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Mozart Carvalho Carmo

MANUAL DE REGULAGEM E
MANUTENÇÃO EM GUITARRAS,
CONTRABAIXOS E VIOLÕES

Edição do Autor
2003 Brasília
Revisado
2017
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser fotocopiada,
gravada, reproduzida ou transmitida sob qualquer forma ou por qualquer meio
eletrônico ou mecânico sem o prévio consentimento do autor.

Composição e desenho técnico: Mozart Carvalho Carmo


Revisão do texto: Rita de Cássia A. Carmo

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


Responsável: Arlan Morais de Lima, Bibliotecário, CRB-1/1816

C287m Carmo, Mozart Carvalho, 1960-.

Manual de regulagem e manutenção em


Guitarras, contrabaixos e violões / Mozart Carmo.
Brasília: Ed. do Autor, 2003.
46 p. : il.

ISBN 85-903604

1. Instrumento musical manutenção. 2.


Instrumento musical regulagem. 3. Guitarra. 4.
Contrabaixo. 5. Violão. I. Título.

CDD 787.1928
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G
REGULAGEM E MANUTENÇÃO EM GUITARRAS, CONTRABAIXOS E VIOLÕES PASSO A PASSO

SUMÁRIO

- APRESENTAÇÃO

NOMENCLATURA DOS INSTRUMENTOS.................................................................... 2, 3 e 4


1º PASSO - PRELIMINARES INICIAIS................................................................................. 5
2º PASSO - VERIFICAÇÃO COM O CLIENTE...................................................................... 5
3º PASSO - VERIFICAÇÃO PESSOAL................................................................................. 5
4º PASSO - DESMONTAR INSTRUMENTO, PEÇAS, ACESSÓRIOS, FAZER LUBRIFICAÇÃO
(salvo quando não for necessário)................................................................ 7
5º PASSO - ENGRAXAR PEÇAS, MONTAR ACESSÓRIOS....................................................10
6º PASSO - MONTAR INSTRUMENTO............................................................................. 11
7º PASSO - INÍCIO DE REGULAGENS - REGULAGENS DAS TARRAXAS........................... 11
8º PASSO - COLOCAR CORRETAMENTE AS CORDAS E AFINAR EM 440 HERTZ............... 12
9º PASSO - REGULAR O ÂNGULO DO BRAÇO ATRAVÉS DO TIRANTE.............................. 13
10º PASSO -AJUSTAR A AFINAÇÃO DOS HARMÔNICOS E OITAVAS
(abaulamento das cordas na ponte)............................................................. 20
11º PASSO - REGULAR A ALTURA DOS CAPTADORES
(abaulamento dos polos)............................................................................ 23
12º PASSO - REGULAR OS TRASTEJAMENTOS.................................................................. 24
13º PASSO - TESTAR OS BENDS E SUSTAIN..................................................................... 33
14º PASSO - FAZER ANOTAÇÕES PARA CONTROLE
E CONHECIMENTO DO INSTRUMENTO........................................................ 34
15º PASSO - LIMPAR E POLIR O INSTRUMENTO............................................................... 35
16º PASSO - GUARDAR O INSTRUMENTO DE FORMA CORRETA....................................... 37
17º PASSO - USAR SEMPRE O MESMO Nº DO ENCORDOAMENTO..................................... 44
18º PASSO - MANTER A AFINAÇÃO SEMPRE EM 440 HERTZ............................................. 45
19º PASSO - EVITAR UMIDADE E CALOR EXCESSIVOS...................................................... 46
20º PASSO - PRELIMINARES FINAIS
FAZER MANUTENÇÃO PERIÓDICA............................................................... 46
- NOVIDADES IMPORTANTES......................................................................... 49
- FENDER...................................................................................................... 54
- GIBSON...................................................................................................... 56
- PARTES ELÉTRICAS..................................................................................... 58
- LIGAÇÕES ................................................................................................. 66
- DICAS........................................................................................................ 75
- CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................... 104
- OFICINA DAS GUITARRAS MOZART........................................................... 105
- HOMENAGEM AOS MESTRES..................................................................... 106
APRESENTAÇÃO

.
NOMENCLATURA DOS INSTRUMENTOS

Guitarra

Corpo Tirante
Captadores
Escala
Rebaixadores
Chanfrado de cordas
de apoio

Cabeçote
Pestana
Trastes
Casas
Ponte
Marcações de posição
Escudo
Jack
Chave seletora

canoa
Ferro da alavanca
do jack
Knobs
Potenciômetros

Chanfrado de apoio

Roldana da correia

Braço
2
Corte do tirante

Tarraxas
Placa das molas

Placa de fixação do braço

2
NOMENCLATURA DOS INSTRUMENTOS

Violão

Caixa de ressonância

Tampo Acesso ao tirante

Escudo

Mosaico

Boca

Cavalete

Rastilho

Filetes decorativos Faixa

Braço

Tarraxas

Fundo
Troculo

3
NOMENCLATURA DOS INSTRUMENTOS

Contrabaixo
Tirante
5
Rebaixador
Corpo de
cordas
Escala
Captadores

Cabeçote
Chanfrado Pestana
de apoio

Trastes
Casas

Marcações de posição
Ponte

Knobs

Jack Potenciômetros
(na parte interna)

Chanfrado de apoio Roldana da correia

Braço

Corte do tirante

Placa da parte elétrica


Tarraxas
Placa de fixação do braço

4
CURSO DE REGULAGEM E MANUTENÇÃO
DE GUITARRAS, CONTRABAIXOS E VIOLÕES
PASSO A PASSO

1º PASSO - PRELIMINARES INICIAIS - Todo o conteúdo deste manual, foi elaborado base-
ado no fato de que se vá fazer prestação de serviços para clientes; que é uma situação onde se
tem uma maior exigência do Luthier no sentido de qualidade e profissionalismo que serão sem-
pre cobrados a todo momento!
Por isso baseado na experiência do autor, deve-se determinar o seguinte: que o cliente
deixe o instrumento para se fazer o serviço com calma, tranquilidade e atenção, não aceitar fa-
zer o serviço na sua presença porque ele poderá atrapalhar fazendo perguntas e tirando a sua
necessária atenção ao serviço, que deve ser feito com bastante concentração.
Estipule antes o valor do serviço a ser feito, marque a data da entrega do serviço com um
tempo suficiente para se fazer um serviço no capricho de acordo com a sua capacidade e a ur-
gência do cliente anotando o telefone dele para ligar quando estiver pronto, e diga para ele ligar
quando estiver vindo para que você possa ré-conferir alguns itens da regulagem (no caso do ins-
trumento ter ficado um dia ou mais parado à espera) como por exemplo a afinação, que tende a
ser alterada naturalmente por causa do clima, ou combinar com o cliente de só vir quando você
ligar dando o ok, ou ainda marcar um horário específico da entrega para que você possa ter um
melhor controle e evitar que tenha que mexer novamente no instrumento no ato da entrega
como por exemplo ter que tirar algum eventual trastejamento que também pode ocorrer natu-
ralmente, mesmo depois do instrumento ser totalmente testado.

2º PASSO -VERIFICAÇÃO COM O CLIENTE. Verifique o estado geral de conservação do ins-


trumento, comente e mostre para ele todos os defeitos e problemas visualmente detectados,
principalmente os de arranhões e trincados na pintura ou verniz, para evitar que na entrega do
instrumento o cliente diga que o instrumento não estava daquele jeito quando ele o deixou!
Olhe com muita atenção cada parte do instrumento, vindo de cima para baixo ou
vice-versa, olhe também a parte traseira do instrumento, bem como as laterais, e em cada parte
isolada das ferragens e acessórios para detectar por exemplo a ausência de um pequeno para-
fuso ou uma pequena arruela, ou ainda uma roldana da tarraxa que possa estar com os dentes
quebrados, pois todos estes itens e outros tem de ser verificados na presença do cliente para
que ele fique ciente da real condição do seu instrumento, pois para que o instrumento funci-
one perfeitamente não pode haver nada quebrado ou danificado, para que então você possa co-
locar este itens no orçamento geral do serviço ou selecioná-los como desconto!
Não esquecendo de ligar o instrumento no amplificador para verificar o funcionamento
de cada captador, rodando cada potenciômetro, identificando o seu papel e chave seletora, ou
outras, bem como o jack (principalmente o importado tipo charuto, que tem vida útil) para tes-
tar na frente do cliente, o bom funcionamento de toda a parte elétrica! É sempre bom também
anotar o nome do cliente em um adesivo e colá-lo na correia e na capa do instrumento.

3º PASSO - VERIFICAÇÃO PESSOAL. Verifique e avalie o instrumento para ver os pontos


principais a serem regulados para que a regulagem seja definitiva no ponto de vista técnico evi-
tando-se que se faça a mesma operação varias vezes. Deve-se observar a altura das cordas no
braço, o ângulo de inclinação do braço em relação ao corpo, e a altura das cordas na ponte, pa-
ra saber melhor o que fazer e como fazer pois existe uma relação entre o ângulo do braço e
a altura das cordas na ponte, que na maioria dos instrumentos sejam nacionais ou importados
5
já saem da fábrica com problemas salvo exceção das guitarras Fender que já vem com com um
pequeno e simples acessório exclusivo, “micro-tilt” (figura 10) especial para esses ajustes. Por
isso na maioria dos casos é preciso se colocar um pequeno calço de material duro ou sintético
em baixo do braço onde ele se encaixa ao corpo, que pode ser feito com plástico acetato trans-
parente encontrado no formato de folhas de várias espessuras em papelarias (página 99, figu-
ras 293 e 294) para que o braço sofra uma leve e estratégica inclinação e com isso se consiga
abaixar na medida certa a altura das cordas, que no micro-tilt, se faz com bastante precisão!
No violão, onde o braço é colado, não se tem este ajuste, depois do instrumento pronto
pois já é feito um pré-ajuste na fábrica.
A espessura deste calço vai ser determinada nessa verificação pessoal de acordo com a
necessidade da quantidade de rebaixamento das cordas, quanto mais altas as cordas, mais es-
pesso deverá ser o calço, porém também não poderá ser muito espesso para atrapalhar na jun-
ção do braço ao corpo. No caso de violão, o efeito deste rebaixamento das cordas se consegue
ajustando o tirante, (quando tiver) e rebaixando a altura do rastilho e pestana, e este procedi-
mento, é fundamental para se achar o melhor ponto de regulagem do instrumento visto que
na maioria dos casos, os instrumento já saem das fábricas com erros em seus projetos.

EXEMPLO INCORRETO
7
Geralmente ponte alta, é um
Escala baixa e braço sem
erro comum de projeto dos
a mínima inclinação
Corda alta Instrumentos amadores

8 EXEMPLO CORRETO
Altura da ponte,
correta
Inclinação do braço correta, e altura da escala, correta

Ângulo do braço
correto e favorável à inclinação do braço

EXEMPLO DE REGULAGENS Altura da ponte, afeta a altura


9
das cordas, volume da captação
A inclinação do braço é ajustável no encaixe com do corpo, maciez na ação dentre outros
afeta altura das cordas, a altura dos captadores, a altura
dos carrinhos da ponte dentre outros

Calço para ajuste fino da inclinação do braço


Ângulo do braço (ajustável no é colocado em baixo do braço, onde ele é
tirante), afeta a altura das cordas no início, aparafusado ao corpo que deve ser de material
no meio ou final do braço (dependendo do adequado (lâmina de madeira dura ou plástico
ângulo) bem como os trastejamentos, dentre outros do tipo acetato) página 99 figuras 293 e 294
6
Placa de 10
fixação
R MICRO-TILT
do braço
Ajuste de inclinação do braço através de parafuso hallen
sem cabeça, embutido para um ajuste fino e preciso da
correta inclinação do braço, lançado pela Fender. Este é um
acessório que toda guitarra, contrabaixo e até mesmo o
violão deveriam ter!!!

4º PASSO -DESMONTAR INSTRUMENTO. Antes, observe os pontos importantes, como por


exemplo, quais os parafusos estão mais conservados e menos enferrujados para que você possa
colocar os mais novos na frente, e os mais velhos atrás, para melhorar mais a aparência geral
do instrumento.
Lembrando que no violão, só não é possível a regulagem de inclinação do braço pois o
braço já vem colado da fábrica, com exceção de alguns casos raros onde o braço é aparafusado,
mas todos os outros passos, devem ser os mesmos para violões, guitarras e contrabaixos.

RETIRANDO AS CORDAS DO INSTRUMENTO

Em 99% dos instrumentos existe algo que o autor denominou como torção do braço, que
não chega a ser exatamente uma torção ficando mais somente no termo, mas que é gerado nas
colocações e retiradas das cordas de forma incorreta, se você gosta do seu instrumento e quer
conserva-lo explorando todos os detalhes, faça o seguinte: Na hora de retirar as cordas do ins-
trumento, seja violão, baixo ou guitarra, faça com que a tensão constante causada ao braço,
pelas cordas, seja eliminada de forma gradual e centralizada, (figura 11) ou seja, elimine a ten-
ção das cordas do centro do braço para as laterais do braço folgando-se 2 voltas em cada tarra-
xa das respectivas cordas : SOL- RE, SI- LA, MIZINHA e MIZONA, porque quando você folga a
corda misinha por exemplo, se está retirando do braço nada mais nada menos que 5,94 kg de
tenssão na área daquela corda fazendo com que a área oposta ou seja, da corda misona, a pres-
são da corda aumente pois vai haver tenssão mais de um lado do que do outro, e a madeira do
instrumento recebendo esta informação ao longo do tempo fatalmente ficará com esta torção.
Para se ter uma idéia mais precisa, a tensão da 1ª corda do encordoamento 009 que é a
corda MI (1ª), como, já foi visto, tensiona o braço 5.94 kg e a tensão do encordoamento comple-
to é de 38.65 kg ! Confira abaixo a tenssão individual de cada corda da nuneração 009. (Referên-
cia, D’addario)

E = 5,94 kg
B = 4,99 “ 11
Alívio de tensão das cordas,
G =6,67 “ feito de dentro para fora do braço,
D =7,17 “ para evitar a torção, que é a diferença
A =7,17 “ de curvatura nas laterais do braço, na
E = 6,71 “ região das primas e bordões.

7
DESMONTAGEM DO VIOLÃO:

- Retire as cordas velhas do instrumento, (da forma vista anteriormente) enrole-as e co-
loque-as no pacote das cordas novas que vão ser colocadas no instrumento e entre-
gue-as para o cliente, guarde-as para qualquer emergência ou jogue-as fora.
- Retire o rastilho.
. - Retire as tarraxas.
- Retire o circúito do captador, (pagina 77 figura 214 e pagina 79 figura 220).
- Retire a capelinha (se tiver) e o terminal de ajuste do tirante.
- Se o violão estiver precisando, limpe-o por dentro com um pincel comprido ou se tiver
muito sujo, use um aspirador de pó.

12
13
Tirante fixo embutido Alguns dos modelos mais comuns
em “T” para violão de rastilhos para violões

Clássico

Folk
Tirante fixo embutido
em “U”para violão
Oitavas pré-ajustadas
(existem outros vários modelos)

Modelos dos
14
variados
tipos de
terminais de
ajustes dos
tirantes Sextavado Sextavado Anel Hallen Fenda Cruz
alongado
.

DESMONTAGEM DE GUITARRAS E CONTRABAIXOS :

- Retire as cordas com o mesmo procedimento já visto.


- Retire (dependendo de cada modelo), a ponte, cavalete, cordal ou alavanca com as
suas respectivas molas, parafuso de fixação, trava e rebaixadores de cordas. (retire
o trava molas e roldanas para correia, se for necessário para arrumar algum possível
defeito ou para manutenção como por exemplo furação espanada ou para lubrificação)
- Retire as placas: Das molas, parte elétrica capelinha e outras quando houver.
- Retire os knobs desencaixando-os ou desparafusando-os (retire o parafuso do knob
para limpa-lo e lubrifica-lo).
- Retire o braço desparafusando-o do corpo, já retirando também a placa ou arroelas
de fixação do mesmo e observe se há algum caço em baixo do braço, (figura 09).
- Desparafuse todo o escudo para acesso à limpeza e lubrificação dos componentes
eletrônicos e verificação da normalidade de toda a parte elétrica.
- Retire as tarraxas (quando necessário) e os seus respectivos parafusos para limpeza e
lubrificação pois é através desses procedimentos que se detectam os defeitos!
8
.

- Desmonte toda a ponte, cavalete ou alavanca, e Junte todos os parafusos da ponte,


escudo, braço, captadores, molduras dos captadores, placas das molas, partes elétri-
cas, jack, roldanas, tarraxas, rebaixadores de cordas, trava cordas, capelinha, tirante
em fim todos os parafusos que se encontrarem no instrumento, sejam de rosca em
milímetros, polegadas ou soberbas e coloque-os em um recipiente, e as peças como
carrinhos das ponte, placas da ponte e de fixação do braço, trava cordas, rebaixador
de cordas, roldanas da correia, molas da ponte e outras sobre uma flanela para dar
um jato de óleo anticorrosivo e lubrificante em spray (este procedimento é opcional
quando o instrumento é novo, porém é sempre benéfico ao instrumento pois assim po-
de-se prolongar a vida útil das peças, evitando o espanamentos das cabeças dos para-
fusos. Quando for o caso de ponte do tipo Floyd Rose, aplique também um jato do
mesmo spray nos parafusos da micro-afinação ou use também óleo de máquina, pois
na maioria dos casos, eles são fixos e não podem ser retirados. Este óleo em spray, é
usado para desengripar roscas, comer sujeiras, ferragens, oxidações e lubrificar atritos
. de peças de metal, o óleo de máquina é usado para lubrificar por um longo período e
ambos encontram-se no mercado, um em forma de spray, o outro em frasco plástico.
.
Faça uma limpeza dos captadores e jack (quando nescessario), regule a fixação dos potenciôme-
tros apertando a porca de fixação dos mesmos segurando-os por trás para não provocar repuxa-
mento da fiação da parte elétrica, o que pode causar desligamentos das soldagens dos fios). Lu-
brifique a parte interna dos potenciômetros com mesmo spray usado na limpeza e lubrificação
das peças e parafusos, porém de forma muito cuidadosa ou seja em quantidade mínima para
não danificar os potenciômetros, que até podem ser vulneráveis a estes produtos que possuem
um certo poder de corrosão; mas ao contrário do que alguns luthiers falam, pode sim ser usado
com eficiência desde que, dessa forma correta, fazendo com que a corrente do sinal que passa
por uma espécie de anél dentro do potenciômetro, não seja assim danificada, mas se não qui-
ser correr riscos, é melhor usar outro produto, que é o álcool isopropílico que faz a limpeza in-
terna dos potenciômetros e chaves seletoras com muita eficiência sem o risco de danificá-los,
e que pode ser encontrado em farmácias, não esquecendo também de lubrificar o eixo do po-
tenciômetro (figura 15) pois alí também acontece o acúmulo de sujeira e impurezas que fazem
o potenciômetro rodar pesado, após a limpeza, ele rodará macio e leve. Por último, limpe a esca-
la do instrumento, que acumula um tipo de sujeira que fica
Limpeza no interior
parecendo uma cera impregnada na madeira, no canto dos 16
do potenciômetro
trastes (figura 18) esta cera é proveniente da mistura de sujeira
e suor das mãos (este caso acontece quando o instrumento é
muito usado ao longo dos anos sem ser feito nenhuma manutenção
de limpeza) para remover esta sujeira pode-se utilizar uma cera
polidora (que pode ser encontrada em lojas de tintas automotivas)
fina (nº2) ou grossa (nº1) dependendo do grau de sujeira acumulada
e posteriormente um óleo de madeira para tratar a madeira evitando
também assim o seu ressecamento, e como sugestão do autor, que
sejam produtos nacionais como o óleo de peroba ou cedro, Anel da corrente
(produtos domésticos que são encontrados em supermercados) do sinal 17

que são excelentes produtos, iguais ou melhores que


os produtos importados para esse fim, e são bem
mais baratos

15
Dentro do eixo do potenciômetro também
deve ser lubrificado como mostra a figura ao lado
9
Acúmulo de sujeira de pouco tempo
19

Limpeza no interior
18
da chave seletora
com o spray, ou
álcool isopropílico

Acúmulo de sujeira de muito tempo

21
Locais para o engraxamento
20 Locais para a lubrificação

5º PASSO - ENGRAXAR. Uma vez feita a lubrificação, deve-se agora fazer o engraxamento
das peças que sofrem atrito. Mas esta etapa deve ser feita já na montagem do instrumento, nos
seguintes pontos: Nas pontas dos parafusos de roscas soberbas, que são fixados em madeira,
nas roscas dos parafusos em milímetros e polegadas que são fixados em metal, ferro e alumínio,
nas cabeças e pescoços dos parafusos que sofrem algum tipo de atrito no
metal como mostra a figura 23.
23

22

VARIADOS TIPOS DE
CABEÇAS DE PARAFUSOS

Fenda Philips

Hallen Sextavado

Fenda/ Philips Lubrificação com engraxamento, nas


placas das pontes, nos locais onde
existam algum atrito do metal das

24
VARIADOS TIPOS DE PARAFUSOS peças, com metal dos parafusos

Rosca soberba Hallen Em milímetro Em polegada Parafuso da micro- afinação

PEÇAS E FERRAGENS DE INSTRUMENTO, DESMONTADAS, LIMPAS, LUBRIFICADAS E ENGRAXADAS!

25

10
26 Junção do braço ao corpo, engraxada
para uma total fixação sem folgas,
engraxamento tanto nas laterais da
madeira do braço, quanto nos furos
de penetração dos parafusos, e estes
Junção do braço ao corpo no
furos não podem de forma alguma
sistema de aparafusamento, mesmo
estar espanados na sua rosca!
com o calço, esta junção tem que ser
perfeita no sentido de total fixação,
sem folgas das duas madeiras (corpo
e braço) para que o instrumento vibre como
uma peça única de madeira sem perda de sustain!

