia absolutamente ser a pro
va de bala; e que sendo assim dissesse quanto queria
pela obra. O homem prometteo fazer o que se deseja
va, se lhe dessem o tempo necessario, e pedio dezoi
to milfrancos. Concluio-se o contracto, e no devido
tempo apresentou-se a obra, tendo o seu author a hon
ra de huma segunda audiencia do Imperador. » Agora,
disse S. M. I., vesti a vossa obra.» O homem assim o
fez. … Como devo fiar a minha vida da sua eficacia, não
tereis objecção, creio eu, de fazer o mesmo »; e toman
do hum par de pistolas preparou-se para descarregar hu
ma sobre o peito do assustado artista. Alli não havia
retirada, e neio morto de susto esperou o tiro, que re
cebeo, para infinito credito da sua obra, com perfeita
impunidade. Mas o Imperador não contente com huma
só experiencia disparou a segunda pistola nas costas do
tremente artista, e descarregou depois huma espingarda
de caça sobre outra parte # corpo do mesmo homem,
com igual successo. » Bem, disse o Imperador, tendes
feito huma obra capital sem duvida; quanto he o pre
ço?» Dezoito mil francos, foi a resposta. » Aqui ten
des huma ordem para elles, e eis-aqui outra para igual
somma pelo susto que vos dei.» (Courier.)
-— §§ *-*
Lisboa, 18 de Maio,
Telégrafo.—Serviço da Barra. — 18 de Maio.
{ Embarcações avistadas. |-
6 h. 30 m. 1 Bergantim sem bandeira, a Oeste do Ca
bo da Roca.
7 h. 28 m. 1 Brigue Escuna sem bandeira, a Oeste do
Cabo da Roca. -
9 h.2 m. 2 Fragatas sem bandeira, 1 Curveta de Guer
-
"ra dito, e 1 Brigue dito dito, a Oeste do Cabo da
Roca. •
N. B. A's 5 h. todas as Embarcações de Guerra nave
gárão para Oeste. + oito dias, pode tratar com o Corretor Tobin, na pra
Embarcação entrada em S. Julião.
9 h. 4 m. 1 Bergantim Russiano.
*-- + …»
ADMINIsTRAção do CoaRE1o GE a AL.
Navios a sahir.
Maio 25. Para a Ilha da Madeira o Brigue Escuna
Monte do Carmo e Almas.
25. Para Angola o Brigue Temerario.
Junho 2. Para Benguela o Brigue Desengano.
Annuncios. outra chamada a Tujueiragrande, avaliada em 60$000
rs. ; hum serrado á Silveira Tapada, avaliado em
D. Anna Maria Ludovici he dona de huma casa no 303000 rs.; hum matto á Cruz do Galvão, avaliadº
bre na travessa da Espera N.° 44, com frente e esquina em 403000 rs.: todos estes bens são no Lugar da Sr
para a rua larga de S. Roque, e como lhe consta que pataria,
dito Lugar;
se pretende vender a dita casa, aviza ao publico que
ella não tem dado o seu consentimento, ou assignatura
a pessoa alguma para tal venda , nem pretende vender
a dita casa; e por isso todo o contrato feito a este res
peito será nullo.
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
Víctoria de Jesuz, e filhos, tem ajustado a venda de
duas courellas de vinha; á Cruz da Arêa, nos Lagares
d'ElRei, Freguezia de S. Jorge: se houver alguma pes.
soa que tenha direito ás ditas courellas, no prazo de
vinte dias o vá declarar a casa do comprador Luiz An
tonio Gonsalves Barreira, morador na rua do Ouro N.°
150, com a com minação de que passado o dito prazo de
tempo se julgará a compra livre e desembaraçada.
Quem perdesse, ou por esquecimento deixasse na rua
Augusta loja, N.° 4, hum lenço com fato feito, póde
procurar na dita loja, e dando signaes certos se lheen.
tregará. -
José Joaquim Ribeiro de Araujo mudou o seu escri.
ptorio da rua da Prata para a rua dos Fanqueiros, lo
ja N.° 123, em frente da travessa da Assumpção, aon
de continúa com as mesmas transacções commerciaes.
Quem quizer arrendar o prazo denominado de Mar.
garide, no Conselho de Figueiras, Provincia do Mi,
nho, pertencente ao Excellentissimo Conde d'Almada,
dirija-se ao mesmo Excellentissimo Conde, no seu pa
lacio ao Rocio, para tratar do respectivo ajuste.
Arrendão-se as Commendas de S. Martinho de Fra.
xão, e Santa Christina de Serzedello, no Bispado do
Porto; e a de S. Bartholomeu na Covilhã, todas da
Ordem de Christo, e pertencentes ao Excellentissimo
Marquez do Louriçal, cujos arrendamentos hão de co
meçar pelo S. João do corrente anno: quem as preten
der dirija-se ao Palacio do dito Excellentissimo Mar
quez, em Palhavã, ou a seu Procurador, na rua Au
gusta, N.° 124, até ao dia 31 do corrente mez.
Vendem-se tres courellas de terras de olivaes no silio
de Santa Iria, que se compõem de hum prazo foreiro
em 2,3500 rs.; quem o quizer comprar fale com seu
dono na rua dos Alamos N.° 16 A.
|-
Vende-se hum olival sito no Chão da Serra, Termo
de Torres Novas, com seis mil pés de oliveiras, em
bom estado, livre de foro, e de todo e qualquer encar.
go, cujo ajuste se poderá tratar na rua dos Ourives dº
Ouro, na loja N.° 28.
Quem quizer hir de passagem para o Rio de Janeirº
na Galera Hamburgueza Diana, que sahirá por estes
ça ás horas do costume.
Lindenberg e Companhia fazem leilão de duas car
gas de madeira de Stockholmo, hoje Quinta feira 19 dº
corrente, pelas 10 horas da manhã, nos seus armazen:
das Saboarias, sitos na praia de Santos.
Sexta feira 20 do corrente, ao meio dia, no arma"
zem de Jeronymo Theotonio de Faria, Beco do Jar
dim, se ha de fazer leilão de batatas Inglexas de mui
to boa qualidade, e chegadas proximamente.
Na tarde do dia 25 do corrente se hão de arrematar
na Praça do Deposito Geral, com o abatimento da%"
parte dos seus valores, os bens seguintes, todos, ou
qualquer delles: huma terra chamada o Carrascal, ava
liada em 503000 rs., com suas pertenças; outra cha"
mada a Tujueira pequena, avaliada em 363000 rs.
Freguezia
de N. Senhora
e he Escrivão Couto. da Purificação, dº •
Na rua direita da Graça, N.° 32, se vende huma ex
cellente parelha de mullas de quatro annos, que tra
balhão em todo o lugar; também se vende hum bom
cavallo proprio para cavallaria.

(UM, ! 18.
GAZETA DE LISBOA. —=>>>>gest:<<<=-
SEXTA FEIRA, 20 DE MAIO.
PARTE OFFICIAL.
R E A L E R A R I o.
No dia 20 do corrente se pagão na Thesouraria Ge
ral dos Ordenados os mezes de Janeiro, Fevereiro, e
Março de 1830 da Folha do Conselho do Ultramar.
PARTE NÃO OFFICIAL.
+ l _l +
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
PRUSSIA.
Berlim, aº de abril.
Boletim Russiano (1).
Segundo os avizos que havia tencionavamos passar o
Pºistula dentro de poucos dias, e assim se conjecturava
que terminaria brevemente a guerra. Com efeito para
conseguir este resultado se tomárão todas as disposições
convenientes quando novas noticias nos annunciárão ha
verem sahido de Varsovia forças consideraveis, o que
fazia provavel huma acção decisiva, porque marchavamos
directamente contra o inimigo. Por consequencia des
tacou o Feld Marechal Diebitsch no dia 4 para Zele
chow o 1.° corpo de infanteria, o 3.° de cavallaria, as
Guardas de corpo da Lithuania, e a maior parte do
corpo de Granadeiros. A sua vanguarda se arrojou fo
gosamente contra as partidas inimigas que se retiravão
<m todas as direcções para Latowicz, onde as correntes
e lagos formavão desfiladeiros mui difficeis d'atravessar.
O principal corpo do Exercito teria seguido este movi
mento se a grande difficuldade de reunir subsistencias
não houvesse determinado o Feld Marechal a concen
tra Ilo nas immediações de Lukow, o que verificou no
dia 10 d'Abril: o Feld Marechal tinha postado hum
grosso destacamento perto de Stoczeck debaixo do com
rnando do Principe Gortschakof; porém alguns dias de
pois se reunio este ao corpo do Exercito principal.
(1) He extrahido das folhas Polacas, e contém, se
gundo parece, as principaes operações des de o dia 31
ede Março até 16 d'Abril, em que parece escripto.
(Nota da Gazeta de Madrid.)
ANNO 1831.
O inimigo dirigia-se com marchas forçadas parallela
mente ao caminho que vai para Siedlice; porém o Ge
neral Sievers marchou immediatamente com a sua Bri
gada de Hussares, e o Regimento de Hulanos da, Li
thuania a atalhar aquelle movimento.
Quando os Polacos chegárão depois do meio dia ás
immediações de Muchauiec atacárão em columnas cer
radas o Tenente General Rosen. A cavallaria Rus
siana permaneceo em posição sobre a margem esquer
da deste rio com o objecto de cobrir a retirada da
vanguarda do corpo de Rosen , que se achava em
fgnadia situada no caminho. A 3.° Brigada da l."
Divisão defendia a ponte daquelle rio. Ao aproxi
mar-se a vanguarda inimiga se destacou para a cal
çada de Seroczyner huma Divisão debaixo do com
mando do General Faest, com o objecto de que cahis
se sobre o flanco do inimigo. Assim se verificou, e du
rou a acção até ás 7 da tarde. Varias cargas de caval
laria e repetidos ataques á baioneta determinárão o ini
migo a retirar-se. As tropas Russianas tomárão então
huma forte posição, e se estabelecêrão baterias para de
fender as pontes.
Sciente o Feld Marechal de que o inimigo tenciona
va ainda passar o Muchouiec dirigio a maior força do
Exercito para Siedlice ; porém os Polacos não acceitá
rão outro combate, e na noute de 10 a 11 se pozerão
em retirada para Kaluszyn e Seroezyn, e a vanguarda
Russiana os perseguio até ás immediações de Mingozu.
* O General Thielman estava destinado a observar o
paiz que medeia entre o Vistula, o Wieprez e a calça
da de Varsovia. O General Gerstenzueig se apoderou
de Kock, e o General Ougrumof tomou posse de JKen
grow, donde já tem assegurado as suas communicações
com o nosso flanco direito.
A 2 d'Abril se retirou o General Uminski com o seu
Exercito para Pultusk ; o General Sacken que acaba
va de ser reforçado pelo Regimento dos Hulanos da
Lithuania, recebeo ordem de observar os movimentos
do inimigo. Neste intervallo se soube que os Polacos
ainda conservavão huma ponte perto de Stary-3am
bel; circumstancia que determinou o Grã-Duque Mi
guel a enviar num destacamento do Exercito do Ge
neral Sacken, ás ordens do General Bistram, para que
limpasse de inimigos o paiz situado entre o Narew e o
140",
"$ dia á se poz em movimento este destecamento na
direcção de IP'yszkou; porém o inimigo não esperou,
pois logo que soube o plano dos Russianos atravessou
o Bug e o Nareto para voltar ás immediações de Stary
2ambel, onde destruio a ponte que ainda conservava.
Tendo-se conseguido completamente o objecto desta
expedição marchou a Cavallaria da Guarda para os

acantonamentos que tinhão no Palatinado de Augus rawski, cujas enormes perdas sofridas ao atravessar o
touco,
Deste modo completamente se restabeleceo a tran
quillidade da Polonia, e o Corpo do Exercito do Ge
neral Sacken marchou para Ostrolenka. No flanco es
guinte: do nosso Excercito tambem occorreo o se
querdo •
Recebeo-se huma partecipação do General Rudiger
avizando, que Dueruicki havia passado o Bug entre Us
cilug e Latouiez. O General Rudiger concentrou as
suas tropas perto de Targowice e ordenou, que se lhe
reunisse a 3.° Brigada da 10.° Divisão e o Regimento
de Hussares do Principe d'Orange, com cujas forças
se pôz em estado de atacar vigorosamente a Duernicki.
O General Kreutz recebeo ao mesmo tempo ordem pa
ra perseguir o ultimo com o maior vigor e denodo, e
ao General Demidoff se lhe communicou a de se dis
por para lhe cortar a communicação com 3amosc.
O General Ougrumof, que com a 1.° Divisão de
Granadeiros estava encarregado de liu par d'inimigos o
paiz, mas sem passar o Liviec cahio na manhã de hon
tem 15 sobre a Divisão de Uminski, que se achava pos
tada na povoação de Liw (margem direita do Vistula),
onde se havia intrincheirado e construido huma fortifi
cação na ponte. A brigada de carabineiros atacou o ini
migo com denodo e celeridade, o lançou fora da sua po
sição bem fortificada, de que logo tomou posse, obri
gando o inimigo a atravessar outra vez o Kustula na
maior desordem. •
- Nesta acção fizemos 300 a 400 prizioneiros, entre os
quaes se acha o Tenente Coronel do 1.° Regimento de
Caçadores. A perda do inimigo entre mortos e feridos
devia ser consideravel por causa do horroroso fogo que
fazia a artilheria Russiana, que ne.ta occasião exhanrio
todas as suas munições. Pela nossa parte constou de
alguns centenares de homens. O Capitão Luoff, hum
dos Ajudantes de Campo do Feld Marechal, ficou le
vemente ferido em hum pé.
Depois deste contratempo que o inimigo sofreo, pa
rece que dirige as suas principaes forças contra Kalus
zyn. O General Ougrumoff, que não estava authoriza
do para passar
ao inimigo, o Liwiec,
cujas permanece
fortificações na posição tomada
destruio.
As cartas de Farsovia que acabamos de receber asse
gurão, que o corpo do Exercito Polaco, ás ordens do
General Sierawski havia experimentado huin revez,
que o obrigou a retirar-se sobre a margem esquerda
do Vistula. Este General depois de haver passado o
//istula com 6,3 homens e 6 peças de artilheria tomou
o caminho que conduz a Lublin, e perto de HKro
now , entre Opolo e Belzyce, encontrou o Exercito
do General H itt, cujas forças subião a huns 243
homens com 30 peças de artilheria. O General Siera
acski em vez de evitar hum combate com forças tão des
iguaes pelejando em retirada, atacou os Russianos no
dia 17 tendo que se retirar a Áagimicrs. No dia 18 os
Russianos atacárão os Polacos, e os obrigárão a passar
outra vez o Vistula. Neste movimento retrógrado soffreo
o General Polaco Sierawski perdas consideraveis, que
teria podido evitar se na noute de 17 a 18 houvesse atra
vessado aquelle rio. Não perdemos huma só peça de ar
tilheria; mas tivemos 1 500 mortos, entre os quaes o fo
rão os valorosos Tenentes Coroneis Conde Julio Mala
chouski, e Conde JKielochouski, o qual, tendo-se lan
çado á agua com o seu Esquadrão para passar o rio a
nado, pereceo nelle. Ainda se não publicou a parte Of
ficial do General Sierawski sobre esta desgraçada acção.
O Governo enviou-lhe reforços. . {
Em outra carta de Varsovia recebida depois se refere
o seguinte: isso! Entende o Governo Francez, que formará bons Ci
º Confirmou-se a noticia da derrota do General Sie dadãos legalizando a ingratidão? Não, Senhores, ha
[ 460 ]
/istula são dignas de lastima. A irrupção do General
Duernicki na Volhinia não causou aqui grande impres.
são. Em varios dos nossos hospitaes militares se mani
festárão infelizmente symptomas da colera morbus. O
Quartel General Polaco se acha em Minsk des de o dia
20. Continuamente chegão de Varsovia des de o dia 18
artilheria de grosso calibre, carros carregados de muni.
ções e forragens. Disto se deduz, que o Generalissimo
trata d'evitar huma acção geral.
.» Segundo as ordens do Governo nacional se estão
construindo com muita actividade perto de Praga e de
Grachow varios intrincheiramentos.
» Afirmão que as tropas Russianas commandadas pe
lo General Sacken, entrárão em Pultusk.»
(G. de Berlim.)
FRANÇA.
París, 21 de Abril.
Extracto do discurso pronunciado na Camara dos
Pares pelo Marquez de Rougé.
º Venho combater o projecto que nos he apresentado,
porque he inutil, porque he odioso, e porque he anti
constitucional.
» Depois da duplicada invasão do nosso territono,
huma Familia de Reis se havia interposto entre nós e
a Europa irritada, e tinha dado á França o socego e
prosperidade de que apezar das suas victorias ainda não
formava nenhuma idéa ha 25 annos; essa Familia sabio
do paiz abdicando todos os direitos que duas gerações
de Principes podião ter sobre huma Coroa possuida por
seus avós ha 800 annos. Essas duas gerações são por
tanto alheias desta questão. Tres Princezas as acompa
nhão; não tendo por si mesmas nenhum direito não po
dem certamente inspirar nenhum receio. Qual he pois
o inimigo atacado pelo projecto, o inimigo que se pre
tende banir para sempre da França, grande parte da
qual pelo menos, havia acolhido o seu nascimento com
•
transportes de enthusiasmo! He hum , Principe de dez
annos, sem Exercito, sem protectores, cuja idade só
por si he bastante para affiançar que não possue forças,
e que na terra da expatriação se acha cercado unica
mente por alguns creados fieis á sua familia; mas al
gum dia, dizem, a lembrança da sua patria, e da sua
origem, lá poderão excitar nelle sentimentos, e prepa
rar perigos que desejamos prevenir. He pois ao futuro,
e a hum futuro distante, que se pretenderia dominar!
Ah! Senhores, he por ventura em hum paiz onde ha
40 annos temos visto succederem-se tantas constituições
diversas; em que a volubilidade dos animos deixa tão
pouca duração ao enthusiasmo, que pretenderieis li
gar por meio de leis e de longos annos a vontade na
cional ! • • -
” Accrescento que o projecto de lei proposto be odio
so, e peço licença para desenvolver esta idéa a bem da
honra, e do repouso da França.
"Se parte da França contribuio para a queda de
Carlos X e a applaudio, outra parte, e essa talvez bem
avultada, ficou ferida no seu afecto e nos seus interes
ses, por essa tão grande catastrofe. Perguntai-o ás fa
milias dos onze mil pensionarios do bolcinho Real, ás
de todos os que se achavão mais ou menos directamen
te ligados á pessoa dos Principes; a essas familias que
de huma até á outra extremidade da França experimen
tárão, os seus beneficios; e únalmente aós pobres que
{ huma invisivel, mão soccorreo no rigoroso inverno de
1830. O reconhecimento deve estar gravado em seus
corações: quem se animará por tanto a criminallos por

neste sentimento da ingratidão certa vileza, e essa pa
lavra só por si expressa quanto esse sentimento he odio
so á França. Ora, se vos achais obrigados a respeitar
a lembrança que se conserva do beneficio, he acaso
proscrevendo o benfeitor, pondo-o, por assim dizer,
fora da protecção da lei, que suavizais a amargura da
saudade, que inspirais a resignação, e que finalmente
reunis os Francezes á roda do Governo? Não, Nobres
Pares; reflecti antes
jais de encetar. . no caminho que se vos propõe ha
- •
" Disse que o Projecto era anti-constitucional, por
isso que ataca manifestamente o artigo 8.° da Carta.
Todas as propriedades são inviolaveis, diz esse artigo.
Não discutirei a singular applicação do artigo 67 do
Codigo civil feita na outra Camara, e que assemelha a
deportação, resultado de huma expulsão com mão ar
mada, ao abandonar a patria voluntaria e perpetua
mente. Isso he de todo alheio do meu assumpto.
» O artigo 8.° da Carta não faz nenhuma distincção
entre os possuidores de bens quer moveis, quer immo
veis; que a propriedade pertença a "hum Francez ou a
hum estrangeiro, não he por isso menos sagrada. Ora
ninguem pode ficar privado della senão em consequencia
de hum julgado pronunciado em virtude das leis exis
tentes pelos tribunaes competentes. A caso foi julgada a
Familia de Carlos X? Foi ella sentenceada á morte
civil! De nenhum modo; a mesma Commissão da ou
tra Camara confessou, que nenhuma disposição penal lhe
podia ser applicavel.
» Não fallo do artigo 9.° que trata do sacrificio de
huma propriedade particular, por causa do interesse pu
blico, e por meio de previa indemnisação; he eviden
temente inapplicavel neste caso. O direito de proprieda
de deve por tanto ficar em toda a sua integridade. Ora,
Senhores, lêde nos vossos Codigos a definição desse di
reito. » A propriedade, diz o artigo 544 do Codigo Ci
vil, he o direito de gozar e dispor da fazenda do modo
o mais absoluto, huma vez que della se não faça qual
quer uso prohibido pelas leis.» Notai bem estas pala
vras, Nobres Pares, gozar e dispor. Tudo quanto lezar
essa liberdade será huma violação da lei, e será huma
confiscação mal disfarçada. Desta sorte infringiriá por
meio de hum verdadeiro subterfugio o artigo 57 da
Carta. •
» Acaso vos proporão que vos colloqueis a cima da
lei em virtude da omnipotencia Parlamentar? A 7 de
Agosto se disse, que a Carta seria para o futuro huma
verdade. A verdade a respeito de huma lei he o fránco,
inteiro e completo cumprimento das suas disposições;
se quereis fazer acreditar nesse principio, dai vós mes
mos o exemplo disso á nação regeitando o projecto que
se vos a presenta, tanto como principio politico cuja
odiosa in utilidade procurei mostrar-vos, como em suas
consequencias fiscaes, cuja ilegalidade espero havei-vos
provado. »
Extracto do Discurso do Conde d'Orgland:
… Quando a 7 d'Agosto se pronunciou a abdicação do
Rei Carlos X, e da sua familia, quando se deo a Co
roa a outro Principe, acaso não se consumou tudo, e
não foi a exclusão do territorio necessaria consequencia
do que se decidio nesse dia! - ,
» O Senhor Relator declarou, que havia impossibilida
de de facto ao regresso do mais antigo ramo da casa
de Bourbon. Que mais querem do que huma impos
sibilidade ?
» Corno se pode conceber que huma lei formal e posi
tiva seja invocada como nova garantia da ultima revo
lução # Não he isso hir contra o fim que vos propondes
e mostrar a duvida e o receio !
» Só o presente, Senhores, nos pertence; reconheça
mos a nossa impotencia a respeito do futuro, e não
[481]
pretendamos com vão e insensato orgulho subjugallo á
nossa vontade. Vede em todas as vicissitudes da nossa
dilatada revolução em que se tem tornado tantos actos
dictados debaixo do imperio das circumstancias; dizei
nos se tem sido dotados da perpetuidade que os seus au
thores pretendião imprimir-lhes.
» Duas vezes forão os Bourbons banidos, duas vezes
anulou a fortuna esse Decreto. Não temos nós visto as
palavras de odio contra a Realeza afixadas nos lugares,
publicos por hum Decreto da convenção! E hoje, de
huma até á outra extremidade da França, se acha a
Realeza proclamada como unico Governo capaz de nos
livrar dos males da anarquia. -
» O unico efeito da lei será o aggravar vivos pezares.
O respeito para com a desgraça, a velhice, e a infan
cia, está impresso em todos os corações. He grande o
seu numero na França. Este abuso da força, esta vin
} gança esteril depois da victoria, talvez encontre pouca
simpathia entre nós.
» A catastrofe que precipitou do Throno o Herdeiro
de quarenta Monarcas não póde ter aniquilado a lem
brança do passado. A historia nos mostra no Governo
dos Reis da terceira estirpe, a França primeiro fraca
e dividida em soberanias particulares quasi independen
tes da Coroa, reunindo successivamente, quer pela con
quista, quer pelos Tratados, que forão igualmente obra
sua, todas as Provincias de que ella se compõe, e que
a tem constituido o mais bello e poderoso Reino do
universo.
» Ella gozou debaixo do seu sceptro, mais ventura e
liberdade do que outro qualquer povo da terra. O com
mercio, as artes, e as letras, florecêrão pela sua pro
tecção. Foi no Reinado de Luiz XVIII que o credito
e a prosperidade publica subírão a hum gráo de per
feição até então desconhecido entre nós.
» Julgou-se como hum corrolario da medida que ex
clue do territorio o mais antigo ramo da casa de Bour
bon, o impor-lhe a obrigação de vender os proprios
bens. Não vejo a necessidade disso. He com efeito pos
sivel conceber, que a posse de alguns milhares de gei
ras de matas e de dous Palacios pertencentes a huma fa
milia sentenceada á expatriação inspirem tanta descon
fiança! Mas ainda quando fosse bem fundada, a poli
tica nada mais exige.
» Não podeis, sem violação do direito de proprieda
de intermetter-vos nos interesses particulares, empolgar
rendas, e prescrever o modo da venda dos bens. Quan
do os Principes se ausentárão nada levárão. O catálogo
dos seus beneficios, cujo segredo a sua desgraça veio re
velar, bastante manifesta que não enthesouravão. He
acaso digno da França arrancar-lhes esses lastimosos
restos dos seus bens, e reduzir á indigencia os descen
dentes de huma familia que reinou tantos seculos sobre
nós! No entanto he isso mesmo que se vos propõe, pe
la medida cujo
chamando-a perigo o Senhor Relator caracterizou
profetica. • •
» Não posso deixar de combater o ultimo artigo do
projecto adoptado pela Camara dos Deputados, que
suprime o luto de 21 de Janeiro.
» Primeiramente notarei que todo e qualquer Proje
cto de lei que contém disposições complexas he contra
rio aos direitos e á independencia de cada huma das
, duas Camaras; este motivo só por si prescreve a sua re
geição. Porém forão mais ávante: por meio de huma
emenda pronunciárão a revogação de huma lei que não
apresenta nenhuma relação com a que está em discus
são. He facil comprehender que similhante modo de pro
ceder introduziria a confusão e a desordem na nossa le
gislação. •
» Não posso concordar com o Senhor Relator em que
a lei de 19 de Janeiro seja impolitica e perigosa.
» Opporei á sua asserção a authoridade da Inglater
ra, que depois da abdicação de Jaime II não abolio a

Noublica e solemne expiação da morte de Carlos I. Será
acaso o exemplo do arrependimento o unico que nos será
#prohibido seguir?
» O perigo de que se assusta o Senhor Relator he de
fazer reviver o odio, e de colocar em mutua presença
inimigas recordações. Não, Senhores, não he assim. O
tempo já produzio o seu efeito. Esse crime que foi or
denado ao medo pelas paixões fogosas, he hoje univer
salmente detestado, e não ha Francez algum, que a
todo o custo não quizesse riscallo dos nossos annaes.
» Seja, pois, Senhores, aquelle dia para sempre consa
grado nas nossas ceremonias religiosas, ao luto e á ma
goa, e aprenda o povo ouvindo narrar as calamidades
que assolárão a França, quanto custou o assassinio de
hum Rei!» (G. de França.)
Lisboa, 19 de Maio.
REAL JUNTA Do ComMERcio.
- Edital.
A Real Junta do Commercio, Agricultura, Fabricas,
e Navegação destes Reinos e seus Domínios, tendo ap
provado o segundo rateio feito na sua Contadoria Ge
ral, do dinheiro liquido pertencente aos crédores com
muns á massa fallida da casa da viuva de Antonio Si
mões da Costa, assim o manda annunciar a fim de que
os referidos
-gamento dascrédores requeirão
quotas que no mesmo Tribunal o pa
lhes pertencem.
E para assim constar, se afixou o presente. Lisboa,
19 de Maio de 1831. =(Assiguado) José Accursio das
Neves. -
"—"$$…—º • •
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 19 de Maio.
• Embarcações avistadas.
6 h. 45 m. 1 Brigue Escuna sem bandeira a Oeste do
Cabo da Roca. * *
3 h. 46 m. 1 Bergantim sem bandeira a Oeste do Cabo
da Roca.
N. B. As Embarcações de Guerra de hontem não se
avistão. - • |-
Embarcação entrada em S. Julião.
10 h. 5 m. 1 Brigue Escuna Inglez.
Publicação Litteraria.
Sabio á luz o N.° 5.° do Defensor dos Jesuitas, por
Fr. Fortunato de S. Boaventura: vende-se esta Obra nas
lojas do costume em Lisboa, Belém, Coimbra, e Porto,
Annuncios.
Pelo Senado da Camara se ha de pôr a lanços para
se arrematar a arèa que se ha de lançar pelas ruas por
onde ha de passar a Procissão do Corpo de Deos da
Cidade: toda a pessoa que quizer dar o seu lanço, com
2 2I
parecerá na sala do mesmo Tribunal no dia Sabbado
do corrente, pelas onze horas da manhã.
Na Intendencia Geral da Policia se ha de pôr a lan
ços, e arrematar a quem por menos preço fizer a obra
de huma parede de pedra e cal, que precisa fazer-se em
a baixa junto á fabrica do Papel na estrada de Cintra,
na extensão de 352 palmos; e outra igual parede junto
LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA.
[ 482 |
á quinta do Porto na extensão de 528 palmos: quem
quizer fazer estas arrematações compareça no dia 26 do
corrente Maio pelas dez horas da manhã na Intendencia
Geral da Policia ao Rocio , e ahi serão presentes as
condições com que se devem fazer estas arrematações.
Nos dias 25, 26, e 27 do corrente, das 11 horas pa
ºra o meio dia, e nas casas da residencia no Desembarga
·dor Juiz do “Fisco por Inconfidencia, na rua de Jesus,
N.° 41, ha de andar em Praça para ser arrematada no
ultimo dia, a quinta e suas pertenças, denominada da
º Torre do Lumiar, e penhorada á devedora D. Antonia
Joaquina de Portugal, e foreira ao ex-Conde de S.
Paio Manoel . • } -
Manoel Ribeiro da Silva, Procurador de Domingos
Rodrigues do Passo, Negociante da Praça de Pernam
-buco, tem feito embargo pelo Juizo do Civel da Corte,
-Escrivão Feital, no direito e acção dos co-herdeiros do
Casal do falecido Negociante desta Praça de Lisboa
“João José de Freitas, em mão do Inventariante e Ca
beça do mesmo Casal Domingos Hilario Alves Junior,
pela importancia de 10:5223661 rs., pela qual tem de
mandado ao dito Cabeça de Casal no mesmo Juizo,
! # "Escrivão Bastos. E outro sim tem proposto acção de
contas contra elle Domingos Hilario Alves Junior no
dito Juizo, Escrivão Feital, pela importancia de trinta
caixas com assucar que recebeo pelo Brigue Ligeiro: o
que tudo annuncia ao publico para evitar futuras ques- -
tões com quem contracte sobre os bens do predito Casal.
Quem quizer arrendar as casas da quinta de Nossa º
Senhora da Penha de “França do pé da Serra, na Vil
|- •
la de Collares, conhecida pela quinta da Arriaga, pó-º
de falar com o cazeiro João Ignacio, que elle lhe di
rá com quem póde tratar do seu ajuste.
"Quem quizer arrendar huma Capella na Covilhã, e
outra em Villa de Serpa, de que he actual Administra
dor Antonio José da Silva Galvão Correia da Franca,
• +
cujos arrendamentos hão de principiar no 1.° de Janei
ro de 1832, póde dirigir-se em qualquer dia, das dez
horas até ao meio dia ao largo de Santo Estevão de
Alfama em Lisboa, por detraz da Capella Mór debai
xo do arco, porta N.° 16, que ahi achará com quem
tratar do dito ajuste.
Sexta feira 20 do corrente , "ao meio dia , no arma
zem de Jeronymo Theotonio de Faria , Beco do Jar
•
dim, se ha de fazer leilão de batatas Inglezas de mui
to boa qualidade, e chegadas proximamente.
Na tarde do dia 25 do corrente se ha de arrematar
na Praça publica do Deposito huma propriedade de ca
sas, com seu chaguão , na rua do Enabaixador, em
Belém N.° 6, avaliada em 1803000 réis, e se arrema
ta com o abatimento da 6.° parte do seu valor: he
Escrivão Couto.
Quem quizer comprar huma linda parelha de cavallos
Jnglezes, de sete para oito annos, proprios para traba
lhar em todo o serviço, dirija-se ao mestre ferrador na
rua da Santissima Trindade N.° 34 a Buenos Ayres.
Real Theatro do Salitre, — Segunda feira 23 de Maio,
em beneficio da Actriz Florinda Benvenuto de Tole
do, Comedia nova, a Orfa ou o Assassino: no fim
•
da sua representação os meninos Soboiardos dançarão
o Cossaco Russiano; seguir-se-hão diversas pessas da
Opera Semíramis, e tocadas pelo habil Professor An
tonio Cottinelli; depois da bem acceita Dança Eduar
do e Christina, finalizará o espectaculo com a Farça
o Conde da Charneca.
== ==
# • - } *
 NUM. 119. ANNo 1831.

GazE TA DE LISBOA.
--------—=><>6<>Ke$1<<9ex=-

SABBADO, 21 DE MAIO.
xpe=>$#@$@$#$#<-9a-s==-

PARTE OFFICIAL. de armas com muita artilheria de cerco. O Feld Mare

R E A L E R A R I o.
Nos dias 25, 26, e 27 do corrente mez de Maio , se
ha de proceder a leilão público na Casa da India de 600
sacas de Urzella, vinda ultimamente das Ilhas de Ca
bo Verde, por conta da Real Fazenda, com as condi
ções que serão presentes no acto da arrematação.
PARTE NÃO OFFICIAL.
chal Diebitsch, que alli tem o seu Quartel General,
deixou hum corpo destacado sobre o Wierz. O do Ge
neral Rosen, composto de cavallaria ligeira, do Gene
ral Geismar, e das Divisões 24 e 25 de Lithuanos, que
perdêrão pouca gente no combate contra Skrzynecki,
foi rendido na vanguarda por duas Divisões comman
dadas pelo General Siewrs; e como as tropas reunidas
neste momento sobem a perto de 80,000 homens, e os
Russianos anciosamente desejão vingar a perda que ex
perimentou o Corpo da Lithuania, he provavel que
neste momento se tenha dado huma acção decisiva.
(Gazeta de Breslau.)
ITALIA.
/

Modena, 20 de Abril.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS. Ha dias que se está verificando a passagem por esta
capital de varias divisões que formavão o Exercito Aus
TURQUIA. triaco, que restabeleceo o Governo Legitimo nas Provin
cias Pontificias: hontem chegou aqui o Quartel Gene
Bucharest, 10 de Abril. ral, e á sua frente o Marechal Barão Geppert; todo
o Exercito se estacionará nos Estados hereditarios.
As tropas Russianas que se achão no nosso Princi (G. de Modena.)
# recebêrão ordem para se retirarem sobre o Pruth.
iz-se que em consequencia dos successos da Polonia FRANÇA.
se acan tonarão nas antigas Provincias Polacas da Po
dolia, Lithuania, e Volhynia e que nesta Cidade uni Paris, 4 de Maio.
camente se conservará huma guarnição Russiana. Esta
retirada prova a grande confiança que o Governo tem Operações militares na Polonia (1).
na lealdade da Turquia, e contradiz ao mesmo tem
po o que se dizia em Constantinopla, e era que a Por Dous Oficios publicados pelos Generaes em Chefe,
ta havia mudado de pensar a respeito da Russia. ambos com data de 14 d’Abril, nos põem no caso de
(Correspondente de Nuremberg.) comprebendermos o estado em que se achão os negocios
militares daquelle paiz.
PRUSSIA. Não será fora de proposito recordar em breves pala
vras o resumo de todas as operações des de o principio
Breslau, 20 de Abril. da campanha: esta apresenta agora tres épocas.
1.° Passão os Russianos o Bug por muitos pontos no
O Grã-Duque Constantíno se achava nos fins de Fe tempo dos gêlos, que permittião transitar livremente em
vereiro em Byalistock com a Princeza de Lowicz. Con todas as direcções. O centro do seu Exercito chega por
tinuava sem interrupção a passagem de tropas proce Brezec-Lileuski dirigindo-se a Varsovia por Siedlice,
dentes do interior da Russia ; erão em tão grande
numero que occupavão todas as Cidades das immedia (1) Apresentamos este artigo para corrigir quanto for
ções, e até foi necessario construir barracas para o alo possivel a confusão que resulta da multiplicidade e con
jamento das que não cabião nas casas. -
tradicção das partes e noticias, que successivamente se
tem publicado por todos os periodicos da Europa. Não
Idem, 22. # ha necessidade de advertir, que a folha de que #…".
hido he decididamente afecta á revolução Polaca, por
Siedlice onde se concentrou o Exercito Russiano es que á primeira vista se lhe conhece esta paixão.
tá cheia de intrincheiramentos, e convertida em praça (N. da G. de Madrid.)
 [ 484 ]
Raluzim etc.; a sua direita por Augustowo e Bialistok, se de Siedelice, e que nas immediações desta Cidade
marchando sobre. º#"#### etc.; em fim a conseguio o Marechal reunir-se ao resto do seu Exerci
sua esquerda desemboea de Brezec-Liteuski para bir to de modo que parece se acha hoje em dia com forças
respeitareis. •

occupar a Lithuania, e o seu Palatinado, e apoderar

se de 2amosc, praça fortificada. Os gêlos não permittí Domeça agora a 4.° serie. de operações militares. Opi
rão que o Exercito Polaco, commandado então pelo não alguns intelligentes, que Skrzinecki tinha tido inten
General Radziwill defendesse o terreno palmo a palmo, ção de fazer huma diversão na Lithuania para proteger
e se retirou para as posições que se achão em frente a insurreição, deixando Varsovia á sorte da guerra, e
de Praga, na margem direita do Vistula. confiando a sua defeza aos Cidadãos e aos depositos do
2.° Depois de huma irrupção de 15 dias que Diebitsch # Exercito Poloco…Antes nos inclinamos a que a idéa do
empregou em concentrar as suas forças em frente de # Generalissimo he obrigar o Exercíto Russiano a conser
Praga para hum ataque decisivo, começou a segunda *-var as suas posições entra o Bug, e º Kistrita, favore
serie de operações. cendo as insurreições da Folhynia e da Li huania, que
Durante as memoraveis acções de Fevereiro ameaçá se paralizarião se fizesse com que os Russianos passassem
rão os Polacos ao Exercito Russiano postado em Gro para a outra margem do Bug.
chow, Bialolenka, e no bosque de Milosna. Convinha ; O Marechal Diebitsch se vê pois obrigado a combi
ao General Diebitsch encurralar os Polacos em Praga nar o 4.° plano de campanha. Veremos se torna a to
para passar os Vistula sobre os gêlos, cercando "gr mar a ofensiva, ou se a gravidade das sublevações da
sovia ao mesmo tempo segundo tinha projectado. De Polonia Russiana o obrigão a evacuar o pequeno Rei
repente diminuio o frio e se conheceo que o rio se hia no de Varsovia. No entanto julganos, que arriscará
descongelar, e ainda que os gelos devessem conservar hum golpe decisivo antes de chegar a essa extremidade
pelo espaço de mais outo ou dez dias a consistencia confiando em que se conseguir sugeitar a revolução Po
necessaria para permittir a passagem de hum Exercito, laca ne seu foco , a da Lithuania se aniquilará por si
vacillou Diebitsch, ou o valor patriotico ponde mais que mesma. " " " "" (Mensageiro das Camaras.) --
as massas Russianas; finalmente frustrou-se a campanha
de inverno; começou à doscongelação, e foi precizo. Parece que em Londres os reformistas e anti-refor
renunciar ao primeiro plano de ataque contra Var mistas se esforção quanto podem por sahir victoriosos
sovia. -
nas proximas eleições. Os partidarios das povoações
3.° Chegamos á terceira época em que o novo Gene privilegiadas já reunírão hum milhão e meio de libras
ralissimo Polaco Skrzinecki, nomeado em lugar de esterlinas para influir nas eleições. Parte desta quantia
Radziwill , desenvolveo o seu talento e engenho mi
litar. - • •
se empregará em ganhar votos para que Mr. Ward se
ja eleito pela Cidade. Deixar-se-ha corromper o povo
Diebitsch concebeo outro plano, á saber: passar o Inglex? O Duque de Northumberland deo 2503 libras
Fistula mais abaixo de Pulawy entre Stezyka e Kos esterlinas, e Sir Roberto Pecl 503. Certo individuo
xenice. Postou dous corpos de Exercito para conter Kur que vio as listas das subscripções assegura, que nenhu
sovia: hum em Grochow, em frente de Praga, e outro ma passa de 23,3 libras; , mas esta lista he a publica,
na segunda linha de Dambe, Vielki e Minsk, ambos e outra reservada sobe a quantias de maior conside
cobertos com intrincheiramentos e huma reserva em ração. . . - - - - - -

Kaluzim para os soccorrer em caso necessario. Ao passo que a aristocracía contribue deste modo pa
Estas precauções erão muito sabias. Coberto deste ra ter influencia nas eleições os reformistas pela sua par
modo o marechal Diebitsch fazia passar á desfilada o te recorrem ao patriotismo; pois parece que entre elles
resto do seu Exercito para o sul sobre o Vistula. Jul não abunda tanto o metálico como entre os seus adver
gava-se tanto mais seguro na execução deste grande ino sarios. No entanto se diz que estão promptas algumas
vimento por isso que tendo obrigado a descongelação subscripções de consideração, e que para as entregar se
do Vistula a retirar a ponte de barcas de Varsovia, espera que se tenha formado huma Junta. Sem dinheiro
se achava o Exercito Polaco por assim dizer bloqueado he impossivel dirigir a luta. (Gazeta de França.)
na capital pelo rio.
Skrzinecki fez restabelecer a ponte durante a noute de Escrevem de Mantua em data de 15 d'Abril, que al
31 de Março, e cahio sobre os corpos do Exercito de li se está reunindo grande bastecimento de viveres para
observação, que se julgavão perfeitamente seguros. Já o Exercito, e que hum Commissario extraordinario se
explicámos as operações deste General, demonstrando acha encarregado de fornecer a praça. Concluio-se hum
que não só havia surprehendido os dous corpos que o Convenio com o Governo do Piemonte e a Austria,
observavão, mas outros muitos do Exercito Russiano cujas principaes disposições são: que o Exercito Pie
ao passo que hião caminhando para os seus destinos. montez se comporá de 863 homens; a Austria se obri
Quando o General Diebitsch teve noticia do movi ga a defender o Piemonte de qualquer invasão que a
mento do Exercito Polaco, e poude comprehender a França tentar, e a manter a sua independencia asse
importancia delle, abandonou os preparativos para a gurando-lhe a posse da Saboia. O Principe de Carignan
passagem do Vistula e o seu Quartel General que tinha foi consultado sobre este convenio, que se concluio com
em Ryki, perto de Stezyca e do Vieprz, para voltar O Seu COI]SeI) ti II) entO.
ao Norte na direcção de Siedlice. |-

Os periodicos Allemães e Polacos tem espalhado na Os periodicos e a correspondencia particular de Al

Europa muitos factos inexactos e erróneos, fazendo acre lemanha confirmão a noticia de que o General Polaco
ditar que o Exercito Russiano estava destruido, e que Sierawski fôra derrotado na margem direita do Vistula.
o General Dicbitsch devia a propria vida á velocidade Ainda que se não creia que esta acção possa ter decisi
do seu cavallo. Estas exagerações tem enganado mui vo resultado, no entanto se deo ordem de concluir e
tos leitores, e como depois se conhecêrão como fal estender as fortificações avançadas de Praga.
sas, seimportancia.
deduzio, que as vantagens dos Polacos erão de
pouca •

Leo-se hoje no Instituto huma carta dos Medicos en

Eis aqui o resultado dos factos: no dia 14 tinha o
Generalissimo o seu Quartel General em Jendrzow além
de Kaluzim, e na distancia de 8 leguas de Siedlice ;
no mesmo dia estava no segundo ponto o do Marechal:
logo he certo que os Polacos não conseguírão apoderar
viados a Varsovia pela associação Polaca: nesta carta
se descrevem os symptomas da enfermidade que se ob
servou nos postos avançados Polacos, e nos hospitaes
ambulantes dos Russianos. Sustentão os Medicos Fron
cezes contra os Facultativos de Varsovia, que aquela
 enfermidade he a colera morbus do Oriente, porém me-. Guerrara, que foi passado pelas armas a 14 de Feve
nos intensa, e com acção menos contagiosa. .. … , º reiro, em Cajaqa, extrahimos o seguinte: * * *

Desasete Facultativos Francezes, mandados pela as
sociação Polaca chegárão a Varsovia no dia 21 de Mar
ço, e forão recebidos tanto mais anciosamente por isso
que aos hospitaes era notavel a falta do seu auxilio.
: Diz: o Carrespondenta de Hamburgo, que alguns su
geitos que viajavão na qualidade de Medicos forão de
tidos e examinados em Berlim, onde se averiguou que
» Nicºláo Condelle, Tenente Coronel do Exercito,
e Sargento Mór do 4.° Batalhão permanente. Vastos os
depoimentos, accusações, e acareações contra Vicente
Guerrero, he precizo pelas circunstancias que concor
rein neste individuo explicar a minha opinião a respeito.
dos crimes de que se lhº fez accusação. Entro pois na
materia, a , , " " |-

não erão Medicos, nem tinhão prestimo algum. Tam » Formou-se este processo com os documentos, que o
bem se deteve em Berlim outro Francez, Mr, de Pon réo reconheceo e confessou serem seus; isto seria bas
teaoulant, filho do Par de França, que, na ultima épo tante para o condemnar, porém se se julgar que não he.
carnandou na Belgica a Legião Parisiense, «Achou-se suficiente referir-me-hei aos factos publicos, que toda a
lhe hum pássaparte falso, que o designava na qualida nação tem visto. Vicente Guerrero foi prezo no porto
de de tintoreiro.:: … " " . : "" - , º de Huatulco, pertencente a este Estado, e vindo do de
• - !
* ' * , !, - - Acapulco, isto he, do Quartel General dos facciosos,
O Senhor Orfila, (Hespanhol) foi nomeadº Decanº onde elle se achava , e onde estava procurando sus
da Escóla de Medicina de París em vez de Mr. Dubais, tentar a revolução depois de haver sido derrotado no
que deo a sua demissão.
* *
* ". (Quotidiana.) combate de Chilpancingo. Senão diga-o a confissão do
* I ", º }
* ** * #
réo que fez a folhas 9 e 20, e a da folha 60 até 76,
O Monitor desmente todas as noticias que hontem se . nas quaes não nega, e sim terminantemente assegura
divulgárão sobre os movimentos do Exercito Austriaco que encarregou o Sr. D. Manoel Primo Tapia para que
e sobre as ordens communicadas ás nossas tropas esta se embarcasse no Brigue Sardo Colombo, e acudisse a
cionadas ao Sudoeste do Reino. • •
Zacatula com fornecimento de milho e outros viveres
para os sublevados de Acapulco; por consequencia com
- Pela correspondencia da Gazeta de Berlim se vê, que este unico facto está condemnado pela lei 1.°, titulo 7.",
os insurgentes da Lithuania erão em maior numero no livro 12 da Novissima Recopilação, que falla sobre
principio do que se julgava; porém as noticias posterio traidores, -

res indicão que a tranquillidade começava a consolidar
se em Kanen, e que se havião restabelecido as commu
nicações com H^ilna de que os Russianos se havião apo
derado á força, commandados pelo Governador Geral
Krakowitzki; além do que se esperavão alli tropas do
Governo de Minsck. O General Sobrasoff que sahio da
capital da Lithuania com 1,200 Hussares, derrotou os
insurgentes, matando-lhes muita gente, cuja caixa que
continha 503 rublos de prata foi tomada pelos Hussa
res. Labanowski que commandava os rebeldes foi feito
prizioneiro na derrota, conduzido a Milna e arcabuza
do immediatamente. Dizem que se achara em seu poder
avultada correspondencia e muitos papeis de que se po
» Ficante Guerrero deo impulso á revolução outor
gando faculdades para conceder empregos, e conceden
do-os por si, e ainda que diga, que dera taes ordens
por que depois de lavradas lhas fizerão assignar, he nes
cia a todas as luzes esta desculpa por que achando-se
na serra como ele disse, e, que alli se mandavão para
assignar os documentos que querião, quem lhe haviaº
impedido o internar-se sem risco de ser violentado pelos
Chefes que forja vão as ordens! Ninguem certamente.
Kicente Guerrero deo ordens para que os homens que
nomeava com o fim de fazer leva de gente, dispozessem
do producto das rendas da nação e das pessoas que sus
tentavão o Supremo Governo, * * • •

derão tirar muitos dados sobre as causas da insurreição * Vicente Guerrero infringio as capitulações que as
da Lithuania. (Quotidiana.)
•

tropas do Governo fizerão em Texea e Acapulco, e pa

GRÃ-BRETANHA. º
• ** * **
ra cumulo de maldade havehementes indicios de que pe
dira dinheiro para proseguir a guerra contra o Supre
*, * * Londres, 2 de Maio. : * ** * *
mo Governo segundo consta nesta causa a folhas 68, as
segurando o seu pagamento com as Provincias ou terri
Ninguem ouve falar de outra cousa senão das elei torios de Tejas. • • • •

ções e da reforma. Já se não duvida de que as subscrip » Vicente Guerrero se subtrahio abertamente á obe
ções que se fazem pela parte da Aristocracia poderão diencia que se deve a hum Governo estabelecido.
passar de dous milhões de libras esterlinas. Em todos os » Vicente Guerrero á força d'armas faltou á nação
partidos se observa a maior agitação, cujos resultados atacando abertamente, e com força armada o disposto
he muito dificil prever. •
- +
\,
por ella, isto he, o havello tirado legalmente da Pre
sidencia da republica Para conseguir com a guerra as
sumilla de novo. •

Segundo o Globe and Traveller entre os individuos

eleitos novamente para o Parlamento ha 24 a favor do
bill da reforma, 13 contra, e ó incertos.
As Náos de linha estacionadas em varios portos da In
glaterra recebêrão ordem para se reunir em Spithead,
e são: a Caledonia, S. Vicente, e Principe Regente,
cada huma de 120 peças; a Donegal de 76, Talavera
de 74, Revenge de 76, Kellesley de 74, e a Asia de
84. Serão commandadas pelo Vice-Almirante Codrin
gton, e se ignora o objecto dos cruzeiros, porém de
penderão provavelmente do que determinar S. M.
manifestou a sua intenção de visitar Portsmouth no dia
6 de Junho. (Hampshire Telegraph.)
HESPANHA.
Cadiz, 9 de Maio.
» Vicente Guerrero sublevou os povos contra a na
ção.
» Vicente Guerrero, em fim, foi causa do sangue que
tem corrido no territorio Mexicano.
» E não serão os factos publicos que acabo de indi
car bastantes para convencer o animo a fim de pronun
ciar conforme as leis! Poderá crer-se, que invocando
todos os facciosos o nome de Guerrero, este não sou
besse que a nação o havia deposto do mando supremo
quando confessa, que andou em todas as direcções pelos
que principaes theatros da revolução !
• (E, do D. Mercantil.)
— :* - "." Fictoria, 10 de Maio.
Ante-hontem á noutº entre as 8 e 9 horas, 20 minu
•

tos depois de ter sahido do estafeta de Mondragon a

Da conclusão fiscal da causa fortuada contra Vicente mala que hia para Irun, lhe sobreveio hum aguaceiro
 [486 |
tão forte no sitio chamado de Vecobarrena, immediato 5 h. 6 m. 1. Bergantim Inglez.
á Ermida de S. Prudencio, que o conductor, viandan 5 h. 42 m. 1 Bergantim Sueco. . …
tes, e postilhão estiverão a ponto de sêr victimas da
**
tempestade. + /

A força da agua fez com que se desprendesse parte do Publicação Litteraria.

monte sobre o caminho Real, ficando este interceptado, Publicou-se a primeira parte do segundo volume das
a carruagem entulhada, e esperando todos o fatal mo arvores de costados das familias illustres deste Reino:
mento da morte. O conductor e o postilhão se lançárão vende-se em Lisboa nas lojas do costume.
Annuncios. .
•

á agua, e poderão sahir para as immediações de humas

caserias onde com as suas vozes attrahírão huma por Na Junta da Seremissima Casa de Bragança se porão
ção de gente, tendo hido hum delles procurar o admi em praça, para se arrematarem em o dia 3 de Junho,
nistrador do Estafeta de Mondragon, pedindo auxilio, e nos mais dias de Junta os contratos seguintes: Dizima
o qual immediatamente expedio outo homens com do Pescado desta Cidade; Almoxarifado de Barcellos;
seis mulas para acudirem áquella imperiosa necessidade. dito de Chaves; dito de Bragança; dito de Monsarás;
A força de braços, as juntas de bois e mulas, rompen dito de Alter do Chão; dito de Extremoz. +

do por outra parte da estrada caminho para o desagua As lezirias com suas pertenças do Commendador Eça,
mento, poderão abrir passagem, salvando a vida áquel sitas ao pé do rio de Sacavem , se hão de arrendar até
les desgraçados; porém com as avarias que em taes ca 15 de Junho proximo: quem as quizer, compareça no
sos occorrem nas pessoas e cavalgaduras. largo de Arroios N.° 18. • * *

(G. de Madrid.) Em frente da travessa do Corpo Santo N.° 128, se

….
*—*§§ 4—*
"Lisboa, 20 de Maio.
Em hum Mappa fidedigno da Exportação e Impor
tação dos portos de Portugal para S. Petersburgo no
anno de 1830, se vê que deste ultimo porto para Por
tugal sahírão 7 Navios (4 Dinamarquezes, 1 Inglez, 1
Hanoveriano, e 1 Hollandez), 2 para o Porto, é 5 pa
ra Lisboa, conduzindo varios generos importantes em
83.6673800 réis, sendo os principaes artigos 3,000 pu
des de linho de 12 cabeças, 2,002 pudes do de 9 cabe
ças ; 1,697 pudes de canhamo da 1.° sorte, 14,451 da
2.°, 8.252 da 3.°, e 1,258 de estopa ; 6,200 pudes de
ferro; 1,865 peças de lonas, 870 de brins; 1,165 pudes
de potassa ; 266 pudes de cordagem; 34,560 pelles de
lebre brancas, e 6,000 pardas ; 296 pudes de sedas de
porco, etc. * -
- De Portugal para S. Petersburgo sahírão no mesmo
anno 9 Navios, sendo 3 Russianos, 2 Inglezes, 1 Hanove
riano, 1 Hollandez, e 2 Dinamarquezes; 2 delles sahí
rão do Porto , e 7 de Lisboa. Importárão os generos
que levárão, 124:9753550 réis, sendo os principaes ar
tigos : 868 pipas de vinho; 1,029 caixas de laranja, e
:1, 126 de limão, 1,598 quintaes de cortiça, 189 sacas de
salsaparrilha , e 56 de cacáo ; 572 caixas de assucar,
491 barricas de urucú; 1 caixa de quina, e 27 sacas de
tapioca, 24 de algodão, 6 barricas de canella, 12 cai
xas de gomma arabia, 166 caixas de uvas, etc.
Resultou deste commercio hum balanço a favor nos
so de 41:3073750 réis no dito anno.
*—*§§*—»
Telégrafo. — Serviço da Barra.—20 de Maio.
Embarcações avistadas. " -
9 h. 40 m. 1 Bergantim sem bandeira, e 1 Cahique di
to, ao Sul do Cabo da Roca: o Cahique navega
ara o Sul.
vende serveja Ingleza da melhor qualidade a 100 rs. a
garrafa, e por duzia a 13100 rs.; vinho do Porto a 160
rs. a garrafa; até 400 rs.; Madeira 140 rs.; Malva-,
º zia 160 rs.; Bucellas 120 rs.; dito 240 rs.; Lavradio,
}
90 rs.; Carcavellos 100 rs.; Cadafais 100 rs., e muitas
mais qualidades; e vinagre de vinho da melhor quali
dade a 480 rs. na fórma.
Mr. Villaret, cabelleireiro da Corte de França, de
SS.MM. ElRei e a Rainha de Baviera, de S. A. R.
Madama a Grã-Duqueza de Baden etc., hum dos pri
meiros cabelleireiros de París, inventor dos novos pen
teados altos, adoptados nas mais brilhantes sociedades
daquella capital, e proprios para todas as modas de se
enfeitar, author da obra O Cabelleireiro da Corte e da
Cidade, em cuja obra se ensina o methodo de toucar,
segundo os diferentes caracteres da fisionomia, trage,
estatura, e cor das pessoas, e tudo quanto he preciso
saber para se enfeitar segundo o que prescrevem o bom
gosto, o eeremonial, e a moda, tem a honra de fazer
publico, que na rua do Ouro N.°41, 1.° andar, se ven
de por 480 rs. o Créme de Alibour, approvado pela Fa
culdade de Medicina de Paris, e reconhecido pelo mais
eficaz preservativo de todas as molestias do cabello,
dando-lhe vigor e lustro, e não o deixando encanecer.
Tambem se vende na sua casa a composição denomina
da Cold-cream, tão conhecida em França e em Ingla
terra para tornar a pelle mais alva, e tirar as sardas e
borbulhas: na mesma casa ha huma sála á Franceza
para cortar o cabello.
Na tarde do dia 30 do corrente se ha de arrematar
na praça de deposito geral, com o abatimento da quin
ta parte do valor de 2123000 réis, huma propriedade
de casas, e suas pertenças, na travessa do Arieiro, ou
Dentista, em Belém, N.° 31: he Escrivão Couto.
Desencaminhou-se no dia 15 do corrente huma cabra
de leite, com pelo curto, e cor vermelha, hum fio pre
to no lombo, e chifres compridos: quem a entregar re
ceberá boas alviçaras na rua da Penha de França (ao
Collegio de Nobres) N.° 48, 1.° andar.
|-

11 h., 20 m. 1 Brigue Escuna sem bandeira, a Oeste P Estiva.

do Cabo da Roca. • reços do Pão e Azeite
de 23 para
a 29 de a semana
Maio que principia
de 1831: pº
4 h. 20 m. 1 Bergantim Sueco, a Oeste do Cabo da
Roca. Pão de arratel na fòrma da Lei - - a 43 réis
Embarcações entradas em S. Julião. Em metal - - - - - - - - - - a 37 réis.
2 h. 30 m. 1 Galeota Dinamarqueza. Canada de Azeite - - - - - - a 230 réis.

= ==

LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.


NuM. 120.
=>{2}-<===---
GAZETA DE LISBOA.
SEGUNDA FEIRA, 23 DE MAIO.
-+
PARTE OFFICIAL.
Repartição da Refórma Geral dos Estudos.
Pela Junta da Directoria Geral dos Estudos se hão
de prover por consurso de 60 dias, que começará em 30
do corrente mez, a Cadeira de Curso Biennal de Rhe
torica e Poetica, e de Historia Universal e Portugueza
do Estabelecimento do Bairro de Belém, e a de Rhe
torica e Poetica do Estabelecimento do Bairro-Alto,
cada huma com o ordenado annual de 4403000 rs. Os
} pretenderem ser nellas providos, se habilitarão com
olhas corridas, Declaração determinada na Lei de 20. escolha o momento em que huma Familia Augusta se
de Junho de 1823, Certidão de idade, e Attestação do
proprio Parroco sobre vida e costumes, reconhecidas e
em fórma legal, e no tempo acima designado concor
rerão a Exame perante a mesma Junta, ou perante o
Commissario della em Lisboa. Coimbra, na Secretaria
da sobredita Junta, 18 de Maio de 1831.= O Secreta
rio Antonio Barboza de Almeida.
PARTE NÃO OFFICIAL.
NoTICIAS ESTRANGEIRAS.
FRANÇA.
Paris, 25 de Abril.
Extracto do discurso pronunciado na Camara dos Pares
pelo Barão de Beurnonville:
»» Ha certas questões que o interesse da paz publica
devera cuidadosamente afastar do campo da discussão,
porque só são capazes de irritar os animos, introduzir a
agitação na consciencia, e funesta sizania entre os ho
mens. Tal he o Projecto de lei agora apresentado ás vos
sas deliberações. Quando a precisão da boa ordem e da
confiança he tão urgente e geral, quando o temor da
anarquia he o sentimento dominante no coração de to
dos, convem acaso atear o facho da discordia no meio
da sociedade ainda agitada pelos receios de hum futuro
sobrecarregado de tão negras sombras! Será prudente
dar novo alimento a paixões vingativas e violentas, sem
ANNo 1831.
*-*=><><>----
I T
1 A
pre tão promptas a se enflammarem, suscitando irritantes
recordações! Não o creio; e seja-me licito expressar nes
ta occasião meu sentimento de que as palavras consola
doras ultimamente pronunciadas em outro recinto pelo
Senhor Presidente do Conselho não achassem a sua ap
plicação natural tres dias antes. Saibamos honrar-nos a
nós mesmos, disse elle, e resistamos á precizão de odiar
e suspeitar que tudo envenena. Talvez não tivessemos
nós precizão de nos occuparmos neste dia de tão funes
ta discussão. Mas como sou chamado a tomar, parte nel
la, usarei do meu direito de expressar o meu voto neste
lugar com sinceridade e com toda a independencia da
minha consciencia.
» Sem duvida não esperais de mim, Senhores, que eu
acha ferida pelos mais crueis golpes da adversidade pa
ra vir abjurar neste lugar os sentimentos que lhe consa
grei nos dias do seu poder. Ligado á pessoa do Princi
pe destinado a subir ao Throno, por vinculos de afecto
e de reconhecimento, ainda mais do que pelo emprego
que exercia no seu proprio serviço, entendi que a minha
carreira activa e militar devia acabar com a sua, e que
desempenhava huma divida sagrada associando-me aos
seus infortunios. No entanto fiel á minha patria, e mem
bro da primeira Magistratura do Estado, não pude per
manecer espectador indiferente ás discussôes dos seus
maiores interesses ; e entendi que devia o meu fraco
apoio a tudo quanto a podesse livrar da anarquia immi
Ile Inte.
» Se o dever tem as suas exigencias, a desgraça tam
bem tem os seus direitos, e não he nesta Assembléa que
º serão desconhecidos, nem será prohibido o levantar a
voz para os reclamar.
### que a exclusão de tres gerações de Reis, a
33
substituição do principio da Soberania popular ao da
Legitimidade debaixo da qual a França havia existido
ha tantos seculos, e que a subsequente condemnação
dos responsaveis Conselheiros da Coroa devião desarmar
todas as paixões e pôr debaixo do amparo da inviolabi
lidade as Pessoas Reaes. Não obstante vemos, que sem
attenção para com a debilidade e o infortunio, sem
distincção de idade nem de sexo, se propõe confun
dillas em huma proscripção commum. Para obterem
da lei hum inutil e demasiado rigor não temem desi
gnar á França na qualidade de inimigos encarniça
dos contra o seu repouso e à sua felicidade, esses Prin
cipes que á vista da patria enlutada, na amargura
da sua afflicção não hesitárão fazer o sacrifício da sua
propria Coroa para atalhar a efusão do sangue Fran
cez, e livrar a patria do mais terrivel de todos os fla
gellos. Porém não he esse o verdadeiro perigo que pode
ameaçar a segurança do Estado; o publico discerni
mento não se deixará illudir a respeito de taes imputa
ções. Os recentes successos que afligírão a Capital, as
sim como os que precedentemente compromettêrão a
sua tranquillidade, claramente indicão de que lado o Go
verno se deve acautellar. Se o temor e a vingança, se
gundo se tem dito, são igualmente estranhos aos moti
vos do Projecto, que outro sentimento senão o de fu
nesta desconfiança pode inspirar medidas preventivas
contra o que não he considerado nem temido como hum
perigo, e perseguições que não são o resultado de ne
nhum resentimento !
» Huma nova sancção legal dos factos que tiverão
lugar não pode ser necessaria, excepto se se considera
rem como garantias inefficazes e insufficientes a decla
ração de 7 d'Agosto etc., que chama ao Throno Luiz
Felippe em nome do povo Francez, a nova Carta ju
rada, e finalmente as leis fundamentaes votadas recente
mente etc. Pedindo á lei hum novo apoio não he isso fazer
implicita confissão da propria fraqueza, não he reconhe
cer tacitamente o poder moral dessa Real Familia, de
pois de se haver dito, que ella havia partido da Fran
ça sem que nenhum braço se armasse em sua defeza, sem
que nenhuma voz se erguesse para deter seus passos?
Não vedes nisto, Senhores, alguma cousa de contra
dictorio ?
» A lei proposta vai ferir na parte mais sensivel con
sideravel numero d'individuos, descarregando o golpe
sem necessidade sobre os objectos do seu respeito e do
seu affecto. Ha na indole Franceza hum fundo de ge
nerosidade que se identifica e simpathiza com os gran
des infortunios. Em hum paiz onde a liberdade he huma
precizão para todos não será prohibido separar as pes
soas dos actos de hum poder, que se cometteo erros,
bem caro as expiou com a perda de tres Coroas, e sem
pre poderemos sem crime deplorar estes sem nos julgar
mos obrigados a votar contra aquellas pessoas hum odio
implacavel. O projecto he pois tão impolitico como
inutil, e a simples declaração de hum facto existente
que apresenta o seu Artigo 1.° nada augmentará huma
separação que materialmente não pode ser mais completa.
» Concordais em que debaixo da influencia das actuaes
circumstancias a lei he sem objecto; mas parece que
vos não achais igualmente seguros sobre as disposições
das futuras gerações e legislaturas; por hum excesso de
previsão, e de solicitude, esquecendo-vos de que pode
rião tambem reclamar o direito de regular os seus des
tinos segundo as precizões do momento, pretendeis fa
«er acceitar a essas gerações a herança das nossas tradi
ções ao passo que vós mesmos repudiais todas a tradições
do passado ! Não he esta pretenção d'encadear o futuro
e os acontecimentos, tantas vezes rebeldes aos calculos
humanos, mais hum symptoma dessa desconfiança que
já indiquei!
» Quizerão finalmente dar ao Ministerio a occasião
de dissipar pelas suas palavras e pelos seus actos certa
inquietação. No entanto toda a vez que circularem no
publico boatos mais ou menos absurdos, se o Governo
se julgar obrigado a conceder novas garantias ás novas
exigencias dos partidos, quizera saber de que modo po
derá satisfazer a isso, e onde he que parará similhante
progressão; mas temo entrar em huma carreira cujo co
ineço se acha marcado por huma lei d'excepção.
» Não he possivel que seriamente se allegassem vãos
boatos a que só derão credito os que se illudem volun
tariamente para pôr em duvida as intenções do Minis
terio. Claramente quizerão levar mais longe a previsão,
e podemos crer que desejárão attingir a mais altas re
giões para alli fazerem pronunciar o formal rompimen
to a que se dá tanto valor. Nisto encontro nova prova
dessa desconfiança que não respeita cousa alguma, e que
nem mesmo pára nos degraos do Throno.
» Ora, Senhores, pergunto-vos, se huma lei cujo si
gnal caracteristico he huma tão evidente desconfiança,
# põe ao mesmo tempo o passado, o presente, e o
uturo em estado de suspeita, he acaso huma obra, mo
ral! Não tive bastante razão para afirmar, que essa lei
feria o decoro e a dignidade nacional! Não nos devemos
apressar a regeitalla!
» Pondo essa mesma lei a par dos estatutos das asso
cíações nacionaes, achar-se-ha entre esses actos hum cer
to ar de familia, certa conformidade de origem e de fim,
que nos conduzem a perguntar como poude o Ministe
rio adoptar o projecto que se vos apresenta, quando se
oppõe, com justa razão segundo o entendo, a essas
mesmas associações por todos os meios que estão á sua
disposição! • •
.» Na presença da declaração de 7 de Agosto, a pro
posta lei he hun rigor inutil, e gratuito, que nenhuma
necessidade reclama, e que não pode dar nenhuma au
thoridade aos actos existentes. He hum Decreto de per
petuo degredo desfarçado debaixo d'expressões menos
duras, mas cujas consequencias são as mesmas. Se uni
camente fosse, como pretendêrão, huma medida de al
ta politica, limitar-se-hia á privação dos direitos poli
ticos, já pronunciada pela déclaração de 7 de Agosto,
e não a aggravaria par meio da dos direitos civis, que
evidentemente lhe altera o caracter. Assim todos os func
cionarios, Pares, Deputados, e eleitores privados dos
seus direitos politicos pela recusação de prestarem o ju
ramento, não deixão por isso dé possuir aquelle direito
commum com a fruição de todos os seus direitos.
" He evidente que no estado actual das cousas a frui
ção dos direitos civis dos Principes e das Princezas do
mais antigo ramo, unicamente depende do direito de
possuirem na França; privallos desse direito he prival
los de todos os mais. He pronunciar contra elles certa
especie de morte civil a que só faltaria para a tornar mais
completa o fazer passar os seus bens aos seus herdeiros na
turaes; pelo menos he huma suspensão de certos direitos
civis. Ora tanto huma como outra he huma pena que só
póde resultar de huma sentença judicial; a sua immedia
ta applicação por meio de huma lei, he huma usurpa
gão sobre as attribuições do poderjudiciario, he huma ver
dadeira confusão de direitos e de poderes. Em vão se
pretenderá fazer-lhes arbitraria applicação do artigo 17
do Codigo Civil; he detnasiado evidente que neste caso
o legislador unicamente teve em vista os Francezes que
voluntariamente e com plena liberdade se estabelecerem
definitivamente em paiz estrangeiro, e fôra demasiado
ironico fazer o dito artigo extensivo a pessoas a quem
se nega a entrada no territorio. +
"A necessaria consequencia do que acabo d'expor he,
que entrão no direito commum em consequencia da pri
vação dos seus direitos politicos; que estão aptos a pos
suir, e que não ha mais direito para os obrigar a ven
der os seus bens do que a todos os outros proprietarios
nacionaes ou estrangeiros. A vossa nobre Commissão
assim o confessou, por isso que unicamente recorreo a
considerações fundadas na ordem politica para motivar
a applicação do artigo segundo.
» Não tomo parte nos seus receios sobre os perigos que
apresentarião para a liberdade as correspondencias e
relações a que daria lugar a posse dos bens em questão.
Sugeitando os mandatarios ou agentes a se darem ofi
cialmente a conhecer ás Authoridades dos Departamentos
onde estiverem situados os bens cuja administração lhes
for confiada, desapparecerá toda a causa de receio. O
respeito á lei e aos direitos da propriedade já se acha
demasiado gravado nos animos para que tenhamos que
temer actos de violencia contra esses agentes, cujo nu
mero será aliás mui limitado.
* Admittindo mesmo, o que não concedo, que os
Principes e as Princezas do mais antigo ramo dos
 [489 |
Bourbons já não fossem considerados na qualidade de
Francezes, ainda terião o direito de conservar os seus
bens igualmente como todos os estrangeiros, Principes
Soberanos, ou simples cidadãos. Sejão quaes forem os
pretextos com que procurão dar hum colorido ás dis
posições relativas á alienação dos bens, não constituem
menos huma violação muito grave dos direitos da pro
priedade, cuja inviolabilidade foi garantida pelo artigo
8.° da Carta; violação manifesta dessa mesma Carta
que deve ser huma verdade para nós. Obrigar os Prin
cipes e as Princezas do mais antigo ramo dos Bourbons
a venderem os seus bens em hum prazo determinado de
baixo de condições arbitrariamente fixadas, he limitar,
e alterar o direito de todo e qualquer proprietario d’usar
e dispor como bem o entender da fazenda que lhe per
tence; he ameaçar os interesses de todos.
» Assim disputamos a posse de algumas parcellas de ter
ra aos descendentes de huma longa estirpe de Monarcas
a quem devemos a conquista ou a reunião das nossas
mais bellas e preciosas Provincias, e que de hum Esta
do fraco e dividido fizerão a mais poderosa Monarquia
do mundo !
» A introducção do artigo 6.° como emenda no Pro
jecto maravilhosamente completa o systema de huma
lei cujo unico resultado vai ser o de avivar nos corações
não só os sentimentos d'interesse que as recentes cala
midades são capazes de inspirar aos animos generosos,
mas tambem lembranças e pezares ligados a infortunios
já passados. Fosse qual fosse a opposição dos partidos
e a diversidade das opiniões, todos energica e unani
memente repudiárão os excessos que manchárão a nos
sa primeira revolução. Para honrar a memoria das suas
numerosas victimas, havia huma lei consagrado hum
dia ao sentimento publico. Devia designar com prefe
rencia o anniversario do maior desses crimes por que os
representava todos. Annular pura e simplesmente huma
lei dessa natureza, não será rehabilitar de algum mo
do esses crimes sobre os quaes a consciencia publica ha
via lançado hum anathema ! Terá acaso deixado de ser
huma calamidade publica para huma nação o suppli
cio juridico de hum Rei! Ah não me deterei mais lar
gamente sobre tão penoso assumpto, que abandono ás
vossas meditações.» (Gazeta de França.)
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 2 de Maio.
Dizem que o Embaixador da Russia tivera ultima
mente duas conferencias com Lord Palmerston sobre os
assumptos da Polonia, e que nellas de novo lhe con
firmara a moderação de que ainda se acha animado S.
M. o Imperador da Russia a favor dos Polacos: mas
tambem se diz, que a Russia não respondera cathego
ricamente ás duas Notas que lhe dirigírão os Gabine
tes de Inglaterra e França a respeito das garantias po
liticas que os Poalcos tanto solicitão, e que ha tempos
tem esperado da beneficencia do Imperador.
(Court Journal.)
Abateo-se a ponte suspensa de Broughton na occa
sião em que passava hum destacamento de 70 homens
d'infanteria que voltavão de fazer exercicio , ficando
por causa deste accidente mais ou menos gravemente
feridos huns vinte soldados.
O seguinte he o paralelo entre a actual Camara dos
Communs, e a que deve ser se se adoptar o plano de
reforma proposto por Lord J. Russell eru nome do Mi-_- quelle povo, e maximas muito sãs e muito bem dedu
nisterio:
Segundo a Constituição os Condados de Inglaterra e
do paiz de Galles envião agora á Camara 94 represen
tantes, as Universidades 4, as Cidades e povoações de
mais de 2,000 e menos de 4,000 almas, 94; as povoa
ções de menos de 2,000 envião 119. Total 513. A Ir
landa envia 100; a Escossia 45: total 658.
_ Segundo o Bill de Lord J. Russell os Condados de
Inglaterra e do paiz de Galles enviarão á Camara 149
representantes. As Universidades 4; as Cidades dos dis
trictos metropolitanos, e os districtos do paiz de Gal
les, 243; as povoações de 2,000 a 4,000 almas, 47;
as povoações de menos de 2,000 almas nenhum; total
443. A Irlanda 103; a Escossia 50, total 596.
Na madrugada de 27 de Abril se incendiou o Pala
cio de Lord Walsingham na rua de Harley. O dito
Lord e a sua esposa forão victimas deste funesto acon
tecimento, que se attribue ao descuido do primeiro.
(Extracto de Morning Post.)
HESPANHA.
S. Sebastião, 6 de Maio.
Litteratura.
Cartas Hespanholas, ou revista scientifica, historica,
theatral, José
artistica,
Mariacritica e litteraria por D.
de Carnerero. •
Temos visto até agora dous Numeros desta obra, que
sem se poder chamar periodica, por que não tem dia
fixo em que haja de sahir á luz cada caderno, ofereceo
o seu editor publicar tres cada mez, cuja numeração
permitte, que logo se vão formando tomos de 400
# cada hum. He dedicada a obra em questão á
ainha N. S. que teve a bondade de a acolher debaixo
da sua Soberana protecção, e permittio que leve no
frontespicio o seu retrato lithografado no Real estabe
lecimento de Madrid, Alli e em todas as Provincias he
bastante conhecida a laboriosidade do Sr. Carnerero,
quer pelas differentes peças originaes e traduzidas com
que tem enriquecido, o nosso theatro, quer pela redac
ção do Correio litterario e mercantil, que teve quasi
exclusivamente a seu cargo até ha poucos dias a esta
parte. |-
. Não ha quem ignore quanta he a utilidade que resul
ta para a generalisação dos conhecimentos humanos,
desta classe d’escriptos, que pelo seu pequeno volume,
e pela modica despeza que causão, paulatinamente fa
cilitão a quasi todas as classes do Estädo huma instruc
ção
bem sempre util, e hum entertenimento honesto sendo
redigidas. •
No 1.° caderno dá conta o author da situação e ca
racter das personagens cujas cartas hão de formar o
fundamento da sua obra, e está bem concebida a ficção
de huma sociedade de Madrid, cujos concorrentes se au
sentárão, huns para as Provincias de Hespanha, e outros
para os paizes estrangeiros donde reciprocamente se
communicão as suas observações. Deste modo ao passo
que se sustenta a verosimilhança sempre necessaria em .
toda a classe de producções, se torna facil a transição
de huma para outras materias sem violencia e sem ter
que inventar acontecimentos, que talvez tornassem per
plexa a parte dramatica da obra. -
Depois desta especie de Prefacio, que poderiamos
chamar a exposição do seu plano, começa a desempe
nhallo com huma carta sobre a Polonia, na qual e na
seguinte do N.° 2.° temos visto excellente linguagem,
summa exactidão no compendio que faz da historia da
zidas das diferentes revoluções de que tem sido e con
tinúa a ser victima.
Em huma obra do Sr. Carnerero não podião deixar
 [ 490 ]
de se encontrar noticias sobre os theatros nacionaes e
estrangeiros, por isso que esta parte da litteratura foi
aquella a que se dedicou com predilecção. No 1.°
Nº nos communica pois huma carta de Liorne, em que
dá huma noticia geral do estado dos Theatros da Ita
lia e dos seus principaes actores, a que o author accres
centa hum quadro comparativo das dimensões de mui
tos delles com o objecto de o applicar ao que se está
construindo em Madrid á custa de S. M.
A estes artigos acompanhão tambem varias peças de
poesia escolhida e inédita, de extractos das Chronicas
e apontamentos historicos e criticos com que se torna
mais amena e suave a sua leitura,
Parece-nos pois até agora, que o plano do Senhor
Carnerero corresponde á Augusta Protecção que S. M.
a Rainha N. S. se dignou conceder-lhe; e já no 2.° N.°
vemos prova disso, tendo a condescendencia de lhe con
fiar para se imprimir a canção anacreontica que teve a
honra de oferecer a seus pés o célebre Rossini durante
a sua curta demora em Madrid. A parte typografica he
desempenhada com muito esmero etc. Desejamos ao au 2 h. 43 m. 1 Brigue Escuna Portuguez Bom Jesus, pa
thor a constancia e alento que necessita esta classe de
emprezas, e contribuiremos pela nossa parte solicitan
do a indulgencia do publico pela persuação em que es 3 h. 38 m. 1 Bergantim Inglez para a Terra nova, e 1
tamos de que sem ela se costuma perder o fructo das
melhores intenções, de que sempre tem dado provas este
laborioso escriptor. (Estafeta.)
*—» §§ *—»
Lisboa, 22 de Maio.
Telégrafo.—Serviço da Barra.—21 de Maio.
Embarcações avistadas.
5 h. 7 m. 1 Escuna sem bandeira na enseada de Cascaes.
5 h. 35 m. 1 Bergantim sem bandeira ao Noroeste do
Cabo do Espichel: navega para o Norte.
7 h. 32 m. 1 Bergantim sem bandeira, e 1 Cahique di
to ao Norte do Cabo da Roca: navegão para o Sul.
2 h. lº m. 1 Escuna sem bandeira a Oeste do Cabo da
OC @ •
5 h. 18 m. 1 Escuna sem bandeira ao Norte do Cabo
da Roca.
6 h. 51 m. 1 Bergantim sem bandeira a Oeste do Cabo
da Roca. • •
Embarcações entradas em S. Julião.
6 h. 48 m. 1 Escyna Ingleza.
5 h. 54 m. 1 Escúna Ingleza.
• Embarcações sahidas de S. Julião.
4 h. 55 m. 1 Hiate Real Dom Miguel Primeiro.
Embarcações sahidas de Belém.
2 h. 43 m. 1 Galera do Norte para Buenos Ayres, 1
Brigue Escuna Inglez para Liverpool, e 1 Chalu
pa Hollandeza para Petersburgo.
2 h. 43 m. 1 Brigue de Guerra Francez.
4 h. 55 m. 1 Galeota Hollandeza para Petersburgo.
Idem, 22.
Hontem á noute entrou 1 Bergantim Napolitano.
Embarcações avistadas.
6 h. 45 m. 1 Bergantim, e 1 Escuna sem bandeira ao
Norte do Cabo da Roca: navegão para o Sul.
7 h. 32 m. 1 Cahique sem bandeira ao Noroeste do Ca
bo do Espichel: navega para o Norte.
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
8 h. 20 m. 2 Fragatas, e 2 Curvetas de Guerra Fran
cezas ao Sudueste do Cabo do Espichel.
10 h. 48 m. 1 Brigue Escuna de Guerra Inglez, e 1 Es
cuna sem bandeira ao Norte do Cabo da Roca.
1 h. 50 m. 1 Galeota sem bandeira , e 1 Chalupa dito
ao Norte do Cabo da Roca.
5 h. 58 m. 1 Escuna sem bandeira ao Norte do Cabo
da Roca.
5 h. 58 m. 1 Brigue de Guerra Francez ao Sudueste do
Cabo do Espichel.
Embarcação entrada em Belém.
5 h. 55 m. 1 Brigue Escuna de Guerra Inglez, de
Falmouth, 9 dias, mala, 1 passageiro Negocian
te Inglez. *
Embarcações entradas em S. Julião.
3 h. 38 m. 1 Galeota e 1 Chalupa Inglezas.
Embarcação sahida de S. Julião.
2 h. 43 m. 1 Paquete Inglez. .
Embarcações sahidas de Belém.
11 h. 25 m. 1 Escuna Ingleza para Londres.
ra a Ilha
para de S. Miguel, e l Bergantim Imperial
Genova. •
dito Sueco para a Noruega.
Publicação Litteraria.
Sahio á luz: Collecção de instrucções sobre Agricul
tura, Artes, e Industria, N.° 1.°, que contém Instruc
ções sobre a cultura do Pastel, e extracção do seu anil;
com huma estampa: vende-se por 80 réis nas lojas dos
mercadores de Livros na rua das Portas de Santa Ca
tharina, e na de João Henriques na rua Augusta N.° 1.
{ • Annuncios.
* Hum sugeito capaz se oferece a dar lições de Primei
ras Letras por casas particulares, ensinando o caracter
da letra Ingleza , e Arithmetica, a 800 réis por mez:
quem delle precisar, dirija-se á rua do Ouro N.° 141.
José Cecilio da Costa, morador na travessa d'Assum
pção N.° 36, 4.° andar, comprou a Pedro José da Cos
ta as suas casas sitas na travessa do Monte N.°26 a 28,
ficando de nenhum efeito o annuncio e editos que pu
blicou na Gazeta de 11 do corrente Rafael José da Sil
veira Gaido , sobre a compra das mesmas, em conse
quencia do anterior ajuste, e maior preço ; o que faz
público a quem tiver direito ou hypotheca ás mesmas
casas , para que o venha declarar a elle comprador no
refixo termo de oito dias, findos os quaes se efectuará
# , ficando as ditas casas livres e desembaraçadas.
Quinta feira 26 do corrente, pelas 10 horas, na rua
de S. Francisco da Cidade N.° 36, 2.° andar, se ha de
vender em leilão publico a mobilia rica de huma casa
Ingleza, que consiste em cadeiras e marqueza com as
sentos de clina, mezas de jogo, e de sofá, huma meza
grande de jantar em tres peças, cada peça formando
huma meza da columna sobre si, aparador rico, guar
da-roupa, secretária, taboleiro para merenda, leito de
casados, tudo de gosto moderno, e de magno riquissi
mo; tapetes de sála, louça azul para jantar, serviço de
porcellana para chá, cristal, trem de cozinha etc. —
N. B. Ha hum forte pianno de nova invenção com tu
bos metalicos, do author Stodart de Londres, o qual
se pode ver antes do leilão, e ajustar em particular; e
huma sege nova de bom gosto.
 NUM. 121.
GAZETA DE LISBOA.
TERÇA FEIRA, 24 DE MAIO.
PARTE OFFICIAL.
R E A L E R AR 1. o.
Nos dias 25, 26, e 27 do corrente Inez de Maio, se
ha de proceder a leilão público na Casa da India de 600
sacas de Urzella, vinda ultimamente das Ilhas de Ca
bo Verde, por conta da Real Fazenda, com as condi
gões que serão presentes no acto da arrematação.
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS. •
ITALIA.
Roma, 16 de Abril.
Thomás Bernetti, Cardeal pro Secretario de Estado.
Em consequencia das intenções. Soberanas que manifes
tou Susa Santidade, nosso Senhor, na sua nótificação dé
3 do corrente, e cumprindo a obrigação que nos impõe
publicamos as seguintes disposições cuja execução o San
to Padre pelo oraculo emanado da sua boca se dignou
encarregar-nos.
Artigo 1.° Nomear-se-ha huma Commissão civil para
informar a respeito dos individuos que designar a dire
ção geral da Policia, com a maior brevidade possivel,
como authores ou propagadores, quer pelos factos, quer
por escriptos ou conselhos, da rebellião que acaba de
ser sufocada nos Estados da Santa Sé.
Artigo 2.° Nomear-se-ha outra Conmissão militar
com iguaes attribuições a respeito dos militares de qual
quer arma que sejão, que se designem pela mesma di
recção da Policia como authores, ou propagadores por
Ineio das armas, da mencionada rebellião.
Artigo 3.° Suspende-se por expressa vontade do San
to Padre a observancia da immunidade, quanto á ex
ecução dos dous artigos precedentes. Proceder-se-ha por
consequencia contra os designados, se houver lugar pa
ra isso, segundo o theor das regras Canonicas. Os Ec
clesiasticos comprehendidos nos dous primeiros artigos,
se he que se acharem alguns, ficarão sugeitos á Coin
missão civil, augmentada neste caso com hum Deputa
do do Esta do Rcclesiastico. | cras todas as formalidades que não conduzão substan
Artigo 4.° As penas que corresponderem aos delin
ANNo 1831.
escºax<==
quentes na conformidade das leis existentes substituir-se
ha a confiscação dos seus bens, que recahirá sobre aquel
les em quem tiverem absoluta propriedade, quer sejão
de substituições, quer de fidecommissos; e isto se enten
de logo que a culpabilidade se declare juridicamente até
á reparação dos damnos causados ao thesouro pela re
belliào. •
Artigo 5.° Todos os empregados cívis sem exceptuar
os Oficiaes municipaes, todos os pensionistas, quaes
quer que forem, todos os militares, que sem terem sido
authores ou propagadores da rebelião, houverem com
tudo tomado parte activa, quer seja com suas acções,
quer com os seus escriptos ou conselhos, não poderáõ
ser confirmados nos empregos ou postos que tinhão an
tes da rebelião, nem no pagamento das suas respecti
vas pensôes, até satisfazerem as accusações que resulta
rem contra eles. .
Artigo 6.° Encarregar-se-ha aos Eminentissimos Chan
celleres Mores da Universidade e aos respectivos Ordina
rios, que suspendão immediatamente das suas funcções e
da sua renda nas Universidades, Collegios, ou estabe
lecimentos de educação, ou instrucção publica, assim
como tambem da administração ou direcção de qualquer
instituto religioso, todos os que se tiverem manifestado
addictos á rebelião ou applaudido os seus actos, ou que
tiverem mostrado principios irreligiosos e contrarios
áquelles em que se funda a segurança da boa ordem es
tabelecida, até que mostrem completamente a sua in
nocencia. • • •
Artigo 7.° Declarar-se hão dissolvidos os corpos mili
tares de qualquer arma que sejão, que se achavão de
guarnição nas Provincias até onde se estendeo a rebel
lião. Os Oficiaes que pertencerem áquelles corpos po
deráõ produzir perante a Commissão militar todas as
provas conducentes a acreditarem a sua innocencia, ou
a diminuirem a gravidade das suas inculpações, sugei
tando-se ás disposições que S. S. houver por bem dictar
a respeito delles. |-
Artigo 8.° Cedendo o Santo Padre aos estimulos da
sua clemencia Soberana se dignou perdoar a todos os
mais fautores ou cumplices da rebellião, sem exceptuar
os que não estando obrigados ao serviço militar de S.
S. seguírão com as armas os rebeldes, quer como sim
ples soldados, quer em hum posto inferior ao de Capi
tão, huma vez que tenhão entregue voluntariamente as
armas antes de 6 do corrente. •
Artigo 9.° A Commissão civil nomeada em virtude
deste Edicto residirá em Ancona ; a militar em Roma.
Artigo 10.° O processo estabelecido neste Edicto se
rá prompto e summario, para cujo efeito ficão revoga
cialmente á averiguação da verdade. •

Artigo 11.° As defezas serão breves e reduzidas ás dif
ficuldades reaes da causa tanto de facto como de di
reito. + + • successos de Fevereiro. O Contra-Almirante Dupolet
Artigo 12."Todo e qualquer novo acto de insubor
dinação contra a authoridade publica, todo o attenta
do que excitar a mais leve alteração na traquillidade
geral, todo o ultrage de facto ou de direito dirigido
contra a ordem publica, e por ultimo, qualquer atten
tado grave e sedicioso comettido por algum dos compre
hendidos no perdão, terá o resultado de renovar con
tra o culpado as accusações que lhe poderia fazer ajus
tiça neste momento. |- +
Secretaria de Estado, em 14 de Abril de 1831.
Thomaz Bernetti.
(Estafeta.)
FRANÇA.
. París, 2 de Maio.
O General 2ucchi foi trasladado para a fortaleza de
Ruftein, situada no Tyrol,
A Fragata Dromedaire sabio no dia 25 de Toulon
para Africa, levando a seu bordo hum destacamento de
200 recrutas Parisienses.
Escrevem de Montevideo, que D. Fructuoso Ribero,
Presidente da republica oriental, havia sahido daquella
praça nos principios de Janeiro com hum grosso desta
camento de cavallaria para visitar os districtos do inte
rior, e varrer os campos e as fronteiras das quadrilhas
de salteadores que os infestão.
(Gazeta de França.)
Chegárão a Serraluis huns 1,500 homens da Confe
deração Germanica.
Os habitantes da ilha Formosa fizerão hum desem
barque na costa immediata da China, e a devastárão,
Verificou-se esta invasão nos fins de Novembro ultimo.
Na mesma época os povos Turcos do Turquestan ha
vendo-se reunido em numero de 100,3 homens, aug
mentados com parte dos Kirguizes selvagens ou Kara
calpales, entrárão repentinamente pelas fronteiras occi
dentaes do Imperio Chinez, e assolárão muitas Cidades,
entre ellas Kascar, Varkent, Yansar, Kotau, e Aksu.
O chefe destes povos chama-se Temutchun. Tendo-se o
Principe dos Karacalpales separado do seu Exercito se
apresentou com seus vassallos nas margens do Ili, onde
se havia intrincheirado o General Chinez Tsin Van.
Com este motivo promulgou o Imperador varias Decre
tos, annºunciando aos seus povos aquelas guerras, e
nomeando Commandantes militares.
Outros dous Decretos mui curiosos se publicárão em
Pekin, cuja traducção literal be a seguinte:
1.° Sien, Ministro Presidente do Conselho de Guer
ra e Chefe Superior das Nove Portas, isto he da Cida
de de Pekin, deo conta de que na noute do dia 15 da
7.° Lua (20 de Agosto) a agua, do lago Kan Nin Fu
desapparecêra, e se secara o canal que sahindo do lago
banha os muros da Cidade. }
2." A Academia astronómica partecipou, que na nou
te do dia 15 da 7.° Lua, (20 de Agosto) se observárão
duas estrellas e cahírão vapores brancos perto de Tszy
vei Tchun, Signo do Zodiaco. Descobrirão-se á hora
em que se ende pela quarta vez, a guarda nocturna
(perto da meia noute) e annuncião sublevações no Oc
cidente. (Extracto da Quotidiana.)
- O Monitor contém o seguinte:
» O Governo da Martinica dá conta ao Ministro da
Marinha, em data de 12 de Março, de se haver resta
[ 492 |
belecido a tranquillidade nos diversos pontos da Colo
nia. Prosegue-se com actividade no processo relativo aos
diz, a que segundo consta das averiguações que se ha
vião feito, se formára e executára o plano pelos escra
vos da Cidade e seu termo, que se lisonjeavão com a
esperança de que se lhes reuniria a gente livre de côr,
e a dos pontos do interior.» Accrescenta que tinhão
havido mais algumas tentativas de incendio, mas que
se havia acalmado a agitação, e se podia esperar, que
*
se não renovassem similhantes desgraças.»
• |- A
Mr. de Chateaubriand e sua esposa acabão de ven
der os seus moveis com o intento de sahirem da França
(Estafeta.)
IHESPANHA.
S. Sebastião, 25 de Abril.
Reflexões a que dá lugar huma sentença dos jurados
de França sobre a tentativa d'assassinio contra
Mr. Dupin Senior.
Varias vezes nos terão ouvido os nossos leitores dizer,
•
que não podemes comprehender a especie de liberdade
que proclamão com tanto enthusiasmo os liberaes da
Europa. E era tanto mais sincera a nossa asserção por
que haviamos levado em conta os immensos gráos de li
berdade que os povos havião adquirido, conquistado, e
até usurpado ha 40 annos a esta parte. Logo que des
appareceo de todo o systema feudal, e as Monarquias,
e mais Governos se fundárão sobre limites de convenien
cia reciproca, quasi de todo cessárão as guerras assola
doras, geralmente dictadas pela ambição de alguns Ga
binetes ou pelo engrandecimento de algumas familias, e
se fixou a idéa do que os politicos chatnão equilibrio Eu
ropéo. Succedeo então á aggressão das armas a aggressão
da penna ou da imprensa em que se escolheo para campo
da batalha a discussão dos direitos e liberdades do homem.
Se esta questão se houvesse tratado de boa fé, e não ti
vesse o seu objecto sido outro mais que melhorar a con
dição da especie humana, he evidente, que ao mesmo
tempo que nella figurassem os interesses dos governados te
rião tido presentes as obrigações e prerogativas dos que
cstão encarregados de governar; isto he, que nem a huns
nem a outros se terião tirado os meios de desempenha
rem o lugar que tem na sociedade, sem o que esta se
acha defeituosa e prejudicada. -
Porém não foi este o methodo, e muito menos o pla
no que se propozerão os escriptores que tomárão a seu
cargo o que elles chamão a illustração do genero hu
nano; mas pelo contrario formárão duas cathegorias,
•
chamando huma dos opprossores, e a outra dos oppri
midos, desnaturalizando deste modo a idéa de Gover
no , e confundindo a com a oppressão. Do mesmo mo
do alterárão á força de confundir as vozes, a idéa de
subordinação e necessaria obediencia, dando-lhe o inju
rioso nome descravidão. Qualquer pessoa que conheça
o coração humano facilmente verá a vantagem que tem
em qualquer disputa todo aquelle, que sabe apagar as
paixões, constituindo-se gratuito defensor dos opprimi
dos, e que toma a seu cargo a recuperação dos direitos
da multidão sem outra esperança de premio senão os
esteréis, applausos da classe mais numerosa que he a dos
cidadãos pobres. A força de adular a estes, e de de pri
mir a classe abastada, com facilidade se conseguio pol
los em estado de guerra aberta com os que havião her
dado ou adquirido melhor fortuna, dando-lhe o colori
do de usurpação sobre a riqueza publica, á qual su P
Põem que todos tem iguaes direitos. Esta logica era de
masiado commoda para que deixassem de a admittir
como concludente todos os vagabundos cujo numero he
 [ 493 ]
prodigioso sobre a terra, todos os mal inclinados, to se dos galopins chamados Sansculottes, a taixa de to
dos os Viciºsos, e todos os que por culpa sua ou alheia dos os objectos de primeira necessidade, o direito de
tem incorrido na desgraça. Começou pois a considerar dar o tratamento de tu ás authoridades, e finalmen
se todo o Governo, e toda a propriedade como suspei te todos os delirios annexos á idéa da igualdade. Não
tosa na sua origem, e como abusiva no seu exercicio, erão difficeis de prever os resultados a que conduziria
Pois a suppunhão huma aggressão contra o axioma en huma doutrina tão desatinada, nem o são os que pre
t㺠imaginado da soberania do povo! para e vamos observando na fatal intelligencia que os
Tanto he o que se tem falládo sobre esta ridicula mesmos Francezes estão dando á palavra hberdade. En
soberania , que parece absolutamente inutil tornar a tre outros cem mil exemplos que poderiamos citar hin
detinilla, e muito menos a analizalla, porque o mesmo do unicamente recorrendo os periodicos Francezes bas
Pºvº a quem homens que parecem graves, se empenhão tará hum bem recente, a saber a tentativa d'assassinio
em persuadir que he nada menos que soberano, zomba comettida na casa e contra a pessoa de Mr. Dupin,
e escarnece de similhante denominação ao ver-se sugei membro da Camara dos Deputados, cujo extracto te
to, ás mesmas ou maiores miserias que quando o cha mos á vista. Segundo se vê pelo processo, os estudan
Inárão pelo seu nome proprio e particular, que he o de tes e outra porção da plebe se dirigirão ás 11 horas da
povo. No entanto nem este mesmo desdem da classe noute de 14 de Fevereiro ultimo, á casa daquelle Ma
particularmente interessada em soberanizar-se poude cu gistrado, pedindo em alta voz a sua cabeça. Entrárão
* ar a mania dos que estão empenhados em revolver o no pateo onde encontrárão hum homem de 60 annos,
mundo com palavras sem sentido commum, e em fazer que era o guarda-portão, a quem ameaçárão com a
a sua fortuna particular á custa des erros geraes. Achan morte se não indicasse o sitio onde estava seu amo; es
do-se já aviltado o prestigio da soberania tambem a vil pancárão aquelle ancião e logo que se convencêrão de
1árão a liberdade dando-lhe hum sentido igualmente que Mr. Dupin não estava alli, e sobre tudo quando
pueril como o que havião dado áquella; a saber: que começárão a chegar destacamentos da Guarda nacio
a liberdade consiste em cada hum fazer o que muito nal, deitárão a correr quasi todos ainda que deixando
bem quizer, huma vez que isso não seja prejudicial aos alguns prezos, e entre elles o principal dos assassinos,
mais. Assim, nem mais nem menos tem esta palavra chamado Renato Gourdin. Parece que o ultimo alle
sido definida desde que os homens tem idéa della, ou gava em sua defeza que estava embriagado, e além dis
antes, desde que se inventou, sem que nem Gregos nem so que havia sido hum dos que mais se distinguírão nas
Romanos, Reis nem republica, sabios ou ignorantes famosas barricadas. Pois esta unica circumstancia bas
tenhão dito nem sonhado em dizer outra cousa. tou para que os Senhores Jurados o declarassem inno
Porém a difficuldade tem sempre consistido em desi cente e isento de toda a pena em obsequio á liberdade e
gnar os linites e o modo com que cada hum faz o que segurança universal!
quer sem que esse livre querer seja prejudicial ou molesto Ignoramos se este modo de entender a liberdade se
para os mais homens. Por quanto he claro, que se a rá do agrado de Mr. Dupin ou do seu criado, mas o
vontade de todos fosse justa e conforme a razão univer que sabemos he, que não gostariamos de que debaixo
sal, ninguem se opporia a que cada qual fizesse o que de qualquer pretexto viesse alguem divertir-se á nossa
lhe parecesse; ha porém muitos que querem ter a maiºr custa:. Se huma similhante decisão houvesse sido toma
porção de bens com o menor trabalho possivel, e isto não da debaixo da direcção de hum Soberano, a historia
pode deixar de prejudicar os mais a quem tocaria muito contemporanea não encontraria cores bastante horriveis
maior trabalho e menor porção de commodidade. Eis com que pintar tal especie de tyrannia; porém não
aqui por tanto a primeira origem das leis, e o primeiro passa nenhuma semana sem que debaixo do reinado da
e ultimo corte que devia receber a palavra liberdade, liberdade Franceza se vejão iguaes e ainda mais
sem que fossem necessarias grandes theorias, nem pro atrozes injustiças, e no entanto possuem valor para se
fundos discursos para a fazer perceptivel a todos os bo chamar livres e para recommendar a outros povos que
mens. Quantos ha que não gostão de se vingar do seu os imitem, como se hum similhante estado podesse dei
inimigo pelas suas proprias mãos quando não correm xar de recordar todas as tyrannias que ensanguentárão
risco algum, ou por mão alheia quando ha algum pe a revolução. Grande he o absurdo de mal definir a
rigo na vingança! Quem não deseja possuir hum pala a liberdade, porém o maior de todos os absurdos será
cio, hum coche, fazendas, e toda a classe de riquezas sempre o de fazer com que bem ou mal entendida só
que enveja nos outros quando as pode possuir sem gran seja o patrimonio de buns poucos, deixando privadas
de difficuldade? Quem não terá satisfação em ostentar della todas as outras classes da sociedade. (Estafeta.)
luxo e poder quando para obter hum e outro só neces
sita da sua propria vontade! Quem ha em fim que não %---
*§§ *–*
prefira dormir em huma cama bem molle, ter abundan
te meza, muitos criados, e nenhuma occupação forço Lisboa, 23 de Maio.
sa, á dura condição de ter que madrugar em todos os
tempos, trabalhar todo o dia e grande parte da noutº.» - Sabbado ultimo, pelas duas horas depois do meio dia,
c estar sugeito ao capricho e á vontade alheia ! Pois felizmente regressou Sua Magestade ElRei Nosso Senhor,
eis o que he de todo impossível attendendo á condição sem novidade na Sua preciosa e tão importante saude,
humana, e eis o que as leis tem querido em todos os de Samora Corrêa a esta Capital, recebendo o Mesmo
tempos modificar com regras fixas para que nem a huns Augusto Senhor em todas as partes do Seu transito as
demasiado 3. necessidade, nem a outros cor
o pprimisse fieis provas de amor, lealdade, e profundo a catamento,
rºmpesse a excessiva facilidade de disfructar todos os que a Nação Portugueza por tão relevantes e indispu
bens. … • taveis titulos consagra ao seu Augusto e Legitimo Rei.
Apezar de serem tão singelas estas idéas veio a revolu
As Fortalezas e Embarcações de Guerra embandeirá
ao Franceza pôr em moda a antiquissina Preten ta rão, e derão a salva do costume quando a Real Galeo
descia o Rio.
<ão dos ociosos de todos os tempos, que consiste em . •

dizer que todos somos iguaes , que não deve haver

teu nem meu, que o homem que passea e está todo o 4% *§§ *-*
dia na taverna deve ganhar e poupar para si tantº co
mo aquelle que trabalhº incessantemente, e por ultimo Recebemos Jornaes Inglezes até 11 do corrente; alelo
que ninguem deve obedecer a pessoa alguma. Daqui das notícias que referem que já publicámos, notamos a
nasceo a proscripção de todo o trage que se distinguis seguinte: o Regente da Belgica mandou hum agente
 [ 494 ]
Diplomatico a Francfort a fim de que a mesma Belgi Embarcações entradas em Belém.
ca fosse admittida na Confederação Germanica por cau 8 h. 50 m. 1 Barco de Guerra Inglez movido por vºº
sa do Grã Ducado de Luxemburgo; porém o Presiden pôr, de Plymouth, 6 dias.
te da Dieta respondeo a esta proposta declarando, que 12 h, 6 m. 1 Bérgantim Portuguez, Flor do Mar, dº
nada sabia a respeito do Regente da Belgica, e que ne Rio de Janeiro, 86 dias, mala.
nhuma proposta que tendesse a excluir a Casa de Oran - - Embarcações entradas em S. Julião.

ge Nassau da posse de Luxemburgo, e por consequen 9 h. 26 m. 1 Galeota Hollandeza.

