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INTERESSADOS:
Maria Izalta Silva Lopes Gama
DESCRIÇÃO DO OBJETO
RELATÓRIO
Trata-se de Consulta formulada por Maria Izalta Silva Lopes Gama, Prefeita
do Município de Ibirajuba, que solicita o posicionamento deste Tribunal de
Contas a respeito das seguintes questões:
I – Introdução
II - Questionamentos
(...)
Um ato é nulo quando afronta a lei, quando foi produzido com alguma ilegalidade.
Pode ser declarada pela própria Administração Pública, no exercício de sua
autotutela, ou pelo Poder Judiciário. Entre as partes, não gera direitos ou
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obrigações, não constitui situações jurídicas definitivas, nem admite
convalidação. A administração pública pode rever seus atos ilegalmente
praticados. Entretanto, se de tais atos já decorreram efeitos concretos,
seu desfazimento deve ser precedido de processo administrativo, assegurado o
contraditório e ampla defesa. Esse foi o posicionamento do Supremo Tribunal
Federal, que, ao julgar o RE 594.296-RG
§ 1o (VETADO).
Por fim, em relação à Lei Geral das Eleições (Lei Eleitoral no 9.504, de 30 de
setembro de 1997), segundo inciso V do artigo 73, é vedada a admissão de
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servidores públicos, sob qualquer forma, no período de três meses antes do pleito
até a posse dos eleitos, impondo nulidade de pleno direito aos atos exarados em
desacordo com tal regra.
(...)
(...)
Sendo assim, após 15 de agosto (03 meses antes da votação), e até a posse dos
eleitos, a Lei Eleitoral proíbe a nomeação ou contratação ou qualquer forma de
admissão, ressalvados dentre outros, a nomeação dos aprovados em concursos
públicos homologados até 15/08/2020 e a nomeação ou contratação necessária à
instalação ou ao funcionamento
III - Conclusão
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Por todo o exposto, em conclusão aos questionamentos da autoridade
consulente, quanto à nomeação de pessoal efetivo que resultaram aumento de
despesa com pessoal nos 180 (cento e oitenta) dias anteriores ao final do
mandato, e considerando as demais restrições impostas, tem-se que:
- A nulidade do ato nulo pode ser declarada pela própria Administração Pública,
no exercício de sua autotutela, entretanto, se de tais atos já decorreram efeitos
concretos, seu desfazimento deve ser precedido de processo administrativo,
assegurado o contraditório e a ampla defesa.
1. DA CONSULTA
50.000 habitantes.
É o relatório.
2. DO CONHECIMENTO DA CONSULTA
Pelo conhecimento.
3. ANÁLISE
[..]
[...]
Tendo por norte o que fora destacado e considerando que o escopo da presente
consulta trata do aumento de despesa decorrente de nomeações para cargos
efetivos, salienta-se que deve a Administração atentar, quanto aos atos de
nomeação de servidores concursados, para o
Importa salientar que é possível a edição de atos que aumentem a despesa com
pessoal, mesmo no período vedado pelo inciso II do artigo 21 da LRF, desde que
tais atos sejam vinculados e decorrentes de direitos já assegurados
constitucionalmente ou legalmente, ou provenientes de situações jurídicas
consolidadas. Nesse sentido já se pronunciou a Corte de Contas, em sede de
consulta (Processo TCE-PE 0803771-1, Decisão 1.054/10), conforme se verifica:
Consulta 660552
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[...] despesa nova de pessoal para esse fim não pode alcançar
aqueles atos que são praticados em decorrência de autorização
legal preexistente aos 180 (cento e oitenta) dias finais do mandato,
para a garantia do exercício de situações jurídicas já consolidadas,
e até mesmo para evitar a descontinuidade da prestação de serviço
público, e.g., o provimento de cargos, a concessão de promoções e
vantagens funcionais e a declaração de direitos preexistentes,
alicerçadas nos mais éticos princípios, dos quais não se pode furtar
a Administração Pública de prestar obediência irrestrita. [...]
Consulta 652.796
(...)
públicos anteriormente ocupados por servidores efetivos, nos termos postos pelo
art. 8º da LC 173/2020.
4. CONCLUSÃO
aumento da despesa com pessoal nos 180 dias anteriores ao final do mandato do
titular de Poder (art. 21 da LRF), embora, por imperativo lógico, situações
específicas estejam fora da abrangência da limitação imposta pela LRF;
É o parecer.
É o Relatório.
VOTO DO RELATOR
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DA ADMISSIBILIDADE
A presente Consulta deve ser conhecida, haja vista que atendeu aos
requisitos de admissibilidade previstos na Lei Orgânica e no Regimento
Interno deste Tribunal. O Município de Ibirajuba não possui mais de 50.000
(cinquenta mil) habitantes, não precisando, pois, anexar parecer de órgão de
assistência técnica ou jurídica do Município.
DO MÉRITO
Ante o exposto,
CONSULTA. PANDEMIA DA
COVID19. LRF. PROIBIÇÃO DE
AUMENTO DE DESPESAS COM
PESSOAL NOS ÚLTIMOS 180 DIAS
MANDATO. PROIBIÇÃO PERÍODO
ELEITORAL NOMEAÇÃO.
EXCEÇÕES. PROCEDIMENTO
ADMINISTRATIVO PRÉVIO PARA
NULIDADE DE ATOS QUE
RESULTEM AUMENTO DE
PESSOAL.
É o Voto.
OCORRÊNCIAS DO PROCESSO
RESULTADO DO JULGAMENTO