6º PASSO - MONTAR INSTRUMENTO. Monte a ponte, o escudo e as suas respectivas pe-


ças, knobs etc. Engraxe as roscas dos parafusos do escudo para evitar espanamento das suas
cabeças e prolongar sua vida útil ) coloque o jack, as roldanas da correia, coloque a ponte (e
uma mola para segura-la no caso de alavanca ), Coloca-se as tarraxas com seus parafusos
arruelas e porcas, trava corda, rebaixadores de cordas, terminal do tirante capelinha e aparafu-
se o braço ao corpo colocando o respectivo calço, lembra-se? Engraxe as laterais do braço que
se fixam ao corpo para uma junção perfeita conforme mostra a figura 26, levando-se em consi-
deração que um dos pontos mais importantes responsáveis pelo timbre e sustain do instrumen-
to está exatamente aí, por isso, mesmo com o calço que tenha que se colocar em baixo do
braço, que não deve ser muito espesso, não pode haver nenhuma folga nas duas partes, o cor-
po e braço, tem de estar unidas ao máximo possível!

7º PASSO - INÍCIO DE REGULAGENS. Agora que começa realmente o processo de regulagem


do instrumento ! Depois de limpo e lubrificado todas as partes e componentes, e com o instru-
mento já montado, corpo e braço, com as respectivas peças; é hora de prepará-lo para a coloca-
ção das cordas, quando for o caso de ponte Floyd Rose, deve-se cortar a cabeça da corda, e não
esquecer de um detalhe muito importante, que é verificar o abaulamento da ponte ou rastilho
em relação ao abaulamento da escala que pode estar alterado, como mostram as figuras abai-
xo (diga-se de passagem, 90 % das Floyds vem com incompatibilidade). Esta observação com
prática, faz com que consigamos determinar com mais precisão o pre-ajuste dos pontos funda-
mentais da regulagem como um todo, como por exemplo a altura das cordas na regulagem da
ponte, e só a prática nos dá essa condição!
29

27 Insira a ponta da corda


no orifício do carrinho 28

Corta-se
a cabeça Abaulamento fixo
da corda Abaulamento do rastilho da base da ponte
de acordo com o
abaulamento
da escala
31

Inclinação do rastilho reto, dos violões clássicos de escala


reta, por causa das diferentes espessuras das cordas,
os rastilhos abaulados também devem ter esta inclinação Abaulamento fixo nos carrinhos da
ponte Floyd Rose, cada um tem o
30
seu posicionamento certo
11
Antes de se colocar as cordas nas tarraxas, é preciso fazer as regulagens delas, que são:
Folga, fixação e lubrificação. Existem vários tipos de tarrachas; as blindadas, as desmontáveis,
as lacradas e as expostas. No caso da regulagem em violões, que possuem as tarrachas expos-
tas, lubrifique com óleo de máquina os metais em atrito do corpo delas, e com graxa, os pinos,
na região de atrito na furação da madeira (figura 34). Para colocar as cordas,
32
coloque-as uma a uma, ou todas na ponte. Antes de
enrolar nas tarrachas, corte o excesso das cordas Parafuso de
ajuste da folga
e enrrol-as até o final do eixo da tarracha
da tarraxa
sem deixar espaço e folga (figura 33) .

Enrolamento da corda em todo eixo da tarraxa até o final,


Partes para
além de melhorar a estética, ajuda a melhorar a
regulagem
firmeza da afinação
da fixação
da tarraxa

33

Engraxamento do pino da
tarraxa do violão, nos dois
locais do orifício no cabeçote
onde sofre o atrito com a
Lubrificação com óleo nas partes em
madeira, para que a tarraxa
atrito de metal com metal nas partes
rode macio
expostas da tarraxa do violão 34

8º PASSO - COLOCAR AS CORDAS. Existem várias maneiras de se colocar cordas em instru-


mentos musicais. Na guitarra e no contrabaixo pode ser por baixo, por trás da ponte ou por trás
do corpo, no cordal ou de outras variadas formas. Na alavanca de guitarra Floyd Rose, corta-se a
cabeça da corda e no violão amarra-se as pontas das cordas no cavalete. Fixar uma extremida-
de da corda na ponte e a outra, enrolar
35
na tarraxa preenchendo todo o eixo
sem deixar folga, é a forma correta
Um dos modelos 36
para guitarras e baixos, no caso do
de amarração das
violão, enrole a corda sobre si
cordas no cavalete
mesma e depois sobre o pino da
do violão
tarraxa (figura 36).
Agora é hora de afinar
o instrumento. É bom ter
um diapasão de sopro da
nota sol ou ré para fazer a
afinação do meio para fora.
Para evitar a torsão, visto
na página 7 figura 11. Corda enrolada
Afine todas as cordas na altura de 440 hertz e agora finalize os sobre sí mesma,
procedimentos vistos no 3º passo (verificação pessoal). 1º- Confira e sobre o pino da
o ângulo do braço. Para isto aperte a 6ª corda na 1ª casa e na tarracha

última casa. Entre a 7ª e 12ª casa, deve ter um espaço de 0,5 a


1 mm (é a melhor medida) entre a corda e o traste, ou seja, o braço perfeito deve ter uma
leve concavidade, isto tem muito a ver com a afinação e com a ação macia do instrumento
e muitas outras coisas que estão diretamente ligadas ao ângulo do braço que vamos ver mais
12
para frente. Esse procedimento nos dá condição de observar o ângulo do braço. Fazendo-o tam-
bém na 1ª corda, nos dá a condição de ver se há torção no braço (página 7) (quando as os ângu-
los das laterais do braço estão diferentes entre si) e a torção, é comum aos instrumentos pois
80% deles, a possuem.
A torção do braço existe quando a parte de cima do braço ( das cordas bordões) é dife-
rente da parte de baixo (das cordas primas) ou seja, a curvatura do braço na sexta corda, não é
exatamente a mesma curvatura do braço na primeira corda. Esta torção é comum a quase to-
dos os instrumentos e até certo ponto limita a boa regulagem, por isso faça sempre o que
mostra a figura 11. Para melhor visualizar a torção, faça o seguinte : Aperte a 1ª corda na 1ª
casa, e olhe no meio do braço, na altura entre a 7ª e 9ª casa, e veja o reflexo da corda no traste,
faça isso também na 6ª corda, e compare, na mizinha e mizona, se as distância das cordas no
meio do braço (entre a 7ª e 9ª casa) estiverem iguais, então o braço esta perfeito, se não estive-
rem, existe a torção.
Espaço entre a corda
37 e o traste de 0,5 a 1 mm

7ª casa 12ª casa

38
Braço com ângulo côncavo

39 Braço com ângulo convexo

9º PASSO - REGULANDO O ÂNGULO DO BRAÇO. O tirante é um ferro colocado interna-


mente dentro do braço, com uma rosca de ajustes em uma de suas extremidades, e é a alma
do instrumento, pois todo o bom funcionamento do instrumento, depende dele. Existem alguns
modelos, baseados nos dois tipos mais usados, o primeiro que surgiu, e o mais recente.
Acionando o ajuste do tirante no sentido horário, se obtém o ângulo convexo; no sen-
tido anti-horário, se obtém o ângulo côncavo. O local de ajuste varia de acordo com o instru-
mento. No violão, é dentro da boca ou no cabeçote, na guitarra e contrabaixo pode ser no cabe-
çote ou no local do encaixe do braço ao corpo e suas conexões são várias (figura 14).
São usados vários tipos de materiais para a fabricação dos tirantes, todos eles projeta-
dos para fazer o ajuste da convexidade do braço, e não da concavidade, embora também exis-
tam aqueles que tenham ajustes para o lado concavo, mas seja qual for o modelo, uma coi-
sa é certa; todos tem que funcionar perfeitamente!
Só assim com essa condição é que se consegue um ajuste preciso e eficaz do braço
para um bom funcionamento do instrumento no que diz respeito à afinação, ação macia e con-
fortavel. Com o instrumento afinado, deixe um ângulo (côncavo) de 0,5 à 1 milímetro no centro
do braço, (figura 37) para isso aperte a corda sol na 1ª casa e última casa da escala e olhe con-
tra a luz o reflexo da corda e o traste como já foi explicado.
13
Primeiro modelo de tirante
40
criado pela Gibson

Base de madeira acompanhando a curvatura do ferro


Ajuste Fixação

41
Tirante mais recente do tipo usado pelas guitarras da marca Jackson

Ferro quadrado
Ajuste junção dos dois ferros

Arruela de pressão Ferro redondo

42
Barra de ferro retangular com têmpera (transformação de
ferro para aço) não muito alta para assegurar uma correta
MODELO DE TIRANTE RECENTE
flexibilidade da movimentação do ferro
E MAIS USADO
Barra de ferro redonda Barra retangular fixada

As duas barras fixadas Furo vazado para a barra redonda


Porca de ajuste com rosca
e cabeça hallen

FUNCIONAMENTO: Acionando a porca de ajuste com a chave hallen no sentido horário, acontece um re-
puxamento do ferro redondo, levantando o ferro retangular para cima em forma de arco empur-
rando internamente a madeira do braço para este formato possibilitando assim o seu desempeno
43

Dos problemas que podem ocorrer com os tirantes mais comuns, como o seu mal funciona-
mento por exemplo, existe um que é considerado muito grave para o instrumento e que ocorre
não muito raramente que é o seguinte: Quando o corte feito na madeira para receber o tirante é
feito sem precisão, ou quando existe algum tipo de folga entre o tirante e madeira ou entre os
ferros, acontece então vibração ou trepidação do ferro com ferro ou ferro com madeira ocasio-
nado pela vibração das cordas que soltas ou apertadas em alguma casa, provocam alguma fre-
quência que causam esse fenômeno totalmente desagradável e inconveniente pois causam um
som semelhante ao trastejamento e o pior, é levado ao amplificador e consequentemente ao PA.
Quando isto acontece é porque os fabricantes não colocaram nenhuma proteção de isola-
14
mento entre as partes trepidantes ou colocaram uma proteção não eficaz como uma fita do tipo
isolante que é enrolada em volta dos dois ferros com a intenção de prende-los, porém esta fita
ao longo dos anos se resseca e se parte causando este tipo de problema. Alguns fabricantes co-
locam espuma ou borracha estrategicamente posicionada (como mostra a figura abaixo), e com
isso conseguem resolver definitivamente o problema.
44
Camadas de espumas ou borrachas para evitar trepidações indesejadas

Com o instrumento já lubrificado, engraxado, montado, com o ângulo do braço ajustado,


com as cordas e afinado, é hora de se verificar a altura das cordas. Esta verificação se faz em
dois pontos, que são, na pestana e ponte/rastilho. Na pestana, é usado como base para a regu-
lagem, a distância das cordas no 1º traste, e na ponte ou rastilho, a base como ponto de visuali-
zação para a regulagem é o último traste. Geralmente os instrumentos já saem das fábricas des-
regulados na pestana e também na altura das cordas na ponte e por isso estes dois pontos pre-
cisam ser bem regulados. E esse procedimento é muito importante para uma perfeita regulagem
da afinação do instrumento. Deixe a 1ª corda (mizinha) a uma distância de 1mm do primeiro
traste. Para isso pode-se usar uma lâmina de serra para ferro (ceguêta), mas é preciso passá-la
no esmeril para que ela fique fininha, na mesma espessura da corda mizinha use a habilidade pa-
ra que o corte fique bem feito. (Use outra ceguêta sem esmerilar para os bordões). Na ponte, pe-
gue a referência do final do braço, ou seja a última casa e deixe a mesma corda (mizinha) a uma
distância de aproximadamente 2.5 mm de distância do último traste lembre-se de que essas me-
didas são tomadas na 1ª corda que é a mizinha e que estes números são para guitarras e violões
levando-se também em consideração a forma de tocar do dono do instrumento. A partir da
segunda corda (si) até os bordões, acrescente uma leve e gradual elevação desta distância
dando uma leve inclinação de acordo com a intensidade do abaulamento (curvatura) de escala
do instrumento. Para contrabaixo, dê para essas medidas, exatamente um acressimo de 50% à
mais, considerando também a pegada do tocador. Isso fará uma leve inclinação das cordas na
pestana e na ponte que se resumirá em uma ação excelentemente macia!
47
Posições de atuação da ceguêta. Obs.: Tenha
46
várias ceguêtas de várias espessuras, para
45 as várias expessuras das cordas! pestana comcortes rasos
e aredondados nesses dois sentidos
Ceguêta
esmerilada e fina para mizinha,
e sem esmerilar, para os bordões

48
Ângulos de inclinações das cordas na pestana e ponte/rastilho
em guitarra, baixo e violão, fundamentais para uma boa regulagem

REGULAGEM DE ALTURA DA CORDA


49 50
MIZINHA

Distância entre a 1ª corda Distância entre a 1ª corda


e o 1º traste, de 1 mm e o último traste, de 2,5 mm
15
A regulagem de altura das cordas po- Abaulamento das cordas, de acordo com
de ser feita de várias maneiras inclusive atra- o abaulamento da escala
51
vés da regulagem do tirante, e também na pon-
te, de acordo com cada modelo. Seja qual for
o tipo necessário de ajuste, o resultado final
deve ser observado na altura das cordas, no
primeiro e último traste do braço, na primeira
e na última corda do instrumento, sejam baixos, Altura das cordas com o correto 52
guitarras ou violões. Na guitarra, por exemplo, abaulamento e inclinação
no 1º traste na corda mizinha, deve ser de
aproximadamente 1mm de distância, e no
último traste, aproximadamente 2,5 mm de
distância entre a corda e o traste, (figuras 49
e 50). Mas porém, para os bordões, é
53
Distância entre
Inclinação da base da ponte, quando os trastes
esta tiver o abaulamento fixo das cordas e as cordas
na própria chapa de metal da ponte

Inclinação do abaulamento das cordas


54
regulável nos parafusos individuais
respectivos à cada corda

Inclinação do rastilho para escalas retas dos violões clássicos, por causa das
diferentes espessuras das cordas, relembrando que os rastilhos abaulados
também devem ter inclinações

55

aconselhável deixar estas distâncias ligeiramente um pouco mais elevada por causa das espes-
suras das cordas (figura 52). Procure o melhor ponto para a regulagem do instrumento, deixan-
do a ação média ou seja, as altura das cordas, nem muito alta, nem muito baixa, pois quanto
mais alta, mais compensação no ponto de comprimento da escala vai ser necessário, sacrifican-
do os harmônicos e as notas apertadas na região da 7ª casa, e quanto mais baixa a ação, menos
compensação vai ser necessário, sacrificando os harmônicos e as notas apertadas na região
da 19ª ou 24ªcasa. Deve-se ter também consciência do fato de que; a correta ação do instrumen-
to (altura das das cordas), vai depender de como toca no instrumento o seu dono, ou seja se ba-
te forte ou leve, se bater forte não dá pra deixar uma ação baixa pois acontecerão vários proble-
mas como a falta de sustain, um som percussivio (batido) das cordas e possíveis trastejamentos.
Todos os instrumentos devem ter o ajuste de inclinação das cordas na ponte ou rastilho
e nas pestanas por causa das diferentes expessuras das cordas e também por causa dos dife-
rentes abaulamentos das escalas. O ponto médio de medida como já vimos é de 2,5 mm de dis-
tância entre a primeira corda (misinha) e o último traste, e de 1 mm de distância também en-
tre a primeira corda ( misinha ) e o primeiro traste para guitarras e violões sendo que nos con-
trabaixos, as cordas são mais expessas e por isso deve-se acrescentar em média 50 % à mais
em cada medida. Isto faz com que o instrumento fique agradável e macio para execussão.
16
No caso de guitarras com pontes com alavancas tipo Fender ou Floyd Rose, deve-se fazer outros
ajustes que são ao todo mais três, além dos ajustes de abaulamento, (figura 51) altura das
cordas (figura 52) e inclinação (figuras 53, 54 e 55). São eles :

POSICIONAMENTO : Que é colocar a ponte bem centralizada nos dois parafusos que ancó-
ram a ponte, geralmente encontra-se um corte tipo meia lua para essa centralização que pode
variar nos seus detalhes, mas que deve ter como resultado final, uma boa centralização da pon-
te e isto pode ser confirmado observando se as cordas passam exatamente centralizadas no
braço, em cima de cada polo dos captadores tanto o da ponte como o do braço.

ÂNGULO : Que é deixar a ponte suavemente inclinada para frente em relação ao nível do
corpo para que além de a ponte ficar solta, possa se usar também o efeito de aumentar a
entonação da nota, até um tom para trás, (tipo bend) mais que um tom não é muito aconselhá-
vel usar com frequência pois força o instrumento principalmente nos parafusos que ancoram a
ponte e consequentemente a madeira que fixam esses parafusos podendo causar espanamento
da mesma nessa região, mesmo quando há a presença de buchas fixando esses parafusos.

FIXAÇÃO : que é fazer o ré-aperto dos três parafusos que fixam a base da ponte onde são
ancoradas as molas, ( parte debaixo da ponte que fica embutida na guitarra ) esses parafusos
sempre se folgam com o tempo trazendo problemas para o bom funcionamento da ponte,
para se ter acesso à estes parafusos, deve-se retirar todos os carrinhos da ponte pois eles ficam
logo abaixo dos mesmos.

Quando estiver ainda afinando o instrumento, antes de regular os harmônicos e oitavas,


quando for o caso de alavancas que tenham o ferro de alavanca de rosca, já deixe-o na po-
sicão correta ou seja, flutuante ou com ângulo. Flutuante é quando se solta o ferro, ele cai
deixando o espaço livre. Com ângulo é quando se regula o local estratégico da parada do ferro
da alavanca quando se solta para ele cair exatamente nesse local.

56
Fixação
Abaulamento

Ângulo
Posicionamento

Altura

Deixe a ponte o mais solta possível, livre e flutuante e como já foi visto, com um ângulo
ligeiramente diagonal ao corpo da guitarra. Lembrando também que no caso da alavanca
modelo Fender não se tem o trava cordas e por isso, para se ter um bom funcionamento da pon-
te, a pestana deve ter um papel importante para isso, ou seja ela deve ser de um material de boa
qualidade como o osso ou metal por exemplo e deve estar perfeitamente moldada e lapidada
para isso como já foi visto (figuras 46 e 47) não podendo ser de plástico comum como nessas
guitarras mais baratas pois o plástico, prende as cordas obstruindo o seus movimentos ge-
rando problemas de afinação e problemas deste tipo, não pode em hipótese nenhuma acontecer
e para ajudar nesse sentido, mesmo com o uso de bons materiais e todo o trabalho de remode-
lagem da pestana, guitarristas estão adotando o uso de grafite na pestana para um melhor des-
lizamento das cordas na hora do bend ou uso da alavanca.
17
CONHECENDO O SISTEMA FLOYD ROSE 57

Uma boa e autêntica


Floyd Rose original ou licen-
ciada, deve ser composta de
pelo menos em média 50 itens,
quando desmontada, contando
desde a sua grande base,
cubinhos, variados parafusos
até seus pequenos pinos e
arroelas que ficam embutidos
ou escondidos de acordo
Floyd Rose montada
com cada modelo!

58 Parafuso de
fixação da Pino da
base das Parafuso micro
Parafuso de molas fixação do cubinho afinação
regulagem da
afinação Cubinho

Orifício
alavanca

Suporte para
os parafusos
da fixação dos
Carrinho
cubinhos
Base da
ponte

A boa ponte é
aquela que possui uma
têmpera alta (transformação
do ferro em aço de alta resistência)
da sua chapa de base, do corpo e
telhinhas do trava cordas (figura 61)
e parafusos de fixação da
ponte, bem como uma Base do
suporte
alta têmpera dos Parafuso de fixação
parafusos gerais, pois do trava das
molas
isso vai fazer com que
ela funcione mais solta, Base das
molas
sem o desgaste do
atrito dos ferros,
assegurando de
forma bem mais
Molas
eficaz, a afinação Trava das
do instrumento. molas
18
REGULAGENS DA PONTE
Altura da ponte

Parafuso de regulagem
da altura da ponte e das cordas
59

Bucha de fixação

Parafuso do trava molas, para a regulagem


do ângulo da ponte Ângulo da
ponte
em relação
ao corpo

CONHECENDO O TRAVA CORDAS DA FLOYD ROSE 60

No caso
do trava Trava cordas montado
cordas, além
de toda limpeza
Parafuso 61
e lubrificação que trava
já foi visto, verifique
Peça de Parafuso de
a sua total fixação, pois
trava fixação da base
toda segurança da afinação, (telhinha)
depende disso!!! Agora
começaremos a fazer as
verificações principais para
os ajustes da afinação do
Base do
instrumento onde é regulado os trava
harmônicos e as oitavas em todas Parafuso de cordas
fixação
as cordas, em todo o braço.

No violão não se tem esse Rebaixador de cordas


ajuste preciso e individual
para cada corda pois existe
uma peça única para todas Calço de metal, próprio para o trava

as cordas, que é o rastilho,


e no caso do violão, reveja os textos das figuras: 32, 33, 34, 35, 36, 49, 50 e 55 esses procedi-
mentos já resolvem os problemas de afinação do instrumento quando este tem uma escala per-
feita (página 100) e quando se é feito na fábrica uma pré- compensação de distância do ponto
de início do tamanho da escala no rastilho e sua inclinação como mostra as figura 62 e 63, e
sem esquecer é claro de colocar no instrumento cordas novas e de preferência de boa marca!
19
REGULANDO AS OITAVAS 62

10º PASSO - AJUSTAR A AFINAÇÃO. Rastilho com regulagem única de oitavas


Nas guitarras baixos e violões , observe a sua inclinação!
as notas soltas e apertadas,
devem ficar bem ajustadas
com os harmônicos e oitavas.
O ponteiro do afinador, deve
ficar exatamente no
mesmo ponto em
comum a todas, as
notas, harmônicos
Comprimento da escala
e oitavas no
visor, que é
12º traste exatamente no meio 63
no ponto
do comprimento da escala
zero ou
440.
Para
obter
este 12ª casa
resultado
Ponto de compensação
faça o seguinte:
do comprimento
Ajuste os
da escala
parafusos
de regulagem
horizontal, Visor de um afinador
(figura 65) o que eletrônico de ponteiro CENT 0 CENT 64
-50 +50
determina o ponto (análogo ou digital)

de início do tamanho
BATTERY
da escala (como é
pré-ajustado na fábrica AUTOMATIC GUITAR TUNER

em violões figura 63).


