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Corumbá
ANÁLISE DE GESTÃO AEROPORTUÁRIA
CATEGORIA II
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – UFSC
LABORATÓRIO DE TRANSPORTES E LOGÍSTICA – LABTRANS
MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES, PORTOS E AVIAÇÃO CIVIL
FLORIANÓPOLIS, OUTUBRO/2017
Versão 1.0
HISTÓRICO DE VERSÕES
Data Versão Descrição Autor
Entrega da primeira versão do Relatório de Análise de
06/10/2017 1.0 LabTrans/UFSC
Gestão do Aeroporto de Corumbá (SBCR)
Apresentação
O presente trabalho é resultado da cooperação entre a Secretaria de Aviação Civil da
Presidência da República (SAC/PR) – atual Secretaria Nacional de Aviação Civil do Ministério dos
Transportes, Portos e Aviação Civil (SAC/MTPA) – e o Laboratório de Transportes e Logística da
Universidade Federal de Santa Catarina (LabTrans/UFSC), que atua no desenvolvimento do projeto
“Pesquisas e Estudos para Apoio Técnico à Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República
– SAC/PR no Planejamento do Setor Aeroportuário Brasileiro”.
Nesse sentido, o objetivo da cooperação é a realização de estudos e pesquisas para apoiar
o MTPA no planejamento do sistema aeroportuário do País, com vistas a promover a ordenação e
a racionalização dos investimentos públicos federais, garantindo a observância dos princípios da
eficiência e da economicidade que regem a administração pública.
As análises aqui apresentadas contemplam a Fase 4 (intitulada Análise de Gestão
Aeroportuária) do Objeto 1 (denominado Apoio ao Planejamento do Sistema Aeroportuário do
País). Essa fase tem como finalidade o diagnóstico da atual gestão dos aeroportos regionais
brasileiros.
Dessa forma, este documento compreende as análises do Aeroporto de Corumbá, as quais
abordam os seguintes temas: descrição do aeroporto, análise de Níveis de Serviços oferecidos,
análise financeira, estrutura organizacional aeroportuária, análise ambiental e análise SWOT (do
inglês – Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats)1. As informações e os resultados são
sistematizados em um Sumário Executivo, no qual os principais estudos realizados são
apresentados de forma sintética.
1
Em português – Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças. A Matriz SWOT é uma ferramenta utilizada
na gestão e no planejamento estratégico de uma organização.
Aeroporto
de Corumbá
sumário executivo
aeroporto de Corumbá
ANÁLISE DE GESTÃO AEROPORTUÁRIA
Descrição do aeroporto
O Aeroporto de Corumbá (SBCR) está localizado no estado de Mato Grosso do Sul (MS), a
1,95 quilômetro do centro da cidade. Sua modalidade de exploração é uma delegação para a
Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). Atualmente, o aeroporto possui
operações do tipo aviação comercial doméstica regular e não regular, e aviação geral doméstica.
Entre os anos de 2011 e 2016, foi registrado um crescimento médio de 3,2% a.a. na
movimentação de passageiros em voos comerciais. No mesmo período, 98,5% dos passageiros
foram oriundos de voos regulares. Esse comportamento é ilustrado no Gráfico 1.
MOVIMENTAÇÃO DE PASSAGEIROS PASSAGEIROS POR TIPO DE VOO
COMERCIAL (2011 -2016)
1,5%
19.367
12.075 Voo regular
8.620 98,5%
4.714 2.390 Voo não regular
0
2011 2012 2013 2014 2015 2016
Com relação à carga aérea, no ano de 2016, o aeroporto transportou um volume de 38.849
quilogramas, representando um aumento de 3367% em relação ao ano de 2011. De 2011 a 2016,
em média 49% das cargas foram do sentido de embarque, que totalizam aproximadamente
43.696 quilogramas. Para o mesmo período, 98,4% das aeronaves comerciais correspondiam a voos
regulares. Nos anos de 2011 e 2012, registrou-se o maior número, totalizando 714 movimentos –
40% maior que as registradas em 2016.
Nesse sentido, considerando a projeção de demanda de passageiros para o aeroporto,
delineada pela Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República (SAC/PR) – atual Secretaria
Nacional de Aviação Civil do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil (SAC/MTPA) –, foi
identificada uma tendência de crescimento para os próximos anos, conforme demonstra o Gráfico 2.
