Ilustre

Apresentação:

Este projeto foi contemplado pelo Edital de Fomento das

Demandas Culturais do Fundo de Arte e Cultura do Estado
de Goiás 2018.
Seja bem vindo a este e-book!

Aqui apresentamos uma pequena fração das belezas e riquezas do Estado de

Goiás. Acreditamos que esta pesquisa poderá, futuramente, ser ampliada.
IlustreGoiás
Nosso intuito foi despertar em você leitor, o interesse em conhecer um pouco
SUMÁRIO
mais da nossa história, do nosso povo, e das belezas naturais de Goiás. Que
este e-book possa, de certa forma, levá-lo a compreender como os Goianos se
tornaram esse povo forte e afortunado. 1. As origens - primeiros habitantes............................................4/9

Que estas imagens de Goiás vinculem nosso apreço ao passado com as

2. Os caminhos do Ouro........................................................................10/13
conquistas do presente, trazendo a certeza de que, com trabalho e bons
objetivos, o progresso chega para todos. Não conseguiríamos representar toda
a vasta cultura e belezas em poucas páginas, mas gostaríamos de instigá-lo a
3. Ofícios históricos....................................................................................14/17
complementar esta breve pesquisa. Que todos sejam abençoados por Deus com
a boa sorte, com o êxito nos propósitos e muita felicidade. 4. As primeiras cidades de Goiás..............................................18/23

Pablo Regino 5. Festas tradicionais populares de Goiás.....................24/29

Coordenador do Projeto Ilustre Goiás

6. Arquitetura e memórias.............................................................30/35
No site do Ilustre Goiás você tem mais informações, apresentação em vídeo
do projeto e traduções em Libras.
7. Fauna e vegetação...........................................................................36/43
Acesse o site http://ilustre.goias.link/ pelo QR Code abaixo:
8. Belezas naturais e turismo........................................................44/51

9. Goiás hoje...................................................................................................52/58

3
As origens
Primeiros habitantes
A
origem do nome do Estado
de Goiás é incerta. Alguns
atribuem a uma tribo in-
dígena, a dos índios Goiazes ou
“Goiá”, que teriam habitado a re-
gião antes da chegada das primei-
ras bandeiras no século XVIII. En-
tre os povos indígenas que viviam
na região distinguiam-se Caiapós,
Xavantes, Crixás, Araés, Xerentes,
Carajás, Acroás, Tapuios, Javaés e
Avá-Canoeiros. Entre os que so-
breviveram aos confrontos com os
colonizadores estão os Carajás, os
Tapuios e os Avá-Canoeiros:
Os Carajás habitam há sécu-
los às margens do rio Araguaia e
têm admirável produção artesanal
em cerâmica, cestaria, trançados de
palha, penas e madeira. Os povos
Javaés e Xambioás também perten-
cem à etnia Carajá ou Karajá. Em-
bora apresentem diferenças cultu-
rais, esses povos falam dialetos da
língua Carajá e ocupam as terras
indígenas de Aruanã.
Os Tapuios ocupam a aldeia
do Carretão, fundada no século
XVIII, quando diferentes povos in-
dígenas foram ali assentados. O
4 5
termo “tapuio” não designa uma
etnia, mas diferentes etnias (Xa-
vantes, Xerentes, Javaés e Carajás),
reunidas pelos colonizadores na
região do Carretão.
Os Avá-canoeiros foram os
que mais resistiram aos avanços
01 - Pinturas rupestres em Serranópolis, datadas de mais de
dos colonizadores da região cen- 11 mil anos.
tral do Brasil. Eram guerreiros te-
midos, que conduziam com grande
habilidade suas canoas e pintavam
o rosto com a tinta preta do jeni-
papo. Ocupavam os rios Araguaia
e Tocantins e sua língua pertencia
à família tupi-guarani. Após quase
serem extintos, os Avá-Canoeiros
remanescentes foram encaminha-
dos para uma aldeia em Minaçu.
Durante a ocupação dos
portugueses na região, africanos e
seus descendentes também partici-
param dessa ocupação, inicialmen-
te como escravos. Quando fugiam
ou eram libertos, muitas vezes for-
mavam comunidades, denomina-
das quilombos. Alguns quilombos
ficaram mais de 200 anos isolados
e hoje há mais de 50 dessas comu-
nidades remanescentes em várias
regiões de Goiás.
02 - Festa dos Karajás, que se auto-intitulam Iny. Muitos
ornamentos simbólicos são utilizados nas festas indígenas.
07/03/1988. Autor desconhecido. Estado de Goiás. Acervo MIS|GO.
03 - Festa dos Karajás. Os dois círculos
desenhados na face são uma característica
desse povo. 07/03/1988. Autor
desconhecido. Estado de Goiás. Acervo
MIS|GO.
04 - Aldeia dos Karajás em Aruanã, às margens
do rio Araguaia.
06 - Adereço Xavante, representando animais da floresta, usa-
do em rituais de passagem dos jovens para fase adulta. Esses
rituais fazem parte de tradições ancestrais.