A regulagem completa
de afinação deve ser feita 437
6E
438
5A
439
4D
440
3G
441
2B
442
1E
nos três ou quatro pontos 65
do braço (quando for Parafuso de regulagem
vertical, movendo o carrinho Parafuso de regulagem
escala de 24 trastes) e em
no sentido da seta, sobe a horizontal, movendo o
todas as cordas. Para isso carrinho no sentido da
entonação da nota
tenha em mãos um afinador seta, desce a entonação
eletrônico de boa qualidade da nota
e que seja análogo ou digital
com ponteiro, (figura 64) e
procure usar a melhor
corda possível, e leia
com bastante atenção
os textos das
páginas 21 e 22,
Parafuso de regulagem
observando os horizontal, movendo Parafuso de regulagem vertical,
detalhes das o carrinho no sentido movendo o carrinho no sentido da seta,
figuras! da seta, sobe a entonação da nota desce a entonação da nota
20
Faça a calibragem 12ªcasa: Em todas as cordas
conforme mostram
os exemplos ao
CENT
-50
0 CENT
+50 Corda solta,
lado. Primeiro confira BATTERY
Harmônico e
a afinação da corda
AUTOMATIC GUITAR TUNER
nota apertada
solta, depois confira
o harmônico, na 12ª
438 439 441
casa, depois a nota 437
6E 5A 4D
440
3G 2B
442
1E

apertada também na
12ª casa. Faça isso
19ªcasa: Em todas as cordas
também na 7ª, 19ª
casas e na 24ª casa CENT
-50
0 CENT
+50 Corda solta,
quando houver duas
BATTERY
Harmônico e
oitavas, esse
AUTOMATIC GUITAR TUNER
nota apertada
procedimento deve 66

ser feito em todas


as cordas do braço. 437 438 439 440 441 442
6E 5A 4D 3G 2B 1E
O ponteiro deve ficar
exatamente no ponto
zero ou 440 como já foi dito, 7ªcasa: Em todas as cordas
mas se por algum motivo 0
CENT
-50
CENT
+50 Corda solta,
de escala mal projetada (página 100)
ou de cordas com problemas BATTERY
Harmônico e
de afinação, ele ficar em pontos AUTOMATIC GUITAR TUNER
nota apertada
diferentes entre a 12ª,
e a 24ª casa, entre a 7ª, e a
437 438 439 440 441 442
19ª casa, o ponteiro do 6E 5A 4D 3G 2B 1E

afinador deverá então ficar


no ponto central entre 24ªcasa: Em todas as cordas
estas distâncias das casas 0
CENT
-50
CENT
+50 Corda solta,
ou seja deverá ser feito um
balanceamento, na 12ª casa o BATTERY
Harmônico e
ponteiro deverá ficar, no meio, AUTOMATIC GUITAR TUNER
nota apertada
no ponto zero, na 7ª casa, deverá
ficar um pouco à esquerda,
437 438 439 440 441 442
e na 19ª ou 24ª casa, deverá 6E 5A 4D 3G 2B 1E

ficar um pouco à direita (figura 67).

Na 12ªcasa, o ponteiro
deverá ficar exatamente
0 67

no ponto zero, o ponto


mais central entre as
duas distâncias da 7ª e
19ª casas
Melhor ponto da afinação
na 19ª ou 24ª casa em
Melhor ponto da afinação
relação à 7ª casa, levando
na 7ª casa em relação à
em consideração que na
19ª ou 24ª casa, levando em
12ª casa, o ponteiro deverá
consideração que na 12ª casa,
ficar exatamente no
o ponteiro deverá ficar
ponto zero
exatamente no ponto zero
21
Para fazer com que o ponteiro chegue ao ponto zero nos três ou quatro pontos das oitavas,
(primeiro confirme se a corda ‘’solta’’ está corretamente afinada na altura certa ) acione na pon-
te, o parafuso horizontal da peça que sustenta a corda no sentido horário, ou anti-horário e
também suba ou desça a altura da corda acionando os parafusos verticais na mesma peça. Isso
fará com que se mude a entonação da nota para cima ou para baixo fazendo com que se possa
atingir o ponto zero ou o ponto mais central do balanceamento sob o ponto zero.

68 Nesse sentido, Para subir a entonação


sobe a entonação da nota da nota, rode o parafuso
no sentido
Nesse sentido, anti-horário,
sobe a entonação da nota para descer,
a entonação, rode
no sentido
horário.

Nesse sentido, desce a entonação da nota Nesse sentido, desce entonação da nota

Para fazer com que a nota desça, quando


o ponteiro ultrapassar o ponto zero,
Alcançar o
ponto zero 0 69

acione o parafuso horizontal da


respectiva peça na ponte no sentido
horário ou nos parafusos verticais no
sentido anti-horário. Faça os ajustes e
confira se a nota alcançou o ponto zero
do afinador eletrônico. Para fazer com a
nota suba, proceda da forma exatamente inversa.

Quando se torna difícil atingir o ponto zero do afinador, nos pontos das oitavas, provavel-
mente seja porque a escala não está 100% dentro de um padrão de

0
qualidade, pois existem instrumentos amadores que saem desse 70

padrão (página 100) e neste caso deve-se fazer o balanceamento


entre as notas e as oitavas como já foi visto anteriormente. Porém
nesses instrumentos pode acontecer de, quando afinar a corda
solta e a nota da 12ª casa corretamente no ponto zero, a nota
da 7ª casa poderá ficar antes do ponto zero (mais baixa), e as
notas das casas 19ª ou 24ª poderão ultrapassar o ponto zero
(mais altas), nesse caso deve-se fazer os ajustes respeitando a
nota solta e apertada na 12ª casa que deve ficar exatamente no
ponto zero, em seguida o ajuste da 19ª casa ou 24ª quando houver
duas oitavas, da forma que menos sacrificar a nota da 7ª casa, pois nesse
exemplo citado acima, uma nota fatalmente sacrificará a outra visto que se
colocarmos a nota da 7ª casa mais alta (que estava baixa) as notas da 19ª e 24ª irão ficar ainda
mais altas do que já estavam, e se abaixarmos as notas da 19ª e 24ª casas (que estavam altas)
a nota da 7ª casa ficará ainda mais baixa do que já estava, de forma que poderá ser uma escala
imperfeita onde o exemplo poderia ser o contrário ou seja a nota que estava baixa, poderia estar
alta, e as notas que estavam altas, poderiam estar baixas por isso nesses casos deveremos dar
preferência à corda solta e nota apertada na 12ª casa e as notas da 7ª casa e 19ª ou 24ª, o mais
aproximado possível do ponto zero da 12ª casa.
22
11º PASSO - REGULAR A ALTURA DOS CAPTADORES. Com o instrumento já, macio, afinado
e com tudo em perfeito funcionamento, é hora agora, de fazer a regulagem de altura (volume)
dos captadores. Todo captador possui dois, três ou até quatro parafusos para esta regulagem
que se resume no seguinte: Aciona-se os parafusos no sentido horário para aproximá-lo das
cordas e no sentido anti-horário para afastá-lo, esse movimento faz com que o volume do som
captado por ele seja alterado, quanto mais perto da corda, estiver o captador, mais volume se
obterá, mas porém há
um limite para isso
por causa do imã Área de timbre agudo,
Área de timbre grave,
que todo captador área de maior Área de timbre médio, área de menor
volume área de médio volume
magnético possui volume
captador
(com exceção do captador do meio captador 71
do braço da ponte
violão que tem
captador de sistema
de funcionamento
diferente das
guitarras e contrabaixos,
que é o sistema piezo-elétrico) parafuso da
regulagem de altura ímã
por isso não se pode
aproximar muito o captador
das cordas porque este,
O captador do braço deve ficar mais próximo
acaba segurando-as, as cordas para compensar a área de menor volume
prendendo no seu campo
magnético, o livre movimento
das cordas causando perda de densidade, sustain e timbre, colocando à perder toda qualidade
de som que se poderia obter das próprias cordas quando elas vibram mais soltas.

abaulamento dos polos


Os captadores duplos (humbuckers) captador humbucker
72
e simples (single coils) podem e devem
ter diferentes regulagens de aproximações
das cordas, dependendo das potência
dos seus imãs que é o fator determinante
para isso, pois alguns são mais fortes,
outros são mais fracos. Alguns
captadores já saem da fábrica com
os polos de contato das cordas
ajustados no seu abaulamento
de captação de volume, outros
tem os polos pre-ajustados na abaulamento dos polos
captação de frequência. Outros captador single
vem com essa condição de 73
ajuste para captação de volume
opcional, geralmente com para-
fusos hallen. É aconselhável fa-
zer esse ajuste de abaulamento
dos captadores quando estes
possuem essa opção.
23
12 PASSO - REGULAR OS TRASTEJAMENTOS. Agora nesse passo, é a parte mais delicada e
problemática de todo resultado final da regulagem de afinação do instrumento, que é verificação
dos trastejamentos, uma vez que o instrumento deve ficar com as cordas baixas, com o sons das
notas e acordes bem soltos e sem nenhum trastejamento em todo o braço, inclusive no final da
escala onde é maior a frequência dos bends, que trazem mais à tona os trastejamentos. E é in-
teressante observar, que é comum de acontecer do instrumento estar perfeito e tecnicamente
ajustado para não trastejar, e trastejar! Até mesmo com corda solta ocorrer trastejamento ! Aí
é onde entra a experiêcia para fazer várias análises do porque dos trastejamentos para saná-los.
A primeira coisa a ser verificada: As cordas podem estar velhas, pois se um músico toca
todo final de semana, a média de duração da vida útil das cordas é de1 mês, para guitarra e vio-
lão e 2 a 3 meses para contrabaixo, se o músico é daquelas pessoas que tem grande dissipação
de suor nas mãos, a vida útil das cordas é menor ainda ! Pois o que mais danifica as cordas, é a
corrosão delas causada pelo suor das mãos que as oxidam e as enferrujam sem falar no acúmulo
de sujeira que se aloja nos cantos dos trastes que precisa ser eliminado como foi visto no 4º pas-
so (figura 18).
Existe uma maneira muito boa de detectar quando as cordas estão muito velhas e que po-
de ser muito útil em certas horas de eliminar hipóteses de problemas, que é a verificação da vi-
bração das cordas em hertz, (o seu espectro) ou seja, as cordas vibram de vários padrões de for-
mas como por exemplo a forma de um número oito. A corda lá, quando nova e afinada em 440
hertz, ao ser tocada, vibrará em forma de oito 440 vezes por segundo de forma uniforme e gra-
dual até o final da sua vibração, quando a corda está velha, esta vibração é totalmente imperfeita
e trêmula com diferentes intensidades ao final da sua vibração a ponto de ser vista a olho nu, o
que nos dá a condição de detectar o problema e primeiramente, culpar as cordas!

A verificação do espectro das cordas, também é válido para cordas novas pois é comum
virem com problemas de fábrica, quando se tira do pacotinho, ela já está com o som mudo,
abafado, com alteração no seu espectro, com um som estranho. A segunda coisa a ser verifica-
da é o ângulo do braço, que em alguns casos podem estar para o côncavo ou para o convexo de
forma não adequada para o instrumento e principalmente se não há torção no braço como já
foi visto no 8º passo pois a torção é uma grande causadora de trastejamentos visto que ela li-

75
74 espectro
correto
vibração da corda, em um da corda
movimento de oito, nova ou
440 vezes por segundo velha
(hertz ciclos por segundo)

76

espectro
incorreto
da corda
nova ou
velha
24
mita uma perfeita regulagem, principalmente com relação a altura das cordas. Outro fator a ser
observado, é o perfeito estado da madeira com relação à resistência dela ao longo dos anos fren-
te ao clima pois ocorrem casos de instrumentos apresentarem dilatação ou contração na made-
ira da escala ou da parte traseira do braço que é talvez o maior causador de trastejamentos!

77
Dilatação ou inchaço da madeira

78 Contração ou depressão da madeira

Não se pode esquecer que as vezes o problema pode estar na ponte, quando ela é do
tipo com abaulamento fixo, um ou outro carrinho mais baixo, colocará a altura da corda tam-
bém mais baixa o que podera causar trastejamentos.
Também não se pode esquecer do fator: Desgaste natural dos trastes que em alguns casos
é necessário troca-los para resolver problemas de trastejamentos, (o que deve ser feito por um
Luthier especializado, se você ainda não tem
condição para daze-lo ).
80

79

Abaulamento fixo
Abaulamento fixo
da base da ponte ponte Floyd Rose
relembrando que cada peça (carrinho)
tem o seu correto posicionamento!

82
Desgaste natural dos trates,
traste bem colocado trastes mal colocados
causado pela ação das cordas!

81

A terceira coisa a ser observado é a má colocação dos trastes desde a fábrica, e a expu-
são ou repuxamento dos trastes na madeira da escala que também podem ocorrer. Em resumo,
os tratejamentos nos instrumentos podem ser causados por :
- Cordas visivelmente velhas
- Tempo de vida das cordas
- Suor das mãos
- Sujeira acumulada na escala
- Cordas velhas ou novas com problemas no espectro
25
- Ângulo incorreto do braço (tirante)
- Dilatação/contração na madeira da escala ou do braço
- Abaulamento fixo da ponte incompatível com o da escala
- Desgaste natural dos trastes
- Má colocação dos trastes
- Expulsão ou repuxamento dos trastes
- Ação muito baixa das cordas

TRASTEJAMENTOS TÉCNICOS: Existe um método para se verificar a presença de trastejamen-


tos técnicos das notas em todo o braço em todas as cordas que é a visualização do reflexo da
corda no traste como mostra a figura 83. Estes trastejamentos são mais visuais do que auditivos
se tornando em pouco tempo auditivos, por isso é necessário tira-los o quanto antes! Cordas vi-
sivelmente velhas, devem ser imediatamente trocadas. Quanto ao tempo de vida de um jogo de
cordas, deve-se sugerir a troca periódica todo mês, ou todo bimestre dependendo do caso.
O suor das mãos, é um problema que para minimiza-lo deve-se ter sempre por perto (na capa
ou no estojo,

Quando o refléxo mostrar que não há uma igualdade


Apertando-se em uma casa,
a proxima casa deve ter uma distância padrão, da distância da corda e o traste em todas as casas,
entre a corda e o traste, em todas deve-se proceder de uma das formas que serão
as outras casas restantes. Mostradas nas próximas páginas para se ajustar
Uma distância padrão, levantando ou rebaixando,
limando ou lixando e polindo o traste

83

Deve-se observar
o refléxo da corda
no traste para
ajudar a visualizar
se a distância
está padrão!

do instrumento) um pano seco de algodão, (menos flanela, pois este solta fiapos) para se passar
nas cordas todas as vezes após tocar no instrumento. Passe o pano por cima e por baixo das
cordas (onde a sujeira mais se acumula) em todo seu comprimento, para limpar o suor deposi-
tado em baixo das cordas, para poder amenizar o problema causado por isso. Para a sujeira na
escala, limpe periodicamente com cera polidora nº 1 (cera automotiva) e após a limpeza, pas-
se um óleo natural de madeira, (óleo de cedro ou peroba) para tratar a madeira. Cordas velhas
ou novas com o espectro incorreto, troque-as por outras novas de boa qualidade.

Dilatação da madeira
84

85
Contração da madeira

26
O ângulo do braço deve estar perfeitamente ajus- 86
tado, se o braço estiver com alguma torção, anali-
se qual o melhor ponto da regulagem do tirante pa- Ferramenta para
ra definir o ângulo do braço na 1ª e na 6ªcorda em ajustes da pressão dos
relação as outras. A depressão ou dilatação na ma- trastes mal colocados
deira, é um problema grave, mas se for pouco é
possível contorna-la. Atue em cada traste estrate-
gicamente, rebaixando-o ou levantando-o (como
veremos mais a frente) ou ainda em último caso,
limando-o, quando não houver outra saída. Este
limamento, obrigatoriamente deverá ser seguido
de: Arredondamento, lixamento e polimento (como
também veremos mais a frente). Para fazer o reba-
ixamento dos trastes, confeccione uma pequena
ferramenta para ajuda-lo nesta tarefa (veja figura
86). Acione o parafuso para pressionar a chapa de
ferro e empurrar o traste para baixo para assenta-
lo corretamente. Confeccione também uma outra
ferramenta para complemento dessa função que
pode ser denominada de ponteiro rebaixador de
trastes (figura 90), um pequeno ferro maciço para 87

se encaixar no traste martelando-o sem danifica-


lo, esta pequena ferramenta nos dá a condição
de pressionar o traste em pontos isolados da sua
extensão. Poderá usar também um pequeno mar-
telo que deve ter a sua base totalmente lisa e po-
lida, sem ranhuras para não marcar o traste (figu-
ras 87). Martele na região que deseja pressionar o
traste, tem que se ter um pouco de habilidade pa-
ra não danificar o traste, por isso não vire a base
do martelo de quina, segure-o no sentido plano Atuação nas laterais do traste
como mostra a figura 88, pode-se usar também com o martelo
uma chapa de ferro dobrada conforme o o abaula-
mento da escala para ficar entre o traste e o impacto
do martelo, (figura 89 e 91) segure com os dedos a
outra extremidade que não está sendo trabalhada
para que o traste não se solte. 89

Nível plano do martelo


88
em relação ao traste

Chapa de ferro
Abaulada como
o abaulamento da
escala

27
90 PONTEIRO REBAIXADOR DE TRASTES

Corte uma pequena barra de ferro maciço quadrado Ponteiro rebaixador de trastes

Arredonde os cantos (quinas) da ponta do ferro com a lima ou


no esmeril para não arranhar a madeira da escala do instrumento

Dê acabamento na base do ferro, para que fique liso e


não arranhe o traste na hora de pressiona-lo com o
impacto com o martelo

Centralize a ponta do ponteiro exatamente em cima do trastejamento e


martele na sua superfície para pressionar o traste

Quando for o caso de dilatação grave da madeira da escala, e todos esses recursos não
forem suficientes, deve-se levar o instrumento para um luthier especializado em fabricação de
instrumentos musicais, pois os procedimentos a serem tomados, requerem outros conhecimen-
tos, habilidades e prática para fazer o serviço que consiste em retirada dos trastes, e plaina-
mento da escala, que só quem fabrica poderá faze-lo com mais segurança, sem colocar o ins-
trumento em risco de algum dano. Estes conhecimentos e habilidades, serão passados posteri-
ormente aos interessados em outras futuras edições do autor, sobre fabricação que terá todo o
seu conteúdo exclusivamente focado para uma maior abrangência sobre o assunto!

91
Para se trabalhar com o
ponteiro, começe do centro do
braço para fora, retirando
primeiro os trastejamentos
das cordas SOL e RE e
depois nas laterais,
nas cordas SI, LA e Chapa entre
MI (1ª) e MI (6ª), pois o impácto
o traste acompanha o e o traste
abaulamento da escala
e esse procedimento
ajuda a não se soltar numa ponta,
quando se estiver atuando na outra,
corra com o ponteiro enquanto se martela
na direção do meio do braço para fora como
mostra a figura 92 para que o traste fique bem assentado.
28
A força com que se deve 92
martelar, nunca pode e nem deve ser
grande, pois pode danificar o traste,
salvo exceção, quando se deve sim,
atuar com maior força, mas no sentido
plano do martelo como já foi visto,
(figura 88) essa força vai depender de
alguns fatores, que são: Se espessura
do corte que foi feito na fábrica para
receber o traste for apertada ou folgada,
se há um aprofundamento do corte que Atuação com
martelo e
recebe o traste, (figura 93) se a espessura
ponteiro, do
do corte for apertada, vai precisar um meio do braço
pouco mais de força, se for folgada, só para fora
um pequeno toque será o suficiente
para assentar corretamente o traste, se
em ambos os casos, houver o aprofundamento do corte,
93
Observando se o traste
está levantado

Observando se há aprofundamento do corte


para poder pressionar mais o traste

Movimentos do formão
94

Usando a ponta do formão


para fazer o levantamento do traste

95

Colocando um calço de apoio de plástico transparente, tipo acetato


em baixo do traste levantado-o, este calço, deve ser colado

então é inteligente observar


que se deve começar com
suavidade para se ter a
correta noção da força em
que será preciso atuar, pois se for o caso Resultado do martelamento 96

do corte folgado, e se começar com uma força maior do traste com o martelo
atuando no sentido plano
que a necessária, o traste entrará na madeira da escala
mais que o correto, o que complicará mais a situação
porque será preciso usar outro recurso para sanar este
erro, que é o levantamento deste mesmo traste, com a
colocação de um calço (que deve ser de plástico tipo acetato
transparente para ficar discreto) em baixo do próprio traste, para
recuperar novamente a sua altura de forma que ele não desça (figura 95),
e para isso autor sugere que se faça uma reciclagem; recortando as capas plásticas
transparentes de acetato das embalagens em geral, ou adquirindo as folhas que são vendidas!
29
RETIRANDO OS TRASTEJAMENTOS

Para se trabalhar com a lima, também é necessário experiência e habilidade para não
danificar o instrumento, e essa experiência, se adquire com o tempo praticando este tipo de ser-
viço várias e várias vezes, e em vários tipos de instrumentos, mas só se deve fazê-lo quando o
traste não está devidamente assentado, e lembrando que as vezes é necessário o levantamento
do traste, (figura 94 e 95) por isso deve-se observar bem se o caso é mesmo de limamento que
como já foi dito, é o último recurso!
Mas as regras são as seguintes : usa-se a lima deitada na mesma direção das cordas, dei-
tada em todos os trastes que ela alcançar, faz-se o movimento de vai e vem, apoiando-a com
os dedos na área dos trastes a serem trabalhados e com a polpa da mão na sua extensão para
que ela já abranja e corrija o nivelamento de possíveis imperfeições nos trastes posteriores e
anteriores, observe afigura abaixo no seus detalhes.