éia da Confederação Germanica, podia ser apresentada ,2 h. 55 m. 1 Hiate Real Felicidade.
perante a Dieta.
Os mesmos Jornaes corroborão a noticia da derrota Publicação Litteraria.
do General Polaco Sierauski, e da irrupção da Colera Sahio á luz o N.° 19 do Desengano.
morbus na Capital da Polonia. Annuncios.
Pela Meza da Santa Casa da Misericordia, Hospitaes
*—*§§ *—» Reaes de Enfermos e Expostos desta Corte », se ha de
arrendar por tempo de tres annos, que começ㺠do primei
Por hum Mappa fidedigno do com mercio de Portu .ro de Julho proximo futuro, a estalagem que a mesmº
a Pessoa
: todavir
sabido para estes portos Austriacos dos de Portugal 24 que pretender o dito Villa da Mouta
gal com os portos de Trieste e Veneza achamos terem Santa Casa possue naarrendamento , poderá dar o
Embarcações, sendo sou porte total 4,839 tonneladas, seu lanço na Contadoria da dita Santa Casa todos os
(3 do Porto, e 21 de Lisboa), entrando 1 Hiate Por dias de manhã até vinte de Junho proximo futuro.
tuguez, 3 Bergantins Austriacos, ó Vasos Napolita Quem quizer dar a juros 1:000$000 rs., poderá escre
nos, 7 Dinamarqüezes, 5 Suecos, e 3 Sardos: 2 forão ver a Paulino José de Ayres, em Lisboa.
.para Veneza, e 22 para Trieste. Importárão os gene D. Rita Joanna dos Anjos Nobre Coutinho, tendo
º ros que levárão 1:2103437 cruzados, ou 484: 1743800 constituido por seu procurador a João Bernardo da Coº
Seromenho, com amplos poderes para tratar da arre
réis, provenientes de 2,421 caixas, e 83 barricas de as ta
sucar branco, e 1,169 caixas de mascavado; 4,718 sa cadação da herança de sua defunta prima D. Antonia .
cas e 98 barris de café; 6,682 sacas de cacáo; 2,037 Rita Bressane Leite, declara e annuncia ao público»
sacas de algodão; 190 milheiros de coquilho, 200 cou que tem cassado e tirado do poder do mesmo Procurº
ros em cabello, e 859 salgados, 300 atanados, 22 pa dor a Procuração que lhe confiára , havendo por nullo
neiros de urucú; 37 quintaes de cortiça, 63 quintaes de e de nenhum efeito tudo quanto se tiver contratado com º
cera de Angola, e 50 quintaes de páo amarello; 36 sa a mesma Procuração. •

cas e 23 barris de gomma elastica; 1 caixa de benga No bêco dos Alamos, barracão N.° 3, no dia 27 de \
Jas da India; 141 fardos de salsa parrilha, ó fardos de Maio de 1881, pelas nove horas da manhã , se ha de
rolhas de cortiça, e 28 fardos de canella do inatto; 4 arreudar pelo Juizo dos Orfãos da Repartição do Meiº,
barris d’epicacuanha, 4 de oleo de copaíba; e 250 Juiz o Dezembargador José Freire Gameiro, Escrivão
pipas, 60 barris, e 30 caixas ou frasqueiras, de vinho. Cordeiro, e a requerimento de D. Anna Maria da En
Para Portugal vierão 2 Navios, 1 Bergantim Aus …carnação Loureiro, curadora de seu marido demente
triaco de Tricste, 1 Bergantim Napolitano, ambos pa João Baptista Loureiro, huma porção de madeiras, a
ra Lisboa, trazendo, 393 moios de fava do Egypto, saber; taboas de casquinha de 3 pollegadas, ditas de 2,
15 caixas e 61 barris de contas, 250 caixas e 300 bar ditas da terra de 18 palmos, ditas lavradas ao meio e
ris de missanga, 2 caixas de espelhos, e 1 de oculos; abertas para solho, huma porção de barrotes da terra
90 fardos de canhamo em rama, e 30 de estopa, etc. de todas as qualidades, e varas de castanho grossas e
tudo no valor de 49,676 cruzados, ou 19:8703400 réis. -delgadas.
Vê-se que o balanço do commercio de Portugal com Quem quizer comprar huma propriedade de casas com
aquelles portos foi de 1:1603761 cruzad., ou 464:3043400 seu quintal, e mais pertenças, junto á Ermida de Nossa
réis; e comparada esta vantagem com a que teve o Senhora da Saude , termo da Villa de Aldeia Gallega
nosso commercio em 1829, que fôra de 603,800 cruza -da Merciana , procure seu dono em Lisboa na rua da
dos, ou 241:5203000 réis, foi no de 1830 o seu augmen Prata N.° 81 , 3.° andar , isto no prazo de quatorze
to 556,961 cruzados, ou 222.7843400 réis. dias, findos os quaes se venderá a quem mais der.
Quem quizer comprar tres propriedades de casas em
*—*§§ *—º a rua de S. Pedro em Alfama, todas misticas, com os
numeros de 32 até 37 , e rendem todas duzentos e trinta
Telégrafo. — Serviço da Barra.—23 de Maio. e tres mil e seiscentos réis, pode-se dirigir á travessa do
Rosario N.° 10, primeiro andar, Freguezia de S. José,
Embarcações avistadas. onde mora Thomás José de Aquino Baptista, com o
5 h. 1 Bergantim Portuguez, e 1 Barco de Guerra In qual poderão tratar a compra das nesmas. ,
glez movido por vapôr ao Norte do Cabo do Es Traspassa-se huma loja de bebidas na rua direita da
pichel; 1 Brigue Escuna sem bandeira, e l Cahi Esperança N.° 41 e 42, como tambem o bilhar e seu
que dito a Oeste do Cabo da Roca: navegão para relogio; quem a pretender falle com o dono, que se acha
o Norte. •

na mesma loja.
1 h. 50 m. 1 Hiate Real Felicidade ao Norte do Cabo Quarta feira, 25 do corrente, pelas dez horas, na cal
do Espichel. cada do Buque N.° 1. primeiro andar, ao Rocio , se
5 h. 10 m. 1 Fragata Franceza a Oeste do Cabo do Es ha de vender em leilão publico a mobilia da casa, que
pichel. - consiste em cadeiras, mezas, commodas, guardalouça,
7 h.4 m. 2 Curvetas de Guerra sem bandeira ao Sul espelhos , meza de magno de jantar , roupa de uneza,
do Cabo do Espichel. armario de vidraças para fazendas, copos, taboinhas, etc.

LISBOA : NA IMPRESSÃO REGIA.

) |-

- ---- • - * * * |- • • • •

*-* * - • |- * - - … -- * * - - - * - - - - -
 NUM. 122.
----*=>Gy-*>=--
GazETA DE LIsboa.
QUARTA FEIRA, 25 DE MAIO.
>>6<>$$x<>$#@$$$$<eex
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
RUSSIA... …
Petersburgo, 9 de Abril.
Acaba de publicar-se, em data de 3 do corrente, o
Dkaze seguinte:
» Quando rebentou a revolução no Reino da Polonia,
era de esperar que os promovedores daquella trabalha
rião por sujeitar á sua influencia os animos débeis, ou
irresolutos, e se esforçarião para perturbar a boa ordem,
difundindo o seu delito, a fim de transtornar o gover
no nas Provincias Polacas, que fazem parte do Impe
rio Russiano. Confiavamos na prudencia, e são juizo de
nossos leaes subditos habitantes daquelles districtos, e
contavamos tanto com a Nobreza, como com todos os
habitantes de distincção, alimentando igualmente a es
perança de que nas actuaes circumstancias se exforça
rião em dar á Patria, e a Nós provas do seu zelo e ar
dor pelo bem publico. Poucas excepções são as que tem
frustrado a nossa esperança. A Nobreza dos Gover
nos de JKilna, Grodno, e HVolhynia esmerou-se em ma
nifestar aos Governos Provisionaes Russianos a sua inal
teravel fidelidade em cumprir como leaes subditos, accre
ditando-o com sacrificios de toda a classe, e fazendo
todos os seus exforços para fornecer ao Exercito activo
todo o genero de abastecimentos. Por isso foi grande
o desagrado que experimentámos ao saber que huma
quadrilha de ingratos, indignos do nome de Nobres,
desprezando os deveres que lhes impõe hum juramento,
que ultimamente renovárão, se atrevêrão a perturbar a
tranquillidade nos circulos de Telsch, Sehawol, e Ro
sienna no Governo de Lithuania. Firmemente resolvi
dos a castigar de hum modo exemplar os principaes
culpados, e esperando que os que tem obrado por ligei
reza, ou se tem deixado extraviar, voltarão ao cumpri
mento de seus deveres, mandamos;
1.° Todo o Nobre que tiver tomado parte na rebel
lião, e coadjuvado de mão armada a transtornar as Au
thoridades legaes, será julgado em hum Conselho de
Guerra, # o Regulamento Criminal de Campa
nha: a Sentença"""""
tamente. do Conselho
" " "executar-se-ha
" " " immedia
• •
2.° CDs bens do condemnado serão confiscados, e os
rendimentos se entregarão na Caixa de Invalidos.
3.° Reservamos a # a faculdade de dispor da sorte
dos Filhos Varões dos Nobres que forem condemnados
ANNo 1831.
na fórma do artigo 1.°; os daquelles que ainda que se
chamão Nobres não possuem bens de raiz, serão desti
nados ao serviço, como Soldados de Cantão (especie de
Companhias de disciplina.)
4.° Os individuos da classe baixa que tiverem coope
rado para a rebelião, e que forem apanhados com as
armas na mão, se pertencerem ao Governo pela Lei do
Recrutamento, serão dirigidos aos Batalhõcs de Linha
da Siberia. -
6." Os Filhos Varões dos individuos de que falla o
artigo anterior, serão destinados para os Soldados de
Cantão.
6."Todos os que durante a rebellião tiverem cometti
do algum assassinio, serão tambem julgados pelo Con
selho de Guerra.
7." Perdoo aos individuos da classe baixa, que ten
do tomado parte na rebellião só por vontade dos Pro
prietarios de bens de raiz, ou pelas ameaças dos rebel
des; largarão as armas e voltarão a suas habitações. =
Nicoláo. (Gazeta de Madrid.)
Mitau, 16 de Abril.
As immediações de Grodno formigão com tropas que
marchão para o Exercito do Feld Marechal Diebitsch:
calculão-se em 100% homens as tropas que ha tres se
manas a esta parte tem passado por estas immediações,
e que se dirigem para o Reino da Polonia.
(G. de Madrid.)
POLONIA.
Parsovia, 26 de Abril.
Em data de 23 do corrente se publicou no Quartel
General Russiano de Siedlice huma parte em que se re
fere a derrota do General Polaco Sierauski. lºgº que
este passou o Vistula perto de Jozefow com 14 bata
lhões, 4 Regimentos de Cavallaria e 10 peças de arti
lheria, se dirigio sobre Belzyce avançando dalli até a al
dêa do Sterzeskouice. O General Russiano Kreutz reu
nio immediatamente nas immediações de Czerniow 6
batalhões e 22 esquadrões que erão as forças de que po
dia dispor. Ambos os Exercitos vierão ás mãos perto
de Sterzeskouice, e depois de pelejarem obstinadamen
te até o anoutecer abandorárão os Polacos a posição
retirando-se para Wengrow. Ao anoutecer do seguinte
dia (17 de Abril) os rebeldes atacárão com o maior de
nodo, e a acção durou todo o dia. . Os Russianos-car
regárão varias vezes á baioneta, sempre com bom exi
to, distinguindo-se particularmente a Brigada do Ge
neral Mouravieff. Os Polacos fugírão precipitadamente
até Opole.
 [496 |
Vendo o General Sierauski que em consequencia des commerciantes e advogados, forão condemnados legal
ta derrota não podia voltar á sua posição de Jozefou, mente parte a presidio perpetuo, e parte a 12, 10; e 8
nem passar o Vístulo por Karnien, tomou a direcção annos de prizão. No entanto continuão em Dresda as
de Kazimierz; com animo de se reunir, se fosse possi devassas e as prizões, e a tropa que se havia reunido
vel, ao General Pac, que segundo dizem, não tarda com motivo das ultimas desordens, continua a fazer
ria em chegar a Pulawy. O General Russiano Kreutz, serviço juntamente com a Guarda Urbana.
que havia entrado em Opole quasi perto da mela nou (Gazeta de Madrid.)
te, deo huma hora de descanço ás suas tropas, e fa
zendo sahir a sua vanguarda se dirigio em pessoa so ALLEMANHA.
4
bre HKilagi para se reunir com huma nova columna
que devia chegar pela margem direita do Vistula. Com Francfort sobre o Meno, 28 de Abril.
efeito perto de Kartschmiszka se incorporou á sua re- -
taguarda huma columna commandada pelo General Circulão vagos rumores a respeito do estabelecimento
Conde Tolstoi. Sabedores os Polacos do movimento do de hum systema de alfandegas e commercio commum a
General Kreutz tentárão de novo a passagem por Pu todos os Estados Confederados, e que faria da Alle
lawy, e aquelle para frustrar o seu projecto, dirigio o manha hum grande todo com relação á economia poli
ataque sobre a calçada do HVilagi. tica, ó mesmo que he a respeito da politica e da guer
Os Russianos para obrigarem o inimigo a sahir de ra. O impulso para esta obra verdadeiramente nacional
Kazimierz, fizerão hum movimento retrógrado, deixan provem de duas grandes Potencias da Allemanha, e as
do em posição o General Dellinghausen, a fim de que bazes já estão sugeitas á deliberação da Dieta. Ajui
podesse atacar de flanco o inimigo, e cortar-lhe a reti zando pelos boatos que correm, promove-se este assum
rada. O Quartel Mestre Géneral Prittwittz fez construir pto com grande actividade, e se poderia vello realiza
do até meado de Junho. •

huma bateria, que dominando as posições inimigas inu

tilizou o seu fogo, e deo lugar a que a infanteria Rus
siana se apoderasse de todas as alturas. No entanto o
Major General Pasckow á frente do Esquadrão de ca
vallaria de Cassadores Rei de Wurtemberg atacou e
derrotou completamente hum batalhão Polaco, e con
seguio o General Mourawieff fazer-se do ao de Pulaucy,
com o que se completou a victoria, e os Polacos arro.
jando as suas armas se precipitárão no Vistula confiados
em que o poderião passar a nado; porém a maior par
te pereceo afogada. O inimigo havia embarcado na
vespera a sua artilheria, e parte da cavallaria; não ob
stante ficárão duas peças d'artilheria no rio. Finalmen
te todas as tropas Polacas que havião á direita do Vis
tula ficárão vencidas, e seus restos se espalhárão pelo
bosques.
O General de Brigada Krzesimouski, o Major Sa
kouski, o Major Conde HVielhorski em quem se funda
vão as esperanças do partido, o Major Kowicki, Chefe
do 2.° Regimento de Hulanos de Sandomir, 52 Ofi
ciaes de todas as graduações, e 25 soldados, ficárão
em poder dos Russianos, que além disso se apoderárão
de 3 a 43 armas, e muita bagagem, que havia no cam
po da batalha. Dizem que o General Sierauski, ferido
em hum braço, passára o Vistula, e que segundo con
fessão os prizioneiros a perda dos Polacos não baixa de
6,3 homens. Pela parte dos Russianos ficárão fora do
combate huns 300 soldados.
Conseguida esta victoria dispoz o General Kreutz
que huma Divisão sahisse ao encontro do General Pac,
com ordem de o atacar onde quer que o achasse; en
carregando ao General Gerstenzwig sustentasse esta
operação. • •
O General Manderstern, acantonado em Sturziec,
no dia 21 fez hum reconhecimento com os Hussares de
Lubens, 200 Cossacos, e 2 peças d'artilheria, e tendo
encontrado o 5.° Regimento de Lanceiros Polacos ma
tou muitos soldados, e fez prizioneiros 6 Oficiaes, e
60 homens.
Avizão de Wilna que os Cossacos de linha derrotárão
os insurgentes em Oschmiana, matando-lhes 300 ho
mens, e tomando 150 prizioneiros. ( G. de Madrid.)
- SAXONIA.
- Leipsick, 25 de Abril.
- Em Dresda se restabeleceo a tranquillidade, e os ho
mens de bem estão contentes, ainda que para a conse
guir fosse precizo tomar medidas energicas e análogas
ás circumstancias. Dos principaes authores das desor
dens que houve naquella capital, 18 entre os quaes ha
(Gazeta Universal d'Augsburgo.)
FRANÇA.
Paris, 7 de Maio.
O Monitor do dia 4 desmintio a noticia do movi
mento das tropas Austriacas. O Nacional do dia 5 res
ponde, que aquella noticia lhe chegara á mão pelo
mesmo canal que a dos primeiros despachos do Mare
chal Maison. Além do que sustenta, que o falecimento
do Rei Carlos Felix pode dar lugar á immediata occu
pação do Piemonte, em cujo caso opina o periodista,
•
que ha motivo para acreditar que existe novo Tratado
entre a Sardenha e a Austria.
O Monitor desmintirá provavelmente esta noticia do
mesmo modo que a anterior. (Gazeta de França.)
Escrevem de Turim em data de 28, a que as tropas
Piemontezas havião formado hum corpo de Exercito e
marchado sobre as fronteiras. Calcula-se a sua força em
753 homens. O corpo de artilheria he hum dos mais
bellos da Europa, e he com mandado por Oficiaes acre
ditados. Já estão em marcha para a fronteira 40 peças
de artilheria. He certo que a Austria reunio pela sua
parte forças consideraveis, que se podem calcular em
1303 homens. Estas forças forão já organizadas para
entrar em campanha; estão abundantemente providas
do material, e munições que necessitão.»
Parece-nos, accrescenta o Correio Frances, que não
podemos admittir com grande confiança as consequencias
que os periodicos revolucionarios tirão dos movimentos
militares do Piemonte. (Quotidiana.)
Segundo os periodicos Hollandezes o Rei da Hollan
da mandou aos Commandantes dos seus vasos de guer
ra que se achão no Escalda, ordem para que permittão
a passagem sem lhes causar nenhuma demora, ás em
barcações que levarem bandeira Belga.
A inquitação geral que causão em toda a parte os
negocios da Polonia prova suficientemente, que o publico
sabe conhecer a critica situação em que se encontra
aquelle paiz. A desgraçada tentativa do General Uminski
e o desastre que soffreo o corpo do General Sierauská
erão calamidades demasiado consideraveis para os Po
lacos, até agora victoriosos em quasi todos os comba
tes parciaes. A derrota do General Duernicki na van
tajosa posição que occupava he hoje annunciada pelos
Jornaes Allemães. Sabe-se que além do Corpo de Ru
 [497]
diger contra o qual havia obtido vantagens se havia des as ruinas da Cidade onde embarcará muitos monumen
tacado outro corpo do General Diebitsch para o seguir tos antigos que levará directamente para París remon
até á Volhynia; parece que não poude resistir á acção tando o Sena. Não se diz se em Alexandria receberá a
simultanea destes dous corpos. Este successo provará que seu bordo os obeliscos de Cleopetra, que o Bachá do
Duernicki não encontrara na insurreição da Volhynia Egypto havia oferecido ao Governo Frances.
os recursos que esperava, e que este movimento pouco
pronunciado será comprimido pela derrota do corpo que Quando o General Clausel passou por Marselha de
o havia provocado. Diebitsch estabeleceo a sua praça volta d'Argel, recebeo do Corregedor e Tribunal do
d'armas em Siedlice. Satisfeito de haver reduzido os Commercio huma Memoria relativa á colonisação da
Polacos ao estado de não poderem intentar nada con ultima praça; e nestes ultimos dias lhes dirigio o dito
tra elle, reune as suas forças augmentadas pela incor General huma carta informando-lhes, que o &## já
poração da Guarda Imperial e prepara todos os meios se havia antecipado, e que se havião tomado disposi
de dar hum golpe decisivo. O Generalissino Skrzinecki ções para tirar utilidade de huma tão importante con
Inui claramente o annuncia na Ordem do Dia. quista.
(Correio.)
| Mr. Ewart, Deputado por Liverpool, deo noticia á
A Gazeta d'Augsburgo em hum artigo de Petersbur Camara dos Communs de Inglaterra, no dia 15 de Fe
go em data de 14 d’Abril, diz: vereiro proximo passado, de que acabava de se fazer a
* A impressão da dor e da indignação que excitou a primeira
Unidos. introducção de seda em rama nos Estados • •

noticia das criminosas tentativas dos insurgentes da Li

thuania, só se póde comparar com a que fez experimen A seda se dá bem na Pensilvania onde a introduzio
tar a aggressão dos Franceses em 1812. Todos se resen Mr. Duponceau, tendo dirigido a crias dos bichos de
tem aqui vivamente do insulto que fez ao poder da Rus seda Mr. Hermegue, residente em outro tempo em Ni
sia a revolução da Polonia e da Lithuania, e a nação in mes, na França. Hoje em dia se faz o ensaio da im
teira pede satisfação por meio de severo castigo. Quer-se a portação em pequena quantidade, mas pode assegurar
submissão não condicional dos rebeldes, e a incorporação se, que chegará a ser importante o trafico. A mostra
da Polonia ao Imperio Russiano; nunca houve huma guer que chegou a Inglaterra foi examinada pelas pessoas
ra mais popular, e não seria conveniente que o Impera mais intelligentes de Londres, que declarárão ser a dita
dor usasse de considerações; expor-se-hia a perder o af mostra da melhor qualidade. He mais fina que a seda
fecto de todos os seus povos. O bello sexo mostra o maior da Italia, e a mesma quantidade de casulos produz
enthusiasmo e exerce a maior influencia, ainda que em maior quantidade della.
sentido inverso que as Damas. Polacas em Varsovia. Os Na America se tem feito o ensaio de tingir e tecer a
mancebos das familias mais distinctas se alistão na qua dita seda com bom exito.
lidade de voluntarios; o Imperador acaba de encarregar A colheita poderá crescer com tanta rapidez na Ame
ao General Tohernitschef que immediatamente forme rica como o fez a do algodão nestes trinta annos, e tor
huma reserva de 1503 homens para apoiar o Marechal , nar-se-ha hum artigo muito precioso para o commercio
Diebitsch. Ao mesmo tempo se envia separadamente Inglez, pois poderá vir da America seda em rama, e
hum corpo do Exercito á Lithuania. Conheção os Po se enviarão em troco fazendas como está succedendo com o
lacos que se não insulta impunemente hum Monarca algodão.
que commanda cincoenta milhões de homens, e que pa Em quasi todos os Estados da União se dão perfei
ra evitarem
curso a propria
de huma ruina
completa unicamente lhes resta o re tamente as amoreiras brancas, e se crião os bichos de
submissão.» • •

seda.
- (Gazeta de França.) Huma Commissão do Congresso Americano se occu
pa neste negocio, para o qual chamou a attenção do
de. A22Gazeta de Konigsberg
de Abril, diz: em artigo de Tilsit em data Governo e a de Mr. Duponceau, hoje Presidente da
•

Sociedade Filosofica Amerieana.

" … Escrevem do paiz de Augustowo, que os Generaes
de Puschet e Schon com os seus pelotões de insurgentes
forão completamente derrotados. O General Frecken
derrotou huma Divisão de seis mil homens que se retirá
rão para a parte de Kamen. Quando chegárão a Memel
4,000 se salvárão refugiando-se nos bosques e os mais
se virão encurralados, tendo por huma parte o rio e pe
la outra a metralha dos Russianos, que os destruio em
pouco vivos.»
ficado tempo. Julga-se que nem hum cento(Idem.)
•
delles terão
HESPANHA.
Cadiz, 14 de Maio.
Por h um Decreto do Governo Francez, em data de
21 de Março, se authorizou em Africa a formação de
Batalhões e Esquadrões de 3uares. A Cavallaria terá
o nome de Caçadores Argelinos. Por ora deverão or
ganizar-se 2 Esquadrões de 159 homens cada hum. O
(Diario Mercantil.) :
Madrid, 17 de Maio.
Officio dirigido á Superintendencia da Policia pelo Ex
cellentissimo Senhor General Governador Subdele
gado Principal da repartição em Algeciras, em 9 do
corrente.
No dia 5 do corrente fundeou na bahia de Gibraltar
huma Corveta de guerra Fngleza procedente de Londres.
He d'inferir que trouxesse ordens do seu Governo para
o Governador da praça relativamente aos revoluciona
rios Hespanhoes refugiados na mesma; o certo he, que
na noute do dito dia o Capitão do porto com hum pi
quete de tropa recorreo todos os vasos surtos nelle, e
delles tirou 33 dos referidos revolucionarios, que fez lo
go transportar a hum Brigue de guerra que serve de pre
ziganga,
hum onde ficárão
destacamento prezos debaixo da segurança de
militar.
•

seu uniforme será o disposto pelo General Clausel.
segundo escrevem de Toulon para Paris havia sithi
do a 15 d'Abril para o Alto Egypto o Barco chato
Luxor, escoltado pela Charrua Bördigne. O dito Bar
co deverá subir o Nilo des de Rosetta, e navegará até
Como entre os sobreditos poderião estar os principaes
corifêos, se mandárão para que o vissem com a compe
"tente authorisação do &### tres pessoas commis
sionadas por esta subdelegação principal da Policia, as
quaes, tendo praticado a diligencia, manifestárão, que
} 33 individuos só poderão conhecer Palaréa, Esca
lanto, Arroyal, e P. Pena; Henrique (cunhado de Leonarda Maria Henriques, concerveira, que ultima
Dias Morales); D. José Maria Catellan, Oficial de mente sahio do Convento da Esperança, continúa a fa
Marinha; Alcalá, e hum tal Nicolta, da Ilha. E pelo zer toda a qualidade de doce, na rua direita da Espe
que respeita a Torrijos, Flores, Calderon, Golfin, e rança N.° 182, primeiro andar.
Dias Morales parece que devem estar escondidos em al Arrenda-se huma casa nobre na rua direita de S. Se
gum sótão da praça. bastião da Pedreira N.° 8, por hum ou mais annos»
Todos os prezos irão para Argel e me persuado, diz que tem todas as accommodações para huma numerosa
o Subdelegado, que brevemente ficaremos livres de to familia , com seu jardim , grande quintal e muitas
dos os animos inquietos que se tem refugiado no roche parreiras e arvores de fructo, com seis horas de agoa
do da fronteira. Parteciparei o que occorrer de novo para as regas cada semana, e sempre para o serviço da
sobre este particular, assegurando no entanto, que se cozinha, aonde vai encanada; grande cocheira, palhei
desfructa da maior tranquilidade em todas as povoações ro e cavalharice com seu poço de muito boa agoa,
do districto. (G. de Madrid.) muitos quartos para creados, e pateos para creações:
quem della precizar e a quizer vêr, pode dirigir-se á
*—*§§*—º mesma rua N.° 17, para se lhe mostrar e tratar do seu
ajuste.
Lisboa, 24 de Maio. Como José Freire Gameiro de Sousa Sid, da Villa
de Torres Novas, tem nomeado á penhora pela execu
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 24 de Maio. ção que lhe move João Antonio #### da mesma
Villa, huns predios que forão dados em partilha a Ray
Hontem á nouteEmbarcações
entrou huma avistadas.
Escuna Ingleza. •
mundo Verissimo de Sousa Lacerda Silva por morte dos
avós de sua mulher; avisa-se ao mesmo credor e a to
4 h. 35 m. 1 Curveta de Guerra Franceza, ao Sudoes dos os mais para evitar dólos e incómmodos, que estes
te do Cabo do Espichel. - bens não são proprios do executado.
7 h. 2 Cahiques Hespanhoes, ao Sul do Cabo da Roca; Quem quizer tomar de trespasse huma loja de confei
navegão para o Norte. -
teiro com todos os seus pertences na rua do Poço dos
8 h. 1 Fragata Franceza, 1 Galera Brazileira, 1 dita Negros, junto ao Poço Novo, N.°79, procure na dita
sem bandeira, , 1 Bergantim Portuguez, e 4 ditos o seu dono, com quem póde tratar o dito negocio.
sem bandeira a Oeste do Cabo da Roca: a Galera Quem quizer tomar de trespasse ou de renda huma
e os 4 Bergantins sem bandeira navegão para o loja de bebidas com todos os utensilios della, no sitio
Norte. do Campo de Santa Anna, junto ao Passo da Rainha,
10 h. 1 Curveta de Guerra sem bandeira ao Sul do Ca N.° 130, falle com o senhorio das casas no largo do Soc
bo do Espichel. corro N.° 19, Antonio José Gonçalves Lamas.
Embarcações entradas em Belém. Quinta feira 26, Mr. Petit, na rua Aurea N.° 48,
12 b. 35 m. 1 Galera Brazileira, Nova Aurora, de 1.° andar, faz leilão de varias fazendas Francezas, pa
Pernambuco, 52 dias, mala, e 6 passageiros, que ra liquidação de contas; a saber: cazimiras, e acolchoa
são: 1 Negociante, 1 Commissario, 2 Caixeiros dinhos pintados, para coletes; hum sortinento de le
de Commercio, e 2 mulheres, todos Portuguezes; ques, assim como carneiras, e esteiras para forro de
1 Bergantim Portuguez, Fama do Tejo, da Ba chapéos; gaze de seda preta, sarjas, e lenços de as
hia, 75 dias, mala, 2 passageiros, que são: 1 soar pintados de seda; e tambem luvas, lenços de lã
Negociante e 1 Estudante Brazileiros. pintados, jarras com flores, e mangas diferentes, hum
Embarcação sahida de Belém sortimento de chicaras e pires finos Francezes, estam
3 h. 38 m. 1 Escuna Ingleza para Londres. pas, agua de Cologne, hum lustre de bronze dourado,
N. B. O Barco de Guerra Inglez movido por vapôr que ealguma
mais fazendas que estarão patentes; haverá tambem
fazenda avariada. • -

entrou hontem, sahio hoje ás 8 h, 46 m. e tornou

a entrar ás 12 h, 21 m.
Publicação Litteraria.
. Publicou-se a Obra intitulada Manual das Revoluções,
escripta em Francez pelo Abbade de Beuy, traduzida
em Portuguez , e oferecida aos verdadeiros Portugue
zes por J. P. M.; vende-se na loja de João Henriques,
.na rua Augusta N.° 1, preço 240 réis.
Annuncios.
Na rua do Ouro N.° 173, terceiro andar , ha huma
casa de educação para meninas, aonde pagando 83000
réis cada mez se sustentão e ensinão a ler , escrever,
contar, cozer, fazer meia, marcar, bordar, cantar, e to
car piano: não aprendendo a tocar pagarão cada mez
43800 réis; e tambem se ensinão meninas externas. Se
alguem se quizer informar da boa educação, dão-se pa
ra esse fim pessoas respeitaveis.
*
=
> ••••••
Quarta feira, 25 do corrente, pelas dez horas, na cal
çada do Duque N.° 1. primeiro andar, ao Rocio, se
ha de vender em leilão publico a mobilia da casa, que
consiste em cadeiras, mezas, commodas, guardalouça,
espelhos, meza de magno de jantar , roupa de meza,
armario de vidraças para fazendas, copos, taboinhas, etc.
Quinta feira 26 do corrente, pelas 10 horas, na rua
de S. Francisco da Cidade N.° 36, 2.° andar, se ha de
vender em leilão publico a mobilia rica de huma casa
Inglesa, que consiste em cadeiras e marqueza com as
sentos de clina, mezas de jogo, e de sofá, huma meza
grande de jantar em tres peças, cada peça formando
huma meza da columna sobre si, # rico, guar
da-roupa, secretária, taboleiro para merenda, leito de
casados, tudo de gosto moderno, e de magno riquissi
mo; tapetes de sála, louça azul para jantar, serviço de
porcellana para chá, cristal, trem de cozinha etc. —
N. B. Ha hum forte pianno de nova invenção com tu
bos metalicos, do author Stodart de Londres, o qual
se pode ver antes do leilão, e ajustar em particular; e
huma sege nova de bom gosto.
T

LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA.

 NuM 123.
---+--+…>-{}…>----
TU…… …"; ,
|-

- -
…,
-
o
ANNo 1881. * *
•

**
+
|-

->
• ••

"………. * ---. . . . } º , . . . ".

• • , , >" - - - - .

•
GazETA DE LI.
" .. . •
2. "
:
« , || |-
- QUINTA FEIRA,
• -
26 DE MAIO. l"
…………… o a
|-
JB O A.
|- :
* ** *
- "" ;} b o• ,• •.

. . —=>>>>>>ess>ex- -" ,
* ** * - - - PARTE oFFICIAL. - " da Conselhº da Cidade, que teV e a honra de "pre…
— tar a S.M., e a S. A. R. a exposição que, conclue
assim: . " º 1 \, .
Senhor: Alteza Real:
, - Repartição da Reforma Geral dos Estudos. … » Os acontecimentos que nos dias anteriores perturbá
|- * * * . *** (): + + - •
rão, ainda que poucos instantes, a tranquillidade da
, Pela Junta da Directoria Geral dos Estudos se hão Capital, enchem da mais profunda magoa todos os leaes
de prover por Concurso de 60 dias, que começará em habitantes de Dresda; porque não poderão occultar que
27 do corrente mez, as Cadeiras de Curso Biehnal de esses movimentos tumultuosos compromettênão o glo
Rhetorica e Poetica , e de Historia Universal e Portu rioso renome que sempre merecêrão pelo seu amor e fi
i gueza das Cidades de Bragança, e Pinhel, cada huma delidade á illustre casa dos seus Soberanos, e a reputa
com o ordenado annual de 280,3000 réis. Os que pre ção que pelo seu respeito á lei havião adquirido todas
tenderem ser nellas providos, se habilitarão com Folhas as classes da sociedade; nem poderão negar que será
} corridas, Declaraçáo determinada na Lei de 20 de Ju facil que prevaleça a opinião de que outras Cidades do
nho de 1823, 1 Certidão de idade, e Attestação de pro Reino excedem esta na fidelidade e respeitoso amor a
prio Paroco sobre vida e costumes, reconhecidas, e em V. M. G B S. A. R. •
* \

fórma legal ; e no tempo acima designado concorrerão » V. M. e S.A.R.. não deixarão de conhecer, C O

a Exame perante a mesma Junta, ou perante o Com summario principiado contra os perturbadores que forão
missario della, em Lisboa. Coimbra , na Secretaria da apprehendidos o provará, que os sentimentos destes não
sobredita Junta, 16 de Maio de 1831. = O Secretario são os da Cidade de Dresda, mas sim unicamente os
Antonio Barboza de Almeida. de alguns homens exaltados, que movidos pelo exemplo
*-
e discursos de paizes estrangeiros, e excitados por ini
migos occultos da Saxonia, desconhecem o zelo com
que hum Governo verdadeiramente illustrado trabalha
> " PARTE NÃo oFFICIAL. por augmentar a ventura e prosperidade das Cidades,
e de todo o Reino. O processo provará que os mal-in
tencionados apenas conseguírão fascinar huma parte dos
NorICIAS ESTRANGEIRAS. . oficiaes mecanicos, que não sabendo nem o que espe
rão ganhar nessas tentativas illegaes, nem o que podem
, º GRECIA. perder abandonando-se a ellas, se tem deixado arras
#- - , 1 tar por huma impressão momentanea. Pela outra parte
Athenas, 27 de Março. os que voluntariamente se associárão aos promovedores
da desordem erão daquella classe corrompida, e sempre
Os Turcos, abandonárão o territorio da Grecia. O impotente, que sendo a escoria da população nada po
Agá Solimão Bey mandou embarcar a bordo de hum de perder e sim ganhar na desordem. ;
Brigue Ottomano, as armas e artilheria que ainda exis » A magnanimidade de V. M. e de V. A. R. não im
tião no Aeropolis de Athenas. Tendo partido para Ne putará á Cidade da sua residencia o crime de hum pe
groponto levou tambem todo o material de guerra que queno numero dos seus habitantes, desgraçadamente se
encontrou nas fortificações, e deo á véla para Constan duzidos por emissarios estrangeiros, e de huns poucos
tinopla. de mal-intencionados. Cahirá todo o rigor das leis so
, O Presidente que se podia oppor a que fossem desar bre os que promovêrão com premeditação a desordem;
madas as Cidadellas, não tratou ainda de substituir a eis o que desejão todos os homens de bem pelo amor
lartilheria que nos foi tirada tão injustamente. As forta da patria e da Cidade, e pelo seu proprio interesse; po
lezas de Athenas, os muros do Pèréo e de Negroponto, rém como Pais da patria manifestareis a vossa clemen
hoje sem defeza, podem ser occupados pelos piratas que cia para com os desgraçados seduzidos. * •

infestão os nossos mares, se se unissem aos do Pelopo " Assim apparecerá de novo com toda a sua força o
neso para fazer huma irrupção na Atica, e devastar a antigo a mor á boa ordem, e ás leis que sempre distin
Jlha da Eubea. (Gazeta de França.) guio os habitantes de Dresda. Já mais sofrèrão mudan
………:-º -i, SAXONIA.
- • • , ! +

ça estes sentimentos na maioria da nação; e ainda que a

- |- |- 1 '+ desordem desta época tenha envolvido, assim como outras
• Dresda, 24 de Abril. * * ** *
Cidades, esta em que residem. V. M. e V.A.R. nun
ea devereia duvidar de que vos achais na mais completa
Hoje o Rei e o co-Regente recebêrão huma Deputação segurança entre milhares de habitantes que em efecto, .
 [ 400 |
e inviolavel fidelidade não cedem a nenhum dos vossos vidade possivel, promettendo no entanto suspender to
subditos: e que os muros de Dresda continuarão a ser da e qualquer aggressão contra Roma.
sempre a vossa casa támo tem sido ha tantos seculos Apenas sabio a carta do campo dos insurgentes quan
huma habitação tranquilla e agradavel. º " do aquelle mancebo foi acomettido por hum violento
-* sarampo, e morreo tres dias depois pela imprudencia
Idem, 25. de hum medico que o mandou sangrar. Deixa viuva
huma filha de José Buonapartc;
A tranquillidade publica se acha de todo restabeleci Ext. da Gazeta de França.)
da; os negocios depois da interrupção que tiverão tor
não a seguir o seu ordinarie caminho. -s * - . FRANÇA.
vº """"""""
*,
"…, (E…acio
* *
dº Estafeta)
* *
#:

+
- *
\
- * • París, 4 de Maio. *-* #
<> ",
-" POLONIA. -*- *# . . . * "… -- -- --- …"

Sobre o accidente que occorreo na ponte de Brou

Minsk, 27 de Abril
ghton (de que já demos noticia resumida) lemos em hum
, periodico as particularidades: Hum corpo de
No dia 24 sahio de Siedlice o Marechal Diebitsch , e Atiradores do Regimento N.° 60 voltava do exercicio
####
ainda que por varias vezes tenha procurado attrahir os dirigindo-se ao seu Quartel. Tendo chegado á ponte
Polacos a huma acção, estes a tem evitado, retirando huns 70 começárão a desfilar para a outra parte; mas
se sobre Praga; tem havido não obstante algumas es apenas a primeira fileira precedida por tres Oficiaes
caramuças de pouca importancia; o Quartel General havia posto o pé em terra firme, quando ouvírão hum
Russiano se acha des de hontem nesta Cidade… " : : grande estrondo igual ao de huma descarga de fuzilaria,
• (G. d'Estado da Prussia.)
que desafiou a sua attenção. No mesmo instante se aba
- *, … • PRUSSIA. ," . teo a ponte por huma das extremidades e com grande
quantidade de pedra se precipitou no rio com huns 40
** * * +
Breslau, 31 de art • . . ? individuos do dito corpo, que ficárão envoltos nas cor
rentes de ferro da ponte e submergidos na agua. Feliz
•
·
mente o rio estava baixo, e não houve outra desgraça,
- Segundo a correspondencia particular parece que no que a de seis bastante feridos, a ponto que se julga fi
dia 26 houve huma acção perto de Kaluskyn, cujo res carão inuteis para toda a sua vida, e 14 contusos.
stiltado foi funesto aos Polacos, e espalhou em Varso
via o espanto e o terror Conduzírão-se acceleradamen O celebre Professor Paganini continua a excitar ca
te para a esquerda do Vistula as equipagens, e até mes da dia maior enthusiasmo: os prodigios que faz, (diz a
no a artilheria grossa do Exercito Polaco. Tambem se Gazeta de França) não se podem descrever com as pa
deo ordem que a toda a pressa se concluissem as forti lavras, he precizo vellos. Paganini pode viajar pela Eu
ficações de Praga. , (G. de Madrid.) ropa levando a sua rebeca só com huma corda (a quar
* * ** BELGICA. # e dizer sem jactancia aos Professores de maior fa
ma: Usem Vm.cês das suas 4 cordas na maior extensão
Bruxellas, 4 de Maio. possivel, e executem, se poderem, o que eu executo
com huma só. (E. do D. Mercantil.)
Segundo cartas da Haia o Rei Guilherme propõe aos
Estados Geraes que se intime aos Belgas evacuem e des Idem, 8.
armem os fortes e baterias que construírão sobre a mar
gem esquerda do Escalda; dá por causal desta preten Assegurão que o Rei vai immediatamente emprehen
ção, que se construírão as ditas fortificações durante o der a viagem que se propoz fazer por todas as Provin
armisticio, e ameaça destruillas á força se os Belgas se cias do Reino com o fim de averiguar e informar-se por
negarem a fazello. (G. de Madrid.) si mesmo dos desejos e precisões dos seus povos. Deve
• ITALIA. |-

começar pelos Departamentos da Normandia na margem

do Sena, e se deterá em Ruão, Havre, e talvez em
Florença, 20 de Abril. Cherburgo; verificar-se-ha a sua sahida sem duvida pou
cos dias depois de haver passado a revista geral á Guar
Ha poucos dias que aqui se celebrárão as exequias da Nacional; e irá acompanhado, segundo se diz, pe
do filho mais velho de Luiz Buonaparte na Igreja da los Ministros da Guerra e da Marinha. (Monitor.)
Santissima Trindade. Havia partido de Florença com O Abbade Gregoire, ex-Bispo Constitucional de Blois,
seu irmão mais moço, apezar das ternas instancias de membro da Assembléa Constituinte, faleceo nesta Ca
seu pai para lhe afastar da idéa esta viagem cujo obje pital em consequencia de huma dolorosa enferinidade.
cto não conhecia. Quando chegou a saber que seu filho (Diario dos Debates.)
se havia hido reunir com os insurgentes de Bolonha, lhe
enviou hum amigo para que o persuadisse a voltar e Idem, 12.
desistir de huma empreza tão insana como criminosa
contra o Chefe Augusto da Christandade, e contra hu Os periodicos de Varsovia convidão todos os Polacos
ma Cidade em que a sua familia havia achado tão fa a que remettào ao Banco, e á casa da moeda toda a pra
voravel acolhimento. Mas tudo foi em vão; corria ao ta lavrada de que possão dispor, para facilitar ao Go
seu fim, que foi tão rapido como funesto. verno o meio de cunhar moeda. Dar-se-hão em troco a
Apenas chegou ao campo dos insurgentes se atreveo todos os que se prestarem a este sacrificio, apolices do
aquele mancebb a escrever ao Chefe da Igreja, que já Thesouro. (G. de Prussia.)
mão devia pensar em conservar a Soberania temporal de . Os Periodicos da Prussia não dão mais notícia a res
Roma, incompatível, dizia elle, com o actual progres peito dos Exercitos Russianos e Polacos do que as que
so da razão humana; que para o futuro devia limitar hoje public㺠todas as folhas. No entanto parece que os
se ao exercicio do poder espiritual etc. Esta carta esta Russianos não tem avançado muito. Isto dá lugar a hu
va recheada dos lngares communs da escóla liberal con ma observação. Logo que se divulgou a noticiá“do Pri
tra a Corte de Roma. Concluia a carta convidando o meiro movimento retrogrado do Exercito Russiano, e
Santo Padre para que lhe respondesse com a maior bre do revez que sofreo em Ignadia procurárão os periodicos
 [ 501 ]
Allemães attribuir a alguma eausa secreta aquelle cdntra
tempo, que pareceo bastante extraordinario. A Gazeta
d'Augsburgo vagamente indicou que não havião coope
rado como devião os Generaes Russianos invejosos da
gloria do vencedor do Balkan. Agora insinúa o Cor
reio de Neker, que os Russianos contemperizão, e per
mittem que os Polacos obtenhão algumas vantagens
parciaes para terem o pretexto de passar o Vistula com
forças respeitaveis. (Quotidiana.)
RÃ-BRETANHA. +
Londres, 9 de Maio.
- Parece que o nosso Gabinete se não tem querido in
termetter em que o Principe Leopoldo acceite ou não
a Coroa da Belgica, porque conhece que não pode im
Pedir que a acceite sem privar-se das vantagens que se
gundo alguns nos devem resultar de que S. A. occupe o
Thronº elga; pela outra parte intervindo neste assum
1
Ptº poderia desagradar a França e perturbar as rela
ções de amizade que existem entre o nosso Governo e o
de Luiz Filippe. A Deputação Belga permanece nesta
Capital esperando a resposta do Principe a cujo respei
to nada tem transpirado. (Court-Journal.)
«"-
*—*§§ *—»
• Lisboa, 25 de Maio.
Sobre a necessidade e modo de propagar os conhe
cimentos uteis. * *
* Propagar entre todas as classes da sociedade e mais
Particularmente entre as que não tem tempo de se dedi
car ao estudo, os conhecimentos uteis de toda a especie
que podem receber a sua applicação nas differentes po
{
sições da vida humana ti, he o que pretende conseguir
}
o author do Propagador de conhecimentos uteis, publi
}
cando periodicamente diferentes methodos e processos
relativos ás artes, á economia domestica, e a outros di
versos ramos; porém não considerou que este meio he
Pouco a proposito para preencher tão interessante e
**
vasto objecto. +
Os escriptos faltos de principios, observações é par
} ticularidades, apenas produzem o efeito de excitar pas
sageiramente a curiosidade do publico, e cahir muito
depressa no esquecimento sem deixarem vestigio algum
# de conhecimentos nem a menor utilidade; tal foi a sor
4 te do Semanario de agricultura e artes, escripto por D.
Pedro Araus, das Memorias instructivas de D. Jerony
# ano Suares, do Semanario de agricultura e artes dirigi
do aos Parrocos, da Collecção de segredos raros de ar
tes e officios e de outros escriptos que em diferentes épo
# cas se tem publicado com o fim de propagar os conhe
| cimentos economicos e industriaes. Assim devia succe
der, e succederá toda a vez que se tentar promover a
instrucção por similhantes meios: esse modo de propa
gar os conhecimentos he inutil para os sugeitos instrui
dos, insuficiente para os que tem pouca instrucção, e
multo para os que se não podem dedicar ao estudo.
A's pessoas instruidas nada interessa a indicação e re
cordação do que já sabem, pois estão sempre ao facto
dos progressos das sciencias, quer porque consultão as
obras e períodicos scientificos que se publicão em paizes
estrangeiros, quer pelos resultados dos seus proprios tra
balhos; nestes e nas experiencias ou ensaios que execu
1ão para comprovar a exactidão dos methodos que se
a na enciãe-se mo-aperfeiçoados e dos novos descobrimen
tos, supprem com a sua propria sciencia ou instrucção que tem em dissolução, antecipadamente se póde cal
theorica e pratica as omissões dos escriptores, porque º cular quanto alcohol conterá o vinho, e com este co
estes costumão dar conta das suas experiencias, ensaios, nhecimento augmentar ou diminuir a materia alcholiza
analyzes, e mais trabalhos, referindo-se a theorias, vel, para obter vinhos do gráo d'espirituosidade conve
doutrinas, e principios geraes de que suppõem instruí
dos os seus leitores. / 1 , {
No estado em que hoje se achão as sciençias positi
vas, devem presidir nas operações químicas, artisticas,
e economicas dous generos de conhecimentos; 1.° o das
leis geraes fisicas e quimicas, ou os principios elementa
res destas sciencias; 2.° o da pratica ou arte de fazer as
operações: sem a concorrencia destes he impossivel exe
cutar com acerto a mais pequena manipulação, por
muito bem que se descrevão, cousa que não he coro
mum, todas as particularidades do processo. He necessario
saber de antemão apreciar a densidade ou pezo absoluto e
especifico dos corpos solidos, liquidos, e aeriformes; co
nhecer os efeitos da temperatura, da luz, da agua, e
do ar; comprehender a acção das leis da afinidade qui
mica e modo de obrar dos reactivos; e não ignorar as
propriedades dos gazes, metaes, corpos oxigenados etc.
por que huns ou outros destes meios e agentes concor
rem em todas as operações da natureza e da arte,
Não bastão estes conhecimentos para saber manejar
as operações; he precizo além disso saber exercitallas,
que he o que entendemos por pratica; esta se adquire
com facilidade nos laboratorios e oficinas, e até muitas
vezes suppre a sciencia ; tal be o incomprehensivel po
der maquinal que concedeo ao homem o author da na
tureza, porém he muito dificil obter esta pratica pela
simples leitura, pois são tantas e tão minuciosas as con
siderações que se devem ter presentes em huma opera
ção, por muito singela que pareça ser, que he quasi
impossivel descrevellas. Poderia não obstante vencer-se
em grande parte esta difficuldade se os escriptores ins
truidos dessem prolixa attenção a muitas das suas ex
plicações, e fossem menos avaros da sua sciencia.
Para que se possa formar huma idéa da parte scien
tifica e pratica das operações industriaes, tomarei por
exemplo a da fermentação do mosto, que he hum dos
processos geralmente praticados de hum modo de ruti
ana. Na fermentação vinhosa, ou alcohólica concor
"rem cinco principios ou agentes sem os quaes esta
se não pode efectuar; taes são: a agua, ou certo liqui
do aquoso, materia alcoholizavel, ou substancia gumo
sa-assucarada que se converte em espirito ou alcohol,
fermento, calorico e ar atmosferico ; tambem acompa
.nbão nesta fermentação formando parte do mosto ou
liquido fermentativo, os acidos malico e tartárico, a
materia colorante, o tanino, talvez acompanhado de
certo principio amargo, o azeite volatil aromatico, e
alguma porção lignosa proveniente do tecido celular da
fructa; porém de todas estas substancias só as cinco
primeiras são as que obrão na fermentação; visto que
com a exclusão das mais se verifica a decomposição da
materia assucarada, transformando-se esta em alcohol.
Os ditos cinco agentes exercem a sua acção intima e
reciproca no mosto das uvas, no das outras fructas as
sucaradas e no da serveja e nas soluções sucrinas; mas
he de notar, que geralmente concorrem os ditos prin
cipios em proporções irregulares, cujo equilibrio ainda
não tem sido determinado pelos Quimicos; daqui nasce a
diferença de qualidades dos liquidos vinhosos, e a incerte
za dos methodos do seu fabrico. Sem me deter nas particu
laridades que em rigor não pertencem ao assumpto de que
se trata, farei ver quaes são as principaes leis fisicas e
quimicas que cumpre não perder de vista na arte de fazer
o vinho; arte que está muito atrazada apezar de ser hum
dos mais importantes recursos da nossa industria agri
cultora. •
O que primeiro se deverá fazer he calcular o pezo do
mosto, por que sendo a sua densidade aerometrica hum
indicador fiel da quantidade da substancia assucarada

miente, e corrigir por este meio os defeitos das altera
gões naturaes do fructo da vide.
Mas para calcular aerometricamente a densidade do
mosto, assim como a de outro qualquer liquido, hein
dispensavel conhecer a theoria aerometrica, ou pelo me
nos a do pezalicores ou areómetro de Beaumé, que he
o mais usado, e saber que este instrumento se acha di
vidido em duas partes huma das quaes serve com o no
me de areómetro de saes para os liquidos mais densos
do que a agua; e a outra com o de areómetro d'espiri
tos para os que são mais leves do que a agua; porém
que he na realidade hum só instrumento, dividido as
sim para maior commodidade em seu uso pois o regu
tador commum he a diferença de pezo entre a agua pu
ra e huma determinada quantidade de certa substancia
salina. Se o areómetro de saes marca, por exemplo,
10 gráos, estes indicão que em 100 partes do pezo do
fiquido conhecido, 10 dellas são de sal ou de outra sub
stância solvivel, e as outras 90 de agua. Ha pequenas
diferenças no calculo destas soluções, e dependem da
natureza do sal, º ou da substancia solvivel, porém he
facil corrigillas.
Estes conhecimentos e os que abrange a theoría da
construcção do areómetro são indispensaveis para o seu
manejo; quem os ignorar nunca executará bem a ope
ração que os exigir, e por isso mesmo he necessario que
os adquira antecipadamente por que não he facil, que
ao descrever huma manipulação se entre em tão diffusas
particularidades; e isto seria forçoso fazello tratando
d'instruir as pessoas que não tem tempo de se dedicar
-ao estudo.
Tambem se deverião ter em consideração os efeitos
da temperatura na fermentação vinhosa ou alcoholica
por que se não concorrer o calorico etnjustas proporções
ficará sem se decompor a materia alcoholizavel. He tão
figorosa a influencia deste agente, que a fermentação se
accelera ou retarda ao passo que se eleva ou baixa
a temperatura, especialmente dos 10 gráos para baixo
na escala thermometrica de Reaumur, pois de 10
gráos para cima conserva sempre regularidade.
Para obter fermentações perfeitas se devem expor os
Inostos á temperatura de 12 a 15 gráos da escala de
Reaumur, sem haver inconveniente em que exceda ou
se eleve até os 24: de 10 gráos para baixo he a fermen
1ação irregular até os 8, e em descendo destes deixa
de se estabelecer. E como he possivel calcular a tempe
ratura sem saber a theoria do calórico e as regras em
que se funda a construcção dos thermometros? Este he
outro dos conhecimentos geraes que antecipadamente
se devem adquirir; e será hum meio que evitará os in
convenientes de tomar humas escalas por outras, e não
confundir a de Reaumur com a centígrada, com a de
Fahrenheit etc.
Quando no mosto houver hum excesso de acido que
convenha subtrahir ou neutralizar a "fim de melhorar a
qualidade do vinho, necessitará o fabricante empregar
substancias que produzão o dito efeito; neste caso se
acha muito exposto a sofrer perdas irreparaveis se igno
rar a natureza e propriedades das terras que se costu
não empregar; o carbonato de cal he huma das sub
stancias mais communs de que se faz uso para absorver
o acido excessivo de alguns mostos, mas se por falta
de conhecimento se lançar mão do sulfato de cal, que
he muito facil equivocallo com o carbonato, resultará o
que tem succedido em muitas occasiões, que he parati
Zar-se a fermentação do mosto e se tornarem os vinhos
imperfeitos. He de notar que o sulfato de cal e o acido
> —
* |-
* . * . . . . .
• • • • • •
•
• • ••
-
[ 502 ]
sulfuroso impedem a oxigenação do fermento, e por
consequencia a fermentação; he por isso que quando se
trata de conservar o mosto sem risco de que fermente,
a fim de fabricar o assucar ou mascavado de uva, se
coloca em vasilhas tapadas, depois de lhe dar o en
xofre, ou de lhe misturar sulfato de cal, e ainda me
|lhor o acido sulfuroso liquido. º º |
Sem sahirmos do exemplo que pomos na fermenta
ção vinhosa, se poderião fazer outras muitas observa
gões, que serião outras tantas provas da indispensavel
necessidade do estúdo das leis geraes da física e da qui
mica para proceder com acerto na execução das mani
pulações, porém o que deixamos indicado mostra que
sem os ditos conhecimentos serão estereis os trabalhos,
e se não farão progressos na industria. As precizões so
ciaes se vão tornando todos os dias mais numerosas, e
não ha outro meio de as satisfazer do que lançando
mão das sciencias positivas para fomentar a agricultu
ra, as artes, e o com mercio; neste caso he precizo pro
mover o seu estudo e difundir os conhecimentos uteis
de hum modo substancial, eficaz, prompto, e econo
* * *
mico. • ,, , (Estafeta.)
!
{
*—*§§ *--*! : * **
•
Telégrafo.—Serviço da Barra.—25 de Maio.
Nada se avista na Barra.
• •* * * — • • • ___
•
- - -
• º s . . Annuncios. - --
Pelo Juizo dos Orfãos da Repartição do Termo, Es
crivão José Ribeiro da Costa, arrematou Adrião Anto
nio dos Santos huma propriedade de 6ásas, sitas na rua
dos Navegantes com o N.° 25 a 27, pertencentes ao
casal de que se acha de posse D. Joaquina Maria da
Assumpção, e cuja arrematação foi requerida pela mesma
para embolço do que o mesmo casal devia ao referidº
Adrião Antonio dos Santos: em poder do arrematante
fica existindo o resto do valor da arrematação por con
venção feita qom a dita D. Joaquina Maria da Assumi
pção, até que se julgue livre e desembaraçado o dito pré
dio , para o que se afixárão éditos de trinta dias para
virem a Juizo os que se considerarem com direito aó
mesmo predio, pena de que findo o dito prazo ser jul
gado livre ao arrematante, e poder entregar o resto que
existir em seu poder á referida D. Joaquina Maria da
Assumpção. • •
Na rua Augusta N.° 187, 1.° andar, se fazem casa
cas na Lei a 33100 réis, coletes 700 réis, calças 750 réis,
sobrecasacas na Lei 23600; e toda a mais obra com
com modidade e asseio. | , ..
• * * Quinta feira 26 do corrente, pelas 10 horas, na rua
de S. Francisco da Cidade N.° 36, 2.° andar, se ha de
vender em leilão publico a mobilia rica de huma casa
Ingleza, que consiste em cadeiras e marqueza com as
sentos de clina, mezas de jogo, e de sofá, huma meza
grande de jantar em tres peças, cada peça formando
huma meza da columna sobre si, aparador rico, guar
da-roupa, secretária, taboleiro para merenda, teito de
casados, tudo de gosto moderno, e de magno riquíssis
mo; tapetes de sála, louça azul para jantar, serviço de
porcellanu para chá, cristal, trem de cozinha etc. —
N. B. Ha hum forte piano de nova invenção com tu
bos metalicos, do author Stodart de Londres, o qual
se pode ver antes do leilão, e ajustar em particular; e
huma sege nova de bom gosto. * - - -
* • • •• • E = T
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA. …
• 1." { - - - • - " . • + • • • •
… * . . . . .… " .
•
• •
.* . . J. |- : … 1 ,º + …
 NUM. 124.
GazETA DE LISBOA. - —………oºrse-
SEXTA FEIRA, 27 DE MAIO.
•
PARTE oFFICIAL.
R E A L E R A R I o.
No dia 27 do corrente se pagão na Thesouraria Ge
ral dos Ordenados os mezes de Janeiro, Fevereiro , e
Março do anno proximo passado das Folhas; a saber;
Extincta Junta dos Tres Estados, e Arsenal Real do
Exercito.
I
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
TURQUIA. •
Aleppo, 28 de Janeiro.
Sem antecedencia alguma, e com surpreza do nosso
Bachá, foi este accumulado de favores pelo Sultão.
Hum Tartaro lhe trouxe ultimamente com a ordem de
se pôr a caminho para Bagdad, o diploma de Califa
desta Cidade, Bachá de Adana, º Aleppo, d'Arbekir,
Mardin, Orfú, e Musul: ao mesmo tempo recebeo
varios Firmans em branco para nomear cinco Bachás
de tres caudas, a quem dará a investidura directa, e
estarão debaixo das suas ordens. A isto reunio a Porta
dinheiro, tropa, e o titulo de Generalissimo da expe
dição, com a faculdade de pedir a todos os Bachás
confinantes o contingente que julgue opportuno para o
bom exito da empreza. As forças que se pozerão debai
xo do seu mando dirigem-se contra o actual Bachá de
Bagdad, que depois de haver dado a morte ao Envia
do do Sultão abertamente se rebellou contra o Grã-Se
nhor; apezar de que a sua rebellião durará pouco, por
que não tem tropas que o sustentem.
Constantinopla, 14 de Março.
Finalmente se concluírão os negocios da Servia e os
seus Deputados já se despedírão da Porta. Ainda se
não pú# os artigos do novo Convenio, pelo qual
se designa a organisação do paiz; mas trânspirou que
se estabelece seja hereditario o Principado da familia do
Principe Milosh.
ANNO 1831.
+
Acabão de chegar os dous Deputados da ilha de Sa
mos, que já passárão a visitar os Ministros das tres
Cortes aliadas para solicitar a sua mediação. Prova
velmente só começarão a dar passos sobre este assum
pto depois das funcções do Bairam ; e ha motivos para
acrediatar que o Sultão e os seus Ministros continuarão
a respeito da ilha de Samos aquelle procedimento fran
co e generoso de que tem dado tão relevantes provas.
Diz-se que no tempo do Bairam publicará o Governo
algumas mudanças relativas em parte á organisação mi
•
litar. No tempo dos Janizaros era costume dar-lhes no
dia 15 do Ramadan hum jantar; mas o Sultão o sub
stituio com a distribuição de certa quantia de dinheiro
entre a tropa. +
Todas as tardes se reune muita gente no sitio onde o
Sultão fez construir certo numero de barracas. Estas,
com o fim de dar áquelles sitios huma fórmu simetrica e
elegante, são muito bem illuminadas. As Turcas tam
bem concorrem á reunião, em que reina admiravel or
dem e tranquillidade. Muitos Francos elegêrão aquellé
ponto para se encontrar, e em todas aquellas barracas
são admittidos com muita delicadeza e certa cordiali
dade que decididamente prova, que se derrubárão as al
tas barreiras que os separa vão dos antigos Mussulmanos
pela opinião dos ultimos, e que estes vão adiantando
diariamente cada vez mais na sua civilisação.
• • • • (Gazeta de Madrid)
PRUSSIA. +
Fronteiras da Lithuania, 27 de Abril.
Depois da derrota dos insurgentes tanto em Dorjian
como em suas immediações tem as tropas Russianas
voltado ao seu acampamento em Polangen; apezar dis
to não se tem entregue ao descanço, mas se apoderá
rão de Russich-Krottingec. Exigio-se aos habitantes
hum novo juramento de fidelidade ao Imperador. Logo
depois as tropas limpárão inteiramente de inimigos o
terreno que medeia entre Polangen, Krottingen e Dor
fian. A grande turba d'insurgentes se dirigio para Te
lscheu e Rossienna, onde parece que se concentrou.
O Conde Pahlen, Governador de Mittau, que havia
sabido desta Cidade com 43 homens, 6 peças d'arti
lheria, e 100 cavallos, marchou sobre Schauve, e tendo
alcançado os insurgentes entre Jamiscaei e Kalve, os
dispersou. Este General deve achar-se agora em Schauce;
no caminho se lhe reunio hum destacamento da guar
nição de Polangen.
O General Russiano Schirmer sahio de Dunaburgo
com 23 homens, e marchou contra HVilkomioz, onde

derrotou os rebeldes. Por avizos ulteriores se soube que
a primeira Divisão de Hulanos Russianos composta de
}
cavallos ás ofdens do Principe Chilkow, estava a ca
minho para a Lithuania, assim como desaseis batalhões
de Granadeiros das Colonias Militares.
Os insurgentes fuzilárão varios dos seus chefes a quem
accusavão de traição. Mr. de Billutzky, Marechal de
Telsch, que até o presente havia authorizado todos os
actos do Governo dos insurgentes na qualidade de mem
bro daquelle Governo, fugio por causa das suspeitas
que começavâo a formar-se a seu respeito. ** *
* -
* # -->• *- -
*
|-
|- Idem, 28.
Publicárão-se as seguintes particularidades do com
bate dado nas immediações de Mariampol entre as tro
pas Russianas e os insurgentes da Lithuania:
Sabendo os insurgentes que se achava acampado per
to de Mariampol hum Coronel Russiano com 800 ho
mens de infanteria, 190 Cossacos, e algumas peças de
artilheria, resolvêrão surprehendello e atacallo Sexta
feira 22 de Abril. O Commandante Russiano teve a
tempo aviso dos projectos dos rebeldes; de modo que
além de estar prevenido contra qualquer surpreza enviou
a Kalvary noticia sobre a expedição que os insurgentes
?" tentar. Naquella Cidade se achava destacado o
General Malinaf com huma Divisão de 63 homens,
entre Infanteria, Hulanos, Cossacos , e Kalmucos.
Os rebeldes devião passar por debaixo do fogo de Kal
vary logo que sahissem dos bosques para entrar no ca
minho t forão pois recebidos com vigorosas descargas de
metralha; á primeira deitou a fugir parte dos insurgen
tes, que consistia em aldeões que tinhão feito marchar
á força. O Chefe desta turba de rebeldes, chamado
Puschet, lhes dirigio huma falla, exhortando-os a se
conservarem firmes, e a empregarem todo o seu valor
para se apoderar da artilheria dos Russianos. No prin
cipio fez algum efeito aquella falla, pois renovárão os
seus ataques, ainda que sem fructo; e depois de se ha
ver derramado muito sangue forão &# completa
mente; de modo que só hum f***numero poude
voltar ás suas guaridas. Os Krakuzes, que estavão com
os insurgentes tiverão 23500 mortos e feridos, e 23 que
forão feitos prizioneiros, entre os quaes se achou hum
intendente e o Major Schus, levemente ferido, e de
pois fuzilado no dia 24, como o foi outro Chefe dos
Xrakuzes, que cahio em poder dos Russianos. O Ca
beça Puschet conseguio salvar-se internando-se em hum
bosque só com 12 homens. " •
. Segundo os ultimos avizos as tropas Rnssianas que se
achavão no campo de Mariampol, estavão abundante
mente providas de viveres, pois se apoderárão dos de
positos que os rebeldes tinhão nos bosques. O General
Malinoff havia destacado em diversas direcções grossos
destacamentos para limpar inteiramente de rebeldes os
bosques immediatos. Quasi todos os habitantes daquellas
povoações, os camponezes, e os Guardas das fronteiras
que se achavão com os insurgentes, já voltárdo ás suas
C4158 S»
Escrevem de Lyck em data de 26 de Abril, que as
Guardas Imperiaes Russianas que estavão em Augus
touco, Raygrod e outros pontos, se achavão de novo em
Lomxa e suas immediações. (Gazeta de Madrid.)
Konigsberg, 27 de Abril.
Dizem as cartas de Petersburgo, que todas as tropas
disseminadas nas Provincias occidentaes do Imperio se
vão concentrar immediatamente em Witepsk, onde se
formará hum grande Exercito de reserva, cujo mando
se dará ao Conde Pedro Zolski, Governador militar de
Moscow, e o General d'Auvray será Chefe do Estado
Maior. - • (G. de Leipsick.)
[ 604 |
SAXONIA.
Dresda, 31 de Abril.
A tranquillidade mais perfeita reina nesta capital,
não obstante se empregão com actividade todos os meios
possiveis para prevenir novas desordens; e ao passo que
se prendem varios individuos, se põem outros em li
berdade.
Os Principes Frederico e João, com o Principe Real
# de Baviera, passárão esta manhã brilhante revista ás
numerosas tropas que se reunírão nesta capital, e nos
+
seus arredores. (Correspondente de Nuremberg.)
ALLEMANHA.
Augsburgo, 8 de Maio.
Em data de 29 do passado annuncião de Varsovia o
seguinte:
* Qualquer teria dito hontem, que nesta Cidade havia
entrado huma tribu nomada. Todos os moradores do
territorio comprehendido entre o Liviez e o Vistula que
em consequencia dos avizos do Generalissimo abando
nárão seus lares, se apresentárão dentro dos nossos mu
ros. As ruas e as praças estavão cheias de anciãos e
mulheres levando pela mão os meninos, ao passo que
os homens robustos puchavão pelos carros carregados de
moveis e viveres. A inquietação que causou o avizo do
Generalissimo se reune a que inspira a noticia de que
em consequencia de hum movimento do Exercito Rus
siano o Polaco se retira precipitadamente. Logo se dis
poz hum Hospital para receber os feridos que se dizião
estavão a chegar: com tudo nos dias 26 e 27 só entrá
rão alguns procedentes de hum encontro parcial que
houve perto d'Eglow. Nas immediações de Minsk se
ouvio grande estrondo de artilheria; mas parece que tu
do se limitou a grandes evoluções militares, e que os
Russianos longe de quererem travar huma acção nos
arredores de ## , ponto guarnecido de reductos,
querem attrahir os Polacos para o seu acampamento
intrincheirado de Siedlice.
» Na noute de 28 sahírão os Russianos de Minsk.»
(Correspondencia da Gazeta d'Augsburgo.)
FRANÇA.
Paris, 4 de Maio.
Mr. Delcourt, que pretende navegar pelo ar, deo
em poucas palavras a idéa do plano de hum corpo a
que se poderá dar direcção.
» Será, em vez de hum globo esferico, hum vasto
cylindro dilatado na parte superior, e apresentando á
vista a figura de hum peixe colossal, e ao redor deste cy
lindro colocar-se-ha horizontalmente o apparato da di
recção do movimento.»
Nº lista que nos dá Mr. Delcourt das pessoas que tem
subido pelos ares se contão 21 pessoas do sexo femini
no; 16 Francezas, 3 Allemãs, huma Italiana, e huma
Ingleza. •
# todos os aeronautas conhecidos só 9 perecêrão nas
suas expedicções; Mr. Delcourt refere a historia destas
desgraças e della deduz, que rara vez a arte aeronáu
tica, e quasi sempre a imprudencia ou o concurso de
circumstancias casuaes poderão ter fataes resultados.
Pela outra parte nada se póde deduzir disto contra a
navegação aerea por que a maritima depois da exprien
cia de milhares de seculos oferece cada dia novas vi?
climas. • •
A 30 de Junho de 1826, pelas 5 horas da manhã, se
 * [ 505 1
elevou o author a 3,500 toezas sobre Paris. He muito destino desses armamentos não se pode por em duvida.
curioso saber quel era o espectaculo que se lhe apresen Dirigem-se ás fronteiras da Suissa, e ao litoral do Pic
tava á roda, e que vida se faz em huma altura tão des monte. Qual pois será o seu alvo senão a França?
conhecida para nós como os desertos d'Africa. Ouça A Suissa e o Piemonte são as nossas barreiras natu
nos o viajante: » Ainda que a duas mil ou duas mil e raes; as ultimas notas de Mr. Metternich pedírão que
quinhentas toezas abaixo de mim, reinassem ventos bem se desarmassem os Cantões e a Austria faz marchar tro
fortes, onde eu me achava o ar estava em admiravel pas para as suas fronteiras. Quererá acaso, surprehen
serenidade. Parado debaixo da abobeda do Ceo via dellas, e arrastallas tambem como em 1814 e 1815 a ou
sempre perpendicularmente os objectos que estavão de tra violação, de neutralidade? A respeito do Piemonte
baixo de mim, e isto durante quasi duas horas; e cer são notorias as intenções de Mr. de Metternich. Os Go
tamente se tivesse tido meios de dar direcção teria ca Vernos absolutos fazem tambem, as suas, conspirações.
minhado.» º Quer pedir a guarda das praças do Piemonte; deseja
Huma prova disto he, que tendo levado em huma sufocar o escasso numero de idéas liberaes que alli po
nova subida que fez o author a 16 de Abril de 1827 derião fructificar. . . * * * · -

…" No meio de todas estas demonstrações acaso nos en

dous remos do comprimento de 3 pés à e largura de 18 pol
legadas, experimentou no ar huma resistencia muito sen ganaremos todos com a illusão de que a Austria vê sem
sivel; e as suas manobras apezar da debilidade dos desconfiança a nossa revolução de Julho ! Ainda nos fal
meios lhe facultárão o poder escolher á sua vontade o larão dos desejos de conservar a paz que animão todas
lugar da sua descida. (Gazeta de França.) as Potencias,
hum quando!»o Gabinete de Vienna organiza
grande Exercito • • • • •

Idem, 8. Todos estes argumentos do Correio Frances são na

verdade bem velhos e rançosos. (Quotidiana.)
Segundo escrevem de Longwy o Governador de Lu
zemburgo fez sahir 200 individuos daquella Cidade por … Do extracto que demos, dos periodicos Polacos vê-se
não ter recursos com que subsistir no caso de hum cer que o Quartel General do Generalissimo Polaco se tras
co. Vai-se formar hum acampamente de 46,000 homens ladou de Jabukow para Minsk, isto he, que se retirou
sobre Grunberg. A guarnição de Luxemburgo sobe a sobre Varsovia. Disto se deve inferir, que o Marechal
8,200 homens e a de Sarreluís a 4,000: ambas as pra Diebitsch reunio todas as suas forças em frente de Sied
ças estão bem bastecidas. (Quotidiana.) lice, que he o ponto onde se apoia, e que os Polacos
pela sua parte se concentrão na distancia de 10 ou 12
Assegurão que o Governo Russiano trata de contrahir leguas da Capital O Generalissimo em sua proclama
hum emprestino com a casa de Sticgliz em Petersbur ção tão notavel pela sua nobre franqueza, partecipa aos
go. (Idem.) seus companheiros d'armas e aos seus concidadãos, que
a luta que com tanto denodo emprehendêra ainda se
Os movimentos de tropas Austriacas na direcção da não concluio, e os exhorta a terem confiança e perseve
Suissa e do Piemante causão summa inquietação ao rança, sobre tudo quando os acontecimentos da guerra
Correio Francez. Confessa não obstante, que he precizo exigem movimentos retrógrados.
ter presente a exageração dos periodicos Allemães, cu Diebitsch vai poís mover todo o seu Exercito contra
jas noticias não só costumão ser exageradas mas total Karsovia em lugar de adiantar, como nas primeiras ope
mente falsas. Cita a Gazeta de Hamburgo, que assegu rações, em muitas Divisões e em diferentes raios cujo
ra, que de 30.000 homens destinados para cobrir o Ty centro era aquella capital. De modo que segundo já nos
rol, nenhuma Divisão se acantonára nas immedioções de explicámos começa outra serie de operações militares.
Trento, pois todas estas forças se dirigião para a Suis Depois dos contratempos dos Russianos, depois de se
sa para formar a ala esquerda do grande Exército. haverem frustrado as varias tentativas que tem feito, se
(G. de França.) desenvolve o 4.° plano de campanha. Os dous conten
dedores se tornárão a colocar no estado em que se acha
O Correspondente de Hamburgo que muitas vezes re vão no principio da guerra; os Russianos na ofensiva
cebe de Vienna communicações cuja inserção no Obser e os Polacos sobre a defensiva. Porém os primeiros não.
vador Austriaco lhes daria grande authenticidade, dizia penetraráô como antes até se postarem diante de Praga
ha alguns dias a esta parte, que as tropas Imperiaes des sem sustentarem durante a sua marcha varias acções, e sem
tinadas primeiro ás fronteiras do Tyrol, marcharião se verem obrigados a tomar algumas posições que lhes
agora para as fronteiras da Suissa para formar a ala es hão de custar muito sangue porque os Polacos as tem
querda do grande Exercito. fortificado com summo cuidado. Quem sabe se Skrezi
* Mas o Correio Francez, que tanto se inquietava ha necki se arrojará de novo sobre o flanco de Diebitsch
poucos dias pelo desarmamento forçado da Suissa, está para o obrigar a abandonar a sua preza no instante em
àgora muito agitado pelo novo destino que se deo ás que se julgue proximo a apoderar-se della!
tropas Imperiaes. Quando marchárão sobre o Adige (Mensageiro.)
declamava pela intervenção imminente, porém hoje que Idem, 12. +

já se achão estabelecidas na linha de Inn ve a testa das

suas columnas em Huninga. Escrevem de Turim em data de 30 de Abril:
» A Austria diz, organiza e prepara hum grande » Quanto se tem dito a respeito das vistas da Austria
Exercito cuja ala esquerda marcha para as fronteiras sobre o Piemonte com motivo do falecimento do ulti
da Suissa. O que significa esse movimento! O que que mo Rei Carlos Felix, e de huma conspiração a favor
rem dizer esses preparativos! Agora se forma hum gran do Duque de Modena, não he mais do que huma serie
de Exercito quando se quer a paz, quando se proclama de falsidades cujo fim era agitar o paiz, excitar o odio
por toda a parte, que se deseja sustentar a boa harmonia contra a Austria, e obrigar o Governo Francez a ma
entre as Potencias! E á vista disto não sahirá o nosso nobrar sobre a Italia. . " º . •

Gabinete da sua apathia natural! Os armamentos da » O Principe de Carignan, como unico varão da casa
Austria são publicos, continuados, e immensos; aquelle Real de Saboya, tinha o direito de succeder ao Rei
Governo prudente e economico multiplica as conscri Carlos Felix como se fôra seu filho. Não foi o Con
pções, faz marchar grandes massas, organiza em fim gresso de Vienna que lhe conferio o seu direito, mas
Ínum Exercito como se fosse entrar em campanha. O sim o reconheceo. Eis a razão porque em todo o tempo

da enfermidade de Carlos Feliz, e até no dia do seu
falecimento não se alterou a tranquillidade hum só mo
mento em Turim, em todo o Piemonte, em Genova,
e na Saboya. Carlos Felix esteve 15 dias agonizante;
mas conservava perfeitamente os sentidos, e mostrava
às vezes hum animo sereno e nada abatido. O Principe
de Carignan lhe prodigalizou os seus cuidados. O Rei
lhe deo conselhos recommendando-lhe eficazmente a fe
licidade dos seus povos; as suas ultimas conversações
forão afectuosas e ternas. . Telégrafo. —Embarcações
|-
º Com efeito corrêrão em Turim boatos de conspira
ção; mas estes boatos tão ridiculos a ninguem enganá
1ão. A todo o mundo se suppunha nesta conspiração: a
Rainha , viuva de Victor Manuel, os Governadores
de Genova, Novara e Alexandria, todos os Ministros
á excepção do do Interior, todos os Coroneis e tropas
que devião, segundo se dizia, proclamar o Duque de
AModena, apenas vagasse o Throno. Era precizo suppor
grande estupidez nos Piemontezes, por não dizer outra
cousa, para crer que preferissem o Duque de Modena
a hum Principe de Saboya, reconhecido como unico
Herdeiro do Throno des de o anno de 814.
» Descobrio-se que aquelles boatos trazião a sua ori
gem de Lyão, Grenoble, París, e Milão. Mas, co
mo já disse, a ninguem enganárão, ainda que se asse
gure, que houvera em Turim Membros do Corpo Di
plomatico que derão credito áquellas vozes, e que qui
zerão dar noticia disso ao Principe de Carignan. O fa
cto he que S. M. Carlos Alberto foi reconhecido Rei no
instante em que morreo Carlos Felix, não só sem con
tradicção mas com jubilo, e concebendo as maiores es
peranças de hum Governo justo, sabio, e sem outras
vistas que a maior felicidade do povo.»
(Gazeta de França.)
*———* $$ *-*
"Lisboa, 26 de Maio,
… . ( Artigo, communicado. )
* * *
+ +
… hum pequeno pateo coberto com telheiro, edificadas,
ElRei Nosso Senhor, tendo nomeado para prégar na em terreno que arrematárão pelo Juizo da Inspecção
Sua Real Presença, na Real Capella do Paço de Qué
luz, no dia 23 de Maio, 1.° Oitava do Divino Espirito
Santo , ao Padre Mestre Doutor Fr. João de S. Boa
ventura, Monge Benedictino, o dito Prégador Regio,
na qualidade de Procurador Geral da sua Ordem, teve
a honra de ser admittido á Real Presença de Sua Ma
gestade; e beijando-Lhe a Real Mão, em nome do Dom
Abbade Geral da Congregação de S. Bento, novamen
te eleito, o Reverendissimo Padre Prégador Fr. Bento
do Pilar, dirigio a ElRei Nosso Senhor hum breve dis--
curso, supplicando-Lhe Lançasse a Sua Piissima e Real
Protecção sobre huma Ordem Religiosa, a mais antiga
de Portugal, e que tantos e tão relevantes serviços tem
prestado á Religião, a Portugal, á Europa, e ao mun
do. Ao que. ElRei Nosso Senhor respondeo satisfeito,
como era dePiedade.
consumada esperar da Sua Affabilidade, Religião, e
•
"ElRei Nosso Senhor, o Senhor Dom Miguel I., an
nuindo benignamente á supplica, que no dia 2 do cor
rente mez de Maio do presente anno, no Real Palacio
de Queluz, Lhe fez o Bacharel Luiz Freire de Liz Cra
veiro, das Guintãs, nomeado Juiz de Fora de Monchi
que, concedeo a Graça de poderem usar da Real Efi
gie em Medalha pendente ao peito: Manoel Soares
* LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
[ 506 ]
de Freitas, e seu pai; Manoel Maria Ferrás de Tor
res, e o Reverendo Francisco de Figueiredo, aquelles
da Villa d'Ois da Ribeira, estes, o primeiro Juiz dos
Orfãos d'Ilhavo, e o segundo Cura d'Almas, por cuja
Graça o mesmo Bacharel de novo beijou a Regia, Au
gusta, e Bemfeitora Mão.
*—º §§ * +
Serviço da Barra.—26
avistadas. de Maio.
• •• •
10 h. 50 m. 1 Curveta de Guerra Franceza, a Oeste
do Cabo da Roca.
12 h. 13 m. 1 Bergantim sem bandeira a Oeste do Ca
da Roca.
12 *# m. 1 Fragata Franceza ao Sul do Cabo da
|- O Cas -
3 h. #
•
42 m. 1 Curveta
de Guerra sem de Guerra Franceza,
bandeira, e 1 Bri
ao Sul do Cabo da
OC8 •
; /
- Publicação Litteraria.
Sahio á luz o N.° 26 do Exame Critico e Historico
do Livro dos Martyres de Fox, que remata o 1.° To
mo desta erudita e excellente obra: vende-se na loja de
João Henriques, e nas mais do costume.
Annuncios. -
Maria de Jesus, viuva de Antonio José Pereira de
Carvalho, ha pouco falecido, annuncia a todos os de
vedores da sua casa, que lhes não abonará pagamento
algum que não seja feito com recibo seu , e promette
aos crédores de sua casa, que hão de ser avizados de
quando, e onde começa o seu inventario.
Quem precizar de huma ama de leite, Pode procurar
• na rua de S. Bento no pateo do Gil, N.° 2.
João Antonio, com fabrica de pão na rua direita da
\ Lapa, compra a José Bernardino de Senna e sua mu
lher, as casas na rua do Meio á Lapa, N.° 61 e 62,
que constão de lºja, hum andar, e agoa-furtada, com
do Bairro do Mocambo em 1819; e faz este annuncio
a beneficio de quem direito tiver a impedir a venda des
ta propriedade, para o fazer constar no Cartorio do
Escrivão do Civel da Cidade José Luiz Matthias, on
de correm edictos de 30 dias, findos os quaes se ha de
julgar livre e desembaraçada. -
Quem quizer tomar de trespasse hum armazem de ven
da de vinhos e aguas ardentes, que se acha estabeleci
do na rua do Principe N.° 3, procure na rua da Prata
N.° 171, 2.° andar, onde achará com quem póde tra
tar do ajuste.
Na tarde do dia 30 do corrente, se hão de arrematar
na Praça do Deposito Geral com o abatimento da 5."
parte dos seus valores humas casas com suas pertenças,
no sitio do lugar da dos Galegos, avaliadas em 220,3000
réis; hum serrado que serve de pomar de caroço, de
fronte das mesmas casas, avaliado em 603000 réis, e
tudo he pertencente á Freguezia da Sapataria: he Es
crivão Couto.
Na rua dos Capateiros, vulgo Arco do Bandeira, N."
8, ha huma carruagem de oito pessoas para vender,
que serve para bois e bestas montada em mollas.
Vende-se huma boa parelha de machos; quem os pre
tender póde dirigir-se ao ferrador ao Collegio de No
bres, Serafim Antonio.
 Num . 125.
*-+=----
GAZETA DE LISBOA.
—-->==>>>6<>|$$$1<-3a=<=-—
, SABBADO, 28 DE MAIO.
=>4333 c55<
"ARTE NÃO OFFICIAL.
A Tr —
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
SUISSA.
Lucerna, 28 de Abril.
Pelo Ministro do Rei de Sardenha se dirigio ao Di
rectorio relativamente á neutralidade a Nota seguinte:
» O abaixo assignado havendo julgado da sua obri
gação levar ao conhecimento do Rei seu amo a Nota
que SS. EE. os Procuradores e Conselho d'Estado do
Cantão de Lucerna, Directorio Federativo, lhe dirigí
rão a 5 de Janeiro ultimo, acompanhando a declara
cão da Dieta extraordinaria da Confederação Suissa de
27 de Dezembro de 1830, recebeo ordem de manifestar
lhes a sincera gratidão de S. M. por esta communica
ção, que recebeo com o maior interesse.
» Cheio de confiança nos Tratados, que em huma épo
ca memoravel restabelecêrão a boa ordem na Europa,
e assegurárão á Suissa em particular huma existencia
tranquilla e independente, o Rei está persuadido da in
variavel resolução dos seus Augustos Alliados, assim
como da sua propria, de conservar em todo o caso á
.Suissa os beneficios da neutralidade perpetua que lhe
está assegurada.
2: Conhecendo todo o valor que dá á sua independen
cia a Confederação, S. M. não cessará de acompanhar
com seus votos esta imparcial e prudente solicitude, que
consolida cada vez mais huma neutralidade que a Cor
te de Sardenha se felicita de ver adoptada conforme os
Tratados existentes por hum Estado vizinho e amigo.
º Conforme este principio e animado da mais sincera
benevolencia relativamente á Confederação Suissa, o Rei
se lisonjea de que a Dieta se achará muito em breve
no caso de pôr termo ás medidas extraordinarias que
provocou hum nobre patriotismo; e que assegurada pa
ra o futuro poderá gozar des de já aquella segurança a
egue estão ligados os mais preciosos interesses da Suissa,
e os desejos de S. M. - que estamos persuadidos de que nada se tem decidido,
» Encarregado de transmittir ao Directorio Federati
•o a expressão das suas amigaveis disposições, o abaixo
assignado aproveita eficazmente esta occasião para lhe
renovar a segurança da sua alta consideração.
… Berna, 18 d'Abril de 1831.= O Enviado Extraor
dinario e Plenipotenciario de S. M. o Rei de Sardenha
na Suissa. • |-
(Assignado) º Bazinduc Chanay.”
(G, de França.)
ANNo 1831.
}
FRANÇA.
Paris, 4 de Maio.
* Mr. O'Connell chegou a esta capital vindo d'Ingla
terra , e tendo-se dirigido por Southampton , e pelo
Havre. (G. de França.)
Lord ####### lugar Tenente da Irlanda) es
creveo ao Governo dizendo, que se acha intimamente
convencido de que nada ha que termer sobre a tranquil
lidade da Irlanda nas proximas eleições.
(Brighton Gazette.)
A 17 d'Abril chegárão a Riga e a Dunaburgo 113
homens. São batalhões de reserva das Colonias, os quaes
devião ter chegado a Riga a 15 de Março.
O contingente de Holstein-Lauenburgo, que consta
de 3.000 homens, já se acha prompto. O mando da
2.° Divisão do 10.° Corpo do Exercito foi confiado, se
gundo se assegura, ao #### de Hesse-Filippsthal.
(Correspondente de Nuremberg.)
A Commissão de Justiça estabelecida no Grã-Duca
do de Hesse para averiguar os authores dos escriptos
revolucionarios espalhados pelo paiz, não tem produzido
nenhum resultado de importancia. Parece que se impri
Inírão em Strasburgo. Tinha-se fixado o dia da insur
reição para o 1.° de Maio, e designado muitos lugares
para a reunião dos insurgentes; a fortaleza de Ozberg,
Aschaffenburgo etc. Não he precizo dizer que taes proje
ctos não tiverão nenhum resultado, mas que no entan
to servem para dar a conhecer as intenções de certo
partido estrangeiro. (Gazeta Universal de Augsburgo.)
Tdem 2 6.
Lê-se no Correio dos Paizes-Baixos: -
» Certo periodico de Bruxellas annunciava hontern,
que o Governo tinha recebido a noticia positiva da ne
gativa do Principe de Saxonia Coburgo. Já dissemos
e de que ainda continuão abertas as negociações. Di
zem que os nossos Commissarios pedírão novas instruc
ções.»
Os Diarios da Polonia de 26 de Abril não contém
noticia alguma. Hum Buletim Russiano em data de 23
só refere as particularidades da derrota do General Sie
rauski,
já se temcuja perda avalia em 6,000 homens, segundo
publicado.
•
 [ 508 ]
A Gazeta de Estado da Prussia faz menção de huma degolar todos os brancos, que lhes fizessem resistencia e
carta de 26 em que se diz, que naquelle mesmo dia de levar o fogo e o horror por toda a ilha. •

vião principiar as hostilidades.", » O Governador desprezava as respeitosas manifesta

ções dos habitantes respondendo-lhes, que não havia re
O General Schneider, que commanda o Exercito da cebido do Governo o poder de curar sustos. Mas quan
Morea solicitou permissão do Governo para voltar á do rebentou a revolta de S. Pedro começou a desenga
França. O motivo da sua pretenção he o estado da sua nar-se; ainda que amigo da sua opinião julgava ser bas
saude visivelmente quebrantada naquelle clima. Dizem tante a tropa de linha para conter a rebellião, e levou
que vai ser substituido pelo General Trezer. a mal que se lhe reunissem as Milicias. Estas não fize
rão caso das ordens do Governador, e eficazmente con
O Duque de Brunswick passou por Bayona a Y30 de tribuírão para salvar a Colonia.
Abril com direcção a Madrid. *
» A prezença do Governador em S. Pedro. se deve a
•|- |- • |- |- • • • * |-

- certos Capitães de vasos mercantes, que vendo fechados

O Monitor diz o seguinte: os armazães de S. Pedro, se forão apresentar ao Go
» Quando cabio o Governo d'Argel, os habitantes vernador, e podérão conseguir que elle desse algum cre
de Tremezin, hum dos pontos mais distantes da Regen dito ao perigo que ameaçava. Até huma hora depois de
cia, entendèrão que para evitar as violencias que te-- haver desembarcado em S. Pedro com duas Compa
mião dos Turcos, se devião colocar debaixo da pro nhias, não acabou de se convencer do erro em que ha
tecção de huma partida de Marroquinos. Esta partida tanto vivia. A sua chegada ardião muitas casas. Deo
nunca foi mais de 150 homens. O Imperador de Mar ordens muito severas. Da sua habitação mandou carre
rocos foi convidado a chamallos, e ha motivo para acre gar sobre os rebeldes. A franqueza com que o Gover
ditar que evacuárão Tremezin. Hum parente do Im nador confessava o proprio erro não o livrou de violen
perador havia escripto a alguns Chefes d'Arabes para tas inculpações. O Procurador da Coroa cheio de in
que se reunissem debaixo do seu dominio: estes lhe res dignação demittio-se de seu cargo declarando, que não
pondêrão, que só conhecem por Soberano aquelle que queria servir debaixo de huma tal administração etc.
occupar Argel. No entanto aquelle Principe não tem » O estado da Colonia ainda he muito critico; a
feito nenhuma demonstração hostil, e continúa a viver tropa está sobre as armas e he precizo que assim con
em boa intelligencia com nosco. Tem-se constantemente tinue.»
respeitado o culto e os costumes dos Argelinos. Pode
mos assegurar, que reina em Argel a tranquillidade mais Escrevem de Stockolmo, em data do 1.° d'Abril:
completa. » Segundo as folhas Allemãs referindo-se a cartas que
» Quanto ao Exercito de occupação consta de muitos se suppõem escriptas na Suecia, rebentárão desordens na
Regimentos de linha cujos corpos estão completos, de Finlandia; no Ballico se esperavão as Esquadras In
alguns Esquadrões de cavallaria e de huma artilheria gleza e Franceza; e o Imperador Nicoláo havia recla
bem montada, e de diferentes tropas auxiliares cujo mado a prestação do nosso contigente. Na semana pro
numero vai diariamente em augmento. Desta sorte se ximo passada ainda estava a Finlandia em completo
acha com bastantes forças para nada ter que recear de socego. Ninguem havia annunciado a vinda das Es
nenhuma parte; para repellir toda a especie de aggres quadras estrangeiras ao Baltico, e não se nos podia pe
são e conduzir as suas operações para onde o julgar con dir hum contingente sobre o qual não ha nenhum pacto
veniente. Eis o que acaba de fazer o Tenente General nem estipulação. As nossas tropas não se reunirão este
Barão Berthezcne penetrando no interior do paiz com anno para se adestrar nas manobras, por causa da es
menos de 43000 homens, que não tiverão que disparar cassez dos ultimos recrutamentos. Continuamente se fa
hum só tiro.» zem preces publicas por causa de se achar grávida a
Princeza Real.»
Idem, 7.
As principaes disposições do Regulamento adoptado
O Diario do Havre traz as seguintes noticias a res para a livre navegação do Rheno, são as seguintes =
peito da insurreição da Martinica: ficão abolidos todos os privilegios de navegação; não
» Havia tempo que era excessiva a insolencia da gen haverá diferença entre a grande, a mediana, e a pe
te de côr. As concessões do Governador só havião con quena navegação. Para decidir as questões que se sus
tribuido para a irritar contra os brancos. Pelas ruas citarem nestes negocios se estabelecerão Tribunaes par
se ouvião canções patrioticas que expressavão os senti ticulares de Alfandegas que julgarão em 1.° e 2.° ins
mentos mais atrozes e sanguinarios. O Governador en tancia. Haverá portos livres des de o mar até as fron
ganado sobre o verdadeiro estado das cousas approvava teiras da Suissa estabelecidos nos silios mais favoraveis
quanto favorecia a impunidade dos agitadores; os em para o commercio. Abre-se hum vasto campo ás espe
pregados subalternos por fraqueza não cumprião com a culações dos habitantes de todos os paizes regados pelo
sua obrigação. Rheno. (Estafeta.)
» Succedeo ultimamente, que achando-se doente a
mulher de hum Capitão, alguns mulatos da vizinhança GRÃ-BRETANHA.
cantavão dando gritos terriveis. O marido lhes rogou
que attendessem ao estado em que se achava sua mu Londres, 7 de Maio.
lher. Isto servio para que se augmentassem os gritos.
O Capitão os ameaçou dizendo, que se hiria queixar á As noticias das nossas possessões na India annuncião
Policia; elles respondêrão com insolencia e desprezo. que as Provincias do Noroeste se sublevárão, e que
O Coronel Fauché queixou-se ao Governador, que não Runject-Sing se pozera em campo á testa de 503 ho
tomou providencia alguma. Tornárão os mulatos a re mens; accrescentão, que o territorio de Jeypore está
novar a sua gritaria com maior força, e o Capitão se em completa anarquia, e que o Chefe que o comman
vio obrigado a mudar-se com sua mulher a quem podia da recorrera aos Inglezes para que o ajudem a sufocar
ser perigoso o continuar alli pelo estado em que se a insurreiçao.
achava.
. » Antes da revolução havia alguns indicios dos pro Pelo navio de Guerra # Alcon, que sahio de Car
jectos dos negros, Havião sido surprehendidos fazendo thagena das Indias a 13 de arço se soube, que nas im
ballas e cartuchos; e se soube do seu designio, que era mediações de Santa Martha estavão para vir ás mãos
 [ 509 | •

ºs dous chefes do paiz, e que dous Regimentos de Mi diadas, e segundo as cartas que dalli se recebêrão, no
licias com os seus Coroneis havião, recusado obedecer ao
legítimo Governo. O Almirante Colpoys, sciente des
das occorrencias, fez sabir huma embarcação para pro
teger as pessoas e as propriedades Britanicas.
(Courier.)
Hindo o Almirante Sir J. S. York a 5 do corrente
na companhia de dous Capitães de Marinha e outro
individuo dentro de hum bote, huma repentina rajada
de vento o fez virar perto da enseada de Southampton,
e todos perecêrão. •
momento em que o navio deo á véla a Cidade se con
siderava em grande perigo.» (M. Post.)
Huma folha de Filadelfia annuncia a chegada dos
Gemeos Siamezes áquella Cidade do modo seguinte:
» Hum dos gemeos Siamezes chegou aqui Segunda fei
ra ultima, acompanhado por seu irmão.» (Courier.)
População dos Estados-Unidos. Segundo os Mappas
do anno proximo passado parece que a população da

America septem triorial nos ultimos dez annos tem tido

O Almirante era Oficial de valor e homem estima quasi o augmento de 50 por cento nas principaes Cida
vel; será geralmente sentido o lastimoso successo que des, 42 das quaes collectivamente continhão em 1820
a Il Illlll Cl a [I]OS,
huma população de quasi 600,000 almas; ao passo que
as mesmas Cidades segundo o ultimo recenseamento
A Chronica de Limerick annuncia huma seria desor contão perto de 900,000. Algumas Cidades tem dupli
dem que occorrera entre os camponezes e a força mili cado o seu numero em dez annos, outras o tem quasi
tar em consequencia de os primeiros se terem reunido em triplicado, a maior parte tem tido augmento na razão
grande numero com o fim de arruinar o campo de hum indicada ao passo que algumas poucas tem diminuido.
individuo por nome HVigmore, em Ross, no Condado de - -Em 1820 Em 1830
Clare. Leo-se a Lei para se dispensarem os ajuntamentos Albany continha - - - - - - - 12,630 - - - - 24,216
(Riot-Act) mas os camponezes respondêrão a esta inti Cincinatti - - - - - - - - - - - 9,642 - - - - 26,5 15
mação apedrejando a força militar, que sem demora Nova York - - - - - - - - - - 123,706 - - - - 200,942
atacou os perturbadores, e os fez fugir em todas as di Filadelfia - - - - - - - - - - - 108,116 - - - - 167,688
recções; 34 forão prezos. Assegurão que 2 perdèrão a Boston - - - - - - - - - - - - 43,298 - - - - 61,381
vida, e que pelo menos 12 ficárão feridos. Os prezos já Baltimore - - - - - - - - - - - 62,738 - - - - 80,526
forão levados para a Cadêa do Condado, escoltados por - (Athenaeum.)
huma guarda reforçada.
*—º §§ 4–»
As noticias das Mauricias de data mais recente nos
oferecem a seguinte proclamação: Lisboa, 27 de Maio.
» Em nome de S. M. etc.
» Artigo 1.° Nenhuma pessoa poderá estabelecer pre (Artigo communicado.)
lo algum, ou imprimir obras, seja de que natureza fo
rem, sem ter previamente obtido licença ou permissão Em o dia 26 de Maio teve a honra de beijar a Real
do Governo para esse fim. Mão de Sua Magestade o Senhor Dom Miguel Primei
» 2.° Nenhuma pessoa, tendo obtido essa licença ge ro, da parte do Governo de Moçambique, o Tenente
ral, poderá imprimir cousa alguma cujo privilegio ex Anselmo Antonio da Costa , e o Mesmo Augusto Se
clusivo de impressão tiver sido concedido pelo Governo nhor lhe concedeo a Graça de poder usar da Medalha
a qualquer individuo particular, em virtude de Paten com a Sua Real Effigie. •

te, contracto, ou outro qualquer ajuste.

