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Pós-Graduação On-Line

Tema: Posse: Defesa da posse. Diferenças


entre legítima defesa e desforço imediato

Prof.: Alessandro Schirrmeister Segalla


Curso de Direito Imobiliário
Posse: Defesa da posse. Diferenças entre
legítima defesa e desforço imediato

• 1. A proteção possessória

O direito brasileiro previu expressamente a proteção


possessória através de 2 (dois) modos:

a) legítima defesa e desforço imediato (autotutela,


autodefesa e defesa direta): meios de defesa extrajudiciais;

b) ações possessórias (heterotutela): meios de defesa


judiciais.
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legítima defesa e desforço imediato
• 2. A defesa da posse
• NCPC, Art. 560. O possuidor tem direito a ser mantido
na posse em caso de turbação e reintegrado em caso de
esbulho.
CC, art. 1.210, 1 : Art. 1.210. O possuidor tem direito a
ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no
de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver
justo receio de ser molestado.
1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá
manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto
que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não
podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição
da posse.
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• 2. A defesa da posse
• Segundo a doutrina, a expressão “por sua
própria força” prevista no 1 do Art. 1.210 do
CC “está a autorizar que o possuidor que faz
uso da autotutela utilize o apoio de
empregados e prepostos.” (Flávio Tartuce)
• Dessa forma, por força de uma interpretação lógico-
sistemática, aquele que segue as ordens do possuidor e
causa danos injustos a terceiros, torna ambos civilmente
responsáveis à reparação. (CC, Arts. 932 e 933)
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• 2.1. A violência iminente: interdito proibitório

NCPC, Art. 567. O possuidor direto ou indireto que


tenha justo receio de ser molestado na posse poderá
requerer ao juiz que o segure da turbação ou esbulho
iminente, mediante mandado proibitório em que se
comine ao réu determinada pena pecuniária caso
transgrida o preceito.
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• 2.2. A Legítima Defesa

Legítima defesa é a prerrogativa concedida por lei ao


possuidor turbado no exercício da sua posse para que possa
reagir contra o molestamento ou perturbação praticado por
terceiro, fazendo uso da defesa direta.
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• 2.3. O Desforço Imediato

Desforço imediato é a prerrogativa concedida por lei ao


possuidor esbulhado para que possa reagir e recuperar ou
retomar a posse da coisa que foi indevida e injustamente
subtraída por terceiros.
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• 2.4. Requisitos da Defesa Direta


a) O possuidor deverá reagir contra o turbador ou
esbulhador tão logo lhe seja possível agir, sob pena de
incorrer no crime do art. 345 do Código Penal (“exercício
arbitrário das próprias razões”). Critério: possibilidade de
atuação.
Enunciado 495 (V Jornadas de Direito Civil) – No
desforço possessório, a expressão “contanto que o faça
logo” deve ser entendida restritivamente, apenas como a
reação imediata ao fato do esbulho ou da turbação,
cabendo ao possuidor recorrer à via jurisdicional nas
demais hipóteses.
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• 2.4. Requisitos da Defesa Direta
b) A reação do possuidor turbado ou esbulhado deverá se
limitar ao empergo de força indispensável à retomada da posse,
pois os meios empregados devem ser proporcionais à agressão.
Critério: atuação moderada dos meios necessários.
CC, Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um
direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites
impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou
pelos bons costumes.
“E a perseguição -
não fosse a legitimidade do desforço imediato - seria ato de
turbação (ameaça) à posse do ladrão” (RE 102.490-SP, Pleno,
rel. Min. Moreira Alves, j. 17.09.1987, RTJ 135/161).

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