07 - Oca Xavante, com arquitetura e técnica deconstrução

05 - Aldeia Multiétnica (Alto Paraíso de Goiás) - Reúne as etnias Kayapó (PA),
indígena, localizada na aldeia multiétnica. O tamanho das ocas
Krahô (TO), Guarani mbyá (SC), Fulni-ô (PE), Xavante (MT), CSH calunga (GO)
depende do número de indivíduos da tribo, chegando a 200
e povos do alto xingu (MT). Essa aldeia agrega técnicas de construção e tradi-
metros de comprimento.
ções, no coração da chapada dos veadeiros.

6 7
 08 - Ilustração feita por criança Xavante. Cada etnia tem seus próprios
10 - Casa tradicional de adobe Kalunga, situada no circuito gastronômico da
símbolos, traços e representações características, de suas tradições.
aldeia multiétnica, com comidas típicas, feitas em fogão de barro.

09 - Chocalhos ou maracás
indígenas encontrados no
mercado central de Goiânia. Na
cultura indígena há vários os
tipos de maracás, usados em
festas e rituais. Nos centros
urbanos, objetos da cultura
indígena são usados como
itens de decoração.

11 -As construções kalunga são de adobe, cobertas com palha. São

resistentes e duráveis.

8 9
 Os caminhos do Ouro

N
o final do século XVII, começaram a
ser organizadas expedições chamadas
“Bandeiras”, financiadas pela Coroa
Portuguesa. Os bandeirantes saíam de São
Paulo seguindo uma trilha de índios, o
“Caminho dos Goyazes” e tinham como missão
encontrar novas jazidas auríferas no interior
do país. As primeiras minas de ouro em Goiás
foram descobertas por Bartolomeu Bueno da
12 - Obra do pintor Almeida Júnior (1850-1899), que representa a partida
Silva em 1682. de uma monção no Porto de Araritaguaba, às margens do rio Tietê. As
No início do século XVIII, várias Estradas monções eram expedições fluviais que ocorreram entre os séculos XVIII
Reais surgiram no Brasil, por causa da e XIX.
mineração do ouro. Uma dessas estradas era
o “Caminho de Goyás”, que se estendia por
1.596 quilômetros, ligando Vila Boa ao Rio de
Janeiro. Essa estrada era percorrida por tropas
de mulas, que levavam gêneros alimentícios,
tecidos, papéis, remédios, armas e ferramentas
para o interior, voltando carregadas de ouro.
Durante 50 anos, a mineração do
ouro em Goiás foi intensa. Depois, com o
esgotamento das jazidas, essa atividade entrou
em decadência. Pirenópolis, Cidade de Goiás,
Jaraguá e Corumbá de Goiás são cidades
goianas que nasceram da exploração das
jazidas de ouro.

13 - Garimpeiros.

10 11
 14 - Essa imagem de 1933 mostra trabalhadores de um garimpo em Goiás. O 16 - Baú-cofre com o selo do Brasão Real do Reino Unido, usado no
trabalho, totalmente manual, se dava pela retirada dos barrancos dos rios. transporte do ouro da Cidade de Goiás para o Rio de Janeiro. Acervo do
museu Palácio Conde dos Arcos, situado na Cidade de Goiás, antiga sede
do governo do estado.

15 - A bateia era a ferramenta de garimpo mais utilizada para extração de ouro.

17 - Selo do brasão real de armas do Reino Unido, o leão representa a

Inglaterra e o unicórnio a Escócia. Em latim está escrito: Deus é o meu
direito.