» 3.° Nenhum artigo de politica em geral, noticias *—º §§ * -%
ou outro qualquer assumpto, excepto unicamente De
cretos, Ordens, e Avizos da Justiça, sanccionados e MEzA DA CoNscIENCIA E ORDENs.
assignados pelas Authoridades competentes, poderão ser
impressos sem que os mesmos sejão previamente apre Edital.
sentados, e approvados pela pessoa nomeada pelo Go
verno para dirigir a Imprensa desta Colonia. A Meza da Consciencia e Ordens baixou em 21 de
* 4.° Toda e qualquer infacção dos tres artigos prece Junho de 1830 o seguinte |-

Avizo. •

dentes será punida por meio de huma mulcta de 500

patacas.
… Porto Luiz, Ilha das Mauricias, 28 de Abril de
1331. • da Meza da Consciencia e Ordens, com a Relação dos
º Rafael Darling, Major General Commandante.
(Por ordem) G. A. Barry, Primeiro Secretario do
Governo.»
Segundo os Jornaes Americanos em Carthagena se
a fixou huma Proclamação, em data de 12 de Março
ultimo, declarando que o Governo da Republica Co
lombiana havia determinado, que o rio Atrata proviso
ria mente aberto ao commercio estrangeiro ficaria fecha
do ao trafico directo; e que em consequencia do mesmo
Decreto todos os que quizessem commerciar com o De
partamento de Cauca devião primeiramente apresentar
» Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — Levei á
Real Presença de ElRei Nosso Senhor as tres Consultas
Commendadores e Cavalleiros das tres Ordens Mili
tares, que por motivos que allegárão obtiverão licen
ça para deixar de acompanhar a Procissão do Cor
po de Deos, desta Capital; e Foi muito desagrada
vel ao Mesmo Augusto Senhor a relaxação que se tem
introduzido, e continúa em progresso. O que V. Ex."
partecipará á mesma Meza, para de futuro se haver
com as cautellas necessarias, para que se emende tão
desmedido abuzo. Deos Guarde a V. Ex." Palacio de
Queluz, em 17 de Junho de 1830. = Conde de Basto.
= Senhor Luiz de Paula Furtado de Castro do Rio de
Mendonça.» ' . .-.

se no porto de Carthagena a fim de receberem a com
petente licença.
Huma carta particular de S. Thomás, em data de
28 de Março, contém o seguinte:
» Chegou hontem a noticia d'Antigua de huma re
volta entre os negros; onze fazendas havião sido incen
A vista pois do referido Avizo, que já se fez publico
por Editaes de 20 de Julho daquelle anno, e devendo
cessar o abuso reprovado no referido Avizo; cumpre que
em observancia das Soberanas Determinações, todos os
Commendadores, Cavalleiros, e Freires Professos das
mesmas Ordens, de qualquer parte que sejão, existentes
nesta Corte, se achem na manhã do dia 2 do seguinte

mez de Junho, na Igreja do Conventó de S. Domingos,
com seus Mantos, para acompanharem a Procissão do
Corpo de Deos, na qual irão com a compostura, e mo
destia que pede a solemnidade do acto, em que não ha
verá preferencia, e seguindo as ordens que lhes derem
os Mestres de Ceremonias, levando as tochas do lado
de fóra, e fazendo primeiro a matricula com os ditos
Mantos. Os Commendadores, e Cavalleiros que tiverem
Tribunal em que ir, irão no corpo delle, e não no dos
Cavalleiros; mas sempre se hão de matricular, o que
poderáô fazem sem Mantos, visto que os não hão de le
var na Procissão. Todo o Commendador que faltar a
esta Solemnidade, perderá o rendimento da Commenda
por tempo de dois annos, e os Cavalleiros e Freires oi
tenta cruzados; e os que tiverem legitimo impedimento
recorrerão ao dito Tribunal com suas Petições Docu
mentadas, a tempo que possão ser vistas, e consultadas
a Sua Magestade, que rezerva a Si estas escuzas. Lisboa,
27 de Maio de 1831.= Ayres Mascarenhas Valdez.
*—* $$ *—»
REAL JUNTA Do CoMMER.cio.
• - Edital.
Com Avizo da Secretaria d'Estado dos Negocios Es
trangeiros de 26 do corrente mez, baixou á RealJunta
do Commercio, Agricultura, Fabricas , e Navegação
destes Reinos e seus Dominios, a traducção do extracto
de alguns Documentos Commerciaes que em 16 do cor
rente mez dirigio á mesma Secretaria d'Estado o Con
sul de Portugal em Bayona , que declara as diversas
mudanças feitas na Pauta das Alfandegas do Mexico,
e de huma Nota relativa á Pauta da Alfandega do Bra
<il, dirigida a todas as Camaras do Commercio em
França, pelo Ministro do Commércio, e Colonias, a
qual traducção póde ver na Secretaria da mesma Real
Junta quem nisso interessar.
E para assim constar , se mandárão afixar Editaes.
Lisboa, 27 de Maio de 1831. =(Assignado) José Ac
cursio das Neves.
*— $$---
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 27 de Maio.
Embarcações avistadas.
5 h. 56 m. 1 Curveta de Guerra Franceza a Oeste do
Cabo da Roca, e 1 Galera sem bandeira a Oeste
do Cabo do Espichel.
1 h. 30 m. 1 Brigue de Guerra Francez, e 1 Escuna
sem bandeira a Oeste do Cabo da Roca.
4 h. 26 m. 1 Curveta de Guerra Franceza ao Norte
do Cabo da Roca.
Embarcação entrada em S. Julião.
9 h. 55 m. 1 Galera Sueca.
Embarcações sahidas de S. Julião.
7 h. 32 m. 1 Náo, 1 Fragata, 1 Curveta de Guerra, e
1 Brigue dito, Inglezes.
Embarcações sahidas de Belém.
7 h. 32 m. 1 Escuna Ingleza para Liverpool.
9 h. 55 m. 1 Escuna Ingleza para Liverpool.
|- —
Publicações Litterarias.
Sahio á luz o N.° 6 do Defensor dos Jesuitas. Ven
de-se por 120 réis em Lisboa, Belém, Coimbra, e Porto.
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
[ 510 ]
Sahio á luz : Compendio ou Explicação Methodica
das regras gerães mais importantes, e necessarias para
a intelligencia do Canto-chão, tanto theorico como
prático, e para o saber escrever, e compor: segundo o
systema das sete vozes: Do = Re=Mi=Fa=Sol=
La = Si=, com as precisas Pautas de Exemplos tanto
do Canto-chão Plano, como Figurado, Solfejos, Levan
tamentos Solemnes, e Feriaes dos doze Tons ; e com
hum pequeno Appendice dos Rudimentos de Musica:
composto pelo Padre Luiz Gonzaga e França, Mestre
da Aula de Canto-chão da Santa Igreja Patriarcal,
sita na Sé de Lisboa. Vende-se por 480 réis nas lojas de
João Henriques, rua Augusta N.° 1; e na de Borel e
Companhia, aos Martyres N.° 14.
Annuncios.
No dia 30 do corrente mez principia a extracção da
septima Loteria da Santa Casa da Misericordia.
Pela Intendencia Geral da Policia se partecipa, que
não se tendo arrematado no dia vinte e seis do corrente
Maio, como se havia annunciado na Gazeta de vinte,
a obra das cortinas de pedra e cal, que se devião fazer
na estrada de Cintra, sendo huma em a baixa junto á
fabrica de papel, e outra junto á quinta do Porto, e
isto por motivos que occorrêrão, se annuncia novamen
•
te que a obra das ditas cortinas se ha de arrematar no
dia sete do proximo futuro mez de Junho na dita Inten
dencia pelas onze horas da manhã. E assim se ha de
igualmente ahi pôr a lanços , e arrematar a quem por
menor preço poder faze: , a factura de huma ponte no
sitio da Tascóa, e cortinas da mesma ponte no referido
dia sete de Junho: quem quizer fazer as ditas arremata
ções, compareça na mesma Intendencia no dia e horas
sobreditas, onde serão presentes as condições.
Perdèrão-se os bilhetes de Torrinhas que devião ser
vir no Beneficio de 31 do corrente, no Theatro da rua
dos Condes; portanto se previne que ficão de nenhum
efeito os ditos bilhetes.
Domingo, 29 do corrente, se abre de novo a casa de
Tºasto na rua do Crucifixo N.° 74, que foi de José Go
"mes , onde se continuará a servir com o melhor asseio
possivel ; e se farão jaléas excellentes , e tudo o mais
que se encommendar.
Segunda feira, 30 de Maio, na praça publica dos
deilões, se ha de arrematar com o abatimento da quin
ta parte do seu valor, huma propriedade de casas, na
travessa do Conde da Ribeira, Freguezia d'Ajuda,
avaliadas em 8503000 rs., abatido o fôro de 33800 rs.:
com laudemio de vintena, e he Escrivão da arrematação
Negreiros. • • •
Na tarde do dia 3 de Junho, se ha de arrematar na
praça do deposito geral huma propriedade de casas,
no bêco da Lapa, e bêco do Surra com os N.°, 14,
%, e 6, Freguezia de Santo Estevão d'Alfama, com o
abatimento da quinta parte do valor de 5003000 rs.,
e he Escrivão Couto. +
Quem quizer comprar hum bom e bonito cavallo Hes.
panhol cordovil, de idade de cinco annos, falle com o
ferrador na rua do Telhal.
* * —L=1– 1— —1
Estiva.
Preços do Pão e Azeite para a semana que principia
de 30 de Maio a 6 de Junho de 1831:
Pão de arratel na fòrma da Lei - - a 43 réis.
Em metal - - - - - - - - - a 37 réis
Canada de Azeite - a 230 réis.
 - NUM 126.
GAZETA DE LISBOA.
SEGUNDA FEIRA, 30 DE MAIO.
PARTE OFFICIAL.
Extracto da Ordem do Dia N.° 29.
Quartel General no Paço de Queluz, em 28
de Maio de 1831.
Faz-se publico ao Exercito, que hontem começou o
pagamento dos Soldos do mez de Novembro ultimo ás
Classes effectivas, que recebem pela Pagadoria de Lisboa.
(Seguem-se Licenças). Conde de Barbacena, Chefe
de Estado Maior General. = Está conforme o Originak
= Ajudante General, Marquez de Tancos.
MINISTERIo dos Negocios da GUERRA.
Em Resoluções de 24 de Maio de 1831, tomadas so
bre Consultas do Conselho de Guerra, houve por bem
Sua Magestade promover os indivíduos abaixo mencio
nados aos postos de Ordenanças seguintes:
A Capitão Mór das Ordenanças de Vizeu, Bento Jo
sé Cardozo de Mello Lemos e Menezes.
A Sargento Mór das Ordenanças de Azinhozo, Anto
nio Manoel das Neves, Capitão reformado de Milicias.
A Capitão da 1° Companhia das Ordenanças dos
Quatro Conselhos, Bernardo José da Fonseca e Andra
de, Alferes da mesma Companhia.
A Capitão da 3.° Companhia das Ordenanças de Cas
tro Vicente, Manoel da Silva, Alferes da mesma Com
panhia.
A Capitão da 1.° Companhia das Ordenanças de Mi
randella, Joaquim José Nunes de Andrade, Alferes da
mesma Companhia.
A Capitão da 2.° Companhia das Ordenanças de Mi
randa, Bºm… Marinho, Alferes da 8.° Companhia
elas mesmas Ordenanças.
A Capitão da 2.° Companhia das Ordenanças de
Mourão, Joaquim da Roza Gusmão.
A Capitão da 2.° Companhia das Ordenanças de
FMertola, José Guerreiro Parreireiro.
A Capitão das Ordenanças de S. Christovão de La
fões, Antonio de Almeida Carvalhos , Ajudante das
Ines mas Ordenanças.
A Sargento Mór das Ordenanças do Terço de Mon
chique, Francisco José Guerreiro, Capitão da 2.° Com
a n b ia montada das Ordenanças do mesmo districto.
A Capitão da Companhia Maritima do Terço das Or
<enanças de Lagos, José Dias Corrêa.
A Capitão da 2.° Companhia montada das Ordenan
ANNo 1831.
ças do Terço da Villa do Bispo, José Francisco da
Costa.
A Capitão da Companhia montada das Ordenanças
do Terço da Villa de Aljezur, Manoel de Matos.
A Capitão da 1."Companhia das Ordenanças do Con
selho d'Amares, José Carlos Pereira de Sousa Azevedo,
Ajudante das mesmas Ordenanças.
A Capitão da 4 "Companhia das Ordenanças do Ca
daval , José Anastasio de Carvalho, Alferes da mesma
Companhia.
-
____ *—
PARTE NÃO OFFICIAL.
-• • • • • • • • - • • • --+_-__- - - - - - - -
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
FRANÇA.
Paris, 12 de Maio.
O periodico Russiano Abelha do Norte publicou sobre
a origem e caracter da insurreição da Lithuania algumas
particularidades, que evidentemente provão que nenhum
sugeito de consideração a preparara ou lhe dera auxilio.
Hum Porta bandeira do Regimento de Slaroigermanski
por nome Kudrewicz, foi quem deo as primeiras noti
cias da trama; mas em breve se descobrio, que as suas
declarações erão de proposito inexactas pois se a veri
guou e comprovou, que aquelle individuo se havia con
luiado com outros Oficiaes subalternos e Sargentos do
Regimcnto do Principe Kutusof. Tendo estes sido pre
zos declarárão, º que Kudrewicz lhes havia assegurado
debaixo de segredo, que em JKilna existia huma trama
de que elle era chefe e director; que erão inembros da
mesma reunião muitos individuos de distincção; que em
H"ilna havia 38 homens promptos a emprehenderem
qualquer cousa; que de accordo com os Ecclesiasticos
que pertencião á trama se devia sahir em procissão pre
cedidos pela Cruz (!) no dia aprazado, tocar a chama
da, precipitar-se sobre os corpos da Guarda, e desar
mar as tropas Russianas.» Ao mesmo tempo lhes havia
lido Kudrewicz no idioma Polaco hum Cathecismo Lu
thuaniano, onde se achavão consignados por perguntas
e respostas os principios e designios dos conjurados. A
revolução devia rebentar a 21 ou 22 de Maio. Tres Of
ficiaes citárão as pessoas que virão em casa de Kudre
vicz. e que cooperárão pºra os seus projectos. Por con
sequencia a 27 de Março forão julgados e passados pe
 [ 512 ]
las armas em Wilna, Kudrewicz, Firka-2awisa, au O que Mr. de Chateaubriand fez no começo do se
thor do Cathecismo Lithuaniano, o Sargento Przewlocki culo a bem da Religião, hoje o executa a bem da Mo
do Regimento de Infanteria Belosersky, e Basinsky, narquia, e estamos convencidos de que as pessoas que
Tenente desligado das tropas Polacas. + lerão os quatro volumes que temos presentes, farão
No districto de I/ilkomir, onde se assegura que to justiça relativamente ás prevenções que a imprensa li
mara algum vulto a insurreição no seu principio, certo beral tem espalhado a respeito da Caza Real da França.
individuo chamado Lobanowski havia a motinado os co (Gazeta de França.)
lonos do proprietario Gorski. Propunha-lhes o darem
auxilio aos insurgentes Polacos, deter os transportes des GRÃ-BRETANHA.
tinados ao Exercito, atacar o destacamento do Tenen
1e General Betobrasoff, Chefe da Cavallaria de reserva Londres, 9 de Maio.
do Exercito activo, e a poderar-se da sua bagagem, no
momento em que passasse; devião depois propagar a re Sir R. Peel, e Mr. Gotbourn são os Deputados elei
volução entre os habitantes e cooperar activamente com tos pela Universidade de Cambridge.
elles para subtrahir o paiz ao dominio Russiano. Loba
nowski foi apanhado por huma partida do destacamen Afirmão que se reunirá o Parlamento no mez de Ju
1o de Bezobrasoff, entregue a hum Tribunal militar, e nho proximo; que a Camara dos Communs tomará em
fuzilado em Wilna no dia 23. consideração certos assumptos relativos á fazenda , e
(Extracto da Quotidiana.) que se prorogará depois até principio de Fevereiro.
(Quotidiana.)
Mr. de Chateaubriand vai publicar os seus Estudos
sobre a Historia de França. • •
HESPANHA.
… Comecei, diz elle no Prefacio, a minha carreira litº
teraria por huma obra em que eu considerei o Chri Cadis, 19 de Maio,
stianismo nas suas relações poeticas e moraes; eu a aca
bo por huma obra em que contemplo a mesma Religião O Correio de Esmyrna, em data de 6 de Março diz
nas suas relações filosoficas e historicas; a minha car o seguinte:
reira politica teve principio com a Restauração, e com … Finalmente forão dispersos os bandos de piratas em
a Restauração acaba. As importantes regras da minha Thessalonica, que não contentes com os seus excessos
existencia não tem falhado : se como a contece a todos nos rios se havião estendido por toda a Costa. Diaman
os homens, nem sempre tenho sido similhante a mim di e seus dous irmãos, Chefes dos mais audazes destes
mesmo nas acções mais circumstanciadas, perdoem-no bandos, se sugeitárão debaixo da condição de que se
á fragilidade humana. Os principios sobre que se funda lhes perdoe a vida, a hum Official expressamente en
a sociedade sempre me tem sido caros e sagrados; os viado pelo Bachá de Salonica com Firmans de perdão
homens me farão a justiça de confessar, que o amor do cujo Oficial hia acompanhado por hum interprete do
bem respira em meus escriptos; que tenho sido apaixo Consul da Russia. Ha tres dias que chegárão todos
nado pela honra e gloria da minha patria, que livre de aqui com suas familias e companheiros, e estão debai
inveja nunca neguei a minha admiração aos talentos. xo da protecção do Consul, e aqui permanecerão em
Talvez me deixasse arrastar demasiado pelo ardor da quanto se não lhes fixar domicilio na Grecia. A des
polemica. Disso me arrependo, e faço justiça ás qualida truição de grande parte daquelles bandos, e mais par
des que poderei haver desconhecido.» ticularmente a submissão destes tres Chefes cuja influen
Talvez que nós mesmos nos tenhamos tambem deixa cia era tão grande, he de summa importancia para os
do arrastar pelo ardor da polemica, mas apreciamos a que navegão por aquella costa.»
occasião que se nos oferece de fazer completa justiça ao
Illustre escriptor , que como o Grande Condé, ras Segundo noticias de Canea (na ilha de Candia) de 11
ga ele mesmo algumas folhas dos seus escriptos immor de Fevereiro, no principio daquelle mez foi entregue
taes; que teve a inapreciavel fortuna de começar a ás tropas Egypcias o porto de Carabuza, e depois de
sua carreira defendendo a Religião a que a França he grande resistencia fluctuou em seus muros a bandeira
devedora de toda a sua civilisação e das suas luzes, Ottomana. A guarnição Russiana e Franceza embar
quando essa mesma Religião era desconhecida; e que cou para a Moréa. Por esta determinação dos Repre
deseja concluir a sua carreira recordando os beneficios sentantes das tres Potencias medianeiras foi posto em
da Caza Real. que formou o territorio da França e fun execução o Protocolo de 3 de Fevereiro na parte que
dou todas as liberdades. » tem relação com a futura sorte da ilha de Creta. Não
No Conservador diziamos fallando do Espirito do obstante os Delegados das Potencias aliadas tem feiro
Christianismo: |-
ver ao Vice-Rei do Egypto, º que as Cortes aliadas
… Voltaire, no ultimo seculo, Parny no principio do ainda considerão debaixo da sua protecção os Chris
presente, e bom bando de escriptores depois delles, ha tãos que alli se achão.» Esta notificação foi feita
vião prodigalizado ao Christianismo o insulto, o sarcas com o objecto de assegurar aos Gregos de Creta as
mo e a calumnia. Para muitos animos a Religião era concessões que lhe forão outorgadas pela amnistia da
huma superstição antiga e sombria, producção da ida Sublime Porta, e depois confirmadas por Mehemet Ali.
de media com que a politica se podia combinar, mas Na Gazeta de Londres, periodico Oficial, se publi
que era só feita para o povo. Appareceo o Espirito cou huma lei annunciando a sahida e mandando circu
do Christianismo. Então se desenvolvêrão as bellezas lar moeda nova de ouro, prata, e cobre de todas as
moraes e politicas do Christianismo; então se vio o que varias denominações. Deverá ter de hum lado a efi
as artes, o engenho, as letras e as mesmas sciencias de gie do Rei com a inscripção Gulielmus IV D. G. Bri
vião a huma Religião cujo fim he o aperfeiçoamento tanniarun Rex. F. D., e no outro as armas do Rei
de todo o homem. Mr. de Chateaubriand se empenhou no com as palavras Decus et Tutamen.
em mostrar as relações do Christianismo com a imagi
nação, com o sentimento e todas as faculdades do ho O Correspondente de Nuremberg contém as seguin
mem, e por meio de hum estylo cheio de encanto e tes noticias de Constantinopla, em data de 26 Março:
brilhante d'imaginação provou, que no homem tudo se » Mr. de Butenief, novo Embaixador Russiano, che
}iga ao sentimento religioso, e que o Christianismo of gou a esta Corte. A Esquadra que consta de 26 vasos
ferece esse sentimento em toda a sua pureza. » armados, se acha prompta e em breve derá á véla pa
 [ 513 |
ra Alexandria, porém ignora-se o seu objecto. Hapou
cos dias que se descobrio huma conspiração que tinha
por fim o restabelecimento dos Janizaros, e cujo
corifêo se diz ser o Bachá de Bagdad. Forão occulta
mente prezos muitos dos cumplices, que sofrêrão pena
de morte. Afirmão que o Governo trata de conceder
privilegios especiaes aos habitantes de Samos huma vez
que se submettào.» (Diario Mercantil.)
Lisboa, 29 de Maio.
Sua Magestade ElRei Nosso Senhor Se dignou dar
audiencia Quinta feira, á hora do costume, no Real
Palacio da Bemposta, ao numeroso concurso de pessoas
que tiverão a distincta honra de chegar á Sua Augusta
Presença, e a quem o Mesmo Real Senhor acolheo com
a bondade que em tão sublime gráo distingue o Seu
Regio Coração.
—* $$ *——»
MrzA DA ConscienciA E ORDENs.
Edital.
Ordem de Christo.
Thesouraria da Igreja de Nossa Senhora da Concei
ção da Villa da Redinha, na Provedoria de Leiria. Di
ta da Igreja de S. Thiago de Fonte Arcada, na Co
marca de Penafiel. Dita da Igreja de Nossa Senhora
da Conceição do Lugar de Alcains, na Comarca de
Castello branco.
Da data deste a trinta dias se hão de prover as The
sourarias acima referidas em Moço do Côro do Real
Convento da mesma Ordem; e na sua falta em outra
qualquer Pessoa, que se mostre habilitada. Os Oppo
sitores oferecerão dentro do dito termo improrogavel
na Secretaria da Ordem em mão do respectivo Escrivão
da Camara de Sua Magestade os seus papeis correntes;
a saber: os Moços do Côro, que se acharem ainda no
Convento, Certidão de idade; Certidão de Matricula;
Folha corrida; Attestação do Reverendo Dom Prior
Mór, na qual se qualifique o seu Serviço, morigera
ção, e mais circumstancias: e os que já estiverem fóra
do mesmo Convento juntarão mais huma igual Attesta
ção de vida e costumes passada pelo respectivo Paroco.
Aquelles porém que se acharem providos em algumas
Thesourarias, além de todos esses papeis, juntarão tam
bem Attestação de residencia e comportamento passada
pelo Juiz da Ordem da Comarca a que pertencerem
estas Thesourarias. E finalmente os que não tiverem a
qualidade de Moços do Côro juntarão sempre com os
seus documentos Certidões de idade, Folha corrida, e
aquella Attestação do Paroco,
E se adverte que todo o Oppositor, que dentro da
quelle termo não apresentar os referidos papeis, será
excluido deste Concurso; e que o Provído ficará obri
gado a entregar na mesma Secretaria Certidão da sua
posse, e do respectivo Inventario, e fiança dentro de
outros trinta dias cousecutivos ao Despacho por que
fôr nomeado. Lisboa, vinte e hum de Maio de mil
oitocentos trinta e hum.
*—*§§ *—º
*
- -
•
- -
-
Origem do café.
Segundo Mr. Roquefort somos devedores deste voca
bulo aos Arabes, e diz o Padre Bouhours, que tanto
este como a producção que tem o mesmo nome, nos
viera da Turquia: os authores da Encyclopedia são do
ultimo parecer. As palavras Café em Francez, e Coffee
no Inglez e Hollandez derivão huma e outra a sua ori
gem de Cahué, nome que os Turcos dão á bebida que
se prepara com aquella planta.
As propriedades do café, segundo as Memorias da
Academia das Sciencias, forão descobertas pelo Prior de
hum Mosteiro de Religiosos naquella parte da Arabia
onde cresce o arbusto que dá esta producção. Porém
Addalcader, cujo manuscripto se acha na Bibliotheca
Real em Paris, e Mr. Galland, referindo-se a elle in
dicão diferente origem ao uso do café, e afirmão, que
no meado do seculo nono da Hegira, ou do seculo de
cimo quinto da Era Christã, hum individuo por nome
Gemaleddin, que habitava em Adem, (Cidade e porto
de grande nomeada no Oriente, na embocadura do Mar
Permelho), viajando na Persia alli encontrára alguns
compatriotas seus que tomavão o café, de cuja bebida
fazião grande elogio. No seu regresso a Adem teve huma
indisposição e se persuadio, que conseguiria alivio to
mando aquella bebida. Com efeito assim o fez, e se
achou melhor. Gemaleddin era Muftí d'Adem, e cos
tumava passar a noute na oração com os Derviches ;
para se lhe dedicar mais livremente lhes propoz o uso
do café, e o seu exemplo o poz em voga em Adem. Os
jurisconsultos o tomárão para se consagrar ao estudo, os
artifices ao trabalho, e os viajantes para fazerem as suas
jornadas durante a noute; finalmente se generalizou o
seu uso entre todos os habitantes daquella Cidade. Dal
li passou à Méca; da Arabia Felix foi levado ao Egy
pto e ao Cairo ; do Egypto á Syria, e dalli finalmen
te a Constantinopla.
O café de maior a preço he o que se colhe no Reino
de Yemen na Arabia ; conduzírão-no á Moka, cujo
nome impropriamente lhe derão.
A Europc, diz Mr. de Jussieu, líe devedora da cultu
ra desta planta ao desvelo dos Hollandezes, que de Moka
o conduzírão a Batavia, e de Batavia ao Jardim das
Plantas em Amsterdam. A França o deve ao cuidado de
Mr. Ressons, Tenente General d'Artilheria, e afeiçoa
do á Botanica, que em beneficio do Jardim do Rei se
privou de hum pé daquele arbusto que mandara vir da
Hollanda. He agora bastante commum, accrescenta
Mr. Jussieu na Memoria que citamos, (inserida na Col
lecção da Academia das Sciencias, no anno 1713), é
successivamente produz na França a flor e o fructo. Ou
tros ha que attribuem ao celebre viajante Thévenot a
introducção do café em Paris.
Esta planta não he indígena do novo mundo, apezar
de ser hoje em dia mui commum naquelle hemisferio.
As immensas plantações deste arbusto que enriquecem
a America vem todas originalmente de dous pés que for
neceo o Jardim das plantas. Não nos devemos esque
cer, diz Mr. Castel, que foi Mr. Declieuc que levou
aquele thesouro ás Antilhas, e que tendo escasseado a
agua a bordo da sua embarcação, diariamente repartia
com aquelles arbustos a pequena ração de água que lhe
tU CA V a.
Quanto á bebida que b grão do café produz, apenas
foi conhecida na Europa no decurso do seculo decimo
sexto. Nesta parte do globo se introduzio o café ao
mesmo tempo que o tabaco, e no principio não teve
bom acolhimento. Muitos facultativos sustentárão, que
era hum veneno; Todos sabem a resposta que deo Fon
tenelle a certo Medico, que lhe dizia, que o café era
hum veneno vagaroso: Sou do vosso parecer, meu Dou
tor, replicou o Académico, “ha outenta annos que per
cebo isso mesmo. -
Em 1669 enviou o Grã-Senhor a Luiz XIV o Em
baixador Solimão Agá. Agradou este aos Parisienses
pela sua cortezia e penetração, de que não julgavão que
hum Turco fosse capaz; e muito especialmente pelo ca
fé que introduzio na culta sociedade, e que segundo o
uso da sua nação distribuio com profusão entre o bello

sexo Apezar da côr do café ser escura, e o sabor amar
goso, a novidade lhe deo voga. Depois da partida de
Solimão foi o café procurado e o tomárão á moda Ot
tomana. Imitárão-se as lojas envernizadas; procurárão
se chavenas de porcelana, e toalhas de cassa com fran
ja de ouro com que os Turcos servião o café. Em 1672
alguns Armenios estabelecêrão hum café publico na fei
ra de S. Germano, e fóra do tempo da feira, na rua
de Bussy, que não ficava muito distante. Algum tem
po depois dous moços dos ditos Armenios estabelecérão
cafés defronte do Theatro Francez, que durante cin
coenta annos forão muito frequentados. No fim do seculo
passado se abrírão outros dous, a hum dos quaes con
corrião os militares, e ao outro os tafues. Em 1781 o
café da Regencia na praça do Palais Royal e o de Foia.
no Jardim do mesmo Palacio, adquirírão grande cele
bridade em París. Finalmente se generalizou o costume
de tomar aquella bebida não só na capital mas tambem
nas Provincias; e depois em toda a Allemanha e nas
partes septentrionaes da Europa.
Em 1808 Mr. Bourgogne, farmaceutico de Paris,
inventou o modo de obter do café liquido tal concen
tração que representa vinte vezes o seu volume sem al
terar a sua natureza, e conservando o seu aroma. Esta
preparação exige a terça parte de assucar menos do que
o café preparado pela fervura.
Se o café tem encontrado antagonistas, tambem tem
tido os seus preconizadores ; os mesmos habitantes do
Parnazo, cujo estro muitas vezes tem excitado, lhe não
tem sido ingratos, e mais de huma vez tem entoado os
seus louvores.
Assim se expressa Delille a este respeito:
Mon idée était triste, aride, dépouillée;
Elle rit, elle sort richement habillée;
Et je crois, du genie éprouvant le réveil,
Boire dans chaque goutte un rayon du soleil!
(Les trois Regnes de la Nature.)
*—*§§ *—»
Telégrafo. — Serviço da Barra.—28 de Maio.
Embarcações avistadas.
4 h. 50 m. 1 Fragata Franceza, 2 Curvetas de Guerra
dito, 1 Brigue dito dito, 1 Bergantim sem ban
deira, e l Escuna dito a Oeste do Cabo da Roca
bordejando.
• Embarcação sahida de S. Julião.
|-
# h. 36 m. 1 Barco de Guerra Inglez movido por vapôr.
Idem, 29.
Embarcações avistadas.
6 h. 50 m. 1 Curveta de Guerra Franceza ao Sudoes
te do Cabo do Espichel.
6 h. 34 m. 1 Fragata, 1 Curveta de Guerra dito, 1
Bergantim, e 1 Hiate sem bandeira ao Sul do Ca
bo da Roca. • •
7 h. 22 m. Embarcação sahidadedeGuerra
1 Brigue Escuna S. Julião.
Inglez.
- Publicação Litteraria.
. Na loja de João Henriques, rua Augusta, N.° 1,
se vendem os Diccionarios seguintes: Diccionario Fran
cez e Portuguez, Port. e Franc. impressos em França,
2 vol. em 16, 3.° edição de 1830, Lei 2,880 rs. ; Dic
L= • -- • • ==
*
__-- =
==
LISBOA : NA IMPRESSÃO REGIA.
[ 514 |
cionario Franc. e Port., 1 vol. de 4.°, 8° edição, 1,920
rs.; Diccionario Port. e Franc., 1 vol, em 4.°, 2,640
rs.; Diccionario Franc. e Port. composto pelo Capitão
Manoel de Souza, e augmentado por Joaquim José da
Costa e Sá, 1 vol. grande, 8,000 rs.; Diccionario Port.
e Franc. com vocabulos Latinos por J. J. da C. e Sá, 1
vol. de folio (raro); Diccionario da Lingua Portugueza
composto por Antonio de Moraes e Silva, 4.° edição
reformada, emendada, e muito accrescentada pelo mes
mo Author, posta em ordem correcta, e enriquecida de
grande numero de artigos novos, e dos synonimos por
Theotonio José de Oliveira Velho, 2 vol. em folio, an
no 1831, 10,800 rs., e de melhor encadernação 11,200
rs.: Diccionario Classico historico, Geografico, My
thologico, dº" uso geral, e particularmente para Se
minarios, Collegios, e Aulas etc., 1 vol., folio, 2,400
rs.; Diccionario Portuguez das plantas, arbustos, ma
tos, arvores, animaes quadrupedes, e reptís; peixes, ma
riscos, insectos; gommas, metaes, pedras, terras, mine
raes etc., 2 vol., em 8.° br., 720 rs.; Diccionario In
glez e Portuguez, Port. e Ing. de varias edições; Dic
cionario (novo) da Lingua Portugueza, 1 vol. em 4.",
2,880 rs.
* , Annuncios. •
Nas casas de residencia do Desembargador Romão
Luiz de Figueiredo e Sousa, (rua nova de Jezus, N.”
39) Juiz Administrador da casa vinculada em que suc
cedeo o Excellentissimo Conde de Murça a seu tio D.
Fernando Soares de Noronha, se hão de arrendar em
hasta publica os bens seguintes: o casal do Paço sito
na Freguezia de Arranhol, termo desta Cidade, o Ca
sal da Boba, sito no districto da Freguezia de Bellas,
varios foros e rendas no termo da Lourinhã, e a her
dade de Valle de Gião no termo da Villa do Vimieiro,
Comarca d'Evora: estas arrematações terão lugar nos
dias 3, 6, e 8 do proximo futuro mez de Junho pelas
quatro horas da tarde; as condições serão presentes nes
se acto. •
Como em o annuncio da Gazeta de 25 de Maio cor
rente se diz, que José Freire Gameiro de Sousa Cid,
da Villa de Torres Novas, tinha dado á penhora bens
pertencentes a Raymundo Verissimo de Sousa Lacerda
(o que nunca poderá provar) se declara, que tal annun
cio he destituido de fundamento.
João Bernardo da Costa Sermenha, em resposta ao
annuncio que mandou pôr na Gazeta N. 121, D. Rita
Joanna dos Anjos Nobre Coutinho, declara para co
nhecimento do publico, que nenhuma Procuração tem
della para o fim que annuncía, sendo-lhe somente crédor
de consideravel quantia por Escriptura de 30 de Outu
bro de 1829, nas Notas do Tabellião Thomás Izidoro
da Silva Freire, na qual lhe applicou para seu paga
mento parte da herança da falecida sua prima D. An
tonia Rita Bersane Leite, sendo só nisto constituido seu
Procurador, mas em causa propria para seu pagamento
e nada mais.
Perdeo-se hum alfinete de brilhantes, Sexta feira, 27
de Maio: quem o achou querendo restituillo dando-se si
•
gnaes certos e boas alviçaras, dirija-se á loja, N.° 17,
na rua Aurea.
Na Real Fabrica de distilação de liquores, da rua
da Horta Séca, N.° 17, vendem-se liquores de superior
qualidade, e magnifica genebra a 320 rs. a canada.
Vende-se hum_predio de tres andares de casas e quin
tal, na rua da Cruz de Rilhafoles, N.° 68 e 69, a di
nheiro, apolices, ou outra especie a prazo; e se ajusta
na travessa de S. Nicoláo, porta N.° 38.
= ==E >
 NUM. 127.
}-<>=--
GAZETA DE LISBOA. —–==>>>{>>#@$@*}G<<==-
TERÇA FEIRA, 31 DE MAIO.
=xo6->$3<>$:C#33=9ex
PARTE OFFICIAL.
Repartição da Refórma Geral dos Estudos.
Pela Junta da Directoria Geral dos Estudos se ha de
prover por Concurso de 60 dias, que começará em 3 de
Junho proximo seguinte, a Cadeira de Curso Biennal
de Rhetorica e Poetica, e de Historia Universal e Por
tugueza da Cidade da Guarda, com o ordenado annual
de 2803000 réis Os que pretenderem ser nellas próvi
dos , se habilitarão com Folhas corridas, Declaração
determinada na Lei de 20 de Junho de 1823, Certidão
de idade , e Attestação do proprio Parroco sobre vida
e costumes, reconhecidas, e em fórma legal; e no tem
po acima designado concorrerão a exame perante a mes
na Junta , ou perante o Commissario della na Cidade
de Lisboa. Coimbra, na Secretaria da sobredita Junta,
21 de Maio de 1831. = O Secretario Antonio Barboza
de Almeida.
R E A L E R A R I o.
Nos dias 31 do corrente , e 1° de Junho , se pagão
naº Thesouraria Geral dos Ordenados os mezes de Ja
neiro , Fevereiro, e Março de 1830, da folha da Casa
da Supplicação.
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
AUSTRIA.
}Yienna, 3 de Maio.
O General Polaco Duernicki com 103 homens, jul
gou que seria possivel entrar na Volhynia para auxiliar
os rebeldes. Apenas poz o pé naquelle territorio logo
admirado de ver a isolação em que se achava, se diri
gio acceleradamente para a Moldavia; os batalhões Rus
sianos se abrião, por assim dizer, em quanto se apre
sentava; mas logo que o General Russiano julgou, que
não restava aos Polacos nenhum íneio para se retirarem,
atacou vigorosamente a Duernicki, e completamente o
derrotou. Ainda se não sabem as particularidades desta
ANNo 1831.
•<=-
* *
acçãoas porque agora mesmo acaba de chegar o Correio
que traz. •
Recebemos esta manhã cartas da Gallitzia, em que
se manifesta o lastimoso estado em que se encontra o
General Polaco Duernicki em consequencia da desgra
çada acção que tivera no dia 30 d'Abril junto de Krze
miniez com a Divisão Russiana do General Rudiger.
He tal o estado em que se encontra Duernicki, que só
lhe resta o recurso de se refugiar no territorio Austria
co. Parece que fizera conduzir as suas equipagens e trem
para a outra parte das fronteiras da Gallitzia. Julga-se
que Duernicki será acolhido no territorio d'Austria por
que esta Potencia he neutral.
O General Polaco Duernicki foi completamente der
rotado pelo General Roth, que segundo dizem nascêra
na Alsacia: a tactica deste chefe encerra-se em duas
palavras: A'vante! Marcha !
Os restos do Exercito Polaco, que sobem a huns 4,3
homens, refugiárão-se na Gallitzia, perseguidos pelos
Russianos á queima roupa. Dous Regimentos de Caval
laria Austriaca tiverão que se pôr diante dos vencedores
para os conter. Os Russianos voltárão ao seu territorio;
e os Polacos depois de vacillarem hum pouco entregá
rão as armas, dezesete peças de artilheria e suas ban
deiras ao Commandante Austriaco. Dizem que os Ofi
ciaes conservárão as suas espadas, obrigando-se debai
xo da sua palavra a deixarem de servir por hum anno.
Parece que irão para Laybach, e os soldados serão es
palhados na Hungria.
No territorio Milanez se tem feito algumas prizões em
consequencia das declarações dos rebeldes apanhados no
Adriatico, (G. de Madrid.)
BAVIERA.
Augsburgo, 4 de Maio.
Seja qual for o objecto que se propoz o General Duer
nicki ao entrar na Podolia, este celebre partidario com
toda a sua Divisão, artilheria, e bagagem acaba de se re
fugiar perto de Klebanoucka e 3barasz no territorio Aus
triaco. Vio-se obrigado a tomar aquelle partido porque
os Russianos o apertavão em todas as direcções com
forças superiores, e era tal o encarniçamento com que
pelejavão de ambas as partes, que huin Oficial, e Inui
tos Cabos e soldados Austriacos ficárão feridos na acção.
Os Polacos entregárão as armas ao Commandante Aus
triaco; presume-se que os Oficiaes passarão para as
Provincias meridionaes da Austria, e que os soldados
se vão distribuir pelo resto do Imperio. Os enferinos e
 [ 516 |
feridos forão levados aos hospitaes onde são tratados res do Regimento 32 que se achava acantonado naquella
com todo o esmero e humanidade. povoação, e sem duvida os terião surprehendido todos
A sorte de Duernicki foi igual á de Sierauski, que em outro onde estavão descançando se huma mulher não
tambem foi derrotado pelos É…nos nas margens do lhes tivesse dado avizo, a qual havião postado para esse
Liwiecz. •

fim, e entrou gritando na cidade: Marchai! Ponde-vos

Annuncião as cartas particulares de Semlin, que o a salvo, que ahi vem os Azues! Os Cassadores lhes atirá
Bachá de Scutari derrotára o Grã-Vizir, e que o per rão duas vezes, mas sem efeito. A partida ganhou hu
segue na sua retirada sobre Constantinopla. -ma altura, e vendo que era tão escasso o numero dos
(G. d'Augsburgo.) que os seguião tratárão de o cercar; porém sendo isto
FR ANÇA, ". •
observado pelos Cassadores se retiráráo estes até que
encorporados com outros 15 da sua Companhia empre
hendêrão novamente a perseguição. Então se dispersá
Paris, 6 de Maio. rão os desertores por huns campos cheios de mato on
de foi impossivel seguillos.
Ha poucos dias que se havia espalhado a noticia do » No seguinte dia sahio a Guarda Nacional de Pou
fallecimento de Sir Walter Scott. Não só não tem fun sanges com o objecto de os descobrir, apezar de co
damento similhante boato, mas até consta que a saude nhecerem que era inutil a sua excursão por hum paiz
de tão illustre escriptor tem consideravel melhora. proprio absolutamente, se não a favorecer, pelo me
nos a occultar todo o desertor.
Confirma-se a noticia de que o regulamento da livre » Tendo-se trasladado daquellas para outras paragens
navegação do Rheno não fôra sanccionado por varios o Fiscal Fontenay, fez prender os homens e as mulhe
dos Estados banhados por aquelle mesmo rio. Assegurão res que occultárão os refractarios ou protegêrão a sua
que a Inglaterra apresentára á Dieta huma Nota em fuga.»
que diz, que o Regulamento que a exclue assim como
outros povos, da livre navegação daquelle rio, seria hu Lê-se no Finisterre, periodico liberal, o seguinte:
ma infracção dos Tratados, • |-

» O Conselho Municipal da Cidade de Auray (Breta

Mr. Cannes, hum dos homens de Julho, e cujo filho
pereceo combatendo a favor da liberdade, foi prezo es
ta manhã em sua casa por hum Commissario da Poli
cia acompanhado por seis agentes; penetrárão no seu
domicilio arrombando a porta. (Courrier.)
O Conde Guilleminot, Embaixador do Rei em Con
stantinopla, he chamado. Em quanto se lhe não nomear
successor ficará o Secretario da Embaixada interinamen
te encarregado dos negocios. (Monitor.)
Idem, 15.
Praça do Commercio hontem. Cinco por cento con
solidados 92 fr. e 50 c, Acções do Banco 1.610. Em
prestimo Real da Hespanha 68. Renda perpetua de
idem 57.
As desordens de La Vendée se tornão cada dia mais
temiveis. Todo o partido de Beaupreau, menos a capi
tal, se acha caractamente fora da authoridade do actual
Governo; nem se manda em nome de Luiz Filippe nem
já se arvora a bandeira tricolor.
Todos os habitantes de Beaupreau se achão como
prezos dentro dos muros da Cidade sem que ninguem se
atreva a sahir pelas suas portas. Ha alguns dias que to
dos os empregados casados dispuzerão que suas mulhe
res e filhos sahissem para fóra, e se colocassem em
pontos seguros para que não viessem a ficar expos
tos aos perigos de hum assalto. Agora folgão de have
rem tomado esta precaução, por que o Administrador
das rendas do partido não poude por mais que o pro
curasse, enviar a Bourbon os fundos que se achão de
tidos nos cofres. (La Revolucion.)
No periodico liberal do Oeste, intitulado o Bretão,
se acha o seguinte artigo, que no nosso parecer refuta
involuntariamente quanto se tem dito sobre a iniciativa
armada dos novos soldados que se subtrahem ao serviço
e se refugião em La Vendée:
» No dia 22 se apresentou na povoação de Bonpere,
Cantão de Pouzanges, no Departamento de La Vendée,
huma partida de huns 30 a 40 homens armados com
grossos páos e com a sua mochila de panno ás costas
como andão os conscriptos quando marchão para os depo
sitos; immediatamente sahírão em seu alcance 4 cassado
nha) havia determinado applicar certa quantia para dar
de comer aos pobres no dia do nosso Rei Felippe. Os
padeiros e carniceiros da Cidade, fieis ao respeitavel an
cião de Holy-Rood, não quizerão cozer nem matar na
quelle dia, e o que he mais assombroso, os mesmos po
bres se negárão a receber os soccorros que nelle se lhes
dava. Tudo, tudo isto se attribue á influencia do Cle
ro. A noute forão apredrejadas as janellas das casas
que se havião illuminado. Nada poude evitar a peque
na guarnição desta Cidade, a qual constava de huma
Companhia de 43 de linha; porém na manhã seguinte
foi reforçada por outras duas Companhias. »
(Gazeta de Madrid, e Gazeta de França.)
Os liberaes da Belgica.
Demasiado clamor se tem levantado contra estes po
bres homens; cumpre em fim fazer-lhes justiça e confes
sar, que se os Jacobinos assolárão em outro tempo a
Europa, os liberaes do tempo presente fazem tudo quan
to está ao seu alcance para a livrar dos perigos com
que a ameaça o espirito revolucionario. Não he nova
similhante epidemia; já nossos avós sintírão os seus fu
nestos resultados; se a alguns homens tem atacado não
he a culpa dos liberaes; para que fossem culpados disso
seria precizo que procurassem propagalla, ao passo que
os liberaes nossos contemporaneos fazem todo o possivel
para nos inspirar horror della; o homem furioso que
grita ao seu similhante: amarrai-me para que eu vos
não morda, faz huma acção meritoria; se outro tanto
não dizem os liberaes Belgas para que fiquem reduzidos
á impotencia de fazerem mal, fazem certas demonstra
ções bem capazes d'inspirarem horror, e isso vem a sêr
o mesmo; ranja os dentes o homem furioso para que os
mais tomem cautella, e he isso quanto basta; eis o ser
viço que prestão os liberaes Belgas.
He á Belgica que devemos dirigir as nossas vistas se de
sejarmos vêr o jacobinismo em toda a sua pureza; he dalli
que vem os exemplos mais capazes d'inspirar horror!
Parece que os Belgas disserão lá entre si: Livremos os
povos ainda não containina dos da peste revolucionaria;
sacrifiquemo-nos á publica felicidade; mostreinos ao uni
verso os fructos que produz a arvore da liberdade. Em
primeiro lugar, para que os Reis saibào o que he que
os outros Monarcas devem esperar de huma revolução
gloriosa, comecemos a obra expulsando o nosso, e o
 [ 517 |
expulsárão; depois o proscrevêrão, e agora o insul
tão. Mas tudo isto be feito com boa intenção; he hum
modo indirecto de dizer aos Principes que regem os ou
tros paizes: conservai-vos pela força por que os povos
não avalião em cousa alguma o bem que lhes haveis
feito ; huma vez sentados no banquete liberal esgo
tão até as fezes do calix da revolucionaria iniquidade.
Desordem, incendios, pilhagem, assassinios, tudo co
mettêrão os Belgas a fim de inspirar á Europa hum
horror salutar; quizerão que do seu exemplo tirasse pro
veito cada huma das classes da sociedade. Sois por ven
tura hum garrulo advogado desejoso da soberania? Ve
de Mr. Potter, correndo á redea solta para evitar a
morte que lhe hia conseguir a sua adhesão á revolta.
Sois bravo militar e aspirais a ser hum heroe? Hide vi
sitar as cadêas da Belgica e vede alli definharem os mi
litares mais valentes e enthusiasmados. Não bastará
isso para vos enfastiar da gloria revolucionaria ? Lede
os periodicos; alli achareis infames epithetos associados
aos nomes dos que quizerão ser heroes do mesmo modo que
vós. Porém nada disso vos toca; sois talvez negociante,
ou fabricante, e pretendeis reunir a honra á riqueza !
Hide por essas ruas juncadas de cacáo, assucar e café,
e vede como se protege o commercio ! Aquelle edificio
immenso de que apenas restão as paredes, era huma fa
brica muito consideravel; hum prodigioso numero de
fabricantes alli manufacturavão tecidos procurados em
todas as quatro partes do globo , e cuja extracção attra
hia para a Belgica o dinheiro dos estrangeiros; agora
são ruinas que ameação a segurança publica. Perguntais
onde está o proprietario! Voltai-vos para este lado;
vedes aquella cabeça com que se está polindo a arvore
da liberdade! Pois he a sua.
Oh desditosa idade em que impunemente se podem
cometter taes attentados! Geração mil vezes extrava
gante a nossa se o crime assim contemplado em toda a
sua nudez não for capaz de inspirar horror! Homem,
quem quer que seja es: o que quereis vós! Commandar
ao vosso similhante ! Outro tanto quer elle. He pois for
çoso ceder ao interesse de todos, ou assassinar-vos mu
tuamente para usurpardes hum poder de que poucos
momentos depois lá virá outro privar-vos. Quereis hon
ras! Acasosas mereceis pelo vosso saber e pelo vosso
procedimento? He o dinheiro que ambicionais! Ga
ahai-o, para que delle gozeis com prazer; se o roubar
des outros volo roubarão. |-
Parece que tão completo delirio e tantos males, sua
consequencia, são o castigo que mereceo a actual gera
ção. Se assim he curvem os anciãos a frente, expirem
e nisso ganharão. Mas por que razão ha de a mocidade
livremente fartar-se do veneno de cuja infecção tanto
nos custa livrar-nos! O exemplo já não tem força, nem
a experiencia fructo algum ; ruminão sobre o passado em
prejuízo do futuro, e erradamente imaginão achar a
salvação e a honra onde só encontrámos o aviltamento e
a desesperação! (Extracto da Gazeta de França.)
— §§ *—º
Lisboa, 30 de Maio.
A Gazeta de Madrid contém o seguinte em data de
23 do corrente:
» Conforme se annunciou na Gazeta de 17 sahírão
para Argel da bahia de Gibraltar os trinta e tres revo
Jucionarios de que então se faltou; assegurando-se que
com elles também sahira Torrijos e os mais. Para os
escoltar tambem sahio a Curveta Acteon de S. M.
Britannica.
» Toda a peninsula goza completa segurança, e re vantada, por que hoje muito especialmente não nos per
pouso.»
*-*$$*—» º "a )
(Artigo communicado. ) }
:: :
• * *
," , "A
ElRei Nosso Senhor, attendendo ao que Lhe repre
sentou o Beneficiado Antonio Ribeiro Ferrão, em Au
diencia do dia 26 de Maio no Real Paço da Bemposta,
foi Servido conceder o uso da Medalha da Sua Real
Efigie com a fita da Casa de Bragança, aos emprega
dos no Sello da Causa Publica, Escrivão de Verbas
Antonio da Fonseca; Continuo, Joaquim Caetano de
Sousa; idem, Manoel Pedro Fernandes; o Reverendo
Antonio Manoel Xavier, da Villa de Mirandella; o
Sargento Mór das Qrdenanças da dita Villa, José An
tonio Nunes de Andrade; o Capitão da 2.° Companhia
das Ordenanças do mesmo destricto, Antonio Joaquim
Xavier, e sua mulher D. Catharina Josefa Xavier; o
Economo da Igreja de S. Tiago de Torres Vedras,
José Maria Batalha. Igualmente concedeo a da Impe
rial Effigie da Imperatriz Rainha com a fita da mesma
Casa de Bragança, a José Vieira Pinto Meirinho, da
Regia Alçada do Porto, e seus filhos João Vieira
Pinto, Lente Proprietario do 3.° anno de Mathemati
ca, Luiz Vieira Pinto, Alferes Commandante da 5."
Companhia de Ordenanças do Porto, por cuja Graça
beijou a Sua Regia Mão o dito Beneficiado.
*—*$$*—»
Litteratura. •
O Granadeiro da Ilha d'Elba, recordações de 1814
e de 1816, por Mr. Barginet:
Será isto algum logro! Teria por ventura tambem
hum Granadeiro da antiga Guarda Imperial o desejo
descrever a historia do seu tempo! E por que não !
Ora muito bem parece a certos homens mostrarem-se
tão difficeis! As Memorias de hum Granadeiro valem
tanto como algumas outras; este reunia todas as quali
dades que hoje se requerem para que hum escriptor se
dedique com bom exito a similhante qualidade d'escri
ptos. Retirado lá na sua aldêa depois de vinte e cinco
annos de honroso serviço, consta-nos que assiduamente
frequentára a escola do ensino mutuo, e que bem ou
mal aprendêra a lêr e a escrever. Não he isso bastante
para compor Memorias historicas como se tem escripto
tantas ha quinze annos? Muitos dos nossos modernos
historiadores não saberão por certo mais a esse respeito.
Tambem nos consta, que era muito viciosa a ortogra
fia do author; porém não he a ortografia para mui
tos dos taes historiadores huma cousa de luxo, huma
verdadeira superfluidade ?
- Além disso concordão em que o Granadeiro da Ilha
d'Elba não escrevêra as suas Memorias. Nos papeis da
quelle valente soldado se achárão algumas notas redigidas
sem ordem sobre os acontecimentos de que havia sido tes
temunha. O estylo das taes notas abundava em calor e
energia militar. Era o estylo de hum verdadeiro Gra
nadeiro, mas como a historia ainda hum pouco pudi
bunda apezar de todo o esforço que fazemos por tornal
la guerreira, mal se combinaria com similhante estylo
Mr. Barginet o retocou e adoçou muito. Deo diferen
te fórma ás narrações do author, sem com tudo lhes
mudar o colorido. » Assim, diz elle, não se perderão
as vigilias do Granadeiro.» Acredite o leitor o que bem
lhe parecer a este respeito. Neste caso o Granadeiro
que unicamente vemos ho o mesmo Mr. Barginet. He
por tanto este a quem vamos combater com vizeira le
mitte a honra o contrario.
 [ 518 |
Conduzindo primeiramente os seus leitores á campa
nha de 1814 a descreve muito poeticamente. De bom
grado confessamos com elle, que fôra gloriosa para o
Exercito Francez, e que os nossos sustentárão então seu
antigo nome; mas temos bastantes victorias de que nos
gloriemos para que possamos sem pejo confessar os nos
sos revezes. Na campanha de 1814 não vê Mr. Bargi
net outra cousa mais do que triunfos nunca interrompi
dos. » O inimigo, diz elle, marchava de derrota em
derrota.» O que ! Nem se quer hum combate infeliz?
Nem huma vez ao menos lhe foi infiel a victoria ! Mas
nesse caso mui difficil seria explicar o fim de tão memo
ravel campanha. Como poude o inimigo, marchando
de derrota em derrota entrar em París? Refugiar-se-hia
elle dentro dos nossos muros para se esquivar ao alcan
ce dos vencedores! Finalmente como succedeo que Na
poleão» que por toda a parte levava o terror e a mor
te º se vio obrigado a receber em Fontainebleau a lei
daquelles mesmos que nunca deixára de vencer! Eis
aqui difficuldades que em vão procurariamos resolver se
unicamente possuissemos os documentos que Mr. Bargi
net acaba de nos dar. Estes escriptores liberaes tambem
tomão bem grandes liberdades. Que pouco respeitem a
verdade quando lhes não agrada, muito embora; mas ao
menos não destruão a verosimilhança. -
Se dermos credito a Mr. Barginet a occupação de
París foi o resultado de huma traição infame.» O ver
gonha , exclama elle , occultamente se quebrárão as
mais terriveis armas; o cartuchame que se distribuio
aos ultimos defensores da França só continha vil pó,
e poderão os estrangeiros avançar sem temor contra as
sagradas falanges que abandonárão á sua vil fortuna.»
Cumpria que se apresentassem provas em apoio de tão
grave accusação; todo o mundo as pedirá; mas o au
thor não dá nenhuma, e no entanto devêra saber, que
hum Historiador, ainda quando seja Granadeiro, não
deve exigir que lhe dem credito sobre a sua palavra.
Onde estão esses traidores que vão ser amaldiçoados
pela posteridade! Onde esses homens que occultamen
te quebrárão as nossas mais terriveis armas, que distri
buírão aos nossos soldados cartuchos que só continhão
vil pó, e que abandonárão as falanges sagradas á vil
fortuna dos estrangeiros! Mr. Barginet não no los dá
a conhecer. Para elle he bastante o haver redigido o
auto de accusação. Quanto aos accusados deixa aos
seus leitores o cuidado de os hir procurar. Não quer
que os nomes dos traidores lhe manchem a penna. Es
tranba delicadeza em hum historiador, e sobre tudo em
tal historiador.
Concordemos finalmente em huma cousa, e he que
a queda de Buonaparte foi devida a huma só causa.
Senhor da metade da Europa achava-se pouco á larga,
estava sufocado. Foi a sua insaciavel ambição quem o
perdeo. Longo tempo ha que todos os animos intelli
ro de que
gentes temMr. Barginctesta
conhecido nãoverdade,
a percebesse.
e muito me admi•
Se lhe dermos credito, Buonaparte cahio tão de
pressa por que se achou abandonado pela opinião. Diz
o author, que a liberdade víra com sombrío prazer a
queda de hum homem que a tratara com tão pouca
attenção. A liberdade! Pois quem nessa época della se
lembrava! Os mesmos que se havião proclamado seus
apostolos a tinhão vendido sem pejo, e estavão bem
contentes com o negocio que havião feito. Se disso se
esquecêrão, a nossa lembrança he mais fiel. Buonapar
te não tinha mais zelosos servidores. Hum signal do
-
-
+
LISBOA : NA IMPRESSÃO REGIA.
amo era para elles huma ordem sagrada que executavão,
fosse ella qual fosse, sem se animarem a fazer o mais
leve exame. Até muitas vezes succedia, que cumprião
mais do que se lhes recommendava. He possível que Mr.
Barginet o ignore; pois era então bem moço. Mas ao
menos cumpre que saiba, que essa liberdade que lhe he
tão cara, e que coloca muito acima do prestigio de to
das as victorias, he hum dos beneficios da Restauração;
longo tempo expatriada voltou á França com a Legi
timidade. . . . . . . A Historia dirá o resto.
(Extracto de hum artigo de Mr. Colnet.)
$
*§§ «–»
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 30 de Maio,
Hontem á noute Embarcações
•
sahio 1 Escuna Ingleza para Liverpool,
avistadas.
9 h. 1 Fragata Franceza, 1 Curveta de Guerra dito, e
1 Hiate sem bandeira ao Sul do Cabo da Roca.
Embarcações sahidas de Belém.
9 h. 15 m. 1 Bergantim Brazileiro, Joaninha, para Ha
vre de Grace; e l Escuna Ingleza para Londres.
+ Annuncios,
No dia 1.° de Junho de manhã nas casas da residen
cia do Dezembargador José Freire Gameiro, na rua
dos Navegantes á Lapa, se hão de arrematar duas pro
priedades de casas, sitas na travessa d'Assumpção N.°
15 a 18, e N.° 43 a 45 , com frentes para a rua nova
dos Corrieiros, avaliada a primeira em 17:2003000 rs.,
e a segunda em 16:1103000 rs., cuja arrematação se
faz a requerimento dos herdeiros do falecido Antonio
Francisco Chaves, para se proceder na competente par
tilha.
José Antonio de Almeida Grandella , com casa de
cambio no Rocio N.° 16, declara que nas cautellas de
N.° 2693 houve engano, e são do N.° 2663, e por tal
as ha de pagar aos seus interessados.
Bernardino José Simões de Araujo para inteirar os
herdeiros de sua mãi D. Ricarda Victorina Leandra de
Araujo, o que ainda lhes resta de suas folhas de parti
lhas, pretende vender o grande casal que possue no ter
mo da Villa de Tancos : quem o pretender comprar,
falle com o dito Simões na sua quinta da Fonte da Vil
la da Aceicera.
Pedro José da Costa faz publico , que tendo dado
procuração a Francisco Alves Lisboa para lhe tratar da
venda de humas casas, sitas na travessa do Monte com
o N.°26 a 23, o fez citar para mais não usar della, no
dia 28 do corrente Maio , e que por isso he nullo tudo
o que por virtude da mesma procuração dalli em dian
te se praticar.
Se houver alguma pessoa que tenha quem informe o
seu bom comportamento, e queira hum quarto indepen
dente, e meza, pelo preço de 400 réis diarios, dirija-se
á rua do Ouro, N.° 173, quinto andar.
Joaquim José Bernardes, com loja de mercearia, na
rua dos Arameiros, N.° 2 e 3 (Ribeira Velha), tem
para vender huma partida de rebollos, e pedras de amo
lar, chegadas ultimamente da Bahia, e por preços
com modos.
 NUM 128.
GAZETA DE LISBOA.
GUARTA FEIRA, 1.° DE JUNHO.
PARTE OFFICIAL.
Extracto da Ordem do Dia N.° 30.
Quartel General no Paço de Queluz, em 30 de
Maio de 1831. : Bragança, Francisco Antonio de Sá.
Por Decreto de 5 do correnle mez.
Governador do Forte da Ericeira, o Coronel do Ul
tramar, Martinho Maria da Costa Freire.
Ajudante de Ordens do Marechal de Campo Alvaro
Xavier da Fonseca Coutinho e Povoas, Inspector ge
ral de Cavallaria, o Alferes do Primeiro Regimento de
Cavallaria de Lisboa, João Paes de Faria.
Exonerado do Governo do Forte da Ericeira, o Ma
jor graduado em Tenente Coronel, João Antonio Pe
reira de Castro.
Addido ao Forte de Santa Luzia, o Ajudante de Mi
licias Reformado, Matthias José do Carmo.
Reformado na fórma da Lei, o Coronel Governador
da Praça de Campo Maior, Ignacio Emilio Ayres da
Costa.
Regimento de Cavallaria de Chaves.
Alferes supranumerario, o Alferes supranumerario do
3.° Regimento de Cavallaria de Lisboa, Francisco José
de Moraes.
1.° Regimento de Infanteria de Lisboa.
Alferes supranumerario, o Alferes supranumerario do
Regimento de Infanteria de Cascaes, João Paulo Tei
xeira de Aragão.
4.° Regimento de Infanteria de Lisboa.
Capitão da 2.° Companhia, o Capitão do Regimen
to de Infanteria de Cascaes, Luiz José de Souza Prégo.
Regimento de Infanteria de Cascaes.
Alferes supranumerario, o Alferes supranumerario do
1.° Regimento
gusto dos SantosdeVillas
Infanteria
Boas. de Lisboa, Antonio Au
Regimento de Infanteria de Leiria.
-Capitão da 1.° Companhia, o Capitão do Regimen
to de Caçadores do Minho, Manoel Guedes de Qui
En hones.
Regimento de Infanteria de Extremoz.
Ajudante, o Alferes Francisco de Paula Santa Clara,
Regimento de Caçadores do Minho.
Capitão da 7.° Companhia, o Capitão do Regimen
* o de Infanteria de Leiria, Joaquim Felix de Azambu
ja Proença. \,
Companhia de Veteranos de Cascaes.
Reformado na fórma da Lei, ficando addido a esta
ANNo 1831.
xP8->#@$1<<<9GX<==--
Companhia, o Capitão do Segundo Regimento de In
fanteria de Lisboa, Matthias Gualberto Ferreira.
Companhia de Veteranos de Sines.
Addido a esta Companhia, o Capitão Reformado,
Antonio Gervasio da Nobrega Botelho.
Companhia de Veteranos de Bragança.
Tenente, o Tenente do Regimento de Infanteria de
Regimento de Milicias de Lisboa Occidental.
Demittido, o Alferes Antonio Roberto da Costa, que
foi julgado incapaz de servir por huma Junta de Saude
Regimento de Milicias do Termo de Lisboa
Occidental. -
Demittido
veis, peloManoel
o Tenente requerer, allegando Rapozo.
de Carvalho motivos attendi •
Regimento de Milicias de Torres Vedras.
Reformado na conformidade da Lei, o Capitão An
tonio Camillo Franco.
Regimento de Milicias de Penafiel.
Reformado na conformidade da Lei, o Coronel Joa
quim Pereira de Menezes Souto Maior.
Regimento de Milicias de Barcelios.
Reformado na conformidade da Lei, o Tenente Ma
noel José de Gliveira.
Regimento de Milicias de Bragança.
Reformado na conformidade da Lei, o Capitão Fran
cisco José Vellozo.
Demittido, o Alferes Manoel José de Figueiredo,
que foi julgado incapaz de servir por huma Junta de
Saude.
Batalhão de Voluntarios Realistas do Porto.
Demittido, o Tenente Bernardo Pereira da Fonseca
Campeão, que foi julgado incapaz de servir por huma
Junta de Saude.
Batalhão de Voluntarios Realistas de Castro Dairo.
Demittido, o Quartel Mestre, José Manoel da Fon
seca, que foi julgado incapaz de servir por huina Junta
de Saude.
•
Batalhão de Voluntarios Realistas de Villa Real.
Demittido pelo requerer, alegando motivos attendi
•
veis, o Tenente Affonso Telles Rolin Pinto de Mes
quita.
Companhia de Voluntarios Realistas de Valle
de Besteiros.
Tenentes, e Alferes graduado em Tenente do Regi
mento de Milicias de Tondella, Antonio de Mello.
Alferes, Antonio Maria Lopes Pereira.
ElRei Nosso Senhor, como Commandante em Chefe
do Exercito, Houve por bem Nomear o Capitão do
Regimento de Infanteria de Casdaes, Francisco José
de Sousa, para ter exercicio de Major no Regimento da

Milicias de Coimbra, observando-se a seu respeito o
disposto nos §§.4.", e 5.° do Artigo 27 do Regulamen
to para a organização do Exercito de 21 de Fevereiro
de 1816, e no Decreto de 19 de Agosto de 182ó.
(Seguem-se Licenças.). Conde de Barbacena, Chefe
do Estado Maior General. = Está conforme o Original.
= Ajudante General, Marquez de Tancos.
$. { pºre Nao, orficial.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
TURQUIA.
Smyrna, 27 de Maio.
Dizia-se ha tempos, que o Conde Capo d'Istria co
nhecendo-se finalmente in habil para governar a republica
-hávia feito renuncia do seu cargo, dirigindo a expo»
sição ás tres Potencias protectoras do novo Estado. I19
je se acreditào estas vozes e accrescentão as cartas de
Syra certas particularidades que não repetiremos até
que se confirme tão importante noticia. .
Se fosse certo que o Presidente se decide voluntaria
mente a deixar o mando, concluirá pelo menos a sua
carreira politica na Grecia fazendo hum beneficio áquel
le desditoso paiz que tinha hum direito bem fundamen
4ado para que lhe tivesse feito outros muitos em vez de
lhe causar tantos males; pois a sua renuncia facilitaria
a prompta conclusão do intoleravel estado em que se
acha, dando lugar a que se organize regular e definiti
vamente, unico modo para que possa subsistir.
, - GRECIA.
º Nauplia, 16 de
* * * "" … . | •
Parece que os Hydriotas excitados por todos os ma
gnatas desconhecêrão a authoridade do Governador Mau
romati, declarando-lhe, que como particular não podia
permanecer na ilha; por quanto ainda que respeitem a
sua pessoa não o reconhecião como Governador. Ac
crescentão, que Mauromati chegára a Spezzia,
Apezar de hoje não haverem noticias positivas a res
peito desta occorrencia, o Governo se mostra muito des
gostoso, tanto mais porque se diz, que os Ipsariotas se
guirão o exemplo de Hydra. O espirito publico de He
gina, º residencia ordinaria dos Jpsariotas, favorece esta
predisposição dos animos.… , , , , ,
*; → , - * •
- - - - -
Hum viajante que acaba de vir de Syra confirma a
noticia da chegada de Mauromati a Spezzia, e accres
centa , de
Junta quesete
os pessoas,
Hydriotas confiárão o Governo a huma
Em Maina succede o mesmo; e o Presidente não
tem meios para sugeitar ás Provincias que se sepa
rem da sua obediencia e desconheção a sua authorida
de. Este procedimento vai ter imitadores e dentro de
pouco tempo será nominal a presidencia do Conde Ca
po d'Jairia. Para atalhar estes males he preciso que as
Potencias dem á Grecia a organisação Monarquica que
ha tanto, tempo se lhe promette, e sem a qual não pode
existir.…. - o ou ". -
.…..….…POLONIA.
: "… C nº … rs Varsovia, 3 de Maio.
*
Cr s q …) e e … . .
* (? Quartel General do Generalissimo tornou a esta
belecer-se emi.Jendrijou perto de Kaluszyn.
[ 629 ]
O General Lewandowski entregou em nome do Ma
rechal Diebitsch 1200 francos a cada hum dos Oficiaes
Russianos, que se achão no Hospital desta Cidade.
A ferida que o General Russiano Nassakin recebeo
na acção de Stanislawow, he de muita gravidade.
|-
". O mando dos restos do Exercito de Sierauski foi con.
º - ferido ao General Dziekouski.
Annunciou-se ao publico que hum dos melhores mo.
dos de se livrar da colera morbus he não cometter ex.
# cessos,
atacadoe por ter apprehensão
não aquella quando
eufermidade. . *qualquer
* se achar
·
.* * -- > • • * \,
•
----
* - * *
* #">
*… "… - Idem, "3. *-- - - - - -- -
Assegurão ós periodicos desta capital, que a 2 de
Maio se adiantára o Quartel General, e que em huma
• , !
povoação cujo nome não designão, houvera huma pe
- - quena escaramuça; que no dia 29 do mez anterior sahio de
Solet o Coronel Miokosiewiez com parte do Regimento
que commanda com direcção a Kamien, que fica na
opposta margem do Vistula, e que no caminho derro.
tára hum destacamento composto de 40 a 50 homens,
A Gazeta d'Estado publica as seguintes noticias Ofi
ciaes sobre as ultimas acções; - - - -
» As tropas que combatêrão no dia 25 d'Abril perto
* * * * * de Kuftew.erão commandadas pelo Coronel Dembinski;
estas apoiadas em huma boa posição sustentárão largo
espaçº o combate contra hum continuadº fºgº de 16
peças d'artilheria postas, em huma excellente posição.
As tropas Russianas erão commandadas pelo mesmo
Conde Diebitsch, Porém na parte mais renhida da
acção recebêrão ordem os Polacos de se retirar para
Ceglou, o que verificárão com a melhor ordem, abº
zar das forças superiores, Russianas que carregavãºs"
bre elles. " … . - , .
(Correio de Smyrna.) - " A nossa perda constou de 1 Oficial e 17 soldadº
mortos e 23 feridos » , - 1. #
No dia 26 de Abril houve outra seção com a rel…
guarda diante de Minski. O General Gielgud com º
Fevereiro. batalhões de infanteria, 6 peças de cerco, e 12 de aº
** * * .*
tilheria a ligeira, tomou posição por detraz de Minski,
deixando só hum, batalhão nesta Cidade. O General
Casimiro Skarzynºgi estava postado diante de Minii
com o 2.° de Caçadores e o 3.° de Hulanos, com 40*
terias de artilheria e outra da ligeira; o resto da Divi:
são deste General se achava postado detraz de Minski
no lado da ala esquerda da Infanteria da General
Gielgud. - , , / F
O Exercito Russiano avançava para Ceglou ; *
11 da manhã sahírão de hum bosque para atacar º
nossa Cavallaria, que no principio conteve os Russiano.
Porém quando todo o corpo do General Pahlen queiº
nha duplicadas forças que a nossa retaguarda se desen"
• •
volveo, julgou conveniente o General Skarzinski torna
a occupar a sua posição detraz de Minski. Duas horas
consecutivas sustentou o General Gielgud os repetidos
- •
ataques dos Russianos, mas vendo em fim que novas º
numerosas massas de homens avançavão contra elle
emprehendeo tambem a sua retirada por escalões sem
obstaculo e em boa ordem com direcção a Dembe IFiel.
kia. Nesta acção tivemos 83 mortos, entre os quaes se
achárão 3 Oficiaes, e 192 feridos, incluindo 8 Oi.
ciaes. O General Russiano Pahlen recebeo huma comº
tusão. |- |-
Depois deste combate o Generalissimo tomou pos:
ção perto de Dembre, onde tencionava esperar o ini.
* * *) - Inigo para acceitar batalha, que no seu entender appa:
e rentavão os Russianos apresentar; pois não comprehen:
dia que tivesse outro objecto o movimento que todas aº
suas forças fazião. Não obstante na noute de 29 a 30
se retirou o inimigo: a nossa vanguarda o seguio, e fez
alguns prizioneiros. Na seguinte noute o General Sie:
rauski com 30 homens do p." de Caçadores se arrojº"

sobre o bivaque de bºm plotão de Cossacos postado per passar este viajante de Veneza para Milão encontrou
to, dad"#" Tyzebucz e, o dispersou.
O Generalissimo deplora as devastações feitas pelos
Russianos em algumas povoações, e que tenhão levado
como prizioneiros de guerra alguns medicos do hospital
estabelecido em Miena; mas tambem louva o procedi
mento de alguns Chefes superiores do Exercito Russia
no. O General Diebitsch achou em Minski 50 feridos
Polacos, e immediatamente deo ordem para que os tra
tasseu com muito esmero, O Tenente General Kreutz
que fez muitos prizioneiros, do Exercito do General Sie
rauski, se portou para com elles, com humanidade digna
do maior elogio. . . . - •
O Generalissimo termina a sua parte fallando sobre
as operações do General Duernicki desde o dia 17. To
dºs estas particularidades tem sido publicadas particu
larmente; mas ainda se não sabe, o resultado da expe
Pedição de Duqrnicki á l'olhinia (cuja total derrota já
annunciámos). Notou-se que os empregados das Alfan
degas Russianas de Rudzucillon, que se tinhão hido re
fugiar em Brody (Gallitzia) voltárão á sua rezidencia
- escoltados por hum destaçamento Austriaco.
Na Vaivodia de Plock continuão os Exercitos ha dous
mezes nas mesmas posições. As nossas columnas se a chão
desde Narew até Rozan na direcção de Ostrolenka; es
ta ultima Cidade está em poder dos Russianos. Parte
da Guarda passou, no dia 23 para a margem esquerda
do Bug: pareçe que com o projecto de se reunir ao
grande Exército do Feld Marechal Conde Diebitsch.
* * * … * *
_ As derrotas sofridas ultimamente pelos patriotas da
Lithuania tem feito desfalecer muito alguns animos
apouçados. Não obstante ainda se espera que recupe
rem forças antes
o Imperador tem que
quecheguem os numerosos
mover com corpos que
este motivo.
* - - -
* *
+ + BELGICA.
Bruxelas, 14 de Maio.
Em data de 29 do passado escreve de Berna hum
dos nossos compatriotas o seguinte:
º Certo viajante Belga que passava á Italia apresen
1 ou hontem hum passaporte ao Embaixador d’Austria
para que o referendasse; mas este recuzou fazello, e
por inais que lhe representassem, que o Governo Belga
está reconhecido pelas cinco Potencias e que não ha
vendo na Belgica outras authoridades além das provi
sorias, não poderião os Belgas sahir da sua patria se
os outros Governos recuzassem reconhecer os passapor
tes Belgas, tudo foi inutil: respondeo o Embaixador
que ainda não estava bastante reconhecido o Governo lhe contestou, que não tendo ele a capacidade, esta
Belga, e muito menos se achavão determinados todos belecida pelo Direito das gentes, para fazer communica
os seus negocios; além do que teve a incoherencia, de ções de similhante natureza, que excedião as suas ditas
accrescentar, que o assignaria se o Embaixador da {Iol funcções Consulares, o Governo de Sua Magestade se
fanda o quizesse referendar.
… O Embaixador do Piemonte recusou tambem assi ponder. Sem embargo desta resposta, fundada em prin
gnar o passaporte até que o de Austria º tivesse lega
lizado; em consequencia do que se vio obrigado o via
jante a tornar á sua patria, ou tomar passaporte da
Suissa para continuar o seu caminho."
(G. de Madrid.)
SUISSA.
Lauzana , 4 de Maio.
II um negociante digno de confiança, que acaba de
viajar na Lombardia diz; que a opinião geral daquelle
aiz está pela guerra. No dia que se soube da morte
do Rei de Sardanha sahírão cinco Correios extraordi
narios de Milão para Vienna. Ha agora em Milão 603
homens e mais outros 703 no espaço de dez milhas. Ao
[521]
hum trem de artilheria tão numeroso, que durante dous
dias esteve demorada a Diligencia em que viajava. Sup
pomos que as authoridades Federativas a cujo cargo es
tá o cuidarem da nossa segurança sabendo que em 24
horas podem os Austriacos postar-se na nossa Frontei
ra, sem estrepito e sem avizo, terão tomado disposição
para ter noticia de quantos movimentos se fizerem, e
dar as ordens convenientes em tempo opportuno.
(Gazeta de Madrid.)
AUSTRIA..
pºienna, 3 de Maio.
A colera morbus faz terriveis estragos na Polonia. A
escassez que reina naquelle paiz dá a similhante enfer
midade tal força que inutiliza o plano curativo. Na
Gallitzia forão accomettidas do mesmo mal algumas
pessoas: mas como naquella Provincia não ha insurrei
ção, e por consequencia não ha miseria, se vive sem
receio.
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 12 de Maio,
Mandou-se vir a esta Capital Lord Ponsonby para
que definitivamente manifeste o estado em que se acha
- •
a Belgica. (Courier.)
*$$*-* •
*—
•
Lisboa, 31 de Maio,
(Gazeta de Madrid.) REAL JUNTA Do CoMMERcio.
|-
Edital.
A Real Junta do Commercio, Agricultura, Fabri
cas, e Navegação destes Reinos e seus Dominios baixou
o seguinte,
Aviso.
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — Tendo Mr.
Cassás, Encarregado do Consulado de França, que ul
timamente residio nesta Corte, dirigido ao Governo de
Sua Magestade reclamações, que ao mesmo tempo
que não cabião nas suas faculdades, erão contrarias in
teiramente ás mais patentes, e repetidas declarações do
seu Governo de não intervir nos Negocios internos dos
outros Paizes, e para as quaes o Direito das gentes, e
o uso commum já mais authorizou taes Empregados, se
achava por esses respeitos impossibilitado de lhe res
cipios, que até agora não forão controvertidos em Paiz
algum, tomou o sobredito Encarregado do Consulado
a deliberação de se ausentar, e partir para França, con
vocando os Francezes residentes neste Reino para que
- -
o acompanhassem, ao que poucos annuírão, ficando os
mais tranquillos ao abrigo das Leis, e das Authorida
des, que já mais deixão, de proteger os estrangeiros,
que pacificos grangeão os meios da sua subsistencia.
Tendo-se apresentado na costa destes Reinos duas Fra
gatas, duas Corvetas, e hum Brigue de Guerra Fran
cezes, dirigio o Commandante daquella Esquadra ao
Governo de Sua Magestade hum Oficio, no qual fez as
seguintes reclamações: 1.° Que fosse posto em liberda
de Edmundo Potenciano Bonhome, annullando-se a Sen
tença, que contra elle foi proferida, por se considerar
 I 522 |
como hum ultrage feito á França a applicação das pe
nalidades da dita Sentença. 2." A demissão dos Juizes
«que pronunciárão a Sentença, e a publicação Oficial
<do acto de rehabilitação que a annullar. 3." Huma in
demnisação de vinte mil francos para o dito Bonhome.
4." Que fosse posto em liberdade Claudio Sauvinet, de
clarado naturalizado Portuguez, em opposição ás Leis
do Reino, e condemnado a desterro para Africa, em
dez annos, por huma Commissão extraordinaria. 5."
Huma indemnisação de seis mil francos para cada hum
dos Francezes Gambey, e Vallon, prezos arbitrariamen
te no Porto; e huma de tres mil francos a outro Fran
cez Dupont, que esteve prezo em Lisboa durante hum
anno, e todos tres expulsos de Portugal, em virtude de
huma Sentença, da qual lhes não resultou culpabilida
de alguma. 6." A indemnização de dez mil francos
precedentemente reclamada por Mr. Cassás, a favor
do Gravador Dubois, pelos prejuizos que se lhe cau
»árão durante a sua prizão. 7.° Huma indemnização
de vinte mil francos para os Francezes que já deixá
rão Lisboa ; e pelo afretamento do Navio Jumeaux;
e huma indemnização , cuja quota será fixada ulte
riormente para aquelles, que tendo ficado em Lisboa
depois da partida do Consul, sofressem algum prejuizo.
3." A restricta observancia no futuro do privilegio dos
Francezes, de não poderem ser prezos senão por ordem
do Juiz Conservador das Nações Privilegiadas, que não
tem hum privativo. O Governo de Sua Magestade tinha
des de o momento em que o Encarregado do Consulado de
!França havia feito incompetentemente as suas reclama
ções, recorrido aos Alliados da Coroa de Portugal, com
os quaes existem disposições do direito convencional, e
Tratados solemnes, para se tratar deste negocio como
convinha ao decoro destes Reinos, transacção admitti
da pelo Direito das gentes em casos taes. Nesta con
formidade respondeo-se ao referido Commandante, que
não tendo o Governo Portuguez pessoa authorisada
para tratar em Paris de hum negocio tal, nem o sendo
Mr. Cassás por Diploma algum, que fosse communica
do ao Governo Portuguez, se achou o Governo de Sua
Magestade na impossibilidade de se entender por qual
quer dos referidos expedientes com o Governo Francez;
mas que desejando todavia terminallo, se resolveo tratar
des de logo delle por meio dos Alliados da Coroa de
Portugal; e que nestas circumstancias não seria con
forme, nem com as razões de delicadeza, nem com a
natureza de tal transacção, dar a resposta cathegorica,
que se pedia. Que o Governo de Sua Magestade espe
rava, que elle communicasse quanto antes ao seu Go
verno esta resposta, e que qualquer procedimento vio
lento, que empregasse, opposto ao esp rito do que lhe
referia, não deixaria de ser considerado por todas as
Nações como hum acto de aggressão não provocado.
Apezar desta communicação passárão as Embarcações
de Guerra Francezas a capturar o Bergantim Portuguez
Constante, que vinha do Pará. Nestas desagradaveis
circumstancias Foi ElRei Nosso Senhor Servido. Orde
nar que se communicasse o referido á Real Junta do
Commercio, Agricultura, Fabricas e Navegação, a fim
de o fazer publicar para os efeitos convenientes, espe
rando Sua Magestade, que em breve haverão de cessar
taes occorrencias, pelas medidas já adoptadas, e por
outras que ao mesmo Augusto Senhor parecerem oppor
tunas. O que tudo V. Ex.° fará constar nesse Tribunal.
Deos Guarde a V. Ex." Paço de Queluz, em 30 de
Maio de 1831. = Visconde de Santarem. = Senhor Mar
quez Mordomo Mór.
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
O que a mesma Real Junta manda fazer publicº pe.
lo presente. Lisboa, 31 de Maio de 1831.=(Assignado)
José Accursio das Neves.
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 31 de Maio.
Embarcações avistadas.
4 h. 46 m. 1 Bergantim sem bandeira, 1 Escuna dito
e 1 Cahique dito a Oeste do Cabo da Roca: na.
vegão para o Norte, •
8 h. 58 m. 1. Fragata Franceza, 1 Curveta de Guerra
dito e 1 Hiate sem bandeira ao Sul do Cabo da
Roca.
12 h. 48 m. 1 Curveta de Guerra Franceza, e l Ga
lera sem bandeira a Oeste do Cabo da Roca.
3 h. 50 m. 1 Bergantim sem bandeira, e l Chalupa
dito a Oeste do Cabo da Roca.
Embarcação entrada em Belém.
5 h. 34 m. 1 Hiate Portuguez, Santo Christo, da Ilha
do Faial, donde sahio no dia 13, com mala.
\
Publicação Litteraria. •
Sahio á luz: O Celibato Clerical e Religioso, defen
dido dos golpes da impiedade e libertinagem dos Cor
respondentes da Astréa, com hum Appendice sobre o
Voto separado do Sr. Deputado Feijó, pelo Padre Luiz
Gonçalves dos Santos, 1 vol. em 4.° br., preço 480 rs.
Vende-se na loja de João Henriques, e nas do costu
me, onde tambem já se vende a 1.°, 2.°, e 3.° Carta
da Voz da Verdade da Santa Igreja Catholica.
Annucucios.
No dia 3 do proximo mez de Junho, ao meio dia,
na sala da Direcção do Banco de Lisboa, se ha de
proceder á amortização de 50.0003000 rs. em Apolices
do Emprestimo de 2000.00003000 rs., conforme a Car
ta de Lei de 15 de Outubro de 1823. Banco de Lisboa,
31 de Maio de 1831. = José Silvestre de Andrade, Se
crer a rio. - -
O Conselho de Administração da Marinha pretendº
eomprar lona, brim, aniagem, panno d'algodão para
forros, filele de lã, lã para colchões, linho xerva, dº
to branco, e alcatrão: todas as pessoas que quizerem
vender os referidos artigos podem comparecer na Sala
do dito Conselho em o dia 4 de Junho proximo futurº,
pelo meio, dia para se tratar deste objecto.
No dia 3 de Junho, pelas quatro horas da tarde, nº
casas de residencia do Desembargador José Freire Gº
meiro, que serve de Juiz Corregedor dos Orfãos da Re.
partição do Meio, se ha de arrematar huma proprieda:
de de casas em pardieiro no becco d'Amoreira N.° 12
e 13, ao pé do largo de S. Jorge, que pertence ao mº:
nor Henrique Luiz Pereira, Escrivão do inventario Jos:
Joaquim Duarte Cordeiro , na calçada de Santa Anº
na N.° 27.
Na tarde do dia 8 de Junho se ha de arrematar com º
abatimento da quarta parte do seu valor, com todos
os seus pertences, e o constante do seu inventario, º
Brigue Portuguez, denominado Deos te guarde, e hº
Escrivão da arrematação Couto.
Quem quizer comprar"huma botica nesta Cidade, de
rija-se á rua dos Algibebes, N.° 35, e alli se dirá onde
he situada.
(A'manhã não haverá Gazeta.)
L
— • –+ • ••
 NUM. 129.
--—=>-{2}-<>>>=----
Gazeta DE LIsboa —=>>>6>$@$1<<9e<<=-
SEXTA FEIRA, 3 DE JUNHO.
= >>>9>
- PARTE OFFICIAL.
Repartição da Reforma Geral dos Estudos.
Pela Junta da Directoria Geral dos Estudos se hão
e de prover por Concurso de 60 dias, que começará em
# 9 do proximo seguinte mez, as Cadeiras de Primeiras
* Letras das Villas de Alfandega da Fé, Castro Vicente,
Moz com exercicio em Carviçaes, e Torre de D. Cha
ma, todas na Provedoria de Moncorvo, cada huma com
- o ordenado annual de 90,3000 réis. Os que pretenderem
ser nellas providos, se habilitarão com Folhas corridas,
a Declaração determinada na Lei de 20 de Junho de 1823,
Certidão de idade, e Attestação do proprio Paroco so suas tres linhas d’operações. Com efeito fortificárão
bre vida, e costumes, reconhecidas, e em fórma legal;
… e no tempo acima designado concorrerão a Exame pe
rante a mesma Junta, ou perante o Provedor respecti
a vo. Coimbra, na Secretaria da sobredita Junta, 28 de
Maio de 1831. = O Secretario Antonio Barboza de Al
meida. -
—
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
|- POLONIA.
Farsovia, 28 de Abril.
Começou o movimento retrógrado do nosso Exercito
e todos os dias ha combates na retaguarda. Huma gran
de multidão de mulheres, crianças, e anciãos do paiz
situado entre o Viepre e o Vistula, passão para a mar
gem esquerda deste rio, para não verem segunda vez
destruidas as suas propriedades. •
(Extracto da Gazeta de Frença.)
PRUSSIA.
Berlim, 2 de Maio.
Os Russianos tem varrido, todo o paiz situado entre
Polangen, Crotingen, e Dorbian. O General Pahlen
sahio de Mittau com 400 homens e seis peças de arti
Iheria e derrotou repetidas vezes os insurgentes. O Prin
cipe Chilkow marchava para a Lithuània com 6,000
ANNo 1831.
}-<=-
I
{ }
Hullanos, e 16 Batalhões de Granadeiros. No dia 27 che
gou a Libau hum Brigue de guerra Russiano, e por elle
se soube que em Cronstadt e Revel se armavão embarca
ções de guerra sem se saber o seu destino. Hum viajante
que chegou a Tilsit, de Vilna por Lyck e Grodno af
firma que em toda a parte víra tropas Russianas com
mandandas pelo General Friecken; 1,600 Couraceiros
Russianos inteiramente destruírão perto de Mariampol
hum corpo de insurgentes cujo Chefe, Mr. Pascheit,
com summa difficuldade havia escapado.
(Gazeta d'Estado da Prussia.)
Breslau, 2 de Maio.
Os Russianos tem agora grandes e fortes praças nas
Eomza, Siedlice e Lublin. Dizem que nesta ultima
Cidade tencionão estabelecer hum novo Governo Pola
co composto de tres Russianos e de tres Polacos. Pare
ce que o Conde Diebitsch não quer emprehender ne
nhuma operação séria até que fique sofocada a insur
reição das Provincias Russiano-Polacas.
Fronteiras da Lithuania, 5 de Maio.
No dia 2 do corrente sahio de Polangen o General
Russiano Ronnekamsif, e com hum destacamento e hu
ma peça de artilheria cahio sobre Salanti, onde se acha
vão reunidos alguns milhares de insurgentes aos quaes
atacou e venceo completamente. Os insurgentes quize
rão atacar os Russianos alguns momentos depois, com
os reforços que recebêrão; mas forão outra vez derrota
dos e vivamente perseguidos até que se internárão nos
bosques e depois o General Russiano voltou a Polan
gen, Hum destacamento Russiano que se achava proximo
projectou pôr-se em communicação com Polongen; pa
ra o conseguir tomou posição nas alturas perto de Krot
tingen, donde poderá vigorosamente repellir qualquer
ataque dos insurgentes.
Hum General Russiano com hum destacamento se
acha em Janiszki, sobre o caminho de Wilna a Ssacole,
esperando reforços.
Escrevem de Tilsit que o Conde Rennecker, hum dos
principaes Chefes dos insurgentes desapparecêra de re
pente. Os ultimos guardão o mais profundo silencioso
bre as causas deste successo. (Gazeta de Berlim.)
FRANÇA.
Paris, 8 de Maio.
Escrevem de Bruxellas em data de 6 do corrente:
 [ 524 |
5º Beatrº de poucos dias esperamos os nossos Deputados
nir; além do que a insurreição da Volhynia que espera
de Londres; parece que fôra inutil a sua viagem. Ac va o apoio de huma victoria dos Polacos para se pro
crescentão que o nosso Deputado á Dieta de Francfort nunciar de hum modo decisivo, não veio em seu auxilio
fôra muito mal recebido.» como se havia dito.
Ao annunciar-se-nos que Duernicki se havia refugia
Assegurão que Mr. Badié passará a Argel na qua do no districto de Tarnapol (Gallitzia Austriaca) com
lidade de Prefeito Apostolico. 4,3 homens e 17 peças de artilheria, nenhuma particu
laridade se nos dá a respeito das acções que terão Pre
Ignora-se qual seja o destino da Esquadra Turca, cedido esta retirada.
que he a mais forte que o Grã-Senhor tem posto no Em summa o lance de Duernicki he hum aconteci
mar depois da derrota de Navarino. Alguns afirmão mento dos mais funestos, e que pode influir mui triste
que esta Esquadra vai ao Egypto onde desembarcará mente nos ulteriores successos da guerra. Eis-aqui o
tropas, que reunidas ás do Vice-Rei marcharão contra Exercito Polaco-absolutamente sem ala direita. Tambem
o Bachá de Bagdad. Parece ser mais verosimil que o se pode recear, que para o futuro os Russianos se não
seu destino seja Durazo no Adriatico, para reforçar o achem na necessidade de pôr cerco a 3amosc.
Exercito de Reschid Bachá, encarregado de pacificar (Extracto do Mensageiro.)
a Albania, e que agora peleja com Mustafá, Bachá
de Scutari, auxiliar dos Albanezes rebelados. HESPANHA.
Mr. Aguado acaba de sêr admittido no numero dos Cadis, 21 de Maio.
Socios da Sociedade Universal para a propagação das
Sciencias e da industria. A Gazeta de França com motivo da morte do Rei
de Sardenha occorrida a 27 do mez ultimo, publica o
Na sessão da Academia d'inscripções e bellas letras seguinte: |-
de Paris de 8 de Abril, se deo conta dos Monumentos » O Rei de Sardenha Carlos Felix nasceo a 6 d'Abril
da India Oriental da Collecção de Mr. Lamare Pic de 1763, e recebeo no berço o titulo de Duque de Ge
quot, reunida na viagem que fez áquelle paiz em 1826; nevois, que conservou até 1822 em que succedeo a seu
e ao mesmo tempo se manifestou o desejo de que se irmão ºk… Manoel IV. Em 1807 casou com D. Ma
forme em Paris hum novo etnicológico de objectos per ria Christina de Bourbon d'Anjou, Infanta de Napo
tencentes ao culto e costumes das nações gentilicas, co les, que não teve filhos. Não tendo os dous Reis Victor
mo o ha em Petersburgo e em algumas Cidades de Al Manoel e Carlos Manoel, irmãos mais velhos do Rei
lemanha. (Monitor.) Carlos Feliz, deixado successão masculina, se estipulou
Idem, 15. pelo Congresso de Verona, que a herança geral e total
dos Estados Sardos passasse a Carlos Amadéo de Sa
Parece que o General Russiano Rudiger pedira des boya, Principe de Carignan, que era o unico Principe
culpa de haver entrado no territorio Austriaco perse do sangue Real de Saboya, porque hum ramo France=
guindo os rebeldes que commandava Duernicki, por não desta casa não havia sido reconhecido como primogeni
conhecer exactamente a linha que demarcava as fron to pelos Reis de Sardenha, nem comprehendido nas es
teiras de ambos os Estados. tipulações relativas a perpetuar a sua Coroa na descem
Tambem se diz que todo o material dos rebeldes de dencia de Berolo e de Santo Amadéo. O novo Rei Car
Duernicki se mandara entregar ao Exercito Russiano los Amadeo, undecimo deste nome, nasceo em 1798,
como propriedade pertencente ao Imperador Nicoláo. casou em 1817 com a Arquiduqueza Maria Thereza de
Austria, Princeza de Toscana, e deste casamento nas
Gonfirmou-se o que havião annunciado os periodicos cêrão os Principes. A unica irmã de S. M. Sarda con
a respeito do General Duernicki. Não he crivel que o trahio alliança com o Arquiduque Reynier, Vice-Rei
correspondente de Vienna da Gazeta d'Augsburgo, don de Milo; sua mãi, a Princeza Maria Christina de Sa
de procede a noticia, houvesse tratado d'enganar os re aconia Curlandia, prima co-irmã do Rei Carlos X, se
dactores da difa Gazeta, referindo com todas as circum acha em Vienna ha muitos annos, e parece que esco
stancias a retirada de Duernicki ao territorio Austriaco lhêra a sua residencia habitual nos Estados Austria
se houvesse sido inteiramente falso hum facto tão serio. COS. 95
*
Attribue-se com razão ao General Sierauski o ha
ver sido a primeira causa da desgraça de Duernicki. Na noute de 20 a 21 de Março, ultimo se cometteo
Com efeito Sierauski foi destacado para a margem di hum grande roubo no Banco de Nora- Vork chamado
reita do Wistula para substituir pela parte de Lub City Bank: os ladrões entrárão com chaves falsas e le
lin, e de 3amosc o corpo que hia entrar na Folhy várão mais de duzentas mil patacas em notas ou A po
nia. Sierauski devia molestar o corpo Russiano do lices dos outros Bancos, e tambem duzentas onças de
General Rudigar para impedir, que este molestasse ouro Hospanholas. O Banco ofereceo cinco mil patacas
Duerniki na sua operação. Mas Sierauski se deixou ven a quem conseguir a restituição da quantias roubada.
cer e arrojar sobre a margem esquerda do Vistula por . |- |- • (D. Mercaetil. }
ter querido atacar só huma ala do grande. Exercito Rus Madrid, 28 de Maio.
siano. Desde então o General Rudiger, livre de todos
os obstaculos, só teve o objecto de seguir Duernicki á Wo Subdelegação principal da Polícia dºAlgeciras.
lhynia para o atacar alli, e paralizar seus movimentos. Tendo "hido para Argel os trinta e nove revolucio
Nestas circumstancias vendo Duerniaki que Rudiger
narios de que dei parte a V. S." pelo correio anterior, e
lhe havia cortado a retirada pelo Bug, tomou humatendo oferecido o General Governador da dita Praça a
resolução na verdade muito temeraria, e foi a de garantia de que fará buscar oito mais, cujo couto se
marchar para o sul pelo caminho da Podolia, com o ignora, tornou-se a abrir no dia de hontem a corumu
objecto de se encontrar com o General Roth, que che nicação com a mesma nos termos em que o estava an
gava das fronteiras da Turquia com hum pequeno Ex teriormente. O que partecipo a V. S." para seu conhe
ercito. Na verdade podia esperar da fortuna ou da sua cimento. Deos guarde a V. S." muitos annos. Algeci
audacia algum feliz resultado; porem não o teve; pelo ras. 19 de Maio de 1831. = João Ramires d'orosco.
contrario sofreo derrota, e ficou envolvido pelas mano = Senhor Superintendente Geral da Policia do Reino.
bras de dous corpos Russianos, que tratavão de se reu (Parte Official da Gaz, de Madrid.) .
 [ 625 ]
S. Sebastião, 29 de Maio.
Litteratura.
Economia politica applicada á Hespanha pelo Coronel
d'Infanteria D. José Espinosa.
Se em cada nova producção que sahe da penna dos
escriptores Hespanhoes nos cabe parte daquelle justo or
gulho nacional que devem sintir todos os Jornalistas de
boa fé, he este muito maior quando vemos hum mili
tar distincto entregar-se a esta classe d’estudos serios e
profundos pela sua natureza, que parecem tão oppostos
ás meditações que mais costumão predominar entre os
que seguem a carreira das armas. O mais commum en
tre estes he accumular os meios de destruição, e por
desgraça são assombrosos os progressos que neste gene
ro se tem feito ha meio seculo a esta parte. Por isso
mesmo chama duplicadamente a attenção o ver hum
Coronel do Exercito occupar-se em escrever a Cartilha
agraria, que tem sido tão bem acolhida pelo publico,
e agora huns Tratados d'Economia que abrangem não
só os principios geraes desta sciencia apenas formada,
mas tambem a applicação delles ao estado actual da
Hespanha. Por isso mesmo que esta classe de conheci
mentos são mais necessarios á generalidade dos homens,
parece que se tem empenhado os que escrevem sobre o
assumpto em o apresentar debaixo de certas formas d’esty
Jo, ás vezes arido, outras quasi incomprehensivel para a
maior parte dos leitores, quer por afectarem a lingua-
gem mathematica, que nem todos entendem, quer por
darem certo ar de misteriosa concisão a algumas ver
dades, que sem ella estarião ao alcance de todos os en
tendimentos.
Tendo em vista estes inconvenientes procurou o Sr.
Coronel Espinosa apresentar as suas idéas com tal ordem,
e clareza, que as possão perceber até os mais incultos,
e sem pretender elevar-se a questões tão sublimes como
inuteis, dá preceitos faceis de executar, porque são fa
cilimos de comprehender. Depois de definir as vozes de
riqueza, producto, consumo e outras que são geraes aos
diferentes mananciaes da ventura dos povos, vê-se que
em toda a sua obra propende para a necessidade de
augmentar e restabelecer as artes industriosas, que com
tão bom exito forão cultivadas na Hespanha durante o
seculo XVI, e recommenda muito especialmente as
disposições regularmentares que sahírão no Reinado do
Sr. D. Carlos III, Conhecemos a recta intenção do
author, apezar de que neste ponto o nosso parecer va
rie algum tanto do seu, porque estamos persuadidos de
que o pouco meditado impulso que naquella época se
deo ao que se chamão as nossas industrias, causou humº
abandono prejudicial á producção e a porfeiçoamente
das nossas materias primas, de que julgamos que a Hes
panha devera tirar a sua principal utilidade. Reservan
do esta questão para quando nos deixarem maior espa
ço as noticias politicas, nos limitamos por hora a re
com mendar mui cordealmente a leitura desta obra, que
he das que fazem maior honra aos nossos litteratos e em
particular aos militares. S. M. se dignou acceitar a sua
dedicatoria e mandar que se imprima á custa do Esta
do depois de haver tomado prolixa informação sobre o
bom desempenho de tão importantes objectos. Isto só
bastaria para sua recommendação, se o prolixo exame
que della temos feito nos não confirmasse plenamente
no quanto foi bem merecida esta graça. (Estafetc.)
*—*§§ «— # menos leves, invisiveis, e ordinariamente sem côr e
Lisboa, 2 de Junho.
Recebemos Jornaes Inglezes até 20 do mez proximo
passado: confirmão a noticia que recentemente publi
cámos da derrota do General Polaco Duernicki, e do
total desarmamento das suas tropas no territorio Aus
triaco.
«—» §§ * #
(Artigo communicado.)
ElRei Nosso Senhor mandando informar pelo Corre
gedor da Comarca de Ourique a representação de Ve
nancio José Gonçalves, e seu filho Antonio Venancio
José Gonçalves, da Villa de Mertola , que pedião a
graça de usar da Medalha com a Sua Real Efigie,
concedeo aos supplicantes esta honrosa graça por Des
pacho de 14 de Abril do corrente anno.
+
*§§ --—x
MEzA DA CoNscIENCIA E ORDENs.
Edital.
Ordem de Christo.
Vigararia da Igreja de Nossa Senhora da Graça da
Villa de Montalvão, na Comarca de Portalegre. Dita
de S. Bartholomeu de Villa Flor, na dita Comarca.
Dita de Santa Maria de Segura, na Provedoria de
Castello-branco.
Da data deste a quarenta dias se hão de prover as
Vigararias das Igrejas acima referidas, em Freires pro
. fessos da dita Ordem, e na sua falta em Presbyteres Se
culares, que estiverem habilitados.
Os Oppositores, que pretenderem, oferecerão dentro
do dito termo improrogavel, na Secretaria da Ordem
de Christo, e mão de Luiz Martins Basto, Escrivão da
Camara de Sua Magestade, e da mesma Ordem , suas
petições e mais papeis correntes; a saber : Os Freires
professos, Carta de Ordens; Sentença de Habilitação;
Certidão de profissão; Carta de Collação dos Beneficios,
que tiverem servido; Attestação de residencia, vida, e
costumes, pelos Juizes da Ordem, e Ordinarios respe
ctivos; Folhas corridas dos mesmos referidos, e do Jui
zo Geral das Ordens ; Licença para Confessar, e Pré
# ; e todo e qualquer Documento de Serviço feito á
greja, ou á Ordem, com que mostrem sua capacidade
para tão Santo Ministerio.
Os Presbyteros Seculares, Cartas d’Ordens, Sentença
de Genere, e de Habilitação; Folhas corridas da Dio
cese, da sua naturalidade, e residencia; Attestação de
prudencia, vida, e costumes pelos mesmos; Folha cor
rida deste Patriarcado: Licença de Confessar, e Pré
gar,
Igreja,e com
todo que
e qualquer
mostremDocumento de Serviço feito á
sua capacidade. •
- Ficando advertido , que todo o que dentro do dito
termo não apresentar os referidos papeis, será excluído
deste Concurso; e o que ficar provido, será obrigado a
apresentar na mesma Secretaria Certidão da sua posse
dentro do tempo de dois mezes, contados do dia da
Resolução de seu Provimento, pena de se pôr novamen
te a Concurso como vago. Lisboa, 30 de Maio de 1831.
= Luiz Martins Basto. ...
•
*#*-+--+--+ $$ *--*-*****#
Sobre os Gazes.
Os gazes são substancias muito elasticas, fluidas e ra
rificadas pela sua combinação com o caloricº; mais ou
|- compressiveis. Varios gazes se dissolvem na agua; e
esta mesma parece ser produzida pela combinação de
alguns delles. As materias animaes e vegetaes no estado
de putrefacção dão varios gazes como resultado da sua
decomposição. O ar que respiramos he igualmente com
 [ 526 ]
ºposto de varios gazes. Até o anno 1630 se considerava Galeras sem bandeira, e 2 Escunas ditº a Oeste do
o ar como hum elemento, e estavão os homens bem lon Cabo da Roca: as Galeras e as Escunas navegãº
ge de suspeitar que ele pezasse. Os antigos sem have para Oeste. 1 Paquete Inglez aº Norte do Cabo
"rem decomposto o ar, conhecião huma das suas mais da Roca.
interessantes propriedades, a de alimentar e sustentar a 1h. 55 m. 1 Bergantim sem bandeira ao Norte dº Ca
vida. Hum Medico por nome J. Roy, natural de Bugue bo da Roca: navega para o Sul.
em Perigord, foi o primeiro que deo a idéa da decom Embarcação entrada em Belém:
_posição do ar. No entanto ficou esta idéa sepultada nº 11 h. 13 m. 1 Paquete Inglez, de Falmouth, 11 dias,
esquecimento perto de hum seculo e meio. Bayen a fez mala, 4 passageiros.
sahir desse esquecimento, quando pelas suas uteis expe -
Embarcação entrada em S. Julião.
riencias sobre a calcinação dos metaes provou, que o 6 h. 50 m. 1 Bergantim Inglez.
augmento do seu pezo he só devido á absorpção do ar Embarcações sahidas de Belém.
na operação. No entanto parece que não tivera conhe 8 h. 53 m. 1 Bergantim Inglez para a Terra nova, el
cimento dos trabalhos de J. Roy; mas então se lem Galera Sueca para Barcelona:
brárão os Quimicos de que este facultativo já havia al 9 h. 1 Bergantim Inglez para a Terra nova , e 1 dito
cançado em 1630 hum igual resultado nas suas experien Sardo para Buenos Aires.
cias. Este primeiro descobrimento distava ainda muito
das consequencias dos primeiros trabalhos que illustrá
rão Lavoisièr. Por meio de multiplicadas experiencias
achou aquelle celebre Quimico, que só havia huma por
ção de ar absorvida pelos metaes na sua calcinação: Publicação Litteraria.
que o ar era composto de dous fluidos pelo menos etc.
O descobrimento dos gazes tem produzido as maiores Sahio á luz o N.° 20 da Contra-Mina: vende-se por
mudanças na Quimica; tem mostrado serem corpos com 6o réis nas lojas do costume de Lisboa, Belém, Colº
postos o ar, a agua, e varias outras substancias, que bra, e Porto. •

até então havião sido consideradas como elementos ou Annuncios.

corpos simples.
. Tem-se feito numerosas applicações dos gazes ao uso Pelo Juizo da Provedoria dos Reziduos, e Cºptivºs,
domestico, para a distillação, illuminação etc. A no em casa do respectivo Provedor, na rua de S. Domi"
menclatura quimica e o estudo desta sciencia se tem -gos, á Lapa, N.° 19, se ha de proceder no dia 8 do
tornado mais exactos e mais faceis. Entre os authores corrente mez, pelas 10 horas da manhã, á venda º
que se tem occupado da analyze dos gazes ou do seu -arrematação dos predios seguintes: humas casºs abarra
descobrimento devemos mencionar Scheele, a quem cadas, na rua do Cura, Numeros 16 a 21. :Freguezia
prematura morte não deixou tomar parte com Lavoi de Santos o velho, foreiras, e avaliadas em 200$000 rs.;
siér na gloria de haver creado a nova theoria quando se e os seus rendimentos em 453600 rs., Escriv㺠Fran
occupava ao mesmo tempo e com feliz exito das mes cisco Raymundo de Andrade, morador na rua do Ar
mas experiencias. Todo o mundo conhece os nomes de co, ao Collegio dos Nobres, N.° 28; humas casºs dº
Berthollet, Humboldt, Gay-Lussac, Thenard, Vau beco do Bello, Numeros 15 e 16, Freguezia de Santº
quelin, e Davy na Huglaterra. . . -Estevão de Alfama, foreiras, e avaliadas em 1283000
• •

He nas memorias e Tratados publicados por estes sa rs.; e os seus rendimentos em 343000 rs.: humas casas
bios que os leitores poderão achar circumstanciada no na rua da Bica de Duarte Bello, Numeros 37 a 4* *
licia sobre esta materia. •

e torneão pela travessa da Portugueza, Numeros 48 e

• (Des origines, inventions etc. dans les arts.)
*—*§§ *–—»
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 1 de Junho.
•
Embarcações avistadas.
5 h. 1 Brigue Escuna Brazileiro ao Norte do Cabo do
Espichel; 1 Curveta de Guerra Franceza, e l Ga
lera sem bandeira a Oeste do Cabo da Roca.
9 h. 33 m. 1. Fragata Franceza, 1 Galera sem bandei
ra, e 1 Escuna dito a Oeste do Cabo da Roca.
6 h. 29 m. 1 Bergantim sem bandeira ao Norte do Ca
bo da Roca. --
49, Freguezia de Santa Catharina, foreiras, e avalia
das em 6003000 rs.; e os seus rendimentos em 60$000
rs., Escrivão Estolano José da Costa, morador na rua
direita de Santa Martha, N.° 47: quem quizer saber ºs
confrontações, e as mais circumstancias dos referidos
predios, dirija-se aos Cartorios dos Escrivães nenciona
dos = O Procurador, Executor dos Reziduos e Capti
vos. = Jacinto Alberto Lopes de Mendonça.
Quem quizer arrendar a Commenda de Barró, que
he da Sagrada Ordem de S. João de Jeruzalem, no Con
selho de S. Martinho de Mouros, Comarca de Lamego,
principiando em o dia de S. João de 1831, póde todos
os dias des de ás 8 horas da manhã até ás duas da tar

de, hir contractar com o Commendador D. José de

Embarcação entrada em Belém. Mello e Faro, Major do 2.° Regimento de Infanteria
2 h. 35 m. 1 Brigue Escuna Portuguez, Dido, do Pa de Lisboa, morador dentro do Quartel do mesmo Re
rá , 63 dias, mala, 1 passageiro Portuguez sem gimento em Lisboa, no Campo de Ourique, e ali pe
emprego. - •

Ho mesmo Commendador lhe serão presentes todas as

•
Embarcação sahida de Belém condições que elle quer.
1 h. 1 Brigue Escuna Hollandez para Maaslvis. Em casa do falecido Miguel Mondoni, pasteleiro na
Villa das Caldas da Rainha, se dá quarto e carna para
Idem, 2. huma pessoa, almoço, jantar, e ceia, pelo preço de
600 rs. cada dia; o jantar consta de sôpa, vaca, arroz
Embarcações avistadas.
|-

e hum prato do meio, tudo com o maior asseio, comº

5 h. 1 Fragata Franceza, 1 Curveta de Guerra dito, 2 he seu antigo costume.
---+--+--+=Tr=====

LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA.

