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A tualização

Volume 2

P. 555. MUDAR O CAPUT DO ART. 154-A E AS PENAS PARA:

Art. 154-A. Invadir dispositivo informático de uso


alheio, conectado ou não à rede de computadores,
com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou
informações sem autorização expressa ou tácita do
usuário do dispositivo ou de instalar vulnerabilidades
para obter vantagem ilícita:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
[...]
§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois ter-
ços) se da invasão resulta prejuízo econômico.
§ 3º [...]
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

P. 560. PRIMEIRO PARÁGRAFO, MODIFICAR PARA:


A Lei nº 12.737, de 30 de novembro de 2012, inserindo o art. 154-A ao
Código Penal, com as modificações em sua redação original trazidas pela Lei
nº 14.155, de 27 de maio de 2021, exigiu a presença dos seguintes elementos
para efeitos de caracterização do delito de invasão de dispositivo informático,
a saber: a) o núcleo invadir; b) dispositivo informático alheio; c) conectado ou
não à rede de computadores; d) com o fim de obter, adulterar ou destruir dados
ou informações sem autorização expressa ou tácita do usuário do dispositivo; e)
ou de instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita.

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Rogério Greco

P. 560. PENÚLTIMO PARÁGRAFO QUE COMEÇA COM “EXIGE...


MODIFICAR PARA:
Exige o art. 154-A que esse dispositivo informático seja de uso alheio, mas não,
necessariamente, de propriedade alheia, como exigia a redação típica anterior
à modificação trazida pela Lei nº 14.155, de 27 de maio de 2021. Assim, como
bem esclarece Rogério Sanches Cunha, “ainda que o agente seja o proprietário
do aparelho, pode cometer o crime se esse aparelho estiver sendo utilizado
por alguém. E, por coerência, a lei agora faz referência à falta de autorização
expressa ou tácita do usuário do dispositivo, não mais do titular”1.

P. 561. SEGUNDO PARÁGRAFO. SEXTA LINHA. RETIRAR A


EXPRESSÃO
mediante violação indevida de mecanismo de segurança

P. 561. RETIRAR A PARTIR DO PARÁGRAFO QUE COMEÇA


COM: PARA QUE OCORRA..... ATÉ A PÁGINA 562, RETIRANDO
TODOS OS PARÁGRAFOS ATÉ , INCLUSIVE, O QUE COMEÇA
COM “POR OUTRO LADO

P. 562. NO PARÁGRAFO QUE COMEÇA COM “A CONDUTA DO


.... RETIRAR A EXPRESSÃO “MEDIANTE VIOLAÇÃO INDEVIDA
DE MECANISMO DE SEGURANÇA”

P. 562. PARÁGRAFO QUE COMEÇA COM “ASSIM, NÃO É ....


RETIRAR A EXPRESSÃO “MEDIANTE VIOLAÇÃO INDEVIDA DE
MECANISMO DE SEGURANÇA”

P. 563. NO PARÁGRAFO QUE COMEÇA COM “A CONDUTA...


RETIRAR A EXPRESSÃO “MEDIANTE VIOLAÇÃO INDEVIDA DE
MECANISMO DE SEGURANÇA”

1 CUNHA, Rogério Sanches. Lei 14.155/21 e os crimes de fraude digital. Primeiras impressões e reflexos no CP
e no CPP. Disponível em: <https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2021/05/28/lei-14-15521-e-os-crimes-
de-fraude-digital-primeiras-impressoes-e-reflexos-no-cp-e-no-cpp/>. Acesso em: 29 maio 2021.

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Volume II

P. 565. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA. SUBSTITUIR NA


SÉTIMA LINHA, A EXPRESSÃO “DE FORMA VINCULADA E
TODO O CONTEÚDO DO PARÊNTESE, PELA EXPRESSÃO “DE
FORMA LIVRE”.