12 13
 Ofícios históricos
A
s primeiras Bandei-
ras que seguiram para
noroeste, em busca de
ouro, foram também responsá-
veis pelo surgimento de alguns
povoados, próximos aos garim-
pos. Nesse período de coloniza-
ção das novas terras de Goiás,
o trabalho de garimpeiros, tro-
peiros, boiadeiros, agricultores
e comerciantes contribuiu para
a consolidação da economia do
estado, da sociedade e das tradi-
ções goianas.
Além do garimpo de ouro,
prata e pedras preciosas, a co-
lonização de Goiás também se
deu pela migração de criadores
de gado, que buscavam melhores
terras de pastagem. O trabalho
dos tropeiros também foi essen-
cial para integrar Goiás com o
litoral do país, pois eram as tro-
pas de burros que abasteciam os
povoados e faziam o escoamento
da produção dos garimpos.
14
Com o desenvolvimen-
to das cidades e vilas, várias
lavouras passaram a ser cul- 18 - Garimpeiros.
tivadas em Goiás. A partir da
primeira metade do século XIX,
com o esgotamento dos garim-
pos, a agricultura e a pecuária
se tornaram as principais ati-
vidades econômicas da região.
Nesse período, foram abertas
novas estradas e ferrovias para
escoamento da produção e hou-
ve um significativo aumento do
comércio.
A indústria em Goiás co-
meçou a se desenvolver a partir
de 1860, com ênfase em produ-
tos de couro, têxteis, cosméticos
e implementos agrícolas. Com
o aumento da população das
cidades, as mulheres comple-
tavam o orçamento doméstico
trabalhando como lavadeiras,
costureiras, tecelãs e doceiras.
Uma profissão feminina muito
respeitada era a de professora.
19 - Tecelã. 1933/4.
15
 20 - Lavadeiras no Rio
Vermelho 1937 - Cidade de
Goiás

21 - Outra atividade profissional

era a das doceiras, que faziam
23 - Antigo moinho de cana de açúcar da Fazenda Babilônia, em
seus doces tradicionais em
Pirenópolis.
fornos e fogões a lenha. Uma
cozinha rústica foi recriada no
museu Casarão dos Gonzaga,
em Caldas Novas.

22 - Tear manual tradicional,

exposto no museu Casarão
dos Gonzaga, em Caldas
Novas. Nesses teares, os
fios de algodão e linho se
transformavam em tecidos,
usados para a confecção de
vestuário.
24 - Artesanato Goiano, em madeira, representando o tradicional
carro de boi, que foi muito utilizado por todo Goiás para o
transporte de cargas.

16 17
 As primeiras
cidades de Goiás
D
epois que Bartolo-
meu Bueno da Silva, o
Anhanguera, encontrou
ouro a noroeste da Província
de São Paulo, em 1682, outras
Bandeiras se lançaram ao Ca-
minho dos Goyazes, em busca
de metais preciosos e diaman-
tes. Alguns anos depois, o filho
de Anhanguera, que se chamava
Bartolomeu Bueno, como seu
pai, fundou o Arraial da Barra
em 1726, o primeiro de Goiás,
hoje município de Buenolân-
dia, e o Arraial de Sant’Ana em
1736, que em 1739 passou a se
chamar Vila Boa.
Uma lenda conta que Bar-
tolomeu Bueno da Silva ateou
fogo a uma tigela com aguar-
dente e ameaçou os indígenas,
dizendo que incendiaria as
águas e as matas, se não mos-
trassem o local onde encontra-
vam pepitas de ouro. Os índios
obedeceram às ordens e passa-
ram a chamá-lo de Anhanguera,
ou seja, “demônio velho”.
18
Em 1744 a Capitania de
Goiás tornou-se independente
da Capitania Real de São Pau-
lo. Em 1818, por ordem do rei
D. João VI, Vila Boa recebeu o
nome de “Cidade de Goyaz”, tor-
nando-se, algum tempo depois,
a capital da província. Poste- 25 - Igreja de Nossa Senhora do Rosário do Arraial da Barra, edificada
riormente, foram fundadas as no primeiro Arraial de Goiás, criado por Bartolomeu Bueno da Silva
cidades de Cavalcante, Pirenó- Filho, em 1726. Hoje a cidade se chama Buenolândia.
polis, Catalão e Niquelândia.
Em Goiás, os primeiros povoa-
dos surgiram com a mineração
do ouro. Quando as jazidas se
esgotaram, os investimentos fo-
ram direcionados para a agro-
pecuária.
A transferência da capital
para Goiânia, em 1935, impul-
sionou a economia do Estado.
Também contribuiu para forta-
lecer a economia de Goiás e a
mudança da capital do país para
Brasília, em 1960. Em 1988, o
território do Estado de Goiás foi
dividido. As terras ao norte for-
maram o Estado de Tocantins e,
ao sul, o Estado de Goiás.
26 - Centro histórico da Cidade de Goiás, antiga capital do estado de
Goiás. A cidade floresceu durante o ciclo do ouro no século XVIII.
19
 27 - O Palácio Conde dos Arcos na Cidade de Goiás é a antiga sede do 29 - No centro histórico da cidade de Goiás, Patrimônio Cultural da
governo do estado de Goiás, e leva o seu nome em homenagem ao primeiro Humanidade, está o antigo chafariz de cauda. O espaço central era para
governador da então capitania de Goiás, Dom Marcos de Noronha, o Conde as bicas, na parte externa havia dois tanques para animais, uma grade de
dos Arcos. proteção frontal e um pátio interno para bancos.