· · · --
 NUM. 130.
------…=>-@-<=-""
Anno 1881.
-
-* * * :
*. . ", " " …! , .

*; • • ; *, !: # . .… ! … , * 1

* * * * ** ** |- «… º o , , "º ºlºr :
• ,,
, * ** *

GazETA DE LISBOA —=>>>6>#9$3<-9a-+=- - • • •

SABBADO, 4 DE JUNHO.
xote>$3<>@C##<eex

PARTE NÃO OFFICIAL. ros. Sem se deterem para gozarem deste primeiro triun
fo passárão o Liwiec os Carabineiros em alcance dos re
beldes, e lhes tirárão muitas peças d'artilheria, que por
falta de cavallos não foi possivel conduzir á outra mar
NOTICIAS ESTRANGEIRAS. gem do rio; augmentando-se consideralmente as forças
inimigas que com a sua cavallaria tentárão envolver o
RUSSIA. flanco esquerdo dos nossos Carabineiros, julgou oppor
tuno o General Ongrumof fazer com que os Carabinei
Petersburgo, 27 de Abril. ros se retirassem para a direita do rio.
» Concluida esta operação o General Ongrumof con
Em data de 19 d'Abril partecipa o Feld Marechal centrou as tropas no ponto que lhe pareceo mais van
Conde Diebitsch o seguinte: (1) tajoso á direita do Liwiec, depois de haver confiado a
» Instruido de que hum destacamento de rebeldes se guarda da ponte e seus intrincheiramentos ao Regimen
dirigia sobre Wengrow, encarreguei ao Tenente Gene to do Principe Real da Prussia, que se conservou na
ral Ongrumoff, que com a primeira Divisão de Grana posse delle apezar dos muitos esforços que os rebeldes
deiros, e outo Esquadrões passasse a dispersallos. A fizerão para se apoderarem de novo desta importante
força com que os rebeldes tencionavão envolver o nosso posição.»
flanco direito consistia no Corpo do General Polaco O Commandante General elogia o denodo com que
Uminski, que com os ultimos reforços que havia rece se portárão os Regimentos de Carabineiros da 1.° Divi
bido subia a 123 homens. Este General tinha concen são de Granadeiros, e o do Principe Real da Prussia,
trado a sua Divisão perto de Wengrow; depois de ha fazendo menção particular do Capitão do Estado Maior
ver passado o Linciec entre a povoação deste nome e de da Guarda Shvitsky, que foi o primeiro que guiou as
<Liw, lançou huma ponte sobre aquelle rio para asse tropas, precipitando-se com os Carabineiros sobre os in
gurar as suas communicações defendendo-o com intrin º trincheiramentos dos rebeldes; e continúa:
cheiramentos, e adiantando alguns destacamentos até » A perda que tivemos nesta acção consta de 600 ho
-Sokolow e Mochobody. Não obstante avançárão as nos mens feridos: segundo os prizioneiros os rebeldes perdêrão
sas tropas sobre os rebeldes, e o primeiro resultado des 3,3 homens, sem contar os 300 que forão feitos prizio
te movimento foi que os destacamentos daquelles retro neiros com o Major que commandava na entrada da
gradárão acceleradamente sobre Liw, e a entrada da ponte.»
ponte immediata. O General Ongrumoff forçou a mar Desde então nada tem occorrido naquella parte que
cha e logo que chegou á ponte atacou os rebeldes, car seja digno de attenção.
regando sobre elles com denodo, e apoiado pelo vivo Tambem se recebeo a parte das operações da Divisão
fogo da sua artilheria obrigou muitos delles a passarem que perseguia o General Duernicki, cujo theor he o se
á esquerda do Liwiec, assaltando depois os seus intrin guinte: -

cheiramentos os valentes Carabineiros do primeiro Re » No dia 15 de Abril o General Rudiger com as suas
gimento, e os do Regimento do Feld Marechal Barclay tropas occupava huma posição proxima á aldêa de Kri
de Tolly. Este denodo e valentia tiverão o feliz resulta niki. O inimigo cuja força principal se achava nas im
do que era d'esperar. mediações da aldêa de Gorokhoff se concentrava na di
»» Apezar da obstinada resistencia da infanteria que recção de Berestchka apparentando querer passar o Styr
os rebeldes havião deixado para defender a entrada da por aquella parte. Sciente deste plano o General Ru
ponte, os Carabineiros se apoderárão delles em breves diger se dirigio para a aldêa de Plastchery; mas ape.
momentos, e o destacamento rebelde que subia a 700 nas havia chegado quando mudou de projecto o inimi
homens, foi victima da sua audacia. Parte pereceo nas go e começou a baixar pelo Styr na direcção de Boro
mãos dos nossos soldados, e os mais ficárão prizionei mel e Krinicki. Conhecendo o General Rudiger que por
consequencia deste movimento lhe seria muito difficil
(1) Ainda que este Boletim seja relativo a factos an defender os muitissimos pontos por onde se pode passar
teriores aos ultimos triunfos obtidos pelo Exercito Rus aquelle rio, cujos váos são impraticaveis, excepto no
siano, e já publicados na Gazeta com referencia ás par caso de se expôr a disseminar as suas forças, occupou
-
ticipações da Polonia e Allemanha, se insere litteral huma posição centrica em Lenezma, cobrindo deste mo
mente para que com elle, e os successivos que vierem do os caminhos de Dubno e Kremenice, e ficando dis
de Petersburgo se forme huma historia completa de to posto a passar com facilidade sobre todos os pontos por
dos os successos. (Nota da Gazeta de Madrid.) onde os rebeldes quizessem tentar a passagem.
 [ 528 |
*: No dia 16 fez o inimigo algumas demonstrações para º Artigo 7.° A Commissão Civil estabelecida antes em
passar o Styr por Boromel e Krinicki; muitos esqua- Ancona se trasladará a esta Capital. *
drões se prepara Wão para o passar: porém tendo-se re- Dado em Roma, na Secretaria de Estado, em 30 de
forçado os nossos postos avançades se retirárão, imme-. Abril de 1831. -- -

diatamente. No dia seguinte o General Duernicki, cu-> … … (Assignado) Cardeal Bernetti.

***
ja força principal se achava em Boromel, lançou huma -
ponte sobre o Styr, fez occupar por tres batalhões hum " … . -- (Gazeta de Madrid) •

bosque immediato ao rio, sobre cuja direita procurou ... " *—º §§
estabelecer-se. Rudiger para frustrar este projecto ata- "
cou ao amanhecer do dia 18 aquelles tres batalhões, e
os desalojbu do # # # considera-4 # \, * * * "… #isboa,
? },
3 de Junhº.
*
--

yekperda", e as passar a Fonte lhe fez prizioneiros dous *Com pômpa e grandeza dignºs de tão solemne Dia,
Oficiaes e cincoenta soldados, apoderando-se além dis-º-teve hontem lugar a Procissão do Sagrado Corpo de
so de quatro peças d'artilheria sem carretas que fez lan- Deos, que á hora do costume sahio da Igreja do Real
çar no rio. O General Duernicki tentou muitas vezes º Convento de S. Domingos. Sua Magestade ElRei No.
reforçar a sua infanteria ao abrigo do fogo da sua arti- º so Senhor acompanhou a mesma Precissão sustentandº
lheria para conservar a passagem, mas a nossa artilhe-º a primeira vara do Pallio, e dando aos Seus leaes v㺠|
ria que já havia chegado centeve sempre os movimen-.. sallos, edificante exemplo dos religiosos sentimentº que
tos das suas columnas. Nesta occasião se convenceo o animão o Seu piedoso Coração, e que tornão o Mesmº
General Rudiger da debilidade da infanteria inimiga, Augusto Senhor tão Digno do indelevel amor e acata.
que sobe a huns oito mil homens, sem contar a cavalla mento, que por tão sagrados e indisputaveis titulos Le
ria que seapresentou em massas, consideraveis. , - 1 tributa e consagra a Fidelidade Portugueza.
…» A, Brigada de Cassadores da 10.° Divisão d'infante As Serenissimas Senhoras Infantas presenceárão eslº
ria que sustentou esta acção pelejou com intrepidez Religioso acto de huma das janellas do mesmo Real
exemplar, e todas as nossas tropas se achão animadas Convento.
do melhor espirito. O General Rudiger tencionava pas A porta deste se achava póstada a Guarda de bºm.
sar o Styr de 20 a 21, mais abaixo de Boromel, e to ra composta de Voluntarios Realistas Urbanos; os02.
imar a ofensiva logo que lhe fosse possível, º pos de " e Voluntarios Realistas guarnecião a Pa:
- "1" .…" …" (G, de Madrid.) ça do Rocio, todos com o maior asseio, garbo e distº
ITALIA. -
plina militar. Concluida a Procissão, tendo-SeSua Ma
,, " , *
gestade Dignado dispensar a Continencia do estilo, º
-** * *
•
Roma, 6 de -
Maio.
* * • - -
* **
* *
* retirárão as tropas na melhor
Quarteis. * * * ordem
* * * aos seus respectivº,
•

O Cardeal Bernetti publicou hum Edicto cujo theor O Castello de S. Jorge, as Fortalezas marítimas, º
he o seguinte: -os navios surtos no Téjo embandeirárão e salvárão dº
+ + + + + • - -

Artigo 1.° Todos aquelles que tendo tomado parte na fórma do costume.
ultima revolução sabírão dos dominios do Santo Padre / !1. * * " … , .}

com passaporte ou sem elle, serão julgados pelos crimes o …, a 1 . «-» §§ *—*
de que forem accusados, e castigados na conformidade o } o… … ) e º … ?

das leis vigentes se se atreverem a voltar aos Estados de - … .. … Mazº da Consciencia E ORDENs.
Sua Santidade. * … … - … + - … º } . -, |-

Artigo 2.° Os protestos e a defeza que possão fazer, • , YEdital. ** , ,

se deverão enviar ás Commissões respectivas estabeleciº + ++ + + Ordem de Christo. » o …

das pelo nosso Edicto de 14 d’Abril, ultimo. , Vigararia da Igreja de Nossa Senhora da Groçº #
Artigo 3.° As Commissões farão sobre estes protesto Villa de Alpalhão, na Provedoria de Portalegre.
e defeza hum relatorio fundado em direito e em factos, Da data, deste a quarenta dias se ha de prover em
acompanhado dos documentos justificativos competen Freires
rida. Conventuaes a Vigararia da Igreja acima dº
• • •

1es, que remetterão á Secretaria d'Estado, por onde se

fará saber a resolução do Soberano Pontifice a respeito Os Oppositores, que pretenderem, oferecerão dent"
dos delinquentes. •
do dito termo improrogavel, na Secretaria da Orde"
. . Artigo 4." A Commissão, procederá sem, demora a de Christo, e mão de Luiz Martins Basto, Escriv㺠dº
dar buma informação contra os que ainda se acbarem Carnara de Sua Magestade, e da mesma Ordem , suº
nos dominios da Santa Sé e forem réos: , , petições, e mais papeis correntes; a saber: Os Freitº
… 1." De haverem annuido ao acto do Governo Provi Conventuaes , que se acharem ainda no Convento, º
sorio de Bolonha, que se atreveo a declarar nullo o Approvação do Prior Mór, na fórma dos Definitoriºs
poder temporal dos Pontifices Romanos. com que qualifiquem os seus requisitos. E os Freitº
2.° De haverem violado o juramento militar, e de Conventuaes, que se acharem fóra do Convento; a Ja:
terem passado a servir nas tropas chamadas munici formação do Prior Mór; Carta de Ordens; e as Folhº
Paes. * . . * ** * ". .
corridas da Comarca , em que assistirem , e do Juliº
> 3." De haverem publicado escriptos irreligiosos e se Geral das Ordens. Alem destes papeis, os Freires Cº"
diçiosos, e particularmente de haverem authorisado os ventuaes, que se acharem fóra do Convento, mas p"
periodicos das Provincias rebeldes. vidos em Igrejas ou Beneficios, apresentarão tambº"
Artigo 5." A todos os mais subditos Romanos, que se Carta de Collação, Certidões de residencia, vida, ecº
não comprehenderem na dita clasificação, concede Sua tumes, assim dos Prelados Diocesanos, como dos Jº
Santidade por hum efeito da Sua clemencia ampla e zes das Ordens das respectivas Comarcas. •

generosa amnistia esperando, que arrependidos das suas Ficando advertido, que todo o que dentro dº dº
faltas as repararão manifestando decidida adhesão á termo, não apresentar os referidos papeis, será excluidº
Santa Sé. . . . • - •

deste Concurso; e o que ficar provido, será obrigadºº

. Artigo 6.° Confirmar se-lhão em todo o seu vigor os apresentar na mesma Secretaria Certidão da sua pººº
artigos 4.°, 3.°, 6.°, 7.°, 8.°, e 12.° do nºsso Edicto dentro do tempo de dois mezes, contados do dia º
de 14 de Abril; de modo, que as pessoas a quem com Resolução de seu Provimento, pena de se pôr novam"
Hrehender ficão sugeitas aos Tribunaes sem poderem in te a Concurso como vago. Lisboa, 30 de Maio de 183l.
\
*"

vocar em seu favor o Edicto presente. * -

* * **
|-

** {
+
= Luiz Martins Basto.
 [ 529 |
«—*§§ * * em 1344, e pareceo tão maravilhosa a invenção, que ser:
deo ao seu author o sobrenome de Horologio, que ficou)
Sobre a medição artificial do tempo. ! . aos seus descendentes.: o . . . o , ,e º
O relojo de Dondis despertou a industríale excitoular
Para dividir o tempo em partes iguaes, diz Goguet emulação em toda a parte da Europa. Foi hum dos
(Da origem das leis, e das artes, Tomo 1.", pag. 224), mais celebres o de Courtray, que UHardi, #".
os povos cultos empregárão antigamente diferentes meios, Duque de Bourgonha, mandou conduzir a Dijon etni
Os que parece haverem sido mais antiga e geralmente 1363. Em 1370 mandou Carlos X vir de Alemanha Hen
adoptados são os relojos d'agua, e os quadrantes sola rique de IFick, que construio o relojo do Palacio de
res. Vemos por todas as tradições antigas que nos res París. No anno 1560 em toda a parte se aperfeiçoou o
tão, que os relojos d'agua forão os primeiros instru mecanismo dos relojos grandes. Henrique…H fez, con
mentos que se imaginárão para obter huma medida ar stuir o de Anet em que se via hum veado, dar as horas,
tificial do tempo. Os Egypcios fazião remontar esta in batendo com o pé, e huma moita de cães correndo e,
venção á mais remota antiguidade. O uso desta especie ladrando. O de Strasburgo concluido em 1573 he hum
de relojo existio entre os povos durante varios seculos. dos mais famosos da Europa, assim como o de, Lyão o
He sabido que era por meio dos relojos d'agua que os he da França. Foi construido por Nicoláo:Lippia de
astronomos Chinezes contavão os intervallos de tempo Basilea em 1698, e Guilherme. Nourrisson, habil relor;
que decorria entre a passagem de huma estrella pelo joeiro Lyonez, o reparou e augmentou em 1660, a sitir
meridiano, o pôr e nascer do sol, a extensão dos dias … Porém o maior e, mais bello relojo que até apresentA.
etc. A respeito dos quadrantes solares não se encontrão se tem executado he o que Mr. Lei Paute construio,
tantos vestigios da sua antiguidade. No entanto parece e que se colocou em 1781 na Casa da Catuara, de,
que a sua invenção he devida aos habitantes da Baby París. …i… … … ……… … ; , en:riº I ………"; º
lonia ou aos Fenricios, povos dedicados á navegação, e Tambem se inventou no seculo XVI huma mola for-,
ao commercio, e que brevemente conhecêrão a necessi mada por huma folha, que curvada espiralmente e on
dade de medir o tempo com exactidão. Este descobri cerrada em hum tambor servia de força motriz ao relo
mentó assim como a divisão do dia em 12 horas, ou 12 jo e se substituia ao pezo. Esta invenção a que se de-t
partes iguaes, passou, segundo Herodoto, dos povos de vem os relojos portaleis, deo lugar, á dos relojos pe=
Babylonia para os Gregos, que depois o communicárão quenos. … . ..….…… aº r"… . ! " … ! …;
**

aos Romanos. Como fosse util generalizar o beneficio Em 1647 Huyghens applicou aos relojos a pendula
de similhantes invenções, erigírão-se nas praças publicas cujo memoravel descobrimento havia sido feito por Ga
columnas e outros edificios sobre os quaes a projecção lileo; º invenção esta que fez applicar novas, divisões, ás
da sombra indicáva a hora do dia. Foi o astronomo máquinas que medem o tempo. Dividio se a hora em
Chaldeo Beroso que viveo no anno 640, antes da era 60 partes que se chamão minutos, o minuto em 60 par
Christã, quem primeiramente ensinou aos Gregos a ar tes que se chamão segundos, e o segundo qun, 60 partes
te de dividir o tempo em doze horas, e de construir que se chamão terceiros; º de sorte queta revolução dias,
quadrantes solares, que Anaximandro aperfeiçou meio ria do sol, primeiramente dividida em 24 partes, o he
seculo depois. A utilidade dos quadrantes fez com que agora em 863400 segundos que se podem contar. Segundo
se inventassem os quadrantes portateis. Mas como estas estas divisões se começárão a fazer relojos e pendulas
invenções só podião ser uteis durante o dia, e então só que marcão os minutos e os segundos. No fim do se"
quando o sol se não achasse obscurecido pelas nuvens, culo decimo septimo se inventou na Inglaterra o que se
foi necessario recorrer a outros instrumentos para a me chama repetição, que se adapta ás pendulas e aos relo
dição do tempo de noute, ou quando não apparecesse jos para os fazer dar as horas e os quartos, Mas foi
o sol: empregárão por tanto os relojos de areia além no meado do seculo decimo outavo que todas as partes
dos relojos d'agua. - da execução das differentes peças que compõem os re
Os relojos com rodas cuja invenção he geralmente lojos forão levadas ao maior gráo de aperfeiçoamento.
attribuida ao Religioso Gerbert, que morreo em 1003, (Des origines, inventions etc. dans les arts.)
são muito mais antigôs, pois já erão conhecidos no se * * + |- • * * ****

culo 4.°; e gradualmente se forão aperfeiçoando. *—*§§ *-*. : s. : " " + 1 − 1: ** ** * * * * * *

O primeiro relojo com rodas que appareceo na Fran |- - º … …!!! # ', i> , …
ça foi mandado a Pepino le Bref pelo Pontifice Pau Telégrafo. — Serviço da Barra. — 3 de Junho. "; ,

lo I, no anno 760 da Era Christã. No anno 807 tendo • |- Embarcações avistadas. … … …

o Califa Harun-al-Raschid contrahido estreita amizade
com o Imperador Carlos Magno, entre outros pre
sentes lhe mandou hum relojo de que os historia
dores fallão com admiração, e que provavelmente se
ria similhante ao do Pontifice Paulo I; não era po
rém hum relojo que desse as horas pelo som porque
nenhum havia naquelle tempo desta qualidade; nem
mesmo os houve no meado do seculo decimo quarto.
Dahi veio o costume antigo que ainda hoje se conser
va na Allemanha, na Suissa, Hollanda, e Inglaterra,
de empregar homens que annuncião a hora durante a
4 h. 50 m. 1 Fragata, e 1. Curveta de Guerra France
zas a Oeste do Cabo da Roca, — 1 Bergantim sem
bandeira ao Norte do Cabo da Roca: navega, p9
ra o Sul, — 1 dito dito, e 1 Cahique dito, ao Su
dueste do Cabo do Espichel: navegão para o Sul,
7 h. 45 m. 1 Escuna lngleza, — 10 h. 25 m. 1 Fraga
ta Franceza, e l Bergantim sem bandeira, — 2
h. 13 m. 1 Escuna Ingleza ao Norte do Cabo da
Roca: o Bergantim navega para o Sul e mais 1
Escuna Ingleza, e 1 Curveta de guerra Franceza
a Oeste do Cabo do Espichel. • * *

l) O t1te. 3 h. 20 m. 1 Escuna Hespanhola, e 1 dito Russiana

Os Italianos forão os primeiros que imitárão os relo ao Norte do Cabo do Espichel: a Escuna Hespa
nhola deo fundo em Cascaes. . ***
jos com rodas do Pontifice Paulo e do Califa dos Abas •

sidas; cuja gloria he devida a Pacifico, Arcediago de 4 h. 10 m. 1 Galeota sem bandeira ao Norte do Cabo
Kerona, que faleceo em 846. No começo do seculo da Roca. * ** |-
+
- - -

XIV se vió em Londres o relojo de Hallingford, Mon 5 h. 56 m. 1 Bergantim sem bandeira ao Norte do Ca
• • • •••••• • ***

ge Renedictino Inglez, e pouco depois Jarques-de-Don--> be da Roca.

dis, natural de Padua, construio outro que marcava N. B. Ha mais 1, Escuna sem bandeira fundeada em
além das horas, o curso annual do sol segundo os doze Cascaes. •

signos do zodiaco, com o curso dos planetas. Foi col Embarcações entradas em S. Julião.
locado em cima da torre do Palacio daquella Cidade 1 h. 33 m. 1 Escuna Ingleza.

4ch. 40 m. 1 Escuna Russiana.
6 h. 140 m. 1 Galiota Hollandeza.
Embarcação sahida de S. Julião.
1 h. 33 m. 1 Escuna Ingleza.
* * *Embarcações sahidas de Belém.
**
11"h. 40 m. 1 Escuna Ingleza para Londres.
12 h. 20 m. 1 Chalupa Ingleza para Londres.
T
* ( Publicação Litteraria.
, ' , •
[ 530 ]
theca nas mesmas casas o venha declarar no sobredito
Escriptorio, apresentando os Titulos competentes den.
* # tro do prazo de outo dias.
•
Quem quizer comprar huma execução, em causa de
adjudicação, e posse, no casco, e rendimentos de hu.
ma propriedade de casas, de que he author Francisco
José da Silva, e réos os herdeiros do Guarda Mór,
João Ignacio Pereira de Azambuja, Escrivão José Joa.
quim de Noronha Feital, na rua dos Algibebes, pode

hir ao Escriptorio do Doutor Arcadio Frederico de Sou.

Sahio á luz huma Estampa, que representa a singular sa e Menezes,
acção dada na montanha de Santa Barbara, junto a PLANO
Ghaves, em 13 de Março de 1823, em que a Divisão Para a 8.° Loteria, que no 1.° Semestre do presente amo
Realista Transmontana, commandada pelo Conde de de 1831 se ha de fazer pela Meza da Santa Casa da M.
Amarante, depois Marquez de Chaves, desbaratou as sericordia, Hospitaes Reaes de Enfermos e Expostº
forças constitucionaes, fazendo triunfar a lealdade con desta Corte, na conformidade das Ordens Regias, ex
tra a violencia dos oppressores do Rei e da Patria. O pedidas pela Secretaria de Estado dos Negocios do Reino,
feliz desempenho desta estampa grangeou ao Coronel. Será o seu Capital de 40:000$000 de réis formado de
João Marcellino da Costa Araujo e Sousa a honra de 8.000 Bilhetes, a 53000 réis cada hum, em moeda-papel,
a apresentar no dia 30 do mez passado no Real Pala e nesta mesma especie sahirão liquidos de 12 por centº
cio de Queluz a ElRei Nosso Senhor e ás Serenissimas de beneficio os seguintes
Senhoras Infantas, Dignando-Se Sua Magestade elogiar PREMIOS.
o bem delineado pensamento traçado pelo dito Coronel 1 - - - - - - 6.000$000 - - - 6.000$00
e o acerto com que se lembrou de perpetuar deste mo 1 - - - - - - 2.0003000 - - 2.000$000
do huma acção que tanto honra a lealdade daquelles Seus 2 - - - - - - 1.000$000… - - 2.000$00
fieis vassallos. Acha-se a dita Estampa com a compe 4 - - - - - - 5003000 - - 2.000$000
tente explicação na loja de João Henriques, rua Au 6 - - - - - - 2003900 - - 1.200;"
gusta N.° 1, para os assignantes a 13200 rs., e avul 10 - - - - - - 100,3000 - - 1.000;"|
sos 1,3440 rs. metal. •
15 - - - - - - 493000 - - - 600$00)
- - - Annuncios. •
28 - - - - - - 203080 -a - 560$00
"A Direcção do Banco de Lisboa faz publico, que os 98 - - - - - - 103000 - - - - - 980$0W
numeros das Apolices amortizadas, segundo o annun 2500 - - - - - - 73490- - - 18.5003"
cio feito na Gazeta do 1.° do corrente, forão os seguin 1.Ao 1.° N.° do 1.° dia 603000… - … - 6030"
tes: 1645, 1806, 854, 1545, 1011, 325, 103, 1378, 1.Ao ult. N.° do ult. die 300,3000 - - 300300
413, 1335, 1876, 1118, 1825, 1171, 232, 1609, 722,
1744, 218, 811, 856, 184, 85, 451, 217, 1986, 223, 2667 Premios.
940, 1362, 1317, 553, 24, 1880, 13, 1426, 1906, 6333 Brancos.
1084, 1863, 526, 1, 507, 949, 776, 962, 839, 1946,
1047, 958, 1176, 585. Lisboa, 3 de Junho de 1831. 8000 Bilhetes que importão 40,000,3000 de
= José Silvestre de Andrade, Secretario. réis; dos quaes extrahidos os 12 por
Quem achasse hum relojo que -se desencaminhou em cento do beneficio, he o total dos pre
o dia 28 de Maio, des de a praça do Commercio até ao mios distribuidos - - - - Rs. 35.20030
Palacio do Braancamp, e o quizer restituir dirija-se ao
largo do Corpo Santo, N.° 11, 2.° andar, e receberá Os Bilhetes serão assignados de Chancella pelo Illº
alviçaras. " " trissimo e Excellentissimo Escrivão da Meza da dº
Continua a venda da manteiga fresca nas lojas, largo Santa Casa, e pelo Thesoureiro Geral della. •

do Calhariz N.° 8, e na rua das Flores N.° 9; este ge O dia da venda desta Loteria se ha de fazer publicº
nero vem todas as semanas. pela Gazeta, e por Editaes, assim como o primeiro dº
Quem tiver algum Oficio que seja de Justiça, ou de da Extracção.
qualquer repartição, ou emprego em qualquer Tribunal, Entrarão sómente nas Rodas os Numeros e os Piº
que queira arrendar, deixe o seu nome na loja de ferra mios; e o *#*# destes começará logo que sete"
gens á Ribeira Velha, quasi defronte da Meza da fru finalizado a Extracção. –=-

cta, N.° 16, para ser procurado pelo sujeito que o

pretende. * Domingo, 5 do corrente, dia de Gala, representar º
Quem quizer arrendar a quinta com todos os seus ha no Real Theatro do Salitre hum Monólogo ; humº
pertences denominada, a do Possollo, póde falar com nova Comedia O Doudo por Affecto, Dança Eduardº
sua dona nas casas da mesma quinta, sita na rua de e Christina, e a nova Farça. O Logro Mathematico: º
Santa Anna á Boa Morte, N.° 15. Actor João dos Santos Matta, recentemente escripturº
Vende-se a propriedade de casas sitas na calçada do do neste Real Theatro, sahe áscena nesta noute Pº
Duque, ao pé do Arco de S. Roque, N.° 36, que tem primeira vez.
1.° e 2.° andar, e aguas furtadas, e hum bocado de
chão ao lado, que são de Francisco José da Silva; po Estiva. • •

dem-se ver todos os dias desde o meio dia até ás tres Preços do Pão e Azeite para a semana que princip"
horas da tarde: quem as quizer comprar pode dirigir-se - de 6 a 12 de Junho de 1831: -•

ao Escriptorio do Doutor Arcadio Frederico de Sousa e Pão de arratel na forma da Lei -- a 43 réis.
Menezes, na travessa da Palha, N.°99, 2.° andar. Ou Em metal - - - - - - - - - a 37 réis.
trosim se previne tambem a todo o crédor com hypo Canada de Azeite - - - - - - a 235 réis.

> ==

LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.

 ANNO 1831.

GAZETA DE LISBOA.
—=>>>6->$$$1<-9o-->=-

SEGUNDA FEIRA, 5 DE JUNHO.

-
xo6<>#@$@$@C##<9ex

PARTE OFFICIAL. viço do mesmo Estado exige: He Servido Determinar,

•
que fazendo v. m. liquidar pelas relações inclusas, o
que por este motivo se deve a cada hum dos referidos
individuos que não seguio a rebellião de 1828, o que se
Extracto da Ordem do Dia N.° 31. vê pelas observações lançadas nas mesmas relações, e
actualmente permanece no serviço, passe depois de avi
Quartel General no Paço de Queluz, em 4 zar convenientemente o respectivo Commandante, a
de Junho de 1831. abonar-lhe por conta desta divida, e até á sua solução,
a quantia de 20 réis por dia, paga com o pret, do
Publicão-se ao Exercito os Avizos, e Copia abaixo mesmo modo porque os sobreditos Tambores, e Pifanos
transcripta: - já percebem a outra que acima se menciona. = Deos
guarde a v. m. Palacio de Queluz, em 28 de Maio de
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — Sendo pre 1831 = Conde de S. Lourenço. = Senhor Antonio Fir.
sente a ElRei Nosso Senbor, a Consulta do Conselho mo Felner.
Militar, creado pelo Real Decreto de 11 de Agosto de
1828, que V. Ex.º me remetteo em Oficio de 13 do ElRei Nosso Senhor, como Commandante em Chefe
corrente, relativo ao Medico que foi do Hospital Re do Exercito, Houve por ben Nomear o Tenente do
gimental do Porto, José Joaquim Nunes de Moraes; Regimento de Infanteria de Valença, Ayres José Man
Houve por bem Determinar que em Ordem do Dia seja rique, para ter o exercicio de Ajudante no Regimento
declarado por justificado dos crimes de que foi arguido. de Milicias de Coimbra, observando-se a seu respeito o
O que communico a V. Exº para sua intelligencia, e disposto nos §§. 4.°, e 5.° do Artigo 27 do Regulamen
execuçao. = Deos guarde a V. Ex." Palacio de Queluz, to para a organização do Exercito, de 21 de Fevereiro
em 26 de Maio de 1831. = Conde de S. Lourenço.= de 1816, e no Decreto de 19 de Agosto de 1825,
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor Conde de Bar
bacena. Publica-se ao Exercito que por Accordão de 17 de Maio
ultimo da Commissão creada por Decreto de 15 de
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — Tenho a Agosto de 1828, para julgar os crimes commettidos
honra de participar a V. Ex.*, que sendo presente a contra a Real Pessoa d'ElRei Nosso Senhor, e contra
Sua Magestade ElRei Nosso Senhor, os Oficios de V. a segurança do Estado, foi condemnado a degredo por
Ex.° de 20 de Janeiro ultimo, e 8 de Maio corrente, toda a vida para Moçambique, o Tenente Coronel de
tocantes ao fardamento, e fardetas que se devem aos Engenheiros, Paulo Dias de Almeida, o qual ficou de
Tambores e Pifanos dos Corpos de Milicias: Foi o mes mittido do seu posto na conformidade do § 3.° do Al
mo Augusto Senhor Servido Determinar á Thesouraria vará de 23 de Abril de 1790.
Geral das Tropas, por Avizo de 28 do actual, o que (Seguem-se Licenças). Conde de Barbacena, Chefe
consta da copia inclusa, e Manda que assim o commu de Estado Maior General. = Está conforme o Original.
nique a V. Ex.*, para seu conhecimento, e noticia dos = Ajudante General, Marquez de Tancos. •

Commandantes dos referidos Corpos = Deos guarde a

V. Exº Palacio de Quetus, em 30 de Maio de 1831.=
Conde de S. Lourenço = Illustrissimo e Excellentissi
mo Senhor Conde de Barbacena.
Comia
Querendo Sua Magestade ElRei Nosso Senhor, que
aos Tambores, e Pifanos dos Corpos de Milicias se sa
tisfaça a importancia dos artigos de fardamento, e far
deta, que vencêrão, e não recebêrão até ao 1.° de Ja
MINISTERIo Dos Negocios DA GUERRA.
Em resoluções de 25 de Maio de 1831, tomadas so
bre Consultas do Conselho de Guerra, Foi Sua Mages
tade Servido Promover aos Postos de Ordenanças abai
xo indicados, os individuos seguintes:
A Capitão Mór das Ordenanças de Alegrete, Ma
noel Delicado. - - -

neiro de 1825, em que começárão a perceber 20 réis Reformado na conformidade da Lei no Posto de Sar
por dia pagos com o pret, como equivalente dos ven gento Mór das Ordenanças, Nicoláo Luiz Antão Ca
cimentos de similhante natureza a que desde então fos pitãodedaVilla
ças Companhia
Nova de Maritima
Portimão.do Terço das Ordenan
•

sem tendo direito; mas, que isto se faça de tal modo,

e com tanta moderação attenta a escassez das rendas Por Decreto de 26 de Maio de 1831, a Capitão da
do Estado, que venha a conseguir-se aquelle fim sem 7.° Companhia das Ordenanças de Estremoz, Bonifacio
prejudicar as outras indispensaveis despezas, que o ser José Alves,

PARTE NÃO OFFICIAL.
#===== • *>
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
RUSSIA.
Petersburgo, 27 de Abril.
* Em hum Ukase Imperial de 19 deste mez se achão as
disposições seguintes:
" … Com motivo de haverem tomado parte na revolução
da Polonia alguns proprietarios das #### em º u
tro tempo Polacas, expedio S. M. I. hum Ukase º m
Dezembro de 1830 no qual ordena, que sejão confisca
dos todos os bens destes delinquentes; mas tendo-se sus--
citado sobre a applicação deste Ukase huma questão, a
saber: se em virtude deste Ukase se devem confiscar os
bens dos que estão na Russia, ao passo que seus filhos
estão servindo na Polonia, S. M. I. para dissipar estas
duvidas ordenou sobre este particular o seguinte:
1.° Quando o verdadeiro possuidor dos bens se achar
na Russia, e todos os seus filhos estejão na Polonia,
deverá sequestrar-se tudo quanto possuir; mas se alguns
dos seus filhos se acharem na Polonia, limitar-se-ha o
sequestro ao que a estes pertencer algum dia a titulo de
successao.
2.° Se o proprietario se achar na Polonia se seques
trarão todos os seus bens ainda quando seus filhos o
seus mais proximos parentes permaneção na Russia.
3.° Se se acharem na Polonia os parentes mais che
gados dos proprietarios sem filhos que permanecessem
na Russia, perderão aquelles para sempre o direito dº
herdar. Logo que se tiver feito o sequestro sobre os bes
em alguns dos casos expressados, vigiarão as Author -
dades com o maior cuidado, e debaixo da mais rigor -
sa responsabilidade, para que os rendimentos de taes bens
assim como nenhuma quantia de dinheiro ou quaesquer
efeitos, se enviem debaixo de nenhum pretexto aos que
estiverem ausentes em paiz estrangeiro, ou se remet
tão para o interior do Imperio para dalli se lhes en
Vlar.» - ques de Orleans e de Nemours, os Marechaes Soul
O Imperador concedeo aos Governos, districtos, e
cidades assoladas pelo contagio da colera morbus novas
isenções de impostos e das penas em que tiverem incor
rido por haverem retardado o seu pagamento, assim co
no novas facilidades para o pagamento de outros
cuja cobrança se houvesse suspendido por causa da el
fermidade. (Diario de Petersburgo.)
ITALIA.
Napoles, 24 de Abril.
O Rei se estabeleceo por algum tempo em Sessa, po
voação immediata a Capua, 13 leguas ao Norte da Ca
pital, para ali vigiar e dirigir as manobres e exercicios
dos 83 Suissos de Infanteria, Cavallaria e Artilhe
1ia que reunio naquelle ponto.
(Sentinella Genebrina.)
FRANÇA.
París, 19 de Maio.
: Escrevem de Bordeos em data de 14 de Maio o se
guinte: • Segundo cartas de Lamberg recebidas em Berlim"
» Na tarde de hontem recebêrão ordem para marchar
hoje ao amanhecer o 1.° e 2.° Batalhão do 9.° de linha.
, Assegurão que a repentina
" . • > sahida destas tropas he o se
/ •
rio levantamento de la Vendé, º (Mensageiro.
I 632
i ]
A Tribuna publica o seguinte artigo a respeito da
sublevação que ha em La Vendé, apezar de que o lícil.
sageiro o considere algum tanto exaggerado:
» A guerra civil se ateou nesse paiz foco permanente
ou eterno das insurreições a favor dos Bourbons. Todas
as cartas que se recebem de Deux-Sevres, Maine cº
Loire e de Morbihan assegurão, que alli se tornara a
sublevação quasi geral; graças á extrema tranquilida.
de do nosso Ministerio! A associação qu as associações
Realistas de París envião todos os dias homens áquele
Departamento insufreccional; se se lia de dar creditº
- ás indiscretas exaggetações dos confidentes que tem º
Oeste, passão # homens os que tem alistado para
mandar sustentar o levantamento, e já tem promptas
para arsenaes
seus lhes remetterem 1503 espingardas depositadas nº
da Capital. •
» Mesmo assim dando toda a possivel amplitude à
exagerações do partido, se sabe alli tudo quanto a Pº.
licia ignora aqui. Alli se sabe, que as associações de
París tem conseguido formar Regimentos no Sul; que
se glorião de ter á sua disposição vinte Departamentº,
e que o grito A's armas ! dado em La Vendé deverá em
breve resoar em Bordeos, Nismes, e nas fronteiras da
Suissa e da Subaya. -
» Huin posto militar bastante numeroso que o 4l de:
nha havia colocado perto do bosque de la Nouet, em
pequena distancia de Jousselin, onde o tambo ºlá
agora chamando á vingança, foi surprehendido; sériº
depois disto feitos em pedaços todos os seus soldadº,
Todos os insurgentes estão em armas. Tanto nas pºvºs:
ções assim como nos campos unicamente se enconti,
anciãos, mulheres, e crianças; os homens escutarão -
voz dos seus Sacerdotes; cada dia mais se augmente
seu numero com os soldados que pertencêrão á Guari.
antiga Real, cujas listas e filiações estão em pode dº
associação que os inanda buscar, os indemniza, fºmº
nera e enthusiasma com ampla generosidade.»
(Ext. de Gazeta de Madrid)
No dia 16 sahio o Rei Luiz Felippe de S. Claudiº
ra visitar varios Departamentos, e inteirar-se pessº…
mente do seu estado actual: acompanhão S. M. Oslº
Gerard, e o Conde d'Argout, Ministro do Commº
cio. Já passárão por Louviers, Elboeuf, e Rudo, º
jas Cidades nas suas felicitações exposerão a impeñº
necessidade de soccorrer e procurar occupação parai"
sem numero de jornaleiros, que depois da revoluç㺠|
Julho perecem de miseria: tambem pedem que cessº
anarquia, reine a paz, e se dê vida á industria e º
commercio, paralizados pela falta de união e confianº
(Extracto do Monitor)
Enviárão-se a La Vendé forças muito considera*
A Guarda Nacional de Tours pegou em armas pºr
marchar diante dos dous Regimentos de linha para
mesmo destino. (L'Ami de la Chark.)
Menoti chegou a Mantua, onde vai ser julgado ejº
tiçado coum seus cumplices: parece que se levantafº
cadafalso diante da sua casa.
Todos os dias passão por Milão tropas que marchi
na direcção das fronteiras do Picmante. As povoaçãº
estão cheias de soldados, sobre cujo ulterior destino*
infinitas as conjecturas que se fazem.
(Ext. da Gazeta de Madrid)
dia 11, a Divisão que umandava o General Polaco Duº"
nicki refugiada no territorio Austriaco, constava de 538
• homens, e 800 cavallos, com 4 peças de campº"
(Outros as fazem subir a muitº maior numero) Algº
 •
: [ 583 ]
dos seus Oficiaes servírão a Napoleão, e tem a Cruz palavra de honra de depor as armas no sitio onde se
da Legião de Honra. Muito pelo contrario do que se achava; depois o Coronel exigio que passasse a Kleba
havia annunciado são º rarissimos os Volhynianos que nouka para alli se acampar em quanto não chegassem
seguírão aquellas tropas; ha porém muitos camponezes ordens superiores. Iguaes declarações se fizerão ao Ge
da margem esquerda do Vistula, pela maior parte man neral Russiano Laskanef, que havia entrado com a sua
cebos de 18 a 20 annos, vestidos de azul com vivos Divisão de cavallaria meia legua mais á quem da fron
amarellos, e andão armados com certa especie de faca teira perseguindo os Polacos; este General a instancias
encravada na ponta de hum páo. do Coronel se retirou para o territorio Russiano.
"O Feld Marechal Barão de Stuterhim, Comman
Finalmente o Corpo do General Duernicki entregou dante da Galitzia, instruido deste successo, deo imme
as armas na Gullitzia. O Observador Austriaco do dia diatamente ordem no General Fackh de convidar as
9 refere muito circumstanciadamente o successo em cuja tropas Polacas a largarem immediatamente as armas e
narração se manifesta o odio mais encarniçado, sem de as entregarem com ordem aos Russianos e igualmente
que tão pouco se desfigure a dureza das medidas toma os seus cavallos, artilheria, munições e mais trem de
das pelas Authoridades Austriacas contra os desgraça guerra. Maudou-se tambem que depois de desarmados
dos heroes da Polonia. As suas espingardas, e a sua ar escoltasse os fugitivos a sitios distantes das fronteiras até
tilheria forão entregues aos Russianos como pertencentes que a authoridade superior indicasse as ulteriores dispo
á Russia. sições que se deverão totnar neste assumpto. O Feld
As ultimas partecipações recebidas de Lamberg no Marechal tomou ao mesmo tempo as providencias ne
dia 2 dizem o seguinte a respeito dos movimentos do cessarias para que a 2 de Maio se concentrassem em
General Duernicki: Tarnopol 8 batalhões e 24 Esquadrões que desarmassem
» Depois da acção de 20 d'Abril dada em Boremel Por força os Polacos se se não houvessem conformado
entre o General Russiano Rudiger, e o General Duer com o convite feito, e os castigassem pela violação do
nicki, repellido o ultimo para a esquerda do Styr, pas territorio Austriaco que havião comettido. O General
sou de noute perto de Berestezko na margem direita, e Polaco não esperou por isso: no 1.° de Maio declarou
se dirigio para Radziwillow donde procurou penetrar ao Coronel Fackh a sua resolução de depor immediata
até Krzemieniec; porém os pequenos progressos que fa mente as armas, e o Coronel executou a seu respeito
zia a revolução da Volhynia por huma parte, e pela as ordens que havia recebido.
outra os movimentos do General Rudiger, que havia » Em consequencia do que se procedeo immediata
seguido os Polacos mais além do Styr, e passado para mente ao desarmamento do corpo Polaco, que tambem
Berestezko, obrigárão o General Duernicki a tomar entregou o seu material de guerra; pedio-se ao Gene
o caminho da Podolia , seguindo as fronteiras Aus ral Russiano que tomasse posse delle a titulo de Coin
triacas. missão, e se tomárão as disposições necessarias para
» Em virtude deste movimento tinha a 24 d'Abril o transportar os fugitivos para differentes pontos e enviar
seu Quartel-General em Kolodno perto da fronteira: o os enfermos e feridos para os hospitaes. Quando se en
General Rudiger o seguia na distancia de duas milhas, viárão estas noticias a Vienna já se havião posto em
e os seus postos avançados estavão em I/isniowice no marcha os primeiros transportes e as tropas enviadas a
caminho de Krzemieniec, porém na direcção de Oric Tarnopol havião recebido contra-ordem sendo já inu
chowca, que seguia Duernicki, as tropas Russianas dºs til a sua presença.» -

fronteiras se retirárão ao verem as columnas Polacas, e
1etrocedêrão os seus postos avançados até Casniowka.
Nesta marcha 17 Oficiaes e 30 soldados Polacos enfermos
ou feridos se refugiárão no territorio Austriaco onde fo
rão desarmados e postos nos hospitaes. Na noute de 23
sahio de Kolodno o General Duernicki e marchou para
Musarowce, onde deo ás suas tropas algumas horas de
descanço, e seguio depois a sua marcha ao longº dº
fronteira Austriaca passando por IVercs.aski; ali se
empenhou hum combate entre a sua vanguarda e º Cor
po do General Russiano Kivictnicki, que se retirou diante
de hum inimigo superior em forças sem receber damno
algum. Os Polacos continuárão pela fronteira até a al
tura de Knielce Wielkie onde acampárão. O General
Rudiger que os havia seguido de perto estava no dia
25 em Kolodno.
» Como o General Duernicki não encontrou obsta
culo na sua marcha parece que o cansaço dos seus sol
dados e cavallos por huma parte, e pela outra o temor
que lhe causavão os reforços que chegavão aos Russianos,
lhe fizerão tomar na manhã de 27 d'Abril, vendo-se
atacado por todas as partes, a resolução d'entrar pele
jando entre Lusicziwe e Knielce HKielike no territorio
Austriaco, onde o seguírão com ardor as columnas Rus
stanas. Mr. de Fackh, Coronel do Regimento de Hus
sares de Geramb, que mandava naquelle districto, mar
ehou immediatamente para o lugar do combate com o
destacamento que tinha mais á mão, e se interpoz en
tre os dous partidos para fazer com que cessasse o com
bate; o que no mesmo instante se conseguio pela ade
vertencia que fez o Coronel ao General Duernicki de
que havia violado o territorio Austriaco; este General
deº huma satisfação ás observações do dito Coronel, e
Esta relação Austriaca ainda não explica bem com
pletamente as causas que obrigárão Duernicki a se re
fugiar na Gallitzia e como he que se achou atacado por
todas as partes. He necessario acreditar, que assim co
mo nós o presumimos, o General Roth cooperava com
o General Rudiger. (Mensageiro.)
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 16 de Maio.
Tornou-se a prorogar indefinitivamente o convite do
Rei de Inglaterra para ir ao Palacio de Guildhall e
que se devia verificar a 20 do corrente: a resposta que
S. M. deo á Deputação foi, que o estado delicado da
sua saude lhe não permittia corresponder a esse convi
te: (As folhas mais recentes accrescentão, que Lord
Melbourne havia annunciado ao Lord Maire, que S. M.
B. não podia acceitar o referido convite na estação
actual.)
*—*§§ *—»
Lisboa, 6 de Junho.
(Artigo communicado.)
Por Despacho de 9 de Maio de 1831, foi ElRei Nos
so Senhor servido permittir, que Manoel Joaquim Ne
pomuceno, segundo Escripturario da Contadoria Geral
da Real Junta do Commercio, possa usar da Medalha
com a Sua Real Efigie. |- •
 [ 634 ]
$
*§§ * +
MezA DA CoNscIENcIA E ORDENs.
Edital.
Ordem de S. Bento de Aviz.
Priorado da Igreja de S. João Baptista da Villa de
Moura a que anda annexo o Juizado da respectiva Co
I]) { f Cal •
Da data deste a quarenta dias se ha de prover em
Freires Conventuaes o Priorado da Igreja acima refe
rida com o respectivo Juizado.
Os Oppositores oferecerão dentro do dito termo im
prorogavel, na Secretaria da Ordem de S. Bento de
Aviz, em mão do Escrivão da Carnara de Sua Mages
lade , e da mesma Ordem , suas petições, e mais pa
peis correntes; a saber: Os Freires Conventuaes , que
se acharem ainda no Convento, a Approvação do Re
verendo Dom Prior Mór, na fórma dos Definitorios,
com que qualifiquem os seus requisitos. E os Freires
Conventuaes, que se acharem fóra do Convento, a In
formação do mesmo Dom Prior Mór; Carta de Ordens;
e as Folhas corridas da Comarca, em que assistirem, e
do Juizo Geral das Ordens. Alem destes papeis, os Frei
res Conventuaes, que se acharem fóra do Convento,
mas providos em Igrejas ou Benefícios, apresentarão
tambem Carta de Collação, Certidões de residencia, vi
da, e costumes, assim dos Prelados Diocesanos, como
dos Juizes das Ordens das respectivas Comarcas: e to
dos juntaráõ Carta de Formatura pela Universidade de
Coimbra. Ficando advertido, que todo o que dentro do
dito termo não apresentar os referidos papeis, será ex
cluido deste Concurso; e o que ficar provido, será obri
gado a apresentar na mesma Secretaria Certidão da
sua posse dentro de dois mezes, contados do dia da
Resolução de seu Provimento, pena de se pôr novamen
te a Concurso como vago. Lisboa, 3 de Junho de 1831.
= Antonio Maria Gentil,
*—*§§ «—»
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 4 de Junho.
Embarcações avistadas.
4 h. 45 m. 1 Escuna Ingleza, e l Bergantim sem ban
deira ao Norte do Cabo do Espichel.
10 h. 20 m. 1 Fragata Franceza, 2 Curvetas de Guer
ra dito, e 1 Brigue dito dito a Oeste do Cabo da
Roca.
12 h. 30 m. 1 Curveta de Guerra Franceza , e 1 Ber
gantim sem bandeira ao Norte do Cabo da Roca.
N. B. A Escuna sem bandeira que estava fundeada em
Cascaes fez-se á véla, e navega para o Norte.
Idem, 5,
A Escuna Hespanhola que estava fundeada em Cascaes
fez-se á véla de noute.
Embarcações avistadas.
4 h. 40 m. 2 Bergantins sem bandeira , e ó Cahiques
dito a Oeste do Cabo do Espichel : 1 Bergantim,
e os Cahiques navegão para o Norte.
5 h. 40 m. 1 Fragata Franceza, 3 Curvetas de Guerra
dito, e 1 Brigue dito dito a Oeste do Cabo da Roca.
Embarcação entrada em S. Julião.
9 h. 8 m. 1 Bergantim Inglez.
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
• • Embarcação sahida de S. Julião.
•
6 h. 43 m. 1 Embarcação
Paquete Inglez.
sahida de Belém.
10 h. 1 Bergantim Russiano para Petersburgo.
- - Annuncios.
No dia 15 de Junho corrente, ha de expôr-se á ven.
da a oitava Loteria da Misericordia de Lisboa, respe.
ctiva ao actual semestre.
Nas tardes dos dias 7, 8, e 11 do corrente Junho,
nas casas das Reaes Mercearias á Sé, se hão de arrema.
tar no ultimo dos ditos dias a quem mais der, as tresse.
guintes rendas: Reguengo do Gradil, Vianna do Alem.
téjo, Alverca, e Quartos de Alhandra.
Nas casas de residencia do Desembargador Romiº
Luiz de Figueiredo e Souza (rua nova de Jesus N. 39)
Juiz Administrador da casa vinculada, em que succedeº
o Excellentissimo Conde de Murça a seu tio D. Fer.
nando Soares de Noronha, se hão de arrendar em hasta
publica , nas tardes dos dias 11, 14, e 15 do corrente
mez os bens seguintes: o casal de Cabra Figo, na Fre
guezia de Rio de Mouro, termo de Cascaes; varias te:
ras no sitio do Porto Salvo, que traz de renda Joaquim
dos Santos ; o casalinho do Porto , na Freguezia de
Odivellas ; e varios bens situados no termo da Louri.
nhã, os quaes traz de renda José Francisco ; as condi
ções estarão presentes no acto da arrematação,
O Curador dos menores filhos do defunto José Igni.
cio da Silva, faz publico que se está para proceder º
partilha de bens de Joaquim José da Silva, pelo Juliº
dos Orfãos do Bairro Alto, Escrivão Joaquim Jaú
Baptista Ferreira, em que os ditos menores são inte
ressados; e por que no cazal havia huma quinta denº
minada o Tolimão ou a Pineleira, sita em Chellas,
Prazo em vidas, que se deve encabeçar a Anna Rils
Pereira Nunes, por ser a filha mais velha, e não há:
ver varão, conferindo com a quantia de 3:8403000 E
de compra, siza e laudemio além de bemfeitorias, º
onus que acompanhão o mesmo Prazo, protesta o meiº
mo Curador por parte dos ditos menores contra todo º
qualquer contracto que se tenha feito ou haja de se ir
zer de venda, hypotheca ou outro similhante, visto q*
o mesmo prazo passa com o onus, que lhe he inherentº
da mencionada conferencia para qualquer possuidor.
Quem precizar d’hum oficial de Farmacia approva:
do, e com abonação, para Lisboa ou para fóra, prº
cure na Botica do largo da Esperança N.° 31.
Quem precisar de huma criada para casa de poucº
lida, dirija-se á rua da Prata N.° 194, quinto andar.
Alugão-se na Cabeça de Montachique quartos mobil:
dos para quem quizer fazer uso das Aguas Ferreas para
os mezes de Junho, Julho, Agosto, Setembro, etc… !
quem quizer algum quarto nestes mezes, póde dirigir º
nesta Cidade ao Paço da Rainha N.° 47, e no sitio dº
Cabeça, a Vicente Vieira com loja de mercieria.
Ha para vender piaçaba do mais fino em molhº
grandes, proprio para calabres, vindo ultimamente dº
Bahia: quem o precizar dirija-se á rua dos Fanquer
}
ros N.° 177. -
Na tarde do dia 8 do corrente se ha de arrematar nº
praça do deposito geral, com o abatimento da quintº
parte do valor de 5003000 réis, huma propriedade dº
casas com seu quintal na rua de Martins Vaz N. 49 º
52, Freguezia de Nossa Senhora da Penna, rendimentº
1303800 réis, foro 63330 réis, laudemio da Lei; e º
Escrivão Couto.
 NUM. 132.
*-+=--
GAZETA
TERÇA FEIRA, 7 DE JUNHO.
==
PARTE OFFICIAL.
} R E A L E R A R I o.
No dia 7 do corrente, se hão de pagar na Thesoura
à ria Geral dos Ordenados os mezes de Janeiro, Feverei
ro, e Março de 1830 das folhas a saber: Junta da Se
renissima Casa de Bragança , Dizimas do Pescado »
. Chancellaria da dita Serenissima Casa.
}, PARTE NÃO OFFICIAL.
- NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
* RUSSIA.
S. Petersburgo, 7 de Maio.
* Hum supplemento ao Jornal de S. Petersburgo con
tém o Oficio do Conde Diebitsch, em data de 28 de
Abril, dando noticia das operações, contra os Polacos,
no dia 24; e nos seguintes, perto de Kuflew e Minsk.
* O Feld Marechal envia o Oficio do Conde Pahlen,
" cujo corpo entrou pela maior parte na acção. A perda
dos rebeldes durante o combate assim como na retirada
º foi consideravel.
* O Conde Tolstoi, que está nomeado Commandante
em Chefe do Exercito de reserva, terá debaixo do
seu commando immediato os Governos de Welapsk,
º Mohilew, e Minsk onde se acha estacionado o Exerci
to de reserva.
|-
S. M. I. fez numerosas nomeações e promoções no
serviço civil e militar. O Tenente General Creutz foi
º nomeado General da Infanteria, e o Major General
Menaweof, Tenente General pelos serviços que prestá
º rão contra os Polacos rebeldes. -
O numerario de platina tem começado a gyrar tão
rapidamente no interior do Imperio, que a maior parte
da platina que se tem achado tem sido convertida em
moeda.
Alguns barcos tem chegado a Cronstadt vindo de
Petersburgo; mas o gelo fluctuante torna dificil a com
municação. No entanto pela apparencia geral do gelo
se pode presumir, que em breve se abrirá a navegação.
* - - , (M. Post.),".…
ANNO 1831.
DE LISBOA.
895:59ex=-
@<>$:C$$3<ecx
SUECIA.
Stokholmo, 1 de Maio.
Afirmão que nos fins de Fevereiro se expedira huma
ordem para que se não deixasse entrar na Suecia ne
nhum Polaco que se apresentasse com caracter diploma
tico e fosse enviado junto da nossa Corte pelo Governo
Provisorio de Varsovia; em virtude pois desta ordem
se fez sahir immediatamente desta Cidade certo via
jante que acabava de chegar, e que se julgou ser Po
O•
Attribuem-se estas medidas a huma Nota do Gabine
te de Petersburgo. (G. de Hamburgo.)
FRANÇA.
París, 21 de Maio,
Esta manhã sahírão para Clermont dous batalhões
do 42 de linha, e ámanhã o deverão verificar outros
dous com igual destino. Dizem que hontem á noute che
gára ordem para este movimento. Ha alguns dias que o
departamento de Ain está cheio de tropas de diferen
tes a III]as. (E. do Monitor.)
Dizem as cartas de Veneza de 4 de Maio, que o Ex
ercito Imperial d'Austria cujas forças já subião a 270,3
homens acaba de augmentar-se com os reforços que re
cebeo. O Imperador decretou que se faça nos Estados
do Imperio outro alistamento de 1103 homens, que se
faz com tal actividade e enthusiasmo, que a maior parte
das Provincias reunem maior numero do que se lhes de
signava: por consequencia pode calcular-se a força ef
fectiva dos Exercitos Austriacos em 400,3 homens. Mi
lão, Veneza, Trieste, e a Illyria deveráô fornecer na
conformidade do Decreto Imperial 17á homens.
* 1.1 Por esta conscripção extraordinaria o Exercito Aus
triaco que se acha na Italia se comporá de 1503 homens
ás ordens do Generalissimo Barão de Frimont.
(G. de Madrid.)
GRÃ-BRETANHA. |-
Londres, 13 de Maio. } • •
1
As cartas de Jamaica de 21 de Março contém noti.
cias muito lastimosas sobre o estado actual de Colam.
bia, cujo extracto he, o seguinte: .. . *
A Cidade de Cingres" foi incendiada, o General
Flores attrahio ao seu partido, Ovando e Lopes. No
interior do paiz se decidírão a sustentar a constituição
 [ 686 ]
de 1830. Ao mesmo tempo que em Venezuela Tovar vestigações do mesmo genero que publicava na mesma
foi nomeado Presidente, Paes, se vio obrigado a reti época. Mas se huma assidua attenção conduzio hum e
TB T-Se. • • : , - -
outro ao descobrimento dos mesmos factos anatomicos,
Acaba de chegar á Jamaica hum numero considera essencialmente diferem na explicação dos fenomenos
vel de emigrados, e outras 20 pessoas que forão expul fisiologicos. Todo o mundo sabe que Gall designa hun
sas de Carthagena; entre as ultimas se acha D. Mar orgão particular, huma divisão do cerebro para cada
celino Munhos, bum dos principaes commerciantes da huma das nossas faculdades intellectuaes, para cada
quella Cidade. A sua expulsão foi em consequencia de se hum dos nossos instinctos. Rolando pelo contrario foi
haver descoberto que estava tramando huma conspi conduzido por numerosas experiencias feitas em animaes
ração. • * -
de diversas classes, a bem diferentes resultados.
A Provincia de Santa Martha se acha em #=
Estas experiencias e a theoria descripta pelo author
insurreição, e foi precizo enviar tropas para restabele
, se publicárão na Sardenha em 1809, em huma obra
cer alli a boa ordem. Interceptárão-se as commiunica que tinha por titulo: Ensaio a respeito da verdadeira
ções entre aquella Cidade e o Panamá. O General Es estructura do cerebro e das funcções do systema nervoso.
pinar, Governador de Santa Martha, publicou outra E como as relações entre a dita ilha e o continente se
vez a lei marcial temendo que se enviasse contra elle o achavão de todo interrompidas, forão aquellas expe
General Oleará á testa de algumas tropas , e estabe riencias ignoradas em França até que sahírão d'injusto
leceo o seu Quartel General em Chorrera ; ao pas esquecimento com inotivo de hum premio decretado
so que pela parte de Chagresse oppõe grande resisten pelo Instituto Real a hum fisiologista Frances.
cia pelo Sul se envião tropas para auxiliar Urdaneta. Ha poucas questões quer de anatomia quer de fisio
A emigração tem quasi deixado sem habitantes o Pa logia, que não tenhão sido tratadas com discernimento
namá. •
por este Professor. Devemos dizer, que não só he hum
Tambem se recebêrão depois noticias que alcanção até dos authores mais distinctos que se tem occupado do
26 do dito mez. O General Legnes sahio de Carthage cerebro, mas que as suas investigações ácerca da orga
na para ir atacar Santa Martha e o General Canerosa nogenesia (geração dos corpos organizados) não são as
hio ao seu encontro com 150 homens para o deter. O menos dignas de attenção. •

Almirante Inglez Colpoys enviou a hum
navio de guerra para proteger os interesses Britanicos.
Parece que o General Canero conjecturando que os
seus 160 homens não erão bastantes para fazerem fren
te ao General Legnes, se refugiára com os seus na ba
landra Kangará, a cujo bordo foi conduzido para a
# Rolando não era unicamente sabio, mas era ao mes
mo tempo hum homem de bem em toda a extensão da
palavra. De todo entregue á sciencia, que era a sua
unica paixão, passárão por elle 35 annos de com no
ções sociaes sem que as tempestades politicas o distra
hissem dos seus estudos favoritos. . •

Jamaica. O General Legnes não encontrou por conse Morreo bom Christão segundo vivera. Nelle perdêrão
quencia opposição alguma e entrou em triunfo em San seus discipulos o seu melhor amigo. Eis o maior elogio
ta Martha. (Extracto da G. de Madrid.) que se pode tecer ao seu caracter, e ás suas virtudes.
Quanto aos seus merecimentos a respeito da gloria litte
HESPANHA. raria e scientifica, basta lêr as suas obras, pois alli se
achão, – (Diario Mercantil.)
Madrid, 30 de Maio. - }
Idem, 25.
Logo ao amanhecer do dia de hoje annunciou a ar de Extracto de huma
15 de Abril: carta particular de Argel em data
- •

tilheria desta praça a celebração do Dia dos annos de

ElRei N. S. Com este motivo a Corte se vestio de ga » O Imperador de Marrocos, que á chegada das tro
la com uniforme. Em Aranjuez ha Bejamão, e á nou pas Francezas em Argel, tomou posse. de Telmessana
te haverá ali e aqui illuminação geral. A concorrencia com hum Exercito mandado pelo seu primo Molay Al
ao Real sitio deve ser luzida e numerosissima porque o ly, em vez de cumprir com os desejos do General Clau
dia está sereno , e ha varios dias que está sahindo sel está diariamente engrossando aquella força. . Parece
gente para Aranjuez com o fim d'assistir á fausta cere ser certo que trata de atacar o Exercito Francez e de o
monia, e celebrar alli o dia de annos do Soberano. encurralar em Argel. Ha receios de que o Exercito do
Toda a península goza
•
de tranquillidade
(Ext. completa.
da Gazeta de Madrid.)
•
Imperador de Marrocos tenha occultas relações com os
habitantes das montanhas, e até com os do interior do
Estado d'Argel. A grande agitação que agora reina
* . * .* * *- Idem, 31. neste ponto he em parte causada pelo degredo de Mufi
Sidy Hussein el Araby, chefe das leis civis e religiosas,
ElRei N. S. a nossa amada Rainha, a Augusta In e pela do Cadí, ou primeiro Magistrado. O Governo
fanta, e igualmente SS. AA. R.R. os Serenissimos Se Francez não pode ser tão vigilante que se opponha aos
nhores Infantes continuão no Real sitio de Aranjuez rojectos de hum inimigo tão poderoso. O Exercito do
sem novidade
• ,
em sua Official
… (Parte importante saude. -de Madrid.)
da Gazeta - # de Marrocos diariamente se augmenta, de
maneira que huma insurreição dos seus habitantes teria
** * * – " *3 •
o efeito de colocar as nossas tropas em huma situação
• Cadis, 23 de Maio. " mui critica. Os melhores meios que se poderião empre
*- - - -- - - - -- - - ,
gar para sufocar a effervescencia seria, sem duvida, a
A Universidade de Turim acaba de sofrer huma per fiel observancia dos Tratados existentes entre o Gover
da que será muito sentida pelos sabios de todos os pai no Frances e as authoridades do paiz; # aliás he de te
zes. O Professor Rolando faleceo a 21 de Abril últi mer, que rebente huma revolução que seria dificil con
mo. Os homens que se dedicão ás averiguações da alta ter, excepto se se reforçasse consideravelmente a guar
anatomia sabem quanto elle contribuio pela sua parte nição Franceza que occupa Argel.»
para os progressos desta scieheia. He digno de notar-se, * ', e . "Idem, 27. (Diario Mercantil.) * * - • -

que em quanto Gall publicava no continente os seus

bellos descobrimentos a respeito da existencia e direcção
das fibras cerebraes, Rolando pela sua parte retirado Do Diario de Matanzas copiamos o seguinte:
na ilha de Sardenha para onde havia seguido a Fami "Em hum escripto que publicou no Mexico o Licen
lia. Real na qualidade de Medico, se entregava a in ciado D. Carlos Maria Bustamante sobre a necessidade
 [ 537 |
d'abriraquelles paizes ao commercio Hespanhol, lemos
os parágrafos seguintes: •
"O cemmercio com a Hespanha terminou em publi
co: porém não o clandestino ou de contrabando, e por
círculos, pois se tem feito e se faz por França a Vera
Cruz, e da Havana por Nova York e Estados Unidos
do Norte. Daqui se não tem seguido vantagens, porém
da mnos gravissimos, visto que se tem fomentado o con
trabando, e aos estranhos, refluindo o mal em ruina do
Erario porque lhe usurpão as suas rendas; e porque nos
vendem os generos por preços muito subidos, e talvez
adulterados, como os liquidos, o que não succederia se
os comprassemos em primeira mão. O artigo cêra da
Havana pelo qual nos levão quantias avultadas se tran
sporta para Nova Orleans, onde se lhe dá o nome de
cêra de Kentucki. Quantas fraudes se não comettem
para fazer esta metamorfose pelas mãos dos que nella
intervem ! Se o commercio se fizesse directamente da
Havana para Vera Cruz, e com franqueza, asseguro
que ainda quando se rebaixasse huma 3.° parte dos su
bidos direitos que hoje rende, se duplicaria a receita na
thesouraria da federação, e o publico seria melhor ser
vido. Este gosta de tratar com gente do seu idioma, e
dos seus costumes, porque nella encontra simpathias, e
melhores disposições para concordar: por consequencia
mais franqueza e melhor tratamento. Hum estrangeiro
ofende-se de que se regateie, e quer que o preço que
fixa se tenha como resposta de hum oraculo, e julgado
de hum Tribunal de segunda instancia, isto he, sem
appellação: mostra certa desconfiança que o Hespanhol,
se a tiver, sabe ao menos dissimular; fia ao mercador
que conhece honrado; não o molesta nem mortifica,
pois em seguimento do genero que aquelle vende vem
logo o criado pelo dinheiro. Os Mexicanos ignoravão
este manejo, estavão costumados a outra generosidade.
Davão-se-lhes prazos até hum anno; não se lhes exigião
outros preços do que os correntes. Hoje se assombra o
publico vendo cobrar usuras de usuras; usuras até de
mezes. Por tanto huma dolorosa experiencia lhes tem
Inostrado as vantagens daquelle commercio, e sobre tu
do a generosidade e commodidade, que hoje buscamos
C/JT 17(IO,
» A's ditas vantagens podemos augmentar as que ho
je em dia tirão os de Vucatan da Havana; allr com
mercião sem que o Governo Hespanhol falle huma pa
lavra que lho impeça; cada qual faz o seu negocio co
mo pode; no Estafeta se põe a lista do commercio de
Yucatan, e deste modo se tem felicitado aquelle paiz
mui completamente: hoje abunda em tudo; e se o paiz
de Vucatan se tornar a unir comnosco abjurando
a absurda opinião do centralismo, será hum dos paizes
mais felizes.
» Creio haver demonstrado as vantagens que nos tra
ria o commercio da Havana: entre essas vantagens tam
bem se deve colocar as que refluirão em beneficio das
minas, agente principal da nossa felicidade. O azougue
artigo sem o qual se não pode subsistir, ainda que no
lo facilitem os estrangeiros he de mui elevado preço; e
isto influe pelo menos na extracção da prata. “V. M.
(dizia a Carlos III o sabio Mexicano D. Joaquim Ve
lasques de Leão) será o maior Monarca da terra quan
do der aos mineiros gratis o azougue.» Penetrou-se o
Rei da importancia desta verdade, e ainda que dese
jasse polla em execução não o podendo, mandou que
aquelie ingrediente se vendesse pelo seu custo. Por meio
desta unica providencia chegou a tal augmento a ex
tracção da moeda como nunca se tinha visto. Se se nos
facilitasse o azougue de Almaden directamente da Ha
cana, que bem não havia de resultar para as minas pela
maior commodidade do preço ! Quanto não aproveita
ria o ferro de Biscaia, e o papel da Catalunha, artigos
não menos importantes para este ramo! Será acaso o
mesmo adquirillos directamente como por circulos e por
muitas mãos intermedias? He claro que não. E que lu
cro não resultará tambem para a nossa população con
sumidora de muitos artigos de Barcelona e Andaluzia a
que está costumada, e sem os quaes não pode passar
sem custo ?» (D. Mercantil.)
*--—º §§ *–*
Lisboa, 6 de Junho,
Os ultimos Jornaes Inglezes alcanção até 26 do mez
proximo passado, e contém a Partecipação Oficial pu
blicada no Monitor de 21 do mesmo mez, relativamen
te á o levantamento de La Vendé.
Mrza da Consciencia e Osorss.
Edital.
Manda ElRei Nosso Senhor, como Governador , e
Perpetuo Administrador dos Mestrados, Cavallerias, e
Ordens Militares de Nosso Senhor Jesus Christo, São
Bento de Aviz, e São Thiago da Espada, que todos os
Grã-Cruzes, e Commendadores das mesmas Ordens, que
se acharem nesta Corte, assistão com os seus mantos á
Festividade do Santissimo Coração de Jesus, que se ha
de celebrar no Real Convento da Estrella, em o dia 10
do corrente mez de Junho pelas dez horas da manhã;
precedendo-se os Grã-Cruzes pela Etiqueta da Corte,
na conformidade do Alvará de 15 de Setembro de 1789,
e os Commendadores sem distincção de Ordem , pela
antiguidade dos seus encartes , como se determina no
$.° 21.° da Carta de Lei de 19 de Junho do referido
a Il T}O•
E para que chegue á noticia de todos , se mandou
afixar o presente. Lisboa, 3 de Junho de 1831.= Ay
res Mascarenhas Valdez. • •
*—*$$*—»
Origem do conhecimento da circulação do sangue.
Debaixo desta denominação se comprehende o deter
minado movimento a que o sangue está sugeito nos va
sos que o contém. O mecanismo que regula o seu mo
vimento e distribuição em todas as partes do corpo, só
foi descoberto em 1619; até então unicamente se co
nhecião as partes separadas. Seria dificil, ou talvez
impossivel, determinar a época em que se concebeo a
idéa da circulação do sangue. Os habitantes da China
a quem alguns authores attribuem a honra deste desco
brimento, de tal modo se afastão da verdade nas suas
theorias especulativas, que se não concebe como se lhes
poude attribuir similhante conhecimento. Porém não
sabemos que as sciencias e as artes só forão introduzi
das na China 126 annos antes de Jesus Christo, depois
que os Sythas tivessem subvertido o Imperio dos Gre
gos na Bactriana e na Sogdiana? Quatrocentos e trin
ta e quatro annos antes da era vulgar havia Hippocra
tes, esse tão profundo observador, adquirido ideas bem
exactas sobre a circulação do sangue, mas era-lhe des
conhecido o todo das funcções da mesma circulação.
Depois delle, Thessalo, Draco e Polybio, forão os pri
meiros que estabelecêrão a escola dogmatica, em que
se procurou caminhar a poz do ancião de Cos, mas em
breve se afastárão para se entregarem ás idéas especu
lativas. Desprezou-se a observação, e parece ser indu
bitavel que naquella época ainda se não dissecavão ca
daveres humanos. Aristoteles falta de duas idéas que
prevalecião no seu tempo a respeito da circulação do
sangue, huma das quaes pertencia a Syennesis, de

Chypre, e a outra a Diogenes d'Appolonia; a sua pou
ca exactidão não permitte que nos detenhamos no seu
exame. Citar huma das opiniões de Platão, cuja dou
trina se seguia naquella escola, seria provar o pouco
fundamento da opinião dos authores que attribuem áquel
le filosofo o descobrimento em questão. Platão admittia
a passagem dos liquidos para o pulmão, opinião esta
que foi defendida com calor por alguns dogmaticos.
Aristoteles foi o primeiro que marcou a origem dos
vasos maiores no coração; antes delle fazião-nos partir
da cabeça para depois se espalharem nas extremidades.
Calcedonio, o maior anatómico da escóla de Alexan
dria, 321 annos antes da era Christã, foi entre os anti
gos anatómicos quem dissècou maior numero de cada
veres humanos, porém não decidio de hum modo exa
cto se as veias nascem no coração ou no figado. A Ne
mesio, Bispo de Emesia, no 3.° ou 4.° seculo, tambem
se tem attribuido o descobrimentó de que tratamos. He
certo que estabeleceo huma ligação geral entre as arte
rias e as veias; porém repete a doutrina de Galeno so
bre o sangue vital que encerrão as arterias e que estas con
duzem para tódas as partes do corpo, donde sahe pe
los poros imperceptiveis. O erro he evidente. Em 347
Canniano adquirio o conhecimento das valvulas de al
gumas veias. Silvio e Vesalo as havião igualmente co
nhecido. Finalmente em 1574 Paulo Sarpi e Fabricio
d'Aquapendente achárão essas valvulas na maior par
te das veias do corpo.
Estes differentes descobrimentos feitos isoladamente
não explicavão o grande systema da circulação; quan
do muito só podião conduzir ao verdadeiro caminho de
a conhecer.
Em 1652 Miguel Servet descobrio a pequena circu
lação (a que se faz no pulmão); publicou o seu desco
brimento em 1563, porém não deo a conhecer a gran
de circulação. Em 1583 Cesalpino de Arezzo, Medico
do Pontifice Clemente VIII pubicou o melhor Tratado
que até então havia apparecido sobre esta materia; se
ria o unico a quem se poderia attribuir a gloria desse
descobrimento se tivesse sido mais exacto, e se estives
se de accordo comsigo mesmo quando descreve a for
mação e gyro do sangue.
Guilherme Harvey natural de Falkstone no Conda
do de Kent, descobrio e publicamente demonstrou em
JLondres no anno 1619 o caminho que segue o sangue
para banhar todas as partes do corpo, e cooperar para
a conservação da vida. Este descobrimento despertou
a attenção de todos os sabios e excitou contra o seu
author muitos envejosos e detractores; na França, na
Allemanha, na Hollanda, e até mesmo na Inglater
ra se dirigí1ão varios libellos pro e contra: estas inve
ctivas mais ou menos grosseiras unicamente servírão pa
ra fazer melhor apreciar a importancia do assumpto e
a baixa inveja dos seus authores, alguns dos quaes ten
tárão roubar a Harvey a gloria que lhe devia resultar
para a attribuirem a authores que já havião cahido no
esquecimento.
O abreviado resumo historico que acabamos de ofere
cer fará com que o leitor possa ajuizar se injustamente
se attribue hoje o Harvey o importante descobrimento
da circulação do sangue.
(Origines, inventions etc. dans les arts, et les sciences.)
…, Telégrafo. — Serviço da Barra. — 6 de Junho.
|- } Embarcações avistadas.
4 h. - 40 m. 1 Paquete Inglez ao Norte do Cabo da
• • • •
e...) " * * LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA.
4: -* * +
tº : - - -- - - -- |- • -
[ 538 |
Roca, e 1 Hiate sem bandeira a Oeste do Cabo
da Roca.
10 h. 20 m. 1 Brigue Escuna sem bandeira, e 1 Cha
lupa dito a Oeste do Cabo da Roca.
11 h. 30 m. 1 Fragata Franceza, 2 Curvetas de Guer
ra dito, e 1 Brigue dito dito a Oeste do Cabo da
Roca.
Embarcações entradas em Belém.
5 h. 18 m. 1 Paquete Inglez, de Falmouth, 10 dias,
mala; e 1 Hiate Portuguez, Bom fim, de Cork,
14 dias.
Annuncios.
No Senado da Camara da Villa de Santarem, no dia
18 do corrente mez de Junho, se ha de arrematar a
marchanteria daquella Villa pelo tempo de hum anno
José Maria Salema Lobo de Saldanha Sousa Cabral
e Paiva, que succedeo a seu irmão Antonio Salema Lo
bo de Saldanha nos vinculos de Salemas de que fôra jul
gado legitimo successor por morte do ultimo Conde de
S. Domil, faz publico e constante, para que ninguem
depois allegue ignorancia, o seguinte: — Que o dito
executa na Provedoria das Capellas, Escrivão Crus, os
filhos, agora legitimas partes, como herdeiros do falle
cido Pedro de Mello Brayner, que era executado como
devedor aos vinculos de avultada quantia resto de maior;
e tambem litiga com os sobreditos na 3.° Vara da Cor
reição do Civel da Corte, Escrivão Cabral, em revin
dicação , reconvindo pelos seguintes objectos, como
vinculados, a saber: o famoso quadro do Descimento
da Cruz, e o predio denominado Horta da Nogueira,
sito em Setubal, e seus rendimentos des de injusta frui
ção e posse, o qual vem de ser avaliado em seis contos
de réis, como allodial, no Inventario em que se procede
por morte do sobredito Pedro de Mello Brayner; cujo
aviso se faz a fim de que ninguem contracte com os
sobreditos sobre os referidos bens litigiosos, e mesmo
sobre alguns livres, por se acharem penhorados, ou ge
ralmente hypothecados á divida do vinculo porque cor
re execução.
Na rua dos Algibebes, N.° 51, loja de bebidas dos
Sete espelhos, no dia 8 do corrente mez, principia a
venda da neve manufacturada pelo methodo, e gosto
dos bons copeiros Italianos.
Na Botica do palacio do Rocio, N.° 6, continua a
vender-se por preço mui commodo agua das Caldas diz
Rainha, em frascos de vidro preto com rolhas esmeri
lhadas, tapadas com pelle e lacár, cheios ás bicas do
pocinho por mão de Lino Rodrigues Soares Monteiro,
porteiro daquelle estabelecimento: adverte-se que todos
os vidros trazem no lacár a firma de Soares; tambem
na mesma Botica se continua a vender de 15 do cor
rente por diante, agoa ferrea da quinta das Ribeiras,
vinda todos os dias de madrugada.
Na Travessa dos fieis N.° 27, ha para vender vinho
bom de Carcavellos, recentemente chegado, a 100 rs.
e 120 rs, a canada.
Para a Ilha da Madeirà está a sahir por estes cin
co ou seis dias, o Brigue Escuna Inglez Thetis: quem
quizer carregar no dito Brigue, ou hir de passagem,
queira dirigir-se ao seu Consignatario Henriques James,
morador na rua direita de S. Paulo, N.° 121, 1.° andar.
Quem quizer comprar hum carrinho com arreios com
petentes, pode fallar com seu dono na cocheira, N.°
23, travessa das Mercés.
=
=
- * * ** . ** *
* * *
• •
 • -- - - - • |- • •

Ano 1831. * * *** *

| , ….… ! …" …" …

GazETA DE L.ISBOA. - —=>vezgo3<eax+=-—

QUARTA FEIRA, 8 DE JUNHO. ,

•

o
A

- ' - " ()
. ** | • - - - , : |-

Xo6=>$}<>@@#@$#<eax
\, …}
•

PARTE OFFICIAL. cias unicamente pertencentes á França tem procurado

1. "20 •

enganar-vos com invectivas contra a minha inviolavel e

sagrada Pessoa, e contra o Governo, com o intento de
representarem no Brazil scenas de horror, e de o co
Repartição11 da Reforma Geral dos Estudos. / brirem de luto; com o intento de se colocarem nos em
|- 1- "; -- - - •

pregos e de saciarem a sua vingança e paixão particu

º Pela Junta da Directoria Geral dos Estudos, se ha lar, em despeito do bem da patria a que nunca atten
de prover por Concurso de 60 dias, que começará em dem os que tem seguido o systema revolucionario. …"
11 do proximo seguinte mez na Cidade de Lisboa - pe » Escrevem sem disfarce e chamão o povo a huma Fe
rante o Commissario da dita Junta, a Escóla para edu deração, e procurão capear o seu crime pelo Artigo 174
cação de Meninas da Freguezia da Magdalena da mes da Lei Fundamental que nos rege. Esse artigo não per
ma Cidade , com o ordenado annual de 100$000 réis. mitte alteração na parte essencial da dita lei.
As pessoas do sexo feminino, que pretenderem ser pro » Póde acaso haver maior ataque contra a Constituí
vidas na sobredita Escóla, concorrerão a exame no tem gão que jurámos manter e defender, do que pretender
po e lugar acima designados, declarando o seu estado, alteratla nas suas partes mais essenciaes! Não he isto
e a rua e numero da casa de sua habitação , e habili manifesta violação do sagrado juramento que perante
tando-se na conformidade dos Artigos 3.° e 4.° da Lei Deos todos voluntariamente prestámos? Ah ! Caros Bra
de 20 de Junho de 1823, e com Folhas corridas, Cer xileiros! Não vos fallo agora como vosso Imperador,
tidão de idade, e Attestação do proprio Parroco sobre mas como vosso mais cordial amigo. Não vos deixeis
vida e costumes, reconhecidas, e em fórma legal. Coim illudir por doutrinas, que são tão enganosas como per
bra, na Secretaria da referida Junta, 31 de Maio de niciosas; mas unicamente conducentes á vossa perdição
1831.= O Secretario Antonio Barboza de Almeida. e á do Brazil; nunca tendem á vossa felicidade ou á
da vossa patria. Ajudai-me a sustentar a constituição
R E A L E R A R I o. exactamente como existe, e como a jurámos. Confio
em vós, e podeis depositar confiança em mim.
No dia 9 do corrente, se pagão na Thesouraria Ge » Imperador
do Brazil. Constitucional
-" e Perpetuo Defensor • •• • -

ral dos Ordenados os mezes de Janeiro , Fevereiro, e

Março de 1830, das folhas da Junta da Administração º Imperial Cidade de Ouro Preto, 22 de Fevereiro de
do Tabaco, e Alfandega do dito. 1831. »
AUSTRIA, o
} . . (M. Post) . I =\

# -* #" | … " ,
JVienna, 3 de Maio, "
• º |- |- |-

PARTE NÃO OFFICIAL. Recebêrão-se noticias das margens do Danubio se

- NoTICIAS ESTRANGEIRAS.
BRAZIL.
Ouro Preto, 22 de Fevereiro de 1831.
gundo as quaes parece que a rebelião de Mustafá, Ba
chá de Scutari, faz rapidos progressos, e que o Grã
Vizir Reichia Bachá … achava "em Monasir cercado
pelos rebeldes. O Chefe. Albanez Karafeisada Ali Bey
entrou a 20 do passado á testa de 83 homens em Sofia,
Capital do Bachalato do mesmo nome. Os Albane
zes estão para se reunir aos Bosniacos, que tambem aca
bão de arvorar o estandarte da revolta contra o Grã
Senhor. - • - - -

Proclamação do Imperador do Brazil aos Mineiros
e Brazileiros em geral.
* Mineiros! Esta he a segunda vez que tenho o pra
zer de me achar entre vós; a segunda vez que o amor
que eu consagro ao Brazil me conduz aqui.
* Mineiros ! Não me dirijo exclusivamente a vós; o
interesse he geral; fallo a todos os Brazileiros. Existe
hum partido perturbador, que aproveitando circumstan
Sabe-se que a 7 d'Abril já houvera combates muito
sanguinarios entre os dous partidos, e que o Vizir de
Traunick se havia intrincheirado com a sua Guarda só
composta de 200 homens, em huma forte posição onde
esperará sem operar, os soccorros que o Grã-Vizir pro
metteo enviar-lhe immediatamente; soccorros que não
obstante parece serem muito duvidosos se se considerar
a posição do Grã-Vizir, ameaçado pelo Bachá de Scu
tari, e pelo de Novi Bazar na Bosnia. Os Capitães
 [440]
fortificão e abastecem as suas fortalezas e castellos a fim: º Esta manhã sahírão da praça 500 Hollandezes, que
de alli acharem hum asylo no caso que as cousasto- , totnárão posse do Forte situado em frente da cidadella
+ "} { • • • +

mem hum aspectº adversa. Tambem obrigão os rajás donde varrem as immediaçõ4s, e príncipalmente o ter
cuja simpathia-pela-Porta receiãe, a pegarem nas ar mo de Kiel; cortárão-o caminho de m, onde po
mas, ou a trabalharem nas fortificações. ;* * erão palissadas, e o estão fortificando.
Assegurão que os rebeldes oferecêrão pagar á Porta º … Só quem tiver idéa destes lugares pode conhecer a
43 bolças como annual tributo com a condição de es importancia desta posição. Deve notar-se que este For
tarem para o futuro ás ordens de hum Vizir, e de se te segundo a opinião mais geralmente acreditada, havia
governarem como republica. Os Turcos emigrados para permanecido E…"
mas o que ha de certo he, que o
as nossas fronteira##tribuem com razão os seus crimi aminho de Bo Em sempre sido, frequentado pelos
nºsos movimentos á funestadnfl # # twis lgas, enue o ####
que aindº não esta V a OC
sario» estrangeiros tem de algum kempo á esta partº naº ado noºdia 21 de Novembro nã6so havia sido longo
*####
do Levante."
##### ithpo *# commercio
o depois pelos"Ho zes. Agora resta saber se
----

__(G. d'Augsburgo.). se ha de tolerar similhante violação do armisticio.»

|- Jdem, 7.
** * * Idem 17.
O Embaixador Inglez Lord " ; ;; # 1,5 Cowley é dispõe para A:
partir desta Capital no momento em que chegue Mr.....… Segundo as ultimas noticias recebidas d'Antuerpia
Lamb, seu successor. * * * parece que o dia de hontem passara em tranquillidade.
O Barco de vapôr Curaçáo havia avistado huma Cur
Annuncião de Semlin, que o Grã-Senhor convocara veta que entrou no porto. Correm vozes de que os Hol
todos os verdadeiros crentes, pára resistir aos rebeldes, landezes havião desembarcado 150 homens nas imme
Os successos occorridos na Turquia se considerão aqui diações de La Ecleuse Bleue, com intenção d'inundar
como de muita gravidade e chamão a atteação publica º pais-circumvizinho-——————– (Independente.) -
tanto como os da Polonia, º 8... º , …… …" *,+ *, T

. Karaphey-Oglou, hum dos principaes Chefes, insur A opinião\mais acreditada entre os negociantes he,
gentes, entrou em Sofia no dia 20 do mez proximo pas que as aggressões dos Hollandezes tem por objecto ex
sado, á frente de 10,000 homens e permittio águarnição citar os Belgas a pegarem nas armas, a fim de romper
Turca que havia, na praça, e que constava de 1,200 ºs negociações entaboladas em Londres, e que se con
Jhomens, que se retirasse para onde quisesse… , " . siderão proximas a feliz terminação. º (Idem.)
; O Grã-Vizir, está em Bitolia apertado pelos insurgen
tes; mas assegurão que Hussein Bacbá marcha em seu --e se
Hontem
dirigio chegou
á casa com muita precipitação
do Regente, hum Correiº
onde se apeou. •

auxilio de Adrianopolis com hum . Exercito de 30,000

homens. : s. .. o 1 ,…, … … e º . . . - Na noute do dia 16 a 16 se deo ordem a huma das
-

, , Annuncião de Prevesa, que se reune hum corpo Gre baterias de artilheria que se achão no pateo de hum dos
go, de 4,000 homens com a intençã? de fazer huma ten nossos, palacios para que marchasse para Antuerpia.
tativa contra o Grã-Vizir, para verem se podem vingar Immediatamente se apromptárão as peças e se pozerão
a morte de alguns Capitães da sua nação que levou Pa a caminho antes de amanhecer." *") * * * * * * *,

ra Janina, onde lhes mandou tirar a vida sem nenhu --- O General, Beliard tambem partio na manhã de hon
ma fórma de processo…, a º (G, de Augsburgo.)… .tem para Antuérpia, e foi em seu seguimento o Secre
tario) de Lord Ponsonby. … ……….……. + +

* 1; i >
', , , " PAIZES BAIXOS.…….….
,
+

* …" *
, ,* •
* * * *
* * * *( , , ,,
* ••
º Q objecto da viagem destes Senhores he, segundo se
diz, atalhar os efeitos da violação do armisticio..
, , , Brucellas, 14 de Maio. . . ." 1. - Idem.)
*-*
+ • •

Chegou hontem a esta Cidade Mr. de Brouckere, hum

dos nossos Commissarios enviados a Londres; o grande
• •
) . . * …….…. 1
- • * *
Berlim, 14 de Maio.
* * ** * * * * * - "Y
obtaculo já não he Luxemburgo, mas Limburgo, de • |-

º modo que sobre este ponto gyrão agora as negociações. , A Gazeta de Estado do dia 10 contém huma Ordem
Mr. de Brouckere veio a esta Cidade com o objecto de Real de 26 de Abril sobre o emprego que se deve fa
pedir instrucções sobre este parricular; porém Mr. De zer do producto das confiscações decretadas a 6 de Fe
vaux que sahio para Londres na noute de 9 já havia vereiro contra todo o vassallo Prussiano que se ache na
prevenido isso. . . … \, Potomia, e que não tiver regressado no termo prescri
A viagem de Lord Ponsonby tambem leva o mesmo pto á povoação da sua residencia. O #º das mes
fim. O Governo, assim como toda a mação Belga con mas confiscações não deverá entrar no Real Thesouro,
.tinúa invariavel, e no mesmo sentido estão concebidas porém sim servirá para crear e fundar estabelecimentos
as instrucções que se derão a Mr. Devaux. . de publica utilidade em todo o Ducado de Posen.
* , , , ; , ; ">"). " *** … . (Correio dos Paizes Baixos...) . .
* * ** * * * * * * , ' » (, . -º I { Frosteiras da Lithuania, 8 de Maio.
, º o, , , , , º Idem, 16-. . *#

* * . * .* . . . * . ***" - 11 - , , } As tropas Russianas que occupavão as alturas im

- Assegurão que a chegada de Mr. de Brouckere obri mediatas a Krottingen voltárão a Polangen ; dizem
gára dos Ministros a que se reunissein em Conselho de que para o futuro deverão limitar as suas operações a
Gabinete: as cartas de Londres dão poucas esperanças. cobrir o caminho que conduz á Curlandia. Estas tro
Don Conselho unicamente resultou darem-se novas: in pas foi não bivaques por destacamentos des de Polan
strucções á numerosa embaixada de Londres. Tambem gen até Kilzen.. As avançadas dos insurgentes se achão
se expedirão ordens, aos diferentes Commandantes do em frente deste ultimo ponto. Espera-se dentro de pou
Exercito para que immediatamente occupem todas as cos dias huma acção decisiva por que os insurgeates
posições, mais proximas á linha. (A Emancipação.) 1em neste territoria a maior parte das suas forças.
| *º, * * * * * * * * * * *
{ Des de 6 do corrente cruzão diante das aguas de Po
• • |- |

- .. + + |- • Idem, 16. * * ** * langen tres vasos de guerra, a saber huma Fragata e

* *** * ** ** * : -* * #2
- •

dous Cuters. Houtem chegou, a Polangen hum Oficial

• Escrevem d'Antuerpia em data de 16 de Maio: …, -Rºssianº com ºficiºs pare º General Kennekampf. As
 [ 641 ]
segurão que os vasos tem a seu bordo tropas e artilhe na sua vontade está o avançar; e não obstante conti
ria que deverão desembarcar com muita brevidade. núa a haver plausivei motivo de esperar novas forças,
: As noticias oficiaes publicadas no dia 6, em Riga (Gazeta
> < 1 ,
de Madrid.)
"…" \{ * ** •

annuncião, que o Coronel Bostholomer havia completa

inente derrotado os insurgentes da Lithuania. O Ma Ultimamente publicámos a noticia do falecimento do
jor General Schummann entrou na Cidade principal do filho mais velho de Luiz Buonaparte ; a Gazette du
circulo de Suale. O Imperador Nicoláo acceitou o of Midi que refere este suceesso accrescenta algumas par
ferecimento que lhe fizerão os habitantes de Riga rela ticularidades, que não deixaremos em silencio.
tivamente a levantarem á sua custa hum corpo de 600 » Este mancebo insensato, diz aquelle periodico, aca
Voluntarios de cavallo, e ao mesmo tempo acceitou a bava de publicar em Florença a traducção Franceza de
quantia de º cem mil rublos em papel do Banco para huma obra Italiana intitulada: O saque de Roma em
que o Governo compre os cavallos. … . . 1627, por Tiago Buonaparte, testemunha ocular: Tra
As cartas de Wilna de 18 de Abril dizem, que den ducção de Luiz Buonaparte, Florença, 1830, He de
tro de poucos dias se ncharão livres dos rebeldes as im dicada esta obra a sua Prima: 3enaida Buonaparte,
mediações daquella Cidade. De todas as partes vem Princeza de Musignano, filha de Luciano. » Sendo a
chegando á Lithuania numerosas tropas Russianas. historia do saque de Roma, lhe diz na dedicatoria,
(Gazeta de Madrid.). ") obra dos vossos antepassados, entendi que a receberieis
" .……… … …" *
|-

# :
* * * * * +
º -

benignamente, " , , … …".