P. 566. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA. RETIRAR A EXPRESSÃO


“MEDIANTE VIOLAÇÃO INDEVIDA DE MECANISMO DE
SEGURANÇA”

P. 567. SEGUNDO PARÁGRAFO. ENCERRAR O PARÁGRAFO


NA SEGUNDA LINHA, LOGO APÓS A PALAVRA TENTATIVA,
FICANDO ASSIM:
...correspondente à tentativa.

P. 568. MODIFICAR A PENA DO §3º PARA:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

P. 569. SUBSTITUIR O ULTIMO PARÁGRAFO ANTES DO ITEM 9


PARA:
A Lei nº 14.155, de 27 de maio de 2021 modificou a pena prevista inicialmente
para a modalidade qualificada do delito de invasão de dispositivo informático
passando a cominar, agora, uma pena de reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos,
e multa.

P. 570. MODIFICAR A REDAÇÃO DO § 2º PARA:

§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois


terços) se da invasão resulta prejuízo econômico.

P. 570. ÚLTIMO PARÁGRAFO, QUE COMEÇA COM “NO QUE


DIZ”... MODIFICAR A SEGUNDA LINHA, FICANDO ASSIM:
...que o aumento de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) somente será aplicado...

P. 571. ITEM 11 SEGUNDO PARÁGRAFO. MODIFICAR A PARTE


FINAL PARA:
...reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

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Rogério Greco

P. 571. ITEM 11. TERCEIRO PARÁGRAFO. MODIFICAR PARA:


...aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se da invasão
resulta prejuízo econômico.

P. 571. ITEM 11. ÚLTIMO PARÁGRAFO. MODIFICAR PARA:


... da Lei nº 9.099/95, somente para infração penal tipificada no caput do art.
154-A do Código Penal.

P. 572. RETIRAR O PRIMEIRO PARÁGRAFO QUE COMEÇA COM


“A COMPETÊNCIA...

P. 583. INSERIR OS §§ 4º-B E 4ºC APÓS O § 4ºA

4º-B. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos,


e multa, se o furto mediante fraude é cometido por meio
de dispositivo eletrônico ou informático, conectado ou
não à rede de computadores, com ou sem a violação de
mecanismo de segurança ou a utilização de programa
malicioso, ou por qualquer outro meio fraudulento
análogo.
§ 4º-C. A pena prevista no § 4º-B deste artigo, considerada
a relevância do resultado gravoso:
I – aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se
o crime é praticado mediante a utilização de servidor
mantido fora do território nacional;
II – aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime
é praticado contra idoso ou vulnerável

P. 604. MODALIDADES QUALIFICADAS. MODIFICAR O PRIMEIRO


PARÁGRAFO E ACRESCENTAR O § 4º-B E, LOGO EM SEGUIDA,
ANTES DO § 5º, O PARÊNTESE COM TRÊS PONTOS DENTRO
Os §§ 4º, 4º-A, 4º-B, 6º e 7º do ......

4º-B. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos,


e multa, se o furto mediante fraude é cometido por meio
de dispositivo eletrônico ou informático, conectado ou
não à rede de computadores, com ou sem a violação de
mecanismo de segurança ou a utilização de programa

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Volume II

malicioso, ou por qualquer outro meio fraudulento


análogo.
(...)

P. 620. INSERIR NOVO TÓPICO ANTES DO TÓPICO “SUBTRAÇÃO


DE VEÍCULO”

