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AUTORES:
RUI CORREIA Nº105419
JUNIOR BOSCHESI Nº105488
O PAPEL DA LIDERANÇA E DO EMPOWERMENT NA GQT
Boschesi, J. C; Correia, R.
RESUMO
Nos tempos atuais, as organizações nas suas mais variadas operações e sempre
com o foco na conquista de melhores resultados têm aplicado algumas ferramentas e
estratégias de gestão para a melhoria produtiva, da qualidade, e da motivação dos seus
funcionários, etc. Esse foco contribuiu para o desenvolvimento de conceitos e teorias
entre eles o conceito de Empowerment, amplamente utilizado na gestão de recursos
humanos. Esta pesquisa reflete sobre os conceitos teóricos do empowerment, também
conhecido como “empoderamento” ou numa perspetiva mais prática também traduzido
pela delegação de autoridade e responsabilidade aos funcionários. Através do
aprofundamento deste conceito procura-se entender a utilização desta ferramenta
através de uma abordagem metodológica de trabalho que objetiva a delegação de poder,
autonomia e participação efetiva dos profissionais ligados a GQT. Como procedimento
metodológico, utilizou-se a pesquisa bibliográfica e aplicação de inquérito a profissionais
da Gestão da Qualidade Total afim de analisar características do empowerment em seus
locais de trabalho. Os resultados da pesquisa apontam que nas empresas pesquisadas os
funcionários trabalham com algumas limitações, como ter um baixo nível de participação
na tomada de decisão. Como um dos resultados da pesquisa pôde-se perceber que a
implementação desta ferramenta requer compromisso e responsabilidade da equipa,
força de vontade, foco e formação das pessoas para que se obtenham melhores
resultados.
ABSTRACT
Nowadays, associations in their most varied operations and always with a focus on
achieving better results provide some tools and management management to improve
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productivity, quality, and the motivation of their employees, etc. This focus contributed to
the development of concepts and theories, including the concept of Empowerment,
widely used in human resource management. This research reflects on the theoretical
concepts of empowerment, also known as "empowerment" or in a more practical
perspective also translated by the delegation of authority and responsibility to
employees. Through the deepening of this concept, the use of this tool was understood
through a methodological approach of work that aims at the delegation of power,
autonomy and effective participation of professionals linked to TQM. As a methodological
procedure, bibliographic research and application of research to professionals of Total
Quality Management are used in order to analyze the characteristics of empowerment in
their workplaces. The survey results show that in the companies surveyed, employees
work with some limitations, such as having a level of participation in decision making. As
one of the results of the research, it was noticed that the implementation of this tool
requires commitment and responsibility from the team, willpower, focus and training of
people in order to obtain better results.
1. INTRODUÇÃO
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contacto com a gestão e planeamento de recursos humanos através do empowerment.
Além disso, será importante entender quais as atitudes e características que fazem do
líder um gestor profissional e estratega de sucesso, considerando também a utilização de
ferramenta de gestão de recursos humanos, tendo em linha de raciocínio que o
empowerment é um mecanismo poderoso no envolvimento dos funcionários nas suas
atividades no seio da organização, possuindo a capacidade de aumentar a eficiência
produtiva.
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exige mudanças na maioria dos aspetos de uma organização, o que pode ser difícil e
apresentar alguma resistência inicial, mas a sua implementação não é impossível e
depende da atribuição e consciencialização da gestão de topo.
2. FUDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 LIDERANÇA
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Quanto à sua definição, assumindo que não se considera um termo recente, a
palavra LÍDER, entrou para o vocabulário popular a partir da metade do século XIX,
derivando da palavra em inglês Lead, que significa guiar ou conduzir (Veronese, 2011, p.
33). Com isso, no sentido de explicar o conceito liderança surgiram inúmeras definições,
todas com o mesmo foco, porém com perspetivas diferentes. Não existe uma definição
universal para o conceito de liderança, mas é certa a variedade de teorias desenvolvidas
ao longo das últimas décadas. Com base nos ensinamentos de Sun Tzu e Confúcio, Krause
(1999, p.03) define a liderança como:
“…o desejo de controlar eventos, a sabedoria de indicar uma rota a ser seguida e o poder
de fazer com que a ação seja realizada, usando cooperativamente as capacidades e
habilidades de outras pessoas.”.
