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31/07/2018 Torne-o Seu: Improvisação no Espaço Público | RioOnWatch

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Torne-o Seu: Improvisação no Espaço Público

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31/07/2018 Torne-o Seu: Improvisação no Espaço Público | RioOnWatch

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Esta matéria é a última de uma série de três que exploram a arquitetura dos bons espaços públicos, as métricas intangíveis que dão ao espaço público um senso de
lugar, com base em entrevistas, em vídeo, com Fred Kent. Esta última matéria desta série explora a improvisação no espaço público. Leia a matéria original em
inglês no site Projeto por Espaços Públicos (PPS) aqui. O RioOnWatch traduz matérias do inglês para que brasileiros possam ter acesso e acompanhar temas ou
análises cobertos fora do país que nem sempre são cobertos no Brasil.

“A terra inteira está uma prisão e nós estamos tramando uma incrível fuga de presos.” — Wavy Gravy

Quando alguém entra em um espaço público, o primeiro instinto é de encontrar um lugar para si–ou de criar um. Os melhores locais públicos abraçam essa
necessidade humana de improvisar.

Pessoas querem customizar suas experiências, e se sentirem em casa em locais públicos. Desde como as pessoas se sentam até como interagem entre si, a grande
“dança” dos espaços públicos só é possível com espaço para uma imersão substancial, troca de companhias, ou uma mudança de estilos. O elemento mais importante
de um grande lugar é como as pessoas o usam–não o design propriamente dito, mas as atividades emergentes, movimentos e interações que ele facilita.

Um espaço público que inspira improvisação é rico em “affordances” (oportunidades), um termo psicológico para aquelas coisas no ambiente que acenam para nós
interagirmos. Por exemplo, uma cadeira móvel oferece muito mais oportunidades que um banco. Embora você possa certamente sentar num banco, porém muitos
são desenvolvidos especialmente para desencorajar qualquer outro tipo de atividade–não poder pegar e mover, sem suportes para alimentação, beber ou trabalhar,
não poder deitar, sem poder escolher a sua distância de estranhos. Por outro lado, cadeiras móveis chamam para mais do que apenas sentar; elas também podem se
tornar uma mesa improvisada, espaço de trabalho, descanso de pé, ou até serem reorganizadas para criar instantaneamente uma situação social melhor.

Espaços públicos moldam e são moldados pela improvisação–quer percebamos ou não. “Placemaking (criação de lugares) é uma habilidade inata que todos nós
possuímos” disse Fred Kent no vídeo ao final do texto. “Todos nós sabemos o que é um bom lugar. Todos nós vamos a bons lugares. Nós todos florescemos nesses
lugares”. Apesar dos lugares públicos nunca estarem finalizados, eles chegam perto de seu objetivo principal quando as pessoas se consideram donas e parte deste
local.

Segue os nossos cinco principais indicadores de improvisação em espaços públicos:

1. Ajustes
Talvez a necessidade de uma experiência personalizada em espaços públicos seja o motivo de cadeiras movíveis serem a melhor opção para se sentar em locais
públicos. Fora o fato de serem mais econômicas que bancos, elas proporcionam a quem se senta a chance de colocar os pés para cima e de se ajeitarem como
desejarem. William H. Whyte foi um proponente das cadeiras móveis, notando que a maioria das pessoas as move meros centímetros antes de se sentarem–
sinalizando uma “distância social” educada de estranhos, e criando sua própria experiência única do local público.

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2. Triangulação
Um ótimo local público é mais do que a soma de suas partes, e triangulação é de onde esse valor agregado vem. Triangulação se refere a forma que “usos” podem
ser estrategicamente posicionados e desenvolvidos para gerar usos adicionais. Por exemplo, um lugar para sentar é útil, mas ele gera mais usos quando está
posicionado em frente a algo que se possa assistir, e terá muito mais usos se você poder pegar algo para comer ou beber nas redondezas também. Nenhum desses
usos individuais são tão efetivos sozinhos. Maior triangulação abre mais oportunidades para improvisações.

Desde metrôs lotados até parques, a triangulação vai as alturas quando artistas de rua entram em cena. A adição de música, dança, ou qualquer forma de
entretenimento pode conectar estranhos e encorajar interações imprevisíveis. Artistas de rua solicitam voluntários envergonhados, músicos criam suas canções para
os pedestres que estão passando, crianças dançam junto e estranhos comentam sobre algo incrível ou terrível que eles acabaram de presenciar juntos.

3. Atividades informais

A improvisação não é apenas para artistas de rua. Quando acessórios de casa, como jogos, mesas de carteado, tapetes de yoga e toalhas de piquenique começam a
brotar nos locais públicos, é uma mostra de que as pessoas estão transformando este lugar em algo que atenda a necessidade delas. Quando pessoas levam elementos
de fora para um lugar, elas estão demonstrando o senso de propriedade compartilhada e apego a isso.

