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EQUAÇÃO DE ONDA:
UM FENÔMENO FÍSICO RESOLVIDO COM IDÉIAS DA MATEMÁTICA
EQUAÇÃO DE ONDA:
UM FENÔMENO FÍSICO RESOLVIDO COM IDÉIAS DA MATEMÁTICA
EQUAÇÃO DE ONDA:
UM FENÔMENO FÍSICO RESOLVIDO COM IDÉIAS DA MATEMÁTICA
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Alcibíades Gazzoni - Orientador (Unifra)
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Adilção Cabrini Beust (Unifra)
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Ana Maria Beltrame (Unifra)
RESUMO
Este trabalho teve por finalidade abordar uma das inúmeras relações entre a Física e a
Matemática. Neste contexto trabalhamos com a equação de onda, mais especificamente
equação de onda em uma dimensão com deslocamento inicial não-nulo, sendo impostas
condições de contorno e iniciais. Mas como a matemática está inserida neste problema físico?
Muitos problemas da física estão relacionados com Equações Diferenciais Parciais, sendo a
equação de onda, uma equação deste tipo, pois é composta por derivadas parciais. Assim a
equação de onda está sendo representada matematicamente por este modelo de equação. Para
o desenvolvimento deste trabalho foi necessário um estudo prévio sobre séries de Fourier
(séries trigonométricas de senos e/ou co-senos), pois diversos resultados destas séries são
usados no problema em questão. A análise dos resultados obtidos foi exposta sob forma de
exercício, sendo que uma visualização computacional da solução foi feita usando o software
Maple. Conseguiu-se, assim, analisar mais objetivamente de maneira gráfica tudo o que foi
desenvolvido analítica e algebricamente.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................6
2 REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................................................7
3 METODOLOGIA..................................................................................................................23
CONCLUSÕES .......................................................................................................................23
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................................24
6
1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
os méritos de cada uma, e relações entre elas, eram discutidas, algumas vezes
acaloradamente, em uma série de artigos durante mais de 25 anos. Os pontos
principais em discussão tratavam da natureza de uma função e dos tipos de funções
que podem ser representadas por séries trigonométricas. Essas questões não foram
resolvidas até o século XIX.
Estas séries são ferramentas muito importantes para o estudo proposto neste trabalho.
Conforme MATTOS (2001, p. 95),
As séries de Fourier aparecem no estudo de modelos físicos que descrevem
pequenas oscilações de uma corda elástica e de uma membrana, como também no
fenômeno de condução do calor em uma barra. Alguns resultados básicos sobre as
séries de Fourier são necessários quando se estudam os modelos que descrevem tais
fenômenos.
Como já foi dito anteriormente, séries de Fourier são séries que representam uma
função como uma série infinita de senos e ou co-senos, ou seja, séries trigonométricas.
Para estudar as séries de Fourier certas propriedades das funções trigonométricas
devem ser observadas, tais como, o período dessas funções, bem como sua ortogonalidade.
Conforme FIGUEIREDO (1977, p. 12) “Uma função f :R Ré
a0 m x m x
a m cos bm sen ,
2 m 1 L L
1 L
a0 f x dx,
L L
1 L m x
am f x cos dx, com m 0,1,2,.... e
L L L
1 L m x
bm f x sen dx, para m 1,2,3,....
L L L
Em particular as funções:
m x m x
sen e cos , m 1,2,3,....,
L L
têm o período comum, igual à 2L. Para verificar isso, sabendo que o período do seno e do co-
2
seno é igual a 2 , então o período fundamental de sen x e do cos x é , chamando de
m
, o período de sen x e cos x será
L
2 L 2L
T ,
m m
m x m x
sen e cos vale 2L.
L L
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u, v u ( x)v( x)dx.
u ( x)v( x)dx 0.
m x m x
sen e cos
L L
L
m x n x 0, m n,
cos cos dx
L
L L L, m n;
L
m x n x
cos sen dx 0, para todo m,n;
L
L L
L
m x n x 0, m n,
sen sen dx
L
L L L, m n.
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m x
multiplicar a série por sen , integrar em x de L a L e, se a integração puder ser feita
L
m x
termo a termo, teremos bm . Analogamente, ao multiplicar a série por cos obteremos o
L
coeficiente a m .
Conforme BUTKOV (1968, p. 291) “Muitos problemas físicos podem ser formulados
por meio de equações diferenciais em que aparecem funções de mais de uma variável,
chamadas equações diferenciais parciais”. Sendo a equação de onda formada por mais de
uma variável, ela está inserida no contexto de EDP’s.
A equação de onda em uma dimensão espacial pode ser deduzida do seguinte modo:
imagina-se uma corda perfeitamente elástica esticada entre dois pontos; que T ( x, t )
represente a tensão na corda e supõe-se que a corda esteja no eixo das abscissas, com suas
extremidades em x 0e x L.
A lei de Newton, aplicada ao elemento x da corda, diz que a força externa total,
devido à tensão nas extremidades do elemento, tem que ser igual ao produto da
massa do elemento pela aceleração de seu centro de massa. Como não há
aceleração horizontal, as componentes horizontais têm que satisfazer
T x x, t cos T x, t cos 0.
_
V (x x, t ) V ( x, t )
u tt ( x, t ).
x
V x ( x, t ) u tt ( x, t )
V ( x, t ) H (t )tg H (t )u x ( x, t ).
Então,
V x ( x, t ) u tt ( x, t )
será igual à
( Hu x ) x u tt
e sendo H independente de x,
Hu xx u tt .
a 2 u xx u tt ,
a 2 (u xx u yy u zz ) utt .
