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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - UFF

CURSO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

ÉRICA DE OLIVEIRA COSTA

RESUMO SOBRE O ARTIGO “HUMAN DISEASES ASSOCIATED WITH FORM


AND FUNCTION OF THE GOLGI COMPLEX”

NITERÓI- RJ
2020
Compreende-se que, cada vez mais, o desenvolvimento de determinadas
doenças hereditárias vem podendo estar associadas à perturbação de etapas no
transporte específico entre a membrana plasmática e o complexo de golgi e retículo
endoplasmático, por exemplo. No complexo de golgi, durante o trânsito de proteínas
no mesmo, ocorrem modificações fundamentais, dessa forma, uma vez que ocorre
alguma perturbação nesse complexo, podem ser desenvolvidas doenças.
Entende-se que há moléculas específicas as quais alteram o transporte no Golgi,
sendo uma delas a ​proteína proteolipídica 1 (​PLP1​), uma dos principais
componentes da mielina e que ocasiona a doença de Pelizaeus-Merzbacher, que
consiste na inibição do tráfego retrógrado do Golgi para o RE devido ao acúmulo e
dobramento do ​PLP1 ​mutado no retículo endoplasmático. Têm-se também a Atrofia
Muscular Espinhal Proximal, nessa doença, o gene SMN1 que se encarrega pela
sobrevivência do neurônio motor perde sua expressão, resultando no acúmulo de
grânulos e assim níveis reduzidos de SMN.
Assim como já abordado, as mutações proteicas no complexo de golgi
podem levar ao desenvolvimento de problemas funcionais, porém ainda não é clara
a importância entre a integridade da organela e o comprometimento das funções.
Observa-se essa relação, por exemplo, no modelo celular da doença de Parkinson
em células PC12, onde ao nível celular essa doença é relacionada ao acúmulo de
proteína pré-sináptica α-sinucleína e também ao bloqueio no transporte do retículo
endoplasmático para o complexo de Golgi. Em um estudo realizado, pôde-se
concluir que essa fragmentação pode ser correlacionada à mudança nos níveis de
RAB1, RAB2, RAB8, além de outras proteínas Rab no Golgi que também implicam
em doenças, como a RAB33B, estando relacionadas à doenças como a displasia de
Smith-McCort (os níveis de expressão dessa proteína são reduzidos) e também a
doença de Dyggve-Melchior-Clausen (é ocasionada em resíduos de lisinas que
estão nessas proteínas).
Além disso, há a proteína RIN2 pode ser relacionada a doenças do tecido
conjuntivo, como por exemplo a macrocefalia, devido à mutações que acabam
gerando a diminuição da expressão do RNAm além da ausência proteica nos
fibroblastos dos pacientes. Além dela, existe a proteína que é ligada distúrbios
congênitos de glicosilação tipo II, sendo ela a transmembrana TMEM165, onde sua
depleção celular tem um efeito suave no complexo de golgi a nível macro.
Entende-se que o defeito na glicosilação de proteínas pode levar à graves
doenças, onde geralmente a detecção delas é acidental. Dentro dos fatores os quais
se destacam as causas para esses distúrbios, além dos abordados, há mutações
em proteínas associadas à um complexo COG, que é um conjunto protéico
envolvido no tráfego de vesículas. Entre as doenças que são resultados de
acidificação no golgi, há a síndrome de Angelman, a qual trata-se de um distúrbio de
neurodesenvolvimento causado pela perda de expressão de uma determinada
proteína, levando ao aumento de pH intraluminal e inchaço osmótico. Além disso,
mesmo que desconhecidas os mecanismo das mutações para ocasionar tais
doenças, sabe-se que esse aumento de pH no Golgi resultará numa glicosilação
proteica acima do normal e aumento no tráfego.
É possível, ainda, encontrar outra proteína da família RAB que perde sua
expressão no Golgi e consequentemente ocasiona doenças, sendo ela a RAB39B,
que segundo estudos está envolvida no desenvolvimento dos neurônios e na
habilidade intelectual humana. Dessa forma, devido às descobertas das diversas
proteínas do Golgi que podem estar associadas às doenças, sejam elas
neurodegenerativa, musculares, hepáticas , entre as tantas outras, conclui-se que é
de fundamental importância a compreensão dessa organela e de seus mecanismos
e funções, além de todos os impactos que a mesma pode causar. Entende-se
também que cada proteína abordada possui ou não uma associação ao complexo
de golgi, porém da mesma forma têm-se o objetivo de desvendar a causa e efeito
de cada fenótipo celular, mesmo que em apenas alguns casos essa associação
entre a proteína e seu fenótipo particular tenha sido possível.

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