Bem frequentemente esse tipo de atividade é proibida ou desencorajada. Permitir ou até cultivar atividades além dos planos oficiais do designer ou do administrador
é uma forma infalível de transformar um lugar vazio em um destino multiuso. Reuniões de grupos comunitários de base, partidas de xadrez e encontros–deixa uma
centena de flores desabrocharem.

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4. Encarapitar
Quando as pessoas não encontram um bom lugar para se sentar, elas geralmente recorrem a “se encarapitar”, improvisando seus assentos em postes de amarração,
bancas de jornal, hidrantes, cercas, e até nas próprias malas e mochilas! Encarapitar é um claro sinal de que algo está faltando. Quando a improvisação do usuário
adiciona o uso acima e além do que os designers e administradores proporcionaram, um espaço público está bem em sua jornada em se tornar um lugar. Mas quando
usuários tem que improvisar para conseguir suas necessidades humanas básicas, algo está errado. Sentar é algo no qual as pessoas não devem ter que improvisar.

5. Linhas de desejo

Defensores do design urbano voltado ao usuário, como Jane Jacobs e Stewart Brand, costumam contar um conto apócrifo de um designer encarregado de colocar os
caminhos no gramado principal de um campus universitário. Reconhecendo quão mal os projetistas costumam prever onde as pessoas querem andar, o sábio
designer esperou até a primeira nevasca e observou por onde as pessoas fizeram seus caminhos antes de coloca-los no gramado.

Esses caminhos criados pelo usuário são chamados de linhas de desejo. Na ausência de um sábio designer ou administrador, elas são outro exemplo de improvisação
como um sinal de falta de algo. Em espaços públicos mal projetados, o tráfego intenso dos usuários traça caminhos “não-oficiais” na paisagem. Numa tentativa
desesperada de proteger grama preciosa, a resposta mais frequente é bloquear esses caminhos com todo tipo de cordas, cercas, sinais, mas muitas vezes os caminhos
persistem–e por boas razões. Linhas de desejo são um grito coletivo para uma melhor usabilidade.

Espaços públicos precisam refletir as manhas e personalidades de seus usuários. Sem improvisação, os espaços públicos seriam estéreis, espaços quietos, sem nunca
viver todo o seu potencial. O que seria da Union Square sem jogos de xadrez improvisados? Washington Square Park sem artistas na fonte drenada? É a
improvisação que torna os espaços públicos musicais, falantes e fantasticamente vivos.

Em inglês, o vídeo que acompanha a série original:

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Série Completa: Arquitetura dos Bons Espaços Públicos


Parte 1: O Espaço Público É Para O Afeto
Parte 2: Entre em Sua Zona de Conforto: Cinco Indicadores de Conforto em Espaços Públicos
Parte 3: Torne-o Seu: Improvisação no Espaço Público

área de lazer
Direito à Cidade
espaço comunitário
espaço público
espaços verdes
informalidade
planejamento urbano
qualidade de vida
qualidades da informalidade
Série
Série: Arquitetura dos Espaços Públicos
solução
tradução
urbanismo

Este artigo foi escrito por Project for Public Spaces, e publicado em 19/06/2018.
Tradução por Fabrício Salles. This article originally appeared on Project for Public Spaces. em #UrbanismoPopular, Soluções, Sustentabilidade, Traduções

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Sobre

Em maio de 2010, a Comunidades Catalisadoras (ComCat) lançou o RioOnWatch (originalmente Rio Olympics Neighborhood Watch, ou Comunidades do Rio de
Olho nas Olimpíadas), um programa para trazer visibilidade às vozes das favelas no período que antecedeu as Olimpíadas de 2016. Esse site de notícias, que se
tornou uma referência necessária e singular, apresenta as perspectivas das favelas sobre transformações urbanas do Rio. Com matérias variadas e profundamente
interligadas–produzidas por uma mistura de jornalistas comunitários, moradores, repórteres solidários, observadores internacionais e pesquisadores acadêmicos–
trabalhamos para gerar uma imagem mais precisa das favelas, de suas contribuições para a cidade e do potencial desenvolvimento comunitário liderado por favelas
no Rio e no mundo todo.

Contato

contato@rioonwatch.org.br
Brasil +55.21.991.976.444
EUA VOIP +1.301.637.7360

Agradecimentos especiais*

Fundação Heinrich Böll Brasil


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Fala Manguinhos
Forum Grita Baixada
Ecocity Builders
Faster Forward Fund
D3 for Change
Brookings Institution
Vance Center – International Justice
Lincoln Institute of Land Policy
The Land Alliance
Humans of New York
Yale School of Architecture
American Society for Aesthetics

*Cada um destes grupos fortaleceu de alguma forma o nosso trabalho ao longo do último ano.

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