Uma das definições mais recentes pertence a Rego e Cunha (2016), onde consta:
Como se pode observar as definições sejam elas antigas ou mais recentes, todas
giram em torno de um mesmo pensamento, que sugere a interação de pessoas em prol
de um objetivo e a existência de líder e liderados, sendo que a importância de se
conhecer essa variedade de definições de liderança está em tomá-las como referências
para a formação de um Líder de sucesso. Ainda assim, um bom Líder necessita não só de
se conhecer a si mesmo como também o ambiente e pessoas que o cercam, bem como a
cultura da empresa em que estão inseridos.
2.2 EMPOWERMENT
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É um conceito complexo que possui noções de vários campos do conhecimento,
sendo que a expressão Empowerment surgiu por volta dos anos 90 quando a gestão
participativa começou a ganhar espaço no ambiente empresarial. Segundo Castro (1994)
não existe uma tradução literal para a palavra, mas poderia ser como sinônimo, o sentido
de energização devido ao poder no meio da sua estrutura. Apenas com esta informação,
já se percebe que a prática do empowerment na organização é capaz de gerar um
ambiente de energia, de felicidade e motivação. O termo empowerment é muito recente
nas empresas e ainda traz dúvidas quanto a sua aplicação, para Rodrigues e Santos
(2004), O empowerment é uma abordagem de projeto de trabalho que objetiva a
delegação de poder de decisão, autonomia e participação dos funcionários na
administração das empresas. Reforçando, Stone (2000 apud ARAUJO, 2007, p. 328) cita a
condição que, além do fato de seus empregados se sentirem mais valorizados e
motivados por possuírem o controlo sobre suas atividades, o empowerment possibilita aos
gestores um ambiente de menor pressão sobre fatos do dia-a-dia dando-lhes liberdade
“para o desenvolvimento de novas ações, que inclui, por exemplo, novas oportunidades
de negócio”.
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garantidas se estes tiverem acesso a oportunidades, informação, suporte e recursos
(Kanter, 1993).
A Teoria do Empowerment Psicológico foca-se no conjunto de estados psicológicos
que os funcionários necessitam ter para que sintam que detêm controlo sobre o
trabalho por eles desenvolvido (Spreitezer, 2008).
Teoria do Empowerment Comunitário concebe o empowerment como sendo um
processo que resulta de um conjunto de ações que influenciam a distribuição de
poder, levando ao acumular ou desacumular de poder relativamente às esferas
pessoais, intersubjetivas e políticas (Carvalho, 2004).
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melhoria da gestão de recursos humanos. Contudo, é extremamente comum que essa
ferramenta seja confundida com outras tendências de gestão. De forma a se destacar de
outras ferramentas de gestão, com base no estudo de Mills (1996 apud ARAÚJO, 2007, p.
335), surgem três diferenciações:
2.4 A INOVAÇÃO
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assemelha-se com um dos princípios de Warres das Grandes Equipas. Sonhos
compartilhados: As grandes equipas geralmente compartilham o sonho de transformar o
mundo para uma vida melhor. Eles são obcecados com o que estão fazendo e não
consideram seu trabalho apenas como um trabalho remunerado. O compartilhamento
desse sonho e crença deu-lhes a coesão e a energia necessárias para trabalhar. (D.R Kiran,
2016). Os gestores da qualidade enfatizam a melhoria em vez da manutenção. Eles usam
a frase: “Se não estiver perfeito, melhore” em vez de "Se não estiver quebrado, não
conserte". Sempre há espaço para melhorias, mesmo que sejam pequenas (Besterfield et
al. 2003).