* ** . ** * … *) º , , . A FRANÇA, e º' … , , , , » Tiago Buonaparte mostra na sua relação a Divina
-o…, …" … o 1.1 …
+•
…. Providencia indignada contra a sacrilega empreza do
", "", * . * … Paris, 19 de Maio. * * * * * * traidor Condestavel, que pereceo nella (I), e accrescen
** ** * * * * * * \, … |- * * * - *#*/ - -

ta: = Deos quiz que a pena que merecia seguisse imme

º As noticias do grande Quartel Russiano situado em diatamente ao seu crime, e que hum homem da sua je
Minsk, alcanção até 3 do corrente. Dispunha-se o Ma rarquia traidor e impio, não podesse fartar a sua vista
rechal, segundo dizem, para fazer passar o Vistula no espectaculo da Santa Cidade saqueada e arruinada
perto de Plozk a Guarda Imperial, e a Divisão do Ge pelos seus sacrilegos soldados. = , |, o
neral Conde Pahlen, ao mesmo tempo que elle em pesº - * Pois o mesmo mancebo que acabava de traduzir pa
soa se dirigiria a Pulauy para atravessar o rio pelas ra o nosso idioma estas mesmas palavras, que lhe devião
suas inmediações. … … , !*_* * ** * * **
parecer huma terrivel profecia, partio a pezar das sup
e! ".. , "i
* . . - -

plicas e lagrimas da sua joven esposa, e partio com a

De Leipsick annuncião a 2 do corrente: ** intenção temeraria de arrojar do seu Throno o Prince
º Os pontos onde se concentrão as tropas Prussiana pe, da Igreja, de levar a desolação á Capital do orbe
são os seguintes: sobre o Elba, sobre o HVeser e nas Christão, onde a sua familia havia recebido generosa
margens do Rheno. Magdeburgo, Halla, Muiden, hospitalidade. Chegando ao campo dos insurgentes atre
Dusseldorf, Munster, Colonia, Coblentza e Treveris veo-se a escrever, como já annunciámos, huma carta a
tem guarnições mais ou menos fortes, que se achão dis* Sua Santidade intimando-lhe, que abdicasse o poder tem
seminadas pelas immediações daquellas Cidades. , , poral ficando só com o espiritual, e tudo isto em obse
» Em huma carta de Carlsbad se assegura, que Praga quio aos progressos da razão humana. Este maneebo
(na Allemanha) he o ponto central designado para a que pretendia seguir as pizadas do mais illustre dos seus
reunião de todas as forças Austriacas. Na Bohemia con tios, nem ao menos poude avistar os muros de Roma,
tinuão as conscripções ainda com maior actividade do sendo a sua morte hum assumpto na verdade tão singu
que em 1811, 12, 13 e 14. A Policia he alli muito lar
T. eBuonaparte.»
instructivo como o successo de que tratara seu avô
•

activa e suspicaz, pois vigia sobre os discursos e noti

cias que se fazem e propagão entre as tropas. Assegu
rão que os successos da Polonia e da Italia fora a cau GRÃ-BRETANHA.
sa unica do desenvolvimento que tem tido os arma
mentos da Prussia e da Austria.» (Mensageiro.) . Londres, 19 de Maio. -

: Assegurão varios periodicos, que se trata neste mo …No Courier se lê o seguinte: •

mento do geral desarmamento das Potencias. Deseja » Parece que as avultadas massas de tropas que a Aus
mos que assim seja; porém não nos atrevemos a espe tria desenvolve na Italia inspirão serias suspeitas ao Ga
ralto. O funesto gyro que parece torna a questão Pola binete Francez. Sabemos por cartas particulares, que
ca; o estado dos animos na Belgica e na Hollanda, e sobre este assumpto se pedirão explicações positivas, e
sobre tudo a antipathia com que olhão para os Fran que o Gabinete de Paris recebera respostas francas e |-

ceaes, os Gabinetes de Vienna, ; Berlim e S. Petersbur sinceras sobre o dito ponto. *- *

|-

go; e o seu desdem pouco dissimulado para quan » Vemos, diz o mesmo Courier, que o partido da
to deseja o Gabinete Francez, nos parece que tornão guerra em França accusa o nosso Gabinete de haver in
hoje em dia impossivel similhante testemunho de conci trigado para colocar o Principe Leopoldo no Throno
Hiação. (Globe.) da Belgica. Porém podemos afirmar fundados em dados
authenticos, que o Gabinete Britanico jámais se inter
- Os periodicos attribuem a retrogradação de Diebi metteo nessas intrigas e que até se absteve de influir em
tsch de Minsk, á necessidade de reunir viveres para se determinar o Principe, a que acceitasse ou recuzasse a
não vêr sem elles em hum paiz inteiramente assolado pe Coroa, da Belgica. Quaesquer que possão ser os senti
la dilatada presença do inimigo; muitos porém vão já mentos do Ministerio Inglez a respeito deste negocio des=
acreditando o que no princípio parecia inverosimil, afiamos a todos que citem hum só facto de que resulte
ainda que o assegurassem as cartas da Allemanha pu que tomara qualquer parte neste assumpto. ” , ,,,,, .
blicadas na Quotidiana, a saber: que as instrucções do (G. de Madrid.)
General Russiano são de enterter a guerra sem desmo --………-- a
----
Idem, 25. - - --- - ----

ralizar o seu Exercito, para-que haja pretexto de reu

nir muito maiores forças. Com efeito a marcha para . Segunda feira ultima não menos de sete pessoas do
Minsk indica este ultimo designio, e a volta na appa
rencia espontanea a Siedlice, dá lugar a acreditar o pri (1) No momento de com metter o assalto a morte o
meiro. O soldado Russiano se tem persuadido de que prostrou ao pé dos muros da Cidade Santa.

sexo feminino, e de differentes idades tentárão terminar
a existencia; tres das quaes forão conduzidas á Estação
da Polícia em Covent-Garden; duas ao Hospital de
Middlessex, e as outras duas forão levadas para as suas
CaSaS. ***
º# . ., . º Madria,
HESPANHA,
27 de Maio.
• • •
: !
Segundo aviso da Subdelegação principal da Policia
de Jaen em data de 18, foi prezo na Villa de Martos,
Manoel Lopes Gil, e na de Torre D. Jimeno Christo
vão Ortega, ambos pertencentes á famosa quadrilha de
ladrões e apitaneada por Gaspar Lopes (aliás Botija). O
efeito destas prizões logo se manifestou cessando os rou
bos que esta partida de salteadores fazia nos caminhos
da Provincia de Jaen ; e o castigo exemplar que dará
aos réos a Commissão militar Executiva de Granada a
cuja disposição forão postos, afiançará aos viajantes a
segurança; para conseguir isto tambem se praticão as
diligencias e pesquizas mais activas contra os cumplices
dos ditos salteadores.
* * - -
No dia 30 do corrente Maio, Dia de S. Fernando,
se abre ao publico a exposição dos productos da indus
tria Hespanhola na Casa do Real Conservatorio das
Artes na rua do Turco, e até o dia 8 de Julho estará
aberta desde as 9 da manhã até ás 2.
Não se permittirá entrada aos que levarem, capote, ou
pato. ( 4 |-
A ninguem
beça. º se permittirá o estar com o chapéo na ca ** *
Espera-se que os concorrentes observarão a decencia
e compostura de que derão exemplo nos annos ante
riores proprias de hum estabelecimento em que se reu
nem as producções da nossa industria, e que por tanto
pode considerar-se como hum templo levantado ás artes
pela munificencia de ElRei N. S.
e … * . . . (Gazeta de Madrid.)
* - - - • *—*$$ *-*
Lisboa,
Telégrafo.—Serviço da Barra.—7
Embarcações avistadas.
6 h. 50 m. 1 Bergantim sem bandeira , e 1 Chalupa
dito ao Norte do Cabo da Roca.
7 h. 45 m. 1 Fragata Franceza, 2 Curvetas de Guerra
dito, 1 Brigue dito dito, e l Bergantim sem ban
deira a Oeste do Cabo da Roca.
4 h. 33 m. 1. Bergantim sem bandeira, 1 Escuna dito,
e 1 Galiota dito ao Norte do Cabo da Roca.
Embarcações entradas em S. Julião.
8 h. 26 m. 1 Chalupa Ingleza.
11 h. 36 m. 1 Bergantim Sardo.
5 h. 23 m. 1 Escuna Sueca.
6 h. 5 m. 1 Galeota Hollandeza.
+ Embarcação sahida de Belém
3. h. 43 m. 1 Bergantim Sardo para Barcelona.
*=+
* "… Publicação Litteraria.
Sahio á luz o N.° 20 do Dezengano.
. [ 542 ]
•
- "... ," " Annuncios.
* Nas manhãs dos dias 18, 20, e 21 do corrente mez
de Junho, na casa N.° 63, da rua da Cruz, onde está
(Ext. do M. Post) . o Tribunal da Relação Ecclesiastica, hão de novamen
te andar em praça as obras para a reedificação da Igre
ja de S. Pedro de Barcarena, para no ultimo dia se
arrematarem a quem menor preço oferecer, á vista das
novas condições.
Os Caixas Contractadores Geraes do Tabaco e Sa
boarias fazem compras de azeite para o consumo da
Real Fabrica do Sabão em Marvilla captivo de direi.
tos, e medido na mesma Real Fabrica, independente
do sabor e antiguidade que o azeite tenha, com tanto
que seja claro: as pessoas que pretenderem fazer ajus
tes podem dirigir-se á casa da Administração Geral do
Contracto ás Chagas.
No dia 11 do corrente, pelas 11 horas da manhã,
em casa do Desembargador José Freire Gameiro, aos
Navegantes, se ha de proceder na venda de huma pro
priedade de casas sitas na praça da Alegria, N.° 36 e
37, que ficárão por falecimento de Joaquim da Costa,
* * . * * de cuja venda he Escrivão Antonio &### Mattos e
|-
Lemos, a requerimento da Inventariante Angela Maria
do Resgate. , , •
No dia 16 do corrente mez de Junho , pelas quatro
horas da tarde, na calçada do Correio velho N. 5,
primeiro andar, se ha de proceder na venda de toda a
|- •
mobilia do fallido Caetano Xavier de Souza, a cuja ar
rematação ha de presidir o Desembargador Conselheiro
" : , " "+ 1, , | * # Juiz dos Fallidos. " " " |-
** * * ** •
*
- -
Quem "quizer comprar hum predio de casas com hu
** *,
ma fazenda, sitas na rua da Gloria, Cardal da Graçº,
de N.° 67 a 73, póde falar com seu dono na travessa
da Veronica, N.° 5, .todos os dias de tarde, das trei
horas em diante, , , . * * 1 -) ,' '
Quem tiver direito ao producto da propriedade de
casas, sitas na rua direita de Arroyos, Numeros 36, e
57, Freguezia de S. Jorge, que pertencia a Manoel
José de Chaves, com fabrica de tintureiro, na rua dos
+ =
Canos, N.° 2, Freguezia do Soccorro, dirija-se ao Eiº
criptorio do Escrivão José Henriques da Silva, onde
-
. * . *. as mesmas vão correr os Edictos de 30 dias da lei, º
7 de Junho. fim de se julgarem livres, e desembaraçadas.
Na rua do Ouro, N.° 173; quinto andar, aluga-º
de Junho. hum quarto, e quem quizer tambem a comida tudo por
300 rs. diarios.
Agua das Caldas da Rainha, completamente bem
acondicionada, para o uso medico, vende-se na botica
de Antonio José de Sousa, ao Campo de Santa Anna,
N.° 92, e tambem as differentes aguas mineraes, que se
achão em uso pratico medico, como caixas com a pre
paração em papeis para fazer a agua de soda extempº
Ta Dea II) e Inte.
Pastilhas Vermífugas: As lombrigas no corpo huma.
no são a origem de muitas molestias internas, as quatº
muitas vezes por falta de conhecimento, ou por enganº,
|-
em quanto á verdadeira causa de que procedem, trazem
- • ** *
comsigo consequencias fataes: estas pastilhas tem o ck
" . * ** feito de remover das primeiras vias a causa da geraçãº
" .j
das lombrigas; e como a composição deste remedio hº
perfeitamente innocente, pode-se dar sem receio a crianº
m=
|-
ças de tenra idade, e a compleições as mais delicadº;
vende-se esta preparação em Lisboa na Botica de 6.
C. Morley, rua do Corpo Santo, N.° 24, e no Portº
na rua do Calvario, N.° 19 e 20. , --*
• #
LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA.
 NUM. 134.
AZETA DE LISBOA. —=>>>>gese-seex
QUINTA FEIRA, 9 DE JUNHO.
PARTE OFFICIAL.
MINISTERIo Dos NEgocios Do REINo.
N.° 6.
Sendo-Me presente em Conta do Inspector Geral do
Terreiro #### D. João de Castello Branco, a Re
presentação, que lhe fizera o Juiz do mesmo Terreiro,
José Pinto Cardoso de Beja e Figueiredo, ponderando
a necessidade de se regular o modo de nomeação, nu
mero, partes, e interesses dos Commissarios do Terrei
ro, que são arbitros das questões de facto sobre as qua
lidades, e determinação dos valores dos Gêneros Ce
reaes, que se decidem por meio de exames, e vistorias,
e de fixar a authoridade, e forma de suas decisões para
evitar pleitos, e obstar a subornos: Sou Servido De
terminar o seguinte: . -
1.° Haverá no Terreiro Publico seis Commissarios,
ao mais, nomeados por Provisões do Inspector Geral
expedidas em Meu Real Nome, e ajuramentados pelo
Juiz respectivo para serem os arbitros privativos das
questões de facto sobre as qualidades, e determinação
dos valores dos Generos Cereaes, que se decidem por
meio de exames, e vistorias judiciaes. •
2." O Inspector Geral escolherá para este Encargo
pessoas, que tenhão probidade, e conhecimentos prati
cos das qualidades dos Generos Cereaes; e que, sendo
possível, não tenhão Commissões, ou manejo algum
no Terreiro ao tempo da nomeação, e em quanto ser
virem o dito Encargo, o que somente lhes permittirá
em tanto que assim, o julgar conveniente ao bem do Meu
Real Serviço. •
3.° A decisão, que os Commissarios de nomeação do
Inspector Geral chamados pelo Juizo, e não escolhidos
pelos interessados, derem, ou tiverem dado com unifor
midade de dous votos em acto de exame, ou vistoria
judicial, terá authoridade de cousa legal, e definitiva
sem dependencia de novos exames; porém provando-se
mui claramente que os Commissarios conformes em vo
tos sabião ambos ao tempo de sua decisão, quem erão
as pessoas prejudicadas com ella, e mostrando-se por
Documentos, que tenhão fé pública, que elles erão seus
inimigos capitaes, segundo a expressão literal do para
grafo septimo do Titulo cincoenta e seis do Livro tercei
ro das Ordenações, poderá o Juizo proceder com outros
Commissarios a segundo exame, ou vistoria feita do
mesmo modo; e sua decisão será a unica valiosa, sein
dúvida , ou recurso algum.
4.° Cada hum dos Commissarios receberá do Cofre
ANNo 1831.
-
do Terreiro Publico o Salario de novecentos e sessenta
réis por cada vez que fôr empregado na Correição se
manal, feita pelos Lugares do Terreiro; e terá mil no
vecentos e vinte réis á custa dos interessados por cada
exame de avaluação de Generos Cereaes, e por cada
vistoria de Generos da mesma natureza, que estiverem
com calor, humidade, ou corrupção, assim como por
cada vistoria de Trigos Nacionaes, que acharem com
mistura de Trigos Estrangeiros, ou de Cereaes Estran
geiros de outra especie, ou mesmo de Trigos Estrangei
ros, que acharem falsamente qualificados de Nacionaes;
e o seu transporte se contará feito tambem á custa dos
interessados, sendo distante do Terreiro, e em terra, o
lugar do exame ou vistoria, ou não permittindo o tem
poral o andar sem perigo pelo mar; o que se observará
do mesmo modo a respeito dos mais Empregados Pu
blicos, que deverem, on tiverem devido assistir aos ditos
exames, ou vistorias. O Conde de Basto, Conselheiro
d'Estado, Meu Ministro e Secretario d'Estado dos Ne
gocios do Reino, assim o tenha entendido, e o faça
executar, não obstante quaesquer Leis, Disposições, ou
Ordens, que sejão em contrario. Palacio de Queluz,
em trinta de Maio de mil oitocentos e trinta e hun. =
Com a Rubrica de SUA MAGESTA DE.
N.° 7.
Conhecendo sobre a Representação do Juiz do Ter
reiro Publico, José Pinto Cardoso de Beja e Figueire
do, que fez subir á Minha Real Presença D. Jóão de
Castello Branco, Inspector Geral do mesmo Terreiro,
o quanto he conveniente ao bem do Meu Real Serviço a
creação de Oficiaes, que fação as Rondas, que o Al
vará de 21 de Junho de 1830 lhe deo cargo de ordenar
para fiscalização da Fazenda do Terreiro Publico, de
clarado Alfandega de Generos Cereaes pelo Alvará de
15 d’Outubro de 1824: Hei por bem Determinar o se
guinte:
1.° Haverão no Terreiro Publico outo Oficiaes com
a denominação de Guardas de Fiscalização, Conduc
ção, e Arrecadação da Fazenda do Terreiro Publico,
que não terão Substitutos, ou Serventuarios, e que se
rão nomeados por Provisão do Inspector Geral passada
em Meu Real Nome.
2.° Antes de entrarem em exercicio, o Jurz do Terrei
ro Publico lhe dará juramento de bem servirem seus
Oficios, assim como aos Guardas de Navios, e fará as
sento disso nas Provisões de nomeação, pelo qual per
ceberá o Emolumento, que lhe esta concedido pela pos
se, e juramento dos Vendedores; e o Escrivão do Jui
zo do Terreiro Publico lavrará Termo do dito juramen.
to no Livro respectivo, que será assignado pelo Juiz do
 [ 544 ]
Terreiro Publico, e pelo Oficial nomeado, e percebe
rá por elle e Emolumento, que lhe está concedido por
cada entrada de Navio. * 10." Poderão ser suspensos temporariamente peloJuiz
3.° Cada hum destes Oficiaes terá o ordenado an
nual de duzentos vinte e dous mil e duzentos réis, pa
gos a quarteis pelo Cofre do Terreiro Publico, e con
tar-se-lhe-ha o vencimento desde o dia da prestação do
juramento de seu Oficio, julgando-se por este acto in
vestido na posse do mesmo Oficio. occupar; e no caso de prevaricação serão processados,
4." Debaixo das Ordens do Juiz do Terreiro Publico e punidos na fórma das Leis.
serão feitas as Rondas por dous destes Oficiaes, OS ;
quaes observarão se os Guardas de Navios cumprem suas existem, o Inspector Geral sómente conservará aquel.
obrigações; vigiarão os embarques, e desembarques fur les, que o Juiz do Terreiro Publico para isso lhe pro.
tivos nos Armazens; fiscalizarão os Generos Cereaes,
que estiverem em deposito para beneficio, ou franquia;
os que forem re-exportados, ou baldeados; e os que se
desembarcarem para os Armazens, assim como os ex
travios, que alli se fizerem ; examinarão se os Generos,
que vem dar entrada no Terreiro, trazem humidade,
calor, ou corrupção; se os Trigos Nacionaes trazem
mistura de Trigos Estrangeiros, ou de Generos Cereaes
de outra especie; e se os Trigos Estrangeiros trazem
qualificação de Trigos Nacionaes; e apprehenderão os
Generos Cereaes suspeitos de contrabando, ou descar
minho.
5." De tudo o que encontrarem em suas Rondas, da
rão logo parte por escripto ao Inspector Geral para
providenciar o que for justo; e ao Juiz do Terreiro Pu
blico para proceder á custa dos interessados ás vistorias
necessarias, achando-se que os Generos trazem calor,
humidade, corrupção, ou mistura de Generos de outra
especie, ou achando-se serem de contrabando; e logo
depois aos exames de avaliação dos transportes dos Ge
neros de contrabando ou descaminho, para serem im
mediatamente vendidos, ou idoneamente afiançados,
assim como aos exames de avaliação dos ditos Generos
para se venderem nos lugares do Terreiro, e o seu pro
ducto ser depositado no Cofre respectivo, até á decisão
final do Processo summario, e verbal de tomadia por
contrabando, ou por descaminho simples, ou acompa
nhado de roubo, crimes por que o Juiz do Terreiro
Publico poderá proceder tambem a summario de Tesº
temunhas, ou Devessa sem limitação alguma de tempo,
ou determinado numero de Testemunhas.
6." Nestes exames, ou vistorias, em que só terão lu
gar o Juiz do Terreiro Publico, o Escrivão do dito
Juizo, os Commissarios precisos; e sendo caso de con
trabando, ou descaminho, o Sollicitador da Fazenda
do Terreiro com o salario unico de mil e duzentos réis,
poderá ser admittido pelo Juiz do Terreiro Publico
à um Guarda de Fiscalização, que servirá ao mesmo
tempo de Meirinho, e de seu Escrivão, os quaes nesse
caso ficarão de fóra; porque a estes exames, e vistorias
só assistirá hum Oficial de diligencia, que será ou o
Meirinho, ou o seu Escrivão, ou hum Guarda de Fis
calização, e terá sómente quatrocentos e outenta réis
por cada exame ou vistoria, sem mais salario algum.
7.° Hum destes Oficiaes , nomeado pelo Juiz do
Terreiro Publico, acompanhará os Generos Cereaes na
descarga das Embarcações para os Armazens, e vigia
rá effectivamente na sua arrecadação quando, e como
o Juiz do Terreiro Publico o julgar conveniente, e fa
rá o serviço semanal da Alfandega avançada de Be
lém.
8.° Vencerão á custa das Partes seiscentos réis por
cada dia, que gastarem em acompanhar os Generos Ce
reaes na sua descarga, e em vigiar a sua arrecadação, e
pelo Cofre do Terreiro quinhentos réis diarios a titulo
de comedorias, durante o serviço d'Alfandega avança
da de Belém.
9.° Estarão immediatamente sujeitos ao Juiz do
Terreiro Publico, o qual como Magistrado encarrega
do da Fiscalização da Fazenda do mesmo Terreiro,
terá precedencia entre as primeiras Authoridades deles
depois do Inspector Geral. -
do Terreiro Publico, não cumprindo pontualmente o
que a bem do Meu Serviço lhes ordenar; e não vence.
rão ordenado durante o tempo da suspensão, para a
qual dando motivo, pela segunda vez serão expulsos de
seus Oficios, e ficarão inhabilitados para os tornar a
11.° Dos Guardas de Fiscalização, que actualmente
pozer pela sua probidade, aptidão, zelo, e fidelidade
constante á Minha Real Pessoa; qualidades, que de.
vem ter todos os que forem nomeados para exercerem
este Oficio. O Inspector Geral do Terreiro Publico as
sim o tenha entendido, e o faça executar, não obstan
te quaequer Leis, Alvarás, Disposições, ou Ordens,
que sejão em contrario. Palacio de Queluz, em 30 de
Maio de 1831. = Com a Rubrica de SUA MAGES.
TA DE.
|-
PARTE NÃO OFFICIAL.
NoTICIAS ESTRANGEIRAS.
SAXONIA,
Leipsick, 7 de Maio.
Tendo-se restabelecido em Dresda a tranquillidade
publica sahio daquella Corte quasi toda a tropa de li.
nha. Continuão a fazer-se as pesquizas com toda a acli.
vidade, e em breve se poderá publicar huma nota exa.
cta do seu resultado. Em quanto durou a ultima feira,
que foi muito má, apresentárão os Israelistas hum re
querimento pedindo, que se lhes concedessem iguaes pre.
rogativas ás dos negociantes Christãos, pois pelo com: +
trario não voltarião mais alli, e irião para o futuro 4
feira de Naumburgo,
As cartas de Berlim nos annuncião, que se estão fa:
zendo ali formidaveis preparativos; na fundição Real
não cessão de preparar bombas e ballas; de modo que
á vista disto ha pequena esperança de ver realizada à
promessa de hum prompto desarmamento feita pelo Mi.
nisterio Francez, muito mais porque ninguem crê que
pºssa sustentar-se muito tempo,
ALLEMANHA.
Augsburgo, 15 de Maio.
Escrevem da Bosnia que cada dia se tornão mais a=
sustadores os progressos dos insurgentes contra a autho.
ridade do Sultão. Assegurão que o numero dos rebeldes
já chega a 603 que estão ás ordens de Ali Bey, que
já se apoderou de Sofia. Os insurgentes pedem: 1.° a
dissolução das tropas regulares; 2.° o restabelecimento
dos Janizaros; 3.° a restituição dos bens cºnfiscados que
tivesseiº pertencido aos Janizaros justiçados ou dester.
rados; 4." que se restituão aos Ulemas os privilegios
que antes tinhão: 5.° a abolição dos novos impostos;
6.” que se indemnize a todos os que tiverem sofrido per:
das com motivos das novas instituições, e pelos encargos
impostos pela ultima guerra. He evidente á primeira
vista, que são taes estas condições que he impossível, que
ºcceite humº º Sultão sem que no mesmo instante se
 [ 545 ]
precipite do Throno. Tambem se diz que só lhe restão
em Constantinopla 103 homens de tropas disponiveis.
Dá-se por certo, que tendo-se visto precizado o Grã
Vizir a entregar-se á discrição havia sido decapitado.
Com este servidor tão fiel como habil pereceo o ultimo
apoio do Sultão. Os Albanezes, os Bosniacos, e os
Servios se achão em estado de fermentação que faz te
mer as mais funestas consequencias: assegura-se que são
induzidos, movidos e estimulados por agentes estran
geiros. (G. d'Augsburgo.) (1)
FRANÇA.
Marselha, 12 de Maio.
A Cidade de Poitiers tem-se visto aflicta por hum
grande escandalo. Na primeira Procissão das preces que
se fez no dia 11 não houve nenhuma novidade; porém
não succedeo o mesmo no dia seguinte. Certos estudan
tes que não estudão, reunidos em hum café havião for
mado o criminoso prejecto de fazer desordem quando
passasse a Procissão; e com efeito logo que se começou
a canta r a Ladainha sahírão, e colocados no pizo da
rua começárão a entoar com vehemencia a Marsalheza
e a Parisicnse. Tratou-se de conduzir a Procissão por
outra rua; mas os ditos mancebos lhe cortárão o cami
nbo, e hum Ecclesiastico que se adiantou a elles foi in
juriado por aquelles energúmenos, de modo que a Pro
cissão teve que se dispersar, e os concorrentes se retirá
rão indignados de ver como esta mocidade liberal en
tende a liberdade e a tolerancia. Eis o modo como se
respeita a crença religiosa e a paz publica.
(G. de Madrid.)
Paris, 21 de Maio.
No Diario do Cammercio de Antuerpia se lê o se
guinte:
» Antuerpia, 19 de Maio. Annuncião que o Princi
pe de Saxonia Coburgo acceitara o Throno da Belgica
debaixo das condições seguintes: 1." Que aquella Mo
narquia permanecerá no mesmo estado em que se acha
va no anno 1790. 2." Que se indemnize o Rei Guilher
me pela perda de Luxemburgo, 3.° Que Maestricht ha
ja de continuar a ser huma praça Prussiano-Austriaca.
4.º Que se indemnize tambem o Rei Guilherme pelo
territorio de Limburgo, que se reunirá á Belgica. 3."
Que a divida fique conforme se regulou no Protocolo
anterior. (Mensageiro.) .
A insurreição da Albania toma hum caracter dema
siado grave. Dizem que o Grã-Vizir depois de se ha
ver entregue á discrição fora decapitado pelos, insur
gentes. He tanta a exaltação dos animos nas Provin
cias, que se considera muito possível que Aly Bey se
dirija a Constantinopla á frente de 603 soldados. A
Porta se acha em huma situação muito critica. Dizem
que a Russia contribuira para a sublevação da Albania,
Servia e Bosnia contra aquella Potencia:
(Quotidiana.)
Diz huma carta de Berlim citada pela Gazeta d'Au
gsburgo, que o Imperador da Russia recusara inteira
mente toda a mediação a favor dos Polacos declarando,
que em todo o seu Imperio já se havia preparado huma
força immensa e colossal (colossalich) promptº para se
se desenvolver a fim de sufocar e anniquillar a insur
reição.
O Correio de Varsovia de 2 do corrente diz, que na
quella Capitai-se carecião de notícias do Grande Exer
(1) Esta noticia he muito mais circumstanciada do
que a inserida na Gazeta anterior extrahida da Quoti
diana. (N. da G. de Madrid.)
cito; que o corpo do inimigo postado sobre o Narew
se havia fortificado em Ostrolenka; que em Lomza se
estabelecião baterias cercando-as de fossos, e que Mr.
Pulaski que se havia encontrado em todas as acções do
corpo do General Duernicki até á sua chegada ás frºn
teiras da Galitzia, havia entrado no dia 9 naquella Ca
pital. (Mensageiro.)
Segundo as cartas de Vienna em data de 12 de Maio
parece que a tropa, que compunha a Divisão do Ge
neral Duernicki fora distribuida em varias columnas,
dirigindo-se para Seibenburgen na Moravia. O General
Duernicki e o seu Estado Maior fixárão a sua residen
cia em Laibach, e tanto a estes Oficiaes como a todos
os mais individuos da Divisão se concederá em quanto
estiverem no territorio Austriaco hum auxilio propor
cionado á sua graduação para a sua subsistencia.
Dizem as mesmas cartas, que por aquella Capital ha
via passado hum correio Francez com destino para
Constantinopla levando ordem, segundo se crê, para
que o General Guilleminot regresse a França.
(Gazeta d'Augsburgo)
Copiamos o seguinte da Gazeta de Berlim:
» Memel, 11 de Maio. Houve hontem em Kotinga
huma acção em que 100 homens de cavallaria Russiana
completamente derrotárão 600 Samogicios. Perto de
Dorbian houve outro ataque cujas particularidades se
ignorão; mas assegurão que 900 Samogocios se susten
tão na posição onde se achavão, e que os Russianos se
virão obrigados a retrogradar sobre Polangen.»
(Mensageiro.)
A Gazeta de França e varios outros periodicos con
tém a partecipação oficial do General Polaco Duerni
cki em que annuncia ao Generalissimo a sua retirada e
entrada na Galitaia; na mesma partecipação se confir
ma tudo quanto já se publicou.
O Observador Austriaco em artigo de Vienna em da
ta de Maio, dá do Quartel General do Feld Marechal
Diebitsch as seguintes noticias recebidas directamente:
» O General em Chefe Russiano depois de haver da
do descanço á sua tropa des de o dia 13 de Abril, no
paiz situado entre HKenzrow, Siedlice, e Zuicam, tor
nou a começar as operaçôes no dia 24.
* O Conde Pahlen II recebeo ordem de se encaminhar
com a sua vanguarda sobre o caminho de Kaluszyn e
Stanislawow, ao passo que o Feld Marechal com o res
to das suas tropas formadas em tres columnas ameaça
va a ala direita do inimigo. As columnas chegárão no
dia 24 a 2cbrak; no dia 25 se encontrárão destacamen
tos inimigos ao pé de Strozeck que forão repelidos pa
ra a opposta margem do pequeno rio Saridar; depois
se encontrou o inimigo em posição diante de Jemsaben
e de Kufflew onde foi atacado e obrigado a retirar-se;
na noute do dia 25 estava o Quartel General em Kuf
(21).
» No dia 26 ao amanhecer se trasladou a Minsk o
Conde de Pahlen I, e o Feld Marechal para Kaluszyn;
mas o Generalissimo Polaco não esperou o ataque, e
retrogradou sobre Praga deixando só huma forte reta
guarda na posição favoravel de Minsk. Esta retaguarda
foi immediatamente atacada pelo General de Infanteria
Conde de Pahlen, e repellida com perda muito consi
deravel de mortos e feridos até Dembe. JKiekie onde to
mou posição. A perda dos Russianos foi de 80 homens
e 150 feridos; por consequencia pouco consideravel. En
tre os mortos se acha o Coronel Borisoff e entre os fe
ridos o General Skobeleff e outros Generaes.
… No dia 27 se adiantou o Feld Marechal até Minsk,
onde no dia 28 estavão concentradas todas as suas for
ças principaes, achando-se em Stajasle o Conde Pahlen
e as avançadas em Dembe-h/ielkie. As Guardas havião
recebido ordem de passar o Bug por Nur para se reu
nirem com o Exercito.» (G. de Madrid.)
 [ 546 |
Idem, 22. mente da Irlanda annuncião, que já não estão seguras
as propriedades se se não empregar a tropa. O Povo se
O Nacional annuncia a mudança de Ministerio. A apodera das mesmas propriedades, e toma o que lhe pa
noticia he pouco provavel, mesmo prescindindo de ser rece apezar dos esforços dos proprietarios. O Lord Lu
indiferente. |-<gar Tenente assegura, que se aggravarão estas desgraças
Ignoramos se a revolução de Junho está destinada a
sofrer o Ministerio de Mr. Decazes ; seja o que for são
tantas as humiliações que tem sofrido de algum tempo
a esta parte, que he d'esperar tenha no caso de necessi
dade toda a resignação que a ultima reclamará. Quan
to ao mais o Nacional explica esta revolução de Gabi
nete do modo seguinte: -
"… Hoje trata-se de mudança de Ministerio. Porém não
ha motivo para muito regozijo por quanto se se verifi
car não será seguramente para o termos melhor: se não
peior, isto he hum que seja quasi como os da Restau
ração. Ainda nos lembramos dos elogios prodigalizados
pelo Diario dos Debates a Mr. Decazes como a hum
homem que melhor do que niuguem "havia comprehen
dido a liberdade segundo convem á França. Não nos
enganátrios quando demos grande importancia a esses
elogios.
º Mr. Perrier que se introduzio algum tempo depois
no Governo, se intermetteo nas intrigas da Corte, e
pretendeo reduzir os seus collegas a que não fossem mais
do que seus Commissarios; cometteo a imperdoavel falta
de não seguir o Rei na sua viagem e deixar dutros acom
janhallo. Hum antigo Cortezão não se teria equivocado
misto. Mr. d'Argout e o Marechal Soult são os que agora
se não separão do Rei: Mr. d'Argout não he amigo inti
no de Mr. Decazes, e he bastante notorio que o Marechal
Soult e Mr. Perrier tiverão sobre alguns pontos da admi
nistração mui serias altercações antes da sahida do Rei.
Mr. de Montalivet, em todos os tempos pedra de to
que ministerial para Mr. Decazes e Mr. Sebastiani,
que por fundação se acha em todos os Ministerios feitos
ou por fazer, não vacillou, segundo se assegura, em
ligar-se com MM. d'Argout e Soult contra o Primeiro
Nlinistro. Assim pois não resta outra consolação a Mr.
Perrier mais do que a fidelidade de Mr. Barthe, que
provavelmente deixará com elle o Ministerio.»
(Quotidiana.)
Em data de 9 de corrente annuncião de Argel, que
havia sahido huma expedição para castigar os Kabilas,
e explorar a parte do Mitidjah e do monte Atlas que
se não havia podido reconhecer na ultima sahida.
(Commercio.)
O Marechal Bourmont havia mandado organizar em
Argel hum Regimento d'Africanos. Este que foi disci
plinado á Européa já começava a manobrar com a
exactidão das tropas Francezas. Constava a sua força
de 800 homens, que desertárão e se retirárão para o
interior do paiz com armas e bagagem. Esta noticia
não he muito favoravel para a colonisação d'Argel.
(M. de Toulosa.)
Acaba de chegar de Vienna hum Correio extraordi
nario: os despachos que trouxe dérão lugar a que duas
vezes se reunisse o Conselho de Ministros, e a que por
esse motivo se expedisse a S. M. hum Correio.
(Gazeta de França.)
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 19 de Maio.
Fundos publicos. Tres por 100 consolidados 824.
Os despachos recebidos hontem do Lord Lugar Te
LISBOA : NA IMPRESSÃO REGIA.
•
se se não tomarem medidas severas. Os Ministros estão
tratando deste assumpto. Diz-se que proporão ao Par
lamento hum Bill cujo fim se dirigirá a acalmar os ani
mos e a conter as desordens. No entanto não faltão re
ceios de que se derrame muito sangue.
Construio-se ultimamente em Leeds huma maquina
para fazer ladrilhos inventada por hum Suisso. Com º
seu auxilio cujo apparato he muito singelo se podem
fazer em hum minuto 120 ladrilhos sem necessidade de
os cozer depois como se costuma; necessita-se de dous
homens e dous rapazes para moverem a dita maquina:
o seu custo apenas chega a 200 libras esterlinas.
(Leeds Intelligencer.)
" *-* §§ *-* #
Lisboa, 8 de Junho.
(Artigo communicado. )
ElRei Nosso Senhor, em Audiencia de 19 de Feve
reiro, concedeo ao Padre Antonio de Oliveira, natural
de Moledo, Cura da Freguezia de Nossa Senhora do O
da Carvoeira da Ericeira , a graça de poder usar da
Medalha com a Sua Real Efigie.
*—*§§ —
Telégrafo. — Serviço da Barra.—8 de Junho.
* . Embarcações avistadas.
4 h. 30 m. 1 Bergantim sem bandeira ao Sul do Cs.
bo da Roca. . --
8 h. 14 m. 1 Fragata Franceza, 2 Curvetas de Guerra
dito, e 1 Brigue dito dito a Oeste do Cabo da
Roca. . •
1 h. 34 m. 1 Bergantim sem bandeira, 1 Brigue Escu.
na dito, e 1 Cahique dito, a Oeste do Cabo da
Roca. •
Embarcação entrada em S. Julião.
10 h. 34 m. 1 Bergantim Americano.
Embarcação sahida de Belém.
3 h. 46 m. 1 Galera do Norte para o Rio de Janeiro.
Annuncios.
Hum professor approvado pela Junta da Directoria
Geral dos Estudos da Universidade de Coimbra, se of
ferece a dar lições por casas particulares, de ler, escre
ver, contar, e Grammatica Portugueza, por methods
facil e intelligivel: as pessoas que lhe quizerem fallar,
o podem procurar á Estrella, ao pé da Ermida do Se
nhor Jezus dos Navegantes, N.° 4: o dito professor se
oferece a dar lições em algum Collegio.
Perdêvão se huns autos de execução, entre partes exe
quente D. Maria Josefa de Sousa, e executado Fran
co. José Rodrigues; Escrivão Paulo Porfirio de Araujo
Monteiro: quem os achasse, ou os tenha guardado , por
lhos terem dado para isso, queira ir entregallos á rua
Augusta N.° 131, 2.° andar, e lá receberá alviçaras.
==
 NUM. 135. ANNO 1831.

GAZETA DE LISBOA.
•••- xoexo$1<<<<<<==

SEXTA FEIRA, 10 DE JUNHO.

}

PARTE OFFICIAL. vido que á vista das mencionadas relações v. m. processe

Extracto da Ordem do Dia N.° 32.
Quartel General no Paço de Queluz, em 8 de
Junho de 1831.
Publicão-se ao Exercito os Avizos, e Copias abaixo
transcriptas:
a favor do Thesoureiro do dito Arsenal, José do Nasci
mento Porciuncula, Titulo pelo total das mesmas rela
ções, 1:006,3440 réis em metal, para aquella Reparti
ção ser prompta, e devidamente indemnizada desta im
portancia, e que feito isto passe a lançar as competen
tes cargas nos assentamentos dos Oficiaes, e a praticar
os correspondentes, e proporcionaes descontos em seus
Soldos, até á solução dos seus debitos, pelo modo se
"guinte: aos Oficiaes Superiores em 2 mezes, aos Capi
•

tães em 3 mezes, e aos Subalternos em 4 mezes : e re

lativamente ás praças de pret nas indicadas relações
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — ElRei Nos comprehendidas, Quer Sua Magestade que entendendo
so Senhor, Manda remetter a V. Ex.*, para seu conhe se v. m. com os Commandantes dos Corpos se proceda
cimento, e do Exercito, a Copia inclusa assignada pe ao desconto de modo que a Real Fazenda venha a ficar
lo Conselheiro Gregorio Gomes da Silva, Oficial Maior embolçada da totalidade delle no espaço de oito mezes.
desta Secretaria d'Estado, do Decreto de 26 de Maio = Deos guarde a v. m. Palacio de Queluz, em 3 de
proximo passado, pelo qual Houve por bem Mandar pas Junho de 1831.= Conde de S. Lourenço. = Senhor An
sar para o Exercito o Capitão Joaquim Rozendo Ludo tonio Firmo Felner.
vice, e o Tenente José Maximo da Cunha, ambos do
Quarto Regimento de Infanteria de Lisboa. = Deos Publica-se ao Exercito, que em 6 do corrente foi man
guarde a V. Ex." Palacio de Queluz, em 3 de Junho dada cumprir a seguinte Sentença proferida a respei
de 1831. = Conde de S. Lourenço. = Illustrissimo e Ex to do Alferes do Regimento de Milicias de Aveiro,
cellentissimo Senhor Conde de Barbacena. Manoel da Rocha Couto.
Copia.
Ifei por bem , que o Capitão Joaquim Rozendo Lu Respondeo este Oficial em Conselho de Guerra pelo
dovice, e o Tenente José Maximo da Cunha, ambos do crime de stupro voluntario , e foi a final condemnado
Quarto Regimento de Infanteria de Lisboa, passem ao em cinco annos de degredo para a Ilha de S. Thiago
Exercito, e cessem por conseguinte de continuar a per de Cabo Verde.
tencer ao referido Corpo. O Conselho de Guerra o te (Seguem-se Licenças). Conde de Barbacena, Chefe
nha assim entendido, e faça executar com os despachos de Estado Maior General. = Está conforme o Original.
necessarios. Palacio de Queluz, em 26 de Maio de 1831. = Ajudante General, Marquez de Tancos. •

= Com a Rubrica de SUA MAGESTA DE EL REI

NOSSO SENHOR = Gregorio Gomes da Silva.
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — ElRei Nos
so Senhor, Manda remetter a V. Ex.*, para seu conhe PARTE NÃO OFFICIAL.
cimento , e noticia dos Commandantes dos Corpos de
Infanteria da Guarnição de Lisboa, a Copia inclusa do
Avizo que hoje se expede á Thesouraria č. das Tro
pas, sobre o pagamento da ferragem dourada para Bar NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
retinas do novo padrão, que ultimamente se fez no Ar
senal, e foi conferida aos ditos Corpos. = Deos guarde TURQUIA.
a V. Ex." Palacio de Queluz, em 3 de Junho de 1831.
= Conde de S. Lourenço. = Illustrissimo e Excellentis Constantinopla, 25 de Abril.
simo Senhor Conde de Barbacena.
- Copia. A Porta Ottomana trata seriamente de combater com
ElRei Nosso Senhos, Manda remetter a v. m; as seis vigor a rebellião dos chefes Albanezes e Bosniacos. Todos
relações inclusas da importancia da ferragem dourada os dias sahem para Adrianople tropas que reunidas alli for
para as Barretinas do novo padrão, que se fez no Arse marão huma força de 303 homens apoiados por numerosa
nal Real do Exercito para os Oficiaes, e outras praças artilheria de campanha. Como a Porta carece de che
dos Corpos a que as ditas relações se referem; e He Ser fes experimentados que possão commandar aquellas tro
 [548 ]
pas, se levantou o degredo que estavão sofrendo em Ro
dosto, aos dous antigos Vizires Selim Mehemed, e Izaet
Mehemed Bachá, conhecido este pela vigorosa resisten
cia de Varna. O Bachá de Bagdad, assustado pela no
meação do de Aleppo para occupar o seu lugar, e pelos
grandes armamentos da Porta, manifestou a sua sub
missão opportunamente.
A grande Esquadra da Porta composta de 3 Náos de
linha, 8 Fragatas, e humas 12 Corvetas ainda se a ha
no Arsenal, e apezar do zelo com que se estão arma n certo sugeito daquele paiz havia apostado que se não
do estes vasos, provavelmente não poderá dar á véla n- e daria hum Rei á Belgica.
tes de hum mez. No entanto sablo a 20 do corrente | a-- * Dous contra hum que se chegasse a por-se hum Rei
fa a costa de Scutari e de Albania huma expedição com ali não seria o Principe de Saxonia Coburgo.
posta de 1 Fragata e de 5 Corvetas.
Nesta Capital e nas suas immediações não ha enfer
midades, porém rebentou a peste na Syria. , ,
ITALIA. sburgo.)
( G. d'Augsburg
Roma, 9 de Maio.
Parece haver-se decidido, que a 15 do corrente será
evacuada a praça de Ancona. Neste paiz se organizão
com hum zelo e actividade pouco commum as novas
tropas Pontificias, que devem render immediatamente as
estrangeiras. Tambem se fala de huma Guarda Urba
na, que se deverá formar em todos os Estados do Ponti
fice para supprir a Policia.
Sabe-se que dos 98 fugitivos que forão prezos á vista
de Ancona se virão obrigados a partir para a America
todos os Parmezanos e Modenczes, ao passo que os sub
ditos do Pontifice se achão em plena liberdade de em
barcar para o destino que melhor lhes convier.
(G. de Madrid.)
PAIZES-BAIXOS.
Brucella, ºs de Maio.
No dia 20 chegou hum correio com despachos para
Mr. Abercromby em que se annuncia, que o Governo
Inglez reconhecêra a bandeira Belga.
Ante-hontem á noute recebeo Mr. Belliard hum cor
reio de Londres com despachos de importancia. Pode
mos assegurar, que o seu conteudo he favoravel á ques
tão de Luxemburgo e aplana muitas difficuldades.
Na manhã de hontem chegou a Paris Mr. Lehon,
e sem se demorar nem mudar de trage passou a fallar
ao Regente.
- FRANÇA. • (G. de Madrid.)
•
París, 22 de Maio.
Em data de 16 do corrente escrevem de Breda o se
guinte:
º Chegou aqui S. A. R. o Principe Frederico para
inspeccionar as fortificações de Berg-op…oom, da 2e
landia e de Flandres, assim como a tropa acantonada
naquelles pontos.
» Esta inspecção não deve considerar-se como annun
cio de que tornem a começar as hostilidades, por que
podemos assegurar que nenhum movimento fará o nosso
Governo que possa quebrantar o armisticio sem consen
timento das cinco Potencias, mas nem por isso se de
vem descuidar dos preparativos de defeza. »
O General Kniazewicz, sogro do Principe Radziwil,
e o Conde Plater, são os dous Commissarios que vão
pedir ao Governo Francez o reconhecimento da inde
pendencia da Polonia.
A Grã-Duqueza
Hellena, esposa do Grã-Duque Mi
guel, sahirá de S. Petersburgo no dia 22 do corrente,
para embarcar em Cronstadt, e dalli passará a Inglo
terra para tomar banhos do mar em Sidmouth.
|-
Parece que o Vice-Almirante Verhuelle está nomea
do Embaixador em Constantinopla, porém não sahirá
para o seu destino até que chegue o Conde Guilleminol,
a quem se espera por todo o mez proximo.
(G. de França.)
Fallando o Tempo dos negocios da Belgica diz, que
» Tres contra hum, que antes de seis mezes seria ex
pulso da Belgica, ou enforcado quem acceitasse o Throno,
» Em fim quatro contra hum, que nada haveria de tu.
do quanto se tem insinuado.
» Ao ver o caminho que levão os negocios da Belgi.
ca póde muito bem admittir-se a ultima aposta.»
Admira-nos que hum periodico Ministerial se atreva
a fallar tão levianamente de hum Throno Cidadão.
• . (Quotidiana.)
Lê-se no Correio dos Paizes-Baixos do dia 20 o se
guinte: •
» Chegou hontem hum Correio Inglez com despachos
para Mr. Abercromby, Secretario de Lord Ponsonby.
Nesses despachos se lhe annuncia o haver Lord Ponson
by chegado a Londres, e que a instancias suas se havia
designado o dia 17 para se celebrar hum Conselho de
Gabinete.
No entanto o Ministerio Ingles tinha enviado a Mr.
Abercromby ordem a fim de que insistisse com o nosso
Governo para que evitasse as hostilidades com os Hol.
landezes. # Abercromby depois de haver communica.
do as suas instrucções ao nosso Ministerio, expedio im
mediatamente para a Haia o mesmo correio que se lhe
tinha enviado, e que tambem trazia despachos para a
Hollanda.
A sahida de Londres do dito correio se dizia na Re.
partição dos Negocios Estrangeiros, que o Principe Lº:
poldo havia declarado, que acceitaria o Throno da Bek
gica que se lhe oferecia com a condição de que as cin
co Potencias lhe afiançassem a posse delle.»
Huma carta de Vienna de 9 do corrente, diz o Dia.
rio do Havre, refere certas particularidades que dão lu
gar a acreditar, que as negociações diplomaticas comº:
ção a complicar-se. A evacuação dos Estados Romanº
exigida com tanta instancia ha tanto tempo, e promel.
tida tão solemnemente, não se effectuou. Mr. de Mck
ternich responde a todas as Notas do nosso Embaixa
dor, que as tropas Austriacas não se podião retirar sem
deixar o Pontifice exposto aos maiores perigos.» Além
do que o Piemonte olha com inquietação para hum Exer
cito de 803 homens sobre as suas fronteiras; está amea:
çado de ter nas suas immediações hum acampamentº
Austriaco e solicita o apoio da França, que se nãº
atreve a conceder-lho. Os negocios da Belgica e da
Polonia se achão tão pouco adiantados como no primei:
ro dia. Será pois necessario hum talento extraordina"
rio para conservar a paz no meio de tantas dificuldades
(Quotidiana.)
O periodico l'Avenir faz os seguintes vatecinios sobre
a Polonia e a Russia:
» Parece que certa fatalidade está pezando sobre º
Occidente da Europa. Ao ver as nossas interminaves
divisões dir-se-hia que se havião renovado as rivalidades
dos antigos Estados Gregos, que huns apoz dos outrº
erão preza da tyrannia Romana...
» Aproveitar-se-ha a Russia das nossas discordias! 0
haver-se chamado o Embaixador Francez de Constanº
tinopla será acaso o preludio desse domínio universal
que Rousseau vatecinou aos successores de Cathari"

» Os contratempos que tem sofrido o Marechal Die
bitsch por huma imprevista descongelação animarão por
ventura o natural enthusiasmo dos Russianos de huma
maneira terrivel! Aquelle povo ainda se acha com todo
o vigor da sua mocidade, apresenta-se á sua mente a
conquista de todo o mundo, e o que para outros fôra
causa de desfallecimento he para elle motivo de vivo e
até d'implacavel e talvez terrivel enthusiasmo. Huma
inclinação natural precipita milhares e milhares de com
batentes sobre a Polonia ; e aquelle nobre paiz, aban
donado ao seu impotente valor ficará submergido pela
torrente que ameaça a sua Capital.
- * Porém a torrente depois de haver destruido aquelle
primeiro dique opposto ao seu furor, não se deterá nas
margens do Vistula; avançará engrossando com as ar
mas tributarias que lhe subministrarão a Prussia, e a
Austria: e essas duas Potencias se darão o parabem de
huma victoria que assegurará a huma o seu Grã Duca
do de Posen, e á outra o seu Reino da Galitzia; e as
tres reunidas virão repentinamente despertar o justo
meio da França. Hum abalo formidavel se verificará
então em nossas fronteiras a 60 leguas de París, e hu
uma curta campanha decidirá pela terceira vez a sorte
da nossa desgraçada patria. Agitada no interior por
facções de toda a classe, expirará com esta Capital
onde se acha como encerrada por huma detestavel cen
tralisação. Huma resistencia local attestará a energia
dos seus ultimos instantes, porém essa desordenada re
sistencia (por que huma unica Cidade tem dentro de si
os elementos de toda a nossa organisação social) ensan
guentará sem proveito a sua #""; Abysmada pelo
numero, gloriosa porém vencida , rival da Polonia,
depois de haver sido sua irmã, descerá á mesma sepul
tura tendo antes passado por iguas desastres.»
(Gazeta de Madrid.)
*
Idem, 26.
Com motivo dos negocios da Italia são frequentes
as notas remettidas entre a nossa Corte e a de Vien
na. Nellas declara sem rebuço o Principe de Metter
nich, que quer ser o unico arbitro da sorte da Italia.
Em linguagem diplomatica sempre se havia reconheci
do a par de huma Italia Alemã outra Francesa,
rém des esse
ndmittir de apatronato
revoluçãodadeFrança.
Julho a Austria não quer •
Os ultimos despachos do Marechal Maison nenhuma
duvida deixão a respeito da proxima occupação de No
varra pelas tropas Austriacas. Esta he huma Provin
cia que faz parte do Piemonte sobre a qual a Austria
pretende ter direito de reversão des de a extincção do
ramo mais antigo de Saboya. Por esta occupação o
Piemonte se achará inteiramente á mercê do Gabinete
de Vienna.
As graves faltas que o nosso Ministerio tem cometti
do nos negocios da Italia não são faceis de reparar, por
que o Principe de Metternich está bem longe de dei
xar escapar as vantagens que por debilidade ou irreso
lução do nosso Gabinete obtem com tão pequeno custo.
(M. de Toulosa.)
Escrevem de Saint-Gaudens (Alto Garona) que os
Magistrados continuão o summario para perseguir os au
thores da desordem que houve na povoação de Adige,
cujo Corregedor foi desobedecido e insultado pelos se:
diciosos que gritavão: Viva o branco! Fóra o tricolor!
e levárão a sua audacia até se atreverem a tirar-lhe as
suas insiguias. (Constitucional.)
Algumas pessoas quºtem noticias fidedignas dizem,
que o Gabinete de Vienna suscitara huma difficuldade
imprevista reclamando o caminho do Simplon. Funda
a sua reclamação em que o havia concedido o ramo
[ 649 ]
primºgenito de Saboya e que he arbitro de o negar ao
de Cărignan. Isto deo motivo a huma reunião extraor
dinaria de Ministros, e a que immediatamente se ex
pedisse hum Correio a S. M. Ha quem diga que Mr.
C. Perrier desajaria que Luiz Felippe já estivesse de
volta para resolver esta melindrosa questão, e que não
seria impossivel, que por este acontecimento se adian
tasse dous dias a volta de S. M. a S. Cloud. •
- (L'Avenir.)
Ao pórmos este Numero na prensa nos a vizão, que
ante hontem á noute recebera o Ministerio hum Cor
reio com a noticia de que hum corpo consideravel de
Austriacos se dirigia ao territorio de Novarra. Parece
que esta noticia inspirara ao Diario dos Debates o arti
go bellicoso que hoje publica. Accrescentão que S. M.
instruido do conteudo desses despachos resolveo accele
rar o seu regresso, e que hontem á noute era esperado
em S. Cloud. (Revolução.)
A Tribuna de hontem diz:
» Annunciámos ha tres dias, que o Governo Austria
co se dispunha a invadir o territorio de Novarra. Hoje
se diz que as tropas da dita Potencia já entrárão na
quella Cidade importante, que domina o valle superior
de Sessia e o caminho do Simplon. Ignoramos se he
exacta a noticia, porém o que não admitte duvida he,
que cada dia são mais dignos de attenção os movimen
tos de tropas estrangeiras sobre todas as nossas fron
telras. »
Os outros periodicos de hoje não fallão deste movi
mento das tropas Austriacas. *
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 23 de Maio.
Os consolidados subírão de 824 a 835. Na praça uni
camente se falla da quebra da casa de Jorge Batthye
que havia tomado por sua conta perto de hum milhão
de consolidados. Ainda que o descoberto depois da li
quidação, não passará de 603 libras esterlinas, a noti
cia produzio huma consternação geral, porque no prin
cipio se julgou que acarretasse outras quebras. Dizem
po que M. Batthye era des de o mez de Julho ultimo hum
dos mais a Toutos especuladores na baixa dos fundos.
(Globe.)
Ha 15 dias a esta parte emigrárão de hum só porto
da Irlanda 1.200 pessoas com destino para o Canadá e
para os Estados Unidos da America.
Dizem que o Princepe Esterhazy annunciara, que o
Gabinete Austriaco não consintirá na eleição do Prin
cepe de Saronia Coburgo. O da Russia ainda se não
declarou, porém não tardará em seguir o exemplo da
Austria. (G. de Madrid.)
Lisboa, 9 de Junho.
(Artigo communicado.)
Sua Magestade Fidelissima ElRei Nosso Senhor, por
Alvará de 25 de Abril de 1831, foi Servido fazer Mercê
a Luiz Ribeiro de Almeida e Vasconcellos, successor á
antiga Casa de Santa Eulalia da Serra, e a seu irmão
Miguel Ribeiro de Almeida e Vasconcellos, Moços Fi
dalgos da Casa Real, em consideração ao que represen
tárão, de permittir-lhes que com o referido Fôro gozem de
todas as # e Prero gativas que gozão, e tem goza
do os Moços Fidalgos com exercicio em Sua Real Casa.

* * … • + *—*§§…—º
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 9 de Junho.
Hontem á noute sahio 1 Escuna Ingleza para a Ilha da
Madeira.
Embarcações avistadas.
4 h. 35 l Fragata Franceza, 2 Curvetas de Guerra di
to, 1 Brigue dito dito, e 1 Bergantim sem ban
deira, a Oeste do Cabo da Roca.
6 h. 25 m. 2 Bergantins sem bandeira ao Norte do Ca
bo da Roca.
10 h. 20 m. 1 Bergantim sem bandeira ao Norte do Ca
bo da Roca.
Embarcações entradas em S. Julião.
. 6 m. 1 Chalupa Hollandeza.
.. 40
25 m.
m. 11 Bergantim
Bergantim Napolitano.
Sueco. •
Embarcações sahidas de Belém.
. 19 m. 1 Brigue Escuna Inglez para Liverpool.
? }: . 4 m. 1 Escuna Ingleza para Londres.
Publicações Litterarias.
As Mulheres Celebres da Revolução Franceza, ou o
quadro energico das Almas Sensiveis, 2 vol. 8.° em broch.
Vende-se na loja de João Henriques, rua Augusta N.°
1, por 360 réis.
Sahio á luz: Mais huma toza nos Liberaes, N.° 2:
vende-se por 40 rs. nas lojas do costume, onde se acha
rá tambem a primeira.
Annuncios.
Nos dias 20, 21 e 22 do corrente, das 11 horas para
o meio dia, nas casas de rezidencia do Desembargador
Juiz do Fisco por Inconfidencia, na rua nova de Jezus,
ha de andar em praça para se arrematar no ultimo, to
da a lenha proveniente de páos braçaes, e bastantes oli
veiras que se quebrárão no proximo temporal, perten
centes ao Morgado de Calhariz, do ex-Marquez de
Palmella.
Nas casas da residencia do Desembargador Antonio
Delgado da Silva (lameda de Santo Antonio dos Capu
chos N.° 1) Juiz Administrador da casa do Excellentis
simo Conde de S. Miguel, se hão de arrendar em hasta
pública os bens constituidos em foros, e rendas que a
dita casa possue na Cidade de Elvas, e seus suburbios:
esta arrematação ha de ter lugar nos dias 15, 16, e 17
do corrente mez pelas dez horas da manhã : as condi
ções serão presentes no acto da arrematação.
Renuncião-se os Oficios de Partidor dos Dizimos de
Malpique, em Santarém; e os de Escrivão, e Meirinho
do Arciprestado de Cascaes: quem os pretender, falle
a Maximo Duarte, ás Portas de Santo Antão, N.° 16 e 17.
Antonio Marrare annuncia ao público, que no dia 10
do corrente, na sua loja ás Portas de Santa Catharina
N.° 25, das cinco da tarde em diante, se achará neve
manufacturada; assim como a prompta todas as encom
mendas pertencentes á sua arte de copeiro , como func
ções, refrescos, doces, sorvete, frutas geladas, etc.;
sendo porém feitas as encommendas com a necessaria
antecipação.
Na botica estabelecida na rua dos Cavalleiros se pre
cisa admittir hum praticante de Farmacia de 16 a 17
annos de idade, com algum conhecimento de Gramma
tica, e que não seja oriundo de Lisboa: quem pretender
aquelle exercicio, poderá alli dirigir-se.
Faz-se publico que no dia 18 do corrente mez, pelas
=
-
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
f 550 ] - \,
10 horas da manhã, se hão de arrematar os generos
para fornecimento do rancho do Regimento de Ártilhe.
ria da Corte.
Na dia 18, pelas 9 horas da manhã, na Secretaria
do Regimento de Infanteria de Leiria se acceitão os
lanços para o fornecimento do rancho do mesmo Re
gimento no 3.° trimestre.
Pelas 10 horas da manhã; do dia 18 do correntemer,
na Secretaria do 2.° Batalhão do 1.° Regimento de In.
fanteria d'Elvas, se ha de arrematar o #
generos para o rancho do dito Batalhão no 3° trimes.
tre do corrente anno.
No dia 18 do corrente, na Secretaria do 1.° Regi.
mento d'Infanteria de Lisboa, pelas 10 horas da ma
nhã, se arrematará o rancho do dito Corpo para o tri
mestre que principia no 1.° de Julho deste anno.
Quem quizer arrendar por tres annos as terras perten.
centes ao Collegio da Estrella, cujo arrendamento deve
principiar no 1.° de Setembro de 1831, assim como con
tratar sobre a pedreira que se vai abrir, póde falar com
o D. Abbade do mesmo Collegio.
Quem quizer arrendar o prazo do Bouro, que fica en
tre as Caldas e Obidos, póde fallar com a Excelentis
sima D. Maria Thereza José de Mello todos os dias na
sua casa á Junqueira, ao pé do palacio do Marquez de
Angeja, cujo arrendamento ha de ter principio em o
.S. # do presente anno.
Quem pretender huma casa nobre, ou palacio, com
muitas accommodações, e por preço commodo, sito no
largo de S. Tiago, falle na travessa das Portas de San
ta Catharina N.° 2, primeiro andar, com Luis Pedro
de Souza e Castro. .
Na tarde do dia 15 do corrente, se ha de arrematar
na praça do deposito geral, com o abatimento da quinº
ta parte do valor de 4003000 réis , huma propriedade
de casas no sitio da Boa Morte N.° 29, 30, e 31 A,
com suas pertenças, e tem humas barracas á frente dº
beco das Almas N.° 20 até 25: he Escrivão Couto,
Na tarde do dia 15 do corrente, se ha de arrematar
|-
na praça do deposito geral, com o abatimento da quinº
ta parte do valor de 8573600 réis, huma propriedade
de casas, com suas pertenças, no sitio da calçada de
S. Lourenço N.° 7 a 10, e pela rua de S. Pedro Mar.
tyr N.° 55 e 56; he Escrivão da arrematação Couto.
Quarta feira 15 de Junho, na praça publica dos lei:
lões, se hão de arrematar com o abatimento da 5'
parte do seu valor humas casas nobres e grande quinta
ião no largo da Igreja e Freguezia de S. Sebastião dº
Camarate, avaliadas em 6503000 rs., e o seu rendi.
mento em 50,3000 rs. : he Escrivão da arremataçãº
Negreiros. •
Na tarde do dia 15 do corrente se ha de arrematar
na Praça do Deposito Geral, com o abatimento da 6.
parte do valor de 2903400 rs., huma azenha no sitiº
da Porcalhota, Freguezia de Bemfica, e he Escrivão da
arrematação Couto. •
No dia 20 do corrente se ha de arrematar no Deposº
to Publico huma grande porção de telha, e tijolo de
diversas qualidades, existentes no Telhal de baixo em
Alhandra, sendo dividida em lotes; e he Escrivão Nº
greiros. •
Vende-se hum carro de dous assentos, montado em
quatro mólas á Ingleza, e huma traquitana de portas,
montada em quatro mólas, tudo novo, e de bom gos:
to; e duas traquitanas de cortinas uzadas, huma delas
quasi toda nova, na rua do Moinho de Vento, a S. Pº
dro de Alcantara, loja N.° 24.
 NUM. 136.
GAZETA DE LISBOA.
SABBADO, 11 DE JUNHO.
! ADPZER TENCIA.
. As pessoas que pretenderem subscrever pôra a Gazeta
de Lisboa, pelo 2.° Semestre, ou 3.° Trimestre do cor
, rente anno, o podem fazer dirigindo-se ao Administra
dor da Loja da Gazeta, José Joaquim Nepomuceno Ar
sejas, na rua do Ouro N.° 235; as cartas que forem re
mettidas pelo Correio (assim como o importe das assigna
turas) devem ser seguras, e francas de porte ; o preço
pelo 2.° Semestre he 63400 réis, e pelo 3.° Trimestre
33600 réis.
# idéa d’alliviar os encargos do thesouro se vão dar licen
|-
# PARTE OFFICIAL.
Repartição da Reforma Geral dos Estudos.
Pela Junta da Directoria Geral dos Estudos, se hão
de prover por Concurso de 60 dias, que começará em
, 14 do corrente mez, a Cadeira de Primeiras Letras da
Villa de Cabeço de Vide na Provedoria de Evora, e as
da mesma disciplina das Villas de Santarem, e Torres
Novas na Provedoria de Santarém , cada huma com o
erdenado annual de 90,3000 réis. Os que pretenderem
ser nellas providos, se habilitarão com Folhas corridas,
Declaração determinada na Lei de 20 de Junho de 1823,
Certidão de idade, e Attestação do proprio Parroco so
bre vida e costumes, reconhecidas, e em fórma legal;
e no tempo acima designado concorrerão a Exame pe
rante a mesma Junta, ou perante o Commissario della
em Evora, quanto á primeira, e o Provedor respectivo
quanto ás outras. Coimbra, na Secretaria da sobredita
Junta , 3 de Junho de 1831.= O Secretario Antonio
Barboza de Almeida. •
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
SAXONIA.
Dresda, 14 de Maio.
A absurda noticia de que em Pilnitz se temia alguma
lesordem dimana de que se havia mandado acantonar
naquelle ponto hum destacamento de cavallaria.
ANNO 183I.
Parece que a confiança publica se vai estabelecendo
mais cada dia; pois os operarios e jornaleiros concor
dão em que seu boa ordem e socego não ha meio de ga
mhar pão, e que em vão observará o Governo a mais
exacta economia se os perturbadores com seu criminoso
procedimento afugentarem os estrangeiros, e obrigarem
o Governo a fazer despezas extraordinarias, que esgotão
os recursos do publico; restabelecido já o socego a tro
pa que se reunio nesta capital se retirará successivamen>
te para as suas respectivas guarnições como já o verifi
cou o batalhão que veio de Budisin: com a mesma
ças temporarias,
AUSTRIA.
Margens do Danubio, 15 de Maio.
Com data de 28 d'Abril escrevem de Nissa (Servia)
que a vanguarda dos insurgentes ás ordens dos Bachás
de Vrana e Perserim atacára no dia 21 as tropas do
Grã-Vizir nas immediações de Pilepo, porém que fôra
eompletamente derrotada deixando 1,3 homens no cam
o da batalha, e fugindo os mais em todas as direcções.
## que Mustafá Bey soube desta derrota sabio imme
diatamente de Scutari com todas as tropas que tinha á
sua disposição a fim de reunir os fugitivos, e conter, se
podesse, os ulteriores progressos das tropas do Grã-Vi
zir. Nesta acção ficárão prizioneiros os tres Ayanes
principaes, que capitaneavão os insurgentes, e até o
mesmo Bachá de Hºrana só por casualidade se livrou
d'igual sorte.
Dizem em Constantinopla que em todas as Mesquitas
se publicára que o Bachá de Scutari estava condemma
do a degredo. O Sultão mandou que pegassem nas ar
mas todos os verdadeiros crentes dos Bachalatos d'An
drinopolis, Filipopolis, e Salonica, o que vem a ser
hum alistamento geral. (Jornaes d'Allemanha.)
PAIZES-BAIXOS.
Bruxellas, 23 de Maio,
Em data de 17 escrevem de Francfort o seguinte:
» Acaba de se receber a noticia de que o Presidenta
da Confederação Germanica sahira para Vienna a fim
de conferenciar com Mr. Metternich a respeito dos in
teresses dos Estados Confederados, e da questão de Lu
aremburgo. Os factos que vou manifestar cuja realidade
afianço; demonstrarão que se as Potencias Européas
tratão de desarmar os seus Exercitos, cousa que - não
creio, o Gabinete de Vienna não concorda nessa idéa.
 [ 554 |
"O Exercito Austriaco que já conta 4603 homens, se e os Ministros d'Austria e de Prussia sahírão desta pa
augmentou com outros 2003 pondo em movimento os ra Vienna e Berlim. Julga-se que forão chamados pa
segundos batalhões da Landkvehr; parte destas tropas ra dar conta do seu encargo e receber novas instrucções
se dirige á Itatia; a outra marcha para se reunir ao a respeito de varios pontos que lhe urgente decidir.»
Exercito da Confederação, e tenho bem fundados mo Assegurão que Mr. Savary, Duque de Rovigo, fôra
tivos para acreditar, que esta immensa organisação, nomeado Embaixador de França junto da Porta Otto
estes preparativos de guerra só se fizerão com vistas re mana em lugar de Mr. de Guilleminot.
servadas cujo objecto vou manifestar. (Revolution.)
» As cinco Potencias estão dispostas a declarar a guer O General Duernicki dirigio aos Embaixadores de
fa.... A quem ! Aos Belgas. Porque a grave-weselu França e Inglaterra junto da Corte de Vienna hum
ção de acabar com elles e á força d'armas todas as dif protesto contra a dispersão das suas tropas para a Tran.
ficuldades que a questão Belga tem suscitado, importa silvania. Cedi á força, diz elle, esperando o efeito das
á conservação da tranquillidade geral e da paz da Eu representações que fiz.
7"O TOC1. |

» O Embaixador da Russia indicou esta proposta no O Governo insurreccionario da Polonia fez circular
dia 11 de Maio na conferencia de Londres quando aca em algumas Capitaes da Europa hum escripto em fór.
bava de saber o contratempo que sofreo Duernicki. Es ma de proclamação, em data de 10 de Maio, quei
ta proposta foi perfeitamente bem recebida pelos repre xando-se de hum Ukase ou Decreto de S. M. o Impe.
sentantes das tres Potencias, e o que mais deverá sur rador da Russia. (Publicado nesta folha a 6 do corren.
prehender he, que os Embaixadores da Prussia e da te, artigo de Petersburgo.)
Austria ajudárão de accordo com o Plenipotenciario Rus Este documento parece dirigir-se a implorar a media.
siano para que o Duque de HKellington, cuja preponde ção e patrocinio dos Monarcas a fim de prevenir huma
rancia se diminuio momentaneamente pela revolução immensidade de males, e até o total exterminio da
Belga, recupere os seus titulos de Generalissimo dos nação Polaca, que segundo os authores daquelle escri
Exercitos dos Paizes-Baixos, e de inspector das praças pto devem ser as inevitaveis consequencias, das disposi.
fortificadas da Belgica. Estas propostas derão lugar a ções do Ukase, se se pozerem em devida execução.
que a conferencia de Londres fizesse outro Protocolo, Ameação neste caso de usar de terrivéis represalias com
que tambem se devia assignar no dia 10 de Maio. os prizioneiros Russianos que tem em seu poder; º
» O Gabinete Ingles, que evidentemente apoia a poem á vista dos Soberanos os funestos excessos a que º
Hollanda, declarou por meio do seu representante, que poderia entregar o soldado Polaco arrastado pela deitº
não se intermeteria nesses negocios; Mr. de Talleyrand peração. Não sabemos o efeito que fará o citado dº
pela sua parte e por puro respeito humano expoz, que cumento que já se acha inserido no Diario dos Debaltº
necessitava primeiro consultar com o seu Governo. Da de hoje. (O Tempo.)
qui resulta que esse Protocolo será assignado, se já o A Gazeta de Prussia não dá hoje noticias da Pºlº
não estiver, pela França e pela Inglaterra. nia, tambem não tem havido correspondencia particu.
» Com efeito o Gabinete Ingles # que jámais lar daquella parte, de maneira que he precizo recorrer
havia reconhecido a revolução Belga como nação; a conjecturas para adevinhar as causas deste silenciº;
quanto a Mr. Casimiro Perrier, que não vacillou em póde ser que dimane de se haver duplicado o rigor nº
confessar que a sua influencia era suficiente para do execução das precauções sanitarias que exigem os Prº
minar a simpathia que poderia haver em França a res gressos da colera morbus. De 1,500 enfermos que havia
peito dos seus vizinhos e aliados naturaes, e que os no dia 11 do corrente nos hospitaes de Varsovia, dº
soldados da Confederação podião invadir o nosso riamente morrião 60 a 80. •

territorio, Mr. Perrier, dizemos, não impedirá que
Mr. Talleyrand adhira a este novo Protocolo, e pode
assegurar-se que o Governo Frances adherirá a elle co
mo o fez com o de 20 de Fevereiro.
» Esquecia-me dizer que o plano de ataque tem sido
tão bem combinado, que o dia 1.° de Junho he a épo
ca ajustada para que as tropas coligadas entrem na Bel
gica, cujo movimento será precedido pelas da Confe
deração, augmentadas pelos novos alistamentos da
Tambem póde ser que ficando descoberta pela reú
rada de Duernicki a margem esquerda do Vistula, te:
nhão os Russianos aproveitado a occasião de occupar
hum territorio que oferece recursos, e que por contº
quencia ficassem interceptadas em algum ponto as comº
municações. He tanto mais natural que o Conde Diº
bitsch tenha tomado este partido por isso que se sabº,
que o principal motivo da sua retirada foi a falta dº
VIV6reS,

Austria. -

» Sem duvida, diz o Correspondente de Hamburgº,

» Todas estas noticias são dignas (Emancipação.)
• •
de confiança." que como se sabe tem noticias do Quartel General Ruº
•

siano, sem duvida he singular que os Russianos se re

Pessoas digmas de credito assegurão, que a Conferen
cia de Londres resolvêra, que o Principe Leopoldo se
ja Rei da Belgica succeda o que succeder. Se o Con
gresso o eleger, bem; se não, a Conferencia quer que
o seja apezar de toda a opposição. (Against every ºp
position.) G. de Madrid.)
FRANÇA.
Paris, 26 de Maio.
A Alfandega de Longwy deteve 2,500 espingardas
procedentes de Strasburgo com destino para a Belgi
ca, manifestando que consultaria a authoridade supe
rior para saber se devia permittir que passassem. Hum
Tenente da Gendarmaria Belga esperava a decisão.
-, |- • (Quotidiana.)
Em data de 19 do corrente escrevem de Francfort
sobre o Meno o que passamos a transcrever:
» A Dieta suspendeo as suas sessões por tres semanas,
tírem depois das grandes vantagens que successivame"
te tem conseguido nas immediações de Lublin e na Kr
lhynia; mas alguns viajantes que acabão de chegar dº
/arsovia nos manifestão, que o General Diebitsch º
víra precizado a dirigir as suas columnas sobre o Bug
Ha tempo que o Exercito Russiano padeeia sobre mº:
neira por falta de viveres, e a isto se devem attribui
as enfermidades que reinavão em varios corpos. Pode
rião citar-se Regimentos que ha dous mezes a esta pºr
te não havião recebido ração de pão nem de farinha,
e o soldado alimentado só com cevada, e em pequenº
porção, estava mais predisposto a sofrer a acção dº
temperatura e da enfermidade.» (Quotidiana)
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 28 de Maio.
Fala-se muito de huma nova creação de Pares; mº:
 [ 863 ]
tambem se diz, que esta medida não tem relação al
guma com a reforma. (Court Journal.) :
Parece, segundo faz observar o Times, que a De
putação que ofereceo a Coroa da Belgica ao Principe
Leopoldo, não havia sido encarregada para isso por
parte do Regente nem do Ministerio Balga; estava uni
camente authorizada para experimentar o Principe e
sondar a sua disposição; e como só era enviada pelo
Ministro dos Negocios Estrangeiros, os seus actos e
operações de nenhum modo podião, nem podem comº
prometter o Governo Belga. Apresse-se pois o Princi
pe a decidir-se ou resolver-se a ser ou não ser Rei. O
Courier, citando este artigo do Times, accrescenta:
He verdade que se não ofereceo a Coroa ao Principe de
Saxonia Coburgo por parte do Regente; mas tambem
podemos declarar, que antes que lha houvessem ofereci
da, de 200 Deputados 165 havião consintido nisso.
(G. de Madrid.)
HESPANHA.
Madrid, 3 de Junho.
Segundo aviso da Subdelegação da Policia de Mala
ga, com referencia á parte da de Ronda, forão prezos
no dia 19 do mez ultimo, por meio dos Voluntarios
Realistas de Juscar e D. João Benites, seu Capitão
Benito del Rio, Francisco Fernandes (aliás Cartucho),
Antonio Moreno, Jaime Aragonez, e André Gonsales
(aliás Cigarron), todos accusados de salteadores. No
caminho fugírão Fernandes, Rio, e Moreno; porém o
ultimo poude ser ferido e apprehendido de novo pelos
mesmos Realistas. -
Como resultado das pesquizas e diligencias que se an
nunciárão na Gazeta de 28 de Maio ultimo, avisa tam
bem o Senhor subdelegado da Policia de Jaen pelo Cor
reio de hontem, a prizão de Francisco Anguita, Anta
nio de la Pena, Antonio Blanco, Manoel Lopes, Chri
stovão Orteja, João Izidro Sanches, Manoel Montija
no, Manoel de Martas, Antonio de Arias (aliás el Dra
on), Francisco de las Veguas, e João de Deos Lopes
# s da Sota). Todos estes, que pela maior parte ha
vião acabado o tempo do presidio, ou são profugos,
apparecem membros, cumplices, ou encobridores da
partida dos Batijas, e todos vão ser julgados immedia
fa II) ente, …" . (G. de Madrid.)
+ * ** •
*--* $$*--*
Lisboa, 10 de Junho.
|- Litteratura.
Historia da dominação dos Arabes na Hespanha, tirada
dos manuscriptos e Memorias Arábigas, Dr. José
Antonio Conde , socio da Academia Hespanhola ,
hibliothecario, e antiquario da de Historia etc.
cernentes ao estudo da antiga geografia de Hespanha;
Huma das épocas celebres da Historia de Hespanha fazendo-se menção de muitas povoações algumas das
he aquella em que foi dominada pelos Arabes; quer se
considere o caracter daquella nação orgulhosa e indo
mavel, tão extraordinaria e energica nas suas virtudes,
como em seus vieios; quer a influencia que as suas opi
niões e singulares costumes podérão ter pela sua dilata
da permanencia de mais de 800 annos na nossa Penin
sula: e já finalmente os esforços de valor e constancia
com que os
seguirem nossos maiores
felizmente lutárão por seculos até con
a sua independencia.
•
A illustração- desta parte da nossa historia era tanto
mais necessaria por isso que até agora apenas haviamos
tido algumas especies mal averiguadas nas diminutas dé que conheção e leião hum livro Arábigo. Deixare
relações dos nossos historiadores, escriptas pela maior mos de encarecer o merecimento na execução de hum
parte com animo pouco sincero, ou antes inimigº; e a pensamento tão novo debaixo de todos os pontos de
sã critica
lação exige que
de ambas ouçamos com imparcialidade, a re
as partes. •
Os doutos bem conhecem a falta e escassez de notie
cias dos nossos antigos Chronistas; a rudeza e barbari
dade dos annaes Compostelhanos, Complutenses, e To
ledanos; a obscuridade e pequenhez da historia do ce
lebre Arcebispo D. Rodrigo, as fabulas da Chronica
geral e das particulares, como a chamada do Mouro
de Rasis, e a apócrifa do Mourisco M. de Luna; e os
erros e equivocos dos escriptores estrangeiros Cardonne,
Deguignes e Murphy. Não he este lugar opportuno Pa
ra manifestar a verdade destas asserções, que se verão
comprovadas no prologo da obra que annunciamos cheiº
de erudição e de doutrina. -
Para supprir pois o vacuo das nossas historias relati
vamente ao tempo e cousas dos Arabes da Hespanha
era precizo recorrer ao thesouro da litteratura Arábiga,
e fazer hum estudo critico dos seus escriptores: recurso
este que atégora não tem sido tentado por ninguem.
O sabio #*# Antonio Conde cujo nome goza não
menor opinião entre os estranhos do que entre nós, e
cuja prematura morte he huma desgraça, ainda não
bem sentida, para a nossa litteratura, se propoz desem
penhar este objecto, empregando para a composição dº
sua obra muito estudo e fadiga, e o grande cabedal dos
seus conhecimentos tanto na historia como nos idiomas
orientaes. Foi o seu intento que se podesse ler a historia
dos Arabes Hespanhoes como a deixárão escripta nos dif
ferentes livros e memorias que delles nos restão. Para cu
jo fim se valeo dos apreciaveis manuscriptos que ha na
Bibliotheca publica de Madrid, e na do Escurial, his
toricos e geograficos: delles extrahio quanto contém per
tencente á Hespanha; e comparando as suas relações
ordenou chronologicamente a serie dessas memorias, e
formou a singela narração dos acontecimentos como se
achão referidos pelos authores Arabes, sem accrescen
tar outras circumstancias nem reflexões mais que as que
elles oferecem, e traduzindo quasi sempre com exacti
dão as suas mesmas palavras,
Servindo-se ao mesmo tempo das biografias Arábigas,
que são muito curiosas, incluio opportunamente, e sem
interromper a narração dos successos, as Memorias dos
Varões illustres entre os Arabes em letras, armas ou
virtude; porque os seus escriptores são muito exactos
ou prolixos nesta parte.
Como entre elles não ha nenhuma historia de mere
cimento que se não ache ornada de versos com mais ou
menos profusão, não quiz D. José Conde privar a sua
•
historia deste ornato do gosto Arábigo, segundo elle
diz, e por isso insere traduzidas algumas poesias com
muita opportunidade, e quasi sempre com referencia
aos successos historicos. Assim ao mesmo tempo que
nos dá a conhecer os costumes daquella engenhosa na
ção, nos faz ver o modo e estilo com que os seus es
criptores narravao os successos. •
Achão-se nesta historia muitos dados e noticias con
quaes já não existem, e outras apenas oferecem vesti
gios do que forão. Por isso conservou o author com
muito juizo os nomes dos lugares e Cidades como os
Arabes os escrevião para que deste modo se possa aver
riguar a origem dos que agora tem, e ás vezes o dos
que antes tiverão.
Sendo esta huma compilação de escriptos e memorias
Arábigas, quiz o anthor ajustar-se em tudo com o gos
to e caracter daquelles originaes; formando assim hu
.ma obra não menos opportuna para o seu intento comº
agradavel pela sua novidade, pondo os leitores no caso
*

vista, porque para acreditar a obra basta o nome do
seu author; e diremos o methodo e ordem que observou
dividindo a sua historia em 4 partes.
Na primeira manifesta no principio com brevidade e
como por huma instrucção preliminar e necessaria o es
tado da nação Arabe no tempo das suas primeiras ex
pedições, e a sua invasão em Africa, e passa natural
mente a referir a sua entrada na Hespanha, o Governo
dos Emires, º ou Chefes da Conquista, a sua politica e
as condições que impunhão aos povos subjugados; as
desavenças entre os mesmos Chefes, as suas remoções e
todos os successos importantes desse tempo em que a
Hespanha esteve sugeita aos Califas de Damasco; e dá
huma idéa do caracter e principaes factos dos primeiros
Soberanos Arabes na Hespanha. Esta época abrange o
anno 92 da Hegira até o de 131; isto he, desde 710
até 748 do nosso computo.
A segunda parte trata do estabelecimento da Monar
quia na Hespanha independente dos Califas Orientaes,
por voluntaria eleição de huma poderosa parte de Ara
bes a favor dos Beni Omeyas; refere a successão de to
dos os Principes desta poderosa Dynastia, a extersão
do seu Imperio dentro e fóra da Hespanha, o seu Go
verno e costumes, opulencia, artes, e cultura até que
acabou pela guerra civil em 422 da Hegira, isto he em
1030.
A terceira parte oferece as consequencias da guerra
civil, e a divisdo do Estado em varios Governos e em
Monarquias independentes, humas vezes confederadas
entre si, outras desunidas com guerras intestinas. Con
tem a serie e successão de todos os Principes de cada
thuma destas Monarquias, a progressiva extensão de
huns Estados, a decadencia e ruina de outros. Refere
a entrada dos Mouros Almoravides d'Africa em auxilio
contra os Christãos, e as sanguinarias batalhas entre
ambas as nações; a crueldade e perfidia daquelles auxi
diares, e como o seu Principe desthronou e levou pre
zos para Africa os Reis Arabes de Hespanha; como os po
vos descontentes do Governo dos Chefes Africanos ex
citárão huma insurreição e nova guerra civil, a favor
destas desavenças os Almohades d'Africa adiantárão as
suas vantagens contra os Almoravides; e os Principes
Christãos da Hespanha tambem adiantárão as suas con
quistas, *# o poder dos Africanos em consequen
cia da celebre batalha das Navas. Pouco depois de
tão memoravel época termina esta 3.º parte.
A quarta contém a creação do Reino de Granada on
de se estabelecêrão os Arabes que não querião viver su
geitos aos Principes Hespanhoes conquistadores das Pro
vincias em que antes habitavão; e se refere a serie dos
Principes de Beni Nazar; os acontecimentos de paz e
guerra entre si e contra os Christãos, assim como tam
bem contra Beni Merines d'Africa, poderosos no tem
po desta Dynastia: as suas desavenças domésticas, as
suas allianças e humiliações; e em fim a ruina daquel
de Estado na guerra de dez annos que acabou por ca
pitular e entregar-se a Capital de Granada aos Reis Ca
tholicos no anno 897 da Hegira: 1492 do nosso com
tItO. … •
" Tal he o summario desta historia dos Arabes em Hes»
panha que abrange o dilatado espaço de mais de outocen
tos annos, e em que se lem successos demasiado impor
tantes e muito desconhecidos e ignorados até agora. Pe=
la sua leitura se conhece a politica dos conquistadores;
a sua maneira de fazer a guerra: condições e pactos que
nella intervinhão; a sma fórma de Governo e legislação,
contribuições ou serviços que impunhão: o seu modo de
successão ao Imperio; declaração de futuros successores,
, , >
.". ===
. . ": { "". * . * . * .* . - -
–== = -
* ** *
#=====
* * * ** * * * * * * … - ….……. * * * *' or resº rs … rsr , ,
s"...: "... . .. LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA, "
[ 554 |
solemnes juramentos de obediencia; divisão e cargº,
das authoridades publicas; diversas condições dos Go.
vernos temporaes, ou de perpetua posse pelo direito de
herança; divisão das regiões em Provincias e partidos,
policia das povoações; estabelecimentos de beneficencia
e de instrucção publica, e varios outros costumes civis
e religiosos. Offerece por consequencia muitos e muino
taveis exemplos de tempos venturosos e desgraçados,
de guerras sanguinarias e da emigração de numerosos
povos. -
«—**§§ «—»
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 10 de Junho.
Embarcações avistadas de Cabo razo.
4 h. 30 m. 1 Fragata Franceza, 2 Curvetas de Guerra
dito, 1 Brigue dito dito a Oeste dº Cabo da Ro
- ca, e 1 Galera sem bandeira, e l Bergantim dito
ao Norte do Cabo da Roca: o Bergantim navega
ara o Norte. - -
6 h. 15 m. 1 Galera Sueca, e 1 Brigue Escuna sem
bandeira; — 8 h. 52 m. 1 Bergantim sem bandei
ra; — 10 h. 37 m. 2 Brigues Escunas sem bandei
ra a Oeste do Cabo da Roca: 2 Brigues Escunas
navegão # o Norte.
5 h. 14 m. 1, Bergantim sem bandeira ao Sul do Cabo
do Espichel, e l Bergantim Americano ao Norte
do Cabo do Roca.
Embarcação avistada do Cabb do Espichel..
5 h. 44 m. 1 Cahique sem bandeira a Oeste do Cabº
do Espichel. … #
Embarcação entrada em Belém.
1 h. 11 m. 1 Bergantim Brazileiro, Restaurador, dº
Rio de Janeiro, 70 dias, mala, 3 passageiros Cº.
micos, hum Portuguez, e 2 Italianos.
- Embarcações entradas em S. Julião,
9 h. 50 m. 1 Galera Sueca.
12 h. 13 m. 1 Galera Sueca.….… ::: , |
1 h. 1 Brigue Escuna Inglez. * * . .
...Embarcação sahida de Belém.
6 h. 39 m. 1 Galeota Hollandeza para Rotherdam.
" " " . Annuncios. " " " •
Estando todos os bens de Filippe José Pereira, e de
seu fiador, e principal pagador Antonio Candido L"
bato, sitos em Alhos Vedros, Barreiro, e no Lugº
da Telha, Termo do Lavradio, hypothecados a Manoel
Teixeira Basto pela quantia de mais de cinco contº
de réis, de que lhe são devedores, provenientes da su"
locação do arrendamento da Commenda de Alhos /
dros, por Escriptura continuada nas Notas do Tale:
lião Feliciano José da Silva e Seixas, em 14 de Maiº
de 1827; cuja Escripturn se acha ajuizada, e dema"
dados os devedores no Juizo da Correição do Civel dº
Corte: para que não haja alieanação, que valida sºlº
dos ditos bens, nem delles se faça transacção alguma,
se faz o presente annuncio.
1 • — • # • • • • •
… … Real Theatro do Salitre.—Domingo 12 do corrente,
em beneficio das meninas Jesualdes, se representará hum
magnifico espectaculo, que se annunciará por cartazes
|- —
*--
•
- - Estiva. ... • •
•
* * ** * **
- Preços do Pão e Azeite para a semana que principiº
# º de 13 a 19 de Junho de 1831: /*
- º Pão de arratel na fòrma da Lei - .-.. a 44 reis:
Em metal - - - - - - - - - … a 38 réis.
Canada de Azeite - - - - - - - - a 240 réis.
- - ==
º "","", , , . .
• . . . . .
"…………… " - -==
- - -
, º ** , ..
, ,
 |-
- |- ** ".

NUM. 137. ANNo 1831. 1,

—=><><>#=- - - • |-

GAZETA DE LISBOA. —==>>>6">$#@$#$#9G<<=-

SEGUNDA FEIRA, 13 DE JUNHO.

* I => -
•
==-=
} |- • • • • • , , • • • • --

, , ,, "" " • + - * "* * * * * * - , ")

PARTE NÃO OFFICIAL. do o partido opposto não podia ignorar, que os direitos
2
–1 —==
|-
—
T L==
- - -

– º
da fortaleza federativa erão ofendidos pela existencia
de huma força militar estrangeira debaixo da artilheria
e por assim dizer ás portas da praça; cousa contraria
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.…… … aos regulamentos militares de todos os tempos e nações.
• GRECIA. … Por consideração nascida do desejo de livrar as imme
diações da Cidade d'irrupções com mão armada, que
comprometterião a tranquillidade dos habitantes, e em
Nauplia, 26 de Abril. consequencia dos principios de moderação que em todos
os tempos tem servido de regra a este Governo militar,
Em quanto se peleja com encarniçamento em nossas procurou entabolar explicações em virtude das reclama
fronteiras entre as tropas do Grã-Vizir, e os insurgentes ções que estas circumstancias devião inevitavelmente pro
VAlbanezes, alguns batalhões Gregos tem ordem d’im duzir. Em tres diversas occasiões representou ao Gover
_pedir que se viole o nosso territorio. O Grã-Vizir sup no que de facto manda no paiz, a necessidade de reti
plicou ao nosso Governo que não permittisse aos Che rar ás armas que havia destribuido nas immediações da
fes das nossas tropas o darém acolhimento aos Albane gurança
praça, édeo todas
inflexivel rigor das leis
as fortalezas." ". que
" garantem a se: • • •

zes que se refugiassem na Grecia ; o Governo expedio

ordens na conformidade destas instancias encarregando a A primeira vez deo-se huma resposta evasiva; nas ou.
*
L
todas as authoridades civis e militares, que vivão em boa tras duas nenhuma. Mais dilatada tolerancia fôra debi
vizinhança com os Turcos. Os Medicos Francezes da lidade incompativel com os deveres desta authoridade
= expedição da Moréa tem vaccinado muitas crianças na militar, que deve sustentar os seus direitos com os meios
Grecia, e tem feito todo o possivel por persuadir aos que tem á sua disposição, e transferir a responsabilidade
habitantes, que adoptem este saudavel preservativo. " das consequencias aos que voluntariamente as provocá
- ' " (G, de França.) rão, desprezando as mais poderosas considerações. Por
ALLEMANHA. +- !
tanto o Governo militar recolheo a 9 do corrente as ar
• • Francfort, 13 de Maio. · ·· · · · ·
mas d'infanteria destribuidas nas aldêas de Eich, Dom
|- * * ** * . * . # …"
meldanges, Weymerskioch, º Bollerich, Bonnevoye ,
-
Neudorf, e Rolingergrund. Limitou-se a esta "unica
O Duque de Nassau prorogou os Estados, dando por porém inevitavel providencia; deixando outras muitas
motivo desta medida, que querião intervir nos direitos cousas contrarias á tranquillidade da fortaleza. O vigor
da sua casa soberana e na posse dos Dominios her e ordem com que se executou esta dificil e desagrada
dados dos seus avós. .
-
(G. de França.)
1
- - _j + - -
vel operação, provão o bom espirito e disciplina das
tropas encarregadas de a executar. - - -

Confederação Germanica. * *
|
*> "(Diario da* * * Cidade
** ,
e Grâ-Bucado de Luxemburgo.)
* * * * * * * 1 ***** " , , -

Luxemburgo, 12 de Maio. * **
º FRANÇA.
* * ** * ** * *
"… - …" …"
:
|-
* * * * *
…
|- • * *
* * * *
O Governo militar da praça federativa de Luxembur • "Paris, 26 de Maio. :
* ** * * * ** *1 ! • • ••• • |- (***) - ( , - ! … |-

go, responsavel pela segurança da praça, se havia abs

tido até agora d'intervir nos successos que occorrião nas * Diz-se que o General Paskewitsch vai assumir o com
irn mediações. Porém desde que a authoridade insurrec mando do Exercito Russiano. Este Oficial fez-se temi
cional que rege o paiz emprehendeo formar organisações vel na guerra com os Turcos ; mas he dificil jul
militares até o raio mais proximo da defeza da praça, gar das futuras operações de hum General pela sua re
devia fixar toda a sua attenção nesta medida. Estas or putação militar. * . ***** * * * • • (O ! Tempo.)
#1 * #1 * { 1,
!
ganisações tomárão huma existencia visivel ao appare
- • -

** * * … ! …… .. º
cer a guarda cirica. Derão-se-lhe armas d'infanteria em "A Gazeta d'Augsburgo" em humºartigo de Vienna
todas as aldêas que confinão com as obras exteriores da annuncia, referindo-se ás cartas de commeréio, º que
fortaleza, e muitas vezes se fizerão incursões no terreno con não era tão má"a situação do Grã-Vizir como se havia
tiguo ás fortificações, e designado com marcos, comet dito, antes pelo contrário havia conseguido algumas
tendo actos de arbitraria violencia. Isto era mais do vantagens sobre os insurgentes: º "#"""" "",""
que permittia tolerar a segurança da fortaleza ; era humº -11": o 1 - … ºi . […, a nºt … ;) … .: o ((1,1,i " " ) ", " " … " o", g"
Principio de demonstrações aggressivas, muito mais quan-? "Já annunciámos que Mt. de Talleyrandehavia annaí
 [ 558 | |- ·

ser soberana a sua vontade; nada limitou o seu Imperio, 5 h. 39 m. 1 Bergantim Sueco para o Baltico, 1 dito
os homens fizerão leis e as executárão ; tudo tremeo Inglez para Faro, e 1 dito Russiano para Eling.
diante delles. Qual foi o resultado? A sociedade que Embarcação sahida de S. Julião.
Deos permittio que os homens tentassem o fazella ca 3 h. 35 m. 1 Paquete Inglez.
minhar pela lei civil sem o auxilio da lei religiosa, foi —

colocada muito abaixo da que o instincto ensina os

mais vis animaes a formar; confundírão-se todos os di Annuncios.
reitos: a propriedade deixou de ser sagrada; a mesma vida
deixou de estar segura; o divorcio quebrou o vinculo Na rua do Loureio, N.° 83, 1.° andar, se continúa
que une as familias; as lagrimas inundárão os dones a emprestar dinheiro sobre grandes e pequenas peças de
ticos lares, e o sangue humano correo nas Cidades co prata, ouro, brilhantes, acções do Banco, apolices,
mo o dos proprios animaes! titulos de divida publica, ou sobre quaesquer outros pa
- Então se abrírão os olhos, então se conheceo que a peis que tenhão credito no mercado, e sobre moeda na
lei civil he insuficiente para reger a sociedade. Deos cional, ou estrangeira, tudo por premio muito commo
foi chamado de novo por aquelles que se atreverão a do, e com promptidão por grandes que sejão as quan
banillo; os que havião fechado os Templos os tornárão tias, e para segurança das pessoas que alli contracta
a abrir; os blasfemadores o invocárão: veio; os bons rem, se lhe passará recibo dos objectos empenhados,
recebêrão consolação e os máos castigo. Estaremos nós na forma do antigo costume deste estabelecimento, e
acaso reservados para vêr a França outra vez abysma se a caso forem cousas, de grande valor e seus donos qui
da em similhantes males! O futuro vai revelar esse gran zerem, se fará o negocio por escriptura: dando-se quan
de mysterio: elle dirá se aquelle que ha tantos seculos tias quasi iguaes ao valor dos objectos empenhados, que
nada tem mudado da ordem fisica do universo tem re seus donos poderão reformar por tantas vezes quantas
solvido que a sua ordem moral"tenha mudança; se o quizerem: tambem se descontão letras da terra, e do
genero humano já fechou o circulo da sua intelligencia; contracto do tabaco, e contractos Reaes ao juro da
e se devem renascer esses dias em que o homem lutan praça, e se comprão acções do Banco, apolices, titu
do contra o Ceo abrio as portas do nada. los de divida publica, recibos de Monte Pio, e re
- (Extracto da Gazeta de França.) formados. -

Imperial Ginger Beer.—O author desta bebida, atú

*—*§§ *-+---+ -, mado pela grande extracção que teve della o verão pas
sado", o que mostrou a approvação dos que fizerão uso
* "Lisboa, 12 de Junho. " º da mesma bebida, continúa a vender a que he unica
mente legitima, no Cáes do Sodré N.° 7: esta bebida
Telégrafo.— Serviço da Barra. — 11 de Junho." he mui agradavel ao paladar, refrigerante e estomacal;
he de grande proveito para quem padece hemorroidas,
Embarcações avistadas de Cabo razo. … º flatos, ou indigestões, e póde usar-se a toda a hora,
4 h. 34 m. 1 Fragata Franceza, 2 Curvetas de Ghetra quando ha sede ou affecção com calor produzindo in
dito, e 1 Brigue dito dito a Oeste do Cabo da Ro fnediatamente alivio: vende-se a 50 réis o quartilho.
ca. — 2 Bergantins sem bandeira, e l Escuna dito * Na rua direita de Santos o Velho N.° 14, loja de be
ao Norte do Cabo da Roca : 1 dos Bergantins, e bidas, principiou no dia 12 do corrente à venda dá ne
- a Escuna navegão para o Sul. : , -, º ve manufacturada, e na mesma loja ha casa decente pa
10 h. 57 m. 2 Cahiques sem bandeira ; 5 h. 48 m. 1 ra Senhoras; haverá tambem carapinhada desde as onze
Bergantim dito, 1 Galeota dito, e 2 Cahiques dito horas da manhã até ás duas da tarde." " "
a Oeste do Cabo da Roca : 2 Cahiques navegão Na loja do Café Toscano, defronte da Igreja dos
para o Sul. Martyres , no dia 15 do corrente , das cinco da tarde
" Embarcações entradas em S. Julião. * * * em diante, se achará neve manufacturada, e se tomão
11 h. 36 m. 1 Bergantim Americano. |- * * * encommendas para fóra , e tudo o mais pertencente a
1 h. 40 m. 1 Bergantim Sueco. |- copa. - -

Idem, 12. , , e ºs
. Na botica de Gregório de Souza Pereira, no largo
•

do Rato N.° 4 e 4 A., "contiúa a venda da Agua das

# Embarcações
4 h. 46 m. 1 Fragata Franceza, 2 Corvetas de Guerra
… "dito, º 1 Brigue dito dito, e 1 Brigue Escuna sem
º bandeira; e 11 h. 2 Curvetas de Guerra Francezas
* # a Oeste do Cabo da Roca.
12 h. 50 m. 1 Cahique Hespanhol ao Norte do Cabo
º do Espichel. * * *
Caldas da Rainha, e Ferreas. " .
avistadas de Cabo razo, |
Na botica de Ascenso Pereira de Freitas, na rua do
Principe ao Passeio N.° 60, começa a venda da Agua
das Căldas, vinda duas vezes na semana, e acondicio
nada pelo Enfermeiro José Pedro Marques; e tambem
, , ,
Agua Ferrea de Camara, vinda todos os dias.
Para a Bahia sahirá com muita brevidade o Navio
Sueco Enighèten, Capitão Ebbe Janssen; o dito Navio
-

3 h.8 m. 1 Cahique sem bandeira ao Sudoeste do Cabo he muito veleiro, e para "passageiros tem excelentes
… do Espichel. - , commodos: quem delles se quizer aproveitar, dirija-se a
-

º . Embarcações avistadas do Cabo do Espichel." " Torlades e Companhia, rua da Flores N.° 50.
7 h. 156 m. 1 Galera sem bandeira a Oeste do Cabo do º No dia 18 de Junho na praça publica dos leilões se
ºra Espichel: navega para o Sul. hão de arrematar cofm o # da quinta parte do " mitºs;
4 h.136 m. 2 Bergantins sem bandeira ao Sudoeste do seu valor duas propriedádes de casas misticas. com gran * * * * * *
"#Cabo do Espichel. - º de quintal, na rua da Graça da Villa de Aldeia Galle •

• Embarcações sahidas de Belém." …" ga, avaliadas em 1:6003000 réis, e o seu rendimento
-

115 b, 33 m i Bergantim Inglez para a Terra nova, e em 903000 réis; pagão búm foro de 13000 réis, e outro
* 1 Brigue Escuna dito para Liverpool.
-

# … "…
º de 650 réis: he Escrivão da arrematação Negreiros. +

- **i ob —
# •
* * •
* ** • * * * • • •

er…== —– m == — * – i== == __>

…!" • |- • • , , , • -- , º * * ** , , > >> >"" #" vº .… >> * * * * * *
º… ºu º eº "... - * * + . * # * ** * * * * , , º A. A - - - • - º * * |-

º–o .osmér "º o # : ; * , LISBOA: NA IMPRESSÃO REGHA………… … º way: "……. >>

a ; babiº, e a " , " º :
• • +
. " " "…" … " "
• - - |-
" " ** * ………………. , " " •
…", … tro" o , "to" , " - - - - /
• •

a 2 ? " : e ; … …"… " " … " " " … " {| …, , … --. º ti… "ntº… ", "" e c㺅" - * *** .
 "\
NUM. 138.
----+----=>-{}-<=-—
GAZETA DE LISBOA.
==><o6=>#$#$1<-9o-<=-=----
TERÇA FEIRA,
# PARTE NÃO OFFICIAL.
<r.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
SUISSA.
Lausana, 12 de Maio.
Na sessão da Dieta federativa de 5 do corrente, de
pois da leitura do protocolo que deo lugar a huma dis
cussão provocada por algumas observações da Deputa
ção d'Uri, relativamente aos votos dos Cantões no caso
que a maioria viesse a decidir que se pozesse em activi
dade os corpos do Exercito, e depois de algumas repre
sentações apresentadas pela-Deputação de Neufchatel
sobre o assumpto da decisão da Dieta a respeito do re
sultado da inspecção militar naquelle Cantão, a assem
bléa tomou conhecimento de hum oficio do General em
Chefe, em data de Lucerna 4 de Maio, que partecipa
á Dieta, que segundo as informações que lhe havião sido
communicadas, o Exercito Austriaco na Italia, cuja
força he de 903 homens, ainda espera hum reforço de
19 Batalhões de Croacios; que 805 homens estão sobre o
Tessino na Italia superior e no Piemonte; que 1:800
homens se achão perto das fronteiras do Cantão de Tes
sino, onde se esperão mais 103 homens; que he por tan
to evidente, que o Exercito Austriaco se vai reforçando
apezar da pacificação das partes da Italia onde havia
rebentado a insurreição; que o falecimento do Rei de
Sardenha podia dar lugar a collisões etc.
Neste estado de cousas entende o General, que seria
prudente adoptar algumas medidas previas, e guarnecer
de tropas as passagens do Simplon, do S. Godard, e
do pequeno S. Bernardo. Pede por consequencia, que a
Dieta ponha á sua disposição 2 batalhões de Infanteria,
hum de Friburgo e outro de Lucerna, para serem
postados o primeiro em Brigg, e o segundo em Bel
linzona.
Huma carta de Mr. Marcuci, Consul Suisso em Mi
ldo, dirigida ao Presidente da Dieta, confirma as par
ticularidades conteudas nesta partecipação.
A Dieta unanime em louvar a vigilancia e a solici
tude do General em Chefe, e cm lhe recommendar as
sim como ao Vorort a continuação dessa vigilancia, se
acha dividida sobre a questão de pôr as tropas em acti
vidade. 2urich, Genebra, Vaud, Berna, e Neufcha
tel unicamente votárão pela medida proposta pelo Ge
neral. Porém a maioria de dezeseis votos, não vendo
no estado actual da política Européa, nem na presen
ça do Exercito Austriaco em Italia, symptomas de hu
ANNo 1831.
14 DE JUNHO.
ma guerra imminente nem mesmo proxima, e entenden
do que não ha nenhum perigo de invasão a recear para
a Suissa daquelle lado, deferio a leva de tropas que
as circumstancias não exigião por ora.
(Nouvelliste Vaudois.)
ITALIA.
Napoles, 28 de Abril.
Hum Decreto do novo Rei determinou as alterações,
que em consequencia da sua exaltação ao Throno, se
deverão fazer na moeda de ouro, prata etc. A moeda
de ouro terá de hum lado a Efígie do Rei com a legen
da Fernando II, Rei, pela Graça de Deos, e no re
verso o Genio dos Bourbons com estas palavras: Rei
no das Duas Sicilias e de Jeruzalem.
(Extracto da G. de França.)
PAIZES BAIXOS.
Antuerpia, 18 de Maio.
Huma Curveta do porto de Lila subio hoje pelo rio
acima e fundeou diante do forte de Santa Maria; assim
se reunem agora nos arredores de Pyp. Taback tres Cur
vetas, e huma Canhoneira; mas pelo contrario baixou
pelo rio huma Curveta de Lila onde apenas fica o Bri
gue Leho. Parece que ha hum cambio de posição em
toda a linha da esquadra Hollandeza. O Principe Fre
derico que he a personagem que suspeitamos se acha a
bordo, inspeccionou esta manhã todos os vasos de guer
ra, e terá sem duvida disposto este movimento.
Quartel General na Cidadella d'Antuerpia, 17 de
Maio de 1831.
Sr. General.—Tenho a honra d'accusar a recepção
da carta em data de hontem com que V. Ex.° e Mr.
Carlos HKhite se dignárão honrar-me, e me apresso a
manifesta a VV. EE. que a occupação da meia lua
de S. Lourenço unicamente se verificou pela minha par
te para me assegurar contra hum ataque, e sem a me
nor intenção hostil e puramente defensiva.
Ao mesmo tempo não pude dar maiores provas do
meu desejo de prevenir a renovação das hostilidades, e
d'evitar os desastres que se poderião seguir, do que to
lerando os trabalhos continuados da parte das autho
ridades
mações. militares Belgas, e apezar das minhas recla
•
Porém depois de haver recebido a vossa apreciavel,
quero continuar a dar provas do meu desejo de concor
 [ 569 ]
rer para a observancia do armisticio e dos convenios,
de cujos documentos tenho a honra de vos enviar co
pias: e des de o momento em que as authoridades mi
litares Belgas estacionadas em Antuerpia cessem nos
seus trabalhos, e retirem o armamento de ataque, que
tem postado diante da posição de S. Lourenço, assim
como as suas tropas e avançadas até á linha de demar
cação estabelecida no artigo 2.° dos mencionados con
venios, cessarei immediatamente nos trabalhos para res
tabelecer e estender a meia lua de S. Lourenço, deixando
tudo in statu quo, com huma simples guarda de Policia
para evitar o damno que poderia causar a plebe, como
succedeo frequentemente durante o inverno passado, o
que me obrigou então a fazer reclamações que merecê
rao Justiça.
Para assegurar por huma e outra parte a pontual
observancia das medidas indicadas, seria de desejar que
o Sr. General que com manda em Antucrpia se enten
desse comigo para delegar Oficiaes encarregados de de
signar a linha de demarcação fora da Cidade.
No entanto suspenderei immediatamente os traba
lhos do forte até que veja o resultado dos bons Officios
com que VV. EE. manifestão o seu interesse pela con
tinuação do armisticio e dos convenios.
Julgando que não posso dar maiores provas da sin
ceridade dos meus principios tenho a honra, Sr. Gene
ral, de rogar a VV. EE. se dignem acocitar as #
ranças da minha alta consideração. — O Tenente Ge
neral Chefe Superior da Cidadella d'Antuerpia. — Barão
Chasse. * *
Ao Sr. Ministro da Guerra.
Temos a honra de vos dirigir a resposta que nos aca
ba de dar o Sr. General Chasse, Commandante da Ci
dadella de Antuerpia, á carta que lhe escrevemos no
dia 16. Vereis as suas boas intenções pela manutenção
da paz, e quanto oferece fazer pela conservação della.
Estamos persuadidos de que animão os mesmos senti
mentos ao Governo da Belgica, e que disso dará novas
provas, restabelecendo as cousas no estado em que se
achavão antes dos acontecimentos de Antuérpia do
dia 15, como pela sua parte oferece fazer o General
Chasse. - - - - -
Temos a honra de vos rogar, Sr. Ministro, que ac
ceiteis a segurança da nossa elevada consideração.
(Assignado) Augusto Belliard, Tenente General.
Bruxellas, 19 de Maio.
Chegárão hontem ao General Belliard despachos de
Antuerpia, que lhe entregou hum lanceiro. Huma car
ta de Francfort de 16 de Maio annuncia, que S. A. o
Principe de Esterhazy acabava de chegar áquella Cida
de: este Principe he representante d'Austria na Confe
rencia de Londres. O Principe Nicoláo Esterhazy, seu
pai, chegou hontem a Bruxellas para passar a Londres,
encarregado segundo se diz, de huma missão relativa
ao projecto do grande Congresso Européo.
Ordem do Dia ás tropas da Provincia de Antucrpia.
Soldados: hum ataque imprevisto dos postos avan
çados da Cidadella obrigou a tomar disposições repres
sivas. O Commandante da Cidadella promette não adian
tar as fortificações da meia lua de S. Lourenço, e só
deixar alli huma guarda da Policia: devemos respeitar
as obrigações contrabidas. Não consentirei que os ini
migos ofendão no mais minimo, a honra nacional, e
para isso confio no vosso valor. Porém essa mesma hon
ra, manda, que façamos a guerra com lealdade, e que
respeitemos os convenios até a declaração das hostili
dades. Exhorto-vos, e no caso de necessidade vos or
deno em nome de hum sentimento com mum a vós e a
mim mesmo, que observeis a disciplinã mais severa e
obediencia ás ordens dos Chefes.
O Regente, Surlet de Chokier.
Idem, 21.
Na sessão de hontem do Congresso Belga foi muire
nhida a discussão; parece que nada se decidio a respei
to das questões de Luxemburgo, Limburgo e do Es
calda; e que apenas ha esperanças que serão confirmadas
ou destruidas por Lord Ponsonby, cuja chegada se e
pera hoje pelo meio dia.
As occorrencias d'Antuerpia socegárão-se pela inter.
venção do General Belliard e de Mr. White, que es.
crevêrão no General Chasse em nome dos representan
tes da França e da Inglaterra na conferencia de Lon.
dres. Afirmão que estão a ponto de se terminarem ami.
gavelmente os negocios do paiz.
(Mensageiro)
FRANÇA.
Paris, 22 de Maio.
Diz huma carta d'Argel em data de 9 do corrente,
que acabava de partir huma expedição para castigaros
Cabyles, e explorar alguns pontos do interior que na
ultima excursão não havião sido suficientemente exa
minados.
Segundo huma carta de Moguncia o Exercito Prus
siano sem contar a Guarda Real, está dividido em 0.
to corpos, que formão huma força de 330,000 homens
sem incluir a Guarda, as companhias d'invalidos e º
guarnição. Os corpos 1.°, 2.°, 6.°, e 6.”, ás ordens dº
Feld Marechal Gneisnau, estão sobre a fronteira Por
laca ; o Corpo N.° 3 se acha estacionado entre Hallº
e Magdeburgo. A guarnição de Moguncia he de treiº
a quatorze mil homens.
Assegurão varios viajantes que chegão de Sofia, que
as hostilidades entre os Albanezes rebeldes e o Grã-Vi.
zir não tem interrompido o movimento do commercio,
e que se não interceptavão as communicações pelo Cor
reio. (G. de Augsburgo)
O Feld Marechal Diebitsch havia tencionado pene
trar com todas as suas forças repentinamente no Pala:
tinado de Plock, e já começava o seu Exercito a exe:
cutar este movimento quando chegou contra-ordem.
(G. de França)
Refere o correspondente da Gazeta d'Augsburgo em
Berlim, que a sorte do General Duernicki havia cai
sado entre os Polacos a maior consternação, e que em
Karsovia unicamente se fallava de se submetterem dº
Imperador. Os chefes do Governo Polaco estão descon
tentes com o Generalissimo Skrzynecki, (Idem.).
Diz a Gazeta de Leipsik, que não ha na Silesia indi:
cio algum da colera morbus; que para a reprimir havia
o Governo Prussiano adoptado as mais energicas prº
videncias, fechando toda a fronteira do Norte e do Sul,
e estabelecendo hum cordão sanitario sobre toda a li:
nha sem permittir nenhuma communicação com º "º
lonia.
No dia 10 de Maio fizerão os Belgas novai……… I]0
territorio Hollandez e plantárão buma arvore da liber
dade na distancia de huma quarto de legua de Hults;
sahirão da Cidade algumas tropas, lançárão a arvº"
por terra, e voltárão de noute trazendo os pedaços nº
baionetas. No dia 11 tornárão os Belgas a colocar º"
tra arvore da liberdade, mas esta vez tiverão a preca"
ção de deixar huns 50 homens para que a defendesse"
Alguns voluntarios da Guarda nacional de Over Issel a
 [ 561 ]
forão derrubar mas regressarão por isso que os Bel treito. O Rei, diz o mesmo Diario, quer examinar pes
gas estavão acompanhados de 200 a 300 paizanos ar soalinente a execução dos melhoramentos que dispoz, e
mados de facas e fouces; porém depois marchárão con
tra elles 200 Voluntarios com hum destacamento de tro
pa de linha e duas peças d'artilheria, e os obrigárão a
fugir, deixando sete mortos sobre o campo.
Parece que o Embaixador Francez em Vienna reno
vara as suas representações contra a occupação de An
cona pelos Austriacos; segundo se diz, respondem estes
que evacuarão aquella Cidade se assim o dicidir a Con
ferencia que se vai verificar em Roma, (Idem)
Diz o Correio do Mosela o seguinte:
» Espalhou-se a voz de que no hospital militar de
Moguncia havia falecido hum homem de colera mor
bus; endagámos este facto e he certo. Mas devemos ac
crescentar, que isso nada tem de raro pois não passa
nenhum anno sem que hajão algumas pessoas atacadas
deste mal, e similhante occorrencia nenhum temor de
ve causar sobre o estado sanitario do paiz.»
(Idem.)
Depois dos grandes calores que houve nos fins d'Abril
e principios de Maio em Varsovia, tem feito frios mui
to fortes, a ponto de haver alli cahido neve.
(Mensageiro.)
Tres Náos de linha e duas Fragatas Russianas sahi
rão de Sueaborg logo que o tempo o permitir. Estes
vasos tomarão a seu bordo algumas tropas da Marinha
que agora se achão de guarnição em Upsal.
(Gazeta d'Upsal.)
A Gazeta d'Augsburgo refere, que a Grecia se acha
em hum estado de inexplicavel confusão. Muitos des
trictos e algumas ilhas totalmente desconhecem a ad
ministração do Conde Capo d'Istria; em alguns havia
apparecido o laço tricolor: todos os homens prudentes
anciosamente desejão que as Potencias se occupem da
eleição de hum Soberano a fim de se pôr hum termo a
similhante estado de cousas. (G. de França.)
No dia 16 a 20 do corrente passou o Barão de Ro
tschild por Moguncia procedente de Paris com despa
chos para Francfort; Mr. Lasserac, Correio de com
mercio que vinha de Sarrebruck e se dirigia a Paris;
e o Principe Felix de Schuartzemberg, Chefe d'Esqua
drão Austriaco, com despachos de Paris para Vienna.
(Idem.)
Idem, 25. •
Espera-se em Vienna o Presidente da Dieta Germa
nica, que alli se dirige provavelmente por causa dos
negocios de Luxemburgo e de Brunswich.
Annuncião as cartas de commercio que os nobres Rus
sianos se obrigárão para com o Imperador Nicoláo a
armar á sua custa hum Exercito de cem mil homens.
Em Van Diemen tem havido graves desordens; an
nuncião as ultimas noticias, que o Tenente General Ar
thur sahira a campo ha seis semanas, á testa da 6."
parte da população.
Paganini, o celebre professor de rebeca, chegou a Lon
dres acompanhado por Paccini seu Secretario. Tem dia
riamente li uma receita enorme , e no entanto sempre se
acha em apuro. Em Dover não quiz que o ouvissem
tocar, porque unicamente lhe havião oferecido duzen
tas libras esterlinas.
Mr. de Chateaubriand partio ultimamente para Ge
?!OUCI, - •
Vimos o Diario das Duas Sicilias em que se publica
o itinerario de huma viagem que o Rei fará durante o
mez de Maio a algumas das Provincias áquem do Es
deseja ver de perto as precizôes dos seus povos. O Rei
determinou pelo Ministerio do interior, que se não admit
ta com similhante motivo nenhuma despeza sobre os
fundos communs, seja debaixo de que pretexto for. Não
quer que os Intendentes ou outros empregados saião da
sua residencia para o hir receber. Alojar-se-ha em casa
dos Intendentes de Provincia ou nos edificios publicos,
e na falta destes em casa dos Bispos ou nos Conventos.
As pessoas da Real comitiva estão encarregadas da des
peza. Os Directores das postas tem ordem para prepa
rar unicamente tres coches. S. M. não quer outra Guar
da além da Urbana. Em huma palavra he huma vi
sita de familia. Ouvir indistinctamente todos os seus
subditos, conhecer as suas verdadeiras precisões, e at
tender ao seu bem, eis o unico objecto dos cuidados de
S. M. (Gazeta de França.)
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 16 de Maio.
Proclamação do Lord Marquez d'Anglesey, Lugar
Tenente da Irlanda, por causa das desordens do Con
dado de Clare:
» Attendendo a que pelo Acto do anno 54 do Reina
do de S. M. Jorge III, cujo titulo he: Acto para faci
litar a execução das leis na Irlanda, creando Magistra
dos, Superintendentes, e novos Condestaveis nos Con
dados, se diz entre outras cousas, que em certos casos
o Lord Lugar-Tenente ou Governador da Irlanda pode
com o parecer do Conselho privado da dita ilha decla
rar por meio de proclamação, que tal ou tal Condado,
Villa, ou Cidade da Irlanda, Baronia, ou meia Ba
ronia se achão no estado de perturbação e exigem aug
mento de acção na Policia: attendendo a que nos tem
parecido bastante certo, que o Condado de Clare, as
Baronias de Leirim, Loughrea, Atherby, Clonmacowen,
Longford, Nilconnell, Kyllian, Baleymor, e Killaston
no Condado de Galleway, as Baronias de Moyearne e
Athlone no Condado de Roscommon, e as Baronias do
alto e baixo Ormond no Condado de Tipperary se achão
em estado de desordem que pede extraordinario augmen
to na acção da Policia: Nós, Lord Lugar-Tenente com
o parecer do Conselho privado de S. M. em virtude do
dito acto e dos poderes que nos confere, declaramos pe
la presente proclamação, que as Baronias acima mencio
nadas se achão em estado de perturbação e exigem o
emprego de meios extraordinarios da Policia. Dada na
Camara do Conselho, Dublin, 10 de Maio.» . .
(Estafeta.)
Lisboa, 18 de Junho.
Litteratura.
Da França, da Europa, e da influencia das sociedades
secretas, por Mr. Leblanc. , .
Ainda não ha seis mezes que correria risco de sêr ape
drejado por certo partido quem unicamente pronuncias
se o nome de sociedade secreta. Não existia nenhuma
em ponto algum do globo; isso era huma fabula tão
absurda como a do Comité-director. Se alguem procu
rasse apoiar-se com a authoridade do Abbade Barruel,
que com tanto valor como verdade patenteou o primei
ro Pandemonio na historia do Jacobinismo, responder
lhe-hião com orgulhoso desdem, que sendo Jesuita o
author dessa historia devia necessariamente sêr men
tl TOSO.
 [ 562 |
Mais recentemente, e por occasião de huma conspi
ração juridicamente provada não expoz certo Advoga
do geral perante o Tribunal Real de París. todo o sys
tema das sociedades secretas, que tem jurado a ruina
de todos os Governos estabelecidos! Em vão amontuou
provas sobre provas. documentos sobre documentos; os
iniciados do Alfinete preto e do Leão dormindo, que
apanhara em flagrante, levantárão horriveis clamores
para lhe sufocar a voz. Até parecia que lhe fazião fa
vor deixando de o perseguir em desaggravo da sua hon
ra. Finalmente ninguem até o dia 23 de Julho teria fei
to confessar ao mais emperrado carbonario, que tinha a
mais leve idéa do que isso queria dizer. Vem os tres
gloriosos dias, e logo de todos os subterraneos sahem
enxames de carbonarios. Vem proclamar a sua gloria
á face do sol; vem reclamar a recompensa dos seus di
latados e continuados esforços; a sua vaidade até reve
la o que se lhes não perguntava. \ Na herdade do Poceirão, termo de Palunella, se ven
O author da obra que annunciamos nada tinha de
novo que apresentar sobre a existencia e organisação
dessas sociedades em outro tempo secretas; mas procla
ma huma verdade de todos os tempos: Jacobinos, illu
minados , Carbonarios, homens do movimento, seja
qual for a sua denominação, quer trabalhem debaixo
da terra, quer á face do sol, cumpre que nos conven
çamos de hum facto, e he que nenhum systema, ne
nhuma forma de Governo os ha de satisfazer, nem se
quer o regime que elles mesmos estabelecerem.
(G. de França.)
34
*§§ *–»
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 13 de Junho.
Embarcações avistadas de Cabo razo:
4 h. 45 m. 1 Bergantim sem bandeira, 1 Brigue Escu
Annuncios.
Hum sugeito Alemão que residio bastante tempo em
França , e ultimamente alguns annos nesta Capital,
empregado em huma casa de commercio, propoe-se a
ensinar Grammaticalmente as Linguas Allenã e Fran
ceza : como fala correntemente Portuguez, e Inglez,
póde dar lições a individuos de qualquer Paiz, e ofere
ce pessoas acreditadas que afianção a sua aptidão e boa
conducta: o mesmo sugeito não tem dúvida em empre.
gar-se em horas ou dias certos na escripturação, ou cor
respondencia de algum escriptorio mercantil: quem del
le se quizer utilizar, póde deixar o seu nome e numero
da morada na loja de vidros na rua direita de S. Paulo
N.° 109, esquina da rua das Flores.
de huma porção de madeira para construcção de embar
cações: quem a pretender comprar, póde falar no mes
mo termo acima indicado a José Pires da Sismaria, da
Fonte Barreira, que está authorizado para a vender.
Quem quizer tomar de arrendamento os foros da Com
menda de Mouguellas, da Ordem de S. Thiago da Es
pada, pertencentes ao Excellentissino D. José Carvajal
Pizarro Obando , no districto da Villa de Obidos, a
começar de Janeiro deste anno , póde comparecet em
Lisboa, em casa do Doutor Adriano Ernesto de Casti
lho Barreto, no Rocio N.° 47, primeiro andar,
Quem quizer arrendar as lezirias do Carregado per:
tencentes á Excellentissima Casa de Rezende, o poderá
fazer no dia 15 do corrente mez de Junho, pelas três
horas da tarde, em casa do Desembargador Antoniº
Delgado da Silva, Juiz Administrador da dita Casa,
morador no principio da Lameda do Convento de San
to Antonio,
de destamais
renda a quem Côrte,
der. pois que se ha de arrematar
•

na dito, e 1 Cahique dito no Norte do Cabo da

Roca: o Bergautim e o Cabique navegão para o
Sul, e l Fragata Franceza, 2 Curvetas de Guerra
dito, 1 Brigue dito dito, e 1 Paquete Inglez a
Oeste do Cabo do Espichel.
9 h, 23 m. 1 Vaso sem bandeira ao Sul do Cabo do
Espichel.
2 h. 10 m. I Chalupa sem bandeira a Oeste do Cabo
da Roca. |- |-
Na botica ás Portas de Santo Antão N.° 128, conti
núa a vender-se agua das Caldas da Rainha a 40 réis
por vidro de meia libra, sendo cheia e acondicionada
(como nos annos antecedentes) por José Pedro Marques.
Na rua do Abarracamento de Valle de Pereiro N.
4ó, na fabrica, se continua a vender serveja de muitº
boa qualidade e por preço commodo.