28 - O Museu das Bandeiras está sediado em um edifício construído em 30 - O Município de Cavalcante surgiu em 1736, quando o garimpeiro Julião
1766, que abrigou a Câmara e Cadeia da antiga Vila Boa de Goyaz. Cavalcante e seus companheiros chegaram à região em busca de novas
minas de ouro.

20 21
 32 - Antiga Estaçao Ferroviária de Catalão - A cidade de Catalão teve seu
início em um ponto de passagem das bandeiras que penetravam o sertão
Goiano.

31 - A fundação de Pirenópolis ocorreu por volta de 1727 e seu fundador, o português

Manoel Rodrigues Tomaz, era minerador de ouro. O primeiro nome de Pirenópolis foi
Minas de Nossa Senhora do Rosário de Meia Ponte e o ouro foi descoberto pelo
bandeirante Amaro Leite.

33 - Niquelândia foi um importante ponto de entrada para o interior

brasileiro. Atualmente, Niquelândia, com cerca de 9.843,170 km², é o maior
município de Goiás e possui uma das maiores reservas de níquel do mundo.

22 23
Festas tradicionais
A
Festa em Louvor ao Divino Pai Eter- dias são encenadas batalhas equestres entre 1876, entre a última sexta-feira de setembro
no acontece em Trindade, entre a dois grupos, cada um com 12 cavaleiros, que e o segundo domingo de outubro, para home-
última semana de junho e a pri- resgatam a memória das batalhas entre o im- nagear Nossa Senhora do Rosário. A festa co-
meira semana de julho. Com missas, festas perador cristão Carlos Magno, acompanhado meçou com grupos de escravos que chegaram
e romarias, essa festa se iniciou em 1840, dos doze Pares de França, e os Sarracenos ou à Vila Catalão para trabalharem nas lavouras
quando um casal de agricultores encon- Mouros, povos mulçumanos que no século de café. A festa mistura ritos do catolicismo e
trou, próximo ao córrego do Barro Preto, VIII invadiram a Península Ibérica. dos ritos afros. Ao som de tambores, grupos
um medalhão representando a Santíssima Palmeiras de Goiás também é palco das de congado saem às ruas para louvar Nossa
Trindade coroando a Virgem Maria. As gra- tradicionais cavalhadas que, nessa cidade, Senhora do Rosário.
ças alcançadas pelos que oravam diante do acontecem em maio, com figurinos luxuosos. Além das festas populares tradicionais
medalhão levaram à construção de uma pe- Outra cidade que mantém a tradição das Ca- religiosas alguns eventos se tornaram tradição
quena capela, em 1848. A festa do Divino valhadas é Corumbá de Goiás, Essas festas, em Goiás, como as feiras livres com alimenta-
Pai Eterno reúne mais de 4 milhões de fiéis que tiveram início em meados do século XVIII, ção e comércio de vários produtos e eventos
de todo o Brasil. acontecem, anualmente, de 5 a 8 de setembro. agropecuários com rodeios, provas de laço
A Procissão do Fogaréu, que acontece A Congada de Catalão acontece desde entre outros.
na Cidade de Goiás, é uma das mais tradi-
cionais do estado e foi introduzida pelo pa-
dre espanhol Perestelo de Vasconcelos, em
1745. À meia noite da Quinta-Feira Santa,
as luzes da cidade se apagam e, ao som de
tambores, os “farricocos”, homens descal-
ços e encapuzados, saem da Igreja da Boa
Morte, levando tochas acesas, e saem pelas
ruas, em busca de Jesus. Ao som de canções
sacras oitocentistas, seguem em visitação
às igrejas da cidade, acompanhados pela
multidão de fiéis, até a Igreja de São Fran-
cisco, onde termina a perseguição.
As Cavalhadas chegaram ao Brasil por
volta do século XVI, com os padres jesuítas,
portugueses e espanhóis, que as usavam
nos trabalhos de catequese. Em Pirenópolis,
as Cavalhadas foram introduzidas em 1826 34 - Na rodovia GO 060, conhecida como Rodovia dos Romeiros,
pelo padre Manuel Amâncio da Luz. Aconte- peregrinos devotos percorrem a pé os 18 km que separam Goiânia
cem, todos os anos, entre abril e maio, após a da cidade de Trindade, para participarem da tradicional festa
Festa do Divino Espírito Santo. Durante três do Divino Pai Eterno, que acontece no mes de julho. O percurso
é marcado por 14 grandes paineis, de autoria de Omar Souto,
representando a Via Sacra.

