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A educação que Austen recebeu ali foi a única fora do âmbito familiar. Sabe-se
que o pai possuía uma ampla biblioteca e desde cedo foi uma leitora voraz. Em
suas cartas ela mesma confidencia: nós éramos “ávidos leitores de romances, e
não se envergonhavam disso". O pai era tutor, uma espécie de preceptor, que para
complementar a renda ministrava aulas. Possuía uma enorme biblioteca com cerca
de 500 livros. As autoras renascentistas, por exemplo, tinham uma figura
paternas que as encorajava. Também foi o caso de Austen Shelley. O romance
era visto como um gênero popular, plebeu, recém-chegado à cena literária e por
isso sem nenhuma tradição. Foi na era vitoriana (1837-1901) que o romance se
tornou a principal forma literária em língua inglesa. A maioria dos escritores
estava agora mais interessada em agradar ao público leitor de classe média do que
aos seus patronos aristocratas. As mais notáveis obras dessa época incluem
trabalhos poderosamente emocionais das irmãs Brontë;
Jane Austen nunca se casou. Sabemos que ela teve um amor juvenil com Thomas
Lefroy, aos 20 anos. Por questões financeiras: não puderam casar-se. Tempos
depois, uma tia de Lefroy tentou aproximar Jane do reverendo Samuel Blackall,
mas ela não estava interessada.
Entre 1795 e 1799 começou a redigir as primeiras versões dos romances que se
publicariam Pride and Prejudice (Sua primeira tradução realizou-se em 1940 por
Lúcio Costa), Sense and Sensibility (Sua primeira tradução realizou-se em 1944
por Dinah Silveira de Queiroz), e Northanger Abbbey (Sua primeira tradução
realizou-se em 1944 por Ledo Ivo).
Em 1797, seu pai quis publicar Orgulho e Preconceito, mas o editor, Thomas
Cadell, recusou.
Em 1800, a família muda-se para Bath, segundo vontade de seu pai, o reverendo
Austen. (Cidade de águas termais perto de Londres e que serviu de cenário para a
obra A Abadia de Northanger e Persuasão)
Em 1810 ou 1811, Sense and Sensibility, foi aceito por um editor e foi publicado
em outubro do mesmo ano, de maneira anônima, “By a Lady”, ainda que Jane
assumisse os riscos da publicação. Este livro lhe rendeu lucro de 140 libras
esterlinas e obteve algumas bem-sucedidas críticas. (Jane Todd explicou 4 formas
de publicação: 1) Vender o direito autoral e não se preocupar com a produção e a
venda; 2) Persuadir o editor a diminuir os custos e dividir lucros; 3) conseguir
uma lista de assinantes que pagassem pela obra; 4) pagar pela produção e receber
os lucros, exceto pela edição do editor, e aceitar as perdas.
No final de 1812, Pride and Prejudice fora vendido a uma editora e o nome Jane
Austen começa a ser conhecido. Talvez pq escrever não fosse uma profissão
honrável. Honrável era ser preceptora, dama de companhia, governanta ou
modista. Escrever era “assumir a iniciativa do criador e como Sandra Gilbert
Susan Guban colocam seria “usurpar o instrumento masculino de poder”, o falo
que a pena pode simbolizar. A Literatura é linguagem. Linguem é poder. Clarice:
“adestrei-me dsde os 7 anos para que um dia eu tivesse a língua em meu poder”.
Lançado em 1814, Mansfield Park foi sucesso absoluto, sendo vendidos todos
os exemplares em seis meses. (A primeira tradução ocorreu em 1942 por Raquel
de Queiroz)
Em 1816, uma nova edição de Mansfield Park não obteve o mesmo êxito da
edição anterior e ocasionou uma queda nos rendimentos com relação à primeira
edição. (A história da moderna teoria da literatura em três fases: preocupação com
o autor, preocupação com o texto, preocupação com o leitor. O que nos lembra a
Estética da Recepção, o leitor se torna a instância responsável pelo que lê. Jauss
reivindica que se torne como princípio historiográfico da literatura o modo como
as obras foram lidas e avaliadas por seus diferentes públicos na história
O livro falava de várias famílias que viviam a beira-mar e nunca foi finalizado.
Após a morte da autora, os Austen mudaram o nome da história nunca finalizada
para Sanditon.
Em 1817 falece aos 41 anos de idade em decorrência da Doença de Addison
(Doença em que as glândulas adrenais não produzem hormônios). Suas últimas
palavras foram: "Não quero nada mais que a morte”.
Jane deixou em seu testamento tudo que possuía para Cassandra, sua irmã.
“‘Eu acho, Fanny começou, depois de refletir por alguns instantes, que toda
mulher deveria admitir a possibilidade de um homem não ser aceito, não ser
amado por alguma mulher, por mais atraente que muitas o considerem. Ainda que
ele tenha toda a perfeição do mundo, nenhuma mulher que por acaso lhe inspire
afeição tem necessariamente de aceitá-lo. (Mansfield Park, 1814)