Nas tardes dos dias 17, 18, e 20 do corrente mez,

5 h. 2 m. 1 Bergantim sem bandeira, e 1 Brigue Es
cuna dito ao Sul do Cabo da Roca.
Embarcações avistadas do Cabo do Espichel.
8 h. 33 m. 2 Bergantins, 1 Escuna, 1 Cahiqne sem
bandeira ao Sul do Cabo do Espichel: navegão pa
ra o Sul. * *
.
Embarcações entradas em Belém.
3 h. 55 m. 1 Paquete lnglez, de Falmouth, 10 dias,
mala, 1 passageiro.
4 h. 36 m. 1 Brigue Escuna Portuguez, Leoa, do Ma
ranhão, 46 dias, mala, 2 passageiros; que são:
1 Legista, e 1 Caixeiro de Commercio.
Embarcação entrada em S. Julião.
11 h. 25 m. 1 Galera Ingleza.
-- - Embarcação sahida de Belém.
9 h. 20 m. 1 Chalupa Ingleza para Londres.
| - Quem quizer comprar huma parelha de bestas muarº
-- X -
ADMINISTRAção do CoRRE1o GERAL.
Navio a sahir.
•
Junho 25. Para a Bahia o Patacho Brazileiro Dido.
tornão a pôr-se em praça os arrendamentos do cazal da
Boba em Bellas; da herdade de Valle de Gião, no dis
tricto da Villa do Vimieiro; e de varias terras e foros,
no districto da Lourinhã, tudo pertencente á casa vin'
culada em que succedeo o Excellentissimo Conde de
-
Murça por falecimento de seu tio D. Fernando Soares
de Noronha , o que terá lugar nas casas da residencia
do Desembargador Juiz Administrador Romão Luiz dº
Figueiredo e Souza, rua nova de Jesus N.° 39; e as
condições serão presentes no acto da arrematação.
Antonio da Cunha Ribeiro comprou ao Excelentiº
sino Conde de S. Vicente huma sege, parelha, e mais
pertences, e os deixou ficar no serviço da casa do ditº
Excellentissimo Conde, e para que se não faça transaº"
ção alguma com estes objectos, he que faz o presentº
à H} [] [] Il ClO.
que trabalhão em todo o lugar, falle na cocheira dº
rua do Arco do Bandeira, N.° 41' E, que lá selhº dº
rá com quem se ha de fazer o ajuste.

LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.

 NUM. 189. ANNo 1831.

GAZETA LISBOA.
—+=><>e>ge#:<<9ex

/ QUARTA FEIRA, 15 DE JUNHO.

ADVERTENCIA. ElRei Nosso Senhor, como Commandante em Chefe

do Exercito, Houve por bem Nomear o Capitão do
As pessoas que pretenderem subscrever para a Gazeta Regimento de Infanteria de Bragança, Francisco Xa
de Lisboa, pelo 2.° Semestre, ou 3.° Trimestre do cor vier de Gouvêa, para ter exercicio de Major no Bata
rente anno, o podem fazer dirigindo-se ao Administra lhão de Voluntarios Realistas de Montalegre, obser
dor da Loja da Gazeta, José Joaquim Nepomuceno Ar vando-se a seu respeito o disposto nos §§ 4º, e 5.º do
sejas, na rua do Ouro N.° 235; as cartas que forem re Artigo 27 do Regulamento para a organização do Exer
mettidas pelo Correio (assim como o importe das assigna cito de 21 de Fevereiro de 1816, e no Decreto de 19
turas) devem ser seguras, e francas de porte : o preço de Agosto de 1825.
pelo 2.° Semestre he 63400 réis, e pelo 3.° Trimestre
33600 réis. •
(Seguem-se Licenças.) Conde de Barbacena, Chefe
do Estado Maio General. = Está conforme o Original.
= Ajudante General, Marquez de Tancos.

PARTE OFFICIAL.
PARTE NÃo orFICIAL.
- ---- • --—

Extracto da Ordem do Dia N.° 33.

NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
Quartel General no Paço
de Junho de de Queluz, em 13
1831. •
POLONIA. •

Publica-se ao Exercito o Avizo, e Carta Regia }'arsovia, 17 de Maio.

abaixo transcripta:
A Gazeta d'Estado annuncia, que por hum correio
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — ElRei Nos
expedido de 3amosc pelas 2 horas da tarde do dia 12,
so Senhor, Manda remetter a V. Ex.*, para seu co se havia sabido de oficio, que tinhão chegado ás imme
nhecimento, e do Exercito, a inclusa copia da Carta diações daquella praça os Generaes Chrzanouski e Ro
Regia, pela qual Foi Servido Encarregar o Duque de marino: que havião entrado naquela praça varios prizio
Lafões, Brigadeiro Commandante de huma das Briga neiros Russianos tomados na acção que se havia trava
das de Voluntarios Realistas de Lisboa, do Governo do nas immediações da antiga Zamosc, e que ainda du
das Armas do Partido do Porto. = Deos guarde a V. rava á partida do correio; e que o General Krysinsk,
Ex." Palacio de Queluz, em 11 de Junho de 1831.= Commandante de Zamosc havia dado ordem que imme
Conde de S Lourenço. = Illustrissimo e Excellentissi diatamente marchassem dous destacamentos com cinco
nio Senhor Conde de Barbacena. peças de artilheria para reforçar as tropas empenhadas
no combate.
Carta Regia. As noticias recebidas por outro canal annuncião, que
apenas havião chegado os Generaes Chrzanouski e Ro
Honrado Duque de Lafões, Sobrinho, e Amigo» marino forão logo atacados pelos Russianos, que lhes ti
Brigadeiro Commandante de huma das Brigadas de Vo nhão feito sofrer huma consideravel perda.
luntarios Realistas de Lisboa: Eu ElRei Vos envio mui - O cidadão Ludwig-Steek, que no districto de Ulod
*o Saudar como aquelle que muito amo, e prézo. Ten zimierz se achava á testa dos insurgentes Molhymios,
do em Consideração vossas distinctas qualidades, e me teve hum encontro com o General Dawidof, que o ba
recimentos: Hei por bem Encarregar-vos do Governo via feito prizioneiro, e dahi a huma hora o fez passar
das Armas do Partido do Porto, o qual exercereis em pelas armas.
quanto Eu não For Servido Mandar o contrario. O que Os insurgentes da Lithuania são agora mandados por
Me parecêo partecipar-vos para vosso conhecimento. 3are-Zaluski, irmão do antigo administrador da Uni
Escripta no Palacio de Queluz, em sete de Junho de versidade de Cracovia: o Chefe do Estado Maior he o
mil outocentos trinta e hum. = REI. = Para o Duque poeta Antonio Gorecki. • …
de Lafões. O Governº nacional promoveo ao posto de General
 [ 564
L.
de Brigada
Karl, os e Coroneis
Turno, Stanislau de Cavallaria Ziemhieweki ,
Wonsovieg. •
Polangen, 14 de Maio.
Tendo sabido o Major General Rennenkampf, que
hum corpo de 23 rebeldes havia sahido de Krotinga
para vir sobre Polangen, resolveo sahir-lhes ao encon
tro. Com efeito se encontrárão, e se travou mui renhi
do combate. O General Russiano mandou combater em
retirada para tirar o inimigo das planicies de Krotin tou a epidemia : desde 23 d'Abril até 4 de Maio tem
aº Esta retirada, ainda ue pe # se fez com a me-. sido atacados 23 soldados e 8 paizanos, 15 dos quaes
# ordem. O resultado desta operação foi conforme á falecêrão. Segundo as ultimas noticias havião 15 sol
{
idéa que se propunha o General Russiano. Apenas che dados e 4 paizanos enfermos.
gárão os rebeldes ao ponto que se queria os atacou a
infanteria Russiana, e forão completamente dispersos. com o encargo de proporcionar medidas que se deverão
A artilheria lhes fez muito damno. Os Cossacos e a ca
vallaria chamada das fronteiras atacárão a cavallaria
inimiga, e a fizerão fugir. O numero de prizioneiros he
muito consideravel; entre elles se encontra o General
Ralinowski Chefe dos rebeldes, e dous Coroneis. O Ge
neral Rennenkampft recebe o aviso de que as tropas de
Bandenderhorf havião sido repelidas; e como acabava
de terminar gloriosamente a acção de Krotinga enviou
a toda a pressa hum corpo de Granadeiros para refor
car Bandenderhorf; estes atacárão os rebeldes pela re
taguarda, e os derrotárão completamente. Mil homens
desfizerão nesta acção hum corpo de 63 ; tomárão-lhes
37 prizioneiros, entre elles dous Oficiaes, grande nume
ro de armas, 90 chuços, e huma bandeira. O numero
de mortos que o inimigo teve sobe a 300. Os Russia
nos tiverão 12 mortos e 26 feridos.
(Gazeta de Madrid.)
PRUSSIA.
Berlim, 19 de Maio.
S. M. a Rainha viuva de Baviera e S. A. R. a Prin
ceza Maria de Baviera, chegárão a salvamento a Dres
da, e se apeárão no Palacio onde tinhão disposto o seu
alojamento, • co; logo depois tenciona o seu dono conduzillos a Pa
Toda a fronteira desde Memel até á extremidade me
ridional da Stiria superior se acha agora fechada pelas
tropas que formão o cordão sanitario. O objecto do
Commandante militar he cortar toda a communicação
com o exterior por meio de postos que estabeleceo com
patrulhas, que continuamente vigião de dia e de nou
te, e as quaes tem ordem d'empregar as armas no caso
de necessidade contra as pessoas que depois de haverem
sido advertidas duas vezes, persistissem em entrar pelos
pontos que não estão designados para o verificarem.
A retaguarda desta Primeira linha estabeleceo outros
postos de reserva a fim de que no caso que se manifes
tasse a colera morbus deste lado do cordão, fiquem im»
mediatamente isolados estes pontos.
Não obstante alguns ficão abertos para conservar as
relações com o exterior.
O methodo que se adopta para a desinfecção he dif.
ferente para cada especie de generos.
Quanto ás relações por mar se observa que todos os
vasos que sabem dos portos Russianos do Baltico deve
rão levar certificados de saude para cuja expedição tem
instrucções os Consules Reaes, e destes documentos de
penderá a livre entrada e descarga dos generos da em
barcação. Tambem se dictaráô medidas de quarentena
para os que depois de certo prazo chegarem sem satis
factorios certificados. A
Não se tem confirmado os boatos que corrêrão a res
peito de se haver manifestado a colera morbus em Kul
no sobre o caminho de Varsovia a Posen, em Kalisk,
JYrablanech, sobre o Vistula, em Lomza e no Palatinado
de Augustowo. Por consequencia parece que até agora
se não acha atacado pela peste nenhum ponto a Oeste
de Varsovia; mas segundo huma partecipação Oficial
do Governo Real em Gumbinen he certo que a colera mor
bus se manifestou em 2anoco, povoação Polaca do dis
tricto d'Augustowo; que de 30 pessoas a quem havia
atacado esta enfermidade desde o dia 23 d'Abril até 2
de Maio havião falecido 13, que os mais se tinhão
restabelecido, e que desde então não tinhão havido ou
tros enfermos.
Na mesma Cidade d'Augustowo tambem se manifes
O nosso Governo nomeou huma Commissão especial
adoptar para evitar a invasão da colera morbus. Mr. de
Thile, Presidente della, publicou hum escripto sobre
este mesmo assumpto. A Commissão he de parecer, que
a colera morbus antes he contagiosa do que epidemica,
e por esta razão se vão estabelecer casas onde farão
quarentena todos os que vierem da Polonia.
(G. de Madrid.)
FRANÇA.
Marselha, 20 de Maio.
Hum sugeito que se acha fazendo quarentena neste
porto traz consigo tres selvagens Africanos das monta
nhas do Atlas, Medeah e Belira; estes homens que são
tidos em França por Beduinos parece que segundo asse
gura o seu dono, já mais havião sahido das montanhas
em que havião nascido: he provavel que desafiarão mui
to a curiosidade pela extravagancia dos seus costumes,
e a côr da sua cutus. Estes Beduinos possuem a vanta
gem sobre os Osages, de que já delles havia noticia, ao
passo que muitos Francezes até ignoravão que houvesse
Osages no mundo. • ,
Logo que saião de quarentena estarão dous dias em
Marselha, e durante esse tempo os poderá ver o publi
ris para os apresentar a Luiz Felippe a fito de que co
nheça os seus novos subditos. (Semafore.)
Chollet (La Kendº), 21 de Maio.
A partida de Delaunay, que se havia diminuido, se
reforçou com a chegada de nova partida que veio de
outro Departamento. Não obstante evita com cuidado
os pontos onde ha tropa.
A audacia destes Chouanes tem exasperado os nossos
soldados, que estão resolvidos a fazer-lhes pagar bem
caro o sangue dos seus irmãos. (Mensageiro.)
Nantes, 23 de Maio.
O General Bonnet, Commissario Extraordinario, pas
sou hontem revista á Guarda Nacional e aos mais Re
gimentos que compoem esta guarnição. No dia 14 hou
ve dous encontros com os insurreccionados que se achão
em Houssaye. No primeiro os venceo a Gendarmaria
volante de Plumieur. Os Chouanes vencêrão depois
e perseguirão os Gendarmas, desarmando seis. O rui
do dos tiros fez com que acudisse hum destacamento
de 16 homens, e retirando-se os sublevados á entrada
de hum bosque esperárão com firmeza o destacamento.
Travou-se hum combate mui vivo, de que resultou fica
rem alguns mortos. Calcula-se a força dos bandos em
200 a 300 homens. As Guardas Nacionaes não querem
manobrar, e não estão d'accordo com a tropa de linha.
Desconfião huns dos outros, e evitão encontrar-se com
os insurgentes.

París, 29 de Maio.
Praça do commercio hontem. Cinco por cento conso
lidados 91 f. 30 c. Acções do Banco 1630. Emprestimo
Real da Hespanha 68. Renda perpetua de iden 54t,
Ainda se não publicou o Decreto para dissolver a Ca
mara, posto que se annunciasse para o dia 25 ; não
obstante não tardará muito em sahir á luz, porque já
se falla de outra viagem do Rei, que deverá sahir até
4 de Junho proximo. Esta demora não deve inquietar
os que temem que se perpetue a Camara antiga, pois
he notorio que o Presidente do Conselho de Ministros
sempre foi de opinião de a dissolver. (O Tempo.)
Das diferentrs decisões do Jurado resulta no nosso
entender, que em França todos podem livremente ma
nifestar as suas opiniões e seus desejos huma vez que ao
mesmo tempo se não excite a transtornar o Governo
estabelecido. Este he hum ponto de jurisprudencia que
muito importa considerar com motivo dos gritos de Viva
Carlos X. (Tribuna.)
Escrevem de Josselin, que a partida de Houssaye ha
pouco tempo composta de huns dez homens, e cuja gua
rida he o bosque de Lanoue, se havia augmentado con
sideravelmente; e para se evadir ás pesquizas da justiça
humas vezes se occulta nas excavações de huma mina
de ferro, e outras na parte mais espessa do bosque.
• (O Bretão.)
Lê-se na Gazeta de Lyáo, em data de 23 de Maio,
que o Visconde de Chateaubriand se dirige á Suissa
onde tenciona dedicar-se a huma obra tão importante
como a sua ultima producção dos Estudos Historicos.
Escrevem de Turim em data de 14 de Maio:/
» O Rei, acaba de conferir o título de Duque de Sa
boya ao Principe Fernando, seu filho primogenito, e
ao Principe Victor seu filho segundo o titulo de Duque
de Genova. S. M. dispoz a formação de huma Guarda
Urbana em todo o Reino. » (Quotidiana.)
Diz o Tempo que entre as pessoas melhor informa
das circulava a noticia de que os negocios da Belgica
estavão concluidos definitivamente á satisfação com
'rnum: não sabemos se se comprehende a França e a
Belgica. - (Idem.)
Escrevem de Konigsberg em data de 17 de Maio:
» Hum correio de Tilsit traz a noticia de que os in
surgentes da Lithuania acossados pelas tropas Russia
mas tratavão de penetrar no territorio Prussiano. A
Landucher do ultimo alistamento foi logo chamada pa
ra marchar sobre aquelle ponto a fim de impedir a en
trada dos insurgentes.»
Hum correspondente Polaco da Gazeta d'Augsburgo
escreve em data de 17 do corrente, que a insurreição da
Lithuania longe de diminuir, cada dia vai tomando
hum caracter mais grave; e para dar huma idéa da
força dos rebeldes accrescenta (ou improviza) que 508
destes bloqueão os Russianos em H^ilna. (H)
Hum diario de Varsovia contem o seguinte: .
… Vimos copia de huma ordem do Ministro do Interior
da Prussia, dirigida ás authoridades de Breslau, que
(1) Ao ver a falsidade ou exageração com que os pe
-riodicos da Polonia e outros, contão factos desta espe
cie, não pode deixar de se augmentar a lastina para
com os que tem a desgraça de se deixarem enganar.
No correio de hoje dizem que a insurreição da Volhy
nia se augmenta prodigiosamente tomando hum cara
cter ameaçador; mas até chega a ser ridiculo o assegu
rar isto quando todo o mundo sabe, que Duernicki e
suas tropas que a forão promover caminhão desarmados
para a Transilvania sem que quando estavão na Vo
lhynia conseguissem a insurreição daquelle paiz.
(Nota da Gazeta de Madrid.)
[ 565 ]
manda não só que se apoderem dos fundos do Banco
Polaco como pertencentes ao Imperador da Russia, mas
que se averigue se as remessas de dinheiro que fazem
os particulares se verificão por meio dos fundos do
Banco, em cujo caso se dispõe o sequestro desses mes
mos fundos.» --/ (Quotidiana.)
De Riga escrevem em data de 12 de Maio:
» As providencias tornadas para sufocar a insurreição
de Samogicia tem produzido o melhor efeito. Em to
dos os pontos tem os rebeldes sofrido derrota. Os carn
ponezes que á força tinhão levado comsigo já voltárão
aos seus lares solicitando a protecção das tropas Impe
riaes. O unico districto onde ainda ha alguns pelotões
armados he no de Telsch contra o qual marcha em pes
soa o General Pahlen. O General Schirmann encontrou
hum grande corpo de rebeldes Samogicios e os derrotou
completamente; depois se reunio a força deste General
á tropa do Barão de Pahlen. Em Schauf foi o General
Schirmann
ro recebido por todos os habitantes e pelo Cle
com a Cruz.» •
Extrasto de huma carta particular.
". + 1 •
» No meu regresso de Inglaterra vivamente me com
moveo o ler as calumnias prodigalizadas contra a Se
nhora Delfina. Tinha tido a honra de a ver e de lhe
falar da França; esperava ouvir queixas, e só ouvi vo
tos pela felicidade publica. Estava principalmente af
flicta por que já não podia soccorrer tantas familias
que sustentava com os seus beneficios:» já se esquecêrão
de nós, º dizia com o accento da dor. •
» Não, Senhora, lhe respondi, a vossa memoria será
sempre amada na França.» Depois da minha volta
sube que continuava a soccorrer as familias que melhor
conhecia. Em tempos mais felizes havia notado a ex
cellente disposição para o desenho do joven Esbras, fi
lho do antigo dono da hospedaria do Veado Grande,
e lhe consignou huma pensão de quatrocentos francos
para que cultivasse o seu talento promettendo outrosim
pagar-lhe hum substituto no easo que lhe tocasse a sor
te na conscripção. Verificou-se isso este anno e chegá
rão d'Inglaterra os fundos necessarios para a substitui
ção. Talvez seja este mancebo hum engenho raro asse
gurado para as nossas futuras exposições de bellas ar
les. » • (G. du Maine et Loire.)
Huma Companhia apresentou hum requerimento ao
Governo para fazer hum caminho de ferro de Bordeos
a Bayona. . . . (Mensageiro.)
O estado de desordem da ilha de Santa Luzia havia
obrigado o Presidente do Tribunal de Demarara a pas
sar para alli a fim de resolver muitas questões, que ha
vião ficado indecizas. Os proprietarios das plantações
reunírão-se e nomeárão huma deputação que deverá hir
a Barbadas, para conseguir huma reducção dos direi
tos, do assucar, e que se declare inviolavel a proprie
dade dos escravos. (Courier Inglez.)
Extracto de huma carta de Candia em data de 10 de
•
Abril:
"Os Candiotas, Turcos ou Gregos, ricos ou pobres,
estão muitos satisfeitos com o Governo actual. Nura
dim Bey queixa-se dos agentes secretos do Governo da
Grecia, que não cessão d'agitar a população Christã
da ilha de Creta, ao passo que as authoridades das
ilhas Gregas se oppoem a que voltem á sua patria os
Creienses, que para ali emigrárão durante a guerra.
Com o pretexto da escassez de algumas producções da
ilha, e principalmente do azeite, os Bachás tem posto
hum embargo, que inquieta muito os negociantes de
Candia por que temem hum monopolio como o que
exerce no Egypto o Vice-Rei. Cumpre que os agentes
das Potencias Européas attendão a isto com seriedade.
» A Grecia está muito agitada etc. O Presidente de
pois de haver estado em Spezzia, Hydra, e Poros, che

gou no seu barco de vapôr a Masatoni; dalli passou a
Misitra onde foi bem recebido: a 23 d'Abril devia es
tar em Calamata. Naquella época nada sabia de novo
o nosso correspondente a respeito dos successos de Hy
dra. As barcas empregadas no commercio e na pesca
nos golfos de Salonica, Monte Santo, e Cassandra,
tem comettido alguns actos de pirataria. Como as di
-1 as barcas nem sempre estão armadas, he difficil sur
prehendellas. Apenas chegão vasos de guerra áquellas
paragens, abandonão a profissão de piratas. A Curve
ta Leoa procedente d'Argel com 116 Turcos dos que
capitulárão em Oran, arribou a Navarino donde pas
sará a Smyrna.» (Extracto do Monitor.)
HESPANHA.
Madrid, 7 de Junho.
ElRei N. S., a nossa amada Rainha, e a Augusta
Infanta, e igualmente SS. A.A. R.R. os Serenissimos
Senhores Infantes, continuão no Real sitio d'Aranjuez
sem novidade em sua importante saude.
(Gazeta de Madrid.)
#-- -* §§ 4—»
Lisboa, 14 de Junho.
Recebemos Jornaes Inglezes até 1 do corrente; iremos
extrahindo delles as noticias mais importantes.
*—*§§ «—»
(Artigo communicado.)
Por Alvará de 4 de Março de 1831, foi Sua Mages hum de 8023000 réis, e outro de 1203000 réis, e os
tade servido, em consideração á distincta qualidade, e Titulos respectivos.
circumstancias do Tenente Coronel Balthazar Manoel
Curvo Sem medo Torres de Sequeira Santa Barbara e
Moura, Fidalgo de Sua Real Casa, conceder-lhe o tra
tamento , e todas as mais honras e prerogativas, que
gozão e tem gozado os Moços Fidalgos com exercicio
em Sua Real Casa.
*—º §§ *—»
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 14 de Junho.
Embarcações avistadas de Cabo razo.
4 h. 45 m. 1 Fragata Franceza, 2 Curvetas de Guerra
dito, 1 Brigue dito dito, 1 Brigue Escuna sem
bandeira, e 1 Cahique Hespanhol a Oeste do Ca
bo da Roca: o Cabique deo fundo em Cascaes.
5 h. 50 m. 1 Bergantim sem bandeira, 2 Brigues Es
cunas dito e 1 Chalupa dito a Oeste do Cabo do
Espichel.
Annuncios.
A Marqueza de Niza, D. Thomazia de Mello, e seus
irmãos José Francisco de Mello Breyner, e Antonio
Francisco de Mello Breyner, vendo na Gazeta de Lis
boa de 7 de Junho corrente hum annuncio em nome de
José Maria Salema Lobo de Saldanha Sousa Cabral e
Paiva, fazem saber, que posto o mesmo Salema execu
tasse a seu pai o Illustrissimo e Excellentissimo Pedro
—
++++>+T
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
[ 5661
de Mello Breyner nº Juizo da Provedoria das Capel.
las, Escrivão João Manoel Soares da Cruz, esta exe
cução se achava quasi extincta quando o mesmo seu pai
faleceo, como se prova dos autos, tendo sido determi
nado ultimamente por Despacho de 29 de Novembro de
1830, que se procedesse a hum juizo de perítos louva
dos para se decidirem os numerosos erros de contas que
nos mesmos autos se encontrão. Que não tendo ainda
o mesmo Salema habilitado aos annunciantes como her
deiros beneficiarios de seu pai, he por tal motivo que
não tem continuado esta causa; que no mesmo Juizo
e Cartorio tinha o dito seu pai proposto huma acção
de Libello em que pedia ao dito Salema a quantia de
oito contos de réis, que se figuravão pertencer a Morgº
do, quando efectivamente são livres como se provará.
Quanto á reconvenção intentada pelo mesmo Salema,
para haver a horta da Nogueira, em Setubal, e quadro
do Descendimento da Cruz, della foi excluido por Sen
tenças de 4 de Fevereiro e 29 de Agosto de 1829 como
se prova dos autos, que se achão no Cartorio do Escri
vão Cabral, da Correição da Corte. — A vista do ex
posto, a Marqueza de Niza e seus irmãos declarão, que
não responderão mais cousa alguma sobre este objecto
quando ainda se tente fazer outro annuncio.
No dia 8 de Julho do corrente anno de 1831, nas ca
ºsas de residencia do Desembargador Manoel de Sampaio
Freire de Andrade, se ha de proceder á venda e arte
matação da quinta nova de Valle de Mourellos, per
tencente aos herdeiros do falecido Bernardo José Nei
ca, sita no Termo da Villa de Almada: quem qui
"zer lançar nella antes do dito dia dirija-se ao Cartoriº
do Escrivão Joaquim José Baptista Ferreira, na rua
de S. Bento, N.° 129, aonde achará a sua avaliação na
quantia de 3:0003000 réis, além de 924560 réis valor
da louça da adêga, e além do capital de dous foros,
No Quartel do 4.° Regimento de Infanteria de Li
boa , se fará arrematação de generos para o ranebo do
dito Regimento no dia 20 do corrente pelas oito horas
e meia da manhã. -
No dia 18 do corrente, pelas dez horas da manhã, se
ha de arrematar o fornecimento do rancho dos Caçadº:
res da Beira Alta. •
Na botica ao Poço do Borratem N.° 21, se continúa
a vender Agua das Caldas em garrafas, e vidros pretº
com rolhas esmerilhadas, cheios á bica da bomba dº
pocinho por Lino Rodrigues Soares Monteiro, e ali
logo cobertas as rolhas com pelle para maior segurançº
do gaz, lacradas, e marcadas com o sinete de seu usº
= Soares= tudo na fórma dos annos precedentes; dº
que são testemunhas todas as pessoas que alli tem idº:
e a maior prova da bondade da mesma agua he o gra"
de consumo que tem tido na dita botica os annos ante
cedentes. Adverte-se que todos os vidros tem gravadas
as letras iniciaes do nome do dono da dita botica.
Segunda feira, 20 de Junho, na praça publica dº
leilões, se ha de arrematar com o abatimento da quinº
ta parte do seu valor, huma fazenda chamada Martim
do Valle, na Freguezia de S. Silvestre de Unhos, aº
diada em 4003000 réis: he Escrivão da arremataçãº
Negreiros. •
Francisco José de Almeida vende a sua sege, pare
1ha, arreios, e mais pertences que tudo existe na rua
do Salitre, N.° 194, e far-se-ha o ajuste com Patríciº
Tavares, morador na rua da Esperança, N.° 6, Frº
guezia de S. José.
*__-
=>
1
 -
+""; |-
•
* - - -
••
- …:: "…
••

NUM. 140. ANNo 1831. "

—=>=@<=+→ a n - , :

GazETA DE LISBOA >>6->|$$$4<<99X<===--

QUINTA FEIRA, 16 DE JUNHO.

\,

•
|-
"""

|-
•• -, >º \ ** * * \

PARTE NÃO OFFICIAL. ta de Donegal com authorisação de Lord Lugar Tenen

> quellas remotas partes, e he com indizivela magoa que
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 27 de Maio.
1
Teve hontem lugar huma reunião em Exeter Hall, a
fim de acudir á miseria que sofrem os camponezes nos
districtos occidentaes da Irlanda. Lord Lorton presidio
á mesma reunião, e entre outras pessoas mui distinctas
se achavão presentes Lord Manners, Lord Teignmouth,
o Marquez de Westmeath e Sir J. Burke. "* * * * * * * *
Lord Lorton disse, que o fim da reunião era livrar
do perigo de perecerem á fome os entes mais infelizes
que existião na face da terra; posto que as medidas que
se adoptassem unicamente se poderião considerar como
temporarias, no entanto affoutamente confiava em que
antes de terminar a seguinte sessão do Parlamento, os
Ministros de S. M. adoptarião meios para assegurar oc
cupação a todo o homem pobre na Irlanda, que tivesse
aptidão e vontade para se dedicar ao trabalho, pois em
quanto se não adoptassem esses meios havião de sempre
occorrer novos exemplos de miseria e pobreza. Accres
centou que havia recebido huma carta de Sir J. Con
roy annunciando-lhe, que a Duqueza de Kent além do
seu donativo , anterior havia dado ordem ao seu ban
queiro para remetter mais 50 libras esterlinas a fim de acu
dir aos Irlandezes indigentes; que além disso tambem
era sobre maneira satisfactorio o saber-se, que S. A. R.
e a Princeza Victoria tencionavão e mandar conceder
outros soccorros para o mesmo benefico fim. * * *
Fez-se a leitura de huma carta annunciando, que o
Duque de Devonshire havia contribuido com mais cem
libras esterlinas para alivio da classe indigente na Ir
landa. - - • { , } Leo-se huma Petição dos habitadores da Ilha de Ar
Depois de algumas observações pedio Lord Lorton,
que se lesse o Relatorio da Commissão." - ** *
Do Relatorio em questão extrahimos o seguinte:
º Reina agora, diz o Arcebispo de Tuam em huma
te a fim d'averiguar o estado da classe indigente na
vos apresento hum catalogo de males quasi sem exem
plo mesmo neste paiz. O maior e causa primeira dos
outros foi o haver falhado a colheita em consequencia
das incessantes e copiosas chuvas, e de huma serie de
violentos temporaes etc. Os resultados são, que ha ago
ra centenares dos nossos similhantes quasi #
por não terem de que viver; — se começar o tempo cá
lido tenho pouca duvida de que rebentará a febre, que
levará milhares delles. A neve ficou demasiado tempo
sobre a terra; em breve se consumio o alimento para
o gado, que agora vai morrendo aos centenares.» , o
- Outra carta escripta pelo Reverendo Jaime Crawford
eonfirma, que o mesmo gado está perecendo por falta
de alimento. » Ha certamente diz elle, grande miseria
entre a classe indigente desta dilatada Parroquia, cuja
calamidade se tornará ainda mais assustadora nos se
guintes mezes do verão se com efeito se não prestar al
gum auxilio. Muito agradecimento vos he devido assim
como aos nossos amigos na Inglaterra pelos vossos op
portunos e generosos donativos, que reunidos" aos que
esperamos de outros he de presumir, que em grande par
te contribuão para aliviar os males que nos ameação.
A escassez da colheita ha dous annos successivos, e a
falta de occupação para huma população superabun
dante, tem sido as causas proximas dos males actuaes.
Tambem tem havido grande mortandande entre os re
banhos; e, por consequencia não ha meio algum, com
que o povo possa comprar viveres pelos preços exorbi
tantes a que agora tem subido. Referirei hum exemplo
que evidentemente prova: a grande falta de alimento
que aqui ha. Duas pessoas do meu conhecimento per
dêrão no mez ultimo, hum não menos de 37 cabeças de
gado, e o outro 17; morrêrão de doença ; , mas acossa
dos pela miseria os camponezes se alimentárão com a
carne daquelles animaes !» º ou "… , , !? - ">
ranmore ponderandó: º que 300 familias que continhão
não menos de mil pessoas, se achavão no estado de to
tal destituição pelo flagello de duas más colheitas suc
cessivas etc.
••

carta dirigida a hum seu amigo em Londres, extraor Huma carta escripta da Freguezia de . Templecrone
dinaria miseria em consequencia da escassez da ultima no Condado de Donegal oferece hum quadro, igualmen
colheita, ao longo de toda a costa de Cunnemara e te lastimoso da situação a que os seus habitantes se achão
Mayo, assim como nas ilhas adjacentes á mesma cos reduzidos, por quanto 2,003 pessoas estão sem meios
ta, chegando a mesma miseria até o Condado de Do alguns de subsistencia, e 2,929 apenas possuem huma
negal, mas em todos os tempos ha nesta Provincia de terça parte do alimento necessario… para hirem vivendo
Connought, a maior penuria por falta de occupação.» até o tempo da nova colheita. A mesma carta afirma,
Mr. #### Inspector Geral, partecipa o seguin que os males que sofrem naquella parte do Condado de
te: º Acabo de chegar de huma excursão que fiz á cos Donegal são muito, maiores do que os do anno 1822.
 >
[ 568 ]
Outra carta de huma Cidade na Irlanda diz o se Cadis, 28 de Maio.
guinte: • •

» Não approvo: o dar-se dinheiro sem exigir trabalho Segundo as noticias de Calcutá em consequencia das
por elle, mas he absolutamente necessario dar alimen serias desordens em Rajpoatana, a Rainha de Jeypore
to quando os enfermos e as crianças perecem de fome. havia pedido soccorro do Governo; porém não se jul
Ha aqui hum caldeirão em que se prepara alimento gava que se lhe concedesse por isso que os Tratados
paralugar
ter os pobres
todos osduas
dias.vezes por semana, mas isso devia •
obrigão a Inglaterra a defender os Estados de Jeypore
contra toda e qualquer aggressão estrangeira, porém
Adoptou-se a resolução de empregar nova actividade não a intervir nos tumultos ou desordens interiores. Os
em acudir ao miseravel estado de Cunnemara, Done , periodicos de Calcutá, que alcanção até 24 de Dezem
gal, e outros districtos, é que se nomeasse huma Comº #bro referem, que as enfermidades é a mortandade preva
missão para obter novos donativos na parte occidental" leccm entre os naturaes do paiz de hum modo desastro
de Londres, (que he onde residem as pessoas de maior –so. Grande numero dos habitantes dos arredores daquel
consideração e opulencia.) la Cidade tem perecido. Em huma familia que consta
(Extracto do BI. Post.) va de doze pessoas falecêrão dez; em outra de sete qua
tro; em outra de quatro tres; em outra de cinco qua
HESPANHA. tro, e em duas de sete apenas ficárão duas pessoas. Cal
cula-se na quarta parte os habitantes que perecêrão no
Kalencia, 16 de Maio. espaço de dous mezes entre Kidderpore e Moole Fercel,
da febre e da colera morbus.
Capitania Geral, do, eExercito
Murcia.
e Reinos de Valencia A 16 tremor
violento de Dezembro
de terra.se sintio em Chittagong hum
• • • •

* ** * •

O Excellentissimo Senhor!Secretario, de Estado e do Huma carta d'Argel, de 29 do mez ultimo, contém o

Despacho da Guerra, em Real ordem de 30 do mez
proximo passado me partecipa o seguinte: - -
» Excellentissimo Senhor: — O Senhor Secretario do
Despacho da Graça e Justiça me partecipa em data de
22 do corrente o que passo a transcrever := O Superin
tendente geral interino da Policia me partecipa em of
ficio de 2 deste mez o seguinte: = Excelentissimo Se
nhor: — O Subdelegado principal da Policia de Gra
nada em data de 6 do corrente me diz o seguinte:=
. Inteirado do que V. S." se servio manifestar-me em da
ta de 24 de Março ultimo, transcrevendo-me a parte
reservada que enviou a V. S." a 18 do mesmo o Subde
legado principal da Policia, de Jerez sobre o que oc
correo com a carta recebida na manhã de 16 entre a
correspondencia do correio de Cadiz, devo manifestar,
seguinte:
» Apezar de alguns interesses oppostos aos melhora
mentos começados pelo General Clausel, já estava da
do o impulso, e se achão as cousas mais adiantadas do
que quando sahio daqui. Diariamente se augmenta º
numero dos Européos; continúa a compra de terras;
está-se demolindo a Mesquita da praça, e se vai traba
lhar nos arcos projectados.»
Em Paris sê afirmava, que o Ministro da Marinha
tomando em consideração a navegação por meio do
vapor, havia nomeado huma Commissão para organi
zar hum systema de Companhias de operarios mecani
cos etc. com destino para as tripulações dos barcos de
vapor. … - … - + +

que agora tem resolvido os anarquistas dirigir as ditas , ' - * * * * * *

cartas com menos volume e mais dissimulado, intro
duzindo ou misturando com a polvora fulminante hu
ma porção de arsénico com o objecto de conseguir ao
mesmo tempo o envenenar a pessoa que a abrir, não
se valendo do cobre nem de outros materiaes que neces
sariamente havião de fazer as ditas cartas de algum voº
lume e só dentro da obrea ou lacar se põe hum peque
no circulo de cristal moido algum tanto grosso, e no
centro a polvora com o arsénico, e ao tempo de abrir
se, a fricção do cristal causa a acção eléctrica e com
ella a inflammação da polvora e os efeitos que são con
sequentes; os quaes se podem evitar facilmente molhan
do antes as cartas ou despachos ou cortando-os com hu
matezoura muito fina sem tocar na obrêa. = E tendo
dado conta a S. M. do referido, Cffitio, foi servido
mandar o communique a V. Ex.° cemo o executo, a
fim de que disponha haja de circular o seu contiudo ás
Em data de 2 do corrente escrevem de Turim:
… » Desde que subio ao Throno o Principe de Carignan
Carlos Alberto, tem o Governo tomado muita activi:
dade. No primeiro dia trabalhou o novo Rei até ás?
horas da manhã para decidir o plano que se devia se
guir. Nomeou seus Gentis-Homens o Cavalheiro lº
Corte e o Marquez de Sommariva. Afirmão que se de
verá publicar hum Codigo uniforme para substituir º
immensa quantidade de leis contradictorias cujo resul
tado costuma produzir com frequencia a mais completa
confusão. Todo o mundo tem formado do novo Mo
marca o mais favoravel, conceito; do seu Reinado se
falla com enthusiasmo, e todos tem confiança nele.
Além do que S. M. tudo deseja ver por si mesmo; º
assim vê as cousas debaixo do seu verdadeiro aspectº.
Dizem que tenciona dar audiencia duas vezes por ser
mana segundo o exemplo do Grã-Duque de To………
;** - , . , - ** i - ** * * •

Authoridades dependentes desse Ministerio, e de que

com a sua noticia possão estas tomara as opportunas --Em Londres se recebêtão despachos do Commodorº
precauções Pára evitar os funestos accidentes e resulta J. Hayes, que se acha estacionado na Costa d'Africa,
dos, que, a refinada perversidade dos revolucionarios se e nellea falla; em termos muito favoraveis sobre os bº
propõe no usou de tão infernal composição de artefício, neficos efeitos que produzem os conductores de Harry
para aleivosamente selvingarem na sua impotente raiva contra os raios, A Dryade durante o seu cruzeiro antes
e desesperação das pessoas que pela sua adhesão aos Le de 18 de Fevereiro, ultimo na Costa d'Africa, sofreº
egitimos direitos do Thromb é acreditado zelo pelo me grandes tormentas,m acompanhadas de terriveis raiº
lhor serviço publico considerão, como hum grave obsta Hum… dia foi acommettida, por huma, tempestade viº
“culo para executarem seus abomimaveis planos e designios. lenta, raios) e relampagos , te em quanto estes conti
= E de Real Ordem o communico a V. Ex." para sua nuamente allumiavão o convez, hum dos Oficiaes "º
"intelligencia e fins que se expressão. O que remetto a V. claramente baixar hum, raio ao conductor do mastº
CEx.° para os efeitos que se manifestão na antecedente do traquete, e ao mesmo tempo o oficial do castelº dº
Soberana resolução:= Deos guarde a V. muitos annos. prôa ouvio hum ruido parecido com o da agua ferve"
e Valencia, 11 de Maio de 1831. = Francisco de Longa. do, que tambem, foi ouvido por varios outros. Poucº
……… - igº ºk - … ! -- … - 1(D. Mercantil.) - º minutos depois alguns oficiaes que estavão á prôa "
 [ 569 |
rão outro raio passar ao conductor do mastro de meze mo sempre por Sofia. Sahem muitas tropas regulares da
na com o mesmo ruido. Eis huma prova que deve con Capital para a Macedonia.»… . . . ,
vencer todo o mundo da utilidade de similhantes con -
** ++

ductores. (Idem.) Mr. Humboldt acaba de chegar novamente a París.

* ** .… (Ext. do Estafeta.)
S. Sebastião, 3 de Junho. • + * * * , !
Madrid, 6 de Junho. ai .. ..…
Nos diarios de Colombia se lê que rebentára a guerra - . • - * * * " ? o … - … º s"
entre Bolivia e o Perú. A Provincin d'Arequipa he o No dia 26 de Maio, ultimo sofreo, em Granada a pe
objecto desta guerra. na de morte D. Mariana Pineda, moradora naquella
Cidade. Surprehendida a sua casa pela Policia no dia
Annuncia a Gazeta d'Estado da Prussia, em data 13 de Março proximo anterior, se encontrárão ali hu
de 20 de Maio, que o Presidente do Commercio mari ma bandeira revolucionaria meio bordada, e varios ob
timo e Chefe da administração do credito publico, fora jectos análogos; e começadas as diligencias pela Poli
enviado segundo se afirmava, de Berlim a Vienna pa cia, e seguida a causa pelo Tribunal com toda a acti
ra negociar hum emprestimo por conta do Governo vidade, foi o delicto de D. Mariana Pineda-provado
Prussiano com a casa de Rotschild. plenissimamente. º o , o • • • • |-

…Se ainda são mais dolorosos estes castigos nas mulhe

Dizem que huma Companhia *#
está tratando resido que nos homens, nem por isso deixão de ser tão
com o Governo Francez a compra da posse de Mitidja precizos para o escarinento, especialmente depois que os
em Argel pela quantia de dezaseis milhões. revolucionarios adoptárão a taclica vil de tomar por ins
trumento, e por escudo dos seus loucos intentos o sexo me
O Santo Padre recebe diariamente Deputações das nos cauto e mais capaz
• {!?
d'interessar a alheia compaixão.
-** * ( * * **** * + + + + + |-

Cidades dos Estados Pontificios, que vão protestar a +

sua fidelidade, e manifestar a sua satisfação pelo resta Toda a Peninsula goza perfeita paz. :
belecimento da boa ordem e da paz. º … , , ,, … … … º. (G. de Madrid.)
7 ,, , , -, * ** * - * ** 1.*.*, * * …" º |- |-

S. M. a Rainha de Hollanda sahio a 16

Haia para Berlim. de •
Maio de
* *, * *
Escrevem de Lublin, que alli havia chegado hum Of
ficial Austriaco para informar o General Creutz, º que
Duernicki havia sahido da Galitsia dirigindo-se assim
como a sua tropa aos pontos designados. Esperava-se
a volta do General Dorvidoff com quatro Regimentos
de cavallaria. O General Rudiger depois de haver fei
to cantar hum Te Deum em Radziwilow pela retirada
de Duernicki, partio com marcha
Litewski. # •
forçada
* ,
para Bresc
A Gazeta d'Augsburgo em artigo de Vienna de 17
de Maio diz, que o Marechal Marmont tenciona fazer
huma viagem á Hungria, e que Mr. Tharin, Bispo de
Strasburgo , que foi mestre do Duque de Bordeos, ha
via alugãdo huma casa de campo nos arredores de Vien
na. Os quatro banqueiros submettêrão hoje, diz a mes
ma folha, as suas propostas relativas ao novo empres
P timo. Parece que a proposta mais vantajosa não passa
de 80 por 100, e que o Governo a acceitará, ainda
que pedio mais no principio da negociação. Proseguem
com actividade os trabalhos das fortificações. O Archi
duque Maximiliano colocou as primeiras pedras de 30
bastiões que devem fazer desta Cidade huma das posi
ções mais fortes, e huma praça d'armas da primeira
ordem. ** * * * * ** * ** * >
# ! , , >" | 1
Escrevem de Bruxellas em data de 26 de Maio:
» Lord Ponsonby, tão impacientemente esperado to
dos os dias, finalmente chegou esta noute pelas 8 ho
ras. Por ork nada tem transpirado a respeito das noti
cias que traz. Os noticiosos andão impacientíssimos por
saber alguma cousa. Huns dizem que o Principe Leo
poldo acceita, e outros que não.» = " * *
- O Correio Ingles de 18 de Maio annuncia que o Prin
cipe Leopoldo recusara a Coroa da Belgica, ao passo
que o Córreio dos Paizes-Baixos diz que a acceita, e
até assegura, que Lord Ponsonby será acreditado juntº
do novo Rei.""""""""
|-
-
…" … … * #; *----*$$ *——» … " "; " … …, I
** { - {
-
* * * # : ;" * * ***
*
* *
. … " " … … Lisboa, 16 de Junho,
* * * º "… º • • - * * * - , º vi
-> … " Sobre a sciencia da Geometria, ' ') . .
… º #", … ………… … …….… " " : e . ! . .!
… O Egypto foi o berço da Geometria assim como de
quasi todas as outras sciencias. Segundo Herodoto e Es
trabão, não podendo os Egypcios conhecer a demarca
ção dos seus campos confundidos pelas inundações do
TNilo, inventárão a arte de medir as terras a fim de ca
da hum poder distinguir as que lhe pertencião, atten
dendo á figura que tivessem e á superficie que podessem
conter. Parece que esta fora a primeira aurora da Geo"
IIletria • . '\ * . ***", * * "A , … º A \r , , …….
* Assegurão que Thales fora o primeiro que levou esta
sciencia do Egypto, para a Grecia. "Não se contentou
porém com ensinar aos Gregos, o que havia aprendido
dos sacerdotes de Memfis. Enriqueceo a mesma scien
cia com varias proposições que se achão em Euclides,
a 5.", 15.°, 25.° do 1.° livro dos seus Elementos e a
31.° do 3.° livro:º Depois de Thales veio Pythagoras,
que descobrio a famosa proposição do quadrado da hy
pothenusã. Este filosofo foi o primeiro que abrio huma
escola de Geometria, onde expoz as bellezas desta scien
cia, que em breve conseguio grande voga, Plutarco re
fere, que Anaxagoras de Claxonene se occupara do
problema da quadratura do circulo, na prizão onde es
tivera, e que até mesmo compozera hum livro sobre
este mesmo assumpto. Platão dá. huma solução muito
simples do problema da duplicação do cubo, , , ,i,
Finalmente appareceo Euclides, que reunio com gran
de desvélo tudo quanto seus q redecessores havião acha
do sobre a Geometria, e compoz a obra que delle te
mos; obra que muitos modernos considerão a melhor que
ha neste genero. As differentes propriedades das secções
conicas, que varios Mathematicos successivamente des
cobrírão forão reunidas em outo livros por Apollonio
de Perga ;º foi elle quem deo ás tres secções conicas os
nomes que tem: de parábola, ellipse, e hyperbole. Qua
si no mesmo tempo floreceo Archimedes de quem nos
restão obras tão preciosas sobre a esfera e o cytindro,

* * * * * *
1 sobre as esferoides, a espiral etc. /

Escrevem de Belgrado em data de 7 de Maio: Os Gregos depois de haverem sido subjugados pelos
» O Correio de Constantinopla de 5 de Abril veio co Romanos continuárão a cultivar a Geometria. Tiverão
•

mesmo depois da era Christã, e longo tempo depois da
trasladação do Imperio, mui habeis geómetras: taes
forão Ptoloméo, Pappo, Diocles, Eutocio, Proclo etc.
Não succedeo o mesmo com os Romanos, que unicamen
te ambicionando a conquista do mundo desprezárão a
Geometria e as sciencias em geral.
Na decadencia do Imperio a profunda ignorancia que
se espalhou em todo o Occidente, foi contraria á Geo
metria. Apenas se encontrão entre os Latinos e mesmo
entre os Gregos, homens versados nesta sciencia.
No renascimento das letras quasi unicamente se limi
tárão os que as cultivavão a traduzir e a commentar as
obras geometricas dos antigos; até o tempo de Descar
tes fez esta sciencia muito poucos progressos. Aquelle
grande homem publicou em 1637 a sua Geometria, co
meçando-a pela solução de hum problema que segundo
Pappo os antigos não havião resolvido, mas o que ain
da he mais precioso do que a solução desse problema
he o instrumento de que se servio para o conseguir,
isto he a applicação da Algebra á Geometria. A elle,
se deve não só essa applicação mas tambem os primei
ros ensaios da applicação da Geometria á Fisica, que
nos modernos tempos tem tido tão amplo adiantamento.
Fermat imaginou primeiro o methodo das tangentes
pelas diferenças;" Barrow o aperfeiçoou imaginando o
seu pequeno triangulo differencial, e servindo-se do cal
culo analytico para descobrir a sub tangente das cur
vas. Finalmente Leibnitz publicou em 1684 as regras
do calculo differencial.
Mas esses escriptos por muito admiraveis que sejão,
nada são por assim dizer, em comparação da obra im
mortal de Newton, Filosofio: naturalis principia mathe
matica. Este livro foi a época de huma revolução na
fisica, e fez desta sciencia huma sciencia, nova, toda
fundada sobre a observação, a experiencia, e o cal
eulo. •
Se a nova Geometria he principalmente devida aos
Inglezes e aos Allemães, a Decartes, e a Fermat be
que os homens são devedores de duas idéas que contri
buírão para o ulterior progresso que fez. Accrescente-se
a isso tudo quanto Pascal, Pardie, Arnaud, Oza
nam, Malezieux, Roberval, Lamy, l'Hopital, la Cail
le, e outros muitos escrevêrão, e já nos nossos dias o
celebre Laplace," e se concordará em que aos esforços
dos ultimosihe em grande parte devido o maravilhoso
aperfeiçoamento de hum tão importante ramo dos co
nhecimentos humanos.
•
- * ** * ** *
* * * *-*$$ *-*
…ºr." |-
º : Telégrafo. — Serviço da Barra. — 15 de
* Embarcações avistadas de Cabo razo, º
4 h. 30 m. 4 Brigues Escunas Hespanhoes e 1 Chalu
pa sem bandeira a Oeste do Cabo da Roca.
6 h. 15 m. 1 Fragata Franceza, 21 Curveta de Guerra
dito, 1 Brigue dito dito, e l Bergantim sem ban
deira ao Sul: do Cabo da Roca. — 1 Curveta de
Guerra Franceza, el Bergantim sem bandeira ao
Sudoeste do Cabo do Espichel: navegão para o
|-
Noroeste. … … ……… "
8 h. 3 m; i Bergantim sem bandeira a Oeste do Cabo cada de S. Francisco da Cidade, se continua a vendº
do Espichel." ";" ; a "rº.
3 h. 1 Cahique sem bandeira ao Noroeste do Cabo do
" … Espichel. __ " o "… …
6 h. 55 m. 2 Velas ao Norte do Cabo da Roca.
, ! " …
* = {1 *** ** * * * - ·
== =====
º ..….….."
, :-7; 1 • • • ……… —º
[ 570 ]
• Embarcação entrada em S. Julião.
3 h. 18 m. 1 Bergantim Dinamarquez.
Annuncios.
No dia 18 do corrente, se ha de pôr a lanços na Se.
cretaria das Brigadas de Artilheria Volante, pelas dez
horas da manhã , o fornecimento para o dito Corpo,
pertencente ao 3.° trimestre do presente anno.
Antonio Candido Lobato, vendo o annuncio que fize.
ra Manoel Teixeira Basto na Gazeta N.° 136, asseve
rando ser-lhe devedor de mais de 5:000$000 de réis,
responde que he falso similhante annuncio; antes se jul.
gára nulla a execução qne lhe promovia pelo Cartorio
do Escrivão Feital; e posto que propozesse nova acção,
todavia não será possivel verificar o debito, nem este se
previne sem Sentença passada em Julgado, o que o dito
Antonio Candido Lobato faz público para seu proprio
credito.
Francisco Ferrari vendo annunciado na Gazeta N'
130, que Francisco José da Silva quer vender humas
casas com hum chão mistico na calçada do Duque,
junto ao arco de S. Roque, declara que aquele chão
não pertence ao dito Silva, ##
sim á propriedade
do mesmo Ferrari no fundo do dito chão; e portanto
protesta contra qualquer venda ou compra do dito.
No dia 17 do corrente mez, se hão de arrematar hu
mas barracas na rua do Salitre N.° 218 a 224, com
seu quintalão, livres de todo o encargo, na casº das
conferencias das Obras Publicas no Terreiro do Paçº,
ás dez horas da manhã. - - |-
Pretende-se vender huma propriedade de casas sitas
na rua direita das Olarias N.° 69 e 60, que constão de
loja, primeiro, segundo, e terceiro andar, com seu
quintal, cujo predio foi avaliado em hum conto e qui:
nhentos mil réis, e o seu rendimento he cento e de mil
e quatrocentos réis em metal: quem pretender comprar
e dito predio, falle com Joaquim José da Cruz, motº
dor na rua direita de S. Lazaro N.° 125, com quem º
pode tratar o dito negocio.
Vende-se o Bergantim Brazileiro Restaurador, Prº"
ximamente chegado do Rio de Janeiro. He mui velº
ro, de boa construcção de madeira de carvalho, fortadº,
cavilhado, e pregado de cobre, e foi construido ha 6 anº
nos: tem duas ordens de panno completo em bom usº,
• •
tres amarras de ferro com suas competentes ancora*
hum ancorote, dous viradores em bom uso, agoadº em
quatro tanques de ferro de 50 pipas d’agoa, e algum"
º
barricas para a mesma, com sua pedra de filtrar; humº
- - • -
lancha nova completa, hum escaler novo, humbolº Pº
Jºãº. queno, huma porção de cabos, lonas, e brins desº"
celente, tudo prompto para fazer viagem. Quem qui"
comprar o dito Bergantim, poderá dirigir-se ao esº"
ptorio do Commendador. Manoel de Miranda Corrń,
consignatario do mesmo, e morador na rua direita dº
Fabrica da Seda, N.° 27 a 35. !
Nos dias 20, 21, e 22 do correntemez andará º
praça a Galera Maria, vinda ultimamente do Parº,
para se arrematar no ultimo dia : o seu inventariº º
acha em casa do Consignatario Feliciano José Color"
* ** *
* *
* * 1; +
-
No armazem da venda, da fabrica de bolaxa, na cal:
", "… :* - - : : bolaxa para cães e creação a 23400 rs, por quintal,º
sêmea a 240 rs. por alqueire, tudo na fórma da Lei,
: " ": ' + r., . , sendo a medida da sêmea de quatro meios alqueiº
por hum. \ - - - -
. . .ericº ou : - \ . *-
· ·º " …"; * * _* • .
-
=
LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA. **
* ** * * * ** ** * ** . * . * * * * voº" - ""
 NUM. 141. ANNo 1831.
"———–=-4)-->=-
•

GAZETA DE LISBOA. —===>>>6->#@$@9G<<=-

SEXTA FEIRA, 17 DE JUNHO.

— I
= """
IV>A

PARTE oFFICIAL. - • Companhia de Veteranos de Setubal.

Tenente de Veteranos, ficando addido a esta Com
"panhia, o Ajudante com a patente de Tenente do 3.°
#" de Infanteria de E# , Henrique José da
Extracto da Ordem do Dia N.° 34. "I". QZ8. • •

Regimento de Milicias de Arouca.

Quartel General no Paço de Queluz, em 15 de Coronel, o Alferes do Regimento de Cavallaria de
Junho de 1831. *Chaves, Antonio Teixeira de Sousa da Silva Alcofora
do de Magalhães e Lacerda.
Por Decreto de 4 do corrente mez. - - ### de Milicias de Trdncózo.
Graduado em Capitão de Milicias, com o mesmo
Governador do Forte de S. Domingos do Junqueiro, "exerciclo" que "tem, o Ajudante João Antonio de Al
com a mesma patente que tem, o Capitão do 4.° Re meida.
gimento de Infanteria de Lisboa, Maximiano Gomes Regimento de Milicias de Penafiel. - - •

da Silva. - - - •

Reformado na conformidade da Lei, o Capitão José

Alferes do Exercito, o Alferes do Ultramar, Fran 3Ribeiro Teixeira Coelho.
cisco Gonçalves da Silveira. |-
Regimento de Milícias de Bragança.
Reformado na fórma da Lei, o Coronel do Real Cor Teformado na conformidade da Lei, o Tenente Co
po dos Engenheiros, Vicente Antonio da Sílva Corrêa. ronel graduado em Coronel, Alexandre José de Moura
Demittido, Conformando-Se Sua Magestade com o "Carvalhaes. •

parecer do Conselho Militar creado por Decreto de 11 Regimento de Milícias de Chaves.

de Agosto
José de Moia.
da Costa 1828, o Major do Exercito, Francisco
••
' Reformado na conformidade da Lei, o Tenente Fran
cisco Xavier Rodrigues. -

2.° Regimento de Infanteria de Lisboa. - Regimento de Milicias de Villa Real.

"Capitão da 5.° Companhia, o Tenente Bernardinó
de Senna de Figueiredo.
4.° Regimento de Infanteria de Lisboa.
Capitão da 7.° Companhia, o Capitão do Regimento
de Infanteria de Cascaes,
Regimento Profirio da
de Infanteria Silva Sarmento.
de Cascaes.
Capitão dá 3.° Companhia, o Tenente do Regiment.
to de Infanteria de Valença, Lino Antonio Lobo.
Capitão da 7.° Companhia, o Tenente da Infanteria
do Corpo da Guarda Real da Policia de Lisboa, Ah
tonio Luiz da Cunha. • Batalhão de Voluntarios Réalistas de Villa Real.
Regimento de Infanteria de Valença.
Alferes supranumerario, o Alferes supranumerario do
2.° Regimento de Infanteria de Lisboa, Francisco Anº
ionio da Cunha e Silva. .
2.° Regimento de Infanteria d'Elvas... , , !
Capitão da 3.° Companhia, o Tenente do Regimen
ro de Infanteria de Abrahtes, Lourenço Caetano de
Miranda Cayolla.
• Regimento de Infanteria de Lagos. ,
• .
Demittido, o Alferes Antonio dos Santos Teixeira.
Primeiro Batalhão de Voluntarios Realistas.
-
Demittido, o Tenente Francisco José Mendes Junior.
Batalhão de Voluntarios Realistos de Torres Pedras.
•
* Demittido pelo requerer, alegando motivos attendi
veis, o Alferes José da Costa Rei.
Batalhão de Voluntarios Realistas de Penafel.
Demittido pelo requerer, alegando motivos attendi
veis, o Alferes Victorino Joaquim Pereira Coutinho
Cirne.
Demittido pelo requerer, allegando motivos attendi
veis, o Alferes Rodrigo Teixeira Nunes.
Por Decreto de 7 do corrente mes.
Para ficar addido ao Governo da Torre de S. Julião
* * * da Barra, o Tehente Coronel reformado, e Governa
dor da Soffter.
Fortaleza de S. João da Barra de Tavira, José
Maria • • • • • -

Capitão da 6.° Companhia, o Capitão do 2.° Regi Regimento de Cavallaria d'Elvas. . •

mento de Infanteria d'Elvas, Carlos Damasceho Ro
zado. • • • • • •
Alferes supranumerario, o Alferes supranumerario do
---Regimento de Caçadores da Beira-Alta. \ Regimento
ceno de Cavallaria
Teixeira. de Villa Viçosa,
… João
- Damas
Gºdºi! em Capitão, devendo contar a antiguida • ••

de desta graduação, de 9 de Julho de 1827, e a de Te - 3.° Regimento de Infanteria de Lisboa. "

mente Pinto-Serra.
quim de 11 de Maio de 1819, o Tenente Placido
- -
Jòa
- os a
-
|dante;
Ajudante
Luiz com a patente
Pereira de Alferes,
Carrilho, ** . * . o Sargento
. - Aju •• • •
 [ 572 ]
4.° Regimento de Infanteria de Lisboa. Tenentes Antonio Gomes Martins, e Manoel Luiz de
Capitão da 5.° Companhia, o Capitão do Regimen Abreu.
to de Infanteria de Cascaes, Antonio Luiz da Cunha. Regimento de Milicias de Vizeu.
Regimento de Infanteria de Cascaes. "; •

Tenente da 1.° Companhia, o Tenente supranume

Capitão da 7.° Companhia, o Tenente do 2.° Regi
mento de Infanteria d'Elvas, Marçal José.
Regimento de Infanteria de Bragança.
Tenente, o Tenente do 3.° Regimento de Cavallaria
de Lisboa, Antonio José de Moraes.
- Regimento d'Artilheria da Corte.
rario, Filippe Francisco de Figueiredo e Sá.
Tenente da 2.° Companhia, o Alferes graduado em
. Tenente da mesma Companhia, Manoel da Cunha.
Tenente da 4.° Companhia, o Alferes da Compa.
# de Granadeiros, Joaquim Cezar de Castro Corte
G8 e

"Primeiros #enentes, o Primeiro Tenente do Regi Alferes da Companhia de Granadeiros, o Alferes da

mento de Artilheria de Faro, Mattheus Valente do Cou-, 4.° Companhia, Antonio Varella de Almeida Pimen.
to Diniz, e o Primeiro Tenente do Regimento de Ar tel, e o Soldado Manoel Pinto da Silva Cabral.
tilheria d'Elvas, Lourenço José Duarte. Alferes da 3.° Companhia, o Alferes da 2.° Compa.
Batalhão de Voluntarios Realistas de Thomar. nhia, Manoel de Barros.
Demittido pelo requerer, o Capitão José Gregorio Alferes da 4.° Companhia, o Cabo d'Esquadra, Je
da Silva. - - - - "# de Souza.
eformados na conformidade da Lei, os Tenentes
Por Decreto de 9 do corrente mez. * José Ribeiro Lopes Bento, Antonio dos Santos Almei
da Alves, é Ignacio Paes da Costa Faro, e o Alferes
Regimento de Milicias da Figueira. Antonio Cabral Pinto. •

Tenente Coronel, Antonio Maximo Branco de Mello. Demittido, pela sua inhabilidade para o Serviço, º
• Regimento de Milicias de Aveiro. Alferes José da Silva Coelho.
. . Quartel Mestre, o Porta Bandeira, Antonio Simões -> Regimento de Milicias de Arouca.
Cravo. - Quartel Mestre, o Soldado Francisco de Moura,
Capitão da Companhia de Granadeiros, com a gra Capitão da 1.° Companhia, o Capitão Supranumera
duação de Major, o Capitão da 4.° Companhia, Fran rio Valentim Pinto de Almeida Novaes.
cisco Marques e Silva. Tenente da Campanhia de Granadeiros, o Alietes da
- Capitão da 1.° Companhia, o Tenente da 3.° Com mesma Companhia, Manoel Joaquim Corrêa.
panhia, Joaquim Gomes Vieira. - - - Tenente da 1.° Companhia, o Alferes da mesma Comº
Capitão da 2.° Companhia, o Capitão supranumera panhia Silverio Antonio Cardozo.
rio, Caetano José de Quadros Corte Real. Tenente da 2.° Companhia, o Tenente Suptanum"
Capitão da 3.° Companhia, o Tenente supranumera rario José Ferreira Pinto.
rio, João Rodrigues de Mello. Alferes da Companhia de Granadeiros, os Alferessº
Capitão da 4.° Companhia, o Capitão supranumera pranumerarios José Leite, e Manoel Maria Soares Tºk
rio, José Pedro Soares. •
les e Tavares.
Tenente da Companhia de Granadeiros, o Tenente Alferes da 1.° Companhia, o Soldado Manoel Soa.
da 4.° Companhia, Domingos Nunes de Abreu. res, e o Alferes de Ordenanças Antonio José Coelho dº
Tenente da 1.° Companhia, o Alferes da 3.° Compa Campos. • r

nhia, João Rodrigues Ferreira. _ Alferes da 2.° Companhia, o Porta Bandeira José
Tenente da 2.° Companhia, o Alferes da 4.° Compa Cardozo.
nhia, José Marques Figueira. - - Reformados na conformidade da Lei, o Major gra:
Tenente da 3.° Companhia, o Alferes supranumera duado em Tenente Coronel João Corrêa de Lacerda, º
rio, Joaquim Lourenço Mendes Novo. Quartel Mestre José Pedro de Sousa, o Capitão gº
Tenente da 4.° Companhia, o Alferes supranumera duado em Major Manoel Antonio da Motta, º Tº
rio, Manoel Joaquim Alves de Araujo. : #" Antonio Raulino Lopes de Sousa, e o Alferes Joãº
Alferes da Companhia de Granadeiros, Antonio Car Uarte.
dozo de Sequeira Seixas, e o Alferes da 1.° Companhia, Demittidos por falta de saude, os Tenentes Victºr
Manoel da Rocha Couto Chócha. Amadeu Cardoso, e Manoel Joaquim de Andrade.
•

Alferes da 2.° Companhia, Joaquim Mourão Bote Demittidos pela inhabilidade que tem para º pºstº
lho, e o Alferes da 4° Companhia, José Joaquim Pe que occupão, os Alferes Manoel Simões, José Monte"
reira da Silva. •

ro Pinto, e José Pereira da Silva.

|-

, !

. Alferes da 3.° Companhia, Bernardino Alvares de Regimento de Milicias de Setubal.

Araujo e Albuquerque, e o Alferes de Ordenanças, Joar Capitão da 1.° Companhia, o Capitão de Ordenan
quim Tavares da Silva. } ças Francisco José Serrão, - -

Alferes da 4.° Companhia, Joaquim Gomes, Capitão da 2.° Companhia, o Tenente do Regimentº
Reformados na conformidade da Lei, o Capitão gra de Milicias de Alcacer, Ignacio José Corvo.
duado em Major, Alexandre José Tavares Lobo; os . Tenente da Companhia de Granadeiros, o Alferes dº
Capitães Filippe Dias Brandão, e Antonio José Mar 2.° Companhia José Patricio Martins. …, * *

tins da Silva Vidal; e o Álferes Manoel José Duarte. Tenente da 1.° Companhia, o Alferes da mesma Comº
Demittido, por não terem as circumstancias que se panhia, Sebastião Gonçalves da Silva.
exigem para os postos que occupão, o Capitão José Alferes da Companhia de Granadeiros, Manoel Caº
Gilberto Ferreira Felix, e os Alferes Simão José Pinto valho dos Coitos, e o Alferes do Regimento de Milicia |
uimarães, Roque Gomes da Silva Reis, e Antonio de Alcacer, Antonio Caetano Figueira. Jºrge,
Pires Soares, …, ,, , , , ,, , , , ,, , C Ja
•
Alferes da 1.° Companhia, Francisco
Demittidos, por terem seguido o partido da rebellião cinto de Mattos. _ , , , •

que teve principio na Cidade do Porto no dia 16 de Alferes da 2.° Companhia, Miguel Vaz Pereirº.
Maio de 1828, em quanto pelos meios judiciaes compe
tentes se lhes não impõe a pena, de que se tornárão Publica-se ao Exercito o Aviso, e Copia abaixº
merecedores, segundo a gravidade de seus crimes, o … " , ! transcripta: |- |-

Tenente Coronel João Alvares Pinheiro Fragozo; o Ma

jor Francisco de Pina e Mello; o Quartel Mestre gra Illustrissimo º Excelentissimo Senhor, —Em reº
duado em Capitão, Custodio José Duarte Silva, e os ta ao Oficio de V. Ex." de 16 de Maio proximo passº

do, que acompanhou outro do Commandante do Regi
mento de Caçadores da Beira Alta, sobre a duvida que
se oferecia ao abono de forragem ao Oficial Subalter
no que tem substituido o falecido Ajudante do dito Cor
po naquelle exercicio, envio a V. Ex.*, por copia, o
Aviso, que na data deste he dirigido ao Commissario
em Chefe do Exercito, que remove a duvida e ministra
huma geral providencia sobre este objecto. = Deos Guar
de a V. Ex." Palacio de Queluz, em 9 de Junho de
1831. = Conde de S. Lourenço. = Illustrissimo e Ex
cellentissimo Senhor Conde de Barbacena.
Copia.
Devendo considerar-se pertencentes ao Serviço dos
Corpos de Artilheria, Infanteria, e Caçadores, e não
pessoaes os Cavallos, em que os Ajudantes de praça fa
zem o respectivo Serviço, devendo tão sómente reputa
rem-se propriedade dos ditos Oficiaes, completos oito
annos de efectivo exercicio nos referidos Postos; De
termina ElRei Nosso Senhor, em ampliação ao Avizo
de 9 de Agosto de 1824, publicado na Ordem do Dia
N.° 104 do mesmo anno, que assim se fique entenden
do para o abono das competentes rações de forragem,
e para que, no caso de falecimento do Oficial tendo
termina do o prazo marcado dos mencionados oito an
nos, o cavallo vencido se entregue aos herdeiros, e não
o estando, se proceda á venda em leilão para se dedu
zir do seu producto o que pertencer á Real Fazenda, e
entregar-se o resto a quem competir: E Ordena outro
sim o Mesmo Augusto Senhor, que nesta conformidade
fique desvanecida a duvida, que se tem oferecido ao
abono da forragem ao Oficial Subalterno, que tem sub
stituido o Ajudante do Regimento de Caçadores da Bei
ra-Alta, desde seu falecimento... Deos guarde a V. S."
Palacio de Queluz, em 9 de Junho de 1831. = Conde
de S. Lourenço. = Senhor Domingos José Cardoso.
(Segue-se huma Licença). Conde de Barbacena, Chefe
de Estado Maior General. = Está conforme o Original.
= Ajudante General, Marquez de Tancos.
* -
PARTE NÃO OFFICIAL.
– F – = T__
* **
NoTICIAS ESTRANGEIRAS.
FRANÇA.
Pará, 30 de Maio.
Recebemos por extraordinario os Jornaés Inglezes de
27 de Maio: , •
A's duas horas, consolidados, 86 4.
O Morning Herald publica o extracto do mappa
das pessoas prezas e processadas por crimes no Reino
d'Inglaterra propriamente assim chamado, e no pais
de Galles. • : … …
Desde 1824 até o fim de 1830, tem sido apprehendidas
115,562 pessoas, 80,862 das quaes forão condemnadas
a diversas penas; 22,330 absolvidas, e 12,387 postas em
liberdade em consequencia de se declarar, que não tinha
lugar o processo: 8,781 pessoas forão condemnadas á
morte, mas só 407 forão executadas. O numero de pes
soas processadas em 1824 foi de 13,698; o das proces
sadas em 1830 foi de 18,107. Ora cumpre notar, que
durante estes seis annos, as luzes, segundo Lord Brou
gham e algumas personagens da mesma opinião, tem
caminhado a passo agigantado, e os crimes tem aug
mentado, na parte mais illustrada dos tres Reinos, hu
[ 57a ]
ma terça parte. Este parallelo he curioso, porém não
pretendemos concluir disso, que a marcha do crime se»
ja inseparavel do que se chama o progreso das luzes.
(Gazeta de França.)
Parece que não reina mui completa união entre os
Regimentos que se envião aos Departamentos do Oeste,
como se pode deduzir do occorrido ultimamente em
Saumur, onde estavão 4 batalhões do 46 de linha, des
tinados para Bressine, Chollet, e Egaupreau. Em con
sequencia de huma conversação que sobre o destino do
Regimento se suscitou no banquete que os alumnos da
escola derão aos Oficiaes daquelle Regimento, se des
afiárão dous Tenentes do 46 em cujo duello ficou ferido
Mr. R. por seu adversario, ## que havia sido Sargento
da extincta Guarda Real. Primeiramente se julgou que
fosse mortal a ferida, mas parece que o ferido se acha
fóra de perigo.
. Os incendios se multiplicão de hum modo espantoso
no Departamento de l'Aisne, e todos os dias nos refe
rem novas desgraças os periodicos daquelle. Departa
mento e a nossa correspondencia particular. A gente do
campo está muito exasperada, e attribueápolitica aquel
le novo flagello que hoje sofre. Suspeita os estra
nhos, e cometteria com elles os maiores excessos se os
Magistrados não estivessem em continuada vigilancia,
Todos os dias ha prizões de gente vagabunda.
• , . (Quotidiana.)
O Imperador d'Austria acaba de ordenar, que se faça
huma leva de 12.400 homens no Reino Lombardo
Keneziano. As operações devião começar a 24 de Maio.
|- • + (Idem.)
Ao retirarem huns pescadores de Civita nova as redes
que havião lançado entre Loreto e Fermo, no Adria
tico, tirárão hum masso muito avultado e coberto de
oleado. A Commissão Sanitaria a quem o levárão, vio
que continha papeis de muita importancia, e os remet
teo á authoridade superior. Dizem que he toda a cor
respondencia dos Carbonarios desta Cidade e dos Car
# estrangeiros. Este masso seria lançado ao mar
pelo General Zucchi e seus companheiros.
—
Idem, 1 de Junho.
* 1 * • * * • • ** **
* #
Por Ordem Real de 31 de Maio foi dissolvida a Ca
mara dos Deputados, e se convocárão os Collegios Elei
toraes para o dia 5 de Junho proximo, mandando-se
que a reunião das duas Camaras, Pares e Deputados, se
verifique no dia 9 do mez de Agosto immediato.
- • … -- (Monitor.)
Huma carta de Vienna em data de 21 do mez pro
ximo passado e inserida na Gazeta d'Augsburgo a 26
do mesmo, annuncia, que o Grã-Vizir havia consegui
do assignalada victoria sobre os insurgentes. *
\
Os Russianos já são senhores de toda a margem di
reita do Vistula excepto de 2amosc. A 22 de # de
via o seu grande Exercito fazer hum movimento decizi
vo. (G. de França)
GRÃ-BRETANHA.
, londres, 26 de Maio, º
Tem reinado hºje grande agitação na praça do com
• •
mercio. Fallou-se muito da quebra de hum dos primei
ros banqueiros de Londres, o qual desappareceo da sua
habitação, e segundo se diz passou a França.
Afirmão que o Conde de Munster vai ser nomeado
para substituir Lord W. Bentinck no Governo Geral da
India. Dizem alguns que antes de ser investido com tão

Ymportante missão,
Clarence e de se lhe dará o titulo de Duque de
Rothsay.
• • *) - -
Assegurão que S. M. abrirá o Parlamento no dia 20 sia durante a guerra actual. Nada podia ser mais junto.
de Junho.
- * *** * * • •
º Continúa a emigração para a America septém trional.
A embarcação Hamilton sahio de Liverpool a 13 do
corrente levando 200 passageiros; e no dia seguinte deo á
véla
Novaa York.
Washington com mais 300: ambas se dirigem a
* * * ** * *
- Parece que toda a republica de Colombia desde o
"Orinoco até o isthrno do Panamá se acha na maior des
ordem. THa nos seus principaes departamentos hum con
flicto geral entre os antigos partidarios do falecido Bo
tivar, e os inimigos deste. Quando faleceo Bolivar os
seus adherentes erão senhores do poder em Bogotá, e
do territorio de Nova Granada. Hoje pretende-se des
pojallos desse poder, e que os Oficiaes que tem ás suas
ordens snião para Carthagena e Santa Martha sem es
perarem pela reunião do Congresso convocado para Ju
nho a fim de raminar a situação do Estado. Só o tem
po he capaz de manifestar o exito desta tuta de parti
dos; e no entanto se achão interrompidas as communi
cações interiores, compromettida a segurança dos cor
reios, e paralizadas as operações mercantis.
(Globe and Traveller)
O nosso Governo recebeo más noticiàs da Grecia,
que se communicárão aos"Embaixadores da França e
da Russia ; mas até o presente nada tem transpirado
relativamente ao seu conteúdo: unicamente se assegura
que o Conde Capo d'Istria se queixava dos obstaculos
que cada dia encontra no desempenho das funcções da
sua authoridade. (Court Journal.)
- "Ein Haity rebentou huma revolução entre os lagos.
O Presidente Boyer se vio obrigado a por-se á frente
das suas tropas. Porto Principe se acha agora no estado
mais lastimoso. Esta noticia he extrahida do pèriodico
intitulado Jamaica Courant, recebido em Nova York.
(Globe.)
• -
Não admira pouco que o procedimento da Austria
para com Duernicki e a sua tropa seja assumpto de
controversia nos periodicos Francezes e em alguns de
TLondres. Apenas podia haver occorrido huma questão
mais clara. Quer Duernicki se retirasse primeiramente
para os dominios Austriacos, quer tomasse huma posi
ção cuja principal protecção era o territorio neutral,
não altera isso a questão. No segundo caso, que he a sua
propria relação do successo, virtualmente violou á
neutralidade da Austria "convertendo-a em allíada.
Além do que se não tivesse havido perto nenhum ter
ritorio neutral, , o seu corpo seria passado á espada,
ou deveria entregar as armas e ser feito prizioneiro
de guerra. Retirando-se para a Galitzia livrou os seus
soldados da morte ou da prizão. Eis a vantagem
que a Austria neutral lhes assegurou: e por ventura
podia ella ter feito mais sem tomar parte activa na
luta contra a Russia ? Devia ella proteger os Polacos
quando se achavão em perigo imminefite; quando pela
propria confissão do seu, Chefe era desesperada a sua si
tuação; devia protegellos na pósse das suas armas, e
deixallos depois sahir a campo em mais opportuna occa
sião para renovarem as hostilidades? Teria isto sido neu
- , " " …i… … …
f"> *++++++ "TT"
. 1 ******", " ; º
c',…, a " - '
** ! , ', ……… ^ .
< 5: Iaun ok. e evº… ; 2- º * .
[ 674]
* * * • • •
tralidade? O Governo Austriaco he criminado pôr não
•
querer consintir que os Polacos voltassem á sua patria
excepto afiançando, que não combaterião contra a Rui.
Outro qualquer procedimento iria envolver a Austria
-
como parte contra a Russia. (M. Post.)
A 23 do mez ultimo se devia executar em Nova Vork
a sentença de morte em hum pirata por nome Gibbs,
que parece fôra hum dos homens mais sanguinarios é
• • • •
alheios do remorso de que hà noticia. Estando já com
sentença de morte confessou voluntáriamente todos os seus
crimes; este depoimento occupa duas extensas columnas
em typo muito miudo do Morning Inquirer de Nova York.
Tomou parte no roubo e destruição de mais de 40 navios, e
como lá dizem, os mortos não fallão, o pirata e seus fero.
zes companheiros, com huma ou duas excepções, as
sassinárão todas as pessoas que achárão a bordo. Con
fessou que desta sorte havia tirado a vida a quatrocentas
pessoas! Este malvado esteve em Liverpool ha tempos
figurando notavelmente no decurso de algumas sema
nas, mas como he provavel que então houvesse assu
mido algum nome supposto, não foi possivel identifi
callo. Está algum tanto abatido depois do seu proces
so, tem o rosto mais palido, e os olhos encovados;
mas ainda conserva o ar de hum animo audaz, e feroz.
- (Idem.) •
Escrevem de "Vienna em data de 17 de Maio:
» As tropas que devem compor o contingente federa
tivo para o Exercito da Confederação Germanica se ti
"Idem, 36, farão do Reino da Bohemia e da Moravia. Espetão-se
varios Regimentos de cavallaria, que se vão acantomar
nas immediações desta Capital.
» Não se tem recebido noticias da Polonia excepto,
que os Polacos havião proposto ao Conde Diebiliº
huma suspensão de armas.» (J. de Allemanho)
} --—-S$-—
+
Lisboa, 16 de Junho.
Telégrafo.—Serviço da Barra.—16 de Junhº
• • • •
O Cahique Hespanhol que estava fundeado em Cascaº
fez-se á vela e navega para o Norte.
Embarcações avistadas de Cabo razo.
7 h-47 m. 1 Cahique Francez ao Sul do Cabº dº
Roca. 2 •
9 h. 28 m. 1, Fragata Franceza, 2 Curvetas de Guet
radito, 1 Brigue dito dito, 1 Brigue Escuna Bº:
xileiro, e 1 dito sem bandeira a Oeste do Cabº dº
, , Roca. |- •
3 h. 50 m. 1 Cahique sem bandeira ao Norte do Cabo
do Espichel. - . . +
4 h. 19 m, 1 Fragata Franceza, e 2 Curvetas de Gu"
ºra dito ao Sul do Cabo da Roca. . "
Embarcações entradas em S. Julião. **
11 h., 30 m. 1 Brigue Escuna Brazileiro, e 1 dito
* Sueco. º - - •
Embarcações sahidas de Belém.
10 h. 9 m. 3 Escunas Tnglezas para Londres.
10 h. 37 m. 1 Escuna Ingleza para Dublim.
=>
• Publicações Litterarias.
* Sahio á luz o N.° 21 do Desengano.
. O Egoismo, papel curioso sobre as cousas do tempº,
vende-se por 40 réis nas lojas do costume.
—T- - i=i- • - • -
- 1 - * , , O, • - • • • - , ' ' " . =
LISBOA : NA IMPRESSÃO REGIA, ,
. . .. . . . . . … …! '], ; * * • * * * . .
. ** * • #
 [ 575 ]
… I |- •

-ao… o oit. . ……… |-

\'\ abe • \\\ ** * ",

NUM. 142. ….…………… ANNo 1831.

•

* 1
,
* *
-

GazETA DE LISBOA ———»ecºo8:#ee…=

SABBADO, 18 DE JUNHO.

AD/ERTENCIA. PARTE NÃO OFFICIAL.

