Você está na página 1de 3

AÇÃO DE DEPÓSITO (Arts. 627 e ss do NCC e Arts. 901 e ss.

do
CPC)MERITÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DA ____ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE (XXX)
Autos Nº: REQUERENTE, (Nacionalidade), (Profissão), (Estado Civil),
portador da Carteira de Identidade nº (xxx), inscrito no CPF sob o nº
(xxx), residente e domiciliado na Rua (xxx), nº (xxx), Bairro (xxx),
Cidade (xxx), Cep. (xxx), no Estado de (xxx), por seu procurador infra-
assinado, mandato anexo (doc.1), com escritório profissional situado na
Rua (xxx), nº (xxx), Bairro (xxx), Cidade (xxx), Cep. (xxx), no Estado de
(xxx), onde recebe intimações, vem, respeitosamente, à presença de V.
Excia. propor a seguinteAÇÃO DE DEPÓSITOnos termos do art. 901 e ss, do
Código de Processo Civil, em face de REQUERIDO, (Nacionalidade),
(Profissão), (Estado Civil), portador da Carteira de Identidade nº (xxx),
inscrito no CPF sob o nº (xxx), residente e domiciliado na Rua (xxx), nº
(xxx), Bairro (xxx), Cidade (xxx), Cep. (xxx), no Estado de (xxx), pelos
fatos e fundamentos que passa a expor:DOS FATOS1. Prefacialmente, cumpre
anotar, que o REQUERENTE, na data de (xxx), precisou realizar uma viagem
à trabalho para fora do país, por um vasto período de (xxx) meses.
Destarte, precisou tomar uma série de providências que garantissem a
tranqüilidade de sua estadia no exterior. Deste modo, arranjou pessoa de
confiança para, uma vez por semana, cuidar da manutenção de sua
residência. Assim, como não tinha local seguro para guardar o automóvel
de marca (xxx), ano de fabricação (xxx), cor (xxx), chassi (xxx), placa
(xxx), de sua propriedade, Certificado de Registro e Licenciamento de
Veículos anexo (doc 2), resguardando-o de eventuais perigos, resolveu
colocá-lo sob a guarda de pessoa conhecida, firmando, então, com o
REQUERIDO, o Contrato de Depósito que segue em anexo (doc. 3), na data de
(xxx).2. Ao que se vislumbra, mediante as provas documentais
apresentadas, o REQUERIDO se comprometeu, nos termos da cláusula (xxx), a
entregar ao REQUERENTE, quando este o exigisse, o bem deixado em
depósito, cujo valor foi fixado em R$ (xxx) (valor expresso). 3.
Entretanto, ao retornar de sua viagem, o REQUERENTE procurou o REQUERIDO,
colimando a devolução do bem, e qual não foi sua surpresa quando o
depositário se negou a cumprir o avençado, recusando-se,
injustificadamente, a devolver o automóvel.4. Desta feita, conforme se
pode verificar, na tentativa de reaver o carro de sua propriedade, o
REQUERENTE enviou ao REQUERIDO uma Carta de solicitação com Aviso de
Recebimento (docs. 4 e 5), exigindo a devolução do automóvel. 5.
Destarte, baldadas foram as inúmeras tentativas do REQUERENTE em receber
amigavelmente o bem depositado, eis que o REQUERIDO se nega a entregá-lo,
não restando outra alternativa senão a de valer-se do judiciário para a
obtenção da imediata restituição, conforme consta do Contrato de
Depósito.DO DIREITODo depósito voluntário1. Prefacialmente, revela-se de
suma importância anotar-se as disposições contidas no Código Civil,
acerca da obrigatoriedade da devolução do bem dado em depósito, como se
depreende dos artigos ora transcritos, negritados os fragmentos
relevantes: "Art. 627. Pelo contrato de depósito recebe o depositário um
objeto móvel, para guardar, até que o depositante o reclame.""Art. 629. O
depositário é obrigado a ter na guarda e conservação da coisa depositada
o cuidado e diligência que costuma com o que lhe pertence, bem como a
restituí-la, com todos os frutos e acrescidos, quando o exija o
depositante.""Art. 633. Ainda que o contrato fixe prazo à restituição, o
depositário entregará o depósito logo que se lhe exija, salvo se tiver o
direito de retenção a que se refere o art. 644, se o objeto for
judicialmente embargado, se sobre ele pender execução, notificada ao
depositário, ou se houver motivo razoável de suspeitar que a coisa foi
dolosamente obtida."2. Desta feita, como facilmente se observa, tem o
REQUERIDO, como depositário, a obrigação de devolver o automóvel, desde a
exigência feita pelo REQUERENTE depositante, sendo descabida a sua recusa
em fazê-lo. Neste sentido, veja-se também, o disposto no presente artigo
do Código Civil:"Art. 638. Salvo os casos previstos nos arts. 633 e 634,
não poderá o depositário furtar-se à restituição do depósito, alegando
não pertencer a coisa ao depositante, ou opondo compensação, exceto se
noutro depósito se fundar."3. Assim, não ocrrendo nenhuma das hipóteses
previstas no artigo 633, e outrossim, não ocorrendo o procedimento
determinado pelo artigo 634, inexistem motivos que amparem a conduta do
REQUERIDO, restando obrigatrória a restituição do automóvel.Da ação de
depósito1. Cumpre analisar a pertinência da presente ação de depósito,