Além disso, para facilitar a análise da
gestão aeroportuária, foi elaborada uma PROJEÇÃO DE PASSAGEIROS (2020-2035)
categorização de aeroportos regionais no Brasil,
que teve como critério principal a movimentação
de WLU3 (do inglês – Work Load Unit). Essa
48.725
caracterização está disponível no relatório de 31.653
39.075
24.954
metodologia, desenvolvido pelo Laboratório de
Transportes e Logística da Universidade Federal
2020 2025 2030 2035
de Santa Catarina (LabTrans/UFSC) e entregue à
SAC/PR, atual SAC/MTPA, no ano de 2015. De Gráfico 2 – Projeção de passageiros
acordo com essa categorização, o Aeroporto de Fonte: Dados fornecidos pela SAC/MTPA.
Elaboração: LabTrans/UFSC (2017)
Corumbá está inserido na Categoria II.
2
Os dados foram retirados do Sistema Hórus (BRASIL, 2016b), em consulta realizada no dia 14 de junho de
2017, e estão sujeitos a atualização pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
3
Unidade de medida que unifica a movimentação de passageiros e de cargas, isto é, um passageiro equivale
a 100 kg de carga e vice-versa.
4
A partir da metodologia da IATA (2014), foram selecionados os seguintes componentes: saguão de
embarque (saguão do TPS), check-in de autoatendimento, check-in de despacho de bagagens, check-in
convencional, inspeção de segurança, emigração, imigração, sala de embarque e restituição de bagagens.
5
Código internacional utilizado na aviação para designar passageiros.
R$ 188,20
R$ 149,74 R$ 130,12 R$ R$ R$
R$ 116,08 3.330,87 R$
3.122,32 3.089,51
2.793,19
Nota: valores atualizados pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M, ano-base 2016).
Gráfico 3 – Indicadores de eficiência de custos do Aeroporto de Corumbá
Fonte: Dados obtidos do questionário aplicado aos operadores aeroportuários. Elaboração: LabTrans/UFSC (2017)
O custo operacional pode ser decomposto em três principais categorias: custos com
serviços de terceiros, custos com pessoal e outros custos operacionais. O custo operacional mais
relevante no aeroporto é o custo com pessoal, o qual representa uma proporção de 53% em relação
aos custos operacionais totais, como pode ser observado no Gráfico 4.
6
De acordo com o relatório de Metodologia da Análise de Gestão Aeroportuária elaborado pelo
LabTrans/UFSC e entregue à SAC/PR (atual SAC/MTPA) no ano de 2015.
10%
R$ 390,56
R$ 285,78 R$ 302,60 R$ 310,25
R$ 16,15 R$ 14,67
R$ 14,51 R$ 14,45
R$ 5,71 R$ 4,84
R$ 10,44 R$ 10,34 R$ 10,28 R$ 4,11 R$ 4,40
R$ 9,68
900
140% 768
800
650
90% 700 ■ WLU movimentado
Em milhares de WLU
482 600 (unid.)
456
40% 500 ■ Break-even point
400 (unid. WLU)
-10%
300 ■ Diferença de WLU
como percentual do
-60% 200
break-even point (%)
32 37 36 38 100
-110% -95% -95% -93% -92% 0
2013 2014 2015 2016
■ Funcionários orgânicos
35%
■ Funcionários terceirizados
65%
7
Funcionário orgânico é um termo comumente utilizado na gestão aeroportuária, que significa colaborador
contratado diretamente pelo operador, ou seja, não terceirizado.
Oportunidades Ameaças
Considerações finais
As informações e análises apresentadas refletem a situação atual do Aeroporto de Corumbá
no que diz respeito às suas características gerais, ao Nível de Serviço oferecido, à situação financeira
e aos aspectos organizacionais e ambientais.
As análises presentes neste documento são realizadas sob a ótica da gestão aeroportuária;
portanto, aspectos relacionados à infraestrutura, à capacidade, ao contexto socioeconômico da
região, entre outros, devem ser aprofundados para que se obtenha uma análise mais detalhada.
O diagnóstico do aeroporto em questão, em conjunto com os dos demais aeroportos
regionais que constituem o escopo do estudo, tem como objetivo colaborar para o
desenvolvimento do sistema de transporte aéreo brasileiro e agregar conhecimento ao
planejamento estratégico do setor, sobretudo em relação à aviação regional brasileira.