Se o furto mediante fraude é cometido por meio de dispositivo eletrônico


ou informático, conectado ou não à rede de computadores, com ou sem
a violação de mecanismo de segurança ou a utilização de programa
malicioso, ou por qualquer outro meio fraudulento análogo.
O § 4º-B foi inserido ao art. 155 do Código Penal pela Lei nº 14.155, de 27 de
maio de 2021, criando mais uma qualificadora quando o furto mediante fraude
é cometido por meio de dispositivo eletrônico ou informático, conectado ou não
à rede de computadores, com ou sem a violação de mecanismo de segurança ou
a utilização de programa malicioso, ou por qualquer outro meio fraudulento
análogo.
Dispositivo eletrônico ou informático seria todo aquele aparelho capaz de
receber e armazenar dados e informações, tratá-los, bem como transmitir os
resultados, a exemplo do que ocorre com os computadores, smartphones, tablets
etc.
Esse dispositivo eletrônico ou informático pode estar ou não conectado à
rede de computadores, ou seja, a um conjunto de dois ou mais computadores
autônomos e outros dispositivos, interligados entre si com a finalidade de
compartilhar informações e equipamentos, a exemplo dos dados, impressoras,
mensagens etc. Diz respeito, portanto, a estruturas físicas (equipamentos) e
lógicas (programas, protocolos) que possibilitam que dois ou mais computadores
possam compartilhar suas informações entre si.
Não há necessidade, ainda, para efeitos de reconhecimento e aplicação
da qualificadora em análise, que tenha ocorrido violação de mecanismo de
segurança. Por mecanismos de segurança podemos entender todos os meios
que visem a garantir que somente determinadas pessoas terão acesso ao
dispositivo informático, a exemplo do que ocorre com a utilização de login e
senhas que visem a identificar e autenticar o usuário, impedindo que terceiros
não autorizados tenham acesso às informações nele contidas.
Da mesma forma, não se exige, para efeitos de aplicação da qualificadora
constante do § 4º-B do art. 155 do Código Penal, que tenha sido levada a efeito
a utilização de programa malicioso.

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Rogério Greco

“Códigos maliciosos (malware) são programas especificamente


desenvolvidos para executar ações danosas e atividades
maliciosas em um computador. Algumas das diversas formas
como os códigos maliciosos podem infectar ou comprometer
um computador são:
• pela exploração de vulnerabilidades existentes nos
programas instalados;
• pela autoexecução de mídias removíveis infectadas, como
pen-drives;
• pelo acesso a páginas web maliciosas, utilizando
navegadores vulneráveis;
• pela ação direta de atacantes que, após invadirem o
computador, incluem arquivos contendo códigos maliciosos;
• pela execução de arquivos previamente infectados, obtidos
em anexos de mensagens eletrônicas, via mídias removíveis,
em páginas web ou diretamente de outros computadores
(através do compartilhamento de recursos).
Uma vez instalados, os códigos maliciosos passam a ter acesso
aos dados armazenados no computador e podem executar
ações em nome dos usuários, de acordo com as permissões de
cada usuário.
Os principais motivos que levam um atacante a desenvolver
e a propagar códigos maliciosos são a obtenção de vantagens
financeiras, a coleta de informações confidenciais, o desejo
de autopromoção e o vandalismo. Além disso, os códigos
maliciosos são, muitas vezes, usados como intermediários e
possibilitam a prática de golpes, a realização de ataques e a
disseminação de spam”2.
Qualquer outro meio fraudulento análogo à fraude cometido por meio de
dispositivo eletrônico ou informático, conectado ou não à rede de computadores,
com ou sem a violação de mecanismo de segurança ou a utilização de programa
malicioso também importará na aplicação da qualificadora.

2  Disponível em: <http://cartilha.cert.br/malware/>. Acesso em: 10 dez. 2012.

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Volume II

P. 627. CRIAR UM NOVO ITEM 12 E RENUMERAR O RESTANTE

12. CAUSAS DE AUMENTO DE PENA ESPECÍFICAS PARA A


QUALIFICADORA PREVISTA NO § 4º-B DO ART. 155 DO CÓDIGO
PENAL
Diz o § 4º-C, inserido ao art. 155 do Código Penal através da Lei nº 14.155, de
27 de maio de 2021, verbis:

§ 4º-C. A pena prevista no § 4º-B deste artigo, considerada


a relevância do resultado gravoso:
I – aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se
o crime é praticado mediante a utilização de servidor
mantido fora do território nacional;
II – aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime
é praticado contra idoso ou vulnerável.