Apoio da mão sobre a parte de trás da lima


já nivelando os trastes adjacentes

97

O posicionamento da lima, vai do traste problemático, aos trastes adjacentes,


abrangendo toda a área de trastejamentos num movimento de vai e vem

Faz-se o movimento até o traste problemático, em seguida, até o traste seguinte e assim
por diante, abrangendo uma área de duas, três, quatro ou mais casas e a cada casa, com menor
pressão sobre os trastes.
Dependendo do caso, no primeiro traste faz-se uma pressão adequada da lima de acordo
com o estado de poder de corte dela e do tanto que se deseja rebaixar o traste, essa pressão
deve ser menor a cada traste seguinte. Deve-se considerar ainda com respeito aos trastes, que
alguns fabricantes usam uma régua grande de aço para verificação da perfeita colocação dos
trastes com intuito de detectar qual está mal colocado, porém na opinião do autor é mais apro-
priado o uso das próprias cordas, (quando afinadas) pois por si só, elas já são excelentes réguas
que abrangem toda a extensão do braço.
30
98 Traste problemático 1 Traste limado 2 Traste arredondado

A retirada de trastejamentos com


a lima, deve obrigatoriamente
seguir os passos de 1 ao 4 como
mostram as figuras ao lado

3 Traste lixado 4 Traste polido

Faça primeiro a verificação auditiva dos trastejamentos para se ter uma idéia geral de
quais e quantos pontos deverão ser trabalhados, se necessário, refaça toda a leitura técnica do
12ºpasso para que não fique nenhum detalhe sobre trastejamento sem entendimento, pois mui-
tas vezes os trastejamentos, não existem auditivamente, mas sim, tecnicamente e a qualquer
momento podem virar auditivos (página 83).
Deve-se usar todas as ferramentas disponíveis de acordo com a sua preferência pois se
trata de um trabalho delicado, difícil e chato de se fazer e que requer bastante prática e habili-
dade, e é o ponto mais verificado pelos clientes; principalmente por aqueles que estão come-
çando a tocar, mas também por aqueles que já começaram a algum tempo mas que não tocam
nada, e por músicos de alto nível profissional!!! Como se pode observar, os trastejamentos são
verificados por todos. As ferramentas, devem ser fabricadas uma vez que são ferramentas
simples (como mostram as figuras 86, 89, 90 e 100) e com materiais fáceis de se encontrar no
mercado, caso não queira fabrica-las, é possível comprar alguns outros modelos na net!
100
Limamento do traste nas laterais
para o arredondamento
Bloco de
Ferramenta para madeira
99 lixamento
dos trastes

Folha de
Apoio de uma lâmina (do tipo estilete)
lixa d’agua
para não marcar a escala
Base de
borracha macia

Lixando o traste
para o polimento Observe que o bloco de
madeira com a base de borracha,
é posicionado de forma inclinada
para facilitar o arredondamento
do traste já pré-limado pela lima
101 que se dá através do lixamento
feito pela lixa d’água colocada
sobre a borracha.

31
Comece primeiramente pelos trastejamentos auditivos mais graves, aqueles em que a
nota nem sai, depois, para os auditivos menos graves, até chegar nos trastejamentos técnicos.
Lembrando que trastejamentos técnicos, são trastejamentos que existem por causa da
movimentação dos traste, que ocorre quando a madeira se movimenta nas mudanças do clima,
onde ela tanto pode se contrair, quanto se dilatar, puxando ou empurrando os trates para ci-
ma ou para baixo fazendo com que o som da corda, soem como trastejamento, embora não se-
ja trastejamento real, mas que de uma forma ou de outra interferem no som da corda, fazendo
com que ela raspe nos próprios trastes ao longo do braço por causa do espectro da própria cor-
da ao ser tocada, fazendo com que o seu som, não seja limpo e solto como deve ser, e geral-
mente esse trastejamento técnico, mais cedo ou mais tarde, sempre se torna trastejamento au-
ditivo, que é o trastejamento real, aquele em que as vezes, a nota nem sai, ou sai suja, com o
seu som de uma forma que se pode denominar, como metálico, distorcido ou saturado demais!

É muitíssimo importante que, após a cada realização de um procedimento como


afastamento ou levantamento das cordas para se inserir ferramentas ou para atuação de corre-
ção de imperfeições ou ainda a cada impacto do martelo; se faça a ré-afinação do instrumento,
pois com certeza a afinação será danificada, e se não fizer essa verificação, vai chegar a um
ponto em que vai se estar trabalhando em uma outra afinação o que compromete todo o traba-
lho, uma vez que a perfeita retirada de trastejamentos, depende primeiramente do ângulo do
braço, que por sua vez, depende da correta afinação em 440 hertz, ou seja, um depende do
outro, em outra afinação, além do ângulo do braço ser alterado, a altura das cordas também se
alteram complicando a boa visualização dos trastejamentos técnicos, e uma perfeita audição
dos trastejamentos auditivos.

Força da atuação do martelo


de acordo com o necessário

Centralizando Atuação do martelo e ponteiro


o ponteiro sobre do centro, para as laterais do braço
a área a ser
trabalhada 102

pode-se colocar
uma cabeça de
madeira na base
do ponteiro

Afastando e segurando firme


a corda com o dedo médio
32
OS BENDS
103

Bend na guitarra

13º PASSO - TESTANDO OS BENDS. A maioria dos clientes não solicitam esta regula-
gem, porém é muito importante que se verifique os bends porque eles funcionando perfeita-
mente, será a confirmação de que realmente o instrumento ficou bom com relação aos trasteja-
mentos ou seja, ficou com trastejamento zero.
Quando se tira os trastejamentos de cada corda com a lima, se trabalha com ela com
movimentos no sentido horizontal da corda, como já foi visto na figura 97, mas com os bends
estes movimentos devem atuar no mesmo sentido perpendiculares das cordas, para que se faça
uma espécie de pente fino aos trastejamentos, eliminando qualquer possível vestígio deles.
Os bends devem ser de um tom e meio no máximo para não forçar muito a ponte no
instrumento, pois um exagero faz com que a tenção das cordas se eleve consideravelmente for-
çando o braço que já sofre uma tenssão constante das cordas que é em média 40 kls como vi-
mos no 4º passo, além de forçar os parafusos de fixação da ponte o que pode leva-los ao espa-
namento na madeira podendo também até em casos extremos, soltar os carrinhos dos seus po-
sicionamentos no caso da Floyd Rose como já ocorreu, testemunhando o próprio autor, e o mais
frequente; que é quebrar as cordas. Algumas guitarras suportam bem, isto, outras nem tanto!
Os bends necessitam de uma altura da ação média baixa, ou seja não se pode deixar a
altura das cordas muito baixa principalmente se for uma escala muito abaulada como nas gui-
tarras Fenders antigas porque esses dois fatores limitam os bends mesmo o instrumento estan-
do perfeitamente regulado e ajustado, já as guitarras mais contemporâneas possuem a escala
mais reta facilitando consideravelmente esta regulagem.
Por isso deve-se fazer a melhor análise de acordo com o que se deseja com relação a
técnica, estilo, pegada etc... pois quanto mais baixa as cordas menos probabilidade de bends
soltos e menos o principal, que é o sustain (quando se toca a nota, e o som se prolonga por
muito tempo), que será com certeza bastante sacrificado!
33
14º PASSO - FAZENDO ANOTAÇÕES. Todas as regulagens feitas no instrumento, não
vão fazer com que este instrumento dure eternamente sem apresentar problemas, mesmo com
todos os cuidados que se possa ter.
Felizmente ou infelizmente, todos os bons instrumentos são fabricados de madeira
porque ainda não existe outra matéria prima que dê melhor resultado na questão de qualidade
sonora e timbre, que a madeira, apesar dos todos os seus problemas, sem falar na beleza e
estética visual que ela proporciona, mas existem aqueles que não são de madeira, os que usam
outros tipos de materiais, porém estes, ainda não conseguiram superar a madeira!
Por causa disso todos os instrumento de madeira sofrem com as mudanças climáticas
de temperatura pois a madeira depois de cortada da árvore, não morre, continua vivendo e rea-
gindo com as mudanças climáticas. Esse é o principal fator que faz com que o instrumento ne-
cessite de manutenções periódicas, que variam de instrumento para instrumento dependendo
do tipo e modelo do seu projeto e as madeiras para os quais foram utilizadas.
Por isso é importante que se faça as anotações do que foi feito e quando foi feito, pa-
ra que a partir daí se tenha um controle da resistência e da qualidade da madeira que foi utiliza-
da nesse instrumento, uma vez que quanto mais antiga a madeira ou quanto mais antigo tenha
sido feito o seu corte da árvore, mais mudanças de estações de clima ela terá passado e con-
sequentemente mais resistência terá, levando-se em consideração que a madeira leva muito
tempo para secar totalmente.

104

Corte da madeira
em quartie

Corte da madeira
em pranchas

Unindo-se tudo isso, mais às condições submetidas ao instrumento no seu projeto


como por exemplo; a espessura do braço, a tensão das cordas que vão ser usadas, madeiras
de finas espessuras como é caso de instrumentos acústicos e violões, e como são cortadas
essas madeiras o que é muito importante pois o tipo de corte é um fator determinante na
resistência do instrumento a partir de então, como por exemplo o corte em quartie, em pran-
chas e simétrico (figuras 104, 105 e 106).
As principais regulagens para serem anotadas são : Data da regulagem, regulagem do
tirante para qual numeração das cordas que se vai usar à partir daí, como por exemplo 009,
010 para guitarra, 009 ou 010 de aço para violão, 028 leve ou 028 pesada para violão de nylon
e 040 ou 045 para contrabaixo etc, regulagem da altura das cordas como baixa, média, alta,
limpeza e lubrificação dos potenciômetros, regulagens das tarraxas etc, etc...
Anote tudo que for feito para um controle posterior. Dessa forma vai se conhecer me-
lhor o instrumento que se tem e saber melhor o que fazer para cuidá-lo e conservá-lo!
34 .
15 PASSO - LIMPANDO O INSTRUMENTO. Existem cores de instrumentos que apare-
cem mais a presença de sujeira, que são as cores claras como branco por exemplo, e cores que
aparecem menos, como acabamentos transparentes ou natural da madeira e ainda cores que
destacam as manchas do manuseio das mãos como o preto por exemplo.
Em qualquer dos casos, não é aconselhável a limpeza demasiada com produtos para
tal, pois produtos oleosos ou que tenham algum tipo de química, podem trazer problemas ou
até mesmo danificar de alguma forma o instrumento pois existem partes muito sensíveis como
os captadores piezo-elétricos dos violões e baixos acústicos e captadores magnéticos de baixos
e guitarras elétricas que possuem uma bobina com um fio mais fino que a espessura do fio de
cabelo, que é protegido por uma finíssima camada de verniz muito vulnerável sem falar no dano
que produtos inadequados podem causar à própria pintura!
Por isso é aconselhável fazer uma limpeza bem feita do tipo faxina, somente quando
for necessário, rotineiramente deve-se procurar manter o instrumento limpo e sem manchas
com um pano seco, de preferência um que não arranhe ou risque a pintura, inclusive nas cor-
das (como foi visto no 12º passo).
105
Posicionamento dos veios
na madeira do braço do instrumento

Incorreto - menos resistente Correto - mais resistente

Madeiras simétricas

106

35
Não é preciso gastar mais dinheiro que o necessário com produtos importados que
prometem mil vantagens com total eficácia, do tipo, um único produto resolver todos os pro-
blemas de uma só vez, pois existem no mercado nacional os mesmos tipos de produtos para
a mesma finalidade, com a diferença, só, de não terem o seu rótulo específico para instrumen-
tos musicais, mas que fazem a mesma função com uma qualidade igual ou até superior aos im-
portados por um preço bem mais em conta.
Para a limpeza de sugeira acumulada pode-se usar cera polidora automotiva Nº 2
(esta cera é uma espécie de lixa em pasta, ela além de limpar, já faz o polimento) e no caso
daquela sujeira mas impregnada como esmalte, tinta ou cola de adesivo, se a cera Nº 2 não
estiver sendo capaz de remover a sujeira, use a cera Nº 1 que é mais grossa e portanto come
mais a sujeira, é aconselhável ter cuidado pois a Nº 1 pode comer até a tinta da pintura do ins-
trumento quando não tem uma camada protetora de verniz transparente!
Use também um polidor líquido para polimento do tipo ‘’braço’’ ou similar, use-o na
sequência do polimento da cera em pasta, ou para limpeza de sujeiras superficiais, ou ainda
para polir as partes em metais cromadas, douradas ou oxidadas.
E por fim, depois da cera, e do líquido, para trazer totalmente o brilho, use um óleo
para lustrar, do tipo lustra móveis (uso doméstico) ou também similar, existem algumas boas
marcas que dão ótimos resultados, mas dê preferência para os perfumados como o de lavanda
por exemplo.
E na limpeza da escala use um óleo de madeira que pode ser óleo de cedro, peroba,
ou pinho como foi visto no 4ºpasso. Esses produtos estão em lojas de tintas, supermercados,
etc, por um preço bem mais em conta, e que são tão bons ou melhores que os importados!

Embalagens mais comuns dos produtos de limpeza e conservação

Cera polidora automotiva Nº 1 ou Nº 2,


limpa a sujeira impregnada
e prepara a superfície para
o polimento

Óleo para tratamento


da madeira, evita o
Óleo para lustrar
ressecamento
trás o brilho
107

Polidor líquido
Prepara para
o brilho
36
GUARDANDO O INSTRUMENTO

16º PASSO - CUIDADOS AO GUARDAR O INSTRUMENTO. Um dos principais fatores de


conservação do instrumento é saber guarda-lo de forma correta, este procedimento é funda-
mental para que ele fique o máximo de tempo possível, funcionando em perfeita harmonia.
Como a madeira é vulnerável ao clima e sofre uma tensão constante das cordas no
braço, a melhor coisa a fazer ao guardar o instrumento é evitar ao máximo esses fatores, ou se-
ja, colocar o instrumento no melhor lugar da casa ou recinto onde ele ficará guardado.
Procure o centro do local, sem ser perto das paredes laterais que dividem o quintal,
varanda ou alguma área aberta, pois perto desses locais ele poderá absorver reações do vento,
frio, calor, chuva e umidade dessas áreas externas.
Procure colocar o instrumento em uma posição que deixe o braço livre, sem encostar
em nada para não aumentar ainda mais a tensão que já é constante das cordas, veja a partir da
figura 108 os modos incorretos de guardar o instrumento que devem ser evitados, e a partir da
figura 121, os modos corretos.

! O!
A DO AD
R R
ER ER

Instrumento encostado
assim na parede, é a
forma mais usada
pelos leigos, e é
Pendurado pela
a forma mais
parede, aumenta
errada.
a tensão braço,
causada pelo
peso do próprio
instrumento.

108

109

37
O!
R AD
ER 110

guitarra com cabeçote inclinado deitada,


força o braço pelo cabeçote.

Até mesmo a indústria já está aos poucos O!


deixando de lado a fabricação dos suportes para R AD
guitarras, baixos e violões do tipo que apóia ER
pelo braço, como mostra a figura ao lado,
pois com as orientações dadas pelos bons
Luthiers, os músicos estão também se 111
conscientizando do problema e passando
a reclamar com os lojistas, que por
sua vez, também estão passando
estas reclamações dos músicos
para os fabricantes das
indústrias que estão colocado em
sendo obrigados pelos suporte que
consumidores de uma
é apoiado
forma em geral à
fornecer um produto pelo
de melhor qualidade braço,
adequado às força o
exigências de
Braço.
mercado!

O!
R AD
112
ER
Guitarra com alavanca, e deitada com as cordas para
baixo, força a alavanca e consequentemante o braço.

38
Boa parte dos instrumentos que já saem das fábricas com seus estojos ou cases,
originais, apresentam um problema em comum, que é o fato de ficar guardado dentro do pró-
prio estojo ou case, apoiado pelo braço como mostra a figura abaixo, e isso ocorre até mesmo
em instrumentos de marca renomada, e na opinião do autor, isso ‘’talvez’’ se deva pelo fato
de economia de material, de custo, desconhecimento de causa, considerar irrelevância, opiniões
contrárias, etc, então fabricam-se estojos com pouca altura das caixas, deixando o instrumento
deitado, ancorado pelo braço, e isto acontece ainda mais, quando há a inclinação do cabeçote,
pois quanto maior for esta inclinação, ( como por exemplo de uma guitarra Gibson Les Paul ),
maior deve ser a altura da caixa para que o instrumento fique apoiado somente pelo corpo, ( e
não pelo braço, que já sofre uma constante tensão das cordas ) deixando o cabeçote e o braço
livre de qualquer outra tensão que não seja à das cordas.

O!
RAD 113

ER
Estojo que deixa o instrumento
apoiado pelo braço.

O!
114
RAD
Guardar a guitarra com o ferro da alavanca ER
dentro do estojo.

O!
RAD
ER Guardar a guitarra com o ferro da alavanca
115
dentro da capa.

39
O ! 116

RAD
ER

Guardar o instrumento
dentro de casa ou em
algum recinto perto
de paredes que dão
para áreas externas
abertas expostas
ao calor do sol,
umidade da chuva
ou o vento frio que
fatalmente afetará
os instrumentos
causando-lhes
problemas.

Guardar o instrumento no porta mala do carro DO!


117 estacionado sobre RA
ER
o sol.

118

Guardar o instrumento

DO! em baixo da cama


A absorvendo o frio do chão
ERR
(salvo quando se mora em apartamento).

40
O! 119

R AD
ER

Guardar o
instrumento
em cima
de um
guarda roupa que
o submeta à
ficar perto da telha,
fará com que ele
receba todo o
mormaço do calor
que esse local
absorve em
dias quentes.

DO!
RA
ER Deixar o instrumento no palco, de forma inadequada,
muito próximo dos holofotes ou diretamente sob suas
quentes e fortes luzes.

120

41
TO! 121

C ER

Deixar o instrumento
encostado em um sofá,
exatamente como mostra
a figura ao lado, faz com que o braço
dele, fique livre de alguma outra tensão
além da tensão das cordas que já é
constante no braço do instrumento,
esta é uma boa e prática forma de
guardá-lo, principalmente para
quem precisa do instrumento
à toda hora para tocar.

TO!
122
C ER

Deixar o instrumento deitado


sobre um banco ou cadeira,
deixa o braço livre, e é uma boa
forma de guarda-lo em locais
sem movimentações de pessoas,
(deve-se ter o cuidado de deixa-lo
apoiado no centro gravitacional
de seu peso para evitar que caia
com facilidade).
123

TO!
C ER
Providenciar um bom suporte para
o instrumento (do modelo mais
recente) que o apóie somente pelo corpo,
e não pelo braço (como nos modelos
antigos) esta é uma ótima forma de
guarda-lo, desde que seja em
locais de boa ambiência da casa ou recinto.
42
Providenciar um bom estojo, de preferência desses feito
por encomenda e sob medida para o seu instrumento, onde
O !
T possa solicitar que não deixe descansar apoiado pelo braço

C ER ou pelo cabeçote (o que é muito comum em estojos originais


de fábrica) que seja moldado de forma que, quando
124
estiver fechado, deixe livre a ponte, no caso de guitarra,
que tenha espaço suficiente para guardar o ferro da
alavanca, correia, cabos etc, e que garanta que o instrumento
não se movimente para nenhum lado, proporcionando encaixe,
perfeito como uma luva!

A melhor forma de transportar ou deixar um


instrumento dentro de um carro que vai ficar

TO! estacionado por algum tempo nos dias de calor,

CER é no centro do veículo, no assoalho, por ser um


local um pouco mais fora do alcance dos raios
solares e por ser mais escondido, sem chamar a
atenção, porém é aconselhável que não seja por
muito tempo! 125

43
17º PASSO - USANDO SEMPRE CORDAS DA MESMA NUMERAÇÃO. Uma vez feita a
regulagem do instrumento para cordas de Nº específico, deve-se então a partir daí usar sempre
encordoamento de mesmo Nº para manter a mesma tensão no braço, pois é muito importante
que a tensão seja sempre a mesma para que a madeira acostume ficando firme e estável, sem
ficar oscilando e apresentando variações que trazem problemas.
Se o instrumento tiver sido regulado para 009 por exemplo, e se colocar uma corda
que seja de outra numeração, já poderá aparecer problemas em curto prazo ou de imediato
no caso de guitarras com alavancas. Hoje em dia existem vários tipos de cordas no mercado
que são fabricadas das mais variadas matérias primas como cobre, níquel, prata, bronze, ferro,
aço, náilon. E cada um tipo, tem características de sons e timbres peculiares. Existe ainda cor-
das lixadas ou semi lixadas (figura126) que tem outras características. E as cordas híbridas
(numerações misturadas) que são muito comuns hoje em dia.
Também hoje é muito comum o uso de afinações alternativas como; um tom ou mais,
abaixo do 440 hertz, e outras que nem seria preciso abordar aqui, pois os procedimentos para
regulagem, são os mesmos para qualquer tipo de afinação, sendo necessário somente antes,
definir entre elas qual será utilizada, sem falar daquelas que os próprios músicos inventam para
experimentação! Mas as afinações padrões mais usadas são: (contando-se as cordas de baixo
para cima):
Guitarra e violão :............................ MI - SI - SOL - RE - LA - MI
Contrabaixo de 4 cordas :................. SOL - RE - LA - MI
5 cordas :................ SOL - RE - LA - MI - SI
6 cordas :.................DO - SOL - RE - LA - MI - SI
Cavaquinho :.................................... RE - SI - SOL - RE
Bandolim:......................................... MI - LA - RE - SOL
Viola de 10 cordas :.......................... MI - SI - SOL(sustenido)- SI- MI
Violino :............................................ MI - LA - RE - SOL
Guitarra baiana :............................... RE - SI - SOL - RE
Guitarra de blue :.............................. RE - SI - SOL - RE - LA - RE
Guitarra meio tom abaixo :............... D - A - F - C - G - D
Guitarra um tom abaixo :.................. D -A -F -C -G -D
Ukulele ............................................ A - E - C - G

Obs.: Para as afinações dos contrabaixos em um tom, ou


meio tom abaixo do padrão, segue-se a mesma regra
usada paras as guitarras.