Aeroporto
de Corumbá
relatório detalhado
aeroporto de Corumbá
ANÁLISE DE GESTÃO AEROPORTUÁRIA
Sumário
Introdução ........................................................................................................................ 25
Forças .................................................................................................................................... 68
Fraquezas .............................................................................................................................. 69
Oportunidades ...................................................................................................................... 69
Com base nas categorias definidas, a análise individual de cada aeroporto regional é
delineada considerando suas características específicas, as particularidades de sua categoria e a
realidade do setor. Para isso utilizaram-se como inputs informações levantadas por meio de um
8
Em português – Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças. A Matriz SWOT é uma ferramenta utilizada
na gestão e no planejamento estratégico de uma organização.
Para ligação da cidade ao aeroporto, são oferecidos serviços de transporte, como: táxi
comum, moto-táxi e ônibus comum (de linha). O acesso ao aeroporto é realizado por meio de
rodovia pavimentada de pista simples.
O Aeroporto de Corumbá tem operação diurna com oferta de voos regulares e ponto de
venda de passagens da companhia aérea Azul Linhas Aéreas. Sua gestão é realizada pela Empresa
Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).
No sítio aeroportuário está instalado um terminal de passageiros (TPS) com área de 2597,9
m², bem como um estacionamento gratuito com capacidade para 50 veículos. Já a pista de pouso
e decolagem (PPD) tem 1.500 m de comprimento e 45 m de de largura, com pavimentação asfáltica
(PCN- 71/F/C/X/T) e, com base no Regulamento Brasileiro de Aviação Civil (RBAC) nº 154, Emenda
nº 01 (ANAC, 2012), é classificada como 3C.
A Figura 7 apresenta uma imagem via satélite do Aeroporto de Corumbá.
É importante salientar que os dados ilustrados na tabela foram retirados do Sistema Hórus.
A maior parte dos voos desse aeroporto, cerca de 98,5%, corresponde a voos regulares e apenas
1,5% representam os voos não regulares.
9
Os dados foram retirados do Sistema Hórus (BRASIL, 2016b), em consulta realizada no dia 14 de junho de
2017, e estão sujeitos a atualização pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
48,7
39,1
31,7
25,0
De acordo com dados disponibilizados pela SAC/PR – atual SAC/MTPA, é estimada uma
demanda de, aproximadamente, 199,4 mil passageiros no aeroporto para o ano de 2035. Tal valor
é aproximadamente 132% maior do que as movimentações esperadas para o ano de 2020, que é
de 86,0 mil passageiros.
10
Código internacional utilizado na aviação para designar passageiros.
11
Palavra adotada neste documento mediante livre tradução de suboptimum, termo presente no manual da
IATA (2014), originalmente escrito em inglês.
Sala de Área por passageiro Espaço (m²/PAX) >1,2 1,0 – 1,2 <1
embarque Assentos por passageiros Proporção (%) >70% 50% – 70% <50%
Espaço (m²/PAX) >1,2 1,0 – 1,2 <1
Imigração
Tempo (min) <10 10 >10
Como pode ser observado na Tabela 12, quanto maior o tempo de espera em fila, maior
será o fator de correção a ser aplicado sobre a movimentação do componente, ou seja, quanto
maior o tempo de espera, maior será o número de passageiros à espera de processamento.
Após o levantamento das informações necessárias para a análise, parte-se para o cálculo e
para a avaliação dos indicadores de tempo e espaço. Portanto, a próxima subseção apresenta os
indicadores para o Aeroporto de Corumbá e a classificação do Nível de Serviço por componente
operacional.
Inspeção de
segurança
Restituição
de bagagens
Ressalta-se que, para a análise do Nível de Serviço oferecido, são utilizadas informações
disponibilizadas pelo operador do Aeroporto de Corumbá e padrões de Nível de Serviço
recomendados pela metodologia da IATA (2014), com base na movimentação de passageiros e
tempos médios de espera em fila durante a hora-pico. Além disso, é considerado o atual cenário de
dimensionamento dos componentes, isto é, o atual espaço disponibilizado para cada componente
no TPS.
Diagnóstico financeiro
O diagnóstico financeiro envolve a análise e a interpretação de indicadores, permitindo
monitorar e compreender o desempenho dos aeroportos regionais. Este diagnóstico contempla
três níveis de análise: da origem dos custos e das receitas, dos níveis de eficiência de receita e custo
e do break-even point.