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De acordo com Araújo (2007, p. 350), o empowerment é uma arma poderosa mas não
imune a desvios e falhas. Com isto surgem algumas das razões que transformam a
implementação da ferramenta do empowerment em fracasso:
Em suma, as equipas podem-se tornar no seu pior inimigo quando exercem muito
poder e as suas motivações entram em conflito com os valores e objetivos organizacionais
(Terry at al. 2021). Consequentemente, alguns estudiosos pedem controlo de gestão de
equipas com poderes para evitar comportamentos potencialmente prejudiciais à
organização (Campbell et al. 2016 ; Lamb et al. 2009), acredita-se que é necessária uma
liderança organizacionalmente forte e ética que atue para fazer o que é certo para que as
equipas não sucumbam a incentivos não alinhados aos valores da empresa (Terry at
al.2021) exercendo um papel orientador e estimulador (Chiavenato. 2003). O
empoderamento de uma equipa pode torna-la eficaz ou destrutiva quando as
personalidades dominantes interrompem ou limitam a colaboração entre os membros
(Cliffe. 2001) fazendo com que ocorra perda de objetividade em favor do interesse
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próprio e da defesa da equipa, prejudicando assim outras equipas e membros da
organização que leva a comportamentos que se opõem aos objetivos organizacionais
(Gerwin 1999 ), quando áreas funcionais, departamentos ou grupos de trabalho estão em
competição estas podem encontrar maneiras subtis de trabalhar uns contra os outros ou
de reter informações (Besterfield et al. 2003).
3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
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Produção, em ralação ao nível de conhecimento de empowerment e identificar as suas
características.
MUITO
POUCO
NENHUM
GESTÃO PRODUÇÃO
Fonte: Elaborada pelo autor
MUITO
RAZOÁVEL
POUCO
NENHUM
0.00% 5.00% 10.00% 15.00% 20.00% 25.00% 30.00% 35.00% 40.00% 45.00%
Fonte: Elaborada pelo autor
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sendo este valor maior que a percentagem de profissionais da GESTÃO que é de 46.7%.
Ao fazer uma análise mais detalhada observa-se que o nível RAZOÁVEL foi escolhido tanto
pelos profissionais da gestão quanto os da produção e o mesmo ocorreu com o nível
NENHUM.
AS VEZES
NÃO
SIM
LÍDER COLABORADOR
Fonte: Elaborada pelo autor
Ao analisar o gráfico 3, nota-se o nível de liberdade para dar sugestões de
melhorias e o quanto a gestão é recetiva a essas ideias. Sabe-se que os indivíduos
desejam se envolverem e contribuir para o sucesso da organização e mesmo que tenham
liberdade para isto, é necessária a aceitação e participação da gestão. O processo de
empowerment, para gerar efeitos positivos, necessita também de estar alicerçado sobre a
visão de que sempre há espaço para melhorias, mesmo que sejam pequenas. Observa-se
que 60% dos participantes possuem liberdade para dar sugestões de melhorias, mas nem
sempre seus líderes são recetivos a essas sugestões. O que leva a deduzir que por
temerem a extinção de seus cargos devido a perda de poder e utilidade para a
organização, já que outras pessoas passaram a tomar decisões que eram somente da
gestão.
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CONFIANÇA PARA TOMAR DECISÃO SEM AUXILIO DO
SUPERVISOR
FORTE
MÉDIA
FRACA
NENHUMA
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30%
GESTÃO PRODUÇÃO
Fonte: Elaborada pelo autor
MUITO IMPORTANTE
IMPORTANTE
IRELEVANTE
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parte importante. O gráfico 5 refere-se ao nível de importância que o participante junga
ter o seu trabalho para a empresa. Observa-se que os participantes consideram
maioritariamente seu trabalho como importante e muito importante, enquanto que
33.3% não se sentem valorizados pela empresa. A motivação é componente essencial
para o empowerment e depende do reconhecimento da gestão de topo pelo desempenho
de seu quadro funcional.
Gráfico 6: Informações
INFORMAÇÕES
AS VEZES
NÃO
SIM
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
ACESSO A INFORMAÇÃO
COMPARTILHAMENTO DE INFORMAÇÃO
Fonte: Elaborada pelo autor
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COMPETITIVIDADE NO LOCAL DE TRABALHO
AS VEZES
NÃO
SIM
0.0% 5.0% 10.0% 15.0% 20.0% 25.0% 30.0% 35.0% 40.0% 45.0%
Fonte: Elaborada pelo autor
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
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