Errolamento padrão, fio redondo (vários tipos materiais)

126
Alma (ferro aço ou nylon)

Enrrolamento semi lixado

Enrrolamento lixado

44
127 diapazão de metal
acionado por vibração,
é o mais preciso!
Bata com ele em
algum obstáculo,
e coloque-o próximo
ao ouvido para ouvir
a sua ressonância
128
emitindo a nota

Diapazão de seis
notas, (do violão)
de sôpro, que pode
ser de metal ou
de plástico
129

Diapazão de
uma única nota,
(geralmente nota A)
de sôpro, que pode
ser de metal ou plástico

18º PASSO - MANTENDO-SE A AFINAÇÃO SEMPRE EM 440 HERTZ. Esta recomendação


é de muita importância pois a estabilidade da madeira como foi dito no passo anterior, também
depende disso.
É importante termos a noção de que quando se afina um instrumento, e o deixa para-
do por alguns dias, a afinação tende a cair na maioria das vezes mas também pode subir nos
climas frios, isso faz com que a madeira fique instável quando deveria ficar estável, por isso, a
importância de se conferir sempre a afinação.
As afinações podem variar de 437 a 442, mas, a mais usada mundialmente é a 440,
se o instrumento tiver sido regulado corretamente em 440 hertz e o músico ficar afinando sem-
pre de ouvido, sem ter uma precisa referência, com certeza a afinação sairá dos 440 e aparece-
rão os seguintes sintomas: Começará a trastejar ( pouco ou muito ), ficará duro na ação e a afi-
nação não será perfeita a partir principalmente da 12ª casa (se o braço ficar muito côncavo).
Para fazer sempre uma boa conferência, é preciso ter uma boa referência, ou seja, um
bom acessório como diapasão de sopro de metal ( os de plásticos costumam não ser precisos ),
diapasão de vibração (figura 127), diapasão-metrônomo, um bom teclado ou o mais aconselha-
vel, um bom e profissional afinador eletrônico análogo de ponteiro, podendo também ser o
digital se for o caso, mas cuidado pois existem até mesmo alguns afinadores eletrônicos de
ponteiro que não são tão precisos quanto deveriam ser, sendo preciso mexer no seu ajuste
interno, quando eles tem essa opcão ligando simultaneamente com outro que seja preciso para
fazer a calibragem desse ajuste.
Sobre o calor das luzes fortes do palco, esta precaução de manter afinado na altura
certa tem de ser redobrada, e no estúdio de gravação, a conferência da afinação tem de ser fei-
ta após cada sessão de gravação por causa do frio do ar condicionado que tem uma atuação
considerável sobre o instrumento.
45
19º PASSO EVITANDO UMIDADE E CALOR EXCESSIVOS. Na verdade toda época do ano
em que ocorrem as mudanças do clima, os instrumentos reagem de alguma forma, uns mais do
que outros, a questão é o que fazer para evitar ou diminuir essas reações.
As figuras 121, 122, 123 e 125, já dão algumas respostas a esta pergunta, mas exis-
tem também outras coisas que podem ser feitas para ajudar nessa questão, como mandar fazer
sob medida um bom estojo de madeira que além de guardar o instrumento de forma correta
como mostra a figura 124, principalmente seja também térmico (todo forrado com espessas
camadas de isopor), e que também seja de madeira. Este, assim, dificilmente se acha em lojas.
É aconselhável também colocar dentro do próprio estojo uns pacotinhos de gel sólido
granulado que se chama Silica Gel que absorvem a umidade que consegue penetrar no estojo fa-
zendo com que o instrumento fique ainda mais protegido das mudanças climáticas (figura 131).

CARACTERÍSTICAS DE UM AFINADOR ELETRÔNICO PADRÃO (ANÁLOGO)

Afinador eletrônico de ponteiro, análogo


Liga ilumnação do visor
Mede a carga da bateria

POWER CENT 0 CENT CALIB.


-50 +50

DC IN ON BATT.
130 BATTERY

OFF
AUTOMATIC GUITAR TUNER

OUTPUT R
INPUT
AUTOMATIC GUITAR TUNER
AG - 6

437 438 439 440 441 442


6E 5A 4D 3G 2B 1E

Captação automática
Microfone, afina sem precisar plugar
das notas
131

Absorvedor de umidade GEL


SILICA EAT SILICA GEL
20º PASSO - PRELIMINARES FINAIS DO NOT
DO NOT EAT

que deve ficar dentro Vita Pac Vita Pac


FAZENDO MANUTENÇÕES PERIÓDICAS. do estojo para ajudar
Quando o instrumento passa pela na tarefa de manter
primeira vez por uma boa e completa o instrumento mais
DESICCANT DESICCANT
regulagem geral de afinação, não signi- protegido, livre da SILICA GEL SILICA GEL
DO NOT EAT DO NOT EAT

fica que ele nunca mais vai dar proble- umidade excessiva Vita Pac Vita Pac

mas, como já vimos, isso vai depender


de muitos outros fatores, e por mais resistente que for o instrumento e por mais cuidados que
tenha o músico um dia ele vai apresentar algum a coisa que precisará ser consertada, como por
exemplo; o desgaste dos trastes ou danos na pintura, ou ainda sujeira acumula na ponte e
principalmente na parte elétrica como potenciômetros e chaves seletoras que necessitem de
limpezas periódicas de médio prazo, por isso quanto mais curtos os espaços de manutenções
feitas no instrumento, mais firme e resistente ele ficará. Existem instrumentos que quando bem
cuidados, podem passar até alguns anos resistindo sem apresentar nenhuma problema mais
grave, como existem outros que apresentam problemas todo mês, independente de preço,
marca ou modelo.
O prazo médio de resistência de um instrumento bem cuidado, é aproximadamente 1 ano,
este também pode ser um prazo máximo para revisão da maioria dos instrumentos, entre
guitarras, contrabaixo, violões inclusive os mais resistentes que não apresentam problemas em
curto tempo.
46
Ferver a corda
e coloca-la no varal
sobre o sol
para secar, não resolve

132

Os primeiros sintomas que indicam a necessidade de uma nova regulagem são: Mes-
mo colocando-se cordas novas, o instrumento não afina direito, mudança na altura das cordas
percebida sensível e visualmente, trastejamentos isolados ou em todas as cordas em determi-
nada região do braço, falhas na parte elétrica, bends mudos ou sem sustain dentre outros.
Só lembrando que as cordas, são as primeiras a apresentarem problemas pois tem um
tempo de vida útil já pré-determinado pelo fabricante, que dura em média no máximo um mês
para guitarras e violões e dois a três meses em média para contrabaixo (dependendo do quanto
se toca, do quanto se transpira, e de alguns outros fatores como visto no 12º passo).
Esta durabilidade de vida das cordas, refere-se a condição delas continuarem respon-
dendo à afinação da mesma forma que quando nova, pois quando elas começarem a não afi-
nar mais direito, tem de ser trocadas até mesmo para eliminar eventuais suspeitas de que o ins-
trumento esteja com outros problemas que não são nada mais que apenas cordas velhas e não
adianta recursos como ferver as cordas e colocar para secar no sol, como fazem principalmente
os baixistas pois esse recurso só melhora um pouco o som das cordas deixando-o mais claro e
nítido porque retira toda a sujeira impregnada nas entranhas do enrolamento da corda, mas a
afinação que é o principal fator, não é recuperado, sem esquecer do fato de que, quando as cor-
das ficam velhas, a tensão exata e precisa da numeração (009, 040 etc...) Se perde mais rápido
que a afinação, fazendo com que a madeira perca aquela tensão exata e precisa das cordas no-
vas mudando a sua estabilidade, passando para a instabilidade, aí é onde começam os proble-
mas que podem ser dos mais variados. Por isso quando perceber que o som está sem brilho,
mudou o ângulo do braço, a altura das cordas se alteraram, a ponte abaixou, começou a traste-
jar, não pense duas vezes, troque as cordas imediatamente!
É bom lembrar que hoje em dia, existe um luthier em cada esquina, e tem de se ter
muito cuidado para não deixar o instrumento na mão de qualquer um que possa coloca-lo
em risco de danos irreparáveis. Pois a cada dia que passa, os músicos profissionais em geral
estão ficando mais atentos, mais informados e descobrindo que tanto o violão quanto a guitarra
e o contrabaixo, necessitam de cuidados especiais periódicos que vão além de simplesmente
botar cordas, e sair tocando por aí.
Existe em cada instrumento des-regulado, pelo menos vinte itens a serem observados
e regulados. E para ser um bom luthier é preciso saber muito mais do que a exigência do cliente
em todos sentidos, estando constantemente atualizado com as novidades que surjam e vão
sempre surgir, (figuras 135 à 149) sem falar que o luthier tem de saber tocar um pouco ou
pelo menos saber como funciona os tipos de técnicas mais usadas pelos músicos seus clientes,
para conferir tudo antes deles, e dar a aprovação de que está realmente bom de acordo com
47
que se desejava relacionado a estilo musical, técnica, pegada (forte, média ou leve do músico),
e outras pre-exigências do cliente etc, etc, etc... Tem de entender um pouco de sons e timbres
dos principais seguimentos musicais, quando fala-se um pouco de conhecimento, é porque ho-
je em dia existem muitas variações de efeitos, simuladores de sons, o advento da informática,
que trouxeram uma variada gama de novos sons e timbres personalizados e somente os princi-
pais timbres se mantiveram fiéis as raízes e praticamente não se alteraram tanto como é o caso
do blues, jazz, cowntry etc.
Todo esses conhecimentos de timbres são importantes para quem vai mexer na parte
elétrica do instrumento que também está incluído na regulagem pois as vezes a guitarra, contra-
baixo ou o violão não está com um bom som, ou não está rendendo como estava, ou como po-
deria render! Tudo isso às vezes por causa de problemas na parte elétrica do instrumento.
Pois todos os sons e timbres, estão primeiramente relacionados aos captadores dos
instrumentos, e no caso das guitarras e contrabaixos cada captador pode vir até com cinco fios
cada, somando-se dez fios quando for dois captadores, e qualquer mudança na ligação de ape-
nas um fio, é suficiente para alterar o som e o timbre.
Está relacionado ao som : Volume, ganho, intensidade, qualidade etc, e ao timbre:
grave, médio, agudo, presença, drive, sustain etc. Também tem que se conhecer um pouco dos
modelos de instrumentos famosos que fizeram parte da história do rock, blue, jazz etc, sobre-
tudo as guitarras e baixos, uma vez que as guitarras vieram dos violões, que saíram do fundo
das grandes orquestras, com o advento do captador magnético que amplificavam o seu som, e
permitindo a ela, se sobresair mais que o piano e os instrumentos de sopro, (figuras 150 à 157).
Segue a relação das principais novidades que apareceram ao longo dos anos trazendo
mudanças para atender as exigências e necessidades dos músicos que evoluíram considerável-
mente as técnicas dos mais variados tipos e gêneros musicais, (figuras 135 à 149).

Captador humbucker
5 fios
133

Negativo/bobina 1

Positivo/bobina1

Terra

Positivo/bobina 2

Captador single-coil
Negativo/bobina 2
2 fios

134
Positivo

Negativo

48
NOVIDADES QUE MARCARAM NA HISTORIA DOS INSTRUMENTOS

135 Violão Ovation, inovador na sua época


de lançamento, com tampo opcional
em material tipo fibra de carbono

Faixa e fundo do corpo do violão,


feita em forma em uma única peça
arredondada, com um material tipo fibra de vidro

Captador para vilão


piezoelétrico
de rastilho

136

Circúito de
pré amplificação
e equalização

Captador midi

137

49
138

Alavancas Floyd Rose


com micro afinação e
trava cordas revolucionaram
o mundo das guitarras na
época do seu surgimento,
e continuam até hoje
a dominar o mercado das
guitarras com alavancas

139

Alavancas Winkinson
flutuantes, com trava
na regulagem de seu
abaulamento e com
têmpera alta do ferro

140
Ponte para
contrabaixo
com trava no
seu abaulamento,
projetada para
total ausência
de trepidações
ou vibrações
para explorar
o máximo de
sustain e timbre,
existe bastante
variações quanto
ao seu formato

50
Contrabaixo de cinco, seis e sete cordas,
com várias mudanças no design e
anatomia, dois tirantes e circuitos
elétricos ativos

141

Guitarra Parker Nitefly, com braço em


fibra de carbono, ponte flutuante sobre
esferas, ponte com captadores piêzo-elétricos
em cada carrinho e com saída estéreo

142

143

Guitarra midi Roland,


com desing arrojado,
se conecta à módulos
de efeitos, teclados
e sintetizadores

51
144

Contrabaixo fretlees
(sem trastes)
Contrabaixo acústico
com captador piêzo-elétrico

145 Baixo Larriee semi-fretless,


a união de baixo sem traste,
e baixo com traste

146

Contrabaixo Steinberger
Headless (sem cabeçote)
com sistema de afinadores
traseiros instalados no
corpo do instrumento,
e captação ativa

52
Violão Godin sem trastes, com 11 cordas de nylon 147
fixadas com os cravos que são usados para fixar
cordas de aço, e com captação midi

Guitarra Novax com os


traste colocados de maneira
148 fora do padrão, ou seja,
todos inclinados como em
perspectiva, ou partindo de um
ponto de fuga, segundo o fabricante,
para se ter uma entonação perfeita
da afinação do instrumento

Guitarra Yamaha com sistema Fretwave:


primeiros trastes curvados na região das cordas
G e B para corrigir a entonação do instrumento
observe o detalhe ampliado na figura ao lado

149
Úsa-se também outro
recurso para fazer a correção da
entonação do instrumento, que é o sistema
Buzz Feiten. Consiste em projetar as posições
cordas na pestana, levemente para frente (em
direção ao corpo como, mostra a seta na figura
acima) um pouco mais à frente do que o seu
posicionamento padrão, praticado pela
maioria dos outros fabricantes

53
R

Guitarra Telecaster, apesar das controvérsias,


é considerada a primeira guitarra à surgir, na história
das guitarras por ter sido a primeira guitarra da época
a ser comercializada em lojas

150

Diferente de todos os outros instrumentos


de sua época, tinha as seis tarraxas alinhadas
em um só lado, dois captadores individuais,
bem como o corpo sólido em uma única peça de madeira

Guitarra Stratocaster, foi a guitarra revolucionária da época, mantendo-se até hoje como tal, pois em um
só instrumento, foram lançadas várias novidades que até então eram completamente desconhecidas
para sua época, como a presença de corte (cutway) também na parte superior do corpo, chanfrados
na parte dianteira do corpo para o antebraço e na parte traseira para o peito ou barriga,
ponte com sistema de alavanca de molas, chave seletora dos captadores,
três captadores individuais que geravam um som agudo e cristalino
que agradou em cheio os guitarristas de rock e country,
dividindo com a Gibson, a sua maior concorrente,
o mercado de consumidores ao meio,

151

A guitarra modelo Stratocaster, é um dos


modelos mais usados em todas as épocas
em todos os estilos musicais desde o
surgimento da guitarra, o seu desing
atravessou décadas e continua até hoje
admiravelmente contemporâneo
54
R

O contrabaixo precision, surgiu em uma época em que estava à todo vapor o sucesso das guitarras,
e numa visão de gênio, o Luthier Leo Fender lançou-o no mercado fazendo a alegria
dos contrabaixista que teriam à partir daí, uma instrumento elétrico, como
a guitarra, pequeno, leve e prático ao contrário do
antecessor o grandalhão e pesado
contrabaixo acústico

152

153

O jazz bass, é segundo modelo da Fender,


muito usado em várias gerações, e da mesma
forma que a guitarra stratocaster, até hoje,
continua bastante contemporâneo

55
As guitarras Gibsons de corpos sólidos vieram dos famosos violões acústicos da época e surgiram com
sucesso quando a empresa contratou o melhor guitarrista da época para projetar e assinar o modelo
para o qual, emprestaria o seu nome, que seria o modelo Les Paul, onde foi um dos pioneiros na
descoberta de que o corpo sólido eliminava o grande problema da microfonia causada
pelos captadores colocados em corpos acústicos dos violões, (que até então
era o grande fantasma e fracasso dos protótipos de guitarras anteriores)
trabalhando paralelamente à sua maior concorrente, a Fender porém
por caminhos completamente diferentes, enquanto a Fender 154
gerava um som agudo e cristalino, a Gibson gerava
um som grave e denso que agradou em cheio
os músicos jazz e blues atendendo outra
metade dos consumidores

155

O modelo surgiu da condição de


se poder fazer guitarras mais leves
e compactas ( ao contrário da sua irmã
Les Paul que era pesada e grande ) trazendo
as novidades de um corpo com três centímetros
de espessura e um total acesso aos últimos trastes
do braço com recortes na madeira do corpo de modo
à proporcionar maior conforto da mão na hora dos solos
56
156

Os modelos Explorer (acima) e Flay V (abaixo), surgiram basicamente do fato de que, o corpo da
guitarra podendo ser sólido, (e não acústico ou semi-acústico) proporcionava um ilimitado
convite à criatividade dos projetistas pois não havia nenhum obstáculo que impedisse
isso (como nos corpos acústicos dos protótipos de guitarras anteriores), era só
pegar o bloco de madeira sólido, e cortar no formato que se desejasse, e
esses e outros modelos dos mais variados e inusitados, também de
outras marcas, são o reflexo desta época em que havia uma
espécie de corrida para descobertas de um produto que
nascia com um grande potencial, e que explodia em
sucesso no mundo inteiro, o que fazia com
que as principais empresas da época
se empenhassem para conquistar
o domínio de um mercado
promissor cada vez
mais crescente e
lucrativo

157

57
PARTES ELÉTRICAS

A partir de agora veremos como se proceder em relação à parte elétrica do instrumen-


to, seja guitarra, contrabaixo ou violão. Como já foi dito, os captadores de guitarra ou contraba-
ixo as vezes podem conter de dois a cinco fios, por isso é preciso que se saiba algumas coisas
importantes a respeito.
Existem pelo menos sete itens que definem a características de som, timbre e volume
de um captador magnético que são: Desenho da bobina, enrolamento da bobina, espessura do
fio do enrolamento, número de voltas do fio na bobina, tipo de ímã, potência do ímã e sua li-
gação no sistema.
Da figura 194 à 204, estão as principais ligações em guitarras e contrabaixos mais u-
sadas. Na figura 212, também tem uma boa dica, sobre ligações variadas dos instrumentos.
Cada um dos ítens do captador magnético tem um papel importante no resultado final
de sua qualidade. O desenho da bobina, estipula quantidade do enrolamento, quanto mais en-
rolamento tiver, mais tendência a saturação vai ter o som.
Quanto menos enrolamento tiver, mais cristalino vai ser o som. Quanto mais fino for
a espessura do fio do enrolamento, ( geralmente nº 40 à 43) mais agudo será o som e quanto
mais grosso a espessura do fio, mais grave será o som. Quanto mais números de voltas tiver a
bobina, mais potência vai ter o som e quanto menos números de voltas tiver, menos potência
vai ter o som.
158
Tipo de ímã / alnico
Bobina

Enrolamento da bobina

Número de voltas do fio

Espessura do fio

Tipo de ímã / ferrite

Ligação no sistema

58
Enrolamento da bobina Polo positivo do ímã de alnico
159
direita para esquerda

160

Polo negativo do ímã

Polo positivo do ímã de ferrite

Enrolamento da bobina
esquerda para direita Polo negativo do ímã

Especificação das Fio do enrrolamento externo bobina 1


cores dos fios (referência Dimarzio) 162

161
Fio do enrolamento interno bobina 1

Fio do enrolamento externo bobina 2

Terra
Vermelho
Preto Verde Branco

Fio do enrolamento interno bobina 2

O tipo de ímã tem uma grande influência no resultado final. Se o ímã for de alnico,
como é o caso das guitarras Fender o som será agudo e cristalino, se o ímã for de ferrite como
é o caso das guitarras Gibson, o som será grave e encorpado. Existem também outros tipos,
como ímãs cerâmicos, que dão um resultado mais aveludado ao som.
Mas de qualquer forma a regra básica para todos é, quanto mais forte for o ímã, mais
ganho de volume vai ter, acontecendo também o contrário.
Todas estas características dos captadores magnéticos vistas até aqui, podem ser al-
teradas na sua forma de ligação no sistema, como a união de dois tipos diferentes de captado-
res em um mesmo sistema, posicionamento correto dos polos dos ímãs, direcionamento do
enrolamento, definição do papel de cada fio relacionada a cor da sua extensâo etc.
Todas estas informações são muito importantes para se iniciar no mundo das partes
elétricas, porém o mais aconselhável é copiar as várias ligações e começar a praticar em vários
instrumentos, usando-os como cobaias!
59
CAPTADORES DE VIOLÃO. O princípio de funcionamento é outro, existe um material
que se chama piezo-elétrico como já foi dito, esse material é responsável pela captação do som
do violão, e por ser um material muito sensível, funciona por vibração.
O piezo na verdade é uma lâmina onde de um lado é ligado o positivo, e do outro, o
negativo do sistema elétrico, o positivo é isolado e o negativo ligado na carcaça ou base do
captador.
Por si só isto já é suficiente para captar o som do violão quando ligado a um amplifi-
cador, por causa da sensibilidade do piezo que é colocado exatamente no ponto de maior vi-
bração do violão que é no meio do tampo, no cavalete onde se fixam as cordas que acionam
essa vibração, mas geralmente se coloca ainda mais um circuito de pré-amplificação e equali-
zação alimentado por uma bateria de 9 volts para timbrar e aumentar ainda mais o volume do
violão conforme mostra a figura 136.
Os problemas que aparecem com frequência relacionados ao som do violão, quando
não são provenientes de detalhes que já vimos como cordas velhas, trastejamentos ou outros,
com certeza estará no rastilho incorreto, mal colocado ou mal projetado o que trará consequên-
cias diretamente ligadas à parte elétrica do circuito.
Esses problemas com o rastilho resultam em instrumento com falhas no som das cor-
das, timbres diferentes entre as cordas ou o mais comum que é uma corda com o volume mais
baixo do que outra.
As figuras 163, à 176, e 184, 187 e 188 mostram porque isso acontece e figuras 178
à 183 mostram como fazer para evitar esses problemas comuns aos violões, leia os textos
das figuras, e observe-as com atenção.
Positivo

163
Piezo-elétrico

Negativo

Carcaça do captador

164
Corda sem inclinação 165

Calços colocados em baixo


do rastilho ou do captador
60
Rastilho com topo reto, Rastilho com resistência 166
amortecimento da na acomodação, dificulta
vibração da corda o contato com o captador

167

168

Rastilho moldado com quina,


pressão no canto do rastilho
forçando-o a ficar inclinado para frente

Base incorreta do rastilho,


contato incorreto
com o captador

169

Contato incorreto
com o captador Calços na frente ou
atrás do rastilho

170
171

Base do corte na madeira


do cavalete incorreta

Rastilho mais fino que o


corte feito na madeira
172 para acomodá-lo,
resulta na sua inclinação
Corte raso na madeira do cavalete,
falta de apoio para rastilho
173

61
Rastilho com base imperfeita 174

Rastilho com base arredondada 175

Corte na madeira do cavalete, apertado para o rastilho, dificultando o contato com o captador
176

CIRCUITO DE PRÉ-AMPLIFICAÇÃO E EQUALIZAÇÃO.