10%
1165,6%
1030,5%
900,3%
791,0%
■ Série histórica do indicador custo operacional pela receita total do aeroporto (%)
30%
■ Receitas aeronáuticas (%)
■ Receitas não aeronáuticas(%)
70%
Atualmente, os aeroportos tendem a buscar, cada vez mais, receitas não aeronáuticas em
relação às aeronáuticas. Esse movimento consiste em agregar mais serviços àqueles já oferecidos
aos passageiros, diversificando e ampliando as fontes de receitas.
Nesse sentido, o Aeroporto de Corumbá apresentou um crescimento acumulado de 17,7%
nas receitas aeronáuticas entre os anos de 2013 e 2016, ao passo que as receitas não aeronáuticas
tiveram uma queda acumulada de 8% no mesmo período. No final de 2016, o aeroporto em análise
apresentou uma proporção de receita não aeronáutica sobre a receita operacional total de 30%.
Nível de eficiência
Os indicadores analisados nesta seção permitem identificar o nível de eficiência do
aeroporto, que pode ser medido como uma relação de produtividade em que se avaliam os recursos
utilizados para produzir certo volume de atividade (produto/serviço). O método utilizado para esta
análise envolve o cálculo de indicadores que relacionam custos e receitas a componentes físico-
operacionais do aeroporto, conforme evidenciado na literatura.
R$ 16,15
R$ 390,56
R$ 285,78 R$ 302,60 R$ 310,25
O indicador receita aeronáutica por WLU, exibido no Gráfico 16, apresentou uma queda
acumulada de 1,5% no no período de 2013 e 2016, atingindo o valor de R$ 10,28 em 2016. Esse
resultado é 1% menor que o registrado no ano anterior. Destaca-se que de 2013 a 2016 as receitas
aeronáuticas representaram, em média, a proporção de 68% das receitas operacionais.
12
Unidade de medida que unifica a movimentação de passageiros e de cargas, isto é, um passageiro equivale
a 100 kg de carga e vice-versa.
R$ 9,68
O indicador receita não aeronáutica por WLU, por sua vez, ilustrado no Gráfico 17, registrou
uma redução acumulada de 23% no período (2013 a 2016), atingindo o valor de R$ 4,40. De 2013 a
2016, as receitas não aeronáuticas apresentaram, em média, a proporção de 51% das receitas
operacionais.
R$ 5,71
R$ 4,84
R$ 4,11 R$ 4,40
No Gráfico 18 são apresentados detalhes do indicador custo operacional por WLU de 2013
a 2016. Observa-se que foi registrada uma diminuição acumulada de 38,3% no período, alcançando
o valor de R$ 116,08 em 2016. No período em análise, destaca-se que os custos operacionais
apresentaram uma redução acumulada de 26,3%.
R$ 188,20
R$ 149,74
R$ 130,12
R$ 116,08
R$ 3.330,87
R$ 3.122,32 R$ 3.089,51
R$ 2.793,19
BREAK-EVEN POINT
900
140% 767,74
800
650,40
90% 700 ■ WLU movimentado
Em milhares de WLU
Estrutura organizacional
O diagnóstico da estrutura organizacional tem como objetivo analisar a atual composição
da gestão e operação do aeroporto. Dessa forma, o organograma a seguir expõe a estrutura formal
da empresa, ou seja, a disposição e a hierarquia dos departamentos e setores que a compõem. Na
sequência, é apresentada uma descrição das atividades do aeroporto, cujas estruturas de pessoal
são regulamentadas por legislação.
O organograma do Aeroporto de Corumbá, disponibilizado pelo operador aeroportuário,
está ilustrado na Figura 12.
Gestão do aeroporto
O RBAC nº 153, Emenda nº 01 (Aeródromos – Operação, Manutenção e Resposta à
Emergência) prevê as atividades operacionais para as quais o aeroporto deve designar, por ato
próprio, um responsável exclusivo. São elas:
1. Gestão do aeródromo
2. Gerenciamento da segurança operacional
3. Operações aeroportuárias
4. Manutenção do aeródromo
5. Resposta à emergência aeroportuária (ANAC, 2016).
O RBAC nº 153, Emenda nº 01 determina, também, a permissão ou não de acúmulo dessas
cinco atividades para os profissionais responsáveis por cada aeródromo brasileiro de acordo com a
classe atribuída ao aeródromo. Essa classe é obtida a partir da média de movimentação anual dos
três anos precedentes (ANAC, 2016). Na Tabela 18, estão representados os requisitos de acordo
com a classe do aeródromo.
