Você está na página 1de 12

1

ARBITRAGEM NO DIREITO: UMA ANÁLISE DOS PRINCIPAIS PONTOS

1
Cristina Guimarães Ribeiro Comparini

RESUMO
O presente artigo se refere a uma investigação qualitativa, na qual são analisadas as principais
pontos da arbitragem, partindo do seu contexto histórico até sua autenticação por meio da legislação
no ano de 1996. O objetivo do artigo é analisar os principais pontos da arbitragem no direito e sua
importância para a área forense. A metodologia empregada é a bibliográfica qualitativa com pesquisa
em artigos com temas semelhantes, sites especializados e bibliografias. A justificativa para o tema é a
utilização da arbitragem em diversas áreas do direito, assim tornando viável a solução de diversos
conflitos. Assim conclui-se que o objetivo deste artigo foi atingido e a arbitragem é uma ferramenta
indispensável para o judiciário nacional como uma forma de desafogar os juízes com tantos
processos e consequentemente as demoras.
Palavras-chave: Arbitragem. Forense. Direito

ABSTRACT
This article refers to a qualitative investigation, in which the main points of arbitration are analyzed,
starting from its historical context until its authentication through legislation in 1996. The objective of
the article is to analyze the main points of arbitration in law and its importance to the forensic field. The
methodology used is the qualitative bibliography with research on articles with similar themes,
specialized websites and bibliographies. The justification for the theme is the use of arbitration in
several areas of law, thus making the solution of various conflicts viable. Thus, it is concluded that the
objective of this article has been achieved and arbitration is an indispensable tool for the national
judiciary as a way to relieve judges with so many processes and, consequently, delays.
Keywords: Arbitration. Forensic. Right

11
- Bacharel em Direito pela UEMG - Universidade do Estado de Minas Gerais – Pós-graduada em
Direito Contratual pela instituição LGV - Luiz Flávio Gomes e pós-graduanda em Direito Ambiental
pela instituição FGV – Fundação Getúlio Vargas. Gestora do jurídico interno da Alsol Energias
Renováveis - Energisa - Uberlândia/MG. E-mail: cristina.comparini@alsolenergia.com.br.
2

INTRODUÇÃO

A arbitragem não é um conceito novo, sua origem se dá na Grécia Antiga,


onde conflitos eram solucionados por um mediador e com um laudo arbitral, essa
evolução se deu com o tempo e a arbitragem ganhou espaço e destaque no âmbito
forense e assim faz frente a justiça por conta da sua celeridade e acesso fácil.
A arbitragem no Brasil foi regulamentada pela Lei 9.307/96, onde o seu objeto
para atuação é o direito disponível e possui como objetivo solucionar conflitos entre
as partes de maneira rápida e clara. A arbitragem é um método que deve ser
manifestado pelas partes do conflito e não uma obrigação imposta.
Dessa forma o artigo possui como justificativa a abrangência da arbitragem
que compreende várias áreas do direito nacional, assim se tornando uma ferramenta
viável para que a justiça não se sobrecarregue com tantos processos, sendo que
alguns são de fácil resolução sem a necessidade da burocracia forense.
Dessa forma, o objetivo do artigo é analisar os principais pontos da
arbitragem considerando sua abrangência e legislações que vigoram e para se
chegar nosresultados a metodologia empregada é a bibliografia qualitativa com
pesquisas em artigos científicos, sites de direito e bibliografias relacionadas ao tema.

1. PRINCIPIO DA IMPARCIALIDADE LIVRE E CONVENCIMENTO DO ÁRBITRO

Um dos principais requisito para garantir a idoneidade do processo é que o


árbitro seja imparcial, ou seja, que o árbitro possua uma conduta neutra e direcione
o diálogo para uma solução pacífica que esteja de bom tamanho para ambas as
partes.
Assim o árbitro não poderá levar em sua decisão alguns fatores como ofertas
maliciosas (suborno), o gênero sexual e nem benefícios próprios, o próprio artigo 14
§ 1º da Lei de Arbitragem, o árbitro ainda na fase de consulta deve expor sua
conduta ilibada e imparcial.
Como nos ensina Alexandre Freitas Câmara (p. 136):
A supremacia decorre do fato de o processo ser um instrumento de
exercício do poder soberano do Estado, através de uma de suas
manifestações, qual seja, a jurisdição. Já a equidistância, que nada mais é
3

do que a demonstração gráfica da imparcialidade, é corolário da


substitutividade, que, como se viu, é uma das características essenciais da
jurisdição. Sendo certo que, no exercício da função jurisdicional, substitui o
Estado a atividade dos titulares dos interesses que lhe são submetidos, não
se poderia admitir que tal substituição se desse de modo parcial. A
imparcialidade é requisito essencial para que se possa ter como legítima a
atuação estatal no processo.