24 25
 35 - A Romaria de Carros de Boi da festa do Divino Pai Eterno leva
às ruas de Trindade os toques de berrante e o ranger das rodas dos
carros de boi. No dia 4 de julho, os carreiros recebem a bênção em missa
realizada na praça do Santuário.
36 - Devotos em frente a Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade.
Durante os 10 dias de festa, por volta de 4 milhões de visitantes enchem
as ruas da cidade. Romeiros goianos, de várias cidades do estado de Goiás,
brasileiros de diferentes regiões do país e muitos estrangeiros, visitam a
Basílica.
26
37 - Os “Farricocos”, descalços e encapuzados, preparam-se para
percorrer as ruas da Cidade de Goiás, levando archotes acesos, em sua
busca por Jesus.
38 - A Procissão do Fogaréu acontece há mais de 250 anos na Cidade
de Goiás. Máscaras, tochas de fogo e orações estão presentes na
representação da prisão de Cristo, que mistura religiosidade e folclore.
27
 41 - Feira livre em Goiânia. A capital de Goiás tem mais de 120 feiras livres

39 - Na Cavalhada de São Francisco de Goiás, os cavaleiros de vermelho registradas pela Secretaria Municipal da Indústria, Comércio e Servições.

representam os Mouros, os vestidos de azul, representam os Cristãos. A maior feira livre da América Latina é a Feira Hippie, que acontece aos

Cavalhadas. 198-? Autor desconhecido. São Francisco de Goiás - GO. domingos, na Praça do Trabalhador, junto à rodoviária da cidade. Goiânia

Acervo MIS|GO. conquistou o títuo de capital brasileira das feiras.

40 - Nas Cavalhadas de Pirenópolis são encenadas batalhas equestres 42 - A prova do laço é uma tradição da Exposição Agropecuária, que
entre dois grupos, cada um com 12 cavaleiros, representando os Mouros e acontece nos meses de maio, em Goiânia. O evento é organizado pela
os Cristãos, em suas lutas durante a Idade Média. Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA).

28 29
Arquitetura e memórias
A construção da Capital
G
oiânia, construída na década de 1930,
tem o maior acervo de Art Déco do Brasil.
Vinte e dois prédios e monumentos nes-
se estilo foram tombados pelo IPHAN, o Institu-
to de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
A Art Déco surgiu na França no início do sécu-
lo XX e influenciou a arquitetura, a decoração
de interiores, a moda e as artes em geral. A pre-
dominância da Art Déco na arquitetura de Goi-
ânia deve-se a Atílio Corrêa Lima, responsável
pelo projeto urbanístico da cidade.
Com essa arquitetura elegante, moderna
e inovadora, Goiânia procurou expressar as 43 - Palácio das Esmeraldas. Logo depois de lançar a pedra fundamental de
promessas de crescimento e pioneirismo da Goiânia, em outubro de 1933, o interventor Pedro Ludovico Teixeira autorizou

nova capital do Estado de Goiás. a construção do prédio, que abriga a sede do governo estadual.

Nas décadas seguintes, Goiânia recebeu

novas obras arquitetônicas em estilo moderno,
onde predominam formas arrojadas, em con-
creto, e obras com características contempo-
râneas, caracterizadas pelo uso de materiais 44 - O monumento equestre que

reutilizáveis, valorizando a sustentabilidade, e se encontra na Praça Cívica é

uma homenagem ao fundador de
pelos ambientes abertos, com grande aprovei-
Goiânia, Pedro Ludovico.
tamento da luz natural.