13
Do inglês – Rescue and Fire Fighting Services (RFFS).
14
O grau de terceirização é relativo ao corpo de funcionários, ou seja, ao percentual de funcionários que não
fazem parte da administração direta do aeroporto. Geralmente, esses profissionais executam atividades na
área de limpeza, vigilância e operações de rampa.
■ Funcionários orgânicos
35%
■ Funcionários terceirizados
65%
Licenciamento ambiental
O licenciamento ambiental é definido como “[...] o procedimento administrativo destinado
a licenciar atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou
potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental”
(BRASIL, 2011). Nesse sentido, aeródromos, aeroportos e PPD devem obter a Licença de Operação
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
O Aeroporto de Corumbá ainda não possui Licença de Operação (LO) em vigor, colocando-
o na condição de aeroporto ambientalmente irregular, tendo em vista que a LO é uma exigência da
legislação ambiental. Contudo, o aeroporto já está com o processo de obtenção da licença em
andamento junto ao órgão ambiental competente.
Aspectos ambientais
Considera-se um aspecto ambiental o elemento que pode interagir com o meio ambiente
e que pode causar um impacto ambiental. Assim, destacam-se os principais aspectos que estão
presentes na atividade aeroportuária ou são oriundos dela: água, efluente sanitário, drenagem
pluvial, resíduos sólidos, emissão de gases e energia renovável. No Gráfico 24 são apresentadas as
informações sobre o tema para o Aeroporto de Corumbá.
As atividades que fazem uso de água devem ser controladas, com o objetivo de prevenir
qualquer tipo de redução da disponibilidade dos recursos hídricos e a degradação de sua qualidade.
Nesse contexto, constatou-se que o Aeroporto de Corumbá possui abastecimento público de água,
mas não realiza o aproveitamento da água da chuva e nem o reúso de águas servidas.
Segundo informado pelo operador, no Aeroporto de Corumbá há sistema de tratamento
de efluentes através de filtro biológico, com capacidade de tratamento de 36 m³ e 70% de
eficiência. Destaca-se que um dos principais impactos ambientais que podem ser causados por
aeroportos deve-se ao descarte inadequado de efluentes sanitários, que podem provocar a
contaminação de águas superficiais e subterrâneas e de solos, a mortandade da fauna e da flora, a
eutrofização de ambientes aquáticos e a proliferação de doenças.
Em relação aos sistemas de drenagem, o operador aeroportuário informou que o aeroporto
possui drenagem na pista de pouso e decolagem (PPD) e no sítio aeroportuário, sendo as águas
pluviais infiltradas no solo. Além disso, o operador informou que o aeroporto em análise apresenta
sistemas de contenção de vazamentos de óleos e combustíveis, estando conectado a uma caixa
separadora de água e óleo.
15
Inventários de emissões atmosféricas – destinados a estimar o tipo e a quantidade de gases emitidos por
fontes de poluição – são instrumentos que subsidiam ações relacionadas à gestão da qualidade do ar e à
mitigação de emissões de gases de efeito estufa (ANAC, 2014).
Forças
As forças identificadas no aeroporto são:
Operação de voos regulares:
No ano de 2016, entre os 270 aeroportos inseridos no “Programa de Investimentos em
Logística (PIL): Aeroportos”, uma parcela dos aeroportos operou voos regulares, entre eles, o
Aeroporto de Corumbá. O fato de receber voos regularmente significa a certeza da entrada de
receitas aeronáuticas durante a vigência dos voos e a possibilidade de se explorar comercialmente
áreas do TPS, uma vez que há pessoas circulando frequentemente nesse ambiente.
Fraquezas
As seguintes fraquezas são identificadas nas análises sobre o aeroporto:
Oportunidades
Analisando os fatores externos ao aeroporto, as seguintes oportunidades são identificadas:
Ameaças
As ameaças identificadas no aeroporto são:
Oportunidades Ameaças
______. Inventário nacional de emissões atmosféricas da aviação civil. 2014. [pdf] Disponível
em:
<http://www.anac.gov.br/publicacoes/inventario_nacional_de_emissoes_atmosfericas_da_aviac
ao_civil.pdf>. Acesso em: 10 ago. 2015.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 10152: Níveis de ruído para
conforto acústico. Rio de Janeiro, 1986. Disponível em:
<http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/esportes/norma%20abnt%2010152.
pdf>. Acesso em: 1º ago. 2015.