Todas essas considerações estão representadas no sistema que descreve este fenômeno:
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onde f e g são funções dadas. Para que as condições de contorno, posição inicial e velocidade
inicial da corda sejam consistentes, é necessário também, supor que
f (0) f ( L) 0, g (0) g ( L) 0.
u( x, t ) X ( x)T (t ).
X" 1 T"
Substituindo u na equação a 2 u xx u tt , obtém-se a 2 X "T XT ' , ou seja, ,
X a2 T
que é uma expressão com variáveis separadas. Para que esta equação seja válida é preciso que
ambos os lados sejam iguais a uma mesma constante. Assim
16
X" 1 T"
,
X a2 T
X (0) 0
X (L) 0.
Usando a equação:
u ( x, t ) X ( x)T (t )
em u t (x,0) 0, constata-se que T (t ) tem que satisfazer a condição inicial T ' (0) 0.
X" X 0
com as condições de contorno
X (0) 0, X (L) 0
e resolve-se a equação
T" a2 T 0
com a condição inicial
T ' (0) 0.
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n2 2
L2 , n 1,2,...,
tem-se que:
n2 2
a2
T" T 0.
L2
Portanto,
n at n at
T (t ) k1 cos k 2 sen ,
L L
onde k 1 e k 2 são constantes arbitrárias. A condição inicial T ' (0) 0 implica que k 2 0,
logo T (t ) tem que ser proporcional a,
cos(n at L).
Assim, as funções:
n x n at
u n ( x, t ) sen cos , n 1,2,...,
L L
u (0, t ) 0, u ( L, t ) 0, t 0
dado.
Para satisfazer u( x,0) f ( x), considera-se uma superposição das soluções
fundamentais
n x n at
u n ( x, t ) sen cos , n 1,2,...,
L L
com coeficientes adequadamente escolhidos.
18
n x n t
u ( x, t ) c n u n ( x, t ) c n sen cos .
n 1 n 1 L L
A condição inicial u ( x,0) f ( x) implica que
n x
u ( x ,0 ) c n sen f ( x).
n 1 L
n x n x
sen cos
L L
na equação:
n x n at
u n ( x, t ) sen cos , n 1,2,...
L L
2L
é periódica no tempo com período ; ela representa, portanto, um movimento vibratório da
na
n a n a
corda com esse período, ou com freqüência . As quantidades a para n 1,2,...,
L L
são as freqüências naturais da corda, ou seja, freqüências nas quais a corda vibra livremente.
n x
O fator sen representa o padrão de deslocamento que ocorre na corda ao vibrar na
L
freqüência dada. Cada padrão de deslocamento é chamado um modo natural de vibração e é
19
2L
periódico na variável espacial x; o período espacial é chamado o comprimento de onda
n
n a
do modo de freqüência .
L
Vamos considerar uma corda vibrante de comprimento L 18 que satisfaz a equação de onda
9u xx u tt , 0 x 18, t 0
u (0, t ) u (18, t ) 0, t 0
u ( x,0) f ( x), u t ( x,0) 0, 0 x 18
com as extremidades da corda fixas e vamos supor que a corda é deslocada em movimento
sem velocidade inicial e da posição inicial:
2 x / L, 0 x L / 2,
u( x,0) f ( x)
2( L x) / L, L / 2 x L
Resolução:
n x n t
u ( x, t ) c n u n ( x, t ) c n sen cos .
n 1 n 1 L L
20
2 L n x
cn f ( x) sen dx, n 1,2,....
L 0 L
Usando a condição:
2 x 18 , 0 x 18 2 ,
u( x,0) f ( x)
2(18 x) 18 , 18 2 x 18
na equação c n , obtemos:
2 9 2x n x 2 18 18 x n x
cn sen dx sen dx.
18 0 18 18 18 9 9 18
Estas integrais podem ser calculadas integrando-se por partes e obtendo-se assim o
valor de c n :
4 n 8 n 0, n par
cn .2 sen . sen
n2 2
2 n2 2
2 8( 1) n 1
n2 2
, n ímpar
8 1 n n x n t
u ( x, t ) 2 2
sen sen cos
n 1 n 2 18 6
3 METODOLOGIA
CONCLUSÕES
A partir deste estudo, pode-se concluir que as equações diferenciais parciais são muito
importantes em diversos campos, como na física, modelando vários tipos de problemas
relacionados com esta área. No desenvolvimento do estudo proposto, ferramentas muito úteis
foram usadas para a construção do que se tratou neste tema, dentre elas as séries de Fourier,
séries trigonométricas que aparecem em problemas envolvendo equações diferencias parciais,
expressando funções bastante complicadas em termos mais simples envolvendo senos e ou
co-senos. Utilizou-se método da separação de variáveis para resolver o problema da corda
elástica com deslocamento inicial não-nulo, juntamente com as condições de contorno e
condições iniciais. A partir deste método resultaram duas equações diferenciais ordinárias as
quais aplicando conhecimentos de equações diferenciais ordinárias foram resolvidas, e, logo
após, aplicando resultados das séries de Fourier chegou-se a solução do problema de equação
de onda proposto.
24
Pelo que foi visto neste trabalho conclui-se que a matemática possibilitou analisar
algebricamente, analiticamente e graficamente uma situação-problema, evidenciando como a
matemática e a física se unem em um determinado contexto para encontrar a solução do
problema, e assim compreender um fenômeno que ocorre no cotidiano das pessoas, como o
que foi aqui estudado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MATTOS, Marivaldo P. Séries e Equações Diferenciais. 1ª edição. São Paulo: Ed. Afiliada,
2002.