Com relação ao princípio do livre convencimento do árbitro o árbitro tem a


liberdade para apreciação e avaliação das provas com relação aos argumentos
provenientes do tribunal arbitral. O livre convencimento consiste assim em uma
decisão com base em motivação, que ocorre por meio de provas, fatos e
argumentos apresentados. Assim a equidade é um compromisso do árbitro, assim
como ocorre na justiça comum.
Ainda que não esteja convencido dos fatos relatados, o árbitro neste caso não
pode deixar de julgar, assim fica facultado o direito a produção de provas as quais o
árbitro julgar necessário para chegar a um denominador da verdade.

2. PRINCIPIO DA IGUALDADE

A igualdade é retratada como sendo uma paridade entre as partes no conflito.


Assim, sendo a igualdade estabelecida pela Lei 9.307/96, permanece em uma
dimensão estática, dificilmente superável. 
O princípio da igualdade pressupõe que as pessoas colocadas em situações
diferentes sejam tratadas de forma desigual: “Dar tratamento isonômico às partes
significa tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na exata medida
de suas desigualdades” (NERY JUNIOR, 1999, p. 42).
Logo, as partes devem ser tratadas por igual, a proteção não deve se
estender para nenhuma das partes, uma vez que a igualdade é um princípio
constitucional
Assim sendo as partes devem ser tratadas de maneira igual, a proteção não
deve existir para nenhum dos lados. Como exemplo da importância da igualdade o
artigo 5º, caput, da Constituição Federal, in verbs “Todos são iguais perante a lei,
sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade”.
4

O artigo 5º, caput, da Constituição Federal assegura mais do que uma


igualdade formal perante a lei, mas, uma igualdade material que se baseia em
determinados fatores. O que se busca é uma igualdade proporcional porque não se
pode tratar igualmente situações provenientes de fatos desiguais. “O raciocínio que
orienta a compreensão do princípio da isonomia tem sentido objetivo: aquinhoar
igualmente os iguais e desigualmente as situações desiguais” (BULOS, 2002, p. 79).
No que tangem a arbitrariedade a igualdade estabelece que ambas as partes
devem ter as mesmas oportunidades de indicar os árbitros, a produção de provas, a
exposição e validação das suas próprias convicções, sem o recurso de privilégios.

3. PRINCIPIO DO CONTRADITÓRIO

Os princípios do procedimento arbitral estão previstos no § 2º do art. 21 da Lei


nº 9.307, de 23 de setembro de 1996, o qual nada foi alterado pela Lei nº 13.129, de
2015, visto que tratam-se de princípios.

Art. 21. A arbitragem obedecerá ao procedimento estabelecido pelas partes


na convenção de arbitragem, que poderá reportar-se às regras de um órgão
arbitral institucional ou entidade especializada, facultando-se, ainda, às
partes delegar ao próprio árbitro, ou ao tribunal arbitral, regular o
procedimento.

§ 1º Não havendo estipulação acerca do procedimento, caberá ao árbitro ou


ao tribunal arbitral discipliná-lo.

§ 2º Serão, sempre, respeitados no procedimento arbitral os princípios do


contraditório, da igualdade das partes, da imparcialidade do árbitro e de seu
livre convencimento.

§ 3º As partes poderão postular por intermédio de advogado, respeitada,


sempre, a faculdade de designar quem as represente ou assista no
procedimento arbitral.

§ 4º Competirá ao árbitro ou ao tribunal arbitral, no início do procedimento,


tentar a conciliação das partes, aplicando-se, no que couber, o art. 28 desta
Lei.

Esse princípio é representado pela informação e juntamente a possibilidade


de manifestação. Assim sendo uma parte tem ciência dos atos relacionados ao
processo e assim pode se manifestar a favor ou contra. Assim seguindo o princípio
da igualdade a oportunidade é dado para ambas as partes.
5

Segundo Carlos Alberto Carmona (2009), uma visão mais moderna do


princípio do contraditório, permite que as partes participem da formação do
convencimento do julgador. Porém, este não deve tomar decisões acerca de pontos
fundamentais do litígio sem provocar debate a respeito, tendo em vista que somente
assim será assegurada ás partes a efetiva possibilidade de influenciar no desfecho
do julgamento.
O contraditório ainda que um princípio não expresso com menção na
legislação, é imprescindível que a ampla defesa constitua uma garantia mínima da
arbitrariedade, uma vez que não existe um contraditório sem defesa, e a ampla
defesa é uma ferramenta do contraditório.

4. PRINCIPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE

Esse princípio diz respeito à vontade das partes, assim a pessoa tem a
liberdade da prática do ato jurídico. Assim sendo determinando o conteúdo, a forma
e os efeitos. No artigo 2º da LA: “A arbitragem poderá ser de direito ou de equidade,
a critério das partes”.
Por oportuno, nos reportamos aqui às lições do professor Francisco Amaral
(p. 334/335), segundo o qual:
Para o direito, a vontade tem especial importância, porque é um dos
elementos fundamentais do ato jurídico. [...] A possibilidade de a pessoa
agir de acordo com sua vontade, podendo fazer ou deixar de fazer algo,
chama-se liberdade, que, sendo conceito plurívoco, extremamente
complexo compreende várias espécies, como a liberdade natural, a social
ou política, a pessoal e a jurídica, que é a que nos interessa.
A liberdade jurídica é a possibilidade de a pessoa atuar com eficácia
jurídica. Sob o ponto de vista do sujeito, realiza-se no poder de criar,
modificar ou extinguir relações jurídicas. Encarada objetivamente, é o poder
de regular juridicamente tais relações, dando-lhes conteúdo e efeitos
determinados, com o reconhecimento e a proteção do direito.
A esfera de liberdade de que o agente dispõe no âmbito do direito privado
chama-se autonomia, direito de reger-se por suas próprias leis. Autonomia
da vontade é, assim, o princípio do direito privado pelo qual o agente tem a
possibilidade de praticar um ato jurídico, determinando-lhe o conteúdo, a
forma e os efeitos. [...]

Como a jurisdição arbitral deve ser provocada, ou seja, não é auto


movimentada, essa depende da provocação das partes, nesse sentido o princípio da
autonomia é o passo inicial que precisa ser dado. No julgamento do Recurso
6

Especial nº 1.288.251 – MG, o relator do caso, Ministro Sidnei Beneti, utilizando-se


de expressão cunhada pela 12ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas
Gerais (APC nº 1.0003.09.030673-3/001), chega a afirmar que “a autonomia da
vontade é o sustentáculo da validade da cláusula arbitral”.

5. ARBITRAGEM X MEDIAÇÃO X CONCILIAÇÃO

A arbitragem é um forma na qual um das partes a provoca e diante de um


litigio, esse será resolvido perante um árbitro, dessa forma o judiciário não se
envolve e não ocorre uma decisão com a força de uma sentença judicial. Segundo
Roque Caivano (2012, p.228):

“O Estado, nas organizações sociais, manifesta sua soberania ao


estabelecer os órgãos encarregados de tratar os conflitos surgidos e,
portanto, de exercer função jurisdicional, expressão da autoridade e poder
estatal. Mas, não obstante, sempre ao lado dos juízes estatais, os
particulares puderam exercer funções similares, impondo tratamento para
os conflitos que, preenchidas determinadas condições, gozam em geral da
mesma proteção jurídica que as sentenças dos magistrados

A mediação é uma espécie de aproximação das partes em um conflito, o


mediador não irá propor uma solução, mas essa aproximação é uma possibilidade
para que um diálogo seja aberto entre as partes litigantes.
De forma diversa, o modelo facilitativo preconiza que o mediador use
estratégias (como o uso de perguntas) para favorecer o diálogo entre as partes,
sendo sua função aumentar e melhorar a comunicação entre as pessoas para que
elas mesmas possam decidir o que é melhor para ambas (SALES, 2012)
A conciliação como seu próprio nome sugere é uma autocomposição, na qual
as partes se apresentarão para um solução do litigio, assim sendo apenas uma
possível formalização de acordo, o que significa que nenhuma das partes tem
obrigação de acatar a decisão, o que se diferencia da arbitragem para a qual o
árbitro impõe a solução do conflito.
Segundo o dispositivo projetado (CPC, Art. 166. § 3º) o conciliador atuará
preferencialmente nos casos em que não tiver havido vínculo anterior entre as
partes e poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedado que se valha de
qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem.
7
8