Os problemas mais comuns são : As fiações das conexões estarem soltas e quando o
músico vai tocar dançando ou pulando, acontece o rompimento do fio ou da soldagem do mes-
mo, podendo até acontecer internamente no circuito.
Existem umas presilias próprias para fixação das fiações do circuito que são coladas
internamente na caixa acústica no tampo (internamente) para amarrar os fios soltos e resolver
este problema, verifique se há a presença deste acessório no seu violão, (figura 214).
Quando for o caso de manutenção no próprio circuito, cada um tem a sua forma de
des-parafusamento e desmontagem, valendo à pena, uma boa observação antes de mexer nele
para tira-lo completamente do violão sem colocá-lo em risco de algum dano permanente! (Figu-
ra 220).

Inclinação correta da corda com


Arredondamento correto do topo do rastilho, um ponto de início de vibração da corda,
pressão correta da base do rastilho sobre o captador faz com que a corda vibre com o seu
e ponto de início da vibração de corda, definido máximo de timbre e sustain

177

178

62
Corte na madeira do cavalete, Base do rastilho corretamente plana
179
nem apertado, nem folgado demais,
na medida certa da espessura do rastilho,

180

Base do corte na madeira, corretamente plana

181

Profundidade correta do corte na madeira do cavalete para receber o rastilho

Base totalmente plana de todo rastilho, em contato com toda superfície do captador nas suas extenções

182

Base interna do corte na madeira do cavalete corretamente plana para acomodar captador
e corte na madeira do cavalete para receber o captador, feito na madida exata

183

Outro problema muito comum, é o uso do violão que tenha circúito de equalização que
seja alimentado com a bateria de 9 walts, e que se use o violão por muito tempo deixando a
bateria quase sem carga, isso pode trazer algum tipo de dano ao circúito.
As veses também todo o problema se encontra na conexão da bateria que pode ter
folga nas extencões dos polos positivo e negativo (figura 184) ou ainda perda da elasticidade
das molas ou das hastes metálicas que forçam esse contato, causando um interronpimento na
corrente, (figuras 185 e 186)
Outro fator de problemas no bom funcionamento do circúito, é o acúmulo de sujeira
que se armazena dentro do circúito e dentro da caixa da bateria pode haver ferrugem nos me-
tais que dão contato à corrente, ou uma espécie de fungos que se chama zinabre quando estes
metais são latão, (figura 187) e sempre é bom dar uma olhada nas soldagens dos fios para ver
se está tudo ok.
63
184 185 186

Contato por molas

Folga nos contatos

Contato por hastes

Rompimento do fio

188
187

Presença de ferrugem

Da mesma forma que existem vários tipos de captadores para guitarras, contrabaixos
e violões, também existem várias formas de ligações que são exclusivas dos captadores magné-
ticos ( ao contrário dos captadores piezo-elétricos que são utilizados mais no violões, que tem
só uma forma de ligação, que é positivo com positivo, e negativo com negativo).
Os captadores magnéticos, podem ser passivos ou ativos, (os ativos são aqueles que
precisam de uma bateria de 9 volts para funcionar).
Cada ligação tem as suas peculiaridades que atuam consideravelmente no resultado
final, pois existem várias formas de se ligar um só captador, ou a combinação de dois ou mais.
Existe também um padrão de numeração e especificação de peças como, potenciôme-
tros, capacitores, jacks e chaves seletoras que são o seguinte:
O potenciômetro deve ser 250 ou 500 K Logaritimo (e não Linear) para instrumento
passivo, como guitarra e baixo, (figura 189) e 25 K ou 50 K Logarítimo para instrumento ativo,
(ambos sem chave para volume, e podendo ser com chave para tonalidades).
Existem potenciômetros com o eixo recartilhado e eixo liso, para os recartilhados
usa-se geralmente knobs de plásticos de encaixe recartilhado, e para os lisos, usa-se knobs de
metal ou plástico, mas com a fixação de parafuso.
O capacitor deve ser de poliester de 0.045 K 250 MKT (ou 250 volts), (figura 193). As
chaves seletoras podem ser de 2, 3 ou 5 posições dependendo do que se deseja, (figuras 190
e 191) as de 2 posições podem ter 3 ou 6 conexões traseira para ligações na parte elétrica do
instrumento, (figura 192).
Os jacks devem ser monos para instrumentos passivos e estéreis para os ativos, os
monos tem duas conexões, e os estéreis, três conexões.
64
189 Potenciômetro logaritimo,
500 k para volume, (sem chave)
e 250 k para tonalidade, (geralmente sem chave)
500 k Log
para guitarras ou baixos passivos.
50 k para volume, (sem chave)
e 25 k para tonalidade, (geralmente com chave)
para guitarras ou baixos ativos.
Para os violões, devem ser
mantidas as especificações dos componentes
de projeto do circuito elétrico
de cada respectivo modelo.
190

Chave seletora de 3 ou cinco posições, para guitarras


do modelo Fender (existem bastante variações quanto
ao seu formato)

191

Chave de 3 posições para guitarras do modelo Gibson,


(existem poucas variações quanto ao seu formato)

192

Chave HH de 2 ou três posições,


que podem conter na parte traseira,
três ou seis conexões para ligações,
utilizadas tanto para selecionar captadores,
quanto para explorar os seus timbres
(praticamente não existem muitas variações
quanto ao seu formato)

193 Capacitor de poliester 0.047 k 250 mkt ou 250 volts


utilizados com padrão para o potenciômetro de tonalidade
das guitarras ou contrabaixos (existem variações somente quanto
ao seu tamanho físico)
65
LIGAÇÃO SIMPLES DE UM CAPTADOR SINGLE COIL
COM 2 FIOS (NEGATIVO E POSITIVO)

Terra (conectado a grandes


partes metálicas como pontes)

194
Volume Tonalidade

Capacitor

Esta é a forma mais simples de ligação de um captador ao sistema com volume e to-
nalidade podendo também ser feita com o captador duplo com dois condutores ( positivo e ne-
gativo).
Para se colocar mais um ou dois captadores nesse sistema, é preciso que se tenha al-
guma forma de seleciona-los individualmente, que pode ser através de chaves seletoras ( figu-
ras 190, 191, e192 ) ou de volumes individuais como mostra o exemplo 197.
66
LIGAÇÃO FENDER COM 3 SINGLE COILS E 3 POTENCIÔMETROS,
( 1de volume e 2 de tonalidade )
COM CHAVE SELETORA DE 3 POSIÇÕES MODELO FENDER (figura 190)

195

Volume
master

Tonalidade
do captador 1

Tonalidade
do captador 2

Terra

Chave seletora de 3 posições


( figura 190 )

Capacitor 1

Capacitor 2
67
LIGAÇÃO GIBSON COM 2 CAPTADORES DUPLOS, 4 POTENCIÔMETROS
(2 de volume e 2 de tonalidade)
COM CHAVE SELETORADE 3 POSIÇÕES MODELO GIBSON (figura 191)

196

- Negativo
- Positivo

Volume do captador 2 Tonalidade 2

Terra

Tonalidade 1

Chave seletora
de 3 posições
(figura 191)

Volume do captador 1

68
LIGAÇÃO DE CONTRABAIXO FENDER JAZZ BASS
COM 2 CAPTADORES E 3 POTENCIÔMETROS
(2 de volume e1de tonalidade)

197

- Negativo
- Positivo

Volume captador 1

Volume captador 2

Terra

Tonalidade para os 2 captadores

69
LIGAÇÃO DE 2 CAPTADORES DUPLOS E 1 SIMPLES
COM CHAVE SELETORA DE 5 POSIÇÕES MODELO FENDER
COM DIVISÃO DAS BOBINAS DOS CAPTADORES DUPLOS
198

- Negativo
- Positivo
- Malha

Negativo
Obs.: Cores dos fios,
padrão Dimarzio
Positivo
Preto Vermelho

Branco Verde

Volume
Terra
Malha

Verde
Malha

Vermelho
Tonalidade
Verde

Preto Branco

Preto
Branco

Chave seletora de 5 posições


(figura 190)

Esta ligação, proporciona a divisão das bobinas dos captadores duplos, ou seja desli-
ga uma das duas bobinas do captador, deixando somente uma funcionando.
Isto faz com que o captador duplo, que tem um som médio-grave, encorpado e denso,
funcione como um captador simples que tem um som médio-agudo, cristalino e metálico, o que
dá bastante versatilidade à guitarra no sentido de mudanças de timbre, pois a guitarra terá tan-
to o timbre grave dos captadores duplos (humbuckers), quanto o timbre agudo dos captadores
simples (single coils).
Observe na figura 199, as combinações desta ligação com as posicões da chave seleto-
ra, e as divisões das repectivas bobinas dos captadores.
70
POSIÇÕES DA CHAVE SELETORA
COM AS RESPECTIVAS DIVISÕES DAS BOBINAS

Posição 1 Posição 2

199

Posição 3 Posição 4 Posição 5

LIGAÇÕES DO CAPTADOR DUPLO EM SÉRIE (HUMBUCKER)


E EM PARALELO (SINGLE)

LIGAÇÃO EM SÉRIE

200

Um positivo ligado ao terra


do sistema

Negativo com negativo,


ligados juntos, e isolados

Outro positivo ligado ao positivo


do sistema

LIGAÇÃO EM PARALELO

Negativos juntos,
ligados ao terra
do sistema

Positivos juntos,
ligados ao
positivo
do sistema

71
LIGAÇÃO FENDER COM CHAVE SELETORA DE 5 POSIÇÕES
E 1 ÚNICO CAPACITOR PARA OS 2 POTENCIÔMETROS DE TONALIDADE

201

Volume
master

Tonalidade
do captador 1

Tonalidade
do captador 2

Terra

Chave seletora de 5 posições


( figura 190 )

Capacitor único
para os dois captadores

72
LIGAÇÃO COM CHAVE DE 2 POSIÇÕES E 6 CONEXÕES (figura 192)
PARA MUDANÇA DE TIMBRE
OBS.: PADRÃO DE CORES DIMARZIO

202 Preto
Verde

Branco

Malha
(terra) Vermelho

Positivo do sistema

Negativo do sistema

Posições da chave seletora: Posição 1-Liga o captador em série (Humbucker)


Posição 2-Liga o captador em paralelo (Single coil)

PARA MUDANÇA DE FASE

Preto 203
Branco

Verde
Vermelho

Malha
(terra)

Positivo do sistema

Negativo do sistema

Posições da chave seletora: Posição 1-Deixa o captador em fase


Posição 2-Deixa o captador fora de fase
73
LIGAÇÃO COM 3 CAPTADORES SINGLES (com 2 condutores)
E 3 CHAVES SELETORAS (figura 192) DE 2 E 3 POSIÇÕES
COM 6 CONEXÕES PARA LIGAÇÃO

Esta ligação permite explorar


até 12 timbres diferentes em
um único sistema de parte
elétrica da guitarra

204

Volume master

Tonalidade do captador 1

Tonalidade do captador 2

Terra

Chave de 3 posições On/On/On


Potenciômetro
Chave de 2 posições On/On
Push-Pull
Chave de 2 posições On/On

205

COMBINAÇÕES
DAS POSIÇÕES

2 1 0 Braço
1 2 0 Centro
1 1 2 Ponte 206
2 2 0 Braço e centro em paralelo
2 1 2 Braço e ponte em paralelo Obs.: Esta ligação também pode
1 2 2 Centro e ponte em paralelo ser feita usando o próprio
1 1 0 Braço e centro em série potenciômetro do tipo Push-Pull
2 1 1 Braço e ponte em série por ele ser também, de 2 posições
1 2 1 Centro e ponte em série (figura 206) como chave para
2 2 2 Braço, centro e ponte em paralelo substituir as chaves do braço e do
1 1 1 Braço, centro e ponte em série centro, e também outras, como as
2 2 1 Braço, centro e ponte em série/paralelo ligações das figuras 202 e 203
74
DICAS
207

No início, ao realizar cada procedimento no


manuseio com o instrumento, siga todos os passos
fazendo uma revisão do texto para pegar prática,
com o tempo, e já com a prática, vá direto aos pontos
principais do problema como forma de ir decorando
passo à passo cada função na sequência correta.

As pecinhas que prendem as cordas


208
no trava, (telhinha) tem a sua base
inferior abaulada, (curvada) e devem
se encaixar no mesmo abaulamento
ou curvatura da superfície do trava,
local onde a corda deverá ficar totalmente
acomodada e encostada sem deixar
nenhum espaço ou folga para um
perfeito funcionamento da segurança
da afinação, visto que o trava cordas
tem exatamente esta função!

209

A primeira coisa que


POWER
se deve fazer antes 437 438 439 440 441 442
CENT 0 CENT 6E 5A 4D 3G 2B 1E
-50 +50
de analisar qualquer ON

problema em um BATTERY
OFF
instrumento, é conferir AUTOMATIC GUITAR TUNER
CALIB.
se ele está afinado AUTOMATIC GUITAR TUNER
AG - 6 BATT.
precisamente na altura
certa (de 440 hertz) do
afinador, diapazão, pedaleira,
teclado ou outro, desde que seja uma referência correta, pois, para um diagnóstico seguro do instrumento,
depende fundamentalmente disto, ou seja, se não estiver afinado na altura certa, não se vai ter um ângulo
do braço correto, o que vai interferir diretamente na altura das cordas que por sua vez vai interferir
diretamente na afinação, dentre outras coisas, e o mais importante é que, se a madeira do braço não tiver
sempre uma referência precisa e constante, ela vai se comportar de forma instável e não estável!
Então para não se perder tempo, primeiramente, afine o instrumento!
75
Ao retirar os parafusos
de um instrumento, 210
principalmente os
parafusinhos pequenos,
coloque-os em um ímã
para evitar perdas! Pois
por mais cuidados que se
tenha, eles sempre escapam
das nossas mãos, caindo quase
sempre em direção à locais
difíceis de se acha-los!

Os parafusos (que ficam nos carrinhos) de algumas pontes vem com alturas diferentes (no seu tamanho)
coloque-os nas posições corretas, (como mostra a figura abaixo) Os mais baixos nas laterais e os mais
altos no centro da ponte, para acompanhar de forma uniforme o abaulamento das cordas na ponte.

211

Sempre que tiver a oportunidade, copie as variadas ligações


das partes elétricas dos diversos instrumentos e
arquive-as para consulta ou para uso oportuno.

212

76
Deixe a ponta da
chave de fenda ou
213
philips descançar
sobre um ímã (como
sucata de auto-falante
por exemplo) para
que ela também
fique imantada e
segure na ponta,
pequenos parafusos
que são colocados em
locais de difícil acesso
como na capelinha,
tarraxas, circuitos
de violões etc, este
simples detalhe, traz
bastante eficiência
para estas funções!

Amarre a fiação interna do circuito do violão, nas presilias que são fixadas internamente no
tampo do instrumento, e que são próprias para isso (ou confeccione-as como as que vem
junto aos cicuitos elétricos, caso não às tenha), para evitar mau-contatos ou até mesmo o
rompimento dos fios quando estes estão soltos e são submetidos à bruscas movimentações
que geralmente ocorrem no palco na hora do show.

214

Passe um pouquinho de graxa e espalhe homogeneamente nas laterais do rastilho para garantir o seu total
contato com o captador que está logo abaixo, para isso, também lixe ou passe a lima nas quinas da base
inferior do rastilho (como mostra o detalhe da figura abaixo) para que ele desça sem encontrar nenhuma
resistência causada pela madeira do cavalete.

215
Graxa para lubrificação
do rastilho.

Quina do rastilho,
arredondada.
77
Para saber se os captadores estão corretamente ligados em fase, teste-os ligando a guitarra em um
amplificador (ouça o som dos captadores ligados juntos, aos pares, e observe se não há nenhuma perda
de ganho ou densidade do som em relação a eles ligados separadamente ), pata não haver duvidas, faça
também este teste, pegue um ímã (sucata de captador) para conferir se todas as polaridades dos ímãs dos
estão nas posições corretas, confirmação a igualdade destas polaridades, como mostra a figura 216.
Faça também um teste com o multímetro para conferir o correto direcionamento do enrolamento
das bobinas, ajuste o multímetro análogo de ponteiro na marca Rx1000 da escala de resistência e encoste
a ponta vermelha no positivo do captador, e a preta no negativo, use o ferro da chave como mostra a figu-
ra 217 para encostar nos polos do captador, ao aproximar o ferro, o ponteiro deverá se movimentar sem-
pre para o mesmo sentido, em todos os captadores do instrumento deve acontecer a coincidência de dire-
ção quando está em fase.

B Se um polo expulsa a extremidade “A”do ímã,


todos os outros também devem expulsar,
216
podendo ser o contrário, atraindo a
extremidade “B”, os outros polos também
devem reagir da mesma forma em A ou B
A e deve acontecer a mesma coincidência
em todos os captadores.

Chave para fazer


contatos dos polos 217

Pontas do multímetro
negativo e positivo

Quando for fazer a regulagem da pestana usando a Nas lojas existem pestanas
serrinha, passe-a devagar sem força, para ter de plástico e osso que vem
noção da resistência do material de de forma bruta necessitando
que ela é feita, para evitar de ser lapidada e moldada. Nos
cortar mais que o instrumentos de fábrica elas podem
necessário. ser de resina, acrílico, grafite, fibra de carbono,
metal e outros. Quando tiver que confeccionar
uma pestana, faça os cortes das distâncias entre
218
as cordas, precisamente medidos na régua!

Segure a chave hallen pela haste menor, pois a pressão da força


necessária para apertar o parafuso será suficiente desta forma,
ao contrário do que segurar pela haste maior, onde a pressão será 219
muito grande podendo forçar o parafuso espanando a sua rosca,
ou a sua cabeça e até mesmo podendo quebrar a própria peça
como já testemunhou alguns casos o próprio autor.
Isto vale para todos os parafusos hallen, da ponte e do trava!
78
As vezes os 220
parafusos para
desmontagem
dos circuitos de
violões, estão
escondidos em
baixo do adesivo
colado sobre
a superfície,
por isso antes de
tentar abrir,
vale à pena dar
uma boa observada
para faze-lo
de forma correta
e segura!

Com o dedo polegar, faça


uma quina na corda onde
ela se apóia na ponte, para criar
um ângulo de inclinação que
221
será o ponto de início da sua
vibração, definindo melhor o
som da corda, o timbre e o sustain
do instrumento (faça isso em
todas as cordas e também
na pestana), isto faz uma
enorme diferença na qualidade
do som, principalmente
nos contrabaixos!

222

Afrouxe os parafusos
da moldura do captador
e apóie as cordas sobre
eles, para deixar o
espaço livre no final do
braço e ter melhor
precisão quando estiver
trabalhando com a lima
nessa região, livrando
também as cordas de
danos, e não esqueça
também de proteger o
captador, cobrindo-o,
podendo usar para isso,
fita adesiva!
79
Para que todos os trastejamentos técnicos e auditivos que estão escondidos no braço do 223
instrumento apareçam de uma só vez, baixe bastante a altura das cordas na ação, porém
deixe o ângulo do braço exatamente na posição correta que é levemente concavado como
se explica na página 13, à partir do 9º passo.

A maioria dos violões vem com tampo laminado, (laminados de madeiras coladas).
Alguns tem o tampo maciço, o que é uma vantagem para o violão, não por ser, absurda
e infinitamente melhor, mas por proporcionar uma
sonoridade mais equilibrada naturalmente.

224

Maciço: Laminado:
Os veios do tampo Os veios do tampo
continuam na boca. são interrompidos.

Para fazer o polimento do seu instrumento com produtos, não


225 use flanelas ou outros panos quaisquer porque estes podem riscar
e arranhar a pintura. Use fralda de bebê de boa qualidade de
tecido, e de preferência, lave-a com amaciante para deixá-la
ainda mais adequada para o uso, e também tecido 100% de
algodão, ou os recentes tecidos de micro-fibra, que são os
melhores para tal.

80
226
Quando o instrumento
apresentar o braço côncavo
mais que o normal,
é sinal de que
ele foi, ou está
sendo submetido
de alguma forma,
ao calor excessivo!

Quando o instrumento
227
apresentar o braço convexo
mais que o normal,
é sinal de que
ele foi, ou está
sendo submetido
de alguma forma,
à umidade excessiva!