As pessoas que pretenderem subscrever para a Gazeta

| de Lisboa, pelo 2.° Semestre, ou 3.° Trimestre do sor
| rente anno, o podem fazer dirigindo-se ao Administra NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
| dor da Loja da Gazeta, José Joaquim Nepomuceno Ar
sejas, na rua do Ouro, N.°235; as cartas que forem re SERVIA.
mettidas pelo Correio (assim como o importe das assigna
turas) devem ser seguras ; e francas de porte: o preço Belgrado, 18 de Maio.
: pelo 2.° Semestre he 63400 réis, e pelo 3.° Trimestre
3,3600 réis. Depois da acção de 23 d'Abril se retirou para Mo
—
nassir o Exercito do Grã-Vizir sem que o perseguissem
os insurgentes, e até parece que estes se havião retira
PARTE OFFICIAL. do sobre Pirlippo, convencidos de que lhes não dava
nenhuma vantagem o terreno que havião ganhado por
que carecendo elles totalmente d'artilheria e cavallaria,
e estando estas duas armas muito bem organizadas no
Exercito do Grã-Vizir, se expunhão a padecer outra
MINISTERIo dos NEGocios DA GUERRA. perda tão enorme como a que havião sofrido na ulti
ma acção. A idéa que manifesta o Bachá de Scutari
Relação dos Officiaes das Ordenanças que Sua Magestade he avançar por entre as montanhas seguindo o curso do
Houve por bem tivessem os destinos seguintes: rio Tendar, e cortar toda a communicação com o Grã
Vizir; para conseguir este projecto que lhe seria muito
Por Decreto de 7 de Junho de 1831. Reformados no vantajoso, se empenha em obrigar o Grã-Vizir a to
mesmo Posto com as suas honras, e privilegios: mar a ofensiva e a penetrar em hum terreno onde não
O Capitão Mór das Ordenanças do Districto das possa tirar vantagem nem da experiencia das suas tro
Galvéas, Antonio Themudo. pas nem da sua artilheria ou cavallaria. A Cidade de
O Capitão Mór das Ordenanças do Vimieiro, An Pirlippo, que he o principal mercado da Macedonia,
tonio Cordeiro Gallão. foi saqueada pelos insurgentes, que incendiárão e des
O Capitão Mór das Ordenanças de Terena, José truírão muitas casas, aniquilando tambem quasi todos
Joaquim de Pinna. os armazens de generos. Attribue-se esta desgraça a
Refórmado no posto de Capitão Môr o Sargento Mór que os habitantes quasi todos Gregos ou Francezes, e
das Ordenanças de Campo Maior, Francisco dos Santos por consequencia partidarios do novo systema que se
Ribeiro. gue o Sultão, tem facilitado soccorros ao Grã-Vizir,
Em Resoluções do 1.° de Junho do mesmo anno, to (Gazeta de Nuremberg.)
madas sobre Consultas do Conselho de Guerra.
Promovido a Capitão da 2.° Companhia das Orde POLONIA.
nanças do Cadaval, Francisco Duarte Ribeiro, Alfe
res da mesma Companhia. /arsovia, 18 de Maio.
Reformado no mesmo Posto, com as suas honras e
Privilegios, o Capitão da 3.° Companhia montada do Nada de oficio se sabe a respeito dos ultimos acon
Terço das Ordenanças de Loulé, Thomé Viegas Cabrita. tecimentos, particularmente sobre a acção que dizem
Reformado na conformidade da Lei o Capitão da 1.° tivera o General Czernowski nas immediações de Lu
Companhia das Ordenanças de Provezende, Manoel Al bastaw. Os movimentos da ala esquerda do Exercito
ves Teixeira. do General Diebitsch se regulavão sobre os das nossas
tropas que não obstante tem manobrado sem difficuldade,
R E A L E R A R 1 o. e sem que nada tenha occorrido digno de consideração.
O combate que houve no dia 13 perto do Kaluzyn foi
Nos dias 20 e 21 do corrente, se pagão na Thesou entre destacamentos de pequena importancia. As tropas
raria Geral dos Ordenados os mezes de Janeiro, Feve Polacas que nelle tomárão parte forão o Regimento de
reiro, e Março do anno proximo passado, da folha do Granadeiros da Guarda antiga, o 3.° de Cassadores,
Subsidio Litterario. - - - e parte da Cavallaria do General Uminski,
 [ 578 |
Dizem que forão os Russianos quem travárão o con … . O Amigo da Carta, de Nantes, cuja exaltação libe
ficto, sobre tudo os Regimentos da Lithuania e da Volay-º rakhe bem conhecida, publica do modo seguinte os ul.
nia, que des de é começo da insurreição não tem dei timos successos de Boisnie N perto
- * * **<de
* * Bressuire:
* •

xado de pelejar obstinadamente contra nós. Os nossos " »..….... Os Chouanes que levavão a bandeira branca,
Granadeiros cabírão sobre o inimigo sem fazerem fo # e erão commandados por Diot, se formárão em bata.
go, e lhe causárão consideravel perda: a nossa não lha; e depois de haver hum tiroteio por algum espaço
foi grande quanto ao numero mas sim por haver pere de tempo, gritou o Commandante dos Volteadores: A
cido Serkowski , Major de Granadeiros. O Tenente 2 baioneta! No mesmo instante os refractarios que se acha
Coronel Niewenglowski, que commandava aquelle cor vão com elles deitárão a fugir; mas os Chouanes vete.
o ficou contuso, e se acha no hosptial desta Capital. ranos, em numero de 80, permanecêrão firmes. O fogo
é ordem do Generalissimo dirigio o Generaf Pand {###"# os volteadores tiverão, tres feridos e dois
zynski huma carta aº &## do Estadó. Maior # #mortos; mas tendo-se-lhes acabado o cartuchame se vi.
ano, mas este lha restituio aberta nas-nossas avança ädº obrigados a-retrogradar sobre Bressuire, e logo de.
das. Tambem se diz que o Marechal Diebitsch regeita pois se retirárão os Carlistas.
ra a proposta que se lhe fizera para huma troca de pri * * * * Huma carta de Bressuire recebida em Nantes diz
zioneiros. (Gaz. de Karsovia...) em postscripto o seguinte:
FRANÇA. * - - --* * … Neste momento acabão de se descobrir perto do lu
ar onde foi o combate 21 cada veres de Carlistas.
- Niort, 16 de Maio. ** * … A Gendarmaria de Niost prendeo hum filho de Mr.
Terrier, conhecido pelo nome de Coração de Leão:
Proclamação do Marechal de Campo Barão Joannes, tambem se falla da submissão de alguns refractarios.
Commandante do Departamento de Deux-Sevres. » Gautier, antigo soldado de Charette, foi prezo na
povoação de Rouans no momento em que voltava de
== Habitantes de la Vandé:… Encarregada do mando: huma viagem a Grole perto de Roche-Serviere. He ac
militar de parte do nosso territorio, apresento-me entre cusado de haver excitado a guerra civil, assegurando,
vós para restabelecer o socego e a segurança, que al que hia pegar em armas, porque a Religião era ataca
guns perturbadores tentão alterar; não escuteis seus per da, accrescentando que se tratava de assassinar o Cura
fidos conselhos, habitantes de la Vendé, pois querem Parroco quando se achasse celebrando o Oficio Dw
precipitar-vos no abysmo da guerra civil, em que se no. Tudo em fim nos inclina a acreditar, que este des:
sepultarão com vossos bens, vossas pessoas, e vossas graçado
Paiz- *fora enviado e pago por certos sugeitos do
• • •

familias. Uni vossos esforços aos meus para fazer com

que voltem ao cumprimento dos seus deveres os infelizes,
que seduzidos por homens que são objecto do Publico
desprezo, tem cooperado para os seus actos critninosos.
» Convido os mancebos que não tem cumprido a lei
do alistamento a que se me apresentem, seguros de que
se lhes não formará culpa alguma. A inesgotavel bon
dade do Rei lhes perdoa o seu extravio; mas he preci
zo que se apressem a merecer este favor, pois os mo
mentos são preciosos. Se contra a minha esperança se
obstinarem em não voltar ao desempenho do seus deve
res, quem pode calcular os males que disso resultarão ! Hum individuo chamado Fermin Leguia, que parece
Virão á vossa Comarca forças consideraveis para cas
tigar os culpados; os honrados e pacificos habitantes
deste bello territorio sofrerão males que terião podido
evitar. • • -
* Habitantes de la Vandé ! Reuni-vos ao Governo sa
bio e paternal do Rei dos Francezes; confiai na sua
bondade e na sua eficaz protecção; procurai imitar o
resto da nação; portai-vos como filhos de hum mesmo
pai; tornará então a reinar a tranquillidade, a vossa
industria não achará obstaculos, vossas mercadorias,
vosso gado acharão nos mercados numerosos comprado
res, e devereis só á vossa sabedoria este appetecido so
cego tão necessario á vossa patria, agrícola por es
SCI) Cl2 ,
» Quartel General de Bressuire, 15 de Maio de 1831.
= O Marechal de Campo Commandante do Departa
mento de Deux-Sevres = Barão Joannes.»
Paris, 30 de Maio.
Escrevem de Mans o seguinte:
… Ha dias que anda huma partida de 13 Chouanes
pelas povoações d'Erson, Torigué, e S. Deniz d'Or
gnes, debaixo do commando de hum mancebo que se
intitula Tenente. Esta partida armada com espingardas
e baionetas, foi perseguida pela Guarda nacional e
brigadas de Gendarmes daquella Comarca, mas em vão,
» Tambem foi prezo e conduzido ao posto central de
Port-au-Vin, hum tal Laporte, escrivão que foi em
Nantes, por haver proferido gritos sediciosos.»
O Memorial dos Pyrineos diz o seguinte:
- º Os periodicos de París tem exaggerado e dado granº
de importancia aos movimentos militares que se fazem
em Navarra. Hum dos nossos correspondentes julga que
nada tem de ofensivo á França, e que tem principal.
mente por causa o temor de segunda invasão de refugiados,
ser o Diot daquelle paiz, he causa de toda esta inquie.
tação; acha-se á frente de 14 homens desesperados en
tre Vera, Urdaz e Irun, e conseguio escapar até hºje
apezar da perseguição das tropas que se dirigirão em
busca delle. Porém não podemos conceber que necessi.
dade ha de empregar tanta tropa na fronteira contra
hum inimigo tão debil; pois sabemos que ha mais de
6,3 homens reunidos nos arredores de Pamplona. Mas
como tudo isto poderia ser hum pretexto, esperamºs
que a França não se deixará allucinar, e que em todº
o caso fará avançar novo numero de tropas sobre as
nossas fronteiras, porque se com efeito se tratasse de
huma seria tentativa contra nós. (cousa que nos nãº
atrevemos a crer), serião insuficientes os pequenos de>
tacamentos que ha em varios pontos da linha, mesmº
para servir de mera precaução.» (Gazeta de Madrid)
Nas sociedades diplomaticas se occupão e entertem
com interesse a respeito de varias notas que se dirigem
reciprocamente os principaes Gabinetes da Eurºpa.
Diz-se que Mr. Casimiro Perrier já terá solicitado das
Cortes de Vienna e Berlim que desarmem, senão todº
parte dos seus Exercitos exorbitantes, que ao mesmº
tempo que inspirão receios, paralizão as transacções
II) erCant]S.

para o que não contribuio pouco o não levarem o laço Dizem que o Gabinete de Vienna respondera, %"
branco, e annunciarem que erão hum destacamento da anciosamente deseja reduzir o seu Exercito ao pé dº
Guarda nacional de Evron e de Santa Susana manda paz, porém que lhe não era possivel realizallo antes de
do em alcance dos desertores; além do que tem a pre se haverem resolvido algumas questões que tem relaçãº
caução de não entrarem em povoações, e de pagarem. com o estado actual da Polonia e da Italia, •

exactamente os viveres de que necessitão. (Le Breton.) Accrescentão que o Gabinete Frances replicara, 4".
 f 677 |
resolvidas em parte estas questões pelo Congresso de
Pºienna, nada impedia que as Potencias se pozessem de
accordo sobre os incidentes que sobrevierão depois da
.revolução de Julho, e que tem podido modificar o es
tipulado no Congresso de Vienna; que em quanto á
Italia o Gabinete Austriaco usara com mais amplitude
do que os seus direitos permittem, da faculdade de
intervir nos Estados Italianos, e que estes já não po
dião servir de pretexto para novos armamentos.
Que a respeito da Polonia como: o Imperador Nico
láo não deo ouvidos ás insinuações que se lhe fizerão a
respeito do compromettimento em que o estado actual
daquelle Reino põe as Potencias Européas, os Gabine
'tes de França e Inglaterra julgavão ser essencial o cha
marem a attenção de S. M., para os convenios feitos
em Vienna, pelos quaes se assegurou a independencia
da Polonia.
Esta ultima nota he que deo lugar aos boatos de
guerra que corrêrão de hontem para cá.
- (Correio Francez.)
Idem, 30 de Maio.
Em consequencia do disposto pelo General Clausel,
reunio o Dey de Tunes hum Exercito de 30,000 ho
mens, que debaixo da direcção de Oficiaes Francezes
vai conquistar a Provincia de Constantina, cujo Bey,
ou Governador, será por conta da França, Sidi Mus
tafá, irmão do Bey de Tunes. Chama a attenção nes
te Exercito, hum corpo de tropa regular, cuja instruc
ção e disciplina são notaveis. Este corpo creado pelo
General Clausel, a quem lho aconselhou o Bey, foi
organizado e instruido por Mr. Guy, Commandante do
Batalhão d'Engenheiros, e auxiliado por Mr. Lugan,
Capitão d'Artilheria; consta de dous Batalhões cada
hum de 500 a 600 homens e de huma Companhia de
Sapadores de 100 praças. Todos são Mussulmanos de
20 a 25 annos. O material consiste em tres baterias,
huma de montanha, outra de calibre 4, e outra de ca
libre 12. Estas tropas manobrárão ha dias na presença
do Bey com admiravel actividade e disciplina.
Dizem que o Bey rebelde de Constantina cuja tropa
tem fama de ser a mais valente e feroz, espera com
quarenta mil combatentes o Exercito de Tunes. O exi
to desta expedição dependerá da primeira acção e do
denodo com que se apresentarem ao inimigo as tropas no
vamente disciplinadas. Constantina dista de Tunes 80
leguaes, por cujo motivo decorrerá algum tempo antes
que se recebão noticias relativamente ao resultado da
referida expedição. (L'Avenir.)
- GRÃ-BRETANHA.
Londres, 23 de Maio.
Se forem certas as noticias que recebemos da Turquia
o Throno de Mahmud está em perigo. Em geral se sup
põe, que nestes acontecimentos ha alguma cousa de in
triga Russiana. Na Grecia tambem ha bastante desor
dem, porém importa pouco. Desthronado o Sultão não
tardaria em se desmembrar o Imperio da Meia Lua;
porque he materialmente impossivel admittir nas deli
berações da Politica Européa as hordas selvagens que
triunfassem: o Sultão fez muito á pressa a sua reforma.
(Standard.)
Idem, 26.
Chegou esta manhã a mala da Turquia; traz noti
cias de Smirna e de Constantinopla de 26 do mez ultimo.
Nada se diz das insurreições de que tem fallado os pe
riodicos Francezes. Não obstante parece que deve ter
occorrido terrivel desordem pois só em huma noute se
degolárão quinhentas pessoas, e se virão fluctuar sobre
as aguas do Bosforo muitos cadaveres; porém não se
podem dar outras circumstancias sobre este tragico acon
tecimento.
S. M. se acha muito alliviado e a indisposição que
padece não apresenta nenhum symptoma de gota, mas
só de huma afecção rheumatica, que em nada impede
o uso da mão. (Windsor-Express.)
Dizem que o Principe Leopoldo acceitára a Coroa
da Belgica. Esta noticia he prematura. S. A. R. ain
da não respondeo de oficio, nem deixou transpirar cou
sa por onde se possa formar opinião a respeito deste
assumpto. Não obstante devemos esperar que o Princi
pe acceite a Soberania de hum paiz cuja tranquillidade
interessa a toda a Europa. He impossivel que os Bel
gas escolhão melhor Soberano ou o Principe melhor paiz.
(Courier.)
HESPANHA.
Madrid, 7 de Junho.
Real Ordem communicada ao Conselho Real em 8 de
Abril ultimo pelo Senhor Secretario da Graça e Jus
tiça sobre a formação de causa aos prófugos de pre
sidio.
Dei conta a ElRei N. S. de huma exposição em que
o Governador da Repartição do Crime da audiencia de
Sevilha manifesta entre outras cousas as duvidas que se
offerecem áquelle Tribunal sobre o modo de formar as
causas aos que tendo fugido dos presidios comettem ou
tros delictos em distincto territorio daquelles e quão con
veniente seria, que fossem julgados pelas authoridades
das povoações em cujo termo os perpetrão; e tendo S.
M. em sua Soberana consideração, que segundo a lei,
todo o desacato commettido contra ajustiça causa per
dimento de foro, e deixa sugeito a ella quem o comet
ter por privilegiado que seja, houve por bem assim o
declarar por acordão geral de conformidade com o pa
recer de V. Ex.", em 23 de Março ultimo, mandando
que todas as Justiças do Reino conheção dos delictos
que cometta em seu territorio os prófugos de presidio,
e que impondo-lhes a pena de que se tiverem feito acre
dores, os remettão depois ao chefe do presidio a que
pertenção para que tambem lhes imponhão o augmento
que merecerem. De Real Ordem o partecipo a V. Ex."
para sua intelligencia e mais efeitos convenientes etc.
(Parte Official da G. de Madrid.)
*—» $$ *—»
Lisboa, 17 de Junho.
Sua Magestade ElRei Nosso Senhor Se dignou dar
Audiencia hontem, no Real Palacio da Bemposta, ao
numeroso concurso de pessoas que tiverão a distincta
honra de chegar á Sua Augusta Presença, e a quem o
Mesmo Real Senhor acolheo com a paternal bondade
que caracteriza o Seu magnanimo coração.
*—*§§ «—»
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 17 de Junho.
+
Embarcações avistadas de Cabo razo: •
4 h. 45 m. 1 Bergantim sem bandeira, e 1 Cahique di
to, a Oeste do Cabo da Roca: o Bergantim nave
ga para o Sul, e o Cahique deo fundo em Cas
Ca C.S,
7 h. 30 m. 1 Bergantim sem bandeira, 1 Escuna dito,
e 2 Chalupas dito, ao Sudoeste do Cabo do Espi
chel: navegão para o Norte.
 [ 578]
8 h. 30 m. 2 Cahiques sem bandeira, ao Sul do Cabo
do Espichel: navegão para o Norte.
9 h. 50 m. 2 Fragatas Francezas, 1 Curveta de Guer
ra dito, 1 Brigue dito dito, 1 Bergantim sem ban
deira, a Oeste do Cabo da Roca; o Bergantim na
vega para o Norte; e 1, Galera dito ao Norte do
Cabo da Roca.
3 h. 54 m. 1 Barco Inglez movido por vapor, ao Nor
te do Cabo da Roca: navega para o Sul.
Embarcação entrada em Belém.
4 h. 30 m. 1 Galera Portugueza Santa Rita, de Per
nambuco, á0 dias, mala, 6 passageiros, que são:
hum Caixeiro de Commercio Portuguez, hum Ne
gociante Brazileiro com 3 pessoas de familia.
Embarcações sahidas de Belém.
10 h. 23 m. 1 Escuna Ingleza para Sines e 1 Galeota
dito para Hamburgo,
•… :} **
ADMINISTRAÇÃo do CoRRETo GERAL.
Navio a sahir.
Julho 8. Para Pernambuco o Navio Brazileiro Nova
Aurora. •
== = centes á Classe das Portas da Misericordia, do falido
Publicação Litteraria.
Sahio á luz, e irá sahindo a Muza indignada contra
a Pedreirada , e irá tozando os Mações de hum modo
horrivel: vende-se na loja de João Henriques, na de
Carvalho, e nas mais do costume.
Annuncios.
Aviza o author do Prospecto da Acção de 13 de Mar
ço de 1823, aos Senhores assignantes desta Capital, que
por lhe não ser possivel mandar os exemplares ás suas
moradas, queirão ter a bondade de os mandar buscar á
Praça das Flores, á Lithografia de Santos.
Para a rua nova dos Corrieiros, vulgo travessa da
Palha N.° 103, 3.° andar, se mudou huma Senhora que
continúa a ensinar a tocar pianno, a cantar por muzi
ca, e a bordar de todas as qualidades, indo diariamente
a casa das pessoas que quizerem aprender.
Nos dias 20, 21 , e 22 do corrente mez de Junho,
torna a entrar em praça no Tribunal do Conselho da
Real Fazenda, para ser arrendada no ultimo delles, a
casa sita no Beco do Carrasco , onde esteve a Thesou
raria Geral das Tropas, e que pertence á mesma Real
Fazenda.
Os Administradores da massa do falecido João da
Silva Brandão, nomeados pelo Juiz Superintendente
d'Alfandega do Porto por seus Procuradores nesta Cida
de, vendo na Gazeta do 1.° deste mez, annunciada a
venda em hasta publica do Brigue Deos te guarde, an
nuncião que o dito Brigue está onerado á Fazenda Real
da dita Alfandega, em beneficio da qual forão nomea
dos os ditos Administradores; o que fazem publico para
conhecimento de todos os concorrentes.
Quem quizer fornecer com os generos de melhor qua
lidade o rancho do 3.° Regimento de Cavallaria de Lis
boa, compareça no dia 21 do corrente, pelas dez horas
da manhã, na Secretaria do mesmo Regimento.
D. Maria da Arrabida Cabral Rangel pretende ar
rendar a sua quinta dos Arcos, sita em Azeitão, que
consta de vinha, pomares de espinho e caroço, com
agoa nativa, e hum grande tanque, boas terras de pão,
==
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
•
boas casas para habitar, e para aceommodações de ga
dos, e dous moinhos de agoa: quem pretender arrendar
a dita quinta dirija-se ao largo de Santo Estevão N.°
ó, das dez horas da manhã até á huma da tarde, para
tratar do seu ajuste.
Quem quizer comprar huma propriedade de casas de
N.° 10 até 13, com seu quintal e poço, sitas na tra
vessa de S. Sebastião, junto á Praça das Flores, forei.
ras ao Real Collegio de Nobres em 63400 réis, dirija
se ao Convento de Corpus Christi na rua dos Fanquei
ros a Fr. João de Santo Elias, que está authorizado
para tratar do seu ajuste.
Vende-se bum predio abarracado, com seu quintal e
poço na rua direita da Cruz das Almas, N.° 33, 34, e
36, foreiro á Excellentissima Condessa de Anadia; ali
se dirá quem he o dono do dito predio,
Quem quizer comprar huma quinta, pouco distante
de Lisboa, que se compõe de vinhas, fruta, terra de
pão, olival, poço de nora, tanque, horta, casas no
bres, adêga, casa de lagar, cavalharice, palheiro, ca
sa de caseiro, e todas as mais accommodações precisas,
póde falar ao Advogado Antonio de Paiva Rapoio, no
seu Cartorio na entrada da travessa da Palha N.° 83,
No dia 20 do corrente mez de Junho , pelas quatro
horas da tarde, no sitio da Ribeira Velha, N.° 1, se ha
de proceder na arrematação de varias fazendas perten
"Caetano Xavier de Souza , a cuja arrematação ha de
presidir o Desembargador Conselheiro Juiz dos Fallidos,
Na tarde de Quarta feira, 22 de Junho, se ha de ar
rematar na praça do deposito, sobre o valor de 4:000$000
de réis , por execução dotal, a quinta dos Carneiros,
no termo da Villa de Alemquer: he Escrivão Couto.
Quarta feira, 22 de Junho, nesta praça publica se
hão de arrematar com o abatimento da quinta partedo
seu valor humas casas no lugar do Portosalvo, termo
da Villa de Oeiras, avaliadas em 2705000 rs.: he E
crivão da arrematação Negreiros.
Segunda feira, 20 do corrente, pelas 10 horas, na
rua da Emenda, N.° 31, segundo andar, se hão deven
der em leilão publico mezas, cadeiras, leitos, espelhos,
commodas, lustre, cortinas etc.
Terça feira, 21 do corrente, pelas dez horas, na rua
dos Capellistas, N.° 29, segundo andar, se ha de vender
em leilão publico toda a mobilia da casa , que consta
de bons moveis.
No dia 2 de Julho, pelo meio dia até huma hora, na
rua dos Fanqueiros, N.° 131, segundo andar, em casº
de Diogo Roberto Higgs, se há de vender em leilãº
publico, a quem mais der, o casal do Reguengº dº
Joanal, no sitio da Golegã, foreiro hoje ao Excelentº
simo Conde da Povoa em 803000 réis annuaes, laude
mio de quarentena; arrendado a José Vaz Monteiro por
1:3003000 réis cada anno, livre de foro, decima, e dº
todos os encargos para o senhorio; hypothecado a Pe.
dro de Souza em 19:000$000 de réis, por Escriptura
em Notas do Tabellião Noronha, rua do Ouro, N.°201:
quem pretender mais alguns esclarecimentos, dirija-º
ao dito Diogo Roberto Higgs.
Estiva. • •
Preços do Pão e Azeite para a semana que principiº
de 20 a 26 de Junho de 1831: ••
Pão de arratel na fòrma da Lei - - a 43 réis.
Em metal - - - - - - - - - a 37 réis.
Canada de Azeite - - - - - - a 240 réis.
–==
 NUM. 143.
GAZETA DE LISBOA. ————–=>>>{>};$$1<<<9G<<==--
SEGUNDA FEIRA, 20 DE JUNHO.
PARTE OFFICIAL.
Extracto da Ordem do Dia N.° 35.
Quartel General no Paço de Queluz, em 18
de Junho de 1831.
Publica-se ao Exercito o Avizo abaixo transcripto:
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — ElRei Nos
so Senhor, em Resolução de 12 de Janeiro ultimo, to
mada sobre Consulta do Conselho de Guerra, Houve
por bem decidir , que ao Major do Regimento de Ca
vallaria de Evora, Luiz José Nogueira Velho, se lhe
#* conte a antiguidade deste Posto desde 6 de Julho de
1827. O que communico a Vossa Excelencia para seu
**
E##
conhecimento, e mais efeitos necessarios. = Deos guar
de a Vossa Excellencia. Paço de Queluz, em 9 de Ju
i;}
nho de 1831. = Conde de S. Lourenço. = Illustrissimo
e Excellentissimo Senhor Conde de Barbacena.
ElRei Nosso Senhor, como Commandante em Chefe
do Exercito , Houve por bem exonerar do exercicio de
Ajudante do Regimento de Milicias de Coimbra, pelo
requerer , o Tenente do Regimento de Infanteria de
rãs, 5 JValença, Ayres José Manrique.
i :eº
ElRei Nosso Senhor, como Commandante em Chefe
do Exercito, Determina que os Subalternos abaixo de
clarados passem a ter o exercicio de Ajudante no Cor
po a cada hum delles designado, e na conformidade dos
$$.4.", e 6.° do Artigo 27 do Regulamento para a or
ganização do Exercito, de 21 de Fevereiro de 1816, e
no Decreto de 19 de Agosto de 1825.
No Regimento de Milicias de Coimbra.
O Alferes do Regimento de Infanteria de Valença,
Bernardo Francisco de Almeida.
No Regimento de Milicias de Feira.
O Alferes do Regimento de Infanteria de Cascaes,
José Maria Cabral Mascarenhas.
(Seguem-se Licenças.). Conde de Barbacena, Chefe
do Estado Maior General. = Está conforme o Original.
= Ajudante General, Marquez de Tancos.
PARTE NÃO OFFICIAL.
#-
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
— POLONIA.
}Yarsovia, 19 de Maio.
(Extracto dos periodicos Polacos.)
A Gazeta d'Estado da Polonia publica Oficialmente
ANNo 1831. - ,
-
* * * * * * *
mº.…", :, , º
• º | •
a determinação do Governo Austriaco a respeito do
corpo do General Duernicki. Este General e os seus
Oficiaes poderão residir em Laybach. Os Soldados fo
rão mandados para a Transilvania. Os Oficiaes con
servarão os cavallos que forem sua propriedade.
A colera morbus tem cessado aqui em certo modo,
pois no dia 16 de Maio não havia nenhum enfermo.
Não obstante escrupulosamente se observão as medidas
de policia medicinal. Ha alguns dias que não temos par
tes Oficiaes do Exercito. Isto deo motivo a que a Ga
zeta d'Estado da Polonia comettesse hum grande erro. No
seu N.° de 17 de Maio dizia: " A 16 de Maio a van
guarda da Guarda Imperial Russiana foi repellida_pe
las nossas tropas. Occorreo o encontro na aldêa de Dlu
giesiodlo entre o Bug e o Narew. A esta vanguarda
se fizerão dous mil prizioneiros. O Conde Thomás Pu
tocki, hum dos Ajudantes do Generalissimo, ficou feri
do no rosto de hum tiro de carabina.» No seu N.° de
hontem 18 declara a Gazeta d'Estado da Polonia, que
comettêra hum erro; que o que occorreo na dita aldêa
fôra só huma escaramuça, e que os Polacos apenas ha
vião feito 50 prizioneiros, com pequena diferença, do Re
gimento de &## da Guarda da Finlandia. Dous
Oficiaes Polacos do Estado Maior que estavão reconhe
cendo as immediações da aldêa forão feitos prizioneiros
pelos Cossacos. (Quotidiana.)
BELGICA.
Bruxellas, 29 de Maio,
Carta de Lord Ponsonby, apresentada ao Congresso :
» Bruxellas, 27 de Maio de 1831. — Hontem á nou
te cheguei a esta, e não quero demorar o communicar
vos algumas idéas relativas ao estado dos negocios da
Belgica na parte em que nelles se acha interessada a
Conferencia de Londres. Confio em que a vossa indul
gencia dissimulará as imperfeições de huma carta escri
pta com a maior precipitação.
» A Conferencia acha os limites da Hollanda estabe
lecidos por Tratados; e sobre este ponto os Tratados
formão o direito das Gentes. Não pode a Conferencia
violar esse direito, e por consequencia tambem não po
de consintir, que a nação Belga se attribua o direito de
fixar as fronteiras de outro Estado; porém a Conferen
cia não deixa d'estar disposta quanto lhe for possivel
fazello sem violar os principios fundamentaes da politi
ca Européa, a evitar quanto possa ser contrario aos
interesses da nação Belga, toda a vez que não prejudi
{" os das outras nações. Seguindo estas idéas deseja a
-
Xonferencia, que a nação Belga entre no circulo ordi
nario dos Estados Européos reconhecendo a commum
-
obrigação que impõem os Tratados; tomando parte nos
encargos, e nos beneficios da politica admittida entre
 [ 530 ]

as nações, e constituindo-se do modo conveniente para » Aos homens que se achão á testa dos Governos per
adquirir o direito d'exigir, que todos os mais Estados a teace o calcular as probabilidades que ha a favor do trium.
reconheção e # associada. Se a nação Belga fo ou da derrota; a elles toca o fazerem ver aos seus com.
se prestar a pôr-se nesta situação, a Conferencia me patriotas se lhes convem mais esforçar-se por conseguirem
diará eficazmente para que obtenha o Ducado de Lu o sem fim por igual caminho, e em similhantes direm.
aemburgo por hum Tratado, e mediante huma indem stancias, ou tentarem os meios singelos, pacificos e mais
nisação equitativa; outrosim tomará medidas seguras eficazes que oferecem as negociações debaixo de hum
para evitar qualquer aggressão militar da parte da Con Principe amigo de todos os Governos da Europa, e
federação Germanica durante a negociação. tendo estes interesse em consolidar o poder e segurança
….… He precizo observar, que procedendo deste modo, daquelle. . * * * * *

có#seguirá a fiação Belga pacificamente e para sempre * * * A incerteza manifestada por S. A. R, o Principe
o territorio de que se trata, quando be pelo menos in * Leopoldo nas respostas que deo aos Senhores Deputa.
certo que o possa obter por meio da guerra; ao mesmo dos encarregados de sondarem a sua opinião a respeito
tempo livrará os habitantes do dhi)", das cala da Soberania da Belgica, suficientemente demostra os
midades que sofrem aquelles que vivem no theatro das principios desintessados de S. A. R., e prova que não
hostilidades. -

, , quizera, acceitar a Coroa que se lhe oferecesse sem es.

|-

» A Conferencia, animada pelos melhores desejos a tar seguro de a poder conservar com honra da nação Bel
favor da nação Belga, faz quanto pode por conservar a ga e de si mesmo. Não obstante hoje em dia se acha
paz actual, e asseguralla para o futuro affiançando es plenamente persuadido de que tem suficientes funda
te beneficio na segurança, e na independencia da Bel mentos para esperar confiadamente, que se executarão
gica, e no definitivo ajuste dos assumptos que lhe in equitativa e promptamente as medidas que a Conferen
teressão. - - - -
cia adoptou para coadjuvar o satisfactorio ajuste dos
» Seria de muita satisfação para a Conferencia, que negocios do Grã-Ducado de Luxemburgo, e S. A. R.
o Congresso elegesse hum Soberano, que não ofendesse está disposto a tomar sobre si como Soberano a con
pessoalmente os direitos dos outros d"."."
e TeCO• clusão deste degocio. Pode haver melhor testemunho do
nhecerá com particular satisfação o Principe que pare que ultimamente tem variado a opinião e as resoluções
ce reunir os votos dos Belgas huma vez que o Congres da Conferencia ! Ha huma semana que esta acreditava
so lhe prometta entrar no circulo com num dos Go que era, senão necessario, pelo menos muito para de
vernos. sejar, que o Grã-Ducado ficasse em poder da casa de Nas
- … Em que principios se poderia fundar a nação Belga sau, e hoje em dia está disposta a mediar com mani.
para se querer colocar em situação diferente daquella festa intenção de fazer com que aquelle Ducado seja paº
em que vivem todas as outras nações! Porque ha de ra o Soberano da Belgica.
pretender ao exclusivo privilegio de dar a lei a todos os » A honra da nação Belga consiste na posse do Gri.
outros povos em questões relativas a hurn territorio que Ducado, e não em sustentar huma guerra para o adº
se disputa, e de subtrahir-se á obrigação d'observar a re quirir, causando por este facto a ruina dos Belgas.
gra universal, as negociações, e os tratados, preten » A Conferencia não pretende intervir no concernente
dendo de repente recorrer á violencia e á guerra para aos direitos, á independencia ou á organisação interior
affiançar o que considera como direito seu ! Tem acaso da nação Belga ; porém quer manter os direitos dos ou.
a nação Belga poder suficiente para fazer com que tros Estados contra toda a aggressão, debaixo de todº
as grandes *# militares da Europa annuão aos e qualquer pretexto que se tente. Já não haverá nºvº
seus desejos ! Entendem alguns que se pode excitar Codigo de conquista estabelecido por huma Potencia 4
os povos da Europa a resistir aos seus respectivos Go parte. A Conferencia continuará a ser a protectora das
vernos com o fim de que a nação Belga se ponha leis e da liberdade contra todos os que pretenderem fiº
em estado de destruir a authoridade dos Tratados, zer-se conquistadores, e contra todos os que não quilº.
unico principio que livra as nações de perpetua guer rem conhecer outra lei mais do que a sua vontade e cas
ra! Já mais poude haver erro mais grave e perigoso do pricho. Os Belgas não terão por boa politica o susten"
que similhante opinião. tarem o direito da força, e reconhecerem-no como s"
» As grandes Potencias estão suficientemente pene premo e absoluto, sem se exporem a ver, que a seu km.
tradas do que mais lhes convem hoje em dia para não po redunda esta doutrina em prejuizo delles.
disputarem entre si ácerca da questão Belga, isto he, » O que he que se exige da nação Belga para quecomº
sobre se os Tratados devem ser sagrados; pelo contra siga ver-se tranquilla e segura? Que condescenda amor
rio todas procederão de accordo, certas de que os seus trar-se submissa aos mesmos deveres politicos a que se
povos approvarão o seu procedimento, e coadjuvarão o submettem as grandes Monarquias. O que a França,
bom exito. Austria, Inglaterra etc. achão justo e honroso para
» Excita-se a nação Belga para que recorra ás ar ellas mesmas, poderá acaso ofender a honra dos Bek
mas: com que objecto ! Com o de conservar o Grã gas?
3Ducado de Luaremburgo. Podendo possuillo em paz e » Confio no solido juizo do Governo e da nação Bek
segurança pela miléssima parte do que lhe custaria a ga ; lisonjeo-me de que examinarão com madureza º
tentativa de conservar á força d'armas, não fora im resblverão com sabedoria a grande questão que para el:
prudencia vacillar na escolha! les se apresenta, e que não cometterão a imprudenciº
» A nação Belga quer conquistar Maestricht, a mar de suscitar sem necessidade difficuldades cuja consº
gem esquerda do Escalda, e arrancar á Hollanda algu quencia poderia causar até a extincção do nome Belgº
ma parte mais das suas antigas possessões. Hoje em dia » Quanto á divida posso assegurar, que a intenção dº
em que a politica Européa está ao alcance até dos me Conferencia foi unicamente propor.
nos illustrados, haverá ainda quem duvide de que a na º Sou etc. Ponsonby.»
ção Belga se não acha no estado de conseguir pelas ar Esta carta foi lida pelo Ministro dos Negocios Estrº
mas nem huma só destas cousas, huma vez que não con geiros, que baixou da Tribuna sem accrescentar huma º
siga vencer os Exercitos da França, Prussia, Austria, palavra, e se seguio profunda agitação no Congressº
e Inglaterra? Nem huma só pollegada de territorio Hol Mandou-se imprimir a carta de Lord Ponsonby: Mr.
lº se deixará á nação Belga, huma vez que não Jottrand pedio, que logo se abrisse a discussão sobre º
tenha vencido a Europa; sem fazer menção do que po mesma carta; mas sobre a proposta de Mr. Claes deci
deria perder do seu proprio territorio no caso de ser ven dio o Congresso, que se não ventilasse o assumpto antº
cida em similhante conflicto. da proxima Segunda feira. •
 [ 581 |
Leo-se huma proposta de Mr. Northomb e outros, que Providencia Divina , º pelo qual se acha molestada a
pedem se anule a eleição do Soberano se para a accei costa do mar e os districtos montanhosos de Mayo e
tar exigir a cessão do Grã-Ducado de Luxemburgo ; Galaway, he o padecimento do Clero Catholico cujo
e de parte do territorio de Limburgo; que se transijão dever o põe a cada hora em contacto com os que
com sacrificios pecuniarios todas as questões de territo morrem á fome, e entre os quaes se vai rapidamente
<rio; que em Maestricht se ponha temporariamente hu propagando a febre. Já fizemos menção do falecimen
<ma guarnição mixta do estrangeira, porém de nenhum to do Reverendo Mr. Hughes, estimavel Sacerdote Ca
modo Hollandeza; que as negociações relativas a esta tholico, e com magoa annunciamos a morte de Mr.
proposta se submettão á ratificação do Congresso, dan Miles Prendergast, distincto pelas suas boas qua
do conta do estado em que se acharem até 20 de Junho, lidades e igualmente exemplar no desempenho dos seus
ao mais tardar. Mr. Northomb explicou a sua proposta; deveres de Pastor; foi victima de huma febre violenta
Mr. Beyt disse, que o direito da nação Belga sobre o que contrabio em consequencia de acudir aos seus par
territorio de Limburgo e a margem esquerda se funda roquianos enfermos. Teve lugar o seu falecimento a
sobre tratados existentes; e decidio o Congresso que es 16 do corrente; a sua morte he sintida pelos seus par
te Deputado pozesse por escripto o seu parecer, e que roquianos como se fôra a de hum pai. Não intervirá o
tanto este como a proposta de Mr. Northomb se impri Governo para atalhar por meio de adequado soccorro
missem e distribuissem ás secções. os estragos de tão horrivel miseria, da assoladora fe
(E. da Gazeta de Madrid.) bre que a acompanha, e que aliás virá a ser hum fla
gello que despovoará o paiz!»
\ …
GRÃ-BRETANHA. *—*§§ *—»
|-
- ,,, , , !
•
Londres, 22 de Maio.
•
Lisboa, 19 de Junho.
O Western Argus contém o seguinte a respeito do
estado em que se acha o Condado denominado da Rai O Commercio de exportação e importação de Portu
nha na Hrlanda: - - -
gal com o porto de Amsterdam, no passado anno de
» O estado deste Condado pede a seria attenção do 1830, segundo hum mappa fidedigno, consta ter sido o
Governo. Quasi todas as noutes se faz apprehensão de que se verá do seguinte resumo:
armas; e até mesmo de dia partidas de gente armnada Exportárão-se de Amsterdam para Lisboa e Porto
vão atacar as habitações! O terror das pessoas Inorige generos importantes em florins 2493850, que ao par a
radas e pacificas he tal, que deixão de dar informação 320 réis fazem 79:9523000 réis, sendo conduzidos em
alguma sobre os ditos ataques, e quanto lhes he possi 21 Navios, hum delles Hiate Portuguez, e os 20 vasos
vel se esquivão a identificar os aggressores, que constante Hollandezes, (13 para Lisboa, e 3 para o Porto.)—
mente designão como estranhos apezar de se julgar, que Além destes vierão 20 Navios do mesmo porto de Amster
os seus proprios vizinhos são das taes partidas. Empregá dam em lastro, de diversas nações, 7 para Lisboa, 1
Tão-se mais cem Oficiaes da Policia, por cujo auxilio dan para o Porto, e 12 para Setubal.
do o Governo adequados fundos aos Magistrados se po Importárão-se de Portugal para Amsterdam generos.
derá conseguir algum bom resultado. Em quanto os importantes em 108.9263720 réis ou 340,8396 florins,
animos dos camponezes continuarem em tanta efferves conduzidos em 16 Navios (a saber: 1 Hiate Portuguez,
cencia pela imprensa incendiaria que circula a materia 13 Embarcações Hollandezas, e l Sueca), que levárão
mais perigosa entre elles, pouco se póde esperar, e . vinhos , laranjas, limões, figos, passas, amendoas,
certamente he hum dever da parte do Governo impe lãs, cortiça, sarro de vinho, ameixas doces em caixas,
«dir isto. O paiz se acha no estado do maior perigo; açafrão, folhas de louro, castanha pilada, 306 moios
todos os homens de bem anciosamente esperão a ad de sal, 100 caixas de chá, assucar, arroz, cacáo, cou
opção de medidas sabias para se livrarem a si e ás suas ros, gomma elastica, coquilho etc.
familias do assassino e do incendiario.
Diferença a favor da nossa exportação 29,9748720
ITelS, •

» Caso atroz. Ha poucos dias que certo Oficial foi

mandado de Loughrea para Dalyston com hum expres
so pelas 5 horas da manhã. Chegando alli encontrou
hum individuo que lhe poupou o trabalho de se apear
para abrir a cancella # estrada, travando converça
com elle e caminhando a seu lado. Versou a conversa
ção sobre politica, o estado de desordem do Condado
de Clare etc. O pobre Oficial expressou os seus senti
mentos francamente criminando o actual procedimento
do povo. Neste momento tirou o desconhecido huma
pistola e com muito sangue frio a disparou sobre o pri
meiro, que logo lançou mão das pistolas que levava,
e as desfechou, mas em vão. Fugio o assassino; e em
consequencia do perdimento de sangue logo cahio a sua
victima por terra. O estrondo do fogo attrahio a atten
ção da Guarda estacionada em Dalyston, que veio em
seu auxilio. Foi conduzido aquelle infeliz para Lon
ghrea, e julgando-se necessaria a amputação como uni
co meio de conservar a vida, ainda que com mui re
mota esperança de bom exito, infelizmente não poude
o seu temperamento sofrer a operação, e huma hora
depois expirou.»
O periodico intitulado Freeman's Journal contém o
seguinte:
* O mais lastimoso resultado do terrivel castigo da
*—* $$*—»
MrzA DA ConscieNCIA E ORDENs.
Edital.
Ordem de S. Bento de Aviz.
Da data deste a quarenta dias se ha de tratar no Tri
bunal da Meza da Consciencia e Ordens do provimen
to da Capella simples de Nossa Senhora das Almas, si
ta na Igreja Matriz de S. João Baptista, da Villa de
Moura; devendo por isso, os oppositores que a preten
derem, e se acharem habilitados para as Igrejas das Or
dens, apresentar no mesmo Tribunal, dentro daquelle
prazo, os seus requerimentos legalmente documentados,
segundo o estylo que se pratica no provimento de taes
Capellas simplices. Lisboa, 18 de Junho de l331.=
Antonio Maria Gentil.
Telégrafo.—Serviço da Barra. — 18 de Junho.
O Cahique Hespanhol que estava fundeado em Cascaes
fez-se á véla e navega para o Norte.
 [582 ]
Embarcações avistadas de Cabo razo.
4 h. 20 m. da m, 2 Fragatas Francezas, 1 Curveta de
Guerra dito, e 1 Brigue dito dito a Oeste do Cabo
da Roca.
10 h. 32 m. da m. 1 Curveta de Guerra dito ao Sul do
Cabo da Roca; I Bergantim sem bandeira, e 1
Chalupa
pa navegadito a Oeste
para do Cabo da Roca: a Chalu
o Norte. •
5 h. 36 m. da t. 1. Bergantim sem bandeira ao Norte
do Cabo do Espichel.
Embarcação avistada do Cabo do Espichel.
1 h. 43 m. da t. 1 Barco sem bandeira movido por va
por ao Sul do Cabo do Espichel: navega para o
Norte.
Embarcação entrada em S. Julião.
3 h. 47 da t. I Bergantim Inglez.
Embarcação sahida de Belém.
1 h. 30 m. 1. Bergantim Inglez para Leith.
Idem, 19.
Hontem á noite entrou 1 Bergantim Sardo.
Embarcações avistadas de Cabo razo.
4 h. 45 m. da m. 2 Fragatas Francezas, 2 Curve
.tas de Guerra dito, e 1 Brigue dito dito ao Sul
do Cabo da Roca.
2h. 50 m. da t. 1. Brigue dito, 1 Bergantim sem ban
deira, e 1 Cahique dito ao Norte do Cabo da Ro
ca: o Cahique he Hespanhol deo fundo em Cascaes.
4 h. 46 m. da t. 1 Bergantim sem bandeira ao Sul do
Cabo do Espichel. •
5 h. 29 m. da t. 1 Brigue Escuna sem bandeira ao Nor
te do Cabo da Roca.
- Embarcação entrada em S. Julião.
6 h. 46 m. da t. 1 Bregantim Sueco.
Embarcação sahida de S. Julião.
7 h. 18 m. da m. 1 Paquete Inglez.
Embarcações sahidas de Belém.
12 h. 15 m. da m.l_Bergantim Inglez para Liverpool.
12 h. 30 m. da t. 1 Bergantim Americano para Boston.
Publicação Litteraria.
Publicou-se o N.° 2.° da Collecção de Instrucções so
bre a Agricultura, Artes, e Industria, que contém dif
ferentes methodos de fabricar a manteiga, e de a salgar :
tem duas estampas, e se vende por 80 réis nas lojas dos
mercadores de livros na rua das Portas de Santa Catha
rina; na de João Henriques, rua Augusta N.° 1 ; em
Coimbra, e no Porto na de Francisco Luiz de Andrade.
Annuncios.
No dia 23 de Junho corrente, ha de principiar a ex
tracção da oitava Loteria da Misericordia de Lisboa,
respectiva ao actual semestre.
Assigna-se para o Correio do Porto na loja do livrei
ro Carvalho, ao Pote das Almas, N.° 67.
No dia 23 do corrente mez, pelo meio dia, se hão
de pôr em lanço no Real Collegio Militar da Luz, to
dos os generos de merciaria, que se consomem no dito
Collegio.
Na botica ao largo da Esperança, N.° 31, se continua
a vender agua das Caldas da Rainha, bem acondicio
nada em vidros de meia libra, e custa cada vidro com
-agua 70 rs., e só a agua 20 rs.; adverte-se que se não
recebem vidros que não sejão os mesmos que com a agua
se vendem: tambem se vende agua de Seidlitz, de Pyr
mont, hipatica salina, férrea da Venda Seca, da Ca
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
mara, e de Geilnau; caixas com pós para fazer agua
de soda, vindas de Inglaterra, e rob anteceflitico de
Lafecteur, vindo de França, e cada garrafa he acom.
panhada de hum folheto, que ensina como se deve to
mar, e a sua dieta.
Na botica de José Joaquim Pereira, na rua da La
pa, N.° 61, e na do largo de S. Thiago, N.° 4, aci.
ima do Limoeiro, continua a venda das aguas das Cal.
das e Ferrea de Camara, vindas (como nos annos pre
teritos) no melhor acondicionamento.
Na botica de Bernardino Ribeiro da Silva Henriques,
na rua dos Capellistas, N.° 49, defronte da torre de
S. Julião, se continua a vender agua das Caldas, vin
da duas vezes na semana em vidros pretos de meio quar
tilho, e tão bem acondicionada como nos mais annos,
de que o publico se tem achado satisfeito pelo methodo
por elle seguido; e tambem ha agua de Geilnau, de
Seidlitz, e os pós de fazer agua de Soda.
O Conde da Povoa arrematou em hasta publica
pelo Juizo dos Orfãos da Repartição do Meio, a re
querimento dos herdeiros do falecido Antonio Francis.
co Chaves, e pela quantia de 33:3123000 réis duas prº
priedades de casas sitas na travessa da Assumpção, Nº
16 a 18 e N.° 43 a 45, com frentes para a rua nova
dos Corrieiros, N.° 43 a 48, e 49 a 54: entrou com o
producto da arrematação no Deposito Publico com o
protesto de reverter para o dito producto todo e qual
quer encargo a que as mesmas propriedades sejão obi
gadas, e de se não levantar sem que corrão editos de
30 dias, que passa a requerer: juntou o respectivo co
nhecimento aos autos, de que he Escrivão Antonio Gau
dencio de Mattos e Lemos, onde qualquer crédor pode
rá deduzir o direito que julgar ter a estas propriedades,
que vão a julgar-se livres e desembaraçadas para o ar.
Iemata Rte. /
Poz de Seidlitz para fazer a agua de Seidlitz: —Com
estes pós se faz huma bebida laxante, não só tão agra
davel como a agua de soda, porém possuindo ao me>
mo tempo todas as propriedades medicinaes, que tem
tornado tão estimada a nascente de Seidlitz em Alk
manha: vendem-se em bocetas na botica de G. C. Morº
ley, rua do Corpo Santo, N.° 24.
Na rua nova do Carmo, N.° 39 G, indo do Espirilº
Santo para o Rocio, e entrando pela escadinha de pedia,
ha bom vinho de lavrador a 100 e 120 réis a canada,
e tambem algum comer asseado e por commodo preçº
Ha para vender piaçaba do mais fino em molhos granº
des proprio para calabres, vindo ultimamente da Bº
hia : quem o precisar, dirija-se á rua dos Fanqueirº
N.° 177.
Hoje, 20 do corrente, ás cinco horas da tarde, nº
praça dos leilões no deposito público, se verifica º ar
rematação de telha e tijolo, paga na fórma da Lei, º
livre de ciza: he Escrivão da arrematação Negreiros,
Segunda feira, 20 do corrente, pelas 10 horas, nº
rua da Emenda, N.° 31, segundo andar, se hão deve"
der em leilão publico, mezas, cadeiras, leitos, espelhº,
commodas, lustre, cortinas etc.
Terça feira, 21 do corrente, pelas dez horas, na nº
dos Capellistas, N.°29, segundo andar, se ha de vender
em leilão publico toda a mobilia da casa, que contº
de bons moveis.
Na rua d'Annunciada, N.° 31, ha para vender hu"
bom carrinho com seus arreios, por preço commodo.
O mestre ferrador no largo da Graça, diz quem Wºº
de huma excelente parelha de mullas, que trabalhº
em sege, e carroagem. •
 - NUM. 144. •

ANNo 1831.

GAZETA DE LISBOA.
TERÇA FEIRA, 21 DE JUNHO.
=>esse $:C#:

PARTE OFFICIAL. tes Reinos, e seus Dominios; Senado da Camara; e a

—T=
todas as pessoas a quem o conhecimento deste Alvará
pertencer, que o cumpräo, e guardem, e fação cum
prir, e guardar tão inteiramente como nelle se contém
N.° 5–2.° sem dúvida, ou embargo algum. E valerá como Carta
passada pela Chancellaria, posto que por ella não pas
Eu ElRei Faço saber aos que este Alvará com força se, e o seu efeito haja de durar mais de hum anno,
de Lei virem: . Que Tomando em Consideração o que não obstante as Ordenações em contrario; mandando
Me foi presente em Consulta da Real Junta do Com se este Original para o meu Real Arquivo da Torre do
mercio, Agricultura, Fabricas, e Navegação destes Tombo. Dado no Palacio de Queluz, a vinte e oito
Reinos, e seus Dominios, sobre a Representação dos d'Abril de mil oitocentos e trinta e hum. = REI. :. =
Mercadores da Classe de Retroz, ácerca dos procedimen Marquez Mordomo Mór P.
tos dos Juizes do Oficio de Sirgueiro d'Agulha, que Alvará com força de Lei, pelo qual Vossa Magesta
rendo privallos da antiquissima posse de venderem nas de Ha por bem Declarar, e Ordenar que a manufactu
suas Lojas as Obras necessarias para o ornato dos ves ra das Obras necessarias para o ornato dos vestidos das
# tidos das pessoas de ambos os sexos; e convindo equili pessoas de ambos os sexos seja privativa do Officio de
# brar os interesses dos mesmos Mercadores com os do re Sirgueiro d'Agulha, e a sua venda cumulativa com a
; ferido Oficio, e estabelecer huma regra, que evite con Classe de Retroz, para os respectivos Mercadores pode
e testações de futuro, conformando-Me com o Parecer rem vender as Obras, que mandarem fazer pelos mes
da mesma Real Junta: Sou Servido Declarar, e Orde mos Sirgueiros com os seus retrozes, sedas, lãs, e algo
nar o seguinte: , ••
dões, f% as mais providencias necessarias sobre o
# I. Pertence aos Sirgueiros d'Agulha manufacturar to mesmo objecto, como acima se declara. = Para Vossa Ma
a das as Obras, que são da competencia do seu Oficio, gestade ver. = Por Immediata Resolução de Sua Mages
a segundo as Leis, e Ordens, que o regulão, sem que tade de 3 de Janeiro de 1831, em Consulta da Real Junta
# em "taes manufacturas se possão intrometter com pre do Commercio de 4 de Novembro de 1830 = José Ac
º texto algum os Mercadores da Classe de Retroz. cursio das Neves o fez escrever. = Anselmo de Souza Ma
º II. A venda das Obras declaradas no Artigo prece chado Corrêa e Mello o fez. = Registado na Secretaria
* dente, e que forem necessarias para o ornato dos vesti da Real Junta do Commercio, Agricultura, Fabricas,
dos das pessoas de ambos os sexos, pertence cumulati e Navegação destes Reinos, e seus Dominios, a fol. 80
E vamente aos Mercadores da Classe de Retroz, e aos vers. do Liv. 1.", que serve do Registo dos Alvarás.
Sirgueiros d'Agulha; mas com a declaração de que esta Lisboa, 14 de Junho de 1831. = Anselmo de Souza Ma
1 liberdade da venda permittida aos Mercadores da Clas chado Corrêa e Mello.
# se de Retroz he restricta áquelas das referidas Obras,
que elles mandarem fazer de seus retrozes, sedas, lãs, T
# e algodões pelos Sirgueiros d'Agulha. |-

III. Não poderão os Juizes do Oficio de Sirgueiro PARTE NÃO OFFICIAL.

d'Agulha proceder a apprehensões das Obras, que já se
º acharem á venda nas Lojas das Classes; somente pode _I_ ITTI • —

| rão proceder a taes apprehensões em fragante delicto.

[ Em qualquer outro caso deve preceder denuncia peran
te o Desembargador Conservador dos Privilegiados do
Commercio. - -
# IV. As apprehensões serão remettidas para o Juizo
da Conservatoria dos Privilegiados do Commercio, on
| de serão processadas, e sentenciadas, assim como as de
nuncias, na conformidade dos Estatntos dos Mercado
res de Retalho. - .. … … … .
Pelo que: Mºndo á Meza do Desembargo do Paço;
Presidente do Meu Real Erario; Regedor da Casa da
Supplicação, ou quem seu Lugar servir; Conselho da
Minha Real Fazenda, e do Ultramar; Real Junta do
Commercio, Agricultura, Fabricas, e Navegação des
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
º •• AUSTRIA.
- Fienna, 24 de Maio.
• •
O Quartel General do Marechal Diebitsch vai trans
ferir-se para Plock, onde se conservará o mesmo Exer
cito com os viveres que lhe chegarem da Prussia.
O General Roth dispersou e aniquillou os insurgentes
da Podolia. Assegurão que immediatamente fizera pas
sar pelas armas os cabeças da rebellião, que cabírão em .

seu poder: hum destes foi o General Rzewaski, cujas
aventuras são tão extraordinarias e escandalosas como
as do nosso Conde de Bonneval, e que tambem se fez
Mussulmano como este.
O Grã-Vizir tambem acabou com as tropas dos Ba
chás que marchavão sobre Constantinopla. Para o con
seguir se valeo do seguinte estratagema; depois de ter
derrotado completamente em Pirlipo a vanguarda dos
insurgentes, fingio-se intimidado ao ver chegar o corpo
principal do Exercito daquelles, e se retirou accelera
damente abandonando a artilheria e bandeiras que aca
bava de tomar. A inesperada reconquista destes troféos
causou summa alegria no Exercito dos Bachás, e esta
alegria foi causa de que não cuidassem em tomar as
precauções devidas. Aproveitando o Grã-Vizir esta ni
gligencia cahio sobre elles com todas as suas forças e
fez horrivel mortandade. Hoje em dia podem estar tran
quillos em Constantinopla e considerar concluida huma
sublevação que era mais temivel que a da Polonia.
Passárão hontem por esta Capital muitos batalhões
do que se chama tropa da fronteira; vinhão da Hun
gria, e o Principe # lhes passou revista. Todos
admirárão o ar mareial e bom estado desta tropa que
sahe hoje para a Bohemia, cujo Exercito se acha no
pé de guerra. (G. de Madrid.)
FRANÇÁ.
Pará, 30 de Maio.
No meio do diluvio de Cruzes de honra que ficárão
em reserva no Ministerio muitas ha, que escapando,
segundo parece, do seu verdadeiro destino, tem vindo
a recahir sobre Cidadãos que não tem nenhum direito a
similhante honra; esta confusão fez com que em alguns
pontos se tenha alterado a tranquillidade publica. Amiens
e Metz forão theatro de huma dessas scenas estrondosas
ou assuadas, cujo meio se acha hoje adoptado pelo pu
blico para manifestar em geral a sua desapprovação em
qualquer acto... Hum mercador desta Cidade (Nancy)
acaba de ser objecto de tal funcção; foi necessario em
pregar a tropa de linha a fim de conter a desordem de
inumeravel gente que reunida em frente da casa do agra
eia do lhe dirigia mil apupadas e trovas aviltantes; não
obstante, graças ao bom comportamento dos soldados;
não occorreo desgraça alguma.
. (Journal de la Meurthe.)
+ mente a privar o ramo principal de Saboya Carinhan
As noticias da Polonia recebidas no dia 28 pelas fo
lhas Allemãs- são de pouca importancia, pois apenas
fallão de huma acção parcial que tivera lugar nas im
mediações de 3amosc entre a Divisão Kreut e o corpo
Polaco de Chramwski. Desde o dia 2 de Maio se acha
tranquillo o grande Exercito Russiano.
Os corpos destacados desenvolvem muita actividade
em perseguir os insurgentes Lithuanios, cuja situação
será em breve tão critica como a de Duernicki. Na ma
nhã do dia 16 estavão tão molestados e acossados pela
Guarda Imperial Russiana, que a cada momento se
esperava, que tambem se refugiassem no territorio Prus
siano. O primeiro alistamento da Landwher da Prussia
Oriental já pegou em armas para se achar prompto em
qualquer occorrencia.
A vista pois de taes agitações se conhece quão diffi
cil será o verificar esse desarmamento geral, quiméra fa
vorita do Justo meio. Com efeito em Londres onde as
relações são extensas e seguras, se póde julgar melhor
do que em outra qualquer parte a respeito da situação
politica; e por esta razão se lhe não deo credito, assim eleger ficarão unidos aos seus Estados.
como tambem a respeito do Congresso Européo; por
isso não duvidou o Times declarar formalmente, que
no estado actual das cousas serião muito absurdos esse
Congresso e esse desarmamento..Seria maravilhoso, ac
[ 584 ]
crescenta, que huma reunião de Diplomaticos obtivesse
por meio de conferencias hum desarmamento geral que o
interesse de cada nação impede fazer. Diminuirá a caso
a Russia os seus Exercitos á vista das insurreições das
Provincias Polacas? Desarmará a Austria quando a
cada momento pode a Italia exigir a sua intervenção
armada ! Finalmente reduzirá a Prussia o numero das
suas baionetas quando as suas Provincias Rhenanas,
Saxonias, e Polacas não deixão de lhe causar algum
cuidado !
O Correio Inglex faz quasi as mesmas reflexões, ac
crescentando, que não obstante não póde a Europa conti
nuar longo tempo neste estado, sem que hum pé de guer
ra geral tão formidavel occasione em certos paizes hu
ma collisão no exterior, ou o dispotismo militar no in
terior.
No dia 28 faleceo Mr. Gregoire depois de huma di
latada e penosa agonía. #", negado o Clero de
París por motivos de consciencia a celebrar o Oficio de
defunctos se julgava que o Governo fizesse celebrar o
funeral na Igreja dos Inválidos, que não está sugeita á
jurisdicção do Arcebispo de París. Parece que o Emi
nentissimo Senhor Cardeal de Croi, Arcebispo de Ruão,
de quem depende a Igreja dos Inválidos, de fundação
e administração Real, dera ao Capellão della as mes
mas instrucções que o Arcebispo de París aos seus Par
rocos, e se veio a conhecer, que não tendo Mr. Guillon
Capellão do Palais Royal, a dignidade Episcopal, ne
nhuma jurisdicção podia exercer naquella Igreja.
Hontem pelo meio dia ainda se ignorava onde se ce
lebrarião as exequias, quando se remetteo a varios pe
riodicos a seguinte Nota:
93 *# da Policia. As exequias de Mr. Gregoi
re, ex-Bispo de Blois, verificar-se-hão Segunda feira,
30 do corrente, pelas 10 horas em ponto, da manhã,
na Igreja de E.E….……'}, Parroquia do faleci
do. Os destacamentos da Guarda Nacional, da tropa
de linha, e da Guarda Municipal acompanharão o ca
daver até o cemiterio do Monte Parnaso, onde farão
as honras que correspondem ao fallecido como Com
mendador da Legião de Honra.» (Quotidiana.)
Hum periodico da manhã publicou o seguinte artigo
e observação Diplomatica:
Depois de se haver fallado varias vezes a respeito do
projecto, que se attribue á Corte de Vienna relativa
da Coroa de Sardenha para a dar ao Duque de Mode
na, tornão agora os periodicos a falar dos movimen
tos de tropas, e de todas as disposições militares que
se poem em execução na Fronteira do paiz Lombardo
Keneziano para apoiar as pretenções Austriacas.
1.° Sobre o territorio Novarez e o Tortones, a cujos
paizes julga ter certo direito de reversão, em conse
quencia de haver falecido o Rei Carlos Felix sem suc
cessão masculina.
2.° Sobre o caminho do Simplon.
Basta examinar os actos politicos que tem consagra
do a cessão pela Austria a favor do Rei de Sardenha
para vêr que esta fôra completa, absoluta, e sem re
serva nem condição de reversão.
As estipulações preliminares de Vienna de 3 de Ou
tubro de 1735, reproduzidas no Tratado definitivo de
18 de Novembro de 1738 entre a França e a Corte de
Kienna, dizem:
» Que o Rei de Sardenha possuirá á sua eleição o ter
ritorio Novares e o Vigevanez, e que os districtos que
» O Rei de Sardenha annuio a 16 de Agosto de 1736
aos preliminares, e a 3 de Fevereiro de 1739 ao Tza
tado definitivo, e tendo escolhido o Novares e o Tor
tones, foi immediatamente posto em plena posse del
 [ 485 ]
les. O Diploma do Imperador Carlos VI de 6 de Ju
nhº de 1736 contém não só a expressa renuncia de to
dos os direitos e pretenções á cerca de ambos os distri
ctos, mas tambem as seguintes disposições:
» Transferimos estes mesmos direitos, acções, e pre
tenções a Carlos Manoel, Rei de Sardenha, e a todos
os seus descendentes varões até o infinito, e na falta
destes aos Principes varões descendentes de Principes
varões colateraes da Casa de Saboya, e aos seus des
cendentes varões segundo a ordem de primogenitura
estabelecida naquella, Casa.» • Beneficios Curados da Matriz de Veiros: dous ditos da
A designação de Principes colateraes se applicava
incontestavelmente ao ramo de Carinhan, cujos direi
tos á Coroa de Sardenha forão reconhecidos e sanccio
nados pela mesma Austria, e por todas as Potencias
contraetantes do Congresso de Vienna.
A vista pois d'estipulações tão claras e tão termiº
mantes poderá acaso admittir-se, que a Austria trata de
formar pretenções diametralmente oppostas ao espirito e
á letra de alguns Tratados solemnes!... - •
Tambem não ha hum acto pelo qual a Austria te
nha estipulado o direito de reversão sobre o caminho
do Simplon, quando ficasse extincto o ramo principal
da Casa de Saboya. (Gazeta de Madrid.)
Idem, ó de Junho
Segundo diferentes calculos, e todos parecem muito
exactos, já sobe a huns 5,000 homens o numero dos que
se tem levantado a favor da Legitimidade nos Departa
mentos de Deux Sevres, Maine-et-Loire, Morbihan,
la Vandé, Finisterre, e Loire-Inferieure: toda esta
gente está muito bem armada, equipada, e com dinheir
ro. Certo Cavalheiro que reside nas immediações de
JBressuire conseguio hum emprestimo de mais de cem
mil francos, que se suppôe, e com razão haver empre
gado em pagar o soldo daquellas tropas. As cartas que
ultimamente se recebêrão de Poiticrs dão noticia de que
huma força consideravel daquellas tropas havendo en
contrado nas portas da Cidade de la Flache hum Regi
mento que entrava alli de guarnição o atacára com fu
ror, travando-se renhido conflicto, em que perecêrão
muitos de parte a parte; os refractarios retirárão-se par
ra hum castello das immediações. • tença de Habilitação; Folhas corridas da Diocese, da
(E. da Gazeta dos Tribunaes.)
O General Duernicki já não existe na Galitia:'º,
Austriacos o trasladárão para Presburgo. Afirmão que
os Oficiass do seu corpo d'Exercito ficarão prizionei
ros na praça d'Elmut. (G. de França.)
Em data de 26 de Maio escrevem de Varsovia, que
em Ostrolenka tivera lugar huma acção, cujo resultado
foi funesto para os Polacos, que nella perdêrão muita
gente. Tambem confirmão a entrada de varios corpos
na Lithuania, e accrescentão, que o General Uminski
occupára Siedlice abandonada pelo Marechal Diebitsch,
(D. dos Debates.)
«—º $$ *—º
Lisboa, 20 de Junho.
(Artigo communicado.)
Em Audiencia de 28 de Abril foi ElRei Nossosenhor
servido annuir á supplica que Lhe dirigio Sebastião Bar
reto de Saldanha, afim de conceder que seus dous filhos
e João Rodrigues Branco, Ajudante da Capitania Mór
de Ordenanças de Aveiro, possão usar da Medalha
da Sua Real Efigie.
*--*--* §§ «…—º *
Mºza nº Consciencia x Osbass.
Edital.
- Ordem de S. Bento de Aviz. : •
Reitoria da Igreja Matriz de Coruche: Priorado da
Matriz de Veiros: dito da de Mora: dito da de Bena
villa: e dito da Igreja de S. Barnabé do Ervedal: dous
Matriz de Coruche: dito da de Monte Argil: dito da
de Seda; dito da de Móra: dito da de Benavilla: ditº
da de Souzel: dito da de Beja: dito da Igreja de S. Bar
tholomeo de Villa Viçosa: dito da de Santo. Estevão
da Ribeira de Canha: e dito da de Santa Maria de
Alcaçova d'Elvas: Capella Curada de Santo Antonio
de Alcorrego: dita de S. Domingos de Banbelide: di
ta de Nossa Senhora d'Azoia: dita de S. Pedro da Er
vedeira: dita de Santa Margarida da Aldea Velha:
dita de Nossa Senhora dos Barros: dita de Santo Ama
ro de Veiros: dita de S. Braz da Barrosa: e dita de
Nossa Senhora da Casa-branca. • • • •
. Da data deste a quarenta dias se hão de prover os
Priorados, Beneficios, e Capellas das Igrejas acima.
referidas, em Freires professos da dita Ordem, e na
sua falta em Presbyteros Seculares, que estiverem ha
bilitados, * * — º *
Os Oppositores oferecerão dentro do dito termo im
prorogavel, na Secretaria da Ordem de S. Bento de
Aviz, e mão do Escrivão da Camara de Sua Mages
tade, e da mesma Ordem, suas petições e mais papeis
correntes; a saber: Os Freires professos, Carta de Or
dens; Sentença de Habilitação; Certidão de profissão;
Carta de Collação dos Beneficios, que tiverem servido;
Attestação de residencia, vida e costumes, pelos Jui
zes da Ordem e Ordinarios respectivos; Folhas corri
das de huns e outros, e do Juizo Geral das Ordens;
Licença para Confessar e Prégar; e todo e qualquer
Documento de Serviço feito Igreja, ou à bº"
com que mostrem sua capacidade para tão Santo Mi
misterio, . * |- • +
. Os Presbyteros Seculares, Cartas de Ordens, Sen
sua naturalidade e residencia; Attestação de pruden
cia, vida e costumes, pelos seus Prelados; Folha cor
rida deste Patriarcado; Licença de Confessar e Prégar,
e todo e qualquer Documento de Serviço feito á Igreja,
com que mostrem sua capacidade. •
Ficando advertido, que todo o que dentro do dito
termo não apresentar os referidos papeis, será excluido
deste Concurso; e o que ficar provido, será obrigado
a apresentar na mesma Secretaria Certidão da sua pos
se dentro de dois mezes, contados do dia da Resolução
do seu Provimento, pena de se pôr novamente a con
curso como vago. Lisboa, 18 de Junho de 1831. = An
tonio Maria Gentil.
Telégrafo. — Serviço da Barra.—20 de Junho.
Hontem á noute entrárão 1 Bergantim Sardo, e 1 Bri
gue-Escuna Inglez.
. Embarcações avistadas de Cabo razo.
4 h. 43 m. da m. 2 Fragatas Francezas, 1 Curveta de
Guerra dito, 2 Brigues dito dito a Oeste do Cabo
da Roca; e l Bergantim sem bandeira, e 1 Escuna
#…
O N) Ullº
Norte do Cabo da Reca : navegão para
Embarcação entrada em Belém.
2 h. 42 m. da t. 1 Galera Portugueza, Nova Pieda
 [ 586 ]
de, do Rio de Janeiro, 66 dias, mala, e 17 pes ras, para o que se achão correndo os tinta dias do estilo
sageiros. •
e de que he Escrivão Francisco Teixeira Pinto Alta.
"Embarcações sahidas de Belém, res Pereira Cabral; para que toda a pessoa que se ache
1 h. 55 m. da t. 2 Galiotas Hollandezas para Ulaar com direito ás mesmas o vá deduzir, porque findos que
digen. sejão os ditos trinta dias se julgarão as mesmas livres
e desembaraçadas.
Vende-se huma casa de 1.° e 2.° andar com aguas fur.
tadas, e hum pequeno quintal na rua direita de S. José,
Publicação Litteraria. antes de chegar á Igreja, e he livre de pensão alguma:
quem a pretender, falle no Rocio , loja N.° 40, com
Sahio á luz a Carta 6." A voz da verdade da Santa -Julião José de Almeida, que tambem toma conta de
Igreja Catholica: vende-se na loja de João Henriques venda de mais algumas casas e quintas.
e nas do costume: nas mesmas lojas se vende o livro Vende-se huma propriedade de casas e suas annexas,
intitulado O Celibato Clerical e Religioso. e quintaes com agua nativa, na rua da praça de Pedroi.
gos, N.° 4, foreiras em 173400 rs. á Excelentissima
"Annuncios. Casa do Cadaval, foro de vintena : quem pretender
comprar falle com o dono na mesma propriedade.
Abrio-se hum novo armazem de papeis pintados para Abre-se novamente a casa de pasto na travessa da Vi
sálas, de ultimo gosto, rua direita do Loreto N.° 66, ctoria, N.° 38, com vinhos de lavrador a 100 réis e 120
ao Calhariz. No sobredito armazem tambem se vende réis, quartos de gallinha a 80 réis, e jantares para fóra
papel de escrever de todas as qualidades, pennas, lapis, por preços muito commodos.
tinta de côr, e preta, papelão, debuchos para bordar, O armazem de vinhos, por grosso e miudo, na rua do
estampas etc. perfumes, e quinquilherias Francezas, Arco do Bandeira (ao Rocio) N.° 76, com entrada pe
pentes de massinha, da ultima moda, jarras para tru la escada N.° 75 , acaba de receber reforma tanto no
mós, com mángas de vidro, löstres, e castiçaes de bron bom arranjo para commodidade do público, como na
ze dourados, biombos de diversos tamanhos para divi melhoria dos vinhosº, os quaes se vendem a 960 réis o
são de sálas etc., e tambem se expedem encommendas almude metal, ou a 80 réis a canada: tambem tem vi
dos sobreditos artigos para qualquer Provincia do Rei nho bránco e tinto de 100 e 120 réis, que se vende na
no. No sobredito armazem se encontrará hum habilar fórma da Lei a 13200 e 13440 rs. o almude a quem levar
mador, que se encarrega de forrar qualquer sála de hum porção equivalente. Este genero continua a ser das me
dia para outro com toda a perfeição da sua arte, e por . lhores lavras do termo de Alomquer, e tem merecidº
preço razoavel. - +
grande estima, tanto para o uso diario dos particulares
Manoel Teixeira Basto, vendo na Gazeta N.° 140 a como de hospitaes, pela simplicidade e pureza do mes
resposta dada por Antonio Candido Lobato ao annun mo vinho. Havinagre a 60 réis a canada.
cio feito na Gazeta N.° 136, em prova da sua asserção Na travessa do Corpo Santo, N.° 13, loja de Carlos
manifesta ao publico, que a escriptura da sublocação Ellis filho, ha para vender azeitonas de Sevilha (empa
da Commenda de Alhos Vedros foi lavrada nas Notas roleiras de barro) da melhor qualidade.
do Tabellião Feliciano José da Silva e Seixas, em 14 Quem tiver para vender huma vara de lagar, boa,
de Maio de 1827, e que nella he expresso, que o dito póde procurar Antonio da Costa Marques, rua da Praia,
Lobato fica por fiador e principal pagador do subloca primeira loja proxima ao Terreiro do Paço.
do, Filippe José Pereira, e hypotheca geralmente todos Vende-se piaçaba em molhos, e a pezo, e madeira
os seus bens á prompta satisfação das rendas e mais en do Brazil por preços commodos, ás Cruzes da Sé, ar
cargos da referida Commenda, cujas importancias se mazem N.° 6, de Romão Ribeiro.
ímostrão das folhas da Meza da Consciencia e Ordens, Terça feira, 21 do corrente, pelas dez horas, na rua
as quaes, e mais documentos que comprovão o debito dos Capellistas N.°29, segundo andar, se ha de vender
pedido, se achão juntos á nova acção, de que he Es ?? leilão publico toda a mobilia da casa, que consta
- de bons moveis.
crivão Feital; e que se a primeira acção se julgou im
procedente foi sómente com o fundamento de não ser No dia 2 de Julho, pelo meio dia até huma hora, na
competente, deixando-se salvo o direito para a nova, rua dos Fanqueiros, N.° 131, segundo andar, em casº
que já foi proposta. de Diogo Roberto Higgs, se ha de vender em leilãº
No dia 25 do corrente, pelas 11 horas da manhã, se Publico, a quem mais der, o casal do Reguengo dº
ha de proceder á arrematação dos generos que costu *Ioanal, no sitio da Golegã, foreiro hoje ao Excelentis
mão consumir-se no Hospital do Castello de S. Jorge. simo Conde da Povoa em 803000 réis annuaes, laude
Na botica do Teixeira, sita na rua dos Cavalleiros mio de quarentena; arrendado a José Yaz Monteiro por
N.° 34, continúa a venda da agua das Caldas da Rai 1:3003000 réis cada anno, livre de foro, decima, e de
nha, cheia no pocinho, com a marca Soares usada pe todos os encargos para o senhorio; hypothecado a Pº
Jo copeiro, e perfeitamente acondicionada; agua férrea dro de Souza em 19:000$000 de réis, por Escriptura
de Camara, e dita carbonizada, excellente na sua vir em Notas do Tabellião Noronha, rua do Ouro, N.°28l:
tude Medicinal: só viráô do meado de Julho em diante, quem pretender mais alguns esclarecimentos, dirija-se
por exigirem promptidão tanto no consumo, como na re ao dito Diogo Roberto Higgs.
cepção da sua origem, no termo de Cintra: todas estas Quem quizer comprar huma boa parelha de machºs |
aguas se vendem pelos preços usuaes. -
de tres annos, já montados de cavallaria, côr de côrsº,
"D. Anna Rita dos Montes tem contractado vender as e outro de quatro annos, côr fusca, que serve para ca
terras seguintes: duas no sitio da Caspolina, huma vallaria, ou mesmo para sege, póde vellos na rua dº
no sitio do Pucha fechos, outra no sitio de Casselhos, ou Cego, N.° 4, e fallar na hospedaria ao Arco do Bonº
tra nos Lagares Velhos, todas no terino da Villa de Oei deira, N.° 69, 1.° andar, coin José Joaquim da Mata.
—L-== _} * • -

LISBOA : NA IMPRESSÃO REGIA, .

• • - - * - • *
 NUM. 145. …ANNo 1831. .. …
--+><><=- * * * *

… * . . * **

GazETA DE LISBOA —–==>>>{>>#28Q$1<<<9&#x<===--

QUARTA FEIRA, 22 DE JUNHO.

=> A

AD JWER TENCIA. o Governador Geral da Livodia, Esthonia, e Curlan

dia dera ordens no dia 16 para que o barco de vapor
As pessoas que pretenderem subscrever para a Gazeta em que vai o Correio de Petersburgo que passa por en
de Lisboa, pelo 2.° Semestre, ou 3.° Trimestre do cor tre Liebau e Memel, saia para o futuro pelo caminho
rente anno, o podem fazer dirigindo-se ao Administra ordinario por se achar todo o paiz já limpo de insur
dor da Loja da Gazeta, José Joaquim Nepomuceno Ar gentes.
sejas, na rua do Ouro, N.°236; as cartas que forem re Restabelecêrão-se todas as communicações entre HWi
mettidas pelo Correio (assim como o importe das assigna dsoy e JVilna. O Tenente Russiano Sikow entrou na
turas) devem ser seguras, e francas de porte : º preço Cidade de Soenziany só com 10 homens; os rebeldes
pelo 2.° Semestre he 63400 réis, e pelo 3.° Trimestre que se achavão naquella direcção fugírão para o circu
33600 réis. lo de Disnasch. (G. de Madrid.)
\,
HOLLANDA. • "

PARTE NÃO OFFICIAL. Berg-op-Zoom, 20 de Maio,

NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
POLONIA. " No dia 17 chegou o Principe Frederico em huma Es
/arsovia, 24 de Maio.
O Generalissimo dirigio hum Oficio de Dlugiesidlo,
em data de 17, em que annuncia que o Exercito Po
laco abandonára as posiçõas que occupava perto de
Kaluszyn para tomar a ofensiva entre o Bug e o Na
rew. O General Uminski permanece em Jendrzejaeo
para apoiar este movimento e impedir que o inimigo
se precipite sobre Praga. O Marechal Diebitsch o ata
cou no dia 13, porém depois da acção passou a tomar
as suas antigas posições entre Kostregn e Liwiee. No
entanto o principal corpo do Exercito Polaco passava o
Eug e o Narew por pontes colocadas em Zegrx e Sio
rock. No dia 16 se encontrárão as columnas com as
avançadas das Guardas Imperiaes; houve hum comba
te muito obst n do, mas a perda dos Russianos apenas
chegou a 30 mortos e 60 prizioneiros.
(Gazeta de França.)
PRUSSIA.
Berlim, 25 de Maio.
As noticias de Tilsitt recebidas por hum canal particu
lar annuncião, que tinha havido hum combate muito
Acabão de chegar varias embarcações procedentes da
Cidadella d'Antuerpia; nellas vem as mulheres, crian
ças e enfermos que o General Barão Chasse fez sahir
para esta cidade, para onde tambem remetteo parte dos
efeitos que estavão nos armazens daquella Cidadella,
cuna inovida por vapor; fundeou perto do forte de Bath;
e immediatamente passou S. A. N. a inspeccionallo,
verificando o mesmo com os de Lillo e Liefkenshoek,
e hindo depois a bordo das Corvetas da Marinha Real
Hollandeza Nehoelenia, Medusa, e Proserpina, e do
Brigue Eco, que se achavão perto daquelle porto. Re
gressando a Bath esteve S. A. R. a bordo da Corveta
de Guerra Heroina, e de algumas barcas canhoneiras,
que se havião reunido naquelle ponto; logo depois se
guio caminho para HVelsoorden.
(Gazeta de Madrid.)
FRANÇA.
Paris, 30 de Maio.
No Relatorio publicado no Monitor a respeito do es
tado de perturbação em que se achão os Departamen
tos occidentaes da França, lemos o seguinte:
” Tendo as infracções das leis e desordens parciaes
interrompido a ###" em algumas localidades dos
Departamentos do Oeste, e não podendo a impunidade
dessas infracções e desordens prolongar-se mais tempo
sem que o espirito de partido procure alterar o caracter
dellas, devia o Governo procurar os meios mais efica
zes para as atalhar com promptidão. -

sanguinario, entre as tropas Russianas e os insurgentes, »Mas certos animos faceis de se assustarem ligando
em que Puschet Chefe dos ultimos foi feito prizioneiro, a essas desordens politicas, recordações sobre cujos vesti
e depois fuzilado. gios a nossa vigilancia tem os olhos abertos, e podendo
•Escrevem de Memel em data de 25 do passado, que a criminosa ambição valer-se dessas armas d'agitação,
 [tas ]
he necessario fazer acabar exagerados temores, e preve-.- sente a carta do Arcebispo, e ver-se-ha se este Prela.
nir projectos subversivos. … do só dava respostas de odio e de morte, ou se pelo con.
"Segundo a informaç㺠e a fastancias das authorida trario não fazia as mais, energicas representações ao en.
des que administrão aquellas partes do Reino, a cen fermo, e as instancias—mais caritativas. A dita carta
tralisação dos poderes militares, e a concentração das foi levada a Mr. Gregoire pelo Cura da Parroquia e pelo
forças, terá o resultado de efectuar a pacificação das seu Vigario, que segundo já disse não forão acolhidos,
Comarcas agitadas, supprindo pela reunião de medi Mr. Gregoire na sua resposta constantemente recuzou o
das, e pela rapidez da acção, os meios demasiado limi que se lhe pedia.
tados das authoridades locaes contra cada tentativa » Segunda tentativa do Arcebispo não teve melhor
cqmbatida, isoladamente. » . ** * ---- ---- exito. Ora eis aqui outra prova de como recuzárão vel.
Segue a proposta de mandar ás divisões militares 4", - lo e ouvillo. Finalmente na Segunda feira 16, foi o
12.", e 13.º hum Commissário extraordinario com tro-º-Vigario Geral do Arcebispo procurar Mr. Gregoire,
pas á sua disposição, tendo os seus commandantes que persistio na sua negativa acima expressada. O Ar.
debaixo das suas ordens e sendo apoiado por todos os cebispo fez por tanto em beneficio do doente tudo quan.
meios que possuem as authoridades #####" Ec to lhe prescrevia a prudencia e a caridade, he falso
clesiasticas e Judiciarias, transferindo a sede da sua que não quizesse instruir-se dos factos relativos a Mr.
acção para toda a parte onde o exijão as circumstan Gregoire por isso que lhe escreveo e lhe mandou al
cias, e dirigindo sobre todos os pontos columnas volan guns Ecclesiasticos para conferenciarem com elle.
tes sem se deixarem deter pelos Iimites das diferentes » Não se podia comprehender, diz Mr. Mesnard, que
jurisdicções militares, nem retardar por conflictos do o Senhor Arcebispo tivesse calculado a sangue frio to
poder. - das as consequencias que arrasta a recusação dos Sacra
"O objecto da sua missão, diz o Relatorio, he pa mentos e da sepultura na crize politica em que nos acha
cificar o paiz, primeiro por todos os meios conciliato mos, e desafiasse a agitação popular de que essa re
rios que lhe pertence empregar; e depois, sendo neces cusação podia ser causa.» . . *

sario, pelos meios da força postos á sua disposição; Não, o Arcebispo não calculou tudo isto a sangue
mas ainda não pelas medidas extremas que a lei per frio; não foi, por seu bel prazer que encarou as possi.
mitte, e superar.
poderião que hoje crearião maiores obstaculos do que veis consequencias de huma recusação dos Sacramentos;
•

mas obedeceo a hum dever imperioso da consciencia,

» O caracter extraordinario desta missão consiste nes Não entendeo que a agitação que excitassem os inimi
te momento na unidade dos poderes conferidos a hum gos da Religião fosse motivo suficiente para aniquilar
Oficial General, que recebendo de cada Ministro res todas as regras da Igreja. ,
ponsavel, facilidades para assegurar a cooperação dos Não he elle quem será responsavel das consequencias
agentes ordinarios das differentes administrações, nem que Mr. Mesnard aponta; será responsavel quem obs:
por isso deixa de caminhar pela vareda ordinaria traça tinadamente recuzou ao seu Arcebispo huma satisfação
da a todos, mas procede só com toda a independencia, que havia direito de se lhe pedir; serão outrosim res
com rapidez, e com força. Os Magistrados lhe presta ponsaveis aquelles, que excitarem contra o mesmo Pré
rão continuamente a sua coadjuvação quanto depender . lado o odio popular, que o calumniarem, e que não
do seu Ministerio; os Commissarios centraes da Policia tra isfeitos comvingança.
elle nova tudo quanto tem sofrido, chamarem comº
•

o ajudarão com a sua vigilancia, os Ministros da Re

ligião com as suas pacificas exhortações. Desta sorte
prevenirá maiores males do que terá que reprimir: aca
barão os seus poderes logo que tiver entregue os culpa
dos á justiça e reunido os refractarios ás suas bandei
ras; resultado que esperamos conseguir promptamente
pelo excesso das precauções tomadas para restabelecer
a tranquillidade no seio de huma população que não cessos contra os reformistas. Setenta destes, entre eles
tem menos precisão e desejo della do que as outras Pro muitas pessoas de distincção, se havião reunido para
vincias da França.»
Conclue propondo que se nomeie o Tenente General
Bonnet, na qualidade de Commissario extraordinario
nas Divisões Militares 4.°, 12.", e 13."
Segue o Decreto determinando a referida nomeação.
Lemos no Amigo da Religião:
» Se se desse credito á carta de Mr. Mesnard, inse
rida no Tempo, o Arcebispo de Paris e o seu Clero
obstinadamente recuzárão todas as instancias de Mr.
Gregoire, recuzárão vello e ouvillo; respondêrão aos
seus rogos com ameaços ! O contrario he que he verda
de. He falso que Mr. Gregoire em vão mandasse cha
mar o Cura da Parroquia, por quanto logo que se sou
be do estado em que se achava foi o dito Cura á sua ca
sa, na companhia do Vigario, para terem huma confe
rencia com Mr. Gregoire. Se lhe não administrárão os
Sacramentos he porque o doente obstinadamente recu
zou fazer o que lhe pedião. (A abjuração dos seus er
ros.) Não recuzárão por tanto ver ou ouvir Mr. Gre
goire, nem mandou este inutilmente procurar o Cura,
por quanto foi Mr. Gregoire quem recuzou ver aquel
le, ou pelo menos o recuzárão em seu nome.
GRÃ-BRETANHA.
Londres, 2 de Junho.
Os carvoeiros de Whitehaven comettêrão graves ex
celebrar com hum banquete o triunfo que a reforma hº
via obtido nas eleições: os carvoeiros de repente atacá
rão a casa em que se dava o banquete, destruírão tudº
quanto nella havia, e quasi demolírão o edificio 0:
convidados tiverão tempo de fugir e ninguem pereceo.
Dizem que alguns individuos embriagárão os carvoeiros
para os excitar a cometter este excesso, .
A Irlanda continúa entregue a todos os males que
acarreta a miseria e a anarquia. Os agentes da Policiº
fizerão fogo no dia 24 de Maio sobre huma inofensivº
multidão na feira de Castlepollard, sem nenhuma inti
mação anterior, matando cinco homens e mulheres. Nº
Condado de Clare vai a fotne causando horriveis estra
gos. Dizem que o Marquez d'Anglesey tenciona renunº
ciar o cargo de Vice Rei da Irlanda; e para o subst"
tuir designa a voz publica duas personagens, que são
S. A. R. o Duque de Sussex, e o Duque de Richmond.
Assegurão alguns, que a Prussia entabolára secreta"
mente hum ajuste relativo á Polonia. Pelo menos odºrº
dão sanitario tem toda a apparencia de hum pretextº,
tanto
ra na mais porque a colera morbus vai diminuindo agº"
Polonia. |- • *

* » Se Mr. Mesnard ignora estes factos como preten ••••

* *
de fazer huma, relação exacta? Se delles teve noticia de
que modo se ha de qualificar o seu procedimento! Apre Em huma carta de Caracas em data de 18 de Maiº
 [ 589 |
se diz, que em Caracas ds estrangeiros se achão obri "…
"… … » 14idicação
* ** * * , da1 finstrada.
!e: ti . . .*. * . •
* * *
• •
*
•
gados a pegar em armas na defeza das suas proprieda
des, porque reinando alfi a mais completa anarquia se , , Usando do Direito queiº Constituição Me Concede,
achão o roubo e a pilhagem quasi authorizados. E logo Declaro, que Hei mui vºluntariamente Abdicado na Pes
se dirá que não aproveitão as revoluções!!! soa de Meu muito Amado e Prezado Filho, o Senhor
, , "1" | . (G. de Madrid.) d ,
* * D. Pedro de Alcantara. |- , f, " "
U -'. } é, º (; ","; " | - - . Boa Kista, setº de Abril da mil outocentos e trinta e
|- HESPANHA. hum, decimo dº Independencia, e do Imperios = Pedro,
4 - ,; (* * * * : : :
Cadiz, 4 de Junho,
, o
# - Nomeação da Regencia Provisoria feita pelas duas
* * } # … |- *: * |
· · · · Camaras ALegislativãs. a
- Recebêrão-se em Londres noticias positivas da per -{1 … º. " . . , ºº , ,, -.. tº … - * *

da do Bergantimo Billou, o que navegava de Bermuda - O Marquez de Caravellas, com quarenta votos.—
para Halifax com trinta inválidos do Regimento 89, O Brigadeiro Francisco de Lima e Silva, com trinta e
e sessenta e outo mais entre mulheres e crianças. Abrio cinco, — O Senador Nicoláo Pereira de s, Ver
a embarcação sobre as ilhas denominadas Rugged (Es &\leiro » com triºta- \ o * * . . . .
cabrosas) perecendo todos os que hião a seu bordo! En - * . * . .::.: . "". --"; , 1 * : *

controu-se o diario da derroto da dita embarcação, e ** ** * * - "> Nomeações de Ministros. . .

nelle se achárão os nomes dos que naufragárão. > ..." ? |- •+ |- * * ** • , , …;; 1 |-

- A Regencia Pravisoria, em Nome do Imperador,

" Na dita Capital se publicou de ordem do Governo nomeia o Visconde de Goianna Rara, Ministro e Secre
hum Real Decreto pelo qual se fixão os fretes com que tario de Estado dos Negocios do Imperio. O mesmo
os Commandantes dos vasos de guerra deverão receber Visconde o tenha assim entendido. *5 –

depois do 1.° de Setembro proximo o ouro em barras, Palacio do Governo em sete de Abril de mil outo
alfaias etc. e são os seguintes: pelo frete dos thesouros centos e trinta e hum, decimo da Independencia, e do
da Coroa desde o porto do seu embarque até á distan Imperio.—Marquez de Caravellas. — Nicoláo Pereira
cia de 600 leguas, # por cento; excedendo de 600 e não de Campos Vergueiro. — Francisco de Lima e Silva. ==
passando de 2000, 1 por cento; e se exceder de 2000 Marquez de Inhambupe, ** * ** * ' . .
1 por cento, Pelo que toca ao ouro e prata, pertencentes - * • - . * *>" + , . … " : ' …..

a particulares, observar-se-ha esta ordem, Ouro e al Augustos e dignissimos Senhores Representantes,

faias desde o porto do seu embarque, até huma distan ++ + , . da Nação. ** * ** - 1
cia que não exceda 600 leguas, º por cento; excedendo " … ** * * - - " |} . . ! .
de 600, e não passando de 2000. 1 # idem; passado de … Participo-vos, Senhores, que no dia 6 do corrente
2000 1 # idem. Relativamente á prata não excedendo Abril, usando do direito que a Constituição me con
a 600 leguas, 1 por cento, e se exceder e não passar de çede no Capitulo 6.° artigo I30, nomiei Tutor de meus
2000 l + idem; se exceder a 2000 2 por cento. Os amados filhos ao muito probo, honrado e patriotioo
Commandantes e Capitães dos vasos de guerra não po Cidadão, o meu verdadeiro "amigo José Bonifacio de
derão fazer nenhum ajuste sobre a derrota que hão de Andrade e Silva. - . "…) . " |-

seguir, e cessará a sua responsabilidade no momento Não vos hei, Senhores, feito esta partecipação logo.
em que a embarcação chegar ao porto. que a Augusta Assembléa Geral principiou seus impor
(Diario Mercantil.) tantissimos trabalhos, porque era mister que o "meu
amigo fosse primeiramente consultado, e que me res
pondesse favoravelmente, como acaba de fazer, dan
*—*§§*-—» do-me deste modo, mais huma prova da sua amizade =
resta-me agora como Pai, como amigo de minha Pa
Lisboa, 21 de Junho. tria adoptiva, e de todos os Brazileiros, por cujo amor
abdiquei duas Coroas para sempre, huma oferecida e
. Pelo Navio Piedade chegado hontem do Rio de Ja outra herdada, (1) pedir á Augusta Assembléa Geral,
neiro, recebemos folhas, e noticias daquella Capital, que se digne confirmar esta minha nomeação,
noticias, que verificão acontecimentos ha tantos annos Eu assim o espero confiado nos serviços, que de to
previstos por aquelles homens de bom juizo, que não do o meu coração fiz ao Brazil, e em que a Augusta
são fascinados pelas prevenções, e linguagem dos Uto Assembléa Geral não deixará de querer aliviar-me des
pistas. ta maneira hum pouco as saudades que me atormentão,
As peças que vamos transcrever litteralmente, e que motivadas pela separação de meus caros filhos, e da
forão impressas, e publicadas naquella Capital são de Patria que adoro, • •

tal natureza, que nos dispensão por agora de entrar Bordo da Náo Ingleza Warspite, surta neste porto,
em mais detalhe sobre aquelles acontecimentos. aos 8 de Abril de 1831, decimo da Independencia, e
do Imperio. = Pedro.
Decreto.
* Repartição dos Negocios. Estrangeiros,
Tendo maduramente Reflectido sobre a posição poli
tica deste Imperio, Conhecendo quanto se faz necessa O abaixo assignado, Ministro e Secretario de Estado
ria Minha Abdicação, e não Desejando mais nada nes dos Negocios Estrangeiros; por nomeação da Regencia
te mundo senão Gloria para Mim, e Felicidade para a Provisoria, em Nome do Imperador, recebeo as duas
IMinha Patria: Hei por bem, usando do direito que a Notas, que dirigirão na data de hontem pelas quatro
Constituição Me Concede no Capitulo 6." Artigo 130, horas e meia da tarde, de bordo da Náo Warspite, S.
Nomear, como por este Meu Imperial Decreto Nomeio, Ex." o Senhor Nuncio Apostolico, e mais Senhores do
Tutor de Meus Amados e Prezados Filhos, ao muito Corpo Diplomatico nellas assignados, chamando em
Probo, Honrado, e Patriotico Cidadão José Bonifacio º
de Andrade e Silva, Meu verdadeiro Amigo.
Boa Vista, aos seis de Abril de mil oitocentos trint
e hum, decimo da Independencia e do Imperio. = (1) A do
Estados istoReino
responde
de triunfantemente o assento dos Tres
11 de Julho de 1828, • •

Imperador Constitucional e Defensor Perpetuo do Brazil.


\,
huma a mais seria attenção do Governo Imperial sobre
a situação dos seus compatriotas, a favor dos quaes re
clamavão o gozo mais explicito dos Direitos # Gen
tes, que lhes concedem os Tratados, e os usos recebi
dos entre todas as Nações cultas, e desejando saber na
outra Nota, se os Commandantes dos Navios de Guer
ra Estrangeiros surtos neste Porto podem authorizar aos
Capitães das Embarcações mercantes a receber a seu
bordo aquelas pessoas das suas Nações, que alli quei
rão buscar hum asylo. º -
O abaixo assignado, antes de responder ao conteúdo
daquellas duas Notas, julga de seu dever desde já com
municar ao Senhor Nuncio Apostolico, e aos mais Se
nhores do Corpo Diplomatico, que, logo que se publi
cou o Decreto de Abdicação da copia inclusa, que Sua
Magestade o Senhor Dom Pedro I, fez em seu Augus
to Filho o Principe Imperial, os Representantes da Na
ção Brazileira, que se achavão nesta Corte, cuidado
sos em manter a tranquillidade publica, e em prover
de prompto, e eficaz remedio ao Governo deste Impe
rio, como imperiosamente reclamava a crize do momen
to, se reunírão extraordinariamente no Paço do Sena
do, e alli tratárão logo de nomear huma Regencia Pro
visoria em Nome do # , sendo eleitos para ella
os Senhores Senadores Marquez de Caravellas, Nicoláo
Pereira de Campos Vergueiro, e o General Francisco
de Lima e Silva. Esta eleição foi recebida tanto pelo
povo, como pela tropa com o maior enthusiasmo, con
servando-se na Cidado todo o socego, sem que tenha
navido até agora huma uníca desordem.-
Passando agora o abaixo assignado ao assumpto das
Notas de S. Ex." o Senhor Nuncio, e mais Senhores
do Corpo Diplomatico, tem o prazer de poder assegu
rar-lhes, que o Governo Imperial, nada # tam
to, como conservar intactas as relações de boa intelli
gencia e harmonia em todas as Nações Amigas, empre
gará todos os seus esforços, e desvelos, para que sejão
respeitados, como cumpre, não só os Agentes Diplo
maticos e Consulares, mas tambem os respectivos Sub
ditos de suas Nações.
* A "vista desta declaração Oficial, espera o abaixo
assignado, que o Senhor Nuncio, e mais Senhores do
"Corpo Diplomatico ficarão tão completamente satisfei
tos, que até nem julgarão mais preciza a medida que
apontão na sua outra Nota, a qual com tudo o Gover
no Imperial não impedirá, esperando porém que ella
não tenha lugar, e que as pessoas, que por ventura se
tenhão recolhido a bordo das mencionadas Embarca
ções, venhão sem receio para terra. Este seria hum
meio de se evitarem motivos de suspeitas, e de se não
augmentarem desconfianças, que facilmente apparecem
em similhantes occasiões. Tanto mais que a Nação Bra
zileira, tendo sempre ostentado hum caracter docil, e
pacifico, acaba agora mesmo de provar nos memora
veis successos dos dias 6, e 7, do corrente, que ella
não sabe cometter actos, que sejão em desabono dos
seus nobres, e briosos sentimentos, os quaes, a par
das medidas energicas do Governo, devem inspirar to
da a confiança.
O abaixo assignado oferece a Sua Excelencia o Se
nhor Nuncio, e aos mais Senhores do Corpo Diploma
tico as expressões da sua perfeita estima, e distincta
consideração. •
Palacio do Rio de Janeiro, em 8 de Abril de 1831.
= Francisco Carneiro de Campos. * ,
= ++
LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.
“, “ .
• *. * * * • - - *
[ 590].
• + «—*§§ 4 + " " - "º
Telégrafo. — Serviço da Barra.—21 de Junho.
Embarcações avistadas de Cabo razo.
4 h. 35 m. da m. 2 Fragatas Francezas, 1 Curveta
de Guerra
Cabo dito, e 2 Brigues dito dito a Oeste do
da Roca. * •
•
12 h.Cabo
15 m.dodaEspichel.
t. 1 Bergantim sem bandeira ao Sul do|-
5 h, da t. 1 Bergantim sem bandeira, e 1 Escuna dito
a Oeste do Cabo da Roca: 1 Bergantim dito, e 1
Brigue Escuna dito ao Norte do Cabo do Espi.
chel. -
Embarcações avistadas do Cabo do Espichel.
? h. 51 m. da m. 1 Galera Sueca ao Sul do Cabo do
••
Espichel: dirige-se para a barra de Setubal.
.. . Embarcação entrada em S. Julião.
7 h. 20 m. da t. 1 Bergantim Sardo.
Publicação Litteraria.
•
Sahio á luz o N.° 21 da Contra-Mina, e vende-se a 40
réis nas lojas do costume.
Annuncios.
A Collecção de estampas intitulada Ruas de Lisboa,
contém figuras coloridas novamente retocadas, que
representão os diversos trages, e maneiras mais constan.
tes das gentes, que servem e habitão a Cidade, (seis
- cadernos contendo trinta estampas): vende-se por23880
réis na loja de Carvalho ao Chiado, defronte da rua de
S. Francisco, N.° 2; e o sexto caderno se vende separado
por 480 réis. •
Pela Meza da Santa Casa da Misericordia, Hospitats
Reaes de Enfermos e Expostos desta Corte, se hão de
arrendar duas courellas de terra no sitio da Boracº em
Bemfica, cujo arrendamento ha de ter principio em lá
de Agosto do corrente anno; toda a pessoa que as qui:
zer arrendar, poderá comparecer na Contadoria da meiº
ma Santa Casa todos os dias de manhã até o dia pt
meiro de Agosto do corrente anno.
Como na Gazeta de 18 de Junho de 1831, N. 149,
se acha hum annuncio para se vender hum predio abafº
racado com seu quintal e poço, sito na rua direitº dº
Cruz das Almas N.° 33, 34, e 35, foreiro á Excelenº
tissima Condessa d'Anadia, por isso, e a fim de que º
não allegue ignorancia de futuro, participa Franciº
Antonio Fernandes, morador no Bêco da Roza N°º,
aos Poyaes de S. Bento, que o sobredito predio se lhe
acha hypothecado pela quantia de 4003000 réis em mº
tal, e que por isso deve ser ouvido em tal venda, ou "
car-se na intelligencia do dito encargo, que ha de Pas
sar com a causa para o novo comprador.
João Rodrigues de Azevedo, feirante pelo grosso nº
feiras do Alemtéjo, annuncia, que se introduzio naque"
la Provincia o apellidallo por João Barcellos, mas
como na mesma Provincia anda outro homem que te"
este nome, por este motivo declara que jámais dará p"
válida qualquer transacção relativa a ele, debaixo dº
te nome , mas sim do seu verdadeiro acima expressº:
para evitar prejuizos, e incommodos.
Haverá leilão de taboado de Flandres, carv㺠dº
pedra de excellente qualidade, e arenques de salmourº,
Quinta feira, 23 do co: rente, pelas 10 horas da mº"
nhã, nos armazens do Porto Franco, por conta º
quem pertencer. - ' )
=+== \, _.
«}
 NUM. 146.
GazETA DE LIsboa qUINTA FEIRA, 23 DE JUNHO.
PARTE OFFICIAL.
MINIsTERro. Dos Negocios DA GUERRA.
Ayres Pinto de Sousa, do Meu Conselho, Governa
dor das Justiças na Relação e Casa do Porto. Eu El
Rei; vos envio muito saudar: Tendo tido a bem por
:Minha Carta Regia, datada de sete do corrente mez,
encarregar o Duque de Lafões, Meu Sobrinho, do Go
verno das Armas desse Partido do Porto: Tenho a di
zer-vos, que suas qualidades e merecimentos, e o devi
do que comigo tem, o fazem digno de toda a conside
ração, e que devendo ser reputada a dita nomeação que
Fiz do Duque, como huma prova da attenção em que
tenho esse Partido, e as cousas delle, Espero que te
nhaes pela Pessoa do mesmo Duque, o respeito que lhe
he devido. O que me pareceo partecipar-vos para vossa
intelligencia. Escripta no Palacio de Quelux, aos dez
oito de Junho de mil oitocentos e trinta e hum. = REI,
= Para Agres Pinto de Sousa.
Presidente, Vereadores, e mais Pessoas que compoem
·a Illustrissima Camara da Cidade do Porto. Eu ElRei
vos envio muito saudar: Tendo tido a bem por Minha
Carta Regia, datada de sete do corrente mez, encarre
gar" o Duque de Lafões, Meu Sobrinho, do Governo
das Armas desse Partido do Porto: Tenho a dizer-vos,
que suas qualidades e merecimento, e o devido que co
migo tem, o fazem digno de toda a consideração, e que
devendo ser reputada a dita nomeação que Fiz do Du
que, como huma prova da attenção em que Tenho esse
Partido, e as cousas delle, Espero que tenhaes pela
Pessoa do mesmo, Duque, o respeito que lhe he devido.
O que Me pareceo partecipar-vos para vossa intelligen
cia. Escripta no Palacio de Queluz, aos dezesete de
Junho de mil oitocentos e trinta e hum. = REI. =Pa
ra, o Presidente, . Vereadores, e mais Pessoas que com
poema Illustrissima Gamara da Cidade do Porto. 5 -
-, , , , ! PARTE NÃo orFICIAL.
1
++
- —
NoTICIAS ESTRANGEIRAS
BELGICA.
, ,, … .. i , e " " … * … … "… aí: "…
..… ) - , , , , Bruxellas, 31 de Maio… …, …, a …o
..… … ; aº b = i b ; o tio 1° a 4 e º I (; , … o . !
No dia de homem começou a seç㺠dº Cºnsterº
Anso 1831.
hum quarto antes do meio dia; as tribunas reservadas
e publicas estavão cheias; des de a abertura do Congres
so nunca se vio, similhante reunião.
Deo-se conta de varias petições: em huma se pede
que se o Principe Leopoldo for eleito Rei, seus filhos se
eduquem na Religião Catholica ; outra da Cidade de
Tournay protesta contra a eleição do Principe Leopol
do; e a outra de Tubise pede que seja eleito o dito
Principe.
Mr. de Broukere apresentou tres projectos de Decre
to: o 1.° relativo ao direito que hão de pagar na sua
entrada o ouro e a prata; o 2.° sobre hum novo in
posto sobre as fabricas de aguardente e mais liquores
destilados, e o 3." sobre o juramento dos empregados.
Decidio-se que se imprimissem os referidos projectos, e
que se distribuissem entre as secções. , , .
Mr. Seron pedio a palavra, e lha concedeo o Vice
Presidente, mas aordar principio á leitura de hum ma
nuscripto occupou a Cadeira o Presidente, que retirou
a permissão que se havia concedido a Mr. Seron, a fim
de que Mr. Raihen lesse o relatorio da secção central
-
sobre a proposta de Mr. Nothomb. Do Relatorio resul
ta, que achando se dividida a opinião, das secções, a
central apresenta novo projecto em cuja discussão pede
ao Congresso, que se occupe com preferencia a tudo.
O Presidente perguntou ao Congresso, se ahnuia á
proposta da secção central. Mr. Pelichy pedio que se
Jesse a proposta que havia feito para a sessão deste dia,
ou ao mais tardar para a do immediato, a fim de se
eleger o Chefe do Estado. Cumprido o desejo de Mr.
Pelichy, subio este á Tribuna para explicar e fundar a
sua proposta; Mr. Jottrand o interrompeo dizendo, que
não era justo se transtornasse o systema estabelecido
para as deliberações com o pretexto (de fixar a ordem
das questões. Mr. de Pelichy concluio o seu discurso, e
o Congresso decidio que se imprimisse e destribuisse. -
Mr. Seron: " Permitta-se-me o fazer algumas observa
ções sobre a oficiosa carta, que em data de 27 do pre
sente, escreveo; Lord Ponsonby ao nosso Ministro dos
Negocios Estrangeiros. Diz o Lord ..., . . " ,
fºresidente. » Parece que Mr. Seron trata de fallar da
carta de Lord, Ponsonby; desejo saber se o Congresso
concorda nisso, pois o orador não está na questão.»
(Rumor,) o " . - toº , º 1, … o..
Mr. Seram.» Estou na questão. (Fallai ! . Fallai! )
Qccuparei a Tribuna buns 10 minutos; além do que es
… • " )
pero, que o Congresso se prestará a escutar-me, pois
não sou do numero dos falladores." (Näo. Não... Riso.)
, . ; o Mr. Seron, º Diz o Lord que os limites, da Hollanda
ºq / se acbão fixados pelos Tratados:, por esta razão com
petem á Belgica o Grã-Ducado de Luxemburgo, o ter
-
ritorio de Limburgo; e º Flandres Hollandeza, como
bontemedemonstrou Mr. Beyts, o … …") " "; " , , , !