6. ARBITRAGEM NOS RAMOS DO DIREITO

Figura 1 – Ramos do direito e a arbitragem

DIREITO DO
CO N SU M ID O R

DIREITO
TRABALHISTA

Fonte: Autoria Própria

6.1 Direito do Consumidor

O Código de Defesa do Consumidor (CDC) é o dispositivo legal que regula as


relações de consumo em âmbito nacional, a lei foi criada em 11 de setembro de
1990, na qual a Lei 8078/90, o que representa uma vitória para os direitos sociais,
assim o consumidor tem um dispositivo para sua proteção e defesa no processo de
compra.
Esse código estabelece uma medicação legal na qual o consumidor seja ele
pessoa física ou jurídica que é o destinatário final de um produto ou serviço tem
prerrogativas legais para questionar vícios e defeitos em produtos e serviços.
Segundo o Código do Consumidor no Capítulo III (Dos Direitos Básicos do
Consumidor), em seu art. 6º, os direitos básicos do consumidor são: 
VII. o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à
prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais,
coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e
técnica aos necessitados; 
9

VIII. a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a 76 inversão do


ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for
verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras
ordinárias de experiências; 

Ainda Segundo o artigo 51, VII da Lei 8.078/1990: determinem a utilização


compulsória de arbitragem; neste sentido a arbitragem não pode ser imposta nas
relações de consumo, caso ocorra seria nula, isso porque o referido código
considera o consumidor a parte frágil da relação, o que iria contra o princípio da
igualdade imposta pela lei de arbitragem 9.307/96. E ainda seria contrário ao art. 4º,
IV do Código de Defesa do Consumidor prevê e incentiva a criação e utilização de
mecanismos alternativos de solução de conflito.
Ainda assim a doutrina buscando uma relação de equilíbrio contratual os
doutrinadores afirmam que o CDC não proibiu a arbitrariedade, mas limitou o que
chamam de “instituição compulsória”, assim o autor Nelson Nery Junior afirma o
seguinte:
O juízo arbitral é importante fator de composição dos litígios, razão porque o
Código não quis proibir sua constituição pelas partes do contrato de
consumo. A interpretação a contrário sensu da norma sob comentário indica
que, não sendo determinada compulsoriamente, é possível institui-se a
arbitragem. (NERY JUNIOR, 2001, p. 525).

6.2 Direito Trabalhista

O direito trabalhista ou do direito do trabalho é um ramo do direito que tem por


objetivo regular as relações entre empregadores e empregados e constitui um dos
mais importantes ramos do direito nacional para preservar a justiça na sociedade e
nas relações de trabalho.
A função normativa do Direito do Trabalho trata das relações de trabalho e
possíveis controvérsias. O Direito do Trabalho exerce a função de tutela, assim
protege a parte mais frágil da situação: o empregado, essa tutela provém de normas
trabalhistas. A função social do Direito do Trabalho diz respeito a solução de
conflitos trabalhistas, assim a doutrina defende que ele não tem função econômica,
mas social. Outros autores defendem a função econômica, pois o contrato de
trabalho tem a função econômica e não social. O direito do trabalho em sua função
coordenadora relaciona o capital e o trabalho como elementos de coordenação e
10

harmonia. Essa função conservadora trata da liberdade do empregado em tomar


suas decisões relativas ao seu emprego (ORTIGARA, 2018).
O caso da arbitragem no direito trabalhista é o mesmo que se aplica no direito
do consumidor, a parte mais frágil por ser o trabalhador acaba inviabilizando sua
aplicação neste ramo, ainda assim existem brechas na lei para sua aplicação e um
meio importante para desafogar tantos processos na área forense, o que impacta na
demora para sentenças e soluções.
Segundo o Conselho Nacional de Justiça – CNJ, em seu relatório de 2010 a
justiça do trabalho recebeu o total de 2.608.870 casos novos, sendo uma média de
1350 casos para cada 100.000 habitantes. O processo trabalhista em regra é célere,
porém tende a ficar moroso, haja vista, o imenso número de demandas a serem
julgadas. No mesmo relatório, pode-se verificar que a justiça do trabalho tem
custado aos cofres públicos à importância de pelo menos R$ 10.673.100.893, um
número assustador que deve ser levado em consideração para análise do presente
artigo.
Maurício Godinho Delgado (2007) afirma o seguinte:
Há dispositivos na ordem jurídica do país que se referem à presença da
arbitragem no âmbito do Direito Individual do trabalho. Mas a efetiva
validade desse mecanismo de solução de conflitos nesse segmento jurídico
especializado não é inteiramente destituída de dúvidas. Duas regras
importantes podem ser mencionadas. De um lado, o (...) art. 23 § 1º, da Lei
do Trabalho portuário (n. 8630/1993) que inclusive prevê a obrigatoriedade
da arbitragem de ofertas finais nos casos que regula. De outro lado, há o
estatuto do Ministério Público (Lei complementar n. 75, de 1993), que
conferiu legitimidade aos membros do Ministério Público do Trabalho para
que atuem, como árbitros, em lides trabalhistas de caráter individual (art. 83,
XI, LC 75). Trata-se, aqui, de arbitragem meramente facultativa, à escolha
das partes contratuais trabalhistas (2007, pág. 1452).