Cole um calço no corte da corda na pestana (corte com tesoura uma fina lâmina do plástico acetato
transparente da espessura da corda à qual vai ser apoiada sobre o calço, e cole-o com uma destas
cola de secagem instantânea, ou ponha uma gota dela no corte da corda, e deixe secar bem, ou
use resina (do tipo auto-polimerizável, produto que seca em minutos com uso de catalisador)
para este mesmo procedimento, e esta resina, pode ser usada para outras situações, como 228
na restauração da própria pestana quebrada, em rastilhos, e para retoques na pintura,
pois proporciona um alto brilho, quando faz seu o polimento,
e esta resina se encontra em casas de materiais para protético)
Calço colado Gota de resina
estes calços, são indicados para quando precisar ou quiser
na pastana na pestana
aumentar a distância entre as cordas e o 1º traste, porém
depois devem ser feito a regulagem dos cortes, pois esta
distância devem ser precisamente bem regulada de forma
que não fique nem muito perto, nem muito longe do
primeiro traste, (figuras 45, 46, 47, 49 e 218) porém, s
e antes de tudo, todas as cordas já estiverem muito
próximas do primeiro traste mais que o aceitável,
é mais aconselhável retirar a pestana, colocar
um calço de acetato plástico ou lâmina
de madeira, recortado sob medida,
229
e colado em baixo dela, para que
se levante todas as cordas de
uma só vez
81
Quando tiver que fazer uma limpeza dentro do violão, nunca coloque 230
a mão sem antes dar uma boa olhada por dentro com um espelho,
pois nunca se sabe o que pode haver lá! (Pois o próprio autor já passou
pela desagradável experiência de encontrar até rato morto dentro de um violão).
E se houver muita sujeira do tipo poeira ou pó,
use também um aspirador de pó!

231

Pode-se usar resina para fazer pequenos retoques


na pintura ou verniz transparente do instrumento,
como já mencionado nas dicas anteriores,
(resina auto-polimerizável, a mesma usada na
dica da figura 228, produto que seca em minutos
com o uso de catalisador e que proporciona
polimento para um alto brilho, e encontra-se
em casas de materiais para protéticos)
Para usá-la com cores dos instrumentos,
preto, branco, vermelho etc, pode-se usar
a tinta vinilica (tinta usada para serigrafia)
ou os próprios tingidores dela, para pigmentar
a resina e aproximar ao máximo da cor original
do instrumento fazendo posteriormente um trabalho
de lixamento e polimento para igualar o brilho.

232

É possível conseguir
o desempenamento
de um braço que
não tem o tirante,
através da técnica
dos trastes dentados,
ou seja, amassando-se
a base do traste que penetra
na madeira para que ele entre
abrindo forçosamente a madeira
fazendo com que aja uma forte pressão
de todos os trastes, empurrando a madeira para o lado convexo
desempenando-o! Obs.: Esta, é uma excelente técnica, porém requer
bastante treinamento, de preferência em cobaias!!!
82
É possível desempenar o braço de um violão que 233
não tenha tirante, e abaixar consideravelmente
a altura de suas cordas através da técnica de
ré-colagem do troculo, ou seja fazer um corte
em cunha atrás do braço (troculo), e ré-cola-lo
dando um ângulo exato e preciso da inclinação
do braço para desempenar e consequentemente
abaixar a altura das cordas, para isso, use três
tipos de lâminas de serra, uma grossa, com o corte
aproximadamente de 2 mm, uma média, com o
corte de 1,5 mm, e uma fina, com corte de 1mm,
divida o espaço à ser cortado em 3, e corte cada
parte com uma lâmina, (como mostra a figura 234)
Treine primeiramente em cobaias para obter prática,
e posteriormente conseguir uma precisão exata
do ângulo da inclinação da ré-colagem). Para isso,
também use uma barra de ferro ou madeira dura,
como apoio no fundo do violão colocando calços
de borracha para não arranhar a pintura e pressione
com dois grampos (como mostra a figura 233).

Corte da
234 lâmina grossa

Corte da
lâmina média

Corte da
lâmina média Calço de
borracha

Quando a nota ultrapassar o ponto zero do afinador


235
eletrônico, não é preciso acionar a tarraxa voltando a
corda, basta puxar a corda esticando-a um pouquinho
para que ela alcance a afinação no ponto zero, eliminando
a possibilidade da presença de folga das
cordas nas tarraxas.

83
Quando estiver fazendo manutenção interna de parte elétrica, em guitarra ou 236
contrabaixo, que possua vários parafusos de fixação
do escudo, depois de finalizar todo o serviço,
na hora ré-colocar o escudo, para fixa-lo
novamente, faça-o com apenas dois
parafusos, somente para que ele não
fique caindo, nunca aparafuse todos
outros, sem antes fazer os testes de
funcionamento, ligando o instrumento ao
amplificador, e confirmando que tudo ficou
funcionando corretamente, pois se aparafusar
todos, sem checar, provavelmente vai ter que
desparafusa-los todos novamente, pois quase
sempre acontece de dar erro, ficando algo com
mal funcionamento, que pode ser desde um simples
curto circuito do sinal, uma ligação que se rompe
durante a movimentação, até um fio que ficou ligado
em local errado, obrigando a des-parafusar todos novamente,
isto evita de ficar ré-tirando e ré-colocando a toda hora,
sabendo que é muito prazeroso quando se faz todo o
aparafusamento certo de que não há
nada errado!

237

Sempre centralize a distância dos polos do captador piezo-elétrico


que está em baixo do rastilho exatamente coma distância das cordas
que passam em cima deles sobre o rastilho para que não haja nenhuma perda de ganho do volume
ou do timbre de uma corda em relação à outra, pois existe diferenças de distanciamentos das cordas
que podem variar entre 9 mm, 10 mm ou 11mm para guitarras ou violões, 20mm para contrabaixos de
4 cordas,18 para contrabaixo de 5 cordas, e 16 para contrabaixo de 6 cordas, sendo neste caso, os
baixolões acústicos (estas medidas são as mais usadas, porém, no caso de contrabaixo de 5 e 6 cordas,
não se tem ainda uma medida de distância padrão adotada pelas marcas mais famosas ) mas o
que importa na verdade é que, as cordas tem que ficar exatamente centralizada
em cima do polo do piezo como mostra a figura acima,
por isso vale à pena uma boa olhada!

238
Use sempre máscara de
proteção para o nariz quando
trabalhar com produtos químicos
como a fumaça do ferro de solda por
exemplo, que parece inofensiva, mas que ao
longo dos anos pode fazer efeito acumulativo.
84
Quando o instrumento está com sons ruins ou com trastejamentos, mesmo com as
239
cordas novas, a primeira coisa à ser feita é, identificar de quais cordas, estão vindo tais sons
ruins, ou tais trastejamentos; e troca-las por outras novas, pois todo o problema pode estar
vindo delas próprias, para então só depois, analisar outros itens pertinentes ao problema, e se for o caso,
troque todo o encordoamento, uma vez que, mesmo estando novas as cordas, elas podem ter vindo
já com problemas da fábrica, o que às vezes
acontece!

240

Procure sempre variar e distribuir os posicionamentos da mão esquerda em todo


o braço do instrumento, explorando as várias casas principalmente na região
final do braço, onde a maioria, explora menos, para evitar o desgaste dos trastes
somente em uma região, que geralmente é sempre no início do braço, evitando
assim, que, em algum dia, se tenha que trocar todos os trastes por causa de 4 ou 5
trastes bastante gastos pelo excesso de uso, lá no início do braço, enquanto os outros,
estão totalmente novos, pois em quase todos os casos, não é recomendado que se troque apenas
alguns trastes, e este cuidado, faz com que se possa aumentar a vida útil dos mesmos como um todo.

241

85
Troque as borrachas
242
das bases dos captadores
dos modelos: jacaré ,
precision, single de guitarra
e outros para ré-adiquirir
o movimento do captador
através da elasticidade
da borracha, que faz
a regulagem de sua altura
(aproximação do captador
às cordas) ou corte uma
243
fatia da borracha do próprio
captador e coloque junto a outra
para obter o mesmo resultado.

Estique as molas dos


captadores singles, e estique
também as molas da ponte
para diminuir a trepidação das
244
peças e aumentar a estabilidade
das mesmas melhorando assim
o posicionamento e a firmeza das peças, as quais as molas devem apoiar.

Ao colocar cordas novas no instrumento, quando estiver afinando, puxe cada uma delas com uma
certa força para eliminar as folgas que ficam no enrolamento do eixo da tarraxa, e na fixação na ponte,
faça esse processo várias vezes até que a afinação do instrumento pare de cair, faça esse procedimento
principalmente em guitarras com alavancas ou com micro-afinação e trava cordas, e só depois de várias
vezes afinando e puxando as cordas, e confirmando que a afinação parou totalmente de cair, é que o
instrumento estará pronto para o uso, sem problemas na afinação.
No caso de Floyd Rose, trave o trava cordas, mas antes verifique se os parafusos da micro, estão
posicionados exatamente no meio do seu comprimento, para que se tenha afinação para cima (sustenido),
ou para baixo (bemol) e a guitarra não te deixe na mão no palco!
Este procedimento, também é válido para violões de cordas de aço, e principalmente os de cordas
de nylon, como também para os contrabaixos em geral.

245

86
Para fazer o escurecimento de certos 247
tipos de madeiras das escalas, pode-se
usar a técnica da soda cáustica:
Use luvas quando usar Dilua uma colher de soda cáustica
246
os produtos para limpeza com água em um copo de vidro, e
e lubrificação ou produtos com um bastão com algodão na
químicos como tintas, colas extremidade, passe sobre
ou resinas. a madeira de uma vez,
espere alguns minutos
pelo efeito e passe mais
de uma vez para conseguir
uma tonalidade mais
escura, porém, algumas
madeiras, escurecem
mais que outras. Pode-se
usar também, anilina líquida
ou em pó,
preta ou
marron!

248

Sempre que tiver oportunidade,


desmonte todo o instrumento e
todas as suas peças até ao último
parafuso ou arruela, para melhor
entender os seus funcionamentos,
para uma aprendizagem mais
segura e consistente, valorizando
os detalhes de cada item que, no
final o ajudará consideravelmente
a resolver os problemas gerais.
87
249
Engraxe a ponta da chave hallen
quando for acionar o tirante, pois
na maioria das vezes ela fica
presa na extremidade, devido ao
encaixe preciso e sem folga da
chave e a conexão, causando
dificuldade para ser retirada.

Encoste a madeira no rosto e sinta


a sua temperatura, quanto mais 250
fria estiver, mais molhada ela
estará, e isso é ruim para o
instrumento visto que a
madeira destinada à um
instrumento principalmente
a do braço, deve estar o mais
seca possível, portanto
mais quente! Isso também é
válido principalmente para
quando se vai fabricar um braço,
por isso escolha sempre a madeira
mais quente!!!

Teste o sustain do seu instrumento


(principalmente contrabaixo) no 251
princípio da acústica encostando
o cabeçote do instrumento sob
um móvel grande que seja de
madeira, como mesa, estante ou
um guarda roupas, toque as cordas
e ouça o som amplificado pela
madeira do móvel, quanto mais
alto for o som, maior é o sustain
do seu instrumento!

88
Corte o excesso da corda para não
ficar um bôlo de corda
amontoado no eixo da
tarraxa, o que, além de
errado (e feio), atrapalha na
firmeza da
afinação!

252

253

254

Enrolador de
cordas
Mão esquerda

Mão direita

Enrole as cordas nas tarraxas com o enrolador de corda


manual, (figura 254), vendido em lojas de instrumentos
musicais ou manualmente, da seguinte forma: Desde a primeira volta
da corda no eixo da tarraxa, até a última, rode volta, por volta, a cabeça
da tarraxa com a mão esquerda, pois se enrolar a própria corda com a
mão direita no eixo da tarraxa , causa um efeito à corda, tipo espiral,
podendo até mesmo interferir na regulagem final dos harmônicos e oitavas

255

Coloque a ponta da corda no orifício do


eixo da tarraxa, segure a ponta da corda
com a unha, e dê um pique na corda para
trava-la girando-a no sentido do seu
enrolamento no eixo. Esse procedimento
faz com que a ponta da corda entre um
pouco para dentro do eixo, travando sem
se soltar, e sem deixar aquela pontinha
perigosa, evitando assim a possibilidade
de se machucar os dedos, melhorando a
eficiência na segurança de afinação e
principalmente deixando uma estética
visual, bastante agradável!
89
Use uma chave de fenda para colocar as molas da ponte, nos dentes do trava molas, fazendo um
movimento de alavanca com a chave, o que torna fácil esta ação levando-se em consideração o fato de
que, as molas são muito duras para se colocar com as mãos.
Com o ferro da chave, apoiada por dentro da haste redonda da mola, segure a outra ponta que é
fixada na base da ponte com o dedo, pra que ela não se solte, segure firme pelo cabo da chave,
encostando a sua ponta centralizada no dente do trava molas,
ao qual se vai fixar a mola, e faça o movimento como mostra
a figura abaixo.
Se não conseguir na primeira tentativa,
tente outras vezes, pois não é
tão difícil quanto parece!
257
256

Broca quebrada

Quando estiver fazendo serviços


mais profundos em guitarras, baixos
ou violões, como furações, reparos ou 258
cortes na madeira para algum tipo de
adaptação, com certeza precisará de
muita habilidade, e de ferramentas que
proporcionem precisão no serviço.
Para economizar na compra destas
ferramentas que na maioria são caras,
a dica é: Quando quebrar uma broca,
não a jogue fora, transforme-a em
fresa passando a sua ponta quebrada
no esmeril de forma que fique com a
ponta reta e plana como mostra a
figura ao lado. (Fresa: Broca usada nas
furações do instrumento para nivelar
as paredes e o assoalho dos orifícios,
no caso de consertos ou adaptações,
pois este tipo de broca é muito usada
pelo fato de, além servir para furar,
come a madeira na parte de baixo e
dos lados, onde ela encosta! A mesma broca
quebrada, agora
esmerilada e
recuperada,
tornando-se fresa
90
259 Use uma chave canhão encaixada na chave hallen da mesma medida, para
ajudar no acionamento do tirante, principalmente nos modelos como os das
figuras 259 e 261, onde a conexão, fica embutida no orifício do cabeçote.

Corte a haste menor da chave hallen no esmeril, e encaixe a outra parte


no orifício (de mesmo diâmetro) na ponta da própria chave canhão, como
mostra a figura ao lado esquerdo, confeccionando assim, mais um modelo
de chave exclusiva para acionamento do tirante

260

261

Se precisar de algumas molas para ponte, captadores, etc,


262
faça-as você mesmo! Como mostra as figuras 262 e 263

Pegue as cordas velhas desencapadas


(como por exemplo, uma corda sol
010 de guitarra)

Enrole-a sobre algum


ferro redondo no diâmetro
que se deseja as molas (como
por exemplo a haste de uma chave
263
philips), depois corte as molas no tamanho
desejado e dobre as pontas das laterais para
dentro como na figura 262, com um alicate de
bico fino para que elas fiquem bem apoiadas.
91
Dicas de capas, estojos e cases (Todos os itens à seguir são considerados para destros), para
canhoto, considere o inverso.
Observe se a sua capa, estojo ou case possui algum desses itens relacionados da figura 264 à figura
266, pois é muito comum capas, estojos e até mesmo cases com problemas de fabricação que misturam
itens de destros, com canhotos.

Alça lateral à tira colo Alça manual

Ziper com dois feixes Fundo da capa

264

A boa capa, para destros, é aquela onde o braço do instrumento, fique posicionado para esquerda,
quando vista de fundo, como mostra a figura acima, a alça manual, também deve ficar em cima, a alça à
tira colo do tipo lateral, também deve ficar em cima, da mesma forma que o ziper também em cima, e o
ziper, de preferência, deve ter dois feixes.

265 Bolsa para


acessórios

A bolsa para carregar objetos, deve estar posicionada na parte de cima da capa, e deve ter, velcro,
ziper ou feixes plásticos para o seu fechamento.

Alças duplas, com ajustes

266

Se tiver alça à tira colo do tipo duplas, deve ficar posicionadas na parte de trás da capa, como
mostra a figura acima, e deve ter também regulagens de abertura ou fechamento das suas extensões,
através de feixes plásticos, como aqueles das correias de guitarras.
92
O bom estojo semi-anatômico, pode ter algumas vantagens em relação à outros, quando confeccionado
por um bom profissional, que atenda as seguintes solicitações: Faze-lo de forma que fique posicionado
descansando em duas posições, em pé, na posição vertical, e também em
pé, na posição horizontal, como mostram as figuras ao lado, o que traz
267 bastante comodidade para o manuseio e transporte. E não esquecendo
de que, ao encomendar a fabricação deste bom estojo para o seu
instrumento, feito sob medida, o mesmo deve ser de madeira, que
tenha espessura correta para que não ficar muito pesado, e deva
ser térmico (todo preenchido internamente com isopor exatamente
ao molde do instrumento), forrado internamente com uma pelúcia
de boa qualidade e com um bom acabamento externo que
tenha uma boa napa e fechaduras resistentes, sem
desconsiderar nenhum item importante
que explica a figura 124.

Ao segurar a maioria dos estojos ou cases, inclusive os de marcas famosas, observe se eles ficam na
posição horizontal, como mostra a figura ao lado à direita, se isso ocorrer, você vai ter problemas na hora
de subir uma escada, tendo que vira-lo para não bater as nas quinas
dos degraus!

268

O bom estojo ou case, bem pensado e projetado,


ao ser segurado, deve ficar automaticamente
na posição perpendicular ou diagonal,
como mostra a figura abaixo, isso trás
uma grande comodidade, que faz uma
grande diferença na hora de transitar
por uma escada.

269

Estes detalhes dos estojos


270
ou cases, fazem uma grande diferença
na hora de subir, ou descer uma escada
comum de um prédio, ou escada rolante de
um shopping por exemplo! Evitando que se faça
força para virá-lo, para que não force a sua alça, e
nem danifique suas laterais. Para descer a escada, pegue
o estojo ou case, ao contrário, como mostra a figura 270.
93
A melhor forma de proteger seu instrumento, é coloca-lo dentro de um case feito de madeira,
resistente e robusto que tenha esquadrias e cantoneiras de alumínio como mostra o modelo da figura 271
e que principalmente seja térmico, como foi visto anteriormente, este tipo de estojo que é chamado de
case, é o melhor e o que mais protege o instrumento no sentido geral, pelo fato de ser totalmente fechado
hermeticamente, ser robusto, resistente ao transporte etc, onde o instrumento fica numa espécie de
blindagem, e não é à toa, que é único tipo usado por músicos em turnês, nos shows dos grandes palcos
das grandes produções!

Case do tipo blindado

271

O instrumento deve entrar justo, sem folgas, sobre o corte feito sob medida no isopor, na silhueta
exata do formato (principalmente) do corpo do instrumento, seja guitarra, contrabaixo, violão ou outros, e
esta peça de isopor (Figura abaixo) deve ser totalmente forrada com pelúcia, com foi visto anteriormente.

272

O case ou estojo tem que proporcionar ao instrumento, que ele fique apoiado pelo corpo, e não pelo
braço quando ele ficar deitado na posição horizontal, (como mostra a figura abaixo) deixando o braço
livre da tensão do peso do instrumento.

273

Braço livre Instrumento apoiado pelo corpo

274

94
Quando for retirar trastejamentos com o uso da lima, faça-o com as cordas que já estão
velhas no seu instrumento, desde que elas estejam ainda com tensão correta de acordo
com sua numeração, ou seja, não coloque cordas novas para esse tipo de trabalho, para
275 não correr o risco de danificá-las, deixando isso para as velhas!

276
Quando for fazer uma ligação de parte
Captador 1 Captador 2 elétrica complexa, que tenha vários
Captador 3
captadores, potenciômetros e chaves
seletoras, divida por parte, ou seja,
ligue primeiro o captador 1, na
chave seletora 1, no potenciômetro
1, no jack, e teste para ver se
está ok, depois passe para o
número 2, e depois, os
potenciômetro 1 potenciômetros de
tonalidade e seus
potenciômetro 2 capacitores e por
fim, o terra, passo
à passo, sempre
potenciômetro 3 testando cada
finalização, para
ter total controle
de possíveis
erros, ou para
detectar
possíveis
peças com
Chave seletora 1 Chave seletora 2 Chave seletora 3 Capacitores
defeitos que
Terra
se identificarão
no processo.

277

Na hora de retirar as cordas da ponte Floyd Rose,


nunca deixe os parafusos que fixam os cubinhos,
folgados, pois se não aperta-los logo em seguida,
os cubinhos ficarão soltos, e com certeza cairão
e sempre em direção de locais escondidos, e pelo fato
de serem muito pequenos, perderá os perder
definitivamente, então para evitar que isto aconteça,
aperte sempre os parafusos, logo em seguida que retirar as cordas!

95
Quando colocar cordas novas, de boa qualidade no instrumento, e antes mesmo de tocar, alguma
delas se quebrar, não fique no prejuízo, recupere-a!
Faça o seguinte : Se for a corda prima, se quebrar na cabeça, enrole a corda novamente sobre a
cabeça figura 279, depois faça um enrolamento em X figura 281, na frente faça um enrolamento em
cruz, figura 282, e por fim, corte o excesso da ponta bem no pé figura 283. Se for a corda bordão, o
procedimento é o mesmo visto nas figuras de 278 à 283, porém deve-se desenrolar o enrolamento
externo que os bordões possuem, como mostra a figura 284 e depois enrolá-lo novamente, esse
enrolamento é feito por cima do fio da corda que se chama alma, e pode ser com um, dois, ou mais fios.
E no caso do contrabaixo levando-se em consideração que a tensão da corda é bem maior, é
recomendável que se passe estanho (solda) sobre o enrolamento em “ X ” antes de se enrolar com
enrolamento externo como mostra afigura 285, para se ter mais garantia da eficiência do serviço que
deve deixar a corda firme, sem se romper, como uma nova.
Utilize alicates comuns e de bico fino para ajudar na tarefa de torcer as cordas entre si, e uma chave
philips pequena e fina para segurar a cabeça da corda como mostra a figura 278, observe uma corda nova
e tente fazer igual, pois esse enrolamento é igual ao da corda nova!