» Declara o Lord que jámais seremos senhores de
Maestricht, da margem esquerda do Escalda, nem de
terreno algum que corresponda ás antigas possessões " fiar nas notas de nenhum deles, Pedio o orador que º
Hollandezas; - e eu accrescento, que tambem não pos tratasse dos limites do Estado Belga.
suiremos o Grã-Ducado ainda que o paguemos.
» Fundo-me para opinar assim em que não ha huma discussão para se continuar no dia seguinte.
palavra de verdade no que diz Lord Ponsonby na sua
carta ; pois tudo quanto assegura se acha desmintido
pelo Protocolo N.° 22 da Conferencia de Londres. Lêa
se esse documento, e ver-se-ha como exige a prompta
sabida da tropa Belga que possa haver no Grã-Duca *
do, º que o Governo_dá Belgica haja de intervir nos
negocios do dito Grã-Ducado.
* Suppõe Lord Ponsonby, que se os Belgas tentarem
conquistar Maestricht, a margem esquerda do Escalda
ou outro qualquer ponto das antigas possessões que elle
chama Hollandezas, terão contra si os Exercitos da
França, Prussia, Austria e Inglaterra. Muito embo
ra ponha Lord Ponsonby em movimento os Exercitos
das três Potencias que ultimamente nomeou; mas em
quanto aos da França, diga-se o que se quizer a resº
peito da marcha que hoje em dia segue o seu Governo,
tenho por impossivel que o obriguem a combater con
tra nós etc.»
O orador manifestou depois que no seu entender, de
Protocolo em Protocolo se pretendia levar os Belgas á
Restauração, ou o que he o mesmo, a acceitarem na
qualidade de Rei o Principe de Orange ou hum dos
seus filhos, unico Monarca que convem á Belgica, se
gundo disse não ha muito tempo o Enviado Ingles, e
segundo opinão os Gabinetes da Russia, Prussia, e
Austria ; que o Principe de Saxonia Coburgo não será
Rei da Belgica, e que se o chegar a ser será hum Rei
de transição. O mesmo orador conveio na opinião ge
ral de que he precizo tomar huma resolução definitiva;
mas tambem julgou ser precizo tomalla bem, para não
deixar a nação exposta á guerra civil. «Dizem, accres
centou, que he precizo acabar com a revolução, mas
esta só se acaba quando cessão as causas que a produ"
zem. A revolução da Belgica fez-se para destruir abu
sos; e estes existem em tão grande numero como an
tes. »
Concluio propondo, que para a eleição de Monarca
se espere que as Camaras da Inglaterra e França te
nhão começado as suas sessões; que a respeito da car
ta de Lord Ponsonby se passe á ordem do dia, e que
primeiro que tudo se trate de regular definitivamente os
limites do Estado. (Applausos no Congresso.)
Presidente. - Será impossivel exigir silencio nas Tribui
nas se os Membros do Congresso não souberem dar o
exemplo.» • • •
Mr. Devaux, Ministro de Estado, disse, que o Pro
tocolo N.° 22, de que havião feito menção # OrBº
dores, não fôra Oficialmente cum municado ao Gover
no; que desse Protocolo apenas tinha noticia pelos pe
riodicos, º que o havião extrahido de outro periodico
Inglez e este de huma carta de Roterdam. Que não
obstante o que podesse conter aquelle Protocolo, a car
ta de Lord Ponsonby era muito mais recente; e que
della se via que a Conferencia longe de pretender que
os Belgas evacuem o Grã-Ducado, se oferece a evitar
toda a aggressão em quanto durarem as negociações
para a indemnisação. Que o seu intento ao fazer esta
reflexão era só demonstrar, que o Protocolo N.° 32 naº
da podia provar contra a carta do dito Lord.
Mr. Jottrand observou, que o Govenrno Hollandês
não havia cedido até agora em nenhuma das suas pre
tenções. Perguntou qual era o caracter com que se acha
va em Bruxellas o General Belliard, por quanto não
constava que estivesse acreditado junto ao Regente nem
junto ao Congresso. Manifestou a mesma duvida a res
peito de Lord Ponsonby, que apenas apparecia na qua
lidade de Commissario da Conferencia de Londres ,
[ á92 ]
mas sem se achar acreditado com caracter algum; e
por estas razões disse que se não achava disposto …….
Fallárão depois varios Deputados, e se suspendeo a
(Extracto da Gazeta de Madrid.)
FRANÇA.
Paris, 6 de Junho,
Escrevem de S. Gall (Suissa) o seguinte:
» Sem duvida tereis tanta surpreza como eu, sabendo
que ao mesmo tempo que os &# Suissos desarmão
o seu Exercito, em todas as aldêas da fronteira se tem
posto guarnição Austríaca, quando nunca em tempo de
paz se tem visto nem hum soldado. Se se reflectir que
na nossa fronteira não ha caminho nem passagem al
guma para a Italia, este movimento de tropas Austria
cas pode dar que pensar aos nossos politicos e aos de
França. » (Quotidiana) |
HESPANHA,
* Madrid, 18 de Junho.
Se dermos credito aos periodicos de Varsóvia, unico
meio por onde ha noticias do theatro da guerta, º G*
neralissimo Polaco juntando a força principal dº º
Exercito se dirigio de repente com a mesma sobre adi
reita do Exercito Russiano, que commandado pelo Gº
neral Sacken se retirou sobre Lomxá. O Matechal Diº
bitsch a quem este movimento punha no oaso, ºu *
se dirigir sobre Varsovia ou de avançar sobre Strai.
neki, escolheo o ultimo, partido; e destacando humº
Divisão sobre o Palatinado de Lublin para que unida
com as tropas que alli ha ameace Varsóvia, deixºu
Siedlice, e se dirige com a sua força principal do Biº
cito sobre Bialistock,
Nada mais estranho para nós do que a surpretº quº
thanifestão, e os calculos, que fazem ao referirem estº
acontecimentos os periodicos de Pará chegados Pºlº
correio de hoje. Ameaçado o Exercito Polaco em todas
as direcções de hum proximo ataque geral, a que cº"
nhecia sem duvida não poder resistir nem elle nem Var
sovia, nada mais prudente do que derrotar o inimigº
por partes; e separado agora Skrezinaki da sua bazº de
operações, tambem não deixa de ser provavel, salvº
os riscos da guerra, que se veja em breve perdido comº
o ficou Duernicki quando entrou na Volhynia.
(G. de Madrid)
Cadis, 6 * Junho. |-
Sociedade dedicada a remunerar e sustentar o engº
nho entre as classes indígentes.
Formou-se esta sociedade na Inglaterra em comº
quencia da indigencia de Jaime Cross, a cujo engenhº
se devem grandes melhoramentos nos teares; adiantº
mentos que merecêrão o applauso dos fabricantes de
Paisley, que lhe oferecêrão remunerar os seus serviços.
Isto deo alento aos seus trabalhos; e tendo aper
feiçoado as suas maquinas conseguio, que a Commissãº
encarregada de premiar as artes na Escossia lhe desº
cem guinéos, que inteiramente applicou á acquisiçãº
de novos adiantamentos em suas invenções; ficou poreiº
abysmado na miseria porque pertencia á classe indi:
gente. -
Á posteridade admirará as multiplicadas invenções
que a arte de tecer deveo ao engenho do infeliz Cros
Desde que em 1804 notou os defeitos dos teares, nãº
decorreo anno algum em que não fizesse nelles algum
 [ 593 ]
melhoramento. Em 1817 e 1818 formou o primeiro mo metria para tomar estas medidas e para trasladar os
dello da sua maquina de tecer, que mereceo o elogio
dos fabricantes, que animárão o author a fazer o mo
dello em grande, tisonjeando-o com huma recompensa.
Cross o realizou, porém a subscripção que se abrio pa
rº satisfazer a despeza que fizera o deixou alcançado.
Não desistio por isso, e em 1820 conseguio apresentar
huma maquina muito completa e grande, que de tal
maneira preencheo os desejos dos fabricantes, que re
unidos decidírão que se lhe devia dar huma remunera
ção. Fez-se com efeito huma subscripção de que Jaime
Cross se vio obrigado a descontar avultada parte em
que importava a despeza que fizera. Continou com ardor
apezar destes desenganos; mas as dividas que havia con
trahido para pôr em execução as suas engenhosas inven
ções subião abuns 35 guineos, e não podendo alcançar
mais alivio, estimulo ou recompensa dos que disfructavão
as vantagens do seu talento, do que huns 29 guineos,
acabou de consumir esta quantia na miseria e na doen
a, até que o seu infortunio lhe terminou a vida em
Março de 1824, na idade de 45 annos. Antes de falle
cer teve a satisfação de ver introduzida a maquina da
sua invenção em todas as principaes fabricas, cujos do
nos abençoavão o author, a quem fatal sorte condem
nara a perecer na miseria. Deixou sua esposa e quatro
filhos na pobreza; mas a illustrada caridade soccorreo
a sua desventura. |-
A sorte de hum homem tão recommendavel devida á
pobreza da sua condição, que o impossibilitou de tirar
dos seus talentos todo o partido como justa remunera
ção, mostra as utilidades que produzirá a indicada so
ciedade cujo nobre fim não pode deixar de merecer a
geral acceitação. (Ext. do Diario Mercantil.)
Idem, 13.
… Educação popular.
Prevalece demasiado a opinião, segundo Mr. Dupin,
de que os artifices não necessitão instruir-se scientifica
mente, e por principios nas operações dos seus oficios,
bastando-lhes a rutina ou pratica, e até se chegou a
acreditar, que não era possivel fazer entender as verda
des scientificas a homens costumados antes a empregar
seus braços do que o seu entendimento. Talvez nascesse
tudo isto do modo com que os mestres se tem explica
do, valendo-se de frazes Latinas, Gregas e Arabes,
para faltarem de cousas muito simples, e que se podem
tratar com a linguagem mais singela e compreben
sivel aos homens mais limitados: os principios scientifi
cos a que alludimos são as verdades apresentadas com
o menor numero de palavras, com toda a exactidão e
clareza, e que nos descobrem a relação que ha entre as
nossas ideas e os nossos trabalhos.
A Mecânica não se reduz á sciencia º que ensina
a fazer máquinas, ainda que se estenda a apresentar
as regras e as leis de tudo quanto requer o uso da /
força para se executar, quer seja grande quer pe
queñó; isto he as que fixão o movimento rapido ou va
garoso. Devem ensinar-se aos operarios as regras que
seguem as máquinas em seus movimentos; os instrumen
tos e o uso dos membros humanos nas operações da in
dustria, sem se intermetterem em dizer-lhes como de
vem trabalhar, porque nesta parte só elles he que são
os mestres. Não obstante se lhes pode e deve ensinar o
modo de melhorar o trabalho; de o econºmizar e de
produzir resultados melhores e mais apreciados do que
os dºnº
•
que nascem de que
as obras humadãomanobra
as artes cega.
devem ter certa figu
ra, certo pezo e proporções; daqui nasce a convenien
cia e utilidade d'instruir o operario na exactidão das
medidas; no uso do Inetro, do litro, do kilogramo etc.: Havendo-Se Dignado ElRei Nosso Senhor conceder
a necessidade de adquirir alguns conhecimentos de Geo por especial Graça, ao actual Juiz de Fóra da Villa
objectos a hum plano, e hum plano ao seu objecto; as
+
sim como para conhecer a fórma de certas producções
industriaes, e a acção das máquinas.
Se todas as operações das artes se podessem fazer com
a regra e o compasso, bastarião escassos conhecimentos
Geométricos; porém ha cousas que se não podem fazer
com o movimento mecânico: taes são os ornatos, as
formas dos vasos, as molduras da arquitectura, as flo
res e arvores que se imprimem, gravão, ou esculpem
sobre a madeira ou metal. Para isto se necessitão os
conhecimentos do debucho, em que os artifices devem
fazer o seu estudo. • •
He mui limitado o trabalho que se faz sem instru
mentos, o qual geralmente se conhece com o nome de
occupações baixas por que antes requerem a força ma
terial do que a do entendimento. A Mecanica he ami
do homem laborioso, por que lhe economiza duros
e pezados trabalhos que o assemelhão aos animaes, dei
xando-lhe o tempo e as faculdades livres para se dedi
car a melhorar, aperfeiçoar, e completar os seus tra
balhos com maior proveito. O exemplo he claro com a
conducção da agua. A Mecanica por meio das máqui
nas ajuda o homem a realizar em menos tempo maio
res resultados e mais vantajosamente do que estando en
tregues a esforços corporaes. A Mecanica tem desone
rado o homem de muitas tarefas proprias dos animaes»
fazendo com que se empregue em occupações mais no
bres e menos aviltantes. - • • • •
Se a agua que se conduz pelos canaes para o forne
cimento das Cidades, corre por hum nivel baixo, a
Mecanica pelo auxilio das bombas, a levanta com fa
cilidade ao nível que se deseja, e em vez de se achar o
homem atado como escravo ao movimento daquellas o
vapor lhes presta as suas forças e lhe economiza o seu
trabalho, que em vez de consumir as suas em tão ar
dua tarefa as emprega em atiçar o fogo, em substituir
a agua e em outros trabalhos mais proprios das suas
circumstancias. (Idem.)
* --- '- - $$ * • •
Lisboa, 22 de Junho.
Aproveitamos a primeira occasião, que se nos ofere
ce, de annunciar aos nossos leitores a invenção de hu
ma nova Maquina, de que trata o N.° 136 do Correio
do Porto, por nos parecer que da sua applicação po
dem resultar muitas vantagens ao Estado, e aos parti
culares. Esta Maquina, que, segundo parece, foi inven
tada pelo Engenheiro Constructor da Real Marinha Ma
noel Luiz dos Santos, obra na razão de 4 para 2048;
isto he, com a força motriz de quatro onças suspende,
ou arrasta duas mil e quarenta e outo. Serve por tanto
para arrastar, ou suspender qualquer massa de enorme
pezo, encalhar, desencalhar navios, virallos de crêna,
mastreallos, desmastreallos, ou suspendellos; montar,
e desmontar grossas artilherias, estatuas, e columnas;
experimentar a força das amarras de linho, e ferro ; e
em fim para diversos outros usos, que podem interessar
as artes mecanicas, e as sciencias. Notamos huma par
ticularidade muito apreciavel na referida Maquina, que
he, a de ser applicavel em muitos casos em que seria
summamente dificil fazer-se uso de qualquer outra po
tencia mecanica, pois que se inculca como sendo com
parativamente mui leve, de facil transporte, e suscepti
vel de ser colocada de forma a poder obrar em qual
quer direcção.
*—º §§ *-*
( Artigo communicado. )

d'Aviz, Francisco Rodrigues Malheiros Trancozo. Sou
to Maior, a honra de Lhe Beijar a Sua Augusta Mão,
no dia 16 do corrente, no Real Palacio da Bemposta,
or esta occasião supplicou aquelle Ministro ao Mesmo
F" Senhor a Graça de permittir, que todos os Oficiaes
da actual Camara da dita Villa, a que preside, e os
que ante si servem no Juizo do Geral da mesma, pº
dessem usar da Medalha de Ouro com a Sua Real Efi
gie, pendente em fita das cores da Casa de Bragança,
* vem a ser: os Primeiros, o Vereador mais velho, Vas
co José da Silva; o segundo, José da Costa; o tercei
ro, João Nepomuceno dos Reis; o Procurador, João
de Deos; e o Escrivão, Serventuario da dita Camara,
Lourenço Munhoz de Souza França; e os segundos, o
Escrivão Proprietario dos Orfãos, Joaquim Fortio Cas
queiro; Domingos Barata Godinho; Antonio João For
tio; e Antonio Baptista da Matta, Escrivães do Judi
cial e Notas; José Barata Godinho, Escrivão das Si
-zas; e Francisco Pedro Dionizio, Alcaide do Juizo; e
bem assim os filhos, a saber: o de Vasco José da Sil
va, e do mesmo nome; os dous do Escrivão da Cama
-ra; o do Procurador da mesma, Manoel Maximo: o
do Escrivão dos Orfãos, José Maria Fortio Casqueiro;
e hum sobrinho do Escrivão, Domingos Barata Godi
nho; e Domingos José Ribeiro; , cuja Graça Sua Ma
gestade. Se Dignou conceder-lhe com aquelle agrado e
affabilidade com que tanto penhora a todos os Seus leaes
Vassallos.
.… " REAL JUNTA Do ComME acio.
{ • Edital.
#A Real "Junta do Commercio, Agricultura, Fabri
*cas, e Navegação destes Reinos e seus Dominios, ten
do approvado o rateio feito na sua Contadoria, do di
nheiro líquido pertencente aos Credores Communs da
casa fallida de Angelo José da Silva Freire, assim o
manda annunciar, a fim de que os referidos Credores re
queirão no mesmo Tribunal o pagamento das quotas
que lhe pertencem. . .
E para assim constar se afixou o presente. Lisboa,
22 de Junho de 1831. = (Assignado). Na auzencia do
Deputado Secretario, Luiz Antonio Rebello.
- Edital.
- A” Real Junta do Commercio, Agricultura, Fabri
cas, e Navegação destes Reinos e seus Dominios, re
metteo o Consul de Portugal em Bayona, com Oficio
datado de 6 do corrente mez de Junho, huma copia da
-Ordenança que o Governo Francez acabava de publi
car estabelecendo por tempo de tres annos naquelle por
to, e em alguns outros, Depositos de todos os generos
estrangeiros prohibidos, e não prohibidos; cuja copia
no idioma… Frances, e sua traducção em vulgar, póde
ver-se na Secretaria do mesmo Tribunal... .
. E para assim, constar, se mandárão afixar Editaes,
. Lisboa, 22 de Junho de 1831. = (Assignado). Na au
:zencia do Deputado Secretario, Luiz Antonio Rebello,
: o ; i º ,
1 - - …….… t. · *—*$$ "—"
- ;rp
, ; Telégrafo.—Serviço da Barra.—º de "…
#, -
4. " … º II () } . * *
-o i e o Embarcações avistadas de Cabo razo.
4 h. 35 m. da m. 2 Bergantins sem bandeira, e 1 Es
º cuna dito a Oeste do Cabo da Roca: navegão pa=
- - era o Sul. . . . . . … *
- - - ."
* * * ** * - - - - - - -
[ 694 l
8 h. 2 m. da m. 1 Bergantim sem bandeira, e l Cahi.
O que dito ao Norte do Cabo da Roca: o Cahique
- navega para o Sul. Nº -
3 h. 19 m. da m. 2 Fragatas, 1 Curveta de Guerra,
2 Brigues dito Francezes ao Sudoeste do Cabo do
Espichel: ás 6 h. 37 m. da tarde navegárão para
Oeste.
N. B. Ha mais huma Escuna Hespanhola fundeada em
- . Cascaes.
- . Embarcações avistadas do Cabo do Espichel.
12 h, 15 m. da t. 1 Fragata, e 1 Curveta de Guerra
1, sem bandeira ao Sul do Cabo do Espichel.
Embarcação entrada em S. Julião.
11 h. 25 m. da m. 1 Bergantim Imperial.
- Embarcações sahidas de Belém.
2 h. 10 m. da t. 1 Chalupa Ingleza para Londres,
4 h. 25 m. da t. 1 Galera Sueca para a Noruega, e
• 1 Bergantim Sardo para Faro.
• — ======
Publicação Litteraria.
. Sahio á luz a Obra intitulada: Considerações Politi,
cas, e Commerciaes sobre os Descobrimentos, e Poses.
sóes dos Portuguezes na Africa, e na Asia, por José
Accursio das Neves: vende-se a 480 réis nas lojas de li
vros dena
ºriques Rey,
rua eAugusta.
Bertrand aos Martyres, e de Joio Hen • •
• • •
* *** Annuncios. • •
As pessoas que se quizerem encarregar do fornecimen
·to de pão para os prezos do Prezidio da Galé, devem
·comparecer na Intendencia das Obras Publicas, Terça
" ". . • feira, 28 do corrente, pelo meio dia. |- •
O Conde da Povoa arrematou em hasta publica
pelo Juizo dos Orfãos, da, Repartição do Meio, até
querimento dos herdeiros do falecido Antonio Francie
co Chaves, e pela quantia de 33:3123000 réis duasPtº.
priedades de casas sitas na travessa da Assumpção, Nº
15 a 18 e N.° 43 a 46, cºm frentes para a rua nova
dos Corrieiros, N.° 43. a 48, e 49 a 54: entrou com o
-- : 2 .producto da arrematação no Deposito Publico com º
protesto de reverter, para o dito producto todo e qual:
quer encargo a que ºs mesmas propriedades sejão obri:
ºgadas, e de se não levantar sem que corrão editos dº
:: : 30 dias, que passa a requerer: juntou o respectivº cº
nhecimento aos autos, de que he Escrivão Antonio Gnº |
dencio de Mattos e Lemos, onde qualquer crédor pode
rá deduzir o direito que julgar ter a estas propriedades,
que vão ajulgar-se olivres e desembaraçadas para º ""
<I e IRR La Il LC- • • •
1. Domingos Rodrigues de Castro, com loja de cambº
no largo do Rato N.° 1, faz avizo que desencaminha"
do-se-lhe dous bilhetes da oitava loteria da Santa Cºº
da Misericordia , do 1.° semestre de 1831, de numerº
|-
r5354 e 6791 , os quaes forão feitos em cautellas de " |
rios preços, declara que os interessados poderãº"
receber o importe das suas cautellas, pois não ficº"
• #* * •
ponsavel pelos ditos numeros. Lisboa, 21 de "
*
de 1831. * * * . .
1 * * Segunda feira, 27 de Junho, na praça publicadº"
• }ões , se ha de arrematar com a abatimento da qui"
-parte do seu valor , o dominio util de hum pratºº"
* • - * * -consta de casas terreas com seu bocado de terra º "
no sitio do Ribeiro , termo de Almada, avaliadº"
723000 réis, abatido o foro de 14800, e o sem rendi.
mento em 6,8400 réis: he. Escrivão da arrematº
* * * * Negreiros. * - ** * |
•
LISBOA NA IMPREssão REGIA.
…. … " . . . • ', , , o 1 : "
…|
-- - - - -- - - - -
-- ……… ….……….…… º - …"
 NUM. 147.
• ANNo 1831.
…… * * *
GAZETA DE LISBOA. —==>>>6->#39535-9ax+=-
SEXTA FEIRA, 24 DE JUNHO.
PARTE OFFICIAL.
Extracto da Ordem do Dia N.° 36.
Quartel General no Paço de Queluz, em 22
de Junho de 1831.
Publica-se ao Exercito o Avizo abaixo transcripto:
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor, — ElRei Nos
so Senhor, em Resolução do primeiro do corrente_mez,
tomada sobre Consulta do Conselho de Guerra, Houve
por bem Mandar contar a antiguidade de Tenente des
de 22 de Junho de 1821, ao Tenente do Regimento
de Caçadores da Beira Alta, José Corrêa de Mesqui
ta. O que communico a V. Ex." para seu conhecimen
to, e mais efeitos necessarios. = Deos guarde a V. Ex."
Paço de Queluz, em 16 de Junho de 1831. = Conde
de S. Lourenço. = Illustrissimo e Excellentissimo Se
nhor Conde de Barbacena.
Publica-se ao Exercito, que em 20 do corrente foi man
dada cumprir a Sentença seguinte proferida, a respei
to do Alferes do Regimento de Infanteria de Abran
#•
tes, Miguel José de Oliveira.
# Tendo sido accusado este Oficial de irregularidades
em sua conducta tanto civil como militar, respondêo
por esse motivo em Conselho de Guerra, aonde conven
cido do crime, foi julgado indigno de servir no Exer
cito de Sua Magestade, e por isso declarado expulso
do mesmo Exercito: cuja Sentença confirmou o Con
selho de Justiça, em Sessão de 28 de Maio proximo
passado.
(Seguem-se Licenças.). Conde de Barbacena, Chefe
{
do Estado Maior General. = Está conforme o Original.
= Ajudante General, Marquez de Tancos.
PARTE NÃO OFFICIAL,
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
PRUSSIA.
Berlim, 1 de Junho.
Das fronteiras da Polonia escrevem com data de 29
de Maio:
" No dia 26 do corrente vierão ás mãos os Exercitos
••
Russiano e Polaco nas immediações de Ostrolenka; de
pois de huma acção muito sanguinaria entrárão os Rus
sianos de assalto na praça. Os Polacos fugírão em to
das as direcções com tal celeridade, que não poderão
queimar como tencionavão as pontes do Narew,
» Em consequencia da victoria que acaba de conse
guir o Marechal Diebitsch, o Corpo do General Polaco
Gielgud, que havia ficado em posição perto de Lomza
se acha cortado, e sem mais recurso do que render-se.
» No mesmo dia se publicou em Cracovia hum Decre
to do Governo nacional do Reino da Polonia: o seu
conteudo se dirige a prevenir os Polacos que se achão
momentaneamente quer em Cracovia, quer nos outros
pontos do Palatinado daquelle nome, e que ainda não
prestárão juramento de fidelidade á nação, que para o
verificarem se lhes concede até 9 de Junho proximo.
* Mr. Franz-Zeltner, antigo Ajudante de campo do
celebre Kociusko, e membro da Junta Polaca em Pa
ris, passou por Cracovia a 22 de Maio com destino pa
ra o Quartel General do Generalissimo.
As noticias chegadas do theatro da guerra dizem o
seguinte:
» No dia 26 (de Maio) o General Diebitsch atacou o
Generalissimo Polaco perto d’Ostrolenka, onde se deo
huma acção muito sanguinaria ficando victorioso o Exer
cito Russiano. -
» Ostrolenka foi tomada de assalto, e os Polacos fu
gírão com tal precipitação que não podérão como tencio
navão queimar a ponte do Narew. A Divisão do Gene
ral Polaco Gielgud que occupava Lomza foi cortada
pelo rapido e victorioso movimento dos Russianos. O
numero dos mortos e feridos que teve o Exercito Pola
co parece ser de 4,000. O General Kicki e Kuminski
se achão entre os prizioneiros assim como tambem mui
tos Oficiaes superiores. No dia 27 estava o Exercito
Polaco em Pultusk. » (Gazeta de Estado.)
A nossa Gazeta Official publica o seguinte artigo em
data de Varsovia 28 de Maio:
" Na acção dada no dia 26 em Ostrolenka entre as
principaes forças dos Generaes Diebitsch e Skrezymecki,
pelejárão ambos os Exercitos com encarniçamento sem
exemplo; os mais antigos não se lembrão de ter visto
acção mais sanguinaria. O resultado foi que o Quartel
General de Skrezinecky volta para Praga. No campo
da batalha ficárão 20,000 homens; não se deo quartel
a ninguem, tendo-se combatido quasi sempre á baione
ta. » (Gazeta de Madrid.)
FRANÇA.
Grenoble, 30 de Maio.
- Hontem Domingo era o dia destinado para que huns
 fºº |
500 a 600 mancebos, freguezes da Cathedral, com neravel Cura da Cathedral. A Policia julgou dever res
mungassem pela primeira vez. He costume que todos peitar esta nova especie de procissão, e assim não a im
os que commungão pela primeira vez saião pela Cidade pedio. ··
em procissão depois das vesperas do mesmo dia. As O Commandante da Praça que deo a força para con
nossas authoridades tiverão avizo de que este anno es ter a desordem foi gravemente insultado. Assim heque
tavão dispostos huns 25 impios para insultar esta pro-º se entende a protecção que a carta prometteo a todos
cissão e aos que nella hião; e sem duvida por esse mo os cultos. Hoje em dia se julga hum crime impedir a
tivo convidárão o Bispo e o Cura da Parroquia a que esses miseraveis que maltratem os Sacerdotes, e as crian.
não permittissem que se fizesse nenhuma ceremonia fóra ças, e profanem os Templos Sagrados.
da Igreja.—Em vão, se expoz ao Prefeito, que era facil,– , No dia seguinte se achárão afixados varios Rasquins
impedir #milhante desordem, projectada por disubs re-º ém que se annunciava a republica. Diz-se que de nou
voitosos, e que debaixo de búm Gºverno regular não º te
+ se plantára huma arvores da liberdade na praça de
Santa Clara. A vista destes excessos se tem enchido
podião "25 mancebos arrogar-se o direito de opprimir
243 habitantes que professão o Catholicismo; que pa-- de furor e indignação toda a povoação de Genoble.
ra intimidar aquelles novos conspiradores cujas tramas (G. de Madrid.)
e insultos se dirigião contra a debilidade e a infancia,
bastava, se disse ao Prefeito, permittir aos pais que Marselha, 31 de Maio.
fossem na procissão, que levassem suas armas e unifor
mes, com cuja escolta nada tinhão que temer seus fi No dia 23 do corrente pelas 4 horas da manhã e
lhos. Mas o Prefeito e Sub-prefeito não derão ouvidos reunírão os Jacobinos de Tarascon para plantar a ar.
-a estas representações, e declarárão, que se não devião vore da liberdade como de antemão tinhão resolvido,
irritar os animos com demonstrações publicas de Reli Os Magistrados, scientes deste projecto, procurárão er|-
gião (!!!) e authorizando para levar armas pessoas sus "tallo, e para esse fim se apresentárão na paragem on.
“peitas: com igual pretexto já se havia prohibido pou de se havia verificado a reunião; porém o Commissario
co tempo antes a procissão das Ladainhas; porém não da Policia se vio obrigado a fugir, e o Corregedor rem
se poude impedir que os lavradores obrigassem o Par do-se insultado se retirou. Pelas 9 se publicou bumban
ºroco a rezar sobre os seus respectivos terrenos as Ladai do prevenindo que se hia dançar, por terra a arvore da
unhas destinadas a attrahir # os seus campos as bem liberdade; pelas 11 os Magistrados escoltados por al.
çãos do Ceo. " " # - - - - •

guns Esquadrões do 2.° de Cassadores de cavallaria, e

-"A", vista pois do convite do primeiro Magistrado muitas Companhias do 15.° de linha, passárão á praça:
e da sua resolução de não proteger em nada o Culto fizerão-se as intimações prevenidas pela lei, porém não
Catholico, julgárão os Prelados espirituaes da Dioce surtindo estas efeito deo o Corregedor ordem ao Cºm.
se e da Parroquia dever suspender a Procissão para mandante militar para que despejasse a praça: o Comº
evitar os escandalos e assuadas. Unicamente deter mandante mandou carregar sobre os perturbadores, pº.
minárão para facilitar o transito dos meninos que hião rém os soldados em lugar de obedecer gritárão: Viru
á Igreja Parroquial de S. Hugo, renovar alli os votos a liberdade ! Viva a republica! E reunindo-se ao povº
do baptismo, fazer entrar os ditos meninos por huma tomárão parte no baile que de repente se formou para
porta occulta, e sahir por outra. Os mancebos cujos solemnizar o triunfo. * **

-ataques tanto temião as authoridades embriagárão-se
em hum café immediato, e depois se dirigírão á praça rárão estes á casa da Camara, e se diz que ao entra
devando vasos com tinha e sangue de vaca para o atira rem nella forão apupados pela Guarda, que era do lá
rem ás meninas. Tambem havião composto huma espe
eie de ladainha impia e obscena adaptada ao canto ec
clesiastico para que não faltasse nenhuma classe d'ul
trage á Religião, e atormentarem assim as innocentes
donzellas cantando-lhes aquellas indecentes canções quan
do as vissem sahir da Hgreja. Porém os sacrilegos não
tardárão em conhecer que havião sido enganados, e que
.não sabia a procissão da Igreja. Desesperados por se
baver frustrado seu iniquo projecto, se dirigírão eomo
furiosos freneticos á Cathedral, precedidos da bandeira
tricolor, e cantando a Marsalheza. Por hum momento
as sentinellas que estavão diante das portas contiverão
a impetuosidade do ataque; a final poderão os meninos
continuar seu caminho para a Igreja. Assegurão que
hum Ecclesiastico que os acompanhava fora barbara
mente insultado. As mãis que hião acompanhando seus
filhos tambem acudírão a soccorrer os soldados que já
havião sido desarmados. Esta luta singular deo tempo a
se fecharem as portas, e a impedir que entrassem na Igre
ja aquelles mancebos desenfreados. Huns 12 homens que
chegárão da Guarda immediata, fizerão levantar o cer
co, á valente partida impia, que fugio precipitada
imente. " "
• •
Não obstante, o ruido do ataque chegou ao interior
da Igreja, onde tudo se converteo logo em confusão,
susto, sobresalto, clamor, e pranto: suspendêrão-se os
Oficios. Divinos, e se fez sahir os meninos e memnas
pela porta falsa para que fossem por hum circuito para
suas casas. No entanto tornárão a reunir-se no café to
dos os perturbadores, e sahírão pela Cidade como em
triunfo cantando a Marsalheza e suas infames ladai
ahas, e rompendo em ameaços de morte contra o Ye
Desconhecida a authoridade dos Magistrados se reti.
accrescentando alguns, que o Sargento maltratara dº
facto o Corregedor. Os revolucionarios, ufanos com º
bom exito do seu projecto, fizerão trazer huma vazilha
de vinho ao pé da arvore fatal, e embriagando os sº:
dados ficárão inteiramente senhores delles. Huns e outrº
saqueárão a casa de hum Realista , e o dono dela
coberto de sangue foi arrastado até o corpo da Guar
da. Cento e cincoenta a duzentos Cassadores d'Infan:
teria apoiados por outros de Cavallaria, guiados por
hum Capitão, e dirigidos pelos Jacobinos, atacário º
café de Trivoli onde costumão reunir-se os Realistas,
O Oficial que capitaneava estes furiosos falou com
a gente que havia no café, e parecia que ficára satiº
feito com a sua resposta pois se retirou pacificamente
mas dalli a hum momento os soldados arrombár㺠º
portas e com a espada na mão se precipitárão sobre ºs!"
felizes que havia no café de Tivoli, que achando-se des"
mados se defendêrão com garrafas e cadeiras. Alguns"
gírão; porém a cavallaria os perseguio, e os restadº
que serião huns 100 a 150, maltratados com golpes, º
bertos de sangue, e feitos seus vestidos em pedaços, foiº
violentamente conduzidos ao pé da arvore da liberdadº,
e dalli ao castello onde os amontoárão em huma Friº
zão. O Fiscal do Rei tratou de os pôr em liberdadº,
mas nem vellos se lhe permittio. O café for inteiramen"
te saqueado, os moveis feitos em pedaços, e até mesmº
alguns Caçadores começárão a demolir o edificio.
Comettêrão-se crueldades que horrorisão, e a posº
ridade recusará acreditar, que militares Francezes esgº'
missem a espada contra infelizes indefensos, que em "º
da os havião ofendido. As mulheres, que ao verem fe"
rir seus maridos, filhos, ou parentes, bradavão aººº

pedindo auxilio, erão acutiladas sem piedade; crianças ras sobre a reunião de forças que àquella não cessa de
de 10 a 12 annos, anciãos carregados de annos e de dirigir sobre as fronteiras. O medo de huma nova in
doenças, até huma criatura de peito, todos ficárão fe vasão dos refugiados não póde ser o verdadeiro motivo,
ridos; e estes attentados se comettião em nome da là.
+ •
therdade /. , , ! * * * * * *#
* …
** ** *
O Sub-prefeito logo que soube, o occorrido passou a
Tarascon onde chegou no dia 24, mas sem forças J".
ra sustentar as suas disposições: o Coronel vê-se des
prezado pois alguns dos seus Oficiaes sustentão os soldados
rebeldes, e estes lançárão os mais fóra "do Corpo. A
soldadesca para motivar e authorizar o seu barbaro e
atroz procedimento teve a ousadia de suppor, que achá
1ão no café espingardas, cartuxos e huma bandeira bran
ca:- falsidade detestavel e evidente pois se os do café
tivessem tido espingardas e cartuxos, não se terião deº
fendidº com cadeiras. " -
Dous dias estiverão os Realistas debaixo da Guarda
dos seus verdugos, e durante esses dias sofrèrão incri
veis, tormentos, pois a cada instante se vião grossei
ramente insultados, e barbaramente ameaçados com
a norte. Quando sahio da Cidade o Regimento N.°
15 , o Fiscal do Rei cujo zelo e procedimento são
superiores a todo o elogio, passou a receber as de
clarações dos prezos, e a pollos em liberdade. Es
tes, antes de se reunirem ás suas familias forão vi
sitar o sepulcro de Santa Martha; depois celebrou-se
huma Missa no altar da Virgem para dar graças a Deos
pelos seus beneficios: assistírão a ella todos os maltra
tados e grande numero de gente de todas as classes, e
tivemos a suave satisfação de ouvir muitos dos que sof
frêrão em tão terrivel dia, exclamarem com firmeza di
gna de admiração: Se algum dia ... juramos não tomar
"###
No dia 29 chegárão a Tarascon o Prefeito, o Gene
ral que commanda a divisão militar, e o Fiscal Geral,
acompanhados de forças respeitaveis, com o intento de
tirarem a arvore da liberdade. Mas foi inutil a sua vin
da, sem duvida por que os revolucionarios tem tomado
as suas medidas para seduzir a nova Guarda, e se forão
os Magistrados sem dispor cousa - alguma.- Assegurão
que tendo o General perguntado aos Oficiaes se podia
contar com a tropa, estes lhe respondêrão que não, por
cuja razão não quiz aquelle comprometter-se.
| -
: -
*
-
4 - -
(Gazette du Midi.) --
{ * * - Avinhão, 1 de Junho.
Aqui estamos expostos a ver as horrorosas scenas
de Tarascon : confiados no apoio do 2.° de Cas
sadores , alguns estouvados, sem oficio nem profis
são , e até sem opinião , porém sequiosos de ge
ral transtorno para crearem fundos que de outra sorte
não poderião obter, acabão de abrir huma subscripção
para erigirem huma arvore da liberdade em huma das
nossas praças. Porém neste momento se diz que o Com
mandante da 8.° Divisão recebera pelo telegrafo or
dens do Governo para derrubar todas as arvores da li
berdade e oppor-se a que se plantem para o futuro nos
Departamentos em que manda. Ignoramos que credi
to se deva dar a esta noticia, porém queira o Ceo dar
ao Governo a força necessaria para nos livrar de hu
na guerra civil á qual trata de nos arrastar a anar
quia. -
Na manhã de hontem se plantou huma arvore da li
berdade em Carpentras, onde se achava o Regimento
N.° 16 de linha, que tem estado até agora em Taras
.com, e que tanto tem deshonrado as armas Francesas. ,
Bayona, 9 de Junho.
Todos os que se não podem persuadir de que
panha se ache no caso de acolher projectos de hostilida
de contra a França, se confundem fazendo conjectu
1 597 |
e muito mais quando o Governo Francez tem dado to
das as provas de boa fé e de harmonia que quer reine en
tre as duas Nações, internando e afastande todosins
individuos que podessem causar algum receio, e assustar
os nossos vizinhos; evitando tambem por este meio hos
do o genero de altercações e de odiosas explicações que
se originaríäo de hum procedimento opposto a esses de
signios. Não obstante sabemos de modo que o não po
demos duvidar , que diariamente chegão tropas do
interior a todas as immediações de Pamplona; que to
das as guarnições da fronteira se tem augmentado com
mais do que duplicada força; e que hum, Coronel Hes
|-
panhol se apresentou nos limites de Urdaz querendo ré
conhecer os nossos postos e explorar as posições, … …
, : "… .… * * * #** …….… (Memorial dos Pyrinéos.) \\
* • • * •
--; ; ; ; ,; , ; "!" ; ** ** * - ++ + + + …" "…
- "… París, 6 de Junho. . . … pr : "b na
• •
{ ,,, - _> .. * . • • …", uma em
As desordens que acabão de occorrer em Grenoble
completão a lição que derão os de Tarascon, porque
toda a vez que a revolução se apresenta, obra contra o
principio Monarquico e contra o principio Catholico.
O que he que se exige agora dos antigos Realistas e
dos Cátholicos! |- • * ', , , , , , !, - )
A Legitimidade está destruida. Estabeleceo-se chum
poder de facto em virtude do principio da soberania po»
ular que se proclamou como baze da Constituição. Os
R" se virão obrigados a refugiar-se neste principio
colocando-se no lugar que se lhes designou. Nada que
rem do novo poder; não molestão ninguem. Vivem su
geitos, á "lei, é só usão do direito que a Constituição
lhes dá.
Em fim nada querem fazer que possa impedir a
consolidação do systema que a revolução creou á fim de
que se esta chegar a perecer, só se possa attribuir a sua
queda aos mesmos vicios da sua origem e existencia. Se
publicamente manifestão a sua opinião sobre os homens
e sobre as cousas, o fazem porque a Constituição lhes
dá direito para isso, e se essa Constituição não poder
- sofrer a liberdade geral, a ella mesma se deve culpar.
Quanto ao principio Catholico que queixa pode ha
ver hoje em dia contra elle ! Dir-se-ha que o Clero quer
avassallar a ordem Real, que ameaça a liberdade ge
ral, e que se intermette nos negocios temporaes do Go
verno! Já não ha Religião do Estado; longe de pedir
o poder, a Religião só pede a liberdade. Longe de ser
intolerante, o Clero só pede a tolerancia... .. ... "
A Legitimidade pois e o principio Catholico só consis
tem na opinião e no culto. - -- - - -
Se neste estado não achão a segurança que se lhes de
ve, para onde se caminha ! O que virá a ser de huma
e outra cousa? Que decisão se tomará entre a necessi
dade de opprimir ou de supprimir os Realistas e os Ca
tholicos ! * - • • • • • *
A liberdade deixaria de existir; teriamos voltado ao
systema de terror que em summa só teve o objecto de
separar da sociedade a Fé Catholica, e a opinião Rea
lista. . * … … " - … …",
Seja como for, as desordens que diariamente se repe
tem não deixão duvida sobre a impossibilidade em que
se acha o Governo dos centros de conservar a liberdade
de opiniões e a liberdade religiosa. Esta questão já está
julgada por todos os que a sabem compreihender.
Mirabeau confessou que a França era hnm páiz Mó
narquico e Catholico, e disse na linguagem politica da
— sua época, que era preciso descatholizatla para a des
monarquizar. A Constituição e a Convenção sahírão mal
a Hes
da sua empreza, e a revolução experimenta hoje em dia
no fim de 40 annos a mesma necessidade que indicava
Mirabeau. (G. de França.)

GRÃ-BRETANHA.
… Londres, 3 de Junho.
Os boatos que corrêrão na praça e a que se dava al
gum credido, se reduzião a confirmar a noticia de que
os Embaixadores das cinco Potencias que se achão reu
nidos para mediar nos negocios entre a Belgica e a Hol
landa concordárão em que cada huma das ditas Poten
cias porá no pé de guerra 303 homens, com cuja força
se farão executar e terão efeito todos os protocolos an
teriores, nos quaes se fixárão os limites com que a Bel
gica deve contar. . - em casa, na rua do Corpo Santo, N.° 19.
Em consequencia de haver annunciado o Morning
JHerald, segundo diz hum periodico da Provincia, os
meios de que se valêrão alguns Judéos para mandar á
Allemanha 203 espingardas destinadas para Varsovia,
os Embaixadores expedírão immediatamente ordem pa
ra deter aquella remessa se ainda não tivessem chegado
ao seu destino.
, " ,º |-
(G. de Madrid.)
* **
#…
*§§ *-*
Lisboa, 23 de Junho.
Os Jornaes Inglezes recebidos pelo ultimo Paquete
aleanção até 8 do corrente; porém as noticias que refe
rem já se havião recebido pela Gazeta de Madrid, de
que transcrevemos a parte mais interessante.
*—*§§ *-*
Telégrafo. — Serviço da Barra. — 23 de Junho.
r º Embarcações avistadas de Cabo razo.
4 h. 50 m. da m. 1 Paquete Inglez ao Norte do Cabo
do Espichel. -
8 h.8 m. da m. 1 Bergantim sem bandeira ao Sul do
Cabo do Espichel.
11 h. 3 m. da m. 2 Fragatas, 1 Curveta de Guerra,
e 2 Brigues dito Francezes ao Oeste do Cabo da
a•
+ Embarcação entrada em Belém.
12 h., 58 m. da t. 1 Paquete Inglez, de Falmouth, 18
dias, mala. "i.
- Embarcação entrada em S. Julião.
1 h. 17 m. da t. 1. Bergantim Napolitano.
Embarcação sahida de Belém.
3 h. 16 m. da t. 1 Chalupa Hollandeza para a Ilha da
Madeira.
. Annuncios.
A Direcção da Real Fabrica das Sêdas e Obras de
Aguas Livres, annuncia que na sua Contadoria se dis
tribuem gratuitamente sementes de Amoreiras das de
nominadas folhas de rosa.
Preciza-se de huma criada que saiba bem engomar
sendo pessoa capaz e de meia idade, e tenha quem
a abone, falle na travessa de S. Nicoláo, N.° 2, ao
Pote das Almas, 2.° andar.
Preciza-se de huma casa nobre mobilada, com quin
ta ou quintal, nas vizinhanças de Sete Rios, Bemfica,
ou Arroios: quem a tiver, e a quizer alugar dirija-se
ao Advogado
Bandeira, N.°Custodio
60. José Soares Constante, Arco do
•
LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA.
[ 598 ]
Na botica junto ao Arco do Bandeira no Rocio, Nº
66, se continuão a vender aguas mineraes, das Caldas
da Rainha, do Gerês, e de Entre os Rios, ferrea de
Camara, da Venda seca, da Cabeça de Montachique y
a de Pyrmont, de Geilnau, e de Seidlitz; e tam.
bem o liquor proprio para fazer os banhos artificiaes das
Caldas. -
- Para a Madeira e Bahia, sahirá até 26 do corrente
o navio Sueco Enigketen, Capitão Janssen ; o ditona.
vio he muito veleiro e tem, excellentes commodos para
passageiros: quem quizer hir de passagem póde falar
com Daniel Tobin, ás horas do costume na praça ou
Na tarde do dia 27 do corrente se ha de arrematar
na Praça do Deposito Geral huma propriedade, sita
na calçadinha do Menino de Deos, N.° 15 até 19, ava.
liada em 1:000$000 rs.; e he Escrivão Couto.
Na tarde do dia 1.° de Julho, se ha de arrematar na
Praça do Deposito Geral com o abatimento da 5°pai.
te do valor de 1923000 rs., huma fazenda que consta
• |-
de terra de semeadura no destricto da Freguezia de S.
Julião de Friellas, e he Escrivão da arrematação Couto,
Na rua direita das|Portas da Cruz, N.° 10, ha para
vender hum bonito cavallo Inglez, e muito manso,
Na Gazeta de 21 do corrente, pag. 4", col. 1.",
lin. 48, onde está — do — leia-se — de — e na linha 63,
onde está — só virão — leia-se— só virá.
PLANO
Da primeira Loteria da Real Casa Pia, desta Cºrk,
pertencente ao segundo Semestre do Anno de 1831,
que se ha de extrahir na dita. Real Casa, na confrº
midade das Reaes Ordens.
Será composta esta Loteria de 8.000 Bilhetes a 63000R,
cada hum, em moeda papel, , pois na mesma especiº
se hão de pagar já liquidos dos doze por centº ºs
seguintes - - • • • •
PREMIOS. ----
1 Premio de -
- 5.0003000 - - - 6:000$000
1 » - - -
- 2:000$000 - - - 2:000$000
3 » - - -
- 1:000,3000 - - - 3:000$000
5 … -- - -
-- 4003000 - - - 2:000$000
9 * - - -
- 2003000 - - - 1:800$000
12 » - - - - 1003000 - - - 1:2003000
25 - - - - - 203000 - - - 600$000
63 - - - - - 103000 - - - 6303000
2550 % - - - - 73400 - - - 18:870$000
1 … Ao ult.N.° 2003000 200$000
* * *
2670 Premios.
5330 Brancos.
8000 Bilhetes a 53000 rs. importão
em 40.0003000 de réis, e de
duzido o beneficio dos 12 por
cento, he o total dos Premios
que se distribuem - - - - - Rs. 35.2004"
Os Bilhetes desta Loteria serão rubricados de Chaº
cella pelo Intendente Geral da Policia, e da mesmº
sorte assignados pelo Administrador, Thesoureiro, º
Escrivão da Fazenda da dita Real Casa. Entrarão sº
mente nas Rodas os Premios, e os Números, os quaº
serão descriptos em pequenos Globos de Marfim; e cº"
cluida a venda, se fará igualmente público o primeº
dia da sua extracção. Adverte-se que a venda dos *
lhetes he no dia 1.° de Julho. •
= ==
 NUM. | 48.
GAZETA DE LISBOA.
SABBADO, 25 DE JUNHO.
ADVERTENCIA.
As pessoas que pretenderem subscrever para a Gazetá
de Lisboa, pelo 2.° Semestre, ou 3.° Trimestre do cor
rente anno, o podem fazer dirigindo-se ao Administra
dor da Loja da Gazeta, José Joaquim Nepomuceno Ar
sejas. na rua do Ouro, N.°235; as cartas que forem re
mettidas pelo Correio (assim como o importe das assigna da Morte, e quando se havião aproximado bastante á
turas) devem ser seguras , e francas de porte : o preço
pelo 2.° Semestre he 63.400 réis, e pelo 3.° Trimestre
33600 réis.
→
** * * PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
RUSSIA.
S. Petersburgo, 21 de Maio.
- Depois das moticias recebidas últimamente do Exér
cito de operações se tiverão as da destruição de hum
corpo de rebeldes, que se havia apresentado nas imme
diações dos acantonamentos que occupa a Guarda Im
perial.
As particularidades desta acção vem referidas no ser
guinte Oficio do Tenente Gêneral Barão Saeten, Aju
dante de Campo do General Bistrom, em data de 14
do corrente, e cujo theor'he o seguinte: * * * » Prescindindo agora do Coronel Gembitz, cujas sa
* Pela minha ultima partecipação de 12 de Maibºve
fá V. Ex.* que o General Gembitz, Commandante do
Regimento do Principe Carlos da Prussia, estava en
carregádo de reconhecér as partidas de rebeldes que se
achassem entre Omnlew e Orzic, pontos proximos ás
fronteiras da Prussia.
» Por consequencia na noute de 30 d'Abril a 1 do
corrente, se poz em marcha o Coronel Genhitz com
hum destacamento composto de cinco Companhias do
Regimento que commanda, de 60 Cossacos, 20 Circas
sianos da Guarda,e 15 Cossacos de linha, e duas peças
d'artilhería, com cujas forças se dirigio de Shudek para
Cerszpenty, onde esperava encontrar num destacamen
to de rebeldes: Ao amanhecer do dia 1 chegou áquella
povoação, porém, não achou nella os rebeldes, e por
isso se prºpoz avançar depois de haver dado pequeno
descanço ás suas tropas; mas em breve descobrírão as
suas avançadas huma coluama de revoltosos, que se di
rigia de Barahow para Gerexpenty,º pelo mesmo cami
ubo por onde havia chegado aquella povoação o nosso
ANNo 1831. - …
o$1<9ex
- •
•
destacamento. O Coronel Gembitz occultou por detraz
das casas parte das suas tropas, assim como a sua arti
lheria, e destacou ao seu encontro hum pequeno nume
ro de Cossacos para attrahir os rebeldes. Com efeito
logo no mesmo instante sabio de hum bosque huma co
lumna, que se compunha de 500 homens, pela maior
parte pertencentes a hum corpo que chamão Cassadores
povoação carregou sobre elles de repente o Coronel
Gembitz, que não poude usar da artilheria pela natu
reza do terreno.
» Os rebeldes defendêrão-se obstinadamente, mas ven
do-se atacados pelos flancos retrocedêrão precipitada
mente para o bosque; tendo-os interceptado no cami
nho o Coronel Krasnof com os Cossacos, e Circassia
nos, e pondo-os cada vez em maior n perto se virão obri
gados a dirigir-se a liurn pantano. Então os ata
cou vigorosamente o Coronel Krasnof, passando parte
delles á espada, e derrotando ºbs mais até os fazer en
trar todos no pantano , donde só 60 escapárão. O
Capitão Zetibkowcsti que commandava o destacamento
ficou morto
zioneiros trescom os outros
Oficiaes Oficiaes;
e alguns só se fizerão prí
soldados. •
» Pela nossa parte tivemos 4 feridos, a saber: o Te
nente Rhan Ghirei, do Esquadrão de Cossacos da Guar
da, o Capitão Radisnow do Regimento de Cossacos
d'Andrianow, 1 Sargento e 1 soldado. -
» Depois de haverem morto hum Porta bandeira, e
ferido hum Oficial no principio do atáque, se precipi
tárão os Circassianos com furor extraordinario sobre os
rebeldes.
bias disposições assegurárão a victoria, devo citar o Te
nente do Estado Maior Lehernekants, o Coronel Kras
nof, e varios outros Oficiaes e soldados (cujos nomes
se expressão na parte) todos os quaes "particularménte
se distinguírão nesta acção.
-
» Outra columna de huns 700 rebeldes d'Infanteria,
com 2'Esquadrões de cavallaria, debaixo do comman
do do Tenente Coronel 3aliwski, sahio de Shorel, e
se dirigia precipitadamente para reforçar a primeira;
mas apenas souberão da derrota º dos seus companheiros
se retirárão acceleradamente além d’Ortic, e voltou o
Coronel Gembitz sem obstaculo a Shudek com o seu
destacamento.» (G. de Madrid.)
AUSTRIA. -
Vienna, 25 de Maio. .
- A energica intervenção dos Embaixadores da França
es#nglaterra não produzio nenhuma alteração no que
estava decidido a respeito de Duernicks e suas tropas.

Mas pela outra parte não annuio o Imperador ás pre- sentado com huns 150 indivíduos na casa da Camara
tenções do Embaixador da Russia para que as tropas Po
lacas fossem entregues ao seu Governo. Rimbouski, Aju
dante de Campo do General Duernicki, está em Lints,
onde permanecerá debaixo da vigilancia da Policia
Austriaca. - *
- - *
Durante a expedição de Duernicki na Folhynia, a
nobreza de diferentes povoações da Podolia principal
mente de Tulczyn e Balta, havia organizado alguns cor
pos de rebeldes, e até em Tulczym se havia organizado 3 dizem que se achão reunidos naquella Cidade 25 Gene.
hum Governo Provisorio. As ultimas, noticias de Lem raes Austriacos com o objecto de receberem instrucções
berg dizem que estas insurreições, earecendo de apoio de Mr. Frimont, General em Chefe do Exercito da Italia,
depois de haver desapparecido o General Duernicki,
estão todas reprimidas, e que os seus chefes tem cabido
em poder das tropas Russianas commandadas pelo Ge Treveris, fôra passar revista ás tropas de Serre Luis,
neral Roth. (Observador Austriaco.)
O Barão de Munch Bellinghausen, Presidente da
Dieta Federativa, chegou a esta Corte. Contrahio-se o
emprestimo no dia 20 do corrente com os banqueiros
desta Capital, a 80 por 100. Hum Correio Russiana
que chegou aqui de Petersburgo por HVilna, achou o
caminho livre de rebeldes. (G. d'Augsburgo.) ,
* * FRANÇA.
París, 2 de Junho..
Diz o Diario do Havre, que são puerís os temores de
alguns, de que a colera morbus chegue á nossa costa
por mar dos portos do Baltico; funda-se em dous ar
gumentos: hum he que a colera morbus não se propa
ga pelo mar, mas seguindo as margens dos grandes rios,
e outro he, segundo diz o dito Diario, que está medi
camente provado, que não existe o contagio da cole
ra morbus nem da febre amarella.
(Gazeta de França)
Idem, 6. -
Os movimentos de tropas Austriacas que se concen
trão todos os dias na direcção da Suissa, e do Piemone
te, segundo assegurão todas as cartas, exigirão da par
te do Ministerio algumas explicações claras, singelas,
e capazes de assegurarem e tranquilizarem, servindo-se
da linguagem do optimismo, que tanto se usa toda a vez
que ha susto. (O Tempo)
. Escrevem de Moguncia o seguinte:
...» No dia 27 chegou a Treveris o filho do Principe
Guilherme , filho do Rei de Prussia. Passou revista á
guarnição desta Cidade, e falou aos soldados nos ter
mos seguintes : … O Rei me envia para inteirar-me dos
vossos apuros e necessidades. Pela minha parte vos di
go, que me tenho por ditoso em poder dizer a meu Au
gusto Pai, que vos achei dignos do seu afecto e benevo
lencia. Se chegar a atear-se a guerra , espero que vos
não esquecereis de que sois Prussianos.»
, ;* … ; "> .tvi...) - (Constitucional.)
e , o "i"… -
: A Gaxeta da Bretanha traz o seguinte artigo:
: º De accordo com o Amigo da Ordem sobre as dis
posições que tem os animos nesta Provincia , ha moti
vos para crer, que os Realistas não assistirão ás eleições
para não darem debaixo de juramento huma explicação
que os desnaturalizaria, e não seria recebido, nem fa
zerem hum protesto que se expressaria mais energica
mente só com a ausencia. »
Escrevem de Pontarlier, (F. Conté) em data de 29
de Maio, que quatro lavradores de certa povoação da
quelle partido, achando-se descontentes com o procedi
mento e administração do Corregedor, se havião apre
[ 600 ]
no momento em que se achava reunida, e depois de lhe
haver lançado em rosto os roubos e concussões que pe
la indolencia se comettião, obrigárão o Corregedor e
os da Camara a darem a sua demissão. (Correio.)
? As ultimas cartas de Milão fallão de hum tratado
ofensivo e defensivo concluido entre o novo Rei de Sar.
denha e o Governo Austriaco, pelo qual S. M. Sarda
porá á disposição da Austria 60% homens. Tambem
Assegurão que o General Russel, da guarnição de
! e preparar o recebimento do Principe Guilherme. 0,
soldados da Landucher que se mandárão reunir ás suas
bandeiras são os que já tem 2 ou 3 annos de serviço,
Dizem que se formará nas fronteiras da Baviera hum
Exercito de 1503 Austríacos, e que o Gabinete de
Kienna havia significado ao de Munich, que tomas
se partido. Esta Potencia havia declarado formalmen
te, que devia e queria guardar o statu quo..
• (Mensageiro)
Idem, 9.
» Com a maior dor, diz o Diario dos Debaki, tetº
bemos a noticia que confirma as que demos sobre ºs
acontecimentos militares da Polonia.
» Huma parte do Exercito Polaco evacuou 0úrº
lenka a 27 de Maio, depois de hum combate encarn
çado, que se deo nas margens do Narew contra tºdº
as forças reunidas do Marechal Diebitsch. Este havia
com efeito começado a retirar-se na noute de 20 *?\,
e acudio com a força principal do seu Exercito em aº
xilio da sua ala direita, e depois de haver obrigadºº
…" divisão do General Lubienski a retirar-se; cuja divisãº
só tinha o objecto de observar os seus movimentos, alº
cou no dia 26 parte do corpo de Skerzinecky, que º
# a acção todo º dia,
havia reunido ao primeiro.
Ostrolenka ficou reduzida a cinzas. Os Polacos Perdº
rão 43 homens, ficando mortos os Generaes Kiºtº
Kamiensky, e varios outros gravemente feridos. Na m*
nhã seguinte
posição retrogradou
importante para aSkerzinecky
defeza do sobre Pultuº,de
Palatinadº
Plock.» **
A acção de Ostrolenka cujos resultados segundo Pº
rece são da maior importancia, foi das mais sangulº
+ rias. De parte a parte se combateo com terrivel encº"
niçamento. Os soldados Russianos havião deixadº."
mochillas na retaguarda da linha como fizerão em }'
lau, e em outras acções importantes; do que º infere
que tinhão em frente grandes massas de cavallaria ,
Logo que se soube esta occorrencia, em Varsoviº º
espalhou a consternação por toda a Cidade, e Pº"
a calmar publicou o *# huma partecipaçãº."
bem examinada não diz nada que possa tranquilliar
os animos. * * ** * - -
Agora se vê que o movimento retrógrado do Marechº
que alguns qualificárão de retirada, foi huma operaçãº
-
muito habil que lhe havia de facilitar a vantagem de re"
nir maior numero de forças, assegurando ao mesmº
tempo a sua communicação com o corpo do Condº
Pahlen collecado na fronteira da Prussia. A Guardº
Imperial postada do outro lado da margem septeminº
nal do Bug, prestava dous serviços de summa impo"
tancia; obrigava o Exercito Polaço, a abandonar º
immediações de Praga, ponto onde se estriba a sua priº
cipal defeza, e deixava o Marechal senhor de tomº"
quando quizesse a iniciativa contra o Generalissimo cº"
as mais fundadas apparencias de vencer. Diebitsch cº" {
seguio o seu objecto. -+"…

As insurreições da Volhynia e da Podolia de que falla
o manifesto do Governo Polaco, ainda quando fossem
certas, contra o que se sabe por outras partes, unica
mente servirão para attrahir novas desgraças á Polonia
sem oferecerem a menor probabilidade de ser uteis á
revolução. Para que assim fosse era precizo que os in
surgentes daquellas Provincias destruissem os corpos dos
Generaes Rudiger e Roth, que se achão com forças
respeitaveis, e tem na sua retaguarda o Exercito Rus
siano dos Principados, (Ert. da Quotidiana.)
A colera morbus já deixou de afligir as Provincias
da Nova Russia e da Bessarabia: as communicações
com as outras do Imperio estão inteiramente livres, e
restabelecidas em todas as suas partes.
GRÃ-BRETANHA,
Londres, 6 de Junho,
Os fundos ficárão a 843.
A noticia da eleição do Príncipe de Saxonia Cobur
go lhe foi communicada em Claremont por certa per
sonagem Ingleza que acabava de chegar de Bruxellas;
durou a Conferencia mais de huma hora; porém nada
poude transpirar. Diariamente se espera a Deputação
encarregada de annunciar oficialmente a dita eleição,
e do dia 8 a 9 esperamos saber a resposta cathegorica
e terminante do Principe. Os Representantes das cin
co Potencias se reunírão hoje no """ dos Nego
cios Estrangeiros para tratar este importante negocio.
Sabemos que os Belgas querem conservar por todos
os meios possiveis, e contra vento e maré a
de Limburgo; esperamos que antes de se arriscar a paz
da Europa, insistindo em querer conservar á Hollan
da hum pequeno numero de aldêas, se preferirá e ad
optará o meio de transigir todas as difficuldades, se he
possivel que as cinco Potencias o realizem sem com
prometterem a sua honra; pois o seu objecto não he
outro que o de impedir que se arvore na Belgica a ban
deira tricolor, e de que esse paiz seja o ponto central
dos republicanos, e àquella hum signal de convulsão
geral.
•
-
•
- -
- …"; º . . .
Por que os Belgas elegêrão hum Rei nem por isso
fica decidida a grande questão sobre os limites do no
vo Estado nem sobre a divida a favor da Hollanda, tu
do pendente de futuras discussões. Dissemos e repeti
mos, que o Principe de "Saxonia Coburgo não póde
acceitar o Throno em quanto se não ajustarem estas
questões; seria a maior imprudencia, ou antes huma
loucura o colocar-se em huma posição ameaçada de
perigos difficeis, ou talvez impossíveis d'evitar; por que
se o Priucipe annuir ás pretenções da Hollanda será en
tão inimigo de seus vassallos, e se se negar, ao que es
ta lhe #, será atacado pela Confederação Germa
nica, e abandonado necessariamente pelo resto da Eu
- º--
ropa. * * * ** ** * . 3... >
Idem, 7.
Acabamos de receber por hum, canal
seguintes noticias relativas ao oferecimento do Throno
da Belgiça que se vai fazer ao Principe Leopoldo:
A ó#. cia reunida na Secretaria dos Negocios Es
º trangeiros declarou com o consentimento do Principe
Leopoldo, que as cinco Pótencias não consintirão nas
?'### que se fazem para estabelecer a Soberania da
Belgica com as condições que os Belgas impoem a res
peito do territorio de Limburgo.
Por consequencia o Principe se negará a acceitar a
Coroa que lhe vai oferecer a Deputação Belga que se
espera hoje, excepto no caso que essa Deputação te
[ 601 |
nha recebido novas instrucções para oferecer a Corda
com asquecondições prescriptas,
cousa não he provavel. " . pelas cinco Potencias ,
•+
Esta manhã se expedio para a Belgica hum estafeta
com despachos para Lord Ponsonby: nelles se lhe an
nuncia esta resolução prevenindo-lhe, que rompa toda a
negociação com o Governo Belga e saia de Bruxellas
He de crer que o Governo Frances fará o mesmo com
o General Belliard, cujo procedimento durante todas
estas negociações tem sido absoluta e francamente igual
ao de Lord Ponsonby. *;
He ocioso dizer que esta resolução da Conferencia
póde produzir desagradaveis, consequencias logo que se
notifique ao Governo Belga; porém este não devia li
(Debates.) sonjear-se de poder dictar leis ás cinco Potencias de
pois do procedimento franco e generoso com que duas
dessas Potencias, a França e a Inglaterra, tem cami
nhado a respeito da Belgica: os Belgas conhecerão a
final que seria loucura resistir mais; por que se aquel
las Potencias adherirem de boa fé aos ajustes projecta
|- •• • •
dos, será precizo, ou que a Belgica cesse de ser nação
independente, ou que acceite hum excellente Soberano
debaixo das condições que se propoem etc. +
He precizo e natural que os Belgas cedão; ha muiº
to tempo que o terião feito se só elles fossem os juizes
da sua propria causa por que terião conhecido, que ce
dendo tinhão muito que ganhar e pouco que perder.
No entanto eis-aqui o estado em que se achão os ne
gocios. As cinco Potencias tomárão a Belgica debaixo
da sua protecção, ou como dizem os Francezes, tem
protocolisado a Belgica, assentando por principios que
os Belgas não possuirão o territorio de Limburgo ;
mas para impedir que os Belgas annuão a este ajuste
E### trabalhão alguns agentes para que os Belgas não ce
dão nas suas pretenções a respeito do territorio de Limº
burgo. (Extracto da Gazeta de Madrid.)
Lisboa, 24 de Junho.
Em additamento á publicação que fizemos na Gaze
ta de 22 do corrente, das peças publicadas no Rio de
(Courier.)
* ** * •
Janeiro, oferecemos aos nossos leitores a seguinte car
ta, que alli se imprimio na Typografia Imperial d'E'mi
le Seignot-Plancher: , o º
» Carta de despedida do Imperador do Brazil.
» Não sendo possivel dirigir-me a cada hum dos meus
verdadeiros amigos em particular, para me despedir,
e lhes agradecer ao mesmo tempo os obsequios, que me
fizerão, e outro sim para lhes pedir perdão de alguma
ofensa, que de mim possão ter, ficando certos que,
se em alguma cousa os aggravei, foi sem a menor Inten
ção de ofendellos: faço esta carta para que, impressa,
eu possa deste modo alcançar o fim a que me proponho.
Eu me retiro para a Europa, saudoso da Patria, dos
"(Times.) Filhos, e de todos os meus verdadeiros amigos. Deixar
objectos tão caros he summamente sensivel, ainda ao
#º mais duro; mas deixallos para sustentar a hon
authentico as ra não pode haver maior gloria. Adeos Patria, adeos
"# , e adeos para sempre, \ … ti ..
1 * Bordo da Náo Ingleza Warspite, 12 de Abril de
831. …", … . . . \ … º w \ …") .
º D. Pedro d'Alcantara de Bragança e Bourbon, º
** * * .* ** " * * * !" … * I
• • _* *$$"—º
** *****
•
+ + + +
+
* ; , Sobre as primeiras bibliotheca.
Os Judéos forão o primeiro povo que teve huma bi
bliotheca. Além das Taboas da Lei, dos livros de Moy
 [ 662 | •

fºs, e dos Profetas, que se conservavão na parte mais barbaros que inundárão a Europa destruírão em toda a
recondita do Sanctuario, havia em cada synagoga hu Parte os mais preciosos monumentos do saber; apenas
na bibliotheca. He entre os Egypcios, diz Goguet, que algumas obras escapárão ao seu furor, e foi nos Mos
se encontra depois o exemplo da mais antiga collecção teiros, que , se conservou parte dos livros antigos que
de livros de que a historia faz menção. Entre os edifi tem chegado aos nossos tempos. •

cios que cercavão o magnifico mausoléo de Osymandias, • (Des origines, inventions etc.)
• •

havia hum que continha a bibliotheca sagrada, com a

seguintelegenda: Thesouro dos remédios da alma. Tam + '
*--*-*$$*—º
bem havia huma preciosa collecção de livros em Mem
.fis. depositada no Templo de Vulcano; he desta collec Telégrafo. — Serviço da Barra. — 24 de Junho. -
ção que Naucrates accusa Homero de haver roubado a
Jiliada e a Odysséa, e de as haver depois dado á luz Embarcações avistadas de Cabo razo. •

como snas proprias producções. 4 h. 35 m. da m, 2 Fragatas; 1 Curveta, e 2 Brigues

-

Porém a mais rica e avultada bibliotheca que talvez de Guerra Francezes a Oeste do Cabo da Roca.
tem havido, he a dos Tolemêos em Alexandria; foi co 7 h. 48 m. da m. 1 Escuna sem bandeira ao Norte do
meçada por Ptoleméo Soter, e organizada por Demetrio . Cabo da Roca: navega para o Sul.
Paleréo, que fez procurar com grande empenho os mais 8 h. 26 m. da m. 1 Escuna Ingleza ao Norte do Cabo
preciosos livros entre todas as nações, chegando a for • do Espichel.
mar, segundo afirma Santo Epifanio, huma collecção "6 h. 3 m. da t. 1. Bergantim sem bandeira ao Norte do
de 543800 volumes; collecção que recebeo immenso Cabo da Roca.
augmento no tempo dos successores de Tolemêo Soter, A Escuna e o Cabique Hespanhoes que estavão fundea
visto que se contavão então 4003 volumes. Cesar, cer dos em Cáscaes fizerão-se á véla e navegão para o
cado em hum bairro de Alexandria, se vio obrigado a Norte.
atear o fogo na sua Esquadra; o vento levou as cham Emborcação entrada em S. Julião.
mãs mais longe do que Cesar desejava, e o incendio pas 9 h. 38 m. da m. 1 Escuna Ingleza.
sou do porto á bibliotheca, que ficou quasi totalmente
consumida. Foi composta de novo, e veio a ser em pe • |- - —*—
queno espaço de tempo muito avultada; porém segunda * . ** •

vez ficou destruida no anno 650 da nossa era, de ordem " " ADMINIsrRação do CoRREIo GERAL.
do Califa Omar, e os livros que a compunhão ser vírão
durante seis mezes para aquecer os banhos publicos de Navio a sahir. . . .
Alexandria ! . . .
Empenhado em proteger as letras e as sciencias, Eu Julho 3. Para o Rio de Janeiro, o Brigue Escuna Ba.
menes, Rei de Pergamo, fundou na Cidade do mesmo + º zileiro Dezenove de Dezembro, Capitão Jo.
forne huma bibliotheca famosa destinada para o uso pu • ++ ºsé Luiz do Cabo, , :

blico; Plínio parece duvidar qual destas duas biblio

thecas, se a de Pergamo se a de Alexandria, fôra pri == ++++
>==
meiramente estabelecida com hum tão louvavel fim. |- |- • * * * * ** * * # - ---- -
•
|-

Pisistrato foi o primeiro entre os Gregos que reunio quizer arrendar bum dos Óficíos de Escrivão
as obras dos sabios, e que formou êm Athenas huma .doQuem Civel desta ao Rocio, N.° 65. ó#####
bibliotheca publica. Depois da sua morte os Athenien o, andar, ha huia
ses consideravel mente o a
augmentárã aquell collec ção, e ... Na rua do Ouro, N.° 173, terceir
até mesmo estabelecêrão outras. Rhodes, Thebas, Co Colleg io de "menin ás, onde pagan do 43800 rs. cada
mez, se susten tão e ensinã o a ler, escrev er, contar, co
rintho, e varias outras Cidades da Grecia tiverão depois "zer, marcar, bordar, e por commodo preço se ensina
bibliothecas publicas e particulares. - "_ . ..
Paulo Emilio foi o primeiro que levou pára Roma a tocar piano. __ ! * * * * * * . * . * … ", ""
o
-

huma grande quantidade de livros, que reuníra na Ma . Ao cáes de Santarém, N.° 18, vende-se melaç páro
cedonia e na Grecia, com os quaes compoz huma bi do Brazil, muito bom, e que muito excede em bonda
bliotheca particular. Sylla seguio o seu exemplo, e de de o que he feitº com assucar, e agua: tatubem se
pois Lucullo; o "ultimo especialmente fez conduzir para vende huma pequena porção de barriz do mesmo na Al
Roma a preciosa bibliotheca que achara em Pergamo, fande # º«... … , , ,
leilão
#: :) - o
"Terç a feira 28 do corrente mez de •••
• •• L ** * * * * • •

e para a colocar convenientem ente fez construir hum

vasto edificio ornado de porticos e de galerías com saº Junho , ás dez horas da manhã, na travessa do Thesou
las espaçosas onda se reunião os sabios para conferen
30, Inoveis de ro velho, N.° #########
ciar sobre assumptos de litteratura. Tal foi a primeira casº º livros, musica, estampas, prata e vidros. , .
Na tarde do dia 4 de Julho, se ha de arrematar na
bibliotheca publica que se vio em Roma. O gosto das -Praça
bibliothecas particulares espalhou-se com gránde rapi do Deposito Geral com o abatimento da quinta
dez logo que os Romanos tiverão huma cominercio inº parte do valor de 1803000 réis metal, huma terra no
mediato com os Gregos, e especialmente depois que che" ?? de Salema s, Freguezia de Louza, e he Escrivão
\ •

gárão a ser senhores da Grecia. As principiaes erão as Loulô. |-

* * -> >
- -

**
de Crasso, Asinio. Pollião, e Cicera.orº , , …; … . . ,
"Os primeiros Christãos tambem tiverão bibliothacas
Pr. • a Pá • A. ………… ** * * … . .

publicas. Diz Euzebio que cada Igreja possuia - a sua f'reços a ao e,43ette para a sem Ite princepta
&ollecção; mas forão queimadas e destruidas por Dio
da Lei… a 43 réis.
de 27 de Junhº a 4 de Julho, % *

cleciano. Constantino Magno fundou , segundo refere - Pão de arratel 5na -forma
- - e -, -, -, -, º , 7 réis.
Em metal …>
2onaras, no anno 336, a bibliotheca de Constanti a• Canad a de Azeite. -.- - - a 235 réis. •

nopla, que constava de 1203 volumes. Finalmente os *-- {***#* * * ****

• … - - -
. ------ # _1 = *** * — Il-1-1 ... "+ #*

ºu º
****.** *. - -- • "> • • •••
• • •
== == • * * * ** * * |-

---- . LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA, • •

…………" *.. .
} * * . *. *
* * * * ** * * *, *, *
... :* * . * * "Aº :
• • |- |- • • • • í, I * * * ,, ** * *
• * * * * " " ) (, " " … • | 1 - • • • |- • • |-

* * * * * - … … - * * * * * * . ":" …,"… a nº * * " ", o rei , º

-
•
•• •
•
*** - •
- - - - -•• - -• -• - - …
- •- • .. .* *
* * - -
•* *
-
**
* *
*
1 <<<9 *-. o 'gº e… o... …", t ".……
- • •• • |- -
 NUM. 149. ANNo 1831. " (,

GAZETA DE LISBOA. —=+<>{>>#$@$1<-9ox<=-

SEGUNDA FEIRA, 27 DE JUNHO.

.. PARTE OFFICIAL. FRANÇA.

Marselha, 8 de Junho.
Extracto da Ordem do Dia N.° 37. . Depois do occorrido em Tarascon se espalhárão em
Quartel General no Paço de Queluz, em 24 de Toulon as vozes mais sinistras. Dizião huns, que em
• Junho de 1831. Grenoble, Nancy, e Borgonha se havia proclamado a
Faz-se público ao Exercito, que hontem começou o republica; segundo outros Montpellier, Toulosa, Ar
pagamento dos Soldos do mez de Dezembro ultimo ás les, Beaucaire, Air, e até Marselha estavão em in
Classes effectivas, que recebem pela Pagadoria de Lis surreição. No dia 5 devia plantar-se a arvore nacional,
boa. • • •
em outro tempo da liberdade.
(Segue-se huma Licença). Conde de Barbacena, Chefe . Seria difficil pintar a agitação que estas noticias ha
do Estado Maior General. = Está conforme o Original, vião causado: huns esperavão, que os Magistrados fal
= Ajudante General, Marquez de Tancos. lassem, outros estavão resolvidos a oppor-se com todo
o seu poder a que se plantasse a arvore da morte, sym
bolo é precursora da guilhotina. Finalmente no dia 4
PARTE NÃO OFFICIAL. se soube, que o General Governador de Toulon havia
+
declarado ao Cura da Cathedral, que estavão tomadas
todas as disposições para que a Procissão do Sagrado
Corpo de Deos se verificasse como nos annos anteriores,
NoTICIAS ESTRANGEIRAS. e os animos começárão a tranquillizar-se.
. Com efeito celebrou-se a Procissão, e ainda que a
AUSTRIA. ella não assistisse nenhum empregado, foi grande a con
correncia dos fieis. Não obstante se notou huma escan
Fienna, 29 de Maio, dalosa innovação, e he que durante huma ceremonia
tão augusta não cessou de se tocar a odiosa Marselhe
Em data de 14 do corrente remettem de Constanti za! Nessa noute para consumar a obra 200 pessoas em
nopla a partecipação publicada no dia anterior naquel briagadas andárão passeando pelas ruas dando vivas á
la Capital a respeito da derrota de Mustafá Bachá de liberdade e cantando as cantigas mais atrozes de 1793.
Scutari. Resulta daquelle documento, que em consequen e quarto em quarto de hora parava o grupo, e atirando
cia do que havia annunciado na parte anterior o Grã as barretinas e chapeos ao ar gritavão: Viva a liberda
Vizir, tinha anniquilado o resto das forças do Bachá de ! Viva Lafayette! Viva a republica ! Devemos di
rebelde. Não podendo este sustentar-se em Kroprili, zer que o ultimo viva tinha menos afeiçoados que os
nem em Uskub ; derrotado e sem esperanças de recu outros. Finalmente pela meia noute cessárão os descan
perar forças fugio para Scutari acompanhado de tres tes e os habitantes poderão descançar.
ou quatro dos seus sequazes. Os habitantes de Kropri Cumpre, advertir que os desgraçados que se entregão
li e Uskub enviárão Deputações ao Grã-Vizir pedindo a estas desordens parece terem hum Chefe conhecido
perdão do seu procedimento, e sugeitando-se ás ordens pelo nome de Parisiense, que he agente de certos ho
# do Grã-Senhor. Todos os Begler. Beys addictos ao Ba mens que só esperão occasião para se pôr em movimento.
cbá abandonárão o sem partido, e o enchem de impre , , , , " " . (Gazette du Midi.)
cações. Nifzi Bachá para expiar o seu crime, occupou
e fechou com a sua tropa o desfiladeiro de Karschunick Paris, 27 de Maio.
: e outros; além do que Hussein Bachá de Varna, para Escrevem de Toulon, em data de 21 de Maio:
conseguir o seu perdão se obrigou a pôr na. mão do V - º Varias peças, de grosso calibre, assim como varios
zir o fugitivo morto ou vivo e já começou a perseguil caixões cheios de polvora, se expedem todos os dias do
lo com áctividade. Todos os habitantes destes destrictos arsenal de terra; são destinados ao armamento e baste
se vão sugeitando ao Governo do Sultão. O Grã-Vizir cimento da praça d'Antibes, que se põe em estado de
fez postar em Uskub huma Divizão de tropa disciplina completa #### excepto estes, preparativos, nada pa:
da e alguma por disciplinar, intimando ao mesmo tem rece prognosticar a guerra ; nenhum movimento ex
po aos Magistrados de Scutari, e mais povos, comar: traordinário de tropas tem tido lugar ha algum tempo
cãos, que vigiem os caminhos a fim d'atalhar Mustafá no nosso Departamento ; os nossos vasos continuão a es
e encarregando-lhes que no caso de o conseguirem lhº tar armados metade em pé de gºrrº e metade nº de
• • • • |-

a presenten immediatamente. … ( Gazeta de Madrid. J Pºr" …, : . - ; o __{Diario dos Debutes) |

•
 [ 664 ]
París, 9 de Junho.
O Ministro da Guerra deo ordem para que passem
immediatamente a Argel os Regimentos 2.° de Cassa
dores e o 15 de linha, que compunhão a guarnição de
Tarascon. (O Tempo.)
O 4.° Batalhão do Regimento N.° 15 que figurou, e
que com tanto enthusiasmo influio nas desordens de
Tarascon, não fez parte da expedição d'Argel, pois se
# gloriosos dias de París.
formou depois
- Em Metz se leo por ordem do dia ás tropas da guar
nição a allocução seguinte: • -
» Huns miseraveis e despreziveis revoltosos denuncia
dos á justiça se atrevêrão a perturbar pelo espaço de
quatro dias consecutivos a tranquillidade de huma pra
a d'armas. Porém as desordens a que se entregárão
Segundº feira ultima hum pequeno numero de sediciosos
embriagados ainda forão maiores : as reuniões forão
mais tumultuosas, foi ameaçado o Palacio do Arce
bispo; insultado, maltratado e despedaçada a farda
do Valente cassador Grand-Jean , do 26 de linha,
que se achava de sentinella á porta do Palacio, só por
haver lutado com valor para fazer respeitar as ordens que
havia récebido; a bandeira colocada na casa do Corre
gedor foi tirada e levada em triunfo com algazarra no
Ineio de sediciosos gritos de Viva Napoleão! Viva a re
publica! Finalmente só á força se podérão dissipar es
es tumultos formados apezar da paternal proclamação
do Corregedor, e das legaes intimações dos Commissa
rios da Policia.
» Apprehendêrão em flagrante e forão immediatamen
te conduzidos á cadêa vinte perturbadores da boa or
dem. O zelo, a disciplina, e sobre tudo a paciencia
com que as tropas tem sofrido os ultrages sem usar de
represalias, merecem os maiores elogios. Não obstante
não foi suficiente esta lição para livrar esta importante
Cidade de novas desordens. Foi preciso que reunida no
seguinte dia toda a valente Guarda nacional de Metz,
á voz do digno Corregedor desta Cidade, repellisse com
toda a energia de hum verdadeiro patriotismo, e da mais
viva como dá mais justa indignação esses mesmos des
prezíveis sediciosos. O Tenente General Commandante
da 3.° Divisão, saberá preencher todas as obrigações
que se lhe impozerão, e por consequencia conta com os
valentes soldados que tem a honra de commandar para
assegurar constantemente a ordem publica e o reinado
das leis em toda a extensão da 3.° Divisão.»
• -
HESPANHA.
(Quotidiana.)
•
Madrid, 18 de Junho.
ElRei N. S. a nossa amada Rainha, e a Augusta In
fanta, e igualmente SS. A.A. R.R. os Serenissimos Se
nhores Infantes continuão no Real Sitio d'Aranjuez
sem novidade em sua importante saude.
(Parte Official da Gazeta de Madrid.)
* Cadiz, 12 de Junho.
•
. Edital da Saude.
A Junta de Saúde desta praça e porto de Cadiz, ao
aproximar-se a estação do calor, considera de absoluta
necessidade duplicar o cuidado e augmentar as precau
ções com o ínteressante fim de livrar esta Cidade dos
horrores da febre amarella, de que foi victima tantas de que trazer os ditos efeitos não # hum delicto pºrº"
vezes nos annos anteriores, cumprindo assim fielmente occultallo á Junta Sanitaria be o mais enorme; e 9°
com o que a Authoridade Superior lhe tem mais rigo por tanto quem o não manifestar sofrerá dez annoººº
rosamente encarregado, e correspondendo aos vehemen
tes desejos de cumprir obrigações tão sagradas. Se fora
precizo valer-se da persuasão para fazer conhecer a uti
+
lidade das medidas rigorosas tão felizmente empregadas
ha algum tempo a esta parte, com muito gosto se oc.
cuparia disso a Junta, porém falhando com hum publico
illustrado não pode imaginar que se lhe occulte de ne
nhum modo huma verdade que a experiencia tem con.
sagrado; porém não he bastante esta convicção, hein.
dispensavel além disso cooperar para as disposições sa
nitarias e a corporação desejaria que todos, como igual.
mente interessados na conservação da saude publica o
verificassem, não só porque assim lhes compete, mas
tambem pela honra que lhes deve resultar se se conven.
cerem de que obedecendo-as se constituem verdadeiros
vigias da saude contribuindo com seus esforços particu.
lares não para o bem exclusivo de alguns, mas para o
seu comprehendido no geral: porém como por desgra.
ça nunca falta quem desconheça o que deve á Socieda.
de e até a si proprio para seguir as suggestões de hum
interesse particular mal entendido, vê-se a Junta obri.
gada a empregar a força e a valer-se de toda a sua av.
thoridade para realizar o bem publico. Assim pois re.
solveo reproduzir neste Edital, não só as disposições
emanadas das ordens superiores para o tratamento das
embarcações que cita, mas tambem as regras que se hão
de observar neste porto, e penas em que irremissivel.
mente hão de incorrer os que tiverem a inconsideração
de as desprezar; a saber:
Artigo 1.° Na conformidade do Avizo antecipado da
do ao publico em o Diario de 17 d'Abril anterior, as
embarcações procedentes dos portos d'America no circu
lo que abrange o Golfo Mexicano desde as bocas do
Orinoco ao canal de Bahama, que cheguem desde º
1.° de Julho até o fim de Outubto, não serão admiti
das neste: por consequencia se alguma aportar seridºs:
pedida para o Lazareto de Mahon, ainda que não tra
ga novidade.
2." A authoridade superior tambem tem designado
para esta classe de vasos os Lazaretos da ilha Zarrosa,
em Bilbáo, e o da Pedrosa, em Santander, attendendo
a que nas bahias de Vigo não ha opportunidade para
as operações de desinfecção que se requerem; porém
com a condição de que cheguem sem novidade: por
tanto admittida a livre pratica em qualquer das duas
primeiras depois de cumpridas todas as formalidades
prescriptas á qualidade de patente suspeita, acreditanº
do-o com certificado bastante da authoridade local sãº
nitaria, serão admittidas onde quer que se encaminhem.
3.° As embarcações de que fala o artigo 1° que chº
# em perfeito estado de saude desde o meado aº
fim de Junho, assim como desde o principio de Novem"
bre até meado do mesmo, se qualificarão de patente
suspeita, isto he, sofrerão 15 dias de observação e º
de expurgação defeitos susceptíveis de contagio, dº
optando-se por primeira diligencia a total descarga, ara:
gem e ventilação serena das equipagens e roupa dº cº
#ma de todos sem excepção, lavando-se toda depois dº
se haver imbebido na agua do mar; tambem a purº
cação mais esmerada da embarcação, especialmente dº
Camara e beliches. —
4." A Junta, em cumprimento do que a Authoridadº
superior lhe prevenio a respeito desses vasos, e conte"
cida ao mesmo tempo de que a primeira época da º
chegada he summamente arriscada, empregará todo ºsº
desvelo em averiguar se existem a bordo algumas rº"
pas que tenhão servido a pessoas que morrérão ºu #
lecêrão no porto da sua sahida, exigindo dos Capitães
e das suas tripulações, com as penas mais terríveis."
ma franca declaração da verdade partindo do principº
presidio, e mesmo a pena de morte se em consequenº"
disso se desenvolvesse hum contagio.
5.° As procedencias dos Estados Unidos da Anº
 [ o • ••

.
|-
(não sendo dos portos comprehendidos no Golfo Meari gorosa prizão lhes formará a Junta breve summario,
|-
cam º de quem trata a inadmissão) se tiverem dado á impondo-lhes ainda maior pena se de justiça a mere
cerem. -
vela depois do principio do mez de Junho até fins de • , º |-

Setembro, se submetterão a 8 dias de observação com 17." Todo o patrão está obrigado de advertir aos in
expurgação d'equipagens e da carga susceptivel, trazen dividuos que levar se hum navio se acha em quarente
do cartas limpas legalizadas pelos respectivos Consules na ou se ainda não foi visitado pela Saude. Em qual
de Hespanha com a diferença de que as de Georgia e quer dos dous casos he responsavel do excesso que a
das Carolinas desde os gráos 31 a 36 Norte, com iguaes ignorancia ou a malicia pretenda realizar, e se não evi
documentos e sabidas nas datas indicadas, se reputarão tar ou não empregar os meios que poder para esse fim,
de carta suspeita. - . " •
será castigado não lhe valendo desculpa alguma. A
6." As procedencias maritimas de Gibraltar, que en Junta imporá aos mais individuos de que falla este ar
trarem desde o I." de Julho até o fim de Outubro, sof tigo a pena que julgue adequada á gravidade e circum
frerão outo dias observação com expurgação dos efeitos stancias do crime, acfarando-as por hum summario.
susceptiveis que conduzirem. • 18.° Toda a lancha ou barco do trafico deverá ser
7.° Os praticos ficão prevenidos debaixo das penas exactamente numerada no casco e velas com caracte
mais severas, de não pilotearem as embarcações de que res de huma dimensão. .capaz
distancia. .
de
.
se
.
distinguir
.
em alguma • • • •

.
fala o artigo 1.° |-

8." As de outras quaesquer paragens admissiveis que 19." A menor falta nesta especie de formalidade tão
aportarem, fundearão exactamente perto do navio de terminantemente mandada pelos regulamentos de una
*
guerra estacionado na linha avançada da Bahia, onde tricula, será outrosim considerada como desobediencia
esperarão a visita e qualificação de Saude. As que de de saude, impor-se-ha ao patrão huma muleta segundo
verão sofrer quarentema a cumprirão por ora na sua o tamanho e qualidade da embarcação, e se suspen
immediação debaixo da sua observação, pondo-lhes derá pelo tempo que a Junta designar e até que se nu
mere como deve. • • • •

guardas da Saude para a ventilação das equipagens e

carga, se for necessario. A Commissão e o navio de 20.° Os barcos pescadores poderão exercer a sua arte
guerra intervirão nas ditas operações, que se por falta sahindo desde o 1.° de Junho ate meado de Novembro
de zelo daquelfes deixarem de executar-se, lhes causa ao amanhecer. , - • * * * *

rá irremediavelmente a destituição do emprego com o 21.° Sem embargo de que cada divisão deverá ter pa
mais que tiver lugar. : , • •

ra evitar todo o escolho no mar hum Guarda compe

9." Só duas lanchas poderão entrar no espaço que oc tente que nomeará o Sr. Commandante militar da Ma
cupão os quarentenarios para os prover com o que ne rinha deste Terço naval, se apresentarão os ditos bar
cessitarem, verificando as entregas huma vez cada dia, . cos ao Estacionario quando regressarem para manifes
e apresentando-se sempre ao navio estacionario. Se al tar se trazem ou tiverão alguma novidade, obrigando-os
gum infringir estas regras, será detido por elle, e cas com a força a cumprirem esta formalidade.
tigado com o maior rigor. - 22." A Junta de Saude ao mesmo tempo que empre
10.° O dito navio fica advertido de impedir ás lan ga todo o seu esforço em cumprir as ordens superiores
chas ou botes do trafico da Bahia o sahirém fora della que tendem a evitar a introducção de hum contagio
sem as visitar, detendo-as para que não abordem aos exótico, não se descuida por isso da observação dos ha
VaSOS que vierem a entrar antes de os reconhecer a
bitantes, e entre varias disposições que tem tomado pa
Saude. ra esse fim, occupa o primeiro lugar a prompta noti
• - * *

11." A toda a embarcação que desobedecer o chama cia que os facultativos desta Cidade estão prevenidos de
mento do Estacionario se fará fogo para a obrigar à lhe darem, se notarem em alguns dos enfermos sympto
cumprir, e se neste caso se descobrir malicia culpavel, mas de suspeita. Cadiz, 12 de Junho de 1831. = Pre
além de pagar o valor dos tiros, que em todo o caso sidente Josè Manso. = Secretario J. G. Valladares.
deve realizar-se, sofrerá a detenção e castigo conve (D. Mercantil.)
niente. •
# … "

12." A falúa levará tropa armada a fim de impor o *—*§§ * +

respeito, e tomará qualquer lanchá de trafico que tem
tar eludir as disposições sanitarias, trazendo-a á dispo Lisboa, 26 de Junho.
sição
te comdoexplicação
Sr; Vogal das
de turno,
causas. a quem o Cabo dará par
• +

Meza da Cossc1.NcIA E ORDENs.

13." Os praticos em nenhum tempo devem entrar a
bordo dos vasos que piloteão, e sim só dirigillos dos Edital.
séus botes até fundearem perto do Estacionario.
14." Se algum contravier a tão terminante prohibi Ordem de Christo.
ção, além de se sugeitar á sorte que correr a embarca
ção, pagará huma mulcta de 500 reales, ou mais se se . Beneficio Curado na Collegiada de Santa Maria do
julgar conveniente, procedendo-se á sua apprehensão e Castello da Cidade de Castello Branco. •

formação de causa pará se lhe applicarem maiores pe Da, data deste a quarenta dias se ha de prover em
nas segundo a gravidade. |- |-
Freires Conventuaes o Beneficio da Igreja acima refe
|-

15." Só em urgentissimo caso terá o pratico faculda rida. _ , • • • •

de para entrar no navio, porém se delle sahir antes qué Os Oppositores, que pretenderem, oferecerão dentro
esteja livre pela Saude, será tratado com o maior rigor do dito termo improrogavel , na Secretaria da Ordem
fazendo-se exemplar castigo que corte pela raiz abusos de Christo, e mão de fº. Martins Basto, Escrivão da
tão prejudiciaes. • •

Camara de Sua Magestade, e da mesma Ordem , suas

16." Se apezar das medidas que tomarem para impe petições, e mais papeis correntes; a saber: os Freires
dir toda a infracção de Saúde, qualquer lancha ou bº" Conventuaes, que se acharem ainda no Convento, a
co do trafico communicar com hum navio vindº e Approvação do Prior Mór, na forma dos Definitorios,
fóra antes de ser visitado pela falúa, pagará o patrão com que qualifiquem os seus requisitos. E os Freires
400 reales de mulcta, perderá o seu barco, correrá ele Conventuaes, que se acharem fóra do Convento, a In
e os individuos a sorte do navio com que se misturárão, formação do Prior Mór; Carta de Ordens; e as Folhas
serão depois conduzidos á cadêa, e debaixo da mais ri corridas da Comarca em que assistirem , e do Juizo

Geral das Ordons. Alem destes papeis, os FreiresCon
“ventuaes, que se acharem fora do Convento, mas pro
vidos em Igrejas ou Beneficios, apresentarão tambem
Carta de Collação, Certidões de residencia, vida, e cos
tumes, assim dos Prelados Diocesanos, como dos Jui
zes das Ordens das respectivas Comarcas.
Ficando advertido, que todo o que dentro do dito
termo não apresentar os referidos papeis , será exclui
do deste Concurso; e o que ficar provido, será obriga
do a apresentar na mesma Secretaria Certidão da sua
posse dentro do tempo de dous mezes, contados do dia
da Resolução de seu Provimento, pena de se pôr nova
mente a Concurso como vago. Lisboa, dezoito de Ju
nho de mil oitocentos trinta e hum. = Luiz Martins
Basto.
Telégrafo. — Serviço da Barra.—25 de Junho.
Hontem á noite entrou 1 Bergantim Inglez.
Tornárão a dar fundo em Cascaes a Escuna e o Cahi
que Hespanhoes de hontem. . .
• Embarcações avistadas de Cabo razo.
8 h. 13 m. da m. 1 Náo sem bandeira a Oeste do Ca
, , bo da Roca: navega para o Sul. • |-
11 h. 17 m. da m. 2 Fragatas Francezas, 1 Curveta de
Guerra dito, e 2 Brigues dito dito ao Sul do Cabo
• da Roca: ás 7h. 27 m. da t. navegavão para Oeste.
12 h. 6 m. da t. 1 Escuna sem bandeira ao Norte do
Cabo da Roca.
Embarcação entrada em S. Julião,
1 h. 39 m. da t. 1 Escuna Ingleza,
Idem, 26.
Embarcações avistadas de Cabo razo.
8 h. 46 m. da m. 1 Fragata sem bandeira ao Sudueste
• do Cabo do Espichel. • ctoria N.° 18, continúa a vender-se agoa das Caldas dº
12 h, 40 m. da t. 1 Galera sem bandeira ao Norte do
Cabo da Roca. • em vidros pretos de rolha esmerilada, pelo enfermeirº
2 h. 35 m. da t. 1 Fragata, 1 Curveta de Guerra, e 2
Brigues dito dito ao Sudueste do Cabo do Espichel.
4 h. 32 m. da t. 1 Paquete Inglez ao Norte do Cabo
da Roca ; e 1 Cahique sem bandeira ao Norte do
Cabo do Espichel.
5 h. 7 m. da t. 1 Cahique sem bandeira ao Sul do Ca
bo do Espichel. - •
N. B. Ha mais 1 Bergantim sem bandeira fundeado
em Cascaes.
Embarcações entradas em S. Julião.
6 h. 38 m. da t. 1 Galera Portugueza, e 1 Paquete
Inglez. Embarcação
.
O
. .Julião.
sahida de S. -
5 h. 25 m. da t. 1 Paquete Inglez.
Embarcação sahida de Belém.
6 h. 38 m. da t. 1 Brigue Escuna Inglez para Londres.
—*—
ADMINISTRAÇÃo do CoRREIo GERAL.
Pela Administração Geral do Correio Maritimo desta
Corte se faz público, que achando-se demorado o Bri
ue Vencedor, que tinha recebido mala para o Rio de
#, se mandou esta recolher á Administração, don
de sahirá no Brigue Escuna Dezenove de Dezembro, que
deve partir antes do dito Vencedor.
-= Y
LISBOA NA IMPREssão REGIA.
[6061
Publicação Litteraria.
Sahio á luz O Desengano N.° 22.
— ** * Annuncios.
João Barboza de Lima, morador na rua larga de S.
Roque, N.° 67, faz publico, que presentemente existe
nesta Cidade de Lisboa hum sujeito, que tambem se cha
ma João Barboza Lima, e para evitar o resultado de
equivoco de hum nome pelo outro igual, para quem o
não conhece pessoalmente, faz o presente annuncio.
Antonio Cardozo de Mendonça Figueira de Azevedo
annuncia, que tendo falecido o Abbade de Sãofins do
Douro, Francisco Cardozo de Mendonça Figueira de
Azevedo, de quem o annunciante, e sua irmã D. Ma
.ria José, são os unicos herdeiros, contra toda a razão
da parte do Abbade de Cevêr, José Maria de Mendon.
•
ga Cardozo Figueira de Azevedo, foi partida a heram
ça por elle Abbade (que tendo sido egresso não pode
herdar) Francisco José Coelho, José Joaquim Coelho,
•
Antonio José Coelho da Fonseca, e Joaquim José Coelho,
que não podião concorrer com o annunciante e sua ir
mã, e isto por Sentença do Corregedor do Civel da
Cidade, Joaquim José de Moura, de que o annun
ciante tem interposto o recurso legal : pelo que to
da e qualquer venda, ou permutação dos bens perteu
centes á dita herança, que os suppostos herdeiros hajão
de fazer, he nulla, e o annunciante protesta rescindir
por falta de dominio dos suppostos herdeiros, muitº
mais depois de ter Sua Magestade, pela Meza dº Dei.
embargo do Paço, mandado suspender a entrega de Caiº
tas de partilha; o que se annuncia para que nãº
alegue ignorancia: he Escrivão do inventario Hºk
|-
tremqn. . * * * * - -- …
Na botica de José Lucio Monteiro, travessa da Wi.
Rainha, vinda duas vezes na semana, e acondicionadº
José Pedro Marques; e tambem agua férrea de Cºmº
ra, vinda todos os dias. **
Francisco Fernandes Chaves Torres annuncia "ºp"
blico, que no seu armazen, abaixo do Correio, N. 3",
". vende por grosso e miudo toda a qualidade de calçadº
pelos preços seguintes: botas para homem, da melhºr
qualidade possivel, a 23800 rs., e tambem as ha alº
2,3200 rs.; botins dito da melhor qualidade a 13600fio
e tambem os ha a 13200 rs.; çapatos de bezerro parº
homem, a 580 rs.; ditos abotinados com ferraduras,
de muita duração a 600 rs., e tambem os ha a 700 fºi
ditos, de cordovão virados a 500 rs.; botins de todº
os tamanhos e por preços muito com modos para "
ninos; e tambem haçapatos de bezerro e cordovãº"
todos os tamanhos, por preços muito commodos; ºf"
tos para Senhoras, de duraque de todas as cores dº "
tima moda,
tambem a 500
os ha rs.;rs.;ditos
a 360 de de
ditos cordovão
gangas ade480 rs…"
cores da
ultima moda a 400 rs., e tambem os ha a 340 rs.; chi
nelinhas para meninas, de duraque preto e de cores, º
cordovão, tudo da ultima moda, e para todos ºs "
manhos, por preços
Terça feira, 28 do muito
corrente, commodos,
ás dez horas, na º da
Cruz }
áo, casa amarella, N.° 7, (a Santa Call"
rina), haverá leilão da mobilia da casa, cana defe",
hum relojo de parêde, bambinellas, tapêtes, lou纺
vidros, paineis, o trem da cozinha etc.
— — • • • >
 NUM. 150.
GAZETA DE LISBOA.
><>{->K$3$4<<<<9G<<=-
TERÇA FEIRA, 28 DE JUNHO.
ze>&#<>@e@$#<-se:
PARTE OFFICIAL.
MINIsTERIo Dos NEGocros Do REINo.
Determina Sua Magestade, que o Dia 30 do corrente,
em que o Mesmo Augusto Senhor, Conformando Se com
a Resolução
Declarar Rei,dos
sejaTres
Dia Estados do Reino
de Primeira Gala., Se Dignou
• balhos do campo. Toggia, S. Romão, Arena, e Cas
Repartição da Reforma Geral dos Estudos.
Pela Junta da Directoria Geral dos Estudos, se ha
de prover por Concurso de 60 dias , que começará em
6 do proximo seguinte mez, a Cadeira de Grammatica
e Lingua Grega do Estabelecimento de Estudos do bair
ro de Belém da Cidade de Lisboa, com o ordenado an
nual de 4403000 réis. Os que pretenderem ser nella pro
vidos , se habilitarão com folhas corridas, declaração
determinada na Lei de 20 de Junho de 1823, Certidão
de idade , e Attestação do proprio Paroco sobre vida
e costumes, reconhecidas, e em fórma legal; e no tem
po acima designado concorrerão a Exame perante a
mesma Junta, ou perante o Commissario della em Lis
boa. Coimbra, na Secretaria da sobredita Junta, 22 de
Junho de 1831. = O Secretario Antonio Barboza de
Almeida.
PARTE NÃO OFFICIAL.
NOTICIAS ESTRANGEIRAS.
PIE MONTE.
Turim, 1 de Junho.
O horroroso tremor de terra que destruio hum destri
cto da Liguria occidental he digno de chamar a atten
ção dos sabios naturalistas, e de excitar a generosidade
dos que se compadecem da desgraça de huma povoação
inteira. Este fenómeno já havia sido prognosticado pe
lo celebre Cassini quando examinou o Montenegro. Sin
tio-se a maior oscillação em Toggia, que por ser huma
Cidade antiquissima padeceo mais, como escrevem dal
li em data de 27 o seguinte:
" Aqui nos achamos na maior afilicção e magoa; pa
ANNo 1831.
----
rece que a mão terrível e justiceira de Deos cahio sobre
Toggia, e que quiz expor á ultima prova huma popu
lação, que sem commercio nem industria se acha redu
zida ao maior apuro para cultivar hum pouco de trigo,
que apenas tem para se alimentar dous mezes. •
» No dia 26, pela volta de hum quarto antes do meio
dia, se sintio hum terremoto; felizmente era a hora em
que a maior parte da população está occupada nos tra
tellaro, cujo terreno occupa humas duas leguas de ex
tensão, forão o centro dos tremores de terra, porém
Toggia e Castellaro são as povoações que mais pade
cêrão. Os edificios ficárão pela maior parte inhabita
veis; arruinou-se a ponte de Castellaro ficando isolado
sobre hum arco hum individuo que passava por elle; duas
crianças cabírão no rio donde se tirárão sãs. Toda a
gente sahio fóra da Cidade e se acha acampada na pra
ça de S. Domingos, onde o Clero tambem celebra os
Oficios Divinos por se haver arruinado a abobeda da
Igreja.
» Porém na distancia de duas leguas desta povoação,
onde tañtos desastres tem submergido na afilicção e na
miseria os seus habitantes, apenas se notou hum fenó
meno tão formidavel.»
No dia 30, pelas 6 horas da tarde, se sintio em S.
Romão outro novo tremor. Muitos dos seus moradores
abandonárão as suas casas e forão viver no campo de
baixo de barracas etc. Pelas 10 da noute se sintio ou»
tro abalo tão forte que mesmo aquelles que não ha
vião querido sahir de suas casas, fugírão precipitada
mente. Causava compaixão ver as mulheres com seus
filhos nos braços chorando sem saberem onde se collo
cassem, assim como muitos anciãos e crianças, que se
virão obrigados a passar tão terrível noute no campo
expostos quasi sem abrigo ao rigor de hum vento frio
e humido, e em hum terreno ainda alagado de agua.
No monte denominado Montenegro se vê sahir ás ve
zes fumo, e se sente exhalar insupportavel cheiro de en
xofre: estes são os unicos fenómenos que sabemos acom
panhárão e seguírão hum tão terrivel terremoto.
(G. de Madrid.)
FRANÇA.
París, 6 de Junho.
A Revista Britannica em hum artigo muito extenso
ácerca das rendas do Clero Anglicano (que calcula em
duzentos e trinta e seis milhões e meio de francos) diz
estas palavras notaveis:
» Os Prelados Anglicanos, apartando-se de alguns do
gmas da Igreja Catholica e de alguns artigos de disci
 [ 608 |
plina, conservárão as suas riquezas. Quando a Inglaterra Coroa quando lhe for oferecida pela Deputação, que ho.
era Catholica os Religiosos davão esmolas. Clero je se espera entre na Cidade; salvo (o que he muito im
Protestante a poderou-se dos dizimos e outros bens da provavel) se a mesma Deputação recebesse novas in
Igreja e deixou á nação o cuidade de sustentar os po strucções para a oferecer com as condições prescriptas
bres. Eis a caridade dos Prelados opulentos da refor pelas grandes Potencias nos respectivos Protozolos.
IT]{1, 23
Tem cessado os temores da colera morbus. Partes
Oficiaes dadas por sabios Facultativos tem demonstra
do, que o excessivo numero de mortos nos hospitaes se
deve attribuir a outras causas, e que em nenhuma par
te se tem manifestado symptomas desta enfermidade.
(Correio da Europa.)
Os periodicos de Nova York recebidos em Londres,
chegão até 29 de Abril. Mudou-se inteiramente o Mi
nisterio dos Estados-Unidos. Os novos Ministros são:
Eduardo Lisington , do Interior; Hugh White, da
Guerra; Luiz M'Lane, da Fazenda; André Steven
son, da Marinha. (D. do Commercio.)
Em consequencia das desordens que ha no Condado
de Clare na Irlanda, forão prezas 261 pessoas. A jus
tiça e a imparcialidade dirigirão este processo , por
que graças a Deos o Governo Inglez não adopta as
idéas brutaes do Times. Este periodico se atreve a di
zer: » Desejamos que a metade desta peste vivente ma
te a outra metade, e que os que ficarem sejão unanima
mente enforcados como se diz na Hibernia. Eis a re
forma radical que convem á Irlanda.» Estas frazes são
horríveis e devemos lembrar ao Times a maxima dos
antigos de que parece se esquecêra: Ne insultes miseris.
(Correio da Europa.)
Escrevem de Toulon em data de 31 de Maio:
º Trezentos emigrados se ajustárão para ser conduzi
dos a Argel em dous vasos do nosso porto, a razão de
75 francos cada individuo. Huma Companhia de Pa
ris trata de fretar neste porto outras embarcações que
possão levar mil lavradores. As familias Allemães que
vão embarcar para as nossas colonias d'Africa havião
chegado ao Havre com intenção de passar aos Estados
Unidos. Porém as vantagens que se lhes deo a conhe
cer no novo destino que podião seguir os obrigou a mu
darem de idéa; e nós applaudimos isto tanto por cau
sa delles como da nossa colonia.»
(Gazeta de França.)
Escrevem de Neufchatel na Suissa, que já não resta
nenhuma arvore da liberdade naquelle Cantão. Os mes
mos povos que as tinhão colocado, voluntariamente as
abatêrão. (Idem.)
O Conde d'Apony enviou despachos para Vienna por
hum Correio extraordinario, em consequencia do que
expedio outro para Londres. Os negocios da Belgica
quasi exclusivamente occupão nestes dias a attenção do
Governo Francez. Dous estafetas sahem diariamente do
Ministerio dos Negocios Estrangeiros, hum para Lon
dres, e outro para Bruxellas, com despachos para o
Principe Talleyrand e para o General Belliard.
• (Idem.)
GRÃ-BRETAN
Esta manhã expedírão-se para a Belgica, despachos
por hum mensageiro especial, annunciando esta deci.
são a Lord Ponsonby, com instrucções para romper
todas as negociações com o Governo Belga, e para
deixar Bruxellas. O Governo Francez mandará natu
ralmente recolher o General Belliard, o qual se tem
conduzido com Lord Ponsonby de hum modo cordeal
e sincero.
Não he necessario dizer, que o resultado desta com
municação ao Congresso Belga, pode ser acompanha
do de tristes consequencias, mas os Belgas apenas po
dião imaginar que darião a lei triunfantemente ás gran
des Potencias, depois do tratamento liberal e generoso
que encontrárão em duas dellas, — a França e a In:
glaterra; — e a final elles reconhecerão a loucura da
resistencia, porque se estas duas Potencias adherirem
fielmente ás promessas feitas entre ambas, a Belgica
pode ou cessar de ser huma nação independente, ou
consentir em acceitar hum excellente Soberano debaixo
das condições fundadas na justiça para com a Hollanda,
e na deferencia aos rasoaveis desejos dos outros Sºbera
I] OS, (Courier)
HESPANHA.
Madrid, I7 de Junho.
Os periodicos Francezes do dia 10, recebidos por ex
traordinario, nada contém de particular. As cartas de
J'arsovia do dia 30 assegurão, que o Quartel General
do Exercito Polaco continuava ainda em Praga, e a
Gazeta de Berlim, que publica o oficio do Conde
Diebitsch diz, que o numero dos prizioneiros que as
suas tropas fizerão aos Polacos chega a 1,500, e que
além disso lhes tomára tres peças d'artilheria.
O Correio de hontem já nos apresenta o resultado dº
movimento do Generalissimo Polaco sobre a direita dº
Exercito Russiano; e não deve ser esta huma lição int
til para nos ensinar a ajuizar da boa fé que merece º
voz dos partidos. Ao ler os periodicos estrangeiros dº
correio anterior, qualquer pensaria que era probabilis"
ma a victoria definitiva dos Polacos. Houve algumas
folhas que não contentes com figurarem irrevocavel º
independencia da Polonia, avançavão a annunciar º
dissolução e ruina de todo o Imperio Russiano; e alº
mesmo he de notar como cousa que nos surprehendº
sobre maneira , que os mesmos periodicos Realistas,
sem duvida confundidos pela algazarra dos revolucionº;
rios, assentárão na idéa de que o Marechal Diebitsch
estava em plena retirada.
Desappareceo hoje essa illusão. O movimento dº
Skrezincky, que todos representárão como filho de hº