O mencionado § 4º-B do art. 155 do Código Penal, a seu turno, assevera que
a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se o furto mediante
fraude é cometido por meio de dispositivo eletrônico ou informático, conectado
ou não à rede de computadores, com ou sem a violação de mecanismo de
segurança ou a utilização de programa malicioso, ou por qualquer outro meio
fraudulento análogo.
Assim, a referida pena de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa,
será aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime for praticado
mediante a utilização de servidor mantido fora do território nacional, tendo
em vista a maior dificuldade no que diz respeito à investigação nessa hipótese,
bem como haverá um aumento de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime for
praticado contra idoso, isto é, aquele que, segundo o art. 1º da Lei nº 10.741,
de 1º de outubro de 2003, tiver idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos,
ou vulnerável, vale dizer, os elencados pelo art. 217-A do diploma repressivo,
isto é, o menor de 14 (quatorze) anos, e os que, por enfermidade ou deficiência
mental, não têm o necessário discernimento para a prática do ato. O paralelo
com o referido art. 217-A do Código Penal se faz necessário, tendo em vista que
a lei tão somente se utilizou do termo vulnerável, para efeito de aplicação da
referida causa especial de aumento de pena.
Em se tratando de majorantes, ou seja, causas especiais de aumento de pena,
serão aplicadas no terceiro momento do critério trifásico previsto no art. 68 do
Código Penal.

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Rogério Greco

P. 627. NO ITEM 12. ACRESCENTAR O SEGUINTE, NA QUARTA


LINHA, SEGUINDO A ORDEM DOS ARTIGOS:
...; no § 4º-B, de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa; ...

P. 847/848. INSERIR OS §§ ABAIXO:

Fraude eletrônica
§ 2º-A. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se a
fraude é cometida com a utilização de informações fornecidas pela vítima ou
por terceiro induzido a erro por meio de redes sociais, contatos telefônicos ou
envio de correio eletrônico fraudulento, ou por qualquer outro meio fraudulento
análogo.
§ 2º-B. A pena prevista no § 2º-A deste artigo, considerada a relevância
do resultado gravoso, aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o
crime é praticado mediante a utilização de servidor mantido fora do território
nacional.
..........................................................................................................

P. 848. SUBSTITUIR O §4º

Estelionato contra idoso ou vulnerável


§ 4º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime é cometido
contra idoso ou vulnerável, considerada a relevância do resultado gravoso.

P. 864. CRIAR NOVO TÓPICO 10 E RENUMERAR OS DEMAIS

10. MODALIDADE QUALIFICADA DE ESTELIONATO E CAUSA


DE AUMENTO DE PENA A ELE RELATIVA
Dizem os §§ 2º-A e 2º-B, introduzidos ao art. 171 do Código Penal através da
Lei nº 14.155, de 27 de maio de 2021, verbis:

§ 2º-A. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito)


anos, e multa, se a fraude é cometida com a utilização
de informações fornecidas pela vítima ou por terceiro
induzido a erro por meio de redes sociais, contatos
telefônicos ou envio de correio eletrônico fraudulento,
ou por qualquer outro meio fraudulento análogo.

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Volume II

§ 2º-B. A pena prevista no § 2º-A deste artigo, considerada


a relevância do resultado gravoso, aumenta-se de 1/3
(um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado
mediante a utilização de servidor mantido fora do
território nacional.