Chave Philips pequena e fina para segurar a cabeça da corda Enrolamento sobre a cabeça da corda

278
279

Enrolamento em “X”

280 281

Enrolamento em “cruz” Cortar o excesso da ponta

283
282

Desenrolar o enrolamento externo da cordas bordões Estanho sobre o enrolamento em “X”

285
284

Enrolar novamente sobre o estanho o enrolamento externo das cordas bordões


96
Se quebrar na ponta, na direção oposta à cabeça, siga todos os procedimentos anteriores, porém na
parte que é enrolada na cabeça da corda, passe uma corda por dentro da outra como mostra a figura 286
e no enrolamento em cruz, no final, faça um pique na ponta da corda como também mostra a figura 288
e lembrando que o uso do estanho também é válido para este tipo de emenda.

286

287

288

OBSERVAÇÃO 1 : Esta técnica não funciona com cordas velhas, pois quando corda está velha, ela
não possui mais a maleabilidade de uma corda nova, e a ferrugem ou oxidação, não conseguem impedir
que haja novamente um rompimento da corda na hora da afinação, e isso se dá quase sempre exatamente
no local da emenda.
OBSERVAÇÃO 2 : É claro que o melhor à fazer é substituir a corda quebrada por outra nova, mas em
uma situação de emergência, alguns conhecimentos e habilidades, fazem uma grande diferença, e são
realmente muito bem vindos!

Nunca coloque as cordas nas tarraxas do instrumento de maneira inadequada, ou seja, do tipo
costurando a corda no orifício da tarraxa ou amarrando como se fosse um nó, pois se precisar tirá-la
com uma certa rapidez, em uma situação de emergência por exemplo, terá problemas para isso, além
de correr o risco de furar os dedos como inevitavelmente sempre acaba ocorrendo!
E neste caso para tira-la rapidamente, use um alicate de bico fino para puxar as costuras e
amarrações, ou uma chave de ponta fina tipo agulha como mostra a figura abaixo, o a alicate e a chave
podem ser encontrados com facilidade no mercado, mas a chave de ponta fina, faça-a você mesmo,
pegue uma chave philips velha que não esteja mais usando, e passe a ponta no esmeril moldando-a
adequadamente!

Desamarrando e descosturando
as cordas enroladas de 289
forma inadequada
nas tarraxas

97
Para abaixar a altura das cordas do violão, além da técnica mostrada na figura 233, existe
também a técnica do rebaixamento do cavalete, que é possível em alguns casos.
Observe no cavalete do seu violão o seguinte : Se as furações por onde se colocam as
cordas, estão posicionadas mais para baixo em direção ao tampo, se o rastilho e a base de
apoio do rastilho, estão altos, como mostra a figura 290.
Se houver estes itens no cavalete do violão, então poderá ser aplicada a técnica, que se
resume no seguinte: Retire alguns milímetros, do tanto necessário, da base que apóia o rastilho,
fazendo com que o rastilho fique mais alto, dando a opção de corta-lo para que ele fique em
uma altura adequada, e isto fará com que se consiga abaixar bastante a altura das cordas no
braço do instrumento, observe as figuras 291 e 292, e repare a considerável diferença do antes
e o depois!

furações por onde passam as cordas


Base de apoio posicionadas mais para baixo.
do rastilho, alta.

290

Rastilho alto. Tampo do violão.

ANTES

291
Cordas altas Base alta, rastilho alto, consequentemente cordas altas

DEPOIS

292

Cordas baixas. Base baixa, rastilho baixo, consequentemente cordas baixas.

98
Como vimos na página 6, figura 9, é comum o uso de calços em baixo dos braços das guitarras e
contrabaixos, na região onde eles se encaixam no corpo do instrumento, para se ter uma inclinação
precisa do ângulo do braço, resultando como consequência, uma altura baixa das cordas.
Este calço deve ser de material duro, e não de pedaços de lixas ou papelão, como vem na maioria
dos instrumentos de fábrica, até mesmo de marcas renomadas no mercado!
Para isso a dica é que se use laminados de madeiras duras, como marfim, pau ferro, imbuia, ipê
dentre várias outras, que são muito fáceis de se encontrar em qualquer madeireira, e que deve ser
recortados em pequenas lâminas como mostra a figura 293, e é interessante que se tenha essas lâminas
de várias espessuras para uma maior precisão na hora do uso!
Compre folhas de plástico acetato transparente de várias espessuras em boas papelarias, para re-
corta-los, ou pode-se também fazer uso da reciclagem de materiais de maneira eficiente e profissional
como por exemplo usar a própria caixa de produtos variados do mercado, quando estes vem embalados
com aquelas caixas de plásticos transparentes, com um plástico sintético do tipo acetato, que pode ser
recortado da forma descrita acima!

Calços de várias espessuras para uma melhor precisão


Calço para apoio do braço

293

294

Verifique sempre a carga da bateria de 9 volts, pois alguns equipamentos e circuitos, não tem
nenhum tipo de sinal de que controlem a carga da bateria, por isso nesse caso é sempre bom
fazer essa verificação, de alguma outra forma, porque nestes modelos para guitarras, baixos e violões, até
podem funcionar bem com a bateria de 9 volts com um mínimo de carga, porém alguns podem sofrer
algum tipo de dano se usados com bateria quase sem carga!
Verifique se o seu equipamento tem medidor de carga da bateria, check da bateria através do led
que a maioria dos circuitos para violão possui.
Uma maneira simples, mas prática e eficiente de testar a carga da bateria de 9 volts, é coloca-la em
contato com a língua, de modo que encoste-a ao mesmo tempo nos seus dois polos metálicos, positivo e
negativo, fazendo com que se sinta literalmente a quantidade da carga através de um pequenino sinal de
corrente na língua, quanto mais carga tiver, mais evidente será esse sinal, valendo à pena dizer que
estando a bateria nova, com carga total, pode testar sem receio, pois é um sinal não dói, e nem incomoda
por ser fraquinho!

295
A luz (led) de alguns modelos de circuitos para violão, fica acesa quando a bateria de 9 volts está
sem carga, em outros, o led fica piscando, e em alguns, funcionam precariamente com um som distorcido
ou saturado, o que pode causar lentamente um tipo de dano em seus componentes, e tem também
aqueles que nem funcionam, com a bateria sem o mínimo suficiente de carga.

296

Os afinadores eletrônicos de boa qualidade, possuem medidores


de carga da bateria de 9 volts, outros possuem sinais de advertência
como por exemplo o TU 12 H da BOSS, que já foi um dos mais usados,
fica com o led da nota “SI” piscando, quando a bateria já não está
com carga suficiente para faze-lo funcionar.

PITCH 440 441 442 443 444 445 BATT.


440 2 4 450
6 8 6
430 2 4 8

C D E F G A B
CHROMATIC
CEN
-10 0 10 20 30 50 T
-50-30 -20

TUNING GUIDE
PITCH

OFF
DOWN

L
UP
BOSS
H CHROMATIC CHROMATIC TUNER
TU-12 H
Digital Processing

99
Para saber se o instrumento foi bem fabricado, se possui uma escala perfeita e afinada, faça um
teste, onde não se precisa nem de cordas, para se obter essas informações!
Recorte um pequeno pedaço de papel duro ou pegue um cartão de visita, centralize a quina do
papel na pestana exatamente onde começa à vibrar a corda, e faça um risco com uma caneta exatamente
bem no centro do primeiro traste como mostra a figura 297.
Posicione novamente a quina do papel exatamente no centro do primeiro traste e faça novamente
um risco bem no centro do segundo traste, como mostra a figura 298, proceda dessa forma, traste à
traste até mais ou menos na décima segunda casa, para já se ter um bom diagnóstico.
O desenho que se formará, deverá ser exatamente ao da figura 299, ou seja com os riscos
posicionados de forma ordenada e gradual, decrescente como um trilho de trem de ferro, olhado ao
horizonte, e não de forma desordenada e não gradual como se os trilhos do trem, fossem colocados em
distâncias diferentes uns dos outros como mostra a figura 300.
O instrumento bem fabricado, com a escala perfeita, e que é realmente afinado, é o instrumento que
formar um desenho perfeito, como o da figura 299.

Quina do papel, encostado na pestana


onde a corda começa à vibrar

Risco exatamente no centro 297

do primeiro traste

298 Risco exatamente no centro do segundo traste

Desenho ordenado, Desenho desordenado,


uniforme e gradual. desuniforme e não gradual.
Escala perfeita de Escala imperfeita de
um instrumento que um instrumento que 300
afina 100% não afina 100%

299

100
Dobre a ponta das molas da ponte aumentando o ângulo de inclinação, para melhorar a fixação na
hora de fixa-la na sua base, garantindo um melhor funcionamento da ponte, levando em consideração que
os próprios furos feitos na base da ponte também são, ou deveriam ser inclinados com o ângulo
direcionado para este encaixe da ponta das molas como mostra a figura 302.

Ponta da mola da ponte, sem


301 ângulo de encaixe na base da
ponte (incorreto).

Ponta da mola da ponte, com


302
ângulo de encaixe na base da
ponte (correto).

Furações na base da ponte, feitas com ângulo


para encaixe preciso das molas (correto).

Sempre que puder, limpe a sujeira que se acumula em baixo dos escudos dos modelos strato,
precision, jazz bass e outros, pois ela pode danificar internamente os potenciômetros e chave seletora,
para isso, use um pequeno pincel “seco” para limpar toda área externa, e dentro dos potenciômetros e
chave seletora, dê uma boa soprada e em seguida limpe-os internamente (página 09).

303

101
Quando finalizar uma regulagem de um instrumento de alguém, (amigo ou cliente) seja guitarra,
baixo ou violão, antes de entregá-lo ou guardá-lo, dê uma boa olhada em volta para não esquecer nada,
como correia, cabos, ferro da alavanca, palhetas, chaves hallen, cordas e outros itens que eventualmente
tenham sido tirados da capa ou estojo do instrumento.

304

102
NA HORA DE COMPRAR UM INSTRUMENTO, O QUE SE PRECISA SABER
PARA ESCOLHER O MELHOR!
PRIMEIRO COMECE PELA MADEIRA DO CORPO :
“GUITARRA OU BAIXO”,
ANALIZE O PESO, NÃO PODE SER MUITO PESADO, NEM LEVE DEMAIS. SE FOR MUITO
PESADO, VAI DOER AS COSTAS, SE FOR MUITO LEVE, NÃO TERÁ SUSTAIN E TERÁ O TIMBRE
MUITO AGUDO. SE FOR MADEIRA NATURAL, VEJA SE TEM MUITAS EMENDAS, SE TIVER 3
BLOCOS COLADOS, ESTÁ NO PADRÃO ACEITÁVEL. MAIS DE 3 EMENDAS É SINAL DE
APROVEITAMENTO DE MADEIRA. OBSERVE SE ESSAS EMENDAS SÃO DE MADEIRAS DA
MESMA COLORAÇÃO E NÃO DE EMENDAS GROSSEIRAS DE MADEIRA CLARA COM ESCURA
(GERALMENTE PARA SE ESCONDER ESSAS EMENDAS, AS FÁBRICAS TINGEM A MADEIRA COM
CORANTES DE CORES TRANSPARENTES, VERMELHO, AZUL, VERDE ETC...)
SE FOR PINTURA SOBRE A MADEIRA : SUNBURST (ESFUMAÇADA NAS LATERAIS), SE NÃO
TIVER A MARCA DA EMENDA DOS BLOCOS NO CORPO, PODERÁ SER DE COMPENSADO (POR
ISSO QUE ELES JOGAM A TINTA NAS LATERAIS, PARA ESCONDER AS EMENDAS DO
COMPENSADO), SE FOR PINTURA DE COR CHAPADA, BRANCO, PRETO, VERMELHO ETC,
OBSERVE SE NÃO HÁ MUITAS EMENDAS, ATRAVÉS DO BRILHO DA LUZ SOBRE O CORPO
(DÁ PRA VER O RISCO DA EMENDA NO BRILHO), SE NÃO HOUVER RISCOS DE EMENDAS,
PODERÁ TER UM LAMINADO COLADO EM CIMA PARA TAMPÁ-LAS OU AINDA O MAIS GRAVE,
PODERÁ SER DE PAPELÃO (DURATEX PRENSADO), FIQUE ATENTO POIS ATÉ MESMO AQUELA
MADEIRA RAJADA QUE DÁ UM REQUINTE AOS INSTRUMENTOS NO TAMPO DAS GUITARRAS,
BAIXOS E VIOLÕES, QUE É O MAPLE (FLAMED), ESTÁ SENDO FALSIFICADA ATRAVÉS DE UMA
PINTURA FEITA POR COMPUTADOR, QUE CHAMA-SE PHOTOFLAMED.
“VIOLÃO”, OLHE COM ATENÇÃO E VERIFIQUE NO SEU VIOLÃO UM DETALHE INTRESSANTE, VEJA O
TAMPO, SE É MACIÇO, OLHE NA BOCA DO VIOLÃO E VEJA SE HÁ EMENDAS DE MADEIRAS
TIPO LAMINADO, POIS A GRANDE MAIORIA TEM O TAMPO LAMINADO (ISTO NÃO É ERRADO
MAS UMA DESVANTAGEM TÉCNICA) OBSERVE O CAPTADOR E CIRCUITO, QUANDO HOUVER
A PRESENÇA SOMENTE DE POTENCIÔMETROS DO TIPO PARA GUITARRA, LIGADOS
DIRETAMENTE NO CAPTADOR DE RASTILHO, HAVERÁ UM RUÍDO QUANDO FOR LIGADO À
UM AMPLIFICADOR. OS VIOLÕES MAIS CAROS, NEM SEMPRE POSSUEM OS MELHORES
CIRCÚITOS ELÉTRICOS, E NEM SEMPRE MELHOR É AQUELE QUE POSSUI MAIS VOLUME, MAS
SIM AQUELE QUE TEM UM MELHOR TIMBRE, OU UM SOM REFINADO!
PASSANDO PARA A MADEIRA DO BRAÇO :
“GUITARRA, CONTRABAIXO E VIOLÃO”,
OBSERVE SE NÃO ESTÁ MUITO EMPENADO, (AS VEZES A CONEXÃO DO TIRANTE VEM COM
UM FERRO MOLE, FÁCIL DE ESPANAR) OBSERVE O ACABAMENTO DA COLOCAÇÃO DOS
TRASTES PRINCIPALMENTE SE TIVER FILETES BANCOS NAS LATERAIS DA ESCALA ONDE
SEMPRE SÃO MAL COLOCADOS. OBSERVE O DESGASTE DOS TRASTE, POIS NAS FÁBRICAS,
ERRADAMENTE, NO BRAÇO NOVO, JÁ FAZEM O LIXAMENTO DOS TRASTES. OBSERVE O
MATERIAL DA PESTANA, AS MELHORES SÃO DE OSSO, ALUMÍNIO OU METAL, AS PIORES SÃO
DE PLÁSTICO OU ACRÍLICO. OBSERVE O VERNIZ DO BRAÇO POIS HOJE É COMUM O USO DE
UMA FINÍSSIMA CAMADA DO VERNIZ, SÓ PARA IMPERMEABILIZAR A MADEIRA, SAINDO COM
MUITA FACILIDADE E RAPIDEZ DEIXANDO A MADEIRA FACILMENTE VULNERÁVEL À SUJEIRA.
FERRAGENS E ACESSÓRIOS : A DIFERENÇA DAS FERRAGENS DE UMA GUITARRA CARA PARA UMA GUITARRA
BARATA, É QUE NA GUITARRA CARA TODOS OS PARAFUSOS HALLENS, PHILIPS E PEÇAS DE
FERRO, COM CERTEZA TERÃO UMA ALTA TÊMPERA DE AÇO, E GUITARRA BARATA, TODOS
SERÃO DE FERRO DOCE, MOLE, QUE ESPANA RAPIDAMENTE COM O ATRITO DO USO.
CAPTADORES E OUTROS : GUITARRAS, CONTRABAIXOS E VIOLÕES, OS CAPTADORES DO INSTRUMENTO, BEM
COMO O ACABAMENTO E DETALHES DE SOFISTICAÇÃO COMO MARCAÇÕES DESENHADAS
EM MADRE-PÉROLA OU INCRUSTAÇÕES NA MADEIRA FEITAS EM ABALONE ETC, SERÁ
DEFINIDO PELA FAIXA DO PREÇO DO INSTRUMENTO! OS INSTRUMENTOS MAIS CAROS DE
UMA MANEIRA GERAL POSSUEM OS MELHORES CAPTADORES, MELHORES FERRAGENS E
ACABAMENTOS MAIS REQUINTADOS E SOFISTICADOS, MAS ISSO NÃO É REGRA DEFINITIVA!
103
Agora, que você já leu todo o manual
de regulagem e manutenção em guitarras,
contrabaixos e violões, e já está sabendo os
truques e as manhas para deixar qualquer
instrumento o mais bem ajustado possível,
então é hora de praticar, principalmente
se for fazer prestação de serviço para fora!
Por isso encare os desafios, (não fuja)
pois, essa é a melhor escola, como, por
exemplo ; regular esses instrumentos
das fotos, (que são belos
desafios!) ou até mesmo de
instrumentos mais simples,
principalmente se eles Violão Yamaha
tiverem como donos, de 10 cordas

aqueles tipos de pessoas


minuciosas que adoram
questionar e reclamar
de tudo. Cale-os, todos!.

Craviola Ralph Smith’s


de 18 cordas

Boas práticas...
Violão Pikasso
de 42 cordas

itars
Gu
104
OFICINA DAS GUITARRAS MOZART

Depois de adquirida todas as informações necessárias,


para se fazer uma boa, e profissional regulagem em um instrumento musical,
no início, poderá chegar um momento, em que tudo no instrumento
estará em perfeita ordem, com todos os itens verificados corretamente,
e o instrumento não funcionará como deveria, e apresentará problemas
que a princípio parecerão ocultos!!!
Pois bem, nessa hora, irá valer muito a experiência adquirida do luthier, para
contornar a situação e resolve-los de forma efetiva e definitiva.
Mas essa experiência virá com o tempo, e só será conseguida praticando-se
muito as informações aqui obtidas nesse manual, aplicando-as na vivência
da prática, bem como, no contato com os instrumentos no dia a dia, através de
erros e acertos, em vários tipos e modelos de instrumentos musicais,
de vários músicos, dos vários seguimentos musicais, e para isso, não fuja
e nem tenha medo de encarar as dificuldades, os desafios das exigências
que lhe forem solicitadas, porque em outro momento no final,
estará preparado e capacitado para enfrentar qualquer desafio!

No final, tudo acaba dando certo, se não deu, é porque ainda não é o final!
105
Homenagem aos mestres...

Leo Fender

Les Paul

106
SOBRE O AUTOR...

Mozart, foi o primeiro Luthier em Brasília,


e antes de começar a se tornar um Luthier, já aos 13
anos de idade trabalhava como desenhista em empresas
de propaganda, se tornando mais tarde, desenhista ar-
tístico e publicitário o que, o ajudou muito na profissão de
Luthier. ( toda a diagramação e os desenhos deste manual,
foram feitos por ele). Hoje é especializado em assistência
técnica de guitarras ,contrabaixos e violões; e abriu no cen-
tro da cidade de Taguatinga ( uma das mais prósperas Mozart
cidade satélite de Brasília) a “Oficina das guitarras Mo-
zart” onde fabrica instrumentos por encomenda sob medida, Luthier e
além de prestar assistência técnica, autorizada para Guitarrista
varias marcas como: Giannini, Tagima, Condor, etc,
tendo tido a oportunidade de ter passado pela melhor escola, que é o contato
direto com os músicos de rock, jazz, mpb, reggae, pagode, chorinho etc... (a exem-
plo do que fazem hoje as grandes fábricas de guitarras) e tendo a sua formação,
na autodidática na qualidade de autodidata que é!
Tudo começou quando queria uma guitarra de modelo explorer
(Gibson), que não havia no mercado, então resolveu fabrica-la! Em São
Paulo, conheceu fábricas e na fábrica da Finch, encomendou o braço; e de vol-
ta a Brasília confeccionou o corpo, pintou e montou com as pecas. Quando toca-
va com Cassia Eller em Brasília, perguntavam onde conseguira aquela guitar-
ra que até então era rara. Indagavam: Você a fabricou? Então faz uma pra
mim... Aí foi onde tudo começou! São vários anos de experiência, desde 1983
no ramo. De lá pra cá, até o presente momento, já fabricou inúmeros instrumen-
tos por encomenda entre guitarras, contrabaixos, violões e outros, e já perdeu a
conta de quantos serviços foram prestados entre consertos, adaptações, reformas
regulagens e manutenções em instrumentos das mais famosas marcas para
bandas, lojas, igrejas e vários e vários músicos, dentre eles os de Ivan Lins,
Rosa Passos, Leonardo, Rick e Renner (para quem foi guitarrista), Daniel e
Tribo de Jah, dentre outros...
Em todo esse tempo até recentemente, nunca havia se preocupado em di-
vulgar o seu trabalho, ficando isso por conta dos seus clientes que o faziam no bo-
ca a boca. Com a experiência que um Luthier deve ter, ministrou o primeiro cur-
so de Luthier em Brasília ( regulagem e manutenção em guitarras, contrabaixos e
violões ) transferindo todo conteúdo deste curso, para este manual com mais
de 100 páginas, ricamente ilustradas com mais de 300 ilustrações que explicam
com texto simples e objetivo, cada passo dos procedimentos corretos para se fazer
as regulagens e manutenções de forma correta nos diversos instrumentos musicais
(guitarras, contrabaixos e violões) sem coloca-los em riscos de danos, resolvendo
cada problema de maneira eficiente, segura e definitiva se tornando assim um
verdadeiro profissional, e experiente Luthier!
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A N REGULAGEM E MANUTENÇÃO EM
M DE
GUITARRAS CONTRABAIXOS
E VIOLÕES

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OFICINA DAS GUITARRAS - C 08 LOTE 10 SALA 202 - TAGUATINGA CENTRO
BRASÍLIA DISTRITO FEDERAL - CEP 720100 - FONE : (061) 3202 0992 - 96042498
www.mozartluthier.hpg.com.br - mozartcarmo@bol.com.br

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