30 31
 45 - Fundado em estilo Art Déco, no interior da Praça Cívica, o museu 47 - O Teatro Goiânia é o mais tradicional espaço cultural da capital de
Zoroastro Artiaga foi o primeiro museu do estado de Goiás, preservando Goiás. Integra o conjunto arquitetônico do projeto da cidade, em estilo Art
um rico acervo, relacionado à Região Centro-Oeste, suas riquezas naturais Déco. Foi inaugurado em 12 de junho de 1942.
e sua história.

46 - A Torre do Relógio, localzada na Avenida Goiás, projetada para 48 - A Capela de Nossa Senhora das Graças, foi construída em 1943, em
retratar o progresso de uma época, é um dos mais antigos pontos de estilo neogótico, no governo Pedro Ludovico. A construção foi tombada
referência da capital do estado. Foi inaugurada no Batismo Cultural de em 1998.
Goiânia, em 5 de julho de 1942.

32 33
 49 - Construído em 1952, na rua 74, no Centro de Goiânia, o Mercado
Municipal da 74 foi entregue aos goianienses em 1953 e é um dos pontos
mais tradicionais da cidade.

51 - Monumento do Viaduto João Alves de Queiroz,entre a Av. T-63 e Av. 85. O monumento é
composto por dois prismas, representando uma bússola que aponta o norte.

50 - O Monumento às Três Raças foi construído para homenagear os que

construíram o estado de Goiás com a força de seu trabalho. Situado à
Praça Cívica, é uma das mais admiradas esculturas de Goiânia.

34 35
 no Cerrado, distribuídos em formações sa-
vânicas, florestais e campestres, com gran-
de variedade de espécies, entre plantas ar-
bóreas, herbáceas, arbustivas e cipós. Entre
as espécies animais, destaca-se o grupo de
insetos. Apesar de sua grande variedade, a
fauna do Cerrado é pouco conhecida, es-
pecialmente o grupo dos invertebrados.
São cerca de 837 espécies de aves, das quais
29 são endêmicas; Dentre as 185 espécies
de répteis, 24 são endêmicas; Das 194 espé-
cies de mamíferos, 19 delas são endêmicas;
Entre as 150 espécies de anfíbios, 45 são
endêmicos. Alguns estudos indicam que há
cerca de 14.425 espécies de invertebrados
habitando o Cerrado brasileiro.

Fauna e vegetação
O
Cerrado Brasileiro é reconhecido
como a savana com maior biodiver-
sidade do mundo, abrigando cerca
de 11.627 espécies de plantas nativas, sen-
do, aproximadamente, 4.400 espécies en-
dêmicas, ou seja, existentes apenas nesse
bioma. Em razão da sua extensão, o bioma
Cerrado não apresenta uma fitofisionomia
(aspecto da vegetação de uma região) úni-
ca, sua vegetação é bastante diversificada,
variando de formas campestres, como os
chamados “campos limpos”, as formações
florestais densas, os “cerradões”. Os fatores
que possibilitam essa variedade no aspecto
da vegetação, relacionam-se com os dife-
rentes tipos de solo, de clima e de relevo nas
regiões de Cerrado.
Há onze principais tipos de vegetação

52 - Uma seriema (Cariama cristata) da região de Mineiros. Seu canto

se destaca no cerrado (Foto: Região de Mineiros).

36 37
 53 - Os tamanduás-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) se alimentam de 55 - Os formigueiros de formigas arborícolas, são consttruídos sobre
cupins e formigas. Atualmente, estão ameaçados de extinção (Foto: região árvores.
de Mineiros).

54 - Gavião-caboclo ou gavião-casaca-de-couro, gavião-telha, gavião-tinga, o 56 - O papagaio galego ou papagaio curraleiro (Alipiopsitta xanthops), tem
Heterospizias meridionalis. Encontrado em vários estados brasileiros. por habitat natural o Cerrado brasileiro e parte do Pantanal. Atualmente, a
ave é considerada uma espécie em extinção.

38 39
 57 - O veado campeiro (Ozotoceros bezoarticus) é uma das espécies
encontradas no Parque Nacional da Emas.

59 - O ipê rosa também é conhecido também por pau d´arco, pois sua madeira era
utilizada pelos indígenas para produzir os arcos com que projetavam flechas.

58 - O Ipê amarelo é a árvore símbolo do Brasil. Sua floração, de um

amarelo intenso, contrasta com o verde das outras árvores da mata,
lembrando as cores nacionais.

40 41
 61 - Os campos de murundus, no Parque das Emas, é uma área de reserva
de biodiversidade, tanto animal como vegetal.