O § 2º-A transcrito acima prevê uma modalidade qualificada de estelionato


em virtude dos meios utilizados pelo agente para levar a efeito a infração penal.
Assim, de acordo com a redação legal, a vítima ou o terceiro são induzidos a erro,
e o agente se utiliza das informações por eles fornecidas, através de: a) redes
sociais; b) contatos telefônicos; c) envio de correio eletrônico fraudulento; d)
ou por qualquer outro meio fraudulento análogo.
Rogério Sanches Cunha, com precisão, exemplificando cada uma dessas
situações, nos esclarece:
“a) por meio de redes sociais: atualmente são muito comuns os anúncios
promovidos em redes sociais como Facebook e Instagram. Não raro,
são anúncios fraudulentos, manobras ardilosas para atrair pessoas que
forneçam seus dados;
b) por contatos telefônicos: são também muito comuns as fraudes
cometidas por meio telefônico. Um exemplo recorrente envolve os cartões
de crédito. O fraudador telefona para alguém e afirma, por exemplo, que
a instituição financeira detectou indícios de fraude com o cartão dessa
pessoa. Pede a ela que confirme dados e digite a senha do cartão. Com a
senha à disposição, o agente faz compras, efetua saques, toma empréstimos
etc.;
c) pelo envio de correio eletrônico fraudulento: neste caso, a vítima
recebe um e-mail fraudulento, muitas vezes imitando os caracteres de
empresas ou organizações conhecidas e, a partir do acesso por meio
do link disponibilizado, o estelionatário pode obter os dados pessoais e
bancários inseridos em formulários eletrônicos;
d) por qualquer outro meio fraudulento análogo: nesta fórmula analógica
se inserem quaisquer outras práticas fraudulentas cometidas por meios
eletrônicos ou informáticos, como páginas na internet, por exemplo, em
que a vítima não é diretamente abordada pelo estelionatário, como nas
modalidades anteriores, mas é induzida em erro por fatores diversos
(simulação de um estabelecimento comercial regularmente constituído;
cópia de outra página conceituada etc.).
Nesses casos, ao contrário do que acontece no furto, a vítima, ao fornecer
informações que possibilitam a prática do crime, integra diretamente o ardil
preparado pelo estelionatário para obter a vantagem indevida. Ilustremos com
exemplos ambas as figuras para bem diferenciá-las:

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Rogério Greco

a) Aproveitando a vulnerabilidade de pessoas que utilizam uma rede pública


de internet, um hacker intercepta a conexão e obtém dados de acesso a
contas bancárias. Com esses dados à disposição, acessa as contas e
transfere quantias em dinheiro para outra conta da qual efetua saques.
É um caso típico de furto mediante fraude, no qual a manobra ardilosa
(interceptar os dados transmitidos entre o usuário e o ponto de conexão)
é utilizada para que as vítimas sejam despojadas de seus bens sem que
nada percebam.
b) Pretendendo adquirir um televisor, um indivíduo faz uma pesquisa na
internet e encontra a página de uma conhecida rede varejista na qual o
produto está sendo anunciado por um preço muito abaixo das concorrentes.
Insere seus dados pessoais e bancários sem saber que, na verdade, se
trata de uma página clonada, que apenas copia os caracteres da famosa
rede varejista, para induzir as pessoas em erro. Efetuado o pagamento, o
dinheiro é creditado ao autor da fraude, que evidentemente não pretende
entregar o produto anunciado. Nesse exemplo, ao contrário do anterior, a
vítima tem participação direta, pois, induzida por um anúncio enganoso,
fornece os dados para que o autor da fraude possa obter a vantagem.
Trata-se, portanto, de estelionato”3.
Importante essa distinção trazida pelo querido amigo e colega de Ministério
Público, uma vez que, no estelionato, como é da sua própria natureza, o ardil,
a fraude, o engodo são levados a efeito a fim de fazer com que a própria vítima
entregue a vantagem ilícita ao agente; no furto com fraude, ao contrário, embora
também tais meios sejam utilizados para que o próprio agente possa praticar a
subtração da coisa.
Já o § 2º-B diz que a pena prevista no mencionado § 2º-A do art. 171 do
Código Penal, considerada a relevância do resultado gravoso, aumenta-se de
1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado mediante a utilização
de servidor mantido fora do território nacional.
Aqui, a relevância do resultado gravoso fará com que o julgador aplique a
causa especial de aumento de pena entre os patamares mínimo (um terço) e
máximo (dois terços), desde que o crime seja praticado mediante a utilização de
servidor mantido fora do território nacional, dificultando, assim, a investigação
dos fatos ocorridos.