Sobre a possibilidade de arbitragem em conflitos trabalhistas doutrinadores


entendem que direitos adquiridos após o processo de demissão como férias, 13º e
salário são objetos de transação. Quando se trata de conflitos coletivos o artigo 114
da CF/88 cita em seu §1º que frustrada a negociação coletiva, as partes poderão
eleger árbitros, ainda cabendo arbitragem em conflitos de greve trabalhista e
participação no resultados (lucros).
11

CONCLUSÃO

A arbitragem é um método importante para a solução de conflitos, o que


representa um método mais eficiente e rápido que desafoga a justiça, uma das
partes pode se manifestar e provocar a arbitragem dentro de um litigio para que
ocorra a arbitragem o árbitro nomeado deve ser imparcial, ético e mantenha um
equilíbrio nas relações para que ambas as partes saiam satisfeita.
Cabe destacar que o direito do trabalho e do consumidor são responsáveis
por um grande número de processos nas instâncias forenses e por esse motivo, as
leis devem ser atualizadas com a possibilidade da solução dos litígios por meio da
arbitragem, ainda que consumidor e trabalhador seja a parte frágil da relação direitos
adquiridos são objetos de transação e não podem ser excluídos, assim orientando o
trabalho do árbitro e consequentemente desafogando os tribunais e dando
celeridade a processos.
Assim conclui-se que o objetivo deste artigo foi atingido e a arbitragem é uma
ferramenta indispensável para o judiciário nacional como uma forma de desafogar os
juízes com tantos processos e consequentemente as demoras. Cabe refletir que a
decisão arbitral possui um efeito semelhante a sentença judicial, assim as partes
devem cumprir o que foi estabelecido.
12

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei Nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. Dispõe sobre a proteção do


consumidor e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 12 de set.
1990.

BRASIL. Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996. Dispõe sobre a arbitragem.


Diário Oficial da União, Brasília, 24 de set. 1996.

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial n° 1288251 MG


2011/0250287-8. Relator: Ministro Sidnei Beneti. Brasília, 9 de outubro de 2012.

BULOS, Uadi Lammego. Constituição Federal anotada. São Paulo: Saraiva, 2002.

CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de direito processual civil, volume I. Rio de


Janeiro: Editora Lumen Juris, 2009.

CARMONA, Carlos Alberto. Arbitragem e processo: um comentário à Lei n°


9.307/96. São Paulo: Atlas, 2009.

DAMIANO, HENRIQUE. Formas extrajudiciais de solução dos conflitos


individuais do trabalho. Disponível
em: http://bdjur.stj.gov.br/xmlui/bitstream/handle/2011/18714/Formas_Extrajudiciais_
de_Solu%C3%A7%C3%A3o_dos_Conflitos.pdf?sequence=2. Acesso em 06 ago.
2021.

DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 6. Ed. São Paulo:


LTr, 2007.

NERY JÚNIOR, Nélson. Princípios do processo civil à luz da Constituição


Federal. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999.

Ortigara, Janes Sandra Dinon. Introdução ao direito: fundamentos, legislação


social, trabalhista, comercial e tributária. 2. ed. – Curitiba: Fael, 2018.

SALES, Lilia Maia de Morais. Mediação facilitativa e “mediação” avaliativa –


estabelecendo diferença e discutindo riscos. Disponível em
http://siaiweb06.univali.br/seer/index.php/nej/article/view/3267/2049. Acesso 6 ago.
2021.

SCAVONE JUNIOR, Luiz Antonio. Manual de Arbitragem. São Paulo: Editora


Revista dos Tribunais, 2014.

Você também pode gostar