60 - O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros é uma unidade de conservação e

proteção à natureza. Está localizado na região centro-oeste do estado de Goiás.

62 - Rebrota de árvore após ser queimada pelo fogo. O Cerrado se

adaptou às queimadas, que são comuns no período da seca. Muitas árvores
apresentam cascas grossas e raízes profundas.

42 43
Belezas naturais e turismo
G
oiás é conhecido por suas bele-
zas naturais. Em muitas regiões
o Cerrado está bem preservado,
devido ao grande número de parques,
tanto na capital como no interior. Inú-
meras cachoeiras, grutas e formações
rochosas, lagos e grandes represas,
como Três Ranchos, Lago Serra da Mesa,
Lago de São Simão e Corumbá são um
convite ao turismo ecológico. Algumas
regiões, como o Parque Nacional Cha-
pada dos Veadeiros, o Parque Nacional
das Emas, o Parque Estadual Terra Ron-
ca e a Serra dos Pirineus são destinos
turísticos bem valorizados pelo turismo
internacional.
Em Caldas Novas e Rio Quente, o
que atrai os turistas são as águas ter-
mais e as belezas naturais do Parque Es-
tadual da Serra de Caldas Novas. A ci-
44
dade tem grandes parques aquáticos que
atraem turistas de todo o mundo.
Entre as cidades criadas a partir das
descobertas de ouro e prata, estão Pire-
nópolis e Cidade de Goiás, ambas tom-
badas pelo Patrimônio Histórico Nacional
(IPHAN). Essas cidades abrigam museus,
casarões, igrejas históricas e oferecem
aos visitantes uma culinária regional
muito apreciada. Em 2001, a cidade de
Goiás foi reconhecida pela Unesco como
Patrimônio Cultural Mundial. 63 - O Parque Estadual de Terra Ronca, está localizado no município
Os eventos esportivos e corporati- de São Domingos, a 600 km de Goiânia. Cavernas belíssimas, água
vos, que ocorrem, principalmente, na ca- cristalina, riquezas da nossa história e aventura.
pital, atraem turistas em busca de diver-
são ou negócios. Além do Serra Dourada,
o maior estádio de futebol da capital, e
dos centros esportivos, o Centro de Con-
venções de Goiânia promove shows que
atraem milhares de pessoas.
64 - Mirante do Navio, na região do Pinga-fogo, em Mineiros, na Serra
dos Caiapós. Mineiros é um dos maiores divisores de água da América
do Sul. As inúmeras nascentes alimentam rios de grande volume de
água, como o Araguaia, o Formoso e o Verde,
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 65 - A cachoeira do Salto, com 50 metros de altura, é a maior do Salto 67 - O Hot Park, no município de Rio Quente, atrai visitantes pelas piscinas
Corumbá, que reúne sete cachoeiras. Conta com boa infra-estrutura para de água quente e muito lazer.
visitantes, com clube, restaurante, estacionamento, percurso bem sinalizado
com rapel e tirolesa.

66 - O Vale da Lua, com suas formações rochosas singulares, que 68 - Cidade de São Domingos ao lado da represa homonima, atrai turismo
lembram uma paisagem lunar, é uma das regiões mais visitadas do Parque e fomenta esportes náuticos.
Nacional da Chapada dos Veadeiros.

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 69 - As bonecas de barro, chamadas “namoradeiras”, dão um charme 71 - Baru, açafrão, polvilho de mandioca e rapadura. Produção proveniente
especial às janelas de residências e lojas, nas cidades turísticas de Goiás e da agricultura familiar em Mineiros.
Pirenópolis.

70 - A gastronomia em Goiás é variada, com sabores de frutos do 72 - O estádio Serra dourada durante um jogo de futebol. Nesse estádio,
cerrado, como o pequi e a guariroba. O jeito acolhedor de fazer e servir, o maior do estado, são realizadas partidas do campeonato brasileiro com
valoriza essa culinária de raízes coloniais. grandes torcidas.

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 73 - A rede hoteleira de Goiás tem espaços direcionados para convenções, 74 - Eventos esportivos, como os automobilísticos, atraem turistas e
eventos corporativos e shows. movimentam a capital.