determinada pelo Código de Processo Civil, mediante os artigos adiante
transcritos:"Art. 901. Esta ação tem por fim exigir a restituição da
coisa depositada."2. Desta feita, depreende-se ser este o meio hábil para
se reaver o bem dado em depósito, uma vez recusada sua devolução pelo
depositário. 3. Assim, em sendo julgada procedente a ação, deverá ser
determinada a expedição de mandado para a entrega, em 24 (vinte e quatro)
horas, da coisa ou do equivalente em dinheiro, e em não sendo cumprido o
mandado, deverá ser decretada a prisão do depositário infiel, consoante
as disposições do art. 904 do diploma legal em apreço.4. Além disso, nos
termos do art. 905, sem prejuízo do depósito ou da prisão do réu, é
lícito ao autor promover a busca e apreensão da coisa. Se esta for
encontrada ou entregue voluntariamente pelo réu, cessará a prisão e será
devolvido o equivalente em dinheiro.5. E por derradeiro, deve-se atentar
para o disposto no art. 906, in verbis:"Art. 906. Quando não receber a
coisa ou o equivalente em dinheiro, poderá o autor prosseguir nos
próprios autos para haver o que lhe for reconhecido na sentença,
observando-se o procedimento da execução por quantia certa."Da
jurisprudênciaNeste sentido, o entendimento exarado pelos nossos
Tribunais, no que tange à possibilidade, e outrossim, à legalidade da
prisão do depositário infiel, como se pode verificar, mediante os
exemplos de jurisprudência adiante transcritos:"STF - RE 344585 - RECURSO
EXTRAORDINÁRIO - RIO GRANDE DO SUL - Primeira Turma - Relator: Min.
MOREIRA ALVES - Julgamento: 25/06/2002 EMENTA: Alienação fiduciária em
garantia. Prisão civil. - Esta Corte, por seu Plenário (HC 72.131),
firmou o entendimento de que, em face da Carta Magna de 1988, persiste
aconstitucionalidade da prisão civil do depositário infiel em se tratando
de alienação fiduciária em garantia, bem como de que o Pacto de São José
da Costa Rica, além de não poder contrapor-se à permissão do artigo 5º,
LXVII, da mesma Constituição, não derrogou, por ser norma
infraconstitucional geral, as normas infraconstitucionais especiais sobre
prisão civil do depositário infiel. - Esse entendimento voltou a ser
reafirmado, também por decisão do Plenário, quando do julgamento do RE
206.482. - Dessa orientação divergiu o acórdão recorrido. Recurso
extraordinário conhecido e provido." "STF - Supremo Tribunal Federal -
Descrição da Classe: AGRG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO - Número da Classe:
345114 - Segunda Turma - Relator: MAURÍCIO CORRÊA - Origem: SP - SÃO
PAULO - Data do Julgamento: 20/11/2001 EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM
AGRAVO DE INSTRUMENTO. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. DEPOSITÁRIO INFIEL. PRISÃO
CIVIL. CONSTITUCIONALIDADE. 1. Prisão civil de devedor fiduciário que,
sem justificativa, não cumpre ordem judicial para entregar a coisa ou seu
equivalente em dinheiro. Legitimidade. Recebido o Decreto-lei nº 911/69
pela ordem constitucional vigente, não há falar que a equiparação do
devedor fiduciário ao depositário infiel ofende a Carta da República.
Precedente do Pleno deste Tribunal. 2. Legalidade da prisão civil do
depositário infiel. Matéria apreciada pelo Tribunal "a quo", que não
afastou a possibilidade de prisão do devedor, se não cumpridas as
condições por ele impostas para o adimplemento da obrigação. Não-
observância dos fundamentos do acórdão recorrido pelo recorrente.
Conseqüência: não-conhecimento do extraordinário. Agravo regimental não
provido."DOS PEDIDOSDiante de todo o exposto, REQUER: I - A citação do
REQUERIDO, para, no prazo de 5 (cinco dias), entregar a coisa, depositá-
la em juízo ou consignar-lhe o equivalente em dinheiro, ou contestar a
ação, nos termos do art. 902 do Código de Processo Civil, sob pena de
prisão.II - Seja julgado procedente o pedido, qual seja, condenar o
Depositário a devolver ao Depositante o bem móvel referido no item 1, ou
a depositá-lo em juízo, ou a consignar-lhe o equivalente em dinheiro, na
importância de R$ (xxx), conforme Contrato de Depósito anexo, sendo
determinado a expedição de mandado para a entrega, em 24 (vinte e quatro)
horas, da coisa ou do equivalente em dinheiro, consoante art. 904 do
referido Diploma legal. E, de acordo com o parágrafo único do mesmo
dispositivo, em não sendo cumprido o mandado, decrete-se a prisão do
depositário infiel.III - Seja o Depositário condenado a pagar as
despesas, custas e honorários advocatícios no montante de 20%.Pretende
provar o alegado mediante prova testemunhal, documental, depoimento
pessoal do REQUERIDO, e demais meios de prova admitidos em Direito, nos
termos do art. 332 do Código de Processo Civil.Dá-se a causa o valor de
R$ (xxx) (valor expresso).Termos que Pede deferimento.(Local data e ano).
(Nome e assinatura do advogado)

Você também pode gostar