______. NBR 10151: Avaliação do Ruído em Áreas Habitadas Visando o Conforto da Comunidade.
Rio de Janeiro, 2000. Disponível em: <http://www.semace.ce.gov.br/wp-
content/uploads/2012/01/Avalia%C3%A7%C3%A3o+do+Ru%C3%ADdo+em+%C3%81reas+Habita
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______. Normas da Série ISO 14000. NBR ISO 14000. Rio de Janeiro, 2004.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Resolução
Conama nº 2, de 8 de março de 1990. Dispõe sobre o Programa Nacional de Educação e Controle
da Poluição Sonora – SILÊNCIO. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 2
abr. 1990. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=99>.
Acesso em: 1º ago. 2015.
FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS (FGV). Instituto Brasileiro de Economia (IBRE). Índice Geral de
Preços – Mercado (IGP-M): Metodologia. Rio de Janeiro, maio 2014. 66 p. Disponível em:
<http://portalibre.fgv.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId=8A7C82C5463DB40301465E0D
DAB0459A >. Acesso em: 10 jun. 2017.
Lista de gráficos
Gráfico 1 – Características da movimentação de passageiros do Aeroporto de Corumbá ............... 9
Gráfico 2 – Projeção de passageiros .................................................................................................. 9
Gráfico 3 – Indicadores de eficiência de custos do Aeroporto de Corumbá ................................... 12
Gráfico 4 – Composição dos custos operacionais (%) do Aeroporto de Corumbá (2016) ............... 13
Gráfico 5 – Indicadores de eficiência de receitas do Aeroporto de Corumbá ................................. 13
Gráfico 6 – Break-even point para o Aeroporto de Corumbá (2013-2016) ..................................... 14
Gráfico 7 – Grau de terceirização do Aeroporto de Corumbá ......................................................... 15
Gráfico 8 – Movimentação de passageiros por aeroporto da Categoria II (2016) ........................... 31
Gráfico 9 – Transporte de cargas por aeroporto da Categoria II (2016) .......................................... 32
Gráfico 10 – Projeção de passageiros para o Aeroporto de Corumbá – em milhares de passageiros
(2020-2035) ................................................................................................................. 33
Gráfico 11 – Composição dos custos operacionais (%) do Aeroporto de Corumbá (2016) ............. 44
Gráfico 12 – Custo operacional pela receita total (2013-2016) ....................................................... 45
Gráfico 13 – Composição da receita operacional (2016) ................................................................. 45
Lista de tabelas
Tabela 1 – Componentes operacionais e indicadores de Nível de Serviço oferecido no Aeroporto de
Corumbá ......................................................................................................................... 10
Tabela 2 – Atividades operacionais do Aeroporto de Corumbá ...................................................... 16
Tabela 3 – Resultados dos indicadores de desempenho organizacional ......................................... 16
Tabela 4 – Matriz SWOT do Aeroporto de Corumbá ....................................................................... 19
Tabela 5 – Distribuição dos 270 aeroportos regionais em categorias ............................................. 25
Tabela 6 – Movimentação de passageiros no Aeroporto de Corumbá (2011-2016) ....................... 30
Tabela 7 – Movimentação de carga (em kg) no Aeroporto de Corumbá (2011-2016) .................... 31
Tabela 8 – Movimentação de aeronaves no Aeroporto de Corumbá (2011-2016) ......................... 33
Tabela 9 – Informações sobre os componentes do TPS do Aeroporto de Corumbá ....................... 36
Tabela 10 – Avaliação do Nível de Serviço oferecido....................................................................... 37
Tabela 11 – Padrões e indicadores para análise do serviço oferecido em um terminal aeroportuário
........................................................................................................................................ 38
Tabela 12 – Fatores de correção para o cálculo de número de passageiros em fila ....................... 39
Tabela 13 – Movimentação, tempo de espera e passageiros em fila (na hora pico) por componentes
operacionais no Aeroporto de Corumbá........................................................................ 40
Tabela 14 – Componentes operacionais e indicadores de Nível de Serviço oferecido no Aeroporto
de Corumbá .................................................................................................................... 40