3 CUNHA, Rogério Sanches. Lei 14.155/21 e os crimes de fraude digital. Primeiras impressões e reflexos no CP
e no CPP. Disponível em: <https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2021/05/28/lei-14-15521-e-os-crimes-
de-fraude-digital-primeiras-impressoes-e-reflexos-no-cp-e-no-cpp/>. Acesso em: 29 maio 2021.

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Volume II

P. 865. SUBSTITUIR O ANTEPENÚLTIMO PARÁGRAFO, QUE


COMEÇA COM “EM 28... E TAMBÉM A REDAÇÃO DO § 4º POR:
Em 27 de maio de 2021, foi publicada a Lei nº 14.155, dando nova redação ao
§ 4º do art. 171 do Código Penal, dizendo:

§ 4º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro,


se o crime é cometido contra idoso ou vulnerável,
considerada a relevância do resultado gravoso.

P. 866. INSERIR TEXTO ANTES DO ITEM 11


Por vulnerável, devem ser entendidos aqueles elencados pelo art. 217-A
do diploma repressivo, isto é, o menor de 14 (quatorze) anos, e os que, por
enfermidade ou deficiência mental, não têm o necessário discernimento para
a prática do ato. O paralelo com o referido art. 217-A do Código Penal se faz
necessário, tendo em vista que a lei tão somente se utilizou do termo vulnerável,
para efeito de aplicação da referida causa especial de aumento de pena.

P. 866. INSERIR TEXTO APÓS O PRIMEIRO PARÁGRAFO DO


ITEM 11.
A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se a fraude é
cometida com a utilização de informações fornecidas pela vítima ou por terceiro
induzido a erro por meio de redes sociais, contatos telefônicos ou envio de
correio eletrônico fraudulento, ou por qualquer outro meio fraudulento análogo,
nos termos do § 2º-A, inserido ao art. 171 do Código Penal por meio da Lei nº
14.155, de 27 de maio de 2021.

P. 866. NO PARÁGRAFO QUE COMEÇA COM “A PENA SERÁ


AUMENTADA.... SUBSTITUIR A SEGUNDA FRASE, QUE COMEÇA
COM “SERÁ TAMBÉM... POR:
A pena também será aumentada de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime é cometido
contra idoso ou vulnerável, considerada a relevância do resultado gravoso.

P. 866. INSERIR TEXTO ANTES DO PARÁGRAFO QUE COMEÇA


COM “APLICA-SE...
A pena prevista no § 2º-A deste artigo, considerada a relevância do resultado
gravoso, aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado
mediante a utilização de servidor mantido fora do território nacional, conforme
§ 2º-B, também acrescentado ao art. 171 do Código Penal através da Lei nº
14.155, de 27 de maio de 2021.

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Rogério Greco

P. 880. CRIAR NOVO TÓPICO 12.17 E RENUMERAR OS DEMAIS

12.17. Competência do estelionato praticado mediante depósito,


mediante emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos
em poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou mediante
transferência de valores
Diz o § 4º do art. 70 do Código de Processo Penal, com a redação que lhe foi
conferida pela Lei nº 14.155, de 27 de maio de 2021, verbis:

Art. 70. [...]


§ 4º Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-lei
nº 2.848, de 7 de dezembro de (Código Penal), quando
praticados mediante depósito, mediante emissão de
cheques sem suficiente provisão de fundos em poder
do sacado ou com o pagamento frustrado ou mediante
transferência de valores, a competência será definida
pelo local do domicílio da vítima, e, em caso de
pluralidade de vítimas, a competência firmar-se-á pela
prevenção.

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