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Goiás hoje A
economia do estado de Goiás baseia-se na produção agro-pecuária, no comércio
e em uma produção industrial diversificada: mineração, alimentos, confecção, mo-
biliário, metalúrgica, madeireira, entre outras. Na agricultura, Goiás se destaca na
produção de arroz, café, algodão herbáceas, feijão, milho, soja, sorgo, trigo, cana-de açúcar
e tomate. O estado de Goiás também produz água mineral, calcário, fosfato, níquel, ouro,
cianita, manganês, nióbio e vermiculita.
O povo de Goiás preserva a história e os costumes de diferentes povos, que contribuí-
ram para a formação cultural do estado. As belas cidades goianas, privilegiadas pela diversi-
dade de atrativos naturais, históricos ou culturais, oferecem destinos e roteiros para turistas
de todo o mundo.
Além de ser a capital do estado de Goiás, a cidade de Goiânia é a maior do estado. Ou-
tras cidades importantes, fora da região metropolitana de Goiânia, são: Anápolis, Rio Verde,
Itumbiara, Catalão, Luziânia, Águas Lindas de Goiás, Valparaíso de Goiás, Formosa, Jataí,
Caldas Novas e Goianésia. Essas cidades, em população, são cidades de grande porte no
interior do estado.
Goiânia tem diversos pontos de entretenimento, centros culturais, museus e parques,
sendo conhecida por sua hospitalidade.

75 - Vista da Cidade de Goiânia, planejada e construída para ser a

capital política e administrativa de Goiás, sob influência da Marcha
para o Oeste, política desenvolvida pelo governo Vargas para acelerar
a ocupação e o desenvolvimento do Centro-Oeste brasileiro.

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 76 - Imagem noturna da cidade de Goiânia, segunda cidade mais populosa 78 - Centro de armazenamento de grãos de soja, em Goiás.
do Centro-Oeste e importante polo econômico da região. Goiânia é
considerada centro estratégico para a medicina, a indústria, a moda e a
agricultura.

77 - Esta pedreira, em Aparecida de Goiânia, fornece pedra britada para a 79 - O Distrito Agroindustrial de Anápolis (DAIA), reune grandes empresas
construção civíl e pó de rocha (micaxisto) para adubação na agricultura. como a Granol (em destaque), uma das maiores companhias do setor de
Biodiesel no Brasil.

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 80 - Carretas com tomates para industrialização, na cidade de Nerópolis. 82 - Plantação de milho e silos para armazenamento de grãos na cidade
de Chapadão do Céu, município do interior do estado de Goiás.

81 - Cultivo de plantações agroflorestais, baseado na agricultura sintrópica, 83 - Goiás, acompanhando o Brasil, tem investido em obras de infra-
por pequenos produtores na região de Goiânia. estrutura, industrialização e novos negócios. Na foto, a construção do
porto seco em Anápolis.

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 Equipe do Ilustra Goiás

Produção e Coordenação:
Pablo Regino - mostrae.com

Redação e revisão:
Sueli Maria de Regino - mariaderegino.com.br

Legendas:
Luciana Sotero

Ilustrações, Arte e Design Gráfico:

Pablo Alejandro - pabloalejandro.com.br

Assessoria de Imprensa:
Mostraê Comunicação/Cássio Neves

Imagens:

01 - Wagner Araújo

02 e 03 - Autor desconhecido. Estado de Goiás, 1988. Acervo MIS|GO.

04 até 11 - Pablo Regino

12 - Almeida Júnior, Bandeirantes,1897.

13 - Alois Feichtenberger, Alto do Rio Tocantins - GO, 1937. Acervo MIS|GO.

14 - Alois Feichtenberger, Estrela do Sul – MG, 1933. Acervo MIS|GO.

15 - Autor desconhecido. Museu do Ouro/Ibram.

16 e 17 - Pablo Regino

18 - Alois Feichtenberger, Estrela do Sul - MG, 1933. Acervo MIS|GO.

19 - Alois Feichtenberger, Abadia dos Dourados - MG, 1933/34. Acervo

84 - Céu sobre Goiânia, capital do ilustre Goiás.
MIS|GO.

20 - Alois Feichtenberger, Cidade de Goiás – GO, 1937. Acervo MIS|GO.

21 até 37 - Pablo Regino

38 - Wagner Araújo

39 - Autor desconhecido, São Francisco de Goiás - GO, 198-?. Acervo

MIS|GO.

40 - Wagner Araújo

41 até 77 - Pablo Regino

78 - Wagner Araújo

79 até 84 - Pablo Regino

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 Apresentação:

Este projeto foi contemplado pelo Edital de Fomento das

Demandas Culturais do Fundo de Arte e Cultura do Estado de
Goiás 2018.

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